a escola em tempo integral como alternativa … · competências e habilidades. ... têm sua origem...

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15 Capítulo 1 - Educação Ataíde Gonçalves - SEED Cileide Teixeira da Silva - SEED Clara Mary Inahara da Silva - SEED Jorge Akira Oyama - SEED José Carlos Rodrigues Pereira - SEED Maria de Fátima Sales de Souza Campos - UEL 1 Introdução A questão da qualidade do ensino tem assumido lugar de destaque nas discussões sobre políticas públicas de educação, ressaltando a importância do processo de avaliação, em todos os níveis, para a obtenção de informações sobre a realidade educacional brasileira. A educação é um direito constitucional. Concretamente várias ações têm sido desenvolvidas pelos governos federal, distrital, estaduais e municipais no sentido de garantir o acesso a todos. Essas ações têm surtido algum resultado satisfatório, porém a questão da qualidade da educação é o problema crucial que deve ser enfrentado. Nessa perspectiva, superar o baixo desempenho escolar dos alunos se articula a processos mais amplos do que a dinâmica no interior da escola. Isto é, há um conjunto de variáveis intra e extra- escolares que intervêm na produção do desempenho escolar, desde as condições econômicas e culturais dos alunos, até as práticas pedagógicas utilizadas em que se estruturam os processos de ensino e aprendizagem. Em síntese, este trabalho procura responder qual a percepção dos alunos, pais e professores das escolas públicas de Londrina a respeito da qualidade do ensino público; quais os fatores que afetam o desempenho escolar na opinião dos entrevistados, e em que medida a escola em tempo integral pode contribuir para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. 2 A qualidade de Ensino e Aprendizagem no Brasil Na sociedade moderna a escola passou a ocupar um papel central na integração do indivíduo. Considerada como a principal responsável pela inclusão ou exclusão social dos membros de determinada sociedade, a educação formal torna-se, também, a preocupação dos governos, caracterizando-se como política pública e passando a ser cada vez mais um instrumento vital para que os indivíduos em sociedade possam enfrentar os desafios contemporâneos, escreve ARANHA (1996). De acordo com TARDIF (2002), o processo de democratização do ensino e a universalização do saber têm sido parte da retórica dos governantes. Entretanto, para se fazer uma escola de qualidade é necessário investir na qualificação do professor. Esta construção de saberes ocorre através de um trabalho crítico e de estratégias sempre renovadas do professor na sua atuação em sala de aula. NÓVOA (1995) relata que se vive um momento de valorização da atividade docente na educação, e isto pode ser confirmado por meio do incremento de investigações sobre a formação do professor e as características de suas práticas pedagógicas, competências e habilidades. Assim, a função do professor deverá contribuir para a formação social do aluno, propiciando ao mesmo as competências necessárias para a vida em sociedade. É preciso promover a melhoria da qualidade do ensino ofertado, caso contrário será impossível atender a demanda de recursos humanos cada vez mais qualificados para acompanhar as mudanças no mundo do trabalho. A educação assume um papel-chave como componente das políticas para A ESCOLA EM TEMPO INTEGRAL COMO ALTERNATIVA PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO ENSINO PÚBLICO NO MUNICÍPIO DE LONDRINA

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15Capítulo 1 - Educação

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

Ataíde Gonçalves - SEEDCileide Teixeira da Silva - SEED

Clara Mary Inahara da Silva - SEEDJorge Akira Oyama - SEED

José Carlos Rodrigues Pereira - SEEDMaria de Fátima Sales de Souza Campos - UEL

1 Introdução

A questão da qualidade do ensino tem assumido lugar de destaque nas discussões sobre políticas públicas de educação, ressaltando a importância do processo de avaliação, em todos os níveis, para a obtenção de informações sobre a realidade educacional brasileira.

A educação é um direito constitucional. Concretamente várias ações têm sido desenvolvidas pelos governos federal, distrital, estaduais e municipais no sentido de garantir o acesso a todos. Essas ações têm surtido algum resultado satisfatório, porém a questão da qualidade da educação é o problema crucial que deve ser enfrentado.

Nessa perspectiva, superar o baixo desempenho escolar dos alunos se articula a processos mais amplos do que a dinâmica no interior da escola. Isto é, há um conjunto de variáveis intra e extra-escolares que intervêm na produção do desempenho escolar, desde as condições econômicas e culturais dos alunos, até as práticas pedagógicas utilizadas em que se estruturam os processos de ensino e aprendizagem.

