a importÂncia da empresa jÚnior na formaÇÃo do ... · foi com eles que aprendi muitas coisas,...

114
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS REGIANE BONFIGLIO A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE GEOGRAFIA LONDRINA – PR 2006

Upload: vunhi

Post on 08-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

REGIANE BONFIGLIO

A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA

FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE GEOGRAFIA

LONDRINA – PR

2006

Page 2: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

REGIANE BONFIGLIO

A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA

FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE GEOGRAFIA

LONDRINA/ PR

2006

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Geociências do Centro de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Londrina, como exigência para a obtenção do título em Bacharel em Geografia. Orientadora: Prof. Dra. Eloiza Cristiane Torres.

Page 3: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

REGIANE BONFIGLIO

A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA

FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE GEOGRAFIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação, em Geografia, da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Geografia. BANCA EXAMINADORA Prof. Dra. Eloiza Cristiane Torres Universidade Estadual de Londrina Prof. Dr. Geraldo Terceiro Correa Universidade Estadual de Londrina Prof. Dr. Valmir de França Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 07 de Dezembro de 2006.

Page 4: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

Dedico este trabalho a minha mãe pela construção do meu caráter, pelos seus ensinamentos e incentivos, pela alegria declarada no início desse processo, e pela cumplicidade da agonia, e da dificuldade em terminar essa graduação. Isso é pra você!!!.

Page 5: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho deve muito a algumas pessoas, por

diferentes razões, e eu gostaria de agradecer especialmente:

À minha mãe, alicerce nos meus objetivos, que esteve ao meu lado

nas horas que chorei e nas horas que sorri, nas horas que me lamentei e nas que de

uma forma ou de outra demonstrei total alegria... Agradecer por estar sempre por

perto, pelos sorrisos diários que vinham através de telefonemas, sem mágoas nem

rancores, agradecer de peito aberto, de alma explosiva... Agradeço pelos meus dias

de mau humor, em que você me agüentou, mesmo estando longe. Hoje quero parar

e agradecer, porque você fez , faz e fará parte de minha história!

Ao meu pai...

A meus irmãos: Renata, Roberta e David, que merecem todo o meu

carinho. Apesar das brigas de irmãos que são até normais, um dia com facas, outro

com martelos (hahaha!!!!).

Um agradecimento a todos os familiares, em especial aos primos

Nathália e Lucas e aos meus tios muito queridos tio Arnaldo e tia Ana, que são parte

muito importante de minha vida, reconhecendo a ajuda inestimável e o incomparável

exemplo de vida.

Às minhas cachorras, Mebi, Cindy e Nani, amores da minha vida,

que sempre estavam à disposição nas piores horas, e que ao mesmo tempo,

somente elas, conseguiam passar a tranqüilidade que tanto queria.

Em especial aos meus grandes amigos Ana (dorminhoca) e

Henrique (pessoa mais lerda que eu já vi). Foi a maior coisa que aconteceu na

minha vida ter encontrado essas duas pessoas, sentirei saudades de todas as

conversas jogadas foras, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, de

tantos risos (ah!! esses foram muitos), do falar mal dos outros, e dos momentos que

partilhamos. Saudades dos momentos de angústias, das lágrimas, das vésperas de

finais de semanas, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido. Esses

foram meus verdadeiros amigos, foi com eles que vivi bons quatro anos de

faculdade. Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto

da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar, embora não sem dor, que

Page 6: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

tivessem morrido todos meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os

meus amigos”.

Aos meus amigos de Piracicaba: Dani, Paulinha, Maíra, Jaque, Julia,

Paula, Tati, o Dri e o Dani que participaram e me deram o maior apoio quando entrei

na Faculdade, mas, que sempre me cobravam para que voltasse mais vezes à

Piracicaba, para revivermos os velhos tempos (balada, fofocas, cinema, cervejinha

etc, etc, etc...).

Aos meus amigos: Érika, Andréia, Marcelo, Renata, Neto, Gisela,

Marizângela, Alessandra, Andressa, Evelyn, Márcio, Maurício e Vivian, com os quais

passei junto durante todos estes anos, compartilhando momentos de alegria, tristeza

e vitória, e que juntos lutamos pelo mesmo objetivo. Ficam agora, as lembranças da

convivência que tivemos, mas que nunca se apagarão de nossas mentes.

A todos das Empresas Juniores da UEL, em especial a Geossistema

Consultoria – Empresa Júnior de Geografia da qual fiz parte durante 3 anos. Em

especial gostaria de agradecer: Adriana, Júlio, Leila, Tchula e Gabriel, através dos

quais tive o primeiro contato com a EJ, foi a melhor coisa que aconteceu na minha

vida acadêmica me proporcionando uma fantástica experiência. Agradeço também a

todos que junto comigo se engajaram no Movimento Empresa Júnior, em especial:

Flávia Caroline, Manga, Gustavo, Íris, Andréia, Warner, Vivian, Mauricio, Fabiano,

Marianna, Carla, Vinícius, Jaque e Flávia. Valeu... Aprendi muito com todos vocês.

A minha orientadora, Elô (Prof. Dra. Eloiza Cristiane Torres), por

compartilhar comigo os risos em intervalo das aulas, também pelo tema de

pesquisa, sendo uma interlocutora disposta a oferecer estímulos e, principalmente, a

percorrer novos caminhos, ouvir com interesse e ânimo todas as questões, dúvidas

e problemas que surgiram durante o processo de reflexão. Por ser uma pessoa

paciente e generosa e pela coragem de ousar trabalhar com novas idéias e

conceitos, correndo os riscos inerentes a esta atitude. Por sua amizade,

principalmente. Pela compreensão silenciosa dos momentos difíceis pelos quais

passei, permitindo que meu tempo interno fluísse, respeitosamente. Pela alegria de

trabalharmos juntas.

Não podia deixar de agradecer a mim mesma que com garra,

determinação e muito saco consegui concluir mais esta fase. Valeu Regiane !!!!!!

Page 7: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

O QUE NÃO ME MATA NA HORA, IMEDIATAMENTE ME FORTALECE. O SEGREDO É SEGUIR EM FRENTE E TRABALHAR. Regiane Bonfiglio, 2006

Page 8: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

BONFIGLIO, Regiane. A Importância da Empresa Júnior na Formação do Profissional de Geografia. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Geografia – Universidade Estadual de Londrina.

RESUMO

A definição de “Empresa Júnior” é muito nova no Brasil, contudo, vem expandindo consideravelmente, incorporando com isso um grande número de empresas júnior em todo o mundo. Essa expansão permite compreender um pouco melhor esse fato. Este trabalho tem como objetivo analisar a importância da empresa júnior na formação profissional de Geografia, abrangendo os principais componentes que determinam a participação dos estudantes e também identificando as principais características que compõem o perfil do empresário júnior. Trata-se de um trabalho descritivo e exploratório, que utiliza a porcentagem para análise dos dados. Os resultados alcançados permitiram identificar um perfil relativamente homogêneo dos empresários juniores do curso de Geografia; o interesse em praticar a teoria aprendida em sala de aula, de desenvolver novas habilidades, de agregar valor ao currículo e a vontade de empreender como principais fatores que motivam sua participação na EJ; e, por fim, a experiência de uma contribuição eficaz da empresa júnior na constituição e/ou desenvolvimento de habilidades e competências essenciais ao exercício profissional.

Palavras-Chaves: Empresa Júnior, Curso de Geografia, Formação Profissional.

Page 9: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

BONFIGLIO, Regiane. A Importância da Empresa Júnior na Formação do Profissional de Geografia. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Geografia – Universidade Estadual de Londrina.

ABSTRACT

The definition of “Company Júnior” is very new in Brazil, however, it comes considerably expanding, incorporating with this a great number of companies Júnior in the whole world. This expansion allows to understand a little better this fact. This work has as objective to analyze the importance of the company Júnior in the professional formation of Geography, enclosing the main components that determine the participation of the students and also identifying the main characteristics that compose the profile of the entrepreneur Júnior. One is about a descriptive and exploratory work, that it uses the percentage for analysis of the data. The reached results had allowed to identify to a relatively homogeneous profile of the entrepreneurs junior’s of the course of Geography; the interest in practising the theory learned in classroom, to develop new abilities, to add value to the resume and the will to undertake as main factors that motivate its participation in the EJ; e, finally, the experience of an efficient contribution of the company Júnior in constitution e/or essential development of abilities and abilities to the professional exercise. Word-Key: Company Júnior, Course of Geography, Professional formation

Page 10: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Como o estudante ficou sabendo sobre a Empresa Júnior .................. 86 Gráfico 2 - Motivos que levaram alunos a participarem Empresa Júnior ............... 87 Gráfico 3 - Ano acadêmico do estudante ............................................................... 88 Gráfico 4 - Estados da IES da qual o estudante faz parte...................................... 89 Gráfico 5 - Natureza jurídica da IES....................................................................... 90 Gráfico 6 - Esfera do governo da IES Pública. ....................................................... 90 Gráfico 7 - Apoio adequado da IES à Empresa Júnior........................................... 91 Gráfico 8 - Tempo de participação na Empresa Júnior .......................................... 92 Gráfico 9 - Domínio de Língua(s) estrangeira(s) .................................................... 93 Gráfico10 - Domínio na(s) área(s) de Informática .................................................. 93 Gráfico 11 - Faixa etária......................................................................................... 94 Gráfico 12 – Sexo................................................................................................... 94 Gráfico 13 – Residência ......................................................................................... 95 Gráfico 14 - Renda familiar em Salários Mínimos .................................................. 95

Page 11: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Principais Problemas Enfrentados Pelas Empresas Juniores.................81

Quadro 2 - Centralidade dos Principais Problemas Enfrentados pelas Empresas....82

Quadro 3 - Influência das Atividades da Empresa Júnior Qualificação Profissional..83

Quadro 4 - Palavras-Chave para Expressar o Futuro da Empresa Júnior no Brasil .84

Quadro 5 - Atributos para o Desempenho da Profissão............................................97

Quadro 6 - Contribuição do Curso.............................................................................98

Quadro 7 - Contribuição da Empresa Júnior .............................................................99

Quadro 8 - Os 21 Principais Atributos em cada uma das 3 Perspectivas

Pesquisadas........................................................................................................... 100

Quadro 9 - Os 21 mais Importante Atributos na Profissão ..................................... 103

Quadro 10 - Percentagem que Considera o Atributo Importante/Muito Importante 104

Page 12: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

LISTA DE TABELA

TABELA 1 - Ano Acadêmico do Estudante ...............................................................88

Page 13: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Países que Possuem Empresas Juniores................................................50

Figura 2 – Estrutura do Movimento Empresa Júnior no Brasil ..................................54

Figura 3 – Serviços em cada Etapa do Desenvolvimento da Empresa Júnior. .........65

Page 14: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

ABREVIATURAS E SIGLAS

EJ Empresa Júnior

FGV Fundação Getulio Vargas

FAAP Fundação Armando Álvares Penteado

UEL Universidade Estadual de Londrina

CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

AGB Associação dos Geógrafos Brasileiros

CONFEA Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

MEJ Movimento Empresa Júnior

ESSEC École Superieure des Sciences Economiques et Commerciales

GEIE Confederação Européia de Empresas Juniores

CEJE Confederación Española de Junior Empresas

USJE Union Suisse dês Junior Entreprises

CNJE Confédération Nationale des Junior-Entreprises

CIJE Confederazione Italiana Junior Enterprise

MC2 Software pela Internet para Gestão do Conhecimento

JEP Júnior Empresas de Portugal

FNJE Fedeatic van Nederlandse Junior Enterprise

BDSU Confederação Alemã de Empresa Júnior

JEN Júnior Empresas da Noruega

JADE Junior Association for Development of Europe

ADM Administração de Empresas

UFBA Universidade Federal da Bahia

GEPEA Grupo de Estudos e Projetos em Engenharia de Alimentos

FEJESP Federações das Empresas Juniores do Estado de São Paulo

FEA Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

USP Universidade de São Paulo

ENEJ Encontro Nacional de Empresas Juniores

NEJ Núcleo de Empresa Júnior

ECA Agência de Comunicação

Jr. Júnior

FAU Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Page 15: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

IME Instituto Militar de Engenharia

EESC Escola de Engenharia de São Carlos

ICMSC Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação

FEJEPAR Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná

FEJESC Federação das Empresas Juniores do Estado de Santa Catarina

FEJESBA Federação das Empresas Juniores do Estado da Bahia

EJEQ Empresa Junior de Engenharia Química

EMJEL Empresa Junior de Engenharia Eletro-Eletônica

COEM Consultoria de Engenharia Mecânica

ECAE Empresa de Consultoria e Assessoria Econômica

UFPR Universidade Federal do Paraná

CONEJ Comissão Nacional das Empresas Júnior

FEJECE Federação das Empresas Juniores do Estado do Ceará

FEJEMA Federação das Empresas Juniores do Estado do Maranhão

FEJEMG Federação das Empresas Juniores do Estado de Minas Gerais

FEJEPE Federação das Empresas Juniores do Estado de Pernambuco

FEJESC Federação das Empresas Juniores do Estado de Santa Catarina

FEJESP Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo

FETEJ Federação Tocantinense de Empresas Juniores

PB Júnior Federação das Empresas Juniores do Estado da Paraíba

UNIJr-BA Federação das Empresas Juniores do Estado da Bahia

IES Instituições de Ensino Superior

Page 16: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................17 2 APRESENTAÇÃO .................................................................................................18 2.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA.......................................................................................19 2.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO ...............................................................20 3 OBJETIVOS DO ESTUDO .....................................................................................22 3.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................22 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................22 4 MÉTODO DA PESQUISA ......................................................................................23 4.1 TIPO DE PESQUISA .................................................................................................23 4.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.......................................................................................23 4.3 LIMITAÇÃO DO ESTUDO...........................................................................................24 4.4 UNIVERSO E AMOSTRA ...........................................................................................24 4.5 COLETA DE DADOS.................................................................................................25 4.6 ANÁLISE DE DADOS................................................................................................25 5. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA ............................................................................26 5.1 A GEOGRAFIA NO MUNDO.......................................................................................26 5.1.1 A Origem da Geografia Moderna .....................................................................28 5.1.2 As Escolas Nacionais e as Correntes do Pensamento Geográfico ..................30 5.1.2.1 Determinismo ................................................................................................30 5.1.2.2 Possibilista ....................................................................................................31 5.1.2.3 Método Regional/Geografia Tradicional ........................................................31 5.1.2.4 Nova Geografia .............................................................................................32 5.1.2.5 Geografia Crítica ...........................................................................................33 5.2 HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA GEOGRAFIA NO BRASIL .................................................34 5.2.1 A Geografia e o Surgimento da AGB Associação dos Geógrafos Brasileiros ..37 5.3 A LEI Nº. 6.664/79 - DISCIPLINA A PROFISSÃO DE GEÓGRAFO E DÁ OUTRAS

PROVIDÊNCIAS ............................................................................................................38 5.4 CREA ÓRGÃO FISCALIZADOR DA PROFISSÃO GEÓGRAFO ........................................40 5.5 PERFIL DO GEÓGRAFO ...........................................................................................42 5.6 A FORMAÇÃO ACADÊMICA E PROFISSIONAL.............................................................44 5.6.1 A Formação Profissional do Geógrafo e seu Papel no Contexto Atual ............44 5.7 MOVIMENTO EMPRESA JÚNIOR................................................................................47 5.7.1 Movimento Empresa Júnior no Mundo.............................................................48 5.7.2 O Modelo Francês............................................................................................50 5.7.3 Movimento Empresa Júnior no Brasil ...............................................................51 5.7.4 O Modelo Brasileiro ..........................................................................................52 5.7.5 Números do Movimento Brasileiro. ..................................................................53 5.7.6 Estrutura do Movimento Brasileiro ..................................................................54 5.7.7. Confederação Brasileira de Empresas Juniores .............................................55 5.7.7.1 Estrutura da confederação brasileira.............................................................58 5.7.8FEJEPAR – Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná............59 5.8 EMPRESAS JUNIORES DE GEOGRAFIA ......................................................................65 5.8.1 Terra Consultoria..............................................................................................66

Page 17: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

5.8.2 Geossistema Consultoria .................................................................................67 5.8.3 Geográfica Consultoria.....................................................................................68 5.8.4 Geoambiental Júnior ........................................................................................68 5.9 DOCUMENTOS REFERENTES ÀS EMPRESAS JUNIORES..............................................69 5.9.1 CONCEITO NACIONAL DE EMPRESA JÚNIOR...........................................................69 5.9.2 CÓDIGO DE ÉTICA DO MOVIMENTO EMPRESARIAL JÚNIOR ......................................70 5.9.3 ESTATUTO EMPRESA JÚNIOR ...............................................................................71 5.9.4 CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS JUNIORES ..........................................72 5.9.5 PROCESSO DE FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS JUNIORES DO ESTADO DO PARANÁ ......72 5.10 EMPRESA JÚNIOR TEORIA VERSUS PRÁTICA ..........................................................73 5.10.1 Relação Empresas Juniores papel na Integração Universidade-Empresa.....75 5.11 PERFIL DO EMPRESÁRIO JÚNIOR: ALGUMAS REFLEXÕES .........................................77 5.11.1 A EMPRESA JÚNIOR NO BRASIL - CARACTERIZAÇÃO E TENDÊNCIAS ......................78 5.11.1.1 O PERFIL EM SI...............................................................................................78 5.11.1.2 ESTRUTURA E ATIVIDADES DAS EMPRESAS JUNIORES ........................................79 5.11.1.3 INTERESSE, MOTIVAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DOS ENVOLVIDOS NAS ATIVIDADES DAS

EMPRESAS JUNIORES ...................................................................................................80 5.11.1.4 PRINCIPAIS PROBLEMAS .................................................................................81 5.11.1.5 O FUTURO DA EMPRESA JÚNIOR NO BRASIL.....................................................84 6 RESULTADO DA PESQUISA ...............................................................................85 6.1 MOTIVO DA PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES NA EMPRESA JÚNIOR ...........................85 6.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS QUE COMPÕEM O PERFIL DO EMPRESÁRIO JÚNIOR DE

GEOGRAFIA .................................................................................................................87 6.3 IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE

GEOGRAFIA .................................................................................................................96 7 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 107 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 109 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................................................................... 111 ANEXOS ................................................................................................................ 112 Anexo A - Código de Ética ..................................................................................... 112 Anexo B - Conceito Nacional de Empresas Juniores ............................................. 117 Anexo C - Modelo de Estatuto Padrão para Empresa Júnior................................. 120 Anexo D - Processo de Confederação ................................................................... 128 Anexo E - Manual para o Processo Único de Filiação ........................................... 130 APÊNDICES .......................................................................................................... 143 Apêndice A - questionário aplicado na pesquisa ................................................... 143

Page 18: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

17

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho procura refletir sobre a importância da empresa

júnior na formação do profissional de geografia.

Acredita-se que as empresas juniores são um importante complemento

para o curso de Geografia, proporcionando a aproximação da escola com a realidade

do mercado, a consolidação dos conhecimentos adquiridos pelo estudante durante o

curso, uma visão sistêmica mais profunda e o domínio de múltiplas habilidades.

Assim, identificar a importância da empresa júnior para a formação do

profissional de Geografia, torna-se nosso objeto de estudo. Para isso, a pesquisa está

estruturada em cinco capítulos:

O primeiro capítulo refere-se à apresentação do estudo desenvolvido. O

segundo, aos procedimentos metodológicos que norteiam a pesquisa. Inicia-se com a

relevância dos métodos da pesquisa, seguido pelo tipo de pesquisa, delimitação do

estudo, limitação do estudo, universo e amostra, coleta de dados e análise de dados.

O terceiro capítulo destina-se aos fundamentos teóricos sobre os

estudos, apresentando a Geografia no Mundo, a história da formação da Geografia no

Brasil, a lei que disciplina a profissão de Geógrafo e assim uma análise das atribuições

que cabem a este profissional, o CREA (Conselho Regional de Arquitetura, Engenharia

e Agronomia), órgão fiscalizador da profissão Geógrafo, o perfil do Geógrafo, O

Movimento Empresa Júnior, documentos referentes às empresas juniores e por fim, o

perfil do empresário júnior.

Já o quarto capítulo traz a análise dos resultados da pesquisa e

interpretação dos dados. Por fim, o quinto capítulo apresenta a conclusão final do

trabalho.

Page 19: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

18

2 APRESENTAÇÃO

Perplexidade. Essa é a sensação de quem vive a instabilidade do

mercado de trabalho neste início de século. Profissões surgem e desaparecem com

extrema rapidez; novas exigências são colocadas para aqueles que se candidatam a

uma vaga; empresas passam por mudanças radicais na relação com seus empregados.

O mundo globalizado dita regras que há poucos anos seriam consideradas heresias

administrativas. O jovem enfrenta dúvidas na hora de planejar seu futuro profissional.

Está cada dia mais difícil encontrar resposta para a tradicional pergunta.

Um dos maiores problemas relacionados ao novo mundo do trabalho se

refere ao desemprego.

O intenso ritmo de renovação do conhecimento em que vivemos faz

com que uma acomodação em cima dos conhecimentos produzidos em décadas

passadas, nos torne obsoletos e condenados ao fracasso. Há muito se foi o tempo em

que os conhecimentos eram perenes e transmitidos de geração para geração.

A intensidade e a velocidade destas mudanças desafiam as

universidades para a reformulação da estrutura curricular, obrigando-as a pensar dentro

desta nova visão do mundo, sob pena de gerar uma dissonância entre os novos

contextos que se apresentam e o processo de ensino-aprendizagem. Não se deve fazer

uma mera adaptação do currículo às demandas do mercado ou a uma simples

atualização dos programas. Faz-se necessário que se revise ao mesmo tempo os

modelos epistemológicos, os conteúdos das disciplinas e o processo de ensino-

aprendizagem.

Muito se tem discutido sobre a influência do sistema produtivo no

ensino superior como elemento gerador de demanda de profissionais para o mercado

de trabalho. Esta demanda por mão-de-obra visa uma aplicação direta e imediata dos

conhecimentos fornecidos pelas universidades e outras instituições de ensino superior.

A solução é que as questões de mercado de trabalho devem estar

presentes no ensino superior. Deve-se buscar incorporar aos currículos os novos

conhecimentos, as novas tecnologias, as novidades empresariais, não como verdades

Page 20: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

19

absolutas, mas como pontos para análise e reflexão. Os desafios do presente e os

conhecimentos empíricos que podem nos levar ao futuro devem ser trabalhados em

conjunto com o conhecimento do passado que a ciência já legitimou.

Foi com esse intuito que surgiu a empresa júnior com o desafio de

complementar a formação teórica acadêmica do aluno, formando novos líderes

empreendedores e um novo conceito, valores e visões para o mercado. Isso se deve ao

fato destes universitários terem a oportunidade de, através da empresa júnior, gerir uma

empresa real e aplicar os conceitos assimilados.

Em uma empresa júnior, os estudantes universitários podem praticar

parte do que aprendem em aula realizando projetos para clientes reais, enfrentando as

adversidades de mercado e tendo ainda a oportunidade de participar de todas as

decisões de uma empresa. Ser empresário júnior proporciona também grandes

oportunidades futuras relacionada aos contatos realizados durante sua atuação com

pessoas, parceiros, clientes, concorrentes e diversas instituições.

Tem caráter de uma empresa real, constituindo-se como uma pessoa

jurídica capaz de gerar fundos próprios por meio de prestação de serviços ou obtenção

de patrocínios. Mesmo com o apoio da instituição de ensino que, na maioria das vezes,

fornecem o espaço físico e infra-estrutra para os alunos trabalharem, as EJ’s (empresas

juniores) apresentam estrutura jurídica própria e são geridas de acordo com as normas

seguidas em seu próprio estatuto, regimento interno e leis de associações civis sem fins

lucrativos.

2.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

O presente estudo teve por finalidade discutir um assunto relativamente

novo no ponto de vista da Ciência Geográfica, trata-se da Empresa Júnior. Para tanto, a

fundamentação teórica que permeia este estudo relaciona-se basicamente ao

Profissional de Geografia e a Empresa Júnior em si.

