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1 A IMPORTÂNCIA DOS EPIs NA QUALIDADE DE VIDA DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA EMPRESA MADEIREIRA Paulo Ricardo Messias Alves¹ RESUMO Hoje em dia, o trabalho passou a ocupar um espaço de muita importância na existência das pessoas, pois elas passam uma grande parte de suas vidas dentro de uma organização, contribuindo diretamente com os propósitos e objetivos das companhias. Por conta disso, as empresas passaram a investir em um ambiente de trabalho mais propício, oferecendo qualidade de vida aos seus funcionários, de maneira que eles se sintam satisfeitos e determinados a exercer suas funções, aumentando assim a sua produtividade. O presente artigo objetiva analisar a importância que tem os EPIs (equipamentos de proteção individual) na qualidade de vida dos funcionários no setor madeireiro, possibilitando que as empresas desse setor o utilizem como fonte de estudo para ofertar melhorias na forma de gerenciamento dos seus recursos humanos no que se refere à segurança do trabalho. Com as necessidades das empresas em oferecer um ambiente seguro aos seus funcionários por meio da utilização dos EPIs, agregando valor à produção, o presente trabalho é importante para fazer uma análise dos benefícios desses dispositivos de segurança têm na qualidade de vida dos colaboradores dentro de uma empresa madeireira. Para uma melhor interpretação dos valores obtidos com a pesquisa, a apresentação dos resultados será por meios de tabelas e gráficos, que apresentarão as informações extraídas após a apuração dos dados levantados pelo questionário aplicado ao público alvo. Dessa maneira, as sugestões deixadas no presente trabalho são destinadas, principalmente, ao desenvolvimento de treinamentos desses colaboradores, a fim de alcançar a qualidade desejada. Palavras-chave: Qualidade de Vida. EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). Treinamentos. ABSTRACT Today, the work began to occupy an area of great importance in the existence of people, where they spend a large part of their lives within an organization, contributing directly to the purposes and objectives of the companies, for this reason companies started to invest in a more conducive working environment offering quality of life for its employees, so that they feel satisfied and determined to perform their functions, thus increasing their productivity. This project aims to make an analysis on the importance of PPE in the quality of life of employees in the timber industry, enabling firms within the industry to use as a source of study to offer improvements in the form of management of human resources in as regards safety. With business needs to provide a safe environment for its employees through the use of PPE (personal protective equipment) adding value to production, this project is important to make an analysis of the benefits that these safety devices as life of employees 1 Acadêmico do curso de Administração, Bacharelado, Faculdade de Colíder (FACIDER), Colíder (MT), Brasil. Endereço para correspondência: Rua Jaraguá, 896, Bairro Jardim Santa Clara - Colíder (MT) - CEP: 78.500-000. E-mail: [email protected]

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A IMPORTÂNCIA DOS EPIs NA QUALIDADE DE VIDA DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA EMPRESA MADEIREIRA

Paulo Ricardo Messias Alves¹

RESUMO

Hoje em dia, o trabalho passou a ocupar um espaço de muita importância na existência das pessoas, pois elas passam uma grande parte de suas vidas dentro de uma organização, contribuindo diretamente com os propósitos e objetivos das companhias. Por conta disso, as empresas passaram a investir em um ambiente de trabalho mais propício, oferecendo qualidade de vida aos seus funcionários, de maneira que eles se sintam satisfeitos e determinados a exercer suas funções, aumentando assim a sua produtividade. O presente artigo objetiva analisar a importância que tem os EPIs (equipamentos de proteção individual) na qualidade de vida dos funcionários no setor madeireiro, possibilitando que as empresas desse setor o utilizem como fonte de estudo para ofertar melhorias na forma de gerenciamento dos seus recursos humanos no que se refere à segurança do trabalho. Com as necessidades das empresas em oferecer um ambiente seguro aos seus funcionários por meio da utilização dos EPIs, agregando valor à produção, o presente trabalho é importante para fazer uma análise dos benefícios desses dispositivos de segurança têm na qualidade de vida dos colaboradores dentro de uma empresa madeireira. Para uma melhor interpretação dos valores obtidos com a pesquisa, a apresentação dos resultados será por meios de tabelas e gráficos, que apresentarão as informações extraídas após a apuração dos dados levantados pelo questionário aplicado ao público alvo. Dessa maneira, as sugestões deixadas no presente trabalho são destinadas, principalmente, ao desenvolvimento de treinamentos desses colaboradores, a fim de alcançar a qualidade desejada.

Palavras-chave: Qualidade de Vida. EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). Treinamentos.

ABSTRACT

Today, the work began to occupy an area of great importance in the existence of people, where they spend a large part of their lives within an organization, contributing directly to the purposes and objectives of the companies, for this reason companies started to invest in a more conducive working environment offering quality of life for its employees, so that they feel satisfied and determined to perform their functions, thus increasing their productivity. This project aims to make an analysis on the importance of PPE in the quality of life of employees in the timber industry, enabling firms within the industry to use as a source of study to offer improvements in the form of management of human resources in as regards safety. With business needs to provide a safe environment for its employees through the use of PPE (personal protective equipment) adding value to production, this project is important to make an analysis of the benefits that these safety devices as life of employees 1 Acadêmico do curso de Administração, Bacharelado, Faculdade de Colíder (FACIDER), Colíder (MT), Brasil. Endereço para correspondência: Rua Jaraguá, 896, Bairro Jardim Santa Clara - Colíder (MT) - CEP: 78.500-000. E-mail: [email protected]

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within a timber company. For a better interpretation of the values obtained from the research, presentation of the results will be expressed by means of tables and graphs that present information extracted after verification of the data collected by questionnaire administered to target audience. Thus, the suggestions left in this work are mainly oriented to the development of training these employees to achieve the desired quality.

