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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE A EDUCAÇÃO DO JOVEM E OS APELOS DE UMA SOCIEDADE MARCADA PELOS CONTRA-VALORES MARIA HELENA CABRAL RIBEIRO

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A EDUCAÇÃO DO JOVEM E OS APELOS DE UMA SOCIEDADE

MARCADA PELOS CONTRA-VALORES

MARIA HELENA CABRAL RIBEIRO

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MARIA HELENA CABRAL RIBEIRO

A EDUCAÇÃO DO JOVEM E OS APELOS DE UMA SOCIEDADE MARCADA

PELOS CONTRA-VALORES

Monografia apresentada como conclusão do

Curso de Pós-graduação em Psicopedagogia

sob orientação do professor Jorge Tadeu.

Rio de Janeiro, 2002

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Aos jovens, meus alunos, que

constituem a razão do meu estudo, meu

trabalho e minha dedicação.

Aos meus netos Matheus,

Guilherme e Felipe, os jovens que vão ajudar

a compor a sociedade do futuro, tornando-a

mais justa e fraterna.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo dom da vida e pela oportunidade de continuar

sonhando.

Aos meus professores pela dedicação e encorajamento.

À minha terapeuta que muito contribuiu para minha nova

caminhada.

Ao meu marido, filhos e mãe pelo apoio e compreensão.

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SUMÁRIO

RESUMO 06 INTRODUÇÃO 07 CAPÍTULO I. EDUCAR PELO CORAÇÃO 10 CAPÍTULO II. JUVENTUDE – O FUTURO DA SOCIEDADE 172.1 O Modo de Ser Jovem 182.2 O Jovem e a Educação 22 CAPÍTULO III. A EDUCAÇÃO DOS JOVENS PARA A CIDADANIA 253.1 Cidadania: Uma abordagem curricular 28 CONCLUSÃO 30 BIBLIOGRAFIA 33

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RESUMO

“O serviço de professor é uma arte. E esta arte torna-se obra-prima quando

consegue educar o coração. É no coração que moram os sentimentos, as paixões e

os sonhos”. É preciso formar o jovem com possibilidades de construir uma nova

sociedade, mais justa, fraterna, solidária. Ao desenvolver no jovem os valores que

são fontes da existência humana – justiça, respeito, solidariedade, esperança,

trabalho, conhecimento, amor… o educador estará estimulando-o a descobrir sua

cidadania ativa e seu papel no mundo. E quem é este jovem? Quais os seus sonhos?

Em que mundo ele vive?

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INTRODUÇÃO

A Educação sempre serviu para tornar os jovens mais conhecedores

de si mesmos. Educar é estimular os jovens a avaliar com consciência os valores

pelos quais a humanidade se rege e prestar-lhes a sua adesão, procurando crer neles

e seguindo-os o mais fielmente possível.

O grande objetivo da educação é o desenvolvimento do jovem ao

nível de todas as facetas da sua personalidade para conseguir seguir um caminho

digno e construir uma vida com base no sonho de cada um.

Por vezes, os jovens pensam que a educação é feita somente a nível

escolar, o que, inevitavelmente, conduz a um grave erro, porque a educação que

vamos adquirindo e transmitindo ao longo de gerações tem em vista não só o

desenvolvimento escolar mas também o pessoal, o social, o religioso, entre muitos

outros que poderiam ser citados.

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A missão de qualquer jovem em fase de aprendizagem, de procura,

de descoberta... é a de auto-educar-se com base no que está registrado como

verdadeiro (por exemplo, livros), mas nunca esquecendo o que está à sua volta, e as

experiências do dia a dia, tão ou mais importantes, e que devem ser integradas nesse

processo de auto-educação.

A verdadeira liberdade, reta e responsável, que todos, direta ou

indiretamente, buscamos só é atingida se os jovens conseguirem assimilar a

verdadeira educação na sua totalidade, não aprendendo apenas as partes que são do

livre interesse de cada um.

