a criatividade nos cursos de design eliminando

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 A CRIATIVIDADE NOS CURSOS DE DESIGN : ELIMINANDO BARREIRAS À CRIATIVIDADE EM ALUNOS DO PRIMEIRO ANO  Alexandre Ferraresi Iervolino* RESUMO Na graduação em Design, o professor tem a importante função de contribuir para que as barreiras da criatividade sejam eliminadas desde o início, proporcionando aos estudantes um ambiente acadêmico intelectual e motivador. Entende-se que a criatividade no curso de Design é de essencial importância para a formação profissional, portanto o ensino criativo é tão relevante quanto a criatividade do corpo discente. Caso sejam trabalhadas juntamente, aliadas às características pessoais positivas do professor, pode-se criar um cenário favorável ao processo de aprendizagem. Os resultados criativos alcançados pelos designers  são oriundos do estudo e vivência, não apenas consequência de talento inato. É nesse contexto que o professor universitário desta área deve buscar o foco no desenvolvimento das capacidades e habilidades criativas dos estudantes. Palavras-chave: Design; Criatividade; Universidade.  _______________ * Pós-graduando em Docência no Ensino Superior pela FMU e Bacharel em Design de Produto - FMU. E-mail: [email protected]

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  • A CRIATIVIDADE NOS CURSOS DE DESIGN: ELIMINANDO BARREIRAS CRIATIVIDADE EM ALUNOS DO PRIMEIRO ANO

    Alexandre Ferraresi Iervolino*

    RESUMO

    Na graduao em Design, o professor tem a importante funo de contribuir para

    que as barreiras da criatividade sejam eliminadas desde o incio, proporcionando

    aos estudantes um ambiente acadmico intelectual e motivador. Entende-se que a

    criatividade no curso de Design de essencial importncia para a formao

    profissional, portanto o ensino criativo to relevante quanto a criatividade do corpo

    discente. Caso sejam trabalhadas juntamente, aliadas s caractersticas pessoais

    positivas do professor, pode-se criar um cenrio favorvel ao processo de

    aprendizagem. Os resultados criativos alcanados pelos designers so oriundos do

    estudo e vivncia, no apenas consequncia de talento inato. nesse contexto que

    o professor universitrio desta rea deve buscar o foco no desenvolvimento das

    capacidades e habilidades criativas dos estudantes.

    Palavras-chave: Design; Criatividade; Universidade.

    ______________________ * Ps-graduando em Docncia no Ensino Superior pela FMU e Bacharel em Design de Produto - FMU. E-mail: [email protected]

  • CREATIVITY IN DESIGN COURSES: REMOVING BARRIERS TO CREATIVITY IN THE FIRST YEAR STUDENTS

    Alexandre Ferraresi Iervolino

    ABSTRACT

    In the Design undergraduate course, the professor has an important role to

    contribute in order to eliminate the barriers of creativity from the beginning, providing

    students with an intellectual and motivator academic environment. It is understood

    that creativity in the Design undergraduate course is essential to the training, so

    creative teaching is as relevant as the students creativity. Being worked together and

    combined with the professors positive personal characteristics, is possible to create

    a friendly setting to the learning process. The results achieved by creative designers

    are resulting from study and experience, not being just a consequence of innate

    talent. It is in this context that the professor in this area must seek to focus on

    developing the skills and creative abilities of students.

    Keywords: Design; Creativity; Univsersity.

  • 1. INTRODUO

    Quando se fala em Design, normalmente associa-se tal atividade a pessoas

    criativas. natural fazer tal relao por ser a criatividade uma caracterstica

    acentuada no trabalho de um designer, mas deve-se levar em considerao que o

    ato de criar no est presente somente na arte e reas relacionadas a esta, mas sim

    em todas as atividades humanas. Portanto, os resultados criativos alcanados pelos

    designers so processos cognitivos resultantes de empirismo filtrado por

    embasamento terico.

    no contexto da criatividade que o ensino do Design no curso de graduao tem a

    importante funo de formar um profissional que poder ir alm da manipulao de

    softwares. O estudante deve desenvolver uma percepo diferenciada do mundo

    enquanto imagem, notando detalhes, formas, cores, observando a natureza,

    aguando a curiosidade e compreendendo as funes dos mais diversos objetos.

    Sendo este um eterno exerccio para o prprio aprimoramento.

    O aluno s estar apto para utilizar os conceitos desta disciplina com excelncia,

    para o desenvolvimento de seu trabalho, por meio do aprendizado e aquisio de

    experincias que estimulem e motivem seu senso criativo, podendo assim contribuir

    com a sociedade de maneira significativa em diferentes aspectos.

    Ao iniciar a graduao, uma das expectativas motrizes do corpo discente a

    aquisio de conhecimentos e experincias que tornem vivel uma formao

    preparatria s necessidades do mercado de trabalho. Espera-se que ao se formar,

    ou at antes de sua formao, o estudante esteja apto a conquistar um emprego ou

    iniciar seu prprio empreendimento. Nos cursos superiores relacionados arte, a

    formao acadmica demanda maior interesse no estudo, e execuo atravs de

    experincias cognitivas do discente se comparados s demais reas, pois s

    possvel avanar de modo significativo quando o desenvolvimento do intelecto, de

    diversas habilidades manuais, compreensivas e lgicas so trabalhadas no

    cotidiano. necessrio um desenvolvimento para alm das matrias discutidas em

    aula, considerando que a reflexo e o aprimoramento da criatividade so essenciais

    para o xito na concluso da vida acadmica e continuidade da vida profissional.

  • Parte considervel dos estudantes, ao ingressar no ensino superior, enfrentam as

    consequncias de grandes mudanas na vida, as quais so relacionadas escolha

    da profisso e transio para o cotidiano universitrio. Deve-se considerar que o

    corpo discente, em uma frao relevante, transita por um momento em que diversas

    dvidas os acompanham de forma constante, concomitante a insegurana gerada

    pelo mercado de trabalho, seja por preocupaes e anseios em relao

    concorrncia, remunerao ou s prprias capacidades. Alm disso, a diversidade

    social e as caractersticas individuais dentre os ingressantes na universidade esto

    presentes na populao brasileira. Todos esses fatores podem resultar em uma

    vulnerabilidade, gerando medo e, consequentemente, barreiras criatividade. Estas

    barreiras deveriam ser trabalhadas pela universidade por meio de programas

    institucionais para a insero do estudante no meio acadmico e pelo docente, cujo

    trabalho deve motivar os estudantes e eliminar as barreiras, possibilitando assim um

    ambiente criativo.

    Hoje pouco se faz em relao insero do estudante na universidade, cabendo

    somente a ele aprender e compreender o formato educacional. As instituies de

    ensino, na maioria dos casos, limitam-se a oferecer os cursos e a infraestrutura

    necessria, mas no tm a preocupao com os diversos fatores que dificultam a

    incluso. No cenrio atual, o estudante tem que aprender por si a adquirir

    capacidades de adaptao ao ambiente acadmico, o que pode gerar novos medos

    e anseios em relao sua formao.