Keywords: Quality of Life. PPE (Personal Protective Equipment). Trainings.

INTRODUÇÃO

O trabalho hoje em dia passou a ter um papel muito importante na vida

das pessoas, pois elas passam um grande período de suas existências dentro de

uma organização, contribuindo para que as essas empresas possam alcançar seus

propósitos e objetivos. Por conta disso, as companhias passaram a observar que

quando o colaborador trabalha mais motivado ele passa a produzir mais e melhor,

aumentando assim a sua produtividade.

O contexto em que funciona a área de Recursos Humanos (RH) é representado pelas organizações e pelas pessoas que delas participam. As organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. (Chiavenato, 2009, p. 2)

Desde a Evolução Industrial (séculos XVIII-XIX), as empresas passaram a

buscar uma produção mais elevada, conciliando a produção das máquinas com a

capacidade humana, acreditando cada vez mais nessa relação como sendo a base

de um meio produtivo mais eficiente. Porém, a qualidade do ambiente e das

condições de trabalho era deixada de lado pelas indústrias, onde os trabalhadores

tinham uma jornada de trabalho elevada, chegando a 18 horas diárias, desgastando-

os e de forma insegura. Com o tempo, a qualidade de vida no trabalho foi se

tornando algo mais emergente e ganhando um foco ainda maior dentro das

organizações, tornando-se um desafio aos gestores das empresas. Sua importância

está ligada diretamente à relação empresa e trabalhador e, consequentemente, às

metas e aos objetivos de ambas as partes. Diferente da época da revolução

industrial, o capital humano passou a ter um valor substancial dentro das

organizações, sendo visto como recurso a ser gerenciado e não apenas como força

de trabalho, a ponto de fazer parte da visão das instituições.

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A qualidade de vida no trabalho tem sido uma preocupação do homem desde o início de sua existência. Com outros títulos em outros contextos, mas sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de sua tarefa. (Rodrigues, 1994, p. 76)

Com essa evolução dos recursos humanos dentro das organizações houve a

necessidade de zelar por sua segurança, por meio de estudos e aplicações de

práticas que visam à seguridade da pessoa no ambiente. Entre essas práticas está

os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), que têm a função de inibir as

condições de riscos, zelando assim pela integridade física e a saúde do indivíduo.

E nesse intuito de busca pelo melhoramento as empresas e os empregados

se deparam com uma questão no que se refere à relação do uso dos EPIs com a

qualidade de vida dos funcionários dentro de uma organização, pois para se manter

um ambiente que possa ser favorável ao bom funcionamento são necessárias ações

que ofereçam melhoria no ambiente de trabalho, dentre elas a função de segurança

por meios dos equipamentos de proteção individual.

Segundo Chiavenato (2009, p. 334) qualidade de vida implica em criar,

manter e melhorar o ambiente de trabalho, seja em suas condições físicas – higiene

e segurança – seja em suas condições psicológicas e sociais.

O período de estágio realizado em uma empresa madeireira permitiu a

observação e a análise sobre a importância dos EPIs e a necessidade de segurança

no trabalho, pois muito foram os casos relatados pelos próprios colaboradores de

acidentes que ocasionaram desastres como lesão e perturbação física, perda da

capacidade da força de trabalho, depreciação de sua saúde e até mesmo morte de

trabalhadores por estarem expostos a um ambiente desfavorável à sua segurança

dentro dessas organizações.

Diante desses fatos o presente estudo objetiva fazer uma análise sobre a

importância que tem os EPIs como instrumento de segurança, na qualidade de vida

dos funcionários no setor madeireiro, fazer uma pesquisa exploratória na empresa

desse setor sobre as necessidades de se manter um ambiente seguro, livre de

agentes nocivos, propor melhorias sobre a prática de uma gestão voltada para a

qualidade de vida dentro das empresas que possuem um ambiente que ofereça

riscos de acidentes ao trabalhador, possibilitando que as empresas desse setor o

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utilizem como fonte de estudo para ofertar melhorias na forma de gerenciamento dos

seus recursos humanos no que se refere à segurança do trabalho.

Devido às necessidades das empresas do setor madeireiro no que se refere à

segurança no trabalho, o estudo é oportuno a fim de conscientizar os empregadores

e os empregados sobre a utilização dos equipamentos de proteção individual e a

importância que tem a manutenção de um ambiente de trabalho seguro, visando

seus benefícios na qualidade de vida tanto dentro da organização quanto na vida

pessoal. Considerando que há interesse tanto para os empregados quanto para o

empregador, pois se trata de uma questão que pode ocasionar danos irreparáveis

aos funcionários, como problemas relacionados à sua saúde e capacidade física,

quanto para a empresa que tem perdas no setor de produção por se tratar de

recursos humanos da empresa e até mesmo financeiros, por meio de indenizações e

multas trabalhistas, afetando assim tanto a produção quanto o setor financeiro da

empresa, o projeto é viável, pois fomentará melhorias na cultura dos funcionários e

das empresas em relação ao uso dos EPIs e à segurança no trabalho.