No entanto, esta liberdade também só é conseguida se o jovem

viver em harmonia no seio familiar, porque também pertence aos pais um papel

importante. Deles depende, em muito, a maneira de pensar e de encarar as

realidades da vida por parte dos jovens que se encontram sob a sua tutela. Mesmo

que não pareça, o jovem procura, quase sempre, seguir o exemplo dos pais ou dos

familiares mais chegados.

A liberdade de cada um está intrinsecamente ligada ao processo

educativo adquirido por cada indivíduo. Dessa forma, é de extrema importância que

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os pais e os educadores assumam uma atitude de compreensão e de diálogo perante

os jovens.

A "missão" de educar, dentro ou fora de casa, deve ser recíproca.

Tanto vai depender do jovem como das pessoas que o rodeiam e procuram apoiar.

Entretanto, a nossa sociedade, cada vez mais, se está a afastar do verdadeiro lema e

objetivo da educação. Habitamos uma sociedade materialista onde o dinheiro ocupa

o lugar de destaque, e os pais, cedendo aos novos valores que se erguem,

preocupam-se mais em proporcionar uma boa vida aos filhos do ponto de vista

material, menosprezando, assim, uma boa parte do caráter emocional que deve ser

sempre uma constante.

A educação dos jovens e da sociedade não se faz somente nas

escolas. Não nos podemos esquecer disso! Será que não é melhor começar a

apresentar soluções, a abrir portas, a criar fugas...? Depois, quando chegarem ao fim

do poço, as portas podem não se abrir e o colapso será irreversível.

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CAPÍTULO I

EDUCAR PELO CORAÇÃO

Acabamos de celebrar as festas de final de ano. Feliz Ano Novo!

Feliz século XXI! Feliz terceiro milênio!

Agora, na entrada do terceiro milênio, cabe perguntar sobre o

recém-findo século XX: a vida está melhor? Talvez seja essa mesma a única função

da cronologia de anos, séculos e milênios que inventamos: saciar nosso desejo de

sempre recomeçar, de marcar eras, vencer etapas, iniciar novas épocas. Nossos

desejos proclamados em mensagens de fim de ano ficaram mais próximas da

realidade?

No breve século 20 aconteceram, de fato, avanços sequer

imaginados no campo da ciência e da tecnologia, capazes de dar aos seres humanos

condições de vida com qualidade e bem-estar que nunca antes foram possíveis. A

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humanidade mudou a noção de tempo e espaço, encurtando distâncias e

aproximando os distantes. Domesticou o átomo, esquadrinhou o espaço, pisando na

lua, fotografando e investigando outros planetas. Descobrimos as células da vida até

o ponto de curar doenças antes fatais e replicar outros seres. Inventamos o

computador e a memória artificial. As comunicações eletrônicas imediatas

permitiram um incrível intercâmbio entre pessoas, povos e países.

Pela primeira vez na história a humanidade foi capaz de produzir

mais alimentos e bens do que cada um de nós precisa para uma existência nutrida.

E, no entanto…

Nossos desejos mais básicos seguem não sendo atendidos, embora

tenhamos respostas para os nossos desejos mais complexos… Metade da

humanidade (3 bilhões de pessoa) sobrevive com uma sobrevida de 2 dólares por

dia.

É esse o lado triste do século 20: a tragédia da má distribuição da

riqueza, agravada por guerras mundiais e regionais de conquistas, com emprego de

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armas de destruição maciça, de bomba atômica ao napalm. Guerras transmitidas via

satélite para milhões, no horário nobre. E a crescente produção de armas

convencionais, vendidas a sociedades inteiras estruturadas em organizações

políticas atrasadíssimas, dizimando-se em guerras tribais e sendo condenadas ao

horror da fome num mundo de abundância. E a insensata destruição da natureza

ameaçando quase todas as formas de vida no planeta.

