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Page 1: A Deliberação 111/2012 do CEE e os ataques do Governo à educação pública

A Deliberação 111/2012 do CEE e os ataques do Governo à educação pública

No dia 01 de fevereiro de 2012, foi aprovada pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) uma deliberação que gerou uma grande controvérsia na comunidade acadêmica paulista. A deliberação delimita os conteúdos tidos como essenciais à formação de professores da educação infantil, e ensinos fundamental e médio, além de atribuir a carga horária mínima a ser cumprida dentro de cada um destes conteúdos, impondo tais diretrizes de forma arbitrária e unilateral.

Segundo os próprios docentes das estaduais paulistas, em carta ao CEE, a deliberação reflete uma visão tecnicistae fragmentada da formação do professor, uma vez que exclui o ensino infantil e especial da formação de educadores no sistema estadual (o que também reflete uma preocupação em gerar demanda de mercado para cursos em insituições privadas nas referidas áreas), prevê uma formação compartimentada do educador, restringindo as perspectivas disciplinares, e ignora completamente a autonomia universitária, o que fica ainda mais evidente quando se observa que as diretrizes impostas pela deliberação não passaram por qualquer discussão prévia envolvendo a comunidade acadêmica, os alunos graduandos em

licenciatura, ou os professores, alunos e pais da rede pública.

No processo de implementação desta deliberação, diversos cursos foram descredenciados ou enfrentam ameaça de descredenciamento devido ao curto prazo estabelecido para a adequação dos currículos aos moldes impostos. Com isso, alunos ingressantes no ano de 2013 em cursos de licenciatura das estaduais paulistas podem ter seus diplomas invalidados.

Esta deliberação, que representa um claro ataque à autonomia universitária e uma imposição arbitrária de diretrizes curriculares restritivas e tecnicistas para a formação do professor, não é a primeira ofensiva do Governo do Estado de São Paulo contra a educação pública. Alguns devem se lembrar das lutas de 2007 contra os decretos do então governador José Serra, que buscavam fragmentar a educação pública no estado e impor aos estabelecimentos de ensino currículos mais adequados às demandas do mercado, passando por cima da autonomia universitária, ou ainda as recentes lutas na USP e na Unicamp contra a PM no campus.

Para responder à altura ataques de tamanha magnitude por parte do Governo do Estado e suas reitorias aliadas, é necessário que alunos, funcionários e professores somem suas vozes, para que, aliados na luta, sejam capazes de decidir os rumos das universidades que constroem. Para isso, no entanto, é necessário que

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tenhamos entidades capazes de construir e impulsionar espaços democráticos de debate, deliberação e auto-organização destas categorias, para que possamos criar, a partir da universidade, um verdadeiro polo de oposição e combate às práticas autoritárias do Governo e de suas reitorias e para conseguirmos, alunos funcionários e professores, mobilizados a partir das bases, vitórias concretas contra os gestores que precarizam a educação pública.

Por isso, nós da “Chapa Da Faísca Ao Incêndio” acreditamos que a melhor forma de os estudantes de História e Ciências Sociais da Unicamp se somarem à luta por melhores condições de educação é através de um CACH militante, democrático e proporcional, que cotidianamente impulsione discussões sobre os profundos problemas que atingem a educação pública, e que sirva como ferramentapara a auto-organização dos estudantes em conjunto com as demais categorias em luta para arrancar as grandes transformações de que a educação pública carece. Novos ataques virão, a não ser que os estudantes se organizem em aliança com os trabalhadores para barrá-los!

Neste sentido, propomos:

Impulsionar festas e atividades culturais como saraus e ciclos de cine-debate para diversificar e enriquecer as discussões;

Articular debates amplos com os outros CA’s para fortalecer o movimento estudantil e o intercâmbio de ideias;

Impulsionar um grande festival lembrando as Jornadas de Junho, se articulando com os demais CA’s, entidades e coletivos;

Grupos de Estudo auto-organizados e amplamente divulgados;

Aulas abertas e mesas de debate contando com professores, estudantes, trabalhadores e artistas;

Impulsionar junto às demais entidades, coletivos, associações de bairro e sindicatos um “Comite de Solidariedade Contra os Impactos da Copa” para estender os debates para além do IFCH;

Por um CACH militante e democrático, que sirva como ferramenta para as lutas dos estudantes! Por uma aliança entre trabalhadores e estudantes para vencer nas lutas! Por uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos! Vote CHAPA DA FAÍSCA AO INCÊNDIO!