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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
REGIANE BONFIGLIO
A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA
FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE GEOGRAFIA
LONDRINA – PR
2006
REGIANE BONFIGLIO
A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA
FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE GEOGRAFIA
LONDRINA/ PR
2006
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Geociências do Centro de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Londrina, como exigência para a obtenção do título em Bacharel em Geografia. Orientadora: Prof. Dra. Eloiza Cristiane Torres.
REGIANE BONFIGLIO
A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA
FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE GEOGRAFIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação, em Geografia, da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Geografia. BANCA EXAMINADORA Prof. Dra. Eloiza Cristiane Torres Universidade Estadual de Londrina Prof. Dr. Geraldo Terceiro Correa Universidade Estadual de Londrina Prof. Dr. Valmir de França Universidade Estadual de Londrina
Londrina, 07 de Dezembro de 2006.
Dedico este trabalho a minha mãe pela construção do meu caráter, pelos seus ensinamentos e incentivos, pela alegria declarada no início desse processo, e pela cumplicidade da agonia, e da dificuldade em terminar essa graduação. Isso é pra você!!!.
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho deve muito a algumas pessoas, por
diferentes razões, e eu gostaria de agradecer especialmente:
À minha mãe, alicerce nos meus objetivos, que esteve ao meu lado
nas horas que chorei e nas horas que sorri, nas horas que me lamentei e nas que de
uma forma ou de outra demonstrei total alegria... Agradecer por estar sempre por
perto, pelos sorrisos diários que vinham através de telefonemas, sem mágoas nem
rancores, agradecer de peito aberto, de alma explosiva... Agradeço pelos meus dias
de mau humor, em que você me agüentou, mesmo estando longe. Hoje quero parar
e agradecer, porque você fez , faz e fará parte de minha história!
Ao meu pai...
A meus irmãos: Renata, Roberta e David, que merecem todo o meu
carinho. Apesar das brigas de irmãos que são até normais, um dia com facas, outro
com martelos (hahaha!!!!).
Um agradecimento a todos os familiares, em especial aos primos
Nathália e Lucas e aos meus tios muito queridos tio Arnaldo e tia Ana, que são parte
muito importante de minha vida, reconhecendo a ajuda inestimável e o incomparável
exemplo de vida.
Às minhas cachorras, Mebi, Cindy e Nani, amores da minha vida,
que sempre estavam à disposição nas piores horas, e que ao mesmo tempo,
somente elas, conseguiam passar a tranqüilidade que tanto queria.
Em especial aos meus grandes amigos Ana (dorminhoca) e
Henrique (pessoa mais lerda que eu já vi). Foi a maior coisa que aconteceu na
minha vida ter encontrado essas duas pessoas, sentirei saudades de todas as
conversas jogadas foras, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, de
tantos risos (ah!! esses foram muitos), do falar mal dos outros, e dos momentos que
partilhamos. Saudades dos momentos de angústias, das lágrimas, das vésperas de
finais de semanas, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido. Esses
foram meus verdadeiros amigos, foi com eles que vivi bons quatro anos de
faculdade. Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto
da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar, embora não sem dor, que
tivessem morrido todos meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os
meus amigos”.
Aos meus amigos de Piracicaba: Dani, Paulinha, Maíra, Jaque, Julia,
Paula, Tati, o Dri e o Dani que participaram e me deram o maior apoio quando entrei
na Faculdade, mas, que sempre me cobravam para que voltasse mais vezes à
Piracicaba, para revivermos os velhos tempos (balada, fofocas, cinema, cervejinha
etc, etc, etc...).
Aos meus amigos: Érika, Andréia, Marcelo, Renata, Neto, Gisela,
Marizângela, Alessandra, Andressa, Evelyn, Márcio, Maurício e Vivian, com os quais
passei junto durante todos estes anos, compartilhando momentos de alegria, tristeza
e vitória, e que juntos lutamos pelo mesmo objetivo. Ficam agora, as lembranças da
convivência que tivemos, mas que nunca se apagarão de nossas mentes.
A todos das Empresas Juniores da UEL, em especial a Geossistema
Consultoria – Empresa Júnior de Geografia da qual fiz parte durante 3 anos. Em
especial gostaria de agradecer: Adriana, Júlio, Leila, Tchula e Gabriel, através dos
quais tive o primeiro contato com a EJ, foi a melhor coisa que aconteceu na minha
vida acadêmica me proporcionando uma fantástica experiência. Agradeço também a
todos que junto comigo se engajaram no Movimento Empresa Júnior, em especial:
Flávia Caroline, Manga, Gustavo, Íris, Andréia, Warner, Vivian, Mauricio, Fabiano,
Marianna, Carla, Vinícius, Jaque e Flávia. Valeu... Aprendi muito com todos vocês.
A minha orientadora, Elô (Prof. Dra. Eloiza Cristiane Torres), por
compartilhar comigo os risos em intervalo das aulas, também pelo tema de
pesquisa, sendo uma interlocutora disposta a oferecer estímulos e, principalmente, a
percorrer novos caminhos, ouvir com interesse e ânimo todas as questões, dúvidas
e problemas que surgiram durante o processo de reflexão. Por ser uma pessoa
paciente e generosa e pela coragem de ousar trabalhar com novas idéias e
conceitos, correndo os riscos inerentes a esta atitude. Por sua amizade,
principalmente. Pela compreensão silenciosa dos momentos difíceis pelos quais
passei, permitindo que meu tempo interno fluísse, respeitosamente. Pela alegria de
trabalharmos juntas.
Não podia deixar de agradecer a mim mesma que com garra,
determinação e muito saco consegui concluir mais esta fase. Valeu Regiane !!!!!!
O QUE NÃO ME MATA NA HORA, IMEDIATAMENTE ME FORTALECE. O SEGREDO É SEGUIR EM FRENTE E TRABALHAR. Regiane Bonfiglio, 2006
BONFIGLIO, Regiane. A Importância da Empresa Júnior na Formação do Profissional de Geografia. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Geografia – Universidade Estadual de Londrina.
RESUMO
A definição de “Empresa Júnior” é muito nova no Brasil, contudo, vem expandindo consideravelmente, incorporando com isso um grande número de empresas júnior em todo o mundo. Essa expansão permite compreender um pouco melhor esse fato. Este trabalho tem como objetivo analisar a importância da empresa júnior na formação profissional de Geografia, abrangendo os principais componentes que determinam a participação dos estudantes e também identificando as principais características que compõem o perfil do empresário júnior. Trata-se de um trabalho descritivo e exploratório, que utiliza a porcentagem para análise dos dados. Os resultados alcançados permitiram identificar um perfil relativamente homogêneo dos empresários juniores do curso de Geografia; o interesse em praticar a teoria aprendida em sala de aula, de desenvolver novas habilidades, de agregar valor ao currículo e a vontade de empreender como principais fatores que motivam sua participação na EJ; e, por fim, a experiência de uma contribuição eficaz da empresa júnior na constituição e/ou desenvolvimento de habilidades e competências essenciais ao exercício profissional.
Palavras-Chaves: Empresa Júnior, Curso de Geografia, Formação Profissional.
BONFIGLIO, Regiane. A Importância da Empresa Júnior na Formação do Profissional de Geografia. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Geografia – Universidade Estadual de Londrina.
ABSTRACT
The definition of “Company Júnior” is very new in Brazil, however, it comes considerably expanding, incorporating with this a great number of companies Júnior in the whole world. This expansion allows to understand a little better this fact. This work has as objective to analyze the importance of the company Júnior in the professional formation of Geography, enclosing the main components that determine the participation of the students and also identifying the main characteristics that compose the profile of the entrepreneur Júnior. One is about a descriptive and exploratory work, that it uses the percentage for analysis of the data. The reached results had allowed to identify to a relatively homogeneous profile of the entrepreneurs junior’s of the course of Geography; the interest in practising the theory learned in classroom, to develop new abilities, to add value to the resume and the will to undertake as main factors that motivate its participation in the EJ; e, finally, the experience of an efficient contribution of the company Júnior in constitution e/or essential development of abilities and abilities to the professional exercise. Word-Key: Company Júnior, Course of Geography, Professional formation
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Como o estudante ficou sabendo sobre a Empresa Júnior .................. 86 Gráfico 2 - Motivos que levaram alunos a participarem Empresa Júnior ............... 87 Gráfico 3 - Ano acadêmico do estudante ............................................................... 88 Gráfico 4 - Estados da IES da qual o estudante faz parte...................................... 89 Gráfico 5 - Natureza jurídica da IES....................................................................... 90 Gráfico 6 - Esfera do governo da IES Pública. ....................................................... 90 Gráfico 7 - Apoio adequado da IES à Empresa Júnior........................................... 91 Gráfico 8 - Tempo de participação na Empresa Júnior .......................................... 92 Gráfico 9 - Domínio de Língua(s) estrangeira(s) .................................................... 93 Gráfico10 - Domínio na(s) área(s) de Informática .................................................. 93 Gráfico 11 - Faixa etária......................................................................................... 94 Gráfico 12 – Sexo................................................................................................... 94 Gráfico 13 – Residência ......................................................................................... 95 Gráfico 14 - Renda familiar em Salários Mínimos .................................................. 95
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Principais Problemas Enfrentados Pelas Empresas Juniores.................81
Quadro 2 - Centralidade dos Principais Problemas Enfrentados pelas Empresas....82
Quadro 3 - Influência das Atividades da Empresa Júnior Qualificação Profissional..83
Quadro 4 - Palavras-Chave para Expressar o Futuro da Empresa Júnior no Brasil .84
Quadro 5 - Atributos para o Desempenho da Profissão............................................97
Quadro 6 - Contribuição do Curso.............................................................................98
Quadro 7 - Contribuição da Empresa Júnior .............................................................99
Quadro 8 - Os 21 Principais Atributos em cada uma das 3 Perspectivas
Pesquisadas........................................................................................................... 100
Quadro 9 - Os 21 mais Importante Atributos na Profissão ..................................... 103
Quadro 10 - Percentagem que Considera o Atributo Importante/Muito Importante 104
LISTA DE TABELA
TABELA 1 - Ano Acadêmico do Estudante ...............................................................88
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Países que Possuem Empresas Juniores................................................50
Figura 2 – Estrutura do Movimento Empresa Júnior no Brasil ..................................54
Figura 3 – Serviços em cada Etapa do Desenvolvimento da Empresa Júnior. .........65
ABREVIATURAS E SIGLAS
EJ Empresa Júnior
FGV Fundação Getulio Vargas
FAAP Fundação Armando Álvares Penteado
UEL Universidade Estadual de Londrina
CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
AGB Associação dos Geógrafos Brasileiros
CONFEA Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
MEJ Movimento Empresa Júnior
ESSEC École Superieure des Sciences Economiques et Commerciales
GEIE Confederação Européia de Empresas Juniores
CEJE Confederación Española de Junior Empresas
USJE Union Suisse dês Junior Entreprises
CNJE Confédération Nationale des Junior-Entreprises
CIJE Confederazione Italiana Junior Enterprise
MC2 Software pela Internet para Gestão do Conhecimento
JEP Júnior Empresas de Portugal
FNJE Fedeatic van Nederlandse Junior Enterprise
BDSU Confederação Alemã de Empresa Júnior
JEN Júnior Empresas da Noruega
JADE Junior Association for Development of Europe
ADM Administração de Empresas
UFBA Universidade Federal da Bahia
GEPEA Grupo de Estudos e Projetos em Engenharia de Alimentos
FEJESP Federações das Empresas Juniores do Estado de São Paulo
FEA Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
USP Universidade de São Paulo
ENEJ Encontro Nacional de Empresas Juniores
NEJ Núcleo de Empresa Júnior
ECA Agência de Comunicação
Jr. Júnior
FAU Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
IME Instituto Militar de Engenharia
EESC Escola de Engenharia de São Carlos
ICMSC Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação
FEJEPAR Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná
FEJESC Federação das Empresas Juniores do Estado de Santa Catarina
FEJESBA Federação das Empresas Juniores do Estado da Bahia
EJEQ Empresa Junior de Engenharia Química
EMJEL Empresa Junior de Engenharia Eletro-Eletônica
COEM Consultoria de Engenharia Mecânica
ECAE Empresa de Consultoria e Assessoria Econômica
UFPR Universidade Federal do Paraná
CONEJ Comissão Nacional das Empresas Júnior
FEJECE Federação das Empresas Juniores do Estado do Ceará
FEJEMA Federação das Empresas Juniores do Estado do Maranhão
FEJEMG Federação das Empresas Juniores do Estado de Minas Gerais
FEJEPE Federação das Empresas Juniores do Estado de Pernambuco
FEJESC Federação das Empresas Juniores do Estado de Santa Catarina
FEJESP Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo
FETEJ Federação Tocantinense de Empresas Juniores
PB Júnior Federação das Empresas Juniores do Estado da Paraíba
UNIJr-BA Federação das Empresas Juniores do Estado da Bahia
IES Instituições de Ensino Superior
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................17 2 APRESENTAÇÃO .................................................................................................18 2.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA.......................................................................................19 2.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO ...............................................................20 3 OBJETIVOS DO ESTUDO .....................................................................................22 3.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................22 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................22 4 MÉTODO DA PESQUISA ......................................................................................23 4.1 TIPO DE PESQUISA .................................................................................................23 4.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.......................................................................................23 4.3 LIMITAÇÃO DO ESTUDO...........................................................................................24 4.4 UNIVERSO E AMOSTRA ...........................................................................................24 4.5 COLETA DE DADOS.................................................................................................25 4.6 ANÁLISE DE DADOS................................................................................................25 5. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA ............................................................................26 5.1 A GEOGRAFIA NO MUNDO.......................................................................................26 5.1.1 A Origem da Geografia Moderna .....................................................................28 5.1.2 As Escolas Nacionais e as Correntes do Pensamento Geográfico ..................30 5.1.2.1 Determinismo ................................................................................................30 5.1.2.2 Possibilista ....................................................................................................31 5.1.2.3 Método Regional/Geografia Tradicional ........................................................31 5.1.2.4 Nova Geografia .............................................................................................32 5.1.2.5 Geografia Crítica ...........................................................................................33 5.2 HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA GEOGRAFIA NO BRASIL .................................................34 5.2.1 A Geografia e o Surgimento da AGB Associação dos Geógrafos Brasileiros ..37 5.3 A LEI Nº. 6.664/79 - DISCIPLINA A PROFISSÃO DE GEÓGRAFO E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS ............................................................................................................38 5.4 CREA ÓRGÃO FISCALIZADOR DA PROFISSÃO GEÓGRAFO ........................................40 5.5 PERFIL DO GEÓGRAFO ...........................................................................................42 5.6 A FORMAÇÃO ACADÊMICA E PROFISSIONAL.............................................................44 5.6.1 A Formação Profissional do Geógrafo e seu Papel no Contexto Atual ............44 5.7 MOVIMENTO EMPRESA JÚNIOR................................................................................47 5.7.1 Movimento Empresa Júnior no Mundo.............................................................48 5.7.2 O Modelo Francês............................................................................................50 5.7.3 Movimento Empresa Júnior no Brasil ...............................................................51 5.7.4 O Modelo Brasileiro ..........................................................................................52 5.7.5 Números do Movimento Brasileiro. ..................................................................53 5.7.6 Estrutura do Movimento Brasileiro ..................................................................54 5.7.7. Confederação Brasileira de Empresas Juniores .............................................55 5.7.7.1 Estrutura da confederação brasileira.............................................................58 5.7.8FEJEPAR – Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná............59 5.8 EMPRESAS JUNIORES DE GEOGRAFIA ......................................................................65 5.8.1 Terra Consultoria..............................................................................................66
5.8.2 Geossistema Consultoria .................................................................................67 5.8.3 Geográfica Consultoria.....................................................................................68 5.8.4 Geoambiental Júnior ........................................................................................68 5.9 DOCUMENTOS REFERENTES ÀS EMPRESAS JUNIORES..............................................69 5.9.1 CONCEITO NACIONAL DE EMPRESA JÚNIOR...........................................................69 5.9.2 CÓDIGO DE ÉTICA DO MOVIMENTO EMPRESARIAL JÚNIOR ......................................70 5.9.3 ESTATUTO EMPRESA JÚNIOR ...............................................................................71 5.9.4 CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS JUNIORES ..........................................72 5.9.5 PROCESSO DE FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS JUNIORES DO ESTADO DO PARANÁ ......72 5.10 EMPRESA JÚNIOR TEORIA VERSUS PRÁTICA ..........................................................73 5.10.1 Relação Empresas Juniores papel na Integração Universidade-Empresa.....75 5.11 PERFIL DO EMPRESÁRIO JÚNIOR: ALGUMAS REFLEXÕES .........................................77 5.11.1 A EMPRESA JÚNIOR NO BRASIL - CARACTERIZAÇÃO E TENDÊNCIAS ......................78 5.11.1.1 O PERFIL EM SI...............................................................................................78 5.11.1.2 ESTRUTURA E ATIVIDADES DAS EMPRESAS JUNIORES ........................................79 5.11.1.3 INTERESSE, MOTIVAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DOS ENVOLVIDOS NAS ATIVIDADES DAS
EMPRESAS JUNIORES ...................................................................................................80 5.11.1.4 PRINCIPAIS PROBLEMAS .................................................................................81 5.11.1.5 O FUTURO DA EMPRESA JÚNIOR NO BRASIL.....................................................84 6 RESULTADO DA PESQUISA ...............................................................................85 6.1 MOTIVO DA PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES NA EMPRESA JÚNIOR ...........................85 6.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS QUE COMPÕEM O PERFIL DO EMPRESÁRIO JÚNIOR DE
GEOGRAFIA .................................................................................................................87 6.3 IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE
GEOGRAFIA .................................................................................................................96 7 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 107 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 109 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................................................................... 111 ANEXOS ................................................................................................................ 112 Anexo A - Código de Ética ..................................................................................... 112 Anexo B - Conceito Nacional de Empresas Juniores ............................................. 117 Anexo C - Modelo de Estatuto Padrão para Empresa Júnior................................. 120 Anexo D - Processo de Confederação ................................................................... 128 Anexo E - Manual para o Processo Único de Filiação ........................................... 130 APÊNDICES .......................................................................................................... 143 Apêndice A - questionário aplicado na pesquisa ................................................... 143
17
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho procura refletir sobre a importância da empresa
júnior na formação do profissional de geografia.
Acredita-se que as empresas juniores são um importante complemento
para o curso de Geografia, proporcionando a aproximação da escola com a realidade
do mercado, a consolidação dos conhecimentos adquiridos pelo estudante durante o
curso, uma visão sistêmica mais profunda e o domínio de múltiplas habilidades.
Assim, identificar a importância da empresa júnior para a formação do
profissional de Geografia, torna-se nosso objeto de estudo. Para isso, a pesquisa está
estruturada em cinco capítulos:
O primeiro capítulo refere-se à apresentação do estudo desenvolvido. O
segundo, aos procedimentos metodológicos que norteiam a pesquisa. Inicia-se com a
relevância dos métodos da pesquisa, seguido pelo tipo de pesquisa, delimitação do
estudo, limitação do estudo, universo e amostra, coleta de dados e análise de dados.
O terceiro capítulo destina-se aos fundamentos teóricos sobre os
estudos, apresentando a Geografia no Mundo, a história da formação da Geografia no
Brasil, a lei que disciplina a profissão de Geógrafo e assim uma análise das atribuições
que cabem a este profissional, o CREA (Conselho Regional de Arquitetura, Engenharia
e Agronomia), órgão fiscalizador da profissão Geógrafo, o perfil do Geógrafo, O
Movimento Empresa Júnior, documentos referentes às empresas juniores e por fim, o
perfil do empresário júnior.
Já o quarto capítulo traz a análise dos resultados da pesquisa e
interpretação dos dados. Por fim, o quinto capítulo apresenta a conclusão final do
trabalho.
18
2 APRESENTAÇÃO
Perplexidade. Essa é a sensação de quem vive a instabilidade do
mercado de trabalho neste início de século. Profissões surgem e desaparecem com
extrema rapidez; novas exigências são colocadas para aqueles que se candidatam a
uma vaga; empresas passam por mudanças radicais na relação com seus empregados.
O mundo globalizado dita regras que há poucos anos seriam consideradas heresias
administrativas. O jovem enfrenta dúvidas na hora de planejar seu futuro profissional.
Está cada dia mais difícil encontrar resposta para a tradicional pergunta.
Um dos maiores problemas relacionados ao novo mundo do trabalho se
refere ao desemprego.
O intenso ritmo de renovação do conhecimento em que vivemos faz
com que uma acomodação em cima dos conhecimentos produzidos em décadas
passadas, nos torne obsoletos e condenados ao fracasso. Há muito se foi o tempo em
que os conhecimentos eram perenes e transmitidos de geração para geração.
A intensidade e a velocidade destas mudanças desafiam as
universidades para a reformulação da estrutura curricular, obrigando-as a pensar dentro
desta nova visão do mundo, sob pena de gerar uma dissonância entre os novos
contextos que se apresentam e o processo de ensino-aprendizagem. Não se deve fazer
uma mera adaptação do currículo às demandas do mercado ou a uma simples
atualização dos programas. Faz-se necessário que se revise ao mesmo tempo os
modelos epistemológicos, os conteúdos das disciplinas e o processo de ensino-
aprendizagem.
Muito se tem discutido sobre a influência do sistema produtivo no
ensino superior como elemento gerador de demanda de profissionais para o mercado
de trabalho. Esta demanda por mão-de-obra visa uma aplicação direta e imediata dos
conhecimentos fornecidos pelas universidades e outras instituições de ensino superior.
A solução é que as questões de mercado de trabalho devem estar
presentes no ensino superior. Deve-se buscar incorporar aos currículos os novos
conhecimentos, as novas tecnologias, as novidades empresariais, não como verdades
19
absolutas, mas como pontos para análise e reflexão. Os desafios do presente e os
conhecimentos empíricos que podem nos levar ao futuro devem ser trabalhados em
conjunto com o conhecimento do passado que a ciência já legitimou.
Foi com esse intuito que surgiu a empresa júnior com o desafio de
complementar a formação teórica acadêmica do aluno, formando novos líderes
empreendedores e um novo conceito, valores e visões para o mercado. Isso se deve ao
fato destes universitários terem a oportunidade de, através da empresa júnior, gerir uma
empresa real e aplicar os conceitos assimilados.
