a empregada domestica e a diarista.doc

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A empregada doméstica e a diarista: Distinção jurídica e fatos atuais sobre domésticos Fernando Paulo da Silva Filho 1. A lei nova sobre os domésticos de 2006: Passados quatro anos desde que publicamos artigo sobre este tema e uma vez que foi objeto de intensa leitura nos veículos em que foi publicado, achamos por bem revisa-lo, atualizá-lo e ampliá-lo, diante das novidades que se seguiram sobre a questão. Para que esse trabalho tenha desde logo caráter de observar a atualidade, transcrevemos a seguir a mais recente legislação sobre o empregado doméstico que gerou muita polêmica entre patrões e empregados. Nosso trabalho sobre o tema não fará uma análise específica sobre a referida lei, mas trará os entendimentos judiciais sobre a matéria envolvendo domésticos e diaristas. Assim, veja-se abaixo a íntegra da Lei nº 11.324, de 19 de julho de 2006, que Altera dispositivos das Leis nos 9.250, de 26 de dezembro de 1995, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, e 5.859, de 11 de dezembro de 1972; e revoga dispositivo da Lei no 605, de 5 de janeiro de 1949: "LEI Nº 11.324, DE 19 DE JULHO DE 2006. Mensagem de veto Altera dispositivos das Leis nos 9.250, de 26 de dezembro de 1995, 8.212, de 24 de julho de 1991,

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A empregada domstica e a diarista:

A empregada domstica e a diarista:

Distino jurdica e fatos atuais sobre domsticos

Fernando Paulo da Silva Filho

1. A lei nova sobre os domsticos de 2006:

Passados quatro anos desde que publicamos artigo sobre este tema e uma vez que foi objeto de intensa leitura nos veculos em que foi publicado, achamos por bem revisa-lo, atualiz-lo e ampli-lo, diante das novidades que se seguiram sobre a questo.

Para que esse trabalho tenha desde logo carter de observar a atualidade, transcrevemos a seguir a mais recente legislao sobre o empregado domstico que gerou muita polmica entre patres e empregados. Nosso trabalho sobre o tema no far uma anlise especfica sobre a referida lei, mas trar os entendimentos judiciais sobre a matria envolvendo domsticos e diaristas.

Assim, veja-se abaixo a ntegra da Lei n 11.324, de 19 de julho de 2006, que Altera dispositivos das Leis nos 9.250, de 26 de dezembro de 1995, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, e 5.859, de 11 de dezembro de 1972; e revoga dispositivo da Lei no 605, de 5 de janeiro de 1949:

"LEI N 11.324, DE 19 DE JULHO DE 2006.

Mensagem de veto

Altera dispositivos das Leis nos 9.250, de 26 de dezembro de 1995, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, e 5.859, de 11 de dezembro de 1972; e revoga dispositivo da Lei no 605, de 5 de janeiro de 1949.

O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O art. 12 da Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte redao:

"Art. 12... ........................................................

... ..............................................................

VII - at o exerccio de 2012, ano-calendrio de 2011, a contribuio patronal paga Previdncia Social pelo empregador domstico incidente sobre o valor da remunerao do empregado.

.. .................................................

3o A deduo de que trata o inciso VII do caput deste artigo:

I - est limitada:

a) a 1 (um) empregado domstico por declarao, inclusive no caso da declarao em conjunto;

b) ao valor recolhido no ano-calendrio a que se referir a declarao;

II - aplica-se somente ao modelo completo de Declarao de Ajuste Anual;

III - no poder exceder:

a) ao valor da contribuio patronal calculada sobre 1 (um) salrio mnimo mensal, sobre o 13o (dcimo terceiro) salrio e sobre a remunerao adicional de frias, referidos tambm a 1 (um) salrio mnimo;

b) ao valor do imposto apurado na forma do art. 11 desta Lei, deduzidos os valores de que tratam os incisos I a III do caput deste artigo;

IV - fica condicionada comprovao da regularidade do empregador domstico perante o regime geral de previdncia social quando se tratar de contribuinte individual." (NR)

Art. 2o O art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar acrescido do seguinte 6o:

"Art. 30... .....................................................

......................................................

6o O empregador domstico poder recolher a contribuio do segurado empregado a seu servio e a parcela a seu cargo relativas competncia novembro at o dia 20 de dezembro, juntamente com a contribuio referente ao 13o (dcimo terceiro) salrio, utilizando-se de um nico documento de arrecadao." (NR)

Art. 3o (VETADO)

Art. 4o A Lei no 5.859, de 11 de dezembro de 1972, que dispe sobre a profisso de empregado domstico, passa a vigorar com a seguinte redao:

"Art. 2o-A. vedado ao empregador domstico efetuar descontos no salrio do empregado por fornecimento de alimentao, vesturio, higiene ou moradia.

1o Podero ser descontadas as despesas com moradia de que trata o caput deste artigo quando essa se referir a local diverso da residncia em que ocorrer a prestao de servio, e desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes.

2o As despesas referidas no caput deste artigo no tm natureza salarial nem se incorporam remunerao para quaisquer efeitos."

"Art. 3o O empregado domstico ter direito a frias anuais remuneradas de 30 (trinta) dias com, pelo menos, 1/3 (um tero) a mais que o salrio normal, aps cada perodo de 12 (doze) meses de trabalho, prestado mesma pessoa ou famlia." (NR)

"Art. 3o-A. (VETADO)"

"Art. 4o-A. vedada a dispensa arbitrria ou sem justa causa da empregada domstica gestante desde a confirmao da gravidez at 5 (cinco) meses aps o parto."

"Art. 6o-A. (VETADO)"

"Art. 6o-B. (VETADO)"

Art. 5o O disposto no art. 3 da Lei n 5.859, de 11 de dezembro de 1972, com a redao dada por esta Lei, aplica-se aos perodos aquisitivos iniciados aps a data de publicao desta Lei.

Art. 6o (VETADO)

Art. 7o (VETADO)

Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao, produzindo efeitos em relao s contribuies patronais pagas a partir do ms de janeiro de 2006.

Art. 9o Fica revogada a alnea a do art. 5o da Lei no 605, de 5 de janeiro de 1949.

Braslia, 19 de julho de 2006; 185o da Independncia e 118o da Repblica.

LUIZ INCIO LULA DA SILVA-Guido Mantega-Luiz Marinho-Nelson Machado"

Aprovada a lei acima mas vetada a obrigatoriedade do FGTS, o Ministrio do Trabalho, apresentou Projeto de Lei onde o FGTS de empregado domstico pode se tornar obrigatrio. Assim, Tramita na Cmara o PL 7363/06, do Poder Executivo, que torna obrigatrio o depsito do FGTS do empregado domstico. A proposta determina que o prazo para o depsito do FGTS ser at o dia 15 de cada ms.

O projeto define ainda que, at a entrada em vigor desta alterao na lei, os empregados domsticos j trabalhando sero regidos pelas regras anteriores. Hoje a lei determina que facultativo ao empregador a incluso do empregado no regime do FGTS.

A proposta pretende alterar a Lei 5.859/72, que regulamenta a profisso de empregado domstico. Na exposio de motivos do projeto, o Ministrio do Trabalho lembra que, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (Pnad), realizada em 2002 pelo IBGE, existem no Pas cerca de 6 milhes de empregados domsticos, segmento que representa a terceira ocupao dos trabalhadores brasileiros.

No entanto, apesar de sua relevante participao no mercado de trabalho brasileiro, esses trabalhadores no tm assegurados os mesmos direitos deferidos aos empregados cujos contratos de trabalho so regidos pela CLT.

A Lei 5.859/72 apenas prev a incluso facultativa dos empregados domsticos no regime do FGTS e a incluso obrigatria do empregado domstico neste regime determina ao empregador domstico o pagamento mensal, em conta vinculada ao empregado domstico, o depsito da importncia de 8% da remunerao paga ou devida.

Na avaliao do Ministrio, essa inovao legislativa no trar nus excessivo ao empregador domstico, haja vista prever a inaplicabilidade ao empregado domstico do depsito de 40% do montante de todos os depsitos efetuados na conta vinculada em caso de despedida sem justa causa.

A no-aplicao da multa rescisria de 40% sobre os depsitos do FGTS mostra-se necessria, haja vista que eventual aplicao desta importncia acabaria por onerar de forma demasiada o vnculo de trabalho do domstico, contribuindo para o aumento da informalidade e o crescimento do desemprego. O projeto tramita em regime de urgncia nas comisses de Trabalho, de Administrao e Servio Pblico; e de Constituio e Justia e de Cidadania da Cmara e no Plenrio.

2. Domsticas e diaristas-Vnculo de emprego:

Os laos que unem o patro residencial e seus auxiliares sempre geram uma afeio que, de regra, aproximam as partes e leva o empregador a abrir sua caixa de bondades, providenciando os mais diversos favores, seja domstica, seja diarista, notadamente quando os trabalhos so desenvolvidos a contento.

O caldo entorna quando se faz necessrio o desligamento quando ento, uma das partes decide que inadvertidamente esteve cega, surda e muda para seus "direitos". Aqui a afeio e todos os prstimos desaparecem como se num passe de mgica. hora da Justia do Trabalho dizer que relao jurdica vigeu entre as partes e se prejuzo de fato houve para "a" ou "b".

A discusso que se traz anlise justamente o confronto das teses de que tenha ocorrido no lar do demandado o trabalho como DIARISTA(EVENTUAL) ou DOMSTICA(CONTNUO). E justamente a que se instaura a celeuma, porquanto a anlise dos vocbulos passa a ser subjetiva na Justia Obreira com entendimentos absolutamente diversos. Trabalho em trs dias por semana igualmente tratado como trabalho domstico e como trabalho de diarista. Assim, muitas diaristas acabam sendo enquadradas como domsticas quando no era esse o esprito do contratante que se v surpreendido com processos tratando da matria.

E no s. Muitos desses processos possuem valor de alada inferior a 40 salrios mnimos o que lhes confere rito sumarssimo dificultando a subida de Recurso de Revista j que a caracterizao de ofensa Carta Magna difcil(Lei n 9957/2000).

A questo seria simples se no se houvesse dado margem s mais variadas interpretaes sobre quem se enquadra no campo de profissional Diarista e quando esse(a) profissional deixaria essa condio para caracterizar-se como Domstica. que a legislao trata do empregado domstico mas nada aludem diarista que se ativa em apenas alguns dias por semana, o que caracterizaria trabalhador eventual.

Em poucas pinceladas se pode definir alguns pontos e direitos claros na lei que se destinam ao domstico mas certamente no se aplicam diarista, seno vejamos:

O empregado domstico regido pela Lei n 5.859/72, regulamentada pelo Decreto n 71.885/73, e pela Lei 11324/2006, tendo seus direitos elencados na Constituio Federal/1988 no pargrafo nico do artigo 7, bem como sua integrao Previdncia Social. Entende-se por empregado domstico aquele que presta servios de natureza contnua e de finalidade no lucrativa pessoa ou famlia no mbito residencial destas. Assim, considera-se empregador domstico a pessoa ou famlia que admita a seu servio empregado domstico.

