a cruz de cristo - lições bíblicas cristã evangélica

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ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - NQ l l Iicões baseadas no livro de John Stott

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A Cruz de Cristo. 17 lições para Escola Dominical. Lições baseadas no livro "A Cruz de Cristo" de John Stott, com a permissão da Editora Vida. Produzida pela Editora Cristã Evangélica.

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ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - NQ l

l

Iicões baseadas no livro de John Stott

BIBLIOTECA DIDAQUEProf. António de Ptúlua

VMbtm»

EDITORA CRISTÃ EVANGÉLICA

Rua Santo Agostinho, 23 - Vila Igualdade

12243-800 - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP

TeleFax: (Oxx12)3941.4152 (PABX)

(Expediente: 2S a 6a feira: 8h30 às 18h)

e-mail: [email protected]

Lições baseadas no livro "A Cruz de Cristo" deJohn Stott, com a permissão da Editora Vida

Filiada à

Diretor e Editor:Rev. John Dunachíe Barnett

Secretária:Isabel Cristina Dias da Costa

Tesoureiro:Diác, Vantoil Gomes de Lima

Revisor:Dr. Aydano Barreto Carleial

Capa:Blessed Produção Gráfica

Diagramação: -Arteslnfo Editoração Eletrônicà

Fotolitos:Digital Press

ESCRITORES DESTE NUMERO:

Pr. Daniel da SilvaPastor da Igreja Cristã Paulistana, SP.

Pr. Jessé BispoPastor da ICE Interlagos, SP.

Pr. José Humberto de OliveiraProfessor do Seminário Teológico Cristão

Evangélico do Brasil, Anápolis, GO.

Pr. Luiz César Nunes de AraújoPastor da ICE Brasília, DF.

Pr. Ricardo Oliveira César' Pastor da ICE Nova Vida, Brasília, DF.

t ".. Prof. Wilson NunesPr.ofessor no Seminário Teológico Cristão

Evangélico do Brasil, Anápolis, GO.

PREFACIOTodas as religiões e ideologias têm seu símbolo que exemplifica algum aspecto importanteda sua crença. O judaísmo moderno emprega como símbolo a Estrela de Davi; o islã érepresentado pelo crescente ou rneia-lua; o comunismo, pelo martelo e a foice. Desde osprimeiros séculos da era cristã, os cristãos perseguidos têm escolhido a cruzcomoosfmbolodo cristianismo.

Eles não escolheram uma manjedoura na qual o menino Jesus foi colocado, nem uma mesade carpinteiro onde trabalhava corn Seu pai, enquanto jovem, nem um barco que Ele usavapara ensinar a multidão, nem uma toalha empregada numa lição de humildade, mas, sim,uma rude cruz de vergonha. Os primeiros cristãos ecoaram o grande desejo de Paulo -"Longe esteja de mím gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo" [Gl 6:14).

Cremos que a cruz é o centro da fé cristã. Sem ela, não temos nenhuma mensagem.Sabemos que "a mensagem da cruz é loucura" para os incrédulos, mas para nós, quesomos salvos, poder de Deus". Por isso Paulo resolveu pregar somente "a Cristo crucificado"(l Co 1:18, 23). Qual tem sido o lugar da cruz na pregação em nossas igrejas?

É interessante o testemunho do grande pregador do Pafs de Gales, Dr. Martyn Lloyd-Jones.Depois de um dos seus sermões, um pastor o desafiou, dizendo que "parecia que a cruz ea obra de Cristo" ocupava um pequeno lugar em sua pregação. Imediatamente comproualgumas obras teológicas sobre o assunto e começou a estudar. Ele se entregou totalmenteao estudo, recusando o almoço e jantar. Quando saiu da exclusão, Dr. Lloyd-Jones diziater encontrado "o verdadeiro coração do Evangelho e o segredo do significado interior dafé cristã". O resultado foi que o conteúdo da sua pregação mudou, e com esta mudança,o seu impacto. Nas próprias palavras dele, a questão básica não era a pergunta de Anselmo"por que Deus Se tornou homern?", mas "por que Cristo morreu?".

As lições sobre tão sublime tema foram adaptadas da magistral obra "A Cruz de Cristo",de um dos maiores expositores da Bíblia, Dr. John Stott, com a devida permissão daEditora Vida. Vale a pena adquirir esta obra magnífica, na Livraria da sua cidade, oudiretamente com a Editora Cristã Evangélica, cujo endereço se encontra na página 2.

Queremos terminar com estas palavras de Stott: "Só podemos nos aproximar da cruz coma cabeça curvada e em espírito de contrição. E aí permaneceremos até que o Senhor Jesusnos conceda ao coração Sua palavra de perdão e aceitação, e nós, presos por Seu amor, etransbordantes de ação de graças, saiamos para o mundo a fim de viver as nossas vidas noserviço dEle".

"No Calvário se ergueu uma cruz contra o céu,Como emblema de afronta e de dor,

Mas eu amo essa cruz: foi ali que JesusDeu a vida por mim, pecador"

Que depois de estudar este grande tema, possamos afirmar também - "Sim, eu sempreamarei essa cruz"!

John D. Barnett

INDIC€Prefácio......... 3

1 / / As profecias a respeito da obra salvífica de Cristo no A.T. ... 5

2. - l l A centralidade da cruz de Cristo 8

3 - / / Por que Cristo morreu? 11

4 / / Olhando abaixo da superfície ...14

5 / / O problema do perdão .............17

6 / / A cruz satisfez a todos .............20

7 / / A auío-substítuição de Deus ...............24

8 / / A salvação mediante a cruz. ..28

9 / / A revelação de Deus ......32

10 - / / A conquista do mal .38

11 / / A comunidade da celebração ....43

12 / / Autocompreensão e autodoação 48

13 - / / Amando nossos inimigos ........52

14- / / Sofrimento e glória ...56

15 / / A penetrante influência da cruz (1) .\.......... 60

16 / / A penetrante influência da cruz (2) ...64

17 - / / O túmulo vazio valida a cruz de Cristo 68

PROF€CIAS R R€SP€ITODR OBRR SRLVÍFICR D€

CRISTO NO fl.T.

Uma das boas lembranças que muitos guardamda infância é o presente de Natal tão esperado/principalmente aquele alcançado em recompensapor metas atingidas.

A lição de hoje nos leva a pensar a respeito de umlongo período da história em que o homemesperou por um presente de Deus, a sua salvação.

Vamos analisar alguns pontos das Escrituras/ nestesentido/ e algumas aplicações que eles nosoferecem.

í-REVELAM DEUSCOMO AGENTE ATIVO

Em todo o processo preparatório para oferecer aohomem a salvação/ Deus foi o coordenador paralhe dar uma oportunidade de restituir orelacionamento com Ele,

Assim/ vemos o Senhor trabalhando desde oprimeiro contato após a queda do homem/ aindano Jardim do Éden/ quando afirma sobre a vindade um salvador (Gn 3:15). Posteriormente, nachamada de Abraão para ser uma bênção àsnações/ e por meio de sua descendência/ Deuspreparou o povo hebreu para ter entendimentoda necessidade de um Messias. Este conceito

Texto Básico:2 Pedro 2:19-21

Texto Devocional:Isaías53:1-12

Versículo Chave:"Ora, todos estes que obtiverambom testemunho por sua fé nãoobtiveram, contudo, aconcretização da promessa, porhaver Deus provido cousasuperior a nosso respeito, paraque eles, sem nós, não fossemaperfeiçoados." -Hb 11:39,40

Objetívo da Lição:Mostrar as formas como Deuspreparou a história do homempara a obra da cruz no AntigoTestamento.

Leia a Bíblia diariamente:2a feira: Is 11:1-l O3a feira: Is 7:14; 9:64a feira: Is 53:1-l 25* feira: Is61:1-36a feira: 2 Pé 2:19-21sábado: GI 3:23-29domingo: Hb 11:39,40

amadureceu a partir da aliança comeles no Sinai.

No período dos reis, observamos Saulque, mesmo em um momento dedeclínio de sua conduta/ vê em Deuso seu agente de libertação (1 Sm14:38/39). Sem dúvida/ Davi tinhacompreensão da completaincapacidade do homem em se auto-redimir(S114:1 -3) e entende ser Deuso único capaz de fazê-lo (SI 3:8).

Não podemos ler o Antigo Testamentosem ter esta compreensão: sem umaação exclusiva de Deus, não havianada que o homem pudesse fazer parareconhecer seus pecados, livrar-se dosseus inimigos ou enxergar algumcaminho para reconduzi-lo a Deus.

Foi por instrução divina que osprofetas pregaram sobre o grandeamor que existe no coração de Deuspara oferecer ao homem um atoredentor, seja na particularidade comIsrael ou entre povos pagãos, cornono caso de Nínive nos dias de Jonas.

• Temos compreendido que, se nãofor pela misericórdia de Deus, nãotemos nenhuma condição dedesfrutar as bênçãos oferecidas nacruz?

II -.REVELAM SUA^EFICÁCIAPÇfít MEIO DE DIVERSAS i>- '_ FIGURAS

Este foi urn instrumento importantepara dar ao homem a compreensãoda justiça de Deus e da oportunidadede salvação oferecida por Ele.Diversos acontecimentos na história

registraram evidências da cruz, comopor exemplo:

1. a arca de Noé, onde vemos umafamília que acreditou na Palavra deDeus e entrou em um abrigo salvador,oferecido por Deus;

2. a libertação de Israel do Egito,onde vemos o povo recebendo aprovidência de Deus para a redençãoda escravidão do jugo egípcio;

3. a obediência de Abraão em ir aomonte Moriá, onde Deus apresentauma vida em favor de Isaque;

4. a formação de um povo, que nos fazentender que Deus quer que tenhamosum relacionamento familiar com Ele.

Se você fizer uma leitura minuciosado Antigo Testamento, poderá ver acruz em muitas outras figuras.

• Meus olhos estão vendo gestosdemonstrados por Deus que revelamo Seu amor por mim?

/"ÍÍÍI -REVELAM ANECESSIDADE DE UMA"

\ALIANÇA DEEIfSJÍTIVA

A aliança estabelecida com Israel, noSinai, permitiu que o povo entendesseque conduta deveria ter para um bomrelacionamento com Deus. A Leideterminava que tipo de sacrifíciodeveria ser feito em favor daquelecuja comunhão com o Senhorestivesse interrompida. Porém,ninguém podia cumprir a Leiintegralmente. Isso demonstra áfragilidade da Lei.

Paulo, escrevendo aos gaiatas/ disse:"A lei veio como um tutor até Cristo,para que fôssemos justificados pela fé"(GI 3:24-NVI). Este texto nos ensinaque a aliança do Sinai foi apenas umguardião para os que creram naqueleconcerto. A obediência à Lei eraapenas um caminho para salvação.Ensina também que a plenaestabilidade da relação do homemcom Deus só se daria na Cruz deCristo,

• Encontro na cruz de Cristo a pazque ela se propõe a me oferecer?

IV- REVELAM:QUE ASALVAÇÃO SERÁ .....

REALIZADA POR UM;r*: : ." . : ' -" • MESSIAS

Sem dúvida, o profeta que descreveucom maior exatidão a pessoa doMessias e a Sua obra na cruz foi Isaías.Vamos concluir esta lição meditando

em algumas verdades preciosasanunciadas por ele.

1. Ele nasceria de uma virgem (Is7:14).

2. Ele deveria sofrer em favor demuitos (Is 53).

3. Ele é a própria divindade (Is 7:14).

4. Ele faria Seu ministério pelo poderdo Espírito Santo (Is 61:1-3).

5. Ele estabelecerá um reino de paz(is n).

, : - • CONCLUSÃO :

O escritor aos Hebreus afirmou queos crentes do passado não seriamaperfeiçoados sem nós (Hb 1l:39,40).Como é bom sabermos que Deuscuidou tão detalhadamente da nossasalvação já desde o período quecompreende o Antigo Testamento!

ANOTAÇÕES

C€NTRRUDRD€ DA CRUZD€ CRISTO

Introdução

Texto Básico:Gaiatas 6:14

Texto Devocional:Colossenses 1:13-23

Versículo Chave:"Mas longe esteja de m/m gloriar-me, senão na cruz de nossoSenhor Jesus Cristo, pela qual omundo está crucificado para mím,e eu, para o mundo"- Gl 6:14.

Objetivo da Lição:Mostrar a necessidade de olharpara a cruz como o ponto centralda vida cristã.

Leia a Bíblia diariamente:23 feira: Jo 6:22-4033 feira; At 4:8-124* feira: 1 Co 1:18-255a feira: Ap 1:9-186^ feira: Ap 5:1-14sábado:! Pé 2:21-25domingo: Gl 6:11-17

No dia 11 de setembro de 2001, um avião se chocacom um importante prédio de Nova Iorque.Terroristas chamam a atenção do mundo parapresenciar/ minutos depois/ uma das maiorestragédias da história.

Os olhos do mundo se voltam para esta tragédia esuas consequências/ mas/ na verdade/ deveriamestar voltados para a cruz de Cristo, a maior marcade nossa fé.

l -O SINAL E O,„ •; SÍMBOLO DA CRUZ--

Diversas religiões e ideologias possuem umsímbolo que as identifica.

• O islamismo usa uma meia-lua.

• O judaísmo moderno/ a estrela de Davi.

• O marxismo/ o martelo e a foice.

• O cristianismo também adotou um símbolopara identificá-lo: a cruz.

A história da Igreja informa que houve algumastentativas antes de os cristãos elegerem a cruzcomo sua referência. Uma bem conhecida é afigura de um peixe, por esconder nesta marca asiniciais/ em grego, do nome Jesus Cristo.

Nos primeiros anos da história dalgreja/ a cruz era algo extremamenterepugnante por ser o instrumentoutilizado pelos romanos para executarescravos e estrangeiros à morte. Já osjudeus julgavam estar sob a maldiçãode Deus todos os que fossempendurados em madeiros (Dt 21:23).

Paulo observa como o incrédulo deseu tempo abominava a mensagem dacruz(1 Co 1:18a). Houve alguém quedesenhou um homem com cabeça deburro/ crucificado/ a fim deridicularizar a fé evangélica.

Entretanto/ rnesmo com riscos eafronta que os cristãos sofriam pelosímbolo da cruz/ esta figura foiadotada por ser o centro damensagem por eles anunciada.

Durante um grande período/ oscristãos também faziam o sinal dacruz com a mão para identificar-se elembrar uns aos outrosconstantemente da sua fé. Hoje/ aigreja evangélica deixou de praticareste ritual/ em razão de muitoshereges usarem esta pratica comosuperstição.

• Visto que o justo viverá pela fé/ amelhor maneira que temos paraconservar o símbolo que nosidentifica é uma lembrançapermanente do sofrimento do Senhorna cruz e da vida que temos a partirdela.

I I -A PERSPECTIVA

DEJESUS_ ,~-~^

Quando Jesus/ ao iniciar Seu

ministério em Cana da Galiléia/afirma a Maria que ainda não erachegada a Sua hora (Jo 2:4)/ deixaclaro que sempre teve consciência danatureza de Sua morte.

Lucas descreve a clareza que Ele tinhaa respeito do que as Escriturasexpunham a Seu respeito (Lc 24:27).Jesus reconhecia que n El e secumpriria a palavra de Isaías/ de queseria contado como um malfeitor (Lc22:37)/ para que todo o que nElecresse tivesse a vida eterna (Jo3:14/15). Sabia que os religiososbuscavam a Sua morte/ assim cornotinham buscado a dos profetas (Lc4:28/29).

Diversas vezes/ durante o Seuministério/ Ele fez menção do Seusofrimento (Mc 9:31; 8:21/32 e Lc18:31 /32)/ expressando que faria o atoredentor em obediência ao Pai (Jo6:38), mas também de Sua própriavontade (Jo 10:17/1 8).

Fazendo uma leitura cuidadosa dosevangelhos/ veremos a clareza queJesus tinha da Sua missão.

• Busco saber a vontade de Deus eobedecê-lO/ assim como Jesus o fez?

/ I l l -A ÊNFASE DOSAPÓSTOLOS

Nada nas mensagens pregadas e nosescritos dos apóstolos é tão enfatizadocomo o sacrifício do Senhor na cruz.

Para eles/ como podemos ver em 1Co 15:3/ na cruz se cumprem ospropósitos divinos. Entendiam que os

sofrimentos presentes eram umamaneira de compartilhar do cálice doSenhor (1 Pé 4:12), e que na cruzestava a Sua glória (GI 6:14) emconfronto'com a vergonha queconservava o incrédulo (ICo 1:18).Em sua doutrina, viam claramente quea maldição de Deus estavaplenamente satisfeita no Calvário (Cl3:13).

Até mesmo o apóstolo João, em suamajestosa visão do Apocalipse,identifica o glorioso Senhor comoAquele que foi morto (Ap 1:1 8). Maisadiante, reconhece o Cordeiro que foimorto, o qual possui autoridade paraabrir os selos (Ap 5:5).

Assim, nem mesmo a ressurreição quefoi algo tão motivador, predominou namensagem apostólica. Os apóstolosentenderam que a vitória sobre amorte só ocorreu por causa dosacrifício de Jesus na cruz.

• Estudo os ensinos dos apóstolosvendo na cruz o ponto central paraminha vida e vendo as bênçãos queela me oferece ?

IV - ̂ PERSISTÊNCIA DAvIÊFlÈJA APESAR DA - ;

_ v OPOSIÇÃO

A verdadeira Igreja tem preservado,no decorrer dos anos de sua história,a fidelidade à genuína fé, mesmo emmomentos, tanto do passado como do

presente, em que é preciso comprová-la com a oferta da própria vida.

Logo após a ressurreição de Cristo jáhavia, como registram os evangelhos,aqueles que buscaram corromper arealidade da vitória do Senhor sobrea morte. E a partir dali, esta tem sidouma luta permanente de muitoscontra a fé.

Hoje, um dos desafios ao crente estáem preservar a fé cristã diante de ummundo pós-moderno que se manifestacom a penetração de uma falsamensagem cristã. Esta leva seusadeptos a acreditar na prosperidade,quando afirma que a cura de umdente cariado deve ser evidenciada,não com a cura da dor, mas com apresença do ouro; que o pecado nemsempre é culpa do desejo do homemcaído, mas de uma entidade maligna,que deve ser rejeitada para alcançaro conforto. Enfim, verifica-se emdiversas tendências que seapresentam como cristãs, oesfriamento da fé, priorizando oconforto e o prazer.

Através da história da Igreja,verificamos que a verdadeiramensagem da cruz é demonstradasomente por aqueles que têm sua féfundamentada na Bíblia.

• A vida exige que o homem definaprioridades. Qual a posição que acruz ocupa em minha vida?

10

POR QU€ CRISTOMORR€U?

Pr. Luiz César Nunes de Araújo

Introdução

Geralmente quando ha um crime, a Justiçadetermina que se faça um trabalho de investigaçãopara que sejam encontrados os responsáveis.Façamos uma investigação nas Escrituras paradescobrir quem são os responsáveis pela mortede Cristo.

Por que Cristo morreu? Quem foi o responsávelpela Sua execução? Quem são os suspeitos? Enós/ quanto estamos envolvidos com a Sua morte?Qual é a nossa responsabilidade? Olhando atravésdos olhos de Deus, vejamos a nossa participação.A morte de Jesus foi um acidente? Ou será quefazia parte dos propósitos de Deus Pai?Conheçamos os responsáveis:

l - PI LATOS, O GOVERNADOR:cr?'™ POR CONVENIÊNCIA^ :

1. Pilatos era um governador romano na provínciadajudéia. Ele quis agradar aos judeus, entregando-lhes Jesus (Mc 15:15).

2. Pilatos estava convicto da inocência de Jesus(Lc 23:4; Jo 1 8:38; Jo 19:4-5).

3. A mulher de Pilatos o havia avisado: "Não teenvolvas com esse justo" (Mt 27:19).

Texto Básico:João 10:11-18

Texto Devocional:Isafas52:1-15

Versículo Chave:"Logo, já não sou eu quemvive, mas Cristo vive em m/m;e esse viver que, agora, tenhona carne, vivo pela fé no Filhode Deus, que me amou e a simesmo se entregou por mim"-Cl 2:20.

Objetivo da Lição:Mostrar que, acima dasatitudes dos homens, a mortede Cristo foi determinada peloPai, pela vontade do Filho epor amor de nós

Leía a Bíblia diariamente:22 feira: Jo 3:14-183a feira: Rm 2:25-294a feíra: Is 52:10-155a feira: l Co 15:1-66* feirarGl 5:1 -6sábado: l Tm 6:1-8domingo: Tgl:12-l7

n

4. Pilatos tentou libertar Jesus.Vejamos como:

- enviando-O a Herodes (Lc 23:5-12);

- usando meias medidas (Lc 23:16-22);

- tentando soltá-IO através de votopopular (Lc 23:20);

- tentando protestar a Suainocência (Mt 27:24).

5. Pilatos, por fim/ cedeu à pressão eentregou Jesus para ser crucificado(Lc 23:23-25). Quis contentar amultidão (Mc 15:15).

• Pilatos fez sua escolha entre ahonra e a ambição/ entre o princípioe a conveniência (Jo l 9:12).

• "É fácil condenar a Pilatos e passar poralto nosso próprio comportamentoigualmente tortuoso. Ansiosos por evitar ador de uma entrega completa a Cristo, nóstambém procuramos subterfúgios. Deixamosa decisão para alguém mais, ou optamos porum compromisso morno, ou procuramoshonrar a Jesus pelo motivo errado (comomestre em vez de Senhor), ou até mesmofazemos uma afirmação pública da lealdadea Ele, mas ao mesmo tempo O negamos emnossos corações" - Stott.

