a educação social e a contribuição das famílias em angola · parceira ativa da pedagogia...

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1 A educação social e a contribuição das famílias em Angola. Carlos Pedro Cláver Yoba 1 Francisco António Macongo Chocolate 2 Resumo Presente trabalho teve como espaço de pesquisa a região de Cabinda, República de Angola. Com um olhar voltado para as iniciativas desenvolvidas no campo social, o objetivo do mesmo foi analisar a contribuição da instituição “família” como parceira ativa da pedagogia social na educação dos filhos, a partir do ponto de vista do trabalho social. Na sua centralidade, aborda a contribuição das famílias no processo de educação e orientação educativa dos filhos/educandos na sociedade angolana. Nessa perspectiva, a discussão voltou-se em torno da seguinte questão: “Como os pais contribuem na educação dos filhos/educandos”? Direccionou-se a reflexão sobre os dados obtidos através da aplicação de um questionário a 36 crianças da 4ª classe do ensino primário (4ª série do ensino fundamental no Brasil) de uma escola particular e, numa pesquisa descritiva com ênfase na abordagem qualitativa. Constatou-se no final do presente trabalho, que as crianças apresentavam dificuldades de aprendizagem, apatia, desânimo e extroversão como conseqüência de pouco acompanhamento dos pais/tutores nas suas atividades escolares e na observância de uma convivência conflituosa nos seus lares. Situação contrária a esta, deveu-se ao acompanhamento dos pais/tutores nas suas jornadas educativas e na observância de uma convivência harmoniosa no lar. Fica evidente, a partir dos resultados que para o desenvolvimento e aproveitamento escolar satisfatório das crianças é extremamente importante que os país/tutores dêem uma atenção particular através de um acompanhamento constante e sistemático na educação dos filhos. O diálogo, as visitas na escola, a ajuda na 1 Pró-Reitor para Cooperação Internacional da Universidade Lueji A´Nkonde-Lunda Norte. E-mail: [email protected] . 2 Licenciado em Psicologia da Educação pelo Instituto Superior de Ciências da Educação de Cabinda (Angola), Mestrando em Psicologia Educacional pelo Centro Universitário Fieo (UNIFIEO) Osasco, São Paulo (Brasil). E-mail: [email protected] .

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1

A educação social e a contribuição das famílias em Angola .

Carlos Pedro Cláver Yoba1

Francisco António Macongo Chocolate2

Resumo

Presente trabalho teve como espaço de pesquisa a região de Cabinda, República

de Angola. Com um olhar voltado para as iniciativas desenvolvidas no campo

social, o objetivo do mesmo foi analisar a contribuição da instituição “família” como

parceira ativa da pedagogia social na educação dos filhos, a partir do ponto de vista

do trabalho social. Na sua centralidade, aborda a contribuição das famílias no

processo de educação e orientação educativa dos filhos/educandos na sociedade

angolana. Nessa perspectiva, a discussão voltou-se em torno da seguinte questão:

“Como os pais contribuem na educação dos filhos/educandos”? Direccionou-se a

reflexão sobre os dados obtidos através da aplicação de um questionário a 36

crianças da 4ª classe do ensino primário (4ª série do ensino fundamental no Brasil)

de uma escola particular e, numa pesquisa descritiva com ênfase na abordagem

qualitativa. Constatou-se no final do presente trabalho, que as crianças

apresentavam dificuldades de aprendizagem, apatia, desânimo e extroversão como

conseqüência de pouco acompanhamento dos pais/tutores nas suas atividades

escolares e na observância de uma convivência conflituosa nos seus lares.

Situação contrária a esta, deveu-se ao acompanhamento dos pais/tutores nas suas

jornadas educativas e na observância de uma convivência harmoniosa no lar. Fica

evidente, a partir dos resultados que para o desenvolvimento e aproveitamento

escolar satisfatório das crianças é extremamente importante que os país/tutores

dêem uma atenção particular através de um acompanhamento constante e

sistemático na educação dos filhos. O diálogo, as visitas na escola, a ajuda na

1 Pró-Reitor para Cooperação Internacional da Universidade Lueji A´Nkonde-Lunda Norte. E-mail:

[email protected]. 2 Licenciado em Psicologia da Educação pelo Instituto Superior de Ciências da Educação de Cabinda

(Angola), Mestrando em Psicologia Educacional pelo Centro Universitário Fieo (UNIFIEO) Osasco, São Paulo

(Brasil). E-mail: [email protected].