Em síntese, este trabalho procura responder qual a percepção dos alunos, pais e professores das escolas públicas de Londrina a respeito da qualidade do ensino público; quais os fatores que afetam o desempenho escolar na opinião dos entrevistados, e em que medida a escola em tempo integral pode contribuir para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.

2 A qualidade de Ensino e Aprendizagem no Brasil

Na sociedade moderna a escola passou a ocupar um papel central na integração do indivíduo. Considerada como a principal responsável pela inclusão ou exclusão social dos membros de determinada sociedade, a educação formal torna-se, também, a preocupação dos governos, caracterizando-se como política pública e passando a ser cada vez mais um instrumento vital para que os indivíduos em sociedade possam enfrentar os desafios contemporâneos, escreve ARANHA (1996).

De acordo com TARDIF (2002), o processo de democratização do ensino e a universalização do saber têm sido parte da retórica dos governantes. Entretanto, para se fazer uma escola de qualidade é necessário investir na qualificação do professor. Esta construção de saberes ocorre através de um trabalho crítico e de estratégias sempre renovadas do professor na sua atuação em sala de aula.

NÓVOA (1995) relata que se vive um momento de valorização da atividade docente na educação, e isto pode ser confirmado por meio do incremento de investigações sobre a formação do professor e as características de suas práticas pedagógicas, competências e habilidades. Assim, a função do professor deverá contribuir para a formação social do aluno, propiciando ao mesmo as competências necessárias para a vida em sociedade.

É preciso promover a melhoria da qualidade do ensino ofertado, caso contrário será impossível atender a demanda de recursos humanos cada vez mais qualificados para acompanhar as mudanças no mundo do trabalho. A educação assume um papel-chave como componente das políticas para

A ESCOLA EM TEMPO INTEGRAL COMO ALTERNATIVA PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO ENSINO PÚBLICO NO

MUNICÍPIO DE LONDRINA

16 A Escola em Tempo Integral como Alternativa para a Melhoria da Qualidade do Ensino Público no...

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

diminuir o grau de desigualdade social e promover a melhoria da distribuição de renda, contribuindo, desta forma, para a superação dos principais entraves ao crescimento econômico sustentável, comenta MARANHÃO (2006).

O Brasil terá que superar um duplo desafio: completar o esforço de universalização da educação básica e, simultaneamente, elevar a qualidade do ensino ofertado pelas escolas públicas, que respondem por aproximadamente 92% da matrícula do ensino fundamental e por 81% da matrícula do ensino médio, informa SOUZA (1999).

As ações educacionais implementadas nos três níveis de governo buscam articular estratégias para vencer o atraso histórico acumulado no Brasil nesta área. Só será cidadão pleno o indivíduo que desenvolver as competências básicas exigidas para a inserção na sociedade do conhecimento, as quais incluem: capacidade para resolver problemas; autonomia para buscar informações; capacidade de fazer escolhas e tomar decisões. Para COSTIN (apud GOMES, 2005), o principal desafio da educação é formar cidadãos com este perfil.

É possível afirmar que o Brasil já ultrapassou a etapa de prioridade exclusiva à política de expansão do acesso à escola e, portanto, de investimento prioritário na rede física. A busca da qualidade e a promoção de maior eqüidade do sistema passaram a ocupar lugar de destaque na nova agenda das políticas de educação básica. As ações dos três níveis de governo devem ser orientadas para a promoção e o fortalecimento da autonomia da escola.

Quando se compara a educação brasileira com a de outros países fica evidente a necessidade de investimentos. Enquanto no Brasil investe-se US$ 842 per capita, a Argentina aplica US$ 1.241 e os EUA US$ 8.049. (SOUZA, 1999)

O projeto Compromisso Todos pela Educação busca transformar a educação na mais importante política pública do país, elevando o investimento

público na educação básica de 0,7 do PIB em 2005 para 5% do PIB até 2022.

Para a melhoria da qualidade do ensino, FRIGOTTO (2000) argumenta que a educação brasileira apresenta um quadro de extrema perversidade, pois aproximadamente 7 milhões de crianças estão fora da escola, mais de 20 milhões de analfabetos absolutos e 80% da população têm uma alfabetização precária. Na mesma linha de pensamento, KRUPPA (1994) relata que as políticas públicas para a educação, embora tenham sido reconhecidas pela Constituição, estão longe de se tornarem realidade.

CANÁRIO (2006) argumenta que um dos caminhos mais promissores para transformar positivamente a escola é abri-la à utilização intensiva por parte de públicos e parceiros diversos, empenhados em desenvolver múltiplas atividades de aprendizagem.