1. SEGURANÇA NO TRABALHO DENTRO DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Dentro da área de recursos humanos pode-se destacar a segurança do

trabalho, que é de caráter obrigatório para as empresas privadas, públicas e mistas,

além dos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como dos órgãos

dos Poderes Legislativo e Judiciário, desde que possuam em seu quadro de

funcionário empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

A segurança do trabalho visa a proteger a integridade física e moral do

trabalhador dentro de um ambiente organizacional, buscando oferecer melhorias nas

condições de trabalho, tendo como objetivo minimizar circunstâncias inseguras,

preparar o trabalhador para a prevenção dos desastres ocupacionais e oferecer

melhores condições físicas e psíquicas no trabalho, a fim de se evitar acidentes. Ou

seja, um bom programa de segurança deve ter como ponto de partida a necessidade

de se minimizar os índices de acidentes no meio de trabalho, mobilizando todos os

fatores e indivíduos ligados às áreas em que se deve estabelecer esse plano e onde

necessita ser implantado

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No que se refere à segurança no trabalho, é preciso que os colaboradores

adquiram conhecimento e desenvolvam hábitos para garantir a segurança na

execução de suas tarefas. É necessário que tenham consciência das reais

condições de trabalho e estejam preparados para evitar as lesões e as doenças que

podem ter suas causas nas situações desfavoráveis do ambiente do trabalho.

Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, medicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes, seja eliminando condições inseguras dos ambientes, sejam instruindo ou convencendo as pessoas da utilização de práticas preventivas. (Chiavenato, 2009, p. 338)

1.1 Plano de Segurança do Trabalho

Um plano de ação de segurança do trabalho envolve vários fatores dentro das

organizações, e não deve estar apenas restrito à área de produção, deve abranger a

empresa como um todo, pois todos os setores possuem da forma mais diversificada

agentes que possam ocasionar risco, em que sua aplicação pode afetar a empresa

no geral.

Um bom plano de segurança envolve a adaptação da pessoa ao seu local de

trabalho, mobilizando-a para treinamentos, e doutrinação sobre as normas de

seguranças, controle e conscientização dos funcionários sobre a importância da

segurança no trabalho, inspeção dos equipamentos de combate a incêndio,

primeiros socorros, além do controle e distribuição dos EPIs aos funcionários, de

acordo com os riscos aos quais estão expostos. Portanto, a segurança é uma

responsabilidade de todos que estão ligados à empresa, valendo então que cada

membro contribua com ações práticas e objetivas no que se refere à seguridade do

ambiente.

O plano de segurança envolve necessariamente a adaptação da pessoa ao trabalho (seleção de pessoal), adaptação do trabalho à pessoa (racionalização do trabalho), além de fatores sociológicos, razão pela qual muitas organizações vinculam a segurança ao órgão de RH. (Chiavenato, 2009, p. 339)

Para o bom emprego do plano de segurança será necessária a aplicação de

alguns princípios básicos, como: apoio da gerência da empresa, compreendendo o

manuseio de um plano completo e intensivo e comprometendo se com a segurança,

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pois a atitudes dos gerentes reflete na conduta do funcionário sobre o tema,

baseados nesse apoio os supervisores e técnicos de segurança da empresa atuem

com os subordinados para trabalharem com mais segurança, produzindo assim sem

acidente; manutenção do pessoal dedicado à segurança, como um técnico na área

de segurança no trabalho: seja para controle, assistência, normatização e relatório

de ocorrências e instrução aos colaboradores sobre a segurança, de acordo com

cada atividade exercida.

Um plano de ação é, na realidade, um movimento. Esse movimento deve ser orientado por uma estrela guia, a visão de futuro, criada pela liderança e compartilhada com todos os integrantes da organização. (Cardella, 2010, p. 35)

1.1.1 Motivos para aplicação de um plano de segurança

Como se pode perceber, o plano de segurança possui um vasto campo de

atuação com muita complexidade, caracterizando assim uma dificuldade para todos

os envolvidos na empresa para a sua implantação. Todavia, a boa aplicação desse

programa ligado aos colaboradores e à empresa oferece soluções a problemas que

podem afetar ambas as partes, como: perdas pessoais, que entre todas é a mais

importante, pois, dependendo da gravidade, esses danos podem ser de caráter

irreparável, os quais se enfatizam os sofrimentos físicos, agonias mentais e extinção

da vida, por estarem ligados diretamente com as aflições causadas por incidente;

perdas financeiras por conta do empregado acidentado, pois os acidentes são total

ou parcialmente cobertos por planos de seguros do Instituto Nacional da Seguridade

Social (INSS). Caso não acolhido pelo seguro, a empresa ficará responsabilizada

pelos pagamentos de salários e despesas médicas pelo período que o funcionário

estiver ausente por conta do acidente, gerando custos à organização; queda na

produtividade, devido o afastamento ou à redução da força de trabalho do

empregado, além do tempo que foi disponibilizado e a paralisação da produção para

socorrer o acidentado e readequar a produção e as máquinas, dependendo do caso;

problemas ligados à legislação, que por lei, a empresa é responsável pela adoção e

uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do

trabalhador, prevendo penas ao empregador que infringir as normas de segurança

ao trabalhador; responsabilidade social, valorizando a imagem da empresa no

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mercado, pois acidentes graves podem afetar a visão que o público tem da

organização.