    No contexto acadmico atual na rea do design, o professor tem a importante

    funo de contribuir para que as barreiras da criatividade sejam eliminadas no incio

    do curso, proporcionando aos estudantes um contexto motivador. Compreendendo

    que a heterogeneidade entre os alunos estar sempre presente, o professor deve

    utilizar ao mximo sua criatividade para que o ensino possa estimular os

    ingressantes. Sendo este um desafio, uma vez que o currculo do curso de design

    nos primeiros dois semestres, tanto em universidades privadas como pblicas,

    abrange matrias introdutrias e conceituais que, apesar de necessrias, podem

    distanciar os estudantes de vislumbrar a prtica profissional de um designer.

    O ensino de contedos conceituais e tericos no incio da graduao transmite, em

    alguns casos, uma falsa impresso da atividade profissional caso o professor no

  • consiga comunicar as diversas relaes das matrias introdutrias com o restante

    das disciplinas, culminando em decepes frente s expectativas dos estudantes, as

    quais resultam em crticas ao curso, universidade, ao professor e at mesmo sua

    escolha profissional. Para garantir que o estudante ingressante compreenda a

    necessidade de determinados contedos, essencial o exerccio e incentivo da

    criatividade no ensino das matrias introdutrias, conectando-as com a realidade

    profissional, para manter a motivao do discente nos estudos, entendendo aquelas

    matrias como etapas necessrias para a sua formao.

    Algumas das matrias introdutrias, como Desenho, Histria da Arte e Histria do

    Design podem resultar em um resultado negativo devido a grande quantidade e

    qualidade de contedo criativo abrangido e requisitado. Ao se deparar com obras de

    grandes cones da arte e do design as reaes, ao contemplador, so diversas,

    resultando tanto na inspirao como na baixa estima. Nas aulas de desenho, os

    alunos com poucas habilidades podem criar grandes barreiras ao se compararem

    com outros alunos cuja prtica j esteja mais apurada.

    O professor, com base nas questes supracitadas, deve demonstrar aos alunos que

    todos, independente dos conhecimentos e competncias atuais, podem desenvolver

    as habilidades necessrias para a prtica profissional. Nota-se que a criatividade no

    curso de design de essencial importncia para a formao profissional tanto no

    processo de ensino quanto por parte do corpo discente, e quando convergentes,

    aliadas s caractersticas pessoais positivas do professor, torna-se possvel a

    existncia de um ambiente criativo independente do apoio institucional. Para tanto, o

    profissional do ensino na rea do design deve atentar a diversos fatores como

    buscar formas variadas para aproximar o objeto de estudo aos estudantes,

    identificar o potencial criativo de cada aluno, propor reflexes desafiadoras ao

    intelecto, aceitar e respeitar as ideias dos alunos, estar atento s atualizaes

    tecnolgicas em sua rea de atuao e conect-las com as matrias sempre quando

    possvel, estimular a resoluo de problemas pela anlise de todos os aspectos,

    adquirir conhecimentos relacionados criatividade para identificar as barreiras a

    serem transpostas e aplicar em sua prtica de ensino atitudes facilitadoras para

    motivar e aguar a criatividade dos alunos, direcionando-os a ampliar suas

    capacidades imaginativas e aprimorar suas habilidades.

  • 2. CRIATIVIDADE

    A criatividade no foi sempre compreendida como uma capacidade inata ao ser

    humano e o resultado criativo como fruto de diversos fatores relacionados

    expresso desta. Somente no decorrer do sculo XIX, com o advento da psicologia

    moderna por William James e trabalhos de estudiosos como Francis Galton,

    douard Tolouse, Charles Spearman e posteriormente Freud, no sculo XX, que a

    criatividade passou a ser estudada e mensurada, resultando em diversas definies.

    Segundo Lubart, a criatividade, na perspectiva de Plato, uma caracterstica que

    tem sua origem proveniente das divindades.

    Plato dizia que um poeta no pode criar sem que a musa lhe inspire e deseje. O poeta, indivduo extraordinrio porque foi escolhido pelos deuses, exprime ideias criativas que ele recebeu. Hesido, evocando este mesmo conceito, relatou como as filhas de Zeus tomaram um ramo e, oferecendo-lhe, lhe insuflaram a cano divina, que permitiu a ele revelar a glria dos deuses. (LUBART, apud DACEY e LENNON, 2007, p. 11).

    Por mais divergente que seja tal perspectiva das concepes modernas, coerente

    com o do contexto social da poca. E mesmo com a intensa atividade artstica e

    literria, as capacidades humanas eram muitas vezes vinculadas a benevolncias

    divinas, e a criatividade era tida como uma ddiva consequente de aes

    relacionadas aos deuses.

    No entanto, mesmo aps Aristteles ter desenvolvido a ideia de que a inspirao

    tem origem no interior do indivduo e no Renascimento, bem como no sculo XVIII,

    as discusses filosficas a respeito da criatividade terem se distanciado da

    qualificao divina de suas manifestaes, personalidades como Beethoven, que se

    dizia influenciado por um esprito quando compunha, e o escritor ingls Rudyard

    Kiplin, o qual afirmava existir um demnio familiar que o acompanhava na criao

    dos livros (LUBART, 2007), ainda defendiam a criatividade como aspecto originrio

    de entes comuns s suas formaes religiosas, no considerando a origem de tal

    capacidade como inata ao ser humano.

    Inicialmente, o foco de ateno no estudo da criatividade era a arte e a literatura, por

    serem os meios nos quais mais se concentra a diversidade das expresses

    humanas e por chamarem mais ateno devido s quebras de paradigma que estas

    atividades possibilitam. Freud, considerando a arte e a literatura como culturalmente

  • aceitveis, dizia que estas eram como meios em que os artistas e escritores

    utilizavam para expressar os desejos inconscientes, e que esta criatividade

    manifestada era resultante das tenses entre a realidade consciente e pulses

    inconscientes (LUBART, 2007). At hoje a criatividade considerada, em grande

    parte, como caracterstica intrnseca das atividades que existem fora das reas

    relacionadas indstria, negcios e poltica, sendo que quase sempre a

    necessidade do indivduo criativo esquecida nas reas de atuao relacionadas a

    tais atividades.

    Considerando que a criatividade uma capacidade inata ao ser humano, e

    entendendo que todos, independente da formao social, cultural e educacional,

    podem manifest-la, com pouco ou muita intensidade, a atividade criativa pode ser

    vivenciada em diversas reas da atuao humana. O ato de criar estende-se alm

    das atividades artsticas, conforme afirma Ostrower:

    Criar , basicamente, formar. poder dar uma forma a algo novo. Em qualquer que seja o campo de atividade, trata-se, nesse novo, de novas coerncias que se estabelecem para a mente humana, fenmenos relacionados de modo novo e compreendidos em termos novos. O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, configurar, significar. (OSTROWER, 1977, p. 9).

    possvel ento compreender que o novo, ou seja, a criao, pode se estender

    para as mais diversas atividades humanas. Seja ao dar uma nova utilizao a um

    objeto, misturar timbres em uma msica, propor outro significado para uma ideia,

    mesclar teoremas matemticos, entre outros. Todas essas atividades envolvem as

    capacidades criativas do ser humano, que ao compreender as funes e relaes de

    determinado objeto de pensamento, configura novas relaes e associaes de

    forma to natural que muitas vezes dentro de instantes j pode propor novas

    solues, relaes ou significados.

