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1 A EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E A VALORIZAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: O “PACTO EDUCATIVO” NO ESTADO DO PARANÁ Marta Lucia Croce [email protected] Universidade Estadual de Maringá - UEM Manuel Tavares Gomes tavares.lusó[email protected] Universidade Nove de Julho UNINOVE Eixo 6. Produção do conhecimento na expansão da educação superior. RESUMO O compromisso com a valorização dos professores da Educação Básica, como exigência instaurada pelo Sistema Nacional de Formação de Profissionais do Magistério, está fortemente vinculado ao programa de expansão universitária gestado no Paraná pelo governo Requião-Pessuti (2003-2010). Na tentativa de qualificar o debate acerca da ampliação das Instituições Públicas de Ensino Superior do Paraná (IPES), entendida por nós como política pública local proveniente das demandas da educação pública paranaense, consideramos para este artigo o “pacto educativo” firmado entre Governo Estadual, Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) e IPES. Expomos os caminhos políticos e de governança traçados para a formação continuada de professores do Quadro Próprio do Magistério Estadual (QPM) em serviço, e a expansão, concomitante, das universidades estaduais, a partir da criação do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE. Trata-se de uma política educacional implantada em 2006 para atender demandas sindicais e salvaguardar as IPES, carentes de investimentos em sua estrutura física e humana. O PDE possui características bem peculiares, diante das práticas de capacitação comumente realizadas, e por este motivo tornou possível a governabilidade do setor educacional público, tendo em vista o consenso institucional que permitiu ações político-administrativas de impacto positivo na educação escolar, e enquanto neutralizador de conflitos. Palavras-Chave: Pacto Educativo; Expansão Universitária; Formação Continuada. INTRODUÇÃO As políticas nacionais de formação de professores, com destaque para aquelas instituídas a partir dos anos 2000, têm adquirido corpo por meio dos programas implementados pelos governos estaduais, em todo o País. Acompanhando o movimento nacional de valorização do magistério público, o Estado do Paraná, no Governo Requião-

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A EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E A VALORIZAÇÃO DE

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: O “PACTO EDUCATIVO” NO ESTADO

DO PARANÁ

Marta Lucia Croce

[email protected]

Universidade Estadual de Maringá - UEM

Manuel Tavares Gomes

tavares.lusó[email protected]

Universidade Nove de Julho – UNINOVE

Eixo 6. Produção do conhecimento na expansão da educação superior.

RESUMO

O compromisso com a valorização dos professores da Educação Básica, como exigência

instaurada pelo Sistema Nacional de Formação de Profissionais do Magistério, está

fortemente vinculado ao programa de expansão universitária gestado no Paraná pelo governo

Requião-Pessuti (2003-2010). Na tentativa de qualificar o debate acerca da ampliação das

Instituições Públicas de Ensino Superior do Paraná (IPES), entendida por nós como política

pública local proveniente das demandas da educação pública paranaense, consideramos para

este artigo o “pacto educativo” firmado entre Governo Estadual, Sindicato dos Trabalhadores

em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) e IPES. Expomos os caminhos políticos e de

governança traçados para a formação continuada de professores do Quadro Próprio do

Magistério Estadual (QPM) em serviço, e a expansão, concomitante, das universidades

estaduais, a partir da criação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Trata-se

de uma política educacional implantada em 2006 para atender demandas sindicais e

salvaguardar as IPES, carentes de investimentos em sua estrutura física e humana. O PDE

possui características bem peculiares, diante das práticas de capacitação comumente

realizadas, e por este motivo tornou possível a governabilidade do setor educacional público,

tendo em vista o consenso institucional que permitiu ações político-administrativas de

impacto positivo na educação escolar, e enquanto neutralizador de conflitos.

Palavras-Chave: Pacto Educativo; Expansão Universitária; Formação Continuada.

INTRODUÇÃO

As políticas nacionais de formação de professores, com destaque para aquelas

instituídas a partir dos anos 2000, têm adquirido corpo por meio dos programas

implementados pelos governos estaduais, em todo o País. Acompanhando o movimento

nacional de valorização do magistério público, o Estado do Paraná, no Governo Requião-

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Pessuti (2003-2010) implanta, em 2006, o Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE1.

