a história de dona didi: um exemplo de convivência com o semiárido

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº 1317 Julho/2013 Urandi - BA Técnicas agroecológicas facilitam a vida das famílias na comunidade de Barreiro. A história de dona Didi: um exemplo de convivência com o Semiárido. Família de dona Didi mostra que é possível a convivência com o Semiárido. O Semiárido brasileiro reflete as riquezas e a cultura de um povo alegre e lutador que não perde a esperança de ter um lugar produtivo e digno de se viver. Daí a importância de entidades que executam os projetos da ASA na luta pelo acesso a terra, à água, tendo como base a agroecologia, a segurança alimentar e a educação contextualizada para a convivência com o Semiárido. A cisterna de produção do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) representa a valorização da identidade das famílias do campo, uma vez que possibilita não só o acesso às tecnologias, como a troca de saberes e experiências que são essenciais na busca de alternativas viáveis para a convivência com o Semiárido. Sob esse olhar, é que famílias como a de dona Luzia Dourado dos Santos, 51 anos, também conhecida como dona Didi e seu Alípio Ferreira dos Santos, 56 anos, juntamente com os quatro filhos que moram na comunidade de Barreiro, em Urandi-BA, dão exemplo de que é possível superar as dificuldades em produzir durante o período da estiagem com trabalho e força de vontade. “Depois que recebemos a cisternacalçadão nossa vida melhorou bastante, tornou-se mais fácil a produção de alimentos. Com os cursos de capacitação aprendemos a lidar com a terra, construir canteiros econômicos, produzir defensivos orgânicos com base em produtos existentes na nossa propriedade”, relata dona Didi cheia de orgulho do seu quintal produtivo. Mesmo antes das cisternas de produção, dona Didi e seu esposo já plantavam algumas hortaliças com a água de um poço localizado no interior de um rio existente na localidade. Havia muitas dificuldades em se cultivar a terra

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº 1317

Julho/2013

Urandi - BA

Técnicas agroecológicas facilitam a vida das famílias na comunidade de Barreiro.

A história de dona Didi: um exemplo de convivência com o Semiárido.

Família de dona Didi mostra que é possível a convivência com o Semiárido.

O Semiárido brasileiro reflete as riquezas

e a cultura de um povo alegre e lutador que

não perde a esperança de ter um lugar

produtivo e digno de se viver. Daí a importância

de entidades que executam os projetos da ASA

na luta pelo acesso a terra, à água, tendo como

base a agroecologia, a segurança alimentar e

a educação contextual izada para a

convivência com o Semiárido.

A cisterna de produção do Programa

Uma Terra e Duas Águas (P1+2) representa a

valorização da identidade das famílias do

campo, uma vez que possibilita não só o

acesso às tecnologias, como a troca de

saberes e experiências que são essenciais na

busca de alternativas viáveis para a

convivência com o Semiárido.

Sob esse olhar, é que famílias como a de

dona Luzia Dourado dos Santos, 51 anos,

também conhecida como dona Didi e seu

Alípio Ferreira dos Santos, 56 anos,

juntamente com os quatro filhos que moram na

comunidade de Barreiro, em Urandi-BA, dão

exemplo de que é possível superar as

dificuldades em produzir durante o período da

estiagem com trabalho e força de vontade.

“ D e p o i s q u e r e c e b e m o s a

cisternacalçadão nossa vida melhorou

bastante, tornou-se mais fácil a produção de

alimentos. Com os cursos de capacitação

aprendemos a lidar com a terra, construir

canteiros econômicos, produzir defensivos

orgânicos com base em produtos existentes na

nossa propriedade”, relata dona Didi cheia de

orgulho do seu quintal produtivo.

Mesmo antes das cisternas de produção,

dona Didi e seu esposo já plantavam algumas

hortaliças com a água de um poço localizado

no interior de um rio existente na localidade.

Havia muitas dificuldades em se cultivar a terra

Realização Patrocínio

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

devido à quantidade de água ser

i n s u f i c i e n t e p a r a s u p r i r a s

necessidades, mas a persistência da

agricultora em plantar falou mais alto.

Isso mostra a importância da família

valorizar e apropriar-se da sua cultura

enquanto trabalhador e trabalhadora

do campo.

“Com a conquista da cisterna-

calçadão no final de 2012 enxergamos

novas possibilidades para a produção

de hortaliças, frutas, legumes, plantas

medicinais sem o uso de agrotóxicos,

além de não precisar comprar as

verduras na feira. O que sobra da nossa horta nós vendemos para os vizinhos”, afirma seu Alípio.

Outro momento marcante é quando dona Didi relata que após ter recebido a cisterna passa

horas cuidando da horta com a ajuda do seu marido e também das filhas. A família aproveita a

variedade de alimentos para fazer saladas, bolos de cenoura, mandioca, entre outras delícias, e ainda

completa, “sem a ajuda da família não teria como cuidar da horta sozinha”. Fica claro nessa fala a

importância que dona Didi e seu Alípio atribuem à agricultura familiar.

Além disso, depois do P1+2, a comunidade de Barreiro começou a investir na ideia de ter um

banco de sementes, visto a necessidade de preservar as sementes crioulas para garantir a soberania

e a segurança alimentar, através do resgate de hábitos alimentares historicamente inseridos no

contexto local.

D e s s a f o r m a , a

experiência vivenciada pela

famí l ia de dona Did i

mostrou que é possível

conviver com o Semiárido

transformando sonhos em

realidade.

O exemplo de vida

destes agricultores/as da

comunidade de Barreiro

serve como incentivo para

as demais famílias que

buscam por melhorias na

qualidade de vida.