a educaÇÃo ambiental como sustentÁculo para a melhoria da...

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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO SUSTENTÁCULO PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO NA CIDADE DE MANAUS Valéria Silva Melo de Souza (CIESA) [email protected] Antonio Geraldo Harb (UEA) [email protected] O objetivo deste artigo foi analisar os investimentos em abastecimento de água, esgotamento sanitário e as suas correlações com doenças diarréicas agudas em crianças de zero a nove anos, na cidade de Manaus no período de 2002 a 2006. O esttudo revelou que o abastecimento de água e esgotamento sanitário, é vital para a elevação da qualidade de vida e podem minimizar as doenças diarréicas agudas, porém comprovou serem insuficientes se não associados com a mudança de hábitos higiênicos pessoais e coletivos, os quais podem ser adquiridos por meio da educação ambiental. Para a análise descritiva, estabeleceu-se um estudo comparativo entre duas zonas geográficas da cidade, zona Norte e Centro-Sul, onde aplicou-se um instrumento de pesquisa e constituiu-se uma amostra. Por meio das análises de variância, análises de comparação entre as médias e a análise fatorial, constatou-se significativas divergencias em algumas variáveis. O estudo revela a necessidade de investimento no setor de saneamento básico e na educação ambiental, nas zonas periféricas da cidade de Manaus. Palavras-chaves: Palavras-chave: qualidade de vida, educação ambiental e investimento em abastecimento de água e esgotamento sanitário. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão. Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009

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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO

SUSTENTÁCULO PARA A MELHORIA

DA QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO

NA CIDADE DE MANAUS

Valéria Silva Melo de Souza (CIESA)

[email protected]

Antonio Geraldo Harb (UEA)

[email protected]

O objetivo deste artigo foi analisar os investimentos em abastecimento

de água, esgotamento sanitário e as suas correlações com doenças

diarréicas agudas em crianças de zero a nove anos, na cidade de

Manaus no período de 2002 a 2006. O esttudo revelou que o

abastecimento de água e esgotamento sanitário, é vital para a elevação

da qualidade de vida e podem minimizar as doenças diarréicas agudas,

porém comprovou serem insuficientes se não associados com a

mudança de hábitos higiênicos pessoais e coletivos, os quais podem ser

adquiridos por meio da educação ambiental.Para a análise

descritiva, estabeleceu-se um estudo comparativo entre duas zonas

geográficas da cidade, zona Norte e Centro-Sul, onde aplicou-se um

instrumento de pesquisa e constituiu-se uma amostra. Por meio das

análises de variância, análises de comparação entre as médias e a

análise fatorial, constatou-se significativas divergencias em algumas

variáveis. O estudo revela a necessidade de investimento no setor de

saneamento básico e na educação ambiental, nas zonas periféricas da

cidade de Manaus.

Palavras-chaves: Palavras-chave: qualidade de vida, educação

ambiental e investimento em abastecimento de água e esgotamento

sanitário.

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1. Introdução O relatório sobre água e saneamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância -

UNICEF (2006) declara que mais de 1,5 milhões de crianças menores de cinco anos no

mundo, perecem devido à escassez de água de qualidade, eliminação dos dejetos de forma

não-segura e deficitárias noções de higiene do ambiente em que vivem. Fatores decisivos

para as dispersões de doenças previsíveis, dentre elas, as diarréias agudas.

Informações adquiridas no Banco de Dados do Sistema Único de Saúde e Secretaria de

Estado de Saúde do Amazonas evidenciam elevados índices notificados de doenças

diarréicas agudas em crianças menores de nove anos na cidade de Manaus. Pela ótica

econômica, além de configurar uma externalidade negativa, eleva-se os gastos do governo

na área da saúde pública curativa, e pode comprometer o desenvolvimento físico, social e

outras formas de desenvolvimento na infância.

Pretende-se, apresentar os investimentos em abastecimento de água, esgotamento sanitário

e sua correlação com a incidência de doenças diarréicas agudas em crianças de zero a

nove anos, na cidade de Manaus no período de 2002 a 2006. Posteriormente, estabelecer

um estudo comparativo e descritivo entre a zona Norte e Centro-Sul, com o objetivo de

correlacionar o grau de pior e melhor situação entre as variáveis, abastecimento de água,

esgotamento sanitário e saúde pública em 2008.