Para (Chiavenato 2009), o acidente do trabalho constitui fator negativo para a

empresa, para o empregado e para a sociedade. Suas causas e custos devem ser

analisados.

1.2 Custos Diretos e Indiretos com Acidentes

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a norma

18-R estabelece que custo direto de incidente é o total das despesas decorrentes

das obrigações para com os empregados expostos aos riscos inerentes ao exercício

do trabalho, como despesas com assistência médica e hospitalar ao acidentado e

respectivas indenizações, sejam estas diárias ou por incapacidade permanente.

Custos indiretos envolvem todas as despesas de fabricação, despesas gerais, lucros

cessantes, salários pagos ao acidentado, despesas com reposição, substituição e

manutenção de peças e máquinas, despesas com contratação de pessoal para

substituição do acidentado, e demais fatores decorrentes da paralisação da

produção cuja incidência varia conforme a indústria.

1.3 Condições Ambientais de Segurança de Trabalho

Muito antes de ser uma fonte de renda, o local de trabalho tem que passar ao

seu colaborador uma visão de satisfação, por meio de um ambiente favorável à

realização que agregue valor à sua qualidade de vida. Nesse ambiente, o

funcionário expressa sua criatividade e sua interação com a função que ele executa.

Diariamente a relação entre o funcionário e o ambiente de trabalho impõe situações

que os deixam expostos a sérios riscos à sua segurança, por estar interagindo,,

mesmo que inconscientemente, com agentes nocivo, que são as principais fontes de

acidentes e perturbação em um ambiente. Dentro das atividades da empresa, os

ambientes de trabalho podem apresentar uma variável de fatores ou agentes que

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irão causar danos à sua saúde e segurança, podendo afetá-lo a curto, médio e longo

prazo.

Para Chiavenato (2009), ambiente de trabalho refere-se às circunstâncias

físicas que envolvem o empregado enquanto ocupante de um cargo dentro de uma

organização. É o ambiente físico que envolve o empregado, enquanto desempenha

um cargo.

1.4 Segurança do Trabalho nas Empresas Madeireiras

Compreende-se como segurança do trabalho todas as medidas que buscam

prevenir um indivíduo de um possível risco que possa afetar sua saúde e integridade

física e mental. Dentro das organizações, o fator segurança do trabalho torna-se

algo primordial, pois está diretamente atrelado às metas e objetivos da empresa.

No Brasil e no mundo, as empresas vêm mudando cada vez mais suas

condutas em relação às questões ligadas à segurança do trabalho, saindo de cena a

posição legalista, que busca apenas atender ao que diz a legislação, com a

percepção de que, ao investir na segurança de seus funcionários, a empresa estará

obtendo resultados mais concretos e eficientes em sua produção.

Ao interferir nesse processo para dar mais segurança aos seus

colaboradores, as empresas atingem resultados positivos, pois, além de reduzir os

prejuízos com acidentes e doenças que prejudicam a produção como um todo, o

funcionário passa a se sentir valorizado, aumentando, assim, sua autoestima dentro

da empresa, o que afeta substancialmente o comprometimento de suas ocupações

diárias.

Para Chiavenato (2009), segurança e higiene do trabalho são atividades

interligadas, que repercutem diretamente sobre a continuidade da produção e sobre

a moral dos empregados.

Nas empresas madeireiras, a questão da segurança no trabalho vem se

tornando um assunto muito debatido entre as classes trabalhistas e a classe

empregadora, pois são muitos os problemas ocorridos em função de acidentes

dentro de uma madeireira, problemas esses que não dão a possibilidade de se

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mensurar em valores, pois prejudicam algumas propriedades como a saúde física e

mental de todos os envolvidos nas empresas.

Para as madeireiras, manter um ambiente de produção seguro possibilita à

empresa obter benefícios que variam desde a redução de custos com acidentes de

trabalho e doenças ocupacionais; melhoram a visão da empresa em relação aos

mercados, não apenas naquele em que ela está inserido, trabalhando assim a

responsabilidade social, além de melhorar a qualidade de vida dos funcionários e do

ambiente de trabalho, agregando valor à sua produção.

Por ser um ramo de atividade que, naturalmente, possibilita condições

elevadas de fatores que afetam a qualidade de vida dos funcionários em um espaço

de trabalho, há a necessidade de as empresas madeireiras reavaliarem seus

sistemas de gestão, visando cada vez mais oferecer uma seguridade a todos que

estão ligados ao seu setor de produção, sendo assim a sua primeira necessidade é

a adequação de sua estrutura física da empresa. Porém, para se fazer uma

adequação do ambiente da empresa, é necessário que o responsável pela

segurança do trabalho faça o levantamento e a análise do Programa de Prevenção

de Riscos Ambientais (PPRA), pois é por meio dele que a empresa terá um

diagnóstico mais preciso sobre a quais riscos os seus funcionários estão expostos

dentro da organização.