Trata-se de um programa voltado à formação continuada e valorização dos Professores

do Quadro Próprio do Magistério Público – QPM, que possui características inovadoras em

relação aos modelos de capacitação docente, comumente realizados. Para além de suas

especificidades formativas, o PDE deve ser entendido como uma política educacional voltada

à formação continuada de professores da rede estadual de ensino, que possibilitou uma

expressiva expansão das Universidades Públicas de Ensino Superior – IPES.

Apresentando caráter sem precedentes no país, o Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE) foi planejado durante a campanha eleitoral para governadores, em 2002, e

gestado em 2003 após conversações entre os governantes eleitos e o Sindicato dos

Profissionais da Educação Básica do Paraná – APP Sindicato. No intuito de atender às

demandas sindicais, apaziguar os professores e garantir governabilidade, o Governo Requião-

Pessuti propõe o PDE, amalgamado ao Plano de Carreira do Magistério e oferecendo um ano

sabático para que os professores voltassem às universidades para se capacitarem.

Considerando o preâmbulo deste texto e admitindo que a realidade sociopolítica é

dinâmica e requer dos agentes políticos adequação constante às mudanças e demandas da

sociedade, tomamos uma questão que vem nos acompanhando nos estudos desenvolvidos na

tese de doutoramento, referente ao papel dos atores políticos na criação e implementação de

políticas educacionais voltadas à educação escolar pública, em seus diferentes níveis e

modalidades de ensino. Debruçamo-nos sobre um objeto de investigação que possui

características sui generis, como o PDE, interpelando, também, seu papel na expansão das

universidades públicas paranaenses.

Nosso intuito foi estabelecer os vínculos criados entre os atores políticos e sociais ao

buscarem atender demandas federais de aspectos jurídico-legais, políticos eleitorais e sociais.

Neste sentido, consideramos como foco de análise a gênese do PDE, quando resgatamos o

papel dos atores políticos e sociais, com observância para o cenário político-educacional

vigente à época das eleições de 2002, e nos anos seguintes à instauração do Governo. Na

campanha eleitoral ficaria estabelecido entre candidatos ao Governo estadual e diretoria do

Sindicato dos Profissionais da Educação Básica (APP) um “pacto educacional”, que

1 O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, criado no Estado do Paraná em 2006, apesar da mesma

sigla difere totalmente do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, lançado pelo governo federal em 2007.

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permitiria um entrelaçamento de ações, que culminaram na expansão das universidades do

Paraná.

Como “pacto educacional”, entendemos acordos firmados e o consenso estabelecido

entre Governo, APP-Sindicato e IPES, para que os interesses e necessidades dos agentes

políticos e sociais fossem plenamente atingidos, contemplados por um Governo progressista,

com propósito de garantir governabilidade. Formou-se, portanto, um tripé político-

institucional, considerando os caminhos da administração pública, esboçados na

implementação da formação continuada em serviço dos professores QPM, e que propiciou a

expansão das universidades estaduais com atendimento às demandas sindicais.

Ao implantar o PDE, no ano de 2006, o governo Requião/Pessuti instituiria um novo

modelo de formação de professores, envolvendo o espaço acadêmico e a mão de obra docente

das universidades. Coroando um processo iniciado em 2003, com a criação do Plano de

Carreira dos Professores QPM, esta política educacional possibilitou, sem dúvida, o

fortalecimento dos atores políticos e sociais nos acordos firmados entre instituições ligadas à

educação pública.

O que expomos e analisamos é o modus operandi dos governantes e lideranças

sindicais no ato da criação do PDE, que resultou no “pacto educativo” propiciando, de modo

inequívoco, a expansão universitária no Paraná. Nosso estudo demonstrou que as intenções e

objetivos em torno de uma política de formação continuada de professores contribuíram,

ainda, para um período de hegemonia política legitimada pelo consenso institucional.

Apresentamos, a seguir, o PDE, de modo sintético, porém esclarecedor, assim como

configuramos o cenário político e social que possibilitaria, ao então candidato Roberto

Requião (PMDB), legitimar sua governabilidade contando com o apoio da APP-Sindicato, e a

consequente adesão das universidades públicas à proposta de governança. Tecemos algumas

considerações acerca do “pacto educativo” e o que tem representado a parceria entre os atores

políticos e sociais, para a expansão das IPES do Paraná.

O PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL (PDE)

Para tratarmos da criação do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE)

originado na gestão Requião-Pessuti (2003-2010) é indispensável uma breve apresentação do

plano de ação proposto pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED), constitutivo

da formação continuada em serviço dos professores da Educação Básica. Na criação do PDE,

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o governo estadual traz para o cenário político-administrativo-social as demandas sindicais

históricas; o caráter imperativo de propiciar a formação continuada dos professores da

educação básica; e propõe soluções que redimensionam o papel social e a

manutenção/ampliação das Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES), frente a um

contexto sócio-político e econômico de desmonte da educação pública, herança do governo

anterior, de Jaime Lerner.

O PDE encontra-se descrito em material informativo distribuído pela Superintendência

da Educação e Coordenação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, que

recebe o título de: Uma Nova Política de Formação Continuada e Valorização dos

Professores da Educação Básica da Rede Pública Estadual- Documento Síntese: versão para

discussão, com primeira edição publicada em 2007. Está elaborado em consonância com as

Diretrizes Curriculares para a Educação Básica do Estado do Paraná, e tem como política

pública a formação continuada dos professores de todas as áreas de ensino da Educação

Básica. Como acréscimos, o Programa prevê avanços na carreira dos professores do Quadro

Próprio do Magistério (QPM), com tempo livre para estudos, demonstrando:

[...] a justa preocupação com a formação permanente das educadoras e dos

educadores e com o real aprendizado de nossos estudantes [...]. Ao optar

pela implementação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE,

um programa de formação continuada que não encontra modelos públicos

similares, a educação permanente, mais uma vez, mostra-se inovadora,

coerente na perseguição à utopia da educação de fato universal, democrática,

transformadora e de qualidade (PARANÁ/SEED, 2007, p.4)

Dentre os vários elementos pertinentes ao PDE, citados no Documento Síntese

(PARANÁ/SEED, 2007), e diante de seu caráter inédito e inovador, destacamos, para a

temática em tela, a parceria com as Instituições Públicas de Ensino Superior do Paraná

(IPES), que se sobressai por abarcar, hoje, um total de treze instituições, entre universidades,

institutos e faculdades envolvidas com o Programa. No ano de sua implantação eram cinco as

universidades estaduais, duas instituições federais e faculdades públicas espalhadas por todas

as regiões do Paraná.

A instalação do PDE/PR aconteceu no segundo semestre de 2006, com o

preenchimento de mil e cem vagas para professores QPM, distribuídas em dezessete áreas

curriculares. O processo seletivo englobou prova escrita sobre conhecimentos gerais e

específicos, com observância para o uso da linguagem “culta”, e prova de títulos. Incluiu,

ainda, posição funcional na carreira docente e currículo com pontuação para cursos

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realizados. Como objetivo estabelecido previu-se atendimento, de forma indireta, a quarenta e

quatro mil professores da rede estadual de ensino básico, utilizando grupos de trabalho em

rede. Até este momento, o Programa mantém seu formato original.

O PDE propicia que os professores selecionados sejam afastados de suas atividades

escolares, com remuneração integral, pelo período de dois anos, sendo que no primeiro ano

este afastamento é de 100% e no segundo ano de 30%. Neste espaço de tempo eles voltam a

frequentar a universidade para receberem orientações individuais em sua área de atuação,

participam de cursos, palestras, seminários e de todos os eventos proporcionados no ambiente

acadêmico e nos exclusivamente organizados para eles. Há uma inserção total na academia,

com acesso à biblioteca central, laboratórios, grupos de estudo, dentre outras atividades.

Tendo como um de seus pressupostos “a organização de um programa de formação

continuada integrado com as instituições de ensino superior” (PARANÁ/SEED, 2007), ficou

estabelecido que a capacitação pelo PDE fosse presencial, no espaço físico das IPES, com

diferentes recursos metodológicos e didáticos. Esta relação estreita entre os sistemas de ensino

propiciaria o redimensionamento das práticas educativas; a reflexão sobre os currículos das

licenciaturas e melhor qualificação profissional.

Cabe, no entanto, desvelarmos o contexto político no ano de 2002, diante das eleições

para Governador, no Paraná que conduziram os encaminhamentos para o “pacto educacional”.

INCURSÕES SOBRE O PACTO EDUCACIONAL

Durante a campanha eleitoral pertinente ao primeiro turno das eleições de 2002, os

então candidatos ao Governo do Paraná, Roberto Requião de Mello e Silva e Orlando Pessuti,

debateram sobre o Plano de Carreira docente e técnico administrativo dos profissionais da

educação básica, junto à APP-Sindicato. Naquele momento, o então presidente da APP,

Professor José Rodrigues Lemos, com demais membros da diretoria sindical levaram aos

candidatos as reivindicações postas aos governos anteriores, sem sucesso. Destacam-se, para

além do Plano de Carreira: aumento real de salários; abertura de concursos públicos;

legalização de professores temporários; reconhecimento de cursos de pós-graduação strictu

sensu para ascensão de nível na carreira docente.