CHAMUSCA (2006) afirma que a eficácia da escola é garantida por um trabalho coletivo, envolvendo a todos: corpo administrativo, funcionários, professores, estudantes, grêmio, colegiado, pais, voluntários da escola, representantes do mercado de trabalho, clubes e instituições.

A análise dos indicadores que medem a qualidade da educação brasileira em relação aos outros países evidencia um estado de precariedade, uma vez que os estudantes brasileiros estão aprendendo menos, sobretudo, aqueles que estão nas escolas públicas.

Portanto, os administradores públicos do Brasil precisam discutir e implementar urgentemente políticas públicas permanentes no intuito de melhorar quantitativa e qualitativamente a educação ofertada aos brasileiros, e, desta forma, garantir, de fato, um salto de qualidade na educação, podendo fazer frente aos países com melhores desempenhos. Acredita-se que uma das alternativas de políticas públicas, apontada na literatura e contemplada na legislação educacional brasileira, seja a implantação da escola de tempo integral.1

1 Ver, por exemplo, CAVALIERI (1996; 2002 e 2006); CAVALIERI e COELHO (2003) e MATIAS (2006).

17Capítulo 1 - Educação

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

Na mídia, constantemente são divulgados os resultados obtidos em escolas de tempo integral, onde são oportunizadas às crianças atividades de arte e esporte, de modo geral. Muitos destaques nacionais dos esportes e das artes têm sua origem nas escolas de tempo integral e, normalmente, a iniciativa parte de organizações não-governamentais.

Pensando nisto, o foco da pesquisa de campo concentrou-se na obtenção de características, informações e opiniões de alunos, pais e professores das escolas públicas de Londrina sobre o ensino público, a educação e a escola em tempo integral, resultados que serão analisados na próxima seção.

3 Aspectos Metodológicos

A pesquisa caracterizou-se como teórica, pois tem como alicerce a literatura pertinente sobre educação, e de campo, à medida que utiliza método empírico para a coleta de informações (VERGARA, 2004).

Conforme destaca GIL (1996), a pesquisa de campo propicia o conhecimento direto da realidade, pois são os próprios sujeitos (objetos de estudo) que fornecem as informações que darão suporte à análise. Além disto, alia as vantagens da agilidade e economia de recursos, uma vez que os dados são coletados em um rápido intervalo no tempo, a possibilidade de tratamento estatístico

dos dados e de extrapolação dos resultados obtidos a partir da amostra para a população-alvo, quando forem utilizados critérios estatísticos para delimitação da amostra.

A população-alvo é composta pelos alunos, pais e professores das escolas públicas do município de Londrina. Dadas as características da população em análise, optou-se por realizar uma amostragem estratificada proporcional e selecionar as escolas de forma aleatória, seguindo o procedimento proposto por HOFFMANN (1980).

O critério utilizado para determinar a composição da amostra fundamentou-se no número de escolas públicas da rede estadual no município de Londrina que ofertaram, concomitantemente, o ensino fundamental de 5.ª a 8.ª séries e o ensino médio no ano de 2006. O mapa das escolas foi traçado através de um levantamento junto ao Núcleo Regional de Educação.

A partir deste levantamento, delimitou-se uma amostra estratificada proporcional, selecionando as escolas de acordo com a localização geográfica: centro, norte, sul, leste e oeste, de tal forma a obter uma sub-amostra representativa de cada região.

Na seqüência, as escolas foram numeradas, sendo realizado um sorteio aleatório sem reposição, cujas escolas sorteadas encontram-se relacionadas no Quadro 1.

Quadro 1 - Escolas selecionadas em relação ao total de alunos, professores e turmas em 2006.

Escola Região N.º de N.º de N.º de Alunos Professores Turmas

C. E. Marcelino Champagnat – EFM Centro 1723 77 45 C. E. Heber Soares Vargas – EFM Leste 771 40 22 C. E. Adélia Dionísia Barbosa – EFM Norte 1499 46 41 C. E. Maria José Balzanelo Aguilera – EFM Sul 1645 57 46 C. E. Déa Alvarenga – EFM Oeste 309 20 11

T O T A L 5947 240 165

Fonte: Núcleo Regional de Educação de Londrina.

A partir desta seleção, calculou-se o tamanho máximo que a amostra deveria ter aplicando a fórmula para tamanho da amostra em populações finitas sugerida por GIL (1996, p. 27): ( ) qpNe

Nqpn

..1...

