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Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas Departamento de Ciência Política Curso de Gestão Pública A ESCOLA DO LEGISLATIVO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS Jaqueline Borges Pereira Belo Horizonte NOVEMBRO/2013

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Universidade Federal de Minas Gerais

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

Departamento de Ciência Política

Curso de Gestão Pública

A ESCOLA DO LEGISLATIVO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS

Jaqueline Borges Pereira

Belo Horizonte

NOVEMBRO/2013

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Universidade Federal de Minas Gerais

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

Departamento de Ciência Política

Curso de Gestão Pública

A ESCOLA DO LEGISLATIVO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS

Monografia apresentada no curso de graduação à Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, para conclusão do curso de Gestão Pública, sob a orientação do Prof. Manoel Leonardo Santos.

Belo Horizonte

NOVEMBRO/2013

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JAQUELINE BORGES PEREIRA

A ESCOLA DO LEGISLATIVO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS

Monografia apresentada no curso de graduação à Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, para conclusão do curso de Gestão Pública, sob a orientação do Prof. Manoel Leonardo Santos.

Data da defesa: 26 de novembro de 2013.

Resultado:________________________.

BANCA EXAMINADORA

Manoel Leonardo dos Santos ______________________ Universidade Federal de Minas Gerais

Marcelo Vieira ______________________ Universidade Federal de Minas Gerais

Belo Horizonte

NOVEMBRO/2013

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RESUMO

Tendo em vista que as Escolas dos Legislativos Subnacionais do Brasil têm o papel

de potencializadores do processo de institucionalização das suas respectivas Casas

Parlamentares, este estudo visa avaliar a atuação de uma destas Escolas e verificar

a sua influência na institucionalização da Casa, respondendo à pergunta de

pesquisa, qual seja, “como as atividades desenvolvidas pela Escola do Legislativo

de Minas Gerais influenciaram o desenvolvimento institucional da Assembleia?”.

Escolheu-se a Escola de Minas Gerais (ELMG) para ser foco da análise

aprofundada após um estudo comparativo realizado entre todas as Escolas

supracitadas, que avaliou suas atividades e quantificou a oferta de cada uma. O

resultado encontrado foi de uma maioria fraca, tendo ainda muito trabalho a ser

desenvolvido pelas Escolas para poderem auxiliar de forma efetiva o Poder

Legislativo Subnacional. A ELMG se mostrou uma das mais evoluídas, podendo,

então, ser utilizada como objeto de estudo aprofundado sobre a influência na

institucionalização da Casa Legislativa.

Assim, dividiu-se este estudo em duas partes: a primeira que irá descrever a

atuação da Escola do Legislativo da Assembleia de Minas Gerais, tanto em

comparação às demais Escolas, dentro do primeiro capítulo, quanto isoladamente,

no segundo capítulo, objetivando provar o sucesso desta Escola, evidenciando sua

alta produção e desenvolvimento. Feita esta primeira análise, este estudo tentará

captar as influências que estas ações da ELMG têm sobre o desenvolvimento

institucional da Assembleia, através do que os atores entrevistados, envolvidos

neste processo, disseram a respeito.

Ao final poderá se perceber que de fato a Escola do Legislativo de Minas Gerais é

altamente atuante e produtiva e que suas ações afetam de forma positiva o

processo de institucionalização da Assembleia, uma vez que a Escola surgiu como

um esforço da própria Casa em evoluir institucionalmente e que as duas

caminharam, e caminham até hoje, juntas buscando o crescimento institucional da

Assembleia Mineira.

Palavras-chave: Escola do legislativo; institucionalização; desenvolvimento

institucional; Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................8

2. CAPÍTULO 1 – AS ESCOLAS DOS LEGISLATIVOS SUBNACIONAIS NO

BRASIL.................................................................................................................12

2.1. BREVE HISTÓRICO SOBRE A CRIAÇÃO DAS ESCOLAS..........................13

2.2. COMPARANDO AS ATUAÇÕES DAS ESCOLAS.........................................19

2.2.1 Quadro de Pontuação das Escolas.........................................................22

2.2.2 Análise de Dados....................................................................................24

2.3. AS EXPERIÊNCIAS MAIS SIGNIFICATIVAS................................................26

3. CAPÍTULO 2 – A ESCOLA DO LEGISLATIVO DE MINAS GERAIS..................28

3.1. INFORMAÇÕES GERAIS...............................................................................29

3.1.1. Atividades Desenvolvidas pela Escola..................................................29

3.1.2. Publicações...........................................................................................31

3.1.3. Redes de Escolas..................................................................................33

3.2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2010....................................................34

3.2.1. Resultado Consolidado..........................................................................37

3.3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2011....................................................38

3.3.1. Resultado Consolidado..........................................................................40

3.4. RESULTADO GERAL.....................................................................................41

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4. CAPÍTULO 3 – O PAPEL DA ESCOLA DO LEGISLATIVO DE MINAS GERAIS

PARA A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA ASSEMBLEIA.......................................44

4.1. O DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

DE MINAS GERAIS........................................................................................44

4.2. A INFLUÊNCIA DA ESCOLA NA INSTITUCIONALIZAÇÃO DA

ASSEMBLEIA.................................................................................................48

4.2.1. Articulação da Escola com outros Projetos da Assembleia..................55

4.2.2. Desafios a Serem Enfrentados pela Escola do Legislativo e pela

Assembleia Mineira.................................................................................58

4.3. ATUAÇÃO DA ESCOLA X ATUAÇÃO DA ASSEMBLEIA: A IMPORTÂNCIA

DA ESCOLA DO LEGISLATIVO PARA O REFORÇO INSTITUCIONAL DE

SUA CASA LEGISLATIVA..............................................................................60

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................65

ANEXOS.....................................................................................................................67

ANEXO A – Roteiro de entrevista utilizado para entrevistar técnicos e servidores

da alta administração da Escola do Legislativo de Minas Gerais...............................67

ANEXO B – Roteiro de entrevista utilizado para entrevistar Deputados Estaduais

de Minas Gerais..........................................................................................................68

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LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

Tabela 1 - Sequência cronológica das criações das Escolas dos Legislativos Subnacionais no Brasil..........................................................................16

Gráfico 1 - Representação gráfica da quantidade de Escolas criadas por ano......17

Tabela 2 - Quesitos selecionados para julgar as atuações das Escolas dos Legislativos Subnacionais e a pontuação referente a cada quesito......20

Tabela 3 - Pontuação obtida por todas as Escolas do Legislativo no Brasil em ordem decrescente de pontos...............................................................22

Gráfico 2 - Representação gráfica das pontuações totais obtidas por cada Escola dos Legislativos Subnacionais no Brasil em ordem decrescente..........23

Tabela 4 - Resultados consolidados das atividades desenvolvidas pela Escola do Legislativo da Assembleia de Minas Gerais nos anos de 2010 e 2011.......................................................................................................41

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1. INTRODUÇÃO.

O papel das Escolas do Legislativo do Brasil é contribuir para o

desenvolvimento institucional de sua Casa Parlamentar, ou seja, auxiliá-la a produzir

e disponibilizar aos participantes do processo legislativo um conjunto de recursos e

procedimentos orientados para maximizar as chances de consecução dos objetivos

perseguidos na casa legislativa.

Tendo em vista a importância do próprio conceito de desenvolvimento

institucional dentro do estudo legislativo, uma vez que em uma Casa Parlamentar

cuja política institucional é fraca, o Poder Legislativo se torna reativo e os

Parlamentares se tornam meros repositores do que é produzido no Poder Executivo,

provar a importância de uma Escola do Legislativo bem sucedida para a evolução

das características institucionais da Assembleia se faz necessário já que tal

processo afeta o próprio Poder Legislativo.

O desenvolvimento institucional é dotar o Poder Legislativo de capacidade, de

possibilidade de intervenção na elaboração de Políticas Públicas e a importância

das Escolas Legislativas vai além de uma “instituição criada”, estas precisam ser

vistas e analisadas como parte de um avanço no Poder Legislativo, onde os nossos

representantes e seu corpo burocrático tenham a capacidade de lidar com os

grandes desafios que o nosso legislativo é remetido a todo tempo. O Poder

Legislativo tem que avançar, seja no serviço prestado à sociedade, seja na sua

estrutura institucional.

Ou seja, a importância deste estudo está em evidenciar a influência da Escola

do Legislativo no processo de institucionalização da Casa Parlamentar dada a

importância deste processo, afinal, um Poder Legislativo com um fraco

desenvolvimento institucional tende a ser reativo, simplesmente homologando aquilo

que veio do Poder Executivo.

Portanto foi realizado, primeiramente, um estudo comparativo entre todas as

Escolas dos Legislativos Subnacionais do Brasil, para avaliar suas atividades e

quantificar sua oferta, o que permitiu selecionar um caso bem sucedido, qual seja o

de Minas Gerais, para ser objeto de um estudo mais aprofundado sobre sua atuação

e avaliar a sua influência na institucionalização da Assembleia.

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O resultado encontrado neste estudo comparativo foi pouco satisfatório. A

disponibilização de dados pelas Escolas é pequena e insuficiente para uma

avaliação mais cuidadosa sobre o trabalho por elas desenvolvido, ou seja, as

Escolas do Legislativo do Brasil ainda tem muito o que evoluir. O que se espera

delas é uma atuação mais efetiva, uma agenda de maior eficácia e ainda que todas

tenham a clareza e o alto grau de informações hoje encontradas em algumas

poucas e que o trabalho seja aprimorado para que todas se elevem a um alto grau

de transparência, possibilitando que qualquer cidadão tenha fácil acesso a suas

agendas, a suas noticias, a suas publicações e principalmente aos seus resultados.

A Escola do Legislativo de Minas Gerais se mostrou uma das mais evoluídas,

o que torna legítimo o esforço de estudá-la separadamente e aprofundadamente,

avaliando suas ações e seus resultados, de maneira a responder a pergunta de

pesquisa, qual seja “como as atividades desenvolvidas pela Escola do Legislativo de

Minas Gerais influenciaram o desenvolvimento institucional da Assembleia?”.

Assim, o objetivo central deste estudo, tendo em vista este papel das Escolas

dos Legislativos do Brasil, de potencializadores do processo de institucionalização

das Assembleias, será avaliar a contribuição das atividades exercidas pela Escola

do Legislativo de Minas Gerais (ELMG) para o desenvolvimento institucional da

Assembleia, tentando captar qual peculiaridade, qual diferencial da ELMG permitiu

tal influencia.

Para tanto, inicialmente, será necessário analisar as atuações de todas as

Escolas dos Legislativos Subnacionais do Brasil e provar que a ELMG é de fato um

caso modelo. Tal análise será realizada no primeiro capítulo, intitulado “As Escolas

dos Legislativos Subnacionais no Brasil”, onde será feita uma analise comparativa

dos diferentes métodos de capacitação das Escolas do Legislativo, englobando as

principais capacitações das Escolas do Legislativo de cada Estado realizadas desde

suas criações, de maneira a classificar as Escolas.

Os dados utilizados neste primeiro capítulo foram os encontrados na internet,

através das páginas das Assembleias, das Escolas, da Associação Brasileira de

Escolas do Legislativo – ABEL, do Programa Interlegis e por meio de notícias de

sites diversos. Dentro deste capítulo, primeiramente, será realizada uma análise

cronológica, onde serão consideradas somente as Escolas que disponibilizaram sua

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data de criação. Na segunda seção do capítulo foram avaliadas comparativamente

as atuações das Escolas do Legislativo no Brasil, e para tanto foram criados cinco

indicadores das atividades de relevância por elas desenvolvidas, o que permitiu

quantificar a oferta de cada Escola, que receberam notas de 0 (zero) a 10 (dez).

Estes índices foram criados unicamente para elaboração deste estudo.

Feita esta primeira análise, que provará que a ELMG é uma das mais bem

sucedidas do Brasil, esta pesquisa poderá adentrar o estudo na avaliação das

atividades desenvolvidas dentro da Escola de Minas Gerais.

Desta forma, no segundo capítulo, intitulado “A Escola do Legislativo de

Minas Gerais”, será feita a descrição da atuação da escola, destacando suas metas,

objetivos, projetos, programas, cursos e seu público alvo, os resultados obtidos com

a realização dos referidos cursos, o material utilizado, etc. Este capítulo terá 03

(três) itens, contendo as informações gerais da Escola e os relatórios dos anos de

2010 e 2011. Os dados aqui utilizados, da mesma forma como no primeiro capítulo,

foram os encontrados na internet, no site da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

(ALMG).

Neste segundo capítulo será possível perceber que a Escola do Legislativo de

Minas Gerais provou que, além de ser altamente atuante e produtiva e de possuir

um alto grau de desenvolvimento, ela efetivamente obtém o resultado que se propõe

a produzir, atingindo aos seus públicos de forma satisfatória, garantindo de fato a

sua formação, e se mostrando interessada em estar ao alcance da população,

disponibilizando seus resultados, os materiais utilizados em seus cursos, etc.

Restará, portanto, responder à pergunta desta pesquisa: “como as atividades

desenvolvidas pela Escola do Legislativo de Minas Gerais influenciaram o

desenvolvimento institucional da Assembleia?”, tarefa esta que será cumprida dentro

do terceiro e último capítulo.

Intitulado “O papel da Escola Legislativa para a institucionalização da

Assembleia Legislativa de Minas Gerais”, o terceiro capítulo irá primeiramente

apresentar, de uma forma mais aprofundada, o conceito de desenvolvimento

institucional e mostrar como ocorreu o processo de institucionalização da Casa ao

longo do tempo, ou seja, analisar o contexto em que ocorreu este processo e quais

foram as variáveis intervenientes. Tendo então estas primeiras informações este

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estudo irá conectar a atuação da escola à atuação da casa, chegando à resposta da

pergunta desta pesquisa.

A análise realizada na última parte do terceiro capítulo, qual seja a análise do

papel da Escola Legislativa para a institucionalização da ALMG, será feita ouvindo

os atores envolvidos no processo. Os dados utilizados para elaboração deste último

capítulo foram coletados, em sua maioria, além da pesquisa bibliográfica, através de

cinco entrevistas em profundidade, utilizando questionários semiestruturados, que

se encontram anexos, realizadas com servidores da ALMG em outubro de 2013,

sendo eles dois deles técnicos lotados na própria ELMG, dois funcionários

pertencentes à alta administração da Casa e um Deputado.

Ao final será possível perceber que todas as atividades exercidas pela ELMG

afetam de forma positiva o desenvolvimento institucional da Assembleia e que sem o

apoio da Escola provavelmente a política institucional da ALMG não seria a mesma.

A ELMG é parte integrante da Assembleia e surgiu como um esforço da própria

Casa em se institucionalizar, portanto, ao acompanhar o esforço da Assembleia em

evoluir institucionalmente, a Escola contribui para que este processo ocorra.

Este estudo terá uma abordagem qualitativa, a natureza do objeto é

institucional, o objetivo de estudo é descritivo e o uso do tempo terá um recorte

longitudinal no primeiro e no último capítulo, porém transversal dentro do segundo,

onde serão apontadas as atividades da ELMG somente nos anos de 2010 e 2011.

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2. CAPÍTULO 1 – AS ESCOLAS DOS LEGISLATIVOS SUBNACIONAIS NO BRASIL.

A Reforma administrativa do Estado Brasileiro levada a efeito com edição da

Emenda Constitucional n.º 19, de 04 de junho de 1998, modificou consideravelmente

as regras propostas pela Constituição relativa aos servidores públicos, que

passaram a acatar novas leis, métodos e diretrizes da Constituição para um melhor

aproveitamento no serviço público.

“Artigo 39 -... § 2º - A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas

de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos,

constituindo-se a participação nos cursos, um dos requisitos para promoção na

carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes

federados”.

