a educação superior no brasil

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ARASELA CAMPOS OLIVEN professora do Programa

de Ps-Graduao em Sociologia e do Programa de Ps-Graduao em Educao da UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul.BERNADETE DA SILVA RIBEIRO BATISTA

mestre em

Sociologia pela UFMG Universidade Federal de Minas Gerais. Bolsista do Convnio Capes-Unesco, 2002.CARLOS BENEDITO M A R T I N S

professor do Departamento

de Sociologia da UnB Universidade de Braslia. Diretor-cientfico do Nesub Ncleo de Estudos sobre Ensino Superior da Universidade de Braslia. professora do Departamento

CLARISSA ECKERT BAETA NEVES

de Sociologia e do Programa em Sociologia da UFRGS. Coordena este Programa (2001-2002) e o Grupo de Estudos sobre Universidade (GEU/UFRGS). Pesquisadora 1-C do CNPq. Membro do Conselho Editorial do BIB/Anpocs, da Revista Sociologas e do Anurio de Educao Tempo Brasileiro. doutor em

DENISE BALARINE CAVALHEIRO LEITE

Cincias Humanas pela UFRGS e realizou ps-doutorado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Professora do Programa de Ps-Graduao em Educao da UFRGS. Pesquisadora CNPq e do Grupo de Estudos sobre Universidade (GEU/UFRGS). Autora dos livros Inovao e avaliao na universidade: impacto e mudana na misso das universidades contemporneas e Universidade futurante: produo do ensino e inovao.

JACQUES S C H W A R T Z M A N N , Ph.D. Candidate, University

of Pittsburgh, 1976. Professor Adjunto IV do Departamento de Cincias Econmicas pela Faculdade de Cincias Econmicas da Universidade Federal de Minas Gerais, aposentado em 2002. Membro do Conselho Nacional

A E D U C A O SUPERIOR NO

BRASIL

EDUCAO

SUPERIOR

NO

BRASIL

MARIA

SUSANA ARROSA COORDENADORA CAMPOS

SOARES

ARABELA

OLIVEN

BERNADETE DA SILVA RIBEIRO BATISTA CARLOS B E N E D I T O M A R T I N S C L A R I S S A ECKERT BAETA N E V E S D E N I S E LEITE JACQUES S C H W A R T Z M A N N JOS M A N U E L M O R A N COSTAS M A R I A ESTELA DAL PAI F R A N C O M A R I A BEATRIZ ACCORSI MICHELANGELO TRIGUEIRO

Capes Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior Ministrio da Educao - Anexos I e II - 2 andar Caixa Postal 365 - CEP 70359-970 - Brasilia - DF Telefone (61)410-8860 - E-mail: [email protected] IESALC-Unesco Instituto Internacional para Educao Superior na Amrica Latina e no Caribe Apartado 68394 Caracas - Venezuela, 1062-A GEU Grupo de Estudos sobre Universidade Instituto de Filosofia e Cincias Humanas - UFRGS Av. Bento Gonalves, 9.500 Telefone: (51 ) 3316-6644 - E-mail: [email protected]

Susana, Arrosa A Educao Superior no Brasil / Maria Susana Arrosa Soares (Org.), Arabela Campos Olien, Bernadete da Silva Ribeiro Batista, Carlos Benedito Martins, Clarissa Eckert Baeta Neves, Denise Leite, Jacques Schwartzmann, Jos Manuel Moran Costas, Maria Esteia Dal Pai Franco, Maria Beatriz. Accorsi, Michelangelo Trigueiro - Braslia: Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior, 2002. 304 p.: il, 24 cm. ISBN-85-88468-09-3 CDU 378.014

Capa: Projeto Grfico Homem de Melo & Troia Design Editorao Eletrnica Eduardo Percio - DPE Studio Distribuio e Cadastro de Assinaturas Catarina Glria de Arajo Neves - CCD/CAPES

Brasilia, DF - Dezembro, 2002

ApresentaoNo incio do ms de agosto do corrente ano, a Capes recebeu o convite do IESALC/UNESCO para organizar um informe sobre o ensino superior no pas como parte do projeto Observatrio da Educao Superior na Amrica Latina e do Caribe coordenado por aquele organismo. O objetivo do IESALC/UNESCO ao propor a realizao deste estudo no Brasil, bem como em outros pases da Amrica Latina e do Caribe, foi de contribuir ao mtuo conhecimento dos sistemas de educao superior da regio. Pretende-se posteriormente, partir dos diversos informes que sero realizados em vrios pases da regio, a elaborao de uma anlise comparativa de situaes, tendncias e perspectivas da educao superior na regio latino-americana e caribenha. Uma segunda razo que levou a IESALC/UNESCO a solicitar a realizao de informes sobre os sistemas nacionais de ensino superior, foi a de preparar a contribuio desse organismo para a realizao da Conferncia Internacional de Avaliao e Acompanhamento da Conferncia Mundial de Educao Superior (CMES + 5), que ocorrer na sede da Organizao, em junho de 2003, cujo objetivo ser medir o impacto da Conferncia Mundial de 1998 na transformao e desenvolvimento da educao superior em nvel mundial, a partir da anlise das diversas experincias em processos de reforma realizados nos ltimos ano. Nesse sentido, a Capes considerou de grande oportunidade a realizao do presente informe, numa poca em que uma troca de informaes sobre os distintos sistemas nacionais de ensino superior de fundamental importncia para o desenvolvimento dos pases dessa regio e de sua integrao social, cultural e educacional. A CAPES, diante de to importantes objetivos, e em resposta ao honroso convite para colaborar com a UNESCO no desenvolvimento do estudo sobre a educao superior brasileira, aceitou o desafio de realiz-lo. Para tanto, convidou alguns dos mais destacados especialistas da rea que, sob a coordenao do grupo de Estudos sobre Universidade da Universidade Federal do Rio Grande do Sui, elaboraram um conjunto de documentos que abordam desde os antecedentes histricos at as caractersticas atuais da educao superior, tanto do ponto de vista organizacional, seu funcionamento, financiamento, produtividade e insero internacional bem como do perfil de seus atores. E portanto, com grande satisfao que a Capes traz pblico o presente estudo sobre A Educao Superior no Brasil

A CAPES, ao publicar este trabalho, tem a certeza de estar dando uma importante contribuio para um maior conhecimento da educao superior brasileira, no mbito nacional, regional e mundial e, ao mesmo tempo, de contribuir para o debate internacional sobre o papel da educao superior nos processos de desenvolvimento na Sociedade da Informao.

Ablio Baeta Neves Presidente da Capes

Participantes ARABELA CAMPOS OLIVEN professora do programa de Ps-Graduao em Sociologia e do Programa de Ps-Graduao em Educao da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. * ARABELA CAMPOS OLIVEN professora do Programa de Ps-Graduao em Sociologia e do Programa de Ps-Graduao em Educao da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. . BERNADETE DA SILVA RIBEIRO BATISTA mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Bolsista do Convnio CAPES-UNESCO, 2002. CARLOS BENEDITO MARTINS professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Braslia. Diretor-cientfico do Nesub (Ncleo de Estudos sobre Ensino Superior da Universidade de Braslia). CLARISSA ECKERT BAETA NEVES professora do Departamento de Sociologia e do Programa em Sociologia da UFRGS. Coordena este Programa (2001-2002) e o Grupo de Estudos sobre Universidade - GEU/UFRGS. Pesquisadora I-C do CNPq. Membro do Conselho Editorial do BIB/Anpocs, da Revista Sociologas e do Anurio de Educao Tempo Brasileiro. . DENISE BALARINE CAVALHEIRO LEITE professora do Programa de Ps-Graduao em Educao da UFRGS. Pesquisadora CNPq e do Grupo de Estudos sobre Universidade - GEU/UFRGS. Doutor em Cincias Humanas pela UFRGS e realizou ps-doutorado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra JACQUES SCHWARTZMAN, Ph.D. Candidate, University of Pittsburgh, 1976. Professor Adjunto IV do Departamento de Cincias Econmicas da Faculdade de Cincias Econmicas da Universidade Federal de Minas Gerais,aposentado em Junho de 2002. Membro do Conselho Nacional de Educao, Cmara de Educao Superior, a partir de 11/2001. Diretor Executivo da Fundao de Desenvolvimento da Pesquisa - FUNDEP - maro de 1998 a fevereiro de 2002. JOS MANUEL MORAN doutor em Comunicao pela USP. Professor de Novas Tecnologias na PUC-SP. Assessor do Ministrio de Educao para avaliao de cursos superiores distncia. MARIA ESTELA DAL PAI FRANCO Professor Titular (CC) da UFRGS/Programa de Ps Graduao em Educao e Coordenadora do Grupo de Estudos sobre Universidade - GEU - Ipesq/Edu/UFRGS. MARIA BEATRIZ ACCORSI, licenciada em Matemtica. Bolsista de AP do CNPq, 1995. Bolsista do Convnio CAPES-UNESCO, 2002. MARIA SUSANA ARROSA SOARES professora do Departamento de Sociologia, do Programa de Ps-Graduao em Sociologia e Co-

ordenadora do Mestrado em Relaes Internacionais da UFRGS. Realizou ps-doutorado na EHESS, Paris. Diretora do Centro Brasileiro de Documentao e Estudos da Bacia do Prata (CEDEP) e do Centro de Estudos Sociais da UFRGS. Pesquisadora do CNPq. . MICHELANGELO GIOTTO SANTORO TRIGUEIRO doutor em Sociologia e professor do Departamento de Sociologia da UnB. Decano de Ensino de Graduao da UnB. Chefe da Assessoria de Planejamento e Avaliao Institucional da Universidade de Braslia, entre 1993 e 1995.

A Educao Superior no Brasil

SumrioApresentao 03 Participantes 05 Lista de quadros, figuras, tabelas e grficos 13 1. Histrico da educao superior no Brasil 31 1.1 O Sculo XIX: as primeiras faculdades 31 1.2 As etapas do desenvolvimento da educao superior no Brasil 33 1.2.1 A Repblica Velha e o debate sobre universidade (1889-1930) 33 1.2.2 A Nova Repblica e a criao de universidades (1930 a 1964) 34 1.2.3 Os governos militares: a expanso do sistema e desenvolvimento da pesquisa (1964-1985) 39 1.2.3.1 Reforma universitria, expanso e segmentao do sistema de ensino superior 39 1.2.3.2 A ps-graduaco e o desenvolvimento da pesquisa 40 1.2.4 A redemocratizao politica: a nova dinmica do sistema de educao superior (1985-2002) 41 1.2.4.1 Constituio Federal de 1988 41 1.2.4.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, Lei n 9.394/96 42 2. A estrutura e o funcionamento do ensino superior no Brasil 43 2.1 Tipologia das instituies de educao superior 46 2.2 Instituies universitrias e no-universitrias 48 2.2.1 A oferta diferenciada de cursos e programas de formao superior 50 2.3 Caracterizao das instituies pblicas e privadas... 54 2.4 Normas e leis que regem a estrutura e o funcionamento do ensino superior 61 2.5 Organismos de coordenao da educao superior....63 2.5.1 Organismos governamentais 63 2.5.2 Organismos no-governamentais 68 2.6 A formao do sistema nacional de ps-graduaco.... 70 2.6.1 A estrutura da Ps-Graduao 71 2.6.2 O funcionamento 78

