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  • ¹ Professora graduada na UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ – UEM – Pós-graduada pela mesma Universidade em Educação Física Escolar ² Professor graduado pela UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR – atualmente chefe do Departamento de Educação Física da UFPR.

    A DIFUSÃO DO XADREZ NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO PARANÁ

    Autora: Roselaine Rech¹

    Orientador: Sergio Luiz Carlos dos Santos²

    Resumo

    Neste artigo vimos demonstrar que o jogo de xadrez foi trabalhado de forma bastante ampla na escola, obedecendo a uma sequência pedagógica bem estruturada, cujo objetivo foi ensinar o jogo para aqueles alunos que ainda o desconheciam e reforçar jogadas táticas e técnicas para aqueles que já conheciam um pouco do jogo de xadrez, favorecendo assim a difusão do xadrez nas escolas públicas estaduais e a concorrendo para a desmitificação da visão elitizada que existe sobre o xadrez. Nossa amostra passou dos alunos 6º ano, escolhidos inicialmente para todos os alunos que ali estudam, ou seja, todas as turmas do período matutino (6º, 7º, 8º e 9º anos) da Escola Estadual Helena Dionysio, Curitiba - PR. Conjuntamente com este objetivo também foi realizada uma pesquisa junto a alguns professores de Educação Física do núcleo de Curitiba, para mapearmos como está sendo feita essa difusão e ensino do xadrez nas escolas públicas e se o mesmo está sendo realizado de maneira apropriada, com professores qualificados, infraestrutura suficiente para atender a demanda (tabuleiros, peças, salas de aulas, entre outros), dentro de uma metodologia acessível a todas as faixas etárias. Concluímos que nossa pesquisa detectou que todos os alunos e professores entrevistados é favorável a pratica do xadrez na escola ( 100% dos entrevistados ).

    Palavras-chave : Jogo; xadrez; pedagógico.

    1 Introdução

    Este projeto tem como objetivo principal a difusão do xadrez nas escolas

    públicas estaduais e a desmitificação da visão elitizada que há sobre o xadrez. Tal

    visão, consequentemente, desfavorece o acesso das classes populares a essa

    prática, motivo pelo qual as escolas devem investir em pesquisas e estudos que

  • busquem meios de adequar o xadrez ao contexto escolar, principalmente na escola

    pública, buscando contribuir para uma formação eclética dos alunos estigmatizados

    como “vivos”, inquietos e participantes.

    Na tentativa de desencadear novas ideias e/ou propostas de estudo, a

    presente pesquisa fundamenta-se em respaldo teórico sobre o processo de

    aprendizagem e busca fundamentação em teorias como as de Jean Piaget, Le

    Boulch e Leontiev S. Vygotsky.

    Tratando-se desse processo inserido no âmbito escolar são vários os

    profissionais, pedagogos e psicólogos que fazem questionamentos em função de

    como favorecer a prática educacional e de como buscar melhores métodos no

    processo ensino-aprendizagem.

    A criança ou adolescente passa por fases, etapas de sua vida que muitas

    vezes são ignoradas; é sabida a importância da escola trabalhar pré-requisitos como

    conceituação, atenção, postura, responsabilidade e outros nessa fase.

    O jogo, especificamente o de xadrez, favorece todo um processo de

    construção cognitiva e de amadurecimento daquele que o pratica. Entendemos que

    trabalhar o xadrez no âmbito escolar é uma possibilidade para a obtenção de

    mudanças no quadro comportamental dos alunos, existente hoje, pois o jogo de

    xadrez se tornou uma área de investigação para certas disciplinas, principalmente

    nas áreas de história e matemática.

    PIAGET (1981) estrutura o jogo em 03 (três) categorias: JOGO DE

    EXERCÍCIO, onde o objetivo é exercitar a função em si; JOGO SIMBÓLICO, onde o

    indivíduo coloca significado independente das características do objeto funcionando

    um esquema de assimilação; e o JOGO DE REGRAS, onde está implícita uma

    relação inter-individual que exige a resignação por parte de sujeito. O autor fala

    ainda em uma quarta modalidade, que é o JOGO DE CONSTRUÇÃO, onde a

    criança cria algo.