Com o intuito de qualificar e ampliar a formação dos servidores em assuntos

legislativos, as Escolas do Legislativo oferecem cursos básicos e avançados para o

exercício de qualquer função dentro da Assembleia Legislativa, fomentando as

pesquisas técnico-acadêmicas voltadas ao Poder Legislativo, em cooperação

técnico-científica com outras instituições de ensino dentre inúmeras outras

atividades que capacitem e melhorem o desenvolvimento dos seus servidores.

Tais Escolas possuem um objetivo comum: capacitar os servidores públicos

para que o Legislativo se torne um poder cada vez mais eficiente na visão dos

cidadãos. Estas capacitações possuem diferentes formas de desenvolvimento e de

publico de intervenção, devendo ser aplicadas em um publico alvo especifico, com a

melhor didática para tal.

É preciso, como nos aponta Cosson, integrar a “educação no legislativo” com a “educação do

legislativo” e, dessa forma, fazer da “educação legislativa” mola propulsora do aprimoramento

desta instituição essencialmente democrática que é o Parlamento. Para tanto, é preciso

assumir os riscos do trabalho coletivo, da ação ramificada, multiplicada em tantos quantos

forem os pontos de vista com que a abordagem da complexidade nos brinda. Educação,

democracia e conhecimento são a matéria prima do nosso trabalho. Educação como ação

transformadora, democracia como forma de reconhecer a igualdade e a singularidade do outro

e conhecimento como construção que liberta. O inacabamento do ato de educar, do

conhecimento e do ideal democrático exige de nós, seres também inacabados, o exercício

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permanente e incansável da perscrutação, da escuta atenta e, também, nos permite assumir

como utopia a tarefa de intensificá-los. (Ruth Schmitz, 2011)

A importância das Escolas Legislativas vai além de uma “instituição criada”,

estas precisam ser vistas e analisadas como parte de um avanço no Poder

Legislativo, onde os nossos representantes e seu corpo burocrático tenham a

capacidade de lidar com os grandes desafios que o nosso legislativo é remetido a

todo tempo. Ir além do espaço físico, para uma instituição de aprendizagem, ensino,

inovações que estejam presentes na grande rede que é a internet, é a grande busca

que se faz neste trabalho. O Poder Legislativo tem que avançar, seja no serviço

prestado à sociedade, seja na sua estrutura institucional.

Escola pode denominar, igualmente, um conjunto de princípios ou doutrina que reúne artistas e

pensadores ou até mesmo uma agremiação carnavalesca, como as nossas escolas de samba.

No caso das escolas do legislativo, entretanto, é a noção mais imediata e tradicional de escola

que se busca verificar quando se observa a sua constituição. Em outras palavras, escola

pressupõe salas de aula, alunos, professores, regimentos, projetos pedagógicos e outros

índices próprios do ambiente escolar. (Rildo Cosson, 2008)

Será feito então, na primeira seção deste capítulo, um estudo cronológico

sobre a criação das Escolas dos Legislativos Subnacionais do Brasil, com base em

informações encontradas em sites diversos. Já a segunda seção faz uma análise

comparativa do desempenho das escolas através da distribuição de pontos feita de

acordo com a definição de desempenho aqui utilizada, buscando-se avaliar

quantitativamente as principais diferenças das Escolas, suas deficiências e mazelas.

Ao final do capítulo tenta-se apontar fatos que justifiquem a discrepância do

desenvolvimento destas Escolas para a contribuição no desenvolvimento das

atividades legislativas, sobressaltando as experiências mais significativas.

2.1. BREVE HISTÓRICO SOBRE A CRIAÇÃO DAS ESCOLAS.

Este histórico será feito de forma cronológica e com base em informações

coletadas nos sites das próprias Escolas, em páginas das Assembleias Legislativas,

na página da Associação Brasileira de Escolas do Legislativo – ABEL, no site do

Programa Interlegis e por meio de notícias de sites diversos.

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O Estado pioneiro na criação da sua Escola do Legislativo foi Minas Gerais,

em 1992, com o objetivo de promover ações de capacitação e atualização de

deputados e servidores da Assembleia. A próxima Escola a ser criada foi a do

Estado de Mato Grosso, através da Lei nº 7.127 de 02 de julho de 1999, porém sua

reinauguração data de 29 de agosto de 2002. Ainda em 1999, a Escola do

Legislativo de Pernambuco é criada pela Lei nº 11.699, de 12 de novembro de 1999,

e instalada no ano de 2001.

Em 2001 ocorreu a criação de mais três Escolas: a do Rio de Janeiro, através

da Resolução nº 666, em 30 de agosto de 2001, sendo instalada em 1º de abril de

2004; já a do Rio Grande do Sul se deu por meio da Resolução nº 438/2001 tendo

sua inauguração em 11 de dezembro de 2001; e finalmente a de São Paulo,

chamada de Instituto do Legislativo Paulista, foi criada pela Resolução nº 821/2001.

No ano de 2002 outras três Escolas foram criadas. A do Estado da Paraíba se

deu através da Lei nº 7.125, de 03 de julho de 2002, sendo inaugurada em 20 de

agosto de 2003. No Acre a Escola foi criada pela Resolução nº 110, de 23 de

dezembro de 2002 e instalada em 2003. Já no Pará a Escola “Professor Benedito

Nunes” foi instituída por meio de Resolução em 2002 com o objetivo de trabalhar a

qualificação dos servidores e oferecer suporte conceitual de natureza técnico,

administrativo, doutrinária e política às atividades do Poder Legislativo.

Já em 2003 houve a criação de cinco Escolas: a de Roraima, através da

Resolução nº 18/2003, em 24 de junho de 2003; no Mato Grosso do Sul a criação da

Escola se deu pela Lei nº 2.762, de 12 de dezembro de 2003, sendo que foi

instalada em 04 de agosto de 2004; a Escola do Rio Grande do Norte, denominada

instituto Legislativo Potiguar, foi criada pela Resolução nº 003/2003 e reestruturada

em 2008, por meio de outra Resolução, de nº 037; em Rondônia a Escola foi criada e

instalada no ano de 2003, através da Resolução nº 092/2003; a última neste ano foi

a de Sergipe, cuja denominação é “Deputado João de Seixas Dória”, criada através

da Resolução nº 22/2003.

As Escolas do Espírito Santo e de Goiás foram criadas ambas em 2004, onde

a primeira, denominada “Desembargador Antônio José Miguel Feu Rosa”, foi criada

em dezembro de 2004 pela Resolução nº 2.219, e a de Goiás através da Resolução

nº 1.164/2004, tendo sua instalação em 20 de maio de 2009 somente.

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As últimas Escolas a serem criadas foram as dos seguintes Estados, nesta

respectiva ordem: Tocantins, Alagoas, Maranhão, Ceará, Distrito Federal e Piauí. A

primeira foi instalada em 17 de outubro de 2005, a segunda também teve sua criação

no ano de 2005, a terceira foi através da Resolução nº 480/2005, sendo instalada em

13 de dezembro de 2006 (antes da sua implantação oficial funcionou durante um ano

em caráter de planejamento e estudo). No Estado do Ceará não há notícias da data

de criação da Escola, mas sabe-se que ela a 25ª Escola do Legislativo em âmbito

estadual e que o Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do

Estado do Ceará (INESP) foi quem assumiu as funções da Escola. A Escola do

Legislativo do Distrito Federal (Elegis) foi criada pela Resolução nº 230 de novembro

de 2007 e instalada em 17 de março de 2008. Por fim, a última Escola do Legislativo

Subnacional Brasileiro a ser criada foi a do Estado do Piauí, denominada “Professor

Wilson Brandão”, foi criada pela Lei nº 5.712 de dezembro de 2007, sendo

inaugurada no dia 10 de abril de 2008.

As Escolas dos Estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Paraná e Santa

Catarina não disponibilizaram informações sobre sua criação, sendo assim inviável

fazer sua alocação cronológica neste estudo.

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Abaixo temos a Tabela 1, que contém as datas de criação das Escolas que

forneceram este dado e ainda o Gráfico 1, que mostra a quantidade de Escolas

criadas por ano, feita com base nos dados da Tabela 1:

Tabela 1: Sequência cronológica das criações das Escolas dos Legislativos Subnacionais no Brasil.

ESCOLA DO LEGISLATIVO ANO DE CRIAÇÃO

Minas Gerais 1992

Mato Grosso 1999

Pernambuco 1999

Rio de Janeiro 2001

Rio Grande do Sul 2001

São Paulo 2001

Paraíba 2002

Acre 2002

Pará 2002

Roraima 2003

Mato Grosso do Sul 2003

Rio Grande do Norte 2003

Rondônia 2003

Sergipe 2003

Espírito Santo 2004

Goiás 2004

Tocantins 2005

Alagoas 2005

Maranhão 2005

Distrito Federal 2007

Piauí 2007

Fonte: Dados coletados nos sítios eletrônicos oficiais das respectivas Assembleias Legislativas.

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Gráfico 1: Representação gráfica da quantidade de Escolas criadas por ano.

Fonte: Tabela 1 desta pesquisa.

Houve ainda, concomitantemente à criação das Escolas do Legislativo

brasileiras, a criação da Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de

Contas (ABEL) e do Programa Interlegis, ambos muitos importantes neste cenário de

criação e de desenvolvimento das Escolas Legislativas Brasileiras, uma vez que eles

proporcionam a soma dos esforços, a integração e o intercâmbio de experiências,

para que as ações desenvolvidas pelas Escolas não sejam ações isoladas, tópicas,

setorizadas, ou mesmo regionalizadas.

A ABEL nasceu nos dias 15 e 16 de maio de 2003, na Assembleia Geral

Extraordinária instalada com o objetivo de fundar a entidade, que contou com a

participação de 32 (trinta e dois) representantes de 20 (vinte) Assembleias

Legislativas do Brasil.

Cabe ressaltar ainda que, conforme dados encontrados na página da ABEL,

até aquela data existiam estruturadas Escolas do Legislativo em apenas quatro

Assembleias: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Santa Catarina. A

partir dos trabalhos de informação e divulgação da importância dessas instituições,

foram criadas Escolas nos diversos Parlamentos dos Estados. Ao final de 2003 já

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haviam sido criadas 15 (quinze) Escolas do Legislativo. Em 2004, o número saltou

para 21 (vinte e um).

A ABEL faz parte de uma vanguarda do segmento educativo e por que não

dizer globalizado, já que todos os parlamentos do mundo tendem a investir na

própria qualificação. A instituição existe e trabalha para a capacitação no

Legislativo, para a qualificação dos seus servidores, a solidificação das instituições, e

o melhor atendimento aos interesses de cada cidadão brasileiro. Recentemente sua

denominação passou à Associação das Escolas do Legislativo e de Contas, por

congregar também as Escolas dos Tribunais de Contas.

Já o Programa Interlegis surgiu em 1997, inicialmente financiado apenas pelo

Senado Federal, com objetivo único de levar a inclusão digital às Câmaras

Municipais. Porém em 1999 ele passou a ser financiado também pelo Banco

interamericano de Desenvolvimento (BID), passou a se chamar Programa Interlegis I

e seu objetivo se tornou mais audacioso: modernizar e integrar o Poder Legislativo.

No início o Programa Interlegis entregava às casas legislativas computadores

e impressoras e oferecia o Treinamento Básico do Interlegis (TBI), que é um

treinamento para utilização dos computadores, da Internet e de ferramentas básicas

de trabalho administrativo. Conforme informações divulgadas em seu site, no total

foram aproximadamente 3.000 (três mil) Casas Legislativas beneficiadas.

Em 2003 o Programa concluiu a instalação de salas de videoconferências e

salas multiuso com 20 (vinte) computadores, impressora e internet nas 26

Assembleias Legislativas, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e no TCU.

Lançado em 2004 e concluído em 2005, o Interlegis realizou o Censo do

Legislativo – uma radiografia da situação das Casas Legislativas.

Entre 2006 e 2007 foi executado o Projeto Piloto de Modernização (PPM).

Este projeto foi direcionado a cem casas legislativas selecionadas que receberam

um kit composto de 06 (seis) computadores, 01 (um) rack para roteadores, 01 (uma)

impressora, acesso à internet por 01 ano e telefone Voip com acesso direto ao

Interlegis e às demais câmaras beneficiadas. O PPM teve também o propósito de

consolidar e integrar os produtos de tecnologia, desenvolver processos e criar uma

metodologia de trabalho para modernizar as Casas Legislativas.

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Em 2007 foi assinado o contrato multifásico Programa Interlegis II, que teve

sua execução iniciada em 2009 e com previsão de término em 2014.

Na primeira fase do Interlegis II está o Projeto de Modernização Legislativa –

PML. O PML prevê ações de modernização nas Câmaras Municipais sediadas nas

cidades-polo brasileiras que cumprem o importante papel de multiplicar o modelo de

modernização implantado pelo Interlegis. Pelo PML, cumprindo a meta contratual

estabelecida pelo BID, foram diagnosticadas e conveniadas 340 (trezentas e

quarenta) câmaras que estão, agora, em processo de certificação.

Em 2013, como consequência da reforma administrativa do Senado Federal, a

Secretaria Especial do Interlegis – SINTER foi extinta e o Programa Interlegis passou

a ser executado pelo Instituto Legislativo Brasileiro – ILB.

Agora que já se sabe o contexto de criação das Escolas do Legislativo no

Brasil é possível aprofundar um pouco mais o seu estudo, avaliando-as em

perspectiva comparada com intuito de, dentro das limitações dos dados encontrados,

analisar suas atuações.

2.2. COMPARANDO AS ATUAÇÕES DAS ESCOLAS.

Sabe-se que o objetivo geral das Escolas do Legislativo é contribuir para a

formação técnica e política de agentes públicos e da sociedade em geral e que para

concretizar este objetivo as Escolas desenvolvem ações de capacitação de curta,

média e longa duração, voltadas para deputados, vereadores, servidores das

assembleias e de câmaras municipais, lideranças comunitárias, entidades e

cidadãos interessados em aprofundar conhecimentos sobre política e Poder

Legislativo. Neste sentido, espera-se que as mesmas tenham uma relação positiva

com a institucionalização das suas respectivas Casas Parlamentares.

As Escolas dos Legislativos Subnacionais Brasileiros, por meio da educação

permanente, da interlocução entre seus vários públicos e de um conjunto de

atividades que configuram uma atuação em crescente movimento de organização e

aprimoramento, buscam, no geral, auxiliar os Parlamentos para que eles se

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estabeleçam e sejam reconhecidos como espaços de produção de conhecimento,

além de contribuir para aumento do conhecimento político da sociedade em geral.

Verificar, então, a intensidade das atividades desenvolvidas pelas Escolas e a

oferta de oportunidade de formação de seus públicos faz-se necessário, uma vez

que uma Escola pouco atuante não poderá influenciar positivamente a

institucionalização de sua Casa Legislativa.

Assim, tendo em mente estas bases de atuação, com intuito de estudar

comparativamente as Escolas, foram criados cinco indicadores das atividades de

relevância por elas desenvolvidas, o que permitiu quantificar a oferta de cada Escola,

que receberam notas de 0 (zero) a 10 (dez). Para cada indicador foram distribuídos

02 (dois) pontos, que foram divididos dentro em uma determinada quantidade de

itens relacionados entre si.

A Tabela 2 a seguir mostra todos os quesitos julgados e suas respectivas

pontuações:

Tabela 2: Quesitos selecionados para julgar as atuações das Escolas dos Legislativos Subnacionais e a pontuação referente a cada quesito.

QUESITOS JULGADOS PONTUAÇÃO OBSERVAÇÃO

Histórico, criação, diretrizes e objetivos. 02 pontos. 0,5 ponto para cada item.