22

2

σσ

+−=

(1)

18 A Escola em Tempo Integral como Alternativa para a Melhoria da Qualidade do Ensino Público no...

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

onde: N = tamanho da população;n = tamanho da amostra;

σ = nível de confiança escolhido, expresso em número de desvios-padrão;

2e = erro máximo permitido;p= é a porcentagem com a qual o fenômeno se

verifica;q= (100 – p) é a porcentagem complementar.

Uma vez que as percentagens p e q são desconhecidas pelos pesquisadores, assumiu-se que p=q=0,5. Com um erro máximo permitido de 5,5% e um nível de confiança de 95%, o tamanho da amostra calculado para os alunos foi de 322 indivíduos.

Em cada escola selecionada foram sorteadas uma turma do ensino fundamental e uma do ensino médio, por turno de funcionamento. Foram elaborados três tipos de questionários, sendo um direcionado aos pais, um aos professores e outro aos alunos.

O objetivo dos questionários aplicados foi o de investigar se a comunidade escolar estabelece correlações entre a qualidade de ensino e o nível de aprendizagem com o tempo de permanência do aluno na escola.

Para HOFFMAN (1980, p. 131), a amostragem estratificada conduz “[...] a estimativas mais precisas, isto é, com menor variância. Isto significa que, em média, as estimativas obtidas por amostras estratificadas estão mais próximas dos valores verdadeiros”. Além do mais, dado que na amostra todas as escolas tiveram igual probabilidade de serem selecionadas e que o processo de seleção foi aleatório, os resultados da amostra são válidos para a população de onde ela foi retirada. Com esta finalidade, foram realizados cruzamentos estatísticos no programa SPSS for Windows, cuja apresentação e descrição serão apresentadas na seqüência.

4 O Ensino nas Escolas Públicas de Londrina: Resultados e Apontamentos

4.1 Perfil dos Pesquisados

A pesquisa foi realizada em cinco escolas da rede estadual de educação do município de Londrina, tendo como ponto de partida o mapa

dos estabelecimentos de ensino do Núcleo Regional de Educação de Londrina. A escolha das escolas deu-se através de sorteio aleatório entre as escolas que atendiam aos critérios pré-estabelecidos.

A idade dos alunos entrevistados variou de 13 a 26 anos, com predominância de 16 anos. A faixa de idade dos professores pesquisados foi a dos 30 aos 49 anos, representando 71% dos entrevistados. A idade dos pais variou entre 30 e 65 anos, com predominância da faixa dos 40 a 45 anos.

Em relação ao gênero dos entrevistados, predomina o gênero feminino, uma vez que 55% dos alunos, 64% dos professores e 68% dos pais entrevistados eram do sexo feminino. A cor de pele predominante foi a branca com 52% dos alunos, 83% dos professores e 56% dos pais.

A maioria dos alunos entrevistados estava em 2006 cursando a 2.ª série do ensino médio no turno diurno. Grande parte dos professores (67%) é formada por profissionais pós-graduados com o título de especialistas. Entre os pais o grau de instrução variou entre ensino fundamental incompleto a ensino médio completo, totalizando 72% nessas faixas.

Dos pais entrevistados, 70% se enquadraram como chefes de família, com um terço deles apresentando uma renda familiar de R$ 700,00 a R$ 1.000,00 e 24% participando de algum programa social do governo recebendo o bolsa família federal, o bolsa família da Prefeitura Municipal de Londrina e “leite das crianças”, programa do Governo do Estado do Paraná.

Entre os professores 56% tem uma faixa salarial cujo salário bruto varia entre R$ 1.080,00 a R$ 2.160,00.

Já entre os alunos a maioria mora com os pais e não trabalha assalariado. No entanto, 74% deles pretendem estudar e trabalhar após terminar o ensino médio.

4.2 Resultados e Análise da Pesquisa

Apurou-se que 98% dos alunos acreditam que uma boa educação pode transformar suas vidas para melhor. Verificou-se, também, que haveria participação de alunos em atividades diferenciadas e em cursos de iniciação ao trabalho na escola em outro turno, além do turno de ensino regular. Constatou-se, ainda, que mais de 90% dos alunos

19Capítulo 1 - Educação

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

pretendem, ao terminar o ensino médio, trabalhar ou realizar um estágio remunerado paralelamente à continuidade dos estudos, fazendo um curso superior.

Dentre os pesquisados, verificou-se que, uma maioria significativa, ou seja, 67% acreditam que

a boa escola é a que dá atenção integral ao aluno

com aulas e, atividades durante o dia todo, todos

os dias da semana e refeições. É bem provável que

com essa resposta o aluno acredite que o ensino

de tempo integral possa ser indício de uma boa

escola. (Gráfico 1)

Gráfico 1 – Opinião dos alunos sobre as características de uma boa escola

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

No item “o que deve ser feito para melhorar a sua própria aprendizagem”, os alunos acham que a implantação da escola de período integral é uma alternativa, ou, ainda, a oferta de aulas de reforço ou de recuperação de estudos em outro turno ao que estudam diariamente atenuaria a questão.