2. Revisão da literatura

2.1 Saúde e doença

Na antiguidade as pessoas acreditavam que as doenças eram castigos das divindades, um

desequilíbrio de luta entre o bem e o mal. Melo & Cunha (2006), acreditam que a saúde e

doença são resultados das condições de alimentação, habitação, transporte, emprego,

lazer, liberdade, acesso aos serviços de saúde. O conceito de saúde/doença pode ser tanto

pessoal como coletivo, à medida que indivíduos e sociedade consideram ter mais ou

menos saúde e doença, dependendo do momento e dos valores atribuídos a uma situação.

Ávila - Pires (2000) esclarece que saúde e doença não são entidades definidas, pois se

define de maneira circular e recíproca, uma em relação à presença ou ausência da outra.

De qualquer maneira, o autor faz referência à saúde e doença como uma condição instável,

tanto rara de ocorrer como momentânea.

Almeida (1998) apóia a idéia de Ávila - Pires e explica que a saúde deve ser entendida em

sentido mais amplo, como componente da qualidade de vida. Destacando que não é um

bem de troca, mas um bem comum, um bem e um direito social em que cada um e todos

possam ter assegurados o exercício e a prática do direito à saúde, a partir da ampliação e

utilização de toda a riqueza disponível, desenvolvida pela sociedade no campo da saúde,

abrangendo e promovendo a proteção da saúde e a reabilitação de doenças.

A condição de saúde de uma pessoa ou da comunidade é o resumo da relação com o meio

em que vive (social, econômico, cultural e ambiental), pois com o meio comprometido

definem-se os fatores que podem desencadear ou não episódios de doenças.

2.2 Características das doenças diarréicas As doenças diarréicas constituem um grave problema de saúde pública, calculam-se, a

cada ano, uma elevada taxa de casos notificados, ocorrências de internações hospitalares e

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mesmo de mortalidade na infância.

Marcondes (1991) refere-se à diarréia aguda como uma situação clínica em que ocorre

perda anormal de água e eletrólitos (além de outros nutrientes) por via intestinal baixa ,

decorrente do rompimento do equilíbrio das funções básicas do tubo digestivo (digestão,

absorção e secreção), caracterizada por alteração do hábito intestinal com o aumento do

número de evacuações e/ou diminuição da consistência das fezes, com duração inferior a

30 dias. De maneira geral, a sua gravidade depende da presença e da intensidade da

desidratação do indivíduo.

Wolkoff (2005) descreve que a diarréia implica no aumento da quantidade de fezes ou

aumento da freqüência das evacuações. Portanto, as diarréias podem ser contraídas por

condições desfavoráveis de saneamento básico, associadas á precariedade do meio físico,

voltado para a higiene da habitação e de quem nela habita, ou seja, da duvidosa condição

sanitária e/ou pela conservação inadequada dos alimentos.

Sendo assim, a diarréia é um sintoma de uma doença, cuja gravidade e tratamento

dependem do agente causador e das condições físicas da pessoa infectada. No entanto,

considerando a forma de veiculação destes parasitas, trata-se de uma doença previsível,

por meio de medidas educacionais e sanitárias.

2.3 Educação ambiental Na década de 1940, começa a se ter idéias sobre educação ambiental, pois passou a

entender que a (EA) deveria ser disseminada como disciplina em todos os níveis da

educação, de forma que permitisse ao cidadão administrar e controlar seu ambiente.

A Educação Ambiental, de acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente - é um

processo de formação e informação orientada para o desenvolvimento da consciência

crítica sobre as questões ambientais, e de atividades que levem à participação das

comunidades na preservação do equilíbrio ambiental.

O conhecimento do ambiente em seu contexto (biológico, político, social, cultural,

econômico, educacional, paisagístico, religioso e sanitário, etc.) e dos problemas que estão

relacionados com a presença do homem, é essencial para que os indivíduos e grupos

sociais gerem um senso crítico e obtenham responsabilidade. No entanto, isso leva a uma

crítica da própria conduta, seja uma mudança de atitude, de procedimentos individuais ou

coletivos.

Do último encontro da ECO-92 no Rio de Janeiro, foram estabelecidas por meio do

Documento da Agenda 21, assuntos relacionados ao meio ambiente, inclusive nas

temáticas: saúde humana, saneamento básico e abastecimento de água.

Junior (2000) esclarece que a partir desse momento, o documento Agenda 21, reconhece e

passa a valorar assuntos como conscientização ambiental, utilizando desse instrumento para

propagar e induzir os cidadãos por meio de uma conscientização ecológica a buscarem melhor

condição de vida.

3. Procedimentos metodológicos Para obter os dados referentes às doenças diarréicas agudas, foi necessário coletá-los junto

a Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), por meio da Gerencia de Epidemiologia e

Monitoramento. Os dados relativos aos investimentos em abastecimento de água e

esgotamento sanitário foram adquiridos pelos relatórios anuais da administração da Águas

do Amazonas.