Page 21: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

20

2.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO

Preocupadas em inovar para poder agregar diferenciais competitivos,

muitas Instituições de Ensino Superior não valorizam importantes aliados diante da

concorrência do mercado de trabalho. Nos cursos de graduação, uma boa ferramenta

seriam as empresas juniores (EJ’s) que representam um importante programa de

distinção no mercado de trabalho tanto para a universidade, como para os alunos que

participam dos projetos.

Foi com o objetivo de buscar, muito mais, uma carreira que o diploma,

que a pesquisadora veio através deste, mostrar a importância em desenvolver o

trabalho.

O Movimento Empresa Júnior no Brasil tem crescido consideravelmente

desde seu surgimento em 1988. Esse movimento que foi pioneiro em São Paulo, surgiu

com o objetivo original de inserção do graduando no mecado de trabalho e continua

inalterado, proporcionando o convívio dos alunos com a realidade empresarial, antes

mesmo de concluírem o curso. Essas entidades prestam serviços de consultoria ao

pequeno empresário, sempre sob a coordenação de professores, e cobram preços

menores. As empresas, que contratam os serviços das juniores, também têm uma grande

vantagem porque além de receberem orientação especializada, vinda de jovens com

vontade de trabalhar, elas pagam pouco por isso. As juniores com todo seu potencial ainda

têm como intuito promover atividades que aumentem a capacidade técnica e uma formação

mais ampla dos membros além disso, organizam eventos fomentando a troca de idéias,

experiências e informações, estimulando inúmeras discussões.

Contudo, várias são as justificativas a apresentar perante ao tema em

referência. Assim, detacou-se a constituição de uma empresa júnior, ou seja, essa que foi

definida como sendo uma associação civil sem fins lucrativos, gerida exclusivamente por

estudantes de graduação. Tem caráter de uma empresa real, com diretorias, conselho e

estatuto, sendo um espaço aberto para os estudantes de graduação adquirirem experiência

profissional e pessoal, já que uma vez atuando em uma Empresa Júnior (EJ) possuirá

liberdade para elaboração e execução de projetos propostos pela própria comunidade

acadêmica, ou mesmo pela necessidade do mercado.

Page 22: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

21

Um outro fator diz respeito à formação técnica, que ainda está longe de

alcançar a realidade, o que dificulta a inserção do profissional no mercado que está se

ampliando a cada dia. Foi no sentido de tentar suprir as falhas que surgiu a empresa

júnior de Geografia da Universidade Estadual de Londrina – UEL com o intuito de

mostrar a real situação do mercado de trabalho e preparar o estudante para os atuais

problemas que o mesmo exige.

A relevância está, portanto em estudar e identificar a importância da

empresa júnior na formação do profissional de geografia, avançando além das etapas

para a formação do mesmo, mas também conceituar o que seria empresa júnior como

espaço para aplicação prática dos conhecimentos teóricos recebidos em sala de aula e

analisar como tal é essencial para o desenvolvimento da capacidade crítica, liderança,

empreendedorismo, cooperação e pró-atividade, em todas as esferas de

relacionamento.

Page 23: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

22

3 OBJETIVOS DO ESTUDO

Considerando os aspectos discutidos para contextualizar o problema de

pesquisa e as justificativas para a realização do trabalho, estabeleceram-se os

seguintes objetivos:

3.1 OBJETIVO GERAL

Averiguar a importância da Empresa Júnior na formação do profissional

de Geografia.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar o perfil do profissional de Geografia através da literatura;

Identificar o perfil do empresário júnior de Geografia;

Identificar e analisar a percepção dos empresários juniores quanto à

importância da empresa júnior para a construção e/ou desenvolvimento de habilidades

e competências profissionais relevantes ao curso de Geografia.

Page 24: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

23

4 MÉTODO DA PESQUISA

Os procedimentos aqui especificados cumprem um papel importante,

não só do ponto de vista formal, mas também porque se trata de uma orientação para

que a pesquisadora não se perca diante das diferentes etapas que o trabalho exige.

Portanto, a metodologia foi descritiva apresentando-se o tipo de

pesquisa, a delimitação e limitação do estudo, universo e amostra, coleta e análise de

dados.

4.1 TIPO DE PESQUISA

A presente pesquisa foi baseada e classificada na pesquisa científica

referente aos fins e aos meios.

Quanto aos fins, a pesquisa realizada pode ser considerada

exploratória, por ser realizada em uma área na qual há pouco conhecimento

sistematizado e acumulado e pela necessidade de se conhecer melhor e obter maiores

esclarecimentos sobre o profissional de Geografia e a empresa júnior.

Já quanto aos meios, a pesquisa foi bibliográfica e de campo. A

pesquisa bibliográfica foi realizada em todas as fases do trabalho – desenvolvida com

base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, ou seja, em

materiais acessíveis ao público em geral.

4.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Este trabalho buscou realizar um estudo sobre a importância da

empresa júnior na formação do profissional de Geografia, e quais são os perfis do

profissional de Geografia; do empresário júnior e qual o desempenho profissional de um

empresário consultor em Geografia.

Page 25: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

24

Para isso pesquisou-se sobre empresa júnior e profissional de

Geografia; buscando estabelecer como essa pode estar ligada ao desenvolvimento de

habilidades e competências profissionais para o profissional de geografia.

4.3 LIMITAÇÃO DO ESTUDO

Podem ser apontadas como limitações: as dificuldades de obter informações

junto às empresas juniores do curso de Geografia, já que são poucas as instituições

que tem empresa júnior nesse curso; possíveis distorções de informações por parte da

pesquisadora e dos entrevistados; o universo pesquisado. Outra limitação, que pode

ser destacada, foi a utilização de um questionário composto apenas por questões

fechadas (APÊNDICE A).

4.4 UNIVERSO E AMOSTRA

O presente estudo teve como universo as empresas juniores.

Como não foi possível, a escolha de uma amostra probabilística neste

estudo foi utilizada uma amostra não-probabilística, cabendo a pesquisadora a tentativa

de buscar, por outras vias, uma amostra representativa.

Contudo, as condições estabelecidas para a escolha da amostra foram:

a) Membros de empresas juniores;

b) Empresas Juniores do Curso de Geografia.

Portanto, a amostra utilizada para este estudo da-se em 38 empresários

juniores de Geografia.

Page 26: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

25

4.5 COLETA DE DADOS

Dentre as muitas alternativas de instrumentos para coletas de dados,

optou-se pela aplicação de um questionário com perguntas fechadas, buscando coletar

informações que permitiam alcançar os objetivos da pesquisa.

Foi elaborado um questionário com quatorze questões, para os

empresários juniores, permitindo assim, analisarem a importância que a empresa júnior

tem para o desempenho profissional de um Geógrafo.

Os questionários foram enviados via endereço eletrônico para os

empresários juniores de Geografia. No momento da aplicação do questionário, em

agosto de 2006, foram identificadas, quatro empresas juniores do curso de Geografia.

Neste universo, verificou-se, aproximadamente, trinta e oito empresários juniores, para

os quais foram enviados os questionários. Obteve-se um retorno de 15 questionários,

procedentes dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo

2 de São Paulo, 8 do Paraná, 2 do Rio de Janeiro e 3 de Minas Gerais.

4.6 ANÁLISE DE DADOS

Os dados obtidos através da pesquisa bibliográfica e pela aplicação do

questionário foram tratados de forma qualitativa. Foram, também, utilizados alguns

gráficos com dados obtidos através do questionário aplicado e organizados pela

pesquisadora – que auxiliassem melhor visualização do que estava sendo discutido.

Page 27: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

26

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste momento apresenta-se a base de suporte teórico para o

desenvolvimento do presente estudo. Inicialmente, para contextualizar o tema, foram

apresentadas algumas questões referentes à Geografia e ao profissional da área de

forma geral. A partir de então, uma abordagem sobre a empresa júnior, como forma de

analisar a importância dessa na formação do profissional de Geografia.

5.1 A GEOGRAFIA NO MUNDO

Geógrafo é uma das profissões mais antigas, existente há séculos, é

considerada como a profissão mais científica que existiu. Os povos antigos utilizaram

dos conhecimentos geográficos para explorar e povoar continentes. As cartas

produzidas pelos geógrafos tinham significado valor ao governo dos Estados, já que, as

informações dos lugares eram fornecidas por eles. Portanto, a contribuição do geógrafo

foi de extrema importância para a navegação e conseqüentemente para a expansão do

comércio no final do século XIX e inicio do século XX, já que, as cartas passaram a ser

responsabilidade dos cartógrafos.

Com o passar do tempo foram surgindo outros Geógrafos os quais iam

deixando contribuições importantes para a construção do pensamento geográfico.

Pode-se citar na Alemanha, na primeira metade do século XIX, através dos trabalhos

pioneiros do naturalista e viajante Alexander von Humboldt, e do filósofo e historiador

Karl Ritter.

De acordo com Lemos (2003), o horizonte geográfico para os povos

primitivos da Europa era muito restrito; a expansão do conhecimento geográfico

europeu só se deu após as colonizações greco-fenícias (estabelecendo colônias em

todo o Mar Mediterrâneo e Negro, além de organizar expedições – os chamados

périplos – para regiões localizadas já em pleno Oceano Atlântico), as explorações de

Page 28: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

27

Alexandre (que conquistou regiões como Egito, Arábia, Pérsia e Índia), e as conquistas

romanas (império que se estendeu desde o Oriente Médio até a Grã-Bretanha,

passando pela África do Norte). As primeiras viagens e explorações dos antigos gregos

já produziam como resultado trabalhos geográficos, mesmo que meramente descritivos.

O nome que se destacou nessa expedição foi Heródoto, dando início ao que é

chamado de Geografia Regional, ou seja, estudos de regiões: seus povos, suas

culturas, aspectos naturais. No mesmo período surgiu uma outra face da Geografia, a

Geografia Geral, com uma visão mais holística; esses estudos foram direcionados para

medições de distâncias, cálculos de dimensões terrestres, entre outros.

Já o período medieval, representou uma época de obscuridade para a

Geografia na Europa; “é devido aos árabes que o fogo se mantém e que a atividade

geográfica ainda se manifesta” (DE MARTONNE, 1953, p. 5). Os geógrafos árabes

foram grandes viajantes, que continuaram a produzir estudos importantes, ainda que

descritivos.

A Idade Moderna representou o período dos descobrimentos,

alcançados pelos navegadores portugueses e espanhóis. “Em trinta anos o horizonte

geográfico, que não ultrapassava 60º de latitude por 100º de longitude, alargou-se até

abranger quase toda a Terra” (DE MARTONNE, 1953, p. 7). Nessa época, os estudos

de Geografia Regional e Geografia Geral tornam-se mais intensos, em razão da

necessidade de conhecimento, que demandava mais estudos sobre os lugares

descobertos, além de instrumentos de navegação e localização mais precisos.

Pode-se perceber que a diferença entre Geografia Geral e Regional foi

constatada durante toda a Antigüidade, Idade Média e Idade Moderna. Mas, houve no

século XIX, com Humboldt e Ritter a tentativa de aproximação desses dois ramos.

Somente após os estudos desses dois a Geografia deixou de ser um mero “saber” para

se tornar uma verdadeira ciência.

Nascendo na Alemanha, a Geografia moderna teve seus primeiros

grandes mestres nesse país; cujo principal nome foi Frederic Ratzel notou-se por seu

caráter determinista. Em oposição ao determinismo alemão surgiu, na França, o

possibilista, cujo nome principal é La Blache que personificou a escola por espelhar em

suas idéias, melhor que qualquer de seus companheiros, as aspirações do Estado

Page 29: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

28

Francês. Foram essas duas escolas que exerceram a maior influência na Geografia

brasileira, durante as primeiras décadas do século XX: o pensamento alemão presente,

sobretudo, nos órgãos do Governo e o francês principalmente, nas recém-criadas

faculdades, cujos professores vieram da França.

Segundo Lemos (2003), o método regional foi uma corrente que esteve

em voga em fins do século XIX e princípios do século XX, especialmente na França e

na Inglaterra, devido ao grande império colonial pertencentes a esses dois países. Após

a década de 1950, novos paradigmas surgiram na Geografia, afetando a produção

geográfica brasileira; primeiro, a chamada Nova Geografia ou Geografia Quantitativa,

ligada à Estatística e à Matemática. Esta foi, posteriormente, cedendo espaço para a

Geografia Crítica, a partir do final dos anos 1970, que utilizava a teoria marxista como

base ideológica, e é, atualmente, a corrente mais difundida no Brasil, sobretudo através

da obra de Milton Santos.

5.1.1 A Origem da Geografia Moderna

A escola alemã surgiu em duas vias de discussões: a “Geografia

político-estatística” que define o papel da Geografia como sendo uma montagem do

painel mais amplo e sistemático possível de uma dada conjuntura e a “Geografia pura”

que assenta a tônica na unidade da base regional, sendo para ela critério os limites

naturais do terreno. Sendo assim, Geografia não podia continuar sendo um quadro

descritivo de uma dada situação conjuntural. O capitalismo alemão carecia de soluções

práticas.

Outros importantes teóricos foram Humboldt e Ritter, sendo eles os

precursores da Geografia moderna. Esses estudiosos viam a Geografia como sendo a

totalidade das coisas naturais e humanas, na qual os homens vivem e sobrevivem.

Humboldt, naturalista e grande viajante, percorreu a Europa, a Rússia

asiática, o México, a América Central, a Colômbia e a Venezuela, observando os

grandes fenômenos físicos e biológicos. Também participou das Sociedades de

Geografia, que tinham como objetivo organizar expedições e pesquisas em diversas

Page 30: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

29

partes do mundo.

Seus méritos são altamente reconhecidos: fundou os métodos de

observação de quase todas as áreas dentro da Geografia Física, além de haver

aplicado os princípios fundamentais da Geografia, que a fizeram definitivamente uma

ciência independente e original. Possuía uma visão holística, não analisando apenas

um fator isolado, e sim estabelecendo relações de causa e conseqüência entre eles –

surgindo com isso o princípio de causalidade: “ninguém mostrou de modo mais preciso

como o homem depende do solo, do clima, da vegetação, como a vegetação é função

dos fenômenos físicos, como estes mesmo dependem uns dos outros” (DE

MARTONNE, 1953, p. 13).

Além desse princípio de causalidade, Humboldt também aplicou o

princípio de Geografia Geral. Segundo Lemos (2003), nenhum lugar da Terra pode ser

estudado sem o conhecimento do seu conjunto, sendo que um fenômeno verificado em

determinada região pode ser generalizado para todas as outras áreas do globo com

características semelhantes.

A aplicação deste princípio é o desmoronamento definitivo da barreira que separa a Geografia Regional da Geografia Geral, a aproximação destes dois ramos duma mesma ciência e a sua recíproca fecundação. No dia em que foi compreendida a significação de tudo isso nasceu a Geografia moderna. (DE MARTONNE, 1953, p. 13).

Ao contrário de Humboldt, Karl Ritter concentrou seus estudos nos

vários sistemas de organização espacial, comparando povos, culturas, instituições e

sistemas de utilização de recursos. Assim, foi o precursor do método comparativo em

Geografia. Sua obra é metodológica, define o conceito de sistema natural como a área

delimitada dotada de uma individualidade. A Geografia deveria estudar estes arranjos

individuais e compará-los, ou seja, procurava chegar a uma harmonia entre a ação

humana e os desígnios divinos, manifestos na variável natureza dos meios. Possuía

uma proposta antropocêntrica (homem é o sujeito da natureza) e regional (estudo da

individualidade), valorizando a relação homem-natureza.

As influências de Humboldt e Ritter foram, portanto, decisivas para

conferir à Geografia o seu verdadeiro caráter científico. “Os dois sábios alemães, de

diferentes formações, davam origem a uma nova ciência de cuja existência certamente

Page 31: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

30

não suspeitavam ao iniciarem as suas reflexões” (ANDRADE, 1992, p. 13).

5.1.2 As Escolas Nacionais e as Correntes do Pensamento Geográfico

Após a institucionalização da escola alemã e francesa, surgem as

escolas nacionais e, com elas, as correntes de pensamento. Segundo Corrêa (1991),

os principais paradigmas geográficos são: determinismo, possibilismo, método regional,

nova Geografia e Geografia crítica. Cada um desses paradigmas reflete a situação

sócio-político-econômica da época em que se desenvolveram, sendo que, desde o

surgimento da ciência geográfica, sempre houve uma ou duas correntes dominantes.

Cada uma das principais escolas nacionais também teve seus trabalhos orientados

para uma ou duas das correntes de pensamento – sobretudos as pioneiras:

determinismo, possibilismo e método regional.

5.1.2.1 Determinismo

A Geografia foi instituída como uma disciplina universitária a partir de

1870, e “foi o determinismo ambiental o primeiro paradigma a caracterizar a Geografia

que emerge no final do século XIX”.

Criada a partir das idéias do geógrafo alemão Frederico Ratzel,

defendia a importância do território, como fator determinante do poder entre as nações.

Segundo Ratzel "o Homem é produto do meio geográfico em que vive, e o meio natural

exerce uma ação dominadora sobre o homem, que é submetido a ele". Este

pensamento foi responsável, em parte, pelas teorias de superioridade racial que

surgiram nos séculos XIX e XX, e era baseada no Darwinismo Social.

Page 32: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

31

5.1.2.2 Possibilista

Surgida na França, no final do século XIX, baseada nas idéias do

Geógrafo francês Vidal de La Blanche, contestava os deterministas, demonstrando que

o homem é capaz, sim, de reagir a determinadas influências do meio, podendo

modificá-las e adequá-las às suas necessidades. Resumindo: "o meio que é o produto

do homem". O Possibilismo prova que, com o avanço tecnológico, podemos criar

condições favoráveis para viver em qualquer região da Terra.

A geopolítica e as formas de estudar e organizar o espaço geográfico,

segundo as necessidades específicas do homem, são resultados das idéias possibilitas.

Os gêneros de vida ocorrem em uma paisagem geográfica aquela que

já foi natural e passou a ser modificada pela ação humana, que possui uma extensão

territorial razoavelmente identificável. Assim, uma região “é a expressão espacial da

ocorrência de uma mesma paisagem geográfica” (CORRÊA, 1991); portanto, sendo o

objeto da Geografia possibilista a região, ela se confunde com a Geografia Regional.

5.1.2.3 Método Regional/Geografia Tradicional

O método regional tem sido estudado desde o século XVII, por

Varenius, passando por Kant e Ritter, nos séculos XVIII e XIX, respectivamente.

Contudo, esse método foi esquecido na passagem do século XIX para o XX, em função

da disputa vigente entre determinismo e possibilismo. Somente a partir dos anos 1940,

especialmente nos Estados Unidos, esse paradigma voltou a ser valorizado, tendo no

centro dessa valorização o Geógrafo estadunidense Richard Hartshorne.

O conceito de região para a Geografia ficou ainda mais presente e forte

e, seus objetivos voltaram-se para explicar os espaços geográficos, através de uma

paisagem regionalizada. Nesta filosofia, cada região do planeta possuía uma história e

uma individualidade que a diferenciaria das outras, sendo necessário estudar os

lugares de acordo com suas paisagens regionalizadas.

Page 33: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

32

O estudo da Regionalização das paisagens foi um importante

acontecimento para a Geografia porque representou o início da volta da visão

sistêmica, ou seja, o estudo integrado dos fatos geográficos, considerando suas

individualidades por regiões.

Essa corrente evidenciava a necessidade de se produzir uma Geografia

regional, isto é, um conhecimento sintético sobre as diferentes áreas do globo. O

pensamento de Hartshorne era de que o cerne dessa ciência era a região. Contudo,

não considerava que a região é o objeto: o importante é o método de identificação das

diferenciações de áreas, que são resultado de uma integração única de fenômenos

heterogêneos.

5.1.2.4 Nova Geografia

O desejo de fazer da Geografia um estudo mais científico e mais aceito

como disciplina, com um caráter mais exato do que somente abstrato, levou à adoção

da Estatística e da Matemática como recursos de apoio. Esta nova filosofia, a geografia

quantitativa, propunha a criação de modelos ou de fórmulas matemáticas para melhor

explicar os fenômenos geográficos. A Geografia quantitativa foi muito criticada porque

seus modelos não poderiam levar em conta todos os aspectos da Geografia Humana,

sendo considerados insuficientes para explicá-la; além do mais, os modelos não se

preocupavam com a resolução dos problemas sociais.

Segundo Lemos (2003), a ideologia da Nova Geografia veio para

justificar a expansão capitalista e seu poder imperialista. Essa foi a corrente oficial do

Brasil, durante o período da ditadura militar regime apoiado pelos grandes Estados

capitalistas, sobretudo os Estados Unidos.

Page 34: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

33

5.1.2.5 Geografia Crítica

Nasceu em meados da década de 1970, inicialmente na França. Essa

expressão, na origem, foi criada ou pelos menos identificada com a obra A Geografia -

isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra de Yves Lacoste (1976), e com a

proposta da revista Hérodote (cujo primeiro número também foi editado em 1976), que

no início era uma revista de "geopolítica crítica" e de Geografia, com especial ênfase na

renovação do seu ensino em todos os níveis. Pode-se dizer que os pressupostos

básicos dessa "revolução" ou reconstrução do saber geográfico eram a criticidade e o

engajamento. Por criticidade se entendia uma leitura do real – isto é, do espaço

geográfico – que não omitisse as suas tensões e contradições, que ajudasse enfim a

esclarecer a espacialidade das relações de poder e de dominação. E por engajamento

se pensava numa Geografia não mais "neutra" e sim comprometida com a justiça

social, com a correção das desigualdades sócio-econômicas e das disparidades

regionais.

O 3º Encontro Nacional de Geógrafos, realizado no ano de 1978 em

Fortaleza, marcou o surgimento da Geografia crítica no Brasil. A contribuição dos

geógrafos brasileiros para as discussões da Geografia crítica foi muito importante,

sendo que o livro Por uma Geografia Nova de Milton Santos, é um dos marcos dessa

corrente, não só para o Brasil, mas também para o mundo.

Ainda que a Geografia possua uma gênese grega, e que dela tenham

resultado os primeiros estudos geográficos, sua verdadeira gênese como ciência

ocorreu na Alemanha do século XIX, à luz dos trabalhos de Alexander von Humboldt e

Karl Ritter. Somente após a brilhante contribuição desses grandes mestres, é que pôde

estabelecer-se sobre bases científicas verdadeiras, deixando de ser uma simples

descrição do planeta para transformar-se em uma ciência, fundamentada na busca

pelas relações entre natureza e sociedade, suas causas e conseqüências.

A corrente determinista, nascida na Alemanha, possuía uma visão

extremamente ligada aos interesses nacionalistas e expansionistas alemães do século

XIX que, não realizando seu desejo de formar um império colonial na África e na Ásia.

Já o possibilismo também estava diretamente relacionado com o poder,

Page 35: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

34

visto que foi fundado pelo intelectual, escolhido pelo governo francês para instituir a

Geografia na França, Paul Vidal de La Blache. Elisée Reclus, até então o maior nome

da Geografia francesa, teve sua figura esquecida por muito tempo, justamente por ser

anarquista e, portanto, não se adequar aos interesses oficiais.

O método regional estava voltado para a catalogação de lugares. Essa

característica fez com que ele fosse difundido nos países que possuíam grandes

impérios coloniais. Posteriormente, surgiu a Nova Geografia, deslumbrada com o

desenvolvimento tecnológico, procuraram torná-la uma Matemática espacial. Essa deu

origem a corrente crítica, “reunindo em um só bloco todos aqueles que, almejando uma

reforma da sociedade e melhor distribuição de renda, batalharam para sanar os

problemas sociais, políticos e econômicos” (ANDRADE, 1992, p. 14).

