a importancia do fluxo de caixa para micro e pequena empresa

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FACULDADE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE PARANAVAÍ. THAÍS SANTOS DIAS MAYCON LEANDRO CARDOSO PEIXE A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PARA A MICRO E PEQUENA EMPRESA (uma análise em uma empresa do segmento de nutrição animal)

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Page 1: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

FACULDADE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DEPARANAVAÍ.

THAÍS SANTOS DIASMAYCON LEANDRO CARDOSO PEIXE

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PARA A MICRO E PEQUENA EMPRESA

(uma análise em uma empresa do segmento de nutrição animal)

PARANAVAÍ2007

Page 2: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

THAÍS SANTOS DIASMAYCON LEANDRO CARDOSO PEIXE

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PARA A MICRO E PEQUENA EMPRESA

(uma análise em uma empresa de nutrição animal)

Monografia apresentada como requisito para aprovação na disciplina Estágio Supervisionado, e conclusão do curso de Administração da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí.

Orientador: Profº MSc. Onivaldo Izidoro Pereira

PARANAVAÍ2007

Page 3: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

A Deus, aos nossos pais e aos nossos amigos... companheiros nos

momentos mais significativo em nossas vidas...

Page 4: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

AGRADECIMENTOS

Ao Profº MSc. Orientador Onivaldo Izidoro Pereira, braço amigo de todas as etapas deste trabalho.

Aos nossos familiares, pela motivação e confiança.

Aos nossos amigos e colegas de curso, pela força e vibração em relação a esta jornada.

Aos funcionários da Biblioteca Tristão de Athayde, em particular ao seu Sebastião, pelo apoio durante a realização deste trabalho.

A todos que com boa intenção colaboraram para a realização e finalização deste trabalho.

Page 5: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

O fluxo de caixa (cash flow) é considerado por muitos

analistas como um dos principais instrumentos de análise,

propiciando-lhes identificar o processo de circulação do

dinheiro (...), bem como do exame sobre a origem e

aplicação do dinheiro, que aparentemente transitou na

empresa”.

- Silva, J. P.

Page 6: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

DIAS, Thaís S.; PEIXE, Maycon Leandro C. A importância da gestão e análise do fluxo de caixa para a micro e pequena empresa: uma análise em uma empresa de nutrição animal. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí, Paranavaí/PR.

RESUMO

O trabalho foi desenvolvido a partir da concepção de que a elaboração e análise do fluxo de caixa é tarefa de fundamental importância para as micro e pequenas empresas, sendo o principal instrumento para guiar a mesma no planejamento e controle financeiro. O fluxo de caixa evidência toda a circulação do dinheiro na empresa sendo, portanto, um instrumento que auxilia o empresário na tomada de decisões. Visando tornar este trabalho um guia informativo para o micro e pequeno empresário, procurou-se verificar, a título de exemplo, como é realizado o controle financeiro de uma pequena empresa do ramo de nutrição animal, bem como quais são os instrumentos utilizados para esse controle. Essa verificação está devidamente apoiada pela fundamentação teórica que sustenta o objetivo do presente trabalho em todo o seu decorrer. Salienta-se que para manter sigilo acerca das informações fornecidas pela empresa, teve-se a preocupação de descaracterizá-la.Considerando que um dos objetivos do trabalho é a elaboração do fluxo de caixa, levantou-se os demonstrativos financeiros de maio a dezembro de 2006, organizando-os de forma adequada, para que se pudesse elaborar o fluxo de caixa na planilha do Excel. Fizeram-se observações sobre como a tomada de decisões nas diversas áreas do negócio afeta diretamente o caixa da empresa Buscando contribuir para o desempenho financeiro da referida empresa, os autores deste trabalho sugeriram ainda uma Demonstração de Evolução das Receitas, para apoiar as decisões tomadas com base no Fluxo de Caixa. Ponderando todos os aspectos abordados no trabalho, pode-se concluir que o fluxo de caixa é um importante instrumento de gestão financeira que auxilia o empresário a controlar com eficácia todos as operações financeiras realizadas pela empresa, sendo também um instrumento que apóia a tomada de decisões a curto prazo, principalmente as que evolve questões de capital de giro e questões investimento. O fluxo de caixa também cumpre seu papel de orientar o empresário a planejar e controlar de forma mais apropriada os recursos financeiros da empresa.

Palavras-chave: fluxo de caixa, capital de giro, tomada de decisões, planejamento e controle financeiros, administração de caixa.

Page 7: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

The importance of the management and analysis of the cash flow for the Microenterprises and Small Businesses: An analysis in a Company of animal nutrition. Final study conclusion (Degree in Administration) - Faculdade estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí, Paranavaí/PR.

ABSTRACT

The study was developed from the conception that the preparation and analysis of cash flow is a task of fundamental importance for the Microenterprises and Small Businesses, Being the main instrument to guide the financial planning and control.The cash flow shows all money movements in the company being, therefore, a tool that helps the entrepreneur making decision. To make this study a information guide for the micro and small businessmen, tried to check, for example, as is done the financial control of a small field company of animal nutrition, as well as what are the tools used for that control. This verification is properly supported by the theoretical reasoning that maintains the goal of this work throughout the course. Emphasizing that to keep secrecy on provided information by the company, there was a concern to change it. Whereas one of the goals of the study is the preparation of the cash flow, forethere the financial statements May to December of 2006 were used, organizing them adequately so they could draw up the cash flow into the Excel spreadsheet. Were made comments on how making decision in many areas of the business affects directly the cash of the company. Trying to contribute with the financial development of the company, the authors of this study suggested even a demonstration of revenue evolution to support the decisions taken on the basis of cash flow. Evaluating all aspects addressed in the study, could be concluded that the cash flow is an important tool of financial management that helps the entrepreneur to control effectively all the financial operations made by the company, also being a tool to support making decision in a short term, mainly, that involve issues of Capital of spin and investment questions. The cash flow also fulfills the role of guiding the entrepreneur to plan and manage in a more appropriate way the financial resources of the company.

Keywords: Cash flow, Capital of spin, making decision, financial planning and control, Administration of cash.

Page 8: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Diagrama Geral do Fluxo de Caixa....................................................................23

Gráfico 1 – Necessidades Totais de Recursos.....................................................................32

Page 9: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Registro de Entrada e Saída de Caixa da T&M................................................29

Tabela 2 – Modelo de Fluxo de Caixa................................................................................45

Tabela 3 – Entradas de Caixa..............................................................................................56

Tabela 4 – Impostos e Devoluções.....................................................................................57

Tabela 5 – Saídas - Custos Operacionais........................................................................... 57

Tabela 6 – Saídas - Despesas Comerciais.......................................................................... 57

Tabela 7 – Saídas - Despesas Administrativas................................................................... 58

Tabela 8 – Total das Saídas................................................................................................ 58

Tabela 9 – Demonstração das Operações Realizadas pela Empresa A.............................. 58

Tabela 10 – Modelo de Controle de Fluxo de Caixa..........................................................60

Tabela 11 – Modelo de Controle Diário de Caixa e Bancos (boletim).............................. 61

Tabela 12 – Controle de Cobrança – Clientes.................................................................... 62

Tabela 13 – Controle de Contas a Pagar – Fornecedores................................................... 63

Page 10: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................11

1.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................................... 13

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..........................................................................................13

1.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................... ..... 13

1.4 ESTRUTURA............................................................................................................. 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 15

2.1 FLUXO DE CAIXA....................................................................................................17

2.1.1 Diferença entre Lucro e Caixa................................................................................ 18

2.1.2 Interação do Fluxo de Caixa com as Demais Áreas da Empresa............................19

2.1.3 Comportamento Genérico do Fluxo de Caixa.........................................................22

2.2 OBJETIVO DO FLUXO DE CAIXA..............................................................................24

2.3 FATORES QUE PODEM OCASIONAR FALTA DE RECURSOS NA EMPRESA.................

25

2.3.1 Giro do Estoque – PMC – PMP..............................................................................26

2.4 O EQUILÍBRIO..........................................................................................................31

2.4.1 Técnicas de Financiamento.....................................................................................32

2.4.1.1 Técnica agressiva.................................................................................................... 33

2.4.1.2 Técnica conservadora..............................................................................................34

2.4.1.3 Técnica intermediária..............................................................................................34

2.5 PLANEJAMENTO E CONTROLE DO CAIXA................................................................36

2.6 PLANEJAMENTO.......................................................................................................40

2.6.1 Fluxo de Caixa Operacional....................................................................................42

2.6.2 Fluxo de Caixa Extra-Operacional..........................................................................43

2.6.3 Modelo de Fluxo de Caixa......................................................................................44

2.7 CONTROLE...............................................................................................................46

2.7.1 Finalidades do Controle.......................................................................................... 46

2.7.2 Dimensões do Fluxo de Caixa................................................................................ 47

2.7.3 Avaliação de Desempenho......................................................................................47

2.8 FLUXO DE CAIXA E A TOMADA DE DECISÕES........................................................

50

Page 11: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

3 METODOLOGIA.................................................................................................55

3.1 ESPECIFICAÇÃO DO TEMA....................................................................................... 55

3.1.1 Temas Destacados..................................................................................................56

3.2

DADOS.............................................................................................................

........ 56

3.3 MODELOS DE PLANILHAS PARA CONTROLE DO FLUXO DE

CAIXA......................... 59

4 CONCLUSÃO.......................................................................................................65

5 RECOMENDAÇÕES...........................................................................................67

REFERÊNCIAS...............................................................................................................68

APÊNDICE.......................................................................................................................71

APÊNDICE A – Fluxo de Caixa

APÊNDICE B – Demonstração da Evolução das Receitas

ANEXOS............................................................................................................................76

ANEXO A – Ficha de Parecer do Professor Orientador

ANEXO B – Ficha de Avaliação-Banca Examinadora

ANEXO C – Termo de Compromisso

ANEXO D – Termo de Cooperação

Page 12: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa
Page 13: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

1 INTRODUÇÃO

A leitura de artigos em revistas e livros sobre a dificuldade de administração do

capital de giro em micro e pequenas empresas nos primeiros anos de existência, em particular

do fluxo de caixa, constituiu o principal motivo para o desenvolvimento do presente trabalho.

Partindo deste pressuposto este trabalho tem o objetivo de informar aos micro e

pequenos empresários sobre como administrar melhor o caixa da empresa, bem como a

importância do mesmo para o desempenho geral e para a tomada de decisões.

A maior parte do tempo em uma empresa é gasto na administração dos recursos

financeiros, visto que estes recursos são essenciais para o funcionamento da mesma. O

dinheiro é um recurso escasso e caro, difícil de ganhar e fácil de perder.

Sendo assim, é fundamental que o empresário tenha um amplo conhecimento na área

financeira e esteja munido de material de apoio para futuras consultas, para que possa tomar

as decisões certas visando maximizar o capital da empresa.

Todas as áreas da empresa – produção, recursos humanos, vendas, compras,

marketing – são influenciados pela área financeira.

É preciso comprar matéria-prima de qualidade para se produzir produtos com alto

padrão. Matérias-primas melhores são mais caras, portanto é preciso analisar a relação custo-

benefício do material e negociar opções de pagamento com fornecedor de modo a não

comprometer a liquidez da empresa. A decisão de investir em marketing para divulgar a

marca da empresa deve considerar a quantia disponível e os meios de comunicação mais

econômicos e eficazes. Vender os produtos e/ou serviços da empresa exige colaboradores que

atendam bem os clientes, estimulando-os a retornarem mais vezes ao estabelecimento e

fazerem propaganda boa-a-boca. Dentre os vários fatores que motivam os funcionários a

trabalhar melhor está a questão da remuneração e os benefícios. Os benefícios devem ser

muito bem planejados para não comprometerem a empresa no longo prazo.

11

Page 14: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Segundo especialistas de Administração, a área financeira adquiriu tal importância

nos últimos tempos que vem despontando como a mais importante e vital para o sucesso das

empresas.

Planejar, organizar, dirigir e controlar recebimentos e pagamentos, estoques, bem

com a manutenção de caixa mínimo para cobrir eventuais despesas são alguns dos primeiros

passos que conduzirá a empresa a sobreviver nos primeiros anos de vida servindo de base para

um sólido crescimento.

Assim, para o micro e pequeno empresário que quer fazer seu negócio dar certo, não

basta apenas ter o espírito empreendedor. Ele precisa também ter conhecimento para

administrar seus recursos financeiros de forma inteligente.

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Page 15: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

1.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar estudo sobre a importância da gestão do fluxo de caixa em micro e pequena

empresa

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Observar a gestão e a análise do fluxo de caixa como ferramenta para auxiliar o

empresário a obter maior eficiência na administração de seus recursos

financeiros;

A administração do fluxo de caixa na tomada de decisões;

Elaborar o fluxo de caixa de uma micro empresa como ilustração de sua

aplicação na administração dos recursos financeiros.