Para a análise descritiva, a população investigada reduziu-se à população das zonas Norte e

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Centro-Sul da cidade de Manaus, onde foram aplicados 200 questionários, estruturados e

direcionados aos moradores, por meio de instrumento de pesquisa, sendo 100 para cada zona

estabelecida no estudo. Objetivando, medir o grau de correlação entre as variáveis,

abastecimento de água, esgotamento sanitário e saúde pública, e portando, identificar a

variável que possa exercer melhor ou pior grau de situação sobre a saúde da população.

Utilizou-se dos recursos aplicativos do pacote estatístico Statistical Package for Social

Science - SPSS 16.0, o qual permitiu estabelecer as análises multivariadas e análise fatorial

deste trabalho.

4. Resultados e discussões Os Relatórios Anuais da Administração da Águas do Amazonas do ano 2001 a 2006

demonstram investimentos no setor de saneamento básico de R$ 150.877 milhões. Neste

mesmo período, a Gerência de Epidemiologia notificou 88.462 casos de doenças diarréicas

agudas na faixa etária de zero a nove anos na cidade de Manaus. Os resultados e discussões a

seguir estão fundamentados nas análises multivariadas e análise fatorial.

4.1 Análises Descritivas: Comparação das diferenças das médias entre as zonas Norte e Centro-Sul da cidade de Manaus, avaliando o melhor e pior grau de situação das oito variáveis Para os resultados descritivos foram estabelecidas oito variáveis referentes ao

abastecimento de água, esgotamento sanitário e saúde pública, as quais são apresentadas

na tabela 1, divididas em uma escala que varia de um a cinco, o número um a pior situação

e o número cinco a melhor situação, para cada zona geográfica estudada. Na análise das

Médias entre a zona Norte e Centro-Sul, estudou-se a média, o desvio padrão e o nível de

significância conferido a cada variável. Foi considerada, no resultado do estudo na zona

Norte, a média de melhor situação, representada pela V5, com valor de 4,500 e

considerada de pior situação a variável V8, com resultado de 2,153 de média. Na zona

Centro-Sul, a variável que alcançou a melhor situação foi a V6 com resultado de média de

4,400, em relação à variável de pior situação, na mesma zona geográfica, identificada a

V8, com média de 2,566.

Tabela 1 – Análise das médias entre a zona Norte e Centro-Sul

Variáveis Médias Desvio

Padrão Significância

Norte Centro-Sul

V1. Qual a origem da água utilizada para beber? 3,850 4,170 0,814 0,491

V2. Qual o armazenamento da água de beber? 3,520 3,890 1,031 0,069

V3. A família trata a água de beber? 2,421 3,561 1,649 0,014

V4. Qual a origem da água que a família usa para

higiene pessoal e da residência? 4,296 4,230 0,670 0,000

V5. Qual o armazenamento da água para higiene

pessoal e da residência? 4,500 3,640 1,512 0,000

V6. Qual a periodicidade da limpeza /

manutenção do banheiro? 4,376 4,440 0,656 0,648

V7. Qual o destino do esgoto do banheiro? 3,522 3,990 1,191 0,001

V8. Qual a faixa etária que as doenças diarréicas

são mais freqüentes nas crianças? 2,153 2,566 1,570 0,009

Nota: Nível de significância conferido ao estudo (p<0,05)

4.2 Análises multivariadas

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As análises estatísticas das multivariadas indicam quando ocorre a existência de mais de

duas medidas para cada elemento. As variáveis são avaliadas simultaneamente,

mensuráveis por uma escala de múltiplas variáveis, denominado de construto.

4.2.1 Análise de Confiabilidade das Escalas Segundo Spector (2005), o grau de confiabilidade é reproduzido por meio dos resultados

consistentes de uma escala, entre medidas repetidas ou iguais de um mesmo elemento

analisado, resultando uma ausência de erro qualquer. Portanto, objetivando verificar a

confiabilidade da escala, utilizou-se o cálculo do coeficiente Alpha de Cronbach, que

corresponde ao alcance de relação interna da escala. O coeficiente varia de zero a um, e,

portanto, quanto mais próximo do coeficiente um estiver, melhor será o seu resultado e

grau de confiabilidade. Portanto, neste estudo, a confiabilidade das escalas confirma-se

por meio do valor Alfa de Cronbach na V5 com 0,427 e na V6 com 0,371, conforme

observado na tabela 2, a qual expõe os resultados das amostras do segmento estudado,

demonstrando que as variáveis possuem graus moderados de melhores situações, nas duas

zonas geográficas.