Em uma empresa júnior, os estudantes universitários podem praticar
parte do que aprendem em aula realizando projetos para clientes reais, enfrentando as
adversidades de mercado e tendo ainda a oportunidade de participar de todas as
decisões de uma empresa. Ser empresário júnior proporciona também grandes
oportunidades futuras relacionada aos contatos realizados durante sua atuação com
pessoas, parceiros, clientes, concorrentes e diversas instituições.
Tem caráter de uma empresa real, constituindo-se como uma pessoa
jurídica capaz de gerar fundos próprios por meio de prestação de serviços ou obtenção
de patrocínios. Mesmo com o apoio da instituição de ensino que, na maioria das vezes,
fornecem o espaço físico e infra-estrutra para os alunos trabalharem, as EJ’s (empresas
juniores) apresentam estrutura jurídica própria e são geridas de acordo com as normas
seguidas em seu próprio estatuto, regimento interno e leis de associações civis sem fins
lucrativos.
2.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
O presente estudo teve por finalidade discutir um assunto relativamente
novo no ponto de vista da Ciência Geográfica, trata-se da Empresa Júnior. Para tanto, a
fundamentação teórica que permeia este estudo relaciona-se basicamente ao
Profissional de Geografia e a Empresa Júnior em si.
20
2.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO
Preocupadas em inovar para poder agregar diferenciais competitivos,
muitas Instituições de Ensino Superior não valorizam importantes aliados diante da
concorrência do mercado de trabalho. Nos cursos de graduação, uma boa ferramenta
seriam as empresas juniores (EJ’s) que representam um importante programa de
distinção no mercado de trabalho tanto para a universidade, como para os alunos que
participam dos projetos.
Foi com o objetivo de buscar, muito mais, uma carreira que o diploma,
que a pesquisadora veio através deste, mostrar a importância em desenvolver o
trabalho.
O Movimento Empresa Júnior no Brasil tem crescido consideravelmente
desde seu surgimento em 1988. Esse movimento que foi pioneiro em São Paulo, surgiu
com o objetivo original de inserção do graduando no mecado de trabalho e continua
inalterado, proporcionando o convívio dos alunos com a realidade empresarial, antes
mesmo de concluírem o curso. Essas entidades prestam serviços de consultoria ao
pequeno empresário, sempre sob a coordenação de professores, e cobram preços
menores. As empresas, que contratam os serviços das juniores, também têm uma grande
vantagem porque além de receberem orientação especializada, vinda de jovens com
vontade de trabalhar, elas pagam pouco por isso. As juniores com todo seu potencial ainda
têm como intuito promover atividades que aumentem a capacidade técnica e uma formação
mais ampla dos membros além disso, organizam eventos fomentando a troca de idéias,
experiências e informações, estimulando inúmeras discussões.
Contudo, várias são as justificativas a apresentar perante ao tema em
referência. Assim, detacou-se a constituição de uma empresa júnior, ou seja, essa que foi
definida como sendo uma associação civil sem fins lucrativos, gerida exclusivamente por
estudantes de graduação. Tem caráter de uma empresa real, com diretorias, conselho e
estatuto, sendo um espaço aberto para os estudantes de graduação adquirirem experiência
profissional e pessoal, já que uma vez atuando em uma Empresa Júnior (EJ) possuirá
liberdade para elaboração e execução de projetos propostos pela própria comunidade
acadêmica, ou mesmo pela necessidade do mercado.
21
Um outro fator diz respeito à formação técnica, que ainda está longe de
alcançar a realidade, o que dificulta a inserção do profissional no mercado que está se
ampliando a cada dia. Foi no sentido de tentar suprir as falhas que surgiu a empresa
júnior de Geografia da Universidade Estadual de Londrina – UEL com o intuito de
mostrar a real situação do mercado de trabalho e preparar o estudante para os atuais
problemas que o mesmo exige.
A relevância está, portanto em estudar e identificar a importância da
empresa júnior na formação do profissional de geografia, avançando além das etapas
para a formação do mesmo, mas também conceituar o que seria empresa júnior como
espaço para aplicação prática dos conhecimentos teóricos recebidos em sala de aula e
analisar como tal é essencial para o desenvolvimento da capacidade crítica, liderança,
empreendedorismo, cooperação e pró-atividade, em todas as esferas de
relacionamento.
22
3 OBJETIVOS DO ESTUDO
Considerando os aspectos discutidos para contextualizar o problema de
pesquisa e as justificativas para a realização do trabalho, estabeleceram-se os
seguintes objetivos:
3.1 OBJETIVO GERAL
Averiguar a importância da Empresa Júnior na formação do profissional
de Geografia.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar o perfil do profissional de Geografia através da literatura;
Identificar o perfil do empresário júnior de Geografia;
Identificar e analisar a percepção dos empresários juniores quanto à
importância da empresa júnior para a construção e/ou desenvolvimento de habilidades
e competências profissionais relevantes ao curso de Geografia.
23
4 MÉTODO DA PESQUISA
Os procedimentos aqui especificados cumprem um papel importante,
não só do ponto de vista formal, mas também porque se trata de uma orientação para
que a pesquisadora não se perca diante das diferentes etapas que o trabalho exige.
Portanto, a metodologia foi descritiva apresentando-se o tipo de
pesquisa, a delimitação e limitação do estudo, universo e amostra, coleta e análise de
dados.
4.1 TIPO DE PESQUISA
A presente pesquisa foi baseada e classificada na pesquisa científica
referente aos fins e aos meios.
Quanto aos fins, a pesquisa realizada pode ser considerada
exploratória, por ser realizada em uma área na qual há pouco conhecimento
sistematizado e acumulado e pela necessidade de se conhecer melhor e obter maiores
esclarecimentos sobre o profissional de Geografia e a empresa júnior.
Já quanto aos meios, a pesquisa foi bibliográfica e de campo. A
pesquisa bibliográfica foi realizada em todas as fases do trabalho – desenvolvida com
base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, ou seja, em
materiais acessíveis ao público em geral.
4.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
Este trabalho buscou realizar um estudo sobre a importância da
empresa júnior na formação do profissional de Geografia, e quais são os perfis do
profissional de Geografia; do empresário júnior e qual o desempenho profissional de um
empresário consultor em Geografia.
24
Para isso pesquisou-se sobre empresa júnior e profissional de
Geografia; buscando estabelecer como essa pode estar ligada ao desenvolvimento de
habilidades e competências profissionais para o profissional de geografia.
4.3 LIMITAÇÃO DO ESTUDO
Podem ser apontadas como limitações: as dificuldades de obter informações
junto às empresas juniores do curso de Geografia, já que são poucas as instituições
que tem empresa júnior nesse curso; possíveis distorções de informações por parte da
pesquisadora e dos entrevistados; o universo pesquisado. Outra limitação, que pode
ser destacada, foi a utilização de um questionário composto apenas por questões
fechadas (APÊNDICE A).
4.4 UNIVERSO E AMOSTRA
O presente estudo teve como universo as empresas juniores.
Como não foi possível, a escolha de uma amostra probabilística neste
estudo foi utilizada uma amostra não-probabilística, cabendo a pesquisadora a tentativa
de buscar, por outras vias, uma amostra representativa.
Contudo, as condições estabelecidas para a escolha da amostra foram:
a) Membros de empresas juniores;
b) Empresas Juniores do Curso de Geografia.
Portanto, a amostra utilizada para este estudo da-se em 38 empresários
juniores de Geografia.
25
4.5 COLETA DE DADOS
Dentre as muitas alternativas de instrumentos para coletas de dados,
optou-se pela aplicação de um questionário com perguntas fechadas, buscando coletar
informações que permitiam alcançar os objetivos da pesquisa.
Foi elaborado um questionário com quatorze questões, para os
empresários juniores, permitindo assim, analisarem a importância que a empresa júnior
tem para o desempenho profissional de um Geógrafo.
Os questionários foram enviados via endereço eletrônico para os
empresários juniores de Geografia. No momento da aplicação do questionário, em
agosto de 2006, foram identificadas, quatro empresas juniores do curso de Geografia.
Neste universo, verificou-se, aproximadamente, trinta e oito empresários juniores, para
os quais foram enviados os questionários. Obteve-se um retorno de 15 questionários,
procedentes dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo
2 de São Paulo, 8 do Paraná, 2 do Rio de Janeiro e 3 de Minas Gerais.
4.6 ANÁLISE DE DADOS
Os dados obtidos através da pesquisa bibliográfica e pela aplicação do
questionário foram tratados de forma qualitativa. Foram, também, utilizados alguns
gráficos com dados obtidos através do questionário aplicado e organizados pela
pesquisadora – que auxiliassem melhor visualização do que estava sendo discutido.
26
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste momento apresenta-se a base de suporte teórico para o
desenvolvimento do presente estudo. Inicialmente, para contextualizar o tema, foram
apresentadas algumas questões referentes à Geografia e ao profissional da área de
forma geral. A partir de então, uma abordagem sobre a empresa júnior, como forma de
analisar a importância dessa na formação do profissional de Geografia.
5.1 A GEOGRAFIA NO MUNDO
Geógrafo é uma das profissões mais antigas, existente há séculos, é
considerada como a profissão mais científica que existiu. Os povos antigos utilizaram
dos conhecimentos geográficos para explorar e povoar continentes. As cartas
produzidas pelos geógrafos tinham significado valor ao governo dos Estados, já que, as
informações dos lugares eram fornecidas por eles. Portanto, a contribuição do geógrafo
foi de extrema importância para a navegação e conseqüentemente para a expansão do
comércio no final do século XIX e inicio do século XX, já que, as cartas passaram a ser
responsabilidade dos cartógrafos.
Com o passar do tempo foram surgindo outros Geógrafos os quais iam
deixando contribuições importantes para a construção do pensamento geográfico.
Pode-se citar na Alemanha, na primeira metade do século XIX, através dos trabalhos
pioneiros do naturalista e viajante Alexander von Humboldt, e do filósofo e historiador
Karl Ritter.
De acordo com Lemos (2003), o horizonte geográfico para os povos
primitivos da Europa era muito restrito; a expansão do conhecimento geográfico
europeu só se deu após as colonizações greco-fenícias (estabelecendo colônias em
todo o Mar Mediterrâneo e Negro, além de organizar expedições – os chamados
périplos – para regiões localizadas já em pleno Oceano Atlântico), as explorações de
27
Alexandre (que conquistou regiões como Egito, Arábia, Pérsia e Índia), e as conquistas
romanas (império que se estendeu desde o Oriente Médio até a Grã-Bretanha,
passando pela África do Norte). As primeiras viagens e explorações dos antigos gregos
já produziam como resultado trabalhos geográficos, mesmo que meramente descritivos.
O nome que se destacou nessa expedição foi Heródoto, dando início ao que é
chamado de Geografia Regional, ou seja, estudos de regiões: seus povos, suas
culturas, aspectos naturais. No mesmo período surgiu uma outra face da Geografia, a
Geografia Geral, com uma visão mais holística; esses estudos foram direcionados para
medições de distâncias, cálculos de dimensões terrestres, entre outros.
Já o período medieval, representou uma época de obscuridade para a
Geografia na Europa; “é devido aos árabes que o fogo se mantém e que a atividade
geográfica ainda se manifesta” (DE MARTONNE, 1953, p. 5). Os geógrafos árabes
foram grandes viajantes, que continuaram a produzir estudos importantes, ainda que
descritivos.
A Idade Moderna representou o período dos descobrimentos,
alcançados pelos navegadores portugueses e espanhóis. “Em trinta anos o horizonte
geográfico, que não ultrapassava 60º de latitude por 100º de longitude, alargou-se até
abranger quase toda a Terra” (DE MARTONNE, 1953, p. 7). Nessa época, os estudos
de Geografia Regional e Geografia Geral tornam-se mais intensos, em razão da
necessidade de conhecimento, que demandava mais estudos sobre os lugares
descobertos, além de instrumentos de navegação e localização mais precisos.
Pode-se perceber que a diferença entre Geografia Geral e Regional foi
constatada durante toda a Antigüidade, Idade Média e Idade Moderna. Mas, houve no
século XIX, com Humboldt e Ritter a tentativa de aproximação desses dois ramos.
Somente após os estudos desses dois a Geografia deixou de ser um mero “saber” para
se tornar uma verdadeira ciência.
Nascendo na Alemanha, a Geografia moderna teve seus primeiros
grandes mestres nesse país; cujo principal nome foi Frederic Ratzel notou-se por seu
caráter determinista. Em oposição ao determinismo alemão surgiu, na França, o
possibilista, cujo nome principal é La Blache que personificou a escola por espelhar em
suas idéias, melhor que qualquer de seus companheiros, as aspirações do Estado
28
Francês. Foram essas duas escolas que exerceram a maior influência na Geografia
brasileira, durante as primeiras décadas do século XX: o pensamento alemão presente,
sobretudo, nos órgãos do Governo e o francês principalmente, nas recém-criadas
faculdades, cujos professores vieram da França.
Segundo Lemos (2003), o método regional foi uma corrente que esteve
em voga em fins do século XIX e princípios do século XX, especialmente na França e
na Inglaterra, devido ao grande império colonial pertencentes a esses dois países. Após
a década de 1950, novos paradigmas surgiram na Geografia, afetando a produção
geográfica brasileira; primeiro, a chamada Nova Geografia ou Geografia Quantitativa,
ligada à Estatística e à Matemática. Esta foi, posteriormente, cedendo espaço para a
Geografia Crítica, a partir do final dos anos 1970, que utilizava a teoria marxista como
base ideológica, e é, atualmente, a corrente mais difundida no Brasil, sobretudo através
da obra de Milton Santos.
5.1.1 A Origem da Geografia Moderna
A escola alemã surgiu em duas vias de discussões: a “Geografia
político-estatística” que define o papel da Geografia como sendo uma montagem do
painel mais amplo e sistemático possível de uma dada conjuntura e a “Geografia pura”
que assenta a tônica na unidade da base regional, sendo para ela critério os limites
naturais do terreno. Sendo assim, Geografia não podia continuar sendo um quadro
descritivo de uma dada situação conjuntural. O capitalismo alemão carecia de soluções
práticas.
Outros importantes teóricos foram Humboldt e Ritter, sendo eles os
precursores da Geografia moderna. Esses estudiosos viam a Geografia como sendo a
totalidade das coisas naturais e humanas, na qual os homens vivem e sobrevivem.
Humboldt, naturalista e grande viajante, percorreu a Europa, a Rússia
asiática, o México, a América Central, a Colômbia e a Venezuela, observando os
grandes fenômenos físicos e biológicos. Também participou das Sociedades de
Geografia, que tinham como objetivo organizar expedições e pesquisas em diversas
29
partes do mundo.
Seus méritos são altamente reconhecidos: fundou os métodos de
observação de quase todas as áreas dentro da Geografia Física, além de haver
aplicado os princípios fundamentais da Geografia, que a fizeram definitivamente uma
ciência independente e original. Possuía uma visão holística, não analisando apenas
um fator isolado, e sim estabelecendo relações de causa e conseqüência entre eles –
surgindo com isso o princípio de causalidade: “ninguém mostrou de modo mais preciso
como o homem depende do solo, do clima, da vegetação, como a vegetação é função
dos fenômenos físicos, como estes mesmo dependem uns dos outros” (DE
MARTONNE, 1953, p. 13).
Além desse princípio de causalidade, Humboldt também aplicou o
princípio de Geografia Geral. Segundo Lemos (2003), nenhum lugar da Terra pode ser
estudado sem o conhecimento do seu conjunto, sendo que um fenômeno verificado em
determinada região pode ser generalizado para todas as outras áreas do globo com
características semelhantes.
A aplicação deste princípio é o desmoronamento definitivo da barreira que separa a Geografia Regional da Geografia Geral, a aproximação destes dois ramos duma mesma ciência e a sua recíproca fecundação. No dia em que foi compreendida a significação de tudo isso nasceu a Geografia moderna. (DE MARTONNE, 1953, p. 13).
Ao contrário de Humboldt, Karl Ritter concentrou seus estudos nos
vários sistemas de organização espacial, comparando povos, culturas, instituições e
sistemas de utilização de recursos. Assim, foi o precursor do método comparativo em
Geografia. Sua obra é metodológica, define o conceito de sistema natural como a área
delimitada dotada de uma individualidade. A Geografia deveria estudar estes arranjos
individuais e compará-los, ou seja, procurava chegar a uma harmonia entre a ação
humana e os desígnios divinos, manifestos na variável natureza dos meios. Possuía
uma proposta antropocêntrica (homem é o sujeito da natureza) e regional (estudo da
individualidade), valorizando a relação homem-natureza.
As influências de Humboldt e Ritter foram, portanto, decisivas para
conferir à Geografia o seu verdadeiro caráter científico. “Os dois sábios alemães, de
diferentes formações, davam origem a uma nova ciência de cuja existência certamente
30
não suspeitavam ao iniciarem as suas reflexões” (ANDRADE, 1992, p. 13).
5.1.2 As Escolas Nacionais e as Correntes do Pensamento Geográfico
Após a institucionalização da escola alemã e francesa, surgem as
escolas nacionais e, com elas, as correntes de pensamento. Segundo Corrêa (1991),
os principais paradigmas geográficos são: determinismo, possibilismo, método regional,
nova Geografia e Geografia crítica. Cada um desses paradigmas reflete a situação
sócio-político-econômica da época em que se desenvolveram, sendo que, desde o
surgimento da ciência geográfica, sempre houve uma ou duas correntes dominantes.
Cada uma das principais escolas nacionais também teve seus trabalhos orientados
para uma ou duas das correntes de pensamento – sobretudos as pioneiras:
determinismo, possibilismo e método regional.
5.1.2.1 Determinismo
A Geografia foi instituída como uma disciplina universitária a partir de
1870, e “foi o determinismo ambiental o primeiro paradigma a caracterizar a Geografia
que emerge no final do século XIX”.
Criada a partir das idéias do geógrafo alemão Frederico Ratzel,
defendia a importância do território, como fator determinante do poder entre as nações.
Segundo Ratzel "o Homem é produto do meio geográfico em que vive, e o meio natural
exerce uma ação dominadora sobre o homem, que é submetido a ele". Este
pensamento foi responsável, em parte, pelas teorias de superioridade racial que
surgiram nos séculos XIX e XX, e era baseada no Darwinismo Social.
31
5.1.2.2 Possibilista
Surgida na França, no final do século XIX, baseada nas idéias do
Geógrafo francês Vidal de La Blanche, contestava os deterministas, demonstrando que
o homem é capaz, sim, de reagir a determinadas influências do meio, podendo
modificá-las e adequá-las às suas necessidades. Resumindo: "o meio que é o produto
do homem". O Possibilismo prova que, com o avanço tecnológico, podemos criar
condições favoráveis para viver em qualquer região da Terra.
A geopolítica e as formas de estudar e organizar o espaço geográfico,
segundo as necessidades específicas do homem, são resultados das idéias possibilitas.
Os gêneros de vida ocorrem em uma paisagem geográfica aquela que
já foi natural e passou a ser modificada pela ação humana, que possui uma extensão
territorial razoavelmente identificável. Assim, uma região “é a expressão espacial da
ocorrência de uma mesma paisagem geográfica” (CORRÊA, 1991); portanto, sendo o
objeto da Geografia possibilista a região, ela se confunde com a Geografia Regional.
5.1.2.3 Método Regional/Geografia Tradicional
O método regional tem sido estudado desde o século XVII, por
Varenius, passando por Kant e Ritter, nos séculos XVIII e XIX, respectivamente.
Contudo, esse método foi esquecido na passagem do século XIX para o XX, em função
da disputa vigente entre determinismo e possibilismo. Somente a partir dos anos 1940,
especialmente nos Estados Unidos, esse paradigma voltou a ser valorizado, tendo no
centro dessa valorização o Geógrafo estadunidense Richard Hartshorne.
O conceito de região para a Geografia ficou ainda mais presente e forte
e, seus objetivos voltaram-se para explicar os espaços geográficos, através de uma
paisagem regionalizada. Nesta filosofia, cada região do planeta possuía uma história e
uma individualidade que a diferenciaria das outras, sendo necessário estudar os
lugares de acordo com suas paisagens regionalizadas.
32
O estudo da Regionalização das paisagens foi um importante
acontecimento para a Geografia porque representou o início da volta da visão
sistêmica, ou seja, o estudo integrado dos fatos geográficos, considerando suas
individualidades por regiões.
Essa corrente evidenciava a necessidade de se produzir uma Geografia
regional, isto é, um conhecimento sintético sobre as diferentes áreas do globo. O
pensamento de Hartshorne era de que o cerne dessa ciência era a região. Contudo,
não considerava que a região é o objeto: o importante é o método de identificação das
diferenciações de áreas, que são resultado de uma integração única de fenômenos
heterogêneos.
5.1.2.4 Nova Geografia
O desejo de fazer da Geografia um estudo mais científico e mais aceito
como disciplina, com um caráter mais exato do que somente abstrato, levou à adoção
da Estatística e da Matemática como recursos de apoio. Esta nova filosofia, a geografia
quantitativa, propunha a criação de modelos ou de fórmulas matemáticas para melhor
explicar os fenômenos geográficos. A Geografia quantitativa foi muito criticada porque
seus modelos não poderiam levar em conta todos os aspectos da Geografia Humana,
sendo considerados insuficientes para explicá-la; além do mais, os modelos não se
preocupavam com a resolução dos problemas sociais.
Segundo Lemos (2003), a ideologia da Nova Geografia veio para
justificar a expansão capitalista e seu poder imperialista. Essa foi a corrente oficial do
Brasil, durante o período da ditadura militar regime apoiado pelos grandes Estados
capitalistas, sobretudo os Estados Unidos.
33
5.1.2.5 Geografia Crítica
Nasceu em meados da década de 1970, inicialmente na França. Essa
expressão, na origem, foi criada ou pelos menos identificada com a obra A Geografia -
isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra de Yves Lacoste (1976), e com a
proposta da revista Hérodote (cujo primeiro número também foi editado em 1976), que
no início era uma revista de "geopolítica crítica" e de Geografia, com especial ênfase na
renovação do seu ensino em todos os níveis. Pode-se dizer que os pressupostos
básicos dessa "revolução" ou reconstrução do saber geográfico eram a criticidade e o
engajamento. Por criticidade se entendia uma leitura do real – isto é, do espaço
geográfico – que não omitisse as suas tensões e contradições, que ajudasse enfim a
esclarecer a espacialidade das relações de poder e de dominação. E por engajamento
se pensava numa Geografia não mais "neutra" e sim comprometida com a justiça
social, com a correção das desigualdades sócio-econômicas e das disparidades
regionais.
