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A Guerra de Todos Contra Todos: a crise brasileira Eduardo Costa Pinto (IE/UFRJ- GAMA); José Paulo Guedes Pinto (UFABC-GAMA); Alexis Saludjian (IE/UFRJ-GAMA); Isabela Nogueira (IE/UFRJ-GAMA); Paulo Balanco (UFBA- GAMA); Carlos Schonerwald (UFRGS-GAMA); Grasiela Baruco (UFRRJ-GAMA) Seminário BRICS EHESS- México, Junho 2017

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Page 1: A Guerra de Todos Contra Todos: a crise brasileira · A Guerra de Todos Contra Todos: a crise brasileira Eduardo Costa Pinto (IE/UFRJ- GAMA); José Paulo Guedes Pinto (UFABC-GAMA);

A Guerra de Todos ContraTodos: a crise brasileira

Eduardo Costa Pinto (IE/UFRJ- GAMA); José Paulo GuedesPinto (UFABC-GAMA); Alexis Saludjian (IE/UFRJ-GAMA);Isabela Nogueira (IE/UFRJ-GAMA); Paulo Balanco (UFBA-GAMA); Carlos Schonerwald (UFRGS-GAMA); Grasiela Baruco(UFRRJ-GAMA)

Seminário BRICS EHESS- México, Junho 2017

Page 2: A Guerra de Todos Contra Todos: a crise brasileira · A Guerra de Todos Contra Todos: a crise brasileira Eduardo Costa Pinto (IE/UFRJ- GAMA); José Paulo Guedes Pinto (UFABC-GAMA);

http://www.ie.ufrj.br/index.php/gama/apresentacao

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Estrutura Parte I – Objetivo e elementos gerais Parte II – Crise de acumulação e Bloco no

Poder: aumento do confito entre capital etrabalho e problemas na realização

Parte III – Crise Política, Estado e Impeachment Parte IV – Lava Jato e a desestruturação da

relação entre o Bloco no Poder e o Estado:atores, weberianos messiânicos, interessesexternos e acumulação

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1. Objetivo e elementos gerais

O capitalismo brasileiro atravessa uma desuas maiores crises;

Uma crise que ocorre simultaneamente na:(i) acumulação; (ii) cena política; e (iii)relação entre o bloco no poder e o Estado.

A crise ganhou um caráter estrutural namedida em que os atuais instrumentoseconômicos e políticos disponíveis sãoinsufcientes para geri-la e debelá-la.

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1. Objetivo e elementos gerais

No contexto de crise, as forças sociais nãonecessariamente atuam de formaarticulada;

Muitas vezes essas forças movem-se porinteresses imediatos dispersos em virtudeda separação expressiva entre o “poder declasse” (bloco no poder) e o “poder deEstado”, conforme apontou Marx (2011) no18 Brumário.

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1. Objetivo e elementos gerais

Objetivo: analisar a atual crise do capitalismobrasileiro em suas três dimensões (acumulação,cena política e relação entre o Estado e bloco nopoder que são interdependentes).

Busca-se evidenciar como os problemas daacumulação e da cena política foram seavolumando e adquirindo um caráter de criseestrutural a partir dos efeitos da Operação LavaJato que deslocou o “centro de poder” do Estadobrasileiro para suas mãos.

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Variação anual do PIB e de seus componentes (%)

Fonte: IBGE

6,1 5,1

-0,1

7,5 4,0 1,9 3,0 0,5 -3,8 -3,6

12,012,3

-2,1

17,9

6,8

0,8

5,8

-4,2

-13,9

-10,2

-20,0

-15,0

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

PIB Formação Bruta de Capital Fixo

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Variação do PIB e de seus componentes (%)

Fonte: IBGE

6,1 5,1 -0,1 7,5 4,0 1,9 3,0 0,5

-3,8 -3,6

-6,0

-4,0

-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

PIB Consumo do Governo Consumo das Famílias

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2. Crise de acumulação e Bloco no Poder:aumento do confito entre capital e trabalho eproblemas na realização

O menor dinamismo entre 2011 e 2014 e a crisede 2015 podem ser explicados por dois fatores:Pelos efeitos da crise internacionalPor duas apostas ariscadas na gestão macroeconômica:

1) priorização do investimento privado em detrimentodo investimento da administração pública no 1º governoDilma;

2) o ajuste fscal em 2015

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Gráfico 1 - Variação real da FBCF e seus componentes(Variação média anual %)

Fonte: Fonte: Elaboração própria a partir de IBGE

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Rentabilidade sobre o patrimônio líquido/ROE(%) – 2007 a 2014; média anual

Fonte: Base de dados própria, a partir das informações da RevistaExame (Maiores e Melhores)

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Rendimento médio real efetivo, salário real médio(indústria/SP) e salário mínimo real – 2007 a 2015(2006=100).

Fonte: Ipeadata

104108

111 115119

124127

131126

102 102105 106 105 106

110107

104

106109

117

123 124

134137 138 138

90

95

100

105

110

115

120

125

130

135

140

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Rendimento médio real efetivo - pessoas ocupadas

Salário real - médio - indústria - SP

Salário mínimo real

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Lucro de empresas de capital aberto brasileiras2014 e 2015

Fonte: Economatica. Disponível em https://economatica.com/

Valor %25 Bancos 54,94 70,52 15,58 2814 Alimentos e bebidas 16,36 20,24 3,89 2410 Química 2,08 4,05 1,97 954 Seguradora 4,92 5,99 1,07 225 Software e dados 3,56 3,79 0,22 65 Máquinas Industriais 0,89 1,01 0,13 153 Agropecuária e Pesca -0,21 -0,16 0,05 -253 Minerais não metálicos 0,2 0,09 -0,11 -55

17 Têxtil 1,45 1,29 -0,17 -116 Educação 1,85 1,5 -0,35 -194 Eletroeletrônicos 1,01 0,32 -0,69 -695 Água, esgoto e outros sistemas 1,74 0,91 -0,83 -48

12 Veículos e peças 0,96 -0,31 -1,27 -1336 Telecomunicações 1,62 0,03 -1,59 -989 Locadora de imóveis 1,65 -0,35 -2 -1215 Papel e Celulose 0,71 -1,92 -2,63 -368

Continuação

Quantidade deempresas

SetorLucro Líquidos R$ bilhões

2014 2015Variação

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Lucro de empresas de capital aberto brasileiras2014 e 2015

Fonte: Economatica. Disponível em https://economatica.com/

Valor %17 Construção 0,9 -1,76 -2,66 -29517 Comércio 3,29 0,46 -2,83 -8654 Outros 3,74 0,78 -2,97 -7913 Transporte e serviços 1 -3,57 -4,57 -45618 Siderurgia e Metalurgia 0,99 -6,5 -7,49 -75634 Energia Elétrica 9,31 -2,58 -11,88 -1287 Petróleo e Gás -1,7 -34,64 -32,94 19354 Mineração -1,39 -45,19 -43,8 3151

297 Total Geral 109,88 14,01 -95,87 -8725 Bancos 54,94 70,52 15,58 28

272 Total geral sem bancos 54,94 -56,52 -111,45 -203Vale Mineração 0,95 -44,21 1,97 -4733

Petrobras Petróleo e Gás -21,59 -34,84 -32,94 1935Eletrobras Energia Elétrica -3,03 -14,44 0,22 376

3 Total Geral Vale, Petro e Eletrobras -23,66 -23,82 3,27 1

269Total Geral sem Vale, Petro,Eletrobras e bancos

78,6 -32,7 -114,72 -142

Continuação

Quantidade deempresas

SetorLucro Líquidos R$ bilhões

2014 2015Variação

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2. Crise de acumulação e Bloco no Poder:aumento do confito entre capital e trabalho eproblemas na realização

Fim da frente política desenvolvimentistainstável (jogo de ganha-ganha)

Manifestações de 2013Bloco no poder passa a defender a redução do

confito distributivo por meio da rdução docusto da forma de trabalho

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3. Crise Política, Estado e Impeachment

A condução da gestão política dapresidenta Dilma (weberianismo tacanho)

Desarticulação governamental na cenapolítica

A crise é do presidencialismo decoalização?

