a existencia e deus

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  • 7/24/2019 A Existencia e Deus

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    Prolegmena, Bibliologia e Teontologia

    Rev. Ageu Magalhes

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    Introduo Teologia

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    A palavra Teologia tem sua origem no gregoqeologi/a(theologia), formada por qeo(theos)

    deus e logi/a(logia) discurso.Teologia tem a ver com o que falamos a respeitode Deus.

    Em Atenas, logei=on (logeion) era parte do palco

    onde os hypocritae (atores) atuavam e oqeologei=on (teologeion) era o local do palco,superior, de onde os deuses falavam. (Abraham Kuyper,Principles of Sacred Theology, Grand Rapids, Michigan, WM. Eerdmans PublishingCompany, 1968, p. 229)

    Charles Hodge diz que Orfeu e Homero eramchamados de telogos entre os gregos, porqueseus poemas tratavam da natureza dos deuses(Teologia Sistemtica, So Paulo, Editora Hagnos, 2001, p. 15)

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    Muito embora, em suas origens, a palavraTeologia tenha sido usada em ambiente pago,

    no decorrer da histria, passou a significar oestudo do nico Deus.Quanto palavra Sistemtica, ela vem do gregosusthma(systema) sistema, de sunistanai(synistanai) colocar junto, formado por sun (com,junto) e i(stanai (colocar)

    A palavra d a idia de organizao,

    agrupamento de informaes. Assim, podemosentender que Teologia Sistemtica o estudo donico Deus, de modo organizado e coerente.

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    A palavra Teologia oriunda do paganismoResposta de Turretin:

    Embora os pagos s vezes abusem dessa palavra para designarseu falso sistema, todavia isto no impede de aplicarmos nossacincia genuna e salvfica, que foi erroneamente empregada poreles (falsamente assim chamadoPs\|D{nym {)o ttulo de teologia.Assim como a palavra Deus (que entre os gentios denotava um

    falso e fictcio deus), e a palavra igreja (que era aplicada a umaassemblia secular) so usadas nas Escrituras num sentido maissaudvel para o Deus verdadeiro e a assemblia dos santos. Apalavra teologia (de origem grega) foi transferida das escolas

    gentlicas para os usos sacros, justamente como os vasos dosegpcios foram apropriados pelos israelitas para propsitos sacros.(Franois Turretin, Institutes of Elenctic Theology, Phillipsburg, NJ.,P & R Publishing, 1992, Vol. I, 4)

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    A palavra Teologia no aparece nas EscriturasMuitas palavras que usamos hoje no aparecem nas

    Escrituras: Trindade, Teocracia, Milnio, Perseveranados Santos, Pecado Original, Depravao Total, etc...Mesmo no havendo a necessidade de uma palavra ser

    usada literalmente na Bblia para adotarmos o seu uso, apalavra Teologia aparece nas Escrituras de formadesmembrada:Em Romanos 3.2 temos: Muita, sob todos os aspectos.

    Principalmente porque aos judeus foram confiados os orculos deDeus. A expresso orculos de Deus, em grego lo/gia tou=Q eou=.O mesmo acontece em 1 Pedro 4.11, lo/gia Q eou=, e em Hebreus5.12, logi/wn tou=Q eou=.A mesma expresso, com variaes, vaiaparecer em pelo menos 40 passagens no Novo Testamento.

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    Deus existe

    Deus fala conosco

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    A Raz de Todo o Mal - Parte 1

    A Raz de Todo o Mal - Parte 2

    A Raz de Todo o Mal - Parte 3

    A Raz de Todo o Mal - Parte 4

    A Raz de Todo o Mal - Parte 5

    Richard Dawkins - autor do best seller "Deus, um delrio

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    Expelled: No

    Intelligence Allowed

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    O argumento Ontolgico (ontos= ser) Anselmo de Canturia (1033 - 1109)

    O homem tem a idia de um ser absolutamente perfeito+

    a existncia atributo da perfeio=

    um ser absolutamente perfeito tem que existir. Dr. Samuel Clark (matemtico, lingista e metafsico, publicou em

    1705 Demonstrao do Ser e dos Atributos de Deus): certo quealgo tem existido desde toda a eternidade. A inexistncia absoluta inconcebvel. Aquilo que tem existido eternamente auto-existente enecessariamente existente, e o que necessriamente existente no

    pode ser concebido como no existente. O mundo material no podeser aquilo que tem existido eternamente porque podemos conceber asua no existncia. Logo, aquilo que tem existido eternamente Deus.(Samuel Clark apudDavid S. Clark, Compndio de Teologia Sistemtica, So Paulo, Casa Editora Presbiteriana,S/D, p. 68)

    Em outras palavras, se o homem tem a idia de um Deus, logo, esse

    Deus existe. Fraqueza do argumento: No podemos provar algo objetivo, com um

    raciocnio abstrato assim. Charles Hodge: Se tal argumento possui alguma validade, destituda

    de importncia. Equivale simplesmente a dizer que o que deve ser

    realmente . (Charles Hodge, Teologia Sistemtica, So Paulo, Editora Hagnos, 2001, p. 153)

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    O argumento Cosmolgico (kosmos= mundo)

    Baseia-se na lei de causa e efeito Todo efeito tem uma causa. Todas as coisas do mundo tem

    uma causa, logo, o universo tambm tem que ter uma causa. E se o mundo no um efeito? E se isto s se passa em

    nossas mentes? Segundo Hodge: O primeiro argumentopara provar que o mundo como um todo no auto-existente e eterno consiste em que todas as suas partes,tudo o que entra em sua composio, dependente emutvel (Charles Hodge, Teologia Sistemtica, So Paulo, Editora Hagnos,

    2001, p. 153) Kant questionou o argumento mostrando que, se tudo tem

    uma causa, isto tambm se aplica a Deus. Toms de Aquino defendeu que h uma causa primeira, uma

    causa no causada, a origem de tudo, Deus (Hb 3.4) Se negarmos a idia de uma causa primria, resta-nos duas

    alternativas: 1) a eternidade do mundo, 2) uma srie infinitade causas.

    Fraqueza do argumento: o argumento no conduz

    necessariamente a uma causa nica e pessoal.

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    O argumento Teleolgico (telos= fim, objetivo) O mundo revela desgnio, logo, teve um designador. A pedra e o relgio de William Paley (McGrath, p. 301)

    Evidncias de desgnio no mundo No corpo humano

    Nos animais Nas condies deste planeta

    Fraqueza do argumento: o argumento no conduznecessariamente a um Deus pessoal.

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    O argumento Moral Temos uma natureza moral de onde isso veio? De um

    ser moral. Senso de responsabilidade Imago Dei

    Domnio Sociabilidade Amor

    Justia Santidade F Senso esttico Comunicao Etc...

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    O argumento Histrico ou Etnolgico Entre todos os povos h sentimento religioso, h alguma

    forma de culto

    Se o homem religioso, de onde veio isso? Romanos 2. 14-16

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    As 5 vias de Toms de Aquino (1225 1274) Premissa bsica: o mundo reflete a imagem do seu

    Criador. Deus deixou uma assinatura divina em suacriao.

    1 Via Argumento do movimento/mudana As coisas neste mundo esto em constante movimento. Este

    mundo no esttico dinmico Chuva caindo do cu Pedras rolando da montanha

    Terra girando em torno do sol

    A questo : como a natureza entrou em movimento? Por queest em processo contnou de mudana?

    A resposta: nada se move por causa prpria, mas h uma foraque iniciou o movimento.

    2 Via Argumento da causalidade H causas e efeitos no mundo, logo, h uma causa primeira, no

    causada

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    3 Via Argumento dos seres contingentes Existem seres no mundo que no esto aqui por uma questo de

    necessidade. O fato de ns estarmos neste mundo precisa de uma explicao.

    Qual a causa de nossa existncia? Aquino explica que um ser criado porque outro que j existia o

    criou. Nossa existncia causa por outro ser. No incio destacadeia, est um ser que necessrio Deus.

    4 Via Argumento dos valores humanos Verdade, virtude e nobreza De onde surgiram estes valores? Aquino defende a existncia necessria de algo que seja em si

    mesmo verdadeiro, virtuoso e nobre e que d origem a estasidias de verdade, virtude e nobreza.

    5 Via Argumento teleolgico O mundo revela traos de desgnio, propsito Os processos naturais e toda a criao parece se adaptar a

    objetivos definidos.

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    Precisamos provar a existncia de Deus? Louis Berkhof:

    Ao avaliar estes a rgumentos rac ionais, deve-se assinalar antes de tudo que oscrentes no prec isam deles. Sua convico a respeito da existncia de Deus no

    depende deles, mas, sim, da confiante aceitao da auto-revelao de Deus naEscritura. Se muitos em nossos dias esto querendo firmar sua f na existnc ia deDeus nesses argumentos rac ionais, isto se deve em grande medida ao fato de queeles se negam a ac eitar o testemunho da pa lavra de Deus. Alm disso, ao usar estesargumentos na tentativa de convencer pessoas incrdulas, ser bom ter em menteque de nenhum que nenhum deles se pode dizer que transmite c onvico absoluta.

    Ningum fez mais para desac redit-los que Kant. Desde o tempo dele, muitosfilsofos e telogos os tm desc artado como c ompletamente inteis, mas hoje osreferidos argumentos esto rec uperando apoio e o seu nmero est cresc endo. E ofato de que em nossos dias tanta gente ac ha neles indica es satisfatrias daexistncia de Deus, pa rec e indicar que eles no so inteiramente vazios de valor.

    Tm algum valor para os prprios c rentes, mas devem ser denominados te st im o nia, e

    no argumentos. Eles so importantes como interpretaes da revelao geral deDeus e c omo elementos que demonstram o c arter razovel da f em um ser divino.Alm disso. Podem prestar algum servio na c onfronta o com os adversrios.Embora no provem a existncia de Deus alm da possibilidade de dvida e aponto de obrigar o assentimento, podem ser elaborados de maneira queestabeleam uma forte probabilidade e, por isso, podero silenciar muitos

    incrdulos. (Teologia Sistemtica, p. 26)

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    O perverso, na sua soberba, no investiga;que no h Deus so todas as suas cogitaes.So prsperos os seus caminhos em todo tempo;muito acima e longe dele esto os teus juzos;quanto aos seus adversrios, ele a todos ridiculiza.Pois diz l no seu ntimo: Jamais serei abalado;de gerao em gerao, nenhum mal me sobrevir.A boca, ele a tem cheia de maldio, enganos e opresso;debaixo da lngua, insulto e iniqidade.

    Salmo 10.4-7

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    Senhor, Deus da verdade, ser suficiente conhecer essas coisas parate agradar? Infeliz o homem que conhece tudo isso e no teconhece. Feliz aquele que te conhece, ainda que ignore o resto.Aquele que te conhece a ti e tambm as outras coisas, no mais

    feliz por esse conhecimento, mas somente por conhecer a ti, econhecendo-te, te glorifica pelo que s, e te rende graas, e no seperde em vs reflexes. De fato, aquele que se reconhece possuidorde uma rvore e te grato pelo uso que dela pode fazer, ainda queno saiba qual a altura ou largura dela, melhor do que aquele quea mede, lhe conta os galhos, mas no a possui e no conhece nemama o criador dela. Do mesmo modo, a pessoa de f possui todas asriquezas do mundo e, mesmo que nada tenha, como quem tudopossui, pois est unida a ti, Senhor de todas as coisas, poucoimportando se nada sabe sobre o percurso da Ursa Maior! Serialoucura duvidar de que est em melhor situao do que aquele quesabe medir os cus, contar as estrelas e pesar os elementos, e noentanto despreza a ti, que tudo dispuseste com medida, quantidadee peso.