A Geografia em sua busca de novos caminhos e de novas

interpretações do mundo se posiciona de uma forma crítica, direcionando sua

contribuição para resgatar a importância do espaço no mundo atual. Vê-se, portanto,

que essa ciência já nasceu profundamente atrelada aos interesses das classes

dominantes, sempre procurando atender às necessidades das mesmas; somente a

partir da década de 70, com a corrente crítica, a ciência geográfica começa a procurar

satisfazer às aspirações da sociedade como um todo, buscando soluções tanto para a

definição do seu objeto e de suas categorias de análise quanto para os problemas

sócio-ambientais que estão hoje colocados de maneira tão evidente.

5.2 HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA GEOGRAFIA NO BRASIL

No século XIX os conhecimentos geográficos ensinados nos meios

educacionais existentes no Brasil não estavam preparados para formar uma disciplina

escolar específica.

No período em que os jesuítas foram os responsáveis praticamente por

quase toda a educação formal ministrada no país, o ensino dos conhecimentos

geográficos eram secundarizados no currículo previsto. Vale ressaltar que, já neste

período há diferença entre ’’Geografia dos professores’’ e ‘’Geografia dos estados

Page 36: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

35

maiores’’. O curioso é que eram os próprios jesuítas responsáveis pela produção de

ambas vertentes, haja vista serem os controladores do sistema escolar vigente e os

maiores responsáveis pela produção de conhecimentos geográficos acerca do território

da Colônia Portuguesa na América.

De acordo com Rocha (2000), eles souberam, melhor do que ninguém,

diferenciar o que deveria ser destinado apenas aos detentores do poder de Estado e o

que poderia ser socializado enquanto saber escolar. Inicia-se, naquele momento, no

Brasil, sem duvida alguma, a produção da Geografia dos professores.

Durante os mais de duzentos anos de posse da educação jesuítica no

Brasil essa ciência não teve apoio nas escolas enquanto disciplina escolar. Os

conhecimentos geográficos, por serem de grande interesse do Estado, eram bem

pouco divulgados e propagados nas salas de aulas.

Foi no século XIX que o ensino de Geografia conseguiu uma maior

importância na educação formal no país. Com a criação do Imperial Colégio de Pedro II,

a disciplina passa a ter um novo status no currículo escolar. Durante praticamente todo

o período imperial, o ensino manteve-se inalterado em suas características, tendo

sofrido poucas alterações no que diz respeito ao conteúdo ensinado ou mesmo na

forma de se ensinar. Praticou-se, durante todos os períodos, a Geografia escolar de

nítida orientação clássica, ou seja, descritiva, enciclopédia, distante da realidade do

aluno.

É interessante lembrar que os professores licenciados e que atuavam

no ensino desta disciplina eram originários de outras profissões, como por exemplo,

advogados, sacerdotes, o médico sem clínica, o bacharel sem causas, o engenheiro, o

farmacêutico. Essa realidade começou a mudar com a entrada dos primeiros cursos de

professores no Brasil.

Foi através de um decreto, que o ensino superior brasileiro foi

revogado, com a introdução do Sistema Universitário. Através desse foram criadas as

Faculdade de Educação, Ciências e Letras, espaço acadêmico que passou a abrigar,

dentre outros cursos, o de Geografia. As duas primeiras organizadas sob as novas

regras foram a Universidade de São Paulo (1934) e a Universidade Distrito Federal.

Logo após esse momento, teve a Criação da Associação dos Geógrafos Brasileiros que

Page 37: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

36

continua com grande destaque no Brasil.

Sendo assim, a fundação da Faculdade de Filosofia e do Departamento

de Geografia, em 1946, tiveram um papel importante nessa ciência. Contribuíram para

a mudança no perfil do professor, pois criaram um profissional novo, o bacharel e o

licenciado em Geografia e em História. O professor foi procurar seu espaço no mundo

profissional, tendo papel importante na mudança cultural.

Em meados da década de 1950, ocorreu uma maior difusão da

formação de professores de Geografia e com isso, novas turmas ingressaram e

qualificavam profissionais para atuar como docentes.

Levando em consideração as inúmeras sugestões de currículos foi

proposto para o curso de licenciatura em Geografia, que passava a ter quatro anos de

duração: Geografia Física, Biológica ou Biogeografia, Humana, Regional, Brasil e

Cartografia. Segundo Conti (1976) apud Rocha (2000, p.6):

[...] chamava a atenção para o fato de que a idéia de ‘’área de estudos’’ presente na legislação estava sendo desconsiderada e os Estudos Sociais estavam sendo implementados nas escolas como disciplina de estudos, não sendo, em verdade, mais do que uma mera fusão dos conteúdos das disciplinas que deveriam compor a mencionada área. Essa diretriz além de conflitar com o que fora proposto pela Lei, gerou insatisfação entre os responsáveis pelo ensino da Geografia e da Historia, os quais, salvo raras exceções, puderam entrever, de imediato, as conseqüências que adviriam do desprestígio que atingiu as duas disciplinas. A eliminação da Geografia e da Historia do currículo concorreria para empobrecer a formação humanística da juventude, comprometendo de forma grave seu preparo integral e equivaleria ao fracasso do ensino em si mesmo, o qual visa preparar futuros cidadãos munidos de um rio pano de fundo de cultura, do qual a Geografia, nem a Historia podem estar ausentes.

Portanto, a introdução de Estudos Sociais nas escolas de primeiro e

segundo grau fazia parte de um processo mais amplo de reforma da educação

brasileira, iniciada já no mesmo ano em que os militares deram o golpe e assumiram o

Comando do Estado Brasileiro.

Page 38: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

37

5.2.1 A Geografia e o Surgimento da AGB - Associação dos Geógrafos Brasileiros

A AGB, Associação dos Geógrafos Brasileiros é uma entidade civil, sem

fins lucrativos, que agrupa professores, bacharéis, pesquisadores e estudantes de

Geografia. Tem como objetivos principais, estimular o entrosamento entre entidades

profissionais, entidades estudantis e grupos da comunidade visando ações conjuntas

que levem ao aprimoramento das instituições democráticas e à melhoria das condições

de vida do povo brasileiro.

Fundada por um grupo de pesquisadores liderados pelo Geógrafo

francês Pierre Deffontaines, em São Paulo, em 17 de setembro de 1934, desde o seu

surgimento a AGB congregou intelectuais de renome, inclusive de outros campos do

conhecimento, como: Caio Prado Junior, Luiz Fernando Morais Rego, Fernand Braudel,

Rubens Borba de Morais, Claude Levy-Strauss e Pierre Monbeig. Esse caráter de

pluralidade e de radicalidade democrática na sua composição é uma marca que

perdura até hoje, no dia a dia da entidade.

Foi a partir de 1944, que a AGB passou a se constituir em uma entidade

de dimensões nacionais, ou seja, se expandindo pelo Brasil, realizando reuniões de

Geógrafos, em um ponto qualquer do território Nacional, incorporando sócios,

profissionais, estudantes e colaboradores. Foi nesta época, que foi criada as primeiras

secções regionais nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e

Bahia.

No ano de 1954, foi realizado o I Congresso Brasileiro de Geógrafos,

evento esse considerado o maior da Geografia brasileira, promovido a cada dez anos.

E em 1956, realizou o XVIII Congresso Internacional da União Geográfica Internacional

(UGI).

Em 1970 ocorreu a reforma do Estatuto, modificando

consideravelmente a organização das reuniões, terminando assim o período em que a

AGB funcionava como escola de formação de Geógrafos.

Em 1978, devido às demandas e lutas pela democratização da

sociedade, ocorreu em Fortaleça – CE debates durante o 3º Encontro Nacional de

Geógrafos, provocando na AGB profunda renovação de sua perspectiva organizacional,

Page 39: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

38

tornando-a uma associação ainda mais integrada às várias lutas pelos direitos humanos

e pelo debate político e democrático na sociedade.

Pode-se dizer que a história institucional da AGB está associada à

história da Geografia e do pensamento geográfico brasileiro, já que, maior parte da

produção científica brasileira encontra-se publicada em Anais de seus congressos e

encontros.

Portanto, hoje a AGB está organizada da seguinte maneira: Diretoria

Executiva Nacional, com gestões de dois anos, e Seções Locais que podem abranger

um ou mais municípios brasileiros. Possui representante em importantes espaços de

políticas públicas tais como conselhos municipais, estaduais e federais, além de buscar

um diálogo permanente com os órgãos reguladores das profissões (CONFEA e MEC).

5.3 A LEI Nº. 6.664/79 - DISCIPLINA A PROFISSÃO DE GEÓGRAFO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

Em 1966, a Associação dos Geógrafos Profissionais – AGP, mobilizou-

se e, conseguiu que o Congresso Nacional decretasse e o Presidente da República,

João B. de Figueiredo, sancionasse a Lei nº. 664, de 26 de junho de 1979, que

"Disciplina a profissão de Geógrafo, e dá outras providências" (BRASIL, 1979), tendo

como objetivo principal o exercício correto das atribuições por profissionais

devidamente qualificados e habilitados e, obviamente, proteger e resguardar os

interesses da sociedade que necessita de tais serviços, dando-lhe o amparo legal

necessário.

A profissão do Geógrafo teve seu reconhecimento após longa luta

vencida pela AGB. Em 1968, se deu a apresentação do projeto de lei, sendo aprovado

após onze anos.

O decreto em estudo prescreve a quem é permitido exercer a profissão

de Geógrafo.

O Presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1. Geógrafo é a designação profissional dos habilitados conforme os dispositivos da presente Lei. Art. 2. O exercício da profissão de Geógrafo somente será permitido.

Page 40: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

39

I - aos Geógrafos e aos bacharéis em Geografia e em Geografia e História, pelas Faculdades de Filosofia, Ciências e letras e pelos Institutos de Geociências das Universidades oficiais ou oficialmente reconhecidas; II - (Vetado); III - aos portadores de diploma de Geógrafo, expedido por estabelecimentos estrangeiros similares de ensino superior, após revalidação no Brasil. Art.3o. É da competência do geógrafo o exercício das seguintes atividades e funções a cargo da União, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios, das entidades autárquicas ou de economia mista e particular: I - reconhecimentos, levantamentos, estudos e pesquisas de caráter físico-geográfico, biogeográfico, antropogeográfico e geoeconômico e as realizadas nos campos gerais e específicos da Geografia, que se fizerem necessárias: a) na delimitação e caracterização de regiões e sub-regiões geográficas naturais e zonas geoeconômicas, para fins de planejamento e organização físico-espacial; b) no equacionamento e solução, em escala nacional, regional ou local, de problemas atinentes aos recursos naturais do país; c) na interpretação das condições hidrológicas das bacias fluviais; d) no zoneamento geo-humano, com vistas aos planejamentos geral e regional; e) nas pesquisas de mercado e intercâmbio comercial em escala regional e inter-regional; f) caracterização ecológica e etológica da paisagem geográfica e problemas conexos; g) na política de povoamento, migração interna, imigração e colonização de regiões novas ou de revalorização de regiões de velho povoamento; h) no estudo físico-cultural dos setores geoeconômicos destinados ao planejamento da produção; i) na estruturação ou reestruturação dos sistemas de circulação; j) no estudo e planejamento das bases físicas e geoeconômicas dos núcleos urbanos e rurais; l) no aproveitamento, desenvolvimento preservação dos recursos naturais; m) no levantamento e mapeamento destinados à solução dos problemas regionais; n) na divisão administrativa da União, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios. II - a organização de congressos, comissões, seminários, simpósios e outros tipos de reuniões destinadas ao estudo e divulgação da Geografia. Art. 4o. As atividades profissionais do Geógrafo, sejam as de investigação puramente científica, sejam as destinadas ao planejamento e implantação da política social, econômica e administrativa de órgãos públicos ou às atividades de natureza privada, se exercem através de: I - órgãos e serviços permanentes de pesquisas e estudos, integrantes de entidades científicas, culturais, econômicas ou administrativas; II - prestação de serviços ajustados para a realização de determinado estudo ou pesquisa, de interesse de instituições públicas ou particulares, inclusive perícia e arbitragens; III - prestações de serviços de caráter permanente, sob a forma de consultoria ou assessoria, junto a organizações públicas ou privadas. Art. 5o. A fiscalização do exercício da profissão de Geógrafo será exercida pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Art. 6o. O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia somente concederá registro profissional mediante apresentação de diploma registrado no órgão próprio do Ministério da Educação e Cultura. Art. 7o. A todo profissional registrado de acordo coma presente Lei será entregue uma carteira de identidade profissional, numerada, registrada e

Page 41: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

40

visada no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, na forma da lei. Art. 8o. É vedado o exercício da atividade de Geógrafo aos que 360 (trezentos e sessenta) dias após a regulamentação desta lei, não portarem documento de habilitação expedido na forma prevista na presente Lei. Art. 9o. A apresentação da carteira profissional de Geógrafo será obrigatoriamente exigida para inscrição em concurso, assinatura em termos de posse ou de quaisquer documentos, sempre que se tratar de prestação de serviço ou desempenho de função atribuída ao Geógrafo, nos termos previstos nesta Lei. Art. 10. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias. Art. 11. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário. (BRASIL, 1979)

A regulamentação da Lei 6.664/79 contribui para que o Geógrafo

ocupasse no mercado de trabalho o espaço que é legalmente seu.

5.4 CREA - ÓRGÃO FISCALIZADOR DA PROFISSÃO GEÓGRAFO

Toda profissão regulamentada possui legislação e normas de

funcionamento. No Brasil, para que as leis que tratam o exercício profissional sejam

aplicadas, criam-se os chamados Conselhos.

Surge o sistema CONFEA/CREA’s, conjunto de atividades de

normatização e fiscalização do exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto,

Agrônomo, Geólogo, Geógrafo, Meteorologista, Tecnólogo, Técnico Industrial e

Agrícola, composto pelos CREA’s - Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia, atuando em cada unidade da Federação com as atribuições executiva e de

julgamento de ações previstas na legislação profissional em primeira instância, e o

CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, constituído nos

termos da Lei 5194/66 como uma Autarquia Federal, com sede e foro em Brasília-DF,

com jurisdição em todo o território nacional, exercendo o papel institucional de instância

superior do Sistema CONFEA/CREA’s.

Segundo Fonseca (2000), as atribuições do CREA estão estabelecidas

no Artigo 34 da Lei 5194/66, dos Conselhos Regionais:

Page 42: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

41

a) Elaborar e alterar seu regimento interno, submetendo-o à

homologação do Conselho Federal;

b) Criar as Câmaras Especializadas, atendendo as condições de

maior eficiência de fiscalização estabelecida na presente Lei;

c) Examinar reclamações e representações acerca de registros;

d) Julgar e decidir, em grau de recurso, os processos de infração da

presente lei e do Código de Ética, enviados pelas Câmaras Especializadas;

e) Julgar, em grau de recurso, os processos de imposição de

penalidades e multas;

f) Organizar o sistema de fiscalização do exercício das profissões

regulamentadas pela presente lei;

g) Publicar relatórios de seus trabalhos e relações dos profissionais e

firmas registrados;

h) Examinar os requerimentos e processos de registros em geral,

expedindo as carteiras profissionais ou documentos de registro;

i) Sugerir ao Conselho Federal medidas necessárias à regularidade

dos serviços e à fiscalização do exercício das profissões reguladas nesta lei;

j) Agir, com a colaboração das sociedades de classe e das escolas e

faculdades de engenharia, arquitetura e agronomia, nos assuntos relacionados com a

presente Lei;

k) Cumprir e fazer cumprir a presente Lei, as resoluções baixadas pelo

Conselho Federal, bem como expedir atos que para isto julguem necessários;

l) Criar inspetorias e nomear inspetores especiais para maior

eficiência da fiscalização;

m) Deliberar sobre assuntos de interesse geral e administrativo e sobre

os casos comuns a duas ou mais especializações profissionais;

n) Julgar, decidir ou dirimir as questões da atribuição ou competência

das Câmaras Especializadas referidas no artigo 45, quando não possuir o Conselho

Regional número suficiente de profissionais do mesmo grupo para constituir a

respectiva câmara, como estabelece o artigo 48;

o) Organizar, disciplinar e manter atualizado o registro dos

Page 43: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

42

profissionais e pessoas jurídicas que, nos termos desta Lei, se inscrevam para exercer

atividades de engenharia, arquitetura ou agronomia, na Região;

p) Organizar e manter atualizado o registro das entidades de classe

referidas no artigo 62 e das escolas e faculdades que, de acordo com esta Lei, devam

participar da eleição de representantes destinada a compor o Conselho Regional e o

Conselho Federal;

q) Organizar, regulamentar e manter o registro de projetos e planos a

que se refere o artigo 23;

r) Registrar as tabelas básicas de honorários profissionais elaboradas

pelos órgãos de classe;

s) Autorizar o presidente a adquirir, onerar ou, mediante licitação,

alienar bens imóveis.

A rigor é de se esperar mais do órgão fiscalizador, do que a simples

atuação de fiscalização das irregularidades profissionais. Seria de extrema importância

que além destas funções, o CREA atuasse junto às universidades, sugerindo

aperfeiçoamento dos currículos e dos métodos de ensino, sentido de satisfazer, cada

vez mais, as demandas dos futuros profissionais Geógrafos.

O profissional é considerado aquele que possui diploma de bacharel em

Geografia, independente de ter concluído ou não uma especialização, porém, diante do

sistema CREA/CONFEA são considerados Geógrafos somente aqueles que estejam

registrados junto ao órgão da região a qual pertence.

5.5 PERFIL DO GEÓGRAFO

Conceitualmente Geografia é a ciência que estuda os fatos

relacionados com o espaço ocupado pelo homem e transformado através de sua ação.

O profissional atua, portanto, na delimitação e produção do espaço gerador das

relações sociais e econômicas. Analisar a complexidade das inter-relações

homem/meio e propor soluções para os problemas decorrentes da localização

geográfica e das alterações ocorridas no quadro natural, constitui o campo de domínio

Page 44: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

43

desse profissional. Como se pode dissociar o conteúdo ambiental do Geógrafo, hoje o

universo de trabalho está se ampliando, pois as questões ambientais passaram a ser

de interesse social, econômico, político e institucional.

O Geógrafo tem como perfil um profissional técnico responsável pela

resolução de problemas do espaço geográfico (natural ou modificado) e comprometido

com as transformações sociais, da mesma forma que outras categorias profissionais.

Contudo, devido à formação e capacitação técnica, esse vem

preparado para interpretar a interface natureza/sociedade. Já em relação à organização

espacial e relações estabelecidas entre o homem e a natureza, os Geógrafos os

transformam em modelos do espaço, cabendo-lhes analisar cada área e também a que

constitui a dimensão da realidade humana e ambiental.

Algumas das características que ajudam na profissão diz respeito a

objetividade, exatidão e capacidade de análise e interpretação da realidade observada.

A capacidade de análise dá a condição ao Geógrafo fazer uma leitura interpretativa e

simultânea do espaço social, econômico e natural.

Considerando que o que rege o mercado profissional é o critério da

competência, para os geógrafos assegurarem empregos qualificados e garantir uma

maior valorização junto aos usuários dos serviços geográficos, torna-se imprescindível,

além do diploma, serem capazes de colocar em prática tudo o que aprederam durante a

graduação.

Como o amplo conjunto de atribuições legais do Geógrafo é de

interfaces com as atribuições de outros profissionais, é importante que ele mostre as

suas potencialidades e exerça suas atividades com o objetivo de aumentar a produção

geográfica tanto na área do conhecimento como na área do planejamento, uma vez que

dirige pesquisas.

No Brasil, mesmo tendo uma legislação profissional definida, devem

buscar espaços de trabalho que oportunizem cada vez mais o conhecimento social da

profissão, e isto implica maiores esclarecimentos sobre a prática profissional no

mercado empresarial e uma maior competência dos mesmos e no meio universitário,

notadamente para os estagiários e bacharelandos.

Por outro lado, cabe ao Sistema CONFEA/CREA’s coordenar ações, no

Page 45: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

44

sentido de divulgar à sociedade todas as profissões por ele regulamentadas,

informando sobre as atribuições que cada modalidade profissional do sistema

desempenha.

5.6 A FORMAÇÃO ACADÊMICA E PROFISSIONAL

Os cursos de Geografia estão passando por certa valorização e os

profissionais formados estão, pelo menos em parte, buscando espaços de trabalho e

um maio reconhecimento social.

A maior diferença entre a formação do bacharel e do licenciado está

concentrada nas disciplinas denominadas instrumentais, como por exemplo: cartografia,

sensoriamento remoto, geoprocessamento, isso nos leva a repensar o curso.

Como ponto de partida é preciso rever em âmbito nacional, o currículo

necessário para a formação do Geógrafo, e averiguar se o mesmo é condizente com a

atual realidade do mercado de trabalho, já que, para assegurarem empregos

qualificados e garantir uma maior valorização, torna-se imprescindível, além do diploma,

serem capazes de produzir o conhecimento geográfico, isto é, "saber fazer", tanto na

área técnica como científica, principalmente em se tratando de uma sociedade tão

competitiva como a que vivemos atualmente.

Cabe não só a Universidade, mas também ao estudante reunirem-se

em prol de um mesmo objetivo, para poder acreditar em um futuro promissor para

todos.

5.6.1 A Formação Profissional do Geógrafo e seu Papel no Contexto Atual

Para compreender a importância da empresa júnior na formação

profissional do acadêmico de graduação em Geografia, entende-se necessário

conhecer o contexto em que esse profissional, está inserido. Para isso, discutem-se,

nas sessões seguintes, alguns aspectos relativos a sua formação.

Page 46: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

45

Segundo Argento (1996), em relação ao profissional Geógrafo, existe

uma junção marcante entre o conceito de ambiente e o objeto da sua própria formação

básica, que diz respeito à natureza que distribuem no espaço. Com isso, o ambiente

reveste num “marketing” para o aumento de mercado de trabalho. Mas será que hoje os

formandos têm condições técnico-científicas capazes de competir num mercado de

trabalho tão exigente em função das características transdisciplinares?

Esse ponto diz respeito ao cargo do currículo que talvez seja um dos

mais ajustados em relação à abrangência transdisciplinar. Do seu corpo constam

disciplinas de natureza física, biótica e social. Além dessas, inclui no currículo

instrumentos técnicos que estão vinculados às perspectivas ambientais, como por

exemplo, o geoprocessamento, sensoriamento remoto, dentre outros.

Assim, as condições básicas já existem para que a formação dos

profissionais Geógrafos seja considerada de alto nível técnico-cientifico, pois sua

formação contempla disciplinas que apresentam conteúdo teórico e prático.

Segundo Argento (1996) existe uma deficiência no enfoque pragmático,

fato esse observado na maioria dos profissionais que estudam a ciência geográfica,

inseridas aqui tanto as questões sociais quanto as questões físicas. No que diz respeito

ao pragmático, os Geógrafos estão muito aquém de suas reais possibilidades

competitivas, e isso é espelhado pela falta de agressividade no trato transdisciplinar.

Isso é passado para o aluno na divulgação acadêmica, o que acarreta uma formação

de profissionais inseguros, quando exposta a uma integração multidisciplinar. Afirma

Argento (1996, p.11) que

[...] este fato é facilmente documentado quando se faz a um recém-formado em Geografia, uma pergunta corriqueira, em nível de sua formação básica como, por exemplo: - Você sabe estabelecer uma carta temática de sócia-economia, com vistas a um projeto de gestão territorial, com abrangência municipal? Qual a base de dados a ser levantada? Qual a escala de detalhamento a ser atrelada ao projeto? Como criar um Banco de Dados ajustável a sua base de dados?

Isso poderia ser reduzido, se houvesse o cumprimento das

obrigatoriedades dos estágios curriculares em empresas que desenvolvessem trabalhos

relacionados aos objetivos da Geografia. Com esse intuito surge a empresa júnior que

Page 47: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

46

proporciona a exposição do aluno, em fase de complementação do curso, a uma

socialização profissional, já que, o contato direto com outros profissionais de setores

diversos, traria uma aproximação, um aprendizado que fortalecesse a base técnico-

cientifica e, com isso inserir o espírito profissional mais agressivo.