2.7 Sistemas de avaliao das instituies de ensino superior no Brasil 87 2.7.1 Normas, instrumentos e estratgias para avaliao das instituies de ensino superior 89 2.7.1.1 Avaliao para ingresso no ensino superior: Exame Nacional do Ensino Mdio (ENEM) e Exame Vestibular. 90 2.7.1.2 Auto-avaliao e avaliao interna das IES 90 2.7.1.3 Avaliao da graduao: avaliao do MEC 91 2.7.1.4 Avaliao da ps-graduaco: avaliao CAPES.... 94 2.7.2 As relaes entre auto-avaliao e avaliao externa. Nvel pblico e privado 96 2.7.3 Sistema nacional de avaliao 97 2.7.4 O processo de criao e credenciamento de novas instituies de ensino superior no Brasil 99 2.7.5 Periodicidade dos processos de avaliao e credenciamento das instituies de ensino superior 104 3. O acesso educao superior e sua cobertura demogrfica 107 3.1 Requisitos e prticas de acesso educao superior. 107 3.2 O acesso educao superior 107 3.3 Cobertura demogrfica 111 3.3.1 As taxas de escolaridade entre 17 e 24 anos 111 3.3.2 A evoluo da escolarizao na educao superior 1990/2000 113 3.4 As exigncias de escolaridade, anos e tempo mdio de estudo 115 3.5 As estratgias das instituies de ensino superior e a competitividade no mercado de oferta e demanda educativa 115 3.6 As novas ofertas educativas nacionais e internacionais 119 4. Governo e gesto da educao superior 121 Introduo 121 4.1 Tipos de governo das instituies de educao superior 122 4.1.1 Governo colegiado ou no-colegiado 122 4.1.2 Nomeao ou eleio de autoridades das instituies de ensino superior 126 4.1.3 As relaes entre as instituies de educao superior e o Estado 128 4.1.4 Os procedimentos e prticas de prestao de contas das instituies de educao superior 133

4.1.5 A participao de outros atores no governo das instituies de educao superior 139 5. Os principais atores da educao superior no Brasil 145 5.1 Os estudantes: caractersticas e evoluo 145 5.1.1 A populao estudantil, classificada por sexo, rea de conhecimento, nvel de estudo e tipo de instituio.. 145 5.1.2 A evoluo da populao estudantil entre 1990 e 2000 148 5.1.3 Os organismos representativos dos estudantes 153 5.1.4 Os programas de assistncia ao estudante 154 5.2 O pessoal docente 155 5.2.1 O Pessoal docente, classificado por sexo e tipo de instituio 155 5.2.2 A evoluo do pessoal docente entre 1990 e 2000.. 157 5.2.3 Os organismos representativos do pessoal docente..161 5.2.4 Os mecanismos e normas de recrutamento, seleo e promoo do pessoal docente 163 5.2.5 Os programas de melhoria e desenvolvimento do pessoal docente 164 5.3 O pessoal de apoio 165 5.3.1 O pessoal de apoio classificado por sexo e tipo de instituio 165 5.3.2 A evoluo do pessoal de apoio entre 1990 e 2000. 166 5.3.3 Os organismos representativos dos servidores tcnico-administrativos 168 5.3.4 Os programas de melhoria e desenvolvimento do pessoal de apoio 169 6. O sistema de apoio s atividades das instituies de ensino superior 173 6.1 As bibliotecas 173 6.2 O Portal de peridicos da CAPES 173 6.3 COMUT - Programa de Comutao Bibliogrfica 174 6.4 As bibliotecas virtuais 174 6.5 As editoras universitrias 175 6.6 Grau de conectividade Internet das instituies de educao superior 175 6.6.1 A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa 175 6.6.2 O Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia (IBICT) 176 6.6.3 O Comit Gestor Internet/Brasil 176 6.6.4 O Prossiga 176

7. O Financiamento do ensino superior no Brasil na dcada de 90 179 7.1 As fontes de financia men to das instituies de educao superior 179 7.2 Os procedimentos de distribuio de recursos pelo Estado 181 7.2.1 O Governo Federal 181 7.2.2 O setor estadual 183 7.2.3 Custo das matrculas e bolsas de estudo nas instituies de ensino superior privadas 184 7.3 As estratgias de gesto e de utilizao dos recursos financeiros em nivel institucional e nacional 188 7.3.1 Aposentados e pensionistas 192 7.3.2 Fundaes de apoio 193 7.3.3 Hospitais Universitrios 194 7.4 Fundos nacionais de financiamento da educao superior 195 7.5 Os gastos em educao superior em relao ao Oramento nacional e ao PIB 197 7.6 Financiamento, eficincia e eqidade 201 8. Cincia e Tecnologia no Brasil 205 8.1 A Organizao Institucional da Cincia e Tecnologia 205 8.1.1 O complexo nacional de CT&I no Brasil 205 8.1.2 A poltica de C&T 207 8.1.3 O MCT e os organismos vinculados 208 8.1.4 CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico 210 8.1.5 FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos 211 8.1.6 Outros organismos de apoio s atividades de C&T..212 8.2 O fomento s atividades de C&T 213 8.2.1 Instrumentos e mecanismos de apoio 213 8.2.2 Origem dos recursos 213 8.2.3 Os Fundos Setoriais: um novo modelo de financiamento 215 8.2.4 Investimentos em Cincia e Tecnologia 218 8.3 A pesquisa cientfica e tecnolgica no Brasil 225 8.3.1 O Diretrio dos Grupos de Pesquisa do CNPq 226 8.3.2 A produo cientfica e tecnolgica 233 8.4 Os centros e ncleos de investigao sobre a educao superior 237

9. A educao superior a distncia no Brasil 251 9.1 Os programas de educao virtual a distncia na educao superior e sua relao com a educao presencial 252 9.2 Os tipos de programas de educao virtual 254 9.2.1 Cursos de nvel superior em parceria 259 9.2.2 Principais instituies de ensino superior em EAD..261 9.3 Estimativa do volume de estudantes e professores...270 9.4 As metodologias e os recursos utilizados na educao virtual 270 9.5 As plataformas informticas de ensino e aprendizagem na educao virtual 271 9.6 Os servios telemticos utilizados na educao virtual 272 9.7 A relao entre educao presencial e no-presencial 272 10. A relao da educao superior com a sociedade 275 10.1 A relao com o conjunto do sistema educativo 275 10.2 A relao com o sistema econmico 276 10.3 A relao com o sistema social e cultural 279 11. Globalizao, internacionalizao e cooperao interinstitucional 281 11.1 A presena das instituies nacionais em outros pases 282 11.2 A internacionalizao da educao superior e o reconhecimento de ttulos, diplomas e certificados de estudo 282 11.3 A mobilidade internacional de estudantes 284 11.3.1 O volume e o objeto dos intercmbios estudantis...284 11.3.2 As principais reas do conhecimento, especialidades ou setores de estudo dos intercmbios.. 285 11.3.3 Os convnios de intercmbio estudantil 290 11.4 A mobilidade internacional de docentes e de pesquisadores 293 11.4.1 O volume e o objeto dos intercmbios 293 11.4.2 As principais reas do conhecimento, especialidades ou setores de estudos dos intercmbios. 295 11.5 As unidades e as estruturas da cooperao internacional 296 11.6 Os convnios de cooperao institucional, nacional, regional e internacional 298 12. Mudanas e perspectivas do ensino superior no Brasil 301

A Educao Superior no Brasil

Lista de quadros, figuras, tabelas e grficosQuadro 2.1 Estrutura do Sistema Educativo Brasileiro Quadro 2.2 Educao superior: organizao acadmica Quadro 2.3 Educao superior: cursos e nveis/diplomas e certificados Quadro 2.4 Principais dispositivos regulamentados pelos decretos, portarias e resolues do ensino superior. Quadro 2.5 Organismos governamentais de coordenao da Educao Superior Quadro 8.1 Organograma do Complexo de Cincia e Tecnologia Quadro 8.2 Estrutura organizacional do Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT) Quadro 8.3 Principais grupos e ncleos de pesquisa sobre o ensino superior no Brasil Quadro 8.4 Redes de Pesquisa em educao superior. Quadro 8.5 A investigao sobre ensino/educao superior no Diretrio dos Grupos de Pesquisa do CNPq - Verso 4.1 Quadro 10.1 Tipos de mecanismos de Interao Universidade-Empresa existentes no Brasil Quadro 10.2 Tipos de prticas de extenso desenvolvidas nas universidades brasileiras Quadro 11.1 Programas de Cooperao Internacional com a Mediao da CAPES e inscries 44 47 51

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64 212

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Quadro 11.2 Brasil: Convnios bilaterais que incluem programas em Educao Superior e/ou C&T. Figura 2.1 Avaliao da Educao Superior no Brasil Tabela 2.1 Instituies de educao superior, segundo a natureza administrativa e a organizao acadmica - Brasil/2000 Tabela 2.2 Instituies de educao superior, por organizao acadmica e natureza administrativa - Brasil/2000

303 90

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Tabela 2.3 Nmero de Instituies de Educao Superior, por Organizao Acadmica e a Natureza Administrativa - Brasil/2000 59 Tabela 2.4 Nmero de Instituies de Educao Superior, por Organizao Acadmica e Natureza Administrativa - Brasil/1990-2000 60 Tabela 2.5 Evoluo do Nmero de Cursos de Ps-Graduao Tabela 2.6 Evoluo do Nmero de Cursos de Ps-Graduao por Dependncia Administrativa Tabela 2.7 Evoluo do Nmero de Cursos de Ps-Graduao por Grande rea (Mestrado) Tabela 2.8 Evoluo do Nmero de Cursos de Ps-Graduao por Grande rea (Doutorado) Tabela 2.9 Conceitos dos Cursos de Ps-Graduao - 1998/2000 Tabela 2.10 Evoluo do Nmero de Cursos de Ps-Graduao por Regio (Mestrado) Tabela 2.11 Evoluo do Nmero de Cursos de Ps-Graduao por Regio (Doutorado) 82

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A Educao Superior no Brasil

Tabela 2.12 Evoluo do Nmero de Alunos Matriculados e Titulados na Ps-Graduao, 1987-2001 Tabela 2.13 Concesso de Bolsas no Pas, segundo Grande rea do Conhecimento/CAPES - 1991-2002 (Mestrado) Tabela 2.15 Concesso de Bolsas no Pas, segundo Grande rea do Conhecimento/CAPES 1991-2002 (Doutorado) Tabela 2.17 Bolsas no Exterior - Evoluo do Nmero de Bolsistas - 1996-2001 Tabela 2.18 Evoluo do Nmero de Docentes da Ps-Graduao - 1987-2000 Tabela 2.19 Concesso de Bolsas no Pas, segundo Grande rea do Conhecimento/CNPq - 1997-2000 (Mestrado) Tabela 2.20 Concesso de Bolsas no Pas, segundo Grande rea do Conhecimento/CNPq - 1997-2000 (Doutorado) Tabela 3.1 Inscritos no exame vestibular, por dependncia administrativa - 1990-2000 Tabela 3.2 Inscritos em vestibular, por regies

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Tabela 3.3 Vagas oferecidas em vestibular, por dependncia administrativa. 111 Tabela 3.4 Taxa de crescimento das vagas oferecidas em vestibular - 1990 e 2000 Tabela 3.5 Relao candidato/vaga em vestibular e outros processos seletivos Tabela 3.6 Inscritos no vestibular, por rea de conhecimento e regies - 1998

112

112

113

Tabela 3.7 Inscritos no vestibular, por rea de conhecimento, segundo as regies - 1998 (%) Tabela 3.8 Taxa (bruta) de Escolaridade - 1991-2000 Tabela 3.9 Populao em idade de ingressar na universidade - 1991 Tabela 3.10 Populao em idade de ingressar na universidade - 2000

