a evolucao de uma empresa no contexto da industrializacao

326
MESTRADO em CiÎNCIAS ssc4.tr Jös£ LUÍS PAMPOVET SA/«'PA 10 A EVOLUÇÃO r>F fi/'A EM.PPESA HO CONTEXTO VA JHVU.9TPJ AL TZAÇAO BRASILEIRA: A COM PAHH1A ErvOriO I VVUSTP.7 AL VO MOPTE, 1Í91 - 19 73 V¿66 e. a .t ação apiic.6inta.da. ao He.6tA.ado de. C li n d a * Humanai da Unlve.A.6 Idade. Fe.diA.at da Bahia SclvadoA. - fiahla 1975 I UNI vr,ñ5 i.-A u L! A . i; A F,\ CULDAOÍ, i K t •!- 301 IA Oi: ! V T C A V _____ %v>

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Page 1: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

M E S T R A D O e m CiÎNCIASs s c 4 . t r

Jös£ LUÍS PAMPOVET SA/«'PA 10

A EVOLUÇÃO r>F fi/'A EM.PPESA HO CONTEXTO VA JHVU.9TPJ AL TZAÇAO BRASILEIRA: A COM PAHH1A ErvOriO I VVUSTP.7 AL VO MOPTE,

1Í91 - 1973

V¿66 e.a.t ação apiic.6inta.da. ao He.6tA.ado de. C lin d a * Humanai da Unlve.A.6 Idade. Fe.diA.at da Bahia

SclvadoA. - fiahla 1975

I UNI vr,ñ5 i .-A u L! A . i ; A F,\ CULDAOÍ, i K t •!- 3 0 1 IA

O i : ! V T C A

V _____ % v >

Page 2: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Universidade Federal da Bahia - UFBA Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

Esta obra foi digitalizada no

Centro de Digitalização (CEDIG) do Programa de Pós-Graduação em História da UFBA

Coordenação Geral: Carlos Eugênio Líbano

Coordenação Técnica: Luis Borges

Junho de 2005 Contatos: [email protected] / [email protected]

Page 3: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao
Page 4: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Pao fe.iò oft 0 n i c« ta do J0FAMfJFS Al IGEL

UHTVERSIVAVE VF PT FLFFF. LV PFPÜPLT CA FFPERAL PA A L FM/ MH A

Pao ¿C.&-&0A Co-OxizntadoA- LUTS HFNRTOUE VI AS TAVASFS

UH1VEP.SIVAVF. FFVCPAL VA BAHIA

Page 5: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

AGRAVEC1HENT0S

No d e c o A n e n do A tn.ab a l k o i pan.a a n e a l i z a ç ã o d e A ta

V i A A e n t a ç ã o , a aza. apneA e n t a d a ao He.AtA.ado em C i ê n c i a i Huna-

naA da U n i v e A A i d a d e Fe.deA.al da B a h i a , tl.ve.nio4 como PKofeAAoA.

O r i e n t a d o a. o Vn.. Johannej> A u g e l da U n i v e A A i d a d e de B i e l e -

f e l d , R.F.A., também n o n o pA.06e.000A. em dUveAAOA caA io - i do

-neimo H e A t n a d o , de c u j a A . e t i d ã o , i n t e g n i d a d e , c u l t u n a e i n t e ­

l i g ê n c i a m u i t o no4 b e n e ^ ic -L a m o i e a quem pen.manecen.emoA Aem-

pn.e g A . a t o i .

A 0 Pao f c A ¿ o 'i VA.. L u í a H c n s i iq u e V ia A TavaA.eA noAAo

c o m p e t e n t e mcAtA.e em H i A t õ n i a da B a h ia agnadecemoA a g e n t i ­

l e z a e 0 de.Apneendime.nto ao a c e d e n em no/ o n i e n t a n d u n a n t e a

a u i ê n c i a do Pno feAA on Vn. Jo h a n n e A Auge.1.Ao P*otfe^o/L En.edeA.ico E d c l w e i A A , em c u j a b i b l i o t c -

ca i n i c i a m o A noAAo a C A t u d o A , agnadecem oA a c o n f i a n ç a e a a j u ­

da q u e no A d i A p c n i 0 u, c o l o ca ndo a noAAa d i A p o A i ç ã o t o d a a b i -

b U . o a n . a ( i a de q u e d i s p u n h a e q u e n o i p u d e a e a ca. ú t i l .

Não p o d en lam oA d e i x a n de m c n c i o n a n e a g n a d e c e n a

i m p o n t ã n c i a q u e t e v e pan a nÕA 0 eA tZ m u lo n e c e b i d o doA P n o f c i -

AoncA N e lA o n S a m p a i o , P a u l o B n a n d ã o , C cA a n c G a l v a n , F n i e d h i l -

de M a n o l e i c u , S i l v i a H a i a , H i l i t i n o R o d n i g u e z H a A t i n c z , F n e -

d e n i c o P a u l o V i e i n a , L i g i a F e n n a n o , J o i ê S e n g i o G a b n i c l l i e

L e o p o l d o Me i n a , da UFBa.

Oi P n . o i e n o n . e i Fen n a n d o N o v a i i (USP) e K a t i a H a t t o -

i o (UFBa.) le n a m e c n i t i c a n a m 0 Pa.o j e t o do q u a l a c o / U g i n o u

a t e t n a b a t h o . Oa Pno f e i A o n e A F l a v i o P a b e l o V e n A i a n i e H a n i a

Ten eA a P.O . V e m i a n i , da U vP, c n v ia n a m - n o A A e u t n a b a l h o i o b n c

a I n d u A t n i a T ê x t i l no B n a A i l , q u e noA f o i de gnande. u t i l i d a ­

d e, a le m d c i n f o n m a ç õ c A b i b l i o g n ã f i c a i i o b n c 0 a a u n t o .

Page 6: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Somoa muito gr atoi ao biografo de Luiz T arqu i n i o ,

Verictei Hadureira de Pinho pela atenção e confiança com que

noi atendeu, enviando-noi copiai de. cartai de Luiz Tarquinio

e de M a no ei VitoAU.no, alem de copiai de d i v e n o i exemplarei

da Aeviita "Cidade do Bem".

Ai c o n v e A i a i informaii com oi colegai Fmmanuel R.

Guim a r ã e i , Silza C o i t a , Vania Alvim e Jelma Falcon foram iem-

pre proveitoiai e animado A a i .

Oi eitudantei ttaAio OliveiAa do Roiario, Elizete da

Silva, Heloiia Helena Uicortj Prado, T òabella Goulart Sant' Ana

e Taxa Falcon aj udaram-noi na coleta de dadoi e organização

dai Tabelai. 0 primeiro dentre elei, Hario Oliveira do Roia-

A i o , Aealizou oi cãlculoi contãbeii. 0 SnA. Vivaldo R e i i , com

laAga expeAiéncia diicutiu e fez iugeitoe.i úteii iobAe e a e i

cãlculoi. A todoi agradecemoi.

Ha Junta Comercial do Fitado da Bahia quere.moi agra

deccA tanto ao e x-diAetoA AnteAo de OliveiAa, como ao ieu a-

tual ViAetoA, Artur GuimaAaei de Souza, e também ao Secretã-

Aio FeAnando Cordeiro e aoi ieui dedicadoi funcionaa í oi Bcne-

dito EaAboia, Vilion P. V.atiita, Hario Franciico FeliibcAto e

Edion FoAgei doi Santoi, todoi icmptie compreeniivoi e aten-

cioioi.

Na fãbAica da Companhia Empõrio T nduitrial do Norte

contamoi iempAe com o apoio e a boa vontade de todoi, d a d e

ieui diAetoAei até oi c p erãrioi. Sera juito entAetanto meneio

na /1 o advogado da Companhia, o Pa. FAnani Vurand, o SnA. Amn

deu Rocha, diretor-gerente, oí ieui ccrrpetentei tecnicoi Aval

do de OliveiAa SoaAei e Aramii Reiende da SilveiAa, alem doi

contadoAei Celia Podamilani, Gilion Alvei da Silva e Ouvaldo

da Silva VuaAte; a todoi agAadecemoi, a a i m também como ao

ieu atual ViAetoA, o SnA.. J a e f Cevkui.

AgAadecemoi ai bibliotecaAiai ClaAa e PcAcilia do

Arquivo do Fitado e HoAtencia VieiAa da Biblioteca da Facul­

dade de Fconomia da LiFBa.

A g A a d e c e m o i também aoi P A o f e a o A e i A n t o n i o V i d a l ,

M a A g a r i d a B a i t o i e a Ivan e Olivia Braga, c o m c u j a a j u d a iem-

p r e c o n t a m o i .

Veiejamoi e x p r e a a r n o n a gratidão íamfcem aoi S n n .

Joié M aAÁa FiAmeza, Gerente do Banco do Hordc.ite , Nelion Ta-

boada, Preiidente da Federação dai Jndúitriai da Bahia e ao

Page 7: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

e m p A t i ã u l o A u g u i t o V ia n a Rlb c j .n .0 d a S a n t o * .

N o a o i agnadeclmentoi ião d e v i d a também a Pnofei-

ion.a Hafila dai G/iaçai de. CaitKo Sampaio pela tievlião de. quaie.

todo o texto. A o e itudante Altlno Teixeira Heto pelai foto-

gnaJllai em conai. í deie.nh.lita Sandra Llnh.ar.ei pela execução

dc algumai tabelai. Ã datilografa Cclla 1'arla Silva Prandão.

í equipe da Gráfica llnlvenltãrla: Pro f e a o r M l t o n J oie O l i ­

veira Snmpclo, Gabriel Santoi Silva, Vc.ldc.vlno Veneltia c Joic

fiuauito d a S a n t a . E aoi f u n c i o n a r i a que mlmcografafiam o

texto, Antonlo Bento e PeA.nr.beZ Joiê doi Santoi.

Eite trabalho não tcrla ildo realizado ¿em o apoio

da CAPFS atravQA da Bolia que noé. concedeu.

J . L . P . S .

Page 8: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

I n d i c e

a g f a d e c i v f n t o s

I N T R O D U Ç / O

A) O T E M A D A P E S Q U I S A ................................... 1D O E S T A D O D A P E S Q U I S A S O T R E A I NDÜSTF.IA T Ê X ­

T I L D A B A H I A ............................................. 3

C A P Í T U L O 1 ............................................................... 14

C R E S C I M E N T O I N D U S T R I A L D O P.RASIL N O S É C U L O X I X 15

A '’A F I A N A 2a. M E T A D E D O S É C U L O X I X ................ 32C R E S C I M E N T O I N D US T RI A I. D O P P A S I L N O S P R I M E I R O S

A N O S D A R E F Ü T í L I C A ....................................... 35A 3 A K I A N A R E P Ú B L I C A ...................................... 30n I S C U S S Ã O S O P R E A I N D Ü S T P I A T Ê X T I L NO E R A S I L . . . ¿1

.A I N D 0 S T R I A T Ê X T I L N A B A H I A D O S É C U L O X I X ....... 4?

N O T A S ............................................................ r'7

C A P Í T U L O 2 ............................................................... 74

• A F U N D A Ç Ã O DA C O M P A N H I A E M F Õ R I O I N D U S T R I A L DO

N O R T E - 1 ^ 9 1 ...............................................O P L A N E J A M E N T O ............................................... 77A L O C A L I Z A Ç Ã O ................................................ ~0

E D I F Í C I O S E M A Q U I N A R I A ................................... "1

A V I L A O F E R Í R I A ............................................. ? ‘O O P E R A R I A D O .................................................. 99

A P P O D U Ç Ã O E O S F R I M E I R O S L U C R O S .................... 99R E L A Ç Õ E S C O M E R C I A I S ........................................ 106

O S F U N D A D O R E S ................................................ 106O P E N S A M E N T O D E L U I Z T A R Q U I N I O ....................... 1 21

O S A C I O N I S T A S ................................................ 1 26N O T A S ............................................................ 1 29

C A r Í T U L O 3 ............................................................... 134

. A C O M F A N H I A E M r Õ R I O I N D U S T R I A L D O N O R T E A H T E S

D A la. G R A N D E G U E R R A 1 ™ 1 - 1 9 1 3 ..................... 135I N F L U Ê N C I A S D A S C R I S E S M U N D I A I S S O P F E O S L U C R O S

D A E M r R F S A - C R Í T I C A S A P O L Í T I C A E C O N Ô M I C A G O V E P . N A M E N T A L ................................................. 135

Page 9: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

A S D E S P E S A S C O M A P R O D U Ç Ã O ............................... 1 44M A Q U I N A R I O E M A T É R I A P R I M A ............................... 144I M P O S T O S ......................................................... 1 4*o r F n X R i o s e té c n i c o s ......................................... 14*

C O N C L U S Õ E S ...................................................... 14'N O T A S ............................................................. 150

C A t Í T U L O 4 ................................................................ 157

„ A C O M P A N H I A E M P Ó R I O I N D U S T K I A L D O NOP.TF NO PEF.IO D O D A S G R A N D E S C R I S E S M U N D I A I S DO SfiCULO XX. 1 9 1 4 - 1 9 4 * ..................................................... 15*

• A I N D Ú S T R I A T k A S I L E I R A DE 1 91 4 A 1 9 4 6 ................ 1 5*

• A I N D Ú S T R I A P R A S I L E I R A D U R A N T E A la. G U E R R A M U N ­D I A L : 1 9 1 4 - 1 9 I P ........................................... 1 5 p

0 A P Õ S - G U E R R A E O S A N O S V I N T E : 1 9 1 9 - 1 9 2 9 .......... 159• A D E F P E S S Ã O E OS A N O S TT.INTA: 1 9 3 0 * 1 9 3 9 ............. 1*?A I N D Ú S T R I A T Ê X T I L N O S A N O S 1 9 4 0 - 1 9 4 * ............... 1 *40 I M P A C T O D A S C R I S E S M U N D I A I S S0!-’RE O D E S E M P E N H O

D A C O M T A N H I A E M F Õ R I O I N D U S T R I A L D O N O R T E : 1 9 1 4- 1 9 4 * .......................................................... 1 65

A Q U E D A D O S L U C R O S E M 1 9 1 4 - 1 9 1 P ....................... 1*5O A P Ó S - G U E R R A E O S A N O S V I N T E : R E C U P E R A Ç Ã O E Q U E

D A P O S T E R I O R : 1 9 1 9 - 1 9 2 ? ................................ 166A D E F R E S S Ã O E O S A N O S T P I N T A : K Ã P I D A R E C U P E R A Ç Ã O

E C O N C O R R Ê N C I A I N T E R N A : 1 9 3 0 - 1 9 3 9 ................. 1*7O A U G E D O S L U C R O S : 1 9 4 0 - 1 9 4 * ............................ 170O P A P E L D E D I V E R S O S F A T O R E S NO D E S E M P E N H O D A C O M

P A N H I A EMrfiRIO I N D U S T R I A L D O N O R T E : 1 9 1 4 - 1 9 4 * . 171O M A Q U I N Ã R I O ................................................... 171A MATfiRIA P R I M A ............................................... 175A M Ã O D E O " R A ...................................... ........... 1 7 ? -OS I M P O S T O S ..................................................... 1^*

C O N C L U S Õ E S ...................................................... 191

N O T A S ............................................................. 1 33

C A P Í T U L O 5 ................................................................ 13 9

A C O M P A N H I A E M P Õ R I O I N D U S T R I A L DO N O R T E N O S A N O S

194 7 - 1 9 73: D O A P f l S - G Ü E R R A À C R I S E ................. 2 0 0A I N D Ú S T R I A r R A S I L E I R A N O A P Õ S - G U E P R A : 1 9 4 7 - 1 9 * 2 2 0 0A I N D Ú S T R I A P R A S I L E I R A D E 1 9 * 3 A 1 9 7 3 ............... 204A C O M P A N H I A E M P Ó R I O I N D U S T R I A L D O N O R T E E M F A S E

DF. T R A N S I Ç Ã O : 1 9 4 7 - 1 9 * 2 ................................ 2 07A C O M P A N H I A E M C R I S E P E R M A N E N T E : 1 9 6 3 - 1 9 7 3 ....... 2 1 3C O N C L U S Õ E S ...................................................... 2 2 2C O N C L U S Õ E S G E R A I S ............................................ 22 3

N O T A S .............................................................. 2 27

A R Q U I V O S ..................................................................... 2 3 0

r I P L I O G R A F I A ............................................................... 232

A N E X O S ........................................................................ 23 7

Page 10: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Í N D I C E DE A N E X O 5

A N EX O 1 - C O M P A NH I A EMPffRIO IN DUS TR IA L DO NORTE:

A) A C I O N I S T A S 189 1-1961

B) AÇ ÕES T R A N S F ER I D AS 1895-1965

AN EXO 2 - C O F R E S P O N D Ê N C I A DE LUIZ TAR QU IN I O

- CART A A J .G .B P U D E R E R - 1879

- CARTA A J . G . B R U D E R E R - 1892

- CARTA A SE RZE D EL O C O RR EI A - 189 3- CA RT A DE MA NO E L VI TO R IN O A LUIZ TA R Q U I N I O - 1897

- CARTA A LEROY BEA ULI EU - 189 8

- CAR TA AOS A CI O N IS T AS - 1902

A N EX O 3 - D E S C RI ÇÃ O DA VILA OP E R Á R I A - 19 58

AN E XO 4 - T AB E L A S (N9 9 A 16-A)

9 - C o m p a n h i a E mp ó r io Ind u st r ia l do Norte - D e m o n s t r a t i v o dos qu o ci e n t e s co m pa r at i v os do con junto p a tr i m o n i a l - C o m p a- raçao entre o capital de terceiros e o capita l pró pr io- G a r a n t i a de capitais de terceiros 1893-1973.

10 - C o m p a n h i a E m p ór i o Ind us tr i a l do Norte - D e m o n s t r a t i v o dosqu o ci en te s co m pa rat iv os do Co n jun to P a t r i m o n i a l - Compa* raçao entre o Capital de te rceiros e o A t i v o Real - A p H caçao de Ca p it a is de Te rc eir os 1893-1973.

11 - C o m p a n h i a E m p o r i o I ndu str ia l do Nort e - D e m o n s t r a t i v o dosQuo c ie n te s Com par a ti v os do Co n j u n t o P a t r i m o n i a l - C o m p a ­ração entre o Cap ital P rÓ p r i o e o A t i v o I m o b i l i z a d o -Im o b i l i z a ç ã o do Ca pi tal P ró p r io 1893-1973.

12 - C o m p a n h i a E m p ó r i o In du s t ri a l do Nort e - D e m o n s t r a t i v o dosQ u o c i e n t e s C o m pa r at i v os do Co nj u nt o P a t r i m o n i a l - Compa- raç ao entre o I m o b i l i z a d o e o A t i v o Real I m o b i l i z a ç ã o do A t i v o Real 1893-1973.

Page 11: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

13 -

14 -

15 -

1 5 A

15P

1* -

lfA

12A - Co m p a n h i a E mp óri o Ind us tr i a l do No r t e .....D e m o n s t r a t i v -dos Q uo c i e n t e s C o m p a ra t iv o s do Co n j u n u o P a t r i m o n i a l Ci pa ra ç a o eotre a C on ta Ma q u i n á r i o e o At iv o I m o b il iz a d o

CEI N - De s pe s a s e Lucros com a F r o d uç a o V e n d i d a l',93"1973.

CE IN - Op er á r io s , Teares e Fusos l r9ft - 1 9 5 r’.

CEIN - T a r t i c i p a ç a o das Des pes as com F a V r i c a ç a o (Mao deObra) No Total das Desp es as - 1-93-194^.

- CEIN - P a r t i c i p a ç a o das Desp es as com M a n u t e n ç a o no T o ­tal das Despesas l n93-1932.

- CEIN - P a r t i c i p a ç a o da M at é ri a T r i m a no Tota l das D e s ­pesas 1'■'93-1930.

Eq u i p a m e n t o Fa bri l da C o m pa n h ia Eraporio I n du s t ri a l do Norte - 19*9.

- ID E M

Page 12: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

I n d i c e d a s t a b l a s d o t e x t o

1 - TR A SI L -

2 - PRA S I L -

Ev o lu ç ã o da In d ús t r ia do Tecid os de Al go dã o 1^53. -134 fC o ns u m o A p ar e n t e de Tec idos dc A l g o d ã o 1" 5 3“1360.

?. ’

. 31

3 " EA P I A -

4 - BAHI A -

rnE v ol u çã o e C o n c e n tr a ç ão da I n d ús t ri a Têxtil

- i r g i ................................................. f •>

5 - BA HIA - S o ci e da d es por Açoes Fundadas cm l”f 7“ 1 91 Nr

f - PR AS I L - D i s t r i V u i j ã o G e o g r á f i c a c Dados E s ta t í st i co s das Maiore s Fab ric as de Tecidos de Al g o d ã o - 1910.... .141

7 - E R A S I L - D i s t r i b u i ç ã o G e o g r á f i c a e D a d. rs E s t a t í st i co s das M ai ore s F áb ric as de Tecidos de A l p c d a o - 1944.... . J i :

r - P r od u ç ã o de Tec i do s da CEIN C on j u n t o da Pr od u çã o Erasi-leira 1 8 9 3 - 1 9 4 6 ........................................................

PA - P r od u çã o de Tec id os da CEI N c da Tah ia no Con j un t o (‘ r. P r o d u ç ã o P r a s i l e i r a 1 9 1 0 - 1 9 3 ^ ...................................

Page 13: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

I n d i c e d o s q u a d r o ?

qü a dk o i .............................................................. 21

Q U AD R O 2 .............................................................. 33

Q U AD R O 3 .............................................................. 54

QUADRO 4 .............................................................. r-4

Q U AD RO 5 .............................................................. U-P

Q U AD RO r .............................................................. 200

QUA DR O 7 .............................................................. 20?

Q U AD RO " .............................................................. 202

Q U A D 1 0 0 .............................................................. 203

OU ADRO 10 .............................................................. 207

Page 14: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

I n d i c e d e f o t o g r a f i a ?

FOTO 1 ............................................................... 7*

FOTO 2 ............................................................... ,r 2

FOTO 3 ............................................................... 90

FO T O 4 ............................................................... 91

FOTO 5 ............................................................... 92

FOTO f-............................................................... 9 3

FOTO 7 ............................................................... 94

FOTO r................................................................ 55

FOTO 9 ............................................................... 96

FOTO 1 0 ............................................................... 97

FOTO 1 1 ............................................................... 9*'

FOTO 1 2 ............................................................... 100

FOTO 1 3 ............................................................... 101

FOTO 1 4 ............................................................... 127

FOTO 1 5 ............................................................... 107

F O T O 1 6 ................................................. ANEXO 2. . . .

F O T O 1 7 ................................................. ANEXO 3 ____

G F AV U R A S EM CORES

G R A V U R A 1

G R A V U R A 2

103

104

Page 15: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

IfTRODuçrn

r - o te:4/* ta pesq?jis r

Ao iniciar o C irso do Mestredo cn Ciências Humanas

na Universidade Federal da Bahia, os nossos interesses quanto

ao campo de estudos já estavam definidos, girando em t o m o d<

temas como industrialização c desequilíbrios regionais. Con­

sequentemente, a área dc estudos escolhida foi a dc História,

onde os professores Johannes Ar.gel c Luis Henrique Dias Tava­

res ministraram cursos sobre metodologia e evolução econômi­

ca e industrial da Eahia.

T ratar da indústria na Bahia no século XIX c primei

ras décadas do século XX implicava, necessariamente, cm fa­

lar da indústria têxtil, c lopo na fábrica fundada por Luis

Tarquinio, sobre quem escreveu Pcricles Madureira de Pinho

uma biografia: eis o roteiro que nos conduziu a escolher a

Companhia Empório Industrial do Morte como tema para . disser­

tação dc Mestrado.

Estudar uma fábrica, a primeira vista poderá pare­

cer um objeto de investigação relativamente simples. Contudo,

inúmeros sào os aspectos a partir dos ouais o assunto pode­

ria ser abordado. Se o período a ser estudado se estende por

várias décadas, como foi o nosso propósito, então a complexi­

dade aumenta.

Após as hesitações iniciais, escolhemos como orifn-

Page 16: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

tação central o comportamento dos lucros d?, enpresa sob o ir

pacto das grandes crises nundiais do século XX, ampliando se

o p c n o d o afim do cue fosse examinado o desempenho da fábrica

cm fins do século XIX (quando foi fundada) e princípios do so

culo XX n também nos ¿»nos 19 47-197 3.

Influenciou também na escolba dessa orientação o

tipo de material encontrado: determinados livros, próprios de

empresas, fornecer, certas informações que, para serom col^tc-

das do rodo a cobrir um oeríodo tão amplo, necessitariam não

sÕ de equipes mas do especialistas em contabilidade. Os resumi

tados que sc colheriam poderiam ser desproporcionais aos e s ­

forços realisados.

Pretendemos, ao examinar a evolução dos lucros da

empresa, verificar cm que medida sc justificariar as posições

que apontam as crises mundiais como momentos decisivamente fj

voráveis a industrialização do Brasil.

Nesta perspectiva, o estudo do f=»torcs como mão de

o h r 3 , maouinãrio, matéria-prima, impostos, restringiu-sc

a avaliação da seu peso nos gastos da empresa, avaliação f«.-i_

ta de modo indireto tentando uma aproximação do real sem uti­

lizar-se, contudo, recurso auc não estavam ao alcance, como

especialistas e equipes interdisciplinares, que tivessem aces

so a toda a documentação existente.

o material que esteve a nossa disposição no arquivo

da fábrica era muito vasto e ao mesmo tempo falho: Certcs ti­

pos de documentação com informações sebre v e n d a s , mercados,

mão de obra» são consideradas desnecessárias após alguns a-

n o s , sendo então destruídas afir do dar lugar à documentação

mais recente.

Se se acresce a isto as constantes crises que a em­

presa atravessou desde a segunda metade da década de 1 9 5 0 »re­

organizações, mudanças censtantes do pessoal técnico c b uro­

crático, pode-se compreender que os reflexos de uma tal si­

tuação poderiam atingir, dente os diversos setores de uma fá­

brica, também o seu arquivo.

Alguns esclarecimentos sc impõem a respeito das ta­

belas .

o

Page 17: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Aquelas aue se referem ao Brasil foram, geral,

extraídas do fontos secundarias, sofrendo contudo acréscinrs

e adaptações.

As tabelas referentes à indústria baiana tiverar

seus dados colhidos quase sempre cr fontes primarias. 0 mesr.e

pode ser dito a respeito das tabelas referentes ã fábrica,ela

boradas a partir de dados disperses om diversos tipos de dè-

cumentos , com exceção da tabela oue contem o maquinãrio da fó

brica em 1969 executada pelo seu Dept. do Contabilidade e

aqui reproduzida.

Dentre a vasta documentação existente procuramos re

tirar aouilo oue nos parecesse mais importante para fixar a=

características gerais da fábrica.

Os cálculos contábeis basearam-sc quase totalmente

nos balanços publicados pela própria fábrica, c encontrados

no seu arnuivO; muitos porem não mais existiam e f^ron reti­

rados de jornais da Ópoca encontrados no Ara uivo do Estado d*»

Bahia, Biblioteca Central do Estado da Bahia c‘ no Instituto

Geográfica e Histórico d a Ba.hia.

“ - f) rST,'?0 DA PESOUIS' f.OLlPF A IfülOSTRI/. ’’t^T IL PA RA Hl A

A literatura sobre a indústria dc tecidos na B-ihia

c sumamente escassa. Mão foi encontrada nenhuma obra que tra­

tasse especificamente do assunto. C ^ n t u d e , existe um cert^

número de fontes cujas informações, cm forma principalmenta

de dados quantitativos e algumas vezes de breves comentários,

fornecem subsídios que, uma vez sistematizados c complementa

dos com dados recolhidos em jornais e arquivos de fabricas

c ministérios , poderão proporcionar um quadro da evolução dejs

te ramo industrial, o mais importante do Estado, desde o ^sou

surgimento ainda na década da 30 do século XIX, até época

bem recente.

Existem também alguns trabalhos que, tratando • da

indústria de tecidos em âmbito nacional, contribuem igualmcn-

Page 18: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

te c^r; alpuns dados sobre a situação desta indústria na Ba~

hia: algumas destas fontes são bastantes conpletas, porem o

seu enfoque geral f^z con que as informações específicas so~

bre a indústria têxtil dos estados tenham apenas um carnter

complèmentar, figurando con rnais destaque as indústrias dc

S. P a u l o e Rio de Janeiro.

FOir-FS SFCUTOfRI.* F

Sao poucas as informações encontradas sobre a intíú^

tria de tecidos na Bahia em fontes secundárias. São ^bras que

traçam um panorama geral da evolução da economia baiana.abar-

cando períodos bastantes longos: é o caso dos trabalhos de Rô

mulo Almeida "Traços da História Econômica da Bahia nr Ültirno

Século e Meio" e de Waldemar Mattos "Panorama Econômico da Ba

hia 1808-1960". Devido mesmo ao seu enfoque, não poderiam for

necer informações detalhadas sohrc um ramo industrial er. par­

ticular.

Tratando embora de problemas da indústria baiana

geral, tambem o t r a b a l h o do Prof. Luís Henrique Dias Tavares

"0 Problema da Involução Industrial da Bahia" fornece maior

quantidade de informações sobre a indÚ8tria têxtil em um pe­

ríodo mais restrito, as três primeiras décadas do século XX.

0 livro dc Thales de Azevedo c Vicicra Lins "Histó­

ria dc Banco da Bahia - 1958", t r a t a n d o de uma empresa priva­

da, traz vários capítulos nos quais se traça o panorama do

desenvolvimento econômico d.-1 Bahi^» durante um século. As in­

formações sobre a indústria de tecidos encontran-se justamen­

te nestes capítulos e são, portanto, de caráter secdndario,

tendo cm vista o objetivo do trabalho.

Deve-se mencionar ainda o trabalho de Périclcs Ma-

dureira de Pinho sobre Luiz Tarouinio, capítulo do livro "Sãc

assim os baianos" coletânea de biografias sobre alguns baia­

nos ilustres. Há neste trabalho uma série de dados e informa­

ções um pouco mais detalhadas a respeito da fábrica de 'teci­

dos d,=» Boa Viagem, que teve cm Luiz Tarouinio um dc seus fun-

Page 19: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

De modo geral as informações contidas ne~tas obr-ns

sobre a indústria dc tecidos da Bahia baseiam-se quase total­

mente em livros que se publicaram em fins do sécul* XIX e ir.í

cio do seculo XX, os quais sc tornaram cm livres-fontes para

os estudiosos c'a história cconômica da Bahia. Algumas vêzes

utilizar.jtí tambóm informações contidas nas Falas e Relatórios

dos Presidentes da Província no século XX. /'penas Pericles Ka

dureira dc Pinho utilizou-sc de fontes tais como cartas p a r ­

ticulares, e publicações de uma fábrica, no caso a Conpanhi*

Empório Industrial do Norte.

Naturalmente tendo estas obras outros objetivos que

não o estudo da indústria têxtil, não será dc estranhar a es­

cassez rie informações contidas cn suas páginas sobre esta in­

dústria.

As fontes utilizadas pelas obras acima mencicnadrs

são sobretudo obras de autores mais antipoa, tante do sóculc

XIX c o m o dc começos do sóculo XX. Autores como Francisco Vi­

cente Vienna, F.M. dc Goes Calmon, Mario Barbosa, Theodor«"

Sampaio são muitas vezes citados como fontes de dados. Uti­

lizou-se também, entre outras, as Falas c. Relatórios dos Pre­

sidentes da Província, como ó o caso do trabalho de Thaies dc

Azevedo. Apenas Pericles Madurcira de Pinho, talvez por scr

c único a escrever sobre uma personalidade que foi proprietá­

rio c fundador de uma fábrica dc tec i d o s , utilizou-sc dc fon­

tes como cartas particulares e uma "Memória" sobre a fábrica,

fontes estas que se referem especialmente a uma indústria tex

til.

Ouantc as obras que, tratando da evolução da ccond-«

mia brasileira, trazem referências à indústria de tecidos na

Bahia, cias são dc dois tipos: 0 primeiro tipo engloba aque­

les trabalhos que, estudando a história econômica do Brasil,

trazem capítulos ou trechos referentes ã indústria têxtil no

país, contendo informações superficiais sobre a indústria têx

til baiana. Tais são as obras de Luis Amaral "História «Geral

da Agricultura Brasil e i r a " , Heitor F. Lima "Formação Indus­

trial do Brasil" e José Jobim "História rias Indústrias n*<

d a d o r e s .

Page 20: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Brasil". É dispensável acrescentar aue existem muitas publi-

ca.çoes sobre historia econoraica brasileira onde podem ser en­

contradas referências a indústria têxtil balan?. São, cnntú-

do, noticias de caráter complementar para. o objeto deste es ­

tudo. 0 segundo tipo engloba aauelas obras que tratam especi

ficamente da indústria textil brasileira: deve-se menciona^

aquí o a.tigo de Medeiros Lima "A Indústria Brasileira c

Produção de Tecidos", publicado en 19U2, o qual conter, brcvfs

sima referencia a indústria de tecidas na Bahia.Mencionaremos

ainda aauela. que a a obra mais completa sobre a indústria têx

til brasileira: trata-se do livro de Stanley J. Stein "The

Brazilian Cotton Manufacture; toxtile enterprise in an under-

developed. area 1850-1950". 0 trabalho está dividido cm três

partes. A primeira compreende o p e r i g o 1840-1090; nela se

examinam problemas ccmo localização, organização, finanças,

maauinário, mat á?ia prima, trabalho, produção e distribuição.

Esta parte interessa particularmente a quem estuda a economir

baiana no século XIX, pois o capítulo sobre localização c x p -

mina o conjunto de fetores gerais que fizeram com que a Bahia

perdesse muito cedo sua posição de primeiro centro da i n d ú s ­

tria de tecidos no Brasil.

/> segunda parte (1890-1930) examina as rclaçõos en­

tre indústrias e g o v e r n e , os anos de auge d? indústria de te­

cidos e a crise mundial dos anos trinta. A terceira parte tra

ta dos efeitos da depressão, da 2a. guerra mundial c sua. re­

percussão sobre o crescimento da produção de tecidos no Bra­

sil e das dificuldades desta indústria no após-guerra. Vinte

e uma tabelas e oito apêndices completam as informações contjL

das nesta <±>ra. Contudc esta breve enumeração não e suficien­

te para dar uma ideia mais exata do conteúdo cio livro. C.tSuas

centc e oitenta e oite páginas de texto trazem uma enorme mas

sa de informações muito bem s i n tetizadas. 0 autor utilizou-se

de uma considerável quantidade de fe<ntes primárias: a relação

da Bibliografia Geral e Notas para cada capítulo ocupam ses­

senta e oito páginas. 0 assunto, contudo, não foi esgotado.Ao

analisar a indústria d e tecidos brasileira o autor focaliza

principalmente o seu núcleo mais dinâmico: o eixo Rio-S. Pau-

Page 21: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

lo. Apesar do inúmeras referências às indústrias de diverso?

estados, tais referencias tem ura papel complementar, servindo

D?ra alargar a vi san do conjunto da indústria textil no B r a ­

sil , sem que as indústrias nos estados sejan estudadas do na*

ncira específica. Mesrao o capítulo sobre a Bahia nao contení

mais que cinco páginas. Tal fato evidentemente não const_tui

un defeil resulta anenas da estrutura c dos propósitos do

trabalho.

0 valor d p obra, pera auen se proponh?. a tratar

industria textil cm nivel regional ou de empresa, reside na

quantidade de informaçoes sobre a indústria, cm ámbito nacio­

nal, informaçoes que poder, contribuir p?rc esclarecer aspec­

tos comuns as industrias de tecidos das diversas regiões do

p a í s .

0 trabalho mais recente sobre a indústria textil

no Brasil é n de Versiani e Vcrsi^ni: A i n d ú s t r ia b r a s i l e i r aantee- de 19 30 - Una c ontribuição no qual os autores aprofun

dam a análise das circunstancias ern que surgiu e se d e s e n v o l ­

veu a industria textil no Brasil.

Deve-se mencionar também o artigo de Albort Fishlow

O ria e n s e c o n a a a u e n c ia a da s u b s t i t u iç ã o de im p o rta çõ e s no fíra s i l como uma outra interescante contribuição que tratando da

indústria brasileira em geral, utilizou-se largamente da in­

dústria têxtil como exemplificação para as suas idéias a res­

peito do processo de crescimento industrial no Brasil.

r o ín r s PIUMÍRIAS

Entre as fontes primárias mais importantes para o

estudo da economia baiana no século XIX estão as Falas e Re­

latórios dos Presidentes da Província. São documentos que a-

presentam dados gerais sobre a economia baiana no século XIX,

contendo quase sempre alguns parágrafos reservados ã indús­

tria. Sendo a indústria têxtil uma das mais importantes da é-

poca, vários Relatórios e Falas a ela se referem, de modo g e ­

ral transcrevendo dados quantitativos, algumas vêzes acres-

Page 22: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

centando comentarios sobre seus p r oblemas, outras fixando as

d -'»tas da sua fundação. Entro os Relatórios e Falas mais impor

tantes estão as de Francisco Gonçalves Martins (18i*9), Luís

/ntonio d? Silva Nunes, ’ 1877), João doe Keis dc Souza Dantar;

(18P?) e Joaquim Antãc Fernando Leão (1862).

Outro tipo d e p u b l i c a ç õ e s aue pode ser incluído en­

tre as frntes primárias são aquelas escritas por ocasião d*-1

comemorações de datas caio o centenário da Independência ou

er. épocas de exposições no exterior, de caráter oficial. Si­

tuar-se aaui, respectivamente, o artigo de Mario Barbosa 11 /

B/ Hl A /TRAVÉS DE CEM ANOS — Notas Estatísticas ‘’publicado no

Diario Official de 2 do Julho dc 1923 e o livro de Manoel Je-

suíno Ferreira,:Exposiçao da Philadolphia - A Província da Ba­

hia' (1875). Ambos os trabalhos trazem dados quantitativos

sobre a situação da indústria de tecidos da Bahia na época em

aue foram publicados.

Maiores informações e mais sistemáticas são presta­

das por alrrumas obras publicadas er fins do século XIX e i n í ­

cio do século XX, que se tornaram fontes obri^aíporias de con

sulta por Quantos estudam a história econômica da 3ahia. Den­

tre eles as mais antigas são "0 Comerciante" dc Bernardino Jo

sé R o r g e s , publicado em 187 5 e "Memórie sobre o Estado da Pa

hia" de Francisco Vicente Vianna, escrita nor encargo gover ■

ramental, publicada em 1893. Em 1925 , publicados pela. Ir.prer

sa Official do Estado surgem os trabalhos de Theodoro Sam­

paio, ”0 Estado da Bahia - /.gricultura, Criação de Gado, In­

dústria e Commercio’1 e d e Francisco Maroues de Gocs Calmon

"Vida Econômica Financeira da. 3ahia (Elementos para a Histó­

ria.) 1808-1899“. Em 19 31, t-^mbem pela Imprensa Official do Es_

tado, publica-se "Aspectos Econômicos e Financeiros da Bahia

"de Mario Barbosa. Estas obras, auase todas de caráter ofi­

cial, se constituem em algumas da? fontes mais citadas nos es

tudos iRais recentes sobre a evolução da Bahia. Tratando da e-

cononia baiana em geral, fornecem dados sobre a indústria têx

til baiana mais comnlctos c abrangendo épocas mais extensas

cjue outras obras anteriormente citadas. Não apresentam, con­

tudo, análises ou apreciações sobre esta indústria, salvo um

Page 23: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

aue outro brevíssimo comentário.

Apos o ano de 19 31, quando se publicou o trabalho

de Mario Barbosa "Aspectos Econômicos e Financeiros da 3a-

hia" , não surgem trabalhos que nossan ser classificados coro

fontes primárias para o estudo da indústria de tecidos na Ba­

hia. A partir d? década do 1950 surger alguns estudos sobre

a evolução economica baiana» dc quo são exemplo as obras d'~

Rômulo Almeida, Thales de Azevedo, i7aldemar Mattos , c L. Hen ­

rique T a v a r e s -, entretando os dados que estas obras apresentam

sobre a indústria do tecidos na Bahia baseiam-se quase total

mente nas fontes primárias já citadas.

A única nesquis recentes sobre a indústria têxtil

baiana parece ser a que foi empreendida pela SUDENE c mosro

essa trata da indústria têxtil do Mordeste como um todo. Esto

trabalho (Pesquisa sobre a Indústria Têxtil do Nordeste-106S)

examina a indústria de tecidos nordestina no período 1S59--

1969. 0 capítulo inicial examina dc maneira suscinta a forma­

ção da indústria têxtil no Brasil. Os capítulos seguintes, es

tudam esta indústria no Nordeste, em geral.

São tratados asnectos como equipamento, produtivi

dade, matérias primas, produção e consumo. £ obra de consulta

obrigatória p ara o estudo deste ramo industrial na década 59-

69. Embora estudando o Nordeste como um todo são importantes

os subsídios para o estudo da indústria de tecidos na Bahi--

cujos problemas na atualidade não diferem fundamentalmente da

queles dos demais ostados d o Nordeste.

Existem algumas fontes primárias sobre a indústri=

têxtil brasileira, em forra de publicações impressas, cue con_

têm dados sobre este setor industrial na Bahia. Duas nublica--

ções foram editadas para exposições internacionais: ':Das Kai-

serrnich Brasilicn suf der Wiener WFLTAUSSTELLUNG VCfl 1S73:' o

"I/eir.pire du Brésil à 1’íxposition Universelle de 1876 à Phi-

ladelphie".

Ambas limitam-se ?. apresentação dc alguns dado*"

auantitativos sobre a indústria de tecidos na Bahia. Alguns

drdos estatísticos podem ser encontrados ainda r.as obras do

Nelson de Vinccnzi "0 algodão na econoria brasileira" e de Jn

Page 24: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

SC Jobim "0 Brasil na Economia Mundial'1'. Dois relatórios d*-

Comissão Executiva Têxtil (CETEX) do Ministerio do Traba Lho

Indústria c Comercio, referen-se básicamente ao período d.

2a. Grande Guerra, situando a indústria têxtil brasileira nr.

conjuntura mundial. Traze, contudo, dados estatísticos que

antecedem este período, referntos r.ão só ao conjunto do país

ras também aos Estados brasileiros en separado, permitindo •

va liar alguns aspectos da evolução da indústria dc tecidos

nas unidades da federação.

.''lgumas publicações de entidades oficiais ou cias-

sista.s fornecem tamben algunas informações sobre c .issunto,

especialmente no que se refere â matéria prira, exportação e

innortação d : tecidos. Essas publicações surgen, poren, no i~

nício do século XX: é o caso do Boletín d--1 Secretaria dc Agri

cultura, Viação, Indústria c Obras Públicas (190 3-19(50) ou o

Roletin da Associação Conercial da Pahia (1914-1963).

Ma década de 30 surgen as revistas l!Brasil Têxtil’1',

"Indústria. Textil" e "Revista Têxtil", voltadas de maneira

nais imediata para os aspectos propriamente técnicos da in­

dústria de tecidos.

A escassez d e Bibliografia sobre a indústria baia­

na, particularmente a indústria têxtil, deve-se provavelmente.

? fatores cono a contínua perda de importância desta ' indús­

tria a partir da fins do século XIX em relação a outros cen­

tros industriais no sul e mesmo no nordeste, além da falta dc

tradição de estudos sobre história econômica na Bahia.

f. interessante notar que para o período 1931-1S51

não encontramos nenhum, trabalho publicado sobre problemas de

desenvolvimento econônico que fizesse referências à indústria

têxtil na Bahia. Talvez não seja um nero acaso o fato dc ser

este um período em oue se acentuou a tendência à estagnação

na. Bahia.

Apesar da s ua procaridade, a bibliografia existente

sobre a indústria de tecidos na Bahia n e r m i t e , embora con rep

s a l v a s , a -*xposição quantitativa de alguns dados nais impor­

tantes do cenjunte deste setor industrial.

Uma prrte menor desta, bibliografia sugere algumas

• IP

Page 25: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

pistas sobre a mentalidade dos i n d u s t r i e s têxteis c os prin­

cipais problemas enfrentados por su.’? empresas. As obras que

tratem da indústria têxtil brasileira como un todo, alem do

alguns da^dos sobre a Bahia* fornecem as linhas ger~is dentrr

das quais se colocam os problemas atinentes acs Estados.

Fss^s informações deverão ser completadas para ur.

estudo proveitoso, c m pesquisas em fontes cxistent's em ar­

quivos oúulicos e particulares da Bahi?, alem de arquivos e

bibliotecas nacionais o nesno estrangeiras.

A escolha de uma fábrica dc teci des na Bahia como

objeto de estudo, pode ser explicada por um rápido exame

estágio em que se encontram os estudos sobre a história eco­

nômica do Estado da Bahia e também pela exposição suscintr dp

*lgumas características da fábrica escolhida.

Os trabalhos até agora publicados sobre a histôrir

econômica da Bahia descrevem épocas extensas. Os dados utili­

zados são imcompletos e não sistematizados. As análises ros-

scntem-sc destas falhas. Os trabalhos reais recentes répéter.’,

informações publicadas cm obras mais antigas, utilizando cor.

parcimônia as fontes primárias existentes em Arquivos.

Seria oportuno a multiplicação de estudos sobre se­

tores bem delimitados da vida econômica c social da Bahia a-

fim dc fundamentar estudos dc caráter mais ampl^, até o pontr

em nue se tornasse possível, com base cr uma massa razoável de

estudos monográficos, escrever uma histeria econômica da Ba­

hia.

A indústria têxtil, p<~r seu caráter pioneiro no oro

cesso dc crescimento industrial c tambér pelo f-^to de ter ocij

pado uma oosiçãc dominante no conjunto da produção industrial

durante um largo espaço do tempo, e um dos setores a requerer

atenção: a sua história é, em larga medida, a historia

tentativas de indus tri ali zaç ao na Bahia; o estudo das causa^

de sua estagnação e decadência contribuíra para a compreensão

da nerda relativa de importância dc um estado brasileiro .on

fins do século XIX e na la. metade do sóculo XX.

0 surto industrial no Brasil nos anos 90 repercu­

tiu na Bahia fundando-se então um^ serie dc companhias o cm-

11

Page 26: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T "-•'■Tí'Hjrc.ntr'S industriais.

Dentre várias f ábricas dc tccidos fundadas noot'

epcca» una dentre elas viria a ser a maior o nais impertant'-

do Estado, sobro vi vendo r. te cs dias *tuais.

A Conppnhia Emnõrio Industrial do Morte, fundad.* í r

4 da nrrço do 1891) destacou-se na opoea devido a suas c r •

torísticas podo rnas e progressistas•

Seus fundadores, Luiz T.^rauínio, Lccpoldo José <’

Silva o Mipucl Fr?.noisco Podripuos do Moraes, eram homens or.-

r i c u c c i dos nc rrande comeroio , e demonstravam, pelo planeja­

mento minucioso da fábrioa do to.oi dos instalada na Bôa-Viapcr

possuir uma larga visão aliada a comnetencia comprovadas ;>:.l

s\ic? spo empreendimento nos primeiras •’c-c.^das de sur e>*is-

tencia nuando chegou a figurar entra as onze maiores fábric*?

dc tecidos, do Brasil.

Mais do que suas proporções, impressionou na epoe*

a assistência dispensada aos seus operarios.

A Vila Operaria, construída próxima 5 fabrica, além

da boa ou? lidado l=>s casas, contava o^n escola para os fi­

lhos dos t r a b a l h a d o r e s , funcionando também â noite para oc

adultos: assistência médica e farmacéutica grat u i t a s , abaste­

cimento de ápu;» e e s g o t o s , armazens e creche.

Os moradores pagavam mensalmente como aluguel o o •

ciuivalente a quarta parte de seus salários, i* a '*■ n

N a cpeor, poucos ■'nos após a abolição, tudo icr:.

causava, assombre, não faltando quem vissr nesta irci-ntiv~

ideias socialistas. Contudo, embora ontr'.- ?s leituras do h o ­

mem cuite cric foi Lui- Terquinio figurassem autores socialis­

tas, sua justificação dc assistência orastada aos operarios c

nitidamente a dc um empresário preocupado con eficiencia

lucros. Ele calcula ns perdas nuc a Fábrica teria com as fal­

tas ar servior- e conclui que os gastos com .? Vila seriam mono

res emo o prejuizo acarretado pelo r'bsenteismo ^os operarios

morando em lugares distantes do seu local dc trabalho.

Ar/ideias de Luiz Tarcuinio, sua c^ncepcão da vid*

e do trabalho são as de um liberal, do corto europeu c espe­

cialmente britânico. {• difusão de seus prntos do vista c fei-

Page 27: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ta en diversos níveis pera públicos diversos: na prepria fá-

brica ele edita um peoueno jornal, "0 Operario" onde e6creve

os artigos de fundo, através des quais trata de imbuir o o p e ­

rariado de ideias e concepções típicas de uma sociedade cor •

a Inglaterra vitoriana, muito diversas daqueles predominantee

n uma sociedade recero-saída da escravidão: o valor do traba­

lho, a disciplina consciente, a poupança, a morigeraçãc rJ->r

costumes, enfin ideias julgadas necessárias a f ornar, ão de una

sociedade industrial.

Empreendimento sólido, a Fabrica da Bôa Viarem re­

sistiu a diversas crises no decorrer de sua existencia.

Seus produtos erar exportados para ouase todos os

estados b r a s i l e i r o s e en épocas nais favoráveis tombén n»r->

o exterior.

Un conjunto de circunstancias as nais diversas leva

p Fabrica a ff'ch^r s u’.s portas por dois >=>nes , a partir de

1971.

/través do estudo da evolução desta empresa nos

seus 82 anos do existencia esperamos poder contribuir, enbo-

ra em es el* rínir.a, para o melhor conhecimento da evolução e-

conênico-social da Rahia.

13

Page 28: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

c a p t t u l o i

Page 29: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

rnrscinn'TO in d u str ia l do br/s il po sFculo xix

Ao tratar das origens dns prinoiras industrias no

Prasil, costura-se citar o ano d o I R U U c o p o merco a partir do

ouel t^ria so iniciado o desenvolvirento industrial no país.

Embora esta data represente de fato o começo do primeiro sur­

to industrial na ex-colônia portuguesa, não se deve esquecer

que mesroo antes algumas indústrias tinham sido fundadas.

As proibições da metrópole portuguesa, de 1766 e

1785, visando impedir a fabricacão de tecidos de algodão na

colonia, funcionaram, certamente, cono fator de. atraso no de­

senvolvimento da indústria textil na colonia brasileira, cuja

estrutur--, alias, já era por si resma o maior obstáculo.

Apesar de burlados1 , esses decretos tiveram vrlida-

de até 1808, quando a mudança da sede da monarquia portuguesa

para o Brasil forçou a sua revogação. 0 alvará de 2 8 de abril

de 130P criava isenções e outorgava privilegios aos introdu­

tores de indústrias no país; criaram-se as fábricas privile­

giadas. Esses medidas de caráter protecionista foram, porem,

neutralizadas pela concorrência das mercadorias inglesas, no-

tadamente a partir do tratado do 1810, pelo oual a Inglaterra

passava a gosar de imensos privilégios no mercado da colonia

brasileira.

De acordo con Celso Furtado, a forte baixa nos pre­

ços dos tecidos ingl e s e s , nas primeiras décadas do século XIX

tornara difícil a própria subsistência do artesanato 1 tèrxtil

15

Page 30: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

entao existente no pais. Acresce que, nas duas décadas que se

seguiram n independência, era crítica a situação da economia

brasileira, devido a queda da exportação. A simples elevação

das tarifas com finalidades protetoras não provocaria p or si

so o surgimento de indústrias: não havi^ capitais disponíveis

numa epoca de crise economica. Os capitais surgiram a partir

da recuperação da economia de exportação, representada, a par

tir de meados do seculo, por um novo produto — o café.2

0 surto industrial que se seguiu ao ano de 1844 de*'

verá atribuir-se, concordando com Celso Furtado3 e Nicia Vi­

lela L uz4 , não tanto ao conteúdo protecionista dac novas tari

fas , mas sobretudo à recuperação da exportação brasileira, ba

se do sistema economico. Proteção houvera na época de D. João

VI, ouando se tentou implantar algumas indústrias, porém fato

res comoexiguidade do mercado, crise da exportação e a concor

rência inglnsa fizeram fracassar tais intentos.

Entretanto, apesar das dificuldades, algunas indús­

trias surgiram mesmo antes de 1844. Há referências a *àlgumas

delas em Heitor Ferreira L i m a 5 , Luís Amaral6 , Helson de Vin-

cenzi7 e na Introdução ao Relatório da CETEX sobre a Indús­

tria Têxtil Algodoeira®. Sua produção consistia em fazendas

grosseiras destinadas à confecção de sacos para embalagem de

produtos de exportação e roupas para os escravos, produtos fa

bricados desde os tempos coloniais pelo artesanato local.

0 crescimento da exportação e os estímulos concedi­

dos pelos governantes às indústrias têxteis através de descon

tos aos produtos exportados em sacos de fabricação * nacional

devem ter influído consideravelmente para a instalação das

primeiras fábricas têxteis.

Ouanto à Bahia, existe a Fala do Presidente da Pro-

vincia Francisco Gonçalves Martins (1851) com referência di­

reta a este tipo de proteção: podemos supor que fosse mais an

tiga esta prática®. A fala do Presidente João José de Moura

Magalhães Q.84 8_) menciona proteção concedida desde o ano de

1846.L0

T oda a bibliografia consultada refere-se às prinei-

ras fábricas de tecidos na Fahia produzindo apenas tecidos a-

lf

Page 31: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

penas tecidos grosseiros para sacos e para roupas de escra­

vos. Decerto, as primeiras fábricas do Brasil devem ter produ

zido apenas esse tipo de tecido.

Outra informação que ajuda a determinar a categoria

do tecidos produzido pela primeiras fabricas têxteis no Bra­

sil c aquela que diz respeito à aualidade dos tecidos impor­

tados. Henri Hill refere-se em suas cartas, não só aos tipos

de tecidos importados pelo Brasil em 180 8, mas também àqueles

que encontrariam aqui um bom mercado: são invariavelmente te­

cidos de luxo, para as classes abastadas nas cidades do lito­

ral, pois" ... nas províncias do interior a maior parte dos

habitantes veste-se com seus próprios artigos manufaturados

de. algodão grosseiro, algumas lãs, chapéus de couro. **

0 tipo dc tecido que, mesmo antes da revolução in­

dustrial, alcançava altos preços foi sempre o tecido fino, de

luxo. A concorrência inglesa, apesar de avassaladora, não te­

ve interesse ou não foi capaz de fazer desaparecer a produção

desses tecidos mais grosseiros, embora impedisse a produção

daqueles mais finos.

São escassas e imprecisas as informações sobre as

primeiras fabricas de tecidos no Brasil. No período que vai

de 1822 a 1841, o total de estabelecimentos fabris no país,se

gundo Heitor Ferreira Lima, alcançou o número de 14,existindo

apenas 2 sociedades anônimas nacionais. Deste número de fábrjL

c a s , uma boa parte deveria ser de tecidos. 0 mesmo autor cita

os anos de 1825 , 1831 e 1837 como datas em tiue se fundaram fá

bricas de tecidos em Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Ge­

rais, respectivamente1 ^. 0 relatório da Cetex sobre indústria

Têxtil Algodoeira, citando Souza Leão e F.Mardy fornece as

datas de 180 8 e 1813 como início de fábricas de tecidos no

Brasil.13

Nelson dc Vincenzi afirma aue a primeira fábrica de

tecidos no Brasil fundou-se em Vila Rica em 18141 . Quanto à

Bahia, as notícias sobre as datas das primeiras fábricas en­

contram-se na Fala ;do.' Präsidenté Francisco Gonçalves ... Martins

(18i»9)15le no Relatório do Presidente da Província J oão dos

Reis de Souza Dantas (18 82 )1 6 . As datas citadas são 1834 para

a fábrica St9 Antonio do Queimado e quanto à fábrica da Con-

Page 32: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ceiçao afirma-se que "trabalhou er. proporções menores nos a

nos de 1835 a 1837..."

Estes dados indicam, portanto, que, daquele reduzi­

do número de fábricas instaladas ate a d_écada de 1840, a maio

ria era destinada a produção de tecidos, surgindo em algumas

das principais províncias do país.

Nos anos seguintes, entretanto, a Bahia viria a ocu

par a posição de primeiro centro têxtiljio país. Stanley J.

Stein enum^cra as Províncias que contavam com fábricas de te­

cidos era 1866: 1 era Alagoas e em Minas Gerais j 2 no Rio (Ci­

dade e Província); 5 na B ahia17. A propósito, deve-se obser­

var que, pelo raenos no que diz respeito aos tecidos, o número

de fábricas não sofreu aumento considerável após a reforma ta

rifaria de 1844, uma vez que, assim como na Dahia, várias den

tre as existentes anos apÕs 1844 deveriam ter surgido antes

da mencionada reforma. Caso uma investigação mais minuciosa

das origens das primeiras fábricas em outras Províncias con­

firme tal hipótese, dará razão aos autores aue, de um modo

geral, minimizam os efeitos das tarifas de 1844 sobre o cres­

cimento industrail do Brasil no século XIX.

No início da década de 40 expiraram os prazos esta­

belecidos pelos diversos tratados comerciais. Em 1841 a As­

sembléia Geral autorizou a confecção de nova pauta alfandegá­

ria, estabelecendo taxas de 2% a 60%. 0 ministro da Fazenda

Alves Branco decretou a nova tarifa em 1844. Apesar das in­

tenções protecionistas, a maioria dos produtos estrangeiros

foi taxada em apenas 30%, inclusive têxteis, a despeito de

aue se incumbira a comissão nomeada em 1843 de elevar para

60% as taxas p ara tecidos do algodão grosseiros e para 40% as

taxas para tecidos mais finos. De acordo com Nicia ‘‘Villela

Luz, o próprio Alves Branco reconhecia a insuficiência da pro

teção dispensada pela nova tarifa às indústrias n a c i o n a i s ,pro

teção essa colocada em segundo plano em vista das exigências

do fisco18 . A predominância dos interesses fiscais, que m a r ­

cou essa primeira reforma tarifária, continuaria a ser fator

decisivo em todas as r tformas seguintes ate o fim do Impérioy,

e na República, frequentemente ,voltaram a predominar os mos-

Page 33: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

mos cr itérios.

0 fato de, em 1866, existirem no país apenas 9 fá

bricas de tecidos, vinte e dois anos apõs a promulgação da tj?

rifa Alves Branco e de novas reformas tarifarias, en 1857 t

1860, parece comprovar o pouco alcance do sentido protecionir

ta dessa tarifa em um setor industrial que era o mais impor­

tante da época. A informação do Heitor Ferreira Lina quanto c

existência, em 1850, de um total de 27 fábricas, atribuída cx

clusivãmente aos efeitos da tarifa Alves Eranco, não leva em

conta outros fatores que influíram o crescimento in^us-

t r i a l 1^. Celso Furtado explica o atraso (’.o Brasil pelo estan-

camento de sua exportação cm fins século XVIII c ra p r i ­

meira metade do scculo XIX; enquanto o decréscimo nos preços

dos produtos brasileiros exportados nos períodos de 1821-30 e

1841-50 teria sido de 40%, os preços das importações teriar.

permanecido estáveis2®. Em um país de estrutura agrário-escra

vocrata com cercado restrito, uma conjuntura de decréscimo

dos precos dos produtos exportados tornou impossível o surgi­

mento indústrias. Acresce que as baixas tarifas alfandegá­

rias permitiam aos produtos inpleses nrc.ços tão vantajosos

que não só possibilitaram de fato o surgimento de indústrias,

ras tornaram- quase impossível a subsistência do prórpio arte

sanato existente no país.

Se a precária situação econômica do Brasil na pri­

meira metade do século XIX devia-se ao retrocesso no valor dc

sua exportação excluindo qualquer perspectiva de mudança na

situação geral da economia do país, t al estado de coisas come

ça a mudar na segunda metade do século, justamente pelo apa­

recimento de um produto cujo consumo crescia continuamente no

mercado mundial — o cefe. Este produto já se colocava em 1?

lup.ar na pauta da exportação brasileira nos dois últimos de­

cênios da primeira metade do século c fora responsável per t"

do aumento de valor da exportação brasileira naquela primeira

metade do séculc.

Se a recuperação da exportação brasileira foi res­

ponsável t>elo crescimento da economia, criando condiçocs para

o crescimento das industrias, por outro lado trouxe tambõn

obstáculos ao c r e s c i m e n t o industrial ac nível da política ecc

nÔrica governamental. Reforçou a ideologia do destino agrário

19

Page 34: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

obstáculos ao erescimento industrial ao nível da política oco

nêmica governamental. Reforçou a ideologia do destino agrário

dc Brasil, ao mesmo tenpo em que o café fortalecia o predomí­

nio dos grupos ligados à grande lavoura.

As posições favoráveis a uma política econômica dc

cunho liberal, que na Europa expressavam o desenvolvimento do

capitalismo industrial, no Brasil eram defendidas pelas for­

ças conservadoras, às quais convinha inteiramente a manuten­

ção do esouena de dominação colonial1 exportação de produtor

primários, importação de manufaturados. Não havendo em contra

partida uma classe industrial capaz dc enfrentar a pressa«-

dos interesses estabelecidos, o resulta.do, durante todo o Im­

perio e mesmo na la. República, foi o prevalecinento dos in­

teresses fiscais por ocasião das diversas r e f o m a s tarifá­

rias, o que, em última análise, significava a predominância,

dos interesses agrário«-c-nD.rci M s . em detrimento dos seto­

res industrializados da sociedade brasileira.

P recuperação da economia brasileira na 2a. metade

do século XIX, possibilitada polo crescimento da expòrtação

de café, trouxe, portanto, como subproduto, o reforçamento da

ideologia liberal que predominou largamente nas esferes gover

namontais até à queda do Império, impedindo a adoção de uma

política coerente e firme de incentivo à indústria, tal come

acontecera ros EUA e estava, acontecendo na mesr.a época no J a ­

pão.

A enorme expansão da lavoura cafeeira com grandes

necessidades de força, de trabalho e de transportes para esco^

monto da produção terminou p or criar um mercado regional tar

to para produtos provenientes da agricultura de subsistencia,

localizada* principalmente no sul do país, como para produtos

de origem industrial. Aqui situa-se uma das causas do cresci­

mento da indústria têxtil do centro-sul do país:, aumentara ca

da vez mais a necessidade de fazendas grosseiras para ensa­

camento do café e para roupas de escravos e dos trabalhadores

li v r e s .

Alguns dados permitem uma visão de conjunto da evo­

lução da economia brasileira na 2a. metade do século XIX:

Page 35: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Q U A D R O 1

1 - E X P O R T A Ç Ã O

CAFÉ (cm m i lh ar es de s a c o s ) 21

1 8 21/ 1C 30 - 3.17R (sacos dc 60 kg.)

1831 / 18 4 0 - 10.430 " " " "

1841 / 18 5 0 - 18.367

1 8 51 / 18 6 0 - 27.339

1 8 6 1 /1 8 70 - 29.103

137 1 /1 8 80 - 32.509

1 r P I / 1 890 - 51.631

FORRACFA

1822 - 31 toneladas

- 1850 - 1.467 "

- 1900 - 27.650

- 1910 ------------------------

CACAU23

1040 ~ 103 toneladas

1845 - 181 "

- 50

- 55

- 60

- 65

- 70

- 75 - 931

A L G O D Ã O 24

1821 - 10.631 toneladas

1831 - 15.703

184 1/2- 9.395

1 8 51 / 2 - 1 3 . 2 8 3

1 8 61 / 2- 1 2. 8 1 1

1 8 7 1 / 2 -7 0 . 51 7

1881 - 21.916

1891 - 20.143

21

Page 36: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

2 _ I m p or t aç a o de Maq uin as e A c c e s õ r i o s 2^

(Na ordem de imp ort an ci« em va l or dos produto s

e n t r a d o s )

1039 - 1044: 259 lugar

1870 - 1875: 119 lugar

1902 - 1904: 69 lugar

3 - Pa te nte s indu str ia is expedidas:

Ho período que vai de 1831 a 1850 são expedidas

lfl patentes , enquanto no período sepuinte, 1871 a 1889, atir

ge o número de 1.310.

4 - Rede f e r r o v i á r i a 2 ?

1P64 --- -------------- 475 km.

1867 ------------------ 601

1870 ------------------ 1.000

113 7 5 ------------------ 1.801

1 8 0 3 ------------------ 4.P.65

1 R 8 7 ------------------ P.P46

1 8 P P ------------------ 9. 20 0

1P.K9----------------- 9. 5°3

5 - P o p u l a ç ã o 2r

1 P 0 0 ----------------- 3.O00.000

1 P 5 0 ------------------- P.000 .0 00

1900 ------------------- 17 .3 1P.556

6 - Bal a n ça C o m er c ia l ^ ®

Mo período compreendido entre 1823 e 1860, a

Palanca Comercial foi sempre desfavorável, a não ser em novo

exercícios. Ao contrario, na segunda metade do século,de 18F1

a 1900 , a Balança Comercial foi sempre favorável, a não s<-r

em três exercícios.

7 - E m p r é s t i m o s

Enquanto os empréstimos externos realizados en­

tre os anos de 1824 e 1852 são invariavelmente destinados ?

cobrir deficits, dívidas flutuantes, juros e amortizações, a-

aueles tomados entre os anos de 1858 a 1889 são, em grande

parte, destinados ã realização de obras de infrar*8trttura,

nrincipalmente construção de estradas de ferro.30

• ' Zr"' í •:• í '

Page 37: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

r - P o l í t i c a Tarifária.

Durante o século XIX, especialmente na 2a. m e ­

tade, a principal fonte de receitas para o erário público er'

constituída pelas taxas cobradas sobre o preço dös produtor

importados. Não poderia ser de outra maneira em um país no

aual, praticamente, a única atividade rentável era a gran's

lavoura de exportação. Controlando a mánuir.a do Estado, os

grandes fazendeiros opunham-se eficazmente a contribuir pari

e sua m a n u t e n ç ã o , lançando sobre o conjunto da população, es­

poei alnente os setores urbanos, tal responsabilidade. Assir,

os crescentes gastos governamentais resolviam-se pelo aumen­

to das tarifas, /o nomear-se uma comissão para rever as tari­

fas, os diversos grunos , através r*e seus representantes, tra­

tavam de conseguir taxas que os beneficiasse. Os principais

grupos eram constituídos pelos fazendeiros c comerciantes, in

toressados na manutenção de uma política anti-protecionista,o

os industriará, em ascensão, interessados, de um modo geral,

em uma política protecionista. Contudo, embora o primeiro gru

po se apresentasse mais ou menos coeso, o mesmo não acontecir

com os industriais. A leitura de autores como Hicia Villela

Luz, Heitor Ferreira Lima e Stanley J . Stein sugere, quanrir

não identifica claramente, contradições de interesses entr>

grupos de industriais. Se unidos, em 1880, ainda eram batido-:

pelos interesses da lavoura*1 , quando so apresentavam desuni­

dos , o que ocorria, por exemplo, com os fabricantes de fior

e os tecidos, os interesses da indústria facilmente seriam su

plantados pelos interesses da lavoura o do comércio-, isto se

torna evidente pelo exame das diversas tarifas decretadas

IRÜI4 s 1890: predominam os interesses fiscais. Quando uma ta­

rifa nrotege mais eficazmente os interesses industriais, nao

derora a ser revista por pressão dos interesses contrariados.

1844 — a tarifa Alves Branco — embora sefrende a

oposição do comércio importador, perdura até 1857. Apesar de

vários autores atribuirem a ela a responsabilidade pelo 19

surto industrial do Brasil, predominam os interesses fis­

cais. 32

1857 — A tarifa Souza Franco, de caráter -liberal,

diminui os direitos sobre os gêneros alimentícios que, diante

Page 38: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

do avanço da monocultura do cafc en detrimento da lavoura de

subsistência, perfaziam en 1859-1860 19,24% do tctal das im-

portações b r asileiras3 3 ; dininui também os direitos sobre ins

trumentos e utensílios para a lavoura. "As natérias prinas fo

rair sujeitas a uma ta>:a do 5%, revogando-se rs ■ privilégios

concedidos às fábricas nacionais".34

1860 — A tarifa Silva Ferraz, de inspiração libe­

ral, visou atender à lavoura nonocultura, barateando os gêne­

ros de primeira necessidade. Acha N.V.Luz que o governo ir.pe-

»rial não era orientado por nenhun sistena, tonando resoluções

apenas para resolver problemas do momento- prova disso seria

a pronulgação na mesma época da lei sobre sociedades anôni­

mas , combatida ardorosamente pelos liberais. 0 barateamento

do custo d e vida não foi a l c a n ç a d o e ao m e smo tempo agravou-

se a situaçã<"> das finanças públicas. Diante disso, os proprie

tãrirs r u r a i s , assustados con a perspectiva da elevação do in

posto r*e exportação, preferen novo aumento nas tarifas alfar-

^rgãrias. Adota-se, ainda en 1860, taxas adicionais de 2 a E-

sobre o valor das mercadorias importadas, com a finalidade de

resolver os problemas do fisco.

Reduções foram feitas nas taxas referentes a produ­

tos como ferragens, armamentos, ferramentas e máquinas, pre­

judicando a metalúrgica da Ponta de Areia, de Mauã, obrigan­

do-? a fechar suas portas pouco mais tarde.35

1869 — A tarifa Itaboraí, moderadamente protecio­

nista, foi inspirada pelas dificuldades financeiras do Estado

originadas pela guerra con o Paraguai. Não seria esse modera­

do n r r tecionisno o responsável pela aninação dos négocies in­

dustriais a partir do fin da década de 60. Fatores mais impor

tantes foram: a guerra civil americana, nue, incentivando a

cultura algodoeira no Brasil, favoreceu a industria nacional;

a guerra do Paraguai e a inflação consequente, forçando a ele

vação das taxas alfandegárias, favoreceram o conjunto da in­

dústria do país.

1870-71 — Terminada a guerra do Paraguai, os im­

postos adicionais sobre a importação, decretados devido a

guerra, foram revistos, aliviando principalmente generos ali­

Page 39: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

mentícios e matérias-primas.

1874 — A tarifa Rio Branco foi consequência d e ­

pressões de fazendeiros e comerciantes; dc sentido liberal,

uniforrizou em 40% ad valorem as taxas de mercadorias impor­

tadas. Isentava do. direitos as naauinas e aparelhamentos der.

tinados a lavoura, as fábricas, oficinas e navegação; ao mes

mo tempo reduzia tambem as taxas referentes a mercadorias co­

po bebidas alcoólicas, cristais, procclanas, e os gêneros do

primeira necessidade, mesmo aqueles que tinham similares no

país como velas, chitas, algodão crú lis1-. Essa tarifa era

parte de uma política ambígua, que não contentaria o s‘ libe­

rais e afastaria os conservadores. A crise de 1875 levaria

a falência vários estabelecimentos os quais o povêrno não

ajudaria, apegado nesta época às concepções do liberalismo c-

conômico. A indústria têxtil se ressentiria e a Brasil Indus­

trial, atingida pela crise, volta-se para o govêrno o aual

não se decide a auxiliá-la.

1878 — A urgência das necessidades públicas forçou

a elevação de 50% nos direitos adicionais sobre a importação,

m e s n o antes do estudo de nova pauta alfandegária. l!omeou-se u

ma comissão para estudar a nova revisão tarifária, à aual foi

recomendado conciliar os interesses da Fazenda com os do co~37m e r c i o .J '

1879 — Os interesses fiscais forçaram a elevação

das taxas a l f endegárias, de modo que a tarifa Costa Pinto re­

sultou em proteção à indústria. Surgiram, porém, disputas en­

tre fábricas de fiação, que exigiam altas tarifas para os

fios, e f ir i c a s de tecidos, as a u a i s , trabalhando com fio im

nortado, exigiam a redução dos direitos para os fios. De ur

m^do geral, contudo, essa tarifa satisfez aos industriais ao

mesmo tempo em que provocou a oposição dos a^versarios do prQ

teci^nismo, os quais conseguiram seus intentos no ano seguin

te.

1880 — A tarifa Assis Figueirêdo, decretada após

o movimento de pressão dos setores anti-protecionistas, pro­

vocou a oposição da indústria através do campanhas que culmi­

naram com a fundacao da Associação Industrial, a qual passou

Page 40: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

a liderar a luta em defesa dos interesses de seus associados.

Seus primeiros esforços foram baldados, pois a tarifa decre­

tada no snr seguinte representou ura retrocesso na luta por

uma política de proteção industrial.

1881 — A tarifa Saraiva reduziu os direitos alfan­

degários sobre as matérias primas con a finalidade de contri­

buir para a prosperidade da indústria nacional» poréra, ar'

rr.esno tenpo, reduziu também os direitos sobre artigos s i m i l a ­

res aos fabricados no pais, o que contrariava os interesses

dos industriais.

1887 — Em consequência, do deseouilíbrio da balança

de o a p «me n t o s , em 1886 surgira preocupação cm proteger a in­

dústria; outros fatores contribuiram para fortalecer as ten­

dências protecionistas: crisc da lavoura e baixa dos preços

do café no início da década do 8n •, crescimento r*a população

urbana; decadência da indústria de construção naval e da ma­

rinha marcant' nacional atribuídas à liberdade de navegação

decretada em 1862, medida defendida pelos liberais. A tarifa

Pelisário Sousa, de 1887, tendo em vista a proteção da indús­

tria, (muito embora continuassem a prevalecer os interesses

fiscais) diminuia os direitos de matérias primas que o Brasil

não possuía e elevavaos direitos dos fios tintos, favorecen­

do, assim, as fabricas de fiação em det r i m e n t o das de tecela­

gem, com o o b j e t i v o de nacionalizar a. indústria têxtil; ao

ppspo tempo, para favorecer a lavoura, forara reduzidas as ta-— . ^ P

xas sobre os sacos dc algodão o aniagem.

1888 — Logo os interesses contrariados provocaram

a Lei de 24 de novembro de 1388, aumentando a taxa sobre os

artefatos do algodão e ju t a . 39

A tarifa João A l f r e d o foi a última do Império. Es­

sa tarifa gravava apenas os artigos cujos similares ja eram

fabricados no país protegia as fábricas que empregavam mate-

ria-prina nacional. As manufaturas cujos produtos nao eram su

fiei entes para abastecer o mercado nacional nao recebiam p ro­

teção. / política protecionista visava sobretudo a matéria

prira nacional, o que significava proteger a produção agríco­

la e extrativa do país e defender o consumidor, representado

em grande narte r>elas classes ru r a i s . o?26

Page 41: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

De acordo ainda con M.V.Luz,apesar das limitações,

c g^vt-rr.o imperial teria propósitos de enveredar por una ca~

ninho de nrcteção p. produção nacional, ciatndc como prova o

projeto de revisão encontrado nrs arquivos no Ministério d.-

Fazenda, considerado denp.sid^ protecionista polo Ministro da

Fazenda do governr provisório da República — Pui Barbcsa.40

18'J0 — segundo N.V.Luz,Pui, liberal por f o m a ç ã o

e convicção, adota posições aipo protecionistas por conveniên

cia política:era necessário conquistar o apoio político dos

setores urbano- industriais.Sua reforna alfandegária,p o r é m s ó

essencialmente fiscal:a época é de dificuldades financeiras.

Coiro meio de proteçã.o foi instituída a quota ouro sobre os di

reitcs de importação,agravando indistintamente artigos manufa

turados e natérias prinas»beneficiando,c o ntudo,em últina aná­

lise, a indústria.

No cue diz respeito à Eahia, a quota ouro foi vio­

lentamente combatida por Luiz Tarquinio,que publicou inúmeros

artipos en jornais da épocaíA Bahia e Diário da Bahia) atacan

dc a medida do Ministro da Fazenda. Sua fábrica de tecidos da

Boa Viagem na época trabalhava cn grande nedida com fio impor

tado* daí explicou-se.ao menos er parte,sua oposição ao aumen

to das tarifas e o seu pagamento parcial en ouro.

As divisões internas na indústria favorecian uma

larga margem de manobras aos detentores do poder.Que grupos tr

presentariam os interesses da indústria em determinados nonen

tos? 0 grupo que desejava importar novas máquinas e pressiona

va para a redução das taxas sobre naquinãrio,ou os fabrican­

tes estabelecidos»favorecendo a elevação dessas mesmas taxas

afim de afastar novos concorrentes? Os fabricantes de fios ou

os dc tecidos? Para uma avaliação segura,que correspondes se cr

cada momento aos interesses mais gerais da nova classe cn e-

m e r g ê n c i ? ,teria sido necessário ur poder político quo tivesse

con.o propósito fundamental o desenvolvimento industrial do

país. ^al fato não ocorria numa sociedade a g r a r i o - e x p o r t a d o r .

. Diante da .'variação constante das tarifas, podemos

constatar algumas características predominantes:

a) os interesses fiscais têm prioridade, portanto

a boa gestão do Esatdo a serviço das classes conservadoras;

b) o predonínio da ideologia liberal, anti-protecio

nista,adeçuada ã defesa dos interesses da grande lavoura e do

27

Page 42: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

comércio

c) a peauena duração das tarifas que dispensavar

maior proteção a indústria demonstra não só a fraqueza polí­

tica dos grupos industriais mas também a impossibilidade dc

atribuir-se a proteção tarifária um papel relevante no desen­

volvimento industrial brasileiro no século XIX.

9 — Es t a b e l e c i m e n t o s industriais

0 Censo de 1920 da os seguintes números par?

a evolução do crescimento industrirl no Brasil:

Epo ca da F undaç ao N9 de es ta bel ec im ent os in-dus tri ai s

Ato 1849 35Dc 1850 a 1854 16De 1855 a 1859 8De 1860 a 1864 20De 1865 a 1869 34Dc 1870 a 1874 62De 1875 a 1879 63* e 1880 a 1884 150De 1885 a 1889 248

T o t n 1 ---- 6 36

Como ao fim do quadro se encontra referência a

mais 267 estabelecimentos de origem ignorada, que deveriam

ter sido fundados ainda no 29 i n p ê r i o , (daí a incerteza quan­

to a sua origem) c o n s i d e r a r - s e ,e n t ã o , um total de 903 estabe­

lecimentos .42

Desse total, a Bahia, aue contava em 187 5 com 30

fábricas4 3 , em 1890 , de acordo com F.V.Vianna., dispõe de 123

estabelec inentos industriais44. Esses poucos dados dizem mui­

to sobre a perda de importância da Bahia como centro industrjL

al no período 1875 a 1890: contando com quase metade das fá­

bricas existentes no país naquela data, en 189 0 esta propor­

ção se m d u z à nona parte.

A indústria têxtil no país, aue em 1866 contava

cor um total de 9 fábricas, em 1882 apresenta-se cem 46 e em

1885, com 48; desses, totais a Bahia, que em 1866 tinha mais

da metade (5 fábricas), em 187 5 tem 11, de um total de 30 pa-

28

Page 43: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

t a b e l a - 1

B R A S I L -- EV O L U Ç Ã O DA I N D C S T R I A DE T E C I D O S DE A L G O D Ã O 1853 - 1948

A N On O m e r o DE C A P I T A L

F U S O S T E A R E S O P E R Í R I O SP R 0 D U Ç Ã 0

F Í B R I C A S ( Contos de rei s ) (1. 000 mts. (c on tos de réis

1853 1 8 4. 499 178 424 1. 2101866 1 9 13.9 77 346 795 3. 586 2 .1161882 1 46 1 0. 00 0 4 2 . 3 8 0 2 3. 600 2 2 . 0 0 01885* 48 5. 005 s 6 6 .4 66 2.111 3.1 72 2 0. 59 51905 110 16 5 .4 4 0 7 3 4 . 9 2 8 2 6 . 4 2 0 3 9 .1 59 2 4 2 . 08 71909 1 161 2 3 4 . 4 7 8 4 5 . 9 4 2 1 35 .0 2 61910 1 137 2 5 0 . 0 0 0 1 . 0 0 0 . 0 0 0 3 5. 0 00 5 5 .0001915 240 321. 110 1 . 5 1 2 . 6 2 6 5 1 .13 4 82. 257 4 7 0 . 7 8 3 261. 1831921 242 3 3 7 . 7 0 0 1 . 5 2 1 . 3 0 0 5 9 .2 0 8 1 0 8 . 9 6 0 552 . 44 6 4 4 2 . 0 0 01924 244 38 5. 6 85 2 . 5 0 2 . 2 8 8 6 5. 65 1 1 1 0 .1 19 5 7 9 .7 79 775. 7911925 257 4 6 8 . 4 7 3 2 . 3 4 5 . 8 0 9 70. 56 1 11 4. 5 61 535 . 90 9 9 7 4 . 3 3 01926 329 5 87 .5 9 7 2 . 5 2 8 . 6 1 1 75. 63 1 1 7 4 . 61 9 5 3 9 .0 25 9 8 1 . 0 8 21927 354 6 4 1 . 4 9 3 2 . 5 8 4 . 0 5 0 7 8 .3 83 1 2 8 . 6 1 3 5 9 4 . 3 1 3 9 7 4 . 5 5 51928 347 6 6 9 . 9 1 2 2 . 6 2 0 . 4 7 1 7 8 .9 1 0 123 . 52 1 5 81. 95 1 9 2 9 . 3 0 81929 359 6 5 6 . 3 5 3 2 . 6 5 1 . 1 0 8 80. 33 6 1 2 3 . 4 70 4 7 7 . 99 5 6 8 4 . 9 621932 355 6 6 9 . 7 9 4 2 . 6 9 5 . 6 3 9 8 3.3 12 1 1 5 . 5 5 0 6 3 0 . 7 3 8 9 1 1 . 92 61934 352 71 5. 8 141935 352 2 . 5 3 1 . 7 6 2 8 1. 1 6 4 752. 89 11938 338 2 . 7 6 5 . 0 0 0 8 0. 9 0 3 1 3 0 . 00 0 9 0 9 . 9 7 21946* 420 2 . 4 7 8 . 3 5 2 3 . 0 7 6 . 3 3 6 9 2. 4 6 9 2 3 4 . 8 6 4 1 . 1 4 2 . 1 5 1 5. 9 5 9 . 54 91948* 409 4 . 6 2 6 . 2 6 9 3 . 0 9 2 . 0 5 4 9 8 . 4 2 6 2 2 4 . 2 52 1 . 1 1 9 . 7 3 9 7. 0 1 9 . 75 1

C O N V E N Ç Õ E S : 1 E s t a t í s t i c a i n c o m p l e t a2 E s t i n a ç a o de fu so s em 8 f á b r i c a s (1884)3 I n clu i c a p i t a l e fu sos (20 f á b r i c a s ) , t e ar es (30 f á b r i c a s ) , t r a b a l h a d o r e s (23 f á b r i ­

cas), p r o d u ç ã o (12 f á b r i c a s )4 R e p r e s e n t a o n ú m e r o tota l de f á b r i c a s e x i s t e n t e s , nao a q u el a s que f o r n e c e r a m dados

e s t a t í s t i c o s . 0 n úm e r o de f á b r i c a s f o r n e c e d o r a s de m a t e r i a l e s t a t í s t i c o p a r a cada cjg t e g o r i a foi: (1946) 420 p a r a a c a t e g o r i a de f á b r i c a s , 386 p a r a c a p it a l, 420 p a r a fu­sos, 420 p a r a t e a r e s , 366 p a r a t r a b a l h a d o r e s ; (1948) 409 p a r a a c a t e g o r i a de f á b r i ­cas, 379 p ar a c a p i t a l , 381 p a r a f us os , 342 p ar a t e a re s , 379 p a r a t r a b a l h a d o r e s e 342 p a r a p r o d u ç ã o «u c e t r o s .

