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A INFLUÊNCIA DA ERGONOMIA E DO CONTROLE ESTATÍSTICO NA QUALIDADE DOS PROCESSOS DE UMA EMPRESA DO SETOR TÊXTIL SITUADA NA REGIÃO DO ALTO PARANAÍBA Gisele Cristine Soares (UFV) [email protected] Tharles Alberto de Carvalho (UFV) [email protected] Maria Gabriela Mendonca Peixoto (UFV) [email protected] Larissa Sousa Campos (UFV) [email protected] Thiago Henrique Nogueira (UFV) [email protected] Este trabalho teve como objetivo verificar até que ponto a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e o Controle Estatístico de Processos (CEP) podem exercer influência sobre, a padronização dos processos e a qualidade de vida dos trabalhadores, de uma empresa do setor têxtil situada na região do Alto Paranaíba. Notou-se que, em relação à ergonomia, as empresas do deste setor devem direcionar seus esforços para promover uma maior qualidade de vida aos trabalhadores, visto que os mesmos sofrem com problemas de saúde e psicológicos, devido ao ritmo intenso de trabalho. No âmbito da gestão da qualidade, o foco deve ser direcionado à padronização, mesmo sabendo-se que o processo é totalmente automatizado buscando, assim, por ferramentas da qualidade, tal como as cartas de controle, que possam auxiliar na redução de variabilidade deste processo. Sabendo-se das diversas áreas da empresa e da importância de trabalharem em conjunto, buscou-se mostrar que apesar dos gestores não enxergarem de cara o quão impactante é a relação entre a ergonomia e a gestão da qualidade, as duas áreas se complementam, sendo fortes aliadas para que a empresa se mantenha competitiva, ao mesmo tempo em que produza, com eficiência, e reduza seus custos com acidentes e retrabalhos. Palavras-chave: Gestão da qualidade, análise ergonômica do trabalho, padronização, cartas de controle, setor têxtil. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.

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A INFLUÊNCIA DA ERGONOMIA E DO

CONTROLE ESTATÍSTICO NA

QUALIDADE DOS PROCESSOS DE UMA

EMPRESA DO SETOR TÊXTIL SITUADA

NA REGIÃO DO ALTO PARANAÍBA

Gisele Cristine Soares (UFV)

[email protected]

Tharles Alberto de Carvalho (UFV)

[email protected]

Maria Gabriela Mendonca Peixoto (UFV)

[email protected]

Larissa Sousa Campos (UFV)

[email protected]

Thiago Henrique Nogueira (UFV)

[email protected]

Este trabalho teve como objetivo verificar até que ponto a Análise

Ergonômica do Trabalho (AET) e o Controle Estatístico de Processos

(CEP) podem exercer influência sobre, a padronização dos processos e a

qualidade de vida dos trabalhadores, de uma empresa do setor têxtil

situada na região do Alto Paranaíba. Notou-se que, em relação à

ergonomia, as empresas do deste setor devem direcionar seus esforços

para promover uma maior qualidade de vida aos trabalhadores, visto que

os mesmos sofrem com problemas de saúde e psicológicos, devido ao

ritmo intenso de trabalho. No âmbito da gestão da qualidade, o foco deve

ser direcionado à padronização, mesmo sabendo-se que o processo é

totalmente automatizado buscando, assim, por ferramentas da qualidade,

tal como as cartas de controle, que possam auxiliar na redução de

variabilidade deste processo. Sabendo-se das diversas áreas da empresa e

da importância de trabalharem em conjunto, buscou-se mostrar que

apesar dos gestores não enxergarem de cara o quão impactante é a

relação entre a ergonomia e a gestão da qualidade, as duas áreas se

complementam, sendo fortes aliadas para que a empresa se mantenha

competitiva, ao mesmo tempo em que produza, com eficiência, e reduza

seus custos com acidentes e retrabalhos.

Palavras-chave: Gestão da qualidade, análise ergonômica do trabalho,

padronização, cartas de controle, setor têxtil.

XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens

avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.

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1. Introdução

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção - ABIT (2016), o

Brasil pode ser considerado o segundo maior empregador da indústria de transformação e o

quarto maior parque de confecções do mundo. Existem mais de 33 mil empresas formais, em

todo o território nacional, produzindo 5,3 bilhões de peças de vestuário por ano (ABIT, 2016).