Tem direito o empregado domstico ao salrio-mnimo, fixado em lei; irredutibilidade do salrio; ao dcimo terceiro salrio; ao repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; s frias anuais(eram20 dias teis mas foi alterado para 30 dias pela Lei 11.324/2006)), acrescidas de 1/3 constitucional; a ser preavisado quando sair de frias, assim como ter anotado na CTPS o perodo referente ao gozo das frias; ao vale transporte, nos termos da lei; ao FGTS, se o empregador fizer a opo; ao seguro-desemprego, se o empregador fizer opo pelo FGTS; ao aviso prvio; licena-maternidade de 120 dias sem estabilidade contada da confirmao da gravidez at 5 meses aps o parto(o empregador domstico durante a licena-maternidade da empregada domstica dever recolher apenas a contribuio a seu cargo, ou seja, apenas 12% sobre o salrio-de-contribuio); licena-paternidade; ao salrio-maternidade, pago diretamente pela Previdncia Social; aposentadoria; ao auxlio-doena; penso por morte; ao auxlio-recluso e reabilitao profissional.

Analogicamente aplica-se a jornada de 8 horas dirias e 44 semanais, previstas na Constituio Federal/88, por inexistncia de disposio legal sobre o assunto. Com o advento da Constituio Federal/88, os empregados domsticos fazem jus ao repouso semanal remunerado; para isto, o empregado dever cumprir a jornada semanal integral.

3. A legislao sobre o tema:

A Constituio Federal estendeu o direito ao aviso prvio ao domstico, sendo no mnimo de 30 dias, H a obrigao de conced-lo ao empregador no caso de um pedido de demisso. Prevalece o entendimento de que ao empregado domstico no se aplica no caso de resciso sem justa causa a faculdade do empregado escolher sobre a reduo de 2 horas dirias ou de faltar 7 dias corridos.

preciso que se diga que, at a publicao da Lei 11324/2006, no que tange s frias aos domsticos elas no eram de 30 dias, mas sim de 20 dias. Com efeito a Lei n 5859/72 e o Decreto n 71885/73 estabeleciam, para o domstico e no para o diarista, o seguinte em relao s frias:

"Lei nmero 5.859, de 11 de dezembro de 1972 Art 3 - O empregado domstico ter direito a frias anuais remuneradas de 20 (vinte) dias teis, aps cada perodo de 12 (doze) meses de trabalho, prestado pessoa ou famlia."

"Decreto n 71.885, de 9 de maro de 1973 (D.O.U. de 9/3/73)

Art 6o - Aps cada perodo contnuo de 12 (doze) meses de trabalho prestado mesma pessoa ou famlia, a partir da vigncia deste regulamento, o empregado domstico far jus a frias remuneradas, nos termos da Consolidao das Leis do Trabalho, de 20 (vinte) dias"

Por outro lado, a legislao veda aos domsticos, o PIS; o FGTS, se o empregador no fizer a opo; o seguro-desemprego, se o empregador no fizer opo pelos depsitos do FGTS; o adicional de hora extra; o adicional noturno; o adicional de insalubridade; o adicional de periculosidade; o salrio-famlia; os benefcios referentes a acidente do trabalho; ao Contrato de Experincia, pois a ele no se aplicam as disposies contidas na CLT, conforme determina o Decreto n 71.885/73 em seu artigo 2 e na CLT, artigo 7, alnea "a".

O Decreto n 3.361/2000 regulamentou o direito do empregado domstico ao FGTS e a Caixa Econmica Federal, atravs da Circular n 187/2000, normatizou a forma do recolhimento.

O referido direito aos depsitos do FGTS uma opo do empregador domstico, conferido a partir da competncia maro/2000. Aps o primeiro depsito na conta vinculada, o empregado domstico ser automaticamente includo no FGTS.

Para a realizao dos recolhimentos o empregador domstico dever estar inscrito no CEI e o empregado possuir o cadastro de identificao de contribuinte individual (inscrio na Previdncia Social).

A incluso do empregado domstico no FGTS irretratvel com relao ao respectivo vnculo contratual, ou seja, uma vez que o empregador tenha optado em realizar o referido recolhimento a um determinado empregado, no poder deixar de efetu-los referente a este empregado.

Veja-se que para a diarista que no se ativa como domstica, indevido ainda o FGTS ou sua multa de 40%, conforme determina o pargrafo nico do inciso XXXIV da Constituio Federal de 1988 e a Lei n. 10208/2001, que tornou o FGTS OPTATIVO para o EMPREGADOR domstico. Vejamos:

"Lei n 10.208, de 23 de Maro de 2001-Acresce dispositivos Lei n 5.859, de 11 de dezembro de 1972, que dispe sobre a profisso de empregado domstico, para facultar o acesso ao Fundo de Garantia do Tempo de Servio - FGTS e ao seguro-desemprego.

Fao saber que o Presidente da Repblica adotou a Medida Provisria n 2.104-16, de 2001, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Jader Barbalho, Presidente, para os efeitos do disposto no pargrafo nico do art. 62 da Constituio Federal, promulgo a seguinte Lei:

Art. 1 Lei n 5.859, de 11 de dezembro de 1972, fica acrescida dos seguintes artigos:

"Art. 3 -A. facultada a incluso do empregado domstico no Fundo de Garantia do Tempo de Servio - FGTS, de que trata a Lei n 8.036, de 11 de maio de 1990, mediante requerimento do empregador, na forma do regulamento." (NR)

"Art. 6 -A. O empregado domstico que for dispensado sem justa causa far jus ao benefcio do seguro-desemprego, de que trata a Lei n 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no valor de um salrio mnimo, por um perodo mximo de trs meses, de forma contnua ou alternada.

1 O benefcio ser concedido ao empregado inscrito no FGTS que tiver trabalhado como domstico por um perodo mnimo de quinze meses nos ltimos vinte e quatro meses contados da dispensa sem justa causa.

2 Considera-se justa causa para os efeitos desta Lei as hipteses previstas no art. 482, com exceo das alneas "c" e "g" e do seu pargrafo nico, da Consolidao das Leis do Trabalho." (NR)"

O empregado domstico ao fazer jus aos depsitos do FGTS, passa-lhe a ser estendido o direito ao seguro-desemprego em caso de dispensa sem justa causa.

Para que o empregado domstico faa jus ao benefcio do seguro-desemprego imprescindvel que ele esteja inscrito no FGTS, seja dispensado sem justa causa e tenha vnculo empregatcio por um perodo de pelo menos 15 (quinze) meses nos ltimos 24 (vinte e quatro) meses.

O valor do benefcio do seguro-desemprego do empregado domstico corresponder a um salrio mnimo e ser concedido por um perodo mximo de trs meses, de forma contnua ou alternada, a cada perodo aquisitivo de dezesseis meses.

O benefcio do seguro-desemprego s poder ser requerido novamente a cada perodo de dezesseis meses decorridos da dispensa que originou o benefcio anterior, desde que satisfeitas as condies estabelecidas na lei.

Novamente h que se ressalvar que, tratando-se de diarista ou mesmo de domstico, indevido o Seguro-Desemprego, conforme determina o pargrafo nico do inciso XXXIV da Constituio Federal de 1988 e a Lei n. 10208/2001, que estabeleceu o pagamento do Seguro-Desemprego SOMENTE para os domsticos que estejam inscritos no sistema do FGTS. Vejamos:

"Lei n 10.208, de 23 de Maro de 2001-Acresce dispositivos Lei n 5.859, de 11 de dezembro de 1972, que dispe sobre a profisso de empregado domstico, para facultar o acesso ao Fundo de Garantia do Tempo de Servio - FGTS e ao seguro-desemprego.

Fao saber que o Presidente da Repblica adotou a Medida Provisria n 2.104-16, de 2001, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Jader Barbalho, Presidente, para os efeitos do disposto no pargrafo nico do art. 62 da Constituio Federal, promulgo a seguinte Lei:

Art. 1 Lei n 5.859, de 11 de dezembro de 1972, fica acrescida dos seguintes artigos:

"Art. 3 -A. facultada a incluso do empregado domstico no Fundo de Garantia do Tempo de Servio - FGTS, de que trata a Lei n 8.036, de 11 de maio de 1990, mediante requerimento do empregador, na forma do regulamento." (NR)

"Art. 6 -A. O empregado domstico que for dispensado sem justa causa far jus ao benefcio do seguro-desemprego, de que trata a Lei n 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no valor de um salrio mnimo, por um perodo mximo de trs meses, de forma contnua ou alternada.

1 O benefcio ser concedido ao empregado inscrito no FGTS que tiver trabalhado como domstico por um perodo mnimo de quinze meses nos ltimos vinte e quatro meses contados da dispensa sem justa causa.

2 Considera-se justa causa para os efeitos desta Lei as hipteses previstas no art. 482, com exceo das alneas "c" e "g" e do seu pargrafo nico, da Consolidao das Leis do Trabalho." (NR)"

O que se quer aclarar nesse trabalho que, no se pode estender sem a necessria cautela direitos de um trabalhador domstico(trabalho contnuo) a um trabalhador que se ativa em poucos dias por semana, como diarista(trabalho eventual), descaracterizando o objetivo da lei.

4. Julgados sobre a questo:

Notcia oriunda do TST encampou a tese da diferenciao necessria, notcia essa que ora se transcreve:

"16/10/2003 - TST: direitos de domsticas no se estendem s diaristas (Notcias TST).Conflitos trabalhistas envolvendo empregadas domsticas, diaristas e donas de casa esto formando a jurisprudncia do Tribunal Superior do Trabalho a respeito da relao de emprego domstico. Uma das demandas na Justia do Trabalho envolve pedidos de vnculo empregatcio feitos por diaristas que prestam servio a uma famlia mais de um dia por semana. Para o TST, o vnculo de emprego somente se forma se o trabalho domstico prestado for de natureza contnua. Por este motivo, juridicamente, os direitos garantidos s empregadas domsticas no se estendem s diaristas. Em outras aes, domsticas reivindicam o direito estabilidade provisria durante a gravidez. O TST julgou no haver o direito estabilidade, mas determinou que seja paga s demitidas indenizao equivalente ao salrio-maternidade. No Tribunal, h controvrsias sobre o direito das domsticas s frias proporcionais e frias em dobro (caso no concedidas dentro do prazo). Acompanhe a seguir a jurisprudncia do TST sobre domsticas e diaristas: FGTS e Seguro-desemprego - Dos 34 direitos dos trabalhadores enumerados pela Constituio (artigo 7), nove so extensivos aos empregados domsticos, entre os quais 13 salrio, aviso prvio, aposentadoria e tambm a licena de 120 dias gestante. A Constituio assegura ainda direitos como garantia de salrio - nunca inferior ao mnimo -, irredutibilidade salarial, repouso semanal remunerado (preferencialmente aos domingos), frias anuais acrescidas de 1/3 e licena-paternidade. Uma lei recente (n 10.208, de 2001) facultou ao empregador incluir a domstica no Fundo de Garantia por Tempo de Servio (FGTS). Estando inscrita no FGTS e sendo demitida sem justa causa, a domstica ter direito ainda ao benefcio do seguro-desemprego.