O saldo, ainda assim, é positivo. A humanidade avançou,

desenvolveu até as ciências do inconsciente, que permitem compreendermo-nos

melhor. Para muitos a lida ficou menos penosa.

A civilização do consumo, porém, se esmera em artifícios sedutores

para que o sentido da vida seja comprar, adquirir, ter. A publicidade aponta o

caminho multicor da satisfação do ego, da realização, da pessoa enquanto indivíduo

e não coletivo. É ela que determina o que “gostamos” de ouvir, dançar, cantar,

querer… Nessa “idade mídia”, desejo com o desejo dos senhores do marketing, amo

o amor da novela, brilho no sucesso do ídolo distante, sou imitador do super-herói,

da top-model, do que é tido como perfeito e inalcançável.

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Nunca foram produzidos tantos objetos, e nunca o ser humano foi

tão escravizado a eles: é a coisificação da existência na Terra. A ânsia do possuir

vai do computador de última geração, ápice da racionalidade humana, ao uso e

abuso de tóxicos e barbitúricos que possam trazer de volta a emoção, a auto-estima,

a vida plena e o sono tranqüilo num mundo acelerado e sem coração.

Trazem mesmo?

A nossa sociedade favorece a busca obsessiva pelo prazer rápido e

fácil, estimulando dependências.

Como diz o texto-base da Campanha da Fraternidade – 2001 da

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “a existência cotidiana se

tornou ao mesmo tempo tão árdua e tão vazia de sentido, que os tóxicos funcionam

como amortecedores nas relações do ser humano consigo mesmo e com o mundo”.

A condenação moral, talvez a mais comum numa sociedade

hipócrita como a nossa, marginalizada ainda mais os dependentes e os vincula aos

traficantes das drogas ilícitas (os de armas e das drogas permitidas quase nunca são

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mencionados). Numa encíclica intitulada Ecclesia in América, o Papa João Paulo II

tocou na ferida.

O flagelo das drogas não seria, em essência, o mal a ser combatido

ou, pelo menos, o único a ser combatido.

Ela seria muito mais o efeito de outro mal, maior e mais grave: a

perda do sentido da vida.

Há um grande vazio, um buraco em cada um de nós. E o outdoor da

esquina diz que esse buraco pode ser preenchido, é só comprar. A droga, com seus

efeitos, traz a ilusão da plenitude, do gozo máximo da vida, da sensação que

dispensa o sentido…

Eu, você, todos nós, somos produtos da sociedade. Nesse início de

século, essa sociedade é regida pelo “deus” mercado, pelo comércio total. Sai de

cena o cidadão, entra o consumidor. Tudo é marketing, até emoções e aventuras são

programadas. Todas as tribos são toleradas, desde que não ultrapassem os limites do

território a elas reservado na reprodução do sistema. Vidas condicionadas do agora

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ao adiante: na juventude, piercings e metal pesado; na idade adulta, terno e metal

sonante…

A jornalista Maria Maia, em artigo no semanário Correio da

Cidadania de setembro de 2001, analisando os tempos atuais escreve:

“Televisão de 9 às 6 / vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês, anunciou, ainda imberbe, Renato Russo. E a geração coca-cola cresceu sem ler Gregório, Machado, Augusto, Bandeira, Guimarães. Sem ver o cinema brasileiro. Só consumindo o lixo dos gladiadores americanos, que combina direitinho com o lixo sem limite do padrão global. Entupidos de milk-shakes, hot-dogs, bonés yankees, os adolescentes de classe média desfilam a morte do desejo nos shoppings. Só conseguem desejar coisas. Coisas e mais coisas anunciadas pela telinha reluzente. A geração coca-cola está agora “vomitando o lixo” em cima dos índios (lembram-se de Galdino?), dos miseráveis e em si mesma. Mata-se pelo mínimo: “brincando” de queimar índio e mendigo, por uma mera “cantada”, por um abadá da micarecandanga. Mas, na outra ponta, jovens pobres, também de bonés e bermudões, matam igualmente por qualquer razão ou sem nenhuma, só por raiva ou para “testar a matraca em cima de um otário”. Com a sensação de onipotência e superioridade absoluta que a cocaína dá… O problema é geral, não da juventude. Há jovens lúcidos como Gabriel, o Pensador, Racionais, Câmbio Negro, O Rappa, Gog, Mv Bill, que denunciam o que as elites brasileiras andam fazendo com o país. É fundamental ouvi-los! O rapper Gog diz, com todas as letras, que os da elite são “assassinos sociais”. Esses novos cronistas da realidade brasileira também noticiam o que anda fazendo a meninada de classe média: “Sacanear um mendigo é a maior diversão”.

Diversão? Brincar, se distrair, não é relaxar, trocar, jogar com os

outros o jogo gostoso da vida, como é próprio da juventude? Maria Maia diz:

Há um tipo de diversão da galera solta pelas ruas que é fascista. Em

vez de se rebelar contra o algoz, parte da moçada é empurrada a se identificar com

ele e ajudá-lo na função de eliminar o miserável. Se o sistema neoliberal precisa

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exterminar os excluídos que gera, então a galera obedece e manda ver: mata a

qualquer pretexto, toca fogo em índio e mendigo. Se não podem consumir, então

paulada neles! Assim, não estragam a paisagem asséptica e artificial do consumo.

Para que, em algumas cabeças e espaços de vida continue existindo

apenas a paisagem que elimina o diferente, criam-se guetos: periferia e centro, zona

norte e zona sul, morro e asfalto. Cidades partidas, mundos isolados, vidas

apartadas.

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, resumiu o poeta

Fernando Pessoa. Não é fácil perceber a vontade de Deus e nem mesmo sonhar

sonhos solidários, generosos, construtivos. Mas vale gastar nossa existência na bela

procura. Que é, afinal, por uma ideologia de vida.

Formar o jovem para a sensibilidade, para abrir o coração, ver o

outro…, com toda certeza é um bom passo para melhorar este nosso mundo.

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CAPÍTULO II

JUVENTUDE – O FUTURO DA SOCIEDADE

A juventude é um dos grupos mais numerosos da sociedade latino-

americana. Tem um rosto bem concreto; mulheres e homens; indígenas, negros,

mestiços e brancos; estudantes, trabalhadores e desempregados, sendo a maioria

empobrecida e sofrida. A juventude e vítima de interesse de pessoas e grupos. É

vista, apenas, como consumidora e executora, não como sujeito ativo na construção

da sociedade.

A juventude tem um desejo imenso de mudança. Está ansiosa por

participar ativamente na sociedade, mas não encontra espaço nem estímulo. Por

mais que acredite em sua capacidade e se mostre disposta a trabalhar pelo país, não

crê nas instituições e sente-se impotente para lutar além de seu mundo individual.

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A saída está na juventude, quando está unida, torna-se, ela mesma,

o caminho aberto – pois ainda não possui critérios fechados e está aberta ao novo. É

potencial que se torna risco. Da maneira como, no presente, se acolha a juventude,

dependerá o futuro da própria sociedade.

É preciso estreitar o diálogo entre as gerações, em busca de

perspectivas esperançosas para o futuro. É a ocasião para redescobrir, valorizar e

amadurecer a ternura da vida. É tempo de superar o individualismo, o pessimismo e

reconstruir a fraternidade.

2.1 O Modo de Ser Jovem

Por juventude entende-se, de modo convencional, a etapa da vida

na qual se deveria desenvolver o conjunto de potencialidades práticas, intelectuais,

psicológicas, afetivas, espirituais e morais do homem. Ou seja, idade de transição,

de definições e maturação das grandes opções.