C i t a d o em: S t a n l e y J. S tein. T he B r a z i l i a n C o t t o n M a n u f a c t u r e ; t e x t i l e e n t e r p r i s e in an u n d e r d e -

v e l o p e d a r e a 1 8 5 0 / 1 9 5 0 . C a m b r i d g e , H a r v a r d U n i v e r a i t y P r e s s , 1957 , p . 191.

N e l s o n de V i n c e n z i . 0 a l g o d a o na e c o n o m i a b r a s i l e i r a . Rio, C o o r d e n a ç a o da M o b i l i z a ç ã o E c o n ô m i c a , 1944, p . 80 (Para os anos de 1 934 , 35 e 38).

Page 44: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ra o D ais e era 18B5 apresenta-se com 12.4 5

As Fílas dos Presidentes da Província e os Ofícios

manuscritos dos proprietários rias fábricas de tccidos dão con

ta do«? principais problemas enfrentados por este setor indup-

trial no século XIX: concorrência externa e entre Pr o v í n c i a s ,

instabilidade das medidas protecionistas , altos i m postos, cuj;

tos elevados da raatéria priraa, dependência externa era relação

a maauinãrio, combustíveis, materiais para fabricação (produ­

tos quiraícos).

10 - As Crises

Sendo o Brasil um país cuja economia 5 depen­

dia do mercado externo de produtos primários, os abalos so­

fridos pela economia internacional infalivelmente repercutiam

anuí, com o agravante da dependência era relação a um único

produto — o café.

Assim as crises mundiais refletiam-se aqui de

maneira, mais desastrosa pois tratava-se de uma economia frá­

gil, cuja estrutura não estava apta a suportã-las e nem . se­

quer prevê-las, originadas que erara nos grandes centros euro­

peus. A crise nundial de 1857 provoca no país um prejuízo do

15.000 contos, 49 falências neste ano e 90 no seguinte. A

crise de 18F4 provoca 95 falências só no Pio, e as perdas as­

cendem a 70.000 contos. Agravando a situação, o balanço de p_a

gamentos era desfavorável, com as despesas suplantando as re­

ceitas, despesas oriundas em grande parte dos empréstimos ex­

ternos- também era pequeno o superavit da balança comercial,

89.90 8 contos em 4 8 anos de monarquia.46

30

Page 45: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A U f L A - 2

S JA S IL - C O N S U M O A P A R E N T E D E T E C I D O S D E A l C O D Ã O 1 8 5 3 - 1 9 6 0

(■ •tro*)

A N O SA

PRODUÇÃO NACIONALB

I M P O R T A Ç Õ E SC

e x p o r t a ç õ e s

o x a * n - c

CONSUMO APARENTH

1853 1 .2 10 .0001866 3.5 86 .0001882 22 .0 00 .0 001 R 85 20 .5 95 .0 001901 - 48 .7 62.3071902 - 91 .349.015 21 .7001903 - 102.346.630 22.8921904 - 95.7 27 .5 84 99.2081905 242 .0 87 .0 00 95 .4 31 .5 00 2 7 .0R8 3 3 7 .* 91 . *6 21906 - 87.869.661 75.7541907 - 97 .2 35 .4 53 48. »921908 - 61.8 78 .5 76 5. 5621909 - 59 .366.523 -

1910 - 92 .8 19 .4 30 -

1911 378 .6 19 .0 00 107 .481.380 5.762 * 8 6 .094 .6181912 399 .7 10 .0 00 88 .444.984 - -1913 384.989 .0 00 75.739 .9 07 985 390 .727.9221914 314 .3 45 .0 00 28 .425.400 1.431 285.919 .6 001915 470 .7 83 .0 00 22 .585 .8 00 - -1916 474 .3 02 .0 00 38 .194.615 15.846 512.480 .7691917 548 .1 20 .0 00 31 .996.684 45.031 580.071 .6531918 494 .4 22 .0 00 36. 152 .023 148.846 530.4 25.1771919 584.402 .000 28 .6 42 .1 00 869.500 6 12 .1 7* .6001920 587 .1 82 .0 00 37 .441.446 849.615 623.773 .8 311921 522 .446.000 15 .5 09 .6 30 4.28 0 .208 533 .675.4221922 626 .7 60 .0 00 24.221 .3 92 5. 99 5 . 1 1 5 6 * * .9 8 6 .2 7 71923 939 .7 94 .0 00 30.097 .3 00 6 .0 4 * .3 9 2 963 .8 *6 .9081924 579.779 .0 00 44.915 .8 69 440.323 6 2 * . 2 5 * .5 * 61925 535.909 .0 00 56.371 .8 46 179.55* 592.101 .2921926 539 .0 25 .0 00 56.298 .5 38 115.354 595 .212.1821927 594 .3 13 .0 00 55 .733.261 61.415 65 9 .9 B 4 . 8*61928 581 .9 51 .0 00 63 .927 .8 07 205.800 6 *5 .673 .0071929 4 77 .9 95 .0 00 38 .002.123 153.538 515 .6 *3 .5851930 4 7 6 .0 8 8 .O00 10 .2 94.646 86.723 *8 6 .2 95 .9 2 31931 633 .8 93 .0 00 3 .438 .800 2 .1 19 .85* 6 6 5 .2 1 1 .9 * 61932 630 .7 38 .0 00 3.002.154 *81.238 6 3 3 .* 13 .9 1 61933 638 .8 03 .0 00 6 .102 .738 667.7*6 644 .2 37 .9 921934 71 5 .8 14 .0 00 3 .744 .846 3.272.992 7 16 .2 65 .8 5*1935 752 .6 91 .0 00 2 .6 32 .208 1.7 00 . 185 753 .6 23 .0 231936 914 .5 29 .0 00 2 .992 .031 2 .* 5 1 .9 5 * 915 .0 69 .0 771937 963 .7 66 .0 00 3.4 27 .885 5 .282 .206 961 .9 11 .6 771938 909 .9 72 .0 00 3.7 03 .385 1.901 .838 911 .7 7 3 .5 * 71939 893 .9 04 .0 00 4 . 194. 323 1 5 .2 * * .1 07 8 8 2 .85* .2161940 840 .1 68 .0 00 11 .261.184 30 .4 *9 .007 820 .9 60 .1 771941 989 .6 69 .0 00 5 .841 .984 71 .061.015 9 2 * . * * 9 . 9 6 91942 1 .0 6 8 .61 2 .0 0 0 1.096.761 193 .6 05 .2 *0 B 7 6 . 103.5211943 1 .4 14 .33 6 .0 0 0 5 .301.361 206 .7 12 .8 *0 1 .2 0 2 .91 * .5 2 11944 l .3 8 2 .7 00 .0 0 0 1 .5 50.254 15* .383 .130 1 .2 29 . 667. 12*1945 1 .0 85 .42 9 .0 0 0 1.225.731 185.152.360 901 .5 02 .3 711946 1 .1 4 2 .15 1 .0 0 0 1.8 51 .969 108 .4 83 .3 4* 1 .0 3 5 .51 9 .6 2 51947 1 .0 6 3 .42 6 .0 0 0 3 .810 .454 128.293.960 9 3 8 .9 * 2 . 4 9 *1948 1. 1 19. 738.000 3.1 83 .917 *3 .283 .569 1 . 0 7 9 . 6 3 2 . 3 * 81949 1 .9 29.069 30.850.515 -1950 589.108 10.471.992 1 .6 9 5 .76 9 .0 0 01951 560.246 - 1 .6 9 0 .23 0 .0 0 01952 1 . 7 17 .6 92 .3 001953 1 .7 9 5 .46 1 .5 0 01954 1 .9 3 5 .38 4 .5 0 01955 2 .0 7 2 .84 6 .1 0 01956 2. 1 *4. 307 . 5001957 2 .1 7 9 .23 0 .2 0 01958 2 .2 6 1 .7 6 9 .2 0 01959 2 . 3 * 1 . * 6 1 . 5 0 0I960 2 . * 1 * . 6 1 5 . 3 0 0

NOTA: P a r a t n n i f o r a i r v a l o r a a e x p r e i t o s o r i R i n a l n e n t e « r k i l o * p a ra r e t r o a a d o t o u - « . o c r i t e r i o da CEPAL de 130 ( ¡ ran a« por n e t r o l i n e a r , c o n fo r n » c i t a exp oa to ex SUDEME. Peeq u i e a e eofire a indue tria textil do norüeete. R e e i f e , 1971, p . * 9 .

FONTES: STF . IN , S t a n l e y J . 7*i o Bratilian Cott o n Manufacture: T e xtil» Fr.terpris e t'n an U n d e r d e v e l o p e d Area lfSU -I P.W. C a i i b r i d * » , Ha «» . H a r v a r d U n i v e r a i t y P r e « « , 19 57 , p. 192-9*.CEPAL . 7*1« T e x tile Induetry in Latin A r eriea 1Î - Pra*il. Neu Y o r k , U n i t e d N a t i o n » , 1963 , p . 17.

Page 46: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

A B/'HI/' f!A 2a.f’ETADE DO SECULO XIX

O eres cimento da economia brasileira na 2a. netade

do século XIX deve-se fundamentalmente ao aumento nao so da

ouantidade mas dos preços dos produtos exportados. De acordo

com Pelso Furtado, em relação à década de 40 o aumento das

exportações na década de 90 atingiu 214 por cento. 0 aumento

dos preços médios dos produtos exportados atingiu 46%, que a-

dicionados aos 8% de redução nos preços das importações per­

faz um total de 5 8% na relação de preços de intercâmbio. En­

tretanto essa recuperação não so distribuía proporcionalmehte

a todos os produtos. Ela diz respeito basicamente ao café e à

b orracha.47

A decadência da lavoura açucareira em todo o Nor­

deste foi particularmente desastrosa na Bahia. . E n t r e t a n t o ,

dois produtos compensaram, em certa medida, a decadência dos

produtos agrícolas tradicionais. 0 cacau passou a figurar na

pauta de exportação na 2a. metade do século, representándonos

anos P O , 1,5% do valor da exportação do país. 0 fumo recupe­

rou-se nessa mesma época, encontrando aceitação no mercado eu

ropeu. Entre os anos 4 C c os 90 a quantidade exportada aumen­

ta 361% e os preços médios, 41%. Considerados em conjunto, o

valor médio da exportação de cacau e fumo aumenta dc 151 mil

para 1.057.000 libras entre os anos 40 e 90. A ascensão des­

ses 2 produtos apenas servia para equilibrar a queda de ou­

tros, principalmente a cana de açúcar que praticamente desa­

32

Page 47: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

parece como produto d e exportação. Consequência dessa situa­

ção, e que a população do Estado, não obstante a imigração pa

ra ? zona do cacau, cresce apenas à razão de 1,5% entre 1872

e 1900.4R

Celso Furtado apresenta o seguinte quadro dc evo­

lução da renda per capita das diVersas regiões do país na 2?

metade do século XIX:

Q U A D R O - 2

R E G I Ã O7. DA P O P U L A Ç Ã O DO PAÍS

TAXA DE CRES CIMEN TO DA POP UL AÇ Ã O

TA X A DE CRES CI M E N T O DA P O P U LA Ç Ã O

N O R D E S T E ....... 35 1,2 0,6P A P I A ........... 13 1,5 0,0S U L .............. 9 3,0 1,0C E N T R O ......... AO 2,2 2,3

A M A Z O N I A ....... 3 2,6 6,2T 0 T A L ..... 100 2,0 1,5

FONTE: FUR TA DO, Form ação Econôm ica do B r a e i l . S. Paulo, N a ­cional, 1972, 11a. cd., p . 149.

A segunda metade do século XIX foi a época em que

as diferenças regionais se acentuaram, uma vez que, de acordo

com o autor acima, citado, não havia no decênio 1841-50 gran­

des discrepancias entre os níveis de renda per capita das di­

versas regiões do país.

A integração através de estradas dc ferro entre Mi

nas, Rio e S. Paulo criou as condições prévias necessárias à

articulação de um grande mercado na região. A crescente popu­

lação, atraída pelas oportunidades oferecidas pela expansão da

lavoura do café, constituiu-se no mercado consumidor para as

fábricas que cresciam naqueles Estados.

Na Bahia, a situação é a de uma economia estagna­

da. fi cultura do cacau repete o desempenho dos diversos tipos

de economias monoculturas das diversas regiões do país. As

33

Page 48: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

forças produtivas da região dedicam-se exclusivamente àquel-

cultura, não há divEráificacão de atividades produtivas, o pro

cesso de urbanização é entravado, não havia um mercado local.

Tratando-se de um país com economia nonocultora, as m e t r ó p o ­

les nacionais agem como poios de atração dos capitais criados

nas diversas regiões. As metrópoles n a c i o n a i s , Rio e S.Paulo,

agen também coro intermediários entre as diversas regiões do

conjunto do país e as metrópoles internacionais, para onde

são enviados parte dos lucros realizados por uma economia m o ­

nocultura. Explica-se, assim, a descapitalização de uma re­

gião como o sul da Bahia: depois de um século de exportação

de cacau a região apresenta todas as características de sub­

desenvolvimento, típicas daquele tipo de economia. Os lucros

proporcionados pelo cacau, depois de cem a n o s ,não foram cana­

lizados para o desenvolvimento do Estado ou da região. Mesmo

após o advento da SUDENE, nos nossos dias, esses lucros con­

tinuaram evadindo-se para o sul do país; em décadas não m ui­

to distantes aplicaram-se frequentemente em imóveis do Rio de

Janeiro.

Neste quadro, o crescimento industrial da Bahia

foi sempre perdendo impulso. Viu-se nue em 187 5 quase metade

das fábricas existentes no país estavam localizadas na Bahia,

enquanto em 189 0 a proporção se reduz à nona parte.

li)

Page 49: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

CRESriMFf'TO INDUSTRIAL DO BRASIL r.'OS

PRI'-EIROS Afjns DA r epOpl ic a

Na apreciação da política económica dos prineiros

aros da Pepública há algumas opiniões conflitantes. Para He¿

tor Ferreira Lima, Rui Barbosa, Ministro da Fazenda, era de­

claradamente . industrialista4® . ¿o contrario, N.V.Luz afirma

aue Rui Barbosa, liberal por formação e convicção, não era

nem industrialista nem protecionista. Guindado ao poder, con­

tudo, reconhecia a necessidade de atender às '-reivindicações

dos setores industrializantes, afim de obter apoio necessário

à consolidação do regime. Sua reforma alfandegária, entretan­

to, foi essencialmente fiscal, retornando portanto à políti­

ca fiscal do Império, cujos últimos gabinetes, aliás, davam

mostras de querer adotar um regime de mais efetiva defesa da

produção n a cional^0 . Citando Humberto Bastos, Heitor F. Lima,

alinha as consequências benéficas da reforma alfandegaria de

Rui para a economia brasileira:

1) deu entrada livre aos produtos químicos desti­

nados a adubos ou corretivos da indústria agrícola, aos ani­

mais de raça importados para as fazendas de cri a ç ã o ;

2) baixou a taxa referente ao gado lanígero;

3) isentou de direitos os alambiques de tipo gran

de destinados às fábricas de açúcar e alcool;

4) isentou de direitos ou reajustou as taxas para

máouinas, ferramentas e outros instrumentos do trabalho;

5) foram reduzidos os direitos para chumbo, esta-

Page 50: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

rho, z m c o em bruto, c è r e fundido, em barra ou folha, dc fcr

ro em barra, em chapa, verguinha, vergalhão:

6) baixou ainda as taxas para enxofre e fósforo,cr

mo matérias-primas. "ao mesmo tempo foram majoradas as taxas

daqueles produtos manufaturados, já fabricados no país"**.

No governo Floriano Peixoto a preocupação com a

restauração das finanças faz elevar no orçamento de 1892 para

50% os adicionais sobre os dirritos de importação. 0 governo

Floriano foi, no entanto, francamente industrialista.

0 governo seguinte, de Prudente de Moraes (1894)

embora representando os interesses da lavoura, decreta uma re

forma tarifária em 1896 ainda de caráter protecionista.52

A indústria crescia e tornava-se mais difícil vol­

tar a t r á s .

Agravando-se a crise financeira, os livre-cambis­

tas aproveitam a oportunidade e a comissão presidida por Lco

poldo dc Bulhões diminui as taxas em 25% c em alguns casos a-

tõ 75 £ 80%. Contudo a receita aduaneira, cuja queda,cm 1877,

fora o pretexto dos livre-cambistas, continua caindo.

A crise força o governo a assinar um acordo com rr.

credores estrangeiros, a Funding-Lonn, cm Junho de 1898.

0 governo Campos Sales, para cumprir o acordo, exe

cuta vima política dcflacionista que provoca falências em mas­

sa, incluindo dezessete bancos.

A tarifa aduaneira sofreu elevação através do res­

tabelecimento de uma quota-ouro er 5% e sua majoração em 10%:

a tarifa Martinho, em 1900, aumenta a quota-ouro para 25% ele

vando, assim, os direitos alfandegários» embora com objetivos

fiscais, a medida redunda mais uma vez em proteção a indus­

tria.

Apesar da mudança de regime, a política economica,

aDÓs um breve espaço de tempo que vai até 1894, permanece a

mesma. A industrialização se impõe como necessidade impossí­

vel de evitar, ora com m a i s , ora com menos proteção do poder

público. Nunca houve, porém, um período duradouro em que seus

interesses se impussessem gerando um política coerente a lon­

go prazo.36

Page 51: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

No final do Império, a economia brasileira ainda

dependi?, inteiramente da exportação de uns poucos prodütos

?p.rícolrs ,_ oxporjtações que p c r a v a r o a recursos., cr >noedn es-

tr^npeira iadispens a vaisv.pp.ra o consur.o-, forrrcçío dencapit»!

$f pa£ajf»fe*tò* d«* "dívida externa.

Havia per essa época uma crise financeira que se

expressa na escassez do meio circulante. A abolição da es­

cravatura teria agravado •-.sta escassez, uma vez que o regime

de folhas de pagamento exigia uma expansão da quantidade dc

roerias em circulação.

Já em fins dc 1888, uma lei bancária concedida ans

bancos a faculdade de emitir. Apesar das precauções, esta

meriiria, auando executada, já no período republicano, viria a

provocar o grande surto inflacionário dos anos seguintes.

0 primeiro governo republicano iniciou-se cor. es­

tes problemas herdados do Império, acrescentando-se-lhe a

seca do injficio dos anos noventa. As medidas de política eco

nêrica adotadas inicialmente incluíram a expansão do crédito

à agricultura, a criação de bancos dc emissão e a arrecada­

ção em ouro dos direitos aduaneiros.

Dentre estas medidas , a que obteria maior reper­

cussão viria a ser a execução da lei bancária de 18 88. De

acordo cor. Villela e Suzigan, c~>m a apressada execução dessa

lei, o Governo provocou um aumento no papel-moeda emitido

acima d?s necessidades, numa época (1889-1894) em que a pro­

dução estava prejudicada, resultando, assim, em aumento dos ~ 5 3

preços e especulaçao.

0 surto inflacionário rios primeiro anos da Repú­

blica passou à história com o nome de Encilhamento. As emis­

sões que tinham, a princípio, o objetivo de ativação dos ne­

gócios , cedo deram lugar a atividade puramente especulati -

vas. Surgem grande número do bancos, firmas comerciais, com­

panhias industriais, estradas de ferro e tipos de negocios os

mais diversos. Durante o auge do período Jdo ~ Encilhamento

(1889-1891) "incorporar-se-ão no Rio de Janeiro sociedades

com capital global de 3.000.000 de contos; ao iniciar-se a

especulação, isto é, em novembro de 1889, o capital de todas

Page 52: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

as socridades existentes no país apenas ultrapassava 800.000

contos. Ouintuplicara-se quase este capital em pouco mais do

2 anos".54

Em fins de 1891 esta situação chega a seu termr

quando a crise estoura. Os títulos lançados no mercado per­

dem seu valor: as falências se sucedem. A massa de papel in-

ccnvcrsível aumentara de 206.000 contos em 1889 para 561,000

contos em 1892. A inflação continuará fazendo subir a circula

ção para 780,000 contos em 1898.55

Page 53: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

t BAHIA riA REP(JBLICP

N^s primeiros anos dn República a Bahia também co­

nheceu, embora em menor escala, o m^vimcntr- da especulação c

criação de inúmeras companhias, bancos e fábricas: foram 32

nr periodo 1890-91. Embora lamentando o cncilhamcnto Calmon

reconhece que "muitas destas sociedades anônimas geradas com

o plano preco: cebido de crear títulos para jogatinas da bol­

sa, é certo que um bom número...era constituído cnn ihtuitos

de realidade efetiva sendo verdadeiros padrões de iniciativa

feliz e oportuna".

Outro autor, Rômulo Almeida, afirma que, “Entre

1890 a 1891, a expansão monetária foi a excessos desastrosos,

mas atendia inicialmente a neeossidados do país que, por ur

lado saía d > trabalho os cravo para o regime de "folhas de p a ­

gamento" o que requeria mais numerário cm circulação, e por

outro, precisava abrir n^vos meios de vida para substituir a

crise das lavouras e das exportações. Rui Barbosa teve o r.éri

to de bem compreendê-lo, superando os preconceitos de raiz co

lonial: sua política monetária e aduaneira partia dessa cons­

ciência. Pena é que na sua curta c agitada gestão, não tives­

se levado a cabo sua experiência, e que a inflação tivesse sjL

do deixada a excessos que ele procurava prevenir".5^

Em 1892 o fumo tornara-se o principal produto de

exportação da Bahia, seguido, em ordem decrescente de impor­

tância, dos seguintes produtos: café, açúcar, piaçava, cacau,

couros, m a d e i r a s , diamantes, coquilhos, carbonatos, cocos.Mes

Page 54: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ta me ,na data existiam 64 casas importadoras , sendo 25 de te­

c i d o s ; 11 casas exportadoras, das quais 4 alemãs, 3 inglesan,

3 americanas e 1 nacional; 30 casas oropriamente de comissõcr

e que comerciavam por conta própria c de terceiros; 964 casaE

de comércio a retalho, sendo 500 de m o l h a d o s , 92 de fazendas

grossas. A indústria tinha 123 fábricas em atividade, 12 das

quais de tecidos; os outros produtos eram: calçados, rape,

biscoitos, gelo, óleo, móveis, alambiques, cigarros, charu­

tos, fundições de ferro, bronze, etc; pregos, velas,refino do

açúcar, s a b ã o e sabonetes, chocolate, cerveja, luvas, fósfo­

ros, pão e massas alimentícias (padarias), serrarias, ferro

esmaltado, camisaria e meias e 9 engenhos centrais de açúcar.

Em 1899 existiam ainda 23 grandes usinas <*e açúcar.^8

As cifras referentes ao crescimento industrial n<~

princípio da década d e 90 e a sobrevivência de inúnoras em­

presas fundadas nesta época como a Sociedade Anônima Maga­

lhães, a Progresso Industrial (tecidos), a Companhia União Fr

bril (fusão de 6 fábricas de tecidos), a Companhia Fabril dos

Fiais e a Empório Industrial do Norte, parecer, comprovar o

acerto f’a política industrialista dos primeiros anos da Re­

pública.

Nos anos seguintes cresceram muitos empreendimen -

tos fundados nesta época, especialmente no ramo têxtil. Os fa

tores que travaram, no século XIX e na primeira metade do sé­

culo XX, o desenvolvimento industrial baiano estão localiza­

dos , talvez, ma_is no insuficiente desenvolvimento agrícola e

numa certa persistência de um capitalismo fundado na especu­

lação comercial do que en possíveis "excessos" de políticasdn

i n d u s t r i a l i z a n t e s q u e , aliás, tiveram sempre curta duracãc.

A deterioração dos termos de intercâmbio dos produtos prima­

rios de exportação agiu, por sua vez, como fator de descapi­

talização, ao mesmo tempo em que a política governamental <•

as próprias características do sistema privilegiavam a regiar

cafeicultura como centro do desenvolvimento industrial nc

p a í s .

nr

Page 55: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

discussro soppf r irnúsTRi:T?XT!L NP BHASIL

O crnscimento da indústria têxtil do algodão foi

bastante significativo en fins do século XIX e coneço do sé­

culo XX.

Baer c Villela enfatizaram em artigo recente, o

grande nrogresso do processo da crcscinonto industrial no

Brasil desta época, c^r destaque p.^ra a indústria têxtil. 0

artigo cm questão pretende discutir a toso muito conhecida,ins

pirada pela CEPAL. de que o desenvolvimento brasileiro sc pro

cessou basicamente nas épocas do criso mundial, especialmente- 59nas■ duas grandes guerras e na depressão dos anos 30.

Argumenta-sc en primeiro lugar con o crescimento

do número de fábricas de tecidos o sua produção. Utilizando­

-o de um q u a d r o retirado da obra de Stanley J. Stein (The B ra r . i l i a v C o tto r. M a n u fa c tu r e ... p.l91J, observa-se que a produção de tccidos de algodão entre 1SS5 c 1905 aumentou 10 vezes c

quase dobrou nos anos seguintes^®. Mos primeiros anos da se­

gunda década do século XX, a produção de tecidos alcança 85%

do consumo aparente do país , c no fim dos anos 20 esta cifra

alcança 9 0%.fil

0 censo de 1920 refere um total do 13.3 36 estabe­

lecimentos industriais cm 1919, dos quais 55,4% fundados an­

tes do 1 9 1 4 r’2 . Embora seja um número bastante expressivo, não

se pode esauoccr que o período da primeira grande guerra c

responsável pelos restantes 44,6% dos estabelecimentos funda-

.dos ate 1919. Se alguns autoros exageram o papel das grandes

Page 56: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

crises do século XX no desenvolvimento industrial do B r a s i l ,

esquecendo as realizações do fim do sec. XIX o começo do sé­

culo XX, o destaque desta época deveria servir não tanto par.-1

obscurecer o crescimento das épocas de crises mas para am-

pliar a compreensão dos fatores que realmente influenciaram c

crescimento industrial do Brasil. Baer e Villela afirmam que"

o desenvolvimento industrial ocorreu em complementaridade com

condições favoráveis de comércio exterior e não como uma "al­

ternativa" para o crescimento baseado nas exportações 63". /v

tratar do papel das crises mundiais e do crescimento indus­

trial no Brasil não se menciona, contudo, as crises mundiais

de 82,90-92, e 1907, as quais, embora de proporção menores que

as grandes crises do século XX, não podem ter deixado de in­

fluenciar a economia brasileira e a sua indústria; sobre es­

tas influências não encontramos referências nos autores cita­

dos .

Este crescimento industrial não foi um fenômeno i-

solado, pois o conjunto da economia brasileira atravessou, e£

pecialmente ^o começo do século, uma etapa de prosperidade

motivada, mais uma vez, pela boa posição do café no mercado

internacional. Embora este fato tivesse alguns aspectos nogr-

tivos , na medida em que reforçava os setores anti-industrial!

zantes , apressou a formação do capital para investimento, a-

traiu imigrantes, forçou a construção de estradas, acelerou '

processo de urbanização e surgimento de novos campos de ati-

vi d a d e .

Os estudos sobre a industrialização brasileira sen

pre destacaram as crises mundiais ocorridas no seculo XX como

momentos decisivamente favoráveis à expansão da industrial na

cional.

Autores os mais diversos como Roberto Simonsen,Nor

mano, Caio Prado Junior, Nicia Vilèla Luz, Heitor Ferreira Li

ma, Celso Furtado, Andre Gunder Frank, em ocasiões â i v e r a a s ,

ao longo dos últimas quarenta anos, contribuíram para o esbo­

ço de uma teoria da industrialização brasileira, que ¿nfatiza

as grandes crises do seculo XX como ocasiões especialmente f^

vorãveis ao avanço da industrailização no Brasil.

Page 57: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Nos ultimos an^s est?, posição tem sido contestada

por autores cono Warren Dean, Verner Baer, Mircea Bueseu, An-

nibal Villela e Wilson Suzigan, para os quais o d e senvolvi­

mento industrial do Brasil, longe de ser beneficiado pelas

crises internacionais, foi prejudicado pela conseqüente inter

rupção do comércio internacional, decrescendo as importações,

de bens de capital necessários à expansão do incipiente par­

ei ue industrial brasileiro.

Os autores do primeiro grupo, designados como " tra

d i c i o n a i s " , procuram comprovar suas teses através dos dados

disponíveis, referentes ao crescimento da produção industrial

brasileira nosperíodosde crise, ou naqueles períodos em que

medidas oficiais reduziam as importações. Argumentam tambér

com o número de empresas surgidas naqueles períodos.

Os autores do segundo grupo, designados em geral

como "revisionistas" destacam sobretudo o aumento da capaci­

dade instalada, avaliada através das importações de bens de

capital. Baseiam-se cm pesauisas realizadas por Stanley J.

Stein, Varrer Dean além do p r ó p r i o A. Vil l c l a ; este juntamen­

te com a equipo da Fundação Getúlio Vargas.

Os termos "tradicionais" e "revisionistas" foram

utilizados por Versianie Versiani e englobam, dentro de cada

grupo, autores de tendências tão diversas como Simonsen e

Caio Prado Junior, q u e , entretanto, tem em comum o fato de

destacarem as crises mundiais como momentos favoraveis ao

processo de crescimento industrial no Brasil, ao contrario

r’os autores "revisionistas" oue consideram aquelas crises fa­

tores negativos para o desenvolvimento industrial do país.

Outros autores devem ser mencionados : Albert Fis-

h low cujo artigo "Origens e conscauências da substituição dc

importações no Brasil" inicia a crítica das posições do grupo

revisionista e Versiani e Versiani, cujo trabalho A inâuntria

li zação brasileira antes de 1930 — lima contribuição e de cnor

me importância para a crmpreensã.o do processo de cresciment

industrial no Brasil em fins do s é c u l o XIX e nas primeiras dé

cadas do século XX.

Dentre os autores c i t a d o s , apenas Stanley J . Stein

Page 58: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

e Versiani e Versiani escreveram trabalhos especificamente

bre a indústria têxtil. Como, porém, esta indústria era das

mais importantes até a década de 40, grande parte dos dados

mencionados nas obras sobre desenvolvimento industrial no Bra

sil reforo-se 5 indústria de tecidos.

0 aprofundamento da discussão sobre a influêncir

das crises mundiais do século XX no processo da industriali­

zação do Brasil lovou ao estudo das origens da indústria bra­

sileira no século XIX.

Fm geral, o p e r í o d o que se estende de fins d a deca

dada dos 8C ato 1913, c visto por todos os autores como do

surgimento o avanço da atividade industrial no país. A dife­

rença entre os autores "tradicionais" e os "revisionistas",ao

considerarem esta fase, é a m aior importância que lhe é atri­

buída pelos últimos à luz de estatísticas mais completas so­

bre a produção industrial e e x p a n s ã o d.a capacidade produtiva

nestes a n o s .

De fato, cop.o j?. se observou, a produção de teci­

d o s f’e algodão entre 1385 e 1905 multiplicou-se por dez e nor

dez anos seguintes, quase dobrou.*4

Os anos que v ão d.c 189? a 19 30 correspondem à ida­

de de ouro da indústria têxtil brasileira, especialmente cipó?

a tarifa de 1900. As tarifas em ascensão desde a década dc

1880/90 passaram a ser parcialmente pagas em ouro a partir dc

1890, e em 1900, a quota paga em ouro ê aumentada para ?25%,

s u b i n d o , para 50% em 1905. Essas tarifas protetoras propicia-

riarum mercado cativo que contribuía com grandes lucros para

cs industriais d c tecidos.*

A importância atribuída por Stein às tarifas como

elemento propiciador da industrialização nesta fase tem a con

cordância de autores " tradicionais" como Nicia Vilela Luz, Ca

io Prado Junior, Robe r t o Simonsen e Heitor Ferreira Lima, en­

tre o u t r o s .

Os "revisionistas" da história econômica do Brasil

atribuem ao desempenho do setor <*e exportação o impulso da in

dústri? brasileira antes de 1914. Atribuem as crises mundiais

um papel negativo quanto ao desenvolvimento industrial brasi-

Page 59: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

loiro. Autoros como A. Villela c W, Suzigan são taxativos ar

afirmarem que "Não houve um processo continuo dc industriel!

zação em larga escala no Brasil antes dc 1945. 0 que houve f£

ram surtos industriais. 0 investimento industrial cra quase

totalmente dependente das importações de bens de capital r.

matérias-primes básicas. Esses surtas, portanto, estavam es­

tritamente ligados an comportamento dc comércio exterior. Por

isso, foram sempre interrompidos pelas próprias crises perió­

dicas do c m e r c i o exterior, causadas pelas oscilações do pre­

ço do café, pelas duas Guerras Mundiais, pela Grande Depres­

são e pelas mudanças na orientação da política econômica, e

particularmente, da política cambial...

•í . . Os principais surtos da industrialização ante­

riores a 1945 no Brasil, no entanto, parecem ter ocorrido nos

perín^os 1903/1913, 1920/1929 e 1933/1939...

... Esse surto (1903/1913)... _fni interrompido pe­

la T Guorra Mundial

Outro autor, Mircea Bucscu, concorda com Villela e

Suziftar., cuan+o aos surtos industriais, negando a importância

dos "choaues externos" para o desenvolvimento industrial do

Brasil.

Por sua vez, F i s h l o w , reconhecendo o avanço indus­

triel en fins dc sceulo XIX e i n í c i o do século XX,atribui seu

innulso inicial ã política econônica dos anos iniciais da Re­

pública, conhecida cono Encilhanento o aos níveis da taxa dc

câmbio. ?queles que consideram aquela política falsa e engano

sa, Fishlow responde mostrando as consequências a longo prazo

deste estímulo ocasional pare o crescimento industrial pois.,

das 198 fábricas en o p e r a ç ã o n° ano de 1912, 33 foran funda­

das no período 1890/1894, e, muitas das “3 registradas c o m o

pertencentes ao p e r í o d o 1885/1889 foram f u ndadas , sem duvida

alguma, em 1889. Estas 33 firmas excedem, cm número, ãs que

sobreviveram na década posterior.

Para Fishlow, é na época do Enci l h a m e n t o , con sua

política anpliação do crédito coincidindo con cambio bai­

xo, aue se situa a origen do processo de substituição de im­

portações .

Page 60: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

No seu estudo sobre a indústria têxtil»Versiani o

Versiani argumentar, que a valorização das fases en oue predo­

minam a expansão da produção, pelos autores "tradicionais",er

oposição às fases em que predominar o aurento da capacidade

produtiva valorizada pelos "revisionistas" cor.duz a uma visão

limitada do processo: "a evolução da indústria têxtil parece

caracterizar-se justamente pela sucessão de fases distintas

de expansão d? capacidade produtiva e de aceleração da produ­

ção, etapas, ate certo ponto, complementares do um mesmo mo­

delo de industrialização.6

Discordando de Fishlow, Versiani e Versiani con­

cordam com a corrente tradicional, com Stein e U c m e r Baer,

este em sou livro / InâuRtrialização p o desenvolvimento eco­

nômico vo Pvaoily ouanto à importância das tarifa como estí­

mulo à industrialização. Discordan ainda da importância atri­

buída p or Fisblow ao Encilhamentò como fator favorável ao

crescimento da. capacidade produtiva, argumentam oue a expan­

são do capital das emprosas neste período, citada pelo autor

americano em favor do seu ponto de vista, foz-se na realida­

de à custa de ir corporações de reservas e. conseauerte distri­

buição d^ bonificações, antes que por novas chamadas de capi­

tal, dando coro e x í m i o a e.volucão do capital social de cinco

grandes fabricas de tecidos do Rio de Janeiro entre 1839/

1895.

Os mesmo autores, julgando falsa a colocação do de

bate fiup ora concede raior importância às fases dc aumento da

produrão ora. àquelas de aumento da capacidade produtiva, ob­

servam oue a análise tradicional do processo de industriali­

zação se mostra incompleta na medida em oue, sublinhando

importância das fases do substituição do importações, não le­

va na. devida conta períodos anteriores dc formação de capaci­

dade produtiva. Entretanto deve-se levar em conta, que, "fases

de grande crescimento da produção industrial, a partir de con

dicões favoráveis de mercado para os produtores internos, nao

são fenômenos neutros do processo de industrialização, ainda

oue envolvam apenas maior utilização do capacidade. 0 aunento

relativo da taxa de lucro no setor fará crescer o incentivo

Page 61: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

eo redirecionamento do invostinentos p .rr? a indústria, ou ã

r^inversão aí. Alón disso, os próprios lucros desse expansêo

forneern ur".? fonte potencial dc recursos para tal. £ injusti­

ficável considerar esses fases, a p r i o r i , cono nenos sipni-6 9

ficatives”.

Prossepuen os professores de Universidade dc Bra-

silie e f i m e n d o aue, e indústria têxtil apresenta esta oposi­

ção entre períodos dc aunento da produção c períodos dc eu-

rrnto de capecidade produtiva, coro une característica básica

do seu processo evolutivo: "Dois pontos dever scr d e stacados,

cor referência a essa alternância de períodos. 0 prineiro ó

que es oscilações da taxa de cârbio foran certanentc un dos

prircippís fatores d e t e m i n a n t e s , narcando fases relativanen-

te favoráveis ou desfavoráveis para os produtores nacioneis.O

sepundo e o efeito dessas variações sebrr os irnortadores. f*

claro nue o inpacto dos altos e be.ixos de taxa canbirl sobre

o inportador será oposto eo sentido pelo produtor nacionaloon

aue rir corpete: o cârbio baixo, tor.do efeito protecionista,ó

prejudicai eos nepõeios de inporteçeo. 0 início da produção

interne v r r , assin r.orndo as oscilecõrs do carbio, introduzir

un rlerento de instabilidade cn teis regócios. Os ganhos dos

irportadores passaven a ser passíveis de verieções súbitas,

rr função de un fator inteiranente fora dc sou controlo, sen­

do dc noter einda que o peso dos interesses lipedos a expor­

tação fevorecia unp política do cârbio baixo, funcionando a

desvalorização externa de moeda cono un necanisro de sociali­

zação dos prejuízos decorrentes des baixes do cefe.

Nessa situação de incerteze, ê edeouedo supor que

houvesse, de parte dos inport-^dores, una tendencia a diversi­

ficar a aplicação dc seus capitais, con o fito de dininuir a

possibilidade dc perdas decorrentes de beix^s do cafe c do cqr¡

bio. Una v í p naturelnrnte indicada para isso seria o investi-

nento ne nroduçâo interna: una vez eue p es se.s sen a •• ‘produção

dos ertigos que inportavan, podrrian ganhar cor.o produtores

o aue dej.xa.van de ganhar cono inportadores, nas épocas de en­

cere cirento da importação. 0 inportador estaria, tanben, er

situeceo ventajosa para suporrr a defesegen de condições fa­

li?

Page 62: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

vorãveis aô aumento de produção interna e à importação dr

bens dr capital: os períodos de facilidade à importação s e ­

riam, para ele, fases do r.aiores lucros, o aue facilitaria o

custeio d? inportação do equipamontos con vistas aos tcnpos

dr vacas magras na atividade, imnortpriora".70

Essa explicação da alternância entre fases de orcs_

cinrnto d* nrodução o fpses dr c r c s c i n m t o da capacidade, pro

dutiva é bpst^nto convincente. Fic.-» cl.^ro ouo a dificuldade

de importar nos períodos do crise funcionou cono estímulo,n^o

só *o aumento d.’ rrodução interna no nonento nesno das cri­

ses , ras continuava a rrflotir-so nos período? 'posteriores,

quando a expsnsão da capacidade produtiva refletir-» a confiar.-

ç p infundida nelo crescirento da produção nos momrntos de cri^

Este nodolo de crescirento industrial do setor tâx

til parece ter validade p ara todo o período que vai do nrados

do século XIX até 19 30.

Deve-se talvez acrescentar aun, evidenter.ente, nrr

todos os comerciantes inport^dorns poderiam ter se t r a n s f o r ­

rado rn fabricantes. Segue-se que, enruanto grupo social ho­

mogéneo, os comerciantes permaneceram com. seus interesses pre

prios ooostos tanto aos agricul t o r r s , como aos industriais.

UP

Page 63: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

' i f ’DPsTr'i; t ê x t i l nr r r v i r r»o sFcu m x i"

As primeiras industrias do Brasil, dopendondo ele

fatoros cor.o nao do obra, capitais o infra-estrutura d-

transporte e energia tenderán a so instalar nas cidades. Ao

mesmo tempo, não havendo nn.ioroc razões que determinassem. for

tes concentrações r e g i o n a i s , distribuirán-se anplanente por

todo o país.

TV un nodo goral, oss.-»s industrian situaran-so cr

faixas do morcado não completivas, procurando explorar opor­

tunidades desinteressantes para o competidor estrangsiro.7 *

Contudo, seu eanpo de atuação sofria nodificações en dccorrêr.

cia de fatores cono o progresso técnico dos transportes, ba­

rateando os custo«? das mercadorias estrangeiras ou modifican-

do situações internas de eouilxbrio relativo entro diversas

regiões. Assim, a luta polo protecionisno ante a competiere

estrangeira ou as queixas contra as alfândegas inter-provin

cias so inscrovem num cuadro de luta pela preservação da bai­

xa do mercado detida pelas industrias locais.

A dependencia de materias-primas locáis por parte

do industrias como as de tecicjps introduz um. fator de conci­

liação entre os interesses da lavoura e de cortas industrias.

Surgen os conceitos de industria "natural” e industria "arti­

ficial". Embora os setores hostis à industria condenassen es­

sas últimas, m esmo em relação as primeiras surgiam hostilida­

des, principalmente quando se tratava do reformas tarifarias,

conforme ja exposto. i,

Page 64: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Já foi visto aue nr. década dc 1360 a. Bahia tornou-

s p o primeiro centro têxtil do Erasil, con r.ais da metade das

fábricas de tecidos do pafs. *

Os motivos para a concentr.ação da indústria nest.-

área são de dois tipos. Em pririeiro lugar, fatores positivo^-

coro m a t é r i a - p r i m a , quedas d*água o um incipiente nercado ur­

bano. O algodão foi um importante produto de exportação desd<

fins do século XVIII até a década de 70 do século X IX7 3 . F,rr

bor* alguns dos motivos oue torraram a Bahia tão ir.portante

na époc* colonial houvessem desaparecido (queda da nroducão

açucareira e mudança da capital do naís), a Cidade da Pahi ■>

era ainda, um grande centro urbano prlos padrões da época. A

Provirei*, em 1872, contava com 13% da população brasileira,

enquanto o Nordeste detinha 46,7% da população do p a í s 74. Sen

do a grande maioria desta população constituída de escravo?

c de traba lhadores livres, h a v i a , naturalmente, um mercado

nara o consumo de tecidos grosseiros, os primeiros a serrr

produzidos no país. Por outio lado, ur fator r-m si mesmo ne­

gativo, como a continuada decadência da lavoura da. cana dc

açúcar, node t£r desempenhado ur certo p^pel na implantação

das primeiras fábricas b a i a n a s , transferindo capitais da la­

voura para a indústria.75

Outro fator, aparentemente fundamental para o cros

cimento desta indústria, deve ter sido a proteção dispensada

pelo governo da Província, do cobrar taxas dc exportação su-

plenentares aos produtos exportados cm sacos fabricados cojriy

tecidos estrangeiros.7®

As primeiras fábricas de tecidos surgiram na Bahia

ainda na década, de 18 30. Embora em alguns casos não se possa

determinar com exatidão o ano de fundação, existem varias re­

ferências ã época de fundação dessas fábricas.

Souza Dantas, er sua Fala de 1P32, afirma aue a fá

brica de Sto. Antonio do Queimado teve início em 18347 7 . Gon­

ça l v e s Martins, em 184° diz q u e”a Conceição e una antiga fa­

brica que trabalhou em proporções menores nos anos de ISS^ a

1837 , quando, por oc a s i ã o das desordens públicas, sofrc.\i con­

s i d e r á v e l d a n o " 7 8 . Ouanto a fábrica Conceição há também uma.

Page 65: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

carta de 183*1 on oue un deputado, Innocencio José Galvão, prc>

note ao oroprietãrio Doninpos José d'Anorin, que pretende es

tabelecer una fábrica de fiar e tecer, lutar para conseguir

algun privilégio, afin d e oue possa fazer face à concorrência

estranpoira.

terceira fábrica a furdar-so foi a Todos os San­

tos na cidado de Valença. Enbora a docunentação a sou respei­

to seja ber naior aue en relação às anteriores, ê contudo in­

suficiente para esclarecer a data exata dc. sua fundação. En-

ouanto Palnon a f i m a quo ela já existia er ÍP^I contando con

1P0:nooíono de capital, 40 teares o 1.500 fusos®®, docunonto

da nropria fábrica afirma otie ela teve início en 1844P 1 . llão

há d ú v i d a s , porén, ouanto a sua inportãncia: ela foi a naior

fábrica de tecidos da Bahia no século XIX (até 1091) afirman­

do Rônulo Alneida que en no-dos do século cia ficou conheci­

da cono "f> nolhor do Inpcrio o talvez Sul-Anerica"®2 .

A fábrica S.Carlos do Parapuassú tanbén ten ori­

gens obscuras, sabendo-se apenas quo existia en 1 9 r'7 por re­

ferência encontrada en Ofício ao Presidente da Província, dc

18F1.*3

A fábrica II. S.do Pilar foi registrada na Junta Co-

nercial en 1 9730 4 . Após esta data não aparece qualquer docu-

nento referindo-se a plgunn fábrica con este nono. Aparece

contudo un outro docunonto dos nesnos fundadores da fábrica

N.S.do Pilar (Catilina c D ’U l t r a ) , vendendo a fábrica Bon-

finp5. Esta fábrica é dononin^da Bonfin ou Progresso por

Pranner^®. Mas obras de diversos autores, quando nencionan a

fábrica N.S.do Pilar não citan a fábrica Ponfir ou Progresso

e vice-versa. Ou então ourndo anb^s denoninaçõos não citadas

os dorios eorresoondontos a una não se encontran en relação a

outra o vice-versa. Cabo noneionar ciuc o r.osno endereço, os

nesnos proprietários, o nesno capital inicial r^o atribuídos

às supostas fábricas (N.S.do Pilar, Bonfin,Progresso).A maio

ria dos dados encontrados referen-se poren a fabrica Bonfin.

Essas coincidências fazen supor tratar-se de apenas una fá­

brica cujo nono inicial, U.S. do Pilar, foi nudado para Bon­

fin, sendo designada algunas vozes con o nono do Progresso.

Page 66: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Alér. disso, o referido documento n<? 17, do volune 986-1013,

de 1891, dos Contratos e D istratos, lançam luz sobre a ques­

tão quando Catilina e D'Ultra, ao distratarem a sua socieda­

de, por notivo de venda da fabrica Bonfim à Ci,-\. Progresso In

dus triai dt> Bahia, declaram que a sociedade sobre a fábric->

de sua nropriodade foi registrada na Junta Comercial cr. 3 d

julho de 1873, sob n? 38. Ora, estes são exatamente a data r

o numero sob os quais estã registrado a fábrica íl.S.do Pilar.

Alem disso, em Ofício do Presidente da Província

do 3 de janeiro de 1877 os proprirtários da fabrica Bonfin a-

f i m a m aue "a nossa fabrica oue ter. o nore de Bonfim Ce não

de N.S.do Pilar). . .”87

A partir de 1858 as datas de fundação das fábricas

são mais precisas; entre 1870 c 1875 fundam-se euatro fábri­

cas, quantidade nunca atingida em auiílaucr outra ocasião. A

partir de 1875 não surgem novas fábricas até 1C90, quando se

estabelece a Companhia Fabril dos Fiacs que, aliás, passa a

trabalhar preferencialmc»te con juta. Antos, porém, desta da-*"“

ta, ten início, en 1887, a formação de sociedades por ações,

incorporando as unidades fabris existentes até então. Este

processo ten seu auge cn 1891, ouando todas as fábricas fun­

dadas antes de 1890 funder-se er. grandes sociedades anônimas:

a Companhia União Fabril da Bahia (con seis unidades fabris)

o a Conpanhia Progresso Industrial da Bahia (con duas unida­

des). En 1887 a Enpresa Valenoa Industrial já incorporara is

fábricas Todos os Santos e N.S.do Amparo. Ainda en 1891 é fun

dada a Conpanhia Emporio Industrial do Norte cuja unidade fa­

bril, inteiramente nova torna-se a naior da Bahia.

Do total de dez fábricas existentes na Bahia entre

1875 a 1889, sete localizam-so en Salvador e três no Recôn­

cavo, sendo duas en V^lença e una em Cachoeira.

Seus fundadores, via de regra, sao comerciantes que

Dassam a dedicar-se ã produção de fios e tecidos.

Essas fábricas tên pequenas dinensões: a de Sto.

Antonio do Oueinado tinha en 184 8 apenas 10 teares e 700 fu­

sos^**. A fábrica Todos os Santos, cn 1841, dc acordo cor. Cal-

mon, tinha 48 teares e 1.500 fusos. Igual número de teares t i ^

Page 67: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

nha a H.S.do Amparo, cm 1860fi9. /, fábrica Modelo, cm 1861*con

tava com 26 toares e 1.040 fusos*0 e, en 1870, a fabrica S.

Salvador iniciava suas atividades con apenas 30 teares.®

Ouase vinte anos após, cn 189 3, a fabrica S. Braz

contava con 151 teares e 5.920 fusos. / S.Carlos do Paraguar--

sú contava con 2.636 fusos o a S.Salvador, con 3.264 fusos.

Para o ano dc 188 2 Souza Dantas fornece ainda al­

guns dados conplènentares: a fabrica S.Carlos do Peraguassú,

nrsta data, tinha un c a p i ^ l dc °00:000$000 c o nuirér© do ope

rãrios das fãbrioas S.Salvador e S.^raz ora, do rcspectivanen

to, 150 e 110.93

Contudo, as dinensões dossas fábricas são pequenas

apenas se comparadas con suas congêneres dos países industria

lizados da Europa e America do H o r t e . Para a Bahia e o Brasil

de meados do século XIX, constituia sui grande indústria. Es­

sa posição de destaque da *ndústria têxtil so nanterá na Ba­

hia até a segunda motado do século XX. /inda em 1925 , Coes

Calmon, on M ensagen à Assembléia Legislativa afirnava au<i "/

principal de nossas grandes indústrias é a. tocelagen. ..

Para nolhor avaliar a nosicão e a nagnitude r e l a ­

tivas da indústria do tecidos na Bahia do çcculo XIX, regis­

tre-se oue, en 1930, ou soja, quase um século após o estabe-

locinento das prinoiras fábricas de tecidos, apenas 61 fabri­

cas na Bahia possuian nais di 12 o p e r á r i o s ^ S . Assin, nosno

que as fábricas do produto?têxteis fundadas antes de 1870 ti­

vessem apenas notadr. do núncro dc operários registrados en

1870/76 , poderian sor consideradas poios padrões da época, na

Pahia, cono grandes indústrias.

0 consuno de algodão pelas fábricas dc tecidos b a ­

ianas deveria atingir cerca do 800 a 900 nil auilos or. 187 5/

76. /té esta data grande parte da matéria prina era oriunda da.

própria Província, pois a Bahia ate então era exportadora de

algodão, situação que nodificou-se daí en diante. Contudo,nes

no neste período, parte do algodão cra inportndo dos estados

do Mordeste, pois, parte do algodão produzido na Província, o

da região de Caetité, devido ãs dificuldades de transporte pa

ra o Recôncavo, cra quaso todo enviado para Hinos G e r a i s ,atra

Page 68: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

vês do S.Francisco.

F n ^ o r a n ã o s c t c n h-’’, a t é a g o r a , d o s c o b e r t o d a d o s

r e f e r e n t e s a p r o d u ç ã o d c t e c i d o s d * .-'lgodão n o B r a s i l c n 1875, s a b e - s e q u c cr. 19P P a p r o d u ç ã o n a c i o n p l f o i ¿c ?. 58C . 00Q n i ­

t r o s e c r 1882, 22. 000. n 00.27Considerando*sc a p r c ’ur-o dc 1875 igual a cerca

da 11.1U3.000 r.otr^s , podo~sc concluir onc a produção baiana

estimada neste r.csno ano c^rcp de 3.7D C .000 n c t r o s , repre­

sentava a torça parte da produção brasileira.

Fssa estir.Ptiva nao será exagerada, pois a Bahia,

oue pr 1RFF possuia cinco da? nov- fabricas de tecidos do

Brasil, er 1875 detinha ainda a terça. parte dessas fábricps

conforr.c pnde-se ver pela tabela abaixo:

f> U A D r. 0 - 3

D I S T R I P U I Ç Ã O GEOOrJÍFICA E S T I M A D A DAR FÃ P RICAS B R A SI LE IR A S DE

TECIDO S. 1G66, 1^75, 1ÇP5

PROVÍNCIA 1866 187 5 1SG5

MARANHÃO 1 1-PERNAMPUCO 1 1A LAGOAS 1 1 1RAPIA 5 11 12P.IO (ESTADO E D.F.) 2 5 11SÃO PAULO fi 9MINAS GERAIS 1 5 13

T O T A L 30 i *5

FONTE: STEIN, STANLEY J., O p . cit., p . 21.

Fnbora, an_ verdade, a Bahia en 1866 contasse cor

seis fábricas e en 1875 e 18S5, apenas tivesrre dez, o auadro

geral não se altera. A Bahia ainda era o prir.eiro centro têx­

til cn 1875 e cr 1 8 fi5 ainda tinha una posição dc inteira su-

prenaci* nuanto so norte-nordesto.

As Falas do Presidente da Província e os '■ Ofícios

dos proprietários de fábricas d i r i g i d a pos Presidentes da

Província esclarecer oup.1 o rercado parp os produtos das fá-

brieps baianas. En princiro lugar, a própria Província cor

rn

Page 69: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

13% ri« população brasileira. Apenas no caso c’a fábrica Todos

o f. Santos, ur Ofício ao Pr- sir.entc r*a Província ce 1876, re­

vela que ate entao sua proriuçao era ourse exclusivanente re-

neti<',a a Prrnar.buco para ensp e m e n t o rie acúcar. .‘.pós Bahia

cita-se con nair freoücncia as Províncias do ^nerte-nordeste:

Sergipe, /lagoas, Pernanhuco, Paraíba, Ceara, Maranhão e Pa­

ra, ou sej?, praticamente todo o norte-r.orricsto eme ate 1885

só contava cor três fabricas. Er. sofruid?. ç ão citados coro ror

cario para os orodutor têxteis baianos o Rio rir. Janeiro e o

Rio Grande do Sul. Sen dúvida o crescimento rio nercado nr

centro-súl do país não fri aconpanh^rir per un ricsonvolvinonto

nrcnorcion.al ri.a sua indústria têxtil, pelo r.cnos até 1”75, o

nue explica a presença rios tecirios b a i T i r nesta rcfiião.

No entanto, após aquele aro, este crescinento sr.

acrlerou e a Pahia cor.^çou a sofrer p concorrência rie outras

repiões produtoras rie tecirios.

Una vez eue grande parte ria proriução ric tecidos ri*

Pahia destinava-se a outras províncias, o núr.rro dr. fíbrieas

instalarias na riécada rie 1870, certanente o foran visando es­

te nercario, M a s , então, à pediria que sr instalavan novas fá­

bricas , principalnente no centro-sul rio país fpi se arrnv^rio -

situação rias fabricas baianas.

Exor.nlo desta situação era n fabrica Todos os San­

tos QiK r-r Oficie ar Presidente da Província, rie rir seten-

bro dc 1876. afimava. quo, "Devido ao nún.cro ■ ‘r6letivamente

jrranrie de fábricas rr nossa Província, es proriuctos da nossa

erão ouase exclusivanente remettirios para P e rnarbueo, e en*

pregadr no ensacanentc de assucar...De então para ca (1875-

7F, N. do r.) as ceiuzas * err\ peiorado ric tal nenoira rue dr.srie

o 19 rie Aposto feehanns a Fabrica... forcados pela p.rande ae-

cunulação dr nossrs proriuctos... cen esperança alguna rie n.e-

Iheranentr, antes caria riia aggravando-se r estado desesperado

rirssa inriustria en nossa Província, pois que o nercario rie Per

nanbuce con eue scnpre cont a n o s , n^s r afora vedado por que

sc estabelecco lã una Fábrica eue não pode supprir a terça par

te ria sacaria rio assucar, enttíndendo entretanto, sua /ssen-

bléa Provincial, que devia lançar un inposto rie 50...en caria

Page 70: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

metro de fazenda de algodão, que fosse irportado dc ••• 'outre-

Províncias..."98

"ambém a fábrica Eonfim, em Ofício de 1878, pro­

pugna como medida a adotar para o desenvolvimento o fim d--

alfândegas inter-provinciais, referindo-se aos exemplos do^

Estados Unidos e da Alemanha.22

Em Relatõrio de 1 8 B2 Souza Pantas refere-se

fábrica do Queimado "fechada ha tres ar.ros" e aue reclama au­

mento de direitos do entrada sobre os similares estrangeiros,

concordando o autor ouanto a justeza da pretensão.1®®

Cor.tudo, embora a nrecária situação destas fábri­

cas nos anos 1870-1800, possa atribuir— se a crise de 1873 o

ao estabelecimento de concorrentes nas demais províncias do

Império, havia causas rais restritas eue ^rsno em épocas fa­

voráveis, coro os anos 1360-70 , se faziar. senti’*.

0 Relatõrio dc Fernando L e ã o ; dc 18F2, aponta al-

gumas destas causas ouando, ao abordar a indústria têxtil,

afirma ou^ todas as fábricas sofriam com a alta do preço do

algodão "e as auc já não sc fecharam, brevemente o farão co*-

nrejuízo de grande número de farilias que dos salários auf •

rer os meios de sua subs i s t ê n c i a " , acrescentando ainda aue ‘ r

supressão na Lei do Orçamento do innosto de 2*b sobre os gên'-

ros enfardados em fazenda não fabricada na Província, abalou

p^o pouco a existência dc tais fábricas, oue pelas circunst‘3'

cias especiais do paiz não noder eompetir com o estrangeiro i

p rescindir por algum tempo de certos direitos protetores, tan

to mais aconselhados, ouanto pão trazer danos a agricultu-

ra".l®l

0 Ofício da Fábrica Todos os Santos, de 1876, aju­

da r esclarecer a importância dessa proteção a industria, ao

afirmar oue os privilégios cercedidos pela Assembleia Provin­

cial, ora conce d i d o s , ora retirados, eram favores dc 1 n ?*>

sobre ensacamento dr, gêneros de exportação em fazenda estran

geira "ras esse benefício pouco r.o- ter aproveitado, pois our

sé de uma medida g e r ;,l s permanente e que devemos esperar a102

certeza do futuro para podermos marchar desembaraçados".

A criação desse irposto de 2% seibre o produto ex­

portado oue fosse encapado com artigos estrangeiros foi resul

Page 71: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

tado da Lei 374 de 1? de novembro de 1849.

Parece, entretanto, que antes nesno desta data hou

ve algum tipo de proteção g o v o m a n o n t a l , pois Moura Mapa

lhes , en sua Fala de 1848, refere-se a duas fábricas de teci

dos de algodão estabelecidas no Qucinado e na Villa de Valen-

ca "já favorecidas pela Lei Provincial n9 246".103

A importância desta proteção foi afirmada con cer­

to vigor quando, en 1875, os proprietários e enpresãrios das

fábricas dc tecidos d a Eahia se dirigiram en. abaixo- assinado

ao Presidente da Província, protestando contra algumas dispo­

sições das Instruções expedidas pela Presidência, cn 30 de

junho, nara a execução da Lei n? 1560, do dia 2 6 do nesnones.

/legavam os enpresãrios que as fabricas de tccidos (en número

de dez) organizaram-se ã sombra daquela nroteção (1 ou 2% so­

bre as mercadorias enfardadas en tecidos estrangeiros) c man-

tinhan-se nais ou menos prósperas au^ndo a Assembléia Provin­

cial aboliu aquela vantagem; acrescendo-se a diminuição da ta

rifa sobre a aniagem de origem estrangeira, as fábricas baia­

nas sofreram os efeitos dc tais medidas, tendo algumas redu­

zido seu trabalho para a nctade. Correndo o risco de desapa­

receram, a Assembleia Provincial resolveu restabelecer a pro­

teção original porém os ternos em aue foram baixadas as refe­

ridas Instruções, na prática, anulavan o disposto en lei.

A petição, assinada dentre outros por Catilina e

DHIltra, Costa, David A Companhia, Lacerda & I r mãos,Paulo Pe­

reira Monteiro e Joseph Revault, foi, afinal, deferida.

Os termos deste abaixo-assinado juntamente con o u ­

tras referências indicam a importância crucial da proteção go

v e m a m e n t a l para a existência das fábricas de tecidos.

Esta proteção, apesar de seu limites c ambiguida­

des , parece ter existido mais cedo ainda do que o indicam a

existência das leis já citadas.

Ha, p o r exemplo, uma carta do deputado Innocencio

José Galvão enviada do Rio dc Janeiro para Domingos José d ' A - morim, fundador da fábrica H.S.da Conceição, datada do 3 dc

julho de 1834, na qual o referido deputado promete lutar para

conseguir-lhe algum privilégio.105

Calmon referc-se a um empréstimo dc 100 contos ãs

Page 72: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

fábricas dr Valença (Todos os Santos), â M .S.da. Conceição c

â do Oueimado, aprovado pela Câmara cmando estas Industrie's

entraram cm crise cr. 1846-47.

Fn Ofício ao Presidente da Província de 28 de ja­

neiro dc 1849 os nroprietários d?, fábrica Todos os Santos cor_

tinúaip a solicitar ao Governo "a proteção scr.pre liberalizrd,-

a este estabelecimento" pois "os crba.ra.cos e despesas cor. nur-

ter. lutado a r.ais de ouatro annos...vão nuito além de todo:

os cálculos e p r e v i s õ e s ..."*°7

Afirmam ainda, cm Ofício de 18F1, oue "este esta-

belecir.ento ter sido desde a sua creação isento de todos or.

Irpostos p r o v i n c i a e s , em virtude de leis cspeciaes feitas er.

seu favor e d ’outras fabricas."1

Pode-se afirmar, p. luz destas i n f o m a ç õ e s , our.

proteção governamental teve in irrôartar.ta-papelmexister.ciia' des-

tas primeiras fábricas, apesar do certa antiguidade. ? seme­

lhança do oue ocorria, cm plflno nacional, eon as sucessivas

reformas tarifarias que visavam mais as necessidades da má~

ouina administrativa oue os interesses da industria; t a m b é m ,

em rla.no repional as alternâncias de concessões r. revogações

dc proteção â indústria devrriam refletir as condições gerais

dr uma. sociedade agrário-escravocrata incapaz dr implementar

ur. consequente projeto de mudança. Neste ouadro, a proteção a

indústria aparece cono uma redida resultante da profunda cri­

se da econoria tradicional — a lavour^ de exportação.

Ouanto ã origem destes indust r i a i s , en geral eo

merciantes estabelecidos, connrovart-sc as observações de Ver*

siani e Versiani ouando explicam a. origem das fábricas de t<—

eidos no Prasil, fundadas nor i m portr dores, coro um meio en­

contrado por estes comerciantes para resguardar-se das ouedns

do cânbio auo encareciam as imnortacões, tornando vantajosa a

produção interna dc produtos até então importados.

A importância dos tecidos na pauta de produtos dc

importação da Bahia foi mostrada por P.omulo Almeida ao infor­

m ara qur "a importação, só de tecidos do algodão er. 1835, era

dc 3.PP4 contos: 47* da importação baiana, er. oue todos os te­

cidos participavam com 65%".110

58

Page 73: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Em 136 5 o valor da importação de tecidos de algo­

dão na Bahia ascendia a 5 .232:U20$15?111 , quantia nais de

duas vezes superior ao valor de toda a produção brasileira de

tecidos en 1866 (3.586.000 retros no valor de 2.116:000$000)

A produção das fábricas baianas consistia de modo

peral e de acordo con toda a literatura especifica consulta­

da, em tecidos destinados a sacaria e roupas para escravos e

trabalhadores^ conforme ja foi visto. Outras fontes especifi­

cam melhor a natureza desses tecidos.

Um ofício da fábrica Todos os Santos de 1876 afirma

que sua produção consistia basicamente em "algodão trançado

para sacarias, roupa de escravos e uso doméstico das classes

pobres, mas a sacaria é o principal emprego da r.ossa fazen­

da". Produzem ainda ”fio de algodão er novelos para fabrico

de redes, velas, ot c " . * 13

Uma nova fábrica, instalada em 1875 , a II. S. da Pe­

nha, enumerou a sua produção er 1876:

128.0 75 metros de fazenda branca de la. sorte

197.550 " " " " " 2 a . "

31.550 " " " de cores diversas e riscadas de la.

s o r t e .

1^.303 Kilogramas de fio em novollos de 500 e 250 gramraas

55.785 sacos

6.960 toalhas franjadas, cor. barras de cores.

A julpar pelas fontes disponíveis, os operário:,

destas fábricas eram livres, com grande proporção de mulhe­

res e m e n o r e s .

Em certos casos eram recrutadas em orfanatos. A F a ­

la de Gonçalves Martins em 18U9 ê bastante esclarecedora so­

bre certos aspectos da vida deste operariado. Descrevendo a

fábrica Todos os Santos ele afirma oue "as operarias são ti­

radas das classes menos abastadas e algumas da extrema * misé­

ria; são mais do 70. Aprendem a ler, escrever, a dansar e a m u s i c a r revelam muita aptidão e habilidade a ponto de se po­

der dispensar a presença das mestras estrangeiras contratadas

para lhes ensinar os misteres da fábrica.

Page 74: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A B E L A - 3

B A H I A - I N D Ü S T R I A T Ê X T I L 1 8 3 4 - 1 8 8 6

FUNDAÇÃO FÁ BR ICAS LOCALIZAÇÃO FUNDADORES ' C A P ITA L EM 1875

OPERÁRIOS EM 1875/76

TEARES1870/76

FUSOS1872/75

ALGODÃO:CONSUMO EM 1875/76 ‘ (K.)

PRODUÇÃO EM 1875/76 TECIDOS (M ) F IO S (K )

MERCADO1858/1882

1834 STO.ANTONIO DO QUEIMADO

SALVADOR

LARGO DO QUEIMADO

MONTEIRO E S P IN H E IR A JU N IO R 4 C IA

100 : 0 0 0 * 0 0 0 90 30 1000 352.000 21 .275

N .S . DA CON CEIÇÃO .

SALVADOR ALTO DO ANTIGO EN GENHO DA CONCEIÇÃO

DOMINGOS JO - 173 :896*000 S Ê D'AMORIM

35 1200 74.450 495.000

TODOS OB SANTOS

VALENÇA À MARGEM DA 2a .C A CHOEIRA DO R IO UNA

BERNADINO DE SENNA MADU- R E IR A .

2 8 0 :000*000 176 4160 300.000 1 .1 0 0 ,0 PERNAMBUCO

S.C A RLO S DO PARAGUAÇÜ

CACHOEIRA ENGENHO TO RORÖ

BAH IA PERNAMBUCO PA R A ÍBA S E R G IP E .

1858( 11- 6)

N .S . DO AMPARO

SALVADOR RUA DA VA LA

JO SEPHREVAULT

VALENÇA BERNARDINOÃ MARGEM DE SENNA MADA 1. CA D U REI RACHOEIRA DO R IO UNA

90 : 000*000

1 20:000*000 68 2400

80 .000 550 .000

42 .000 600 .000

BAH IA E OUTRAS PRO V IN C IA S

BAH IA E OUTROS PONTOS DO IM P Ê R IO

S.SALVAD O R SALVADOR LARGO DA FONTE NO VA. “

ANTONIO FRANCISCO R ¿ B E IR O

100:000$000 BAH IA E OUTRAS PRO V ÍN C IA S DO IM PÉR IO

1873(3-7)

1873(2 4 - 1 )

N . S . DO P I ­LAR.TAMBÉM D ES IG NADA COMO: BONFIM OU PROGRESSO

N .S . DA P E ­NHA

SALVADOR FR EG U ES IA DO P IL A R , RUA DA MAN G UEIRA

SALVADOR R IB E IR A DE IT A P A G IPE FR EG U ES IA DA PENHA

L U IS RO D R I­GUES D 'ULTRA B FRANCISCO X A V IER CATIfel L IN A

C O STA ,DAVID i C IA .

2 0 0 :0 0 0 * 0 0 0 54 2500

51 2240

9 0 .000 240 .000

42.919 129.825

B A H IA , PARÁ PERNAMBUCO ALAGOAS S E R C IP E R IO DE JA N E IR O R IO GRANDE SO SU L .

BAH IA SE R G IP E ALAGOAS PERNAMBUCO CEARÁ MA RA NHÃO R IO DE JA N E IR O R IO GRANDE DO SU L .

S . BR AZ DA PLATAFOR-

SALVADOR MANOEL FRAN 100 :000*000fa z e n d a PLATAFORMA FR EG U ES IA DE P IR A JÃ

CISCO D 'ALM EID A BRANDÃO E ANTONIO FRAN CISCO BRAN­DÃO JU N IO R

BAH IA E NORTE DO IM PÉR IO

1 .2 4 3 :89 6 *0 0 0 958 535 14 .748 629 .369 3 .4 6 6 .8 2 5 119.513( 9 FÁ B R IC A S ) ( 8 F Á B R IC A S ) (9 F Á B R IC A S ) (.7 F Á B R IC A S ) (6 FÁ B R IC A S ) (7 F Á B R IC A S ) (5 FÁ B R IC A S )

CONVENÇÕES: 1 - R e fe r e - s e ao ano de fu n d a çã o ou ã m enjão m ais a n t ig a e n c o n t ra d a so b re a f á b r i c a .2 - A c i f r a r e f e r e n t e ao consuno de a lg o d a o da f a b r i c a N .S . do Amparo e n c o n t ra - s e em L 'E m p ir e du B r e s i l a L 'E s p o s i_

t io n U n i v e r s e l l e da 1876 a P h i l a d e l p h i e ; o consumo a n u a l f o i e s t im a d o em b ase de consumo d i á r i o .3 - A p ro d u çã o de. t e c id o s a f i o s das f á b r i c a s S t . A n to n io do Q ue im ado , N . S . da C o n c e iç ã o , Todos os S a n to s e M odelo

e s t á e x p re s s a o r ig in a lm e n t e em V a ra s e L ib r a s r e s p e c t iv a m e n te ( F e r r e i r a , 1 8 7 5 ). A p ro d u ção de t e c id o s da Fábri^ca N . S . do Amparo f o i e s t im a d a com b ase na p ro d u ção d i á r i a . ( L 'E m p i r e du B r e s i l , 1 8 7 6 ).

FO N TES: V id e N o tas do C a p ítu lo 1 , i t e m ; A IN D Ú S T R IA T Ê X T IL NA BA H IA

Page 75: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Os rapazes são tirados do Seminário dos Orphëcs

desta Cidade e ten desenvolvido habilidade bastante na teoria

e prática do trabalho a eue se aplicar, /o entraren são pre­

guiçosos e insubordinados, porém cor o tenpo se tornan bons

podendo ser conparados favoravelnente aos relhores da Furona.

Aprendan o nesno oue as. neninas , (acira nencionado). Traba-

Iban desde o ananhecer ate 7,30 da noite tendo 20 minutos pa­

ra alnoco, neia hora para jantar, e igual esnaço para a ceia-

ocupan-se depois até nais de 10 horas con suas lições e en-

treteninentos. íTos Doringos passeian e divertem-se ; e apesar

de ^rbos os sexos se acharen confundidos nestes lugares publi

cos ainda não se deu un exemplo de ofensa à n o r a l " * ^ . o ñV-

tor prossegue informando que no aniversário da fabrica ocor­

rer. casamentos entre os operarios, teeende ainda alguns comen

tari os sobre a aptidão dos brasileiros para o trabalho.

Ainda sobre o operariado da época, o Oficio d i r i ­

gido pelr1 fabrica N.S.da Ponha ao Presidente da Provincia, re_

produzido auase na íntegra no Relatório da Silva Hunes de

1877, não sendo uñó descrição tão idílica coro a anterior, é

talvez rais realista ao afirmar aun, en 1975, fabrica prc

du z i o . ..pouco satisfatorianente por diversos motivos: raachi-

nas inteirarente modernas e desconhecidas dos operarios do

paiz: trabalho irregular pela difficuldade da não d ’obra, on£

rarios cheios de vicios e defeituosos en seu trabalho; sem eis

tinulo, tudo fazendo materialmente, ser applicação e por con­

seguinte dando um possino resultado. roi necessário reformar

este estado de causas : crear un novo pessoal bastante morali-

sado e disciplinado para o ter-nos assiduo e bon"

A partir de 1875, cuando é fundada a fábrica S.

Praz, transcorre ur. período de ouinze anos sem eue surjaqunl-

euer nova empreza textil.

Contudo, a partir de 1887 ten inicio un período en

oue se procossójn fusões das industrias até então existentes.

Neste nesno ano forma-se una sociedade p or açoes,a

Fmprêza Valonea Industrial, aue engloba as duas fabricas de

tecidos situadas, cm Valcnça, a Todos os Santos c a U.S. do

Amparo.P1

Page 76: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

TABE LA - 4

B A H I A - EVOLUÇÃO E CON CENTRAÇÃO DA INDÜSTRIA TÊXTIL 1887/1891

UNIDADES FABRIS FUNDA DA S'E NT RE 1834/86 QUE SE FUNDIR AM EM NOVAS SO CIEDADES ENTRE 1887/91

TODOS OS SANTOS (1844)

N.S. DO AMARO (1860)

STO. ANTONIO DO QUEIMADO (1834)

N.S. DA C O N C E I Ç Ã O (1835)

S.CARLOS DO PARAG UA SSO (1857)

MODELO (1858)

S. SALVADOR (1870)

N.S. DA PENHA (1873)

N.S.DO PILAR (ou BONFIM ou PROGRESSO) (1873)

S. BRAZ (1875) /

SOCIEDADES POR AÇÕES FUNDADAS EM 1887/91 INCORPORANDO FÍBRICAS JÃ EXISTENTES

£

-D

-t>

-0

t>

t>

-0

VALENÇA INDUSTRIAL (1887)

COMPANHIA FABRIL DOS FIAES (1890)

COMPANHIA EMPÕRIO INDUSTRIAL DO NORTE ____________________ (1891)_____________________

COMPANHIA PROGRESSO INDUSTRIAL DA BAHIA •

(1891)

Page 77: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Seus fundadores sõo José Pinto da Silva. Moreira, e

Doningos Gonçalves dc; O l iveira.117

0 capital da snpresa era de 800:0c0$000. Produziu,

or 1893, 7.200.000 metros de tecidos con seus 820 operários,

280 teares e 10.725 fu r o s . 11^

En 1899 , en sucessão a sociedade en comandita por

ações Emprôza Valença Industrial, foi fornada una companhia

anônima denoninada Conpanhi? Valença Industrial con un. capi­

tal de 1. FPf): P00$000 , dividido en 8.000 acões.11^

Fn 13 do setcnbro do 1890 foi fundada a Conpanhi-

Fabril dos Fiaes con ca.pital do 500:000$000 dividido en 2.500

•’çõo.s. 0 artigo 29 dos seus Estatutos declara, oue os fins da

Companhia são:

"19 — Fazer acouisição do privilégio concedido ao

Dr.Jose Joaauin Ribeiro dos Santos pela Lc.y Provincial n9 . . . .

2849 do 11 dc Maio de 1389.

29 — Preparar, fiar e tecer juta, linho, algo-

dão o outras ratarias têxteis adauirindo para isto os nais

aperfeiçoados nachinismos c os torro-nos e edificios necessá­

rios" . 12°

Contra a concessão desse privilégio se opusera, em

vão, a Valença Industrial, alegando, om Oficio dc 1889 ao Pr£

sidente da Província, ser cie absurdo por não se tratar dc in

troduzir nehhun invento ou indústria, nova, una vez auc os te ­

cidos oue a nova empresa se propunha a fabricar ja. eram fabri.

cados pela Valença Industrial. Esr.es tecidos, madrasto, morin

e nadapolão, com tres nomes diferentes, serian afinal o algo-

dãozinho já produzido pela Enpreza Valenca Industrial. A ob­

jeção não foi aceita e o privilégio permaneceu.

Os fundadores da Fabril dos Fiaes foram o Conmen-

dador /'ntonio Loureiro Vianna, José Joaauin Ribeiro dos San­

tos, Pr. Sallustio Pereira de Carvalho, Archibald Mac !Iair,/r

thur Henry Willcox, Charles Vaughan e James Scott V i t h n a l l ,'

os tres últimos comerciantes ingleses da Manchester, r epre­

sentados pelo também comerciante inglês, na Babia, ¿rchibald

M^c N a i r . 1^^

Hão é de estranhar a aplicação de capitais ingle-

Page 78: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

sep n? indústria, pois esta foi uma f rsc de expansão do capi-

t-’lisro internacional, ouando se intensif irou a exportação de­

capitais. De fato, entre 18P5 e 1914 a Grã-Bretanha inverteu

cerca de de seu produto nacional for?, da metrópole, embo-

r?. apenas ?5*i do total desses investimentos sej.-m aplicados

no setor ori v a d o . 123

interiormente um inplÔs , John Edington, fôra o

primeiro diretor d?, fábrica Bonfim12 . C muito provável que

outros europeus tenham oeupr.do cargos técnicos em mais de uma

fábrica na Bahia do século XIX, ura vez oue, até os nossos

dias encontram-s^ com frequência estrenpoiros tanto cr cargos

técnicos como rntre os acionistas.

Por ocasião de sua fundação as ações da Erbril dos

Fi?es estavam assim distribuídas :125

n u a d r. o - u

A C I o r I ? T A S_______________________________________ H9 DE / çri E S

Commendador /ntonio Loureiro Vian na 1.190

Dr.S-^llustio Pereira de Carvalho 10

Pr.José Joaouin Pibeiro dor. Santos 100

Snr. Charles Vaughan 844

rnr. Archibald M^.c Nair 19 7

Snr. James Scott Uithnall 145

Snr. .'rtbur Henry Willcox 10

T O T A L 2 . 5 0 0

Outra Companhia fundada rn 1891 foi a União Fa­

bril da Bahia (P de março), com canit?l inicial de ...........

1.540:000$000 dividido cm I e .400 ações, reunindo seis fábri­

cas: Sto. /ntonio do Queimado, N.S.da Conceição, S.Carlos do

Paraguassu (em Cachoeira), Modelo, S .S^lv^dor e N.S. da Pe­

nha.

