cluster auto move l portugal

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MINISTÉRIO DAS FINANÇAS O CLUSTER AUTOMÓVEL EM PORTUGAL Documento de Trabalho Lisboa 2002 As ideias expressas nesta publicação são da exclusiva responsabilidade do respectivo autor, não traduzindo qualquer posição oficial do Departamento de Prospectiva e Planeamento

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MINISTRIO DAS FINANAS O CLUSTER AUTOMVEL EM PORTUGAL Documento de Trabalho Lisboa 2002 As ideias expressas nesta publicao so da exclusiva responsabilidade do respectivo autor, no traduzindo qualquer posio oficial do Departamento de Prospectiva e Planeamento Ministrio do Planeamento Departamento de Prospectiva e Planeamento Directora-Geral Alda de Caetano Carvalho Subdirectores-Gerais Jos Manuel Flix Ribeiro Manuela Proena Ficha Tcnica Autor: Joana Chorincas Direco de Servios de Macroeconomia e Planeamento Diviso de Desenvolvimento e Organizao Espacial Coordenao: Jos Flix Ribeiro Editor: Departamento de Prospectiva e Planeamento Av. D. Carlos I, 126 1249-073 Lisboa Fax: (351) 213935208 Telef: (351) 213935200 E-mail: [email protected] Capa: Concepo PIMC Impresso Quinta Dimenso Edio, Impresso e Acabamento Ncleo de Informao e Comunicao Distribuio: Ncleo de Informao e Comunicao

NDICE 1. Introduo7 1.1. Evoluo do Sector Automvel: da Renault Autoeuropa7 1.1.1. O Projecto Renault7 1.1.2. O Projecto AutoEuropa9 2. Caracterizao do Cluster Automvel Nacional11 2.1. Localizao Geogrfica13 2.2. Mercados22 2.3. Tecnologia, Qualidade e Recursos Humanos23 2.4. Os actores26 2.4.1. Empresas Construtoras26 2.4.2. Empresas Fornecedoras de Componentes27 2.4.3. Dimenso das empresas33 2.4.4. Capitais das empresas33 2.4.5. Investimentos37 2.4.6. Instituies de I&D44 3. Liderana e Viso Comum - parcerias48 4. Anlise Swot do Cluster Automvel em Portugal57 5. Consideraes finais: o Futuro do Cluster Automvel em Portugal58 5.1. O Projecto Pininfarina?58 5.2. A Insero no Cluster Automvel Ibrico?60 5.3. A Deslocalizao Empresarial61 6. Referncias Bibliogrficas63 O Cluster Automvel em Portugal 7 O CLUSTER AUTOMVEL EM PORTUGAL 1. INTRODUO SegundoPeterDrucker,consideradopormuitosopaidagestomoderna,aindstria automvel constitui a maior actividade industrial a nvel mundial, a indstria das indstrias. Umautomvelactualmentecompostoporcercade12milcomponentesfornecidospor umadiversificadarededefornecedores.Destemodo,aindstriaautomveltributriade praticamentetodosossectoresdaindstriatransformadora,desdeametalomecnica borracha, da electrnica ao txtil, do vidro aos plsticos. Pelassuascaractersticasestruturais,aindstriaautomvel,escalanacionale internacional,umaindstriaoligopolstica.Aconcorrnciaassentanospreoseprivilegia uma diferenciao pela marca, pela poltica de gama, assistncia ps-venda, facilidades de crdito e outras condies de compra. O arranque da produo automvel em Portugal data de 1937, quando Eduardo Ferreirinha, juntamente com Manuel de Oliveira, lanou uma viatura desportiva equipada com um motor FordV-8transformado.Duranteanos,eapesardaconstituiodaFbricadeAutomveis Portugueses(FAP)em1950oudaLeidaMontagemde1961,aindstriaautomvel portuguesaresumiu-seaumconjuntodefornecedoresdecomponentes,orientadospara exportaoparaosgrandesconstrutoresdeautomveiseparaosseusfornecedoresde primeira linha. Foisapsa2LeiQuadroparaosectorautomvel(1979)queseverificouo desenvolvimento da indstria automvel portuguesa. Tornou-se a partir de ento possvel a realizaodeumaonda de investimentos na indstria portuguesa de componentes, com o grande investimento designado por Projecto Renault que deu nome a uma importante fase de desenvolvimento da indstria automvel nacional, que teve incio em 1980. 1.1. Evoluo do Sector Automvel: da Renault Autoeuropa 1.1.1. O Projecto Renault Noinciodadcadade80,oGovernoPortugusdemonstrouinteresseemreceber propostas para a realizao de projectos industriais de forma a criar um complexo industrial rentvel e competitivo no quadro da ento Comunidade Econmica Europeia. Duaspropostasmereceramumaanlisemaisaprofundada:adaPeugeot-Citroen,que previa a instalao de uma linha de montagem recorrendo na sua maioria importao de componentes,eoProjectoRenaultque,emborademenordimensoemtermosde O Cluster Automvel em Portugal 8 montagem,sepropunhadesenvolveraindstriadecomponentesautomveiscom objectivos de incorporao nacional nos veculos. AprefernciadoGovernoPortuguspeloProjectoRenaultficouadever-seaosseus objectivosmaisindustrializantes,namedida em que, para alm da montagem de veculos, integravaproduesdergosmecnicoscomomotores,caixasdevelocidadeebombas de gua, com implementao de unidades nas reas da fundio e montagem de motores. Depois de complexas e demoradas negociaes desde 1977, entre o Governo Portugus e aRgieNationaleDesUsinesRenault,aassinaturadoContratodeInvestimentodo Projecto Renault foi concretizada a 13 de Janeiro de 1980. As grandes linhas deste Projecto sobre as quais se estabeleceu acordo foram as seguintes: criaoem Setbal de uma unidade de montagem de veculos de passageiros, com umaintegraomnimanacionalde50%aofimdequatroanosedestinandocerca de 25% de produo para exportao; criao em Cacia de uma unidade com uma capacidade de produo anual de 80 mil caixasdevelocidades(comumaintegraonacionalmdiade60%)ede220mil motores (com uma integrao nacional mdia de 80%). Desenvolvimentodaindstriahorizontalportuguesavisandoacrescenteincorporaonos veculos e motores montados em Portugal, a exportao de componentes e a introduo de novas tecnologias. Emtemosgenricos,umdosprincipaisobjectivosdesteProjectoeracontribuirparao desenvolvimentodeumtecidodefornecedoresdecomponentescompetitivoemtermos europeus,paraacrescenteincorporaonosveculosemotoresmontadosemPortugal, para a exportao de componentes e para a introduo de novas tecnologias. ARenaultnoconseguiucriar,nareadafabricaoemontagemdeveculos,um complexo industrial competitivo e capaz de se manter em mercado aberto (Vale, 1999).Mas, mesmo os autores mais crticos, concordam que este Projecto foi muito importante na criao em Portugal de uma indstria automvel moderna, principalmente no que se refere ao fabrico de componentes. Tornou-se mesmo o grande projecto da indstria automvel dos anos 80 no nosso pas, no s pelas modernas unidades fabris criadas, mas sobretudo pelo esforo na criao de uma indstria horizontal competitiva e de qualidade. ScomoProjectoRenaultseiniciouodesenvolvimentodaindstriadecomponentesem Portugal. De salientar a importncia, neste quadro, de incentivos criados pelo PEDIP para a dinamizaodoinvestimentonestaindstriaeparaainstalaodevriosfornecedores americanoseeuropeus,deentreosquaissedestacamaFordElectrnica,aContinental Mabor e a Cofap Europa. Anvelindustrial,aRenaultdispunhadeuma capacidade instalada Fbricas de Setbal, CaciaeGuarda , operacional e adaptada s cadncias e caractersticas da produo. As O Cluster Automvel em Portugal 9 FbricasdeCaciaeSetbalforamconcebidaseimplantadasderaiz,tendoaFbricada Guarda sofrido investimentos e a reconverso em 19831. Apartirdoinciodadcadade90,comeouaregistar-seumatransfernciade investimentos no interior da Europa para os pases do Leste Europeu que dispunham de mo-de-obrabaratae,amdioprazo,deestabilidadepoltica,paraalmdecondies propcias captao de novos investimentos.Porestesmotivos,aRenaultinstalouumafbricanaEslovnia,queiniciouassuas actividadesem1993paraaproduo do modelo Clio, com parte da produo destinada a satisfazer as necessidades do Sul da Frana (at ento satisfeitas pelas fbrica da Renault em Portugal e Espanha). Faceconsequentesobre-capacidadeprodutivadasFbricasdoGrupoRenault(cinco fbricas a produzir o mesmo veculo Clio, situadas em Portugal, Espanha, Frana, Blgica e Eslovnia), avistava-se difcil o futuro da fbrica de Setbal. Surgiram,assim,asprimeirasnegociaesparaainstalaodenovasunidadesde montagemcapazesdeultrapassaroencerramentodaRenaulteconsolidaraindstria nacional de componentes. A opinio generalizada a de que, sem o Projecto Renault, no teria sido possvel atrair o investimentodaAutoEuropa,quecomoseverconstituiuoprincipalinvestimento estrangeiroefectuadoemPortugal,comumacapacidadede produo de 180 mil veculos destinados na sua quase totalidade aos mercados externos. 1.1.2. O Projecto AutoEuropaO incio da dcada de 90 ficou marcado pela notcia da instalao em Portugal do Projecto AutoEuropa,queresultoudeumaligaoentreaFordWerke,VolkswageneaFordof EuropeInc,paraproduodeumveculomulti-purpose(MPV),comonomedecdigo VX62 e comercializado a partir de 1995. EntreosfactoresqueditaramaescolhadalocalizaodaAutoEuropaemPalmela destacaram-se (Vale, 2000:66): aexistnciadeummercadodetrabalhodegrandedimenso,commo-de-obra jovem e qualificada; aboalocalizaogeogrficaeasboasacessibilidadesintereintra-regionais(linha frrea, auto-estrada e porto roll-on roll-off em Setbal); a disponibilidade de solo industrial infra-estruturado, comclusters desenvolvidos nas reas de componentes elctricos, moldes e plsticos;

1 A Fbrica da Guarda, que havia iniciado em 1987 a produo de cablagens conjuntamente com a montagem deTrafic,foivendidanofinalde1989ReinshagemdogrupoPackardElectric.Estavendaconstituua primeira reestruturao industrial da Renault Portuguesa, j prevista na assinatura do contrato inicial. O Cluster Automvel em Portugal 10 a experincia anteriormente vivida na regio de Setbal com o Projecto Renault; o conjunto de instrumentos financeiros de grande dimenso devido implementao da Operao Integrada de Desenvolvimento da Pennsula de Setbal (OID/PS). AAutoEuroparevolucionouopadroderelaesaonveldalgicadeorganizaoda indstria automvel, com a aplicao do conceito just-in-time (JIT).OsfornecedoresdeprimeiralinhafuncionamemJITetmqueteracertificaode qualidade, imposta para os fornecedores de primeira e segunda linha. Poroutrolado,oscomponenteschegamlinhademontagemapenasemquantidades adequadasenumasequnciaordenada,tendo-setornadonecessriocriarumparque industrial adjacente para os fornecedores principais. DeacordocomVale(1999:317)arededefornecedoresdaAutoEuropadiferencia-seda rede da Renault em trs aspectos principais: maiordensidadedarededefornecedores,compreendendoumnmeromuito elevado de empresas, de origem nacional e estrangeira; maiordiversidadedesegmentos,apesardeametalomecnicadominarnoconjunto das empresas de componentes (estrutura de fornecedores mais equilibrada); alteraodageografiados fornecedores dada a nova aglomerao de empresas na Grande Lisboa e na Pennsula de Setbal. Se o projecto Renault foi fundamentalpara o desenvolvimento da indstria de componentes nacionalnadcadade80,oProjectoAutoEuropatornou-seimprescindvelparaa consolidao do tecido de fornecedores desta indstria a partir dos anos 90. Emtermosglobais,teveimplicaesimportantesnosparaaindstriaautomvelmas para a globalidade da economia, tendo representado em 1997 cerca de 2,5% do PNB. NoexistemdvidasdequeoimpactodaAutoEuropanaindstriaautomvelnacionalfoi muito superior ao da Renault, a nvel quer da produo de veculos, quer das exportaes e do emprego gerado (permitiu criar 5000 postos de trabalho directos e 7000 indirectos, para uma capacidade instalada de 830 veculos/dia). ConsideradoomaiorinvestimentojamaisrealizadoemPortugal,aAutoEuropateveum efeitomultiplicadornolanamentoemPortugaldeumanovafileiradedesenvolvimento industrial, sobretudo na indstria de componentes.Estima-sequenoinciodadcadade90setenhaminstaladoemPortugalcercade35 novasunidadesdeproduodecomponentesparaaindstriaautomvel,muitas resultantes de joint-ventures entre empresas nacionais e investidores europeus. AinstalaodaAutoEuropailustraassimoparadigmadosespaosaderentesounovos distritosindustriaisdeMarkusen(1996),nomeadamentedoshub-and-spokeindustrial districts:odesenvolvimentodeumespaopolarizadoporumaempresamultinacionalque O Cluster Automvel em Portugal 11 incentivou ou atraiu a instalao em seu redor de uma rede de empresas fornecedoras (com oconsequenteenvolvimentodosfornecedoresnalgicadefuncionamentodestes espaos). OProjectoAutoEuropaenquadrou-seperfeitamentenodesejodecriao,porpartedo Governo de Portugal, de um cluster automvel, envolvendo a instalao da sua unidade de fabrico,oestabelecimentodejoint-venturescomempresasinstaladaseaconstituiode novos fornecedores de componentes e sistemas. Quantoaperspectivasfuturas,noPlanodeDesenvolvimentoEconmicoeSocial2000-2006afirmadoquePortugalpodervirareceberumanovaOEM,possivelmente explorandoonovosegmentodoscity-cars,acompanhadapelaproduodecomponentes para estes veculos e pela produo em larga escala de scooters elctricas eventualmente alargando as actividades do plo instalado na AutoEuropa. Como se ver adiante, e dentro deste cenrio prospectivo do PNDES, o actual projecto da indstriaautomvelnacional,aindaemestudo,odenominadoProjectoPininfarina,o projectodecarrodecidadeoMetrocubo,comnomedecdigoP3,produzidocom materiaisetecnologiasaindanodisponveisnomercado.Odesenvolvimentodestecarro em Portugal depender da capacidade de resposta da indstria nacional de componentes. 2. CARACTERIZAO DO CLUSTER AUTOMVEL NACIONAL Neste documento define-se cluster como um sistema dinmico formado por um conjunto de actividades interdependentes que interagem entre si, a diferentes nveis, em funo de um foco ou actividade central. Considera-se foco do cluster automvel em Portugal a fabricao de veculos automveis e suas componentes (CAE Rev.2.- 34). DeacordocomoGabinetedeEstudoseProspectivaEconmica(GEPE)doMinistrioda Economia, o cluster automvel em Portugal constitudo pelas seguintes actividades: foco(averde)Conjuntodeactividadesqueoriginamoprodutoautomvelou componentesdirectamenterelacionadascomofabricodomesmo(essencialmente integrao e montagem automvel). input(avermelho)Actividadesrelacionadascomosprodutosnecessrios produo do automvel (produtos incorporados no prprio automvel). suporte(aazul)Actividadesnecessriasaoprocessodeproduodoautomvel, noincorporadasfisicamentenoprodutofinal,masessenciaissuaproduoe distribuio(emparticularequipamentosfundamentaisutilizadosnaproduo,aazul claro). complementar (a amarelo) Actividades relacionadas com o foco, no indispensveis aoprocessoprodutivo,emborapermitamagiliz-loe,nalgunscasos,terummaior O Cluster Automvel em Portugal 12 domnio da cadeia a jusante do foco (visando, entre outros aspectos, proporcionar uma melhor mobilidade individual). AS ACTIVIDADES DO CLUSTER AUTOMVEL EM PORTUGAL Fonte: GEPE, Documento PROINOV (no publicado). SegundodadosdoINE,em1997estavamregistadas44empresasdefabricaode veculos automveis, 167 empresas produtoras de carroarias, reboques e semi-reboques e 231empresasdecomponentes.Noseuconjunto,onmerodeempresasdofoco reduzido,noatingindoos0,5%douniversodeempresascomactividadenaindstria transformadora portuguesa.Emtermosdepessoalaoservio,naqueleanotrabalhavamnaindstriaautomvel (montagem e componentes) um total de 24219 indivduos, o equivalente a 4% do emprego na indstria transformadora. Oclusterautomvelportuguslideraaeconomiaemtermosdeexportaes,contribuindo com 1/5 das exportaes nacionais, tem um peso de 7% no PNB e o IDE detm um peso de 18% no total da indstria transformadora. VIDROSISTEMA ELCTRICOBORRACHA/PLSTICOSFABRICODESISTEMASTXTEISTCNICOSINTEGRAO/MONTAGEMELECTRNICA AUDIOELECTRNICA VECULOMQUINAS FERRAMENTASFABRICODE COMPONENTESMODULARESTINTASESTAMPAGEMAUTOMAO /ROBTICARECICLAGEMSERVIOS DEI&D(DESIGN/NOVOS MATERIAIS)SERV. VENDA NOVOS-USADOS/PS-VENDASERVIOSRENT-A-CAR/VIAGENSLOGSTICASERVIOSFINANCEIROSSERVIOSDESEGUROSMOLDESSERVIOSDEMARKETINGELECTRNICACOMANDO/ NAVEG.CURTUMESFUNDIODEFERROAO/ALUMNIOMADEIRA E CORTIA QUMICOS DE BASESERVIOSDIVERSOSADMINISTRAOPBLICAEDUCAO O Cluster Automvel em Portugal 13 CLUSTER AUTOMVEL VAB E EMPREGO % NA ECONOMIA PORTUGUESA VABEmprego 199519961997199519961997 Actividades do Foco0,520,790,750,520,540,54 Actividades do Cluster1,131,621,561,031,241,23 Fonte: GEPE, a partir da Matriz das Contas Nacionais, 95, 96 e 97 Provisria, INE CLUSTER AUTOMVEL VAB E EMPREGO % NA INDSTRIA (TRANSFORMADORA E EXTRACTIVA) VABEmprego 199519961997199519961997 Foco/Indstria2,613,923,782,122,232,26 Cluster/Indstria5,708,087,894,265,145,16 Fonte: GEPE, a partir da Matriz das Contas Nacionais, 95, 96 e 97 Provisria, INE Os valores globais do VAB e do Emprego obtidos para o cluster automvel foram estimados peloGEPEatravsdautilizaodasmetodologiasdeanlisematricialparaoclculodos efeitos directos e indirectos da actividade do automvel no conjunto da economia e indstria portuguesas. 2.1. Localizao Geogrfica A maior parte das empresas do foco localiza-se junto faixa litoral, entre Viana do Castelo e a Pennsula de Setbal. Porto, Braga, Aveiro e Pennsula de Setbal so os quatro grandes plos da indstria automvel a nvel nacional. A repartio regional do foco denota uma forte concentrao na regio de Lisboa e Vale do Tejo,quedetmumpesode68%doempregonacionalnestaactividade.Umasegunda concentraogeogrficademenordimensoevidencia-senaregioNorte,comcercade 30% do emprego total na indstria automvel (vd. mapa). O Cluster Automvel em Portugal 14 PESSOAL AO SERVIO NO FOCO (EM 1998) Fonte: MTS, Quadros de Pessoal. DeacordocomMrioVale(1999),oarquiplagodaindstriaautomvelnacional caracterizadosobretudopeloefeitodaseconomiasdeaglomeraodasduasgrandes reasmetropolitanasdo pas (rea Metropolitana de Lisboa AML e rea Metropolitana do Porto AMP) Vd. quadro. 0Km 40Km 80KmEscalaN1706 a 9870496 a 170671 a 4968 a 71LegendaALGARVEMINHO-LIMACVADOE. DOURO E VOUGAALENTEJO LITORALBAIXO ALENTEJOALENTEJO CENTRALP.SETBALGR. LISBOAOESTELEZRIA DO TEJOB. INT. SULB. INT. NORTES. ESTRELADO-LAFESBX. VOUGAP. LITORAL P. INT. SULBX MONDEGOCOVA BEIRAP. INT. NORTEAVEGR. PORTOTMEGADOUROALTO TRS-OS-MONTESR. A. MADEIRAR. A. AORESALTO ALENTEJOMDIO TEJO O Cluster Automvel em Portugal 15 O ARQUIPLAGO DA INDSTRIA AUTOMVEL EM PORTUGAL Tipo de EspaoIncidncia TerritorialLgica industrialPerfildaindstriade componentes AML NorteMetropolitanaElctrico e electrnica;metalomecnica; vidro AML AML SulMetropolitana JITDiversificado AMPeprolongamen-tos AMPeprolonga-mentosparaNortee para Sul Metropolitana; Sistemaprodutivo localDiversificado; Txtileinteriorese borrachaaNorte; plsticos a Sul Centro LitoralLeiria/Marinho Grande Figueira da Foz Sistemaprodutivo local Plsticos Espaos perifricos s reas metropolitanas Corredor do IP5 Vendas Novas Abrantes/Ponte de Sr Custos de trabalho Acessibilidade Metalomecnica Espaos marginaisPrincipalmentesedes de Distrito do interior Custos de trabalho Plataforma exportadora Elctrico e electrnica Adaptado de: Vale (1999:324) Noquerespeitamontagemefabricodeveculosautomveisverifica-seumatendncia para a concentrao na faixa litoral (vd. mapa). Os concelhos da Azambuja, onde se concentram as unidades de montagem da Opel (GM) e daFord,deVilaNovadeGaiaedeAveirocontinuamademonstrarumimportante protagonismo na fabricao automvel. At instalao da AutoEuropa na Pennsula de Setbal, os concelhos de Setbal, Lisboa, Azambuja,VilaNovadeGaiaeAveiroconcentravam,individualmente,maisde10%do emprego na indstria automvel.ComainstalaodaAutoEuropa,ageografiadaindstriaautomvelnacionalalterou-se, embora tenha continuado a tendncia para a litoralizao da actividade.Destaca-seoconcelhodePalmelacommaisdedoempregototalnestaactividade,em resultadodaAutoEuropaedosfornecedoresqueseinstalaramnoseuparqueindustrial. Porseuturno,noconcelhodeSetbal,emconsequnciadoencerramentodevrias unidades de montagem e dos despedimentos efectuados na unidade da Renault, verificou-se um decrscimo do emprego nesta actividade. O Cluster Automvel em Portugal 16 Estima-sequecercade35%dasempresasdecomponentesexistentesemPortugal localizam-se na regio de Lisboa e Vale do Tejo.Refira-sequeaindstriadecomponentesparaautomveisreflecteastendnciasde especializaoindustrialaonvelespacial:alocalizaodosfornecedoresdaindstria automveldecalcaporsegmentoomodelodeespecializaoindustrialdo pas, sobretudo na faixa litoral (vd. mapas).Emtraos gerais, constata-se uma especializao na produo de componentes metlicos ecablagensnoNorte,nofabricodemoldeseinjecodecomponentesemplsticosna regioCentro(concelhodeMarinhaGrande)enaproduodecomponenteselctricose electrnicos no Sul, nas regies de Lisboa e Setbal. O Cluster Automvel em Portugal 17 LOCALIZAO DAS EMPRESAS DOS GRUPOS 1 E 2 Fonte: ICEP; Inteli NSINTRALISBOAPOMBALPORTOVILA NOVA DE CERVEIRATONDELAFIGUEIRA DA FOZMARINHA GRANDEMAFRABENAVENTEABRANTESPONTE DE SORVENDAS NOVASALENQUERLOURESALCOCHETESETBAL PALMELACOIMBRABRAGATROFAMATOSINHOSAVEIROGUEDAGUARDAGrupo 1- Motores, transmisses e traves (inclui fundio)Grupo 2 - Componentes de carroaria, suspenso e chassis (inclui chapa de ao)1 35Grupos de ActividadeTotal de EmpresasCALDAS DA RAINHA0Km 35Km 70KmEscalaVILA NOVA DE GAIAOVARMAIAOLIVEIRA DE AZEMEIS O Cluster Automvel em Portugal 18 .LOCALIZAO DAS EMPRESAS DOS GRUPOS 3, 7 E 9 Fonte: ICEP; Inteli. 0Km 35Km 70KmEscalaMONOVILA NOVA DE CERVEIRABRAGAMAIAPORTALEGREVENDAS NOVASSETBALSEIXALFIGUEIRA DA FOZ COVILHGUARDATOMARSANTARMCARTAXOAZAMBUJABENAVENTEPOMBALMEALHADALEIRIAMARINHA GRANDECASCAISSINTRAPALMELAALCANENATORRES NOVASMANGUALDENELASTONDELAVILA FRANCA DE XIRALISBOALOURESGUEDAAVEIROVILA NOVA DE FAMALICOSANTO TIRSOTROFAAVEIROVILA NOVA DE GAIAESPINHOOVARSO JOO DA MADEIRAOLIVEIRA DE AZEMISGrupo 3 - InterioresGrupo 7 - MoldesGrupo 9 - Volantes, caixa e direco, pra-choques, radiadores, limpa-brisas, faris, tubos de escape, acumuladores, espelhos retrovisores, vidros, amortecedores, pedais, fechaduras, porcas e parafusos, "macacos"1 4 7Grupos de ActividadeTotal de EmpresasNPONTE DE SORABRANTES O Cluster Automvel em Portugal 19 LOCALIZAO DAS EMPRESAS DOS GRUPOS 4A, 4B E 11 Fonte: ICEP; Inteli. 0Km 35Km 70KmEscalaGUARDAVILA REALOVARTROFASANTO TIRSOPORTOBRAGAGUIMARESPALMELASEIXALSINTRALISBOAGrupos de ActividadeTotal de EmpresasVIANA DO CASTELOGrupo 4A - CablagensGrupo 4B - Outros elctricos, instrumentao e ventilaoGrupo 11 - Electrnica de consumo1 4 7NPONTE DE SRVILA NOVA DE GAIA O Cluster Automvel em Portugal 20 LOCALIZAO DAS EMPRESAS DOS GRUPOS 6 E 10 Fonte: ICEP; Inteli. Verificam-se algumas tendncias de organizao espacial da indstria de componentes (vd. mapa):aafirmaodosconcelhosservidospeloIP5(sobretudoTondela,Nelase Mangualde), que resulta da combinao das vantagens de acessibilidade ao mercado nacional e espanhol e da existncia de uma mo-de-obra barata; 0Km 35Km 70KmEscalaMANGUALDEGONDOMARTROFAPORTOPALMELABARREIROSINTRALISBOAGrupos de ActividadeTotal de EmpresasGrupo 6 - Autocarros, basculantes, carroarias e reboquesGrupo 10 - Montagem e fabrico1 2NAZAMBUJAVILA NOVA DE GAIAMATOSINHOSAVEIROSOUREABRANTES O Cluster Automvel em Portugal 21 a afirmao de algumas sedes de Distrito que atraram o IDE, como so exemplos a Guarda(comaempresaDelphi-Cablesa),CasteloBranco(tambmcomaempresa Delphi-Cablesa),Portalegre(comaJohnsonsControls)evora(comaSiemens). NestassedesdeDistritopredominamasempresasdecablagens,comgrande intensidade de mo-de-obra, sobretudo feminina;aemergnciadocorredorestruturadopeloIP5edoconcelhodeVendasNovas, dadaaproximidadeeacessibilidadeAMPeAML,bemcomoaosclustersda indstria automvel localizados no estrangeiro, sobretudo em Espanha. Segundo Mrio vale (1999:322) o congestionamento das reas urbanas do Grande Porto e deGrandeLisboapoderorientaraexpansodofocoparaNorte,emdireco, respectivamente, a Vila Nova de Cerveira (com boa acessibilidade AMP e Galiza) e ao Entroncamento. TENDNCIAS DA ORGANIZAO ESPACIAL DO FOCO Adaptado de: Vale (1999:323). N0Km 35Km 70KmEscalaLinha de MontagemEmpresas de componentesAglomerao da indstria de componentesTendncia de expanso O Cluster Automvel em Portugal 22 2.2. Mercados OaumentodonmerodeveculosproduzidosemPortugalteveumimpactodirectona expansodaindstriaautomvel(sobretudoanveldascomponentes),cujadimenso triplicou durante a dcada de 90, acompanhada por um aumento das exportaes.Depoisdeumlongoperododegrandesdesequilbriosnabalanacomercialdaindstria automvel,emresultadodoelevadovolumedeimportaesnocompensadas,a AutoEuropapermitiuumamaiortaxadecobertura.Em1997asactividadesdofocoforam responsveispor20%dototaldeexportaesnacionais,9%nocasodamontagemde veculos e 11% no caso do fabrico de componentes. Omercadodedestinodasexportaesportuguesasdaindstriaautomveldecalcaa localizaodasprincipaisOEMedasempresasfabricantesdecomponentesnaEuropa, bem como a origem dos investimentos estrangeiros no cluster automvel portugus. Deste modo,osprincipaisprodutoreseuropeusAlemanha,FranaeEspanhaconstituemos principais destinatrios das exportaes portuguesas. AItlia,apesardeserumimportante produtor no contexto europeu e mundial, ocupa uma posiomarginalcomodestinodasexportaesportuguesas,factoque,segundoMrio Vale,derivadaausnciadeinvestimentosdevultoemPortugaledafraca internacionalizao do investimento da indstria de componentes transalpina. Numa posio intermdia,dereferirosmercadosdoReinoUnidoedaSucia,pasestambmcom tradio na indstria automvel. Assim,ecomocomprovamosdadosdoSistemadeInformaoEstratgicaBASAUTO (disponibilizadospeloIntelivd.grficos),osprincipaismercadosdeexportaodos componentesportuguesessoosdaUnioEuropeia,comdestaqueparaaAlemanha,a Frana e o Reino Unido. A Alemanha o principal destino de exportaes; porm, estima-se que a tendncia seja de ligeiro decrscimo do relevo assumido por este pas em virtude do reforo das exportaes para Frana e Espanha. PRINCIPAIS DESTINOS DE EXPORTAO DA INDSTRIA DE COMPONENTES NACIONAL 1999ESTIMATIVAS 2000Fonte: Inteli (2001:87). Alemanha47%Itlia4%Espanha30%Frana7%Reino Unido6%Benelux3% Outros3%Itlia1%Frana20%Alemanha36%Espanha35%Benelux3%Reino Unido3%Sucia1%Outros1% O Cluster Automvel em Portugal 23 AEslovnia,oNortedefrica(sobretudoMarrocoseTunsiaaonveldascablagens)ea Repblica Checa apresentam-se como as principais ameaas s empresas portuguesas de componentes. 2.3. Tecnologia, Qualidade e Recursos Humanos Estudosrecentesconcluramqueasempresasnacionaistmvindoadesenvolver competnciasnareadodesenvolvimentodoproduto,apardealgumacapacidadede desenvolvimento de processo.Todavia,ainovaotecnolgica,associadaaodesenvolvimentodeprojectosdeI&D, pareceseraindaumdosmaioresobstculosqueasempresasportuguesasdocluster automvel ainda tm de ultrapassar para se tornarem competitivas internacionalmente.Defacto,asempresasdesteclusterso,namaiorpartedoscasos,aindamuito dependentesdassuascongneresinternacionais:amaioriadasempresassconsegue actuarnomercadodesubcontrataoou,noscasosemqueestoinseridasemgrupos fortes, tm de recorrer casa-me para o desenvolvimento de novos produtos.Poroutrolado,noseverificauminter-relacionamentoforteentreosvriosactoresdo cluster ao nvel da inovao tecnolgica.Regista-seaindaemPortugalacarnciadecentrosdeinvestigaototalmentededicados aosectorautomvel,quedesenvolvamumaactividadeemcolaboraocomasprincipais empresas do cluster. Ao nvel do sistema universitrio portugus, verifica-se a ausncia de cursosdedicadosindstriaautomvel,comoseverificanospasesmaisdesenvolvidos com a existncia de cursos de engenharia automvel.Ora, a cooperao com outras empresas e com instituies de formao e I&D constitui um vector fundamental no desenvolvimento e consolidao das empresas do cluster. Algumasempresasapresentam,porm,notveisesforosdeI&Dsobretudoanvelda investigaoexperimental(engenhariadoproduto).Noentanto,ecomosalientaoInteli (2001:109)apenas1/3dasempresassocapazesderealizaractividadesde desenvolvimentodoprodutoderaiz(black-box),peloqueacapacidadedasrestantes empresas limita-se introduo de pequenas alteraes ao nvel do produto, sobretudo no que concerne a ferramentas de produo (vd. grfico). O Cluster Automvel em Portugal 24 CAPACIDADE DE DESENVOLVIMENTO DAS EMPRESAS DO CLUSTER Fonte: Inteli (2001:109). AAutoEuropainduziudesdeasuainstalaoesforosdemodernizaotecnolgica,no seio da sua rede de fornecedores de componentes. ParateremacessorededefornecedoresdaAutoEuropaasempresasprecisaramde investiremtecnologiasdeproduo(sobretudoatravsdaaquisiodemquinasno estrangeiro), o que indiciou um processo de absoro tecnolgica. Assim, a AutoEuropa provocou a necessidade de fornecedores capazes de satisfazerem as mais altas exigncias em termos de qualidade, custo e logstica, pelo que se estabeleceram inmeras joint-ventures com indstrias j instaladas e se registaram grandes investimentos namodernizaotecnolgicaenaaquisiodenovascompetnciasnaregioondese instalou a AutoEuropa. AAutoEuropautilizaasmaismodernastecnologiasnasualinhademontagem.Por exemplo,namontagemdecarroariassousadasmaisde200robsqueaplicam automaticamente60%doscercade5milpontosdesoldadura,numamodernasecode carroarias com uma rea de 35.000m2.Por outro lado, desenvolveu-se na AutoEuropa um sistema de comunicao avanado entre fornecedores designado por Fordnet e constitudo por um electronic data interchange (EDI).UminquritorealizadoporMrioVale(1999)aempresasdosistemadaAutoEuropa(54 fornecedores instalados em Portugal), demonstra que a inovao tecnolgica orientada para ainovaodoprodutonotemsido muito acentuada, quando comparada com a inovao orientada para a expanso da capacidade produtiva e para novas tecnologias de produo (vd. grfico). 0102030405060(%)I&D DesenvolvimentoBlack-boxDesenvolvimentoferramentas O Cluster Automvel em Portugal 25 OBJECTIVOS DA INOVAO TECNOLGICA NO SISTEMA AUTOEUROPA* As percentagens correspondem ao total de empresas do sistema AutoEuropa para cada uma dascategorias.Fonte: Vale (2001: 143). Poroutrolado,nosistemaAutoEuropadestacam-secomoprincipaisfontesdeinformao sobreinovaotecnolgicaoscontactoscomoutrasempresasdogrupo,oscontactos estabelecidosemfeiras,exposiesecertamesespecializadosemmquinase ferramentas,almdocontactocomlaboratriosespecializados,centrostecnolgicose universidades (instituies do sistema nacional de I&D). De notar que o contacto com outras empresasdoclusterfracocomofontedeinformaosobreainovaotecnolgica(vd. grfico). FONTES DE INFORMAO TECNOLGICA NO SISTEMA AUTOEUROPA* As percentagens correspondem ao total de empresas do sistema AutoEuropa para cada uma das categorias. Fonte: Vale (2001: 144). Noquerespeitaaosrecursoshumanos,nasuaglobalidadeoclusterautomvelnacional empregava em finais de 1999 cerca de 45 mil trabalhadores, divididos entre as unidades de montagem (8600 indivduos) e as empresas de componentes (37 mil indivduos). 57,453,731,551,90 10 20 30 40 50 60Expanso dacapacidade produtivaM udana detecnologiaAlterao do produtoAutom ao64,840,740,737,17,40 10 20 30 40 50 60 70Empresas do grupoSistema nacional de I&DAgentes de equipamento O Cluster Automvel em Portugal 26 Os recursos humanos do cluster automvel nacional so considerados um dos seus pontos fortes,namedidaemquesecaracterizampeladisponibilidadedeadequados conhecimentostcnicosacustosrelativamentebaixos.Quandocomparadososcustosde mo-de-obranaindstrianoseiodaEuropaOcidental,Portugalapresentaosmaisbaixos custos,factordeterminantenoposicionamentodePortugalnageografiadaproduode veculos e componentes a nvel mundial.Aonveldasqualificaes,osrecursoshumanosdoclustercaracterizam-seporbaixos nveisdeescolaridade,com69%dostrabalhadoresabaixodaescolaridademnima obrigatria em 1999 (vd. grfico). NVEL DE ESCOLARIDADE DOS RECURSOS HUMANOS DAS EMPRESAS DE COMPONENTES EM 1999 Fonte: Inteli (2001:97). nareadaproduo,dalogsticaedamanutenoqueseconcentramogrossodos recursoshumanoscomosmaisbaixosnveisdeescolaridade(nareadaproduoas empresas tm em mdia 80% de colaboradores com escolaridade inferior obrigatria). nasreasdaengenhariaedesenvolvimento,marketingecomercialqueseverificamas maioresincidnciasderecursoshumanoscomnveldeformaosuperioraodo bacharelato e licenciatura. na formao dos recursos humanos que reside uma das estratgias para a diminuio do problemadosmaisbaixosndicesdeprodutividadeverificadosnoclusterautomvel nacional, quando comparado com os seus parceiros europeus. 2.4. Os actores 2.4.1. Empresas Construtoras (OEM) Com o encerramento da Renault/Sodia (em Julho de 1998) a AutoEuropa e a Citron so as nicasunidadesquefabricamveculosdepassageiros.Actualmente,apenascinco empresasexercemactividadesdemontagemdeveculoscomerciais:aOpelPortugal,a Citron, a Ford, a Mitsubishi e a Salvador Caetano. 6985 42 1010203040506070(%)At 9 Ano Entre 9 e 12AnoBacharelato Licenciatura Mestrado Doutoramento O Cluster Automvel em Portugal 27 AsOEM,emparticularaAutoEuropa,sovistascomoosprincipaisactoresdocluster automvel portugus. So os responsveis pela introduo de novos conceitos de trabalho em equipa e pela constituio de novas empresas fornecedoras. Portugalcontaactualmentecomcincounidadesdemontagem,apsoreferido encerramento da Renault em 1998 e da Ford Lusitana em 1999 (no incio da dcada eram doze as OEM no nosso pas). A AutoEuropa distingue-se das restantes OEM instaladas em Portugalcomosmaiselevadosvolumesdeproduodeveculosautomveisnosltimos cincoanos.EstaOEM,queapresentavendasanuaisde410milmilhesdeescudos contribuindo com 2,5% para o PIB nacional produziu 125740 veculos em 2000, com uma ocupao de 77% da capacidade instalada (vd. quadro). PRODUO DE VECULOS AUTOMVEIS EM PORTUGAL 199519961997199819992000 Veculos Passageiros AutoEuropa dos quais:41,201119,042131,400138,890137,225125,740 VW20,55355,67658,58156,34950,30651,766 Ford20,64852,85356,31661,24159,47950,115 Seat-10,51316,50321,30027,44023,859 Citroen10,98713,94528,72527,77635,95849,747 Opel-6627,5697,67413,81315,425 Renault20,99718,99718,3167,048-- Veculos Comerciais Ligeiros Opel--50,91656,05140,427- Mitsubishi5,3225,9637,2659,50310,736- Ford--9,90910,7178,111- Toyota (S. Caetano)5,9375,6436,3646,4406,020- Fonte: International Organization of Motor Vehicle Manufacturers (OICA). 2.4.2. Empresas Fornecedoras de Componentes AevoluodaindstriadecomponentesparaautomveisemPortugalremontaao desenvolvimentodaslinhasdemontageminstaladasnoprincpiodadcadade60, consequnciadadesliberalizaodasimportaesdeCBU(CompletedBuiltUp).A obrigatoriedadedamontagememPortugaldosveculosdestinadosaomercadointerno, atravsdorecursoimportaodeCKD(CompletedKnockedDown)comcrescente incorporao nacional, marcou o nascimento da indstria de componentes em Portugal. O Cluster Automvel em Portugal 28 Nosltimosanos,aindstriadecomponentestemregistadoumaevoluopositiva: emprega actualmente cerca de 37.000 indivduos (o equivalente a 4% do total de emprego daindstriatransformadora);contribuipara7%doPIBepara11%dasexportaes nacionais e absorve um volume de investimento directo estrangeiro que representa cerca de 18% do total da indstria transformadora. De acordo com a Associao de Fabricantes para a Indstria Automvel (AFIA), a indstria portuguesadecomponentesconstitudaporcercade150empresas,das quais somente metade fabrica produtos originais.A maioria das empresas fornece equipamento ao nvel da primeira linha, embora uma parte substancial fornea em segunda e terceira linhas. Assim,asempresasportuguesasposicionam-senosnveisinferioresdacadeiade fornecedores,caracterizando-secomofabricantesdecomponentes(especialistasde processo)oufabricantesmontadores(comcapacidadeadicionaldemontagem),com nveis de produtividade baixos comparativamente com as suas congneres europeias. Esta indstria composta por empresas de dimenso reduzida quando comparadas com a mdia das empresas europeias.Aactividadedosfabricantesdecomponentesparaautomvelreparte-seporvrios segmentosdeactividadee,dentrodecadasegmento,algumasempresastmcomo clientes no s a indstria automvel mas tambm outras indstrias. Cercade31%dasempresaspertencemaossegmentosdeactividadeda metalurgia/metalomecnica,seguidasdasempresasdedicadasproduodeprodutos plsticos (22%) vd. grfico. DISTRIBUIO DAS EMPRESAS POR SEGMENTO DE ACTIVIDADE (%) Fonte: AFIA. 16,831,122,31,95,81,98,72,98,78,70 5 10 15 20 25 30 35BateriasBorrachaPneusTintasOutros O Cluster Automvel em Portugal 29 Componentesdemotor,transmissoetraves/componentesdecarroaria, suspenso e chassis Osegmentocomponentesdemotor,transmissoetravesteveoseugrande desenvolvimentoapartirdaimplementaodoProjectoRenault,que,paraalmdeuma unidade de montagem, previa a instalao em Cacia da nica fbrica nacional de motores, sendocomplementadacoma instalao de uma moderna fundio, junto daquela unidade de produo de motores totalmente dedicada ao sector automvel a Funfrap. Asempresasqueproduzempeasparaomotor,transmissoetravespertencemaos sectores da fundio, metalurgia e metalomecnica.Nogrupodeelementosdecarroariaincluem-sepeasproduzidasbasedeplsticos reforados, como os painis de porta, tejadilhos, guarda lamas, grelhas, proteces laterais exteriores, consolas, etc.. Asprincipaislocalizaesgeogrficasdestesegmentosoasaglomeraesurbanas, apesardeexistiremalgumasempresasnosconcelhosdointerior(Abrantes,Guardae Ponte de Sr), onde se instalaram empresas de capitais estrangeiros. APennsuladeSetbalconstitui,semdvida,aprincipalconcentraoespacialdeste segmento.Nestesegmentofrequenteencontrarem-seempresasestrangeirasqueresultaramda aquisiodeempresasnacionais;asempresasconstitudasporcapitaisnacionaise estrangeiros so pouco frequentes. Txtil e Interiores ApesardePortugalserumpasdetradionosectortxtilestesegmentonuncaesteve muito vocacionado para a indstria automvel. Osegmentotxtileinterioresconcentra-sesobretudonoNortelitoral,nomeadamenteno Grande Porto e no Vale do Ave, regies de tradio industrial neste segmento. De referir, no entanto, a existncia de uma empresa em Portalegre (a Finos), muito intensiva em mo-de-obra e que testemunha a tradio do concelho na actividade txtil.Comexcepodestaempresa,poucassoasempresasdetidasporcapitaisestrangeiros neste segmento. No Grande Porto e no Vale do Ave, este segmento dominado por PME maioritariamentedecapitaisnacionais,muitasvezesdeorigemfamiliar(excepoda TMG). Componentes elctricos e electrnica de consumo Estesegmentodeactividadeconstitudoporempresasdemdiaegrandedimenso, onde o factor trabalho tem um peso importante no preo final do componente. As unidades industriaisfornecememquaseexclusividadeasunidadesdemontagemautomvele O Cluster Automvel em Portugal 30 localizam-se sobretudo nas aglomeraes metropolitanas e em algumas regies do interior do pas (no Norte e no Centro). Apenetraodecapitaisestrangeirosnestesegmentonoenvolveuaaquisiode empresasnacionais.Destacam-seempresasmultinacionaiscomooGrupoDelphi (pertencenteGeneralMotors),aYazakiSaltano,aGrundig,aSiemens,aPreh,a Roederstein,aUnitedTechnologiesAutomotiveouaFordElectrnica.Apenasemdois casosaAutosileaCabelautoseverificouaassociaodeempresasnacionaisa empresas estrangeiras. Asempresasdestesegmentofabricamnasuamaioriacablagens,componentes electrnicos (rels), baterias ou electrnica de consumo. Cablagens Estesegmentodeactividadefoidosquemaiorexpansoregistounoseiodaindstriade componentes nos ltimos anos. Este um segmento dinmico que permitiu que Portugal se tornasse conhecido como o maior produtor e exportador europeu de cablagens. O factor que conduziu instalao em Portugal de unidades produtoras de cablagens foi o aproveitamentodefacilidadesconcedidaspeloGovernoPortugus,atravsde comparticipaes ao investimento. ACablinal,aLeareaLeonischesoosmaioresprodutoresdecablagensemPortugal.A AlcoaFujikura(ex-Indelma)tambmumgrandeprodutoretemcomonicoclientea AutoEuropa.ACablinaleaLeonicheinstalaram-senoNortedopas,destinandoa totalidade das suas produes exportao. Baterias Existem em Portugal dois principais fabricantes de baterias as empresas Tudor e Autosil ambospertencentesagruposinternacionais.Omercado portugus de primeira montagem abastecidonasuageneralidadeporestesfabricantesdestinando-segrandeparteda produo exportao.Asunidadesindustriaisdeproduodebaterias,contrariamenteaoqueseverificanas restantesreasdosegmentomaterialelctricoeelectrnico,apresentamalguma capacidadelaboratorialparapesquisaedesenvolvimentodenovosprodutos, nomeadamente na apresentao de baterias para novos modelos automveis. Electrnica de consumo AelectrnicaautomvelconstituiummercadopequenoemPortugal,limitado instrumentao e a pequenos acessrios, sendo as necessidades das linhas de montagem satisfeitas pelo recurso importao. O Cluster Automvel em Portugal 31 A produo nacional de auto-rdios concentra-se em quatro unidades fabris, das quais trs se localizam no Distrito de Braga e pertencem s trs maiores multinacionais europeias a Bosch, a Grundig e a Ford Electronics.Oprincipaldestinodaproduonacionaldestesegmentoaexportaodirectaparaos construtoresautomveis,querepresentacercade90%.Porm,asempresasdeste segmentonosededicamemexclusividadeaosectorautomvel,fabricandoaindaoutros produtos.Componentes de borracha e pneus Osectordasborrachasforneceaoautomveldoisdiferentestiposdeprodutos:peas tcnicas e pneus. As empresas fornecedoras de peas tcnicas so de pequena dimenso, produzemumadiversidadedeprodutosempequenassriesorientadosparaumelevado nmero de clientes, pelo que a indstria automvel representa apenas uma parte das suas produes. Existem,porm,algumasempresasdemdiadimensoque,ligadasagrupos internacionais,dedicamaquasetotalidadedasuaproduoaosectorautomvel.Nestas circunstncias destacam-se a Diehl-Fapobol (que exporta cerca de 40% da sua produo), a Inlan (do Grupo General Motors) e a Vincke, empresas que exportam a quase totalidade das suas produes. Sonamaiorpartedoscasosempresassubcontratadas:osfabricantesestrangeirosna rea das borrachas tm interesse em procurar estas pequenas indstrias para produtos que nos seus pases se encontram no fim do ciclo de vida. no segmento dos pneus que se tem verificado maiores evolues tcnicas, associadas segurana e ao conforto. O mercado mundial de pneus est centralizado nas mos de cinco grandes produtores: Michelin, Goodyear, Continental, Pirelli e Bridgestone. EmPortugal,anicaempresasfornecedoradaslinhasdemontagemaContinental-Mabor, com capacidade instalada para abastecer as linhas de montagem no nosso pas. Autocarros, basculantes e carroarias Estesegmentodeactividadeaparecereferidonasestatsticascomoumsegmentoda indstriadecomponentesparaautomvel,apesardenoterumantimaligaocom unidades de montagem instaladas. compostoporumelevadonmerodepequenasempresas,comproblemasaonvelda organizaoetecnologia,verificando-seumacapacidadeprodutivaexcedentriaparaa generalidadedossubsegmentosededicando-seaquasetotalidadedestasempresasa satisfazer o mercado nacional. Entreasgrandesempresas,destacam-seaSalvadorCaetano(VilaNovadeGaia),a Citron Lusitania (Mangualde), a Mitsubishi Trucks Europe (Abrantes) e a Galucho (Sintra). O Cluster Automvel em Portugal 32 Outros segmentos Incluem-seemOutrosofabricodeferramentas,abrasivos,ao,leos,tintas,vidros, plsticos, etc. que no se encontram agrupadas nos segmentos j referidos. Emtermosdetintas,anicaunidadeinstaladaemPortugalquededicaatotalidadeda produo ao mercado automvel a Herberts, localizada no Porto. Ofabricodeleosestnasmosdasprincipaismultinacionaispetroqumicas.APetrogal, nicofabricanteportugus,detmamaiorquotademercadoeinicioucomaRenaulto fornecimentodeleomotorsunidadesdemontagem,tendo-setornadofornecedorde todas as fbricas deste grupo em Portugal e Espanha. Osectordosvidrosparaautomvelestconcentradonumanicaempresa,aCovina, pertencenteaogrupoSaint-Gobain.Possuiumacapacidadeinstaladaparaabastecera totalidade do mercado nacional e exportao. O sector dos moldes de injeco de plstico constitudo na sua maioria por empresas de pequenadimenso,concentradassobretudonaregiodaMarinhaGrandeeOliveirade Azemis,juntodasunidadesdeinjecodeplstico.Estesegmentodosplsticos dominado por empresas de capitais nacionais. ParaalmdasempresasinstaladasnoParqueIndustrialdaAutoEuropa,apenasduas empresassodetidasporcapitaisestrangeiros(aIber-OleffeaMapKey,estaltima resultantedaaquisiodeumaempresanacionaldegrandetradionosegmentodos plsticos a ex-MAP).De referir ainda a importncia da Inapal Plsticos, em Matosinhos, e da Plasfil, na Figueira daFoz,empresasdetidasminoritariamenteporcapitaisdeempresasestrangeiras fornecedoras da Ford. Da anlise efectuada sobre os vrios segmentos de actividade da indstria de componentes podemserdefinidosdoisclusterscomcapacidadestecnolgicasepotencialparase afirmarem no conjunto dos fornecedores da indstria automvel: o cluster dos componentes elctricos e o cluster dos moldes e plsticos. Noprimeirocaso,trata-sedeumclustercompetitivoaonvelinternacionalebem consolidadoaonvelnacional,sendoPortugalumdosmaioresprodutoresmundiaisde cablagens.Nocasodoclusterdosmoldes,acompetitividadeassentanaqualidadedos moldesportugueses,assimcomonaexistnciadeumafileiraaonveldosprodutos plsticos. Ossegmentosdecomponentesparamotor,interioresecomponenteselctricosso responsveis por 60% das vendas da indstria automvel portuguesa e so os que registam elevado potencial e um crescimento contnuo. O segmento dos componentes para carroaria, suspenso e chassis o que revela maiores deficincias ao nvel do tecido de fornecedores. O Cluster Automvel em Portugal 33 SegundoVale(1999:315)odesenvolvimentodasempresasdecomponentesderivouda necessidadedefornecimentodepeassprincipaislinhasdemontagememPortugal, apesardeaintegraoemcadeiasdefornecedoresseencontrarlimitadaadeterminadas empresasqueapenasexploramnichosdemercado(comoexemploodaspeas sobressalentes). A constituio de um cluster de fornecedores da AutoEuropa em Palmela contribuiu mesmo paraadiversificaoindustrialdarededefornecedores logo, para o aprofundamento do clusterautomvelporenglobarempresaspertencentesasegmentoscompouca expresso na indstria portuguesa de componentes (como so exemplos os segmentos das borrachas e tintas). 2.4.3. Dimenso das Empresas Comosereferiuanteriormente,asactividadesdofocoagrupamumconjuntode442 empresas,divididasentrefabricaodeveculosautomveis(44),fabricaode carroarias,reboquesesemi-reboques(167)efabricaodecomponenteseacessrios para veculos automveis e seus motores (231).Amaiorpartedestasempresassodepequenaoumdiadimenso.Nosistema AutoEuropa,cerca de 52% das empresas tm uma dimenso entre 100 e 499 pessoas ao servioecercade57%soPME,commenosde250empregados(valormuitobaixono contexto da indstria transformadora nacional). Soasempresasdecapitalestrangeiroqueapresentammaiordimenso,oquese relaciona com actividades mais intensivas em trabalho. Atendnciaparaosestabelecimentosdemaiordimensoselocalizaremnarea Metropolitana de Lisboa (AML), com destaque para os concelhos de Palmela e Azambuja. A maiordimensodasempresasnestesconcelhosjustificadapelaexistnciadelinhasde montagem. Na coroa envolvente da AML destacam-se os concelhos de Abrantes, Alenquer, Benavente, PontedeSreVendasNovas,ondeadimensomdiarelativamenteelevadadas empresas resulta da instalao de unidades de maior escala da indstria de componentes, em muitos casos com participao de capital estrangeiro.Em Palmela, Ponte de Sr, Mangualde, Arouca e Aveiro regista-se a presena de empresas com mais de 500 pessoas ao servio, o que corresponde a cerca de 41,7% do total nacional doempregonasactividadesdofoco(queseconcentranumpequenonmerode empresas). 2.4.4. Capitais das Empresas AindstriadecomponentesemPortugalapresentaumafortepresenadeempresasde capital estrangeiro, tanto maior quanto maior a dimenso da empresa. Cerca de 52% das empresassonatotalidadedetidasporcapitaisdeorigemnacional,24%tmcapitais mistos e as restantes (24%) so subsidirias de empresas estrangeiras. O Cluster Automvel em Portugal 34 NosistemaAutoEuropa,59,3%dasempresassoparticipadasnasuamaioriaouna totalidadeporcapitaisestrangeiros;77,8%dosfornecedoresintegram-seemgrupos econmicos. SegundoVale(1999:273)asempresasdecapitalestrangeironoramodefabricaode componentes para automveis em Portugal podem dividir-se em trs categorias: subsidirias de construtores automveis (Ford Electrnica, Funfrap, Inlan, Cablesa e Delco Remi); subsidiriasdeempresasespecializadasnaproduodecomponentes(Bertrand-Faure,Benteler,Blaupunkt,Bosch,CofapEuropa,Ficocables,Continental,Johnson Controls, Siemens, Sommer-Allibert, Yazaki Saltano); empresasnacionaisparticipadasouadquiridasporgruposestrangeiros(Autosil, Covina, Diehl-Fapobol, Gametal, Hoesch Impormol, etc.). Ainda de acordo com Mrio Vale podem ser identificados trs padres distintos em relao origem do capital social das empresas de componentes para a indstria automvel:asregiesdointeriorapresentamumafortepenetraodecapitaisestrangeiros, dada a presena de empresas que a se instalaram para explorar bacias de emprego caracterizadas por salrios mais baixos;oNorteeCentro-Litoralconstituemumgrupointermdio,emboraseregisteuma presenamaisacentuadadecapitais estrangeiros na rea Metropolitana do Porto e no seu prolongamento para Norte;areaMetropolitanadeLisboadependefortementedocapitalestrangeiro,em virtude da implantao da AutoEuropa e dos fornecedores associados. Existe, assim, uma fraca incidncia de capitais nacionais nas empresas localizadas na Pennsula de Setbal,derivadadaformaodeumclusterdeempresasfornecedorasda AutoEuropa (vd. grfico). PESO DO CAPITAL NACIONAL NAS EMPRESAS DO SISTEMA AUTOEUROPA Fonte: Vale (2000: 72). 31,59,3 1346,301020304050Total - 100% Entre 50-99% Entre 1-49% Nulo O Cluster Automvel em Portugal 35 ORIGEM GEOGRFICA DO CAPITAL DAS EMPRESAS DO SISTEMA AUTOEUROPA Fonte: Vale (1999: 392). Aproximidadegeogrficajustificaomaiorprotagonismodosfornecedoresespanhis(vd. grfico),apesardemuitoscomponentesimportadosdeEspanhaseremfabricadosem subsidirias de empresas de origem francesa.Os segmentos com maior incidncia de capitais nacionais so a metalomecnica (como se fezreferncia,osegmentomaisrepresentativodaindstriadecomponentesportuguesa), os plsticos e as tintas (embora o nmero de empresas neste segmento seja muito baixo). Verifica-seumadificuldadedasempresasportuguesasascenderemafornecedoresde primeira linha: a joint-venture Continental-Lemmerz um bom exemplo desta dificuldade. No caso dos plsticos, apenas duas empresas so detidas por grupos estrangeiros: a Inapal Plsticos,emMatosinhos,eaPlasfilnaFigueiradaFoz,participadasporcapitaisde empresas estrangeiras fornecedoras da Ford. Asempresasdosegmentoelctricoeelectrnicosonagrandemaioriaparticipadaspor capitaisestrangeiros.Nestesegmentoasempresas controladas por capitais nacionais so muitoreduzidasemalgunscasosverificou-seumaassociaoaempresasestrangeiras (Autosil e Cabelauto), de forma a garantir o estatuto de fornecedor da indstria automvel. Assistiu-seemergnciadegrandesempresasfornecedorasdecomponentes,coma afirmaodeummovimentodeconcentraoatravsdeprocessosdejoint-ventures, aquisiesefuses.Deentreasprincipaisjoint-venturesentreempresasnacionaise estrangeiras destacam-se as presentes no quadro abaixo. Espanha30%EUA9%Outros4%Nenhum9%Portugal13%Frana13%Alemanha22% O Cluster Automvel em Portugal 36 EXEMPLOS DE JOINT-VENTURES ENTRE EMPRESAS ESTRANGEIRAS E NACIONAIS EMPRESAPRODUTO Sipavel/UnikellerComponentes para cabinas Sommer Allibert/TMGPeas plsticas Diehl/FapobolPeas de borracha Inapal/MenzocitPlsticos injectados Iberoplas/ZaniniPlsticos injectados Plasfil/Dynamit NobelPlsticos injectados Moltec/SchredelMolas helicoidais Impormol/HoechstMolas de lmina e helicoidais Iberomoldes/Olho TecknikComponentes em plsticos Fonte: ICEP/Felizardo (2000). Oquadroabaixoapresentaasmaioresempresasexportadorasdoclusterautomvel nacional(includasnas50maioresempresasexportadorasdopas),bemcomoasua posio no ranking das 1000 maiores empresas em Portugal. EMPRESAS DO CLUSTER INCLUDAS NAS 50 MAIORES EMPRESAS EXPORTADORAS E NAS 1000 MAIORES EMPRESAS Volume de ExportaesEmpresaSector > 1.000.000.000 EurosAutoEuropa - VW (9) > 500.000.000 EurosDelphiAutomotiveSystems Portugal (34) Automvel > 300.000.000 EurosSEAT SA VW (263) BlaupunktAutoRdio Portugal (71) Visteon Portuguesa (42)Automvel/Electrnica > 200.000.000 EurosPSA Peugeot Citron (487)Automvel Continental Mabor (31)Automvel/Borracha Opel EspanhaAutomvel Philips Portuguesa (86)Automvel/Electrnica > 100.000.000 EurosYazaki Saltano (44) LearAutomveisDistr.Sist. Elect. (58) Automvel CACIA (107) O Cluster Automvel em Portugal 37 MitsubishiTrucksEurope (225) Entre50.000.000e 100.000.000 Euros GrundigAudioInternational (170) Automvel/Electrnica Cablinal Portuguesa (201) Citron Lusitania SA (134)Automvel Faurecia Assentos (137) Lear Corporation Portugal Delphi Packard Simoldes Plsticos (136)Automvel/Plsticos Opel Portugal (69) JohnsonControls II Assentos de Espuma (164) Amtrol- Alfa Metalomecnica Robert Bosch Traves (454) Entre 34.200.000 e 50.000.000 Euros Salvador Caetano (67) Automvel Bold = Empresas portuguesas ()=Posionorankingdas1000maioresempresas(oindicadorfundamental o Valor Acrescentado Bruto). Fonte: Expresso; INE. 2.4.5. Investimentos Nos ltimos anos, os investimentos na indstria automvel tm registado em Portugal uma dinmicamuitopositiva,sendofortementeapoiadospelasautoridadesnacionais. Aps um longo perodo de absteno dos grandes grupos econmicos internacionais no nosso pas, osprojectosestruturantesdeinvestimentoestrangeironaindstriaautomvel(Renaulte AutoEuropa) contriburam para o estabelecimento e dinamizao de redes de fornecedores, constitudas por empresas de componentes de capital nacional ou estrangeiro.Foi sobretudo na indstria de componentes (principalmente no segmento da electrnica de consumo)queseverificouoregressodoinvestimentoestrangeiro:aFordMotorCo. escolheu a regio de Setbal (Concelho de Palmela) para implantar a sua segunda unidade de autordios da Europa (a primeira instalou-se em Cdiz).Noperodoentre1988e1992foiaRenaultquerealizou,nombitodoPEDIPI,omaior volumedeinvestimentosnaindstriaautomvelnacionalsobretudonoquerespeitas misses de produtividade, de qualidade, design e proteco do ambiente (vd. quadro). O Cluster Automvel em Portugal 38 PEDIP I INVESTIMENTOS NA INDSTRIA AUTOMVEL 1988/1992 (MILHARES DE ESCUDOS) ProgramasCitronFordGMRenaultSalvador Caetano TOTAL Programa2FormaoProfis-sional1465115082111118-70722211573 Sub-Programa3.1SINPEDIPI(AquisioeDesenvolvimentode Tecnologia) ----108050108050 Sub-Programa3.1SINPEDIPIII (Qualidade, Design e Ambiente) ---165154193182358336 Sub-Programa 3.1 SINPEDIP IV (Equipamento) ---107765561866394 Programa 5 Misses de Produti-vidade 127429--53105436262694745 Programa6MissesdeQuali-dade e Design Industrial ----152777152777 TOTAL142080150821111187069846166111591875 Fonte: PEDIP, Relatrio de Execuo 1988/1992 (apresentados por Vale, 1999:239). Todavia,oinvestimentodaAutoEuropa(ovalorglobalinvestidonoprojectode 400 milhes de contos) constituiu o culminar do perodo de boom do investimento estrangeiro na indstriaautomvelemPortugal,comimplicaesimportantesaonvelnosdesta indstria como na globalidade da economia (tendo representado em 1997 2,5% do PNB). A AutoEuropa induziu um conjunto de investimentos por parte de empresas estrangeiras, a maiorpartedasquaisnecessriasaofornecimentodecomponentesaosistema AutoEuropa. No mbito da Operao Integrada de Desenvolvimento da Pennsula de Setbal (OID/PS), o montante de investimento apoiado atingiu os 555 milhes de contos, dos quais cerca de 116 milhes de contos corresponderam a incentivos (vd. quadro).OinvestimentorealizadopelaAutoEuroparepresentoucercade 82% do investimento total (454 milhes de contos) e 77% do total dos incentivos (89 milhes de contos). INVESTIMENTOS NO MBITO DA OID/PS 1989/1992 Investimento Industrial N de ProjectosInvestimento (milhes de contos) Incentivo (milhes de contos) Realizado 137555116 Realizadosem AutoEuropa 136101 27 Fonte: Vale (1999:352). O Cluster Automvel em Portugal 39 Estesinvestimentosatraraminvestidoresestrangeirosepermitiramquegruposcomoa Continental,aDelco-Remy(GM),aSamsung,aCofap-Brasil,aPepsico(EUA),aValmet (Finlndia), a Ford Motor Co. e a Sommer-Allibert investissem em Portugal. AondadeinvestimentosrecentestemsidopolarizadapelaAutoEuropa:apsa instalao daAutoEuropaverificou-seumaondadeinvestimentosestrangeirosnaindstriade componentes,queresultoudofactodestaempresaaconselharosfornecedores estrangeirosainstalarem-seemPortugaltendoemvistaoabastecimentosequencialda linha de montagem. So exemplos desta deslocao de IDE para Portugal os investimentos da Ford Electrnica Portuguesa, actual Visteon e da Lear Corporation. EnquantoasnegociaesdoProjectoAutoEuropaaindadecorriam,outrosconstrutores europeus abordaram Portugal com a mesma inteno. De salientar os exemplos da Daimler BenzedaSwatchparaarealizaodeumajoint-venturenaconstruodochamado swatchmobile,apesardeaslocalizaesoferecidasporPortugalteremsidopreteridasa favor da Lorena francesa. AimportnciadosinvestimentosinduzidospelaAutoEuropajustificamarelevnciados concelhosdaPennsuladeSetbalnosinvestimentosaoabrigodoPEDIPIIePOE(vd. mapas). O Cluster Automvel em Portugal 40 INVESTIMENTOS NO FOCO DO CLUSTER AUTOMVEL NO MBITO DO PEDIP II Fonte: Ministrio da Economia. 0Km 35Km 70KmEscala18455 a 1178735915 a 184552795a 591525 a 27950Investimento (milhares de Euros)NVILA NOVA DE CERVEIRAVIANA DO CASTELOBRAGAGUIMARESVILA DO CONDEMATOSINHOSVILA REALFELGUEIRASSANTO TIRSOVALONGOMAIAPENAFIELCASTELO DE PAIVAPORTOVILA NOVA DE GAIAOVARSO JOODA MADEIRAOLIVEIRA DE AZEMISAVEIROGUEDATONDELAANADIAMANGUALDENELASGUARDACOVILHCOIMBRAPOMBALMARINHA GRANDEALCOBAATOMARABRANTESPONTE DE SRALCANENASANTARMCARTAXOSINTRALOURESAMADORALISBOAVILA FRANCA DE XIRABENAVENTESEIXALBARREIROSETBALPALMELAVENDAS NOVASVORASINESVILA NOVA DE FAMALICO O Cluster Automvel em Portugal 41 INVESTIMENTOS NO FOCO DO CLUSTER AUTOMVEL NO MBITO DO POE* *Este mapa no representa todas as medidas do POE; inclui o Sistema de Incentivos a PequenasIniciativas Empresariais (SIPIE), o Sistema de Incentivos Modernizao Empresarial (SIME) e asMedidas 2.1 e 2.4 do POE. Fonte: Ministrio da Economia. 0Km 35Km 70KmEscalaInvestimento (milhares de Euros)NVILA NOVA DE CERVEIRAVIANA DO CASTELOBRAGAVILA DO CONDESANTO TIRSOVILA NOVA DE GAIAOVAROLIVEIRA DE AZEMISANADIAGUEDAVOUZELACANTANHEDEVISEUCARREGAL DO SALGUARDABIDOSCARTAXOSINTRALISBOAPALMELAVENDAS NOVAS145 a 14651465 a 44504450 a 1427014270 a 339750BRAGANAARGANILOLIVEIRA DE FRADES O Cluster Automvel em Portugal 42 Nosconcelhosdolitoralaexpansodaindstriaautomveldeveu-seexistnciadeuma indstria metalomecnica muito competitiva; as unidades intensivas em trabalho de origem estrangeira justificam o protagonismo alcanado por alguns concelhos mais perifricos.O IDE foi o responsvel pela emergncia de concelhos como Vila Nova de Cerveira (Dalphi Metal Portuguesa), Abrantes (Bosch e Mitsubishi) e Ponte de Sor (Delphi).SegundoMrioVale,simultaneamenteexternalizaopelosgrandesconstrutoresdas suasdivisesdecomponentes(dequesocasosparadigmticosaautonomizaoda Delphi e da Visteon face GM e Ford, respectivamente), verifica-se um recrudescimento das alianas estratgicas.ParatalfoiimportanteacriaodeumorganismooficialoGabinetedeApoio Participao da Indstria Nacional (GAPIN) pelo dilogo que estabeleceu entre empresas nacionais e empresas estrangeiras. Asalianasestratgicasmaisutilizadasforamasjreferidasjoint-ventures,quetornaram possvel partilhar o risco do projecto e o custo do investimento. s empresas que evitaram correrriscoscomalianasestratgicasemtermosdeinvestimentoepartilhaderisco,foi-lhes proporcionada a alternativa de obterem contratos de licena de produo. Nestasalianasestratgicas,verifica-searelevnciadoinvestimentoalemo,derivadado envolvimentodaVWnodesenvolvimentodoveculoproduzidonaAutoEuropa.Os investimentosfrancesesderivamdapresenadefornecedoresqueseinstalaramem PortugaldevidopresenadaunidadedemontagemdaRenault;osinvestimentos espanhisresultamdapresenadeunidadesestrangeirasdefabricaoautomvel implantadas em solo espanhol; os investimentos norte-americanos derivam da presena de duas subsidirias instaladas em Portugal (a Ford Electrnica e a UTA), ainda antes do incio da AutoEuropa. DereferirapresenadeumanicaempresaexteriorUnioEuropeiaeaosEUAa empresajaponesaYazakiSaltano,umadasempresasmaisintensivasemtrabalhoque produz cablagens para o mercado europeu. O Cluster Automvel em Portugal 43 PRINCIPAIS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS NO CLUSTER AUTOMVEL DESDE 1988 EmpresaData do investimentoProduto Yasaki SaltanoMaio 1988Cablagens Ford Electronica IJulho 1989Sistemas udio, airbags, alarmes Delco RemiDezembro 1989Sistemas de ignio CovinaJaneiro 1990Vidros Continental MaborJunho 1990Pneus e cmaras de ar Cofap EuropaJulho 1990Segmentos Leonische1991Cablagens Ford/VolkswagenJulho 1991Montagem de veculos IndelmaJulho 1991Cablagens HUFJulho 1991Fechaduras Johnson ControlsNovembro 1992Capas de assentos Delphi MetalDezembro 1992Componentes para direco Delphin.d.Sistemas de ignio AutoEuropa (Ford/VW)1993Unidades de montagem Bertand Faure1993AssentosKupper e SchmidtFevereiro 1993Peas em liga forjada CablinalJunho 1993Cablagens Fico CablesSetembro 1993Cablagens Sommer AllibertDezembro 1993Peas plsticas Bomoro (Bosch)1994Fechaduras IndelmaFevereiro 1994Cablagens IralusaMaro 1994Componentes para tecto HoheicaMaio 1994Espelhos retrovisores Karmann GhiaMaio 1994Capas de assentos RSLJulho 1994Peas plsticos Johnson ControlsDezembro 1994Espumas para assentos Ford Electronica IIOutubro 1995Compressores de ar Opel PortugalFevereiro 1996Modernizao Lear CorporationMaro 1998Interiores/assentos UT AutomotivesAbril 1998Cablagens CoficabMaro 2002Cablagens Globe Motors2002Motores elctricos Grundig Auto RadiosFevereiro 2002Electrnica de consumo Fonte: CISEP/ICEP; Ernest&Young. Aindanoquerespeitaaosactoresempresariais,dereferiraexistnciadeassociaes empresariais do cluster automvel nacional. Destaque para a Associao dos Industriais de O Cluster Automvel em Portugal 44 MontagemdeAutomveis(AIMA),paraaAssociaodoComrcioAutomveldePortugal (ACAP)eparaaAssociaodeFabricantesparaaIndstriaAutomvel(AFIA),entidades querepresentam,nacionaleinternacionalmente,osconstrutoresefabricantesde componentes para automveis instalados em Portugal. DereferiraimportnciadoreferidoGAPIN,organismooficialquedesenvolveuesforos notveis no desenvolvimento de um clube de fornecedores da AutoEuropa. 2.4.6. Instituies de I&D AonveldasinstituiesdeI&Dedeaquisiodecompetnciastecnolgicasso importantes no cluster automvel: o Centro de Formao da Formauto, centro de formao especializado que funciona na unidade da AutoEuropa. Pertence a uma empresa a Formauto em cujo capital participamaAutoEuropaeoInstitutodoEmpregoeFormaoProfissional.Este Centroestequipadocomasmaismodernastecnologiasdeformao,garantindo altaqualidadeepreparaodosrecursoshumanosdaempresa.Paraalmde procuraratendersnecessidadesdaAutoEuropa,esteCentroestaberto prestao de servios a outros utilizadores;o Centro Tecnolgico da Indstria de Moldes e Ferramentas Especiais (CENTIMFE), localizadonaMarinhaGrande.Criadoem1991,oCENTIMFEumainstituiode utilidade pblica sem fins lucrativos, que tem por objectivo apoiar o desenvolvimento tcnico e tecnolgico das indstrias da sua rea de actuao; a Escola Superior de Tecnologia de Setbal, uma das escolas do Instituto Politcnico deSetbal,quetemdesenvolvidoasuaactividadenodomniodaengenharia mecnica automvel;a Universidade do Minho, com destaque para o mestrado na rea dos polmeros, que resultoudacooperaotransfronteiriacomaGalizaequeapresentaumplode desenvolvimento na Marinha Grande; o Departamento de Engenharia Mecnica da Faculdade de Cincias e Tecnologia da UniversidadedeCoimbra,nomeadamenteoGrupodeConstruesMecnicas,que temdesenvolvidoesforosnodomniodetrabalhosexperimentaisenumricosna caracterizao mecnica de materiais e componentes.AindanaUniversidadedeCoimbra,destaqueparaaGrupodeControlo,Robticae GestoeparaoGrupodeTecnologia,quetmcomoactividadeainvestigaoea prestaodeserviosnasreasdagestoerobticaindustriais,dosoftwarede simulao (estampagem) e comportamento dos materiais: aFaculdadedeCinciaeTecnologiadaUniversidadeNovadeLisboa,ondese ministramcursosdelicenciaturaemestradorelevantesparaaindstriaautomvel: licenciaturasemEngenhariaMecnicaeEngenhariaIndustrialemestradosnestas duasreaseemIntelignciaArtificialAplicadaeInstrumentao,Manuteno Industrial e Qualidade; O Cluster Automvel em Portugal 45 oInstitutodeEngenhariaMecnicaeGestoIndustrial (INEGI), que resulta de uma parceriadaACECIAComponentesIntegradosparaaIndstriaAutomvel,ACE (atravs do Centro de Apoio Tecnolgico Indstria Metalomecnica CATIM) com a Universidade do Porto; oInstitutoNacionaldeEngenhariaeTecnologiaIndustrial(INETI),quetem participadoemvriosprojectosdesenvolvidosnocluster(exemplosdoPROTAP, Rede Nacional de Prototipagem Rpida, TAVAC e PROSSEIA); o Instituto Pedro Nunes Associao para a Inovao e Desenvolvimento em Cincia eTecnologia,instituioquevisapromoverainovaoeatransfernciade tecnologia em reas como as novas tecnologias de processamento, desenvolvimento de revestimentos, recuperao de resduos inorgnicos, mquinas e ferramentas; oCentroparaaExcelnciaeInovaonaIndstriaAutomvel(CEIIA),aindanuma faseembrionria.OCEIIAtempormissopotenciaracompetitividadedocluster, atravsdoapoioaodesenvolvimentodecompetnciastcnicasedacapacidade estratgicadasempresas,estabelecendosinergiasorganizacionais,tecnolgicase econmico-financeirasquelhespermitamobteresustentarvantagenscompetitivas de modo a garantir um melhor posicionamento nos mercados internacionais; oInstitutodeDesenvolvimentoeInovaoTecnolgica(IDIT),emSantaMariada Feira,quedesenvolveassuasactividadesnasreasdeinvestigaoe desenvolvimento experimental, assistncia tcnica e formao; o Centro de Empresas e de Inovao de Setbal (CEISET), uma associao sem fins lucrativos um Business Innovation Centre (BIC) , que tem como objectivo o apoio criao e desenvolvimento de PME inovadoras; oCentrodeEngenhariaeTecnologiaAgilTecEngenhariaeTecnologiaparaa ProduogileEco-Eficiente,queprocurapromoveracompetitividadeempresarial atravs da introduo de engenharia e tecnologias avanadas de produo. Entende-se ser da maior importncia a criao de um Centro Tecnolgico do Automvel ou estruturaequivalentequeintegreasempresasdosector,asuniversidadeseosinstitutos politcnicos, que potencie os recursos j existentes e crie oportunidades de investigao na rea da tecnologia automvel. Oquadroabaixosintetizaosprincipaisactoresnacionaisdoclusterautomvelportugus, com actuao nas diferentes escalas geogrficas. 46 QUADRO-SNTESE DOS PRINCIPAIS ACTORES DO CLUSTER AUTOMVEL NACIONAL Relao SocialEscalaTipoOrganizaoFuno Sectorial/IniciativasPapel Geral Capital-CapitalLocal,regional, nacional, internacional Linhade montagem Autoeuropa (VW)Fabrico e montagem de veculosProjectoestruturanteparaa recuperao econmica da regio Empresapolarizadoradocluster automvel nacional Local,regional, nacional, internacional FornecedoresDiversasempresasnacionaise estrangeiras Fornecedoresdepease componentes EmpresasdaredeAutoeuropa(e simultaneamentefornecedoresde outras linhas de montagem NacionalOrganizaes empresariais AIPInformao,representao,definio deestratgiaselobbyingdas empresas industriais Interlocutordasempresasda indstria transformadora NacionalOrganizao empresarial AFIAInformao,representao,definio deestratgiaselobbyingdos fornecedores da indstria automvel Interlocutordasempresasdosector automvel NacionalOrganizao empresarial ACAP/AIMAInformao,representao,definio deestratgiaselobbyingdos empresasdefabricaoecomercia-lizao do sector automvel Interlocutordasempresasdosector automvel RegionalOrganizao empresarial AERSETPromoododesenvolvimentodas actividadeseconmicasdoDistrito deSetbalerepresentaodas empresas associadas. Serviodeinformao,consultoriae formao Interlocutordasempresasdosector automvel Capital-EstadoNacionalGabinetepblico tipo task forceGAPIN/GAPIEDinamizaodaparticipaoda indstriaportuguesanaredede fornecedores Apoio a investimentos estruturantes ArticulaocomoIAPMEI,DGIe IPQ 47 Nacionale Internacional Institutodeapoio internacionali-zao e comrcio externo ICEPAssessoria,acompanhamentoe fiscalizao da execuo do projecto Atracode investimento estrangeiro edivulgaodePortugalnosmer-cados internacionais NacionalGestodesis-temasdeincen-tivosdebaseter-ritorial Gestordossistemasde incentivos/DGDR Gestodesistemadeincentivosde base territorial (OID/PS) Coordenaodaspolticaseinstru-mentos de apoio ao desenvolvimento regional e local NacionalGestodeinstru-mentosdeapoio actividadeeco-nmica sectorial) GabinetedoGestordo PEDIP/Gabinete do Gestor do POE Gestodeinstrumentosdeapoio dinamizaodaindstriaautomvel (investimentoprodutivo,formao, infra-estruturas produtivas, misses) Apoio dinamizao e modernizao daindstriaereforodacompetiti-vidade das empresas Capital-Administrao Local Sub-regionalAssociaode Municpios A M. do Distrito de SetbalDefiniodeestratgiainter-municipal para o cluster automvel Elaboraoegestodeprojectosde desenvolvimentoeconmicoede ordenamento do territrio LocalAutarquia LocalC. M. PalmelaOrdenamento do espao industrialOrdenamento do territrio municipal Capital-quasi Estado NacionalEmpresa PblicaC.P.Ligao ferroviria AutoeuropaInfra-estrutura e transporte ferrovirio (servio pblico) NacionalEmpresapartici-padaporcapitais pblicos(golden share) EDPRedededistribuiodeenergia elctrica para a Autoeuropa Produoedistribuiode electricidade (servio pblico) Estratgiadediversificaode investimentos(telecomunicaes, indstria de contedos) Fonte: Vale (2000:80-83);Vrias. O Cluster Automvel em Portugal 48 3. LIDERANA E VISO COMUM PARCERIAS sem dvida no cluster automvel que as estratgias de liderana e viso comum so mais notrias.OGovernonacionalenvolveu-se,desdeoinciodaindstriaautomvelnacional, nacriaodemedidasdeestmuloedeumapolticaindustrialespecficadestinadasao desenvolvimento do cluster automvel portugus. Dereferirtambmapoltica de incentivos atraco de IDE nestecluster e de criao de uma rede de fornecedores constituda por empresas nacionais e estrangeiras, apoiada pela constituiodeumorganismooficialparaesteefeito(oreferidoGAPIN).Aformaoda rededefornecedoresfoiprecedidadeumexigenteprocessodeselecoconduzidopela ForddeValncia,tendooGovernoPortugus,atravsdoGAPIN,apoiadoaparticipao das empresas portuguesas de componentes para automveis. Actualmente, o Governo est tambm muito envolvido no Projecto Pininfarina, manifestando grande interesse no desenvolvimento em Portugal de um novo conceito de carro.Por outro lado, muitos projectos de investigao j realizados ou em curso no cluster s se tornarampossveiscomassinergiasentrevriasentidadesque,emconjunto, desenvolveramumalideranaouvisocomum.OProjectoAUDITECumbomexemplo desteaspecto:foipromovidopelaDGIepeloInteliIntelignciaemInovao (componentesdeautomvel),emparceriacomumarededecentrostecnolgicosque operamnosistemanacionaldeinovaooCENTIMFE(moldes),oCATIM(bensde equipamento),oCITEVE(txteisevesturio),oCTIC(curtumes),oCTIMM(madeirase mobilirio), o CTCOR (cortia), o AGILTEC (ferramentas) e o NET (fundio). Inter-Relaes Face natureza complexa que caracteriza a actual indstria automvel, devido cada vez maiorsofisticaoecomplexidadedoscomponentes,sistemasesubsistemasque constituemoautomvel,verifica-seaexistncianoseiodoclusterdeumelevadonmero declientesefornecedoresinteragindoentresi.Estasinter-relaes,quetambm constituemnovosprocessosdeaquisio,acumulaoeaplicaodeconhecimentos, competnciasecapacidadestecnolgicas,soprocessosdinmicosecumulativosque devem ser encarados num contexto de redes de relaes. Emtermosgerais,asinter-relaesnoclusterautomvelnotmtidooxitodesejado devidofortepulverizaoediversificaodomesmo. Verifica-se ainda uma necessidade defomentaracooperaoentreempresaseentreestaseassociaesempresariaisou instituies de I&D. Poroutrolado,existemcomosefezreferncia,diversasassociaesempresariaisno cluster automvel, muito desligadas umas das outras e por vezes com campos de actuao sobrepostos, o que tem criado algumas dificuldades de representatividade e duplicao de esforos. O Cluster Automvel em Portugal 49 Um aspecto problemtico a difcil insero das PME no mercado internacional atravs de estratgiasdeinternacionalizaodasempresas,porviadejoint-ventures,ouda cooperao entre empresas, por via do associativismo.Aonveldacooperaoempresarial,dedestacaraconstituio,em1997,daACECIA- ComponentesIntegradosparaaIndstriaAutomvel,ACE(vd.caixa),queagrupavrias empresas com o objectivo de fornecer conjuntos e mdulos na rea do car interior. ACECIA COMPONENTES INTEGRADOS PARA A INDSTRIA AUTOMVEL, ACE A ACECIA o melhor exemplo da cooperao empresarial no seio do cluster automvel portugus (nodomniodoscomponentes).Foicriadaem1997etevecomoorigemacooperaodirecta, intensivaecoordenadadecincoempresasdecomponentes:aPlasfilS.A.Componentes Plsticos; a Sunviauto S.A.; a Tavol Lda Componentes Metlicos; a Ipetex S.A. Revestimentos; e a Simoldes S.A. Moldes e Componentes Plsticos. Almdestasempresas,aACECIAcontoucomoenvolvimentodeduasinstituiesdeI&Ddo cluster:oCentrodeApoioTecnolgicosIndstriasMetalomecnicas(CATIM)eoInstitutode Engenharia Mecnica e Gesto Industrial (INEGI). A ACECIA constitui uma rede central, resultante da associao de vrios intervenientes em torno de uma entidade central e que tem como forma de garantia de economias de escala, partilha de custos ou reduo do risco inerente actividade, a forte componente de incerteza. Neste contexto de rede central, a ACECIA o interveniente central que funciona como integrador de todososcomponenteseactividadesdacadeiadevalor,potenciandoacooperaoentreas empresas e instituies de I&D intervenientes com as desejveis economias de escala derivadas. De entre as vantagens da ACECIA destaca-se o facto de este tipo de parcerias empresarias permitir odilogodasOEMcomapenasumactorouinterveniente,tornandoaredeempresarialo fornecedor de primeira linha do cliente final. Fonte: Selada et al (1998:21). ACECIACATIM INEGIIPETEXSIMOLDESTAVOL SUNVIAUTOPLASFIL O Cluster Automvel em Portugal 50 AonveldacooperaoempresarialaindadereferiracriaorecentedaComportest CompanhiadeEstampagemPortuguesa,constitudapelaInapal,pelaGametalepor ManuelConceioGraa,trsempresasdecomponentesqueviramnacooperao empresarial a nica forma de concorrer no mercado globalizado. OobjectivoprimordialdaComportestconseguirumnovoposicionamentonacadeiade valornoclusterautomvelportugus,atravsdodesenvolvimentoemparceriadenovas competncias nos domnios da concepo e desenvolvimentodo produto, da explorao do mercado nacional e do fabrico de ferramentas. Relaes com fornecedores Agestodasrelaescomosfabricantesdecomponentesconstitui,cadavezmais,um elemento decisivo nas estratgias dos grandes construtores de automveis. AfilosofiadasrelaescomosfornecedoresdafbricadaAutoEuropaabuscada garantiadealtaqualidade,numabasedeaprovisionamentodereduzidocusto.Este objectivo s atingido com o desenvolvimento de relaes a longo prazo com fornecedores, baseadas em princpios de confiana e mtuo benefcio.Assim,parafacilitaresteprocesso,aAutoEuropaconstruiuumParqueIndustrialnas imediaesdalinhademontagem,quepermiteaimplementaodeumsistemade entregas de componentes sofisticados e eficientes. OsfornecedoresdoparqueindustrialdaAutoEuropabeneficiamdoserviologstico prestadopelaempresaScnellecke(antesprestadopelaFransMaas),responsvelpela recolha de componentes ou sistemas de componentes do sistema kanban e pela respectiva distribuio em ordem sequencial e nos pontos de recolha de material do parque industrial. Neste parque industrial localizam-se hoje 11 das 51 empresas portuguesas que fornecem a AutoEuropa (vd. mapa). O Cluster Automvel em Portugal 51 REDE DE FORNECEDORES NACIONAIS DA AUTOEUROPA Adaptado de: Vale (1999: 316). Actualmente,onmerototaldefornecedoresdaAutoEuropade365empresas, espalhadaspor17paseseuropeus(em1995arededefornecedoresdaAutoEuropaera constituda por 261 empresas).AmaioriadoscomponentessoadquiridosnaPennsulaIbrica.Ofornecimentode motores e transmisses tem origem na Alemanha e no Reino Unido (vd. mapa). AEEmpresas fornecedoras de componentesN0Km 35Km 70KmEscala O Cluster Automvel em Portugal 52 REDE DE FORNECEDORES ESTRANGEIROS DA AUTOEUROPA Fonte: Vale (1999:386). Como se pode visualizar nos dois mapas anteriores, a rede de fornecedores da AutoEuropa tem trs nveis geogrficos distintos (descritos por Mrio Vale): local,comempresasinstaladasnoparqueindustrialdaAutoEuropanasuamaioria participadas por capital estrangeiro (14 empresas); nacional, com fornecedores de origem nacional e internacional localizadas no Norte e Centro-Litoral e no Norte da AML (44 fornecedores); internacional,comempresasestrangeirasdecomponentescentradasnaAlemanha, Espanha e Reino Unido (cerca de 300 fornecedores).AAutoEuropaforjounovasrelaes,consolidouasjexistentesecriouumambientede trabalhodeleanproduction,comumprocessodeorganizaodaproduoque compreende a utilizao do sistema kanban/JIT e que envolve um esforo de logstica sem precedentes na indstria automvel nacional.Asinter-relaesproporcionadaspelodesenvolvimentoderedesdefornecedorespermitiramsempresasportuguesasoacessoarecursosadicionais(know-how O Cluster Automvel em Portugal 53 tecnolgico,relaesdemercado,instrumentoslogsticos),almdainteriorizaodas regras de funcionamento competitivo do cluster. Todavia,eapesardoreforodopoderdealgunsfornecedores,asredesdaindstria automvelcontinuamaserestruturadasemtornodeumactorcentral:oconstrutor automvel.AtentativadecriaodeumclubedefornecedoresporpartedoGAPINnocumpriuos objectivosesperados,oquedemonstra,segundoMrioVale,adificuldadede institucionalizao de plataformas de partilha informal de experincias entre as empresas do sistema AutoEuropa. E,aocontrriodeEspanha,ondeseobservoudesdecedoumafusodasredesde fornecedoresdosvriosconstrutores,emPortugalafusodasredesdefornecedoresde componentesembrionria.Istoapesardeseobservaremalgunscasosaintegraode determinadasempresasdosistemaAutoEuropanoutrasredesdefornecedores, nomeadamente da Renault e da Opel.A indstria de componentes apoia-se num nmero reduzido de fornecedores e clientes, ao contrriodaindstriadebensdeconsumo:osistemaAutoEuropamuitoselectivo, assente no envolvimento das empresas do cluster inseridas em redes de fornecedores dos construtores automveis. Asempresascommaiornmerodeclientespertencemasegmentosmaisgeneralistas como o vidro, tintas ou borrachas (sobretudo pneus), que no dependem exclusivamente do sector automvel.Cerca de 50% das empresas do sistema AutoEuropa adquirem mais de 75% do valor total dos produtos intermdios apenas aos respectivos cinco principais fornecedores.MODOS DE RELACIONAMENTO NA REDE AUTOEUROPA Modo 1: Filiais de Grupos Internacionais Modo2:EmpresasPortuguesascomUnidadede Desenvolvimento na Alemanha Relac. operacional AESG EP AEUEDEP3 3 41 2 2 3 2 O Cluster Automvel em Portugal 54 Fonte: Simes (2000:25). AindstriadecomponentesformadanasuagrandemaioriaporPME,notendo competncias nem recursos para se posicionar como fornecedora directa dos construtores. Porestemotivo,asempresasdecomponentesocupamposiesdesegundoeterceiro nvelnacadeiadevalor,estandomuitodependentesnotantodoconstrutormasdos fornecedores de primeiro nvel.Ainserodasempresasmultinacionaisnaseconomiasregionais(conceitodeimbricao nageografiaeconmica),atravsdacriaoderedesdeinterdependncias,suportaa expanso das empresas locais e gera crescimento sustentado para todo o cluster produtivo. Criacondiesparaacriaodeclustersprodutivospolarizadospormultinacionaisdeum mesmo sector industrial (os referidos hub-and-spokes industrial districts). Relaes com os concorrentes Asparceriascomconcorrentessopraticamenteinexistentesnocluster,especialmente entreconcorrentesnacionais,peloqueseverificaumaatitudeindividualistaepouco receptiva a aces de cooperao com concorrentes. Todavia, nos sectores da injeco de plsticos e dos moldes verifica-se um aumento das relaes de cooperao. Relaes com instituies de I&D O predomnio de PME no cluster cria a necessidade de colaborao dos fornecedores com instituiesdeI&Decentrosdeformaoprofissional.Todavia,acooperaocomestas instituies do sistema tecnolgico nacional ainda fraca: de acordo com Vale (2001:145), Modo 3: Dilogo directo como construtorModo 4: Intermediao da AutoEuropa a partir de Portugal 1 VWEP AE EPVW4 31 2 3

... Sequncia dos movimentos Relaes entre empresas indigentes Relaes Inter-Grupo Relaes de Intermediao 123 VW Volkswagen (Volfsburgo) AE AutoEuropa FP Ford Portuguesa do Grupo Internacional SG Sede (ou Unidade Relevante) do Grupo EP Empresa portuguesa UED Unidade de Engenharia eDesenvolvimento 2 AE O Cluster Automvel em Portugal 55 39%dasempresasdosistemaAutoEuropadeclaramnomantercontactoscomestas instituieseapenas22%dasempresascolaboramnumabaseregularcomasmesmas. (vd. grfico). COOPERAO COM INSTITUIES DE I&D NO SISTEMA AUTOEUROPA Fonte: Vale (2001:146). AsempresasquemaisrecorremcooperaocomcentrosdeI&Dsoprincipalmenteas participadas por capital nacional, apesar de as empresas estrangeiras tambm recorrerem a estas instituies, ainda que com uma frequncia ocasional. NaAutoEuropasopredominantesasformasdeconhecimentocodificado,quese concretizamatravsdoprocessodecertificaoeavaliao.Asempresasinternalizam conceitos e procedimentos absorvidos pelas divises de I&D que depois so difundidos at ao operador, verificando-se uma forte diviso interna do trabalho nos fornecedores. Amaioriadasempresasdesenvolvemacesdeformaoprofissionalaonvelinterno, masmuitasrecorremacentrosdeformaoexternos,aosfabricantesdeequipamentos, aos grupos econmicos ou aos clientes.TodosostrabalhadoresdaAutoEuropa,detodosossectoresecategoriasprofissionais, passam por programas de formao, com durao de trs meses a dois anos. Na fora de trabalhodaAutoEuropajforaminvestidasmaisdecincomilhesdehorasdeformao. Maisde850empregadosreceberamformaonoestrangeiro,emfbricasdaFordeda VW e de alguns dos seus principais fornecedores. Regular22%Ocasional35%Rara4%Nunca39% O Cluster Automvel em Portugal 56 FORMAO PROFISSIONAL NO SISTEMA AUTOEUROPA Fonte: Vale (2001:146). Apardoscentrosdeformaoexternos,osfornecedoresdeequipamentosofontes importantes de aquisio de competncias tcnicas, atravs da assistncia disponibilizada e da promoo de aces de formao (vd. grfico). De referir ainda ao nvel da formao, a proposta recente da AutoEuropa em criar um centro de formao para o cluster, provavelmente nas instalaes da Sodia, como forma de ganhar competitividadeparaadisputadonovomodelodamarcaVWaproduzirem2005.Paraa criaodesteCentro,aAutoEuropacontacomacolaboraodeinstituiesdoensino superior,comoaUniversidadeNovadeLisboaeoPolitcnicodeSetbal,paraalmdo apoiodasentidadesregionais(aCmaraMunicipaldeSetbal,oGovernoCivilea Associao Empresarial da Regio de Setbal). Ligaes internacionais FoisobretudoapsainstalaodaAutoEuropaqueseverificouodesenvolvimentodas parcerias internacionais no cluster automvel portugus.AconcepodoMPVfabricadonaAutoEuropafoidesenvolvidasobretudonoCentrode Investigao e Desenvolvimento da VW, na Alemanha, envolvendo fornecedores altamente experimentados das duas empresas. NoquadrodacooperaoentreaFordeVW,asduasempresasempenharam-seem explorar sinergias com vista criao de produtos de elevada qualidade e de grande valor paraseusclientes(anveldequalidade,confortoetecnologiasofisticada),aumpreo competitivo.AlgunsprojectosdeI&Ddesenvolvidosnoclusterautomvelresultaramdaparceriaentre instituiesdeI&Dnacionaiseinstituiescongneresestrangeiras.Refiram-seos projectos CASES, Competncias GIE, Global AutoParts, Listart, Track & Skills e Transtech. Centros de formao externos22%Fabricantes de equipamentos14%Interna47%Clientes9%Grupo econmico8% O Cluster Automvel em Portugal 57 Mas, o indcio mais recente da crescente importncia das ligaes internacionais no cluster automvel nacional (confirmada pelo prprio Projecto Pininfarina, como se ver adiante) a cooperaoentreoNortedePortugaleaGaliza,destinadaaodesenvolvimentodeum clusteribrico.EstaaestratgiaqueoCEIIAestaseguirsobretudonareados componentes de automvel, em virtude da proximidade do plo da Citron em Vigo, a maior fbrica mundial do grupo construtor francs. Assim,nestecontexto,tem-severificadoacooperaoentreoCEIIAeoClusterde Empresas de Automocin de Galiza (CEAGA), centro de dinamizao do cluster automvel espanhol que agrupa mais de meia centena de empresas galegas. O Norte e a Galiza apresentaram mesmo candidaturas conjuntas ao programa comunitrio Interreg para o desenvolvimento de parcerias para infra-estruturas tecnolgicas e formao de recursos humanos. 4. ANLISE SWOT DO CLUSTER AUTOMVEL EM PORTUGAL FORAS E FRAQUEZAS DO CLUSTER ForasFraquezas Escassez de recursos humanos qualificadosExistnciadefocosdecooperaoentre empresas,universidadesecentrosdeI&D, nomeadamente na reciclagem e novos materiais Fraca viso e gesto estratgica, nalguns segmentos Localizao privilegiada de entrada e sada para outros mercados, fora da UE Cadeiadevalorexcessivamentecentradana produo,valorizandopoucoasactividadesa montante e a jusante Boa capacidade de adaptao da mo-de-obraOferta incipiente de solues integradas Bomposicionamentonomercadointernacional, nalguns segmentosExcessivadependnciadeumnmeroreduzidode mercados, agravada pela fraca representatividade das exportaes nacionais nos mesmos Sistema laboral pouco flexvel Existnciadefocosdecoopera-o/agrupamentosdeempresasedeum nmeroreduzidodeempresasinseridasem redes internacionais de fornecimento Regime fiscal Produtosdebaixovaloracrescentadoebaixa diferenciao, nalguns segmentos Certificao a nvel da gesto de qualidade Insuficiente cooperao entre as empresas e ligaes em rede Fonte: GEPE, Documento PROINOV (no publicado). O Cluster Automvel em Portugal 58 OPORTUNIDADES E AMEAAS DO CLUSTER OportunidadesAmeaas PotenciarasacessibilidadescomaEuropae intercontinentais em articulao com plataformas logsticas Exploraromercadoibricoaproveitandoaforte implantaodeconstrutoresnoterritrio espanhol,designadamenteatravsda interligaoentreinfra-estruturastecnolgicas do sector na Regio Norte/Galiza Contextointernacionaldefuseseaquisiesmuito dinmiconaactividadeautomvel,quepotenciaa deslocalizao de OEM Reforaracooperaoibricaentreempresas, nomeadamenteparaaabordagemdeterceiros mercados Criaodecondiesparaamanutenode investimentos na AutoEuropa CooperaocomaPininfarinaparaumveculo de nicho Deslocalizao de fornecedores de sistemas Desenvolvimentodenovosconceitosde mobilidade Atracodainstalaodeumfornecedorde sistemasAscensonacadeiadevalor,associadaao fornecimento de sistemas e mdulos Deslocalizaodeempresasmultinacionaisde componentes, designadamente electrnicos Dinamizao da Reciclagem Articulaodecompetnciasemelhoriados processos de cooperao entre empresas Fracadiversificaodasactividadesnareada distribuioemanutenoautomvel,facemaior concorrncia, sobretudo dos construtores (VBO) Inseroemredesinternacionaisde fornecimentos Internacionalizao das empresas portuguesas Criaodecircuitosfortesdereciclagemempases vizinhos e pequena dinamizao do pas nesta rea Fonte: GEPE, Documento PROINOV (no publicado). 5. CONSIDERAES FINAIS: O FUTURO DO CLUSTER AUTOMVEL EM PORTUGAL 5.1. O Projecto Pininfarina? Como se fez referncia, o actual projecto da indstria automvel nacional, ainda em estudo, umprojectodesenvolvidoporSergioPininfarina,conhecidodesignerdeautomveis italiano (com destaque para os famosos modelos da Ferrari). O Cluster Automvel em Portugal 59 ParaalmdoGovernoPortugusedaPininfarinaitaliana,existemtrsactoresmuito envolvidosnoestudodestenovoProjectodaindstriaautomvelnacional:aAssociao para o Investimento no Norte de Portugal (AINP), o Centro para a Excelncia e Inovao na Indstria Automvel (CEIIA) e o Inteli Inteligncia e Inovao.AAutoEuropacatapultouaindstriaautomvelnacionalparaaeraindustrialeparaa produo em massa. Acredita-se que o Projecto Pininfarina permitiria introduzir em Portugal melhoriastcnicase maior vocao para os produtos mais avanados de engenharia e de desenvolvimento, permitindo ao cluster automvel nacional ascender na cadeia de valor. Noentanto,emboraPortugalseassumacomoumfortecandidatoarecebereste investimentodaPininfarina,tambmaGalizaumapossibilidade.Existemfortes argumentosgalegosparaodesenvolvimentodesteProjectonessaregioespanholaque possuiumagrandecapacidadedeproduoinstalada(coma PSA, em Vigo), um projecto paraaconstruodeumcentrotecnolgicodeapoioindstriaautomvel(Centro TecnolgicodeAutonomizaodaGaliza)eaexistnciadeumforteactordocluster automvel galego: o Cluster de Empresas de Automocon de Galicia (CEAGA). Do lado portugus, os argumentos prendem-se com a grande dimenso e desenvolvimento daindstriademoldeseplsticosinjectados(emtornodaSimoldes),paraalmda proximidadedoPortodeAveiroedeVigoeadisponibilidadeparaacolherumaunidade fabrilnosterrenosdoEuroparque,emSantaMariadaFeira(alis,oParquedeCinciae Tecnologia do Porto e a Agncia para o Investimento no Norte de Portugal pretendem fazer doPortusparkemSantaMariadaFeiraumcentrodeexcelnciaeuropeudaindstria automvel). Portugal est no bom caminho para captar o projecto Pininfarina: o estudo de viabilidade do projecto foi entregue em Julho de 2002 ao ministro da Economia.Este estudo, co-financiado pelo Estado portugus e pela Pininfarina, foi realizado pela Inteli-IntelignciaemInovao,comaparticipaodoMIT(InstitutodeTecnologiade Massachusetts), da Universidade da Pennsylvania e do Instituto Superior Tcnico (IST). Neste documento confirma-se a existncia de uma oportunidade de mercado no segmento dos city-cars para utilizao num permetro urbano, apesar de apontar para a necessidade doreforodacapacidadedeengenhariaedesenvolvimentodeproduto,bemcomodo aumento da massa crtica e da dimenso das empresas no cluster automvel nacional. Deacordocomasmetastraadasnoestudo,oprimeiroprottipodonovoveculopoder veraluzdodiaemJunhode2003,entraremproduoem2006eestarnomercadoem 2007. Actualmente,osactoresenvolvidosnoProjectoPininfarinaestoconfiantesnoseu desenvolvimentoemPortugal,mas admitem como vivel/provvel a participao da Galiza noprocesso,namedidaemque,cadavezmais,apolticadecaptaodeinvestimento estrangeiroapontaparaaseuro-regies,emqueoNortedePortugaleaGalizapodero trabalharemconjunto,explorarcomplementariedadesesinergias,commais-valiaspara ambas as regies. O Cluster Automvel em Portugal 60 Uma prova disso o esforo recente de criao de um mestrado para o cluster automvel nacional, semelhana do j existente na Galiza e que envolver a Universidade de Vigo, o Centro de Design de Vigo, empresas industriais e empresas de consultoria. no desenvolvimento do cluster automvel, e em particular no desenvolvimento da parceria entreoGovernoPortugus,aPininfarinaedemaisactoresenvolvidos,queScottStern,o novo guru dos clusters, v grande futuro na indstria automvel nacional.Portugal deve, segundo Stern, aproveitar a oportunidade dos veculos hbridos para passar dasimplesexecuo(clusterdeimitao)inovao(clusterdeinovao),subindona cadeiadevaloratravsdodesign,daintegraodatecnologiaedodesenvolvimentode novos produtos. 5.2. A Insero no Cluster Automvel Ibrico? oclusterautomvelquepermiteumabviaestratgiadesinergiacomaGaliza,em virtudedoplodaCitrenemVigo,amaiorfbricamundialdogrupoconstrutorfrancs (responsvel por 47% das exportaes galegas). Oclusterautomvelgalegodesenvolveu-sehistoricamenteemtornodaCitroenHispania (pertencenteaogrupofrancsPSA)instaladanaGalizadesdeofinaldosanos50.Um sectordecomponentesparaautomvelviriaaafirmar-secomofornecedordequalidade desta unidade industrial, inc