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470 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM LÍNGUA MATERNA: O CASO ARGENTINA Julia Moreira Uehara 1 Resumo: A presente pesquisa teve como finalidade investigar a estrutura dos cursos de formação em Letras na Argentina. A fundamentação teórica articulou estudos sobre a formação docente e o seu processo de precarização fruto da implantação das políticas neoliberais. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Assim, buscando traçar um panorama do cenário argentino e estudar o curso de Letras Vernáculas, que garante a formação de professores de língua materna naquele contexto, buscou-se analisar em específico três das melhores universidades daquele país, segundo a renomada revista americana U.S.News, são elas: Universidade de Buenos Aires (UBA), Universidade Nacional de La Plata (UNP) e Universidade Nacional de Córdoba (UNC). A pesquisa demonstrou grandes similaridades entre o contexto argentino e brasileiro, principalmente a nível histórico, porém ao estudar a formação dos graduados em Letras espanhol descreveu-se a complexidade e a dificuldade da graduação na Argentina, além de ter buscado analisar as propostas para a mesma educação. Palavras chaves: Formação docente; Profissional de Letras; Contexto educativo Argentino INTRODUÇÃO Esta pesquisa procurou investigar a estrutura dos cursos de formação em Letras na Argentina, o trabalho de educar se torna arte quando os educandos passam a interrogar suas próprias práticas, refletir sobre seus comportamentos e, a partir da contestação de conceitos prontos, formular novas teorias, contribuindo com as avanços intelectuais e sociais, propiciando a construção de novas pessoas que vão caracterizar com discernimento os saberes de uma sociedade mais justa e introspectiva. Dessa forma, a carreira docente é muito mais do que uma profissão: ela é profundamente caracterizada pela cultura de uma sociedade, sendo reflexo da política e da economia da mesma, além de ser responsável por transmitir os conhecimentos a uma próxima geração. Ser professor é contribuir com a formação de homens críticos sobre sua própria cultura. Ressalta-se que a colonização argentina, assim como as de outros países da América Latina, é muito similar com a história e o desenvolvimento da colonização brasileira, ou seja, a chegada dos europeus nas terras americanas levou à dizimação dos povos que já se encontravam aqui. Assim, ao se estudar o contexto argentino, em especial o educacional, uma das finalidades foi ressaltar a importância de olhar para os nossos países vizinhos e analisar 1 Estudante de graduação em Licenciatura Letras Vernáculas pela Univesidade Estadual de Londrina(UEL).Email:[email protected]

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470

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM LÍNGUA MATERNA: O CASO

ARGENTINA

Julia Moreira Uehara1

Resumo: A presente pesquisa teve como finalidade investigar a estrutura dos cursos de

formação em Letras na Argentina. A fundamentação teórica articulou estudos sobre a

formação docente e o seu processo de precarização fruto da implantação das políticas

neoliberais. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Assim, buscando traçar um panorama do

cenário argentino e estudar o curso de Letras Vernáculas, que garante a formação de

professores de língua materna naquele contexto, buscou-se analisar em específico três das

melhores universidades daquele país, segundo a renomada revista americana U.S.News, são

elas: Universidade de Buenos Aires (UBA), Universidade Nacional de La Plata (UNP) e

Universidade Nacional de Córdoba (UNC). A pesquisa demonstrou grandes similaridades

entre o contexto argentino e brasileiro, principalmente a nível histórico, porém ao estudar a

formação dos graduados em Letras espanhol descreveu-se a complexidade e a dificuldade da

graduação na Argentina, além de ter buscado analisar as propostas para a mesma educação.

Palavras chaves: Formação docente; Profissional de Letras; Contexto educativo Argentino

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa procurou investigar a estrutura dos cursos de formação em Letras na

Argentina, o trabalho de educar se torna arte quando os educandos passam a interrogar suas

próprias práticas, refletir sobre seus comportamentos e, a partir da contestação de conceitos

prontos, formular novas teorias, contribuindo com as avanços intelectuais e sociais,

propiciando a construção de novas pessoas que vão caracterizar com discernimento os saberes

de uma sociedade mais justa e introspectiva.