2

solução das dificuldades escolares são entre outros os meios essenciais para se

alcançar esse desiderato.

Palavras-chave: Educação, família, pais/tutores, filhos/educandos.

Social education and the contribution of the famili es in Angola

Abstract

The present paper has had as the researching space the region of Cabinda,

Republic of Angola. Having the view on the efforts developed in the social field, the

aim of the paper is to analyze the contribution of the “family” institution as an active

partner of social pedagogy on the children’s education, from the point of view of

social work. In its central part, it addresses the contribution of the families for the

processes of children’s/pupils’ education and educational guidance in the Angolan

society. Under this perspective, the discussion has been based on the following

issue: “How do the countries contribute to the children’s/pupils’ education?” It has

been directed to the observation on the data obtained through the applying of a

questionnaire to 36 children from the 4th grade of primary school (4th grade of basic

education in Brazil) in a private school, and on a descriptive research emphasizing

the qualitative approach. It has been found, in the end of present paper, that the

children showed learning difficulties, apathy, discouragement and outgoing

disposition as a consequence of little parents/tutors attendance on their school

activities and on the observation of cohabitation full of conflicts in their homes. Due

to parents/tutors attendance on their educational journey and on the observation of

harmonious cohabitation, there was an opposing situation. It’s obvious, from the

results, that for the children’s satisfactory scholar’s development and benefit, it is

extremely important that the parents/tutors give constant and methodical attention to

their children’s education. Dialogs, visits to school and help on the difficulties from

school are, among others, the essential ways to reach this wish.

Keywords: education, family, parents/tutors, children/pupils

3

Introdução

O presente trabalho tem como objetivo analisar a contribuição da instituição

“família” como parceira ativa da pedagogia social na educação dos filhos a partir do

ponto de vista do trabalho social, no âmbito da pedagogia social.

Durante o exercício das nossas atividades profissionais como dirigentes escolares,

pesquisadores de problemas sociais e professores, em cerca de dois meses de

aulas numa classe da 4ª série do ensino fundamental, verificamos que um grupo de

crianças apresentava-se mais expressivo, descontraído, alegre e

conseqüentemente com melhores resultados em termos de aproveitamento escolar.

Porém, na mesma classe e sala de aula, outro grupo3, se demonstrava mais

apático, triste, desinteressado e, com os resultados escolares menos satisfatórios.

Em conversas preliminares com as referidas crianças (as que apresentavam

resultados menos satisfatórios), e numa observação do material didático de apoio

(cadernos, livros etc.) constatou-se que o problema não residia na professora e

nem tão pouco na escola, pois na sua maioria apresentavam as matérias

desorganizadas, trabalhos de casa não realizados, entre outros aspectos.

Durante um trabalho ainda preliminar, a descrição da sua família (das crianças)

sempre era feita com certa timidez e apatia, com pouco sentimento de pertença e

participação no seio da mesma. Estas constatações, induziram para um trabalho

mais profundo e pormenorizado em relação ao problema que se apresentava, na

escola, em busca de uma solução consentânea.

Partindo do principio de que os pais/tutores são os “primeiros educadores” e, tendo

em conta a necessária “parceria entre família e escola” colocou-se a seguinte

3 Cerca de metade da turma

4

questão: Como se avalia a contribuição dos pais na educação dos filhos? Esta

questão será abordada sob o prisma da educação social numa perspectiva de

fortalecimento dos vínculos familiares e sociais de crianças e adolescentes em

idade escolar em Cabinda-Angola.

Está claro que primeiro é na família e posteriormente na escola onde se adquirem,

desenvolvem e se fortalecem os vínculos sociais, entendidos fundamentais para o

processo de emancipação, de autonomia, promoção de direitos de cidadania, bem

como na formação da personalidade do sujeito.

É de realçar que o aprimoramento e fortalecimento deste vínculo tornam-se de

suma importância para o aperfeiçoamento das políticas iniciais da educação e no

desenvolvimento da cidadania, que por sua vez, desempenha um valioso papel no

processo de transformação dos indivíduos e da sociedade no geral.

Nas suas discussões teóricas, Afonso (2001) sustenta que historicamente, existem

três tipos de educação: Educação formal, Educação Informal ou familiar e educação

não-formal. Assim sendo, a educação formal é aquela que é proporcionada pela

escola, onde os conteúdos são sistematizados, organizados e obedecendo a uma

seqüência lógica.

Para abundar mais dados sobre o assunto, Caro & Guzzo (2004) e Brandão (1981),

defenderam que o surgimento da instituição escolar, trouxe consigo o saber

elitizado e a exclusão de segmentos já marginalizados pela sociedade.