O 3º Encontro Nacional de Geógrafos, realizado no ano de 1978 em
Fortaleza, marcou o surgimento da Geografia crítica no Brasil. A contribuição dos
geógrafos brasileiros para as discussões da Geografia crítica foi muito importante,
sendo que o livro Por uma Geografia Nova de Milton Santos, é um dos marcos dessa
corrente, não só para o Brasil, mas também para o mundo.
Ainda que a Geografia possua uma gênese grega, e que dela tenham
resultado os primeiros estudos geográficos, sua verdadeira gênese como ciência
ocorreu na Alemanha do século XIX, à luz dos trabalhos de Alexander von Humboldt e
Karl Ritter. Somente após a brilhante contribuição desses grandes mestres, é que pôde
estabelecer-se sobre bases científicas verdadeiras, deixando de ser uma simples
descrição do planeta para transformar-se em uma ciência, fundamentada na busca
pelas relações entre natureza e sociedade, suas causas e conseqüências.
A corrente determinista, nascida na Alemanha, possuía uma visão
extremamente ligada aos interesses nacionalistas e expansionistas alemães do século
XIX que, não realizando seu desejo de formar um império colonial na África e na Ásia.
Já o possibilismo também estava diretamente relacionado com o poder,
34
visto que foi fundado pelo intelectual, escolhido pelo governo francês para instituir a
Geografia na França, Paul Vidal de La Blache. Elisée Reclus, até então o maior nome
da Geografia francesa, teve sua figura esquecida por muito tempo, justamente por ser
anarquista e, portanto, não se adequar aos interesses oficiais.
O método regional estava voltado para a catalogação de lugares. Essa
característica fez com que ele fosse difundido nos países que possuíam grandes
impérios coloniais. Posteriormente, surgiu a Nova Geografia, deslumbrada com o
desenvolvimento tecnológico, procuraram torná-la uma Matemática espacial. Essa deu
origem a corrente crítica, “reunindo em um só bloco todos aqueles que, almejando uma
reforma da sociedade e melhor distribuição de renda, batalharam para sanar os
problemas sociais, políticos e econômicos” (ANDRADE, 1992, p. 14).
A Geografia em sua busca de novos caminhos e de novas
interpretações do mundo se posiciona de uma forma crítica, direcionando sua
contribuição para resgatar a importância do espaço no mundo atual. Vê-se, portanto,
que essa ciência já nasceu profundamente atrelada aos interesses das classes
dominantes, sempre procurando atender às necessidades das mesmas; somente a
partir da década de 70, com a corrente crítica, a ciência geográfica começa a procurar
satisfazer às aspirações da sociedade como um todo, buscando soluções tanto para a
definição do seu objeto e de suas categorias de análise quanto para os problemas
sócio-ambientais que estão hoje colocados de maneira tão evidente.
5.2 HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA GEOGRAFIA NO BRASIL
No século XIX os conhecimentos geográficos ensinados nos meios
educacionais existentes no Brasil não estavam preparados para formar uma disciplina
escolar específica.
No período em que os jesuítas foram os responsáveis praticamente por
quase toda a educação formal ministrada no país, o ensino dos conhecimentos
geográficos eram secundarizados no currículo previsto. Vale ressaltar que, já neste
período há diferença entre ’’Geografia dos professores’’ e ‘’Geografia dos estados
35
maiores’’. O curioso é que eram os próprios jesuítas responsáveis pela produção de
ambas vertentes, haja vista serem os controladores do sistema escolar vigente e os
maiores responsáveis pela produção de conhecimentos geográficos acerca do território
da Colônia Portuguesa na América.
De acordo com Rocha (2000), eles souberam, melhor do que ninguém,
diferenciar o que deveria ser destinado apenas aos detentores do poder de Estado e o
que poderia ser socializado enquanto saber escolar. Inicia-se, naquele momento, no
Brasil, sem duvida alguma, a produção da Geografia dos professores.
Durante os mais de duzentos anos de posse da educação jesuítica no
Brasil essa ciência não teve apoio nas escolas enquanto disciplina escolar. Os
conhecimentos geográficos, por serem de grande interesse do Estado, eram bem
pouco divulgados e propagados nas salas de aulas.
Foi no século XIX que o ensino de Geografia conseguiu uma maior
importância na educação formal no país. Com a criação do Imperial Colégio de Pedro II,
a disciplina passa a ter um novo status no currículo escolar. Durante praticamente todo
o período imperial, o ensino manteve-se inalterado em suas características, tendo
sofrido poucas alterações no que diz respeito ao conteúdo ensinado ou mesmo na
forma de se ensinar. Praticou-se, durante todos os períodos, a Geografia escolar de
nítida orientação clássica, ou seja, descritiva, enciclopédia, distante da realidade do
aluno.
É interessante lembrar que os professores licenciados e que atuavam
no ensino desta disciplina eram originários de outras profissões, como por exemplo,
advogados, sacerdotes, o médico sem clínica, o bacharel sem causas, o engenheiro, o
farmacêutico. Essa realidade começou a mudar com a entrada dos primeiros cursos de
professores no Brasil.
Foi através de um decreto, que o ensino superior brasileiro foi
revogado, com a introdução do Sistema Universitário. Através desse foram criadas as
Faculdade de Educação, Ciências e Letras, espaço acadêmico que passou a abrigar,
dentre outros cursos, o de Geografia. As duas primeiras organizadas sob as novas
regras foram a Universidade de São Paulo (1934) e a Universidade Distrito Federal.
Logo após esse momento, teve a Criação da Associação dos Geógrafos Brasileiros que
36
continua com grande destaque no Brasil.
Sendo assim, a fundação da Faculdade de Filosofia e do Departamento
de Geografia, em 1946, tiveram um papel importante nessa ciência. Contribuíram para
a mudança no perfil do professor, pois criaram um profissional novo, o bacharel e o
licenciado em Geografia e em História. O professor foi procurar seu espaço no mundo
profissional, tendo papel importante na mudança cultural.
Em meados da década de 1950, ocorreu uma maior difusão da
formação de professores de Geografia e com isso, novas turmas ingressaram e
qualificavam profissionais para atuar como docentes.
Levando em consideração as inúmeras sugestões de currículos foi
proposto para o curso de licenciatura em Geografia, que passava a ter quatro anos de
duração: Geografia Física, Biológica ou Biogeografia, Humana, Regional, Brasil e
Cartografia. Segundo Conti (1976) apud Rocha (2000, p.6):
[...] chamava a atenção para o fato de que a idéia de ‘’área de estudos’’ presente na legislação estava sendo desconsiderada e os Estudos Sociais estavam sendo implementados nas escolas como disciplina de estudos, não sendo, em verdade, mais do que uma mera fusão dos conteúdos das disciplinas que deveriam compor a mencionada área. Essa diretriz além de conflitar com o que fora proposto pela Lei, gerou insatisfação entre os responsáveis pelo ensino da Geografia e da Historia, os quais, salvo raras exceções, puderam entrever, de imediato, as conseqüências que adviriam do desprestígio que atingiu as duas disciplinas. A eliminação da Geografia e da Historia do currículo concorreria para empobrecer a formação humanística da juventude, comprometendo de forma grave seu preparo integral e equivaleria ao fracasso do ensino em si mesmo, o qual visa preparar futuros cidadãos munidos de um rio pano de fundo de cultura, do qual a Geografia, nem a Historia podem estar ausentes.
Portanto, a introdução de Estudos Sociais nas escolas de primeiro e
segundo grau fazia parte de um processo mais amplo de reforma da educação
brasileira, iniciada já no mesmo ano em que os militares deram o golpe e assumiram o
Comando do Estado Brasileiro.
37
5.2.1 A Geografia e o Surgimento da AGB - Associação dos Geógrafos Brasileiros
A AGB, Associação dos Geógrafos Brasileiros é uma entidade civil, sem
fins lucrativos, que agrupa professores, bacharéis, pesquisadores e estudantes de
Geografia. Tem como objetivos principais, estimular o entrosamento entre entidades
profissionais, entidades estudantis e grupos da comunidade visando ações conjuntas
que levem ao aprimoramento das instituições democráticas e à melhoria das condições
de vida do povo brasileiro.
Fundada por um grupo de pesquisadores liderados pelo Geógrafo
francês Pierre Deffontaines, em São Paulo, em 17 de setembro de 1934, desde o seu
surgimento a AGB congregou intelectuais de renome, inclusive de outros campos do
conhecimento, como: Caio Prado Junior, Luiz Fernando Morais Rego, Fernand Braudel,
Rubens Borba de Morais, Claude Levy-Strauss e Pierre Monbeig. Esse caráter de
pluralidade e de radicalidade democrática na sua composição é uma marca que
perdura até hoje, no dia a dia da entidade.
Foi a partir de 1944, que a AGB passou a se constituir em uma entidade
de dimensões nacionais, ou seja, se expandindo pelo Brasil, realizando reuniões de
Geógrafos, em um ponto qualquer do território Nacional, incorporando sócios,
profissionais, estudantes e colaboradores. Foi nesta época, que foi criada as primeiras
secções regionais nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e
Bahia.
No ano de 1954, foi realizado o I Congresso Brasileiro de Geógrafos,
evento esse considerado o maior da Geografia brasileira, promovido a cada dez anos.
E em 1956, realizou o XVIII Congresso Internacional da União Geográfica Internacional
(UGI).
Em 1970 ocorreu a reforma do Estatuto, modificando
consideravelmente a organização das reuniões, terminando assim o período em que a
AGB funcionava como escola de formação de Geógrafos.
Em 1978, devido às demandas e lutas pela democratização da
sociedade, ocorreu em Fortaleça – CE debates durante o 3º Encontro Nacional de
Geógrafos, provocando na AGB profunda renovação de sua perspectiva organizacional,
38
tornando-a uma associação ainda mais integrada às várias lutas pelos direitos humanos
e pelo debate político e democrático na sociedade.
Pode-se dizer que a história institucional da AGB está associada à
história da Geografia e do pensamento geográfico brasileiro, já que, maior parte da
produção científica brasileira encontra-se publicada em Anais de seus congressos e
encontros.
Portanto, hoje a AGB está organizada da seguinte maneira: Diretoria
Executiva Nacional, com gestões de dois anos, e Seções Locais que podem abranger
um ou mais municípios brasileiros. Possui representante em importantes espaços de
políticas públicas tais como conselhos municipais, estaduais e federais, além de buscar
um diálogo permanente com os órgãos reguladores das profissões (CONFEA e MEC).
5.3 A LEI Nº. 6.664/79 - DISCIPLINA A PROFISSÃO DE GEÓGRAFO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
Em 1966, a Associação dos Geógrafos Profissionais – AGP, mobilizou-
se e, conseguiu que o Congresso Nacional decretasse e o Presidente da República,
João B. de Figueiredo, sancionasse a Lei nº. 664, de 26 de junho de 1979, que
"Disciplina a profissão de Geógrafo, e dá outras providências" (BRASIL, 1979), tendo
como objetivo principal o exercício correto das atribuições por profissionais
devidamente qualificados e habilitados e, obviamente, proteger e resguardar os
interesses da sociedade que necessita de tais serviços, dando-lhe o amparo legal
necessário.
A profissão do Geógrafo teve seu reconhecimento após longa luta
vencida pela AGB. Em 1968, se deu a apresentação do projeto de lei, sendo aprovado
após onze anos.
O decreto em estudo prescreve a quem é permitido exercer a profissão
de Geógrafo.
O Presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1. Geógrafo é a designação profissional dos habilitados conforme os dispositivos da presente Lei. Art. 2. O exercício da profissão de Geógrafo somente será permitido.
39
I - aos Geógrafos e aos bacharéis em Geografia e em Geografia e História, pelas Faculdades de Filosofia, Ciências e letras e pelos Institutos de Geociências das Universidades oficiais ou oficialmente reconhecidas; II - (Vetado); III - aos portadores de diploma de Geógrafo, expedido por estabelecimentos estrangeiros similares de ensino superior, após revalidação no Brasil. Art.3o. É da competência do geógrafo o exercício das seguintes atividades e funções a cargo da União, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios, das entidades autárquicas ou de economia mista e particular: I - reconhecimentos, levantamentos, estudos e pesquisas de caráter físico-geográfico, biogeográfico, antropogeográfico e geoeconômico e as realizadas nos campos gerais e específicos da Geografia, que se fizerem necessárias: a) na delimitação e caracterização de regiões e sub-regiões geográficas naturais e zonas geoeconômicas, para fins de planejamento e organização físico-espacial; b) no equacionamento e solução, em escala nacional, regional ou local, de problemas atinentes aos recursos naturais do país; c) na interpretação das condições hidrológicas das bacias fluviais; d) no zoneamento geo-humano, com vistas aos planejamentos geral e regional; e) nas pesquisas de mercado e intercâmbio comercial em escala regional e inter-regional; f) caracterização ecológica e etológica da paisagem geográfica e problemas conexos; g) na política de povoamento, migração interna, imigração e colonização de regiões novas ou de revalorização de regiões de velho povoamento; h) no estudo físico-cultural dos setores geoeconômicos destinados ao planejamento da produção; i) na estruturação ou reestruturação dos sistemas de circulação; j) no estudo e planejamento das bases físicas e geoeconômicas dos núcleos urbanos e rurais; l) no aproveitamento, desenvolvimento preservação dos recursos naturais; m) no levantamento e mapeamento destinados à solução dos problemas regionais; n) na divisão administrativa da União, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios. II - a organização de congressos, comissões, seminários, simpósios e outros tipos de reuniões destinadas ao estudo e divulgação da Geografia. Art. 4o. As atividades profissionais do Geógrafo, sejam as de investigação puramente científica, sejam as destinadas ao planejamento e implantação da política social, econômica e administrativa de órgãos públicos ou às atividades de natureza privada, se exercem através de: I - órgãos e serviços permanentes de pesquisas e estudos, integrantes de entidades científicas, culturais, econômicas ou administrativas; II - prestação de serviços ajustados para a realização de determinado estudo ou pesquisa, de interesse de instituições públicas ou particulares, inclusive perícia e arbitragens; III - prestações de serviços de caráter permanente, sob a forma de consultoria ou assessoria, junto a organizações públicas ou privadas. Art. 5o. A fiscalização do exercício da profissão de Geógrafo será exercida pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Art. 6o. O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia somente concederá registro profissional mediante apresentação de diploma registrado no órgão próprio do Ministério da Educação e Cultura. Art. 7o. A todo profissional registrado de acordo coma presente Lei será entregue uma carteira de identidade profissional, numerada, registrada e
40
visada no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, na forma da lei. Art. 8o. É vedado o exercício da atividade de Geógrafo aos que 360 (trezentos e sessenta) dias após a regulamentação desta lei, não portarem documento de habilitação expedido na forma prevista na presente Lei. Art. 9o. A apresentação da carteira profissional de Geógrafo será obrigatoriamente exigida para inscrição em concurso, assinatura em termos de posse ou de quaisquer documentos, sempre que se tratar de prestação de serviço ou desempenho de função atribuída ao Geógrafo, nos termos previstos nesta Lei. Art. 10. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias. Art. 11. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário. (BRASIL, 1979)
A regulamentação da Lei 6.664/79 contribui para que o Geógrafo
ocupasse no mercado de trabalho o espaço que é legalmente seu.
5.4 CREA - ÓRGÃO FISCALIZADOR DA PROFISSÃO GEÓGRAFO
Toda profissão regulamentada possui legislação e normas de
funcionamento. No Brasil, para que as leis que tratam o exercício profissional sejam
aplicadas, criam-se os chamados Conselhos.
Surge o sistema CONFEA/CREA’s, conjunto de atividades de
normatização e fiscalização do exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto,
Agrônomo, Geólogo, Geógrafo, Meteorologista, Tecnólogo, Técnico Industrial e
Agrícola, composto pelos CREA’s - Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia, atuando em cada unidade da Federação com as atribuições executiva e de
julgamento de ações previstas na legislação profissional em primeira instância, e o
CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, constituído nos
termos da Lei 5194/66 como uma Autarquia Federal, com sede e foro em Brasília-DF,
com jurisdição em todo o território nacional, exercendo o papel institucional de instância
superior do Sistema CONFEA/CREA’s.
Segundo Fonseca (2000), as atribuições do CREA estão estabelecidas
no Artigo 34 da Lei 5194/66, dos Conselhos Regionais:
41
a) Elaborar e alterar seu regimento interno, submetendo-o à
homologação do Conselho Federal;
b) Criar as Câmaras Especializadas, atendendo as condições de
maior eficiência de fiscalização estabelecida na presente Lei;
c) Examinar reclamações e representações acerca de registros;
d) Julgar e decidir, em grau de recurso, os processos de infração da
presente lei e do Código de Ética, enviados pelas Câmaras Especializadas;
e) Julgar, em grau de recurso, os processos de imposição de
penalidades e multas;
f) Organizar o sistema de fiscalização do exercício das profissões
regulamentadas pela presente lei;
g) Publicar relatórios de seus trabalhos e relações dos profissionais e
firmas registrados;
h) Examinar os requerimentos e processos de registros em geral,
expedindo as carteiras profissionais ou documentos de registro;
i) Sugerir ao Conselho Federal medidas necessárias à regularidade
dos serviços e à fiscalização do exercício das profissões reguladas nesta lei;
j) Agir, com a colaboração das sociedades de classe e das escolas e
faculdades de engenharia, arquitetura e agronomia, nos assuntos relacionados com a
presente Lei;
k) Cumprir e fazer cumprir a presente Lei, as resoluções baixadas pelo
Conselho Federal, bem como expedir atos que para isto julguem necessários;
l) Criar inspetorias e nomear inspetores especiais para maior
eficiência da fiscalização;
m) Deliberar sobre assuntos de interesse geral e administrativo e sobre
os casos comuns a duas ou mais especializações profissionais;
n) Julgar, decidir ou dirimir as questões da atribuição ou competência
das Câmaras Especializadas referidas no artigo 45, quando não possuir o Conselho
Regional número suficiente de profissionais do mesmo grupo para constituir a
respectiva câmara, como estabelece o artigo 48;
o) Organizar, disciplinar e manter atualizado o registro dos
42
profissionais e pessoas jurídicas que, nos termos desta Lei, se inscrevam para exercer
atividades de engenharia, arquitetura ou agronomia, na Região;
p) Organizar e manter atualizado o registro das entidades de classe
referidas no artigo 62 e das escolas e faculdades que, de acordo com esta Lei, devam
participar da eleição de representantes destinada a compor o Conselho Regional e o
Conselho Federal;
q) Organizar, regulamentar e manter o registro de projetos e planos a
que se refere o artigo 23;
r) Registrar as tabelas básicas de honorários profissionais elaboradas
pelos órgãos de classe;
s) Autorizar o presidente a adquirir, onerar ou, mediante licitação,
alienar bens imóveis.
A rigor é de se esperar mais do órgão fiscalizador, do que a simples
atuação de fiscalização das irregularidades profissionais. Seria de extrema importância
que além destas funções, o CREA atuasse junto às universidades, sugerindo
aperfeiçoamento dos currículos e dos métodos de ensino, sentido de satisfazer, cada
vez mais, as demandas dos futuros profissionais Geógrafos.
O profissional é considerado aquele que possui diploma de bacharel em
Geografia, independente de ter concluído ou não uma especialização, porém, diante do
sistema CREA/CONFEA são considerados Geógrafos somente aqueles que estejam
registrados junto ao órgão da região a qual pertence.
5.5 PERFIL DO GEÓGRAFO
Conceitualmente Geografia é a ciência que estuda os fatos
relacionados com o espaço ocupado pelo homem e transformado através de sua ação.
O profissional atua, portanto, na delimitação e produção do espaço gerador das
relações sociais e econômicas. Analisar a complexidade das inter-relações
homem/meio e propor soluções para os problemas decorrentes da localização
geográfica e das alterações ocorridas no quadro natural, constitui o campo de domínio
43
desse profissional. Como se pode dissociar o conteúdo ambiental do Geógrafo, hoje o
universo de trabalho está se ampliando, pois as questões ambientais passaram a ser
de interesse social, econômico, político e institucional.
O Geógrafo tem como perfil um profissional técnico responsável pela
resolução de problemas do espaço geográfico (natural ou modificado) e comprometido
com as transformações sociais, da mesma forma que outras categorias profissionais.
Contudo, devido à formação e capacitação técnica, esse vem
preparado para interpretar a interface natureza/sociedade. Já em relação à organização
espacial e relações estabelecidas entre o homem e a natureza, os Geógrafos os
transformam em modelos do espaço, cabendo-lhes analisar cada área e também a que
constitui a dimensão da realidade humana e ambiental.
Algumas das características que ajudam na profissão diz respeito a
objetividade, exatidão e capacidade de análise e interpretação da realidade observada.
A capacidade de análise dá a condição ao Geógrafo fazer uma leitura interpretativa e
simultânea do espaço social, econômico e natural.
Considerando que o que rege o mercado profissional é o critério da
competência, para os geógrafos assegurarem empregos qualificados e garantir uma
maior valorização junto aos usuários dos serviços geográficos, torna-se imprescindível,
além do diploma, serem capazes de colocar em prática tudo o que aprederam durante a
graduação.
Como o amplo conjunto de atribuições legais do Geógrafo é de
interfaces com as atribuições de outros profissionais, é importante que ele mostre as
suas potencialidades e exerça suas atividades com o objetivo de aumentar a produção
geográfica tanto na área do conhecimento como na área do planejamento, uma vez que
dirige pesquisas.
No Brasil, mesmo tendo uma legislação profissional definida, devem
buscar espaços de trabalho que oportunizem cada vez mais o conhecimento social da
profissão, e isto implica maiores esclarecimentos sobre a prática profissional no
mercado empresarial e uma maior competência dos mesmos e no meio universitário,
notadamente para os estagiários e bacharelandos.
Por outro lado, cabe ao Sistema CONFEA/CREA’s coordenar ações, no
44
sentido de divulgar à sociedade todas as profissões por ele regulamentadas,
informando sobre as atribuições que cada modalidade profissional do sistema
desempenha.
5.6 A FORMAÇÃO ACADÊMICA E PROFISSIONAL
Os cursos de Geografia estão passando por certa valorização e os
profissionais formados estão, pelo menos em parte, buscando espaços de trabalho e
um maio reconhecimento social.
A maior diferença entre a formação do bacharel e do licenciado está
concentrada nas disciplinas denominadas instrumentais, como por exemplo: cartografia,
sensoriamento remoto, geoprocessamento, isso nos leva a repensar o curso.
