a evolução do direito desportivo no futebol

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1 A evolução do direito desportivo no futebol: relações nacionais 09/08/06

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Page 1: A evolução do direito desportivo no futebol

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A evolução do direito desportivo no futebol: relações nacionais

09/08/06

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Piraci OliveiraPiraci Oliveira

Advogado, Contabilista. Mestre em Direito Constitucional;

Professor Universitário. Membro do Grupo de Estudos Jurídicos

do Clube dos 13. Autor do Livro Clubes Brasileiros de Futebol

– Reflexos Fiscais - 2004.

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PARTE I

Evolução Legislativa

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Os Clubes nascem sob o regime associativo, com finalidade não econômica ou lucrativa, entre o final do séc. XIX e início do séc. XX;

Primeiro regramento: Decreto Lei 3.199 de 14 de abril de 1941.

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Editado no seio da Ditadura Vargas; Espelhava-se na legislação Italiana de

cunho fascista; Iniciava-se o modelo profissional; Instituía o CND vinculado ao Ministério do

Esporte composto por 9 membros, todos indicados pelo Presidente da República.

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Art. 28 – Resolvida, pelo Conselho Nacional de Desportos, a participação do país em competição internacional, não poderão as confederações nem as entidades que lhes sejam direta ou indiretamente filiadas, se convocadas, dela abster-se.

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Nas disposições transitórias havia a

determinação de que as entidades desportivas exerceriam caráter patriótico, sem que houvesse a definição do alcance desse instituto.

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Prosseguindo com o ataque aos direitos à livre associação, o artigo 48 proibia os clubes de buscar lucro ou retorno de capital:

Art.48 – A entidade desportiva exerce uma função de caráter patriótico. É proibido a organização e funcionamento de entidade desportiva, de que resulte lucro para os que nela empreguem capitais sob qualquer forma.

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Foi o comando que vigeu por mais tempo, tendo sido revogada apenas em 1975 pela Lei 6251;

Da mesma forma que a anterior, a Lei 6251 foi homologada pelo Executivo no seio de nova Ditadura, desta feita militar.

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O CND (que a tudo podia) era composto por 11 membros dos quais 9 indicados livremente pelo Presidente da República;

Vigeu até a lei 6354 de 09 de setembro de 1976 – Lei do Passe;

Há artigos ainda vigentes;

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Em 1988, a CF insere, em seu artigo 217, o primeiro regramento desportivo:

Art. 217 : É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um observados: I – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações , quanto a sua organização e funcionamento; (gn)

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Em 06 de julho de 1993 é criada a Lei 8672 – Lei Zico;

Traz poucas alterações;

Em 25 de março de 1998 – Lei Pelé;

Há o fim do passe (?);

Cria a insegurança jurídica atual;

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Há obrigatoriedade de transformação dos clubes em “entidades empresariais”. (LP original)

O futebol passa a ser visto como um “negócio”, apesar de não rentável e cada vez menos atrativo economicamente.

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Sobrevém a Lei Maguito Vilela (no. 9981/01) a primeira alteração na Lei Pelé;

A transformação dos clubes em empresa passa a ser “facultativa”;

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Surgem as conclusões das CPIs; O Congresso, sob forte comoção, aprova a “Lei da Moralização do Futebol” (no. 10.672/03) e o “Estatuto do Desporto” (Lei no. 10.671/03).

São os dois primeiros comando promulgadas pelo “Governo Lula”, que pede ajuda à sociedade para que as “leis peguem”.

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Segue em tramitação o PL que tenta criar o “Estatuto do Desporto”, atualmente obra do Deputado Gilmar Machado – PT/MG;

Surge o Projeto de MP que cria a “Timemania”, uma loteria que saneará os débitos tributários dos 80 maiores clubes de futebol brasileiros.

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PARTE II

Do Momento Atual

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Atingimos débitos tributários da ordem de UM BILHÃO de reais nos chamados

Grandes Clubes Brasileiros;

Apenas o Flamengo devia mais de 240 milhões em 2003

(Jornal dos Sports – 7/12/03)

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Há inquestionável INSEGURANÇAJURÍDICA nascidas da Lei Pelé, como exemplo:

1 – Contratação de Imagem;

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Ementa (Ac. 104-19.444 – DOJ 27/11/03): “Cessão do direito ao uso da imagem

Contrato de trabalho de natureza personalíssima

Impossibilidade de serem procedidas por outra pessoa, jurídica ou física

prestação individual de serviços jogador/técnico

sujeito passivo da obrigação tributária”

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Dispositivo do Acórdão :

“...Desta forma, os jogadores e técnicos, cujos serviços são prestados de forma pessoal,

terão seus rendimentos tributados na pessoa física, incluídos aí os rendimentos originados

na cessão ao uso da imagem, sendo irrelevante a existência de registro de pessoa

jurídica para tratar de seus interesses...”

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2 – Pagamento do Direito de Arena

O TST recentemente o equiparou à gorjeta determinando ser verba salarial;

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3 – Bilateralidade da Cláusula Penal

A LP é tão mal construída que ainda hoje há dúvida quanto à forma de rescisão dos contratos. Não há segurança quanto ao valor da cláusula penal quando o clube dá causa a rescisão.

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4 – (in) Possibilidade de Parcerias

Se os clubes são “sociedades marginais” como é possível que exista parceria?

Se existir (caso do MSI) qual a consequência jurídico-tributária da relação?

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5 – Responsabilidade de Dirigentes e Associados

Qual o alcance da LP quanto à responsabilidade dos dirigentes e associados?

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6 – Regime Tributário

Há isenção (Lei 9532/97) ?Imunidade ?Tributação (Lei 10.672/03) ?

A transformação do clube em empresa é obrigatória?

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7 – STJD

Ainda que tenhamos expulsado o Dr. Zveiter (nosso Fidel Castro do Direito Desportivo), qual a segurança que nasce daquele tribunal?

Caso dos 11 jogos (Inter) e atualmente a punição do Grêmio.

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No Jornal LANCE! de hoje encontramos:

“O projeto de lei para vetar a convocação de jogadores que atuam no exterior para a seleção foi considerado inconstitucional pela Câmara e devolvida ao autor, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), por causa do artigo que trata da autonomia das entidades esportivas”

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No Jornal LANCE! de hoje encontramos:

“O plano de Hauly para não ferir a Constituição é trocar o termo “Seleção da CBF” por “Seleção nacional”. Deve incluir no texto veto ao capital estrangeiro nos clubes, mudança das confederações para Brasilia e limite de 20% de “estrangeiros”nas convocações”

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Se a população soubesse como são feitas as Leis e as salsichas, ninguém mais dormiria sossegado.

Otto von Bismarck (1815 – 1898), Ex Chanceler Alemão

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Material

Tanto os slides quanto a base legal aqui tratada, podem ser recebidos, como

cortesia, bastando requerer pelo mail:

[email protected]

msn – [email protected]