A educação informal é caracterizada por um processo permanente e não

sistematizado, sendo determinado pelas várias formas de aprendizagem que

ocorrem nas diversas experiências da vida das pessoas no seio familiar. Este tipo

de educação desenvolve-se em diferentes ambientes como, a família, igrejas, grupo

de trabalho e de amigos, entre outros.

5

Finalmente, a educação não-formal ou ainda “educação social” postulado e

defendido no âmbito da “pedagogia social”, 4 sendo um tipo de educação que

ocorre fora dos marcos da escola e que se preocupa no resgate dos valores e

idéias do segmento da população excluída e desfavorecida.

Para o presente trabalho é assumida a segunda forma de educação citado por

Afonso, ou seja, a educação informal ou familiar. A família como primeira instância

da educação, exerce um papel importante no processo de socialização e

desenvolvimento dos indivíduos que dela fazem parte. Na sua vertente restrita, ela

apresenta aos indivíduos as concepções, objetivos e finalidades educativas

essenciais para a vida.

É fundamental abordar (justificativa), este tema para se entender o ritmo de

aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo, sua inserção e convivência com os

outros, pois permite conhecer a história de vida do indivíduo a partir da família,

porque é nela onde se começa a dar os primeiros passos para o aprendizado.

Família: “é considerada como a instituição básica e fundamental da sociedade. É o

grupo nuclear e, ao mesmo tempo, o mais antigo e primitivo”. Alves (1996).

O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o

Século XXI citado por Jacques Delors (2006) sublinha que a família constitui o

primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura, por isso, a ligação entre o

afetivo e o cognitivo, assim como a transmissão das normas e valores.

A Lei Constitucional angolana (recentemente aprovada pela Assembléia

Constituinte de Angola) consagra no seu Artigo 35.º (Família, casamento e filiação)

o seguinte teor:

4 Este é um pensamento fortemente defendido no Brasil e alguns países da América Latina, sustentado pelo

“Pedagogia do oprimido” de Paulo Freire. Ressalta-se que este postulado embora seja referência

pedagógica em Angola, não é assumido o termo “oprimido” ou “excluído” dentro do processo educativo

actual, salvo numa relação ao período colonial.

6

1. A família é o núcleo fundamental da organização da sociedade e é objeto

de especial proteção do Estado, quer se funde em casamento, quer em

união de fato, entre homem e mulher.

2. Todos têm o direito de livremente constituir família nos termos da

Constituição e da lei.

3. O homem e a mulher são iguais no seio da família, da sociedade e do

Estado, gozando dos mesmos direitos e cabendo-lhes os mesmos deveres.

4. A lei regula os requisitos e os efeitos do casamento e da união de fato, bem

como os da sua dissolução.

5. Os filhos são iguais perante a lei sendo proibida a sua discriminação e a

utilização de qualquer designação discriminatória relativa à filiação.

6. A proteção dos direitos da criança, nomeadamente, a sua educação

integral e harmoniosa, a proteção da sua saúde, condições de vida e

ensino, constituem absoluta prioridade da família, do Estado e da

sociedade.

7. O Estado, com a colaboração da família e da sociedade, promove o

desenvolvimento harmonioso e integral dos jovens e adolescentes, bem

como a criação de condições para a efetivação dos seus direitos políticos,

econômicos, sociais e culturais e estimula as organizações juvenis para a

persecução de fins econômicos, culturais, artísticos, recreativos,

desportivos, ambientais, científicos, educacionais, patrióticos e do

intercâmbio juvenil internacional.

Referências sobre a família encontraram-se ainda, no código da família sob tutela

do Ministério da Família e Promoção da Mulher no artigo 1º a 5º, destes, citamos

o artigo 2º;

1. A família deve contribuir para a educação de todos os seus membros no

espírito de amor ao trabalho, do respeito pelos valores culturais e do

combate a concepções ultrapassados no seio do povo, da luta contra a

exploração e a opressão e de fidelidade a pátria e revolução;

7

2. A família deve contribuir para o desenvolvimento harmonioso e equilibrado

de todos os seus membros para que cada um possa realizar plenamente a

sua personalidade e as suas aptidões no interesse de toda a sociedade.

Para a realidade angolana e de acordo com a legislação em vigor, a família

configura o núcleo da sociedade. Isto quer dizer que a família constitui o ponto de

partida e chegada de toda a sociedade. Ela pode ser tomada como sendo o

sustentáculo da sociedade porque sem a procriação que se efectua no seio

familiar, não se pode construir uma sociedade.

