a dragagem e os impactos ao meio ambiente · aos meus pais, amigos, ... márcia alonso barbosa e...

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A DRAGAGEM E OS IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE Ulysses Barbosa Gomes de Oliveira Rio de Janeiro 2010

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A DRAGAGEM E OS IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE

Ulysses Barbosa Gomes de Oliveira

Rio de Janeiro

2010

ULYSSES BARBOSA GOMES DE OLIVEIRA

Aluno do Curso de Tecnologia em Construção Naval

Matrícula 0723800021

A DRAGAGEM E OS IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE

Trabalho de Conclusão de Curso, TCC,

apresentado ao Curso de Graduação em

Tecnologia em Construção Naval, da UEZO,

como parte dos requisitos para a obtenção do grau

de Tecnólogo em Construção Naval, sob a

orientação do Prof. Érico Vinícius Haller dos

Santos da Silva.

Rio de Janeiro

Dezembro de 2010

ii

A DRAGAGEM E OS IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE

Elaborado por Ulysses Barbosa Gomes de Oliveira

Aluno do Curso de Tecnologia em Construção Naval da UEZO

Este trabalho de Graduação foi analisado e aprovado com

Grau: .......................................

Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2010.

________________________________

Prof. Carlos Alberto Martins Ferreira – D.Sc

_______________________________

Prof. Humberto Antônio Ramos Rocha

______________________________

Prof. Érico Vinícius Haller dos Santos da Silva

Presidente

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

DEZEMBRO DE 2010

iii

AGRADECIMENTOS

É através de singelas palavras, que venho repousar meus sinceros agradecimentos. Aos

meus pais, amigos, orientador Érico Haller, professores e aqueles que já se foram, mas

continuam presentes no coração e no pensamento.

Não há palavras para expressar o quanto substancial é poder chegar ao final de uma

caminhada, e nesta encontrar pessoas, de braços estendidos, prontas para te confortar e lhe

dar um abraço apertado. Uma caminhada, que apesar de tortuosa em certos trechos, foi

capaz, não só de me permitir a vencer obstáculos, mas também de embarcar em uma busca

de autoconhecimento.

Os traços de menino vão sendo deixados para trás e os de homem começam a se moldar,

caracterizando o espetáculo de uma nova fase.

Quantos romances não foram lidos e quantas palavras não foram rabiscadas em um canto

do papel? E, é assim que encerro tal agradecimento. Pois é com esta indagação, que

mantenho à incessante vontade de aprender, que meus avós Manoel Gomes de Oliveira

Filho e Nesme Abrahão Gomes de Oliveira, apesar de não mais se encontrarem fisicamente

ao meu lado, plantaram em meu peito.

iv

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Ulysses Gomes de Oliveira e

Eliete Barbosa Gomes de Oliveira, às minhas amigas irmãs, Gysele

Martins, Tailand Amorim e Nadia Amaral, às minhas primas,

Natália Stelling e Roberta Thomé, às minhas madrinhas Rosimeri

Alonso Barbosa e Lúcia Herdy, às minhas tias Alaize Reis, Claudia

Márcia Alonso Barbosa e Rita de Cássia Gomes de Oliveira, aos

meus abençoados e bondosos avós, que já não se encontram neste

plano físico e aos meus amigos espirituais, que me ajudaram com a

calma, a paciência, e principalmente, a inspiração necessária para a

conclusão deste trabalho.

v

EPÍGRAFE

“É preciso fazer bem tudo quanto se faz, ainda que seja uma loucura.”

Honoré de Balzac

vi

RESUMO

O principal objetivo deste estudo é explicar questões pertinentes à dragagem e

demonstrar os tipos de operações existentes e os processos envolvidos na realização destas

atividades. Além de expor o comportamento dos materiais dragados, e possíveis

contaminantes presentes nestes, que se manejados e dispostos incorretamente, trazem para

o meio ambiente diversos riscos. Os principais impactos ambientais ocasionados pela

realização das operações de dragagem não ficam apenas limitados ao meio ambiente

marinho. Os resultados levantados pelo estudo, também, enfatizam os impactos ambientais

que o meio terrestre está sujeito, devido à incorreta disposição dos sedimentos dragados. A

metodologia da pesquisa se guiou pela análise e investigação bibliográfica de renomados

autores e literaturas técnicas, que prezam não só pelas questões que envolvem a dragagem,

mas também pelo impacto ambiental que esta pode acarretar ao meio ambiente, seja este

marinho ou terrestre.

Palavras-chave: dragagem, materiais dragados, impactos ambientais, meio ambiente.

vii

SUMÁRIO

Página

CAPÍTULO 1 ....................................................................................................................... 1

INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1

CAPÍTULO 2 ....................................................................................................................... 3

A APLICAÇÃO E EVOLUÇÃO DA DRAGAGEM ....................................................... 3

CAPÍTULO 3 ....................................................................................................................... 5

OPERAÇÕES DE DRAGAGEM ...................................................................................... 5

3.1 – DRAGAGEM DE APROFUNDAMENTO OU VIRGEM ......................................... 5

3.2 – DRAGAGEM DE MANUTENÇÃO ........................................................................... 6

3.3 – DRAGAGEM DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL OU ECOLÓGICA ................... 7

3.4 – DRAGAGEM DE MINERAÇÃO ............................................................................... 8

3.5 – DRAGAGENS ESPECIAIS......................................................................................... 9

3.6 – DRAGAGENS PARA ATERROS HIDRÁULICOS .................................................. 9

CAPÍTULO 4 ..................................................................................................................... 11

PROCESSOS DE DRAGAGEM ..................................................................................... 11

4.1 – PROCESSOS MECÂNICOS DE DRAGAGEM....................................................... 11

viii

4.1.1 – Caçamba de Mandíbulas ou Draga de Caçamba (Grab or Clamshell Dredges)

............................................................................................................................................. 12

4.1.2 – Escavadeiras frontais (Dipper Dredges) ou Retroescavadeiras (Hoes) ............. 13

4.1.3 – Pás de arrasto (Draglines) .................................................................................... 15

4.1.4 – Dragas de Alcatruzes (Bucket Dredges) ............................................................... 16

4.2 – PROCESSOS HIDRÁULICOS DE DRAGAGEM ................................................... 17

4.2.1 – Dragas Autotransportadoras de Arrasto (AT) ................................................... 18

4.2.2 – Dragas de Sucção e Recalque com Desagregador (SR)...................................... 20

4.3 – PROCESSOS PNEUMÁTICOS DE DRAGAGEM .................................................. 21

CAPÍTULO 5 ..................................................................................................................... 23

A SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ........................................................................... 23

CAPÍTULO 6 ..................................................................................................................... 26

ASPECTOS AMBIENTAIS ............................................................................................. 26

6.1 – CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL DRAGADO .............................................. 27