Tabela 2 – Coeficiente Alfa de Cronbach das escalas do questionário

Variáveis

Médias das

escalas se I

item é

excluído

Variância

das escalas

se o item é

excluído

Correlação

total do item

Correlação

múltipla

quadrada

Alpha

se o

item é

excluído

V1. Qual a origem da água utilizada

para beber? 25,803 12,577 0,520 0,422 0,166

V2. Qual o armazenamento da água de

beber? 26,098 13,938 0,178 0,195 0,290

V3. A família trata a água de beber? 26,734 10,185 0,318 0,371 0,166

V4. Qual a origem da água que a

família usa para higiene pessoal e

da residência?

25,555 15,888 -0,003 0,099 0,353

V5. Qual o armazenamento da água

para higiene pessoal e da

residência?

25,855 14,159 -0,034 0,029 0,427

V6. Qual a periodicidade da limpeza /

manutenção do banheiro? 25,399 16,218 -0,074 0,083 0,371

V7. Qual o destino do esgoto do

banheiro? 26,052 13,015 0,221 0,109 0,262

V8. Qual a faixa etária que as doenças

diarréicas são mais freqüentes nas

crianças?

27,451 12,865 0,074 0,043 0,357

4.2.2 Análise fatorial

O objetivo principal da análise fatorial foi o de esclarecer a correlação entre um grupo de

variáveis, levando-se em consideração um número limitado de variáveis não-observáveis.

Essas variáveis ou fatores foram calculados pela combinação linear das variáveis originais.

Conforme observado na tabela 3 - Matriz de correlação das variáveis.

Na observação da matriz de correlação das variáveis, constata-se o encadeamento entre as

variáveis V2 (armazenamento da água de beber) com a V1 (a origem da água utilizada para

beber), a V3 (a família trata a água de beber) com a V1 respectivamente, portando,

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apresentando combinações de 0,405 e 0,552 para este estudo.

Pereira (2005) descreve que a análise fatorial tem premissas, sobre a origem dos dados

que necessitam ser averiguadas. A de melhor situação é a de caráter métrica das

avaliações de medidas, as quais recomendam a análise da classificação das freqüências,

por meio de testes rigorosos de suas variáveis, ajustando-as as sua normalidade.

A credibilidade da escala pode ser comprovada nos resultados da medida de adequação de

amostra (KMO) com 0,546 e do teste de esfericidade de Bartlett`s, apresentando um qui-

quadrado aproximado de 140,217 e o grau de liberdade de 28, com significância 0,000 (p<

, 01). Segundo Hair et al (2003), os valores de KMO acima de 0,500 individual para cada

variável ou para a matriz completa, indicam ser apropriada a aplicação da análise fatorial,

conforme tabela 4.

Tabela 4 – Teste KMO e de esfericidade de Bartlett

KMO and Bartlett's Test

Medida de adequação da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) 0,546

Teste de esfericidade de Bartlett Qui-quadrado aproximado 140,217

Graus de liberdade (gl) 28

Significância 0,000

A matriz de contra imagem do (MAS) Measure of sampling adequacy (correlação de uma

variável contra a outra, controlados os efeitos de todas as outras consideradas no modelo)

ou teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) apresentou-se conforme a tabela 5.

Tabela 5 – Matriz de Contra Imagem

Variáveis V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8

V1. Qual a origem da água utilizada para

beber? 0,539

V2. Qual o armazenamento da água de

beber? 0,603

Tabela 3 – Matriz de Correlação das Variáveis

Variáveis V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8

V1. Qual a origem da água utilizada

para beber? 1,000

V2. Qual o armazenamento da água

de beber? 0,405 1,000

V3. A família trata a água de beber? 0,552 0,246 1,000

V4. Qual a origem da água que a

família usa para higiene pessoal

e da residência?

0,079 -0,101 -0,117 1,000

V5. Qual o armazenamento da água

para higiene pessoal e da

residência?

0,055 -0,079 0,000 -0,004 1,000

V6. Qual a periodicidade da limpeza

/ manutenção do banheiro? 0,027 0,023 -0,113 0,155 -0,080 1,000

V7. Qual o destino do esgoto do

banheiro? 0,200 0,092 0,243 0,136 -0,070 0,110 1,000 66

V8. Qual a faixa etária que as

doenças diarréicas são mais

freqüentes nas crianças?