Era de conhecimento geral, tanto por parte dos educadores quanto pelos

candidatos, que aquelas reivindicações sempre foram prometidas e nunca

cumpridas integralmente pelos governos anteriores, em especial o Governo

de Jaime Lerner (1995-2002). Todas as tentativas de negociação com o

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Governo Lerner redundaram infrutíferas, portanto, um acordo pré-eleitoral,

firmado em documento, no qual Requião e Pessuti, se eleitos, tomariam

como primeiras medidas de seu Governo o atendimento aos professores do

Paraná foi uma notícia recebida com entusiasmo. (CROCE, 2013, p.191)

Este acordo pré-eleitoral significou a tão esperada oportunidade da APP-Sindicato

obter sucesso pelas lutas empreendidas por mais de uma década. Sacramentadas as promessas

de campanha e com prazos determinados para execução, Requião e Pessuti vencem o

adversário Alvaro Dias, que em seu mandato, de forma autoritária e desrespeitosa agrediu os

professores em greve diante do Palácio Iguaçu, sede do Governo. Neste cenário, muitos

funcionários da educação confiaram seu voto à Chapa Requião-Pessuti.

Logo após o resultado das eleições, Roberto Requião de Mello e Silva solicita do

então governador, Jayme Lerner, a suspensão de concurso público para contratação de 13.643

professores, previsto para ser realizado em 03/11/2002. Alegando necessidade de “[...] revisão

do concurso, para atender a um compromisso de campanha assumido com dirigentes do

sindicato dos professores paranaenses” (AGÊNCIA FOLHA, 2002), Requião abraça a tarefa

de promover o referido concurso logo no início de seu mandato. Assim o fez, e o concurso

ocorreu em 18/05/2003, com 46 mil professores inscritos.

Neste contexto desponta a ideia de se criar o PDE, e surge o interesse do Governo

eleito em estabelecer parceria com as IPES para a realização da formação continuada dos

professores. Era preciso atender aos professores da educação básica, dada a insatisfação dos

profissionais com o modelo de capacitação oferecido anteriormente pelo Governo Lerner,

considerado inadequado para a garantia de capacitação com qualidade técnica e

epistemológica. Para além deste fator determinante, estava presente a urgência de uma relação

amigável com a APP-Sindicato, para garantia de governabilidade, já que, historicamente, os

embates entre governantes e sindicalistas remontavam à década de 1980.

Em entrevista concedida à autora deste artigo, o agora Senador Roberto Requião

afirmou que as promessas de campanha foram duramente discutidas em encontros com os

dirigentes sindicais (REQUIÃO, 2012, In: CROCE, 2013). As pressões para atendimento às

reivindicações marcaram um processo cansativo, desgastante, até porque o Estado do Paraná

se comprometera a apoiar o Governo Lula da Silva, o que implicaria estar em consonância

com as decisões em nível federal, não só pela dependência legal exigida pela Constituição

Federal de 1988, como também pela LDB 9394/96.

Croce (2013) assevera que:

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Era preciso que o Governo paranaense reafirmasse o compromisso de

campanha voltado para a valorização do serviço público, pela afirmação da

democracia e pela transparência nas relações entre Estado e Sociedade, o que

envolvia o fortalecimento dos movimentos sociais, frustrados pelas gestões

anteriores. Os interesses político-partidários do PMDB do Paraná também

estavam na pauta do Governo. (CROCE, 2013, p.195)

Manter a administração estadual no mesmo compasso da administração federal

implicava em definir políticas educacionais de formação continuada em consonância com a

Rede Nacional de Formação Continuada de Professores de Educação Básica – REDE

(SEB/MEC). Na REDE está formalizada a necessidade de parceria entre escolas e

universidades no atendimento à formação em serviço.

Um conjunto de medidas legais estava em sintonia com as necessidades dos

trabalhadores em educação do Paraná, assim a ideia de um programa de formação continuada,

em parceria com as IPES, igualmente em franco desmonte por falta de investimentos no

Governo Lerner, consolidou o surgimento do PDE. Pensado inicialmente pelo Governo como

curso de pós-graduação em nível de mestrado, foi logo contestado pelos docentes das IPES e

proposto como curso de Extensão Universitária.