- Festejava com publicanos (Mt9:10-11).

- Curava no sábado (Mt 12:1-8).- Denunciava a hipocrisia (Mt 23:

27).- Causava a inveja (Mt 27:1 8).- Encurralava os sacerdotes/

deixando-os sem saída (Mc 11:28-30).- Tinha autoridade para ensinar,

expelir demónios, perdoar pecados ejulgar o mundo/ mas os sacerdotesnão tinham esta autoridade.

• Os sacerdotes decidiram eliminá-IO(Mt 27:20).

• "A mesma paixão maligna influencianossas atitudes contemporâneas para comJesus. Ele ainda é, como O denominouC.S.Lewis, 'um interferídortranscendental'.Ressentimo-nos de Suas intrusões à nossavida privada, Sua exigência de nossahomenagem, Sua expectativa de nossaobediência. Por que ê que Ele não cuida deSeus próprios negócios, perguntamospetulantemente, e nos deixa empai? A essapergunta Ele instantaneamente respondedizendo que nós somos o Seu negócio e quejamais nos deixará sozinhos. De modo quenós também vemo-10 como um rivalameaçador, que perturba nossa paz, minaautoridade e diminui nosso auto-respeito.Nós também queremos eliminã-lO" - Stott.

II - OS SACERDOTESJUDEUS: POR INVEJA

1. Os sacerdotes entregaram Jesus aPilatos/ acusaram-nO de subversivoe exigiram a crucificação. Jesusdestaca a culpa deles GO 19:11).

2. Jesus incomodava os sacerdotes- Deixava-Se chamar de Mestre

(Mt 19:1 6; 26:49).

12

IIÍ-JUDASISCARIOTES:

POR DINHEIRO^ "

1. A traição de Jesus por Judas (1 Co11:23)

a. Judas seria um escolhido para0 ma!? (Lc 22:3; Jo 17:12; At 1:15-1 7). Entretanto nada disso exoneraJudas. Ele era um agente livre. Podianão ser ele.

b. Ele se expôs à vontade deSatanás (Jo 13:25-30). A traição foiodiosa (Mc 14:21).

c. O suicídio de Judas foi umatestado de culpa.

2. Qual o motivo da traição?Ganância

a. Judas vendeu a Jesus (Mt 26:6-16, Mc 14:3-11).

b. Judas amava ao dinheiro (l_c12:15; l Tm 6:10).

• Não é por acaso que Jesus nos dizque devemos nos acautelar de toda acobiça/ ou que Paulo declara que oamor do dinheiro é a raiz de todos osmales (Lc 12:15; 1 Tm 6:10). Muitosse deixam subornar (Am 2:6). Mas ocristão não deve ser amante dodinheiro (1 Tm 3:3,8; Tt 1:7).

IV-O PRÓPRIO SENHORJESUS: POR AMOR

1. Jesus se identificou com ospecadores o tempo todo.

2. Jesus Se recusou a desviar-Se dacruz.

3. Jesus predisse a Sua morte (Mt17:23).

4. Jesus deu a Sua vida (Jo10:11,17,18).

5. Jesus Se entregou por nós (GI 2:20,Ef5:2, 25).

6. Deus o entregou por amor (Rm8:32).

• "E essencial que conservemos juntosestes dois.modos complementares de olhara cniz. No nível humano, Judas O entregouaos sacerdotes, os quais O entregaram aPilatos, que O entregou aos soldados, osquais O crucificaram. Mas, no nível divino,o Pai O entregou, e Ele Se entregou a Simesmo para morrer por nós. À medida queencaramos a cruz, pois, podemos dizer a nósmesmos: 'Eu O matei, meus pecados Oenviaram à cruz'; e: 'Ele Se matou, Seu amorO levou à cruz'- O apóstolo Pedro uniu asduas verdades em sua admirável afirmativado dia de Pentecostes: 'Sendo este entreguepelo determinado desígnio e presciência deDeus, vós o matastes, crucificando-o pormão de iníquos' - At 2:27. Assim, Pedroatribuiu a morte de Jesus simultaneamenteao plano de Deus e à maldade dos homens,Pois a cruz, que é a exposição da maldadehumana, como temos considerado emparticular neste capítulo, é ao mesmo tempoa revelação do propósito divino de vencer amaldade humana assim exposta" - Stott.

- CONCLUSÃO I -

Por que Cristo morreu? Morreu pelaresponsabilidade de Judas, dossacerdotes e de Pilatos. Contudo, oque se conclui é que Jesus foi à cruzvoluntariamente e deliberadamente.Ele Se consagrou a ess^ destino. EleSe identificou com os pecadores emorreu por eles. De fato, o bomPastor dá a Sua vida pelas ovelhas (Jo10:11). Grande deve ser a nossagratidão.

13

OLHANDO RBRIXO DfiSUP€RFÍCI€

Texto Básico:Mateus 27:33-44

Texto Devocional:Salmo 22:1-31

Versículo Chave:"Mas Deus prova o seu próprioamor para conosco pelo fato deter Cristo morrido por nós, sendonós ainda pecadores" - Rm 5:8.

Objetivo da Lição:Mostrar quão alto preço Jesuspagou para conduzir-nos a Deus.Desafiar cada um a retribuir essetão grande amor

Leia a Bíblia diariamente2afei3afeí4a fel5Jfei6afei

a: Mt 27:33-44a: Mt 27:45-56a: Lc 22:39-46a: Lc 23:44-49a: Rm 6:1-l 4

sábado: Pp 2:5-11domingo: Hb 7:20-28

Pr. Luiz César Nunes de Araújo

Introdução

Na lição anterior/ vimos que a morte de Cristoocorreu devido à maldade humana, mas foitambém por desígnio de Deus e vontade de SeuFilho, Cristo morreu por nós/ sendo nós aindapecadores (Rm 5:8). O Bom Pastor deu a Sua vidapelas ovelhas (Jo 1 0:1 5). Ele morreu para conduzir-nos a Deus (1 Pé 3:1 8). O Seu sangue derramadonos purifica de todo o pecado (1 Jo 1 :7). De fato,o salário que Cristo recebeu por causa de nossospecados foi a morte, e morte de cruz (Rm 6;23; Fp2:8). Ele nos amou até o fim/ Ele sofreu a nossamorte, visto que morreu pelos nossos pecados,sendo que Ele mesmo nunca pecou (Hb 4:15).

John Stott nos. convida a penetrarmos maisprofundamente na razão, moralidade e eficáciada morte de Cristo na cruz. Ele nos convoca paraexaminarmos as últimas 24 horas da vida de Jesuse descobrirmos as verdades teológicas implícitasem cada parte do Seu último dia. O que devemosobservar quando analisamos os últimos momentosda história de Jesus entre nós? Vejamos o seguinte:

(MjâÍ6:26-28; Mcf~ Lc 22:1

Podemos imaginar Jesus junto de uma mesa baixa,reclinado sobre almofadas, no chão. Ali, Eleproferiu palavras tremendamente reveladorassobre o significado e propósito de Sua morte:

1. A centralidade da Sua morteO pão e o vinho distribuídos aosdiscípulos deveriam simbolizar parasempre a Sua morte. Era por Suamorte que Ele desejava/ acima detudo, ser lembrado. Se a cruz não foro centro da nossa religião/ a nossareligião não é Jesus.

2. O propósito de Sua morteO sangue de Jesus deveria serderramado para perdão dos pecados(Mt 26:28). Deus, ern Cristo, estavafazendo uma "nova aliança"com Seupovo. Estava se cumprindo o que foradito por meio do profeta Jeremias (Jr31:31-34), que Jesus iria morrer a fimde levar o Seu povo a um novorelacionamento de aliança com Deus.

3. A necessidade de nos apropriarmospessoalmente de Sua morteAssim como os discípulos deveriamcomer o pão e beber o vinho, eranecessário que eles participassempessoalmente dos benefícios da Suamorte. O comer e o beber eram,como ainda o são, uma parábola vivade como recebermos a Cristo comonosso Salvador crucificado, e nosalimentarmos dEle, pela fé, em nossoscorações.

M - A^GONIA NO JARDIM;^fG)OGETSÊM,ANI .

(Mp6:36-46; Mc Í4:32-42;"^ 'lc 22:39-46) '-'

No jardim, Jesus orou, primeiro porSi mesmo e depois pelos discípulos,para que se mantivessem na verdade,santidade, missão e unidade.

É ali que Jesus faz menção ao "cálice"que Ele haveria de beber. Que cáliceé esse? Segundo Stott, o cálice nãosimbolizava nem a dor física de seraçoitado e crucificado, nem a afliçãomental de ser desprezado pelo Seupovo, antes, a agonia espiritual delevar os pecados do mundo, desuportar o juízo divino que essespecados mereciam, O cálice era osímbolo da ira do Senhor (Jó 21:20),por amor a nós, Jesus bebeu. Jesuscomeça a oração dizendo: "Meu Pai,se possível passe de mitn esse cálice!"e termina: "Todavia, não seja comoeu quero, e sim como tu queres" (Mt26:39-42). Jesus disse: "Não bebereis,porventura, o cálice que o Pai medeur(Jol8:11). Sirn, Ele o bebeu.

^JI-OGRITO DEDESAMPARO NA~CRjJZ. (Mt 27:46; Lei 5:34)

Vamos ao fim da história. Jesus foilevado ao matadouro; e, como ovelhamuda perante os seus tosquiadores,Ele não abriu a Sua boca (Is 53:7). Nacruz, Jesus grita: "Eloi, Eloi, lamasabactânR" Que significa: "Deusmeu, Deus meu, por que medesamparaste?" Qual a importânciadestas palavras na boca de Jesus?

Jesus experimentou uma separaçãoreal de Seu pai. Ele expressou essehorror citando o único versículo daEscritura que corresponde àquelemomento (SI 22:1). Ele levou ospecados do mundo. Delibera-damente, livre e perfeitamente emamor, Ele suportou o juízo em nosso

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lugar. Ele nos conseguiu a salvação/estabeleceu uma nova aliança entreDeus e os homens e tornou disponívelo perdão dos pecados.

CONCLUSÃO

No final desse relato/ chegamos aalgumas conclusões:

1. Nosso pecado é extremamentehorrívelNada revela a gravidade do pecadocomo a cruz. Só quando vemos aseveridade de nossos pecados é queenxergamos o Senhor Jesus como oSalvador de quem precisamosurgentemente.

2. O amor de Deus é ilimitadoDeus podia, com justiça, ter-nos

abandonado, mas Ele não nosabandonou. Por causa de Seu amorpor nós, Ele veio procurar-nos emCristo. Na cruz, Jesus levou o nossopecado, a nossa culpa, o nosso juízoe a nossa morte.

3. A salvação é um dom gratuitoApós o que Cristo fez na cruz, o quenos resta pagar? Nada! visto que tudoesta consumado. Esta cruz não nosdeixa livres para pecar, pelo contrário,ela é o incentivo mais poderoso a umavida santa. Temos que nos humilharaos pés da cruz, confessar nossospecados e agradecer a Deus o que Elefez por nós. Devemos fazer sempre adeclaração descrita no hino " AMensagem da Cruz", que diz:

"Eu aqui, com Jesus,A vergonha da cruzQuero sempre levar e sofrer."

ANOTAÇÕES

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O PROBl€MA DO P€RDflO

Pr. Luiz César Nunes de Araújo

Introdução

Por que Jesus teve de morrer na cruz para quenossos pecados fossem perdoados? Deus nãopoderia nos perdoar como nós perdoamos osoutros? Não é um método muito rústico e primitivoque uma pessoa tenha de morrer para que Deusnos perdoe? A resposta a estas perguntas é: A cruzde Cristo é o único fundamento sobre o qual Deusperdoa pecados. O perdão para o homem é omais claro dos deveres; para Deus é o maisprofundo dos problemas. Na cruz de Cristo háuma colisão entre a perfeição divina e a rebeldiahumana. A cruz de Cristo é fundamental para queDeus nos perdoe pelos seguintes motivos:

'- l -O HOMEM

1 . O que quer dizer "pecar"*Ha cinco palavras no grego para descrever apalavra "pecar".

a. Pecar é errar o alvo (hamartia);

b. Pecar é cometer iniquidade (adikia);

c. Pecar é ser degenerado (poneria);

d. Pecar é ir além do limite (parabasis);

Texto Básico:Romanos 5:1-11

Texto Devocional:Isaías 53:1-12

Versículo Chave:"Porque Cristo, quando nósainda éramos fracos, morreu aseu tempo pelos ímpios" - Rm5:6.

Objetivo da Lição:Mostrar que o perdão, quecustou muito para Deus, foi-nosoferecido gratuitamente emCristo.

Leia a Bíblia diariamente:23fei3Mei

5afei

a: Rm 5:1-11a: Rm 5:12-21a: Rm 6:1-14a: Rm 6:15-23a:Hb!2:18-19

Sábado:! Pé 1:13-21domingo: l Jo 2:1-6

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e. Pecar é faltar com a lei(anomia).

2. O que é o "pecado"?

a. Pecado é a quebra da lei deDeus e a do nosso próprio ser (Rm2:15).

b. Pecado é a tentativa de serindependente de Deus; é a ocupaçãode uma posição que só a Deuspertence.

c. Pecado é uma hostilidadecontra Deus (Rm. 8:7).

As pessoas tentam tirar a palavrapecado do vocabulário comum.

O Dr. Karl Minninger observou quea Palavra pecado esta em desuso. Elediz: "Muitos pecados antigos têm-setransformado em crimes/ de modoque a responsabilidade pela suasolução passou da igreja para oEstado, do sacerdote para o policial/ao passo que outros se dissiparam emdoenças/ ou pelo menos nos sintomasde doenças, de forma que nessescasos os tratamentos substituem ocastigo. Um terceiro e convenienteartifício chamado "responsabilidadecoletiva" capacitou-nos a transferira culpa de nosso comportamentodesviado de nós mesmos comoindivíduos, para a sociedade comoum todo ou para um dos seus muitosagrupamentos".

A Bíblia, no entanto, não cede emsua definição de pecado. Todohomem é pecador e esta em rebeldiacontra Deus (Rm 3:23).

Herdamos uma natureza pecaminosaque produz toda sorte de pecados (Mc7:21/23). O pecador é escravo dopecado (Jo 8:34). Somente o EspíritoSanto pode convencer o homem dagravidade do seu pecado (Jo 1 6:7-8).

II-DEIÍSÉ SANTO DEMAIS^

1. Deus é SantíssimoEste é o fundamento da religiãobíblica (Is 59:1-3; Hb 1:13):

a. Ele não pode contemplariniquidade (Êx 33:20-23; Jz 13:22);

b. quem O contemplou ficouperplexo (Êx 3:6; Is 6:1-5, Jó 42:5-6;Ez 1:28; Dn 10:9);

c. os que se defrontaram com aglória de Jesus sentiram-seincomodados (Lc 5:8 ; Ap 1:1 7).

2. Deus Se iraÉ uma reação santa ao mal:

a. revelada na deterioração moralda humanidade (Rm 1:1 8);

b. é como um vom/to-nãosetemcontrole (Ap 3:15-16);

c. a santidade de Deus expõe opecado e a Sua ira se opõe a ele.

3. Deus é AltíssimoEle está assentado em um alto esublime trono (Is 6:1). Ele é alto eexaltado/ entretanto Se inclina aoclamor de um servo (Si 40:1).

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4. Deus está distanteA Bíblia fala que o pecado não podeachegar-se a Deus e que Ele não tolerao pecado. No Antigo Testamento/muitos são os mandamentos para queo povo mantivesse distância de Deus(Êx3:5, Js3:4). Os que não aceitarema Cristo terão que afastar-se dEle (Mt25:41).

5. Deus é luz e fogoDeus é fogo consumidor, ninguémpode suportar o Seu calor e o Seubrilho (Jo 1:5; Hb 12:29). Sem olharpara Cristo, jamais poderíamos ver aglória de Deus.

O que aconteceria se houvesse umacolisão entre o Deus santo e o homempecador? O homem seria aniquiladoda presença de Deus.

A única maneira de Deus ter a Suajustiça satisfeita é através da morte deCristo

1. Se o homem é pecador demais eDeus é santo demais/ como podehaver reconciliação? Somente atravésde Cristo, que é Deus e homem aomesmo tempo. Ele é o únicomediador (l Tm 2:5).

2. Só poderíamos ser aceitos por Deusse pagássemos o que devemos a Ele.Somos incapazes de fazê-lo. Jesussatisfez a justiça de Deus.

3. Nem a nossa obediência/ nem asnossas boas obras podem nosreconciliar com Deus. (Ef 2:8-10).

4. Não há ninguém que pode trazersatisfação a não ser o próprio Deus.Mas ninguém deve fazê-lo a não sero homem; de outra forma o homemnão oferece satisfação. Portanto/ énecessário que alguém que seja Deus-homem o faça. E preciso que amesma pessoa seja perfeitamenteDeus e perfeitamente homem, umavez que ninguém pode fazê-lo semser perfeitamente Deus e homem".Jesus é esta pessoa visto que nEle"Deus, o Verbo e o homem seencontram" (1 Tm 2:5; Is 53:11; 1 Co15:20-22).

5. Assim/ pois, a cruz de Cristo "é oevento no qual Deus simultaneamente tornaconhecida Sua santidade e. Seu amor, em umúnico evento, de um modo absoluto. A cruzé o único lugar em- que o Deus amoroso,perdoador e misericordioso é revelado. Nacruz percebemos que a Sua santidade e o Seuamor são igualmente infinitos" - Stott. Nacruz Deus Se revelou Justo e Salvador(Is 45:21).

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CRUZ SRTISF€2 fl TODOS

Introdução

Texto Básico;Isaías53:l-12

Texto Devocional:Efésios 3:14-21

Versículo Chave:"Certamente, a palavra da cruz éloucura para os que se perdem,mas para nós, que somos salvos,poder de Deus" -1 Co 1:18

Objetivo da Lição: .Levar o aluno a conhecer, atravésda cruz, o conceito bíblico de"satisfação".

Leia a Bíblia diariamente:2a feira: Jo 12:37-503a feira: Jo 14:1-1543 feira: Jo 15:1-115a feira: Jo 16:7-246a feira: Jo 18:12-27sábado: Jo 19:17-30domingo: Jo 20:19-31

Deus escolheu a cruz como modo de perdoar ospecadores e reconciliá-los com Ele. Certamentenão havia outra forma de responder a todos osquestionamentos da teologia, senão através dacruz. A cruz foi a resposta de Deus ao diabo, àLei, à Sua honra ofendida, à ordem moral domundo e ao Seu amor por nós.

Simultaneamente/ Deus expressou Sua santidadesem nos consumir, e o Seu amor sem tolerar osnossos pecados, salvando-nos na cruz.

Observe esta ilustração:

Satisfez à honraofendida de Deus

Satisfez àordem

moral domundo

Satisfez àLei

Satisfez ao diabo

Nesta lição vamos tratar cada uma das direçõespara onde a cruz aponta, segundo o capítulo cincoda obra "A Cruz de Cristo''de John Stott.

l-SATISFAZENDO AODIABO

(At 2:23,24)

A noção de que foi o diabo que tornoua cruz necessária é muito forte naigreja até hoje. Os crentes da igrejaprimitiva reconheciam que desde aqueda, e por causa dela, ahumanidade esteve cativa nãosomente ao pecado e à culpa, mastambém ao diabo. Pensavam nelecomo o senhor do pecado e da morte/e corno o maior tirano de quem Jesusveio nos libertar. Há três implicaçõesdeste pensamento.

1. Conceder ao diabo mais poder deque ele possuiÉ como se o diabo tivesse adquiridocertos direitos sobre o homem, osquais até o próprio Deus fosseobrigado a satisfazer de modohonrável.

2. Pensar na cruz como umatransação divina com o diaboÉ corno se a cruz fosse o preço doresgate exigido pelo diabo, paralibertar os seus cativos.

3. Pensar que o diabo tinha o poderde levar Jesus à cruzSobre nós, pecadores, o diabo tem opoder da morte (Hb 2:14), contudo elenão mantinha autoridade nenhumasobre Jesus, que era sem pecado e quederramou sangue inocente. Negamosque o diabo tenha sobre nós direitosque Deus seja obrigado a satisfazer.Consequentemente, toda noção damorte de Cristo que a relacione a uma

transação com o diabo está fora decogitação.

• Para pensar: Lc 11:22 fala sobre ovalente que é vencido por aquele queé mais valente. O último atacou oprimeiro e o sobrepujou, através dacruz.

II-SATISFAZENDO À LEI(l Jo3:4) _. -

Outra maneira de explicar anecessidade da cruz é a satisfação queela dá à Lei. Pecado é "transgressãoda lei". Esta, uma vez quebrada,requer a punição do infrator. A leideve, portanto, ser sustentada, suadignidade defendida e suas justaspenalidades, pagas. Assim ela é"satisfeita". "... sem derramamento desangue não há remissão" (Hb 9:22}.

Em D n 6:1-15, o rei D ar i o,relutantemente, curvou-se aoinevitável e deu ordem para queDaniel fosse atirado na cova dosleões, cumprindo uma lei que elemesmo sancionara, caindoingenuamente na armadilha dossãtrapas. Ali, a lei havia triunfado.Deus não pode abolir a constituiçãomoral das coisas que Ele mesmoestabeleceu.