1.3 JUSTIFICATIVA

Segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE entre os anos 2000 e 2002, as micro e

pequenas empresas (MPE) são as principais geradoras de emprego nas regiões Sul e Sudeste

do Brasil, além de representarem significativa importância para a economia do país no que se

refere à composição do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, num mundo globalizado,

onde as transformações e informações ocorrem velozmente, em que a concorrência deixa de

ser local (na cidade) e passa a ser regional, nacional e/ou internacional, sai na frente por maior

market share não a empresa grande, mas sim aquela que for capaz de ser tão rápida para

acompanhar a dinamicidade dos acontecimentos, haja visto que de uma forma ou de outra

todas as empresas são influenciadas pelo meio no qual estão inseridas. Em geral as micro e

pequenas empresas são as mais sensíveis aos fatores do macroambiente, portanto se elas não

estiverem estruturadas em uma sólida e eficaz administração de seus recursos e não possuírem

gestores hábeis e capacitados estarão impreterivelmente fadadas ao insucesso. De acordo com

publicações especializadas a principal dificuldade administrativa das MPE se refere ao trato

13

Page 16: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

dos recursos financeiros, especificamente falta de capital de giro e descontrole do fluxo de

caixa.

Assim, o propósito deste trabalho é observar teorias, conceitos, informativos e

pesquisas referentes ao tema no sentido de melhor orientar o empresário na condução e

administração eficaz dos recursos financeiros de sua empresa, e mostrar que o planejamento

financeiro além de necessário é fundamental, exercendo papel estratégico, para a prosperidade

em longo prazo da empresa.

1.4 ESTRUTURA

O presente trabalho está estruturado em quatro partes. A primeira faz o referencial

introdutório, onde aborda a intenção deste trabalho de conclusão de curso. A segunda

apresenta a base teórico-empírica que fundamenta a proposta deste estudo. A terceira

apresenta os procedimentos metodológicos que orientaram a presente investigação, visando ao

alcance dos objetivos estabelecidos. A quarta e ultima parte apresenta as considerações finais

sobre o tema do estudo e as recomendações, para os que se interessarem em aprofundar os

conhecimentos sobre o tema e como auxílio para elaboração de estudo semelhante.

14

Page 17: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As pessoas são motivadas a abrirem seu próprio negócio pelas mais diversas razões,

podendo estas ser agrupadas, segundo NEPOMUCENO (1999), em três categorias principais:

lucro, independência e estilo de vida prazeroso.

O lucro é o retorno que todos os empresários esperam ao investir suas economias e

seu tempo em um empreendimento antes que o mesmo apresente resultados. Também serve

de recompensa, segundo NEPOMUCENO (1999), “pelos ‘riscos’ e pela iniciativa que

assumiram ao operar seus próprios negócios”. Sob este aspecto o lucro é um agente motivador

muito poderoso.

Para NEPOMUCENO a independência é evidentemente outro aspecto motivador.

Ser o dono do próprio empreendimento representa a libertação da supervisão e regras de

organizações burocráticas.

Ainda segundo o autor, proporciona um estilo prazeroso de viver, pois oferece

desafios constantes com os quais o empresário deve saber lidar todos os dias, chegando a ser

uma diversão para alguns, contrastando com a rotina monótona e não desafiadora de certos

empregos considerados estáveis.

Porém, não basta estar movidos por estas três razões para abrir uma empresa e atuar

no mundo dos negócios. De acordo com NEPOMUCENO (1999), “embora as compensações

sejam tentadoras, deve-se ter em mente que ‘abrir um negócio’ exige horas e horas de

trabalho e muita energia emocional”. E, acima de tudo, se exige conhecimento. Além do

conhecimento sobre o mercado que se pretende atuar e informações dos principais

concorrentes, é primordial que o empresário tenha conhecimento sobre administração de

empresas e suas especialidades, dentre elas finanças.

LANA (apud MARION, 2002) observa que uma pesquisa realizada pelo Sebrae

demonstrou que “a mortalidade prematura de novas empresas está fortemente ligada a fatores

conjunturais, administrativos e financeiros”. Dentre as várias causas detectadas pela pesquisa

que influenciam no insucesso das empresas estão: “falta de experiência no ramo pretendido,

15

Page 18: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

falta de qualquer tipo de planejamento operacional e falta de cuidados no estabelecimento do

fluxo de caixa”. Isso explica porque 35% dessas novas empresas não resistem ao primeiro

ano de vida.

Os fatores externos possuem influência mais indireta. O que realmente dificulta a

sobrevivência das pequenas e microempresas é a falta de preparo do empreendedor antes e

depois da abertura da empresa, de acordo com a reportagem de BREDARIOLI (Apud

MARION, 2002). A principal dificuldade do empreendedor novato está na falta de elaboração

do planejamento do fluxo de caixa o que, conseqüentemente, refletirá em má administração

do capital de giro.

DROMS & PROCIANOY (2002), salientam ainda que a prosperidade dos novos

empreendimentos durante os seus estágios de desenvolvimento “são fortemente dependentes

de planejamento e controle financeiro efetivos”.

Portanto, o gerenciamento financeiro competente, em especial do fluxo de caixa, é

um dos fatores de grande importante para a sobrevivência de qualquer empresa na sociedade

moderna.

16

Page 19: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

2.1 FLUXO DE CAIXA

De acordo com CAVALCANTE (2004, p.2), o fluxo de caixa pode ser entendido como

“um instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o empresário a tomar decisões sobre a situação financeira da empresa. Consiste em um relatório gerencial que informa toda a movimentação de dinheiro (entradas e saídas), sempre considerando um período determinado, que pode ser uma semana, um mês etc”.

ZDANOWICZ (1988), denomina fluxo de caixa como uma “representação dinâmica

da situação financeira de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas as

aplicações em itens do ativo”.

Um dos objetivos financeiros das empresas é operar com baixos custos e alta

rentabilidade. Assim, não pode haver indecisões sobre o que fazer com seus recursos

financeiros, principalmente no curto prazo.

O fluxo de caixa permite prognosticar possíveis períodos em que ocorrerá excedentes

ou escassez de caixa, auxiliando o empresário a tomar as medidas necessárias para prevenir

tais ocorrências.

Segundo ASSAF NETO & SILVA (2002, p.35),

“o fluxo de caixa é de fundamental importância para as empresas, constituindo-se numa indispensável sinalização dos rumos financeiros dos negócios. Para se manterem em operação, as empresas devem liquidar corretamente seus vários compromissos, devendo como condição básica apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos momentos dos vencimentos. A insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos, suspensão de entregas de materiais e mercadorias, e ser causa de uma séria descontinuidade em suas operações”.

Ao se projetar um fluxo de caixa considera-se a atividade econômica da empresa, seu

porte, se a produção e/ou comercialização é continua ou não, se há sazonalidade de vendas, se

17

Page 20: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

as fontes de caixa são internas e/ou externas, entre outros fatores. Os ingressos internos

podem se originar de vendas à vista, recebimento de vendas a prazo e venda de algum ativo

permanente, ao passo que os ingressos externos podem se originar de fornecedores e

instituições financeiras.

Toda empresa elabora uma projeção do fluxo de caixa. Segundo SANVICENTE &

SANTOS (1983), o que pode variar é o nível de formalidade na sua confecção. Em empresas

de pequeno porte é provável que o controle do fluxo de caixa seja feito manualmente e/ou

com o auxilio do computador e do programa Excel.

2.1.1 Diferença entre Lucro e Caixa

Um artigo publicado pelo Banco do Brasil destaca que muitos empresários novatos

cometem o erro de pensar que lucro e caixa são as mesmas coisas, e que quando há um

aumento no lucro em um dado período esse aumento se refletirá proporcionalmente no

aumento do caixa.

Nesse artigo o lucro de uma empresa pode ser entendido como “o resultado

econômico dela, ou seja, a diferença entre o que a empresa obteve com as vendas dos seus

produtos e os gastos que teve que incorrer para conseguir efetuar essas vendas (despesas

operacionais, financeiras, impostos, etc)”.

Ainda considerando a publicação citada, essa confusão sobre lucro e caixa “é que

acaba fazendo com que muitos empresários enfrentem dificuldades na gestão do caixa da sua

empresa”.

Compreender a diferença entre um e outro é o primeiro passo para a elaboração

eficiente do planejamento eficiente do caixa.

18

Page 21: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

2.1.2 Interação do Fluxo de Caixa com as Demais Áreas da Empresa

O principal conflito na administração dos recursos financeiros está na relação risco x

retorno.

Manter um saldo maior em caixa para um empresa representa uma ampla folga

financeira, ou seja, baixo risco de insolvência. Porém o custo de oportunidade (custo de

manter este caixa) é bem elevado, pois o dinheiro está deixando de ser aplicado

produtivamente.

O inverso, ou seja, manter um saldo menor em caixa eleva o risco de insolvência da

empresa. Uma falta imprevista no caixa, segundo SANVICENTE & SANTOS (1983),

“representa maiores ônus financeiros na obtenção de empréstimos”, podendo levar a empresa

ao descrédito perante os fornecedores pela incapacidade de realizar compras a vista.

Para buscar o equilíbrio o ideal seria, segundo ASSAF NETO & SILVA (2002), que

a empresa mantivesse em caixa saldo apenas “o suficiente para cobrir as várias necessidades

associadas aos fluxos de recebimentos e pagamentos”.

O Caixa Mínimo Operacional é uma das técnicas que o empresário poderá utilizar

para encontrar o montante mínimo para manter em caixa. Considerando a opinião dos autores

citados no parágrafo anterior, esta é uma técnica pouco sofisticada, mas que pode ser muito

útil para se estabelecer um padrão de investimento em caixa.

O Caixa Mínimo operacional pode ser obtido dividindo-se os desembolsos totais

previstos pelo seu giro de caixa. Para ASSAF NETO & SILVA (2002) o giro de caixa pode

ser obtido dividindo-se 360, “se a base for em dias e o período projetado de um ano, pelo

ciclo de caixa”. De acordo com os autores ciclo de caixa (ou ciclo financeiro) é o “período

compreendido entre o pagamento da compra de matéria-prima até o momento do recebimento

das vendas”.

Para melhor esclarecer apresenta-se o seguinte exemplo adaptado de ASSAF NETO

& SILVA (2002):

19

Page 22: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Suponha-se que uma empresa tenha projetado para certo exercício desembolsos

totais líquidos de R$ 27.000,00. Sabendo que o ciclo de caixa desta empresa

alcança 24 dias, ou seja, durante 24 dias a empresa apenas desembolsa recursos,

ocorrendo entrada de fluxos financeiros somente a partir do 25º dia.

Giro de Caixa = 360 dias

24 dias

   

Giro de Caixa = 15 vezes

O cálculo demonstrou que para um ciclo financeiro de 24 dias o caixa da empresa se

renova 15 vezes no período.

Portanto, para se conhecer o caixa mínimo operacional realiza-se o seguinte cálculo:

Caixa Mínimo Operacional = R$ 27.000,00

15

   

Caixa Mínimo Operacional = R$ 1.800,00

O cálculo acima demonstra que R$ 1.800,00 é a quantia mínima que se precisa

manter em caixa para cobrir o período de ciclo financeiro, isto é, o período em que não há

entrada de entrada de dinheiro no caixa.

Quanto maior for o giro de caixa e, portanto, menor o ciclo financeiro, a quantidade

de recursos financeiros exigidos para o caixa também será menor.

O Caixa Mínimo Operacional constitui, destarte, uma das técnicas que auxilia a

empresa a buscar o equilíbrio financeiro.

20

Page 23: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Para tanto o fluxo de caixa não pode ser uma preocupação exclusiva da área de

finanças. Todas as outras áreas devem se comprometer com o bom desempenho financeiro,

sendo que ASSAF NETO & SILVA (2002), destacam as principais:

Produção: os custos de produção bem como alteração imprevista durante o

processo de fabricação (que comprometerá o prazo para a entrega do produto

acabado) reflete nas necessidades de caixa;

Compras: a decisão de comprar matérias-primas, produtos e/ou mercadorias deve

estar alinhada com os saldos disponíveis em caixa, procurando sincronizar as

datas de pagamento das compras com as datas de recebimentos das vendas,

considerando ainda a possibilidade percentual de atraso de recebimento dessas

vendas;

Cobrança: as políticas de cobranças devem visar a aquisição de recursos

financeiros à disposição da empresa de forma ágil sem, contudo, constranger os

clientes com cobranças impertinentes;

Vendas: a tomada de decisões envolvendo vendas (tais como prazos de cobranças,

gastos com publicidade e propaganda, hábitos de pagamentos dos clientes,

pesquisas de mercado etc) devem ser primeiramente avaliadas para que se possa

visualizar o impacto que trará sobre os resultados de caixa e se estes impactos

estão dentro das metas de crescimento da empresa;

Financeira: avalia rigorosamente a qualidade do endividamento da empresa, de

modo que as saídas de numerários sejam simultâneos aos ingressos de

numerários em caixa.

Nas grandes empresas as áreas acima citadas geralmente possuem cada uma seu

respectivo responsável (gerente e/ou diretor) e setor específico.