0,094 -0,003 0,114 -0,020 0,027 -0,159 0,066 1,000

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V3. A família trata a água de beber? 0,561

V4. Qual a origem da água que a família

usa para higiene pessoal e da

residência?

0,358

V5. Qual o armazenamento da água para

higiene pessoal e da residência? 0,378 074

V6. Qual a periodicidade da limpeza /

manutenção do banheiro? 0,498 -

V7. Qual o destino do esgoto do

banheiro? 0,635 -

V8. Qual a faixa etária que as doenças

diarréicas são mais freqüentes nas

crianças?

- 0,596

Observou-se que a maioria das correlações está acima do mínimo recomendável, de 0,500

para resultados satisfatórios, com a análise fatorial, sendo assim, a amostra pode ser

considerada adequada. A seguir a tabela 6 exemplifica a derivação dos autovalores e

explica a variância total. Na respectiva figura 1, apresentou-se os autovalores (scree plot)

definindo a quantidade de valores extraídos da matriz.

Tabela 6 – Explicação da variância total

Fatores Autovalores

(Eigenvaleus)

Variância

%

Variância

acumulativa (%)

1 1,947 24,342 24,342

2 1,331 16,636 40,978

3 1,097 13,715 54,693

4 1,000 12,506 67,199

5 0,816 10,201 77,400

6 0,779 9,739 87,139

7 0,670 8,371 95,510

8 0,359 4,490 100,000

Analisando os componentes mais importantes da tabela 6, percebe-se a utilização da

técnica de decomposição da matriz de correlação ou covariância, resultando em cargas

fatoriais, as quais demonstram o grau de associação a cada fator e aos autovalores

integrados a cada fator envolvido. Hair (2003) salienta que os números de autovalores

denotam a autenticidade do fator. Os números maiores do que 1 (um) são considerados

expressivos e, portanto, usa-se para definir o critério de percentagens da variação que os

fatores extraídos procuram ilustrar 60% ou menos da variância para estudos na área das

ciências sociais. Neste caso, ao utilizar como critérios de autovalores resultariam em

quatro fatores explicando 67,19% da variância. Com relação ao diagrama de autovalores

(scree plot) definiu-se como regra a quantidade de fatores, mesmo antes da totalidade da

variância acumulada definir a composição, ou seja, delinear uma quase reta pela gradual

diminuição dos valores da variância elucidada para cada fator.

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Figura 1 – Diagrama da variância total – Scree Plot

Hair apud Harb (2005) explicam que o pesquisador precisa procurar extrair um conjunto de

fatores que seja representativo ao estudo. Portanto, a tabela 7 demonstra a matriz de

comunalidades com os indicadores conferidos às variáveis originais que significam, em

termos percentuais, o quanto da variabilidade de cada variável é explicado. Para este caso, a

melhor explicação é a V5 – relacionando-se com o fator: Armazenamento da água para

higiene pessoal e da residência, com 90% e a de menor explicação é a V7 – representada pelo

item: Destino do esgoto do banheiro, com 54,%.

Hair (2003) esclarece que quanto aos critérios das comunalidades devem-se enfatizar, tão-

somente, a variável que possua pelo menos a metade da variância explicada e a grande

maioria exceda a 60%. Portanto, considerando a matriz de comunalidades, na tabela 7, a

maioria das variáveis atende ao critério de explicação satisfatório da variância.

Tabela 7 – Matriz de comunalidades

Variáveis Inicial Extraído

V1. Qual a origem da água utilizada para beber? 1,00 0,751

V2. Qual o armazenamento da água de beber? 1,00 0,588

V3. A família trata a água de beber? 1,00 0,657

V4. Qual a origem da água que a família usa para higiene pessoal e da residência? 1,00 0,662

V5. Qual o armazenamento da água para higiene pessoal e da residência? 1,00 0,901

V6. Qual a periodicidade da limpeza / manutenção do banheiro? 1,00 0,587

V7. Qual o destino do esgoto do banheiro? 1,00 0,545

V8. Qual a faixa etária que as doenças diarréicas são mais freqüentes nas crianças? 1,00 0,685

A matriz de comunalidades processou as informações e posteriormente extraiu-se a matriz de

fatores (factor loading), visualizada na tabela 7. Utilizou-se como critério para a escolha das

cargas fatoriais como segue: valores acima de 0,300 devem ser considerados, acima de 0,400

são importantes e acima de 0,500 são altamente expressivos. De acordo com Hair apud Harb

(2005 p. 175) expõem que “essa regra é para aplicabilidade de amostra com no mínimo 100

casos”.