Nesta base de concepções, destaca-se que o homem e a mulher (progenitores),

são elementos fundamentais, sendo os mesmos iguais no seio da família,

gozando dos mesmos direitos e assumindo os mesmos deveres. Os pais já não

são os senhores absolutos da lei e da ordem, nem os únicos cuidadores dos bens

da família. Por seu turno, as mães não são unicamente as protetoras do lar e

zeladoras da educação e formação dos filhos, pois hoje esta tarefa deve ser

realizada em conjunto.

É profunda a convicção, de que toda a estrutura existencial do país passa através

da organização e funcionamento consentâneos da família. A existência de uma

família ”endêmica” transfere “endemia” à sociedade, afetando a funcionalidade

deste “macro meio” com conseqüências imprevisíveis.

Está evidente que é no seio familiar onde nasce e cresce o sujeito, recebendo

dela as primeiras influências educativas e instrutivas, porque é através dela

(família) como meio de socialização que o homem penetra na sociedade e

estabelece contactos com outros grupos sociais.

Tudo quanto se pode entender, é que a família, tem a elevada responsabilidade

de contribuir para o desenvolvimento harmonioso e equilibrado de todos os seus

membros, no sentido de que cada um possa formar adequadamente a sua

8

personalidade e participar ativamente na transformação da sociedade na qual

está inserido.

Outros valores assumidos como morais, culturais, resumidos no amor ao trabalho,

o respeito ao próximo, o amor à Pátria, têm o seu início formativo no seio da

família, sendo esta, responsável pela sua educação, desenvolvimento e

consolidação.

Do ponto de vista moral, este procedimento constituiu um verdadeiro desafio,

dadas dificuldades de ordem política, econômica, social e cultural, a crise de

valores que os núcleos familiares em Angola enfrentam no contexto das grandes

mudanças da sociedade contemporânea.

No mundo atual, e em conseqüência das transformações velozes que se

assistem, muitas sociedades, desde as chamadas desenvolvidas às designadas

menos desenvolvidas, declararam a existência de crise de valores.

Inicialmente, se poderia assumir que a crise de valores somente se verificasse na

influência das culturas e sociedades desenvolvidas sobre aquelas em vias de

desenvolvimento, no entanto, este conceito tomou outras proporções, passando a

influência ser em ambas as culturas.

Em estudos realizados, defende-se que para a formação dos valores “é muito

importante que a alternativa didática que se assuma possua coerência entre os

seus fundamentos filosóficos, sociológicos e psicológicos, e que se detenham

também na história do legítimo pensamento educativo de cada país, que se

interessou em diferentes momentos históricos em formar valores para a

conservação e defesa das identidades nacionais e educativas, mesmo quando

não exista um sustento teórico apropriado para tal”, (Justo Rodrigues, 2007. P. 1).

Nesse sentido, e ainda segundo o referido autor, “corresponde ao professor atual

recriar e reinventar a teoria de acordo com as novas circunstâncias históricas.

9

Mas de uma coisa estamos seguros, é necessário fortalecer a formação dos

valores na sociedade e em especial na escola”

Embora adotando os valores positivos do modernismo, as famílias de Cabinda

enfrentam grande dilema neste aspecto porque possuem usos e costumes que se

traduzem em rituais tradicionais fortemente enraizados.

Deste modo, os pais jogam um papel importante no processo da formação e da

educação dos filhos, proporcionando a estes as oportunidades que lhes permitirão

obter uma visão clara sobre o mundo. O contacto com as informações e a

observação de hábitos e valores dignos no lar, habilita a criança/adolescente a

aprofundar e eliminar o que não tem grande importância par si, na base das

oportunidades de obtenção de conhecimentos consentâneos.

Os pais/tutores e a educação dos filhos/educandos.

A criança ao nascer não tem a noção do bem e do mal, mas leva consigo as

predisposições que podem desenvolver-se como virtudes ou como defeitos. Para

o efeito, Colombo (2000: 85) afirma que “o exercício e o exemplo dos pais no lar,

é fundamental para a criação e o desenvolvimento da virtude da temperança o

que conduz no futuro a prática do bem e do mal” e no desenvolvimento

harmonioso de sua personalidade.

