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A ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE NO PREÂMBULO DO PLANO REGIONAL DE INOVAÇÃO DO NORTE 2014-2020 Rui Monteiro | Diretordo Centro de Avaliação de Políticas e Estudos Regionais Lisboa | 11 Dezembro 2012

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A ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE NO PREÂMBULO DO

PLANO REGIONAL DE INOVAÇÃO DO NORTE 2014-2020

Rui Monteiro | Diretor do Centro de Avaliação de Políticas e Estudos Regionais

Lisboa | 11 Dezembro 2012

ÍNDICE

A especialização inteligente no preâmbulo do Plano Regional de Inovação do Norte 2014-2020 2

1.Europa 2020

2.O conceito de Especialização Inteligente

3.Aplicação da Especialização Inteligente na Região do Norte

4.Plano Regional de Inovação: exemplos aplicáveis à Região do Norte

5.Notas Finais

3

Estagnação económica da UE e sua incapacidade para atingir os objetivos

da Agenda de Lisboa, bem como em assumir-se como líder na inovação

levou a Comissão Europeia a definir a Estratégia Europa 2020 assente em 3 pilares:

A existência de um Plano Regional de Inovação, construído

através do paradigma da especialização inteligente, é um

pré-requisito para acesso aos Fundos Estruturais.

1. Europa 2020

• Crescimento Inteligente,

• Crescimento Sustentável e

• Crescimento Inclusivo.

A especialização inteligente no preâmbulo do Plano Regional de Inovação do Norte 2014-2020 3

4

2. Especialização Inteligente

• A Especialização Inteligente parte de que a inovação e a competitividade das

regiões se deve fundar nas respetivas características e ativos existentes no seu território, concentrando recursos nos domínios/atividades económicas em que

exista ou possa reunir-se massa crítica relevante;

• Sublinha a necessidade de as regiões reavaliarem o seu posicionamento competitivo em função do mercado global e da sua capacidade de afirmação internacional.

Está-se em presença de um paradigma de desenvolvimento

baseado em regiões e na sua capacidade de se afirmarem,

diferenciando-se, no mercado internacional.

A especialização inteligente no preâmbulo do Plano Regional de Inovação do Norte 2014-2020 4

2. Especialização Inteligente

• Escolhas e massa crítica: identificando um conjunto limitado e concreto de

prioridades que deverão concentrar a maioria dos recursos financeiros;

• Construção de vantagens competitivas: aproveitando as capacidades de C&T+i

e da economia regional e promovendo processos de articulação, desenvolvendo

um mercado tecnológico;

• Conetividade e clusters: promovendo a conetividade interna e internacional e a

“variedade relacionada” de atividades económicas e de competência de C&T;

• Hélice quádrupla: adotando uma perspetiva da inovação colaborativa

envolvendo empresas, universidades, instituições e utilizadores, fomentando um

processo de inovação aberto e equilibrado entre as perspetivas science-led e

user-driven e combinando os modos de Science, Technology, Innovation com os

modos Doing, Using, Interacting (DUI).

A especialização inteligente no preâmbulo do Plano Regional de Inovação do Norte 2014-2020 5

6

3. Especialização Inteligente na Região do Norte

• A definição de prioridades deve resultar do debate com todos os atores regionais, correspondendo a uma combinação adequada de iniciativas “bottom-up” com coordenação “top-down” de nível regional;

• A participação abrangente é fundamental para a conceção de uma nova visão para a Região do Norte e para a sua apropriação pelos agentes,

extensível ao sequente Plano Regional de Inovação;

• O desenvolvimento deste exercício deve obedecer, mediante adequadas

adaptações, à metodologia preconizado pela Comissão Europeia,

envolvendo 6 fases.

A especialização inteligente no preâmbulo do Plano Regional de Inovação do Norte 2014-2020 6

7

3. Especialização Inteligente na Região do Norte

1. Elaboração do diagnóstico prospetivo (avaliação, em contínuo, da massa

crítica tecnológica e produtiva, bem como do seu potencial de articulação e

de competitividade a nível internacional);

2. Promoção de uma participação regional abrangente e de um adequado

modelo de governação;

3. Definição de uma “Nova Visão” para a Região do Norte e sua apropriação

pelos agentes;

4. Selecção de “prioridades”

5. Conceção de instrumentos de Política

6. Monitorização do Plano

Seis fases da metodologia

A especialização inteligente no preâmbulo do Plano Regional de Inovação do Norte 2014-2020 7

8

3. Especialização Inteligente na Região do Norte

Etapas Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril

1

2

3

4

5

6

Cronograma Indicativo

A especialização inteligente no preâmbulo do Plano Regional de Inovação do Norte 2014-2020 8

9

3. Especialização Inteligente na Região do Norte

• Combinação de abordagens quantitativas com outras de natureza

normativa;

• Colaboração dos Polos, Clusters, Empresas e Universidades na avaliação

do real potencial competitivo global;

