a importancia do lanche na alimentacao da crianca

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A IMPORTÂNCIA DO LANCHE ESCOLAR na alimentação das crianças. 2 PERGUNTAS E RESPOSTAS Qual a importância do lanche escolar na Nutrição Infantil? Como elaborar uma lancheira saudável? 4 EVENTOS E LIVROS Confira nossas indicações de eventos e livros. 4 Atualmente, considerando a explosão epidêmica do sobrepeso e da obesidade, a preocupação com a alimentação de crianças e adolescentes é grande. O papel do lanche, refeição intermediária, do pré-escolar e do escolar é tema de interesse e discussão. Apesar de essa refeição corresponder a até 15% das necessidades calóricas diárias, ela assume importância pela possibilidade de introduzir na alimentação das crianças nutrientes específicos, muitas vezes de difícil aceitação nas refeições maiores, como almoço e jantar. Alimentos que podem e devem ser oferecidos no lanche incluem produtos lácteos e sucos, cujo volume deve ser controlado nas grandes refeições; alimentos fonte de carboidratos, como bolos e pães que, em quantidades adequadas, ajudam a completar as necessidades calóricas diárias; e frutas, complementando o consumo de vegetais no dia. Como todas as refeições, os lanches devem ser elaborados observando uma distribuição adequada de nutrientes. Fontes proteicas (lácteos, alimentos à base de soja, carnes magras) devem estar combinadas com fontes de vitaminas e fibras (frutas, sucos e outros vegetais) e de carboidratos. É consenso que devem ser preferidos produtos in natura. Alimentos processados, quando apresentam composição nutricional adequada, podem ser alternativas, dada a praticidade e conveniência que oferecem, favorecendo ainda a segurança alimentar, especialmente no preparo de lanches transportados na lancheira escolar. Discute-se muito como deve ser a composição dos lanches vendidos nas lanchonetes ou cantinas escolares. Vários projetos de lei, em diferentes estados e municípios, já foram aprovados regulamentando, ou estão na tentativa de regulamentar, esses cardápios. Esse tipo de controle coercitivo não me parece fazer grande sucesso. Fica muito difícil convencer uma criança de que ela “não pode” satisfazer sua vontade de salgadinhos e doces durante o lanche da escola se, ao mesmo tempo, à saída do colégio, ela encontra alimentos variados disponíveis. O mesmo ocorre quando, no final de semana, vai ao cinema com os pais e eles mesmos compram um “saquinho” de pipoca que, em condição habitual, seria suficiente para ser consumido em cinco dias. Portanto, sem a educação nutricional adequada, medidas coercitivas podem mais confundir do que ajudar na escolha do que se come. Enquanto o sistema não impõe (ainda bem...) uma alimentação obrigatória para todos, devemos ter certeza que pela educação será possível chegar às melhores escolhas por toda a população. Aí entra o outro papel das escolas: a educação para a melhor nutrição. Fica aqui a sugestão de que o horário do lanche seja, de modo lúdico e educativo, aproveitado para uma conversa sobre saúde, alimentação saudável, significado do excesso de peso, necessidade de atividades físicas. Devemos ter certeza de que as pessoas se comportam conforme o que conhecem e que o conhecimento sobre o significado do que é melhor em termos de saúde é que fará a tão desejada mudança de hábito ocorrer. A IMPORTÂNCIA DO LANCHE NA por Dr. Fábio Ancona Lopez Dr. Fábio Ancona Lopez Prof.º Titular Aposentado da Disciplina de Nutrologia do Departamento de Pediatria da UNIFESP. Ex-presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria. PERFIL PROFISSIONAL ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS

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Page 1: A Importancia Do Lanche Na Alimentacao Da Crianca

A IMPORTÂNCIA DO LANChE ESCOLARna alimentação das crianças.

2

PERGUNTAS E RESPOSTASQual a importância do lanche escolar na Nutrição Infantil? Como elaborar uma lancheira saudável? 4

EVENTOS E LIVROSConfira nossas indicações de eventos e livros.

4

Atualmente, considerando a explosão epidêmica do sobrepeso e da obesidade, a preocupação com a alimentação de crianças e adolescentes é grande. O papel do lanche, refeição intermediária, do pré-escolar e do escolar é tema de interesse e discussão. Apesar de essa refeição corresponder a até 15% das necessidades calóricas diárias, ela assume importância pela possibilidade de introduzir na alimentação das crianças nutrientes específicos, muitas vezes de difícil aceitação nas refeições maiores, como almoço e jantar.