Como ponto de partida é preciso rever em âmbito nacional, o currículo
necessário para a formação do Geógrafo, e averiguar se o mesmo é condizente com a
atual realidade do mercado de trabalho, já que, para assegurarem empregos
qualificados e garantir uma maior valorização, torna-se imprescindível, além do diploma,
serem capazes de produzir o conhecimento geográfico, isto é, "saber fazer", tanto na
área técnica como científica, principalmente em se tratando de uma sociedade tão
competitiva como a que vivemos atualmente.
Cabe não só a Universidade, mas também ao estudante reunirem-se
em prol de um mesmo objetivo, para poder acreditar em um futuro promissor para
todos.
5.6.1 A Formação Profissional do Geógrafo e seu Papel no Contexto Atual
Para compreender a importância da empresa júnior na formação
profissional do acadêmico de graduação em Geografia, entende-se necessário
conhecer o contexto em que esse profissional, está inserido. Para isso, discutem-se,
nas sessões seguintes, alguns aspectos relativos a sua formação.
45
Segundo Argento (1996), em relação ao profissional Geógrafo, existe
uma junção marcante entre o conceito de ambiente e o objeto da sua própria formação
básica, que diz respeito à natureza que distribuem no espaço. Com isso, o ambiente
reveste num “marketing” para o aumento de mercado de trabalho. Mas será que hoje os
formandos têm condições técnico-científicas capazes de competir num mercado de
trabalho tão exigente em função das características transdisciplinares?
Esse ponto diz respeito ao cargo do currículo que talvez seja um dos
mais ajustados em relação à abrangência transdisciplinar. Do seu corpo constam
disciplinas de natureza física, biótica e social. Além dessas, inclui no currículo
instrumentos técnicos que estão vinculados às perspectivas ambientais, como por
exemplo, o geoprocessamento, sensoriamento remoto, dentre outros.
Assim, as condições básicas já existem para que a formação dos
profissionais Geógrafos seja considerada de alto nível técnico-cientifico, pois sua
formação contempla disciplinas que apresentam conteúdo teórico e prático.
Segundo Argento (1996) existe uma deficiência no enfoque pragmático,
fato esse observado na maioria dos profissionais que estudam a ciência geográfica,
inseridas aqui tanto as questões sociais quanto as questões físicas. No que diz respeito
ao pragmático, os Geógrafos estão muito aquém de suas reais possibilidades
competitivas, e isso é espelhado pela falta de agressividade no trato transdisciplinar.
Isso é passado para o aluno na divulgação acadêmica, o que acarreta uma formação
de profissionais inseguros, quando exposta a uma integração multidisciplinar. Afirma
Argento (1996, p.11) que
[...] este fato é facilmente documentado quando se faz a um recém-formado em Geografia, uma pergunta corriqueira, em nível de sua formação básica como, por exemplo: - Você sabe estabelecer uma carta temática de sócia-economia, com vistas a um projeto de gestão territorial, com abrangência municipal? Qual a base de dados a ser levantada? Qual a escala de detalhamento a ser atrelada ao projeto? Como criar um Banco de Dados ajustável a sua base de dados?
Isso poderia ser reduzido, se houvesse o cumprimento das
obrigatoriedades dos estágios curriculares em empresas que desenvolvessem trabalhos
relacionados aos objetivos da Geografia. Com esse intuito surge a empresa júnior que
46
proporciona a exposição do aluno, em fase de complementação do curso, a uma
socialização profissional, já que, o contato direto com outros profissionais de setores
diversos, traria uma aproximação, um aprendizado que fortalecesse a base técnico-
cientifica e, com isso inserir o espírito profissional mais agressivo.
No passado, os cursos, apresentavam sua grade curricular com uma
pseudo abrangência teórico-prática, tendo como resposta um conteúdo filosófico
conceitual muito longe dos problemas atuais. Os cursos de Geografia devem se alertar
para que o profissional se espelhe no pragmatismo das ciências, que hoje, apresentam
as melhores opções de mercado.
Portanto, algumas conscientizações a respeito desse problema já estão
sendo analisadas e sentidas por algumas Universidades Estaduais e Federais.
Em relação às instituições que ofertam as condições para a formação
de um profissional Geógrafo, existe uma grande dificuldade entre as federais, estaduais
e particulares principalmente no que diz respeito aos equipamentos sofisticados, como
por exemplo, sensoriamento remoto, geoprocessamento, equipamentos laboratoriais
para análise sedimentais e qualidade de água dentre outros e isso acarreta numa
formação deficiente. É por isso, que o grande mercado da Geografia é o ser professor,
o que diminui a possibilidade de ampliação de mercado para o recém formado.
O grande problema é a formação de mão de obra especializada como
dito acima, já que, ainda necessita de maior apuração com as questões práticas, pois, a
formação teórica do aluno a instituição vem satisfazendo as expectativas.
A qualidade da formação acadêmica é boa, o que falta é a academia
proporcionar ao aluno uma vivência prática das questões teóricas. Daí a necessidade
de se ter em mente a exigência do mercado, e que possa adequar o profissional a atual
realidade.
Como uma maneira de sanar tais dificuldades práticas é que surgem as
empresas juniores.
47
5.7 MOVIMENTO EMPRESA JÚNIOR
Qual o conceito de empresa júnior? Entender esse conceito é essencial
para que se possa prosseguir nesse espaço da atuação acadêmica do estudante.
Empresa Júnior é, sinteticamente, uma Empresa de Consultoria gerenciada por estudantes universitários que realizam projetos e prestam serviços em suas áreas de graduação, principalmente para micro e pequenas empresas. Pela finalidade da Empresa Júnior ser educacional, por ser uma associação civil sem fins econômicos e, ainda, pela estrutura de baixos custos fixos, os preços praticados são consideravelmente abaixo do preço de mercado. No entanto, a Empresa Júnior se localiza no ambiente da Universidade e todos os projetos e serviços seguem orientação obrigatória de professores ou profissionais na área, com o objetivo de sempre garantir um padrão de qualidade elevado. (REDE BRASIL JUNIOR, 2006).
O Movimento Empresa Júnior é conhecido como MEJ, constituído por
alunos de graduação que conscientes das necessidades de experiências práticas que
complementassem a formação acadêmica obtida na faculdade, criaram essa
associação sem fins lucrativos. Através de suas ações, vem trazendo resultados
importantes para os envolvidos nessa atividade.
Empresa Júnior pode ser interpretada como um espaço aberto para
graduandos ganhar experiência profissional e pessoal, no qual, uma vez atuando na EJ,
tem total liberdade para elaboração e execução de projetos sugeridos pela própria
comunidade acadêmica, ou trazidos pelas necessidades do mercado.
Tem caráter de uma empresa real, constituindo-se como uma pessoa
jurídica capaz de gerar fundos próprios por meio de prestação de serviços ou aquisição
de patrocínios. É composta por diretorias e conselho, possuindo uma gestão autônoma
em relação à direção da Instituição de Ensino (Superior ou Técnico).
Segundo FEJEPAR – Federação das Empresass Juniores do Paraná
(2006), mesmo as instituições de ensino apoiando com espaço físico e toda a infra-
estrutura para os alunos trabalharem, as EJ’s têm estrutura jurídica própria e são
geridas de acordo com as normas seguidas em seu próprio estatuto, regimento interno
e leis de associações civis sem fins econômicos. Possuem CNPJ e nota fiscal próprios
conforme a definição do conceito Empresa Júnior aprovado em 2003.
O organograma e as organizações internas de cada EJ variam de
48
acordo com cada empresa júnior, já que, o objetivo é a busca das melhorias
interpessoais e a eficiência na prestação de serviços.
Os projetos/atividades desenvolvidos pelas empresas juniores são
realizados pelos próprios empresários juniores. Estes projetos/atividades são
desenvolvidas com o acompanhamento e a orientação de professores e profissionais
especializados, promovendo assim, a excelência na preparação e no estímulo da
formação profissional assim como uma contribuição diferenciada para a sociedade. As
empresas juniores têm o objetivo de agregar conhecimento de gestão de técnica para
os empresários juniores, estimular o empreendedorismo entre os jovens participantes e
promover o contato do aluno com o mercado de trabalho. Segundo FEJEPAR (2006),
Por não ter fins lucrativos, a estrutura de custos de uma EJ permite a realização de serviços de qualidade a um preço extremamente acessível. Assim, prestam serviços às micro, pequenas e médias empresas, empreendedores e organizações do terceiro setor que, na maioria das vezes, não teriam condições de custear pesquisas ou consultorias essenciais para seu desenvolvimento e até sua sobrevivência.(p.25 )
Ultrapassa assim, os limites convencionais da atividade de extensão
universitária, pois antes de ser projeto, é um ambiente para projetos. Possui estrutura
que propicia uma continua política de ação, o que não acontece com formas de
extensão tradicionais.
Abordaremos a seguir, a história desse movimento e a experiência do
Brasil nesse contexto.
5.7.1 Movimento Empresa Júnior no Mundo
O surgimento do Movimento Empresa Júnior foi devido à ausência que
a formação acadêmica estava proporcionando ao mercado de trabalho, ou seja, a falta
de profissionais experientes e qualificados em varias profissões. Daí a necessidade de
algo que complementasse a vida acadêmica com o intuito de formar profissionais
diferenciados, que possibilitasse um desenvolvimento pessoal e proporcionasse aos
jovens universitários a prática dos ensinamentos teóricos.
No entanto que em 1967, em Paris, estudantes da ESSEC Business
School, conscientes das necessidades de experiências práticas que complementassem
49
a formação acadêmica obtida na faculdade, criaram uma associação sem fins
lucrativos, denominada Júnior Enterprise, com o objetivo de complementar a formação
teórica adquirida pelos estudantes nos estabelecimentos de ensino superior através de
aplicações práticas provenientes do confronto com a realidade empresarial.
A ESSEC Business School, uma escola superior de comércio, passou a
prestar serviço na área de marketing e finanças. Já em 1969, a união das empresas na
França fundou a Confédération Nationale des Júnior-Enterprise, cujo objetivo era
representar o Movimento Empresa Júnior na França.
Por volta de 1980, o Movimento Empresa Júnior ganha força e começa
a se estender para as outras áreas como a arquitetura, engenharia, veterinária, dentre
outras. A partir de 1986 esse movimento se expande para outros o países como mostra
a FIGURA 1, sendo criadas em 1988 no Brasil as primeiras Empresas Juniores no
Estado de São Paulo, nos cursos de Administração da FGV (Fundação Getúlio Vargas)
e da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado) e nos cursos de Engenharia da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Segundo a Brasil Júnior (2006) nos anos 1980, ocorreu o fortalecimento
do MEJ na Europa e a Confederação Européia de Empresas Juniores, estabelecendo
assim sua história:
a) 1987: A primeira rede internacional de Empresas Juniores é
concebida através da Espanha, Suíça e França. A Itália e a Holanda
também se juntam aos países a terem Empresas Juniores;
b) 1990: Nasce a Confederação Européia de Empresas Juniores
(GEIE) criada pela Espanha (CEJE), Suíça (USJE), França (CNJE),
Itália (CIJE), Portugal (JEP) e Holanda (FNJE).
c) 1992: dois anos após sua criação, membros da GEIE junto com as
Confederações da Alemanha (BDSU) e Noruega (JEN) fundam a
JADE (Junior Association for Development of Europe), conhecida
hoje como a European Confederation of Junior Enterprises
(Confederação Européia de Empresas Juniores).
Hoje, existe empresas juniores espalhadas por todo mundo. Na França,
onde é mais antigo, o Movimento conta com cerca de 115 empresas juniores que
50
movimentam anualmente milhões de dólares, e envolvem diretamente cerca de 20.000
estudantes. A Figura 1 mostra a distribuição das empresas juniores por todo o mundo.
FIGURA 1: Países que possuem Empresas Juniores. Fonte: FEJEPAR, 2005
Suas áreas de atuação são bem amplas, envolvendo o Marketing,
Processamento de Dados, Desenvolvimento Internacional, Meio Ambiente,
Gerenciamento de Qualidade, e outros. As empresas para divulgarem e promoverem
seu desenvolvimento e troca de experiências, realizam eventos e encontros nos quais
promovem o contato com a novidade do MEJ.
5.7.2 O Modelo Francês
O movimento francês de empresas juniores teve que se adaptar a
realidade nacional e das instituições de ensino superior, isso fez com que as empresas
juniores daquele país possuíssem algumas características particulares, como:
a) Devido à grande concorrência do mercado europeu as empresas
têm preferência em prestar consultoria a empresas de grande porte e com expressiva
51
participação no mercado;
b) O fato das instituições francesas não ter acolhido as juniores em
sua infra-estrutura e também a falta de proximidade entre alunos e professores, torna o
vinculo com essas instituições pouco estreito;
c) Como conseqüência da falta efetiva de orientação dos docentes
com experiência em consultoria, as empresas juniores francesas voltaram-se para a
especialização, pois precisaram restringir seu campo de atuação. Além disso, tiveram
de desenvolver metodologias próprias e que fossem aceitas pelo mercado;
d) Apesar da associação francesa também ser uma entidade civil sem
fins lucrativos, possui uma legislação própria, reconhecida por suas características
específicas.
Após todas estas particularidades o movimento francês consolidou-se e
começou a se difundir internacionalmente, sendo levado para Suíça, Bélgica, Espanha,
EUA e Brasil.
5.7.3 Movimento Empresa Júnior no Brasil
A idéia de Empresa Júnior foi trazida ao Brasil pela Câmara de
Comércio França-Brasil, em meados de 1987. No ano seguinte foram criadas as três
primeiras empresas juniores do país: EJ-FGV, Júnior FAAP e Júnior Poli Estudos. As
duas primeiras oferecendo serviços no campo da administração e a última em
engenharia. Em 1989 foi criada a primeira Empresa Júnior fora do Estado de São
Paulo: a Empresa Júnior ADM UFBA (Bahia). Desde então, o conceito espalhou-se pelo
país em Estados como Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Em 1990 as três empresas juniores pioneiras, e mais as recém
formadas Júnior Mackenzie, GEPEA, Júnior 3E e Mauá Júnior, fundaram a Federação
das Empresas Juniores do Estado de São Paulo (FEJESP); a primeira Federação de
Empresas Juniores das Américas. Em 1990, ocorre a fundação da Júnior FEA,
atualmente denominada FEA Júnior USP, a primeira empresa júnior multidisciplinar da
52
história do Movimento brasileiro.
Ocorre no ano de 1993, em São Paulo, o I Encontro Nacional de
Empresas Juniores (ENEJ) realizado pela FEJESP. Em 1993 é criado o primeiro Núcleo
de Empresa Júnior (NEJ) do Brasil (que se tem notícia) através da iniciativa de alunos
da Universidade de São Paulo, originando o Núcleo Júnior USP. As EJ’s fundadoras
foram: ECA Jr., Centro de Estudos e Projetos – FAU, Farma Júnior, GEO Júnior, Júnior
Poli Estudos, Júnior FEA, IME Júnior, EESC Júnior, Esalq Júnior Consultoria, Esalq
Júnior Florestal e ICMSC Júnior.
Mais empresas juniores foram criadas em São Paulo, no Rio de
Janeiro, em Santa Catarina, Bahia, Paraná entre outros estados.
5.7.4 O Modelo Brasileiro
Assim como no modelo francês, o modelo brasileiro também contém
alguns diferenciais:
a) Diferentemente das empresas francesas, as empresas juniores
brasileiras têm preferência na prestação de serviços para micro e pequenas empresas,
isso se dá pelo fato de que no mercado brasileiro a demanda por serviços para micro e
pequena empresas é maior que a oferta por profissionais qualificados e que ofereçam
preços acessíveis;
b) Através de um acordo entre as IES e as EJ’s, assegurou-se que
essas possuiriam um espaço físico nas dependências da instituição à qual pertençam;
c) Além da utilização dos recursos oferecidos pela instituição, as
empresas juniores brasileiras contam com docentes que acompanham seus trabalhos
dando mais credibilidade ao trabalho que oferecem, mas em contra partida
configurando uma maior dependência da instituição.
Preocupadas em inovar para agregar diferenciais competitivos, IES
valorizam importantes aliados diante da concorrência do mercado de trabalho. E uma
boa ferramenta é a empresa júnior, que com quase duas décadas de história, tem
representado uma importante arma de distinção no mercado. Além de proporcionar uma
53
experiência prévia aos alunos, muitas dessas IES encontraram na empresa júnior uma
oportunidade inesperada de alavancar sua imagem, seja com a comunidade, seja
difundindo sua marca e o nome da instituição como incentivadora do
empreendedorismo.
5.7.5 Números do Movimento Brasileiro
Segundo FEJEPAR (2006):
a) Existem mais de 600 empresas juniores no país, mapeadas em
mais de 200 Instituições de Ensino Superior em todos os Estados Brasileiros e Distrito
Federal;
b) Mais de 50% das empresas juniores são nas áreas de humanas,
com destaque para os cursos de Administração, Economia e Contabilidade. Quase 30%
são EJ’s da área de exatas, na qual se destacam os cursos de Engenharia. 10% das
EJ’s são da área de biológicas e outros 10% são multidisciplinares;
c) Em torno de 60% são provenientes de instituições públicas;
d) As empresas juniores têm idade média de 05 anos;
e) Quase 90% foram fundadas pela iniciativa dos próprios alunos,
enquanto 5% foram por iniciativa de professores ou diretores da Instituição de Ensino
Superior;
f) São desenvolvidos a cada ano aproximadamente 2000 projetos de
consultoria, principalmente para micro e pequenas empresas;
g) Cada empresa júnior envolve, em média, 25 universitários levando
a estimativa de quase 15.000 empresários juniores.
No Brasil, existem milhares de instituições que utilizam a empresa júnior
como uma engrenagem adicional para potencializar o crescimento no mercado.
Impulsionadas pelo sucesso em outros países a EJ vem incluindo na grade curricular
elementos que possibilitem aos alunos enfrentar problemas reais da profissão, uma
grande parcela das escolas investiram no modelo. Hoje comemoram a recepção
calorosa de seus formando no mercado de trabalho.
54
5.7.6 Estrutura do Movimento Brasileiro
A estrutura do Movimento Empresa Júnior no Brasil é formada por três
tipos de organizações: empresas juniores, federações e confederação (Brasil Júnior).
Isso pode ser observado na Figura 2, abaixo.
FIGURA 2: Estrutura do Movimento Empresa Júnior no Brasil. Fonte: FEJEPAR, 2005
Contudo, os itens abaixo mostrarão o papel e as características das
federações, confederação. São Instituições que organizam o movimento em rede,
proporcionando o intercâmbio de informações e formando alianças estratégicas. Vale
ressaltar, que as federações e a confederação são compostas por universitários que
trabalham e/ou trabalharam em uma empresa júnior.
55
5.7.7 Confederação Brasileira de Empresas Juniores
Durante a realização do VI ENEJ em 1998 (Guarapari – ES) foi criada a
“Comissão Nacional das Empresas Júnior” (CONEJ) que, cinco anos depois, iria
originar a Confederação Brasileira de Empresas Juniores denominada “Brasil Júnior”.
Através dos esforços dos empresários juniores em 2001 foi criada a
Rede Brasil Júnior durante o IX ENEJ em Curitiba, sendo o principal objetivo planejar a
criação da futura Confederação em 2003. Depois de 15 anos de história de Movimento
Empresa Júnior no Brasil, foi aprovada por votação unânime entre os empresários
juniores a criação da “Brasil Júnior”. Sua fundação deu-se no dia 1º de Agosto de 2004
durante o XI ENEJ, realizado em Salvador (Bahia).
Hoje, o Brasil é o país que possui maior número de empresas juniores,
calculadas além de 600, em mais de 14 Estados e 23.000 empresários juniores.
Atualmente, existem Federações nos seguintes estados: Bahia, Ceará, Distrito Federal,
Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Mas dentre as 14 Federações,
apenas 12 são Confederadas.
Segundo a Brasil Júnior (2006), além da FEJEPAR, 11 Federações
estão confederadas a rede Brasil Júnior, são elas:
a) CONCENTRO – Federação de Empresas Juniores do Distrito
Federal: surgiu no ano de 2000 para representar as EJ’s do DF e realizar o VIII ENEJ
na capital do país. Em seus 5 anos de existência vem promovendo a consciência e
estimulando o movimento por meio de eventos e parcerias consolidadas;
b) FEJECE – Federação das Empresas Juniores do Estado do Ceará:
concebida por volta de 1995, para representar com isenção os interesses das empresas
juniores cearenses, a FEJECE só viria a existir como entidade jurídica regulamentada e
seguidora dos Códigos Legislativos Brasileiros em agosto de 2002. Vencida a fase
inicial de fundação e consolidação junto ao Movimento Empresa Júnior local e nacional,
a FEJECE vem hoje buscando dar continuidade a tudo que foi desenvolvido
anteriormente e trabalhando para garantir que a missão da organização seja cumprida;
c) FEJEMA – Federação das Empresas Juniores do Estado do
56
Maranhão: o ano de 2003 foi concebido como sendo a da primeira gestão, foi de
fundamental importância para a FEJEMA, no que diz respeito à fundação, legalização,
elaboração do estatuto, do planejamento estratégico, do contato estabelecido com as
demais EJ’s do estado e da inclusão da mesma como filiada a Brasil Júnior. Tem como
propostas iniciais a elaboração de seu regimento, a filiação de outras EJ's a ela, a
elaboração de seu site e o estabelecimento de uma sede para a federação;
d) FEJEMG – Federação das Empresas Juniores do Estado de Minas
Gerais: em julho de 1995, durante o I EMEJ - Encontro Mineiro de Empresas Juniores,
em Lavras - MG, foi realizada a assembléia de fundação da FEJEMG. A partir daí tem
se configurado como uma das federações de empresa júnior mais ativas do Brasil. Com
um conselho deliberativo atuante, o planejamento estratégico da federação conta com a
participação de grande parte das EJ’s federadas, que desenvolvem projetos dentro das
diretrizes propostas. E o sistema de comitês – ambientes de conhecimento e trocas de
experiências – estimula a participação dos empresários juniores mineiros,
proporcionando discussões nos temas propostos pelos próprios empresários;
e) FEJEPE - Federação das Empresas Juniores do Estado de
Pernambuco: fundada em 1998 com o objetivo de realizar o VII ENEJ em Recife. Após
o encontro, a FEJEPE ficou desativada voltando com suas atividades a partir de 2002.