    Assim como PIAGET, muitos psicólogos defendem a prática pedagógica

    voltada a um trabalho que envolva o lúdico; está claro que o jogo, quando trabalhado

    com objetivos sérios, leva o aluno a se interessar pela prática. Porém, o professor,

    ao trabalhar com jogos em sala de aula, deve mostrar ao aluno que seu

    desempenho e sua aprendizagem se dão numa constante reformulação de

    hipóteses e flexibilidade permanente, para que o mesmo tenha paciência e trabalhe

    em si mesmo a frustração que sente ao deparar com a espera ou com a perda no

  • jogo, caso contrário, o aluno tende a se desestimular perdendo o interesse por tal

    prática.

    A teoria Vygotskyana tem vindo de encontro a muitas buscas, favorecendo a

    compreensão da aprendizagem como um todo e levando educadores a darem

    ênfase nos aspectos sociais, ou seja, na interação social. Fator relevante no que diz

    respeito ao jogo, pois respalda e elucida o porquê de muitas atitudes e

    comportamentos do educando que vivencia diversas situações em grupo. De acordo

    com Vygotsky:

    Assim, o campo de atenção da criança engloba não uma, mas a totalidade das séries de campos perceptivos potenciais que formam estruturas dinâmicas e sucessivas ao longo do tempo. A transição da estrutura simultânea do campo visual para a estrutura sucessiva do campo dinâmico da atenção é conseguida através da reconstrução de atividades isoladas que constituem parte das operações requeridas. Quando isso ocorre, podemos dizer que o campo da atenção deslocou-se do campo perceptivo e desdobrou-se ao longo do tempo, como um componente de séries dinâmicas de atividades psicológicas. (VYGOTSKY, 1984, p.40).

    2 Desenvolvimento

    Para efetuar uma pesquisa de cunho teórico cujo princípio seria somente

    educacional resolvemos, no meio do caminho, mudar as estratégias de ação na

    metodologia que seria seguida. Abandonamos a pesquisa prática e resolvemos

    utilizar uma abordagem mais qualitativa, que MINAYO (1999) define como “uma

    pesquisa que não pode pretender o alcance da verdade, com o que é certo ou

    errado, deve ter como preocupação primeira a compreensão da lógica que permeia

    a prática que se dá na realidade” MINAYO (1999, pág 94).

    “En este epigrafe intenté justificar por qué he adoptado la investigación cualitativa y no cuantitativa, como metodología de la averiguación que há sido desarrollada. Verificando la conceptualización de la investigación cualitativa, según Strauss y Corbin em Sandín (2003), hallé que existen las modalidades, los objetivos, los enfoques y los tipos de análisis que se confunden y se mezclan em su interpretación que quizá me haría inclinar por elegir la investigación cuantitativa, pero analizando más detalladamente la investigación cualitativa me deparé con la interpretación de Strauss y

  • Corbin (1994, en Sandín 2003:153): (...) investigaciones acerca de la vida de las personas, historias, comportamientos y también del funcionamiento organizativo, movimientos sociales o relaciones e interacciones. Algunos de los datos pueden ser cuantificados pero el análisis en sí mismo es cualitativo.” (Minayo, 1999, pág 94).

    As pesquisas qualitativas são exploratórias, ou seja, estimulam os

    entrevistados a pensarem livremente sobre algum tema, objeto ou conceito. Elas

    fazem emergir aspectos subjetivos e atingem motivações não explícitas, ou mesmo

    conscientes, de maneira espontânea. São usadas quando se busca percepções e

    entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para

    interpretação.

    Em nossa pesquisa utilizamos como instrumento de coleta de dados o

    questionário, para tentarmos comprovar que nossos objetivos, delineados nessa

    pesquisa realmente existiam, ou seja, identificar a importância do xadrez no contexto

    escolar, valorizando as opiniões dos professores de Educação Física em suas

    práticas educacionais diárias e também comparar o ensino do xadrez nas escolas

    estaduais do núcleo de Curitiba, identificando as principais dificuldades do ensino do

    xadrez, encontradas pelos professores nas escolas.

    A pesquisa de campo que, segundo MARTINS JR (2008,pág 02),

    é também chamada de pesquisa empírica, é um tipo de trabalho que requer um contato maior com a população pesquisada a fim de verificar a ocorrência de algum fenômeno que estaria influenciando sobre a mesma ou a fim de realizar alguma experiência com a sua participação. (Martins Jr, 2008)

    Também diz que o “questionário é um conjunto de perguntas, que a pessoa

    lê e responde sem a presença de um entrevistador.” (MARTINS JR, 2008)

    Do mesmo modo, outros autores contestam o questionário, tais como

    MARCONI & LAKATOS, 1996; MATTAR, (1996): “(…) utiliza-se menos pessoas para

    ser executado e proporciona economia de custo, tempo, viagens, com obtenção de

    uma amostra maior e não sofre influência do entrevistador.” (Marconi & Lakatos;

    Mattar, 1996).