Sua primeira diretoria foi constituída por E uge­

nio David, Francisco Alvares dos Santos Souza, î'anoel Antonio

de Andrade e Manoel Luiz Pinto Coimbra, oriundos, respecti­

vamente, d $ fábricas U.S.da Penh?, S.Carlos, S.Salvador, M o ­

delo.12 *1 B4

Page 79: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A B E L A - 5

B AHIA - S OC I ED A DE POR AÇÕES FUNDADAS EM 1887/91 NO SETOR DE FIAÇÃO E TECEL A CE M DE ALCODÃO

DATA D E S I G N A Ç Ã O 1

N9 DE FÃBRICAS

C AP I TA L INICIAL

N9 DE AÇÕES

N9 DE A C I O ­N I S ­TAS

OPERÃRIOS-EM1893

TEARESEM1893

FUSOSEM1893

PRODUÇÃO DE T ECIDOS (m) EM 1893

F U N D A D O R E S

1887(30-4)

E M P RE Z A VA- L ENÇA INDUS T RIAL 2 800:0001000 1.560 07 620 280 10.725 2.200.000 JOSÉ PIKTO DA SILVA MOREIRA

DOMINGOS GONÇALVES DE O LI ­VEIRA(MOREIRA,OLIVEIRA 4 CIA.)

1890 \ (13-9)

CIA. FABRIL DOS FIAES 1 500:000*000 2. 500 07 C OMM.ANTONIO LOUREIRO VIAN

NAJOSg J OA Q U I M RIBEIRO DOS SANTOSDr. SALUSTIO PEREIRA DE CARVALHOARCHIBAL MAC NAIR

1891(6-3)

CIA.UNIÃO FA BRIL DA BAHIA 6 1. 5 40:0001000 15.400 20 805 358 15.885 3.437.786 E UGENIO DAVID

FRANCISCO ALVARES DOS S A N­TOS SOUZAMANOEL A NTONIO DE ANDRADE MANOEL LUIZ PINTO COIMBRA

1891(l*-3)

c i a .e m p C r i o

I N D US T RI A L DO NORTE 1 3.000:000*000 15.000 149 697 899 17.144 7.930.000 LUIZ TARQUINI0

LEOPOLDO JOSÉ DA SILVA MIGUEL FRANCISCO RODRIGUES DE M0ARES

1891(8-5)

C I A .PRO C RE S SO I N D U S T R I A L DA B A H I A 2 1 0.000 :0 0 0* 0 00 100.000 87 500 208 7.997 ANTONIO F RANCISCO BRANDÃO

JOSÍ AL V ES FERREIRA

C O NT E NÇ Õ ES * 1 - A fábr i ca da C om p am h ia Empório Industrial do Norte começou a produzir em Nilo^de 1893. A la. Asse m bl é ia G e ­ral dos Acioniataa r e uniu-se em 16 de Março de 1896. Os dados referentea ao núnero de opararioa e de teares f or a m c ol hidos no K el a tó r io então apresentado, bem assim como a produção, estimada para o ano de 1895, com

baae na p r o d uç ã o diária.

FONTES: Vide Cap. 1, item A INDÜS T RI A TÍXT IL NA BAHIA.P a r a a Cosipanhia E mpório Industrial do Norte os dados referentes a operários, produção e teares são do Relat ó ri o de 1896. P a r a oa fusos a fonte foi a Revista Cidade do Ban de 1899.

Page 80: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A B E L A - 5

BAHIA - SOCIE D AD E POR AÇÕES FUNDADAS EM 1887/91 NO SETOR DE FIAÇÃO E TECEL AC E M DE ALCODÃO

DATA D E S I C N A Ç Ã O 1

N9 DE FÃBRICAS

C AP I TA L INICIAL

N9 DE AÇÕES

N9 DE A C I O ­N I S ­TAS

OPERÍRIOSEM1893

TEARESEM1893

FUSOSEM1893

PRODUÇÃO DE T ECIDOS (m) EM 1893

F U N D A D O R E S

1887 EMPR E ZA VA- (30-4) LEN Ç A INDUS

T RIAL 2 800:000*000 1. 560 07 620 280 10.725 2. 200.000 JOSE PIHTO DA SILVA MOREIRA DOMINGOS GONÇALVES DE O LI ­VEIRA(MOREIRA,OLIVEIRA í CIA.)

1890 CIA. FABRIL (13-9) DOS FIAES 1 500:000$ 000 2.500 07 C OM M .ANTONIO LOUREIRO VIAN

NAJOSÉ J OA Q U I M RIBEIRO DOS SANTOSDr. SALUSTIO PEREIRA DE CARVALHOARCHIBAL MAC NAIR

1891(6-3)

C IA.UNIÃO FA BRIL DA BAHIA 6 1 . 540:000*000 15.400 20 805 358 15.885 3.437.786 E UGENIO DAVID

F RANCISCO ALVARES DOS SAN­TOS SOUZAMANOEL A NTONIO DE ANDRADE MANOEL LUIZ PINTO COIMBRA

1891 C I A. E M P Ó R I O (14-3) I N DU S TR I AL

DO NORTE 1 3 .0 0 0:000*000 15.000 149 697 899 17.144 7.930.000 LUIZ TARQUINIO LEOPOLDO JOSÍ DA SILVA MIGUEL FRANCISCO RODRIGUES DE MOARES

1891(8-5)

C I A . P R O GR E S SO I N D U S T R I A L DA BAHIA 2 1 0.000 :0 0 0* 0 00 100.000 87 500 208 7.997 ANTONIO F R AN C IS C O BRANDÃO

JOSfi ALVES FERREIRA

CONVENÇÕES: 1 - A fabr ic a da Compatnhia Empório Induatrial do Norte começou a produzir em Maio_de 1893. A la. A s se m bl e ia G e ­ral do» Acioniata» reuniu-se em 16 de Março de 1896. O* dados referentea ao número de operários e de Ceares f oram c ol hido» no R el a tó r io então apresentado, bem asaim como a produção, estimada para o ano de 1895, com

base na p r o du ç ão diaria.

FONTES: Vide Cap. 1, item A INDtJSTRIA TÍXTIL NA BAHIA.P ar a a C o m p a n h i a E mpório Industrial do Norte o» dados referente» a operários, p r odução e teare* são do Relat ó ri o de 1896. P ara os fuaos a fonte foi a Revista Cidade do Bem de 1899.

Page 81: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Em 1893, com seus 805 operários, 358 ■•••■teares <•

I S f u s o s a Comnanhia produziu.

Fazendas brancas e de cores dr primeira, segunda

e terceira oualidades ................................. S.lRS.^Rfl r

Lona de primeijpa ....................................... • 8.126 !.

Sacos . . i.............................. 261.540Fiós er novelos ........................................ 67. 502 K

Cobertores ............................................... 1.221

Fio er mearia ............................................ 6 22

"o valor total de 1. OUO: 584.* 5 4 2 * ^

Em 8 do maio de 1891 foi fundada a Companhia Pro--

(■r^so Industrial, incorporando a fáhrica S.Braz (dc Brandão

e C-‘a.) r a fábrica Bonfim ( d r Catilina < D'Hitra).

Feu prir.eiro diretor foi /rtonio Francisco Brandão

e o capital da nova Corpanhia era de 10. nno : íTO$oOO divididos

em cf:m mil ações, ^s maiores acionistas oram Prandão e Cia.

cor 6P.0P0 peões, a Companhia Industrial d^ Melhoramentos da

Bahia cor 12. 500 ações c o Banco Emissor da Bahia cor. 2 0 .0ep

ações. 0 Üirotor-Ca.ixa, eo-fundador, José Alves Torreira, pos

suía em sou nome apenas 200 a cões1^ . Fr 1893 a Cornanhia con

tava cor 500 operários, 2^8 teares e 7.°97 fusos.

/ Comnanhia Er.põrio Industrial do i'orte foi fur.^a-

dada tarbrr cm 1891, (14 dc r a r ç o ) , por Luis Tar<-uinio, L e o ­

poldo Jopá da Silva e ^iguel Francisco ^edriguos de Moraer?.

Seu capital era de 3.000:^00^000, e contava cor. 697 opcrãrion

e 899 teares. Sua fábrica, na Boa Viagem, surgiu, portanto,• , 1 ip

coro a m aior fabrica de tecidos da B ahia.1

Page 82: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

N O T A S

MF.NEZES, R o dr i g o Jo s é de. "Tecitfos - O f íci o do Govo.rna- dor em 4 de f e v e r e ir o de 1736". In: A n a is do A rq u iv o P ú b l i ­co e Museu do r a ta d o da f ía h ia . Bahia, Tn p r e n s a Of fi c ia l do F st ndo , A ro IX, vol. 13, 1925.

2 -FU R TAD O, Telso. Form ação Fconom ica do F v o r . i l . S. Paulo,

N a c i on a l , 1972, lia. e d ., p . 106-7.

3FUR TA D0, Celso. Op. c i t ., p.142.

^LUZ, N i c i a Vilela. A lu t a p e la in d u s t r ia l iz a ç ã o do B ra ­s i l . S.P aulo, Dif e l, 1961, p . 29-31.

'’LIMA, Fe i t o r F e r r ei r a. H is t o r i a P o l í t ic o - E c o n ô m ic a e I n ­d u s t r i a l do B r a s i l . S.Paulo, Na c io n al , 1970 , p. 206-8.

AMA RA L, Luis. H is t o r i a G c ro l da A g r i c u l t u r a B r a s i l e i r a . S. Paulo , N a c io n al , 1940, C ol e çã o Bra sil ia na, 29 vol. p.216.

^ V IN CE NZI , N e l s o n de. 0 a lg o d ão na econom ia b r a s i l e i r a . Pio, O o o r d e n a ç a o da K o b i 1i s a ç ao Ec on ómi ca , 1944, p . 71-92.

RC K T E X . I n d u s t r i a t e x t i l a lg o d o e ir a . P.io, Min. do T r a b a ­

lho, In d u s t r i a c C om e r ci o , 1946, p . 51-52.

"^MARTINS, F r a n c i s c o Gon ça l v es . F c la que r e c i t o u o P r e s i ­d en te da P r o v ín c i a da E a h ia na a b e r tu r a da As scm b lca L e g i s l a ­t i v a cm lQ de M arço de 1851. S.L., T y p o g r a p h i a C o n s t i t u c i o ­nal , 1851.

1 0 - -M A GA L P A E S , J o a o Jo s é de Moura. F a la auc r e c i t o u o P r e s i ­

d e n te da P r o v ín c i a da B a h ia na a b e r tu r a da Ascom bléa L e g i s l a ­t i v a em P.5 de } 'a rç o de 1848. Bahia, T y p o g r a p h i a de Joao Ai- ves P o r tc l l a, 1848.

**HILL, Hcnry. Uma v is ã o do com érc io do B r a s i l em 1808 . S a I vador , E d i ç ã o do B a n c o da Bah ia S.A., 1964.

1 2LIMA, F e i t o r Ferreira. Op. c i t . , p . 206-08.

1 3 CETEX. Op. c i t . , p . 51-52.

1 ¿*VINCENZI, N e l s o n de. O p . c i t . , p.71.

^ D A N T A S , J o a o dos Reis de Souza. P c l a t o r i o com que p assou a a d m in is t r a r ã o da P r o v in c i a ao Fxmo. S r . C o n s e lh e iro re d ro L u iz P e r e i r a de S o u z a, em 29 de m arço de 1882. Bahia, T y p o -

g r a p h i n do 'Di a ri o da Bahia" 1882.

^ M A R T I N S , F r a n c i s c o Go nç al ves . F a l a que r e c i t o u o P r e s i ­d en te da P r o v in c i a da B a b ia na a b e r tu r a da Asac.m bléa em 4 de j u lh o de 1849. Bahia, T y p o g r a p h i a de Sa l v a d o r M o i t i n h o ,1849.

67

Page 83: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

STEIN, St an le y J. The B r a x i l i a n C o tto n M a n u fa c tu re : tex- t i l e e n te rp r i- sc in an u n d c rd e v c lo p c d a r c a 1650/1950. Cainbri- dge, F a rw r a d U n i v e r s i t y Press, 1957, p . 21. De acordo con n o s ­so l e v a n t a m e n t o n nútnero de fabr ic as dc tecidos ex i st ent es na Fahia en 1H66 d e v e r i a ser 6 e nao 5.

lPLUZ, N i c i a Vilela. Op. c i t . , p . 10.

10LIMA, Re it o r Fer re ir a . Op. c i t . , p . 264.

7 0F U R T A D O , Celso. O p . c i t . , p.l06-0P.

21 - PR AD O JUN I OR , Cain. H is t o r i a Econom ica do B r a s i l . Sao

P-^ulo, R r as i l ie n se , 1967, 10T- e d . , p . 160.

2 2 . . . - — PINTO, V i r g i l i o Noya. B a la n ço das tra n sf o r na ç oo s ccono-

micas no secu In XIX" In: B r a s i l crt P e r s p e c t i v a . S. Paulc,M f e l , 1971, 3? ed. , p . 142.

2 3 PINTO , V i r g i l i o Noya. Op. c i t . , p . 141.

2^STFIN, Sta nl ey J. Op. c i t . , apên di ce VIII.

25 — ~SOPRl?, N.W. In t ro d u ç ã o a P c v o tu ç a o B r a s i l e i r a . Hic.Civ.

B r as i l ei r a, 1963, p . 92.

2 ^PINT0, Vi r g i l i o Noya. Op. c i t . , p . 130.

2 7 IDEf*. Op. c i t . , p. 140-41.

IDEM. O p . o i t . , p . 143-44.

20ID EH . O p . c i t . , p . 144.

3 0 IDEM. O p . c i t . , p . 134 e 140.

3 1LUZ, N i c i a Vilela. O p . c i t . , p . 50-52.

3 2 IDEK. Op. c i t . 3 p.lC.

3 3 LIMA, R e i to r Fe rr eir a. O p . c i t . , p . 265.

3*LUZ, N i ci a Vilela. O p . c i t , , p . 24.

3 ^LIMA, F e i t o r F e rre ir a. O p . c i t . , r-. 264.

q f.LOZ, N i c i a Vil ela. O p . c i t . , p . 36.

3 7 IDEH. O p . c i t . , p . 49.

3 f?IDEM. O p . c i t . , p . 15^-60.

3 9 IDEM. O p . c i t . , p . 160.

4 0 IDEM. O p . c i t . , p . 161,

pn

Page 84: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

41T A RO U I N I O , Luiz. Tarifa A d uaneira• Artigos Publicados r.o

i 'trio da Bahia" c "A Bahia'1. Bahia, E st a be l e c i m e n t o Litho- T y p o g r a p h i c c L.H. Li g uor i, 189P.

42LIMA, H ei tor Fe rreira. Op. o it . , p.26T,.

4 3FE R RE I RA , M a n o e l Jcs ui no- Exposição de Philadelphia fl

P r o v i n d a da B ahia . Rio de J a ne ir o, Ty p og r a p h i c Nac ion al , 1^75, p . 75-77.

44VI AN NA, F r a n c i s c o Vice nt e. Memória sobre o Estado da Ba­

hia. Bahia, T y p o g r a p h i a e E n c a d e r n a ç ã o do "Diario da Bahia" 1*93, p . 272-76.

45STEIN, Sta n l ey J. Op. cit. p. 21 e 191. De acordo con no_s

so l e v a n t a m e n t o terem os p a r a a Bahia: 1r 6 6 : 6 fábricas: 1^75e 1 r*^5: 10 fábricas.

46LIMA, Fe it o r Fer re ir a . Op.cit., p . 2 5 r _ 59.

4 7 F U RT AD O, Celso. Op.cit., p . 142.

* IDEM. O p . c i t . , p . 146-47.

49LIMA, He it or Ferre ir a. O p . cit., p.30r.

^ L U Z , Ni cia Vilela. Op.cit., p. 161.

^*LIMA, Hei t o r Fer reira. Op.cit., p . 309.

5 2 IDEM. Op. cit. , p . 311.

^ ^ V I LL E L A e SUZIGAN. Política do Governo e Crescimento da Economia Brasileira 1889-1945. Rio, IP EA -IN PE S, 1973, p . 33.

54P R ADO JUN IO R, Caio. Op.cit., p . 220.

5 5 IDEM. Op. c i t . , p . 221.

■^CALMON, F r a n c i s c o M ar q ue s de Goes. Vida Econômico-Finan- ceira da Bahia (Elementos para a Historia) 1808-1899 . Bahia, I m pr e ns a O f fi c ia l do Es at do , 1925, p . 110.

^ 7A L MF I DA , Romulo . "Tr aç os da H i s t ó r i a Ec o nô m i ca da Eah ia no ú l t i m o século c me io " In: Revista dc Economia o F inan­ças. Sa lv ad o r , I n s t i t u t o de E c o n o ’ia o F i nan ça s, Ano IV, n9 4, 1952, p . 72.

s r .C A LM ON , F r a n c i s c o Ma r q u e s de Gces. Op.cit., p . 115-16.

^ B A E R , W e r n e r e V I L LE L A, Ann ibal. " C r e s ci m e nt o i n d u s t r i a l e i n d u s t ri a l iz a ça o . R e v i sõ e s nos estági os do d e s e n v o l v i m e n t o ec o n ô m i c o do Erasil". In: Dados n9 9, 1972, p . 114-134.

6 0 IDEM. Op. c i t . , p . 115.

Page 85: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

61V I L L E L A e SUZIGAN. O p .c i t ., p . 43*.

6 2 BAER, W e r n e r e VI L LEL A, Aniiibal. Op. cit., p . 116-17.

6 3 IDEM. O p . c i t . , p . 114.

64STEIN, Sta n l ey J. Op.cit., p . 124-191.

6 5 1DEM. Op.cit., p . 90-100.

6 6 VILl.ELA e SUZIGA N. Op. cit., p . *3-85.

_ ^ 7FI SHL OW, Albert . "Or i ge n s e co ns cqu cn ci as da s u b s t i t u i ­ção de i m p or ta ç õ es no Brasil" In: Estudos Econômicos . vol.2, 1972, n9 6 , IPE-ÜS P, p . 13.

^ ' VE R S IA N I, F l a v i o R a b e l o e VER SI A NI , M ar i a T e re s a R.O. A industrialização brasileira antes de 1930^ Uma contribuição. U n i v e r s i d a d e de Bras ili n, I n s t it u to de Ciê nci as H u c a n a s , D e ­p a r t a m e n t o de Eco nomia. T ex tos p a r a D i s c u s s ã o n9 22 ,19 74, p . 4.

6 9 IDEM. Op. cit., p . 7.

7 0 IDEM. Op.cit., p.P-10.

7 *CASTRO, Ant on io. Sete ensaios sôbre a economia brasi­leira. Rio, F or en se, 1971, 29 vol. , p . 107.

7 2 STEIN, S t a nl e y J. Op. cit., p . 21.

73BRANNER , Jo h n C. Cotton in the Empire of Brasil. Wa s ­

hin gt on, G o v e r n m e n t P r in t in g Of fi ce , 1TP5, p . 47.

7 ^ A N D R A D E , Ma n o el C o r r e i a de. Geografia Econômica do Nor­deste. S. Paulo , Atlas, 1970, p . 36.

7 5 STEIN, S t an l e y J. Op.cit., p . 21.

7 6 IDEM, IBIDEM.

7 7 D A NT A S, Jo a o dos Reis de Souza. Relatório com que passou a administração da P r o v i n d a ao Fxmo. Snr. Conselheiro PedroLuiz Pereira de Souza, em 29 de Março de 1882. Bahia, T y p o ­g r a p h i a do " Di a r io d a Bahia" 1<?*2, p . 99-102.

7 f* .M A RT I NS , F r a n c i s c o Go nça l v es . Fala que ' reaitou jo Pre­

sidente da P r o v i n d a da Bahia, na abertura da Assembléa em4 de julho de 1849. Bahia, T y p o g r a p h i a de S a lv a do r M o i t i n h o ,1P49.

7 5 AR Q U I V O DO E S T A D O DA BA HI A ( A E B ) . Carta de 3 de julho de 1834, em P r e s i d e n c i a da Pro v in c ia , Serie A g r i c u l t u r a — F a b r i ­cas 1P29-IPP7. Ma ço 4.602.

p 0 .CA LMON, F r a n c i s c o M ar q ue s de Gocs. Op.cit., p . 62.

Page 86: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

PIA E B . Do c u me n t o s D iv er so s, 24 de janeiro de 1061, cm P r e ­

s i d e n c i a c! a P r o v i n c i a - Serie Ag r i c u l t u r a - Fabri cas 1H39-l^.PQ Ma ç o 4.603.

P2ALME ID A, Roraulo. O p . c i t . , p . 71.

p 3 „AEB. O f i c i o de 26 de jun ho de lf*61, cm P r e s i d e n c i a da

P r ov i n ci a , Serie A g r i c u l t u r a - Fábric as l!'39-lf,'9 Maço 4.603.

rAJ U N T A C O M E R C I A L DO E STA DO DA BAHIA, (JUCEB). C on tra to s c D i s t r a t o s , l r 73, doc.3".

0 5JUCEB, C on t a r t o s e Dis t r at o s, lr91, vol. 9^6-1013, doc.

17.

P6BRA NN ER, Jo h n C. C o tto n m th c Fm p irc o f B r a z i l . W a s ­

hi n gto n, G o v e r n m e n t P r i n t i n g Of fi ce , lr i"5, p . 42-3.

P7 ,AEF. O f i c io do P r e s i d e n t e da P r ov in cia , de 3 de janeiro

de 1^77. em P r e s i d e n c i a da Pr o v i n c i a , Serie A gr i c u l t u r a - Fãbricas i r 3 9 - l? f 9 Maç o 4.603.

M A G A L H Ã E S , J n ã o Jo sé de Moura. F a la do P r e s id e n t e da Pro v i n c i a da B a h ia na a b e r tu r a da Ass e n b lé a L e g i s l a t i v a em 25 de M arço de 1848. Bahia, T y p o g r a p h i a de Jc a c Alves Portella, 1T4P, p . 50.

PODAN TAS, J o a o dos Reis de Souza. O p . c i t . , p . 99-102.

90 , .AEP. O f i c i o ao P r e s i d e n t e da Pr ov in c i a, 1°61, cr. P r e s i ­

de n ci a da P r o v i n c i a , Se ri a A g r i c u l t u r a - Fa bricas 1P39- l01'' Março 4.603.

01DANTAS , Joa o dos Reis de Souza. O p . c i t . , p . 9 9“102.

9 2VIANNA , F r a n c i s c o Vicent e. 0p. c i t . , p. 272-74 .

93D A NT A S , Joao dos Reis de Souza. O p .c i t . , p . 99-102.

94C A L M 0 N , F r a n ci s co Ma r qu e s de Goes. Mensagem , n p rasu n tad a

a A sscm b lca L e g i s l a t i v a em 7 de A b r i l de 1925. Bahia, I mpr en sã O f f ic i al do Estado , 1925, p . 195.

^ P A R P O S A , Mario. A sp e c to s Econôm icos e F in a n c e i r o s do E s ­tado da B a h ia . Fahia, I m pr e n sa O f fi c ia l do Estado, 1931, .p. 15.

96AL M EI D A , Romulo. O p . c i t . , p . 67.

9 7 STEIN, S ta n l ey J. O p . c i t . , p . 191.

9 7A ~A e s t i m a t i v a da p r od u çã o b r a s i l e i r a de tecido

c a l c ul a da pelos e c o n o mi s ta s Jo s é Sergio G a b r i el l i L e o p o l d o Me i r a, p ro f es s o r e s da UFFa. , aos quais o dece t a mb é m pel o e s tí m u lo encontr ad o.

cm 1R75 foi e A n t o n i o au t or ngra-

71

Page 87: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

o pAFr. O f i c i o no P r e s i d e n t e da P r o v i n c i a do 2r- 9- l P7 6 er

P r e s i d e n c i a da P r ov i n c i a , Serie A g r i c u l t u r a - F áb ri ca s 1"32- 1 ^ 9 Ma ç o 4.603.

ng ,AET. Of i c i o ao P r e s i d e n t e da P r o v i n c i a de 1870, en P r e ­

s i d e n c i a d a Pr o v i n c i a , Se rie A g r i c u l t u r a - Fábricas 1 T 3 9 - l ,'r9 Maç o 4.603.

* ®^ DAN TA S, J oã o dos Reis de Souza. Op.cit., p . 99-102.

*°*LE?.0, J o a q u i m A n t a o Fe rna nd os. Rotatorio com que passou a administração da "Provincia da Pahia ao Exmo. Snr. Conselhei ro Antonio Coelho de Sá e Albuquerque em 30 de setembro <fõ 1862. Pahia, T y p o g r a p h i a de A nt o ni o Olavo da F ra n ç a Guerra, 1P62, p .60.

102 - .AET. O f i c i o ao P r e s i d e n t e da Pr o v i n c i a 1"76, en P r e ­

s i de n ci a da P r o v i n c i a - A g r i c u l t u r a - Fáb ri ca s 1039 -1 PP9 M a ­ço 4.603.

103 — —M A G A L H Ã E S , Jo ao José de Moura. Op. cit. , p.50.

104AEF. A b a i x o - A s s i n a d o ao P r e s i d e n t e da T r o v i n c i a lc 75] -5en

P r e s i d e n c i a da P r o v i n c i a - A g r i c u l t u r a - Fá b ri c a s lf'39-lP'!9 Maço 4 . fi03.

^ ^ A E T . G A L V Ã 0 , I n n o c e n c i o José. C a rt a a Dom in g o s Jos é d',A m o r i n em 3 de j u lh o de 1”34, en P r e s i d e n c i a da P r o v i n c i a A g r i c u l t u r a - F á b r ic a s 1 f29-lPA7 Maç o 4.602.

*°^CALM0N, F r a n c i s c o M ar q u e s de Goes. Vida Econômica e Fi­nanceira. . .p •64.

^ 7AET. O F ÍC I O ao P r e s i d e n t e da P r o v i n c i a e papé is diverso sde 2^ de j a n e i r o de l"4r-, en P r e s i d e n c i a da Pr o v i n c i a - A g r i ­cu lt ur a - F á b r ic a s lf'39-lPP9 Maço 4.603.

10 PAET. O F Í CI O ao P r e s i d e n t e da F r o v i n c i a o papeis diverso s

de 1-61, em P r e s i d e n c i a da P r o v i n c i a - A g r i c u l t u r a - Fábricas lP 39 -i r r 9 M aço 4.603.

in9V E RS I A N I e VER SI AN I . O p . cit., p.fl-13.

110A L M E I D A , Romulo. O p . cit., p.71.

^ ^ D A N T A S , M a n u e l P i n t o de Souza. Relatorio apresentado a Assembléa Legislativa pelo Presidente da Provincia em 19 de Março de 1866. Pahia, T y p o g r a p h i a de T o u r i n h o & Cia., 1^66.

1 1 2 STEIN, St a n l e y J. Op. cit., p.191.

113AEP. O F Í C I O ac P r e s i d e n t e da P r o v i n c i a do 2fi de se t e m b r o

de 1^ 7 6 , em P r e s i d e n c i a da P r o v i n c i a - A g r i c u l t u r a - F á b r i c a s 1 T 39 - 1P G 9 Ma ç o 4.603.

72

Page 88: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

NUNE S, Luis A n t o n i o da Silva. Relatorio com quo ao Exmo. Snr. Dezembargador Henrique Pereira de Lucena passou a admi­nistração da Provincia, em S de fevereiro de 1877. Tah i a. T y- p o p r a o h i a do "J o rn a l da Pahia", 1H77, p . 6 6 .

**^ MA RTI NS , F r a n c i s c o G on ç alv es. Fala do Presidente da Prc- vincia na Abertura da Assembléa Legislativa em 4 de julho d .• 1849. Pahia, T y p o g r a p h i n d e Sa l va d or Moit inh o, 1 ^ 4 9 ,p .37-39.

^**NUNES, Luis A n t o n i o da Silva. Op.cit., p . 64.

* * 7LUCPP. C o n t r a t o s e_D i s tr a to s , l^PK, doc. 29. O b s .: A dat a na lo n ba d a do v o l u m e nao c o r r e s p o n d e ne c es s a r i a m e n t e às Hatas dos do cu m e nt o s nele contidos.

1 lf*VI AN NA, F r a n c i s c o Vicente. Op.cit., 273-74.

1 1 9 JUCEF. Co n t r a t o s e D is t rat os, l " c 9, Vnl. 1P24-1902, doc. 174.

120JUCET. Co n t r a t o s e D is t ra t o s, 1^90, doc. 56.

121AEP. OF Í C I O ao P r e s i d e n t e da P r o v i n c i a de l^fQ, Cm Tre-

sif’enc ia da Pr ov i n ci a , A g r i c u l t u r a - Fabr ic as l ~ 3 9 - l P n 9 Maço 4.*03.

12 2JUCFP. C on t r a t o s c Di s t r a t o s , l r 90, doc. 56.

12 3 -SUNKEL, Osva ld o. O marco historico do proccsso desenvol-

vimento-subdesenvolvimento . Rio, F o ru m Ed., 1971, p . 16.

1 2 ^DAN TA S, J o ã o dos Reis de Souza. Op.cit., p . 39-102.

* 2 ^JUCEP. C o n t ra t os e Di st r a to s , 1^9^, doc. 56.

* 2 *JUCEF. C o n t r at o s e Dis t ra t os , 1^91, Vol. 9G6 -1013, doc.21.12 7

VI AN NA, F r a n c i s c o Vi cente. Op. cit. , p . 273.

JUCEP. C o n t a r to s c Di s t r a t o s , ln91, vol. 1016-104«?, doc.47.

* 2 9 VI AN NA , F r a n c i s c o Vi cente. Op.cit. , p . 274.

1 30 C O M P A N H I A E M P Õ R I 0 I N D U S T R I A L DO NORTE. (CEIN). Relatorio da Diretoria em IP de Março de 1898. Pahia, Im p ren sa Popu ~ lar, 1H9*.

114

73

Page 89: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

C A P I T U L O 2

Page 90: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

A FUN DA ÇÃO DA C O M P A N H I A EMPÓR IO

IH D US T R I/ L DO NORTE

A Companhia Empório Industrial do Morte foi uma das

vinte e nove empresas fundadas na Bahia em 1891, dentre as

quais três eram do setor têxtil.

Era a época do E n c i l h a m e n t o , e muitas destas empre­

sas não sobreviveram, o que, porém, não foi o caso das Compa­

nhias forradas na Bahia no ramo de fiação e tecelagem de algo

dão.

A importância dos empreendimentos texteis fundados

em 1891 pode ser aquilatada comparando seus capitais totais,

que atingiam 14.540:000$000 , com o total do capital de todas

as empresas então fundadas, cerca de 60.000:000$000.2

Ou seja, a indústria têxtil contava com quase a

quarta parte dos capitais investidos em novas empresas em

1891.

0 capital da C ia. Empório Industrial do Norte, por

sua vez, equivale ã quinta parte dos capitais das Companhias

do setor têxtil fundadas em 1891.

Deve-se levar em consideração, contudo, que a Com­

panhia Empório Industrial do Morte dispunha apenas de uma uni

dade fabril enquanto as demais Companhias fundadas em 1891

eram formadas de duas unidades (Cia. Progresso Industrial da

Bahia) ou de seis (Cia.União Fabril da Bahia), o que permite

avaliar m e lhor as dimensões da fábricas da Cia. Empório, de ­

signada ÍFãbrica da Boa Viagem e também conhecida na época co

mo "a fábrica de Luiz Tarquinio".

Page 91: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

L U I Z T A U Q U I N I O

Page 92: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Em 1895, dois anos após o início do seu funciona­

mento, ela detinha a terça parte dos operários, auase dois

terços dos teares e, possivelmente, quase a metade da produ­

ção dentre suas congêneres fundadas em 1891.3

Se ao invés de se comparar as diversas Companhias

entre si, se compara as diversas unidades fabris, tomadas iso

l adcm e n t e , então sobressaem mais ainda as dimensões da fábri­

ca de Luiz Tarquinio, cujo número de teares era seis vêzes na

ior aue o da fábrica S.Braz, que em 1893 tinha 151 t e a r n , o

maior número então, uma vez que a Todos os Santos apresenta

um número menor que em 1875, 135 teares.

Também o número de operários, e possivelmente a pro

d u ç ã o , superavam as cifras alcançadas pelas outras fábricas.

0 PLANEJAMENTO

Embora surgindo no auge do E n c ilhamento, a Ciá..Empc

riò; Industrial do Norte (de agora em diante designada tam­

bém p or sua sigla - CEIN) não parcce ter sido fruto de qual-

auer cálculo imediatista, visando ã especulação pura e sim­

ples conforme o clima da época. Seu planejamento cuidadoso, a

personalidade de seus fundadores e sua própria solidez poste­

rior não condizem com a aventura especulativa.

Um documento, de fevereiro de 1891, conservado pela

empresa, contém alguns d¿dos reveladores do espirito que pre­

sidiu a sua fundação^. Afirma o referido documento:

a) Pretende-se produzir 12 milhões de metros de te­

cido de algodão crú, p or ano, necessitando para isso 970 ope­

rários e chefes, 21.664 fusos e 918 teares.

0 consumo de tecidos de algodão crú em todo o Bra­

sil atinge 80 milhões de m e t r o s , anualmente.

Esse tecido, fabricado em Manchester com algodão de

"primeira escolha" do Brasil ou Egito custa, ao chegar ao

país, inclusive comissões, despesas e transporte, $150 o m e ­

tro.

Ao mesmo cambio e adicionados os actuais direitos

Page 93: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

custa o mesmo tecido $255 o metro.

"Para produzir 10.000.000 de eetros de tecidos aci­

ma, bastão:

Na Inglaterra 550 trabalhadores

N a Alemanha e Suiça 6 20

Na Italia 750

C aLculando-se a despeza sobre 970 pessoas tem-sc

um? grande margem, principalmente atendendo-se ã facilidade

e inteligência com que os nacionaes bem dirigidos se adaptão

a qualquer trabalho" .(

Segue-se um balanço simulado e outros cálculos ten­

dentes a provar a rentabilidade do empreendimento, além de

uma série de "considerandos":

"Considerando-se que parte as despezas (sic) acom-

panhão a produção e que o capital de 1.500:000 $ 0 0 0 , só será

chamado quando esta approximar-se do seu máximo;

Considerando-se que os preços adoptados para a ven­

da do tecido são muito aauem do que podem custar similares es

trangeiros com os impostos a c t u a e s ;

Considerando que mesmo baixando o preço ao dos m er­

cados productores da Europa, não ha risco para o capital.

Considerando-se que as actuaes fabricas do p a i s ,

p ela sua capacidade e organisão (sic) estão longe de poder

competir com esta que poderá dobrar a sua produção com argu­

mento relativamente pequeno de capital; pois é facto averigua

do e incontestado que nas grandes industrias succumbem sempre

as pequenas fabricas em proveito das grandes; (este parágrafo

está riscado no original. N.do A.).

Pode-se asseverar que no anno immediato ao da ini­

ciação dos trabalhos os Snrs. accionistas verão os capitaes

empregados na presente Empreza auferir lucros superiores a

15%.

Sem os elementos de que dispõe a Directoria e sem

as vantagens económicas e climatéricas com que podemos con­

tar, as gerencias de algumas fabricas idênticas na capital fe

deral dividem sob o titulo dividendos e bonus mais de 20% do

capital realisado.

Page 94: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Diretoria da "Emporio Industrial do Norte" espera

muito melhores resultados graças a:

Proficiência d o pessoal technico superior;

Perfeição das machinas adoptadas;

Boa organização e divisão do trabalho;

Meios que possuem de dar prompta sahida ás mercado­

rias ;

Regularidade de fabricação;

accondicionamento dos produtos;

Exacto cumprimento dos contractos;

Força do capital e credito de que poderá despor.

Seguros do bom resultado de tal emprehendimento os

seus iniciadores alem do que lhes pode tocar como simples ac­

cionistas contentão-se com a sobra de lucros desconhecidos en

tre nos para emprezas de qualquer natureza, e que satisfarão

ao mais exigente capitalista.

Assim alem da metade dos lucros que excederen a

15% sobre o capital realisado so terão «lies a gloria de te­

rem concorrido para o progresso deste Estado estábelecendo

fontes de riqueza isentas do maléfico germen de destruição

que se chama protecção official

b) A última frase acina citada não é a única en que

o espirito liberal dos fundadores transparece de maneira ine­

quívoca. Logo abaixo d o nome da empresa, na primeira página,

aparece a frase:" Empreza organisada sem privilegio nem favo­

res do g o v e r n o " .p

Após mencionar que a finalidade da Empresa é a "ex

ploração de industrias nas quais possão ser utilisadas mate­

rias primas indigenas"®, afirma-se que "So serão exploradas

industrias que possão suportar a naifí livre concurrencia sem

perigo p a r a sua existencia e cujos productos encontrem nopaiz

consumo certo e avultado a ponto de supportar fabricas cujo

pessoal nunca seja inferior a 300 operarios"10. Mais -adiante

declara-se que "Não pretendendo a Empreza privilegios e favo­

res dos poderes públicos, não pode sem prejuiso de seus in­

teresses declarar quaes as industrias que no futuro pretende

e xplorar". “

Page 95: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

0 mesmo documento afirma ainda que "a garantia do

sua prosperidade reside no estudo profundo das condições so

ciaes, economicéis e commerciaes do paiz, em urna activa e i r¡

telligente administração e principalmente nos conhecimentos

longa pratica do pessoal technico inferior e na p r e f e r e n c i a s

grandes install a ç õ e s , como únicas capazes de dar resultado.0

satisfactorios" .12

Os trechos c itados confirmam o cuidado com que se

preparou o lançamento da empresa e prevalecimento de um espi­

rito liberal muito difundido na época. Perceberam os liberáis

baianos aue a proteção dispensada pelo Estado à industria na­

cional, através da taxação dos tecidos importados demonstrada

p or seus próprios cálculos, era o fator que lhes permitiria

levar avante um empreendimento que eme. futuro próximo confir

maria as expectativas dos seus fundadores. Não obstante ex-

tremavam-se em seu liberalismo económico.

A LOCALIZAÇÃO

A fábrica localizou-se na Boa-Viagem, então un su­

burbio, relativamente próximo do porto e da única estação fer

roviãria da cidade. Dispunha, contudo, do seu próprio ancora­

douro: de um cais de 240 metros de extensão e 840 metros cú­

bicos de alvenaria parte uma ponte com 150 metros, de compri­

mento e 3,65 metros de largura, solidamente construída corri

madeira de lei. Um guindaste a vapor carrega ou descarrega

os navios que aí aportam, mesmo os de maior calado e em qual­

quer maré. Uma linha de trilhos de bitolà estreijtdÉstendiá-se 'do

finaLda ponte Até ãs dependências da fábricas, facilitando r

transporte dos bens de produção i m portados, principalmente o

carvão, aue era conduzido até um depósito com capacidade para

1.200 toneladas ou diretamente para as fornalhas. Também se

remetia p o r este cais os produtos da fábrica para os demais

estados do Brasil.1 ^

Sendo alagadiço o terreno em que se assentaria a fã

brica e principalmente a Vila Operária, houve necessidade de

sanear previamente o local. Para isso procedeu-se ã desseca-

Page 96: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ção do terreno: as diversas nascentes oue tornavam a área par*

tanosa f o r a m • canalizadas para um grande reservatório de

40,30 m de comprimento por 22,22m de largura e 3m de profun­

didade, servindo às necessidades da fábrica. Um outro reser­

vatório de 43,50m de comprimento p or 28,50 de largura e 1,50

de profundidade foi construído em 1899 para atender às neces­

sidades crescentes do estabelecimento.

Uma muralha de alvenaria, construída à profundidade

de dois metros, ao longo de uma elevação nos fundos da Vila,

garantia a área ocupada pelos edifícios da humidade, ser­

vindo simultaneamente de vala de drenagem para as águas de

chuva ou lavagens das ruas da V i l a . ^

EDIFÍCIOS E MAQUINARIA

0 edifício principal, onde se encontra instalada a

fábrica, ocupa uma área de 21.600 metros quadrados.

Os engenheiros oue participaram da construção da

Fábrica e da Vila Operária foram Augusto Weilemann e Augusto

Frederico de Lacerda, de acordo com P. Madureira de P inho.15

0 Relatório de 189 6 esclarece que "o serviço geral

da Fabrica acha-se sob a immediata fiscalisação do distincto

e operoso engenheiro Sr. A. Weilenann, oue desde o seo inicio

tem dirigido todos os serviços de construcção dos e d ificios,

installação dos 7 nachinismos e organis ação do trabalho, dr

modo o mais cabal, sendo uma prova real de sua pericia o sur-

prchendente facto de fazer erigir um edificio collossal, ao

mesmo tempo que toda a structura de ferro era por indicação

sua fabricada na Europa, a qual ao ser ajustada não deo logar

a que se cortasse uma pollegada de ferro siquer, tal era a

exactidão das medidas e da execução".1"

Em 1896, embora estivesse cm funcionamento h á três

anos, e totalmente concluídos os trabalhos do edifício da Fá­

brica, ainda não estavam completos os trabalhos de instalação

e das dependências, daí o seu funcionamento com vim número dc

operários e de teares m enor do que fora previsto no Prospecto

de Lançamento. Logo porém, em 1899, as cifras previstas se-

81

Page 97: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

F O T O 2

F A C H A D A D A F Á B R I C A D A BOA- V I A G E M - F O T O D E 1 9 4 3

Page 98: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ri am alcanç a d a s .

0 edifício da Fábrica foi todo construído de alve­

naria e ferro. Possui dois pavimentos. No inferior situan-se

15 compartimentos assim distribuídos:

2 para t e a r e s ;

6 para preparação de fios;

2 para depósitos de fios e fazendas;

2 para oficinas de mecânica, carpintaria e ferra­

ria;

2 para m o t o r e s ;

1 para caldeiras.

No pavimento superior há tres grandes salas ocupa­

das pelos escritórios dos diretores técnicos e pelo almoxari-

fado.

A chaminé, com 34 metros de altura, foi construída

por um especialista enviado pelos construotores Custode K

Cia., de DÜsseldorf (Alemanha), construída toda com tijolos

ingleses especialmente fabricados, tem suas camadas inferio­

res revestidas de materiais refratãrios, assentando sobre um

alicerce de concreto com 2 metros de espessura, que, p or sua

vez, tem por base forte estacada, atingindo uma profundid_a

de de 8 metros.

A fábrica, nas palavras do engenheiro Dr. José Si-

mào da Costa,não era a maior do mundo, no seu gênero, "cor.io

aliás e idéia corrente entre n ó s . " 1® Esta observação é signi

ficativa e demonstra a repercussão que obteve na época o er,

p r e e n d i m e n t o , não só pelas suas dimensões, ate então desco­

nhecidas na Bahia, como, mais ainda, pelos seus aspectos so­

ciais, dos quais se tratará mais adiante.

Se o empreendimento não ora o maior do mundo, con­

tinua o engenheiro, "podemos asseverar (e falamos com a limi­

tada autoridade de quem ja viu o que, na especie, ha de m a i ­

or e mais perfeito, na Europa e nos Estados Unidos da America

do N o r t e ) ... q u e , sob o ponto de vista de installação previden

te, e em tudo visando á economia, pode equipar-se, v a ntajosa­

mente, aos mais perfeitos e modernos de além mar, e está, sem

dúvida alguma coisa acima da média das installações que não

Page 99: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

têm melhorado seus machinismos durante os últimos cinco an-

n os."1^ '

Oue a fábrica fosse das mais modernas e bem apare­

lhadas pode ser explicado p ela familiaridade de Luiz Tarqui-

nio com tudo aquilo que se relacionasse com tecidos, fami­

liaridade adquirida numa vida inteira dedicada ao seu comér­

cio e em constantes viagens aos grandes centros têxteis da Eu

ropa. Devido ao seu conhecimento do maquinário têxtil é qur

ele recusou ofertas de íFãbricas completas, preferindo esco­

lher o m elhor de cada fornecedor.20

O b 899 teares e as 96 diferentes máquinas que a fá­

brica possuiasão movidos por dois motores de força de 350 ca­

valos cada um, sendo o vapor fornecido por 5 caldeiras multi-

b u l a r e s , das quais, pela sua eficiência, só três precisam fun

cionar, ficando duas em repouso.21

0 maquinário era'dnglês :teares lisos de Harling ?<

Todd, teares xadrez de BUTTER-WORTH, Dobradeiras de Hacking

& Co., cardas de HOWARD & BULLOUGH, batedores de PLATT BROS,

tornos e calandras de FELBER JUCKüR.

Na p?.rte dos fundos do edifício da fábrica encon­

tram-se os motores de todo o maauinismo e as caldeiras.

Os motores, os mais perfeitos no sistema Compound,

com condensadores de superfície, desenvolvem 350 cavalos de

força, cada um. As caldeiras são do tipo BABCOCK & W I L C O X ,for

n e c e n d o , sob a pressão de uma média de 120 libras por polega­

da quadrada, o vapor necessário aos trabalhos do estabeleci­

mento. 22

Sobre o teto do edifício um tanaue alimenta as cal­

deiras can água pura bombeada dos reservatórios situados do

lado oposto da fábrica, já referidos. Outro tanque é provido

de água do mar utilizada para lavagem de dependências da fá­

brica.

No primeiro edifício localiza-se o Salão B r a n c o , já

com 1.000 teares em 1899, assim designado p or serem aí p r e ­

parados os tecidos brancos ou com finos riscados de cores. Em

compartimento separado encontram-se sete máquinas enroladei-

ras e dez urdideiras.

No Salão de Cor uma variedade de utensílios e apare

84

Page 100: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

lhos destina se ã tinturaria dos fios de algodão. Em um g ran­

de deposito estão armazenados drogas, tintas e accessõrios.Em

um completo laboratório são ensaiadas as composições químicas

com que o fio é tingido. A ceção de tinturaria conta aind.’

com 9 tanques de madeira forrados de ferro galvanisado, ond-

0 fio é submergido para absorver a tintura neles prepar^d^

1 bomba a vapor Duplex, para água condensada; 4 tanques com

capacidade para 10.000 litros de águas condensada; 1 turbina

para ressecar o fio; 6 Jiggers para tingir fazendas; 1 máqui­

na de engomar e ressecar meadas dc fio; 2 máquinas para esti­

rar e escovar meadas; 2 grandes estufas munidas de ventilado­

res que alí introduzem ar aquecido ou frio, conforme a neces­

sidade. No Salão de Cor c menor o numero de teares (1R6 no

ano de 1899).

Em outra secção encontram-se 11 enroladeiras, 11

caneleiras, 7 urdideiras, 5 urdideiras seccionais, 4 agitado­

res de goma mividos a vapor, 2 engomadeiras de fio, 1 engoma-

deira de fazendas, 7 grades para liçar, 8 suportes para rolos

de fio, 1 calandra para alisar c lustrar tecidos, 2 máquinas

para tecer cordões delulares, 1 prensa hidráulica e 1 máquina

de costura locomovei.

T oda a matéria prima preparada na fábrica ou impor­

tada do estrangeiro (fios) é depositada num compartimento es­

pecial onde é pesada, registrada e distribuída ãs secções a

que se destinam. Nesta repartição pode a gerência observar a

marcha geral do trabalho através do consumo da materia-prima

que sai d aí.23

Na secção de fiação, além das máquinas denominadas

abridores, existem 6 batedores, 36 cardas e 9 máquinas dc es-

tiragem. 0 número de fiadeiras ascende a 18, com £.04 8 fusos

para fio de trama e 4.864 fusos para fio dc urdir, em outras

16 fiadeiras. Outras máquinas desta secção: meadeiras , dobra-

doras mecânicas, máquinas para beneficiar estopa, m áquina pa­

ra encapar rolo de fio, etc.

0 serviço para prevenção de incêndios seria sufi­

ciente para uma pequena cidade: borba de incêndio sobre ro­

das, canalização com bocas de espaço, tudo destinado a fun­

cionar com água sob pressão suficiente para atingir qualquer

85

Page 101: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

distância dentro do edifício.24

Do lado oposto à fábrica, além da Vila Operária e

dos tanques já referidos, situa-se uma série de enormes depó­

sitos utilizados para o armazenamento de algodão e 'anilinas ,

servindo um deles como carpintaria, um outro posteriormente

veio a ser utilizado como almoxarifado e um terceiro como re­

feitório e nos dias atuais, parcialmente como "arquivo mor­

to". Encontram-se também aí um campo de basket-ball e um gran

de terreno utilizado como campo de futebol, alem de uma cas.’

para tratamento da água, um gasogênio e mais um depósito pos­

teriormente utilizado para localizar os geradores. Comp.etam

o conjunto três tanques elevados e um outro, pequeno, ao ní­

vel do solo.

A VILA OPERÁRIA

De toda a obra de Luiz Tarquinio, o aspecto que

maior atenção despertou foi, sem dúvida, o da assistência so­

cial dispensada aos operários da sua fábrica, consubstancia­

da na Vila Operária.

0 seu plano geral foi inspirado nas Tennement Hou-

ses britânicas, habitações cujo padrão foi estabelecido pelo

governo inglês. A Vila imita-lhe apenas a disposição dos edi­

fícios, acrescentando um pequeno jardim na frente de cada ca­

sa.

Os oito blocos de casas que compõem a Vila Operária

estão dispostos paralelamente, ocupando uma área de 21.476

metros. Subdividem-se em 258 casas residenciais, com dois p a ­

vimentos, além do gabinete médico, farmácia, loja, creche, e

açougue e armazém que funcionavam em regime cooperativo. Em

outro bloco, isolado, também com dois pavimentos^ localizou-

se a escola, biblioteca e suas dependências.(Em 1896 haviam

162 casas prontas e habitadas).

Os blocos eram designados ora como s c c ç õ e s , ora por

l e t r a s , ora pela numeração da Avenida Luiz Tarquinio corres­

pondendo um número para cada Bloco. Cada Bloco Residencial se

parava-se da Avenida por uma grade onde se fixava o número

86

Page 102: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

da Avenida correspondente. Assim, ao Bloco A correspondia o

que se designava como Portão 89, ao Bloco B o Portão 87, e

assim por diante ate o Bloco H, ao qual correspondia o Portão

75. Cada casa recebia um número, de tal modo que, para iden­

tificar-se a residência de um morador, necessitava-se sempre

designar o número do Portão. A noite os portões eram fecha­

dos pela polícia interna, às 21 horas.

Entre os blocos, para circulação, existiam ruelas

pavimentadas com 7,5 m de larfgura por 84 de comprimento, que

dão acesso ã hoje denominada Av. Luiz Tarquinio.

As casas eram dc três tipos. 0 tipo B, que era o

da maioria das casas, 243, compunha-se de: a) Térreo: sala dc

estar, sala de jantar, copa, cozinha, banheiro; b) 19 andar:

2 dormitórios. Áreas: Térreo - 41,53 m 2 ; 29 andar:30,42, to­

talizando 71,96 m 2 .

0 tipo A, com 13 unidades, compunha-se de: a) Tér­

reo: sala de entrada, 3 salas, sala de jantar, cozinha, sa­

nitário; b) 19 andar: 5 donnitÓrios. Ãreas: Térreo: 85,94 m ? ;

19 andar: 78,32 m 2.

0 tipo C: as casa desse tipo, em número de 4, re­

sultaram de 2 casas do tipo A que foram transformadas em apar

t a m e n t o s , um térreo e outro no 19 andar. 0 apartamento térreo

se constitui de 2 salas, 2 dormitórios, cozinha e banheiro. 0

apartamento de 19 andar se constitui de 2 s a l a s , três dormi­

tórios , cozinha e banheiro. Com essa transformação,o total de

unidades residenciais da Vila fJicançòu o número de 2 60 .

No centro da Vila, há uma praça arborizada com

1.530 m 2 , onde se localizavam dois coretos e, a partir de

1898, a estátua de Luiz Tarauinio. Neste local apresentavam-

se bandas de música, aos domingos.

0 material do serviço de esgotos foi fornecido p e ­

los engenheiros higienistas de Londres e Manchester, Doulton

& C. e Adams & C.

A lavagem dos esgotos , que desembocam no mar, era

feita por 52 tanques que descarregavam automàticamente 27.000

litros de água em cada dias horas.

A distribuição de água potável era feita por meio

Page 103: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

de 8 pilastras-fontes e a agua para uso doméstico p or 16 co­

lunas, postadas duas en cada rúa.

A água potável era fornecida pela Companhia do Quci

mado, e a utilizada para os serviços domésticos era colhida

das vertentes do terreno, e depois de atravessar um poderos^

filtro de pressão era acumulada em um grande reservatório co­

locado sobre a casa de um dos motores , descendo daí p or pre¿;— 2 5

sao natural.

As ruas da Vila são cimentadas, planas, com ligei­

ros declive oue facilitar a drenagem das águas pluviais ou

das lavagens d i árias.26

Se a Vila Operária tornou-se o aspecto de maior

destaaue das realizações de Luiz Tarciuinio, a Escola Ruy Bar­

bosa atraiu as atenções nais que c.walquer outra obra da pró­

pria Vila.

Com dois pavimentos, a escola abrigava, no térreo,

o jardim de infância, com 4 5 crianças, dirigido por Luisa

Steinneg tende como auxiliares Maria Amelia Moreira, Anelia

Guedes, Elisa Vieira, professoras diplomadas pela Escola Nor­

mal, com salários superiores àqueles das suas colegas das es­

colas estaduais.27 Frequentavam o jardim de infância junto

âs crianças da Vila, em 1899, uma filha de Luiz Tarquinio e

a filha de um deputado federal.28 Ainda no térreo estava o

grupo escolar com 104 alunos, dividido em várias turmas, in­

cluindo a de primeiras letras. A diretora do grupo era Ann;

Cheney, ex-diretora do Hampton Institute nos Estados Unidor:

da América do Norte, lecionando também educação física aos a-

l u n o s . A professora de Aritmética era o.essie Justice, esco­

cesa, há poucos anos shegada ao Brasil. As professoras Edith

Vergne de Abreu e Isabel Monteiro ensinavam aos alunos as

primeiras letras. Os alunos mais adiantados estudavam Histó­

ria Natural com a professora Maria da Glória Moreira, dispon­

do para seus e s t u d o s , de um pequeno museu.

Situava-se também no térreo, entre o jardim de in­

fância e o salão de ginástica, a biblioteca com o seu salão

de leitura, frequentado, em média, por 2 5 pessoas por dia em

1899.29

88

Page 104: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

No 19 andar situava-se o curso n o t u m o , dirigido

pela professora Lydia Burgos, com 45 alunos. Un salão para do

senho, com 62 alunos, no qual o professor Sócrates Lepes Ro­

drigues ensinava desenho linear e o professor Kanoel Lopes po

drigues ensinava desenho de figura e pintura. Urna sala desti­

nada a creche, porém não utilizada ainda en 1899, pois as

nães operárias preferiam confiar seus filhos aos cuidados d<?

parentes. Posteriormente a creche viria a funcionar no Bloco

E. Em um grande salão tinham lugar os ensaios ordinários da

banda de mú ica, composta de 60 operários; aí também reali­

zavam-se as festas semanais, quando chovia.30

0 engenheiro José Simão da Costa, que escreveu, em

1899, uma descrição do estabelecimento fundado por Luiz Tar-

auinio, observava ainda o luxo da mobília da Escola o que po­

de ser comprovftdo, embora parcialmente, por algumas fotogra­

fias, amarelacidas pelo tempo, que datam, provavelmente, dos

primeiros anos deste século. Acrescenta ainda que "A bem .:dos

créditos do Brasil moderno, diga-se que em parte alguma do

mundo ha exemplo de terem os proprietários de estabelecimen­

tos industriaes fundado, em igualdade de circunstancias, obra

tão completa para a iIlustração do espírito e elevação moral

dos próprios operarios e seus filhos".31

A Vila, inaugurada em maio de 189 2, dispunha de ilu

minação elétrica e de assistência médica permanente prestada

pelo Dr. Adriano dos,Reis Gordilho.

Os seus 800 habitantes, en 18963 1 A , aumentados para

1.500 em 1899, obedeciam a um regulamento, que de acordo com

o engenheiro José Simão da Costa era aceito devido à sua jus­

ta aplicação, tratanto a todos com absoluta igualdade. Esse

era o segredo, segundo o autor, "de transformar em massa uni­

formemente obediente e passiva uma classe refractaria por ín­

dole e por hábito, à ordem e ao asseio". Para a observação

fiel do regulamento, havia um corpo de polícia permanente. E£

se regulamento, afirma ainda o autor, "nem...é co m p l i c a d o ,nem

absurdo. Seria também forçar a nota do sentimentalismo ta-

xal-o de arbitrário".32

80

Page 105: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

F A C H A D A V I L A O P E R Á R I A - A V . L U I Z T A R Q U I N I O - F O T O D E 1 9 5 9

Page 106: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

F O T O 4

V I L A O P E R Ã R I A - R U A C O R R E S P O N D E N T E A O P O R T Ã O 77

F O T O D E 1 9 4 3

Page 107: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

V I L A O P E R Á R I A - E S C O L A R U Y B A R B O S A - F O T O D E 1 9 5 9

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F O T O 6

V I L A O P E R Ã R I A - C R E C H E - F O T O D E 1 9 4 3

Page 109: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

F O T O 7 F O T O D O S P R I M E I R O S A N O S D O S É C U L O X X

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O P E R A R I A - S A L A D E A U L A D A E S C O L A R U Y B A R B O S A

F O T O D O S P R I M E I R O S A N O S D O S É C U L O X X

FOTO

V I L A

Page 111: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

F O T O 8

V I L A O P E R Ã R I A - V I S T A D O J A R D I M , A O F U N D O D A S F A C H A D A S D A L O J A

E A R M A Z É M - F O T O D O S P R I M E I R O S A N O S D O S É C U L O X

Page 112: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

F O T O 10

V I L A O P E R Ã R I A - B I B L I O T E C A E S A L A D E L E I T U R A

F O T O D O S P R I M E I R O S A N O S D O S É C U L O X X

sBSe

Page 113: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

FOTO 11

V I LA O P E R Á R I A - SALÃO PARA E NS A I OS DA BANDA M U S I C A L E FESTA S

FO T O DOS P R I M E I R O S ANOS DO SÉCULO XX

Page 114: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

0 OPERARIADO

O serviço geral da fábrica era supervisionado, em

1896 , pelo engenheiro Augusto W e i l e r . a n n . 3 3 que dirigiu su*

construção e suas instalações até 1897, sendo então substi­

tuído p o r Augusto Frederico de Lacerda3 4 . 0 diretor técnico

era F. W e l t i , formado por escolas técnicas da Suiça e Alema­

nha e com experiência de gerência em fábricas européias. A

chefia mecânica era ocupada por Alvaro Mariani Pinto, cujos

conhecimentos de mecânica e da indústria de fiação foram ad-

auiridos em escolas superiores da Eu r o p a . 35

Do total de 697 operários em 1896, 171 eram homens

e 526, m u l h e r e s . 36

Os salários semanais, em 1899, estavam em torno deo 7 ^ ^ ^

20$000 . Ha uma rreferencia a familias que recebiam sala-

rios semanais superiores a 140$00038. 0 aluguel pago mensal­

mente p or uma casa na Vila, era de 20$000 mantido até a vi­

gência do salário mínimo em 19 40. Após cinco anos de trabalho

o operário julgado eficiente era dispensado do pagamento de

aluguel e ao completar 10 anos de trabalho recebia uma cas?

fora da Vila que, no começo do século valia 10:000$000 . 39

Em 1896, de acordo com o Relatório então apresenta­

do, os operários recebiam pelo preço de custo todos os prin­

cipais generos de alimentação, o que importava em uma econo­

mia dc 40% representada pela diferença entre o preço pelo

aual adquiriam a mercadoria e os preços das casa de comercio

a retalho onde teriam que abastecer-se; acrescenta o Relató­

rio que "essa benéfica med i d a . ..nenhum onus acarreta a Compa­

nhia " . 40

A PRODUÇÃO E OS PRIMEIROS LUCROS

A produção, iniciada em 189 3, atingiu em 1895 cerca

de 7.9 30.000 metros, constituindo-se em 76% de tecidos crús e

24% de tecidos a cores. Vê-se que houve uma certa mudança no

sentido de fabricar tecidos de melhor qualidade, uma vez que

99

Page 115: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

F O T O 12

C A R D A S - M A R C A F O W A R D & B U L L O U G H . F U N C I O N A R A M D F 1 8 9 3 A 1 9 6 5 .

F O T O D F. F I N S D A D É C A D A DF. 1 9 5 0

Page 116: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

F O T O 13

E N F O L A D E I R A S - M A R C A S C H L A F H O R S T . I N S T A L A D A S E M 1 9 5 1 .

F O T O D E F I N S D A D É C A D A DE 1950

Page 117: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

o Prosnecto de Lançamento de 1891 mencionava apenas tecidos

crús. 0 Felatório de 1896, (apresentado na primeira reunião

dos acionistas desde a fundação em 1891), afirma que aquela

produção equivale apenas a 50% de trabalho efetivo, esperando

para breve a elevação desse índice para mais de 60% "gra,ça ã

intelligencia dos operários nacionaes que, apezar de serem na

iraior parte aprendizes da Fabrica e de trabalharem em tecidos

nunca dantes fabricados neste Estado, jã muitos apresent •jn u-

ma media de 7 5% de trabalho effectivo, o que na Europa mesmo

só conseguem operários dos mais intelligentes e activos" .41fía

tecelagem o~ operários mais aptos cuidavam de 2 até 4 tea­

res . 4 2

/lém dos tecidos crus, o restante da produção com­

põe-se de outros tipos de tecidos brancos dos tipos enfesta­

dos (lençóis) e trançados (mescla). Também são produzidas toa

lhas, aniagem para fardos e barbante.

Dentre as fazendas de cores existiam as seguintes

marcas e tipos:

M A R C A S T I P O SP rogressoA lb ion iv . . ; •Americano . vTU *-4C a lifo r n ia R iscado escu rcF lo r id a Riscado c la r oFortuna Xadrez^3GermaniaH elv ecia

0 primeiro Relatório apresentado pela Direção a

primeira reunião de acionistas desde a fundação da Companhia,

expressa satisfação pelos resultados obtidos, apontando como

causa da boa recepção aos seus produtos a superioridade da ma

téria prima e a perfeição do trabalho. / matéria prima refe­

rida consistia nos fios importados, uma vez que a fábrica des

tinava-se originalmente apenas à tecelagem. Logo, porém, essa

orientação teve que modificar-se pois de acordo ainda com o

Relatório, os competidores na Capital Federal, através do Con

1 0 2

Page 118: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

C O M P A N H I A E K P Õ R I O I N D U S T R I A L DC N O R T E

M A R C A A D O T A D A FM 1 9 C 2 P A R A D I S T I N G U I R SEUS T E C I D O S , A I N D A U T I L I Z A D A EH 1915

FONTE; A R Q U I V O DA C E I N

G R A V U R A 1

Page 119: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

f» C ! S

C O M P A N H I A E M F Õ R I O I N D U S T R I A L D O N O R T E

M A R C A A D O T A D A E H 19 21 R A R A D I S T I N G U I R OS P R O D U T O S D E SUA F Í F R I C A .

F O N T E ; A R Q U I V O D A C E IN.

G R A V U R A 2

Page 120: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

presso da União, manobraram no sentido de aumentar as taxas

sobre o fio importadr«, não o conseguindo devido aos "esforças

ingentes de illustres bahianos que desta vez o fizeram abor­

tar " . 44

Um destes ilustres baianos foi o próprio Luiz Tar*-

quinio, que, segundo as palavras do Conselho Fiscal, "ac ter

noticia da idoia — que repentinamente surgira na Capital Fe­

deral, suggerida por Companhiás c^ngencres alli instituídas,

e geitr>samente insinuada no seio do Congresso da União — de

tributar-se a matéria prima nue importa esta Companhia para

seos tecido , — iileia que intuitivamente visava, por parte

de seos su g g e s t ^ r e s , afastar a concurrencia desta e saciar jx-r

tènto, a avidez daquellas suas competidoras — transportou-se

sem demora para a dita capital, e, nhi, desenvolvendo rara ac

tividado, com detrimento embora de sua saude, comabateu bri­

lhantemente pela imprensa, em renhida discussão que sustentou

com seus adversarios, tal ideia, logrando afinal, o prazer e

a ploria do vel-a Baouear " . ^ 5

Crnscientes dos riscos a que estãvam submetidos, nu

ma conjuntura em que política governamental tendia a a’apoiar

as fábricas aue dispunham de suas próprias fiações, a direção

da EmpÓrio resolveu montar a secção de fiação, pois estava

certa aue a luta se renovaria em 1896. Isso, porém, exigia

grandes capitais, de que não dispunha, uma vez que o capital

da Companhia achava-se empregado nos edifícios da fábrica, Vi

la Operária, máquinas e equipamentos, tendo sido necessário

recorrer ao credito para a movimentação do processo produti­

vo. Assim, para montar a fiação resolveu-se pedir autorização

aos acionistas para a emissão de fet&nturve de 8% até a soma

de 2 .0 0 0:n o o é o n o , necessária não só para estabelecer a fiação

"como também para se poder offerecer certas vantagens nas con

dições da venda dos produetos aos nossos freguezes, que ;tudo

de nós merecem pela consideração e sympathia que nos votam" A*

Os lucros em 1896 atingiram a soma de 636: 354Í693 , 9

que representou 25,84% sobre o valor das vendas. Desta soma

distribuiram-se 510:000$000 de dividendos, pagaram-se ........

60:000$000 a título de comissão da Diretoria e r e t i r a r a m - s e

105

Page 121: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

66:3fi*>%693 para o fundo de reservar.4 ^

Cumpriu-se assim a previsão, feita no Prospecto de.

Lançamento, em 1891, de lucros acima de 15%.

RELAÇÕES COMERCIAIS

As relações comerciais desenvolveram-se especialmen

te com Manchester, de onde inportavam-se fios, anilinas, ma-

auinário fornecidos por firmas como Bruderer & Cia. (tanbém

estabelecic j na Bahia, na década dos 70 onde se dedicava a

importação de tecidos), Schill, Seebohm & Cia., Zill & Schw-

abe, J.L. Fell & Cia. De Paris inportava-se material elétrico

de E. Martin & C i a . 48

Internamente, os produtos da Companhia eram coloca­

dos tanto no nordeste (Pernambuco) como no sul (Rio Grande do

Sul). No primeiro destes estados a "Casa de Comissões" de Po-

lydoro Bittencourt Junior representava os interesses da Com­

panhia. No Pio Grande do Sul, um dos maiores mercados da E m ­

porio, durante mais de 30 anos diversos membros da familia

M artinez distribuirán os tecidos da E m p o r i o .49

OS FUNDADORES

Na Bahia de fins do século XIX, a introdução de un

empreendimento com as características da fábrica fundada por

Lüiz Tarouinio, significava um esforço de modernização de una

velha industria c o m o a de tecidos.

0 momento em que a Companhia foi fundada foi o do

primeiro grande surto de crescimento industrial no Brasil. En

certa nedir'a a Emporio Industrial < o Morte permaneceu como a

expressão mais característica, na Bahia, desse surto de desen

volvimento ocorrido nos primeiros anos da República.

0 elogio farto, dos primeiros anos de sua existen­

cia, confunde o criador e sua obra numa exaltação que desco­

nhece limites. As páginas da revista da Vila Operária, Cida­

de do Bem, em 1899 estão repletas de referencias l a u d a t o r i a s ,

106

Page 122: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

l e j K ^

U l i l Q ntfticxotaVílüC'

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P O T O 15

H O M E N A G E M X F A M Í L I A MO N T E I R O MARTINE7. R E P R E S E N T A N T E DA CEIN NO

R . G . D O SUL POR 30 ANOS ( 1 9 2 7 - 1 9 5 7 )

Page 123: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

em prosa e verso, ao criador e sua criação. Assim, a Vila é

comparada a uma "terra da Promissão" e Luiz Tarquinio à P ro­

vidência ,por Mucio Teixeira, Barão de Ergonte, poeta e dire­

tor da revista. 0 engenheiro José Simão da Costa não encontra

va úm adjetivo apropriado para definir-lhe a personalidade,re

legando "ao futuro historiador do Brasil industrial os apuros

de cunhar o termo qúe apropriadamente defina essa gloria bra­

sileira " . 50 Francisco Mangabeira comparau-o a Jesus C: Cristo

em poesia escrita por ocasião do seu aniversário em 24 dt ju­

lho do 1899 5 1 , e Alexandre Fernandes também o comparou a

Deus5 2 : Amelia Rodrigues53 e Silio Boccanera Junior exalta­

ram-no através das páginas da revista Cidade do B e m . 54

Em, outra época, e em outro plano, Calmon referiu-

se p o tipo modelar de organização aue era a Empório Indus­

trial do Norte, cujo projeto fora idealizado e realizado por

Luiz Tarquinio "espirito privilegiado, de força de vontade in

ouebrantavel, seguro nos effeitos que resultariam do plano

muito meditado e que por longo tempo o absorvera " . 55 Acres­

centou dados sobre os outros dois fundadores da Companhia,

Leopoldo José da Silva e Miguel Francisco Rodrigues de M o ­

raes .

Do primeiro, também comerciante, foi dito que "era

o espírito de moderação, necessário a corrigir e vencer cs im

petos arrojados de Luiz Tarquinio"56. Do segundo, sócio da

firma Rodrigues de Moares & C i a . , (substituída cm 189 5 pela

razão social de Rodrigues Fernandes K Cia.), afirmou que era

"dotado de intelligencia lucida e ponderada, era elementoprc£

tipioso pelo valor commercial e pela irresistivel sympathia

com oue a todos attrahia"5?. Sobre Miguel Francisco Rodrigues

de Moraes, falecido em 20 de março de 1895 deve-se acrescen­

tar aue era acionista de diversos bancos e empresas b a i a ­

n a s 5®, além de proprietário do engenho A.ratu,com três mil t a ­

refas de terras adquirido para montagem de uma usina m oder­

na. 59

Diversas referências aos fundadores da Emporio In­

dustrial do Norte, especialmente a Luiz Tarauinio, encontram-

se ainda em escritos de Rômulo Almeida6® , Luis Vianna Filho61^

1 0 8

Page 124: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Miguel Calmon Sobrinho62, Stanley J. Stein6 3 , Thales de A z e ­

vedo64 e Luis Henrique Dias Tavares6 5 . De um modo geral os a¿

pectos apontados como mais característicos da personalidadedc

Luiz Tarquinio são o seu descortínio, sua capacidade, conhe­

cimentos, humanitarismo e liberalismo.

Essas mesmas qualidades são apontadas na cbra que

se constitui no único estudo sistemático sobre a personalida­

de de Luiz Tarquinio. Trata-se de uma biografia intitularia

Luiz Tarquinio-Pioneiro da J-s~*iça Social no Brasil do baia­

no Péricles Madureira de Pinho, publicada em 1944, como parte

das comemorações do seu centenário6®. As cartas de Luiz Tar­

quinio aí reproduzidas são dc grande valor para a compreensão

dc seu pensamento. Como muito bem destaca o seu biógrafo, co­

locando o biografado em seu contexto histórico. "0 País, ini­

ciando o regime de trabalho livre,, distante das rei indica­

ções de classe, não entendia un homem de negócios que falava

em direito de trabalhadores, injustiça de salários, necessi­

dade de sanear ambiente de trabalho. A Bahia tinha orgulho

do seu Recolhimento de Orfãs e do seu Asilo de Mendicidade,

em aue o Conde Pereira Marinho e Manuel Antonio de Andrade

despendiam boa parte das fortunas que possuíam. Alguns pre­

tenderam incluir Luiz Tarquinio entre esses beneméritos. E a

verdade é aue êle os ultrapassou de muito. Sua atuação na epo

ca foi a de um legítimo representante des interesses da b u r ­

guesia, batendo-se pela adoção de medidas que elevassem o ní­

vel do trabalhador, aumentassem o número dc consumidores, de ­

terminassem o desenvolvimento econômico . " 67

Elevar o nível dos trabalhadores, aumentar o número

de consumidores, determinando assim o desenvolvimento econó­

mico, eis a chave para a compreensão do pensamento e da obra

de Luiz Tarquinio. Para uma sociedade mal saída do regime de

trabalho escravo dificilmente poderia."haver algo mais avança­

do, sobretudo quando as medidas tomadas com vistas ao desen­

volvimento, expresas na constrição da fábrica, eram acompa­

nhadas simultaneamente por medidas em prol do bem estar dos

trabalhadores — a construção da Vila Operária.

/nte a inovação, não deixou de haver reações nega-

Page 125: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

tivas: alguns acionistas desfizeram-se de suas ações diante

de atitudes consideradas absurdas. Em carta aos acionistas dc

2U de março de 1902 Luiz Tarauinio e Leoptíldo'José.da Silva * réfe-

rem-se a_ esse episodio-ao tempo em,ciue ,enumerando osbenef icios pro­

porcionados gratuitamente aos operários (instrução,água, luz,

serviços médicos), peden autorização para despender "com so­

corros auxilios e premios aos bons operários, a quantia equi­

valente a 10 CJ * da que fôr levada à conta de Lucros Suspen­

s os."6®

Entretanto essa assistência não se fazia a título

de bondade ou humanitarismo. Na própria carta acina referi­

da, seus autores afirmam que "Nas grandes industrias, como

aquela a aue nos dedicanos, em um meio pouco industrial como

o nosso, o braço que trabalha vale pelo menos tanto quanto n

cabeça que o dirige, ou o Capital que o vivifica . " 69 Trata-

se, portanto, de simples justiça. A maneira de encarar a as­

sistência social como um dever vantajoso para ambas as par­

tes fora exposta no Relatório de 15 de abril de 1897, dirigi­

do acs acionistas no qual se a f i m a que "Em um paiz rotinei­

ro e atrazado como o nosso pode parecer á primeira vista que

tem havido de nossa parte desperdicio em preparar uma Villa

modelo como a que temos.

Puro engano. Quando não estivessem ahi para atestar

as innúmeras villas operarias da Europa, bastavan os resulta­

dos aue já temos colhido para justificar o nosso procedimen­

to.

Vejam que raríssimas são as faltas dos operários

que moran na Villa ao passo que são muito freauentes as do

nue moram fora"7^. Acrescentam ainda que "tendo a fabrica 490

tecelões e tecelãs, o que faz uma média de 2 2/5 de teares

por operário, bastava que a média das faltas em um anno fos­

se de 15% do numero de operarios para ficarem parados 177 tea

res, o que importava em um prejuizo real de mais de ..........

R s .150:OOOÍOOO em um anno"71.

Um outro fator que deveria influir para a presta­

ção de uma assistência, muita acina da aue se costumava dis­

pensar até então, deveria ser a dificuldade de ohter pessoal

120

Page 126: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

experiente. Ja fora mencionado no primeiro Relatório aue a

maioria dos operários da fabrica era composta de aprendi­

z e s 72. Muitos anos depois, em 19 27 a 192 8 , os Relatórios m e n ­

cionam a falta de operários como fatores de perturbação do

processo produtivo73. Essa escassez de mão de obra treinada,

aue deveria ser ainda mais grave em fins do século XIX e iní

cio do século XX, poderia portanto, ter influenciado no senti

do de um melhor tratamento aos operários da nova Ccmpanhia.

Todas essas considerações, assim como as justific v

ções "objetivas" do próprio Luiz Tarauinio não pedem diminu­

ir seus m é r i t o s , nem os de seus companheiros de fundação da

Companhia Empório Industrial do Norte. Foram eles pessoas que

souberam compreender o c u r s o das mudanças em processo, assu­

mindo-as de maneira consequente e aparecendo aos olhes da s^

ciedade acanhada do seu tempo como brilhantes inovadores.

0 PENSAMENTO DE LUIZ TARQUINIO

Além da realização que foi o estabelecimento fabril

da Boa Viagem, Luiz Tarquinio deixou diversos trabalhos que

foram escritos em função de sua atividade comercial e indus­

trial.

Dentre eles o mais antigo é 0 elemento escravo e as

questões economicas d o B r a n i l , publicado em 1885 sob o pseu­

dônimo de CINCINNATUS7 4 . Neste trabalho ele esboça todo um

plano para extinção da escravidão em dez anos. Pretendendo

uma equidistância entre os escravos e os abolicionistas, as

limitações do seu liberalismo (de caráter mais econômico que

político) não lhe permitiram a percepção de que àquela altura

as possibilidades de meias medidas haviam se esgotado. A sua

posição era por ele justificada pela necessidade da manuten­

ção da paz social e harmonização do capital e trabalho. Con­

tra uma emancipação imediata e total arguia com o exemplo da

guerra civil americana. Sua preocupação basica era com a or­

dem social após a abolição. Como acontece por vezes na h isto­

ria, a utopia situava-se justamente, no caso referido, na po­

sição de meio termo. Alguns aspectos do plano de Luiz Tarqui-

1 2 1

Page 127: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

nio reforçavam o seu caráter utópico: ele antecipava a J u s ­

tiça do Trabalho a© sugerir;a instituição de um Juizo espe­

cial para arbitrar os conflitos entre senhores e libertos, e

propunha a instituição do imposto de renda quase m eio sóculo

antes de sua adoção75. Sua posição em relação à grande lavou­

ra é extremamente crítica, alegando que o que se chamava de

proteção à lavoura não era mais que proteção ao rico, através

de isenções e favores que não beneficiavam os pequenos p ro­

prietários . 76

Mas o seu tema constante foi a política econômico-

financeira, sobre a qual escreveu inúmeros artigos, tanto er

jornais do F'o quanto da Bahia. Grande parte desses artigos

foram reunidos em dois volumes: Cartas dirigidas ao M i n i é t r o .

da Fzenda Corta. Ruy Barbosa (Considerações cobre ae tarifas

do Brasil e da União Americana) publicado em 189077 e Direi­

tos em Ouro publicado em 18917®. Ainda sobre o mesmo tema uma

série de artigos apareceram no "Diario da Bahia" e "A '-Bbhia"

em 189 8 , reunidos depois em folheto publicado sob o título

Tarifa A d u a n e i r a ^^ .

Mestas publicações Luiz Tarquinio se mostrava um

acérrimo crítico das medidas protecionistas postas em prática

pelo novo regime. Valendo-se largamente das hesitações e con­

tradições de uma política tarifária, sobretudo interessada nas

arrecadacões fiscais, pressionada por interesses opostos quo

não permitiam uma política inteiramente conseqüente em favor

de qualquer das facções em luta, L. Tarquinio apontava os ab­

surdos tarifários, tomando uma posição de defesa dos consumi­

dores mais humildes.

Certamente Luiz Tarquinio tinha motives para ser

um liberal anti-protecionista. Sendo ele grande comerciante

importador, as quedas do cambio e o aumento das tarifas so po

diam prejudicar seus negócios. Decidindo-se a fabricar os pro

dutos até então importados aquela política continuaria a lhe

ser adversa pois necessitava, nos primeiros anos, importar

parte da matéria-prima — os f i o s , obrigando-c a seguir a po­

lítica de nacionalização da industria têxtil, montando o se­

tor de fiação. Este roteiro parece coincidir p o r completo com

as indicações de Versiani e Versiani sobre as particularida

122

Page 128: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

fies do surgimento da industria textil no Brasil, jã referi-

d a s .

Além dessas razões de ordem prática outras de ordnm

subjetiva explicam as concepções político-econômicas de L.Tar

quinio. Desde muito jovem empregado na casa importadora ■ dos

Irmãos Bruderer, importadores de tecidos ingleses, principal­

mente de Manchester, logo conquistou a confiança dos Bruderer

devido a sua habilidade como desenhista e sua capacidade em

discernir o gosto popular ouanto a padronagens e tipos de te­

cidos. E m 1873, aos vinte e nove anos, Luiz Tarquinio t o m o u -

se sócio da firma que passou a donominar-se Bruderer e Cia.

0 capital era de 400:000$000, concorrendo João Gaspar Brude­

rer com 130:000$000 e cs outros três sócios, F.B.Hein, S.

Bruppacher e Luiz Tarquinio com 9n:000$000, cada. Entretanto,

não tendo os três sócios os capitais suficientes para comple­

tar a nuantia estipulada, esta lhes foi emprestada por J. G.

Bruderer®*. / partir de então Luiz Tarauinio viajou repetidas

vezes ã Europa, principalmente à Inglaterra, absorvendo as

concepções liberais predominantes nos meios comerciais e in­

dustriais p or ele freqüentados . ® 2

Já foi visto como o Prospecto de Lançamento da fa­

brica tratava a proteção governamental: "germen de destrui­

ç ã o " ® 3 , orgulhando-se da organização da empresa" sem privi­

legio nem favores do governo"®4 . Seria natural portanto aue

L. Tarquinio visse com desagrado a p r o t e ç ã o do governo a ou­

tras empresas menos poderosas que a Emnório, considerando tal

política uma das mais perigosas formas de socialismo de esta­

do pois transformava "o poder do Estado em seguro gratuito

contra os riscos do jogo ou a falta de visão, com o agravan­

te de poder escolher os recipientes para os seus favores."®^

Entretanto nc mesmo Prospecto de Lançamento, aue,

sob ccrto aspecto, tem ainda maior valor por ser um rascunho

e não o documento definitivo para publicação, encontram-se os

cálculos que demonstram claramente que as possibilidades de

lucro da empresa eram, na pior das hipóteses, pelo menos au­

mentadas em decorrência "dos actuaes direitos " ®6 que eleva-o n

vam o metro de tecido importado de 150 para 255 rs.