Dessa forma, a carreira docente é muito mais do que uma profissão: ela é

profundamente caracterizada pela cultura de uma sociedade, sendo reflexo da política e da

economia da mesma, além de ser responsável por transmitir os conhecimentos a uma próxima

geração. Ser professor é contribuir com a formação de homens críticos sobre sua própria

cultura.

Ressalta-se que a colonização argentina, assim como as de outros países da América

Latina, é muito similar com a história e o desenvolvimento da colonização brasileira, ou seja,

a chegada dos europeus nas terras americanas levou à dizimação dos povos que já se

encontravam aqui. Assim, ao se estudar o contexto argentino, em especial o educacional, uma

das finalidades foi ressaltar a importância de olhar para os nossos países vizinhos e analisar

1 Estudante de graduação em Licenciatura Letras Vernáculas pela Univesidade Estadual de

Londrina(UEL).Email:[email protected]

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suas políticas e o quanto elas se parecem com as nossas e como os organismos internacionais

influenciam as suas políticas educacionais.

A excelência das universidades argentinas motivou a presente pesquisa a investigar

como elas estão formando seus professores. Além disso, outro fator de interesse são as vastas

semelhanças históricas com o Brasil, em especial o aspecto colonial.

Vale destacar que o quadro Argentino educacional é muito valorizado por diversos

países devido às suas Universidades, e principalmente por muitas organizações responsáveis

por manter e intervir no modelo educativo mundial, como é o caso do Banco Mundial (BIRD)

e a Organização Das Nações Unidas (UNESCO).

Nessas circunstâncias, foram abordadas as características da educação superior na

Argentina, principalmente voltadas para o licenciado em Letras, tendo como cenário as

políticas intrínsecas da formação desse profissional.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram identificadas as disciplinas do curso de Letras nas três melhores universidades

argentinas de acordo com a revista americana U. S. NEWS, posteriormente descreveu-se as

características do curso no país, tal como a duração da graduação, a área em que o

profissional pode atuar, as disciplinas que o estudante irá cursar e o objetivo em formar este

profissional sob a perspectiva de cada universidade. Além disso, a pesquisa analisou alguns

problemas que a Argentina vêm passado devido seu sistema de ingresso irrestrito às

Universidades.

Assim como também investigou-se a ascensão do investimento na educação durante os

principais governos da argentina.

Na presente pesquisa se faz necessária a abordagem exploratória, a qual de acordo

com Gil este tipo de pesquisa têm como objetivo “O aprimoramento de idéias ou a

descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que

possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado”. (2002,p.41)

Ainda, a pesquisa abordou uma metodologia quanti-qualitativa, pautando-se em

descrever os dados referentes às características do ensino superior argentino.

E foi tido como referência uma pesquisa bibliográfica, a qual segundo o mesmo autor,

esta pesquisa é tida como base em um material já elaborado, constituído principalmente por

livros e artigos científicos, e possuindo como vantagem o acesso a um amplo sistema de

informações primárias, por exemplo, os dados obtidos do próprio site das universidades, os

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quais descreviam o curso naquela instituição e a forma de ingresso específico. Foi observada

também a existência de opiniões contrárias ao sistema público de ensino superior, por isso

fez-se necessário um aprofundamento sobre o ingresso nas universidades, obtidos também

através de notícias e reportagens argentinas.

Além disso, também observou-se o currículo de um profissional de licenciatura nas

Universidades Argentinas citadas, a fim de estudar como e onde esse profissional exerce sua

profissão, e se sua carreira apresenta (ou não) a valorização necessária naquele país. Portanto,

esses foram alguns pontos de partida para a pesquisa realizada.