114 114 115 116

Tabela 5.1 Populao estudantil em cursos de graduao, por sexo - 2000.. 149 Tabela 5.2 Matrculas na graduao, por reas de conhecimento em 2000... 150 Tabela 5.3 Alunos, por nvel de estudo e regies - 2000 Tabela 5.4 Percentual de alunos, por nvel de estudo e regies - 2000 Tabela 5.5 Evoluo da populao estudantil dos cursos de graduao, segundo o sexo - 1987-2000 Tabela 5.6 Evoluo da populao estudantil, por tipo de instituio - 1990-2000 Tabela 5.7 Evoluo da populao discente em cursos de graduao, por rea de Conhecimento - 1995-1999 Tabela 5.8 Evoluo do nmero de Concluintes de cursos de graduao, por tipo de instituio - 1990-2000 151 151

152

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Tabela 5.9 Taxa de crescimento dos Concluintes dos cursos de graduao, por tipo de instituio - 1990-2000 155 Tabela 5.10 Evoluo da matrcula no ensino superior, por nvel de estudo - 1991-2000 Tabela 5.11 Alunos de Mestrado, por rea de Conhecimento - 1990-2001

155 156

A Educao Superior no Brasil

Tabela 5.12 Alunos de Doutorado, por rea de Conhecimento - 1990-2001.. 157 Tabela 5.13 Docentes, segundo o sexo e tipo de instituio - 2000 Tabela 5.14 Nmero de docentes, por tipo de instituio e grau de formao - 2000 Tabela 5.15 Nmero de docentes, por dependncia administrativa e regio - 1999 Tabela 5.16 Docentes, segundo tipo de instituio - 1990-2000 Tabela 5.17 Docente em exerccio, segundo o grau de formao e as regies - 1990 e 2000 Tabela 5.18 Docentes em exerccio, segundo o grau de formao e as regies - 1990 e 2000 (%) Tabela 5.19 Docentes, por regime de trabalho Tabela 5.20 Docentes, por regime de trabalho (%) Tabela 5.21 Funcionrios, por sexo Tabela 5.22 Funcionrios, por grau de formao - 2000 Tabela 5.23 Funcionrios tcnico-administrativos em exerccio, segundo as regies - 1991-2000 Tabela 5.24 Funcionrios tcnico-administrativos em exerccio, segundo as regies -1991-2000 (%) Tabela 5.25 Nmero de servidores nas universidades federais Tabela 7.1 MEC: Distribuio percentual do gasto total, por programa (1993-1999) 160

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Tabela 7.2 IFES: Gastos com pessoal ativo e inativo - 1994-2001 (em milhes de reais de 2001) Tabela 7.3 EFES: Despesas de OCC efetuadas com Recursos do Tesouro e Prprios Tabela 7.4 Bolsas do CNPq de Produtividade em Pesquisa, 2000 Tabela 7.5 Gasto Pblico em Educao (1997-1998 - Brasil) Tabela 7.6 IFES: Despesas efetuadas com recursos do Tesouro e prprios (1994-2001) Tabela 8.1 MCT: Recursos do Governo Federal aplicados em Cincia e Tecnologia (C&T), por modalidade (Brasil: 1991-2001) Tabela 8.2 CNPq: Investimentos realizados em bolsas e no fomento pesquisa - 1990/2001 Tabela 8.3 Recursos dos Governos Estaduais aplicados em Cincia e Tecnologia (C&T), Brasil/1990-2000 Tabela 8.4 FAPESP: Dispndio e execuo da pesquisa no Estado de So Paulo, por fonte de recursos e perfil institucional dos usurios (1995-1998)

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Tabela 8.5 Nmero de bolsas de formao e de pesquisa concedidas no pas e no exterior, por agncias federais e modalidades - 2000... 231 Tabela 8.6 Distribuio de grupos de pesquisa, linhas, pesquisadores, pesquisadores-doutores e instituies partcipes, por verses do DGPB Tabela 8.7 Distribuio dos pesquisadores, por titulao, segundo as regies - 2002

234

235

A Educao Superior no Brasil

Tabela 8.8 Distribuio dos grupos de pesquisa nas 21 instituies com maior nmero de grupos, 2002 Tabela 8.9 Distribuio dos grupos de pesquisa nas 10 reas do conhecimento com maior nmero de grupos - 2002 Tabela 8.10 Produo Cientfica dos grupos de pesquisa, por verses do DGPB

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241

Tabela 8.11 Produo Bibliogrfica, segundo grande rea predominante do grupo para pesquisadores - 1998-2001 242 Tabela 8.12 Produo Tcnica dos grupos do Diretrio do CNPq - verses 3.0 e 4.1

242

Tabela 9.1 Tecnologias utilizadas em cursos a distncia e semipresenciais... 273 Tabela l l . l CAPES: Bolsistas no exterior, por modalidade de bolsa (1996-2002) Tabela 11.2 CNPq: Bolsas de ps-graduaco no exterior, por modalidade e ano (%) Tabela 11.3 CAPES: Bolsistas no exterior, por grande rea do conhecimento, 1996-2002 Tabela 11.4 CNPq: Bolsas no exterior (alunos), por rea de conhecimento e modalidade, 1997-2000

286

287

288

289

Tabela 11.5 CAPES: Pas de destino dos bolsistas brasileiros, por modalidade de bolsa (2002) 290 Tabela 11.6 CNPq: Nmero de bolsas no exterior (alunos), por pas de destino e modalidade (2000)

291

Tabela 11.7 Bolsas da cooperao Fulbright-Brasil, por rea, ano e modalidades

292

Tabela 11.8 CNPq: Nmero de Bolsas no exterior (docentes/pesquisadores) e fomento (curta durao/projetos), por modalidade e ano (%)... 297 Tabela 11.9 CNPq: Nmero de Bolsas no Brasil para visitantes e fomento de atividades, por modalidade e ano (%)

297

Tabela 11.10 CNPq: Bolsas no exterior (docentes), por rea de conhecimento e modalidade (1997-2000) (%) 299 Tabela 11.11 Nmero de universidades brasileiras com Assessorias Internacionais (AI) (2002) Grfico 3.1 Evoluo da matrcula na graduao, por dependncia administrativa - 1990-2000

301

116

Grfico 3.2 Matrculas em cursos de mestrado, ao final do ano - 1996-2001.117 Grfico 3.3 Matrcula em cursos de doutorado, ao final do ano - 1996-2001..117 Grfico 5.1 Alunos de graduao, por rea de conhecimento - 2000 Grfico 5.2 Populao estudantil, por tipo de instituio - 2000 Grfico 5.3 Matrculas em cursos noturnos, por tipo de instituio - 1991 e 2000 (%) Grfico 5.4 Corpo docente, por tipo de instituio - 2000 Grfico 8.1 MCT: Recursos do Governo Federal aplicados em Cincia e Tecnologia (C&T), segundo Ministrios (Brasil: 1999) Grfico 8.2 Recursos do Governo Federal aplicados em Cincia e Tecnologia (C&T) pelo Ministrio da Cincia e Tecnologia, Brasil/1991-2001 150 152

157 161

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A Educao Superior no Brasil

Grfico 8.3 CAPES: Dotao Oramentria e Despesa Realizada - 1995-2002 Grfico 8.4 CAPES: Investimentos realizados em Bolsas - 1995-2002 Grfico 8.5 Distribuio dos grupos de pesquisa, em 2002, segundo o ano de criao Grfico 8.6 Distribuio percentual dos grupos de pesquisa, por regio - 1993 e 2002 Grfico 8.7 Distribuio dos grupos de pesquisa, segundo as grandes reas do conhecimento - 2002 Grfico 8.8 Distribuio dos grandes grupos de pesquisa, segundo as grandes reas do conhecimento - 2002 Grfico 8.9 Percentual de pesquisadores-doutores, segundo as grandes reas do conhecimento - 1993 e 2002 Grfico 8.10 Crescimento da Produo, por rea Cientfica do Brasil e do Mundo - Perodo: 1981-2000

228 228

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A Educao Superior no Brasil

Lista de siglasINSTITUIES DE ENSINO EE - Escola de Engenharia FURB - Universidade Regional de Blumenau FURG - Fundao Universidade de Rio Grande IES - Instituies de Ensino Superior IFES - Instituies Federais de Ensino PUCCAMP - Pontifcia Universidade Catlica de Campinas PUCPR - Pontifcia Universidade Catlica do Paran PUCRS - Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul PUCRJ - Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro PUCSP - Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo UCB - Universidade Catlica de Braslia UCDB - Universidade Catlica Dom Bosco UCLA - Universidade da Califrnia - Los Angeles UCPel - Universidade Catlica de Pelotas UCS - Universidade de Caxias do Sul UEL - Universidade Estadual de Londrina UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa UEM - Universidade Estadual de Maring UFBa - Universidade Federal da Bahia UFG - Universidade Federal de Gois UFMG - Universidade de Minas Gerais UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso UFPA - Universidade Federal do Par UFPE - Universidade Federal de Pernambuco UFPR - Universidade Federal do Paran UFPel - Universidade Federal de Pelotas UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco UFS - Universidade Federal de Sergipe UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina UFSCar - Universidade Federal de So Carlos UFSM - Universidade Federal de Santa Maria UFU - Universidade Federal de Uberlndia ULBRA - Universidade Luterana do Brasil UnB - Universidade de Braslia UNESP - Universidade Estadual Paulista UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

UNICRUZ - Universidade de Cruz Alta UNIJU - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba UNIP - Universidade Paulista UNIR - Universidade Federal de Rondnia UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISO - Universidade de Sorocaba UNITINS - Universidade do Tocantins UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira UNOPAR - Universidade Norte do Paran UPA - Universidade de Porto Alegre UPE - Universidade de Pernambuco UPF - Universidade de Passo Fundo UR (Uruguai) - Universidad de la Republica URCAMP - Universidade Regional da Campanha URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Misses USF - Universidade So Francisco USM - Universidade de Santa Maria USP - Universidade de So Paulo UT - Universidade Tcnica UT (EUA) - Universidade do Texas UVA-RJ - Universidade Veiga de Almeida - Rio de Janeiro ASSOCIAES/AGNCIAS/RGOS ABC - Agncia Brasileira de Cooperao, ligada ao MRE. AI - Assessoria Internacional, rgos ligados s universidades ALADI - Associao Latino-Americana de Integrao ALCA - rea de Livre Comrcio das Amricas ASCIN - Assessoria de Cooperao Internacional do CNPq AUGM - Associao de Universidades Grupo Montevidu BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento BIRD - Banco Mundial BNDE - Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico CAI - Comisso de Assuntos Internacionais do MEC CAPES - Fundao Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Ensino Superior CCT - Conselho Nacional de Cincia e Tecnologia, MCT CDI - Coordenao de Desenvolvimento Institucional, ligado CAPES CDR - Comisso de Desenvolvimento Regional, ligado ao CCT CENEN - Comisso Nacional de Energia Nuclear