  • Segundo MARCONI & LAKATOS (1996, pág 02) e MATTAR (1996), dentre

    as desvantagens podem ser citadas: baixo índice de devolução, grande quantidade

    de perguntas em branco, dificuldade de conferir a confiabilidade das respostas,

    demora na devolução do questionário e a impossibilidade do respondente tirar

    dúvidas sobre as questões (o que pode levar a respostas equivocadas).

    Tratamos de elaborar perguntas do tipo misto, sendo que a maioria das

    questões aponta a importância do xadrez no comportamento dos nossos educandos.

    Para a construção das questões também levamos em consideração os

    objetivos da nossa investigação, os quais apresentamos a nossa continuação..

    As questões 01 e 02 tem o propósito de verificar a importância que os

    professores de Educação Física atribuem à prática do xadrez; nas perguntas 03 e 04

    buscamos saber o grau de envolvimento que toda comunidade escolar tem com o

    xadrez e nas perguntas 06, 07, 08 e 09 tentamos medir o grau de motivação que os

    alunos têm em relação ao xadrez.

    3 Ações desenvolvidas

    Na confecção deste material didático foi feita a opção pelo artigo científico,

    cujo tema foi “Regras e atividades para aplicar em sala de aula”. O mesmo continha

    oito ações para serem empregadas nas turmas de 5ª a 8ª série, cada qual com suas

    complexidades e especificidades .

    As ações desenvolvidas nas turmas obedecem a um critério pedagógico

    bem definido os quais apresentamos a seguir.

    3.1 Ação 1 – Um mergulho na história do xadrez

    Apesar de existirem muitas versões sobre o jogo de xadrez, sabe-se, com

    certeza, que é de procedência indiana e que se propagou entre os árabes, no século

    VII, por intermédio da Pérsia. Na Idade Média, os árabes transmitiram-no aos

    europeus em particular aos italianos e espanhóis. Durante o Renascimento, o xadrez

  • alcançou grande difusão por toda a Europa. Em 1808, o xadrez surge no Brasil,

    quando D. João VI ofereceu à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, um exemplar

    do 1º trabalho impresso sobre a matéria, da autoria de LUCENA.

    Sabe-se que tal jogo surgiu no Oriente com o nome de “chaturanga”.

    Constata-se que as regras do jogo de xadrez evoluíram conforme as mudanças

    sociais. Como já foi afirmado, o precursor do xadrez seria o “chaturanga”. Uma

    observação importante é que nessa época não havia rainha, reflexo da

    discriminação sexual vigente na época.

    Com sua evolução, no lugar de um dos reis, criou-se uma peça para a

    rainha, refletindo as novas posições e valores sociais que a mulher vinha adquirindo.

    O elefante do “chaturanga” original deu lugar ao cavalo, o vizir transformou-

    se em bispo, por influência da Igreja, e o barco deu lugar à torre, símbolo dos

    castelos europeus. O roque, jogada em que o rei se protege usando a torre,

    representa o seu refúgio no castelo.

    Com a ascensão das rainhas ISABEL II (Espanha) e VITÓRIA (Inglaterra), a

    rainha no xadrez adquiriu mais força. O peão também ganhou mais força, ao chegar

    à última casa do lado adversário podendo ser trocado por qualquer peça, exceto o

    rei. Tal jogada reflete o pensamento liberal dos séculos XVIII e XIX, segundo o qual,

    toda pessoa poderia subir na vida, embora jamais fosse rei.

    Além dessas evoluções, muitas outras mudanças ocorreram em função dos

    quadros sociais, o mais importante é que todas essas alterações contribuíram para

    melhorar o jogo e refletir essa melhora no poder crítico e analítico do homem.

    3.2 Ação 2 - Vamos conhecer o tabuleiro?

    Objetivo: Possibilitar aos educandos uma visão geral do tabuleiro, bem como

    a apropriação do conhecimento sobre a técnica correta de colocação na mesa, suas

    colunas, filas e diagonais.