No passado, os cursos, apresentavam sua grade curricular com uma

pseudo abrangência teórico-prática, tendo como resposta um conteúdo filosófico

conceitual muito longe dos problemas atuais. Os cursos de Geografia devem se alertar

para que o profissional se espelhe no pragmatismo das ciências, que hoje, apresentam

as melhores opções de mercado.

Portanto, algumas conscientizações a respeito desse problema já estão

sendo analisadas e sentidas por algumas Universidades Estaduais e Federais.

Em relação às instituições que ofertam as condições para a formação

de um profissional Geógrafo, existe uma grande dificuldade entre as federais, estaduais

e particulares principalmente no que diz respeito aos equipamentos sofisticados, como

por exemplo, sensoriamento remoto, geoprocessamento, equipamentos laboratoriais

para análise sedimentais e qualidade de água dentre outros e isso acarreta numa

formação deficiente. É por isso, que o grande mercado da Geografia é o ser professor,

o que diminui a possibilidade de ampliação de mercado para o recém formado.

O grande problema é a formação de mão de obra especializada como

dito acima, já que, ainda necessita de maior apuração com as questões práticas, pois, a

formação teórica do aluno a instituição vem satisfazendo as expectativas.

A qualidade da formação acadêmica é boa, o que falta é a academia

proporcionar ao aluno uma vivência prática das questões teóricas. Daí a necessidade

de se ter em mente a exigência do mercado, e que possa adequar o profissional a atual

realidade.

Como uma maneira de sanar tais dificuldades práticas é que surgem as

empresas juniores.

Page 48: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

47

5.7 MOVIMENTO EMPRESA JÚNIOR

Qual o conceito de empresa júnior? Entender esse conceito é essencial

para que se possa prosseguir nesse espaço da atuação acadêmica do estudante.

Empresa Júnior é, sinteticamente, uma Empresa de Consultoria gerenciada por estudantes universitários que realizam projetos e prestam serviços em suas áreas de graduação, principalmente para micro e pequenas empresas. Pela finalidade da Empresa Júnior ser educacional, por ser uma associação civil sem fins econômicos e, ainda, pela estrutura de baixos custos fixos, os preços praticados são consideravelmente abaixo do preço de mercado. No entanto, a Empresa Júnior se localiza no ambiente da Universidade e todos os projetos e serviços seguem orientação obrigatória de professores ou profissionais na área, com o objetivo de sempre garantir um padrão de qualidade elevado. (REDE BRASIL JUNIOR, 2006).

O Movimento Empresa Júnior é conhecido como MEJ, constituído por

alunos de graduação que conscientes das necessidades de experiências práticas que

complementassem a formação acadêmica obtida na faculdade, criaram essa

associação sem fins lucrativos. Através de suas ações, vem trazendo resultados

importantes para os envolvidos nessa atividade.

Empresa Júnior pode ser interpretada como um espaço aberto para

graduandos ganhar experiência profissional e pessoal, no qual, uma vez atuando na EJ,

tem total liberdade para elaboração e execução de projetos sugeridos pela própria

comunidade acadêmica, ou trazidos pelas necessidades do mercado.

Tem caráter de uma empresa real, constituindo-se como uma pessoa

jurídica capaz de gerar fundos próprios por meio de prestação de serviços ou aquisição

de patrocínios. É composta por diretorias e conselho, possuindo uma gestão autônoma

em relação à direção da Instituição de Ensino (Superior ou Técnico).

Segundo FEJEPAR – Federação das Empresass Juniores do Paraná

(2006), mesmo as instituições de ensino apoiando com espaço físico e toda a infra-

estrutura para os alunos trabalharem, as EJ’s têm estrutura jurídica própria e são

geridas de acordo com as normas seguidas em seu próprio estatuto, regimento interno

e leis de associações civis sem fins econômicos. Possuem CNPJ e nota fiscal próprios

conforme a definição do conceito Empresa Júnior aprovado em 2003.

O organograma e as organizações internas de cada EJ variam de

Page 49: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

48

acordo com cada empresa júnior, já que, o objetivo é a busca das melhorias

interpessoais e a eficiência na prestação de serviços.

Os projetos/atividades desenvolvidos pelas empresas juniores são

realizados pelos próprios empresários juniores. Estes projetos/atividades são

desenvolvidas com o acompanhamento e a orientação de professores e profissionais

especializados, promovendo assim, a excelência na preparação e no estímulo da

formação profissional assim como uma contribuição diferenciada para a sociedade. As

empresas juniores têm o objetivo de agregar conhecimento de gestão de técnica para

os empresários juniores, estimular o empreendedorismo entre os jovens participantes e

promover o contato do aluno com o mercado de trabalho. Segundo FEJEPAR (2006),

Por não ter fins lucrativos, a estrutura de custos de uma EJ permite a realização de serviços de qualidade a um preço extremamente acessível. Assim, prestam serviços às micro, pequenas e médias empresas, empreendedores e organizações do terceiro setor que, na maioria das vezes, não teriam condições de custear pesquisas ou consultorias essenciais para seu desenvolvimento e até sua sobrevivência.(p.25 )

Ultrapassa assim, os limites convencionais da atividade de extensão

universitária, pois antes de ser projeto, é um ambiente para projetos. Possui estrutura

que propicia uma continua política de ação, o que não acontece com formas de

extensão tradicionais.

Abordaremos a seguir, a história desse movimento e a experiência do

Brasil nesse contexto.

5.7.1 Movimento Empresa Júnior no Mundo

O surgimento do Movimento Empresa Júnior foi devido à ausência que

a formação acadêmica estava proporcionando ao mercado de trabalho, ou seja, a falta

de profissionais experientes e qualificados em varias profissões. Daí a necessidade de

algo que complementasse a vida acadêmica com o intuito de formar profissionais

diferenciados, que possibilitasse um desenvolvimento pessoal e proporcionasse aos

jovens universitários a prática dos ensinamentos teóricos.

No entanto que em 1967, em Paris, estudantes da ESSEC Business

School, conscientes das necessidades de experiências práticas que complementassem

Page 50: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

49

a formação acadêmica obtida na faculdade, criaram uma associação sem fins

lucrativos, denominada Júnior Enterprise, com o objetivo de complementar a formação

teórica adquirida pelos estudantes nos estabelecimentos de ensino superior através de

aplicações práticas provenientes do confronto com a realidade empresarial.

A ESSEC Business School, uma escola superior de comércio, passou a

prestar serviço na área de marketing e finanças. Já em 1969, a união das empresas na

França fundou a Confédération Nationale des Júnior-Enterprise, cujo objetivo era

representar o Movimento Empresa Júnior na França.

Por volta de 1980, o Movimento Empresa Júnior ganha força e começa

a se estender para as outras áreas como a arquitetura, engenharia, veterinária, dentre

outras. A partir de 1986 esse movimento se expande para outros o países como mostra

a FIGURA 1, sendo criadas em 1988 no Brasil as primeiras Empresas Juniores no

Estado de São Paulo, nos cursos de Administração da FGV (Fundação Getúlio Vargas)

e da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado) e nos cursos de Engenharia da

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Segundo a Brasil Júnior (2006) nos anos 1980, ocorreu o fortalecimento

do MEJ na Europa e a Confederação Européia de Empresas Juniores, estabelecendo

assim sua história:

a) 1987: A primeira rede internacional de Empresas Juniores é

concebida através da Espanha, Suíça e França. A Itália e a Holanda

também se juntam aos países a terem Empresas Juniores;

b) 1990: Nasce a Confederação Européia de Empresas Juniores

(GEIE) criada pela Espanha (CEJE), Suíça (USJE), França (CNJE),

Itália (CIJE), Portugal (JEP) e Holanda (FNJE).

c) 1992: dois anos após sua criação, membros da GEIE junto com as

Confederações da Alemanha (BDSU) e Noruega (JEN) fundam a

JADE (Junior Association for Development of Europe), conhecida

hoje como a European Confederation of Junior Enterprises

(Confederação Européia de Empresas Juniores).

Hoje, existe empresas juniores espalhadas por todo mundo. Na França,

onde é mais antigo, o Movimento conta com cerca de 115 empresas juniores que

Page 51: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

50

movimentam anualmente milhões de dólares, e envolvem diretamente cerca de 20.000

estudantes. A Figura 1 mostra a distribuição das empresas juniores por todo o mundo.

FIGURA 1: Países que possuem Empresas Juniores. Fonte: FEJEPAR, 2005

Suas áreas de atuação são bem amplas, envolvendo o Marketing,

Processamento de Dados, Desenvolvimento Internacional, Meio Ambiente,

Gerenciamento de Qualidade, e outros. As empresas para divulgarem e promoverem

seu desenvolvimento e troca de experiências, realizam eventos e encontros nos quais

promovem o contato com a novidade do MEJ.

5.7.2 O Modelo Francês

O movimento francês de empresas juniores teve que se adaptar a

realidade nacional e das instituições de ensino superior, isso fez com que as empresas

juniores daquele país possuíssem algumas características particulares, como:

a) Devido à grande concorrência do mercado europeu as empresas

têm preferência em prestar consultoria a empresas de grande porte e com expressiva

Page 52: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

51

participação no mercado;

b) O fato das instituições francesas não ter acolhido as juniores em

sua infra-estrutura e também a falta de proximidade entre alunos e professores, torna o

vinculo com essas instituições pouco estreito;

c) Como conseqüência da falta efetiva de orientação dos docentes

com experiência em consultoria, as empresas juniores francesas voltaram-se para a

especialização, pois precisaram restringir seu campo de atuação. Além disso, tiveram

de desenvolver metodologias próprias e que fossem aceitas pelo mercado;

d) Apesar da associação francesa também ser uma entidade civil sem

fins lucrativos, possui uma legislação própria, reconhecida por suas características

específicas.

Após todas estas particularidades o movimento francês consolidou-se e

começou a se difundir internacionalmente, sendo levado para Suíça, Bélgica, Espanha,

EUA e Brasil.

5.7.3 Movimento Empresa Júnior no Brasil

A idéia de Empresa Júnior foi trazida ao Brasil pela Câmara de

Comércio França-Brasil, em meados de 1987. No ano seguinte foram criadas as três

primeiras empresas juniores do país: EJ-FGV, Júnior FAAP e Júnior Poli Estudos. As

duas primeiras oferecendo serviços no campo da administração e a última em

engenharia. Em 1989 foi criada a primeira Empresa Júnior fora do Estado de São

Paulo: a Empresa Júnior ADM UFBA (Bahia). Desde então, o conceito espalhou-se pelo

país em Estados como Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Em 1990 as três empresas juniores pioneiras, e mais as recém

formadas Júnior Mackenzie, GEPEA, Júnior 3E e Mauá Júnior, fundaram a Federação

das Empresas Juniores do Estado de São Paulo (FEJESP); a primeira Federação de

Empresas Juniores das Américas. Em 1990, ocorre a fundação da Júnior FEA,

atualmente denominada FEA Júnior USP, a primeira empresa júnior multidisciplinar da

Page 53: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

52

história do Movimento brasileiro.

Ocorre no ano de 1993, em São Paulo, o I Encontro Nacional de

Empresas Juniores (ENEJ) realizado pela FEJESP. Em 1993 é criado o primeiro Núcleo

de Empresa Júnior (NEJ) do Brasil (que se tem notícia) através da iniciativa de alunos

da Universidade de São Paulo, originando o Núcleo Júnior USP. As EJ’s fundadoras

foram: ECA Jr., Centro de Estudos e Projetos – FAU, Farma Júnior, GEO Júnior, Júnior

Poli Estudos, Júnior FEA, IME Júnior, EESC Júnior, Esalq Júnior Consultoria, Esalq

Júnior Florestal e ICMSC Júnior.

Mais empresas juniores foram criadas em São Paulo, no Rio de

Janeiro, em Santa Catarina, Bahia, Paraná entre outros estados.

5.7.4 O Modelo Brasileiro

Assim como no modelo francês, o modelo brasileiro também contém

alguns diferenciais:

a) Diferentemente das empresas francesas, as empresas juniores

brasileiras têm preferência na prestação de serviços para micro e pequenas empresas,

isso se dá pelo fato de que no mercado brasileiro a demanda por serviços para micro e

pequena empresas é maior que a oferta por profissionais qualificados e que ofereçam

preços acessíveis;

b) Através de um acordo entre as IES e as EJ’s, assegurou-se que

essas possuiriam um espaço físico nas dependências da instituição à qual pertençam;

c) Além da utilização dos recursos oferecidos pela instituição, as

empresas juniores brasileiras contam com docentes que acompanham seus trabalhos

dando mais credibilidade ao trabalho que oferecem, mas em contra partida

configurando uma maior dependência da instituição.

Preocupadas em inovar para agregar diferenciais competitivos, IES

valorizam importantes aliados diante da concorrência do mercado de trabalho. E uma

boa ferramenta é a empresa júnior, que com quase duas décadas de história, tem

representado uma importante arma de distinção no mercado. Além de proporcionar uma

Page 54: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

53

experiência prévia aos alunos, muitas dessas IES encontraram na empresa júnior uma

oportunidade inesperada de alavancar sua imagem, seja com a comunidade, seja

difundindo sua marca e o nome da instituição como incentivadora do

empreendedorismo.

5.7.5 Números do Movimento Brasileiro

Segundo FEJEPAR (2006):

a) Existem mais de 600 empresas juniores no país, mapeadas em

mais de 200 Instituições de Ensino Superior em todos os Estados Brasileiros e Distrito

Federal;

b) Mais de 50% das empresas juniores são nas áreas de humanas,

com destaque para os cursos de Administração, Economia e Contabilidade. Quase 30%

são EJ’s da área de exatas, na qual se destacam os cursos de Engenharia. 10% das

EJ’s são da área de biológicas e outros 10% são multidisciplinares;

c) Em torno de 60% são provenientes de instituições públicas;

d) As empresas juniores têm idade média de 05 anos;

e) Quase 90% foram fundadas pela iniciativa dos próprios alunos,

enquanto 5% foram por iniciativa de professores ou diretores da Instituição de Ensino

Superior;

f) São desenvolvidos a cada ano aproximadamente 2000 projetos de

consultoria, principalmente para micro e pequenas empresas;

g) Cada empresa júnior envolve, em média, 25 universitários levando

a estimativa de quase 15.000 empresários juniores.

No Brasil, existem milhares de instituições que utilizam a empresa júnior

como uma engrenagem adicional para potencializar o crescimento no mercado.

Impulsionadas pelo sucesso em outros países a EJ vem incluindo na grade curricular

elementos que possibilitem aos alunos enfrentar problemas reais da profissão, uma

grande parcela das escolas investiram no modelo. Hoje comemoram a recepção

calorosa de seus formando no mercado de trabalho.

Page 55: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

54

5.7.6 Estrutura do Movimento Brasileiro

A estrutura do Movimento Empresa Júnior no Brasil é formada por três

tipos de organizações: empresas juniores, federações e confederação (Brasil Júnior).

Isso pode ser observado na Figura 2, abaixo.

FIGURA 2: Estrutura do Movimento Empresa Júnior no Brasil. Fonte: FEJEPAR, 2005

Contudo, os itens abaixo mostrarão o papel e as características das

federações, confederação. São Instituições que organizam o movimento em rede,

proporcionando o intercâmbio de informações e formando alianças estratégicas. Vale

ressaltar, que as federações e a confederação são compostas por universitários que

trabalham e/ou trabalharam em uma empresa júnior.

Page 56: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

55

5.7.7 Confederação Brasileira de Empresas Juniores

Durante a realização do VI ENEJ em 1998 (Guarapari – ES) foi criada a

“Comissão Nacional das Empresas Júnior” (CONEJ) que, cinco anos depois, iria

originar a Confederação Brasileira de Empresas Juniores denominada “Brasil Júnior”.

Através dos esforços dos empresários juniores em 2001 foi criada a

Rede Brasil Júnior durante o IX ENEJ em Curitiba, sendo o principal objetivo planejar a

criação da futura Confederação em 2003. Depois de 15 anos de história de Movimento

Empresa Júnior no Brasil, foi aprovada por votação unânime entre os empresários

juniores a criação da “Brasil Júnior”. Sua fundação deu-se no dia 1º de Agosto de 2004

durante o XI ENEJ, realizado em Salvador (Bahia).

Hoje, o Brasil é o país que possui maior número de empresas juniores,

calculadas além de 600, em mais de 14 Estados e 23.000 empresários juniores.

Atualmente, existem Federações nos seguintes estados: Bahia, Ceará, Distrito Federal,

Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de

Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Mas dentre as 14 Federações,

apenas 12 são Confederadas.

Segundo a Brasil Júnior (2006), além da FEJEPAR, 11 Federações

estão confederadas a rede Brasil Júnior, são elas:

a) CONCENTRO – Federação de Empresas Juniores do Distrito

Federal: surgiu no ano de 2000 para representar as EJ’s do DF e realizar o VIII ENEJ

na capital do país. Em seus 5 anos de existência vem promovendo a consciência e

estimulando o movimento por meio de eventos e parcerias consolidadas;

b) FEJECE – Federação das Empresas Juniores do Estado do Ceará:

concebida por volta de 1995, para representar com isenção os interesses das empresas

juniores cearenses, a FEJECE só viria a existir como entidade jurídica regulamentada e

seguidora dos Códigos Legislativos Brasileiros em agosto de 2002. Vencida a fase

inicial de fundação e consolidação junto ao Movimento Empresa Júnior local e nacional,

a FEJECE vem hoje buscando dar continuidade a tudo que foi desenvolvido

anteriormente e trabalhando para garantir que a missão da organização seja cumprida;

c) FEJEMA – Federação das Empresas Juniores do Estado do

Page 57: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

56

Maranhão: o ano de 2003 foi concebido como sendo a da primeira gestão, foi de

fundamental importância para a FEJEMA, no que diz respeito à fundação, legalização,

elaboração do estatuto, do planejamento estratégico, do contato estabelecido com as

demais EJ’s do estado e da inclusão da mesma como filiada a Brasil Júnior. Tem como

propostas iniciais a elaboração de seu regimento, a filiação de outras EJ's a ela, a

elaboração de seu site e o estabelecimento de uma sede para a federação;

d) FEJEMG – Federação das Empresas Juniores do Estado de Minas

Gerais: em julho de 1995, durante o I EMEJ - Encontro Mineiro de Empresas Juniores,

em Lavras - MG, foi realizada a assembléia de fundação da FEJEMG. A partir daí tem

se configurado como uma das federações de empresa júnior mais ativas do Brasil. Com

um conselho deliberativo atuante, o planejamento estratégico da federação conta com a

participação de grande parte das EJ’s federadas, que desenvolvem projetos dentro das

diretrizes propostas. E o sistema de comitês – ambientes de conhecimento e trocas de

experiências – estimula a participação dos empresários juniores mineiros,

proporcionando discussões nos temas propostos pelos próprios empresários;

e) FEJEPE - Federação das Empresas Juniores do Estado de

Pernambuco: fundada em 1998 com o objetivo de realizar o VII ENEJ em Recife. Após

o encontro, a FEJEPE ficou desativada voltando com suas atividades a partir de 2002.

As gestões 2002 e 2003 trabalharam na reestruturação interna, e em 2004 conseguiu

unir e fortalecer o MEJ - PE (Movimento Empresa Júnior do Estado de Pernambuco) e

fez grandes parcerias junto aos principais órgãos de apoio ao empreendedorismo e

desenvolvimento socioeconômico local. Hoje, a FEJEPE consolidada passa por um

momento de desenvolvimento, aumentando cada vez mais sua rede de

relacionamentos e sua representação perante as empresas juniores do Estado;

f) FEJESC – Federação das Empresas Juniores do Estado de Santa

Catarina: surgiu em 1994 com o objetivo de unificar o Movimento Empresa Júnior

dentro do estado catarinense. Em 1996 criou-se o conselho deliberativo do órgão

instituído como máximo capaz de coordenar e votar as atividades exercidas pela

Diretoria Executiva. A partir deste momento, a FEJESC trabalha com o intuito de

recolher a documentação de cada empresa júnior federada (Estatuto, CGC e

Regimento Interno) e tendo posse da monitoração das empresas existentes no estado;

Page 58: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

57

g) FEJESP – Federação das Empresas Juniores do Estado de São

Paulo: fundada em 05 de junho de 1990, é o órgão de representação e regulamentação

do Movimento Empresa Junior paulista. Através do capital humano das empresas

juniores, articula parcerias e constrói projetos, visando desenvolver as empresas

juniores, permitindo às mesmas uma prestação de serviços com melhor qualidade, além

de um maior desenvolvimento profissional e pessoal dos alunos que as compõem;

h) FETEJ – Federação Tocantinense de Empresas Juniores: foi

idealizada no Encontro Nacional de Empresas Juniores de São Paulo no ano de 2002 e

apresentada ao MEJ Nacional no ENEJ de Salvador em 2003. Mas, só em 02 de

novembro de 2003 conseguiu regulamentar-se como entidade jurídica e ser

oficialmente fundada pelas quatro empresas juniores já existentes no estado (Empresa

Júnior Objetivo, UNIRG Júnior, UFT Júnior e ULBRA Júnior). Hoje tem muito trabalho a

desenvolver junto ao Conselho da Brasil Junior, às EJ’s federadas e às instituições de

ensino superior que desejam abrir novas empresas juniores, visando à expansão com

qualidade do MEJ dentro do estado do Tocantins e na Região Norte do Brasil;

i) PB Júnior - Federação das Empresas Juniores do Estado da

Paraíba: fundada em 07 de Setembro de 2001 é o órgão máximo do Movimento

Empresa Júnior no estado e tem fins de defesa, organização, coordenação,

desenvolvimento e representação das empresas juniores associadas, através do

incentivo, promoção e apoio ao desenvolvimento bem como formulação de estratégias

que favoreçam a criação de uma estrutura integrada de inserção das empresas juniores

paraibanas no cenário nacional;

j) Rio Júnior – Federação das Empresas Juniores do Estado do Rio

de Janeiro: foram três anos de trabalho, discussões e alinhamento dos pensamentos.

Até que em 21 de agosto de 1998 foi fundada a Rio Júnior. Desde então o Movimento

Empresa Júnior (MEJ) fluminense passa por um processo de crescimento,

amadurecimento e união que fortalece cada dia mais as empresas juniores. A

organização, profissionalismo e qualidade dos projetos são fatores já característicos da

cultura do MEJ no estado. Tem como principal finalidade desenvolver, fomentar e

representar o Movimento de Empresa Júnior fluminense de forma integrada. Desta

forma, a Rio Júnior entende que contribui diretamente para o fortalecimento das

Page 59: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

58

empresas juniores de todo o estado;

k) UNIJr BA – Federação das Empresas Juniores do Estado da Bahia:

em 1993, ano em que o II ENEJ ocorreu em Salvador, foi fundada a FEJESBA

(Federação das Empresas Juniores do Estado da Bahia). Suas atividades duraram

aproximadamente 02 anos e, em 1999, com propostas estruturais mais consistentes e

com o comprometimento mútuo dos envolvidos, foi realizada a assembléia de fundação

da UNIJr-BA (a atual Federação das Empresas Juniores do Estado da Bahia). No fim de

2001 a UNIJr-BA elaborou o primeiro planejamento estratégico da instituição e no ano

de 2003, promoveu o XI ENEJ, ocorrido em Salvador. Atualmente está imbuída, dentre

outras coisas, da difusão do potencial e importância do Movimento Empresa Júnior

baiano, demonstrando o impacto proveniente das ações e projetos no desenvolvimento

sócio-econômico do estado. Aliado a isso, a federação busca realizar cada vez mais

projetos multidisciplinares na busca por um maior impacto das empresas juniores no

desenvolvimento sócio-econômico da Bahia e do Brasil.

Em julho de 2004 foi realizado em Fortaleza (Ceará) o XII ENEJ e a I

Conferência Mundial de Empresas. Anualmente esses encontros vêm sendo realizados.

Atualmente, a Confederação Brasileira de Empresas Juniores tem como

norteadores as seguintes diretrizes estratégicas:

a) Missão: “Desenvolver e representar as empresas juniores

brasileiras, de forma integrada com as Federações e articulada com outras entidades,

promovendo e apoiando o desenvolvimento sustentável do país”.

b) Visão: “Consolidar o movimento empresa júnior brasileiro e sua

atuação como agente de desenvolvimento”.