Aps anlise na breve legislao especfica da categoria, possvel verificar que benefcios como Fundo de Garantia por Tempo de Servio e seguro-desemprego s esto garantidos s empregadas domsticas que tenham carteira assinada. Apesar de no haver estatsticas oficiais a respeito, a realidade brasileira aponta que muitas empregadas ainda trabalham sem carteira assinada, numa espcie de "informalidade domstica". Alm disso, cresce no Brasil a modalidade de prestao de servio executada por diaristas - que normalmente recebem remunerao superior a que fariam jus se trabalhassem continuamente para o mesmo empregador -, mas no tm esses direitos assegurados. Diarista X Empregada Domstica - A Lei n 5.859, que em 1972 regulamentou a profisso de empregado domstico, dispe que o empregado domstico aquele que presta servio de natureza contnua. Para o TST, o pressuposto bsico para configurao do trabalho domstico a continuidade da prestao de servios, ou seja, o trabalho em todos os dias da semana, com descanso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. com base nesse pressuposto que os ministros do TST tm negado os pedidos de reconhecimento de vnculo empregatcio entre diaristas e donas de casa. Muitas diaristas esto entrando na Justia com aes onde pedem o reconhecimento de vnculo de emprego com o dono de uma das residncias onde presta servio em alguns dias da semana. O pedido feito mesmo que a diarista preste servio a vrias famlias durante a semana. No ltimo caso julgado pelo TST, a pretenso de uma faxineira do interior de So Paulo foi frustrada. Ela pedia o reconhecimento de vnculo de emprego com os donos da casa na qual trabalhava um dia e meio por semana h vrios anos. Na primeira audincia, a moa afirmou que era diarista e prestava servios em outras casas. Mas, no seu entender, como trabalhava um dia e meio por semana para aquela famlia h vrios anos, tal servio no poderia ser rotulado de "eventual". Seu pedido foi negado em primeira instncia e em segunda, pelo TRT de Campinas (SP). Os juzes do TRT lembraram que, apesar de exercer as mesmas funes de uma domstica, a diarista recebe valor superior em relao ao salrio de uma empregada mensalista, no havendo sequer prejuzo previdencirio, porque a diarista pode recolher a contribuio por meio de carn autnomo. No TST, a questo foi julgada pela Primeira Turma, que manteve a deciso regional segundo a qual para a caracterizao do emprego regido pela CLT necessria a prestao de servios de natureza contnua ao empregador. A Lei n 5.589/72 tambm exige que o empregado domstico preste servios "de natureza contnua" na residncia da famlia. "A no eventualidade ou a continuidade dos servios um pr-requisito para a caracterizao do vnculo de emprego, seja este domstico ou no", afirmou o relator do recurso, o juiz convocado Luiz Philippe Vieira de Mello Filho. Segundo ele, o fato de as atividades da faxineira serem desenvolvidas em alguns dias da semana, com relativa liberdade de horrio, com pagamento ao final de cada dia de trabalho, alm de haver vinculao a outras residncias demonstra que se enquadra, na verdade, na definio de trabalhador autnomo. consenso no TST que no se pode menosprezar a diferena entre empregadas domsticas e diaristas. So situaes distintas. Os servios prestados pela empregada domstica correspondem s necessidades permanentes da famlia e do bom funcionamento da casa. J as atividades desenvolvidas pela diarista, em alguns dias da semana, assemelham-se ao trabalho prestado por profissionais autnomos, j que ela recebe a remunerao no mesmo dia em que presta o servio. Caso no queira mais prestar servios, a diarista no precisa avisar ou se submeter a qualquer formalidade, como o aviso-prvio. Isso porque de sua convenincia, pela flexibilidade de que dispe, no manter um vnculo estvel e permanente com um nico empregador, j que possui variadas fontes de renda, provenientes dos vrios postos de servios que mantm. Apesar de o TST no estender s diaristas os direitos das domsticas, as donas de casa podem faz-lo, por liberalidade. Em um julgamento, a Quarta Turma do TST reconheceu que possvel a celebrao de contrato de trabalho domstico para prestao de servios de forma descontnua, se as duas partes assim o quiserem. Domstica gestante - Os ministros do TST j decidiram, por exemplo, que as empregadas domsticas no tm direito estabilidade provisria no emprego durante a gravidez. Trabalhadoras gestantes so protegidas pela Constituio da dispensa arbitrria ou sem justa causa desde a confirmao da gravidez at cinco meses depois do parto, mas o direito no se estende s domsticas. Embora a lei no resguarde a empregada domstica gestante da despedida arbitrria ou sem justa causa, o empregador deve pagar, a ttulo de indenizao, o equivalente ao salrio-maternidade. O entendimento dos ministros do TST o de que o trmino do contrato de trabalho impede o gozo da licena-maternidade a que a trabalhadora teria direito. O salrio-maternidade devido empregada domstica e seu pagamento feito diretamente pela Previdncia Social. Por isso, se o empregador impede o acesso a esse direito por meio da dispensa sem justa, ele o responsvel pela indenizao correspondente. Frias proporcionais e em dobro - O direito s frias proporcionais quando a empregada domstica demitida sem justa causa ainda no tem consenso no TST: at agora as cinco Turmas e a Seo Especializada em Dissdios Individuais (SDI - 1) esto decidindo de forma divergente a questo, por isso o tema dever ser unificado em breve. Num dos casos julgados, envolvendo uma empregada domstica carioca dispensada no terceiro ms de gravidez, o TST reconheceu que nem a Lei 5.859/72, que regula a profisso de empregado domstico, nem a Constituio de 1988 tratam expressamente do direito s frias proporcionais dos domsticos. O mesmo ocorre com o pagamento de frias em dobro quando o descanso no concedido na poca prpria. A lei assegurou s domsticas o direito a 20 dias teis de frias aps 12 meses de trabalho, sem nada mencionar acerca de frias proporcionais. O relator do recurso, o ento juiz convocado Walmir Oliveira, aplicou ao caso a teoria da responsabilidade civil extracontratual, prevista no artigo 159 do Cdigo Civil, para determinar que a dona de casa indenizasse a domstica pelo dano causado. Segundo ele, quando a lei omissa, o juiz deve decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princpios gerais de direito. "Existindo previso legal e constitucional que assegura ao domstico o direito ao gozo de frias quando completados os primeiros 12 meses de servio, constitui inaceitvel discriminao rejeitar a pretenso indenizao compensatria de frias proporcionais", afirmou o relator poca. Defensor do direito dos empregados domsticos s frias proporcionais, o ministro Joo Oreste Dalazen tem dito que, embora os direitos trabalhistas da categoria estejam taxativamente contemplados na Lei 5.859/72 e na Constituio Federal, deve ser aplicado situao, por analogia, o artigo 147 da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT). O artigo garante ao empregado demitido sem justa causa, ou cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar 12 meses de servio, direito remunerao relativa ao perodo incompleto de frias. J o ministro Vantuil Abdala entende que o princpio da isonomia no pode ser aplicado ao caso. Para respaldar seu entendimento, o ministro lembra que a Lei 5.859/72 estabelece que o domstico somente adquire direito frias (de 20 dias teis) aps 12 meses de trabalho e, mesmo aps a Constituio ter garantido ao empregado domstico o mesmo direito, o TST tem entendimento firmado no sentido de que as referidas frias continuam a ser de 20 dias teis - diferentemente das dos trabalhadores em geral, que so de 30 dias corridos. H controvrsias ainda sobre se as empregadas domsticas esto ou no abrigadas pela CLT, tendo em vista que a categoria regida por legislao especfica. Para o ministro Milton Moura Frana, a partir do momento em que a Constituio assegurou empregada domstica uma srie de direitos trabalhistas, razovel aplicar-se, paralelamente, dispositivos infraconstitucionais que tratam de pagamento, prazo e multa relativos s obrigaes legais de seu empregador. "Se admitirmos o contrrio, o empregador poder procrastinar o cumprimento da obrigao, por no estar sujeito a nenhuma cominao", defende Moura Frana. O ministro determinou que uma dona de casa pagasse multa por pagar com atraso as verbas rescisrias devidas a uma ex-empregada. A multa consta do artigo 477 da CLT. Sindicato - O TST j decidiu tambm que a homologao do termo de resciso do contrato de trabalho de empregada domstica no necessita ser feita obrigatoriamente perante o sindicato da categoria. O relator de um recurso envolvendo o tema, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, afirmou que no h previso na legislao especfica (Lei n 5859/72 ) ou no dispositivo constitucional (artigo 7 CF)"

Muitas vezes a assertiva de que a diarista exercia seu mister em dois ou trs dias da semana, ou seja, menos de 50% da semana, o que por si s revela o carter eventual da demanda. Trabalhando sem horrio fixo em dois ou trs dias por semana, percebendo remunerao por cada dia de trabalho, tendo direito ainda a alimentar-se na residncia do tomador de servios, sem que isso lhe acarretasse qualquer custo, no pode o prestador de servio invocar o trabalho domstico perante a Justia Obreira.

Na hiptese h sempre inegvel relao de CONFIANA entre as partes j que o tomador de servios no cuida de abastecer-se de comprovantes de que NUNCA HOUVE trabalho DIRIO e CONTNUO por parte da diarista, sendo as aes da espcie, uma verdadeira surpresa para o tomador de servios, que normalmente no mede esforos para dar tratamento digno e leal para a diarista, Vejamos deciso jurisprudencial que trata da documentao relativa ao trabalho domstico:

"Ao apreciar as lides de labor domstico, cabe ao julgador munir-se de especial pacincia e sensibilidade humansticas, no devendo conduzir a exegese dos institutos jurdicos processuais com o mesmo rigor e construo daquelas empresariais. No possvel exigir aqui que o empregador administre a relao empregatcia qual se fosse uma pessoa jurdica. Como ensinou o saudoso Carrion, "a organizao familiar nada tem a ver com a do comrcio e a indstria; na prtica penoso e difcil o registro burocrtico dos acontecimentos""(TRT/SP 20020124770 RS - Ac. 10T. 20020292052-DOE 14/05/2002-Rel. RICARDO VERTA LUDUVICE)

"Relao de emprego. O fato da defesa reconhecer a prestao de servio eventual no inverte o nus da prova da relao de emprego. do trabalhador esse nus, segundo o art. 818 da CLT"(TRT/SP 20010476509 RO - Ac. 09T. 20020431273-DOE 12/07/2002-Rel. LUIZ EDGAR FERRAZ DE OLIVEIRA)

Vejamos uma ementa esclarecedora:

"Diarista. Continuidade. Ausncia. Art 1 da Lei 5.859/1972. Inexistncia de Vnculo Empregatcio. Trabalhador que presta servios no mbito domstico em apenas dois dias por semana no se enquadra na previso inserta no art. 1 da Lei 5.859/1972, pois ausente a continuidade na consecuo dos misteres, condio especfica e caracterizadora do denominado empregado domstico"(TRT-24 Regio-RO 2016/99-Ac. T. P. 0596/2000-Rel. Juiz Andr Luiz Moraes de Oliveira-Publ. No DJ de 14.04.2000)

"Diarista-Vnculo de emprego-Inexistncia: A prestao de servios em apenas trs dias por semana na execuo de servios domsticos revela a condio de diarista, cuja relao, por se ressentir dos requisitos da continuidade, subordinao e dependncia econmica, no configura o liame empregatcio previsto no art. 1 da Lei n 5.859/72. Recurso provido"(TRT-10 Regio-3 Turma-ROPS n 00131-2006-010-10-00-3-Braslia-DF-Rel. Juiz Joo Luiz Rocha Sampaio-Julg. Em 19.07.2006-Pul. Boletim AASP 2509 de 05 a 11.02.2007)