Alimentos que podem e devem ser oferecidos no lanche incluem produtos lácteos e sucos, cujo volume deve ser controlado nas grandes refeições; alimentos fonte de carboidratos, como bolos e pães que, em quantidades adequadas, ajudam a completar as necessidades calóricas diárias; e frutas, complementando o consumo de vegetais no dia.

Como todas as refeições, os lanches devem ser elaborados observando uma distribuição adequada de nutrientes. Fontes proteicas (lácteos, alimentos à base de soja, carnes magras) devem estar combinadas com fontes de vitaminas e fibras (frutas, sucos e outros vegetais) e de carboidratos. É consenso que devem ser preferidos produtos in natura. Alimentos processados, quando apresentam composição nutricional adequada, podem ser alternativas, dada a praticidade e conveniência que oferecem, favorecendo ainda a segurança alimentar, especialmente no preparo de lanches transportados na lancheira escolar.

Discute-se muito como deve ser a composição dos lanches vendidos nas lanchonetes ou cantinas escolares. Vários projetos de lei, em diferentes estados e municípios, já foram aprovados regulamentando, ou estão na tentativa de regulamentar, esses cardápios.

Esse tipo de controle coercitivo não me parece fazer grande sucesso. Fica muito difícil convencer uma criança de que ela “não pode” satisfazer sua vontade de salgadinhos e doces durante o lanche da escola se, ao mesmo tempo, à saída do colégio, ela encontra alimentos variados disponíveis. O mesmo ocorre quando, no final de semana, vai ao cinema com os pais e eles mesmos compram um “saquinho” de pipoca que, em condição habitual, seria suficiente para ser consumido em cinco dias. Portanto, sem a educação nutricional adequada, medidas coercitivas podem mais confundir do que ajudar na escolha do que se come.

Enquanto o sistema não impõe (ainda bem...) uma alimentação obrigatória para todos, devemos ter certeza que pela educação será possível chegar às melhores escolhas por toda a população. Aí entra o outro papel das escolas: a educação para a melhor nutrição. Fica aqui a sugestão de que o horário do lanche seja, de modo lúdico e educativo, aproveitado para uma conversa sobre saúde, alimentação saudável, significado do excesso de peso, necessidade de atividades físicas.

Devemos ter certeza de que as pessoas se comportam conforme o que conhecem e que o conhecimento sobre o significado do que é melhor em termos de saúde é que fará a tão desejada mudança de hábito ocorrer.

A IMPORTÂNCIA DO LANChE NA

por Dr. Fábio Ancona Lopez

Dr. Fábio Ancona Lopez

Prof.º Titular Aposentado da Disciplina de Nutrologia do Departamento de Pediatria da UNIFESP.

Ex-presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.

PERFIL PROFISSIONAL

ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS

Page 2: A Importancia Do Lanche Na Alimentacao Da Crianca

Durante a vida escolar, as crianças estão em processo de crescimento e desenvolvimento físico e mental, necessitando de energia e nutrientes. Para isso, alimentação de qualidade nutricional elevada deve ser ofertada à criança, suprindo as necessidades da faixa etária na qual ela se encontra. A melhor opção para transformar a alimentação saudável em hábito é a conscientização. Isso inclui o estilo de vida familiar, ou seja, os pais têm papel importante na determinação e construção dos hábitos alimentares de seus filhos. Desde cedo, os pais devem oferecer alimentos va-riados em porções adequadas, a fim de conhecê-los e descobrir seus benefícios.

O estilo de vida e os hábitos alimentares inadequados são comuns entre crianças e adolescentes, sendo um dos fatores para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, tais como obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2. A prática de atividade física deve ser encorajada durante a infância e adolescência para promover a saúde do organismo, melhorar o bem-estar psicológico, estimular a socialização e reduzir o acúmulo de gordura corporal que contribui para o excesso de peso.

A alimentação de uma criança reflete diretamente sobre sua saúde e deve ser realizada de forma adequada para a instalação e manutenção de hábitos saudáveis que se perpetuarão ao longo da vida. A escola também tem papel determinante, pois pelo menos uma das refeições diárias é realizada em conjunto com outras crianças. Há necessidade de elaborar e oferecer uma refeição equilibrada na escola, sendo esta uma medida educativa para a criança e preventiva quanto ao desenvolvimento de doenças em curto e longo prazo.