123

Page 129: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Outra obra dc L. Tarquinio, esta de caráter diver­

so, intitula-se Preceitos Moarés e C í vicos, publicada en

1901. Trata-se de uma coletânea do artigos anteriormente pu­

blicados em um jornal, 0 OPERÃfílO, proparada por ele para di­

vulgação entre cs o p e r á r i o s , "meus companheiros de trabalho

na Fabrica da Bôa-Viagem"®8 , conforme a dedicatória contida

no Prefácio do livreto. /qui a intenção é , nitidamente, a de

m odificar a mentalidade reinante. Tomando o trabalhe como p e ­

dra angular, todos os artigos levam os seus leitores a con­

cluir não haver salvação fora do trabalho. Então condena-se^u

do aquilo aue tenda a prejudicar ou perturbar o trabalho des­

de a embriaguez ao jogo, passando por hábitos como mexericos,

maledicência tagarelice. Outras práticas são condenadas por

representarom desperdícios ostentatórios como o hábito de u-

sar luto. As festas religiosas en que "a orgia e a bachanal"®

tornaram-se o epílogo obrigatório, também são condenadas. E n ­

fim, a impressão aue se tem é a de um calvinista tentando im­

por sua visão do mundo a seres de uma cultura totalmente di­

versa. Sem dúvida numa sociedade como a da Bahia na época, rr

cem-saída da escravidão, o preconceito contra o trabalho cr>m

todas as suas implicações, deveria ser imenso c isso se p er­

cebo pela própria maneira cor. que L. Tarquinio aborda seus

t e n a s .

Mas, ao mesmo tempo, ele tontp inculcar nos operá­

rias um certo sentido dc independência ao mostrar-lhes coro

se deveria agir para enfrentar problemas como a carestia: as­

sociando-se. Recomenda aos operários aue "0 renêdio melhor pa

ra a carestia é não dissipar o que ganhamos em cousas supér­

fluas, e associar-nos con outros para comprarmos en prineira

mão o que nos fêr indispensável, econonisando er. nosso provei

to o lucro aue o retalhador retiraria, aue na média nunca é

inferior a 20 por ce n t o . " 90

0 preconceito reinante contra o trabalho transpare­

ce através do t r e c h o do seu artigo 0 Trabalho: "Por experien­

cia própria conhecemos o que vai de miseria en muitas fami­

lias, só porque o acaso as fez nascer de pelle branca, apa­

rentadas, ainda que de longe, a fidalgos e opulentos ou por­

que apontam por parente alguem aue frequentou yma academia

1?U

Page 130: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

e obteve un diploma. Esses infelizes.. .proferem soffrer as

maiores privações, ver morrer de fome os filhos, a entrega-

rem-se a trabalhos que elles só julgara proprios para j negro§ ,

para plebeus ou para quem nunca teve parente rico ou diploma-

do"®*. Valorizando o trabalho, L. Tarquinio escreve para neus

operários que "Um patrão precisa mais do bom operário do aue

este do p a t r ã o " ^ 2. também não se esquece de dizer, em ar­

tigo sobre 0 individuo c o Fatado aue, "Nada é sagrado para

auem viola o mais santo e legitimo dos direitos, que é o di­

reito de prop r i e d a d e " .

Naquela época e circunstâncias, apesar das ••’¡dinen-.

sões da fábrica, as relações entro patrão e empregados não pc

deriam deixar de estar marcadas üor profundas características

paternalistas: aos sábados "L. T.TOuinic passa todo o tempo

acertando contas com os operários, emittindo valos, e cuidan­

do...da parte financeira do estabelecimento."54 Há também cp5

sódios relatados por Péricles Madureira de Pinho nos quais L.

Tarouinio, depois de multar um operário em falta, empresta-

lhe dinheiro para pagar a multa. Ou um outro em aue após roeu

sar adiantar os salários de um operário aue queria construir

sua casa própria, manda, após colher informações sobre ele,

fornecer-lhe o material de c o n s t r u ç ã o . 95

Tudo isso compõe um quadro em que se achariam cm-

forne Mucio Teixeira, conciliados capital e trabalho, pois L.

T a r q u i n i o teria dado aos operários em bem estar inesperado c

aos acionistas os mais satisfatórios dividendos, embora para

isso ele tenha contribuído poderosamente "com seu p r ó p r i o au­

xílio material".

Ps cartas de Luiz Tarquinio (Cf.Anexos) são documen

tos esclarecedores do seu pensamento- confirmando o conteúdo

de seus inúmeros artigos sobre matéria oconcmicà-financeira

são também um estemunho de un caráter de uma certa severida­

de, embora envolto de certo humanisno, que são alias, os tra­

ços mais destacados pelas pessoas aue sobre ele escreveram.

Suas preocupações com os rumos do pais estão f ixa­

das nos conselhos que pede ao famoso economista francês do sç

culo XIX, Leroy-Beaulieu.

A carta aue lhe é dirigida por Manoel Vitorino é

12 5

Page 131: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

■testemunho da sua rapiza passagem pela vida pública cuando,

nos primeiros dias da República, sendo Manoel Vitorino, Go ­

vernador Provisorio da Bahia, foi nomeado prefeito da cidad'-.

(intendente) planejando grandes obras e inclusive iniciando a

Avenida da G r a ç a . ® 7

Outras cartas mostram o seu relacionamento com J.

G. Bruderer e com Serzedelo Correia quando este ocupava o c-r

go de Ministro da Fazenda (1893).®®

OS ACIONISIh S

/.o fundar-se a Companhia, en março de 1891 havirr

149 acionistas que detinham o total de 15.000 ações no valor

de 200$000 c a d a . "

0 maior acionipta era c Banco Mercantil com 1.125

aç õ e s . En seguida os fundadores, Luiz Tarquinio, Leopoldo J o ­

sé da Silva e Miguel Francisco Rodrigues de Moraes, cada um

com 1.000 ações. Rodrigues de Moraes & Cia. detinham 280 a-

ções. Dentre os acionistas restantes nenhum possuía indivi­

dualmente mais que 250 ações. Outros membros da família Ro­

drigues possuiam em conjunto 300 ações. Três outros membros

da família Silva possuíam 185 ações. Outro acionista de po-

brenome Figueiredo (talvez parente da esposa de Luiz Tarqui-

nio) possuia 10 ações. Os quatro maiores acionistas dispu

nham, portanto, de quase a terça parte do total das ações. A

partir de 1895, falecendo Miguel Francisco Rodrigues de Mo­

raes, suas ações passam aos herdeiros e pouco depois começa­

ram a se dispersar. Com o posterior desaparocimento do Banco

Mercantil a família Tarquinio e a família Silva permaneceram

com o controle da Companhia até 1973, quando ela foi vendida

para um grupo do Sul do país, a Atlântico Sul-Comércio Expor­

tação e Importação S . A . 100

A crescente perda de posição da Bahia no quadro da

economia nacional faz com que os anos 90 apareçam como o ult^

mo surto industrial da Bahia até a segunda metade do século

XX. As indústrias então surgidas resultavam de capitais.* lo­

cais e visavam atender às necessidades do mercado local prio-

1 2 R

Page 132: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ooo

ruNDADAA 14 DE MARÇO DE 1891

C A P I T A L : 6 . O 0 0 . 0 0 0 8 0 0 0

Dividido em 3000 0 Acções de 200X000 cada urna

F O T O 14 U M A A Ç Ã O E M I T I D A E M 1921

Page 133: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ritariámente.

Una vez que a cada vez nais intensa divisão inter­

regional do trabalho no Brasil relegou o Mordeste à condição

de fornecedor de materia-prima ao centro-sul industrializado,

deixou de haver condições propícias aos grandes empreendimen­

tos de raízes locais.

Assim sendo, a obra de Luiz Tarquinio permaneceu

na memória baiana como símbolo de uma grandeza entrevista e

não alcançada. Uma empresa que parecia ser apenas a primeira

de uma nova época esperada con otimismo, mas na qual as expec

tativas se viram frustadas pelo aprofundamento do processo do

subdesenvolvimento na Bahia.

1?P

Page 134: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

F(

CALMON, F r a n c i s c o Ma rqu es de Goes. Vida FconÔmico-Finan- jeira da Bahia (Flcmentos para a IU otoria). Dc 1808 a 1809.Ba hia, Im p r e n s a O f f i c i a l do Estado, 1925, p . 108-110.

2MATTOS , W a l d e m a r . _ Panorama Fconomico dc Bahia 1808-1980 .

Sa lv ador, s.d., (Ediçao c o m em o ra t i va do Se s qu i cc n t e n á r i o da A s so c ia ç ã o Co m e r c i a l da Bahia), p . 80.

3 , ~C O N S I D E R O U - S E que os dados ref erentes a C i a . U m a o F a b n l

da Bahi a e C i a .P r o g r c s so Indus tri al da Bahia ; -m à n t i v er a m -s eco ns tan te s entre 1803 e 1895. No que diz respeito ao númer o de ope rá ri o s e teares esta es ti ma t i va e nais realista quo . ji relaçã o a p r odu çã o, pois aqueles fatores sofre m v ar iaç õe s n á s l e n t a s .

4 .VI AN NA, r a n c is c o Vicente. Memória sobre o Fstado da Ba­

hia. Bahia, T y p o g r a p h i a e E n c a d er n a çã o do "Diario da Bahia", 1"93, p. 274.

'O D OC U ME N T O , sem título, e uma espécie dc prosp ec to de l a n ç a m e n t o da C o mp a n hi a , cheio de enenHas e frases reisc ada s, p o r t a n t o um rascunho. Se rá desi gn ado do agora por diante como C E I N - P R O S P F C T O D F. L A N Ç AM E NT O , fe ve r e ir o de 1891, p . 6 .

6C E I N - P R O S P E C T O DE L AN Ç AM E N TO , fe ve reiro de 1891, p.l e 2-0 texto está r e p r o d u z i d o tal cono se enco nt ra no original.

7 IDFM, IBIDEM, p . 3-7.

P IDEM, I P I D E M , p.l.

9 IDEM, IBIDEM , p.l.

1 0 I D E M , IBIDEM, p.l.

1 1IDEM, IBIDEM, p.l.

1 2 IDEM, IBIDEM, p.l.

^ C O S T A , Dr. J o sé Sim ão da. "A F ã br i ca ^ d e Luiz T a rq ui nio " In: Cidade do Bem - Revista da Villa Operária, 1899, diversos exemp la res . As Copias dc trabal ho citado nos feram cedidas pelo Snr. Pé r i c l e s M a d u r e i r a de P i nh o autor, dentre o u t r a s. d e uma b i o g r a f i a de Lu i z Tar q u in i o, a quem exp ressamos os nossos si n cer os ag r ad e ci m e nt o s.

1 IDEM, IBIDEM.

^ P I N H O , P c r ic l e s M a d u r e i r a de. Sao assim os baianos. Rio, F u nd o de Cu l tu ra, 1960, p . 8 8 .

1 6 C 0 M P A N H I A EM PÖ R I 0 I N DU S T RI A L DO NORTE (CEIN), R e l a t ó r i o

17?

Page 135: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

a p r e se n ta d o a A s s e m b l é i a Geral en Sessão de 16 de ma rç o dc 1*96. Fahia, Imp r en s a Pop ula r, 1096, p . 7.

^ R E L A T Ó R I O da C E I N S A.G. cm 16.03. 11:96, p . 4-5.

1 r , -COSTA* Dr. Jcse Simao da. Op. c z t . , n9 13.

1 9 IDEM, IBIDEM.

90PINHO, P e r i cl e s M a d u r e i r a de. O p .c i t

2 1 IDEM, IBIDEM, p . 6 .

2 2 - ~COSTA, Jo s e Simao da. Op.czt..

2 3 IDEM, IBIDEM.

2 4 ri NH O, P é r ic l e s M a d u r e i r a de. Op.cit., p . 90.

2 5 RELATÖRIv- da CEIN, 1H96.

2 6 IDEM, IBIDEM.

2 7 IDEM, IBIDEM.

2 'niDEM, IBIDEM.

2 9 IDEM, IBIDEM.

3 0 IDEM, IBIDEM.

3 1 IDFM, IBIDEM.

3 1 A R E L A T Ö R I 0 da CEIN, 1T96.

3 2C 0 S T A , Jr s é Simão da. Op.cit..

3 3 CEIN, R e l a t ó r i o , 1P96, p . 7.

3 4 CO S TA , Jos e Simão <'a. Op.cit..

3 5 CFIM, F c la t nr i o , 1^56. p . 7.

3 6 IDEM, p.P.

3 7 PINHO , Pé r i c l e s M a d u r e i r a de. Luiz Tcrquinio-Pióneirv da Justiça Social no Braßil. Bahia, Im p re n sa Vitoria, 1944. -p.pn.

3 rC0STA, J o se Simão da. Op.cit..

39ri NF O , Pé r i c l e s M a d u r e i r a de. São nsaim. ..p .95.

*°CEIN, Rel a tó r i o, 1P96» p . 11.

A 1CEIN, R e l a tó r i o, U 9 6 , p . 6 .

Page 136: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

; COSTA., Jò s S S i nao da.. ; Op.'óit. .

4 3 C E I N - D o c u m e n t o s His tó ric os - Diversos - Pasta 1, 1B9*>.Os doc u m en t os sob css* titulo abr an gem una di ve r si d a de dc pr~ peis que d a t a m dos pri me i ro s anos de ex ist ên ci a da Com panhia, e que fora m reu nid os c org ani za dos en várias pastas, c o n s e r ­vadas p e l a empresa.

4 4 CEIN, R e l a t ó r i o „ 1’'96, p. 9.

4 5 IDF.M, p . 14 — 15.

I D E M , p.O.

4 7 IDEM, p . 13-14.

4 r . - . - .CEIN. D o c u n e n t o s H i s t o n c o s - C c r r e s p o n d c n c i a , 1°96.

^ I D E M , IBT.DEM.

^ COSTA, Jo s c Simao da. Op.eit..

^ M A V G A F F I R A , Francisco. "Os dois Apóst olo s" en Cidade do Bem,n<? 30, 1*99.

5 2FE RN AN DE S, Al ex an dre . "A Luiz T arq ui ni o" en Cidade do

Pem, n9 30, 1*99.

51P.ODRIGUF.S, Amelia. "Luiz Tarqui ni o" cm Cidade do Bem,

n9 30, 1*99.

5 4 B0 C C A N E R A JU NI OR, Silio. "Car ta a Mucic Teixeira" em Ci­dade do Bem, n9 30, 1*99.

5 5 CALMON. Op.eit., p. 111.

5 f IDEM, IBIDEM.

5 7 IDEN, IBIDEM.

5PAE B - I NV E N TX R I O S - C A P I T A L . Maço 626, Doc. 3, 1*95-1324.

5°CALM0N* Op.eit., p . 119.

6 0 ALM EIBA,. Rômulo. "Tr aços da H i s t o r i a Ec on om i ca da Bahia nr U l t i m o Sé cu lo e Meio" cm Re vi s t a de E c on om i a e Fin an ças , An o IV, n? 4, 1952. pp.60-7*.

V I A N N A FILHO, Luis. 0 insigne industrial Luiz Tarquinio. Bahia, E s t . G r a f i c o Globo, 1940, p.*.

62CAL MO N SOBR INH O, Miguel. " Ho m e n a g e m a Luiz T a r q u i n i o no c e nt e ná r io do seu nas c im e nt o em 22 de julho de 1944", em R e ­vista do In8tituto Geográfico e Histórico da Bahia. Bahia, 1945, n9 72, p p . 221-231.

131

Page 137: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

STEIN, St an ley J. The Brazilian Cotton Manufacture ; tex­tile enterprise in an underdeveloped area 1850-1950. 'Canbri- dge, Ha ew ar d U n i v e r s i t y Press, 1957, p . 92.

64 „A Z EV ED O , Thales e LINS, E.Q. Vieira. Historia do Banco

do. Bahia. Ric, Jo se Ol y m p i o Ed., 1969, p.l"6-fi7.

* ^ TA VA RES , Luis H e n r i q u e Dins. 0 problema da involução i n ­dustrial da Bahia. Sal vador, UFBa. , 1366, p . 21.

^ P I N H O , rê r i c l e s M a d u r e i r a de. Luiz Tarouinio Pioneiro...

^ 7 IDEM, São r.snim oe baianos. p.37~3f'.

TAR QU I N IO , Luiz. " C a r t a aos acionistas - 24 dc março de 1902", em PINHO, P e ri c l es M a d u r e i r a de. São r.88Ím os b a ia ­nos. p . 9 7-9r.

6°IDEM, iriDEK.

7 ®CEIN. Relatório, 15 de abril de 1897.

7 1 IDEM, IBIDEM.

6 3

7 2 CEIN. Pelatório de 1896.

PINHO, P e ri cl e s M a d u r e i r a de. Luiz Trrquir.io-Pioneiro. .

C F I N . Re latotio de 1927-199.8.

74

p . 9.

7 ^T A RQU IN IO , Lüi z ( C i n c i n n a t u s ). 0 elemento escravo a csquestões econômicos do Brazil. Bahia, T y po g r a p h i a dos Dois Mu nd os, l ^ s , p . 90-95.

7 6 IDEM, p . 90-35.

7 7 T A RQ U I N I O , Luiz. Carta3 dirigidas ao 1'inistro da Fazendc Cons. Puy Parbosa (Considerações sobre as tarifas do Brasil e da União Americana) . Bahia, I m p re n sa Popular, 1"90.

7 riDEM, Direitos cm Ouro. Rio, T y p o g r a p h i a do Jcrn al do fo mm er c i o, 1°91.

7 9 IDEM, Tarifa Aduaneira (Artigos publicados no "Diario dc Bahia " e "A Bahia"). Bahia, F s t a b e l e c i m e n t o L i t h o - T y p o g r a p h ^ co L.H. L i gu c ri , 1^9^.

r°VERSIANI e V E R S I A N I . _ / industrialização brasileira antes de 1930 - Uma contribuição . Univ. de Brasilia, I n s t i t u t o de C i ên ci as Hum an as - Dept. de Economia. Textos par a d i s c u ss a r n9 22, 1974, p.r.-10.

' 1JU C EB , C o n t ra t os e Dis t ra t o s, 1*74, vol 1-75, doc. n? 1.

PINH O, P é ri c l es M a d u r e i r a de. Sao aasim os b a i a n o s , p v 3 9 .

1 3 ?

Page 138: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

C E I N . P ro a p e c to de Lan çam en to , feve re iro de 1 ^ 9 1 .

' *IDEM, IPIDEM.

^T AR QUI HI O, Luiz. Ci ta d o en STEIN, Stanley J., O p .c i t . p.93.

fiCEIN. P ro a p e c to dc Lan çam en to , fevereiro de 1^91.

P7 IDEM, IBIDEM.

P P . tTAR OU I N IO , Luiz. P re c e x to s M oraes e C iv ic o s . B?.hi«,1901,

p. 0 1 .

"^IDEM, IPIDEM, p . 60.

9 0 IDEM, IBIDEM, p . 45.

9 1 IDEM., IPIDE M, p.r.

92I D E M , IBIDEM , p . 17.

9 3 IDEM, IBIDEM, p . 44.

94 -COSTA, Jo se Sim.ic da. O p . c t t . .

9 ^PINH0, P er i c l e s M a d u r e i r a de. Sao ass im oc b a ian o a , p.95-96.

!J TE I X E I R A , Mucir. "Discur.são Of fic ial en r de Dc ze ntr o de l^O"" , en C id ad e do Pern - R e v is t a da V i l l a O p e r a r ia , B.ihia, K 9 9 , n° 1, r . 4.

ri N HO , Pe r i c l e s M.-idureira da. Sao aseim oa b a ia n o e , p.100 .

9 IDEM, IBIDE M, p . r0-P2.

1 AQCEIN. L i v r o D i a r i o n9 1, fis. 1-2, 1”91.

1 0 0 CEIN. R e la t ó r io r e l a t i v o a 1973 en "A TARDE", 25.07 .1 974

p. 15.

Page 139: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

C A P Í T U L O 3

Page 140: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

A COMPANHIA EHPfiPin ih p u s t r i/ml do nopt* AHTES DA la . fiPAHDE GUERRA, 1891-1913

INFLUFNCIA DAS CRIPFS KJtTDIAIS POPRF

or, lucrop nr. f ^ t p e ^ — crIticap a

política rco?’õf'Tcr covtpívjtíttal

Os Relatórios dos prineiros anos de existência d?

nova rmnresa refletem o sucesso oue seus fundadores tiverar

ao conseguir obter os lucros previstos no Prospecto de Lança­

m e n t o 1 . 0 encarecimento do fio importado conduziu ã decisão

de montar a secção do fiação. Achando-se o capital social cr-

pregado nos imóveis e no maquinãrio, a /ssembléia dos Acio­

nistas autorizou a Diretoria a emitir debentures de 8% até e

sòma de ?.. n n n : 0 0 0$fir>0 para, não somente instalar a fiação,

mas também criar condições nais favoráveis de comercializacão

dos seus produtos.

As máciuinas para fiação foram instaladas na fabrica

da Poa Viagem, no primeiro semestre de 1897; neste ano ainda

se importou fios e o Relatório de 5-4-1899 refere-se ã "in-

dustricida tarifa das alfândegas, que nos forçou a pagar mui­

to maiores direitos pelas matérias primas importadas c a re­

duzir os preços de nossos tec i d o s ... 22".

A lém do aumento dos direitos sobre o fio importado,

os primeiros Relatórios apontam outros fatores negativos para

a vida da empresa nos anos 1896/1899. 0 Relatório deste ú lti­

mo ano refere-se ainda a uma crise nacional agravada por uma

1 3 5

Page 141: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

outra de caráter local: "Temos envidado todos os esforços pa­

ra reduzir os nossos compromissos jã fazendo a mais rigorosa

economia, jã reduzindo os nossos stocks de materias primas c

p r o d u t o s .

Conhecida como é a crise pela qual tem passado o

nosso mercado, é fácil de compreender-se que não poderíamos

oferecer tão satisfatórios resultados se s5 a cie es ivesse-

mos adstritos.

Felizmente porém os nossos produtos têm tido a m *

or aceitação, em outros m e r c a d o s . 3.

0 Parecer do Conselho Fiscal do mesmo ano acrescen

ta informação sobre a alta de produtos necessários para as fã

bricas ressaltando a "grande crise por oue ainda hoje passí»

toda a Fepú^'ica, e m:r particularmente o nosso Estado, ha ­

vendo grande alta nos gêneros de primeira necessidade para as

f ábricas . . . .

Temos, portanto, una reforência explícita a uma erji

se nacional e a outra de caráter local. Ha razões para crer,

porém, aue ii crise nacional referida seria na verdade o re­

flexo de uma crise mundial. / expressão "grande alta non gê­

neros de primeira necessidade para as fábricas" demonstra o

caráter mundial dessa crise, pois, nesta cpoca, tais gêneros

como sejam combustíveis, anilinas ,er-am totaljnnte importados do

exterior.

Celso Furtado referindo-se a estes anos, afirmou

Q ue a crise, de caráter internacional, se iniciou em 189 3. A-

crescentando que "0 valor médio da va a exportada em 1896 foi

2,91 libras, contra 4,09 naouele ano. Em 1897 ocorreu r.ova de

pressão no mercado mundial, declinando os preços nos dois fi­

nos seguintes até alcançar 1,48 libras em 1899. Se os efeitos

da crise de 189 3 puderam ser absorvidos por meio de deprecia­

ção externa ia moeda, a situação de extrema pressão sobre ?

m assa de consumidores urbanos, que jã existia em 1897 , t o m o u

impraticável insistir em novas depreciações"5 .

Maurice Niveau refere-se a crise dos últimos anos

do século XIX,porém não faz qualquer mencão ã sua repercussão

nos países subdesenvolvidos6 .

Frédéric Mauro afirma que a crise cíclica de 13°6

1 3 6

Page 142: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

sacudir?, o mercado internacional porém atingiu o Brasil ape­

nas a partir de 1 0 0 0 . 7

Contudo, além do reflexo da crise mundial no Bra­

sil, hã também uma crise local; iniciou-se em 189 8 , motivada

pela estiagem prolongada ouc atingiu todo o Estado. Suas con­

secuencias atingiram a Empresa em 1899 e estão descritas no

Relatório de 20 de março de 1900: "f notoria e a ning ém des­

conhecida a terrível crise por que passou o commércio desta

praça no decurso do anno do 1899. rão há mesmo memoria de que

tão extensa jã houvesse alguma em outras épocas, em que a se­

ca com todo o seu cortejo de horrores, nos afligisse tanto co

mo agora. C aue a falta de chuvas não se limitou ao sertão co

mo quase sempre tem acontecido, c invadiu pelo contrário to­

dos os Dontos do estado, dando lugar a que todos os gêneron

de alimentação fossem importados de outros estados.

Resultou disso enorme emigração do meio circulante,

que em seu lugar deixou-nos a penúria e toda a sorte de e m b a ­

raços .

Diante de tal calamidade, sofrendo cruelmente o co­

mércio, não era possível que prosperasse a indústria, que b?r

pode se chamar irmã siamés do comércio, pois não pode sofr r

sem que a outra participe igualmente de suas dores. Assir.

teve a nossa empreza o seu quinhão de dificuldades que pro

curamos superar do melhor modo que nos foi p o s s í v e l " . ^

Apesar de tudo os lucros da Companhia neste ano ain­

da são julgados satisfatórios, pois sua taxa de lucros de

13,80% é apenas um pouco mais baixa aue no ano antorior(1898)

Dois outros fatores são ainda apontados pelos Rela­

tórios destes anos como responsáveis pelas dificuldades da Er

presa: a concorrência e a política economice do governo.

Os concorrentes citados são os nacionais de outros

estados "ond? as epidemias e as dificuldades financeiras obri

garam a afazer uma exportação tão ruinosa para os productores

como para nós,' aue tivemos de supportar a peior das concurren

a^üfclae^doiv necessitados" . ®

Ouanto à política econômica governamental, transerç.

ve-se aaui trecho do mesmo Relatório que sintetiza o pensa-

Page 143: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

mento liberal de Luiz Tarquinio: "mal comoçonos nós a obter

preços remuneradcres-do trabalho a que não nos poupamos, quando

fomos suprehendidos com a nova tarifa que elevou em alguns ca

sos 120 p o r cento na matéria prima de que usamos e iminuiu

até 50% em artigos estrangeiros idênticos aos que f a bricamos,

o que nos obriga a comprar mais caro e vender mais barato:nór

que, modestos em nossas aspirações, nunca pedimos o ir.f ior fa­

vor aos poderes públicos, nunca fizemos a mínima objeção con­

tra os tributos sobre nós lançados, que moldamos os nossos a_

tos pelas mais philantropicas instituições, que sempre capri­

chamos em ligar o interesse do capitalista aos direitos do o-

perãrio: nós, finalmente, que conseguimos resolver um dos mais

diffíceis problemas sociais, qual o da alliança sympathica o

amistosa do capital com o trabalho!

Os inconvenientes produzidos pela tarifa são dc tal

ordem, mesmo em relação ãs finanças públicas, que,estamos ccr

t o s , o Congresso Federal considerará como um de seus primei­

ros deveres, logo que reunir-se, a sua revogação.

Se porem assim não acontecer, se por mal <. ehtendida

teimosia, ou se por considerar desairoso revogar um acto ape­

nas praticado, deixar que permaneça esse perigo immenso para

as classes laboriosas do p a i z , cumpre ao governo local, cum­

pre aos poderes estaduais nã.o deixarem que soffram e se anni-

ouilem esses núcleos d e trabalho que tanto honram a Bahia. A

lei da-lhes amplos poderes para virem, cm auxilio de nossas in

dustrias em perigo; e assim como seria um erro se esses pode­

res fossem utilizados para corrigir faltas produzidas pela in

comnetência, inaptidão e imprevidência dos industriaes, tam­

bém é um acto de alta justiça aproveital-os para neutralisar

ou pelo menos -‘atenuar os males produzidos pela desidia da-

quelles aue, esquecidos dc sua missão, lançam a perturbação e

a desordem no seio do que há de mais delicado e mais sagrado

em um paiz, que é o TRABALHO.

Hão desanimemos; dentro em pouco, ou o Congresso Fe

deral reconsiderará o seu acto, ou o Governo estadual corri­

girá, em relação ã Bahia, os desacertos, usando de attribui-

ções que lhe dá a Lei Fundamental da União".1®

Page 144: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Esta peroração a respeito da política tarifaria re­

sume bem as idéias de Luiz Tarquinio expostas nos jornais da

época em sucessivos artigos onde se combate firmemente a pol^

ti ca financeira governamental especialmente no que ta-ge às

tar i f a s .

De acordo com Nicia Vilela Luz, a revisão tarifária

de 1897 foi 'a primeira tentativa para se pôr em xeque o in-

dustrialisno inaugurado pelo novo regime...a redução das ta­

xas efetuadas pela tarifa de 1897 inportou numa média geral

de 25%... A reação fora longe demais. Ela atingira interesses

solidamente estabelecidos, como o das fábricas de tecidos de

algodão oue foram duplamente prejudicadas, pois a nova pau­

ta, além dc reduzir as taxas sobre tecidos, aumentara as do

fio. Surgiram então, na imprensa, artigos dc protesto cor.tra

essa tarifa que, segundo o l e s , seria o aniquilamento do tra­

balho nacicnal, pois onerava as matérias primas e reduzia os

direitos sobre os artigos manufaturados".

...Em consequência, provocou essa tarifa uma dimi­

nuição das rendas p ú b l i c a s , pois a arrecadação que em 1897

foi de 226.102:343*948, caiu, em 1899, para 22C.597:697$000.

Em seus artigos para os jornais da época em 1898,

Luiz Tarcuinio previu a queda da receita aduaneira e reclamou

dc absurdo de uma tarifa que onerava as matérias primas e re­

duzia as taxas de importação de objetos dc l uxo.

A partir de 1900 as taxas do lucro da Empresa vol­

tam a asender, variando dc 25,30% em 1902, a 15,88% em 1907,

caindo abruptamente em 1908 para 7,76%. CCf-i.Tabela) .

Apesar da elevação dos l u c r o s , os Relatórios desses

anos apontam uma série de dificuldades para a Empresa.

Em 1900 ocorre uma queda das vendas, nos últimos

meses d.o ano, não chegando a comprometer a taxa de lucros oue

atinge 25,09%.

Entretanto, de acordo con os Relatórios, há uma cri

se nacional, iniciada em 1900 e atingindo seu auge cm 1901,da

oual a Companhia é livrada pois " auferirabons lucros...e con­

tinua... a v er sahirem os seus produetos com bastante facili­

dade" acrescentando-se aue a Empresa'"se acha consolidada e

139

Page 145: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

apta a enfrentar a crise aguda que ainda fere todo o nosso

Pai z" . 13

0 Relatório de 1903, relativo ao ano de. 1902 , nen-

ciona a recuperação geral da indústria brasileira a^rescer-

tando que a produção da fábrica da Poa-Viagen continua avul­

tada e com fácil saída: é florescente o estado de todas as

indústrias "que não nasceram da especulação", conclui.

Esta situação favorável continua por todo o ano dc

190 3, auando desaparecem os dois dirctores-fundadores Luiz

Tarquinio e Leopoldo José da Si l v a 1 5 . 0 outro . dirotor-funda

dor, Miguel Francisco Rodrigues de Moraes falecera en 1895,

antes da realização da la. Assembléia Geral em 1896.16

0 Relatório d.e 1905 refere-se â nova.crise, de âm­

bito nacional, ocorrida en 1904, que, agravada pela grande

alta do algodão refletiu negativamente sobre o desempenho da

E m p r e s a 17. No ano seguinte a situação perdurava, porém, na

verdade, a t a x a de lucros baixou muito p o u c o 1P. Em 190 6 ale­

gou-se a concorrência de outras fábricas do país como motivo

para m aior redução nos preços dos p rodutos1®. Em 1907 ocor­

rem alta nos preços do algodão, greve operária e queda dos

negócios motivada pela baixa dos preços dos produtos de ex­

portação do país. Nestes anos a taxa de lucros que fora de

19,84% em 1904 baixara para 15,88% en 1907.20

Pode-se considerar que, anenas em 1908 a Companhia

é atingida por uma crise mais séria. Até então ocorreram ape­

nas oscilações, porém os lucros mantinham-se relativamente e-

levados. Neste ano, pela primeira vez desde 1895, não são di£

tribuídos dividendos. 0 caráter nacional da crise é apontado

pelo Relatório de 1909: "A grande crise por que passaram e

ainda estão passando o comércio e as industrias em todos os

Estadcs da República, motivou a diminuição da nossa produção,

e conseauentemente os lucros... Visto serem os lucros tão di­

minutos, e continuarem os negócios ainda bastante desanima­

dos , ponderamos ã digna Cormissão Fiscal a inconveniência de

distribuir-se qualquer dividendo...Este modo de proceder en­

contra explicação na aguda crise econômica c financeira que

estamos atravessando desde os fins de 190 7 e actualmente agra

i u n

Page 146: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A B E L A - 6B R A S I L — D I S T R I B U I Ç Ã O G E O G R Á F I C A E D A D O S E S T A T Í S T I C O S DA S M A I O R E S F Á B R I C A S D E T E C I D O S DE A L G O D Ã O

1 9 1 0

N Ü M E R O DE N Ú M E R O DE N Ú M E R O DE O P E R Á R I O SF U S O S T E A R E S O P E R Á R I O S P O R T E A R

D I S T R I T O F E D E R A L A L L I A N Ç A 5 6 . 3 9 0 1 .336 1.637 1 . 2C O N F I A N Ç A I N D U S T R I A L 4 2 . 8 0 0 1.50 0 1 .3 5 0 0,9P R O G R E S S O I N D U S T R I A L 3 7 . 3 4 0 1. 295 1 . 600 1 . 2A M É R I C A F A B R I L 3 2 . 0 0 0 1. 350 1 . 5 0 0 1 , 1C A R I O C A 3 2 . 0 0 0 1 . 067 1. 163 1 . 0

T O T A L 2 0 0 . 5 3 0 6 . 548 7. 250 1 . 1

R IO B R A Z I L I N D U S T R I A L 3 1 . 8 0 4 9 58 1 . 0 5 0 l. o

T O T A L , RIO E D I S T R I T O F E D E R A L

2 3 2 . 3 3 4 7. 506 8 . 300 1 . 1

SÃO P A U L O M A R I A N G E L A 3 6 . 0 0 0 1. 700 2 . 2 0 0 1 . 2V O T O R A N T I M 3 6 . 0 0 0 1. 300 1. 5 0 0 1 . 1

B A H I A

T O T A L

E M P Õ R I 0 I N D U S T R I A L DO

7 2 . 0 0 0 3. 000 3. 700 1 , 2

N O R T E 3 1 . 0 0 0 1 . 288 1 . 600 1 .2

P E R N A M B U C O P E R N A M B U C O ? 1 . 0 0 0 829 99 0 1 , 1

M A R A N H Ã O F A B R I L M A R A N H E N S E 3 0 . 0 0 0 650 706 1 ,2

T O T A L DE 11 F Á B R I C A S 3 9 6 . 3 3 4 1 3 . 2 7 3 1 5 . 2 9 6 1 , 1

B R A Z I L 137 F Á S I C A S 1 .0 0 0 . 0 0 0 3 5 . 0 0 0 5 5 . 0 0 0 1.5

FO NT E: S T E I N , S t a n l e y J. T he B r a z i l i a n C o t t o n M a n u f a c t u r e ; t e x t i l e e n t e r p r i s e in an u n d e r d e v e l o ­p e d a r e a 1 8 5 0 / 1 9 5 0 . C a m b r i d g e , H a r v a r d U n i v e r s i t y P r e s s , 1957, p . 104.

Page 147: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

vada com os últimos acontecimentos de nossa praça.

0 lucrr obtido no 29 semestre não deixa de ser ra ­

zoável, attendendo ã concorrência dos fabricos ccngeneres a-

quf, no Rio e em S.Paulo, máxime no momento actual, que es­

tão todos com enormes depositos de seus productos, em virtu

dc do grande retrahimento dos mercados de todo Paiz " . 21

A crise resultava da baixa dos preçrs do café no

mercado internacional devido não só a superprodução desse pro

duto mas também à depressão econômica na Europa e Estados Un¿

dos sobre a qual breves referências se encontram em M AURO2 2 ,

VIFDENFELD2 3 , N I V E A U 2 4 , C U N H A 25 ,e MAGALHÃES FILHO2 6 .

Os anos 1895/1905 foram, para o conjunto da indús­

tria têxtil brasileira, anos de crescimento da produção in­

dustrial subsqüentes a uma década, (1885/1895), de expansão

de investimentos. (Cf. Tabelas).

A produção do tecidos de algodão no Brasil alcança­

va em 1885 cerca de 26 milhões de metros o que representava

pouco roais de 10% do consumo nacional. Vinte anos depois a

produção aumentara dez vezes, representando 60% do consumo n£

cional. As importações declinaram: representaram, portanto,

os tecidos de algodão o primeiro exemplo de substituição dc

importação no B rasil.2 '

0 bom desempenho da Fábrica da Boa Viagem nos seus

primeiros quinze anos de existêneia, (1891-1906), correspon­

deu, portanto, a um período dos mais favoráveis para a indús­

tria têxtil brasileira, e a primeira crise realmente signi­

ficativa, coincide com uma crise ciclica do capitalismo in­

ternacional combinada com o início da fase de superprodução

do café no Prasil.

Nos anos seguintes, (1909/1913), a média anual da

taxa dc lucros baixa para 16,53% (Tabela).

0 Relatório referente ao exercício de 1909 expressa

com clareza a satisfação da Diretoria e dc Conselho Fiscal pe

la recuperação ocorrida2^. Em 1910 '.una queda da taxa de lu­

cros de quase 6% em relação ao ano anterior c. atribuída ao au

mento dos preços da matéria-prima que variaram de 15$000 a

27$000.29 l1*?

Page 148: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Nos dois anos seguintes, 1911/12 a situação se n or­

malizou com nova ascensão dos lucros. Se em 1912 são ligeira-30

mente inferiores a 1911 , isso se deveu ao incendio socorrido

na fábrica paralizando-a por dez dias, o que acarretou a di­

minuição da produção era 359.960 metros, uma vez que f^ram p r e ­

cisos dois meses para o r e t o m o total â normalidade31 .Em 1911

a produção da Emporio correspondia a 3% da produção brasileira

de tecidos. (Cf. Tabelas).

Em 1913,porém, a taxa de lucros caiu a 12,29%.Mais

uma vez uma recessão econômica de caráter internacional inci­

diu sobre a Empresa, ã semelhança do que acontecera no final

da década de 1890 e, de maneira bem mais drástica, em 1907/

0 8 32. Essa situação se t o m a r i a r.ais aguda durante o ano de

1914. Desta vez). O Relatório deste ano refere-se explicita­

mente ao carãter internacional da crise, o que não ocorrcra em

situações anteriores: " A crise monetaria que tão nociva in­

fluencia tem exercido nos mercados Europeus repercutiu forte­

mente em nosso meio, pondo em serios embaraços o comercio e

consequentemente, a indústria fabril. Aggrava ainda tão teme­

rosa situação a baixa da maior parte dos generos de exporta­

ção, resultando fatalmente o retrahimento bem justificado da

freguezia aue, sem maiores necessidades de comprar, se vê ain­

da embaraçada pela múltiplas offertas; e a isso é que devenos

os enormes stocks de fazendas em todas as fabricas do paiz"3 3 .

Neste ano dc 1913, a recessão dos negócios em esca­

la mundial atingiu o Brasil forçando a baixa dos preços dos

seus principais produtos de exportação, o café e a borracha. A

demanda de produtos têxteis diminui e as fábricas brasileiras

entram em acirrada competição interna. A produção de v tècidos

já cobria, então, cerca de 85% do consumo . 34

0 estabelecimento fabril da Companhia Empório In­

dustrial do Norte figurava em 1910, entre as tres maiores fá­

bricas de tecidos do Nordeste e entre as onze maiores do Bra-

s i l 3*. Seu capital de 3.000:000$ representava 1 ,2 0% do total

dos capitais investidos na indústria têxtil brasileira em 1910

(250.000:000$000)3 6 . Sua produção, 11.500.000 metros em 1911,

representava 3,03% da produção brasileira naquele ano (379 m i ­

lhões de metros) e cerca de 33,65% da produção baiana, cujo14 3

Page 149: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

total estimado foi d e 33.879. 952 me t r o s . 37

AS DEñPES¿\S COM A PRODUÇÃO

MAQUINARIO E MATÉRIA PRIMA

Entre 1896 e 1898, quando se instalou a fiarão, o

ativo imobilizado aumentou de 7.171:090$460 para ..............

10.988:066Í540. 0 quociente de imobilização jã muito elevado

em 1896, 72,45%, alcança em 1898 99,40%. Em 1899 e 1902 aumen .

ta ainda mais: 10 3,7 2% e 104,2 5%, respectivamente. Em 190 8 ,

1909 e 1910 o quociente de imobilização, decrescido ligeira­

mente depois de 1902, t o m a a elevar-se a mais de 100% • 'em

1908-1910. (Cf. Tabelas).

Foram anos em que foram feitas grandes aouisiçõer

de maquinário.

0 Relatório de 1899 dera por concluída a importa­

ção de máquinas e descreve suscintamcnte o equipamento da fá­

brica com suas 10 caldeiras, 4 motores, 46 mãauinas de prepa­

ração de algodão, 42 c a rdadeiras, 54 fiadeiras com 17.144 fu­

sos, 1.206 teares, 10 engomadeiras "e um sem número de máqui­

nas e accessórios, tudo do que há de mais moderno e aperfei­

çoado e constituindo um conjunto que nada tem a invejar ãs m£

lhores fábricas do velho mundo, como temos ouvido de profis­

sionais os mais competentes que de passagem nos tem honrado

com suas v i s i t a s " 3®. Esse novo m*auinário começou a funcionar

em julho de 1899 , mas jã em 1900 e 1901 foi aumentado o núme»-

ro de máquinas importadas para a fiação: em 190 3 novas máqui­

nas são acrescidas ao património da empresa. Em consequência

dessas importações o número de fusos alcança 25.000 em *1904,

tornando-se a fiação capacitada para satisfazer as necessida­

des dos teraes. Neste ano acrescentou-se também mais três

cladeiras aquelas dez já existentes. Em 190 5 adquiriu-se ma-

quinãrio para a secção de tinturaria. Em 1906 o problema cria

do com a^nuebra do eixo principal da Fiação, que paralizou

toda esta secção durante alguns d i a s , foi resolvido nas p ró­

prias oficinas da Fabrica, onde novo eixo foi preparado. Em

Page 150: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

1910 a fábrica contava com 1.600 operários, 1. 238 :trares,

31.000 fusos e uma produção de 11 milhões de metros, < '-'38,8'n

da produção baiana, figurando entre as sete maiores empresar;

texteis do Brasil e superando qualquer outra no Norte-I’ordes

te. Até 1912 continuou-se a adquirir novas máquinas»anualmen­

te. Em todo o período que vai de 1898 a 1913 o quociente dc

imobilização permaneceu sempre acima dc 92%.

beste período ocorreram altas no preço do algodão.

Entre 190 2 e 1904 o seu preço aumentou em cerca de 30%.39

Já no começo do século se dizia que "a situação g e ­

ral das indústrias no Estado mostrava-se a n i m a d o r a " .*° A in­

dústria têxtil, entretanto, lutava com um grande obstáculo

oue era a falta e carestia da matéria prima, cuja produção di,

minuta obrigava as fábricas locais a importar o produto dos

Estados do Norte. As dificuldades do transporte marítimo fa­

ziam com oue o algodão aqui chegasse com uma diferença a mais

de cerca de 3$500 por 15 K, ficando as fábricas da Bahia em

posição de inferioridade em relaçãi ãouelas dos estados p ro­

dutores . , ,

A elevação dos preços do àlgodão e as enormes des­

pesas com maauinaria (estas últimas só voltaram a ocorrer,nas

mesmas proporções, 50 anos mais tarde) são os fatores produ­

tivos que poderão ter pesado, embora dc maneira secundária,

no desempenho da empresa no período considerado. (Cf.Tabelas)

Parte do maouinário instalado nestes primeiros tem­

pos funcionaria por mais dc 60 anos, como foi o caso de gran­

de parte dos teares xadreses da marca HACKIIJG, de Bury, ou

BUTTERWORTH & DICKINSOH de BURHLEY, e os teares lisos da HAR-

LING h T O D D também de BURNLEY, cidades da Grã-Bretanha, os

quais instalados em 1891, funcionaram até início da década de

1960, num total de 844 teares. (Em 1896 havia 8G9 teares).

Filatórios e cardas da marca. HOWARD & BULLOUGH de

ACCRIHGTON, G r ã - B r e t a n h a , instalados entre 1896 e 1907, fun­

cionaram também até início da década de 1960. 0 maquinário bá'

sico era, portanto, de origem britânica, embora de fabrican­

tes diversos. (Cf. Tabelas).

Outros fatores que no futuro viriam a.ser apontados

como causas de problemas para a Companhia são referidos bre

14?

Page 151: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

vcmente neste período.

Em 1898, por exemplo, nen todos os maouinismos da

tecelagem funcionavam, pois a força motriz, desviada em part^

para a fiação, não era s u f i c i e n t e . * 2

IMPOSTOS

Em 1902 o Relatório do Secretário da Agri-tltura,

Commércio, Indústria, Viação e Obras Públicas nc governo So­

ve rino Vieira afirmava que "não fossem os elevados impostos

com oue nas outras partes da comunhão brasileira se taxam c

produetos da industria bahiana, e de muito mais avultaria o

movimento d e s t a " . C o n t i n u a afirmando o Secretário da Agri­

cultura do governador Severino Vieira, (aliás, pequeno acio­

nista da C E I N ) , que "no momento, felizmente se offerece bas­

tante folg ada a condição de nossas fábricas de t e c i d o s , " 44

asseverando aue "duas causas, além da precedente, inhibem o

incremento industrial em o nosso meio, posto este lhe seja fa

voravel mercê da moderação de impostos que no particular aqui

se nota, e são: a péssima navegação de cabotagem e o mão e

dispendioso serviço de carga e descarga no porto " . 45 Esta si­

tuação parece modificar-se em 1906 , no governo de Jose Ma.rce-

lino de Souza. 0 Relatório da Companhia, de 1907, afirma que

apesar das declarações do governador no início da sua gestão,

a indústria estava pagando desde janeiro de 1907 o "eleva.do

imposto de 2%" sobre suas exportações para os demais Estados

da União, dificultando o seu desenvolvimento . 46

o p e r / r i o s e t é c n i c o s

Nesta fase tanto o pessoal técnico, que em parte e

estrangeiro, como o operariado só recebiam elogios atra v é s dos

Relatórios anuais da Companhia.

Em 1901 foi estabelecido, como recompensa aos ope­

rários "assíduos e dedicados ao trabalho " 47 o .o:-fornecimento

gratuito de medicamentos em caso de doença. Em 190 3 teve iní­

cio a doação de casas aos operários com "dez anos de bom tra-

Page 152: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

halho e comportamento"4 ®. As casas estão situadas na rua da

Boa Viagem, cada uma tem 8,30 m de frente e 13,60 de frente r

fundo.

A julgar pelos Relatórios apresentados durante os

anos de 1893-1913, apenas uma vez, em 1907, é quebrada a har­

monia reinante na fábrica.

Primeiro em 2 2 de junho, ouando os soldados do p o s ­

to policial do 29 Distrito dos Mares, "sem motivos justificá­

veis" atiraram nos operários que, às 13 h. entravam para o

trabalho, resultando em ferimentos . 50

Menos de tres meses depois, a ordem reinante, de

estilo paternalista, foi quebrada.

Em setembro desse mesmo ano, no dia 13, os operá­

rios entram em greve "durante alguns dias" de acordo com o Re

latório da Diretoria, "durante algumas s e n a n a s " , segundo o

Parecer do Conselho F i s e a l ,perturbando todos os trabalhos da

Companhia, acrescenta, informando que não fora "a greve de um

pequeno grupo de operários" o lucro auferido, que foi supe­

rior ao do ano anterior, seria ainda maior.

Além da contradição que se percebe entre a Direto­

ria e o Conselho Fiscal sobre a duração da greve, o Relatório

afirma ainda que as exageradas exigencias dos grevistas não

puderam ser atendidas.

Em 1909, se constituiu "para o que fõra previamen­

te consultada esta Diretoria, uma associação de '.benéfrcBncir

mútua, sob a denominação de "Sociedade Beneficente 24 de J u ­

lho" e, continua o Relatório, "como reconhecessemos o valor

de tão útil e meritória instituição, rerolvemos concorrer com

a mensalidade de Rs. 50 0$00 0.

Folgamos en declarar eme, fundada em 4 de abril de

1909 , esta sociedade vai em caminho de grande prosper i d a d e . "51

Sobre a Vila Operária o Relatório de 1899 explica a

sua necessidade e o seu papel: "A q u e m . .apenas...supercialmen

te a con h e c e ... pode parecer...de nenhum valor social ou indu£

trial, exprimindo apenas os sentimentos altruísticos de seus

fundadores e para alguns até apenas vaidade e ostentação.

E ntretanto assim não é.

Para que o trabalho seja produetivo é preciso que

147

Page 153: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

o operário tenha tranquilidade de espírito e vigor físico.../

Villa Operaria oferecendo esse conforto...habilitado operario

a produzir mais...(e) melhor.

...sem a Villa Operaria seria impossivel manter-se a nossa Fj;

brica no pé em que se acha.

Entretanto, á execução do capital nela empregado,

das despesas com reparações de predios e iluminação, ela em

nada é pes<la aos cofres da Companhia.

As suas escolas, o serviço sanitario c outros • são

pagos apenas com os lucros dos seus armazéns " . 52

Em IP D 3, com a assistência medica e direção gernl

do Dr. Adr iano dos Reis Gordilho a Vila continuou no seu pa­

pel de facilitar "o trabalho e bom comportamento do operário,

assim com o a observação de uma boa higiene...As escolas pri­

marias tem...uma frequencia de 200 alunos cm media. A escola

de musica tem...uma frequencia de 50 pessoas."53 A organisa-

ção e higiene da Vila se comprova quando, no ano seguinte, de

acordo com o Relatório, ela atravessou incólume uma epidemia

dc peste b u b ô n i c a . 54 0 Relatório de 1909 comprovou que a Vi­

la deu um deficit de 16.429$340, apesar das economias feita?

com a supressão de alguns cargos administrativos . 55

Neste período o índice de liquidez da empresa foi

sempre bem equilibrado, com o passivo sempre abaixo de 505*,

a não ser no ano de 1897, justamente após o lançamento dc de-

bêntures afim de adauirir o maquinãrio para instalar a fia­

ção. (Cf. Tabelas).

COHCLURÕFS

a) Durante o período 1891-1913, que foi de grande

crescimento p ara a indústria têxtil brasileira em seu conjun­

to, a Companhia Empório Industrial do Norte tornou-se a maior

empresa; têxtil do Norte-Nordeste e uma das sete maiores 5 do

Brasil. (Cf. Tabelas).

b) As crises econômicas internacionais, refletindo-

se no Brasil através da queda dos preços dos seus produtos de

Page 154: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

exportação, neste período, o único fator a comprometer os lu­

cros da empresa, devido à contração do consumo aue provoca­

vam.

c) Fatores cano alta nos preços da matcria prima •

f» importação de grandes quantidades de ma q u i n á r i o ,apesar do

certa importância parecem ter um papel secundário para o d c ■

sempenho da empresa se .comparados aos efeitos das recessões

econômicas de âmbito nacional e internacional.

149

Page 155: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

NOTA?

CFIN. Prospecto de Lançamento . F e ve r e ir o de 1891. p .6 P r cv i a -s e lucros su p er io re s a 15Z o que de fato foi c o n se g u i­do. îîo p e r í o d o 1895-19 13 a taxa m ed ia anual de lucros ating iu 17,34*.

2CEIN. " R el a t ó r i o " p u b li c ad o no Jorral de Noticias em4.4.1899.

3I B I P F M .

4 ibidem.

5FU RT ADO , Celso. Formação Económica do Brasil. S. Paulo, N a cio na l, 1971, lia. ed., p . 178.

^NI VE AU, M a ur ic e. História dos Fatos FconÔricos Contempo­râneos. S. Paulo, DIFEL, 1969. p . 193.

^MAtlFO, Fré déric. Historia Económica Mundial 1790-1970.P> i o , Z ah * r , d .360.

^CEIN. "R e l a t ó r i o " p u b l i c a d o no diário de Noricias cm19. 3.1900.

9 CFIN. " Re l a t ó r i o " p u b l i c a d o no Diário da Bahia em 3.41698.

1 0 I B I P F M .

^ L U Z , Ni c i a Vilela. A luta pela industrialização do Bra­sil. S. Paulo, DIFEL, 1961, p . 115-118.

12T A RQ U IN I O , Luiz. Tarifa Aduaneira. B a h i a ,E s t a b e l e c i m e n ­

to L I T F O - T y p o g r a p h i c o L.H. L i g u o r i , 1898.

13T F I N . " R e l a t ó r i o " p u b l i c a d o no Diario da Bahia e m 2 1.3.1902.

Os cálcul os das des pe sa s totais foram feitos sobre a p r o d u ­ção v e nd i d a nao in c id i nd o sobre as outras receitas (alugueis, juros, des co n to s , c t c . ) . Os lucros, en tre ta nt o, i n cl u e n as r£ m u ne r a ç o o s ob tidas através de alugueis, juros, d e s c o n t o s ,e t c . De v i d o a isso alguns anos a p a re c e m com lucros exc ep ci o n ai s a- p e se r das pe r c e n t a g e n s das despesas «eram muit o altas.

14 -CEIN. " R c l a t o r i o " p u b l i c a d o em A Bahia em 16.3.1903.

^ C E I N . "R e l a t ó r i o " pu b l i c a d o no Diario de Noticias cm 7.3.1904.

^ A r q u i v o do Es t ad o da Bahia (AF.B). I nvent ari o s - Capi t al 1895/ 1924, Doc. 3, M a ç o 626.

1 7 CEIN. " R el a t ó r i o " p ub l i c a d o no Diario da B a h i a , cm14 .3 .1905.

150

Page 156: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

IP -*CEIN. "R e la t o ri o " p u b l i c a d o no D ia r io da B a h ia , or

2°.3.1006.

^ C E I M . " R e l at ó r io " p u b l i c a d o no D ia r io da B a h ia , do2 P . 3.1907.

20CEIN. "R c l at o r i o n u b l i c a d o no D ia r io de V o t io ia s <*c

2 7 . 3 . 190P.

21 » -CEIN. ' "P e la t o r i o " p u b l i c a d o no D ia r io de V .o t ic ia s do

26.3.1909.

2 2 MAUFO, Fr ed eric. o p . a i t . , p . 360.

2 3W I P D EN F EL D . "La e v o l u c i o n del p c rc a d o nu n^ial" cn V is to -

r i.a U n iv e r s a l . Dirigi'*?. por W a l t e r Goetz, vol. X. p . 94.

2 4 NI VE AU , Maurice. o p . c i t . , p . 195-196.

25 - . . . .CUNHA, T n s t a o da. As c r i s e s c o r e r c r a r s . Rio-S. Paulo,

F'5. Atla s, 1946, p . 53.

26 . .M A G A L H Ã E S FILHO, Fr a n c i s c o de B.B. d e . H is t o r i a Eco n om -

ca. S. Paulo, Ed. S ug e st õ e s L i te r ár i a s, 1273, 2a. ed., p. 351.

2 7F I SFL 0W , Albert. " O ri ge ns e cons equ en ci as da s u b s t i t u i ­

ção de im po r t aç õ es n o Br as il " em E s tu d o s E c o n õ r ic o s . vol. 2, 1972, n9 6 , r .9-10.

2 8 —CFIN. ' T e l a t o r i o " p u b l i c a d o no D ia r io da B a h ia , cm

25.3.1910.

2r> -CEIN. "P.elatorio" pu b l i c a d o em / Pai'-ia cn 7.4.1311.

30 -CEIN. "R e la t o r i o " p u b l i c a d o no D ia r io da' B a h ia i 1' de

30.3.1012.

3 ^CEIN. " R e l a t o r i o " p u b l i c a d o em A Torde de 29.3.1913.

12 - . .' CEIN.’ " R e l a t o r i o " p u b l i c a d o no D ia r io da B a h ia cm

29. 3.1914.

3 3 CEIN. " R e l a t o r i o " p u b l i c a d o em A T ard e do 3.4.1915.

34BA F R e VILLELA. " C r e s c i m e n t o I n du st ri al e I n d u s t r i a l i z a ­ção: R e vi s õe s nos e st ág io s do d e s e n v o l v i m e n t o E c o n o m i c o do Bra

sil" em Dados n9 9, 1972, p . 116.

*J CSTEIN, St a n l e y J. The B r a z i l i a n C o tto n y a n u fa o tu r e ; te s -

t i l e e n t e r p r i s e i n an u n d e rd e ve lo p e d a re a 1850-1950. C a m b r i ­dge, H a r v a r d U n i v e r s i t y Press, 1957, p . 104 e 191.

3 riDEM, IBIDEM.

3 7 S E C K E T A R I A DA A G R I C U L T U R A , COMMF.P.CIO, IN D U ST R I A , V I A Ç Ã O F

151

Page 157: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

OBRAS P Ú B LI C AS — R EL ATÖ RI O. Bahia, I m pr ens a O f fi c ia l , 1921. A n n e x o s .

3 8 «•CEIN. " R e l ac o r io " pu b li c a do no Jornal de Noticias de

4.4.1899.

39CPF. Projeto de Reeauipamento da CEIN. 1959, 19 vol.p.3.

A°SFCREATARIA DA A G R I C U L T U R A , COM MÉRCIO, INDÜSTRIA, IAÇÃO E OBPAS PO BL I CA S — R E L A T Ö R I O . Bahia, Officinas do "D iario da Bahia", 1903. p.239.

41IDFM, IBIDEM, p .24 0.

A2 CEIN. "rclfltório" p u M i c a d o no Jornal de Noticias de U .U .1899.

A 3 SECRETAF.IA DA AG R I C U L T U R A , COMMÊP.CIO, IFDÚSTRIA, V IA ÇÃO E OBPAS PÚ BLI CAS . Relat ó r i o . Bahia, Offi ci na s do "Diario da P*hi p" 1903 , p. 239- 240.

44IPEM, IBIDEM.

45IDEM, IBIDEM.

^*CEIN. " R e l a t ó r i o " p u b l i c a d o nr Diario da Bahia eci2 G . 3.1907.

47CEIK. " R e l a t ó r i o " p u b l i c a d o no Diario da Bahia em27.3.1901.

48 ,CEIH. Docümentaçao de Doaçao. 1903.

4 0I FI D E M .

^ C E I N . " R e l a t ó r i o " p u b l i c a d o no Diario da Bahia de2 8 . 3 . l"07.

^CF.IN. " R el a t ó r i o " pu bl i c ad o no Diario da Bahia dp25.3.1910.

CO ^ # #CFIN. " R e l a t ó r i o " p u M i c a d o no Jornal de Noticias cn

4.4.1899.

53CEIN. "R e la t ó r i o " p u M i c a d o no Jornal de Noticias er.5 . 3 . 1°04.

CEIN. " R e l a t ó r i o " p u M i c a d o no Diario da Bahia ec14.3.1905.

55CEIN. " Re l at ó r i o " pu b l i c a d o no Diario de Noticias en2 ^ . 3 . 1 9 0 f1. 0 Re l a t ó r i o e x pl ic a que até entao as des pe zas f e i ­tas en a Vi la eram levadas à conta de "Gastos Di v e r s o s " e os alugue is à cont a de "Ganhos e Perdas". A p ar t i r de 1903, p o ­rém, r e s o l v e u - s e abri r uma cont a es pec ial "V ill a O p e r a r i a " p_a ra c o n he ce r - se e f e t i v a m e n t e o lucro ou p r e j u i z o dur an te o ano,

v e r i f i c a n d o - s e entao o de fi cit de 16:429$340.

Page 158: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A B E L A - f i - A

PRODUÇÃO DE TECIDOS DA CEIN E DA BAHIA NO CONJUNTO DA PRODUÇÃO BRASILEIRA 1910-1938

ANOS C E I N CEIN/BAHIA B A H I A ZBAHIA/BRASIL B R A S I L X C E I N/B R A S I L

1910 11.000.000 38,8 28.339.6461911 11.500.000 38,3 30.007.987 7,9 378.619.000 3,01912 11.000.000 37,5 29.303.284 7,3 399.710.000 2,81913 10.000.000 35,7 28.010.556 7,3 384.989.000 2,61914 8.500.000 41,3 20.596.105 6,6 314.345.000 2,71915 10.500.000 41,1 25.553.750 5,4 470.783.000 2,2191 ft 12.500.000 48,8 25.597.161 5,4 473.302.000 2,61917 12.000.000 46,8 25.659-068 4.7 548.120.000 2,21918 11.000.000 42,9 25.6S4.261 5,2 494.422.000 2,21919 8.000.000 34,1 23.449.105 4,0 584.402.000 1,41920 9.000.000 45,4 19.839.034 3.4 587.182.000 1,51021 8.000.000 32,7 24.482.738 *,7 522.446.000 1,51922 9.000.000 32,6 27.618.685 4,4 626.760.000 1,41923 9. 740. 236 27,0 36.132.776 3.8 939.794.000 1,01924 10.253.990 25,0 40.945.363 7 .1 579.779.000 1,81925 10.017.431 25,3 39.663.198 7.4 535.909.000 1.91926 6.533.574 20,5 31.925.745 5,9 539.025.000 1,21927 6.948.828 22,1 31.376.779 5.3 594.313.000 1,2

1928 6. 163. 390 581.951.000 1,11929 477.995.000

1930 3.589.822 476.088.000 0,8

1931 6.844.519 24,1 28.448.271 *,5 633.892.000 1,11932 29. 397. 317 4.7 630.738.000

1933 6.192.521 20,9 29.601.840 4.6 638.803.000 1 ,0

1934 7.906.456 33,6 23.544.671 3.3 715.814.000 1,1

1935 7.646.296 32,5 23.544.671 3,1 752.691.000 1,0

1936 R.443.079 914.529.000 0,9

1937 8.360.924 963.766.000 0,9

1938 7.774.628 909.972.000 0,9

FONTES: Stein, Stanley J. The Brazilian Cotton Hanufaoture: textile enterprise in an underdeveloped area 18S0-19S0.Casibridge, H arvard, University Press, 19S7, p . 191-94.Jobist, José. Historia dae Induetrias no Brasil. Rio, Jos?^Olympio, 1941 p . 187.Barbosa, Mario f. Informações estatietioas da Bahia._Helatórioa: 1923, 1929, 193’-36, 19.40-41.Secretaria da Agricultura, Conoercio, Industria, Viação e Obras Públicas - Relatórios: 1920, 1921, 1928 e 1929. Governador da Bahia. Mensagens: 1925~1927: 1929, 1941.

Page 159: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A B E L A - 1BRASIL — DISTRIBUIÇÃO CF.OCRXFICA E DADOS ESTATÍSTICOS DAS MAIORES FÁBRICAS DE TECIDOS DE ALCODÃO

1 9 4 4

X R E A

n Cm e r o DE PXBRICAS

NOME DA FXBRICA OU EMPRESA

NÍlHERODE

FUSOS

NflMERODE

TEARES

N0MERODE

o p e r X-RIOS

o p e r X r i o s

POR TEAR

DISTRITOFEDERAL 4

CIA.AMP RI CA FABRIL FIAÇÃO * TECELAGEM 1B2.552 4. 273 6.409 1.5

S. PAULO S.A.INDÚSTRIAS REUNIDAS F . MATARAZZO 103.«32 3. 574 4.087 1.1

" " CIA. NACIONAL DE ESTAM­PARIA 74.924 2. 702 7.731 2,8

PERNAMBUCO 1 CIA. DE TECIDOS PAULISTA 55.000 2. 552 10.338 4,0

PARAÍBA 1 CIA. DE TECIDOS PAULISTA 39.4 RO 2.292 a.713 3.8

BAHIA 5 CIA. PROCRESSO e UNIÃO FA BR1I. DA BAHIA 51.164 2. 221 2.721 1.2

S. PAULO S.A. i n d Ps t r i a s VOTORANTIM 71.922 2.123 5. 570 2.6

DISTRITOFEDERAL 1

CIA. PROGRESSO INDUSTRIAL DO BRASIL 62.224 2. 100 4.623 2.2

PERNAMBUCO 4 COTONIFiCIO fl.B.DE MELO S.A. 36.142 1.635 5.R44 3.5

S.PAULO FIAÇÃO E TECELAGEM ESTAMPA­RIA YPIRANCA JAFET S.A. 50.000 1 .608 3.041 1 ,8

DISTRITOFEDERAL 1 c i a . nroooRo i n d u s t r i a l 50.000 1.500 1.720 1.1

" 1 CIA. FIAÇÃO E TECIDOS CON­FIANÇA INDUSTRIAL 42.852 1.438 2.818 1 .9

” 1 CIA. NACIONAL DE TF.CIDOS NOVA AHpRICA 73.152 1. 364 2.976 2.1

" 1 THE RIO DE JANEIRO FLOUR MILLS AND CRANARIES LIMITED 50.100 1.355 2. 117 1.5

S. PAULO CIA. TAUBATE INDUSTRIAL 42.236 1. 300 2. 138 1.6

BAHIA 1 CIA. EMPÓRIO INDUSTRIAL DO NORTE 26.92» 1. 300 1.352 1.0

PERNAMBUCO 1 COTONIFICIO DA TORRE Ltd». 26.040 1. 129 2. 375 2,1

S . PAULO FXBRICA DE TEC IDOS TA TU A P P S . A. 33.670 1 . 11 R 2 .4 44 2.1

DISTRITOFEDERAL 1

C I A . F IAÇÃO c TECELACEM CORCOVADO 36.6 RO 1. 102 2. 301 2,0

ESTADO DO RIO 1 CIA. PETROPOLITANA FIAÇÃO E TECELACEM 35 .0 00 1 . 100 1. 595 1 . *

" " " 1 CIA. TÊXTIl. RRASIL INDUS­TRIAI. 32.500 1 . 008 1. 381 1.3

FONTE: ADAPTADO DE CETEX: INDCSTRIA TÍXTII. A LCODOEI RA. RIO, MIN. DO TRAB ALHO, i n d Os t r i a e COm S r -

Page 160: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

C A P I T U L O A

Page 161: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

r co!’P,mh i/* f:*pGrio ir n u s T r in do noriF Hn pfrIodo nrs grampes cpises Muwninr no sFculo yx - io i 1

A IITDflSTRIA.nV-SILriRT. DE 1914 A 1946

r INDÚSTRIA BRASILEIRA DURANTE / 1*. GUERRA MUNDIAL

Durpnte a 1?. Guerra Mundial cresceu a produção na­

cional dc tecidos: ouanto a isso não há duvidas, e racsno au­

tores coro A.Villela e U.Suzigan, que tem una posição bastan­

te crítica ouanto ao efeito positivo da la. Grande Guerra so-

^re a industrialização brasileira, apresentam dados que com­

provar. o aumento da produção naqueles anos (Cf. T a b e l a s ).Quan

to, porér, à oxpansão da capacidade produtiva, h á ccrta di­

vergência: por um lado, Paer e Villela afirmam categoricamen­

te que "a 1?. Guerra Mundial não agiu como um catalizador do

crescimento industrial. A razão principal ê que a interrupção

d -1 navegação dificultou a importação de bens de capital n ec0£

sário aò aumento da capacidade produtiva e não havia naquela

época nehuma indústria de bens de capital no Brasil " . 1 Por

outro lado os mesmo autores, reproduzindo dados oficiais oue

não questionam, riostram ciue, do 13.33P estabelecimentos induss

1-riais existentes em 1910, 7.133, ou seja 55,40% foram funda­

dos antes de 1914. Resta, portanto, um total de 5.9 36 estabe­

lecimentos, ou seja, 44,60%, fundados r.os anos 1915/1919, e

267 , ou seja 2%,,-> fundados em época desconhecida. *

Ressalta claramente o grande número dc empresas fun

dadas durante a Guerra, e mesmo levando em conta o seu menor

3R"

Page 162: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

porte em relação àquelas fundadas no período 1910/14 (número

relativo de operários p or estabelecimento; 1 1 nas e mpres-1;?

fundadas d urante a guerra, 17 naquelas fundadas em 1910/14)?

restará esclarecer como surgiram tantas empresas e qual o sen

papel no processo de industrialização.

Se não é possível afirmar que o processo de cresci­

mento industrial no Brasil teve início com a la. Guerra Mun­

dial, parece-nos, talvez, precipitado afirmar que a indústria

brasileira teria crescido mais rapidamente não fora a guerra.

Aqui caberá a explicação dada por Versiani e Versiani sobre

o modelo de industrialização que alterna fases de crescimento

da produção com fases de expansão da capacidade produtiva.

No caso dos t e c i d o s , o nível da percebtagem das im­

portações , que atingira 59,4% do consumo aparente em 1913,

não voltaria a ser atingido. Em 1919 a percentagem dos teci­

dos importados baixara para 22,4% . 4

A respeito das empresas fundadas durante a guerra

Fishlow esclareceu q ú e , se o seu tamanho médio era menor,elas

respondiam por um quarto do capital industrial registrado no

censo de 19 2 0. Mais importante ainda é o argumento oposto às

críticas sobre o reduzido nível de investimentos durante es­

te período: ignora-se, segundo Fishlow, "o papel dos lucro?

crescentes no financiamento da formação de capital wpoíterior

à guerra, bem como os estímulos garantidos pela demanda para

as compras de novo equipamento. As grandes importações de na-

auinaria mais m o d e r n a . ..d atam...do período posterior à guer­

ra" . 5

0 APflS-GUERRA E OS ANOS VINTE: 1919/1929

Os mais diversos historiadores da economia brasilei

r? concordam em que, na década dos vinte, foi relativamente

lento o crescimento da produção industrial: B a e r , Villela e

Suzigan, Fishlow e Flavio Rabelo e Maria Teresa Versiani apon­

tam nesta década em fraco desempenho da industria brasileira.

0 Qtiadfro abaixo mostra os per'- ntuais dc crescimento da pro­

dução industrial nos anos 1920/28, comparados com aquelas dos

anos 1911/19. 159

Page 163: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

c T' a d r. o - 5

EF AS IL - TAXAS A N U A IS DT CR ES C IM E NT O DA P R OD UÇ Ã O DA P R O D U Ç Ã O

I N DÜ fT RI AL, 1211-19 2P

I N DU S TR I A S 19 11 -19 19 2 13 2 0 - 1 9 2 PX

1 - t E x t i l 3,7 1,32 - V E S T U A R I O E C A LÇ A D O S 5,1 5,33 - BE BIDAS f> , 5 5,14 - FUMO 3,r5 - MI N E RA I S NÃO M ET Í LI C O S o,"f' - METALÜRtílCA . . . 7,27 - QU IM I C A • . . 8,r,P, - P F R F U M /RIA., SAEAO E VELAS • • . 11,40 - PR O D UT O S A L I M E N T A R E S 5,0

T 0 T A L 4 3,2

. ..dados bá s ico s in ex ist en tes

FONTE: V I L L E L A c SU ZIG AN, P o l í t i c a do grvcrnr e cr c sci ncn to da e c o n o m i a Br a sil ei ra . Rir-, I P E A / I ! T E S , 1T73. r.172.

As discordancias entre os diversos autores surgem

cuando se trata dc estabelecer as causas drste fraco desem­

penho. Puescu, embora achando oue o período foi favorável ac

desenvolvimento industrial, pois a expansão das .. expòrtaçõrs 1

resultara em crescimento das importações de bens de capital,

considera como fatores negativos: as flutuações da política

monetária, a falta de uma instituição de credito especializa­

do para a indústria,.a valorização cambial entre 1923 c 192P

o os enpréstimos externos, usados para objetivos fiscais.r

Já Heitor Ferreira Lima destaca o papel negativo das

importações na segunda metade da decadr, citando um Relatório

do Centro das Indústrias dr Fiação e Tecelagem de Sao Paulo

irtitulado "A crise têxtil* , on.de ha queixas sobre a prãtic-’

de dumping contra a produção nacional de tecidos.^ Fishlor

destaca também a importação de tecidos cone causa, do frc.cr

crescimento da. indústria têxtil, afirmando que " A produçrr

têxtil c o n t i n u o u a se expandir apenas ate 1922/23, com o res­

tante dr período marcado por crescente participação estran­

geira no mercado local. Em 1928, o ano de pico das importa-

ç õ e s , a participação das irpertações tinha voltado ao nível

dc antes da Primeira Guerra Mundial, e provocou agitação para

K "

Page 164: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

una rir'i.'T proteção tarifária, obtida no ano seguinte. O'r-'

a tarifa d e 1900 tinha s i d o fixada ran t ^ m n s nominais,

proteção que “ela assegurava rinha sido reduzida pclc p u m p t '

pos preers intennos. A difícil situação da indústria era ■•’i n ­

da nais complicada devido aos pesados investimentos real? zr

aos para expandir e modernizar a capacidade, após a gu r r '.

Embora custos tenham sido provava Imo. ntc reduzidos , o bair-

nível dt; proteção eVitava a realização dos lucrcs e s perados..

rarecc hf»vpr pouca dúvida do quo esse desempenho.

... decepcionante. •• foi influenciado polo forte aumento das ir._

portaçoes durante a década. As importações de bens n ã o durá­

veis do consumo cresceram a una taxa anual de quase 15 por

cento entre 19 21 e 19?8: as df- bens durr-vc.is cresceram ainda

mais rápidamente. Em contraste, ac importações de bens de ca­

pital para a indústria doméstica, após uma elevação inicial

depois da. guerra, não mantiveram este avança alem do meie da

década, /s importações foram favorecidas pela queda em seus

nreços relativos durante a déc a d a " .R

As opiniões de Heitor Ferreira Lima. e de Fishlot-rsao

comprovadas através dc d £dos sobrr> imnortacõos de tecidos e

dc bens dc capital fornecidos por villela e Suzigan. Princi­

palmente r.c caco dos tecidos, cuja importação evolui de 2? ij

milhões de metros em 1919 para 44,3 milhões en 1925 e 5,03 r ‘

lhões em 1928.^ Esses mesmos autores opinam oue o dumping da

Inglaterra, o a proteção declinante das tarifas vigentes não

podariam, por si sós, constituir-se em causas da crise de in­

dústria têxtil, pois o total das importações em 1924/30 ja­

mais chegou a 8% do consumo-, sond.o além d i s s o p r o d u ç ã o in­

terna constituída basicamente de tecidos frosseiros , essa ern. . , . 10

correncia nao poderia p or si s o Drovocar aquela crise.

Deve-se observar, contudo, auo, embora a. indústria

brasileira produzisse principalmente tecidos grosseiros, jã

começara a fabricar tecidos finos1 1 , devendo, portanto, se

ressentir bastante da concorrência estrangeira naqueles tipos

dc tecidos aur sempre foram os mais lucrativos. Essa concor­

rência n ã o pode sor avaliad? apenas cor base na quantidade

dos tecidos i m portados,

Page 165: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Par® Versiani e Versiani o decréscimo da produção

na década dos vinte decorre, primeiramente, da diminuição do

efeito protecionista das tarifas em vista da alta dos pre­

ços internos. A esta queda da produção de tecidos, de 4% ao

ano entre 1924 e 1929, corresponde uma expansão do estoque

de teares de 4% ao ano e de 1% do estoque dos fusos no mesmo

período. Aumenta, portanto,a capacidade produtiva. 0 decrés­

cimo da produção ocorre principalmente em estados como a Ba­

hia ou o Distrito Federal onde era maior a concentração de

fábricas mais antigas. Em outros estados com menor tradição

industrial chega a haver aumento da produção. De acordo ain­

da com esses autores a expansão da capacidade produtiva na

década de 1920 é que permitirá atender o crescimento da de­

manda após 1930 e particularmente durante a 2a. Guerra Mun­

dial.

A DEPRESSÃO E OS ANOS 30: 1930/1939

A economia brasileira recuperou-se rapidamente dos

efeitos da depressão ocorrida nos anos 19 29/32.

A crise teve efeitos extremamente negativos para a

agricultura, que, no período 1929/39, cresceu ã taxa média

anual de 2 ,2%, enquanto a produção industrial cresceu a uma

taxa média anual de 8,4% . 13

Contudo, essa taxa de crescimento industrial ao-

freu variações consideráveis no período em foco. De 1929 a

19 32 seu crescimento médio anual foi de apenas 1%. De 193 3

a 19 39 a produção industrial cresceu a uma taxa média anual

de 1 1 ,2%.

Quanto à indústria têxtil o seu crescimento prati­

camente não foi afetado: ela cresceu a uma taxa média anual

de 8,4% no período agudo da crise (1929/32) e a uma taxa mé-1 4

dia anual de 11,2% nos anos 1933/39.

A teoria tradicional considera que a crise mundial

dos anos 3 0 teve efeito6 positivos sobre o processo de indu£

trialização brasileira. Assim, Celso Furtado afirma que "A produção industrial cresceu em cerca de 50 por cento entre

162

Page 166: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

19 29 e 19 3 7 e a produção primária para o mercado *.)•• ■ interno

cresceu em mais de 40 por cento, no rosno perícdo. Dessa for

m a , pão obstante a depressão imposta do f o r ? , a renda nacio­

nal aumentou er 20 p or c ento entro aouolec cois anos, o

our representa um incremento por capita do 7 per conto. Kr.to

f!urf!ntr> não é de nenhuma forra, desprezível, so s~ ton sm

corta oue nos EU/, no nerno período, docrcscou a renda por

c api ta sensivelmente. Aqueles países do estrutura econõjnicr

sirnilar à do Brasil, que seguiram uma política muito mais

ortodoxa, nos anos da crise, e ficar.-n pert-nto no. dopenuên-

cio do impulso externo para rccuperar-so , chegaram a 19 37

r.rr puas economias ainda er estado do depressão".

A discordancia nas interpretações de autores c o m

Pelso ru r t a d o , do um-lado, o villola, Puzigan o Buescu, de

outre , paro-ce pr- vir, er. parte, d - f*to dc r. primeiro consi­

derar de raneira global o período 1929/37 crquant que os dc

mais isolar, ppra efeito de anãlfse, o período agudo da cri­

se (1929/32) do período seguinte (1^33/37), para concluir

oue a crise dos anos 30 t°.ve efeitos perniciosos sobre a e c o

nomia brasileira.

Se rs efeitos mais característicos da crise dos

?rAn 30 tivessem cessado «m 193°, então se poderia dar in­

teira razão à proposieão de Villcla, Sunipan e Bucscu. Sa­

be-se contude oue a «conoria internacional permaneceu er

crise até a. 2a. Granrle G u e r r a 1 6 , embora sua fase aguda este­

ia liritada a.os ar.os de 19 29/"'2.

Quanto ao Bra.sil*, o princina.l efeito da crisc, a.

violenta, oue da dos preços das culturas para. exportação, es­

pecialmente o café, permanecc-u durante toda a dcca.tía. t a.gri

cultura om geral cresceu neste r;:ríodo a uma taxa de 2 ,1 % ao

ano e as culturas para exportação, a uma taxa a.r.ual de 2 ,2%.

*"> set^r agrícola que ra.is croscou foi o das culturas para e

r.orcadr. interno 3,3% ao ano.

0 docrõsoimc da expansão d^ capa.cida.dc -produtiva,

nos nriroiros anos da década, de 3 n, sucede a expr.nsa.c ocorri

da nos a.nos vinte e £ motivada principalrontc pela. limitação

imposta pelo governo a importação de maouinas para as indus­

trias, só permitindo a importação quando so destinasse a su-1 ri

Page 167: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

brtituir ^ouipamentr imprestável.

Caracterizando o processo áe crescimento indur-

trirl no Pr-^sil nos anos 30 Fiuhloj-; conelui que "/o loriga da

década da depressão, pris, r Brasil significantemente esten­

deu fu?, entrada na industrialização. Basicamente cr respecta

as condições internacionais o a interior ';uporprodução do cr

fé ,ns proros das importações ->um< ntaror., t o r n a n d o a substi­

t u i ç ã o interna um canpo atrao.ntr. nara o desenvolvimento. Ne­

cessariamente, devido as inportaoões limitadas, foi um.* in­

dustrialização escassa cr capital o absorvedera do grandes

insumes d c trabalho, oferecido -. um salário ro^l praticamen­

te constanto. A cur-o p r a z o este crescimento foi tanto viá­

vel, auarto lucrativo. JTa verdade, el<- representou uma res­

posta irnrr cisionante às condições do crisc 6cb as quais o

Brasil t r a b a l h o u . A long^ prazr, apesar da diversificação

horizontal, este estilo de desenvolvimento P°de ter tido et-n

sequências mais sérias. .Ao perpetuar uma tecnologia antioua-

d? n ? c indústrias procutorac dr bons do consumo, cujo cres­

cimento da produtividade já h a v i a sido p i n i n o na década dos

virto, a depressão pod>; tur cr ai do a base para v contradições 10

posteriores .

/ p artir dos anos 30 deixa do existir, pràtieanen-

t e , o problema d? concorrência dos tecidor estrangri r o s . Em

192° o montante deste tipo do importação atingira- 29,*) mi­

lhões de nitros. Em 1930 esta ouantjdade cai para 6,1 hi-

Ihõos de metros. No neríodo 19 30/39 a nédia anual do innorta

cão de tecidos é de 3,4 milhões de metros contra 32,25 mi­

lhões do metros nos anos 1919/29.2°

^ I N D Ú S T R I A TÊXTII, .'»OS M O S 1940/1946

0s limites desse período não estabelecidos nao cm

função da cronologia da 2a. Grand« Guerra, m s dos seus cfni

top sobro o processo d>: industrialização do país.