Como bem asseverado em acrdo objeto da ementa supra,

"...Deveras, exsurge dos elementos dos autos que a reclamante se auto-intitula empregada domstica em virtude de desempenhar seus misteres na residncia dos reclamados, duas vezes por semana, s teras e sextas-feiras, perfazendo uma jornada das 7 s 18 horas, contudo pela explanao supra, resta evidenciado que a funo por ela exercida era a de diarista. Subsiste elucidar se a circunstncia de a demandante exercer seu mister na condio de diarista enseja ou no o seu enquadramento nos mesmos moldes da legislao do trabalho aplicvel ao empregado domstico. E, nesse desiderato, partindo-se do pressuposto de que a figura do domstico distinta da figura do empregado prevista na CLT, porquanto o domstico abarcado pela definio explcita no art. 1 da Lei 5.859/1972 como aquele que presta servios de natureza contnua e de finalidade no lucrativa famlia em seu mbito residencial e o empregado assinalado pelo art. 3 da CLT, pressupondo os requisitos de pessoalidade, no-eventualidade, subordinao e salrio, tem-se que, estando a autora classificada, aparentemente, na esfera domstica, em razo de realizar seus misteres no mbito residencial, imprescindvel se faz verificar se ocorre "in casu", a reunio dos demais elementos necessrios a caracterizar o domstico, quais sejam: natureza contnua, finalidade no lucrativa e prestao de servio no mbito residencial. Nesse sentido, aflora a ilao de que, se necessria a presena dos requisitos retro para conceituar o domstico, a hiptese da diarista no se harmoniza com a prefalada concepo, haja vista a ausncia de um de seus relevantes requisitos: a continuidade. De fato, o termo continuidade sinnimo de prosseguimento ou prolongamento sem interrupo, ausncia de interrupo. Assim, sendo preeminente a interrupo pelo mtodo gramatical da lei com escopo de no reduzi-la a letra morta, h de se extrair de seu conceito literal um dos traos caractersticos que perfaz a distino entre o empregado domstico e o prestador autnomo de servio, qual seja, a natureza contnua de seus servios. Nessa linha de raciocnio, dessume-se que o elemento continuidade, expresso para conceituar o empregado domstico, alicera-se na ausncia de interrupo dos dias laborados, uma vez que seus afazeres devem ser efetuados de forma no intercalada nos dias da semana, sob pena de se afastar da definio supra mencionada. Nesse sentido j se pronunciou este E. Sodalcio em acrdo de minha lavra, "litteris": Diarista. Continuidade. Ausncia. Art. 1 da Lei 5.859/1972. Inexistncia de Vnculo Empregatcio. Trabalhador que presta servios no mbito domestico em apenas dois dias por semana no se enquadra na previso inserta no art. 1 da Lei 5.859/1972, pois ausente a continuidade na consecuo dos misteres, condio especfica e caracterizadora do denominado empregado domstico(RO-0196/1998, Ac. T. P. 0806/98, julg. Em 16-4-1998). Destarte, no se enquadrando a autora na definio retromencionada, porquanto ausente o elemento continuidade, o qual demonstra sua autonomia na conduo diretiva dos servios, caracterizou-a como mera prestadora de servio, no sendo plausvel, admitir-se o reconhecimento do pretenso vnculo almejado. A par do exposto, h que se considerar igualmente que o interesse social impe que as relaes tenham e sigam as normas que as inspiram, e, "in casu", a reclamante exerce atividade que no pode ser considerada domstica porquanto evidenciadora de uma prestao laboral, de fisionomia autnoma, categoria esta regida por regras legais especiais, excludas da apreciao e da incidncia das leis trabalhistas..."(TRT-24 Regio-RO 201699-Ac. T. P. 0596/2000-Rel. Juiz Andr Luiz Moraes de Oliveira-Publ. No DJ de 14.04.2000)

A lio acima transcrita no isolada como se pode demonstrar pelas inmeras ementas a seguir transcritas:

"DOMSTICO-Configurao-RELAO DE EMPREGO DOMSTICO. DIARISTA. A domstica que trabalha como faxineira em dias alternados, por sua prpria convenincia, com autonomia e sem horrio determinado, no empregada nos termos da Lei n 5.859/72, que exige, dentre outros requisitos, prestao de servios de natureza contnua"(TRT/SP - 10177200290202000 - RO - Ac. 8T 20020743224 - Rel. MARIA LUZA FREITAS - DOE 03/12/2002)

"EMPREGADO DOMSTICO. DIARISTA. LEI 5.859/72. Nos termos do art. 1 da Lei 5.859/72, para a caracterizao do contrato de trabalho do empregado domstico necessrio que os servios prestados sejam de natureza contnua, o que no se compatibiliza com o caso dos autos, em que restou provado o trabalho em apenas dois ou trs dias da semana. Recurso ordinrio a que se nega provimento"(TRT/SP 20010144808 RO - Ac. 07T. 20020537551-DOE 13/09/2002-Rel. ANELIA LI CHUM)

"DOMSTICO-Configurao-Relao de emprego domstico. Diarista a profissional que trabalha por conta prpria executando servios de faxina ou outros junto a diferentes tomadores de servio. chamada de diarista por ativar-se uma vez por semana, por quinzena ou por ms, conforme sua disponibilidade, e por receber o valor ajustado ao final da jornada. Trabalha apenas quando quer"(TRT/SP - 01042200206802001 - RS - Ac. 6T 20030121757 - Rel. LAURO PREVIATTI - DOE 29/04/2003)

"Empregado Domstico. Continuidade. Art. 1 da Lei n 5.859/72. A tipificao do empregado domstico exige um requisito adicional queles previstos no art. 3 da CLT, que o da continuidade, conforme expressamente estabelecido no art. 1 da Lei n 5.859/72. Ou seja, para a configurao do emprego domstico, necessrio que os servios, se no dirios, sejam pelo menos prestados na maior parte dos dias da semana."(Acrdo: 20000194500; Turma: 08 - TRT 2 Regio; data pub.: 23.05.2000; Processo: 02990152266; Relator: Wilma Nogueira de Arajo Vaz da Silva)

"Domstico. Relao de Emprego. A continuidade da prestao de servios, prevista na Lei n 5.859/72, art. 1, exige comparecimento durante a semana inteira, exceo da folga dominical. O comparecimento, em dois dias por semana, como diarista, no supre a exigncia legal, ainda que tenha ocorrido ao longo de vrios anos. A lei exige continuidade, o que diverso de habitualidade."(Acrdo: 19990371639; Turma: 06, TRT 2 Regio; data pub.: 30.07.1999; Processo n 02980383419; Relator: Fernando Antonio Sampaio da Silva)

"Vnculo de Emprego. Faxineira. Requisito "Continuidade", estabelecido pela Lei n 5.859/72. A faxineira que, no mbito residencial, presta servios de forma descontnua, no est amparada pela Lei n 5.859/72. A continuidade exigida pela mencionada lei no equivale no-eventualidade de que trata o artigo 3 da CLT. Recurso provido para absolver a reclamada da condenao imposta, revertendo-se reclamante o pagamento das custas processuais, nus do qual fica dispensada. (...)"(Acrdo do Processo n 80020.871/97-0 (RO); TRT 4 Regio; data de publicao: 13.09.1999; Juiz Relator: Pedro Luiz Serafini)

Ao nosso ver, uma diarista que apresenta demanda pleiteando vnculo como domstica, peca pela utilizao do processo para obter vantagem indevida j que pretende direitos advindos de vnculo empregatcio sabidamente inexistente, revelado em sua prpria condio de trabalho(alguns dias da semana). Isto revelaria eventual m-f sustentvel em defesa do tomador de servio, como se pode exemplificar:

"LITIGNCIA DE M F. No admissvel o abuso do sagrado e Constitucional direito de ao, com pleitos de verbas quitadas, argumentos contrrios s provas dos autos e documentos, cujo escopo o de induzir o juzo a erro e lesar a parte contrria. O direito abomina comportamentos processuais dessa espcie, rritos e nocivos, que ofendem no s o disposto no artigo 14 do Cdigo de Processo Civil, como igualmente os princpios morais e ticos, que impem limites, no somente aos advogados, como a todos os cidados, de modo geral. Pode e deve o magistrado impor condenao por litigncia de m f, que compatvel com o processo do trabalho, e at de ofcio, com objetivo, principalmente, pedaggico, de modo que comportamentos processuais abusivos sofram repreenso do Poder Judicirio, providncia salutar, que refletir, por fim, na celeridade da Justia, que o desejo dos operadores do direito e da sociedade."(TRT/SP - 20010329271 - RO - Ac. 7T 20020792519 - Rel. JONAS SANTANA DE BRITO - DOE 24/01/2003)

Em acrdo da lavra do MM. Ministro Joo Batista Brito Pereira da 5 Turma do C.TST, publicado no DJ de 14.02.2003, proferido nos autos do processo n TST-RR-506.618/1998.7, afirmou-se textualmente que:

"...Esta Corte, examinando matria similar presente, j se pronunciou quanto inexistncia da relao de emprego com relao diarista, sob os seguintes fundamentos: O trabalho em casa de famlia de forma intermitente na condio denominada diarista merece uma considerao especial por suas particularidades. Com efeito, o (a) diarista o (a) trabalhador (a) que, normalmente, no se dispe, por razes vrias, a se vincular a um empregador atravs de um contrato de trabalho domstico, com rigidez obrigacional de presena ao servio e de horrio e nem a perceber salrio fixo mensal, pois prefere pactu-lo com base na unidade dia, recebendo sempre ao final da jornada. um (a) trabalhador (a) que se dispe a prestar servios em algum dia ou outro da semana, conforme seu interesse ou disponibilidade. Seja porque seus compromissos pessoais ou mesmo familiares no lhe permitem a disponibilidade integral na semana, seja porque prefere este tipo de atividade trabalhando em residncias vrias, executando um tipo especial de servio. A sua remunerao, por isto mesmo, sempre, em proporo, maior do que a da empregada domstica mensalista. E como sua tarefa especfica, muitas vezes, terminando-a, libera-se antes da jornada normal. Tambm por isso, por realizar normalmente um servio, a subordinao, a fiscalizao, o comando, a ingerncia durante a execuo dos servios praticamente nenhuma. E exatamente porque o tomador de servio no se considera como empregador, e tambm o (a) trabalhador (a) no se considera como empregado(a), que quando este (a) no comparece ao servio no sofre punio alguma. (2 Turma, Processo n TST-RR-523.690/1998, Min. Vanutil Abdala, julgado em 7/2/01). Outros precedentes no mesmo sentido: Processos ns TST-RR- 463.658/1998 e TST-RR-435.469/1998, julgados em 27/6/01, todos da lavra do Min. Vantuil Abdala. Assim, sigo a orientao desta Corte..."

5. Viso Judiciria e de outros rgos:

Retirando-nos um pouco do foco desse trabalho no que tange distino jurdica entre domsticas e diaristas, pudemos observar quando da realizao da pesquisa para desenvolvimento desse trabalho, alguns posicionamentos do nosso Judicirio e outros rgos pblicos sobre as categorias envolvidas nessa discusso, e permitimo-nos transcrever algumas para melhor ilustrar o trabalho e fomentar o debate jurdico.