LEMES JUNIOR, RIGO e CHEROBIM (2002), dizem que as empresas de firma

individual, registradas como microempresas, geralmente possuem um único dono que também

é o gerente. Há também as empresas de sociedade por cotas de responsabilidade limitada, que

são maiores do que as firmas individuais, mas não assumem grandes proporções, sendo

constituída de dois ou mais proprietários.

21

Page 24: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Segundo CHIAVENATO (1990), “o capital da firma individual advém de recursos

próprios ou de empréstimos a curto prazo”. Essa afirmação justifica porque o proprietário

deve administrar com muita atenção seus recursos financeiros.

Assim, nas firmas individuais ou nas limitadas é o próprio dono ou sócios, recebendo

auxílio (ou não) de um administrador profissional, que atentará para a interação entre essas

áreas essenciais e a influência que exercem diretamente sobre os resultados do caixa.

2.1.3 Comportamento Genérico do Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa reflete todas as operações financeiras da empresa bem como todas

as atividades desenvolvidas. Esse comportamento genérico pode ser percebido no diagrama

da Figura 1 a seguir:

22

Page 25: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Figura 1 – Diagrama Geral do Fluxo de Caixa

Fonte: Adaptado de ASSAF NETO E SILVA (2002)

Como se pode observar no diagrama as entradas e saídas de caixa se dão em função

das várias atividades realizadas pela empresa, desde as operacionais, que englobam a

administração do capital de giro e as decisões financeiras de longo prazo.

23

Duplicatas a Receber

Estoques

Mão-de-obra

Compras

Forne-cedores

Empréstimos Correntes

Outras Dívidas: impostos, taxas, contribuições etc.

Empréstimos/Financiamentos de Longo Prazo

Proprietários

ArrendamentoAtivo Permanente

CaixaCaixa(Lucro Líquido mais

Despesas e menos Receitas que não Envolvem Recursos)

Page 26: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

2.2 OBJETIVO DO FLUXO DE CAIXA

Segundo SANVICENTE E SANTOS (1983), o objetivo principal do fluxo de caixa é

“otimizar a aplicação de recursos próprios e de terceiros nas atividades mais rentáveis pela

empresa”.

CAVALCANTE (2004), aborda os objetivos de forma mais abrangente dizendo que:

O fluxo de caixa serve para planejar e controlar as entradas e saídas de caixa

num dado período de tempo;

Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de

dinheiro;

Verifica se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no período

considerado;

Verifica se os recursos financeiros são suficientes para tocar o negócio ou se

haverá necessidade de financiamento de capital de giro;

Permite planejar melhor as políticas de pagamento e recebimento;

Permite que se conheça previamente os grandes números do negócio e sua

importância no período considerado;

Pode-se avaliar se os recebimentos previstos para o período são suficientes para

cobrir os compromissos assumidos;

O empresário pode avaliar qual é o melhor momento para reposição de estoque;

O empresário pode avaliar qual o momento ideal para se realizar promoções de

vendas visando incrementar o negócio.

Há uma tendência das empresas de grande ou pequeno porte em concentrar seus

esforços nas operações ligadas diretamente às atividades produtivas, terceirizando as demais

atividades, como limpeza, manutenção, contabilidade etc. É a chamada verticalização

estratégica.

2.3 FATORES QUE PODEM OCASIONAR FALTA DE RECURSOS NA EMPRESA

24

Page 27: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Quando uma pequena empresa inicia suas atividades o empresário consegue de certa

forma manter um controle sobre a entrada e saída de dinheiro. Os clientes ainda são em

número reduzido e as atividades da empresa conseguem atender as necessidades desses

clientes. Porém à medida que a empresa vai apresentando crescimento e expandindo sua

participação de mercado ela passa a se tornar mais complexa para que apenas o empresário

continue a administrá-la de forma eficaz.

São nesses períodos que o caixa merece atenção especial. A seguir serão listados

alguns dos fatores internos (microambiente) que, segundo ZDANOWICZ (1988), podem

gerar escassez de recursos para a empresa:

Ampliações descontroladas das vendas, gerando grande quantidade de produtos ou

mercadorias em estoque e, conseqüentemente, aumento dos custos;

Falta ou insuficiência de capital próprio, fazendo com que o percentual de recursos

financeiros de terceiros sejam utilizados de forma excessiva, implicando num

aumento da dívida;

Concessão de prazos longos para recebimento das vendas com o objetivo de

conquistar clientes;

Necessidades de compras vultosas, podendo estas ser de caráter sazonal ou para

reserva, o que exigirá uma quantia alta disponível em caixa;

Disparidade acentuada entre os prazos de recebimento das vendas e pagamento das

compras, sendo que estas dependem daquelas;

Lenta rotatividade dos estoques e dos processos produtivos;

Distribuição dos lucros além do que está disponível em caixa;

Altos custos financeiros devido à falta de planejamento e controle do caixa.

No que se refere aos fatores externos (macroambiente), ainda segundo o autor, pode-

se listar os seguintes:

Queda nas vendas;

Dilatação ou contração do mercado;

Aumento do nível dos preços;

25

Page 28: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Concorrência;

Inflação;

Alteração nas alíquotas de impostos;

Inadimplência.

Como os fatores do macroambiente não são passíveis de controle, a empresa deve

atentar para os fatores do microambiente. Quando a empresa possui uma solidez interna as

chances dela sofrer maiores desajustes com o impacto dos fatores externos diminuem.

2.3.1 Giro de Estoque – PMC – PMP

Um dos tópicos que tem influencia direta no fluxo de caixa e, portanto, deve ser

observado com atenção são os índices de atividade, que segundo GITMAN (1997) “podem

ser usados para medir a rapidez com que as contas circulantes – estoques duplicatas a receber

e duplicatas a pagar – são convertidas em caixa”.

O giro do estoque é utilizado para medir o tempo que os estoques da empresa

demoram em ser renovados.

Pode ser calculado através da fórmula:

Giro dos Estoques =custo dos produtos vendidos

estoques

O índice de giro dos estoques varia de acordo com o ramo de atividade da empresa.

GITMAN afirma que para se obter resultado significativo deve-se compara-lo ao de outras

empresas do mesmo setor ou ao giro passado dos estoques da empresa. Por exemplo, o giro de

estoques de uma indústria de maquinas agrícolas seria bem menor que o giro de estoque de

um supermercado.

Através do giro de estoque pode-se também obter a idade média do estoque,

dividindo-se os dias do ano (360) pelo giro do estoque.

26

Page 29: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Idade Média do Estoque =360

giro do estoque

O período médio de cobrança (PMC), também conhecido como idade média das

duplicatas a receber é utilizado para calcular o tempo entre a venda e o recebimento das

duplicatas.

Pode ser obtido através do calculo:

Período Médio de Cobrança = duplicatas a receber

vendas médias por dia

 

ou

Período Médio de Cobrança =

 

duplicatas a receber

vendas anuais

360

“O período médio de cobrança só é significativo em relação às condições de crédito

da empresa” (GITMAN, 1997). Isso pode ser exemplificado pela seguinte situação: se uma

empresa concede um crédito de 45 dias a seus clientes e tem um período médio de cobrança

de 60 dias, pode-se concluir que está havendo problemas na administração de credito ou nas

contas a receber.

O período médio de pagamento, muito parecido com o período médio de cobrança é

utilizado para medir a idade média das duplicatas a pagar.

Pode ser calculado através da seguinte formula:

Período Médio de Pagamento = duplicatas a pagarcompras médias por dia

 

27

Page 30: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

ou

Período Médio de Pagamento =

 

duplicatas a pagar

compras anuais360

O resultado é utilizado para fazer uma comparação com as condições de crédito que

os fornecedores concedem à empresa.

De acordo com GITMAN (1997), “Emprestadores potenciais e fornecedores de

credito comercial interessam-se especialmente pelo período médio de pagamento, uma vez

que isso lhes propicia um indicador dos padrões de pagamento das contas da empresa”.

Para facilitar a compreensão das fórmulas será apresentado um exemplo hipotético

ilustrando a aplicabilidade das mesmas:

A empresa T&M vendeu seus produtos ou mercadorias que tiveram um custo de

R$ 100.000,00 e teve um estoque médio de R$ 20.000,00. Com esses dados

obtém-se o giro dos estoques e a idade média dos estoques.

Giro dos Estoques =R$ 100.000,00

R$ 20.000,00

Giro dos Estoques = 5 vezes

Idade Média do Estoque =3605

Idade Média do Estoque = 72 diasO giro do estoque mede o quão rápido ele é produzido ou adquirido e vendido. No

caso da T&M seus estoques são renovados 5 vezes ao ano. Assim, pode-se dizer que a

empresa demora 72 dias para vender e renovar seus estoques. Desconsiderando o ramo de

atuação é possível afirmar que o giro de estoque da empresa é lento.

28

Page 31: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Essa mesma empresa apresenta a seguinte planilha:

Tabela 1 – Registro de Entrada e Saída de Caixa da T&M

CONTAS (Entradas) JAN (R$)FEV

(R$)MAR (R$) ABR (R$) MAI (R$) JUN (R$) SOMA (R$)

Duplicatas a Receber 1.200 1.500 1.400 1.300 1.700 1.900 9.000

Vendas a Prazo 1.350 1.500 1.050 1.600 1.800 2.000 9.300

CONTAS (Saídas) JAN (R$)FEV

(R$)MAR (R$) ABR (R$) MAI (R$) JUN (R$) SOMA (R$)

Saldo de Duplicatas a Pagar 10.300 11.000 11.200 12.600 9.990 12.010 67.100

Compras a Prazo 9.780 11.900 12.600 12.800 11.400 13.450 71.930

Fonte: Elaborado pelos autores

Para se proceder ao cálculo do período médio de cobrança obtém-se, primeiramente,

a média de duplicatas a receber, que seria a soma total de um certo período divido pelo

número dos mesmos períodos considerados. Assim:

Média de Duplicatas a Receber =R$ 9.000

6   Média de Duplicatas a Receber = R$ 1.500

O mesmo processo se dá para calcular a média de vendas diárias a prazo, que ficaria:

R$ 9.300/180 = R$ 51,67.

Assim sendo:

Período Médio de Cobrança =R$ 1.500 R$ 51,67

   Período Médio de Cobrança = 29 dias

A empresa T&M recebe suas duplicatas em média a cada 29 dias.

Os mesmos procedimentos são aplicados para o cálculo do período médio de

pagamento. Encontra-se a média de duplicatas a pagar e as compras médias diárias a prazo:

29

Page 32: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Média de Duplicatas a Pagar =R$ 67.000

6   Média de Duplicatas a Pagar = R$ 11.183,33

As compras médias diárias a prazo são encontradas da seguinte forma:

R$ 71.930/180 = R$ 399,61

Período Médio de Pagamento =R$ 11.183 R$ 399,61

   Período Médio de Pagamento = 28 dias

Através do exemplo foi possível observar que a empresa T&M além de possuir um

lento giro de estoque, concede um período de pagamento aos clientes que não está em sintonia

com o período que a empresa possui em média para pagar suas duplicatas (no caso 28 dias).

Considerando o percentual de recebimentos que serão atrasados ou não serão efetuados a

empresa põe em risco a saúde de seu caixa.

Como citado anteriormente, os indicadores (giro de estoque, PMC, PMP) têm

influencia direta no caixa da empresa. As mais sutis alterações devem ser observadas com

cuidado para evitar que ocorra insuficiência de recursos futuramente.

2.4 O EQUILÍBRIO

30

Page 33: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

O empresário que almeja a prosperidade de sua empresa busca sempre o equilíbrio

financeiro.

O equilíbrio acontece quando há um vinculo entre a liquidez dos ativos e as

obrigações do passivo.

Na concepção de ZDANOWICZ (1988), uma empresa equilibrada financeiramente

apresenta as seguintes características:

Aumento do capital próprio em relação ao capital de terceiros;

O capital aplicado apresenta boa rentabilidade;

Reduz-se a necessidade de capital de giro;

Os estoques tendem a girar mais rapidamente;

Estabilidade entre o prazo médio de recebimento e o prazo médio de pagamento;

Não há imobilizações excessivas de capital, e este nunca é insuficiente para o

desenvolvimento da produção e da comercialização;

Os produtos prontos e as mercadorias estão sempre em quantidade suficiente para

atender ao volume de vendas;

Para melhor compreensão do equilíbrio financeiro das empresas dispõe-se a seguir o

Gráfico 1:

Gráfico 1 – Necessidades Totais de Recursos

31

Recursos Sazonais(Curto Prazo)Capital de Giro

Sazonal

Recursos Totais Necessários

Page 34: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Fonte: ASSAF NETO & SILVA (2002)

O gráfico apresentado “reflete uma posição mais ajustada dos ciclos financeiros da

administração do capital de giro, denotando certo equilíbrio entre os prazos dos ativos e dos

passivos” (ASSAF NETO & SILVA, 2002).

Observa-se também que as necessidades temporárias de recursos financeiros são

financiadas por fontes de curto prazo conforme forem surgindo. Essa prática evita que a

empresa contraia recursos correntes em excesso em determinados período. Com o controle

das necessidades financeiras de curto prazo a empresa pode se planejar para realizar

investimentos mais vultuosos em ativos permanentes, sem comprometer sua liquidez.

