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A Existencia Etica

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Convite Filosofia

Convite FilosofiaDe Marilena ChauiEd. tica, So Paulo, 2000.

Unidade 8O mundo da prtica

Captulo 4A existncia tica

Senso moral e conscincia moral

Muitas vezes, tomamos conhecimento de movimentos nacionais e internacionais de luta contra a fome. Ficamos sabendo que, em outros pases e no nosso, milhares de pessoas, sobretudo crianas e velhos, morrem de penria e inanio. Sentimos piedade. Sentimos indignao diante de tamanha injustia (especialmente quando vemos o desperdcio dos que no tm fome e vivem na abundncia). Sentimos responsabilidade. Movidos pela solidariedade, participamos de campanhas contra a fome. Nossos sentimentos e nossas aes exprimem nosso senso moral.

Quantas vezes, levados por algum impulso incontrolvel ou por alguma emoo forte (medo, orgulho, ambio, vaidade, covardia), fazemos alguma coisa de que, depois, sentimos vergonha, remorso, culpa. Gostaramos de voltar atrs no tempo e agir de modo diferente. Esses sentimentos tambm exprimem nosso senso moral.

Em muitas ocasies, ficamos contentes e emocionados diante de uma pessoa cujas palavras e aes manifestam honestidade, honradez, esprito de justia, altrusmo, mesmo quando tudo isso lhe custa sacrifcios. Sentimos que h grandeza e dignidade nessa pessoa. Temos admirao por ela e desejamos imit-la. Tais sentimentos e admirao tambm exprimem nosso senso moral.

No raras vezes somos tomados pelo horror diante da violncia: chacinas de seres humanos e animais, linchamentos, assassinatos brutais, estupros, genocdio, torturas e suplcios. Com freqncia, ficamos indignados ao saber que um inocente foi injustamente acusado e condenado, enquanto o verdadeiro culpado permanece impune. Sentimos clera diante do cinismo dos mentirosos, dos que usam outras pessoas como instrumento para seus interesses e para conseguir vantagens s custas da boa-f de outros. Todos esses sentimentos manifestam nosso senso moral.

Vivemos certas situaes, ou sabemos que foram vividas por outros, como situaes de extrema aflio e angstia. Assim, por exemplo, uma pessoa querida, com uma doena terminal, est viva apenas porque seu corpo est ligado a mquinas que a conservam. Suas dores so intolerveis. Inconsciente, geme no sofrimento. No seria melhor que descansasse em paz? No seria prefervel deix-la morrer? Podemos desligar os aparelhos? Ou no temos o direito de faz-lo? Que fazer? Qual a ao correta?

Uma jovem descobre que est grvida. Sente que seu corpo e seu esprito ainda no esto preparados para a gravidez. Sabe que seu parceiro, mesmo que deseje apoi-la, to jovem e despreparado quanto ela e que ambos no tero como se responsabilizar plenamente pela gestao, pelo parto e pela criao de um filho. Ambos esto desorientados. No sabem se podero contar com o auxlio de suas famlias (se as tiverem).

Se ela for apenas estudante, ter que deixar a escola para trabalhar, a fim de pagar o parto e arcar com as despesas da criana. Sua vida e seu futuro mudaro para sempre. Se trabalha, sabe que perder o emprego, porque vive numa sociedade onde os patres discriminam as mulheres grvidas, sobretudo as solteiras. Receia no contar com os amigos. Ao mesmo tempo, porm, deseja a criana, sonha com ela, mas teme dar-lhe uma vida de misria e ser injusta com quem no pediu para nascer. Pode fazer um aborto? Deve faz-lo?

Um pai de famlia desempregado, com vrios filhos pequenos e a esposa doente, recebe uma oferta de emprego, mas que exige que seja desonesto e cometa irregularidades que beneficiem seu patro. Sabe que o trabalho lhe permitir sustentar os filhos e pagar o tratamento da esposa. Pode aceitar o emprego, mesmo sabendo o que ser exigido dele? Ou deve recus-lo e ver os filhos com fome e a mulher morrendo?

Um rapaz namora, h tempos, uma moa de quem gosta muito e por ela correspondido. Conhece uma outra. Apaixona-se perdidamente e correspondido. Ama duas mulheres e ambas o amam. Pode ter dois amores simultneos, ou estar traindo a ambos e a si mesmo? Deve magoar uma delas e a si mesmo, rompendo com uma para ficar com a outra? O amor exige uma nica pessoa amada ou pode ser mltiplo? Que sentiro as duas mulheres, se ele lhes contar o que se passa? Ou dever mentir para ambas? Que fazer? Se, enquanto est atormentado pela deciso, um conhecido o v ora com uma das mulheres, ora com a outra e, conhecendo uma delas, deve contar a ela o que viu? Em nome da amizade, deve falar ou calar?