    A sensao do ato criativo passa geralmente despercebida, como exemplo no ato de

    adquirir novos conhecimentos. Quando se aprende um novo contedo, nosso

    crebro reage realizando associaes e trazendo novos significados a outras ideias

    e conhecimentos com base no que est sendo adquirido. Dentro do processo de

    aquisio do conhecimento a criatividade um agente atuante para que os novos

    conhecimentos tenham maior significncia para aquele que o apreendem,

    considerando seus contextos sociais. Os novos conhecimentos, por sua vez, so

  • organizados no crebro e guiados pelas sensaes e sentimentos em uma estrutura

    complexa.

    O simples ato de olhar e pensar em uma cor pode ser o motivo para a realizao de

    um ato criativo. Ao olhar para um horizonte com montanhas, onde as condies

    atmosfricas da Terra tornam a cor azul predominante, pode-se ter sensaes de

    imensido e solido, assim como tambm a sensao de liberdade, entre outras. O

    resultado pode ser a serenidade que a sensao de liberdade nos traz, ou a tristeza

    da solido. E assim, o mesmo azul pode ser utilizado de diferentes formas atribuindo

    a esta cor significados objetivamente distintos. Os mais diversos caminhos criativos

    so possveis quando aliados aos fatores, inatos e formados, de cada indivduo e a

    criatividade atua em quase todos os momentos, em variada intensidade.

    No h uma idade para se tornar criativo, pois a partir do primeiro momento de vida

    estamos aptos para iniciar nossa trajetria criativa. As crianas utilizam sua

    criatividade sem perceber e sem barreiras. Ilustrando isso, segundo Ostrower (1977,

    p. 127), Nas crianas, a criatividade se manifesta em todo seu fazer solto, difuso,

    espontneo, imaginativo, no brincar, no sonhar, no associar, no simbolizar, no fingir

    da realidade e que no fundo no seno o real. Criar viver, para a criana. De

    fato, ns j nascemos criativos, mas as barreiras criatividade comeam a existir,

    na maioria dos casos, depois que deixamos a infncia. A partir das prximas etapas

    da vida, quando j se configura no indivduo os valores e significados da sociedade

    e cultura em que vive, cada vez mais barreiras so construdas e as ideias que

    nascem em nossa mente chegam superfcie, ou ao consciente, como

    emaranhadas em teias de preconceito e rejeies preestabelecidas, sendo que

    muitas das ideias so eliminadas, no chegando a ser consideradas, exploradas e

    lapidadas. Nesse estado, nosso processo criativo j sofre interferncia dos

    referenciais adquiridos de acordo com a insero cultural de cada indivduo. Estas

    interferncias, que ocorrem tanto na rea emocional como fsica, so capazes de

    limitar o designer, considerando que:

    A qualquer objeto tambm corresponde uma imagem referencial estruturada em ns, que abrange todo um contexto de qualificaes. Assim, quando pensamos em mesa, j pensamos em termos de uma determinada configurao, um tampo quadrado ou retangular ou redondo e com quatro ps, o prprio objeto dentro de um dado ambiente e com dadas valorizaes do meio cultural, de utilidade domstica, padres funcionais e de conforto, de materiais usados, do sentido esttico, etc. Quando vemos

  • uma mesa, espontaneamente comparamos a mesa, objeto-real, mesa internalizada, imagem-referencial (OSTROWER, 1977, p. 61).

    Portanto, considerando a influncia das questes culturais e sociais na formao do

    indivduo, entende-se que estas podem limitar o processo criativo. Esse fenmeno

    chamado em ingls, pelos estudiosos da rea, de functional fixedness e bem

    ilustrado ao pensar na funcionalidade de um objeto simples, como uma caixa.

    Segundo Lubart (2007, p. 35), [...] a funo da caixa j definida dentro do juzo

    das pessoas, o que torna a caixa e sua funo mais dificilmente dissociveis. Os

    conhecimentos prvios podem, portanto, reduzir a flexibilidade do pensamento.

    Para que o processo criativo possa ocorrer mesmo dentro desse contexto, onde

    existem fortes relaes entre os referenciais externos e as imagens referenciais

    internalizadas, preciso focar no desenvolvimento das prprias capacidades

    criativas, para que a criatividade pessoal rompa as barreiras provenientes de fatores

    externos e enxergue alm das vivncias adquiridas. De certa forma, necessrio

    criar novamente assim como uma criana o faz, tornando possvel um mundo onde

    tudo possa tomar formas e cores diferentes, dentro do imaginrio de cada indivduo.

    Aliando tal capacidade ao intelecto desenvolvido e s experincias de vida.

    A produo de ideias originais, muitas vezes de modo inesperado, caracterstica

    da criatividade na superao de obstculos durante a realizao de diversas tarefas;

    e o desenvolvimento do homem, que est intrinsecamente ligado ao bem-estar, bem

    como adaptao dos indivduos e diversidade presente nos mais variados

    ambientes, sendo estes aspectos consequncia da influncia da criatividade na

    qualidade da vida humana (JOLY; SANTOS; SISTO, 2005). Percebe-se que todas

    as atividades humanas podem contribuir de forma criativa para o desenvolvimento

    da sociedade, quando em benefcio do homem em harmonia com o meio ambiente.

    As manifestaes criativas podem ocorrer de diversas formas dentro de uma mesma

    rea de atuao humana e os caminhos percorridos nesse processo, sejam

    conscientes ou inconscientes, revelam que em qualquer atitude criativa, a percepo

    do ser humano como agente do processo afasta os resultados do acaso, e nos

    diferencia do mesmo. O potencial criador do homem se apresenta durante toda a

    histria como um fator de transformao constante, afetando tanto o mundo fsico

    como contextos culturais, devido s necessidades que so geradas e descobertas

  • consequentes do anseio pelo aprimoramento de si e do meio ambiente. Tudo isto

    resulta num aprendizado que torna o homem capaz de interceder com antecedncia

    diversas situaes e problemas. A respeito da relao dessa capacidade do intelecto

    que se une criatividade, Ostrower (1977, p. 10) afirma: [...] a percepo

    consciente na ao humana se nos afigura como uma premissa bsica da criao,

    pois alm de resolver situaes imediatas o homem capaz de a elas se antecipar

    mentalmente [...].

    Aproximando a definio de criatividade para o contexto do curso de design, onde

    se prope o ambiente criativo como fator essencial para o sucesso acadmico,

    temos a seguinte definio:

    A criatividade a capacidade de realizar uma produo que seja ao mesmo tempo nova e adaptada ao contexto na qual ela se manifesta [...]. Essa produo pode ser, por exemplo, uma ideia, uma composio musical, uma histria ou ainda uma mensagem publicitria (LUBART, 2007, p. 16).

    O trabalho do designer em muitos casos uma adaptao, que pode ocorrer em

    etapas, dentro de diversos contextos diferentes e de forma concomitante ao

    desenvolvimento da sociedade, em paralelo evoluo das tecnologias. O criar

    dentro do universo do design muitas vezes uma experimentao, originada de

    diversas ideias, com posteriores melhorias. O criar no universo do design no a

    realizao de uma obra de arte, mas sim a busca de uma ou vrias solues para

    determinado objetivo, de forma inteligente e se possvel inovadora, tendo como foco

    o bem-estar do homem integrado ao ambiente e o trabalho esttico com os sentidos.