Todavia, o que eles realmente acreditam que possa

ser feito e, que, na visão do aluno, solucionaria ou,

ao menos, amenizaria o problema é o aumento

das horas dedicadas ao estudo em casa, conforme

demonstrado no Gráfico 2.

Gráfico 2 – Respostas dos alunos sobre ações que melhoram sua aprendizagem

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

20 A Escola em Tempo Integral como Alternativa para a Melhoria da Qualidade do Ensino Público no...

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

A Tabela 2 demonstra o pensamento do aluno no que se refere à relação do tempo efetivo de estudos na escola com o aumento real nas chances de aprender. Ficou evidente que o aluno faz essa relação. Quando questionado se deveria ficar mais tempo, diariamente na escola, 44% dos alunos responderam negativamente. No entanto, 69%

Ao estabelecerem um conceito para a qualidade do ensino da escola pública que freqüentam, 43% dos alunos a consideram boa e 10% classificam-na como ótima. Porém, constatou-se que 27%

Tabela 2 – Posicionamento dos alunos pesquisados a cerca de o aumento do tempo de estudos na escola.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

a considerou de qualidade regular, outros 6% afirmam que a escola pública tem uma péssima qualidade de ensino e 14% não responderam. (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Respostas dos alunos em relação à qualidade de ensino da escola pública

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

afirmaram que o aumento do tempo na escola propicia maiores chances de aprendizado; 91% concordaram que quem se dedica aos estudos na idade escolar se torna um bom profissional no futuro e, ainda, 58% opinaram que a escola deveria ser em tempo integral para atender melhor seu aluno.

A grande maioria dos professores entrevistados afirmou que o tempo escolar do aluno deveria ser aumentado para melhorar a sua aprendizagem. Um total de 72,4% concordou que essa seria uma alternativa para a melhoria da qualidade. Observou-se que 76,8% acreditam que a implantação da

escola de tempo integral conduz à melhoria da qualidade da educação. É quase unanimidade entre os professores que a participação dos alunos em atividades diferenciadas desenvolve a aprendizagem, sem nenhum ponto percentual de discordância, conforme demonstrado na Tabela 3.

21Capítulo 1 - Educação

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

Tabela 3 – Posicionamento dos professores a respeito do aumento do tempo de estudos na escola.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

Na mesma linha de raciocínio verifica-se que os professores concordam categoricamente que a escola de período integral com ensino regular e atividades diferenciadas (esportivas, artísticas

e culturais) melhora a aprendizagem dos alunos com os expressivos 99% de aceitação, conforme demonstrado no Gráfico 4.

Gráfico 4 – Opinião dos professores em relação à melhoria da qualidade de aprendizagem dos alunos com a escola de período integral.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

No que diz respeito aos professores, 93% confirmaram que as aulas em contraturno melhoram o aprendizado dos alunos e que a melhora da aprendizagem passa pelo aumento do tempo de permanência na escola.

Em relação às alternativas para melhorar a qualidade do ensino na escola pública os professores expressaram que valorizar o professor pagando melhores salários, aplicar mais verbas na educação e implantar o ensino de tempo integral deveriam ser prioridades, conforme demonstrado no Gráfico 5.2

Perguntas Indiferente Discordo Concordo parcialmente

Concordo plenamente

Não responderam

Abs. % Abs % Abs. % Abs. % Abs. % Penso que o tempo escolar do aluno deveria ser aumentado para melhorar a aprendizagem.

0 0 17 24,6 27 39,1 23 33,3 2 2,9

Acredito que a escola de período integral melhoria a educação do país.

2 2,9 12 17,4 31 44,9 22 31,9 2 2,9

A participação dos alunos em atividades diferenciadas desenvolve a aprendizagem.

0 0 0 0 15 21,7 52 75,4 2 2,9

2 Para uma discussão sobre investimentos na formação de professores veja-se MELLO (2006).

22 A Escola em Tempo Integral como Alternativa para a Melhoria da Qualidade do Ensino Público no...

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

Gráfico 5 – Respostas dos professores sobre o que consideram necessário realizar para melhorar a qualidade do ensino na escola pública, em ordem de importância.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

Reforçando estas afirmativas, BENCINI e MINAMI (2006, p. 41) apontam quatro maneiras de atacar os grandes problemas da educação, ou seja: ter consciência da importância da educação; investir mais recursos em escolas e professores; valorizar o trabalho dos professores e estabelecer políticas de longo prazo.

