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A CULTURA E A ACESSIBILIDADE À DOUTRINA DE JESUS

INTRODUÇÃO

Antes de mais, quero dizer às pessoas que lêem estas minhas palavras o

seguinte:

Como já disse noutros textos, move-me esta condição indispensável: Deus é o

alvo supremo da minha fé e Jesus Cristo o caminho incontornável para o Pai.

Outra é sustentação da verdade que Deus veio à terra na Pessoa de Jesus

Cristo para nos ensinar que só podemos amar Jesus Cristo – e daí observar os

mandamentos –, se O conhecermos, não só a nível da fé, mas também pela

inteligência.

Na minha mente, a história de Jesus não se passa como se fosse “um

romance” cuja história se desenrolou naquele tempo, mas sim um

esclarecimento e sentido de vida em que as palavras soam como sendo ditas

agora ao meu ouvido e ao coração. Jesus é Vida e a sua doutrina foi proferida

de uma vez por todas e perdurará até ao fim dos tempos.

Uma condição vive na minha mente: Para trocar eventuais impressões com

alguém sobre Jesus Cristo, só o poderei fazer se não abdicar da palavra exacta,

tal como foi pronunciada por Jesus Cristo, ou, dito de outro modo, a doutrina

olhada à letra tal como é descrita pelos Apóstolos: João, Lucas, Mateus e

Marcos. Os pensamentos e as visões das pessoas são as mais díspares e

controversas e eu direi simplesmente que respeito. Todavia, afirmo que a

palavra precisa do Evangelho é o sustento e a lógica da minha fé.

A minha visão do perfil de um cristão é ser apóstolo comprometido com a

causa de Deus a qual exige idoneidade e ponderação inteligente ao que é

indispensável a palavra directa dos evangelhos e não a dispersão por meias

verdades ou ilações que lhe adicionam.

Desagrada-me a situação de um cristão se considerar “católico praticante”

porque cumpre o preceito de ir à Missa ao Domingo, e torna-se muito pior a

circunstância em que é a própria hierarquia quem o fundamenta como

princípio de vida cristã do evangelho. É a negação da ideia de apostolado. Não

foi esta a força que Jesus quis dar à evangelização do mundo.

Eis um motivo de alegria

Uma alegria que comove igualmente a todos os que têm a sua vida nas mãos

do Senhor. O ponto alto da sua fé está em sentir no coração que Deus

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concluirá a sua vontade divina. Esta é a nossa expectativa. É o modo de viver

na esperança ou mesmo uma forma activa de estar com Deus.

Diz o evangelho:

(Actos dos Apóstolos):

A Ascensão (6): “Estavam todos reunidos, quando lhe perguntaram: “Senhor,

é agora que vais restaurar o reino de Israel”? Respondeu-lhes: “Não vos

compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com a Sua

autoridade. Mas ides receber uma força, a força do Espírito Santo, que descerá

sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Samaria, e

até aos confins do mundo”.

Dito isto, elevou-se à vista deles e uma nuvem subtraiu-o aos seus olhos. E

como estavam com os olhos fixos no céu enquanto Ele se afastava, surgiram

de repente dois homens vestidos de branco que lhes disseram: “Homens da

Galileia porque estais a olhar para o céu? Esse Jesus que vos foi arrebatado

para o Céu, virá da mesma maneira, como agora O vistes partir para o Céu”.

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A CULTURA E A ACESSIBILIDADE À DOUTRINA DE JESUS

É normal as pessoas fazerem considerações acerca dos seus estados de alma e

fazer balanços de si próprios, situados na vivência humana. É normal as

pessoas que pensam nas coisas que implicam com a sua existência se

interroguem, façam perguntas a maior parte das pessoas não têm nem nunca

virão a ter. No entanto, são perguntas que nunca deixamos de fazer das mais

diversas maneiras, mais ou menos elaboradas e por mais estudadas que sejam,

não passam de simples procura no desconhecido desde o princípio do mundo.

Não é por não aprendermos com passado e estarmos contagiados pelo saber

desse passado, mas sim, que sentimos a ânsia e necessidade de saber suprir as

nossas inquietações, como pessoas dependentes.

Estamos aqui e sabemos que estamos aqui, como elemento que faz parte da

Natureza e, para maior confusão, somo levados a esgrimir por vezes contra

ela porque esta nos domina. Não somo senhores de nós próprios.

Porém se o crime infesta o mundo, os malandros vagueiem e fazem acontecer,

mais que isso onde há vida, alegria e paz implantam a morte. Os que atribuem

a Deus o nosso dia-a-dia limitam, no meu entender, a noção que têm de Deus

semelhante à figura de um bombeiro a apagar os incêndios que surgem, valer a

uma criança que caiu do alto e está prestes a esmagar-se no solo. O malandro

que está arquitectando um jogo que visa limpar do cimo da terra 15 milhões

de se seres humanos, outros que nos bastidores planeiam o roubo e semeiam

ideias nas mentes ignorantes que sirvam os seus interesses individuais e

colectivos como o mundo fosse melhor partindo do “génio”.

Pensam talvez no Deus todo-poderoso como se fosse a imagem de um

homem aqui da terra, mas que, pelos vistos, não poderá valer a tudo.

Está tudo a acontecer neste momento; o malandro a matar, as crianças e os

velhos indefesos a morrer, o ladrão polido ou andrajoso a roubar, cada qual

“governando a sua vida” e outros que, não sabendo bem da sua sorte

depositada nas mãos destes, esperam não os encontrar no caminho.

No que me respeita, poderei dizer que não saberei nada da minha origem nem

saberei o futuro que me espera; agora mesmo raciocino e constato.

Também não sei nada dos mistérios que me conduziram, mas posso dizer que

tenho um precioso conhecimento da sabedoria antiga que, só por si,

engrandece o sentido de vida que possuo.

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Deste composto de partículas elementares situo-me na natureza que me

sustém.

Não é com estes parâmetros que vou saber explicar Deus e como Ele se

haveria de portar connosco. Sou apenas um, da multidão. Mas, como disse,

ajuízo, discirno, constato.

Constato que a maravilhosa sabedoria antiga me incorporou lentamente uma

sabedoria que haveria de esperar para que eu tivesse idade para a digerir; mas

o tempo trouxe-me um bem inestimável que me toca e que tão elevado é; que

transforma a bela sabedoria antiga, e em nada se lhe pode comparar ainda que

tenha a força da sua continuidade.

A vinda de Jesus Cristo à terra tem o impacto abismal de tal modo

transcendente que, penso eu, o mundo ainda não sentiu o aparato da celestial

figura.

É por Jesus Cristo que esse Deus longínquo apareceu Homem, entre nós, na

Sua Pessoa.

Mesmo assim, esse Deus Todo-poderoso que podemos designar por

VERDADE E VIDA sem que tenhamos uma noção exacta do que é a

especificidade dessa verdade e dessa Vida.

Este Jesus, Ele mesmo o Senhor dos Céus, disse estas duas coisas que guardo

na alma diante do desconhecido: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida” e

“Ninguém conhece o Pai senão o Filho e ninguém conhece o Filho senão o

Pai”.

A Sua vida está cheia de sopros de vida divina, milagres que só Deus poderia

fazer e de muitos exemplos de humanidade.

A partir de Jesus Cristo olho e medito: Quem sou eu para explicar Deus e os

seus comportamentos perante nós homens? Mas, essa explicação chamada

BOA NOVA é a palavra autorizada e única que saiu da Boca de Cristo.

Temos leis naturais e lógicas às quais nos devemos acomodar e compreender,

através disso, a nossa humanidade material e também espiritual. Os seus

efeitos são muitas vezes dilacerantes, principalmente quando nos aniquilam a

vida.

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Contudo, muitos e muitos erros da humanidade são simplesmente devidos a

incúrias, vícios e desleixos que não aconteceriam se fossemos pessoas mais

coerentes.

Mas, se os tempos no seu mistério foram divididos como nos dizem as

profecias de Daniel, em que vemos que este nosso tempo será um espaço de

penitência e de sofrimento, tempo onde se incluí o próprio Cristo de Deus e

do qual somos contemporâneos, e nele vimos os sofrimento extremo, então

também nós não podemos esperar outro tempo, se este decorrer assim até ao

fim de todos os tempos.

No meu modo de ver, Jesus já nos disse e delineou um caminho único, que

outro não há. Se ele nos diz que as suas palavras não passarão ainda que

passasse o céu e a terra eis que a sua doutrina é clara e a que nada falta para

termos sabedoria eterna pura.

Será então pura divagação dissertar sobre o silêncio de Deus? Cristo está

connosco e nós sabemos, porque o próprio Jesus no-lo disse.

Mas, repare-se neste passo da sua vida: Os Apóstolos ficaram tristes por

deixarem de ver com os próprios olhos (os olhos da carne), o seu amado

Jesus. Os Apóstolos sabiam que Jesus tinha de ir para o reino de onde veio,

mesmo assim sentiram uma perda profunda nas suas almas.

Apesar de me sentir apoiado na minha fé – ai de mim se esta me deixasse –, as

circunstâncias que influenciam a minha mente, os apoios concretos em que se

apoia o cristianismo não deixam de me trazer confusão e mesmo duvidar do

meu modo de estar. Apercebo-me que o meu caminho de apostolado foi nas

ruas da vida e de muita contestação. Apercebo-me que é preciso estar de fora

dos aconchegos que não põem em causa a ordem estabelecida, para perceber

o interior e a paz dessa ordem.

Se eu disser e sentir que sou católico e não puser em causa tudo que vem da

hierarquia religiosa e da quantidade de milhões que dão força e sentido, se eu

me recolher num convento orientado por uma ordem em que a principal

função é rezar e trabalhar no silêncio, tudo para estar perto de Jesus Cristo ou

outro tipo de recolhimento de ordem pessoal semelhante, e se for sério e

consciente diante de Deus, com temos de ser em todos os actos que

praticamos, decerto que tenho muito mais hipóteses de paz interior.

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A contestação é já estabelecer entre nós e a vida dificuldades, mesmo

desconfiando de nós, pois que no expomos, sabendo que cometemos erros

como toda a gente e sabendo também que não está em nós a verdade toda.

Ora, o que queremos, do fundo da alma, é amar a Deus. Não é fácil estarmos

certos de que de fomos e somos “perfeitos”. “Sede perfeitos, como vosso Pai é

perfeito”, disse Jesus. Não é fácil a uma pessoa que combate nos caminhos da

vida não discutir as questões, sem pugnar contra a opinião contrária;

naturalmente porque o seu apostolado é fazer vir ao de cimo as verdades,

como seja o que é justo.

Então, eis o panorama em que se molda a minha vida. Perdida a comodidade

da grandeza material da Igreja fundamentada em sumptuosos templos, uma

sabedoria cujas obras são tratadas com enorme apreço e veneração nas

bibliotecas do Vaticano, o carinho e exaltação da História, a Cultura centrada

que lhes dá um poder inigualável e tudo isso lhe dá uma autoridade que faz

sombra, quanto a mim, à singeleza e importância da Palavra directa do

Evangelho.

Será que e palavra de Jesus Cristo mantém a Verdade esperada por Si próprio,

já quando filtrada pela história? Será que esta grandeza arquitectónica ou

temporal retém essa Verdade exclusiva que leva à salvação em Jesus Cristo

assim proposta pelos homens?

Muitas são as confusões que perpassam pelo meu espírito e que a minha fé

procura sempre concertar.

Quando oiço o alvoroço e a alegria de levas de gente daqui para ali, sinto o

agrado natural da mocidade em movimento. É um sinal de vida radiosa pela

qual louvo a Deus. Mas também receio que nestas movimentações sejam

consumidas numa onda turística e que em pouco ou nada se desenvolva a

verdade intrínseca do cristianismo.

Nada tenho contra a alegria da juventude; antes a desejo do fundo da alma.

Apenas está na minha ideia a justiça e os afazeres que a doutrina de Jesus e a

sua aplicação nas conjunturas que são muito mais marcadas pela dor e

sofrimento das gentes do que entretenimento.

Sinto que algo de muito caro fica para trás no cristianismo vigente e, pior,

digo eu, se a própria hierarquia religiosa passar pela rama desse mesmo

sofrimento. Repito, não há qualquer sentimentalismo no “faz de conta”

imposto na justiça com que Jesus nos anunciou a Sua doutrina.

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Acompanha-me uma ideia do espírito com que foi proposta e evangelização,

como tenho ideia de que a evangelização – a evangelização da sabedoria

divina, a evangelização que dá liberdade e conhecimento, o conhecimento que

leva à Verdade, uma doutrina que nos torna amigos do Pai e irmão em Jesus

Cristo sem pieguices nem infantilismos.

Serão mentiras os seus métodos se o seu fito é primeiramente delinear um

doutor depois de instrumentalizar essa para o seu escol cultural. É sempre um

mau condutor de homens quando alguém se vê como dono de outrem. Mas

acima de tudo, é crime não escorar a vida tenra de uma criança, enquanto este

não souber distinguir o bem do mal.

Tantas são as interrogações que o homem anseia decifrar. Uma gama de

sentidos (5), uns mais desenvolvidos, uns que ainda não são utilizados e

outros que despertam, que mais não seja, para estimular ou mesmo substituir

outros. Mas há ainda potencial humano, outros sentidos que vêem à luz da

inteligência admirando a todos nós. Uma diversidade simplesmente admirável.

Muitas são as perguntas e as respostas dadas que carecem de idoneidade e

bom senso, para que a “descoberta” seja submetida à inteligência, não vá a

descoberta e a resposta nos desajustes do nosso senso de equilíbrio. Eu existo

e, porque existo, tenho o poder de pensar.

Tempo houve em que o meu pensamento se contentava com a ficção; mas

agora a ficção é verdade; mas haverá sempre ficção, enquanto outro estado não

substituir as condições actuais deste ser humano.

Pelas teorias da matéria e mesmo pela voz que esta tem nada nos diz sobre a

imortalidade. No entanto, poderei perguntar se é por desgraça do ser que se é,

que está sempre latente esse desejo de imortalidade. Poderá aventar-se que a

nossa criatura foi traída por uma faculdade que directamente não pode

alcançar?

Quem somos afinal, onde estamos e para onde vamos? Não é preciso pensar

muito para perceber que a morte não é um grande corolário para quem tem a

capacidade de sonhar e inclusive de realizar fabulosos projectos de vida.

Não se vê grande graça em olhar e perceber que a grande capacidade científica

desabrochada da cabeça de um homem prestasse para tanto e tão ao desbarato

tivesse a sua importância diluída no barro comum. É um sentimento que gera

necessariamente felicidade.

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Se por ti próprio concluíres que a eternidade é coisa de ficção, é igual a pensar

que algo te traiu e não sabes quem.

Por outro lado acredito que se fizéssemos um referendo à Humanidade, quem

crê ou não na imortalidade do ser humano, ganhariam aqueles que crêem na

imortalidade. Também a História de Humanidade esta impregnada das

intervenções de um Deus que está situado acima da matéria, que criou o que

criou e só pode ser VIDA. E a Vida é ventura que nada pode apagar.

De que vale a opinião de um mortal que contradiz a fé de outro mortal. Onde

está a sua autoridade? Como pode um mortal impor a outro mortal a fé neste

tempo de saber e liberdade que nos vem de Cristo e que está expressa por Si

próprio nas Bem-Aventuranças? Quem de entre nós é herdeiro: os cordatos

às leis do homens, ou aqueles que clamam, entre nós, pela Verdade que tarda

em desabrochar?

Quem pode tomar o lugar de Deus impondo-lhes uma fé? No entanto, há

fanáticos enredados em seus métodos que chegam ao ponto de sacrificar e até

matar escudados em Deus?

Na verdade um homem simples, sabe que o bem e a liberdade humana vem

de Deus, nunca do lado da morte e do poder maligno; desde logo sente na

alma que os seus préstimos valerão pelos seus actos de justiça obviamente

estruturados em Jesus Cristo.

Poderemos ser muito visíveis no mundo, pregarmos maravilhas poéticas,

engalanarmos em festa as nossas palavras, mas, se falta desatar aquele nó

intrincado da falta da Verdade, não há verdade nenhuma no que dizemos e

fazemos.

Não são sentimentos de alma pessoais, mas muito mais que isso; a sentença

apropriada está escrita, não sendo pois nada da nossa autoria.

Será preciso que todos os caminhos vão dar a Deus, e não a outro lado

qualquer, para que a Verdade floresça ainda no tempo que decorre.

O que é a Verdade, perguntam muitos. Sei que é verdade quando não estamos

a mentir a Deus. Não é a “verdade” fabricada pela perspicácia dos mestres da

palavra que ganha julgamentos por astúcia e que o mundo os louva pela sua

argúcia. Quando muitos perguntam “inocentemente” mas que coisa é a

verdade, esta já filtrada pelos contendores da palavra e da lei, ainda não

perguntaram a Deus “que coisa é a verdade”. Enganos do mundo. Dá para ir

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vivendo, mas não para morrer sossegado. A não ser que sejamos desde já

“blocos” de materialidade.

Ai de nós os que deixamos para trás os valores da Doutrina de Jesus Cristo,

esquecidos até que esta doutrina arquitectaria a justiça de que este mundo

precisaria para ser uma terra de bem.

“Ama o próximo”, “Se deves alguma coisa a alguém porque lha não deste sendo dele”. Se

ficas rico sozinho graças à tua energia, não será, antes, à custa de muitos

nadinhas que os teus empregados te proporcionaram? Será ou não o amor a

influenciar a relação com o próximo? Mas, sem dúvida, não será o espírito

financeiro que orienta as mentalidades dos homens que governam que trará

qualquer justiça a este mundo. Se antes do que damos ou podemos dar não

estiver o “coração”, de nada adianta o que dizemos e fazemos. A dádiva

simbólica não produz a justiça, ainda que satisfaça a alma dos “benfeitores”.

A Palavra de Deus é perene, como está expressa pelo próprio Jesus Cristo.

Não há nada de ordem material que consiga explicar esse segredo

incontornável, pelo menos em toda a sua profundidade. Tal como não é

possível chegarmos ao conhecimento do Deus Total.

No entanto, para aqueles que procuram idoneamente alimento, com aquela

mulher samaritana que queria conhecer Deus e pediu a Jesus que a ensinasse,

ainda que se considerasse inferior aos judeus; e insistia no desejo de O

conhecer e amar dizendo: “Senhor, ainda que não tenha um entendimento evoluído,

ensina-me, pois que até os cães comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores”.

Os arrogantes que se ficam por isso mesmo, é-lhes, decerto, impossível

encontrar a Fé em Deus.

Assumam ou não as pessoas, está em vigor todo o processo desde a nossa

criação, ao qual teve seguimento a nossa restauração iniciada por Deus. Não

invocando este princípio longínquo, mas sempre actual, vemos que antes da

vinda de Jesus à terra já havia uma Lei, a Lei de Moisés, uma lei de direitos e

obrigações adequada às mentalidades daquele tempo. Uma Lei “áspera” que

castigava os prevaricadores e poupava os justos.

Depois, nos segredos dos tempos, VEIO JESUS Á TERRA. Com Ele

aprendemos a olhar para Deus de uma forma livre e inteligente. Assim surge

um tempo novo, com uma condição essencial: sendo Ele a sabedoria divina,

tem de acontecer que quem se orienta por Ele e age com Ele tenha a Vida em

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si. Quem O despreza ou simplesmente desfoca a Sua verdade, não tem nada

consigo.

A Sua palavra é incomensuravelmente maior que a Lei, que Ele não destruiu,

pois a Lei já era a palavra de Deus, mas que agora era a própria presença da

sabedoria.

Ele falou e aconselhou, de uma vez por todas; os moldes em que assentam

estes princípios estão descritos nas Bem-Aventuranças.

Não sou eu que pergunto, pois só tenho condições humanas para o fazer;

porém, Jesus perguntou um dia “se ainda haverá fé sobre a terra quando Ele vier pela

segunda vez”.

Por mim entendo que tudo que saiu da boca de Deus desde o princípio está

de pé, acreditando que um dia há-de ter uma conclusão.

Se alguém achar que estas minhas observações são gratuitas, não é essa a

minha intenção; todavia, é coisa que nada significa para mim, pois tenho

consciência que elas são fruto da minha busca permanente do Evangelho.

J. Morais