• Despistagens de “lock-ins” e avaliação dos riscos de ocorrência de

(eventuais) erros no raciocínio prospetivo;

• Atender à possibilidade de apostar, excecionalmente, em domínios

emergentes (“wildcards”);

Fase 1: Diagnóstico prospetivo

A especialização inteligente no preâmbulo do Plano Regional de Inovação do Norte 2014-2020 9

10

3. Especialização Inteligente na Região do Norte

Áre

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Qu

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Sa

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TIC

E

Setor da Economia % 2,1

6,0

4,3

5,5

0,4

2,3

0,5

0,4

0,6

3,8

3,9

15,8

8,5

Agricultura e Pesca 0,9

Ind. Aliment. 3,8

Moda 8.6

Indústrias Florestais 2,4

Fab. Químicos 0,8

Borracha e Plásticos 2,1

Minerais não

metálicos1,3

Metalúrgicas e Prod.

Metal4,3

Máquinas e

Equipamentos

(incluindo Eléctricos

e Inf.)

3,8

Automóveis e

Componentes1,6

Mobiliário e

colchões1,2

Energia 3,6

Construção e Imob. 15,6

Ativ. de inf. e de

comunicação2,1

Ativ. de consult e

cient.4,9

Ativ. administrativas 4,3

Saúde e dispositivos

Med7,8

Atividades Criativas 1,8

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3. Especialização Inteligente na Região do Norte

• Conselho Regional: validação da metodologia e dos resultados e garante

da ampla cobertura institucional para aprovação da nova visão;

• Comité de Pilotagem: reúne personalidades regionais, representativas

das Universidades e das Empresas;

• Equipa de Gestão: liderada pela CCDR-N e assumindo geometrias

variáveis em função das fases e temáticas a abordar;

• Grupos de Trabalho e de Discussão: com base em documentos de

trabalho, discussão e apresentação de propostas de alteração e definição

do perfil de especialização inteligente;

• Gabinete de Comunicação: divulgação e participação de toda a região,

organizando ainda fóruns de discussão em vários dos seus territórios.

Fase 2: Participação regional e modelo de governação

Hél

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la

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3. Especialização Inteligente na Região do Norte

• Seleção de um conjunto restrito de prioridades que concentrarão uma

quota significativa dos Fundos Estruturais a disponibilizar;

• Enfoque em domínios transsetoriais que potenciem a especialização em

conjugação com a “variedade relacionada”;

Fase 3: Definição e apropriação de uma “Nova Visão”

• A definir pelos stakeholders!

Fase 4: Seleção de “prioridades”

Nota: Importa evitar a tentação de alterar completamente as políticas

no próximo período de programação, dando continuidade às “boas

apostas”, bem como respeitando o “ADN” da Região do Norte.

A especialização inteligente no preâmbulo do Plano Regional de Inovação do Norte 2014-2020 12

13

3. Especialização Inteligente na Região do Norte

• Importa garantir que a gestão dos Fundos Estruturais se encontre próxima da região e dos agentes, bem como que estão disponíveis os instrumentos

necessários à operacionalização da estratégia;

• Nesse sentido, assume relevância assegurar uma lógica multifundos dos futuros Programa Operacionais Regionais, para que possam ser articulados,

nomeadamente os apoios FEDER e FSE!

Fase 5: Conceção de instrumentos de política

• Conceber um sistema que garanta uma adequada monitorização, focada no

impactos, e que permita, em tempo útil, reajustamentos da estratégia e do

Plano.

Fase 6: Monitorização do Plano

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14

4.Plano Regional de Inovação: exemplos aplicáveis à Região do Norte

15

4.1.Ind. Criativas e Ind. Tradicionais

• Explorar e potenciar o know-how

produtivo e exportador das

indústrias tradicionais em função

de maior incorporação de

conhecimento simbólico e

tecnológico via novos materiais

que adicionem propriedades

funcionais;

• Explorar potencial das GPT com

destaque para a energia e para a

economia “low carbon”.

MobiliárioNovos

Materiais

Design

Arqui-tectura

TIC

Moda

Constru-ção

A especialização inteligente no preâmbulo do Plano Regional de Inovação do Norte 2014-2020 15

16

4.2. Energia + TIC + Mar

• Ventos na costa Atlântica - 2º mais fortes

da Europa e constantes;

• Construção naval para navios de

instalação e manutenção especializados;

• Construção em offshore;

• Nanotecnologias e novos materiais (tintas

anti-corrosão, …);

• Cintura produtiva com elevado “know-

how”;

• Competências científicas na tecnologia de

produção e nas TIC (“smart grids”)

Eólicas

Construção naval

Construção offs-hore

Smart Grids

Novos Materiais e Nanotec-nologias

Aquacultura

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4.3. Mobilidade, Automóvel, Aeronáutica, Biocombustíveis

• Competências científicas e produtivas

relevantes no segmento automóvel e

crescente capacidade cientifica na

aeronáutica;

• Investimento significativo da Embraer;

• Potencial de “upgrade” dos produtores

de componentes automóveis para a

produção de componentes para aviação;

• Exploração do potencial dos

biocombustíveis na produção de gasóleo

verde e de jet fuel;

• Nanotecnologias e novos materiais (mais

leves, eficientes, …).