    Agostinho, Confisses, Livro V, 7.

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    Atributos de Deus expressos na Revelao Geral

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    Imensido Salmo 8.3,4

    1 Reis 8.27 Isaas 66.1,2 Sl 145.3

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    Sabedoria J 11.6

    Salmo 104.24

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    Amor J 7.17

    Gnesis 1 1 Corntios 2.9

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    A Revelao Especial Ainda que a luz da natureza e as obras da criao e da

    providncia de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e

    o poder de Deus (Sl 19.1-4), que os homens ficaminescusveis (Rm 1.19,20; 2.14,15; 1.32), contudo no sosuficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da suavontade necessrio para a salvao (1Co 1.21; 1Co 2.9-14; At4.12; Rm 10.13,14); por isso foi o Senhor servido, em diversostempos e diferentes modos, revelar-se e declarar sua Igrejaaquela sua vontade (Hb 1.1,2; Gl 1.11,12; Dt 4.12-14; edepois, para melhor preservao e propagao da verdade,para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igrejacontra a corrupo da carne e malcia de Satans e do mundo,foi igualmente servido faz-la escrever toda (Lc 24.27; 2Tm3.16; Rm 15.4; 2Pe 3.15,16). Isto torna indispensvel aEscritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos derevelar Deus a sua vontade ao seu povo (Lc 16.29-31; Hb 2.1-3; 2Pe 1.10).(Confisso de F de Westminster, cap. I, 1)

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    A inspirao das EscriturasPlenria 2Tm 3.16, 2Pe 1.20,21Dinmica 2Pe 3.15,16Verbal - 2Sm 23.2; Jr 1.9; Mt 5.18; Co 2.13; Gl 3.16Sobrenatural - Jo 17.17; Rm 10.17; Cl 1.3-6; 1Pe

    1.23

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    Inspirao, Revelao e IluminaoRevelao: Deus falando com o homem atravs da

    natureza (Salmo 19); atravs da Bblia (Joo 5.39) eatravs de Jesus Cristo (Hebreus 1.1,2).

    Inspirao: A influncia do Esprito Santo

    capacitando homens a escrever a sua Palavra, semerros (2 Pedro 1.20,21, 2 Timteo 3.14-17).Iluminao: A ao de Deus em nossas mentes e

    coraes para que possamos entender a sua Palavra(Salmo 119.125).

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    Provas de que a Bblia no tem errosUnidade na diversidadeO testemunho da prpria EscrituraO testemunho de Jesus CristoA arqueologiaO cumprimento das profecias

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    E os livros Apcrifos? So 11 livros que aparecem a mais na Bblia catlica. So eles:

    Tobias,Judite, Sabedoria, Eclesistico, Baruque, 1 Macabeus, 2

    Macabeus, o acrscimo do Repouso de Esterno livro de Ester,da histria de Suzana, da histria dos Trs Mancebos, e dahistria de Bel e o Drago, ao livro de Daniel.

    Histria: Duzentos anos antes de Cristo, um rei chamado

    Ptolomeu Filadelfo, rei do Egito, ordenou que seu bibliotecrioreunisse os principais livros judicos e os traduzisse para ogrego. Pegaram as escrituras do Antigo Testamento e mais 16livros. 72 homens foram convocados e a traduo foi feita.Esta verso da Bblia passou a ser usada pela Igreja Catlica.

    Em 15 de Abril de 1546 a Igreja Catlica decretou que, dos 16livros apcrifos, 11 eram cannicos.

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    Por que no aceitamos os apcrifos:No pertenciam Bblia do Antigo Testamento.Nunca foram citados por Jesus nem pelos

    apstolos.O contedo no est em harmonia com os livros do

    Antigo Testamento.No tem a autoridade divina caracterstica dos

    livros inspirados: Eu tambm porei fim aqui minha narrao. E se ela estiver

    bem organizada e como convm histria, isto tambm o queeu desejo; mas se, pelo contrrio, foi escrita com menosdignidade, deve-se-me perdoar. (2 Macabeus 15.38,39)

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    Deus incompreensvel Lutero o chama vrias vezes de Deus Absconditus

    (Deus oculto). Calvino diz que Ele insondvel: Por certo que sua

    essncia transcende a compreenso, de sorte que suaplena divindade escapa totalmente aos sentidoshumanos.(Joo Calvino, As Institutas, I.5.1.)

    Berkhof: A Teologia Reformada sustenta que Deus

    pode ser conhecido, mas que ao homem impossvelter um completo e perfeito conhecimento de Deus.Ter esse conhecimento de Deus seria equivalente acompreend-lo, e isto est completamente fora de

    questo: Finitum non possit capere onfinitum.Almdisso, o homem no pode dar uma definio de Deusno sentido exato da palavra, mas apenas umadescrio parcial. (Louis Berkhof, TeologiaSistemtica, So Paulo, Editora Cultura Crist, 2001,

    p. 30)

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    Deus incompreensvel Sproul: nada mais bvio do que isso: um objeto

    infinito no pode ser comprimido dentro de umespao finito.(R. C. Sproul, Verdades Essenciais da F

    Crist: Doutrinas Bsicas em Linguagem Simples ePrtica. So Paulo: Editora Cultura Crist, 1999.Caderno I, p. 33)

    Alguns textos apontam esta incompreensibilidade:Dt

    29.29; J 26.14 Deus incompreensvel em seu ser: J 36.26, Is 55.8-

    9, Rm 11.33,34 Deus incompreensvel por ser incomparvel: Is

    40.18,25; 46.5) Deus incompreensvel por ser inacessvel (1Tm 6.16) Deus incompreensvel em sua ao (J 37.5, Ef 3.19,

    Fp 4.7)

    Deus incompreensvel por ser inominvel (Is 9.6)

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    Deus cognoscvelAs coisas reveladas pertencem a ns (Dt

    29.29)

    O homem s pode conhecer a Deus na medidaem que ele se faz conhecido (Mt 11.27, Jo17.3)

    Sem a revelao, no poderamos ter qualquerconhecimento de Deus.Este conhecimento pode ser inato (implantado

    por Deus na alma humana semen religiones/sensus divinitatis) ou adquirido, por meio daobservao da criao e do conhecimento dasEscrituras.

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    A Revelao GeralConfisso de F de Westminster

    Ainda que a luz da natureza e as obras da criao e daprovidncia manifestam de tal modo a bondade, a sabedoriae o poder de Deus, que os homens ficam inescusveis,todavia no so suficientes para dar aquele conhecimentode Deus e de sua vontade, necessrio salvao; por issofoi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentesmodos, revelar-se e declarar sua Igreja aquela suavontade; e depois, para melhor preservao e propagaoda verdade, para o mais seguro estabelecimento e confortoda Igreja contra a corrupo da carne e malcia de Satans edo mundo, foi igualmente servido faze-la escrever toda.Isso torna a Escritura Sagrada indispensvel, tendo cessadoaqueles antigos modos de Deus revelar a sua vontade ao

    seu povo.

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    A Revelao Geral e Especial na BbliaSalmo 19Atos 14.17Romanos 1.19,20

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    Deus cognoscvel Charles Hodge: Enquanto, pois, admite-se no s que o

    Deus infinito incompreensvel, e que nossoconhecimento dele parcial e imperfeito; que h muito

    em Deus de que no conhecemos absolutamente nada,e que o que conhecemos, conhecemos muitoimperfeitamente; no obstante nosso conhecimento, atonde pode ir, conhecimento genuno. Deus realmente

    o que cremos ser, at onde nossa idia dele determinada pela revelao que ele fez de si prprio emsuas obras, na constituio de nossa natureza, em suapalavra e na pessoa de seu Filho. (Charles Hodge,

    Teologia Sistemtica, So Paulo, Editora Hagnos, 2001,p. 254)

    Conhec-lo fonte de prazer: Jr 9.23,24, Os 6.6 Conhec-lo implica relacionar-se: Sl 34.8, 1Jo 2.4,

    3.6, 4.8

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    Deus cognoscvel Packer: Conhecer a Deus mais do que saber sobre Ele; entrar em

    contato com Ele enquanto se revela a voc e ser dirigido por Ele medida que toma conhecimento de voc. Saber sobre Deus uma pr-condio para que se confie nEle (como crero naquele de quem no

    ouviram?) [Rom 10:14], mas a extenso do nosso conhecimento a seurespeito no pode servir de medida para a profundidade desseconhecimento. John Owen e Joo Calvino sabiam mais teologia do que

    John Bunyan ou Billy Bray, mas quem poder negar que os ltimosconheciam seu Deus to bem quanto os primeiros? (Os quatro, claro,eram profundos pesquisadores da Bblia, o que vale mais que qualquer

    conhecimento teolgico). Se o fator decisivo fosse o conhecimento dadoutrina, naturalmente os maiores estudiosos da Bblia conheceriam aDeus melhor que os outros. Mas no isso o que acontece; voc podeguardar na mente a doutrina correta, sem jamais provar em seucorao as realidades a que se refere; e um simples ledor da Bblia eouvinte de sermes que esteja cheio do Esprito Santo desenvolver um

    relacionamento mais profundo com seu Deus e Salvador do quehomens mais instrudos que se contentem apenas com estaremteologicamente certos. A razo disto que o primeiro entrar emcontato com Deus a respeito da aplicao prtica da verdade em suavida, enquanto o ltimo no ter essa preocupao. (J.I. Packer, OConhecimento de Deus, So Paulo, Editora Mundo Cristo, 1987, p.31.)

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    As coisas encobertas pertencem ao Senhor...

    ... porm as reveladas nos pertencem, a ns e a nossos filhos...

    Toda a Escritura 2Tm 3.16

    Todo o desgnio At20.27

    Quando a Bbliacala, ns

    calamos.Calvino.

    Curiosidadepecaminosa.

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    Eis um bom marco memorial da sobriedade: se em nossaaprendizagem ou em nosso ensino seguirmos a Deus,tenhamo-lo sempre adiante de ns. Contrariamente, se Eleparar de ensinar, paremos de querer continuar a ouvir e aentender (Joo Calvino, As Institutas: Edio Especial paraEstudo e Pesquisa, III.8)

    estulto e temerrio de cousas desconhecidas maisprofundamente indagar do que Deus nos permita saber(JooCalvino, As Institutas, III.25.6)

    Portanto, que esta seja nossa regra sacra: no procurar saber

    nada mais, seno o que a Escritura nos ensina. Onde oSenhor fecha seus prprios lbios, que igualmenteimpeamos nossas mentes de avanar sequer um passo amais.(Joo Calvino, Romanos, Rm 9.14)

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    Os nomes na Bblia Deus deu nome nas obras da sua criao (Gn

    1.5,8,10)

    Ado deu nome aos animais (Gn 2.19,20), suaesposa (Gn 2.23, 3.20) e esta aos filhos (Gn 4.1,2). A primeira experincia pela qual passava um

    recm-nascido era o recebimento do nome. No AT,

    ao nascer (Gn 21.3, 35.17,18) e, no NT, ao oitavodia, na circunciso (Lc 1.59; 2.21).