    No design, o processo criativo durante a realizao de um trabalho pode ocorrer de

    diversas formas, dependendo primeiramente das caractersticas pessoais de cada

    profissional. Mas existe uma prtica que comum e na qual surgem variadas ideias

    e possveis solues para um nico problema, alm de ser configurada nas anlises

    das relaes entre o usurio e produto:

    Nessa relao, o usurio sempre atua, age ou opera recebendo e trocando informaes com o produto (eventualmente, tambm com o meio ambiente ou entorno), por meio de um ou mais canais receptores, como percepes visuais, auditivas, tteis, olfativas, gustativas e cinestsicas (GOMES FILHO, 2006, p. 40).

    A partir da anlise inicial das relaes entre usurio e produto, que pode ser desde

    uma revista at uma aeronave, por exemplo, o designer inicia seu processo criativo

  • levando em considerao as funes bsicas do produto, as quais so guiadas pela

    relao entre usurio, produto e seu uso. As funes bsicas so divididas, de

    acordo com Gomes Filho (2006), entre funo prtica, funo esttica e funo

    simblica. A funo prtica embasada na adequao do produto em relao s

    caractersticas fisiolgicas de utilizao. A funo esttica do produto ocorre na

    interao com o usurio envolvendo os processos de percepo, que tendem a ser

    influenciados por aspectos psicolgicos relacionados aos sentidos. A funo

    simblica envolve aspectos relacionados formao cultural do usurio e

    experincias relacionadas a sensaes anteriores, que influenciam na maneira como

    as caractersticas do produto so interpretadas e aceitas.

    Todos esses fatores fazem parte do processo criativo do designer e funcionam como

    uma ponte entre a fase analtica do problema e a fase onde a criatividade utilizada

    livremente para a gerao da maior quantidade de ideias possveis dentro de um

    determinado contexto. Portanto, na atividade do designer as anlises conceituais

    precedem e constroem as bases para a realizao do trabalho e Finalmente,

    permeando e norteando o conjunto de bases conceituais, coloca-se a de

    criatividade, que naturalmente inerente atividade de concepo [...] (GOMES

    FILHO, 2006, p. 44).

    3. RELAES ENTRE CRIATIVIDADE E ARTE

    De acordo com o que foi discutido acima, a criatividade inerente condio

    humana e ocorre de forma natural e espontnea. O indivduo pode manifest-la em

    todas as atividades com maior ou menor intensidade dependendo de sua

    experincia, estado emocional, condies sociais e culturais.

    A arte o campo mais vasto e rico para a expresso do potencial criativo do

    homem, pois no envolve somente a tomada de decises e resolues de

    problemas de modo criativo, mas envolve tambm sentimentos que muitas vezes

    funcionam como um guia durante o processo de criao. Uma vez que o artista se

    prope a criar sem considerar as opinies de um grupo ou sociedade, os limites da

    crtica no alcanam o intuito e mpeto criador. Portanto, somente a realizao plena

    de suas capacidades em prol da manifestao artstica, que tem como essencial,

  • segundo Ostrower (1977, p. 86), [...] a condensao potica da experincia como

    via de conhecimento da realidade [...].

    Para que o potencial criativo seja aproveitado ao mximo, o artista no deve criar

    limites ou barreiras relacionadas a receios de crticas quaisquer. E como afirma

    Mandarino, em seu Manifesto Versatilista (2007) [...] Um crtico de arte analisa uma

    situao sempre de um ponto de vista profundamente limitado, porque limitados so

    os seus conhecimentos [...]. Entende-se como crtico de arte aquele que possui

    amplos e profundos conhecimentos do meio artstico, sendo dotado da capacidade

    de definir, reconhecer e associar diversas caractersticas entre obras. Considerando

    que as crticas de um profundo conhecedor de determinado assunto so vulnerveis

    pelas limitaes existentes somado ao processo criativo, o qual busca a eliminao

    de barreiras, a criatividade de uma obra de arte no deve ser julgada.

    A criatividade na arte est relacionada mais a uma mobilizao interior, onde

    caracterizada pela intensidade emocional, do que o mundo exterior, o qual est

    imerso em conceitos e definies representadas por limitaes. O adequar, na arte,

    se rende a uma adaptao livre de diversas consequncias de aes durante o

    processo criativo, sendo o erro inexistente, considerando o contexto.

    Quem, no entanto, haveria de definir o certo ou o errado? Nem mesmo o artista poderia explicar para si o porqu de suas aes e decises, ou talvez defini-los em conceitos ( claro que no h necessidade de faz-lo, pois na obra o artista se define inteiramente). Propondo, optando, prosseguindo, ele parece impulsionado por alguma fora interior a induzi-lo e a guia-lo, como se dentro dele existisse uma bssola [...] (OSTROWER, 1977, p. 71).

    Esta bssola que guia o artista, e que nada mais do que a mobilizao de todos

    os seus sentidos, de suas experincias e memrias resultantes em aes e desejos

    presentes, a livre expresso ser perante a realidade. Produzir arte fundir os

    elementos da vida num ato potico, seja na pintura, na msica, na dana, na

    literatura, na escultura e quaisquer manifestaes artsticas possveis. Portanto na

    criatividade existem liberdades no compreensveis pelo processo analtico a

    fundamentar uma crtica.

    Diante de obras de arte, nossa percepo estimulada em nveis elevados e muitas

    vezes, ao identificar a criatividade expressada nas obras e deixar fluir as sensaes

    e memrias que elas nos trazem, no encontramos uma maneira de verbalizar o

    prprio entendimento.

  • Acontece com frequncia vermos e sentirmos certas qualidades numa obra de arte sem poder express-las com palavras. A razo de nosso fracasso no est no fato de se usar uma linguagem, mas sim porque no se conseguiu ainda fundir essas qualidades percebidas em categorias adequadas. A linguagem no pode executar a tarefa diretamente porque no via direta para o contato sensrio com a realidade; serve apenas para nomear o que vemos, ouvimos e pensamos (ARNHEIN, 1980, introduo).

    Esse tipo de situao s pode ser identificado nas obras artsticas, por serem

    oriundas da criatividade peculiar de cada artista que realiza sua obra de forma livre.

    Os processos criativos utilizados na composio das obras de arte diferem em muito

    das criatividade aplicada para fins de mercado, onde existem regras e exigncias

    externas a serem cumpridas.

    4. DESIGN E ARTE

    Existe uma distncia considervel ao observar uma pintura de Rembrandt e uma

    publicidade. Mesmo as publicidades do incio do sculo XX, caracterizadas em sua

    maioria por ilustraes e pinturas, so incomparveis ao trabalho dos grandes

    pintores. A mesma distncia pode ser encontrada entre uma escultura de

    Michelangelo e a conceituada cadeira Eames, por exemplo. Mas essa distncia no

    relacionada s qualidades tcnicas, capacidades intelectuais ou habilidades

    manuais, e sim ao conceito e objetivos de cada obra.