6.2 – CONTAMINANTES NO MATERIAL DRAGADO ................................................ 28

6.3 – IMPACTOS AMBIENTAIS DIRETOS E INDIRETOS DA DRAGAGEM ............ 29

6.3.1 – Dispersão e deposição de sedimentos ressuspendidos ........................................ 31

6.3.2 – Resultados da alteração batimétrica.................................................................... 32

ix

6.3.3 – Efeitos de mudanças na configuração de linha da costa .................................... 33

6.3.4 – Perda de habitats de fundo e recursos pesqueiros ............................................. 33

6.3.5 – Ruído gerado pelas dragas em operação ............................................................. 34

6.4 – IMPACTOS GERADOS PELO MANEJO DO MATERIAL DRAGADO .............. 34

6.4.1 – Despejo em mar aberto ou nas margens ............................................................. 36

6.4.2 – Despejo em terra .................................................................................................... 39

6.4.3 – Formação de praias ribeirinhas ........................................................................... 39

CAPÍTULO 7 ..................................................................................................................... 41

CONCLUSÃO ................................................................................................................... 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 43

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

O transporte marítimo tem uma importante função, em se tratando da busca cada

vez maior do homem pela conquista de novos mercados e meios de acesso a locais, até

então intransponíveis. Desta forma, a dragagem contribui significativamente, ao

proporcionar não só as ferramentas necessárias para a conquista de novos territórios, mas

também de permitir que embarcações cada vez maiores e mais robustas distribuam e

locomovam, por entre vários pontos do globo terrestre, mercadorias e pessoas.

É importante salientar, que as atividades de dragagem não ficam restritas a uma

simples definição de desobstrução e limpeza das vias navegáveis, uma vez que, também,

parte do material, originado da dragagem, pode ser aproveitada economicamente, como por

exemplo, a utilização dos sedimentos dragados para a construção de aterros (rodovias,

aeroportos, etc); além de operações específicas, que visam à extração de pedras preciosas.

Todavia, o local que será dragado deverá ser cuidadosamente analisado, pois é

através do levantamento de determinados aspectos, como constituição do solo marinho e

seus possíveis contaminantes, que se poderão antever futuros impactos ambientais.

A monografia está formada por sete capítulos. O primeiro capítulo é constituído da

parte introdutória. Demonstra uma visão geral do trabalho, os objetivos, a justificativa e a

contribuição de tal estudo.

O segundo capítulo apresenta as definições que a dragagem pode assumir e a sua

evolução, conforme as obras realizadas desde a antiguidade até a utilização de avançados

equipamentos para se efetuar a dragagem.

O terceiro capítulo caracteriza os diversos tipos de operações de dragagem,

analisando suas finalidades e os resultados que poderão ser obtidos.

O quarto capítulo aborda os principais processos de dragagem existentes, segundo

alguns autores. Neste capítulo é visto os perfis esquemáticos das dragas, ou seja, a sua

configuração estrutural; além de algumas funções desempenhadas por estas.

O quinto capítulo faz uma breve análise a respeito da escolha das tecnologias

adequadas para a seleção apropriada dos equipamentos, que serão usados para a remoção

dos sedimentos de um determinado meio natural, onde se encontram arranjados.

O sexto capítulo relata a constituição do material dragado e seus possíveis

contaminantes, os impactos ambientais (aquáticos e terrestres) gerados pela ação das

dragas e pelo manejo incorreto dos sedimentos dragados. Outrossim, mostrando,

sucintamente, alguns métodos de despejo do material dragado no mar.

O sétimo capítulo é constituído da conclusão deste trabalho. Destacou-se a

importância da dragagem, ao que diz respeito à necessidade de moldar os espaços físicos,

para que estes contribuam com uma maior navegabilidade e segurança das embarcações,

cada vez maiores em calado e tamanho. Além de elucidar a importância de estudos das

áreas que serão modificadas pela dragagem, a fim de facilitar operações posteriores, e

consequentemente, minimizar os impactos ambientais.

3

CAPÍTULO 2

A APLICAÇÃO E EVOLUÇÃO DA DRAGAGEM

A dragagem consiste no processo de remoção e/ou relocação de solos e sedimentos

do fundo de um curso d’água qualquer. Atua não só na necessidade contínua de

aprofundamento e alargamento de canais, portos, lagos ou rios, mas também em aterrar

pântanos, charcos e áreas alagadas, para serem empregados como terra firme; e utilizando

um tipo especial de embarcação, denominada draga.

Todavia, a dragagem com o passar das décadas adquiriu uma maior importância e

consequentemente tornou-se mais extensiva. Segundo Soares (2006), a evolução das

metodologias de dragagem possibilitou uma ação de maior âmbito tornando-se mais

abrangente e, até mesmo, imprescindível, em obras que necessitam de aterros especiais, na

exploração industrial de depósitos naturais de minerais, pedras preciosas e recursos

marinhos de valor comercial ou, ainda, em dragagens de recuperação do meio ambiente

aquático.

Os trabalhos de dragagem vêm evoluindo desde a mais remota antiguidade, sendo

alguns destes: abertura de canais para a navegação entre os Sumérios, que datam de 5.000

anos antes de Cristo (MARTINS, 1974), construção do Grande Canal da China, cujas obras

se iniciaram em 7 a.C. e terminaram aproximadamente em 1280d.C; abertura do canal da

Babilônia, realizando a união entre os Rios Tigre e Eufrates e determinada por

Nabucodonosor em 600 a.C. (BRAY, 1997; Compton’s Encyclopedia, 1998); execução de

aterros hidráulicos na Holanda no século XIII (MARTINS, 1974). Na Europa, os pioneiros

na construção de canais foram os italianos, não obstante os franceses prezam pela

quantidade e extensão de seus canais.

Até a década de 1970, a navegação astronômica e marcadores colocados nas

margens do rio eram utilizados para guiar os trabalhos das dragas. Atualmente, as dragas

modernas fazem uso de informações de satélites e computadores para o auxílio de abertura

e escavação de canais. O Sistema de Posicionamento Global Diferencial (DGPS) é capaz

de calcular o local da dragagem do canal, além de fornecer informações a respeito do

4

canal. Tudo isto permite uma economia de tempo e dinheiro e a realização de uma

dragagem mais eficiente.

5

CAPÍTULO 3

OPERAÇÕES DE DRAGAGEM

As operações de dragagem são classificadas de acordo com suas carcaterísticas e

finalidades, envolvendo o processo de dragagem. A literatura técnica – livros e periódicos -

(USEPA,1994; GE Study Report, 1998; TORRES, 2000; GOES FILHO, 2004; SOARES,

2006) coloca em evidência as seguintes operações:

Dragagem de Aprofundamento ou Virgem;

Dragagem de Manutenção;

Dragagem de Recuperação Ambiental ou Ecológica;

Dragagem de Mineração;

Dragagens Especiais;

Dragagens para Aterros Hidráulicos.