Agenda dos acontecimentos da escola, publicações, materiais e notícias.

02 pontos. 0,5 ponto para cada item.

Cursos internos e cursos externos. 02 pontos 01 ponto para cada item.

Programas e projetos. 02 pontos 01 ponto para cada item.

Existência de relatórios. 02 pontos Não há observações.

Fonte: Estes dados foram criados unicamente para elaboração deste estudo.

Por meio destes quesitos, que foram determinados essenciais dentro deste

estudo, as Escolas Legislativas existentes em todos os estados do Brasil foram

avaliadas e comparadas. As pontuações foram distribuídas de acordo com as

informações disponibilizadas em suas páginas, em páginas da própria Assembleia

Legislativa, na página da Associação Brasileira de Escolas do Legislativo (ABEL) e

por meio de notícias de sites diversos.

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As dificuldades para avaliar os quesitos foram diversas, como por exemplo:

páginas desatualizadas e algumas escolas que sequer possuem página na internet.

Fatores estes que dificultam a transparência, o acesso e até mesmo a fiscalização

pela sociedade dos trabalhos que vem sendo feitos. O objetivo das Escolas de modo

mais geral é aprimorar a qualificação do corpo técnico, porém em sua grande maioria

percebemos a realização de cursos voltados para a participação do público externo,

em parceria com o ILB – Instituto Legislativo Brasileiro que é a escola do Senado

Federal e disponibiliza diversos cursos online. A divulgação das agendas e

principalmente dos resultados dos trabalhos é vista em poucos Estados, bem como a

disponibilização de publicações sobre temas correlacionados aos interesses das

escolas.

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2.2.1. Tabela de Pontuação das Escolas e sua representação gráfica.

Tabela 3: Pontuação obtida por todas as Escolas do Legislativo no Brasil em ordem decrescente de pontos.

Escola Histórico Criação Diretrizes

Objetivos Agenda

Publicações Materiais Notícias

Cursos Externos

Cursos Internos

Programas Projetos Relatórios Total

1 Minas Gerais 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 1 1 1 1 2 10

2 Rio Grande do Sul 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 1 1 1 1 2 10

3 Santa Catarina 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 1 1 1 1 0 8

4 Sergipe 0,5 0,5 0,5 0,5 0 0 0 0 1 1 1 1 2 8

5 Amazonas 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0 1 1 1 1 0 7,5

6 São Paulo 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0 0,5 1 1 1 1 0 7,5

7 Roraima 0,5 0,5 0 0 0,5 0,5 0,5 0,5 1 1 1 1 0 7

8 Mato Grosso do Sul 0 0 0,5 0,5 0,5 0,5 0 0,5 1 1 1 1 0 6,5

9 Paraíba 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0 0,5 1 1 0 0 0 5,5

10 Rio de Janeiro 0 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 1 1 0 0 0 5,5

11 Rondonia 0 0 0 0 0 0 0 0,5 1 1 1 1 0 4,5

12 Ceara 0,5 0,5 0 0,5 0 0 0 0,5 1 1 0 0 0 4

13 Espírito Santo 0,5 0,5 0,5 0,5 0 0 0 0 1 0 0 1 0 4

14 Piaui 0,5 0,5 0,5 0,5 0 0,5 0 0,5 1 0 0 0 0 4

15 Rio Grande do Norte 0 0 0,5 0,5 0 0,5 0 0,5 1 1 0 0 0 4

16 Bahia 0,5 0,5 0 0 0 0 0 0,5 1 1 0 0 0 3,5

17 Mato Grosso 0 0 0 0 0,5 0,5 0 0,5 0 0 1 1 0 3,5

18 Maranhão 0,5 0,5 0,5 0,5 0 0 0 0 0 1 0 0 0 3

19 Paraná 0 0 0 0 0 0,5 0 0,5 1 1 0 0 0 3

20 Amapá 0 0 0 0 0 0 0 0,5 1 1 0 0 0 2,5

21 Distrito Federal 0 0 0 0,5 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2,5

22 Para 0 0,5 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 2,5

23 Pernambuco 0 0 0 0 0 0 0 0,5 1 1 0 0 0 2,5

24 Acre 0 0,5 0 0 0 0,5 0,5 0 0 0 0 0 0 1,5

25 Alagoas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

26 Goias 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

27 Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Fonte: pontuação dada conforme dados coletados nas páginas oficiais das Assembleias de casa Estado.

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Gráfico 2: Representação gráfica das pontuações totais obtidas por cada Escola dos Legislativos Subnacionais no Brasil em ordem decrescente.

Fonte: Tabela 3 desta pesquisa.

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2.2.2. Análise de Dados.

Na Tabela 3 os pontos foram dados àquelas Escolas que disponibilizaram

dados referentes aos quesitos utilizados para julgar a oferta de cada Escola, por

exemplo: se no site de uma determinada Assembleia encontrou-se dados sobre o

histórico da Escola, então a mesma ganhou 0,5 ponto neste quesito, caso o dado

não tenha sido encontrado a Escola não ganhou pontos, e assim por diante,

observando-se todos os quesitos criados nesta pesquisa.

O resultado se mostrou bem diversificado, conforme comprova a Tabela 3 e

ele (o resultado) será apresentado, primeiramente, pela análise da pontuação obtida

em cada quesito e por fim pela pontuação obtida em cada Estado.

Observa-se que apenas treze Escolas possuem algum tipo de histórico e

dezesseis Escolas possuem dados da sua criação. Comparando com a amostra total

(vinte e sete escolas), é de se observar que este dado é significativo e de grande

importância para a compreensão da formação das Escolas, visto que, todas as

Escolas possuem histórico e criação, mesmo que não divulguem.

As diretrizes são contempladas por treze Escolas e os objetivos que permeiam

as praticas só são explicitadas em quinze Escolas, o que nos leva a crer que as

atividades muitas vezes são feitas baseadas em necessidades momentâneas, sem

planejamento de longo prazo e sem nenhuma transparência quanto às atividades

realizadas pelas Escolas.

As agendas das atividades realizadas só foram disponibilizadas em dez

Escolas; as publicações em quatorze Escolas; e o material disponível em sete. Estes

números são bastante reduzidos, o que impacta na execução de cursos, palestras,

seminários e programas realizados por estas, pois, sem a as atividades realizadas,

sem as publicações e sem o material, o corpo técnico e principalmente a população

não se informa sobre as atividades propostas, acarretando em um número reduzido

de capacitações, sugerindo precariedade quanto aos seus objetivos.

A transparência através de notícias, ainda que seja vista em dezessete

escolas, é ainda um agravante, pois uma das formas de controle da sociedade sobre

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os acontecimentos das Escolas é através de notícias, e isto deveria ser requisito

principal para o funcionamento adequado de uma Escola.

Analisando a parte de cursos oferecidos e divulgados pelos portais, temos um

número de dezenove a vinte Estados, sendo um número alto, perto das demais

variáveis analisadas, o que deveria ser contemplado por todas as Escolas

analisadas, pois este é um quesito preponderante para a existência de uma Escola.

Assim, podemos dizer também sobre os programas e projetos, que são essenciais

para as Escolas e apenas dez Estados realizam programas e doze Estados realizam

projetos, inviabilizando um planejamento adequado do desenvolvimento das

Escolas.

Um dado alarmante é que apenas três Escolas analisadas apresentam

relatórios finais de suas atividades, mostrando falta de transparência e interesse para

com a população das ações e problemas enfrentados pelas Escolas.

Fazendo a análise das pontuações totais obtidas por cada uma das Escolas

de cada estado percebemos que as menores notas foram alcançadas pelas Escolas

do Acre, Amapá, Distrito Federal, Pará e Pernambuco, que não disponibilizam nada

além de notícias, objetivos, data de criação, cursos promovidos e/ou projetos,

obtendo assim no máximo dois pontos e meio cada escola.

Em seguida, com pontuações entre 03 (três) e 04 (quatro), temos as Escolas

dos seguintes Estados: Maranhão, Paraná, Bahia, Mato Grosso, Ceará, Espírito

Santo, Piauí e Rio Grande do Norte, que marcaram a referida pontuação por terem

preenchido, completamente, pelo menos um dos grupos de quesitos.

Ainda entre as Escolas que pouco pontuaram, temos as dos Estados de

Rondônia, Paraíba e Rio de Janeiro, que obtiveram notas entre 4,5 (quatro e meio) e

5,5 (cinco e meio) por terem preenchido completamente no mínimo dois dos grupos

de quesitos.

As Escolas que obtiveram melhor pontuação foram as dos seguintes estados:

Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, São Paulo, Sergipe, Santa Catarina,

Minas Gerais e Rio Grande do Sul, sendo que as 04 (quatro) primeiras perderam

pontos por não disponibilizarem relatórios entre outros quesitos, e as últimas quatro

obtiveram 08 (oito) pontos ou mais, onde Sergipe perdeu 02 (dois) pontos por não

disponibilizar os itens do segundo grupo de quesitos, Santa Catarina perdeu outros

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02 (dois) pontos por não disponibilizar relatórios das atividades promovidas em sua

Escola do Legislativo.

Rio Grande do Sul e Minas Gerais têm as únicas escolas que obtiveram

pontuação máxima. Os Estados cujas Escolas que não pontuaram são Alagoas,

Goiás e Tocantins, sendo que a de Alagoas não pontuou pelo fato do site oficial da

Assembleia estar fora do ar, sendo assim não foi possível coletar os dados para

distribuir pontos.

2.3. AS EXPERIÊNCIAS MAIS SIGNIFICATIVAS.

Podemos concluir que o trabalho das Escolas do Legislativo no Brasil ainda

tem muito que evoluir. Casos modelo como os das Escolas de Minas Gerais e do Rio

Grande do Sul, que obtiveram pontuação máxima, ainda são exceção. Os dados

disponibilizados são escassos, há pouca informação sobre o que efetivamente vem

sendo feito, o que sacrifica o acesso da população e a avaliação mais cuidadosa do

cidadão sobre as Escolas. A transparência tem hoje papel fundamental quando se

fala em qualquer atividade relacionada ao Estado e sendo as Escolas Legislativas

pertencentes ao Poder Legislativo o que se esperava era um trabalho feito da

maneira mais transparente possível, onde se conseguisse aferir mais informações.

Pelo exposto, fica claro o quanto ainda se espera das Escolas do Legislativo

no Brasil, seja tanto em uma atuação mais efetiva, quanto em uma agenda que

tenha maior eficácia. Espera-se também um acesso maior no que diz respeito à

agenda e aos resultados produzidos por meio delas, acesso esse que fica

comprometido pela divulgação precária que é feita pela maioria das Escolas nos

portais da internet. A expectativa é que tenhamos em todas as Escolas a clareza e o

alto grau e informações hoje encontradas em algumas poucas e que o trabalho seja

aprimorado para que todas sejam elevadas a um alto grau de transparência,

possibilitando que qualquer cidadão possa ter fácil acesso a suas agendas, suas

noticias, suas publicações e principalmente seus resultados.

Desta forma, realizar um trabalho que exponha de forma minuciosa toda a

atuação de uma Escola que pode ser considerada modelo, como a de Minas Gerais,

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pode vir a auxiliar as demais Escolas a alcançarem os seus objetivos gerais e

específicos, possibilitando que as mesmas atuem de maneira mais efetiva, com uma

agenda mais eficaz.

Exposto isto, este estudo irá mostrar detalhadamente, em seu segundo

capítulo, a atuação da Escola do Legislativo de Minas Gerais, que, conforme se

comprovou anteriormente, está entre as melhores do país.

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3. CAPÍTULO 2 – A ESCOLA DO LEGISLATIVO DE MINAS GERAIS.

Conforme informações divulgadas no site oficial da Assembleia Legislativa de

Minas Gerais (ALMG), o objetivo da Escola quando da sua criação, em 1992, era

promover ações de capacitação e atualização de deputados e servidores da

Assembleia de Minas. Hoje, além de cumprir essa missão, a Escola ampliou suas

ações, de formação técnica e política, a diversos públicos externos, como agentes

públicos, lideranças comunitárias e entidades, além dos demais cidadãos

interessados na atuação do Legislativo.

De acordo com a Gerente-Geral da Escola do Legislativo de Minas Gerais, a

Sra. Ruth Schmitz de Castro, a Escola nasceu “com a missão de oferecer suporte

conceitual de natureza técnico-administrativa, legislativa, doutrinária e política às

atividades do Poder Legislativo; profissionalizar os servidores da Assembleia;

constituir um repertório de informações para subsidiar a elaboração de projetos e

demais proposições legislativas; e de oferecer ao parlamentar e ao servidor a

oportunidade de melhor se identificarem com a missão do Poder Legislativo”.

Para compreender melhor como a ELMG atua para alcançar os referidos

objetivos, dividiu-se então este capítulo em três seções: na primeira encontram-se

as informações gerais da Escola, dados sobre sua criação, objetivos, missão,

atividades, publicações e as redes de escolas, onde se compartilham

conhecimentos e experiências.

As segunda e terceira seções apresentam dados concretos e números dos

resultados obtidos pela Escola em suas atividades realizadas nos anos de 2010 e

2011, respectivamente. Por fim comparam-se os resultados consolidados dos dois

anos estudados, o que possibilita chegar a uma conclusão positiva sobre as

atividades desenvolvidas dentro da ELMG.

Para construção do capítulo foram utilizados somente dados coletados na

internet, dentro da página oficial da Assembleia de Minas Gerais.

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3.1. INFORMAÇÕES GERAIS.

A Escola do Legislativo da ALMG tem por objetivo contribuir para a formação

técnica e política de agentes públicos e da sociedade em geral e tem ações voltadas

para deputados, vereadores, servidores da ALMG e de câmaras municipais

mineiras, lideranças comunitárias, entidades e cidadãos interessados em aprofundar

conhecimentos sobre política e Poder Legislativo. Além de atividades presenciais, a

Escola do Legislativo também conta com mais um meio efetivo de construir e

difundir a educação legislativa: a Educação a Distância.

A educação à distância foi incorporada à ALMG, através da Escola do

Legislativo, para ampliar o alcance de suas ações e torná-las acessíveis aos

interessados em conhecer ou se atualizar sobre o Parlamento. Entre os temas de

cursos, destacam-se história política mineira e noções de processo e técnica

legislativa. O Público-alvo desta modalidade são servidores da ALMG, vereadores e

servidores das Câmaras Municipais e público externo. Os seus formatos são:

• Autoinstrucionais, onde o estudante é responsável pelo seu processo

de aprendizagem. Ele define o seu próprio ritmo, período e sequência de estudo,

sem interação com o professor.

• Com interação, onde o professor interage com os alunos na discussão

dos conteúdos, na prática de atividades participativas e colaborativas. Ele influi no

ritmo e na sequência do aprendizado.

3.1.1. Atividades Desenvolvidas pela Escola.

A Escola do Legislativo tem atividades de capacitação (para servidores e

público externo), de estudos e pesquisas e de educação legislativa. Entre os

trabalhos desenvolvidos, destacam-se os voltados para as câmaras municipais, que

favorecem a interiorização das ações da Assembleia de Minas; e as iniciativas para

o público jovem, especialmente estudantes de escolas públicas e privadas, com foco

na formação política e na educação para a cidadania. São cursos, palestras,

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exposições, treinamentos e debates que divulgam conhecimentos sobre as funções

legislativas e estimulam sua reflexão.

Dentre as atividades de capacitação externa existem ações destinadas de

apoio ao cidadão, apoio aos municípios e apoio interinstitucional. O primeiro grupo

de apoio promove atividades voltadas ao cidadão e às organizações e entidades da

sociedade civil, relacionadas ao Poder Legislativo e o objetivo é contribuir para a

qualificação da participação popular no processo legislativo. O segundo grupo

promove ações voltadas aos agentes políticos e técnicos de câmaras e prefeituras,

com conteúdos relacionados ao Poder Legislativo; elas são realizadas em Belo

Horizonte ou no município interessado, em parceria com órgãos e entidades locais.