Diversos estudos comprovam de forma fiel que as atitudes dos pais têm

influências decisivas nas características sociais das crianças. Segundo Ruiz

(2002), país com traços “anti-sociais da personalidade,” além de não transmitirem

uma imagem positiva aos filhos, podem ter dificuldades para dar mostras de

aprovação e incentivo para as boas atitudes de seus filhos, não respeitam sua

autonomia e espaço social, além de disciplinarem inadequadamente, com

excesso de permissividade quando devem ser mais fortes e exageradamente

agressivos quando não precisam.

10

Por seu turno, muitas mães confundem o papel materno com a permissividade

extrema em busca da simpatia dos seus filhos. Outras, por vezes, pretendem com

essa absoluta falta de limites para seus filhos, serem tidas por moderas e joviais.

Nos primeiros períodos de vida, a mãe trata basicamente de satisfazer as

necessidades vitais da criança como a alimentação e o afeto. Paralelamente a

isto, vão se formando comportamentos em correspondência a manifestação da

agressividade, da dependência ou independência do indivíduo em relação aos

objetos ou seres que lhe rodeiam.

À medida que a criança vai mudando, as relações com que os seus pais vão se

tornando mais intensas, complexas e subtis, porque a própria vida lhe proporciona

novos conhecimentos e experiências.

Método

Caracterização do estudo.

O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva com ênfase na

abordagem qualitativa. A escolha desta área deve-se ao fato de que os estudos

descritivos procuram descrever com a maior exatidão possível os fatos e

fenômenos de uma determinada realidade sociocultural.

A abordagem qualitativa atua em níveis de realidade e tem como objetivo trazer a

luz dados, indicadores e tendências observáveis de um determinado fato

(SERAPIONI, 2000). Com esta abordagem trabalharam-se as informações obtidas,

por meio do questionário aplicado com descrições detalhadas de situações em

confronto com a literatura, que dá sustentação à análise deste tema.

População e amostra.

A população deste estudo constituiu-se em alunos da 4ª Classe (4ª Série do Ensino

fundamental no Brasil), do Colégio Dom Domingos Franque, Instituição sita na Rua

11

das Forças Armadas Bairro Povo Grande, vulgarmente conhecido como Aeroporto

na cidade de Cabinda-Angola. O Colégio Dom Domingos Franque é uma Instituição

de Ensino particular, criado sob Decreto nº 43/02 de 03 de Setembro por meio do

Despacho de 08 de Outubro do Ministério da Educação da República de Angola

tendo como Alvará (licença) nº 45/08. A mesma ministra aulas do Ensino Primário e

Iº Ciclo do Ensino Secundário.

Dados obtidos junto da direção da referida escola, dão conta que estavam

matriculados no ano Acadêmico 2009, um total de 1.268 alunos desde a Iniciação a

12ª Classe. Desse número 98 alunos, sendo 54 masculinos e 44 femininos

freqüentavam a 4ª Série do Ensino fundamental.

A amostra foi constituída por 36 alunos sendo 22 (61%) meninos 14 (39%) meninas

que correspondem a uma turma das três existentes nesta Instituição. As idades dos

alunos variam entre 9 a 12 anos, cuja escolha deveu-se ao fato de ser nela onde se

apresentavam maiores problemas de aprendizagem dos alunos, relativamente às

outras duas existentes no mesmo período em análise.

Instrumento de Coleta de dados

As informações foram coletadas por meio de um questionário construído

especificamente para este estudo. O mesmo foi formulado a partir de referencial

empírico, cuja validade e confiabilidade foram asseguradas por uma linguagem

clara, direta, simples e sem ambigüidade em torno do assunto pesquisado.

Portanto, considera-se que o questionário apresenta um instrumento

cientificamente utilizável para este tipo de pesquisa, tendo em conta os objetivos

preconizados e as características dos elementos envolvidos na mesma.

O questionário foi conduzido duma forma direta pelo fato as perguntas serem

respondidas diretamente pelas próprias crianças/adolescentes, sem qualquer

interferência ou ajuda. Considerando a idade das mesmas e o seu nível de

escolaridade, foram elaboradas perguntas com alternativas de múltipla escolha

12

onde os mesmos limitaram-se apenas a escolher as alternativas que melhor se

adequava a sua situação de vida.

Procedimentos de estudo.

A coleta de dados foi realizada no período de Fevereiro-Março de 2009. No

decorrer do mesmo, a equipa da pesquisa, junto com a direção da escola e a

professora da classe, realizou vários encontros com os alunos, com os pais e

encarregados de educação das crianças a fim de esclarecer sobre a intenção da

realização da referida pesquisa. A equipa assegurou aos pais e encarregados de

educação sobre os objetivos da realização da pesquisa e, de igual modo,

assegurou o sigilo relativamente às informações que seriam colidas na referida

pesquisa, sendo usadas apenas para fins acadêmicos. Depois de apresentação do

questionário aos pais, os mesmos consentiram que os seus filhos respondessem

assinalando a alternativa que melhor lhes convinha.