3.1 – DRAGAGEM DE APROFUNDAMENTO OU VIRGEM

Diz-se que uma dragagem é virgem, devido ao leito aquático nunca ter sido dragado

anteriormente. Com isso, o solo marinho apresenta uma grande coesão entre suas

partículas. E, desta forma, os equipamentos utilizados para a realização desta operação são

mais robustos. É executada para criação, ampliação ou aprofundamento de canais de

6

navegação, bacias de evolução1 e em outras obras de engenharia, tal como: implantação de

áreas aterradas, seja para fins portuários ou industriais .

Alguns pontos que caracterizam este tipo de operação são (GOES FILHO, 2004):

Movimentação de grandes quantidades de material dragado.

Remoção de solos compactos;

Dragagem de camadas de solo não alteradas;

Baixa presença de contaminantes;

Camadas com espessuras consideráveis para se dragar;

Atividades não repetitivas de dragagem.

3.2 – DRAGAGEM DE MANUTENÇÃO

A dragagem de manutenção é executada, periodicamente, em locais anteriormente

dragados, visando restabelecer total ou parcialmente as condições originalmente

licenciadas, ou seja, mantendo as dimensões de projeto dos portos e dos canais de

navegação.

Ocorre a remoção do assoreamento originado de um processo natural e verificado

durante o período em que não se processa a dragagem, tornando esta remoção facilitada,

devido à coesão entre as partículas recentemente assentadas no solo marinho não serem tão

coesas. De uma forma geral, a dragagem de manutenção consiste numa técnica posterior a

dragagem de aprofundamento. Suas principais características são (GOES FILHO, 2004):

1 Local previamente instalado nas proximidades do cais, dotado de profundidades e dimensões

adequadas, cuja finalidade é fundear (atracar) e manobrar as embarcações.

7

Variabilidade em relação à quantidade de material a ser dragado;

A remoção de solos não compactos;

A possível presença de materiais contaminados;

Ocorrência mais frequente em canais de navegação e portos;

Atividade repetitiva e rotineira.

3.3 – DRAGAGEM DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL OU ECOLÓGICA

A dragagem de recuperação ambiental, também chamada de “dragagem sanitária”,

faz o uso de procedimentos rigorosos, tanto na própria operação de dragagem, como no

transporte do material contaminado e sua futura disposição, apresentando como objetivo

principal à melhoria das condições ambientais e consequentemente a proteção da saúde

humana.

São utilizadas dragas ecológicas para fazerem a remoção de materiais

contaminados, presentes no fundo do meio aquático ou dispersos na linha d’água

(vazamentos acidentais de petróleo e seus derivados).

Os seguintes fatores a serem observados para que haja a eficiência deste tipo de

operação, são (GOES FILHO, 2004):

Redução da dispersão de sedimentos contaminados para as áreas adjacentes

ao sítio de dragagem;

8

O rejeito de dragagem (tanto água, quanto sedimentos) precisa ser

manejado, tratado e despejado de modo seguro do ponto de vista ambiental;

Conclusão da operação deve ocorrer no menor tempo possível, acarretando

em máxima remoção de sedimentos contaminados, e mínima remoção de

sedimentos limpos.

A dragagem ecológica consiste, assim, em uma remoção cuidadosa do material

contaminado, e constantemente associada a um programa de tratamento, reutilização e

relocação do mesmo. Apresenta como características mais usuais:

Volumes reduzidos de dragagem, quando comparada aos outros tipos de

operação;

Presença de materiais com alto grau de contaminação;

Remoção de solos leves e não compactados;

Atividade com propensão não repetitiva.

3.4 – DRAGAGEM DE MINERAÇÃO

A dragagem de mineração é utilizada para efeito de exploração e aproveitamento

econômico dos recursos minerais, tais como: areias – ilmenite, zircão e rutilo -, argila e

cascalho (serventia em indústrias e na construção civil). Outrossim, empregada em

aluviões fluviais para extração de ouro, diamantes e outras pedras preciosas.

9

3.5 – DRAGAGENS ESPECIAIS

Este tipo de dragagem consiste em utilizar equipamentos devidamente adaptados

para casos, onde há a necessidade de: dragagens em grandes profundidades, remoção de

escombros - que possam de alguma forma estar interferindo na dinâmica do corpo aquático

-, recuperação de achados, dentre outras operações especiais. Pode-se, ainda, somar a este

tipo de dragagem, o trabalho de equipamentos robotizados e a ação de mergulhadores,

conferindo, por conseguinte, uma maior eficiência da operação.

3.6 – DRAGAGENS PARA ATERROS HIDRÁULICOS

As dragas hidráulicas ou mecânicas possuem a função de transferir o material das

jazidas submersas para a área que se deseja aterrar. O sedimento retirado do fundo marinho

pode ser armazenado tanto em batelões acostados a contrabordo da embarcação, quanto em

cisternas presentes na própria draga.

Os aterros hidráulicos podem ser realizados para a construção do leito de rodovias

em locais de configuração pantanosa, formação de diques, engordamento2 de praias,

recuperação de áreas submersas, ou ainda, para reurbanização de zonas costeiras.

Na Figura 2.1 pode-se observar o jateamento da mistura, água mais sedimentos, na

região costeira de uma ilha localizada no Reino Unido.

2 Considerada a forma mais econômica para a reposição de praias, através da utilização do material

dragado do fundo do mar.

10

FIGURA 2.1 - Ilustração da draga autotransportadora de arrasto Sospan Dau, realizando o

engordamento da Ilha Hayling no Reino Unido

Fonte: www.maritimejournal.com, acessado em 19/10/2010

11

CAPÍTULO 4

PROCESSOS DE DRAGAGEM

O homem como um ser em constante evolução, busca a transformação do meio em

que vive, para que consiga satisfazer suas necessidades (alimentação, moradia,

prosperidade econômica, etc.). Logo, a transposição dos obstáculos determinados pela

natureza é um grande fator motivacional em relação ao desenvolvimento de pesquisas,

estudos, literaturas específicas e técnicas, que visam o aperfeiçoamento dos tipos de

operação, eficiência dos equipamentos, no propósito, também, de reduzir os custos

operacionais.

Conforme alguns autores e periódicos (GOES FILHO, 2004; SOARES, 2006),

pode-se diferenciar, como fundamentais e mais usuais técnicas, os seguintes processos de

dragagem:

Processos Mecânicos de Dragagem;

Processos Hidráulicos de Dragagem;

Processos Pneumáticos de Dragagem.

4.1 – PROCESSOS MECÂNICOS DE DRAGAGEM

Os equipamentos mecânicos de dragagem atuam na remoção de areia, cascalho e

sedimentos muito coesivos, como turfa, argila e silte altamente consistente, através da

aplicação direta de uma força mecânica para escavar o material do fundo marinho. O

material escavado (dragado), geralmente, é transportado para barcas ou barcaças acostadas

12

a contrabordo das dragas, para serem posteriormente lançados até a área de deposição

prevista no projeto. As dragas mecânicas podem ser propelidas ou não. As não propelidas

são denominadas dragas estacionárias.