Já no terceiro e último grupo de apoio temos atividades destinadas a servidores e a

técnicos de instituições públicas estaduais, com conteúdos relacionados ao Poder

Legislativo; neste o atendimento se dá a partir de demanda e em parceria com as

instituições solicitantes.

Dentre as atividades de capacitação interna encontramos: apoio ao

parlamentar; formação continuada; e formação gerencial e desenvolvimento para o

trabalho. No primeiro grupo as atividades são voltadas aos deputados e seus

assessores, com conteúdos relacionados ao Poder Legislativo e o objetivo é

contribuir para o aprimoramento da prática político-parlamentar, incluindo

programação específica de recepção aos parlamentares no início de cada

legislatura. O segundo grupo desenvolve atividades para servidores do quadro

permanente da ALMG e das assessorias parlamentares sobre suas funções técnico-

administrativas. Já o terceiro grupo promove ações em apoio à Diretoria de

Recursos Humanos, específicas para servidores que ocupam cargos e funções de

direção e assessoramento da ALMG, e ações destinadas ao desenvolvimento de

competências comportamentais de servidores da ALMG que contribuam para o

aprimoramento individual e de suas relações interpessoais.

A Escola do Legislativo ainda é credenciada pelo Conselho Estadual de

Educação para oferecer cursos de pós-graduação. Eles são abertos a

parlamentares, servidores da ALMG e aos cidadãos que interagem com o Poder

Legislativo.

A Escola também apoia projetos de estudos e pesquisa sobre democracia,

legislativo, prática político-parlamentar e políticas públicas, entre outros temas, a fim

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de produzir, divulgar e aprimorar conhecimentos sobre as funções e a atuação do

Parlamento. Dentro desta ramificação das atividades desenvolvidas pela Escola

temos as seguintes atividades:

• Especialização: cursos de especialização certificados pela Escola do

Legislativo ou oferecidos em parceria com instituições mineiras de ensino superior,

destinados aos servidores da ALMG e abertos também ao público em geral, ligados

direta ou indiretamente ao poder público, especialmente o Legislativo;

• Pensando em Minas: palestras destinadas ao público em geral para

apresentar, debater e divulgar teses, dissertações, pesquisas e trabalhos técnicos

de servidores da ALMG ou pesquisadores de instituições mineiras de ensino

superior, sendo que o programa aborda temas relacionados com política e Poder

Legislativo; e

• Projetos de Estudo e Pesquisa: atividades desenvolvidas por

servidores da ALMG no Núcleo de Estudos e Pesquisa da Escola do Legislativo –

Nepel. Suas linhas temáticas incluem democracia representativa e instrumentos de

participação popular; Estado-membro no contexto do federalismo brasileiro atual;

Poder Legislativo e sua relação com os demais Poderes e funções do Estado, com a

iniciativa privada e ongs; Parlamento e políticas públicas; e a prática político-

parlamentar do Poder Legislativo estadual e de seus membros. O Nepel também

pode ser integrado por pesquisadores de instituições de educação superior

parceiras em projetos específicos.

3.1.2. Publicações.

No site da ALMG é possível encontrar as 21 (vinte e uma) edições dos

Cadernos da Escola do Legislativo, que são publicados semestralmente com intuito

de ser um espaço de reflexão sobre a realidade sociopolítica e cultural, promovendo

um diálogo entre a atividade parlamentar e a produção acadêmica.

Encontra-se no site também a Coleção Passo a Passo, que tem por objetivo

tornar acessíveis ao público externo todas as informações necessárias ao

acompanhamento efetivo dos trabalhos realizados pelo Poder Legislativo, e faz

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parte do esforço que a Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais vem

desenvolvendo no sentido de promover uma efetiva integração com a sociedade.

Existe ainda o Kit Cidadania, utilizado como material de apoio a atividades de

formação política, educação legislativa e educação para a cidadania. Este kit é

composto por videoaulas, cartilha eletrônica e o Manual do Professor, e tem por

objetivo dar às escolas condições que permitam aos jovens terem acesso ao

conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como

necessários para exercer a cidadania.

O Material de Informações Úteis para o Funcionamento das Câmaras

Municipais reúne informações básicas transmitidas nos Encontros Regionais e nos

cursos oferecidos pela Escola do Legislativo, referentes à atuação das Câmaras

Municipais. Tendo em vista a experiência da maioria dos Deputados com a política

municipal, a compreensão que eles têm dos problemas e desafios inerentes à

administração dos municípios, e a importância de se buscar, no âmbito das cidades,

referências para se pensar na realidade global do Estado, a ALMG sempre teve

vinculação com os Prefeitos e Vereadores mineiros, e, portanto, a Casa está sempre

aberta aos representantes municipais, apoiando suas reivindicações nas esferas

estadual e federal.

Com o objetivo de mostrar os resultados do projeto Parlamento Jovem, a

ALMG divulga em seu site o livro Educação Política da Juventude – A Experiência

do Parlamento Jovem. O livro foi organizado pelas professoras Regina de Paula

Medeiros e Maria Elizabeth Marques, da PUC Minas, e foi ordenado em duas partes.

A primeira parte traz artigos de técnicos da ALMG e da universidade, com uma

leitura analítica do projeto. A segunda parte apresenta artigos de professores e

estagiários do Curso de Ciências Sociais da universidade, pautados em pesquisa

financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), entre

2008 e 2010.

Além das publicações acima elencadas, no site ainda é possível encontrar

vídeos e áudios das Palestras e aulas dos cursos e programas de educação

legislativa, formação política e educação para cidadania da Escola do Legislativo.

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3.1.3. Redes de Escolas.

Com objetivo de compartilhar conhecimentos e experiências sobre boas

práticas de formação e aperfeiçoamento profissional de servidores públicos,

incentivando a produção de conhecimento em ambientes virtuais sobre o Poder

Legislativo, a Escola do Legislativo da ALMG participa de redes formadas por

escolas de governo, de legislativos, de tribunais de contas e de formação de

agentes públicos. As redes das quais a Escola participa são as seguintes:

• Rede Nacional de Escolas de Governo: reúne instituições de ensino

federais, estaduais e municipais de administração pública e escolas de governo

vinculadas aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Esta rede tem como

objetivo aumentar a eficácia das instituições que trabalham com formação e

aperfeiçoamento profissional dos servidores públicos dos três níveis de governo.

Como perspectiva de trabalho, busca o compartilhamento de conhecimentos e de

experiências sobre boas práticas das Escolas de Governo, incentivando trabalhos

em parceria. A rede é coordenada pela Escola Nacional de Administração Pública

(ENAP);

• Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas (Abel):

Congrega Escolas, Centros de Treinamento, Institutos de Estudos e Pesquisa e

entidades vinculadas ao Poder Legislativo brasileiro, nos níveis federal, estadual e

municipal, incluindo também as Escolas dos Tribunais de Contas. O objetivo

principal da ABEL é promover o aperfeiçoamento das atividades legislativas por

meio de eventos educativos de formação, capacitação e qualificação de servidores,

e incentivar o intercâmbio de informações de interesse comum;

• Rede de Escolas de Formação de Agentes Públicos de Minas Gerais

(Reap/MG): Reúne escolas de governo de órgãos públicos federais e estaduais,

com atuação em Minas Gerais. Seus objetivos são compartilhar conhecimentos e

experiências sobre formação de servidores públicos e promover parcerias em ações

de educação, fomentando o intercâmbio de experiências quanto a programas,

metodologias, serviços técnicos e sistemas de capacitação profissional

desenvolvidos; e

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• Rede de Escolas do Legislativo de Minas Gerais – Em formação:

Mobiliza as escolas das câmaras municipais mineiras, para multiplicar, por meio de

parcerias, ações de capacitação e formação de seus servidores e atividades de

formação política e de educação para cidadania. Em setembro de 2008, a Escola do

Legislativo de Minas Gerais e o Centro de Apoio às Câmaras da ALMG (Ceac)

promoveram o Encontro com as Escolas de Legislativos Municipais Mineiros.

3.2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2010.

De acordo com o relatório de atividades da Escola do Legislativo 2010, as

atividades promovidas pela Escola vêm sendo continuamente transformadas ao

longo dos seus anos de funcionamento. Utilizando informações apresentadas pela

Gerente-Geral da Escola, a Sra. Ruth Schmitz de Castro, no que tange às ações

internas, pode-se destacar alguns modelos de capacitação que foram sendo

transformados pela natureza dinâmica e multifacetada dos saberes mobilizados

pelos profissionais a serem capacitados em seu trabalho cotidiano. Nas ações

voltadas para o público externo, destaca-se o aprimoramento do Parlamento Jovem,

que em 2010 inaugurou sua fase estadual, integrando escolas e câmaras de 12

municípios mineiros, no esforço de educar os jovens para a cidadania e para a

participação consciente.

A programação desenvolvida pela Escola em 2010 e nos anos precedentes vem apresentando

cada vez mais sintonia com a natureza do saber engendrado no Parlamento e na sociedade.

Não há que se falar em grade ou em matriz curricular: o que buscamos se aproxima mais de

uma rede, uma teia curricular que pressupõe ações, compromissos e intenções declaradas

visando sempre a melhorar a qualidade da atividade política e legislativa desenvolvida em

nosso Estado e a compreensão que os cidadãos têm dessa atividade. (Ruth Schmitz de

Castro, 2010)

Tal teia curricular procurava atingir públicos de variados segmentos da

sociedade, envolvendo ações de naturezas diversas, o que exigiu um planejamento

combinado de áreas temáticas, conteúdos, destinatários e programas, propondo

ações que não podiam ser ocasionais, mas sim frequentes o suficiente para garantir

que a qualificação da prática através da teoria e o adensamento da teoria se

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dessem em função da “reflexão sobre a prática de seus procedimentos” (Ruth

Schmitz de Castro, 2010).

A finalidade última era melhorar tanto o nível de informação da sociedade sobre o Poder

Legislativo, quanto a competência desse Poder em atender às demandas dessa sociedade.

(Ruth Schmitz de Castro, 2010)

Ainda de acordo com a Sra. Ruth Schmitz de Castro, merece destaque o

incremento das ações de educação à distância, que visam a um aumento do

alcance das atividades da Escola e, consequentemente, a um melhor

aproveitamento dos recursos despendidos. Ao ser indicado como um dos projetos

que integraram a carteira inicial de projetos estratégicos estabelecida em 2010, a

Educação a Distância ganhou novo impulso e, como pode ser constatado pelos

números deste relatório, afirma-se como mais um meio efetivo de construir e difundir

a educação legislativa, principal contribuição de uma Escola forjada no seio do

Parlamento, para a formação para a cidadania e para o fortalecimento da

democracia.

Este capítulo “procura materializar as preocupações acima expostas em

programas, projetos, cursos, palestras, estudos e publicações” (Ruth Schmitz de

Castro, 2010) e aqui esta materialização se dará através das atividades

desenvolvidas no ano de 2010.

Em 2010, a Escola do Legislativo atendeu 9.998 pessoas, sendo eles

servidores da ALMG, agentes públicos municipais, lideranças, professores,

estudantes e cidadãos interessados ou participantes das atividades da Assembleia

Legislativa de Minas Gerais, dentro de um total de 190 (cento e noventa) atividades

de formação política e de capacitação em educação legislativa realizadas.

Nesse período, além das atividades permanentes, a Escola se esforçou

especialmente para tentar implantar o seu Projeto Estratégico de Educação a

Distância. Este projeto integra a carteira de ações prioritárias da ALMG, definida

pela Mesa, com o objetivo de materializar os compromissos do seu “Direcionamento

Estratégico Assembleia 2020”, um conjunto de diretrizes para a atuação do

Legislativo de Minas Gerais nos próximos dez anos.

Além da concepção do projeto e estruturação e formação da equipe do núcleo

de EaD, a Escola do Legislativo iniciou o contato com professores, para elaboração

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de novos cursos, e realizou oito atividades abertas aos servidores e ao público

interessado, três delas oferecidas pela primeira vez. Outros dois novos cursos

estavam em fase final de elaboração para serem oferecidos no início de 2011. Os

oito cursos somaram 170 (cento e setenta) horas/aula, atendendo um universo de

538 (quinhentos e trinta e oito) alunos, especialmente os vinculados às câmaras

municipais mineiras, público preferencial das atividades à distância.

A Escola do Legislativo ainda esteve à frente de dois grandes projetos de

Educação para a Cidadania que tiveram grande repercussão na comunidade

escolar: o Expresso Cidadania e o Parlamento Jovem Minas 2010. O primeiro,

coordenado pela Diretoria de Comunicação Institucional, com o apoio da Escola, em

2010, chegou à sua segunda edição. O segundo projeto reproduziu a mesma

dinâmica das seis edições anteriores, porém com uma grande inovação: a sua

interiorização.

Nesta edição do Parlamento Jovem, 12 (doze) Câmaras Municipais mineiras

se engajaram no projeto, mobilizando mais de 800 (oitocentos) estudantes do ensino

médio de escolas de diferentes regiões do Estado. A etapa estadual trouxe a Belo

Horizonte 112 (cento e doze) estudantes, representantes de cada um dos

municípios participantes, e resultou num documento final com 10 (dez) propostas

prioritárias e outras sugestões de ação para o Poder Público.

A formação introdutória dos novos servidores da ALMG e o atendimento das

demandas internas de treinamento e atualização são atividades permanentes da

Escola do Legislativo que integram seu calendário sempre tiveram grande destaque.

Em 2010, foram oferecidas 62 (sessenta e duas) atividades para os servidores da

ALMG, representando mais de um terço das ações da Escola. Foram atendidos

2.023 (dois mil e vinte e três) servidores, em treinamentos, cursos, oficinas e

palestras.

No atendimento às Câmaras Municipais e demais instituições públicas e

entidades da sociedade civil, o principal destaque foi a continuidade do apoio ao

Projeto Exposição Itinerante, coordenado pelo Centro de Apoio às Câmaras da

ALMG (Ceac). Essa edição incorporou a temática do ciclo de palestras realizado

pela Escola do Legislativo, em 2008, sobre Formação do Povo Mineiro. Assim, além

da exposição itinerante, o projeto incluiu na sua programação o painel “História,

Memória e Sociedade – Papel das Instituições Públicas” e o curso “Noções

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Introdutórias de Práticas Arquivísticas”, organizados pela Escola do Legislativo, com

a participação da Gerência-Geral de Documentação e Informação. Sediaram o

projeto cinco municípios mineiros, mobilizando 698 (seiscentos e noventa e oito)

servidores de legislativos e técnicos da área de arquivo das instituições públicas

municipais.

Ainda em 2010, a Escola do Legislativo aprofundou o seu relacionamento

com as instituições de ensino superior, com o objetivo de disseminar e incentivar a

produção de novos conhecimentos sobre o Legislativo Estadual e, em especial,

sobre a Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em parceria com a PUC Minas e

com o Departamento de Ciência Política da UFMG, entre outras instituições de

ensino, foram realizados encontros e palestras visando promover o diálogo entre

teoria e prática. Esse mesmo esforço foi direcionado para ampliar a participação da

ALMG nas organizações nacionais representativas do Poder Legislativo, como a

Rede de Escolas de Formação de Agentes Públicos de Minas Gerais (Reap/MG), a

Rede Nacional de Escolas de Governo (Enap) e a Associação Brasileira das Escolas

do Legislativo e de Contas (Abel).