Assim, ao adotar este tipo de pesquisa apresentaremos as conclusões da mesma com

um caráter educativo para a reflexão sobre a formação de professores na América Latina.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A formação de professores é um assunto polêmico, principalmente com as publicações

das pesquisas de D. Shon já na década de 60 sobre o saber profissional docente, propiciou o

desenvolvimento de muitas outras pesquisas que serviram de referência para políticas e

instituições educacionais defendo uma supervalorização do conhecimento prático sobre o

teórico na formação de professores.

Assim, o conhecimento que os professores vão apresentar sobre suas disciplinas aos

alunos, geram consequências imediatas aos mesmos, interferindo no rendimento desses.

Sendo, dessa forma, necessário a conciliação do conhecimento aprendido em prática nas salas

de aula com o ensino teórico que os professores receberam das universidades.

Já para Torres, ambos os saberes: as disciplinas (o que se ensina) e a pedagogia (como

se ensina) são necessários. E segundo ela “Não é possível continuar afirmando, em definitivo,

que se pode melhorar a qualidade da educação sem melhorar a qualidade dos docentes, o que

por sua vez leva a reconhecer o quanto é inseparável a qualidade profissional da qualidade de

vida” (TORRES, 1996).

Além disso, a educação hoje é caracterizada por uma perspectiva neoliberal,

adequando-a, dessa forma, aos fins lucrativos do mercado e a uma lógica de produtividade

econômica.

Desde da década de 80, os países da América Latina passaram por sucessivas reformas

que tinham como finalidade melhorar a economia e tirar os atrasos que esses países tinham

comparados a outros. Assim, posteriormente durante a década de 90, de acordo

com Rodríguez (2008): "a educação foi focada como mecanismo de promoção do

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desenvolvimento social e econômico", ou seja, a educação tinha como objetivo ascender

economicamente os países, valorizando-os no mercado financeiro e combatendo a pobreza

nacional.

Esse pensamento neoliberal ganhou muitos adeptos, como Carnoy (1992), que é um

grande defensor desse investimento e que inclusive apresentou seus estudos para a UNICEF.

Segundo ele: “a educação básica parece ser crucial para uma maior produtividade e

crescimento, seja pelos conhecimentos acadêmicos que transmite ou pelo desenvolvimento da

capacidade de concluir tarefas.”(apud Koritiake, p. 4).

Dessa forma, a educação básica tem uma supervalorização por esse autor, já que

atende à economia de mercado.

Ele também defende que a aprendizagem da leitura, matemática básica e escrita são

fatores cruciais para sobrevivência econômica e progresso dos países. Sua perspectiva de

educação se pauta em uma relação de custo e benefício.

Porém, segundo Haddad (1990): “O investimento em educação somente contribui para

reduzir a pobreza em um contexto de crescimento, no contexto de políticas e efeitos

redistributivos negativos, a educação não reduz a pobreza, nem mesmo nos países

industrializados (apud Coraggio, 1996, p.116).

Assim, uma política educativa só será eficiente se promover melhor uma

redistribuição de renda e de riqueza e promovendo, além disso, o desenvolvimento do

mercado de trabalho, a fim de gerar mais empregos.

Ainda analisando a educação sob uma perspectiva de rendimento econômico, essa

característica permitiu que houvesse algumas mudanças no currículo do professor, como o

surgimento de, segundo Rodríguez (2008):"cursos com assistência obrigatória e programas de

formação continuada a distância, que objetivam melhoria do ensino, porém com resultados

mecânicos", desvalorizando, dessa forma, o trabalho do docente, que cada vez menos é

entendido como uma profissão que depende tanto do domínio teórico das disciplinas e quanto

da prática profissional, ambos saberes que devem ser construídos em Universidades.

Então, nesse contexto neoliberal, nota-se uma supervalorização da educação primária,

a qual, com o ensino da leitura e da matemática básica, muitas vezes se torna o suficiente para

empregar um aluno ao mercado de trabalho, e desvaloriza-se, consequentemente, a educação

continuada como Universidades, alegando, sob a perspectiva do BIRD, que teria se

distanciado das necessidades reais da economia.