    Os nomes definiam pessoas ou lugares:

    Gn 11.9 Babel (confuso) Gn 17.5 Abro (pai exaltado) Abrao (pai de

    multides) Gn 22.14 ( Yahweh Jireh) O SENHOR prover

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    Gn 35.10 Jac (usurpador) Israel (o que lutoucom Deus)

    x 15.23 Mara (amarga) 1Sm 25.25 Nabal (louco) Mt 1.21 Jesus (Josu salvao)

    O terceiro mandamento e o primeiro pedido daorao dominical tem relao com o nome de Deus

    (Ex 20.7, Mt 6.9) O batismo no nome do Pai, Filho e Esprito Santo

    unio real com a pessoa. A orao deve ser feita no nome de Jesus (Jo 14.13;

    15.16; 16.23, 1Jo 5.14) Saber o nome de uma pessoa era equivalente, a

    saber, sua essncia (x 3.13-16, Sl 9.10; 91.14)

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    Berkhof: ... segundo o pensamento oriental, jamaisum nome era considerado como simples vocbulo,mas sim, como expresso da natureza da coisa porele designada. Saber o nome de uma pessoa era ter

    poder sobre ela, os nomes dos diversos deuses eramutilizados nos encantamentos para se exercer podersobre eles. (Louis Berkhof, Teologia Sistemtica, So Paulo,Editora Cultura Crist, 2001, p. 47)

    Hendriksen: Nos tempos antigos, geralmente onomeno era considerado como um mero ttulo paradistinguir uma pessoa de outra, antes eraconsiderado como uma expresso da prprianatureza da pessoa assim denominada, ou de sua

    posio, etc. Isso era to verdadeiro que amide,quando os fatos acerca de um homem sofriamalguma mudana importante, era-lhe dado um novonome. (William Hendriksen, Mateus, So Paulo, Editora CulturaCrist, 2001, p. 460, 6.9)

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    Heber Carlos de Campos: Nos dias e na cultura em que vivemos,os nomes pessoais no so nada mais do que rtulos que nostornam distintos de outras pessoas que convivem conosco. Osnomes das pessoas no tm nada a ver com o que elas so oufazem. Algumas vezes, os apelidos que so dados s pessoas so

    mais significativos do que os seus nomes, pois dizem algo doque a pessoa ou faz. Ainda assim, a importncia de um apelidoem nosso mundo ocidental est muito longe da importnciaatribuda aos nomes das pessoas no contexto do Oriente Mdio,especialmente em Israel. Via de regra, os nomes que as pessoas

    recebem na Escritura vm sempre acompanhados de umsignificado especfico relacionado com eventos especiais da suavida. Dar nomes s pessoas nos tempos da Bblia era um fatomuito significativo. Tinha muito a ver com experincia dos

    prprios pais e daquilo que eles queriam que os filhos fossem.Dar nome s pessoas era uma grande responsabilidade umaespcie de poder. Vemos um exemplo desse poder quando ooficial do rei Nabucodonozor mudou os nomes de Daniel e deseus trs amigos para Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-

    Nego (Dn 1.6,7).(Heber Carlos de Campos, O Ser de Deus e osSeus Atributos, So Paulo, Editora Cultura Crist, 1999, p. 80)

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    Os nomes de Deus so revelados por ele mesmo eexpressam os vrios atributos do seu ser.

    EL, ELOHIM, ELYON Deus Poderoso

    O nome mais simples pelo qual Deus designado no AT onome Ele tem o sentido de ser primeiro, ser senhor, ou serforte e poderoso. Este nome aparece com vrias combinaes:El-Shaddai, Elohim, Elyon.

    O nome Elohim(sing. Eloah) deriva provavelmente da mesma

    raiz ou de alahh, estar ferido pelo temor; portanto, mostraDeus como o Ser forte e poderoso, ou como objeto de temor.Elohim (Gn 1.1) plural e mostra Deus na plenitude do seupoder.

    O nome Elyon derivado de alah,subir, ser elevado, e designaDeus como alto e exaltado Ser: Gn 14.19,20; Nm 24.16; Is14.14.

    Segundo Berkhof, estes nomes no so nomina propria, nosentido estrito da palavra, pois tambm so empregados com

    referncia a dolos, Sl 95.3; 96.5; a homens, Gn 33.10; x 7.1;e a governantes, Jz 5.8; x 21.6; 22.8-10; Sl 82.1.(Berkhof, p.48)

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    ADONAI Deus Governador derivado de dun (din)ou de adan, ambos os quais

    significam julgar, governar e, assim, revelam Deus comoGovernante todo-poderoso, a quem tudo est sujeito e

    com quem o homem se relaciona como servo. MostraDeus como Mestre ou Senhor (x 4.10)

    SHADDAI e EL-SHADDAI Deus Todo-Poderoso O nome Shaddai derivado de shadad,ser poderoso, e

    indica que Deus possui todo o poder no cu e na terra.Foi o nome usado por Deus para revelar-se a Abrao.Segundo Heber Carlos de Campos: o nome El-Shaddaipossui uma importncia pactual. (Heber Carlos deCampos, O Ser de Deus e os Seus Atributos, So Paulo,Editora Cultura Crist, 1999, p. 82).

    Hendriksen diz queEl-Shaddai Deus Todo-poderoso,a fonte de salvao de seu povo (Gn 17.1; x 6.3).(William Hendriksen, Mateus, So Paulo, Editora Cultura

    Crist, 2001, p. 460, 6.9)

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    YAHWEH e YAHWEH TSEBHAOTH Sempre foi tido como o mais sagrado nome de Deus. Os

    judeus, supersticiosamente, temiam us-lo. Quando liam asEscrituras, substituam-no por Adonai ou por Elohim; e osmassoretas, embora deixando as consoantes intactas, ligarama elas as vogais de um destes nomes, geralmente o de Adonai.

    Vejao quadro. uma forma do verbo ser, e tem sido interpretado como

    significando Eu sou o que sou, ou Eu serei o que serei. Segundo Hendriksen houve um tempo, talvez cerca do ano

    300 a.C., em que os judeus, devido a a. sua reverncia por

    Deus, b. sua interpretao de Lv 24.16 e c. seu temor detornarem-se culpados do pecado de profanao, deixaram depronunciar esse nome. Ao lerem as Escrituras, o substituampor Adonai, ou, com menor freqncia, Elohim. Osmassoretas judeus peritos no texto que medravam entre a

    destruio de Jerusalm (70 d.C.) e o sculo X, mas cujaatividade num sentido mais geral comeou antes do perododos macabeus e se estendeu at ao ano 1425 d.C., juntavam squatro consoantes (YHWH) as vogais de Adonai (ou deElohim). (William Hendriksen, Mateus, So Paulo, EditoraCultura Crist, 2001, p. 460, 6.9)

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    hwhyYHWH Adonay

    yndOa]hwhy

    yndOa]

    hwhy YaHWeH

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    THEOS - Deus o equivalente grego de El, Elohime Elyon,que , dos

    nomes aplicados a Deus, o mais comum. Como Elohim,pode ser empregado com referncia a deuses pagos.

    Elyon traduzido por Hypsistos Theos,Mc 5.7; Lc 1.32,35, 75; At 7.48; 16.17; Hb 7.1. Os nomes Shaddae El-Shadday so vertidos para Pantokrator e TheosPantokrator,2Co 6.18; Ap 1.8; 4.8; 11.17; 15.3; 16.7,14.

    KYRIOS - Senhor O nome Yahweh aplicado algumas vezes por variantes

    de tipo descritivo, como o Alfa e o mega, que , queera, e que h de vir, o princpio e o fim, o primeiro eo ltimo, Ap 1.4, 8, 17; 2.8; 21.6; 22.13. Todavia,quanto ao mais, o Novo Testamento segue aSeptuaginta, que substitui por Adonai, e o traduz por

    Kyrios,derivado de kyros,poder.

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    Kyrios no tem a mesma conotao de Yahweh, masdesigna a Deus como o Poderoso, Senhor, o Possuidor, o Governador que tem poder e autoridadelegal. empregado tambm a Cristo.

    PATER - Pai utilizado repetidamente no AT para designar a

    relao de Deus com Israel, Dt 32.6; Sl 103,13; Is63.16; 64.8; Jr 3.4, 19; 31.9; Ml 1.6; 2.10, enquantoque Israel chamado filho de Deus, x 4.22; Dt 14.1;32.19; Is 1.2; Jr 31.20; Os 1.10; 11.1. Nestes casos onome expressa a relao teocrtica especial que Deusmantm com Israel. No sentido geral de originador ou

    criador empregado nas seguintes passagens doNovo Testamento: 1 Co 8.6; Ef 3.15; Hb 12.9; Tg1.18. Em todos os outros lugares ele serve paraexpressar a relao especial da primeira Pessoa da

    Trindade com Cristo, o Filho de Deus.

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    DEFINIO DE DEUS Deus no pode ser definido. Berkhof diz que para dar

    uma definio lgica de Deus teramos que comearfazendo pesquisa de algum conceito superior, debaixo

    do qual Deus pudesse ser coordenado com outrosconceitos; e depois teramos que expor ascaractersticas aplicveis exclusivamente a Deus. Umadefinio gentico-sintticaassim, no se pode dar de

    Deus, visto que Deus no um dentre vrias espciesde deuses, que pudesse ser classificado sob umgnero nico. No mximo, s possvel uma definioanaltico-descritiva. Esta simplesmente menciona as

    caractersticas de uma pessoa ou coisa, mas deixa semexplicao o ser essencial. (Louis Berkhof, TeologiaSistemtica, So Paulo, Editora Cultura Crist, 2001, p. 41)

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    Charles Hodge diz que nenhuma criatura, muito menos ohomem, pode conhecer tudo o que prprio a Deus; e,portanto, nenhuma criatura pode acrescentar umadeclarao exaustiva de tudo o que Deus . (TeologiaSistemtica, So Paulo, Editora Hagnos, 2001, p. 276)

    Contudo Hodge admite ser possvel uma definio deDeus, no daquilo que Ele em essncia, mas daquiloque conhecemos dele: Quando dizemos que podemosdefinir Deus, tudo o que est implcito que podemosanalisar a idia de Deus como ela se acha em nossamente(Idem, p. 276)

    Seguindo esta linha que os Divines de Westminsterproduziram uma definio sobre o que nos foi reveladopor Deus: Deus Esprito, em si e por si infinito em seu

    ser, glria, bem-aventurana e perfeio; todo-suficiente,eterno, imutvel, insondvel, onipresente, infinito empoder, sabedoria, santidade, justia, misericrdia eclemncia, longanimidade, cheio de bondade e verdade.(Catecismo Maior, pergunta 7)

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    A Confisso Belga (1561) o define da seguinte forma: Todosns cremos com o corao e confessamos com a boca queh um s Deus, um nico e simples ser espiritual, que eterno, incompreensvel, invisvel, imutvel, infinito, todo-poderoso, totalmente sbio, justo, e bom, e a fonte

    transbordante de todo o bem(Art. 1) Segunda Confisso Helvtica (1566): Acreditamos eensinamos que Deus um em essncia ou natureza; que elesubsiste por si mesmo; totalmente suficiente em si mesmo;invisvel; incorpreo; infinito; eterno; o criador de todas as

    coisas, tanto as visveis como as invisveis; o supremo-bem;vivo; aquele que sustenta e preserva todas as coisas; que onipotente e extremamente sbio; benvolo oumisericordioso; justo e verdadeiro.(Art. III).