    3.3 Ação 3 – Aprendendo a movimentar as peças

  • 3.3.1 Conhecendo o peão

    Peça de valor teórico reduzido, mas de grande importância. Seu movimento

    é limitado e funciona, na maior parte das vezes, como um escudo para as outras

    peças. O peão só anda para frente, de casa em casa. Quando anda na posição

    inicial, ele pode pular duas (02) casas. Os peões não capturam as peças ao longo

    de seu movimento; a captura é feita na diagonal.

    3.3.2 Conhecendo o rei

    É a peça principal do jogo. O rei se movimenta para todos os lados, de uma

    em uma casa. Um rei nunca pode ficar ao lado do rei adversário, pois no xadrez

    essa jogada não pode acontecer.

    3.3.3 Conhecendo a dama

    A dama movimenta-se em todas as direções, quantas casas quiser. A dama

    é uma peça muito poderosa pelo seu raio de ação.

    3.3.4 Conhecendo o bispo

    Os bispos percorrem as diagonais, quantas casas forem necessárias. Cada

    jogador começa a partida com um par de bispos, um que percorre casas pretas e

    outro as casas brancas.

    3.3.5 Conhecendo o cavalo

    Os cavalos se movimentam fazendo um L, para qualquer direção, contando

    03 casas. O cavalo é a única peça que salta sobre as outras

    3.4 Ação 4 – Roque pequeno e o roque grande

  • São dois movimentos em um único lance. O roque é realizado com uma das

    torres e o rei. Para a realização do roque é importante observar que só é possível

    executá-lo quando:

    1 – O rei e a torre do lado escolhido para o roque não foram movimentados;

    2 – Não houver peças entre o rei e a torre;

    3 – O rei não estiver em xeque;

    4 – As casas em que o rei for passar não estiverem ameaçadas;

    5 – O rei, ao rocar, não terminar em xeque.

    O roque é feito da seguinte maneira: o rei anda duas casas em direção à

    torre e a mesma pula o rei e ocupa a casa ao lado do rei.

    O roque pode ser feito para o lado do rei (roque pequeno) ou para o lado da

    dama (roque grande).

    Tanto para as pretas como para as brancas, só é permitido fazer o roque

    uma vez, e após executá-lo tudo prossegue normalmente.

    3.5 Ação 5 – Promoção do peão

    Apesar de suas limitações, o peão pode ter seu valor ampliado quando

    chega à última casa. Como sabemos, o peão não volta, anda sempre para frente.

    Após chegar à última casa, dizemos que foi promovido. A promoção é a troca do

    peão por outra peça que pode ser a dama, bispo, torre ou cavalo.

    3.6 Ação 6 – En passant

    Antigamente, o peão andava sempre de casa em casa. Algum tempo depois

    foi permitido que os peões em sua posição inicial, andassem duas casas. Quando

    um peão em sua casa de origem anda duas casas e fica do lado de um peão

    adversário, este pode capturá-lo como se houvesse simplesmente andado uma

    casa.

  • A captura “en passant” (de passagem) deve ser executada imediatamente ao

    avanço do peão adversário.

    3.7 Ação 7 – Rei afogado

    Quando o rei não está em xeque e as casas que o cercam estão

    ameaçadas, a partida está empatada, pois o rei está “afogado”.

    3.8 ação 8 – Xeque e xeque-mate

    Quando o rei está ameaçado por qualquer peça adversária dizemos que ele

    está em “xeque”.

    O xeque mate é o ponto final de uma partida. Se o rei está em xeque e não

    existem casas para o rei ocupar que não estejam ameaçadas, então o rei está em

    “xeque-mate”.

    3.9 Pesquisa com os professores de educação física do núcleo de Curitiba.

    Para conhecer a realidade da inserção do xadrez nas escolas do núcleo

    Curitiba, foi aplicado um questionário contendo nove perguntas a onze professores

    de Educação Física de ___ escolas. O questionário foi composto por perguntas

    diretas e abertas, descritas na tabela 1.

    Nº PERGUNTA ALTERNATIVAS

    1 Você considera importante a prática do xadrez aplicada aos alunos?

    ( ) Sim ( ) Não

    2 Quais as aptidões que o xadrez pode desenvolver nos educandos?

    -

    3 De que forma o jogo de xadrez está inserido em seu planejamento?

    ( ) Bimestralmente ( ) Semanas culturais ( ) Campeonatos

  • 4 Os benefícios que o xadrez traz aos alunos são discutidos e analisados pela equipe pedagógica de sua escola?

    ( ) Sim ( ) Não

    5 Você acha que se o ensino de xadrez fosse desenvolvido no contra turno, teria uma melhor aceitação por parte dos alunos ou não?