2.4.1 Técnicas de Financiamento

Uma decisão que deve ser analisada com cuidado pela empresa é como usar os

passivos circulantes para financiar os ativos circulantes.

As necessidades sazonais exigem dos administradores muita habilidade para manter

a saúde financeira da empresa.

Segundo Gitman (2002, p.622) “Os credores concedem empréstimos a curto prazo,

para permitir que a empresa financie aumentos sazonais de estoque ou duplicatas a receber.

Eles geralmente não emprestam dinheiro a curto prazo para aplicações a longo prazo”.

Vê-se então que as empresas precisam de recursos permanentes ou de longo prazo e

de recursos sazonais ou de curto prazo para cobrir déficits de caixa.

32

Ativo Permanente

Recursos Permanentes(Longo Prazo)Ativo Circulante

Permanente

Tempo

Page 35: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Existem diversas estratégias para determinar a composição dos financiamentos da

empresa entre as quais se destacam a técnica agressiva, a conservadora e a intermediária sobre

as quais falaremos um pouco mais a seguir.

2.4.1.1 Técnica agressiva

GITMAN (2002), diz que através da técnica agressiva de financiamento a empresa

procura financiar suas necessidades sazonais e uma parcela das necessidades permanentes

com fundos de curto prazo e a parcela restante das necessidades permanentes é financiada

com fundos de longo prazo.

Apesar de a técnica agressiva oferecer para a empresa um custo financeiro mais

baixo, ele torna-se um pouco arriscada, pois, trabalha com o mínimo de capital circulante

liquido (CCL) visto que apenas a parcela permanente dos ativos circulantes é financiada com

fundos de longo prazo.

Na concepção do referido autor, observa-se que com a utilização dessa técnica a

empresa precisa contar tanto quanto possível com as fontes de recursos a curto prazo para

atender as necessidades sazonais, e caso haja um aumento inesperado das mesmas, a obtenção

de recursos pode tornar-se um problema para a empresa.

2.4.1.2 Técnica conservadora

Para GITMAN (2002), a estratégia conservadora consiste em financiar todas as

necessidades financeiras com recursos a longo prazo e os recursos de curto prazo seriam

33

Page 36: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

utilizados no caso de alguma emergência estabelecendo para a empresa um capital circulante

liquido mais alto.

A aplicação de dessa técnica torna-se difícil realizado, pois, certas formas de

financiamento a curto prazo como duplicatas a pagar e outras contas a pagar são praticamente

inevitáveis.

Como visto a técnica conservadora é o oposto da técnica agressiva, portanto ela

proporcionará um aumento dos custos pela utilização de grande quantidade de recursos a

longo prazo.

A técnica conservadora oferece um risco muito baixo para a empresa. Esse risco

ainda é reduzido, pois, a empresa não precisa utilizar sua capacidade limitada de empréstimo

de recursos a curto prazo.

2.4.1.3 Técnica intermediária

Por fim, GITMAN (2002), diz que a técnica intermediária consiste em financiar a

média entre a maior e a menor necessidade de capital do período e ainda sugere que se busque

financiamentos a curto prazo das necessidades remanescentes.

Com a utilização dessa técnica nota-se um capital circulante liquido intermediário,

ou seja, nem tão folgado quanto o da técnica conservadora e nem tão apertado quanto o da

técnica agressiva. Os custos de capital também acompanham essa linha intermediária, sendo

um pouco inferiores aos da técnica conservadora e um pouco superiores aos da técnica

agressiva.

A decisão de qual técnica de investimento a empresa irá adotar depende da

capacidade financeira da mesma em investir seus recursos financeiros sem comprometer sua

liquidez.

34

Page 37: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

2.5 PLANEJAMENTO E CONTROLE DO CAIXA

O empresário deve saber utilizar as disponibilidades de caixa da forma mais racional

e lucrativa possível. Isso significa, por exemplo, procurar pagar suas duplicatas e outros

35

Page 38: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

títulos dentro do prazo de desconto concedido pelo fornecedor ou, no caso de financiamentos,

dentro do prazo concedido pela instituição financiadora.

Para se obter essa eficiência na utilização dos recursos do caixa faz-se necessário

planejar e controlar todas as atividades operacionais da empresa.

ZDANOWICZ (1988) afirma, “as dificuldades financeiras, especialmente as que

embaraçam as micro e pequenas empresas, parecem decorrer das ausências do planejamento e

controle de sua atividades operacionais”.

Os micro e pequenos empresários possuem a impressão errônea de que o

planejamento e controle de caixa são onerosos, pois exigirá que eles contratem pessoas com

alta qualificação (e que, conseqüentemente, exigirão alta remuneração) para implantar e

implementar essas funções.

Na realidade, a maior parte das informações para se proceder ao planejamento e

controle de caixa já estão na empresa, porém de modo disperso. Muitas vezes só é necessário

que alguém as organize e coordene essas informações de forma a transformá-las em fluxo de

caixa.

Um dos primeiros processos que antecede o planejamento e controle é a definição do

saldo mínimo que deve haver em caixa que permita à empresa honrar seus compromissos

pontualmente.

O administrador financeiro é o profissional mais indicado para realizar e/ou auxiliar

o empresário a executar essas tarefas, pois ele possui conhecimento e qualificação para

alavancar a eficiência financeira da empresa.

Projetar o fluxo de caixa simplesmente não garante o sucesso. De acordo com

ZDANOWICS (1988), “é preciso que o administrador financeiro busque e determine as

medidas necessárias para o estabelecimento ou restabelecimento do nível desejado de caixa”.

É preciso agir com habilidade e rapidez para neutralizar ou minimizar as situações

desfavoráveis para a empresa.

36

Page 39: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

A empresa de consultoria Advance Marketing sugere as melhores práticas e

metodologias de planejamento e controle financeiros de uma empresa que serão listadas a

seguir:

1. Entendendo suas finanças: primeiramente o empresário precisa estar

familiarizado com alguns termos financeiros que são amplamente utilizados no

mundo dos negócios:

a) Custos e Despesas: os custos são gastos que estão diretamente ligados à

produção de produtos e serviços da empresa, como por exemplo, matéria-prima e

linha de produção (equipamentos). As despesas são gastos como água, energia,

aluguel de escritório etc. Essa separação permite ao empresário conhecer e

analisar o quanto tem investido em seus produtos e serviços.

b) Fixos e Variáveis: tanto os custos quanto as despesas podem ser classificados

como fixos (quando acontecem periodicamente) ou variáveis (quando acontecem

esporadicamente). Essa classificação é importante, de acordo com a Advance

Marketing, pois permite que o empresário projete adequadamente suas

necessidades de caixa para pagar suas despesas e custos.

c) Faturamento: representa o total das vendas realizadas pela empresa.

d) Lucro: é representado pelo faturamento depois de subtraído os gastos (custos e

despesas) e os impostos devidos. Evidencia o quanto a empresa se beneficia com

a venda de seus produtos ou serviços.

2. Plano de contas: é uma lista de contas que são utilizadas para consolidar as

transações financeiras da empresa. Geralmente os contadores possuem vários

planos de contas padrão já montados que se adequa aos negócios de cada

empresa. Por conhecer melhor a empresa, o empresário precisa revisar

periodicamente o plano de contas de sua empresa, pois pode ser que novas

contas tenham de ser criadas. Empresas grandes possuem dois planos de contas,

uma para a visão contábil e outro para a visão gerencial. Para uma pequena

empresa o custo/benefício pode ser desvantajoso, sendo preferível que o

empresário elabore e controle muito bem um único plano de contas.

37

Page 40: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

3. Histórico financeiro: o controle financeiro por meio de planilhas eletrônicas

permite que o empresário tenha uma visão geral de suas receitas e despesas. A

analise desses dados possibilita identificar a sazonalidade de receitas e despesas

que, segunda a empresa de consultoria, é muito importante para as projeções do

fluxo de caixa. Possibilita ainda que se identifiquem quais são as maiores

receitas e as maiores despesas da empresa, para que se atue na busca da

maximização do lucro e minimização dos custos.

4. Indicadores de desempenho: estes indicadores possibilitam que a empresa

possa se situar em relação ao setor em que atua. Empresas jovens medem seu

desempenho pelo faturamento. Na medida que amadurece passa a se preocupar

com a qualidade das vendas (rentabilidade). Em estágio avançado ela passa a

utilizar métodos mais sofisticados de medição de desempenho (EVA, ROI,

Margem de Contribuição etc). Cabe ao empresário escolher dentre as várias

opções quais são os indicadores de desempenho mais adequados para a sua

empresa.

5. Cenários e projeções: é imprescindível que o empresário acompanhe

regularmente as previsões macro-econômicas do país e visualize os reflexos

dessas mudanças para a empresa e para seu mercado consumidor. Diante de

qualquer mudança anunciada o empresário deve se perguntar:

a) quanto a empresa pode crescer?

b) qual é a previsão de gastos?

c) será possível investir em novos produtos e serviços?

6. Fluxo de caixa: por meio do fluxo de caixa é possível visualizar todos os

eventos programados (quando e quanto os clientes irão pagar e quando e quanto

a empresa deverá pagar aos fornecedores e demais parceiros). A Advance

Marketing recomenda o controle semanal do fluxo de caixa, que pode ser

elaborado, preferencialmente, em planilhas eletrônicas para um gerenciamento

melhor e mais apurado.

38

Page 41: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

7. Impostos e encargos: impostos e encargos consomem uma boa fatia do

faturamento. Portanto o empresário e seus gerentes devem estar atentos a

qualquer mudança nas leis que impactarão na carga tributária da empresa.

O planejamento e o controle financeiros de uma empresa de pequeno e médio porte

não é complicado de se fazer, mas exige que o empresário acompanhe diariamente todas as

transações realizadas pela empresa, pois de uma forma ou de outra tudo influência na

evolução do fluxo de caixa.

2.6 PLANEJAMENTO

39

Page 42: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Muitos autores da área de finanças definem que planejar o fluxo de caixa consiste em

projetar e estruturar informações de forma a visualizar os ingressos e desembolsos de caixa

visando satisfazer as futuras necessidades da empresa.

Para ZDANOWICZ (1989), fluxo de caixa projetado pode ser expresso pela seguinte

equação:

Sendo:

SFC = saldo final de caixa;

SIC = saldo inicial de caixa;

I = ingressos;

D = desembolsos.

Esta equação permite ao empresário e ao administrador financeiro determinar se o

saldo de caixa inicial somado ao total de ingressos, menos o total de desembolsos, em dado

período, será suficiente para a empresa saldar suas obrigações, com algum excedente, ou se

haverá escassez de numerário para o período projetado.

O planejamento é importante por duas razões principais, na opinião de

ZDANOWICZ (1988):

Indica com antecedência as necessidades de recursos financeiros para os vários

compromissos assumidos, com data certa para serem liquidados;

Permite que se visualize os períodos em que ocorrerá diminuição dos recursos

ingressantes, seja por questões de mercado ou por questões econômicas regional

e/ou nacional, para que a empresa não programe desembolsos vultuosos para

esse período.

ZDANOWICZ (1988) orienta que ao se iniciar o planejamento do fluxo de caixa

deve-se considerar o tamanho e o ramo de atuação da empresa. De um modo geral, quando as

atividades da empresa estão sujeitas a oscilações, como é o caso de micro e pequenas

40

SFC = SIC + I – D

Page 43: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

empresas que atuam na venda de artigos para cama, artigos de natal, produção de chocolates

etc, o caixa é projetado para períodos curtos (diário, semanal ou mensal).

Na concepção do referido autor, “o modelo diário fornecerá a posição dos recursos

em função dos ingressos e dos desembolsos de caixa, e constitui-se num poderoso

instrumento de planejamento e de controle financeiros para a empresa”.

No caso de empresas que apresentam estabilidade de vendas o caixa pode ser

projetado para períodos mais longos (trimestre ou semestral).

O mesmo autor diz que o caixa deve ser projetado a longo prazo quando a empresa

pretende expandir suas atividades, o que inclui modernização de sua capacidade produtiva,

lançamento de novas linhas de produtos, entre outros. Neste caso, o caixa projetado indicará

os prováveis ingressos de caixa, bem como os prováveis desembolsos.

Os primeiros passos para a elaboração do fluxo de caixa é a obtenção das seguintes

informações e dados:

Projeção das vendas, observando tanto as vendas à vista com as vendas a prazo;

Estimativas de compras e as condições oferecidas pelo fornecedor;

Levantamento das cobranças de duplicatas a receber dos clientes realizadas com

sucesso;

Determinação do período que se pretende projetar o caixa, levando em conta as

necessidades, tamanho e organização e ramo de atividade da empresa;

Orçamento dos ingressos e desembolsos do período em questão.

Ressalta-se que os valores projetados no fluxo de caixa são passiveis de ajustes,

conferindo a esta ferramenta a flexibilidade necessária para orientar o empresário e/ou

administrador financeiro.