Por condições ambientais de trabalho queremos referir-nos às circunstâncias físicas que envolvem o empregado enquanto ocupante de um cargo na organização. É o ambiente físico que envolve o empregado, enquanto ele desempenha um cargo. (Chiavenato, 2009, p. 336)

1.4.1 Medidas de controle dos riscos ambientais

No que se refere a riscos ambientais as medidas de controle dos riscos

podem ser aplicadas de duas formas: pelo melhoramento do ambiente, buscando

minimizar ao máximo os agentes nocivos que podem ofender a integridade física e

moral do colaborador e, em última instância, deve-se dar o amparo e a segurança

por meio dos EPIs. Porém, esse recurso só deve ser utilizado quando não for

possível adotar medidas de segurança ao ambiente.

Para Cardella (2010), a função controle de riscos tem por objetivo manter os

riscos abaixo de valores toleráveis.

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Consideram-se como riscos ambientais todos os agentes que possam

ocasionar danos ao trabalhador dentro de um ambiente de trabalho. Esses agentes

são classificados como físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes

mecânicos.

Os agentes físicos são de natureza enérgica, a qual o trabalhador está

expostos, tais como ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas e

radiações. Dentro do setor de produção de uma empresa madeireira os funcionários

estão expostos a vários desses fatores ligados a esses agentes, como máquinas

com barulhos que ultrapassam os limites de decibéis aceitáveis ao ouvido humano.

Os agentes químicos são substâncias que, por sua característica, podem

adentrar em um organismo por meio de vias internas e externas (respiratório e

cutâneo e por meio de ingestão) na forma de poeira, fumos, névoas, neblinas e

outros gases. No setor madeireiro os agentes químicos são o pó de serra liberado

no ar, fumaça das máquinas, entre outros fatores.

Os agentes biológicos estão relacionados com fatores como fungos, bacilos,

parasitas, protozoários e vírus e outros elementos que possam afetar a saúde

humana.

Os agentes ergonômicos são os riscos ligados à execução e à organização

de todos os tipos de tarefas. Esses agentes podem gerar distúrbios psicológicos e

fisiológicos, provocando sérios danos à saúde do trabalhador por produzir alterações

no organismo e no estado emocional, comprometendo a produtividade do

trabalhador. A natureza desse risco está ligada a movimentos repetitivos, esforço

físico, posições inadequadas, entre outras situações que desfavoreçam os fatores

ergonômicos de sua função.

Riscos mecânicos são de características diversificadas e podem estar

presentes em ferramentas defeituosas, em máquinas e equipamentos ou até mesmo

em partes desses dispositivos e podem ser diagnosticados no arranjo físico, na falta

dos EPIs, nas instalações impróprias ou com defeitos, falta de proteção nas partes

móveis das máquinas e nas áreas com probabilidade de incêndios ou explosões.

Levando-se em consideração as classificações de cada tipo de risco, pode-se

observar que os funcionários de uma empresa madeireira estão expostos a todos

esses fatores, indicando a necessidade de se fazer um plano de gestão de

segurança voltado ao ambiente das organizações, buscando eliminar ou diminuir ao

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máximo possível agentes de riscos por meio de uma restruturação do espaço de

trabalho.

Segurança do trabalho é o conjunto de recursos e técnicas aplicadas, preventiva ou corretivamente, para proteger os trabalhadores dos riscos de acidentes implicadas em um processo de trabalho ou na realização de uma tarefa. (Tavares, 1995, p 57)

1.5 Equipamentos de Prevenção como Fonte de Proteção do Trabalhador

Consideram-se como equipamentos de proteção todos os dispositivos de uso

que possam inibir as condições de riscos, zelando pela integridade física e a saúde

do indivíduo, tornando-se uma ferramenta vital no cotidiano das organizações e na

qualidade de vida que a empresa oferece aos seus colaboradores.

Partindo do pressuposto de que todos os seres humanos necessitam de

segurança, e que essa seguridade é vital em um ambiente de trabalho, pois favorece

o bem estar de um funcionário dentro da organização, fazendo com que os

colaboradores trabalhem mais satisfeitos, os EPIs surgem como uma ferramenta

utilizada pelas empresas que buscam agregar valor aos meios produtivos por meio

de um espaço que minimize os riscos. Porém, muito antes de se preparar os

funcionários, cabe às empresas buscar maneiras de se eliminar os perigos, valendo

as empresas adequarem seu ambiente; caso não possível, vem a necessidade da

empresa preparar o funcionário ao risco exposto com a aplicação dos EPIs

adequados ao risco a que ele está vulnerável.

Conforme Norma Regulamentadora 6 do Manual de Legislação de Segurança

e Medicina do Trabalho, EPI é todo dispositivo de uso individual utilizado pelo

empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis que possam ameaçar a

segurança e a saúde no trabalho.