A conexão de Deus com a lei não éuma relação de sujeição, mas deidentidade. Em Deus, a lei é viva,reina no Seu trono e é coroada com aSua glória, pois é a expressão do Seupróprio ser moral, o qual é semprecoerente.

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• Para pensar: Não pode haver nadanas exigências da lei, na suaseveridade, na sua condenação, nasua morte, na sua maldição, que nãoseja um reflexo (parcial) dasperfeições de Deus. Tudo o que fordevido à lei é devido a ela por ser alei de Deus, e, portanto, é devido aopróprio Deus- N. Dimock.

Ill-SATISFAZENDO A, HONRÁEÀJUSTÍÇA7 àEDEUS

,(Rm2:23)

Anselmo de Cantuária define opecado corno "não dará Deus o quelhe é devido", a saber a submissãode toda a nossa vontade a Ele. Pecar,portanto/ é tomar de Deus o que édEle, o que significa roubar dEle e,assim, desonrá-IO (veja Ml 1:6).

Se alguém imagina que Deus podesimplesmente nos perdoar do mesmomodo que devemos perdoar uns aosoutros/ ainda não considerou aseriedade do pecado (Hb 9:22). Opecado desonra a Deus, que temcomo mais justo a honra de Suaprópria dignidade (Rm 2:23). Sedesejamos ser perdoados/ devemospagar o que devemos. Contudo/somos incapazes de fazê-lo (Is 53:5).

Eis por que/ em Cristo Deus/ e ohomem se encontraram (Jo 1:14).Jesus realizou uma obra singular/ poisentregou-Se à morte - não como seEle fosse devedor/ visto que era sempecado e/ portanto/ sem nenhumaobrigação de morrer, mas

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espontaneamente pela honra de Deus(Fp 2:5-8).

Na cruz, a honra de Deus, que lhefora roubada pelo pecado do homem/foi-lhe devolvida através de Jesus (Cl1:20). O pecado acarretou uma"quebra na ordem do mundo"/ umadesordem tão profunda que foinecessária uma reparação ourestituição. A Bíblia chama isso de"expiação".

IV- DEUS SATISFAZENDO-SE A SI MESMO _:

'- _ _ (Ez 36:21-23)-

A Bíblia usa várias linguagens paraacentuar que quando Deus é obrigadoa julgar os pecadores, Ele o faz porquedeve, se deseja permanecerverdadeiro a Si mesmo. São elas:

1. A linguagem da provocaçãoDeus descreve-Se como provocado àira por causa da idolatria de Israel (Dt32:16, 21; Jz 2:12; SI 78:58). Alinguagem da provocação exprime areação inevitável da natureza perfeitade Deus ao mal.

2. A linguagem do ardorEssa palavra é aplicada a Deus, cujaira se acende sempre que vê Seu povoquebrando Sua aliança (Js 7:1). Defato, é precisamente quando é"provocado" à ira que se diz que EleSe queima com ela (2 Rs 22:1 7).

No calor seco da Palestina o fogoacende-se facilmente. O mesmoacontecia com a ira de Deus porcausa do mal do Seu povo. Se era

fácil acender um fogo durante aestação seca na Palestina, era difícilapagá-lo. O mesmo acontecia com aira divina (2 Cr 34:25).

3. A linguagem da auto-satisfaçãoEm Ez 7:8 a palavra "derramar" vemdo termo hebraico /ca/á, que significasatisfazer, realizar, completarei sua iracontra Judã. A ira de Deus só cessaquando é cumprida (Lm 4:11).

Resumindo: Deus é provocado à irazelosa pelo pecado de Seu povo.Uma vez acesa, Sua ira "arde" e nãopode ser facilmente apagada.Inevitavelmente, Ele a satisfazexercendo o Seu juízo.

V-Õ SANTO AMOR4; r DE DEUS -,

i-:k_.. (Os 1l:l--9) -""

• A quern ensinou a andar,tomando-o nos braços (v.3) e

• Inclinando-Se para alimentá-lo (v.4)

Contudo, Seu filho (Israel) provou serum desgarrado e não reconheceu oSeu terno amor de pai (vs. 5-7).Consequentemente, merecia serpunido. Mas o que Deus fez?

"Como te deixaria, ó Efraim?Como te entregaria, ó Israel? (...) Meucoração está comovido dentro demim, as minhas compaixões à umase acendem. Não executarei o furorda minha ira; não tornarei paradestruirá Efraim, porque eu sou Deuse não homem, o Santo no meio de ti,não voltarei em ira" (Os 11:8,9).

.:/••- CONCLUSÃO ;

O que tudo isso tem a ver com aexpiação? Apenas que o modo queDeus escolhe para perdoar ospecadores e reconciliá-los consigomesmo, é, acima de tudo, coerentecom Seu próprio caráter. Não ésomente que deve subverter edesarmar o diabo, a fim de resgataros seus cativos. Nem é somente queEle deve satisfazer à Sua lei, à Suahonra, à Sua justiça ou à ordem moral.É que deve satisfazer a Si mesmo.

No capítulo 11 de Oséias, Deusmostra o Seu grande amor por Israel

• Ele se refere a Israel como Seufilho (v.1)

O madeiro sobre o qual Jesus foi postopara ser crucificado representa paraa igreja muito mais do que umasimples estaca. A cruz é o melhorsímbolo escolhido por Deus pararepresentar o Seu amor pelosperdidos e para satisfazer a tudo e atodos.

1. A cruz responde a todos osquestionamentos a respeito de Deuse da salvação.

2. O diabo não tem sobre nós direitosque Deus seja obrigado a satisfazer.

3. A conexão de Deus com a lei nãoê uma relação de sujeição, mas deidentidade.

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AUTO-SUBSTITUIÇAOD€ D6US

Pr. Ricardo Oliveira César

Texto Básico:Isafas 53:1-12

Texto Devocional:Romanos 9:1-5

Versículo Chave:"Todos nós andávamosdesgarrados como ovelhas;cada um se desviava petocaminho, mas o Senhor fezcair sobre Ele a iniquidade denós todos"- Is 53:6.

Objetivo da lição:Levar o aluno a conhecer oconceito bíblico de expiação.

Leia a Bíblia diariamente:2a feira: Rm 3:21-313a feira: Êx 32:25-3542 feira: Hb 9:11-1553 feira: Êx 12:37-516a feira: Lv 16:29-34sábado: 2 Co 5:11-21domingo:! Pé 1:13-21

Introdução

Como pôde Deus expressar simultaneamente Suasantidade no juízo e Seu amor no perdão?Somente providenciando um substituto divino parao pecador/ de modo que o substituto recebesse ojuízo, e o pecador o perdão (Rm 3:23-25).

Deus/ em Sua misericórdia/ desejou perdoar oshomens pecadores, sem acoitar o pecado. Paraisto, dirigiu contra Seu próprio Ser/ na pessoa deSeu Filho, o peso total da justa ira a qual elesmereciam.

Este conceito de auto-substítuição será o assuntoabordado nesta lição, baseada no capítulo seis daobra "A Cruz de Cristo" de John Stott.

l - O, CONCEITO BÍBLICO DE••:•:•-, S U BSTITU l ÇÃÓ -„- ->-

1 . A definição da palavra "substituição"A noção de substituição é que uma pessoa toma olugar de outra, especialmente a fim de levar suador e livrá-la dela.

2. Dois exemplos de altruísmo na Bíblia

a. Moisés estava disposto a ter o seu nomeapagado do livro de Deus se tão somente com

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esse gesto Israel fosse perdoado (Êx32:32).

b. Paulo duas vezes expressou esteprincípio:

- Em Rm 9:1-5, onde desejaria serseparado de Cristo por amor dosisraelitas;

- Em Fm 18-19, onde prometiapagar a Filemom as dívidas deOnésímo.

3. Um exemplo secularDa mesma forma/ em nosso século,não podemos deixar de nos comovercom o heroísmo de Maximilian Kolbe/um franciscano polonês, no carnpo deconcentração nazista de Auschwitz.Quando vários prisioneiros foramselecionados para a execução/ e umdeles gritou que era casado e tinhafilhos/ "Kolbe deu um passo à frentee perguntou se podia tomar o lugardo condenado. As autoridadesaceitaram a sua oferta/ e ele foiabandonado numa cela subterrâneapara morrer de fome" (Trevor Beeson).

4. O conceito bíblico"Sem derramamento de sangue, nãohá remissão"(Hb 9:22). Portanto/ nãopode haver perdão sem o sangue,como também não pode haverexpiação sern substituição. Tinha dehaver vida por vida ou sangue porsangue. Somente o precioso sanguede Cristo tinha valor suficiente (1 Pé1:19).

• Quando Cristo morreu na cruz/Ele, por amor, nos substituiu da únicamaneira que poderia satisfazer aDeus.

I I -A RELAÇÃO ENTREPÁSCOA E

"LEVAR O PECADO"' (Êx 12:3/12-14; Is 53:1-12)

Ambos são conceitos que nos ajudama compreender melhor a auto-substituição de Deus.

1. A história da Páscoa (Êx, caps. 11 a 13)A Páscoa foi uma mensagemabsolutamente clara aos israelitas; eigualmente a nós que vemos ocumprimento da Páscoa no sacrifício deCristo.

a. Deus passou como Juiz "atravésdo Egito" a fim de julgar os egípcios ecomo Redentor "passando por cima"das casas dos israelitas a fim deprotegê-los. É o mesmo Deus/ quepor intermédio de Cristo/ nos salva deSi mesmo (Êx 12:12).

b. A salvação foi por intermédioda substituição. Os únicosprimogénitos poupados foram aquelesem cujas famílias um cordeiro tinhamorrido em seu lugar (Êx 12:3),

c. O sangue do cordeiro, depoisde derramado/ devia ser aspergido.Devia haver uma apropriaçãoindividual da provisão divina. Deustinha de Ver o sangue'7antes de salvara família (Êx 12:13).

d. Cada família salva era, pois,comprada para Deus. A vida todadeles agora pertencia a Ele/ e estavamtambém livres para ir ao Sinai celebrar(Êx12:14).

• Para que pudéssemos adorar aDeus/ o mesmo Se deu através de

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Jesus/ o Cordeiro Pascal (Jo 1:29), quemorreu em nosso lugar/ derramandoSeu precioso sangue para nos fazerlivres para adorar.

2. A noção de "levar o pecado"No Novo Testamento lemos a respeitode Cristo que ele mesmo carregou"em seu corpo, sobre o madeiro, osnossos pecados" (l Pé 2:24), e de igualforma que foi "oferecido uma vez parasempre para tirar os pecados demuitos" (Hb 9:28). Mas o quesignifica "levar o pecado"?

"Levar o pecado" não significa queDeus se tornou simpatizante dospecadores, mas sim que Ele sofreu apenalidade deles. A expressão "levaro pecado" aparece com frequêncianos livros de Levítico e de Números erefere-se àquele que peca/ quebrandoas leis de Deus, que "levará a suainiquidade", isto é, será tido comoresponsável ou sofrerá pelos seuspecados.

3. O cerimonial da expiação podeexplicar melhor (Lv l 6)

1 - Passo - O sumo sacerdote deviatomar "dois bodes para a oferta pelopecado" a fim de expiar os pecadosda comunidade israelita como umtodo (Lv 16:5).

2° Passo - Um bode devia sersacrificado e seu sangue aspergido nasparedes do tabernáculo. Sobre a cabeçado outro bode/ vivo/ o sumo sacerdotedevia pôr ambas as mãos e confessar"todas as iniquidades dos filhos de Israel,e todos os seus pecados: e os porá sobrea cabeça do bode" (Lv 16:21).

32 Passo - O sacerdote devia

enviar o bode ao deserto, e o bodelevaria "sobre si todas as iniquidadesdeles para terra solitária" (Lv 16:22).

O autor aos Hebreus não hesita emver Jesus tanto como "misericordiosoe fiel sumo sacerdote" (Hb 2:17)quanto como as duas vítimas, o bodesacrificado, cujo sangue era levadopara o Santo dos Santos (Hb 9:7,12),e o bode expiatório, que tirava ospecados do povo (Hb 9:28).

• Mais uma vez vemos em Jesusa plenitude de Deus (Cl 1:19). Suamorte na cruz satisfez a todos e Seupapel substituiu a todos também.

Tlí-QUEMÉOSUBSTITUTO? ~

•':~-' (Rm 5:8; l Tm 2:5)

Quem tomou o nosso lugar, levou onosso pecado/ tornou-se maldição pornós/ sofreu a nossa penalidade,morreu a nossa morte? É certo que"Deus prova o seu próprio amor paraconosco, pelo fato de ter Cristomorrido por nós, sendo nós aindapecadores" (Rm 5:8).

Essa seria a resposta simples,superficial. Mas quem foi esse Cristo?Como devemos pensar a respeito dEle?

1. Foi Ele apenas um homem?Se assim for, como poderia urn serhumano substituir a outros sereshumanos?

2. Foi Ele apenas Deus/ com aaparência de homem?Se assim for, como poderia Elerepresentar a humanidade?' Alémdisso/ como poderia Ele ter morrido?

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Devemos pensar em Cristo não comoapenas homem/ nem como apenasDeus, mas antes, como único Deus-homem, que por causa da Sua Pessoafoi singularmente qualificado parafazer mediação entre Deus e ohomem. Desta forma, fica-nos claraa mensagem do texto de 1 Tm 2:5.

IV-DEUS EM CRISTO;. " " (2 Co 5:1 7-19) - '"'

O substituto que tomou o nosso lugare morreu nossa morte na cruz, nãofoi o Homem somente, nem Deussomente. Deus, em Cristo, foiverdadeiramente e completamenteDeus e homem. Por causa disso, foiqualificado para representar tanto aDeus quanto ao homem e mediarentre eles.

A evidência do Novo Testamentoacerca do que acabamos de dizer éclara. Ao examiná-la, parece lógicoque inicie com o anúncio donascimento do Messias. Os nomesque Ele recebeu forarn Jesus (salvadordivino ou "Deus sa/va'0 e Emanuel("Deus conosco"}, pois no Seunascimento o próprio Deus tinhavindo resgatar o Seu povo, salvá-lodos seus pecados (Mt 1:21 -23). •

Essa convicção de que o Pai e o Filhonão podem ser separados/especialmente quando falamos sobreexpiação, tem em Paulo grandeconfirmação. Por exemplo, "tudoprovém de Deus" (referindo-se à obrada nova criatura - 2 Co 5:17-1 8)/ que"nos reconciliou consigo mesmo por

meio de Cristo'' e " esfava em Cristoreconciliando consigo o mundo" (2Co 5:1 8-19). Portanto, Deus e Cristoestavam juntos e ativos na obra dareconciliação.

Anselmo de Cantuária tinha razão aodizer que "somente o homem deviafazer reparação pelos seus pecados,visto que foi ele quem pecou. Etambém em dizer que somente Deuspodia fazer a reparação necessária,visto que foi Ele quem a exigiu". JesusCristo é, pois, o único Salvador, vistoque é a única Pessoa em Quem"devemos" e "podemos" ser unidos,sendo Ele mesmo tanto Deus quantohomem.

,- CONCLUSÃO --,- _

A doutrina da substituição afirma nãoapenas o fato (Deus substitui-nos porCristo), mas também a suanecessidade (não havia outro meiopelo qual o santo amor de Deuspudesse ser satisfeito e os sereshumanos rebeldes pudessem sersalvos). Portanto, enquantopermanecermos perante a cruz,teremos uma visão clara tanto deDeus, quanto de nós mesmos.

Ninguém expressou melhor esteprincípio do que AugustusToplady emseu hino imortal "Rocha Eterna";

Nada posso, meu Senhor!Nada eu tenho a te ofertar!

Sou tão só um pecadorTeu amparo a suplicar.

Rocha eterna, mostra, assim,Tua graça e amor por mim!

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SALVAÇÃO M€DIANT€A CRUZ

Pr. Luiz César Nunes ae Araújo

Texto Básico:2Coríntios5:18-21

Texto Devocional:Colossenses l :13-25

Versículo Chave:"Como escaparemos nós, senegligenciarmos tão grandesalvação?"- Hb 2:3a.

Objetivo da Lição:Mostrar as imagens queilustram a nossa salvação,convocando cada crente aentender a sua posição emCristo.

Leia a Bíblia diariamente:23 feira: Rm 8:12-173a feira: Gl 3:23-294a feira; Rm 3:21-115a feira: Rm 5:1-116afeira:! Pé 1:13-21sábado: 1 Jo2:1-6domingo: 2 Co 5:1 8-21

Introdução

ABíbliafalado "dia da salvação" e d& "taograndesalvação" (2 Co 6:12; Hb 2:3). Deus em Cristonos salvou, isto é, "nos libertou do império dastrevas e nos transportou para o reino do Filho doseu amor" (Cl 1:13). Nada poderia ser maisprecioso para nós do que sermos agraciados coma salvação eterna. Para nós foi de graça, mas paraDeus custou o preço do sangue de Seu filho (1 Pé1:18-21).

A Bíblia fala de quatro imagens (figuras) dasalvação: Propiciação, Redenção, Justificação eReconciliação. Vejamos as imagens da nossasalvação, sugeridas por Stott.

,:í-PROPICIAÇÃO:ACONTECE NO TEMPLO

1. Que significa "propiciação"*Propiciar significa apaziguar ou pacificara ira dealguém. No Tabernáculo (Templo) feito por ordemdo Senhor, havia o propiciatório (Êx 37:6); umalâmina de ouro sobre a qual o sangue de animaisera oferecido pelo pecado (Lv 16:14-15). Lá erafeita a propiciação, a pacificação de Deus com opecador. Paulo fala que Cristo foi proposto porDeus como propiciação (Rm 3:24-25); João dizque Jesus Cristo é a propiciação pelos nossospecados (1 Jo 2:1 -2; 4:10). Quer dizer, então, que

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Deus se enraivece? Que ofertas têmde ser feitas para pacificar Sua ira?

2. A ira requer propiciação; apropiciação aplaca a iraPrecisamos buscar a essência destaspalavras/ ira e propiciação, paraencontrar a doutrina pura da santa irade Deus/ do Seu auto-sacrifícioamoroso ern Cristo e da própriainiciativa de desviar Sua ira.

A íra requer propiciação; apropiciação aplaca a ira. Jesus foidesignado por Deus como remédiopara a culpa universal humana. A irade Deus é causada pela Suaintolerância ao pecado/ sob quaisquerformas ou manifestações. O pecadornada pode fazer/ dizer ou oferecerpara compensar seus pecados ouafastara ira divina.

3. Deus (que é Amor)/ em Suamisericórdia e graça, tomou ainiciativa para reconciliar o pecadorcom EleAssim, Sua ira justa ficou apaziguada/pelo fato do próprio Deus/ na Pessoade Cristo/ ter tomado nosso lugar emorrido por nós (Rm 3:25/26).

II - REDENÇÃO:' ACONTECE,: - NO MERCADO Z^

1. Que significa "redenção"*Redimir significa comprar/comprar devolta, ou seja/ fazer uma transaçãocomercia] feita no mercado; é aefetivação de um resgate. Cristo nosresgatou/ pagando o preço de Seusangue/ pela nossa liberdade-um altopreço (Mc 10:45, l Pé 1:1 8, 19).

2. Qual é esta situação da qual ohomem necessita ser resgatado"?O cativeiro do qual fomos libertos émoral - formado por nossastransgressões e pecados (Ef 1:7, Cl1:14). Porém há mais por vir. Cristodeu Sua vida para "remir-nos de todainiquidade"(Tt 2:14). Esta libertaçãototal ainda acontecera: a redençãode nossos corpos/ a redenção final.

3. Quem pertence ao resgatador?Devemos atentar para o fato de queos resgatados (nós) pertencem aoresgatador (Cristo). Isto deveriamotivar-nos/ como cristãos/ a umavida de santidade (1 Co 6:18-20;7:23).

Ml-A JUSTIFICAÇÃO:ACONTECE NO TRIBUNAL

1. Que significa "justificação"?Agora estamos no tribunal.Justificação é o oposto decondenação. É o juiz considerandoo acusado inocente. Deus (o juiz),além de considerar o pecadorinocente/ concede-lhe uma posiçãojusta perante Ele (Rm 5:18, 8:34).Lemos no AT sobre o Servo de Deus,justo e sofredor/ que "justificará am u Í tos", porque "levará suasiniquidades"(Is 53:11).

2. Jesus, como nosso advogado, nosjustifica diante do Pai (1 Jo 2:1-2).Essa justificação, recebemo-la pela féem Cristo Jesus, como Paulo diz emCl 2:16. Antes pecador/ agoraperdoado e aceito por Deus. Através

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da justificação, Jesus nos tornoumembros da Sua família/ filhos deDeus e descendentes espirituais deAbraão, pelo que devemos estar"á vidos em fazer o bem "(Ti 2:14/3:8).E os que estão em Cristo Jesus/ nadapode separá-los do amor de Deus (Rm7:7-25; 8:1/3/33-34/39).

IV-RECONCILIAÇÃO:ACONTECE NA FAMÍLIA

Deixemos o recinto do templo/ domercado e dos tribunais e entremosno recinto familiar. A quarta imagemda salvação que veremos agora é amais familiar dos cristãos/provavelmente por será rnais pessoal.

1. Que significa "reconciliação"!Reconciliação significa restauraçãode um relacionamento, renovação deuma amizade-o que pressupõe queesta tenha sido quebrada/ rompida. Ocriador e o ser humano criadoestavam separados, alienados um dooutro - agora estão "reconciliadoscom Deus, mediante a morte de SeuFilho" (Rm 5:9-11).