Os professores afirmam que têm feito o planejamento anual nas escolas onde atuam de forma coletiva, que sempre planejam suas aulas e que conhecem o Projeto Político Pedagógico de suas escolas. No entanto, quando se trata de conhecer os resultados das avaliações educacionais de sistema, como o Prova Brasil e o PISA, os

entrevistados afirmaram, na sua maioria, que os desconhecem.

Destaca-se que o percentual referente ao planejamento das aulas nas escolas públicas em Londrina está acima da média, uma vez que uma pesquisa de ZAGURY (2006) aponta que 61% dos professores da região Sul do Brasil fazem o planejamento de suas aulas.

Com relação ao conceito aplicado à qualidade do ensino da escola pública, 52% dos professores a consideram regular, 33% boa e 9% afirma ser de péssima qualidade, e não figurou nenhum conceito de ótima, e 9% não respondeu, conforme Gráfico 6.

23Capítulo 1 - Educação

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

Gráfico 6 – Conceito atribuído pelos professores à qualidade do ensino na escola pública

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

Na opinião dos pais, 41% consideram que os filhos têm aprendido na escola o suficiente para obterem sucesso profissional na vida adulta; 27% acreditam que eles têm aprendido o necessário para conseguir um trabalho; 6% afirmam que o que têm aprendido é o bastante para satisfazer

suas necessidades, 22% opinam que o que estão aprendendo é pouco para conseguir algo na vida, e, ainda, 4% admitem acreditar que seus filhos não estão aprendendo quase nada, conforme demonstra o Gráfico 7.

Gráfico 7 – Opinião dos pais sobre aprendizado do filho na escola

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

24 A Escola em Tempo Integral como Alternativa para a Melhoria da Qualidade do Ensino Público no...

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

Para 65% dos pais pesquisados o ensino está atendendo suas expectativas. No entanto, a pesquisa revelou que com o passar dos anos os pais deixam os filhos se responsabilizarem mais pelos seus próprios estudos. Apenas 53% dos pais dos alunos da 2.ª série do Ensino Médio afirmam acompanhar as atividades escolares dos filhos, contra 77,9% dos pais dos alunos que estão na 8.ª série do ensino fundamental.

Gráfico 8 – Percentual de pais em relação à freqüência de comparecimento à escola

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

Com relação à freqüência com que vão a escola, 49% dos pais pesquisados afirmam que só vão quando solicitados para saber sobre a situação do filho ou da filha; 28% dizem ir espontaneamente quando percebem ser necessário; 20% afirmam que sempre vão e 3% responderam que nunca vão à escola (Gráfico 8).

Ao serem questionados se os alunos deviam ficar mais tempo, diariamente, na escola, 60% dos pais concordaram com a afirmativa, no entanto

37% discordaram e 3% foram indiferentes, conforme demonstrado no Gráfico 9.

Gráfico 9 – Opinião dos pais a respeito do aluno permanecer mais tempo, diariamente, na escola

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

25Capítulo 1 - Educação

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

escolar. Quase que a totalidade (91%) concorda

com isso, conforme Gráfico 10, percentual

bastante similar às respostas dadas pelos alunos a

respeito do mesmo tema. Nota-se que pais e alunos

acreditam que a dedicação aos estudos traz bons

resultados no futuro profissional do indivíduo.

Ao serem questionados se a escola deveria ter

aulas em tempo integral para melhor atender seus

alunos, 70% dos pais concordam, 25% discordam

e 5% são indiferentes, confirmando uma tendência

na pesquisa de crença no ensino de tempo

integral como uma boa alternativa de solução

para os problemas que a educação brasileira vem

enfrentando nesse começo de século XXI.

Na mesma linha de pensamento, os pais também concordam que se o aluno ficar na escola o dia todo ele terá mais chances de aprender. Comprova-se pelos dados coletados que 69% dos pais concordam parcial ou plenamente; 26% discordam dessa afirmação e 5% não têm opinião formada. Nota-se que essa questão é bastante polêmica, pois envolve os mais variados fatores de análise. Se para uns pais é interessante ter um local para seus filhos permanecer o dia todo enquanto pai e mãe estão trabalhando, outros consideram ruim ficarem sem o convívio dos filhos no seio familiar durante o dia inteiro.