No mecanismo de implementação de políticas educacionais, consta do Art. 69 da LDB

que o Estado, no caso de sistemas estaduais de educação, deve aplicar, anualmente, pelo

menos 25% da receita resultante de impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino

público, em todos os níveis. No cômputo geral da receita entram as transferências federais

feitas via Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização do Magistério:

FUNDEB. O Governo Requião-Pessuti, no entanto, ampliou para 30% os recursos financeiros

destinados à educação pública.

As obrigações para com o sistema federal foram atendidas, então o estado garantiu

verba para manter a educação pública, o pagamento de professores, a formação continuada via

PDE, e provimento de recursos para manutenção e ampliação das universidades estaduais.

Medidas que propiciaram governabilidade durante oito anos de gestão estadual.

Partes acordadas, negociações sacramentadas entre Estado, APP e IPES, com recursos

assegurados, inicia-se o PDE no segundo semestre de 2006. A primeira turma de professores

PDE começa a frequentar as universidades estaduais em março de 2007. Houve, a partir de

então, uma proximidade das IPES com as secretarias: de justiça, educação, ciência e

tecnologia, administração e previdência. Vários convênios foram firmados. O viés mais

privatista adotado pelo governo Jayme Lerner estava ficando para trás, dando lugar a um

modelo que privilegiava a instituição pública.

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Os acordos que possibilitaram o “pacto educativo” foram determinantes para a

expansão das universidades públicas. Tomando o caso da Universidade Estadual de Maringá,

em entrevista concedida a esta professora pesquisadora, o Professor Doutor Mario Luiz Neves

de Azevedo, nos anos de 2006 a 2010 atuando como Vice-Reitor, corrobora a nossa tese de

que o tripé pactual traçado com a criação do PDE propiciou significativa expansão das IPES

no Paraná.

De acordo com Azevedo (In: CROCE, 2013, p.246): “Com o PDE, sem dúvida houve

mais estímulo à expansão da universidade, com novos investimentos do estado”. No entanto,

a UEM obtém outros investimentos públicos para pesquisas e projetos que retornam à

sociedade em forma de prestação de bens e serviços. Com a criação do PDE, no entanto, a

construção de novos blocos com salas de aula, laboratórios de informática, auditórios

equipados para grandes eventos, sem falar na contratação de professores e técnicos

administrativos cresceu de modo significativo.

É necessário frisar que todas as sete universidades públicas do Paraná obtiveram

verbas extras relativas à sua participação na promoção e manutenção do PDE. Haja vista, os

prédios construídos exclusivamente para atendimento aos professores PDE, com estrutura

física de ótima qualidade e contratação de pessoal para serviços gerais e secretaria. O projeto

piloto dos prédios PDE, para todas as IPES, foi planejado e executado na UEM por arquitetos

e engenheiros que atuam na Prefeitura do Campus Sede, em Maringá.

Os investimentos do Governo estadual junto às IPES propiciariam, portanto, um

período de crescimento quantitativo e qualitativo da universidade pública, tendo como pano

de fundo o “pacto educativo” configurado no contexto sócio-político e econômico do

momento.

CONFIGURAÇÃO DO PACTO EDUCATIVO

Trouxemos nossa análise para a expansão das universidades estaduais, a partir da

chegada dos professores da Educação Básica, vindos de todos os municípios atendidos pelo

Campus Sede da Universidade Estadual de Maringá – UEM. Com a finalidade de partilharem

espaços de ensino, saberes docentes de diferentes áreas e cursos, estabelecerem contato

dinâmico com pessoas e seus conhecimentos no movimento acadêmico cotidiano, os

Professores PDE fortaleceram a parceria entre estado, ensino superior e educação básica,

descrita pela Secretaria de Estado da Educação – SEED - como um trabalho que promove:

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“[...] o diálogo entre os professores do ensino superior e os da educação básica através de

atividades teórico-práticas orientadas, tendo como resultado a produção de conhecimento e

mudanças qualitativas na prática escolar da escola pública paranaense” (SEED, 2012).