    Confisso de F de Westminster (1647): H um s Deus

    vivo e verdadeiro, o qual infinito em seu ser eperfeies. Ele um esprito purssimo, invisvel, semcorpo, membros ou paixes, imutvel, santssimo,completa-

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    mente livre e absoluto, fazendo tudo segundo o conselho dasua prpria vontade, que reta e imutvel, e para a suaprpria glria. cheio de amor, gracioso, misericordioso,longnimo, muito bondoso e verdadeiro galardoador dos queo buscam, e, contudo, justssimo e terrvel em seus juzos,

    pois odeia todo pecado; de modo algum ter por inocente oculpado. Deus tem, em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida,glria, bondade, e bem-aventurana. Ele todo-suficiente emsi e para sim pois no precisa das criaturas que trouxe existncia; no deriva delas glria alguma, mas somente

    manifesta a sua glria nelas, por elas, para elas e sobre elas.Ele a nica origem de todo ser; dele, por ele e para ele sotodas as coisas e sobre elas tem ele soberano domnio parafazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser.Todas as coisas esto patentes e manifestas Diante dele; o

    seus saber infinito, infalvel e independente da criatura, desorte que para ele nada contingente ou incerto. Ele santssimo em todos os seus conselhos, em todas as suasobras e em todos os seus preceitos. Da parte dos anjos e doshomens e de qualquer outra criatura lhe so devidos todo

    culto, todo servio e toda obedincia, que ele houve por bemrequerer deles.(Cap.2)

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    AUTO-EXISTNCIA Deus tem em si mesmo a base para a sua existncia.Bavinck diz que: Deus independente no sentido de queEle no determinado por nada e tudo por Eledeterminado (At 17.24,25, Rm 11.36)(Hermann Bavinck,

    Teologia Sistemtica, Santa Brbara dOeste, SOCEP,2001, p. 148)

    R.C. Sproul diz que impossvel que alguma coisa crie asi mesma. O conceito de autocriao uma contradio

    de termos, uma afirmao sem sentido (...) Nada pode serautocriado. Nem mesmo o prprio Deus pode criar a simesmo. Para que Deus pudesse criar a si mesmo, teria deexistir antes de si mesmo. Nem mesmo Deus pode fazerisso. Todo efeito deve ter uma causa. Isso verdadeiro

    (por definio). Deus, porm, no um efeito. Ele notem um incio e, portanto, no tem uma causaantecedente. Ele eterno. Ele sempre foi ou . Ele tem,dentro de si, o poder de ser. (R. C. Sproul, VerdadesEssenciais da F Crist. So Paulo: Editora Cultura Crist,1999. Caderno I, p. 37)

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    Joo 5.26Tudo que existe s existe por meio dele: Sl

    94.9, Is 40.18, At 17.28Ele independente:

    Em seu pensamento: Rm 11.33,34 Em sua vontade: Dn 4.35, Rm 9.19, Ef 1.5, Ap 4.11

    Em seu poder: Sl 115.3 Em seu conselho Sl 33.11

    Michael Horton: Uma das questes maisantigas na filosofia, e talvez a maisfreqentemente feita pelas crianas , "Quemfez Deus?...

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    ... Aristteles insistiu em que Deus foi a Primeira Causa, oser eterno que faz com que todas as coisas existam masque, ele mesmo, no tem origem e no criado. Enquantoessas noes se tornaram crescentemente presas filosofia

    grega, as Escrituras afirmam o impulso bsico da declaraode Aristteles. Nos impossvel entender completamente aauto-existncia de Deus porque no temos nenhum pontode referncia anlogo em ns mesmos ou no mundo (...) Noentanto, quando Deus revelou seu nome a Moiss, nohouve dvida de que a auto-existncia e auto-suficinciaeram no somente verdadeiras, mas que toda a natureza deDeus podia ser sumariada desta forma. (...) Muito melhor doque qualquer especulao filosfica, a prpria auto-revelao de Deus do seu nome, oferece a expresso maisclara de sua auto-existncia e auto-suficincia. "Com quemcomparareis a Deus? ou que coisa semelhante confrontareiscom ele?" (Is 40.18). Quando se trata dos atributos

    incomunicveis de Deus, no existe ser anlogo...

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    ... No podemos apontar para outra pessoa auto-existente e auto-suficiente e dizer, " assim que Deus ."Paulo declarou em Atenas que, diferentemente dosdeuses da mitologia grega, o Deus verdadeiro "no

    servido por mos humanas, como se precisasse dealguma coisa, pois ele mesmo quem d a todos vida,respirao, e todas as coisas" (At 17.25). Foi ele, diz oapstolo, quem fixou os limites para as suas criaturas:

    onde nascero, vivero, e morrero. As deidades greco-romanas eram homens e mulheres glorificados,projees dos generais mais poderosos, dosgovernadores mais sbios e dos atletas mais habilidosos.

    Mas Paulo desafia a sua viso de Deus como "homemmagnificado" comeando com a auto-existncia e aauto-suficincia de Deus. (Michael Horton, Creio, EditoraCultura Crist, cap. 2.)

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    IMUTABILIDADE Deus a rocha (Dt 32.4,15; 1Sm 2.2, 2Sm 22.2,47;2Sm 23.3; Sl 18.2; Sl 19,14; Sl 28.1; Sl 31.3; Sl 42.9; Sl62.2,7; Sl 75.5; Sl 78.35; Sl 89,26; Sl 92.15; Sl 144.1;Is 26.4; Is 44.8; Hc 1.12; )

    Berkhof: A imutabilidade de Deus necessariamenteconcomitante com a Sua asseidade. a perfeio pelaqual no h mudana nele, no somente em Seu Ser,mas tambm em Suas perfeies, em Seus propsitos

    e em suas promessas. Em virtude deste atributo, Ele exaltado acima de tudo quanto h, e imune de todoacrscimo ou diminuio e de todo desenvolvimentoou decadncia em Seu Ser e em Suas perfeies. Seu

    conhecimento e Seus planos, Seus princpios morais eSuas Volies permanecem sempre os mesmos. At arazo nos ensina que no possvel nenhumamudana em Deus, visto que qualquer mudana paramelhor ou para pior.

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    (divises abaixo adaptadas de O Ser de Deus, Heber Carlos deCampos)

    Deus imutvel em seu Ser Os reinos passam Egito, Babilnia, Roma... A criao muda 2Pe 3.7 Os anjos mudam Jd 6 Ns mudamos J 14.1,2; Sl 90.3-6; Ec 12.1-7 Ele no muda Sl 90.2; Ap 22.13; Sl 102.25-27; Ml

    3.6, Tg 1.17Deus imutvel em seus atributos

    Exemplos: Em seu amor: Jr 31.3; Jo 13.1

    Em sua verdade: Sl 119.89; Lc 21.33Deus imutvel em sua vontade

    O seu decreto imutvel J 23.13,14; J 42.2; Pv19.21; Is 14.24,27

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    Aparentes mudanas em Deus Wayne Grudem: Deus imutvel em seu ser, suas

    perfeies, seus propsitos e suas promessas;todavia, Deus age, e ele o faz de modo diferente em

    resposta a diferentes situaes. (Wayne Grudem,Systematic Theology, p. 160)

    Arrependimento de Deus (Gn 6.6) antropopatismo. R.C. Sproul: H um sentido em que parece que Deus

    est mudando sua opinio, e h outro sentido no qual aBblia diz que Deus nunca muda sua opinio porqueDeus onisciente. Ele sabe todas as coisas desde ocomeo, e ele imutvel. Ele no muda. Nele no hsombra de variao. Ele sabe o que Moiss vai dizerantes que Moiss abra a sua boca para suplicar por estepovo. (Boa Pergunta, R. C. Sproul, So Paulo, EditoraCultura Crist)

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    R.C. Sproul: H um sentido em que parece que Deus estmudando sua opinio, e h outro sentido no qual a Bblia dizque Deus nunca muda sua opinio porque Deus onisciente.Ele sabe todas as coisas desde o comeo, e ele imutvel. Eleno muda. Nele no h sombra de variao. Ele sabe o que

    Moiss vai dizer antes que Moiss abra a sua boca parasuplicar por este povo.(Boa Pergunta, R. C. Sproul, So Paulo,Editora Cultura Crist)

    Michael Horton: Quando a Escritura, ento, fala de Deus searrependendo ou mudando de idia, somos forados a uma

    das duas concluses. Ou podemos dizer que a Escritura secontradiz, o que impossvel para aqueles que a tomam comoa prpria auto-revelao de Deus, ou que Deus est falandoem antropomorfismos, como se fosse um ser humano (...) aEscritura atribui a mudana a Deus porque existem mudanas

    nas suas relaes dentro da histria humana, devido ao fato deque ns mudamos e somos parte de um mundo histrico queest sempre mudando. Mas, o fato que ele no como nsneste aspecto: "Porque eu, o SENHOR, no mudo" (Ml 3.6).(Michael Horton, Creio, Editora Cultura Crist, cap. 2.)

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    INFINIDADEAlguns aspectos de sua infinidade:

    Perfeio absoluta a qualificao de todos osatributos de Deus: J 11.7-10; Sl 145.3; Mt 5.48

    Eternidade a infinidade de Deus em relao aotempo: Sl 90.2; 102.12; Ef 3.21. Berkhof: Nossaexistncia assinalada por dias, semanas, meses eanos; no assim a existncia de Deus. A nossa vidase divide em passado, presente e futuro, mas no hessa diviso na vida de Deus. Ele o eterno Eu Sou.

    Imensidade infinidade relativa ao espao:1Rs 8.27; Is66.1; At 7.48, 49; Sl 139.7-10; Jr 23.23, 24; At17.27, 28.

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    Berkhof: Distinguimos trs modos de presena noespao. Os corpos ocupam o espaocircunscritivamente, porque so limitados por ele; osespritos finitos ocupam o espao definidamente, vistoque no esto em toda parte, mas somente num dado

    e definido lugar; e, em distino de ambos estesmodos, Deus ocupa o espao repletivamente, porqueele preenche todo o espao. Ele no est ausente denenhuma parte do espao, nem tampouco est mais

    presente numa parte que noutra. Heber: Quando falamos na infinidade de Deus,

    estamos nos referindo impossibilidade de se medirou quantificar as caractersticas do Ser divino (...)Todos ns podemos medir o conhecimento, a bondadee o poder de um ser humano, mas no podemos mediressas perfeies em Deus, porque Deus as tem de ummodo infinito, impossvel de ser averiguado em toda asua profundeza. Contudo, a infinidade um atributo

    incomunicvel, que nenhuma criatura pode possuir.

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    A Oniscincia Nossa limitao: O que voc fez a exatos 12 meses

    atrs? Hebreus 4.13

    Deus conhece todas as criaturas (conexo entreonipotncia e oniscincia)

    Mateus 10.29; J 38, 39, 40, 41; Salmo 139.13-16; Lc12.7; Pv 15.3; Sl 33.13-15

    Deus conhece todas as aes e pensamentos (J 34.21-25; Pv 5.21; Sl 139.2-4; Gn 18.12-15; Js 7; Dn 2.22; Jr16.17; Sl 90.8

    Deus julgar a todos de acordo com seu conhecimento:

    (2Co 5.10)

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    Consolo na Oniscincia de Deus 1. No fomos esquecidos e somos alvo do seu cuidado. 2. Em tempos de aflio, diz como J mas ele sabe o meu

    caminho... (J 23.10)

    3. Em tempos de cansao e fraqueza podemos nos assegurarde que Deus ... conhece a nossa estrutura; lembra-se de quesomos p (Sl 103.14)

    4. Em tempos de dvida e vacilao podemos dizer Sonda-

    me, Deus, e conhece o meu corao: prova-me, e conhece osmeus pensamentos. V se h em mim algum caminho mau, eguia-me pelo caminho eterno (Sl 139.23,24)

    5. Em tempos de fracasso, quando a nossa f posta emdvida, frente ao pecado cometido. Quando ns feita apergunta amas-me, dizemos como Pedro: ... Senhor, tusabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. (Jo 21.17)

    6. Temos motivos para orar. No precisamos temer pois Deusouve todas as oraes. Mesmo com uma multido de pessoas

    pedindo ao mesmo tempo.