    Temos ainda uma diferena cronolgica. A presena da arte na humanidade

    datada nos tempos mais antigos e seu incio se confunde dentre as origens das

    diversas culturas. O design muito mais recente, impulsionado principalmente pelas

    necessidades de mercado. Segundo Gome Filho (2006, p. 13), O desenvolvimento

    das bases conceituais em design surgiu a partir de estudos e pesquisas realizados

    sobre diversificados produtos industriais [...]. Apenas aps a primeira revoluo

    industrial no sculo XVIII e com a sua propagao pela escola Bauhaus, o design

    passou a ser conhecido como uma rea de atuao. Apesar disso, possvel

    identificar aspectos que configuram os fundamentos do seu contedo na evoluo

    da humanidade, pois as diversas invenes desenvolvidas pelo homem, desde

    simples utenslios at grandes habitaes, so originrias da resoluo de

    problemas de modo criativo de acordo com necessidades presentes. Muitos

  • conceitos do design grfico, por exemplo, podem ser encontrados at mesmo no

    cotidiano do homem primitivo:

    A comunicao visual, em seu sentido mais amplo, tem uma longa histria. Quando o homem primitivo, ao sair caa, distinguia na lama a pegada de algum animal, o que ele via ali era um sinal grfico. O olho do seu esprito avistava nas pegadas o prprio animal. As representaes grficas podem ser sinais, como as letras do alfabeto, ou formar parte de outro sistema de signos, como as sinalizaes nas estradas. Quando reunidas, as marcas grficas como as linhas de um desenho ou os pontos de uma fotografia formam imagens. O design grfico a arte de criar ou escolher tais marcas, combinando-as numa superfcie qualquer para transmitir uma ideia (HOLLIS, 2000, p. 1).

    Entende-se, portanto, que desde as primeiras evidncias de processos criativos da

    humanidade, existe a utilizao de conceitos que hoje conhecemos como

    pertencentes rea do design, tanto para identificar como comunicar. Entretanto, o

    design que conhecido como profisso muito recente. Como atividade,

    praticado de acordo com as necessidades de mercado, abrangendo diversas

    vertentes da rea que podem ser agrupadas em sete grupos, sendo eles: Design de

    Produto, Design Grfico, Design de Moda, Design de Ambientes, Redesign, Design

    Conceitual e Design de Interfaces (GOMES FILHO, 2006). Os conceitos so

    voltados unicamente para a comunicao do produto ou servio com o consumidor

    final. Seja por mdias impressas, digitais e audiovisuais, o design inerente

    indstria e supre necessidades existentes dentro das demandas de mercado.

    A arte, por sua vez, ocorre de maneira natural no ser humano, sendo uma forma de

    expresso livre, onde os sentimentos encontram e definem o prprio artista. No ,

    portanto, necessariamente ligada a nenhuma forma de necessidade de mercado,

    pois supre essencialmente as necessidades emocionais e psicolgicas do ser

    humano no contexto da liberdade e projeo material atravs dos processos de

    comunicao.

    Design, portanto, no arte, mas muito de seus conceitos so originados dos

    movimentos artsticos. Por outro lado, um equivoco definir o design, por ter origem

    nos conceitos artsticos, como uma evoluo das artes plsticas. E nem mesmo

    pensar que o design tem sua importncia diminuda perante a grandeza

    proporcionada pela arte, ou mesmo devido a libertao que lhe caracterstica e

    tanto fascina os seres humanos. Antes, o design toma emprestado muitas das

  • qualidades existentes nas resultantes artsticas para aplicar, de forma coerente e

    inteligente, seus conceitos nas mais diversas realizaes, no apenas por

    necessidades de mercado, mas para a qualidade de vida e bem-estar social. O

    design traz assim a esttica da arte ligada funcionalidade de cada trabalho,

    buscando sempre romper barreiras e inovar em uma ao integradora do homem

    com o produto e do produto com o ambiente.

    5. A NECESSIDADE DA CRIATIVIDADE NO ENSINO DO DESIGN

    Em todas as reas de ensino no nvel superior a criatividade deve estar presente,

    tendo a funo de estimular os estudantes na busca por solues eficientes e

    inovadoras para os desafios profissionais. Mas ao nos referirmos ao curso de

    Design, o ambiente criativo um pr-requisito para que o aprendizado ocorra de

    forma significativa e possibilite a formao de profissionais que consigam atuar no

    mercado de trabalho de forma plena. Este ambiente, o qual favorece a eliminao de

    barreiras e o estmulo a ideias necessrio, tendo em vista que o foco deste ofcio

    est na busca de solues, integrando tecnologias e configurando formas em

    diversas situaes. As limitaes existem, mas a criatividade do designer pode

    tornar seu campo de atuao uma rea inesgotvel para o fazer e o criar. No

    entanto, a criatividade precisa ser desenvolvida desde o incio do curso de acordo

    com as matrias estudadas, ambientando o aluno ao cenrio de demanda criadora

    que ele encontrar na atuao profissional. Desta forma, os desafios encontrados na

    universidade devem projetar parte dos desafios profissionais numa curva crescente.

    Para tanto, o ensino do design precisa ter foco no desenvolvimento de habilidades e

    capacidades criativas, tambm numa curva crescente, desde o incio do curso.

    Pode-se considerar que para alunos do primeiro ano, as habilidades que precisam

    ser desenvolvidas so aquelas que exigem um grande esforo da capacidade

    imaginativa, sendo esta essencial no processo de criao. Utilizar o pensamento

    divergente para obter o maior nmero de possibilidades visando a soluo de um

    problema; experimentar materiais, cores e formas, relacionando esses trs

    elementos; analisar detalhadamente os fatores pertencentes a determinado produto

    e sua relao com o homem e imaginar variadas utilidades para um nico objeto. O

    exerccio destas habilidades auxilia no aprimoramento da capacidade criativa dos

  • alunos, que a partir da experimentao e da imaginao passam a romper limites no

    processo criativo, fazendo com que as ideias ocorram num fluxo maior e sejam

    conectadas com mais facilidade.

    No desenvolvimento das capacidades criativas atravs do ensino, o professor pode

    encontrar muitas barreiras nos estudantes, provenientes de diversos fatores. Seja

    social, pessoal ou cultural, so fatores que influenciam no aprendizado, desempenho

    e aprimoramento das habilidades necessrias para a formao de um profissional

    criativo. Um desses fatores identificados a transio para a vida acadmica, onde

    muitas dificuldades esto presentes, principalmente no cenrio brasileiro, e muitas

    so as barreiras criatividade encontradas pelos estudantes ingressantes no incio

    dos cursos universitrios. Segundo Joly:

    [...] as universidades brasileiras recebem estudantes com uma grande heterogeneidade em relao a suas caractersticas pessoais e sociais e que esses ao ingressarem na universidade enfrentam diversas mudanas relacionadas s exigncias de adaptao requisitadas pelo novo ambiente acadmico (JOLY; SANTOS; SISTO, 2005, p. 17)

    A diversidade da cultura brasileira e as grandes diferenas sociais presentes na

    populao renem na universidade estudantes com caractersticas muito distintas.

    Estes fatores podem influenciar o grupo tanto de forma positiva como negativa. As

    influncias positivas so caracterizadas pela diversidade, que proporcionam uma

    ampliao do saber por meio da interao, e no conviver com as diferenas, o qual

    retrata a realidade do mercado de trabalho. As influncias negativas podem resultar

    das dificuldades encontradas a partir da identificao das diferenas pessoais e

    sociais no desenvolvimento dentro do ambiente acadmico. Ambas as resultantes se

    evidenciam na realizao de trabalhos em grupo, os quais so necessrios para que

    o estudante aprenda a desenvolver conceitos e realizar projetos de forma coletiva.