Tecnologias da Mobilidade

Automóvel Aeronáutica

Novos Materiais e Nanotec-nologias

Biocombustíveis

Tecnologias da

Produção

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4.4. Ciências da Vida + Instrumentos médicos + exportação de cuidados de saúde

• Competências científicas de excelência

mundial na engenharia de tecidos, na

investigação do cancro e no

desenvolvimento de técnicas cirúrgicas e de

“medical devices”;

• Sistema de cuidados de saúde com

capacidade instalada, de qualidade e com

melhor relação qualidade-custo face a

vários sistemas de saúde Europeus;

• Potencial de articulação com Turismo e

outros setores, como o agroalimentar

(alimentação funcional) e o mar

(valorização de microrganismos),

Sistema de Saúde

Genética e biologia

molecular

Engenharia de tecidos

Instrumentos médicos

Turismo

de saúde e bem-estar

Ciências da Vida

Alimentação funcional

Biotecnologia Marinha

Cosmética

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4.5. TIC + Multimédia + Serviços + Nearshoring of Business Process Outsourcing

• Competências de programação e de

engenharia de sistemas avançadas;

• Potencial de interseção com as indústrias

criativas (ex. “digital gaming” e

desenvolvimento de aplicações e conteúdos

para dispositivos móveis);

• Experiência acumulada no desenvolvimento

de e-government e na desmaterialização de

processos;

• Potencial de reconversão de capital humano

desajustado das necessidades da economia

(ex. formações em línguas);

Indúst. Criativas

TIC

E-gov

Eletrónica

Nearshore

Serviços digitais

avançados

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• Infra-estrutura única;

• Tecnologia de largo espectro em que

a Região do Norte pode ser líder no

seu desenvolvimento e aplicação;

• Elevado potencial de articulação com

a indústria;

• Nanomedicina, Nanoelectrónica,

Controlo e Monitorização Ambiental

e da Qualidade Alimentar,

Nanomáquinas.

4.6. Nanotecnologias

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5. Notas Finais (do que se disse e do que ficou por dizer)

1) A inovação é o resultado da interação entre diferentes agentes geradora

de fenómenos de retroação positiva. Por essa razão, é um processo contextual: produz-se e reproduz-se de forma diferenciada em função da

diversidade de agentes. Sendo assim, as políticas de inovação não são,

nem podem ser, aterritoriais;

2) Do ponto de vista analítico, a especialização inteligente constitui uma

evolução dos conceitos de distrito Marshalliano, de “Innovative milieu”, de

Sistemas Regional de Inovação ou de Cluster face a uma economia cada

vez mais intensiva em conhecimento. Isto é, associa conceitos tradicionais da economia regional à economia do conhecimento;

Dado que:

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22

5. Notas Finais (do que se disse e do que ficou por dizer)

3) Exige densidade, de pessoas, de instituições - das mais diversas naturezas

(universidades, centros de investigação, centros de formação, sistema

financeiro, etc) - e de empresas. Sem ela, as interações não se dão na

escala ótima. O conceito de massa crítica relevante resulta desta

exigência;

4) Pressupõe capacidade de diferenciação regional em função das competências residentes, quer científicas e tecnológicas, quer

empresariais, capazes de gerar afirmação à escala global;

5) Pressupõe essa especialização sem deixar de ponderar os riscos de “lock-in” sectorial e cognitivo, obrigando a uma especialização assente no conceito de “variedade relacionada”.

Dado que:

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23

5. Notas Finais (do que se disse e do que ficou por dizer)

• A Região do Norte é maior região NUTS II do País e uma região média no contexto da União Europeia;

• Dispõe de elevadas densidades, propiciadoras de interações entre agentes e

de criação de massa crítica relevante;

• Apresenta uma economia assente na indústria, mas suficientemente diversificada, como resultado de um longo processo de ajustamento estrutural,

convivendo as indústrias (ditas) tradicionais com outras consideradas de média

e alta-tecnologia;

• Constitui a economia mais internacionalizada do país, dispondo, como

nenhuma outra, de “know-how” relevante de participação no comércio

mundial;

E considerando que

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5. Notas Finais (do que se disse e do que ficou por dizer)

A Região do Norte dispõe de todas as condições para

ser um caso bem sucedido de especialização inteligente. Todas as palavras relevantes estão

presentes no diagnóstico desta região NUTS II:

dimensão, densidade, massa crítica, interação,

indústria, variedade, internacionalização.

Então:

A especialização inteligente no preâmbulo do Plano Regional de Inovação do Norte 2014-2020 24

Rui MonteiroDiretor do Centro de Avaliação de Políticas e Estudos Regionais

da CCDR-N

[email protected]

OBRIGADO