A aplicação do instrumento aos participantes foi realizada na sala de aula por meio

de um instrumento auto-explicativo realizado para o efeito. Antes da aplicação do

referido instrumento, foi realizada uma dinâmica com os alunos, como meio de

familiarizar os mesmos e de assegurar um ambiente harmonioso.

Para se evitar interpretações inadequadas e como forma de suprir as possíveis

dúvidas por parte dos alunos, os aplicadores leram as perguntas uma por uma sem,

no entanto, interferir na resposta do aluno, pelo que, só passava para outra quando

todos tivessem terminado de assinalar a alternativa que mais lhes convinha. Os

aplicadores procuraram deixar claras as crianças que só poderiam escolher uma

das alternativas e que não tivessem medo de responder, pois, os seus pais não

saberiam das suas respostas. Após assinarem as alternativas, terminado as

perguntas os aplicadores recolheram os questionários.

Resultados.

13

Em função das questões formuladas a partir do questionário elaborado para esta

pesquisa, os referidos resultados foram apresentados em tabelas que ao mesmo

tempo representam as categorias de análise criadas em relação a cada uma das

perguntas do questionário aplicado, com as suas respectivas freqüências e

percentagens. As freqüências indicam o número de respostas ou o parecer dado

pelos alunos alvos da pesquisa em relação à pergunta.

A tabela 1 que configura a primeira categoria em análise neste estudo, apresenta

os dados referentes a distribuição das crianças em lares.

Tabela -1 Tutoria

Fr

%

Pai e Mãe 12 33

Pai 4 11

Mãe 6 17

Pai e Madrasta 3 8

Mãe e Padrasto 7 19

Tio ou Tia 2 6

Irmão ou irmã 2 6

36 100

Os dados relativos à categoria dois “visita a escola” por parte dos

país/encarregados de educação, podem ser visualizados na tabela 2:

Tabela - 2

14

Fr %

Sim 17 47

Não 3 8

Muito pouco (pois estão sempre

fora de casa)

9

25

Só mente no final do ano para

saber o resultado final

7

19

36 100

A ajuda ou não dos pais/encarregados de educação na solução das dificuldades

que os alunos encontram durante as aulas pode ser observada na tabela três (3)

que ao mesmo tempo se configura na categoria três “Colaboração dos pais”

Tabela - 3

Fr

%

Sim 13 36

Não 5 14

Algumas vezes 18 50

36 100

Na categoria quatro (4) e por meio da tabela com o mesmo número, podem ser

visualizados os dados relativos às pessoas que prestam “auxilio” na solução das

dificuldades que os alunos apresentam relativamente ao conteúdo apresentado em

sala de aula.

Tabela 4

15

Fr %

Pai ou mãe, tio ou tia 9 25

Irmãos 15 42

Amigos 5 14

Colegas de sala 7 19

36 100

A forma como os pais ou encarregados de educação gerem/solucionam os

conflitos dentro do lar é apresentado na tabela cinco (5), categoria 5- “Solução de

conflito” no seio familiar.

Tabela 5

Fr

%

Conversam 12 33

Batem de imediato 11 31

Às vezes conversam mas sempre

acabam batendo

13

36

36 100

Discussão

Relativamente à categoria “tutoria”, as percentagens nos mostram que apenas 33%

das crianças vivem com os seus pais e comutativamente 67% das mesmas

convivem apenas com um dos progenitores e em outras circunstâncias com

membros familiares diretos (Tio, Tia, irmã ou irmão).

Atendendo a situação de instabilidade sociopolítica a que esteve mergulhado o

país, esta situação em parte pode ser compreendida. Ainda sim, não deixas de ser

16

preocupante, pois, muitos desses parentes não têm dado um acompanhamento

devido a estes menores.

Estudos comprovam que as crianças e os adolescentes referem muito pior

entendimento no geral com o elemento oposto dos educadores (padrasto,

madrasta, tio, tia, etc.) Ruiz (2002), Fernandes (1998). O ambiente de conflito entre

estes e os adolescentes, cria nos mesmos sentimentos de revolta que reduz a

vontade de estudar, de continuar a viver, o que resulta muitas vezes na fuga de

casa, numa tentativa de chamar atenção os seus educadores.