3.2.1. Resultado Consolidado.

No total a Escola desenvolveu 05 (cinco) programas, sendo eles: o Projeto

Estratégico da ALMG 2020 – Educação a Distância, Capacitação Interna,

Cooperação Interinstitucional, Educação para a Cidadania e Pesquisa e Reflexão.

Dentro do primeiro programa a Escola realizou 14 (quatorze) atividades, com

uma carga horária de 200 (duzentas) horas e 1.641 (mil seiscentos e quarenta e um)

participantes.

Dentro do segundo a Escola realizou 62 (sessenta e duas) atividades, com

uma carga horária de 651 (seiscentas e cinquenta e uma) horas e 2.041 (dois mil e

quarenta e um) participantes.

No terceiro a Escola realizou 20 (vinte) atividades, com carga horária de 116

(cento e dezesseis) horas e 1.611 (mil seiscentos e onze) participantes.

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Dentro do quarto foram realizadas 85 (oitenta e cinco) atividades, com carga

horária de 374 (trezentas e setenta e quatro) horas e 4.082 (quatro mil e oitenta e

dois) participantes.

O quinto e último programa desenvolveu 09 (nove) atividades, com carga

horária de 35 (trinta e cinco) horas e 623 (seiscentos e vinte e três) participantes.

Somando esses dados, o que possibilita ter acesso a uma única informação

para toda a Escola, chega-se ao seguinte resultado: 190 (cento e noventa)

atividades realizadas, com carga horária de 1.376 (mil trezentas e setenta e seis)

horas, com 9.998 (nove mil novecentos e noventa e oito) participantes.

Dentro do item 3.4 deste capítulo está inserida a Tabela 4, que contem este

resultado consolidado.

3.3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2011.

Neste ano, além de, obviamente, seguir a linha de ação do ano anterior,

agindo dentro de uma das diretrizes de atuação da Escola, qual seja a atuação em

rede, interagindo com outros órgãos e instituições quando suas ações são

complementares, no alcance dos interesses e finalidades comuns, a Escola também

enfatizou as ações de educação legislativa e de formação política voltadas aos

cidadãos.

Foram mantidos os projetos permanentes destinados aos estudantes dos

ensinos básico e superior, quais sejam o Parlamento Jovem Minas, o Conexão

Assembleia e as Visitas Orientadas. A Escola também mobilizou esforços para

consolidar a carteira de cursos à distância, com abordagens temáticas de interesse

da sociedade. Alguns dos cursos, que tiveram a participação de quase 40 alunos,

foram: Treinando a Nova Ortografia; Noções de Ortografia; Planejamento e

Orçamento Público; História Política de Minas Gerais – Uma Introdução Crítica; e

Democracia, Parlamento e Participação.

Em 2011 a Escola do Legislativo de Minas Gerais se alinhou à prioridade da

TV Assembleia, de produção de programas educativos para veiculação nas mídias

eletrônicas do Legislativo, como parte do esforço de tomar conhecimento sobre a

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política e o Poder Legislativo acessível a todos. Dentro desta ação foram produzidas

35 teleaulas dos cursos “Orçamento Público e Cidadania: qual sua participação?” e

“História Política de Minas Gerais”, que foram exibidas pela TV Assembleia. Outra

iniciativa foi a produção do programa “Essa Música tem História” para a Rádio

Assembleia.

Com o intuito de contribuir para a formação política dos professores do ensino

básico da rede pública e privada de Belo Horizonte, a Escola ofereceu neste ano de

2011 a primeira edição do curso Formação Política para Educadores. Fizeram parte

do programa 10 (dez) palestras sobre temas relativos à Educação, Política e

Cidadania e 02 (dois) encontros de trabalho. Dentro da primeira turma foram

certificados 17 (dezessete) professores, que se mantiveram mobilizados para

discutir, juntamente com a Escola, desdobramentos desta atividade, tamanho foi o

entusiasmo dos alunos. A intenção dos participantes foi buscar ampliar o alcance do

programa e identificar novas ações de formação política para professores.

Em 2011 iniciou-se ainda o primeiro curso de especialização certificado pela

Escola sobre “Poder Legislativo e Políticas Públicas”, com um total de 40 (quarenta)

alunos inscritos.

Promoveu-se também neste ano 05 (cinco) edições do Programa Pensando

em Minas, criado com o objetivo de divulgação científica de monografias,

dissertações e teses produzidas em Minas Gerais sobre temas que perpassam o

Poder legislativo, de maneira a disseminar o conhecimento produzido pelos

servidores do Legislativo e pelos centros de estudo e pesquisa do estado. Foram

lançadas também duas novas edições da publicação Cadernos da Escola do

Legislativo.

Finalmente, durante todo o ano de 2011 foram mantidos os seguintes

programas de capacitação e atualização: aqueles destinados aos servidores da

Assembleia Legislativa e assessores de gabinete parlamentar da 17ª Legislatura; de

formação introdutória para novos servidores, aprovados no concurso público da

ALMG; e de formação e capacitação de servidores dos legislativos municipais e

demais órgãos públicos.

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3.3.1. Resultado Consolidado.

No total a Escola desenvolveu os mesmos 05 (cinco) programas

desenvolvidos em 2010, sendo eles: o Projeto Estratégico da ALMG 2020 –

Educação a Distância, Capacitação Interna, Cooperação Interinstitucional, Educação

para a Cidadania e Pesquisa e Reflexão.

Dentro do primeiro programa a Escola realizou 24 (vinte e quatro) atividades,

com uma carga horária de 455 (quatrocentas e cinquenta e cinco) horas e 991

(novecentos e noventa e um) participantes.

Dentro do segundo a Escola realizou 116 (cento e dezesseis) atividades, com

uma carga horária de 1.012 (mil e doze) horas e 2.773 (dois mil setecentos e setenta

e três) participantes.

No terceiro a Escola realizou 15 (quinze) atividades, com carga horária de

308 (trezentas e oito) horas e 867 (oitocentos e sessenta e senta) participantes.

Dentro do quarto foram realizadas 106 (cento e seis) atividades, com carga

horária de 308 (trezentas e oito) horas e 4.408 (quatro mil quatrocentos e oito)

participantes.

O quinto e último programa desenvolveu 17 (dezessete) atividades, com

carga horária de 204 (duzentas e quatro) horas e 999 (novecentos e noventa e

nove) participantes.

Somando esses dados, o que possibilita ter acesso a uma única informação

para toda a Escola, chega-se ao seguinte resultado: 278 (duzentas e setenta e oito)

atividades realizadas, com carga horária de 2.107 (duas mil cento e sete) horas,

com 10.038 (dez mil e trinta e oito) participantes.

Dentro do item 3.4 deste capítulo está inserida a Tabela 4, que contem, além

do resultado consolidado de 2010, o resultado consolidado de 2011.

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3.4. RESULTADO GERAL.

Comparando os resultados totais obtidos nos dois anos estudados, percebe-

se que em 2011 foram desenvolvidas 88 (oitenta e oito) atividades a mais, gastando

731 (setecentas e trinta e uma) horas a mais, com 40 (quarenta) participantes a

mais. A seguir temos a Tabela 4 com os resultados consolidados dos anos de 2010

e 2011:

Tabela 4: Resultados consolidados das atividades desenvolvidas pela Escola do Legislativo da

Assembleia de Minas Gerais nos anos de 2010 e 2011.

2010 2011

Programas

desenvolvidos

Atividades

realizadas

Carga

horária

Número de

Participantes

Atividades

realizadas

Carga

horária

Número de

Participantes

Projeto

Estratégico da

ALMG 2020 –

Educação a

Distância

14 200 1.641 24 455 991

Capacitação

Interna 62 651 2.041 116 1.012 2.773

Cooperação

Interinstitucional 20 116 1.611 15 308 867

Educação para a

Cidadania 85 374 4.082 106 308 4.408

Pesquisa e

Reflexão 09 35 623 17 204 999

Resultados

consolidados 190 1.376 9.998 278 2.107 10.038

Fonte: Relatório de Atividades da Escola do Legislativo – 2010 e Relatório de Atividades da Escola do

Legislativo – 2011, ambas disponíveis no site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

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Fazendo uma análise mais atenta e profunda da Tabela 4 é possível perceber

que, em todos os programas desenvolvidos, os números que mais cresceram de um

ano para o outro foram os da carga horária, exceto dentro do Programa de

Educação para a Cidadania que caiu de 374 (trezentos e setenta e quatro) para 308

(trezentos e oito). Dentro do Programa de Pesquisa e Reflexão a carga horária

cresceu mais de cinco vezes, o que é um aumento bastante significativo. No

Programa de Cooperação Interinstitucional a carga horária quase triplicou, o que

também pode ser considerado um dado significativo. Na Educação à Distância a

carga horária mais que dobrou e também é considerado um grande aumento. O

menor aumento da carga horária foi constatado no Programa de Capacitação

Interna, que subiu de 651 (seiscentas e cinquenta e uma) horas para 1.012 (mil e

doze) horas, o que não deixa de ser um aumento relevante.

Dentre as atividades realizadas, os números caíram somente na Cooperação

Interinstitucional, que em 2010 foram 20 (vinte) e em 2011 foram 15 (quinze). A

Educação para Cidadania sofreu um leve aumento e as atividades dos demais

programas quase dobraram. Percebe-se que aqui as alterações também foram

significativas.

Já o número de participantes diminuiu nos programas de Educação para a

Cidadania e Cooperação Interinstitucional e nos demais programas o aumento

verificado não foi grande.

É possível dizer então que, ao diminuir, mesmo que levemente, o número de

participantes em alguns programas e aumentar substancialmente a carga horária da

maioria das atividades realizadas, que também sofreram aumento, a Escola se

preocupa com a qualidade das atividades ofertadas aos seus públicos. Para ela não

basta simplesmente ter uma grande oferta de atividades e de oportunidades de

formação política aos seus públicos, é necessário ainda que esta oferta seja da

maior qualidade possível, que se despenda o tempo necessário para se produzir

resultados positivos e substanciais.

Desta forma, é possível perceber que a Escola do Legislativo de Minas Gerais

(ELMG), além de ser altamente atuante e produtiva e de possuir um alto grau de

desenvolvimento, efetivamente obtém o resultado que se propõe a produzir,

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atingindo aos seus públicos de forma satisfatória, garantindo de fato a sua formação,

e se mostrando interessada em estar ao alcance da população, disponibilizando

seus resultados, os materiais utilizados em seus cursos, etc.

Uma vez que o esperado das Escolas do Legislativo no Brasil é que

possibilitem o acesso da população às suas agendas, publicações e seus

resultados, que promovam a transparência, que atuem de forma efetiva e que

possuam uma agenda de maior eficácia, este capítulo deixa claro que a Escola do

Legislativo de Minas Gerais atinge às expectativas.

Esta afirmação corrobora mais uma vez a escolha da ELMG para analisar a

influência das ações de uma Escola do Legislativo em sua Casa Parlamentar como

sendo a acertada. Portanto partiremos daqui para a questão central desta pesquisa:

qual o papel da Escola do Legislativo de Minas Gerais para a institucionalização da

Assembleia?

Para tanto, veremos no próximo capítulo o conceito de desenvolvimento

institucional de forma mais aprofundada, para que seja possível, a partir da

compreensão deste conceito, entender como ocorreu o processo de

institucionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e como exatamente a

ELMG o influenciou.

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4. CAPÍTULO 3 - O PAPEL DA ESCOLA DO LEGISLATIVO DE MINAS GERAIS

PARA A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA ASSEMBLEIA.

Para entender o papel da Escola do Legislativo de Minas Gerais para a

institucionalização da Casa Parlamentar é preciso primeiramente esclarecer o

conceito de desenvolvimento institucional utilizado neste estudo e ainda analisar o

contexto de institucionalização da Assembleia de Minas Gerais, para, somente

depois de entendidos estes dois pontos, adentrar na questão central desta pesquisa:

como as atividades desenvolvidas pela Escola do Legislativo de Minas Gerais

influenciaram o desenvolvimento institucional da Assembleia?

Para tanto se dividiu este capítulo em duas partes, a primeira que irá

aprofundar o estudo sobre a questão do desenvolvimento institucional da Casa

Parlamentar, buscando compreender como se iniciou este processo e como ele se

dá nos momentos atuais.

A segunda parte irá mostrar a importância das atividades desenvolvidas

dentro da ELMG para o processo de institucionalização da Assembleia, desde sua

criação até a atualidade.

Os dados utilizados para elaboração deste capítulo foram coletados, em sua

maioria, além da pesquisa bibliográfica, através de entrevistas em profundidade,

utilizando questionários semiestruturados, que se encontram anexos, realizadas

com servidores da ALMG em outubro de 2013, sendo eles dois deles técnicos

lotados na própria ELMG, dois funcionários pertencentes à alta administração da

Casa e um Deputado. Ao longo do capítulo os técnicos da ELMG serão chamados

de Entrevistados 1 e 2, já os funcionários da alta administração da Casa serão os

Entrevistados 3 e 4.

4.1. O DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

DE MINAS GERAIS.

Para realização deste estudo considerou-se desenvolvimento institucional

aquilo que se refere à produção e disponibilização, para os participantes do

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processo legislativo, de um conjunto de recursos e procedimentos orientados para

maximizar as chances de consecução dos objetivos perseguidos na Casa

Legislativa. Tal conceito não foi retirado de nenhum livro, mas sim repassado em

conversa particular com um estudioso do assunto, que publicará tal conceito

futuramente.

De acordo com os dados coletados através das entrevistas foi possível

corroborar tal conceito, uma vez que se percebeu que o desenvolvimento

institucional está relacionado com o conjunto de atividades que favorecem a

democracia e a efetividade do Poder Legislativo.

Um Poder Legislativo com um fraco desenvolvimento institucional tende a ser reativo, ele

simplesmente vai homologar aquilo que veio do Poder Executivo. Weber, em Política como

Vocação, fala que os Parlamentares quando não assumem seu papel se transformam em

meros repositores daquilo que é produzido no executivo. O desenvolvimento institucional é

dotar o Poder Legislativo de capacidade, de possibilidade de intervenção na elaboração de

Políticas Públicas. (Entrevistado 3)

Na ALMG especificamente a preocupação com o seu desenvolvimento

institucional surgiu entre o final da década de 80 e início da década de 90, após a

Constituição Estadual de 1989.

Nas assembleias legislativas iniciava-se a organização dos trabalhos de elaboração das novas

constituições estaduais e experimentava-se, também, os ventos favoráveis da mudança, que

impunham a elas uma nova visão da instituição e do seu papel com a sociedade. Na

Assembleia Legislativa de Minas Gerais, os trabalhos de discussão e elaboração do

anteprojeto da Constituição Estadual, realizados com a participação direta da sociedade,

repercutiam internamente, inspirando um amplo programa de democratização e modernização

do Legislativo Mineiro. (Ruth Schmitz de Castro, 2012)

De acordo com o Entrevistado 1, neste período ocorreu um avanço e

aprimoramento da Casa, ocasionados pela implementação de uma série de

modificações e mecanismos de escolha de forma de atuação, voltados para a

questão da participação popular, ou seja, foram criados instrumentos que

incentivavam a participação da população, e o resultado desse aumento da

participação é a qualificação do tipo de trabalho desenvolvido pelos Parlamentares.

A Assembleia abre espaço para a participação popular para colher subsídios

para desenvolver seu trabalho e desta forma o trabalho dos Parlamentares passou a

ser informado pela participação popular.

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Neste mesmo período ocorreu ainda, paralelamente ao incentivo à

participação, a intensificação do trabalho de capacitação do corpo de servidores da

Casa.

Tendo em vista estas preocupações com o avanço, aprimoramento e

capacitação dentro da ALMG, é possível identificar que nela, na ALMG, durante este

período, o aprofundamento e a modificação das suas características institucionais

foram impulsionados pelas seguintes variáveis intervenientes: a reestruturação

administrativa da Casa, a criação da consultoria, criação da TV Assembleia, a

implementação dos bancos de dados informatizados e a criação da Escola do

Legislativo, pensada como um mecanismo de aprimoramento do servidor.