5.7.7.1 Estrutura da confederação brasileira

Segundo a Fejepar (2006), a gestão é caracterizada pelo trabalho em

rede por todo o país. São as federações que são eleitas para os cargos de diretoria. A

confederação possui a seguinte estrutura:

Page 60: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

59

a) Assembléia Geral: órgão máximo soberano da confederação,

composto por todas as EJ´s filiadas às federações integrantes da Brasil Júnior;

b) Conselho Estratégico: órgão planejador da Brasil Júnior, composto

por dois representantes (conselheiros) de cada federação confederada, nomeados

pelas mesmas para representá-las no órgão. Dentre os conselheiros, é eleito um

presidente do conselho, responsável pela coordenação do grupo e interface do mesmo

com a diretoria executiva;

c) Comissões Estratégicas: grupos de trabalho formados com o intuito

de executar um projeto ou planejar uma estratégia para a confederação. Pode ser

composta por número ilimitado de empresários juniores, de qualquer local do Brasil;

d) Diretoria Executiva: eleita anualmente a cada encontro nacional e é

composta por 7 diretorias (presidência, jurídico-financeiro, relações internacionais,

integração, comunicação, desenvolvimento e qualidade).

A estrutura interna da Confederação foi desenvolvida e construída de

maneira a atender todas as diretrizes estratégicas.

5.7.8 FEJEPAR – Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná

O Movimento Empresa Júnior (MEJ) chegou ao Paraná no início dos

anos 90, mais especificamente na Universidade Estadual de Londrina (UEL) onde foi

criada a primeira empresa júnior do Estado, denominada Business Consultoria.

Formada a primeira empresa júnior, o movimento difundiu-se, consolidando

representações em diversas áreas.

No dia 15 de março do ano de 1996, devido à necessidade da criação

de um órgão de representação do Paraná, as empresas juniores: EJEQ (Engenharia

Química – UFPR), EMJEL (Engenharia Eletro-Eletônica – UFPR) e Visão Júnior

(Administração – UNIOESTE) fundaram em Curitiba, a Federação das Empresas

Juniores do Estado do Paraná – FEJEPAR. Atualmente, o Estado do Paraná conta

com, aproximadamente, 60 empresas juniores.

Page 61: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

60

Segundo FEJEPAR (2005),

A federação paranaense é uma associação civil sem fins lucrativos, sendo todos seus colaboradores voluntários. Esta não se envolve com nenhuma questão de cunho político partidário, religioso ou similar, tendo sua gestão unicamente voltada para questões educacionais e de cunho social. A Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná existe para representar as empresas juniores do Estado, auxiliar na criação e desenvolvimento das mesmas e proteger e defender o conceito empresa júnior, assegurando a qualidade dos estudos realizados por estas organizações.

A FEJEPAR tem como o objetivo: fomentar o desenvolvimento e a

qualidade das empresas juniores, difundir o conceito e os ideais do movimento,

proporcionar integração entre as EJ’s e os empresários juniores, ser auto-sustentável,

atuar ativamente na Brasil Júnior e aprimorar continuamente a federação. Esta

direciona todo o desenvolvimento de suas ações seguindo suas missão e visão:

a) Missão: “Abrir caminhos para o desenvolvimento das empresas

juniores”.

b) Visão: “Ser referência e difundir os ideais do Movimento Empresa

Júnior para empresas juniores, empresários juniores e sociedade”.

Atualmente a FEJEPAR encontra-se com nove empresas juniores

Federadas, são elas:

a) Business Consultoria: Empresa Júnior de Administração da UEL.

Primeira empresa júnior do Paraná, fundada em 1990, dedica-se ao aprendizado e

capacitação dos graduandos em Administração da Universidade Estadual de Londrina.

Nesse contexto, a Business Consultoria atende o mercado de micro e pequenas

empresas de Londrina e região na área de assessoria e consultoria empresarial,

visando o crescimento pessoal e profissional dos integrantes em equilíbrio com o

desenvolvimento da sociedade, através da aplicação da teoria dada em sala de aula na

prática do mercado de trabalho.

- Missão: “Prestar serviços com qualidade na área de gestão

empresarial, visando o crescimento pessoal e profissional dos graduandos envolvidos

em equilíbrio com o desenvolvimento da sociedade”.

- Visão: “Ser referência regional em Empresa Júnior, realizando projetos

de consultoria com qualidade e buscando o desenvolvimento dos seus membros”.

b) ECAE-UEL: Empresa de Consultoria e Assessoria Econômica.

Page 62: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

61

Constituída por acadêmicos do curso de Economia da Universidade Estadual de

Londrina - UEL, foi fundada em 1999 tendo como o objetivo aprimorar o profissional por

meio da aplicação prática; despertar o espírito crítico empreendedor; amadurecer

profissionalmente e inserir o aluno a novas tecnologias avançadas e principalmente no

mercado de trabalho.

- Missão: "Ser referência empresarial no MEJ Sul Brasileiro".

- Visão: “Contribuir com o Progresso sócio-econômico de Londrina e

região”.

c) Elo Consultoria: Pioneira no Paraná como Empresa Júnior de

Psicologia, surgiu com o objetivo de aprimoramento das habilidades na área de

Psicologia Organizacional através da aplicação prática do conhecimento teórico

adquirido. Fundada em dezembro de 2003 realiza atividades desde o início do ano de

2004. Inovou quanto à metodologia de trabalho, e já beneficiou aproximadamente 300

pessoas direta e indiretamente.

- Missão: ’’Fomentar o aprimoramento pessoal e profissional dos

graduandos de psicologia através da elaboração e desenvolvimento de projetos na área

de psicologia organizacional. E, como conseqüência, possibilitar o crescimento sócio-

econômico de Londrina e região’’.

- Visão: ‘’Tornar-se referência dentro do movimento empresa júnior,

obter reconhecimento no mercado nacional na área de recursos humanos e promover o

desenvolvimento pessoal e profissional de seus membros’’.

d) JR Consultoria – UFPR: Fundada em 1997, é formada e gerida por

alunos do Setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paraná, que

compreende os cursos de Administração, Administração Internacional de Negócios,

Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Gestão da Informação. O negócio da JR

Consultoria – UFPR é “desenvolvimento”, tanto dos diretores, consultores e free-

lancers, quanto de seus clientes.

- Missão: “Cultivar sonhos”.

- Visão: “Ser referência no âmbito empresarial através da disseminação

dos nossos ideais”.

Page 63: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

62

e) Júnior Design: Em 1999 um grupo de alunos preocupados em

colocar em prática a teoria adquirida em sala de aula, fundou a Junior Design. Em

2002, a empresa filia-se a FEJEPAR e continua a realizar atividades em Design Gráfico

e Design de Produto, que são as áreas de atuação da Júnior Design.

- Missão: "Oferecer soluções em Design, estimulando o espírito

empreendedor e a experimentação para promover um crescimento pessoal e

profissional e divulgar a profissão e seus processos”.

- Visão: "Consolidar a Empresa e seus processos, organizando-a,

melhorando a comunicação e valorizando seus membros”.

f) Trilhas: Fundada em 2000, a Trilhas surgiu de um contato que

alguns estudantes do curso tiveram com o Movimento Empresa Júnior. Desenvolve

projetos nas áreas de Planejamento Turístico e também atua nas áreas de eventos,

elaboração de roteiros turísticos, aperfeiçoamento profissional e acadêmico, projetos

sociais e projetos de turismo para ONG's.

- Missão: “Promover o desenvolvimento pessoal e profissional de seus

membros”.

- Visão: “Ser reconhecida pela qualidade dos serviços prestados e

diversificar o mercado de trabalho dentro de suas áreas de atuação, contribuindo,

sobretudo, para o desenvolvimento dos membros da empresa”.

g) Ciclus Consultoria: Empresa Júnior dos cursos de Engenharia

Ambiental e Engenharia de Bioprocesso e Biotecnologia da UFPR. Foi fundada no final

de dezembro de 2003 inicialmente penas pelo curso de Engenharia Ambiental e após

uma reestruturação da empresa foi incorporado o curso de Engenharia de Bioprocesso

e Biotecnologia. A empresa presta serviços de consultoria na área dos cursos

envolvidos, trazendo a multidisciplinaridade dentre as empresas juniores federadas de

engenharia do Paraná.

- Missão: "Ser uma empresa multidisciplinar com credibilidade,

reconhecia e em constante desenvolvimento”.

- Visão: "Auxiliar na formação de futuros profissionais, despertando

empreendedorismo, ética e conhecimentos”.

h) 3E UEL: Empresa Júnior de Engenharia Elétrica, fundada em

Page 64: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

63

fevereiro de 2005 com o objetivo de introduzir ao mercado de trabalho os graduandos

do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina (UEL) antes

mesmo da conclusão do curso, fornecendo-lhes experiência no exercício da profissão

ao atuarem em diferentes projetos de engenharia.

A 3E UEL foca seus serviços na área de projetos elétricos residenciais,

comerciais e industriais, oferecendo um serviço ágil de qualidade e baixo preço. A

empresa executa também serviços de readequação de instalações elétricas, bem como

de projetos de eficiência energética através da correção do fator de potência e de

projetos luminotécnicos. Oferece também cursos e palestras para os alunos de

graduação, visando agregar mais conhecimento, sejam eles relativos à grade curricular

ou voltado aos aspectos econômico/administrativo do mercado de trabalho.

- Missão: “Promover a capacitação dos membros e a valorização do

curso desenvolvendo consultorias com qualidade e responsabilidade social, ao melhor

custo x benefício, visando atender às necessidades dos clientes”.

- Visão: “Ser referencia nacional em gestão empresarial e na prestação

de serviços”.

i) COEM JR: Consultoria de Engenharia Mecânica Júnior foi fundada

pelos alunos do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Paraná em

1996. Presta serviços a micro, pequenas e médias empresas. Tem como objetivo

oferecer ao aluno o complemento necessário à formação, com aplicação prática e

contato direto com a realidade das empresas, proporcionando um trabalho de qualidade

a preços mais acessíveis.

A Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná, assim como

uma empresa júnior é uma associação civil sem fins lucrativos, constituída e

administrada somente por alunos de graduação. Seu objetivo, porém, é completamente

diferente de uma empresa júnior. A FEJEPAR como órgão, representa e regulamenta

as empresas juniores no Estado do Paraná, atuando juntamente a órgãos públicos e

privados, autoridades governamentais e à sociedade em geral.

Segundo FEJEPAR (2006) a EJ dependendo de seu estágio de

desenvolvimento é qualificada em uma das quatro classes descrita abaixo.

a) EJ’s em mobilização: interessados em abrir uma empresa júnior

Page 65: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

64

que estão em fase de mobilização de universitários, professores ou da instituição de

ensino superior;

b) EJ’s em estruturação: interessados em abrir uma empresa júnior

que estão em fase de estruturação da parte jurídica e organizacional da EJ;

c) EJ’s aspirantes: empresas juniores regularizadas, que estão se

adequando ao processo de filiação único para tornarem-se empresas juniores

federadas;

d) EJ’s federadas: empresas juniores federadas que estão totalmente

adequadas ao conceito e buscam o seu crescimento organizacional.

A FEJEPAR oferece seus serviços a todas as empresas juniores

independente da sua graduação. Mas, somente membros diretores e federados podem

ocupar cargos no corpo administrativo da federação.

A FEJEPAR se organiza internamente da seguinte maneira:

a) Assembléia Geral: órgão máximo de deliberação que pode ser

ordinária ou extraordinária, da qual podem participar todas as empresas juniores. No

entanto, somente as federadas possuem direito a voto;

b) Conselho Deliberativo: formado por um membro indicado de cada

EJ federada que representa o interesse da sua empresa júnior;

c) Presidente do Conselho: integra os conselheiros, preside as

assembléias e é um dos representantes da federação na Brasil Júnior;

d) Secretário do Conselho: auxilia o Presidente do Conselho na

execução de suas funções;

e) Diretores eleitos: em número de cinco, são eleitos por voto das EJ’s

federadas. Tem como função trabalhar em prol da Assembléia Geral e por em prática

as decisões tomadas pelo Conselho Deliberativo;

f) Assessores: empresários juniores de EJ’s federadas que auxiliam

os diretores.

Na Figura 3, estão relacionados os serviços oferecidos para cada

estágio de desenvolvimento da empresa júnior.

Page 66: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

65

Figura 3: Serviços em cada Etapa do Desenvolvimento da Empresa Júnior. Fonte: FEJEPAR, 2005

Como se pode perceber pela Figura 3, a FEJEPAR oferece

basicamente seis tipos de benefícios as empresas juniores: fornecimento de

documentos (guias, apostilas e modelos), realização de eventos (capacitações,

workshops, treinamentos, atividades de integração e encontros nacionais, regionais,

estaduais e locais), facilita a participação em eventos em outros Estados (transporte

fretado a preço acessível), assessoria em processos, divulgação das empresas juniores

(palestras, núcleos, inserção na mídia e feiras) e atuação na Brasil Júnior.

5.8 EMPRESAS JUNIORES DE GEOGRAFIA NO BRASIL

A relação equivocada que se faz com quem se forma e obtém o título

de bacharel de que ele é professor, ou mesmo a visão, também equivocada, de quem

estuda Geografia tem apenas a função profissional de ensinar em disciplinas do ensino

fundamental ou médio o conteúdo apreendido no curso superior, é uma rotina no “dia-a-

dia” de todos que optaram por essa ciência como ferramenta de trabalho aplicada.

A formação do sujeito no saber geográfico parte de premissas também

Page 67: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

66

equivocadas, do ponto de vista endógeno. Como exemplo, para este caso, tem-se a

premissa de que o licenciado está se preparando apenas para o ensino e o bacharel

para o trabalho técnico.

Essa dicotomia estabelecida provoca certa situação de constrangimento

no meio em que se relacionam as pessoas envolvidas com a Geografia enquanto

profissão. Esse constrangimento envolve questões tais como o papel do professor, que,

por exemplo, está profundamente desgastado devido principalmente, às diversas

condições sociais e trabalhistas que lhe imputam estabilidade e rentabilidade.

Quanto ao bacharel é por premissa aquele sujeito que estuda para

atuar no mercado técnico, e aparentemente é diferente do licenciado se visto pelo

prisma que urge do preconceito estabelecido pela dicotomia vigente. Mas isso não

constitui uma verdade, pois em muitos casos o que faz a diferença entre um e outro é a

situação relativa à própria especialidade em que a escola se propõe a formar o

indivíduo e, como investimento das escolas na formação do professor é relativamente

mais em conta, se correlacionou a licenciatura à formação de professor.

É, portanto, que surgem as empresas juniores de Geografia com o

objetivo de ampliar a visão do Geógrafo e inseri-lo na competitividade do mercado de

trabalho.

5.8.1 Terra Consultoria

A Terra Consultoria Júnior em Geografia pertence ao Instituto de

Geografia da Universidade Federal de Uberlândia e tem como missão "satisfazer as

necessidades dos clientes através de atuação responsável e voltada a iniciativas

sustentáveis, integrando os alunos da graduação ao mercado de trabalho e

capacitando-os através de projetos sérios, éticos e competentes".

Sua visão é “prestar serviços de excelência voltados às diversas áreas

da Geografia, em especial as áreas sócio-ambientais”.

É capacitada a desenvolver as mais variadas soluções para seus

clientes, contando com estudantes engajados tecnicamente e preparados para

Page 68: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

67

implementar tais soluções. Compete a Terra serviços voltados na área de: auditoria

ambiental; áreas protegidas; licenciamento ambiental; outorga d'água; EIA/RIMA -

Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental; cartografia digital;

processamento digital e imagens; geoprocessamento; projetos de educação ambiental;

recuperação de áreas degradadas; venda de mudas e tratamento de resíduos.

A Terra sempre na busca de novos aprendizados e em contato com as

mais novas técnicas de análise e prestação de serviços, interessada no aprendizado

dos graduandos e sua posterior colocação no mercado.

5.8.2 Geossistema Consultoria

A Geossistema Consultoria - Empresa Júnior de Geografia da UEL foi

fundada em março de 2004 com a iniciativa dos alunos do próprio curso, sendo

associação civil de direito privado, apartidária, sem fins lucrativos.

Em seu início, a empresa focalizava a consultoria ambiental,

promovendo projetos em educação ambiental, recuperação de áreas degradadas,

planos de gestão ambiental, planejamento em bacias hidrográficas, projetos ligados a

geoprocessamento, entre outros.

Com sua ampliação e inserção de novos membros, a consolidação da

empresa tem sido forte, podendo priorizar as inúmeras áreas que a Geografia pode

oferecer. Apesar dos projetos em andamento serem de cunho ambiental, a

Geossistema Consultoria tem planos para o desenvolvimento de projetos na área de

geografia econômica, social e tecnológica.

Tem como visão: “Ser referencial em acessória júnior empresarial e

centro de excelência na formação de líder empreendedor”.

Missão: “Oferecer as melhores e mais completas opções de serviços

para nossos clientes, trabalhando com ética e profissionalismo; obtendo assim

crescimento, inovação e desenvolvimento da nossa comunidade”.

Page 69: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

68

A Geossistema Consultoria tem mostrado com seus membros o esforço

de crescer, e com a ajuda de docentes e profissionais qualificados da área, a empresa

garante a qualidade de desenvolvimento e aplicação de seus projetos.

5.8.3 Geográfica Consultoria

Geográfica Consultoria - Empresa Júnior de Geografia da Universidade

do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), fundada em 31 de janeiro de 2005, surgiu em um

cenário animador, tanto no que se refere à posição interna na Universidade quanto no

alinhamento com as demandas de mercado e da própria ciência geográfica.

Tem como objetivo fornecer consultorias de gestão e planejamento

urbano, rural, de potencial turístico, ambiental e de uso sustentável de recursos

naturais, utilizando o geoprocessamento como uma das ferramentas.

Auxilia na tomada de decisões, elaborando diagnósticos consistentes,

claros e objetivos do problema, disponibilizando métodos, técnicas e processos

instrumentais que permitam a intervenção e solução dos problemas. Os projetos são

desenvolvidos com qualidade e custos acessíveis, oferecendo assim, excelência do

capital humano.

Portanto tem a missão de orientar, propor, recomendar, sugerir

caminhos e alternativas de gestão.

Ressalta-se que a criação da Geográfica Consultoria é sinal de

credibilidade e confiança no trabalho desenvolvido. Esse diferencial é fundamental para

o sucesso de seus contratantes e parceiros nos cenários local e nacional, viabilizando o

potencial das atividades.

5.8.4 Geoambiental Júnior

A Geoambiental Júnior - Empresa Júnior dos Cursos de Engenharia

Ambiental e Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia Presidente Prudente –

Page 70: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

69

UNESP, foi fundada em 2004 com a iniciativa dos alunos do próprio curso.

É capacitada a desenvolver as mais variadas soluções no que se refere

à área de meio ambiente e planejamento, desenvolve seus serviços através da

educação ambiental, elaboração de laudos periciais, participação na elaboração da

EIA/RIMA, elaboração do RAP (relatório ambiental preliminar), assessoria e consultoria

em planejamento urbano, rural e ambiental. Estas atividades são desenvolvidas com o

acompanhamento e a orientação de professores e profissionais especializados,

promovendo assim, a excelência na preparação e no estímulo da formação profissional

assim como uma contribuição diferenciada para a sociedade.

Foi com o intuito de melhor posicionar o graduando no mercado de

trabalho, dar condições digna de trabalho para que ao sair da universidade esse possa

ter condições de competir com outros profissionais que surgiram as empresas juniores

de Geografia.

5.9 DOCUMENTOS REFERENTES ÀS EMPRESAS JUNIORES

5.9.1 Conceito Nacional de Empresa Júnior

Segundo FEJEPAR (2006), o Conceito Nacional de Empresa Júnior é o

documento mais importante que o MEJ produziu em seus anos de existência. Foi

elaborado com o intuito de determinar o que caracteriza ou não uma EJ e de preservar

a imagem desta marca perante o mercado e a sociedade.

O Conceito é decorrência de mais de dois anos de discussão que

envolveu Federações e empresários juniores de todas as regiões do Brasil. Este

documento reúne a essência do que as EJ’s são e representam hoje no país. O

documento final foi redigido pelo Conselho Diretor da Rede Brasil Júnior que reuniu dois

representantes de cada Estado, foi aprovado em Assembléia Geral ocorrida em

01/08/2003, durante o XI ENEJ realizado em Salvador.

Page 71: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

70

Este documento apresenta e comenta o Conceito Nacional de Empresa

Júnior, de forma a dirimir possíveis dúvidas e disseminar a importância de todos os

seus artigos (ver Anexo A).

5.9.2 Código de Ética do Movimento Empresarial Júnior

O papel das empresas juniores é possibilitar aos estudantes a

oportunidade de aprimoramento técnico através de trabalhos realizados e que dêem a

eles uma visão real, possibilitando a resolução de problemas práticos e aprimoramento

pessoal/humano através do engajamento da organização que esteja preocupada com o

desenvolvimento como indivíduo.

Também, enquanto empresa de consultoria, a empresa júnior possui o

papel de auxiliar e assistir aos clientes na melhoria de seu desempenho, nos aspectos

de eficiência, tecnologia e no aprimoramento das relações interpessoais.

Em função desse papel inovador, a empresa júnior adquiriu uma grande

influência sobre o cliente e sobre os alunos e as demais pessoas com as quais interage

tendo, portanto uma correspondente responsabilidade profissional e social.

A fim de identificar claramente estas responsabilidades, elaborou-se o

Código de Ética (ver Anexo B), o qual representa uma garantia aos usuários dos

serviços das empresas juniores e um guia para os empresários juniores.

Este Código foi elaborado pela Federação das Empresas Juniores do

Estado de São Paulo, para que este conjunto de valores fosse compartilhado por todo o

movimento e servisse como instrumento de monitoramento e acompanhamento da

conduta dos empresários juniores. A federação constituiu-se, desta forma, num órgão

apropriado para o julgamento de quaisquer deslizes éticos que porventura venham a

ser cometidos por seus associados.

A necessidade de um Código de Ética existe à medida que surgem

interesses a serem compartilhados. Assim, o presente documento procurou contabilizar

os interesses da comunidade em geral, dos clientes, das empresas juniores, dos alunos

e das faculdades nas suas mais diversas relações.

Page 72: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

71

Este Código de Ética foi baseado nos fundamentos éticos da

consultoria em geral, nos princípios de convivência humana que devem ser

compartilhados entre clientes, estudantes e empresários juniores enquanto indivíduos e

nos propósitos e filosofias do MEJ de acordo com as normas e estatutos padrões

prescritos pela federação.

Vale a pena ressaltar que um dos principais objetivos da empresa júnior

é incrementar a formação dos estudantes universitários, seja através da prática de seus

conhecimentos teóricos, seja através da oportunidade de vivenciar a realidade

empresarial. Os empresários juniores devem estar conscientes que este objetivo é

prioritário à finalidade de receber honorários e demais benefícios e vantagens

particulares.

Enfim, por se tratar de um movimento envolvendo várias empresas

juniores com as mesmas particularidades, propósitos, finalidades e procedimentos, a

adoção de um Código de Ética surgiu com a preocupação de garantir a imagem do

movimento perante as instituições de ensino e a sociedade em geral.

5.9.3 Estatuto Empresa Júnior

O Estatuto (ver Anexo C) é peça fundamental para a estruturação da

empresa júnior, foi adotado como base para as empresas juniores de cada estado,

sendo o mais genérico e abrangente possível, visando a auxiliar o trabalho dos alunos

empreendedores interessados, possibilitando alterá-lo para que o mesmo possa ser

adaptado à realidade de cada empresa júnior, conforme sua área de atuação.

O registro do Estatuto deve ser feito no Cartório de Registro Civil de

Pessoas Jurídicas, devido ao seu caráter de associação civil sem fins lucrativos,

juntamente com a Ata de Fundação e a Ata da Eleição e Posse da Diretoria.