Uma mulher v um roubo. V uma criana maltrapilha e esfomeada roubar frutas e pes numa mercearia. Sabe que o dono da mercearia est passando por muitas dificuldades e que o roubo far diferena para ele. Mas tambm v a misria e a fome da criana. Deve denunci-la, julgando que com isso a criana no se tornar um adulto ladro e o proprietrio da mercearia no ter prejuzo? Ou dever silenciar, pois a criana corre o risco de receber punio excessiva, ser levada para a polcia, ser jogada novamente s ruas e, agora, revoltada, passar do furto ao homicdio? Que fazer?

Situaes como essas mais dramticas ou menos dramticas surgem sempre em nossas vidas. Nossas dvidas quanto deciso a tomar no manifestam apenas nosso senso moral, mas tambm pem prova nossa conscincia moral, pois exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para ns mesmos e para os outros as razes de nossas decises e que assumamos todas as conseqncias delas, porque somos responsveis por nossas opes.

Todos os exemplos mencionados indicam que o senso moral e a conscincia moral referem-se a valores (justia, honradez, esprito de sacrifcio, integridade, generosidade), a sentimentos provocados pelos valores (admirao, vergonha, culpa, remorso, contentamento, clera, amor, dvida, medo) e a decises que conduzem a aes com conseqncias para ns e para os outros. Embora os contedos dos valores variem, podemos notar que esto referidos a um valor mais profundo, mesmo que apenas subentendido: o bom ou o bem. Os sentimentos e as aes, nascidos de uma opo entre o bom e o mau ou entre o bem e o mal, tambm esto referidos a algo mais profundo e subentendido: nosso desejo de afastar a dor e o sofrimento e de alcanar a felicidade, seja por ficarmos contentes conosco mesmos, seja por recebermos a aprovao dos outros.

O senso e a conscincia moral dizem respeito a valores, sentimentos, intenes, decises e aes referidos ao bem e ao mal e ao desejo de felicidade. Dizem respeito s relaes que mantemos com os outros e, portanto, nascem e existem como parte de nossa vida intersubjetiva.

Juzo de fato e de valor

Se dissermos: Est chovendo, estaremos enunciando um acontecimento constatado por ns e o juzo proferido um juzo de fato. Se, porm, falarmos: A chuva boa para as plantas ou A chuva bela, estaremos interpretando e avaliando o acontecimento. Nesse caso, proferimos um juzo de valor.

Juzos de fato so aqueles que dizem o que as coisas so, como so e por que so. Em nossa vida cotidiana, mas tambm na metafsica e nas cincias, os juzos de fato esto presentes. Diferentemente deles, os juzos de valor - avaliaes sobre coisas, pessoas e situaes - so proferidos na moral, nas artes, na poltica, na religio.

Juzos de valor avaliam coisas, pessoas, aes, experincias, acontecimentos, sentimentos, estados de esprito, intenes e decises como bons ou maus, desejveis ou indesejveis.

Os juzos ticos de valor so tambm normativos, isto , enunciam normas que determinam o dever ser de nossos sentimentos, nossos atos, nossos comportamentos. So juzos que enunciam obrigaes e avaliam intenes e aes segundo o critrio do correto e do incorreto.

Os juzos ticos de valor nos dizem o que so o bem, o mal, a felicidade. Os juzos ticos normativos nos dizem que sentimentos, intenes, atos e comportamentos devemos ter ou fazer para alcanarmos o bem e a felicidade. Enunciam tambm que atos, sentimentos, intenes e comportamentos so condenveis ou incorretos do ponto de vista moral.

Como se pode observar, senso moral e conscincia moral so inseparveis da vida cultural, uma vez que esta define para seus membros os valores positivos e negativos que devem respeitar ou detestar.

Qual a origem da diferena entre os dois tipos de juzos? A diferena entre a Natureza e a Cultura. A primeira, como vimos, constituda por estruturas e processos necessrios, que existem em si e por si mesmos, independentemente de ns: a chuva um fenmeno meteorolgico cujas causas e cujos efeitos necessrios podemos constatar e explicar.

Por sua vez, a Cultura nasce da maneira como os seres humanos interpretam a si mesmos e suas relaes com a Natureza, acrescentando-lhe sentidos novos, intervindo nela, alterando-a atravs do trabalho e da tcnica, dando-lhe valores. Dizer que a chuva boa para as plantas pressupe a relao cultural dos humanos com a Natureza, atravs da agricultura. Considerar a chuva bela pressupe uma relao valorativa dos humanos com a Natureza, percebida como objeto de contemplao.