Então, ao valorizar o ensino primário, evidencia o desconhecimento com a inter-

relação e a sinergia entre os diferentes níveis do sistema educativo, não reconhecendo que, se

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valorizasse mais o ensino secundário ou a universidade, haveria uma melhor qualidade de

instrução e formação de professores, a qual muitos desses podem servir como professores de

educação básica um dia.

Como afirma Corrales (1999), estudioso sobre o assunto:

A reforma educativa aparece como um tema político prioritário para

atender problemas como formar a força de trabalho de alto nível, que

favoreça a competitividade economica internacional dos países,

constituindo-se uma alternativa de mudança; e favorecer o desenvolvimento

nacional auto-sustentável. Considera-se o melhoramento da qualidade da

educação, condição fundamental para elevar o nível de vida e promover o

desenvolvimento economico da população. (apud RODRÍGUEZ, 2008, p. 2)

Então, muito dessas políticas são organizadas pelo Ministério da Educação, feita por

grupos que não seguem a carreira docente e tem pouco contato com escolas e Universidades.

Além disso, as mesmas políticas trataram de propiciar a intervenção do Estado a fim de tornar

as medidas educativas mais democráticas, compensando a população de extrema pobreza.

Partindo para a realidade universitária argentina, o ingresso nas Universidades

daquele país continua sendo o objetivo da maioria dos jovens argentinos, mas para se

ingressar a essas Instituições é necessário ,como em muitos outros países do mundo, ter

completado os estudos intermediários, que no país são chamados de estudos secundários.

Segundo o site argentino: "No se que estudiar", a qual tem como finalidade instruir os

alunos a escolherem os cursos certos para eles, além de apresentar dados das universidades

mais renomadas do país, auxiliando assim, a escolha das instituições pelos mesmos. Existem

duas exceções a essa regra. O primeiro é apresentado nos casos de alunos que concluíram o

ensino médio, mas eles continuam devendo matéria a escola. Diante dessa situação, o aluno

pode, de fato, se inscrever na instituição do nível superior desejado, mas será matriculado

como aluno condicional, não como aluno regular. Dessa maneira, a inscrição como aluno

regular só será realizada quando o mesmo concluir o que deve na escola de seus estudos

secundários, caso esse não consiga até o prazo limite da universidade matriculada, o estudante

perderá sua vaga na instituição.

Outra das exceções existentes no sistema de ensino superior argentino é a

possibilidade de se matricular na universidade sem ter estudos secundários. Esta oportunidade

é oferecida a pessoas com mais de 25 anos que possam demonstrar, através de um teste de

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seletividade, que possuem conhecimentos suficientes para poderem seguir a carreira escolhida

de forma satisfatória. Nestes casos, a experiência de trabalho do candidato será fundamental.

Também vale ressaltar que ao ingressar, o aluno deve escolher entre o Professorado e

a Licenciatura. Ambos têm como objetivo formar profissionais para ensinar matérias

secundárias, como espanhol, física, química, música, matemática (entre outras), mas no

professorado, o profissional se volta para escolas e colégios, enquanto o curso da licenciatura

é voltado para o ensino em Universidades. Segundo Rodríguez (2003, p. 11), na Argentina, a

formação de professores é regulada pela Lei Federal de Educação número 26.206, que tinha

como principal objetivo preparar e capacitar os professores para um desempenho eficaz em

cada um dos níveis e modalidades do sistema educativo, além de aperfeiçoar os docentes de

forma permanente sob os pontos de vista científico, metodológico, artístico e cultural,

formando, dessa maneira, administradores e investigadores educativos. Portanto, fomenta-se o

sentido responsável da docência e respeito pela tarefa educadora.