O Estatuto deverá ser assinado pelo Diretor Presidente, com firma

reconhecida, no mínimo em duas vias, ter o visto de um advogado (com número da

OAB), e contar com a qualificação completa (nome, RG, CPF, estado civil, endereço,

nacionalidade e profissão) de toda a Diretoria e suas assinaturas e requerimento anexo

Page 73: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

72

do Diretor Presidente, solicitando o registro do mesmo.

5.9.4 Confederação Brasileira de Empresas Juniores

A Brasil Júnior se propõe a passar diretrizes nacionais para que sejam

adotadas pelas federações (ver Anexo E). Além disso, trabalha como um portal de

colaboração e conhecimento, que promove a integração dos empresários juniores de

cada estado. O intuito maior é cada vez mais regulamentar as atividades das empresas

juniores que ainda é pouco trabalhada em algumas universidades.

5.9.5 Processo de Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná

O documento esclarece de forma detalhada o funcionamento do

processo de filiação de empresas juniores da FEJEPAR (ver Anexo D). Os critérios

exigidos e os métodos de avaliação têm como referência a própria experiência desta

Federação que ao longo do tempo foi adaptando tal instrumento às novas exigências do

mercado e do Movimento Empresa Júnior. Este instrumento foi integrado ao programa

de excelência em gestão desta federação. Dessa forma ele possibilita, por um lado, que

esta entidade tenha condição de assegurar alguns procedimentos básicos para o

estabelecimento de um nível mínimo de profissionalismo e qualidade nas atividades das

empresas juniores federadas e, por outro, que estas iniciem desde o começo um

processo de auto-desenvolvimento com total suporte da federação.

Após a efetivação deste processo, FEJEPAR assegura que todas as

empresas juniores federadas estão: de acordo com o conceito de empresa júnior

defendido pela confederação; em dia com suas obrigações legais e fiscais; e aptas a

prestarem serviços com um mínimo de qualidade garantido pela Federação.

Entretanto, deve ser ressaltado, que a agilidade de tal processo

depende, predominantemente, do esforço da empresa júnior candidata em providenciar

a documentação e os requisitos exigidos. É importante assinalar, também, que este

Page 74: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

73

instrumento não pretende de forma alguma limitar o acesso das empresas juniores à

FEJEPAR, pois requer apenas aquelas exigências mínimas para a profissionalização

do MEJ regional e coloca à disposição da candidata, toda a estrutura e conhecimento

da Federação para qualquer eventual suporte necessário.

O processo de filiação de empresa júnior à FEJEPAR tem como

objetivo: legitimar a filiação de qualquer empresa júnior à Federação; registrar e verificar

todos os procedimentos legais para o correto funcionamento das empresas juniores

federadas, bem como da correta efetivação da filiação; estimular e iniciar o processo de

profissionalização e qualificação do movimento empresa júnior.

5.10 EMPRESA JÚNIOR TEORIA VERSUS PRÁTICA

O ensino universitário, principalmente o de graduação, vem sofrendo

grande pressão nos últimos anos, é desejado que ele seja capaz de habilitar, treinar,

preparar jovens para as atividades profissionais que o mercado de trabalho exige.

Acredita-se que essa necessidade da universidade em atender aos

anseios dos jovens já não é o suficiente, por isso, cabe a ela buscar recursos e

enfrentar mudanças radicais no meio-ambiente dos negócios, já que, vivi-se num

mundo globalizado.

De acordo com Guimarães, Senhoras e Takeuchi (2002),

Essa grande pressão vem causando impactos no ensino universitário de graduação deixando, tanto docentes quanto discentes, extenuados, pois os professores precisam estar continuamente a par dessas tendências e transmiti-las por longos períodos e de maneira repetitiva; já os alunos precisam apreender esse conhecimento e reproduzi-lo, apesar de não perceberem nenhuma ligação com a prática. O descontentamento é geral e tem como principais fatos geradores o distanciamento entre teoria e prática no nosso ensino universitário e os papéis exercidos por professores – ‘transmissores de conhecimento’ – e alunos – ‘reprodutores de conhecimento. (p.05)

Apesar da dificuldade em se quebrar paradigmas e em se processar

transformações nas estruturas do ensino universitário, a ruptura do processo de

dissociação entre teoria e prática precisa ser perseguido com empenho, a fim de ser

Page 75: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

74

possível melhorar a qualidade do ensino ministrado em nossas universidades, conforme

apresentado por Cunha (1997).

Uma das maneiras de se conseguir essa relação entre teoria e prática

diz respeito em trazer aos alunos experiências práticas, contatos com a realidade que

conduzam ao questionamento e que são possibilitados pelo movimento de empresas

juniores.

A participação dos alunos de graduação pode se dar através do

envolvimento direto com a estruturação e funcionamento da EJ, ou também como

consultor júnior na realização de projetos.

Essa relação aluno x empresa júnior é muito importante, pois prepara o

aluno para o melhor desempenho da sua profissão.

O estudante universitário recém-formado precisa receber sólida

formação técnica, científica e profissional geral, que o capacite a absorver e

desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na

identificação e resolução de problemas, em atendimento às demandas da sociedade.

Assim, sua formação necessita além das disciplinas obrigatórias do currículo do curso,

atividades complementares, tal como proporcionado pelas experiências de participação

nas EJ’s, que visam ampliar os horizontes de uma formação técnica profissional mais

abrangente, já que, atualmente diversos cursos parecem estar fora do mundo da

competitividade.

De acordo com Guimarães, Senhoras e Takeuchi (2002) a interação

universidade - empresa júnior tem como referência o mercado de trabalho e o

aprendizado. Com isso, para o estudante, a EJ preenche o espaço entre o

conhecimento teórico e a experiência obtida somente com a prática, de acordo com a

filosofia de que não se aprende melhor do que praticando, lidando com as dificuldades

e empecilhos reais, aprendendo com os próprios erros e os já cometidos no passado.

Além disso, a empresa júnior dá possibilidade do aluno atuar no

mercado de trabalho, e também ganhar motivação para identificar as suas deficiências

e buscar soluções para o desenvolvimento de habilidades pessoais como capacidade

de negociação, comunicação, senso crítico, criatividade, flexibilidade e espírito

empreendedor.

Page 76: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

75

Através da prestação de serviços em consultoria os membros de uma

EJ têm a oportunidade aplicar na prática os conceitos adquiridos na faculdade e

complementar sua formação com o aprendizado de práticas de administração de

empresas.

Diferentemente de uma empresa real, o acúmulo financeiro não é o

objetivo de uma EJ, pois esta não tem fins lucrativos. O lucro é o desenvolvimento dos

estudantes, o que se reflete positivamente na sua carreira.

Outra diferença fundamental é que uma EJ não tem concorrentes,

apenas aliadas. Quanto maior for o número destas organizações, maior será a

possibilidade de troca de experiências, contatos, informações e de realização de

trabalhos em parceria. Isto ocorre mesmo, entre EJ’s que atuam em áreas semelhantes

e que, portanto, prestam os mesmos tipos de serviços.

5.10.1 Relação Empresas Juniores e o Papel na Integração Universidade-Empresa

Segundo Guimarães, Senhoras e Takeuchi (2002):

[...] partir desta experiência o futuro profissional é estimulado no processo de formação do caráter empreendedor prevendo a realidade e estimulando para a prática profissional ou até a criação de suas próprias empresas. As empresas juniores são, acima de tudo, um excelente lugar de grandes operações para o aluno de graduação fazer a complementação em sua formação para o mercado. Este aluno poderá testar sua capacidade de trabalhar em grupo, seu relacionamento interpessoal, sua visão de negócios e sua capacidade administrativa.(p.16)

Portanto, o principal objetivo da empresa júnior é proporcionar ao

graduando, independente da sua área de formação, a complementação da aplicação de

seus conhecimentos teóricos, ou seja, proporcionar ao estudante a prática de

conhecimentos teóricos, relativos à área de formação profissional específica,

desenvolver o espírito crítico, analítico e empreendedor dos alunos, contribuir com a

sociedade através de prestação de serviços, proporcionando ao micro, pequeno e

médio empresário especialmente, um trabalho de qualidade com preços acessíveis,

intensificar o relacionamento empresa-escola, facilitar o ingresso de futuros

Page 77: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

76

profissionais no mercado, colocando-os em contato direto com o seu mercado de

trabalho e valorizar a instituição de ensino como um todo no mercado de trabalho. Para

isso, presta serviços à sociedade em diferentes áreas, através de consultorias a um

preço muito abaixo daquele estipulado no mercado.

Segundo Guimarães, Senhoras e Takeuchi (2002, p. 6).

O aluno é o principal cliente da EJ, cuja missão é buscar seu desenvolvimento pessoal, profissional e acadêmico através da prestação de serviços de qualidade. O grande papel que uma EJ desempenha neste cenário é a de facilitar a inserção de alunos em projetos sob a orientação de professores, além de estreitar os laços de cooperação universidade-empresa. Os alunos engajados nos projetos têm a oportunidade de aliar a teoria à prática, contando com a supervisão de professores. Além de estimular o desenvolvimento de competências importantes para o desempenho da profissão. As Instituições de ensino superior que contam com EJs além da possibilidade de oferecer uma oportunidade diferenciada de desenvolvimento para o aluno, são favorecidas pela divulgação que o trabalho da EJ garante ao seu nome. Ademais, o professor universitário encontra na EJ uma oportunidade de repassar seus conhecimentos e pesquisas para estudantes comprometidos com o aprendizado e com interesse de aplicar a teoria acumulada durante o curso superior. Uma universidade, através da participação ativa de professores, a cessão de laboratórios e ferramentas de pesquisas, cumpre o seu papel de difusor de conhecimento, prestando à sociedade, contribuição técnica especializada, via prestação de serviços, assessorando-a na implementação de soluções indicadas para problemas diagnosticados para as empresas via projetos de consultoria. As EJ’s são importantes mecanismos dinamizadores da relação empresa-universidade, onde muitos dos alunos que participaram ativamente do movimento foram estimulados no caráter “empreendedor” e montaram empresas próprias. Desse modo, o envolvimento de alunos nas EJ’s favorece tanto a formação social, cultural e tecnológica quanto estimula o caráter empreendedor do futuro profissional. Esta capacitação é muito bem-vinda à economia e ao crescimento do país. Como o trabalho de uma EJ está relacionado ao desenvolvimento de projetos e na ampliação das potencialidades de empreendedorismo; diversos alunos ou grupos de alunos dos cursos de alta tecnologia têm seus projetos empresariais incubados em Programas de Incubação de Empresas dentro das próprias universidades. Portanto, as EJ’s se configuram como um núcleo central de onde são engendradas e para onde convergem interações no plano da Universidade e no plano das Empresas. Os vetores de interação se direcionam dentro da rede universitária para laboratórios, bibliotecas e aproximação científico-tecnológica docente-aluno, e também exteriormente a ela com a satisfação das demandas empresariais e para a formação de redes empreendedoras.

Não existem estudos efetivos sobre o impacto da empresa júnior para a

empregabilidade do profissional recém formado. O graduando se sente mais confiante e

Page 78: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

77

mais bem preparado, com a facilidade para trabalhar em equipe, com pró-atividade e

criatividade para lidar com dificuldades.

Para o aluno, a experiência de pensar como empresário é de grande

importância, pois é preciso preocupar-se com a preparação do contrato de serviços,

cumprir os prazos, estudar possibilidades, fazer relatórios e análises.

5.11 PERFIL DO EMPRESÁRIO JÚNIOR: ALGUMAS REFLEXÕES

Segundo pesquisado Oliveira, durante o XI ENEJ em Salvador-BA em

julho de 2003, de forma quali-quantitativa procurando destacar dados tanto

quantitativos como qualitativos acerca da caracterização e tendências das empresas

juniores a partir de um padrão.

Para coletar os dados empíricos, empregou uma amostragem não

probabilística, aleatória e por acessibilidade. Houve a participação de 1.300 alunos no

referido evento. Conforme Oliveira (2003), os questionários foram disseminados no

segundo dia do evento e foram sendo recolhidos ao longo do mesmo, alcançando um

retorno de 204 questionários. Posteriormente a análise, verificou que três não estavam

preenchidos, ficando uma amostra de 201 questionários, o que em relação ao universo

dos participantes do evento, teve uma amostragem de 15,46%. Considerando um nível

de confiança de 95% e um desvio padrão de 3%, obteve uma margem de erro da

ordem de 2,11%, o que se mostra tecnicamente uma margem confiável, e por tanto

verdadeiro quanto aos resultados obtidos.

No total foram elaboradas 43 questões, constituindo em: 24 fechadas,

16 texto (abertas) e 3 numéricas (escala). As 43 questões foram organizadas em cinco

blocos, sendo que os mesmos estariam assim distribuídos:

Bloco 1: Perfil do Consultor/Empresário Júnior;

Bloco 2: Sobre a Empresa/Consultoria Jr., Principais Características;

Bloco 3: Forma do Desenvolvimento da Empresa/Consultoria Jr.;

Bloco 4: Interesse, Participação e Principais Problemas Enfrentados

para o Desenvolvimento das Atividades;

Page 79: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

78

Bloco 5: O Futuro da Empresa Júnior no Brasil.

5.11.1 A Empresa Júnior no Brasil – Caracterização e Tendências

5.11.1.1 O perfil em si

Em relação à análise da aplicação da coleta de dados feita por Oliveira

(2003), pode-se destacar os seguintes resultados: quanto à idade dos respondentes da

pesquisa, remete-se entre as faixas etárias de 15 a 20 anos e 21 a 25, com 46, 77% e

47,76% respectivamente. Nota-se desta forma, que a média é de 20 anos. Deste grupo,

e 55,76% são do sexo masculino e 43,78% são do sexo feminino.

Uma grande maioria, que responderam a pesquisa, 94,53%, faz parte

de uma empresa júnior. Estas EJ’s estão implantadas em instituições de ensino

superior (IES), que são predominantemente Federais 57,71 %, seguida de Estaduais

com 24,88%, e com 14,43% as privadas.

Pode-se observar com a análise, que dentro das IES’s os cursos que

mais abrem EJ’s, refere-se ao curso de Administração com 38,28 % do total, seguido

dos cursos das engenharias (química, civil, alimentação, etc.) com 25,78%, outros

cursos são destacados, mas em menor indicação, como exemplo: das Ciências da

Computação com 4,68%, Economia e Contábeis com 7,81% e 5,07% respectivamente.

Acompanhado de outras indicações em menor número, destacam-se os cursos:

Turismo, Arquitetura, Marketing, Serviço Social, Psicologia, Sociologia, Relações

Internacionais, Direito, entre outros.

Há uma concentração de atividades da EJ na área de humanas,

53,23%, seguido da área de exatas com 25,82 % e biomédicas com 1,99 %. Observa-

se que a composição das EJ’s não é fracionada por cursos, ou seja, não fazem

nenhuma composição com outros cursos.

Page 80: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

79

5.11.1.2 Estrutura e atividades das empresas juniores

A estrutura organizacional corresponde na maior parte da seguinte

maneira: formação de conselhos, presidência e diretorias. As consultorias são pautadas

conforme a necessidade dos cursos que estão ligadas as EJ, ou seja, predomina a

atividade de consultoria como forma/metodologia de trabalho, e prestação de serviços,

se concretizando na elaboração de planos, programas, projetos e serviços, de pesquisa

e diagnóstico, planejamento e execução dos mesmos, entre outros.

Em relação aos clientes atendidos pelas EJ, verifica-se que é composto

em sua maioria por empresas de pequeno porte, 88,50%; e de médio porte 61,19%.

Destaca-se como perfil de clientes: organizações do terceiro setor, se caracterizando

como organizações de pequeno porte 38,31%, médio porte 21,89 % e grande porte

10,95%, que somados estes percentuais correspondem a 71,15% do total da clientela

atendida.

Em relação à quantidade de projetos desenvolvidos ao ano uma grande

maioria das EJ realiza mais de 10 projetos - 28,36 %, 8 a 10 projetos - 17,41 %; 3 a 15 -

92%; 5 a 6 com 13,93%; 7 a 10 com 10,95%; 1 a 2 com 8,96%. Caracterizando em uma

média de 9 projetos ao ano.

O valor cobrado por estes projetos, varia entre R$ 1.000 e 3.000 em

sua maioria. Neste sentido, os valores cobrados por projetos na EJ são em média R$

3.500.

Logo, constata-se que as EJ deparam em média com 9 projetos

realizados ao ano, a um valor médio de R$ 3.500 cada, apresentando um faturamento

anual médio da ordem de R$ 30.000.

No que diz respeito ao quadro de consultores/empresários juniores,

cada empresa júnior é composta por 15 a 23 pessoas - 33,33%; de menos de 15 - 30%

e de 23 a 31 membros - 16,67% , sendo que a idade média destes participantes é 20

anos, para 40% e 18 anos para 30%.

A inserção dos estudantes na EJ se dá na maior parte nos dois

primeiros anos do curso. 42,79 % para o primeiro ano, 42,29 % para o segundo ano;

Page 81: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

80

para o terceiro ano 3,33% e no quarto ano para 3,33%. Demonstrando que os

estudantes estão ingressando cedo na experiência da EJ.

5.11.1.3 Interesse, motivação e participação dos envolvidos nas atividades das

empresas juniores

Quanto ao interesse e participação dos estudantes, pode-se averiguar

que 53,73 % dizem ser satisfatório; 12,94 % muito satisfatório; 17,41% indiferente; 9,95

% insatisfatório e 1,49% muito insatisfatório.

Em relação ao interesse e participação dos professores 41,29% afirma

ser satisfatório; 36,32% indiferente; 8,96% satisfatório, 6,47% muito insatisfatório.

Verifica-se que com a soma dos resultados 51,75% tem uma visão negativa quanto à

participação e interesse dos professores.

Já no que diz respeito à preparação dos professores para a supervisão

(orientação) 55,22 % afirmam ser bom; 31,99% ruim; 22,39% ótimo e 13,43% regular.

Sobre a qualidade desta supervisão 49,75% diz ser boa; e 19,40% ficam entre ótimo e

regular; 4,48% consideram ruins e 0,50% péssimo.

Nessa pesquisa houve questão sobre a contribuição ou não da EJ

quanto à melhoria da empregabilidade, ou seja, qual o nível de concordância sobre

quem passa pela EJ teria maiores condições de ingressar no mercado de trabalho.

67,16% concordam totalmente e 27,36% concordam; 2,49% discordam e somente

1,00% discordam totalmente. Sobre a possibilidade da EJ “roubar” espaço de

profissionais já formados, 52,74% discorda totalmente desta crítica; 32,24% discorda;

9,95% acredita ser indiferente; 4,48% concorda e 1,95% concorda totalmente

Page 82: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

81

5.11.1.4 Principais Problemas

Ainda utilizando a pesquisa de Oliveira (2003), pode-se averiguar os

principais problemas enfrentados pelas empresas juniores. Foi solicitado para os

participantes da pesquisa, que escrevessem de 3 a 5 problemas dos mais graves, que

são identificados no cotidiano das atividades da empresa júnior. Neste sentido, foi

possível classificar 326 fatores, o que possibilitou construir uma escala classificatória

com os maiores problemas enfrentados pelos empresários/ consultores juniores,

destacados os mesmos no quadro a seguir.

CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PROBLEMA FRQ. %

1º Falta de apoio (da instituição, dos professores e dos alunos, dos membros

das empresas juniores).

82 25,15

2º Falta de recursos (de forma geral) 26 8,00 3º Rotatividade dos membros da empresa

júnior 21 6,00

4º Falta de motivação dos membros da empresa júnior

18 5,52

4º Falta de tempo dos membros da empresa júnior

18 5,52

5º Falta de comprometimento 17 5,21 5º Falta de comunicação 17 5,21 6º Falta de dinheiro e financiamento 15 5,00 7º Falta de estrutura 14 4,29 8º Falta de conhecimento 12 3,70 8º Falta experiência 12 3,70 9º Falta de credibilidade, principalmente do

mercado por ser alunos, e não ter “experiência”

11 3,40

10º Mercado 8 2,45 11º Divulgação 7 2,14 11º Remuneração 7 2,14 12º Espaço 6 1,84 12º Estágio (muitas vezes a empresa júnior

não é considerado estágio) 6 1,84

12º Organização 6 1,84 12º Reconhecimento 6 1,84 12º Capacitação 6 1,84 12º Dificuldade para captação de recursos 6 1,84

Page 83: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

82

CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PROBLEMA FRQ. % 13º Profissionalismo 5 1,53

Total 326 100 Quadro 1: Principais Problemas Enfrentados Pelas Empresas Juniores Fonte: Edson Marques Oliveira, 2003

Há uma contradição, no que se refere ao primeiro bloco, já que, as

questões anteriores, tanto a participação dos docentes como a motivação dos discentes

apresentaram indicadores positivos, e agora estão deparados com “problemas”. O que

comprova a urgência de um trabalho interligado entre alunos, instituição e professores.

Portanto, observa-se que os problemas estão catalogados a questões de ordem de

gestão, político-didático, infra-estrutura e mercado, o que pode ser verificado no quadro.

EIXO PROBLEMA ITENS CLASSIFICADOS

1 Gestão 3º, 4º, 5º, 6º, 11º, 12º, 13º, 2 Político-didático 1º, 8º, 11º, 12º, 16º 3 Infra-estrutura 2º, 7º, 12º, 4 Mercado 9º, 10º,

Quadro 2: Centralidade dos Principais Problemas Enfrentados Pelas Empresas Fonte: Edson Marques Oliveira, 2003.

Além dos fatores acima destacados, foram citados: assinatura de

projetos, elaboração dos projetos, divulgação e marketing, “panelinhas”, insegurança,

saber cobrar os serviços, como reter talentos, covardia da diretoria, falta sinergia,

identidade, iniciativa, descontinuidade, cultura organizacional, profissionalismo,

equipamentos, maturidade. Estes, mesmo sendo em menor freqüência de citação,

estão conectados aos demais, por exemplo, a assinatura dos projetos, que demanda a

participação dos professores/supervisores. Observa-se, que a procura por credibilidade,

passa pela “falta de experiência”, pelo fato de ainda estarem em formação, fato que

pode ser ultrapassado à medida que há profissionais já formados, supervisionando e

orientando os projetos, no caso os professores. Estes por sua vez, precisam também de

melhor preparo, pois conhece em determinadas áreas os chamados professores

acadêmicos de carreira, ou seja, bem escasso de experiência prática. Outro fator com

grande ênfase é a falta de apoio da instituição de ensino, seja em relação à infra-

estrutura, como de recursos. Fatores estes básicos, já que os demais, tanto de ordem

Page 84: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

83

de gestão, recursos, falta de experiência de mercado podem ser superados na medida

em que a IES e os professores derem o sustento logístico, didático, teórico e prático

suficientes para a elaboração e execução de projetos.

Investigou-se também, acerca da influência das atividades da EJ para a

qualificação profissional. No que diz respeito ao aprimoramento do perfil profissional,

destacando-se as seguintes:

CLASSIFICAÇÃO INDICADOR %

1 Trabalho em equipe 81,09 2 Espírito empreendedor 73,63 3 Iniciativa 68,66 4 Resolução de problemas 48,26 5 Elaboração de projetos 47,26 6 Visão de futuro 46,30 7 Comunicação 44,78 8 Organização 42,29 9 Visão crítica 38,31 10 Cumprir prazos 29,85 11 Buscar metas 27,36

Quadro 3: Influência das Atividades da Empresa Júnior Qualificação Profissional Fonte: Edson Marques Oliveira, 2003

Além destas, foram assinaladas outras habilidades que este processo

fornece, são elas: conduta, conhecimento do MEJ, oratória, coragem, contato com o

mercado, comprometimento, liderança, relacionamento, responsabilidade social,

interpessoal, parceria, aprendizado, adaptabilidade, desinibição, e criatividade.

Conforme Oliveira (2003) ressaltou a influência das atividades da EJ

para a qualificação profissional refere-se às habilidades e competências que são hoje

de maior exigência no mercado de trabalho, fator este, que justifica dar maior

importância a estas e constituí-la em campo tanto de estágio como de extensão

universitária e sem dúvidas como os dados demonstram, um campo de estágio

profissional da maior importância e aproveitamento didático.