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A juventude é a idade do broto, do desabrochar, da ruptura e da

independência. A juventude é sonhadora, impaciente e imediatista. Identifica-se,

geralmente, com o novo, com a mudança – força de transformação na sociedade.

Na juventude emerge o valor da individualidade e da subjetividade

da pessoa humana, afirmando sua autonomia e desenvolvimento mais autêntico.

Frente a expressões impostas, ela se sente mais livre para assumir ou não de

maneira pessoal, a configuração de sua vida. Nessa situação. Muitas vezes confunde

autonomia com auto-suficiência.

Dentro deste contexto há uma profunda mudança do sistema de

valores. A religião deixa de ser a esfera do privado, da livre escolha de cada um.

Nesse mundo complexo, o jovem encontra mais espaços de liberdade, mas também

experimenta a solidão e o anonimato.

Além das grandes transformações no campo econômico, com

repercussões na ordem política, cultural e religiosa com evidente agravamento da

questão social, o jovem recebe influência da família, da escola, dos Meios de

Comunicação Social e das diferentes culturas, locais onde mora e da classe social a

que pertence.

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Começando a se desenvolver, o adolescente busca seu espaço, quer

se afirmar na família e no seu grupo. Precisa estabelecer, neste período, o seu papel

como pessoa humana.

Neste tempo está rompendo com a fase da infância dependente e

buscando sua identidade, sua auto-afirmação. É o momento de mudança física,

biofisiológica e, principalmente, mudanças de seu papel na sociedade.

O jovem, hoje, vive num contexto de hedonismo e “curtição”

incentivado pelo sistema social vigente. Ele se vê envolvido numa rede de

satisfações falsas e superficiais. Ao descobrir seu corpo, as informações se

restringem exclusivamente a conhecimentos fisiológicos e biológicos que, por si só,

nunca poderão dar o sentido real e completo do sexo.

Os meios de Comunicação Social acentuam o sentido do prazer

pelo prazer, do “amor livre” (enquanto relações genitais inconseqüentes), através

das novelas e dos anúncios comerciais. O corpo da jovem mulher é apresentado

como objeto de consumo e prazer. Uma conseqüência disto, por exemplo, é que das

15 milhões de crianças que nascem por ano, no Brasil, 1 milhão são filhas de

adolescentes.

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São poucos os jovens que conseguem estabelecer no namoro um

tempo de conhecimento, crescimento e experiência de amor recíproco, buscando no

casamento a vivência a dois, estabelecendo novas relações e que seja sinal de um

projeto novo de sociedade.

É preciso acontecer uma redescoberta e valorização do corpo como

expressão dos sentimentos e afetos, como beleza, prazer, instrumento de

comunicação com os outros, com a natureza e com Deus.

O jovem, que vive momentos de procura e auto afirmação, não tem

na família acompanhamento nem experiência comunitária – de partilha e co-

responsabilidade. Passa mais tempo fora de casa do que dentro, aprende mais com o

grupo de amigos e através dos Meios de Comunicação. Os pais não conseguem

acompanhar a linguagem e as novas idéias dos filhos e se calam ou entram em

conflito com eles.

Para a juventude, nem a família, nem a escola, nem a religião

chegam a ter tanta importância quanto a televisão, no que diz respeito à difusão de

valores. Os meios de comunicação conseguem manter-se longe dos conflitos do

cotidiano, atingindo, de cheio, a imaginação e a emoção dos jovens.

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Por isso, os jovens de todas as classes, com facilidade, deixam de

lado os valores de sua cultura, de sua família, de sua religião e de sua comunidade, e

assumem o comportamento e os valores da nova cultura do consumismo e do

prazer. Há uma onda de mil solicitações para os jovens da cidade. Invadem

discotecas, bailões, boates, festivais, shows, bares, shoppings, etc.