Visando obter resultados satisfatórios com a implantação do fluxo de caixa

ZDANOWICZ (1988) recomenda que a empresa observe os requisitos abaixo:

Apoio do empresário e/ou sócio;

Definição objetiva dos níveis de responsabilidade na estrutura funcional;

41

Page 44: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Integração das diversas áreas da empresa ao sistema de fluxo de caixa;

Definição dos sistemas de informações no que tange aos formulários a serem

utilizados, quais são os tipos de informações, periodicidade dos dados e quem

será responsável pela elaboração das várias projeções;

Treinamento do empresário e sócios envolvidos na implantação do fluxo de caixa

na empresa;

Criar um manual sobre operações financeiras;

Comprometimento dos envolvidos para que os objetivos e metas propostos no

fluxo de caixa sejam alcançados;

Estabelecer um controle financeiro adequado;

Utilizar as análises do fluxo de caixa para tomar decisões antecipadas de possíveis

impactos financeiros na empresa;

Definir um fluxograma das atividades meio e das atividades fins.

A implantação do fluxo de caixa considera os valores fornecidos através do regime

de caixa, ou seja, o período em que ocorrerá efetivamente o ingresso e desembolso no caixa

da empresa.

A implementação pode ser estruturada em dois grandes itens: planejamento de

desembolsos e planejamento de ingressos. Cada uma dessas estruturas pode ser subdivida em

fluxo operacional e fluxo extra-operacional.

2.6.1 Fluxo de Caixa Operacional

ASSAF NETO & SILVA (2002) e ZDANOWICZ (1988) comungam a opinião de

que fluxo de caixa operacional é aquele decorrente das atividades fins da empresa,

representado, principalmente, pelo recebimento das vendas à vista, desconto, cobrança de

duplicatas de venda a prazo e caução.

Na elaboração do plano do fluxo de caixa estes itens devem ser considerados para

que se estimem ocasionais desvios como perda com valores incobráveis, atrasos de certos

42

Page 45: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

pagamentos por parte dos clientes, qual a fonte de recursos financeiros manterá as vendas a

prazo etc.

Os desembolsos operacionais podem ser identificados pela efetuação de compras de

matérias-primas, tanto à vista quanto a prazo, pagamento de salários e encargos sociais

pertinentes, custos indiretos de fabricação, despesas administrativas, com vendas, financeiras

e tributárias. Estas quatro modalidades de despesas se constituem nas chamadas despesas

operacionais.

De acordo com ZDANOWICZ (1988, p.56), o fluxo de caixa deve ser superior ao

lucro líquido após o imposto de renda por duas razões:

a) o montante de despesas não desembolsadas atribuídas ao período,

principalmente a depreciação que é um custo, porém não representa uma

saída de caixa;

b) desembolsos com investimentos não capitalizados, porém considerados

como despesas do período.

No que se refere à depreciação é a atribuição que se dá a um ativo imobilizado que se

desgasta pelo uso, por obsolescência ou pela ação da natureza. Cada vez que há uma redução

no ativo imobilizado há um aumento no ativo circulante. O desgaste que ocorre na

depreciação é computado nos custos de produção, influenciando na determinação do preço de

venda que o consumidor final irá pagar.

2.6.2 Fluxo de Caixa Extra-Operacional

Os ingressos e desembolsos extra-operacionais são aqueles que não decorrem da

atividade principal da empresa. Como exemplo pode-se citar a venda de ativos permanentes,

imobilizações, aluguéis recebidos, amortização de empréstimos e/ou financiamentos, receitas

financeiras.

Segundo ZDANOWICZ (1988), dois desses itens merecem destaque especial:

amortização de empréstimos e financiamentos e as imobilizações.

43

Page 46: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

O autor recomenda que o empresário tenha uma planilha para cada contrato firmado

com as instituições financeiras, “bem como a projeção das parcelas com seus respectivos

valores e vencimentos”.

No que se refere às imobilizações o autor aconselha a se fazer uma projeção

cuidadosa, pois o retorno desse tipo de investimento se processa no longo prazo provocando

um grande impacto sobre o fluxo de caixa. O cuidado deve ser o de não deslocar recursos que

sacrifiquem o capital de giro necessário para o suporte da atividade operacional da empresa.

Para este tipo de investimento ZDANOWICZ indica a utilização de fontes de recursos de

longo prazo, que poderá ser amortizado com os lucros do empreendimento.

2.6.3 Modelo de Fluxo de Caixa

Pelo exposto anteriormente observa-se que o fluxo de caixa se constitui basicamente

de todos os ingressos e desembolsos projetados para um dado período.

ZDANOWICZ (1988) salienta que quanto mais especificado for o fluxo de caixa

mais eficiente será o controle das entradas e saídas de valores a pagar e receber.

A seguir, é apresentado na Tabela 2 um modelo de fluxo de caixa sugerido por

CAVALCANTE (2004, p.4) cujos itens foram ordenados e distribuídos de forma racional,

para o controle financeiro de uma micro e pequena empresa.

Tabela 2 – Modelo de Fluxo de Caixa

Mês/AnoSemana 1 Semana 2 Semana 3 Total

Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado

Saldo Inicial de Caixa

Dinheiro

Cheque Pré-Datado

44

Page 47: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Duplicatas a Receber

Cartão de Crédito

Outros Recebimentos

Total de Entradas

Imposto sobre vendas

Pagamentos a fornecedores

Pró-labore

Salários

Encargos

Benefícios

Água

Luz

Telefone

Propaganda e Marketing

Despesas Bancárias

Despesas Financeiras

Comissões e Vendedores

Honorários Contábeis

Pagamentos e Serviços

Combustíveis

Despesas com Veículos

Materiais de Escritório

Compra de Equipamentos

Pagamento de Financiamentos

Outras Despesas

Total de Saídas

Saldo Operacional

Saldo Final

Fonte: Adaptado de CAVALCANTE (2004)

O modelo do fluxo de caixa pode variar dependendo do interesse, porte e ramo de

atuação da empresa. A Figura 3 destaca uma projeção semanal, mas o mesmo modelo permite

realizar uma projeção diária e até mesmo mensal. O exemplo apresentado pode ser feito em

planilhas do software Excel.

2.7 CONTROLE

45

Page 48: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

ZDANOWICZ (1988), afirma que “a revisão do fluxo de caixa é muito importante e

necessária para que a empresa possa analisar os resultados que estão sendo auferidos, em

função dos valores projetados”.

A formulação de estimativas por si só não garante que as metas e os objetivos

propostos sejam alcançados.

Assim, segundo o autor, a revisão do fluxo de caixa compreende o controle diário da

movimentação bancaria, boletim diário de caixa e bancos e controle financeiro das entradas e

saídas de dinheiro.

A revisão diária tem a vantagem de aliviar os acúmulos normais de final do mês e

permite que a elaboração do fluxo de caixa seja feita de forma ágil, bem como a aplicação de

qualquer medida corretiva.

O acompanhamento do fluxo de caixa deve estar acompanhado de documentos que

garantam a legitimidade das operações de caixa, tais como: notas fiscais de compra e venda,

duplicatas, promissórias e títulos a receber e a pagar etc. As despesas devem ser comprovadas

por meio de modelos de recibos com a aprovação dos responsáveis pela empresa.

2.7.1 Finalidade do Controle

ZDANOWICZ (1988) destaca duas finalidades principais do controle do fluxo de

caixa:

Controlar a atividade financeira. Quando a empresa capta somas consideráveis

de empréstimos ou apresenta disponibilidades sem uso significa, a princípio, que

há uma falta de controle e responsabilidade sobre o fluxo de caixa.

Controlar a atividade da empresa. Uma diminuição das disponibilidades pode

significar queda nas vendas (situação do mercado, insuficiência de vendedores

ou mercado sazonal, por exemplo), ou atraso na entrega dos produtos,

mercadorias ou serviços, causando lentidão nas entradas de numerários.

46

Page 49: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

2.7.2 Dimensões do Fluxo de Caixa

O controle do fluxo de caixa pode abranger um período de curto prazo e de longo

prazo.

Para ZDANOWICZ (1988), o controle de curto prazo corresponde ao “controle

detalhado de entradas e saídas de caixa geradas durante o período projetado”, influenciando

também na “determinação das necessidades de crédito a curto prazo”.

Neste caso, para que o controle do saldo de caixa seja mais preciso o administrador

financeiro ou o proprietário da empresa poderá realizar a projeção do fluxo de caixa por

exercício social, semestre, trimestre, mês, semana ou dia, ficando a seu critério a escolha do

período mais conveniente para a empresa.

Já o controle de longo prazo, segundo o referido autor, compreende a “projeção

sintética das entradas geradas pela venda de bens e serviços e das saídas provocadas por

custos operacionais e de capital”. Assim, os projetos de expansão, modernização,

relocalização ou novas instalações é projetado para que se estabeleça as linhas de crédito mais

adequadas a longo prazo.

2.7.3 Avaliação de Desempenho

A projeção do fluxo de caixa não possuirá valia alguma se não for considerada como

um instrumento auxiliar na tomada de decisões financeiras da empresa.

Neste sentido, HENDRIKSEN & BREDA (1999) dizem que “um objetivo adicional

da apresentação de dados sobre fluxo de caixa é permitir uma avaliação de liquidez e da

solvência da empresa”.

47

Page 50: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Segundo os autores a liquidez se refere à capacidade de se converter ativos em caixa

de forma a cobrir os passivos circulantes da empresa em período de curto prazo. A solvência é

mais ampla e diz respeito à capacidade de pagamento de dívidas no vencimento.

Os indicadores de liquidez mostram para o administrador a situação financeira da

empresa frente a seus diversos compromissos financeiros. Esses indicadores são mais

utilizados para avaliar se empresa pode saldar suas dividas a curto prazo.

Para melhor ilustrar será explanado os quatro tipos básicos de índices para análise de

liquidez, segundo GITMAN (1997):

Liquidez Imediata: Esse cálculo revela a porcentagem de dívidas a curto prazo

em condições de serem pagas imediatamente. Normalmente esse quociente é

baixo, pois não é rentável para as empresas manterem dinheiro em caixa, visto

que a rentabilidade é reduzida. Esse índice pode ser calculado pela seguinte

fórmula:

Liquidez Imediata =Disponível

Passivo Circulante

Liquidez Seca: Observa-se a porcentagem das dívidas a curto prazo em

condições de serem pagas mediante a utilização de itens monetários de maior

liquidez do ativo circulante, ou seja, o que a empresa pode pagar no curto prazo,

utilizando as contas do disponível e valores a receber.

Liquidez Seca =Ativo Circulante - Estoques

Passivo Circulante

Liquidez Corrente: A liquidez corrente indica o quanto existe de ativo circulante

para cada $1 de divida a curto prazo.

Liquidez Corrente =Ativo Circulante

Passivo Circulante

48

Page 51: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Na Liquidez Corrente observa-se o seguinte:

Se Denota

Liquidez Corrente > 1,0 Capital Circulante Líquido positivo

Liquidez Corrente = 1,0 Capital Circulante Líquido nulo

Liquidez Corrente < 1,0 Capital Circulante Líquido negativo

Quanto maior a liquidez corrente, mais a empresa têm a capacidade de financiar seu

capital de giro.

O cumprimento das metas estabelecidas para a eficiente administração do fluxo de

caixa, juntamente com a observação dos índices de liquidez se traduzirá em flexibilidade

financeira.

HENDRIKSEN & BREDA (1999) definem flexibilidade financeira como “a

capacidade de obtenção de caixa de uma empresa rapidamente, em função de contingências

inesperadas, ou para tirar proveito de oportunidades favoráveis”.

Uma contingência inesperada seria a compra de um novo equipamento quando o

atual não apresenta condições de uso, por exemplo, impedindo ou retardando o andamento das

atividades operacionais.

2.8 FLUXO DE CAIXA E A TOMADA DE DECISÕES

49

Page 52: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Os consultores Marcus Andrade e Vinicius Caldas afirmam em artigo publicado na

Internet que o fluxo de caixa é um “mecanismo indispensável para o sucesso” de uma

empresa, sendo ainda um importante “instrumento de análise e de tomada de decisões

financeiras”.

Considerando que as previsões de saídas e entradas de caixa não são estáveis,

podendo haver períodos de vales e picos no fluxo de caixa, um planejamento e controle

cuidadoso do mesmo permitem que a empresa possa adotar uma estratégia de acordo com

cada flutuação do dinheiro em caixa.

Segundo os consultores, nas empresas cujos produtos e serviços oferecidos

apresentam sazonalidade, ou seja, saem mais em determinados meses do ano (maior entrada

de receitas) e em outros as vendas são relativamente fracas (baixa entrada de receitas

comparado com os períodos de pico), recomenda-se que adotem estratégias anticiclo, como

por exemplo, promoções e venda de produtos ou serviços complementares. Deve-se ainda

diminuir a concentração de pagamentos para períodos de menor entrada em caixa, bem como

evitar assumir compromissos que envolvam quantias vultuosas sob o risco da empresa não o

honrar o compromisso.