O Entrevistado 4 diz que é notório o esforço que a Assembleia teve ao longo

do tempo em termos de modernização institucional, preocupada não somente com a

constituição e qualificação de um corpo adequado de servidores para dar suporte a

todo trabalho dos Deputados, desde o seu recrutamento através de concursos

públicos buscando servidores com uma formação pré-existente, mas também com a

adoção de instrumentos, de canais e de ferramentas de interlocução com a

sociedade, ampliando e favorecendo as estruturas de comunicação da Casa, com a

criação da TV Assembleia e, posteriormente, através da internet e também do rádio.

E surge dentro desse contexto, de qualificar os servidores e também de promover

novas formas de interação com a sociedade, a Escola do Legislativo, num esforço

da ALMG de atingir ambas as preocupações acima expostas.

Ao longo dos vinte anos que sucederam esse período inicial de mudanças o que se viu foram

as consequências dessas medidas e houve ainda, no ano de 2010, outro marco no sentido de

organizar e promover um outro salto de qualidade na capacitação e também na prestação dos

serviços desenvolvidos pela ALMG, no cumprimento das suas prerrogativas e obrigações

constitucionais. (Entrevistado 1)

Foi lançado em 2010 o Direcionamento Estratégico, que, através da

identificação de uma série de medidas e mudanças importantes e de objetivos,

prioridades e diretrizes, irá nortear a atuação da Casa e seus avanços institucionais

até o ano de 2020, ou seja, o direcionamento estratégico foi pensado para que o

desenvolvimento institucional da ALMG aconteça de forma mais eficiente, eficaz e

efetiva.

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Dentro do livreto Direcionamento estratégico: Assembleia Legislativa de

Minas Gerais, 2010-2020, lançado pela Casa em 2010, é possível ver que foram

pensados 11 (onze) objetivos estratégicos, sendo 04 (quatro) deles finalísticos e 07

(sete) organizacionais. Os objetivos finalísticos são: ampliar e aprimorar a

participação da sociedade nas atividades do Poder Legislativo; garantir a qualidade

da legislação; fiscalizar os órgãos e entidades da administração pública e avaliar as

políticas públicas, com foco em resultados; e consolidar-se como ponto de

convergência do poder público e da sociedade na discussão das estratégias e

políticas públicas para o desenvolvimento do Estado. Os objetivos organizacionais

são: disponibilizar os recursos necessários para aprimorar o desempenho das

atividades do Poder Legislativo; assegurar alto nível de capacitação e desempenho

ao corpo gerencial e técnico; direcionar a comunicação para a compreensão e a

valorização das atividades do Poder Legislativo; inovar mediante a incorporação de

melhores práticas e novas tecnologias de informação e comunicação; promover a

educação para a cidadania; melhorar a qualidade do gasto e aumentar a eficiência

do Poder Legislativo; e finalmente intensificar a articulação com as Casas

Legislativas para o fortalecimento do Poder Legislativo.

A ALMG, desde a década de 90, principalmente a partir da constituição, vem num processo

evolutivo, tentando alinhar tanto a sua atuação finalística, melhorias possíveis, necessárias no

trabalho dos Deputados, na forma como a Assembleia se relacionada com a sociedade, na

forma como os cidadãos percebem e recebem o trabalho da Assembleia, mas ao mesmo

tempo também aprimorando suas estruturas internas, de gestão, de sistemas, tecnologias,

educação, a parte da Escola do Legislativo, ou seja, é um processo que vem caminhando de

certa forma junto, então quando se pergunta como tem sido esse processo de desenvolvimento

institucional da ALMG, a percepção que a gente tem, olhando essa trajetória nesses últimos 20

anos, é de que de certa forma a gente tem conseguido equilibrar esse desenvolvimento tanto

em melhorias estruturais, atividades que dão sustentação, quanto em melhorias que também a

gente tem conseguido implementar na atuação que o Deputado propriamente dito tem em

relação ao cidadão, e que impacta exatamente na percepção que a sociedade tem do trabalho

da ALMG. (Entrevistado 4)

Percebe-se então que a ELMG fez parte do processo de desenvolvimento

institucional da Casa e que até hoje continua sendo importante para o seu

crescimento institucional, uma vez que, sendo parte do processo ela contribuiu e

contribui fortemente para que ele ocorra. Sendo assim podemos partir para a

segunda seção deste capítulo, que visa aprofundar o estudo sobre a influência da

Escola do Legislativo na institucionalização da Assembleia Mineira.

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4.2. A INFLUÊNCIA DA ESCOLA NA INSTITUCIONALIZAÇÃO DA

ASSEMBLEIA.

Conforme visto no item anterior, influenciar a institucionalização da

Assembleia é influenciar a produção e disponibilização, para os participantes do

processo legislativo, de um conjunto de recursos e procedimentos orientados para

maximizar as chances de consecução dos objetivos perseguidos na Casa

Legislativa.

Então, para entender como ocorre a influencia da ELMG no processo de

desenvolvimento institucional da Casa, é necessário saber se a Escola influencia os

participantes do processo legislativo.

Desta forma a primeira pergunta a ser feita é quem são os participantes do

processo legislativo? São eles: Deputados, servidores e o público externo. Pode-se

dizer então que estes são os 03 (três) grandes grupos que participam do processo

legislativo.

A próxima pergunta que deve ser feita é: a ELMG atinge esses grupos? A

resposta é sim, ela atinge, porém de forma desigual.

De acordo com o Entrevistado 3, o primeiro grupo, que são os Deputados, é

muito pouco atingido diretamente. São raros os Deputados que participam de cursos

oferecidos pela ELMG, afinal eles se atêm aquilo que eles precisam para exercer a

função deles, que é o voto. Os Deputados precisam se legitimar perante os

representados e isso, na nossa Democracia, é feito por meio do voto. Porém, junto

aos Deputados, existem os servidores de gabinete, os assessores diretos dos

Deputados, que para esta pesquisa são considerados como representação dos

parlamentares, afinal esses funcionários trabalham politicamente e respondem

unicamente ao Deputado e não à instituição. Desta forma, atingir os Deputados não

é essencial, mas sim atingir os seus assessores.

Ainda dentro da fala do Entrevistado 3, tem-se que a Escola foi criada, em

1992, para atender ao servidor da ALMG. Percebeu-se na época que os servidores

não tinham muito conhecimento sobre o que era realizado dentro da Casa: eles não

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sabiam o que é a Assembleia, o que se fazia dentro da Assembleia e nem o que é a

atividade de representação. Então, nos dois primeiros anos de funcionamento da

ELMG, ela tinha como público alvo os servidores da ALMG e os cursos ofertados

eram dentro das áreas de Direito, de Políticas Públicas, de Ciência Política, e etc. e

tinham por objetivo ensinar o que eles deveriam fazer. Era uma espécie de

capacitação interna.

Então, no primeiro momento a gente está pensando, por exemplo, que a Assembleia se

preocupou nessa constituição de um corpo técnico capaz de dar um suporte mais adequado ao

trabalho dos Deputados, então, a origem principal da Escola do Legislativo está relacionada

com essa capacitação desse corpo técnico. Então a Assembleia nesse período, quando ela

estava, por exemplo, fazendo novos concursos públicos, pra trazer servidores já com uma

formação pré-existente, ela teve todo um trabalho também para aprimorar, qualificar e para

capacitar os servidores que já estavam aqui. E fora que esse é um processo que não tem fim, a

capacitação continuada, então mesmo quem já estava aqui e mesmo quem chega sempre tem

informações, experiências para assimilar, seja porque existe uma peculiaridade muito grande

do trabalho da Assembleia, então mesmo quando eu falo dessa política da assembleia, de por

meio de concurso público trazer profissionais qualificados pra trabalhar na casa, dificilmente

você encontra profissional no mercado hoje, por mais qualificado que ele seja, que entenda do

Poder Legislativo, que entenda da realidade, das peculiaridades, das características do Poder

Legislativo. Então a Escola tem um papel muito forte nisso, de ajudar a contextualizar, pelo

menos, e a preparar esse profissional lá de fora para atuar nesse contexto, de uma instituição

com essas características. Mas ao mesmo tempo proporcionando essa atualização de quem

está aqui. (Entrevistado 4)

Esta primeira atuação da Escola já refletia no desenvolvimento institucional

da Assembleia, porém era uma atuação voltada para um público específico: o

servidor da Casa.

A partir daí a estrutura da Assembleia pôde ser reformulada:

Reformulamos a estrutura da Assembleia, começamos a capacitar melhor os servidores e

iniciamos uma série de atividades voltadas para o povo. E aí nesses primeiros momentos se

percebeu uma coisa, que principalmente quando a gente iria discutir o orçamento do Estado,

porque talvez esse seja o ponto central de competência do Poder Legislativo, que é a

capacidade de interferir no orçamento, talvez limitada, mas central, percebeu-se que o povo

(as entidades, o cidadão) tinha muito pouco conhecimento sobre aquilo que ele era chamado a

participar dentro da Assembleia. (Entrevistado 3)

Então o próximo passo da ELMG foi se voltar ao público externo, realizando

cursos de capacitação voltados ou para o processo legislativo, no caso dos

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ofertados aos vereadores, ou para propostas orçamentárias, nos ofertados à

sociedade civil. Neste caso, o reforço institucional do qual se trata este estudo foi

dado mediante a capacitação do público externo.

O entrevistado 3 diz ainda que a importância desse tipo de capacitação,

oferecida ao público externo, para o desenvolvimento institucional da Assembleia

pode ser vista através de um conceito muito utilizado atualmente na Ciência Política,

que é o de Dependência de Trajetória, path dependency. A partir do momento em

que a participação do público externo é reforçada, ele passa a exigir

aprofundamento do trabalho executado dentro da Casa. Ou seja, se escolhe um

caminho a ser percorrido e em seguida se reforça este mesmo caminho utilizando

mecanismos de legitimação.

A relação deste conceito de dependência de trajetória com o Poder

Legislativo é que este poder muda a cada quatro anos, podendo a orientação

política ser completamente alterada, portanto ter uma política institucional que seja

maior e mais forte do que a política partidária é vital, e para isto é necessário criar

mecanismos de reforço, de dependência, para que a instituição não seja morta no

momento em que há a mudança na orientação político-partidária.

Neste sentido a participação da ELMG por meio da capacitação do público

externo se faz fundamental, uma vez que ela reforça uma trajetória de maior

intervenção do cidadão na elaboração das políticas públicas. “Talvez esse seja o

ponto mais importante do trabalho da Escola do Legislativo atualmente”

(Entrevistado 3).

Pode-se concluir então que um dos papéis da Escola neste avigoramento

institucional, desde a sua criação, está em criar condições para que públicos, tanto

externos quanto internos, possam interferir da melhor forma possível no processo

legislativo.

De acordo com o Entrevistado 1, ao longo do tempo a atuação da Escola

passou a ir além da capacitação e é possível perceber outro papel importante da

ELMG para o desenvolvimento institucional da Casa que é o de compartilhador do

conhecimento que é produzido, e que só é produzido, dentro da Assembleia. Para

que este conhecimento seja aprimorado é preciso que ele seja compartilhado, tanto

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internamente quanto externamente. Ou seja, estas relações, internas e externas,

repercutem trazendo um avanço no trabalho desenvolvido dentro da Assembleia.

Conforme dito pelos Entrevistados 1 e 2, dentro da capacitação interna,

atualmente, a Escola atua em conjunto com os outros setores da Casa, ofertando

atividades em resposta à demanda destes setores, ou seja, a partir da identificação

que os demais setores da Casa fazem a respeito das necessidades de

aprimoramento de seus servidores, a Escola reponde com a oferta de atividades

pensadas especificamente para cada tipo de demanda. Sempre houve um

afinamento da Escola com os demais setores da Assembleia, no sentido de

identificar em cada um destes setores quais são as suas necessidades, sejam de

treinamentos, de cursos, de grupos de estudo, palestras e etc., e atender a estas

necessidades específicas de cada setor.

A partir da identificação da Casa das necessidades de aprimoramento, a Escola responde com

a oferta de atividades. Então, já a algum tempo, sempre houve um afinamento, a Escola do

Legislativo está afinada com os outros setores da Casa. (Entrevistado 1)

Mas existem também, dentro da capacitação interna, como já ocorria quando

da criação da Escola, as atividades que são oferecidas sem a demanda específica

de cada setor, cujo objetivo é garantir a cultura institucional da Casa, ou seja,

explicar o que é a instituição e para que ela serve, afinal, mesmo atualmente a Casa

já estando bem desenvolvida institucionalmente, pelo menos em comparação com a

época de criação da Escola, ocorre a entrada de novos servidores, seja por meio de

concursos públicos seja pelo recrutamento amplo, e é necessário que a instituição

seja conhecida. Estas são atividades de reflexão e que fazem com que

determinados aspectos do trabalho legislativo, como, por exemplo, alguma questão

que se encontra em pauta no momento, sejam conhecidos.

O Entrevistado 2 nos diz que é preciso existir um espaço de reflexão dentro

da Assembleia para propiciar o autorreflexão, a compreensão do lugar do Poder

Legislativo dentro da sociedade e da sua relação com os outros poderes. “É uma

reflexão que a Academia tem um acumulo e não vai ser a Comissão de Justiça que

vai fazer isso, então é aí, para que a Assembleia possa ter essa reflexão, que a

Escola do Legislativo entra” (Entrevistado 2).

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Pode-se concluir então que atualmente as atividades desenvolvidas pela

Escola para o público interno são dividas em 04 (quatro) níveis: o do treinamento, o

da capacitação, o da formação e o da educação legislativa.

Quanto ao eixo externo, atualmente, o Entrevistado 1 relata que existe uma

forte linha de atuação com os estudantes, onde o esforço é fazer com as atividades

oferecidas ultrapassem o nível da mera visitação. Já para a sociedade de um modo

geral, além de palestras abertas ao público e de programas específicos, como, por

exemplo, o do orçamento, como já foi visto no início desta seção, existe também um

trabalho feito no interior do Estado, chamado Encontros com a Política, que é

realizado por um grupo de professores que viajam ao interior para tratar de

temáticas específicas do legislativo e tem como público alvo vereadores, servidores,

estudantes e também a população de uma maneira geral.

O Entrevistado 4 ressalta ainda que a Escola busca promover também a

interação da Assembleia com outros órgãos públicos, não apenas com o cidadão,

visando ajudar a qualificar tais órgãos, para que essa interação ocorra da melhor

maneira possível. A Escola também tem um histórico de ações voltadas para as

entidades da sociedade civil, visando qualificar as lideranças dos participantes

dessas entidades, para que a atuação deles junto ao Legislativo seja mais eficiente.

A Assembleia faz todo esse esforço, de chamar a sociedade pra discutir um assunto e colher

subsídios para melhorar sua atuação, seja na hora de elaborar uma lei, seja na hora de

promover uma ação de fiscalização, enfim, se a sociedade que é chamada a fazer isso não

tem elementos, não tem informação, não entende qual é o papel, qual o espaço dela naquele

processo, essa participação se perde, ela fica só no discurso e não atende a demanda da

Assembleia e não atende à expectativa do cidadão. Então qualificar essas entidades, esses

cidadãos, é também uma forma de aprimorar o trabalho que a assembleia vem tentando fazer

de promover uma maior participação e uma maior efetividade dessa participação. (Entrevistado

4)

Citando mais uma vez a Gerente-Geral da Escola, a Sra. Ruth Schmitz, que

em 2012, no Relatório da Escola, nos diz que durante os seus 20 (vinte) anos de

atuação a ELMG “consolidou um amplo repertório de conteúdos programáticos para

suas ações, oferecendo atividades de educação legislativa e de formação política e

também de educação para a cidadania; diversificou seus públicos, abrindo-se para

os demais órgãos públicos e para a sociedade; e estendeu a sua área de atuação,

alcançando o interior do Estado, em parceria com as câmaras municipais e

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organizações da sociedade civil. Nos últimos anos, vem também incorporando

inovações tecnológicas da área educacional, como o ensino a distância, que tem

viabilizado um alcance e abrangência maior para suas ações abertas ao público”.