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4. Lava Jato e a desestruturação da relação entre oBloco no Poder e o Estado: atores, weberianosmessiânicos, interesses externos e acumulação

Forças sociais:Bloco no poder/setores dominantes Grande mídiaPolíticosClasse médiaLava Jato

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4. Lava Jato e a desestruturação da relação entre oBloco no Poder e o Estado: atores, weberianosmessiânicos, interesses externos e acumulação

Estratégia da Lava Jato: Vazamento/publicidade → instabilidade→ deslegitimação política → legitimidadeda operação junto à opinião pública e,sob pressão, às instâncias superiores dojudiciário, em especial o STF

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4. Lava Jato e a desestruturação da relação entre oBloco no Poder e o Estado: atores, weberianosmessiânicos, interesses externos e acumulação

Interesses do bloco do poder estãodesvinculados temporariamente docentro de poder do Estado brasileiroque hoje se encontra na Lava Jato querepresenta interesses da classe médiaalta brasileira, de disputas corporativosde órgãos específicos do estado e departicularismos

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4. Lava Jato e a desestruturação da relação entreo Bloco no Poder e o Estado: atores, weberianosmessiânicos, interesses externos e acumulação

-Lava Jato: MPF e a “República doParaná” (weberianismo messiânico eliberais difusos)

-O Papel da meios de comunicação(vazamentos e poder)

-Supremo e o seu coronel: Gilmar ointimidador

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4. Lava Jato e a desestruturação da relação entreo Bloco no Poder e o Estado: atores, weberianosmessiânicos, interesses externos e acumulação

Criminalização total da relação entre oprivado e o público) geradestruição/desestruturação:¨ Das instituições (legais, políticas, burocráticas,

morais, etc.);¨ Das empresas e de suas cadeias produtivas

(especialmente nos setores da construção civil edo petróleo e gás)

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4. Lava Jato e a desestruturação da relação entreo Bloco no Poder e o Estado: atores, weberianosmessiânicos, interesses externos e acumulação

Interesses externos:¨ Colaboração (formal e/ou informal) entre o

Departamento de Justiça dos Estados Unidos ea força tarefa da Lava Jato;

¨ Os órgãos de inteligência americanos, aopassarem as informações da Petrobrás,inocularam uma bactéria perigosa no organismoinstitucional brasileiro, mas que, provavelmente,poderia ter sido contida por anticorposinstitucionais básicos em sua fase inicial

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4. Lava Jato e a desestruturação da relação entreo Bloco no Poder e o Estado: atores, weberianosmessiânicos, interesses externos e acumulação

Lava Jato gerou uma expressiva insegurançajurídica/institucional ao criminalizar qualquertipo de relação entre o privado e o público.Quer gostemos ou não, o capitalismo travasem as relações/negociações regulares entreos empresários e o Estado

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4. Lava Jato e a desestruturação da relação entre oBloco no Poder e o Estado: atores, weberianosmessiânicos, interesses externos e acumulação

- Enquanto a lava jato estiver em operação asrelações entre o privado e o público não serãoestabelecidas

- A incerteza atual é muito mais jurídica e institucionaldo que econômica, apesar do “consenso dainsensatez” (reformas) adotado pelo bloco no poder,pelo atual governo e por boa parte do sistema político;

- Os empresários estão preocupados se determinadaforma de atuação (investimentos, relação com oEstado, etc.) pode gerar anos de cadeia.

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4. Lava Jato e a desestruturação da relação entre oBloco no Poder e o Estado: atores, weberianosmessiânicos, interesses externos e acumulação

- Ao expor a relação entre o público e oprivado a lava jato abriu a "caixa depandora”

- Vivemos uma período de completadescoordenação e de guerras fratricidas

-Uma guerra de todos contra todosesperando o nosso Bonaparte tupiniquim

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A Guerra de Todos ContraTodos: a crise brasileira

Eduardo Costa Pinto (IE/UFRJ- GAMA); José Paulo GuedesPinto (UFABC-GAMA); Alexis Saludjian (IE/UFRJ-GAMA);Isabela Nogueira (IE/UFRJ-GAMA); Paulo Balanco (UFBA-GAMA); Carlos Schonerwald (UFRGS-GAMA); Grasiela Baruco(UFRRJ-GAMA)

Seminário BRICS EHESS- México, Junho 2017