ROSS, WESTERFIELD e JAJJE (2002), dizem ainda que certos eventos precisam

ser analisados cuidadosamente para que não interfiram negativamente no caixa. Por exemplo:

Compra de matéria-prima ou mercadorias: o empresário e seu administrador

precisam definir quanto de estoque devem manter de modo a não diminuir o giro

de estoque, nem onerar os custos, pois ambos os casos significam diminuição de

recursos financeiros no curto prazo.

Pagamento de compras: o ideal seria ter em caixa capital suficiente para arcar

com o pagamento das compras. Dependendo da quantidade de pagamentos aos

fornecedores é necessário decidir se o pagamento será realizado com os recursos

de caixa ou se terá que tomar dinheiro emprestado.

Fabricação de produtos: a empresa deve acompanhar o desenvolvimento

tecnológico, até por uma questão de competitividade. Portanto, qualquer

investimento que se pretenda fazer em tecnologia de produção precisa considerar

o retorno que tal investimento trará para a empresa.

50

Page 53: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Venda do produto ou serviço: é preciso definir a política de crédito de forma que

esta esteja alinhada ao que é praticado no mercado e que possa ser mantido pela

empresa. Isso significa estipular qual será o percentual de vendas a vista e a

prazo, e de quanto será esse prazo.

Considerando o artigo do site Portal da Administração, quando os fluxos de caixa

apresentam um superávit os administradores da empresa tomam decisões de investimento. O

excedente pode ser empregado na aquisição de novas máquinas, melhoria da infra-estrutura da

empresa, aquisição de um novo veículo, investir em um sistema de informação ou aplicação

do dinheiro no banco para maiores rendimentos etc.

Outras decisões também precisam ser muito bem avaliadas antes de serem

implementadas, pois refletem diretamente no fluxo de caixa. Um exemplo é quando o

proprietário quer aumentar os prazos de pagamentos dos clientes com o objetivo de atrair

mais clientes e aumentar as vendas.

Essa decisão deve ser simulada para que se possa saber qual o impacto que causará

no fluxo de caixa. Para melhor entendimento segue um exemplo hipotético de política de

crédito:

A empresa T&M pretende estender seu período médio de cobrança de 30 para 90

dias, com o objetivo de atrair maior número de clientes. Com isso espera-se que

as vendas aumentem em 10% sobre o volume atual. A empresa vende 1.200.000

unidades de sua mercadoria principal ao preço de R$ 0,80. O custo variável

unitário é de R$ 0,60 e o custo fixo para esse volume de produção corresponde à

R$ 144.000,00. A extensão do prazo de pagamento que se pretende dar aos

clientes aumentará a perda com os incobráveis de 0,2% para 3%. O custo do

dinheiro é de 45% a.a. A questão é: a intenção de aumentar o período médio de

cobrança será benéfica para a empresa T&M?

Os autores do presente trabalho atentam o leitor para o número de variáveis que

envolvem a decisão de fornecer maior prazo para os clientes pagarem: o número de unidades

vendidas, custo fixo e custo variável, porcentagem com incobráveis (os não-pagadores), o

custo do dinheiro e o preço de venda.

51

Page 54: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Procede-se então os cálculos. Primeiramente define-se a Margem de Contribuição

Adicional, ou seja, considerando que a empresa pretende vender 10% a mais, calcula-se

quanto representará em unidades a porcentagem de 10%. Assim, tem-se:

1.200.000 unidades x 10% = 120.000 unidades

Significa que a empresa espera vender 120.000 unidades a mais da mercadoria

principal. Considerando que a margem de contribuição é de R$ 0.20 (preço de venda – custo

variável unitário R$ 0,80 – R$ 0,60), o valor da Margem de Contribuição Adicional será de:

120.000 unidades x R$ 0,20 = R$ 24.000,00

A empresa pretende ganhar R$ 24.000,00 com o aumento de 10% do volume atual de

vendas.

Estendo o prazo de pagamento dos clientes a empresa precisará de mais capital de

giro líquido para manter as duplicatas a receber. Na situação atual a empresa possui o seguinte

custo com as duplicatas a receber de clientes:

R$ 720.000 + R$ 144.000 = R$ 72.000 12

O valor de R$ 720.000 foi obtido por meio da multiplicação dos custos variáveis

unitários pelo volume de unidades vendidas atualmente (1.200.000 unidades x R$ 0,60). 12 é

a quantidade de vezes que as duplicatas a receber de clientes giram no ano. Como o prazo de

pagamento atual é para 30 dias, então se divide 360 (quantidades de dias em um ano

comercial) por 30. Manter esse prazo de pagamento faz com que a empresa tenha que investir

R$ 72.000 em capital de giro a cada mês.

Com a proposta de aumentar esse período médio de cobrança dos clientes para 90

dias, e agora considerando o volume atual de vendas mais o pretendido (1.200.000 unidades +

120.000 unidades = 1.320.000 unidades) tem-se:

R$ 792.000 + R$ 144.000 = R$ 234.000 4

52

Page 55: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Percebe-se que as duplicatas irão girar apenas 4 vezes no ano, o que quase

quadruplicará a quantia necessária de capital de giro líquido para manter esse prazo de

pagamento. Assim o Custo do Investimento Marginal em Duplicatas a Receber aumentará em

de R$ 162.000,00.

Toda empresa espera receber totalmente as suas duplicatas a receber originada de

vendas a prazo. Porém nem sempre isso acontece. Atualmente a empresa tem a seguinte perda

com os incobráveis:

1.200.000 x R$ 0,80 x R$ 0,02% = R$ 1.920,00

O cálculo da perda com os incobráveis é feito multiplicando o volume de vendas, o

preço de vendas e a porcentagem de incobráveis percebida pela empresa. Na situação atual, a

empresa T&M deixa de receber R$ 1.920,00 de suas vendas a prazo para 30 dias.

Agora considerando que a empresa implante a decisão de conceder 90 dias para seus

clientes, a perda com incobráveis será de:

1.320.000 x R$ 0,80 x R$ 3% = R$ 31.680,00

A empresa sofrerá uma perda marginal com incobráveis de R$ 29.760,00.

Considerando que a empresa irá faturar R$ 24.000,00 caso aceite estender o prazo de

pagamento para os clientes, mas que esse faturamento não será capaz de suprir a necessidade

de capital de giro líquido para suportar a redução de recebimentos nem a perda com

incobráveis, ela terá um prejuízo de R$ 78.660,00 por mês caso a decisão seja tomada sem

que se analise os impactos no caixa da T&M.

Se o proprietário e seu gerente não avaliarem bem os impactos de suas políticas de

créditos para os clientes podem correr o risco de aumentar consideravelmente o índice de

endividamento da empresa, pela falta de capacidade de honrar seus compromissos no curto

prazo.

53

Page 56: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

As vendas a prazo seriam recebidas, no caso da empresa hipotética T&M, em 90

dias. Porém até que os valores estejam em caixa há pagamentos que precisam ser efetuados

em prazo menor.

Decisões como antecipação de pagamento de fornecedores, contratações de

funcionários precisam ser estrategicamente planejadas para que a empresa não se depare com

situações desconcertantes (antecipar pagamento de dois fornecedores e esquecer de um

pagamento parcelado para outro, por exemplo).

Muitas são as decisões que o administrador financeiro e o empresário podem tomar

com base no fluxo de caixa. O importante é que os dados estejam sempre atualizados.

Segundo artigo publicado no site Portal da Administração, os dados do fluxo de

caixa considerando os fatos já ocorridos (compromissos já assumidos com desembolsos

futuros, referente a recebimentos futuros), exige uma atualização diária ou pelo menos

semanal.

O mesmo artigo diz ainda que para os dados do fluxo de caixa considerando uma

projeção (“criação” de cenários para antever desembolsos e entradas futuras), é preciso que se

faça uma atualização semanal ou até mesmo mensal. As previsões de entrada e saída de

numerários possibilitar enxergar o futuro em tempo de tomar as decisões mais acertadas.

3 METODOLOGIA

54

Page 57: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

A metodologia procurou observar coerência com os referenciais descritos na

introdução, no objetivo geral e específico, estando devidamente embasado na fundamentação

teórica.

Além da sustentação conferida pelo referencial teórico, a monografia está

fundamentada em metodologias adequadas, de forma a tratar os fatos e os conceitos estudados

de maneira consistente e coerente.

Teve-se a preocupação de descaracterizar a empresa abordada com o objetivo de

manter em sigilo as informações e dados fornecidos. Sendo assim, a mesma será designada

como empresa “A”.

3.1 ESPECIFICAÇÃO DO TEMA

Este trabalho foi realizado partindo do pressuposto de que o fluxo de caixa é uma

importante ferramenta de gestão que permite aos empresários ter maior controle sobre a

circulação do dinheiro na empresa, além de auxiliar na tomada de decisões no que tange as

decisões de financiamento do capital de giro bem como as decisões de investimento do lucro.

Desta forma será desenvolvido os temas que se propõe produzir ferramentais de

gerenciamento e tomada de decisão.

Não se desenvolveu uma metodologia cientifica uma vez que o presente estudo tem

por objeto o desenvolvimento de pesquisa bibliografia acerca do tema abordado e da produção

de ferramental para auxiliar os controles financeiros.

3.1.1 Temas Destacados

55

Page 58: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Considerando a proposta do trabalho o estudo pretende levantar as seguintes

observações:

É relevante que o micro e pequeno empresário considere o fluxo de caixa como

uma importante ferramenta de controle financeiro e para tomada de decisões.

O fluxo de caixa é uma ferramenta que auxilia efetivamente o micro e pequeno

empresário na elaboração de estratégias financeiras.

3.2 DADOS

Os dados para a elaboração do fluxo de caixa da empresa A, foram extraídos das

demonstrações financeiras fornecidas pelo escritório que realiza a contabilidade da mesma.

Para a elaboração do fluxo de caixa foi preciso extrair as informações relevantes e

organizá-las de forma coerente. Os autores do trabalho organizaram os dados nas tabelas

expostas a seguir:

Tabela 3 – Entradas de Caixa

MESESEntradas de Caixa – Ano: 2006

Vendas à Vista (R$) Vendas a Prazo (R$) TOTALMaio 34.379,63 80.219,12 114.598,75Junho 40.020,97 93.382,28 133.403,25Julho 55.247,70 102.602,87 157.850,57Agosto 52.163,47 134.134,65 186.298,12Setembro 64.533,32 150.577,73 215.111,04Outubro 79.909,83 162.241,20 242.151,03Novembro 85.651,32 182.009,06 267.660,38Dezembro 102.755,86 190.832,32 293.588,18

Fonte: os autores do presente trabalho

56

Page 59: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Tabela 4 – Saída – Impostos e Devoluções

Fonte: os autores do presente trabalho

Tabela 5 – Saídas – Custos Operacionais

MESES

Custos Operacionais – Ano: 2006Pagamento de

Mercadorias à Vista (R$)

Pagamento de Mercadorias a Prazo

(R$)TOTAL

Maio 16.671,36 38.899,84 55.571,20Junho 21.322,42 45.310,16 66.632,58Julho 23.753,94 58.156,20 81.910,14Agosto 29.579,19 69.018,10 98.597,29Setembro 37.894,52 76.937,35 114.831,87Outubro 36.055,69 88.274,29 124.329,98Novembro 42.017,44 98.040,69 140.058,13Dezembro 47.929,98 89.012,83 136.942,81

Fonte: os autores do presente trabalho

MESES

Despesas Comerciais – Ano: 2006Salários e Ordena-

dosFérias FGTS

Água e Esgoto

Energia Elétrica

Telefone e

Internet

Combustível e

LubrificantesTotal (1)

Maio 15.473,20 2.395,03 6.888,41 264,60 745,72 3.580,22 6.451,53 35.798,71Junho 19.869,92 2.395,03 7.240,14 317,60 868,25 4.338,37 8.280,23 43.909,54Julho 2.5043,22 4.596,39 12.319,85 370,52 994,60 5.079,51 1.0571,23 58.975,32Agosto 2.8053,06 4.596,39 12.560,63 423,44 1.121,97 5.951,20 12.968,23 65.674,92Setembro 3.1059,29 4.596,39 12.801,12 476,36 1.260,57 6.902,33 16.196,53 73.292,59Outubro 35.668,14 5.807,41 15.612,67 529,28 1.374,91 7.517,22 19.018,68 85.528,31Novembro 38.896,67 5.807,41 15.947,43 582,20 1.482,01 8.379,84 22.790,68 93.886,24Dezembro 44.040,17 5.807,41 16.282,43 635,12 1.590,56 8.988,41 26.933,38 104.277,48

Tabela 6 – Saídas – Despesas ComerciaisFonte: os autores do presente trabalho

Impostos e Devoluções – Ano: 2006MESES (R$)

Maio 6.317,59Junho 7.364,85Julho 8.714,33Agosto 10.329,82Setembro 11.884,36Outubro 13.421,15Novembro 14.890,87Dezembro 16.335,86

57

Page 60: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Tabela 7 – Saídas – Despesas AdministrativasFonte: os autores do presente trabalho

MESESDespesas Administrativas – Ano: 2006

Pró-laboreHonorários Contábeis

Impostos e Taxas

Juros e Multa de Mora

Total (2)