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CES - Conselho de Ensino Superior CFE - Conselho Federal de Educao CGC1 - Coordenadoria Geral de Cooperao Internacional da CAPES CNE - Conselho Nacional de Educao CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico COFECUB (Frana) - Comit Francs de Avaliao da Cooperao Universitria com o Brasil COFIEX - Comisso de Financiamentos Externos, ligada ao MP CONSUN - Conselho Superior das Universidades CPICI - Comisso de Prospectiva, Informao e Cooperao Internacional do CCT CPLP - Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa CRUB - Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras DASP - Departamento de Administrao do Servio Pblico DCT - Departamento de Cooperao Cientifica e Tecnolgica do MRE FACED - Faculdade de Educao FAPERGS - Fundao de Amparo Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul FAPERJ - Fundao de Amparo Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro FAPESP - Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo FAPMIG - Fundao de Amparo Pesquisa de Minas Gerais FAPs - Fundaes (estaduais) de Amparo Pesquisa FAUBAI - Frum das Assessorias Internacionais das Universidades Brasileiras FCC - Fundao Carlos Chagas FGV - Fundao Getlio Vargas FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao GEU - Grupo de Estudos Sobre Universidade/UFRGS GTC - Grupo Tcnico Consultivo da CAPES GTL - Grupo de Trabalho sobre Licenciatura HCPA - Hospital de Clnicas de Porto Alegre IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis IGLU - Instituto de Gesto e Liderana Universitria INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INRIA - Centro de Pesquisa francs. IRBr - Instituto Rio Branco, academia para formao de diplomatas do Itamaraty IUPERJ - Instituto Universitrio de Pesquisa do Rio de Janeiro

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional MCT - Ministrio da Cincia e Tecnologia MEC - Ministrio da Educao e Cultura MEC/Usaid - United States Agency for International Development/ Equipe de Planejamento do Ensino Superior do MEC MECD (Espanha) - Ministrio da Educao, Cultura e Esporte da Espanha MERCOSUL - Mercado Comum do Sul MES (Cuba) - Ministrio da Educao Superior de Cuba MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusset's MP - Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto MRE - Ministrio das Relaes Exteriores NAFTA - North American Free Trade Agreement OEA - Organizao dos Estados Americanos OEI - Organizao dos Estados Ibero-Americanos OMC - Organizao Mundial do Comrcio ONU - Organizao das Naes Unidas OUI - Organizao Universitria Interamericana PBDCT - Plano Bsico de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico PICD - Programa Institucional de Capacitao Docente PND - Plano Nacional de Desenvolvimento PNDU - Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento PNPG - Programa Nacional de Ps-Graduao PPCD - Plano Plurianual de Capacitao Docente PROANTAR - Programa Antrtico Brasileiro RECYT - Reunio Especializada de Cincia e Tecnologia do Mercosul REDUC - Red Latinoamericana de Informacin y Documentacin en Educacin SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia SEAIN - Secretaria de Assuntos Internacionais do MP SESu - Secretaria da Educao Superior do MEC SIGEF - Sistema Gerencial de Fomento do CNPq UNESCO - Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura UNICEF - Fundo das Naes Unidas para a Infncia USAID - United States Agency International Development OUTROS AEV - Amparo Especialista Visitante, CNPq APE - Aperfeioamento, CNPq APV - Amparo a Pesquisador Visitante, CNPq C&T - Cincia e Tecnologia

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D.O.U. - Dirio Oficial da Unio Dec. - Decreto Dec. Fed. - Decreto Federal DIBCT - Dispndio Interno Bruto em C&T Doc. - Documento ESN - Estgio Snior no Exterior, CNPq EUA (USA) - Estados Unidos da Amrica GDE - Doutorado, CNPq Hab. - Habilitao IC - Iniciao Cientfica PADCT - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico Par. - Parecer PDE - Ps-Doutorado, CNPq PG - Ps-Graduao PGEdu - Ps-Graduao em Educao PIB - Produto Interno Bruto Port. - Portaria Port. Min. - Portaria Ministerial PPGEdu - Programa de Ps-Graduao em Educao Res. - Resoluo RH - Recursos Humanos SPE - Estgio/Especializao, CNPq SWE - Doutorado Sanduche, CNPq ACORDOS DE COOPERAO AAP - American Airlines Program, Comisso Fulbright ALFA-BRACARA - Rede de estudos e desenvolvimento da gesto acadmica e administrativa de universidades europias e latino-americanas ANTORCHAS - Programa de Cooperao Cientifico-Acadmica Argentina-Brasil-Chile BC (Reino Unido) - Conselho Britnico, British Council CAS (China) - Academia de Cincias da China CEE (China) - Centro de Estudos Estratgicos Cefi/Sfere (Frana) - Comit d'Etude sur les Formations d'Ingnieurs/ Socit Franaise d'Exportation de Ressources Educatives CEM - Organizao Europia de Pesquisa Nuclear CESMAT (Frana) - Centre d'Etudes Suprieures de Matires Premieres CF (EUA) - Comisso Fulbright CIDA (Canad) - Agncia de Desenvolvimento Internacional do Canad CIHR (Canad) - Conselho de Pesquisas Mdicas do Canad

CNRS (Frana) - Centro Nacional de Pesquisa Cientfica COLCIENCIAS (Colmbia) - Fundo Colombiano de Investigaes Cientficas e Projetos Especiais "Francisco Jos de Caldas" CONACYT (Mxico) - Conselho Nacional de Cincia e Tecnologia CONICIT (Costa Rica) - Comisso Nacional de Investigaes Cientficas e Tecnolgicas CONICIT (Uruguai) - Comisso Nacional de Investigaes Cientficas e Tecnolgicas CONICYT (Chile) - Comisso Nacional de Investigaes Cientficas e Tecnolgicas CPES (Espanha) - Center for Power Eletronic Systems CRIMA - Rede de Integrao e Mobilidade Acadmica CRN (Itlia) - Conselho Nacional de Pesquisa da Itlia CSIC (Espanha) - Conselho Superior de Investigaes Cientficas CTPD - Cooperao Tcnica entre Pases em Desenvolvimento CTRB - Cooperao Tcnica Recebida Bilateral CTRM - Cooperao Tcnica Recebida Multilateral CYTED (Espanha) - Programa Ibero-Americano de Cincia e Tecnologia para o Desenvolvimento DAAD (Alemanha) - Servio Alemo de Intercmbio Acadmico DFG (Alemanha) - Sociedade Alem de Pesquisa DLR (Alemanha) - Deustche Forschungsanstalt f Luft und Raumfahrt FIPSE (EUA) - Programa de Consrcio em Educao Superior; Fund for the Improvement of Post Secondary Education - Dep. of Education dos Estados Unidos da Amrica EUA (USA) FONACIT (Venezuela) - Fundo Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao FRNS (Blgica) - Centro Nacional da Pesquisa Cientfica FUNDACYT (Equador) - Fundao para a Cincia e a Tecnologia GMD/DLR (Alemanha) - International Bureau for the Federal Ministry of Education, Science, research and tecnology HHH - Hubert H. Humprey, Comisso Fulbright Humboldt (Alemanha) - Fundao Alexander von Humboldt IAS (Frana) - Instituto Aeronutico e Espacial ICCTI (Itlia) - Instituto de Cooperao Cientfica e Tecnolgica Internacional ICCTI (Portugal) - Instituto de Cooperao Cientfica e Tecnolgica Internacional IFP (Estados Unidos) - International Fellowship (Amdrom Program), Comisso Fulbright IFP (Estados Unidos) - International Fellowship Program, Fundao Ford INSERM (Frana) - Instituto Nacional da Sade e da Pesquisa Mdica

A Educao Superior no Brasil

IRD (Frana) - Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento JSPS (Japo) - Sociedade Japonesa para a Promoo da Cincia KFA/DLR (Alemanha) - Centro de Pesquisa de Jlich KRUPP (Alemanha) - Alfred Krupp von Bohlen un Halbach Strung LTER (EUA) - Long Term Ecological Research MINTER (Brasil) - Programa Mestrado Interinstitucional, da CAPES MISTRAL - Programa Ibero-americano de Mobilidade Interuniversitaria em Ramos Avanados da Licenciatura MONBUSCHO (Japo) - Ministrio da Educao do Japo/Programa de Formao de Recursos Humanos MST (China) - Ministrio da Cincia e Tecnologia NSF (EUA) - Fundao Nacional da Cincia PCI (Espanha) - Programa de Cooperao Interuniversitaria PEC/PG (Brasil) - Programa de Estudantes Convnio Ps-Graduao PELD (EUA) - Pesquisas Ecolgicas de Longa Durao PICDT - Programa Institucional de Capacitao Docente e Tcnica PNE (Reino Unido) - Programa de Plantas do Nordeste Plantas Locais para a Populao Local PQI - Programa de Qualificao Institucional, CAPES PROBAL - Projeto de Pesquisa Internacional Brasil-Alemanha PROCAD (Brasil) - Programa Nacional de Cooperao Acadmica, da CAPES Projeto Columbia - Centro de Formao e Pesquisa Psicanalitica da Universidade de Columbia Rede Deusto - Rede de Universidades Espanholas RS (Reino Unido) - Royal Society SEPCIP (Argentina) - Projetos Conjuntos de Pesquisa - Grupos Vinculados Ps-Graduao SPU (Argentina) - Secretaria de Polticas Universitrias do Ministrio da Educao e Cultura da Argentina TWAS (Itlia) - Academia de Cincias do Terceiro Mundo UNI BR AL - Parcerias Universitrias Brasil-Alemanha; Intercmbio de Estudantes de Graduao Brasil-Alemanha UNU (Japo) - Universidade das Naes Unidas

Histrico da educao superior no BrasilArabela Campos Olive

1.1 O Sculo XIX: as primeiras faculdades

com relao s suas origens e caractersticas, o desenvolvimento do sistema de educao superior, no Brasil, pode ser considerado um caso atpico no contexto latino-americano. Desde o sculo XVI, os espanhis fundaram universidades em suas possesses na Amrica, as quais eram instituies religiosas, que recebiam a autorizao do Sumo Pontfice, atravs de Bula Papal. O Brasil Colnia, por sua vez, no criou instituies de ensino superior em seu territrio at incio do sculo XIX, ou seja, quase trs sculos mais tarde. Para graduarem-se, os estudantes da elite colonial portuguesa, considerados portugueses nascidos no Brasil, tinham de se deslocar at a metrpole. Na Colnia, o ensino formal esteve a cargo da Companhia de Jesus: os jesutas dedicavam-se desde a cristianizao dos indgenas organizados em aldeamentos, at a formao do clero, em seminrios teolgicos e a educao dos filhos da classe dominante nos colgios reais. Nesses ltimos, era oferecida uma educao medieval latina com elementos de grego, a qual preparava seus estudantes, por meio dos estudos menores, afim de poderem freqentar a Universidade de Coimbra, em Portugal. Essa universidade, confiada Ordem Jesutica, no sculo XVI, tinha, como uma de suas misses, a unificao cultural do Imprio portugus. Dentro do esprito da Contra-Reforma, ela acolhia os filhos da elite portuguesa que nasciam nas colnias, visando a desenvolver uma homogeneidade cultural avessa a questionamentos f Catlica e superioridade da Metrpole em relao Colnia. A Universidade de Coimbra, no dizer de Ansio Teixeira, foi a "primeira universidade": nela se graduaram, em Teologia, Direito Cannico, Direito Civil, Medicina e Filosofia, durante os primeiros trs sculos de nossa histria, mais de 2.500 jovens nascidos no Brasil1.I Teixeira, Ansio. Ensino Superior no Brasil: Anlise e interpretao de sua evoluo at 1969. Rio de Janeiro, Fundao Getlio Vargas, 1989.