Heste período, a semelhança do que acontecera du­

rante a la. Grande Guerra c nos anos 30, volta a. ocorrcr um

incremento na produção nacional de tecidos, o u o passa a cons

tituir 20% do valor das exportações nacionais. A produecc

lfi4

Page 168: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

brasileira ouc fora de 994 milhões do rctros cr. 19 39 alcança

1.QB9 milhões em. 1942, permanecendo acim* desse cifra nr:- 21

anrs seguintes.

Esse incremento ne produção do tecidos ê de ord^r

d^ P,?% p ó pno, uma taxa mais baixe qu«- a doe anos 1933/39

quando Ptinpiu 11,2$. A produção industrial plobel nesses e-

nos dc guerre cresceu a uma taxa anual de 5 4%, ir.fcrior 7

tpxa da década dos 30 ou<* foi de 11,2% . 22

De aerrdr com. esses autores a dificuldade de im­

porter inputs industriais fri e cause de oueda de. taxa do

crrscim~ntr> de produção industrial global. 23

Apcser das dificuldades, outros dados sugerem que

os tecidos durente os anos dc guerra constitui ram-se en um

oxcelente investimento, p^is ,n tot'1 dc 338 fabricas r.xis-

pxifrtentes em 19 3824 nr Brésil, passe 42D cr 194G, decli­

nando p^re 409 em 1 9uq, justamente auandr - indústria têx­

til entrp em crise devido e ciuede das e x ^ e r t a ç e e s . 25

Este aumento nc númerr de fabricas nãc sicnifica

necessariamente que fossem fábricas novas; boa parte deve-

rier ser fébricas fechadas nos enos l°29/37, pois <"* númerr

de fábricas cm 1929 era dc 359, ceindo pare 338 em 19382r

e aumentende psra 420 om 194F.27

Essa hiprtese da reabertura do uma fábrica num pe-

rí<~'d<~ reis f e verével, a.nos aprs sue Dafcelização c ilustrada,

P^r um. (-xentilr crncrcto citado pro Versiani e Vcrsiani: r de

uma de.s fábricas da Cornenhia C c x v e Oachoeira, em Minas,

que depois de permanecer fcchada durente seis anrs reabriu

em 1 9 1 R, en viste do aumento de lucretividade do setor, p r 1'-

vrcede pele 1*. G u erra.2 j

o irvTCTO d rs- chipff »!üit)i;is sodrf

o i.rsFîrnTO da c o ' T r n n * fmpõrio

iTTurTRi/j. no rorrr 3.P14-194S

OUEDA DOS LUCROS EM 1914-1918

A recessão de. econoria mundial em 1913 atingiu r1P5

Page 169: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Frasil provôcando a oueda dos preços dos produtos de expoj-

teção. Tratando--se d'? uma econonia estreitamente deperdent

da agricultura, esse fato refletia-se sobre o comercio c

indústria, sob a f o m a d c dimin tição do ritmo dos negócios.

A orisc de 1913 agravou-se no ar.o seguinte, con a deflagra­

ção da la. Grande Guerra.

Mos anos 1914/19, a tara média anual dos lucros

caiu nara 10,32% ouando, ao longo de todo o período a n t e ­

rior, fora dr. 18,3Ç%. 0 nonto mais baixo e representado pelo

ano de 191U, com 6,E2% e o mais alto pelo ano de 1915, com

13,55%. (Cf. Tabelas).

n Relatório referente ao aro de 1914 comenta que

a crise r aggravou-se ainda mais pela paralização, em Agosto

último, do intercâmbio commercial com as principaes praças

da Europa, em vista da guerra que nessa epoca irrompeu e,ora

ainda a ensangüenta, concorrendo para torná-la a provação c-

conômica mais temerosa de quantas o Brasil tem experimenta-

As suas extraordinárias proporções obrigaram os

poderes pú blicos a tomar medidas de excepção, no intuito

de arparar os interesses geraes do commercio e das indús

t r i a s " .2 '

/pesar dessa queda na taxa de lucros a situação

da Companhia estava equilibrada conforme se infere da análi­

se da relação A t i vo-Passivo.

A produção permaneceu muito elevada durante esses

anos, exceto no ano do 1914.

A extrema dependencia er relação â Tluropa para o

fornecimento de combustíveis , materiais par?, fabricação como

aniliras e produtos químicos em geral, funcionou como fator

de limitação dos luc r o s , apesar do estímulo representado pe­

lo consumo de um mercado no oual a participação dos tecidos

estrangeiros caira para menos da metade a partir de 1914.

(Cf. Tabelas).

Or ANOS VIÍTE: RECUPERAÇÃO E QUEDA POSTERIOR

/ partir de 1919 até 10 28 a Companhia Empório In-

16 F.

Page 170: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

dustrial do Norte obtém índices dc lucratividade bastante

elevados: a média neste período é de *»3,55^ * o ponto mais

baixo ocorr- em 1919, é dc 13,04% e o mais a.lto, 71,40%, é

atingido cm 1925. A compressão das despesas é o fator res­

ponsável por este d«senponho, tendo dininuído c produção fí­

sica em 1P19 de três milhões de nctroc cm relação a 1918,

voltando a aumentar no ano seguinte principalmente nos ano;

dr 1924 e 192 5 quando atinge os maiores níveis desse perío­

do. (Cf. ,T’ebclas).

P^ferindo-se ao período 1920/40, 1’erpcr Bacr afir

ma cue se elevou substancialmente a -rodutividade na indús -

tria, uma vez nue o acréscimo dr nrodueão industrial d ecor­

reu d* utilização mais intensa da capacidade ociosa então

existente.3*

0 ano dc 1919 s p iniciou ainda sob os efoitos dc

uma crise n r tivera sua orir.om cr setembro dc 1918, parali--

zando ouase p o r completo a vendagem dos tecidos. A crise pro

lor.gou-se er 1919, a semana de trabalhe foi reduzida a oua-

tro dias:. além disso os serviços s^o naralisados por quatro

s e r a n a s , devido â jjreve pela. redução d? Jornada dc trabalho

de 10 para *• horas. Uma epideri a d- varíola atinge trabalha­

dores er diversas secções da fábrica, /-pesar de tudo, a taxa

dc lucros, de 13,04 ainda era considerada satisfatória.31

Tm 19 20 a recuperação foi total e o Conselho Fis­

cal se congratulou cc<m a Diretoria nelo "brilhante result~do

apresentad o no anno findo " . 32

Nos anose seguintes os lucros continuaram em as­

censão e a produção, também, atingindo um ponto máximo er.

1925. / única exceção foi o ano de Io 21 , ouando baixaram a

produção e os lucros. (Cf. Tabelas).

t partir de 19 2 F os Pelatórios começaram a refe­

rir-se a uma grande crise cornrci a l 3 3 que, entretanto, não

atingiu a Empresa, a aual conseguiu vender toda sua produç?o

com lucros satisfatórios . 34

Somente em 1 92 0 os reflexos dessa, crise atingiram

a Companhia, baixando sua taxa. de lucros para 42,13% e sua

produção, « r declínio desde 1926, atingindo o ponto mais baÁ

xo de toda esta fase. 0 Relatório referente e 03te ano pre-

Page 171: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

císp os e f oitos da crise conercial: guerra de preços entr-

eroresps congêneres, notivada no.lo incremento na produç~o do.

tecidos grossos o oue levou as feibricas, a evitar fazer gr-*n

d^s o s t o o u e s , colocando scur. produtos por preços baixos , cor

Doouonps margens de lucrôs. A Enoério Industrial do Norte

foz o nrano, dininuindo seus lucros en 19 28.35

o ar.o de 1929 vê agravarcr-se os fatores de crisc:

d ^I p nrimeira vcz a Empresa- encerrou o Bplrnço anual con

prejuízos. Cogitou-se inclusive na paralizrçao dos trabalhos

da Fpbrica.3*

A produção d=\ fãbricn da Boa Viagem vinha crescen­

do des do os seus primeiros pnos de funcionamento. Mesr.o na-

aueles -’n o s , para or; quais não se encontraram as cifras cor­

respondentes (1900/01, 1904/1907), essa tendência nõo sr. in-

v'rteu, a julpar pelas referêncips explícitas dos Relató­

rios, a n ã o ser em 1908, un ano do crise. Erc ? linha antes

pseendente da produção c aiu ligeiramente nos .-mos 1919/19??

recuperando-se nos três ’nos seguintes: a partir de 1928 co­

re f: ou um período de crise que so prolongaria até o início

da dreada de 30.

Em 1929 p rirodução dp fábrica foi de 6 . 163. 390 me ­

tros, metade daquele dos anos <?<• pico 1903 , 1916 e 1917, cor

respondendo ? 1,05% do totol da produção brasileira .

( 5 9 2. 0 0 0 .0^0 r.etror;) e a quase 205; da produopo baiana neste

.-»no. (Cf. Tpbelas).

í medi? de inportaçõcs de tecidos que durante a

la. Guerra ?fu n d i p I forp de 24, fi? milhões dc r.etros , nos anos

1919/20 aumentou para 32.47 milhões de m t r o s . 3 7

0 peso dos tecidos ro conjunto das importações bra

sil^iras, que fora dc 15,19% en 1 9 0 1/1 9 , dirinuira par?.

10,90*. nos r-nos de guerra, a une nt ando ppra 12,10* cm 1919/

2 p . 38

CS AMOS TRINTA: R/P IDA RECUPERAÇÃO E CONCORRÊNCIA

IÍI^WTA

Afastada a concorrência dos tecidos estrangeiros

5.1*7

Page 172: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

entrada no país se reduzira para 8 , 1 milhões de metros, con­

forme já foi exposto, aguçou-se a concorrência entre as fá­

bricas nacionais. Acentuando-se a partir de 1928, esta con­

corrência será urna importante característica no dia a dia d-:

indústria textil brasileira na década dos trinta.

A Emporio Industrial do Norte continuou a perder p .

sição. Sua produção, que na década anterior fora de cerca di;

P milhões dc metros a n u a i s , baixa nos anos 30 para uma média

dc cerca de 7 milhões de metros anuais. Entretanto, a julgar

pelas taxas de lucro, ela recuperou-se rapidamente da crise

de 1929. Em 19 30 os lucros montavam a 47,7 3%, o ponto main

ba ixo neste período cuja média foi de 66,49% (contra 43,55

nos anos vinte) e cujo ponto mais alto é o ano de 1939, con

81,26%.

0 eres cimento da taxa de lucros continuou a basc-

ar-se na compressão de despesas que representavam tuna oédia

anual de cerca de 50,66% nos anos 30, contra 86,43% em 1911/

20. (Cf. T a b e la s ) .Dentre os obstáculo enfrentados pela Companhia nes

ta década, os Relatórios mencionam, no que se refere aos anos

1930/32, a concorrência.

E ssa concorrência embora predominantemente nacional

fãzia-se sentir também em plàno local. E m 19 21 a produção dr'.

Empresa representava 1/3 da produção baiana; dez anos depois,

er. 1931 essa proporção caiu p ara 1/4. Em plano nacional s u p

produção representando em 1921 1,5% da produção nacional, ter

essa percentagem reduzida para 1,1% em 1931. (Cf. Tabelas).

A pesar da sua perda de posição em relação ao começo

do século, quando em 1903, sua produção em metros equivali?

a cerca de 5,13 da produção nacional em 1905 , a Companhia Em­

pório Industrial do Norte ainda era uma grande empresa pelos

padrões nacionais. (Cf. Tabelas).

Esta posição d e grande empresa terá lhe trazido van

tagens na competição com fábricas m e n o r e s , sobretudo no perío

do 19 31/37, quando o governo federal interveio na economia

promulgando o Decreto n9 19.739 de 7 de março de 1931, r es­

tringindo as importações de maquinário. Esse Decreto, inspi­

rado pelas Associações das indústrias de tecidos do Rio e

16 8

Page 173: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

São Paulo, sob a alegação d« se encontrar a indústria têxtil

em estado de superprodução, beneficia sobretudo as grar.dec

e m p r e s a s ; impedindo a instalação de novas fábricas e a exnan-

são das pequenas, uma vez que sõ se poderia importar máqui­

nas para substituir outras já obsoletas, essa medida, origi­

nalmente prevista para durar três anos, terminou por ser es­

tendida até 19 37.3 9

Entrementes as fabricas de tecidos encontraram uir

meio para baixar os custos: a jornada de trabalho foi prolon­

gada, às v ê z e s , para mais de dez horas ou então acrescentava-

se mais um ou dois turnos de trabalho.^®

Os Felatõrios da Companhia en 1933/35 referem-se juj.

tamente ao problema das horas de trabalho e sua repercussão

na produção. 0 Relatorio de 19 3 3 queixa-se da redução das h o ­

ras de trabalho como causa da diminuição da produção c m 1932.

0 Relatório de 1934 atribui a diminuição da produção ?.o rigo­

roso cumprimento do regime de oito horas de t r a b a l h o . 4 2 o Re­

latório de 193 5, por sua vez, atribui o aumento da produção

em 19 34 ã elevação do número de horas de t r a b a l h o . 4 3

Deve-se notar, contudo, que, antes da regulamenta­

ção das horas dc trabalho, na década de 2 0 , a produção já caí

ra em relação ao período anterior. E posteriormente, na déca­

da de 50, quando a observancia das horas de trabalho foi nais

difundida, a média anual da produção foi superior.

0 que parece determinar os níveis gerais da produ­

ção da fábrica é a possibilidade de colocação dos seus produ

tos no mercado, e tal possibilidade era limitada sobretudo p j

la concorrência interna, aguçada a partir dos anos 2 0.

A gradual perda de posição da Companhia na produção

nacional de tecidos se fez sem que ocorressem desequilibriof;

em suas finanças internas, uma vez que era compensada por lu--

cros crescentes.

Seus Balanços neste período denotam uma situação de

inteira normalidade quanto ao pquilibrio financeiro.

0 Passivo Real participou com pequenas taxas tanto

na composição do Patrimônio Líquido como do Ativo Real. (Cf.

T a b e l a s ).

Page 174: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

0 AUGE DOS LUCROS: 1940-194 6

Nos anos l°40/4f> a. taxa media anual dc lucros d.’

Oorp-nhi? Ernório Industrial do Morte foi dc 72.02%, nair. ri­

xa nor-t-anto aue a do período anterior. / r.édi? das dcspor

b a ixou em relação ao mesro período. (Cf. Tabelas).

Mesta fase os dados disponíveis são incompletos>r

não só aqueles dc que se dispõe cono referencias -e i p l í c i w

dos Relatórios permitem inferir que a produção física não =:•

r^ntou, tendo mesmo sofrido alpumas auedas.

A principal c^usa apontada pelos Relatórios cor:,

responsável pelas quedas da produção no período estudado pr>'*i

de-se aos constantes defeitos nas maquinas motrizes ao ladf'

da dificuldade de reposição dc peças devido ã guerra na Euro

pa, de orde provinha e r.aior parte do e.quiparento da fabric-’’.

particularmente as maquinas motrizes de rarca PEUTZ, prove­

nientes da /lemanha. Durante eis interrupções de . cfornecimen­

to dp enerpia (causa d a paralização de fabrica por 47 dias nc

decurso de 1940) a Empresa foi socorrida, embora precariamer-- á 4

te, nela Oonpanhir de Energia Elctrxca dr Bahia.

0 Relatório de 1941 cita uma serie de ocorrências

no ano de 194o au^ prejudicavam os lucros da Empresa. En pri-

r<~iro lupar voltou ? acender-se a luta de preros entre as fa-

bri cas , pois "...o movimento animador para os negocios que «r

manifestou en Setembro de 1939, paralisou por comnleto nc d.

correr de 1940". Em consequcncia desse fato c tombem das " i n ­

terrupções no funcionamento da fábrica por 47 dias úteis... c

...(de) termos procurado vender a nossa produção cor. pequa-?

lucro, chegar.do até ? realisar alpuns nepócios por preços a -

baixo do custo...é com sentimentos oue informamos aos Snrs

/ c i onistas, aue, durante os seus cincoerta annos dc exister—

cia, a nossa Fmpreza, nunca inventariou em balanços um stocfc-

tão olGvado de tecidos como o anresentado no último enccrra

do". 0 mesmo Relatório refere-se ã entrada pm vipor, er. ju­

lho, da Lei do Salário Mínimo, nue, embora constituirdo-sc r.u

ma "huranitaria providencia do Governo" apravou a situação da

Ennresa por ter sido posta em execução "justamente no momento

en eue a nossa indústria sc debatia r.uma prave crise".^

Page 175: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

/pesar dc todos rss^.s queixas , os lucros er» 1940 ,

se não são dos maiores , perranecem relativamente elevados , ?!

cançando uma taxa de 66,30%. (Cf. Tabalas). O Parecer do Con •

selho Fiscal, aliás, discrepa e faz certo reparo ao Relatório

da Diretoria, acontecimento raro, observando que, T1 tendo do

enfrentar o aumento de despesas cor o salário mír.ino c enca­

recimento das anilinas c demais matérias primas dependentes

dos mercados da Europa, em guerra, sendo, porem, a . :situação

da Companhia rvidentemer.te folpada com seur compromissos p a ­

pos. sem credores, não se justificando o desanimo da Direto­

ria , forcando vn rtías avultadas, com prejuizo, om vez da con­

servar o relativamente pequnno stock, que estaria 'atuàlmnâtc

v alorisado".

lios anos sepuintes, como foi visto, apesar dos con;.

tantes problemas provocados pelo envelhec:mento dos motor'1':

cor as consequentes falhas no fornecimento de energia, re^ul

tando em queda da produção, os lucros atingiram os maiores ní

veis em toda a existência da Companhia.

Esse aug*_ correspondeu à situação da indústria têx­

til nacional, que realizou pranden lucros proporcionados pe­

las exportações para paísrs até então abastecidos pela indús­

tria curooéia, imersa na crise provocada pela 2a. Grande Gunr

"p.nto quanto no período ant-.rior, a análise das con

tas do Ativo e Passivo demonstram o equilíbrio financeiro cr

que permanecia a empresa. (Cf. Tabelas).

(; PAPFL n r d iv e r s o s fa t o r t s !to d e s e h p f h f o

DA IÍTDi;PTRi;Ji 110 tlOPTr

1914-1946

MAniJIN/P.TO

D urante o período 1914-194P os Relatórios da Com­

panhia apontam ora um ora outro dontra diversos fatores como

responsáveis, senão pelos reveses, pelo menos como obstáculos

a um melhor dosempenho da empresa. 7-

Page 176: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Os problemas con o maouinário e materiais para fa­

bricação (anilinas, produtos químicos diversos, combustíveis,

surgiram com bastante frequência ao longo da vida da Empório

Industrial do Norte.

A consulta aos Relatórios demonstra nue a empr^s-'

cri duas ocasiões fez um grande esforço para equipar-se apó

seus dez primeiros anos dc existência. A primeira, entre 01

anos 1901 a 1912. A sepunda, na decada dc 1960, ou seja

-7ros ^--pois. Entro essas duas datas extremas, os anos dc 1949

e a 2a. metade da década dc 19 50 assinalam os esforços para

renovação do maquinário, esforços porém que não atingiram o

objetivo de t o m a - l a naauc.la ocasião uma empresa moderna.

ta conslusão baseia-se no exame das fichas do Ativo Fixo do

1962 ou?>ndo, ao lado dos F0 primeiros teares automáticos ins­

talados nesse ano, ;ncontran-se ainda em funcionamento 805

torres instalados em 1892, ou seja, considerando-se qur a fá­

brica iniciou seus trabalhos er 189 3, 59 anos dc funcionamen-• • AP

to ininterrunto. “

0 paríodo cm exame aeui , 1°14-194F, foi portanto dc

relativa estagnação auanto à renovação dc maouinário. Esta­

gnação relativa porouc, a rigor, en nenhuma decada deixou ce

haver compras de equipamento, apenas estas aquisições se d e s ­

tinaram em geral a substituir o maouinário que se tornara ab­

solutamente imprestável. Oon muita frequência as aquisiçõe:':

feitas foram de motores de força nara movimentar o maquinário

da fábrica e instalações elétricas complementares. £ o que a*

ccnteceu, p a r t i c ularmente, entre os ¿nos de 1917 e 192 5. Em

1917 instalou-se um oa-ijunto Diesel elétrico con 700 cavalos

de forca mie, além de movimentar a fiação, substituindo os an

tipos rotores de n?s 3 c 4, possibilitou c trabalho noturno;

foi utilizado ainda para iluminar a'Vila Operaria, substituin

do tambén o motor qu*? a iluminava. 0 fornecedor deste equipa­

mento foi a. firma Sociedade Commercial e Industrial Suiésa no

Brazil.

Avós cinco anos o motor Diesel ncstrou-se i m p r e s t á ­

vel, obrigando a Companhia a compra um outro da marca Otto

D c u t z , fornecido pela firma al<-nã Sociedade de Motores Deutz.

Page 177: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Este r otor também não satisfez âs n e cessidades, fornecendo rr

tão a mesma firma um 29 grupo Deutz instalado em 1927 , er.nuar

to sc aguardava a chegada dos motores do 19 grupo.

Ainda nesta década chegaram os primeiros equipamen­

tos de procedência norte-americana: enroladores da marca LEf.--

SOH/l .Em 19 24 fora firrado contrato com a Cia. Brasileira

dc Eletricidade Siemens Schuckert S. A. para eletrificação dr

parte da fábrica ainda não eletrificada.

Reformas de caldeiras para que passassem ffuncionrr

com cleos combustíveis e não mais com lenha foram feitas er

1915 a 1919.

A instalação d o novos motores ocasionaram algumas

p a r a l i s a ç õ e s , nenhuma porém tão prolonpada como a ocorrida du

rante 1 r> dias em 1914 devido a defeitos nos motores; mesmo as

sir são paralizações p a r c i a i s , tal como os 30 dias por o c a ­

sião do desabamento da c h aminé; também cm 1914. Sem dúvida

essas ocorrências em um ano de crise contribuíram para a que­

da da taxa de lucros ocorrida neste ano.4 ^

A proporção do ativo imobilizado na composição do

patrironio líquido decresceu continuamente desde 1910, acen­

tuando-se nas décadas de vinte e trinta. Também decresceram

? participação do ativo imobilizado r.o ativo real e a parti­

cipação do maquinário na composição do ativo imobilizado, na-

ouele mesmo período. (Cf. Tabelas).

N* década de 1930 , devido â proibição govemament*?.

de importar m a q u i n á r i o ^ ® , somer.te a partir de 1937, quando

quela proibição foi suspensa a Companhi 3 adouiriu novas m a ­

quinas. Ampliou-se a fiação e adouiriu novos aparelhes do tin

gir. Estos últimos são de fabricação alemã (OBERMAIER) corr

quase todos os demais equipamentos adquiridos então, especia_l

mente os motores. Em 1940 ainda se adquiriu equipamento ale­

mão do Schmidt & Cia. , mas em 1941 o maouinário adquirido,rpr_

rentemente a última, remessa até o final da 2a. Grande Guerra,

é a m ericano .**1A partir de 1936 a instalação Deutz foi paralizad*

por estar a empresa consumindo energia fornecida pelo Estada.

Page 178: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Entretanto nos anos da 2c. Guerra, dependendo dos

Fftus equipamentos de eletricidade a Companhia sofreu inter­

rupções continuas no seu trabalho devido a defeitos nos moto­

res e ã impossibilidade de conseguir peças sobressalentes de­

vido à guerra. A instabilidade dos motores conduziu efetiva­

mente p oueda da produção. Sera esta, possivelmente, a únic

explicação para a queda da produção numa época em que além do

mercado interno, pela primeira vez o Brasil podia colocar

seus tecidos no mercado externo em volumes consideráveis. A

única causa aparente para a queda da produção numa época em

que os lucros da empresa atingiram, seus níveis máximos é o

obsoletÍ8mo do seu maquinário. Embora toda a indústria b rasi­

leira durante este período se apresentasse com alto grau de

o b s o l e s c e n c i a ^ jã existiam, no Brasil, em 1945 um total de

3.789 teares automáticos, a maioria concentrados nos estados

do sul, embora houvesse também. 252 em Pernambuco, 70 na Parai

ba e 18 no Ceará. A Bahia não dispunha de teare6 automáti- 53c o s .

Apesar da maioria do equipamento adauirido neste pe

ríodo (1914-1940) ser alemão, não se deve esquecer que a ma­

ior parte do maquinário da fábrica que datava da sua funda­

ção, ainda era predominantemente inglês. £ o coso, por exem­

plo, da totalidade dos teares montados nos primeiros tempos da

fábrica e aue serão utilizados até a década de 1960: os tea­

res são de seis marcas diferentes, todas inglesas. 0 equipa­

mento da fiação também ê m a j o r i t ariamente inglês, marcas

Platt e H oward & Bullough; uma parte menor é de procedência

a l e m ã . 54

A participação do ativo imobilizado no patrimônio

líquido continuou a decrescer, especialmente no fim da Guerra

o mesmo ocorrendo com o ativo imobilizado em relação ao ativo

real e o maquinário em relação ao ativo imobilizado. (Cf. T a ­

belas ).

Em 1945 a Companhia Empório Industrial do Norte ain

da era uma das 16 maiores empresas têxteis do país e uma das

5 maiores do norte-nordeste. Se se considerar apenas as unid¿

des fabris, tomadas isoladamente, ela terá sido naquela data

uma das 15 maiores do país e uma das 3 maiores do norte-nor-

d e s t e . 55 m

Page 179: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

A M/\TÉRI/ PRIMA. 1914-1946

As dificuldades com a matéria prima, que vinham Cr>

scculo XIX, continuaram no início do s c c u l o XX, agravando-i>e

durante os anos dc 1916-1917. Pevido a essas dificuldades, os

orpresários baianos do ramo textil fundaran om 21 de agost'-

dc 1916, o Contro Industrial do Alpodão, que tinha como f i n a ­

lidade promover o desenvolvimento da lavoura algodoeira na

Pabia, atravós da propaganda c distribuição gratuita de sen.cn

tos alem dn organizar os dados sobre sua produção e conerci a-

lizpção na Bahia. Além destas, o Centro tinha ainda como fir.a

lidade "consiliar os interesses da lavoura do algodão com

indústria de tecidos servindo de interrediário entre uma c

outra, r.os negocios de algodão em ror.? nesta praça, podendo

receber o algodão do Estado dirctonente dos «agricultores e ir.

t errrdi a r i o s , não lhe s e n d o p e m i t t i d o fazer eonpras de con­

tra própria" • Sendo a produção de algodão do Estado da Ba­

hia insuficiente para o consuno do suas fábricas de t e c i d o s ,

c o n f o m e consta nos Estatuto^ do rontro Industrial, adotar-

pp-ia nara base das vendas de algodão o preço de P c r n a n b u o - ,

aumentado de -2$000 por unidade de 15 kilos afin de auxiliar

a lavoura. Os fabricantes de tecidos obrigar-se-iam a comprar

do preferência o algodão p r o d u z i d o na Bahia.

Figuravar. como socios fundadores as empresas têx­

teis da Bahia: Companhia Valcnça Industrial, Companhia Empó

rio Industrial do Morte, Companhia P r o g r e s s o Industrial da B¿

hia, Oonpanhia União Fabril da Bahia o a fábrica de João Bap­

tista. Machado.

Meste ano a Empório Industrial já pessuía uma b ene­

ficiadora dc algodão en Serrinha, nontada para beneficiar o

algodão adouiridr na ropião.

Oito neses dopeis de criado, em 29 de raio de 1917,

os Estatutos do Centro são reformados: não se conseguira im­

por o Centro Industrial do /Igodã^ como único comprador 0. dis

tribuidor da materia prima produzida no Estado.

Fm 1922 a Companhia Valença Industrial ~ retiram-sr.

do Centro. Daí p or diante cresceram as divergências internas

até oue em 20 de outubro do 1924 se propõe a dissolução d'175

Page 180: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Centro plopando-se que, en virtude do deliberações dos gover­

nas estadual e federal, responsahilizando-se pelo serviço do

incremento â la.vour*. do algodão na Rahia-?, o Centro toma.va.--

pe desnecessário.

/ na.téria prima parece r,r ter causado dificuidadas

ã Emporio Industrial até o inicio d.-. decad'-’ du 1940, pois da.f

em diante os Relatórios deixaram por completo de ~ refórir-s*-

ao assunto.

No i n í c i o da la. Grande Guerra, os preços baixos

do algodão levaram os seus poucos cultivadores ao desânimo.

Fara auxilia-los, de a c o r d o cor. r Relatório de 1 9 1 6 , é que

Copoanhia importou dos Estados 1'nidcs sementes de ripo dão do

qualidade superior para distribuição entre os lavradores,alén

de instalar a jã mencionada beneficiadora de algodão en Sor-. . 53

r.i.nha.

No ano seguinte o Relatório fez alusão ã criação dr

Centro Industrial do Algodão e â lei estadual de n*? 1161, que

entre outras vantagens concedeu terras devolutas e premias

aos lavradores do algodão. Cor essas realizações osocr?vr.-B

evitar a erigração de capitais para os Estados fornecedorer

da materia-prina e regularizar os preços, afin.de concorrei’— ~ ' C*

er melhores condições c cn as fabricas das zonas algodoeiras.’'

Justamente er 1917 ocorreram altas nos preços d'

a l g o d ã o , nue passou de 13Í000 o arroba er 1914 a fOSOOQ naqu/

le a n o . ^0

0 Centrr Industrial ^o /lpodão, em 1910, constituí r

se para a Companhia através do desenvolvimento de suas a t i v i ­

dades , num meio p a r -1 libertar-se das despesas excessivas coi

a importação d* matéria prira. Neste ano o consumo brasileiro

de -•’lpodão foi de 60 rilhões dc Kilos, encuanto a produção br-

i ana que chegou ao mercado foi de 2 .0 0 0.0 0 0.

A situação da lavoura do algodão no Estado deveria

ser do fato muito precária, a julgar por ur t<«-cho da. Mensa--

gem do Governador J.J. Seabra en 19ir. P o d a r a ele que "C de

lamentar que continue estacionária e descuidada a cultura do

algodoeiro, de que a Bahia tanto precisa para suas próprias

n e c e s s i d a d e s , tendo, como se sabe, excelentes terrenos para a

Page 181: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

lavoura desse precioso arbusto. Fazendo distribuir mais do

uira vez, senentcs de algodão mandadas vir do Egypto c dos Es- .

tados do Morte do País, jarais consepuí una só notícia sobre

o seu a p r o v e i t a r e n t o . ^

A partir de 1918 os governadores rostram-se nais

otimistas, er. suar. Mensagens, ouanto ã lavoura algodoeira. En-

sua Mensapem de 1922 Seabra noticia a próxima criaoão de uma

Fstação Experimental dc Algodão cn J a c o b i n a . 63

Os estímulos er forma de prerios,quc se distribuía

aor. cultivadores de algodão, nesse? anos são • estigmatizados

por Talron em sua Mensagem de 1925. ^iz ele que "A lavoura do

algodão foi protegida por prêmios inúteis, ela ficou segrega­

da na zona nuc lhe ê propícia, a do sertão, à ringua de tran£

p o r t e s .

A Secretaria de Agricultura continua a distribuir

sorestes inmunizadas desta planta industrial o procura eohi-

bir os abusos dos pretendentes, que vendton ou consomem para

fins pastoris ate as próprias reservas para as novas semea- it Mç o e s .

0 euadro traçado por essas Mensrgens torna compre­

ensível o esforço dos industriais de tecidos para fomentar a

lavoura algodoeira.

IJra segunda bencficiadora da algodão foi instalada

em /lagoinhas pela Empório, em 1925, além da compra dc ur. ter

reno onde montaram ur canro dc demonstração.

Durou pouco esta cxpcriência, pois o Relatório de

192^ trouxe a notícia do. resolução tomada de acabar cor a Bo-

neficiador* A l a g o i n h a s , uma vez que o propósito de fomento

da lavoura de algodão naquela zona não fora atingido.

Durante o governo de Coes Calmon foram criadas a rs

tação experimental no extinto Centro /grícola Sabino Vieira e

duas fazendas de sementes nos municípios dc Miguel Calmon e

Bom. Jesus dos Meires. Iniciou-se logo a cultura, tanto na es­

tação experimental como na fazenda dr Bom Jesus dos Meiras:30

hectares na primeira e 40 hectares na segunda, semeando-sc nes

ta (as) sementes do algodão tipo "Paulista' e do americano

"Oay's Pedigreed". A safra baiana do ano anterior, 19 2 5' ti-

1 7 **

Page 182: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

nha alcançado 3.526 t o neladas.

No ano seguinte colheu-se as primeiras safras dar

fazendas do Estado e da estação experimental; para esse sor"

vi'o de incentivo ã produção algodoeira o Estado destinava

anualmente i n o :0 0 0$0 0 0 .^

Embora criticando o sistema dc incentivos à lavoura

açgodooira atreves de premios, falr.on voltou a distribuí-los t

entro os contemplados cncontravon-sc os estabelecimentos de

beneficiarte nto e prensagem de algodão em Alagoinhas e Serri-

nha, provavelmente aaueles r.onmos oortcnccntes ã E m p ó r i o ,pois

dificilmente haveria na época mais de uma beneficiadora de

algodão er cada m u n i c í p i o .' 5

Essas medidas não se mostraram suficientes para pro

porcionar matéria prima barata aos industriais, r.mbora tcr.ha.

crescido na década de 1930 a produção do Estado, de 6 para 8

milhões de q u i l o s .r'^ 0 Relatório da Empório, de 1034, refere-

se aos altos preços da matéria prima'® e no ’no seguinte a

má oualida.de do algodão.'

A p esar das alegações sobre os altos p r e ç o s , a par­

tir de 1933'a Companhia é abastecida pelo algodão baiano, cu­

ja produção atingira, coro foi visto, 8 rilhões de quilos, cm

1934. Desde então, só em 1939 a Companhia voltou a ser abas­

tecida cor. algodão de outros estndos , cujo preco subira de

32ÍOOO por 15 auilos em m~rço para F4$000 cm Dezembro.72 cn_

bora se atribua a escassez de produto à seca, essa sitúação-

so agravou em 1942 ouando, acentuando-se a dificuldade de a-

quisição de algodão no mercado baiano, a Companhia se abas­

teceu no norte do país. Consumindo durante o ano 819 . 85 3 qui_

los, foram empregados apenas 143. 323 quilos (17,48% do consunc)

de algodão baiano, contra P76.530 quilos 82,52% do consumo)

dc algodão do n o r t d . ^

A matéria prima, nostes anos, senpre teve uma posi­

ção de grande destaque no conjunto das d espesas, seus níveis

mais altos tenham ocorrido entre 1916 e 1919, e os mais b a i ­

xos entre 192? o 1 9 2 9 , se se considerar apenas o período 1914

-1930, ouando os Balanços discriminam os gastos feitos com a

matéria-prima. (Cf. Tabelas).

Page 183: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

/ M?0 DE OPPA

h'o decorrer deste período, r.c despesas cor. a nrc

dc obra variaram da um mínino de 9,?9%, cr 1925, a um mãxiro

de 92,52% cn 1929. Entretanto, 1929 foi un aro de exceção quan

do o bala nço acusou prejuizo e a media da taxa do lucros cn

teve ben mais próxir.a da perccntagcr do ano de 192 5.

"o subperíodo dc 1914-1918 o ponto maxina e repre­

sentado pelo ano de 1914 ciuando as despesas com a rão de o-

bra, ro processo produtivo atingiu a 33,72% do total das des­

pesas, encuanto o ponto nais baixo, 1 1 , 7 4 % . situa-se r.o anc

do 1918. (Tf. T a b e l a s ).

ílestes anos, ouc corresponder, a la. Guerra Murdial,

tudo parece marebar n o m a l m c n t o .

Mos dez anos sepuintes, 1°19-1929, as despesas con

onerários ter. seu ponto ninirno era 1925 , cor. ",39% c o r.áximo,

9 2,52% er. 19 29. Contudo, coro jã noncion nos, estf; ano õ in-

toiramente anormal. Se não for levado cm consideração, o ou­

tro ano em que as despesas forari naiores , será o dc- 1927 , cor

13.37%.

Em 191S , eclodiu na Bahia a prove operária, exigin-

do a redução do trabalho diário de 10 para 0 horas, o noviner

to atingiu a Erpório Industrial, onde os trabalhadores rcivin

dicavam, alem da. jornada dn B horas, aiimrntos salariais. 7 re

rolhar.ca do cue aconteceu en outros pontor; do pais, a r o d u e ^

do dia de trabalho para R horas foi conouist -ida, e or operá­

rios da Empório obtivorar. ainda, aurento de 25v nos salarios d2

enoreitada e 50% em todo o trabalho extraordinário.7^ A movi­

mentação polo d.ia de 8 horas de trabalho começara en junho,

r Empório, atingindo seu ponto culminante cn seterbro . 7,5 0

Centro Industrial d< Fiação c Tecelagem do Algodão, enviara

en 5 de agosto do 1919 una carta, circular a Companhia na o uai

informava sobre acontecimentos semelhantes no Pio e já supe­

rados através "das ccncessõos dadas aos operários espontanea­

mente, antop de oualauer reivindicação dor meamoz" . 7 r' A refe­

rida carta circular csclareeia que a grev«-, ro Rio, fora ex­

tinta após a fixação de inprcssos, tambor publicados p ela in-

179

Page 184: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

prensa. Estes impressos, um dos quais acompanhava a c a r t a ,

comunicavam as concessões fpitas aos operários que se resumi­

ram no atendimento dos seus objetivos referentes não só ao

dia de 8 horas de trabalho como a aumentos e regulamentação(V

trabalho extraordinário, além da igualdade de salários para

homens e mulheres e não admissão, daí por di.mte, de menores

de 1 U anos.

Hão se poude determinar com sepurança, se o outro

prospecto, intitulado Aos noas 03 Operários , era um anexo vin­

do do Rio junto com a carta-circular, ou se um prospecto da

própria empresa.

Tanto a carta-circular c<">nc> os prospectos não dei­

xam de fazer carga contra "elementos estranhos" que, suposta­

mente, eram os fomentados das greves.

Um outro prospecto, de 19 20, ta.nbém encontrado, cc-

mo os anteriores, no livro de Recortes c e Jornais conservado

no Arauivo da Companhia, de autoria da. Sociedade União Geral

dos Tecelões da Bahia, inferma que alguns indurtria.is esta­

riam dispostos a restabelecer o regime de nove e nove e meie

hora ^e trabalho sem remunerações especial do excedente de oi

to horas.

0 Relatório de 19 21 deixa entrever um arrefecimento

ocorrido em 1920 das posições reivindicativas de 1919 ao afir

mar que "a nossa produção excedeu a do ano transacto... muite

concorrendo para isso a normalização dos trab a l h o s , produzida

pela melhor orientação do nosso operariado, que, felizmente,

vae tendo a nítida comprehensão dc seus deveres, procurando

não se submetter ás insinuações e conselhos subversivos, d'a-

q u c l l e s , que se dizem seus amigos e que, no entretanto, não

passam de falsos defensores.

Em compensação não nos mostramos indiferentes a es­

sas provas; tanto assim que foi elle favorecido com augmentos

nos seus s a l a r i o s , elevados fornecimentos, gratu i t o s , de re­

médios e diversos outros a uxilios, cuja verba por nos emprega

da, foi superior a Rs. 6 0:000$000, alem da importancia de

Rs. 40:000$0 00, retirada dos lucros do anno findo".

No ano seguinte, no Relatório de 1922 h á notícia de

que a Reforma dos Estatutos ocorrida em 19 21, entre outras

disposições concedeu ri. : Caixa de Auxílio a Ope-

180

Page 185: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

rarios um? percentagem rios lucros cia Erpresa. Essa percenta­

gem, em 192 3 foi de 3,22% sobro o lucro da c m n r e s a , equiva­

lendo a 72:000Í00C.

En 19 23 é reinstalada a Creche Maternal recebendo a

denominação do Crcche Leopoldo José da Silve, cn homenagem r.

un dos fundadores de Emporio.^fc >t0 r-jno seguinte já se feia

rri sua ampliaçao e semelhança do oue ocorrera con a 'ascol?

oue conteva em 1924 com 9 professores. Vo Matai havia g rati­

ficações pera os " M e s t r a s , Contra-mestros e Operários que se

fizeram credores de tal recompensa".^9

0 Relatório dc 1927 referr-se a diminuição da pro­

dução oue teve como una das suas causas a ser.sivr-1 falta dc

operários. As escolas contavam er 1926 cor. 300 alunos e 10

professores. /. farmacie fora apa^vlhade para ’ fornecer gra­

tuitamente remedios a todos os nossos operários que dclles ne

cessitarem".

0 Relatório de 19 23 ner.cicne tenbér. a falta de ope­

rários, atribuindo a esse fator a dininuição da produção, nr

oue é acompanhado pelo Parecer do Conselho riscai aue lamente

esse situação, enumerado os benoficios ou*, a emprese propor­

ciona aos seus operários: alugueis baratos» assistência médi­

ca, caixa dr pensão e aposentedr»ries, assistência c instrução

a seus filhos dos do e primeira infancia e gratificação a-

nual.

A pe.rtir de 192 3, a Vila Operaria deixa de g os ar

de isenção dc impostos que são acrescidos ao proço dos alu­

gueis. Re^firma-se eí oue a Vile deixa geralmente déficit. 0

conselho fiseal menciona a falta de cporãrion: ê o terceiro

ano consecutivo em que tal problema c abordado pele Diretoria

ou pelo Conselho Fiscal.

O vultoso capital empregado na Operária não

proporciona nenhuma compensação, pois su? renda e absorvida

pelas despesas de conservação o pelo inpocto predial e outras

taxas municipais, afirma-se nr Relatório de 1930.

Entre este ano e 1939, os anos er Oue es despesas

com a mão do obra são proporcionelrente maiores, sao 1930 S

1933, correspondendo a 41,29* e 41,26%, respectivamente. Em

Page 186: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ir39, essas despesas são relativamente n^is baixas: 22,13%.

(rf. Tabelas).

A partir dc 1930, a cscol,?, ate então sob a respen

sabilidade da fábric?, passa a administração do Estado, dc ?-

C'-rdo com o Art. 17 da Lci n? 2. 232 de 20.9.1929 . r¿>

A prrtir do 19 31 entra om vipor r. loi oue conccdc fe­

rias obrigatórias. A Companhia concedo ferias a todos, de

cordo com o A r t . 59 de Decreto de 28 dc Março do. 19 31. Tam-

bóm a partir dosse -•’no, a Escola passa a receber, timbón cri-

ar.cas de fora da Vi la, ja que c agora ura Escola Publica.

Os lucros, cm 19 33 , caíra— devido ao rigoroso cum­

primento cr. todo o exercioio, do refino d.?s B horas dc traba­

lho". 5 significativo osse comentario. pois mostra como

acucia conauista de 1919 não pudera ser mantida, ncr mesro

numa fábrica cor. as tradições dc assistencialismo d"- Frpório.

Em 19 34 , a produção aumertou , porque ■> traba.lh-u-se

^,5 h. por dia, afirma o R*latório de 1935, esclarecendo ain­

da oue "nur attestado dr que temos a preocupação maxima d<-

contiruarr os r obra dos beneméritos fundadores da nossa Em-

preza os inolvidáveis bahianos Luiz rparquinio o Leopoldo Joco

da Silva, nos inspirando nos scu^ altruisticos exemplos dc

sincero e elevado socialismo (sic¡ ) , F>-zen(Jo partilhr do re­

sultado do trabalho, acuelles que, para ello, abnegadamente,

o iscr.tes de idei^s subversivas, prest?m o scu concurso*, re­

solvemos proporciopar ao noss<‘ oper^rido um aumento de 1 2% so

bro o salário obtido no exercício dc auo vimos r.os ocupándolo

proposito de uma verdadeira c real conciliação entre o Capi­

tal e o T r a b a l h e " . ® ^

A partir dc 1935, uma verba equivalente a 12% sobro

os salarios passou a ser distribuida t^mbóm en "4 ¿e julho,(¿

gual ouantia já era distribuida no final do ano), data dr

nascimento de Luiz T a r q u i n i o . ® 7

Um refeitório é preparado par? o operariado cm 193F,

dotado de forros ao ue ce dores para a comida. !Iem túdo fora p"o

visto no inicio da existencia da f á b r i c a . ^

Em 1938 , o módico Dr. /driano dos Reis Gordilho oue

prostou assistência módica aos operarios da Conpanhia desde

1 P?

Page 187: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

soup primeiros anos, c aposentado, após 46 anos de serviço.

A falta de o p e r a r i o s , j?. referida nos fins da déca-'

da dos vinte, tórna p. ser nencion ?^?1 nn Relatório referente90 -

ao ano de 1 9 3S , o também no ano seguinte-. !'este nosro ano,

193*1, a Vila Operaria apresenta um saldo de Rs. 31:92°$flOD®1 .

A crítica situação do operariado cr 134C, agravad?

cor. c encarecimento dos artigos dc priroirn. ne c « s s i d a d e , obri

gou a Companhia a concodor dos abonos, "em 2fi de Abril — de

10* sobre os salarios ate então pereobidos c cm 19 de outu­

bro, de mais 5% sobre os mesmos,arbos enauadrados no que dis­

põe o Decreto-lei n9 3.813 de 10 dr ?Iove>rbro de 1 9 4 1".92

0 Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Indus-

triarios foi criado, e de acordo com o Decreto-lei n9 4.043,

de 22 de janeiro de 1942, a Companhia cr»jreoou cm 1942 a p.-.gar

as contribuições d e v i d a s , queixando-no porór. que :tó o moren

to nenhum beneficio resultara, pois continuavam os aprendizes

"a receberem o ensino profissional nelr forra practica anti­

gamente. adotada, acarretando, do nrsmo redo, duplo dispendio,

desde que, além dessa pezada contribuição, concorrer.os com c

salario da aprendizagem, na rodida do que determina a legis­

lação. "53 Aind? em 194 2 foi assinada ur.a Convençãc de Traba­

lho i-^ntre o Sindicato dos Trabalhadores na Industria de Fia­

ção c Tecelagem da Cidade do Salvador c a Companhia Prcpresso

e União Fabril da Bahia, tambar subscrita pela Empório Indus-

tri?1 do H o r t o . 94 Anteriormente, em julho de 1941, já entrara

em vigor a Lei do Salário Mínimo, nur momento de crise que

apravou a situação da empresa.®*

Em 15 de junho de 1943 foi assinado pelo Sindicato

das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Rio de Janeiro, cor. o

Coordenador da Mobilisação Econômica, um convênio para a pro­

dução, distribuição o preces do;tecidos populares.

0 convênio visava o suprimento intc.rno de tecidor

populares o junatamente cor a legislação trabalhista consti-

tuiram-se nos exemplos de uma nova polítir.a em oue o Estado

passava a ter uma atuação mais ativa no ordenamento econômi­

co do país. H o seguinte o texto do convênio: CONVÊNIO ENTRE

P, COOPDFNAÇflO DA MOEILIS/.CZO ECONOMICA E / INDUSTRIA TÍXTILSO

Page 188: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

BRF h PRODUC7.0, DISTRIBUIÇÃO E PRKCOS DE TECIDOS rOPUL/RES.

Jntre a Coordenação de Uobilisrr.ro Econonica c a

industria têxtil, representada pelos Sindicatos abaixo assi­

nados, fie* estabelecido o seguinte Convenio, dando curwrir«-]

to f\r I dis pôs tc na. Portaria n9 3F da aludida Coordenação da Mc_

bilisação Economica, de 8 da Janeiro dc 1943:

I - As enpresa.s t e x t i s 'tomam e compromisso da f a •

brioação de artiges dc tipos pepulare.s, e x c l u s i v n e n t e desti-

r.pdos ac ennsun1' interne do p a í s :

TI - Fica constituida ura Conissão Permanente, corr-

nosta de delegados dos Sindicatos representativos da indús­

tria textil de ^istrito Federal o Estado do Rio de Janeire,

de P e m a r b u c o , de S o r g i p e , do Ceará, de Vinas Corais e de São

P p u I o , aue subscrevf.n o präsente Convênio, e presidida por

um representante de Ccor dbnaea.o da Mobili-aç?/- Fcon^mica, na-

ra fiscaliseção e execucão do presente Convênio.

/ essa Corisspf competirá:

a) estabelecer as qualidade o cpracterísticas t éc­

nicas dos artigos textr.is de tipos populares, ber como rs pro

ços dc venda desses artigos pelps respectivas fabricas;

b) determinar ri, quotas dos prtipes textís de tipos

populares que devem caber a c.ada. setor textil, sendo que

auota relative a teeides de algodão não sr-rá inferior a 1 0 r*

milhões de netres, de acorde con preços c características

técnicas da tabela anexa;

c) distribuir entre os d:, f o rent es estabelecimentos

têxteis as nuetas que conpetiren a cada un na fabricação des­

ses tipos p o p u l a r e s .

III - Os artigos de tipos populares deverao erntor

cação indicativa de preço de verda ao consumidor e a expres­

são "Exportação Proibida" , sendo ouc nos tecidos essa. marca-

c ã o deverá ser feita na ourela dos respectivos panos senpra

ouo possível, en distancia não superior a três (3) n e t r o s ;

IV - Os artigos textís de tipos pepualres serão obri

gatoriame nto adquiridos pelos compradores ^as fabricas, na

proporção aue. fôr fixada pela Corissão dc que trata o iten II,

não podendo sor superior a 15% a p argen para despezas de dis-

ir*5

Page 189: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

tribuiçao entre o preço da fabrica e o de venda ao consinv*

rlcr:

V - Em virtude da realisação do presente Convênio,

fica dêssa fôrma satisfeita a execução da Portaria n9 36, dc

8 dc Janeiro de 1943, da Mobilisação Economica, em relação

aos artigos texteis;

VI - 0 presente Convénio vigorará pelo prazo de doze.

(1 ?) mêses, a partir desta data. *

As referências contidas nos Relatórios a respeito

da assistência dispensada aos operários, não permitem oue se

atribua a esse fator un peso que, por si só, pudesse ser res­

ponsável pelso desequilibrics sofridos pela Companhia. Se há

referencias ao déficit d.? Vila, há tambêrr pelo menos una rc-

refência a saldo, e en outras ocasiões a Vila aparece como au

to-sustentada, erbora sen lucros.

Quanto a influencia do operarido sobre a taxa de lu

errs só influenciam negativamente quando ocorro falta de não

de obra.

OS IMPOSTOS, "1914-19 46

A partir do ano de 1928, um outro fator se acres­

centa ãs atribulações da Companhia: os altos impostos nue, dc

acôrdo com o Relatório dc 1929, recann sôbre as indústrias.A—

lega-se que o ipnosto de industrias e profissões recac nais

pesadamente sobre as indústrias do que sobre o comércio. Con-

para-se a situação da Bahia con de S. Paulo, onde aquele im­

posto seria mais baixo, /.pesar dos tecidos gosarem, na Bahia,

da isenção do imposto de exportação pag?.van, no ato de seren

e x p o r t a d o s , as taxas de Estatística e de Serviço Agronômicos

que importaram, cn 1928, en 139:351$110. En S. Paulo, teria

sido pago apenas e soma de M:322$250, explicam os autores do

Relatório de 19 29. Além disso criaram-se r.ovos tributos com

a finalidade de fazer face à dívida pública externa.®*’ 0 Re­

latório do ano seguinte traz uma carta dirigida pelos indus­

triais ao Governador do Estado, protestando contra o imposto

de indústrias e profissões, cujo texto é o seguinte:

Page 190: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

"Exm<~. Snr. Dr. Governador do Estado d?. Bahia

Os infra f i r m a d o s , representantes das emprozas ouc

exploram a industria de tecidos neste Estado, vêr. perante V.

Exc>. representar contra o imposto cstadoal de "industria

prof iss<“os" que, nos moldes de incidencia adoptados , 00 ns ti f '

ur encargo pesadissime, senão asphyxiante, para a referida in

dustria nesta phase afflictiva aun a resma atravessa.

"Não poderia ser mais opportuno o momento para oe

supplicantes dirigirem a V.Exa. esta representação, precisa­

mente quando, p*ra cumprir o disposto nr art. 59, n.15, d?

Constituição E s t a d o a l , v.Exa. se apresta para enviar ac Con-

grasso a r.rnsageir. — er. quo. "dará conta da situaçãc. do Estado

e indicará as providencias legislativas reclanads p c l o sorvi

C'~ publico", suggerindo medidas aceordes "c'n as necessidades

e recursos do Estado".

"As provisões Orçamentarias do dito imposto en rel¿

ção á industria de tecidos, eram, até o anno de 1C26, rasor-

vo is .

"Pagavam as Companhias quo a exploravam— 0,35 | . so

bre c seu activo.

"A partir, porem, desse exercicio, justificando o

Governo a necessidade de maior renda, concordaram os Suppli-

c a n t e s , como compensação da inexocução do dispositivo do p?-

ragrapho 16 da Tabella n.l, da Lei n . 1.849, dc 1025, no tocan

te á restricção, aue alli se continha, da isenção, para. os tc_

eidos,do imposto de exportação, aue fosse elevada a cuota do

imposto de "industria c profissões" a. 0,7 *|., o duplo do quo.

oagavam, accrescida da sobrecarga dos addicionaes da 10 *|.,5

•j. — para o serviço do emprostine da unificação" — e 10 * | .

para o serviço da divida, « x t e m a , nuo se croaran nos orçamen­

tos p a r a os exeroicios seguintes.

"Vale frisar, entretanto, que ao majorar o Governo

o imposto de que se trata, a titulo de emergencia, o fez sob

promessa de reduzil-c ã cifra en aue era calculado anterior­

mente, logo que se verificasse o augmento da renda ' publica.

r>eu-se, como é notorio, c implenentr dessa condição, sen que

Page 191: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

f-sse feita a reducção pronettida, a qual» bc ha nuito se ir-

ptnha como medida rttenuadora da situação precária de ouc Sf

resenti? a industria textil, e*>tre n ~ s , come tal, ainda mr.fr,

se justifica, actualmente, cérto cue essa situação se aggr---

vou, a ponto dc algumas fabricas não distribuittSBi d i v i d e n ­

dos .

"No alinhar razões — oue demonstrem claramente

procedcncia da pretenção dos Sunplica.ntes — cónvcn deètac'.?

um facto c apaz d c , so por si, inpor a revisão da tributaçã'

contra a qual se reclama. (Vnforme se verifica da lei n-

2.1U8, de 12 de Setembro de 1928, oue orça a receita e fix-

a desneza para o corrente exercício e igualnente da anterir--

de numero 2-050, de 5 de Setembro de 1927, os estabelecimen-

tos commerciaes, cujo objectivo seja a compra e revenda de te

eidos, pagar, menor impçsto de "industria c profissões" — que

as Enprezas industriaes produetoras dos mesmos tecidas. Cs

primeiras s?o lançados a razão de 0 , 7 5 ' |. sobre as operações

de vendas re alisadas -— e pagam. o inposto semprr proporcio­

nalmente ao volume d<'-s nep^ci^s roalisados. As segundas , ã r£>

vrr dr 0 , 7 * |. sobre o seu activo, do que consta, muita vez,

o valor '’o. stoek de produetee-, não vendidos. De maneira q a e ,

scm.nre oue houver escassez ou falta absoluta dc negocios ,mes

mo nue n^o vendam e, consequentemente, não tenham lucros as

Empreza.s produetoras de tecidrs papam impostos com base nes­

sas cifras não realisadas.

7’0 e n t r a r i o do que se observa, era o que se prati­

cava no regimen anterior ao rxercicio de 1927, cm que tacs

e m p r e z a s , em razão da amplitude do seu objectivo c dos reaos

beneficios oue proporcionam' ã collectividade soffriam encar­

gos fiscaes npn^res do oue os que supportavam os estabeleci­

mentos cr-mmerciaes destinados exclusivamente á compra c re'"-r.

da de tecidos.

"Em verdade, investigadas as causas responsáveis pe

la drca.dencia da nossa industria textil local, alinha-se, e n ­

tra as mais efficientes, a. tributação excessiva, em chocante

contraste com a orientação dos demais Estados tía nossa Fede­

ração, os ouaes sempre concorreram para a expansão, cada V 3 Z

maior, da sua industria, anparando-a por todos os meios via-

1P"

Page 192: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

veis. Nesse sentido, é de vêr-se, como exemplo frisante do

aue se affirma, o que pratica o governo de S.Paulo, que vao

tomar, no minimo, da sua florescentissima industria, o com ouc-

supprir-se p ara ocorrcr ã despeza publica. Entretanto, si h?

industria em nosso Paiz que se não tenha prevalecido, em gran

de monta dos favores do governo loc.il é a nossa, a de tecela­

gem, principalmente, que, desde os seus p r imordios, a braços

sempre com as maiores difficuldades, bem penosamente vencendo

as etapas de sua existencia ouasi que ã custa somente dos es­

forços ingentes da iniciativa particular. A unica ieenção que

lhe concedeu o Estado foi a do imposto de exportação. Mas nin

da assim, contribuo ella com as taxas de “serviço de estatís­

tica da exportação" e de "serviços agronor.icos" , de cifra vul

tosa, aue chega a attingir o montante dos impostos cobrados

prr outros Estados d a Federação. Ha quem affirme não merecer

a nossa industria textil a protecção ou auxilie dos poderes

públicos, servindo-se de argumentos que não resistem ã menor

analyse. Pretendem que as nossas Companhias de tecelagem po­

dem supportar com vantagens o mais pezado tributo, : porque

grande, "v ultoeos, têm sido os lucros balanceados. Como cla­

ramente fez vêr illustre industrial, os systematicos contra-

dictores somente relacionam, em sua pretensa demonstração, os

vultoBOP lucros auferidos no periodo anormal da conflagração

europea, sem levarem em linha de conta os prejuizos soffri-

d o s , anterior e posteriormente ã essa. epoca de abastança, com

o recrudescimento da crise e das constantes difficuldades,

em aue, repetimos, semnre viveu a nossa industria de tecidos.

"Em face, portanto, das circunstancias expostas,

oue, implicitamente, tambem demonstram que, actualmente, a

nossa industria textil local, para viver e resistir ã a dver­

sidade, f*e pouco ou nada mais necessita, além do desofogo dos

tributos absorventes de suas reservas, é de justiça aue - se

lhe conceba a reducção des encargos ficaes a que està sujeita

e aue por exagerados, contravêm fatalmente o principio econo-

mico sabiamente assentado por Amaro Cavalcanti — de perfeita

applicação ao caso:

" 0 imposto deve ser adaptado, o mais possivel, ao

meio economico. , on

Page 193: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Na observarei;? desta rofra coincidem o interesse 'o

fraco e as entidedes efficientes do proçvesso economico: aouel

lo não recolhera pvard.c couec. nclo imnosto, si este • recãJiir

sobre fontes, jronos capazes de prestações, ou si graVrr as

resmas corno tal p e 2 0 , our. lhos detenha, a. força expansiva". o

ostas, ouan^o mal rnr.eiadjs pelos r-ncarpos fiscaes, tornar-

sp-ão f!ntr>nccid a s , e, conscfuintp.ron t e , incapazes de desen-

volvimento: c trmber d a h i , a dininuição do produeto arreca.d■■»-

vel pelo imnosto ser? inevitável, consequentemente". ("Ele­

mentos ^e Finan ç a s " , prp.17 8).

"/ssir, firmados nessas razões e confiados na jus­

tiça >'e sua causa, esperam os Supplicantes quo V.Exa. lhes ’e

fira r pretencão, ordenando ouar^c opportune e de accordo com

a s surs attribuições executivas , não só a rc'"ucçac da. nercen-

tafpr. '’o imposto em ouestão ã cifra da provista no orçamento

r‘n oxercicio <*c 1926 (0,35*/.), cot»o trnber a modificação do

critério que, ate agora, ter. estabelecido para a sua cobran­

ça, a oual, pa.ra ser equitativa, deve ter por base rs "opera­

ções dp v«ndas realisadas”.

Fsreravar os diretores da Em^orio ur -"1 diminuição

desses impostos, contra o eu.^l anelaram trmbcn através da. r s-

s o ci"cão Corercirl.

Entretanto, n.-> Câmara, a oren^r ao o r ç m e n t o apre­

sentada nolo d,->putado Javmo Baleeiro, e oue correspondia aos

interesses ^r indústria, foi rejeitada

Do novo apela-se ao Governador, desta vez no senti­

do do ser dilatado o prazo prra o naprmento do imposto, er.

r u l t a s . 7Os Relatórios dos anos sepuintes continuam a le­

vantar o nroblema dos impostos. No coneço d?. Pecada dos 30,

há esperanças no n o v o poverno oue equiprrou a tributaçao das

fábricas à do comércio'.

Entretanto, a partir do 1933, os Pelatõrios trazem

as queixas dos industriais contra a marcha ascendente d o s im­

postos, "cuja nomenclatura, de tão elevada oue se encontra,

em breve excederá a.o vocrbulario do nosso idioma."98 Rcsol-

ve-se então, em 1936, recorrer ao Judiciário. Em 1940 o li-

•Kr*» ...» » 190

Page 194: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

tipie ain'’a so arrastava n^s Tribunais. T W o s cs Relatórios

drs anos 40 trazer deronstrações dos inpostos papos , aue p.tir*

p: ’-ar n total do r,r <! 5. 061. «ÍJS ,9P , en 1946.

corcLtTPÕrc

Mo Denodo 1914-19UR, ocorreram nudanças provocadas

pelas crises internacionais e pelo proprio crescirento indus­

trial no Brasil.

As grandes crises mundiais refletirar-se de m anei­

ra diversa na evolução da empresa estudada.

1 — Fm 1914-1918, -apesar do aunento da produção,

a taxa de lucros manteve-se un pouco abaixo dos anos inedia -

tárente anteriores à la. Guerra Mundial. A explicação rais

palusível é o encarecimento dos combustíveis, óleos lubrifi­

cantes, anilinas e produtos auímicos diversos, importados pe­

la Tornanhia e e x t r e r a r e n t r encarecidos durante a guerra, a-

lér de paralizaçõcs provocadas por defeitos nos motores gera­

dores de eletricidade. Aqui, o fator dependência é o que resu

ro e oxnlica as dificuldades do período.

Contudo, os lucros obtidos neste período serão mais

tarde reconhecidos coro excepcionalnento favoráveis.®®

2 — Mos aros 1910-1929, a Corpanhia Ennório Indus­

trial do Norte teve r sua produção física diminuída, chegando

er 192« cor netade da produção de 1903, 1916 e 1917. A queda

da rroducão foi nais sensível na segunda metade da década dos

vinte.

Apesar da. queda da nroducão, oc lucros foram bas-

atnte elevados, sofrendo ur ligeiro declínio depois de 19 26.

n aur^nto dos lucros node-se atribuir a compressão

de despes ps coro matéria-prina e rao uinário. Esta • c n p r e s s ã o

de despesas resultou provavelnente de ur. aumento da produti­

vidade, uma vez aue o preço do alrodão não decrescera sensi­

velmente ner a rãbrica deixara de haver despesas con compras

de maauinãrio.

A aueda da produção nestes a n o s , foi o resultado

da intensificação da concorrência en vários níveis-- repional,191

Page 195: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

racioral e internacional.

3 — Mos anos 1930-193°, embora aumentando seus lu­

cros, a Companhia. Enporic Industrial do Morte teve nua produ­

ção dininuida.

r> crescimento da taxa do lucros continuou a so dc-

v.-r ã connrpssão den dc.spes~s.

Em 1934 trabalhou-se 9,5 h. por dia.

Hurante a m.aior parte, da década não se inportou raa-

quin-^rio. 0 abastecimento dp n ate ri a prima passou a ser feito

nuase totalmente no proprio Estado.

Os dispêndios cor. impostos mantiverorr-se elevado?.

A oueda da produção resultou da concorrência sobre­

tudo das fabricas dc outras regiões do país, e en parte tam­

bor da P a b i” pois ostava praticamente afastada a concorrência

estrangeira enau^nto e participeçã.o dri Emnõrio na produção

baiana diminuíra en relação a década anterior.

r crise dos anos 1929-30, embora .-'tingindo a enpr^-

sr. foi superada rapidamente, já a partir de 1C3P.

U — Em 194^-1*6, a Companhia, embora beneficiando

s o da conjura internacional, poderí.a ter atingido ainda m e ­

lhores resultados se tivesse possibilidades dc colocar no mor

crdo uma raior produção.

0 que impediu ouo tal fato acontecesse prreccm ter

sido sohrrtudo as dificu Idades do reposição dc poças dc ur

maauinãrio em grande parte já absoleto, dificuldades origina­

das pela guerra.

Tudo isso não impediu que os sc.us lucros ultrapas­

sar, nestes aros, todos os níveis atinpidos ate então. A C om­

panhia em 194 5 ainda era una das IR maiores empresas texteis

do n->ís e ume das 5 naiores do Horte-Mordr-ste.

Page 196: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

^ B A E F , W e r n e r e V IL LE L A, Anni1v.il V. "Crcs c ir e nt o indus** trial e i n d u s t r i a l i z n ç a r r.evis~cs nrs E 3 täciro do flesenvol- v i n e n t o E c f n r n i c o do Fraail" cn DADOS n? 9, l'.>72, p.llC.

2 IDEM, IBIPEM. p.117.

3IDEM, IBIDEM.

4 *V I L L EL A , An ni b a l c SU ZI GA N , IM 1 a on. P o l í t i c a do g o ve rno

e c re e c ir< e rto da econom ia b r a s i l e i r a . Fio, I P E A/ IN PE S , 1073.p . 4 3 C .

^ FI SHLOW, Albert. "Orif.ens c cnn sc q ur rc ia s da su' st i t u i - car (*0. i n p o r t a ç õ e s no B r a s i l” cr F rtu d o s F co n ô m ico s , Vr 1.2, Í 9 7 2 , n9 , p . 20.

f. _B UFSCU, Mircea. F v o lu ç a o e co n o n ica do B r a s i l . Fir, A PE C,

1^74, p . 175.

^ L I M / , H e i t o r Ferreira. P i s t o r i a P o lí t ic o - e c o n ô m ic a e i n ­d u s t r i a l do B r a s i l . S. Paulo, Nac i on al , Ccleçãc B r asiliana, vol. 347. p .345.

°FISHLOr, Albert. o p . c i t . , p.2f-27.

" V I L L E L A , A- c SUZIG A N, W. op. c i t . , p.430-442.

I O tDEM, I P I D E M , -p:i7í-75.

**STEIN, S t a n l e y 3. The B r a z i l i a n C o tto n M a n u fa c tu re , te s- t i l e e n t e r p r i s e in an u n d e rd e ve lo p ed a re a 1850-1950. O.n'iri- dge, H a r v a r d U n i v e r s i t y Frcss, 1057 , p.111.

1 2 V E R S I A N I , F l a v i o F.aVelo c VE FS I A N I , M a r in Te r e s a B.O. _ A i n d u s t r i a l i z a ç ã o b r a s i l e i r a a n te s de 7930 - Uma c o n t r ib u iç ã o . Universi'-’ ade de Bras i li a, I ns ti t ut o de Cienci-.s Humanas ,!>cpt. '*e E c o n o m i a , Tex to s p a r a dis c us sã o n? 22, 1074, er’, mineo. 33-34.

1 3 VI L LE LA , A. e S UZ IGAN, W.. O p . c i t ., p . 210-11.

1 4 IDEM, lEIDEM, p . 210-13.

* ^F URTAD0, Celso. Form ação Econômico, do B r a s i l . S. P au l o, N a c i o n a l , 1971, 11 ed., p . 2 0 0 - 0 1 .

lfV A G A L H Â E S FILH O, F r a n c i s c o de P.F. de. P i s t o r i a Econôm i­ca . S. P a ul o, Ed. S u gestões Li t cr a r i a s , 1 0 7 3 : 2a. ed. p.190-'»l.

1 7 V IL L E L A , A. e S U Z I G A N , W.. o r . c i t . , p . 190-91.

NOTAS

3.9 ?

Page 197: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

1BIDEM, IIîIPEM, p. 211-12

1 9 FISHL0W, Albert. O p . c i t . , p . 41.

20V I L L E L A , A. e SU ZI G AH , W. Op. cit., p. 438.

2 1 IDEM, IBIDEM, p . 232 ,4 3 S .

2 2 IDFM, IBIDEM., p . 230-32.

2 3 IDF.M, IBIDE M , p. 219.

2^ V TN CF NZ I , N e l s o n do. 0 c.lçiodao na economia ~ braeilcira. Fio, C o o r d e n a ç ã o da M o M l i s a ç a o t co nonica, 1944, p.RO.

25 STEIN, S ta n l e y J. op. cit., p . 191.

2 ^ V I N C E N Z I , N e l s o n de. op.cit. , p.PO.

2 7 STEIM, St a nl ey J. op.cit., r-1^1-

2r'VEP.SIANI, F.r. c VrP.SIANI, M.T.r.O. op.cit., p . 33.

2 ^CFIÎT. °e1txtório p u’-licado en "A TA"DE" dc 3.4.1215.

A #F/EP , V cr nc r . A indue tri ali r.açao e o dccenvolvinento eco_

nômico ro P raoil • Fio, F . G.V., 19f>6, p . 25.

CFIN. Pelatorio p u V l i c a d o no P i a ri o O f f ic i al de 29.3.191?.

3 2 CF.IN. °elotôrio dc 31. 3. 1920. Pahia, Peis & C o r p . , 1920.

33CFIM. Pelatorio dc 7.3.19??. Bahia T y p o ç r a - b i a dos Dois

Mundos, 1927.

34 -CFIN. *elatorio dr 27,?.. 1928. B a h i a .E s t a b e l e c i n e n t o dns

Dois Mund os . 1 9 2 T.

35CEIF?. Pelatorio dc 30. 3.1929. Bahi a ,Es t ab el e c i n e n t o dos

D ois M u nd o s , 1929.

CFIN. Pelatorio dc 31.3.1930. Bahia, Typ. da P o rt a S.M i g u e l , 1930.

37V I L L E L A e SUZIGAN. Op. cit., p . 438.

3PPAER, W e r n e r e VI LL EL A, Annibrl. Op. cit. , p . 121.

3 9 STEIN, S t an l e y J. Op.cit. , p. 137-41.

40IDEM, IBIDEM, p . 142-43.

**CF.IN. Pelatoric dc 21.2. 1933. Bahia, T y p o g r e p h i a S. Mi-puel, 1933.

42 -CFIN. Pelatorio de 20. 3. 1934. Pahia ,E s t a b e l e c i m e n t o G r a

Page 198: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ph ic o G l ob o , 1334.

43 -CEIM. Relatorio publicado no í>í crio Official de

25.2.19 35.

44 - .As interrupções e cxr.turluos no fornecimento de enerfi.-'.

sto registradas ao lonpo de todo o período 1939-1946, pelo» "elatõrios da C o m p anhir..

CE IP. Relatório dc 15.?.. 1040, Bahia,Estabelecimento dos !>ois f u n d o s , 1940.

— Relatório dc 1C.3.1P41. Pnhia, Oficinas dos Dois Kur- dos, 1941,

— Relatório de. 5.3.194?.. "ahi.i, Es t a’'c lecimtnto Grnficc G 1 os o , 1942.^

— Relatório de 19. 3. 1943. Bahia, Grafica Comercial ,194 3 Relatório de 31,3.1944. Bahia, Oficinas Dois M u n d o s ,

Relatório de 14. 3. 1945. Bahia, Of i cinas Dois tíundos,

Relatório de 1 2 . 4 . 1 9 4 Bahia, O fi ci na s Dois Mundos,

Relatório dc 31. 3.1947. Bahia, O f icinas Dois tíundos,

1944.

1945.

194Í .

1947.

^^CEIfl. Relatório de 10.3.19*1. Bahia, Oficinas Dois M u n ­dos, 1941.

4 G IPIDEM.

A 7 CEI?>. Relatórios 1896-1973.

^CEXTT. Fichas do Ativo Firo. 19fi2~1964. Dept. dc C o n t a - v ili d ade .

* 9CEIN. Relatórios 1914-1940.

50 V I L L EL A , A. e SÜ21GAN, V. Op.cit., p . 212-13.

5 1 CETN. Relatórios l r>41-1947.

5 2 V I L L E L A , a . e SÜZIGAM, V. Op. cit. , p . 212-13.

^ C E T E X . Indústria Têxtil Algodoeira. Rio, Min. do T r a b a ­lho I n d ú s t r i a e Co me rcio, 1946. p . 121.

5/4CEIN. Fichas dc Ativo Fixo 1 962-1964. Dopt. de C o n t a b i ­lidade.

55CETEX. op.cit., p . 1 2 1 , 2Ç9 ,344.

5 f CEÍ»TrO I N D U S T R I A L DO ALGODÃO. Livro das Actas das A e s w hleas Oeracs de 21.81916 a 26.12.1924, fl.l.

5 7 IDEM, ir-IDEM. fls. 19 c 20.

SfiCEIN. Relatório de 31.3.1916. Fahin, Eeis e C o r p . , 1916.

195

Page 199: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

*n' IBIDEM.

^ I D E M . Relatório p u M i c a d o no Diário Officir.l dc 20.3191'.'.

f. 2SEAPFA, J.J. Menuaçem. Pahi*, l?ir , r . 112.

* 3IDEK. Mensagem. Tahin, 1922, « . 5 3 .

CALMOr, F .K. âc Gõêi. Vcn*ap3m. Fahia, 1025, p.lf2.

f 5 ^EI!-*. Relato rio de 21. 2. 1926. Fnhia, Escabèlftcioento

don Dois üundos, 1925.

^ C A L M O N , 7.M. de Goes. Hensaçcr. Tãhin, l?2f, n.231.

°IDFM. rennapsn. F ahi», 1927, r-2f?.

ff;íDF».', IPIDEM.

G A L P Ã S S , Jurr.cy. Mennapen. Pnhia, 1935, r.71_73.

7 0CF.tí:. Relatório dc 20.3.1934. Pnhir., EstabclecitaentrOra^hico Glct’o, 1934.

rrilí. Relatório de 2^. 2.1930. V abi *, Es tn’e lecimento^ os Dois Kur.dos, 19 3^.

7 2CFIN. Relatoric d c lü. 3.1940. Tnhia, rsta^elecincnto

»’os rois "unípS; 1?AQ.

CEIN. Rclatorio de S. 3.1942. Tnhip, Estn’>clecinantoGraphie o Gl^So, 1942.

7 CEIN. Relatório dc 31.3.1020. r«hia, “cis Û C o n p . ,1^20.

7 *•irrnEM,

7*Cf. /nexos. O prifr é '’.o docurentr original.

7 7 CFIÍ*. Relatório r,uv.licado no T'inric Official dc lí.3.1CCI.

7 aC E IV. Relatório dc 20.2.19:^4. Pahic, E 3tatelccinento <ic,r.Dois Mundos, 1324.

7 )CEIM. Relatório dc 21.2.192S. Tnhi ■> ,Es tr.he Ig cinento dosT'ois iíundos.

P0CFI”. Relatório ã ■: 7. 3. 1927. rahir., r.ahia, Tyropra^hi«dos r>ois M u n d o s > 1927.

B 1CEï”. Relatório de. 27.2.1928. Esta’'clccinonto dos"ois Mundrs , 1 ?2 F.

C E I K . R e l a t ó r i o d e 7 0 . 3 . 1 9 1 7 . Pnhir., H e i s c C o m r • 1 917.

19 6

Page 200: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

P2 -CFIN. Relatorio de 30. 3. 1929. Bahia,EstaV-elecinentc drs

Deis Man''.rs, 1923.

n 3CEIN. Relatorio de 31.3.1970. Bahia, Typ. da F o r ta S.

Miruel, 1930.

P4CEIÍT. Relatorio dc 31.3.1931. Bahia, Ty-j. cia Fort.? S.

Miguel, 1931.

PSC E I N . Relatorio de 2 3.2.193?. Bahi , Typ. da Porca S.

Migue 1, 1932.

f f -OEI*’. Relatorio de 20.3.1934. Pahi a ,Es t aVe lccinento.Gra

phico Glrtir, 1934.

0r‘CEiy. Relatório p u M i c a d o no Dia.ric Official dc 25. 2.93f<,

o 7 „CEIN. Relatorio do 2P.2.193P. Bahia ,EstaVelecinrnt' Deis

dundos, 1T3^.

PP. »CEIN. Relatorio de 16. 3.1937. Bahia,Es ta^ic lccincnto C-rc-

phico 0 1 oho, 1937.

POCEIN. Relatorio de 9. 3. 1938. Bahia, Fsta’elecicento Gra--

phico Glo^o, 193p .

o oCEIN. Relatorio de 17.3.1939. Bahia, Officinas dos Dois

M u n d o s , 19 39.

91 -CEIN. Relatorio de 15.3.1940. Dahia,Esta1elecimento: dos

Dois Mundos, 1940.

" 2CEIN. Relatorio de 10.3.1943. Bahia, Grafica Conercial,

1943.

03ILIDEM.

5 4ibipem.

s' C E I N . Rei atorro de 10.3.1941. Bahia, Oficinas D oís Mun­

dos, 1941.

ÇfCEIN. Relatório de 30. 3. 1920. Uahii ,Es tahe lecincnto desD'.'is Mundos , 1929.

117CEIN. Relatorio de 31.3.1930. Bahi a ,Es t a b e l c c m e n t e dos

Dois Mundos. 19 30.

a pCFIN. Relatorio dc 26.2.1936. Bahia,Estaheleexnento dos

Dois Mundos, 1 9 3 6 .

90 - . . . .CEIN. Relatorio de 31.3.1947. Bahia, Oficinas Dois Mun­

dos, 1947.Veja-se nesse néscio capitule a carta envi.ida no Governa­

dor pelos in^us tria? s , publicada n'-- Relatorio de 31 do r.arçr dc 1930.

I o 7

Page 201: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

0 lucro liquido r e f e ri d o em todo este trabalho c a q ue la q u a n ­tia o b t i d a após a de du çã o das despesas com a p r o d u ç ã o v e n d i ­da. Fste lucro é d i s t r i b u í d o pelas sep.uintes contes:

P o s c rv ai A m o r t i z a ç õ e s D iv id e nd os Grati fi cações Grati fi cações

a D i r e t o r i a a Enprepados

Ca i xa de A u x í l i o aos operári- M an u t e n ç ã o da Ci d a d e Operári'1 Outros Saldo

F ntre 1^93 e 1073 ex c e t u a n d o - s e cs anos nos quais nao se d i s ­t r i b u i u d i v i d e n d o s , a pr o p o r ç ã r destes en relação ao L u c r o LÍ^ c u i d o vari ou de 2% a 59Z.

1 9 8

Page 202: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

C A P I T U L O 5

Page 203: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

f'' '• T I ' ' m I*■'r• *5Ví*T/*L 50V A J - * - / v r;;; ;pf!<;.{Ç|?rPPA T

f.! V

; TiDCr^iíi/. rTf t’7l BrjTiL::r<í !io

* > r.* 1 r <í 7 • ires

Te^de 19 3H, a concorrência estrangeira deixara de

ser urr cbstáculo ao crescimento d* produção nacioi al de teci­

dos. Er 1949, cs produtos têxteis representaram apenas 3,99%

do total das importações brasileiras a em 1962 sua participa-

cão baixou para 0,13^*.

veste írteriri; r indústria têxtil perdera a posição

destacada oue tivera atç então como líder da industrializa­

ção, conforme domonstra o 'rquadro abaixo:

Q U A D R O - 6

IKDÜSTRIA TSXTIL •• PARTICIPAÇÃO RELATIVA NO roKJLríTO DA PRO­

DUÇÃO INDUSTRIAL

I N D C S T R I A TÊXT IL

1907 1? 19 1939 1949 i:i53

!........

195 J> j 1963

----1967 1969

24,6 29,6 22,2 20,1 17,6 1 3, 4 | 1 1 , 6 9,7 10,1

FONT E: P a r a 1907: E s t im at i va s con bases no T evr.ut a r en t o Indujj trial <íe 1507 e no Ce n so Industriei i>i l‘'2C. Citado

Page 204: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

en Villela c Suzigcn, Política do G n v c r n o c Crc.scir'.'*v~ te da Econonin Br as i 1 oi r -, t p.iP> IPEA-INrPS, 15 73 163.P a r a os r1cr.«M s .’.nos. Censos Indus tr ia is • C i t a d o cm fiaer e Villela, “Cre scime nt o In du st r i a l e Indus tri ali * zaç no : Rc v is oe s nos estagios do c e s t n v o l v i r c n t o econ.”" m i c o do Brasil" en PADOS n9 9, 197?, p . 126.

Anesar dessa perda de nosição, a indústria de teci­

dos ainda era responsável pelo enprêgo do uma parcela substar

cial da mão de obra ocupada no setor secundário: 27,4“ en

1°50, baixando para 20,fi % cm I960.2

Afastada a concorrência estrangeira a partir de

1930, agrava-se entretanto a concorrência interna, disfarçada

entro 19 31 a 19 37. A Segunda Grande Guerre innulsionou a pro­

dução textil adiando a resolução de problemas que vinhan cc

acumu l a n d o , tais como a obsolcscenria do eouipamento e a b a i ­

xa produtividade.