2.2 O Jovem e a Educação

A escola nem sempre considera os jovens no momento em que

vivem. Exige-se deles estar horas seguidas sentados, em silencio enquanto

atravessam momentos de profunda vitalidade e movimento. A preocupação maior é

com a ordem e a disciplina, esquecendo-se dos problemas familiares, da incerteza e

dificuldade em definir a vida e a profissão.

A escola torna-se mera transmissão de saber acumulado, acentuado,

em suas relações, a competição, em detrimento da solidariedade. O individualismo e

o consumismo, a passividade e a uniformidade, que ignoram o pluralismo de

situações e culturas dos jovens. Os currículos são acríticos e defasados da relação de

classe social dos jovens tornando-se simples veículos de transmissão de técnicas e

conhecimento. Pouco tem contribuído para o exercício consciente da cidadania dos

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jovens e, menos ainda, para a formação de classe. Forma-se apenas o cidadão

consumista. E não se incentivam os jovens a participarem sequer de suas próprias

organizações, como os grêmios estudantis.

A escola precisa ser formadora de pessoas, desenvolvendo o

espírito e a ação de grupo, fortalecendo os processos solidários de convivência e de

trabalho, a partir do contexto social em que está inserida, sensível às lutas que se

travam na sociedade; por mais solidariedade e justiça.

A Igreja tenta evangelizar jovens estudantes através das escolas e

universidades católicas. Alguns colégios trabalham com os pobres. No entanto,

grande parte trabalha com jovens da classe média, alta e rica. Apesar da boa

vontade de todos, buscando abordagem da educação de maneira nova, constata-se

que nem sempre se consegue isso: dirigentes políticos e empresários oriundos de

colégios católicos nem sempre vêem o mundo a partir das referências éticas e

cristãs. Contudo, cresce, em muitos educadores religiosos e leigos, a consciência de

que sua prática educativa precisa ser sempre mais uma presença da Igreja

Evangelizando o mundo da Educação.

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Nossos jovens precisam ser alertados para as feridas existentes em

nossa sociedade. O racismo e os preconceitos estão muito presentes em nosso meio.

Não apenas contra os negros, mas também os indígenas e os jovens das classes

populares. Os índios são vistos como preguiçosos ou folclóricos. Os de classes

populares como assaltantes e criminosos, principalmente os da raça negra. Há

também a marginalização do jovem homossexual e do aidético.

A força dinamizadora da juventude é capaz de impor à sociedade

mudanças a curto prazo.

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CAPÍTULO III

A EDUCAÇÃO DOS JOVENS PARA A CIDADANIA

A Educação de Jovens na perspectiva de orientação para o

desenvolvimento integral do ser humano vem sendo concebida, mesmo que de

forma tênue, como fruto dos anseios do grupo com o qual se trabalha, sendo que

para que isso se efetive faz-se necessário a organização de propostas curriculares

que permitam combinações, ênfases, supressões, complementos e formas de

concretização, específicas ao contexto de educação.

Desta maneira, a tentativa é de ultrapassar a concepção de que os

currículos escolares são apenas uma seleção de conteúdos e disciplinas organizadas

em uma grade curricular de acordo com alguns parâmetros. De outro modo,

organizar um currículo implica num processo que se realiza entre lutas, conflitos de

posições e relações de poder. Nessa dimensão currículo é considerado artefato

social e cultural. Isso significa que ele é colocado na moldura mais ampla de suas

determinações sociais, de sua história, de sua produção contextual.

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O currículo não é elemento inocente e neutro, mas está vinculado à

relações de poder, transmite visões sociais particulares e intencionais, influenciando

a construção de identidades individuais e sociais específicas. O currículo não é

atemporal, ele tem uma história, vinculada a formas específicas e contingentes de

organização da sociedade e da educação (MOREIRA, 1995). Neste sentido, faz-se

necessário estarmos atentos aos "porquês" das formas de organização curricular e,

consequentemente, conferir maior ênfase ao que possa contribuir para o tipo de

cidadão que se deseja formar.