Devido à grande necessidade nas organizações, o uso de EPIs passou a ser

exigido por lei, sendo que a empresa poderá responder civilmente e criminalmente

em caso de não cumprimento da legislação, além de receber multas expedidas pelo

Ministério do Trabalho e Emprego. No que abrange a legislação trabalhista, a Norma

Regulamentadora (NR) 6, da portaria 3.214, de 8 de junho de 1978, estabelece que

um equipamento de proteção individual só poderá ser posto à venda ou utilizado

apenas após a indicação do certificado de aprovação (CA) de uma instituição

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nacional competente em matéria de segurança do trabalho do Ministério do

Trabalho, com o intuito de oferecer os equipamentos que estejam de acordo com os

padrões de qualidade dessas instituições e que é de obrigação do empregador, no

que se refere à aplicação dos EPIs na empresa as seguintes questões:

• adquirir os EPIs adequados ao risco de cada atividade;

• exigir o seu uso;

• fornecer ao trabalhador somente os equipamentos aprovados pelo

órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no

trabalho;

• orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, a guarda e

conservação;

• substituir imediatamente os EPIs, quando danificados ou extraviados;

• responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

• e comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego qualquer

irregularidade observada.

São responsabilidades dos funcionários:

• utilizar os EPIs apenas para a finalidade a qual se destinam;

• responsabilizar-se pela guarda e conservação;

• comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio

para uso;

• cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado;

• propor melhorias sobre as práticas de uma gestão voltada para a

qualidade de vida na empresa que possui um ambiente que ofereça

riscos de acidentes ao trabalhador.

Atentos a essas observações e cada um cumprindo os seus deveres e

obrigações, certamente as condições de trabalho serão mais seguras,

proporcionando a todos mais tranquilidade para os funcionários desenvolverem suas

funções com mais eficiência, pois ao se sentir amparado da necessidade de

segurança, o profissional produzirá melhor.

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Segundo a Norma Regulamentadora 6 do Manual de Legislação de

Segurança e Medicina do Trabalho, os principais equipamentos de proteção

individual são:

• capacete de segurança: serve para proteção contra impactos de objetos

sobre o crânio, contra choques elétricos, contra fontes geradoras de calor nos

trabalhos;

• óculos de segurança: servem para a proteção dos olhos contra impactos de

partículas volantes, contra luminosidade intensa, contra radiação ultravioleta,

contra radiação infravermelha, contra respingos de produtos químicos;

• proteção auditiva ou circum auricular: protetor auditivo de inserção e protetor

auditivo semi auricular servem para abafar os ruídos no ambiente de trabalho;

• cinta de segurança: protege o usuário contra quedas em operações com

movimentação vertical ou horizontal, para proteção de riscos de queda no

posicionamento de trabalhos em altura;

• luvas de segurança: protege as mãos do usuário contra agentes abrasivos e

escoriantes, contra agentes cortantes e perfurantes, choques elétricos,

agentes térmicos, biológicos, químicos, vibrações e radiações ionizantes;

• proteção respiratória: respirador purificador de ar contra poeiras, névoas e

fumos, contra radionuclídeos, gases ácidos, produtos químicos, respirador de

fuga tipo bocal para proteção das vias respiratórias contra gases e vapores.

• EPI para proteção dos membros inferiores: calçados, meia, perneira, calça.

1.5.1 EPIs aplicados na qualidade de vida dos funcionários

Embora muitas vezes seu uso seja desconfortável, sua utilização é

imprescindível para a segurança do funcionário. Caberá à empresa fazer um

processo de conscientização dos colaboradores referente ao uso dos dispositivos,

pois essa concepção surge da necessidade da empresa racionalizar os riscos de

acidentes nas áreas de produção por meio de sistemas educativos que visam a

orientar os funcionários no emprego dos EPIs em suas atividades e seus atributos,

informando os efeitos do mau uso e do descumprimento das normas de segurança

exigido por lei, sobre à sistemática de manuseio de EPIs e aos benefícios que

podem trazer ao colaborador quando utiliza os aparatos de segurança, como no

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caso da qualidade de vida, pois o colaborador estará protegido de risco à sua

saúde.

A utilização do EPI por parte do profissional pode fazer grande diferença na

elevação e na qualidade de vida e, consequentemente, em sua motivação para

desempenhar suas funções, melhorando a sua produção. Ex. um trabalhador que

executa uma tarefa em um local com temperatura elevada sem nenhum tipo de

proteção, com o passar do tempo, terá problemas dermatológicos, assim sendo sua

qualidade de vida diminuirá, como sua motivação no trabalho, comprometendo a sua

produtividade.

1.6 Qualidade de Vida no Trabalho

Segundo Chiavenato (2009), qualidade de vida implica em criar, manter e

melhorar o ambiente de trabalho, seja em suas condições físicas (higiene e

segurança), seja em suas condições psicológicas e sociais.

A qualidade de vida no trabalho visa oferecer aos colaboradores condições

para os processos de produção, criando um conjunto de atividades aplicadas no

ambiente de trabalho, ocasionando melhorias nas áreas físicas e nas condições

psicológicas de todos os funcionários, agregando valor ao local em que se produz.

O processo de qualidade de vida envolvendo o trabalho na empresa vem

sendo projetado de maneira harmoniosa, visando manter um ambiente favorável aos

trabalhadores, para que se reflita no bom desempenho dos colaboradores e no

funcionamento das atividades.