As gestões 2002 e 2003 trabalharam na reestruturação interna, e em 2004 conseguiu
unir e fortalecer o MEJ - PE (Movimento Empresa Júnior do Estado de Pernambuco) e
fez grandes parcerias junto aos principais órgãos de apoio ao empreendedorismo e
desenvolvimento socioeconômico local. Hoje, a FEJEPE consolidada passa por um
momento de desenvolvimento, aumentando cada vez mais sua rede de
relacionamentos e sua representação perante as empresas juniores do Estado;
f) FEJESC – Federação das Empresas Juniores do Estado de Santa
Catarina: surgiu em 1994 com o objetivo de unificar o Movimento Empresa Júnior
dentro do estado catarinense. Em 1996 criou-se o conselho deliberativo do órgão
instituído como máximo capaz de coordenar e votar as atividades exercidas pela
Diretoria Executiva. A partir deste momento, a FEJESC trabalha com o intuito de
recolher a documentação de cada empresa júnior federada (Estatuto, CGC e
Regimento Interno) e tendo posse da monitoração das empresas existentes no estado;
57
g) FEJESP – Federação das Empresas Juniores do Estado de São
Paulo: fundada em 05 de junho de 1990, é o órgão de representação e regulamentação
do Movimento Empresa Junior paulista. Através do capital humano das empresas
juniores, articula parcerias e constrói projetos, visando desenvolver as empresas
juniores, permitindo às mesmas uma prestação de serviços com melhor qualidade, além
de um maior desenvolvimento profissional e pessoal dos alunos que as compõem;
h) FETEJ – Federação Tocantinense de Empresas Juniores: foi
idealizada no Encontro Nacional de Empresas Juniores de São Paulo no ano de 2002 e
apresentada ao MEJ Nacional no ENEJ de Salvador em 2003. Mas, só em 02 de
novembro de 2003 conseguiu regulamentar-se como entidade jurídica e ser
oficialmente fundada pelas quatro empresas juniores já existentes no estado (Empresa
Júnior Objetivo, UNIRG Júnior, UFT Júnior e ULBRA Júnior). Hoje tem muito trabalho a
desenvolver junto ao Conselho da Brasil Junior, às EJ’s federadas e às instituições de
ensino superior que desejam abrir novas empresas juniores, visando à expansão com
qualidade do MEJ dentro do estado do Tocantins e na Região Norte do Brasil;
i) PB Júnior - Federação das Empresas Juniores do Estado da
Paraíba: fundada em 07 de Setembro de 2001 é o órgão máximo do Movimento
Empresa Júnior no estado e tem fins de defesa, organização, coordenação,
desenvolvimento e representação das empresas juniores associadas, através do
incentivo, promoção e apoio ao desenvolvimento bem como formulação de estratégias
que favoreçam a criação de uma estrutura integrada de inserção das empresas juniores
paraibanas no cenário nacional;
j) Rio Júnior – Federação das Empresas Juniores do Estado do Rio
de Janeiro: foram três anos de trabalho, discussões e alinhamento dos pensamentos.
Até que em 21 de agosto de 1998 foi fundada a Rio Júnior. Desde então o Movimento
Empresa Júnior (MEJ) fluminense passa por um processo de crescimento,
amadurecimento e união que fortalece cada dia mais as empresas juniores. A
organização, profissionalismo e qualidade dos projetos são fatores já característicos da
cultura do MEJ no estado. Tem como principal finalidade desenvolver, fomentar e
representar o Movimento de Empresa Júnior fluminense de forma integrada. Desta
forma, a Rio Júnior entende que contribui diretamente para o fortalecimento das
58
empresas juniores de todo o estado;
k) UNIJr BA – Federação das Empresas Juniores do Estado da Bahia:
em 1993, ano em que o II ENEJ ocorreu em Salvador, foi fundada a FEJESBA
(Federação das Empresas Juniores do Estado da Bahia). Suas atividades duraram
aproximadamente 02 anos e, em 1999, com propostas estruturais mais consistentes e
com o comprometimento mútuo dos envolvidos, foi realizada a assembléia de fundação
da UNIJr-BA (a atual Federação das Empresas Juniores do Estado da Bahia). No fim de
2001 a UNIJr-BA elaborou o primeiro planejamento estratégico da instituição e no ano
de 2003, promoveu o XI ENEJ, ocorrido em Salvador. Atualmente está imbuída, dentre
outras coisas, da difusão do potencial e importância do Movimento Empresa Júnior
baiano, demonstrando o impacto proveniente das ações e projetos no desenvolvimento
sócio-econômico do estado. Aliado a isso, a federação busca realizar cada vez mais
projetos multidisciplinares na busca por um maior impacto das empresas juniores no
desenvolvimento sócio-econômico da Bahia e do Brasil.
Em julho de 2004 foi realizado em Fortaleza (Ceará) o XII ENEJ e a I
Conferência Mundial de Empresas. Anualmente esses encontros vêm sendo realizados.
Atualmente, a Confederação Brasileira de Empresas Juniores tem como
norteadores as seguintes diretrizes estratégicas:
a) Missão: “Desenvolver e representar as empresas juniores
brasileiras, de forma integrada com as Federações e articulada com outras entidades,
promovendo e apoiando o desenvolvimento sustentável do país”.
b) Visão: “Consolidar o movimento empresa júnior brasileiro e sua
atuação como agente de desenvolvimento”.
5.7.7.1 Estrutura da confederação brasileira
Segundo a Fejepar (2006), a gestão é caracterizada pelo trabalho em
rede por todo o país. São as federações que são eleitas para os cargos de diretoria. A
confederação possui a seguinte estrutura:
59
a) Assembléia Geral: órgão máximo soberano da confederação,
composto por todas as EJ´s filiadas às federações integrantes da Brasil Júnior;
b) Conselho Estratégico: órgão planejador da Brasil Júnior, composto
por dois representantes (conselheiros) de cada federação confederada, nomeados
pelas mesmas para representá-las no órgão. Dentre os conselheiros, é eleito um
presidente do conselho, responsável pela coordenação do grupo e interface do mesmo
com a diretoria executiva;
c) Comissões Estratégicas: grupos de trabalho formados com o intuito
de executar um projeto ou planejar uma estratégia para a confederação. Pode ser
composta por número ilimitado de empresários juniores, de qualquer local do Brasil;
d) Diretoria Executiva: eleita anualmente a cada encontro nacional e é
composta por 7 diretorias (presidência, jurídico-financeiro, relações internacionais,
integração, comunicação, desenvolvimento e qualidade).
A estrutura interna da Confederação foi desenvolvida e construída de
maneira a atender todas as diretrizes estratégicas.
5.7.8 FEJEPAR – Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná
O Movimento Empresa Júnior (MEJ) chegou ao Paraná no início dos
anos 90, mais especificamente na Universidade Estadual de Londrina (UEL) onde foi
criada a primeira empresa júnior do Estado, denominada Business Consultoria.
Formada a primeira empresa júnior, o movimento difundiu-se, consolidando
representações em diversas áreas.
No dia 15 de março do ano de 1996, devido à necessidade da criação
de um órgão de representação do Paraná, as empresas juniores: EJEQ (Engenharia
Química – UFPR), EMJEL (Engenharia Eletro-Eletônica – UFPR) e Visão Júnior
(Administração – UNIOESTE) fundaram em Curitiba, a Federação das Empresas
Juniores do Estado do Paraná – FEJEPAR. Atualmente, o Estado do Paraná conta
com, aproximadamente, 60 empresas juniores.
60
Segundo FEJEPAR (2005),
A federação paranaense é uma associação civil sem fins lucrativos, sendo todos seus colaboradores voluntários. Esta não se envolve com nenhuma questão de cunho político partidário, religioso ou similar, tendo sua gestão unicamente voltada para questões educacionais e de cunho social. A Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná existe para representar as empresas juniores do Estado, auxiliar na criação e desenvolvimento das mesmas e proteger e defender o conceito empresa júnior, assegurando a qualidade dos estudos realizados por estas organizações.
A FEJEPAR tem como o objetivo: fomentar o desenvolvimento e a
qualidade das empresas juniores, difundir o conceito e os ideais do movimento,
proporcionar integração entre as EJ’s e os empresários juniores, ser auto-sustentável,
atuar ativamente na Brasil Júnior e aprimorar continuamente a federação. Esta
direciona todo o desenvolvimento de suas ações seguindo suas missão e visão:
a) Missão: “Abrir caminhos para o desenvolvimento das empresas
juniores”.
b) Visão: “Ser referência e difundir os ideais do Movimento Empresa
Júnior para empresas juniores, empresários juniores e sociedade”.
Atualmente a FEJEPAR encontra-se com nove empresas juniores
Federadas, são elas:
a) Business Consultoria: Empresa Júnior de Administração da UEL.
Primeira empresa júnior do Paraná, fundada em 1990, dedica-se ao aprendizado e
capacitação dos graduandos em Administração da Universidade Estadual de Londrina.
Nesse contexto, a Business Consultoria atende o mercado de micro e pequenas
empresas de Londrina e região na área de assessoria e consultoria empresarial,
visando o crescimento pessoal e profissional dos integrantes em equilíbrio com o
desenvolvimento da sociedade, através da aplicação da teoria dada em sala de aula na
prática do mercado de trabalho.
- Missão: “Prestar serviços com qualidade na área de gestão
empresarial, visando o crescimento pessoal e profissional dos graduandos envolvidos
em equilíbrio com o desenvolvimento da sociedade”.
- Visão: “Ser referência regional em Empresa Júnior, realizando projetos
de consultoria com qualidade e buscando o desenvolvimento dos seus membros”.
b) ECAE-UEL: Empresa de Consultoria e Assessoria Econômica.
61
Constituída por acadêmicos do curso de Economia da Universidade Estadual de
Londrina - UEL, foi fundada em 1999 tendo como o objetivo aprimorar o profissional por
meio da aplicação prática; despertar o espírito crítico empreendedor; amadurecer
profissionalmente e inserir o aluno a novas tecnologias avançadas e principalmente no
mercado de trabalho.
- Missão: "Ser referência empresarial no MEJ Sul Brasileiro".
- Visão: “Contribuir com o Progresso sócio-econômico de Londrina e
região”.
c) Elo Consultoria: Pioneira no Paraná como Empresa Júnior de
Psicologia, surgiu com o objetivo de aprimoramento das habilidades na área de
Psicologia Organizacional através da aplicação prática do conhecimento teórico
adquirido. Fundada em dezembro de 2003 realiza atividades desde o início do ano de
2004. Inovou quanto à metodologia de trabalho, e já beneficiou aproximadamente 300
pessoas direta e indiretamente.
- Missão: ’’Fomentar o aprimoramento pessoal e profissional dos
graduandos de psicologia através da elaboração e desenvolvimento de projetos na área
de psicologia organizacional. E, como conseqüência, possibilitar o crescimento sócio-
econômico de Londrina e região’’.
- Visão: ‘’Tornar-se referência dentro do movimento empresa júnior,
obter reconhecimento no mercado nacional na área de recursos humanos e promover o
desenvolvimento pessoal e profissional de seus membros’’.
d) JR Consultoria – UFPR: Fundada em 1997, é formada e gerida por
alunos do Setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paraná, que
compreende os cursos de Administração, Administração Internacional de Negócios,
Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Gestão da Informação. O negócio da JR
Consultoria – UFPR é “desenvolvimento”, tanto dos diretores, consultores e free-
lancers, quanto de seus clientes.
- Missão: “Cultivar sonhos”.
- Visão: “Ser referência no âmbito empresarial através da disseminação
dos nossos ideais”.
62
e) Júnior Design: Em 1999 um grupo de alunos preocupados em
colocar em prática a teoria adquirida em sala de aula, fundou a Junior Design. Em
2002, a empresa filia-se a FEJEPAR e continua a realizar atividades em Design Gráfico
e Design de Produto, que são as áreas de atuação da Júnior Design.
- Missão: "Oferecer soluções em Design, estimulando o espírito
empreendedor e a experimentação para promover um crescimento pessoal e
profissional e divulgar a profissão e seus processos”.
- Visão: "Consolidar a Empresa e seus processos, organizando-a,
melhorando a comunicação e valorizando seus membros”.
f) Trilhas: Fundada em 2000, a Trilhas surgiu de um contato que
alguns estudantes do curso tiveram com o Movimento Empresa Júnior. Desenvolve
projetos nas áreas de Planejamento Turístico e também atua nas áreas de eventos,
elaboração de roteiros turísticos, aperfeiçoamento profissional e acadêmico, projetos
sociais e projetos de turismo para ONG's.
- Missão: “Promover o desenvolvimento pessoal e profissional de seus
membros”.
- Visão: “Ser reconhecida pela qualidade dos serviços prestados e
diversificar o mercado de trabalho dentro de suas áreas de atuação, contribuindo,
sobretudo, para o desenvolvimento dos membros da empresa”.
g) Ciclus Consultoria: Empresa Júnior dos cursos de Engenharia
Ambiental e Engenharia de Bioprocesso e Biotecnologia da UFPR. Foi fundada no final
de dezembro de 2003 inicialmente penas pelo curso de Engenharia Ambiental e após
uma reestruturação da empresa foi incorporado o curso de Engenharia de Bioprocesso
e Biotecnologia. A empresa presta serviços de consultoria na área dos cursos
envolvidos, trazendo a multidisciplinaridade dentre as empresas juniores federadas de
engenharia do Paraná.
- Missão: "Ser uma empresa multidisciplinar com credibilidade,
reconhecia e em constante desenvolvimento”.
- Visão: "Auxiliar na formação de futuros profissionais, despertando
empreendedorismo, ética e conhecimentos”.
h) 3E UEL: Empresa Júnior de Engenharia Elétrica, fundada em
63
fevereiro de 2005 com o objetivo de introduzir ao mercado de trabalho os graduandos
do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina (UEL) antes
mesmo da conclusão do curso, fornecendo-lhes experiência no exercício da profissão
ao atuarem em diferentes projetos de engenharia.
A 3E UEL foca seus serviços na área de projetos elétricos residenciais,
comerciais e industriais, oferecendo um serviço ágil de qualidade e baixo preço. A
empresa executa também serviços de readequação de instalações elétricas, bem como
de projetos de eficiência energética através da correção do fator de potência e de
projetos luminotécnicos. Oferece também cursos e palestras para os alunos de
graduação, visando agregar mais conhecimento, sejam eles relativos à grade curricular
ou voltado aos aspectos econômico/administrativo do mercado de trabalho.
- Missão: “Promover a capacitação dos membros e a valorização do
curso desenvolvendo consultorias com qualidade e responsabilidade social, ao melhor
custo x benefício, visando atender às necessidades dos clientes”.
- Visão: “Ser referencia nacional em gestão empresarial e na prestação
de serviços”.
i) COEM JR: Consultoria de Engenharia Mecânica Júnior foi fundada
pelos alunos do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Paraná em
1996. Presta serviços a micro, pequenas e médias empresas. Tem como objetivo
oferecer ao aluno o complemento necessário à formação, com aplicação prática e
contato direto com a realidade das empresas, proporcionando um trabalho de qualidade
a preços mais acessíveis.
A Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná, assim como
uma empresa júnior é uma associação civil sem fins lucrativos, constituída e
administrada somente por alunos de graduação. Seu objetivo, porém, é completamente
diferente de uma empresa júnior. A FEJEPAR como órgão, representa e regulamenta
as empresas juniores no Estado do Paraná, atuando juntamente a órgãos públicos e
privados, autoridades governamentais e à sociedade em geral.
Segundo FEJEPAR (2006) a EJ dependendo de seu estágio de
desenvolvimento é qualificada em uma das quatro classes descrita abaixo.
a) EJ’s em mobilização: interessados em abrir uma empresa júnior
64
que estão em fase de mobilização de universitários, professores ou da instituição de
ensino superior;
b) EJ’s em estruturação: interessados em abrir uma empresa júnior
que estão em fase de estruturação da parte jurídica e organizacional da EJ;
c) EJ’s aspirantes: empresas juniores regularizadas, que estão se
adequando ao processo de filiação único para tornarem-se empresas juniores
federadas;
d) EJ’s federadas: empresas juniores federadas que estão totalmente
adequadas ao conceito e buscam o seu crescimento organizacional.
A FEJEPAR oferece seus serviços a todas as empresas juniores
independente da sua graduação. Mas, somente membros diretores e federados podem
ocupar cargos no corpo administrativo da federação.
A FEJEPAR se organiza internamente da seguinte maneira:
a) Assembléia Geral: órgão máximo de deliberação que pode ser
ordinária ou extraordinária, da qual podem participar todas as empresas juniores. No
entanto, somente as federadas possuem direito a voto;
b) Conselho Deliberativo: formado por um membro indicado de cada
EJ federada que representa o interesse da sua empresa júnior;
c) Presidente do Conselho: integra os conselheiros, preside as
assembléias e é um dos representantes da federação na Brasil Júnior;
d) Secretário do Conselho: auxilia o Presidente do Conselho na
execução de suas funções;
e) Diretores eleitos: em número de cinco, são eleitos por voto das EJ’s
federadas. Tem como função trabalhar em prol da Assembléia Geral e por em prática
as decisões tomadas pelo Conselho Deliberativo;
f) Assessores: empresários juniores de EJ’s federadas que auxiliam
os diretores.
Na Figura 3, estão relacionados os serviços oferecidos para cada
estágio de desenvolvimento da empresa júnior.
65
Figura 3: Serviços em cada Etapa do Desenvolvimento da Empresa Júnior. Fonte: FEJEPAR, 2005
Como se pode perceber pela Figura 3, a FEJEPAR oferece
basicamente seis tipos de benefícios as empresas juniores: fornecimento de
documentos (guias, apostilas e modelos), realização de eventos (capacitações,
workshops, treinamentos, atividades de integração e encontros nacionais, regionais,
estaduais e locais), facilita a participação em eventos em outros Estados (transporte
fretado a preço acessível), assessoria em processos, divulgação das empresas juniores
(palestras, núcleos, inserção na mídia e feiras) e atuação na Brasil Júnior.
5.8 EMPRESAS JUNIORES DE GEOGRAFIA NO BRASIL
A relação equivocada que se faz com quem se forma e obtém o título
de bacharel de que ele é professor, ou mesmo a visão, também equivocada, de quem
estuda Geografia tem apenas a função profissional de ensinar em disciplinas do ensino
fundamental ou médio o conteúdo apreendido no curso superior, é uma rotina no “dia-a-
dia” de todos que optaram por essa ciência como ferramenta de trabalho aplicada.
A formação do sujeito no saber geográfico parte de premissas também
66
equivocadas, do ponto de vista endógeno. Como exemplo, para este caso, tem-se a
premissa de que o licenciado está se preparando apenas para o ensino e o bacharel
para o trabalho técnico.
Essa dicotomia estabelecida provoca certa situação de constrangimento
no meio em que se relacionam as pessoas envolvidas com a Geografia enquanto
profissão. Esse constrangimento envolve questões tais como o papel do professor, que,
por exemplo, está profundamente desgastado devido principalmente, às diversas
condições sociais e trabalhistas que lhe imputam estabilidade e rentabilidade.
Quanto ao bacharel é por premissa aquele sujeito que estuda para
atuar no mercado técnico, e aparentemente é diferente do licenciado se visto pelo
prisma que urge do preconceito estabelecido pela dicotomia vigente. Mas isso não
constitui uma verdade, pois em muitos casos o que faz a diferença entre um e outro é a
situação relativa à própria especialidade em que a escola se propõe a formar o
indivíduo e, como investimento das escolas na formação do professor é relativamente
mais em conta, se correlacionou a licenciatura à formação de professor.
É, portanto, que surgem as empresas juniores de Geografia com o
objetivo de ampliar a visão do Geógrafo e inseri-lo na competitividade do mercado de
trabalho.
5.8.1 Terra Consultoria
A Terra Consultoria Júnior em Geografia pertence ao Instituto de
Geografia da Universidade Federal de Uberlândia e tem como missão "satisfazer as
necessidades dos clientes através de atuação responsável e voltada a iniciativas
sustentáveis, integrando os alunos da graduação ao mercado de trabalho e
capacitando-os através de projetos sérios, éticos e competentes".
Sua visão é “prestar serviços de excelência voltados às diversas áreas
da Geografia, em especial as áreas sócio-ambientais”.
É capacitada a desenvolver as mais variadas soluções para seus
clientes, contando com estudantes engajados tecnicamente e preparados para
67
implementar tais soluções. Compete a Terra serviços voltados na área de: auditoria
ambiental; áreas protegidas; licenciamento ambiental; outorga d'água; EIA/RIMA -
Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental; cartografia digital;
processamento digital e imagens; geoprocessamento; projetos de educação ambiental;
recuperação de áreas degradadas; venda de mudas e tratamento de resíduos.
A Terra sempre na busca de novos aprendizados e em contato com as
mais novas técnicas de análise e prestação de serviços, interessada no aprendizado
dos graduandos e sua posterior colocação no mercado.
5.8.2 Geossistema Consultoria
A Geossistema Consultoria - Empresa Júnior de Geografia da UEL foi
fundada em março de 2004 com a iniciativa dos alunos do próprio curso, sendo
associação civil de direito privado, apartidária, sem fins lucrativos.
Em seu início, a empresa focalizava a consultoria ambiental,
promovendo projetos em educação ambiental, recuperação de áreas degradadas,
planos de gestão ambiental, planejamento em bacias hidrográficas, projetos ligados a
geoprocessamento, entre outros.
Com sua ampliação e inserção de novos membros, a consolidação da
empresa tem sido forte, podendo priorizar as inúmeras áreas que a Geografia pode
oferecer. Apesar dos projetos em andamento serem de cunho ambiental, a
Geossistema Consultoria tem planos para o desenvolvimento de projetos na área de
geografia econômica, social e tecnológica.
Tem como visão: “Ser referencial em acessória júnior empresarial e
centro de excelência na formação de líder empreendedor”.
Missão: “Oferecer as melhores e mais completas opções de serviços
para nossos clientes, trabalhando com ética e profissionalismo; obtendo assim
crescimento, inovação e desenvolvimento da nossa comunidade”.
68
A Geossistema Consultoria tem mostrado com seus membros o esforço
de crescer, e com a ajuda de docentes e profissionais qualificados da área, a empresa
garante a qualidade de desenvolvimento e aplicação de seus projetos.
5.8.3 Geográfica Consultoria
Geográfica Consultoria - Empresa Júnior de Geografia da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), fundada em 31 de janeiro de 2005, surgiu em um
cenário animador, tanto no que se refere à posição interna na Universidade quanto no
alinhamento com as demandas de mercado e da própria ciência geográfica.
Tem como objetivo fornecer consultorias de gestão e planejamento
urbano, rural, de potencial turístico, ambiental e de uso sustentável de recursos
naturais, utilizando o geoprocessamento como uma das ferramentas.