Page 85: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

84

5.11.1.5 O Futuro da Empresa Júnior no Brasil

Para terminar a pesquisa, requereu que fosse destacada a visão quanto

ao futuro da empresa júnior no Brasil a partir de uma única palavra, no Quadro 4, tem-

se uma visão de conjunto das palavras que foram citadas com maior freqüência.

CLASSIFICAÇÃO PALAVRA FREQ. %

1 Promissor 35 29,66 2 Sucesso 28 23,72 3 Crescimento 21 17,79 4 Desenvolvimento 10 8,47 5 Reconhecimento 7 5,94 6 Mudança 5 4,24 7 Progresso 4 3,40 8 Evolução 3 2,54 9 Prosperidade 3 2,54 10 Comprometimento 2 1,70

Total 118 100 Quadro 4: Palavras-Chave para Expressar o Futuro da Empresa Júnior no Brasil Fonte: Edson Marques Oliveira, 2003

As palavras mais citadas são destacadas para visões de esperança e

certeza de um futuro melhor, a despeito dos problemas e dos desafios apontados, pode

evidenciar três palavras:

1) Promissor;

2) Sucesso;

3)Crescimento.

Essas palavras marcam o crescimento, busca e a transferência cada

vez maior de conhecimento, informação e ferramentas de gestão empresarial,

buscando com isso a qualificação.

Page 86: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

85

6 RESULTADO DA PESQUISA

A análise desse conjunto de indicadores contribui para entender e

compreender o perfil do profissional de Geografia; o perfil do empresário júnior; a

percepção dos empresários juniores quanto à importância da empresa júnior para a

construção e/ou desenvolvimento de habilidades e competências profissionais

relevantes ao curso.

Nesse sentido, a partir das informações obtidas no questionário foi

construída a amostra comprovando a importância da empresa júnior na formação do

profissional de Geografia.

6.1 MOTIVO DA PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES NA EMPRESA JÚNIOR

Os empresários juniores correspondentes da amostra, na primeira parte

da exposição e apreciação dos dados responderam a duas questões (APÊNDICE A)

que puderam identificar como tomaram ciência da empresa júnior da qual participam e,

também, quais os principais agentes que os estimularam a participar da EJ.

Quanto indagados sobre como ficaram sabendo da empresa júnior,

podendo escolher até três alternativas, observou-se (GRÁFICO 1) que dois aspectos

foram destacados por mais da metade dos respondentes: as relações de amizade com

membros da EJ e a divulgação desta realizada pelo próprio curso de Geografia

correspondem, cada uma, a 26,67% totalizando assim a maior parte das respostas.

Já em relação à atuação ativa da EJ na sua IES; 16,67% mostram que

existe participação por parte das instituições.

Page 87: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

86

16,67%

3,33%

0,00%

13,33%

26,67% 26,67%

13,33%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

Atuação ativada EJ na sua IES

Notícias emveículo de

comunicação

Cotato comprojetos da EJem empresas ou

comunidade

Part icipação emalgum eventorealizado pela

EJ

Divulgação daEj pelo própriocurso de GEO

Amizade commembros da EJ

Outro

Gráfico 1 – Como o estudante ficou sabendo sobre a Empresa Júnior Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

O que motivou os empresários juniores a inserirem-se na empresa

júnior (GRÁFICO 2) foi, em primeiro lugar, o interesse em praticar a teoria aprendida em

sala de aula - 33,3%, acompanhado pela necessidade de desenvolver novas

habilidades, 25,64%.

Outro aspecto citado como importante fator motivador ao ingresso na

EJ, refere-se a questão de agregar valor ao currículo - 23,08%, o que justifica que,

adicionar essa experiência, é uma reação pró-ativa dos estudantes que perceberam e

anteciparam a valorização do mercado profissional.

Page 88: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

87

33,33%

0,00%

25,64%

17,95%

0,00%

23,08%

0,00%0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

Interesse empraticar a

teoriaaprendida

Laços deamizade como pessoal da

EJ

Necessidadede

desenvolvernovas

habilidades

Vontade deempreender

Interesse emparticipar de

algummovimentoestudantil

Agregar valorao currículo

Outro

Gráfico 2 – Motivos que levaram os alunos a participarem da Empresa Júnior Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Cabe enfatizar, ainda, a vontade de empreender, com 17,95% das

respostas, como um importante fator motivacional de acesso dos estudantes na EJ.

Em súmula, quando há uma EJ funcional pelo curso de Geografia,

mesmo não sendo valorizada, os estudantes estão informados da importância que

uma empresa júnior para a sua formação. Pode-se perceber que existe uma

necessidade por parte dos estudantes em agregar habilidades complementares

valorizadas pelo mercado.

6.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS QUE COMPÕEM O PERFIL DO EMPRESÁRIO JÚNIOR DE

GEOGRAFIA

Propondo identificar as principais peculiaridades que compunham o

perfil do empresário júnior, a fim de analisar o grau de conhecimento e experiência

desse aluno na EJ, e também, saber se a sua percepção quanto à contribuição da

empresa júnior analisou-se questões pessoais, como idade, sexo, se residem com

os pais, se possuem domínio em línguas estrangeiras e na área de informática e

também a renda familiar.

A empresa júnior, como registrado anteriormente neste trabalho, é

uma espécie de laboratório onde os acadêmicos de graduação em Geografia têm a

Page 89: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

88

chance de colocar na prática a teoria aprendida em sala de aula. Não há limites nem

restrições quanto ao tempo de academia que esse graduando deva ter para ser um

membro da EJ, portanto, verifica-se que existem estudantes, envolvidos com a

empresa júnior, de todos os períodos acadêmicos (Tabela 1).

Tabela 1 – Ano acadêmico do estudante (por semestre)

Semestre Freqüência Porcentagem Porcentagem Acumulada

1º Semestre 0 0,00 0,00 2º Semestre 4 26,67 26,67 3º Semestre 0 0,00 26,67 4º Semestre 4 26,67 53,34 5º Semestre 1 6,66 60,00 6º Semestre 0 0,00 60,00 7º Semestre 0 0,00 60,00 8º Semestre 2 13,33 73,33 9º Semestre 0 0,00 73,33

10º Semestre 4 26,67 100,00 Total 15 100,00 100,00

Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

26,67% 26,67%

6,66%

13,33%

26,67%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano

Gráfico 3 – Ano acadêmico do estudante Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Por uma questão natural, a maioria dos entrevistados (Gráfico 3)

está no 1º, 2º e 5º anos de graduação, sendo 26,67% respectivamente. Nota-se que

esses estudantes procuram a empresa júnior durante todo o período de graduação,

Page 90: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

89

fato que se comprova ao cruzar essa informação com a questão que se refere ao

tempo de participação na EJ, já que, com o passar do tempo acadêmico, torna-se

natural que os graduandos busquem alternativas como estágios e empregos formais.

Assim, o aluno já se sente preparado e o mercado disposto a absorver esse jovem.

Como a pesquisa procurou identificar a importância da empresa

júnior para a formação do profissional de Geografia, foram enviados questionários

para empresários juniores dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e

Paraná. A maioria dos pesquisados (GRÁFICO 4), ou seja, 53,33% estudam em IES

no estado do Paraná. Outro Estado que teve participação significativa foi: Minas

Gerais com 20%

53,33%

13,33% 13,33%

20,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

Paraná São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais

Gráfico 4 – Estados da IES da qual o estudante faz parte Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Vale lembrar que a maior participação do Paraná neste trabalho, se

deu pelo fato de pesquisadora reside na cidade de Londrina/PR e possui uma

relação mais estreita com os empresários juniores do Paraná que com prazer

contribuíram com este trabalho.

Em relação à natureza jurídica das IES, da qual os empresários

juniores pesquisados fazem parte, observou-se (Gráfico 5) que 100% delas são de

natureza pública e estaduais (Gráfico 6).

Page 91: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

90

100%

0%

Pública

Privada

Gráfico 5 – Natureza jurídica da IES Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Mesmo que haja nas instituições privadas de ensino um interesse

em inserir-se nessa atividade, há fatores que podem justificar essa ausência, por

exemplos, a predominância de cursos no período noturno, a faixa etária que é

geralmente mais elevada, com um a grande maioria atuando no mercado

profissional.

0%

100%

0%

Municipal

Estadual

Federal

Gráfico 6 – Esfera do governo da IES Pública Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Page 92: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

91

Outra questão fundamental para as empresas juniores, diz respeito

ao apoio quanto à estrutura física, materiais adequados para o desenvolvimento do

trabalho, reconhecimento do curso e da instituição e aceitação da empresa júnior

como atividade acadêmica complementar, dado pelas IES. Este apoio reflete

diretamente no desenvolvimento, na experiência, e no aproveitamento dos membros

durante sua participação na EJ, e também na qualidade dos serviços prestados

comunidade acadêmica, às micro e pequenas empresas e à sociedade em geral.

13,00%

87,00%

Sim

Não

Gráfico 7 – Apoio adequado da IES à Empresa Júnior Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu

Observa-se (Gráfico 7) que 87,00% dos respondentes avaliam que a

IES não oferece apoio adequado a EJ. Muito provável que essas instituições que

não apóiam não perceberam a real importância e os benefícios que essa atividade

traz para ambos, ou seja, há uma formação complementar e diferenciada propiciada

pelas EJ´s aos estudantes contribuindo para a construção de imagem de qualidade

para a IES. Além disso, a EJ leva o nome da faculdade em todos os seus projetos e

ações e a médio e longo prazo, a ascensão destes profissionais coloca em evidencia

o nome das instituições de origem.

Observa-se que a experiência na EJ não é efêmera e que, embora

temporária, geralmente possui um tempo de duração suficiente para o crescimento

de um conjunto de experiências capaz de atingir seus objetivos.

Page 93: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

92

Conforme pode observar (Gráfico 8) 26,67% dos pesquisados estão

na empresa júnior há mais de 6 meses e 13,33% estão a mais de um ano esses

dados podem certificar que a percepção, sobre a importância da EJ, obtida nesse

estudo seja representativa da realidade dessa experiência, considerando a

intensidade que esse relacionamento acontece.

26,67%

13,33% 13,33%

26,67%

20,00%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

Até 6 meses De 7 a 12 meses De 13 a 18 meses De 19 a 24 meses M ais de 24 meses

Gráfico 8 – Tempo de participação na Empresa Júnior Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Quanto ao domínio de línguas estrangeiras, observou-se que

40,00% dos entrevistados dominam o inglês e o espanhol. Outros idiomas, como o

alemão é dominado por apenas 6,67% dos empresários juniores pesquisados

(Gráfico 9).

Page 94: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

93

40,00% 40,00%

0,00% 0,00%

6,67%

0,00%0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

Inglês Espanhol Francês Italiano Alemão Outras

Gráfico 9 – Domínio de Língua(s) estrangeira(s) Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

No que diz respeito ao domínio de informática verifica-se, no Gráfico

10, que 93,33% dos respondentes dominam o sistema Windows, 53,33% dominam o

sistema office. Para elucidar, entende-se por sistema Office, um conjunto de

aplicativos como Word, Excel, Power Point, Access, entre outros.

Uma parcela considerável dos respondentes, 13,33%, domina outras

áreas de informática que não foram citadas, como por exemplo: programa de

tratamento de Fotografias (Adobe Photo Deluxe), editores de imagem, philcarto,

entre outros.

93,33%

53,33%

0,00% 0,00%

13,33%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

SistemaWindows

SistemaOffice

Autocad Spring Outros

Gráfico 10 – Domínio na(s) área(s) de Informática Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Page 95: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

94

Dos empresários juniores participantes da pesquisa, a maioria está

na faixa etária de 20 a 22 anos (Gráfico 11).

33,33%

40,00%

26,67%

0,00%0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

Entre 17 e 19anos

Entre 20 e 22anos

Entre 23 e 25anos

Acima de 25anos

Gráfico 11 – Faixa etária Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Vale ressaltar a diferença significativa por sexo dos respondentes.

Conforme apresentados no Gráfico 12, do total, 66,67% eram do sexo feminino e

33,33% do sexo masculino.

Feminino; 66,67%

Masculino; 33,33%

Feminino

Masculino

Gráfico 12 - Sexo Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Page 96: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

95

A grande maioria, 66,67% dos empresários juniores do curso de

Geografia pesquisados mora em república e 33,34% moram com os pais ou

sozinhos (Gráfico 13).

66,67%

0,00% 26,67%6,67%

Com os pais ou algum parente

Em república

Sozinho

Outro

Gráfico 13 – Residência Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Procurando identificar a renda familiar dos pesquisados, observou-

se que 40,00% têm uma renda de 6 a 15 salários mínimos e apenas 20,00% têm

renda familiar abaixo de 6 salários mínimos (Gráfico 14). Isso comprova que o

empresários juniores pesquisados apresentam uma condição econômica elevada.

0,00%

20,00%

40,00% 40,00%

0,00%0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

Até 3 S M Entre 3 e 6 SM

Entre 6 e 10S M

Entre 10 e15 S M

Acima de 15S M

Gráfico 14 – Renda familiar em Salários Mínimos Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Page 97: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

96

Após o estudo realizado nesta seção, foi possível sintetizar o perfil

do empresário júnior de Geografia pesquisado como formado pelas seguintes

peculiaridades: (40,00%) dominam a língua inglesa e a língua espanhola, (93,33%)

dominam o sistema windows e também (53,33%) o sistema office, (40,00%) estão na

faixa etária de 20 a 22 anos e (80,00%) tem renda familiar superior a 10 salários

mínimos.

A maioria desses empresários juniores está no 1º, 2º e 5º anos da

graduação (80,00%), em instituições estaduais de ensino público (100,00%) e que

não dão apoio adequado a empresa júnior (87,00%). Essas IES pesquisadas são

dos Estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.

O contato com a empresa júnior por esses graduandos foi por meio

da divulgação da EJ por parte do curso de Geografia e também por laços de

amizade com seus membros (26,67%). O que os motivou a participar da empresa

júnior foi, em primeiro lugar, o interesse em praticar a teoria aprendida em sala de

aula (33,33%), acompanhada pela necessidade de desenvolver novas habilidades

(25,64%), depois pelo interesse em agregar valor ao currículo (23,08%) e,

finalmente, a vontade de empreender.

Como se pode averiguar, os resultados indicam que existe certa

semelhança dos empresários juniores do curso de Geografia do Brasil.

6.3 IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE

GEOGRAFIA

A contribuição da empresa júnior foi avaliada frente aos atributos

considerados importantes para o desempenho da profissão do Geógrafo e, também

diante da contribuição do curso para a construção desses atributos. Isso,

considerando sempre a percepção dos empresários juniores pesquisados.

Para atender este objetivo, os empresários juniores responderam a

uma questão (APÊNDICE 1) onde atribuíram notas a diferentes atributos através de

uma escala de valores de 1 a 4, avaliando esses atributos em três diferentes

perspectivas: a importância desses atributos para o desempenho da profissão; a

contribuição do curso de Geografia no desenvolvimento/construção das habilidades

e competências; e a contribuição da empresa júnior no desenvolvimento/construção

Page 98: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

97

das mesmas.

Os quadros a seguir, mostram a percepção dos alunos quanto a

cada aspecto analisado. Numa primeira análise a maioria dos alunos considera

todas as habilidades e competências descritas como sendo importantes ou muito

importantes para o desenvolvimento da sua profissão (Quadro 5). Por outro lado,

percebe-se que no ponto de vista dos alunos a contribuição do curso de Geografia

para a construção/desenvolvimento dessas habilidades e competências não têm o

mesmo peso no que se refere a sua importância (Quadro 6). Já, a empresa júnior

tem uma importância mais próxima do que os estudantes julgam necessário ser

importante para o desenvolvimento de sua profissão (Quadro 7).

Competências/Habilidades Nenhuma

Importância Pouco

Importante Importante Muito

Importante Capacidade para resolver problemas 0,00% 0,00% 33,33% 66,67% Flexibilidade e capacidade de adaptação 0,00% 6,67% 40,00% 53,33% Capacidade de liderança 6,67% 0,00% 60,00% 33,33% Habilidade para comunicação face a face 0,00% 0,00% 60,00% 40,00% Capacidade para tolerar pressões 0,00% 0,00% 40,00% 60,00% Auto confiança e estabilidade emocional 0,00% 6,67% 46,67% 46,67% Maturidade suficiente para exercer o comando 0,00% 0,00% 60,00% 40,00% Criatividade 0,00% 0,00% 46,67% 53,33% Orientação para o trabalho em grupo 0,00% 0,00% 40,00% 60,00% Foco em resultado 0,00% 6,67% 46,67% 46,67% Comunicação escrita 0,00% 0,00% 53,33% 46,67% Facilidade de adaptação à terceiros 0,00% 26,67% 33,33% 40,00% Habilidade intelectual 0,00% 0,00% 46,67% 53,33% Clara visão do trabalho 0,00% 6,67% 40,00% 53,33% Orientação para a carreira e ambição profissional 6,67% 6,67% 40,00% 46,67% Habilidade para avaliar outras pessoas 6,67% 26,67% 40,00% 26,67% Transmissão de uma boa imagem 6,67% 13,33% 40,00% 40,00% Rapidez, muita energia 0,00% 13,33% 60,00% 26,67% Conhecimento e habilidade para a computação 0,00% 13,33% 46,67% 40,00% Sensibilidade às necessidades de outros 0,00% 13,33% 60,00% 26,67% Senso comum 20,00% 20,00% 33,33% 26,67% Capacidade para lidar com problemas de outros 6,67% 33,33% 26,67% 33,33%

Page 99: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

98

Quadro 5 – Atributos para o desempenho da profissão Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Competências/Habilidades Nenhuma

Importância Pouco

Importante Importante Muito

Importante Capacidade para resolver problemas 20,00% 40,00% 33,33% 6,67% Flexibilidade e capacidade de adaptação 20,00% 46,67% 33,33% 0,00% Capacidade de liderança 33,33% 40,00% 26,67% 0,00% Habilidade para comunicação face a face 0,00% 20,00% 73,33% 6,67% Capacidade para tolerar pressões 6,67% 33,33% 40,00% 20,00% Auto confiança e estabilidade emocional 33,33% 20,00% 46,67% 0,00% Maturidade suficiente para exercer o comando 46,67% 26,67% 20,00% 6,67% Criatividade 6,67% 33,33% 46,67% 13,33% Orientação para o trabalho em grupo 0,00% 0,00% 53,33% 46,67% Foco em resultado 13,33% 26,67% 40,00% 20,00% Comunicação escrita 6,67% 0,00% 46,67% 46,67% Facilidade de adaptação à terceiros 0,00% 26,67% 46,67% 26,67% Habilidade intelectual 0,00% 6,67% 40,00% 53,33% Clara visão do trabalho 13,33% 13,33% 53,33% 20,00% Orientação para a carreira e ambição profissional 26,67% 26,67% 26,67% 20,00% Habilidade para avaliar outras pessoas 40,00% 20,00% 33,33% 6,67% Transmissão de uma boa imagem 46,67% 26,67% 20,00% 6,67% Rapidez, muita energia 40,00% 6,67% 40,00% 13,33% Conhecimento e habilidade para a computação 20,00% 46,67% 20,00% 13,33% Sensibilidade às necessidades de outros 26,67% 40,00% 26,67% 6,67% Senso comum 20,00% 13,33% 60,00% 6,67% Capacidade para lidar com problemas de outros 40,00% 33,33% 20,00% 6,67% Trabalho independente 13,33% 20,00% 53,33% 13,33% Pro atividade 13,33% 13,33% 53,33% 20,00% Disposição para ser treinado 13,33% 26,67% 33,33% 26,67% Capacidade empreendedora 40,00% 33,33% 26,67% 0,00%

Competências/Habilidades Nenhuma Importância

Pouco Importante

Importante Muito Importante

Trabalho independente 6,67% 26,67% 26,67% 40,00% Pro atividade 0,00% 6,67% 46,67% 46,67% Disposição para ser treinado 0,00% 6,67% 46,67% 46,67% Capacidade empreendedora 6,67% 6,67% 40,00% 46,67% Valores favoráveis ao setor público 0,00% 0,00% 33,33% 66,67% Conhecimento das técnicas estatísticas 0,00% 0,00% 73,33% 26,67% Habilidade para usar processador de texto 0,00% 20,00% 33,33% 46,67% Compreensão dos princípios científicos 0,00% 0,00% 26,67% 73,33% Respeito aos superiores 6,67% 0,00% 40,00% 53,33%

Page 100: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

99

Competências/Habilidades Nenhuma

Importância Pouco

Importante Importante Muito

Importante Valores favoráveis ao setor público 6,67% 20,00% 33,33% 40,00% Conhecimento das técnicas estatísticas 20,00% 26,67% 33,33% 33,33% Habilidade para usar processador de texto 33,33% 6,67% 40,00% 20,00% Compreensão dos princípios científicos 0,00% 0,00% 46,67% 53,33% Respeito aos superiores 13,33% 6,67% 33,33% 46,67%

Quadro 6 – Contribuição do curso Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Quadro 7 – Contribuição da empresa júnior Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Competências/Habilidades Nenhuma

Importância Pouco

Importante Importante Muito

Importante

Capacidade para resolver problemas 0,00% 6,67% 26,67% 66,67% Flexibilidade e capacidade de adaptação 0,00% 26,67% 20,00% 53,33% Capacidade de liderança 0,00% 6,67% 6,67% 86,67% Habilidade para comunicação face a face 0,00% 13,33% 20,00% 66,67% Capacidade para tolerar pressões 6,67% 0,00% 33,33% 60,00% Auto confiança e estabilidade emocional 6,67% 6,67% 66,67% 20,00% Maturidade suficiente para exercer o comando 0,00% 6,67% 40,00% 53,33% Criatividade 6,67% 0,00% 60,00% 33,33% Orientação para o trabalho em grupo 6,67% 6,67% 6,67% 80,00% Foco em resultado 6,67% 6,67% 0,00% 86,67% Comunicação escrita 13,33% 6,67% 46,67% 33,33% Facilidade de adaptação à terceiros 6,67% 13,33% 20,00% 60,00% Habilidade intelectual 0,00% 0,00% 40,00% 60,00% Clara visão do trabalho 6,67% 0,00% 13,33% 80,00% Orientação para a carreira e ambição profissional 6,67% 0,00% 26,67% 66,67% Habilidade para avaliar outras pessoas 6,67% 6,67% 53,33% 33,33% Transmissão de uma boa imagem 6,67% 6,67% 33,33% 53,33% Rapidez, muita energia 0,00% 13,33% 33,33% 53,33% Conhecimento e habilidade para a computação 0,00% 13,33% 20,00% 66,67% Sensibilidade às necessidades de outros 13,33% 13,33% 53,33% 20,00% Senso comum 26,67% 20,00% 20,00% 33,33% Capacidade para lidar com problemas de outros 6,67% 33,33% 26,67% 33,33% Trabalho independente 13,33% 0,00% 53,33% 33,33% Pro atividade 6,67% 0,00% 33,33% 60,00% Disposição para ser treinado 0,00% 0,00% 26,67% 73,33% Capacidade empreendedora 6,67% 0,00% 6,67% 86,67% Valores favoráveis ao setor público 0,00% 6,67% 6,67% 66,67% Conhecimento das técnicas estatísticas 20,00% 0,00% 66,67% 13,33% Habilidade para usar processador de texto 13,33% 0,00% 46,67% 40,00% Compreensão dos princípios científicos 6,67% 6,67% 46,67% 40,00% Respeito aos superiores 6,67% 0,00% 40,00% 53,33%

Page 101: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

100

No Quadro 8, apresentam-se os principais atributos considerados

pelos estudantes como sendo os mais importantes para o desempenho da profissão

e quanto às contribuições do curso de Geografia e da empresa júnior para a

construção e/ou desenvolvimento desses atributos, para tanto foi usado uma

correlação por cores para facilitar a visualização.