Após a guerra, esses p r o M e r a s tornan-so nais visí­

veis, porem a acentuação de una política desenvolvinentista

partir da década dos 50 cria un clina favorável que perr.it e

bons lucros sem transformações substanciais nr. infra-estrutu­

ra da indústria textil.

Essa política favorável ã industrialização, inicial

mente rotivada pela necassid^dr de equilibrar o balanço de pa

gamentos, t o m a “« especialmente durante a sef.unda netado

d-> década dos 50, um sentido consciente a favor da industria­

lização, resultando que "A taxa media anual de crescimento d

economia brasileira no período 194 7/6 2 (fosse) superior

6%. No período da industrialização mais intensa, 1956/62,

taxa anual de crescimento do nroduto real fei 7,8%, a indús­

tria liderando com uma taxa anual de crescimento de 10,3% e p

agricultura crescendo apenas a 5%...a indústria foi o setor

dinâmico da economia (sua) participação no produto nacional

bruto subiu continuamente, ultrapassando a agricultura no

fim dos 50".3

Esta transformação na estrutura econômica do país

pode ser melhor apreciada através do ouadro segúirrte:

201

Page 205: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

í J U A C P O - 7

VCT'IFTCAÇÕ7S ’’A DISTPIBUirÍP SETORIAL DO FPODUTO INTERNO BRU-

TO DO BRASIL (AOS PRECOS DE 1953)

194 7 1/5 3 1957 1960 1966 1965

AGRICULTURA 3C ;0 26,1 24,6 22,2 21,9 20,5

INDÜSTRIA 20, r> 23,7 24,5 28,0 2C , 8 29 ,3

OUTSOS SF^nPES 49,4 50,2 50,9 49,8 49,3 50,2

100,0 icc,o ioo,r 1 0 0 , 0 100,C 100,0

^ O N T E : C al c u l a d o s con base cn dados da Funda ça o Cetul io V.qr' p.as , C e nt r o de Contas Nac io na is c C on j u n t u r a Ec o nômi" ca. C i t a d o c:ir. BAEP. c VILLF.LA, "Crcs cimen to Industrial c 1 n d u s t r i ? 1 i z a ç a o . ?r.visoes nos estágios do dcscnvol*' m e n t o E c n n ô m i r n do Pr.-s i 1" er PAPOS n<? 9, 1972 ,p. 12«.

Nos <->nos 1947/62 acentua-s e o aumento na proporção

das indústrias pesadas e a p r o f u n d a -sc a polític a do. substi-

tuicão dc importações, especialnentc n- 2a. net ade dos ano3

50, como demonstra o ouadro e baixo:

Q U A P R 0 -

IMPORTAÇÕES COMO UMA PEP.cr-:’’?Acru PA OFERTA TOTAL

1 94? 1 'i 5 5 1960 U ’62 1965 ! ? • "

3FNS DF CAPITAL 59,0 4 3,2 23,4 12,9 3,2 13,7

BENS INTEPMEDI t.RI0S 25,2 17,9 11,9 5,9 f ,3 e ,x

TENS DE CONSUMO 10,0 12,2 4,5 1,1 1,2 1,6

FOUTF: "A I n d u s t r i a l i z a ç ã o Prasileira: Dia g nó st ic o e P u r s p t o - tivas" , Eetuclo Es p acial, F r o g r a r a F st r at íg ic o dc Dcsít» v ol vi m e n t o , 196C-70, M i n i st é ri os ío P l a ne ja m en to e Co* o r d e n a ç ã o Geral, Jnncirf. do 1 í> f• C*. Citado cm BAEU o v IjL LFLA, op . ci t. , p . 129.

Entretanto, apesar da Dolítica desenvolvinentista,o

setor têxtil se beneficia menos q u c o conjunto da indústria.

Não obstante o encarecimento dos custos de produção, o Índico

dc preços Dara os produtos têxteis evoluiu a un ritmo info-

Page 206: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

rJor aos preços dos ciamc.i'v produtos, conforme indica o ouadro

seguinte:

Q U A D R O - 9

"T?ASIL: E V O L U Ç Ã O DOS FRPC OS DE MAUUFATUTíAS TÊXT E IS 19 ¿-J / 5 r

ÍNDICE 19 4 r> » 100

........

p e r. I o o o

------.... -------------------

C U S T 0 D F V I D A

1! goc.>

S'.TACADO

C E rAL t S x t t i s

1 0 4 0 ............... 1 0 ¿ 109 10 31 9 5 0 ............... 111 124 1191 9 5 1 ........... 12 P 14 A 1311 9 5 2 ........... 150 U 3 1/.419 5 3 ........... 172 írn 153195/................ 210 2 45 2251 9 5 5 ........... 259 777 250135T............ 313 3 30 29^19 5 7 ........... 3*5 371 3441 O s 2 ............... 417 41£ 400

FCÍJTE: C O N J U N T U R A E C O N O M I C AC i t a d o c p > " I n<í ú s t ri * Toxtil - Frcblutins Atuais n Fere- pc c t i v o s " en Dee anvolvínento e Conjuntura , n9 9,1950, r> . ?7- ft1) .

"entre- os fatores d< crise n? indústria textil são

aponte o e s :

a) a elevação dos preços da materia prima a dos sa­

larios

b) o encarecimento do maquir.ário e seus accessó-

rios ,

e) dificuldade de suprimento do alp o d ã o ;

d) em função da majoração dos preços, a limitada

capacidade de absorção do mercado dependente dos níveis d:¡

renda do país. (Indústria Textil-Problemas Atuais..., era Da •

fíenvolv'trento e Conjuntura, n? 9, 1959, p. 27-69).

São dificuldr.des acumuladas desde varias decadiSflue

poden ser resumidas en 1 ) aumento dos custos de produção t¿ 2 )

retração do consuno devido aos baixos níveis de vida da popu­

lação brasileira. ___oro

Page 207: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

A I ^ O S T . I ? Tf^TIL B^IAFILJVIRA DT;

1963 A 1073

No oue sc refere a economia brasileira como um to­

do, distinguem-se duas fases distintas: a primeira, du 1062 *

1967, é de estagnação a segund*?, de 1968 a 1973, é dc reto

rada do crescimento.

Contudo, a industria toxtil en geral, embora sofrer

se particularmente com os anos de estagnação, continuou a per

der posição em relação 20 conjunto c!a indústria, nesmo nos

anos de recuperação.

E m 1967 absorve 16,5*. do p essor'.l ocupado na indús­

tria, contra 26,6% cm I960. A proporção de sal Sr .los pagos p o ­

lo setor têxtil passou d« 21% cn 1C 58A para 11,5% em 1967.5

Em maio de 1962. durante a V Convenção Nacional dr

Tndústria Têxtil, realizada cm Bolo-Horizonte, foi aprovado

o Memorial Sobre a U ecessidade dc um Programa de Reorganir.r-

ção da Indústria Brasileira de Fiação e Tecelagem documento

submetido ao então Primeiro Ministro Dr. Tancredo íleves. Ela­

borado pelo Grupo do Estudo para a Reorganização r. o Rccquipr

rento Têxtil, teve por base o estudo da CEPAL. "A ir.dúatrir

têxtil do Brasil — Pesauisa sobre as condições de operação

nos ramos de fiação c tecelagem" (Documentos E - CM 12/623)

com as emendas aprovadas na Convenção e com o título "Recupé-

rac.ão da Indú stria Textil" este trabalho foi publicado em ju

nho de 1962 no número seis da revista Desenvolvimento e Corx-

<7 untura.

Após uma ligeira introdução, o referido ensaio faz

um diagnóstico da situação da indústria têxtil brasileira a-

pontando os principais probl c r a s , após o que, enumera uma sé­

rie de medidas a serem tomadas para superar as dificuldades.

Os fatores apontados são os seguintes:

1 - Obsoletismo do Maquinãrio: no setor dos tecidos

de algodão mais de 37,U% dos fusos e 51% dos teares eram obso

l e t o s , ou seja, deveriam ser substituídos por maquinas novas.

Acrescente-se que m , 8 % dos fusos e 17,5% dos teares podr-

riam, desde que reformados, trabalhar cm condições adequadas.

Page 208: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

/ccim, existiriam raalaente cerca de 30% dos fusos e 70% dos

teares em condições do produção superadas. 0 grau de obsolc-

tismo tombem era alto nas máquinas empregadas cm outras faso„

do processo produtivo tais cono as de preparação para fiação,

preparaçao para tecelagem o acabamento dc tucidos.

2 - Rendimento do Maquinãrio: a produção por rnáqui-

na-hora dista muito dos padrões europeus e norte-americanos c

ainda c baixo em relação ao padrão latino-americano. Nas t e ­

celagens de algodão a produção horária do maquinãrio não rl-

cança 54% do padrao latino-americano.

- Produtividade da não de obra; produtividade

media nas fi^çõos dc algodao não e suoerior a 46% do padrão

latino-americano adotad o que é ainda bastante ir.ferior aos

nadrões europeus e norte-arericanos...o nível da produt i v i d a ­

de da mão de obra encontra-se influenciado t->.nto pela anti­

guidade do e q u ipamento... como polas deficiências de organlzi-

ção interna, refletidas na falta do treinamento adeaundo doe

operários mesmo para operar os equipamentos atuais e, assim,

eventualmente a maouinãria mais moderna ir? requerer uma c?—

Ditação super ior ãquela do qua geralmente dispõe cm média, o

operário brasileiro do ramo".*

4 - Matéria-prima: um mornoromento da qualidade

da classificação c seleção das fibras contribuiria para aumon

tar o rendimento do maquinãrio o da produtividade da mão

obra, ouo com um? utilização racional, reduzindo a quanticr-c.

extraordinária de desperdícios atualmente observada, daria

uma contribuição positiva para diminuir os custos d?. produ­

ção. ?

Os custos de produção tal como no período anterior

(1947/62), são o principal fator de dificuldades para a indús

tria têxtil.

A partir desta constatação, o documento aprovado

na V Ccnveção Nacional da Industria Têxtil propõe uma serie

de medidas para superar os problemas enfrentados pola indús­

tria:

"1 - Melhoria de formação profissional das chefias

intermediárias, bem como das chefias superiores.

Page 209: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

2 - Melhoria da organização administrativa das em­

presas •

3 - Implantação de métodos, ao nível das fábricas,

para elevação da produtividade..

4 - Melhoria da qualidade e de classificação da

materia-prima.

5 - Renovação do parque de máquinas.

6 - Desenvolvimento da fabricação de máquinas têx­

teis no p a í s " .p

Para a renovação do equipamento da indústria têx­

til brasileira, o referido estudo calcula que seriam neces­

sários US$219.80 0.400 dos quais parcela substancial, U S $ .....

128. 582.400 seriam gastos com aquisição- de máquinas e acces-

sórios nacionais.9

Em 19P9, um artigo publicado na Revista do BNDE,

referindo-se ao mesmo estudo da CEPAL, afirma que "o levanta­

mento efetuado das máauinas e implementos importados para a

indústria têxtil, de 1960 a março de 1969, evidenciou terem

sido aplicados no setor, ate esta data, um total de US$153 mi

l h õ e s , isto e, 77% da cifra global apresentada pela CEPAL e

SUDENE/BNB, (US$197 milhões de acordo com a Revista do BNDE

citada — M. do A.), chegando a ultrapassar em 80% o montante

calculado para a importação, sem que isso tenha permitido o

reequipamento total do setor, parecendo ate ter-se agravado a

situação de obsolenscência técnico-econômico diagnostica­

d a . " 10

Ao obsoletismo do equipamento o artigo em foco a-

crescenta fatores como-"má qualidade da matéria prima, admi­

nistração deficiente, carência de técnicos têxteis, deficiên­

cia de mão de obra qualificada,...métodos e processos antiqua

dos de produção, etc (os quais)- condicionam a prevalecente de

ficiência operacional do setor. Isto acarreta finalmente, uma

baixa produtividade, conforme.se observa no quadro seguinte:

206

Page 210: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Q U A D R O - 10

B RA SI L E AL G U N S PAÍSES - P R OD U T I V I D A D E MÉDIA HA FIAÇ ÃO - 19'C

(etn Kg/oper Sr i o/ ho ra )

3 R A S 1 L .................................................. 1 . 10 f'2. 3**3

P A D R Ã O L A T I N O - A M E R I C A N O ........................... 4. 300c o l O m ^ i a ............................................... 5.434E U P O P A .................................................. 5. 500E ST A D O S U N I D O S ....................................... 12.400

FONTE: " D e p a r t n m c n t c f Ci:mroercc" USA - 19^0.C i t a d o eic Visar» S i n t é t i c a . .. lec. cit."

Em estudo publicado cn 1971 cor o título "Vesquiso

sobre a Indústria Têxtil do Nordeste"a SUDENE aponta as m e s ­

mas causas para as atribuições da indústria têxtil dc 'Frasil

c particularmente do llcrdeste, após a segunda Guerra Mundial:

obsolctismo do equipamento, padrões organizacionais deficien­

tes, carência de pessoal qualificado. Mo caso do Mordeste ,au.-:

comeca a sofrer na is profundamente a concorrência do centrv >

sul após a segunda Guerra c especialmente na dccada do 60, h á

além disso um desajuste ontre a oferta e a demanda regionais.

A produção nordestina cm 19 59 compur.v.a~se, em cêrca cie 75%,

de tecidos grossos c médios. Quase a metade do sua prv>duçãc

(45%) era exportada para outras regiões enquanto se importava

do sul grande parte dos tecidos finos consumidos na região,

cêrca de 100 milhões de metros anuais.11

A COfTATHIA FfTÓRIO ItíDUSTRIAL DO IttRTr

1TA FASE DF TRAMFIÇflO: 1$47-1562

Nos anos 1947-62, a taxa mpedia anual dos lucros da

Companhia Empório Industrial do Norte sofreu uma queda drásti

ca em relação ao període ajjterior: situnu-se om t o m o dc

26,36%. Se se considera apenas os anos 1951-62, essa taxa

cai para 17,72%. A década de 1950 apresentou-se assim bastan-

207

Page 211: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

te desfavorável; em 1957 não houve lucros, c nos anos de 1952

53 e 58 as taxas dc lucros reduziram-se a 4,71%, 7,09% * c

5,76% respectivamente. (Cf. Tabelas).

De um modo geral, os fatores apontados pelos Rela­

tórios da Diretoria da Empório Industrial do Morte, como res­

ponsáveis pelos insucessos da Enprêsa nesta *;:se, são os mes~

mos alegados para o conjunto da indústria têxtil:altos custas

da materia-prima, dos salários e do maquinãrio, alem da esta­

gnação dc mercado.

Para fins de analise dividiremos esta fase cm trõs

sub-períodos:1947/51, 1952/56 e 1957/62.

Entre 194 7 c 19 51 a tax^ media anual dos lucros da

Enprêsa foi de 49,48%. (Cf. Tabelas).

Os fatores dc crise mencionados mais vêzes são: a

queda d a s exportações e a restrição de c r é d i t o 1^; cita-se ain

da os altos pr eços do algodão13 e, ainda em 1947, a falta de

energia no Estado, obrigando a Companhia a dar ferias coleti­

vas a todo o operariado e paralisar a fabrica por mais alguns

d ias.1^ Em 1951 ocorreu uma elevação dos salários por decisãr

do Tribunal Superior do Trabalho que, dc acordo com o Relató-

rio de 1952, influem negativamente no resultado do exercí­

cio.

Entre 195 2 e 19 56 a taxa média anual dos lucros bai.

xou para 13,^4%. (Cf. Tabelas).

Os Relatórios são parcimoniosos em explicações so­

bre os fatores que nestes anos fizeram baixar os lucros da

Companhia. A queda brusca dos lucros em 19 52 é atribuída aos

altos preços do algodão; para 1953 a explicação dada é que as

modificações e montagens do parque industrial teriam impedido

um melhor resultado, embora este fosse maior que em 1952.

Os dois anes seguintes registram uma ligeira melho­

ra na situação: a taxa de lucros de 7,09% er. 1953 sobre a

18,79% cm 1954. Era 19 55, entretanto, apesar do aumento da pro

d u ç ã o , a taxa de lucro cai para 17,92%. Em 1956 a taxa de lu­

cro é de 18,69%, (Cf. Tabelas), mas o Relatório de 19 57 é pes

simista na avaliação da situação: "fi o mais apreensivo e de

prognóstico o mais sombrio; decorrente que e de causas certa-

2 0 8

Page 212: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A B E L A - 8

PRODUÇÃO DE TECIDOS DA CEIS NO CONJUNTO DA PRODUÇÃO BRASILEIRA 1893-1946

B R A S I L B R A S I L

1 «931 8 9 41 8 9 5 1 8 9 6 1 8 9 7 1 8 9 8 1 80919001 9 0 11 9 0 21 9 0 31 9 0 41 9 0 5 1 9 0 61 9 0 71 9 0 81 9 0 91 9 1 0 19 111 9 1 21 9 1 31 9 1 4 191 5 1 “>161 9 1 71 9 1 81 9 1 9 192t l 1 9 2 1 1022 1 9 2 3 1 9 2 *1 9 2 51 9 2 61 9 2 7 1 9 2 «1 9291 9 3 01 9 3 11 9 3 21 9 3 31 9 3 41 9 3 51 9 3 61 9 3 7 19 3 B 19 39 194(11 9 4 11 9 4 21 9 4 31 9 4 41 9 4 51 9 4 6

7.930.000 7.418.008 7.991.935 8.747.566 8.740.425

11.524.600 12.137.240

11.00011.500 11.000 1 0.0008. 500

10.50012.500 12.000 11.000

8.0009.0008 . 0 0 0 9.0009. 740

10.253 10.0176. 533 6. 948 6.163

. 000

. 000

. 0 0 0

.000

. 000

.000

. 0 00

.000

. 000

.000

.000

.000

.000

.2 36

. 490

.431

.574

. 828

. 190

3.589.822 6.844.519

6.192.521 7.906.456 7.646.296 8.443.079 8.360.924 7.774.628 7.021.854

6.399.661 7.95*.171 8. 592. 708

3 . 0 2,8 2,62 .7 2.2 2,6 2,2 2,21.41.5 1 . 5 1.41.01.8 1.9 1,2 1,2 1,1

0 , 81 .1

1.0 l .1 1.0 0.9 0,9 0,9 0,8

0.50.70 , 8

242.087.000

378. 399 . 384. 314. 470. 474. 548. 494 . 584. 587. 522 . 626. 939. 579. 535. 539. 594. 581. 477 . 476. 633. 630. 638. 715. 752. 914. 963. 909. 893. 840. 989.

1.068. 1.414 1.382 1.085 1. 142

619.000710.000989.000345.500783.000302.0001 20.000422.000402.000182.000446.000760.000794.000779.000909.000025.000 .313.000 .951.000 .995.000 .088.000 .893.000 .738.000 .803.000 .814.000 .691.000 .529.000 .766.000 .972.000 .904.000 .168.000 .669.000 .612.000 .336.000 .700.000 .429.000 .151.00

Adaptado de Stanley J. Stein. The R r a a i U a n Cotton Vanufaeturt; textilo «nterpriaa ir an underdtvoloptd area 18S0-1950. Cambridge, Harvard Unívereity Praia, 1957, p . 191-194. CEPAL. The Teztile Induetry in Latin Amerioa 11 - Braail. New York, United Nationa 1963 p . 17.

Page 213: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

monte de n a t u r i a poli tico-administrativa, somente procurar

se-a dominar apos, talvez, triste experiencia sacrificador-'

das nossas economias, como e dos moldes nacicnais.

É esta a situação em aue se debate, atualmente a Ir.

Austria:

0 Executivo Federal, /> pretr-xto de debelar a i nfla­

ção, ao mesmo tempo que rostrin<?.*u c Crédito Bancário, decrv-

tou o S-il^rio Mínimo, obrigando, assim, a Industria a produ­

zir mais onerosamente e sen os recursos do crédito. Enquanto

istc, as grandes compras realizadas pelos atacadistas, antes

do novo salario e o retardamento do esc'/.tarento destas merca­

dorias em poder dos comerei-inte s , estagnaram o mercado de te­

cidos. Nestas condições, com a depressão das compras, por mê*

ses seguido s, foram-se esgotando, cada v e z mais, as reservas

da Indústria, que passou a viver um regime de quasi asfixia,

de todos c onhecido e por todos sentido, mas que o governo

não procura, por medidas adequadas, dominar em seus efeitos

perniciosos; senão em resguardo de uma dc suas naioros fontes

de receita tributária, ao mesmo cm garantia da manutenção

salário de milhares de operários, ameaçados da mais crua mirs_

ria, considerando seja o extremo aniquilador a que podorã

gar semelhante situação".16

Aqui, portanto, são dois os fatores apontados:

aumento salarial c a restrição do crédito.

Entre 19 57 e 196? ? taxa média ar.ual de lucros foi

de 17,82%, um pcucc mais alta que nos cinco anos anteriores5

porém mais baixa aue no início do período 194 7/51. (Cf. T a b e ­

las ).

Em 1957, não houve lucros. 0 Relatório relativo f>.

este ano a f i m a que "0 resultado negativo apresentado neste

exercício, está infelizmente, coerente com os dados e pro­

gnósticos constantes do nosso Relatório referente ao exercí­

cio de 195fi, a despeito de todos os nossos esforços, no sen­

tido de neutralizar as causas que então se apresentavam a

justificação de tais prognósticos.

Foi-nos absolutamente impossível cobrir um aumento

considerável no custo, quando o mercado de tecidos, brusca-

209

Page 214: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

mente estacionado na época, não nos permitiu a corespondente

cobertura nos preços dc venda (que) sg mantiveram equivalen­

tes aos de 1955, (.enquanto), os diversos encargos cresceram

de maneira assustadora... "17

Os encargos mencionados são: salários e ffeguror õr.

acidentes de trabalho, cembust?veis, anilinas e energia;nlc:

desses e n c a r g o s , ha uma referência a insuficiência da trans­

formação no maquinãrin realizada nos últimos seis a n o s .

Apesar de todos esses problemas ha perspectivas dc

superação da crise fundamentadas "na melhoria gorai do merca

do no seter de vendas, no aumento que se observa gradntiv.?,

mas firmemente, nos preços de venda; redução sensível na prç>

dução nacional de tecidos; algum escoamento para o exterior,

cor. tendência a aumentar, pelo restabelecimento de mercados

anteriormente perdidos; ajustamento interno e drástico nas

fábricas, tendo em vista não apenas as circunstâncias preser.

tos. mas principalmente as futuras".1'0

F.m 19 5 8 "apesar da reação do negócios observada, o

aumento de preços, no que vendenos, não pode suportar o au­

mento de preços do que compramos, com a obrigação, ainda, dc

amortizar ou saldar, encargos anteriores, o a imperiosa ne­

cessidade de prevêr dificuldades futuras, invertendo verbas

em racionalização de trabalho, dispensa de operários e m e ­

lhoria de material em trabalho"1^. (Pelatório, 19 59).

A taxa de lucros em 1958 foi de apenas 5,76%. (Cf.

T a b e l a s ).

A partir de 19 59, os lucros sofrem um pequeno au­

mento embora o Relatório referente a êste ano continue a men

cionar os aumentos nos custos.20 fí a época de aceleração do

processo inflacionário; de acordo com Baer "a inflação bras:L

leira aue se seguiu à guerra não foi uniforme, tendendo a va

riar de ano para ano, embora as taxas de inflação • fossem

mais altas no fim da década de 50 do oue no período ante­

rior" .21

Em princípios de 19 60 a Companhia dirigiu um pedi­

do de financiamento para aquisição de maquinário ao Banco

do Nordeste do Brasil, visando diminuir os custos da produ-

210

Page 215: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

oão e melhorar a qualidade do produto. Neste ano, apesar da

taxa de lucro atingir o ponto nais alto (34,0 3%) desde 19 50 ,

(Cf. Tabelas), os diretores, através do Relatório»mostram-sr

cautelosos e preocupados com a modernização da Empresa. Afir

ma que "Tal como anteriormente, não nos permitimos um otiri.-:

mo face a tal resultado, e mais do que nunca, nos temos e m ­

penhados numa luta persistente e constante, no sentido dc-

dotar esta Companhia, de alto padrão técnico administrativo,

que lhe permita, quanto antes, atingir uma situação sólida

e capaz de e n rrentsr oualquer anormalidade que as c i rcuns­

tancias possam c r i a r . "22

Afim do atingir a meta de um elevado padrão técni­

co-administrativo o Relatório do 1961 enumera uma série de

medidas: "Para isso não temos descuidado de prescrutar ass.i

duarente o mercado de tecidos, nas suas diversas • e.v*-lecti­

vas , face à enorme diversificação de artigos procurados pro­

movendo radicais e profundas modificações quer por iniciati­

va própria ou por orientação de firmas especializadas.adqui­

rindo tanto ouanto nos permitem os nossos recursos financei­

ros, novos equipamentos de fabricação ou manut e n ç ã o , procu­

rando melhorar «;-ê*ntú nos p e m i t e , o escasso mercado do. tra­

balho bahiano, ou seja a mão de obra, indo buscá-la, quando

necessário, em outros Estados.

Cumpre-nos salientar que adauirimos uma instalação

completa de Estamparia de Tecidos, sendo a primeira e única,

r.o momento, a ser instalada em nosso Estado, e no tipo no

Pais. Esperamos inaugura-la ate o meado do proximo ano."

No exercício d e 19 61 foi inaugurada a nova insta­

lação de estamparia, e, ao mesmo tempo o Conselho da Fazenda

deu parecer favorável ao pedido do isenção de impostos para

os artigos estampados. A SUDEME por sua vez concedeu cm 10

de janeiro do 1962, isenção de 50% do Imposto de P.enda que

incidisse sobre os lucros tributáveis, até o exercício dc

1968.24

0 Relatório relativo ao ano de 1962, c otimista;

anuncia melhoramentos consideráveis, tais como a produção dc

tecidos com 90 centímetros de largura pelos teares automáti-

211

Page 216: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

cos H0lTA r e c e m - i nstalados, alem da colocação no mercado dos

tecidos estampados e flanelados. Menciona também a compra de

maquinário com recursos da própria Empresa.

Em novembro de 19 6 2 a Companhia apresenta ã SUDENL

projeto de reequipamento, solicitando empréstimo para a su ■

execução ao Banco do Mordeste do Brasil. Pretende-se com is

se reequipamento atingir condições técnicas idênticas ãs me

lhoros fábricas têxteis do p a í s . 0 futuro é encarado com con­

fiança: "0 mercado de tecidos apesar da intraquilidade políti^

ca reinante durante o exercício findo, se manteve firma e com

preços em ascensão. Acreditamos conforme opinião da CEPAL que

a demanda de tecidos n^ Brasil, será superior ã produção, ca­

so o crescimento da demanda e da produção se mantenham no mes»

mo ritmo dos 10 últimos a n o s . " 2 ^

0 otimismo quanto ao futuro, expresso no Relatório

da Diretoria da Companhia Empório Industrial do Morte de

19 62 , pareceu justificar-se no ano seguinte quando, não só

teve prosseguimento a aquisição de maquinãrio moderno, mas a

Empresa teve aprovado pela SUDEME e BNB o seu projeto indus­

trial.26

A SUDEME considerou a Empresa como "prioritária pa­

ra o desenvolvimento do Nordeste e merecedora das vantagens

do artigo 34" o que permitiu o >?umento do capital em C r $ .....

275.000.000,00 pela utilização dos recursos depositados no

Banco do Mordeste do Brasil S.A. com fundamento no artigo 34.

Além disso a SUDEME concedeu isonção de depósitos e direitos

para importação de todo o equipamento estrangeiro constante

do projeto industrial no valor de USá 748.000.000,00.27

Com o Banco do Mordeste do Brasil S.A.,ao mesmo tem

p o , encontrava-se em fase de contratação um emprestimo no va­

lor de Cr$ 1.170.000.000,0 0, a ser pago em dez anos com tres2 8anos de carência. °

Através desse mesmo Relatorio, a Diretoria agradece

a "recepção dada pelos antigos e novos Acionistas ao nosso au

mento de capital de 240.000 ações ordinárias, no valor no­

minal de Cr$ 1.000,00 cada, para atender as necessi-

Page 217: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

dades do Projeto Industrial, superando as nossas expectati­

vas e permitindo-nos, em curto prazo de tempo, ter aquele au

mento completamente subscrito".29

A COFPAITFIA Er CRISE PEPJTÍJENil .

19P3 - 1?73

E m 1963 a taxa de lucros da Companhia • foi í de

20,44% e em 1964 de 18,33%. Ho período 1963/73 a taxa média

anual de lucros foi de 3,52%. A partir de 1S65 não houve mais

lucros. (Cf. Tabelas).

Em 1964 a política financeira tío governo de comba­

te a inflação foi apontada como motivo da paralização do m r

cado de tecidos. Em consequência desta política, a indústria

toxtil, que comercializava a sua produção através dos a t a c a ­

distas, vc diminuirem as suas vendas, uma vez que estes ,afiri

de sobreviverem reduzem suas compras a um mínimo, passando r

fazer uso dos seus estoques. Em conseouência os industriair

estocavam seus produtos e reduziam e produção.30

Neste mesmo ano de 10 64 foi assinado o contrato de

financiamento com o Banco do Nordeste o qual previa inver­

sões de Cr$ 1.275.000.000,00 e mais US$ 759.000,00 provonien

te do empréstimo do BID que, reduzidos ã taxa do dia, 29 d**,

setembro de 1964, e adicionados ãs inversões em cruzeiros,to

talizaran Cr$ 2.6 56.3 80.000,00. Do total destas inversões,de

acordo com o Relatório, "Cr$ 2.081.380.000 serão financiados

pelo Banco do Nordeste do Brasil S.A., na época, o maior fi­

nanciamento concedido, e os restantes Cr$ 565.000.000,00 com

recursos provenientes de aumento de capital inclusive C r $ ...

275.000.000,00 relativos aos artigos 34 e 18 das leis da SU­

DENE" .31

Este Relatório, apresentado ã Assembleia Geral Or ­

dinária dos Acionistas em 30 de abril de 1965 ainda e otimÍ£

ta, demonstrando confiança no futuro da Empresa pois, "c con

sumo de têxteis, do Brasil, é nó momento superior à produção

e acreditamos, serão as compras normalizadas provavelmente to

213

Page 218: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

segundo semestre do ano em curso, con vantagens p *ra aquelas

industrias que conseguirem passar por esta fase de des capi-

ta.lizacao e alcançarem a bonança num regime político finan­

ceiro estável, com merendo firme c a s s e g u r a d o " .

Embora o Relatório do ano seguinte constate quo

não foram alcançados os resultados almejados o tom geral é

de t r a nquilidade,ana.lizando-se a política financeira adota­

da: "A nova ordem econômica em implantação no Brasil pelo

Governo Federal, no sentido do disciplinar todas as ativida­

des econômicas e debelar a inflação trouxe, no período findo

em dezembro, reflexos incontroláveis nas operaçles econômi-

co-sociais das Empresas.

Nao tondo ha vido tempo para substituir com recur­

sos p r ó p r i e s , ou créditos a custos baixos e a longo prazo,

o nosso Capital de Giro (que era no regime inflacionário van

tajosámente sustentado por créditos a curto prazo, pôsto que

a valorização dos estoques devido ã inflação era superior ao

custo da manutenção destes mesmos estoques) passou a ser uma

fonte do despeza, onerando o custo da produção cm mais do

1 0%.

Houve aumento de valor do ativo realizável, pois

a comercialização dos nossos produtos não se deu no 'ritmo

desejado, não nos permitindo diminuir nossos estoques cus­

teados então com materias primas, mão de obra e enorgia mais

c aras.

0 compromisso assumido com a assinatura da Porta­

ria 71, aue não se podia deixar de atender, não permitiu se

ajustassem os preços de venda com a velocidade requerida pe­

los aumentos de cu-tc do produção. A guerra de preços entre

as fábricas no 29 trimestre, cada qual lutando pela sua so­

brevivência, não nos permitiu colocar nossos produtos a pre­

ços mínimos justos.

Alem do já exposto, nosso custo foi onerado pelos

juros pagos com empréstimos a curto prazo, contraídos para e

vitar parada na execução do nosso Projeto de Reeauipamento c,

com a queda de rendimento industrial passageiro, de corrente

de interrupções para substituição dos equipamentos e cons-

- -J 214

Page 219: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

truções civis.

Os motivos acima mencionados, nao nos permitiram

alcançar neste exercício o resultado almejado. Mas seja ost.

a nossa contribuição para r e t o r n a m o s a uma Conjuntura eco-

nomica normal e o onus para alcançarmos o reequipamento dc

nossa fábrica que deverá em futuro breve, proporcionar re­

sultados compensadores".33

Eir 1966 e 1967 a política financeira do governo

cortinuava a ser o fator fundanontal para o mau desempenho

da Empresa, a julgar pelos Relatórios referentes a esses a-

n o s . 34

Em 1968 apontou-se "as condições adversas no mer­

cado têxtil, principalmente no dc tecidos de algodão, com as

vendas em declínio e a consequente acumulação de estooues".

como fator explicativo d a crise.35

Entre 1966 fi 196 8 os Relatórios expressam ainda um

certo otimismo, apesar da não existcncia do lucros, baseado

principalmente na próxima conclusão da reforma do maquinãrio

e na assistência dos órgãos oficiais.

E m 1966 a Empresa "por seus próprios recursos e

de seus acionistas conseguiu um aumento do capital no mon­

tante de NCr$ 2.0 80.000,00 sendo ííCr$l. 510. 000 ,00 com u t i ­

lização de Reservas e Reavaliação de Ativo e NCr$ 57ü.OOO,OC

mediante emissão de novas ações preferenciais o ordinárias".

Além disso a SUDENE deferiu o pedido de "recomposição de ca­

pital do trabalho no valor de NCr$ 956.000,00 em fase de ar-

regimentação de depositantes, no momento". 3Í‘

No Relatório relativo a 1967, depois de expor comc

a Comoanhia foi obrigada a vender grande parte da produção

a preços não compensados e ao mesmo tempo desenvolveu esfor­

ços para concluir o projeto de reequipamento e criar mercado

para a nova linha de produção, a f i m a - s e que, embora esses

fatores não tenham permitido o resultado almejado, oontftrse

cono certo com a compensação pelos esforços, uma vez que,

"nosso otimismo é fundamentado principalmente, pela sempre

crescente aceitação pelo mercado dos novos tecidos, como tam

bom pelo aumento constante do nosso rendimento industrial,216

Page 220: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

p or ternos concluído, no exercício findo, o nosso projeto de

reequipamento".37

Ainda neste Relatório (19G8) a Companhia expressa

o agradecimento d? Diretoria ao Banco do Nordeste do Brasil

S.A. e SUDENE pela colaboração financeira prestada, exempli--

ficando con a liberação do processo de Capital de Giro no

montante de NCr$ 844.98 8,00. Por reouisição da SUDENE a Com

panhia efetuou tawbem um aumento de Capital, com reserveis ,no

valor dc NCr$ 179.500,00, eauivalente a 5% do Capital.3 '

Em 1958 sao instaladas duas máquinas enroladciras,

ar; últimas que faltavam para a conclusão do Projeto de Ree­

quip amento.3 ®

Afirma-se no Relatório relativo a 1969 que a mo­

dernização do maquinãrio colocou a Empório entre as primei­

ras fábricas do país, embora trouxesse também problemas com

plexos. Neste ano, outra fábrica de tecidos da Bahia, a Com­

panhia Valença Industrial presta ã Empório Industrial do Mor

te serviços técnicos e administrativos. Contratou-sc também

os serviços da Price Watter House que premoveu a revisão dc

todo o processo contábil. Deliberou-se também, para saldar

os débitos da Empresa "efetuar uma desmobilização o que,quan

do concretizado dará para normalizar a situação e propiciar

ainda a criação de um capital de giro".40

Acrescenta-se que 11 Como vêem os senhores acionistas

apesar dos percalços e d ificuldades a recuperação da Compa­

nhia é um fato e há que ser conseguida o mais breve possí

v c l " .41

Segue-se agradecimentos ã colaboração prestada pe­

lo Ministro Delfim Neto, Banco do Nordeste io Brasil S.A. ,

Banco de Desenvolvimento do Estado da Bahia, Banco do Estado

da Babia, Banco Econômico da Bahia S . A . , Banco do Estado do

Sio Paulo S.A., Banco Itaú América S . A . , Bank of London, Com

panhia Energia Elétrica da Bahia, Companhia Valença Industri

al e "à b oa compreensão dos fornecedores, bem como a dedica­

ção dos funcionários e operários".*2

Os Relatórios referntes aos anos de 1970 e 1971

são extremamente suscintos4 4 , limitando-se, a além de apre-

217

Page 221: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

sentar os Balanços anuais, expressar agradecimentos aos <5r-

gãos oficiais pela assistência prestada ã Companhia.

Em 2 8 de fevereiro de 1972 a fabrica paralisa os

seus serviços assim permanecendo ate a 2a. guinzena de abril

de 197 3 auando vcltou a funcionar, a partir de julho a Com"

panhia tem nova direção, uma vez oue fora vendida a um grupo

do sul do pais, o Atlântico Sul-Comercio, Exportação o Im­

portação S. A.

Os Relatórios relativos a 1972 e 197 3 são publica­

dos er 1974. 0 primeiro é extremamente lacônico, limitando -

se a declarar que "Cumprindo determinação legal, estamos a~

presentando o Relatório do exercício findo cm 31.12.197 2.

Fazemo-lo em termo de continuidade do nosse traba­

lho de recuperaçao da empresa de vez que do aaumirmos a sua

direção, encontramos o balanço de contas de 1972 pronto, mas

sem publicação.

H o u v e , ã epoca, renúncia da diretoria anterior, fi

cando a onpr eza sob a a'Ininistração de um alto enpregadc.

Assinamos o balanço de contas no cumprimento de

formalidade estatutária e o apresentamos ã deliberação dos

Srs. Acionistas".*5

0 Relatório referente a 1973 descreve a situação

da Empresa:

"£ com a mais viva satisfação que submetemos a V.

Sas. nosso primeiro relatório de atividades ã frente desta

Empresa, acompanhaado do Balanço Geral e Demonstrativo de

Lucros e Perdas do exercício de 197 3.

Como se recorda, a Companhia Empório Industrial do

Morte vinha, havia alguns anos, decrescendo seu ritmo de pro

dução, até total paralisação de suas atividades, e assim per

maneceu durante desoito meses.

A par do problema social que representava, pois da

Empório dependiam diretamente quase mil famílias, esta Empro

sa constituia-se grave problema econômico, com um Passivo E-

xigível da ordem de Cr$ 42,8 milhões. Ademais, até 31.12.71

oneravam a Organização, dc acordo com o balançc daquela, da­

ta, Cr$ 9,3 milhões contabilizados nas rubricas "Despesas Di

Page 222: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

feridas" e "Acumulado no Exercício" do Ativo Pendente, agra­

vado com um Prejuizo de Cr$ 4,0 milhões gerado no ano ■ de

1972.

Em julho do. 197 3, nosso Grupo liderado pela Empre­

sa "Atlântico S u 1-Comercio, Exportação e Importação S.A."ad-

auiriu o controlo acionário da Empório, assumindo sua admi

nistração. A partir de então, inpumeros medidas foram postas

em prática visando o reinicio das atividades, a reorganiza­

ção e o saneamento financeiro.

Em relação a este último aspecto, destacamos com

satisfação as providencias adotadas para liauidar o Passivo

Fiscal de Cr$ 9,5 milhões que ainda seria onerado com juros,

multas e correção monetárias junto à Receita Federal, Previ­

dencia Social, Estado da Bahia e Prefeitura de Salvador.Ini­

ciamos , e já se encontram em fase conclusiva, processo de

doação de imóveis aquelas Instituições, en sua naicr parte

de propriedade de acionistas, cujo valor será incorporado aos

recursos próprios da Empório.

Com essas medidas, em substituição a um Passivo

Exigível que crescia em progressão geométrica cm consequen-

cia dos juros, multas e correção monetária devidos, teremos

substancial reforço do Capital Social, fazendo desaparecer

das exigibilidades sua principal parcela.

Junto ao Banco do Nordeste do Brasil S . A . , obtive

mos o prazo de dez anos, com dois de carencia, para liquidar

o empréstimo para investimentos, contraído em 1964, que não

teria condições de ser pago no prazo original, por força

dos fatos que ocorreram antes de junho de 197 3. Com essa im­

portante concessão, a dúvida será autoliquidável, pois espe­

ramos ter condições de pagá-la com os lucros advindos de in­

vestimento feito.

Também promovemos reavaliação de termos urbanos de

propriedade da Empório cujos valores históricos estavam to­

talmente des as soei idos da realidade. Embora o cálculo tenha

sido feito em bases conservadoras, permitiu amortizar os pre

juizos acumulados e a quase totalidade do ocorrido em 1973

em face da ausência de atividades da Empresa no primeiro se-219

Page 223: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

mestre daquele ano.

Por outro lado corrigimos o valor dos equipamentos

adquiridos com o emprestimo de longo prazo do Banco do Mor­

deste, anteriormente contabilizado pela taxa de cambio dc

dia de aquisição.

Com tais medidas, e tão logo sejam concluídos cs

processos da daçao em curso, teremos promovido o total s ü "

n e amento financeiro da Empório, liauidando er. seu Passivo E-

xipivel importante parcela de créditos privilegiados de ter­

ceiros .

Nossa ação também ven sendo desenvolvida no campo

administrativo ende estamos promovendo total reorganização

com nova definição de atribuições, poderes e responsabilida­

des, fixação de políticas e normas de procedimentos interno,

racionalização de métodos de trabalho, etc.

0 uanto a parte industrial propriamente dita, es­

tamos promovendo estudos dc profundidade sobre os equip a m e n ­

tos, instalações e pessoal ocupado, afim de estabelecer pro­

grama de produção que assegure utilização plena do parque fa

bril, equilíbrio entre os centros produtivos e eficiência rrj\

xima dos fatores de produção.

Atenção especial estamos dedicando as instalações

de acabamento para, a par do acréscimo quantitativo deseja­

do, obter também aumento qualitativo dos tacidos de nossa f¿

bricação, com reflexos altamente positivos no faturamento e

no peder de competição do mercado.

Mão poderíamos encerrar esta exoosiçao sem exter­

nar nossos agradecimentos ãqueles que possibilitaram a im­

plementação das medidas relatadas; empregados, clientes, for

necedores , estabelecimentos de crédito, e, ruito especial­

mente ãs Autoridades Covernamentais representadas pela sua

Superior Administração e Equipes T é c n i c a s , dentre as quais

destacamos o Banco do Nordeste do Brasil S.A . , Receita Fede­

ral, Instituto Nacional dc Previdência Social (INPS), Gover­

no da Bahia , Prefeitura Municipal de Salvador e Banco de De

senvolvimento do Estado da Bahia - DESENBANCO, a quem apre­

sentamos nosso sincero reconhecimento.

? 2 n

Page 224: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Permanecemos a disposição de todos para quaisquer

esclarecimontos adicionais.

A Diretoria".4 6

Os últimos Relatórios deixam entrever, mesmo q u a n ­

do seus autores tentam manter uma aparência de tranquilidade

um certo clima de fim de época.

Muitas tentativas foram feitas afim dc que a Cia.

Emporio Industrial do Morte nao sucumbisse enquanto empresa

baiana tradicional.

Não so através dos Relatórios mas também através

dos b a l a n ç o s , ao se examinar as proporções do Ativo Imobili­

zado em relação ao Patrimonio Líouido, percebe-se o esforço

realisado para a modernização da Fabrica. Em 1949, as c o m ­

pras de maouinário pesan, fazendo con que o ativo imobiliza­

do supere o Patrimonio Liquido; nos anos seguintes, conti­

nua-se adquirindo maquinãrio. A intenção ê remodelar a fábri

ca, diminuir o número de operários c passar a fabricar teci­

dos de melhor qualidade. Ao lado do ir.aquinário ing l ê s ,muitas

máquinas adquiridas são alemãs. Em 1957 e 1958 novamente o A

tivo Imobilizado volta a superar o Patrimonio Líquido. Pre­

tende-se fabricar uma nova linha de tecidos, mais finos;após

esses anos, só a partir de 19G5, até os últimos anos, o Ati­

vo Imobilizado volta a superar o Patrimonio Líquido: foi a

época d? grande reforma ao fim da qual a Fabrica esteve pa­

ralisada, quase dezoito meses.

Contudo não foi só o maouinário que pesou. Durante

a década dos 60, ao tempo em que se renova o maquinãrio cri­

ou-se uma nova linha de produção e simultaneamente adotou-se

no país uma nova política econômica que viria a golpear em­

preseis nacionais cuja situação não fosse bastante solida.

A aplicação de uma política deflacionista no m o ­

m ento mesmo em que a Empresa atingia o ponto culminante na

modernização do seu maquinãrio, além do fato de estar também

em pleno processo de mudanças na linha dc produção,funcionou

como um golpe de misericordia.

Evidentemente a Empresa tinha se atrasado bastan-

221

Page 225: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

te, desde fins da 2a. Grande Guerra, na modernização do sou

maoui n a r i o . Prova-o o f.->+o de oue sõ na década dos 60, se

instalaram teares automaticos que funcionarão ainda durante

uns poucos anos, ao lado dos teares instalados em 1891-9 3.

A situação interna da Empresa nos anos 60 pode ser

percebida através dos resultados das analises de seus balan­

ços .

A participação do Passivo Real no Patrimonio Lí­

quido, aue já ultrapassara 100% nos anos críticos de 1957-59#

volta a subir a bem mais de 10 0% em todos os anos a partir

de 1965. A aplicação de capitais de terceiros (Passivo Real)

superou o Ativo Real em 19 71-72. 0 Ativo Imobilizado, aue

já supera o Patrimonio Líquido em 1957-58, volta a faze-lo

em níveis muito mais altos a partir de 1965.

Outras causas para as dificuldades da Empresa não

parecem ter existido. 0 numero de operários, conforme fora

planejado, diminuirá de 1.500 em 1936/37 para 811 em 1958. .

Al ãr. das causas internas, as dificuldades da Em­

presa se explicarão sobretudo pelos rur.os tomados pelo pro­

cesso econômico do país.

Numa fase de integração e racionalização do siste­

ma industriais tradicionais em regiões como Mordeste tem si­

do adauiridos por grupos mais poderosos, seja do exterior se

ja do centro-sul do Erasil. A tendência crescente no sentido

do domínio do mercado por grandes corporações leva antigas

empresas ou a se integrarem com os grandes grupos ou, sim­

plesmente, a desaparecer.

CONCLUSÕES

— Mos anos 1947-1962, a indústria têxtil brasi­

leira beneficiou-se em menor escala que outras industrias

dos frutos da política desenvolvimentista.

— Esgotadas as possibilidades de substituir im­

portações e tambem de exportar para o exterior, as fábricas

de tecidos aue nesse ínterim não modernizaram seu equipamen­

to ou aumentaram sua produtividade estavam destinadas a per-

222

Page 226: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

der a cada dia a luta polo mercado.

— A Companhia Emporio Industrial do Norte, apesar

de ter iniciado a reforma do seu maquinarlo após a 2a. Gran­

de Guerra, so na decada de 60 a intensifica; teares automá­

ticos, por exemplo, so foram instalados a partir de 1962;

— Essa modernizaba- tardia poderá ter tornado a

Empresa mais vulnerável a multiplicidade de fatores mencio­

nados nos Relatorios como responsáveis pelos insucessos nes­

ses anos.

CONCLUSÕES GERAIS

1) A fábrica da Boa-Viagen, propriedade da Compa­

nhia Emporio Industrial do Norte, foi urna das maiores fábri­

cas de tecidos do Brasil até 1946.

2) O volume de sua produção atingiu seus maiores

níveis entre 1891 e 1918 e somente en raras ocasiões, poste­

riormente, voltaram a ser igualados.

3) Os lucros atingiram ponto mais altos durante

a Segunda Guerra Mundial, declinando continuamente até q u o ,

a partir de 1965, a Companhia tornou-se cronicamente defici-

t á r i a .

4) As grandes crises mundiais do século XX tiveram

efeitos algo diverso sobre seu desempenho:

la. G PANDE GVF.PBA :

a) a produção aumentou en relação aos anos anterio

res

b) a taxa de lucros declinou em relação ã fase an­

terior, o aue pode ser atribuído tanto ã excessiva dependen­

cia em relação aso fatores de produção importados da Europa

(anilinas, produtos químicos, combustíveis, peças para repo­

sição, etc.) como também, no plano interno, ao aumento dos

preços da matéria-prima.

223

Page 227: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

DEPRESSÃO DOS AT10S 30:

a) A recuperação, apos os anos em que a crise se

fez sentir de maneira mais aguda (1929/30) se fez rapidamen­

te;

b) Durante a decada de 30, embora a produção cai£

se ligeiramente, a taxa de lucro continuou a aumentar, man­

tendo-se a tendência, que se iniciara em 1923, de ; redução

das despesas;

2o. GRANDE GUERRA:

De acordo com os dados disponíveis, a produção man

teve-se, na melhor das hipóteses, estacionária, enquanto cs

lucros atingiram as mais altas percentagens em toda a vida

da Empresa. 0 fator negativo que pode ser destacado são as

constantes interrupções do trabalho devido a defeitos no ma-

ouinãrio, para o qual não se oodia conseguir peças de repo­

sição .

5) A concorrência dos tecidos estrangeiros é um

fator que só pode ser considerado como importante até 1930.A

partir dessa data os concorrentes da Empresa são as grandes

fábricas nacionais, especialmente as do centro-sul dc país.

6) A diminuição e posterior estagnação do volume

da produção da Europa, a pós 1925, sugere uma perda paula-

tiva da posição que até então desfrutava no mcrcado nacional.

7) Esta perda de posição pode se explicar conside

rando deis aspectos:

a) a perda de posição da Empresa n ão é senão um

caso exemplar de uma situação geral, qual seja a perda de po

sição da Bahia no cenário da economia nacional, e particu­

larmente do seu setor industrial.

b) A Empresa, cuja produção era colocada em grande

parte no sul (Sao Paulo e P.io Grande do Sul) sofreu ante o

desenvolvimento industrial paulista que limitou sua capacida

de de expansão não só no sul, como nas últimas décadas no

próprio nordeste.

8) A partir do fim da 2a. Guerra ?4undial, um ccrto

225

Page 228: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

atraso na modernização do sou equipamento constituí-se en

outro fator de perda de posição; esse atraso tecnológico re­

fletiu-se no tipo de produção: tecidos mais finos começaram

a ser produzidos demasiado tardiamente, auando o mercado pa­

ra esse tipo de tecidos jã estava em mãos de fábricas do sul

do país.

9) ^ política econômico-financeira,coincidindo com

o auge da reforma do maquinário da Empresa e com o início do

processo de mudanças na linha de produção, que visava fabri­

car tecidos finos, agravou a situação, e, não obstante a aju

da dn SUDENE e BNB, a Empresa tornou-se cronicamente defici­

tária a partir de 19 65.

10) Contudo, para explicar de maneira mais completa

sua presente situação seria necessário não só o exame nais

detido de fatores internos ã própria Empresa, -especiàlmonte

nos aspectos administrativos-organizacionais, mas também o

aprofundamento do exame das tendências mais recentes da evo­

lução econômica do Nordeste no contexto brasileiro.

?2B

Page 229: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

*BAER, Werner. A industrialização e o desenvolvimento c- conômioo no Brasil. Ric, F.G.V., 19 6 6 , p . 74.

2 IDEM, IBIDEM, p . 77.

3BAER, W e r n e r e VILLELA, Annibal. "C res ci m en t o In d u s t r i ­

al e I n d u s t r i a l i z a ç a o : Revisões nos Estagies do ’.Deeenvolii- m e n t o E c o n ô mi c o do Brasil" em Dados n9 9, 1972, p . 120.

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^IPIDEM, p . 29.

7 IPIDEM.

r iPIDEM, p .23-45.

' IPIDEM.

10V IS Ã O S I NT É TI C A DA INDÜS TR IA TÊXTIL BRAS IL EIR A em loc. ci t . .

^^SUDENE. Pesquisa cobre a Indústria Têxtil do Ilordeste. Recife, 1971, p . 26.

1 2 CEIN. Relatórios de 31. 3.1948. Bahia, P a p e l a r i a DoisM u n d o s , 1940,

'CEIN. Relatório p u bl i ca d o no Diario Oficial dc 27 dem a rç o de 1949.

CEIN. Relatório de 31.3.1950. Tahia, P ap e l ar i a Dois

Mundos, 1950.

1 3CEIN. Parecer do Conselho Fiscal de 28.3.1951. Bahia,

2^.3.1951.

CEIN. Relatório de 28. 3.1952. Pahin, Pa p e l a r i a Dois

M u n d o s , 1952.

1 4 CEIN. Relatório de 31. 3. 1948. Bahia, Pa p e l a r i a Dois

Mun do s, 194 0.

1 5 CEIN. Relatório de 28.3.1952. Bahia, P a p e l a r i a Dois

M u n d o s , 195 2.

lflCEIN. Relatório de 23.4.1957. A pa r ti r de 1956 os R e ­latórios não trazem o local nem a ed it o r a em que fo ra m im­

pre ss os .

M O T A S

227

Page 230: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

* 7CEIN. Relatório de 28. 4. 19S8.

i r1 ir.IDEM.

1 9 CEIN. Relatório de 11.4.1959.

jnCEIN. Relato-no de 11.4.1980.

2 1 BAER, Werner. Op.cit., p . 127.

2 2 CEIN. Relatório de 14.3.1981.

23IPIDEM.

2A CEI>\ Relatório de 12. 3.1989.

2 5CEI!J. Relatorvo pub li cad o no Diario Ofi ci al de 5 de

m a rç o de 1963.

2 *CEIN. Relatório de 30.4.1984.

2 1iriDEM.

2 P.IPIDEM.

29IPIDFM.

3 0 CEIN. Relatório de 30.4.1985.

31J IPIDEM.

32iniDEM.

33I P I P E M .

3A CEIN. Relatório de 23. 4. 1987.

— . Relatório d e 13. 4. 1988.

3 5 CEIN. Relatório de 30. 4. 1989.

3^ CEIN. Pelatório de 28.4. 1987.

3 7 CEIN. Pelatório de 13.4.1988.

3 °-J IPIDEM.

3 9 CEIN. Relatório de 30.4.1989.

*°CEIN. Pelatório de 25.4.1970.

A1i r i D E M .

4 2 IPIDEM.

4 3 CEIN. Relatório p u b l i c a d o no Diari o O fi c ia l de 4 de

Page 231: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

maio de 1971.

CEIN. R e la t ó r io pu b l ic a do era A TARDE de 25.7.1974.Os Rel ató ri os referentes aos anos de 1971, 72 e73 foram public ad os era 1974.

A 5 iriDEM.

4^CEIN. R e la t ó r io pu b li c a do em A TARDE de 25 .7.1974. (tg fe rente ao e x e r c í c i o de 1973).

230

Page 232: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

A R Q U I V O S

rpouivn do fstadq da bah ía (a e b i

- PRESIDENTES DA PROVÍNCIA: PALAS E RELATÕPIOS 1648-1888

- GnVFPMADOP.ES. VEySArrFNS 1891-1RF5- SfCRFTAPIA DE AGRICULTURA, COMMFPCIO, INDUSTRIA, VIAÇAO E

OBRAS PUBLICAS - RELATÓRIOS 1900-1938- ANAIS nn APOUIVO PUBLICO E f'USFU DO ESTADO DA BAHIA. BAHIA,

IMPRFNSA OFFICI/L DO ESTAPO - ANO IX , V0L.13, 1925- P r FSIPENCIA DA PROVINCIA - SERIE AGRICULTURA - FABRICAS. HA

CO AFO? (1329-1*87). MAÇO 4F03 (1839-1PPP)- INVENTÁRIOS - CAPITAL - .MAÇO F?fl, DDC. 3 1 895 - 1924- JORNAIS:

DIARIO DA BAHIA DIARIO DE NOTICIAS JORNAL DE NOTICIAS CO"RFIO DE NOTICIAS A PAHIA A. TARDEm m n OFICIAL

INSTITUTO GFOGRffFICO E HISTÉRICO DA BAHIA

- l.IV"n DF ACTAS DA COMPANHIA EMPORIO INDUSTRIAL DO NORTE189F - l ?d l

JUNTA COHF^CIfL DO ESTADO DA PAHIA-

- rnNTPATOS F DISTRATOS 18FB - 1973

COMPANHIA FMRftR.IO INPUSTRIfL DO NO^TE - ARQUIVO

- pELAT0RIOS DA DIRETORIA flS ASSFMRLÉIAS GERAIS DE ACIONISTASE PARECERES DO CONSELHO FISCAL 18PF-1973

230

Page 233: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

- PROSPECTO DE LANÇAÍ4ENTO, EM PASTAS COM DOCUMENTOS HISTÓRI­

COS

- DOCUMENTOS HISTÉRICOS - DIVERSOS - PASTA N9 1 - 1896

- DOCUMENTOS HISTÕRICOS - CORRESPONDENCIA, 1896

- LIVRO "DIARIO" N9 1, 1891

- CPE - PROJETO DE REEQUIP/WENTO DA CEIN - 1959, 2 VOLS.

- CENTRO INDUSTRIAL DO ALGODÃO - LIVRO DAS ACTAS DAS ASSEM-

BLEAS GERAES - 21.8.1916 a 22.12.1924

- LIVROS DE REGISTROS DE AÇÕES 1891-1961

- LIVRO DE BALANÇOS N9 1 1893-19 24

231

Page 234: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

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236

Page 239: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

A N E X O S

Page 240: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

/U'FXO 1 - CnMPf.MHIA rriP RIO IPD US TRI fL DO f'OP.TF

r ) /•CIOf’ISTAS 1PP1-1961p.) Tfirs Tpj'rsrrpm/’s isPH-iorr

Page 241: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

COMPANHIA EMPÕRIO INDUSTRIAL DO NORTE

ACIONISTAS 1001-1961

ACQUER

1 - Carmen Barboza dos Santos

AGUIAR

1 - Conselheiro José Macedo d'

2 - Alina Magalhaês Macedo

ALBUQUERQUE

1 - Dr. Affonso Pires de Carvalho e

2 - Dr. Urbano Pires de Carvalho e

3 - Commendador Salvador Pires de Carvalho

4 - Conselheiro Dr. Salvador Pires de Carvalho

5 - General Dr. Antonio Carlos Pires de Carvalho

G - Maria Clara Pires de Carvalho

7 - Dr. Salvador Pires de Carvalho

8 - Dr. Aurelio Pires de C arvalho

9 - Pedro Tenorio Carneiro de

1° - Estephania Pires de Carvalho e

11 - José Pires de Carvalho e

12 - Emelina Pires de Carvalho e

13 - Dr. Antonio Pires de Carvalho e

14 - H eitor Pires de Carvalho e

15 - Clothilde Pires de Carvalho e

16 - Oscar Pires de Carvalho e

17 - Hercilia Pires de Carvalho e

18 - Adelaide Lima Carneiro d f

19 - Milton Tenorio

ALMEIDA

1 - Francisco de

2 - Alice

3 - Maria Soares d'

4 - Manoel Joaquim d*

5 - Silvia Pontes Calmon du Pin e

Page 242: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ALVES

1 - Alzira de Carvalho

2 - Maria

3 - Antonio Dias

AMÉRICO

1 - Luis

ANDRADE

1 - Manoel Antônio d*

2 - Salustiano Dias d '

3 - Luiza Amélia da Silva

4 - Anna Vargão de

ANTUNES

1 - João Baptista

AO PORTADOR

ARAÚJO

1 - Candida Margarida Teixeira d 1

2 - Bernardino Vicente de

3 - Dr. Armando Goes de

4 - Joaquim Ribeira

AVELLAR

1 - Julio Pinto

2 - Fortunato Pinho

3 - David Pinto da Conceição

4 - João Antonio da Silva

AZEVEDO

1 - Leonardo Henrique d'

2 - Alberto Soares d'

3 - Ritta Cardoso d*

4 - Candida Chaves Soares d 1

5 - Beatriz Cardoso Costa

6 - Ivone Costa

7 - Clarice Costa

BAGGI

1 - Dr. Jacome Martins

Page 243: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

BAHIA

1 - Amelia Borges

2 - Regina Bernardete Borges

BANCO

1 - Banco Mercantil da Bahia

2 - Banco da Bahia

3 - Banco da Bolsa

4 - Banco Nacional Brazileiro

BARBOSA

1 - Agripino

2 - Auto

BARRETO

1 - Constança

BARROS

1 - Francisco Augusto Pereira de

2 - Maria Julia Teixeira de

3 - Domingos Rodrigues de

4 - Adolpho Rodrigues de

5 - Henrique Gomes

BASTOS

1 - Maria de Jesus Moreira

2 - Domingos Moreira Dias

3 - Maria Joanna Moreira

BELCHIOR

1 - Antonio Gonçalves

BITTENCOURT

1 - Polydoro

2 - Otto

3 - W aldir Tarquinio

4 - Jayme Tarquinio

5 - Avelina

6 - Luiz Tarquinio

7 - Maria

- Renato

9 - Cyro

Page 244: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

10 - Sarah

11 - Olga

12 - Dagmar Tarquini<~>

13 - Edite Tarquinio

14 - Carmcn Tarquinio

15 - W alter

IP - Polydoro Bittencourt Junior

17 - Licia Violeta Tarquinio

1C - Grasiela Tarquinio

19 - Heloisa Tarquinio

2n - Luiz Alberto Tarquinio

21 - Dora

22 - Ruth

23 - Lina

24 - Diva

25 - Gilberto Tarquinio

26 - Herv ?1 Tarquinio

27 - Rogério Tarquinio

2fi - Maria /'ngelica Tarquinio

20 - Elita Tarquinio

3n - Idelmar Tarquinio

31 - Emilia

32 - Etelvina, Julia, Brasilia, Alexandrina, Odilia

33 - Aida

34 - Adelaide Tarquinio

35 - Noemia Tarquinio

3? - Armando de L enes

37 - Anna Maria de Lemos

3P - Abilio da Silva

30 - Julia Bonfim

40 - Tarquinio Carvalho

41 - Lucia Carvalho

42 - Bittencourt, Polydoro

43 - Maria Helena da Silva

44 - Eliana Maria da Silva Pinto

45 - M i c e Maria da Silva

BITTENCOURT - continuação

Page 245: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

46 - Otto Bittencourt Neto

47 - Ana Helena da Silva Pinte

4 n - Solange Maria da Silva

BOARDM/W

1 - J anes P .

BORGES

1 - José Antonio

2 - José Joaquim Leite

3 - Leonor Borges

4 - Dr. José Bahia Diniz

5 - Francisco Amado Bahia Diniz

6 - Alzira Bahia Diniz

BO RN AND

1 - Luis

2 - Herdeiros de Luis

BOTINAS

1 - João Rosa

BRAGA

1 - Manoel Alves da Silva

2 - Ji^sé Jo^auim d'Araujo

BRANDÃO

1 - Antonio José Luis

2 - José Maria Dias

3 - Dr. Rodrigo Antonio Falcão

4 - Domingos D ias

5 - Mario

P - Domingos Dias

7 - Isabel dc Vasconcelos Dias

P - Joaquim Lopes

S - Georgina Dourado Lopes

IP - Carlos Alberto Carneiro

11 - A na Elizabeth Simões

PRITTO

1 - Domingos Affonso de Oliveira

BITTENCOURT - continuação

Page 246: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

2 - Francisco de Paula Araujo

3 - Deogracia de Araujo

4 - Maxiniano Satyro do

5 - Amelia Cavalcanti de

fi - Antonina Cavalcanti de

7 - Maria Amelia Cavalcanti de

P - Olivia Cavalcanti de

9 - Everaldino de Oliveira

ln - Antoni^ Roza

11 - Adalgisa Penalva de

12 - Antonio Rosa Britto Sobrinhn

13 - Maria Joaquina

14 - João Rosa

15 - Alberto Rosa

BURITY

1 - Aida Pedreira de Freitas

CAJADO

1 - Arthur Cesar

CALMON1 - Dr. Fr an cisco Marnues de Goes

CALDAS

1 - Yolanda Studart

CAMÕES

1 - Beatriz Pereira da Silva

CAMPELO

1 - N ilcea Chaves

CARDOSO1 - Joaauin Lopes

2 - José Lopes

3 - Maria Julia Rodrigues

4 - Alfredo Rodrigues

5 - Frederico Rodrigues

B - Virginia Teixeira Ribeiro

7 - Luiza Lopes

BRITTO - continuação

Page 247: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

CAPDOSO - continuação

3 - Maria da Conceição

CARNEIRO

1 - Paulino Lepes

2 - João P. Lopes

CARRASCOZA

1 - Dr. Pedro da Luz

CARVALHO

1 - Manoel Joaquim de

2 - Aloysio de

3 - João Alvaro de

4 - Júlia de Oliveira

5 - Elvira de

F. - Lucília de

7 - Guiomar de

0 - Adelaide de

9 - Manuel Joaquim de

10 - Carlos Joaquim de

11 - Alfredo Joaquim de

12 - Josc Joaquim de

13 - Armando Joaquin de

14 - Estephanio Pinheiro de

15 - Arthur Pires de

1 R - Anselmo Martins de

17 - D r . Le ov ig i 1 do de

in - Pamnhilo d'Ultra Freire

10 - Eduardo Vaz de

2H - Renato Vaz de

21 - Adelaide Bittencourt

22 - Maria Emilia Pinheira Freire de

23 - Sylvia Pedreira Freire de

24 - Dr. Pamphilo Pedreira Freire de

25 - Helena Bittencourt de

2P - Alice Bittencourt dc

27 - Livia Bittencourt de

2fi - Laura Borges Freire de

Page 248: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

CASTRO

1 - Manoel Lopes d'Azevedo

2 - Thomé Pinto de Almeida

3 - José d'Oliveira

4 - Thomaz Guerreiro de

5 - Bertholino Pinto de Almei^a

P - Joaquim Luis de

7 - Dr. Alcides Pinto de Almcir’a

0 - Lucinda Emilia de

9 - Carlos Luis de

ir - Egyr’io Morcira de

11 - José Luis de

12 - 7aira F e m a n d o de

CATHARINO

1 - Bernardo Martins

2 - Bernardo Martins Catharino Jr.

3 - Josauim Martins

4 - Alberto Moraes Martins

5 - Carlos M ertins

P - E^ua rdo Martins

7 - José Martins

!> - Ror’rigf» Martins

0 - Alvaro Martins

l ft - Henriaueta Martins

11 - Ursula Martins

12 - Ursula da Costa Martins

13 - ...... de Sã Martins

14 - Jorge Falcão Martins

15 - Leocadia de Sã Martins

CELLA

1 - Virgilio Della

CERQUEIRA

1 - Maria Josephina de

2 - Dr. Alexandre Evangelista de Castro

3 - Josephina de C sstro

4 - Anna de Castro Cerqueira

Page 249: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

CEROUEIRA - continuação , .

5 - Mancèl Luis dei * :

6 - Dr. João Evangelista de Castro

7 - Laurina Pedreira de

CHAVES

1 - Olimpio Máximo

2 - João Soares Chaves

3 - Francisco Mesquita

4 - Herval Ribeiro

5 - Julina Ribeiro

P - Maria Izabel

7 - Antonio Soares

* - Guiomar Marques

COELHO

1 - Adelino Fernandes

2 - Maria Elisa Fernandes

3 - Adelino Fernandes Coelho Junior

COHIN

1 - Jose Abraham

COLÉGIO DOS ORFAOS DE SÃO JOAQUIM

COMPANHIA

1 - Gama e

2 - Costa Gomes e

3 - Duarte Costa e

4 - Anselmo d*Azevedo Fernandes e

5 - Azevedo Fernandes e

P - Affonso Guimarães e

7 - Agostinho Ribeiro e

0 - Brandão Marques e

9 - Costa Irmão e

ln - Martins Guerra e

11 - Costa Santos e

12 - Cardoso e Barroco

13 - Cardoso e Dias

14 - Cardoso e Dias e

15 - C o n d e , Filho e

Page 250: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

COMPANHIA - continuação

lf> - Companhia Interesse Público

17 - Companhia Aliança

10 - Liguory e

12 - Moura Guerra, Frasão e

2H - Leonardo d ’Azevedo e

21 - Moraes e

22 - Magarão Irmãos e

23 - Pedreira e Mandin

24 - Pereira e Monteiro

25 - Rodrigues de Moraes e

25 - Silva Moreira e Souza

27 - Fortunato Pinho de Avellar e

20 - Magalhães e

29 - Sociedade Anônima Magalhães

3n - Companhia Predial e Mercantil da Bah

31 - Companhia Urbanisadora

CONCEIÇÃO

1 - Maria Emilia da

CONDE

1 - Manoel José do Conde Jr.

2 - Manoel Cerqueira

COSTA

1 - Antonio José da Silva

2 - José Antonio da Silva

3 - Hermelinda Meirelles da

4 - Antonio Severiano da Costa Junior

5 - Henrique

6 - Anna Peixoto da Silva

7 - Candido Ferreira Jorge da

0 - Dr. Henrique d'Almeida

9 - Isaura Cardoso

lfi - Farmacêutico Arnaldo Cardozo

11 - Dr. Januario Cyrillo Costa Netto

12 - Dr. Mario Cardoso

13 - Dr. José Alves Cardoso

Page 251: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

COSTA - continuação

1 4 - Beatriz Cardoso

1 5 - Elisa Cardoso da

If - Antonie Ferreira Jorge da

1 7 - Antonio Severiano da

1 ? - Andrelina Emilia da Silva

1 0 - Thomaz Pinheiro de Souza

20 - Thomaz Esmeraldo

2 1 - Edmundo

22 - Clarice

2 3 - Hilda

2 4 - Alice Pires

25 - Alnir Guimaraes

26 - Valter Lucas da

27 - Aguinaldo Lucas da

2 Q - Orlins Lucas da

2 0 - Maria Bernadette Lucas da

30 - Maria de Lourdes Lucas da

31 - Constancia de Frcitas

32 - Arthur Pires da

33 - Lucilia de Carvalho Moura

34 - Josephina Lucas da

35 - Carmen de Freitas

36 - Helena de Freitas

37 - Regina de Freitas

3" - Frrnar.do de Freitas

30 - Marieta Medrado

4 P - Francisco de Azevedo

COUTO

1 - Antonio Joaquim do

2 - José da Silva

CRUZ

1 - José Antonio da

2 - Manoel Barroco da

3 - Ajítonio Vicente da

4 - Antonio Ruas da

5 - Maria da Conceição Ruas¡ d¿

Page 252: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

CUNHA

1 - Joaquim Teixeira da

2 - Emilia Snares da

3 - Maria Emilia Soares da

4 - Fenriqueta Soares da

5 - Fnp9 Arnaldo Pinenta da

P - Marieta Gonçalves do Passo

D ALT RO

1 - Joaouim de Cerqueira

DANTAS

1 - Nclmar Chaves

DIAS

1 - José Joaquim Fernandes

2 - Antonio Alves

FALCÃO

1 - Dr. Antonio Victorio de

FARIA

1 - Américo Silvestre r*e

2 - Augusto Silvestre de

3 - José Augusto de

4 - Maria Luiza de

5 - Luiz Affonso

6 - Lydia

7 - Eduardo Américo de

0 - Candida Elvira de Souza

FELL

1 - Joseph Lyon Fell Jr.

2 - Maria Edelmira H.

FERNANDES

1 - Anna de Azevedo

2 - Anselmo d*Azevedo Fernandes Sobrinho

3 - João d'Azevedo

4 - Isaura d'O l i v e ira

5 - Adriano Gonçalves

Page 253: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

FERRAZ

1 - Firmino Pedreira do Couto

FERREIRA

1 - Contra-Almirante Dr. Joaquim Leal

2 - José Rodrigues Soares

3 - EtP.lvina

4 - José da Cunha ' r

5 - Comendador José Alves

- Dr. Joaauim Leal

7 - Isaura Leite Leal

P - Dr. Eduardo Leite Leal

0 - Dr. Dureal Leite Leal

1° - Mario Leite Leal

11 - Carmcn Leite Leal

12 - João Leite Leal

FFTAL

1 - Cândido

FIGUEIRA

1 - Antonio Lopes

2 - Jayme Lopes

3 - Álvaro Lopes

4 - Eduardo Lopes

5 - Alzira Fernandes

FIGUEIRAS

1 - Nareizo Figueiras Filho

FILGUEIRAS

1 - Dr. Luiz Antonio Filgueiras Sobrinho

2 - Maria José

3 - Marianna da Costa.

FIGUEIREDO

1 - Hortencia Alves de

2 - José Rebello de

3 - Vicencio Constantino

FLORENCE

1 - Maria Rita Chaves

Page 254: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

FONSECA

1 - Virginia Lopes C a?dnSo da

FORTUNA

1 - Joaquim d? Silva

? - Joaauir dn Silva Fortunato Sobrirhr

3 - José da Silva

4 - Francisco Jnsé da Silva

5 - /lmci rinda

s - Zuleide

7 - Francisco J^sé d,-> Silva Fortuna Netr

FRANCA

1 - Salvador

7 ~ Elisa

3 - /uta

4 - Maria Jose Coutinho

5 - Frederico Ferreira

P - Newton Ferreira

FRAS?0

1 - Manoel

7 - Celina d ’Azambuja

FRF IT AS

1 - Felona Costa Pedreira de

7. - Lydia O'-sta Pedreira de

3 - Joaauim José de

4 - Arthur de

5 - Carmen Spinrla de

P - Maria Antnnieta Costa Pedreira de

7 - Maria José Costa Po-’reira <-’e

° - Dr. Aderbal Costa. Pedreira de

0 - Henriaue Costa Pedreira de

1° - Ermelinda P^sa Britto de

FUNDO DE BENEFICIENCIA DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DA BAHIA

1 - F.E./*.C.P.

GAMA

1 - Joaauim Vidal

Page 255: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

GARCIA

1 - Alice M ?r: a Vilas B^as

GOES

1 - Dr. Innocencio Marques Araujr

GOMES

1 - The<~>doro Teixeira.

2 - Antonio Osmar

3 - Clara Bahia Borges

GONÇALVES

1 - Laurina Amelia

2 - Eng9 Durval de Araujo

3 - Dr. Francisco J e m n y m c

4 - Contra-Almirante Armando Augusto

5 - Capitão de fiar e Guerra Alberto /-ugusto

P - Maria José Costa Diniz

GORDILHO

1 - Coronel Pedro Alves de Lima.

2 - Adriano dos Rois

3 - Almir <"’e Azevedo

4 - E d g a r d

5 - Pedr**» dos Reis

P - Dr. Mario dr Lacerda

7 - Dr. Raphael de Lacerda

f? - Dr. Juvenal de Lacerda

fl - Maria Helena Catharino

1° - Dr. Virgili^ Ramos

11 - Luis Martins Catharino

12 - Margarida Martins Catharino

GUIMARÃES

1 - Antonio José Pereira, da Silva

2 - Pedro Rodriguez

3 - Rosalina Maria de Sousa

4 - Dr. Domingos Rodrigues

5 - Guilherme d'Ultra

6 - Virginia d'Ultra

Page 256: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

HASSELMANN

1 - Frederico Antonip

2 - Henrique

3 - Adolpho Fortunato

■+ - Palmira Augusta Magarac

5 - Frcd.o.rico /‘r.tor.io Hasselnann Jr.

6 - Maria Icolina

HORLER

1 - Adolpho

2 - Adolpho, E r n e s t , Aline

HOSPITAL PAPA CRIANÇAS DO líISTI^UT0 DF PROTEÇÃO A INFANCIA

JESUS

1 - Enrenheiro Eliseu Mario de

JOSÉ

1 - Manoel

KOCK

1 - Carlota Castro P.ebello

l A z a r o

1 - Francisca Rosa Brito

LEAL

1 - Dr. Eugenio Teixeira

2 - Joaauim Josc Teixeira

3 - Guilherme Teixeira4 - Honorina Augusta Teixeira

5 - Maria Luiza T. Teixeira

LEITE

1 - Antonio G^nes

2 - Dr. J^sé Dantas de Srusn

3 - Viriato Bittencourt

4 - Maria Amelia Dittencourt

LIGUORI

1 - Luis Hermenegildo

LIMA

1 - Paul dr. Figueiredo

Page 257: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

LIMA - continuação

2 - Benjamin do Figueiredo

3 - Hortencia de Figueiredo

4 - Agostinho Dias

5 - João /lberto d*Araújo

F - Pedro Alexandrino da Roch?

7 - Clotildo Sã Pereira ni?s

Q - Benjamin Franklin de Figueiro.

LISBÖA

1 - Frederico Meirelles

2 - Anisia Bittencourt Leite

3 - Américo d« Carvlaho

LOPES

1 - José Joaquim Vieira

2 - Maria Crnstança Guir.arães

3 - Antonio Joaquim Vieira

4 - J'-'se Joaquim Vieira

5 - Dr. Jo ã o Vieira

6 - Amalia

7 - Rosa de Oliveira

0 - M^ria Cantonilia Bezerra

LUZ

1 - Euvaldo Freire ''o Carvalho

2 - Rosa Borges

MACHADO

1 - Domingos Ferreira

2 - Manoel de Souzp

3 - Fernando Ferreira

4 - Luis Ferroir?

5 - Raymundo Ferreira

6 - Angelina

7 - João Baptista

P - Arthur Ferreira

D - Georgine Ferreira Santos

1^ - Eduardo Ferreira S.

11 - Maria Idalina de Almeida

Page 258: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

m a h / l f / t s

1 - Jcsé da Costa

2 -- Pereira de

3 - J r = o n i b c i r o dr- H o u z a

4 - /lherto de Souza

M A C A p J n

1 - Francisco Goncs

2 - /lavro Francisco

3 Arthur Francisco

ii - Jo?o Francisco

5 - Francisco Gores Mapar"o Junior

1 - Joaauir Gonçalves

2 - Jos ó Gonçalves

3 - José Poreir^

u - José Lopes dr A zevedo

5 - A m a /relia d 'Azevedo Gonçalves

F - Eloisa Pittrncourt Seixas

7 -- Elisa Maria Bitto.ncourt Seixas

- Licia n5.ttoncourt Sr-ixas

r - Ppppto Bittencourt Seixas

MAT’DE PLI

1 - Marie Posa Vieira

MAî’D I M

1 - J o p auir Podriruos da Silva

MAF50

1 •• JopquiiP

? - /lico Carneiro

3 - Joaauir Me.rso Jr.

4 - I'ario

5 - Amelia Maria Dias Lira

P - »«aria Dias Lira

7 - F r e d e r i c o D i a s L i m a

WARELI”

1 - Jos? da Cunha

Page 259: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

MARIGLIANO

1 - Alice Maria Ribeiro dos Santos

2 - An^ré Augusto

MAROUES

1 - Fausto (■’’Oliveira

2 - Cândida Ribeiro

3 - Joaauim da Silva

MARTINS

1 - Francisco, Adelaide, Maria, Stella

2 - Dr. Raymundo Mendes

3 - Augusto

MARTINEZ

1 - Antonio Monteiro

2 - Mario Martins Monteiro

MASCARENHAS

1 - Argemiro de Castro

MASSORRA

1 - Anezio

2 - Joaauim

MATTOS

1 - Fernando Cardoso Mattos Filho

MEDEIROS

1 - Antonio Garcia de Medeiros Netto

MEIRELLES

1 - Dr. Menandro dos Reis

2 - Emilia Bittencourt Leite

MELLO

1 - Lecticia Lopes Bandeira de

2 - Commendador Josão Dias

3 - Manoel Freire de

4 - Almerinda Leal Pereira de

5 - Silvfirio Bandeira de

6 - Julia Maria Bandeira de

7 - Silvia Teresa Vieira Lopes B. de

0 - Joaõ Bandeira de Melo Meto

Page 260: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

C - José Ban^eira de

MENDES

1 - Josephina 'Je Castro Rebollo

2 - Dr. Antonio Pacheco

3 - Joaouir Ferreira

MENESES

1 - Lionidio r’e

2 - Eduardo Americo de

MESQUITA

1 - Lyc'io Pe.rejra de

2 - Eliana Sales de

MI PANDA

1 - Dejanira Fipueiredo Tarauinio

MfiCHO

1 - Antonio Rodrigues

MONI 7

1 - Aufustc

MONTEIPO

1 - José d,-> Nova

2 - Anna Magalhaes da Crsta

3 - Dr. Ra.riro Affrr.so

4 - José N^vaes

5 - Alfeu Rodrigues

MORAES

II - Miguel Francisco Rodrigues de

1 - Clara Cesar de

? - Fred^rico Rodrigues dr

3 - Eduardo

4 - Arthur

5 - Marieta

P - Laura Rodripucs de

7 - Miguel

n - Oscar

0 - Helena

10 - Carlos

Page 261: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

MELLO - continuação

11 - Maria Constance

12 - João Francisco Rnr’ripucs

MOREIRA

1 - Antrnio Domingos da Silva

2 - A^olpho

3 - Antonio de Sous? Santos

4 - Dr. Angelo de Souza Santos

5 - José Pinto ds Silva

6 - José de Mendonça Mattos

7 - Joaouin Soares da Silva

P- - Alexandrina Soares da Silva

0 - Luis

ln - Celina Sé Pereira Silva

11 - Cristina Pereira

MOURA

1 - Pedro Affonso

2 - Manoel Martins de

MÜLLER

1 - João Carlos

NAHIR

1 - Maria

NEVES

1 - José Paptista r’as

2 - Raphael G.