Os equipamentos de dragagem que utilizam este processo são classificados nas

seguintes categorias:

Caçamba de Mandíbulas ou Draga de Caçamba (Grab or Clamshell

Dredges);

Escavadeiras Frontais (Dipper Dredges) ou Retroescavadeiras (Hoes);

Pás de arrasto (Draglines);

Dragas de Alcatruzes (Bucket Dredges).

4.1.1 – Caçamba de Mandíbulas ou Draga de Caçamba (Grab or Clamshell

Dredges)

A caçamba de mandíbulas é a draga mais comumente utilizada no mundo,

especialmente na América do Norte e no Extremo Oriente. Possui um guindaste rotativo,

dotado de uma caçamba, que é engastado sobre um pontão flutuante. A operação da

caçamba é controlada através de piston hidráulico situado na cabine de comando do

equipamento. As estruturas verticais fixadas sobre o pontão flutuante (charutos ou estacas)

têm como função dar apoio durante o ato da escavação.

A draga de caçamba é bastante versátil, uma vez que existem diversos tipos de

caçambas, ou seja, para cada atividade programada há uma caçamba específica. Podem

realizar trabalhos em portos, onde haja dificuldade de acesso para as embarcações, além da

retirada de depósitos de areias e cascalho de poços profundos e remoção de lama das baías.

13

A Figura 4.1 ilustra a configuração de uma draga de caçamba.

FIGURA 4.1 - Caçamba de Mandíbulas ou Draga de Caçamba (Grab or Clamshell

dredges)

Fonte: www.dredging.org, acessado em 20/10/2010

4.1.2 – Escavadeiras frontais (Dipper Dredges) ou Retroescavadeiras (Hoes)

As escavadeiras frontais e as retroescavadeiras se diferenciam quanto ao método de

trabalho exercido. Enquanto a escavadeira frontal (FIGURA 4.2) empurra o material do

solo marinho no sentido contrário da posição da draga, a retroescavadeira (FIGURA 4.3)

puxa a caçamba no sentido da draga. As retroescavadeiras são as mais utilizadas. Ambas as

dragas, através da cabine de comando do equipamento são acionadas hidraulicamente. A

profundidade de dragagem é limitada à cerca de quinze metros, podendo alcançar um

máximo de vinte e cinco metros.

14

FIGURA 4.2 - Escavadeira Frontal

Fonte: www.dredging.org, acessado em 20/10/2010

FIGURA 4.3 - Retroescavadeira

Fonte: www.dredging.org, acessado em 20/10/2010

15

4.1.3 – Pás de arrasto (Draglines)

A dragline é uma ferramenta básica de escavação usada em muitas atividades de

mineração de superfície, construção de diques, limpeza de canais e barragens, etc.

A configuração estrutural de uma dragline consiste em uma caçamba de aço presa a

um guindaste movente. A pá é lançada em direção ao solo, por movimento circular do

guindaste, “subtraindo-o”. O material “subtraído” do solo é içado em direção ao guindaste,

e depositado, normalmente, em caminhões (ulterior utilização em outras atividades) ou em

áreas adjacentes a esta escavação.

FIGURA 4.4 - Dragline removendo solo marinho e fazendo deposição do material

escavado em zona adjacente a operação

Fonte: www.dannaylor.com/gallery2/gal2.htm, acessado em 20/10/2010

16

4.1.4 – Dragas de Alcatruzes (Bucket Dredges)

A draga de alcatruzes (FIGURA 4.5) é capaz de operar continuamente na remoção

do material do fundo aquático. E isto, se dá, devido à presença do rosário ou caçamba de

alcatruzes, responsável pela escavação do fundo e lançamento destes sedimentos em

batelões lameiros acostados a contrabordo da draga. A dragagem ocorre de forma contínua

e se pode controlar com precisão a profundidade a que se escava, tornando esta muito mais

eficiente em relação às outras dragas mecânicas. No entanto, as dragas de alcatruzes são

muito caras, não são apropriadas para o trabalho em águas rasas e ocupam uma

considerável área de atuação, dificultando ou impossibilitando sua ação em pequenas

zonas.

FIGURA 4.5 - Perfil esquemático da draga de alcatruzes e as caçambas do rosário

dragando o solo marinho.

Fonte: SOARES,2006

17

4.2 – PROCESSOS HIDRÁULICOS DE DRAGAGEM

A ferramenta principal, utilizada nos equipamentos hidráulicos, são as bombas de

dragagem, que apresentam diversas funções e caracterizam este processo. As bombas de

dragagem fazem a sucção e o recalque de parte do solo aspirado, que pode ser triturado

tanto por ação mecânica do desagregador, quanto por ação hidráulica, devido ao contato

com fortes jatos d’água.

Os principais equipamentos utilizados neste processo são:

Dragas Autotransportadoras de Arrasto ou AT (Hopper Trailing Suction

Dredges);

Dragas de Sucção e Recalque com Desagregador ou SR (Cutter Suction

Dredges).

De acordo com Goes Filho (2004), as dragas de sucção e recalque bombeiam a

mistura água mais material sólido (material escavado) para tubulações flutuantes a

distâncias compatíveis com a potência dos equipamentos. Já as dragas autotransportadoras

possuem a alternativa de bombear a mistura para cisternas localizadas na própria draga ou

recalcar os sedimentos em tubulações. Tem-se, ainda, a opção de bombear o produto da

dragagem para batelões acostados a contrabordo da embarcação.

As dragas hidráulicas quando comparadas com as dragas mecânicas, mostram-se

mais eficientes e com maior capacidade de rendimento operacional, já que são elaboradas

com tecnologias mais recentes.

18

4.2.1 – Dragas Autotransportadoras de Arrasto (AT)

Uma draga de sucção autotransportadora de arrasto – hopper trailing suction

dredge – é uma embarcação com propulsão própria, utilizada para operações em áreas

tanto desabrigadas, como em áreas portuárias. Equipadas com: tanques de fundo móvel

(cisterna), responsável pelo armazenamento do material removido do fundo do corpo

hídrico, bombas hidráulicas presentes no tubo de sucção – aspiram o solo a ser subtraído -,

e uma boca de dragagem (drag head), que varia de acordo com o material presente na

composição do solo marinho que será dragado.

As autotransportadoras podem ainda apresentar alguns outros dispositivos, como

(GOES FILHO, 2004):

Hélices transversais na proa (bow thrusts), garantindo alto grau de

manobrabilidade.

Compensador de onda (swell compensator), responsável por manter

constante a tensão nos cabos que dão suporte aos tubos de sucção. Permite o

prosseguimento das operações, mesmo em áreas com determinados graus de

ondulação.