Para que a empresa possa aumentar sua eficiência, produzindo produtos de qualidade, faz-

se importante que esta se preocupe com o capital humano (JERÔNIMO et al., 2013). Neste

sentido a ergonomia se expandiu abrangendo quase todos os tipos de atividades humanas (IIDA,

2005) e se objetiva a possibilitar conforto ao trabalhador, evitando acidentes, aumentando a

produtividade e proporcionando satisfação no local de trabalho (LANDIN et al., 2012). Logo,

entende-se que esses quesitos se relacionam ao trabalho e podem ser analisados por uma

multiplicidade de ciências, tal como a qualidade (GUÉRIN et al. 2001).

Problemas na ergonomia causam erros e resultam na má qualidade dos produtos

(ERDINÇ; YEOW, 2011). O estudo realizado por Erdinç e Yeow (2011) apontou para a redução

de defeitos dos produtos nas empresas onde a AET (Análise Ergonômica do Trabalho) foi

aplicada. Em relação aos riscos ergonômicos que os trabalhadores vivenciam na indústria têxtil,

Marques et al. (2010) apontam para o fato de que a análise de posto de trabalho é fundamental,

pois reduz o absenteísmo, eleva a produtividade, a qualidade do produto e a motivação e

qualidade de vida no trabalho.

A qualidade de vida no trabalho atende, desde altas aspirações, às necessidades básicas dos

operadores (GRABARSCHI, 2001). Isso permite um melhor aproveitamento das habilidades do

funcionário em um ambiente humanizado, onde poderá executar suas funções de forma eficiente.

Assim, objetivo deste trabalho foi verificar até que ponto a Análise Ergonômica do Trabalho

(AET) e o Controle Estatístico de Processos (CEP) podem exercer influência sobre, a

padronização dos processos e a qualidade de vida dos trabalhadores, de uma empresa do setor

têxtil situada na região do Alto Paranaíba. Esta relação foi elaborada no contexto das costureiras,

onde o trabalho foi abordado em suas três realidades, tal como apontado por Guérin (2001).

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2. Ergonomia e gestão da qualidade no setor têxtil

A ergonomia estuda as situações onde ocorrem a interação entre o homem e o seu

trabalho (IIDA, 1998). Neste processo, existe a relação homem-máquina, que pode ser

compreendida através da AET. Esta estuda os aspectos físicos e cognitivos advindos do trabalho

humano no sistema (FERREIRA, 2009). Para tanto, pode ser aplicada ao setor têxtil, para a

compreensão das situações adversas enfrentadas pelos trabalhadores, como é o caso do manuseio

de uma máquina de costura. Nesta operação, existe o uso repetitivo e coordenado do tronco, pés e

mãos, além da postura sentada por muito tempo (NAG et al., 1992). Além disso, os costureiros

estão submetidos a maiores riscos de dores musculares e lesões, que outros postos de trabalho

que exijam o mesmo tipo de postura (GUNNING, 2001).

A verticalização do processo, neste setor, gera tensão emocional, trabalhos monótonos,

repetitivos e sem uso de criatividade (BARRETO, 2000). Neste sentido, deve-se refletir a

respeito da qualidade de vida que o trabalho tem proporcionado aos costureiros (LÁZARO,

2003). Programas de qualidade de vida criam condições para o bom desempenho na realização do

trabalho (LIMONGI FRANÇA, 2003). Logo, as empresas se beneficiam com uma mão de obra

saudável, menor número de acidentes, aumento de produção e melhoria do ambiente de trabalho

(SILVA; DE MARCHI, 1997), aspectos também tratados com a aplicação de conceitos

ergonômicos (MAULER, 2001).

Em relação à efeitos dos fatores ergonômicos na qualidade, estudos nessa área chamam a

atenção quanto ao posicionamento da gerência, a qual apenas vê a ligação da ergonomia com a

saúde dos trabalhadores e não com a gestão da qualidade (ZARE, 2016). Uma vez que esses

efeitos existem, tais como apontados por Hamrol, Kowalik & Kujawi´nsk (2011) e Eklund

(1995), este equívoco deve ser mudado. Além disso, quando a empresa enxerga essa relação e

alinha as duas áreas, o processo de melhoria contínua ocorre com mais eficiência na organização

(BARROS, 2006).