Primeiramente, transcrevemos posicionamento de rgos no judicirios:

"27/09/2005 - RGPS: Empregador domstico deve observar legislao (Notcias MPS):Filiao ao RGPS se d quando o patro assina a carteira profissional de seu-empregado. A lei 5.859, de 11 de dezembro de 1972, representou o reconhecimento profissional para os trabalhadores domsticos, exigindo a assinatura da carteira de trabalho, garantindo o direito aposentadoria. Mais tarde, a Constituio de 1988 assegurou categoria outras garantias trabalhistas, como frias, 13 salrio e descanso semanal. Contudo, embora a profisso esteja legalmente protegida, ainda existem entraves no relacionamento entre patres e empregados domsticos. A legislao protege ambos. Portanto, cada uma deve observar os aspectos legais e evitar aborrecimentos-futuros. Segundo a legislao previdenciria, o patro obrigado a promover o desconto da contribuio previdenciria devida pelo empregado domstico e a recolh-la, juntamente com a sua parcela da contribuio, at o 15 dia do ms subsequente ao da competncia. O valor da contribuio patronal de 12% (doze por cento) do valor do salrio ajustado. Este percentual incidir tambm sobre o pagamento de frias e 13 salrio. A contribuio do empregado de 7,65%, que deve ser descontada do salrio. Quando ocorrer a demisso do empregado domstico, as contribuies devidas at a data da quitao (frias, 13 salrio e saldo de salrios) sero recolhidas de imediato, a fim de possibilitar a pronta devoluo do carn ao empregado. Ao contratar um empregado domstico, seja qual for a atividade, cozinheiro, bab, arrumadeira ou jardineiro, por exemplo, o patro deve estar ciente de que o trabalhador no pode exercer outra atividade que descaracterize a relao. Ou seja, o empregado domstico no pode exercer atividade na residncia e na empresa do empregador, ao mesmo tempo (trabalho concomitante). O que caracteriza o trabalho domstico o objetivo no econmico das atividades exercidas. Assim, o empregado que trabalha em stios ou casas de campo s domstico quando no h qualquer finalidade lucrativa em suas atividades. Benefcios - Todo trabalhador domstico filiado ao Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) tem direito aposentadoria por idade ou por tempo de contribuio, auxlio-doena, salrio-maternidade. Do mesmo modo, os dependentes do empregado domstico tm direito penso por morte e ao auxlio-recluso. A filiao ao RGPS se d quando o patro assina a carteira de trabalho ou quando o trabalhador domstico, na qualidade de contribuinte individual, recolhe a primeira contribuio"

"01/06/2006 - Contribuio Previdenciria diferenciada para domsticos (Notcias MPS): O estado o terceiro, depois do Rio e do Rio Grande do Sul, a ter um salrio mnimo diferenciado: A partir deste ms, o valor do salrio mnimo no Paran varia de R$ 427,00 a R$ 437,80, dependendo da categoria. O estado o terceiro no pas, depois do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, a ter um salrio mnimo diferenciado. O piso regional vlido para trabalhadores empregados que no tenham piso salarial definido em lei federal, conveno ou acordo coletivo de trabalho, como as empregadas domsticas. A Previdncia Social considera empregado domstico aquele que presta servio de natureza contnua a pessoa ou famlia, contanto que a natureza do servio no gere lucros para o empregador. Esto nesta categoria as babs, governantas, motoristas, caseiros, jardineiros, vigias, entre outros. Nos estados onde h fixao do Piso Regional, definido por lei estadual (RJ, RS e PR), devem ser observados estes pisos no pagamento dos empregados domsticos. Os patres dos empregados domsticos com salrio base de R$ 429,12, por exemplo, vo recolher R$ 84,32 para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O novo salrio mnimo regional, pelos clculos do governo, vai representar um acrscimo de at R$ 66 milhes por ms na economia do Paran. A previso de que a nova lei alcance de forma direta e indireta 600 mil trabalhadores, entre eles os empregados domsticos. Segundo a Central nica dos Trabalhadores (CUT), dos 400 mil trabalhadores domsticos do estado, 75% esto na informalidade e apenas 25% tm carteira assinada. O salrio mnimo surgiu no Brasil em meados da dcada de 30. A Lei n 185, de janeiro de 1936, e o Decreto-Lei n 399, de abril de 1938, regulamentaram a instituio do salrio mnimo, e o Decreto-Lei n 2162, de 1 de maio de 1940, fixou os valores do salrio mnimo, que passaram a vigorar a partir do mesmo ano. O pas foi dividido em 22 regies (os 20 estados existentes na poca, mais o territrio do Acre e o Distrito Federal) e todas as regies que correspondiam a estados foram divididas ainda em sub-regies, num total de 50 sub-regies. Para cada sub-regio fixou-se um valor para o salrio mnimo, num total de 14 valores distintos para todo o Brasil. A relao entre o maior e o menor valor, em 1940, era de 2,67. Esta primeira tabela do salrio mnimo tinha um prazo de vigncia de trs anos, e, em julho de 1943, foi dado um primeiro reajuste, seguido de um outro em dezembro do mesmo ano. Aps esses aumentos, o salrio mnimo passou mais de oito anos sem ser reajustado, sofrendo uma queda real de 65%, considerando-se a inflao medida pelo IPC da FIPE"

"Justia do Trabalho deve apreciar ao de empregada domstica sobre recolhimento ao INSS - 16/05/2007: O julgamento de ao proposta por empregada domstica contra ex-patro para o recolhimento de diferenas de contribuio previdenciria da competncia da Justia Trabalhista. A concluso do ministro Cesar Asfor Rocha. No processo, a empregada domstica Maria das Graas Santos afirma que o valor foi recolhido pelo ex-patro em quantia menor do que o devido ao Instituto Nacional de Seguro Social INSS. A questo chegou ao STJ para que o Tribunal definisse qual o juzo competente para decidir a causa. Ao receber o processo, a 4 Vara do Trabalho de Uberlndia, Minas Gerais, entendeu no ser da sua competncia a anlise da matria e enviou a ao para a Justia Federal. (CC 81568 )"

"26/06/2006 - Quem pode receber benefcios por acidentes de trabalho? (Notcias-MPS):Os benefcios por acidente de trabalho so devidos aos empregados e trabalhadores avulsos urbanos e rurais - exceto aos domsticos - e aos segurados especiais. Os acidentes de trabalho so situaes que ocorrem pelo exerccio do trabalho a servio da empresa; acidente por doena profissional ou do trabalho e ainda acidente de trajeto, que aquele que ocorre no percurso entre a residncia e o local de exerccio profissional, ou entre dois locais de trabalho, considerando a distncia e o tempo de deslocamento compatveis com o percurso do referido trajeto. Na falta de comunicao do acidente (CAT) por parte da empresa, podem formaliz-la o prprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o mdico que o assistiu ou qualquer autoridade pblica, no prevalecendo, nesses casos, o prazo previsto. Para fins de cadastramento da CAT, caso o campo "atestado mdico" do formulrio de CAT no esteja preenchido e assinado pelo mdico assistente, deve ser apresentado atestado mdico original, desde que nele conste a devida descrio do atendimento realizado ao acidentado do trabalho, inclusive o diagnstico, com o Cdigo Internacional de Doenas (CID), e o perodo provvel para o tratamento, contendo assinatura, o nmero do Conselho Regional de Medicina (CRM), data e carimbo do profissional mdico, seja particular, de convnio ou do Sistema nico de Sade (SUS). Domstico tambm tem direito ao vale-transporte DOE 11/07/2006"

A seguir, disponibilizamos entendimentos diversos, e por vezes divergentes entre si, de alguns dos nossos Tribunais:

"Empregada domstica no pode receber salrio mnimo de forma proporcional: O salrio mnimo no pode ser pago empregada domstica de forma proporcional, mesmo se contratada para trabalhar cinco horas dirias por cinco dias na semana. Assim decidiu, por unanimidade, a 5 Cmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15 Regio - Campinas/SP. Descontente por receber salrio mensal menor que o mnimo, a empregada domstica entrou com reclamao trabalhista na Vara do Trabalho de Tanabi, pedindo diferena salarial. A sentena de 1 grau julgou procedente seu pedido e, por isso, seu ex-patro recorreu ao TRT. Em sua defesa, o empregador disse que o salrio pago era proporcional jornada trabalhada. "Entendo que o salrio mnimo no podia ser pago trabalhadora de forma proporcional, por se tratar de empregada domstica", fundamentou o Juiz Lorival Ferreira dos Santos, para quem o recurso foi distribudo. Segundo o relator, no importa se a jornada de trabalho ou no inferior quela prevista na Constituio Federal, pois ainda no existe previso legal para a jornada diria dos empregados domsticos. Mas, caracterizado o vnculo de emprego domstico, o salrio mnimo no pode ser pago de forma proporcional jornada laborada, pois o salrio mnimo e a irredutibilidade salarial foram assegurados aos domsticos pela Constituio Federal, concluiu o Juiz Lorival. (00427-2004-104-15-00-1 RO)"

"Domstica com jornada reduzida pode ter salrio menor que mnimo: Por ser legalmente permitido pela Constituio o salrio fixado por unidade de tempo, o TRT da 15 Regio decidiu que o salrio de uma empregada domstica pode ser menor que o mnimo, sendo sua jornada de trabalho menor do que a prevista na lei. Campinas/SP - Se a jornada da empregada domstica menor que a jornada mensal prevista na lei, o valor do pagamento pelo servio poder ser menor que o salrio mnimo. O salrio da domstica deve ser proporcional s horas trabalhadas, o que no viola a Constituio Federal, j que o salrio fixado por unidade de tempo legalmente permitido. Por unanimidade, assim decidiu a 11 Cmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15 Regio - Campinas/SP. Empregada domstica ajuizou reclamao trabalhista na 2 Vara do Trabalho de Araatuba, pedindo diferenas salariais por receber, segundo alegou, salrio menor que o mnimo. Como a vara trabalhista julgou improcedente seu pedido, a trabalhadora recorreu ao TRT. " bvio que o salrio da empregada deve guardar equivalncia s horas trabalhadas", fundamentou o Juiz Flavio Nunes Campos, para quem o recurso foi distribudo. Segundo o relator, no se viola a Constituio Federal ao pagar salrio menor que o mnimo se a jornada mensal de trabalho no atinge as 220 horas previstas na lei. Sempre se admitiu o salrio fixado por unidade de tempo, reforou o magistrado. "Se a jornada mensal exercida pela trabalhadora inferior jornada legal mensal, no pode ela pretender receber salrio mnimo integral", conclui o Juiz Flavio que complementou seu entendimento citando doutrina e jurisprudncia do Supremo Tribunal-Federal-(RE-48480). Veja a ementa do acrdo EMPREGADO DOMSTICO - JORNADA REDUZIDA - SALRIO PROPORCIONAL - POSSIBILIDADE - Se a jornada mensal exercida pelo empregado domstico extremamente inferior jornada legal mensal (220 horas), no pode ele, neste momento, pretender a percepo do salrio mnimo integral. Destarte, bvio que o salrio do domstico deve guardar equivalncia s horas trabalhadas, no havendo infringncia do art. 7, IV, da Constituio Federal, que prev o pagamento do salrio mnimo mensal para a jornada de 220 (duzentos e vinte) horas. Alis, sempre foi admitido o salrio fixado por unidade de tempo. (00678-2004-061-15-00-2-ROPS)-Fonte: TRT 15 Regio Origem:Notcias-Data: 21/09/2005"

"29/09/2005 - TRT-SP: patro no precisa recolher contribuio previdenciria de diarista (Notcias TRT - 2 Regio) Para a 9 Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio (TRT-SP), o empregador no precisa recolher a contribuio de sua diarista para a previdncia social. O entendimento da turma foi aplicado no julgamento de Recurso Ordinrio do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, que cobrava o pagamento da contribuio sobre acordo firmado, na 1 Vara do Trabalho de Santo Andr (SP), entre uma patroa e sua faxineira. O INSS recorreu ao TRT-SP sustentando que a falta da contribuio previdenciria sobre o total do valor previsto no acordo trabalhista, configuraria "flagrante indcio de evaso fiscal". Para a autarquia, o recolhimento devido pois as verbas do acerto "dizem respeito ao pagamento de parcelas salariais remuneratrias".