19

A Figura 4.6 mostra o perfil esquemático de uma draga AT.

FIGURA 4.6 - Esquema operacional de uma draga autotransportadora

Fonte: SOARES, 2006

Grande quantidade de água é aspirada juntamente com o sedimento do fundo.

Tendo em vista, uma maior eficiência da atividade das ATs, as cisternas possuem em sua

parte superior dois vertedores, cuja função é a eliminação de material leve e o excesso de

água, proporcionando o armazenamento de material sedimentado (mais denso), que

gradualmente é decantado no fundo da cisterna. Após o enchimento da cisterna com um

volume adequado de material sedimentado, os tubos de sucção da draga são erguidos, para

em seguida ocorrer à descarga do material.

20

A Figura 4.7 ilustra o enchimento da cisterna.

FIGURA 4.7 - Ilustração das seções transversal e longitudinal da cisterna de uma draga

AT, demonstrando fase de enchimento.

Fonte: GOES FILHO, 2004

O despejo do material dragado poderá ser realizado através do bombeamento deste

para batelões acostados ao casco das ATs ou esvaziando as cisternas, no local previsto para

o descarregamento, com a abertura das portas de fundo (válvulas de formato cônico), que

são manipuladas da cabine de comando das ATs.

4.2.2 – Dragas de Sucção e Recalque com Desagregador (SR)

A draga de sucção e recalque com desagregador mecânico – cutter suction dredge –

é uma embarcação estacionária, ou seja, não propelida, dotada de um desagregador

mecânico instalado na extremidade da lança de dragagem junto ao tubo de sucção. O

desagregador mecânico é equipado com lâminas que desagregam o material consolidado,

permitindo a aspiração deste para o interior do tubo de sucção.

21

O movimento da draga traça a trajetória de um arco, através da utilização de

charutos (encontrados a ré da draga), lanças e âncoras de arinque e âncora de fundeio.

Os charutos, durante a operação das dragas, funcionam sempre alternadamente.

Enquanto um é estacado ao fundo, o outro fica suspenso.

A Figura 4.8 mostra o perfil esquemático de uma draga SR.

FIGURA 4.8 - Esquema operacional de uma draga de sucção e recalque com desagregador

mecânico acoplado na ponta da lança de dragagem

Fonte: SOARES, 2006

4.3 – PROCESSOS PNEUMÁTICOS DE DRAGAGEM

O equipamento utilizado neste processo é a draga pneumática, que utiliza um

método conhecido como Air-lift, cuja função é promover a aspiração do material dragado

por ar comprimido.

22

As dragas pneumáticas não provocam a dispersão acentuada de sedimentos na

lâmina d’água durante sua operação, uma vez que não há a presença de cortes no solo por

meios mecânicos. Desta forma, as dragas pneumáticas são vistas como as que menos

poluem o meio ambiente. São empregadas em atividades de recuperação ambiental

(retirada de produtos químicos insolúveis, ou pouco solúveis em água, e mais pesados que

a água, como, por exemplo, tetracloreto de carbono e dissulfeto de carbono). Uma

característica vantajosa da dragagem pneumática em relação à hidráulica é quanto a não

limitação da operação, pela profundidade a ser percorrida para a realização da aspiração do

solo.

A Figura 4.9 apresenta o perfil esquemático de uma draga pneumática.

FIGURA 4.9 - Esquema operacional de uma draga pneumática

Fonte: SOARES, 2006

23

CAPÍTULO 5

A SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

Ao selecionar tecnologias ou a combinação de tecnologias adequadas à dragagem, o

engenheiro responsável pelo projeto deve considerar as características do local onde será

realizada a operação, tais como: geografia, hidrologia, geologia, ecologia, industrialização,

urbanização e tipos de carga.

Os principais fatores que deverão ser analisados para a seleção dos equipamentos

são (GOES FILHO, 1979):

As características físicas do material que será dragado;

O volume do material a ser dragado;

As profundidades de dragagem;

Distâncias entre os pontos da realização da dragagem e da disposição final

do material dragado;

As condições ambientais das áreas onde ocorrerá a dragagem e a disposição

final do material dragado;

O nível de contaminação detectado nos sedimentos proveniente da

dragagem;

Os métodos que serão utilizados na disposição dos sedimentos dragados;

Os tipos de dragas disponíveis para operação.

24

Não só as profundidades presentes na zona de dragagem que impulsionarão a

escolha direta do equipamento, mas também as condições de abrigo destas dragas, como,

por exemplo, as dragas estacionárias, que se operando em um elevado grau de agitação do

nível d’água, poderão ter seu charuto de fixação lesionado, acarretando assim, numa

redução de rendimento operacional. Deve ser levado em consideração, também, o acesso

da draga à zona onde ocorrerá a operação, tendo em vista, que em alguns casos há a

necessidade de remoção de obstáculos (troncos, árvores caídas, galhos semi-enterrados no

leito, etc.) e detritos, viabilizando, desta forma, condições adequadas para a operação da

draga.

Cada draga possui, usualmente, um emprego em relação ao tipo de serviço que será

executado. Todavia, é importante a experiência do projetista ao realizar determinada

escolha, já que cada obra apresenta peculiaridades distintas. É primordial que se efetue um

estudo do local que será dragado, para saber a composição do solo, os contaminantes

presentes neste corpo d’água, obstáculos que dificultarão o acesso da draga ao local, dentre

outros.

Abaixo, o Quadro 5.1 traz os equipamentos mais comumente empregados, e seus

respectivos símbolos, enquanto a Tabela 5.2 faz um paralelo entre equipamentos indicados

e tipos de serviços relacionados.

QUADRO 5.1 - EQUIPAMENTOS E SEUS RESPECTIVOS SÍMBOLOS

Fonte: GOES FILHO, 2004

25

TABELA 5.2 - PARALELO ENTRE SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Fonte: GOES FILHO, 2004

26

CAPÍTULO 6

ASPECTOS AMBIENTAIS

É notório, que a dragagem tem seus devidos efeitos sobre o meio ambiente, como,

por exemplo, “criação” de novas terras (construção de aterros) e mudança não só física,

mas também química e biológica de canais de acesso e outras vias navegáveis.

O habitat natural, de diversas espécies marinhas, irá ser modificado. Todavia, essas

mudanças, com o advento de certas tecnologias, não acarretarão em uma perturbação

negativa do meio a longo prazo. Como exemplo, podem ser citadas as tecnologias de

confinamento de material contaminado e utilização de DGPS somado a uma dragagem de

alta precisão, onde camadas muito finas do solo são aspiradas, gerando mínimas as

quantidades de perturbação e os materiais dispostos livremente na lâmina d’água.

Os potenciais efeitos ambientais da dragagem são, em geral, ocasionados como

resultado das próprias operações da dragagem em si, ou em conseqüência da destinação

dos sedimentos dragados, que assumem, então, restrições quanto ao uso e sua disposição.