3 - Hermelina de Castre

OLIVFIPA

1 - Manoel Duarte de

2 - José Rodrigues de

3 - Duarte d'

4 - Duarte d ’Oliveira Jr.

5 - Joaõ Martins dc

F - Virginio Moreira de

7 - Augusto Marques de Oliveira Junior

ft - Maria Amalia Borges de

ORDEM 3a. DE S7.0 FR/NCISCO

Page 262: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

OUBINFA

1 - Manoel Garrido

PAES

1 - Firmino José

p.ATM

1 - Antonio Eliseo

PALHARES

1 - José ^orquato

P/RAISO

1 - Maria Julieta. Bahia Borges

PASSOS

1 - Dr. Manoel Caetano ■'"Oliveira

2 - José Canuto de

PATO

1 - Manoel Gonçalves

2 - Antonio Gonçalves

PEDREIRA

1 - Francisco Jose Rodrigues

2 - Manoel Rodrigues

3 - Si lio Machado

4 - Angélica de Gordilho

5 - Gilberto Gordilho

P - Mario Gordilho

PEDROSA

1 - Manuel José Pedrosa Jr.

PEIXOTO

1 - Comen^a^or Manoel da Silva

2 - Joaauim da Silva

3 - Anna da Silva

4 - Fernando da Silva

5 - Manoel da Silva Peixoto Filho

P - Dr. João da Silva

PEREIRA

1 - Francisco Pinto Gonsalves

Page 263: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

PERFIJV - continução

2 - **aria Emilia Silva M.

3 - /lice Leal Sá

*+ - /lfrer’o Leal 5á

5 - Lino Leal Sã

P - Augusto Leal Sá

7 - Maria Leal Sá

fí - Henriaue Leal Sã

? - /'ntonio Le^l Sã

lr - F e m a n d o Le^l Sã

11 - Arthur Leal Sá

1? - Cabriola Leal Sã

13 - Raphael Leal Sã

14 - Antonio Leonardo Pereira Filho

15 - Virpilina Leal Sá

IP - Carlos Leal Sa

17 - Lino de Sá

IP - M anoel Francisco

Ia - /Ibirn F^rranr’os

?.f) - Conselheiro Braulio Xavier dp Silva

21 - Flvir? r’a Silva

22 - Pr. Braulio Xavier da Silva Pereira Filho

23 - Elvira Lima da Silva.

2U - Margarida Maria Faria da Silva

25 - Ponato Faria da Silva

2P - Eduardo Faria da Silva

PJVTO

1 - Joaouir. da Costa

2 - Conselheiro Antonio de Ceroueira

3 - Antonio Moniz

4 - Manoel Fiusa

5 - Joaouina Fiusa

P - Repina Spinola Siqueira

piitho

1 - Dr. Joaouim Wanderlev de Araujo

2 - Celina Gordilho de Araujo

Page 264: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

PIRES

1 - Uenceslau

2 - Mari? Isabel Costa Piros Filha

3 - Leal /Ivares

4 - /urclia T h e r e za

5 - PaVre Francisco rle Assis

PITOMRO

1 - Flsa França

P0L7TN

1 - Virginia

POMTES

1 - Henriouc Ferreira

7 - TV. Frederico

3 - Dr. Honrinue Ferreira Pentes Filhr

^ - Dr. Eduardo Ferreira

S - Mpria Emilia ^e Souza

P - Dulce Ferreira

7 - Mgria Luisa Ferreira

P - Guiorar

"• - Telia Tarouinio

ln - Sylvia Tarouinio

11 - Luiz Tarouinio

12 - Oscrr ^arouinir

13 - Juliets Tarouinio*

14 - Georpina Ferreira

1 5 - Colina Tarouinio

PORCÏUNCULA

1 - Juliet^ Ribeirc

PORTO

1 - /ntonio d'Araujo

2 - Manoel d'Araujo

PORTUGAL

1 - Antonio Barbosa

0UFIR07

1 - M a r i lia Studart Ramos de

Page 265: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

m u XT' D/

1 - Adolfo

RAM"1?

1 - Coronel Peinerit-. Martins

2 - Rodrigo Jose

3 - /lvarr do Araujo

FANGEL

1 - Dr. Manoel dos Santos

PEAL SOCTED/'DE PORTUGUESA DE BENEFICFNCI/1

PEBFLLO

1 - João Baptista do Castro

7 - Dr. Affrnso de Castro

PFGIS

1 - Oonendador Laurindo Alves d'Oliveira

PEIC

.1 - José Gonsalves d'Oliveira

2 - Virginia da Conceição Lopes dor;

3 - Antonio Caetanr Lopes dos

PFOUI.^O

1 - Florn Pinheiro

2 - Josuina Carolina

3 - Leopoldina Jesenhin-'’

RESENDE

1 - Fduardn Coelho do

2 - Maria Chaves do

PIBEIPO

1 - Alzira da Silva

2 - Agostinho Cândido de Souza

3 - Fnvpdio /ugusto Sã

4 - Virginia Paranhos Teixeira

5 - Helena Figueira

P - João Vicente

7 - Dr. Carlos Tei::eira

- Maria de Vasconcelos

P - Isabel Teixeira

Page 266: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

RIBEIRO - continuação

1° - General Dr. Alberto Teixeira

11 - Almerinda Teixeira

12 - Herdeiros de Francisco Teixeira

13 - Mario dr Vasconcelos

14 - Oscar Vasconcelos

15 - Fernando Vasconcelos

16 - írinsn^o Vasconcelos

RIOS

1 - Carlota Liguori

2 - Dr. Arthur Cezar

3 - /rthur Cezar Rios Junior

ROCHA

1 - Luis Ferreira

ROLLEMBERG

1 - Elizete Fernandes (* e Faro

RUAS

1 - João Baptista

2 - Joaauim da Silva

3 - ^lfre^o da Silva

U - Joaauim Puas Filho

5 - Francisca

F - Palmira Silva

7 - Julia < a Silva

0 - Francisco r’a Silva

SOCIEDADE BENEFICIENTE 24 DE JULHO

S*

1 - José de

2 - João Teixeira de

3 - Maria Teixeira Ribeiro de

4 - Angelo (■’e

5 - Francisco ^e

6 - Nair Pedreira Freitas

SALLES

1 - E^ith Silva Pereira

Page 267: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

SALLES - continuação

2 - Nelson Pereira

3 - Newton ^a Silva Pereira

4 - Nivaldo Pereira

SAMPAIO

1 - Antonin Leonardo da Cunha

2 - Joaauim de Mello

3 - Lealdina da Silva

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

SANTOS

1 - Carlos Ferreira

2 - Antonio Luis Ferreira

3 - Eduardo Augusto Ferreira

4 - Jose da Costa Santos Jr.

5 - Menuel Luis Ferreira

p - Aurélio Raymundo d->s .

7 - Alberto Leal Dias dos

í1 - Raulo Leal Dias dos

° - Mario Leal Dias dos

1^ - Maria da Gloria Dias ^os

11 - Raphael Barboza Dias dos

12 - Wilson Saback Dias dos

13 - Carmen Figueira r’os

14 - Adelina Ferreira

15 - Antonio Jesuino dos Santos Junior

IP - Augusto Vianna Ribeiro <o r

17 - Lucia Spinola Ferreira

Ifl - Josephine rigueiredo dos

SCHMIDT

1 - Hilda da Costa

SENNA

1 - Carlos

2 - Maria Stella Souza

3 - Eleonora de Souza

SILVA

III - Leopoldo José

Page 268: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

SILVA - continuação

1 - Lino Meirelles da

2 - Umbelina Mcirelles da

3 - Alzira

4 - Antonio Joaquim Leite d.a

5 - Augusta. Maria de Araujo

f - Dr. Antônio Cardoso o

7 - Dr. Cineinato Pinto da (Conselheiro)

" - Gustavo Adclpho Pereira da

0 _ Fortunate A u g u s t o da Silva Junior

lr - Alnerinda Martins Catharine da

11 - Franc isco Pinto d.a Silva

12 - Alice Catharino Meirelles da

13 - Maria Eugenia da

14 - Fliza Fmilia Tavares da

15 - Augusta Maria d'Araújo e

16 - Maria Clementina de Carvalho

17 - Almerinda Meirelles da

Ifl - Alfredo Cardoso da Motta e

1° - Dr. Egydio Moreira de Castro e

20 - /ugusto da Motta

21 - Adelaide Costa dn Motta

22 - 7uleika Prisco ^a

23 - Adelaide ^e Carvalho

24 - Nelson França da

25 - Francisco Vasconcelos E.

SIMÕES

1 - Ernesto Sinões Filno

SOARES

1 - José da Cunha

2 - José Antonio

3 - Instituto Antônio

4 - Helena

5 - Candid^

P - Bernardo A.

7 - José

n - Eliza França

Page 269: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

F0U7.A.

1 - Dr. Manoel d*Assis

2 - Efrosina Oueiroz Porte de

3 - José Rodrigues de

4 - Corina Rodrigues de

5 - Flisa Rigand d'Abreo r*

P - Beatriz Rodrigues de

7 - Maria Ca.rclina Pinheiro defs - Dr. G aiçalo Porto de

r. - Luiz Amancio Tarquinio Porto

10 - Joa nna Mattos

11 - Antonio Mattos d e

12 - Noemià Tarquinio Porto ^e

13 - Amancio José de Souza Neto

14 - João Augusto Tarnuinio de

15 - Stella Tarciuinio de

ir - Antonio Carlos Tarquinio de

17 - Adelaide Tarquinio de

1« - Letícia Tarauinio dc

1« - ^arieta Ribeiro de

SP I NO LA

1 - Dr. Colombo Moreira

2 - F.lsa da Silva Pereira

3 - Paulo da Silva Pereira

STUDART

1 - Antonieta <*e Silva Pereira.

2 - TV. Jorge Fernando Pereira

3 - Fernando de Moraes

TANAJURA

1 - Manoel Ladeira

TARQUINin

I - Luiz Tarquinio

1 - João

2 - Wàldemar

3 - Alvàró

4 - Adelaide de Figueiredo

Page 270: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

TAROUIHIO - continuação

5 - Celina

P - Eduardo

7 - Luiz Tarouinio Filho

p - Maria Luiz?

9 - Mario

1" - Stella

11 - Dejanira Tarquinio de Miranda

12 - Luiz Carlos

13 - Waldir

14 - Adelaide Tarquinio Filha

15 - Raphael

1F - Noemia

17 - Juvenal

IP - Dalila da Costa

10 - Maria Jose da Costa

2° - Albertina Pereira

21 - /nerica

TAVARES

1 - Maria Esther Meirelles

TFTXFIPA

1 - Herminia Enilia

2 - Eliza da Costa

TORRES

1 - Evciny do Prado

2 - Luiz Pedreira

3 - M aria Margarida Pedreira

4 - José Antonio Pedreira

5 - Margarida Enilia Pedreira

r - Manoel Eduardo Pedreira

TOURINHO

1 - José Caetano

2 - Ocatcilio Ariston de C a r v al ho

3 - Guiomar Marques

TUVO

1 - João Baptista

Page 271: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

USÉL

1 - Augusto Cesar de Sousa

VARJ?0

1 - Samuel

2 - Anna

3 - Samuel Varjão Júnior

4 - Stella dos Santos

5 - Luiz Eduardo

p - O r l o s Alberto

VEHET

1 - Charles

VI A NNA

1 - Francisco Sampaio

2 - Dr. Conselheiro Luis . •

3 - Manuel da Cesta Rodrigues

4 - Dr. Oscar

5 - Balbina Pereira

P - Hilda Leal Ferreira

7 - Augusto Oesar Vianna Meto

fl - Alice Maria Catharino da Silva

- Carlos Martins Vianna Junior

VIEIRA.

1 - Dr. Severino dos Santos

VIL LAS BOAS

1 - Jaime Lopes

2 -Maria Julieta Calmon

3 - Maria Julieta Calmon (filha)

4 - Jaime Vilas Boas Filho

5 - Gilberto Calmon

p - Francisco Calmon

7 - Augusto Calmon

H -Tereza Maria Calmon

9 - Antonio Calmon

ln - Miguel Calmon

11 - ^aria Constança Calmon

12 - M?ria Lucia Calmon

Page 272: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

VILLAS BOAS - continuação

13 - Paulo Calmon

ZAGALLO

1 - Laura Candida Cardoso

Page 273: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

N 0

1895189 61897189 818991900190119021903190419051906190719081909191019111912191319141915191619171918191919 2019211922192319 2419251926192719 2 8192919 30193119 321 °3 31934193519 36193719381939194019411942

COMPANHIA EMPÕRIO INDUSTRIAL DO NORTE

AÇÕES TRANSFERIDAS

1 8 9 5 - 1 9 6 5

S A Ç Õ E S T R A N S F E R I D A S

1 . 9 9 3

9 1 3

4 7 0

1 . 4 9 5

3. 87 5

1 . 2 5 4

1 . 0 7 5 1 . 3 9 9

1 . 2 6 3

7 2 0

4 8 9

9 2 3

6 5 5

7 2 7

2 3 1

2 5 2

2 5 2

27 5 2 7 5

4 30

4 3 0

4 2 01 . 0 5 4

9 4 2

1. 5 3 2

84 7

79 8

1. 3 2 8

1. 5 5 4

2 . 2 6 4

1 . 5 3 3

1 . 3 4 8

1 . 4 5 6

7 3 6

5926 2 2

3 3 9

866134249

4. 7 6 6

5 . 0 4 2

5 . 0 7 2

Page 274: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

continuação.

A N O S A Ç Õ E S T R A N S F E R I D A S

1943 3101944 2.0521945 3481946 831947 1.4551948 1. 39 81949 17819 50 1.1681951 19419 52 3.78319 5 3 20019 54 1.6291955 11019 56 5801957 6721958 3. 5941959 1.16019 60 3.1581961 1.19 61962 1. 8361963 13.8391964 10.1391965 39.021

FONTE: CEIN — Relatórios da Diretoria 1896-1973Livro de Ações Transferidas 1904-19 62 Documentos Históricos - Pasta n9 6.

Page 275: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

AflEXO 2 - CO RR ES P O ND Ê NC I A Of LUIZ T ARQ UI N IO

CARTA A J.O.RPUDEPEP - 1T7P CARTA ' J .n . r r ’U^EPE'î - 1892 r.'PTA A SEP.2FDELO COPREIA 1S03CARTA nr HAMOEL VITOPIHO / LU17t; rout mio - i pn7CARTA A LE^PY BEAULIEU - 1GOP carta ;or rcionisTAS - 1902

Page 276: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Bahia, 6 de janeiro de 1879.

Snr. Bruderer

— Sua carta de 5 dc janeiro fez com que seja hoje

mais prolixo sobre o câmbio e sôbre tudo que com êle tem re­

lação.

Em primeiro lugar exporei alguns estudos que tenho

feito sôbre a questão, respondendo depois a diversos tópicos

de sua carta. Incitado pelo interesse de descobrir a causa cx

traordinária da baixa do câmbio por que passamos, apresentei

â mesma o seguinte argumento: NÃO PODENDO HAVER EFEITO SEM

CAUSA COM A BAIXA DO CÂMBIO NAO PODE HAVER EXCEÇÃO A ESTA RE­

GRA GER/iL E ASSIM ELA DEVE SER DEVIDA A DIMINUIÇÃO DA OFERTA

F.M RELAÇÃO A PROCURA E FALTA DE CONFIANÇA NO GOVÊRNO E A GRAN

DE CAPITAIS ATÊ ENTAO PARALISADOS F REMOVIDOS, AGORA, A BAIXA

DO CAMBIO E DO CAFf A ESPECULAÇ7.0. Qual deve ser a causa? Se­

ria o papel-moeda? — Segundo a ordem estabelecida procuramos

saber a proporção havida entre a oferta e a procura tomando

por base do cálculo a praça do Rio, centro e termômetro dos

negócios do País. Achei que a exportação foi em 107 8 de

1 0 6 . 6 62:0 0n $ contra 110.02 0: 00 0 $ em 77; — 1 04 . 02 0 : 0 0 0 $ em

76; — 1 2 1 .2 7 5 :0 00$ em 75. Sendo a importação 9 7 . 3 7 0 : 0 0 0 $ con

tra 0 9. 55 8: 0 00 $ em 77, 9 1 . 0 47 :0 00 $ em 76, 9 2 .2 9 0 :0 0 0$ em '75.

— Achei que a diferença da exportação para a importação foi

de 29 . 5 8 5 :0 0 0$ en 187 5, de 13. 1 6 0 : 0 0 0$ em 76, de 2 9 . 4 7 0 : 0 0 0 $

em 77 e apenas de 9 . 2 7 2í 000$ em 1P70. Ouanto âs relações do

Governo com o País nenhum estremecimento sofreu, o que prova

que foram transportados para a Europa 1 4 0 . 9 2 2 : 0 0P$ , contra

1 4 5 .4 9 3 :0 0 0$ em 1877. A remessa em l p70 do apólices veio ain­

da comprovar êste fato por isto que tendo em 1377 o Cotegipe

emitido apólices de 6% 97 o atual Ministro emitiu ao p a r e sa

bendo os tomadores que ia-se lançar um imposto sôbre os juros

Page 277: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

das mesmas*» — -Os jur^s auo pãg*sva*.o Tesouro per.suas lotrss

era de 5 «• ^.1/2^ a h r j a * ? de 3:.a.-3.1/?%. — Existia?- alRuns

capitais Ti>.r~lisaò.p*. porcn Conforme passe a exp^r. — Er- cor

ta corrente v ?• p r rzr fixr- exfstiam nes ’ div*»rs os Bancos * do

Rio em 1°?7: • 7 • :

Janeiro

7 4 .up 4:ooo$

Abril

4 P .çcu:ooo$

Julho

72.546:000$

Outubro

72.591:000$

Er. 197 8

Janeiro

72.412:000$

Abril

72.729:000$

Julho

93.939:000$

Outubro

85.330:000$

Fevereiro

9 5 . 5 84 :0 00 *

Maio

37.279:000$

A pôsto

71 . 81 3 : 0 0 0 $

’'ovemhro

71.4 39 : 00 0$

Fevereiro

7 1. 43 8 :0 00 $

Maio

7 2. 78 1 :0 00 $

Aposto

9 1 . 7 4 1: 00 0$

N o v e m b r o

7 F . 818:000$

Março

65.850:000$

Junho

70.425:000$

Setembro

73.515:000$

Dezembro

72. F.83: 000$

Março

74.551:000$

Junho

85.645:000$

Setembro

89.850:000$

Dezembro

83.778:000$

Em jnlho havir* o maior depósito havendo uma difer^n

ça para mais, comparada com o ar.o anterior, de 21. 390:000$ *,cn

outubro era de 12.299:0n0$ e com a diferença que parece ter

dininuido neste ínterim, 8.400:000$, nenhuma diferença sofreu

o cârbio. — Em novembro com a diferença 5.379:000$ foi q uan­

do o câmbio mais caiu.

Comprou-se no:

1? semestre de 1878 6.734:502$ no 299.818:864$

" " " 1877 7.301:962$ " " 9.122:458$

" " " 1R7B 6.685:961$ " " 7.993:841$

Page 278: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

/pesar dc scr maior a importação a remessa de saque

foi menor do quo devia ser, tomando por base a porcentagem sô

bre a importação na media dos anos anteriores. — A diferença

pois é de 16.686:000$.

Como se pode ver pela seguinte exposição:

A importação nos anos de:

Importação Saaues comp.

1870-71 175.310:000$ 287.425:000$ ou 164% s/a importação

1872-74 289.795:000$ 492.223:000$ l! 166% " " II

1875-76 183.750:000$ 296.688:000$ " 161% " " 11

1877- 82.570:000$ 145.942:000$ i i 162* i i i i tf

1878 97.390:000$ 1^0.933:000$ .. 1U4% ii t i ft

Deixado de remeter pelo Governo 6.223:000$

Sendo a remessa menor é lógico que não foram desta"

cados capitais paralisados para câmbio. Os depósitos destina­

dos nara coppras dc saques devem sor o oouivalentc â quanti­

dade que d d x o u de ser remetida, isto c , 11.£88:000$ o nuc

combina con os depósitos no mês de dezembro que mostra um au­

mento sôbre ¿ozembro de 1877 de 11.095:000$.

A baixa de preço do café foi muito sensível tendo

tocado ao preço mínimo de 4900 rs. por 10 quilos e a tabela

inclusa mostra que muita influência teve na baixa do câmbio

procurando o exportador por meio de um melhor câmbio a dife­

rença que não podia obter dos independentes vendedores.

Tocaremos agora a questão do papel-moeda. Se bem.

oue o Decreto de 18 de Abril autorizasse o Governo a emitir

60.000:000$000 de papel-moeda só foram emitidos 32 .000 : 000$000

de papel-moeda só foram emitidos 32.000:000$000 e êstes mes­

mos aplicados 90 00 contos em resgates dos bilhetes do Tesouro

gue venciam 5 a 5.1/2%, sendo sua importância reduzida de

45.000:000$ a 36 mil contos que são uns 3 a 3.1/2%, havendo

uma economia anual de 1.170:000$ contos. Os outros 23.000 con

t^s foram empregados em farinha, milho e feijão para os pro­

vinciais flagelados pela sêca. A prova mais evidente que se

Page 279: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

podia dar e que n?.o foram aplicadas cambiais, é que o Govêrrv

nr semest/e de maio a outubro de 78 comprou apenas 559.000:0 0 0^

contra 1.210:000$ no mesno período.

Sendo a diferença resultado da venda dc Independên­

cia c da suspensão dr diversas comissões na Europa, a emissar

do papel-moeda por si só nada influi sôbre o câmbio. Existr

atualmente en circulação 181.270:000.* que juntos a 27.H5‘»:M50Í

do notas dos Bancos faz ur total do meio circulante de

208.93 3:5073. — Para um País onde não há outra moeda, pare­

ce não ser elevada a dita sona, considorando que os capitais

dos diversos Bancos do Império elevam-se a perto de

12^.000:000$. As precedentes emissões nenhuma influência ti­

veram sôbre o câmbio. — Em maio de 1875 foram emitidos perto

de 10.000 contos e o câmbio, que era de 26.5/8, subiu no mês

de junho até 27 sendo progressiva a alta no resto do ano por

causa do empréstimo. Sendo decretada a última emissão en IP

de abril, o câmbio sustentou-se até princípio de novembro,

auando hrus car.onte caiu. — Os títulos do empréstimo de 75,

que são os que mais se procuram no jôgo na praça de L o n d r o s ,

também não sofreram nenhuma alteração em suas cotações. F

eram cotados em Londres em: narço 9 2 a 9 3 — abril 92 a 93 —

maio 91.1/ 2 ? 93.1/2 — junho 92 a 93. — Tudo isto prova a

nenhuma influência da erissão sôbre o câmbio. — Em vista do

supra exDosto nao posso conceber como no cambio tivesse in-

fluido a emissão. — í pois opinião minha que a baixa do câm­

bio foi produzida pelos miseráveis preços a que chegou o cafe

e de alguma especulação de pessoas que esperam o tempo da sa­

fra para comprarem saques.

As tabelas juntas m elhor ajudarão qualquer juízo.

Passando do Dassado ao futuro procurei ver se podia prever um

pouco o futuro. Para isto crlhi os seguintes dados do passa­

do. — De 187 2/79 procurei ver de quantas arrobas de café ti­

nha sida cada s a f r a } quantas foram vendidas no primeiro senes

tre de julho a dezembro e quantas no segundo de janeiro a ju­

nho a fim. de ver em que se baseava, a costumada baixa do câm­

bio nos meses de março a junho. Como acontece sempre seguimos

uma marcha normal. Eis o resultado:

Page 280: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Safra total Embarque 19 Idem 29 senos tro

Semestre

1872/3 3.040.042 S . ea 1.699.834 = 56% 1.340.826 = 44%

1873/4 2.067.493 " 1.092.963 = 53% 974.610 = 47%

1874/5 3.206.367 " 1.699.671 = 53% 1.506.996 = 47%

1875/6 2.889.990 " 1.645.400 = 57% 1.244.590 = 43%

1876/7 2.781.642 " 1.521.332 = 55% 1.260.310 = 4 5%

1877/9 2.632.743 " 1.585.243 = 61% 1.046.501 = 39%

187 8/9 4.000.000 " 7.994.680 = 44% 2.515.320 = 56%

Importação Saques reduzidos Sobre a importçãc

a réis

1870 80.580.000$000 112. 2 í55: 000$00c 164%

1871 94.730:000$000 175.540:000*000

1872 94.760:000$0 00 126.615:000$000

1973 99.750:000$000 168• 7 50:000Í0 0C 166%

1P7U 96.295:0001000 1«?!+. P5*: 000*000

1^75 92.290:000$000 166.200:000*000 161%

1P7P 91.460:000$000 130.489:000$000

1877 89.550:0000000 145.943:000$0 00 162%

1 °7 9 " 7.3°0:000$000 140.^33:000*000 144%

Fe acrescentarmos 7no OflO arrobas que o governo dei

xou de comprar, isto é, 6.223:000$ teremos as remessas de 70

con 147.156:000$ ou 151% sõbrc a importação ficando para ser

comprada a diferença de 12% ou 11.686 contos em 79 (-7 — ).

(— ) — Parece justificada a baixa do ano de 70.

(— y) — Esta diferença é a que que se acha depo­

sitada nos Rancos diversos nos rnos anteriores.

Demonstração das vendas de cafe compradas com as

vendas de cambiais do 19 de janeiro a 30 de junho nos anos do

1876/7:

Importancia do café Saques

1P76 44.045:130$000 59.470:000S000 135%

1077 50.638:000$000 64.914:000$000 12°%

1 P7 R 37. 629: 786$00" 59.^69:710$000 159%

Page 281: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Idem nos mesmos anos dc julho a dezembro

"P76 53.917:695$n0r 71.065:423$0pn 131',

1377 56.252: 231$P"n 31.531:997$0PP 123^

1373 65. 531: lí?5$nnn "1.066:70P$PPP 3 2 3%

En vista destas cifras compreendemos a baixa do câ n

bio no princípio dc 1370, por isto que as necessidades regu­

laram 159% sôbre o café vendido; mas a do fin do ano sõ pelo

cue ja disse se explicará. — Polo que fica exposto vê-se aue

nos primeiros meses do ano as necessidades regulam 132% sôbre

o valor do café e que nos últimos 6 noses se bem que o medium

era de 125%, deve-se considerar alguma cousa menos em virtude

de s^ren alguns outros produtos do país exportadas mais de ju

lho a dezembro do que de janeiro a junno.

Posso esclarecer o seguinte problema:

Fendo no primeiro semestre de 1^76 a importância de

café vendido, de 44.045:330$Pn0 e as necessidades dc saques

de 135% s ôbre a mesma, variando n câmbio do 26.1/2 a 23.7/3;

Sendo nc mesmo p e r í o d o de 1^7 7 o valor do café do

5^.f 30 :27n$onp e as necessidades de 123% variando o câmbio de

25.1/P a 23:

Sendo no mesmo tempo em 137? o valor do café de

37.B20 :7 3 f$oop e as necessidades de 150% variando o câmbio de

24.1/2 a 22.1/4;

Oual deve ser o movimento do câmbio no primeiro se­

mestre de 1070 havendo para vender-se 73.46r':000$ de café e

sendo as necessidades de 74. 2 0o : por$ <~u 95%?

Preciso explicar onde fiu buscar as cifras para fa­

zer esta exposição sôbre o primeiro semestre de 1379.

Cor,o fiz ver na página 3 as necessidades de canfoi-

ais regulam o medium de 163% sôbre o valor da importação, ten

do sido a importação em 1073 de 9 7 .3 0 0:00 0$ deveria ter-se re

metido 150.342:0op$ menos 6 . 223:r'no<t cue n governo remeteu de

menos = 152. 619: f'n ^$ . — Remetendo-se 14*“. 033 : 0 0$ ficando,

como jã disse na página 3, 11.6 3fi:P0P$ — Em compensação cal

culando a safra total do café em 4.5^0.000 sacas; apesar de

jornais informados como o "Jornal do C o m é r c i o " darem 5 m i ­

Page 282: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

lhões rie sacas tomando como disse a safra U.500.000 sacas teri

do-se embarcado de julho a dezembro apenas 1.9Q4.680 sacas

calculei bà 2. 515. 320 ao preço nédio rio dia, que c 5$200 por

1° ouilos e cujo resultado é o que já expus. C lógico que va­

riando preço do café varia a base rie3te cálculo.

Tonei para base das necessidades de cambiais mais

do medio das compras nos últimos anos (de janeiro a junho) ,i£

to é, 7 milhões de libras inclusive as 131.OOP sacas que dei­

xaram de ser remetidas em 73 e que serão remetidas em 1 07?5.

— A maior ou menor importância fará variar êste resultado.

— Prescindo de tirar conclusões* As informações sôbre que

fundei meus cálculos são extrairias rie riocumentos oficiais.

Passo a responder â sua carta.

A minha tristeza pelo negócio não se traduz por de

sãnimo, Sr. BrudeVer: sou daquelas naturezas que aumentam de

energia na proporção das calamidades por que passam. 0 passa­

do não deve servir de obstáculo ao futuro mas de lições. Ele

mesmo nos tem mostrado que só a boa vontade, a calma, a ener­

gia podem trazer depois de um desastre uma série rie triunfos.

0 desânimo é a morte. Não se julgar capaz de superar os obstá

culos é prescindir dos fõros de homem, porque para a inteli­

gência e perseverança não há obstáculos que se não possa ven­

cer. Só a matéria cai para não mais se levantar, o espírito

não. Depois de tocar b abismo pode sopetar nos astros. Permi­

ta Sr. Bruderer uma observação sôbre o período em que o Sr.

diz DEVÍAMOS TER APROVEITADO 0 CRÉDITO NA BAHIA E MUITO BUR-

RAMENTE FIZEMOS 0 CONTRARIO.

Só adivinhando se podia ter feito isto. Quem pode

fazê-lo? Ouem poderia prever que o preço médio do café que

ainda em maio era de 6100 em setembro era de 5700 h avia de

cair a 4 90^ em novembro apesar do câmbio?

0 govêrno precisava menos ciue nos anteriores. A s a ­

fra era calculada em 5.noo.n0o de sacas: — A importação ge­

ral era a mesma: tinha-se feito forces economias no país: a

dívida externa estava reduzida de 1 milhão de libras. — Quem

não esperaria melhor câmbio em fins de 7 R? — Diz o Sr. que

não pode se perdoar. C uma injustiça que faz a si mesmo. Nin­

guém fêz o que o Sr. diz que se podia ter feito. Os próprios

Page 283: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

credores de Londres, êste foco de financeiros, nâc se atemo­

rizaram com a emissão e os fundos brasileiros continuaram r

ser bom cotados, As remessas seguiram o seu turno natural cr-

mr ja mostrei. Remctendo-se até r.mn s do que se devia ter fei

to. Onde osta o êrro? Não troquemos as palavras, não houve cr

re, houve infelicidade. Se o café r.ão tivesse baixado tanto,

se por consequência o cambio fêsse a 24, tínhamos errado?

£ nreciso julgar-nos c o m o se o fr>to não estivesse

consumado. Não ficamos com alguns jogadores que só depois de

acabado o jogo e que acusam-se dc ter e r r a d o , sem lembrarem

que antes não viam as cartas dos companheiros e que no fim

elas estavam patentes.

Diz o Sr. — "Se caíssemos a 2n no fim de janeiro?"

Poderíamos d izer: se fôssemos a 24 no fim de janei­

ro?

As remessas q\:e fizemos por telegramas seus foram

quase têdas a 21.1/4 e 21.1/° mínimo de ciue teria havido. En­

tretanto remetemos sem pedido seu as remessas de 22.S / P ,

2 2.1/4 e 22.

Informo-lhe que podemos comprar em ocasião dada

rn.ron sacas sem riscas, dividindo-as com o Banco Mercantil,

Marinho, Conde, Banco Inglês Glym, Sohramm, Brandão, Cândido/

Ferreira e Jorge Costa.

Nem o governo comprou mais saques do que precisava

c nem os particulares compraram o aue precisavam como já de­

monstrei. o câmbio pode subir, mas porque há muito cafe para

vender-se, não nos portos mas em mão dos lavradores que p or

cauáa dos maus preços não mandam. — Vendemos no mês de janei

ro 165.nf,0 sacas contra l nP mil do ano passado. Os preços ao

câmbio de 21 dão ni.5/^% sôbre a venda. — Espero mandar 2.000

contos e se não houver cousas extraordinárias o ano de 70 de­

ve p agar o prejuízo dc 7C. Para isto não descanso. Garanto-

lhe que farei todo possível para livrar-me do remorso de ter

concorrido para os maus resultados dc 7 P . — Só poderei sair

d ao ui em I o de março. — Traduziram-me perfeitamente as car­

tas do Barth; porém nem êle nunca disse que o câmbio in cair

nem tao pouco estava muito bem informado, como passo a lhr

Page 284: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

demonstrar. — 0 Governo nos meses rie setembro e outubro sn

comprou 36 3. r>00 contra 504. 000 em 1 "77. — Hão foram c-

mitidos 6 0.pon contos mas 32. o n contos. — A dívida extr^.na

do Brasil é atualmente de in milhões de libras. — A intern'1

fundaria, a flutuante é atualmente rie 4 3.1/2 milhões rie li­

bras. — Papel-moeria 20. Total: ^1.50^.00^ } c não 96 mi­

lhões de libras. — Nao havia 27.nnn;OPP firn deposite pare sa­

ques como já demonstrei. — Quanto â redução rios juros ^as a-

polices a 5% eu faria se Ministro fô-sse. Sempre pensei que os

vim— st imos internos são os naiores entraves que se pode pôr

ao progresso do país e ãs finanças rio Estado. Além disso es­

tabelece uma injusta riesigualria.de que oferece resultados con­

trários a tôria a ciência, econômica m o d e r n a , porque o que mais

possui paga menos impostos rio que o que menos possui. 0 Esta­

do recebeu rio indivíduo 1.00C$p p p em moeda pa.pel a juros rie

6% quando lhe convinha pagar tais juros, hoje sé pode pagar

juros de 5%, está no seu direito riizenrio as rocebcr seu conto

de reis ou eu sé lhe pago 5%. Pois quando medíocres rieved.ores

a.^nam dinheiro a 3% o Estado deve pagar a 0%? a mediria é tão

boa que estou certo não se realizará. Já se fala em que ape­

nas um impôsto será lançado sôbre os jur^s — Temos um Minis­

tro inteligente e resoluto; porém sem a calma necessária para

negócios rie cifras e talvez mesmo sem energia para arcar con­

tra as exigências rios deputados que são outros tantos parasi­

tas do tesouro público. Muitas queixas so. têm levantado sôbre

os oiversos Ministros que temos tirio mas se estudarmos bem os

negócios veremos que os deputados e senadores são os que obrjL

ga m os Ministros a praticarem atos escandalosos achando in­

felizmente homens sem a fôrça necessária para reagir e sujei­

tando-se a tôda sorte de exigências. As sessões das Câmaras

não dão em resultado senão concessões de lotarias, pensões,

licenças, gratificações e tôda sorte de favores. 0s orçamen­

tos não são discutidos porque a maioria dos deputados nada en

tende disto e muitos dêles não sabem fazer uma conta rie m ul­

tiplicar. 0 povo não pode reagir poraue 5/6 não sabe ler e

nem escrever. De índole refrataria ao trabalho e ao estudo o

brasileiro só pr ina por uma crassa ignorância ou por conhe­

Page 285: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

cimentos muito superficiais das causas. Não temos uma extrer-

ignorância a par de extrema sabedoria, como na Inglaterra ,nen

tao po*ce esta burguesia da civilização e da instrução err

na Fe landa, Pélgica, Alemanha e França; o que temos é muir

ignorânc*a c o que se chama sábio é o que passava por char­

latão entro qualquer grupo dor. que estudam verdadeiramente r.

ciência. — Vai longe esta carta. Vou t r m i n a - l a respondendo'

a sua última de 17 de dezembro. — Estimei ouc não tivesse

feito as chitas alemães: cs padrões não prestam. Chitas so

feitas por mim m e s m e . A qualidade da gravura c a fixidez nada

valer. coir. o mau padrão. Tenho empregado toda a fêrça para ver

der c^m brevidade as chitas francesas. Dipa a H;?nhart que não

nos mande mais nada do 15/9. — Estnu ansioso p o r ter infor­

mações mais exatas sôbre o pretendido empréstimo. — Aceite

lembranças de todos e as do ar.9 g t 9 .

a) Luís Tarquínio.

Page 286: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

B a h i a , 30 de n o v e m b r o de 189 2.

— Snr. Bruderer.

— Recebi os papeis concernentes ao negócio Meu-

r o n . Li com tôda atenção tais documentos e confesso-lhe que

não me surpreendi, porque o que se passou com o Kohler c o

que se passa com a grande maioria dos que não tiveram a fe­

licidade de nascer de pais fidalgos: jã pelo nascimento, jã

principalmente pela fortuna. A inteligência, a atividade,

o trabalho e a dedicação dos pobres e plebeus só têm valor,

só merecem a.Drêço, para os grandes corações, para as almas

nobres, para os espiritos privilegiados, como o Sr. os pos­

sui. Para o vulgar dos homens, tais predicados são conside­

rados como matéria sem valor e a oual cada um julga dar o

preço aue entende, sempre garbosos de sentimentos generoso,

por mais miseráveis que de fato sejam. Esta é a verdade. Pa

ra um Bruderer há um milheiro de Borels no mundo; e é pre­

ciso que assim seja porque no dia em oue a Justiça genero­

sa e salutar se achasse em maioria no mundo, perderia sua

importância por perder o privilegio da raridade, sem que d_i

minuisse o número dos culpados, pois que não diminuiria o

número dos ingratos e o Sr. sabe que a generosidade, a bon­

dade, a benevolência, são muitas vêzes germes que fazem bro

tar a ingratidão em lugar do reconhecimento. 0 seu amigo

Kohler procede como homem de brio, se recusar de seus ex-

sócios qualquer oferta que lhe seja agora feita ainda mesmo

cue venha encapada por una satisfação qualquer. 0 homem que

é ferido em sua dignidade não aceita do ofensor nem a sua

salvação, /té êste momento ainda nada ouvi falar a tal res­

peito por ao ui. Mão esperarei que me digam alguma coisa.Por

mim mesmo tornarei conhecido o procedimento dos chefes da

casa Meuron em relação ao sustentáculo da mesma casa, ato

aue por ser vulgar não deixa de ser miserável. / respeito

da política e finanças, tenho esperanças que ao abrir-se o

congresso em Maio se votará uma lei vazada nos moldes de ini

nha proposta. P isto ao menos o que me dizem os senadores e

deputados aue voltam ao Rio agora. 0 negócio do Rio está um

Page 287: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

póuco:'prr'rdo ror culpa'dav.estrada dp ferro., .»nui na Bahia po

rnn ' <?ste nuí.to bon, principalmente porque *a estarão ten cor­

rido marav_lhoGar\ente bem. Lembranças e ur abraco do /n9 Wt9

Qbd9 —

a) Luís Tarquínio.

Page 288: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Fxm9-. -Rr.Dr.Serzedelo Correia— - Conforme* minha

carta de 21 do corrente e neus telegramas de 17, 20 e 21 do

mesmo acuso recepção dos que V.Ex. me dirigiu em 20 e 21.—

Pelo vapor CLYDE aue ontem deixou êste põrto para Europa,

remeti aos S n r s . N.M. Kotschild & Sons uma primeira via de

7 f ino L por conta do Tesouro Nacional do Brasil como V. Ex.

vera pela cópia da carta aue escrevi a êstes banqueiros. —

Depois de recolhida pela Alfândera 160:000$ autorizei ao

Banco da Bahia <^ue levasse o debito do Tesouro a importân­

cia de 130:246S431, importância das 7 000 & remetidas e que

tinham sido compradas ao mesno banco. Junto cópia desta or­

dem. — Polo portador remeti a V.Fxcia. as segundas vias

seladas e guardo em meu poder as 3as. vias que neste caso

devem ser memetidas aos Snrs. Rotschild para serem utiliza­

das em caso de extravio das primeiras. — V. Excia. me dirá

por telegrama se auer que assim faça ou se devo remetê-las

tambem ao Tesouro. — Em relação ao recolhimento de dinhei­

ro no Banco da Bahia conbinei con o Sr. Inspetor da Alfân­

dega para aue fôsse feito diretamente poraue o Banco boni­

fica juros de 2% ao ano e consequentemente é mais convenien

te assim do que guardar nos cofres da Alfândega. — Quanto

a garantia e segurança aue ofernce o Banco posso asseverar

a V.Excia. que tanto o da Bahia como o Mercantil são tão

bons como os melhores e nem sombra de suspeita pode pairar

sobre a sua importância e honorabilidade. Por isto tudo po­

de V.Excia. ficas absolutamente sossegado. Conforme m eu te­

legrama comprei ontem mais 1 000 L a 12.3/4 para as malas

de 4 e 13 de abril. Estando o câmbio no Rio a 1 8.S/S acho

aue foi boa a operação, tanto mais auanto com as compras a-

oui lucra o Tesouro não só a. diferença da taxa do câmbio

como as despesas que faria o dinheiro daaui remetido pela

/lfândega ao Tesouro além dos dias que se adianta com a re­

messa feita desta praça em vez da do Rio. — Parece-me que

V.Excia. vai verificando ser vantagem a compra do cambiais

aqui o aue é para mim uma satisfação por ter sugerido tal

medida que oferece ainda outras vantagens que não mencio­

nei. — Como jã escrevi a V.Excia. nenhuma despesa tem aqui

Page 289: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

c mesmo despesa con telegramas en não conto e estou sempre

muito satisfeito quando posso prestar um serviço ao pais

ainda aue fazendo algum dispêndio. 0 que desejava, porem,

se fosse possível é uma recomendação à repartição telegrãfi

ca daoui p?ra expedir com urgência qualquer telegrama qut:

eu mandar a V.Excia. Faço êste pedido porque estão sempre

a reclamar aue o telegrama só podr ser expedido com demora.

Permita V.Excia. aue agora lhe lemhre a remessa dc notas de

500 rs., 1$ e 2$ e moedas de bronze e niquel. V.Excia. não

se figura aue calamidade e falta de trocos. Ate agora ser­

viam de moedas fichas dc passagens de enrris urbanos; mas

o Sr. Ministro do Interior mandou ordem para que elas sejam

recolhidas dentro de 30 dias. Sei aue estou me tornando im­

pertinente com êste negócio de miúdos mas V.Excia. sahe nuc

nada peco para mim, nem para amigo meu, o que peço é em be­

nefício da Bahia da qual sou filho e auc desejo ver sempre

livre de embaraços no seu desenvolvimento e por isto sou

desculpado. — Sempre às ordens de V.Exc- como Patrício e

Am9 Mt9 0bd9

a) Luís Tarauínio.

Page 290: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Amigo e Snr. Luiz Tarquinio

Rio 2 8 de Abril de 18«7.

Esperava ir visitar a família e os amigos na 3ahia

e nesse ocasião lhe agradeceria os serviço aue prestou ao neu

governo e os testemunhos de apreço e de pesar cor. que me dis-

tinguio quando faleceu meu presado Pae. Mão me perraittiran,

porem, os trabalhos e exigencias políticas aos quais estou*in

felizmente escravisado.

Rogo-lhe que aceite os meus sinceros agradecimentos.

Desgraçadamente pouco se poude fazer c muita cousa que se a-

chava em v ia de execução creio aue não se fará.

Continuo a nutrir ar, mais séries apprenhensões acer

ca de nossa situação econômica c financeira e sinto que vão

anniquilando as ultimas esperanças. Como sabe os nossos com­

promissos de governo no exterior sobem a mais de cinco i-'mi­

lhões esterlinas e, com a taxa dc cambio aue se vae produzin­

do, ao lado da grande baixa do café que deve aggraval-a, ab­

sorverão as nossas vendas de alfândega, nada restando para as

despez^s internas. 0 meu cnnenho de arrendar as estradas c

vendar diversas enprcsas e capitaes estrangeiros foi seriamen

te contrariado com os incidentes do desastre de Canudos er.

r.ua repercussão aoui no Rio e do rctrahinento aue produzio no

espirito enprehendedor do capitalista europeu, diante da amea

ça constante a ordem publicr e és garantias de vida c propric

dade. Foi uma fatalidadu que se tivesse deixado praticar tão

tristes desatinos. Não sei de aue recursos poderá o governo

lançar mão e atordoa-me a possibilidade de aue queirao ainda

uma vez lançar mão de novas emissões. Digo-lhe tudo isto en

confiança; nada sei dc p o s i t i v o ,... da maior reserva, en que ne

collocou a vinda inopinada do Prudente.

Há de procura-lo ahi uma pessoa aue ne foi reconmen

dada por um amigo a auen devo muitas finesas e muita affcição,

desejo que o colloaue em serviço da fabrica onde pode ser mui

to util. Levará um cartão meu no qual não vae u na simples a-

Page 291: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

presantação e sim um. pedido de vivo intéresse.

Disponha sempre

do anigo e admirador

Manoel Victorino

Page 292: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

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Page 293: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

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CA RT A DE M A N O E L V I TO R IN O A LUIZ TA R QU I NI O

£1.2 e 3

Page 294: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Peris, 13 de Maio de l?>n.

Snr. Paul L e r o y - Beaulieu

Peço-lhe perdão por ousar escrever-lhe sem ter tido

a h^nra ric lhe ser apresentado.

?ou brasileiro, não -"»penas porque nasci no Brasil

mas porque amo meu país de todo o meu coração.

Eis senhor, o único titule que posso apresentar-lhe

como justificativa da audácia em escrever-lhe.

Meu . pais sofre no momento de um mal que até agora

nao foi bem compreendido por aqueles que o estudaram.

f, verdade que existe uma crise financeira no Brasil

não apenas para o governo federal. Para o país ela não é se­

não monetária devido ao grande volume ^e papel moeda oue exis

te em circulação.

A Constituição do Brasil por sua má distribuição

d o s 'impostos colocou o Governo Central numa posição falsa lho

reservando os direitos sobre a importação e ceriendo aos Esta­

dos o imposto sobre a e xp o r t a ç ã o que sempre foi recebido :em

ouro. o mais simples raciocínio nos diz que no momento cr. que

o Governo Federal se encarregava do serviço da divida externa

era p r e c i s o atribuir-lhe também o i mp o s t o que p rr ma elasti­

cidade permitir-lhe-ia fazer face => seus compromissos no caso

de una depreciação da meeda.

0 r e s u l t a d o desta falta constitucional c que a Uni­

ão sefre en seu crédito, o Governo se encontra en sérios en-

baraços financeiros ao lado de Estados prósperos e com finan­

ças florescentes.

As coisas não podendo continuar desse modo e sendo

verdade aue se a mreda não se desvalorizasse como aconteceu

este erro não teria efeitos tão desastrosos, restava ao Gover

no Federal tomar medidas sérias para valorizar a moeda.

Page 295: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

A unica medida eficaz, en minha o p i n i ã c , seria re­

tirar o excesso de papel moeda que permanece em circulação.

Neste sentido escrevi no Diário da Bahia de 29 ric

Março o artigo que tenho a honra de subneter a sua sábia apre

ciaçao. Estarei certo? Terei aconselhado uma medida cujos e-

feitos serão salutares para o Brasil?

Ao senhor, que sempre considerei conn um dos mais

capazes mestres da mais difícil '■’as ciências que é a econômi­

ca, encaminho essas duas interrogações.

0 senhor ama sua bela França, estou certo; pode por

tanto compreender que, se abuso de sua paciência á porque, de

início, tenho uma cega confiança en todas as suas opiniões,

em seguida por desejar ser, tanto ouanto possível, útil a meu

p a í s .

Queira aceitar, Senhor, a afirmação da mais alta

consideração e admiração de

Seu devotado

Page 296: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

"Senhores Acionistas:

Os abaixo assinados, por võs eleitos desde o início

da nossa Empresa, para dirigí-la, entenderam desde logo, ba­

seados na razao e nos bons princípios, associar à prosperida­

de da Companhia, isto é, aos nossos interesses, o bem estar

do operario. £ assim que ao mesmo tempo que se assentavam os

alicerces da fábrica, levantavam-se os pilares da Vila Operá­

ria.

Não faltou quem naquela ocasião censurasse a Dire­

ção pelo dispendio com edifício para alojamento dos Operá­

rios, para casas de instrução, armazéns, etc., etc. chegando

até alguns acionistas, por isto a venderem suas ações, tão

errado julgavam o proceder da Direção.

Felizmente contava ela com o vosso apoio, quasi unâ

n i m e , e poude, de acordo com o seu programa, elevar a nossa

Empresa ao inexcedível grau de prosperidade em que ela se a-

cha. Êsse programa foi e será de inteira dedicação ao traba­

lho administrativo, justiça e retidão para aqueles que traba­

lham.

Nas grandes indústrias, como aquela a que nos dedi­

cámos, em um meio pouco industrial com o nosso, o braço que

trabalha vale pelo menos tanto quanto a cabeça que o dirige,

ou o Capital que o vivifica.

Os abaixo assinados, sempre estiveram disto conven­

cidos e têm feito tudo quanto lhes tem sido possível em pr5l

do bem estar dos seus operários: Alojamentos confortáveis, ba

ratos para uns, gratis para os que trabalham há mais de 5 a-

n o s , instrução, água, luz e serviços médicos, todos gratui­

tos, já são fornecidos. Isto, porém, não basta: é preciso que

depois de 10 an os de bom trabalho e comportamento o operário

pelo menos, tenha uma casinha sua, onde possa alojar-se e a

sua família, sem precisar lembrar-se do senhorio: é preciso

aue não haja mais crianças que deixem de frequentar as esco­

las por falta de roupas: é preciso que aquêles que se senti­

rem enfraquecidos pelo trabalho e pelas moléstias , possam em

lugar apropriado refazer as fôrças perdidas sem cogitar dos

Page 297: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

meios para isso necessários; ê preciso finalmente que o ope­

rário da Companhia Empório Industrial do Norte veja nêle- uma

mãe carinhosa e grata com que êles poderio contar nos momen­

tos difíceis, e que por isto devem amá-la, manifestando o seu

amor pelo trabalhovoluntário e dedicado, único realmente pro­

dutivo e profícuo.

É um fato que algumas vezes o benefício faz nascer

o ingrato; mas louco seria o agricultor que deixasse de se­

mear, com receio de que alguns grãos deixem de germinar.

Para completa realização de seu programa, a Direção

da Empório vos pede autorização para dispender com socerrros,

auxílios e prêmios aos bons operários, a quantia equivalente

a 10%, da oue fôr elevada a conta de Lucros Suspensos.

£ bem pouco para v ó s , mas é muito para aqueles que

trabalham, porque ê necessário para aliviá-los das necessida­

des e garantir-lhes em parte o futuro.

Esperam os abaixo assinados que lhe concedais a au­

torização pedida.

Bahia, 24 de Maio de 190 2

(Assi) — Leopoldo José da Silva e Luiz Tarquínio.

Page 298: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

^ppcpiç^.o ?,?. vil;. opFf’7r’i,f

Page 299: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

VILA PPFPflP.i;

1. DFSCRIÇÃO DA VILA OPER/.P.I/'

A Vila Operária de propriedade da Cia. Empório In­

dustrial do Morte, situada S Av. Luiz Tarquínio, Salvador, Ba

hia, Ó constituída de 8 (oito) blocos de 2 (dois) pavimen­

tos — /, P,, C, D, E, F, G, H conforme planta de situação, fo

lha 1-2, centralizados por uma praça arborizada com 1.530 n^

onde situam-se a estátua do Sr. Luiz Tarquínio fundador dp

Companhia: uma escola com dois pavimentos; uma creche situada

no bloco E com um pavimento e um conjunto denominado coopera-

rativo situado no bloco F o qual c constituído de uma a m a -

zpm de gêneros alimentícios, de uma loja de tecidos c de um

açougue.

Entre os blocos c para circulação dc pedestres exi£

tem ruelas pavimentadas com 7,5m por 84m que dão accsso ã Av.

Luiz Tarouínio.

Considerando-se a linha leste-oeste passando pelo

centro da praça têm-se no lado sul os blocos A,B,C,D,E o do

lado norte os blocos F,G,H. 0 conjunto reune 15 (quinze) re­

sidências tipo A e 243 (duzentos e auareenta e três) tipo B

localizadas d a maneira que segue. 0 bloco A á constituído

de 22 (vinte e duas) residências numeradas de 2 a 44 sendo a

residência de n9 2 do tipo A com 177m^ e as demais do tipo

P com 7l,fl5m^. Os blocos B,C,D,G,H en forma dc U tên em cada

Page 300: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

perna do UU 22 casas numeradas dc 2 a 44 e de 1 a 43, sendo

2 do tipo A e as demais do tipo P. IJo bloco E situam-se a

creche e fl casas nuneradas de 1 a 7 o de 2 a 8, sendo 2 do ti

po A e as demais do tipo P. Finalmente no bloco F onde si­

tuam-se o a nr. az em de gêneros alir entícios, a loja de tecidos

e o açougue existem 8 residências numeradas de 1 a 7 e de 2 a

P, sendo 2 do tipo A e as demais do tipo B.

2. rsP F C iP icaçoes T f a n c / s

A - Residências

1) Fundações —

São de alvenaria de pedra brut--1.

Foi empregada argamassa dn traço 1:8 cimento

e arei c.

2) Estrutura —

2.1 — As estruturas dos prédios são de alvena­

ria de tijolo e assoalho de rr.de* ra com taboado dc 3,8 x 23cn

p barrotes do 7,5 x lOcm.

2.2 — Madeira ennregada.

Os barrote*’ são de madeira de lei-ipê.

0 taboado é dc louro.

3) Alvenaria —

As aivenarias de sustentação e vedação internas

e externas são de tijolos maciços com as dimensões indicadas

nas plantas.

3.1 — Foram empregadas argamassa • de traço

1:3:1 cal, areia e barro.

4) Pavimentação —

4.1 — Os andares terreos são pavimentados com

argamassa de cimento e areia.

Foi empregado argamassa de traço 1:2 ci­

mento e areia.

5) Revestimentos —

5.1 — 0 revestimento externo dos prédios têm

seu esboço preparado com argamassa 1:5:7:3 cimento, cal,areia

Page 301: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

c b.?rro. 0 reboco cora argamassa 1:2:3 cimento, cal e areia.

S.2 — 0 revestimento interno dos prédios têm

seu emboco preparado com argau.ast>a 1:1 cal e barro e o reboco

cor argamassa 1:1 — cal e areia.

5. 3 — Rodapés —

Os rodapés são pintados com tinta a óleo

5.4 — Peitoris —

Todos os peitoris são de madeira ou ci­

mento.

5.5 — Todas as so.eiras são de cimento.

6) Carpintaria e marcenaria —

As esquadrias com os respectivos guarneci­

mentos são de madeira de lei-ipê.

6.1 — Todas as janelas são de abrir, com duas

folhas e três fftlhas.

6.2 — As portas externas são almofadadas e de

uma folha.

6.3 — As portas internas são de madeira (lou­

ro) e de uma folha.

6.4 — As aduelas são de 3cm cor rebaixo de lem

v na expessura das paredes.

6.5 — Os contramarcos obedecem ao desenho de

dnta l h e s .

6.6 — Os alizares obedecem ao desenho de dota-

ühns.

6.7 — Fscada — As escadas são dc radeira dc

lei-ipê.

7) Serralheira —

São cm ferro pintado a óleo obedecendo dese­

nho de detalhes.

8) Ferragens —

8.1 — As portas externas são providas de fe­

chaduras d e m a r c a importada.

9) Impermeabilização

0 piso dos pavimentos terreos são impermea­

bilizados com uma camada de concreto simples.

10) Telhado —

Page 302: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

As coberturas são dc tolha cerâmica, tipo

canal, aue repousam em um vigamento dc ipê.

11) Pintura —

11.1 — Bleo.

São pintadas a óleo as esquadrias c ser-

ralheria3.

d i o s .

11.2 — Emulsão.

São pingadas todas as paredes dos pré-

12 ) JnstalaçÒcs liui-culicas —12.1 — Distribuição dc água fria.

Os prédios são abastecidos pelo Serviço

de Aguas e Esgotos da cidade dc Salvador.

12.2 — Reservatório.

Existem dois reservatórios de água que

abastecem ã vila.

12.3 — Rede dc distribuição de água.

Os canos são de ferro galvanizados.

12.4 — Redes do esgotos.

São constituídas de manilhas ccrinicas

v i dradas.

12.5 — Rede de águas pluviais.

As calhas e os condutores de aguas plu­

viais são de zinco.

13) Instalações elétricas —

13.1 — Um sistema independente para cada resi-

dôncia.

13.2 — Existe um ouadro geral de distribuição

de luz e fôrça.

13.3 — Tomadas e interruptores.

Foi. previsto um interruptor em cada peça

dos predios.

13.4 — Foram empregados fios e cabos nacionais.

13.5 — Os cômodos são iluminados com luz dire­

ta, sendo o ponto colocado no centro do respectivo teto.

14) Viâraçaria —Todos os vidros são da mesma colaração.

Page 303: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Estao providas do vidros lisos, simples,

transparentes, as esquadrias externas.

P - Escola

1) FunãaaÒas —

São de alvenaria de p-dra bruta.

Foi empregada argamassa de traço 1:8 cimento

o. areia.

?) Estrutura —

2.1 — A estrutura do prédio é constituída de

alvenaria de tijolo e assoalho do nadeira com taboado de

3, 8cm x 22,8cm o barrotes dc 7,5om x lOcm.

2.2 — Madeira enpregada.

^s barrote^ são do jnadeira dc lei-ipê.

A madeira do taboado é do louro.

3 ) AIvenaria —

/s alvcr.arias de sustenção e vedação inter­

nas e externas são dc tijolos maciços cor as dimensões indi­

cadas nas plantas.

3.1 — Foram utilizadas argamassas de traço

1:3:1, cal, areia e barro.

4) Pavimentação —

4.1 — 0 pavimento terreo do edifício é pavi­

mentado com ladrilho hidráulico. Ur.a das salas é assoalhada.

4.2 — 0 pavimento superior é inteiramente as­

soalhado.

5) PevcBtitnnntos —

5.1 — 0 revestimento externo do prédio tem seu

emboço preparado com argamassa 1:5:7:3, cimento, cal, areia e

barro. 0 reboco con argamassa 1:2:3 cimento, cal e areia.

5.2 — 0 revestimento interno dos prédios têm

seu embôco preparado com argurassa 1:1 cal e barro c o reboco

com argamassa 1:1 cal e areia.

5.3 — As paredes dos sanitários são revestidas

de azulejo branco até a altura regulamentar l,50m.

5.4 — Rodapés.

Os rodapés são pintados com tinta a óleo

Page 304: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

5.5 — Peitoris.

Os peitoris são de n a m o r e branco.

5.6 — As soleiras são de mármore branco.

6) Carpintaria e marennaria —

As esquadrias con os respectivos g u a m e c i n o n

tos são dc radr.ira dc lei-ipê.

6.1 — Todas as janelas são de abrir com duas

f o lhas.

6.2 — As portas externas são almofadas c de

duas folhas.

6.3 — As portas internas são do nadeira (lou­

ro) e de duas folhas.

6.4 — As aduelas são de 3cm con rebaixo de

l,5cn e na expessura das paredes.

6.5 — Os contranarcos obedeccn ao desenho dn

deta l h e s .

6. 6 — Os alizares obrdecen ao desenho dc deta­

lhes .

7) Serralheira —São em forro pintados a óleo obedecendo desenho

de detalhes.

8) Forragens —

8.1 — As portas externas são providas de fe­

chaduras de m arca importada.

9) Impcrmcabilizaçao —

0 piso do pavinento terreo é impermeabiliza­

do com uma camada de concreto sinples.

10) Telhaâo —

in.1 — A cobertura e dc telha cerâmica, tipo

canal.

10.2 — 0 vigamento do telhado é feito de nadei­

ra de lei-ipê.

11) Pintura —

11.1 — tflco

São pintadas a óleo ar. esquadrias e ser­

ralheiras .

11.2 — Emulsão

Page 305: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Seo pintadas todas as paredes e tetos do

predio.

12) Instalaço<'8 hidráulicas —

12.1 — Distribuição de agua.

0 predio c abastecido pelo Serviço de

Aguas e Esgotos da cidade dc Salvador.

12.2 — Reservatório

Existen dois reservatórios de agua que

abastecen á vila.

12.3 — Rede dc distribuição dc agua.

Os canos são de forro galvanizados.

12.4 — Redes de esgótos.

£ constituida de nanilhas coránicas vi­

dradas .

12.5 — Red. de águas pluviais.

As calhas o os condutores dc águas plu­

viais são dc zinco.

13) Ir.3 talaçõcfi rlftricar, —

13.1 — U nt sistena. independente servo ao predio

es colar.

13.2 — 0 quadro peral de distribuição de luz c

fôrea da vilã está localizado numa peça do p r e d i o f> isso des­

tinada.

13.3 — Tornadas e interruptores.

Existe ur interruptor en cada peça do

predio.

13.4 — Foran enpregados fios e cabos nacionais.

13.5 — Os conodos são iluninados con luz dire­

ta, sendo os pontos colocados locais convenientes dos respec­

tivos tetos.

14) Vi dragaría —

Todos os vidros são da nesna coloração.

Estão providas de vidros lisos, sinples ,

transparentes, as esquadrias externas.

C - Cooperativa

1) Fundações —

Page 306: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

São de alvenaria de pedra bruta.

Foi empregada argamassa de traço 1:8 c i ­

mento e areia.

2) Estrutura —

A estrutura do prédio é de alvenaria de

tij ôlo.

3) Alvenaria —

As alvenarias de sustentação e vedação in

ternas e externas são de tijolos naciços cor. as dimensões in

dicadas nas plantas.

3.1 — Foi utilizada argamassa dc traço

1:3:1, cal, areia e barro.

4) Pavimentação —

4.1 — 0 prédio é pavimentado com ladrilho

hidráulico assentado sôbre argamassa de traço 1:5 cimento c

areia.

5) Revestimento —

5.1 — 0 revestimento externo do prédio ter

seu enbôço preparado com argamassa 1:5:7:3 cimento, cal,areia

e ^arro. 0 reboco com argamassa 1:2:3 cimento, cal e areia.

5.2 — 0 revestimento do prédio tem seu er-

hôço preparado com argamassa 1:1 cal e barro e o rebôco con

argamassa 1:1, cal c areia.

Os sanitários e o açougue são reves­

tidos de azulejo branco até a altura regulamentar de l,50m.

5.3 — Rodapé. ' — •

0 rodapé é pintado com tinta a éleó.

5.4 — Peitoril.

Todos os peitoris são de cimento.

5.5 — As soleiras são de marmorite.

6) Carpintaria e marcenaria —

As esquadrias com os respectivos guarneci

mentos são de madeira de lei-ipê.

6.1 — As janelas são fixas ou d<j basculhan­

tes .

6.2r— As porta= externas são almofadas e

de suas folhas.

Page 307: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

6.3 — Os alizares obedecem ao desenho ' de

deta l h e s .

6.4 — Os contranarcos obedecem ao desenho de

d e talhes.

7) Serralhcria —

São em ferro pintado a óleo obedecendo de

senho de detalhes.

B) Ferrager.s —

8.1 — As portas externas são providas de fe

chaduras de marca importada.

9) Impermeabilização —

0 piso ê inpermeabilizado com una canada

de concreto sinples.

10) Telhado —

A cobertura ê de telha cerânica, tipo ca­

nal, apoiada sôbrc un vigamento de ipê.

11) rir.tura —

11.1 — tfleo.

Slo pintadas a óleo as esquadrias ,

fôrro e serralherias.

11.2 — Enulsão.

São pintadas tôdas as paredes do pré­

dio.

12) Instalações hidráulicas —

12.1 — Distribuição de água.

0 prédio é abastecido pelo Serviço dc

Aguas e Esgotos da cidade de Salvador.

12.2 — Reservatórios.

Dois reservatórios de água abastecem á

vila.

v i d r a d a s ,

12.3 — Rede de distribuição.

Os canos de ferro galvanizado.

12.4 — Rêdc de esgõto.

É constituída dc manilhas cerámicas

12.5 — Rede de águas pluviais.

As calhas e os condutores são de zin-

Page 308: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

13) Instalações elétricas —

13.1 — Um sistema independente serve ao nré-

dio.

13.2 — Foi previsto um interruptor em cada

peça do prédio.

13.3 — Foram empregados fios e cabos nacio­

nais .

13.4 — Os cômodos são ilumidos com luz dire­

ta, sendo os pontos de luz colocados no lugar conveniente do

respectivo teto.

14) Vidraçaria —

Todos os vidros são da mesnn coloração.

Estão providos de vidros lisos, simples,

transparentes, as esquadrias externas.

D - Creche

1) Fundações —

São de alvonaria de pedra bruta.

Foi empregada argamassa de traço 1:8 ci­

mento e areia.

2) Es trutura —

A estrutura do prédio é de alvenaria de

tij Ôlo.

3 ) A Ivcnaria —

As alvenarias de sustentação e vedação

internas c externas, são de tijolos maciços com as dimensões

indicadas nas plantas.

3.1 — Argamassa 1:3:1 cal, areia e barro.

4) Pavimentações —

4.1 — T.^cos — São pavimentados com tacos

de "Peroba Rosa” de 21 x 7cm, a entrada, circulação e salão

das crianças.

4.2 — Argamassa utilizada no' sseentamento

dos tacos: 1:5 cimento e areia.

4.3 — Ladrilho hidráulico.

São pavimentadas com êles as demais

dependências do prédio.

Page 309: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

5) Pevcetimentoa —

5.1 — 0 revestimento externo do prédio ter.

seu embôco preparado com argamassa 1:5:7:3 cimento, cal,arei a

e berro. 0 reboco com argamassa 1:2:3 cimento, cal e areia.

5.2 — 0 revestimento interno do prédio tem

seu emboco preparado c.j>. argamassa 1:1 cal e barro e o reboco

com argamassa 1:1 cal e areia.

5.3 — São revestidas com azulejo branco

até a altura regulamentar de l,50m tôdas as peças pavimenta­

das com ladrilho hidráulico.

5.4 — No assentamento dêlcs erpregou-se ar

gamassa 1:6:1 cimento, c â e areia.

5.5 — Rodapés.

5.5.1 — Os rodapés da entrada, circulação

e salão das crianças, *ão de madeira dc 7,5 x 2cm, abaulados

na parte superior.

5.5.2 — Uas demais peças pavimentadas com

ladrilho hidráulico as quais são revestidas, de azulejo, o

rodapé é da mesma natureza que o revestimento.

5.5 — Peitoris.

Os peitoris são de cimento.

5. 7 — Soleiras .

As soleiras são de marmorite.

Foram assentados com ar0 amassa 1:3

cimento e areia.

6) Carpintaria - marcenaria —

As esquadrias com os respectivos guarne­

cimentos são de madeira de lei-ipe, com a expessura mínima de

3cm.

6.1 — As janelas são basculhantes.

6.2 — As portas externas são almofadadas

e com duas folhas.

6.3 — Os contramarcos obedecem desenho do

d e talhes.

6.4 — Os alizares obedecem deeenho de de­

talhes .

7) Serralheria —

Page 310: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

São cm ferro pintado obcde-ccndo aos de­

senhos de detalhes.

3) Fcrrag^ne —

As portas externas são providas de fe­

chaduras d c narea importada.

9) Impermeabilização —

0 piso e inperneahilizado por uma canada

do concreto simples.

10) Telhado —

A cobertura é de telha cerâmica, "france

s ? " .

0 viganonto do telhado é dc madeira de

lei-ipe.

11) Pintura —

11.1 — Cleo.

São pintadas a óleo as esquadrias

externas, as serralherias e o fôrro.

11.2 — Emulsão.

São pintadas tôdas as paredes do

prêdio.

12) Ir.stalaçao hidráulica —

0 prédio é abastecido pelo Serviço dc

íguas e Esgotos da cidade de Salvador.

12.1 — Rede de distribuição.

Cs canos são de ferro galvanizado.

12.2 — Rede de esgoto.

Constituída de manilhas cerânicas vi

d r adas.

12.3 — Aparelhos sanitários.

A louça sanitária é nacional, b ran­

ca, da. narca "Hervy" e "Celite" , os respectivos pertences

são de netal niquelado.

12.4 — Gabinete nédico.

U m lavatório.

12.5 — Sala de ananentação.

Quatro lavatórios (narca Hervy)

Urra banheira para criança.

12.6 — Lectário

Page 311: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Vi.- '. Duâs pias de ferro esmaltado com re¿

pectivas mesas de marmorite.

12 .'7 — Lavanderia.

Un tanque para lavagem de roupa.

Um lavatorio.

Um banheiro.

Um vaso sanitario.

12.8 — Sala de banho das crianças.

Dois lavatorios.

Duas banheiras para crianças.

Um vaso sanitario (marca celite).

13) Ir.ctalações elétricas —

13.1 — Um sistema independente serve ao pré

dio.

peça do predio.

13.2 — Tomadas e interruptores.

Foi previsto um interruptor em cada

13.3 — Foram utilizados fios e cabos nacio-

13.4 — Os cômodos são iluminados cora luz

direta, sendo o ponto c dLocado no lugar conveniente do res­

pectivo teto.

14) Vidraçaria —

Todos os vidros são da mesma coloração.

Estão providas de vidros lisos , simples ,

transparentes, as esquadrias externas.

r r r . 3 1 . 1 . 5 8 .

Page 312: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

Casas da Villa OperariaR U A D O F U N D O n A V I L L A

O O :■ i' t. Uo o n oo' 7?

Page 313: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

r. H E X o A

T A B F L f. S

Page 314: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

DEMONSTRATIVO DOS QUOCIENTES COMPARATIVOS DO COKIDITO PATRIMONIAL COMÍAf AÇÃO ENTRE 0 CAPITAL DE TERCEIROS I 0 CAPITAL PR0PRIO

CARANTIA DE C A P ITA IS DR TRRCRIR05 1 1 0 - 1 1 7 )

AN05 AT190 IEA L PA9SIT0 REAL PAT .LtQ UIDO P8 il 100PL

119) 3. 141.9131300 141.9139300 3.000.0009000 47,301694 4.180.0331962 1. 180.0339962 3.000.0009000 ) 9 , ) )1893 8.798.7061080 2 .063.3389863 6.733.1479213 30,631896 11.343.3311893 1.447.1119140 9.898.4409753 14,611897 9.203.2231900 3.862.9439030 3.342.2809870 72,301898 13.970.6229630 4 .916.3499910 11.034.0729740 44 ,471898 13.320.9369710 2 .181.8439330 11.339.1119360 19,241900 13.698.9369920 933.6679060 12.763.2899860 7,331901 16.313.9319230 3.348.4989460 12.967.4329770 27.361902 13.646.3339430 1 .943.7309980 13.700.6049470 14.201903 13.340.3939360 1 .617.1119880 13.923.4816480 11,611904 14.061.9089170 1.260.7339470 12.801.1729700 9 ,841903 13.337.4029720 2 .163.3239810 11.172.0769910 19,381906 12.449.8229920 1.739.3739800 10.690.2479120 16,431907 13.063.0079020 2 .134.6319230 10.930.3758790 19,331908 13.133.3309080 3. 142. 5029100 10.013.0279980 31,381909 12.709.7699090 2.392.3578240 10.317.2119830 23,181910 12.227.1939080 1 .856.0709610 10.317.1249470 17,891911 12.066.3039120 1.500.3049300 10.366.0009820 14,191912 12.268.1309270 1 .350.5889740 10.917.5419530 12,371913 12.816.9409820 1 .614.3689680 11.202.3729140 14.411914 13.816.7049310 2.319.5389100 11.497.1669210 20,171913 14.162.4289210 2.423.9609780 11.738.4679430 20,641916 14.811.4109990 2 .636.0029920 12.173.4089070 21,631917 13.82?.7409140 3.087.9109160 12.734.8299980 24,241918 16.726.0069630 2 .428.8299440 14.297.2379210 16,981919 13.294.0289140 1.871.3509510 13.422.6779630 13,941920 16.083.4689230 1 .177.0079380 14.908.4609850 7.891921 16.984.6319300 1.074.0969800 15.910.3349300 6,731922 17.738.0189820 1.103.2389590 16.832.7809230 6 ,631923 18.094.4709170 1.169.7479310 16.894.7229860 6,921924 19.183.3219440 1.622.5139780 17.361.0079660 9 ,231923 20.372.7399620 2.007.6549400 18.383.1058220 10,931926 21.293.7019470 1.830.9699830 19.444.7316640 9 ,311927 21.131.8909330 1.906.7299990 19.225.1609560 9 .911926 19.333.2349940 1.287.3149960 18.267.7399980 7,041929 17.130.3209440 695.7049640 16.434.6156800 4 ,221930 16.686.0469720 1.013.8619410 13.872.1838310 6 ,461931 19.311.6649430 1.288.7329290 16.222.9328140 20,271932 19.913.0369260 3.189.2679480 16.723.7689780 19,071933 19.697.2329330 2 .722.0009910 16.973.2316440 1 6 ,0 )1934 21.493.1349380 3 .322.6109010 18.172.5446370 32,911933 21.480.0049040 3.912.4559760 17.367.5489280 22,271936 22.899.6109320 4.377.1659930 18.322.4446390 24,981937 24.042.9669710 3 .105.6919170 1 « .937.2739540 26,931938 23.187.8139330 4 .180.1439400 19.007.6729130 21,991939 2 Í .9 9 0 .8089120 4 .193.4379240 18.797.3709880 22,311940 19. 266. 1468400 2 .433.2119720 16.812.9369660 16,391941 17.341.7919920 1 .688.3029300 13.833.4899420 10,631942 1 8 .733.480,41 2 .30 9 .2 11 ,8 0 16.246 .268 ,61 13,641943 22.626 .242 ,92 3.163 .194 ,40 1 9 .4 63 .048 ,32 16,231944 2 1 .1 34 .963 ,03 3 .271 .681 .00 17 .8 6 3 .28 2 ,03 11,321943 31 .090 .119 ,80 3 .993 .863 ,70 27 .0 9 4 .23 6 ,10 14,731946 44 .207 .937 ,60 7 .33 1 .1 33 ,3 0 3 6 .8 7 6 .80 4 ,10 19,881947 3 1 .8 01 .890 ,60 8 .46 7 .2 83 ,3 0 4 3 .3 34 .603 ,30 19,341948 8 4 .638 .066 ,90 10 .008 .363 ,00 7 4 .6 49 .703 ,90 13,411949 4 8 .6 1 7 .86 8 ,30 1 6 .318 .521 ,60 30 .299 .346 ,90 60,461930 113 .732 .616 ,20 36. 130. 319,20 7 9 .6 2 2 .29 7 ,00 43,381951 143 .001 .633 .90 37 .763 .368 ,20 8 3 .2 36 .267 ,70 67,771932 180 .866 .791 ,80 80.063 .773 ,60 100 .803 .018 ,20 7 9 ,6 )1953 9 1 .2 1 3 .21 3 ,00 31 .944 .696 ,20 3 9 .2 6 6 .51 8 ,00 33,901934 104.033# 316,00 33 .926 .805 ,60 68 .1 0 6 .71 0 ,70 32,731933 137 .337 .412 ,30 5 4 .2 14 .728 ,60 8 3 .3 6 2 .66 3 ,70 63,031936 1 61 .006 .970 ,80 6 0 .333 .521 ,30 100 .673 .449 ,50 39,931937 1 97 .166 .374 ,80 106 .196 .001 ,30 90 .9 7 0 .37 3 ,30 116,741938 214 .091 .062 ,10 122 .130 .592 ,10 1 1 .9 4 0 .49 0 ,00 132,861939 2 30 .361 .374 ,70 130 .666 .491 ,00 9 9 .6 9 4 .88 3 ,70 130,831960 306 .687 .602 ,60 1 12 .244 .722 ,50 1 94 .443 .060 ,10 37,731961 3 6 2 .310.423,8Q 153 .897 .432 ,10 406 .6 12 .9 91 ,0 0 37,661962 601 .422 .341 ,40 216 .173 .615 ,50 383 .246 .723 ,90 56,931963 1 .38 7 .4 77 .3 96 .6 0 4 72 .941 .504 ,70 914 .3 33 .8 91 ,9 0 31,711964 3 .38 3 .7 64 .7 46 ,0 0 1 .49 3 .0 30 .7 85 ,0 0 1 .6 6 8 .7 )3 .9 6 3 ,0 0 79,161963 3 .379 .218 .967 2 .697 .274 .906 2 .68 1 .9 44 .0 6 100,371966 9 .213 .679 .710 5 .65 6 .5 54 .2 73 3 .3 3 9 .3 2 3 .4 ) 138,921967 11.102 .073 ,99 6 .21 0 .053 ,97 4 .89 2 .0 18 ,0 2 126,941968 17.387 .369 ,23 11 .693 .343 ,26 3 .6 9 2 .0 2 5 ,9 7 203,471969 17 .380 .366 .60 1 2 .143 .963 .82 3 .2 3 4 .4 0 0 ,7 6 232,041970 2 3 .6 73 .668 .30 1 9 .3 28 .008 ,74 6 .3 4 3 .6 3 9 ,3 6 )0 4 ,391971 23 .460 .166 .62 23 .734 .101 ,11 (2 .2 7 3 .9 ) ) ,1 9 )1972 18.261 .232 ,47 2 4 .4 20 .735 ,33 (6 .1 5 9 .4 8 3 ,0 6 )1973 38 .077 .390 ,80 34.371 .493 ,91 3 .7 0 3 .8 96 ,8 9 927,48

«OTAI OS ALCARISMOS IN TRE PARENTRSRS S IG N IF IC A N RESOLTADOS REOATIVOS. RM 1*71 • 1*72 AS O H IO A - Ç ÍE S (PA SSIVO REAL) SUPERARAM OS D IRX ITO S (ATIVO R EA L)

P O N T E i C R I N - R R L A T 0 R 1 O S E B A L A N Ç O S A N D A I S 1 S Í J - 1 Í 7 J .