A qualidade de vida no trabalho tem sido uma preocupação do homem desde o início de sua existência. Com outros títulos em outros contextos, mas sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de sua tarefa. (Rodrigues, 1994 p. 76)

Em uma visão mais abrangente, qualidade de vida no trabalho objetiva vários

fatores como remuneração, em seus aspectos de equidade ou justiça interna ou

externa; condições de saúde e segurança no trabalho, desenvolvimento da

capacidade dos envolvidos, oportunidade de crescimento profissional, com

segurança de empregos, renda, integração social no ambiente de trabalho, as

relações familiares, responsabilidade das organizações pelos seus produtos e pelos

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seus trabalhadores, com implicações na imagem e credibilidade da empresa. Uma

das dificuldades da implantação de um plano de qualidade de vida no trabalho está

no discernimento que cada indivíduo tem sobre as preferências humanas, diferenças

individuais e o grau de importância que cada trabalhador dá às suas necessidades.

No entanto, se levada em conta a qualidade de vida voltada apenas à segurança no

trabalho, a sistemática se torna menos complexa.

Embora a organização possa dispensar a pessoa sob certas condições, esta pode deixar a organização a qualquer momento; assim sendo, a organização deve se empenhar continuamente em manter um ambiente positivo para incentivar cada indivíduo a continuamente tornar seu trabalho mais produtivo. Isso beneficiará tanto a pessoa como a organização. Montana. (Charnov, 2006, p. 196)

1.7 Motivação na Organização

Durante uma jornada de trabalho os funcionários sofrem várias condições que

podem afetar sua força de vontade para executar suas tarefas. Essas situações

podem ser classificadas como fatores desmotivacionais. No dia a dia do trabalho

essas necessidades não satisfeitas podem geram algum tipo de tensão, desagrados

e descontentamentos com aquilo que faz. O processo de motivação tem por

finalidade saciar essas necessidades que o indivíduo possui, produzindo estímulos

que possam provocar alguma conduta que reverta aquela insatisfação.

Para Montana e Charnov (2006), a motivação pode ser descrita com o

processo de estimular um indivíduo para empreender ação que conduza à satisfação

de uma necessidade ou a realização de uma meta desejada.

Figura 1 - Processo de Motivação

Motivo Comportamento Necessidade Humana

(Tensão) (Atividade) (Redução da Tensão)Ex. Desejo Estudar, Aprender. Auto realizaçãode prosperarFonte: Montana e Charnov (2006)

1.7.1 Teoria da hierarquia das necessidades e o fator motivacional

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16

Uma das pesquisas que mais enfatiza as necessidades humanas e os fatores

motivacionais até os dias atuais talvez seja a Teorias das Hierarquias das

Necessidades, de Maslow. Para ele, apenas as necessidades insatisfeitas podem

ser classificadas como fonte principal para o ser humano se motivar.

Em seu estudo, Abraham H. Maslow apontou que as necessidades humanas

são divididas em cinco princípios, responsáveis por grande parte dos nossos

comportamentos. Em uma ilustração que simbolizava uma pirâmide, ele classificou

essas necessidades, que iam das mais básicas às mais realizadoras. Maslow dizia

que essas necessidades seriam fatores motivadores por uma ordem ascendente,

sendo que as necessidades expostas na base dessa pirâmide deveriam ser as

primeiras saciadas. Nessa sistêmica o ser humano só alcançaria o topo da pirâmide

se por acaso as necessidades primárias obtivessem um grau mínimo de satisfação,

assim o indivíduo poderia deixar de se preocupar com essa necessidade para

passar a uma outra etapa (necessidade).

Para Montana e Charnov (2006 ),Maslow sugeria existir cinco sistemas de

necessidades responsáveis pela maior parte de nosso comportamento. Ele colocou

em uma hierarquia que vai das mais primitivas até as mais realizadoras.

Figura 2 - Pirâmide das necessidades

Fonte: Chiavenato (2010)

1.7.2 Fator segurança na Teoria de Maslow

Page 17: A IMPORTÂNCIA DOS EPIs NA QUALIDADE DE VIDA DOS

17

Maslow expõe que, na busca da autorrealização a necessidade de segurança

é uma das primeiras a ser saciadas, vindo após a carência primária, que é são as

fisiológicas. No que se refere a essa seguridade, ele relaciona como fator o medo

permanente de uma pessoa, a violência sofrida pela pessoa, perdas econômicas,

insegurança no ambiente do trabalho, no clima, no desprezo familiar e social, entre

outros. Essas necessidades podem ser manifestadas de forma real, sociológica e

psicológica, como, por exemplo, um trabalhador, para garantir uma estabilidade em

sua velhice, passa a contribuir em um fundo de previdência no intuito de obter uma

aposentadoria quando não tiver mais condições de trabalhar. A carência de

segurança pode se configurar de diferentes maneiras, variando de acordo com cada

circunstância, ocorrendo diversas sensações que vão desde incomodidades e dores,

sensação de instabilidade, imprevisibilidade, injustiças e incoerência, além de outros

aspectos relacionados à análise de situações perigosas.