É necessário antes da realização de qualquer tipo de operação de dragagem, um

estudo aprofundado da região, visando estabelecer os habitats que serão perturbados, a

constituição do material que será dragado e os possíveis contaminantes, que poderão estar

dispersos nas águas ou agregados aos sedimentos aspirados pela draga. Desta forma,

poder-se-á fazer uma análise mais precisa a respeito de que tipos de impactos poderão ser

ocasionados e, também, quais tipos de disposições poderão ser realizados com os

sedimentos da dragagem.

O material dragado, no Brasil, para a disposição em terra será classificado de

acordo com os parâmetros estabelecidos para solos, pela norma da Companhia de

Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Em se tratando de disposição em águas

jurisdicionais brasileiras, tal orientação será limitada pela Resolução CONAMA no

344/2004.

27

6.1 – CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL DRAGADO

Monteiro (2006) relatou que o material dragado é composto, predominantemente,

de partículas minerais que variam em areia grossa a fina, silte e argila. Além de possuir

outros tipos de materiais, como pedra, madeira, pedaços de metais e vidros, e também

grandes quantidades de água e matéria orgânica.

Em relação à constituição dos materiais dragados, as frações argílica e orgânica são

as mais relevantes.

A fração argílica é constituída de sedimentos muito finos, conservando-se em um

maior intervalo de tempo na coluna d’água. São, com facilidade, carregados por ondas e/ou

marés, mesmo estas sendo de intensidades baixas. Por esse motivo, são passíveis de se

disseminarem, mais facilmente, para fora da área prevista de disposição, originando, por

conseguinte, um aumento da região que será impactada.

A fração orgânica é sintetizada a partir da união de substâncias originadas de

resíduos de animais e vegetais, em associação com o solo e substâncias provenientes de

processos físicos, químicos e biológicos nesses resíduos.

A fração orgânica do solo pode alterar o seu comportamento físico e químico,

influenciando, tão logo, na disposição do material dragado no meio aquático. E isto se dá,

uma vez que a matéria orgânica, apesar de elevar sua capacidade de retenção de espécies

químicas, diminui, em contrapartida, a resistência do solo. Desta forma, o tempo

necessário para que haja a consolidação dos sedimentos orgânicos é aumentada e,

consequentemente, os sedimentos mais finos ainda não agregado/consolidados acabam

sendo ressuspendidos e impactam o corpo hídrico.

Os sedimentos mais leves estão mais vulneráveis a sofrerem ações de eventos

hidrodinâmicos, permanecendo, assim, mais tempo suspensos na coluna d’água e sofrendo

28

maiores processos de interação com o meio; enquanto os sedimentos mais grosseiros e

mais pesados necessitam de ações de uma magnitude maior para serem movimentados.

A capacidade de adsorção3 e dessorção de íons, óleos e graxas e pesticidas do

material é determinada pelo tamanho do grão e a quantidade de matéria orgânica do

sedimento. O predomínio de silte e argila com um alto teor de matéria orgânica

proporcionam a absorção de quantidades maiores de nutrientes e outros constituintes

(MONTEIRO, 2006).

6.2 – CONTAMINANTES NO MATERIAL DRAGADO

A presença de contaminantes, em material para posterior deposição, nem sempre

impactará o local onde será “confinado”, seja em água ou em terra, já que estes

contaminantes podem estar imóveis, ou seja, em uma forma inativa e não prejudicial ao

meio ambiente.

A contaminação de um determinado meio é ocasionada por substâncias tóxicas,

sendo contaminantes orgânicos ou inorgânicos. As propriedades do solo são influenciadas

de acordo com as características dos contaminantes. A definição da técnica mais

apropriada para o manejo do material dragado contaminado consiste em analisar a

classificação do contaminante, conforme suas características; além da observação das

condições do local contaminado e ao grau de contaminação. (MONTEIRO, 2006).

Os principais contaminantes encontrados nos sedimentos são (BRANNON,1978):

compostos orgânicos, metais pesados e os nutrientes nitrogênio e fósforo.

3 Adesão de moléculas de um fluido (o adsorvido) a uma superfície sólida (o adsorvente). O grau de

adsorção depende da temperatura, da pressão e da área da superfície.

29

A Tabela 6.1 demonstra a relação entre os metais pesados, toxicidade e suas fontes

antropogênicas4.

TABELA 6.1 - ALGUNS DOS PRINCIPAIS METAIS PESADOS, TOXICIDADE E FONTES

ANTROPOGÊNICAS

Fonte: CASTIGLIA, 2006

Os poluentes metálicos, em geral, estão associados a dejetos industriais e urbanos,

que liberam partículas sólidas que ficam em suspensão, ou como metais dissolvidos

provenientes de práticas agrícolas e atividades industriais. (CASTIGLIA, 2006).

6.3 – IMPACTOS AMBIENTAIS DIRETOS E INDIRETOS DA DRAGAGEM

Os impactos ambientais diretos da dragagem podem ser entendidos, como sendo

aqueles que afetam, significativamente, os habitats e organismos de determinada

localidade, uma vez que os distúrbios físicos em junção com a remoção e realocação de

4 Antropogenia é o termo dado às coisas originadas pelo homem.

30

sedimentos, acarretam em uma elevada mortalidade destes organismos, seja por asfixia,

devido ao alto poder de sucção das dragas autotransportadoras e dragas de sucção e

recalque, seja por ferimentos provenientes pela ação mecânica durante a operação de

dragagem.

Os impactos ambientais indiretos da dragagem são caracterizados pela alteração na

qualidade da água. E isto se dá, quando os sedimentos presentes no leito do corpo hídrico

são ressuspendidos e, então, remobilizam nutrientes e contaminantes, e consequentemente

modificam a qualidade da água e as propriedades físicas, químicas e biológicas da área.

A seleção dos métodos de dragagem e o de parâmetros essenciais no processo de

planejamento são estabelecidos, a partir das seguintes análises (Bray et al., 1997):

Avaliação metereológica para definir os padrões de vento, tanto no local

onde será realizada a dragagem, quanto no posterior local de despejo do material

dragado; e a incidência de outros fatores possíveis de afetarem as operações, sendo

eles: fortes chuvas e nevoeiros;

Avaliações hidrológicas, visando à realização de medições de marés, ondas

e correntes, e também, definir a forma do leito do canal a ser dragado, assim como

do sítio de despejo;

Estudos geológicos e geotécnicos, para caracterizar a natureza dos

sedimentos que serão dragados, de alguma forma usados, descartados ou até mesmo

confinados em cápsulas apropriadas;

Observações ambientais, identificando os potenciais riscos não só durante a

execução da operação, mas também em sua conclusão. Através das informações

obtidas poderem estabelecer meios para possíveis comparações de atividades

correlatas;

31

Uma avaliação de todas as atividades empregadas, buscando estabelecer

restrições operacionais, estatuárias e legais, as quais podem interferir na dinâmica

do trabalho.