Segundo Valente em seu artigo na revista científica Outras Palavras:

O Ministério da Educação calculou em 2013 que o número de argentinos que

chegaram à universidade aumentou em 28%, nos últimos dez anos; e o

índice dos que concluem seus cursos cresceu 68%. Os investimentos

públicos no ensino superior saltaram de 0,5% para 1,02% do PIB, no mesmo

período. Entre 2001 e 2010, a população cresceu 10%; mas o percentual dos

que têm ensino superior avançou 54%" (VALENTE, 2013)

Um dos participantes do Ministério se atenta sobre a política de expansão voltada para

bolsas de estudo, a qual o Estado aumentou de 2 mil para 47 mil, em dez anos, para população

carente. Embora as Universidades sejam públicas, a maioria dos alunos que as frequentam

moram em localidades próximas às mesmas instituições ou possuem boas condições

financeiras, dessa forma, o Estado propiciou bolsas para auxiliar financeiramente aqueles que

queriam ingressar, mas não tinha condições econômicas de estudar nas mesmas.

Assim, a educação argentina é considerada como uma das mais inclusivas da América

Latina, porém essa forma de política inclusiva também recebe muitas críticas, sendo a

principal delas a de que os estudantes ao saírem do Ensino Médio não necessitam se esforçar

intelectualmente ou financeiramente para ingressar em um boa Instituição pública. Dessa

forma, muitos estudantes não conseguem concluir a graduação nas Universidades devido a

sua má preparação para o ingresso da mesma, chega a 80% o total de abandono dos alunos em

alguns cursos de graduação.

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De acordo com a revista argentina Clarín, organizada por Dillon(2006):

O sistema universitário público argentino é talvez o mais inclusivo da

América Latina. Mas, de acordo com o último relatório do Centro de

Estudos da Educação na Argentina, é também um dos mais "ineficazes" .

Segundo dados oficiais analisados pelo CEA, no período de 2009-2013,

apenas um em cada quatro alunos que ingressaram no período de 2003 a

2007 se formou : a taxa de eficiência das universidades públicas é de apenas

25,5% . Nas escolas particulares, por outro lado, a taxa de graduação é quase

o dobro: 42,9% (DILLON, 2006).

Ainda, segundo o assistente da Faculdade de Administração Pública da Universidade

Torcuato Di Tella, Marcelo Rabossi:

Não surpreende que esta “universidade permissiva” faça com que a

Argentina tenha a maior proporção de matriculados no ensino terciário entre

os países da América Latina. Por outro lado, a Argentina conta com apenas

2,4 universitário formados a cada 1.000 habitantes, proporção muito abaixo

da observada em sistemas mais eficientes da região (RABOSSI, 2013).

Ele ainda alega que é uma característica desse modelo educacional, já que não existe

um vestibular, o processo de seleção ocorre dentro da própria Universidade.

Além disso, Rabossi atenta que nas Universidades particulares há um atendimento

mais personalizado e organizado, pois perder um aluno é de custo monetário, enquanto na

pública nota-se conflitos administrativos que podem provocar a saída desses também.

Como as Faculdades possuem disciplinas e uma carga horária mais extensa, os alunos

simplesmente não conseguem acompanhar a rotina, então, criou-se as chamadas Não

Universidades, que são pequenos cursos que as Instituições oferecem com menos estudantes

por sala, a fim de ajudar o aprendizado e para manter os alunos estudando.

Ainda, de acordo com Rabossi:

Esses institutos terciarios recebem 691.000 estudantes, ou 30% de todos os

matriculados no ensino pós-secundário, mas produzem um número de

formandos quase igual ao das universidades. Quando essas instituições são

incluídas no cálculo, a Argentina se mostra mais eficiente na produção de

capital humano. Os institutos terciários de fato fazem com que a proporção

de formados pelo sistema argentino do ensino superior seja equivalente à dos

países vizinhos. (RABOSSI, 2013)

Esses institutos foram bem recebidos pelos estudantes por possuírem um menor de

alunos por sala, ajudando a integrar uma relação de aluno-professor; por destinarem menos

tempo para os mesmos se formarem, um total de dois ou três anos e, principalmente, esse

exige uma menor preparação prévia para se ingressar, então durante o curso o aluno não sofre

muita pressão ou exigência, e é por causa disso que ela é muitas vezes entendida como uma

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extensão do ensino secundário. Além disso, esses mesmos institutos são responsáveis,

segundo Rabossi, por formar mais de cerca de 70% do nível primário e secundário dos

professores na Argentina.