Em 1808, a Familia Real Portuguesa fugiu de Lisboa rumo ao Brasil, para escapar das tropas napolenicas que haviam invadido Portugal. Quando chegou na Bahia, Dom Joo VI, ento Prncipe Regente, recebeu a solicitao dos comerciantes locais no sentido de ser criada uma universidade no Brasil; para tanto, dispunham-se a colaborar com uma significativa ajuda financeira. Em vez de universidade, Salvador passou a sediar o Curso de Cirurgia, Anatomia e Obstetrcia. com a transferncia da Corte para o Rio de Janeiro, foram criados, nessa cidade, uma Escola de Cirurgia, alm de Academias Militares e a Escola de Belas Artes, bem como o Museu Nacional, a Biblioteca Nacional e o Jardim Botnico. Quando o Brasil tornou-se independente, em 1822, assumiu o poder, o Imperador, Dom Pedro I, da Famlia Real Portuguesa, o qual, mais tarde, renunciou ao trono brasileiro, para assumir, como Dom Pedro IV, o reino de Portugal. Em seu lugar, permaneceu no Brasil, seu primognito ainda menor de idade. Dom Pedro 11. Durante o perodo da Regncia, foram criados, em 1827, dois cursos de Direito: um em Olinda, na regio nordeste, e outro em So Paulo, no sudeste. Alm desses cursos, a Escola de Minas foi criada na cidade de Ouro Preto que, como o nome indica, situava-se na regio de extrao de ouro. Embora a criao dessa Escola date de 1832, ela foi instalada somente 34 anos mais tarde. As primeiras faculdades brasileiras - Medicina, Direito e Politcnica - eram independentes umas das outras, localizadas em cidades importantes e possuam uma orientao profissional bastante elitista. Seguiam o modelo das Grandes Escolas francesas, instituies seculares mais voltadas ao ensino do que pesquisa. Tanto sua organizao didtica como sua estrutura de poder baseavam-se em ctedras vitalcias: o catedrtico, "lente proprietrio", era aquele que dominava um campo de saber, escolhia seus assistentes e permanecia no topo da hierarquia acadmica durante toda a sua vida. No perodo imperial, apesar das vrias propostas apresentadas2, no foi criada uma universidade no Brasil. Isto talvez se deva ao alto conceito da Universidade de Coimbra, o que dificultava a sua substituio por uma instituio do jovem pas. Assim sendo, os novos cursos superiores de orientao profissional que se foram estabelecendo no territrio brasileiro eram vistos como substitutos universidade.

2 Ansio Teixeira refere-se a 24 projetos de universidade apresentados, durante o perodo que vai de 1808 a 1889. e chama a ateno para o fato de que em quase meio sculo de reinado do segundo imperador no foram criadas novas faculdades, alm daquelas criadas pelos soberanos nas primeiras dcadas do sculo XVIII, e uma em 1839.

1.2 As etapas do desenvolvimento da educao superior no Brasil 1.2.1 A Repblica Velha e o debate sobre universidade (1889-1930) A influncia do iderio positivista, no grupo de oficiais que proclamou a Repblica, foi um fator que contribuiu, sobremaneira, para o atraso na criao de universidades no Brasil. como instituio medieval e adaptada s necessidades do Velho Continente, a universidade era considerada, pelos lderes polticos da Primeira Repblica (1989-1930), uma instituio ultrapassada e anacrnica para as necessidades do Novo Mundo. Em funo disso, eram francamente favorveis criao de cursos laicos de orientao tcnica profissionalizante3. A primeira universidade brasileira foi criada em 1920, data prxima das comemoraes do Centenrio da Independncia (1922). Resultado do Decreto n 14.343, a Universidade do Rio de Janeiro reunia, administrativamente, Faculdades profissionais pr-existentes sem, contudo, oferecer uma alternativa diversa do sistema: ela era mais voltada ao ensino do que pesquisa, elitista, conservando a orientao profissional dos seus cursos e a autonomia das faculdades. Comentava-se, poca, que uma das razes da criao dessa Universidade, localizada na capital do pas, devia-se visita que o Rei da Blgica empreenderia ao pas, por ocasio dos festejos do Centenrio da Independncia, havendo interesse poltico em outorgar-lhe o ttulo de Doutor Honoris Causa. O Brasil, no entanto, carecia de uma instituio apropriada, ou seja, uma universidade4. A Escola Politcnica do Rio de Janeiro, no incio do sculo XX, representou uma reao antipositivista, que tomou maior corpo com a fundao, em 1916, da Academia Brasileira de Cincias. Nesses crculos acadmicos, eram debatidas questes referentes pesquisa e ao ensino superior no Brasil. A criao da Associao Brasileira de Educao (ABE), em 1924, igualmente deu continuidade a tais discusses culminando com a publicao de "O problema universitrio brasileiro", um livro baseado em entrevistas com professores de ensino superior de diversos estados. A Associao tinha, como uma de suas bandeiras, a criao do Ministrio da Educao5.

3 Aproveitando a descentralizao poltica que caracterizou esse perodo, alguns estados. Paran, So Paulo c Amazonas criaram universidades, no incio do sculo XX, que foram logo descontinuadas. 4 FVERO. Maria de Lourdes. Universidade & Poder. Rio de Janeiro: Achiam, 1980. 5 SCHWARTZMAN, Simon (org.). Universidades e instituies cientficas no Rio de Janeiro. Braslia, CNPq, 1982.

1.2.2 A Nova Repblica e a criao de universidades (1930 a 1964) O presidente Getlio Vargas6 (1930-45), criou o Ministrio de Educao e Sade. Em 1931, com Francisco Campos, seu primeiro titular, foi aprovado o Estatuto das Universidades Brasileiras, que vigorou at 1961: a universidade poderia ser oficial, ou seja, pblica (federal. estadual ou municipal) ou livre, isto , particular; deveria, tambm, incluir trs dos seguintes cursos: Direito, Medicina, Engenharia, Educao, Cincias e Letras. Essas faculdades seriam ligadas, por meio de uma reitoria, por vnculos administrativos, mantendo, no entanto, a sua autonomia jurdica. Os educadores da ABE desapontaram-se com as polticas do novo Ministrio. A nfase dada criao de uma Faculdade de Educao, nas universidades, para formar professores do ensino secundrio, respondia muito mais aos planos de Francisco Campos (que priorizava o ensino mdio), do que aos anseios dos educadores preocupados com a criao de uma universidade voltada s atividades de pesquisa. O Distrito Federal configurou-se na arena onde se defrontaram diferentes grupos defensores de distintos projetos para a universidade brasileira. Em poucos anos, foram criadas trs universidades que expressaram clivagens ideolgicas entre educadores, polticos e lderes religiosos da poca. Os principais pontos da discrdia relacionavam-se: - ao papel do governo federal como normatizador do ensino superior; e - atuao da Igreja Catlica como formadora do carter humanista da elite brasileira. Em 1935, Ansio Teixeira, ento Diretor de Instruo do Distrito Federal, criou, atravs de um Decreto Municipal, a Universidade do Distrito Federal voltada, especialmente, renovao e ampliao da cultura e aos estudos desinteressados. Mesmo enfrentando escassez de recursos econmicos, as atividades de pesquisa foram estimuladas com o aproveitamento de laboratrios j existentes e o apoio de professores simpticos iniciativa. Essa foi uma vitria do grupo de educadores liberais, liderados por Ansio Teixeira, discpulo de Dewey e grande defensor da escola pblica, leiga, gratuita e para todos. Em funo de seu posicionamento apaixonadamente liberal, Ansio no contou com apoios que dessem sustentabilidade a seu projeto universitrio.

6 A Revoluo de 1930, que levou Getlio Vargas ao poder, foi liderada por fraes dissidentes da oligarquia e atacou as bases de dominao dos cafeicultores. As reformas sociais e econmicas, levadas a efeito a partir de 1930, criaram as pr condies para a expanso do capitalismo no Brasil.

A Educao Superior no Brasil

Devido ao clima poltico autoritrio reinante no pas, a Universidade do Distrito Federal careceu da simpatia do Ministrio da Educao e, por ingerncia direta do governo federal, teve uma breve existncia: em janeiro de 1939, menos de quatro anos depois, foi extinta. por decreto presidencial. Seus cursos foram transferidos para a Universidade do Brasil, nome que foi dado a nossa primeira universidade. a antiga Universidade do Rio de Janeiro, criada em 1920. Gustavo Capanema, Ministro da Educao e Sade do governo de Getlio Vargas, no perodo de 1937/45, aproveitou o autoritarismo do Estado Novo para implantar seu projeto universitrio: a criao da Universidade do Brasil, que serviria como modelo nico de ensino superior em todo o territrio nacional. Essa realizao constitui-se no exemplo mais significativo da centralizao autoritria do ensino superior brasileiro7. A Universidade do Distrito Federal foi, tambm, muito criticada pelos setores conservadores ligados Igreja Catlica, os quais temiam a influncia negativa do liberalismo norte-americano, materialista, individualista e protestante, sobre os valores catlicos, humanistas e personalistas, considerados essenciais na cultura brasileira. Para as lideranas religiosas, os problemas do Brasil eram resultantes da crise moral desencadeada com a separao da Igreja do Estado, iniciada com a proclamao da Repblica, em 1889, quando a primeira perdeu a influncia que, at ento, vinha exercendo nos crculos de poder. Aproveitando o interesse em obter o apoio da Igreja, que caracterizou o governo de Vargas, entre 1930 e 1945, as lideranas catlicas passaram a desenvolver um intenso trabalho pedaggico visando recristianizao das elites do pas. Desde 1934, no primeiro congresso catlico de educao, realizado no Rio de Janeiro, a Igreja manifestara seu interesse na criao de uma universidade, subordinada hierarquia eclesistica e independente do Estado, tanto assim que j havia criado cursos nas reas humanas e sociais, com o objetivo de ressocializar as elites brasileiras com base nos princpios tico-religiosos da moral catlica. Coube, aos jesutas, a incumbncia de organizar, administrar e orientar pedagogicamente a futura a instituio universitria. Em 1946, satisfeitos os pr-requisitos legais, com o Decreto n 8.681. de 15/3/46, surgiu a primeira universidade catlica do Brasil. No ano seguinte, foi-lhe outorgado, pela Santa S, o ttulo de Pontifcia. Similar a outras congneres no mundo, ela introduziu, em seus currculos, a freqncia ao curso de cultura religiosa e tornou-se referncia para a criao de outras universidades catlicas no pas8.7 SCHWARTZMAN. Simon (org.) op. cil.

s Ibidem.

Ao contrrio do Distrito Federal, o estado de So Paulo construiu, poca, um projeto poltico, no bojo do qual se inseria a criao de uma universidade de alto padro acadmico-cientfico. Este estado, maior centro cafeicultor do Brasil, perdera poder poltico em nvel nacional, devido crise econmica do caf. O movimento para a criao da universidade, liderado por Fernando de Azevedo e incentivado pelo jornal O Estado de So Paulo, recebeu o apoio do governo estadual. Por ser o estado mais rico do pas. criou sua prpria universidade pblica estadual, livre do controle direto do governo federal, constituindo-se numa tentativa de reconquistar a hegemonia poltica, que gozara at a Revoluo de 1930. A Universidade de So Paulo, criada em 1934, representou um divisor de guas na histria do sistema brasileiro de educao superior. Para concretizar esse plano poltico, foram reunidas faculdades tradicionais e independentes, dando origem nova Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras, que contou com professores pesquisadores estrangeiros, principalmente da Europa. A USP tornou-se o maior centro de pesquisa do Brasil, concretizando o ideal de seus fundadores. Na esfera organizacional, a idia inovadora foi fazer, da nova Faculdade de Filosofia, o eixo central da universidade, que viria a promover a integrao dos diversos cursos e das atividades de ensino e pesquisa. Esse plano no se efetivou, em grande parte, face resistncia das faculdades tradicionais, as quais no queriam abrir mo do processo de seleo e formao de seus alunos desde o ingresso na universidade at a formatura. No obstante a alta qualificao do corpo docente vindo da Europa, foi pequena a demanda aos cursos oferecidos por essa instituio. A elite paulista continuava a dar preferncia aos cursos profissionais de Medicina, Engenharia e Direito9. A partir da dcada de 40, com a expanso da rede de ensino de nvel mdio e a maior aceitao da participao da mulher no mercado de trabalho, principalmente no magistrio, novos cursos pertencentes s Faculdades de Filosofia passaram a ser freqentados pelas moas que ingressavam na universidade e aspiravam dedicar-se ao magistrio de nvel mdio. Essas Faculdades disseminaram-se pelo pas, sendo que, a maioria delas, no passava de um aglomerado de escolas, nas quais cada curso preparava um tipo especfico de professor: de histria, de matemtica, de qumica etc. A escassez de recursos materiais e humanos limitou esses cursos s atividades de ensino sem qualquer comprometimento com a pesquisa.