LANChE ESCOLARO lanche escolar tem sido alvo de grandes

preocupações de pais e educadores que, muitas vezes, não sabem o que servir e preparar para as crianças. O lanche é uma refeição intermediária que fornece energia (15% do valor energético diário) e nutrientes à criança entre duas refeições principais. Os lanches intermediários permitem

controlar o excesso de apetite na próxima refeição, reduzindo assim o consumo de alimentos com alto teor de gorduras e carboidratos simples. É importante, portanto, que os alimentos oferecidos nos horários de lanche não comprometam a aceitação das refeições posteriores.

Quando elaborado adequadamente, o lanche escolar garante a energia e os nutrientes necessários para o adequado crescimento e desenvolvimento infantil, contribuindo para

o bom desempenho no apren-dizado. A recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008 - 2009) revelou aumento na prevalência de excesso de peso, sendo que aproxima-damente 30% das crianças entre 5 e 9 anos estavam com peso acima do recomendável.

O ideal é que a lancheira contenha uma porção de carboidratos para fornecer energia; uma porção de alimento fonte de proteínas; uma porção de frutas ou legumes, responsáveis pelas vitaminas, fibras e minerais. Ainda é necessário atender à necessidade de hidratação da criança.

COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DA LANChEIRA INFANTILOs carboidratos formam a base da alimentação

e fornecem energia, força e disposição para a realização das tarefas do dia a dia. As principais opções são pães, cevada, centeio, aveia, cereais matinais sem açúcar, biscoitos sem recheio, bolo caseiro sem cobertura. Os alimentos fonte de proteínas podem ser representados na lancheira por leite e derivados (queijo, ricota, requeijão, iogurte, coalhada) ou sob a forma de bebidas à base de soja como opção semanal para colaborar para a não monotonia do lanche escolar.

Os alimentos reguladores, que são compostos pelas vitaminas, minerais, fibras e água, ajudam no funcionamento normal do intestino, aumentam a resistência a infecções, fortalecem os ossos, além de atuarem em diversas outras funções orgânicas. As principais fontes são frutas e hortaliças. O uso de água de coco ou bebidas artificiais deve ser feito com moderação.

Na tabela 1, descrevem-se algumas opções de lanches a serem oferecidos:

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Dra. Flávia Nakajima

Pediatra da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP.

Supervisora do Ambulatório de Dislipidemia da Disciplina de Nutrologia Pediátrica da UNIFESP.

Dra. Cristiane Chiantelli Claudio

Nutricionista, Especialista em Saúde, Nutrição e Alimentação Infantil pela UNIFESP/EPM.

Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Nutrição pela UNIFESP/EPM.

PERFIL PROFISSIONALpor Flávia Nakajima e Cristiane Chiantelli Claudio

“O lanche escolar tem sido alvo de grandes

preocupações de pais e educadores que, muitas

vezes, não sabem o que servir e preparar para as crianças.”

A IMPORTÂNCIADO LANChE ESCOLAR

Page 3: A Importancia Do Lanche Na Alimentacao Da Crianca

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Referências:

1. Nutrição e Dietética em Clínica Pediátrica. Fábio Ancona Lopez, Anne Lise Dias Brasil. São Paulo: Editora Atheneu, 2004.

2. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 – Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Rio de Janeiro, 2010.

3. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 – Despesas, rendimentos e condições de vida. Ministério da Saúde. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Rio de Janeiro, 2010

4. Ministério da Educação Brasil. Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-alimentacao-escolar.Acessado 07/10/2010

5. Sociedade Brasileira de Pediatria - Departamento de Nutrologia. Manual de orientação: alimentação do lactente, alimentação do pré-escolar, alimen-tação escolar, alimentação do adolescente, alimentação da escola. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia – 2ª.ed. São Paulo, Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, 2008.120p.

6. Obesidade na infância e adolescência: Manual de orientação. Departamento Científico de Nutrologia – Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Rio de Janeiro, 2008

7. Campos JADB; Zuanon ACC. Merenda escolar e promoção de saúde. Cienc Odontol Bras 2004 7(3); 67-71.

8. Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos (TACO) – Versão 2, 2006. Disponível na URL: http://www.unicamp.br/nepa/taco/tabela.php?ativo=tabela. Acessado 07/10/2010.

A pirâmide alimentar da Sociedade Brasileira de Pediatria (Manual de Alimentação – Departamento Científico de Nutrologia) sugere o número de porções ao dia recomendado de acordo com a faixa etária, segundo grupo de alimentos. Isso facilita no momento da elaboração da lancheira escolar pelos pais, pois podem escolher os alimentos de acordo com o recomendado.

Devido ao estilo de vida atual, cada vez mais se recorre à praticidade dos alimentos proces-sados. Existem muitos produtos no mercado alimentício que são fáceis e rápidos de serem transportados e consumidos, de boa aceitação, porém, nem todos são os mais adequados para atender às neces-sidades nutricionais das crianças.

Há que se eleger opções de alimentos processados com perfil nutricional adequado, com quantidades controladas de açúcares, gorduras saturadas e sódio e isentos de gorduras trans. Deve-se prestar atenção ao uso de conservantes, adoçantes e aditivos, que podem estar presentes nos alimentos processados. A ausência de gordura trans por porção não garante que, ao consumir quantidade excessiva do produto, a criança não exceda a quantidade diária recomendada (1% do valor energético total). Recomenda-se trocar guloseimas e alimentos processados por alimentos naturais e nutritivos, e bebidas açucaradas e sucos industrializados devem ser substituídos por sucos naturais e bebidas lácteas. O consumo de bebidas

à base de soja pode ser uma opção para oferecer variedade ao lanche escolar. Deve-se sempre realizar a leitura e interpretação dos rótulos na hora da compra para que seja feita a melhor

escolha possível. Atualmente, a indústria de

alimentos evoluiu significa-tivamente a qualidade dos produtos a fim de torná-los melhores do ponto de vista nutricional. O desenvolvimento de novas técnicas de produção, embalagem e conservação dos alimentos faz com que cada vez mais a segurança alimentar dos produtos comercializados seja

garantida. Porém, o consumo de alimentos processados não exclui a necessidade e a importância do consumo de alimentos in natura.

A influência da mídia nas escolhas alimentares das crianças está bem estabelecida, muitas vezes sugerindo hábitos alimentares inadequados. A diminuição do tempo de exposição à televisão e o aumento do tempo de atividade física são medidas importantes para prevenção e combate à obesidade, resultando em diminuição dos distúrbios nutricionais, problemas psicológicos e emocionais.

Sabe-se que o excesso de peso durante a infância tende a persistir na adolescência até a vida adulta. Dessa forma, a educação nutricional deve ser incluída na rotina das crianças e utilizada como estratégia para alterar a qualidade dos lanches a fim de proporcionar a incorporação de hábitos alimentares saudáveis.

Tabela 1. Exemplos de lanches saudáveis

Pré-escolar(4 – 6 anos)

Escolar(7 – 10 anos)

Adolescentes(11 – 18 anos)

Salada de frutas (mamão, banana, maçã) 1 colher de sopa de cada fruta

Granola2 colheres de sopa

Iogurte natural 180 g

Biscoito de maisena 3 unidades

Goiaba½ unidade

Bebida à base de soja 200 ml

Banana-prata 1 unidade

Sanduíche:

Pão de fôrma 2 fatias

Queijo minas frescal 1 fatia grande

Peito de peru 2 fatias

Cenoura ralada 2 colheres de sopa

279 Kcal(270 – 300 Kcal - 15% das necessidades

nutricionais com base em uma alimentação de 1800 Kcal)

326 Kcal(300 – 330 Kcal - 15% das necessidades

nutricionais com base em uma alimentação de 2000 Kcal)

345 Kcal(330 – 360 Kcal -15% das necessidades

nutricionais com base em uma alimentação de 2200 Kcal)

* Cálculo nutricional realizado segundo dados da Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos (TACO)

“Atualmente, a indústria de alimentos evoluiu significativamente a

qualidade dos produtos a fim de torná-los

melhores do ponto devista nutricional.”

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Este material é direcionado aos profissionais de saúde.Expediente:Produção - 2010 Unilever BrasilRevisão e Editoração - Mandarin DesignRevisão Técnica - Nutrição Unilever

Coordenação - Equilibrium Consultoria NutricionalContato - [email protected]

Data: 17 a 20 de abril de 2011Local: Ouro Preto/MGhttp://www.cobrapem2011.com.br

9º Congresso Brasileiro Pediátrico de Endocrinologia e Metabologia

O livro é dirigido aos pais e às mães interessados em melhorar a qualidade da alimentação de seus filhos. A obra está escrita em uma linguagem prática e cotidiana e contém explicações que tornam mais fácil a compreensão dos conceitos nutricionais.O livro traz mais de 90 receitas testadas e fotografadas.Todas as receitas passaram por testes de degustação com crianças da faixa etária para a qual se destinam e tiveram sua aceitação aprovada.O texto tem o apoio científico da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões da empresa.