A Tabela 8 – Matriz fatorial incompleta comprova os coeficientes utilizados para apresentar

as variáveis padronizadas em fatores. As cargas fatoriais com maiores correlações

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concentram-se nos fatores um, dois e três. Isto dificultou as explicações e produziu fatores

irrelevantes para explicar as dimensões ocultas.

Harb (2005) explica que essa variabilidade, sem perda do teor da informação, utiliza-se o

procedimento de rotação dos fatores. Sendo assim, a rotação mais utilizada é a ortogonal

varimax, que tem efeito minimizador da quantidade de variáveis com alta carga de

determinado fator, ofereceu-se aceitável para coligar cada variável em um só fator, de forma a

simplificar o resultado da matriz.

Tabela 8 – Matriz fatorial incompleta

Variáveis Fatores

1 2 3 4

V1. Qual a origem da água utilizada para beber? 0,833274

V2. Qual o armazenamento da água de beber? 0,610912

V3. A família trata a água de beber? 0,79488

V4. Qual a origem da água que a família usa para higiene

pessoal e da residência? 0,606469 0,531142

V5. Qual o armazenamento da água para higiene pessoal

e da residência? 0,418868 0,797534

V6. Qual a periodicidade da limpeza / manutenção do

banheiro? 0,73321

V7. Qual o destino do esgoto do banheiro? 0,444388 0,415394 0,318655

V8. Qual a faixa etária que as doenças diarréicas são mais

freqüentes nas crianças? 0,551145

Nota: Considerou-se coeficiente acima de 0,300

Para processar a rotação varimax, a variância ilustrada foi redistribuída, com nova

composição dos fatores, demonstrado na tabela 9.

Tabela 9 – Explicação da variância dos fatores após rotação varimax

Fatores Autovalores Variância

(%)

Variância acumulada

(%)

1 1,893 23,667 23,667

2 1,249 15,609 39,276

3 1,185 14,813 54,088

4 1,049 13,110 67,199

A matriz fatorial, após a rotação varimax, configurou-se com melhor distribuição,

modificando o resultado da variância de cada fator. Não registrou mudança na variância total,

explicada nos quatro fatores, representou 67,19% nas comunalidades.

A tabela 10 demonstra a classificação das variáveis entre os fatores, após a rotação varimax, a

qual é exemplificada com melhor distribuição.

Malhotra (2001) esclarece sobre a importância que se deve direcionar para cada fator, pois é

indispensável averiguar se cada fator apresenta cargas ou coeficientes não-zerados, em

algumas variáveis, e se carregados os fatores que sejam com poucas variáveis expressivas, o

melhor seria apenas com uma. A tabela 10 a seguir, configura a rotação varimax e enquadra-

se, de acordo com a recomendação, estabelecida por Malhotra (2001) que são cargas para

mais de um fator, demonstrando, portanto, duas cargas e com valores pouco expressivos.

Tabela 10 – Matriz fatorial incompleta, após a rotação varimax

Variáveis Fatores

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1 2 3 4 5

V1. Qual a origem da água utilizada para beber? 0,834

V2. Qual o armazenamento da água de beber? 0,691 0,315

V3. A família trata a água de beber? 0,772

V4. Qual a origem da água que a família usa para

higiene pessoal e da residência? 0,782

V5. Qual o armazenamento da água para higiene

pessoal e da residência? 0,948

V6. Qual a periodicidade da limpeza / manutenção do

banheiro? 0,432 0,677

V7. Qual o destino do esgoto do banheiro? 0,318 0,601

V8. Qual a faixa etária que as doenças diarréicas são

mais freqüentes nas crianças? 0,813

Nota: Considerou-se coeficientes acima de (0,300)

A tabela 11 exemplifica, por meio dos resultados, a confiabilidade das dimensões do construto

para as variáveis do segmento abastecimento de água e esgotamento sanitário. No grau das

duas dimensões do construto, o coeficiente Alpha de Cronbach apresenta um alcance

numérico de 0,308 e 0,153, demonstrando que devem ser considerados, isto é, os K-itens

testados relacionam-se com os verdadeiros escores.

Tabela 11 – Confiabilidade das dimensões do construto das variáveis

Dimensões Itens Média Variância Coeficiente Alfa Cronbach

2. 5 3,807 0,243 0,308

3. 2 4,132 0,196 0,153

Os coeficientes dos escores fatoriais dos quatro componentes relacionados evidenciam os

valores das variáveis utilizadas como objeto para calcular cada fator. Neste caso particular, o

cálculo do escore do fator foi feito pela multiplicação do valor da variável pelo coeficiente do

escore do fator, o qual determina, para análise de componentes principais, os escores

adequados, conforme se verifica na tabela 12.