Os estudos acerca do currículo escolar tomaram rumos diferentes a

partir de 1970, quando passou-se a desenvolver análises sobre as relações entre

currículo e mundo. Nessa perspectiva, a teoria crítica do currículo reflete e

questiona a idéia de que a função da escola seria, prioritariamente, adaptar os

indivíduos a sociedade em que vivem. A partir dessa abordagem os teóricos

defendem a transformação da escola concebida conforme o modelo industrial, em

uma instituição que fosse um fator de inclusão social. O currículo pensado nesse

contexto deve objetivar a formação integral do aluno, oportunizando o aprendizado

de conhecimentos diversos, habilidades, técnicas e estratégias, bem como a

construção de atitudes sociais críticas e criativas, inclusive no que se refere ao

exercício da cidadania democrática.

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Entretanto, ainda na atualidade, muitos professores associam os

conteúdos curriculares com conceitos a serem memorizados e procedimentos a

serem reproduzidos. Essa prática dissocia a educação do contexto social, do tempo,

dos valores, condições e acontecimentos históricos em que se manifesta e que

integra (CRITELLE, 1981).

Transgredindo essa visão, tem-se a perspectiva de que educar é

criar situações de aprendizagem nas quais todos os aprendentes possam despertar

para a sua dignidade de sujeitos do seu futuro. Embora se possam outorgar de fora

elementos do contexto propiciador da dignidade de cidadão, tal experiência deve ser

conhecida e reconhecida pelos(as) próprios(as) cidadãos(ãs). Esse entendimento

possibilita repensar e reinventar o fazer pedagógico com vista à mudança de

enfoque dos conteúdos curriculares.

Na concepção Freireana, o tornar-se protagonista também se

materializa no debate que possibilita a re-leitura da realidade de que pode resultar o

engajamento do educando em práticas políticas com vistas a transformação social.

Em Por uma Pedagogia da Pergunta, Freire (apud GADOTTI, 1985) afirma que

existem perguntas fundamentais que provocam o discente em torno da

substantividade das coisas, da razão de ser delas, de suas finalidades, do modo

como se fazem, são elas: O Que? Por que? Como? Para que? Por quem? Para

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quem? Contra que? Contra quem? A favor de que? Para efetivação dessas questões

e o engajamento dos educandos, a escola precisa definir prioridades didáticas

favorecendo inclusive experiências escolares coerentes com as necessidades da sua

clientela, oportunizando abordagens que explicitem a face oculta de um mundo que

exige um novo humanismo, baseado em novos direitos humanos, que tornará

possível a sobrevivência do planeta. A proposição de um currículo que contemple

essa visão globalizadora tem como desafio o trabalho transversal dos saberes, para

poder enfrentar a concepção compartimentada dos conhecimentos que ainda

caracteriza a escola.

3.1 Cidadania: Uma abordagem curricular

As idéias até aqui discutidas revelam a necessidade em construir-se

processos de Educação de Jovens que contemplem:

- Perspectivas críticas das relações entre currículo e sociedade;

- Abordagem dos conteúdos curriculares não apenas no nível conceitual, mas

sobretudo nas ações e relações vivenciais;

- Inclusão dos agentes e de seus saberes nos processos de ensino e de aprendizagem;

- Enfrentamento do desafio da transversalidade com vistas a ampliação e

aprofundadamento do processo de humanização.

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No tocante a organização de propostas curriculares para Educação

de Jovens e Adultos, desafiam os educadores a estarem em constantes construções e

desconstruções. No nosso exemplo, as referidas professoras que desenvolveram o

projeto "cidadania que bicho esse?", tiveram que, elas próprias, se perguntarem,

revendo e confrontando os subsídios teóricos e metodológicos que foram

trabalhados em situações de formação.