Segundo (Tavares 1995), o desempenho do trabalhador, em termos de

segurança, depende do seu nível de motivação e da sua capacidade. Essa é função

da seleção e do grau de formação.

2. PROPOSTAS

O processo de melhoria na qualidade de vida em um ambiente insalubre

oferecerá a quem estiver envolvido algumas condições que diminuirão algumas

aflições aos funcionários. Porém, para se fazer uma análise do ambiente será

necessário o auxílio um técnico de segurança do trabalho, para se elaborar o

levantamento do grau de riscos aos quais os colaboradores estão expostos no local

de trabalho. A empresa poderá realizar alguns procedimentos primários para

melhorar o seu local de trabalho. Dentre esses procedimentos pode-se recomendar

alguns fatores como:

• limpeza e organização no ambiente de trabalho, agregando valor ao arranjo

físico, máquinas, equipamento e ferramentas;

• adequar o ambiente de trabalho com todos os equipamentos de proteção

coletiva, como extintores, piso antiderrapante entre outros;

• minimizar os ruídos, as vibrações e radiações de máquinas e equipamentos;

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18

• diminuir os fatores químicos, tais como pós, névoa, poeiras, entre outros, no

ambiente de trabalho;

• manter um ambiente mais higienizado possível, como banheiros, áreas de

refeição e descanso e áreas de uso coletivo;

• controle de temperatura, luminosidade e prevenção de riscos auditivos;

• medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou formação de agentes

prejudiciais à saúde;

• aplicação do uso correto do EPIs, oferecendo os equipamentos adequados

a cada função.

Além das aplicações realizadas na segurança, a empresa poderá também

propiciar melhorias em outras áreas que tem ligação direta com a qualidade de vida

dos funcionários, tais como:

• integração e lazer para os colaboradores;

• ginástica laboral realizada periodicamente;

• melhoria na comunicação e relacionamento entre os funcionários;

• estímulo do colaborador ao desenvolvimento de técnicas e conhecimentos

específicos;

• promoção de atividades para motivação do pessoal para a qualidade;

• realização de avaliação do grau de satisfação dos colaboradores.

3. ANÁLISE DOS DADOS

Após um levantamento realizado na entrevista com os funcionários de uma

empresa madeireira, pode–se observar que, dentro do universo dos entrevistados,

em relação ao nível de satisfação à segurança na empresa, a pesquisa apontou que

82% têm como regular a segurança e que precisa de melhorias, enquanto 18%

acreditam ser de boa qualidade a segurança dentro da madeireira. Levando-se em

consideração os dados da pesquisa, pode-se observar que a empresa possui uma

carência nos fatores de segurança e que seu local de produção não satisfaz os

requisitos que cada colaborador traz para si como fundamental para ter a sua

integridade zelada, abrindo um vasto campo para a empresa implantar melhorias ao

ambiente.

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19

Gráfico 1 – Satisfação dos funcionários em relação à segurança do trabalho

82%

18%

Satisfação dos funcionarios em relação a segurança do trabalho em uma empresa

madeireira

Ruim

Regular

Bom

Fonte: dados da pesquisa

E no que se refere à qualidade de vida dentro da madeireira, 88 % dos

entrevistados informaram ser regular o ambiente, enquanto 12 % acreditam ser boa

a qualidade de vida dentro desta empresa, onde a segurança é um fator

fundamental para melhorar a qualidade de vida dos funcionários em uma empresa

madeireira.

Gráfico 2 – Satisfação dos funcionários em relação à qualidade de vida em

uma empresa madeireira

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88%

12%

Satisfação dos funcionarios em relação a qualidade de vida em uma empresa

madeireira

Ruim

Regular

Bom

Fonte: dados da pesquisa

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o intuito de melhorar a produtividade, a empresa madeireira tem

por necessidade observar que, quando um colaborador está motivado, ele passa a

desempenhar sua função com mais produtividade. Muitas dessas condições

motivadoras estão ligadas diretamente à qualidade do ambiente que os funcionários

estão inseridos e ao grau de segurança que esse ambiente pode oferecer a ele, pois

conforme apresenta a pesquisa realizada em uma empresa do setor madeireiro, os

fatores como segurança no trabalho estão diretamente ligados à qualidade de vida e

com a produtividade dos colaboradores.

Neste sentido, é oportuno destacar que a segurança e a qualidade de vida

estão intimamente ligadas ao desempenho de cada colaborador. Portanto, a

empresa que promover a melhoria nesses dois fatores estará ganhando em

vantagens competitivas tanto no ambiente interno, diminuindo custos e aumentando

a produção, quanto no ambiente externo, por meio da valorização da marca perante

um mercado cada vez mais competitivo.

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21

REFERÊNCIAS

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AnexoAnexo 1 - Questionário sobre a satisfação dos funcionários de uma madeireira

com a qualidade de vida e com a segurança.

1) Considerando 1 ruim, 2 regular, 3 bom , indique seu nível de satisfação em

relação à segurança dentro do ambiente de trabalho? [ ] 1 [ ] 2 [ ] 3

2) Considerando 1 ruim, 2 regular, 3 bom , indique seu nível de satisfação em

relação à qualidade de vida dentro do ambiente de trabalho? [ ] 1 [ ] 2 [ ] 3