A matriz de transformação dos fatores demonstrada pela tabela 13 representa os coeficientes

aplicados sobre a matriz de fatores originais para a extração da matriz rotacionada. Os

coeficientes na diagonal, próximos de zero, indicam baixa rotação e os coeficientes acima de

0,500 exprimem alta rotação no fator. Para este caso, ressalta-se que o fator 2 foi o que mais

recebeu cargas fatoriais rotadas.

Tabela 12 – Matriz dos escores fatoriais com quatro componentes selecionados

Variáveis Componentes

1 2 3 4

V1. Qual a origem da água utilizada para beber? 0,443 0,110 -0,045 0,165

V2. Qual o armazenamento da água de beber? 0,396 -0,210 -0,246 -0,131

V3. A família trata a água de beber? 0,397 -0,014 0,151 0,028

V4. Qual a origem da água que a família usa para higiene pessoal

e da residência? -0,108 0,642 -0,032 0,167

V5. Qual o armazenamento da água para higiene pessoal e da

residência? 0,044 0,024 -0,032 0,910

V6. Qual a periodicidade da limpeza / manutenção do banheiro? 0,015 0,308 -0,494 -0,092

V7. Qual o destino do esgoto do banheiro? 0,116 0,472 0,166 -0,207

V8. Qual a faixa etária que as doenças diarréicas são mais

freqüentes nas crianças? -0,052 0,160 0,710 -0,093

Tabela 13 – Matriz de transformação dos fatores

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Fatores 1 2 3 4

1 0,969 0,154 0,184 -0,059

2 -0,024 0,751 -0,595 -0,286

3 -0,190 0,640 0,606 0,433

4 0,155 -0,062 -0,494 0,853

Com a finalidade de ajustar o modelo, processou-se a matriz de correlação reproduzida,

caracterizada pela tabela 14, com a finalidade de averiguar a diferença entre as correlações

apresentadas, ou seja, contidas na matriz de correlação de entrada, e as correlações

produzidas, estimadas com base na matriz fatorial. O triângulo inferior esquerdo da matriz

contém a matriz de correlação reproduzida, a diagonal exprime as comunalidades e o

triângulo superior direito que contém os resíduos entre as correlações observadas e as

correlações reproduzidas.

Tabela 14 – Matriz de correlação reproduzida

Variáveis V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8

V1. Qual a origem da água utilizada

para beber? 0,751 0,514 0,655 0,047 0,151 0,040 0,349 0,071

V2. Qual o armazenamento da água de

beber? 0,514 0,588 0,474 -0,246 -0,146 0,073 0,113

-

0,166

V3. A família trata a água de beber? 0,655 0,474 0,657 -0,117 0,044 -0,153 0,292 0,235

V4. Qual a origem da água que a

família usa para higiene pessoal e

da residência?

0,047 -0,246 -0,117 0,662 0,123 0,377 0,375 0,016

V5. Qual o armazenamento da água

para higiene pessoal e da

residência?

0,151 -0,146 0,044 0,123 0,901 -0,166 -0,217 -

0,023

V6. Qual a periodicidade da limpeza /

manutenção do banheiro? 0,040 0,073 -0,153 0,377 -0,166 0,587 0,193

-

0,433

V7. Qual o destino do esgoto do

banheiro? 0,349 0,113 0,292 0,375 -0,217 0,193 0,545 0,240

V8. Qual a faixa etária que as doenças

diarréicas são mais freqüentes nas

crianças?

0,071 -0,166 0,235 0,016 -0,023 -0,433 0,240 0,685

Tabela 15 – Matriz de fatores incompleta após a rotação varimax

Variáveis Média Desvio

Padrão

Fatores

1 2 3 4

V1. Qual a origem da água utilizada para beber? 4,010 0,814 0,834

V2. Qual o armazenamento da água de beber? 3,705 1,031 0,691

V3. A família trata a água de beber? 3,000 1,649 0,772

V4. Qual a origem da água que a família usa para higiene

pessoal e da residência? 4,263 0,670 0,782

V5. Qual o armazenamento da água para higiene pessoal e

da residência? 4,070 1,512 0,948

V6.Qual a periodicidade da limpeza / manutenção do

banheiro? 4,409 0,656 0,432

V7. Qual o destino do esgoto do banheiro? 3,765 1,191 0,318 0,601

V8. Qual a faixa etária que as doenças diarréicas são mais

freqüentes nas crianças? 2,360 1,570 0,813

Nota: Considerou-se apenas coeficientes acima de 0,300

Posteriormente, a rotação varimax, configurada pela tabela 15, pode-se retirar quatro fatores,

dentre os quais, com as variáveis de melhor grau de situação, representadas por médias

elevadas. Vale ressaltar que a escala varia de 1 a 5, e para este caso, quanto mais perto do

coeficiente (1) um for, pior é a situação, e quanto mais perto do coeficiente (5) cinco melhor a