Relativamente à categoria “visita a escola”, os resultados observam que apenas

47% dos pais/encarregados de educação visitam a escola dos seus educando

participando, desse modo, na vida e nos problemas atinentes a educação dos

mesmos. Os outros 53%, reconhecem a importância da escola, e mantêm os seus

educando nela, esperando lamentavelmente que a escola faça tudo cabendo aos

mesmos apenas esperar pelo resultado final.

Constata-se que fruto das alterações sociais e as mudanças sucessivas dos

próprios sistemas ou regimes políticos dos estados, a família sofre grandes

transformações. Diminuiu o número de filhos por casal, o casamento tornou-se mais

instável com um número crescente de divórcios, aumentando as famílias mono

parentais e reconstruídas, as mulheres passaram a ter uma atividade profissional,

estudarem até mais tarde, auferindo de independência econômica e relegando

muitas vezes a maternidade para segundo plano. Tudo isso, faz com que os pais

fossem mais ausentes do que presentes no lar e na participação direta sobre a vida

escolar dos filhos, remetendo esta tarefa a terceiros.

Sendo os pais os primeiros educadores, os mesmos precisam colaborar com os

professores, supervisionando nas tarefas escolares dos filhos, exigindo a realização

das tarefas e dos estudos, não permitindo que dêem trabalho na sala de aula ou

faltem por qualquer coisa. Devem os pais ser presentes à escola, acompanhando

de perto o desempenho dos filhos/educando. A criança deve sentir-se sempre

acolhida nas suas preocupações pelos seus tutores, e nunca sentir-se largada

17

dentro da escola. Para uma educação compartilhada, é preciso que os pais sejam

mais participativos na vida escolar de seus filhos, conhecerem os seus professores

e em conjunto traçarem atividades para a evolução do filho. (Direitos da criança,

2008)

O mais importante é o diálogo. Apesar dessa correria desenfreada em busca de

melhores condições de vida para as famílias, mesmo chegando tarde do trabalho, é

importante que observe o material escolar do filho, estar atento sobre a maneira

como escreve e resolve as atividades escolares. Se for ausente durante a semana

recompense essa ausência no final de semanal, ouvindo o seu filho, pois o seu

apoio é muito importante para o futuro do mesmo. Dessa forma, estaremos a

colaborar na educação das nossas crianças.

A missão educativa dos pais é uma tarefa de extrema importância e de vital da

transcendência, por se constituir numa missão essencial de todo pai. Porém,

apesar de ser uma atividade tão fundamental, muitos pais, por comodismo ou

negligência, perderam a consciência dessa grande responsabilidade de serem os

primeiros e os principais educadores dos filhos.

Os resultados expressam que poucos, ou seja, apenas 25% dos pais/tutores,

prestam auxílio aos filhos/educandos na resolução das dificuldades que os mesmos

encontram na escola, comportamento que em nada ajuda o crescimento dos filhos.

Deve-se mostrar um verdadeiro interesse pelo aprendizado dos filhos, participando

das reuniões escolares, acompanhando os deveres de casa, indagar sobre as suas

aulas e o que teria aprendido, por se configurar em algo extremamente importante

para a criança, porque percebe a preocupação dos pais para com ela, o que

incentiva a sua participação na escola.

Enquanto crianças, o lazer e o convívio com os colegas têm uma importância

primordial no processo de socialização e formação. PAIS (1993:123) refere “que as

culturas juvenis são fortemente viradas para o lazer, de certa forma em oposição ao

saber tradicional da escola e da família, que privilegia a ordem e a certeza, o ensino

e a transmissão de conhecimentos e experiências entre pares.”

18

Embora haja certa continuidade na transmissão de valores de pais para filhos, a

verdade é que as crianças de hoje adquirem a sua identidade não só dentro, mas

também fora da família, através de discursos variados que a escola e a família nem

sempre integram. Todavia, a família não se pode demitir do seu papel e atribuir

responsabilidades aos outros agentes educativos na formação dos seus

descendentes.

Os pais e encarregados de educação como tutores e mentores de todas as formas

educativas dos filhos, devem estar dotados de conhecimentos aprofundados e

reconhecidos que conferem aos mesmos, o direito de julgar e decidir sobre

determinadas situações conflituosas que ocorrem no seio da família.