Page 315: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

COMPANHIA FMPrtKIO IN D U STR IA L DO NORTE DEMONSTRATIVO DOS QUOCIENTES COMPARATIVOS DO CONJUNTO PATRIM O NIAL

COMPARAÇÃO ENTRE O CA P ITA L DE TERCEIRO S E O ATIVO REAL APLICAÇÃO DE CA PITA L DE TERCEIRO S

1B9J-197JPR « 100

ANOS ATIVO REAL PASSIVO REAL PA T .L ÍQ U ID O

1893 3. 141.9131300 141.913*300 3 .00 0 .0 00 *0 00 45,161894 4 .180 .0539962 l . 180.033^962 3 .00 0 .0 00 *0 00 2 8 ,2 )189 5 8 .79 8 .7 0 6 *0 8 0 2 .06 3 .5 58 *8 65 6 .73 5 .1 47 *2 15 2 ) , 451846 11 .345 .5511893 1 .4 4 ?.1 1 1 *1 4 0 9 .89 8 .4 4 0 *7 5 3 12,75189? o . 205.2251900 3 .86 2 .9 45 *0 30 5 .34 2 .2 80 *8 70 41,961898 15.970.6221650 4 .91 6 .5 49 *9 10 1 1 .054 .0728 740 50,781849 13 .520.9569710 2 .18 1 .8 45 *3 50 1 1 .3 3 9 .11 1*36 0 1 6 ,1 )1900 1 3 .6 9 8 .95 6*92 0 935 .667*060 1 2 .7 6 3 .28 9*86 0 68 , )01901 16.515.9311230 3 .54 8 .4 98 *4 60 12.967 .4328770 21 ,481902 15.646 .3551450 1 .94 5 .7 50 *9 80 13 .7 0 0 .60 4*47 0 1 2 ,4 )19*3 1 5 .5 4 0 .5 *39 360 1 .61 7 .1 11 *8 80 1 3 .9 2 3 .48 1*48 0 10,401904 1 4 .0 6 1 .9 0 8 S170 1 .26 0 .7 35 *4 70 1 2 .8 0 1 .17 2*70 0 8 ,961905 1 3 .3 3 ?.40 21 7 20 2 .16 5 .3 25 *8 10 1 1 .1 7 2 .07 6*91 0 16,231906 12.449 .8221920 1 .75 9 .5 75 *8 00 1 0 .6 9 0 .24 7*12 0 14,1319*7 13.065 .0071020 2. 134.631 *230 1 0 .9 3 0 .37 5*79 0 16,341908 1 3 .155.5301080 3 .14 2 .5 02 *1 00 1 0 .0 1 3 .02 7*98 0 23,881 00« 1 2 .7 *0 .76 91 09 0 2 .39 2 .5 57 *2 40 1 0 .3 1 7 .21 1*85 0 18,821910 12.227 .1951080 1 .85 6 .0 70 *6 10 1 0 .3 7 1 .124S470 13,171911 1 2 .0 6 6 .3 0 5 J120 1 .50 0 .3 04 *3 00 1 0 .5 6 6 .00 0*82 0 12,431912 1 2 .2 6 8 .130S270 1 .350 .588*740 1 0 .9 1 7 .54 1*53 0 11,00191 3 1 2 .8 1 *.94 01 »20 1 .61 4 .3 68 *6 80 1 1 .2 0 2 .57 2*14 0 12,591914 13. 816. 704*310 2 .31 9 .5 38 *1 00 1 1 .4 9 7 .16 6*21 0 16,781915 1 4 .1 6 ?.42 81 2 10 2 .42 3 .9 60 *7 80 1 1 .7 3 8 .46 7*43 0 17,111916 14 .811.4101990 2 .63 6 .0 02 *9 20 1 2 .1 7 5 .408S070 17,791917 1 5 .8 ? 2 .7401140 3 .08 7 .9 10 *1 60 12 .7 3 4 .82 9*98 0 19,511®18 1 6 .7 ? 6 .066965* 2 .42 8 .8 29 *4 40 14 .2 9 7 .23 7*21 0 14,521 OJQ 1 5 .? 0 4 .0 ? 8*14* 1 .87 1 .3 5**5 10 13 .4 2 2 .67 7*63 0 12,231920 16 .085.4681230 l . 177. 007*380 1 4 .9 0 8 .460S 850 7 ,311921 16.984.6319300 1 .074 .096*800 1 5 .9 1 0 .53 4*50 0 6 ,321 9?2 17.758.0181820 1 .105 .238*590 1 6 .6 5 2 .78 0*23 0 6 ,2219?^ 1 8 .0 64 .470*170 1 .16 9 .7 47 *3 10 1 6 .8 9 4 .7 2 ?*8 6 0 6 ,471924 1 9 .1 8 3 . 521S 440 1 .62 2 .5 13 *7 80 17 .5 6 1 .00 7*66 0 8 ,431925 2 0 .3 7 ?.7 5 9 *6 2 * 2 .0 *7 .6 5 4 *4 0 0 1 8 .3 6 5 .1 *5 *2 2 0 9 ,851926 2 1 .2 9 5 .70 1*47 0 1 .85 0 .9 69 *8 30 1 9 .4 4 4 .73 1*64 0 8 ,691927 21 .1 3 1 .89 0*55 0 1 .906 .729*990 19.225.1608560 9 ,021928 19.555.2541940 1 .287 .514*960 1 8 .2 6 7 .73 9*98 0 6 ,581929 1 7 .1 5 0 .3 ? * * 4 40 695.704*640 1 6 .4 5 4 .61 5*80 0 4 ,0519 3* 1 6. 686. 046* 7?0 1 .013 .861*410 1 5 .6 7 2 .18 5*31 0 6 ,071931 19 .511 .664*430 3 .288 .732*290 1 6 .2 2 2 .93 2*14 0 16,851932 19.913.0361260 3. 189.267*480 1 6 .7 2 3 .76 8*78 0 16,011933 1 9 .6 9 7 .732S350 2.7 2 2 .000*910 16 .9 75 . 231*440 13,811«34 21 .4 9 5 .15 3*38 0 5 .32 2 .6 10 *0 10 1 6 .1 7 2 .54 4*37 0 24 ,761935 2 1 .4 8 0 .00 4*04 0 3 .912 .455*760 1 7 .5 6 7 .54 8*28 0 18,211036 ? ? .8 9 9 .6 1 0 *3 2 0 4 .57 7 .1 65 *9 30 1 8 .3 2 2 .44 4*39 0 19,981937 2 4 .0 4 2 .96 6*71 0 5 .10 5 .6 91 *1 70 1 8 .9 3 7 .27 5*54 0 2 1 ,2 31938 23. 187. 815* 530 4 .18 0 .1 43 *4 00 1 9 .0 0 7 .67 2*13 0 18,021930 2 2 .9 9 0 .80 8*12 0 4 .19 3 .4 37 *2 40 1 8 .7 9 7 .37 0*88 0 18,2310AO 1 0.2 6 6 .14 8*40 0 2 .45 3 .2 11 *7 20 1 6 .8 1 2 .9 3 6 *6 8 * 12 ,7 310*1 1 7 .5 4 1 .79 1*92 0 1 .68 8 .3 02 *5 00 1 5 .8 5 3 .48 9*42 0 9 ,621942 1 8 .7 5 5 .48 0 .41 2. 5 *9 .2 1 1 .8 0 1 6 .2 4 6 .2 6 8 ,6 1 1 3 , )71943 2 2 .6 2 6 .2 4 2 .9 2 3 .1 6 3 .1 9 4 .4 0 1 9 .4 6 3 .0 4 8 ,5 2 13 ,901944 2 1 .1 3 4 .9 6 3 .0 3 3 .2 7 1 .6 8 1 .0 0 1 7 .8 6 3 .2 8 2 ,0 3 13 ,471945 3 1 .* 9 0 .1 1 9 .8 0 3 .9 9 5 .8 6 3 ,7 0 2 7 .0 9 4 .2 5 6 ,1 0 12.851946 4 4 .2 0 7 .9 3 7 ,6 0 7 .3 3 1 .1 3 3 .5 0 3 6 .8 7 6 .8 0 4 ,1 0 16,581947 5 1 .8 * 1 .8 9 0 .6 0 8 .4 6 7 .2 8 5 .3 0 4 3 .3 3 4 .6 0 5 ,3 0 16 ,34• 948 8 4 .6 5 8 .0 6 6 ,9 0 1 0 .0 0 8 .3 6 3 .0 0 7 4 .6 4 9 .7 0 3 ,9 0 11 ,821949 4 8 .6 1 7 .8 6 8 ,5 0 1 8 .3 1 8 .52 1 .60 3 0 .2 9 9 .3 4 6 ,9 0 37,671950 1 15 .7 5 2 .6 1 6 ,2 0 3 6 .1 3 0 .3 1 9 .2 0 7 9 .6 2 2 .2 9 7 ,0 0 31,211951 1 4 3 .0 0 1 .6 3 5 ,9 0 5 7 .7 6 3 .3 6 8 .2 0 8 5 .2 3 8 .2 6 7 ,7 0 4 0 , 391952 1 80 .8 66 .7 91 ,8 0 8 0 .0 6 3 .7 7 3 ,6 0 1 0 0 .8 0 3 .0 1 8 ,2 0 44 ,261953 9 1 .2 1 3 .2 1 5 ,0 0 3 1 .9 4 4 .6 9 6 ,2 0 5 9 .2 6 8 .5 1 8 ,8 0 35,021954 1 0 4 .0 33 .5 16 .3 0 3 5 .9 2 6 .80 5 ,60 6 8 .1 0 6 .7 1 0 ,7 0 3 4 ,3 )1955 1 37 .5 57 .4 12 ,3 0 5 4 .2 1 4 .7 2 8 .6 0 8 3 .3 4 2 .6 8 3 ,7 0 ) 9 ,411956 1 6 1 .0 0 6 .9 7 0 ,8 0 6 0 .3 3 3 .5 2 1 ,3 0 1 00 .6 7 3 .4 4 9 ,5 0 )7 ,4 71957 1 97 .1 66 .5 74 ,8 0 1 06 .1 96 .0 01 ,3 0 9 0 .9 7 0 .5 7 3 ,5 0 5 ) , 861958 2 14 .0 9 1 .0 8 2 .1 0 1 22 .1 50 .5 92 ,1 0 9 1 .9 4 0 .4 9 0 ,0 0 5 7 ,0 51959 2 50 .5 6 1 .3 7 4 .7 0 1 50 .6 6 6 .4 9 1 ,0 0 9 9 .8 9 4 .8 8 3 ,7 0 6 0 ,1 )1960 3 06 .6 87 .8 02 .6 0 1 12 .2 4 4 .7 2 2 ,5 0 1 9 4 .4 4 3 .0 8 0 ,1 0 ) 6 ,591961 5 6 2 .5 10 .4 23 ,8 0 1 53 .8 97 .4 32 ,8 0 4 0 8 .6 1 2 .9 9 1 ,0 0 2 7 ,3 51962 6 01 .4 2 2 .3 4 1 .4 0 2 18 .1 7 5 .6 1 5 ,5 0 3 8 3 .2 4 6 .7 2 5 ,9 0 56 ,271963 1 .3 8 7 .4 7 7 .3 9 6 ,6 * 4 7 2 .9 4 1 .5 0 4 ,7 0 9 1 4 .5 3 5 .8 9 1 ,9 0 34 ,081964 3 .3 8 3 .7 6 4 .7 4 8 ,0 0 1 .4 9 5 .0 3 0 .7 8 5 ,0 0 1 .8 8 8 .7 3 3 .9 6 3 ,0 0 4 4 ,1 81965 5 .37 9 .2 18 ,9 67 2 .6 9 7 .2 7 4 .9 0 5 2 .6 8 1 .9 4 4 .0 6 1 50 ,141966 9 .2 1 5 .8 7 9 ,7 1 0 5 .6 5 6 .5 5 4 .2 7 3 3 .5 5 9 .3 2 5 .4 )7 6 1 ,3 71967 1 1 .1 0 2 .0 7 3 ,9 9 6 .2 1 0 .0 5 5 ,9 7 4 .8 9 2 .0 1 8 ,0 2 5 5 ,9 )1968 1 7 .3 8 7 .3 6 9 ,2 3 1 1 .6 9 5 .3 4 3 ,2 6 5 .6 9 2 .0 2 5 ,9 7 67 ,2 61969 1 7 .3 8 0 .3 8 6 ,6 0 12. 145 .9 85 .8 2 5 .2 )4 .4 0 0 ,7 8 69 ,881970 2 5 .6 7 3 .6 6 8 ,3 0 1 9 .3 2 8 .0 0 8 ,7 4 6 .3 4 5 .6 5 9 ,5 6 7 5 ,2 81971 2 3 .4 6 0 .1 6 8 ,6 2 2 5 .7 )4 .1 0 1 ,8 1 (2 .2 7 3 .9 3 3 ,1 9 ) 109,691972 1 8 .2 6 1 .2 5 2 ,4 7 2 4 .4 2 0 .7 3 5 ,5 3 (6 .1 5 9 .4 8 3 ,0 6 ) 1 )3 ,7 21973 3 8 .0 7 7 .3 9 0 ,8 0 3 4 .3 7 1 .4 9 3 ,9 1 3 .7 0 5 .8 9 6 ,8 9 90 ,25

P O N T E I C E I N , R E L A T Ó R I O S E B A L A N Ç O S A N U A I S 1 8 9 J - 1 9 7 3

Page 316: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

DEMONSTRATIVO DOS QUOCIENTES COMPARATIVOS DO CONJUNTO PATRIM ONIAL COMPARAÇÃO ENTRE O CA PITA L PRÓPRIO E O ATIVO IM O BILIZADO

IM O BILIZAÇÃO DO CA PITA L PR0PRIO119 3-1973

ATIVO SO LV lN C lA A I x 100ANOS PA T .L ÍQ U ID O IM OBILIZADO SU P . / D fP . ---- n -

199 ) 3 .000 .0001000 1 .4 1 8 .3 9 4 $ ) )2 1 .581 .4158668 47 .291 89 4 3 .000 .0001000 2 .7 2 9 .444S872 270.5558128 90.991995 6 .735 .1471215 5 .975 .1081100 760 .0 )98115 99.721 996 9 .89 9 .4 40 8 753 7 .171 .0908460 2 .72 7 .)5 08 29 0 72,451997 3 .342 .2909970 ).9 7 0 .4 6 91 52 0 l . )7 1 .8 1 1 $ )5 0 74,521999 11 .054.0728740 19.988.0668540 66.0068200 99 ,401R99 11.339.1119360 1 1 . 764 . 3571 333 425.2458975 105.751900 12.763.2999860 1 1 .9 40 .5 )59080 822.7548780 9 5 ,5 51901 12.967.4329770 1 2 .2 1 ).020$180 754.4128590 94 .191902 13.700.6048470 12 .777 .23 3$ 360 923.3719110 9 5 ,2 «190 ) 13 .923.4818480 12.921.039$300 1 .002 .4429190 92.801904 1 2.801.1728700 1 2 .1 0 1 .626$950 699.5459750 94,541905 11.172 .0761910 10.708.2748540 463.9028370 95 .951 90f. 10.690.2478120 10.509.7748540 180.4728580 99,511907 10.930.3758790 10.518.8718140 411,5048650 9 9 .2 41909 1 0.013.0278980 10.539.2298670 ( 526 .2018690) 105,261909 10.317.2118830 1 0 .3 4 1 .253$540 ( 224 .0438690) 102,171910 10.371.1248470 1 0 .4 5 ) .267$290 ( 92.1429820) 100,791911 1 0.566.0008820 1 0 .)5 4 .789$ 790 211.2118030 99 ,0 01912 10.917.5418530 1 0 . )4 2 .055$ 310 575.4868020 9 4 ,7 51913 11.202.5728140 10.489.2118640 713.3608500 95 ,6 51914 11.497.1668210 10.651.7168730 845.4491490 92 ,6519 IS 11.739.4678430 1 0 .6 8 4 .757$000 1 .05 3 .7 10 94 )0 9 1 ,0 21916 12.175.4088070 1 0 .7 6 3 .251$300 1 .412 .1568770 99,401917 1 2.734.8298980 11.400.07 2$ 200 1 .3 )4 .7 5 7 8 7 8 0 89,52191* 1 4.297.2378210 1 1 .9 0 2 .367$280 2 . ) 9 4 . 86989)0 95,251919 1 3.422.6778630 11.591.3048620 1 .8 3 1 .)7 )$0 10 86,561920 14 .909.4608850 11.280.8418510 ).6 2 7 .6 1 9 8 )4 0 75 ,671921 1 5.910.5348500 10.562.0168600 5 .548 .5178900 6 6 ,5 81922 1 6.652.7908230 1 0 .7 7 7 .946$440 5 .97 4 .8 5 )8 79 0 6 4 ,7 21923 16 .894.7228 860 10.483.3748940 6 .4 1 1 .)4 7 8 9 20 62,051924 17.561.0078660 11.778.4938960 5 .79 2 .5 1 )8 70 0 67,071923 1 8.365.1058220 10.951.0718760 7 .4 1 4 .0 ))8 4 6 0 59,651926 19.444.7311640 11.019.7348220 8 .424 .9978420 56,671927 19.225.1608360 1 0 .9 2 4 .734$750 8 . ) 0 0 . 4258810 56,851929 19 .267.7398980 10.480.5068760 7 .7 8 7 .2 5 )8 2 2 0 57,571929 16.454.6158800 1 0 .8 18 .2838 )80 5 .6 5 6 . ))2 8 4 2 0 65,751930 1 5.672.1858310 10.748.6678940 4 .925 .5178370 68 ,581931 16.222.9328140 1 0 .7 4 5 .5 )1 80 5 0 5 .477 .4018090 66,241932 16.723.7688780 1 0 .7 )4 . )15$690 5 .98 9 .4 5 )8 09 0 64,191933 1 6.973.2318440 10.702.040$390 6 .2 7 ).1 9 1 8 0 5 0 63,051934 1 6.172.5448370 10.737.8208910 5 .5 )4 .7 2 )8 4 6 0 65,781933 17 .567.5488280 10.692.4788730 6 .87 5 .0 6 9 8 5 )0 60,861936 1 8.322.4448390 10.371.2418080 7 .7 5 1 .2 0 )8 3 1 0 57,701937 18.937.2758540 10.351.2388680 8 .3 8 6 .0 )6 8 8 6 0 55,721938 19.007.6728130 10.707.3478280 8 . )0 0 .5248850 56,551939 1 8.797.3708880 10.879.9008780 7 .917 .470$100 57,881940 16 .812.9368680 11.104.1318180 5 .708 .8058500 66,051941 1 5.853.4891420 12.122.6448080 5 .730 .8458540 76,471942 16. 246. 26 8,61 1 1 .1 4 0 .30 5 .38 5 .1 0 5 .9 6 3 ,0 3 68,57194 3 1 9 .4 6 3 .04 8 ,32 1 1 .2 2 1 .11 9 ,38 9 .2 4 1 .9 2 9 .1 4 57,651944 1 7 .8 6 3 .2 8 2 ,0 3 11. 265.621 ,24 6 .3 9 7 .6 6 0 .7 9 65 ,071943 2 7 .0 9 4 .2 5 6 ,1 0 9 .6 0 9 .9 7 2 ,8 4 1 7 .4 8 4 .28 3 .26 55,471946 3 6 .8 7 6 .8 0 4 ,1 0 9 .9 6 7 .1 4 5 ,3 4 2 6 .9 0 9 .63 9 .76 27 ,051947 4 3 .3 3 4 .6 0 5 ,3 0 1 9 .5 8 3 .71 6 ,64 2 3 .7 5 0 .8 8 8 .6 6 45 ,191949 7 4 .6 4 9 .7 0 3 ,9 0 26 .3 9 7 .93 2 ,72 4 8 .2 5 1 .7 7 1 ,1 9 35,561949 3 0 .2 9 9 .3 4 6 ,9 0 3 1 .2 9 ).9 2 0 ,6 0 (9 9 4 .5 7 5 ,7 0 ) 105 ,281930 7 9 .6 2 2 .29 7 ,00 3 4 .4 8 9 .60 5 ,40 4 5 .1 )2 .6 9 1 .6 0 45 ,3 21931 8 5 .2 3 8 .2 6 7 ,7 0 4 2 .4 0 9 .)6 0 ,10 4 2 .9 2 8 .9 0 7 .6 0 49 ,7 51932 1 0 0 .8 03 .0 18 ,2 0 6 9 .0 7 2 .95 8 ,90 ) l . 7 )0 .0 5 9 ,5 0 69,521933 3 9 .2 6 8 .5 1 8 ,8 0 4 4 .5 0 0 .69 9 ,50 1 4 .7 6 7 .8 2 9 .)0 75,081934 6 8 .1 0 6 .7 1 0 ,7 0 4 9 .9 9 7 .96 7 ,80 1 8 .1 1 8 .7 4 2 ,9 0 75,401933 9 3 .3 4 2 .68 3 .70 62. 2 8 ) . ) 2 l ,80 2 1 .0 5 9 .5 6 1 ,9 0 74 ,751936 1 00 .6 73 .4 49 ,5 0 9 0 .0 9 5 .00 4 .20 1 0 .5 7 9 .4 4 5 ,5 0 99,491957 9 0 .9 7 0 .5 7 3 ,5 0 9 1 .2 1 1 .99 6 ,00 ( 2 4 1 .4 2 2 ,5 0 ) 100,271939 9 1 .9 4 0 .4 9 0 ,0 0 9 2 .2 1 6 .15 2 .80 ( 2 7 5 .6 6 2 ,8 0 ) 100 ,501939 9 9 .8 9 4 .9 8 3 ,7 0 9 7 .2 9 3 .68 6 ,60 2 .6 0 1 .1 9 7 ,1 0 9 7 ,4 01960 1 9 4 .4 43 .0 80 ,1 0 1 6 3 .0 9 ) . ) 7 2 , )0 51 . ) 4 9 . 707,90 95 ,9 91961 409 .612 .991 ,00 2 3 1 .0 11 .1 62 ,4 0 1 57 .6 01 .9 29 ,6 0 811962 383 .2 46 .7 25 ,9 0 3 0 7 .8 72 .6 24 ,5 0 7 5 .5 7 4 .1 0 1 ,4 0 90 ,551963 9 14 .5 35 .8 91 ,9 0 4 1 1 .4 84 .1 14 ,0 0 5 05 .0 5 1 .7 7 7 ,9 0 44,991964 1 .8 8 8 .7 3 3 .9 6 3 ,0 0 1 .9 2 4 .)7 4 .S 8 4 ,0 0 6 4 .5 5 9 .5 7 9 ,0 0 96 ,591965 2 .68 1 .9 44 .0 61 4 .0 0 2 .8 2 8 .2 4 4 ( l . 5 2 0 .9 8 4 .1 8 )) 149,251966 3 .55 9 .3 25 .4 37 6 .4 1 7 .4 9 6 . 199 (2 .8 5 8 .1 7 0 .7 6 2 ) 180 ,501967 4 .8 9 2 .0 1 8 ,0 2 8 .1 8 7 .2 9 0 ,)7 0 .2 9 5 .2 7 2 ,5 5 ) 167 ,561969 5 .*9 2 .0 2 5 ,9 7 1 0 .9 6 2 .08 2 ,44 (5 .2 7 0 .0 5 6 ,4 7 ) 192,591969 5 .2 3 4 .4 0 0 ,7 8 1 ).6 0 8 .6 7 4 ,8 7 (8 .2 7 4 .2 7 4 ,0 9 ) 160,751970 6 .3 4 5 .6 5 9 ,5 6 1 7 .7 )4 .0 6 9 ,5 7 (1 1 .5 8 8 .4 1 0 ,0 1 ) 279 ,471971 (2 .2 7 3 .9 3 3 ,1 9 ) 1 4 .2 9 9 .66 8 .18 (1 2 .0 2 5 .7 5 4 ,9 9 )1972 (6 .1 5 9 .4 8 3 ,0 6 ) 4 .2 0 7 . )5 1 .65 (1 .9 5 2 .1 5 1 ,4 1 )1973 ) .7 0 3 .8 9 6 ,8 9 2 9 .5 6 4 .41 5 .84 (2 5 .9 5 9 .5 1 9 .9 5 ) 797,77

NOTA: OS ALCARISMOS ENTRE PARENTESESL ÍQ U ID O .

SICN1P1CAM QUE 0 ATIVO IM 0 9 IL IZ A D 0 SUPEROU

PONTE : C E IN - RELATÓRIOS E BALANÇOS ANUAIS 1 8 9 )- 1 9 7 ).

Page 317: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A I E L A - 1 2

DEMONSTRATIVO DOS QUO CIINTES COMPARATIVOS 00 CONJUNTO PATR IM O NIAL CO WAIAÇÀO ENTRE 0 IM O BIL IZAD O E 0 ATIVO REAL

IMOBILXZAÇÀO DO ATIVO REAL 1893-197)

ATIVO ATIVOATIVO REAL IM O BIL IZA D O CIRCULANTE

601 1. 31 3. 3

.1 41 .9 1 3*30 0

.180 .0331962

.7 98 .7 0 6*08 0

.3 45 .5 5 1*89 3

.2 05 .2 2 5*90 0

.9 70 .6 2 2*65 0

.5 20 .9 5 6*71 0

.6 98 .9 5 6*92 0

.5 15 .9 3 1*23 0

.6 4 6 .3 5 5 **5 0

.5 40 . 593* 360

.0 61 .9 0 8*17 0

.3 37 .4 0 2*72 0

.4 4 * .6 2 2 * *2 0

.0 65 .0 0 7*02 0

.1 55 .5 3 0*08 0

.7 09 .7 6 9*09 0

.2 27 .1 9 5*08 0

.0 66 .3 0 5*12 0

.2 68 .1 3 0*27 0

.8 16 .9 4 0*82 0

.8 16 .7 0 4*31 0

.1 62 .4 2 1*21 0

.8 11 .4 1 0*99 0

. *22 . 740* 140

.7 26 .0 6 6*65 0

.2 94 .0 2 8*14 0

.0 85 .4 6 9*23 0

.9 84 .6 3 1*30 0

.7 58 .0 1 8*82 0

.0 64 .4 7 0*17 0

.1 83 .5 2 1*44 0

.3 72 .7 5 9*62 0

.2 95 .7 0 1*47 0

.1 31 .8 9 0*55 0

.5 55 .2 5 4*94 0

. 150. 320*440

.6 86 .0 4 6*72 0

.5 11 .6 6 4*43 0 ,9 13 .0 3 6*26 0 , 697. 232* 350 , 495. 154* 380 ,4 80 .004*040 , 899. 610* 320 ,0 42 .966*710 , 1 87.81 5* 530 .9 90 .808*120 . 266. 148*400 , 541 .741*920 . 755. 480, 41 .6 2 6 .2 4 2 .9 2 1 3 4 .9 63 ,0 3

.0 9 0 .1 1 9 ,8 0 ,2 0 7 .9 3 7 .6 0 ,8 0 1 .8 9 0 ,6 06 5 8 .0 66 .9 0

, 617. 868, 50 , 752.616 .200 0 1 .6 3 5 .9 08 66 .7 91 .8 0

,2 1 3 .2 1 5 ,0 0033 .5 16 .3 0

.5 5 7 .4 1 2 ,3 0 ,0 0 6 .9 7 0 ,8 0 , 1 6 6 .S74 .80 ,0 9 1 .0 8 2 ,1 0 ,5 6 1 .3 7 4 ,7 0 .6 8 7 .8 0 2 ,6 0 .5 1 0 .4 2 3 ,8 0 ,4 2 2 .3 4 1 ,4 04 77 .3 9 6 .6 0 7 64 .7 48 .0 0 218.967 2 15 .879 .710 102 .073 .49 387 .3 69 ,2 33 80 .386 .60673 .6 68 .3 0 4 60 .1 68 .6 2 2 6 1 .2 52 .4 7077 .3 90 .8 0

.4 18 .5 8 4*33 2

.7 7 9 .4 *4 *8 7 2

.9 75 .1 0 8*10 0

.1 71 .0 9 0*46 0

.9 70 .4 6 9*52 0

.9 88 .0 6 6*54 0

. 764. 357*335

. 940. 535*080

. 213 .020*180

.7 77 .2 3 3*36 0

.9 21 . 039* 300

.1 01 .6 2 6*95 0

.7 08 .2 7 4*54 0

.5w *.774»54w

.5 18 .8 7 1*14 0

.5 39 .2 2 9*67 0

.5 41 .2 5 5*54 0

.4 53 .2 6 7*29 0

.3 54 .7 8 9*79 0

.3 42 .0 3 5*51 0

.4 89 .2 1 1*64 0

.6 51 .7 1 6*73 0

.6 84 .7 3 7*00 0

.76 3 .251*300

.4 00 .0 7 2*20 0

.9 02 .3 6 7*28 0

.5 91 .3 0 4*62 0

.2 80 .8 4 1*51 0

.5 62 .0 1 6*60 0

. 777 .946*440

.4 83 .3 7 4*94 0

.7 78 .4 9 3*96 0

.9 31 .0 7 1*76 0

.0 19 .7 3 4*22 0

.9 24 .7 3 4*73 0

.4 80 .3 0 6*76 0

.8 18 .2 8 3*38 0

.7 48 .6 6 7*94 0

.7 43 .5 3 1*05 0

.7 34 .3 1 5*69 0

.7 02 .0 4 0*39 0

.6 37 .8 2 0*91 0

.6 92 .4 7 8*75 0

.5 71 .2 4 1*08 0

.5 51 .2 3 8*68 0

.7 0 7 . 347* 280

.8 79 .9 0 0*78 0

.1 04 .1 3 1*18 0

.1 22 .6 4 4*08 0

.1 4 0 .3 0 5 ,5 8

.2 2 1 .1 1 9 ,3 8

.2 6 5 .6 2 1 ,2 4

.6 0 9 .9 7 2 .8 4

.9 6 7 .1 4 5 ,3 4

.3 8 3 .7 1 6 .6 4

.3 9 7 .9 3 2 .7 2

.2 9 3 .9 2 0 .6 0

.4 8 9 .6 0 5 .4 0

.4 0 9 .3 6 0 .1 0

.6 7 2 .9 5 8 .9 0

.5 0 0 .6 8 9 .5 0

.9 8 7 .9 6 7 ,8 0

. 283. 321 ,80

.0 9 5 .0 0 4 ,2 0

.2 1 1 .9 9 6 ,0 0

.2 1 6 .1 5 2 .8 0

.2 9 3 .6 8 6 .8 0

.0 9 3 .3 7 2 .3 0

.0 1 1 .1 6 2 .4 0

.8 7 2 .6 2 4 .3 0

.4 8 4 .1 1 4 .0 0

.3 7 4 .5 8 4 .0 0

.8 28 .2 4 4

.4 17 . 496. 199

.1 8 7 .2 9 0 ,3 7

.9 6 2 .0 8 2 ,4 4

.6 0 8 .6 7 4 ,8 7

.7 3 4 .0 6 9 ,3 7

.2 9 9 .6 6 8 ,1 8

.2 0 7 .3 3 1 ,6 3

. 3 64 .4 15 ,8 4

1 .721 1 .4 502 . 823 4 .1743. 234 4 .982 1 .756 1 .758 4 .3022 .869 2 .619 l .960 2. 629 1 .940 2 .346 2 .616 2 .168 1 .773 1.711 1 .926 2. 327 3 .136 3 .477 4 .048 4 .422 4 .823 3 .702 4 .804 6 .4226 .980 7.5817 .405 9 .421

10.275 10.207

9 .074 6 . 332 5 .937 8 . 766 9 .178 8 .995

10.857 10.787 12.328 13.49112.480 12.110

8. 162 5 .419 7 .613

11.4059 .869

21.480 34.240 32.218 58. 260 17.323 8 1 .263

100.592 111.793 *6 .7 1 2 54.043 75.274 70.911

105.954 121.874 153.267 143.394 311.499 293.549 975 .993

.3 59 .3 9 0

.3 76 .3 9 0 2 .798 1 .914 6 .42 5 3.771 7 .939 9 .16 0

14.033 8 .31 2

.328*968

. *09*090

. 597*980

. 461*433

.756*380

. 556*1 10

.599*373

.4 21 *84 0

.9 11*050 .122*090 .554*060 . 281* 220 . 128*180 .048*380 .133*880 .300*410 .513*550 .927* 790 .515*330 .074*760 .729*180 .487*580 .471*210 .459*690 .667*940 .694*370 .723*520 .624*720 .614*700 .072* 380 .095*230 .027*480 .68 7$ 860 .967*250 . 155*800 .7 4 8 !1 8 0 .0 37*060 .378*780 .133*380 .720*570 . 1411460 .3 33*470 .525*240.344*240.728*030 . 468* 250 .4 07*340 .017*220 . 147*840 .1 7 4 ,8 3 .1 2 3 ,3 4 .3 41 ,7 4 .146 ,46 .7 9 2 .2 6 .1 7 3 .9 6 .13 4 .18 .947 ,90 .010 .80 .2 7 3 .8 0 .8 3 2 ,9 0 . 525 .50 .5 4 8 .5 0 .0 9 0 ,5 0 .9 6 6 ,4 0 .5 7 8 .8 0 .9 2 9 ,3 0 .6 8 7 ,9 0 .4 3 0 ,3 0 .2 6 1 ,4 0 .7 1 6 ,9 0 .2 8 2 ,6 0 .1 6 4 ,0 0 . 723.3 83 .3 1 1 .7 8 3 ,6 2 . 286, .7 1 1 ,.5 9 8 ,7 . 500, .8 8 0 ,8 .9 7 4 ,9

F O N T E : CEI N - RELATÕRIOS E IALANÇOf ANUAIS 189 3-1973-

Page 318: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A B E L A 1 2 - A COMPANHIA EMPÓEIO IND08TR1AL DO NOBTE

ptHONSTEATtVO DO» QDOCIE1TE8 COMPARATIVOS DO COHJDHTO PATRIMONIAL

ÇOMPARAÇlO EH H E A CONTA MAQü IN X r IQ g Q ATIVO IH O U L IIA D O ____________

l » n - 197 3

AMOS ATIVOIMOBILIZADO m a q u in ír io IMÓVEIS HAQ * 100

ÂT "1893 1.411.5841332 493.9459282 922.6399050 34,961194 2.729.4449872 1.053.5649202 1.673.8809670 38,671893 3.973.1081100 2.338.0869440 3.637.0219660 39,131896 7.171.0909460 3.439.3669930 3.731.7239530 47,961897 3.970.4699520 1.392.6349270 2.577.8356250 33,071198 10.988.0669340 5.704.1329180 3.263.9349360 31,911899 11.764.3379333 6.424.3509860 3.340.0069473 34,611900 11.940.5339080 6.399 .9449600 3.340.5909480 35,271901 12.213.0209180 6.859.1749700 3.353.6459460 56,161902 12.777.2338 360 7.410.1329880 5 .367 . 1009460 37,991903 12.921.0399300 7.333.1389820 5.365.9009480 58,471904 12.101.6269950 7.219.2769710 4.662 .3509240 59 .661905 10.708.2749540 6.708.2749540 4.200.0009000 61 .301906 10.509.7749540 6.309.7749540 4.000.0009000 61,941907 10.318.8719140 6.311.4249540 4.007.4469600 61,901908 10.339.2299670 6.510.7879270 4.026.4429400 61,781909 10.541.2359540 6.512.8559540 4.028.4009000 61,761910 10.453.2679290 6.524.8679290 3.928.4009000 62,421911 10.354.7899790 6.526.3899790 3.826.4009000 63,031912 10.342.0359510 6 .473 .005 .510 3.869.0509000 62,591913 10.489.2119640 6.600.8759340 3.868.3369300 62,931 9 U 10.651.7169730 6.647.3809330 4.004.3369400 62 ,411913 10.684.7579000 6.670.3579800 4.014.3999200 62 ,421916 10.763.2519300 6.709.2999700 4.053.9519600 62,331917 11.400.0729200 7.199.3459200 4.200.7279000 63,151918 11.902.3679280 7.670.1569880 4.232.2109400 64 ,441919 11.391.3049620 7.353.9649820 4.237.3399800 63,441920 11.280.6419510 7.042.8369710 4.238.0049600 62,431921 10.562.0169600 6.324.0119800 4.236.0049600 59 ,881922 10.777.9469440 6.539.9418640 4.238.0049600 60,671923 10.483.3749940 6.188.5279440 4.294.8479500 59.031924 11.778.4939160 7.408.6019960 4. 369.8919200 62 .691923 10.951.0719760 6.393.6609460 4.557.3919300 56,381926 11.019.7349220 6.494.1299320 4.525.6049900 58.931927 10.924.7349750 6.599 .8039350 4.324.9319400 60,411926 10.480.5069760 5.749.0739720 4.731.4339040 54,831929 10.818.2839380 5.867.2369340 4.951 .0479040 54,231930 10.748.6679940 5.789.6919900 4.958.9769240 53,661931 10.745.5319050 5.779.6449810 4.965.6869240 53,791932 10.734.3159690 5.787.7069830 4.946 .608 .660 53 ,921933 10.702.0409390 5.791.6599250 4.910.3819140 54,111934 10.637.8209910 5.756.3379130 4.881.4639760 54,111935 10.692.4779930 5.836.6949370 4.853.7849380 54,581936 10.371.2419080 5.819.4369240 4.731.6049840 35,231937 10.351.2389680 5.931.5539340 4.619.6839140 56,211938 10.707.3479280 6.090.2579240 4.617.0909040 56.871939 10.879.9009780 6.107.3999340 4.772.3019440 56,131940 11.104.1311180 6.166.6459440 4.937.4659740 55,331941 11.122.6441080 6. 177.0419640 4.945.6029440 35,531942 1 1 .1 40.305,58 6 .194 .703 ,14 4.943 .602 ,44 33,601943 1 1 .221.119.38 6.275 .092 .14 4 .946 .027 ,24 55,921944 1 1 .265.621,24 6 .276 .188 .24 4 .98 9 .433 ,00 55,711945 4 .60 9 .4 72 ,8 4 4 .640 .280 .14 4.96 9 .6 92 ,7 0 48,281946 9 .96 7 .1 43 ,3 4 4 .930 .614 ,04 5.036 .531 ,30 49,461947 1 9 .583.716,64 12.671.686,44 6.71 2 .0 30 ,2 0 63,721948 2 6 .3 9 7 .93 2 ,72 18.906.403,02 7.491 .527 ,70 71,621949 3 1 .2 9 3.92 0,60 23.013.572,40 8.278 .348 ,20 73,541930 3 4 .4 8 9.60 5,40 25.129.724,80 9. 359.860,60 72,861951 4 2 .4 0 9 .36 0 ,10 33.049.479,50 9.35 9 .8 80 ,6 0 77,921952 69.0 7 2 .95 8 ,90 43.100.138,50 25.972.820,40 62,401933 44.5 0 0 .68 9 ,50 22.073.463,60 22.427.225,90 49,601934 49.9 8 7 .96 7 ,80 27.560.714,90 22.427.225,90 55,131955 62.2 8 3 .32 1 ,80 37.685.247,60 24.396.074,00 60,501936 9 0 .0 9 5 .00 4 ,20 57.166.768,20 32.926.216,00 63,431957 9 1 .2 1 1 .99 6 ,00 58.283.780,00 32.928.216,00 63,8919 58 9 2 .2 1 6 .15 2 ,80 59.152.460,90 33.063.691,90 64,141939 97 .2 9 3 .68 6 ,80 64.229.994,90 33.063.691,90 66,011960 1 63 .093 .372 ,30 130.029.660,40 33.063.691,90 79,721961 251 .0 11 .1 62 ,4 0 195.468.705,20 33.542.457,20 77,871962 307 .8 72 .6 24 ,3 0 242.622.148,80 65.250.473,70 78,601963 411 .4 84 .1 14 ,0 0 339.699.850,40 71.784.263,60 82,331964 .8 2 4 .3 7 4 .5 8 4 ,0 0 1 .34 8 .528 .306 ,00 475.846.278,00 73,911965 4 .002 .828 .244 3 .199.652.289 803.173.933 79,931966 6 .41 7 .4 96 .1 99 3.422 .411 .635 953.064.364 84,491967 8 .1 8 7 .2 90 ,3 7 6.826 .732 ,11 1 .36 0 .358 ,26 83,381968 10.962.082,44 10.649.048,44 113.034,00 98,961969 13.608.674,87 13.493.209,83 113.465,04 99,131970 17 .7 34.069,37 15.582.731,09 2.13 1 .3 38 ,4 8 87,861971 1 4 .2 99.668,18 12.098.648,07 2.201 ,020 ,11 84,601972 4 .2 0 7 ,3 31 ,6 3 4 .04 2 .2 04 ,9 8 165.146,67 96,071973 2 9 .5 6 4.41 3,84 20» 792. 130.73 6 .772 .285 ,11 70,32

rO lTEx CE1N, RELATÓRIOS E IALAHÇOS ANÜAI» 1893-1973

Page 319: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A I t l A - l J

COMPANHIA EMPÖRIO IN D U 3 T IIA L DO NORTE - D ESPESA S E LUCROS COM A PRODUÇÃO VENDIDA 1895-1973

ANOS V A L O R d e s p e s a s

A R S O L U T O Z

L U C R OA B S O L U T O X

1893 1 9 :2 0 )11 20 4 0 :8 )1 88 37 2 1 2 ,6 ) 117 :9288774 614,111894 8 6 9 :6 4 )1 )7 0 806:0368760 92 ,6 8 265:7688362 30,561 895 2 .4 6 2 :4 0 )1 8 )5 1 .932 :8318932 78,49 6 )6 :5 5 4 8 6 9 ) 25,841 896 3 . )6 7 : 849S 7 )0 2.904 : 900$6 80 86,25 495:5668750 14,651897 3 .76 6 :4 08 17 65 3 .470 : 540$ 280 92,14 417:8118065 11,091898 4 .41 0 :9 00 17 60 4. 101 :859$820 92,99 686:2041760 15,371 899 4 .1 7 3 :1 9 2 8 )0 0 3 .688:096$170 8 8 , )7 576 :2468870 13 ,801900 4 .8 )8 :8 2 1 1 0 7 0 3.798 : 9 58$ 9 70 78,51 1 .214 :1238320 23 ,091901 3 .5 0 7 :643$830 2 .976 :6988740 84,86 744 tl30 8 33 0 21,211902 3. 834: 897$ 110 2 .938 :1688870 7 4 ,(1 970(3638100 25 ,301905 3 .985 :3518680 3.177 :5798720 8 0 ,1 ) 86111328620 21 ,751904 3 .842 :6298250 3 .169 :7748110 • 2 ,49 762:3918230 19,841905 2. 9 5 2 :)87$ 820 2 . 4 4 ) : )858590 82,7$ 57918738610 19,641906 2 .7 9 3 :970$260 2 . ) 8 7 :2468060 85,44 466 :7468760 16,701907 3 .3 5 4 :861$O90 2.8 78 : 8308970 85,81 332:7408730 13 ,681908 2. 8 ) ) : 8 50$180 2. 633:176$ 390 92,91 220:0098910 7 ,761909 3 .6 4 4 :7 9 3 $ l30 3 .015 :485$ 700 8 2 ,7 ) 703:7628350 * 19,301910 3. 861 : 721$ 300 3 .3 1 9 :969$6S0 85,97 559:9108330 16,691911 4 .0 1 6 :6 6 1 $ 6 70 3 .2 5 3 :840$080 81,00 767 :3778110 19,101912 3 .086 :8698210 3.292 :3168590 82,57 698:3031330 17,311913 3 . )1 8: 5838420 2 .914 :5638290 87,82 408:0608660 12,291914 2 .54 7 :2 52 14 30 2 .392 :6028660 93,92 168:8188970 6 ,621915 3 .58 4 :5 13 81 20 3. 1 36 : 635$860 87,50 486 :0108720 13,551916 5 .60 7 :5 18 87 30 5 .0 9 6 :5 70$ 7 40 89,45 617:2498040 10,831917 6 .47 6 :4 85 81 80 5. 771 : 2318760 89,11 723:3828640 11,17191« 8 .4 6 0 : 336$ 4 10 7 .6 9 9 :7 4 1 S 180 91 ,01 801:1118390 9 ,661919 6 . )1 2 : 201$ 220 5 .4 9 7 :724$280 8 7 ,2 ) 821:9588060 13 ,041 920 8 .3 2 0 :1)9$290 6 .21 6 : 15 7$ 8 7 0 74,71 2. 116:4418490 25 .4 31921 6 .87 6 :1 36 X 04 0 5 .570 :7958990 81,01 1 .506 :3938830 19,001922 7 .3 2 3 :6 9 1 *1 9 0 5.767 :1348180 7 8,74 l . 568*5781700 21,41192 ) 2 .234 :9588570 797 :19 l$940 )5 ,67 1 .439 :6678830 64,411924 2 .28 9 :5 25 88 00 9 4 9 :572$080 41,47 l . 339:9538720 38,521925 ).6 4 7 :0 2 2 8 0 2 0 1 .070 :834$200 2 9 , )6 2 .60 4 :3 04 85 50 71,4019 2* 7 .8 1 5 :524S970 1 .0 4 ) : 84 3$720 37,07 1 .653 :6838670 6 5 ,8 31927 2 .8 9 3 : )56$630 1 .4 0 0 :786$520 48,41 1 .573 :7528910 34,59192» 1 .737 :5768500 1 .02 0 :8 2 3$ 640 58,75 732:1998840 42 ,1 31929 381 : 4588ÇIO 1 . 324 : 59 3$ 570 347,24 -193* 658 :2278410 f 5 3 :*08$060 9 9 , 34 314 :1 9 )8 95 0 47 ,731931 1 .6 )7 :0 9 2 8 9 1 0 700: 14 5$ 010 48,26 907:1258110 55,4119)2 1 . 6 24 :*97$ 140 7 2 3 :785$250 44 ,51 978 :1508610 60 ,191933 9 2 5 :491$160 533:4801560 57,64 488:1568950 52,761034 1. ) 6 8: 610$ 650 520:6788620 38,04 1 .080 :8748620 6 8 ,5 81935 1. 581 : 4 11 $2 50 534:0888540 38,80 1 .010 :1978210 73, 121936 1 .5 1 ):2 6 4 $ 1 6 0 A 14: 8828990 40 ,76 1 .07 7 :6 44 84 10 71,2119)7 1. )07 : 514 $6 )0 55O :874$ 860 4 2 ,1 ) 1 .05 7 :4 82 88 60 79,3410)9 1 .4 9 8 :9 1 5 8 5 )0 676:8001020 41,81 1 .1 )2 :1 0 4 8 6 1 0 75,3219)9 1.201 : 0 388600 6 4 0 :748$020 55 , )4 976 :0598080 81,261940 1 .027 : 8548190 591: 0498 380 57,69 6 81 :3 )1 8 4 1 0 66 ,301941 1 .70 4 :7 16 86 20 597:4488800 )5 ,04 1 .2 9 8 : )B28900 76,161942 4 .5 3 0 .0 1 4 ,7 6 9 1 3 .2 3 ),6 0 20,16 2 .3 8 7 .8 0 ),5 2 32,71194 ) 5 .4 5 1 .1 8 4 ,3 4 1 .31 6 .1 45 ,3 0 24,14 4 .5 5 1 .5 8 6 ,8 4 79,821944 4 .7 9 7 .1 2 9 ,4 3 1 .6 7 6 .9 6 8 ,6 0 )4 ,94 ).3 8 5 .6 9 5 ,6 5 70,371945 1 1 .9 65 . 105,81 2 .0 4 9 .1 3 7 ,6 0 17,12 1 0 .5 4 2 .0 0 9 ,2 1 6 6 ,6 31946 1 5 .0 8 2 .7 8 0 ,4 0 4 .9 3 8 .3 3 5 ,8 0 )2 ,74 1 0 .8 8 6 .5 2 4 ,3 0 72 ,171947 1 3 .4 7 2 .6 2 ),1 0 4 .6 5 2 .3 9 2 ,1 0 ) 4 , 5 ) 9 .8 7 4 .6 0 9 ,6 0 7 3 ,2 91948 « .9 4 1 .2 8 7 ,8 0 4. 1 88.040 , 70 42,12 6 .3 9 7 .3 1 4 ,3 0 6 4 ,3 51949 1 5 .6 )4 .4 0 5 ,6 0 1 5 .3 1 2 .95 9 ,00 97,94 6 .3 8 1 .3 8 7 ,5 0 40,811950 9 .5 8 7 .2 8 1 ,2 0 6 .1 5 0 .7 5 2 ,5 0 64,15 4 .1 2 0 .9 4 0 ,1 0 4 2 ,9 81951 3 1 .8 9 4 .1 0 3 .4 0 2 9 .1 6 6 .68 0 ,90 91 ,44 5 .5 8 5 .3 3 3 ,9 0 25 ,8 01952 5 6 .0 1 6 .7 6 7 ,2 0 6 1 .4 6 5 .20 9 ,10 109,72 2 .6 4 2 .7 6 4 ,2 0 4 ,71105 ) 6 6 .8 3 3 .6 2 8 ,6 0 6 4 .9 1 3 .91 9 ,90 97 ,12 4 .7 3 9 .9 9 4 ,4 0 7 ,0 91954 8 3 .1 7 2 .4 7 0 ,3 0 7 0 .3 9 3 .90 3 ,30 8 4 ,6 ) 1 3 .6 5 2 .9 0 0 ,2 0 18 ,791955 1 1 1 .1 9 8 .2 9 6 ,2 0 9 7 .8 2 5 .5 6 9 ,6 0 87,97 1 9 .9 5 0 .2 4 5 ,2 0 17,921956 1 0 0 .7 7 6 .1 0 8 ,1 0 9 7 .9 9 9 .41 4 ,80 97,14 1 8 .8 5 6 .7 8 9 ,0 0 18 ,6 91957 8 4 .4 7 1 .3 2 8 ,2 0 97. 425. 150, 50 1 1 5 ,5 ) •1958 ) S . 7 54 .5 8 4 ,4 0 3 8 .1 1 6 .7 )7 ,8 0 106,60 2 .0 5 9 .4 9 3 ,2 0 5 ,761959 4 4 .2 4 2 .3 7 3 ,5 0 4 2 .2 3 6 .9 8 5 ,7 0 95,46 5 .5 )2 .7 0 6 .1 0 12 ,0 5I9 60 1 1 4 .8 7 1 .8 8 6 ,5 0 7 6 .8 9 1 .6 1 0 ,7 0 67,01 3 9 .0 9 6 .8 2 8 ,3 0 34 ,031961 1 41 .8 8 8 .0 7 8 ,7 0 1 0 8 .1 59 .5 01 ,5 0 76,22 5 8 .9 5 7 .4 4 7 ,)0 27,431962 3 2 5 .5 8 2 .0 5 7 ,6 0 2 4 2 .2 50 .6 48 .6 0 74 ,40 9 0 . 1 ) 7 . ) 8 4 , 70 27 ,68196 ) 4 7 2 .1 1 1 .7 1 2 ,)0 3 80 .7 42 .7 02 ,5 0 80,64 9 6 .5 4 5 .4 6 4 ,1 0 20,441964 8 60 .6 0 0 .2 5 5 ,9 0 7 58 .2 42 .0 88 ,2 0 88,10 1 5 7 .8 2 1 ,2 3 3 ,0 0 16,331965 9 2 1 .6 2 4 .5 7 ) 1 .04 4 .1 48 .0 31 115,29 • ~1966 7 5 5 .9 )8 .5 1 ) 1. 196 ..581. 122 158,29 • •i» o 7 I . 7 5 7 .3 6 C ,72 2 .1 5 5 .4 6 3 ,7 5 122,65 • •1968 2 .0 2 ).9 5 1 ,3 8 3 .4 )6 .8 6 9 ,2 5 169,81 • -1969 6 .3 5 8 .7 1 0 ,1 4 8 .2 4 7 .9 1 6 ,3 3 129,71 ■ •1970 7 .3 5 4 .8 2 7 ,9 4 1 0 .5 8 1 .40 1 ,24 145,87 “ -1971 8 .7 1 ) .8 6 ) ,2 1 1 2 .6 7 5 .10 5 ,87 145,45 “ •1972 1 .6 2 ).0 4 3 ,2 4 4 .4 4 9 .9 1 1 ,6 4 274,17 - •197) 4 .7 2 5 .5 7 4 ,2 7 7 .5 5 3 .7 4 4 ,4 ) 159,82

PO NTES: L IV R O S DE BALAHÇOS DA COMPANHIA EMPÖRIO IN D U STR IA L DO NORTE 1893-1934 PONTES* * 5 a S IE M R L IIA S G ER A IS DE A C IO N ISTA S 1898-1974

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T A B E L A - 14

C O M P A N H I A EM POR IO IND US T R IA L DO NOR TE

OPER ÁR I O S T E AR E S E FUSOS 1896 - 1968

ANO OP E R ÁR I O S TEARES FUSOS

1896 69 7 899189 9 i. 206 17.1441905 25.0001910 1. 300 1 . 288 31.0001931 1. 2591935 1. 4001936 1.5001937 1. 5001944 1.352 1. 300 26.9281951 1. 303 31.1841958 8111968 492 (AUT.) 18.672

FONTES: CEIN - R EL A TÕR IOS 18 96 -1969

CETE X - In d iu tf i-L a T e x t i l k l g o d o e i n a . Min. do T r a b a ­lho, In d ú s t r i a c Comércio. Rio, 1946, p. 317-

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Page 321: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

COMPANHIA EMPÓRIO INDUSTRIAL DO NORTE - PARTICIPAÇÃO DAS DESPFSAS COM FABRICAÇÃO (MÃO DE OBRA)NOTOTAL DAS DESPESAS 1693-1948

T A B E L A - 15

V A L O R D A P R O D U Ç Ã O

D E S P E S A S ( T O T A L ) A B S O L U T O Z

F A B R I C A Ç Ã O ( M Ã O D E O B R ATO

I A B S O L U T O Z

40:831*8 37 80 6.0365760

212,6392 ,68 145:671$7 80 16,75

1 .932:831$132 78,49 3 9 5 :422$490 16 ,052 .9 04 :800*680 86,25 497:120$310 14 ,763. 470: 540$ 280 92 ,14 576 : 9 3 3$ 040 15 ,314 . 1 0 1 :859$820 12 ,99 624:439$950 14 ,153 .688:096$170 88,37 7 5 0 : 367$050 17,983.798 :1585170 78,51 9 5 4 : 286$480 19,722.976 :698$740 84 ,86 786 :699$ 590 22 ,422 . 9 3 8 : 168$870 76,61 938:769$180 24 ,473.177 :5715720 80,13 1 . 0 4 2 : 137$900 26 ,2 83. 169 : 7745110 82,47 9 7 4 : 162$280 25 ,3 52 . 44 3: 38 5$ 59 0 82,76 8 7 7 : 885$480 29 ,7 32.3 87 :246$060 85,44 903: 844$700 32, 352 . 8 7 8 : 830$170 85,81 984 : 074$400 29 ,3 32 .6 33 :176$390 92 ,91 91 5 : 7 35$400 32.313 .0 15 :485$700 82,7 3 1 . 0 2 8 : 296$300 28,213 .3 19 :969*650 85,77 1 .0 1 0 :94 3 * 1 0 0 26 .1 73 . 2 5 3 : 84n$080 81 , 0 0 1 .0 3 2 :86 1 * 2 0 0 25,713 . 2 9 2 : 316$510 82,57 1 .0 2 0 :77 2 * 2 1 0 2 5 ,6 02 .9 14 :563$290 87,82 987 :5 47*500 29 ,7 52 . 392:602$6 60 93,92 858 :9 57*500 33,723.136 :635$ 860 87,50 964 :0 73*100 2 6 ,8 95.09 6:570$740 89,45 1 .0 1 1 :85 0 * 2 0 0 17,755 .7 71 :231*760 89,11 1 .0 0 6 :62 5 * 2 0 0 15 ,547.6 99 :741$180 91,01 993 :3 56*000 11, 745 . 4 9 7 : 724$280 87,23 868 :0 15*600 13 ,7 76 .216 :157$87 0 74,71 1 .0 6 5 :91 2 * 7 0 0 12,815 . 5 7 0 : 795$990 81 , 01 1 .0 4 7 :88 2 * 8 0 0 15 ,2 35 . 7 6 7 : 134$180 78,74 1 .0 73 :88 3 * 3 0 0 14 ,6 6

797:391*940 35,67 279 :4 35*020 12 ,509 4 9 : 572$080 41,47 338 :8 95*570 14 ,8 0

1.0 70 :834$200 29,36 342 :7 47*300 9 , 391 .043 :843*720 37 ,07 400 :2 04*500 14,211. 400: 786$ 520 48,41 4 0 1 :521*750 13,871 . 0 2 0 : 8 2 3$640 58,75 4 0 8 :6 04*120 23 ,511 .324 :593$570 347,24 3 52 :9 43*710 92 .52

6 5 3 : 898$060 99,34 271 :8 14*660 41 ,29790: 14 5$010 48,26 2 7 7 :2 01*020 16 ,9 372 3 : 285$250 44 ,51 363: 264*800 2 2 ,3 5533:480$560 57 ,64 381 : 853*730 4 1 ,2 65 2 0 :67S$620 38,04 340 :7 10*550 24 ,8 95 36 : 088$ 5 40 38 ,80 4 4 0 :8 41*550 31 .91616:882$190 4 0 ,7 6 5 1 2 :0 83*000 3 3 ,845 50: 874$ 860 42 ,1 3 4 7 5 :3 14*060 36 ,356 2 6 : 800$020 41,81 424 :0 9 2 *2 0 0 2 8 ,2 96 4 0 : 748$020 55 ,34 266 :4 9 7 *5 0 0 22 .18593:049$ 380 57 ,69 2 8 7 :6 72*780 2 7 .9 8597 : 448$a00 35,04 2 7 7 :2 40*400 16 ,24

9 13 .2 3 3 .6 0 20 ,16 3 3 9 .5 7 8 ,3 0 7 ,491 .3 1 6 .1 4 5 ,3 0 24 ,14 3 4 2 .3 0 0 .2 0 6 ,2 71 . 6 7 6 . 9 6 8 ,60 34 ,94 3 4 7 .4 5 8 ,4 0 7 .2 42 .0 4 9 . 1 3 7 , 6 0 17,12 4 4 6 .2 8 2 ,8 0 1 .7 34 .9 3 8 . 3 3 5 , 8 0 32 . 74 8 4 1 : 0 1 5 ,6 0 5 ,5 74 .6 5 2 . 3 9 2 , 1 0 34 ,53 8 1 1 : 1 1 6 ,4 0 6 , 0 24 .1 8 8 . 0 4 0 , 7 0 42 ,1 2 8 7 5 :0 8 1 ,3 0 8 ,80

1B9 3 19 :2 03*1201 894 869 :6 43*3701895 2. 462: 403* 8351896 3 .3 6 7 :8 4 9 * 7 3 01897 3 . 7 6 6 : 408$7651898 4 . 4 10í 900* 7601899 4 .1 7 3 : 1 9 2 $ 3001900 4. 838: 82 1$0701901 3. 507 : 643$8301902 3. 834: 897$1101903 3. 965 :351 $6 801904 3.84 2: 629$2501905 2 .9 5 2 :38 7 $ 8 2 01906 2. 79 3: 970$2601907 3. 354: 861$0901908 2 .8 3 3 :85 9 $ 1 8 01909 3. 644: 79 3$ 1 301910 3. 861 : 72 1$ 3001911 4 . 0 1 6 : 661$6701912 3 .9 8 6 :8 6 9 * 2 1 01 91 3 3 . 3 1 8 : 583$4201914 2 . 5 4 7 : 252$4301915 3 .5 84 :513$1201916 5 . 6 9 7 : 518$7301917 6 .4 7 6 :48 5 $ 1 8 01918 8 . 4 6 0 : 336$4101919 6 . 3 1 2 : 201$2201920 8 . 3 2 0 : 139$2901921 6 . 876: 136$ 04 01922 7. 32 3: 69 1$1901923 2. 234:1 5 8$ 5 /O1924 2 .2 8 9 :5 2 5 $ 8001925 3 .6 4 7 :02 2 $ 0 2 01926 2. 81 5: 524$ 8701927 2 . 8 9 3 : 356$6301928 1 . 7 3 7 : 576$5001929 3 8 l :4 5 8 $ 0 1 01930 6 58 :7 27*4101931 1 .6 3 7 :0 9 2 * 9 1 01 932 1 .6 2 4 : 8 9 7 * 1 4 01933 9 25 :4 91*1601934 1 .3 6 8 : 6 1 0 * 6 5 01935 1 .3 8 1 :41 1 * 2 5 01 936 1 .5 1 3 : 2 6 4 * 1 6 01937 1 . 307: 51 4*6301938 1 .4 98 : 9 35* 3301939 1 . 201 :038*6001940 1 .0 2 7 :8 5 4 * 1 9 01941 1 .7 0 4 :7 1 6 * 6 2 01942 4 .5 3 0 . 0 1 4 , 7 61943 5 .4 5 1 . 1 8 4 , 3 41944 4 .7 9 7 . 1 2 9 , 4 31945 1 1 .9 6 5 .1 0 5 , 8 11946 1 5 .0 8 2 .7 8 0 , 4 01947 1 3 .4 7 2 .6 2 3 . 1 01948 9 .9 4 1 . 2 8 7 , 8 0

NOTA- AS DFSPFSAS COM FABRICAÇÃO ISCLUEM DF MANEIRA PREDOMINANTE (90X) OS SALOIOS PACOS Â MÃO DE OBRA FABRIL PROPRIAMENTE DITA. EXCLUINDO-SF O PESSOAL SUPFRIOR E O PESSOAL ADMINISTRATIVO.

FONTE: CEIN - RELATÓRIOS E BALANÇOS ANUAIS.

Page 322: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

t a p e i , a - i s aCOMPA VII TA FMPfiRTO IK D U S T R I A L DO NORTE - P A R T IC I P A Ç Ã O DAS D E S P E S A S COM MANVTEVCÃO HO TOTAL DAS

D E S P E S A S - 1 893/ 1932

ANOSV A L O R D A

P R O D U Ç Ã O

D E S P E S A S ( T O T A L ) MANCTEMÇÃO: , M A Q U IN X R IO , C O M B U S T ÍV E I S E L U B R I F I C A S T E S

A B S O L U T O r. A B S 0 L U T OT

! 1 .

1 1 9 :2 03$120 40 :8 3 1 $ 8 3 7 21 2 ,6 3I

1 poj, 86 0 : 64 3$ 3 7 9 8 0 6 :0 36 $ 7 60 9 2 ,6 8 20 431*4 5 0 2 .3 41 = 05 2 .4 6 2 :4 03$ 835 1 . 9 3 2 : 8 3 1 * 9 3 2 7 8 ,4 9 67 6 4 8$1521 «96 3. 367 :8 40$ 730 2 . 9 0 4 : 800$680 86 ,25 102 66 5 *5 0 0 3.<141 »07 3 . 7 6 6 : 4 0 8 * 7 6 5 3 .4 70$ 5 4 0 $ 2 80 9 2 ,1 4 157 5 14*790 4 ,1 R1 «98 4 . 4 1 0 : 0 0 0$760 4 . 1 0 1 : 8 5 9 * 8 2 0 9 2 ,9 9 197 313*910 4 ,471 890 4 . 1 73: 10 2$ 300 3 .6 8 8 : 0 9 6 $ 1 7 0 88 .371 0 0 0 4 . 8 3 8 : 8 2 1 * 0 7 0 3 . 7 9 8 : 958$970 78 ,5 11 o n j 3. 507 : 64 1*830 2 .9 7 6 : 698$ 740 8« . 8 6 258 7 76*010 7 . 171902 3. 834: 89 7$ 110 2 . 9 38 :1 6 8 $ 8 70 76 .6 1 270 885*350 7 ,0 f>1903 3. 9 *5 : 35 1 $ 6 80 3 . 1 7 7 : 579$720 8 0 ,1 3 345 811*6 10 * . 721904 3 . 8 4 2 : 6 2 0 Í2 5 0 3 . 169 :7 7 4 $ 1 1 0 82 .49 196 7 6 8 $ 6 70 5 .1 21905 2 . 9 5 2 : 387$ 820 2 . 4 4 3 : 3 85$ 590 82 .76 177 147*310 6 . 0 01 006 2 .7 9 3 : 97 0$ 260 2 . 3 8 7 : 246$0 60 85 ,44 186 761*8 80 6 , #« 81007 3 . 3 5 4 : 8 61 $ 090 2 . 8 7 8 : 8 30$970 85 .81 1 84 241*120 5 ,4 *>1908 2 .8 3 3 : 8 5 0 $ 1 8 0 2 . 6 3 3 : 1 7 6 $ 3 9 0 92 ,9 1 1 88 678*860 6 .651909 3. 644: 793$ 130 3 . 0 1 5 : 4 8 5 * 7 0 0 82 ,73 2 16 7 1 8 $ 6 1 0 5 .9 41910 3. 861 : 72 1$ 300 3 . 3 1 9 : 9 6 9 * 6 5 0 85 ,97 202 2 7 4 $9 30 5 ,2 31911 4 . 0 1 6 : 6 6 l $ 6 7 0 3 . 2 5 3 : 8 4 0 * 0 8 0 81 , 0 0 177 556$020 4 ,4 21912 3 . 9 8 6 : 869$ 2 10 3. 292: 31 6*5 90 82 ,5 7 203 8 8 7 $ 8 5 0 5 .111913 3. 31 8 : 5 8 3$4 20 2. 914: 56 3* 290 87 , 82 213 0 8 4 $ 4 4 0 6 . 4 21914 2 . 5 4 7 : 252$430 2 . 3 9 2 : 6 0 2 * 6 6 0 9 3 ,9 2 168 2 56$ 290 6 ,601915 3 . 5 8 4 : 5 1 3$120 3. 1 36: 635* 860 87 ,50 334 003*550 9 ,311916 5 . 6 9 7 : 518$730 5 . 0 9 6 : 5 7 0 * 7 4 0 89 ,4 5 527 883*1 80 9 ,2 61917 6 .4 7 6 : 4 8 5 $ 1 8 0 5. 771 : 231* 760 89 ,1 1 702 749* 370 1 0 , 331918 8 . 460 : 336$ 410 7 . 6 9 9 : 7 4 1 * 1 8 0 91 ,01 751 942*280 8 , 8 8

1920 8 . 3 2 0 : 1 3 9 1 2 9 0 6 . 2 1 6 : 157* 870 74 ,7 1 446 515*7 30 7 .081921 6 .8 7 6 : 1 3 6 * 0 4 0 5 . 5 7 0 : 79S* 9 90 81 . 0 1 726 136*1 40 10 . 561922 7 . 3 2 3 : 6 9 1 1 1 9 0 5 . 7 6 7 : 1 3 4 * 1 8 0 78 , 74 717 204*1 90 9 .7 91923 2 .2 3 4 :9 581570 79 7 :3 9 1 * 9 4 0 35 ,6 7 16 877*9 00 0 ,7 51924 2 . 2 8 9 : 5 2 5 1 8 0 0 9 4 9 :5 7 2 * 0 8 0 4 1 ,4 7 25 805*200 1 , 1 2

192$ 3 . 6 4 7 : 0 2 2 * 0 2 0 1 . 0 7 0 : 8 3 4 * 2 0 0 29 ,3 6 41 753*3 00 1 . u1926 2 . 8 1 5 : 5 2 4 1 8 7 0 1 .0 4 3 : 8 4 3 * 7 2 0 37 ,07 58 369*7 00 2 ,0 71927 2 .8 9 3 : 3 5 6 * 6 3 0 1 . 400 : 786*5 20 48 ,4 1 40 055*3 0 0 1 , 381928 1 . 7 3 7 : 5 7 6 * 5 0 0 1 . 0 2 0 : 8 2 3 * 6 4 0 58 ,7 5 32 427*760 1 , 8 6

1 929 3 8 1 :4 5 8 * 0 1 0 1 . 324: 593*570 347 ,24 15 431*700 4 ,04

1930 6 5 8 :2 2 7 * 4 1 0 6 5 3 :8 9 8 * 0 6 0 9 9 ,3 4 6 04 5*900 0 .9 11931 1 . 6 3 7 : 0 9 2 * 9 1 0 7 9 0 :1 4 5 * 0 1 0 4 8 ,2 6 271 384* 540 16 ,5 7

1932 1 . 6 2 4 : 8 9 7 * 1 4 0 7 2 3 :2 8 5 * 2 5 0 44 ,51 164 323*0 30 1 0 , 1 1

NOTA: MANUTENÇÃO INCLUI: MAQUINARIOS, COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES.FONTF.: CFIN — RELATÓRIOS E BALANÇOS AMUAIS

Page 323: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ANOS

1893189418951896189718981899190019011902190319041905190619071908190919101911191219131914191519161917191819191920192119221923192419251926192719281929

RIA EMPÓRIO INDUSTRIAL DO NORTE - PARTICIPAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA NO TOTAL DAS DESPESAS

1893-1930

T A B E L A - 15 B

A L 0 R D A

R 0 D U Ç Ã 0

D E S P E S A S ( T O T A L ) M A T É R I A P I I M A

A B S O L U T O Z A B S O L U T O Z

19:203*120 40:831*837 212,63 13:437*900 69,97

869:643*370 806:036*760 92 ,68 510:796*240 58,73

2.462:403*835 1.932:831*132 78,49 1.156:715*020 48,19

3.367:849*730 2.904:800*680 86 .25 1 . 826 : 226*220 54 ,22

3.766:408*765 3.470:540*280 92 ,14 1.915:295*090 50,85

4.410:900*760 4.101:859*820 12 ,99 2.416:427*060 54 ,78

4.173:192*300 3.688:096*170 88,37 2.028:582*560 48,61

4.838:821*070 3.798:158*170 78,51 2.271:467*710 46,94

3.507:643*830 2.976:698*740 84 ,86 1.434:550*770 40 ,89

3.834:897*110 2.938:168*870 76,61 1.248:722*670 32 ,563.965:351*680 3.177:571*720 80,13 1.376:813*100 34,72

3.842:629*250 3. 169:774*110 82,47 1.622:733*030 42,23

2.952:387*820 2.443:385*590 82 , 76 1.033:046*760 34,99

2.793:970*260 2.387:246*060 85,44 959 :070* 810 34 ,32

3.354:861*090 2.878:830*170 85 .81 1.364:716*500 40.67

2.833:859*180 2.633:176*390 92,91 1.174:760*200 41,45

3.644:793*130 3.015:485*700 82,73 1.367:947*680 37,53

3. 861: 721*300 3.319:969*650 85 ,77 1.748:739*970 45,28

4.016:661*670 3.253:840*080 81 ,00 1 . 699 : 638* 110 42,31

3.986:869*210 3.292:316*510 82 ,57 1.590:901*220 39 ,903.318:583*420 2.914:563*290 87 ,82 1.252:273*680 37,73

2.547:252*430 2.392:602*660 93,92 984:567*840 38,65

3.584:513*120 3. 136:635*860 87 ,50 1.345:997*570 37,55

5.697:518*730 5.096:570*740 89 ,45 3.032:025*810 53,216.476:485*180 5.771:231*760 89,11 3.521:524*120 54, 37

8.460:336*410 7.699:741*180 91 ,01 5.251:146*250 62,06

6.312:201*220 5.497:724*280 87,23 3.659:133*220 58,06

8.320:139*290 6.216:157*870 74 ,71 3.763:901*730 45,236.876:136*040 5.570:795*990 81,01 2.610:200*320 37,96

7.323:691*190 5.767:134*180 78,74 3.074:692*730 41,98

2.234:158*570 797:391*940 35 ,67 392:617*080 17 ,56

2.289:525*800 949:572*080 41,47 438:364*470 19,14

3.647:022*020 1.070:834*200 29,36 596:394*060 16 ,35

2.815:524*870 1.043:84 3*720 37,07 526:615*200 18,70

2.893:356*630 1.400:786*520 48,41 812:362*650 28 ,07

1.737:576*500 1.020:823*640 58,75 460:432*590 26 ,49

381:458*010 1.324:593*570 347,24 383:666*850 105,57658:227*410 653:898*060 99,34 192:469*690 29 ,24

A MATÉRIA PRIMA, ALÉM DO A L GO O XO , IHCLUI OS PIOS IMPORTADOS NOS PRIMEIROS ANOS.

CEIN -- RELATÓRIOS E BALAHÇOS ANUAIS.

Page 324: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A B E L A “ 16

EQUIPAMENTO FA B RI L DA CIA. EMPÕRIO INDUSTRIAL DO NORTE - 1969

QUANT. E Q U I P A M E N T O M A R C A A N O

SALA DE ABERTURA

A bridor aliraentador de 24" acoplado cora abridor de fita A bridor de fardos de 30"Exaustor de poeiraEsteira aliraentadora de 24 pesC arreg ad e ir a automática com condensador e aspirador coe batedor porcupino Abridor VerticalU I tra-Cleaner cora 6 orgaos de lirapeza, caixa de reserva cora célula fo t o * e 1etricaA bri d or duplo com orgaos de lirapeza de 3 facas - 24" D istri bu i do r de três vias cora linha pneumática Batedores acabadores cora orgao de lirapeza Kirschner con aumento na caixa de reserva Abridor de pavio Abridor de anel

PlattPlatt

PlattPlatt

PlattPlattPlatt

PlattPlattPlatt

19491949

19491949

196619491949

194919491949

C A R D A S

Cardas de alta produção com 40", guarnição rigida coo e£ tripagem automática para latas de 20x42", com cross-roll e purificador de veu.Flatts Eureka.Sistema Parks-Cramer para aspir.açao superior Sistema Park-Craoer para aspiraçao inferior

PlattParki-CramerParks-Cramer

196619661967

2212

PENTEADEIRAS

Reunideiras para formação de rolos de fita coo 9" PlattLaminadeiras para fornaçao de rolos de manta com 10 1/2" PlattPenteadeiras tipo Wasmith de 12" de diâmetro Platt

1954 1954 19 54

11

2

PASSADORES

Passadores cada ura com 4 saídas, diâmetro rolo de entrega13/8" para latas 12x18" - la. passagem PlattsPassadores cada un com 4 saídas diâmetro rolo de entrega13/8 para latas 12x18" - 2a. passagem PlattsPassadores Cloble de alta produção para latas 20x42" PlattsPassadores Globle de alta produção para latas 18x42" Platts

MAÇAROQUEIRAS

M a ç o r o q u e i r as coo 120 fusos cada para bobinas de 10x5", com gaiolas para latas de 18x42", diâmetro do rolo dianteiro 1"" PlattMaçoroqueiras MS-2 com 112 fusos cada para bobinas 11x5 1/2, trem de estirageo S.K.F. Platt

1954

195419661966

1948

1966

f i l a t O r i o s

Filatõrios Superspinner coo 320 fusos cada, anel de 2", trem de estiragem SKF-PK 220, equipado com Pneunafil.14 máquinas com alça de 9" e 11 oáquinas com alça de 10". FilatÕrios com 304 fusos cada, anel..., trem de estura- geo de 4x4, equipado com Pneumafil, alça de 8 1/4.

Filatõrios de 304 fusos cada, anel..., trem de estiragem 4x4, equipado com Pneumafil, alça 8 1/4.Filatõrios com 320 fusos cada, reformado pela Sussen, a- nel..., trem de estiragem SKF PK 211, equipado cora Pneu- maf i 1, alça d e ...

Maqu in a para retificar rolinhos. Dronsfield n? 218

ENROLADORES

Enroladores Au t oconer com 50 fusos cada, atador para cada 10 fusos, automático, velocidade de 1.200 raetros por minu to .Enroladores Leesona 44 com 100 fusos cada Enroladores Schlafhorst com 84 fusos cada.

Platt

Platt

Platt

Platt

Dronsfield

S c h lafhorst Leesona Schlafhorst

1966

1948

1938

1948 -Re formado p/Sus sen em 1963 1966

1968

1962

URDIDEIRAS

Ur d id e ir a Schlafhorst EZD de alta produção com gaiola para 520 fusos, pente vai e vemUrdideira Schlafhorst convencional coo gaiola para 520 fu­sosU rd ideira seccional

Sch 1afhorst

Schlafhors t

1962

R ETORCEDEIRAS

Rctorcedeiras reformadas p/Sussen, com 316 fusos cada,anel 2" alça 9"

TINTURARIA DE FIOS

Aparelhos para tingir Thics, alta pressão e alta tenperatura para tingioento até 100 K g s . de materialAparelho para tingir Obernaier KAMGD-8 alta pressão e altatemperatura para tingioento ate 100 Kgs. de naterialLavatório ThiesSecador Thies ADLTCozinhador ThiesSecador ADLV 1.000

Thi es

Oberoai er Thies Thies Thi es Obermaier

19S4-Ref orma

1955

1964 1955 1955 19551965

ENGOMADEIRAS

F.ngooadeira Cocker con 7 cilindros sendo 3 T e f l o n i z a d o ,con controles de temperatura, dos cilindros e cocho de goma Ta^ lor, cozinhador autooatico Taylor, controle de uaidade He-neywel1Engooadeira Hibbert H-32 Camara de ar quente, com controle de tenperatura e pressao.

Cocker

Hibbert

1965

1951

Page 325: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

T A r. K *. A - 16 A

EQUIPAMENTO FABRIL OA CIA- EMPÕRIO INDUSTPIAL ÜO NORTE - 1969

QÜANT. E Q U I P A M E N T O M A R C A A N 0

E SPTLADF. I PA S

J o E s p u l a d e i r a s H a c o b j > ^ a com 24 fusos cada H ac ob a -

12 F s p u l a d e i r a s H o n e g e r com 6 (usos cada H o n eg er 1968

2

A T A D E I R A S

A c a d e i r a i U s t e r m o d e l o I p a ra u rd uoe U ster 1967

4.02

T E C E L A G E M

T ear es Howa t ip o s NY3P. e NY4B , a u t o m á t i c o s , troc a lançadei^ ra, l a r g ur a no p e n t e 44", 180 rpm. Howa 1962

90 Te ar e s X a d r e z T o y o d a CM2, a u to m á t i c o s , t roc a l a n ç ad e ir a , l a r g ur a no p e n t e 44" , 155 rpm. T o y o d a 1965

210 M a q u i n e t a s Y a m a d a c a p a c i d a d e p a r a 16 q u a d ro s Y a m a d a 19654,0 D i s p o s i t i v o s p a ra r o lo d up l o How a 19661 M á q u i n a p a r a r e t i f i c a r p en te s E x c e l s i o r 19681 M á q u i n a p a r a r e t i f i c a r l a nç a d e i r a s S t a u b 1 i 1968

\

S A L A P AN O CRU

R e v i s a d e i r a s p a ra te ci dos com l arg u ra de 100 cm, t ampa p l á s t i c a i l u m i n a d a , c o n s t r u ç ã o p r ó p r i a _ .

1

A C A B A M E N T O

N a v a l h a d e i r a M e n s c h n e r tipo SSA, a u t o m á t i c a , com d i s p ô s ^ tivo p a r a l i m p ez a de o u r e l a s de x a d r e z e s , l a r g u r a 220 cm, a c o p l a d a com m á q u i n a de c o s t u r a M e r r o w M e n s c h n e r 1965

11

C h a m u s c a d e i r a W a l f e r O s t h o f f tipo 30/6M e r c e r i z a d e i r a Klei n e ve f e r s tipo S M - A 1 p a r a t eci do s com l a r g u r a de 240 cm. K l e i n e w e f e r s 1953

2

2

A u t o c l a v e s p a ra c o z i n h a m e n t o com c a p a c i d a d e p a ra 2. 00 0 Kgs.

cadaBarca s p a ra l a var t ec id o s em c o rd a j u n t a s a 8 t an qu e s la- C .B r i n k o r d

1d r i l h a d o sC a l a n d r a d ' a g u a ti po K . 20 / 2

Send eK l e i n e w e f ers 1953

1 F l a n e l a d e i r a M o n f o r t s RR 30 /S p a r a tec i do s com 220 cm Mon f or ts

1 S e c a d e i r a de t a mb o r com 8 c i l i n d r o s de aço i n o x i d á v e l T e x i m a

1 S e c a d e i r a B e r n a u e r de ar q u e n t e Ber nau er

0

1

J i g g e r s a b e r t o s p a r a t e c i do s de 120 cm s en d o 3 O b e r m a i e r 3 T e x i m a , 3 G a b r i e l V e n d a r a m i n i R 1 IM UTR a m e u s e H. K r a n t z S o h n e com f o u l a r d a c o p l a d o p a ra t e c i ­dos até 160 cm. K ra n tz 1955

1 R a m e u s e T e x i m a com 4 c a m p os , f o u l a r d a c o p l a d o p a ra t e c i ­dos até 140 cm. T e x i m a 1962

11

1

F o u l a r d p a r a t i n g i m e n t oC a l a n d r a de f r i c ç ã o Dr. R a m i n s c h de 5 c i l i n d ro s , com va- r i a d o r de v e l o c i d a d e

E S T A M P A R I A

M á q u i n a de e s t a m p a r a q u a d r o s St or k p a r a 8 cores, l a r gu ­ra 110 cm. S t ork 1962

1

2

E q u i p a m e n t o a u x i l i a r p ar a e s t a m p a r i a :m a q u i n a de f o t o g r a ­far, m á q u i n a p a r a q u a d r o s , s e c a d o r , e m es a de teste. P o l i m e r i z a d e i r a

E X P E D I Ç Ã O

D o b r a d e i r as M e n s c h n e r

1 E nf es tadei ra M en s chner

1 E n r o l a d e i r a Mens chn er1 E n r o l ade i ra S t a . C 1 ar a

11111111111

O F I C I N A M E C Â N I C A

T o r n o W i l k i n s o n L i s t e r de 4 ,0 0 de c o m p r i m e n t o T o r n o I m or M I N - 1,50 m et r o s T o r n o N a r d i n i - 2,7 0 m et r os F u r a d e i r a M o v i b a s e de 1" a 0 P l a i n aS e r r a I t a t i a i a F u r a d e i r a M a u a de 1/2 a 0 C o r r a d e i r a 5 S /1 0 F u r a d n i r n F or m en s i 8F r e z a de S o c i e d a d e de M á q u i n a s e M o t o r e s Ltda. C a l d e i r a C B C - 6 - 3 V P . c o m p a c t a C a l d e i r a A T R - 150 ra*

CBC 19611 CBC -

2

E L E T R I C I D A D E

A rede e l é t r i c a é c o m p l e t a m e n t e n o va e m b u t i d a em ele t r o d u t o s .T r a n s f o r m a d o r e s A SE A 500 KVA A SE A

2 T r a n s f o r m a d o r e s A S EA 300 KVA A S EA

1111

C O N T R O L E DE Q U A L I D A D E

A p a r e l h o U s t e r par a m e di r r e g u l a r i d a d e de fio A p a r e l h o M i c r o n a i r e p ar a m e d i r f i n u r a de al go d ao A p a r e l h o F i b r o g r a f o p a r a m e d i r c o m p r i m e n t o de f ib ra A p a r e l h o S h i r l e y p ar a m e d i r i mp u r e s a s do al go d ao PL AT T 1959

111

D i n a m o m e t r o p a r a m e ad as D i n a m o m e t r o p a r a fio s in gel oA p a r e l h o P r e s s l e y p a ra r e s i s t ê n c i a da fi br a J .M .D OE B R IC H 1957

C l I M A T I Z A Ç Ã O

As s a l a s d e F i a ç a o e T e c e l a g e m e s t ã o e q u i p a d a s c o m

a p a r e l h o s T e x a i r p a r a c l i m a t i z a ç a o do m e i o a m b i e n t e .

F O N T E : CEIN , DEPT. DE C O N T A B I L I D A D E .

Page 326: A Evolucao de uma Empresa no Contexto da Industrializacao

ERRATA:

A numeração das páginas contem diversos erros, ser. contudo

prejudicar a continuidade do texto:

Da página 109 passa-se para a 120

Da página 140 passa-se para a 142

Da página 152 Dassa-se para a 154 (Tabelas)

Da página 183 passa-se para a 185

Da página 214 passa-se para a 216

Da pãgir.a 223 passa-se nara a 225

Da página 228 nassa-se para a 230

Há duas páginas diversas coi?, o número 167 o que se repete

para a página 2 30.

0 Anexo 1 tem como fonte os Livros de Registro de Ações da

CEIN e o Anexo 2 c arquivo e a obra citada de Péricles Ma_

dureira de Pinho. A fonte do Anexo 3 e o Aroúivo da CEIN.