    So presentes tambm as mudanas relacionadas rotina de trabalho durante a

    graduao e as rotinas de estudos diferentes do encontrado no ensino mdio. A falta

    de tempo, no caso dos estudantes que dependem de seus empregos,

    ocasionalmente resulta em uma menor dedicao s matrias estudadas, sendo

    esta uma questo evidenciada por tal rotina e corriqueiramente notada pelo corpo

    discente como vinculada s origens das barreiras geradas na expresso criativa

    (JOLY; SANTOS; SISTO, 2005). No entanto, mesmo com os diversos fatores que

    podem prejudicar a criatividade do aluno, um estudo realizado por Wechsler e

  • Nakano (2011, p. 257) demonstra que [...] pode-se observar a existncia de grande

    potencial criativo existente nos estudantes e o importante papel que as

    universidades possuem no sentido de facilitar o desenvolvimento de talentos nas

    mais diversas reas. A universidade, portanto tem seu papel e responsabilidade

    no somente em fornecer as condies necessrias de infraestrutura e corpo

    docente para os estudantes, mas tambm auxiliar de alguma forma nessa fase de

    transio. Porm, independente da posio e aes da universidade na integrao

    dos estudantes ingressantes, o professor pode e deve desempenhar sua funo

    com foco na quebra de barreiras criatividade no incio do curso. E isto poderia ser

    aplicado a cada matria especfica, diminuindo a distncia do estudante quela rea

    de conhecimento, fazendo com que ele compreenda como pode utilizar as

    informaes adquiridas para benefcio prprio tanto no aprimoramento pessoal como

    na sua atuao profissional.

    De forma geral, no que se diz respeito s universidades na realidade brasileira,

    pouco tambm se faz em relao adaptao do estudante ao ambiente

    acadmico. Alm disso, poderia ser foco de estudo a atualizao de parte da grade

    curricular dos cursos de design com base no desenvolvimento das novas

    tecnologias, tanto de comunicao como de impresso, que foram desenvolvidas

    alm do esperado nos ltimos 10 anos e afetam diretamente a atividade profissional

    do designer. O currculo orientado repetio linear de contedos, que tambm

    ocorre em matrias como Histria da Arte e Histria do Design, poderia ser realizada

    de uma maneira em que o ensino beneficiaria a aprendizagem autnoma na busca

    por novos conhecimentos, ao serem trabalhadas as capacidades cognitivas com

    maior relao manifestao da criatividade (WECHSLER; NAKANO, 2011). Para

    isso, necessrio que ocorra uma relao maior entre o estudante e o contedo

    histrico, para que ele compreenda o valor cultural e simblico que os feitos da

    humanidade em sua rea de conhecimento possuem e que podem influenciar tanto

    na valorizao do seu trabalho, ao agregar influncias de outros artistas, como no

    processo criativo que se torna mais rico e livre medida que seu conhecimento se

    expande e se aprofunda dentro de sua rea e em reas relacionadas. Esta seria

    uma forma de desenvolver no estudante a capacidade de pesquisa, aguando sua

    curiosidade em relao ao contedo, o que resultaria numa aprendizagem com

    significados claros e reais na perspectiva do estudante.

  • Embora a grade curricular no tenha evoludo junto com as tecnologias e com os

    estudos psicolgicos na rea do ensino, ela ainda funcional. Porm seu

    aproveitamento intrnseco ao desempenho dos professores, que podem optar por

    permanecer nos limites das matrias estudadas ou conect-las com as atualizaes

    tecnolgicas, expandindo o contedo e proporcionando o sentido completo de

    acordo com o estado da arte. Para que isso de fato ocorra, os profissionais no

    ensino do design precisam estar atualizados no somente s diversas novidades da

    sua rea de atuao, mas tambm criatividade, que uma das principais

    capacidades utilizadas na rea tanto profissional como acadmica. Isto deveria ser

    constatado e trabalhado desde a formao de novos professores, e no somente no

    nvel superior, uma vez que o ensino mdio tambm apresenta os mesmos fatores.

    Mas infelizmente a realidade se apresenta de outra forma, pois

    [...] A situao no muito diferente no ensino superior, conforme apontamento de Alencar e Fleith (2010), ao constatarem que a grande maioria dos professores universitrios desconhece o que vem sendo pesquisado a respeito de criatividade, o que dificulta a organizao de programas e ambientes de aprendizagem, ensino e avaliao facilitadores para que estudantes, em cursos superiores tomem conscincia de seu potencial para criar, o desenvolvam e o expressem (WECHSLER, NAKANO, 2011, p. 30).

    A falta de conhecimento na rea da criatividade por parte do corpo docente pode

    ento prejudicar diretamente o desempenho e o desenvolvimento das capacidades

    criativas dos estudantes. Uma vez que o professor o mediador entre o objeto de

    conhecimento e os estudantes, o seu desempenho negativo no ensino afeta

    diretamente a compreenso e apreenso das informaes, podendo causar uma

    fragmentao do contedo e provocar dvidas desnecessrias e prejudiciais para o

    pensamento criativo no momento da aquisio dos novos conhecimentos. E mesmo

    os professores que possuem conhecimentos a respeito da criatividade, encontram

    dificuldades no ambiente de ensino, pois segundo Wechsler e Nakano (2011, p. 40)

    [...] os professores percebem a importncia da criatividade, porm parecem ter

    dificuldade em adotar estratgias de ensino que favoream a criatividade discente.

    Portanto, preciso que haja maior ateno na rea da criatividade na formao de

    novos professores e atualizao dos professores j atuantes. Isto tambm no

    ausenta os professores de buscarem por si conhecimentos que favoream com que

    a criatividade seja intensificada na sua atuao dentro do ambiente acadmico.

  • A necessidade do conhecimento aprofundado da criatividade por parte do corpo

    docente no curso de design tem seu real valor tambm na capacidade de

    identificao das barreiras criatividade que podem estar presentes nos estudantes,

    apresentando caractersticas diversas. Existem muitos fatores que podem bloquear

    ou estimular a criatividade dos estudantes e podemos definir que, segundo Joly e

    outros (2005, p. 123) [...] Quando h fatores, os de natureza social quanto pessoal,

    que proporcionam diminuio ou perda do potencial criativo, denominam-se

    barreiras criatividade [...]. Estas barreiras precisam ser identificadas pelo

    professor e trabalhadas da melhor forma desde o incio do curso. Porm, muitas

    vezes possvel encontrar outros fatores que fogem das caractersticas pessoais de

    cada estudante por ser fruto de nossa realidade social.

    Pressupostos cultivados em nossa sociedade, como a necessidade de tudo ter utilidade, ou ter que dar certo, ser perfeito, no poder divergir das normas impostas pela cultura vigente, contribuem para diminuir as possibilidades de expresso do potencial criativo, dificultando que a pessoa queira experimentar, ousar, divergir, segundo Alencar (1989/1996). Alm disso, a nfase no pensamento analtico, convergente e lgico, acrescido aos processos de condicionamentos de muitos anos, podem vir a determinar uma menor utilizao das potencialidades criativas pelo indivduo (JOLY; SANTOS; SISTO, 2005, p. 124).