Para os pais é notório que o bom profissional é aquele que se dedica bastante aos estudos na idade

Gráfico 10 – Percentual de respostas dos pais ao questionamento se o bom profissional é aquele que se dedica bastante aos estudos na idade escolar.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

Os pais entrevistados também acreditam que o que é necessário para melhorar a aprendizagem é que o filho ou a filha estude mais em casa; 29,7% dos pais dão importância a essa atividade e acreditam nela como saída para a melhoria da

aprendizagem. Em segundo lugar, com 20,1% do total, concordam com o ensino integral e os outros 50,2% em outras quatro alternativas propostas no instrumento de pesquisa, conforme demonstrado na Tabela 4.

26 A Escola em Tempo Integral como Alternativa para a Melhoria da Qualidade do Ensino Público no...

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

Tabela 4 – Grau de importância, na opinião dos pais, sobre ações para melhorar a qualidade de ensino.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

a escola pública de ótima qualidade e 3% dão o conceito péssimo para a escola, e, 10% não sabem ou preferem não opinar, conforme demonstrado no Gráfico 11.

No que se refere ao conceito que os pais têm da qualidade de ensino da escola pública, é também bastante similar ao conceito atribuído pelos filhos; 38% a consideram boa, 37% regular, 12% acham

Ação – Que o filho: Percentual Estude mais em casa. 29,6% Estude o dia todo na escola com aulas, atividades diferenciadas, refeições e acompanhamento profissional.

20,1%

Tenha aulas num horário e atividades culturais, esportivas e art ísticas em outro horário todos os dias da semana na esco la.

14,8%

Participe de projetos desenvolvidos na escola. 14,4% Tenha aulas de reforço ou recuperação em outro turno na escola. 13,7% Estude em outro turno na escola em alguns dias da semana. 7,4%

T O T A L 100,00%

Gráfico 11 – Conceito atribuído pelos pais à qualidade de ensino da escola pública

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa de campo.

Ao comparar as respostas dos professores, alunos e pais, pode-se notar que há uma sintonia no que se refere à qualidade da educação: existe necessidade urgente de melhorias.

Os pais pesquisados revelaram que a participação dentro da escola numa gestão democrática e participativa é tímida, tendo em vista que em torno de 50% só comparecem à

escola se solicitados. Acreditam que a melhoria da qualidade de ensino passa pelo aumento do tempo do aluno na escola. Neste aspecto, concordam os professores, que afirmam acreditar numa melhoria da qualidade com o aumento do tempo do aluno na escola. Porém, ponderam que é necessário tomar outras medidas para concretizar tal melhoria, como a valorização do profissional

27Capítulo 1 - Educação

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

da educação, remunerando melhor os professores, e um aparelhamento das escolas.

Na mesma linha de pensamento figuram as respostas dos alunos, ao afirmarem que uma boa escola é a que atende aos alunos no período integral; que a educação é responsável por mudar a vida das pessoas; que participariam de atividades em horário diverso ao dos estudos e, que se o aluno permanecer mais tempo na escola, terá mais chances de aprender.

FERREIRA e ARCO-VERDE (2001) abordam o tema tempo escolar colocando que com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, tornou-se obrigatório o cumprimento de 800 horas efetivas de aulas por ano e que o parágrafo 5.º do artigo 87 estabelece que sejam conjugados todos os esforços objetivando a progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino fundamental para o regime de escolas de tempo integral, sendo que algumas ações concretas já foram implementadas a partir da década de 1980. As autoras citam que muitos professores alegam a necessidade de mais tempo para o desenvolvimento dos conteúdos, muitos pais reivindicam um atendimento ampliado e outros criticam, o que demonstra que o tema é bastante polêmico.

O fato é que a educação precisa melhorar sua qualidade para atender sua função social, que é a de transformadora da sociedade. Nisto todos concordam.

4 Considerações Finais

A educação é um dos fatores mais importantes no desenvolvimento de um país, pois é através da produção do conhecimento que um país atinge melhores níveis de desempenho, tanto em áreas como saúde, habitação e tecnologia como também em relação a melhorias no nível de renda, emprego e qualidade de vida da população.

Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. O desempenho dos estudantes brasileiros aferidos por meio dos exames de avaliação do Ministério da Educação demonstra que a aprendizagem dos alunos ainda está abaixo dos padrões esperados pela sociedade. Esse baixo desempenho possui várias causas internas e externas à escola, aliadas às questões sociais,

econômicas e estruturais. É necessário ressaltar, entre outros fatores, a deficiência do processo ensino-aprendizagem, a estrutura inadequada de parte dos sistemas educacionais, o aumento de demanda dos últimos anos, a carência de professores qualificados, e, a oferta de recursos pedagógicos e bibliotecas adequadas aos processos formativos emancipatórios.