2. Deus, como Pai , traz os filhos àcomunhãoDeus/ nesta instância/ tem a figura dePai (não de juiz)/ trazendo os filhos àcomunhão do lar/ à paz (Rm 5:1).Aquele que foi justificado/ isto é,isento de culpa, agora tem comunhãocom o Pai/ tem acesso a Ele,especialmente em oração (Ef 2:17,18;3:12; 1 Pe3:18).

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3. Deus também faz reconciliaçãoentre homensPorém/ a reconciliação não é somentevertical (Deus - homem); é tambémhorizontal, porque Deus reconciliouuns com os outros nessa novacomunidade (Ef 2:11-12). Cristoaproximou, pelo Seu precioso sangue,gentios e judeus (povo inicialmenteeleito), formando uma humanidadenova, membros do corpo de Cristo eco-participantes da promessamessiânica (Ef 3:6).

4. Como se realizou a reconciliação?Que papel coube a cada uma daspartes envolvidas neste processo(Deus, Jesus e nós)? Vejamos o quePaulo nos diz em 2 Co 5:18-21:

a. Deus é o autor da reconciliação(v. 18): é Ele, de Quem todas as coisasprovêm (2 Co 5:1 7), que reconcilia/concede, faz Cristo pecado por nós,Jesus realizou a vontade do Pai (Hb10:7). A iniciativa é de Deus Pai Qo3:16).

b. Cristo é o agente dareconciliação (vs. 18/19): Deus,presente em Cristo e por meio deCristo, nos reconciliou com Ele. Estaobra terminou na morte de Cristo: Elerecusou-se a imputar a nós as nossastransgressões (v.19b), fazendo comque fossem imputadas a Cristo. Todasas pessoas, através de Cristo, podemser reconciliadas com Deus Pai.

• Lutero sintetizou esta troca naseguinte frase: "Senhor Jesus, tu és aminha justiça/ e eu o teu pecado".

c. Nós somos os embaixadores da

reconciliação (vs. 18,19): da parte deDeus, a reconciliação jãfoi feita, maso texto de Paulo nos chama a umaatitude-que nos reconciliemos comDeus (Mt 5:24), ou seja, que arecebamos (Rm 5:11). "Não é suficienteexpormos uma doutrina inteiramenteortodoxa da reconciliação sem jamaisapelarmos às pessoas a que venham aCristo... A regra deve ser não fazer apelosem uma proclamação, e não proclamar semum apelo" diz Stott. Por isso, somosembaixadores de Cristo, Seusenviados e representantes pessoais,que falamos em Seu nome e em Seulugar. Aquele que operou por meiode Cristo, a fim de nos reconciliar,agora opera por nosso intermédio, afim de anunciar a reconciliação.

,,,_-•-- CONCLUSÃO;;:A propiciação ressalta a ira de Deussobre nós, a redenção ressalta o nossocativeiro, a justificação a nossa culpa,a reconciliação a nossa inimizadecom Deus. Mas Deus tomou ainiciativa salvadora, Ele propiciou aSua própria ira, Ele nos redimiu denossa miserável escravidão, Ele nosconsiderou justos em Sua presença enos reconciliou com Ele mesmo.

• Estas imagens mostram a riquezada nossa salvação e a nossa posiçãoem Cristo. NEle temos esta "fãogrande salvação", a qua l nãopodemos negligenciar (Hb 2:3).

ANOTAÇÕES

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A R€V€lAÇâO D€ D€US

Pr. José, Humberto de Oliveira

Texto Básico:João 12:20-28

Texto Devocional:l Coríntios 1:18-25

Versículo Chave:"E o verbo se fez carne, ehabitou entre nós, cheio degraça e de verdade, e vimos asua glória, glória como dounigénito do Pai"- Jo 1:14.

Objetivo da Lição:Mostrar como a cruz de Cristoé a maior e melhor revelaçãoda glória, da justiça e do amorde Deus e como ela respondeàs perguntas do homem poramor e justiça de Deus, nestemundo repleto de desamor einjustiça.

Leia a Bíblia diariamente:22 feira: Rm 1:1-323^ feira: Rm 2:1-294a feira: Rm 3:1-3153feira:Rm 4:1-256afeira: Rm5:1-21sábado:! Jo4:1-21domingo: SI 73:1-28

Introdução

A cruz de Cristo tem voz. Através dela/ Deus estafalando ao mundo. Pois o Deus que é espíritotem, na Palavra, o Seu principal instrumento deauto-revelação ao homem. O que Deus estárevelando de Si mesmo ali na cruz? Dentre tantascoisas, cremos que as principais são Sua glória/Sua justiça e Seu amor.

/í- A CRUZ REVELA....„._r_r::;~ATGLÓRIA DE DEUS ̂ "

O termo glória oferece um dos exemplos maisclaros da mudança do sentido de uma palavragrega quando se submeteu à influência da Bíblia.O significado básico de doxa ("glória", no gregosecular) é "opinião"/ "conjectura". O sentido destapalavra tem uma gama de variações/ desde aopinião acerca de uma pessoa ou coisa que estoudisposto a defender/ até o valor que outras pessoasatribuem a mim/ ísto é, "reputação", "louvor". Otermo ocorre 165 vezes no N.T. e é traduzido por"honra"/ "fama"/ "reputação"/ "esplendor"/"fulgor", "glória" (Mt 4:8; 6:29; 1 6:27; Lc 2:9/14;Jo 1:14; At 22:11; Rm 3:23; 2 Co 3:18; Ap 1:6;21:11/26). (DITNT/ vol. li/ pp. 308-312).

No A.T., a glória de Deus se revela na natureza("Os céus proclamam a glória de Deus"- Si 19:1),e na história de Israel (S\; Is 35:2; 40:5), anação redimida.

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No N.T./ a glória está totalmenteassociada a Jesus Cristo. O versículochave desta lição (Jo 1:14) confirmaisto e o próprio Jesus referiu-Se à Suamorte como um ato de glorificação aSi e ao Pai. O autor aos Hebreusensina-nos que o Filho é o "resplendorda glória" (Hb 1:3). A expressãoindica que ninguém expressa melhoro brilho de Deus que o próprio DeusUnigénito. Em três ocasiões distintasJesus se referiu à Sua morte como horade glorificação.

1. Em resposta ao pedido de algunsgregos que procuravam vê-lO/ Jesusdisse: "É chegada a hora de serglorificado o Filho do homem" (Jo12:23).

2. Assim que Judas deixou o cenáculoe entrou na noite/ Jesus disse: "Agorafoi glorificado o Filho do homem/ eDeus foí glorificado nele" (Jo 13:30-32).

3. Na oração sacerdotal Ele disse:"Pai, é chegada a hora; glorifica a teuFilho, para que o Filho te glorifique aí/* Oo 17:1).

Estas três passagens têm em comumdois fatos:

a. A presença do termo "agora"ou"hora" que/ de acordo com ocontexto/ refere-se claramente àcrucificação;

b. A glorificação será do Pai e doFilho, juntos.

Mas o que a cruz irradia? Olhandopara Rrn 3:25-26 e 5:8 podemos

concluir que Deus/em Cristo/ nos deuuma demonstração clara e pública daSua justiça e do Seu amor.

II - A CRUZ REVELA AJUSTIÇA DE DEUS

: ,: _ . (Rm 3:21-2 6) -

"A cruz demonstra com Igual viveza tantoa justiça de Deus em julgar o pecado como

a Sua misericórdia em justificar opecador." - Stott.

1. Onde esta a justiça de Deus nestemundo injusto?Esta famosa pergunta tem atravessadoséculos e séculos. "Por que os ímpiosprosperam e os inocentes sofrem?" Osjustos parecem guardar/ em vão/ a suaintegridade! É a tónica do Salmo 73.Homens e mulheres têm procuradoencontrar sinais da presença da justiçade Deus em situações de desgraça ecalamidade.

Stott lembra-nos que a Bíblia respondea estas questões de dois modoscomplementares:

a. olhando para o juízo final, ondetodas as coisas serão julgadas à luzda justiça de Deus. Isto significa quepecados acumulados serão finalmentetratados (Mt 16:27; 2 Co 5:10; 1 Pé1:17; Ap 20:12; 22:12). Presteatenção! Os desequilíbrios da justiçasó serão totalmente corrigidos nojuízo final. Antes disso/ deixe queDeus seja Deus/ e não procureencontrar justiça em um mundo que"/az no maligno";

b. olhando para o juízo decisivo

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realizado na cruz. O apóstolo Paulodisse aos atenienses que "Deusestabeleceu um dia em que há dejulgar o mundo com justiça, por meiode um varão que destinou e acreditoudiante de todos, ressuscitando-odentre os mortos" (At 17:31).

2. De que maneira a cruz revela ajustiça de Deus?Paulo, o mestre e doutrinador daIgreja do Senhor, nos responde emdois textos:

a. Rm 3:21-23: "Mas agora, semlei, se manifestou a justiça de Deustestemunhada pela lei'e pelosprofetas; justiça de Deus mediante afé em Jesus Cristo, para todos os quecrêem; porque não há distinção, poistodos pecaram e carecem da glóriade Deus". A ideia central é dupla:

- a justiça é "de" Deus. Aênfase recai sobre a posse. Ou seja,como a justiça é d Ele, e nós não temosa nossa própria por falta de méritos epela natureza pecaminosa,precisamos lançar mão do caminhoque Deus escolheu para revelar a Suajustiça. E ela é "sem lei" porque afunção da lei é condenar, e nãojustificar.

- a justiça de Deus é a posiçãojusta que Ele concede àqueles quecrêem em Cristo. Então, a justiça deDeus é "o modo justo de Deusjustificar os injustos".

b. 7 Co 1:30: "Mas vós sois dele,em Cristo Jesus, o qual se tornou daparte de Deus sabedoria, e justiça, esantificação e redenção". Paulo

afirma que "Jesus Cristo se tomou daparte de Deus... justiça../'.

Em Rm 3:25 lemos: "a quem Deuspropôs, no seu sangue... manifestarasua justiça../'. Eis um texto bíblicoque mostra claramente que a justiçaé manifestada na cruz. Portanto, osolhos da humanidade devem se voltarpara o Calvário quando estiveremperguntando pela justiça de Deus.

• Por qual motivo Deus precisoudemonstrar Sua justiça na cruz deCristo? Não haveria outro caminhopara Ele fazer isto? Em Rm 3:25-26temos a resposta. Vamos acompanharcom muita atenção o comentário deStott.

"Paulo afirma duas vezes a necessidade dacruz, embora cada vez ele acrescente tunaexplicação diferente. Na primeira vez eleolha para o passado e diz que Deusdemonstrou sua justiça na cruz por ter Deus'na sua tolerância, deixado impunes ospecados anteriormente cometidos' (v.25). Asegunda vez ele olha da cmzpara apresentee para ofitUiro, e diz que Deus demonstrou(de fato, continua a demonstrar) a Suajustiça 'no tempo presente, para ele mesmoser justo e jiistificador daquele que tem féem Jesus' (v.26).

Por causa da Sua tolerância passada paracom os pecadores, Deus havia criado umproblema para Si mesmo. Pecado, culpa ejuízo deviam estar inexoravelmente(inabalavelmente) ligados em Seu mundomoral.,. Embora em restrição própria Elepudesse ter adiado Seu juízo, não poderiapermitir que o acúmulo de pecados humanoscontinuasse indefinidamente, muito menoscancelar de todo o juízo. ... De fato, Eledestruiria tanto a Si mesmo quanto a nós.

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Ele Se destruiria contradizendo Seu caráterdivino de justo Legislador e Juiz, e nosdestruiria contradizendo a nossa dignidadehumana de pessoas moralmenteresponsáveis, criados à Sua imagem".

Agora ninguém pode acusar a Deusde apoiar o mal/ apresentarindiferença ou injustiça moral.

Ill - A CRUZ REVELA OAMOR DE DEUS

O espaço dedicado à justiça de Deusna cruz precisava ser maior dentrodesta lição por tudo que você mesmoapreendeu. Todavia, as indagaçõeshumanas persistem. Ou seja/ comoconciliar o amor de Deus comtragédias pessoais/ inundações eterremotos, acidentes que tiramcentenas de vidas/ fome e pobreza emvárias partes do mundo, a tirania e atortura, a doença e a morte e,finalmente, com os ataques terroristasnos Estados Unidos em 11 desetembro de 2001 - que abalaram omundo? Onde está o amor de Deusneste momento?

1. A declaração de Paulo a respeitodo amor de DeusA resposta está em Rm 5:8: "Deusprova seu próprio amor para conosco,pelo fato de ter Cristo morrido por nós,sendo nós a i n da peca dores".Portanto/ o amor de Deus éevidenciado na cruz de Cristo. Stottlembra-nos que "se estamos procurandouma definição de amor, não devemos ir aodicionário, mas ao Calvário"

Mas você ainda pode estar pensandoque a cruz não responde às perguntaslevantadas acima! De fato/porque opropósito da cruz nunca foi responderàs calamidades e tragédias da vidahumana. Billy Granam/ em suamensagem no culto em memorial àsvítimas dos ataques terroristas dosEUA, numa tentativa de explicar ohorror, falou sobre o "mistério dainiquidade'', que a Bíblia afirma em2 Ts 2:7. E o apóstolo diz que ele "jáopera".

O tempo do verbo grego é o presentedo indicativo, o que significa duascoisas: ação concreta e atualidade.Sendo assim, muitos acontecimentostrágicos fazem parte das "coisasencobertas que pertencem ao Senhor"(Dt 29:29; Mt 24:36; At 1:6-7).

2. A confirmação de João a respeitodo amor de DeusJoão deixa o assunto bem claro: "Nistoconsiste o amor Co texto gregoliteralmente diz: "Nisto o amor é" -ou seja, o amor é constituído de, écomposto de), não em que nóstenhamos amado a Deus, mas em queele nos amou/ e enviou o seu Filho,como propiciação (estudamos estapalavra na lição anterior) pelos nossospecados" (1 Jo4:10).

Encerramos este tópico com uma frasede Stott: "O valor de um dom de amor émedido tanto pelo que custa a quem dá comopelo grau de merecimento de quem recebe."Por isso, lembre-se que Cristo morreupor nós, "sendo nós ainda pecadores"(Rm5:8). Ainda resta alguma dúvidado amor de Deus por nós?

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I V - A CRUZ REVELA ASABEDORIA

- E O PODER DE DEUS

A última consideração que queremosfazer sobre a revelação de Deus nacruz é a sabedoria e o poder. Mas deque maneira a cruz revela a sabedoriae o poder de Deus? A cruz não eraum instrumento de vergonha/humilhação e condenação paramalfeitores?

O texto bíblico básico para responderàs questões acima é 1 Co 1:18-2:5,porque este é o tema principal destapassagem. Na verdade, o apóstoloestá contrastando a sabedoria domundo com a sabedoria e o poder deDeus. "Porque tanto os judeus pedemsinais como os gregos buscamsabedoria" (1 Co 1:22). Mas asabedoria e o poder que Paulo tempara apresentar a judeus e gregos é acruz de Cristo. O que para os judeusé "escândalo" e para os gentios (ougregos) é "loucura"(1 Co 1:23). Nempor isso o apóstolo vai alterar suamensagem. Porque? Por três razões.

1. A mensagem da cruz é o centro dapregação apostólica"Porque não me enviou Cristo parabatizar, mas pá rã p rega r o evangelho;não com sabedoria de palavra, paraque se não anule a cruz de Cristo" (1Co l :17). "A minha palavra e a minhapregação não consistiram emlinguagem persuasiva de sabedoria,mas em demonstração do Espírito ede poder, para que a vossa fé não seapoiasse em sabedoria humana; e,36

sim, no poder de Deus" (1 Co 2:4-5).

2. O mundo jamais conhecerá a Deuspela sua própria sabedoria"Visto como, na sabedoria de Deus,o mundo não o conheceu por suaprópria sabedoria..." (1 Co 1:21 a). Oprofeta Isafas (29:14) é citado porPaulo em 1 Co 1:19, afirmando queDeus já havia declarado a Suaintenção de destruir a sabedoria dosábio e frustrar a inteligência dosentendidos. Quem quiser conhecera Deus deve optar em andar pelocaminho que Ele mesmo escolheu. Opróprio crucificado afirmou:"Ninguém vem ao Pai senão porm/m* Oo 14:6).

3. A razão da crucificação de Cristorevela sabedoria e poder de DeusJá conhecemos todos os benefíciosque advêm da cruz aos pecadores. Aobra única, completa e perfeita doFilho de Deus demonstra a eficácia ea eficiência da crucificação (leia Hb9:23-28). Se houvesse alguma falhanesta obra, aí sim, poderia se dizerque faltou sabedoria ou poder deDeus, mas como isso não aconteceu,ou seja, "tragada foi a morte pelavitória" (l Co 15:54b), tal fato nãoaconteceu. Stott afirma que "osvaloresdivinos e os valores humanos discordamcompletamente um do outro. E a cruz. que,como meio de salvação, parece o auge daimpotência e estultícia, na realidade é amaior manifestação da sabedoria e do poderde Deus". Resumindo, Deus nãoqueria 'ler na cartilha" do mundo aodemonstrar sabedoria e poder. Porque? "Porque a loucura de Deus émais sábia do que os homens; e afraqueza de Deus é mais forte do queos homens" (1 Co 1:25).

CONCLUSÃO ::;-

Deixemos agora o próprio Stottconcluir: "Quando olhamos para a cruz,vemos- a justiça, o amor, a sabedoria e opoder de Deus. Não é fácil determinar qualdesses aspectos é mais brilhantemente

revelado, se a justiça de Deus ao julgar opecado, se o amor de Deus ao levara castigoem nosso lugar, se a sabedoria de Deus emcombinar com perfeição as duas coisas, ouse o poder de Deus em salvar aqueles quecrêem. Pois a cruz é, de igual forma, umato, e portanto uma demonstração da justiça,do amor e da sabedoria de Deus. A cruznos assegura que esse Deus é a realidadedentro, por trás e além do Universo".

ANOTAÇÕES

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CONQUISTA DO AÃ R L

Texto Básico:Co[os5enses2:13-15

Texto Devocional:Apocalipse 12:1-12

Versículo Chave:"Ele nos perdoou todas astransgressões, e cancelou a escritade dívida, que consistia emordenanças, e que nos eracontrária. Ele a removeu,pregando-a na cruz, e, tendodespojado os poderes e asa utoridades, fez deles umespetáculo público, triunfandosobre eles na cruz" -Cl 2:13c-l 5-NVI

Objetívo da Lição;Comprovar, pelas Escrituras, queatravés da cruz de Cristo, Deusnos trouxe vitória e libertação dequatro tiranos: a escravidão da lei,o domfnío do pecado, o enganodo mundo e o pavor da morte.

Leia a Bíblia diariamente:2a feira: Ap 2:1-73a feira: Ap 2:8-114* feira: Ap 2:12-1753 feira: Ap 2:18-296a feira; Ap 3:1-6sábado: Ap 3:7-13domingo; Ap 3:14-22

Pr. José Humberto de Oliveira

Introdução

Embora a palavra "morte" esteja proximamenteassociada a fim, destruição ou ruína, há um convitea todos nós para que olhemos a crucificação deum outro ângulo: vitória ou conquista.

Este vocábulo - vitória - estava presente nos lábiose na pena dos escritores do N.T. (cf. Rm 8:37; 2Co 2:14). E não é sem motivo que cada uma dassete cartas do Apocalipse/ caps. 2 e 3, terminacom a expressão "ao vencedor". A.W. Tozerafirmou: "Nós nos mantemos na vitória de Cristo".E Paulo bradou: "Cracas a Deus, que nos dá avitória por intermédio de nosso Senhor JesusCristo" (\o 15:57). E todo o caminhar triunfanteda Igreja só se tornou possível por causa do sanguedo Cordeiro (Ap 12:11), o que nos remete à cruz.

J=[- AS DIMENSÕES_DÃ~'VITÓRIA DE CRISTO

Em Cl 2:15 Paulo atesta que/ na cruz/ Jesus triunfousobre o mal. Stott sustenta que embora a derrotadecisiva que Deus/ por meio de Cristo/ trouxe aSatanás se tenha dado na cruz/ ha seis etapasdescritas nas Escrituras que representam odesenvolvimento desta conquista.

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1. A predição da conquista (Gn 3:15)Às vezes esquecemos que o chamado"proto-evangelho" (primeiro-evangelho) é, na verdade, umasentença passada à serpente. Ou seja/Gn 3:15 é uma palavra de Deus paraa serpente e não para o primeiro casal.

2. O início da conquista no ministériode JesusHa vários fatos que comprovam odesígnio de Satanás em se livrar deJesus, porque sabia que ali estava seufuturo conquistador.

a. A matança dos meninos porordem de Herodes (Mt 2:1 6-1 8);

b. A tentação no deserto (Mt 4:1 -n);

c. Alguns homens que, após amultiplicação dos pães, queriamfazer de Jesus um rei- sem a cruz (Jo6:15);

d. A repreensão ao apóstolo Pedro- "para trás de mim, Satanás" (Mt16:21-23);

e. A traição de Judas, em quemSatanás havia, de fato, "entrado" GO13:27).

Todavia, mesmo antes dacrucif icação, há evidências davitória de Jesus sobre o mal. Aexpulsão de demónios (Mc l :24), acura de enfermidades (Mt 4:23) e aprópria natureza se submetendo aEle (Mc 4:39) são alguns exemplos,além do relato dos discípulos quevoltam da missão e a declaração doSenhor: "Eu via Satanás caindo do

céu como um relâmpago" (Lc l0:1 7-20).

3. A realização da conquistaEm três ocasiões, Jesus se referiu aodiabo como "ò príncipe deste mundo"(Jo 12:31; 14:30; 16:11),acrescentando que ele estava prestesa "vir" (no sentido de lançar sua últimaofensiva), mas que seria "expulso" e"julgado". Os intérpretes do N.T. têmvisto nestas palavras de Jesus umareferência antecipada à vitória queJesus aplicaria sobre os poderes dastrevas por ocasião da Suacrucificação.

O texto de Cl 2:13-15 demonstra istoao relatar dois fatos que ocorriamenquanto o Cordeiro de Deus eramoído e traspassado:

a. O perdão dos nossos pecados-O perdão veio mediante ocancelamento das dívidas.

b. O triunfo sobre os poderes dastrevas - De que maneira a cruz deCristo é um triunfo sobre os poderesdas trevas? Paulo usa três verbos pararetratar a derrota do mal: "despojar","expor" e "triunfar".

- "Despojar" podia significarque Deus em Cristo "desnudou" ospoderes das trevas corno se faz comuma roupa imunda. E "desnudar"pode significar "desarmar", "privar daposse ou do poder".

- Ele "publicamente os expôsao desprezo" - a NVI traduziu "fezdeles um espetáculo público".Parece-nos que há uma espécie de

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"jogo de palavras", porque acrucificação era também a exposiçãodo criminoso ao público, todavia/ namorte de Jesus Cristo, quem estavasendo exposto não era Ele, que nãotinha crime algum (Jo 19:6), mas osprincipados e potestades, que nãoconseguiram evitar que o Senhor nãochegasse até a cruz. Estes eram osverdadeiros desprezados ederrotados.

- "Triunfando sobre eles nacruz" é provavelmente umareferência à procissão de cativos quecelebrava a vitória. Ca l vi n ocomentou, "foi como se a cruz, queera cheia de vergonha/ houvesse sidotransformada numa carruagemtriunfal!".

Satanás adquire poder sobre o homem(condenando-o a viver distante deDeus) através do pecado trazido aomundo pela serpente. Cristo, aocancelar e remover o pecado,desarmou, desacreditou e derrotou ospoderes das trevas. Ele tambémvenceu o mal mediante a resistênciatotal às suas tentações (Fp 2:8). "SeJesus tivesse desobedecido, desviando-Se umpouquinho que fosse do caminho da vontadede Deus, o diabo teria ganho um ponto efrustrado o plano da salvação" - Stott.

4. A ressurreição foi a confirmação eo anúncio da conquista (At 2:24; Ef1:20-23;! Pé 3:22)A cruz foi a. vitória conquistada e aressurreição a vitória endossada.Aquele que começou seu ministérioanunciando a vida não poderiaterminá-lo tragado pela morte. E ospoderes das trevas que haviam sido

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privados de suas armas e domínio nacruz, agora, como consequência daderrota, foram colocados sob os pésde Cristo e sujeitos a Ele.

5. A extensão da conquistaA conversão é descrita na Bíblia nãoapenas como processo de levar oshomens do pecado para Cristo, mastambém de "convertê-los das trevaspara a luz, e do poder de Satanás paraDeus", "dos ídolos para servir o Deusvivo e verdadeiro", "do Império dastrevas para o reino do Filho amado"(At 26:18; l Ts 1:9; Cl 1:13). Istosignifica que à medida que pessoasvão se convertendo, as trevas se vãodissipando e a luz vai brilhando. Opoder de Deus chega e o mal perde ocontrole ou o domínio da vidaescravizada.

6. A consumação da conquistaNa verdade, a conquista do rnal é umprocesso. Começou na cruz ecaminhará até a consumação doséculo. Quando Cristo morre/ acabeça da serpente é esmagada e odiabo tem os seus dias contados. Apartir daí, Deus está aguardando oSenhor colocar todos os Seus inimigosdebaixo dos Seus pés (Hb 10:12-13).Quando isto acontecer, "todo joelhose dobrará em sua presença e todalíngua confessará que Ele é Senhor"(Fp 2:9-11), O diabo será jogado nolago de fogo/ onde a morte e o infernoo seguirão. Então, quando todo odomínio, autoridade e poder do maltiver sido destruído/ o Filho entregaráo reíno ao Pai, e Ele será tudo emtodos (Ap 20:10,14; 1 Co 15:24-28).

|l-DESFRUTANDO DAVITÓRIA DE CR[SIO

Nós precisamos, como crentes,aprender quem somos em CristoJesus. Olhando para alguns textos doN.T./ aprendemos que temos o"direito" de desfrutar de algumascoisas que Cristo conquistou peloreino do Pai para nós, os Seus co~herdeiros (1 Jo 2:13; Ef 2:5-6; Ap 3:21).

Entretanto, não é tão simples assim,porque embora o diabo tenha sidoderrotado, ele ainda não admitiu aderrota. Na verdade, como diz otítulo de um livro, ele continua "vivoe ativo no planeta Terra". E isso trazrnuita tensão, tanto para a nossateologia quanto para a nossaexperiência. Parece um paradoxo:recebemos a certeza de que aqueleque é nascido de Deus "o maligno nãolhe toca", mas recebemos tambémaviso para vigiar porque o nossoadversário, o diabo, "anda emderredor, como leão que rugeprocurando alguém para devorar" (1Jo5:18;1 Pé 5:8).

Porém existe o dilema cristão-teológicodo "ya^edo "ainda não". Oreino de Deus já foi instaurado, Cristojá morreu por nossos pecados, Ele játriunfou sobre principados e potestadesna cruz; mas a era antiga ainda nãopassou completamente. já somosfilhos de Deus, e não mais escravos;mas ainda não entramos na "liberdadeda glória dos filhos de Deus" (l Jo 2:8;Rm 8:21). Sabemos que Jesus veiodestruir as obras do diabo (1 Jo 3:8).Vejamos quais são elas:

1. A cruz de Cristo aboliu a tiraniada LEIPaulo diz que a lei é "santa, justa eboa" (Rm 7:12). Porém ela condenaa desobediência, levando-nos assimà sua "maldição" ou juízo. Cristo nosresgatou da maldição da lei fazendo-Se Ele próprio maldição por nós (Gl3:13). É nesse sentido que "Cristo é ofim da lei" e já não estamos "506" ela(Rm 10:4). Contudo, isto não querdizer que de agora em diante já nãoexistem absolutos morais a não seramor, ou que já não temos obrigaçãode obedecer a lei de Deus. O queacontece é que a lei não nos escravizapor meio da sua condenação oumaldição, porque não estamos"debaixo" dela (Rm 6:14). Estamos"em C ri s to" e já nenhumacondenação há para estes (Rm 8:1-4). Devemos lembrar que na tentaçãode Jesus o maligno "usou" asEscrituras de forma errada. Ele aindaas usa para tentar escravizar os filhosde Deus, como instrumento deacusação ou condenação. Mas Cristonos libertou da impossível missão deguardar a lei (Tg 2:10; Rm 3:28).Então, é neste sentido que recebemosa libertação da lei. Mas antes deencerrar este ponto, atente para estafrase: y/Devo observar a lei não paraser salvo, mas porque já sou salvo".

2. A cruz de Cristo desfez a tiraniada CARNEA carne é a nossa natureza caída,herdada de Adão, a qual se abre parao pecado. Algumas das obras dacarne são bem conhecidas de todosnós: imoralidade sexual, bebedice,idolatria, feitiçarias, ódio, ciúme, ira,inimizades, etc. Quem vive na prática

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destas e outras coisas semelhantes aestas, diz a Escritura/ "não herdará oreino de Deus''..."é escravo dopecado" (Gl 5:1 9-21; Jo 8:34). Nossaliberdade só é possível através deJesus, pelo poder do Espírito Santo.(Rm 7:24; 6:6; 8:13; Jo 8:36).

3. A cruz de Cristo anulou a tirania doMUNDO"Se a come é o ponto de apoio que o diabotem dentro de nós, o mundo é o meio pelo qualele exerce pressão de fora sobre nós" (Stott).Esse "mundo" é a sociedade humanasem Deus que, por isso, abre suas portaspara toda influência maligna: "o mundojaz (está deitado, reclinado) nomalígno"(1 Jo 5:19). As três coisas quecaracterizam o mundo são • "aconcupiscência (desejo de coisasproibidas) da carne, a concupiscência dosolhos e a soberba da vida", Jesus, porém,replicou: "Eu venci o mundo" (Jo 16:33).Ele venceu rejeitando, por completo, seusvalores distorcidos e fixando os olhossomente na vontade do Pai. Nós, atravésde Cristo, também podemos vencer omundo (1 Jo 5:4-5), Nada tem mais poderpara nos afastar do mundanisrno que acruz de Cristo (GI 6:14).

4. A cruz de Cristo destruiu a tiraniada MORTEEsta verdade está muito clara em Hb2:14b-15: "... por sua morte, destruísseaquele que tem o poder da morte, asaber, o diabo, e livrasse a todos que,pelo pavor da morte, estavam sujeitosà escravidão por toda a vida". O medoda morte é próprio do ser humano. Énecessário lembrarmos que a morte éo salário do pecado, ou seja, é umcastigo - e ninguém gosta de castigo! E

depois da morte, virá o juízo (Hb 9:27).

Paulo comparou a morte a umescorpião cujo aguilhão (ferrão) foiretirado, e a um conquistador militarcujo poder foi quebrado (1 Co 15:55).Agora que Cristo tirou nossos pecados,que fomos perdoados, a morte jã nãonos pode causar danos, nem nosapavorar, mas ela ainda continua sendoum inimigo desnaturado, desagradávele indigno, "o último inimigo a serdestruído" (\o 15:26). Jesus nos deulivramento ao proclamar: "Eu sou aressurreição e a vida. Quem crê emmim, ainda que morra, viverá; e todo oque vive e crê em mim, não morrerá,eternamente. Crês isto?" GO 11:25-26).

O mal entrou no mundo através dopecado porque o homem abriu-lhe aporta. Para ele poder sair, Cristo tevede derramar Seu precioso sangue nacruz, porque "sem derramamento desangue não há remissão" (Hb 9:22b).No Apocalipse, a derrota de Satanásvem por causa do sangue do Cordeiroe por causa da palavra do testemunhoque homens deram, homens quemesmo em face da morte, não amarama própria vida (Ap 12:11). Sendo assim,a vitória sobre o mal tem dois lados paraa humanidade: crer no sangue doCordeiro e confessar com a próprialíngua o senhorio de Jesus. Daí o livrode Provérbios nos ensinar que "a mortee a vida estão no poder da língua; oque bem a utiliza, come do seu fruto"(Pv 18:21). O mal já foi conquistado,mas o homem precisa crer nAquele queo conquistou.

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COMUNIDAD€ D€

Pr. José Humberto de Oliveira

Introdução»Através da cruz de Cristo, Deus está formando paraSi um novo povo, exclusivamente Seu, zeloso deboas obras (Tt 2:14). Sendo assim, a partir destalição vamos sair do foco individualista da cruz deCristo para O coletivo. "Assim, o mesmo propósito dasua autodoação na cruz não foi só salvar indivíduosisoladamente, perpetuando a sua solidão, mas também criaruma nova comunidade cujos membros pertencessem a Ele,amassem uns aos outros e zelosamente servissem aomundo", comentou Stott.

Essa nova comunidade de Cristo é a comunidadeda cruz. Sua existência se deve à cruz, continuaa viver pela cruz e debaixo dela. Nossaperspectiva e nosso comportamento agora sãogovernados pela cruz. Todos os membros destanova comunidade passaram, necessariamente, poresta cruz, e foram radicalmente transformados porela. Na verdade, cada um toma a sua cruz. Acruz não é apenas um distintivo que nos identificae um pendão sob o qual marchamos; é também abússola que nos dá direção num mundodesorientado.

l -JJM RELACIONAMENTO-̂ NOVO COM

O apóstolo Paulo coloca de forma bastanteevidente em suas epístolas (principalmente Efésios)o que éramos antes (sern Cristo) e o que somos

Texto Básico:1 Corintios 11:23-34

Texto Devocional:Salmo 95:1-11

Versículo Chave:"Porque todas as vezes quecomerdes este pão e beberdes ocálice, anunciais a morte doSenhor, até que ele venha"-1 Co11:26.

Objetivo da Lição:Mostrar como a cruz de Cristouniu todos os que nEle crêem,trazendo-nos um novorelacionamento com Deus e,juntamente com isto, grandesprivilégios.

Leia a Bíblia diariamente;2a fé3a-fé

rã: Ef 1:3-14rã: Ef 1:15-23

4sfera:Ef2:l-10rã: Ef 2:11-22

6a fé rã; Hb 10:1-18Sábado: Hb 10:19-25Domingo: Si 126:1-6

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agora (ern Cristo). Aos Coríntíos,afirma que fomos/ por meio de Cristo,reconciliados com Deus. É um novorelacionamento com Deus, maisíntimo e mais próximo, que possuialgumas marcas.

1. Ousadia - parece-nos que estapalavra é própria do meio evangélico.Não é tão comum em outras religiões.Os apóstolos gostam delal O termoousadia significa abertura, franqueza,coragem, tanto em nosso testemunhoao mundo, quanto em nossas oraçõesa Deus. Em seu comentário de Atos,Stott certifica que, quando se diz queos apóstolos falavam com intrepidez,fala-se de um discurso franco (semomissão de verdades), claro (semexpressões obscuras) e confiante (semmedo das consequências). Através deCristo, agora somos capazes de "nosaproximarmos de Deus com Uberdadee confiança". Por causa do sumo-sacerdócio de Cristo temos ousadia dechegar ao trono da graça de Deus eternos ousadia pelo sangue de Cristopara entrar no Santo dos Santos daprópria presença de Deus (Ef 3:12; Hb4:1 6; 10:19). Essa liberdade de acessoe essa franqueza de aproximação aDeus em oração não entram emchoque com a humildade, pois sãodevidas inteiramente ao mérito deCrsito, e não ao nosso.

2. Amor - Amor gera amor. Depoisda cruz de Cristo, o conceito de amorfoi aprofundado. Ao afirmar que"ninguém tem maior amor do queaquele que dá a sua vida pelos seusamigos" (Jo 15:13 - NVI), Jesusrevolucionou a palavra "amor". Poisdemonstra, com a própria vida, a mais

profunda, alta, larga e compridamedida desta palavra. Portanto, nestenovo relacionamento com Deus, osfiéis ao se reunirem para celebrar eter mútua comunhão têm comomodelo, exemplo e parâmetroAlguém que deu a Sua vida paraformar esta comunidade. Destaforma, qualquer coisa que se fizer emprol de um membro da família deCristo terá sempre de ser comparadacom o que Ele mesmo fez por essapessoa. Afinal, "nós amamos porqueele nos amou primeiro" (1 Jo 4:19).

3. Alegria - Quando o Senhorrestaurou a sorte de Sião, houve muitoriso na boca e júbilo na língua (SI126:1-2). A alma salva, liberta,regenerada e perdoada quer cantar,salta de alegria. E a alegria dasalvação é única, exclusiva,incomparável (SI 51:12). Os crentesda igreja primitiva tomavam suasrefeições juntos, "com alegria esingeleza de coração" (At 2:46). Oconvite de Paulo à igreja de Filípos éestendido também a nós: "Alegrem-se sempre no Senhor. Novamentedirei: Alegrem-sel" (Fp 4:4 - NVI).

O povo de Deus é um povo que canta.E é impossível fazer com que paremdecantar. Portudo que Deus fez, portudo que faz e por tudo que irá fazer,produz gratidão e louvor em nossoscorações. Paulo exprime essa jubilosaalegria ao mencionar, para a igreja deCorinto, a mais bem conhecida festajudaica: "Cristo, nosso Cordeiropascal, foi imolado. Por issocelebremos a festa..." (1 Co 5:7-8).

Stott cita W.M. Clow, autor do livro

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"A cruz na experiência cristã", quetinha razão em chamar a atenção parao cântico como um aspecto singulardo culto cristão, e para o motivo dele:

"Não há perdão neste mundo, ou novindouro,

A não ser através da cruz de Cristo.Através deste homem, vos é pregado

O perdão dos pecados".

"As religiões do paganismo raramenteconheciam a palavra "perdão". As grandescrenças dos budistas e dos maometanos nãodão lugar nem à necessidade nem à graçada reconciliação. Provar esse fato é a coisamais simples. O júbilo jaz nos hinos do cultocristão. O templo budista jamais ressoa como clamor do louvor. Os adoradoresmaometanos jamais cantam. (No Alcorão,o perdão de Alá deve ser ganhado e jamais éconcedido como uma dádiva aos que não omerecem. Daí a ausência no cultomuçulmano da nota de celebração jubilosa- nota de Stott). Suas orações são, no quetiverem de mais elevado, orações desubmissão e pedido. Raramente atingem anota mais alegre da ação de graças. Jamaisse jubilam com os cânticos dos perdoados."

II -Ó SACRIFÍCIO DECRISTO E A CEIA DO

SENHOR r

A ceia do Senhor se encontra nocentro da vida de celebração daigreja. Foi instituída por Jesus durantea refeição pascal. Substituiu arecitação cerimonial que dizia: "Esteé o pão da aflição que nossos paiscomeram" por: "Este é o meu corpodado por vós... Este é o meu sanguederramado por vós...". O pão e ovinho da festa cristã nos convidam aolhar de volta para o centro da história

da nossa salvação - a cruz de Cristo.

Na ceia do Senhor não ministramosos elementos a nós mesmos. Eles nossão dados; nós os recebemos. Assimcomo comemos o pão e bebemos ovinho fisicamente, da mesma forma,espiritualmente, pela fé, nosalimentamos do Cristo crucificado emnossos corações. Assim, na ceia,somos mais ou menos passivos,recipientes e não doadores,beneficiários e não benfeitores.

Stott sustenta que o que fazemos naceia do Senhor está relacionado como sacrifício de Jesus na cruz, de cincomodos:

1. Lembramo-nos do Seu sacrifício:"Fazei isto etn memória de mím" (1Co 11:24-25). O pão e o vinho sãousados para "refrescar" nossamemória; trazer a cruz de volta aosnossos pensamentos.

2. Participamos dos Seus benefícios:o propósito do culto ultrapassa a"comemoração" e chega à"comunhão": "Porventura o cálice dabênção que abençoamos não é acomunhão do corpo de Cristo?" (1 Co10:16). Por esse motivo, écorretamente chamada de "santacomunhão" (visto que através delapodemos participar de Cristo) e "ceiado Senhor" (visto que através delapodemos nos alimentar de Cristo).

3. Proclamamos Seu sacrifício:"Porque todas as vezes que comerdeseste pão e beberdes o cálice,anunciais a morte do Senhor, até queele venha" (1 Co 11:26). A ceia do

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Senhor é um evento extraordinário,pois olhamos em duas direções aomesmo tempo: passado e futuro.Anunciamos a morte do Senhor e, aomesmo tempo, proclamamos Suasegunda vinda.

4. Atribuímos nossa unidade ao Seusacrifício: na ceia, nós nos "reunimos"(1 Co 11:20). Em todas as culturas, arefeição é um momento para reunião.Pelo fato da mesa ser a mesma, oambiente é propício para se reunir."Porque nós", completa o apóstolo,"embora muitos, somos unicamenteum pão, um só corpo; porque todosparticipamos do único pão" (1 Co10:17).

5. Damos graças por Seu sacrifício, ecomo prova de nossa ação de graçasoferecemos a nós mesmos, nossa almae corpo, como "sacrifício vivo" ao seuserviço (Rm 12:1).

Desta forma, sempre que celebramosa ceia do Senhor, l embramos eparticipamos do Seu sacrifício comoo fundamento ide nossa unidade,proclamamos e reconhecemos essesacrifício e respondemos a ele emgrata adoração.

Ill - Q NOSSO SACRIFÍCIO_VE'A CEIA DO SENHOR

Será que, ainda hoje, existe algumsacrifício que a igreja de Cristo podeoferecer a Ele, já que ela é chamadade "sacerdócio santo"? De acordocom Stott, a Escritura menciona oito.

1. Devemos apresentar-Lhe os nossos

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corpos como sacrifício vivo. Issoparece uma oferta material, mas échamado de nosso culto racional (Rm12:1), p r e sumive lmen te porqueagrada a Deus e se expressa naadoração que procede do coração.

2. Oferecemos a Deus o nosso louvor,adoração e açÕes de graça, "fruto delábios que confessam o seu nome"(Hb 13:15). A expressão "sacrifíciode louvor" coloca o sacrifício docristão em contraste com os sacrifíciosjudaicos (cf. Lv 7:12-13, 18 com Hb13:10ss).

3. A oração também é um sacrifício,a qual se diz que sobe a Deus comofragrante incenso (Ap 5:8; 8:3-4).

4. Um "coração compungido(quebrantado) e contrito" (5\1 7),o qual Deus aceita e jamais despreza.

5. A fé também é chamada de"sacrifício e culto" (Fp 2:17).

6. As ofertas e as boas obras sãoclassificadas como sacrifícios dosquais Deus se agrada (Fp 4:18; Hb13:1 6; At 10:4).

7. A nossa vida derramada como umalibação no culto de Deus, até à morte(2 Tm 4:6).

8. A oferta especial do evangelista,cuja pregação do evangelho échamada de "dever sacerdotal"porque ele é capaz de apresentar osseus convertidos como "uma ofertaagradável a Deus" (Rm 15:16).

Só duas coisas queremos acrescentar

a este maravilhoso apanhado detextos e ideias bíblicas que Stott fezsobre o sacrifício do povo de Deusno Novo Testamento: um texto bíblicoe uma pergunta.

• O texto é: Ef 5:1-2: "Sede, pois,imitadores de Deus, como filhosamados; e andai em amor, comotambém Cristo vos amou, e seentregou a si mesmo por nós, comooferta e sacrifício a Deus em aromasuave"

• E a pergunta: será que/ com tantascoisas a serem feitas de queindubitavelmente Deus se agrada/ainda queremos andar atras de outrasque não temos tanta certeza de que

estão subindo como aroma suave eagradável a Ele!?

CONCLUSÃO

Há tantos motivos para celebrarmosa Deus pela cruz de Cristo que nadaprecisamos inventar sobre ela. Amorte do Filho de Deus comprova anossa total incapacidade de fazer algopor nós mesmos. Aliás, este é osignificado do termo "misericórdia" -ajuda que alguém vem dar a outroalguém que não pode ajudar a simesmo. Daí a necessidade dEleentregar-se a Si mesmo para fazer-nosSeu povo. Celebremos!

ANOTAÇÕES

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nUTOCOMPf퀀NSAO €nUTODOAÇRO

Introdução

Texto Básico:FÍlIpenses2:5-1l

Texto Devocional:Marcos 8:34-9:1

Versículo Chave:"Ninguém tem maior amor doque este: de dar alguém a própriavida em favor dos seus inimigos"-Jo 15:13.

Objetívo da Lição:Mostrar que somente quandoiluminado pela cruz o homem écapaz de compreender a simesmo.

Leia a Bíblia diariamente:23 feira: Lc 9:57-623'feira: Mc 12:28-344'feira: Lv 19:11-195a feira: Mt 7:7-146a feira: 2 Tm 3:1-9sábado: Lc 22:24-30domingo: l Jo 3:16-24

"O homem é um mero acidente cósmico e nãopossui nenhum valor intrínseco", afirma ohumanismo ateu. O Budismo e as religiões orientaistambém possuem uma visão bastante negativa, poisensinam o despojamento da humanidade por meioda abolição de todos os desejos/ até dos maisbásicos como alimento e água.

De outro lado, movimentos populares como osdo "potencial humano", da "confissão positiva" eda "Teologia da Prosperidade" estão reagindo efazendo com que o homem se sinta um verdadeirodeus. Os pregadores desses movimentos estãoempenhados em realizar uma verdadeira lavagemcerebral, produzindo frases de grande impactomental, tais como: "se você quer, você pode","declare e tome posse", "ha poder em suaspalavras", dando assim a impressão de que nossopotencial é ilimitado.

O resultado desses pensamentos é o aparecimentode dois tipos de pessoas: de um lado os que carecemde valor pessoal, e de outro, os que sofrem decomplexo de deus. Porém a mensagem da cruz éúnica e perfeita em sua concepção do homem.

- Única porque distingue-se das inúmerasreligiões e filosofias que encontramos em nossomundo atual.

- Perfeita porque humilha todo orgulho e acabacorn qualquer esperança de salvação própria, ao

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mesmo tempo que fala do insondávelamor de Deus que provê senso devalor e significado para o homem.

Afinal/ que é o homem? Nobre ouignóbil? Santo ou demónio? Rico oumiserável? A cruz supre a respostacerta. Só ela é capaz de comunicarluz para discernirmos como devemosver a nós mesmos. Diferente dasdemais, a mensagem da cruz leva ohomem a quatro atitudes básicas.

l-AUTONEGAÇÃO

1. A ordemEste convite de Jesus é claro - "Sealguém quer vir após mim, asi mesmose negue, tome a sua cruz e siga-me"(Mt 16:24). Leia também 1014:26,27.A verdade é que quando Cristo chamauma pessoa/ ela é chamada para vir emorrer (a morte do nosso ego).

2. O exemploO próprio Cristo nos deixou oexemplo. É mister que sigamos Seuspassos. Do modo como Jesusrenunciou a Seus próprios interessese Se deixou crucificar, por amor aoutros/ também devemos dizer "não"ao egocentrismo (Lc 9:23-26).

3. O incentivoO exemplo de Jesus deve afetar nossaatitude. A disposição demonstradapor Ele para morrer para o próprio EUquando subiu a cruz (2 Co 5:14-15) éum incentivo para nós morrermospara o próprio eu e vivermos para ele.

Em que sentido o cristão deve morrer?Além da morte física, observamos doistipos de morte experimentados pelos

cristãos que Stott identifica:

a. A morte legal-o cristão morreupara a penalidade do pecado e suaressurreição espiritual resultou numanova vida de liberdade. É o quechamamos de justificação.

b. A morte moral (para o ego) - àmedida que mortificamos a antiganatureza e seus ímpios desejos, aressurreição implica uma nova vidade justiça em comunhão com Deus.É isto que chamamos de santificação.

A morte legal foi de uma vez portodas/ mas a morte moral é umaexperiência diária e contínua para odiscípulo cristão.

1 1 - AFIRMAÇÃO PRÓPRIA

Autonegação é apenas um lado daverdade. Pois se de um lado Jesusensina que devemos repudiar o nossoego pecaminoso, de outro afirma ovalor do ser humano.

1. Considere o ensino de Jesus acercadas pessoasEle falou do valor dos seres humanosaos olhos de Deus. Em Mt 6:26, Eledeclara: "Porventura, não valeis vósmais do que as aves?" É a imagem deDeus em nós que nos dá esse valormaior.

2. Considere a atitude de Jesus paracom as pessoasEle não desprezou ninguém e aninguém rejeitou. Ele foi cortês comas mulheres em público. Convidouas crianças para que fossem a Ele. Foipaciente com os pecadores e

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marginalizados. Enfim, Jesus reconheceu o vaíor dos homens e os amou.

3. Considere a missão e morte de Jesus pelos seres humanosQuando olhamos para a cruz/ vemos o verdadeiro valor dos seres humanos.Como expressou William Temple: "o meu valor é o que valho para Deus; eesse é grande e maravilhoso, pois Cristo morreu por mím".

Até aqui vimos que a cruz de Cristo é tanto uma prova do valor do ser humanoquanto um incentivo a negá-lo. Mas como é possível valorizar e negar a nósmesmos ao mesmo tempo? Novamente Stott explica: "O que somos é, empane,resultado da Criação (a imagem de Deus) e, em parte, resultado da Queda (a imagemestragada). O ego que devemos negar, rejeitar e crucificar ê o caído, tudo o que dentro denós for incompatível com Jesus Cristo. O ego que devemos afirmar e valorizar é o criado,tudo o que em nós for compatível com Jesus Cristo".

O quadro abaixo ilustra exatamente o que o cristão deve afirmar ou negar.

AFIRMAR NEGARa racionalidadeo senso de obrigação morala sexualidade

a vida familiaros dons de apreciação estética ecriatividade artística.a mordomia dos frutos da terra .

a fome de amor e experiência decomunidadea consciência da majestade divinao impulso inato para prostrar-se eadorara Deus

- a irracionalidade- a perversidade moral- o obscurecimento das distinçõessexuais

- o egoísmo que deturpa a vida familiar- a recusa em desenvolver os dons deDeus e a fascinação pelo feio

- a poluição e dano que causamos aoambiente

- a atitude anti-social que inibe acomunhão

- a autonomia orgulhosa- a recusa idólatra em adorar o Deusvivo

_'AUTq-SAÇRJFICIAL -"

Até aqui/ falou-se somente dadecadência no que ela precisa sernegada. Mas Deus nos chamatambém para que sacrifiquemos a nósmesmos em coisas que/ embora emsi mesmas não sejam erradas/ nempossam ser atribuídas à queda,entretanto impedem que façamos avontade de Deus de forma plena.Nós/ os cristãos/ temos mais a negardo que apenas o pecado. É por issoque Jesus/ cuja humanidade foi

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perfeita e não caída/ ainda teve denegar-Se a Si mesmo (Fp 2:5-11). Omesmo princípio é aplicável aos Seusseguidores.

1. O exemplo de Cristo deve afetarnossa atitude Qo 15:13; 1 Co 8:11;10:24; 2 Co 8:9)

2. O apóstolo Paulo se identificouplenamente com o Senhor Jesus (1 Co9:6-1 8; 2 Co 6:4-10; 11:7/ 23-28)

Que tipos de sacrifícios se espera deSeus servos hoje? Pode ser da vida

de casado (1 Co 9:5); da segurançade um bom emprego; de umapromoção profissional; daconvivência com os familiares; de umlar confortável, para viver nas áreasmais pobres das cidades entredestituídos e famintos.

• Onde estão os cristãos dispostos acolocar o serviço acima do confortoe da vida fácil? Onde está o espíritodesinteressado/ o senso de servo? Ainsistência na segurança física econforto pessoal é incompatível como caminho da cruz.

IV - ESFERAS DE SERVIÇO

Considerando-se que a comunidadede Cristo é uma comunidade da cruz/portanto marcada pelo sacrifício/serviço e sofrimento, isto se refletiráem todas as esferas da nossa vida.

1. No larA cruz deve marcar nossorelacionamento no lar (Ef 5:25-29).Os maridos devem amar suas esposascom o mesmo amor que Cristodemonstrou pela igreja. As esposasdevem reconhecer a "chefia" queDeus deu aos maridos e submeter-sea eles. Mas a qualidade do amorautodoador exigido dos maridos éainda mais difícil - amar a ponto dedar sua vida pela esposa.

a. O amor é auto-sacrificial - "a simesmo se entregou por ela" (v.25);

b. O amor é construtivo - 'para quea santificasse ... para a apresentar a simesmo Igreja gloriosa../' (vs. 26-27);

c. O amor éprotetor e cuidador-"...os maridos devem amar a suamulher como ao próprio corpo...como também Cristo o faz com aIgreja;" (vs. 2Q-29).

• Os lares só podem ter estabilidadee solidez se forem marcados pela cruz.2. Na igrejaOs crentes devem amar uns aosoutros. Esse amor sempre se expressaem altruísmo, olhando para osinteresses dos outros. Essa foi a atitudede Cristo. Lembremos que nossocompanheiro cristão é "irmão" porquem Cristo morreu, e assim jamaisdesprezaremos seu bem estar esempre procuraremos servi-lo.

3. No mundoLembremos que, assim como Cristofoi enviado ao mundo, Ele tambémnos envia a nós. A essência do amorverdadeiro é ação prática em favor dopróximo. O amor alimenta osfamintos, abriga os desamparados,ajuda os destituídos, oferececompanhia aos solitários, conforta ostristes (1 Jo 3:16-18).

O que se pode concluir de tudo isso éque a cruz de Cristo é tanto umachamada para a autonegação quantopara a autoafirmaçãof porém muitomais ainda ela é um incentivo aoserviço de amor. A maneira comoCristo aceitou voluntariamente amorte, e morte para a pior espécie decriminoso, é um poderoso motivadorpara que tenhamos Seu mesmosentimento e atitude (Fp 2:5-8).

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AMANDO NOSSOSINIMIGOS

Texto Básico;Mateus 5:43-48

Texto Devocíonal:l Coríntios 13:1-13

Versículo Chave:"Amai, porém, os vossosinimigos, fazei o bem e emprestai,sem esperar nenhuma paga; serágrande o vosso galardão, e sereisfilhos do Altíssimo"- Lc 6:35.

Objetivo da Lição:Mostrar como o cristão reage àsofensas e agressões dosmalfeitores.

Leia a Bíblia diariamente:2a feira: Mt5:3;,21-2433 feira: Mt 18:15-1742 feira: Lc 17:3-45a- feira: Hb 12:5-863 feira: Rm 12:3-8sábado: Rm 13:8-10domingo: Gl 6:1-3

Prof. Wilson Nunes

Introdução

Amando os inimigos. Neste tema encontramosuma das maiores e mais gloriosas verdades quepodem emanar da mensagem da cruz. Trata-sedo mais exaltado ensinamento que alguém podeencontrar no Novo Testamento. É neste detalhe/mais do que ern nenhum outro, que se evidenciase somos discípulos de Jesus. A lição é que quandovocê e eu nos defrontamos com pessoas que nosassediam e nos odeiam, devemos comportar-noscomo Deus se comportaria, ser semelhantes a Ele/tratar as outras pessoas como Ele mesmo as trata.Amar os inimigos é uma qualidade sem igual, quenos distingue de todo aquele que não é crente.Em Mt 5:47, Jesus diz : "E se saudardes somenteos vossos irmãos/ que fazeis de mais? Não fazemos gentios também o mesmo?".

O crente é aquela pessoa que vai além e faz muitomais do que o homem natural é capaz de fazer. Écomo diz Martin Lloyd-Jones: "O crente é alguémseparado de todos os demais, não somente dospiores dentre eles, mas até dos melhores e maisexcelentes". É aquele que demonstra amor atépelos inimigos, fazendo o bem aos que o odeiame orando por aqueles que dele abusam e operseguem. Do crente se espera nada menos quea semelhança a Deus.

O descrente, na melhor das hipóteses, conseguese conter passivamente, a fim de não devolver oinsulto e retaliar. Ele ignora o que está sucedendo

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ou afasta-se das pessoas que o tratammal. O homem natural não é capazde amar seu inimigo. O crente/porém/ vai além. Ele não apenasresiste passivamente/ mas arnapositivamente o seu inimigo eabençoa aquele que o amaldiçoa.Jesus disse que é nisso que Se conhecequem são os Seus discípulos (Jo13:35).

O ensinamento de amar os inimigosnão é algo simples de se entender.Esta questão tem causado confusãonas mentes de muitos crentes. Opróprio apóstolo Pedro/ perplexo/perguntou: "até quantas vezes devoperdoar?" Porém/ quando nosaproximamos da cruz e entendemossua mensagem/ nossos corações sãoiluminados. Vejamos como arevelação de Deus na cruz nos ajudaa lidar com o mal e as agressõessofridas.

l - A RECONCILIAÇÃO E A_ ' „ DISCIPLINA^, -"^

Uma das lições centrais apresentadaspela cruz é que o perdão concedidopor Deus jamais é um perdão barato,mas sempre custoso. Todo o trabalhode reconciliação entre Deus e ohomem exibe tanto amor quantojustiça. Ali/ misericórdia e severidadeestão de mãos dadas. Na cruz, Deusestá, ao mesmo tempo, salvando epunindo. O evangelho ensina que agraça teve um alto custo.' QuandoDeus perdoa os pecados/ eles nãoficam impunes, foram pagos por Cristona cruz. Consideremos de que formaeste princípio funcionará nas diversasáreas da vida.

1. Na vida socialEmbora não tenhamos o direito denegar o perdão/ nem de fazervingança, não nos é permitidodesvalorizá-lo, oferecendo-oprematuramente onde não houvearrependimento genuíno, O ensinobíblico é este: "Se teu irmão pecarcontra ti, repreende-o" e só então "seele se arrepender, perdoa-lhe" Lc17:3. Mas note que o perdão semprerequer alguma forma de pagamentoe sofrimento.

a. Se a culpa for nossa, haverá ahumilhação do pedido de perdão.

b. Se formos vítima da ofensa,talvez tenhamos de suportar oembaraço de reprovar ou repreendera outra pessoa, e até perder aamizade.

2. Na vida familiar"Os pais hão de querer que sua atitude paracom os filhos seja marcada pela cruz. Devemamá-los, mas esse não é amor mole e semprincípios, que estraga as crianças, mas"amor-santo", que procura seu bem estarmaior não importando o custo" - Stott.

a. A cruz dá aos pais o direito deaplicar a disciplina (Hb l2:5-8)

b. A cruz modela o papel dos paisà paternidade divina. Ao mesmotempo que o pai se enraivece contrao mal/ ele disciplina com amor.

3. Na vida da igreja"A igreja hoje tem a tendência de oscilarentre severidade extrema, que excomunga osmembros por ofensas triviais, e a frouxidãoextrema., que jamais admoesta os ofensores"- Stott.

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Em Mt 1 8:1 5-1 7, Jesus determinou umprocedimento que se desenvolveatravés de fases:

a. Confrontação pessoal: "entre tie ele só" (v. 15a); "se ele te ouvir,ganhaste o teu irmão" (v,1 5b);

b. Confrontação com teste-munhas: a fim de estabelecer arepreensão (v.16);

c. Confrontação com igreja: paraque a pessoa possa ter uma terceiraoportunidade de se arrepender. Casose recuse a ouvir/ deve serexcomungado (v.1 7).

Note-se também que/ de acordo comCl 6:1-2; 1 Tm 1:20 e 1 Co 5:5, adisciplina tem um propósito positivo.

Abençoar os que nos perseguem efazer o bem aos nossos inimigos é omandamento bíblico. Mas comodevemos reagir às ofensas de nossosinimigos? De especial instrução sãoas quatro considerações que Paulo faza respeito do mal em Rm 1 2:9-21 .

1. Odiar o mal (Rm 12:9)O cristão jamais finge que o mal é semimportância/ nem o justifica. Ele ochama de pecado e odeia o mal.Deus odeia o mal porque Ele é santoe nós também devemos odiá-lo.Porém/ ao odiar o mal, Deus não nosodeia com ele.

2, Não devemos tornar a ninguém

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mal por mal (Rm 12:17/19)O povo de Deus está totalmenteproibido de fazer vingança. Na cruz/Jesus exemplificou com perfeição oSeu próprio ensino (1 Pé 2:23). Aoretribuirmos o mal/ tornamos pior omundo em que vivemos.

3. Devemos vencer o mal (Rm 12:21)Corno fazer isso? A receita de Jesus éesta: Fazei o bem aos que vos odeiam;bendizei aos que vos maldizem; oraipelos que vos caluniam (Mt 5:44).Agora Paulo: "Abençoai aos que vosperseguem" (Rm 12:14) e "Se teuinimigo tiver fome, dá-lhe de comer"(Rm 12:20).

4. O mal deve ser punido (Rm 2:9)Se estamos proibidos de vingar o mal/quem pode fazê-lo? A maneira deresolver o problema é - a seguinte:individualmente/ estamos proibidosde fazer vingança/ porém podemosacionar a justiça. É preciso distinguirvingança individual (esta Deus proíbe)de vingança judicial (esta Deusaprova). A vingança judicial é aquelafeita pelas mãos de Deus (Na 1:2) oudos magistrados instituídos peloEstado.

;Iíl- A AUTORIDADEDO ESTADO

Como o cristão deve ver o Estado esua autoridade? Paulo responde emRm 13 que o Estado é ministro deDeus e seu propósito é punir o mal epromover o bem. Ora/ para cumprireste propósito o Estado pode usar aforça/ tanto contra o agressor que

•ameaça de fora (guerra)/ quanto

contra o agressor de dentro(criminosos). Porém/ Rm 13 não podeser usado como desculpa para exercergoverno arbitrário ou exagerar naforça. É preciso distinguir entreviolência (o uso do poder semcontrole e sem princípios) e força (seuuso controlado para punir o malfeitor).Portanto, rigoroso controle deve serexercido pelo Estado na aplicação daforça.

1. RestriçãoA força deve ser exercida como últimorecurso se esgotadas todas as outrasopções.

2. Discriminação e controleA Bíblia expressa horror para com oderramamento do sangue inocente.Isso torna ilegal o uso de armasatómicas/ biológicas e químicas, etodo uso indiscriminado de armasconvencionais (por exemplo,bombardeio de civis). Estes são usosprofundamente ofensivos àconsciência cristã. A ação da forçarequer, pois/ alto grau dediscernimento/ de modo que somenteo mal seja punido e não os inocentes.

3. ProporçãoO sofrimento causado deve ser menordo que o que está sendo suportado.

4. ConfiançaO Estado deve oferecer umaexpectativa razoável de êxito napunição dos culpados.

O uso que o Estado faz da força/ emcaso de guerra/ deve ser, com igual

cuidado, aplicada aos criminosos.Deve ser usada força suficiente paramante-los sob custódia, levá-los àjustiça e, após sentenciados, obrigá-los a sofrer o castigo.

Como pode o mal ser ao mesmotempo "vencido" (Rm 12:21) e"punido" (Rm 13:4)? Novamente acruz é a resposta. Cristo na cruz nãovenceu o mal Se recusando a puni-lo, mas aceitando Ele mesmo ocastigo. Na cruz o mal humano foipunido e vencido. Daí derivam-sedois princípios para a prática dajustiça cristã.

1 . O retributivoO malfeitor deve ser punido. Ocristão reconhece a realidade do mal,do erro, da injustiça, e procura puni-lo com equidade.

2. O reformativoDeve-se tentar reabilitar o malfeitor.O cristão condena a culpa, mas nãoo malfeitor; e reage ao pecado demodo a remodelar o futuro à luz doerro/ da maneira mais criativapossível.

CONCLUS/STj»,

Nesses tempos de guerras, rumores deguerras e tanta violência urbana, quea cruz seja a nossa resposta aosmalfeitores de hoje.

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SOFRIMENTO € GLORIR

Texto Básico:1 Pedro 2:20-25

Texto Devocional:Salmo 107:10-15

Versículo Chave:"Porquanto para isto mesmofostes chamados, pois quetambém Cristo sofreu emvosso lugar, deixando-vosexemplo para seguirdes osseus passos"'-1 Pé 2:21.

Objetivo da Lição:Mostrar como o crente deveentender o sofrimento à luz daBíblia.

Leia a Bíblia diariamente2* fei a: SI 32:3-73sfei a:Jo9:l-5

a: Hb 12:3-75afei6afei a:Rm5:l-6sábado: Hb 2:5-10domingo: SI 22:19-28

Prof. Wilson Nunes

Introdução

"Não sofra mais... pare de sofrer!" Isso é o queensina um número cada vez maior de pregadoresem nossos dias, A Bíblia, porém, não se cansa deavisar que os piedosos em Cristo também sofrerãoneste mundo. Então, não importa o que se diz poraí, pois a Palavra de Deus diz o contrário. Opróprio Cristo já havia avisado: "No mundo tereisaflições..."Qo 16:33). Esta mensagem também eraimportante no ministério de Paulo, que ia pelasigrejas "fortalecendo as almas dos discípulos,exortando-os a permanecer firmes na fé,mostrando que, através de muitas tribulações, nosimporta entrar no Reino de Deus" (At 14:22).Quem disse que não é da vontade de Deus quesoframos? Lembremo-nos do que Pedro escreveu:"Por isso, também os que sofrem segundo avontade de Deus encomendem a sua alma ao fielCriador, na prática do bem" (l Pé 4:19). Note-se,portanto, que nem Cristo, nem os apóstolos jamaispregaram o tipo de evangelho indolor da felicidadeplena que esta sendo pregado hoje.

Deus nunca prometeu liberdade temporal dosofrimento. Pelo contrário, Ele nos adverte, quaseque em todas as paginas das Escrituras, a queestejamos preparados para o sofrimento. Comodisse Edward Welsh: "Embora possa parecer difícil,o evangelho não elimina o sofrimento presente.A Bíblia não fornece uma tecnologia para removero sofrimento, mas nos ensina a viver em meio aele". Como, pois, a Bíblia nos ajuda a enfrentar o

sofrimento? A seguir/ trabalharemoso assunto por meio de dois ângulos.Apresentaremos algumas declaraçõesbíblicas acerca do sofrimento e logoapós veremos como ele foi tratado nacruz. _ ...

l -O SOFRIMENTOHUMANO

Eis algumas declarações bíblicassobre a dor e o sofrimento humano.

1. O sofrimento não é o realproblema do homemPrecisamos corrigir este conceito deum homem sofredor para um homemmau e pecador. Antes de ser umsofredor, o homem é um pecador. Seusofrimento é consequência deste fato.A dor humana é, antes de mais nada,inimizade com Deus. O problema docoração humano não é que ele énecessitado e vazio, mas "enganosomais do que todas as coisas" (Jr 17:9).A prioridade do homem, pois, não ése ver livre do sofrimento, mas sernova criatura. Antes de se libertar dosofrimento, ele precisa aprender a serfiel e obediente, e a ter um coraçãoardente por Deus. Por isso, aprioridade de Deus não é nos poupardo sofrimento, mas restaurar aimagem de Deus em nós (Rm 8:29; 1Co 15:49; 2 Pé 1:4).

2. A dor e o sofrimento são intrusosno universo de Deus, e um dia elesserão abolidos definitivamenteO mal entrou no mundo por causa dopecado do homem. A dor é agora umaparte permanente de nossa existênciaaqui na terra, devido à maldição deDeus sobre o pecado, mas um dia elaserá removida (Rm 5:12-20).

3. O nosso sofrimento pessoal podeter diferentes causas

a. Outras pessoas- às vezes, nossosofrimento pode ser culpa de outros.É o marido que abandona a esposa, aesposa que ofende o marido; ummotorista bêbado que mata umacriança; um homem que estupra umamoça. Alguns perguntam: Por queDeus permitiu isso? Mas a respostaé: "Foi o marido, ou pai, ou oassassino, foi o pecado deles".

b. Eu mesmo - eu sofro porquepequei. Perdi o amor dos meus filhos,porque os provoquei. Estou doente,por causa dos meus vícios, da minhaira, da minha inveja, da minhaambição sem limites (1 Co 11:30; Jo15:14; Lc 1:20; SI 32:3-5; 38:1-8).

c. Adão- Rm 5:12 ensina que fomosculpados em Adão, por isso perdemospessoas queridas pela rnorte, temos detrabalhar arduamente e somos tãoinjustos e maus uns com os outros.

d. Satanás - 1 Pé 5:8 diz que osofrimento pode vir dele. Jesus disseque ele é homicida (Jo 8:44); que eleaflige as pessoas com doenças (Lc13:1 6; 4:35,39; 2 Co 12:7; At 1 0:38).Além disso, ele faz acusações epromove divisões na igreja de Cristo.

e. Deus— Parece que Noemi criaque Deus era o responsável para o seusofrimento (Rt 1:20), e até certo pontoela estava certa, pois havia um planosendo executado. Veja 1 Pé 4:1 9.

Tudo isso nos ensina a não reduzir ado sofrimento a uma única causa.

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4. O sofrimento tem uma razão deserÉ como diz Stott; "Sempre tem havidoaqueles que insistem ern que o sofrimento ésem sentido, e que não podemos detectarabsolutamente nenhum propósito nele... Masos cristãos não podem seguir por este becosem saída. Pois Jesus mencionou osofrimento como sendo tanto para a "glóriade -Deus" , como "para que se manifestemnele as obras de Deus" (Jo 11:4 e 9:3)".

O propósito de Deus para osofrimento é o bem. O bem não incluinecessariamente um cessar imediatoda dor; o bem maior é conformar-nosà imagem de Cristo (Rm 5:3-5).

l I I -A SOLUÇÃO^ OFERECIDA NA^ÇRUZ ~

Nosso objetivo agora é expressar arelação que possa existir entre a cruzde Cristo e os nossos sofrimentos. Oque será exposto a seguir é um resumodo argumento de Stott/ que, ao falarsobre a revelação da glória de Deusna cruz de Cristo, pergunta: "Qual é,pois, o relacionamento entre osofrimento de Cristo e o nosso? Comoé que a cruz nos fala da nossa dor?".Ele mesmo sugere, com base nasEscrituras, seis possíveis respostas aessa questão.

1. Perseverança pacientePrimeiro, a cruz é um estímulo àperseverança paciente. Emboratenhamos de reconhecer o sofrimentocomo mal e, portanto, resistir a ele,chega um momento em que ele temde ser aceito realisticamente (1 Pé2:1 8-23; Hb 12:1-3). Cristãos de todasas gerações, ao contemplarem os

sofrimentos de Cristo, os quaisculminaram na cruz, têm obtido ainspiração para suportar compaciência a dor não merecida, semreclamar nem revidar.

2. Santidade maduraA cruz de Cristo é o caminho dasantidade madura. As Escriturasdesenvolvem três imagens gráficas afim de exemplificar como Deus usa osofrimento em relação ao Seupropósito de nos tornar santos:

a. O pai que corrige o filho (Dt8:5; Hb 12:5-11; Ap 3:19)

b. O ourives que refina o ouro (SI66:10; Is 48:10; 1 Pé 1:6-7)

c. O lavrador que poda a vinhaOo 15:1-8; Is 5:1-7; Gl 5:22-23)

Não podemos hesitar em dizer,portanto, que Deus pretende que osofrimento seja um "meio da graça"(veja o SI 119:67).

3. O serviço sofredorA cruz de Cristo é o símbolo doserviço sofredor. Em Is 53,percebemos o elo entre sofrimento eserviço. Para a igreja, portanto, comopara o Salvador, sofrimento e serviçovão lado a lado (Jo 12:23-26, 32-33).Jesus ensinou, pelo Seu próprioexemplo, que a semente deve morrerpara que possa multiplicar-se. Estadeve ser uma realidade também paranossas vidas. Paulo é o exemplo maisnotável deste princípio (Ef 3:1,13; Cl1:24; 2 Tm 2:8-10). O ensino aqui éque o servo, se quiser levar a luz àsnações, deve sofrer, como a semente,

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a fim de se multiplicar/ deve morrer.

4. Esperança e glóriaA cruz de Cristo é a esperança da glóriafinal (Hb 12:2). É, pois/ a esperançada glória que torna o sofrimentosuportável. É nessa visão que "nosgloriamos nas próprias tribulações",porque "gloriamo-nos na esperança daglória de Deus " (Rm 5:2-3).

5. A fé e o livro de JóA cruz é o fundamento de uma féracional. Quando a calamidade nosatinge, como podemos agir comracionalidade? A melhor resposta aessa questão é a providenciada pelolivro de Jó. Lã, percebe-se que aatitude de Jó é uma mescla de auto-comiseração e auto-afirmação. Ele sedefendeu, teve pena de si mesmo/afirmou-se a si mesmo e acusou aDeus. Mas no capítulo 42:5-6, elemuda de atitude. O que foi que ele"viu" que o converteu da auto-afirmação à auto-entrega?

a. Jó foi convidado a examinar denovo a criação e vislumbrar a glóriado Criador, O que Deus deu a Jó foiuma extensa introdução às maravilhasda natureza e, por meio dela, urnarevelação do seu génio Criador, o qualsilenciou as suas acusações e levou-o a humilhar-se a si mesmo,arrepender-se da sua rebeldia econfiar novamente em Deus.

b. A cruz não soluciona oproblema do sofrimento, mas suprea perspectiva essencial da qualpodemos examiná-lo. Visto que Deus

demonstrou Seu santo amor e justiçaamorosa num evento histórico (acruz), nenhum outro evento históricopode superá-lo ou desaprova-lo.

6. A dor de DeusO sexto modo é o mais importante dasérie. A cruz de Cristo é a prova doamorsolidáriode Deus, isto é, de Suasolidariedade pessoal e amorosaconosco em nossa dor. Pois overdadeiro aguilhão do sofrimentonão é o infortúnio em si, nem mesmoa dor ou a injustiça, mas o aparenteabandono de Deus. A dor ésuportável, mas a aparenteindiferença de Deus não é. Nãodevemos vê-lO, indiferente, diante detodo sofrimento no mundo, masdevemos vê-lO numa cruz. A dor deDeus foi revelada de modo supremona cruz. Verdadeiramente Seu nomeé Emanuel "Deus conosco" (Is 63:9;At 9:4; Mt 26:67,68)

Na cruz de Jesus, o próprio Deus estácrucificado. O pai sofre a morte doFilho e toma a Si mesmo a dor e osofrimento da história.

^__ '= CONCLUSÃO

Terminamos citando o testemunhodesse grande servo de Deus numa dassuas mais profundas declarações:"Eu mesmo jamais poderia crer em Deus senão fosse a Cruz- No mundo real da dor, comose pode adorar um Deus que seja imune aela? Ele deixou de lado a Sua imunidade àdor. Ele entrou em nosso mundo de carne esangue, lágrimas e.morte. Ele sofreu por nós.Nossos sofrimentos tornaram-se maismanejáveis à luz, dos Seus" - Stott.

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P€N€TRANT€INFLUÊNCIAD A CRUZ (l)

Pr. Daniel aã Silva

Texto Básico;Gaiatas 2:17-21

Texto Devocíonal:Gaiatas 6:1 M 8

Versículo Chave:"Quanto ao mais, ninguém memoleste; porque eu trago nocorpo as marcas de Jesus" - GI6:17.

Objetivo da Lição:Refletir para praticar a seguinteproposição: não podemoseliminar a cruz de nenhuma áreade nosso pensamento e vida.

Leia a Bíblia diariamente emGaiatas:2- feira: Gl l :3-5 - A cruz e a

salvação3a feira: GI 2:19-21 - A cruz e a

experiência42 feira: Gl 3:1 -3 - A cruz e a

pregação52 feira: GI 3:10-14-A cruz e a

substituição6*feira: Gl 5:11; 6:12 -A cruz e

a perseguiçãosábado: Gl 5:24 - A cruz e a

santidadedomingo: Gl 6:14 - A cruz e a

vanglória

IntroduçãoDevemos louvara Deus porfilhos como John Stott.Por seu dom especial de uma exposição bíblicaao mesmo tempo tão profunda e acessível. Quegrande privilégio será o de, nesta lição e a próximalição/ visitarmos a carta de Paulo aos Gaiatasmonitorados portão hábil mestre das Escrituras.

Você já deve ter tido a experiência de comprarurn computador/ uma TV ou mesmo um aparelhode som para o carro e/ por absoluta inabilidade/preguiça ou falta de interesse/ não aproveitar damaioria dos recursos contidos naquela aquisição.

O mesmo pode se dar em relação ao cristão e acruz de Cristo - porém/ neste caso/ a perda éinfinitamente mais grave. Um grande desperdíciopode estar acontecendo agora mesmo com minhavida cristã/ e talvez/ quem sabe/ com a sua. Estafoi a razão de Stott terminar seu livro (roteiro destarevista) com esta conclusão. Ele sabe muito bemque não podemos eliminar a cruz de nenhumaárea de nosso pensamento e vida.

Creio ser muito bom guardar um resumo de tudoque já foi estudado nas quatorze primeiras lições:

Aproximando-se da Cruz (Lições 1 a 4)A vida cristã tem como ponto central a cruz deCristo - uma história preparada por Deus desde oAntigo Testamento,

O Coração da Cruz (Lições 5 a 7)Cristo morreu por determinação do Pai/ pelavontade do Filho e por amor de nós. Jesus pagou

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um alto preço para conduzir-nos aDeus e para satisfazê-IO, porém, paranós, a salvação é gratuita.

A realização da Cruz (Lições 8 a 10)Cristo é a maior e melhor revelaçãoda glória, da justiça e do amor deDeus. Através da Sua cruz, Deus nostrouxe vitória e libertação do mal.

Vivendo sob a Cruz (Lições 11 a 14)Somente quando iluminados pelaCruz podemos nos compreender a nósmesmos. Uma vez unidos em Cristo,temos novo relacionamento comDeus, o que modifica nossa reação

xante os malfeitores.

• Para pensar: Há alguma área doseu pensamento ou vida onde a cruzde Cristo não tem causado seu efeitomaravilhoso? Quais?

Temos na carta de Paulo aos Gaiatas(quem sabe a primeira a ser escrita)sefe afirmações admiráveis acerca damorte de Cristo, e cada uma delasilumina uma faceta diferente.Colocando-as juntas obteremos umacompreensão espantosamentecompleta da influência penetrante dacruz. Estudaremos três destasafirmações na lição de hoje e quatrona semana que vem. Vamos lá?Oremos antes do estudo.

l - A CRUZ E A SALVAÇÃO(Gl 1:3-5) __

Leiamos o texto com atenção, poisesta saudação é uma declaraçãoteológica cuidadosamente equili-brada acerca da cruz:

1. A morte de Jesus foi tantovoluntária quanto determinada

a. Voluntária: "Ele se entregou asi mesmo pelos nossos pecados" -livre e voluntariamente. Jesus dispôsSua vontade a fim de fazer a vontadedo Pai.

b. Determinada: "Segundo avontade de nosso Deus e Pai"- DeusPai propôs e desejou a morte de SeuFilho e a predisse nas Escrituras doAntigo Testamento.

2, A morte de Jesus foi pelos nossospecadosO pecado e a rnorte (causa e efeito,conforme as Escrituras) sãorelacionados sempre à mesma pessoa(quem peca, morre). Neste caso,embora os pecados fossem nossos, foiCristo quem sofreu a pena por eles,na cruz.

a. O propósito da morte de Jesusfoi nos resgatar— não há possibilidadede auto-salvação, daí a necessidadede resgate. Jesus morreu a fim de nossalvar "deste mundo perverso". Jesusinaugurou uma nova era e nostransportou a ela.

b. O resultado presente da mortede Jesus é graça e paz.

~ Graça: favor livre e imerecido.Paulo exprime seu espanto de que osgaiatas tão rapidamente tivessemdesertado aquele que os tinhachamado "na graça de Cristo" (v.6). Ochamado de Deus é o chamado dagraça. O evangelho de Deus é oevangelho da graça.

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- Paz: reconciliação com Elee de uns com os outros

morreu. De certa forma, "não devosaber mais pecar".

c. O resultado eterno da morte deJesus é que Deus será glorificado parasempre. A graça e a glória são parteda mesma sentença. A graça provémde Deus; a glória é devida a Ele.

• Para pensar: Há duas questõesfundamentais aqui:(1) recebi a salvação paga pela cruzde Cristo?(2) comecei bem (pela graça mediantea fé) e me dispus a seguir (esforçopróprio) pelo caminho da santificação?

Tl - A CRUZ E A- EXPERIÊNCIA ~ -

' ' * (Gl 2:19-21)

1. ContextoPaulo esta ensinando que a função dalei é condenar/ não justificar (v. 16).Contando apenas com a lei o meu fimse daria na minha merecida morte,mas Deus providenciou que Cristolevasse minha penalidade pela quebrada lei, desde que eu esteja unido aEle(vs. 19,20).

2. Experiência (Rm 6 e Gl 2)Paulo aqui está falando do problemada heresia de antinomianismo, quedíz que ninguém pode ser justificadomediante a observância da lei. Mastambém ninguém está livre paraquebrá-la (livre para pecar).

a. O pecador morreu (vs. 5-6) -está crucificado com Cristo. Averdade bíblica é bem simples: a partede mim que estava ligada ao pecado

b. Mas está vivo para Deus (v. 11).O "novo eu" (justificado e livre decondenação) deve viver do modocomo Cristo vive. Esta segundaafirmação fala de uma "novainclinação" recebida a partir da cruzde Cristo - que passa a ser nossaexperiência. É como o gatinho quepode até se sujar aqui e acolá, massempre estará procurando a limpeza.O contrário se dá com o porquinho,que até poderá ser surpreendido numacondição de boa higiene, mas suatendência será sempre a lama.

• Para pensar: qual é a minhatendência (ou inclinação)? Pureza ouo pecado? Com esta respostapodemos avaliar a "autenticidade" donovo nascimento. Pelos frutosconhecemos a árvore.

Ill ^A.CRLIZ E À PREGAÇÃO•̂CL, JGI3;173L .^-:'""

Paulo lembra que até mesmo oapóstolo Pedro, assim como osgaiatas, havia sido fascinado, emalguma medida, por abandonar adoutrina da justificação pela fé. Pauloimplica que devem ter sidoenfeitiçados, talvez peloArquienganador, embora sem dúvidapelos falsos mestres humanos. Nestecontexto ele nos ensina sobre apregação do evangelho:

1. Pregar o evangelho é proclamar acruz. Outros itens devem seracrescentados: a ressurreição (1:1;

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2:19-20), por exemplo. Mas oevangelho em essência são as boasnovas do Cristo crucificado.

2. Pregar o evangelho é proclamarvisualmente a cruz"Jesus Cristo exposto como crucificado"- no grego, a palavra exposto significadesenhado ou pintado paraapresentação pública ante os olhos.Paulo compara sua pregação doevangelho a uma enorme pintura de umcartaz onde Cristo aparece na cruz.Uma das maiores artes ou dons dapregação do evangelho é transformaros ouvidos das pessoas em olhos/ efazê-las vero que estamos falando.

3. Pregar o evangelho é proclamarvisualmente a cruz como umarealidade presenteA carta aos Gaiatas foi escrita,provavelmente, 15 anos após a cruzde Cristo. A maioria de seus leitores,senão todos, não tinham sidotestemunhas oculares da cruz. O quePaulo fez foi trazer aquele evento dopassado para o presente através dapregação, e é isso que devemos nóstambém fazer. O ministério dapalavra e do sacramento tem estepoder: vencer a barreira do tempo,tornando presentes os eventos dacrucificação do passado, a fim de queas pessoas vendo possam reagir a eles:aceitando ou rejeitando.

4. Pregar o evangelho é proclamarvisualmente a cruz como umarealidade presente e permanenteO termo "Cristo exposto comocrucificado" não esta no tempo verbalgrego "aoristo", mas no "perfeito". A

gramática, portanto, indica que Pauloestava dizendo que a crucificação tempoder e benefícios permanentes. Acruz jamais deixará de ser o poder dasalvação de Deus para os que crêem.

5. Pregar o evangelho é proclamar acruz também como objeto de fépessoalPaulo expôs Cristo crucificado anteos olhos dos crentes da Gaiácia, nãoapenas para causar admiração, maspara persuadi-los a virern e colocaremsua confiança em Cristo como seuSalvador crucificado. E assimcontinuarem por toda a vida - o queeles NÃO estavam fazendo.

Para pensar: Temos anunciado aosperdidos a mensagem da cruz? Oumaquiamos tanto a nossaevangelização que a cruz está"escondida"? Sem a cruz, a mensagempode fazer a igreja crescer (ou inchar),mas não é o evangelho de Cristo.

-- CONCLUSÃO_ — -.

A salvação (onde tudo começou), aexperiência (o día-a-dia) e a pregação(o ministério) estão bem claras na cruzde Cristo, que é a própria essência dafé cristã.

• Faça uma auto-avaliaçao. Estouvivendo esta realidade ou será queestou me afastando da cruz de Cristo?

Vamos refletir mais sobre isto nestasemana, enquanto nos preparamospara a segunda parte desta mesmalição.

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P€N€TRANT€INFlUCNCin Dfí CRUZ (2)

Texto Básico:Gaiatas 2:17-21

Texto Devocional:Gaiatas 6:11-18

Versículo Chave:"Quanto ao mais, ninguém memoleste; porque eu trago nocorpo as marcas de Jesus" - GI6:17.

Objetivo da Lição:Refletir para praticar a seguinteproposição: não podemoseliminar a cruz de nenhuma áreade nosso pensamento e vida.

Leia a Bíblia diariamente emGaiatas:2- feira: Gl 1:3-5 - A cruz e a

salvação33 feira: GI 2:19-21 -A cruz e a

experiência4afeira: Gl 3:1-3 -A cruze a

pregação5a feira: GI 3:10-14 - A cruz e a

substituição6a feira: Gl 5:11; 6:12 - A cruz e

a perseguiçãosábado: Gl 5:24 - A cruz e a

santidadedomingo: Gl 6:14-A cruz e a

vanglória

Pr. Daniel da Silva

Introdução

Bem, na lição da semana passada já vímos trêsdas sete afirmações admiráveis acerca da cruz deCristo em Gaiatas.

I - A cruz e a salvação (Cl 1:3-5)

II - A cruz e a experiência (Cl 2:19-21)

III -A cruz e a pregação (Cl 3:1-3)

Somadas às próximas quatro, obteremos umacompreensão espantosamente completa dainfluência penetrante da cruz. Assim, certamente,estaremos prontos a receber e repartir o podercontido na cruz de Cristo. Vamos lã? Oremos,novamente, antes do estudo.

IV - A CRUZ E A SUBSTITUIÇÃO- -J ' . (GI 3:10-14). - - • -

1. Esta palavra é deliberada, propositada ebiblicamente forte, e assim se mantém, apesar deesforços para suavizá-la:

a. Á Bíblia é agressiva nesta matéria: "o que

for pendurado no madeiro é maldito de Deus" (Dt21:23). Isto é ainda mais forte do que o termo"maldição da lei" usado por Paulo.

b. E um sina! histórico, não apenas uma ficçãoforense - Cristo, de fato, morreu envolvido num"genuíno sentimento de companheirismo".

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c. £ a expressão exata da grandehumilhação que Cristo assumiu pornós: Cristo se tornou "maldição" éuma metonímia (figura de linguagemque usa o autor no lugar da obra, porexemplo: "Você já leu Jonas?") doamaldiçoado. É como se disséssemos:"por nossa causa, Deus fez Cristo umamaldiçoado". Assim como Cristo setornou "pecado" por nós - 2 Co 5:21- "Ele [Deus] O [Jesus] fez pecado pornós".

2. A lógica do ensino de Paulo é clara.

a. Todos os que confiam na leiestão sob maldição (v. 11 cf. Dt 27:26).O ser humano é maldito porquejamais "permaneceu" em "praticar"o que requer a lei.

b. O justo viverá pela fé (v. 12cf. Hb 2:4). Viver "pela fé" e viver"pé!a lei" são dois estadoscompletamente diferentes. Emborateoricamente os que obedecem àlei viverão, na prática, ninguémviverá porque ninguém é capaz deobedecê-la (exceto Cristo). Quemobedece a todos os mandamentosmenos um é culpado de todos (Tg2:10).

c. Cristo nos redimiu da maldiçãoda lei fazendo-Se maldição por nós(vs. 11,13; cf. 2 Co 5:19,21).

d. Cristo fez isso a fim de que n El ea bênção de Abraão pudesse ir paraos gentios, pela fé (v.14 cf. Cn 12:3):com a justificação do pecador emCristo (o descendente prometido aAbraão), todas as famílias da terrapodem ser abençoadas.

• Para louvar: é fundamental quejamais deixemos de agradecer, louvare adorar a Deus pela dádiva de Cristo.Eu (Daniel) até poderia (se não tivessemuito tempo para pensar) dar minhavida por alguém. Mas jamaisentregaria um dos meus dois filhos poralguém. Mas foi exatamente isso queDeus fez, e Ele só tinha Um.

V - A CRUZ E A^PERSEGUIÇÃO

•:'"',,_ (Cl 5:11; 6:12).--1. Pregar a circuncisão é pregar asalvação pela lei, isto é, por meio darealização humana. Significa fugir dacruz com seu escândalo, e daconsequente e inevitável perseguição.Nos tempos de Paulo havia muitosmestres que evitavam a perseguiçãopregando a circuncisão em lugar da cruz.

2. Pregar a cruz é pregar a salvaçãopela graça de Deus somente. Talmensagem é a pedra de tropeço (1 Co1:23) porque humilha o homem,encurralando-o num beco com umaúnica saída: a salvação pela graça,sem mérito humano. Logicamenteesta mensagem é impopular.

• Para pensar: quanto à sublime tarefade pregar a Palavra de Deus há apenasdois caminhos: o primeiro é o caminhoda fidelidade, o último, o caminho dapopularidade. Não é possível ser fiele popular ao mesmo tempo (Lc 6:26).Ou pregamos a ira de Deus sobre opecador rebelado e a cruz de Jesuscomo única solução para este"impasse" humano, ou não seremospregadores do Evangelho. Em qual dosdois você (e sua igreja) está?

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VI - A CRUZ E A~ SANTÍDADE

(Cl 5:24)

1. O contexto (Gaiatas, capítulo 5)

a. O significado da liberdademoral (Gl 5:13). Não é auto-indulgência, é domínio próprio. Nãoé servir a nós mesmos, é servir unsaos outros, em amor.

b. O conflito interior. A carne comseus atos (Gl 5:16-18) - imoralidadesexual, apostasia religiosa e quebrasocial - CONTRA o Espírito com Seufruto em relação a Deus, ao próximoe a nós mesmos. O predomínio se dáandando no Espírito (Gl 5:25), aomesmo tempo em que "crucificamosa carne" (Gl 5:24).

2. O texto (v.24) - "crucificara carne"Paulo enfatiza a necessidade derejeitar a carne de modo cruel,juntamente com seus desejos:

a. Como Jesus havia ensinadoquando mandou "tomara cruz"afímde segui-lO. Lutero esclareceu - opovo de Cristo prega a sua carne àcruz, "de modo que embora a carneainda viva, contudo não pode realizaro que faria, pois se encontra atada depés e rnãos, e firmemente pregada nacruz". Não crucificar a carne implicacrucificar novamente a Cristo. E comopassar do lado do Crucificado para odos cr u cif ícado rés.

b. Dois tipos de crucificação:

- Somos crucificados comCristo (Gl 2:20): VOZ PASSIVA.

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- Crucificamos a velhanatureza (Gl 5:24): VOZ ATIVA.

• Para pensar: hoje em dia, os livrose os púlpitos evangélicos têmensinado a orar pedindo vitória naempresa, dinheiro e prosperidade,apesar da oração modelo que Jesusnos deixou dizer: "dá-nos o pão decada dia". Creio ser saudável, à luzdesta verdade da cruz, passarmos aorar mais: "Santifica-nos, Senhor!".Ver Is 6:1-7.

VÍI-A CRUZ E AVANGLÓRIA ~

. - _ (Gl 6:14)

l. O que significa gloriar-se na cruz?

a. Vê-la como o caminho daaceitação diante de Deus. Este é oponto central e o motivo da carta -mostrar aos gaiatas como elespoderiam comparecer diante deDeus: gloriar-se na cruz de Cristo.Deus nos livre de que nos gloriemosa não ser na cruz; ela exclui todos osoutros tipos de vanglória (Rm 3:27).

b. Vê-la como padrão de nossanegação própria - as três cruzes dadoutrina de Paulo:

- A cruz de Cristo -substituição.

- A crucificação do cristão parao mundo - o abandono da carne eseus valores.

- A crucificação do mundo parao cristão - o abandono do sistemamaligno e corrupto que sempre estáà disposição dos homens: valores domundo, materialismo ímpio, vaidadee hipocrisia.

• Para pensar: Gloriar-se é o mesmoque; confiar em, regozijar-se em, terprazer em, viver para alguma coisa. Oobjeto de nossa vanglória enche osnossos horizontes/ domina nossa atençãoe absorve o nosso tempo e energia.Numa palavra, nossa "vanglória" é anossa obsessão. Pergunte-se: "qual é aminha obsessão na vida?"

_ CONCLUSÃO - -

Reagrupemos as sete grandes declaraçõesde Paulo na carta aos Gaiatas acerca dacruz numa ordem teológica:

1. A cruz é o fundamento da nossajustificação:

a. Resgatou-nos do presentemundo perverso (G l l :4)

b. Redimiu-nos da maldição da lei(GI3:13)

Para nos apresentar perante Deuscomo filhos e filhas/ para sermosdeclarados justos e recebermos ahabitação do Espírito.

2. A cruz é o meio da nossasantificação:

a. Crucificados com Cristo: ondeestou incluído nele (Gl 2:20)

b. Crucificação da carne: de nósmesmos para o mundo (Gl 6:14)

c. Crucificação do mundo: domundo para nós (Gl 6:14)

3. A cruz é o assunto do nossotestemunhoApresentar a Cristo crucificado demodo que vejam e creiam (Gl 3:1).

a. O assunto é a cruz: mérito deCristo (Gl 6:12).

b. O assunto não é a circuncisão:mérito do homem (Gl 5:11).

4. A cruz é o objeto de nossa glória(Cl 6:14)Quatro iniciativas humanasinaceitáveis para Deus, que nostornam Seus inimigos:

a. A justificação própria-em vezde ir à cruz e depender de Cristo;

b. A auto-indulgência-em vez detomar a cruz e segui-IO;

c. O anúncio próprio - em vez depregar a Cristo crucificado;

d. A glorificação própria - em vezde nos gloriarmos na cruz.

Para Paulo, a cruz não era apenasuma imagem para apoiar a fé. Eraum compromisso, um alvo, umaagenda, uma companheira: naperseguição, na pregação, naalma, na mente e até no corpo (Gl6:17).

• Campbell Morgan definiu muitobem a penetrante influência da cruz:"Só o homem crucificado podepregar a cruz".

Disse Tomé: "A menos que eu vejaem suas mãos o sinal dos cravos... nãocrerei". O Dr. Parker, de Londres,afirma que o que Tomé falou acercade Cristo, o mundo hoje esta dizendoa respeito da igreja.

• E o mundo também está dizendoa cada pregador: a menos que eu vejaem suas mãos as marcas dos cravos,não crerei. É verdade. Só o homemque morreu com Cristo pode pregara cruz de Cristo.

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O TÚMULO VflZIOVfíUDfí n CRUZ D€CRISTO

Pr. Daniel aã Silva

Texto Básico:Lucas 24:13-35 '

Texto Devocional:l Coríntios 15:50-58

Versículo Chave:"E não vos conformeis com esteséculo, mas transformai-vos pelarenovação da vossa mente, paraque experimenteis qual seja aboa, agradável e perfeita vontadede Deus" -Rm 12:2.

Objetivo da Lição;Mostrar que através do estudobíblico (Texto Básico) podemosser curados de qualquer féapoiada apenas na morte deCristo, que não leve em contaSua ressurreição.

Leia a Bíblia diariamente:22feira:! Co 15:1-113a feira: 1 Co 15:12-1943 feira: l Co 15:20-285a feira: 1 Co 15:29-346a feira: 1 Co 15:35-49sábado:! Co 15:50-58domingo: S11:1-6

Introdução

Ha alguns anos eu estava andando pelo centrovelho da cidade de São Paulo e, curioso/ pareipara ouvir a mensagem do Evangelho anunciadaaos gritos por um pregador de rua. Ele estava bemno centro do Largo São Bento/ início da famosaAvenida São João.

Parei ali/ com toda a minha teologia ancorada nosdiplomas enquadrados na parede do gabinetepastoral de uma igreja centenária. Minhacredencial de reverendo queimava em meu bolso/e muitas memórias interessantes vieram a minhamente.

Eu cresci numa igreja fervorosa na evangelização.Uma de suas marcas registradas eram os "Cultosao ar livre". Não há uma esquina do nosso bairroonde eu não estive na minha infância eadolescência ern meio a violões/ acordeões/trombones/ muita pregação do evangelho a plenospulmões/ sem nenhuma amplificação eletrônica/e com folhetos e mais folhetos. Gritos de guerratais como "Jovem/ você é feliz?" ecoavam parachamar a atenção dos que passavam enquanto euorava silente e envergonhado: "Jesus/ manda umachuva para eu poder ir embora logo"/ ou "Senhor/não permita que nenhum dos meus amigos passepor esta esquina agora. Se eles me virem aqui nomeio destes crentes berrantes, estarei perdidoamanhã na escola".

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Meu senso crítico carnal foiconvocado às pressas. Lá estava euna posição oposta à da minha infânciae juventude/ com muitas pedras nasmãos.

O pregador, trajado de modo a indicarter saído diretamente do séculopassado, dizia apaixonado: "Notúmulo de Elvis Presley está escrito:'Aqui jaz Elvis Presley'. No de AdolfHitler, Elis Regina, Tiradentes,Maomé... e todos os seres humanosque já pisaram neste pó para ondetodos iremos voltar esta escrito: 'Aquijaz Fulano de Tal'. Exceto nurntúmulo: o de Jesus Cristo de Nazaré.Seu túmulo está vazio."

Rapidamente terminou convidando asduas ou três dezenas de ouvintes aentregarem sua vida a Jesus medianteo arrependimento de seus pecados.Eu jã havia rasgado em minha mente0 diploma da parede e amassado acredencial de reverendo no bolso:quase me converti novamente a Jesusnaquela tarde.

A ressurreição de Cristo é o adornofinal à cruz do nosso Salvador. A cruzsó tem valor porque o túmulo estávazio.

Quem parou na cruz está doente,senão morto. Vejamos isto na vidade dois dos nossos irmãos do passadoe sejamos curados, se for o caso.

1 -A ENFERMIDADE: MENTE

Em inúmeras ocasiões Jesus havia ditoaos discípulos que haveria de morrer,

mas que, com absoluta certeza,ressuscitaria. Porém, quando o Mestrefoi capturado, torturado, julgado emorto, ninguém foi capaz de lembrar-se daquelas palavras, ou nelas crer.Suas mentes estavam bloqueadas,entorpecidas pelas imagens recentes.

Que havia acontecido com eles?

1. Memória fraca (Lc 24:25,26)Não podiam se lembrar das promessasde ressurreição.

• Para pensar: Jeremias lutoutambém contra uma mente bloqueadapor memória fraca, que lhe traziacontinuamente más lembranças àtona. Em meio a esta aflição mental,suplicava a si mesmo e a Deus:"Quero trazer à memória o que mepode dar esperança" (Lm 3:20,21).Sua mente não esta bloqueada comoresultado do mesmo mal, memóriafraca? Você tem, na ponta da língua,as "provas em sua própria vida" daressurreição de Cristo? Ainda recordao hino "Conta as muitas bênçãos"?Veja se é capaz de enumerar os sinaisda ressurreição em sua própriabiografia cristã.

2. Olhos impedidos (Lc 24:1 6)A Bíblia fala que olhos maus põemtodo o corpo em trevas. No casodestes dois discípulos a caminho decasa, havia um véu sobre seus olhos.O próprio Messias ressurreto estavadiante deles e continuavam alamentar Sua morte. Ridículo!Ridículo, mas muito comum.

3. Raciocínio acorrentado ao passado(Lc 24:14-24)

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a. Os dois discípulos só sabiamconversar sobre as tragédiasocorridas naquele final de semanacom feriado -a Páscoa (l_c 24:14/1 8).

b. Os dois discípulos tinhamconhecimento dos fatos e da suaimportância (v.20). Note os temposverbais (v.21): o subjuntivo ("nósesperávamos que fosse ele quemhavia de redimira Israel"- RA) refletedesencanto produzido pela mentebloqueada.

c. Os dois discípulos nãoconseguiam levar em conta notíciascontrárias às conclusões obtusas (vs.22-24) - o depoimento das mulheresconfirmado por alguns discípulos. Ehavia fatos: "túmulo vazio".

• Para pensar: Eu acho isso um dadoimpressionante. N o tf cias/confirmações/ evidências; todasconcordando para o cumprimento devários sermões que haviam recebidopouco tempo antes. Mas nada pareciaconseguir sequer mover suadesesperança. É isso que dá fixar osolhos num Salvador morto/crucificado, É isso que dá viver paraseguir uma religião/ frequentar umaigreja, colocar o nome num livro/ ouincluí-lo num cadastro eletrônico -simplesmente - mesmo que seja obanco de dados de uma boa igrejacristã. Que evidências você dá de queé um discípulo do Jesus ressurreto/ nãoapenas um evangélico tupiniquim daEra Cospe/?

4. Emoções travadasAssim é aquele que só conhece amorte de Cristo/ mas não

experimentou o poder de Suaressurreição: suas emoções estãotravadas. Os hinos não o alcançammais/ os sermões em fogo não oretiram da mornidão. A renovaçãodos retiros não dura mais do que trêsou quatro míseros dias.

Depois de ficar extremamente claraa, "demência" destes dois discípulos(um ótimo espelho para nós mesmos)/vejamos como Cristo tratou de curá-los.

• Para lembrar: é bom que fiquebem claro quejesus jamais abandonaSeus discípulos na escuridão. Nãoprecisa entrar em pânico.

II'- O TRATAMENTO,DO,_MEDICO DOS MÉDJCOS

1. Uma boa visita (Lc 24:29)"Quem é vivo/ sempre aparece" - nãoé assim que a gente fala? Jesusaparece para promover fé em Seusdiscípulos (Lc 24:15). Note: "opróprio Jesus" — que delícia! Nãoapenas pelo caminho/ mas tambémem sua casa.

2. Uma boa bronca (Lc 24:25/26)"Néscios e tardos de coração"- nadasubstitui um bom puxão de orelhas:com açúcar e com afeto/ é verdade;mas também com um bocadinho deforça.

Para fazer: Ler e meditar em Hb 12:4-13 é sempre muito bom para os filhosde Deus/ lembrando-nos de que/ devez em quando/ Deus tem de nos dar/também/ "uma bronca"!

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3. Um belo sermão (Lc 24:27)Que sermão maravilhoso deve ter sidoaquele. Quando chegar ao céu pedireiuma cópia dele para escutar à sombrada Árvore da Vida. Que privilégioouvir Cristo falando de Cristo; a PalavraViva explicando a Palavra Escrita. OPoder de Deus caminha na históriaatravés da Palavra de Deus.

4. Um belo gesto (Lc 24:30)Alguns entre nós não valorizam a Ceiado Senhor e o Batismo com Água àaltura do que de fato são. Mesmomantendo as ordenanças no campodo testemunho, da simbologia,devemos procurar neles umaoportunidade de extrema comunhão.A última ação estratégica de Cristopara "curar" estes dois foi cear comeles. Jesus tem um repertório infinitode gestos provocadores de luz e fé: asaliva no barro, uma ordem ao mãoum toque ern um leproso ou em ummorto/ um colo para uma criança, umatraso sem explicação aparente, etc.Serão sempre gestos curadores/promotores de fé e visão espiritual.

• Para pensar: Leia Ap 3:20 eresponda: o que Jesus faria, sendo-Lhepermitido, para selar Seu retorno aesta igreja morna, pronta a recebê-IOnovamente?

^/CONCLUSÃO-- - •=*-

Olhos abertos e coração ardente - oque mais um cristão precisa paramanter-se no caminho estreito queconduz à salvação? Só um Jesus Vivo,como o nosso/ é capaz de efetuarmilagres como este em almas tão

escurecidas por mentes tão adoecidasquanto as nossas, maculadas pelosefeitos do pecado.

Notou os sinais práticos deressurreição nestes dois discípulos?

1. Olhos abertos (Lc 24:31)Os discípulos nem precisavam maisda presença física do Mestre para nElecrer.

2. Fogo no coração (Lc 24:32)As emoções fazem parte da verdadeiravida cristã. Não são seu fundamentoe alicerce, mas fazem parte: chorar/sorrir, ajoelhar-se, dobrar-se, levantara voz, aquietar-se longamente, tremer/por a boca no pó. Há expressõesemocionais por toda a Bíblia.

3. Prazer nas Escrituras (Lc 24:32; Si1:2)

4. Prazer e disposição para ascelebrações de crentes naressurreição (Lc 24:33-35)

a. Na mesma hora — não era ohorário adequado para iniciar umaviagem;

b. Levantando-se, voltaram - osentido de sua caminhada/ antes dailuminação da ressurreição/ era "sair"de Jerusalém;

c. Ouviam e falavam~ê assim queficamos cheios do Espírito Santo (Ef5:18-21).

Para pensar: eu creio na ressurreiçãode Cristo?

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j

Todas as religiões e ideologias têm um símbolo que exemplifica algumaspecto importante da sua crença. O judaísmo moderno emprega comosímbolo a Estrela de Davi; o /s/á é representado pelo crescente ou meia-lua;o comunismo, pelo martelo e a foice. Desde os primeiros séculos da eracristã, os cristãos perseguidos têm< escolhido a rude cruz de vergonhacomo o símbolo do cristianismo. Os primeiros cristãos ecoaram o grandedesejo de Paulo - "Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nossoSenhor Jesus Cristo" (Gl 6:14).

A cruz é o centro da fé cristã. Sem ela, não temos nenhuma mensa-gem. É fundamental que todos os cristãos entendam o significado da cruze o motivo pelo qual Cristo teve de morrer.

Estas lições são básicas para a nossa fé cristã e foram adaptadas damagistral obra "A Cruz de Cristo", cujo autor é um dos maiores exposito-res da Bíblia, Dr. John Stott. Alguns dos assuntos tratados:

• A centralidade da cruz de Cristo• Por que Cristo morreu?• A comunidade de celebração• Sofrimento e glória• A penetrante influência da cruz• O túmulo vazio valida a cruz de Cristo

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