    ( ) Sim ( ) Não

    6 Em sua escola existem materiais adequados e suficientes para o ensino satisfatório de xadrez?

    ( ) Sim ( ) Não

    7 Na sua opinião, por que motivo os alunos não gostam da prática do xadrez

    -

    8 Existe uma faixa etária em que o xadrez é mais aceito? ( ) Sim ( ) Não

    9 Se sim, qual?

    ( ) 6º ano ( ) 7º ano ( ) 8º ano ( ) 9º ano

    Tabela 1: Relação das perguntas contidas no questionário aplicado e suas alternativas, quando

    presentes. Todos os professores consideraram importante a prática do xadrez aplicada

    aos alunos (Figura 1) e destacaram que essa prática está relacionada ao

    desenvolvimento de habilidades de aptidões como: concentração (7 citações),

    raciocínio lógico (5 citações) e socialização (2 citações) entre outros.

    Gráfico 1: Compilação das respostas da Pergunta nº1 "Você considera importante a prática do

    xadrez aplicada aos alunos?”.

    Gráfico 2: Compilação das respostas da Pergunta nº2 “Quais as aptidões que o xadrez pode

  • desenvolver nos educandos?”.

    A maioria dos professores entrevistados alegou inserir o xadrez dentro do

    planejamento bimestral de suas atividades, poucos inserem a prática apenas em

    campeonatos e semanas culturais (Gráfico 3). Ao serem perguntados sobre o

    desenvolvimento do ensino do xadrez no contra turno seis professores concordaram

    que existe a possibilidade de uma aceitação maior dos alunos utilizando essa

    estratégia (Gráfico 5).

    Gráfico 3: Compilação das respostas da Pergunta nº 3 “De que forma o jogo de xadrez está inserido

    em seu planejamento?”.

    Embora a maioria dos professores considere que suas escolas possuam

    material suficiente para adequados e suficientes para o ensino de xadrez (Gráfico 6),

    mais da metade deles afirmou que a equipe pedagógica da escola não realiza uma

    análise sobre os benefícios do xadrez para os alunos (Gráfico 4).

    Gráfico 4: Compilação das respostas da Pergunta nº 4 “Os benefícios que o xadrez traz aos alunos

    são discutidos e analisados pela equipe pedagógica de sua escola?”.

  • Figura 5: Compilação das respostas da Pergunta nº 5 “Você acha que se o ensino de xadrez fosse

    desenvolvido no contra turno, teria uma melhor aceitação por parte dos alunos ou não?”.

    Gráfico 6: Compilação das respostas da Pergunta nº 6 “Em sua escola existem materiais adequados

    e suficientes para o ensino satisfatório de xadrez?”.

    A maior parte dos professores respondeu que seus alunos gostam da prática

    de xadrez, no entanto destacaram-se dois motivos para os alunos não gostarem da

    atividade: a necessidade de trocar a quadra pelo tabuleiro, demonstrando o maior

    interesse dos alunos por atividades que utilizam esse espaço, e a necessidade de

    “pensar muito”, demonstrando a preferência por atividades mais dinâmicas (Gráfico

    7).

    Gráfico 7: Compilação das respostas da Pergunta nº 7 “Na sua opinião, por que motivo os alunos

    não gostam da prática do xadrez”.

  • Com relação à faixa etária em que o xadrez é mais aceito pelos alunos, as

    respostas foram divididas (Gráfico 8). Cinco professores acreditam que não haja

    uma faixa etária preferencial e seis professores que acreditam que pode-se

    identificar maior interesse pelo xadrez principalmente entre alunos do 7º ano,

    seguidos pelos alunos de 6º e 8º anos. Entre os alunos do 9º ano foi relatado um

    interesse menor (Gráfico 9).

    Gráfico 8: Compilação das respostas da Pergunta nº 8 “Existe uma faixa etária em que o xadrez é

    mais aceito?”.

    Gráfico 9: Compilação das respostas da Pergunta nº 8 “Se sim, qual?”.

    Como já se era esperado, houve unanimidade entre os professores

    entrevistados de que inúmeros são os benefícios advindos do xadrez na vida escolar

    de nossos educandos.

    Sabe-se, também, através de vários estudos realizados, que o lúdico é de

    fundamental importância para o desenvolvimento físico e mental da criança.