Freqentemente, no notamos a origem cultural dos valores ticos, do senso moral e da conscincia moral, porque somos educados (cultivados) para eles e neles, como se fossem naturais ou fticos, existentes em si e por si mesmos. Para garantir a manuteno dos padres morais atravs do tempo e sua continuidade de gerao a gerao, as sociedades tendem a naturaliz-los. A naturalizao da existncia moral esconde, portanto, o mais importante da tica: o fato de ela ser criao histrico-cultural.

tica e violncia

Quando acompanhamos a histria das idias ticas, desde a Antiguidade clssica (greco-romana) at nossos dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violncia e dos meios para evit-la, diminu-la, control-la. Diferentes formaes sociais e culturais instituram conjuntos de valores ticos como padres de conduta, de relaes intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que pudessem garantir a integridade fsica e psquica de seus membros e a conservao do grupo social.

Evidentemente, as vrias culturas e sociedades no definiram e nem definem a violncia da mesma maneira, mas, ao contrrio, do-lhe contedos diferentes, segundo os tempos e os lugares. No entanto, malgrado as diferenas, certos aspectos da violncia so percebidos da mesma maneira, nas vrias culturas e sociedades, formando o fundo comum contra o qual os valores ticos so erguidos. Fundamentalmente, a violncia percebida como exerccio da fora fsica e da coao psquica para obrigar algum a fazer alguma coisa contrria a si, contrria aos seus interesses e desejos, contrria ao seu corpo e sua conscincia, causando-lhe danos profundos e irreparveis, como a morte, a loucura, a auto-agresso ou a agresso aos outros.Quando uma cultura e uma sociedade definem o que entendem por mal, crime e vcio, circunscrevem aquilo que julgam violncia contra um indivduo ou contra o grupo. Simultaneamente, erguem os valores positivos o bem e a virtude como barreiras ticas contra a violncia.

Em nossa cultura, a violncia entendida como o uso da fora fsica e do constrangimento psquico para obrigar algum a agir de modo contrrio sua natureza e ao seu ser. A violncia a violao da integridade fsica e psquica, da dignidade humana de algum. Eis por que o assassinato, a tortura, a injustia, a mentira, o estupro, a calnia, a m-f, o roubo so considerados violncia, imoralidade e crime.

Considerando que a humanidade dos humanos reside no fato de serem racionais, dotados de vontade livre, de capacidade para a comunicao e para a vida em sociedade, de capacidade para interagir com a Natureza e com o tempo, nossa cultura e sociedade nos definem como sujeitos do conhecimento e da ao, localizando a violncia em tudo aquilo que reduz um sujeito condio de objeto. Do ponto de vista tico, somos pessoas e no podemos ser tratados como coisas. Os valores ticos se oferecem, portanto, como expresso e garantia de nossa condio de sujeitos, proibindo moralmente o que nos transforme em coisa usada e manipulada por outros.

A tica normativa exatamente por isso, suas normas visando impor limites e controles ao risco permanente da violncia.

Os constituintes do campo tico

Para que haja conduta tica preciso que exista o agente consciente, isto , aquele que conhece a diferena entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vcio. A conscincia moral no s conhece tais diferenas, mas tambm reconhece-se como capaz de julgar o valor dos atos e das condutas e de agir em conformidade com os valores morais, sendo por isso responsvel por suas aes e seus sentimentos e pelas conseqncias do que faz e sente. Conscincia e responsabilidade so condies indispensveis da vida tica.

A conscincia moral manifesta-se, antes de tudo, na capacidade para deliberar diante de alternativas possveis, decidindo e escolhendo uma delas antes de lanar-se na ao. Tem a capacidade para avaliar e pesar as motivaes pessoais, as exigncias feitas pela situao, as conseqncias para si e para os outros, a conformidade entre meios e fins (empregar meios imorais para alcanar fins morais impossvel), a obrigao de respeitar o estabelecido ou de transgredi-lo (se o estabelecido for imoral ou injusto).

A vontade esse poder deliberativo e decisrio do agente moral. Para que exera tal poder sobre o sujeito moral, a vontade deve ser livre, isto , no pode estar submetida vontade de um outro nem pode estar submetida aos instintos e s paixes, mas, ao contrrio, deve ter poder sobre eles e elas.

O campo tico , assim, constitudo pelos valores e pelas obrigaes que formam o contedo das condutas morais, isto , as virtudes. Estas so realizadas pelo sujeito moral, principal constituinte da existncia tica.

O sujeito tico ou moral, isto , a pessoa, s pode existir se preencher as seguintes condies:

ser consciente de si e dos outros, isto , ser capaz de reflexo e de reconhecer a existncia dos outros como sujeitos ticos iguais a ele;

ser dotado de vontade, isto , de capacidade para controlar e orientar desejos, impulsos, tendncias, sentimentos (para que estejam em conformidade com a conscincia) e de capacidade para deliberar e decidir entre vrias alternativas possveis;

ser responsvel, isto , reconhecer-se como autor da ao, avaliar os efeitos e conseqncias dela sobre si e sobre os outros, assumi-la bem como s suas conseqncias, respondendo por elas;

ser livre, isto , ser capaz de oferecer-se como causa interna de seus sentimentos, atitudes e aes, por no estar submetido a poderes externos que o forcem e o constranjam a sentir, a querer e a fazer alguma coisa. A liberdade no tanto o poder para escolher entre vrios possveis, mas o poder para autodeterminar-se, dando a si mesmo as regras de conduta.