Com base nos dados coletados na entrevista realizada com um Deputado

Estadual, é possível dizer ainda que dentro destes 20 (vinte) de atuação, a Escola,

para além da capacitação, passou a influenciar o trabalho desenvolvido pelos

Deputados não só qualificando seus assessores de gabinete, mas também

estruturando o trabalho efetuado pelos Parlamentares.

De acordo com o Deputado entrevistado, dentro da Assembleia existem

vários Projetos Estruturadores que permitem aos Deputados agirem de forma mais

concisa e precisa. Por exemplo, as Audiências Regionais, aonde a Assembleia vai

para as diversas regiões de Minas Gerais colher sugestões para elaboração ou para

intervenção no orçamento do Estado, este trabalho é realizado pelos Parlamentares

e feito dentro de uma estrutura já existente na instituição. Ou seja, através desses

trabalhados estruturados pela instituição, os Deputados conseguem dar resposta à

representatividade, conseguem oferecer aos seus representantes projetos que os

afetam diretamente, como, por exemplo, os projetos Minas Olímpica e Campos de

Luz. Conforme dito no início deste item, os Parlamentares se atêm ao meio de se

legitimar perante seus representados, ou seja, ao voto, e estes Projetos abrem ainda

mais o caminho para a legitimação dos representados.

Os Deputados dependem muito desta estrutura da ALMG, do corpo de

consultores da Casa, para conseguirem dar reposta ao papel fundamental do Poder

Legislativo, que é um Poder representativo, ou seja, existe a cobrança para a

melhoria da representatividade e a Casa, através de seus Projetos, dá respaldo aos

Parlamentares para que haja de fato esta melhora.

Há um papel institucional muito forte, muito vigoroso. Nós fomos pras regionais, como vamos

agora... Todas as comissões hoje discutem revisão do PPAG, então nós vamos à uma

determinada cidade, vamos colher os dados de toda aquela região, dentro de uma estrutura já

existente, projetos estruturadores, dentro dos projetos estruturadores você tem as ações dentro

daqueles projetos, nós conseguimos num determinado ano emplacar o Minas Olímpica, e

dentro do Minas Olímpica, dentro desse projeto estruturador, nós vamos colocando xadrez na

escola, nós já tivemos encontros pra mais de 600 enxadristas, o campeão brasileiro de xadrez

é de uma escola pública de Minas Gerais, colocamos o Campos de Luz, que é a iluminação

dos campos de futebol, a população mais carente não tem clube, tem é o campo de futebol

amador, então nós iluminamos o campo, as crianças jogam a noite, o trabalhador(a) caminha

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em volta do campo com segurança porque está iluminado, e aí, quer dizer, nós dependemos

muito dessa estrutura da Assembleia, o corpo de consultores, a Escola do Legislativo, você

tem uma formulação permanente na casa, são muitas ideias e elas vão o tempo todo surgindo,

porque aí a Escola tem um papel importante, para além da capacitação desses próprios

servidores da Assembleia, essa capacitação foi estendida para os gabinetes também.

(Deputado entrevistado)

O Entrevistado 4 afirma que a Assembleia busca o reconhecimento do seu

trabalho e deseja que a sociedade perceba o que é feito dentro dela e a importância

que o trabalho do Deputado tem na vida dos cidadãos. E para isto é necessário que

a Casa se preocupe em melhorar a forma de atuação dos Deputados, e esta

preocupação está exprimida dentro dos chamados Compromissos da Assembleia,

quais sejam, exercer melhor a representação da sociedade cada vez mais buscando

a participação, elaborar leis mais condizentes com o que a sociedade espera,

exercer bem a fiscalização, formular políticas públicas e participar mais efetivamente

da formulação das políticas públicas e da fiscalização do planejamento e do

orçamento.

Tudo isso tem a ver com a atuação do Deputado, são frentes de atuação, são funções que os

Deputados exercem e que a gente tem que buscar aprimorar para conseguir que ele

corresponda melhor à sociedade. E aí, pra isso, desde 2010, com a implantação do

direcionamento estratégico, a gente tem desenvolvido uma série de projetos nesse sentido,

quer dizer, então como ajudar cada vez mais a sociedade, a Assembleia a mobilizar a

sociedade para participar de todas essas oportunidades, de interação que a gente cria? Como

buscar a efetividade dessa participação? Garantir que essa participação não se esgote só na

vinda da pessoa até aqui, na contribuição, na sugestão da política que ela faz? Então, como dar

desdobramento a isso? Como melhorar a atuação da assembleia na área de legislação,

trazendo metodologias inclusive científicas que hoje são discutidas pelo mundo, na área de

legística, para serem reconhecidas e na medida do possível incorporadas ao trabalho da

assembleia? Como melhorar a atividade da assembleia na área de políticas públicas?

(Entrevistado 4)

Ainda dentro da fala do Entrevistado 4, percebe-se que existem várias ações

que a Assembleia implementa por meio de projetos estratégicos e que dão

desdobramento a essa melhoria da atuação finalística da Assembleia. Sendo

constante, contudo, a preocupação em mostrar para a sociedade que a Assembleia

também é uma instituição pública preocupada com a gestão, com a eficiência, com a

transparência e que também tem trazido para si metodologias de gestão, ou usadas

em instituições públicas ou mesmo da iniciativa privada, cada vez mais na linha da

administração gerencial incorporadas pelos órgãos públicos, buscando também

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aprimorar seus servidores, seus processos de trabalho, racionalizar gastos. Ou seja,

todas essas possibilidades e eixos de ações estão no horizonte da Casa e os seus

projetos estratégicos buscam traduzir todo esse ideário em resultados concretos.

Então é possível perceber o quão importantes são os Projetos da Casa para o

sua institucionalização, uma vez que reforçam o caminho para a representatividade,

independente da orientação político-partidária do representado. Assim, veremos a

seguir a relação que a Escola do Legislativo tem com os demais Projetos da

Assembleia, para adentrarmos ainda mais no papel da ELMG para o

desenvolvimento institucional da Casa.

4.2.1. Articulação da Escola com outros Projetos da Assembleia.

O Entrevistado 3 explica que a estrutura organizacional da Assembleia é

divida da seguinte forma: as Gerências Operacionais e Gerências Gerais são

subordinadas às Diretorias que por sua vez estão abaixo da Secretaria Geral da

Mesa e da Diretoria Geral, que são os primeiros níveis da administração da Casa.

Dentro desta estrutura a Escola do Legislativo é uma Gerência Geral, porém é uma

gerência que está vinculada diretamente à Diretoria Geral.

As Consultorias e as comissões, por exemplo, não são autônomas no sentido

da administração, elas são Gerências Gerais que estão ligadas à Diretoria de

Processos Legislativos. Já a ELMG é uma exceção nesta estrutura administrativa,

uma vez que está localizada dentro da Diretoria Geral e responde diretamente a ela.

Então, devido a esta estrutura peculiar da Escola, “ela, como está nessa

produção, participa de outros projetos da Casa por determinação do Diretor Geral,

sempre que seja necessário, e normalmente são projetos ligados às atividades mais

amplas que só o processo legislativo, como, por exemplo, o Expresso Cidadania e o

Parlamento Jovem, ambos são eventos da Assembleia Mineira que não estão

relacionados ao processo legislativo, mas que são produzidos pela Escola”

(Entrevistado 3).

Ou seja, a Escola é responsável pela capacitação e pelos projetos de

educação para a cidadania com uma linha de atuação própria. Mas, na medida em

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que ela mantém sua atuação em sintonia com o que a Assembleia se propõe,

necessariamente ela ou se engaja ou é chamada a se engajar em projetos que a

Assembleia desenvolve.

Ainda de acordo com o Entrevistado 3, quando são realizados eventos que

envolvam o público externo ou então um grande número de servidores, dentro da

área de capacitação, quem realiza este tipo de trabalho é a Escola. Porém, quando

são eventos relacionados à mobilização, à interlocução com a sociedade, de

chamamento de entidades da sociedade civil, quem participa da realização é a

Gerência Geral de Projetos Institucionais, ligada à Diretoria de Processos

Legislativos.

Os projetos da Escola são os que não estão dia-a-dia da Assembleia; Ela não tem autonomia,

é um órgão da Assembleia, e existem alguns projetos da Casa, como, por exemplo, o

Parlamento Jovem, mas que são coordenados pela Escola. Nesse nível, fora do processo

legislativo, é onde entra a Escola, ela não trabalha no processo legislativo, naquilo que todo

mundo acha que é atividade fim da Assembleia: votar lei?Não tem relação nenhuma! Essa que

é a relação dela com os outros setores, ela não tem relação direta com o processo legislativo,

mas é uma complementaridade fraca, assim por dizer. (Entrevistado 3)

De acordo com o Entrevistado 1 existem Projetos, como o de Gestão por

Competência, em que a Escola se relaciona de uma forma intensa com ele, como

cogestor do mesmo. O trabalho inicial dentro deste Projeto é de identificar as

competências do corpo de servidores da Casa para em seguida verificar o perfil

existente de cada cargo e o perfil esperado para o mesmo cargo, e então medir a

distância entre aquilo que é esperado e aquilo que de fato é. O papel da ELMG

então será o de promover a capacitação de maneira a anular tal distância, desta

forma a Escola tem que estar a par de todo o trabalho feito desde o seu início,

desde a identificação das competências, atuando diretamente dentro do Projeto.

A Escola é sempre chamada a participar quando há algum tipo de reflexão pedagógica;

Qualquer projeto que precise de uma abordagem pedagógica a Escola é chamada a participar.

Com relação aos outros projetos normalmente estamos como mais um. (Entrevistado 1)

O Entrevistado 4 diz ainda que dentro do Direcionamento Estratégico, lançado

em 2010, existe um mapa estratégico onde são apontadas algumas prioridades e a

cada biênio é feita uma avaliação de como a Casa progrediu, e a partir dessa

avaliação determina-se o que deve ser feito em cada lugar e em cada momento, de

maneira a ultimar os aspectos que impediram o progresso institucional da

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Assembleia, e deste processo então surgem os projetos. E então a Diretoria de

Planejamento, que é quem coordena tais processos, convida as Gerências para

participarem da gestão dos projetos estratégicos, e neste caso a Escola, por vezes,

também é chamada a participar.

Mas, ao mesmo tempo, a Diretoria de Planejamento ou incorpora à carteira de

projetos algumas ações propostas pelos setores, como a própria Escola, ou

potencializa determinados projetos que o próprio setor faz.

Um exemplo citado pelo Entrevistado 4 é o Parlamento Jovem: a Escola

percebeu a necessidade de ampliar a participação das escolas deste projeto para o

interior do Estado, uma vez que ele era sempre limitado só às escolas da capital.

Então a própria Escola, em um movimento em parceria com Escolas do Legislativo

dos Municípios, que é uma iniciativa também da própria Escola, estimular a criação

de Escolas do Legislativo em Câmaras Municipais, e agora como parte do esforço

estratégico da Assembleia de melhorar a educação para a cidadania, a Casa está

trabalhando junto com a Escola no processo de regionalização do Parlamento

Jovem.

Hoje o projeto envolve escolas de vários municípios e não só de Belo

Horizonte, como era no início do projeto, em parceria com as Câmaras. Porém, a

atividade final do projeto ainda ocorre somente em Belo Horizonte, reunindo os

jovens de todas as escolas na ELMG para a sessão final do Parlamento Jovem, e

por este motivo, o objetivo atual de ampliação do projeto é conseguir fazer com que

determinadas Câmaras em determinadas regiões polo do Estado façam o mesmo

papel que a ELMG faz, filtrando regionalmente as propostas a serem enviadas à

Assembleia.

A dificuldade encontrada é conseguir coordenar, de um único lugar, no caso

da ELMG, as atividades terão interação com todas as regiões do Estado,

considerando a grande quantidade de municípios mineiros, o que limita a atuação do

projeto, em termos de volume, de amplitude de atuação. Se determinadas câmaras,

que possuem potencial e capacidade, atuarem desta forma dentro das suas regiões,

é possível ampliar o projeto e então em cada Câmara o Parlamento Jovem passa a

ter o tamanho que o projeto tem aqui, e então estarão envolvidos mais municípios,

mais estudantes, mais jovens, mais professores, mais cidadãos e o resultado será

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atingir um nível de ramificação considerável dentro do interior do estado, o que é um

dos grandes desafios da Assembleia.

Percebe-se então que a Escola tem autonomia para propor e implementar

determinados projetos e que esse projetos tem, obviamente, sempre uma relação

próxima ou direta com os rumos que a Assembleia estabelece.

O que resta agora na construção deste trabalho é apontar algumas melhorias

que podem ser realizadas tanto pela Escola do Legislativo quanto pela Assembleia

mineira, no sentido de aumentar a influência da Escola para o crescimento

institucional da Casa Legislativa.

4.2.2. Desafios a Serem Enfrentados pela Escola do Legislativo e pela

Assembleia Mineira.

Existem alguns pontos ainda dentro da Escola e da própria Assembleia que

precisam ser melhorados para que a influência da ELMG na institucionalização da

Casa seja melhor e maior.

A primeira questão, apontada pelo Entrevistado 2, é a da flexibilidade da

Escola. Atualmente ela já atua em reposta a demandas específicas de cada setor,

porém isto pode melhorar. É possível ter uma estrutura em que se individualize a

oferta de cursos, ou seja, que veja as dificuldades individuais na qualificação dos

servidores de cada setor. Pensar se há espaço e recurso para ampliar a capacitação

oferecida pela Escola é sem dúvida algo importante e válido.

Na visão do Entrevistado 1 outra ponto em que cabem melhorias é o quadro

de servidores lotados na ELMG, que não é suficiente para ampliar as atividades

desenvolvidas dentro da Escola, mas sim só para manutenção das atividades que já

são realizadas. Um exemplo é a impossibilidade de ampliação dos cursos oferecidos

dentro do Projeto de Educação à Distância, pela falta de funcionários qualificados

para trabalhar como analistas de sistemas, na formatação dos cursos e

disponibilização dos mesmos na internet, ou seja, faltam profissionais da área da

informática que possibilitariam tornar a Educação à Distância mais ágil e com uma

produção mais intensa de cursos.

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De acordo com os Entrevistados 1 e 2, um ponto importante a ser trabalhado

dentro da Assembleia que melhoraria a atuação da Escola seria a organização da

agenda dos servidores, do planejamento para que haja disponibilização de horário

dos servidores para participarem das atividades desenvolvidas pela ELMG.

Atualmente ocorrem casos em que a Escola monta uma atividade, mas não

consegue que ela aconteça, pois não havia ninguém com disponibilidade de horário

no momento da atividade. É necessário então haver um pouco mais de

previsibilidade com relação à questão do tempo dentro da instituição, e este é um

ponto a ser trabalhado não só pela Escola, mas também pela ALMG. Mesmo

reconhecendo o quanto esta melhoria é difícil de ser alcançada numa instituição da

natureza da Assembleia, ainda assim é algo que pode sim ser pensado.