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situação. Portanto, a variável V6 - Periodicidade da limpeza e manutenção do banheiro foi

representada por (X = 4,409), a variável V4 - Origem da água que a família usa para higiene

pessoal e da residência (X = 4,263), seguida pela variável V5 - Armazenamento da água para

higiene pessoal e da residência (X = 4,070), a variável V1 - Origem da água utilizada para

beber (X = 4,010), a variável V7 - Destino do esgoto do banheiro (X = 3,765), a variável V2 -

Armazenamento da água de beber (X = 3,705).

Das duas variáveis restantes, uma se enquadrou em grau de situação moderada, representada

pela V3 – Armazenamento da água de beber (X = 3,000), e seguida pela ordem decrescente a

variável V8 – A faixa etária em que as doenças diarréicas são mais freqüentes nas crianças foi

considerada de pior situação (X = 2,360). Demonstrou-se, por meio dos resultados, as

variáveis consideradas de melhor e pior grau de situação, nas duas zonas geográficas da

cidade de Manaus.

Conclusões

Concluiu-se que, o abastecimento de água e esgotamento sanitário, não são por si só, instrumentos eficazes na argumentação de que as doenças diarréicas agudas possam ser significativamente reduzidas. Há de se considerar que, a educação ambiental é um fator essencial como medida de prevenção. Associados, esses fatores podem mudar as atitudes pessoais, conduzindo a menores índices de doenças diarréicas agudas e por conseqüência, redução dos gastos do Governo na área da saúde pública curativa. A análise comparativa entre as populações da zona Norte e Centro-Sul, foi estabelecida pela

correlação entre abastecimento de água, esgotamento sanitário e saúde pública, o que permitiu

identificar variáveis de melhor e pior grau de situação. Portanto, para a análise descritiva, foi

considerado a média, o desvio padrão e nível de significância para cada variável. Atingiu-se a

melhor média na variável Armazenamento da água para higiene pessoal e da residência,

com nível de significância superior de (p<0,05), confirmando que essa variável é de melhor

grau de situação no segmento estudado e, portanto fundamental. A menor média foi a variável

A faixa etária que as doenças diarréicas são mais freqüentes nas crianças, a qual

evidenciou a pior situação.

A análise fatorial identificou duas variáveis significativas para o segmento estudado, a variável

2, O armazenamento da água de beber e a variável 3, A família trata a água de beber.

A aplicação do teste de medida de adequação de dados KMO – Kaiser-Meyer-Olkin, atestou a

validade da análise fatorial, por meio do conjunto das variáveis analisadas. Confirmou-se,

também, a confiabilidade das escalas, pelos resultados das amostras do (KMO) com 0,546.

Ressalta-se que, valores acima de 0,500, para cada variável, indicam ser apropriada a

aplicação da análise fatorial.

Para a característica do estudo, foi mais apropriada a extração de quatro fatores. O valor geral

da escala de Alpha de Cronbach foi de 0,231, representados por escalas individuais, variou

entre 0,153 a 0,308. Na matriz fatorial, após rotação varimax, mostrou-se melhor distribuída,

a variância total nos quatro fatores a qual foi de 67,19%, ou seja, demonstrou estar acima do

limite mínimo recomendado, que é de 60%. Os resultados das análises originadas do grau de

melhor e pior situação, nos três segmentos estudados, são resultantes das diferenças

socioeconômicas e ambientais entre as populações das zonas estabelecidas no estudo, as quais

demonstraram diferenças consideráveis em algumas variáveis, enquanto em outras poucas

foram as divergências percebidas.

Espera-se que este estudo contribua para melhorar a eficiência distributiva dos serviços em

abastecimento de água e esgotamento sanitário na cidade de Manaus. Com relação à saúde

pública, fica a expectativa de maior comprometimento na área da higiene pessoal e coletiva.

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Ressalta-se, ainda, que ter serviços adequados de infra-estrutura em abastecimento de água e

esgotamento sanitário é essencial para a elevação da qualidade de vida, porém, são muito

mais eficazes no combate de doenças tidas como previsíveis, quando associados a bons

hábitos higiênicos, os quais podem ser adquiridos por meio da conscientização e educação

ambiental.

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