9 AZEVEDO, Fernando de. Educao entre dois mundos. So Paulo: Melhoramentos.

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Embora as faculdades profissionais resistissem, pois no desejavam perder a autonomia, ocorreu, no perodo populista (1945/64), um processo de integrao do ensino superior. como resultado dele ocorreram o surgimento de universidades, que vincularam administrativamente faculdades preexistentes, e a federalizao de grande parte delas. No final desse perodo, as matrculas, no ensino superior, estavam concentradas, principalmente, em universidades, atingindo o percentual de 65% l0 . Durante a Nova Repblica, foram criadas 22 universidades federais, constituindo-se o sistema de universidades pblicas federais. Cada unidade da federao passou a contar em suas respectivas capitais, com uma universidade pblica federal. Durante esse mesmo perodo, foram, tambm, criadas 9 universidades religiosas, 8 catlicas e 1 presbiteriana". Concomitantemente a esse processo de integrao, ocorreu uma expressiva expanso das matrculas acentuando-se, com isso, a mobilizao dos universitrios, que tiveram, na criao da UNE (Unio Nacional dos Estudantes)12, em 1938, um elemento importante para a sua organizao. Os anos 30 marcaram a consolidao da sociedade urbanoindustrial brasileira e a criao de novos empregos urbanos tanto no setor pblico como no privado. O aumento da demanda de ensino superior, levou expanso das matrculas. Paralelamente, presses internas do sistema educacional tambm se faziam sentir e resultavam da expanso do ensino mdio e da "lei da equivalncia", de 1953, que equiparou os cursos mdios tcnicos aos acadmicos, possibilitando aos alunos, os mesmos direitos de prestarem vestibular13 para qualquer curso universitrio, um privilgio, que antes, era exclusivo dos portadores de diplomas dos cursos mdios acadmicos. Em 1961, aps um perodo de 14 anos de tramitao no Congresso Nacional, foi promulgada a Lei n 4.024, a primeira Lei de Diretrizes e

10 CUNHA. Luiz Antnio. A Universidade Crtica. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983. 11 SAMPAIO. Helena. Ensino Superior no Brasil: o setor privado. So Paulo: Hucitec/ FAPESP. 2000. 12 FVERO, Maria de Lourdes. A UNE em tempos de autoritarismo. Rio de Janeiro: UFRJ. 1994. 13 Em 1911. foi criada uma espcie de "Exame de Estado" com o objetivo de selecionar aqueles que desejassem ingressar no ensino superior; em 1915, esse exame foi chamado de "vestibular". Durante a maior parte do sculo XX. o vestibular foi critrio nico de seleo e alocao dos estudantes, nos cursos superiores. Ver GUIMARES. Snia. como se faz a indstria do Vestibular. Petrpolis: Vozes. 1984.

Bases da Educao Brasileira. Mesmo possibilitando certa flexibilidade na sua implementao, na prtica, essa lei reforou o modelo tradicional de instituies de ensino superior vigente no pas. Em termos organizacionais, deixou ilesas a ctedra vitalcia, as faculdades isoladas e a universidade composta por simples justaposio de escolas profissionais; alm disso, manteve maior preocupao com o ensino, sem focalizar o desenvolvimento da pesquisa. Ao conceder expressiva autoridade ao Conselho Federal de Educao, com poder para autorizar e fiscalizar novos cursos de graduao e deliberar sobre o currculo mnimo de cada curso superior, a nova Lei fortaleceu a centralizao do sistema de educao superior. como novidade, assegurou a representao estudantil nos colegiados, no especificando, no entanto, a respectiva proporo. A inrcia do sistema universitrio, sob o controle de catedrticos vitalcios, no favoreceu a concretizao de novas experincias de carter mais formal e duradouro. No incio dos anos 60, paradoxalmente a essa inrcia formal, a universidade brasileira viveu um momento de grande vitalidade, quando a ao da comunidade acadmica extravasou aos muros da universidade. Nessa ocasio, foram criados os Centros Populares de Cultura e desenvolvidas Campanhas de Alfabetizao de Adultos, s quais envolviam jovens professores e alunos universitrios, procurando contrapor, ao projeto elitista herdado do passado, um novo ensino superior, mais nacional e democrtico. Em fruns acadmicos, como as reunies da Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia (SBPC), assim como em revistas especializadas, professores e pesquisadores universitrios defendiam uma modernizao institucional. Muitos deles, com experincia de psgraduaco no exterior, buscavam implantar uma universidade voltada para a pesquisa, seguindo o modelo de Humboldt, da Alemanha, ou o norte-americano. com a transferncia da capital, do Rio de Janeiro para Braslia, foi criada, em 1961, a Universidade de Braslia, cujos principais objetivos eram o desenvolvimento de uma cultura e de uma tecnologia nacionais ligadas ao projeto desenvolvimentista. Essa foi a primeira universidade brasileira que no foi criada a partir da aglutinao de faculdades pr-existentes; sua estrutura era integrada, flexvel e moderna e contrapunha-se universidade segmentada em cursos profissionalizantes. Seguindo o modelo norte-americano, organizou-se na forma de fundao e os departamentos substituram as ctedras.

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1.2.3 Os governos militares: a expanso do sistema e desenvolvimento da pesquisa (1964-1985) Aps a tomada do poder pelos militares, em 1964, as universidades passaram a ser objeto de uma ingerncia direta do governo federal: foi afastado um grande nmero de professores, principalmente na Universidade Braslia; tambm foram criadas as Assessorias de Informao nas instituies federais de ensino superior, com a inteno de coibir as atividades de carter "subversivo", tanto de professores quanto de alunos. 1.2.3.1 Reforma universitria, expanso e segmentao do sistema de ensino superior Aps longos anos de penumbra - nos quais a reforma universitria era debatida, exclusivamente, nos fechados gabinetes da burocracia estatal -, iniciou-se, em 1968, uma nova discusso. O Congresso Nacional aprovou a Lei da Reforma Universitria (Lei n 5540/68) que criava os departamentos, o sistema de crditos, o vestibular classificatrio, os cursos de curta durao, o ciclo bsico dentre outras inovaes. A partir da, os departamentos substituram as antigas ctedras. passando, as respectivas chefias a ter carter rotativo14. O exame vestibular, por sua vez, deixou de ser eliminatrio, assumindo uma funo classificatria. Ao estabelecer a indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extenso, o regime de tempo integral e a dedicao exclusiva dos professores, valorizando sua titulao e a produo cientfica, essa Reforma possibilitou a profissionalizao dos docentes e criou as condies propcias para o desenvolvimento tanto da ps graduao como das atividades cientficas no pas. A Lei n 5.540/68, da Reforma Universitria dirigia-se s IFES (Instituies Federais de Ensino Superior). Entretanto, como grande parte do setor privado dependia de subsdios governamentais, seu alcance ultrapassou as fronteiras do sistema pblico federal, atingindo as instituies privadas, que procuraram adaptar-se a algumas de suas orientaes. como a presso pelo aumento de vagas tornava-se cada vez mais forte, logo aps 1968, ocorreu uma expanso do setor privado, que criou inmeras faculdades isoladas, nas regies onde havia maior demanda, ou seja, na periferia das grandes metrpoles e nas cidades de porte mdio do14 OLIVEN, Arabcla Campos. "Resgatando o significado do Departamento na Universidade brasileira" in MRTINS. Carlos Benedito. Ensino Superior Brasileiro. So Paulo, Perspectiva, 1989.

interior dos estados mais desenvolvidos. Essa expanso do sistema ocorreu com a aquiescncia do governo e, no ano de 1980, mais da metade dos alunos de terceiro grau estava matriculada em estabelecimentos isolados de ensino superior, sendo 86% em faculdades privadas. No ano de 1981, o Brasil contava com 65 universidades, sete delas com mais de 20.000 alunos. Nesse mesmo ano, o nmero de estabelecimentos isolados de ensino superior excedia a oitocentos, duzentos e cinqenta dos quais com menos de 300 alunos. As novas faculdades isoladas no eram locus de atividades de pesquisa, dedicandose, exclusivamente, ao ensino. O setor pblico foi o responsvel pelo desenvolvimento da psgraduaco e das atividades de pesquisa e modernizou um segmento importante do sistema universitrio brasileiro. 1.2.3.2 A ps-graduaco e o desenvolvimento da pesquisa Para atingir o objetivo de segurana e desenvolvimento, os governos militares viam com bons olhos a expanso do setor privado em nvel de graduao. Segundo sua tica, a pulverizao de faculdades isoladas dificultava a mobilizao poltica dos estudantes. Por outro lado, as universidades pblicas, consideradas centros de subverso, sofreram um processo de "limpeza ideolgica" por meio das cassaes de professores. A importncia dada ao desenvolvimento econmico fez com que os militares brasileiros incentivassem a formao de recursos humanos de alto nvel, para atender s novas demandas decorrentes do avano do processo de modernizao da sociedade: as universidades pblicas foram as escolhidas para atingir esse fim. Nelas, principalmente nas maiores e mais tradicionais, foram criados cursos de mestrado e, mais tarde, de doutorado. Alm disso, foram estimuladas as atividades de pesquisa. O desenvolvimento da ps graduao no Brasil foi o resultado dos seguintes fatores: a) a valorizao de recursos humanos de alto nvel, principalmente nas reas tcnicas, visando implantao do projeto de modernizao conservadora15 sustentado pelos governos militares; b) liberao de verbas para o desenvolvimento de programas de ps-graduaco strictu senso'6 no Brasil. Num primeiro momento, as bolsas de mestrado e doutorado destinavam-se a formar docentes pesquisadores no exterior e, mais tarde, para estudantes de psgraduaco em programas nacionais;15 O Brasil chegou a ser a oitava economia do mundo cm termos do volume de seu PIB e ao mesmo tempo apresentava o mais alto ndice de concentrao de renda entre os pases que calculam essa medida atravs do ndice de Gini. 16 Corresponde a cursos de mestrado e doutorado.