3. Gestão da qualidade e controle estatístico no setor têxtil

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A devida atenção aos processos, com a adoção de sistemas de gestão capazes de promover

o gerenciamento da qualidade na cadeia interna de valor da organização, é de grande importância

(CARPINETTI, 2012). Essa aplicação da gestão da qualidade pode ser difícil na empresa de

confecção, onde o atraso tecnológico reflete não somente na qualidade, mas também na

produtividade da empresa, acarretando um alto número de operários, por peça produzida. Além

disso, o ritmo intenso de operação na indústria têxtil é consequência das formas de gestão

empregadas (BARRETO, 2000).

Na implantação a gestão da qualidade, podem-se utilizar sete ferramentas de qualidade,

sendo o Controle Estatístico do Processo (CEP), uma delas (CARVALHO, 2015). Este indica

fontes de variabilidade (MONTGOMERY, 2007) e auxilia no monitoramento de características

de interesse, por meio de cartas de controle (RIBEIRO, 2012). Trata-se de gráficos de

acompanhamento do processo e podem ser do tipo variável ou atributo (MONTGOMERY,

2007). Se os dados são “passa”/”não passa” ou “aceitável/ não aceitável”, a carta para atributos é

recomendada. Já, se são contínuos, usa-se a carta para variáveis (MANUAL DE REFERÊNCIA,

2005). A Tabela 1 contém as fórmulas de cada carta.

Tabela 1 – Fórmulas das Cartas X,R e C

Fonte: Montgomery (2007)

Além de apresentar um processo estável, os produtos devem estar dentro da especificação,

sendo que uma maneira de atestar esta capacidade envolve os índices de capabilidade, como o cp

e o cpk (MANUAL DE REFERÊNCIA, 2005). Estes índices avaliam a variação existente no

processo, enquanto o cpk avalia, ainda, a sua centralização (MONTGOMERY, 2007). A Figura 1

apresenta as suas fórmulas.

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Figura 1 – Fórmulas dos índices de capabilidade

Fonte: Adaptado do Manual de Referência (2005).

Diante disso, deve-se destacar que o CEP vem ganhando importância no setor têxtil

(ALTIGAN, 2007). Kayaalp (2009) mostrou que defeitos de costura podem ser reduzidos com o

uso do CEP, sendo que o mesmo pode ser usado com facilidade neste tipo de indústria.

4. Procedimento metodológicos

Este trabalho refere-se a um estudo de caso, visto que baseia-se em fontes e evidências

teóricas, conduzindo à coleta e análise de dados (YIN, 2001); neste estudo, por meio de

levantamento de literatura. O tipo de pesquisa adotado foi a qualitativa, pois a investigação foi

orientada para a situação estudada, a fim de obter dados descritivos entre o pesquisador e objeto

de estudo (NEVES, 1996).

Este trabalho possui também caráter quantitativo, pois esta considera que tudo pode ser

mensurável, traduzindo dados qualitativos em números e informações, de maneira que possam

ser analisadas. Neste sentido, apoiou-se em métodos de controle estatístico de processos para

verificar desvios de padronização dos produtos. Vale a pena lembrar que a abordagem

quantitativa é bastante utilizada em pesquisas descritivas, ajudando a compreender fenômenos

experimentados em trabalhos de grupo (PRODANOV; FREITAS, 2013), assim como o

observado no setor têxtil.

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Como técnica de pesquisa, foi realizada uma entrevista com a responsável por

confeccionar as golas das camisas, na empresa estudada. Optou-se por entrevistas não

estruturadas, pois são de grande utilidade para se obter informações (CURY, 2006). Realizou-se

visita para a realização de medições nas camisas masculinas, com manga longa, de tamanho M, a

partir de fita métrica, com precisão em centímetros. Para tanto, a medição foi feita da seguinte

maneira: a camisa foi aberta e a fita métrica usada para medir por meio de uma ponta

correspondente à altura do botão superior da vestimenta, indo até a outra extremidade, onde fica a

casa do mesmo botão. Tal procedimento foi utilizado na confecção das cartas de controle.

O método de pesquisa foi o descritivo, o qual tem a finalidade de observar, registrar e

analisar, sem alteração da realidade, apenas buscando o seu entendimento (ALMEIDA, 1996).