    VYGOTSKY (1984, pág. 97) afirma que “o ato de brincar possui um papel de

    grande relevância na constituição do pensamento infantil”. Para este teórico é

    brincando e jogando que a criança desvenda sua situação cognitiva, visual, auditiva,

    tátil e motora, além do jeito ao qual aprende a entrar em uma relação com eventos,

  • pessoas, coisas e símbolos.

    A grande surpresa do questionário aparece no Gráfico 6, onde há quase

    uma unanimidade em relação à quantidade de materiais adequados à prática do

    xadrez nas escolas públicas de Curitiba, muito diferente da realidade de anos

    anteriores, em que havia uma carência enorme desses mesmos materiais próprios à

    referida prática nessas mesmas escolas públicas.

    4 GTR

    O programa GTR foi desenvolvido no período de setembro a dezembro de

    2011 e contribuiu muito para a troca de informações entre os cursistas e a tutora

    tendo como objetivo principal o relato e a troca de experiências entre os cursistas.

    No 1º módulo foi apresentado o Projeto de Intervenção Pedagógica intitulado

    “A DIFUSÃO DO XADREZ NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO PARANÁ” , onde os

    cursistas tiveram a oportunidade de conhecer e se aprofundar melhor no referido

    projeto.

    No 2º módulo foram relatadas as experiências práticas positivas e negativas

    vivenciadas em sala de aula durante a aplicação do projeto e discutidas com o grupo

    de GTR;

    No 3º módulo os alunos cursistas teriam que aplicar algumas atividades

    práticas relacionadas ao projeto em suas escolas e socializar com o grupo.

    Foram experiências muito interessantes que contribuíram de forma muito

    proveitosa para todos os cursistas.

    5 CONCLUSÃO

    Através desse trabalho percebemos claramente a importância do jogo de

    xadrez aos educandos. Verificamos também que os procedimentos e características

    do jogo são de grande valor, pois o xadrez é uma representação da sociedade com

    suas divisões, classes sociais e disputas pelo poder. A estrutura social se faz tão

  • presente no jogo que, em função da evolução social, as peças e jogadas também se

    modificaram.

    A maior dificuldade da pesquisa foi a falta de referência bibliográfica sobre o

    xadrez como prática escolar, porém, os procedimentos metodológicos da pesquisa,

    possibilitaram estabelecer um paralelo entre a prática do xadrez e os estudos

    teóricos sobre a aprendizagem, favorecendo assim o alcance dos objetivos

    propostos. Embora as hipóteses levantadas no projeto fossem fortes indícios de

    considerar o xadrez como uma prática difícil de ser difundida, considerou-se o

    contrário em contato com dados e informações obtidas, percebendo-se que, mesmo

    não sendo tão praticado nas escolas, existem muitos professores interessados e

    envolvidos com a oferta do xadrez como prática alternativa no âmbito escolar.

    Em função do estudo desenvolvido podemos dizer, como análise conclusiva,

    que o xadrez é uma prática dinâmica e convergente com as necessidades que a

    escola vivencia hoje, podendo ser visto como fator contribuinte para o

    desenvolvimento das habilidades cognitivas e como oportunidade da escola oferecer

    uma atividade culta, que tem como consequência para os alunos, a descoberta de

    outros caminhos para se construir o conhecimento e o desenvolvimento do potencial

    participativo e criativo, elemento essencial na transformação dos meios onde esse

    aluno está inserido.

    6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    BENJAMIN, V. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação . São Paulo: Editora 34,2002.

    BETTI, M. A janela de vidro . Campinas: Motus Corporis, 1997.

    CILLA, R.O.; RUIZ J.V. Juegos Cooperativos. Editorial Paidotribo, 2009.

    HURTADO, J.G.G.M. Glossário Básico de Psicomotricidade e Ciências Afi ns. Curitiba: Educa/Editer, 1983.

    KISHIMOTO, T.M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. Cortez, 2007

  • MARCONI, M.D.A. LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pe squisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 3 ed. São Paulo: Atlas,2009

    OLIVEIRA, J.G.M., BETTI, M., OLIVEIRA, W.M. Educação Física e o ensino de 1º grau. São Paulo: Edusp. 1988

    PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

    SÁ, A.V.M. O xadrez e a educação . Brasília.

    SANTOS, S.L.C. Propuesta de um modelo de gestión universitaria par a la atención a los niños em situación de riesgo social a traves del deporte em la ciudad de Curitiba. Barcelona. Editorial Paidotribo, 2010.

    VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

    Página em branco