De acordo com Davis et. al. (1990) e Bray et. al (1997), estes impactos podem ser

divididos nas seguintes categorias:

Dispersão e deposição de sedimentos ressuspendidos;

Resultados da operação batimétrica;

Efeitos de mudanças na configuração de linha da costa;

Perda de habitats de fundo e recursos pesqueiros;

Ruído gerado pelas dragas em operação.

6.3.1 – Dispersão e deposição de sedimentos ressuspendidos

Uma grande quantidade de impactos ambientais pode ser ocasionada, devido ao

“corte” do solo marinho e desagregação de seus sedimentos. E, é no início da escavação e

durante a transferência do material dragado para sua zona de deposição, onde ocorre,

principalmente, a ressuspensão destes sedimentos.

A contaminação e a mortalidade de espécies marinhas de grande importância para

diversas atividades, sendo uma delas, a pesqueira, acontecem da seguinte forma:

sedimentos de fundo agregados com contaminantes (compostos químicos, resíduos

domésticos, rejeitos industriais e óleos) são ativados assim que o leito aquático é

perturbado pela ação das dragas e em seguida, os contaminantes citados migram para a

32

coluna d’água ora se dissolvendo, ou permanecendo em suspensão. É importante salientar

que os contaminantes em suspensão afetam o meio aquático de acordo com o tempo em

que são capazes de permanecerem livres na coluna d’água, ou seja, quando suspensos em

um curto intervalo de tempo consomem o oxigênio disponível na água, causando estresse

para os seres daquela biota5. Porém, se os contaminantes permanecerem um longo tempo e

em altas concentrações dispersos naquele local, em geral, relacionado com o tempo

destinado a atividade da dragagem, isto acarretará na pouca penetrabilidade de luz no

corpo d’água, danificando, de forma premente, organismos que necessitam de luz para

realizar a fotossíntese (algas fotossintetizantes, plantas e outros organismos aquáticos).

6.3.2 – Resultados da alteração batimétrica

A batimetria é a medição dos lagos, rios e oceanos. E, o aprofundamento destes

podem alterar os padrões de corrente e da ação do escoamento, ou seja, a velocidade e

direção de fluxo oriundos destes corpos d’água. Tais aprofundamentos, quando feitos

erroneamente, sem um prévio estudo e modelagem hidrográfica da área, podem ocasionar a

ocorrência de fluxos de corrente fortes e turbulentos. Logo, a segurança quanto à

navegabilidade (manobras) das embarcações, que trafegam pela área dragada, é afetada,

além de provocar distúrbios nas atividades pesqueiras, de grande importância para

determinadas regiões.

5 É o conjunto de seres vivos de um ecossistema, incluindo flora, fauna, fungos e outros grupos de

organismos.

33

6.3.3 – Efeitos de mudanças na configuração de linha da costa

As mudanças na configuração da linha da costa ocorrem a partir da alteração da

batimetria trazida pela dragagem, ou seja, através do aprofundamento e/ou alargamento

dos corpos aquáticos. Isto significa, que com a modificação da velocidade e direção de

fluxo destes corpos aquáticos, a intensificação na atividade de ondas sobre a costa favorece

um aumento no transporte de sedimentos litorâneos, acumulo de sedimentos, formação de

bancos, e, por conseguinte, a um acelerado processo de erosão.

6.3.4 – Perda de habitats de fundo e recursos pesqueiros

A perda de habitats de fundo acontece durante a dragagem de importantes

substratos moles, que são responsáveis por agregarem uma variedade de organismos

bentônicos6. Terminada as operações de dragagem e assim as perturbações oriundas destas

atividades, os substratos livres serão recolonizados por outros organismos bentônicos. A

partir desta recolonização, a nova população poderá ser diferente da pré-existente, uma vez

que determinados fatores influem nesta condição, sendo eles: tempo (podendo variar de

alguns dias a anos), tipo de substrato, alterações do habitat natural e condições ambientais

e dinâmicas do local.

Tendo em vista, que o habitat será modificado, é notório que ocorrerá a morte ou a

migração de vários organismos para outra biota, e assim, alterando os recursos pesqueiros

daquela região, que não estará mais limitada àquele tipo de peixes ou crustáceos.

6 Em biologia marinha, são os organismos que vivem nos substratos, fixos ou não.

34

6.3.5 – Ruído gerado pelas dragas em operação

Qualquer equipamento mecânico tem como uma de suas características mais

marcantes o ruído gerado. Todavia, grande parte das atividades de dragagem, geralmente, é

silenciosa, quando se comparando a outras atividades de construção. Entretanto, ao ter que

subtrair solos muitos coesos, alguns tipos de dragas produzem ruídos muito fortes e há a

necessidade de utilização de explosivos, compressores e brocas robustas para a quebra das

rochas.

Os inconvenientes com o barulho são mais significantes no período da noite,

quando os níveis de ruídos ambientais são bem menores.

6.4 – IMPACTOS GERADOS PELO MANEJO DO MATERIAL DRAGADO

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA), em conjunto com

o corpo de Engenheiros do Exército Americano (USACE), vem aprofundando pesquisas a

respeito do manejo do material dragado e de suas consequências para o meio ambiente.

Um relatório técnico (USEPA, 1992) realizado por esta agência define três

alternativas principais de manejo do material dragado, sendo:

Despejo direto no rio;

Despejo confinado;

Alternativas de uso benéfico, como a restauração de habitats (lagoas,

mangues, pântanos e ilhas), reconstrução e acréscimo de praias (fluviais e

marítimas), agricultura e construções que necessitem de aterros, dentre outros.

35

Contudo, de acordo com Davis et al. (1990), as técnicas de manejo de material

dragado podem ser divididas em seis categorias:

1. Opta-se pela não execução da operação de dragagem, reduzindo os

impactos ambientais e não havendo a necessidade do despejo de qualquer tipo de

material;

2. Despeja-se em mar aberto, com e sem retenção;

3. Despeja-se em área litorânea, confinado e não confinado;

4. Despeja-se em terra, confinado e não confinado;

5. Trata-se dos sedimentos confinados, através de apropriadas técnicas de

tratamento de materiais com certo grau de periculosidade;

6. Uso de uma combinação dos pontos 2 a 5.

A partir de revisão da literatura existente, quanto aos impactos provenientes do

manejo do material dragado, destacam-se os seguintes pontos para um melhor

entendimento dos processos:

Despejo em mar aberto ou nas margens;

Despejo em terra;

Formação de praias ribeirinhas.

36

6.4.1 – Despejo em mar aberto ou nas margens

Apesar de ecologicamente discutível, esse tipo de despejo é o mais utilizado, já que

não é tão oneroso, quando comparado aos outros métodos existentes.