Para a coleta de dados, foram utilizados, ainda, questionários, entrevistas, observação direta e

medições, a fim facilitar a interpretação dos fatos observados na fábrica e as dispersões no padrão

de medida das camisas, nos anos de 2013 e 2014.

Quanto aos fins, o tipo de pesquisa foi o explicativo, pois por meio da análise e da

interpretação dos fenômenos observados, o pesquisador tenta explicar os porquês dos fatos

ocorridos na realidade da empresa (GIL, 2010). Apesar de ter havido livre acesso à empresa, por

questões de disponibilidade de pessoal e tempo, foram feitos tanto o recorte para a AET,

analisando-se a atividade de apenas uma costureira, quanto para os gráficos de controle,

medindo-se apenas um tipo de camisa.

5. Resultados e discussão

5.1 Ergonomia

Na fábrica existe uma funcionária para cada parte do processo de confecção. A gerente

tem as informações e especificações das vendas, que são passadas, junto às linhas, para cada

funcionária. A produção ocorre em pequenas células e se direciona a uma operária que une todas

as partes das camisas. Nesta fase, é crucial que estas partes estejam dentro do padrão de medida.

Qualidade do produto final, para a gerente, se reflete no mínimo de interrupções e tempo ocioso.

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Se a conversa ou movimentação não é relacionada às suas tarefas, as costureiras devem evitá-las.

Isso pode gerar “pressão” nas funcionárias e forçar à produção em massa.

Quanto aos aspectos físicos, a ventilação é precária, gerando desconforto térmico e

ambiente abafado, de acordo com uma funcionária. Estas ficam isoladas em um ambiente sem

janelas, com iluminação artificial. Entretanto, esta pode ser considerada eficiente, pois não há a

formação de sombras. Em função disso, tem-se um dos requisitos para garantir o conforto

humano, produtividade e qualidade de vida (COUTO, 1995). Já o ruído alcançou um valor

máximo de 71,8 dB, estando dentro do limite da norma regulamentadora de atividades e

operações insalubres (NR15). Todavia, uma das funcionárias relatou que este lhe causa estresse,

ao final do expediente.

As operárias da máquina de costura reclamaram de incômodos causados pela postura

sentada e por movimentos repetitivos. A cadeira usada é de madeira, material rígido que, usado

por longos períodos de tempo, pode gerar dores. Além disso, esta é antiga, de estrutura

comprometida, não fornecendo segurança e comodidade à costureira. Quando se utiliza a

máquina, a operadora aciona um pedal, pressionando-o levemente com o pé direito, havendo um

desnível no ponto de apoio dos pés e gerando dores na coluna e pernas. Esta máquina se encontra

apoiada sobre uma mesa, onde a operária pode também apoiar seus cotovelos e antebraços.

Os movimentos de esticar e contrair os braços demandam muito esforço por parte das

costureiras, afetando seus ombros e coluna. Quando indagadas sobre o motivo de ainda estarem

trabalhando no local, percebeu-se que a pouca oferta de emprego na região impõe que sejam

aceitas quaisquer condições de trabalho. A necessidade de manter o emprego faz com que os

trabalhadores se submetam a condições de trabalho incompatíveis com sua saúde (RODRIGUES

et al, 2013).

Por fim, observou-se que as operárias não usam EPI’s. A máscara seria ideal para a não

inalação de poeiras, o protetor auricular para evitar o estresse gerado pelo ruído e os sapatos

fechados, para proteger de quedas de equipamentos e fragmentos de agulhas. Também, não há

uniformes, o que chega a ser um risco, não só pelo uso de calçados abertos, como pelo uso de

bermudas, conforme foi observado.

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5.2 Controle estatístico da qualidade

Neste estudo, escolheu-se camisas de tamanho M e masculinas, como recorte, e a largura,

como a característica de qualidade. O número de camisas produzidas por dia, 150 peças, foi

definido como o tamanho da população finita N. Assim, realizou-se a medição de 30 itens, em

centímetros, que podem ser observados na Tabela 2.

Tabela 2 - Larguras Medidas das Camisas

Dessa forma, calculou-se o desvio padrão, 0,784 e o tamanho da amostra n, 8,85≈ 9.