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO

CONTRIBUIÇÃO DO CURSO CONTRIBUIÇÃO DA EJ

Atributo Porcentagem Atributo

Porcentagem Atributo

Porcentagem

Capacidade para resolver problemas 100,00%

Orientação para o trabalho em grupo 100,00%

Habilidade intelectual 100,00%

Habilidade para comunicação face a face 100,00%

Compreensão dos princípios científicos 100,00%

Disposição para ser treinado 100,00%

Capacidade para tolerar pressões 100,00%

Comunicação escrita 93,34%

Capacidade para resolver problemas 93,34%

Maturidade suficiente para exercer o comando 100,00%

Habilidade intelectual 93,33%

Capacidade de liderança 93,34%

Criatividade 100,00%

Habilidade para comunicação face a face 80,00%

Orientação para a carreira e ambição profissional 93,34%

Orientação para o trabalho em grupo 100,00%

Respeito aos superiores 80,00%

Capacidade empreendedora 93,34%

Comunicação escrita 100,00%

Facilidade de adaptação à terceiros 73,34%

Capacidade para tolerar pressões 93,33%

Habilidade intelectual 100,00%

Clara visão do trabalho 73,33%

Respeito aos superiores 93,33%

Valores favoráveis ao setor público 100,00% Pro atividade 73,33%

Maturidade suficiente para exercer o comando 93,33%

Compreensão dos princípios científicos 100,00%

Valores favoráveis ao setor público 73,33% Criatividade 93,33%

Conhecimento das técnicas estatísticas 100,00% Senso comum 66,67%

Clara visão do trabalho 93,33%

Page 102: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

101

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO

CONTRIBUIÇÃO DO CURSO CONTRIBUIÇÃO DA EJ

Auto confiança e estabilidade emocional 93,34%

Trabalho independente 66,66% Pro atividade 93,33%

Foco em resultado 93,34%

Conhecimento das técnicas estatísticas 66,66%

Habilidade para comunicação face a face 86,67%

Pro atividade 93,34%

Capacidade para tolerar pressões 60,00%

Auto confiança e estabilidade emocional 86,67%

Disposição para ser treinado 93,34% Criatividade 60,00%

Orientação para o trabalho em grupo 86,67%

Flexibilidade e capacidade de adaptação 93,33%

Foco em resultado 60,00%

Foco em resultado 86,67%

Capacidade de liderança 93,33%

Disposição para ser treinado 60,00%

Conhecimento e habilidade para a computação 86,67%

Clara visão do trabalho 93,33%

Habilidade para usar processador de texto 60,00%

Habilidade para usar processador de texto 86,67%

Respeito aos superiores 93,33%

Rapidez, muita energia 53,33%

Compreensão dos princípios científicos 86,67%

Orientação para a carreira e ambição profissional 86,67%

Auto confiança e estabilidade emocional 46,67%

Transmissão de uma boa imagem 86,66%

Capacidade empreendedora 86,67%

Orientação para a carreira e ambição profissional 46,67%

Rapidez, muita energia 86,66%

Quadro 8 – Os 21 principais atributos em cada uma das 3 perspectivas pesquisadas Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Entre os 21 atributos considerados mais importantes para a

profissão, 16 deles também estão entre as maiores contribuições do curso:

a) Orientação para o trabalho em grupo;

b) Compreensão dos princípios científicos;

c) Comunicação escrita;

Page 103: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

102

d) Habilidade intelectual;

e) Habilidade para comunicação face a face;

f) Respeito aos superiores;

g) Clara visão do trabalho;

h) Pro atividade;

i) Valores favoráveis ao setor público;

j) Conhecimento das técnicas estatísticas;

k) Capacidade para tolerar pressões;

l) Criatividade;

m) Foco em resultado;

n) Disposição para ser treinado;

o) Auto confiança e estabilidade emocional;

p) Orientação para a carreira e ambição profissional.

Os empresários juniores também indicam que 17 dos atributos

considerados importantes para o exercício da profissão estão entre as principais

contribuições da empresa júnior:

a) Habilidade intelectual

b) Disposição para ser treinado

c) Capacidade para resolver problemas

d) Capacidade de liderança

e) Orientação para a carreira e ambição profissional

f) Capacidade empreendedora

g) Capacidade para tolerar pressões

h) Respeito aos superiores

i) Maturidade suficiente para exercer o comando

j) Criatividade

k) Clara visão do trabalho

l) Pro atividade

m) Habilidade para comunicação face a face

n) Auto confiança e estabilidade emocional

o) Orientação para o trabalho em grupo

p) Foco em resultado

q) Compreensão dos princípios científicos.

No Quadro 9, apresentam-se os 21 mais importantes atributos para

Page 104: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

103

o desenvolvimento da profissão na percepção dos estudantes e a porcentagem

desses estudantes que consideram o curso de Geografia e a empresa júnior como

sendo importantes para o desenvolvimento e/ou construção desses atributos.

Percebe-se que, a porcentagem para a importância dos atributos na

profissão foi em torno de 100,00% , para a contribuição da EJ; 93,33%, já para a

contribuição do curso foram entorno de 60,00%. No entanto, nos 3 aspectos

representados, pode-se considerar o quanto a profissão exige e o quanto a EJ pode

contribuir em relação ao que o curso oferece.

Atributo Desenvolvimento da

Profissão Contribuição do

Curso Contribuição da

EJ Capacidade para resolver problemas 100,00% 40,00% 93,34% Habilidade para comunicação face a face 100,00% 80,00% 93,34% Capacidade para tolerar pressões 100,00% 60,00% 93,33% Maturidade suficiente para exercer o comando 100,00% 26,67% 93,33%

Criatividade 100,00% 60,00% 93,33% Orientação para o trabalho em grupo 100,00% 100,00% 86,67% Comunicação escrita 100,00% 93,34% 80,00%

Habilidade intelectual 100,00% 93,33% 100,00% Valores favoráveis ao setor público 100,00% 73,33% 73,34%

Compreensão dos princípios científicos 100,00% 100,00% 86,67%

Conhecimento das técnicas estatísticas 100,00% 66,67% 80,00%

Page 105: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

104

Atributo Desenvolvimento da

Profissão Contribuição do

Curso Contribuição da

EJ

Auto confiança e estabilidade emocional 93,34% 46,67% 86,67% Foco em resultado 93,34% 60,00% 86,67%

Pro atividade 93,34% 73,33% 93,33% Disposição para ser treinado 93,34% 60,00% 100,00%

Flexibilidade e capacidade de adaptação 93,33% 33,33% 73,33%

Capacidade de liderança 93,33% 26,67% 93,34%

Clara visão do trabalho 93,33% 73,33% 93,33%

Respeito aos superiores 93,33% 80,00% 93,33% Orientação para a carreira e ambição profissional 86,67% 46,67% 93,34%

Capacidade empreendedora 86,67% 26,67% 93,34% Quadro 9 - Os 21 mais importante atributos na profissão Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

No Quadro 10, pode-se observar no geral as

competências/habilidades que acercam os 3 aspectos representados. No entanto,

pode-se esperar que uma estratégia de ação conjunta do curso e da empresa júnior,

apresenta alto potencial de produzir um efeito combinado contemplando assim, uma

formação adequada para o conjunto integrado dessas habilidades.

Competências/Habilidades Desempenho da Profissão

Contribuição do Curso

Contribuição da EJ

Capacidade para resolver problemas 100,00% 40,00% 93,34% Flexibilidade e capacidade de adaptação 93,33% 33,33% 73,33% Capacidade de liderança 93,33% 26,67% 93,34% Habilidade para comunicação face a face 100,00% 80,00% 86,67%

Page 106: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

105

Competências/Habilidades Desempenho da Profissão

Contribuição do Curso

Contribuição da EJ

Capacidade para tolerar pressões 100,00% 60,00% 93,33% Auto confiança e estabilidade emocional 93,34% 46,67% 86,67% Maturidade suficiente para exercer o comando 100,00% 26,67% 93,33% Criatividade 100,00% 60,00% 93,33% Orientação para o trabalho em grupo 100,00% 100,00% 86,67% Foco em resultado 93,34% 60,00% 86,67% Comunicação escrita 100,00% 93,34% 80,00% Facilidade de adaptação à terceiros 73,33% 73,34% 80,00% Habilidade intelectual 100,00% 93,33% 100,00% Clara visão do trabalho 93,33% 73,33% 93,33% Orientação para a carreira e ambição profissional 86,67% 46,67% 93,34% Habilidade para avaliar outras pessoas 66,67% 40,00% 86,66% Transmissão de uma boa imagem 80,00% 26,67% 86,66% Rapidez, muita energia 86,67% 53,33% 86,66% Conhecimento e habilidade para a computação 86,67% 33,33% 86,67% Sensibilidade às necessidades de outros 86,67% 33,34% 73,33% Senso comum 60,00% 66,67% 53,33% Capacidade para lidar com problemas de outros 60,00% 26,67% 60,00% Trabalho independente 66,67% 66,66% 86,66% Pro atividade 93,34% 73,33% 93,33% Disposição para ser treinado 93,34% 60,00% 100,00% Capacidade empreendedora 86,67% 26,67% 93,34% Valores favoráveis ao setor público 100,00% 73,33% 73,34% Conhecimento das técnicas estatísticas 100,00% 66,66% 80,00% Habilidade para usar processador de texto 80,00% 60,00% 86,67% Compreensão dos princípios científicos 100,00% 100,00% 86,67% Respeito aos superiores 93,33% 80,00% 93,33% Quadro 10 – Percentagem que considera o atributo Importante ou Muito Importante Fonte: BONFIGLIO, 2006. Pesquisa in locu.

Além dessas questões já analisadas, inseriu-se no questionário,

duas perguntas abertas referentes a principal contribuição e a principal falha/

dificuldade da empresa júnior. No que diz respeito à contribuição, de modo geral foi

citado que a EJ alivia a busca do futuro profissional em sua inserção no mercado de

trabalho. Uma EJ proporciona situações de trabalho em equipe, empreendedorismo

e situações de conflito que o aluno nunca encontraria na sala de aula. Além disso,

preenche lacunas existentes na academia brasileira, principalmente no que diz

Page 107: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

106

respeito ao mercado de trabalho. A abordagem prática ainda é muito pouco exigida

na maioria dos cursos superiores brasileiros.

Outras contribuições interessantes citadas foram: noções

empresariais, a oportunidade do aluno experimentar situações da vida profissional e

desenvolver a capacidade crítica.

Quando perguntados sobre a principal falha/dificuldade encontrada

na empresa júnior foram citadas no geral: questões como falta de apoio da

instituição, do próprio departamento, desinteresse por parte de alguns alunos, alta

rotatividade de membros e falta de responsabilidade por parte de alguns membros.

Outra dificuldade enfrentada pela empresa júnior, na opinião dos respondentes, é: o

acesso restrito do número de alunos nas EJ’s.

Esses resultados ressaltam a importância da empresa júnior como

um processo acadêmico complementar fundamental na formação profissional do

acadêmico e, ao mesmo tempo, reforçam a oportunidade de se proceder reflexões

sobre os projetos pedagógicos do curso de Geografia.

Registra-se finalmente, que a análise da importância da empresa

júnior na formação profissional de Geografia, aqui realizada, atende a todos os

objetivos específicos.

Page 108: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

107

7 CONCLUSÃO

Considerando as porcentagens apresentadas nota-se que a

empresa júnior complementa a formação profissional do acadêmico de Geografia. A

formação profissional de qualidade solicita diversas habilidades e competências

fundamentais, que foram identificadas na aplicação do questionário.

O resultado da pesquisa apontou que, embora aparentemente os

cursos de Geografia estejam buscando a atualização dos seus currículos, no sentido

de aproximar a escola à realidade do mercado, a sua contribuição atual ainda está

em descompasso com os novos desafios de uma sociedade globalizada. Essa nova

sociedade, cada vez mais, vem exigindo profissionais pró-ativos e que reúnam

habilidades relacionadas à adaptação a mudanças, à inovação, à visão

empreendedora e à visão sistêmica das organizações. De modo geral, pode-se

afirmar que, embora numa perspectiva complementar, a empresa júnior vem

promovendo adequadamente algumas dessas habilidades.

Pensar em ausência de formação profissional leva a analisar a

questão do curso de Geografia onde, na maioria das instituições de ensino torna-se

raro a oportunidade de aprendizagem em laboratórios eficazes de

geoprocessamento, sensoriamento remoto, sistema de gestão ambiental, EIA/RIMA

etc., que dão respaldo científico à formação adequada do profissional bacharel em

Geografia.

Com isso, a empresa júnior surge para contribuir consideravelmente

para a formação profissional de Geografia. Uma formação profissional de qualidade

requer diversas habilidades e competências fundamentais, que foram identificadas

na aplicação do questionário e, que são contempladas pela EJ em diversas

intensidades.

O importante, é que a EJ enquanto conceito, princípios e valores,

está alcançando seus objetivos, pois está conseguindo produzir satisfação aos seus

principais clientes – os empresários juniores. Isto pode ser verificado pelas altas

porcentagens percebidas na contribuição da EJ nos atributos considerados

importantes.

No entanto, é essencial mencionar que ao conseguir a junção entre

as contribuições do curso e as da empresa júnior na formação profissional do

acadêmico, não se desejou indicar opções alternativas para essa formação e sim,

Page 109: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

108

pelos resultados expostos, alertar para a efetiva complementaridade à função da

academia que a EJ mostrou oferecer.

A formação profissional num espaço como esse, é capaz de atender

às requisições atuais do mercado de trabalho, além de proporcionar possibilidades

de armar o indivíduo para a vida social e, assim, para a cidadania. Afinal, aprender a

se comunicar e a viver em grupo também implica novas responsabilidades sociais.

Nesse aspecto, a contribuição da empresa júnior para o universitário

vai muito além da aplicação prática dos conhecimentos teóricos recebidos em sala

de aula contribui, também, como uma ferramenta essencial para o progresso da

capacidade de análise crítica, do espírito empreendedor, da liderança, do espírito de

cooperação, em todas as esferas de relacionamento, provocando a edificação e o

desenvolvimento de habilidades e competências indispensáveis para o aluno

enquanto pessoa, e que são inseridos nas suas atitudes, valores e princípios.

Page 110: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

REFERÊNCIAS

AGB. AGB – Nacional . Disponível em: http://www.agb.org.br/den.htm. Acesso em: 18/07/06

ANDRADE, Manuel Correia de. A Geografia como ciência. In: Geografia, ciência da sociedade – Uma introdução à análise do pensamento geográfico. São Paulo: Atlas, 1992. 143 p., p. 11-19.

ARGENTO, Mauro Sergio F. Formação Profissional do Geógrafo. In:PEDROSO, Nelson Garcia (Org.). Geógrafos: Legislação, Formação e Mercado de Trabalho. São Paulo: AGB/CONFEA, 1996.

BRASIL JUNIOR, Confederação Brasileira de Empresas Juniores. In: Empresa Júnior; Histórico do MEJ , Brasil Junior, distribuição. Disponível em: http://comej.com.br/site/home/?lang=pt. Acesso em 06/03/2006.

BRASIL JÚNIOR. Confederação Brasileira de Empresas Juniores . Disponível em: www.uaua.ufba.br/brasiljr/vertical/riojr.php . Acesso em 07/06/06

CORRÊA, Roberto Lobato. As correntes do pensamento geográfico. In: Região e organização espacial . São Paulo: Ática, 1991. 93 p., p. 7-21.

CUNHA, Maria Isabel da. Relação ensino e pesquisa. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.). Didática: o ensino e suas relações. 2. ed. Campinas, SP: Papirus,1997.

DE MARTONNE, Emmanuel. Noções gerais. In: Panorama da Geografia – Geografia Física. Lisboa: Edições Cosmos, 1953. vol. 1, 979 p., p. 1-22.

FEJEPAR (Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo). In: Código de Ética , 2006 Capitulo I, Seção I, Art. 2º. Disponível em : http:// www.fejepar.org.br/arquivos_html/codigo.htm. Acesso em: 06/07/06

FEJEPAR (Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná). Guia de Apresentação. Ano 2005

FEJEPAR (Federação das Empresas Juniores do Estado Paraná). In: Conheça a Fejepar, Objetivos . Disponível em: http://fejepar.org.br/arquivos_html/conheça.htm. Acesso em 10/03/2006.

Page 111: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

FONSECA,Celso Francisco Ramos. As atribuições do CREA . Disponível em: www.creasc.org.br/download/servicos_documentacao/manual_do_conselheiro.do. Acesso em: 10/07/06

GUIMARÃES, C. L.; SENHORAS, E. M.; TAKEUCHI, K. P. Empresa júnior e incubadora tecnológica: duas facetas de um novo paradigma de interação empresa-universidade. 2002 In: Simpósio de Engenharia de Produção. 2003

LEMOS, Thiago Alexandre Soares de. A Gênese da Geografia Moderna e suas Correntes Epistemológicas. 2003. Disponível em: http://www.faed.udesc.br/petgeo/ Contexto/Artigos/Artigo%20Thiago.htm. Acesso em: 06/07/06

OLIVEIRA, Antonio dos Santos; LARANJA, Ruth Elias de Paula. A Sistematização da Geografia: Uma Análise Crítica. Disponível em: www.igeo.uerj.br/VICBG-2004/Eixo3/E3_014Textoresumo.htm - 52k - Acesso em: 06/07/06

REDE BRASIL JÚNIOR. Relatório final do Mapeamento das Empresas Juniores do Brasil . Curitiba, 2002.

ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da. Uma breve história da formação do(a) professor(a) de Geografia no Brasil . 2000. Disponível em: http://www.cibergeo.org/ agbnacional/terra_livre/Rocha.html. Acesso em: 05/05/06

SIMPEP. Bauru: UNESP, 2002

Page 112: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AGB – NACIONAL. Disponível em: http://www.agb.org.br/den.htm. Acesso em: 18/07/06

AGB-Nacional. Associação dos Geógrafos Brasileiros . Disponível em: http://www.cibergeo.org/agbnacional/terra_livre/Rocha.html. Acesso em: 28/05/2006

ANDRADE, Manuel Correia de. A Geografia como ciência. In: Geografia, ciência da sociedade – Uma introdução à análise do pensamento geográfico . São Paulo: Atlas, 1992. 143 p., p. 11-19.

BRASIL JUNIOR, Confederação Brasileira de Empresas Juniores. In: Empresa Júnior; Histórico do MEJ, Brasil Junior, distribuiç ão. Disponível em: http://comej.com.br/site/home/?lang=pt. Acesso em 06/03/2006.

BRASIL JÚNIOR. Confederação Brasileira de Empresas Juniores . Disponível em: www.uaua.ufba.br/brasiljr/vertical/riojr.php . Acesso em 07/06/06

CASSAROTI, A. L. A. Gestão Ambiental Como Prática de Responsabilidade Social . 2006. Relatório de Estágio Supervisionado. Curso de Graduação em Administração – Universidade Estadual de Londrina

Conferência Mundial de Empresas Juniores . Disponível em: http://www.comej.com.br/site/home/?lang=pt. Acesso em: 06/03/2006.

CORRÊA, Roberto Lobato. As correntes do pensamento geográfico. In: Região e organização espacial . São Paulo: Ática, 1991. 93 p., p. 7-21.

CREA-SC. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Santa Catarina. Disponível em: http://www.crea-sc.org.br. Acesso em: 15/05/2006

DE MARTONNE, Emmanuel. Noções gerais. In: Panorama da Geografia – Geografia Física. Lisboa: Edições Cosmos, 1953. vol. 1, 979 p., p. 1-22.

Empresa Júnior: Uma alternativa viável aos programas de estágio. Revista Meu próprio negócio , mensal, ano 3, n° 26. p.20 – 23, de 2005. Disponí vel em: http://www.fatema.br/EJunior/Cia/atualidades0.htm. Acesso em: 16/12/2005.

Page 113: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

FEJEPAR (Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo). In: Código de Ética , Capitulo I, Seção I, Art. 2º. Disponível em: http:// www.fejepar.org.br/arquivos_html/codigo.htm. Acesso em: 06/07/06

FEJEPAR (Federação das Empresas Juniores do Estado do Paraná). Guia de Apresentação

FEJEPAR (Federação das Empresas Juniores do Estado Paraná). In: Conheça a Fejepar, Objetivos . Disponível em: http://fejepar.org.br/arquivos_html/conheça.htm. Acesso em 10/03/2006.

KIT FEJEPAR (Federação das Empresas Juniores do Estado Paraná).

LEMOS, Thiago Alexandre Soares de. A Gênese da Geografia Moderna e suas Correntes Epistemológicas . 2003 Disponível em: http://www.faed.udesc.br/ petgeo/Contexto/Artigos/Artigo%20Thiago.htm. Acesso em: 06/07/06

LOPES, Mariana Carvalho. A contribuição da Empresa Júnior na profissional do acadêmico de graduação em Administração . 2004. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de graduação em Administração) – Universidade Estadual de Londrina.

LUZZARDI, Caroline Penna. O Auxílio e uma Incubadora Empresarial no Desenvolvimento de Capacidades e Competências das E mpresas Incubadas : O Estudo de Caso da Raiar. Dissertação (Mestrado em Administração e Negócios) Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.

MATOS, Franco de. A empresa Júnior: No Brasil e no mundo. São Paulo: Marin Claret, 1997.

MAZLUM, Soraia Cristina. Profissão: Geógrafo , 1993 Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de graduação em Geografia) – Universidade Estadual de Londrina.

MC2. Ambiente da Brasil Junior na WEB . Disponível em: www.mc2.com.br/ brasiljunior. Acesso em 15/04/2004.

MOVIMENTO NA EUROPA, O. Disponível em: http://www.jadenet.org Acesso em: 11/03/2006.

MOVIMENTO NA EUROPA, O. Disponível em: www.jadenet.org. Acesso em 04/06/06.

Page 114: A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA JÚNIOR NA FORMAÇÃO DO ... · Foi com eles que aprendi muitas coisas, coisas que levarei para o resto da minha vida. Para finalizar: “Eu poderia suportar,

NETO, Luiz Moretto [et. al.]. Empresa Junior . Espaço de aprendizagem. Florianópolis: [s.n.], 2004.

O Estado de São Paulo. In: Com Empresa Júnior, aluno vira empreendedor . Disponível em: http://www.fatema.br/EJunior/Cia/atualidades0.htm. Acesso em 16/12/2005.

OLIVEIRA, Antonio dos Santos; LARANJA, Ruth Elias de Paula. A Sistematização da Geografia : Uma Análise Crítica. Disponível em: www.igeo.uerj.br/VICBG-2004/Eixo3/E3_014Textoresumo.htm - 52k - Acesso em: 06/07/06

OLIVEIRA, Edson Marques. Empreendedorismo Social e Empresa Júnior no Brasil: O Emergir de Novas Estratégias para Formação Profissional. Franca-SP: Ribeirão Gráfica e Editora, 2003.

PEDROSO, Nelson Garcia (org). Geógrafos: Legislação, Formação e Mercado de Trabalho . São Paulo: AGB/CONFEA, 1996.

PERFIL DO GEÓGRAFO. Disponível em: http://www.ige.unicamp.br/site/htm/03. Acesso em: 16/12/2005.

REDE BRASIL JÚNIOR. Relatório final do Mapeamento das Empresas Juniores do Brasil . Curitiba, 2002.

ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da. Uma breve história da formação do (a) professor(a) de Geografia no Brasil. 2000. Disponível em: http://www.cibergeo.org/ agbnacional/terra_livre/Rocha.html. Acesso em: 05/05/06

SABINO, Jaime. O profissional em Geografia no Mercado de Trabalho . 1984. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de graduação em Geografia) – Universidade Estadual de Londrina.

SCHOLZE, Leila Maria. O perfil do profissional geógrafo na região da AMEP AR. 1995. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de graduação em Geografia) – Universidade Estadual de Londrina.

SOUZA, Gustavo C. Empresa Junior: Uma ferramenta facilitadora da processo de aprendizagem da aplicação imediata de conceitos e teorias à realidade empresarial no ensino de administração no Brasil. Revista ANGRAD , v.2, n.3, p.98-111, 2001.