Esta pesquisa revelou ser necessário ampliar o tempo de estudo, na tentativa de melhorar o desempenho acadêmico dos alunos, preparando-os, também, para uma vida profissional futura. Os alunos entrevistados destacaram aspectos relevantes com esta finalidade, tais como: estudar mais em casa, realizando tarefas, trabalhos e leituras orientadas pelos professores; participar de projetos dentro e fora das escolas; ter aulas em um turno e participar de atividades esportivas e culturais direcionadas pelos professores em outro turno; ter aulas de reforço quando apresentarem dificuldades de aprendizagem, entre outros. Essas sugestões podem ser desenvolvidas das mais diversas formas, sejam através de projetos das próprias escolas, em parcerias com universidades, escolas técnicas etc.

Nesta mesma linha, é quase unânime entre os professores que o aumento do tempo escolar do aluno pode melhorar as condições de aprendizagem e que a implantação da escola de período integral, com certeza, melhoraria a educação do país. Os docentes sinalizaram que um aporte maior de verbas públicas devem ser aplicadas à educação, assim como uma política de valorização do profissional da educação.

Os pais entrevistados também concordaram que o aumento do tempo escolar provocaria melhoria na qualidade do ensino e aprendizagem. Grande parte dos pesquisados concorda com a permanência do filho na escola o dia inteiro.

A partir dos resultados da pesquisa é possível afirmar que a implantação de uma escola de período integral pode ser um caminho para melhoria da educação no Estado do Paraná. Isso se faz através de um processo de implantação de um conjunto de políticas públicas unificadas num grande projeto de transformação da educação, das escolas e dos resultados obtidos pelos alunos.

Algumas ações podem ser implementadas de forma imediata, não causando grandes impactos nos custos. Entre elas, destacam-se: incrementação

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da Sala de Apoio de Aprendizagem; retorno da Hora Treinamento; criação de Clubes de Ciências e Clubes de Xadrez; e, a formação de grupos de trabalhos para definir a melhor constituição, organização e implantação da Escola de Tempo Integral.

Por outro lado, uma agenda de médio e longo prazos deverá contemplar as seguintes ações: ampliação da Matriz Curricular para 30 (trinta) horas/aula semanais; implantação do contraturno com oficinas de leitura, produção e interpretação de textos, memorização, oratória, postura corporal e boas maneiras, ética e cidadania, trabalhos manuais para geração de renda, formação técnica profissional, entre outras; valorização do profissional da educação com aumento salarial, melhoria nas condições de trabalho e ampliação da hora atividade para o professor e; implantação, gradativa, da Escola de Tempo Integral em toda a rede pública.

Como as ações de médio e longo prazos, em sua maioria, necessitam de investimentos prévios e de tempo para serem implantadas, pois requerem adequações, ampliações, construções e contratação de pessoal, recomenda-se a criação de grupos de trabalho visando à discussão e a implantação de ações para a melhoria da qualidade da educação através da ampliação do tempo escolar nas escolas públicas do Estado do Paraná.

A ação que norteia o estudo seria a implantação da escola de tempo integral para a melhoria da qualidade do ensino, com professores preparados para atender todas as crianças e adolescentes,

evitando que os mesmos sejam cooptados pelo mundo do crime, das drogas e da violência.

A possibilidade de implantação da escola de período integral é uma questão complexa, porque pressupõe um aporte financeiro para ancorar investimentos maciços no setor educacional; construção e adequação de espaços físicos necessários para o atendimento dessa demanda; formação inicial e continuada de qualidade para os profissionais da educação baseada numa filosofia que dê sustentação teórica para a questão; implementação e garantia de continuidade de políticas públicas que endossem e reforcem uma educação na perspectiva de tempo integral e; espaço temporal necessário para visualização de resultados com a criação de dispositivos de acompanhamento e avaliação.

Este apontamento é um dos caminhos possíveis para a superação das dificuldades na busca de uma melhor qualidade de ensino das escolas públicas no Paraná. Existem outros caminhos a serem percorridos, mas o fato é que a educação precisa figurar entre as principais políticas públicas na busca de uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna.

Nesta perspectiva, em meio a estudos favoráveis e contrários, propõe-se a criação de grupos de trabalho junto aos órgãos oficiais da rede pública de ensino com o objetivo de promover estudos sobre os impactos econômicos, sociais e de viabilidade financeira para o desenvolvimento de educação integral como articulação de aprendizagem.

29Capítulo 1 - Educação

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