Quando o número de n é maior do que um e menor do que 10, utiliza-se as cartas X-barra-R

(RIBEIRO, 2012). Para construir estas cartas, coletou-se amostras em 10 dias consecutivos, como

forma de facilitar a identificação de causas especiais entre os subgrupos (MONTGOMERY,

2007). Logo, obteve-se 90 medidas de camisas e calculou-se a média de cada amostra, assim

como a sua amplitude. Esses valores estão na Tabela 3.

Tabela 3 - Medidas coletadas por dia com média e amplitude amostrais

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Com estes valores, construiu-se as cartas X-barra R, presentes na Figura 2, utilizando-se

do software, Minitab. Na carta X-barra há um ponto fora do limite superior de controle. Este,

representa a amostra 5 e por ser uma causa especial operando sobre o sistema, o mesmo está fora

de controle estatístico (CORTIVO, 2005).

Figura 2 - Gráficos de Controle do tipo X-Barra

10987654321

114

112

110

Sample

Sa

mp

le M

ea

n

__X=111.724

UCL=113.583

LCL=109.866

10987654321

10.0

7.5

5.0

2.5

0.0

Sample

Sa

mp

le R

an

ge

_R=5.52

UCL=10.02

LCL=1.02

1

Xbar-R Chart of 1, ..., 9

Eliminou-se a amostra 5, para visualizar o comportamento do processo. Como pode ser

visualizado na Figura 3, notou-se que o controle do processo foi retomado.

Figura 3- Carta X-Barra-R sem a amostra 5

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10

987654321

113

112

111

110

Sample

Sa

mp

le M

ea

n

__

X=111.364

UCL=113.111

LCL=109.617

987654321

8

6

4

2

0

Sample

Sa

mp

le R

an

ge

_R=5.19

UCL=9.42

LCL=0.95

Carta Xbarra-R Para Médias Sem a Amostra 5

O valor do molde padrão foi de 124,4 - 10 cm (pelo corte de costura) = 114,4 cm.

Utilizando-se a margem de erro de 4 cm, definidos pela empresa. tem-se os limites de

especificação superior e inferior como sendo, respectivamente, 118,4 cm e 110,4 cm. Em

seguida, calculou-se a capacidade do processo, sendo os valores para cp e cpk, 1,70 e 0,41. O

gráfico da capabilidade do processo encontra-se representado pela Figura 4.

Figura 4 - Capabilidade do processo

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A localização da tendência central está descentralizada. Além disso, deve-se analisar o

cpk, mesmo o cp sendo maior do que 1, pois este último mostra apenas o potencial e não a

capacidade real do processo (FINLEY, 1995). Como o cpk é menor que 1,33, este processo pode

ser considerado incapaz. Contudo, como cp é maior que 1, existe potencialidade para operar

dentro dos limites especificados (BANDYOPADHYAY, 1996). Além disso, quando este valor é

inferior a 1, deve-se centralizar o processo (OSSS, 2007). Após isso, elaborou-se a carta para

atributos, avaliando-se os seguintes defeitos, por peças: linha sobrando na manga, linha sobrando

na barra e continuidade na costura. Os dados coletados podem ser visualizados pela Tabela 4.

Tabela 4 - Não conformidades, por amostra

Usou-se a carta C, que refere-se ao controle de não conformidades, por item (OLIVEIRA,

2013). A média, C-barra, foi de 2,67 e o desvio padrão, 1,63. Os limites, superior (LSC) e inferior

(LIC), foram, 7,56 e 0, respectivamente. Como o LIC foi negativo, usou-se o valor 0 (CORTIVO,

2005). A carta está representada na Figura 5.

Figura 5 - Gráfico C-Barra com os Limites de controle

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12

987654321

7

6

5

4

3

2

1

0

Sample

Sam

ple

Co

un

t_C=2.333

UCL=6.916

LCL=0

Gráfico de Controle C

O processo encontra-se sob controle, já que existem apenas causas comuns atuando no

processo (RIBEIRO, 2012). Na fábrica, o que pode estar acontecendo é que as operarias estão

atentas ao surgimento de pequenas falhas, que são visíveis e aplicáveis à correção.

5.3 Considerações gerais sobre os resultados obtidos

A causa da variação presente na carta X-Barra, pode ser encontrada e eliminada (LINS,

1993). Esta não conformidade pode se relacionar à maneira de se processar o produto durante o

corte ou a costura, visto que as costureiras possuem condições de trabalho não muito adequadas

(máquinas ergonomicamente não ajustadas), estresse gerado pelo ruído produzido e exigência de

alta concentração. Estes são fatores ergonômicos que influenciam no andamento da produção e

afetam a qualidade do processo (MARQUES, 2010).