Vale ressaltar ainda a diferença entre Universidade e Instituto Universitário, sendo a

primeira dividida em várias faculdades, ou seja, várias áreas de conhecimento, enquanto a

segunda é dividida em cursos que se voltam para uma mesma área de conhecimento. Ambos

oferecem graduação e pós graduação.

Outra diferença que é importante lembrar é a diferença entre Faculdade e Universidade

na Argentina, a primeira se equivaleria aos cursos que também se voltam para uma mesma

área, como os cursos de humanas, pertencente à Faculdade de Humanas, ou os cursos de

exatas, pertencentes à Faculdade de Exatas, enquanto a Universidade, seria o conjunto de

todos os cursos com áreas iguais e diferentes de conhecimento.

A expansão do setor privado acelerou-se em 1958, todavia, no rastro da expansão, foi

o segmento não-universitário (Não Universidades), instituições terciárias, que mais chamou

atenção dos alunos em comparação a escolher qual Universidade gostaria de cursar. As

mesmas, de acordo ainda com Rabossi, se mostraram mais eficientes do que as próprias

Universidades, já que os alunos conseguem permanecer e se formar nelas.

Embora o chamado terciário não-universitário tivesse surgido ainda nos anos 50, foi

entre o final dos anos 70 e início dos 80 e com o apoio do regime militar, que esse subsistema

assume uma dimensão importante tanto em termos de número de instituições como de

matrícula.

Ainda, segundo o mais recente Programa de Avaliação dos Estudantes Internacionais,

em 2009, a Argentina ocupava a 58.a posição entre os 65 países participantes, confirmando

que a lacuna de desempenho entre os melhores e os piores alunos é uma das mais largas entre

os países avaliados.

Sobre o sistema de ingresso nas Universidades argentinas existem duas opções, a

primeira consiste no livre acesso à Universidade, sem ser necessário passar por exame de

admissão. Essa modalidade é dada em muitas universidades do país, nas quais os alunos

recém chegados só terão que se registrar apresentando a documentação necessária. E o

segundo tipo de ingresso é através de provas seletivas, ou seja, as universidades só aceitam o

ingresso dos alunos através de um exame seletivo.

O que é muito comum que se aconteça também é haver uma prova seletiva, como

vestibular, para alguns cursos e para outros não, dentro de uma mesma Universidade, como é

o caso na Universidade de Mar del Plata, por exemplo, a entrada para a universidade é

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irrestrita, no entanto, alguns de seus cursos fazem um exame de admissão. Isto significa que

enquanto os estudantes que escolhem carreiras que são ensinadas nas faculdades de

Humanidades podem entrar sem restrições, os estudantes que optarem por carreiras que são

ditadas no curso de Economia terão de fazer o “vestibular”.

Ressaltando que pode se ingressar tanto na pública como na privada, a diferença é que

na primeira, é gratuito, e no segundo não.

Então, a pesquisa apresentará as Universidades analisadas na seguinte ordem:

Universidade de Buenos Aires, Universidade Nacional da Prata e, por fim, Universidade

Nacional de Córdoba.

UNIVERSIDADE DE BUENOS AIRES

As matérias do curso de Letras Clássicas na UBA é dividida no Ciclo de Graduação, o

qual o aluno deverá cursar três disciplinas básicas (Teoria e Análise Literária, Gramática e

Linguística), dois cursos de língua latina e / ou grega e quatro cursos de literatura (um da

Espanha, um da Argentina, um de América Latina e uma das Literaturas Estrangeiras), além

da apresentação necessária de dois seminários. O curso tem uma duração total de cinco anos.

Por fim, ao concluir a graduação, o aluno passará pelo Ciclo de Orientação, nele, o

estudante deve escolher uma área para aprofundar seus estudos que pode ser: Linguística,

Literatura Clássica ou algumas dessas especialidades de Literatura Moderna: Literatura

Espanhola, Literatura Latino Americana e Argentina, Literaturas Teoria estrangeira e

comparativa ou literária.