    A experimentao e ousadia so essenciais para que o aluno no curso de design se

    desenvolva e obtenha resultados positivos. De fato, os fatores culturais podem

    impedir que essas potencialidades criativas sejam utilizadas em um nvel adequado

    para a realizao das tarefas e at mesmo impedir que sejam utilizadas em sua

    plenitude. Seria adequado ao professor que, aps identificar as barreiras

    expresso criativa nos alunos, trabalhasse em um novo condicionamento para

    libertao das ideias, concedendo liberdade experimentao dentro da rea de

    conhecimento em questo. O incentivo experimentao j se torna algo positivo

    uma vez que esta ao tem uma funo motivadora, porm a prpria

    experimentao poderia no resultar em manifestaes criativas devido ao

    condicionamento de muitos anos. Desta forma, cabe ao professor guiar os alunos

    para uma experimentao criativa, demonstrando a quebra de paradigmas e o

    pensamento livre para o desenvolvimento da tarefa, que caracterstica no trabalho

    de um designer profissional.

  • A cautela no feedback aps analisar os resultados criativos obtidos pelos alunos

    seria adequada, pois no cabe a comparao dos trabalhos dos estudantes no incio

    do curso com os trabalhos de profissionais formados e atuantes na rea. Identificar

    os traos criativos e as potencialidades dentro de um trabalho com poucas

    habilidades tcnicas uma virtude para professor de design. Seria adequado ento

    projetar aquelas potencialidades presentes para uma poca aps a aquisio de

    experincias e conhecimentos adquiridos at o final do curso. Pois como podemos

    perceber o conhecimento tambm essencial na manifestao da criatividade:

    De acordo com numerosos autores, a criatividade no pode ser exercida sem um certo nvel de conhecimento, (Ericsson, Krampe, e Tesc-Romer, 1993; Fedhusen, 1995; Wiley, 1998). Hayes (1989) dirigiu vrios estudos sobre os compositores, pintores e poetas. Em um estudo com 76 compositores, muito conhecidos, Hayes observou em quase todos os casos que um perodo de 10 anos separava o incio dos estudos de msica da primeira obra considerada como criativa pelos crticos. Pode-se, portanto, pensar que necessrio adquirir uma certa base de conhecimento antes de produzir obras criativas (LUBART, 2007, p. 34).

    Os resultados obtidos no estudo de Hayes de fato podem ser aplicados em outras

    reas, principalmente s relacionadas arte, as quais o exerccio das habilidades

    criativas ocorre paralelamente aquisio de novos conhecimentos, muitas vezes

    num processo interminvel. Tendo isso como base, o incentivo aos estudantes pelos

    trabalhos realizados deve ser feito considerando o estado do conhecimento atual,

    identificando assim as potencialidades e relatando as reas a serem trabalhadas.

    Isto auxiliar o estudante a tambm projetar suas potencialidades e evitar criar

    barreiras no processo criativo originadas pelo receio ao erro, potencializando sua

    capacidade imaginativa e a experimentao.

    O incentivo experimentao e o feedback positivo so ferramentas importantes

    para o professor, pois a necessidade de reconhecimento pela realizao de

    atividades simples tambm existe e pode ditar o caminho e projeo do

    desenvolvimento do aluno se presente no processo de ensino. Essas aes podem

    trazer muitos benefcios tanto para o corpo docente como para o discente, porm a

    realizao do incentivo e do feedback s possvel por meio do bom relacionamento

    com os alunos, que traz inmeros benefcios e aproxima o professor dos estudantes.

    O bom relacionamento tem sido visto por estudiosos como parte dessa estrutura

    funcional para o professor criativo, que aliado aos conhecimentos didticos e aos

  • profundos conhecimentos de sua rea de atuao faz com que o professor se torne

    um facilitador no processo criativo dos estudantes. O oposto tem uma funo

    inibidora e profundamente prejudicial ao desempenho e expresso da criatividade.

    [...] Especificamente no ensino superior, um estudo de Santeiro, Santeiro e Andrade (2004) mostrou que, na opinio de estudantes universitrios, o professor facilitador da criatividade seria aquele que apresenta um bom conhecimento de tcnicas instrucionais, que possui preparao em termos dos contedos a serem ministrados, boa comunicao e bom relacionamento com os alunos. J o professor inibidor de criatividade estaria preso aos mtodos de ensino tradicional, seria arrogante, no incentivando o questionamento e incitando medo nos alunos [...] (WECHSLER; CSSIA NAKANO, 2011, pg. 35).

    Uma vez que uma das funes do professor comunicar ideias, no curso de design

    temos esta ao num nvel elevado. Muitas ideias a serem trabalhadas tm origem

    em contedos mais abstratos, conceituais, e menos fsicos, mas que devem ser

    sempre traduzidos de forma fsica. Sendo assim, se faz necessrio para o professor

    dominar tanto em amplitude como em profundidade o objeto de conhecimento a ser

    trabalhado e a partir da comunicar tais ideias com clareza, sabendo inclusive

    esclarecer o mesmo conceito de formas variadas. Isto torna o professor de design

    como facilitador da criatividade, contribuindo com o bom desempenho do estudante.

    Mas para que o professor consiga atuar dessa forma, preciso que tenha

    conhecimento a respeito das capacidades criativas para entender como aproximar e

    esclarecer ideias abstratas aos alunos, fazendo com que eles possam traduzir os

    conceitos de forma fsica, seja visual ou verbal.

    Dentro desse contexto se faz necessria e conveniente a prtica do brainstorm. Este

    mtodo, criado por Alex Osborn (1965) visa focar as capacidades imaginativas, sem

    restries ou julgamentos, com a finalidade de produzir o maior nmero possvel de

    ideias e assim, atravs do filtro e juno das possibilidades geradas durante o

    processo, obter uma ou mais solues efetivas e criativas (LUBART, 2007). A

    prtica do brainstorm indicada no somente no ambiente corporativo, pois

    proporciona diversos benefcios para o processo imaginativo, e segundo Torre

    (2008, p. 158), [...] a faculdade imaginativa que nos leva a representar, prever e

    produzir estimulada e alimentada pelo brainstorming. Ela ajudar a desvendar os

    fatos, os problemas e as solues, apoiando-se nas mltiplas sugestes do grupo.

    O ambiente acadmico propcio para a prtica do brainstorm, pois a quantidade de

  • alunos adequada para a produo de grande quantidade de ideias e esta prtica

    se torna benfica para a expresso criativa ao no limitar as ideias para a soluo

    de um problema.

    Outro fator importante que pode favorecer a criatividade dos estudantes o bom

    humor. Na atuao do professor, o estado de humor imediatamente identificado

    pelos estudantes e de certa forma reflete de forma positiva ou negativa na

    apreenso do contedo e na qualidade do ambiente de ensino. O bom humor por

    parte do professor j um fator facilitador para a criatividade ao tornar o ambiente

    mais agradvel e pode influenciar positivamente os alunos.