Neste sentido, para que seja efetivadas práticas na educação de

jovens, nas quais não sejam apenas contemplada uma abordagem conceitual e

compartimentada de conteúdos, como os relacionados à Cidadania, é necessário que

os educadores estejam impelidos a buscarem cada vez mais meios que ofereçam

condições para que o indivíduo e a comunidade descubram a si mesmos e se

afirmem sempre mais no tempo e no espaço, contribuindo com a construção da

humanidade e do ser humano (SOUZA, 2000).

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CONCLUSÃO

A educação deve estar a serviço do desenvolvimento da pessoa

humana e da sociedade, alicerçada nos valores que promovam e valorizem a vida, e

contribua para a transformação das estruturas econômicas, jurídicas e sócio-

políticas injustas, e procure formar uma sociedade mais participativa e solidária.

O cristianismo é contrário à cultura individualmente, à cultura do

consumo, porque acredita que no fundo do coração as pessoas procuram a verdade,

a comunidade e a solidariedade humana. Nossos jovens somente podem encontrar

realização plena na vida na medida em que se mantêm em contato com sua

realidade mais profunda.

“O Sermão da Montanha constitui um claro chamado a uma

‘cultura alternativa’. É uma “lógica” que vai contra a correnteza; prega valores

alheios à cultura dominante, que põe sua fé no dinheiro, no prestígio, no poder, no

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êxito, no cálculo frio, na competência e no individualismo. O Sermão da Montanha

anunciou outra maneira de viver”.

Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que choram, porque serão consolados. Felizes os mansos, porque possuirão a terra. Felizes os famintos e sedentos de justiça, porque serão saciados. Felizes os que se compadecem, porque alcançarão misericórdia. Felizes os limpos de coração, porque verão a Deus. Felizes os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os perseguidos por serem corretos, porque deles é o reino dos céus. Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e por minha causa, mentirem, dizendo contra vós todo mal. Alegrai-vos e exultai, porque grande será a recompensa. Foi assim que perseguiram os profetas antes de vós.

(Mt 5, 1-12 ) Mateus capítulo 5, versículos de 1 ao 12.

É tempo de formar a consciência e educar para a construção da

fraternidade. A missão de construir fraternidade começa pelo desafio de construir-se

como uma pessoa humana. Para tanto é preciso que aconteça a formação da

consciência.

Essa tarefa insubstituível é importante não apenas para a

consciência social, mas também para a educação da fé. De fato, a consciência é o

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lugar do encontro personalizado com Deus, onde o jovem dá sua resposta decidida a

Cristo.

No mesmo sentido, o jovem, para realizar-se como pessoa, deve

educar-se para o amor. Essa tarefa é tanto mais importante hoje, quando o amor é

banalizado em experiências fugazes e passageiras, que não comprometem a

liberdade pessoal e não expressa valores fundamentais, nem da vida humana e

menos ainda da vivência da fé. Educar-se para o amor é vivê-lo dentro de um

projeto de vida, e abertura aos outros e a Deus; é aprender a confrontar-se com

valores e normas de sadia convivência humana. Esse projeto comporta sobretudo

uma educação à doação de si, à gratuidade, no serviço aos outros, especialmente aos

pobres. Esse projeto de vida tem sua expressão maior quando o jovem escolhe

seguir mais de perto JESUS CRISTO.

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BIBLIOGRAFIA

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Sociedade. São Paulo: Paulinas, 1992.

CRITELLE, Dulce Mára. Educação e dominação cultural: Tentativa de reflexão

ontológica. São Paulo: Cortez, 1981.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1986.

GADOTTI, Moacir. Paulo Freire: uma biobibliografia. São Paulo: Cortez, 1986.

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Sociedade. São Paulo: Cortez, 1995.

SOUZA, João Francisco. A educação escolar, nosso fazer maior, des(a)fia o

nosso saber: Educação de Jovens e Adultos. Recife: Bagaço, 2000.

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ANEXOS

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