O ensino superior, como espaço de formação inicial do professor e diante da nova

política de formação continuada sustentada pelo PDE, estaria presente na instalação de um

modelo de governo progressista e interventor no Paraná. Michelotto (2005) registra aquele

momento como uma situação de mudança almejada pela sociedade e pelos educadores, mas

que não se distanciaria dos ditames da ordem econômica mundial. O capitalismo global,

apesar das mudanças nas últimas décadas, não garantiria ao Brasil e ao Estado do Paraná um

rompimento nas relações de ordem econômica, já que múltiplos fatores e atores acabam por

interferir na estruturação de uma decisão política pertinente aos países periféricos e

semiperiféricos.

Na gênese do PDE estabeleceu-se, portanto, um “pacto político-educacional”

conduzido pelo consenso entre atores políticos e sociais, sendo entendido como um dos níveis

possíveis de participação/influência da sociedade nas decisões em políticas públicas. De

acordo com Marin (2005): “Influenciar é o elemento nevrálgico na análise dos níveis de

participação”, isto posto pelo Banco Mundial nos remete à dimensão do cenário preparado

para os acordos firmados entre Governo, APP-Sindicato e IPES, no Paraná.

O discurso político de valorização docente, como fator de melhorias no sistema

escolar público, abarca o coletivo dos professores e as instituições que os representam

socialmente, mas se insere em um cenário político mundial característico do Estado capitalista

contemporâneo, conformado pela participação de agentes políticos e sociais, com interesses

diversos e soluções corporativas.

Afonso (2003) defende que:

É necessário discutir em maior profundidade a valorização das redes (ou

parcerias) entre actores colectivos e o Estado, porque, embora traduzam uma

das alternativas mais inovadoras e interessantes das actuais políticas

educacionais, elas também escondem uma nova (e mais eficaz) forma de

legitimação da acção do Estado, num contexto de retracção das políticas

públicas e dos direitos sociais, económicos e culturais (AFONSO, 2003,

p.40).

No caso de parcerias com responsabilidades articuladas, a criação de espaços de

atuação dos atores engajados em prol de objetivos comuns contribui para a concepção de

movimento social, de sociedade e de cultura, todavia com o risco de se instaurar um processo

de construção de consenso que servirá como mecanismo de controle, arrefecendo as

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iniciativas de contestação e, conjecturamos, como ferramenta de regulação do sistema

educacional.

Ao assumir o papel de articulador, com novos formatos de poder, o Estado contribui

para a mudança da noção moderna de Governo, por outra de Governança. A dimensão política

da nova relação entre Estado e Sociedade desponta, assim, como alternativa de liberdade no

conjunto dos indivíduos e em cada um. Superando-se o paradigma da modernidade, não

caberia somente aos governantes as tomadas de decisão, sem que haja espaço de reflexão e

ação dos atores sociais envolvidos na mudança, até porque se torna essencial a legitimação de

setores da sociedade, enquanto poder.

Quando propomos a análise do “pacto educacional” firmado no Paraná entre Governo,

APP-Sindicato e IPES conseguimos reforço epistemológico em Brandão (2003) ao afirmar

que a educação escolar pública tem como prioridade voltar-se para a “[...] criação, a

transformação, a aquisição e a partilha do saber [...]” (p.108), como um bem de direito

universal e uma resposta democrática à Sociedade. Existe a responsabilidade e o compromisso

de cada um e de todos nós, e sobre aqueles que designamos como nossos representantes, em

qualquer esfera de representação política.

Com respeito à articulação entre universidades e escola básica, já existiam inúmeros

projetos de capacitação docente em serviço, organizados e desenvolvidos pelas universidades

públicas paranaenses. O que chama a atenção no PDE, no entanto, é que a expectativa da

formação continuada em serviço recai sobre a ação político-administrativa do Governo, como

condição para que os professores da educação básica e do ensino superior façam frente ao que

lhes compete profissionalmente, mas com apoio inconteste aos governantes.

Sendo assim, promover o retorno dos professores da educação básica às universidades,

com tempo integral dedicado a leituras, pesquisas, orientações de projetos e cursos específicos

ofertados pelos docentes da academia, produz um sentimento de pertença ao meio

universitário, mas também induz à aceitação do controle do Governo sobre outras demandas

passíveis de contestação por parte dos atores sociais.