Há uma quarta questão a ser pensada, citada pelo Entrevistado 1, no sentido

de trazer melhorias à ELMG e à ALMG, que seria a criação de um espaço próprio

para atendimento dos estudantes dentro do prédio principal da Assembleia, um

espaço específico e interativo, onde as crianças e os jovens aprenderiam de uma

forma mais substancial e melhorada sobre a atividade legislativa. Atualmente, dentro

dos espaços existentes na Casa para recepcionar os estudantes, a atividade

parlamentar é prioridade e por muitas vezes os alunos ficam sem lugar.

Um quinto e último ponto, de acordo com o Entrevistado 2, é o

aperfeiçoamento da avaliação do impacto das atividades da Escola dentro da

Assembleia, que seja para além da autoavaliação dos servidores. Este é um

trabalho extremamente complicado, o de medir quantitativamente o impacto que

cada curso, cada atividade desenvolvida pela ELMG, tem dentro da Casa, porém de

extrema importância, afinal seria possível medir a influência que a Escola tem para o

desenvolvimento da Assembleia, uma vez que já vimos durante este estudo que tal

influência é grande e forte.

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4.3. ATUAÇÃO DA ESCOLA X ATUAÇÃO DA ASSEMBLEIA: A IMPORTÂNCIA

DA ESCOLA DO LEGISLATIVO PARA O REFORÇO INSTITUCIONAL DE

SUA CASA LEGISLATIVA.

O objetivo original da Escola, na época de sua criação, era o de ajudar no

processo de modernização do corpo técnico da Assembleia, porém, ao longo do

tempo, a própria Casa Parlamentar viu a necessidade de ampliar seu enfoque de

atuação, buscando seu crescimento institucional, e então a Escola do Legislativo,

incorporada a esse processo evolutivo, também procurou ampliar as suas áreas de

atuação, em sintonia com o que a assembleia estava se propondo. Então, da

mesma forma que a ALMG, que ao longo desse tempo se preocupou em interagir

cada vez mais com a sociedade, a ELMG abriu canais para isso também.

Ela passou a oferecer atividades voltadas pros cidadãos, de formação política, de educação

para a cidadania pros cidadãos, e aí com papel fundamental que a gente entende que é ajudar

a dar condições para que a Assembleia tenha uma melhor relação com a sociedade.

(Entrevistado 4)

Porém, de acordo com o entrevistado 4, quando se trata da relação da

Assembleia com a sociedade, surgem duas grandes dificuldades, a primeira é a

resistência da população e a segunda é a desinformação. Por mais que a Casa

tente, por mais que ela procure criar canais que possibilitem essa relação, o que ela

encontra é uma resistência muito grande da sociedade em falar sobre política, em

saber sobre política, em interagir com a política e ao mesmo tempo muita

desinformação. As pessoas vivem num senso comum em que qualquer tentativa de

comunicação com ela esbarra ou na desinformação ou na resistência. Então, neste

sentido, tanto a Assembleia quanto a Escola compartilham essa preocupação e

realizam o processo de formação básica dos cidadãos em relação ao que é política,

como funciona a nossa Democracia e qual é o papel do Legislativo nesse contexto.

Este, entretanto, foi um movimento iniciado pela Escola, que se tornou mais amplo

dentro da própria Assembleia, e que tem sido fundamental para ajudar a dirimir um

pouco essa dificuldade de interação da Assembleia com estes públicos.

Então, a Escola ela se abriu também, da mesma forma que a Assembleia, ou em sintonia, em

consonância com o que a Assembleia estava se propondo, para esse esforço de buscar

dialogar mais com os cidadãos, de mostrar o que é o trabalho do Legislativo e contribuir, com

isso, pra essa participação mais efetiva. (Entrevistado 4)

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Ou seja, resumindo, a Escola de certa forma nesse processo, dá pra perceber que ela vem

conseguindo acompanhar essa evolução institucional que a Assembleia vem fazendo e em

alguma medida contribuir para isso. No início eu fui mais contido no sentido de fazer uma

afirmação que a Escola teve impacto decisivo nesse desenvolvimento institucional da

Assembleia porque eu acho que é muito, mas que a existência da Escola e o papel que ela

vem desempenhando junto aos públicos internos e externos contribuiu para este processo

evolutivo, com certeza! Então, trazer discussões, trazer propostas para colocar em debate na

Casa, a interação, por exemplo, com as universidades, com segmentos acadêmicos,

estudantes, professores, jovens, tudo isso ajuda também a arejar as ações que acontecem

aqui dentro da Casa, a Escola tem muito esse papel, então com isso ela está não só

caminhando junto com a Assembleia, nesse processo evolutivo, mas em alguma medida

também contribuindo para ele. (Entrevistado 4)

Percebe-se, portanto, conforme disse o Entrevistado 4, que a Escola

conseguiu acompanhar, desde sua a criação até os momentos atuais, o processo de

evolução institucional sofrido, e ao mesmo tempo provocado, pela Assembleia e em

alguma medida contribuir para isso. Entretanto, dizer que a ELMG teve impacto

decisivo no desenvolvimento institucional da Casa Legislativa provavelmente não

seja uma opção acertada, mas sim dizer que a existência da Escola e o papel que

ela tem desempenhado junto aos seus públicos internos e externos contribuíram

para este processo evolutivo. Ou seja, a ELMG foi e continua sendo um fator

importante para o processo de institucionalização da Casa, porém não é a única

responsável pelo desenvolvimento deste processo.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Este trabalho teve por objetivo analisar a influência de uma das Escolas do

Legislativo no Brasil, que provou ser uma das mais bem sucedidas, sobre o

desenvolvimento institucional de sua respectiva Casa Parlamentar.

A importância deste tipo de análise ancorou-se no próprio conceito de

desenvolvimento institucional, uma vez que, em uma Casa Parlamentar cuja política

institucional é fraca, o Poder Legislativo se torna reativo e os Parlamentares se

tornam meros repositores do que é produzido no Poder Executivo. Desta forma,

provar a importância de uma Escola do Legislativo bem sucedida para o

aprofundamento e a modificação das características institucionais da Assembleia se

faz necessário já que tal processo afeta o próprio Poder Legislativo.

Entretanto, o que se viu ao longo desta pesquisa é que o trabalho das

Escolas do Legislativo no Brasil ainda tem muito que evoluir. Ainda se espera muito

delas, seja em uma atuação mais efetiva ou em uma agenda de maior eficácia. Não

é possível sequer acessar a agenda e os resultados produzidos pela maioria das

Escolas, ou seja, como esperar que uma Escola colabore de forma efetiva, eficaz e

eficiente para o crescimento institucional de sua Casa se elas não possibilitam nem

o acesso às suas informações básicas?

A expectativa é que tenhamos em todas as escolas a clareza e o alto grau de

informações hoje encontradas em algumas poucas e que o trabalho seja aprimorado

para que todas se elevem a um alto grau de transparência, possibilitando que

qualquer cidadão tenha fácil acesso a suas agendas, a suas noticias, a suas

publicações e principalmente aos seus resultados.

A Escola do Legislativo de Minas Gerais provou que, além de ser altamente

atuante e produtiva e de possuir um alto grau de desenvolvimento, efetivamente

obtém o resultado que se propõe a produzir, atingindo aos seus públicos de forma

satisfatória, garantindo de fato a sua formação, e se mostrando interessada em estar

ao alcance da população, disponibilizando seus resultados, os materiais utilizados

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em seus cursos, etc., o que possibilitou a escolha dela como alvo de estudo

detalhado sobre sua influência à institucionalização da Assembleia Mineira.

Realizar atividades que afetem os participantes do processo legislativo é

essencial para se influenciar a institucionalização da Casa Parlamentar, e é

exatamente este o tipo de trabalho que a ELMG desenvolve tão bem. Então, ao

oferecer atividades de treinamento, de capacitação, de formação e de

reflexão/educação legislativa para os servidores da Casa, sejam estes servidores

advindos de concursos públicos ou de recrutamento amplo, e também oferecer

diversas atividades voltadas para a formação técnica e política do público externo,

seja para agentes públicos ou para a sociedade civil de um modo geral, além de dar

suporte conceitual às atividades do Poder Legislativo, criando um repertório de

informações que subsidiam a elaboração de projetos e demais proposições

legislativas, ela interfere positivamente no robustecimento institucional da

Assembleia Mineira.

A Escola do Legislativo de Minas Gerais busca auxiliar o Parlamento a se

estabelecer e ser reconhecido como um espaço de produção de conhecimento, e

ela faz isto através da educação permanente, da interlocução entre seus vários

públicos e de um conjunto de atividades que configuram uma atuação em crescente

movimento de organização e aprimoramento. De acordo com Ruth Schmitz (2010),

essa mudança da perspectiva promove o aprofundamento da análise das funções

do Legislativo e acena com a possibilidade de se deslocar o Parlamento do lugar da

regulação para o espaço da emancipação.

Criar mecanismos que efetivamente promovam a participação popular e a

capacitação permanente dos atores do processo legislativo pode promover aquele

deslocamento citado pela Ruth Schmitz, uma vez que redefinem estratégias para a

qualificação da Lei, seja em sua elaboração, seja no seu acolhimento e/ou ainda na

avaliação de sua eficácia.

É possível afirmar então que todas as atividades exercidas pela ELMG, sem

exceção, afetam de forma positiva o desenvolvimento institucional da Assembleia e

que sem o apoio da Escola provavelmente a política institucional da ALMG não seria

a mesma. Porém é necessário lembrar que a ELMG é parte integrante da

Assembleia e que ela surgiu como um esforço da Casa em se institucionalizar. Ou

seja, o trabalho desenvolvido pela Escola se deve também aos esforços da Casa

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Legislativa, sendo ele mérito não só da Escola do Legislativo, mas sim da

Assembleia como um todo.

Percebe-se então que não há um diferencial, uma peculiaridade da Escola do

Legislativo de Minas Gerais que faça com que sua influência seja positiva para a

institucionalização da Assembleia. O importante é que a própria Assembleia tenha

consciência da importância de ser desenvolvida institucionalmente e que trabalhe

em prol desta institucionalização, despendendo recursos e criando mecanismos e

condições para que públicos, tanto externos quanto internos, possam interferir da

melhor forma possível no processo legislativo. E é este contexto de atuação da

própria Casa Legislativa que permite com que a Escola desenvolva seu trabalho e

colabore para o engrandecimento da política institucional da Assembleia.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Assembleia Legislativa do Amapá. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www.al.ap.gov.br

Assembleia Legislativa do Amapá. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www.aleam.gov.br/ELegislativo

Amapá Digital. Disponível em: www.amapadigital.net

Assembleia Legislativa do Ceará. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www.al.ce.gov.br/

Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www.al.es.gov.br/portal/frmEscolaLegislativoSubsite.aspx

Assembleia Legislativa de Goiás. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www.assembleia.go.gov.br/instituicao/escolalegislativo

Assembleia Legislativa do Maranhão. Escola do Legislativo. Disponível em: www.al.ma.gov.br

Assembleia Legislativa do Mato Grosso. Escola do Legislativo. Disponível em: www.al.mt.gov.br

Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www.escoladolegislativo.al.ms.gov.br/new/

Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Escola do Legislativo. Disponível em:<http://www.almg.gov.br/educacao/sobre_escola>

Assembleia Legislativa da Paraíba. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www.alpb1.pb.gov.br/elegispb/

Assembleia Legislativa de Pernambuco. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www.alepe.pe.gov.br/

Assembleia Legislativa do Piauí. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www.escoladolegislativo.pi.gov.br/aescola

Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www.alerj.rj.gov.br/elerj

Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www.al.rn.gov.br/site2011/ilp_novo/instituto.php

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Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Escola do Legislativo. Disponível em: http://www2.al.rs.gov.br/escola

Assembleia Legislativa de Rondônia. Escola do Legislativo. Disponível em:<www.ale.ro.gov.br>

Assembleia Legislativa de Roraima. Escola do Legislativo. Disponível em: http://escolegis-rr.blogspot.com.br/

Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Escola do Legislativo. Disponível em: www.alesc.sc.gov.br/escola

Assembleia Legislativa de São Paulo. Escola do Legislativo. Disponível em: www.al.sp.gpv.br

Assembleia Legislativa de Tocantins. Notícias. Disponível em: http://www.al.to.gov.br/noticias.swd?codigo=15670

Associação Brasileira das Escolas do Legislativo. Disponível em: http://www.portalabel.org.br

Câmera Legislativa do Distrito Federal. Escola do Legislativo. Disponível em: www.cl.df.gov.br/elegis

Programa Interlegis. Disponível em: http://www.interlegis.leg.br/comunidade/escolas-do-legislativo

Relatório de Atividades da Escola do Legislativo – 2010. Disponível em: http://www.almg.gov.br/opencms/export/sites/default/educacao/sobre_escola/Downloads/pdf/relatorioescola2010.pdf

Relatório de Atividades da Escola do Legislativo – 2011. Disponível em: http://www.almg.gov.br/opencms/export/sites/default/educacao/sobre_escola/Downloads/pdf/relatorioescola2011.pdf

Relatório de Atividades da Escola do Legislativo – 2012. Disponível em: http://www.almg.gov.br/opencms/export/sites/default/educacao/sobre_escola/Downloads/pdf/relatorioescola2012.pdf

Direcionamento estratégico: Assembleia Legislativa de Minas Gerais, 2010-2020. Belo Horizonte: Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2010.

Messias, Alaor. Educação Legislativa: As Escolas do Legislativo e a Função Educativa do Parlamento. Brasília: Câmara dos Deputados, Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação, 2009. Disponível em: http://bd.camara.gov.br

Cosson, Rildo. Escolas do Legislativo, Escolas da Democracia. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmaras, 2008. Disponível em: http://bd.camara.gov.br

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ANEXO A – Roteiro de entrevista utilizado para entrevistar técnicos e servidores da

alta administração da Escola do Legislativo de Minas Gerais.

Roteiro de Entrevista a ser feita com os técnicos e funcionários da alta

administração da Escola do Legislativo de Minas Gerais.

1. Apresentação da pergunta de pesquisa: como as atividades desenvolvidas pela

Escola do Legislativo de Minas Gerais influenciaram o desenvolvimento

institucional da Assembleia?

2. Apresentação do conceito de desenvolvimento institucional utilizado neste

estudo;

3. Questões norteadoras:

3.1. Como o(a) Senhor(a) analisa o desenvolvimento institucional da Assembleia

e como diria que ele se deu ao longo do tempo?

3.2. Qual o papel que a Escola do Legislativo teve nesse processo?

3.3. Existiu relação entre o desenvolvimento institucional da Assembleia e a

Escola do Legislativo?

3.4. Como se articula a Escola do Legislativo com outros projetos da Casa

Parlamentar?

3.5. O que ainda pode ser feito dentro da Escola do Legislativo para aumentar e

melhorar a sua influência à Assembleia?

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ANEXO B – Roteiro de entrevista utilizado para entrevistar Deputados Estaduais de

Minas Gerais.

Roteiro de Entrevista a ser feita com os Deputados Estaduais de Minas Gerais.

1. Apresentação da pergunta de pesquisa: como as atividades desenvolvidas pela

Escola do Legislativo de Minas Gerais influenciaram o desenvolvimento

institucional da Assembleia?

2. Apresentação do conceito de desenvolvimento institucional utilizado neste

estudo;

3. Questões norteadoras:

3.1. Como o senhor analisa o desenvolvimento institucional da Assembleia e

como diria que ele se deu ao longo do tempo?

3.2. O senhor acredita que a Escola do Legislativo teve algum papel nesse

processo?

3.3. Existiu relação entre o desenvolvimento institucional da Assembleia e a

Escola do Legislativo?

3.4. Como os outros projetos da Casa se articulam com a Escola do Legislativo?

3.5. O que ainda pode ser feito dentro da Escola do Legislativo para aumentar e

melhorar a sua influência à Assembleia?