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    7. Tambm na falta de linguagem apropriada, ou incapacidadede dar expresso aos sentimentos mais profundos da nossaalma, Deus diz ... ser que antes que clamem, eu responderei:estando eles ainda falando, eu os ouvirei (Is 65.24) Ou comoDavi Ainda a palavra no me chegou a lngua, e tu Senhor, j a

    conheces toda (Sl 139.4) 8. Em tempos de indeciso quanto ao que fazer, podemos

    descansar como Salomo: Muitos propsitos h no corao dohomem, mas o conselho do Senhor permanecer (Pv 19.21)

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    UNIDADE Unitas Singularitatis. Berkhof: Este atributo salienta a

    unidade e a unicidade de Deus, o fato de que Ele numericamente um e que, como tal, Ele nico.

    Implica que existe somente um Ser Divino, que, pelanatureza do caso, s pode existir apenas um, e quetodos os outros seres tm sua existncia dele, pormeio dele e para Ele: 1Rs 8.60; 1Co 8.6; 1Tm 2.5; Dt

    6.4 Unitas Simplicitatis. Heber: Essa qualidade de ser

    simples est intimamente relacionada com a idia daverdadeira espiritualidade de Deus e de sua

    eternidade. A simplicidade resultado direto do fatode Deus ser um esprito purssimo e eterno. Tudoaquilo que tem comeo e fim composto, mas Deus eterno e, por isso, simples, sem diviso.

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    FidelidadeDeus fiel. Suas palavras no falham (Dt 7.9;Js23.14 e Sl 89.2)

    Bondade A bondade de Deus o atributo em razo do

    qual ele concede a vida e outras bnos assuas criaturas (Sl 25.8;Mt 5.45). Tudo quanto

    Deus criou originalmente era bom, era umaextenso da sua prpria natureza (Gn1.4,10,12,18,21,25,31). Ele continua sendobom para sua criao, ao sustent-la, para o

    bem de todas as suas criaturas. Deus cuida atdos mpios (Mt 5.45). Deus bomprincipalmente para os seus, que o invocam emverdade (Sl 145.18-20).

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    Santidade Deus santo (x 15.11;Js 24.19;Is 6.3;I Pe 1.15,16 eAp 15.3). A santidade de Deus significa a suaabsoluta pureza moral; Ele no pode pecar nemtolerar o pecado. O sentido original da palavra santo

    separado.Justia

    Deus justo. Justia santidade em ao, asantidade de Deus manifestada no tratar

    retamente com suas criaturas. A justia obedincia a uma norma reta. Deus manifesta esteatributo quando livra o inocente, condena o mpio,quando perdoa o penitente (Sl 51.14), quando julgae castiga seu povo (Is 8.17), quando d vitria a

    causa dos seus servos fieis (Is 50.4-9). Deus nosomente trata justamente como tambm requerjustia. Quando o homem peca Deus graciosamentejustifica o penitente (Rm 4.5).

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    Verdade"Deus no homem para que minta" (Nm

    23.19). Deus perfeitamente fiel as suaspromessas e aos seus mandamentos (Sl 33.4).Sua integridade moral sua caractersticapessoal permanente (Sl 119.160). A veracidadeestvel e permanente do Senhor o meio

    atravs do qual somos santificados, porque averdade proclamada tornou-se a verdadeencarnada (Jo 1.14).

    AmorDeus amor. Seu amor alcana a humanidade

    de forma ampla e os eleitos de forma salvfica

    (Mt 5.44-48; Jo 3.16; Rm 5.8).

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    MisericrdiaA misericrdia de Deus sua bondade em ao

    (Tt 3.5; Lm 3.22; Is 49.13). A misericrdia deDeus manifestou-se ao enviar Cristo ao mundo(Lc 1.78).

    SabedoriaA sabedoria de Deus infinita. Seu

    conhecimento exaustivo sobre tudo aliado sua santidade e perfeio lhe do sabedoriaperfeita. Todas as obras das suas mos so

    feitas pela sua grande sabedoria (Sl 104.24), eassim Ele pode tirar e colocar reis, mudar otempo e as estaes, conforme lhe parecer bem

    (Dn 2.21)

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    Referncias bblicas AT - Gn 1.26; 11.7; Is 48.16; 63.10; Is 6.8 NT - Lc 3.21,22; Jo 14.16; Mt 28.19; 2Co 13.13; Lc 1.35; 1Co

    12.4-6; 1Pe 1.2 Confisso de F de Westminster

    Na unidade da Divindade h trs pessoas de

    uma mesma substncia, poder e eternidade Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o EspritoSanto. o Pai no de ningum no gerado, nem procedente; o Filho

    eternamente gerado do Pai; o Esprito Santo eternamente procedente do Pai e do Filho.(CFW II.3)

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    Confisso Belga (1561) Conforme esta verdade e esta palavra de Deus, cremos em um s

    Deus, que um nico ser, em que h trs Pessoas: o Pai, o Filho eo Esprito Santo. Estas so, realmente e desde a eternidade,distintas conforme os atributos prprios de cada Pessoa. O Pai acausa, a origem e o princpio de todas as coisas visveis e

    invisveis. O Filho o Verbo, a sabedoria e a imagem do Pai. OEsprito Santo, que procede do Pai e do Filho, a eterna fora e opoder. Esta distino no significa que Deus est dividido em trs.Pois a Sagrada Escritura nos ensina que cada um destes trs, o Paie o Filho e o Esprito Santo, tem sua prpria existncia, distinta por

    seus atributos, de tal maneira, porm, que estas trs pessoas soum s Deus. claro, ento, que o Pai no o Filho e que o Filhono o Pai; que, tambm, o Esprito Santo no o Pai ou o Filho.Entretanto, estas Pessoas, assim distintas, no so divididas nemconfundidas entre si. Porque somente o Filho se tornou homem,

    no o Pai ou o Esprito Santo. O Pai jamais existiu sem seu Filho esem seu Esprito Santo, pois todos os trs tm igual eternidade, nomesmo ser. No h primeiro nem ltimo, pois todos os trs soum s em verdade, em poder, em bondade e em misericrdia.(Art. 8)

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    Segunda Confisso Helvtica (1566)

    3. De Deus, sua unidade e trindade. Deus uno. Cremos eensinamos que Deus um em essncia ou natureza, subsistindopor si mesmo, todo suficiente em si mesmo, invisvel,incorpreo, imenso, eterno, criador de todas as coisas, visveis einvisveis, o supremo-bem, vivo, vivificador e preservador detodas as coisas, onipotente e supremamente sbio, clemente ou

    misericordioso, justo e verdadeiro. Abominamos a pluralidadede deuses, porque est claramente escrito: O Senhor nossoDeus o nico Senhor (Deut 6.4). Eu sou o Senhor teu Deus.No ters outros deuses diante de mim (x 20.2-3). Eu sou oSenhor, e no h outro; alm de mim no h Deus. Deus justo eSalvador no h alm de mim (Is 45.5.21). Senhor, Senhor Deuscompassivo, clemente e longnimo, e grande em misericrdia efidelidade (x 34.6).

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    Segunda Confisso Helvtica (1566)Deus trino. Entretanto, cremos e ensinamos que o

    mesmo Deus imenso, uno e indiviso inseparavelmente e sem confuso, distinto em pessoas- Pai, Filho e Esprito Santo - e, assim como o Pai

    gerou o Filho desde a eternidade, o Filho foi geradopor inefvel gerao, e o Esprito Santoverdadeiramente procede de um e outro, desde aeternidade e deve ser com ambos adorado.

    Assim, no h trs deuses, mas trs pessoas,consubstanciais, co-eternas e co-iguais, distintasquanto s hipstases e quanto ordem, tendo umaprecedncia sobre a outra, mas sem qualquer

    desigualdade. Segundo a natureza ou essncia,acham-se to unidas que so um Deus, e a essnciadivina comum ao Pai, ao Filho e ao Esprito Santo.

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    Segunda Confisso Helvtica (1566)

    A Escritura ensina-nos manifesta distino de pessoas,quando o anjo diz, entre outras coisas, bem-aventuradaVirgem; Descer sobre ti o Esprito Santo e o poder doAltssimo te envolver com a sua sombra; por isso tambm

    o ente santo que h de nascer, ser chamado Filho de Deus(Luc 1.35). E, igualmente, no batismo de Cristo, ouve-seuma voz do cu a seu respeito, dizendo: Este o meu Filhoamado (Mat 3.17). O Esprito Santo tambm apareceu emforma de pomba (Joo 1.32). E, quando o Senhor mesmo

    mandou os apstolos batizar, mandou-os batizar em nomedo Pai e do Filho e do Esprito Santo (Mat 28.19). Em outraparte do Evangelho, diz ele: O Esprito Santo, a quem o Paienviar em meu nome (Joo 14.26). E noutro lugar:Quando, porm, vier o Consolador, que eu vos enviarei daparte do Pai, o Esprito da verdade, que dele procede, essedar testemunho de mim, etc. (Joo 15.26). Em resumo,recebemos o Credo dos Apstolos, porque ele noscomunica a verdadeira f.

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    Segunda Confisso Helvtica (1566)Heresias. Portanto, condenamos judeus e maometanos, e

    todos quantos blasfemam da Trindade santa e digna deadorao. Condenamos, tambm, todas as heresias e os

    herticos que ensinam que o Filho e o Esprito Santo soDeus apenas de nome, e ainda que h algo criado esubserviente, ou subordinado a outro, na Trindade, eque nela h algo desigual, maior ou menor, corpreo ou

    corporeamente concebido, diferente quanto aoscostumes ou vontade, confuso ou solitrio, como se oFilho e o Esprito Santo fossem os sentimentos epropriedades de um Deus o Pai, como pensavam os

    monarquistas, os novacianos, Praxeas, os patripassianos,Sablio, Paulo de Samosata, cio, Macednio, osantropomorfitas, rio e outros semelhantes. (III. 3-5)

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    As Controvrsias Trinitrias

    O Monarquismo Surgiu numa tentativa de defesa do

    monotesmo judaico. Dificuldades com a

    doutrina da Trindade e com a divindade deCristo fizeram com que essa heresia fosseelaborada. Como esclarece Tillich, omovimento representava a reao monotesta

    contra o perigo tritesta visvel na doutrina doLogos. A doutrina do Logos hispostatava oFilho ao lado de Deus, e ao Esprito ao lado deambos.(TILLICH, Paul. Histria do Pensamento

    Cristo.So Paulo: ASTE, 2004, p. 81.)O Monarquismo assumiu duas formas, no

    decorrer dos tempos: o Dinmico e o Modalista.