O campo tico , portanto, constitudo por dois plos internamente relacionados: o agente ou sujeito moral e os valores morais ou virtudes ticas.

Do ponto de vista do agente ou sujeito moral, a tica faz uma exigncia essencial, qual seja, a diferena entre passividade e atividade. Passivo aquele que se deixa governar e arrastar por seus impulsos, inclinaes e paixes, pelas circunstncias, pela boa ou m sorte, pela opinio alheia, pelo medo dos outros, pela vontade de um outro, no exercendo sua prpria conscincia, vontade, liberdade e responsabilidade.

Ao contrrio, ativo ou virtuoso aquele que controla interiormente seus impulsos, suas inclinaes e suas paixes, discute consigo mesmo e com os outros o sentido dos valores e dos fins estabelecidos, indaga se devem e como devem ser respeitados ou transgredidos por outros valores e fins superiores aos existentes, avalia sua capacidade para dar a si mesmo as regras de conduta, consulta sua razo e sua vontade antes de agir, tem considerao pelos outros sem subordinar-se nem submeter-se cegamente a eles, responde pelo que faz, julga suas prprias intenes e recusa a violncia contra si e contra os outros. Numa palavra, autnomo[i].

Do ponto de vista dos valores, a tica exprime a maneira como a cultura e a sociedade definem para si mesmas o que julgam ser a violncia e o crime, o mal e o vcio e, como contrapartida, o que consideram ser o bem e a virtude. Por realizar-se como relao intersubjetiva e social, a tica no alheia ou indiferente s condies histricas e polticas, econmicas e culturais da ao moral.

Conseqentemente, embora toda tica seja universal do ponto de vista da sociedade que a institui (universal porque seus valores so obrigatrios para todos os seus membros), est em relao com o tempo e a Histria, transformando-se para responder a exigncias novas da sociedade e da Cultura, pois somos seres histricos e culturais e nossa ao se desenrola no tempo.

Alm do sujeito ou pessoa moral e dos valores ou fins morais, o campo tico ainda constitudo por um outro elemento: os meios para que o sujeito realize os fins.

Costuma-se dizer que os fins justificam os meios, de modo que, para alcanar um fim legtimo, todos os meios disponveis so vlidos. No caso da tica, porm, essa afirmao deixa de ser bvia.

Suponhamos uma sociedade que considere um valor e um fim moral a lealdade entre seus membros, baseada na confiana recproca. Isso significa que a mentira, a inveja, a adulao, a m-f, a crueldade e o medo devero estar excludos da vida moral e aes que os empreguem como meios para alcanar o fim sero imorais.

No entanto, poderia acontecer que para forar algum lealdade seria preciso faz-lo sentir medo da punio pela deslealdade, ou seria preciso mentir-lhe para que no perdesse a confiana em certas pessoas e continuasse leal a elas. Nesses casos, o fim a lealdade no justificaria os meios medo e mentira? A resposta tica : no. Por qu? Porque esses meios desrespeitam a conscincia e a liberdade da pessoa moral, que agiria por coao externa e no por reconhecimento interior e verdadeiro do fim tico.

No caso da tica, portanto, nem todos os meios so justificveis, mas apenas aqueles que esto de acordo com os fins da prpria ao. Em outras palavras, fins ticos exigem meios ticos.

A relao entre meios e fins pressupe que a pessoa moral no existe como um fato dado, mas instaurada pela vida intersubjetiva e social, precisando ser educada para os valores morais e para as virtudes.

Poderamos indagar se a educao tica no seria uma violncia. Em primeiro lugar, porque se tal educao visa a transformar-nos de passivos em ativos, poderamos perguntar se nossa natureza no seria essencialmente passional e, portanto: forar-nos racionalidade ativa no seria um ato de violncia contra a nossa natureza espontnea? Em segundo lugar, porque se a tal educao visa a colocar-nos em harmonia e em acordo com os valores de nossa sociedade, poderamos indagar se isso no nos faria submetidos a um poder externo nossa conscincia, o poder da moral social.

[i] A palavra autnomo vem do grego: autos (eu mesmo, si mesmo) e nomos (lei, norma, regra). Aquele que tem o poder para dar a si mesmo a lei, a norma, a regra autnomo e goza de autonomia ou liberdade. Autonomia significa autodeterminao. Quem no tem a capacidade racional para a autonomia heternomo. Heternomo vem do grego: hetero (outro) e nomos; receber de um outro a lei, a norma ou a regra.