    Em relao ao estado emocional dos estudantes, as tarefas realizadas podem

    influenciar diretamente no desempenho da criatividade, pois naturalmente nem todas

    as atividades acadmicas so aceitas com o mesmo nvel de interesse.

    Abele concluiu que o estado emocional positivo favorece eficazmente a criatividade, quanto maior for o interesse que ela desperta. O estado emocional negativo seria favorvel apenas quando a tarefa a realizar interessante e, portanto, til ao indivduo para regular seu humor (LUBART, 2007, p. 63).

    Tanto o estado emocional positivo quanto o negativo podem trazer benefcios para a

    criatividade na realizao de tarefas. A gerao de interesse, que pode ser

    caracterizada de diversas formas, como produzir um bom trabalho para ser includo

    no portflio, adquirir novas habilidades que resultaro numa melhor qualificao ou

    obter uma nota boa, so aes que podem favorecer a criatividade quando o

    estudante estiver num estado emocional positivo. O interesse ento pode ter origem

    na realizao da tarefa, na recompensa que a ela est vinculada ou em ambos os

    casos. O estado emocional negativo parece ter outra funo e favorece a

    criatividade de uma forma completamente diferente. como se ocorresse uma

    compensao, pois se a tarefa interessante e o estado emocional do aluno

    negativo, a realizao da tarefa pode, de certa forma, desviar as influncias

    negativas, sejam elas psicolgicas ou patolgicas, por meio do ato da concentrao

    em uma atividade, que direcionar sua mente para a realizao da tarefa. Sendo

    assim a ao e as atividades que envolvem a realizao de determinada tarefa,

    podem regular seu humor e at mesmo impulsionar a criatividade.

  • Temos visto que existem fatores complexos, tanto internos como externos que

    influenciam todo o processo criativo e o desenvolvimento dos estudantes em suas

    capacidades e habilidades para a expresso criativa. Os sentimentos no poderiam

    deixar de influenciar no processo criativo e no devemos encar-los como

    obstculos, mas sim como algo natural pertencente ao processo, pois assim como a

    criatividade os sentimentos fazem parte da natureza humana. Podemos ainda

    compreender melhor o funcionamento da criatividade a partir de alguns aspectos.

    Ao ser cientificamente estudada, a Criatividade considerada um fenmeno humano complexo que conhecido atravs de quatro aspectos habituais de sua manifestao: 1 do ponto de vista da pessoa criativa, 2 do ponto de vista do processo criativo, 3 do ponto de vista do produto criativo, 4 do ponto de vista das influncias ambientais (SAKAMOTO, 2004, p. 23).

    Como j afirmado, todos os seres humanos so criativos, porm denominamos

    pessoa criativa o indivduo que demonstra sua criatividade com frequncia por meio

    de ideias e obras. A partir das manifestaes criativas desses indivduos possvel

    estudar o processo criativo utilizado para a realizao de tarefas ou resoluo de

    problemas, compreendendo os caminhos psicolgicos percorridos para o resultado

    final. O produto criativo, que o resultado das manifestaes criativas do indivduo,

    tambm pode ser analisado observando suas caractersticas e propsitos em

    relao ao contexto no qual foi produzido. As influncias ambientais se referem

    cultura e sociedade dentro da qual as obras criativas esto inseridas e que

    interferem no indivduo, no processo e no produto criativo.

    Os aspectos da manifestao da criatividade esto presentes na vivncia

    universitria no curso de design e devem ser aliados ao ensino, influenciando e

    motivando os estudantes de forma positiva a trabalharem e acreditarem em suas

    capacidades e habilidades como seres humanos.

    6. CONSIDERAES FINAIS

    A criatividade um assunto vasto e complexo que tem sido muito questionado e

    estudado durante a histria. Muitos filsofos, artistas, psiclogos e cientistas tm

    voltado seus interesses para essa rea de conhecimento e trabalhado muito para

  • compreender essa manifestao da capacidade humana que a responsvel pela

    evoluo e sobrevivncia da humanidade durante a histria, a criatividade.

    Pela sua excelncia e poder admirvel de surpreender os seres humanos, a

    criatividade foi muito mistificada nos tempos antigos e posteriormente passou a ser

    compreendida como um fenmeno natural, sendo fruto da capacidade que temos

    para interagir com o mundo e tudo o que nos cerca. A manifestao criativa, que

    antes era considerada como dom exclusivo de pintores, artesos, poetas, escritores

    e msicos reconhecida hoje como parte integrante do potencial de cada indivduo,

    precisando apenas ser despertada em alguns casos e exercitada para que seja

    aplicada em qualquer rea da atuao humana.

    A arte tornou-se ao longo da histria o campo mais vasto e rico para a manifestao

    criativa, o que confirmado pelo grande nmero de obras e grandes artistas. No

    surgimento e transio dos diversos movimentos artsticos, que resultaram da

    evoluo das sociedades e pensamento humano, a arte foi o campo que mais

    demonstrou como a criatividade flexvel, adaptvel e ilimitada, sendo que muitas

    vezes o nosso vocabulrio no suficiente para descrever as obras. Sendo um

    espao para a expresso do conhecimento e entendimento que o ser humano tem

    do mundo, a criatividade pode manifestar-se na arte de forma livre.

    No design, os processos criativos so guiados por diversos propsitos e fatores, e

    acontecem de forma diferente quando comparado arte. Presente nas mais antigas

    formas de comunicao e nos produtos de utilizao humana, as caractersticas do

    design, tambm influenciadas pelos movimentos artsticos, fazem com que essa

    profisso tenha se tornado essencial e com forte presena na sociedade. A

    criatividade no design tem o foco de produzir solues e produtos que tragam

    benefcios para o bem estar do homem em sua relao com o ambiente. No entanto

    o processo criativo precedido de estudos e anlises diversas para ento ser

    utilizado de maneira estratgica. Os processos criativos, para o designer, ocorrem

    diariamente e so necessrios para a realizao de seu trabalho.

    Reconhecendo a importncia da criatividade e ao pensar novamente na funo do

    designer e na necessidade dos professores proporcionarem o ensino criativo para a

  • formao dos futuros profissionais, devemos entender que a criatividade tem grande

    poder de influncia na qualidade de vida, pois est inserida em diversas atividades

    humanas, e dependemos que o ser humano consiga cada vez mais aprimorar suas

    capacidades criativas para poder evoluir e melhorar a qualidade de vida. A

    criatividade est ligada, portanto, funo do designer na sociedade. A busca por

    solues nas diversas reas de atuao desse profissional, sempre com foco no

    bem-estar do ser humano e da sociedade, na integrao com o meio ambiente de

    forma no nociva e na utilizao de novas tecnologias. So atividades de grande

    responsabilidade, pois afetam a vida humana e o planeta, e que para serem

    realizadas necessitam que o profissional tenha criatividade aguada e uma

    imaginao quase ilimitada.

    Para que o designer seja criativo o seu campo de estudo deve ser explorado de

    forma criativa. na universidade onde o exerccio de suas capacidades criativas

    devem ser estimuladas, fazendo com que suas habilidades possam ser aprimoradas

    e utilizadas de forma plena. Nesse contexto, a contribuio do professor, de maneira

    criativa e comprometida com o desenvolvimento dos alunos um fator chave para a

    gerao de profissionais criativos e inovadores.

  • Referncias bibliogrficas

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