Auxilia na tomada de decisões, elaborando diagnósticos consistentes,
claros e objetivos do problema, disponibilizando métodos, técnicas e processos
instrumentais que permitam a intervenção e solução dos problemas. Os projetos são
desenvolvidos com qualidade e custos acessíveis, oferecendo assim, excelência do
capital humano.
Portanto tem a missão de orientar, propor, recomendar, sugerir
caminhos e alternativas de gestão.
Ressalta-se que a criação da Geográfica Consultoria é sinal de
credibilidade e confiança no trabalho desenvolvido. Esse diferencial é fundamental para
o sucesso de seus contratantes e parceiros nos cenários local e nacional, viabilizando o
potencial das atividades.
5.8.4 Geoambiental Júnior
A Geoambiental Júnior - Empresa Júnior dos Cursos de Engenharia
Ambiental e Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia Presidente Prudente –
69
UNESP, foi fundada em 2004 com a iniciativa dos alunos do próprio curso.
É capacitada a desenvolver as mais variadas soluções no que se refere
à área de meio ambiente e planejamento, desenvolve seus serviços através da
educação ambiental, elaboração de laudos periciais, participação na elaboração da
EIA/RIMA, elaboração do RAP (relatório ambiental preliminar), assessoria e consultoria
em planejamento urbano, rural e ambiental. Estas atividades são desenvolvidas com o
acompanhamento e a orientação de professores e profissionais especializados,
promovendo assim, a excelência na preparação e no estímulo da formação profissional
assim como uma contribuição diferenciada para a sociedade.
Foi com o intuito de melhor posicionar o graduando no mercado de
trabalho, dar condições digna de trabalho para que ao sair da universidade esse possa
ter condições de competir com outros profissionais que surgiram as empresas juniores
de Geografia.
5.9 DOCUMENTOS REFERENTES ÀS EMPRESAS JUNIORES
5.9.1 Conceito Nacional de Empresa Júnior
Segundo FEJEPAR (2006), o Conceito Nacional de Empresa Júnior é o
documento mais importante que o MEJ produziu em seus anos de existência. Foi
elaborado com o intuito de determinar o que caracteriza ou não uma EJ e de preservar
a imagem desta marca perante o mercado e a sociedade.
O Conceito é decorrência de mais de dois anos de discussão que
envolveu Federações e empresários juniores de todas as regiões do Brasil. Este
documento reúne a essência do que as EJ’s são e representam hoje no país. O
documento final foi redigido pelo Conselho Diretor da Rede Brasil Júnior que reuniu dois
representantes de cada Estado, foi aprovado em Assembléia Geral ocorrida em
01/08/2003, durante o XI ENEJ realizado em Salvador.
70
Este documento apresenta e comenta o Conceito Nacional de Empresa
Júnior, de forma a dirimir possíveis dúvidas e disseminar a importância de todos os
seus artigos (ver Anexo A).
5.9.2 Código de Ética do Movimento Empresarial Júnior
O papel das empresas juniores é possibilitar aos estudantes a
oportunidade de aprimoramento técnico através de trabalhos realizados e que dêem a
eles uma visão real, possibilitando a resolução de problemas práticos e aprimoramento
pessoal/humano através do engajamento da organização que esteja preocupada com o
desenvolvimento como indivíduo.
Também, enquanto empresa de consultoria, a empresa júnior possui o
papel de auxiliar e assistir aos clientes na melhoria de seu desempenho, nos aspectos
de eficiência, tecnologia e no aprimoramento das relações interpessoais.
Em função desse papel inovador, a empresa júnior adquiriu uma grande
influência sobre o cliente e sobre os alunos e as demais pessoas com as quais interage
tendo, portanto uma correspondente responsabilidade profissional e social.
A fim de identificar claramente estas responsabilidades, elaborou-se o
Código de Ética (ver Anexo B), o qual representa uma garantia aos usuários dos
serviços das empresas juniores e um guia para os empresários juniores.
Este Código foi elaborado pela Federação das Empresas Juniores do
Estado de São Paulo, para que este conjunto de valores fosse compartilhado por todo o
movimento e servisse como instrumento de monitoramento e acompanhamento da
conduta dos empresários juniores. A federação constituiu-se, desta forma, num órgão
apropriado para o julgamento de quaisquer deslizes éticos que porventura venham a
ser cometidos por seus associados.
A necessidade de um Código de Ética existe à medida que surgem
interesses a serem compartilhados. Assim, o presente documento procurou contabilizar
os interesses da comunidade em geral, dos clientes, das empresas juniores, dos alunos
e das faculdades nas suas mais diversas relações.
71
Este Código de Ética foi baseado nos fundamentos éticos da
consultoria em geral, nos princípios de convivência humana que devem ser
compartilhados entre clientes, estudantes e empresários juniores enquanto indivíduos e
nos propósitos e filosofias do MEJ de acordo com as normas e estatutos padrões
prescritos pela federação.
Vale a pena ressaltar que um dos principais objetivos da empresa júnior
é incrementar a formação dos estudantes universitários, seja através da prática de seus
conhecimentos teóricos, seja através da oportunidade de vivenciar a realidade
empresarial. Os empresários juniores devem estar conscientes que este objetivo é
prioritário à finalidade de receber honorários e demais benefícios e vantagens
particulares.
Enfim, por se tratar de um movimento envolvendo várias empresas
juniores com as mesmas particularidades, propósitos, finalidades e procedimentos, a
adoção de um Código de Ética surgiu com a preocupação de garantir a imagem do
movimento perante as instituições de ensino e a sociedade em geral.
5.9.3 Estatuto Empresa Júnior
O Estatuto (ver Anexo C) é peça fundamental para a estruturação da
empresa júnior, foi adotado como base para as empresas juniores de cada estado,
sendo o mais genérico e abrangente possível, visando a auxiliar o trabalho dos alunos
empreendedores interessados, possibilitando alterá-lo para que o mesmo possa ser
adaptado à realidade de cada empresa júnior, conforme sua área de atuação.
O registro do Estatuto deve ser feito no Cartório de Registro Civil de
Pessoas Jurídicas, devido ao seu caráter de associação civil sem fins lucrativos,
juntamente com a Ata de Fundação e a Ata da Eleição e Posse da Diretoria.
O Estatuto deverá ser assinado pelo Diretor Presidente, com firma
reconhecida, no mínimo em duas vias, ter o visto de um advogado (com número da
OAB), e contar com a qualificação completa (nome, RG, CPF, estado civil, endereço,
nacionalidade e profissão) de toda a Diretoria e suas assinaturas e requerimento anexo
72
do Diretor Presidente, solicitando o registro do mesmo.
5.9.4 Confederação Brasileira de Empresas Juniores
A Brasil Júnior se propõe a passar diretrizes nacionais para que sejam
adotadas pelas federações (ver Anexo E). Além disso, trabalha como um portal de
colaboração e conhecimento, que promove a integração dos empresários juniores de
cada estado. O intuito maior é cada vez mais regulamentar as atividades das empresas
juniores que ainda é pouco trabalhada em algumas universidades.
5.9.5 Processo de Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná
O documento esclarece de forma detalhada o funcionamento do
processo de filiação de empresas juniores da FEJEPAR (ver Anexo D). Os critérios
exigidos e os métodos de avaliação têm como referência a própria experiência desta
Federação que ao longo do tempo foi adaptando tal instrumento às novas exigências do
mercado e do Movimento Empresa Júnior. Este instrumento foi integrado ao programa
de excelência em gestão desta federação. Dessa forma ele possibilita, por um lado, que
esta entidade tenha condição de assegurar alguns procedimentos básicos para o
estabelecimento de um nível mínimo de profissionalismo e qualidade nas atividades das
empresas juniores federadas e, por outro, que estas iniciem desde o começo um
processo de auto-desenvolvimento com total suporte da federação.
Após a efetivação deste processo, FEJEPAR assegura que todas as
empresas juniores federadas estão: de acordo com o conceito de empresa júnior
defendido pela confederação; em dia com suas obrigações legais e fiscais; e aptas a
prestarem serviços com um mínimo de qualidade garantido pela Federação.
Entretanto, deve ser ressaltado, que a agilidade de tal processo
depende, predominantemente, do esforço da empresa júnior candidata em providenciar
a documentação e os requisitos exigidos. É importante assinalar, também, que este
73
instrumento não pretende de forma alguma limitar o acesso das empresas juniores à
FEJEPAR, pois requer apenas aquelas exigências mínimas para a profissionalização
do MEJ regional e coloca à disposição da candidata, toda a estrutura e conhecimento
da Federação para qualquer eventual suporte necessário.
O processo de filiação de empresa júnior à FEJEPAR tem como
objetivo: legitimar a filiação de qualquer empresa júnior à Federação; registrar e verificar
todos os procedimentos legais para o correto funcionamento das empresas juniores
federadas, bem como da correta efetivação da filiação; estimular e iniciar o processo de
profissionalização e qualificação do movimento empresa júnior.
5.10 EMPRESA JÚNIOR TEORIA VERSUS PRÁTICA
O ensino universitário, principalmente o de graduação, vem sofrendo
grande pressão nos últimos anos, é desejado que ele seja capaz de habilitar, treinar,
preparar jovens para as atividades profissionais que o mercado de trabalho exige.
Acredita-se que essa necessidade da universidade em atender aos
anseios dos jovens já não é o suficiente, por isso, cabe a ela buscar recursos e
enfrentar mudanças radicais no meio-ambiente dos negócios, já que, vivi-se num
mundo globalizado.
De acordo com Guimarães, Senhoras e Takeuchi (2002),
Essa grande pressão vem causando impactos no ensino universitário de graduação deixando, tanto docentes quanto discentes, extenuados, pois os professores precisam estar continuamente a par dessas tendências e transmiti-las por longos períodos e de maneira repetitiva; já os alunos precisam apreender esse conhecimento e reproduzi-lo, apesar de não perceberem nenhuma ligação com a prática. O descontentamento é geral e tem como principais fatos geradores o distanciamento entre teoria e prática no nosso ensino universitário e os papéis exercidos por professores – ‘transmissores de conhecimento’ – e alunos – ‘reprodutores de conhecimento. (p.05)
Apesar da dificuldade em se quebrar paradigmas e em se processar
transformações nas estruturas do ensino universitário, a ruptura do processo de
dissociação entre teoria e prática precisa ser perseguido com empenho, a fim de ser
74
possível melhorar a qualidade do ensino ministrado em nossas universidades, conforme
apresentado por Cunha (1997).
Uma das maneiras de se conseguir essa relação entre teoria e prática
diz respeito em trazer aos alunos experiências práticas, contatos com a realidade que
conduzam ao questionamento e que são possibilitados pelo movimento de empresas
juniores.
A participação dos alunos de graduação pode se dar através do
envolvimento direto com a estruturação e funcionamento da EJ, ou também como
consultor júnior na realização de projetos.
Essa relação aluno x empresa júnior é muito importante, pois prepara o
aluno para o melhor desempenho da sua profissão.
O estudante universitário recém-formado precisa receber sólida
formação técnica, científica e profissional geral, que o capacite a absorver e
desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na
identificação e resolução de problemas, em atendimento às demandas da sociedade.
Assim, sua formação necessita além das disciplinas obrigatórias do currículo do curso,
atividades complementares, tal como proporcionado pelas experiências de participação
nas EJ’s, que visam ampliar os horizontes de uma formação técnica profissional mais
abrangente, já que, atualmente diversos cursos parecem estar fora do mundo da
competitividade.
De acordo com Guimarães, Senhoras e Takeuchi (2002) a interação
universidade - empresa júnior tem como referência o mercado de trabalho e o
aprendizado. Com isso, para o estudante, a EJ preenche o espaço entre o
conhecimento teórico e a experiência obtida somente com a prática, de acordo com a
filosofia de que não se aprende melhor do que praticando, lidando com as dificuldades
e empecilhos reais, aprendendo com os próprios erros e os já cometidos no passado.
Além disso, a empresa júnior dá possibilidade do aluno atuar no
mercado de trabalho, e também ganhar motivação para identificar as suas deficiências
e buscar soluções para o desenvolvimento de habilidades pessoais como capacidade
de negociação, comunicação, senso crítico, criatividade, flexibilidade e espírito
empreendedor.
75
Através da prestação de serviços em consultoria os membros de uma
EJ têm a oportunidade aplicar na prática os conceitos adquiridos na faculdade e
complementar sua formação com o aprendizado de práticas de administração de
empresas.
Diferentemente de uma empresa real, o acúmulo financeiro não é o
objetivo de uma EJ, pois esta não tem fins lucrativos. O lucro é o desenvolvimento dos
estudantes, o que se reflete positivamente na sua carreira.
Outra diferença fundamental é que uma EJ não tem concorrentes,
apenas aliadas. Quanto maior for o número destas organizações, maior será a
possibilidade de troca de experiências, contatos, informações e de realização de
trabalhos em parceria. Isto ocorre mesmo, entre EJ’s que atuam em áreas semelhantes
e que, portanto, prestam os mesmos tipos de serviços.
5.10.1 Relação Empresas Juniores e o Papel na Integração Universidade-Empresa
Segundo Guimarães, Senhoras e Takeuchi (2002):
[...] partir desta experiência o futuro profissional é estimulado no processo de formação do caráter empreendedor prevendo a realidade e estimulando para a prática profissional ou até a criação de suas próprias empresas. As empresas juniores são, acima de tudo, um excelente lugar de grandes operações para o aluno de graduação fazer a complementação em sua formação para o mercado. Este aluno poderá testar sua capacidade de trabalhar em grupo, seu relacionamento interpessoal, sua visão de negócios e sua capacidade administrativa.(p.16)
Portanto, o principal objetivo da empresa júnior é proporcionar ao
graduando, independente da sua área de formação, a complementação da aplicação de
seus conhecimentos teóricos, ou seja, proporcionar ao estudante a prática de
conhecimentos teóricos, relativos à área de formação profissional específica,
desenvolver o espírito crítico, analítico e empreendedor dos alunos, contribuir com a
sociedade através de prestação de serviços, proporcionando ao micro, pequeno e
médio empresário especialmente, um trabalho de qualidade com preços acessíveis,
intensificar o relacionamento empresa-escola, facilitar o ingresso de futuros
76
profissionais no mercado, colocando-os em contato direto com o seu mercado de
trabalho e valorizar a instituição de ensino como um todo no mercado de trabalho. Para
isso, presta serviços à sociedade em diferentes áreas, através de consultorias a um
preço muito abaixo daquele estipulado no mercado.
Segundo Guimarães, Senhoras e Takeuchi (2002, p. 6).
O aluno é o principal cliente da EJ, cuja missão é buscar seu desenvolvimento pessoal, profissional e acadêmico através da prestação de serviços de qualidade. O grande papel que uma EJ desempenha neste cenário é a de facilitar a inserção de alunos em projetos sob a orientação de professores, além de estreitar os laços de cooperação universidade-empresa. Os alunos engajados nos projetos têm a oportunidade de aliar a teoria à prática, contando com a supervisão de professores. Além de estimular o desenvolvimento de competências importantes para o desempenho da profissão. As Instituições de ensino superior que contam com EJs além da possibilidade de oferecer uma oportunidade diferenciada de desenvolvimento para o aluno, são favorecidas pela divulgação que o trabalho da EJ garante ao seu nome. Ademais, o professor universitário encontra na EJ uma oportunidade de repassar seus conhecimentos e pesquisas para estudantes comprometidos com o aprendizado e com interesse de aplicar a teoria acumulada durante o curso superior. Uma universidade, através da participação ativa de professores, a cessão de laboratórios e ferramentas de pesquisas, cumpre o seu papel de difusor de conhecimento, prestando à sociedade, contribuição técnica especializada, via prestação de serviços, assessorando-a na implementação de soluções indicadas para problemas diagnosticados para as empresas via projetos de consultoria. As EJ’s são importantes mecanismos dinamizadores da relação empresa-universidade, onde muitos dos alunos que participaram ativamente do movimento foram estimulados no caráter “empreendedor” e montaram empresas próprias. Desse modo, o envolvimento de alunos nas EJ’s favorece tanto a formação social, cultural e tecnológica quanto estimula o caráter empreendedor do futuro profissional. Esta capacitação é muito bem-vinda à economia e ao crescimento do país. Como o trabalho de uma EJ está relacionado ao desenvolvimento de projetos e na ampliação das potencialidades de empreendedorismo; diversos alunos ou grupos de alunos dos cursos de alta tecnologia têm seus projetos empresariais incubados em Programas de Incubação de Empresas dentro das próprias universidades. Portanto, as EJ’s se configuram como um núcleo central de onde são engendradas e para onde convergem interações no plano da Universidade e no plano das Empresas. Os vetores de interação se direcionam dentro da rede universitária para laboratórios, bibliotecas e aproximação científico-tecnológica docente-aluno, e também exteriormente a ela com a satisfação das demandas empresariais e para a formação de redes empreendedoras.
Não existem estudos efetivos sobre o impacto da empresa júnior para a
empregabilidade do profissional recém formado. O graduando se sente mais confiante e
77
mais bem preparado, com a facilidade para trabalhar em equipe, com pró-atividade e
criatividade para lidar com dificuldades.
Para o aluno, a experiência de pensar como empresário é de grande
importância, pois é preciso preocupar-se com a preparação do contrato de serviços,
cumprir os prazos, estudar possibilidades, fazer relatórios e análises.
5.11 PERFIL DO EMPRESÁRIO JÚNIOR: ALGUMAS REFLEXÕES
Segundo pesquisado Oliveira, durante o XI ENEJ em Salvador-BA em
julho de 2003, de forma quali-quantitativa procurando destacar dados tanto
quantitativos como qualitativos acerca da caracterização e tendências das empresas
juniores a partir de um padrão.
Para coletar os dados empíricos, empregou uma amostragem não
probabilística, aleatória e por acessibilidade. Houve a participação de 1.300 alunos no
referido evento. Conforme Oliveira (2003), os questionários foram disseminados no
segundo dia do evento e foram sendo recolhidos ao longo do mesmo, alcançando um
retorno de 204 questionários. Posteriormente a análise, verificou que três não estavam
preenchidos, ficando uma amostra de 201 questionários, o que em relação ao universo
dos participantes do evento, teve uma amostragem de 15,46%. Considerando um nível
de confiança de 95% e um desvio padrão de 3%, obteve uma margem de erro da
ordem de 2,11%, o que se mostra tecnicamente uma margem confiável, e por tanto
verdadeiro quanto aos resultados obtidos.
No total foram elaboradas 43 questões, constituindo em: 24 fechadas,
16 texto (abertas) e 3 numéricas (escala). As 43 questões foram organizadas em cinco
blocos, sendo que os mesmos estariam assim distribuídos:
Bloco 1: Perfil do Consultor/Empresário Júnior;
Bloco 2: Sobre a Empresa/Consultoria Jr., Principais Características;
Bloco 3: Forma do Desenvolvimento da Empresa/Consultoria Jr.;
Bloco 4: Interesse, Participação e Principais Problemas Enfrentados
para o Desenvolvimento das Atividades;
78
Bloco 5: O Futuro da Empresa Júnior no Brasil.
5.11.1 A Empresa Júnior no Brasil – Caracterização e Tendências
5.11.1.1 O perfil em si
Em relação à análise da aplicação da coleta de dados feita por Oliveira
(2003), pode-se destacar os seguintes resultados: quanto à idade dos respondentes da
pesquisa, remete-se entre as faixas etárias de 15 a 20 anos e 21 a 25, com 46, 77% e
47,76% respectivamente. Nota-se desta forma, que a média é de 20 anos. Deste grupo,
e 55,76% são do sexo masculino e 43,78% são do sexo feminino.
Uma grande maioria, que responderam a pesquisa, 94,53%, faz parte
de uma empresa júnior. Estas EJ’s estão implantadas em instituições de ensino
superior (IES), que são predominantemente Federais 57,71 %, seguida de Estaduais
com 24,88%, e com 14,43% as privadas.
Pode-se observar com a análise, que dentro das IES’s os cursos que
mais abrem EJ’s, refere-se ao curso de Administração com 38,28 % do total, seguido
dos cursos das engenharias (química, civil, alimentação, etc.) com 25,78%, outros
cursos são destacados, mas em menor indicação, como exemplo: das Ciências da
Computação com 4,68%, Economia e Contábeis com 7,81% e 5,07% respectivamente.
Acompanhado de outras indicações em menor número, destacam-se os cursos:
Turismo, Arquitetura, Marketing, Serviço Social, Psicologia, Sociologia, Relações
Internacionais, Direito, entre outros.
Há uma concentração de atividades da EJ na área de humanas,
53,23%, seguido da área de exatas com 25,82 % e biomédicas com 1,99 %. Observa-
se que a composição das EJ’s não é fracionada por cursos, ou seja, não fazem
nenhuma composição com outros cursos.
79
5.11.1.2 Estrutura e atividades das empresas juniores
A estrutura organizacional corresponde na maior parte da seguinte
maneira: formação de conselhos, presidência e diretorias. As consultorias são pautadas
conforme a necessidade dos cursos que estão ligadas as EJ, ou seja, predomina a
atividade de consultoria como forma/metodologia de trabalho, e prestação de serviços,
se concretizando na elaboração de planos, programas, projetos e serviços, de pesquisa
e diagnóstico, planejamento e execução dos mesmos, entre outros.
Em relação aos clientes atendidos pelas EJ, verifica-se que é composto
em sua maioria por empresas de pequeno porte, 88,50%; e de médio porte 61,19%.
Destaca-se como perfil de clientes: organizações do terceiro setor, se caracterizando
como organizações de pequeno porte 38,31%, médio porte 21,89 % e grande porte
10,95%, que somados estes percentuais correspondem a 71,15% do total da clientela
atendida.
Em relação à quantidade de projetos desenvolvidos ao ano uma grande
maioria das EJ realiza mais de 10 projetos - 28,36 %, 8 a 10 projetos - 17,41 %; 3 a 15 -
92%; 5 a 6 com 13,93%; 7 a 10 com 10,95%; 1 a 2 com 8,96%. Caracterizando em uma
média de 9 projetos ao ano.
O valor cobrado por estes projetos, varia entre R$ 1.000 e 3.000 em
sua maioria. Neste sentido, os valores cobrados por projetos na EJ são em média R$
3.500.
Logo, constata-se que as EJ deparam em média com 9 projetos
realizados ao ano, a um valor médio de R$ 3.500 cada, apresentando um faturamento
anual médio da ordem de R$ 30.000.