Depois que o aluno se graduar, segundo ainda com a UBA, o licenciado em Letras se

tornará apto para "compreender as políticas linguísticas que regem os meios de comunicação

em massa, além de projetar e desenvolver políticas educacionais, literárias e editoriais, pois

dominará os recursos necessários para comunicação, como a grafia e o estilo".Sobre as formas

de ingresso na UBA, o estudante deverá realizar e ser aprovado no Ciclo Básico Comum (

CBC).

Posteriormente, sobre o Ciclo Básico Comum (CBC), segundo a UBA ( 2011):

Com o objetivo de oferecer uma formação básica, integral,

interdisciplinar, dedesenvolver o pensamento crítico, consolidar

metodologias de aprendizagem e contribuir para uma formação ética, cívica

e democrática, o ciclo é obrigatorio para o ingresso em qualquer uma das

carreiras e cursos de grado desenvolvidos.

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O período do curso abrange o espaço de um ano, sendo que, necessariamente, o

ingressante deve cursar e ser aprovado em seis asignaturas (disciplinas) básicas. No período

letivo do CBC, o ano seria dividido em três quadrimestres, cuja divisão incluiria duas

disciplinas em cada um deles. No primeiro quadrimestre, as duas matérias cursadas seriam

introdutorias e comum a todos os cursos da UBA . A partir do quinto mes de CBC, as

disciplinas são orientadas para a área do conhecimento pretendida pelo ingressante (p. ex:

ciencias exatas, humanas, biologicas etc.). No ultimo quadrimestre, as duas disciplinas

focalizam temáticas específicas da carreira escolhida.

O CBC em Letras constitui-se nas seguintes matérias:

Economia; Filosofia; Introdução ao Conhecimento da Sociedade e do

Estado; Introdução ao Pensamento Científico; Semiologia e Sociologia;

Algumas das metas do CBC, (UBA, 2011):

O aluno deve consolidar seus conhecimentos e habilidades no uso de diferentes

idiomas e no tratamento de informações;

Ser orientado para uma escolha de carreira apropriada, do ponto de vista pessoal, e

para uma futura localização profissional relacionada com a comunidade;

Assumir a responsabilidade de aprender para começar na educação universitária

permanente;

Esteja ciente do trabalho em grupo e interdisciplinar;

Se inicie no conhecimento científico de várias disciplinas e na interpretação de seus

fundamentos filosóficos, epistemológicos e metodológicos;

Adquirir uma visão interdisciplinar sobre as diferentes áreas do conhecimento;

Abordar os problemas reais com uma abordagem sistemática e metodológica;

UNIVERSIDADE NACIONAL DA PRATA

Sendo as matérias do curso organizadas em: Área Introdutória de literatura e língua

grega e latina; Área de Literatura Hispânica; Área de Literatura Não-Hispânica; Área

Linguística; Teoria Literária e de crítica literária; Literatura espanhola; Filologia hispânico;

Literatura Latino Americana e Argentina; Área Teórico-Metodológica e Área de Assuntos

Eletivos) , que podem se dividir em trimestres ou anualmente. Além de três optativas, mais

quatro seminários e uma tese, ambos necessários para o título de Letras.

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O curso tem uma duração de quatro anos, caso o aluno tenha se dedicado intensamente

para a realização das matérias; e cinco anos para aqueles que concluíram normalmente as seis

disciplinas obrigatórias por ano.

Depois de graduado o profissional em Letras pode ser professor, realizar estudos sobre

a língua, teoria literárias, projetos educacionais e linguísticos, fazer parte de amplos

programas culturais e é capaz de redigir e avaliar textos com alto teor crítico.

A fim de se ingressar na mesma Universidade é necessário fazer exame para o

ingresso somente nas faculdades de Ciencias Agrárias, Arquitetura e Desenho, Engenharia,

Ciencias Exatas e Naturais, Ciencias Economicas, Sociais e Medicina.