Maio 6.240,00 931,20 70,52 14,46 7.256,18Junho 7.640,00 1.081,20 70,52 14,46 8.806,18Julho 9.040,00 1.081,20 70,52 39,44 10.231,16Agosto 10.440,00 1.733,20 70,52 39,44 12.283,16Setembro 11.840,00 1.733,20 70,52 39,65 13.683,37Outubro 13.240,00 1.733,20 70,52 39,65 15.083,37Novembro 14.640,00 2.433,20 70,52 39,65 17.183,37Dezembro 16.040,00 2.433,20 70,52 39,65 18.583,37

Tabela 8 – Total das Saídas

Fonte: os autores do presente trabalho

Tabela 9 – Demonstração das Operações Realizadas Pela Empresa A

MESES

Operações Realizadas – Ref: maio/2006 a dezembro/2006

Entradas(-)

Impostos e Devoluções

(-)Pagto. Custos

(-) Pagto. Despesas

(=) Superávit/Déficit do

mês

(+) Saldo

Anterior

(=) Saldo do

mês

Maio 114.598,75 6.317,59 55.571,20 43.054,89 9.655,07 0 9.655,07Junho 133.403,25 7.364,85 66.632,58 52.115,72 7.290,10 9.655,07 16.945,17Julho 157.850,57 8.714,33 81.910,14 69.206,48 (1.980,38) 16.945,17 14.964,79Agosto 186.298,12 10.329,82 98.597,29 77.958,08 (5.87,07) 14.964,79 14.377,72Setembro 215.111,04 11.884,36 114.831,87 86.975,96 1.418,85 14.377,72 15.796,57Outubro 242.151,03 13.421,15 124.329,98 100.611,68 3.788,22 15.796,57 19.584,79Novembro 267.660,38 14.890,87 140.058,13 111.069,61 1.641,77 19.584,79 21.226,56Dezembro 293.588,18 16.335,86 136.942,81 122.860,85 17.448,66 21.226,56 38.675,22

Fonte: os autores do presente trabalho

Total das SaíasMESES Total (1) + Total (2)

Maio 43.054,89Junho 52.115,72Julho 69.206,48Agosto 77.958,08Setembro 86.975,96Outubro 100.611,68Novembro 111.069,61Dezembro 122.860,85

58

Page 61: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

3.3 MODELO DE PLANILHAS PARA CONTROLE DO FLUXO DE CAIXA

A seguir será apresentado um modelo de planilha na Tabela 10, proposto por

ZDANOWICZ (1988), que auxiliam no controle do fluxo de caixa da empresa e que poderá

ser utilizada conforme apresentado ou adaptado para melhor atender às necessidades das

empresas, considerando tamanho e ramo de atividade.

59

Page 62: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Tabela 10 – Modelo de controle de fluxo de caixa

ITENS

Avaliação do mês . . . . . . . . . . . . Projeções para os próximos meses

Orçado Realizado%

Desvio... ... ...

OP

ER

AC

ION

AL

RECEBIMENTOS

Vendas à vista

Cobranças simples

Descontos/cauções

(-) Reembolsos

TOTAL

PAGAMENTOS

Fornecedores

Salários com ES

Despesas gerais de fabricação

Despesas administrativas

Despesas com vendas

Despesas tributárias

Despesas financeiras

TOTAL

SALDO OPERACIONAL

EX

TR

A-O

PE

RA

CIO

NA

L

RECEBIMENTOS

Vendas de itens do ativo imobilizado

Aumentos de capital social

Empréstimos/financiamentos

Receitas financeiras

TOTAL

PAGAMENTOS

Amortizações

Imobilizações

Dividendos a distribuir

Gratificações a pagar

TOTAL

SALDO EXTRA-OPERACIONAL

SALDO CALCULADO

(-) Pagamento de compromissos vencidos

Saldo inicial de caixa

SALDO APURADO

Empréstimos/suprimentos de caixa

(-) Pagamentos de empréstimos/suprimentos de caixa

SALDO FINAL DE CAIXA

FATURAMENTO

COMPRAS DE MATÉRIAS PRIMAS

Fornecedores em atraso

Outros compromissos vencidos

60

Page 63: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

TOTAL DE COMPROMISSOS VENCIDOS

Fonte: Adaptado de ZDANOWIZ (1988, p.95).

61

Page 64: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Será apresentado também um modelo de boletim para controle diário de caixa e de

bancos na Tabela 11, proposto por ZDANOWICZ. Assim como dito anteriormente os

modelos poderão ser modificados para melhor atender aos interesses das empresas.

Tabela 11 – Modelo de controle diário de caixa e bancos (boletim)

Data:. . . ./. . . ./. . . . R$

ITENSSaldo de caixa

hojeIngressos Desembolsos

Nível desejado

de caixa

(amanhã)

CA

IXA

Em dinheiro

Em vales

Em cheques

TOTAL DE CAIXA

BA

NC

OS

TOTAL DOS BANCOS

TOTAL CAIXA + BANCOS

PROJEÇÕES DE INGRESSOS

BANCO VALOR DATA

TOTAL

PROJEÇÕES DE DESEMBOLSOS

CONTA VALOR DATA

TOTAL

OBSERVAÇÕES: Cobrança simples:

Títulos negociados:

Fonte: ZDANOWICZ (1988, p.97)

62

Page 65: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Para que o proprietário tenha maior controle sobre os valores a receber de clientes,

ZDANOWICZ (1988), propõe a seguinte planilha apresentada na Tabela 12:

Tabela 12 – Controle de cobrança – clientes

Mês:........................

R$

ValoresCarteira

Cobrança

bancáriaDesconto Caução Vinculada Total

Prazos

Títulos vencidos

Mais de 91 dias

31 a 60 dias

Até 30 dias

Total de vencidos

Títulos a vencer

Dentro de 30 dias

31 a 60 dias

61 a 90 dias

Acima de 90 dias

Total a vencer

Total de cobrança

OBSERVAÇÕES

.............................................................................................................................................................................................................

.............................................................................................................................................................................................................

.............................................................................................................................................................................................................

.............................................................................................................................................................................................................

Fonte: ZDANOWICZ (1988, P.99)

Visando facilitar o controle das contas a pagar o mesmo autor sugere a seguinte

planilha apresentada na Tabela 13:

63

Page 66: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

FornecedoresNº da nota

fiscal

Nº da ordem

de compra

Nº da

duplicata

Classificação

Banco VencimentoData do

pagamentoObservaçõesMatérias-

primas

Despesas

Indiretas de

Fabricação

Itens do Ativo

Imobilizado

Total

Tabela 13 – Controle das contas a pagar – fornecedores

Fonte: ZDANOWICZ (1988, p.100)

64

Page 67: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Todas as planilhas apresentadas até o momento podem ser feitas no programa Excel.

Este programa pode muito bem atender o objetivo de uma micro e pequena empresa que é

dirigir e controlar seu fluxo de caixa da forma mais eficiente e eficaz possível.

65

Page 68: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

4 CONCLUSÃO

Segundo os proprietários da empresa A, que atua na comercialização de produtos

para nutrição animal, não existe na mesma um controle financeiro por meio do fluxo de caixa.

Os proprietários realizam apenas o controle das duplicatas a receber de clientes, anotando o

nome em algum arquivo do computador e dando baixa conforme os pagamentos são

efetuados.

Considerando a fundamentação teórica desenvolvida no presente trabalho, se a

empresa realizasse o controle não apenas de suas contas a receber, como também de todos os

gastos e ingressos realizados semanalmente, os proprietários poderiam visualizar de forma

mais abrangente a circulação do dinheiro na empresa.

Utilizando o fluxo de caixa é possível observar, por exemplo, o montante das

despesas comerciais e comparar seu percentual em relação ao desembolso total, ou os custos

em relação ao desembolso total, no sentido de melhor controlar esses gastos visando mantê-

los sempre estáveis para que não comprometam um dos objetivos principais de uma empresa,

que é a maximização do lucro.

Como forma de contribuição ao desempenho financeiro da empresa A, os autores do

presente trabalho sugerem um modelo de fluxo de caixa criado no Excel (apêndice A) pelos

mesmos, baseado nos modelos sugeridos por ZDANOWICZ (1988) e CAVALCANTE

(2004), e que se acredita atender de forma eficaz aos interesses da empresa.

Durante a realização do presente trabalho pode-se observar, ainda, que os

proprietários da empresa A não contam que nenhum controle financeiro além daqueles que

são fornecidos pelo escritório de contabilidade (balanço patrimonial, demonstração de

resultados e balancete mensal).

Visando mais uma vez contribuir para o desempenho financeiro da empresa, os

autores do presente trabalho elaboraram uma planilha no Excel de Demonstração da Evolução

das Receitas (apêndice B), que segundo artigo publicado no site Facilita Já, servirá como

66

Page 69: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

apoio para o fluxo de caixa no que tange a tomada de decisão, bem como análise do

desempenho financeiro da empresa.

A Demonstração da Evolução das Receitas permite visualizar quais são os períodos

de maior e menor entrada de capital, corroborando os proprietários para organizar de maneira

mais eficiente a compra de mercadorias, bem como planejar estratégias para negociar prazos

de pagamentos com os fornecedores.

Considerando o contexto abordado no presente trabalho, o fluxo de caixa constitui

um instrumento que pode com muita eficácia auxiliar o empresário a gerir sua empresa, em

particular seus recursos financeiros.

Pesquisas realizadas por várias entidades, dentre elas o Sebrae, comungam que a

elaboração do fluxo de caixa permite que as micro e pequenas empresas tomem decisões mais

acertadas, de modo a não comprometer o capital de giro, pois por meio deste é possível prever

com mais clareza os períodos futuros de entrada e saída de dinheiro, bem como sobras e

faltas.

Assim, diante de um mercado altamente competitivo, em que as empresas precisam

ter acesso as informações com rapidez para tomarem as decisões certas, o fluxo de caixa

confere às micro e pequenas empresas o instrumento mais adequado, visto que qualquer

decisão de vendas, de compras, de investimento, de financiamento, de expansão, enfim,

refletem diretamente no caixa da empresa.

67

Page 70: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

5 RECOMENDAÇÕES

O presente trabalho teve como objetivo demonstrar por meio da fundamentação

teórica a importância de se considerar o Fluxo de Caixa uma ferramenta administrativa para

auxiliar o micro e pequeno empresário a planejar e controlar melhor seus recursos financeiros,

bem como tomar decisões com estratégia. Deste modo, sugere-se a futuros trabalhos de

Administração Financeira e interessados em desenvolver temas similares as seguintes

recomendações:

Comparar o desempenho de empresas de pequeno e médio porte e mesmo ramo

de atuação que utilizam o fluxo de caixa como forma de planejamento financeiro e

tomada de decisões estratégicas. Essa comparação permitirá às empresas avaliar sua

competitiva no setor bem como adotar práticas de benchmarking.

Aos interessados em desenvolver trabalhos similares, recomenda-se que se

realize uma pesquisa em dada região para se conhecer quantas são as empresas que

reconhecem e utilizam o fluxo de caixa como ferramenta de gestão financeira. Essa

pesquisa poderá colaborar com outras realizadas pelo Sebrae para identificar o nível

de informação que os micro e pequenos empresários possuem sobre a administração

dos recursos financeiros.

68

Page 71: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

69

Page 72: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

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em: 24 outubro 2007.

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o sucesso. Disponível em: <www.infonet.com.br/politicaeconomica>. Acesso em: 24 outubro

2007.

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giro. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 3 ed. São Paulo: Atlas,

2005. cap. 1, p. 19-20.

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<www.scribd.com/doc/42654/Fluxo-de-Caixa>. Acesso em: 19 março 2007.

CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração financeira. São Paulo: McGraw-Hill,

1990.

Como usar o fluxo de caixa na gestão da sua empresa. Disponível em:

<www44.bb.com.br/portal/emp/mpe/dwn/fluxogesemp.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2007.

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GITMAN, Lawrence J.. Princípios de administração financeira. 7 ed. São Paulo: Harba,

1997.

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HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. Van. Teoria da contabilidade. São Paulo:

Atlas, 1999.

INSTRUMENTO de apoio gerencial 19. Disponível em: <www.bibliotecasebrae.com.br>.

Acesso em: 19 mar. 2007.

INSTRUMENTO de apoio gerencial 57. Disponível em: <www.bibliotecasebrae.com.br>.

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LANA, Márcio. As razões da mortalidade das pequenas empresas. Gazeta Mercantil, 18 fev.

2000. In: MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade

empresarial. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2005. cap. 10, p. 205-206.

LEMES JUNIOR, Antonio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi

Szabo. Administração financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. Rio de

Janeiro: Campus, 2002.

LOURENÇO, Daniela Ferreiro Corrêa. A falta de planejamento como fator determinante

para a não sobrevivência da micro e pequena empresa brasileira: técnicas de

planejamento para as micro e pequenas empresas brasileiras. São Paulo, 2006.

Monografia (Pós-Graduação em Controladoria e Administração Financeira) – Universidade

Castelo Branco, São José dos Campos. Disponível em: <www.bibliotecasebrae.com.br>.