Não obstante que historicamente e em todas as culturas a família sempre soube

como educar os seus filhos, “é preciso considerar que especialmente em ambiente

de extrema pobreza, constata-se uma perda de identidade da família e

conseqüentemente muito baixo o nível de informação existente sobre o mundo das

crianças, adolescentes e jovens”, segundo ALVES (1996:224). É imprescindível que

se observem os princípios de uma convivência salutar no seio familiar onde a

participação dos pais deve-se fazer sentir de maneira efetiva na vida das crianças.

Observa-se pelos dados da tabela cinco que muitos pais para buscar a autoridade e

o respeito na família com praticam atos que comprometem o relacionamento com

os restantes membros da família, esquecendo-se que “ … o homem como agente e

sujeito das transformações sociais, culturais, políticos econômicos, tem um papel

de extrema importância no processo de desenvolvimento e assentamento humano”

YOBA (2003:1).

O ambiente democrático no lar deve caracterizar-se por uma permissividade geral

muito associada ao afeto. “Os pais proporcionam os filhos um sólido apoio

emocional, evitam tomar decisões arbitrárias, e mantém muito contacto com a

criança” Ruiz (2002: 76).

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Nestes tipos de lares, as crianças são recompensadas pela sua curiosidade, sua

atitude independente, sua capacidade de expressar opiniões, idéias e sentimentos,

se lhes permite participar em discussões e decisões da família, e isto garante que

as crianças se tornem ativas, competitivas, extrovertidas e criativas.

Nos lares com caráter autoritário, os pais são controladores e restringem o

comportamento dos filhos, pelo que o modelo de educação não permite que sejam

“… gratificadas e, inclusive costumam ser castigadas quando mostram curiosidade,

naturalidade ou quando tentam fazer os seus direito”. Ruiz (2002:79)

Aparentemente, nos lares onde reina o conformismo se eliminou na criança a

possibilidade de expressar abertamente o que faz delas, extrovertidas e sem

qualquer espírito de iniciativa.

Pelo exposto, deve-se garantir que cada família assegura a todos a possibilidade

de se auto realizar em termos de acesso aos bens econômicos e socioculturais

disponíveis. É necessário que se elabore uma política que garanta o exercício da

cidadania no seio familiar, como por exemplo, leis que estimulam o registro do

nascimento dos filhos, que habilitam a formação intelectual e profissional, a

obrigatoriedade do um acompanhamento na educação dos filhos/educandos por

parte dos pais/tutores.

É extremamente importante que as famílias ofereçam incentivos sobre a educação

no respeito da coisa pública assumida como bem comum, no cultivo de valores

cívicos socialmente aceites por todos e que assentam nos bons valores culturais e

tradicionais de que são originários.

Conclusão

Os resultados encontrados dão conta:

1. As crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, apatia,

desânimo e introversão, evidenciam o pouco acompanhamento dos

pais/tutores nas suas atividades escolares e na observância de uma

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convivência conflituosa nos seus lares, contrariamente àquelas que

beneficiam de acompanhamento dos pais/tutores nas suas jornadas

educativas, com observância de uma convivência de harmonia no lar;

2. Os pais/tutores devem prestar uma atenção particular no acompanhamento

da educação dos filhos, com recurso ao diálogo, as visitas a escola, a ajuda

na solução das dificuldades escolares;

3. Os sinais de desestruturação observados nas famílias são conseqüência

dos divórcios e as ausências constantes dos pais/tutores em casa, o que

conduz um número considerável de crianças viver apenas com um dos

progenitores e/ou outros parentes próximos;

4. As ausências dos pais nos lares fazem com que as crianças se sintam

abandonadas e procurem ajuda nos grupos mais próximos, o que

compromete a estabilidade necessária ao pleno desenvolvimento das

mesmas;

5. A falta de uma habitação condigna, de rendimento suficiente para a

educação dos filhos, faz com que muitos pais/tutores estejam ausentes de

casa e com isso distante do acompanhamento da educação dos seus filhos

remetendo essa missão para terceiros;

6. Ante a crise de valores generalizada no mundo atual e na família o Governo

de Angola em estreita cooperação com os seus parceiros nacionais e

internacionais, tem encetado iniciativas tendentes a refletir sobre a relação

conjugal e a educação das crianças, assim como a assistência na saúde;

7. A família em colaboração com o Estado deve assegurar a proteção e

igualdade para que as crianças atinjam o seu integral desenvolvimento físico

e psíquico, garantindo um futuro desenvolvimento sustentável da sociedade;

8. A família em Cabinda-Angola em colaboração com o estado deve educar as

crianças dentro da cidadania, respeitando os preceitos culturais e sociais da

sua população.

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Referencias

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