No que diz respeito ao quadro de consultores/empresários juniores,
cada empresa júnior é composta por 15 a 23 pessoas - 33,33%; de menos de 15 - 30%
e de 23 a 31 membros - 16,67% , sendo que a idade média destes participantes é 20
anos, para 40% e 18 anos para 30%.
A inserção dos estudantes na EJ se dá na maior parte nos dois
primeiros anos do curso. 42,79 % para o primeiro ano, 42,29 % para o segundo ano;
80
para o terceiro ano 3,33% e no quarto ano para 3,33%. Demonstrando que os
estudantes estão ingressando cedo na experiência da EJ.
5.11.1.3 Interesse, motivação e participação dos envolvidos nas atividades das
empresas juniores
Quanto ao interesse e participação dos estudantes, pode-se averiguar
que 53,73 % dizem ser satisfatório; 12,94 % muito satisfatório; 17,41% indiferente; 9,95
% insatisfatório e 1,49% muito insatisfatório.
Em relação ao interesse e participação dos professores 41,29% afirma
ser satisfatório; 36,32% indiferente; 8,96% satisfatório, 6,47% muito insatisfatório.
Verifica-se que com a soma dos resultados 51,75% tem uma visão negativa quanto à
participação e interesse dos professores.
Já no que diz respeito à preparação dos professores para a supervisão
(orientação) 55,22 % afirmam ser bom; 31,99% ruim; 22,39% ótimo e 13,43% regular.
Sobre a qualidade desta supervisão 49,75% diz ser boa; e 19,40% ficam entre ótimo e
regular; 4,48% consideram ruins e 0,50% péssimo.
Nessa pesquisa houve questão sobre a contribuição ou não da EJ
quanto à melhoria da empregabilidade, ou seja, qual o nível de concordância sobre
quem passa pela EJ teria maiores condições de ingressar no mercado de trabalho.
67,16% concordam totalmente e 27,36% concordam; 2,49% discordam e somente
1,00% discordam totalmente. Sobre a possibilidade da EJ “roubar” espaço de
profissionais já formados, 52,74% discorda totalmente desta crítica; 32,24% discorda;
9,95% acredita ser indiferente; 4,48% concorda e 1,95% concorda totalmente
81
5.11.1.4 Principais Problemas
Ainda utilizando a pesquisa de Oliveira (2003), pode-se averiguar os
principais problemas enfrentados pelas empresas juniores. Foi solicitado para os
participantes da pesquisa, que escrevessem de 3 a 5 problemas dos mais graves, que
são identificados no cotidiano das atividades da empresa júnior. Neste sentido, foi
possível classificar 326 fatores, o que possibilitou construir uma escala classificatória
com os maiores problemas enfrentados pelos empresários/ consultores juniores,
destacados os mesmos no quadro a seguir.
CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PROBLEMA FRQ. %
1º Falta de apoio (da instituição, dos professores e dos alunos, dos membros
das empresas juniores).
82 25,15
2º Falta de recursos (de forma geral) 26 8,00 3º Rotatividade dos membros da empresa
júnior 21 6,00
4º Falta de motivação dos membros da empresa júnior
18 5,52
4º Falta de tempo dos membros da empresa júnior
18 5,52
5º Falta de comprometimento 17 5,21 5º Falta de comunicação 17 5,21 6º Falta de dinheiro e financiamento 15 5,00 7º Falta de estrutura 14 4,29 8º Falta de conhecimento 12 3,70 8º Falta experiência 12 3,70 9º Falta de credibilidade, principalmente do
mercado por ser alunos, e não ter “experiência”
11 3,40
10º Mercado 8 2,45 11º Divulgação 7 2,14 11º Remuneração 7 2,14 12º Espaço 6 1,84 12º Estágio (muitas vezes a empresa júnior
não é considerado estágio) 6 1,84
12º Organização 6 1,84 12º Reconhecimento 6 1,84 12º Capacitação 6 1,84 12º Dificuldade para captação de recursos 6 1,84
82
CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PROBLEMA FRQ. % 13º Profissionalismo 5 1,53
Total 326 100 Quadro 1: Principais Problemas Enfrentados Pelas Empresas Juniores Fonte: Edson Marques Oliveira, 2003
Há uma contradição, no que se refere ao primeiro bloco, já que, as
questões anteriores, tanto a participação dos docentes como a motivação dos discentes
apresentaram indicadores positivos, e agora estão deparados com “problemas”. O que
comprova a urgência de um trabalho interligado entre alunos, instituição e professores.
Portanto, observa-se que os problemas estão catalogados a questões de ordem de
gestão, político-didático, infra-estrutura e mercado, o que pode ser verificado no quadro.
EIXO PROBLEMA ITENS CLASSIFICADOS
1 Gestão 3º, 4º, 5º, 6º, 11º, 12º, 13º, 2 Político-didático 1º, 8º, 11º, 12º, 16º 3 Infra-estrutura 2º, 7º, 12º, 4 Mercado 9º, 10º,
Quadro 2: Centralidade dos Principais Problemas Enfrentados Pelas Empresas Fonte: Edson Marques Oliveira, 2003.
Além dos fatores acima destacados, foram citados: assinatura de
projetos, elaboração dos projetos, divulgação e marketing, “panelinhas”, insegurança,
saber cobrar os serviços, como reter talentos, covardia da diretoria, falta sinergia,
identidade, iniciativa, descontinuidade, cultura organizacional, profissionalismo,
equipamentos, maturidade. Estes, mesmo sendo em menor freqüência de citação,
estão conectados aos demais, por exemplo, a assinatura dos projetos, que demanda a
participação dos professores/supervisores. Observa-se, que a procura por credibilidade,
passa pela “falta de experiência”, pelo fato de ainda estarem em formação, fato que
pode ser ultrapassado à medida que há profissionais já formados, supervisionando e
orientando os projetos, no caso os professores. Estes por sua vez, precisam também de
melhor preparo, pois conhece em determinadas áreas os chamados professores
acadêmicos de carreira, ou seja, bem escasso de experiência prática. Outro fator com
grande ênfase é a falta de apoio da instituição de ensino, seja em relação à infra-
estrutura, como de recursos. Fatores estes básicos, já que os demais, tanto de ordem
83
de gestão, recursos, falta de experiência de mercado podem ser superados na medida
em que a IES e os professores derem o sustento logístico, didático, teórico e prático
suficientes para a elaboração e execução de projetos.
Investigou-se também, acerca da influência das atividades da EJ para a
qualificação profissional. No que diz respeito ao aprimoramento do perfil profissional,
destacando-se as seguintes:
CLASSIFICAÇÃO INDICADOR %
1 Trabalho em equipe 81,09 2 Espírito empreendedor 73,63 3 Iniciativa 68,66 4 Resolução de problemas 48,26 5 Elaboração de projetos 47,26 6 Visão de futuro 46,30 7 Comunicação 44,78 8 Organização 42,29 9 Visão crítica 38,31 10 Cumprir prazos 29,85 11 Buscar metas 27,36
Quadro 3: Influência das Atividades da Empresa Júnior Qualificação Profissional Fonte: Edson Marques Oliveira, 2003
Além destas, foram assinaladas outras habilidades que este processo
fornece, são elas: conduta, conhecimento do MEJ, oratória, coragem, contato com o
mercado, comprometimento, liderança, relacionamento, responsabilidade social,
interpessoal, parceria, aprendizado, adaptabilidade, desinibição, e criatividade.
Conforme Oliveira (2003) ressaltou a influência das atividades da EJ
para a qualificação profissional refere-se às habilidades e competências que são hoje
de maior exigência no mercado de trabalho, fator este, que justifica dar maior
importância a estas e constituí-la em campo tanto de estágio como de extensão
universitária e sem dúvidas como os dados demonstram, um campo de estágio
profissional da maior importância e aproveitamento didático.
84
5.11.1.5 O Futuro da Empresa Júnior no Brasil
Para terminar a pesquisa, requereu que fosse destacada a visão quanto
ao futuro da empresa júnior no Brasil a partir de uma única palavra, no Quadro 4, tem-
se uma visão de conjunto das palavras que foram citadas com maior freqüência.
CLASSIFICAÇÃO PALAVRA FREQ. %
1 Promissor 35 29,66 2 Sucesso 28 23,72 3 Crescimento 21 17,79 4 Desenvolvimento 10 8,47 5 Reconhecimento 7 5,94 6 Mudança 5 4,24 7 Progresso 4 3,40 8 Evolução 3 2,54 9 Prosperidade 3 2,54 10 Comprometimento 2 1,70
Total 118 100 Quadro 4: Palavras-Chave para Expressar o Futuro da Empresa Júnior no Brasil Fonte: Edson Marques Oliveira, 2003
As palavras mais citadas são destacadas para visões de esperança e
certeza de um futuro melhor, a despeito dos problemas e dos desafios apontados, pode
evidenciar três palavras:
1) Promissor;
2) Sucesso;
3)Crescimento.
Essas palavras marcam o crescimento, busca e a transferência cada
vez maior de conhecimento, informação e ferramentas de gestão empresarial,
buscando com isso a qualificação.
85
6 RESULTADO DA PESQUISA
A análise desse conjunto de indicadores contribui para entender e
compreender o perfil do profissional de Geografia; o perfil do empresário júnior; a
percepção dos empresários juniores quanto à importância da empresa júnior para a
construção e/ou desenvolvimento de habilidades e competências profissionais
relevantes ao curso.
Nesse sentido, a partir das informações obtidas no questionário foi
construída a amostra comprovando a importância da empresa júnior na formação do
profissional de Geografia.
6.1 MOTIVO DA PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES NA EMPRESA JÚNIOR
Os empresários juniores correspondentes da amostra, na primeira parte
da exposição e apreciação dos dados responderam a duas questões (APÊNDICE A)
que puderam identificar como tomaram ciência da empresa júnior da qual participam e,
também, quais os principais agentes que os estimularam a participar da EJ.
Quanto indagados sobre como ficaram sabendo da empresa júnior,
podendo escolher até três alternativas, observou-se (GRÁFICO 1) que dois aspectos
foram destacados por mais da metade dos respondentes: as relações de amizade com
membros da EJ e a divulgação desta realizada pelo próprio curso de Geografia
correspondem, cada uma, a 26,67% totalizando assim a maior parte das respostas.
Já em relação à atuação ativa da EJ na sua IES; 16,67% mostram que
existe participação por parte das instituições.
86
16,67%
3,33%
0,00%
13,33%
26,67% 26,67%
13,33%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
Atuação ativada EJ na sua IES
Notícias emveículo de
comunicação
Cotato comprojetos da EJem empresas ou
comunidade
Part icipação emalgum eventorealizado pela
EJ
Divulgação daEj pelo própriocurso de GEO
Amizade commembros da EJ
Outro
Gráfico 1 – Como o estudante ficou sabendo sobre a Empresa Júnior Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
O que motivou os empresários juniores a inserirem-se na empresa
júnior (GRÁFICO 2) foi, em primeiro lugar, o interesse em praticar a teoria aprendida em
sala de aula - 33,3%, acompanhado pela necessidade de desenvolver novas
habilidades, 25,64%.
Outro aspecto citado como importante fator motivador ao ingresso na
EJ, refere-se a questão de agregar valor ao currículo - 23,08%, o que justifica que,
adicionar essa experiência, é uma reação pró-ativa dos estudantes que perceberam e
anteciparam a valorização do mercado profissional.
87
33,33%
0,00%
25,64%
17,95%
0,00%
23,08%
0,00%0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
Interesse empraticar a
teoriaaprendida
Laços deamizade como pessoal da
EJ
Necessidadede
desenvolvernovas
habilidades
Vontade deempreender
Interesse emparticipar de
algummovimentoestudantil
Agregar valorao currículo
Outro
Gráfico 2 – Motivos que levaram os alunos a participarem da Empresa Júnior Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Cabe enfatizar, ainda, a vontade de empreender, com 17,95% das
respostas, como um importante fator motivacional de acesso dos estudantes na EJ.
Em súmula, quando há uma EJ funcional pelo curso de Geografia,
mesmo não sendo valorizada, os estudantes estão informados da importância que
uma empresa júnior para a sua formação. Pode-se perceber que existe uma
necessidade por parte dos estudantes em agregar habilidades complementares
valorizadas pelo mercado.
6.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS QUE COMPÕEM O PERFIL DO EMPRESÁRIO JÚNIOR DE
GEOGRAFIA
Propondo identificar as principais peculiaridades que compunham o
perfil do empresário júnior, a fim de analisar o grau de conhecimento e experiência
desse aluno na EJ, e também, saber se a sua percepção quanto à contribuição da
empresa júnior analisou-se questões pessoais, como idade, sexo, se residem com
os pais, se possuem domínio em línguas estrangeiras e na área de informática e
também a renda familiar.
A empresa júnior, como registrado anteriormente neste trabalho, é
uma espécie de laboratório onde os acadêmicos de graduação em Geografia têm a
88
chance de colocar na prática a teoria aprendida em sala de aula. Não há limites nem
restrições quanto ao tempo de academia que esse graduando deva ter para ser um
membro da EJ, portanto, verifica-se que existem estudantes, envolvidos com a
empresa júnior, de todos os períodos acadêmicos (Tabela 1).
Tabela 1 – Ano acadêmico do estudante (por semestre)
Semestre Freqüência Porcentagem Porcentagem Acumulada
1º Semestre 0 0,00 0,00 2º Semestre 4 26,67 26,67 3º Semestre 0 0,00 26,67 4º Semestre 4 26,67 53,34 5º Semestre 1 6,66 60,00 6º Semestre 0 0,00 60,00 7º Semestre 0 0,00 60,00 8º Semestre 2 13,33 73,33 9º Semestre 0 0,00 73,33
10º Semestre 4 26,67 100,00 Total 15 100,00 100,00
Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
26,67% 26,67%
6,66%
13,33%
26,67%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano
Gráfico 3 – Ano acadêmico do estudante Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Por uma questão natural, a maioria dos entrevistados (Gráfico 3)
está no 1º, 2º e 5º anos de graduação, sendo 26,67% respectivamente. Nota-se que
esses estudantes procuram a empresa júnior durante todo o período de graduação,
89
fato que se comprova ao cruzar essa informação com a questão que se refere ao
tempo de participação na EJ, já que, com o passar do tempo acadêmico, torna-se
natural que os graduandos busquem alternativas como estágios e empregos formais.
Assim, o aluno já se sente preparado e o mercado disposto a absorver esse jovem.
Como a pesquisa procurou identificar a importância da empresa
júnior para a formação do profissional de Geografia, foram enviados questionários
para empresários juniores dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e
Paraná. A maioria dos pesquisados (GRÁFICO 4), ou seja, 53,33% estudam em IES
no estado do Paraná. Outro Estado que teve participação significativa foi: Minas
Gerais com 20%
53,33%
13,33% 13,33%
20,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Paraná São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais
Gráfico 4 – Estados da IES da qual o estudante faz parte Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Vale lembrar que a maior participação do Paraná neste trabalho, se
deu pelo fato de pesquisadora reside na cidade de Londrina/PR e possui uma
relação mais estreita com os empresários juniores do Paraná que com prazer
contribuíram com este trabalho.
Em relação à natureza jurídica das IES, da qual os empresários
juniores pesquisados fazem parte, observou-se (Gráfico 5) que 100% delas são de
natureza pública e estaduais (Gráfico 6).
90
100%
0%
Pública
Privada
Gráfico 5 – Natureza jurídica da IES Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Mesmo que haja nas instituições privadas de ensino um interesse
em inserir-se nessa atividade, há fatores que podem justificar essa ausência, por
exemplos, a predominância de cursos no período noturno, a faixa etária que é
geralmente mais elevada, com um a grande maioria atuando no mercado
profissional.
0%
100%
0%
Municipal
Estadual
Federal
Gráfico 6 – Esfera do governo da IES Pública Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
91
Outra questão fundamental para as empresas juniores, diz respeito
ao apoio quanto à estrutura física, materiais adequados para o desenvolvimento do
trabalho, reconhecimento do curso e da instituição e aceitação da empresa júnior
como atividade acadêmica complementar, dado pelas IES. Este apoio reflete
diretamente no desenvolvimento, na experiência, e no aproveitamento dos membros
durante sua participação na EJ, e também na qualidade dos serviços prestados
comunidade acadêmica, às micro e pequenas empresas e à sociedade em geral.
13,00%
87,00%
Sim
Não
Gráfico 7 – Apoio adequado da IES à Empresa Júnior Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu
Observa-se (Gráfico 7) que 87,00% dos respondentes avaliam que a
IES não oferece apoio adequado a EJ. Muito provável que essas instituições que
não apóiam não perceberam a real importância e os benefícios que essa atividade
traz para ambos, ou seja, há uma formação complementar e diferenciada propiciada
pelas EJ´s aos estudantes contribuindo para a construção de imagem de qualidade
para a IES. Além disso, a EJ leva o nome da faculdade em todos os seus projetos e
ações e a médio e longo prazo, a ascensão destes profissionais coloca em evidencia
o nome das instituições de origem.
Observa-se que a experiência na EJ não é efêmera e que, embora
temporária, geralmente possui um tempo de duração suficiente para o crescimento
de um conjunto de experiências capaz de atingir seus objetivos.
92
Conforme pode observar (Gráfico 8) 26,67% dos pesquisados estão
na empresa júnior há mais de 6 meses e 13,33% estão a mais de um ano esses
dados podem certificar que a percepção, sobre a importância da EJ, obtida nesse
estudo seja representativa da realidade dessa experiência, considerando a
intensidade que esse relacionamento acontece.
26,67%
13,33% 13,33%
26,67%
20,00%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
Até 6 meses De 7 a 12 meses De 13 a 18 meses De 19 a 24 meses M ais de 24 meses
Gráfico 8 – Tempo de participação na Empresa Júnior Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Quanto ao domínio de línguas estrangeiras, observou-se que
40,00% dos entrevistados dominam o inglês e o espanhol. Outros idiomas, como o
alemão é dominado por apenas 6,67% dos empresários juniores pesquisados
(Gráfico 9).
93
40,00% 40,00%
0,00% 0,00%
6,67%
0,00%0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
Inglês Espanhol Francês Italiano Alemão Outras
Gráfico 9 – Domínio de Língua(s) estrangeira(s) Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
No que diz respeito ao domínio de informática verifica-se, no Gráfico
10, que 93,33% dos respondentes dominam o sistema Windows, 53,33% dominam o
sistema office. Para elucidar, entende-se por sistema Office, um conjunto de
aplicativos como Word, Excel, Power Point, Access, entre outros.
Uma parcela considerável dos respondentes, 13,33%, domina outras
áreas de informática que não foram citadas, como por exemplo: programa de
tratamento de Fotografias (Adobe Photo Deluxe), editores de imagem, philcarto,
entre outros.
93,33%
53,33%
0,00% 0,00%
13,33%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
SistemaWindows
SistemaOffice
Autocad Spring Outros
Gráfico 10 – Domínio na(s) área(s) de Informática Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
94
Dos empresários juniores participantes da pesquisa, a maioria está
na faixa etária de 20 a 22 anos (Gráfico 11).
33,33%
40,00%
26,67%
0,00%0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
Entre 17 e 19anos
Entre 20 e 22anos
Entre 23 e 25anos
Acima de 25anos
Gráfico 11 – Faixa etária Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Vale ressaltar a diferença significativa por sexo dos respondentes.
Conforme apresentados no Gráfico 12, do total, 66,67% eram do sexo feminino e
33,33% do sexo masculino.
Feminino; 66,67%
Masculino; 33,33%
Feminino
Masculino
Gráfico 12 - Sexo Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
95
A grande maioria, 66,67% dos empresários juniores do curso de
Geografia pesquisados mora em república e 33,34% moram com os pais ou
sozinhos (Gráfico 13).
66,67%
0,00% 26,67%6,67%
Com os pais ou algum parente
Em república
Sozinho
Outro
Gráfico 13 – Residência Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Procurando identificar a renda familiar dos pesquisados, observou-
se que 40,00% têm uma renda de 6 a 15 salários mínimos e apenas 20,00% têm
renda familiar abaixo de 6 salários mínimos (Gráfico 14). Isso comprova que o
empresários juniores pesquisados apresentam uma condição econômica elevada.
0,00%
20,00%
40,00% 40,00%
0,00%0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
Até 3 S M Entre 3 e 6 SM
Entre 6 e 10S M
Entre 10 e15 S M
Acima de 15S M
Gráfico 14 – Renda familiar em Salários Mínimos Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
96
Após o estudo realizado nesta seção, foi possível sintetizar o perfil
do empresário júnior de Geografia pesquisado como formado pelas seguintes
peculiaridades: (40,00%) dominam a língua inglesa e a língua espanhola, (93,33%)
dominam o sistema windows e também (53,33%) o sistema office, (40,00%) estão na
faixa etária de 20 a 22 anos e (80,00%) tem renda familiar superior a 10 salários
mínimos.
A maioria desses empresários juniores está no 1º, 2º e 5º anos da
graduação (80,00%), em instituições estaduais de ensino público (100,00%) e que
não dão apoio adequado a empresa júnior (87,00%). Essas IES pesquisadas são
dos Estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.
O contato com a empresa júnior por esses graduandos foi por meio
da divulgação da EJ por parte do curso de Geografia e também por laços de
amizade com seus membros (26,67%). O que os motivou a participar da empresa
júnior foi, em primeiro lugar, o interesse em praticar a teoria aprendida em sala de
aula (33,33%), acompanhada pela necessidade de desenvolver novas habilidades
(25,64%), depois pelo interesse em agregar valor ao currículo (23,08%) e,
finalmente, a vontade de empreender.
Como se pode averiguar, os resultados indicam que existe certa
semelhança dos empresários juniores do curso de Geografia do Brasil.
6.3 IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE
GEOGRAFIA
A contribuição da empresa júnior foi avaliada frente aos atributos
considerados importantes para o desempenho da profissão do Geógrafo e, também
diante da contribuição do curso para a construção desses atributos. Isso,
considerando sempre a percepção dos empresários juniores pesquisados.
Para atender este objetivo, os empresários juniores responderam a
uma questão (APÊNDICE 1) onde atribuíram notas a diferentes atributos através de
uma escala de valores de 1 a 4, avaliando esses atributos em três diferentes
perspectivas: a importância desses atributos para o desempenho da profissão; a
contribuição do curso de Geografia no desenvolvimento/construção das habilidades
e competências; e a contribuição da empresa júnior no desenvolvimento/construção
97
das mesmas.