De acordo com o juiz Jos Carlos Fogaa, relator do recurso no tribunal, "o valor decorrente de trabalho resulta em indispensvel recolhimento de contribuio em favor da Previdncia Social, independentemente da formao de relao de emprego atravs de acordo judicial, quando prestado a empresas e equiparados". Para o relator, contudo, "o tomador de servio domstico no detm a obrigao de recolher INSS sobre o valor pago a autnomo ou eventual, pois no detm a natureza jurdica de empresa ou empregador domstico". "A celebrao de acordo, sem vnculo de emprego com faxineira, jardineiro ou outros prestadores de servios domsticos, no gera a obrigao de recolher contribuio em favor do INSS", decidiu. Por unanimidade, os juzes da 9 Turma acompanharam o voto do juiz Fogaa, isentando a patroa e sua ex-faxineira do pagamento de contribuio previdenciria. RO 02603.2002.431.02.00-6"

"Trabalho habitual caracteriza vnculo de faxineira: O reconhecimento do vnculo de emprego de faxineira no depende do nmero de dias trabalhados por ms. O que caracteriza o vnculo o fato de o trabalho ser habitual, e no ocasional. O entendimento da 2 Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio (So Paulo). Os juzes reconheceram o vnculo empregatcio de uma faxineira que trabalhou duas vezes por semana, durante dois anos, cumprindo jornada 8 horas (das 8h s 17h). A ex-patroa sustentou que j tem uma empregada fixa e que a autora da ao seria apenas diarista, pois "esto ausentes os requisitos para a caracterizao do vnculo de emprego entre as partes". O juiz Srgio Pinto Martins, relator do recurso no TRT paulista, no acolheu o argumento. "O trabalho da reclamante era feito toda semana, duas vezes e no uma vez ou outra. Isso caracteriza a habitualidade semanal e no que o trabalho era feito ocasionalmente", afirmou. "Um mdico que trabalha uma vez por semana no hospital, com horrio, empregado do hospital. O advogado que presta servios num dia fixo no sindicato e tem horrio para trabalhar empregado. Ento porque a trabalhadora que presta servios duas vezes por semana, com horrio a observar, no pode ser empregada domstica?", questionou o relator. A deciso da 2 Turma do Tribunal Regional do Trabalho foi por maioria de votos. Os juzes condenaram a ex-patroa a pagar os direitos trabalhistas devidos empregada domstica, alm de fazer a devida anotao na carteira de trabalho. Leia a deciso: Processo 2005.0674034 (RO 00367.2005.261.02.00-1)-1 Vara do Trabalho de Diadema-Recorrente: Cleusa Braz Frade-Recorrido: Marieuza Barbosa da Silva-EMENTA: Diarista. Caracterizao-A Lei n. 5.859 no dispe quantas vezes por semana a trabalhadora deve prestar servios ao empregador para ser considerada empregada domstica. No existe previso na lei no sentido de quem trabalha duas vezes por semana no empregado domstico. Um mdico que trabalha uma vez por semana no hospital, com horrio, empregado do hospital. O advogado que presta servios num dia fixo no sindicato e tem horrio para trabalhar empregado. A continuidade do contrato de trabalho restou demonstrada, diante do fato de que a autora trabalhava duas vezes por semana. O trabalho da reclamante era feito toda semana, duas vezes e no uma vez ou outra. Isso caracteriza a habitualidade semanal e no que o trabalho era feito ocasionalmente. Vnculo de emprego mantido. I RELATRIO: Interpe recurso ordinrio Cleusa Braz Frade afirmando que tem uma empregada fixa de nome Maria. A reclamante era apenas faxineira. Esto ausentes os requisitos para a caracterizao do vnculo de emprego entre as partes. Deve ser dado provimento ao recurso para modificar a sentena. Contrarazes de fls. 63/4. o relatrio. II CONHECIMENTO: O recurso tempestivo. Houve pagamento das custas e do depsito recursal, na forma legal (fls. 58/9). Conheo do recurso por estarem presentes os requisitos legais. III FUNDAMENTAO: VOTO: A prova do vnculo de emprego era da autora, nos termos do artigo 818 da CLT, por se tratar de fato constitutivo do seu direito (art. 333, I, do CPC). No basta serem feitas meras alegaes (allegatio et non probatio quasi non allegatio). A reclamada admite em depoimento pessoal que a autora trabalhava duas vezes por semana. A autora chegava s 7 horas. Declarou a testemunha Sirlene que a autora trabalhava duas vezes por semana, com horrio das 8 s 17 horas. S a autora trabalhava na residncia da patroa. No conhece outra domstica. De acordo com o depoimento da testemunha Sirlene, a autora tinha subordinao, pois deveria observar horrio. A continuidade do contrato de trabalho restou demonstrada, diante do fato de que a autora trabalhava duas vezes por semana. O trabalho da reclamante era feito toda semana, duas vezes e no uma vez ou outra. Isso caracteriza a habitualidade semanal e no que o trabalho era feito ocasionalmente. No restou provado nos autos que a autora escolhia o dia em que deveria trabalhar ou que trabalhava no horrio que queria. No ficou demonstrado que se a autora no comparecesse, no seria punida. O trabalho no foi de curta durao, pois durou dois anos. Se a autora cuidava ou no dos netos da recorrente, o fato irrelevante, pois prestava servios no local com subordinao e continuidade. No necessria a exclusividade da prestao de servios pelo empregado ao empregador para a configurao da relao de emprego. O obreiro pode ter mais de um emprego, visando ao aumento da sua renda mensal. Em cada um dos locais de trabalho, ser considerado empregado. A legislao mostra a possibilidade de o empregado ter mais de um emprego. O artigo 138 da CLT permite que o empregado preste servios em suas frias a outro empregador, se estiver obrigado a fazlo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele. O artigo 414 da CLT mostra que as horas de trabalho do menor que tiver mais de um emprego devero ser totalizadas. A pessoalidade restou evidenciada pelo fato de que a autora no mandava outra pessoa em seu lugar. O trabalho era feito por ela mesma. A Lei n. 5.859 no dispe quantas vezes por semana a trabalhadora deve prestar servios ao empregador para ser considerada empregada domstica. No existe previso na lei no sentido de quem trabalha duas vezes por semana no empregado domstico. Um mdico que trabalha uma vez por semana no hospital, com horrio, empregado do hospital. O advogado que presta servios num dia fixo no sindicato e tem horrio para trabalhar empregado. Ento porque a trabalhadora que presta servios duas vezes por semana, com horrio a observar, no pode ser empregada domstica? A realidade dos fatos demonstra que a autora era empregada. A r no provou suas alegaes (art. 333, II, do CPC). Esto presentes os requisitos dos artigos 2. e 3. da CLT para a configurao do vnculo de emprego entre as partes. Atentem as partes para a previso do pargrafo nico do artigo 538 do CPC e artigos 17 e 18 do CPC, no cabendo embargos de declarao para rever fatos e provas e a prpria deciso. IV DISPOSITIVO: Pelo exposto, conheo do recurso, por atendidos os pressupostos legais, e, no mrito, nego-lhe provimento, mantendo a sentena. Fica mantido o valor arbitrado para efeito do clculo das custas. o meu voto. Sergio Pinto Martins-Juiz Relator-

"TRT-SP: patroa que atrasa INSS deve indenizar domstica: Para a 9 Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio (TRT-SP), o empregador domstico que atrasa o recolhimento da contribuio previdenciria de seu empregado comete ato ilcito. So Paulo/SP - Com base neste entendimento, os juzes da turma condenaram uma patroa a indenizar sua ex-empregada que, em razo de inadimplncia com a autarquia, no conseguiu receber benefcio do INSS. A domstica foi contratada para trabalhar na residncia da ex-patroa em setembro de 2003. Um ano depois, em virtude de doena, ela se afastou do trabalho e entrou com pedido de auxlio-doena no INSS. O benefcio foi indeferido "por no ter sido comprovada a carncia de 12 contribuies mensais". Ou seja, a empregadora no havia recolhido as parcelas devidas no perodo, inclusive aquelas descontadas do salrio da empregada. A trabalhadora entrou com ao na 22 Vara do Trabalho de So Paulo, reclamando indenizao equivalente ao benefcio que lhe fora negado. Como a vara acolheu o pedido, a ex-patroa recorreu ao TRT-SP sustentando que no tem responsabilidade pela no concesso do auxlio-doena, pois a domstica j havia contribudo anteriormente para o INSS, e que pagou em dia o recolhimento referente a setembro de 2004. De acordo com a juza Jane Granzoto Torres da Silva, " o empregador domstico integralmente responsvel pela arrecadao e pelos recolhimentos das contribuies previdencirias de seus empregados, consoante expressamente prev o artigo 30, da Lei 8212/91". Para a relatora, "o empregador domstico, que em total violao legislao previdenciria, deixa de recolher a tempo as contribuies respectivas, comete ato ilcito. Nesse contexto, tendo a reclamante sofrido prejuzo em razo de procedimento irregular da r, merece ser reparada na forma estabelecida pelo artigo 186, do Cdigo Civil de 2002". Por unanimidade, a 9 Turma acompanhou o voto da relatora, condenando a ex-patroa ao pagamento da indenizao correspondente ao auxlio-doena e 13 salrio, de outubro de 2004 a junho de 2005, com juros e correo monetria. RO-01392.2005.022.02.00-3-Fonte:-TRT-SP-Origem:Notcias-Data: 25/11/2005"

"30/03/2006 - Sem recibo, patroa no comprova pagamento a domstica (Notcias TRT - 2 Regio): Para relator, testemunha no suficiente. De acordo com a 3 Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio (TRT-SP), todo pagamento que se faz ao empregado, inclusive o domstico, deve ser efetuado contra recibo. Este entendimento foi aplicado no julgamento do Recurso Ordinrio de uma patroa, condenada a pagar verbas rescisrias a uma ex-empregada. A domstica ingressou com processo na 79 Vara do Trabalho de So Paulo, reclamando que no recebeu os ttulos decorrentes de sua demisso sem justa causa. A ex-patroa, em sua defesa, sustentou que j pago corretamente e no prazo legal todas as verbas devidas reclamante. Por entender que mantinha "relao de confiana" com a domstica, ela no registrou tais pagamentos em recibos. Para comprovar a quitao das obrigaes trabalhistas, a empregadora apresentou uma testemunha em audincia. O juiz da vara no aceitou o depoimento como evidncia do pagamento e julgou procedente o pedido da reclamante. Inconformada com a sentena, a ex-patroa recorreu ao TRT-SP alegando "cerceamento de defesa". Segundo o juiz Rovirso Aparecido Boldo, relator do recurso no tribunal, "qualquer pagamento que se faa ao empregado, inclusive o domstico, deve obedecer ao disposto na CLT, art. 464, caput", ou seja, "contra recibo, assinado pelo empregado. Em se tratando de analfabeto, mediante sua impresso digital, ou, no sendo esta possvel, a seu rogo". Para o relator, " muito cmodo ao empregador alegar a existncia de "relao de confiana" para se eximir da obrigao imposta por lei". "No h prova do pagamento das verbas contratuais e legais. Ratifica-se a deciso de primeiro grau", decidiu ele. Por maioria de votos, os juzes da turma acompanharam o juiz Rovirso Boldo, condenando a ex-patroa a pagar todas as verbas rescisrias reclamante. RO 02656.2002.079.02.00-4"

