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A Fauna e a Flora do Rio Grande em Boas Mãos.

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Page 1: A Fauna e a Flora do Rio Grande em Boas Mãos. · O que é biodiversidade? Biodiversidade, ou diversidade biológica, compreende a variedade de vida no planeta, incluindo os genes,

A Fauna e a Flora do Rio Grande em Boas Mãos.

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O que é biodiversidade?Biodiversidade, ou diversidade biológica, compreende a variedade de vida no planeta, incluindo os genes, as espéciesde flora, fauna e microorganismos, os ecossistemas terrestres e aquáticos e os processos ecológicos associados.

Componentes do ProjetoGerenciamento da biodiversidade: produção de conhecimento e elaboração de instrumentos para apoio à gestão da biodiversidade,incluindo criação e definição de corredores ecológicos, elaboração de Zoneamento Ecológico-Econômico, Atlas da Biodiversidadee Sistema de Informações Geográficas.

Remoção de riscos: implementação de ações para proteção e conservação de áreas e espécies ameaçadas, reduzindo os riscos,e incluindo ações de divulgação e educação sobre a biodiversidade.

Integração setorial e uso sustentável: implantação de unidades demonstrativas e apoio à utilização de práticas compatíveis coma conservação da biodiversidade, como manejo de campos nativos, sistemas agroflorestais e agricultura sustentável.

Fortalecimento institucional: capacitação técnica e institucional dos órgãos envolvidos no Projeto, incluindo o gerenciamentoda execução.

O que é o Projeto?O projeto Conservação da Biodiversidade como Fator de Contribuição ao Desenvolvimento do RS insere-se nas políticas do Estadode proteção e conservação dos recursos naturais e busca promover a incorporação do tema nas instituições e comunidadesenvolvidas. A estratégia é identificar, registrar, planejar e monitorar a biodiversidade, incentivando práticas compatíveis com a suaconservação, promovendo o desenvolvimento do Rio Grande do Sul nas oito áreas priorizadas no Projeto.

Objetivo geralPromover a conservação e recuperação da biodiversidade mediante o gerenciamento integrado dos ecossistemas e a criação deoportunidades para o uso sustentável dos recursos naturais, com vistas ao desenvolvimento regional integrado.

Objetivos específicos- Promover o desenvolvimento de sistemas de gestão e práticas de produção que conservem a biodiversidade.- Promover ações de recuperação em áreas prioritárias definidas pela fragilidade, pelo grau de ameaça e pela riqueza da biodiversidade

existente.- Garantir função, dinâmica e evolução dos ecossistemas, particularmente das espécies endêmicas e ameaçadas de extinção.- Fomentar a conscientização sobre a biodiversidade, integrando o tema nas atividades produtivas, educando e capacitando.- Desenvolver instrumentos de gestão integrada para o manejo eficiente e sustentável dos recursos naturais.

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Áreas Prioritárias do Projeto RS Biodiversidade1 – Campos de Cima da Serra

2 – Turvo

3 – Quarta Colônia

4 – Campos da Campanha

5 – Escudo Sul-rio-grandense

6 – Nascentes do rio Forqueta

7 – Litoral Norte

8 – Litoral Médio

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Área 1 – Campos de Cima da SerraMunicípios: Cambará do Sul, São Francisco de Paula,Jaquirana, São José dos Ausentes e Bom Jesus

Área total: 9.196km2

Corresponde, em grande parte, ao Planalto das Araucárias,onde estão localizadas as principais nascentes dos formadoresdo Lago Guaíba e do Rio Uruguai. Predominam os campos,ocorrendo também as matas com araucária e as turfeiras. Entreos atrativos naturais, destacam-se cânions, cascatas e paredõesrochosos. As condições ambientais da região mais fria e úmidado Estado selecionaram uma flora e fauna típicas e paisagensnaturais. No campo, há cerca de mil espécies vegetais,destacando-se petúnias, lírios e cactos. Na mata, entre centenasde espécies de plantas típicas, podem ser citados a araucáriae o brinco-de-princesa, flor-símbolo do Estado. A fauna decampo também é muito rica, destacando-se o graxaim-do-campo, o veado-do-campo e a seriema. Na mata, encontram-se o puma, o coati e o papagaio-charão, entre outros. A Área1 sofre riscos pela transformação dos campos nativos, usadospara a pecuária, áreas agrícolas e extensos plantios de pinus.O turismo rural e o ecológico, com o fomento da atividadepecuária bem manejada, podem ser destacados como aspectosimportantes no sentido de conciliar economia local com aconservação da paisagem e da biodiversidade.

Área 2 – TurvoMunicípios: Derrubadas, Barra do Guarita, Esperançado Sul, Pinheirinho do Vale, Tenente Portela e VistaGaúcha

Área total: 1.106km2

Localizada no Alto Uruguai, foi delimitada com foco principalno entorno do Parque Estadual do Turvo – importante Unidadede Conservação do sistema estadual. Ali ocorrem espéciesúnicas no Estado, como a suçuarana (leão-baio), a anta, apaca e extenso número de aves. A exuberante floresta,representante da Floresta Estacional Decídua do Alto Uruguai,que cobria praticamente toda a região, está hoje limitada aosdomínios do Parque, possuindo árvores que ultrapassam 30metros de altura, como a grápia, a canafístula e o guatambu.Fora do Parque, cerca de 90% da Área 2 é ocupada porlavouras de soja, milho e trigo, em extensas monoculturascom uso significativo de agroquímicos, e criação de suínos.Além da perda da biodiversidade original existente duranteo processo de ocupação do solo, um dos principais desafiosé a diminuição dos impactos das atividades agrícolas noentorno do Parque. A recuperação das matas ciliares já vemsendo incentivada e será incrementada pelo RS Biodiversidade,além do fomento a práticas agrícolas de menor impacto aoredor do Parque.

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Área 3 – Quarta ColôniaMunicípios: Faxinal do Soturno, Agudo, Dona Francisca, Ivorá, Nova Palma, PinhalGrande, Restinga Seca, São João do Polêsine, Silveira Martins, Santa Maria e Itaara

Área total: 4.850km2

Localizada entre a Encosta da Serra Geral e a Depressão Central, contém partes da área-núcleoda Mata Atlântica no Rio Grande do Sul. Os ecossistemas predominantes são a Floresta EstacionalDecídua da borda sul do Planalto Meridional Brasileiro, os banhados, várzeas e matas de galeriada Depressão Central. As árvores de maior porte são a grápia, o angico, o cedro e o louro-pardo.Entre as espécies da fauna, destacam-se o tucano-de-bico-verde, o araçari e o gato-do-mato.A paisagem é rica principalmente na serra, onde o relevo das encostas proporciona também apresença de grutas, cascatas e paredões, revestidos por plantas da região, com grande potencialpara o turismo ecológico, o que valorizaria a biodiversidade dentro de padrões sustentáveis. Nascotas mais baixas da Área 3, são desenvolvidas plantações de arroz e fumo, principalmente.

Área 4 – Campos da CampanhaMunicípios: Alegrete, Barra do Quaraí, Itaqui, Maçambará, Quaraí, Rosário do Sul, Santanado Livramento, São Borja e Uruguaiana

Área total: 37.746km2

A vegetação é característica da região do Pampa, dominada pelos campos – tecnicamente definidos comoestepes e savanas – entrecortados por matas de galeria e banhados. A Área de Proteção Ambiental – APAdo Ibirapuitã, com 318 mil hectares, é a maior Unidade de Conservação de uso sustentável do Rio Grandedo Sul. Dentre as espécies vegetais importantes, estão o butiá-yataí, o espinilho, o inhanduvai e o capimsanta-fé. Ocorrem muitas espécies de gramíneas e leguminosas de grande importância e potencialforrageiro. Na fauna, destacam-se a ema, o veado campeiro, a coruja-do-campo, o furão, além de outrostradicionais, como a perdiz e o perdigão, para os quais a caça controlada é eventualmente permitida. OCerro do Jarau, a Serra do Caverá, a Restinga do Ibirapuitã e o Butiazal do Coatepe estão entre asprincipais áreas naturais de grande valor paisagístico e ecológico na área. Entre as potencialidades, pode-se ressaltar o incremento de pastagens naturais e o turismo rural, associando aspectos naturais aoshistórico-culturais, muito ricos na região da Campanha. A expansão desordenada da fronteira agrícola,tanto nos campos como nas várzeas e banhados, e, recentemente, grandes projetos de florestamentoconstituem as maiores ameaças à conservação da biodiversidade.

Área 5 – Escudo Sul-rio-grandenseMunicípios: Caçapava do Sul, Encruzilhada do Sul, Lavras do Sul, Pinheiro Machadoe Santana da Boa Vista

Área total: 12.734km2

Faz parte da chamada Serra do Sudeste e é muito rica em formações vegetais,ocorrendo pelo menos 11 tipos, devido à variação geológica. Chama a atenção apresença das formações rochosas denominadas Guaritas e Pedra do Segredo, entreoutras. Predomina a formação de savana gramíneo-lenhosa, formada por camposfinos e campos mistos. Os morros são cobertos de plantas características, endêmicase ameaçadas pelo extrativismo, como cactáceas e petúnias. Quanto à fauna ameaçada,destaca-se a presença do papagaio-charão, gato-mourisco, bugio e tamanduá-mirim.Predominam pequenas e médias propriedades, onde se desenvolvem as pecuáriasbovina, caprina e ovina. O turismo rural-ecológico, associado à manutenção depastagens naturais e à apicultura, apresenta potencialidades de incremento.

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Área 6 – Nascentes do rio ForquetaMunicípios: Arvorezinha, Fontoura Xavier, Ilópolis, Itapuca, Putinga, São José do Hervale Soledade

Área total: 2.692km2

A vegetação original desta região entre a serra e o planalto é uma combinação de floresta comaraucária e floresta estacional decidual, bastante preservada nas encostas extremamentedeclivosas que ocorrem na metade superior do curso do rio Forqueta. Também ocorrem campos,capões e banhados nas áreas mais planas. As espécies características são a araucária, a erva-mate, a pitangueira, a sapopema e a goiabeira-serrana. A fauna é rica em espécies importantes,como o gavião-tesoura, o tamanduá-mirim e o papagaio-charão. A atividade ervateira tem grandeimportância na área e, se conduzida na forma de sistemas agroflorestais, pode contribuir paraa conservação e restauração da biodiversidade, permitindo o incremento de atividades comoo extrativismo do pinhão, a apicultura, o cultivo de ervas medicinais e de fruticultura nativa, comoo araçá, a pitangueira, a goiabeira-serrana, a jabuticabeira e a uvaia, entre outras.

Área 8 – Litoral MédioMunicípios: Barra do Ribeiro, Capivari do Sul, Mostardas, Palmares do Sul, São Josédo Norte, Tapes, Tavares e Viamão

Área total: 8.098km2

Grande parte da área é essencialmente uma restinga separando a Lagoa dos Patosdo Oceano Atlântico. Os ventos constantes imprimem feições marcantes na paisagem,particularmente a mobilidade das dunas e as copas assimétricas da vegetação arbórea.São bastante comuns os banhados, os maricazais, os sarandizais e os campos devárzea. As capororocas e os cactos estão entre as principais espécies da flora.Exemplares importantes da fauna, como o gato-mourisco, o sapo-de-barriga-vermelha,o veado-galheiro e o tamanduá-mirim, ainda podem ser encontrados. Os principaisriscos à biodiversidade são a expansão do plantio de pinus e das plantações de arroz,que terão estímulo pela conclusão de obras de estradas junto à restinga e paralelasao mar. A urbanização acelerada e os problemas derivados desta também apresentam-se como riscos à biodiversidade e à conservação dos recursos naturais.