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c) a atuao de agncias de fomento ao desenvolvimento cientfico: a CAPES (Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal do Ensino Superior), voltada formao do magistrio de nvel superior, e o CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento), voltado ao desenvolvimento da cincia e da tecnologia, ambos criados em 1951 ; d) a escolha das universidades pblicas, como o locus principal das atividades de pesquisa, at ento incipientes no pas. A carreira docente, no setor pblico, passou a estimular a titulao e a produo cientfica dos professores universitrios, sendo, a sua profissionalizao, assegurada pela possibilidade de virem a obter o Regime de Tempo Integral e Dedicao Exclusiva. Essas medidas tornaram a carreira do magistrio universitrio pblico suficientemente compensadora para atrair jovens mestres e doutores para as atividades acadmicas; e) a autonomia administrativa dos programas de mestrado e doutorado. A flexibilidade ou "desinstitucionalizao" foi uma caracterstica dos programas e facilitou o seu desenvolvimento; f) o processo de avaliao sistemtico dos cursos de mestrado e doutorado, iniciado pela CAPES, em 1972, que serviu de orientao s suas polticas; g) Criao de inmeras associaes nacionais de pesquisa e psgraduaco em vrios ramos do conhecimento. Os Encontros Anuais dessas associaes, apoiados financeiramente por agncias governamentais de fomento pesquisa, propiciaram a integrao da comunidade cientfica de reas afins, oriundas de diferentes regies e universidades do pas. Na atualidade, o Brasil conta com um sistema, que j considerado referncia, entre os pases em desenvolvimento. 1.2.4 A redemocratizao poltica: a nova dinmica do sistema de educao superior (1985-2002) 1.2.4.1 Constituio Federal de 1988 Nos debates que antecederam a promulgao da Constituio Brasileira de 1988 vrias associaes da sociedade civil estiveram presentes. De um lado, estavam aquelas que se identificavam com os interesses da educao pblica, que se opunham aos grupos privatistas. Sua luta procurava assegurar verbas pblicas, exclusivamente, para as instituies pblicas governamentais. Esse grupo posicionava-se a favor do ensino pblico laico e gratuito em todos os nveis. De outro lado, os grupos ligados ao setor privado, interessados em obter acesso s verbas pblicas e diminuir a interferncia do Estado nos negcios educacionais.

A Constituio Federal estabeleceu um mnimo de 18% da receita anual, resultante de impostos da Unio, para a manuteno e o desenvolvimento do ensino; assegurou, tambm, a gratuidade do ensino pblico nos estabelecimentos oficiais em todos os nveis e criou o Regime Jurdico nico, estabelecendo pagamento igual para as mesmas funes e aposentadoria integral para funcionrios federais. Em seu artigo 207, reafirmou a indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extenso em nvel universitrio, bem como a autonomia das universidades. 1.2.4.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, Lei n 9.394/96 Promulgada a Constituio Federal iniciou-se o debate sobre a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, que veio a ser aprovada no final do ano de 19%, sob o n 9.394/96. Ela previa variados graus de abrangncia ou especializao nos estabelecimentos de ensino superior, pblicos ou privados. Essa nova Lei introduziu o processo regular e sistemtico de avaliao dos cursos de graduao e das prprias instituies de ensino superior, condicionando seus respectivos credenciamentos e recredenciamentos ao desempenho mensurado por essa avaliao. Em caso de serem apontadas deficincias, ela estabelece um prazo para sanlas; caso isso no ocorra, poder haver descredenciamento das IES. As atividades de ensino, pesquisa e extenso, indissociveis nas universidades, em instituies de ensino superior no universitrias no so consideradas indissociveis. Tambm na nova LDBN foi estabelecido que, para que uma instituio possa ser considerada universidade e, portanto, gozar de autonomia para abrir ou fechar cursos, estabelecer nmero de vagas, planejar atividades etc, ela deve ter, no mnimo, um tero do seu corpo docente com titulao de mestre ou doutor e um tero, contratado em tempo integral. Assim, a melhoria da qualificao do corpo docente e de suas condies de trabalho, aliada a avaliaes peridicas e ao credenciamento condicional das instituies, por tempo determinado, foram fatores que levaram institucionalizao da pesquisa. O Ministrio da Educao deu incio ao processo de avaliao a partir dos cursos de graduao detentores do maior nmero de matrculas. Os formandos dos vrios cursos avaliados so submetidos a um teste de conhecimentos relacionado ao seu curso. O Provo, como ficou conhecida essa avaliao, no faz parte do currculo dos alunos; apenas representa um instrumento para avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo curso. Da mesma forma, a instituio avaliada quanto situao das bibliotecas, laboratrios e qualificao dos professores. A comparao das mdias de desempenho dos alunos tem apontado que os cursos das universidades pblicas vm apresentando os melhores resultados.

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A estrutura e o funcionamento do ensino superior no BrasilClarissa Eckert Baeta Neves

A Repblica Federativa do Brasil formada pela unio indissolvel dos Estados, Municpios e do Distrito Federal, constituindo-se num Estado Democrtico de Direito, tendo como fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho, da livre iniciativa e pluralismo poltico (art. 1o da Constituio Federal do Brasil, 1988). Na Constituio Federal (em seu art. 5o) fica, igualmente, estabelecido que a educao - um direito de todos e dever do Estado e da famlia - ser promovida e incentivada, com a colaborao da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, ao seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho. O ensino, por sua vez, dever ser ministrado com base nos princpios de igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola, com coexistncia de instituies pblicas e privadas; garantindo a gratuidade e gesto democrtica do ensino pblico (art. 206, inciso I a VII). Os sistemas de ensino, no Brasil, so organizados em regime de colaborao entre a Unio, os Estados e o Distrito Federal (art. 211, 1 a 4): Unio, cabe a organizao do sistema de ensino federal e dos Territrios, financiando as instituies pblicas federais e exercendo, era matria educacional, funo redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalizao de oportunidades educacionais e padro mnimo de qualidade mediante assistncia tcnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios; aos Municpios cabe a responsabilidade de atuarem, prioritariamente, no ensino fundamental e na educao infantil; os Estados e o Distrito Federal atuam principalmente no ensino fundamental e mdio definindo formas de colaborao, de modo a assegurar a universalizao do ensino obrigatrio. Nos ltimos anos. Estados e Municpios passaram a atuar, tambm, no nvel superior. Alm dos princpios gerais estabelecidos pela Constituio, o sistema educativo brasileiro foi redefinido pela nova Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDBN), Lei n 9.394/96, na qual ficaram estabelecidos os nveis escolares e as modalidades de educao e ensino, bem como suas respectivas finalidades, conforme o ilustrado no Quadro 2.1.

Quadro 2.1 Estrutura do Sistema Educativo Brasileiro

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Os niveis escolares dividem-se em: Educao Bsica - cuja finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formao comum indispensvel para o exerccio da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. E composta pela educao infantil, ensino fundamental e ensino mdio; e Educao Superior - ministrada em instituies de ensino superior (pblicas ou privadas), com variados graus de abrangncia ou especializao, abertas a candidatos que tenham concludo o ensino mdio ou equivalente e aprovados em respectivo processo seletivo. As modalidades de educao e ensino complementam o processo de educao formal por meio de: Educao de jovens e adultos, Educao profissional, Educao especial, Ensino presencial, Ensino semipresencial, Educao a distncia e Educao continuada. A educao superior no Brasil abarca, hoje, um sistema complexo e diversificado de instituies pblicas e privadas com diferentes tipos de cursos e programas, incluindo vrios nveis de ensino, desde a graduao at a ps-graduaco lato e stricto sensu. A normatizao atual desse amplo sistema encontra-se formalizada na Constituio, bem como na LDBN/96, acrescida de um conjunto amplo de Decretos, Regulamentos e Portarias complementares (ver 2.4). A base da atual estrutura e funcionamento da educao brasileira teve a sua definio num momento histrico importante, com a aprovao da Lei n 5.540/68, da Reforma Universitria. Muitas das medidas adotadas pela reforma de 1968 continuam, ainda hoje, a orientar e conformar a organizao desse nvel de ensino. Destacamos, abaixo, os dispositivos mais importantes por ela implementados: a organizao das universidades passou a atender s seguintes caractersticas: extino do antigo sistema de ctedras e introduo da estrutura fundada em departamentos; unidade de patrimnio e administrao; estrutura orgnica com base em departamentos reunidos ou no em unidades mais amplas; unidade de funes de ensino e pesquisa, vedada a duplicao de meios para fins idnticos ou equivalentes e estabelecida a racionalidade de organizao, com plena utilizao dos recursos materiais e humanos; universalidade de campo, pelo cultivo das reas fundamentais dos conhecimentos humanos; flexibilidade de mtodos e critrios, com vistas s diferenas individuais dos alunos, s peculiaridades regionais e s possibilidades de combinao dos conhecimentos para novos cursos e programas de pesquisa.

o departamento passou a constituirse na menor frao da estrutura universitria para todos os efeitos de organizao administrativa, didtico-cientfica e de distribuio de pessoal, devendo englobar as disciplinas afins. Os cargos e funes de magistrio, mesmo os j criados ou providos, devem ser desvinculados de campos especficos de conhecimentos; a introduo da matrcula semestral por disciplinas e do sistema de crditos; m a institucionalizao da ps-graduao stricto sensu, por meio dos cursos de mestrado e doutorado no pas; a instituio do vestibular unificado e classificatrio, como * forma de racionalizar a oferta de vagas. A reforma universitria preconizava que o ensino superior deveria ser ministrado em universidades e, excepcionalmente, em estabelecimentos isolados, organizados como instituies de direito pblico ou privado. As universidades deveriam oferecer ensino, pesquisa e extenso. No entanto, o que ocorreu, na dcada de 1970, foi a expanso do sistema de ensino superior, em funo do aumento do nmero de instituies privadas e estabelecimentos isolados (ver dados em 3.1). Da mesma forma, a partir dessa Reforma, as universidades deveriam ter autonomia didtico-cientfica, disciplinar, administrativa e financeira, exercida conforme a Lei e seus estatutos. Entretanto as universidades pblicas federais, at o presente momento, ainda no gozam a autonomia financeira e de gesto de pessoal. 2.1 Tipologia das instituies de educao superior A tipologia das IES, no Brasil, foi redefinida pela LDBN, Lei n 9.394/96, que trouxe inovaes no sistema de ensino superior, principalmente quanto natureza e dependncia administrativa. No que concerne natureza acadmica, constata-se que ela foi definida por decretos complementares, tais como os Decretos n 3.860/01 e 2.406/97 (ver 2.4). No nvel das instituies, isto , no plano vertical, alm das j existentes, foram criados mais dois novos tipos: a universidade especializada e os centros universitrios (ver Quadro 2.2). No plano horizontal, criaram-se novos tipos de cursos e programas, tais como os cursos seqenciais (no nvel da graduao), os mestrados profissionais (no nvel da ps-graduaco) e a regulamentao da educao a distncia (ver Quadro 2.3).