"28/04/2006 - TST: decises mostram distino entre diarista e domstica (Notcias TST): Processos nos quais trabalhadores diaristas - faxineiras, jardineiros, passadeiras - buscam na Justia do Trabalho o reconhecimento do vnculo de emprego e os direitos trabalhistas da decorrentes tm se tornado freqentes no Tribunal Superior do Trabalho. Embora o tema ainda no seja objeto de smula ou de orientao jurisprudencial das sees especializadas, as decises tm apontado claramente no sentido de estabelecer distines entre o trabalhador domstico e os diaristas, e tambm entre os diaristas que trabalham em residncia e os que prestam servios para empresas. "Os critrios bsicos esto previstos na Lei n 5.859/1972", explica o ministro Carlos Alberto Reis de Paula, integrante da Comisso de Jurisprudncia do TST. Trata-se da lei que dispe sobre a profisso de empregado domstico - definido, em seu artigo 1, como "aquele que presta servios de natureza contnua e de finalidade no lucrativa pessoa ou famlia no mbito residencial destas". As questes principais que tm sido analisadas no TST em processos envolvendo diaristas so os conceitos de "natureza contnua" e "finalidade no-lucrativa". O conceito de natureza contnua do trabalho diferente daquele de "no-eventualidade" exigido no artigo 3 da CLT para a caracterizao da relao de emprego. "A continuidade pressupe ausncia de interrupo, de forma que o trabalho se desenvolva de maneira expressiva ao longo da semana", explica o ministro Carlos Alberto, j a no-eventualidade define servios que se inserem nos fins normais das atividades de uma empresa. Com base nessa interpretao, a empregada diarista que presta servio numa residncia apenas em alguns dias da semana, recebendo por dia, no se enquadra no critrio do trabalho de natureza contnua. "Na ausncia de uma definio precisa do que seriam "alguns dias", os juzes do Trabalho tm considerado que a prestao de servio em um ou dois dias exclui o critrio de continuidade, enquanto que os que trabalham mais de trs costumam t-la reconhecida", diz o ministro. " um critrio razovel, tendo em vista que a semana til tem cinco ou seis dias." Uma argumentao comum nas reclamaes trabalhistas desse tipo a de que, muitas vezes, a diarista, embora trabalhe apenas um ou dois dias na semana, mantm a relao ao longo de muitos anos. "A longa durao no altera a natureza do trabalho", observa o ministro Carlos Alberto. O ministro Ives Gandra Martins Filho, relator de um processo no qual foi negado reconhecimento de vnculo a um jardineiro que trabalhava duas ou trs manhs por semana numa residncia, definiu em seu voto a situao. "O diarista presta servios e recebe no mesmo dia a remunerao, geralmente superior quilo que receberia se trabalhasse continuamente para o mesmo empregador, pois nela esto englobados e pagos diretamente ao trabalhador os encargos sociais que seriam recolhidos a terceiros", afirmou o ministro Ives. "Se no quiser mais prestar servios para este ou aquele tomador, no precisar avis-lo com antecedncia ou submeter-se a nenhuma formalidade, j que de sua convenincia, pela flexibilidade de que goza, no manter um vnculo estvel e permanente com um nico empregador, pois mantm variadas fontes de renda provenientes de vrios postos de servios que mantm." neste sentido que tem se inclinado a jurisprudncia do Tribunal nas diversas decises em que negou o reconhecimento do vnculo de emprego a diaristas que trabalhavam em casas de famlia. Cabe ressaltar que o termo "diarista" no se aplica apenas a faxineiras e passadeiras, (modalidades mais comuns dessa prestao de servio). Ela abrange tambm jardineiros, babs, cozinheiras, tratadores de piscina, pessoas encarregadas de acompanhar e cuidar de idosos ou doentes e mesmo as "folguistas" - que cobrem as folgas semanais das empregadas domsticas. Uma vez que o servio se d apenas em alguns dias da semana, trata-se de servio autnomo, e no de empregado domstico - no se aplicando, portanto, os direitos trabalhistas garantidos a estes, como 13 salrio, frias, abono de frias, repouso remunerado e aviso-prvio, entre outros previstos na Constituio Federal. Quando se trata de diarista que trabalha para uma empresa, porm, o entendimento outro - e aqui se aplica a segunda expresso-chave da Lei n 5.859/1972, a "finalidade no lucrativa" que diferencia uma residncia de um escritrio comercial. por exemplo. Em processo julgado em dezembro de 2004, a Subseo 1 Especializada em Dissdios Individuais do TST - que tem como atribuio unificar a jurisprudncia das Turmas do Tribunal -, a faxineira do escritrio de uma empresa comercial teve o vnculo de emprego reconhecido, ainda que trabalhasse apenas um dia na semana. Para o relator do processo, ministro Joo Oreste Dalazen, "se o servio efetuado dentro das necessidades da empresa, com subordinao e dependncia econmica, pouco importa se a sua prestao se d em perodo alternado ou descontnuo". Os critrios que prevalecem, no caso, so os definidos no artigo 3 da CLT, que considera empregado "toda pessoa fsica que presta servios de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio". A natureza no eventual se define pela relao entre o trabalho prestado e a atividade da empresa. "Em se tratando de servio de limpeza exercido no mbito da empresa, este deve ser considerado parte integrante dos fins da atividade econmica (e, por conseguinte, no-eventual), pois qualquer estabelecimento comercial deve ser apresentado em boas condies higinicas", explica o ministro Dalazen"

"17/05/2006 - Patroa que paga dvida feita pela empregada, tem desconto (Notcias TRT - 2 Regio): O pagamento de dvida da empregada, pela patroa, pode ser debitado do valor da dvida trabalhista, ainda mais se a prpria empregada reconhece o favor. Com este entendimento, os juizes da 6 Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio (TRT-SP), determinaram o desconto na dvida rescisria a ser paga pela patroa, de valor usado para quitar compra de produtos da "Avon" para a empregada. Aps ser condenada pela 33 Vara do Trabalho de So Paulo, a reconhecer o vnculo empregatcio e pagar verbas previdncirias e rescisrias, a patroa recorreu ao Tribunal, solicitando reforma da sentena e abatimento no valor devido, de 140 reais referentes a produtos de beleza que ela pagou para a ex-empregada, e que no haviam sido includos no clculo feito pela Vara. Para o juiz Rafael Edson Pugliese Ribeiro, relator do recurso no Tribunal, tanto o registro em carteira, quanto as verbas previdencirias, so obrigaes da patroa, assim como o pagamento das rescisrias. No entanto, uma vez que a prpria empregada concordou que a patroa havia quitado dvida sua com a "Avon", o juiz compreendeu que o valor deveria ser abatido na quitao. Em seu voto, o juiz Rafael Pugliese esclareceu que," ao acolher o pagamento de dvida da autora como forma lcita de pagamento das verbas rescisrias - conforme autorizao da autora - o valor dessa dvida deve ser considerado como pagamento". O juiz Rafael observou que o valor do ttulo pago no havia sido incluido nos clculos, e determinou que a patroa deveria subtrair da dvida pendente o pagamento "Avon". Por unanimidade, os juzes da 6 Turma acompanharam o relator. Proc. TRT/SP N: 01091.2005.033.02.00-3"

"13/06/2006 - Empregado domstico no tem direito a horas extras (Notcias TST): Deciso da Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve acrdo do Tribunal Regional do Trabalho do Esprito Santo (17 Regio) que no concedeu a uma empregada domstica o direito de receber horas extras. Segundo o relator do processo, ministro Alberto Bresciani, o pargrafo nico do artigo 7 da Constituio Federal garante aos empregados domsticos nove dos 34 direitos aos trabalhadores enumerados no dispositivo. Mas no esto entre eles os incisos XIII e XVI, que tratam sobre jornada de trabalho limitada e horas extras. A empregada no teve reconhecido tambm o direito indenizao por dano moral. A domstica alegou na ao que foi despedida de forma brusca quando o empregador descobriu sua gravidez, tendo gritado com ela no ato da despedida. A empregada pediu indenizao por dano moral e pagamento de aviso prvio, abono natalino, frias vencidas e proporcionais, alm de horas extras. A Vara do Trabalho concedeu parte das verbas trabalhistas, mas negou o pedido de horas extras, com base na Constituio, e de indenizao por dano moral, por falta de provas. O TRT/ES manteve a sentena e negou seguimento ao recurso de revista da domstica. So direitos do trabalhador domstico, o salrio mnimo, sem reduo ao longo do contrato, dcimo terceiro salrio, repouso semanal remunerado, frias anuais remuneradas, licena-maternidade ou paternidade, aviso prvio, aposentadoria e a sua integrao previdncia social. O entendimento do TST pacfico no sentido de cumprir o disposto na Constituio. Segundo o ministro Alberto Bresciani, "a despeito das condies atpicas em que se d o seu ofcio, com a natural dificuldade de controle e de atendimento aos direitos normalmente assegurados aos trabalhadores urbanos, no h dvidas de que a legislao tmida em relao aos empregados domsticos, renegando-lhes garantias necessrias preservao de sua dignidade profissional". O relator esclareceu que no h como utilizar o princpio da isonomia, igualando os trabalhadores domsticos aos urbanos, pela diversidade citada na Constituio. "Os trabalhadores domsticos no foram contemplados com as normas sobre jornada, sendo-lhes indevidos o adicional noturno, horas extras e as pausas intrajornadas", concluiu. A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo da domstica. Com isso, est mantida a deciso regional. (AI RR 810/2001-002-17-00.5)"

"13/06/2006 - Trabalho contnuo diferencia domstica de diarista (Notcias TRT - 2 Regio): Se a empregada presta servios em uma casa durante quatro dias da semana, est caracterizada a continuidade do trabalho, mesmo que haja intervalo, e, portanto, tem direito ao vnculo empregatcio. No se pode confundir sua posio com a de um encanador, ou uma diarista, que prestam servio eventual, em momentos especficos. Com este entendimento, os juzes da 2 Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio (TRT-SP), concederam vnculo a empregada que comprovou trabalhar de segunda a quinta-feira em uma residncia durante um ano. Aps ter seu pedido negado pela 73 Vara do Trabalho de So Paulo, que considerou os quatro dias de servio por semana como trabalho eventual, a domstica recorreu da deciso ao TRT-SP. A ex-patroa alegou, em sua defesa, que a empregada trabalhava em outras residncias e que, por isso, seria diarista. Para a juza Rosa Maria Zuccaro, relatora do processo no Tribunal, a dvida gira em torno dos termos eventual e intermitente. Se uma pessoa passa roupas e limpa a residncia ao longo de um ano, mesmo que em quatro dias da semana, est caracterizada a necessidade contnua do trabalho, concluiu a juiza Zuccaro. "Em uma residncia eventual o trabalho de um encanador, de um eletricista de um pintor de paredes, de um decorador, de um carpinteiro, etc... ou mesmo de uma faxineira que chamada apenas para fazer uma limpeza pelo fato de ter ocorrido um evento na residncia, como uma festa ou qualquer outra situao que tenha desestruturado o servio normal domstico", exemplificou a juza. Quanto alegao de que a domstica laborava em outras residncias, observou a Juza relatora que a exclusividade no requisito da relao de emprego e, deste modo, no interfere na deciso. Por unanimidade, os juzes acompanharam o voto da relatora. RO N 02522.2005.073.02.00-8"

"26/06/2006 - Patro condenado a indenizar domstica (Notcias Infojus):