Os quadros a seguir, mostram a percepção dos alunos quanto a
cada aspecto analisado. Numa primeira análise a maioria dos alunos considera
todas as habilidades e competências descritas como sendo importantes ou muito
importantes para o desenvolvimento da sua profissão (Quadro 5). Por outro lado,
percebe-se que no ponto de vista dos alunos a contribuição do curso de Geografia
para a construção/desenvolvimento dessas habilidades e competências não têm o
mesmo peso no que se refere a sua importância (Quadro 6). Já, a empresa júnior
tem uma importância mais próxima do que os estudantes julgam necessário ser
importante para o desenvolvimento de sua profissão (Quadro 7).
Competências/Habilidades Nenhuma
Importância Pouco
Importante Importante Muito
Importante Capacidade para resolver problemas 0,00% 0,00% 33,33% 66,67% Flexibilidade e capacidade de adaptação 0,00% 6,67% 40,00% 53,33% Capacidade de liderança 6,67% 0,00% 60,00% 33,33% Habilidade para comunicação face a face 0,00% 0,00% 60,00% 40,00% Capacidade para tolerar pressões 0,00% 0,00% 40,00% 60,00% Auto confiança e estabilidade emocional 0,00% 6,67% 46,67% 46,67% Maturidade suficiente para exercer o comando 0,00% 0,00% 60,00% 40,00% Criatividade 0,00% 0,00% 46,67% 53,33% Orientação para o trabalho em grupo 0,00% 0,00% 40,00% 60,00% Foco em resultado 0,00% 6,67% 46,67% 46,67% Comunicação escrita 0,00% 0,00% 53,33% 46,67% Facilidade de adaptação à terceiros 0,00% 26,67% 33,33% 40,00% Habilidade intelectual 0,00% 0,00% 46,67% 53,33% Clara visão do trabalho 0,00% 6,67% 40,00% 53,33% Orientação para a carreira e ambição profissional 6,67% 6,67% 40,00% 46,67% Habilidade para avaliar outras pessoas 6,67% 26,67% 40,00% 26,67% Transmissão de uma boa imagem 6,67% 13,33% 40,00% 40,00% Rapidez, muita energia 0,00% 13,33% 60,00% 26,67% Conhecimento e habilidade para a computação 0,00% 13,33% 46,67% 40,00% Sensibilidade às necessidades de outros 0,00% 13,33% 60,00% 26,67% Senso comum 20,00% 20,00% 33,33% 26,67% Capacidade para lidar com problemas de outros 6,67% 33,33% 26,67% 33,33%
98
Quadro 5 – Atributos para o desempenho da profissão Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Competências/Habilidades Nenhuma
Importância Pouco
Importante Importante Muito
Importante Capacidade para resolver problemas 20,00% 40,00% 33,33% 6,67% Flexibilidade e capacidade de adaptação 20,00% 46,67% 33,33% 0,00% Capacidade de liderança 33,33% 40,00% 26,67% 0,00% Habilidade para comunicação face a face 0,00% 20,00% 73,33% 6,67% Capacidade para tolerar pressões 6,67% 33,33% 40,00% 20,00% Auto confiança e estabilidade emocional 33,33% 20,00% 46,67% 0,00% Maturidade suficiente para exercer o comando 46,67% 26,67% 20,00% 6,67% Criatividade 6,67% 33,33% 46,67% 13,33% Orientação para o trabalho em grupo 0,00% 0,00% 53,33% 46,67% Foco em resultado 13,33% 26,67% 40,00% 20,00% Comunicação escrita 6,67% 0,00% 46,67% 46,67% Facilidade de adaptação à terceiros 0,00% 26,67% 46,67% 26,67% Habilidade intelectual 0,00% 6,67% 40,00% 53,33% Clara visão do trabalho 13,33% 13,33% 53,33% 20,00% Orientação para a carreira e ambição profissional 26,67% 26,67% 26,67% 20,00% Habilidade para avaliar outras pessoas 40,00% 20,00% 33,33% 6,67% Transmissão de uma boa imagem 46,67% 26,67% 20,00% 6,67% Rapidez, muita energia 40,00% 6,67% 40,00% 13,33% Conhecimento e habilidade para a computação 20,00% 46,67% 20,00% 13,33% Sensibilidade às necessidades de outros 26,67% 40,00% 26,67% 6,67% Senso comum 20,00% 13,33% 60,00% 6,67% Capacidade para lidar com problemas de outros 40,00% 33,33% 20,00% 6,67% Trabalho independente 13,33% 20,00% 53,33% 13,33% Pro atividade 13,33% 13,33% 53,33% 20,00% Disposição para ser treinado 13,33% 26,67% 33,33% 26,67% Capacidade empreendedora 40,00% 33,33% 26,67% 0,00%
Competências/Habilidades Nenhuma Importância
Pouco Importante
Importante Muito Importante
Trabalho independente 6,67% 26,67% 26,67% 40,00% Pro atividade 0,00% 6,67% 46,67% 46,67% Disposição para ser treinado 0,00% 6,67% 46,67% 46,67% Capacidade empreendedora 6,67% 6,67% 40,00% 46,67% Valores favoráveis ao setor público 0,00% 0,00% 33,33% 66,67% Conhecimento das técnicas estatísticas 0,00% 0,00% 73,33% 26,67% Habilidade para usar processador de texto 0,00% 20,00% 33,33% 46,67% Compreensão dos princípios científicos 0,00% 0,00% 26,67% 73,33% Respeito aos superiores 6,67% 0,00% 40,00% 53,33%
99
Competências/Habilidades Nenhuma
Importância Pouco
Importante Importante Muito
Importante Valores favoráveis ao setor público 6,67% 20,00% 33,33% 40,00% Conhecimento das técnicas estatísticas 20,00% 26,67% 33,33% 33,33% Habilidade para usar processador de texto 33,33% 6,67% 40,00% 20,00% Compreensão dos princípios científicos 0,00% 0,00% 46,67% 53,33% Respeito aos superiores 13,33% 6,67% 33,33% 46,67%
Quadro 6 – Contribuição do curso Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Quadro 7 – Contribuição da empresa júnior Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Competências/Habilidades Nenhuma
Importância Pouco
Importante Importante Muito
Importante
Capacidade para resolver problemas 0,00% 6,67% 26,67% 66,67% Flexibilidade e capacidade de adaptação 0,00% 26,67% 20,00% 53,33% Capacidade de liderança 0,00% 6,67% 6,67% 86,67% Habilidade para comunicação face a face 0,00% 13,33% 20,00% 66,67% Capacidade para tolerar pressões 6,67% 0,00% 33,33% 60,00% Auto confiança e estabilidade emocional 6,67% 6,67% 66,67% 20,00% Maturidade suficiente para exercer o comando 0,00% 6,67% 40,00% 53,33% Criatividade 6,67% 0,00% 60,00% 33,33% Orientação para o trabalho em grupo 6,67% 6,67% 6,67% 80,00% Foco em resultado 6,67% 6,67% 0,00% 86,67% Comunicação escrita 13,33% 6,67% 46,67% 33,33% Facilidade de adaptação à terceiros 6,67% 13,33% 20,00% 60,00% Habilidade intelectual 0,00% 0,00% 40,00% 60,00% Clara visão do trabalho 6,67% 0,00% 13,33% 80,00% Orientação para a carreira e ambição profissional 6,67% 0,00% 26,67% 66,67% Habilidade para avaliar outras pessoas 6,67% 6,67% 53,33% 33,33% Transmissão de uma boa imagem 6,67% 6,67% 33,33% 53,33% Rapidez, muita energia 0,00% 13,33% 33,33% 53,33% Conhecimento e habilidade para a computação 0,00% 13,33% 20,00% 66,67% Sensibilidade às necessidades de outros 13,33% 13,33% 53,33% 20,00% Senso comum 26,67% 20,00% 20,00% 33,33% Capacidade para lidar com problemas de outros 6,67% 33,33% 26,67% 33,33% Trabalho independente 13,33% 0,00% 53,33% 33,33% Pro atividade 6,67% 0,00% 33,33% 60,00% Disposição para ser treinado 0,00% 0,00% 26,67% 73,33% Capacidade empreendedora 6,67% 0,00% 6,67% 86,67% Valores favoráveis ao setor público 0,00% 6,67% 6,67% 66,67% Conhecimento das técnicas estatísticas 20,00% 0,00% 66,67% 13,33% Habilidade para usar processador de texto 13,33% 0,00% 46,67% 40,00% Compreensão dos princípios científicos 6,67% 6,67% 46,67% 40,00% Respeito aos superiores 6,67% 0,00% 40,00% 53,33%
100
No Quadro 8, apresentam-se os principais atributos considerados
pelos estudantes como sendo os mais importantes para o desempenho da profissão
e quanto às contribuições do curso de Geografia e da empresa júnior para a
construção e/ou desenvolvimento desses atributos, para tanto foi usado uma
correlação por cores para facilitar a visualização.
DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
CONTRIBUIÇÃO DO CURSO CONTRIBUIÇÃO DA EJ
Atributo Porcentagem Atributo
Porcentagem Atributo
Porcentagem
Capacidade para resolver problemas 100,00%
Orientação para o trabalho em grupo 100,00%
Habilidade intelectual 100,00%
Habilidade para comunicação face a face 100,00%
Compreensão dos princípios científicos 100,00%
Disposição para ser treinado 100,00%
Capacidade para tolerar pressões 100,00%
Comunicação escrita 93,34%
Capacidade para resolver problemas 93,34%
Maturidade suficiente para exercer o comando 100,00%
Habilidade intelectual 93,33%
Capacidade de liderança 93,34%
Criatividade 100,00%
Habilidade para comunicação face a face 80,00%
Orientação para a carreira e ambição profissional 93,34%
Orientação para o trabalho em grupo 100,00%
Respeito aos superiores 80,00%
Capacidade empreendedora 93,34%
Comunicação escrita 100,00%
Facilidade de adaptação à terceiros 73,34%
Capacidade para tolerar pressões 93,33%
Habilidade intelectual 100,00%
Clara visão do trabalho 73,33%
Respeito aos superiores 93,33%
Valores favoráveis ao setor público 100,00% Pro atividade 73,33%
Maturidade suficiente para exercer o comando 93,33%
Compreensão dos princípios científicos 100,00%
Valores favoráveis ao setor público 73,33% Criatividade 93,33%
Conhecimento das técnicas estatísticas 100,00% Senso comum 66,67%
Clara visão do trabalho 93,33%
101
DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO
CONTRIBUIÇÃO DO CURSO CONTRIBUIÇÃO DA EJ
Auto confiança e estabilidade emocional 93,34%
Trabalho independente 66,66% Pro atividade 93,33%
Foco em resultado 93,34%
Conhecimento das técnicas estatísticas 66,66%
Habilidade para comunicação face a face 86,67%
Pro atividade 93,34%
Capacidade para tolerar pressões 60,00%
Auto confiança e estabilidade emocional 86,67%
Disposição para ser treinado 93,34% Criatividade 60,00%
Orientação para o trabalho em grupo 86,67%
Flexibilidade e capacidade de adaptação 93,33%
Foco em resultado 60,00%
Foco em resultado 86,67%
Capacidade de liderança 93,33%
Disposição para ser treinado 60,00%
Conhecimento e habilidade para a computação 86,67%
Clara visão do trabalho 93,33%
Habilidade para usar processador de texto 60,00%
Habilidade para usar processador de texto 86,67%
Respeito aos superiores 93,33%
Rapidez, muita energia 53,33%
Compreensão dos princípios científicos 86,67%
Orientação para a carreira e ambição profissional 86,67%
Auto confiança e estabilidade emocional 46,67%
Transmissão de uma boa imagem 86,66%
Capacidade empreendedora 86,67%
Orientação para a carreira e ambição profissional 46,67%
Rapidez, muita energia 86,66%
Quadro 8 – Os 21 principais atributos em cada uma das 3 perspectivas pesquisadas Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Entre os 21 atributos considerados mais importantes para a
profissão, 16 deles também estão entre as maiores contribuições do curso:
a) Orientação para o trabalho em grupo;
b) Compreensão dos princípios científicos;
c) Comunicação escrita;
102
d) Habilidade intelectual;
e) Habilidade para comunicação face a face;
f) Respeito aos superiores;
g) Clara visão do trabalho;
h) Pro atividade;
i) Valores favoráveis ao setor público;
j) Conhecimento das técnicas estatísticas;
k) Capacidade para tolerar pressões;
l) Criatividade;
m) Foco em resultado;
n) Disposição para ser treinado;
o) Auto confiança e estabilidade emocional;
p) Orientação para a carreira e ambição profissional.
Os empresários juniores também indicam que 17 dos atributos
considerados importantes para o exercício da profissão estão entre as principais
contribuições da empresa júnior:
a) Habilidade intelectual
b) Disposição para ser treinado
c) Capacidade para resolver problemas
d) Capacidade de liderança
e) Orientação para a carreira e ambição profissional
f) Capacidade empreendedora
g) Capacidade para tolerar pressões
h) Respeito aos superiores
i) Maturidade suficiente para exercer o comando
j) Criatividade
k) Clara visão do trabalho
l) Pro atividade
m) Habilidade para comunicação face a face
n) Auto confiança e estabilidade emocional
o) Orientação para o trabalho em grupo
p) Foco em resultado
q) Compreensão dos princípios científicos.
No Quadro 9, apresentam-se os 21 mais importantes atributos para
103
o desenvolvimento da profissão na percepção dos estudantes e a porcentagem
desses estudantes que consideram o curso de Geografia e a empresa júnior como
sendo importantes para o desenvolvimento e/ou construção desses atributos.
Percebe-se que, a porcentagem para a importância dos atributos na
profissão foi em torno de 100,00% , para a contribuição da EJ; 93,33%, já para a
contribuição do curso foram entorno de 60,00%. No entanto, nos 3 aspectos
representados, pode-se considerar o quanto a profissão exige e o quanto a EJ pode
contribuir em relação ao que o curso oferece.
Atributo Desenvolvimento da
Profissão Contribuição do
Curso Contribuição da
EJ Capacidade para resolver problemas 100,00% 40,00% 93,34% Habilidade para comunicação face a face 100,00% 80,00% 93,34% Capacidade para tolerar pressões 100,00% 60,00% 93,33% Maturidade suficiente para exercer o comando 100,00% 26,67% 93,33%
Criatividade 100,00% 60,00% 93,33% Orientação para o trabalho em grupo 100,00% 100,00% 86,67% Comunicação escrita 100,00% 93,34% 80,00%
Habilidade intelectual 100,00% 93,33% 100,00% Valores favoráveis ao setor público 100,00% 73,33% 73,34%
Compreensão dos princípios científicos 100,00% 100,00% 86,67%
Conhecimento das técnicas estatísticas 100,00% 66,67% 80,00%
104
Atributo Desenvolvimento da
Profissão Contribuição do
Curso Contribuição da
EJ
Auto confiança e estabilidade emocional 93,34% 46,67% 86,67% Foco em resultado 93,34% 60,00% 86,67%
Pro atividade 93,34% 73,33% 93,33% Disposição para ser treinado 93,34% 60,00% 100,00%
Flexibilidade e capacidade de adaptação 93,33% 33,33% 73,33%
Capacidade de liderança 93,33% 26,67% 93,34%
Clara visão do trabalho 93,33% 73,33% 93,33%
Respeito aos superiores 93,33% 80,00% 93,33% Orientação para a carreira e ambição profissional 86,67% 46,67% 93,34%
Capacidade empreendedora 86,67% 26,67% 93,34% Quadro 9 - Os 21 mais importante atributos na profissão Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
No Quadro 10, pode-se observar no geral as
competências/habilidades que acercam os 3 aspectos representados. No entanto,
pode-se esperar que uma estratégia de ação conjunta do curso e da empresa júnior,
apresenta alto potencial de produzir um efeito combinado contemplando assim, uma
formação adequada para o conjunto integrado dessas habilidades.
Competências/Habilidades Desempenho da Profissão
Contribuição do Curso
Contribuição da EJ
Capacidade para resolver problemas 100,00% 40,00% 93,34% Flexibilidade e capacidade de adaptação 93,33% 33,33% 73,33% Capacidade de liderança 93,33% 26,67% 93,34% Habilidade para comunicação face a face 100,00% 80,00% 86,67%
105
Competências/Habilidades Desempenho da Profissão
Contribuição do Curso
Contribuição da EJ
Capacidade para tolerar pressões 100,00% 60,00% 93,33% Auto confiança e estabilidade emocional 93,34% 46,67% 86,67% Maturidade suficiente para exercer o comando 100,00% 26,67% 93,33% Criatividade 100,00% 60,00% 93,33% Orientação para o trabalho em grupo 100,00% 100,00% 86,67% Foco em resultado 93,34% 60,00% 86,67% Comunicação escrita 100,00% 93,34% 80,00% Facilidade de adaptação à terceiros 73,33% 73,34% 80,00% Habilidade intelectual 100,00% 93,33% 100,00% Clara visão do trabalho 93,33% 73,33% 93,33% Orientação para a carreira e ambição profissional 86,67% 46,67% 93,34% Habilidade para avaliar outras pessoas 66,67% 40,00% 86,66% Transmissão de uma boa imagem 80,00% 26,67% 86,66% Rapidez, muita energia 86,67% 53,33% 86,66% Conhecimento e habilidade para a computação 86,67% 33,33% 86,67% Sensibilidade às necessidades de outros 86,67% 33,34% 73,33% Senso comum 60,00% 66,67% 53,33% Capacidade para lidar com problemas de outros 60,00% 26,67% 60,00% Trabalho independente 66,67% 66,66% 86,66% Pro atividade 93,34% 73,33% 93,33% Disposição para ser treinado 93,34% 60,00% 100,00% Capacidade empreendedora 86,67% 26,67% 93,34% Valores favoráveis ao setor público 100,00% 73,33% 73,34% Conhecimento das técnicas estatísticas 100,00% 66,66% 80,00% Habilidade para usar processador de texto 80,00% 60,00% 86,67% Compreensão dos princípios científicos 100,00% 100,00% 86,67% Respeito aos superiores 93,33% 80,00% 93,33% Quadro 10 – Percentagem que considera o atributo Importante ou Muito Importante Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.
Além dessas questões já analisadas, inseriu-se no questionário,
duas perguntas abertas referentes a principal contribuição e a principal falha/
dificuldade da empresa júnior. No que diz respeito à contribuição, de modo geral foi
citado que a EJ alivia a busca do futuro profissional em sua inserção no mercado de
trabalho. Uma EJ proporciona situações de trabalho em equipe, empreendedorismo
e situações de conflito que o aluno nunca encontraria na sala de aula. Além disso,
preenche lacunas existentes na academia brasileira, principalmente no que diz
106
respeito ao mercado de trabalho. A abordagem prática ainda é muito pouco exigida
na maioria dos cursos superiores brasileiros.
Outras contribuições interessantes citadas foram: noções
empresariais, a oportunidade do aluno experimentar situações da vida profissional e
desenvolver a capacidade crítica.
Quando perguntados sobre a principal falha/dificuldade encontrada
na empresa júnior foram citadas no geral: questões como falta de apoio da
instituição, do próprio departamento, desinteresse por parte de alguns alunos, alta
rotatividade de membros e falta de responsabilidade por parte de alguns membros.
Outra dificuldade enfrentada pela empresa júnior, na opinião dos respondentes, é: o
acesso restrito do número de alunos nas EJ’s.
Esses resultados ressaltam a importância da empresa júnior como
um processo acadêmico complementar fundamental na formação profissional do
acadêmico e, ao mesmo tempo, reforçam a oportunidade de se proceder reflexões
sobre os projetos pedagógicos do curso de Geografia.
Registra-se finalmente, que a análise da importância da empresa
júnior na formação profissional de Geografia, aqui realizada, atende a todos os
objetivos específicos.
107
7 CONCLUSÃO
Considerando as porcentagens apresentadas nota-se que a
empresa júnior complementa a formação profissional do acadêmico de Geografia. A
formação profissional de qualidade solicita diversas habilidades e competências
fundamentais, que foram identificadas na aplicação do questionário.
O resultado da pesquisa apontou que, embora aparentemente os
cursos de Geografia estejam buscando a atualização dos seus currículos, no sentido
de aproximar a escola à realidade do mercado, a sua contribuição atual ainda está
em descompasso com os novos desafios de uma sociedade globalizada. Essa nova
sociedade, cada vez mais, vem exigindo profissionais pró-ativos e que reúnam
habilidades relacionadas à adaptação a mudanças, à inovação, à visão
empreendedora e à visão sistêmica das organizações. De modo geral, pode-se
afirmar que, embora numa perspectiva complementar, a empresa júnior vem
promovendo adequadamente algumas dessas habilidades.
Pensar em ausência de formação profissional leva a analisar a
questão do curso de Geografia onde, na maioria das instituições de ensino torna-se
raro a oportunidade de aprendizagem em laboratórios eficazes de
geoprocessamento, sensoriamento remoto, sistema de gestão ambiental, EIA/RIMA
etc., que dão respaldo científico à formação adequada do profissional bacharel em
Geografia.
Com isso, a empresa júnior surge para contribuir consideravelmente
para a formação profissional de Geografia. Uma formação profissional de qualidade
requer diversas habilidades e competências fundamentais, que foram identificadas
na aplicação do questionário e, que são contempladas pela EJ em diversas
intensidades.
O importante, é que a EJ enquanto conceito, princípios e valores,
está alcançando seus objetivos, pois está conseguindo produzir satisfação aos seus
principais clientes – os empresários juniores. Isto pode ser verificado pelas altas
porcentagens percebidas na contribuição da EJ nos atributos considerados
importantes.
No entanto, é essencial mencionar que ao conseguir a junção entre
as contribuições do curso e as da empresa júnior na formação profissional do
acadêmico, não se desejou indicar opções alternativas para essa formação e sim,
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pelos resultados expostos, alertar para a efetiva complementaridade à função da
academia que a EJ mostrou oferecer.
A formação profissional num espaço como esse, é capaz de atender
às requisições atuais do mercado de trabalho, além de proporcionar possibilidades
de armar o indivíduo para a vida social e, assim, para a cidadania. Afinal, aprender a
se comunicar e a viver em grupo também implica novas responsabilidades sociais.
Nesse aspecto, a contribuição da empresa júnior para o universitário
vai muito além da aplicação prática dos conhecimentos teóricos recebidos em sala
de aula contribui, também, como uma ferramenta essencial para o progresso da
capacidade de análise crítica, do espírito empreendedor, da liderança, do espírito de
cooperação, em todas as esferas de relacionamento, provocando a edificação e o
desenvolvimento de habilidades e competências indispensáveis para o aluno
enquanto pessoa, e que são inseridos nas suas atitudes, valores e princípios.
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