Acesso em: 18 junho 2007.

NEPOMUCENO, Carlos Augusto Albernaz. Planejamento empresarial aplicado à micro e

pequena empresa. São Paulo, 1999. Monografia (Pós-Graduação “Lato Sensu” MBA em

Gerência Empresarial) – Universidade de Taubaté, Taubaté. Disponível em:

<www.google.com.br>. Acesso em: 19 março 2007.

O fluxo de caixa como ferramenta para tomada de decisão. Disponível em:

<www.facilitaja.com.br>. Acesso em: 1 nov. 2007

O fluxo de caixa como ferramenta de gestão financeira e estratégica nas pequenas empresas.

Disponível em: <www.facilitaja.com.br>. Acesso em: 1 nov. 2007

Page 74: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

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financeira. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

SANVICENTE, Antonio Zorato; SANTOS, Celso da Costa. Orçamento na administração

de empresas: planejamento e controle. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1983.

ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e controle

financeiros. 2 ed. Porto Alegre: D. C. Luzzato, 1988.

Page 75: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

APÊNDICE

Page 76: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

APÊNDICE A

FLUXO DE CAIXA

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APÊNDICE B

DEMONSTRAÇÃO DA EVOLUÇÃO DAS RECEITAS

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ANEXO

Page 79: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

FACULDADE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE PARANAVAÍ – FAFIPA

ANEXO A – Ficha de Parecer do Professor OrientadorALUNO Maycon Leandro Cardoso PeixeALUNO Thaís Santos DiasÁREA

QUESITOS COMENTÁRIOS

Assiduidade na orientação

Comprometimento no desenvolvimento das etapas do ESACapacidade de delimitação do temaNível de profundidade em relação a fundamentação teóricaÉtica profissional em relação a seriedade e ao sigilo sobre informações recebidasCapacidade de interpretação e de síntese das informaçõesHabilidade de comunicação verbal e oral

Outros comentários que se fizerem necessários

Paranavaí, ____ de __________________ de _______.

Professor Orientador: _________________________.

Page 80: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

FACULDADE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE PARANAVAÍ – FAFIPA

ANEXO B – Ficha de Avaliação – Banca Examinadora1º ALUNO Maycon Leandro Cardoso Peixe2º ALUNO Thaís Santos DiasTEMADATA DA DEFESA HORA

ASSUNTO FATORPROFESSOR

MEMBRO1 2 3 4 5

Coerência do projeto do ESA com o trabalho desenvolvido

5

Observância e delimitação do tempo 5

Coerência entre os objetivos com a metodologia, fundamentação teórica e a análise e interpretação dos dados

50

Profundidade na análise e interpretação dos dados

20

Domínio de conteúdos e capacidades de argumentação

10

Apresentação: clareza, segurança e cadencia 10

TOTAL

Professor Examinador Rubrica

Recomendações/Sugestões

Page 81: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

ANEXO C – TERMO DE COMPROMISSO

Termo de compromisso de estágio vinculado ao Termo de Cooperação entre a Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA e a empresa Revenda Representações Comerciais Ltda.

Os estudantes estagiários Maycon Leandro Cardoso Peixe residente e domiciliado no Sitio São Domingos, no município de Alto Paraná – PR, portador da célula de identidade RG nº. 9060934-3, e Thaís Santos Dias residente e domiciliada a Rua Olímpia Rosa da Silva, 1414, na cidade de Rosana Estado de São Paulo, portador da cédula de identidade RG nº. 33964544-1, matriculados no 4º ano do curso de Administração da FAFIPA e a empresa Revenda Representações Comerciais Ltda., de conformidade com o Termo de Cooperação para estágios, firmado em 27/06/2006, nos termos da Lei Federal 6.494, de 07 de dezembro de 1977 e do Decreto Federal 87.497 de 18 de agosto de 1982, assinam o presente Termo de Compromisso, convencionadas as cláusulas e condições seguintes.

Cláusula PrimeiraO presente Termo visa assegurar a complementação da aprendizagem através de treinamento prático integração social e desenvolvimento pessoal do estagiário, não caracterizando vinculo empregatício nos termos do art. 4º. da Lei Federal 6.494 de 07 de dezembro de 1977 e art. 6º. do Decreto 87.497 de 18 de agosto de 1982.

Cláusula SegundaAs atividades principais a serem desenvolvidas pelos estagiários, compatíveis com o contexto básico da profissão da qual o curso se refere, estão definidas no projeto de estágio acordado e aprovado entre as partes, conforme art. 4º. do decreto 87.497/82. O acompanhamento dos estagiários será realizado pelo Professor Onivaldo Izidoro Pereira da FAFIPA e pela empresa Revenda Representações Comerciais Ltda.

Cláusula TerceiraA empresa Revenda Representações Comerciais Ltda. oferece aos estagiários atividades que proporcionem por em prática a experiência acadêmica profissional em um campo de trabalho determinado, visando atender: a) ao aprimoramento técnico cientifico em sua formação; b) maior proximidade dos alunos com as condições reais de trabalho, por intermédio de praticas afins com a natureza e especificidade do curso de Administração.

Cláusula Quarta O estágio será desenvolvido no período de 170 horas, em horário conforme o cronograma do projeto de estágio, totalizando 374 (trezentas e setenta e quatro) horas, de conformidade com o disposto no art. 4º do Decreto Federal 87.497, de 18 de Agosto de 1982.

Cláusula Quinta Cabe aos estudantes estagiários cumprir a programação estabelecida, observando as normas internas da unidade cedente, bem como elaborar relatório referente ao estágio quando solicitado pelas partes acordadas.

Page 82: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Cláusula Sexta Os estudantes estagiários respondem pelas perdas e danos decorrentes da inobservância das normas internas ou das constantes no Acordo de Cooperação e neste termo.

Cláusula Sétima Constituem-se em motivos para a interrupção automática presente Termo de Compromisso:

a) A conclusão ou abandono do curso ou o trancamento de matrícula;b) O pedido da FAFIPA;c) A pedido formal dos estagiários, nos termos do art. 17 e parágrafos do Regulamento

do ESA;d) O não cumprimento do convencionado neste instrumento, bem como no Acordo de

Cooperação, do qual decorre; ee) A pedido da unidade cedente.

Cláusula OitavaA renovação do presente termo está vinculada à aprovação dos estudantes estagiários no final do ano letivo.

Cláusula NonaDurante a vigência do presente Termo de Compromisso, os estudantes estagiários estão amparados contra danos causados por acidentes pessoais, por apólice de seguros mantida pela Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA. E por assim estarem de comum acordo, com as condições deste termo, as partes assinam em três vias de igual teor e forma, na presença de 02 (duas) testemunhas a tudo presentes para que surta os efeitos legais.

Paranavaí, 12 de novembro de 2007.

__________________ ___________________ Estagiário Estagiário

__________________ ____________________ FAFIPA Empresa

Testemunhas

1º._________________ 2º.___________________ Nome: Nome: RG: RG:

Page 83: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

ANEXO D – TERMO DE COOPERAÇÃO

Termo de Cooperação para concessão de Estágio supervisionado em Administração que entre si celebram a Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA, Curso de Administração e a empresa Revenda Representações Comerciais Ltda.

A Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA, inscrita no CNPJ sob número 80.904.402/0001-50, com sede à Avenida Gabriel Esperidião, s/n Campus Universitário “Frei Ulrico Goevert”, em Paranavaí-PR doravante denominada FAFIPA e a empresa Revenda Representações Comerciais Ltda. inscrita no CNPJ 00.936.402/0001-00 com sede na Avenida Heitor Alencar Furtado – 6970 Jd. Santos Dumont. Paranavaí-PR resolvem de comum acordo celebrar o presente Termo de Cooperação nos termos da lei federal 6.494, de 07 de dezembro de 1977, modificada pela MP nº 2.164-41, de 24 de agosto de 2001, regulamenta pelo Decreto 87.497, de 18 de agosto 1982, na forma das seguintes cláusulas:

Cláusula PrimeiraO presente Termo de Cooperação visa estabelecer as condições de realização de Estágio Supervisionado ao estudante, regularmente matriculado e com freqüência efetiva no Curso de Administração vinculado à FAFIPA.

Cláusula Segunda As atividades correspondentes ao Estágio Supervisionado compreendem a aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida de seu meio, cuja responsabilidade e coordenação ficarão a cargo da FAFIPA, com vistas à complementação de ensino e a aprendizagem, constituindo-se em instrumento de integração, em termos de treinamento prático, de aperfeiçoamento técnico-cultural, cientifico e de relacionamento humano.

Cláusula TerceiraCompetirá a FAFIPA, em consonância com o art. 4º do Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982, dispor sobre:

a) Inserção do Estágio Curricular na programação didático-pedagógica;b) Definição da carga horária, a duração e a jornada de Estágio (que não poderá ser

inferior a um ano letivo), condições imprescindíveis para caracterização e definição dos campos de estágio referidos no art. 1º, parágrafos 1º e 2º da Lei Federal 6.494, de 07 de dezembro de 1977, modificados pela MP 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e

c) Disposição sobre a sistemática de organização, supervisão e orientação do Estágio Supervisionado em Administração – ESA.

§Único – A FAFIPA enviará a conveniada, a sistemática de organização, orientação, supervisão e orientação de Estágio Supervisionado.

Cláusula Quarta A apólice de seguros de acidentes pessoais em favor do estagiário será emitida por intermédio da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA, de acordo com o art. 8º do Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982.

Page 84: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

Cláusula Quinta A disciplina de Administração Financeira possibilitará aos acadêmicos da FAFIPA, as diversas modalidades de estágio que possam ser desenvolvidas.

Cláusula Sexta A jornada de atividades em estágios deverá ser compatível com o horário escolar do estudante e com o horário da parte em que venha a ocorrer o estágio. §único – nos períodos de férias escolares, a jornada do estágio será estabelecida de comum acordo entre os estagiários e a conveniada, sendo obrigatória a interveniência da FAFIPA.

Cláusula Sétima Aos estagiários poderá ser concedida bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada com a conveniência ressalvado o que dispuser a legislação previdenciária.

Cláusula Oitava É vedada à FAFIPA a cobrança de qualquer taxa adicional dos estagiários referente às providencias administrativas para a obtenção e realização do estágio.

Cláusula Nona Será extinto o estágio quando:

a) Os alunos concluírem o curso no qual se encontram matriculados;b) Os alunos trancarem a matricula ou deixar de freqüentar o curso;c) Os alunos desligarem-se da faculdade por qualquer motivo.

§Único – a FAFIPA se obriga a informar imediatamente a conveniada, a ocorrência de eventos acima descritos, bem como daqueles não previstos, mas que prejudiquem a execução do programa de estágio, comunicando qualquer alteração de seu estado de aluno, responsabilizando-se integralmente pela inobservância do ora estabelecido.

Cláusula Décima Fica a critério da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA, do Departamento de Administração e da conveniada estabelecer o numero de estagiário(s) a ser admitido no seu quadro de pessoal, tendo em vista a plena consecução dos objetivos propostos na cláusula segunda, em face de um melhor aproveitamento das atividades pelos estagiários.

Cláusula Décima PrimeiraO presente Termo de Cooperação tem a duração de 5 (cinco) anos a partir de sua assinatura, podendo ser denunciado pelas partes, mediante notificação expressa pela parte interessada, com prazo mínimo de 30 (trinta) dias. Cláusula Décima Segunda Para a realização de cada estágio, em decorrência de presente Termo, será celebrado um TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÄGIO entre os estudantes e a conveniada, com interveniência obrigatória do diretor da FAFIPA ou seu preposto ou representante legal, nos moldes de art. 6º §1º do Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982.§ Primeiro – O Termo de Compromisso vinculado ao presente termo, ao qual será anexado posteriormente, terá por função básica, em relação a cada estágio, particularizar a relação jurídica entre o estagiário e a conveniada.

Page 85: A Importancia Do Fluxo de Caixa Para Micro e Pequena Empresa

§ Segundo – o estágio que vier a ser realizado no presente termo, segundo o art. 6º do Decreto 87.497 de 18 de agosto de 1982 não acarretará nenhum vinculo empregatício entre os estagiários e a conveniada.

Cláusula Décima Terceira Qualquer alteração no presente termo, somente poderá ocorrer de comum acordo entre as partes e sempre com a interveniência da FAFIPA e na forma de anexos numerados a serem incorporados a este instrumento.

Cláusula Décima Quarta As partes elegem o foro da comarca de Paranavaí, renunciando desde logo a qualquer outro, por mais privilegiado que seja como o competente para dirimir qualquer pendência pertinente a este termo e que não possa ser resolvida amigavelmente. E, por estarem justos e conveniados, como de fato estão, firmam as partes o presente instrumento em 3 (três) vias de igual teor e forma e efeito na presença de 2 (duas) testemunhas abaixo identificadas, devendo uma das quais ser devidamente registrada em cartório e as demais entregues às conveniadas.

Paranavaí, 12 de novembro de 2007

______________________________________________Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA.

______________________ Empresa

Testemunhas

1º________________ 2º________________Nome: Nome:RG: RG: