a experiência de integração dos imigrantes

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Nacionalidade Residência Reagrupamento Familiar Emprego Línguas A experiência de integração dos imigrantes Immigrant citizens survey em 15 cidades Europeias Participação Cívica e Política Inquérito a Cidadãos Imigrantes

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Page 1: A experiência de integração dos imigrantes

NacionalidadeResidência

Reagrupamento Familiar

Emprego

Línguas

A experiência de integração dos imigrantes

Immigrant citizens survey

em 15 cidades Europeias

Participação Cívica e Política

Inquérito a Cidadãos Imigrantes

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Inquérito a Cidadãos Imigrantes A experiência de integração dos imigrantes em 15 cidades

Uma publicação conjunta da Fundação King Baudouin - Bruxelas e do Migration Policy Group - Bruxelas

AUTORESThomas Huddleston e Jasper Dag Tjaden, com o apoio de Louise Callier

TRADUÇÃO Vera Eloi da Fonseca

COORDENAÇÃO FUNDAÇÃO KING BAUDOUIN

Francoise Pissart, DiretorStefan Schäfers, Consultor de Programas EuropeusAnneke Denecker, Assistente

CONCEÇÃO GRÁFICA Tilt Factory

LAYOUT Stefaan Algoet

O download desta publicação pode ser feito gratuitamente em www.kbs-frb.be e www.immigrantsurvey.orgEsta publicação é de disseminação gratuita : o pedido pode ser efetuado através do sítio www.kbs-frb.be, via e-mail para [email protected] ou através do telefone ou do fax do Centro de Contacto da Fundação King Baudouin Foundation

T +32 70 233 728, F +32 70 233 727

Pode fazer cópias, downloads ou impressões dos conteúdos do Inquérito a Cidadãos Imigrantes para o seu próprio uso. Pode ainda extrair excertos da publicação e do website do Inquérito a Cidadãos Imigrantes nos seus documentos, apresentações, blogs, websites e materiais didáticos, desde que seja sempre identificada a fonte do Inquérito a Cidadãos Imigrantes e que seja incluída a referência dos direitos pertencerem à Fundação King Baudouin e ao Migration Policy Group. Esta publicação é da inteira responsabilidade dos seus autores. A Comissão Europeia, como entidade cofinanciadora, não se responsabiliza por qualquer uso que possa vir a ser dado à informação que consta desta publicação.

DEPÓSITO LEGAL : D/2848/2012/15

ISBN-13 : 978-2-87212-680-4

EAN : 9782872126804

NÚMERO DE ENCOMENDA : 3087

Maio de 2012

Com o apoio da Lotaria Nacional Belga, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Oak Foundation e da União Europeia

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A Fundação King Baudouin, o Migration Policy Group e os seus parceiros procuraram testar neste projeto se as políticas de integração vão de encontro às expetativas e necessidades dos imigrantes na Europa. Estas entidades também procuraram demonstrar se um instrumento pouco utilizado – um inquérito destinado a um público específico – poderia captar as experiências pessoais de uma população tão diversa e difícil de alcançar como a dos imigrantes naturais de países terceiros. O Inquérito a Cidadãos Imigrantes foi realizado em 15 cidades de 7 países europeus.

A Fundação King Baudouin pretendeu com o Inquérito a Cidadãos Imigrantes trazer as vozes dos imigrantes para o debate público sobre migração e integração. Os imigrantes estão no centro destes debates em muitos dos estados membros da UE mas pouco visíveis neles. Enquanto as sondagens de opinião do público em geral são frequentemente utilizadas nestes debates, as sondagens de opinião dos imigrantes estão raramente disponíveis. A Fundação King Baudouin, junto com a Fundação Oak e a Fundação Calouste Gulbenkian, como entidades cofinanciadoras, ficaram portanto por isso muito satisfeitas em receber o apoio financeiro adicional necessário da Comissão Europeia para realizar, pela primeira vez, este inquérito.

Os resultados deste esforço de um ano são notáveis. Enquanto o debate público está maioritariamente centrado nos problemas de integração e só minimamente nos sucessos, este inquérito apresenta uma outra imagem. Os imigrantes têm uma perspetiva mais positiva sobre a sua situação e experiências com as políticas de integração do que imaginamos : eles valorizam algumas das ofertas de integração existentes (como a oferta de cursos de língua e integração no país de acolhimento), querem fazer parte da sociedade que integram (interesse em aprender a língua, votar, residência de longa duração e nacionalidade) e estão geralmente tão satisfeitos com a sua vida como a maioria das pessoas no país.

Não obstante estes sucessos, o inquérito também capta muitos dos problemas com que os imigrantes se deparam. Não devemos esquecer que este inquérito centrou-se na situação geral de imigrantes naturais de países terceiros a residir em situação legal. Até certo ponto, outros estudos que se centraram em comunidades imigrantes

especificas mostram tendências distintas. Contudo, este inquérito realça que os problemas identificados para algumas comunidades migrantes não devem ser generalizados para todos os imigrantes de primeira geração.Esta publicação representa o primeiro passo na análise dos resultados do inquérito. Nos próximos meses, mais trabalho de análise de resultados será feito, detalhando grupos específicos de imigrantes, cidades e países e comparando com outros estudos, como o Index de Políticas de Integração de Migrantes. Finalmente, uma avaliação da metodologia adotada neste inquérito irá ajudar a melhorar e incentivar a realização de outros inquéritos.

Esta publicação representa o primeiro passo na análise dos resultados do inquérito. Nos próximos meses, mais trabalho de análise de resultados será feito, detalhando grupos específicos de imigrantes, cidades e países e comparando com outros estudos, como o index de Políticas de Integração de Migrantes. Finalmente, uma avaliação da metodologia adotada neste inquérito irá ajudar a melhorar e incentivar a realização de outros inquéritos.

Esperamos que agentes governamentais e não-governamentais usem o Inquérito a Cidadãos Imigrantes como uma base de dados e como um exemplo. Estes agentes podem discutir os resultados com os migrantes e as suas associações e fazer recomendações para políticas mais informadas e eficazes. Os decisores políticos podem também melhor informar o público sobre a integração. Os resultados são uma oportunidade de falar mais sobre os imigrantes como pessoas que enfrentam realidades e escolhas que não são assim tão diferentes da maioria das pessoas. Aproveitamos esta oportunidade para agradecer às 19 organizações parceiras do Inquérito a Cidadãos Imigrantes pela sua magnífica colaboração. Este inquérito pioneiro não teria sido possível sem o trabalho árduo de todos os parceiros científicos, de sondagens e de serviços públicos.

Fundação King Baudouin e o Migration Policy Group

Maio de 2012

Prefácio

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Page 5: A experiência de integração dos imigrantes

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Resultados Finais 6

Introdução 9

Metodologia 12

Descrição da Amostra 14

Emprego 19

Línguas 31

Participação Cívica e Política 41

Reagrupamento Familiar 51

Residência de longa duração 61

Nacionalidade 71

Conclusão 83

Índice

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Resultados FinaisOs problemas no mercado de trabalho têm frequentemente um carater local, oscilando entre poucos contratos legais no Sul da Europa e a discriminação e a falta de confiança nas qualificações estrangeiras no Norte da Europa.

Para os imigrantes, o principal problema é a segurança no emprego.

Entre 25 e 33 % dos imigrantes que estão empregados sentem que estão sobrequalificados para o seu trabalho.

Os imigrantes com educação superior frequentemente conseguem o reconhecimento de qualificações se efetuarem o pedido, mas poucos o fazem.

A maioria dos imigrantes em idade de trabalhar quer mais formação.

Os imigrantes têm mais dificuldades em conciliar a formação, o trabalho e a vida familiar do que a maioria das pessoas no país de acolhimento.

Os imigrantes geralmente falam mais línguas do que a média das pessoas no seu país de residência.

Para os imigrantes – como para a maioria das pessoas – a falta de disponibilidade é o maior problema para aprender uma nova língua.

Receber informação sobre oportunidades de aprendizagem pode ser mais difícil para os imigrantes do que para o público em geral.

Vários tipos de imigrantes participaram em cursos de língua ou de integração.

Os participantes valorizaram muito os cursos de aprendizagem de línguas e frequentemente os de integração socioeconómica.

A maioria dos imigrantes está interessada em votar (muitas vezes tão interessados quanto os nacionais).

A maioria dos imigrantes quer mais diversidade na política – e muitos estão dispostos a votarem para a apoiar.

A participação mais alargada dos imigrantes na vida cívica é diferente de cidade para cidade e de organização para organização.

O conhecimento ou participação dos imigrantes em associações de imigrantes depende em grande parte do seu contexto local e nacional.

Emprego

Línguas

Participação Cívica e Política

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Somente um número limitado de imigrantes de primeira geração teve a experiência de estarem separados do companheiro ou das suas crianças.

A maioria das famílias separadas já beneficiou do reagrupamento em grande parte dos países inquiridos.

A maioria dos imigrantes separados hoje em dia não está interessada em fazer o pedido de reagrupamento para as suas famílias, alguns por escolha das famílias, e outros pelos obstáculos inerentes às políticas de reagrupamento.

O reagrupamento familiar ajuda os imigrantes a melhorar a vida familiar, o sentimento de pertença e por vezes os resultados da integração.

Entre 80 e 95 % dos imigrantes são ou querem vir a ser residentes de longa duração.

A maioria dos imigrantes temporários dos novos países de imigração também quer vir a ser residente de longa duração.

Em média as pessoas fazem o pedido pouco depois do período mínimo de residência.

A documentação e o poder das autoridades foram citados como os principais problemas para os requerentes em certos países.

A residência de longa duração ajuda a maioria dos imigrantes a conseguirem melhores trabalhos e a sentirem-se mais enraizados nas sociedades de acolhimento.

Cerca de 3 em cada 4 imigrantes adquiriram ou querem vir a adquirir a nacionalidade.

Os poucos que não têm interesse em adquirir a nacionalidade justificaram não reconhecerem a diferença com o seu estatuto atual, ou por se depararem com obstáculos nas políticas.

As principais razões para não se naturalizarem são os procedimentos difíceis na França e as restrições à dupla nacionalidade na Alemanha.

A naturalização é mais comum entre os países de imigração estabilizados e entre grupos privilegiados na Hungria e Espanha.

Os imigrantes elegíveis para a naturalização normalmente demoram anos para fazer o pedido.

A nacionalidade ajuda os imigrantes a sentirem-se mais enraizados, a conseguirem melhores empregos e até a receberem mais educação e envolverem-se mais na sociedade.

Reagrupamento Familiar

Residência de longa duração

Nacionalidade

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Dados de caraterização

Razões contra a participação

Problemas com a participação

Efeitos percecionados

na vida das pessoas

Aspirações futuras

Conhecimento

Tempo de espera

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Resultados Finais

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Introdução

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A Fundação King Baudouin e o Migration Policy Group pilotaram um novo tipo de inquérito europeu que visa captar a voz dos imigrantes para o desenvolvimento das políticas de integração.

Os agentes de integração têm ao seu dispor várias ferramentas para conhecerem as políticas de integração nacionais e as situações de integração na Europa. O Índex de Políticas de Integração de Migrantes (MIPEX) utiliza 148 indicadores de políticas para medir até que ponto é que as políticas nacionais garantem a igualdade de direitos, responsabilidades e oportunidades a imigrantes em situação legal. Contudo, os agentes não sabem se estas políticas estão a ter o efeito desejado nas pessoas, e acima de tudo, o porquê desses impactos. Os Indicadores Europeus de Integração de Migrantes (também conhecidos como os Indicadores de Zaragoza) utilizam 14 indicadores de resultado fundamentais para monitorizar se os estrangeiros ou pessoas nascidas no estrangeiro têm uma posição de igualdade na sociedade em termos de emprego, inclusão social, educação e cidadania ativa. Contudo, esses indicadores pouco ajudam os agentes de integração a perceber se as políticas estão a ter os devidos (ou indevidos) efeitos e, mais uma vez, porque é que estão ou porque não estão a ter esses efeitos. As várias razões e relações que conduzem o processo de integração não podem ser percecionadas apenas através de indicadores. Outros tipos de dados e análises são necessários para avaliar como as políticas de integração interagem com muitos outros fatores políticos, sociais e individuais que afetam o processo de integração.

Um inquérito é uma ferramenta útil para avaliar os efeitos das políticas e monitorizar a integração como um processo de dois caminhos. Contudo, há a tendência de ouvir somente um lado desse processo : o da população em geral. Grande parte dos inquéritos nacionais e da UE reafirmam as perspetivas da população em geral sobre o que os imigrantes devem ou não fazer e o que o governo faz ou deveria de fazer com os imigrantes. Estes dados de opinião têm pouca utilidade para a avaliação dos impactos das políticas de integração e para a melhoria dos resultados de integração.Os imigrantes são, pois, o recurso inexplorado para informar e melhorar as políticas de integração.� São demasiado poucos os imigrantes que são incluídos na maioria das amostras de inquéritos de opinião, o que

poderá excluir cidadãos naturais de países terceiros, uma vez que inquéritos nacionais e europeus raramente identificam destinatários específicos e/ou têm o orçamento necessário para uma amostra representativa dos imigrantes.

Inquéritos específicos a imigrantes – uma possível solução – são raros, gerais e não-comparáveis para vários países. Durante este projeto, foram analisados 42 inquéritos nacionais e internacionais a imigrantes da Europa, Austrália, Canada, Nova Zelândia e dos Estados Unidos 1. A maioria dos inquéritos dirigidos a imigrantes pergunta o mesmo tipo de perguntas de caracter generalista que são feitas à população em geral. Regularmente, estes inquéritos não têm o objetivo de estudar políticas e serviços de integração. Poucos são os imigrantes que são inquiridos acerca das suas experiências e perceções sobre os efeitos específicos que as politicas têm na sua integração na sociedade. Quando colocadas perguntas, essas são por vezes formuladas de forma vaga em tom de ‘ satisfação do cliente ’, do tipo : Considera este serviço ‘ prestativo ’, ‘ útil ’, ou ‘ satisfatório ’ ? Torna-se difícil para os inquiridos interpretar o sentido da pergunta já que não há uma ligação entre as perguntas e a perceção que os indivíduos têm acerca dos propósitos da política, do tipo : Este serviço ajudou a encontrar uma habitação ? Encontrar um trabalho ? Tornar-se mais envolvido na sua comunidade ?

Os poucos bons exemplos de inquéritos a migrantes a nível Europeu são focados em áreas específicas das políticas de integração. O primeiro inquérito europeu a imigrantes, promovido no âmbito do estudo de 2008 EU-MIDIS da Agência para os Direitos Fundamentais da UE, inquiriu sobre as perceções e experiências como vítimas de discriminação e crime de grupos específicos. O inquérito europeu ao emprego (EU Labor Force Survey) tem vindo a melhorar o seu módulo ad hoc sobre migrantes e o mercado de trabalho para 2014. Por sua vez, o projeto LocalMultidem, financiado pela Comissão Europeia, centra-se na participação política e cidadania ativa de imigrantes em várias cidades europeias. Outros inquéritos úteis são de natureza qualitativa (e.g. Eurobarómetro Qualitativo de Maio de 2011 sobre a integração de migrantes ; Imigrantes altamente ativos, também conhecido como POLITIS).

Introdução

1.� A base de dados PROMINSTAT corresponde a um inventário de fontes estatísticas sobre as migrações, integração e discriminação na Europa e contem atualmente descrições de mais de 1.200 fontes de dados estatísticos.www.prominstat.eu/prominstat/database.

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IntroduçãoEm suma, pouco se sabe sobre a forma como os imigrantes avaliam o que eles, o governo e a população em geral estão a fazer sobre a integração. Em consequência, as políticas e os serviços são geralmente baseados numa apreciação limitada das necessidades, experiências e aspirações dos imigrantes ou do impacto das intervenções atuais nas suas vidas. Esta falta de conhecimento afeta os decisores políticos, os opinion-makers, os investigadores, os prestadores de serviços e os próprios imigrantes.

Assim, uma das formas dos agentes de integração ficarem com uma melhor ideia do impacto das suas políticas de integração é perguntando aos próprios imigrantes. O Inquérito a Cidadãos Imigrantes (ICI) é o primeiro inquérito transnacional diretamente relevante para decisores-políticos nas variadas áreas de integração ao nível local, nacional e europeu.� Este inquérito a imigrantes naturais de países terceiros, em 15 cidades e sete estados membros da UE, foi suficientemente amplo para captar as perceções das pessoas que vivem as políticas que estão em discussão por toda a Europa. O seu modelo foi guiado pelo “ levantamento de necessidades ”, “ feedback dos utentes ” ou “ inquéritos a cidadãos ”, procurando identificar soluções que respondam a problemas sociais e que melhorem a satisfação global na sociedade. Foi pedido aos imigrantes para fazerem a sua avaliação sobre se as políticas são relevantes, estão a ser implementadas e se são usadas, e, finalmente, sobre o impacto que essas têm nas suas próprias vidas.

Embora a integração seja local, muitas das políticas são nacionais e, cada vez mais, afetadas por leis da UE e por tendências Europeias. A forma como as políticas nacionais e da UE são implementadas a nível local pode ser diferente de cidade para cidade. Para avaliar quais as políticas que estão a melhorar a integração, foram feitas perguntas iguais e formuladas de forma semelhante ao mesmo tipo de imigrantes, pelas cidades e países. Dezoito dos maiores inquéritos gerais Europeus dos últimos cinco anos foram analisados e muitas das perguntas foram utilizadas no ICI no sentido de comparar as experiências dos imigrantes inquiridos nestas cidades à da população geral do país. Entre esses, consideraram-se os inquéritos do Euro barómetro, o Inquérito Social Europeu, o Estudo de Valores Europeu e o Inquérito

Europeu sobre Qualidade de Vida. Emergiram parecenças e diferenças notáveis nas várias dimensões da vida, entre as experiências locais e as nacionais.

O inquérito abrangeu os seguintes países e cidades :• Bélgica (Antuérpia, Bruxelas, Liège)• França (Lyon e Paris)• Alemanha (Berlim e Estugarda) • Hungria (Budapeste) • Itália (Milão e Nápoles)• Portugal (Faro, Lisboa e Setúbal) • Espanha (Barcelona e Madrid)

Cada secção focou uma área de integração diferente :• Emprego • Línguas • Participação cívica e política • Reagrupamento familiar• Residência de longa duração• Nacionalidade

Para cada secção foram formuladas o mesmo tipo de questões, a aplicar tanto a imigrantes que já beneficiaram, como a potenciais beneficiários de diferentes políticas e serviços :• Caraterização• Nível de satisfação atual• Aspirações para o futuro• Perceção das políticas • Razões contra a participação• Problemas de participação• Perceção dos efeitos nas suas vidas

O projeto reuniu alguns dos mais experientes parceiros científicos na inquirição de imigrantes. A equipa trabalhou também em parceria com agentes da sociedade civil, para que os resultados fossem fáceis de utilizar pelos decisores políticos, técnicos e imigrantes.

A Fundação King Baudouin e o Migration Policy Group têm como objetivos que os resultados do ICI : 1. Aumentem o conhecimento sobre as necessidades,

experiências e aspirações dos imigrantes – e dos impactos das políticas

2. Assistirem os agentes políticos na criação de políticas de integração mais eficazes e considerarem outros fatores que influenciam o processo de integração

3. Demonstrarem o valor de inquirir imigrantes para informar políticas e o discurso público.

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Destinatários

Os naturais de países terceiros a residirem legalmente no país de acolhimento e os cidadãos naturalizados têm muito a dizer e têm uma valiosa experiência como beneficiários diretos de grande parte das políticas de integração na maioria dos estados membros da UE. O Inquérito a Cidadãos Imigrantes (ICI) visou chegar aos que :• não nasceram no país de acolhimento (primeira

geração de imigrantes)• são ou foram naturais de países terceiros ou

pessoas apátridas (nascidas noutro país que não da UE/EEA ou na Suíça)

• residem no país de acolhimento por mais de um ano

• são portadores de um titulo valido ou estão em processo de renovação de titulo

• Com 15 ou mais anos.

A amostra do ICI inclui titulares de todos os tipos de estatutos legais : por razões de comparabilidade em todos os países, a amostra exclui imigrantes de segunda geração nascidos no país de acolhimento e migrantes indocumentados.Os sete países do ICI não só são os principais países europeus de imigração, mas também traduzem novos e velhos países de imigração na região europeia. As cidades selecionadas em cada país foram as que concentram um maior número de naturais de países terceiros, refletindo a dimensão e a dispersão da população imigrante de cada país e o contexto de diversidade local e regional. Um mínimo de 300 a 400 questionários foi realizado com sucesso em cada cidade de forma a garantir resultados que pudessem ser estatisticamente representativos e dentro do intervalo de confiança estabelecido (erro da amostragem).

Método de amostra comparável

O projeto Localmultidem foi o enquadramento para a definição dos métodos de amostragem deste inquérito e para a maioria dos parceiros científicos do ICI. As linhas de orientação do ICI para garantirem uma recolha comparável requerem o uso de uma amostra aleatória estratificada. Preferencialmente, a amostra deverá basear-se no país de origem, ou, caso não seja possível, na nacionalidade da população. Esta amostra deriva dos

melhores recursos nacionais disponíveis – os Censos, registos da população local, ou outros registos – de forma a captar da melhor maneira a população imigrante natural de países terceiros. Foi dada especial atenção ao aumento da taxa de resposta desta população específica de difícil alcance, bem como se procurou ultrapassar problemas de língua. Os questionários (com duração de cerca de 40 minutos) foram conduzidos em regime presencial em todos os países, exceto em França (entrevistas por telefone).

Métodos de amostragem 2

Bélgica Áreas estatísticas foram selecionadas aleatoriamente, em função da proporção de penetração imigrante de países terceiros, excluindo as áreas de baixa penetração (menos de 10 % de países terceiros). Os dados da população foram disponibilizados pelo serviço nacional de estatística (ADSEI/DGSIE), referentes a Janeiro de 2008. Os dados utilizados foram baseados na nacionalidade (a melhor alternativa disponível ao país de origem). Para cada área selecionada, foi criado um mapa com a primeira morada a ser visitada e o percurso a seguir. Para áreas de alta densidade de população de cidadãos naturais de países terceiros, um percurso aleatório foi aplicado. Para áreas de baixa densidade, as moradas foram identificadas por enumeração focalizada. A taxa de resposta na Bélgica foi de 37 %. É importante ter em consideração que as perguntas do inquérito acerca do interesse e problemas com a formação e sobre deputados de origem imigrante foram parcialmente respondidas através de um processo de contato prévio.

FrançaDado o contexto legal francês, não foi possível utilizar os registos completos da população imigrante como base para a amostra. Em substituição, foi feita uma estratificação de acordo com o peso de imigrantes na população em geral em cada local, utilizando uma lista exaustiva dos bairros das cidades selecionadas. Os bairros foram selecionados aleatoriamente e posteriormente foi criada uma base de dados com números de telefone. Desta lista de números, foram aleatoriamente escolhidos indivíduos a quem foi efetuada uma pergunta de filtro no início da entrevista para garantir que somente os que pertenciam

Metodologia

2.� Esta é uma síntese dos relatórios técnicos dos países. Os relatórios completos podem ser consultados na página da internet do ICI www.immigrantsurvey.org

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à população alvo do inquérito participavam. Em resultado deste plano amostral, as entrevistas foram conduzidas por telefone e só em francês. A vantagem deste método de amostragem é que permite alcançar indivíduos em diversos bairros e de diversos fluxos migratórios. O sexo e o país de origem foram monitorizados durante o trabalho de terreno, mas sem a aplicação de quotas. Os inquiridos mostraram-se interessados no assunto e satisfeitos por responderem às perguntas. É importante atender que as perguntas acerca dos efeitos da naturalização e de deputados de origem imigrante foram parcialmente respondidas através de um contato prévio.

AlemanhaTodas as cidades com maior percentagem de imigrantes localizaram-se na parte ocidental da Alemanha. Berlim foi adicionada à amostra no sentido de se alcançar um equilíbrio, ainda que a capital tenha uma menor percentagem de estrangeiros. A seleção de Estugarda como a segunda cidade baseou-se na disponibilidade de dados de registo sobre a população da cidade e dos custos de sondagem. Atendendo que os registos de dados reunidos para as duas cidades não incluem o país de origem, foi tomada a decisão de selecionar cidadãos naturais de países terceiros que se mudaram para a cidade. Assim, apenas alguns imigrantes naturalizados estão na amostra por acidente, mas a sua participação e as suas experiências não são representativas dos cidadãos naturalizados. As outras condições identificadas nas linhas de orientação do ICI para a definição dos destinatários foram cumpridas : Uma amostra aleatória simples da população alvo (com base na nacionalidade) foi selecionada a partir do registo e não foi utilizada estratificação. A taxa de resposta na Alemanha foi de 38 %. Os questionários foram feitos em regime presencial, utilizando um processo de entrevista pessoal assistido pelo computador (CAPI).

EspanhaO enquadramento da amostra foi retirado dos registos da população local, que incluiu tanto os imigrantes em situação regular como os que estão em situação irregular (Instituto Nacional de Espanha, Junho 2011). Foi selecionada uma amostra aleatória simples de todos os residentes pertencentes ao público-alvo. Tendo em conta a dispersão geográfica da amostra, foi tomada a decisão de dividi-la em 3 subamostras, agrupadas por bairros. As subamostras foram extraídas com probabilidade de seleção proporcional ao número de casos nos bairros. Portanto, a amostra deixou de ser uma amostra aleatória simples, mas mais uma amostra de probabilística para a

qual foram definidos ponderadores. A taxa de resposta total em Madrid foi de 37.5 % e de 37.7 % em Barcelona.

Centro de metodologia de agregação :Itália, Hungria, PortugalEm Itália, Portugal e na Hungria, a amostra baseou-se no método dos ‘ centros de agregação ’ para contornar os registos incompletos ou omissos da população imigrante. Assim, os entrevistadores inquiriram imigrantes em locais predeterminados como regularmente frequentados pela população imigrante (como parques públicos, serviços, locais de culto, mercados, etc.). Posteriormente foram aplicados ponderadores para reproporcionar a amostra com base em informação adicional sobre o número de centros de agregação que o público-alvo regularmente frequenta 3. Na Hungria e em Portugal, onde este método foi implementado pela primeira vez, foram assinaladas algumas dificuldades em determinar a importância de cada centro de agregação para os imigrantes que os frequentam. Estas dificuldades não conduziram, contudo, a uma amostra enviesada. Em Portugal porque alguns dos centros de agregação não eram ‘ exclusivos ’ foram posteriormente agrupados ao trabalho de terreno. É importante atender a que alguns problemas das instruções de salto no questionário aplicado em Portugal conduziram a uma recolha parcial posterior por telefone para as perguntas sobre os efeitos e expectativas quanto ao reagrupamento familiar. A taxa de resposta foi de 56.1 % nas cidades italianas e 47 % nas cidades portuguesas (não calculada para a Hungria).

PonderaçõesOs ‘ ponderadores da amostra ’ conduziram ao cálculo de diferentes probabilidades de inquiridos serem incluídos no estudo atendendo aos diferentes modelos de amostragem dos vários países. Os ponderadores ajustam as amostras obtidas para não dar demasiado peso às respostas de indivíduos com maiores probabilidades de inclusão no inquérito.

Uma segunda ponderação - ‘ ponderação de cidade ’ -, é utilizada na comparação dos resultados agregados dos países. Esta ponderação, que inclui a ponderação da amostra, tem em consideração o peso da população estrangeira nacional de países terceiros em cada cidade. Esta opção procurou evitar a sobre representação da população imigrante de uma cidade por comparação a outra dentro da amostra do país. Esta ponderação foi calculada com base na percentagem de cidadãos naturais de países terceiros a residir em cada cidade por comparação à

3.� Para mais detalhes sobre o método dos ‘ centro de agregação‘ , ver Baio G., Blangiardo G., Blangiardo M. (2001). “ Center sampling technique in foreign migration surveys : a methodological note ”. Journal of Official Statistics, vol. 27, 3, 2011 : 451-465 (http ://www.jos.nu/Articles/abstract.asp ?article=273451).

Page 14: A experiência de integração dos imigrantes

País Cidade N

Percentagem de naturais de países terceiros a viver na

cidade a

Percentagem de respostas de

indivíduos do sexo masculino 

Alemanha Berlim 600 7,1 %a 51 %

Estugarda 602 1,7 %a 56 %

Bélgica Antuérpia 318 10,6 % 54 %

Bruxelas 413 35,1 % 62 %

Liège 296 3,9 % 62 %

Espanha Barcelona 411 5,5 % 49 %

Madrid 583 11,4 % 44 %

França Lyon 316 40 %

París 672 41 %

Hungría Budapeste 1201 51 %

Itália Milão 397 6,9 % 52 %

Nápoles 400 0,9 % 40 %

Portugal Faro 406 11,3 % 52 %

Lisboa 450 46,8 % 53 %

Setúbal 403 11,7 % 49 %

14 /

percentagem em todo o país. A percentagem de cidadãos nacionais de países terceiros em cada cidade foi utilizada na Alemanha.

Não foi aplicada ponderação na amostra da Hungria. A maioria dos imigrantes reside em Budapeste, a única

cidade representada na amostra. A ponderação de cidade não se aplica à França, atendendo que não há estatísticas de referência que a permitam calcular. A amostra francesa foi concebida com base na estimativa que a população imigrante em Paris é duas vezes maior que em Lyon.

a.� Para a Alemanha : percentagem de nacionais de países terceiros. Nota : Recusas, ‘ Não sabe ’ ou falta de respostas a menos de 5 %.

QUADRO 1 : TaMaNho Da aMosTra

Descrição da Amostra

TaMaNho Da aMosTraO Inquérito a Cidadãos Imigrantes foi aplicado em sete países europeus, de Outubro de 2011 a Janeiro de 2012. No total, foram inquiridos 7.473 imigrantes naturais de países terceiros, em 15 cidades. O Quadro 1 apresenta o número de imigrantes inquiridos em cada cidade (N).

sexo, IDaDe, resIDêNCIaA secção seguinte apresenta informação de contextualização que garante um melhor entendimento da amostra. O Quadro 1 mostra a percentagem de inquiridos do sexo masculino em cada cidade. Por exemplo, verifica-se um menor número de inquiridos do sexo masculino em Paris, Lyon e Nápoles. Por outro lado, verifica-se uma grande proporção de trabalhadores domésticos, maioritariamente do sexo feminino, na amostra de Nápoles.

Page 15: A experiência de integração dos imigrantes

Figura 1. Que idade tem?

Nota: Recusas, ‘não sabe’ ou respostas em falta a menos de 5%.

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=316) (N=412) (N=296) (N=315) (N=668) (N=599) (N=602) (N=1201) (N=397) (N=398) (N=406) (N=450) (N=403) (N=411)

Antu

érpi

a

Brux

elas

Lieg

e

Lyon

Paris

Berli

m

Estu

gard

a

Buda

pest

e

Milã

o

Nápo

les

Faro

Lisb

oa

Setú

bal

Barc

elon

a

Mad

rid (N=583)

55+40 à 54 anos25 à 39 anos15 - 24 anos

Figura 2. Há quantos anos vive neste país?

Nota: Recusas, 'não sabe' e respostas em falta a menos de 5%.

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=313) (N=405) (N=285) (N=314) (N=670) (N=597) (N=602) (N=1201) (N=397) (N=400) (N=406) (N=450) (N=403) (N=411) (N=583)

51+41 à 50 anos31 à 40 anos21 à 30 anos11 à 20 anos0 à 10 anos

Antu

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rid

/ 15

A Figura 1 apresenta a distribuição etária da amostra pelas quatro categorias 4. A maior parte dos imigrantes que compõem a amostra têm entre 25 a 39 anos. A amostra de Budapeste, Nápoles, Paris, Lyon e Bruxelas tem uma população migrante mais velha. Em comparação, as amostras para Milão, Liège, Faro e Lisboa têm uma população mais jovem.

A idade está também parcialmente relacionada com a duração da residência dos imigrantes no país de acolhimento. A Figura 2 demonstra que as cidades do Sul da Europa que fizeram parte do inquérito têm populações de imigrantes mais recentes. Em contrapartida, as cidades do Norte da Europa têm uma proporção superior de imigrantes que residem há mais tempo.

4.� Os grupos etários foram retirados do estudo piloto do Eurostat sobre a integração de imigrantes (Ver : Eurostat, Indicadores de Integração de Imigrantes : Um Estudo Piloto, (Luxemburgo, 2011) ISSN 1997-0375)

Page 16: A experiência de integração dos imigrantes

Reagrupamento familiar EstudoTrabalho IndocumentadoOutro Estatuto humanitário

Residente de longa duração

Figura 3. Estatuto à chegada ao país de acolhimento

Nota: 'Não sabe' a menos de 5% exceto para Antuérpia (7.3%), Lyon (7.3%), Paris (7.7%), Budapeste (19.1%).

100%

90%

80%

70%

60%

50%

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30%

20%

10%

0%

(N=288) (N=406) (N=280) (N=293) (N=619) (N=588) (N=591) (N=984) (N=394) (N=399) (N=399) (N=447) (N=392) (N=402) (N=569)

Antu

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Brux

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Lieg

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Buda

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16 /

A Figura 3 apresenta o estatuto legal dos imigrantes inquiridos no momento da chegada ao país. Nas cidades do Norte da Europa, a maioria dos imigrantes chegou através do reagrupamento familiar. A proporção de migrantes que chegou por razões humanitárias é maior em Budapeste e nas cidades do Norte da Europa, especialmente na Bélgica. Na nossa amostra as cidades do Sul da Europa têm um perfil diferente. Uma percentagem mais alta chegou com uma permissão de trabalho às cidades italianas, portuguesas e espanholas. Uma grande parte dos imigrantes em Nápoles e Milão reportou ter

chegado sem documentação, assim como uma grande proporção em Barcelona e Madrid. Esta tendência pode refletir diferenças na população indocumentada pela Europa e/ou diferenças na naturalidade com que relataram o estatuto de indocumentado na Europa. Em Portugal, a grande categoria ‘ outra ’ inclui autorizações de permanência. Este estatuto com a duração de um ano (renovável até 5 anos) foi emitida para pessoas que ficaram além do tempo do visto e se encontravam em situação laboral irregular ou para imigrantes que chegaram com visto de turismo entre 2001 e 2007.

5.� Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Republica Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Uruguai, Venezuela, Brasil, Portugal, Andorra, Filipinas e Guiné Equatoriana.

País De NasCIMeNToA Figura 4 mostra que o local de nascimento é bastante variado de cidade para cidade. Nas cidades belgas e francesas, a maioria dos imigrantes é oriundo de Africa – essencialmente do Norte de Africa (mais de 30 % em cada cidade). Números altos de imigrantes oriundos da Turquia estão presentes nas amostras das cidades alemãs, assim como Europeus do Leste. Asiáticos e Europeus do Leste são os grupos predominantes em Budapeste. Os perfis

são diversos mas ligeiramente diferentes em Nápoles (mais Europeus de Leste) e Milão (mais Latino-Americanos e Africanos do Norte de Africa). Em Lisboa e Setúbal dominam os Africanos Subsarianos e Latino-Americanos. Por fim, os imigrantes Latino-Americanos constituem a vasta maioria em Barcelona e Madrid. A maioria dos imigrantes nas duas cidades espanholas é oriunda de ‘ países com laços históricos ’ a Espanha (81 % da amostra).

esTaTuTo legal à ChegaDa

Page 17: A experiência de integração dos imigrantes

Europa do Leste Norte de África África Subsariana Médio Oriente

América Latina Ásia EUA, Canadá, Austrália,Nacionais de países terceiros nascidos na UE

Figura 4. Em que país nasceu?

Nota: Recusas, 'não sabe' e respostas em falta a menos de 5%.

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

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0%(N=318) (N=413) (N=296) (N=311) (N=669) (N=600) (N=600) (N=1201) (N=397) (N=400) (N=406) (N=450) (N=403) (N=411) (N=583)

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CoNheCIMeNTo Da líNguaOs imigrantes foram também inquiridos acerca da(s) sua(s) língua(s) materna(s) e outras competências linguísticas. A proporção de falantes da(s) língua(s) do país de acolhimento difere significativamente de país para país. Identificaram-se muitos falantes nativos de húngaro (Húngaros étnicos) em Budapeste (37 %) e um grande número de imigrantes do mundo francófono em Lyon (50 %) e Paris (45 %). A maioria dos falantes de espanhol em Madrid e Barcelona (80 % e 67 % respetivamente) refletem a proporção significativa de imigrantes oriundos de países Latino-Americanos. Em Portugal, a proporção de falantes do português também é alta : 46 % em Faro, 65 % em Lisboa e 81 % em Setúbal. Estes resultados refletem a presença numerosa de imigrantes de países lusófonos (75 % da amostra nas três cidades portuguesas). Dos imigrantes inquiridos, não se identificaram falantes de italiano na Itália e falantes de catalão em Barcelona.

Com o intuito de ajudar os imigrantes a superarem as dificuldades com a língua foi feito um grande esforço em todos os países exceto na França (tendo em conta o método de amostragem adotado nesse país). O questionário esteve disponível no idioma oficial dos

países, além de sete idiomas externos à União Europeia (albanês, árabe, chinês, russo, sérvio, turco e vietnamita). Deu-se também a possibilidade de uma terceira (e.g. familiar) participar na entrevista e apoiar o inquirido. Quando possível, entrevistadores bilingues conduziram as entrevistas na Hungria (36 % das entrevistas), Bélgica (10 %), Itália (9 %) e Portugal (2 %), sendo utilizado em alternativa o inglês, chinês, vietnamita, árabe, turco, russo, sinala e tagalo. O nível de compreensão das perguntas foi avaliado na última etapa pelos entrevistadores.

O inquérito avaliou as capacidades linguísticas dos imigrantes inquiridos de forma a verificar a qualidade dos dados recolhidos. Os inquiridos foram avaliados pelo entrevistador com base em todos estes fatores, tendo os que ‘ nunca ’ compreenderam as perguntas foram excluídos do conjunto de dados. Na sequência de avaliações individuais, somente uma outra pessoa foi excluída por limitações de conhecimento da língua e/ou por não conseguir utilizar recursos linguísticos, apresentando respostas inconsistentes ao longo do questionário.

6.� Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor Leste, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Page 18: A experiência de integração dos imigrantes

18 /

Page 19: A experiência de integração dos imigrantes

/ 19

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Trabalho

Page 20: A experiência de integração dos imigrantes

20 /

Trabalho

Qual é a sua situação laboral ? Para que tipo de

organização é que trabalha ?

Faz uso de todas as suas competências no

seu trabalho ? A sua educação académica/profissional

é suficiente para o trabalho que realiza ?Quais as razões que

impedem a sua participação num curso de formação ?

Há quantos anos trabalha ?

Quais os problemas que teve para encontrar

um trabalho ?

Qual é o nível de educação mais

elevado que concluiu com sucesso ?Fez o pedido para as

suas qualificações serem reconhecidas formalmente e foi

aceite ?

Quer ver todas as respostas www.immigrantsurvey.org

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Page 21: A experiência de integração dos imigrantes

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Resultados Finais

A maioria dos problemas identificados no mercado de trabalho têm carater local, oscilando entre os poucos contratos legais no Sul da Europa, à discriminação e desconfiança das qualificações estrangeiras no Norte da Europa.

Para os imigrantes, o maior problema é a segurança no emprego.

Entre 25 e 33 % dos imigrantes que estão a trabalhar sentem que têm qualificações a mais para o trabalho que desenvolvem.

os imigrantes com educação superior frequentemente conseguem o reconhecimento das suas qualificações estrangeiras se o pedirem, mas poucos o fazem.

A maioria dos imigrantes em idade de trabalhar quer mais formação.

os imigrantes têm mais problemas em conciliar a formação, o trabalho e a vida familiar do que a maioria das pessoas de cada país.

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Page 22: A experiência de integração dos imigrantes

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Para os imigrantes em idade de trabalhar – tal como para a maior parte das pessoas – um trabalho decente traz segurança contra a pobreza e muitas oportunidades de interação com os outros na sociedade. A participação económica dos imigrantes é moldada pela interação de vários fatores que variam entre as características pessoais e competências, a aptidão linguística e as qualificações, e problemas estruturais do mercado de trabalho – e.g. a discriminação e a segregação ocupacional, o trabalho informal, o trabalho temporário e o reconhecimento de qualificações.

A longo prazo, os mercados de trabalho europeus não podem correr o risco de perder o potencial dos imigrantes, das mulheres, dos idosos, dos jovens e de outros grupos vulneráveis.

A monitorização da situação laboral dos imigrantes atrai muito a atenção dos investigadores e decisores políticos. O desemprego e as taxas de emprego estiveram entre os primeiros e mais comparáveis indicadores de integração, resultado de uma melhoria das bases de dados nacionais e na criação de novos recursos europeus e internacionais 7. Organizações nacionais e internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), também foram pioneiras na recolha de dados sobre discriminação no mercado de trabalho e outras áreas da vida. Os investigadores estão constantemente a sujeitar todos estes dados a formas interessantes de análise quantitativa (longitudinal, multivariada, custo/benefício, projeções, etc.). Os poucos governos da UE que usam extensivamente evidências para melhorar as suas políticas de integração recorrem na maioria dos casos aos resultados sobre o emprego e educação dos migrantes, de acordo com as análises do Index de Políticas de Integração de Migrantes (MIPEX) de 2010.

Ao nível europeu, os Princípios Comuns Básicos para as Políticas de Integração de Imigrantes na UE de 2004 descrevem o emprego como uma área ‘ chave ’ e ‘ central ’ para a integração dos imigrantes e para as suas contribuições visíveis na sociedade. A Comissão Europeia e os estados membros sublinharam o emprego como a primeira área estrutural para os Indicadores de Integração dos Imigrantes previstos na Declaração de Zaragoza de 2010 da UE 8. Os resultados-piloto do indicador mostram que os cidadãos naturais de países terceiros, particularmente

as mulheres, muitas vezes demonstram taxas mais elevadas de inatividade no mercado de trabalho, desemprego e sobrequalificação. Como parte do plano de 2020 da UE, os estados membros da UE concordaram em incluir uma melhor integração dos imigrantes em situação regular como parte dos seus objetivos quantitativos a alcançar. Um dos objetivos é aumentar a taxa de emprego de mulheres e homens em idade ativa para 75  %. Outro objetivo é de reduzir o número de pessoas em risco de pobreza para 20 milhões. Os estados membros da UE e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) começaram a monitorizar estas taxas e a divulgar as suas posições.

O Inquérito a Cidadãos Imigrantes complementa estas estatísticas ‘ brutas ’ com a perceção dos imigrantes sobre a sua própria situação no mercado de trabalho.� Um Inquérito parecido, o estudo EU-MIDIS de 2008, perguntou pela Europa a grupos de imigrantes específicos sobre as suas experiências de discriminação. O ICI centrou-se nas ambições, experiências e problemas sentidos pelos imigrantes naturais de países terceiros relativamente aos seus empregos e formação. Quais foram os problemas que encontraram quando procuravam trabalho no seu país de residência ? Os imigrantes em situação laboral ativa sentem que têm competências a mais para os seus trabalhos ? Eles formalizaram o pedido de reconhecimento de competências estrangeiras ? Ou será que eles estão interessados em obter melhores qualificações ?

De acordo com o MIPEX de 2010, muitos dos recém-chegados 9 naturais de países terceiros beneficiam de políticas ‘ ligeiramente favoráveis ’ de mobilidade no mercado de trabalho. Este é o resultado de um tratamento desigual (na França e, até recentemente, na Alemanha), de pouco apoio direcionado (na Itália e, até recentemente, em Portugal e Espanha), ou ambos (Bélgica e Hungria). Os cidadãos naturais de países terceiros são geralmente tratados de forma igual aos trabalhadores nacionais nos termos da lei na Alemanha e nos novos países de imigração como Itália, Portugal e Espanha. A Bélgica, França e Alemanha aplicam restrições a naturais de países terceiros no acesso ao sector público ; na Bélgica e especialmente na França trabalhos e sectores adicionais estão também fechados para eles. A França e a Alemanha impõem também obstáculos no reconhecimento de qualificações estrangeiras.

7.� Mais recentemente, o Modulo Ad Hoc sobre Migrantes e o Mercado de Trabalho do Inquérito da EU do Trabalho.

8.� Eurostat, Indicadores para a Integração dos Imigrantes : Um Estudo Piloto, (Luxemburgo, 2011) ISSN 1997-0375.

9.� Note-se que o MIPEX não abrange direitos e serviços específicos para beneficiários de proteção internacional.

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Page 23: A experiência de integração dos imigrantes

Setor Público Empresa do Setor Privado Trabalhador por Conta PrópriaOrganização Sem Fins Lucrativos Trabalho Doméstico ou cuidar de crianças ou pessoas Outras

Figura 5. Em que área é que trabalha?

Nota: 'Não sabe' e respostas em falta a menos de 5%. Recusas a menos de 5% exceto para Antuérpia (8.5%)

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=112) (N=208) (N=105) (N=164) (N=366) (N=278) (N=355) (N=620) (N=296) (N=306) (N=251) (N=266) (N=218) (N=271)

Antu

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O relativamente fraco apoio europeu direcionado a trabalhadores imigrantes está, contudo, a começar a melhorar. Por exemplo, a Bélgica, França e Alemanha estão agora a disponibilizar programas de formação adaptados aos recém-chegados. Portugal e Espanha criaram financiamento e planos estratégicos específicos para apoiar os serviços de emprego e formação.

Em todos os países do ICI, entre 15 e 25 % dos imigrantes inquiridos estão atualmente desempregados, com a exceção de Budapeste (5 %) e Liège (38 %). Os imigrantes inativos (e.g. inválidos, aposentados) e domésticos são também grupos importantes na maioria das cidades do Norte da Europa (5 – 15 %). Entre 40 e 75 % dos imigrantes inquiridos estavam a trabalhar, variando de 40 a 50 % em Budapeste, Berlim e em cidades belgas e francesas ; Esse intervalo passa

para entre 60 e 75 % em Estugarda e em cidades italianas, portuguesas e espanholas.

A Figura 5 apresenta os sectores em que os imigrantes inquiridos estão empregados. Mais de metade trabalha para empresas privadas. Muitos mais trabalham por conta própria em Budapeste, Bruxelas e Liège do que nas outras cidades participantes no inquérito. Um quarto dos trabalhadores inquiridos em Milão e mais de metade em Nápoles estão a trabalhar no sector doméstico. Trabalho no sector público é mais comum para os imigrantes inquiridos nas cidades belgas e francesas, em Estugarda e Budapeste, por comparação às outras cidades do ICI.

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Page 24: A experiência de integração dos imigrantes

24 /

Figura 6. Teve problemas para encontrar um trabalho?

Nota: Recusa a menos de 5% exceto para Antuérpia (9.2 %); 'Não sabe' a menos de 5% exceto para Antuérpia (7.8%), Bruxelas (14.6%) e Liege (9.5%)

100%

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(N≥264) (N≥350) (N≥266) (N≥312) (N≥665) (N≥583) (N≥572) (N≥1177) (N≥392) (N≥396) (N≥391) (N≥418) (N≥383) (N≥408) (N≥567)

61%

71% 72% 69% 67%

36%

47%

41%

79%

74%

83% 79% 78%

51%

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ProbleMas Na ProCura De eMPregoEm grande parte das cidades onde foi feito o inquérito, a maioria dos imigrantes que procuraram emprego encontraram um ou mais problemas, variando entre problemas de discriminação, de língua, de constrangimentos pessoais, reconhecimento das suas qualificações ou problemas com os contratos de trabalho. Só em Berlim, Estugarda e Budapeste é que a maioria reportou não ter tido problemas a encontrar trabalho (Figura 6).

Contratos de trabalho temporário foram o maior problema identificado por imigrantes à procura de emprego em grande parte das cidades.� O Quadro 2 mostra os três principais problemas identificados por cidade e a percentagem de imigrantes que identificaram esse problema. O problema mais frequentemente identificado foi o de os empregadores oferecem aos imigrantes apenas contratos de trabalho temporário. O número que citou a segurança no emprego como problema variou entre 32 % em Antuérpia e 59 % em Faro.

O tipo e a intensidade dos problemas sentidos durante a procura de trabalho variam consideravelmente de cidade para cidade. Os imigrantes nas cidades da Europa do Sul citaram outro problema estrutural além da segurança no emprego : entre 21 e 48 % dos imigrantes destas cidades não foi oferecido um contrato de trabalho legal.� Em contraste, os imigrantes nas cidades do Norte da Europa apontaram para a forma como são tratados no mercado de trabalho. As duas principais perceções foram que os empregadores discriminaram contra eles (29-44 %, mais baixo em cidades alemãs) ou que não foram reconhecidas as suas qualificações estrangeiras (31-41 %). Os imigrantes ocasionalmente citaram problemas relacionados comas suas competências individuais e o seu estatuto. A língua de acolhimento é classificada entre os dois maiores problemas por quem não a tem como língua materna em Antuérpia, Budapeste, Lisboa, Faro, Estugarda e nas duas cidades italianas. Foram identificados em menor número constrangimentos pessoais como o tempo, custos e família (e.g. 18 % em Budapeste) ou o direito limitado ao trabalho (e.g. 13 % em Barcelona e 17 % em Madrid).

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Page 25: A experiência de integração dos imigrantes

Língua (língua não materna)

Contratos Temporários

Qualificações

Discriminação

Sem Contrato Legal

Constrangimentos Pessoais

Direito Limitado para Trabalhar

Cidade 1º Problema 2º Problema 3º Problema

Antuérpia (N≥229, 213*)

35 % 34 % 32 %

Bruxelas (N≥344)

43 % 41 % 37 %

Liege(N≥264)

44 % 41 % 40 %

Lyon(N≥312) 43 % 35 % 30 %

París (N≥665)

40 % 31 % 29 %

Berlím (N≥569)

19 % 17 % 13 %

Estugarda (N≥557, 518*)

32 % 25 % 16 %

Budapeste (N≥1166, 736*)

32 % 18 % 14 %

Milão(N≥376)

52 % 48 % 38 %

Nápoles (N≥381)

48 % 43 % 34 %

Faro (N≥391, 206*)

63 % 59 % 38 %

Lisboa (N≥418 ;149*)

54 % 45 % 37 %

Setúbal(N≥383)

57 % 42 % 35 %

Barcelona (N≥408)

21 % 21 % 13 %

Madrid (N≥567)

32 % 29 % 17 %

35%35% 34%34% 32%32%

43%43% 41%41% 37%37%

44%44% 41%41% 40%40%

43%43% 35%35% 30%30%

40%40% 31%31% 29%29%

19%19% 17%17% 13%13%

32%32% 25%25% 16%16%

32%32% 18%18% 14%14%

52%52% 48%48% 38%38%

48%48% 43%43% 34%34%

63%63% 59%59% 38%38%

54%54% 45%45% 37%37%

57%57% 42%42% 35%35%

21%21% 21%21% 13%13%

32%32% 29%29% 17%17%

35%35% 34%34% 32%32%

43%43% 41%41% 37%37%

44%44% 41%41% 40%40%

43%43% 35%35% 30%30%

40%40% 31%31% 29%29%

19%19% 17%17% 13%13%

32%32% 25%25% 16%16%

32%32% 18%18% 14%14%

52%52% 48%48% 38%38%

48%48% 43%43% 34%34%

63%63% 59%59% 38%38%

54%54% 45%45% 37%37%

57%57% 42%42% 35%35%

21%21% 21%21% 13%13%

32%32% 29%29% 17%17%

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QuaDro 2 : Que ProbleMas Teve eM eNCoNTrar uM Trabalho ?

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Nota : A categoria ‘ Direito Limitado para Trabalhar ’ não esteve disponível na Bélgica. ‘ Não sabe ’ a menos de 5 % exceto para Antuérpia (≤12.3 %),Bruxelas (≤16 %) e Liege (≤11.1 %) ; Recusas a menos de 5 % exceto para Antuérpia (<= 13.8 %). * Número de respostas para a categoria da ‘ língua ’ foi menor no geral porque os falantes da língua do país de acolhimento foram excluidos desta questão.

Page 26: A experiência de integração dos imigrantes

26 /

Figura 7. O seu emprego usa as suas competências?

Nota: 'Não sabe' a menos de 5% exceto para Antuérpia (11.6%).

100%

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20%

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0%

(N=302) (N=291) (N=397) (N=129) (N=439) (N=2102) (N=408) (N=165) (N=273) (N=371) (N=394) (N=624) (N=278) (N=106)

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(N=357)

66%

52%

38% 36%31% 29% 29% 29% 29% 28%

22% 20% 18% 15%13%

sobreQualIfICaçãoEntre um quarto e um terço dos imigrantes inqueridos que tiveram sucesso a encontrar emprego sente que está em situação de sobre qualificação.� Na maioria das cidades, metade dos trabalhadores sente que o seu trabalho corresponde às suas competências e formação. A Figura 7 centra-se na percentagem de imigrantes empregados que acreditam que a sua função principal não requere o nível de competências e formação que eles têm. A sobre qualificação é mais significativa nas cidades italianas ; mais de metade dos trabalhadores em Milão e dois terços em Nápoles trabalham abaixo das suas qualificações. Um número reduzido de trabalhadores sente que tem qualificações a mais nas cidades alemãs e em Liège.

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Page 27: A experiência de integração dos imigrantes

Figura 8. Fez o pedido para as suas qualificações serem formalmente reconhecidas? O seu pedido foi aceite?

Nota: O segundo número é o número de respostas à pergunta sobre o reconhecimento. A taxa de reconhecimento para Nápoles está excluída dado o número insuficiente de respostas. 'Não sabe' a menos de 5% exceto para Antuérpia (15.5%), Bruxelas (10%), Liege (6.3%).

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=112; 46) (N=202; 77) (N=103; 46) (N=161; 46) (N=361; 85) (N=271; 62) (N=354; 42) (N=592; 266) (N=283; 25) (N=289; 12) (N=248; 81) (N=264; 70) (N=216; 75) (N=269; 76) (N=395; 103)

Já fez o pedido? Parcialmente ou completamente reconhecidas?

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rid

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Embora muitas das qualificações dos imigrantes não sejam reconhecidas pelos empregadores ou usadas nos seus empregos, poucos recorrem aos procedimentos oficiais de reconhecimento como solução.� A Figura 8 combina duas perguntas do ICI : a primeira pergunta aplicou-se a todos os imigrantes com qualificações adquiridas no seu país de origem ou/e num país terceiro, tendo-lhes sido perguntado se tinham formalizado o pedido de reconhecimento de qualificações. A segunda pergunta aplicou-se apenas aos que efetuaram o pedido, tendo-lhes sido questionado se as suas qualificações foram totalmente ou parcialmente reconhecidas.

Na maioria das cidades, apenas entre um quarto e um terço dos imigrantes com formação estrangeira chegaram a formalizar pedidos de reconhecimento. Destes, em média 70  % foi bem-sucedido no reconhecimento total ou parcial das suas qualificações. Este padrão mantem-se no geral dos países para pessoas que sentem que estão numa situação de sobrequalificação ou com problemas com qualificações ; relativamente poucos efetuaram pedidos, mas a maior parte dos que o fizeram

conseguiram o reconhecimento total ou parcial. Na globalidade, a taxa de reconhecimento de qualificações é mais alta nas cidades portuguesas e espanholas mas varia significativamente entre Lyon e Paris, Berlim e Estugarda e Antuérpia, Bruxelas e Liège.

O inquérito não perguntou aos imigrantes formados no estrangeiro as razões para não terem feito o pedido de reconhecimento. É possível que os imigrantes simplesmente não tinham conhecimento dos procedimentos para o reconhecimento. Ou, em alternativa, estes procedimentos podem ser tão difíceis ou inflexíveis que muitos imigrantes são dissuadidos do fazer e somente os que têm a certeza que vão conseguir é que tendem a fazer o pedido. Os imigrantes podem também não acreditar que o reconhecimento vá ajuda-los dada a limitação de empregos disponíveis no mercado de trabalho ou pelas atitudes céticas dos empregadores. Muitas outras explicações diferentes são possíveis para esclarecer a baixa taxa de pedidos. Neste momento, é necessário mais investigação para explicar o baixo número de pedidos por parte dos imigrantes.

TRAbA

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Page 28: A experiência de integração dos imigrantes

28 /

Não, as minhas competências são suficientes

Figura 9. Acha que para manter o seu trabalho ou encontrar trabalho necessita de mais formação?

Nota: 'Não sabe' a menos de 5% exceto para Antuérpia (6.9%), Bruxelas (13%), Liege (8.2%) e Budapeste (26%)

100%

90%

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70%

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50%

40%

30%

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10%

0%(N=115) (N=259) (N=207) (N=275) (N=583) (N=668) (N=393) (N=437) (N=376) (N=384)

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(N=562)

Sim, mas não posso Sim, e vou fazê-lo

a eDuCação ao loNgo Da vIDaObter um melhor nível de escolaridade – outra solução para melhorar no emprego – apela à maioria dos imigrantes em idade ativa, especialmente àqueles sem trabalho. A Figura 9 mostra se os imigrantes pensam que devem apostar na formação para manter ou encontrar trabalho. Entre as várias cidades do ICI, cerca de um em cada dois imigrantes e dois em cada três imigrantes sem trabalho disseram que deveriam seguir mais formação. Imigrantes com trabalho e sem trabalho tinham maior interesse

na formação contínua nas cidades portuguesas e espanholas (cerca de 70 %) que em Budapeste, cidades francesas, ou cidades belgas. A maioria deles planeiam seguir este plano de formação. Porém, por volta de 20 % dos imigrantes sem trabalho nessas cidades não conseguem receber formação neste momento. Entre 25 e 30 % de imigrantes que trabalham também não conseguem faze-lo nas cidades francesas, portuguesas e espanholas.

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Page 29: A experiência de integração dos imigrantes

Custos Trabalho Família

Figura10. Quais os problemas que encontrou no acesso à formação?

Nota: Não foram feitas perguntas nas cidades alemãs e italianas. 'Não sabe' a menos de 5% exceto para Antuérpia (27.3%), Bruxelas (21.9%), Liege (11.1%), Lyon (7.5%), Paris (7.1%).

100%

90%

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70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N≥21) (N≥28) (N≥29) (N≥86) (N≥171) (N≥282) (N≥92) (N≥90) (N≥106) (N≥108)

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(N=134)

/ 29

Estes imigrantes que não conseguem adquirir mais formação profissional reportam ter mais desafios na conciliação entre a formação, trabalho e família que a maioria das pessoas no mesmo país.� A Figura 10 mostra as três razões principais dadas pelos imigrantes inquiridos que os impedem de seguir a formação profissional. Nas 11 cidades do ICI, as três razões principais identificadas estão associadas ao custo da formação, conflitos com o trabalho e responsabilidades familiares. As mesmas perguntas sobre a formação foram recolhidas no Eurobarómetro especial n.º 316 de 2009 : Política Social e de Emprego na Europa. O público em geral destes países em 2009 também identificou os

mesmos três principais problemas de custos, trabalho e família. Contudo, mais imigrantes nas cidades do ICI citaram estes como problemas em comparação ao público em geral em todos os países, exceto na Hungria. Os imigrantes manifestaram ter menos tempo disponível por razões de responsabilidade familiar nas cidades da Bélgica, França e Portugal e mais conflitos com o trabalho nas cidades em França, Portugal, Espanha e até certo ponto em Budapeste. Os custos foram vistos como apenas ligeiramente mais problemáticos pelos imigrantes nas 11 cidades, exceto em Budapeste.

TRAbA

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30 /

TRA

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Page 31: A experiência de integração dos imigrantes

/ 31

LÍNg

uAS

Línguas

Page 32: A experiência de integração dos imigrantes

32 /

Línguas

Qual é a sua língua materna ?

Que outras línguas é que fala

suficientemente bem ?

Já completou algum curso de língua ou de integração no país de

acolhimento ?

Até que ponto é que esse curso o ajudou

pessoalmente ?

Teve problemas que desencorajaram a

aprendizagem da(s) língua(s) do país ?

Quer ver todas as respostas www.immigrantsurvey.org

LÍN

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Page 33: A experiência de integração dos imigrantes

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os imigrantes geralmente falam mais idiomas que as pessoas em geral no seu país de residência.

Para os imigrantes – como para a maioria das pessoas – a falta de disponibilidade é o maior problema para aprender uma nova língua.

Receber informação sobre oportunidades de aprendizagem pode ser mais difícil para os imigrantes do que para o público em geral.

uma grande variedade de imigrantes participou em cursos de língua ou de integração.

os participantes dão muito valor a cursos de aprendizagem de língua para efeitos de integração socioeconómica.

LÍNg

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Resultados Finais

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34 /

Quando as pessoas falam a(s) mesma(s) língua(s), elas podem trabalhar e interagir melhor como membros completos e iguais da mesma sociedade. As instituições da UE defendem o conceito de multilinguismo ; ou seja, enquanto os imigrantes aprendem a(s) língua(s) do país de acolhimento, eles também podem encontrar formas de utilizar todas as línguas que dominam e partilha-las com os outros na sociedade. Aprender línguas nacionais, regionais, minoritárias e imigrantes pode reforçar aquilo que as pessoas têm em comum numa Europa diversa e construir uma sociedade mais inclusiva e competitiva. 10

De acordo com os focus groups do Eurobarómetro realizados em 14 estados membros da UE, tanto os imigrantes naturais de países terceiros como o público em geral acreditavam que falar uma língua comum é o fator mais importante para facilitar a integração 11. Os princípios Básicos Comuns da UE defendem o conhecimento base da língua do país de acolhimento como ‘ indispensável ’ e o respeito pelas línguas dos imigrantes como ‘ também importante. ’ Muitos governos declaram que aprender a língua nacional é um dos objetivos primários da política de integração e fundamentam este compromisso com cursos e/ou testes.

Surpreendentemente pouco é conhecido sobre a aprendizagem e competências linguísticas de todos os Europeus. Até agora, poucas avaliações foram publicadas que medem o impacto destes cursos de aprendizagem e utilização da língua, emprego, ou participação social. [3] O Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas do Concelho da Europa oferece um ponto de referência para identificar padrões e avaliar resultados internacionais. Os dados PISA da OCDE providenciam uma imagem restrita do desempenho de leitura nas escolas de, essencialmente, jovens de segunda geração. Não se verificando este tipo de análise para as competências linguísticas de adultos. Os únicos dados europeus oficiais são as capacidades linguísticas autoidentificadas pelo público em geral do Eurobarómetro Especial nº243 sobre Os Europeus e as suas Línguas, de 2006.

O Inquérito a Cidadãos Imigrantes ajuda a preencher esta lacuna com as capacidades linguísticas reportadas e os desafios dos imigrantes.� Qual foi/foram a(s) língua(s) que os imigrantes falavam nas suas famílias quando eram

crianças pequenas ? Qual é/são a(s) outra(s) língua(s) que fala suficientemente bem, ao ponto de ser capaz de manter uma conversa ? O ICI também fez perguntas comparáveis sobre a experiência de aprendizagem de línguas dos imigrantes, especificamente àqueles que não falavam a língua nacional (ou uma das línguas) do país de acolhimento enquanto crianças (referenciada como ‘ língua materna ’). Quais são as razões que desencorajam a aprendizagem da(s) língua(s) do país de acolhimento quando não é a língua materna dos imigrantes ? Eles completaram um curso de língua ou de integração ? Será que eles pensam que este curso ajudou-os não só a aprender a língua, mas também a conseguir um emprego melhor, mais educação, ou maior envolvimento na sociedade de acolhimento ?

Os testes de língua e de integração são uma tendência crescente, importante e dinâmica na Europa e dependem em grande parte das prioridades políticas e do financiamento dos governos. De acordo com o Índex de Políticas de Integração de Migrantes (MIPEX) de 2010, o conhecimento da língua só é um requisito para a nacionalidade em 10 dos estados membros da UE (e.g. Hungria, Espanha e Portugal desde 2006) e está em discussão em mais alguns (e.g. Bélgica e Itália). Na última década, a maioria dos outros estados membros tornaram os requisitos de conhecimento da língua extensivos para o título de residência de longa duração (e.g. Itália e Portugal). Alguns no Noroeste Europeu impuseram requisitos também ao cônjuge que vive no exterior (e.g. França) bem como a crianças maiores de 16 (Alemanha).

Há décadas que uma série de agentes têm empreendido iniciativas para oferecer cursos a título gratuito a imigrantes e a grupos alvo específicos (e.g. refugiados, mulheres). Os cursos oficiais de língua e de integração iniciaram nos anos noventa. Programas de integração oficiais estão agora a ser desenvolvidos na Itália e em discussão na Catalunha e na Valónia. Programas de integração obrigatórios têm poucos ou nenhum custos na região belga de Flandres (Inburgeringstraject), França (Contrat d ’accueil et d ’intégration) e na Alemanha (Integrationskurse). A oferta dos cursos é mais generalizada na Alemanha (600-1,200 horas). Todos oferecem alguma forma de orientação social, incluindo uma avaliação inicial de competências na França e uma orientação profissional em Flandres. Cursos de língua gratuitos a título voluntário são oferecidos em Portugal (Português para Todos – PPT) e em Espanha, especialmente

10.� Para mais informação, ver o projeto “ Language Rich Europe ” do British Council.11.� Qualitative Eurobarometer, ‘ Migrant Integration : Aggregate Report ’ May 2011

http ://ec.europa.eu/public_opinion/archives/quali/ql_5969_migrant_en.pdf[3] Para Flanders, ver Pauwels, F. and Lamberts, M. (2010). Para a França, ver o

inquérito longitudinal da ELIPA. Para a Alemanha, ver Schuller, Karin, Lochner, Susanne and Rother, Nina (2011) : www.bamf.de/SharedDocs/Anlagen/DE/

Publikationen/Forschungsberichte/fb11-integrationspanel.html. Para uma visão geral, ver Strik, T. et al. (2010) INTEC Draft Synthesis Report on Integration & Naturalisation tests : www.rgsl.edu.lv/images/stories/INTEC/synthesis  %20intec %20final %20.pdf

LÍN

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Page 35: A experiência de integração dos imigrantes

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na Catalunha. Na região belga de Valónia, cursos de leitura e escrita promovem a aprendizagem da língua entre os vários grupos alvo. Na Hungria, cursos de língua em ONGs e escolas são mais limitados.

Nos vários países do ICI 12, a maioria dos imigrantes de primeira geração inquiridos são multilingues. Cerca de um em quatro dos que imigraram para Berlim, Bruxelas, Liège e para as cidades portuguesas já tinham crescido em famílias que falavam entre si mais do que uma língua. Além da(s) língua(s) materna(s), os imigrantes geralmente falam mais línguas que a média do país onde

vivem, comparando os resultados do ICI aos do Eurobarómetro de 2006. Ligeiramente mais alguns falam pelo menos uma língua adicional em todos os seis países, especialmente quando comparados aos Portugueses, Húngaros ou Italianos. Poucos mais imigrantes reportaram também falar duas ou mais línguas adicionais nestes três países do ICI. Em contraste, mais belgas reportaram falar duas ou mais línguas adicionais do que os imigrantes em todas as três cidades belgas do ICI. Dentro do ICI, mais imigrantes identificaram saberem duas ou mais línguas em Antuérpia (53 %) do que em Bruxelas ou em Liège (36 % e 34 %), e mais imigrantes em Barcelona (32 %) do que em Madrid (10 %).

12.� Os dados das cidades francesas sobre o número de línguas faladas não foram incluídos por razões de comparabilidade.

LÍNg

uAS

Page 36: A experiência de integração dos imigrantes

36 /

Figura 11. Teve problemas na aprendizagem da língua?

Nota: 'Não sabe' a menos de 5% exceto para Antuérpia (29.7%), Bruxelas (9.6%) e Liege (14.4%).

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

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(N=194) (N=295) (N=181) (N=160) (N=364) (N=481) (N=534) (N=728) (N=378) (N=371) (N=213) (N=141) (N=72) (N=407) (N=113)

50%

44%

52%

64%68%

24%28%

57%

73%71% 71% 67%

57% 57%

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aPreNDer uMa Nova líNguaAprender a língua do país de acolhimento foi um problema maior para aqueles em que a língua não era a língua materna 13 nas cidades portuguesas, italianas e francesas que nas cidades alemãs e em Madrid. A Figura 11 mostra quantos não falantes da língua do país de acolhimento reportaram razões que

os desencorajaram na aprendizagem dessa língua 14. Cerca de 60 a 70 % dos imigrantes de cidades portuguesas, italianas e francesas identificaram uma ou mais razões que os desencorajaram a aprender melhor a língua. Em contraste, houve somente 24 a 30 % nas cidades alemãs e em Madrid. 15

13.� Os falantes da língua nacional como língua maternal constituem a maioria dos imigrantes inquiridos nas cidades portuguesas e espanholas, uma grande parte em Budapeste e nas cidades francesas, cerca de um quarto em Bruxelas e em Liège. Não existem falantes de italiano como língua materna nas cidades italianas ou de Catalão em Barcelona.

14.� O número para Barcelona apresenta tanto pessoas com problemas em aprender Espanhol como também pessoas com problemas em aprender Catalão.

15.� Na maioria dos casos as entrevistas foram conduzidas na língua do país. Acresce que, os migrantes que têm vivido no país à há algum tempo podem não se lembrar dos problemas que encontraram à chegada ou nunca reconheceram a necessidade para uma aprendizagem estruturada.

Page 37: A experiência de integração dos imigrantes

Motivação Tempo para Estudar Informação

Figura 12. Quais foram os principais problemas que teve na aprendizagem da língua?

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N≥664) (N=1000) (N≥524) (N=≥997) (N=1557) (N≥655) (N≥728) (N=1000) (N≥397) (N≥457)

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(N=1025)(N=1015)

Eur

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Nota: 'Não sabe' a menos de 5% exceto para Bélgica (≤18.7%), Hungria (≤10.4%) e Itália (≤14.4%). "Nota: Os testes estatísticos mostram uma diferença significativa entre Antuérpia (22.2%) e Bruxelas (10.4%) em 'Ensino, Métodos, Material'; entre Berlim (8.7%) e Estugarda (15.2%) em 'Tempo para Estudar'; entre Milão (33.8%; 11.8%) e Nápoles (19.1%;18.2%) em 'Motivação' e 'Informação'; entre Lisboa (52.2%) e Setúbal (33.8%) em 'Tempo para Estudar'; entre Faro (43.0%, 2.4%) e Lisboa (21.7%, 8%) em 'Motivação' e 'Ensino, Métodos e Material'; entre Barcelona (41.8%, 24.8%) e Madrid (14.1%, 6.6%) em 'Tempo para Estudar' e 'Motivação' (para todas as diferenças p ≤ 0.05)."

/ 37

Quais são os maiores obstáculos para aqueles que não falam a língua materna do país de acolhimento a aprenderem-na ? É a falta de informação, os custos, a pouca qualidade dos cursos, motivação pessoal ou a falta de tempo ? A Figura 12 mostra quais destas razões podem ter pessoalmente dissuadidos os que não falam a língua materna do país de acolhimento a aprenderem-na a língua. Também compara os principais problemas que os imigrantes sentem em aprender a língua aos com os problemas sentidos pelo público em geral, no mesmo país, na aprendizagem de novas línguas, de acordo com o Eurobarómetro de 2006.

Na maioria das cidades, não houve uma razão predominante. Mais que um em cada três dos que não falam a língua materna do país, identificou que não tinha tempo para estudar em Budapeste e nas cidades francesas, italianas, portuguesas e espanholas. Metade frisou que não tinha tempo para estudar nas cidades italianas e portuguesas. A falta de motivação ou de informação revelou ser um problema menor na maioria dos países. Entre um quarto a um terço dos imigrantes que não falam

a língua materna do país de acolhimento afirmaram não estar suficientemente motivados para aprender Húngaro (27 %), Italiano (32 %), ou Português (28 %). Um número mais reduzido de imigrantes sentiram estes tipos particular de problemas nas cidades alemãs em particular do que em Budapeste, nas cidades francesas, italianas e portuguesas.

Para os imigrantes – como para a maioria das pessoas no país – a falta de tempo é o principal problema para aprender uma nova língua.� O tempo para estudar foi a principal razão citada por ambos os que não falam a língua do país de acolhimento nas cidades do ICI e pelas pessoas em geral, em cada país do ICI, no Eurobarómetro de 2006. A comparação sugere que o tempo para estudar foi um problema maior para quem o italiano e o português não é a língua materna nas cidades italianas e portuguesas, respetivamente. Terem acesso a informação sobre as oportunidades de aprendizagem é um problema maior para quem não fala a língua materna do país nas cidades belgas, francesas, húngaras, italianas e portuguesas.

LÍNg

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Page 38: A experiência de integração dos imigrantes

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Figura 13. Já começou ou completou um curso de integração ou de língua?

Nota: 'Não sei' em menos de 5% exceto para Antuérpia (5.2%), Bruxelas (5.2%) e Liege (9.5%)

50%

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35%

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25%

20%

15%

10%

5%

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(N=269) (N=306) (N=199) (N=160) (N=366) (N=493) (N=546) (N=667) (N=937) (N=400) (N=219) (N=153) (N=76) (N=408) (N=107)

40%

19%23%

47% 46%

31%

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Cursos De líNgua e De INTegraçãoNas várias cidades do ICI, uma grande variedade de imigrantes que não falam a língua materna do país completaram um curso de língua ou de integração 16. A Figura  13 mostra qual a percentagem que começou ou completou um curso. O ICI inquiriu especificamente sobre os cursos de integração oficiais em Antuérpia, Berlim e Estugarda e sobre os cursos de língua financiados pelo estado em Budapeste, Barcelona (Catalão ou Espanhol), Madrid (Espanhol) e nas cidades portuguesas

(PPT – Português para Todos). Os imigrantes nas outras cidades foram inquiridos sobre cursos gerais de língua ou de integração. Os cursos dirigidos na língua local tiveram de ser feitos por pelo menos 30 % dos imigrantes que não falavam a língua materna nas cidades alemãs, Milão, Faro e Madrid, 40 % em Antuérpia (holandês) e Barcelona (Espanhol ou Catalão) e quase metade em Lyon e em Paris.

16.� É claro que, os cursos de língua podem ou não ser o método principal utilizado pelos imigrantes para aprender uma língua. Os imigrantes podem fazer aulas informais, estudar em casa, conversar com falantes nativos e consumirem media, semelhante ao que vários participantes responderam utilizar para aprenderem uma língua estrangeira no Eurobarómetro de 2006.

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Page 39: A experiência de integração dos imigrantes

Línguagem Básica Vocabulário Específico Maior Envolvimento Acesso ao Emprego

Figura 14. Até que ponto é que o curso de integração ajudou-o?

Nota: 'Não sabe' a menos de 5% exceto para Antuérpia (6.5%), Bruxelas (10.2%), e Budapeste (≤25.2%). Setúbal mostrou um número insuficiente de respostas. Barcelona (SP) representa os aprendentes de Espanhol em Barcelona, Barcelona (CT) representa os aprendentes de Catalão em Barcelona.

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%(N≥95) (N≥52) (N≥42) (N≥69) (N≥163) (N≥146) (N≥173) (N≥101) (N≥125) (N≥88) (N≥67) (N≥38) (N≥50) (N=124) (N≥28)

Antu

érpi

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Brux

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LÍNg

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Os participantes na maioria dos cursos tiveram uma perceção extremamente positiva sobre o seu efeito na aprendizagem da língua e outros resultados de integração. A Figura 14 apresenta o número de participantes que sentiram que o curso os ajudou, um pouco ou muito. Os cursos ajudaram a maioria dos participantes a aprender não só a língua básica, mas também o vocabulário específico que precisam para os seus trabalhos ou competências. Os participantes demonstraram um pouco mais entusiasmo sobre a oferta global de aprendizagem da língua nas cidades belgas, Berlim, nas cidades italianas, Faro e nas cidades espanholas, e ligeiramente menos em Estugarda, Budapeste e Lisboa. Os cursos também ajudaram a maioria dos participantes a envolverem-

se mais nas suas comunidades na maioria das cidades, mas a um nível mais elevado em Madrid, nas cidades alemãs e nas cidades portuguesas do que em Budapeste, Barcelona e nas cidades italianas. Menos participantes sentiram que os cursos os ajudaram a melhorar a sua situação laboral, especialmente em Antuérpia, Barcelona, Budapeste, Nápoles e Estugarda. A satisfação foi maior em Liège, Berlim, Faro e em Madrid. No geral, os cursos foram classificados como aprendizagem linguística eficaz.� Os resultados do ICI também sugerem que os cursos poderiam ter uma melhor ligação com os serviços de formação e de emprego.�

Page 40: A experiência de integração dos imigrantes

40 /

LÍN

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Page 41: A experiência de integração dos imigrantes

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PARTICIPAçã

o

CÍvICA

E PoLÍTICA

Participação cívica e política

Page 42: A experiência de integração dos imigrantes

42 /

Participação cívica e política

Porque é que não votou ?

Conhece alguma associação específica

promovida por imigrantes ?

Votou nas últimas eleições nacionais ou

locais neste país ?

Já alguma vez ouviu falar do órgão consultivo para

imigrantes ?

Neste país, pertence a algum partido político ou grupo ? Sindicato ?

Associação de imigrantes ou outra ?

Votaria se houvesse eleições gerais amanhã

(e se tivesse esse direito)

Acha que precisamos de mais deputados de

origem imigrante e porquê ?

Quer ver todas as respostas www.immigrantsurvey.org

PART

ICIP

Açã

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Page 43: A experiência de integração dos imigrantes

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A maioria dos imigrantes está interessada em votar (muitas vezes tão interessados quanto os nacionais).

A maioria dos imigrantes quer mais diversidade na política – e muitos estão dispostos a votarem para a apoiar.

A participação mais alargada dos imigrantes na vida cívica é diferente de cidade para cidade e de organização para organização.

o conhecimento ou participação dos imigrantes em associações de imigrantes depende em grande parte do seu contexto local e nacional.

Resultados Finais

PARTICIPAçã

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CÍvICA

E PoLÍTICA

Page 44: A experiência de integração dos imigrantes

44 /

A abertura de oportunidades polít icas para estrangeiros é um indicador de um país de imigração confiante. Os governos na Europa muitas vezes abrem oportunidades políticas e reformam as leis da nacionalidade como reconhecimento do facto de se terem tornado países de imigração. Mais residentes podem participar na vida democrática com a expansão do direito ao voto, a criação de órgãos consultivos fortes e independentes, o financiamento de novas associações e a adoção de políticas de diversidade em organizações de integração. Estes direitos têm sido promovidos através de legislação internacional e europeia, sobretudo com o Tratado de Maastricht da UE de 1992 e a Convenção sobre a participação de estrangeiros na vida pública ao nível local do Concelho da Europa de 1992. A Comissão Europeia recomendou que as políticas de participação política precisam de melhorar se os governos, como parte do seu compromisso com os Princípios Básicos Comuns da EU, estão interessados em promover a participação democrática, a solidariedade e o sentimento de pertença na sociedade.

Em comparação a outras áreas da vida como o emprego ou a educação, a participação política dos imigrantes recebe menos atenção da parte dos decisores políticos e investigadores nos países da UE. Os investigadores esforçam-se para encontrar fontes de dados para monitorizar e comparar a cidadania ativa 17. Contudo, estados membros individuais, como a Alemanha, já começaram a incluir indicadores de participação política (e.g. taxas de associativismo e de voluntariado) na sua monitorização nacional da integração. Investigação recente indica que a participação política é determinada por uma mistura de estruturas de oportunidade políticas, discurso político, características dos imigrantes (e.g. educação, tempo de residência e língua) e experiências (e.g. situação política no país de origem). Quando existem dados disponíveis, os imigrantes muitas vezes aparecem sub-representados entre prováveis eleitores, oficiais eleitos e membros dos partidos políticos. As formas em que os imigrantes participam no seu país de residência podem ser menos visíveis ou compreendidas que as formas convencionais de participação.

O Inquérito a Cidadãos Imigrantes (ICI) reforça este crescente corpo de conhecimento com perguntas mais relevantes para as políticas sobre a participação política. Será que os imigrantes nacionais de países

terceiros votariam se eles tivessem esse direito ? Será que eles querem mais diversidade no Parlamento e porquê ? Os imigrantes identificam-se como membros de sindicatos e partidos políticos do país ? Eles têm conhecimento de associações ou órgãos consultivos promovidos por imigrantes ? Eles estão a participar nestas ou noutras organizações ? O Índex de Políticas de Integração de Migrantes (MIPEX) de 2010 indica que os imigrantes nacionais de países terceiros que não pedem a nacionalidade disfrutam apenas de algumas oportunidades legais para informar e melhorar políticas locais ou nacionais que os afetam diariamente. Eles podem constituir associações e integrar sindicatos ou partidos políticos. Atualmente, a França, Alemanha e Itália não atribuem o direito de voto a cidadãos nacionais de países terceiros. Os outros países do ICI atribuem o direito de voto a nível local para certos grupos de imigrantes. Quaisquer cidadãos de certas nacionalidades podem votar em Espanha e Portugal no âmbito de tratados de reciprocidade relativamente ao voto, enquanto o título de residência de longa duração é requerido na Hungria e cinco anos de residência (mais o registo) na Bélgica. Órgãos consultivos liderados pelo Estado não existem na Hungria ; recentes mas comparativamente fracos em Portugal, Espanha e em algumas cidades Italianas (não em Milão ou Nápoles) ; mais fortes na região belga de Flandres que em Valónia ou Bruxelas ; e ligeiramente mais fortes nas cidades e estados federados alemãs. A análise do MIPEX sugere que os países com pouca ou nenhuma política sobre a participação política de estrangeiros também tendem a dificultar o seu acesso à nacionalidade (e.g. Hungria). Os países com algumas políticas sobre a participação política dos estrangeiros são muitas vezes os mesmos países que facilitam o acesso à nacionalidade (e.g. Portugal mais que a Bélgica e até certo ponto a Alemanha). Em comparação, os países como a França, Itália e a Espanha privilegiam um dos percursos (ou o acesso de um grupo) a outro.

17.� Ver Morales, Laura, Guigni, Marco (Ed.), Social Capital, Political Participation and Migration in Europe. Migration, Minorities and Citizenship (London 2011), ISBN 978-0-230, Wuest, Andreas et al (Ed). The Political Representation of Immigrants and Minorities, Routledge (Oxon 2011).

PART

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Page 45: A experiência de integração dos imigrantes

Figura 15. Votaria se houvesse uma eleição geral amanhã?

Nota: 'Não sabe' a menos de 6% exceto para Antuérpia (11%), Berlim (11.9%), Milão (8%), Nápoles (6.5%), Barcelona (6.5%).

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=276) (N=389) (N=277) (N=1474) (N=306) (N=653) (N=1455) (N=526) (N=567) (N=1864) (N=1141)(N=1459) (N=361) (N=375) (N=1387) (N=375) (N=429) (N=389) (N=1351) (N=377)

Antu

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Lieg

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Lyon

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EVS

Portu

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Barc

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EV

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(N=539) (N=1269)

/ 45

voTarO próximo capítulo sobre a nacionalidade revela que os imigrantes inquiridos na maioria dos países do ICI são ou querem vir a ser cidadãos desse país, o que os torna elegíveis para votar em todas as eleições. Mas será que realmente votarão ?

Nas várias cidades do ICI, a maioria dos imigrantes votariam (se tivessem esse direito).� A Figura 15 mostra qual a percentagem dos que responderam que sim à pergunta hipotética sobre se eles votariam se houvesse uma eleição geral amanhã. Os cidadãos nacionais de países terceiros também foram questionados sobre se eles votariam se pudessem. Nas cidades espanholas, portuguesas e francesas, o interesse em votar é tão alto entre os

imigrantes nacionais de países terceiros inquiridos como entre a população geral quando questionada em 2008 no Estudo sobre Valores Europeus (85 %, 72 % e 90 % respetivamente). Entre 70 a 80 % dos imigrantes inquiridos demonstram interesse em votar, embora ligeiramente menos que a população em geral, nas cidades italianas e belgas (onde o voto é compulsivo). Maiorias menores estão interessadas em Budapeste (63 %). As maiorias a favor foram ligeiramente mais altas entre imigrantes naturalizados nas cidades italianas e portuguesas e muito mais em Budapeste e cidades belgas. O interesse foi alto entre ambos imigrantes naturalizados e não-naturalizados em cidades francesas e espanholas.

PARTICIPAçã

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CÍvICA

E PoLÍTICA

Page 46: A experiência de integração dos imigrantes

46 /

Figura 16. Acha que precisamos de mais deputados de origem imigrante?

Nota: 'Não sabe' é uma resposta comum a esta pergunta: Antuérpia (9.9%), Bruxelas (10.1%), Liege (13%), Berlim (16.2%), Estugarda (16.3%), Milão 8.4%), Nápoles (7.5%), Faro (22.8%), Lisboa (12.3%), Setúbal (16.7%), Barcelona (8.4%), Madrid (9.8%). Budapeste foi excluida da análise porque o conceito de MP/deputado com origem imigrante foi mal interpretado com facilidade.

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=184) (N=281) (N=171) (N=73) (N=169) (N=500) (N=500) (N=362) (N=369) (N=308) (N=396) (N=337) (N=376)

Antu

érpi

a

Brux

elas

Lieg

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(N=1032)

Euro

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Lyon

Paris

(N=1009)

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met

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a (N=1570)

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(N=1019)

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Faro

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(N=1011)

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(N=522)

Euro

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(N=1012)

77%75%

79%

43%

75% 76%66%

82% 79%

35%

87%81%

40%

64%

74%78%

47%

73% 75%

44%

A maioria dos imigrantes quer mais diversidade na política – e muitos usariam o voto como forma de incentivo.� Foi perguntado aos imigrantes inquiridos a questão do Eurobarómetro de 2006 no âmbito da Discriminação na UE, sobre se eles pensam que o seu país definitivamente ou provavelmente precisava de mais deputados de origem imigrante. A Figura 16 mostra que o apoio foi elevado em todos os seis países (75-85 %).

Quando lhes foi perguntado o porquê, entre 80 a 95 % 18 responderam que os deputados de origem imigrante poderiam melhor entende-los e representa-los, bem como serem simbolicamente importantes para o país.� Entre sessenta a 92 % chegou a dizer que era mais provável votarem em candidatos representativos de diversidade. O apoio aos imigrantes como candidatos foi igualmente elevado, incluindo uma provável atribuição de votos (aqueles que votariam se houvesse uma eleição amanhã). As cidades com um número mais reduzido de apoiantes neste domínio foram na Alemanha. Nestas cidades, por exemplo, apenas uma minoria dos imigrantes inquiridos afirmaram que votariam para deputados de origem imigrante (sem levar em consideração as suas perspetivas políticas) tendo como único objetivo aumentar a diversidade étnica no Bundestag.

18.� Estas taxas foram um pouco mais baixas nas cidades alemãs.

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Page 47: A experiência de integração dos imigrantes

Importante simbolicamente Melhor representação Votaria neles

Figura 17. Porque que acha que devem haver mais deputados de origem imigrante

Nota: 'Não sabe' é uma resposta comum a esta pergunta: Antuérpia (9.9%), Bruxelas (10.1%), Liege (13%), Berlim (16.2%), Estugarda (16.3%), Milão 8.4%),Nápoles (7.5%), Faro (22.8%), Lisboa (12.3%), Setúbal (16.7%), Barcelona (8.4%), Madrid (9.8%). Budapeste foi excluida da análise porque o conceito de MP/deputadocom origem imigrante foi mal interpretado com facilidade.

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N≥105) (N≥190) (N≥123) (N≥52) (N≥120) (N≥388) (N≥381) (N≥285) (N≥270) (N≥183) (N≥291) (N≥259) (N=227)

Antu

érpi

a

Brux

elas

Lieg

e

Lyon

Paris

Berli

m

Estu

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a

Milã

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Nápo

les

Faro

Lisb

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Setú

bal

Barc

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a

Mad

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(N≥325)

/ 47

Estes resultados demonstram o apoio à diversidade na política e reforçam a importância da abertura das organizações cívicas e políticas, como os partidos políticos, no sentido de aumentar a participação política dos imigrantes. Contudo, grande parte do público em geral não considera esta questão importante. De acordo com o Eurobarómetro de 2006, só entre 40 e 45 % do público geral destes países concorda que deveria haver deputados de

diferentes origens étnicas (ver Figura 16). O apoio a esta questão varia pouco entre os países do ICI. Até agora, só cerca de metade da população no país está tão convencida como os imigrantes. Esta diferença de prioridades sugere diferentes correntes e dinâmicas dentro das organizações enquanto decidem se devem ou não acolher a diversidade nos seus postos. 19

19.� Alex Kirchberger et al, Becoming a Party of Choice : a Tool for Mainstreaming Diversity. (Brussels : Migration Policy Group, 2012). www.migpolgroup.com/public/docs/Becoming_a_Party_of_Choice_Mainstreaming_Diversity_in_Political_Parties_FULL_REPORT_EN_01.12.pdf

PARTICIPAçã

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Page 48: A experiência de integração dos imigrantes

48 /

sindicatos org. políticas

ICI 2011EVS 2008 (N=11.102)

ICI 2011EVS 2008 (N=11202)

Bélgica

Antuérpia(N=279)

11,8 %

15,1 %

7,6 %

4,1 %Bruxelas

(N=408)19,6 % 9,8 %

Liege(N=296)

19,9 % 3,0 %

França

Lyon(N=315)

5,1 %5,4 %

1,9 %2,8 %

Paris(N=670)

9,1 % 4,3 %

Alemanha

Berlím(N=577)

1,4 %6,8 %

0,3 %3,6 %

Estugarda (N=580)

1,9 % 1,7 %

HungríaBudapeste

(N=1162)4,5 % 3,7 % 2,2 % 0,6 %

Itália

Milão (N=396)

14,6 %5,5 %

1,8 %3,7 %

Nápoles(N=398)

6,5 % 3,2 %

Portugal

Faro(N=405)

1,2 %

4,3 %

1,2 %

3,4 %Lisboa(N=448)

0,7 % 0,7 %

Setúbal(N=402)

4,2 % 2,0 %

Espanha

Barcelona(N=400)

2,7 %4,8 %

0,5 %4,8 %

Madrid (N=554)

1,1 % 0,5 %

QuaDro 3 : ParTICIPação eM sINDICaTos ou eM orgaNIzações PolíTICas

orgaNIzações CívICas e PolíTICas Numa perspetiva mais ampla, a participação dos imigrantes nas organizações políticas e cívicas como relatada pelos próprios é irregular, variando de cidade para cidade e de organização para organização. O Quadro 3 lista a percentagem de imigrantes inquiridos que assumiram pertencer a um sindicato ou um partido político/grupo. Os resultados por cidade para os imigrantes inquiridos são comparáveis com os resultados para o público em geral do Estudo de Valores Europeus (2008). A maior parte das vezes, o número de imigrantes que reportam pertencerem a este tipo de organizações é mais baixo. Em algumas cidades, o mesmo número (ou até um número mais elevado) de imigrantes e população geral relataram pertencer a estas organizações.

A participação parece depender em grande parte do contexto local e nacional.� Um número muito mais elevado de imigrantes diz pertencer a sindicatos nas cidades belgas, francesas e italianas e em Budapeste – a taxas comparáveis ou superiores que a população geral no país. Muitos menos imigrantes reportaram fazerem parte de sindicatos nas cidades alemãs, espanholas e portuguesas em comparação com a população geral desses países.

Dos imigrantes inquiridos existe um número mais baixo de membros de partidos políticos do que membros de sindicatos. Mais uma vez, muitos mais imigrantes reportaram pertencerem a organizações políticas nas cidades belgas, francesas, em Budapeste e Nápoles, a

Nota : ‘ Não sabe ’ a menos de 5 % exceto para Antuérpia (≤10 %).

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Page 49: A experiência de integração dos imigrantes

Conhecimento de ONG Imigrantes Pertence a uma Associação de Imigrantes/Étnica

Figura 18. Conhecimento e participação nas organizações

Nota: 'Não sabe' a menos de 5% exceto para Antuérpia (9.1%).

50%

45%

40%

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%(N≥279) (N≥406) (N≥294) (N≥315) (N≥669) (N≥584) (N≥590) (N≥1164) (N≥388) (N≥398) (N≥394) (N≥442) (N≥395) (N≥400)

Antu

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elas

Lieg

e

Lyon

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a

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(N≥554)

28%

11%

40%

13% 15%

6%

21%

7%

21%

6%

32%

45%

0% 0%

27%

6%

44%

7%

46%

20%

44%

13%

39%

7%

44%

12%

38%

23%

3% 4%

/ 49

níveis comparáveis à média nacional. A participação em organizações políticas aparenta ser menor em Milão e em cidades alemãs, portuguesas e espanholas. A relação dos imigrantes com as associações de imigrantes também varia significativamente de país para país e de cidade para cidade. A Figura 18 mostra se os imigrantes inquiridos responderam que tinham conhecimento ou se participavam em associações de imigrantes ou associações étnicas (definidos de forma geral como grupo apoiante dos interesses sociais, culturais ou políticos dos imigrantes). Não houve muitos mais imigrantes membros de associações do que de sindicatos ou organizações políticas. De uma forma geral, a participação dos imigrantes em associações de imigrantes não foi significativamente mais elevada na maioria das cidades do ICI. Não se verificarem imigrantes a responder pertencer a associações de imigrantes ou étnicas nas cidades alemãs, enquanto muito poucos o admitiram em Budapeste e nas cidades espanholas e francesas. Um maior número identificou-se como fazendo parte de associações de imigrantes em Antuérpia e Bruxelas do que em Liège ; em Faro e Setúbal um número maior de imigrantes que em Lisboa ; e mais em Nápoles do que em Milão. 20 O conhecimento dos imigrantes sobre as

associações de imigrantes foi mais alto em Bruxelas, Estugarda, Barcelona, nas cidades italianas e nas cidades portuguesas.� Nestes locais, perto de um em cada dois imigrantes inquiridos conseguia identificar uma associação liderada por imigrantes ou por minorias étnicas. Apenas entre 15 e 20 % o conseguiu fazer nas cidades francesas, em Liège e em Madrid. Nas outras perguntas do ICI, apenas uma minoria nas várias cidades é que responderam já ter ouvido falar dos seus órgãos consultivos de imigrantes locais, regionais e nacionais 21.Estes resultados levantam perguntas sobre as associações de imigrantes : como é que são definidas pelos imigrantes e pelos governantes e que papel é que representam para os seus fundadores e para os diferentes tipos de imigrantes ? Estas podem ser associações registadas, redes transnacionais ou reuniões informais. Elas podem funcionar como grupos de sensibilização política autofinanciados, instituições religiosas ou culturais, que providenciam serviços financiados pelo governo, ou representantes dos seus países de origem. Para explicar as diferences entre as cidades, uma investigação mais aprofundada pode clarificar todas estas formas de participação de imigrantes e a sua auto-organização 22.

20.�Os imigrantes também foram inquiridos sobre a sua participação em “ outras ” organizações (e.g. desportivas, culturais, religiosas, locais, profissionais, humanitárias e ambientais). O nível de participação foi similar pelas 15 cidades (15-20  %). A ‘ outra ’ categoria não foi adequada para comparação com o público geral, derivado a uma definição e interpretação vasta desta categoria.

21.� Consulte informação acerca do conhecimento dos imigrantes sobre os órgãos consultivos nacionais em www.immigrantsurvey.org

22.� Para a análise destas perguntas, consulte o Localmultidem de 2011.

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FA

MILIA

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Reagrupamento familiar

Page 52: A experiência de integração dos imigrantes

52 /

Reagrupamento familiar

Qual é o seu estado civil ?

Quantas pessoas vivem como membros do seu

agregado familiar ?

Qual é a nacionalidade do seu parceiro ?

Desde que se mudou para cá, teve algum parceiro ou filho a

viver fora do país ?

Já alguma vez fez um pedido de reagrupamento

familiar ?

Gostaria de fazer um pedido de

reagrupamento familiar ?

Quais os problemas que encontrou ao fazer o

pedido ?

Quando é que fez o pedido ?

O que é que aconteceu ao seu pedido ?

Sente que o reagrupamento com a família os ajudou se

alguma forma ?

Até que ponto é que pensa que o reagrupamento com a

sua família o ajudaria ?

Quer ver todas as respostas www.immigrantsurvey.org

REAg

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To

FAM

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R

Page 53: A experiência de integração dos imigrantes

/ 53

Somente um número limitado de imigrantes de primeira geração teve a experiência de estar separado do companheiro ou dos seus filhos.

Em grande parte dos países inquiridos, a maioria das famílias separadas já beneficiou do reagrupamento .

A maioria dos imigrantes que se encontram atualmente separados da sua família não está interessada em fazer o pedido de reagrupamento, alguns por escolha das famílias e outros pelos obstáculos inerentes às políticas de reagrupamento familiar.

o reagrupamento familiar ajuda os imigrantes a melhorarem a vida familiar, o sentimento de pertença e por vezes confere outros resultados dea integração .

Resultados Finais

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Hoje em dia, o reagrupamento familiar é normalmente apresentado em debates públicos como um dos principais canais de entrada de imigração na UE. Os decisores políticos focam-se nos números de autorizações emitidas no âmbito do reagrupamento familiar, que são reunidos por organismos nacionais de estatísticas e reportados ao Eurostat. Estas estatísticas muitas vezes são os únicos factos trazidos para este debate mais alargado sobre o direito ao reagrupamento familiar e o seu impacto nos imigrantes e na sociedade. O reagrupamento familiar não é só um canal para a imigração dos familiares, mas é também um ponto de partida para a integração. Reagrupar uma família pode melhorar a estabilidade sociocultural de quem faz o pedido, bem como a vida familiar e social nas comunidades de acolhimento.

O Inquérito a Cidadãos Imigrantes reintroduz a perspetiva da integração no debate do reagrupamento familiar.� As pessoas que imigraram de países terceiros foram inquiridas no sentido de saber se consideram necessário e útil o reagrupamento familiar para as suas famílias e para a integração social 23. Qual é a composição do agregado familiar dos imigrantes de primeira geração ? São comuns as famílias separadas, onde o parceiro do imigrante ou os seus filhos vivem fora do país de acolhimento ? Verificaram-se imigrantes a fazer o pedido de reagrupamento familiar, eles tiveram problemas a fazer o pedido e esse foi aceite ? Como é que o reagrupamento familiar mudou as suas vidas ? Existem mais imigrantes interessados em reagrupar com os seus familiares ?

De acordo com o Índex de Políticas de Integração dos Migrantes (MIPEX) a maior parte dos residentes legais naturais de países terceiros beneficiaram de políticas ‘ ligeiramente favoráveis ’ de reagrupamento familiar (total de 52/100) 24. Os imigrantes que fazem o pedido para o seu cônjuge ou para as suas crianças têm de cumprir uma série de requisitos legais sobre ligações familiares e outros requisitos para o reagrupamento familiar (i.e. meios de subsistência, habitação). O MIPEX concluiu que estas condições legais eram mais inclusivas em Portugal e Espanha, ligeiramente inclusivas na Bélgica e na Hungria, ligeiramente restritivas na Alemanha e Itália e mais restritivas na França. Estas condições têm vindo a sofrer mudanças significativas nos últimos anos. Novas condições foram impostas na França, Alemanha, Itália e – desde o MIPEX e o ICI – na Bélgica. Pelo contrário, através da

sua Lei de Imigração de 2007, Portugal estabeleceu um acesso mais alargado ao reagrupamento familiar. As políticas atuais de reagrupamento familiar espanholas datam a partir da sua Lei de Imigração de 2009.

Relativamente à experiência, a maioria dos imigrantes vive em vários tipos de agregados familiares. Vivem, em média, em casas com 3-4 pessoas, em lares ligeiramente mais pequenos nas cidades italianas, portuguesas e espanholas que na França e na Alemanha. A maioria dos imigrantes é casada ou vive com o parceiro. Uma maior proporção é solteira nas cidades portuguesas e em Liège (cerca de 40 %) que nas cidades francesas, italianas e em Estugarda (menos de 25 %). Muitos dos imigrantes da amostra do ICI chegaram com uma autorização de reagrupamento familiar a Antuérpia, Lyon, Budapeste e Milão (cerca de 25 %) ; Bruxelas e Liège (cerca de 33 %) ; Berlim (48 %) e Estugarda (67 %). Na altura que foram feitas as entrevistas, cerca de 10 % permaneciam no âmbito dessa autorização nas cidades belgas, alemãs e espanholas, bem como em Budapeste e Milão.

faMílIas seParaDas : o aNTes e o DePoIs Atualmente, a maioria dos imigrantes de primeira geração nas 15 cidades que participaram no inquérito não precisam de serem reagrupados com o cônjuge ou filhos.� A Figura 19 mostra até que ponto é que a maioria dos imigrantes inquiridos viveu em agregados familiares que foram ou que poderiam vir a ser reagrupados.

A grande maioria dos inquiridos ou são solteiros, viveram sempre com o seu parceiro ou crianças, ou foram aqueles que chegaram no âmbito do reagrupamento familiar. A necessidade destas pessoas beneficiarem do reagrupamento familiar no futuro dependerá das mudanças nas suas vidas e das suas famílias ao longo do tempo. Só um número muito reduzido de imigrantes naturais de países terceiros estava ou está separado das suas famílias. Apenas entre cinco e 15 % dos imigrantes nas cidades belgas, francesas e húngaras viveram separados das suas famílias. Só entre cinco e 15 % dos imigrantes já viveram separados das suas famílias nas cidades na Bélgica, França e Hungria. No máximo, cerca de um em três imigrantes foram afetados nas cidades da Alemanha e nos novos países de imigração, como na Itália, Portugal e Espanha. As situações onde viviam

23.� O inquérito não abrange todos os tipos de reagrupamento ou formação familiar. Outras das pessoas que fizeram o pedido para o parceiro ou familiares de fora do país de acolhimento incluem naturais de países terceiros que imigraram para o país de acolhimento bem como os cidadãos

nacionais, incluindo cidadãos com experiência de migração. 24.� Para mais informações ver www.mipex.eu/family-reunion

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Page 55: A experiência de integração dos imigrantes

/ 55

Fez o pedido de reagrupamento Nunca fez o pedido de reagrupamento mas quer fazerNunca fez o pedido de reagrupamento nem quer fazer

Não sabe se quer fazer o pedido Não é relevante (não tem parceiro/a ou nunca estiveram separados)

Figura 19. Já reagrupou com o seu parceiro?100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=1003) (N=843) (N=1042) (N=1136) (N=756) (N=1247) (N=948)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

França(LYO, PAR)

Alemanha(BER, STU)

Hungria(BUD)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

Figura 20. Já reagrupou com as suas crianças?100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=1006) (N=986) (N=1119) (N=771) (N=1200) (N=962)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

França(LYO, PAR)

Hungria(BUD)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(ALG, LIS, FAR)

Espanha(BAR, MAD)

Fez o pedido de reagrupamento para os/as filhos/as Nunca fez o pedido de reagrupamento mas quer fazerNunca fez o pedido de reagrupamento nem quer fazer

Não sabe se quer fazer o pedido Não é relevante (não tem filhos/as ou nunca estiveram separados)

Nota : A questão sobre o reagrupamento familiar com filhos/as não foi perguntada na Alemanha. Os testes estatísticos indicam que ligeiramente mais pedidos foram feitos para filhos/as em Barcelona do que em Madrid e em Faro mais do que em Lisboa; mais gostariam de formalizar o pedido em Lisboa do que em outras cidades portuguesas; em Nápoles, um número mais elevado não está interessado em fazer o pedido do que em Milão; e mais fizeram o pedido para o/a parceiro/a em Milão do que em Nápoles (para todas as diferenças: p≤0.05). Relativamente à pergunta acerca dos requerentes quererem ou não fazer o pedido para o/a paraceiro/a ou filhos/as, o número de “Recusas” (<42%) foi elevado nas cidades espanholas e em Estugarda.

separados dos seus filhos pareceram muito mais comuns entre os imigrantes inquiridos em cidades do Sul da Europa. Mais de metade dos imigrantes com experiência de separação das suas famílias beneficiou do uso da legislação sobre reagrupamento familiar para reagruparem com o parceiro ou filhos em Budapeste, Lyon, Milão e nas cidades inquiridas na Bélgica. Muitos

mais imigrantes em situações de separação ainda não efetuaram o pedido em Nápoles e noutras cidades dos novos países de imigração, como em Portugal e Espanha. A maioria dos pedidos foi processada nas cidades do Norte da Europa e em Budapeste durante a primeira metade da década de 2000 e nos novos países de imigração no Sul da Europa durante a segunda metade da mesma década.

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Familiares não querem vir viver para o país Eu não penso em permanecer no paísEu não consigo cumprir os requisitos Eu não sei se consigo cumprir os requisitos

Figura 21. Porque é que quer ser reagrupado com o seu parceiro ou com os seus filhos?50%

45%

40%

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%(N≥5,5) (N≥141) (N≥81) (N≥182) (N≥282) (N≥163)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

Alemanha(BER, STU)

Hungria(BUD)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

Nota: O número de pessoas na França que não querem fazer o pedido de reagrupamento (n=18) é demasiado pequeno para análise. Os testes estatísticos mostram que ligeiramente mais pessoas identificaram os requisitos como problema em Milão do que em Nápoles; ter conhecimento é um problema mais identificado em Faro do que em outras cidades portuguesas; as intenções de se estabelecerem foram mais identificadas em Faro e em Setúbal do que em Lisboa e as preferências dos familiares mais em Estugarda do que em Berlim, mais em Nápoles do que em Milão e mais em Faro do que em Lisboa (para todas as diferenças: p≤0.05). O número de respostas "Não sabe" foi elevado em Budapeste (<32%) , nas cidades belgas (<30%) e Paris (<11%) e Nápoles (<7%), enquanto o número de "Recusas" foi elevado nas cidades espanholas (<19%) e cidades belgas (<14%).

o INTeresse Do reagruPaMeNTo faMIlIar hoje eM DIaEm todos os países, a maioria dos imigrantes em situação de separação afirmaram não querer fazer o pedido para os seus familiares. Nas cidades italianas, portuguesas e espanholas, por cada imigrante inquirido interessado em reagrupar com o parceiro, uma média de dois não está interessado. O rácio é ainda mais alto em Budapeste, cidades belgas e cidades alemãs. No geral, os imigrantes estavam ligeiramente mais interessados no reagrupamento com os filhos de quem estavam separados, exceto em Budapeste. Em todos os sete países, no máximo metade dos inquiridos em Milão, Lisboa e nas cidades espanholas gostariam de submeter um pedido de reagrupamento para as suas crianças em algum momento no futuro.

A maioria dos imigrantes inquiridos tem as suas próprias razões para não estarem reagrupados com a família ; muitos não sabiam ou não deram uma razão específica (ver Figura 21). Duas das razões principais identificadas foram que alguns imigrantes não estão interessados em estabilizarem-se a longo prazo no país de acolhimento ou que a família não quer imigrar. Estas explicações foram dadas regularmente em Budapeste e nas cidades italianas, portuguesas e em menor número na Bélgica e em Espanha. Mas duas outras razões adicionais estiveram relacionadas com as políticas.� Muitos dos imigrantes que vivem separados das suas famílias não têm a certeza se cumprem os requisitos para o pedido de reagrupamento familiar, em particular nas cidades belgas, italianas e portuguesas. Outros dizem que efetivamente não conseguem cumprir os requisitos, mais uma vez nas mesmas cidades e também nas duas cidades espanholas.

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Obter os documentos Cumprir os requisitosAutoridades têm demasiado poder para "fazerem o que querem"

Figura 22. Que tipo de problemas encontrou para reagrupar com a sua família?60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N≥79) (N≥48) (N≥170) (N≥56) (N≥172) (N≥147) (N≥158)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

França(LYO, PAR)

Alemanha(BER, STU)

Hungria(BUD)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

Nota: Os testes estatísticos mostram ligeiramente mais problemas em Berlim do que Estugarda com os documentos e requisitos; mais em Milão do que em Nápolescom os documentos e poder; e em Liege mais do que em Bruxelas com os requisitos (para todas as diferenças: p≤0.05). O número de respostas "Não sabe" foi elevado(<30%) em Antuérpia, Bruxelas, e Budapeste.

10%

23%

38%

50%

32%

8%13%

21%

34%

44%41%

34%32%

20%

28%

14%

4%8%

24%

14%10%

/ 57

ProbleMas e suCessosCerca de metade dos imigrantes que formalizaram um pedido de reagrupamento familiar identificaram problemas com o procedimento, em particular com os requisitos necessários, documentos, ou com o poder discricionário das autoridades. A Figura  22 demonstra mostra com que frequência é que problemas específicos com o processo foram reportados. Os que já passaram pelo processo de pedido de reagrupamento familiar disseram achar que as autoridades têm demasiado poder para

‘ fazerem o que querem ’ durante o processo, particularmente nas cidades francesas (38  %), italianas (34  %) e portuguesas (28  %). A documentação necessária foi outro importante obstáculo ao reagrupamento em alguns países como na Bélgica (24 %) e na Alemanha (50 %). Os requerentes nas cidades alemãs e italianas tiveram o maior número de problemas, enquanto os requerentes nas cidades espanholas identificaram o menor número de problemas.

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Nota: As perguntas sobre a vida familiar não foram feitas na Alemanha. Os testes estatísticos mostram a perceção dos efeitos do reagrupamento familiar no trabalho ligeiramente mais baixos em Bruxelas do que nas outras cidades belgas, no trabalho e envolvimento mais em Estugarda do que em Berlim, na vida familiar mais em Antuérpia do que nas outras cidades e mais em Lisboa do que Faro (para todas as diferenças: p≤0.05). O número de respostas "Não sabe" foi elevado (<37%) nas cidades belgas e em Budapest, enquanto o número de "Recusas" foi elevado (<15%) em Antuérpia e Madrid.

Facilitou a vida familiar Sentir-se mais instaladoMaior envolvimento Melhor emprego

Figura 23. De que forma é que o reagrupamento familiar o ajudou?100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N≥68) (N≥37) (N≥176) (N≥52) (N≥120) (N≥119) (N≥113)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

França(LYO, PAR)

Alemanha(BER, STU)

Hungria(BUD)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

Ajudou um poucoAjudou muito

Os que tiveram sucesso com o seu pedido de reagrupamento percecionaram um impacto muito positivo do reagrupamento familiar nas suas vidas familiares e na sua integração social. A Figura 23 mostra quantos dos imigrantes que reagruparam com o seu parceiro ou filhos consideraram que os ajudou um pouco ou muito em diferentes áreas das suas vidas. Quase todos estavam satisfeitos com a vida familiar graças ao reagrupamento familiar. A maioria disse sentir-se mais estabelecido no país de acolhimento. Em média nas cidades belgas, francesas, alemãs e italianas, mais de metade conseguiu perceber como

estar junto da família ajudou-os a envolverem-se mais de alguma forma nas suas comunidades, como nas escolas, associações ou atividades políticas. Cerca de 70 % em Berlim e cerca de 30 % na maioria das outras cidades reconhecem que algumas das suas oportunidades no mercado de trabalho surgiram por estarem a viver com a família.

Os imigrantes inquiridos na maioria das cidades e países do ICI pareceu, em média, tão satisfeita com a sua vida familiar, como a maioria das pessoas que lá vivem.

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Nota: Este padrão manteve-se na maioria dos 7 países onde o tamanho das amostras eram suficientes para análise. Relativamente aos inquiridos que gostariam de fazer o pedido de reagrupamento para o/a parceiro/a, o número de respostas "Não sabe" foi elevado na Bélgica (13.6%), França (6.2%), Alemanha (27.6%), Hungria (44.6%), enquanto o número de "Recusas" foi elevado na Alemanha (11.6%) e Espanha (14%).

Figura 24. Reagrupamento familiar e satisfação

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

0

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

8.6 9.0

7.8

6.9

8.6 8.58.0

6.8

Nunca estiveram separados Pedido de reagrupamento aceite para parceiro/a Não quer fazer o pedido Quer fazer o pedido

/ 59

Com base nas perguntas do Inquérito sobre a Qualidade de Vida Europeia de 2007, numa escala de 0 a 10, os imigrantes inquiridos classificaram o quanto satisfeitos se encontravam com a sua vida familiar (ver conclusão). A classificação que os imigrantes do ICI atribuíram à sua vida familiar variou de ligeiramente menos favorável em Nápoles (6.8) para ligeiramente mais favorável em Barcelona (8.5). A Figura 24 especifica estas classificações com os diferentes tipos de famílias e interesses no reagrupamento familiar. Apenas as cidades portuguesas e espanholas tinham uma amostra suficientemente grande para aplicar as perguntas acerca dos parceiros, mas padrões similares parecem estar presentes em todos os sete países.

A maioria dos imigrantes inquiridos nunca esteve separada dos seus parceiros e reportaram níveis similares de satisfação familiar com o público em geral. Os relativamente poucos imigrantes de casais e famílias transnacionais tinham perspetivas ligeiramente distintas sobre a sua satisfação familiar e sobre o futuro. Os dados do ICI sugerem que os imigrantes separados das suas famílias que não mostraram interesse em pedir o reagrupamento

familiar estavam apenas um pouco menos satisfeitos com a sua vida familiar. Eles podem olhar para este tempo de separação como a melhor escolha para eles e/ou para a sua família. Em contrapartida, os imigrantes separados que não tinham interesse no reagrupamento famil iar encontravam-se significativamente menos satisfeitos com a sua vida familiar. Aqueles que não reagruparam com o parceiro estavam, em média, tão satisfeitos com a sua vida familiar como aqueles que nunca se separaram dos seus parceiros.

As experiências das famílias reagrupadas nas cidades do ICI sugerem que a família unida tende a melhorar a vida familiar para o número limitado de famílias separadas que querem beneficiar do reagrupamento num futuro próximo. Viverem juntos pode também melhorar o sentimento de pertença e outros resultados da integração. As políticas de reagrupamento familiar parecem ser de grande importância para um pequeno número de famílias separadas interessadas em reagrupar. Em muitos países, os requisitos podem desencorajar algumas famílias separadas a formalizarem o pedido, verificando-se que a forma como é solicitado para documentar e implementar os requisitos causa problemas para quem faz o pedido.

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RESIDêN

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Residênciade longa duração

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Residência de longa duração

Alguma vez pediu uma autorização de residência

de longa duração ? Quando é que fez o pedido ?

O que é que aconteceu ao seu pedido no final ?

Quais os problemas que teve para fazer o pedido ?

Até que ponto é que a aquisição da autorização

de residência de longa duração o ajudou ?

Porque é que não quer ter uma autorização

de residência de longa duração ?

Quer ter uma autorização de residência de longa duração ? Porque não ?

Até que ponto é que a aquisição da autorização

de residência de longa duração pode ajuda-lo ?

Quer ver todas as respostas www.immigrantsurvey.org

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Residência de longa duração

Entre 80 e 90 % dos imigrantes são ou querem vir a ser residentes de longa duração

A maioria dos imigrantes temporários em novos países de imigração também quer tornar-se residente de longa duração.

Em média as pessoas fazem o pedido pouco depois do período mínimo de residência requirido.

As políticas e a forma como são implementadas criam problemas para os requerentes de autorização de residência de longa duração.

A residência de longa duração ajuda a maioria dos imigrantes a conseguirem melhores trabalhos e a sentirem-se mais enraizados nas sociedades de acolhimento.

Resultados Finais

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Após alguns anos de residência a maioria dos imigrantes temporários encontram-se em condições de decidir se gostaria de estabelecer-se permanentemente no país de acolhimento. A residência permanente ou de longa duração assegura o seu estatuto de residência bem como um tratamento igual ao dos nacionais e dos cidadãos da UE, com os mesmos direitos e responsabilidades.

A residência de longa duração é raramente mencionada no debate público. O Índex de Políticas de Integração de Migrantes (MIPEX) veio confirmar que foram introduzidos poucos melhoramentos à residência de longa duração entre 2007 e 2010. Ao nível da UE, a Comissão Europeia publicou um relatório em 2011 lamentando o fraco impacto da Diretiva da CE sobre a residência de longa duração na maioria dos estados membros 25. Mais informações sobre a ligação entre a residência de longa duração e a integração têm vindo a surgir gradualmente. Os estados membros da UE concordaram recentemente que o número de imigrantes que obtiveram a residência permanente ou de longa duração era um dos indicadores principais para os resultados de integração (Indicadores de Zaragoza), considerando que a cidadania ativa apoia a integração dos imigrantes, a participação no processo democrático e o sentimento de pertença 26. Os estatutos de residência estão a tornar-se mais fáceis de comparar entre os países Europeus, em parte derivado à legislação da UE (e.g. Diretiva da CE sobre a residência de longa duração 2003/109) e a melhores estatísticas Europeias (e.g. Regulamento 862/2007). Ainda assim, comparativamente, pouco é conhecido sobre os residentes de longa duração e sobre a forma como este estatuto se enquadra nos percursos de integração e estabelecimento dos imigrantes.

O Inquérito a Cidadãos Imigrantes explora as ligações que os imigrantes identificam entre os seus estatutos legais e a sua integração social.� Em semelhança às perguntas sobre o reagrupamento familiar, foi perguntado aos imigrantes se queriam formalizar o pedido para algum tipo de residência de longa duração ou permanente. Qual era o número de cidadãos naturais de países terceiros que tinham algum tipo de residência de longa duração ? Quais foram os problemas que tiveram a fazer o pedido ? Que efeito é que o estatuto aparentava ter no seu estabelecimento e integração social no país de acolhimento ?

O Índex de Políticas de Integração de Migrantes (MIPEX) de 2010 identificou percursos ‘ ligeiramente favoráveis ’ para a residência de longa duração (pontuação 60+/100) em todos os países do ICI, exceto na Alemanha (pontuação 50/100) e na França (pontuação 46/100). Os requisitos de elegibilidade e as condições de aquisição deste estatuto variam significativamente de país para país. O período de residência máximo para a autorização da CE de longa duração é de cinco anos. Este período é por vezes encurtado para pessoas com o estatuto de refugiado reconhecido, beneficiários de proteção subsidiária, trabalhadores altamente qualificados, detentores de autorização de reagrupamento familiar, ou alunos de ensino superior que completaram os seus estudos no sistema de educação do país de acolhimento. No entanto, os governos poderão excluir algumas das categorias legais de residentes temporários naturais de países terceiros de acederem a este processo.Os governos poderão também impor requisitos para a residência de longa duração que são igualmente, ou ainda mais, exigentes que os pedidos para a nacionalidade, como é a recente tendência europeia dos requisitos da língua. Existe um número mais elevado de restrições na França, Alemanha e Itália do que nos outros quatro países. As condições legais são mais inclusivas na Bélgica, Hungria e Espanha e mais exigentes na França e na Alemanha. Nenhum outro país do MIPEX impõe tantas restrições como a Alemanha, nem tantas restrições de elegibilidade como a da França. Portugal só implementou um percurso ‘ ligeiramente favorável ’ ao processo de residência de longa duração com a Lei de Imigração de 2007. A Bélgica e a Espanha também melhoraram recentemente o acesso ao estatuto de residência de longa duração. A Itália está a trabalhar num ‘ sistema de pontos ’ com novos requisitos de língua e de integração. Os imigrantes que se tornam residentes de longa duração beneficiam de uma residência bastante segura em todos os países do ICI, com exceção da Hungria, e de direitos socioeconómicos quase igualitários em todos os países, com exceção da França (com restrições de trabalho e de qualificações para naturais de países terceiros).

25 .�Para mais informações verwww.mipex.eu/blog/commission-deplores-weak-impact-of-eu-long-term-residence-directive

26.� Eurostat, Indicadores de Integração dos Imigrantes : Um Estudo Piloto (Luxemburgo, 2011) ISSN 1997-0375.

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Figura 25. Com mais de 6 anos de residência, é considerado um residente de longa duração?

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=125) (N=96) (N=69) (N=141) (N=351) (N=435) (N=383) (N=367) (N=274) (N=267) (N=218) (N=202) (N=189) (N=163)

Antu

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Brux

elas

Lieg

e

Lyon

Paris

Berli

m

Estu

gard

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Buda

pest

e

Milã

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Faro

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Setú

bal

Barc

elon

a

Mad

rid

(N=201)

Não, outro tipo de residente estrangeiro Sim, um residente permanente ou de longa duração

/ 65

RESIDENTES DE LONgA DURAçãO COMO PARTE DO PERCURSO DE INTEgRAçãOA Figura  25 mostra o número de residentes estrangeiros nas cidades do ICI que adquiriram algum tipo de residência de longa duração após terem residido no país de acolhimento por mais de seis anos. Esta Figura exclui residentes estrangeiros que obtiveram a nacionalidade. A maioria dos residentes estrangeiros disse que tinham algum tipo de autorização de residência nas cidades francesas, alemãs, espanholas, Budapeste e Milão. A média de imigrantes que pedem a autorização de residência de longa duração e que permaneceram por um prazo mais alargado ; e fizeram o pedido à há mais tempo nas cidades belgas e francesas e em Budapeste, que nas cidades italianas, portuguesas e espanholas.

Identificam-se certas categorias de imigrantes, especialmente estudantes estrangeiros, com taxas mais baixas de residência de longa duração. Mesmo depois de seis ou mais anos de residência no país de acolhimento, apenas cerca de metade dos estudantes internacionais nos países do ICI asseguraram autorizações de longa duração. A residência de longa duração foi também muito menos comum entre detentores de outras autorizações que se encontravam no país de acolhimento há seis anos ou mais : imigrantes regularizados em Itália, trabalhadores temporários em Portugal e diversas categorias de vistos na Bélgica.

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Figura 26. Quer ter uma autorização de residência de longa duração?

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=169) (N=154) (N=143) (N=121) (N=313) (N=464) (N=448) (N=507) (N=203) (N=273) (N=269) (N=302) (N=246) (N=309)

Antu

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a

Brux

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Lieg

e

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Berli

m

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pest

Milã

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Barc

elon

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Mad

rid

(N=408)

Nota: O número de "Recusas" ligeiramente elevado em Antuérpia e Barcelona (<8%).

Tornou-se um RLD Rejeitado Aguarda respostaQuer tornar-se um RLD Não quer tornar-se um RLD Não sabe se quer

No geral, entre 80 e 95 % dos imigrantes inquiridos na maioria dos países do ICI são ou querem ser residentes de longa duração.� A Figura 26 ilustra quantos estrangeiros fizeram o pedido (aceite, rejeitado ou à espera de resposta) e se os residentes temporários têm interesse em fazer o pedido. Comparativamente poucos residentes estrangeiros pediram a residência de longa duração nas cidades italianas e portuguesas. Na maioria dos países do ICI, grande parte dos residentes temporários já sabe se tem interesse em tornar-se residente de longa duração, mesmo nos novos países de imigração como na Itália, Portugal e Espanha. Em contraste, muitos mais residentes estrangeiros nas cidades belgas e em Budapeste disseram que não tinham feito o pedido de residência de longa duração, não tinham interesse em faze-lo, ou não sabiam como o fazer. Os residentes estrangeiros em Berlim estavam dividido sobre se deviam ou não fazer o pedido.

Como a maioria dos residentes temporários inquiridos querem vir a ser residentes de longa duração, muito poucos identificaram razões porque não haveriam de requere-lo. Aqueles que não estavam interessados na residência de longa duração frequentemente declararam não verem diferença com o seu estatuto atual (cerca de um terço em Budapeste, cidades belgas, alemãs e portuguesas). Outra razão importante foi que estes residentes temporários específicos não planeiam estabilizar-se no país de acolhimento, especialmente em Budapeste e nas cidades alemãs.

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/ 67

Nota: Há uma diferença importante na média da duração de residência até ao momento de formalizar o pedido entre Lyon (3.8) e Paris (5.4)."Não sabe" foi uma resposta elevada (<24%) nas cidades belgas, cidades francecas, cidades alemas, Budapeste, e em Nápoles.

3.4

5.05.5

3.7

9.3

5.3 5.3

Figura 27. Ao fim de quantos anos de viver no país é que formalizou o pedidode autorização de residência de longa duração?

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

0(N=310) (N=537) (N=554) (N=537) (N=321) (N=412) (N=481)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

França(LYO, PAR)

Alemanha(BER, STU)

Hungria (BUD)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

Na maioria dos países do ICI, o imigrante faz o pedido de residência de longa duração após o período mínimo de residência necessário. A duração média de residência antes de fazer o pedido está representada na Figura 27. O pedido é normalmente feito após um período de residência de cinco anos na maioria dos países.

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Figura 28. Quais os problemas que encontrou no procedimento de autorizaçãode residência de longa duração?

50%

45%

40%

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%(N≥90) (N≥106) (N≥104) (N=167) (N=400) (N≥335) (N≥353) (N≥561) (N≥186) (N=148) (N=133) (N=139) (N=158) (N=200)

Antu

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a

Brux

elas

Lieg

e

Lyon

Paris

Berli

m

Estu

gard

a

Buda

pest

e

Milã

o

Nápo

les

Faro

Lisb

oa

Setú

bal

Barc

elon

a

Mad

rid

(N=273)

Obter os documentos Cumprir os requisitosAutoridades têm demasiado poder para "fazerem o que querem"

Nota: Nestas perguntas, o número de respostas "Não sabe" foi elevado nas cidades belgas e em Budapeste (<21%).

PROBLEMAS E SUCESSOSInúmeras pessoas que fizeram o pedido de longa duração tiveram que superar obstáculos associados às políticas e na forma como essas são implementadas em diferentes cidades. A Figura 28 indica com que frequência é que os documentos, os requisitos e o poder discricionário das autoridades criaram problemas para os imigrantes inquiridos que fizeram o pedido. As pessoas raramente foram confrontadas por estes problemas nas cidades espanholas e em dois terços dos requerentes em Budapeste, Lyon, Milão e Nápoles. Pelo menos um destes problemas

foi reportado por metade dos requerentes em Paris, Berlim, nas cidades portuguesas, nas cidades belgas e mais ainda em Antuérpia. A documentação e os requisitos foram vistos como difíceis por mais pessoas nas cidades belgas, alemãs e portuguesas. Muitos mais requerentes viram as autoridades como arbitrárias e injustas nas cidades francesas e portuguesas que nas cidades alemãs e espanholas.

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Sentir-se instalado Melhor empregoMelhor envolvimento Mais educação/formação

Figura 29. Até que ponto é que a autorização de residência de longa duração o ajudou?100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N≥183) (N≥204) (N≥633) (N≥324) (N≥289) (N≥357) (N≥423)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

França(LYO, PAR)

Alemanha(BER, STU)

Hungria (BUD)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

Nota: Testes estatísticos mostram uma perceção ligeirament mais baixa dos efeitos da residência de longa duração no emprego em Lyon do que em Paris e em Nápoles do que em Milão, em sentir-se instalado menos em Liege que em Antuérpia, em Lyon do que em Paris, e em Estugarda do que em Berlim. Sobre um maior envolvimento e sentir-se mais instalados menos em Madrid que em Barcelona e em Faro do que nas outras cidades portuguesas (para todas as diferenças: p≤0.05). O número de respostas "Não sabe" foi elevado (28%) em Antuérpia, Liege, Lyon, Paris, e Budapeste.

Ajudou um poucoAjudou muito

/ 69

As pessoas que se tornaram residentes de longa duração afirmaram que este estatuto de residência seguro ajudou-os a sentirem-se mais estabelecidos, muitas vezes a conseguirem melhores trabalho e por vezes a conseguirem mais educação e mais envolvimento na comunidade de acolhimento. A Figura 29 mostra até que ponto é que a residência de longa duração ajudou os imigrantes, pouco ou muito, nas diferentes áreas das suas vidas. A residência de longa duração fez a maioria dos

inquiridos sentir-se mais estabelecida em todas as cidades do ICI, especialmente em Itália. No dia-a-dia, foi reportado que este estatuto ajudou a maioria a melhorar as suas perspetivas de trabalho nas várias cidades do ICI, exceto em Itália e em Espanha. A maioria também sentiu os efeitos quando se envolveu na vida da comunidade nas cidades belgas, francesas, alemãs e portuguesas ou apostaram em mais educação na Bélgica, França e até certo ponto, em Portugal.

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Nacionalidade

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Nacionalidade

Já alguma vez pediu a nacionalidade ?

Quando é que fez o pedido ?

Que procedimento utilizou para pedir a nacionalidade ?

O que é que aconteceu ao seu pedido ?

Que problemas é que teve para fazer

o pedido ?

Quer tornar-se cidadão do país de acolhimento ?

Até que ponto é que ter-se tornado cidadão ajudo-o pessoalmente ?

Até que ponto é que tornar-se cidadão poderá ajuda-lo pessoalmente ?

Quer ver todas as respostas www.immigrantsurvey.org

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Nacionalidade

Cerca de 3 em 4 imigrantes são ou gostariam de ser cidadãos do país de acolhimento.

os poucos desinteressados na cidadania frequentemente ou não encontram diferenças com o seu estatuto atual ou enfrentam obstáculos específicos associados às políticas.

As principais razões para não pedir a nacionalidade são procedimentos difíceis em França e restrições de à dupla cidadania dupla na Alemanha.

A naturalização é mais comum em países de imigração estabelecidos e para grupos privilegiados na hungria e na Espanha .

os imigrantes que estão elegíveis para a nacionalidade frequentemente levam anos a formalizar o pedido.

A cidadania ajuda os imigrantes a sentirem-se mais enraizados, a encontrar melhores empregos e até a ter mais ensino e envolvimento no país de acolhimento..

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Resultados Finais

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A cidadania atribui aos imigrantes direitos iguais e mais reconhecimento na sociedade. As políticas nacionais frequentemente surgem de debates politicamente e emocionalmente carregados sobre a integração, identidade e diversidade. As instituições Europeias têm tido pouco a dizer sobre a aquisição da nacionalidade nos países de acolhimento. Os ministros nacionais responsáveis pela integração concordaram nas Conclusões da Presidência Tampere de 1999 que a naturalização deveria fazer parte das suas estratégias sobre direitos e responsabilidades comparáveis. Em 2010, os estados membros da UE tornaram o número de imigrantes que adquiriram a nacionalidade num dos indicadores de integração da UE, porque os Princípios Básicos Comuns da UE consideram que a participação dos imigrantes no processo democrático apoia a sua integração e aumenta o seu sentimento de pertença ao país de acolhimento.

Melhores dados internacionais e um maior investimento na investigação tem vindo a revelar ligações entre políticas, taxas de naturalização e resultados de integração social. O projeto DO Citizenship da UE tem sistematicamente mapeado e analisado as diferentes formas de aquisição e perda de nacionalidade 27. A cooperação internacional e os inquéritos têm melhorado a forma dos países monitorizarem a cidadania (OCDE e Eurostat, especialmente o Regulamento 862/2007). Novos tipos de análise parecem indicar que as políticas têm grande impacto no número de imigrantes que se naturalizam e quanto tempo levam a faze-lo 28. Evidências do impacto da cidadania têm vindo a ser reunidas por investigadores, incluindo pela OCDE 29. Usando dados longitudinais, a investigação indica que a nacionalidade funciona como um instrumento que melhora o acesso a trabalhos mais bem pagos, mais qualificados e trabalhos públicos para os imigrantes, especialmente para os grupos vulneráveis. Nesses mesmos estudos é levantada a hipótese de que a aquisição da nacionalidade melhora não só os direitos das pessoas nos países de acolhimento mas também o seu reconhecimento no mercado de trabalho e o investimento na sua educação. Também outros estudos não longitudinais sugerem que a aquisição da nacionalidade poderá melhorar a participação política, a habitação e a inclusão social. Com base nestes resultados, nova investigação está a ser desenvolvida no sentido de perceber se diferentes leis, medidas implementadas e fatores individuais afetam a aquisição da nacionalidade e a integração 30.

O Inquérito de Cidadãos Imigrantes testa estas evidências emergentes ao perguntar aos imigrantes como é que eles percecionam a nacionalidade como parte do seu processo de estabelecimento e integração na sociedade do país de acolhimento. Assim como foi nas secções do reagrupamento familiar e da residência de longa duração, esta secção perguntou aos imigrantes sobre os seus interesses, as suas experiências e a sua perceção sobre os efeitos das políticas. Será que os imigrantes temporários estão interessados na aquisição da nacionalidade ? Quantos imigrantes naturais de países terceiros é que fizeram o pedido de nacionalidade e quantos foram aceites ? Será que os cidadãos também percecionam efeitos no seu sentimento de pertença e integração social ?

Os imigrantes seguiram diferentes percursos para a aquisição da nacionalidade nos países do ICI, dependendo do ano em que foi efetuado o pedido e por vezes das suas origens nacionais ou culturais. Há décadas atrás, poucos países europeus, entre eles a França, a Irlanda e o Reino Unido, facilitavam a naturalização, o direito de nacionalidade à nascença e a dupla nacionalidade para imigrantes de primeira geração. Muitos países só facilitavam o acesso à nacionalidade àqueles com quem tinham ligações históricas, étnicas ou culturais (Alemanha, Hungria, Itália, Portugal e Espanha). No espaço de uma geração, os imigrantes viram grandes reformas no âmbito das políticas de nacionalidade em países como a Alemanha, a Bélgica, recentemente em Portugal e possivelmente em breve na Itália.

Em 2010, o Índex das Políticas de Integração de Migrantes (MIPEX) chegou à conclusão que as leis da nacionalidade para a generalidade dos imigrantes naturais de países terceiros eram mais ‘ favoráveis ’ em Portugal (só desde 2006) e ‘ ligeiramente favoráveis ’ em todos os outros países do ICI, exceto na Hungria e na Espanha. Estes dois países mantêm políticas muito mais favoráveis para grupos privilegiados do que para a generalidade dos imigrantes naturais de países terceiros. A dupla nacionalidade é aceite em todos os países do ICI, exceto em Espanha (somente aceite para países com ligações históricas) e na Alemanha (somente em casos de exceçãoexcecionais). As generalidades dosOs imigrantes naturais de países terceiros tornam-se elegíveis para efetuar o pedido para a nacionalidade após vários anos de residência : desde três anos para a naturalização na Bélgica (sete para a declaração de nacionalidade), a cinco na

27.� ara mais informações ver http ://eudo-citizenship.eu/28.� Ver Dronkers, Jaap e Vink, Maarten, Explaining Access to Citizenship in Europe :

How Policies Affect Naturalisation Rates, European Union Politics 13(3), 2012. www.eui.eu/Personal/Dronkers/English/Vink.pdf Sartori, Fabio, ‘ Acquisitions of citizenship on the rise in 2009, ’ Eurostat : Statistics in Focus 24/2011,

Luxemburgo, 2011. http ://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_OFFPUB/KS-SF-11-024/EN/KS-SF-11-024-EN.PDF, Reichel, David ‘ Do legal regulations hinder naturalisation ? ’ EUI Working Papers RSCAS 2011/51, Florença, Itália, 2011. http ://cadmus.eui.eu/bitstream/handle/1814/18734/RSCAS_2011_51.pdf ?sequence=3

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Figura 30. Quer tornar-se um cidadão de longa duração? Quer pedir a nacionalidade?

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=263) (N=143) (N=222) (N=303) (N=426) (N=579) (N=181)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

França(LYO, PAR)

Alemanha(BER, STU)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

Eu quero a RLD e/ou a Nacionalidade Eu quero pelo menos a Nacionalidade

Eu quero pelo menos a RLD Eu não sei qual o estatuto que quero Eu não quero nem a RDL nem a Nacionalidade

Nota: Testes estatísticos mostram que os inquiridos em Liège têm mais probabilidade de saberem se queriam a RLD ou a nacionalidade que os inquiridos em Antuérpia ou Bruxelas (para todas as diferenças: p<0.05).

Hungria(BUD)

França, seis em Portugal, sete a oito na Alemanha, oito na Hungria (não existe um período específico para Húngaros étnicos), dez em Espanha (dois para países com ligações históricas) e dez em Itália (menos tempo para alguns, e.g. descendentes de Italianos). No geral, as condições legais (e.g. língua e conhecimentos cívicos, meios de subsistência)

foram consideradas mais inclusivas na Bélgica e em Portugal, mais exigentes na Alemanha e mais discricionárias na França e Espanha. O procedimento no global é discricionário na Hungria, França, Itália e Bélgica (para a naturalização) versus com base nos direitos na Alemanha, Espanha e Bélgica (para declarações de nacionalidade).

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29.� OCDE, Naturalisation : A passport for the better integration of immigrants ? OECD Publishing, Paris, 2011, doi : 10.1787/9789264099104-en www.oecd.org/document/0/0,3746,en_2649_37415_48125719_1_1_1_37415,00.html

30.� Para mais informações ver o próximo projeto financiado pelo Fundo de Investimento Europeu, Acesso à cidadania e o impacto na integração dos imigrantes (ACIT), http ://www.migpolgroup.com/projects_detail.php ?id=60

aléM Da resIDêNCIa De loNga Duração : o INTeresse Na NaCIoNalIDaDeA maioria dos residentes temporários não está só interessada em tornar-se residente de longa duração nos países de acolhimento. A Figura 20 mostra se os residentes temporários inquiridos afirmaram querer obter uma residência de longa duração e/ou a nacionalidade. Em todos os países do ICI, a maioria desses inquiridos está interessada num estatuto de residência mais seguro. Nas cidades francesas, portuguesas e italianas, os imigrantes não só pretendem pedir a autorização de residência mas também a nacionalidade. Nas cidades italianas, perto de metade querem o mesmo, mas um terço adicional está somente interessado atualmente na residência

de longa duração. Os residentes temporários inquiridos em Budapeste e nas cidades belgas e alemãs encontravam-se divididos e indecisos sobre o seu estatuto futuro no país de acolhimento. Mais inquiridos estavam interessados na nacionalidade na Bélgica, onde alguns já tinham ou gostariam de ter residência de longa duração (atualmente não é um requisito para a nacionalidade). Na Alemanha, 30 % gostariam de se tornar residentes de longa duração, enquanto outros 30 % preferiam manter-se como residentes temporários do que tornarem-se residentes de longa duração ou cidadãos.

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Não poder manter a cidadania do país de origem Procedimento muito difícilNão pensa estabelecer-se no país Não vê diferença face ao estatuto atual

Figura 31. Porque é que não quer a nacionalidade?70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N≥79) (N=72) (N≥549) (N≥184) (N≥235) (N=101) (N=52)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

França(LYO, PAR)

Alemanha(BER, STU)

Hungria (BUD)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

Nota: Os testes estatístico mostram que as diferenças entre os estatutos atuais foi mais citada como razão em Milão do que em Nápoles, e ligeiramente mais em Bruxelas do que nas cidades belgas, e em Lisboa mais do que nas outras cidades portuguesas. Manter a cidadania de origem foi mais frequentemente citada em Estugarda do que em Berlim. O procedimento foi também mais frequentemente citado em Milão do que em Nápoles (para todas as diferenças: p≤0.05). O número de respostas "Não sabe" foi elevado (<43%) em Antuérpia e ligeiramente elevado (<23%) em Bruxelas, Liege, Lyon e Milão, enquanto o número de "Recusas" (<8%) foi elevado em Antuérpia.

Os poucos residentes temporários que não querem a nacionalidade frequentemente não atribuem valor à nacionalidade ou têm outras razões que são específicas ao seu país. A Figura 31 sugere razões para explicar porque é que a nacionalidade pode não ser interessante para muitos estrangeiros nas cidades inquiridas da Alemanha, Hungria e Itália e para alguns na Bélgica, França, Portugal e Espanha. Para os poucos em Espanha, não houve um problema em particular. Em todos os outros países, uma das razões principais (42-57 %) para os estrangeiros não quererem pedir a nacionalidade, particularmente os residentes de longa duração, foi não verem diferença entre o seu estatuto atual e a nacionalidade.� Contudo, esta não é a principal

razão apontada na maioria dos casos. Para alguns nas cidades portuguesas e para muitos nas cidades italianas, mais de metade disseram que não têm intenções de ficarem estabelecidos nos novos países de imigração.� Metade dos inquiridos nas cidades francesas deram como razão a dificuldade do procedimento para a nacionalidade. Nas cidades alemãs, quase metade não tinha a certeza se gostaria de se tornar cidadão com receio de terem de renunciar à sua nacionalidade de origem sob a lei alemã.� Este problema foi muito menos importante nos outros países, talvez refletindo as diferentes leis da nacionalidade dos países de acolhimento e o conhecimento dos imigrantes sobre as oportunidades para a dupla nacionalidade.

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Figura 32. A maioria dos imigrantes já pediu ou quer pedir a nacionalidade do país de acolhimento

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=311) (N=411) (N=293) (N=316) (N=669) (N=1187) (N=395) (N=397) (N=405) (N=450) (N=401) (N=409)

Antu

érpi

a

Brux

elas

Lieg

e

Lyon

Paris

Buda

pest

e

Milã

o

Náp

oles

Faro

Lisb

oa

Setú

bal

Barc

elon

a

Mad

rid

(N=580)

Nota: A Alemanha está excluída devido aos constrangimentos da amostra que levaram a uma sub-representação dos cidadãos naturalizados.

Nacionalidade por naturalização Rejeitado Aguarda respostaQuer a nacionalidade Não quer a nacionalidade Não sabe

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A Figura 32 ilustra especificamente a frequência dos pedidos de nacionalidade dos imigrantes naturais de países terceiros nas 15 cidades.

No geral, cerca de três em quatro imigrantes naturais de países terceiros afirmaram que têm ou querem ter a nacionalidade.� As grandes exceções estão nas cidades italianas, onde cerca de metade dos estrangeiros inquiridos afirmaram não estar interessados ou não ter a certeza. Mesmo assim, quase tantos imigrantes nas cidades italianas e portuguesas sabem que querem adquirir a nacionalidade no futuro. A maioria dos imigrantes inquiridos que fizeram o pedido de nacionalidade foi aceite. O maior número de rejeições foi reportado nas cidades francesas. Para aqueles a aguardar resposta, o período de espera tem sido relativamente curto nas cidades portuguesas, um pouco mais longo nas cidades francesas e mais longo nas cidades belgas e espanholas, com um elevado número de casos que datam desde 2008/2009.

A amostra do ICI sugere que a naturalização dos imigrantes é mais comum entre os países de imigração estabilizados bem como para grupos privilegiados na Hungria e Espanha.� Até agora, as cidades italianas e portuguesas só têm tido um

número reduzido de pedidos – e a maioria é recente. Nas cidades portuguesas, o número de pedidos dos imigrantes oriundos de países lusófonos ou não-lusófonos aumentou drasticamente desde a reforma de 2006, que veio tornar os procedimentos mais favoráveis que estavam reservados para pessoas de países lusófonos extensíveis a todos os residentes com conhecimentos básicos de português. Em comparação, entre metade ou mais de todos os imigrantes naturais de países terceiros inquiridos em Budapeste, nas cidades belgas, francesas e espanholas já tinham feito o pedido de nacionalidade. Por detrás dos elevados números na Hungria e Espanha existem grandes diferenças nos procedimentos de naturalização e nos custos associados. Verifica-se mais probabilidade dos inquiridos se tornarem cidadãos se tiverem o Húngaro como sua língua materna (83 % naturalizados em comparação a 24 % em que o Húngaro não era a sua língua materna) ou se forem de países com ligações históricas a Espanha (46 % naturalizados em comparação a 18 % para os outros). Hoje em dia, poucas diferenças emergem entre as pessoas oriundas de países lusófonos ou não-lusófonos nas cidades portuguesas, o que também pode ser um reflexo da reforma de 2006.

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Figura 33. Depois de quantos anos de residência no país de acolhimento é que pediu a nacionalidade?

16

14

12

10

8

6

4

2

0(N=100) (N=248) (N=127) (N=179) (N=384) (N=291) (N=54) (N=34) (N=109) (N=125) (N=149) (N=218)

Antu

érpi

a

Brux

elas

Lieg

e

Lyon

Paris

Buda

pest

eLí

ngua

mat

erna

(N=189)Bu

dape

ste

Líng

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ão m

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na

Milã

o

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les

Faro

Lisb

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Setú

bal

Barc

elon

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liga

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his

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as

Mad

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com

liga

ções

hist

óric

as

(N=320)(N=30)

Barc

elon

aPa

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sem

liga

ções

his

tóric

as

Mad

ridPa

íses

sem

liga

ções

hist

óric

as

(N=24)

Nota: A Alemanha está excluída devido aos constrangimentos da amostra que levaram a uma sub-representação dos cidadãos naturalizados. O número de respostas "Não sabe" foi elevado (<29%) nas cidades belgas e em Budapeste , enquanto o número de "Recusas" foi por volta de 5% e Milão.

7.4

9.5

5.3

13.011.7

5.0

9.510.6 11.2

9.18.2

9.8

6.3

10.9

6.0

9.8

o PeríoDo De esPera Para a NaCIoNalIDaDeEm grande parte dos casos, os imigrantes elegíveis para a nacionalidade demoram anos a pedi-la. Aqueles que cumprem os requisitos de residência não podem somente demonstrar interesse em fazer o pedido, mas também têm de cumprir com todos os outros requisitos legais. A Figura 33 demonstra o número médio de anos que demoram até formalizarem o pedido por cidade. Em média as pessoas que fizeram o pedido de nacionalidade precisaram de um ano ou dois a mais que o mínimo requerido de residência em Budapeste (para quem o Húngaro não era a língua materna), nas cidades belgas, francesas, italianas

e espanholas. Em contrapartida, os imigrantes nas cidades francesas precisaram de muito mais tempo para fazerem o pedido do que os cinco anos mínimos requeridos para uma naturalização normal. Os grupos privilegiados na Hungria e Espanha, que beneficiam de requisitos de duração de residência muito curtos, também demoraram mais tempo a fazerem o pedido. Nas cidades portuguesas, muitos dos residentes que já estavam estabelecidos à muito tempo e que já cumpriam com os requisitos de residência só começaram a formalizar os pedidos depois da reforma de 2006.

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Línguamaterna

Língua nãomaterna

Países comligações

históricas

Países semligações

históricas

Figura 34. Depois de viver mais de 20 anos no país de acolhimento, já se tornou cidadão?

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=294) (N=442) (N=221) (N=139) (N=109) (N=148) (N=75) (N=29)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

França(LYO, PAR)

Hungria(BUD)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

Nota: A Alemanha está excluída devido aos constrangimentos que levaram a uma sub-representação dos cidadãos naturalizados. Os testes estatísticos não mostram diferenças significativas entre cidades detnro do mesmo país.

82%

56%

92%

67%

29%

64%

91%

73%

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31.� Existe pouca diferença entre os imigrantes inquiridos oriundos de países lusófonos ou não-lusófonos.

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Os resultados do ICI levantam preocupações relativamente a uma inclusão plena dos residentes estrangeiros em muitos dos países. Os imigrantes que não são cidadãos dos seus países de residência ou de outros países da UE estão maioritariamente omissos da política nacional, possivelmente expostos a ameaças de expulsão e, em muitos dos países da UE, excluídos dos empregos no setor público, de algumas profissões e de direitos sociais plenos. A Figura 34 mostra qual a percentagem de imigrantes naturais de países terceiros com vinte ou mais de vinte anos de residência no país de acolhimento que se tornou cidadão do país de residência. As taxas de naturalização são muito altas nas cidades

belgas e para a maioria dos residentes de longa duração em Budapeste e nas cidades espanholas, particularmente para os dois grupos privilegiados. Esta taxa é de 64 % nas cidades portuguesas 31, 56 % nas cidades francesas e 29 % nas cidades italianas. As potenciais razões por detrás destes números baixos estão identificadas pelos residentes de longa duração não-naturalizados em cinco dos países do ICI (excluindo Portugal e Espanha). Cerca de metade dos residentes de longa duração não se naturaliza porque não vê diferença entre o seu estatuto atual ou porque considera o procedimento muito difícil (20-55 %).

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Figura 35. Teve problemas a fazer o pedido de nacionalidade?

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N=509) (N=563) (N=380) (N=198) (N=89) (N=297) (N=110) (N=529) (N=61)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

França(LYO, PAR)

Hungria(BUD)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

Nota: A Alemanha está excluída devido aos constrangimentos que levaram a uma sub-representação dos cidadãos naturalizados. Os testes estatísticos mostram ligeiramente menos problemas reportados em Bruxelas do que em Antuérpia, problemas específicos com autoridades ou com os requisitos (para todas as diferenças: p≤0.05). O número de respostas "Não sabe" foi elevado (<22%) nas cidades belgas.

41%

Línguamaterna

Língua nãomaterna

Paíseslusófonos

Paísesnão-lusófonos

Países comligações

históricas

Países semligações

históricas

53%

16%

29%

47%

57%53%

12%

25%

Quando os imigrantes inquiridos não fizeram o pedido de nacionalidade, eles reportaram terem mais problemas com as políticas ou com a sua implementação nas cidades de França, Portugal, Itália e da Bélgica, particularmente em Antuérpia. A Figura  35 mostra quantos imigrantes tiveram problemas com o procedimento. A forma como as autoridades exercitam o seu poder demostrou ter sido o maior problema nas cidades em Portugal (42 %), França e Itália (30 %) e em menor grau na Bélgica (18 %). Em Portugal, as autoridades foram percecionadas como mais favoráveis por imigrantes oriundos de países não-lusófonos (30 %) do que por

imigrantes de países lusófonos (46 %). Obter os documentos requeridos foi uma das razões também levantada nas cidades portuguesas e uma em cinco nas cidades francesas, italianas e belgas. Os grupos privilegiados na Hungria e em Espanha não reportaram qualquer problema em particular. Em geral, os requerentes nas cidades espanholas ocasionalmente tiveram de superar problemas com os documentos ou em terem de prescindir da sua nacionalidade de origem. Aqueles para quem o Húngaro não é a sua língua materna reportaram muitos mais problemas com os documentos, requisitos, discricionariedade e com o seu conhecimento do procedimento.

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Sentir-se instalado Melhor envolvimentoMelhor emprego Mais educação/formação

Figura 36. Até que ponto é que a nacionalidade o ajudou?100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%(N≥401) (N≥276) (N≥429) (N≥49) (N≥246) (N≥362)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

França(LYO, PAR)

Hungria(BUD)

Itália(MIL, NAP)

Portugal(FAR, LIS, SET)

Espanha(BAR, MAD)

Nota: A Alemanha está excluída devido aos constrangimentos que levaram a uma sub-representação dos cidadãos naturalizados. Os testes estatísticos mostram uma perceção ligeiramente mais baixa dos efeitos da cidadania no emprego e na educação em Bruxelas do que nas outras cidades belgas e uma perceção ligeiramente mais elevada dos efeitos em sentir-se mais instalados em Liege do que em outras cidades belgas, e em envolverem-se mais em Madrid do que em Barcelona (para todas as diferenças: p≤0.05). O número de resposta "Não sabe" foi elevado (<23%) nas cidades belgas e em Budapeste e ligeiramente elevado (<8%) nas cidades francesas e em Milão.

Ajudou poucoAjudou muito

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32.� Note-se que não é possível comparar diretamente as perguntas sobre os efeitos da nacionalidade na integração, residência de longa duração e reagrupamento familiar porque muito poucos imigrantes inquiridos nos vários países adquiriram mais do que um destes estatutos. Contudo, ambos os residentes de longa duração e cidadãos, responderam até que ponto é que estavam satisfeitos com as diferentes áreas das suas vidas. Entre os residentes

de 15 anos ou mais, os imigrantes que adquiriram a nacionalidade reportam uma satisfação maior com as suas vidas, especialmente nos seus trabalhos, educação, habitação e vida social, do que os imigrantes que mantiveram-se como residentes de longa duração. Este padrão mantem-se tanto pelas amostras maiores na França, Hungria e Portugal como nas amostras mais pequenas na Bélgica e em Espanha. .

ProbleMas e suCessosUma vez que os imigrantes adquirem a nacionalidade, eles sentem o efeito da cidadania nas suas vidas, nos seus trabalhos e frequentemente nas suas comunidades locais.� A Figura 36 demonstra até que ponto é que os imigrantes sentem que a nacionalidade os ajudou um pouco ou muito nas diferentes áreas 32.

Em primeiro lugar, a nacionalidade fez os imigrantes sentirem-se mais enraizados, de acordo com a perceção da maioria inquirida em todos os países do ICI, variando entre 53 % em Budapeste e 92 % nas cidades italianas. Cerca de metade dos imigrantes

na maioria dos países afirmaram que tornarem-se cidadãos ajudou-os de alguma forma no mercado de trabalho. Os maiores efeitos sentidos na área do emprego foram nas cidades belgas e francesas. Nas cidades espanholas, foi mais provável identificar imigrantes sem ligação histórica a dizerem que a cidadania ajudou-os com o seu emprego do que imigrantes de países com ligações históricas a Espanha. Cerca de metade dos imigrantes nas cidades belgas, francesas e portuguesas também consideraram que foi mais fácil para eles receberem mais educação ou tornarem-se mais envolvidos na sua comunidade local

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Conclusão

CoN

CLuSIó

N

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o valor acrescido do Inquérito a Cidadãos Imigrantes

A Fundação King Baudouin, o Migration Policy Group e os seus parceiros procuraram testar se as políticas de integração estão de acordo com as expetativas e necessidades dos imigrantes na Europa. Também pretenderam testar se um instrumento pouco utilizado – um inquérito direcionado – pode captar as experiências pessoais de inquiridos tão diferentes e difíceis de alcançar como são os imigrantes naturais de países terceiros. Mas o inquérito teria de ser suficientemente amplo e representativo para possibilitar a criação de uma plataforma em que os imigrantes informassem as políticas e debates ao nível local, nacional e europeu.

Foi necessário investir tempo e recursos consideráveis para conseguir identificar, contatar e depois perguntar a milhares de pessoas tantas perguntas de forma comparável nas diferentes cidades e países. Os parceiros do projeto foram capazes de identificar perguntas comuns que consideraram relevantes para o debate das políticas, da literatura científica e de consultas com as comunidades imigrantes. O processo em si levou à transferência de métodos nos países e a uma colaboração única entre cientistas, institutos de sondagens e agentes da sociedade civil. Os resultados finais foram comparáveis entre as cidades e entre os países e, em muitas das perguntas, entre os imigrantes e o público em geral.

Os resultados do ICI preenchem muitas das falhas de dados chave no debate sobre a integração. As estatísticas de emprego por detrás da maioria dos indicadores de integração podem ser melhor interpretadas em complemento com as próprias perceções dos imigrantes sobre a sua situação laboral. Existem dados não só sobre a participação política e cívica dos imigrantes, mas também dos seus potenciais interesses na participação. As capacidades e obstáculos auto-reportados pelos imigrantes com a língua ajudam a completar o quadro do multilinguismo na Europa. As necessidades e expectativas dos imigrantes para as suas famílias trazem uma perspetiva de integração de volta ao debate público que fixa o reagrupamento familiar como um fluxo de imigração. As expectativas e experiências

dos imigrantes de variados estatutos legais reforçam a evidência emergente das políticas de nacionalidade e levanta novas perguntas sobre as políticas de residência de longa duração. Os decisores políticos podem ver além da retórica e conhecer melhor os imigrantes como pessoas, olhando para todas estas áreas da integração.

resultados chave para as políti-cas de integração

Os decisores políticos podem ver através dos olhos dos imigrantes como as políticas de integração são implementadas, usadas e como afetam a vida das pessoas. Entre os imigrantes inquiridos na maioria dos países do ICI, a integração legal é importante para a sua integração mais alargada na sociedade.� O reagrupamento familiar é uma escolha que é relevante para os imigrantes de primeira geração separados dos seus companheiros ou filhos. A maioria destas famílias separadas já foi reagrupada em grande parte dos países do ICI, exceto nos novos países de imigração - Portugal e Espanha. A residência de longa duração e a nacionalidade estão ligadas à forma como a maioria dos imigrantes vê o seu estabelecimento e integração no país de acolhimento. Atualmente, entre 65 e 79 % dos imigrantes inquiridos são residentes de longa duração ou cidadãos na maioria dos países do ICI, exceto em Itália e Portugal.

Apesar de poucos terem ainda pedido estes estatutos nos novos países de imigração, a maioria dos imigrantes temporários já sabe se quer ou não tornar-se residente de longa duração ou cidadão. Em todos os países, os poucos que não têm interesse em adquirir a residência de longa duração ou a nacionalidade explicam que ou não estão interessados em estabelecerem-se no país de acolhimento ou não reconhecem diferença entre esse estatuto e o que têm atualmente.� Semelhantemente, muitos dos imigrantes que ainda estão separados dos seus parceiros ou filhos não têm interesse em reagrupar no país de acolhimento porque não têm intenções de se estabelecer no país ou porque a sua família não quer imigrar.

Ainda assim, as políticas e procedimentos nacionais desencorajam outros de pedirem estes estatutos e

Conclusão

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Conclusãocriam problemas para os requerentes. As políticas nacionais e a sua implementação local também são relevantes.� Os imigrantes regularmente têm problemas na forma como as autoridades usam o seu poder nas cidades francesas, italianas e portuguesas ; com as restrições sobre a dupla nacionalidade nas cidades alemãs ; e com os documentos requeridos nas cidades alemãs e belgas. Os imigrantes que se tornaram residentes de longa duração ou cidadãos afirmaram que esta mudança fez a diferença nas suas vidas.� Ajudou-os a sentirem-se mais enraizados, a melhorar as suas perspetivas de emprego e em alguns casos a receber melhor educação ou envolverem-se mais na comunidade do país de acolhimento. Os imigrantes que reagruparam com as suas famílias também sentiram que o reagrupamento melhorou as suas vidas familiares, sentimento de pertença e ocasionalmente traduziu-se em outros resultados de integração social.

Em comparação, as políticas orientadas para a imigração são apenas um dos fatores nas áreas da integração social, como o emprego, a língua e a participação política. Os problemas que os imigrantes enfrentam e as formas como participam dependem em grande parte dos contextos nacional e local específico.� A forma como as pessoas encontram emprego, aprendem uma língua, adquirem formação, ou participam politicamente é influenciada pelas suas características pessoais, as ações dos outros, as estruturas da sociedade e as políticas em geral. Os imigrantes inquiridos por vezes mencionaram desafios pessoais como competências linguísticas, tempo disponível para estudar e conciliação entre o trabalho e a vida familiar. Também identificaram problemas estruturais que dificultam a integração social de muitos grupos na sociedade, como garantirem um contrato de trabalho legal ou permanente. Mudanças podem ser necessárias, não só para solucionar estes problemas estruturais da sociedade, mas também para alterar as atitudes e ações da população em geral. Os resultados do ICI encontram evidências de problemas amplamente conhecidos, como a discriminação no mercado de trabalho, a atitude dos empregadores sobre as qualificações estrangeiras e o interesse limitado numa maior diversidade étnica na política.

Os decisores políticos de integração não deveriam sobrevalorizar a influência da sua imigração ou das suas políticas orientadas para a integração socioeconómica para determinarem a integração. As políticas de integração locais e nacionais devem encontrar o seu

lugar no conjunto de políticas. As políticas direcionadas devem de ser ligadas às políticas gerais em áreas como o emprego, a língua e educação, ou a luta contra a discriminação e pela igualdade. Os resultados do ICI encontram, por exemplo, potencial significativo para um investimento em cursos de integração mais alargados, para o reconhecimento de qualificações estrangeiras, e em políticas de participação política.�

utilidade para análises futuras : políticas, resultados e satisfação

Os resultados publicamente disponíveis do ICI oferecem a oportunidade única de analisar os diferentes fatores pessoais, sociais e políticos por detrás das experiências de integração dos imigrantes. Os utilizadores podem visualizar os resultados principais em www.immigrantsurvey.org. Os investigadores podem aprofundar na base de dados de SPSS. Uma simples análise descritiva pode desagregar os resultados por grupos (e.g. as mulheres), enquanto uma análise regressiva pode concluir se as diferenças reportadas estão estatisticamente relacionadas com os fatores específicos (e.g. o sexo, a idade, a educação, o estatuto socioeconómico). Comparações podem ser feitas entre o ICI e os dados do MIPEX. As avaliações das políticas podem monitorizar o impacto das políticas atuais de algumas das alterações recentes (e.g. reformas nas políticas de nacionalidade na Bélgica ou Portugal ou cursos de integração compulsivos em França, Alemanha ou na região belga de Flandres). Comparações também podem ser realizadas entre o ICI e os indicadores de integração como os Indicadores de Zaragoza. Estes estudos podem providenciar um quadro mais completo dos objetivos e da experiência subjetiva do processo de integração. Por exemplo, mais imigrantes sentem-se sobrequalificados para os trabalhos que desenvolvem do que os que estão classificados pelo Eurostat, de acordo com o seu trabalho e nível de educação.

Mais comparações podem ser feitas entre os ‘ resultados‘ de integração e a satisfação de vida dos imigrantes.� A integração vai além das estatísticas, razão pela qual o ICI inspirou-se nas medidas de bem-estar como o novo Índex da OCDE ‘ Melhore a sua Vida ’. Com base nas perguntas do Inquérito sobre a Qualidade de Vida Europeia de 2007, os imigrantes inquiridos classificaram numa escala de 0 a 10 o seu nível de satisfação com a sua vida hoje em dia, em termos da sua educação, emprego, habitação, vida familiar, saúde e vida social. Comparando os dados do Inquérito sobre a Qualidade

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Figura 37. Qual o seu nível de satisfação com a sua vida hoje em dia… Inquérito a Cidadãos Imigrantes (ICI) 2011 vs. Inquérito Europeu sobre a Qualidade de Vida (IEQV 2007)

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IEQV 2007(n≥1007; para emprego n=450)

Bélgica(ANT, BRU, LIE)

ICI 2011(n≥997; para emprego n=554)

10.09.59.08.58.07.57.06.56.05.55.0

IEQV 2007(n≥1523; para emprego n=747)

França(LYO, PAR)

ICI 2011(n≥937; para emprego n=679)

Nota: O número de respostas "Não sabe" foi elevado para o emprego em Bruxelas (6.5%).

10.09.59.08.58.07.57.06.56.05.55.0

IEQV 2007(n≥1984; para emprego n=946)

Alemanha(BER, STU)

ICI 2011(n≥1191; para emprego n=817)

10.09.59.08.58.07.57.06.56.05.55.0

IEQV 2007(n≥959; para emprego n=422)

Hungria(BUD)

ICI 2011(n≥1153; para emprego n=611)

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de Vida Europeia de 2007 e os dados do ICI, a Figura 37 sugere que os imigrantes inquiridos hoje sentem-se tão satisfeitos com as suas vidas em geral como a maioria das pessoas no país de acolhimento.� Em média, eles sentem-se mais positivos sobre a sua saúde do que as pessoas em geral no país de acolhimento. Eles encontram-se no geral menos satisfeitos com os seus empregos, educação e habitação nas cidades belgas, francesas e alemãs do que a média das pessoas nestes países. Por outro lado, na Hungria, Portugal e Espanha, os imigrantes inquiridos sentem-se, em média, mais positivos sobre a maior parte das áreas das suas vidas do que a média das pessoas.

Os imigrantes que utilizam políticas ou procedimentos específicos poderão sentir-se mais ou menos satisfeitos com uma área relacionada das suas vidas. Por exemplo, o capítulo sobre o reagrupamento familiar observou como as pessoas com necessidades e experiências de reagrupamento familiar diferentes reportaram diversos níveis de satisfação com a sua vida familiar. A mesma análise pode ser feita para o reconhecimento de qualificações, cursos de língua, formação, nacionalidade e afins. É possível provar o valor da monitorização da satisfação complementada com os indicadores e resultados das políticas para melhor compreender e valorizar as escolhas, problemas e efeitos das políticas para os imigrantes.

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10.09.59.08.58.07.57.06.56.05.55.0

IEQV 2007(n≥1457; para emprego n=830)

Itália(MIL, NAP)

ICI 2011

(Milão n≥395; para emprego n=295)

(Nápoles n≥397; para emprego n=308)

10.09.59.08.58.07.57.06.56.05.55.0

IEQV 2007(n≥989; para emprego n=512)

Portugal(FAR, LIS, SET)

ICI 2011(n≥1223; para emprego n=849)

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IEQV 2007(n≥1005; para emprego n=473)

Espanha(BAR, MAD)

ICI 2011(n≥984; para emprego n=765)

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utilidade para debates e inquéritos futuros

Agentes governamentais e não-governamentais deveriam utilizar o Inquérito a Cidadãos Imigrantes como uma base de dados e como um exemplo.� Podem discutir os resultados do ICI com os imigrantes e com as suas associações e fazer recomendações para políticas mais informadas e mais eficazes. Os decisores políticos podem também informar melhor o público sobre a integração. Os resultados apresentam uma oportunidade para falar mais sobre os imigrantes como pessoas, que se deparam com realidades e escolhas que são muito próximas das vidas da maioria das pessoas. Os decisores políticos que estão interessados em desenvolver os seus próprios inquéritos deveriam rever uma variedade de opções. Para cada opção, os decisores

políticos necessitam de melhorar a disponibilidade e acesso a dados desagregados por país de nacionalidade e por país de origem aos investigadores. Institutos de investigação e de sondagens necessitam também de mais experiência a inquirir imigrantes e de um conjunto diversificado de entrevistadores. Inquéritos quantitativos gerais com grandes amostras de imigrantes poderão ser a opção economicamente mais eficaz para captar a participação económica, social ou política. Os imigrantes podem então ser comparados a grupos similares na população geral e serem profundamente mais compreendidos. Para incluir os imigrantes, os inquéritos gerais necessitarão de financiamento para impulsionar as amostras, recursos linguísticos e medidas para impulsionar as tradicionais baixas taxas de respostas entre os imigrantes. Além disso, os inquéritos gerais devem ser melhor direcionados para questões até ao

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momento pouco inquiridas, como as questões da língua ou o acesso a serviços gerais, que são relevantes para todas as pessoas numa Europa cada vez mais diversa. Os inquéritos quantitativos direcionados têm mais efeito para perceber questões específicas acerca da imigração e integração. Inquéritos longitudinais (também conhecidos como inquéritos de painel) reuniram valiosos dados de longa data sobre o processo de integração em países como a Austrália, o Canadá, Israel, Nova Zelândia e atualmente, a França. Os inquéritos para pessoas estrangeiras ou nascidas no estrangeiro deveriam ser focados nas políticas ou problemas que a maioria pode ou virá a experienciar (e.g. vida familiar)

para que a maioria consiga responder às perguntas. Se necessário, o inquérito pode comparar respostas dos imigrantes e da população geral utilizando, ou perguntas de inquéritos gerais, ou inquirindo um ‘ grupo de controlo ’ adicional de não imigrantes. Os inquéritos sobre políticas específicas (e.g. reagrupamento familiar) deveriam ser focados nos beneficiários específicos das políticas (passados, presentes, ou potenciais). O maior desafio será identificar e contactar estes beneficiários específicos através de bases de dados disponíveis ou serviços. Estes inquéritos específicos podem decorrer no âmbito de uma alteração de política, como parte da avaliação de impacto prospetiva ou retrospetiva.

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Agradecimentos aos Parceiros

A Fundação King Baudouin e o Migration Policy Group gostariam de prestar os seus agradecimentos aos vários parceiros nacionais, que sem o seu trabalho árduo e dedicação este projeto não teria sido possível.

alemanha

Research Unit of the Expert Council of German Foundations on Integration and Migration (Comissão científica e responsável pelo lançamento nacional dos resultados)IFAK Institut GmbH & Co. KG Markt- und Sozialforschung (Responsável pelo lançamento do inquérito)

bélgica

Université Libre de Bruxelles (Comissão científica do projeto)IPSOS Belgium (Responsável pelo lançamento do inquérito)

espanha

University of Leicester (Comissão científica do projeto)Centro de Investigaciones Sociológicas (Responsável pelo lançamento do inquérito)Centre d ’etudis internacionals a Barcelona (Responsável pelo lançamento nacional dos resultados)

frança

Fondation Nationale des Sciences Politiques (Comissão científica do projeto)IPSOS France (Responsável pelo lançamento do inquérito)France terre d ’asile (Responsável pelo lançamento nacional dos resultados)

hungria

MTA Etnikai-nemzeti Kisebbségkutató Intézet (Comissão científica do projeto)ICCR Budapest Alapítvány (Responsável pelo lançamento do inquérito)Menedék – Hungarian Association for Migrants (Responsável pelo lançamento nacional dos resultados)

Itália

Fondazione Iniziative e Studi sulla Multietnicità (Comissão científica, responsável pelo lançamento do inquérito e pelo lançamento nacional dos resultados)

Portugal

Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (Comissão científica do projeto)Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica(Responsável pelo lançamento do inquérito)Fundação Calouste Gulbenkian (Responsável pelo lançamento nacional dos resultados)

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Notas

Page 91: A experiência de integração dos imigrantes

Notas

Page 92: A experiência de integração dos imigrantes

Publicado em Bruxelas pela Fundação King Baudouin e o Migration Policy Group, Maio 2012