Área 7 – Litoral NorteMunicípios: Arroio do Sal, Balneário Pinhal, Capão da Canoa, Caraá, Cidreira, Dom Pedrode Alcântara, Imbé, Itati, Mampituba, Maquiné, Morrinhos do Sul, Osório, Riozinho, Rolante,Santo Antônio da Patrulha, Terra de Areia, Torres, Tramandaí, Três Cachoeiras, Três Forquilhase Xangrilá

Área total: 5.358km2

Apresenta grande riqueza em biodiversidade associada aos variados ambientes existentes– desde o mar, com seus marismas e dunas, às lagoas e banhados litorâneos, até a encostada serra, onde ocorre a floresta atlântica. É a área que abriga a maior quantidade de Unidadesde Conservação. A flora apresenta espécies como a figueira-do-mato, o palmiteiro, abananeira-do-mato, as bromélias e as orquídeas, estas com mais de 200 espécies. As dunas,as matas de restinga e os butiazais estão entre os ecossistemas mais ameaçados do Estadopela expansão urbana e agricultura. Como exemplo de fauna ameaçada, estão o tuco-tuco-branco, a lagartixa-das-dunas, o gato-palheiro, entre outros. Além disso, são encontradaspelo menos 300 espécies de aves e, nos rios, diversas espécies de peixes endêmicos.

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Órgãos envolvidos no ProjetoFase de Preparação - Coordenação SCPCoordenação de componentes: FZB, FEPAM e EMATER.Demais participantes do Comitê de Acompanhamento: DEFAP/SEMA, RS Rural/SAA eFEPAGRO.

RecursosPreparação: US$ 349.488,00 GEF (Global Environment Facility) por meio do Banco MundialExecução: US$ 7,5 milhões do GEF com uma contrapartida de US$ 9,5 milhões

Resultados esperados• Produção e difusão de conhecimentos que contribuam para a gestão, o manejo

e a adoção de práticas adequadas à conservação da biodiversidade.

• Avaliação do problema da invasão biológica de espécies exóticas no Rio Grandedo Sul e definição de estratégias para o aprimoramento das políticas sobre otema.

• Definição de um sistema de indicadores socioeconômicos e biológicos para osecossistemas de maior importância para a biodiversidade, testado em área-piloto.

• Desenvolvimento e implantação de instrumentos que permitam conhecer, monitorar, avaliar e gerenciar a conservação da biodiversidade.

• Estudo e difusão dos conceitos de valoração econômica da biodiversidade e deserviços ambientais.

• Desenvolvimento de instrumentos de incentivo para práticas de conservação euso racional da biodiversidade.

• Estruturação e implantação do SIGBio – Sistema de Informações Geográficas,compartilhado com as instituições geradoras e usuárias de informações sobrea biodiversidade.

• Elaboração e publicação do Atlas da Biodiversidade do RS.

• Aperfeiçoamento do licenciamento ambiental por meio da agilização dos fluxosprocessuais, qualificação técnica e integração institucional dos órgãos da SEMA,tendo como estudo de caso a atividade de irrigação.

• Desenvolvimento de alternativas na forma de planos de ação e sua aplicaçãopara redução dos impactos sobre a biodiversidade em áreas importantes parasua conservação.

• Disseminação de conhecimentos relacionados com a biodiversidade, por meiode processos pedagógicos e de divulgação.

• Implantação de unidades demonstrativas de uso e conservação da biodiversidade,abrangendo os temas criação de animais silvestres, manejo de campos nativos,sistemas agroflorestais e agricultura sustentável.

• Fortalecimento e capacitação de instituições públicas envolvidas com abiodiversidade, integrando-as com as comunidades.

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