EVENTOS E LIVROS

PERGUNTAS E RESPOSTASCOM CAMILA PUGLIESE

PERFIL PROFISSIONALProf.a Dra. Camila Pugliese CRN 21787

Nutricionista, Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Nutrição da UNIFESP/EPM.

Nutricionista da Equipe Multidisciplinar do Ambulatório de Dislipidemia e do Centro de Atendimento da Disciplina de Infectologia Pediátrica da UNIFESP/EPM e do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas-HCFMUSP.

CRESCENDO COM SAÚDE 2 - GUIA DE NUTRIÇÃO INFANTILMARIA LUIZA DE BRITO OTENAS

Referências:

1. Nutrição e Dietética em Clínica Pediátrica. Fábio Ancona Lopez, Anne Lise Dias Brasil. São Paulo: Editora Atheneu, 2004

2. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 – Despesas, rendimentos e condições de vida. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Rio de Janeiro, 2010

3. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Resolução nº 32, de 10/8/2006 - Estabelece as normas para a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Disponível em:

http://www.fnde.gov.br/4. Obesidade na infância e adolescência: Manual

de orientação. Departamento Científico de Nutrologia – Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Rio de Janeiro, 2008

5. Campos JADB; Zuanon ACC. Merenda escolar e promoção de saúde. Cienc Odontol Bras 2004 7(3); 67-71

6 . Sichieri R, Souza RA de. Estratégias para prevenção da obesidade em crianças e adolescentes. Rio de Janeiro: Cad Saúde Pública 2008; 24 Sup 2:S209-S234

quando houver impossibilidade de preparo do lanche em casa ou dificuldade na sua conservação ou transporte. Nesse caso, no momento da compra, é importante comparar produtos industrializados, verificando a composição nutricional e os ingre-dientes apresentados nos rótulos dos produtos a fim de priorizar alimentos com menor teor de açúcar, sal e gorduras – principalmente saturada e trans – e sem excesso de conservantes e aditivos.

Lancheira com comida saudável ajuda a prevenir doenças em crianças?

O excesso de peso e a obesidade são encontrados com grande frequência, em todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras, sendo que uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava acima do peso segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Devido ao grande consumo de alimentos com alto teor de açúcares, sódio e gorduras pelas crianças, doenças que antigamente eram encontradas apenas em adultos, como diabetes mellitus tipo 2, dislipidemias, hipertensão arterial e obesidade, atualmente são observadas em idades cada vez mais precoces. A lancheira tem papel importante nessa prevenção, pois o ambiente escolar, por ser socializador, é também preditor da formação dos hábitos alimentares. Dessa forma, recomenda-se oferecer variedade de alimentos naturais e coloridos em quantidades adequadas, pois fornecem os nutrientes necessários para a manutenção da saúde e do crescimento da criança, sendo sempre a primeira opção nas lancheiras.

Qual a importância do lanche escolar na Nutrição Infantil? Como elaborar uma lancheira saudável?

De acordo com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o lanche escolar deve atingir 15% das necessidades nutricionais das crianças. A nutrição adequada na escola permite que a criança tenha energia para desenvolver suas atividades escolares com mais eficácia, visto que alguns sinais e sintomas de deficiência de nutrientes são fraqueza, apatia, palidez, crescimento inadequado, falta de atenção, excesso de sono, entre outros.

O lanche escolar deve respeitar as necessidades nutricionais, a aceitação das crianças e oferecer alimentos variados a fim de evitar a monotonia alimentar. É necessário que as crianças levem para a escola um item de cada grupo alimentar: energéticos (pães, biscoitos sem recheio, bolos caseiros simples), construtores (requeijão, queijo branco, ricota, leite, iogurtes) e reguladores (frutas, sucos de frutas, vegetais). As bebidas à base de soja podem ser utilizadas como uma opção para garantir a variedade do lanche escolar.

Os produtos industrializados podem fazer parte de uma lancheira equilibrada?

Na elaboração da lancheira, é importante dar preferência aos alimentos in natura, por apresentarem maior biodisponibilidade de vita-minas e minerais, além de conterem fibras. Em al-gumas situações, alguns produtos industrializados podem compor os lanches saudáveis, avaliando-se sua composição nutricional, por serem alimentos práticos, fáceis de transportar e assegurarem conservação prolongada. Podem ser utilizados