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    O Monarquismo Dinmico

    Seu principal defensor foi Paulo de Samosata, bispo deAntioquia (260-268 d.C.). Para ele, Jesus era um merohomem. Eusbio, na Histria Eclesistica, diz oseguinte sobre ele: Numa obra de algum destes, frutodo trabalho contra a heresia de Artemon a mesma

    que em nossos tempos Paulo de Samosata tentourenovar conserva-se um relato que vem ao caso dahistria que estamos examinando. (...) a mencionadaheresia afirma que o Salvador no mais do que umpuro homem Mais a frente, Eusbio continua: E nestetempo, ao emigar tambm Demetriano desta vida emAntioquia, recebeu o episcopado Paulo, o de Samosata.Como este, contrariamente ao ensinamento da Igreja,tinha acerca de Cristo pensamentos baixos e ao nvel

    do cho, dizendo que por natureza foi um homemcomum (EUSBIO. Histria Eclesistica. Editora NovoSculo, 2002, V.28.1,2 e VII.27.1,2)

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    O Monarquismo DinmicoO Monarquismo Dinmico reputava a Cristo comoum homem comum que, no batismo, recebeu poder

    do cu e foi elevado a uma posio superior,intermediria entre Deus e Homem. Desta forma,

    ele foi apenas um portador, um recipiente do Logos,mas no Deus. Tillich diz que o poder do Logoshabitara Jesus como num vaso, como ns habitamosnossas casas. A unidade que Jesus tinha com Deus

    era de vontade e de amor; no de natureza, porqueesse conceito no tem sentido quando aplicado aDeus.(TILLICH, Op. Cit., p. 82.)Ele era o filho deDeus, mas no legtimo, apenas adotivo. Da otermo pelo qual a heresia tambm conhecida, oAdocionismo.

    A heresia foi condenada no Snodo de Antioquia(268 d.C) e Paulo de Samosata foi excomungado.

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    O Monarquismo ModalistaTeve como principal defensor Sablio, presbtero dePtolemaida, ensinando em Roma por volta de 215

    d.C. Por causa de Sablio, tambm ficou conhecidano Oriente como Sabelianismo. No Ocidente, seu

    nome foi Patripassianismo por causa da idia deque o prprio Pai se encarnou e sofreu. Sobre oPatripassianismo, Tertuliano escreveu: O demnio tem lutado contra a verdade de muitas

    maneiras, inclusive defendendo-a para melhor destrui-la. Ele defende a unidade de Deus, o onipotente criadordo universo, com o fim exclusivo de torn-la hertica.Afirma que o prprio Pai desceu ao seio da Virgem, delanascendo, e que o prprio Pai sofreu; que o Pai, em

    suma foi pessoalmente Jesus Cristo... Prxeas foi quemtrouxe esta heresia da sia para Roma... Prxeasexpulsou o Parclito e crucificou o Pai. (TERTULIANO.Adversus Praxean. 1 apud BETTENSON, H. Documentos daIgreja Crist.So Paulo: ASTE, 2001, p. 81.)

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    O Monarquismo ModalistaA idia bsica desta heresia era a de que no haviaTrindade, mas trs nomes diferentes para uma

    mesma realidade. No havia trs pessoas, mas trsmodos diferentes da ao divina. Deus havia se

    revelado como Pai, Filho e Esprito Santo somentecomo uma sucesso temporria de formas ou aese no como partes eternas da Divindade.(CLOUSE,Robert G., PIERARD, Richard V. e YAMAUCHI, Edwin

    M. Dois Reinos: A Igreja e a Cultura interagindo aolongo dos sculos.Cultura Crist, 2003, p. 77)Sablio ensinava que O mesmo o Pai, o mesmo

    o Filho, o mesmo o Esprito Santo. So trs nomes,

    mas nomes para a mesma realidade. Temos um outrs deuses(SABLIO apudTILLICH, Op. Cit., p. 83.) Sobre esta heresia, Epifnio, bispo de Salamis (c.

    375 d.C.) escreveu que, os sabelianos,

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    O Monarquismo Modalista Ensinam que o Pai, o Filho e o Esprito Santo so uma s emesma essncia, trs nomes apenas dados a uma s e

    mesma substncia. Propem uma analogia perfeita tomadado corpo, da alma e do esprito do homem. O corpo seria oPai; a alma seria o Filho; enquanto o Esprito Santo seria para

    com a divindade o que o esprito para com o homem. Outome-se o sol: o sol uma s substncia, mas com trplicemanifestao [prspa]: luz, calor e globo solar. O calor... (anlogo a) o Esprito; a luz, ao Filho; enquanto o Pai representado pela verdadeira substncia. Em certo momento,

    o Filho foi emitido como um raio de luz; cumpriu no mundotudo o que cabia dispensao do Evangelho e salvaodos homens e retirou-se para os cus, semelhantemente aoraio enviado pelo sol novamente incorporado a ele. OEsprito Santo enviado mais sigilosamente ao mundo e,sucessivamente, aos indivduos dignos de o receberem.(EPIFNIO. Adversus Haeresis. LXII.1 apud BETTENSON, H.Op. Cit., p. 82.)

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    O ArianismoRecebeu esse nome por causa de seu

    fundador rio (250-336 a.D.), que foi umPresbtero da Igreja de Alexandria. rio era

    essencialmente unitarista, negando qualquerpossibilidade de haver uma Trindade.Somente Deus era eterno, Jesus era uma

    criatura intermediria gerada do nada porDeus antes da criao do mundo. Nemsempre o Pai foi Pai, antes de ter criado oFilho, o Pai existia sozinho. O Filho no eterno. Segundo rio, a importncia do Filhoestava no fato de que ele foi o instrumentoatravs do qual Deus criou todas as coisas.

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    O Arianismo O Arianismo foi condenado no Conclio de Nicia (325d.C) e foi formulado o seguinte: Cremos em um s Deus,

    o Pai todo-poderoso, criador de todas as coisas, visveis einvisveis; E em um s Senhor, Jesus Cristo, o filho deDeus, gerado do Pai, unignito, isto , da substncia doPai, Deus de Deus, luz de luz, verdadeiro Deus deverdadeiro Deus, gerado, no feito, de uma s substnciacom o Pai, pelo qual todas as coisas vieram a ser, coisasnos cus e coisas na terra, o qual, por ns, homens, e por

    nossa salvao, desceu e Se encarnou, tornando-Sehomem, sofreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu aoscus, e vir para julgar os vivos e os mortos; E no EspritoSanto. Mas, quanto queles que dizem tempo houve emque Ele no existia, e antes de nascer Ele no era e que

    Ele veio a existir do nada, ou que afirmam que o Filho deDeus procede de uma hipstase ou substncia diferente,ou criado, ou est sujeito a alterao ou mudana aesses a Igreja Catlica anatematiza.

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    Pai

    Filho Esprito

    Deus

    no

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    CFW: CAPTULO III, DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS

    I.Desde toda a eternidade e pelo mui sbio e santoconselho de sua prpria vontade, Deus ordenou livre einalteravelmente tudo quanto acontece, porm de modoque nem Deus o autor do pecado, nem violentada a

    vontade da criatura, nem tirada a liberdade ou acontingncia das causas secundrias, antesestabelecidas. (Ef. 1.11; At 4.27, 28; Mt 10.29,30; Ef2.10; Tg 1.13; 1 Jo 1.5; At 3.23; Mt 17.12; At 4.27,28; Jo

    19.11; Pv 16.33; At 27.23,24,34,44 II.Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou h de

    acontecer em todas as circunstncias imaginveis, eleno decreta coisa alguma por hav-la previsto como

    futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais etais condies. (1 Sm 23.11,12; Mt 11.21-23; Sl 139.1-4; Rm 9.11,13,16,18; 2Tm 1.9; Ef 1.4,5)

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    O Decreto Divino nico

    Berkhof: Apesar de muitas vezes falarmos dos decretos de Deusno plural, em sua prpria natureza o decreto somente umnico ato de Deus. J o segure o fato de que a Bblia fala delecomo prothesis, um propsito ou conselho. Isto se seguetambm da natureza mesma de Deus. O Seu conhecimento de

    todo imediato e simultneo, e no sucessivo como o nosso, e aSua compreenso desse conhecimento sempre completa. E odecreto que nele se funda tambm um ato absolutamentecompreensivo e simultneo. Como decreto eterno e imutvel nopoderia ser doutro modo. No existe, pois, uma srie dedecretos de Deus, mas somente um plano compreensivo, queabrange tudo o que se passa. Contudo, a nossa compreensolimitada fora-nos a fazer distines, e isto explica por quemuitas vezes falamos dos decretos de Deus no plural. Esta

    maneira de falar perfeitamente legtima, desde que nopercamos de vista a unidade do decreto divino, e da inseparvelligao entre os vrios decretos como os concebemos.

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    O Decreto e o Conhecimento de Deus

    O decreto de Deus tem a mais estreita relao com oconhecimento divino.H em Deus,como vimos, umconhecimento necessrio, que inclui todas as causas eresultados possveis. Este conhecimento fornece o materialpara o decreto; a fonte perfeita da qual Deus extraiu os

    pensamentos que Ele desejava objetivar. Deste conhecimentode todas as coisas possveis, Ele escolheu, por um ato da Suavontade perfeita, levado por sbias consideraes, o quedesejava levar realizao, e assim formulou o Seupropsito eterno.

    O Decreto se relaciona com Deus e com o homem

    O decreto se refere primeiramente s obras de Deus. Limita-se, porm, s opera ad extrade Deus, ou a Seus atostransitivos, e no pertence ao Ser essencial de Deus, nem satividades imanentes dentro do Ser Divino que resultam nasdistines trinitrias (opera ad intra). Deus no decretou sersanto e justo, nem existir como trs pessoas numa essncia,nem gerar o Filho. Estas coisas so como sonecessariamente, e no dependem da vontade optativa de

    Deus.

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    O Decreto se relaciona com Deus e com o homem

    Mas, conquanto o decreto pertena primariamente aos atosrealizados pessoalmente por Deus, no se limita a estes, masabrange tambm as aes das Suas criaturas livres. E o fatode estarem includas no decreto as torna absolutamentecertas, conquanto no sejam efetuadas todas da mesma

    maneira. No caso de algumas coisas, Deus decidiu, nomeramente que viessem a acontecer, mas que Ele as fariaacontecer, quer imediatamente, como na obra da criao,quer por intermdio de causas secundrias,continuadamente vitalizadas e fortalecidas pelo Seu poder.

    Ele mesmo assume a responsabilidade da realizao delas.H, porm, outras coisas que Deus inclui no Seu decreto epelo qual tornou certas, mas que no decidiu efetuarpessoalmente, como os atos pecaminosos das Suas criaturasracionais. O decreto, no que se refere a estes atos,

    geralmente denominado decreto permissivo. Este nome noimplica que a futurio destes atos no certa para Deus,mas simplesmente que Ele permite que aconteam pela livreao das Suas criaturas racionais. Deus no assume aresponsabilidade por estes atos, sejam quais forem.

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    O Decreto e a execuo

    Os decretos so uma manifestao e um exercciointernos dos atributos divinos que se tornam certa afuturio das coisas, mas no se deve confundir esteexerccio da inteligente volio de Deus com a

    realizao dos seus objetivos na criao, naprovidncia e na redeno. O decreto para criar no acriao mesma, nem o decreto para justificar a

    justificao propriamente dita. Deve-se fazer uma

    distino entre o decreto e a sua execuo. OrdenarDeus de tal modo o universo, que o homem seguircerto curso de ao, tambm, uma coisa bemdiferente de ordenar-lhe Ele que aja desse modo. Os

    decretos no so dirigidos ao homem, e no so danatureza de uma lei estatutria; tampouco impemcompulso ou obrigao s vontades dos homens.

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    O Decreto baseado na sabedoria de Deus

    A palavra conselho, um dos termos com os quais designado o decreto, sugere cuidadosa consulta edeliberao. Pode conter a sugesto de uma intercomunhoentre as trs pessoas da Divindade (Ef 3.10,11; Sl 104.24; Pv3.19; Jr 10.12; 51.15; Sl 33.11; Pv. 19.21.) No decreto pode

    haver muita coisa que ultrapasse o entendimento e que sejainexplicvel para a mente finita, mas no contem nada queseja irracional ou arbitrrio. Deus comps a Suadeterminao com sbio discernimento e conhecimento.