A 14 Cmara Cvel do Tribunal de Justia de Minas Gerais condenou um representante comercial, da cidade de Juiz de Fora, por ter constitudo em nome de sua empregada domstica uma empresa comercial, causando-lhe srios prejuzos financeiros e emocionais. A indenizao, por danos morais, foi fixada em R$ 6.000,00. A dona de casa foi contratada para prestar servios como empregada domstica na residncia do representante comercial em 1984. Depois de quatorze anos de trabalho, o patro solicitou que ela assinasse alguns documentos para regularizar a situao de sua empresa. Como j existia uma relao de confiana entre eles, a domstica, que cursara apenas at a 5 srie colegial, assinou todos os documentos solicitados pelo patro, sem ter sequer cincia de seu contedo. Em 2000, quando j no prestava mais servios ao representante comercial, a domstica recebeu uma notificao de trnsito, onde constava o seu nome como proprietria de um Fiat/Uno-Eletronic. Ela chegou a procurar o ex-patro, que informou que iria resolver a situao. Mas para a sua surpresa, em 2001, ela recebeu uma notificao da Receita Federal para que quitasse uma dvida tributria de uma empresa que estava em seu nome, no prazo de dez dias, no valor de R$ 139.817,90. A partir dessa notificao, ela veio a saber que o seu nome estava envolvido em dvidas junto a diversos rgos dos governos Federal, Estadual e Municipal. No tendo condies de arcar com as dvidas e sentindo-se lesada com a situao, a domstica recorreu Justia, pedindo indenizao pelos danos sofridos. No processo, o comerciante afirmou que, como ele estava impedido de constituir empresa em seu nome, em razo de dvida fiscal que no conseguira honrar, props, ento, domstica constituir a empresa em seu nome. Em primeira instncia, o comerciante foi condenado a pagar uma indenizao no valor de R$ 4.000,00, em razo da multa de trnsito que a domstica recebeu e pela notificao de possibilidade de enquadramento em crime contra a ordem tributria. Inconformado com a deciso, o comerciante interps recurso no Tribunal de Justia, mas no obteve xito. Para os desembargadores Elias Camilo (relator), Helosa Combat e Renato Martins Jacob, ficou comprovada a absoluta m-f do comerciante. Eles salientaram que a domstica no chegou a receber nenhuma vantagem econmica pelo negcio "forjado" e tambm no mudou o seu padro de vida pelo fato de ter-se tornado uma "empresria". Assim, como ficou comprovado que, na condio de patro, o comerciante utilizou o nome da domstica para a abertura de uma empresa, causando-lhe prejuzos, os desembargadores aumentaram a indenizao que fora fixada em primeira instncia para R$ 6.000,00"

"26/06/2006 - Resciso de domstica dispensa homologao no sindicato (Notcias TST): O termo de resciso de contrato de trabalho de empregada domstica no precisa ser homologado no sindicato da categoria. A deciso da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho que, por unanimidade, acompanhou o voto do ministro Renato de Lacerda Paiva, relator do processo. A empregada domstica foi contratada para trabalhar em uma casa de famlia em 1989 e permaneceu no emprego por 11 anos, at ser demitida, sem justa causa, em 2000. Alegou que recebia salrio de R$ 48,00, ou seja, menos que o salrio mnimo legal de R$ 136,00, vigente poca em que foi dispensada do emprego. Logo aps a dispensa, a empregada ajuizou reclamao trabalhista pleiteando todas as verbas que dizia no terem sido pagas durante o vnculo de emprego, tais como frias acrescidas de 1/3, 13 salrio, complementao de salrio at o mnimo legal, aviso prvio, vale-transporte, multa por atraso no pagamento das verbas rescisrias (art. 477 da CLT) e integrao do salrio in natura, em razo das refeies concedidas no local de trabalho. A empregadora, por sua vez, munida de documentos, contestou a ao, apresentando os recibos de quitao das verbas trabalhistas reclamadas. O juiz da 14a Vara de Trabalho de Curitiba (PR), analisando as provas dos autos, negou os pedidos formulados pela empregada, condenando a empregadora apenas a pagar o aviso prvio indenizado, j que houve dvida quanto iniciativa da demisso, se da empregada ou da empregadora. Segundo o juiz, o Termo de Resciso do Contrato de Trabalho (TRTC) apresentado pela empregadora no era vlido, pois no houve homologao por parte do sindicato da categoria da empregada. A empregadora, insatisfeita com a deciso, recorreu ao Tribunal Regional da 9a Regio (Paran), que reformou a sentena quanto necessidade de homologao. A empregada recorreu ao TST, que manteve a deciso do Regional. Em seu voto, o ministro relator Renato Paiva, esclareceu que "ante a ausncia de previso legal, no se exige a homologao de resciso contratual de domsticos perante o sindicato da categoria, ainda que conte com mais de um ano de trabalho, consoante prev o 1 do artigo 477 da CLT, restando vlido o documento subscrito pelas partes que revela ter havido resciso contratual decorrente de pedido de demisso". (RR-19.612/2000-014-09-00.8)"

"Para o Juiz Jonas Santana de Brito, 3 Turma do TRT da 2 Regio, "Empregado domstico tambm tem direito ao vale-transporte. A lei 7.418/85, que criou o benefcio, o estendeu a todos os trabalhadores, sem restrio, e o domstico um trabalhador. O Decreto 95247/87 veio explicitar, de forma clara, que esse direito devido aos trabalhadores domsticos. A lei 7418/85 posterior lei dos domsticos, 5.859, de 11 de dezembro de 1971, que no vedou, e nem poderia, a criao de outros direitos a essa categoria de trabalhadores. A Constituio Federal no negou esse benefcio aos domsticos, mesmo porque o caput do artigo 7 da Carta Magna dispe que outros direitos podem ser criados, alm daqueles elencados no artigo citado". (Proc. 02160200305802000, Ac. 20060428737) (fonte: Servio de Jurisprudncia e Divulgao)"

"Domstica que trabalha dois ou trs dias por semana no diarista DOE 04/07/2006: Esse o entendimento esposado pela Juza Rosa Maria Zuccaro. Segunda a relatora, "Domstica que trabalha trs vezes por semana, fazendo servios prprios de manuteno de uma residncia, empregada e no trabalhadora eventual, pois a habitualidade caracteriza-se prontamente, na medida em que seu trabalho desenvolvido em dias alternados, verificando-se uma intermitncia no labor, mas no uma descontinuidade; logo, estando plenamente caracterizada a habitualidade, subordinao, pagamento de salrio e pessoalidade, declara-se, sem muito esforo, o vnculo empregatcio". (Proc. 00567200608602005, Ac. 20060441555). Do mesmo modo, o Juiz Srgio Pinto Martins, em recente julgado perante a 2 Turma, decidiu que "O trabalho da autora era feito toda semana, duas vezes por semana. Isso demonstra a habitualidade na prestao de servios, a continuidade do seu trabalho. A habitualidade fica caracterizada pela prestao de servios por 18 meses. A Lei n. 5.859/72 no dispe quantas vezes por semana deve a trabalhadora prestar servios ao empregador para ser considerada empregada domstica. A norma legal no dispe que se a trabalhadora prestar servios duas vezes por semana no empregada domstica". (Proc. 01433200500502006, Ac. 20060442047) (fonte: Servio de Jurisprudncia e Divulgao)"

"EMENTA Vnculo de emprego. Domstico. Empregado que no vai trabalhar em certo dia por sua conta indica que tem autonomia e no subordinao. Vnculo domstico no reconhecido."(TRT/SP - 01679200539102002 - RO - Ac. 2T 20060423212 - Rel. SRGIO PINTO MARTINS - DOE 27/06/2006"

"TST garante direito de empregada domstica a frias proporcionais - 03/04/2007 A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho assegurou a uma empregada domstica o direito s frias proporcionais, em voto relatado pelo juiz convocado Luiz Ronan Neves Koury. Segundo ele, "a Constituio Federal, em seu pargrafo 7, assegura ao empregado domstico o direito s frias anuais previstas no inciso XVII do mesmo artigo, no o excepcionando do direito ao recebimento das frias proporcionais". A dona de casa recorreu ao TST contra deciso do TRT da 1 Regio (Rio de Janeiro) que garantiu o direito por aplicao subsidiria da CLT. No acrdo regional, o juiz relator salientou que "embora a Lei n 5.859/72 no preveja a proporcionalidade nas frias do empregado domstico, me filio corrente jurisprudencial e doutrinria no sentido de adot-la por aplicao subsidiria da CLT". A lei citada regulamenta a profisso de empregado domstico. (RR 759.894/2001.3)"

6. Algumas questes prticas sobre domsticas e diaristas:

Trazemos, agora, algumas questes prticas que tratam das domsticas e diaristas, visando uma anlise mais dinmica dos leitores, notadamente os que no militam diretamente na rea ou procuram algumas instrues para o dia a dia. As questes prticas aqui colocadas decorrem de nossa anlise e tambm resultante de informaes obtidas em rgos e entidades da categoria tratada neste captulo e sites especficos.

A informalidade da relao de trabalho expe tanto o empregador, como o empregado a srios riscos e transtornos desnecessrios, como o de uma eventual reclamao trabalhista.

A Carteira de Trabalho e Previdncia Social do empregado domstico deve ser devidamente anotada, especificando-se as condies do contrato de trabalho (data de admisso, salrio ajustado e condies especiais, se houver), sendo que a anotao deve obedecer o prazo legal estipulado para os demais trabalhadores, ou seja, 48 horas, ressalvado que a data de admisso a ser anotada corresponde do primeiro dia de trabalho, mesmo em contrato de experincia, percebendo mensalmente, ao menos, o salrio mnimo nacional, sem sofrer reduo de salrio. Vejamos deciso judicial:

"O salrio mnimo no pode ser pago empregada domstica de forma proporcional, mesmo se contratada para trabalhar cinco horas dirias por cinco dias na semana. Assim decidiu, por unanimidade, a 5 Cmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15 Regio - Campinas/SP. Descontente por receber salrio mensal menor que o mnimo, a empregada domstica entrou com reclamao trabalhista na Vara do Trabalho de Tanabi, pedindo diferena salarial. A sentena de 1 grau julgou procedente seu pedido e, por isso, seu ex-patro recorreu ao TRT. Em sua defesa, o empregador disse que o salrio pago era proporcional jornada trabalhada. "Entendo que o salrio mnimo no podia ser pago trabalhadora de forma proporcional, por se tratar de empregada domstica", fundamentou o Juiz Lorival Ferreira dos Santos, para quem o recurso foi distribudo. Segundo o relator, no importa se a jornada de trabalho ou no inferior quela prevista na Constituio Federal, pois ainda no existe previso legal para a jornada diria dos empregados domsticos. Mas, caracterizado o vnculo de emprego domstico, o salrio mnimo no pode ser pago de forma proporcional jornada laborada, pois o salrio mnimo e a irredutibilidade salarial foram assegurados aos domsticos pela Constituio Federal, concluiu o Juiz Lorival. (00427-2004-104-15-00-1 RO)"

Chamamos a ateno do leitor para o caso de perda da CTPS do trabalhador domstico ou no posto que os dados de Carteira de Trabalho perdida devem ser transcritos. Os trabalhadores que precisam da segunda via da carteira de trabalho devem solicitar ao empregador, para a devida transcrio, a cpia da ficha de registro, carimbada e autenticada. que a Previdncia Social no reconhece registros de empregos anteriores data da emisso da carteira.

So vlidos, desde 1 de julho de 1994, os registros empregatcios que se encontram no Cadastro Nacional de Informaes Sociais (CNIS). Para a comprovao de vnculos que no constam no CNIS, vale o registro em carteira.

Caso o trabalhador tenha perodos anteriores a 1994 e a empresa em que foi empregado no exista mais, ele poder solicitar ao INSS que processe uma justificativa administrativa de tempo de servio. Para que essa pesquisa seja feita, preciso que haja prova material e trs testemunhas que confirmem a relao de trabalho. A prova material pode ser um crach, um contra-cheque, uma ficha cadastral, qualquer material que comprove a ligao do empregado com a empresa.

tambm prudente ao empregador domstico obter do empr