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Quadro 2.2 Educao superior: organizao acadmica

A tipologia de instituies superiores indicada pela IESALC ( Instituto Internacional Para la Educacin Superior en Amrica Latina y el Caribe), no corresponde forma como so definidas as IES no Brasil, como tambm ocorre em outros pases participantes deste informe. Autnomas: a autonomia consagrada na Constituio, para as universidades pblicas e privadas, no foi, ainda, implementada no que se refere autonomia financeira das universidades pblicas federais. As universidades pblicas estaduais em So Paulo e Paran, por sua vez, j contam com essa prerrogativa, pelo menos em estgio mais avanado do que as federais. As universidades privadas garantem sua autonomia por contar com recursos prprios. Empresariais: no Brasil, esta categoria existe unicamente entre as instituies privadas, em funo da especificidade da instituio mantenedora, ou seja, so mantidas por grupos empresariais ou empresrios, como instituies lucrativas. Religiosas: no campo privado que aparecem as instituies que, no Brasil, so denominadas confessionais, vinculadas a uma Diocese, ordem religiosa (jesuta, salesiana, marista, etc.) ou, ainda, a uma denominao religiosa (tais como Luterana, Metodista, etc). Tcnicas: A este tipo corresponderiam no Brasil as IES especializadas quando estruturadas com nfase em reas de engenharia e tecnolgicas, em geral, como o caso da Universidade Federal de Itajub. Alm disso, de acordo com a legislao, a oferta de formao

tecnolgica concentra-se nos Centros Federais de Educao Tecnolgica (CEFET'S) e nos Centros de Educao Tecnolgica (CET'S). Militares: no existem universidades militares em nosso pas. No entanto, poder-se-ia mencionar, aqui, os institutos ligados ao exrcito brasileiro (Instituto Militar de Engenharia/IME) e aeronutica- (Instituto Tecnolgico da Aeronutica/ITA) - que formam recursos humanos em diferentes especialidades no campo da engenharia. 2.2 Instituies universitrias e no-universitrias Na LDBN, bem como nos decretos posteriores especficos (apresentados no item 2.4) esto definidas as atribuies de cada instituio universitria e no-universitria que oferece educao superior. As instituies universitrias classificam-se em: Universidades: instituies pluridisciplinares, que se caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e de extenso e por terem, obrigatoriamente, em seu quadro docente, 1/3 de professores com titulao de mestrado e doutorado e 1/3 de professores em regime de trabalho integral (art. 52, da Lei 9394/96). As universidades gozam de autonomia didtico-cientfica. administrativa e de gesto financeira e patrimonial1, devendo obedecer ao princpio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso. conferida s universidades autonomia para criar, organizar e extinguir cursos e programas de educao superior; fixar os currculos de seus cursos e programas; aumentar ou diminuir o nmero de vagas, de acordo com a capacidade de atendimento e as exigncias do seu meio; contratar e dispensar professores; estabelecer planos de carreira docente; elaborar e formar seus estatutos e regimentos, de acordo com as normas gerais em vigor; estabelecer programas de pesquisa cientfica, produo artstica e atividades de extenso; celebrar contratos como entidade jurdica; administrar receita pblica e privada; e receber doaes e heranas. Universidade Especializada: caracteriza-se por concentrar suas atividades de ensino e pesquisa num campo do saber, tanto em reas bsicas como nas aplicadas, pressupondo a existncia de uma rea de conhecimento ou formao especializada dos quadros profissionais de nvel superior. o caso, por exemplo, das instituies

1 Cabe lembrar que as universidades pblicas federais ainda no gozam a autonomia financeira e patrimonial.

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que se especializaram na rea da sade ou das cincias agrrias, com forte tradio no campo do ensino e da pesquisa. Somente instituies de excelncia, em sua rea de concentrao, podero ser credenciadas como universidades especializadas2, (ver art. 8, 2 do Decreto 3.860/01). Os Centros Universitrios: configuram-se como uma nova modalidade de instituio de ensino superior pluricurricular (criados a partir do Decreto n 3860/01 ). Caracterizam-se pela oferta de ensino de graduao, qualificao do seu corpo docente e pelas condies de trabalho acadmico proporcionadas comunidade escolar. Estes Centros, tanto quanto as universidades, gozam de algumas prerrogativas de autonomia, podendo criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educao superior, assim como remanejar ou ampliar vagas nos cursos j existentes. No esto obrigados a manter atividades de pesquisa e extenso. Os centros universitrios so criados somente por credenciamento de IES j credenciadas e em funcionamento regular (Decreto n 3.860/01, art. 11) As instituies no-universitrias: atuam numa rea especfica de conhecimento ou de formao profissional. A criao de novos cursos superiores depende da autorizao do poder executivo (Decreto n 3.860/01, art. 13). So compostas pelas Faculdades Integradas, Faculdades, Centros Federais de Educao Tecnolgica (CEFET'S) e por dois novos tipos de IES: os Institutos Superiores de Educao e os Centros de Educao Tecnolgica (CETS). As Faculdades Integradas so instituies com propostas curriculares que abrangem mais de uma rea de conhecimento, organizadas para atuar com regimento comum e comando unificado (Decreto n 3.860/01 ). Compreendem vrios cursos pautados por um nico estatuto e regimento jurdico, possuindo conselhos superiores e diretorias acadmicas e administrativas. Essas faculdades no so, necessariamente, pluricurriculares, nem so obrigados a desenvolver a pesquisa e a extenso como ocorre com as universidades.

2 como exemplo pode-se citar: a UNIFESP - Universidade Federal do Estado de So Paulo. especializada na rea mdica e biomdica; a Universidade Federal de Viosa (Minas Gerais), na rea de agronomia e a Universidade Federal de Itajub (Minas Gerais), na rea de engenharias.

Os Centros de Educao Tecnolgica e os Centros Federais de Educao Tecnolgica3 so instituies especializadas de educao profissional ps-secundria, pblicas ou privadas, com a finalidade de qualificar profissionais, nos vrios nveis e modalidades de ensino, para os diversos setores da economia, bem como realizar atividades de Pesquisa & Desenvolvimento, produtos e servios, em estreita articulao com os setores produtivos e a sociedade, oferecendo mecanismos para a educao continuada (Decreto n 2.406/97, art. 2o). Os cinco CEFET'S, originalmente criados Paran. Bahia, Rio de Janeiro, Maranho e Minas Gerais, no sofriam as restries de vocao institucional estabelecidas para os+ novos CETS. Por exemplo, o CEFET do Paran oferece hoje at cursos de doutorado. Os Institutos Superiores de Educao visam formao inicial, continuada e complementar para o magistrio da educao bsica, podendo oferecer os seguintes cursos e programas: curso Normal Superior para licenciatura de profissionais para a educao infantil e sries iniciais do ensino fundamental; curso de licenciatura para a formao de docentes dos anos finais do ensino fundamental e do ensino mdio; programas de formao continuada para atualizao de profissionais da educao bsica, nos diversos nveis; programas especiais de formao pedaggica, para graduados em outras reas que desejem ensinar em reas especficas das sries finais do ensino fundamental e do ensino mdio; e ps-graduao de carter profissional para a educao bsica. Os Institutos Superiores de Educao podero ser organizados como unidades acadmicas de IES j credenciadas, devendo, neste caso, definir planos de desenvolvimento acadmico (LDBN/96 e Parecer CP n 53/99). Os estabelecimentos isolados ou faculdades isoladas so instituies que, em geral, desenvolvem um ou mais cursos com estatutos prprios e distintos para cada um deles. 2.2.1 A oferta diferenciada de cursos e programas de formao superior Aos cursos e programas tradicionais de graduao, psgraduao e extenso, abrangidos pela legislao anterior, a nova LDBN e os decretos especficos, acrescentaram a figura dos cursos seqenciais3 Os Centros Federais de Educao Tecnolgica foram criados a partir da Lei n 8.948 de 08/12/1994 e egulamentados pelo Decreto n 2.406/97.

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por campos do saber e os mestrados profissionais (ver quadro 2.3). A caracterizao mais detalhada dos cursos seqenciais, assim como as suas regras de funcionamento, encontram-se normatizadas no Parecer CES n 968/98. Os mestrados profissionais, por seu lado, esto regulamentados pela Portaria CAPES n 080/98. Os cursos e programas regulares conferem Diplomas de bacharel, licenciado ou tecnlogo (no nvel da graduao); e mestre e doutor (no nvel da ps-graduao strido sensu), enquanto que os cursos e programas eventuais, tais como os de especializao, educao continuada e cursos seqenciais de complementao de estudos, conferem Certificados. Quadro 2.3 Educao superior: cursos e nveis/diplomas e certificados

A seguir, sao relacionadas as caractersticas dos cursos (nveis) e programas de formao superior: - os cursos de graduao so abertos a candidatos que tenham concludo o ensino mdio ou equivalente e se classificado em processo seletivo; - os cursos de ps-graduao so abertos a candidatos diplomados em cursos de graduao e distinguem-se em: 1. ps-graduao stricto sensu: integrada pelo mestrado e doutorado e constituda pelo ciclo de estudos regulares em seguimento graduao, visando a desenvolver e aprofundar a formao, conduzindo obteno de grau acadmico de mestre e doutor. Mestrado: mesmo tomado como etapa preliminar para obteno do grau de doutor (embora no seja condio indispensvel inscrio no curso de doutorado), constitui grau terminal, com durao mnima de um ano, exigncia de dissertao em determinada rea de concentrao na qual revele domnio do tema e capacidade de concentrao, conferindo o diploma de Mestre. Mestrado profissional: dirige-se formao profissional, com estrutura curricular clara e consistentemente vinculada sua especificidade, articulando o ensino com a aplicao profissional, de forma diferenciada e flexvel. Ele admite o regime de dedicao parcial, exigindo a apresentao de trabalho final, sob a forma de dissertao, projeto, anlise de casos, performance, produo artstica, desenvolvimento de instrumentos, equipamentos, prottipos, entre outras, conforme a natureza da rea e os fins do curso. Doutorado: constitui-se no segundo nvel de formao psgraduada. tendo por fim proporcionar formao cientfica ou cultural, ampla e aprofundada. Desenvolve a capacidade de pesquisa, com durao mnima de dois anos, exigncia de defesa de tese, em determinada rea de concentrao, que contenha trabalho de pesquisa, com real contribuio para o conhecimento do tema, conferindo o diploma de Doutor. 2.. ps-graduao lato sensu: Os cursos de especializao so oferecidos a candidatos que tenham concludo a graduao, com durao mnima de 360

A Educao Superior no Brasil

horas, nao computando o tempo de estudo individual ou em grupo (sem assistncia docente), bem como o tempo destinado elaborao de monografia ou trabalho de concluso de curso. Oferecidos aos portadores de diploma de curso superior, tm, usualmente, um objetivo tcnico profissional especfico, no abrangendo o campo total do saber na qual se insere. Os cursos seqenciais configuram-se em uma nova modalidade de curso, normatizados na LDBN, organizados por campo de saber, de diferentes nveis de abrangncia, sujeitos autorizao e reconhecimento, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituies de ensino, alm de serem portadores de certificados de nvel mdio. Destinam-se obteno ou atualizao de qualificaes tcnicas, profissionais ou, ainda, acadmicas ou de horizontes intelectuais em campos das cincias, das humanidades e das artes. Esses cursos distinguem-se em: Cursos seqenciais de formao especfica, com destinao coletiva, conduzem a obteno de diploma. Tm, como objetivo, assegurar uma formao bsica adequada num campo de saber. Sua respectiva carga horria no poder ser inferior a 1.600 horas, a serem integralizadas em prazo nunca inferior a 400 dias letivos. As disciplinas, nele cursadas, podem ser aproveitadas em cursos de graduao; Cursos seqenciais de complementao de estudos, com destinao coletiva ou individual, dirigidos exclusivamente para egressos ou matriculados em cursos de graduao, conduzindo a obteno de certificado. Seqenciais de complementao de estudos com destinao individual: o prprio candidato quem apresenta sua proposta de seqncia de disciplinas a serem cursadas. Caber s IES, ento, avaliarem a coerncia e a lgica interna da proposta, bem como a existncia de vagas nas disciplinas requeridas (as quais j so ofertadas em cursos de graduao reconhecidos). Seqenciais de complementao de estudos com destinao coletiva: a instituio que elabora a proposta curricular do curso, bem como a respectiva carga horria e prazo de integralizao. Esses cursos aproveitam vagas ociosas em disciplinas de cursos de graduao reconhecidos e permitem, ainda, que os alunos de graduao, que evadiram e que tenham cursado disciplinas em um determinado campo do saber, possam requerer um certificado.

Alm disso, esse curso permite que as disciplinas nele cursadas sejam aproveitadas, pelo aluno, no caso de ele se