    O Decreto eterno

    O decreto divino eterno no sentido de que estainternamente na eternidade. Num certo sentido, pode-sedizer que todos os atos de Deus so eternos, desde que noh sucesso de momentos no Ser divino. Mas alguns delesterminam no tempo, como, por exemplo, a criao e a

    justificao. Da, no podemos chamar-lhes atos eternos deDeus, mas, sim, temporais. Contudo, embora o decreto serelacione com coisas externas a Deus, continua sendo em simesmo um ato dentro do ser Divino e portanto, eterno no

    sentido mais estrito da palavra.

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    O Decreto eterno

    Da, ele participa tambm da simultaneidade e da ausnciade sucesso do eterno, At 15.18; Ef 1.4; 2 Tm 1.9. Aeternidade do decreto implica tambm que a ordem em quese acham os diferentes elementos, uns para com os outros,no pode ser considerada temporal, mas somente lgica. Huma ordem realmente cronolgica nos eventos quandoefetuados, no porem no decreto concernente a eles.

    O Decreto eficaz

    No significa que Deus determinou fazer que acontecessem,por uma direta aplicao do Seu poder, todas as coisasincludas em Seu decreto, mas somente que aquilo que Eledecretou certamente sucedera; que nada pode frustrar o Seupropsito.

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    O Decreto eficaz

    A. A. Hodge: O decreto providencia em cada caso que oevento ser efetuado por causas que agiro de maneiraperfeitamente coerente com a natureza do evento emquesto. Assim, no caso de todo ato livre de um agentemoral, o decreto prov ao mesmo tempo (a) Que o agente

    seria um agente livre. (b) Que os seus antecedentes e todosos antecedentes do ato em questo seriam o que so. (c)Que todas as presentes condiesdo ato seriam o que so.(d) Que o ato seria perfeitamente espontneo e livre, daparte do agente. (e) Que certamente seria um ato futuro. Sl

    33.11; Pv 19.21; Is 46.10. Outlines of Theology,p. 203.

    O Decreto imutvel

    O homem pode alterar, e muitas vezes altera os seus planos,por varias razes. Mas Deus no tem deficincia emconhecimento, veracidade e poder. Portanto, no temnecessidade de mudar o Seu decreto devido a algum enganoou ignorncia, nem por falta de capacidade de execut-lo.E no o mudar, porque Ele o Deus imutvel e porque fiele verdadeiro. J 23.13, 14; Sl 33.11; Is 46.10; Lc 22.22; At

    2.23.

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    O Decreto incondicional ou absoluto

    Quer dizer que o decreto no depende, em nenhuma dassuas particularidades, de nada que no esteja nele. Aexecuo do plano pode exigir meios ou depender de certascondies, mas, nesse caso, estes meios ou condiestambm foram determinados no decreto. Deus no decretou

    simplesmente salvar os pecadores sem determinar os meiospara efetuar o decreto. Os meios conducentes ao fimpredeterminado tambm foram decretados, At 2.23; Ef 2.8; 1Pe 1.2. O carter absoluto do decreto segue-se da suaeternidade, sua imutabilidade e sua exclusiva dependncia

    do beneplcito de Deus.

    Universal ou Totalmente Abrangente

    O decreto inclui tudo que se passa no mundo, quer na esferado fsico ou na do moral, quer seja bom ou mau, Ef 1.11. Eleinclui: (a) as boas aes dos homens, Ef 2.10; (b) seus atosinquos, Pv 16.4; At 2.23; 4.27, 28; (c) eventos contingentes,Gn 45.8; 50.20; Pv 16.33; (d) os meios bem como orespectivo fim, Sl 119.89-91; 2 Ts 2.13; Ef 1.4; (e) a duraoda vida do homem. J 14.5; Sl 39.4, e o lugar da sua

    habitao, At 17.26.

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    Com Referncia Ao Pecado, O Decreto Permissivo.

    costume dizer que o decreto de Deus, no respeitante aomal moral, permissivo. Por Seu decreto, Deus tornou asaes pecaminosas do homem infalivelmente certas deacontecerem, sem decidir efetu-las agindo imediatamentesobre a vontade finita e nela. Quer dizer que Deus no operapositivamente no homem tanto o querer como o realizar,quando o homem vai contra a Sua vontade revelada. Deve-seobservar cuidadosamente, porm, que este decretopermissivo no implica uma permisso passiva de algo que

    no est sob o controle da vontade divina. um decreto quegarante com absoluta certeza a realizao do atopecaminoso futuro, em que Deus determina (a) no impedira autodeterminao pecaminosa da vontade finita; e (b)

    regular e controlar o resultado dessa autodeterminaopecaminosa. Sl 78.29; 106.15; At 14.16; 17.30.

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    A ordem dos decretos

    Antes de iniciarmos nosso estudo, necessria a definio de algunstermos:

    Supralapsarianismo: Do latim supra lapsum(antes da queda) aposio daqueles que, na ordem lgica do decreto de Deus, colocam apredestinao antes da queda.

    Infralapsarianismo: Do latim infra lapsum(depois da queda) aposio dos que, na ordem lgica do decreto de Deus, colocam apredestinao depois da queda.

    Eleio: Do latim electione, significa o ato de escolher, selecionar.

    Predestinao: Do latim praedestinatione, significa destinar deantemo.

    Reprovao: Do verbo latino reprobare, indica o ato de no aprovar,desaprovar.

    Preterio: Do latim prateritione, ato ou efeito de preterir, desprezar,deixar de lado.

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    1. Supralapsarianismo

    O Supralapsarianismo defende que Deus escolheu dentre os homenscriveis (que seriam criados) alguns para vida eterna e outros parareprovao eterna. Os reprovados foram criados para a perdio (Rm9.22) e o meio pelo qual eles cairiam em pecado foi ordenado. Assim,o decreto de eleio, vem antes do decreto da criao e da queda.

    Deus cria uns para serem salvos e outros para serem perdidos.

    Segundo Paulo Anglada, a lgica supralapsariana a seguinte:

    Primeiro, Deus decretou soberana e indistintamente o que ocorreriaem ltimo lugar: a salvao dos eleitos e a condenao dos demais,

    sob a base nica da sua vontade soberana. Depois, ele teria decretadoos meios com vistas a esses fins: a criao da humanidade, apermisso da queda e a proviso de salvao para os eleitos. Assimsendo, a determinao de eleger e reprovar fundamenta-seexclusivamente na vontade soberana de Deus, sem consideraoalguma ao pecado do homem. (ANGLADA, Paulo. Soli Deo Gloria: OSer e as Obras de Deus.Ananindeua: Knox Publicaes, 2007, p. 179.)

    Os seguintes textos so usados para defender a posio supralapsria:

    Sl 115.3, Pv 16.4, Is 45.9, Jr 18.6, Rm 9.20-23, Ef 3.9,10.

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    2. Infralapsarianismo

    O Infralapsarianismo defende que Deus decretou a Criao, permitiu aQueda e, dentre a massa de cados, decretou eleger alguns e reprovaro restante. De acordo com Hodge,

    segundo a doutrina infralapsariana, Deus, com o desgnio de revelar

    sua prpria glria, ou seja, as perfeies de sua prpria natureza,decidiu criar o mundo; em segundo lugar, permitiu a Queda dohomem; em terceiro, elegeu, dentre a massa de seres humanos cados,uma multido que ningum poderia contar como vasos demisericrdia; quarto, enviou seu Filho para redeno desses seres; e,

    quinto, deixou que o restante da humanidade, como deixara os anjosapstatas, sofresse o justo castigo por seus pecados. (HODGE,Charles. Teologia Sistemtica. So Paulo: Editora Hagnos, 2001, p.722.)

    Os seguintes textos so usados para a defesa desta posio: Jo 15.19,Rm 8.28,30, 9.15,16, Ef 1.4-12, 2Tm 1.9, 1Pe 1.1,2

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    3. Comparao entre os dois sistemas

    A distino entre as posies acima lgica e no cronolgica.Nenhum deles ensina que os escolhidos foram eleitos aps Ado pecar.Sua escolha, para ambos os sistemas, foi antes do mundo.

    As duas posies so calvinistas. A diferena ocorre apenas na ordemdos decretos. No Supralapsarianismo Deus primeiro reprova os no-eleitos, para glria do Seu nome e ento ordena os meios de suacondenao atravs da Queda. No Infralapsarianismo, os rprobos sovistos como cados, condenados por causa do prprio pecado.

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    Segundo Phillip R. Johnson

    os principais Credos Reformados, ou so explicitamenteinfralapsarianos, ou evitam cuidadosamente uma linguagem quefavorece uma ou outra viso. Nenhum credo importante toma aposio supralapsariana (Todo este assunto foi veementementedebatido durante toda a Assemblia de Westminster. William Twisse,

    um ardoroso supralapsariano e presidente da Assemblia, defendeuhabilmente sua viso. Mas, a Assemblia optou pela linguagem queclaramente favorece a posio infralapsariana, embora sem condenar osupralapsarianismo). (JOHNSON, Phillip. Notas sobre o Supralapsarianismo & Infralapsarianismo. Disponvel em

    www.monergismo.com.br. Acesso em: 04 novembro. 2009.)

    Bavinck afirma que a apresentao supralapsariana no foiincorporada a nenhuma Confisso Reformada, mas que a posioinfralapsariana recebeu um lugar oficial nas Confisses das igrejas

    (BERKOUWER, G.C. Divine Election.p.259 apudJOHNSON, Phillip. Notassobre o Supralapsarianismo & Infralapsarianismo. Disponvel emwww.monergismo.com.br. Acesso em: 04 novembro. 2009.)

    A l d b d i f l i i i

    http://www.monergismo.com.br/http://www.monergismo.com.br/http://www.monergismo.com.br/http://www.monergismo.com.br/http://www.monergismo.com.br/
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    Anglada tambm entende que o infralapsarianismo a posioencontrada nas confisses: Essa a posio mais amplamente aceita

    inclusive pela Confisso de F de Westminster e pelos Cnones deDort. (ANGLADA, Op. cit., p. 181). Na opinio dele, a posioinfralapsariana faz mais justia ao ensino bblico geral, pois professar asoberania absoluta de Deus no implica, necessariamente, em ter quedesconsiderar a pecaminosidade do homem (...) Seja qual for a ordem

    lgica dos decretos eternos de Deus, o fato que as Escriturasfreqentemente atribuem a salvao graa e misericrdia de Deus;e a condenao, ao pecado do homem. (Rm 1.18; 3.24; 5.18; 11.5).(ANGLADA, Op. cit.,p. 182.)

    O mesmo pensa Charles Hodge:

    O esquema infralapsariano, tal como o mantm a maioria dosagostinianos, cumpre todas as condies. Todos os particularesconstituem um todo inclusivo. Todos seguem uma ordem que nopressupe nenhuma mudana de propsito. Todos dependem davontade infinitamente sbia, santa e justa de Deus. para este fim queele cria o mundo, que permite a Queda; dentre todos os homens, ele

    elege alguns para a vida eterna e deixa o restante entregue justaretribuio que merecem seus pecados. Aos que elege, ele os chama,justifica e glorifica. Esta a cadeia de ouro cujos elos no podem serquebrados nem transpostos. Esta a forma na qual o esquema daredeno aparecia na mente do Apstolo, tal como ele nos ensina em

    Romanos 8.29,30.(HODGE, Charles. Op. cit., p. 722.)