O despejo em mar requer uma análise das zonas de altas e baixas energias, ou seja,

a incidência de ondas e correntes, uma vez que tais fatores são responsáveis pelo

deslocamento dos sedimentos que deverão estar depositados no leito aquático.

Em águas profundas, após a plataforma continental, o material depositado

permanecerá no mesmo local, e assim não será capaz de oferecer riscos para o ambiente

marinho em questão. Já, a região, que compreende a plataforma continental e a região

costeira, apresenta alta energia, caracterizada por grandes incidências de ondas e correntes,

apresentando elevado potencial para a agitação e deslocamento de sedimentos.

Em zonas de canais, rios, lagos, estuários e baías o grau de energia é semelhante

àquele da região costeira. Mas, com a ressalva da influência de correntes de maré.

Os impactos provocados por este tipo de despejo são:

Alteração na qualidade da água, em se tratando de sua composição química;

Toxicidade na coluna d’água, provocando desequilíbrios biológicos;

Impactos sobre organismos bentônicos, ou através da asfixia, ou por

bioacumulação de contaminantes encontrados no sedimento;

Parte da biota é prejudicada, devido à associação de certos organismos com

os bêntons contaminados.

37

A Figura 6.2 demonstra um esquema de capeamento realizado para proteger o meio

ambiente marinho de possíveis contaminações, enquanto a Figura 6.3 apresenta seis

métodos de disposição e manejo do material dragado.

FIGURA 6.2 - Esquema de capeamento de sedimento contaminado

Fonte: CASTIGLIA,2006

38

FIGURA 6.3 - Alguns métodos de disposição em corpos aquáticos. (1) Material dragado

não confinado; (2) Disposição com contenção lateral (retido em diques); (3) Disposição em

cavas; (4) Material dragado confinado, através de capeamento com sedimento limpo; (5)

Disposição confinada pela retenção em dique e capeamento; (6) Disposição confinada em

cavas.

Fonte: CASTIGLIA, 2006

39

6.4.2 – Despejo em terra

O despejo em terra de sedimentos oriundos da dragagem pode ser efetuado de duas

formas distintas, sendo uma o confinamento deste material e a outra o não confinamento. O

material é confinado, ou seja, retido em diques de contenção, para que se possa realizar em

prazos estabelecidos o manejo e monitoramento do material contaminado.

Técnica mais recente vista na maior dragagem de material contaminado no mundo,

realizada no fundo do canal da Ilha do Fundão, utiliza em materiais contaminados um

processo de separação por areia, e posteriormente colocam este material em cápsulas de

geotextil, que serão enterrados logo após um tratamento de impermeabilização do solo.

Tanto para o despejo não confinado, quanto para o confinado, alguns importantes

aspectos precisam ser observados (TORRES, 2000):

A contaminação do lençol freático (água subterrânea);

O odor provocado pela deposição de material lamítico e decomposição de

matéria orgânica;

Impacto visual;

Destruição de fauna, flora e da localidade onde o material é depositado.

6.4.3 – Formação de praias ribeirinhas

As praias ribeirinhas, por sofrerem de relativos problemas de erosão, são mantidas

através do incremento de areia dragada de canais, rios, sítios da zona costeira e demais

40

corpos aquáticos. Esta areia dragada é deslocada por caminhões, pela tubulação das dragas

hidráulicas, ou através das dragas autotransportadoras até as praias ribeirinhas erodidas.

Todavia, este tipo de operação acarreta em alterações na topografia e batimetria e

no extermínio de algumas comunidades bentônicas da região, onde o sedimento será

depositado. Mas, caso a operação seja bem analisada e efetuada, estes efeitos negativos

podem ser minimizados.

Os custos referentes ao processo de acreção de praia referem-se, principalmente, ao

transporte do material e técnicas de manejo e despejo do mesmo. Estes custos podem

variar de aproximadamente US$ 5,00, até cerca de US$ 20,00 por metro cúbico (USEPA,

1999).

41

CAPÍTULO 7

CONCLUSÃO

Inferi-se a partir do presente trabalho, que a dragagem não é apenas uma

“ferramenta” utilizada para expandir os corpos aquáticos e garantir uma maior

navegabilidade e segurança para as embarcações, mas também de modificar estruturas

encontradas no meio ambiente, adequando-as a um mundo que evolui cada vez mais

depressa. Um mundo, onde o transporte marítimo é responsável pelo deslocamento,

aproximado, de noventa por cento das mercadorias mundialmente comercializadas.

Outrossim, é importante ressaltar que com o passar dos anos, novas tecnologias vão sendo

incorporadas nas operações de dragagem, permitindo desta forma, o aparecimento de

técnicas e equipamentos cada vez mais modernos e complexos; além de literaturas

específicas, que contribuem, significativamente, com as posteriores operações.

As operações de dragagem apesar de contribuírem com a dinâmica do

desenvolvimento gerado pelo “impulsionamento” econômico, ou seja, moldando e

construindo portos, canais e vias de acesso, acarretam ao meio ambiente uma série de

impactos, indo de pequenas perturbações nos corpos d’água, até ao extermínio de grandes

biotas, nos locais onde está se efetuando determinada operação de dragagem. Desta forma,

faz-se imprescindível à realização de análises, estudos e pesquisas das áreas que se deseja

modificar com o auxílio das dragas; não esquecendo de considerar a experiência dos

profissionais envolvidos no processo e da comparação de resultados obtidos com as

devidas literaturas técnicas.

O aumento do conhecimento a respeito do comportamento dos contaminantes e

composição dos sedimentos é conseguido, quando há o monitoramento destes. Faz-se

essencial à classificação dos materiais que serão dragados, em função de seu impacto sobre

o meio ambiente, ou seja, essas informações permitirão que se estabeleça o limiar dos

impactos, podendo de alguma forma, minimizar seus efeitos e favorecendo na realização

de futuros projetos.

42

Um conjunto de fatores é responsável pelos impactos ambientais que a dragagem

ocasiona, sendo eles: o tipo de operação que será realizada, a draga empregada em

determinada operação, a composição do material de fundo que será dragado, os

contaminantes que podem ou não vir agregados a este material, a deposição futura dos

sedimentos provenientes da dragagem, onde será feita tal deposição, dentre outros pontos.

Tendo como base estes fatores, percebe-se que os riscos que a dragagem pode acarretar são

inúmeros. Entretanto, o seguinte trabalho limitou-se a expor os impactos relacionados à

ação de mudanças de correntes, materiais ressuspensos nos corpos d’água, perturbação

física do meio ambiente, como os ruídos, e do despejo do material dragado.

Logo, percebe-se que a atuação direta do homem sobre o meio ambiente, não pode

e nem deve ser, apenas uma questão de aproveitamento econômico dos recursos naturais,

sem que antes se atenha a detalhes importantes a respeito do meio, ao qual se está

alterando.

43

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