As variações nas amostras, podem ocorrer pela velocidade de confecção do produto e pela

falta de instrumentos para a padronização. Os problemas ergonômicos encontrados podem ser um

agravante para esta falta de padronização. O ritmo intenso e as condições insalubres tornam este

trabalho fatigante, o que contrapõe a minuciosidade com que deve ser feito. Estas más condições

podem se relacionar diretamente com a não qualidade dos processos (EKLUND, 1995). Logo,

sugere-se a mudança nas condições de trabalho, tornando o ambiente mais saudável e

proporcionando qualidade de vida aos trabalhadores. Adquire-se, assim, melhorias na qualidade

dos processos e dos produtos finais, pois os impactos da ergonomia estão ligados aos aspectos de

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qualidade. Logo, os reflexos de operários mais saudáveis e satisfeitos poderiam tornar a produção

mais padronizada e de melhor qualidade.

6. Conclusões

Existem problemas, tanto ergonômicos, quanto de controle de qualidade na empresa.

Acredita-se que os dois possuam interfaces estreitas, ou seja, os riscos ergonômicos podem afetar

na qualidade do produto final. No entanto, não é possível afirmar até que ponto existe esta

relação. Assim, entende-se que o objetivo deste trabalho foi atendido, mesmo havendo pouco

tempo disponível e restrições para visitar a empresa. Por outro lado, deve-se reconhecer a

contribuição deste trabalho para academia e organizações do setor têxtil, a partir da reflexão

estabelecida acerca da forma como o trabalho tem sido abordado, buscando-se priorizar pela

qualidade de vida no trabalho.

Para estudos posteriores sugere-se, em relação aos aspectos ergonômicos, que a empresa

busque por ferramentas que auxiliem também em aspectos que garantam qualidade de vida no

trabalho, os quais podem ser adquiridos ao se manter uma relação de proximidade com os

funcionários. No âmbito dos requisitos de qualidade, sugere-se o estudo da camisa, como um

todo, pois isto poderia evidenciar problemas de não conformidade de processos. Sugere-se, por

fim, a criação de cartas de controle, pois além de garantir a qualidade exigida aos processos,

também se ganharia em produtividade, já que retrabalho e perdas poderiam ser eliminados.

Ainda, se o CEP for devidamente monitorado e seguido, o mesmo poderá garantir um

nível de qualidade para cada parte do processo (CARVALHO, 1991). Isso acontece, conforme

Carvalho (1991), uma vez que este integra o controle da qualidade, com cada etapa produtiva.

Dessa maneira, identificando-se as causas de não conformidades relacionadas às costureiras, e

corrigindo-as, pode-se impactar na forma como elas executam o trabalho, consequentemente,

melhorando a qualidade do que produzem e também sua qualidade de vida. Diante disso, para

que a empresa se mantenha competitiva, faz-se essencial que esta se atente a aspectos, tanto

ergonômicos, como de qualidade de processos.

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7. Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÃO - ABIT. Perfil do Setor.

Disponível em < http://www.abit.org.br/cont/perfil-do-setor> Data de acesso: 07/10/2016.

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. São Paulo: 5ª Ed. Atlas, 1996.

ATILGAN, Turan. Acceptable quality levels in the textile sector and their effect on the level of competition. Fibres

and Textiles in Eastern Europe, v. 15, n. 1, p. 16, 2007.

BANDYOPADHYAY, Jayanta. QS-9000 Handbook: a Guide to Registration and Audit. CRC Press, 1996.

BARRETO, Margarida. A Indústria do Vestuário e a Saúde dos Trabalhadores e Trabalhadoras. Cadernos de Saúde

do Trabalhador. CUT-INST, 2000.

BARROS, Maria Helena Bessa. O método PDCA como ferramenta de análise ergonômica do trabalho: estudo de

caso em uma indústria de embalagem cartonada. Simpósio de Engenharia de Produção, XIII, 2006.

CARPINETTI, Luiz Cezar Ribeiro. Gestão da Qualidade, Conceitos e Técnicas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2012.

CARVALHO, Wagner José Sousa; ABREU, Everton de Sousa e ALVES, Maria Caroline Pereira. Análise e

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