    R C S l b f i f l i i A i

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    R. C. Sproul tambm favorece o infralapsarianismo: A posioinfralapsria, que inclui a vasta maioria de histricos telogos

    Calvinistas e Reformados, sustenta que o decreto de Deus quanto Eleio foi feito por causa da Queda. (SPROUL, R.C. St. AndrewsExpositional Commentary Romans.Wheaton: Crossway, 2009, p. 334.)

    Quanto repetida meno ao infralapsarianismo da Confisso de F deWestminster, pode-se verificar a veracidade da informao atentando-se para os seguintes pargrafos:

    Assim como Deus destinou os eleitos para a glria, assim tambm,

    pelo eterno e mui livre propsito de sua vontade, preordenou todos osmeios conducentes a esse fim; os que portanto, so eleitos, achando-se cados em Ado, so remidos por Cristo, so eficazmente chamadospara a f em Cristo, pelo seu Esprito que opera no tempo devido.Segundo o inescrutvel conselho de sua prpria vontade, pela qual ele

    concede ou recusa misericrdia, como lhe apraz, para a glria de seusoberano poder sobre as suas criaturas, para louvor de sua gloriosa

    justia, o resto dos homens foi Deus servido no contemplar e orden-los para a desonra e ira por causa de seus pecados.(CFW, cap. III,pargrafos 6 e 7 (grifos meus))

    A idi id B C i b f l d

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    A mesma idia trazida no Breve Catecismo, tambm formulado naAssemblia de Westminster:

    Pergunta 19. Qual a misria do estado em que o homem caiu?Resposta: Todo o gnero humano, pela sua queda, perdeu a comunhocom Deus, est debaixo de sua ira e maldio, e assim ficou sujeito atodas as misrias nesta vida, prpria morte e s penas do Inferno,

    para sempre.

    Pergunta 20. Deus deixou todo o gnero humano perecer no estado depecado e misria?

    Resposta: Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade, desde toda a

    eternidade, eleito alguns para a vida eterna, entrou com eles em umpacto de graa, para os livrar do estado de pecado e misria, e ostrazer a um estado de salvao, por meio de um Redentor. (BreveCatecismo, perguntas 19 e 20 (grifos meus))

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    Calvino:

    Chamamos predestinao o eterno decretode Deus pelo qual houve por bem determinaro que acerca de cada homem quis que

    acontecesse. Pois ele no quis criar a todosem igual condio; ao contrrio, preordenoua uns a vida eterna; a outros, a condenaoeterna. Portanto, como cada um foi criadopara um ou outro desses dois destinos, assimdizemos que um foi predestinado ou para avida, ou paraa morte.(Institutas III.21.5)

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    Calvino:

    Portanto, estamos afirmando o que a Escritura mostraclaramente: que designou de uma vez para sempre, em seueterno e imutvel desgnio, queles que ele quer que sesalvem, e tambm queles que quer que se percam. Estedesgnio, no que respeita aos eleitos, afirmamos haver-se

    fundado em sua graciosa misericrdia, sem qualquerconsiderao da dignidade humana; aqueles, porm, aosquais destina condenao, a estes de fato por seu justo eirrepreensvel juzo, ainda que incompreensvel, lhesembarga o acesso vida. Da mesma forma ensinamos que a

    vocao dos eleitos um testemunho de sua eleio; emseguida, a justificao outro sinal de seu modo demanifestar-se, at que se chega glria, na qual est postasua consumao. Mas, da mesma forma que pela vocao epela justificao o Senhor assinala seus eleitos, assim

    tambm ao excluir os rprobos, seja do conhecimento deseu nome, seja da santificao de seu Esprito, mostra comesses sinais qual ser seu fim e que juzo lhes estpreparado.(Institutas III.21.7)

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    Confisso de F de Westminster

    III. Pelo decreto de Deus e para a manifestao da suaglria, alguns homens e alguns anjos sopredestinados para a vida eterna e outros para a morteeterna.

    IV.Esses homens e esses anjos, assim predestinados epreordenados, so particular e imutavelmentedesignados; o seu nmero to certo e definido, queno pode ser nem aumentado nem diminudo.

    V. Segundo o seu eterno e imutvel propsito, e

    segundo o santo conselho e beneplcito de suavontade, antes que fosse o mundo criado, Deusescolheu em Cristo, para a glria eterna, os homensque so predestinados para a vida; para o louvor da

    sua gloriosa graa, ele os escolheu de sua mera e livregraa e amor, e no por previso de f, ou de boasobras e perseverana nelas, ou de qualquer outra coisana criatura que a isso o movesse, como condio oucausa.

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    Confisso de F de Westminster

    VI. Assim como Deus destinou os eleitos para a glria,assim tambm, pelo eterno e mui livre propsito desua vontade, preordenou todos os meios conducentesa esse fim; os que portanto, so eleitos, achando-se

    cados em Ado, so remidos por Cristo, soeficazmente chamados para a f em Cristo, pelo seuEsprito que opera no tempo devido,

    VII.Segundo o inescrutvel conselho de sua prpria

    vontade, pela qual ele concede ou recusa misericrdia,como lhe apraz, para a glria de seu soberano podersobre as suas criaturas, para louvor de sua gloriosa

    justia, o resto dos homens foi Deus servido no

    contemplar e orden-los para a desonra e ira porcausa de seus pecados.

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    Confisso de F de Westminster

    VIII. A doutrina deste alto mistrio depredestinao deve ser tratada com especialprudncia e cuidado, a fim de que os homens,atendendo vontade de Deus, revelada em suaPalavra, e prestando obedincia a ela, possam,pela evidncia de sua vocao eficaz, certificar-se de sua eterna eleio. Assim, a todos os que

    sinceramente obedecem ao Evangelho, estadoutrina fornece motivo de louvor, reverncia eadmirao para com Deus bem como de

    humildade, diligncia e abundante consolao.

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    Textos Selecionados:

    Jo 6.37-39: Todo aquele que o Pai me d, esse vir a mim. E o quevem Amim, de modo nenhum o lanarei fora. Porque eu desci do cuno para fazer a minha prpria vontade, e, sim, a vontade daqueleque me enviou. E a vontade de quem me enviou esta: que nenhumeu perca de todos os que me deu; pelo contrrio, eu o ressuscitarei

    no ltimo dia. Jo 6.64,65: Contudo h descrentes entre vs. Pois Jesus sabia desde

    o princpio quais eram os que no criam e quem o havia de trair. Eprosseguiu: por causa disto que eu vos tenho dito: ningumpoder vir a mim, se pelo Pai no lhe for concedido.

    Jo 10.14-16, 27-29: Eu sou o bom pastor; conheo as minhasovelhas; e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece amim e eu conheo o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. Aindatenho outras ovelhas, no deste aprisco; a mim me convmconduzi-las. Elas ouviro a minha voz; ento haver um rebanho e

    um pastor. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheo, eelas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecero,eternamente, e ningum as arrebatar da minha mo. Aquilo quemeu Pai me deu maior do que tudo; e da mo do Pai ningumpode arrebatar.

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    Textos Selecionados

    Jo 13;18: No falo a respeito de todos vs, pois eu conheo aquelesque escolhi; , antes, para que se cumpra a Escritura: Aquele quecome do meu po, levantou contra mim seu calcanhar.

    Jo 17.9: por eles que eu rogo; no rogo pelo mundo, mas poraqueles que me deste, porque so teus.

    At 13.48: Os gentios, ouvindo isso, regozijavam-se e glorificavam apalavra do Senhor. E creram todos os que haviam sido destinadospara a vida eterna.

    Rm 8.29, 30: Porquanto, aos que de antemo conheceu, tambm ospredestinou para serem conformes imagem de seu Filho, a fim de

    que ele seja o primognito entre muitos irmos. E aos quepredestinou, a esses tambm chamou. E aos que chamou, a essestambm justificou; e aos que justificou, a esses tambm glorificou.

    Rm 8.33: Quem intentar acusao contra os eleitos de Deus? Deus quem os justifica.

    Rm 9.11: E ainda no eram os gmeos nascidos, nem tinhampraticado o bem ou o mal (para que o propsito de Deus, quanto eleio, prevalecesse, no por obras, mas por aquele que chama)...

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    Textos Selecionados

    Rm 9.14-22: Que diremos, pois? H injustia da parte de Deus? Demodo nenhum. Pois ele diz a Moiss: terei misericrdia de quem meaprouver ter misericrdia, e compadecer-me-ei de quem meaprouver ter compaixo. Assim, pois, no depende de quem quer,ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericrdia. Porque a

    Escritura diz a Fara: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em tio meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda aterra. Logo, tem ele misericrdia de quem quer, e tambm endurecea quem lhe apraz. Tu, porm, me dirs: de quem se queixa eleainda? Pois quem jamais resistiu sua vontade? Quem s tu,

    homem, para discutires com Deus? Porventura pode o objetoperguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou no em ooleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vasopara a honra e outro para a desonra? Que diremos, pois, se Deus,querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou

    com muita longanimidade os vasos de ira preparados para perdio? Rm 9.22,23: Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua

    ira, preparados para a perdio, a fim de que tambm desse aconhecer as riquezas da sua glria em vasos de misericrdia, quepara a glria preparou de antemo?...

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    Textos Selecionados

    Rm 11.5,6: Assim, pois, tambm agora, no tempo de hoje, sobreviveum remanescente segundo a eleio da graa. E se pela graa, jno pelas obras; do contrrio, a graa j no graa.

    Ef 1.1: ...nele, digo, no qual fomos tambm feitos herana,predestinados segundo o propsito daquele que faz todas as coisas

    conforme o conselho de sua vontade... Ef 1.4: ... assim como nos escolheu nele antes da fundao do

    mundo, para sermos santos e irrepreensveis perante ele... Ef 1.5: ...nos predestinou para ele, para a adoo de filhos, por meio

    de Jesus Cristo, segundo o beneplcito de sua vontade... Ef 2.10: Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas

    obras, as quais Deus de antemo preparou para que andssemosnelas.

    1 Tm 5.21: Conjuro-te, perante Deus, Cristo Jesus e os anjos eleitos,

    que guardes estes conselhos, sem preveno, nada fazendo comparcialidade. 2 Tm 1.9: ...que nos salvou e nos chamou com santa vocao; no

    segundo as nossas obras, mas conforme a sua prpria determinaoe graa, que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos

    eternos...

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    Textos Selecionados

    2 Ts 2.13, 14: Entretanto, devemos sempre dar graas a Deus, porvs, irmos amados pelo Senhor, por isso que Deus vos escolheudesde o princpio para salvao, pela santificao do Esprito e f naverdade, para o que tambm vos chamou mediante o nossoevangelho, para alcanar a glria de nosso Senhor Jesus Cristo.

    1 Jo 2.19: Eles saram de nosso meio, entretanto no eram dos

    nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecidoconosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto quenenhum deles dos nossos.

    2 Pe 1.10: Por isso, irmos, procurai, com diligncia cada vez maior,confirmar a vossa vocao e eleio; porquanto, assim no

    tropeareis em tempo algum. Jd 4: Pois, certos indivduos se introduziram com dissimulao, os

    quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para estacondenao, homens mpios, que transformam em libertinagem agraa de nosso Deus, e negam o nosso nico Soberano e Senhor,

    Jesus Cristo. Ap 6.11: Ento, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e

    lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, at quetambm se completasse o nmero dos seus conservos e seus irmosque iam ser mortos como ig