UNIVERSIDADE NACIONAL DE CÓRDOBA

As disciplinas do curso de letras ainda na Universidade Nacional de Córdoba restringe

em: Língua e Cultura Latina e Grega; Linguística Clássica, Gramática Espanhola; Introdução

a Literatura; Filosofia Antiga; Mito e Religião na Grécia e Roma; História Antiga da Grécia e

Roma; História da Língua Espanhola; Estética Clássica e Medieval; Teoria e Metodologia

Literária; Filologia Grega e Latina; História da Literatura Latina e Grega. E ainda, o aluno

deverá realizar uma prova de proficiência em algum idioma, que deverá ser: alemão, francês,

português, inglês ou italiano. O curso tem uma duração de cinco anos.

E uma vez formados, o profissional de Letras pode dar aulas em colégios ou

universidades, coordenar trabalhos sobre correção gramatical, literário e tradução além de

investigações sobre o mesmo campo. Assim como escrever publicações de cunho crítico

literário.

Sobre as formas de ingresso ainda na mesma universidade é necessário que sejam

obtidos estudos secundários completos. Há cobrança de anualidade fixa entre US$ 100 a US$

120 a depender do curso escolhido. A Universidad Nacional de Cordoba (UNC) constitui a

unica exceção de universidade publica argentina que cobra anuidade (arancel).

CONCLUSÃO

O desenvolvimento do presente estudo permitiu uma análise sobre o curso responsável

por formar os futuros profissionais graduados em licenciatura da língua vernácula na

Argentina, especificamente no curso de Letras, a qual garante o domínio da língua materna e

suas literaturas naquele país. Além da análise mais abrangente para o contexto educativo

argentino, a partir de estudos selecionados na Universidade de Buenos Aires, Universidade

Nacional da Prata e Universidade Nacional de Córdoba.

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Assim, foi pesquisado como o sistema nacional de ingresso tão notabitamente

inclusivo pode provocar conseqûencias negativas para os estudantes e como esses optam por

outras instituições que também oferecem uma graduação e uma entrada mais rápida para o

mercado de trabalho.

Dessa forma, também foi comentado como se têm defendido em políticas uma

educação cada vez mais neoliberal, ou seja, uma educação a serviço do mercado, que atenda

aos quesitos de produtividade e lucrabilidade. Portanto, nota-se muitas vezes uma

desvalorização das Universidades, e uma supervalorização de cursos a distância ou cursos

técnicos, que de pouco tem de teoria e de muito a prática.

Ainda, a pesquisa também teve como parâmetro valorizar o papel do professor e da

Universidade como único formadores de profissionais capacitados para o mercado de

trabalho. Também foi destacado a atividade do professor para a sociedade, uma vez que esse

profissional é responsável por formar conhecimentos que caracterizam suas nações, mas que

muitas vezes há faltas de políticas que valorizam, protegem e estimulam o trabalho do

docente.

Além disso, também foi aprofundado um estudo sobre a história dos principais

governos argentinos e seus feitos perante uma perspectiva educacional, a qual sendo a

Argentina, um país vizinho ao Brasil, partilha de uma mesma cultura histórica desde os

tempos da colonização, conseguiu quase anular as taxas de analfabetismo e propiciar o

desenvolvimento de muitas escolas e universidades com excelentes qualidade e maioria

pública, e propiciando, ainda, bolsas com auxílio financeiro para estudantes com baixa renda.

Torna-se necessário, então, um olhar crítico para as políticas vizinhas, no caso as das

argentina, a fim de que possamos avaliar suas medidas econômicas e sociais que interferem

diretamente com o rendimento dos alunos, além de avaliar é preciso também que possamos

fazer estudos comparativos com o modelo educacional naquele país, desviando o olhar sobre

uma cultura americana tida como referência e passar a incentivar os brasileiros para uma

maior interação, estudos e políticas com os países latinos vizinhos, que já partilham de uma

história e cultura similar a da brasileira.

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