No “pacto educativo”, formalizado entre os agentes envolvidos, fica explícito que o

PDE é um programa catalizador “[...] integrado às atividades da formação continuada em

educação [...] e disciplina a promoção do professor para o nível III da carreira, conforme

previsto no Plano de Carreira do magistério estadual – Lei Complementar n.103, de 15 de

março de 2004” (SEED, 2011). Neste Plano de Carreira foi criado este nível de ascenso, como

o último da carreira docente, consagrando a luta sindical por um plano de carreira com

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progressão na Tabela de Vencimentos dos Professores do Quadro Próprio do Magistério.

Denominado como “nível PDE”, o professor que concluiu o curso ascende à classe A, do

nível PDE, tendo, a cada dois anos, direito à progressão de classe até a classe D.

As negociações entre Governo e APP produziram o nível PDE, estimulando o vínculo

entre formação e remuneração. Desta forma, o tripé estrutural formado pelos agentes –

Governo, APP e IPES – acabou por atender as demandas destas três esferas de poder político,

administrativo e social, com o Governo conseguindo aproximar-se do sindicato dos

professores (APP-Sindicato) antes mesmo das eleições de 2002, levantando as principais

reivindicações da categoria e tecendo acordos imediatos. Se eleitos, os governantes

atenderiam a todas elas e a APP-Sindicato igualmente respeitaria a necessidade de manter-se

apoiando o Governo e debatendo questões emergentes.

A chapa Requião-Pessuti concorda com uma promessa documentada e registrada em

cartório, com os acordos firmados junto à APP, e a utiliza como carro chefe da campanha

eleitoral. No documento, garante o plano de carreira, reajustes de salário e a formação

continuada. Anuncia, nos programas eleitorais, que promoverá uma formação continuada com

afastamento total da escola, tendo em vista o desgaste do professor no cotidiano escolar.

Para os professores da educação básica, as promessas de campanha soam como vitória

da categoria, que passa apoiar os candidatos. Vitorioso, já em 2003 o Governo articula os

meios para criar um plano de carreira e gera uma ideia de formação docente à qual

denominaria de Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. Aloca, então, o nível PDE

ao Plano de Carreira, atrelando ascensão de nível com formação continuada. Um não existiria

sem o outro.

Em 2006, o Governo agrega as universidades públicas estaduais ao propósito do PDE,

já que seria obrigação do estado manter as instituições de ensino básico e superior. Congrega

propostas, projetos e acordos à efetivação de uma formação continuada diferenciada e inédita.

Mas não bastaria apenas manter escolas e IPES, seria necessário investir em construções,

reformas, ampliações e contratações. As exigências para a implantação do PDE estavam

impostas pelos gestores da educação, configurando a necessidade de novos acordos.

No caso da UEM, a Reitoria (2007-2010) abriu várias negociações quanto a

investimentos no Campus Sede e nos Campi de diferentes municípios da região. Para receber

professores, cerca de 1.500 a 2.000 a cada seleção que aconteceria anualmente, seria

indispensável concursos públicos para contratação de professores, verbas extras para

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ampliação dos espaços e aquisição de equipamentos e materiais de consumo diário. Tudo foi

feito e, em 2007, as IPES recebem a primeira turma de professores PDE, no total de 1.100.

O PDE passa de programa de governo a política pública de Estado, regulamentado

pela Lei Complementar nº 130, de 14 de julho de 2010. Desde então vem se mantendo com

alguma dificuldade, por conta das mudanças impostas pelo Governo atual, que demonstra

franco desinteresse pelas instituições de ensino público do estado e desrespeito pelos

profissionais da educação paranaense.

Mantem-se a proposta de formação continuada, com o mesmo formato e número

regular de professores, anualmente, mas já não há investimentos significativos e

comprometidos com o PDE, com a APP-Sindicato e universidades estaduais. As verbas de

custeio para manutenção das IPES sofrem cortes gradativos, exigindo que universidades,

escolas e sindicato estejam em alerta e cobrando do Governo suas obrigações com a educação

básica e superior.

Apesar das mudanças governamentais ocorridas de 2011 até o momento, a expansão

das universidades estaduais continua acontecendo?

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Expansão universitária ou nada disso?

Em nossas reflexões finais, diante das abordagens aligeiradas impostas pelo modelo de

documento aqui produzido, decidimos questionar se a expansão do ensino superior pode ser

considerada real, substantiva, e se respeitado o “pacto educativo” durante todo o Governo

Requião-Pessuti, mantém-se a mesma promessa no Governo atual. Especialmente com a

alteração do PDE para Política de Estado.

Observando, durante a pesquisa de doutoramento, as mudanças estruturais e

estruturantes ocorridas nas IPES estaduais, concluímos que a expansão universitária ocorreu

em todos os campi, de todas as instituições de ensino superior do Paraná, entre 2006 e 2010.

Garantia-se não só a formação continuada aos professores da educação básica pelo PDE, com

todas as prerrogativas acordadas, mas também possibilitando que outras áreas de pesquisa e

ensino acadêmicos fossem beneficiadas com verbas suplementares.

Citamos, a título de exemplo, a Fazenda Escola da UEM, que viu ampliada sua frota

de tratores; a aquisição de insumos para a agricultura e pecuária; renovação das ferramentas

de pesquisa aos estudantes de Agronomia e Medicina Veterinária.

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Na Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), como em todas as demais

IPES, houve a ampliação de campus, com novas construções e edificações que atendem

alunos das mais diferentes áreas de conhecimento, como Ciências Biológicas, Ciências da

Saúde e Ciências Agrárias. Esta expansão do ensino superior se dá, também, na ampliação das

vagas por curso e nas transferências externas.

Quanto à educação básica, é inegável o aprendizado promovido pela parceria

Universidade-Escola, aos professores PDE. No primeiro ano de curso são afastados de seus

locais de trabalho e frequentam aulas, encontros, cursos no ensino superior recebendo, ainda,

orientação de projetos de pesquisa e de intervenção em suas áreas de formação ou atuação,

sob condução de professores mestres e doutores. No segundo ano, ainda sob orientação, estes

profissionais retornam às suas escolas para implementarem um projeto que interfira no

cotidiano escolar, de modo a implantar modificações no Projeto Pedagógico, na organização e

gestão do ambiente educativo.

Quanto ao papel do Governo, durante a gestão Requião-Pessuti a governabilidade foi

garantida pela paz política e social junto ao setor da educação pública. Não havia conflitos

que pudessem desestruturar os planos governamentais. As demandas escolares e universitárias

eram prontamente atendidas, com pouca intervenção da APP-Sindicato e alguns embates

pouco intensos entre reitores e secretários de governo.

Consideramos que, como ator político e social, o Estado contemporâneo vê-se

ampliado em seu papel de organizar e gerenciar questões econômicas, jurídicas e de bens

sociais materiais e imateriais de manutenção da sociedade, devendo cumprir sua promessa de

paz, liberdade, igualdade a todos os indivíduos. Na temática abordada, a instauração de um

processo de reorganização da valorização dos professores da escola básica conseguiu

promover, junto às universidades do Paraná, um sentimento real de florescimento das

instituições, por meio da expansão de seus espaços, ampliação de suas possibilidades ligadas

ao ensino, extensão e pesquisa, manutenção de seu quadro docente qualificado e ampliado,

garantindo, com competência, o estreitamento dos laços entre educação superior e educação

básica.

Afirmamos com segurança que a expansão das IPES, no Governo Requião-Pessuti foi

real e garantiu a sobrevivência de muitas delas, de menor porte, prestes a fechar suas portas

após o Governo Lerner. Houve um resgate do sistema universitário do Paraná, durante, pelo

menos, cinco anos, fortalecendo o ensino superior público, que, infelizmente, hoje, se

encontra em franco desmonte, orquestrado pelo Governo Richa-Borguetti.

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REFERÊNCIAS

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BRANDÃO, C.R. O que é Educação? São Paulo: Brasiliense, 1985.

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LDB n. 9394/96. Brasília: DF, 1996.

CROCE, Marta L. A Construção do Consenso em Políticas Públicas: um estudo sobre a

gênese do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) do Estado do Paraná. Tese de

Doutorado - Políticas e Práticas Educacionais. Universidade Nove de Julho (UNINOVE).

São Paulo: SP. 2013, 343 p.

MARIN, A.J. Educação Continuada: introdução a uma análise de termos e concepções.

Cadernos Cedes. v.36. pp. 13-20, 1998.

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PARANÁ. Lei Complementar 130/2010. Regulamenta o Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, instituído pela Lei Complementar 103/2004. Paraná: Diário Oficial 8266

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PARANÁ. SEED. Programa de Desenvolvimento Educacional – Uma nova política de

formação continuada e valorização dos professores da educação básica da rede pública

estadual. Documento Síntese: versão para discussão. Curitiba: SEED, 2007.

PARANÁ. SEED. Resolução 5544/2012. Curitiba, PR: 2012