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A CRIANÇA E O NÚMERO: a construção do conceito de número através dos jogos
CHILD AND NUMBER: the construction of the number concept through games
FLAVIA SILVA PEREIRA 1JOSÉ REIS JUNIOR
2 LIZANDRO POLETTO
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RESUMO: Neste artigo será abordado o tema “A construção do conceito de número e o
desenvolvimento do raciocínio lógico”, refletindo sobre uma maneira pela qual o processo
ensino-aprendizagem da matemática ocorra de forma mais prazerosa e expressiva para o aluno.
Argumenta-se em relação ao raciocínio infantil; ao processo de construção e acomodação do
conceito de número pela criança; a formação do professor de matemática, as falhas mais
frequentes e o que deve ser feito para saná-las. Com base no censo escolar 2007 e 2015,
Referencial Nacional para a Educação Infantil (1998) vem pronunciar o curso de formação
introdutório estão insuficientes. Desta maneira, precisariam de uma formação continuada através
de cursos, entre outros, que seriam ricos para atualização de seus conhecimentos e eficácia no
trabalho do professor. Quanto à utilização dos jogos no ensino matemático, a importância do jogo
como instrumento pedagógico de aprendizagem na educação torna assim mais fácil e prazerosa a
aprendizagem das crianças em relação aos diversos conteúdos e competências. A metodologia
adotada para a realização do trabalho foi a pesquisa bibliográfica, tendo como auxílio teórico os
principais autores: Aranão (1996); Azevedo (2011); D´Ambrósio (1996); Fernandes et al (2006);
Kamii (1990); Kishimoto (1994); Libâneo (2007); Maurício (2008); Piaget (1998); Vygotski
(1998).
Palavras-chaves: Criança. Conceito. Jogos. Números. Matemática.
ABSTRACT: This article will address the theme “The construction of the concept of number
and the development of logical reasoning”, reflecting on a way in which mathematics teaching-
learning process takes place in a more pleasant and expressive way for the student. It is argued in
relation to child reasoning; the process of construction and accommodation of the concept of
number for the child; the training of mathematics teachers, the most frequent failures and what
should be done to solve them. Based on the school census 2007 and 2015 National Framework
for Early Childhood Education (1998) comes to pronounce the course of introductory training are
inadequate. Thus, need for continuous training through courses, among others, that would be rich
to update their knowledge and effectiveness in teacher's work. The use of games in math
education, the importance of the game as an educational tool for learning in education makes it
easier and enjoyable learning of children in relation to the different content and skills. The
methodology for carrying out the work was the literature, having as theoretical support the main
authors: Aranão (1996); Azevedo (2011); D'Ambrosio (1996); Fernandes et al (2006); Kamii
(1990); Kishimoto (1994); Libâneo (2007); Maurício (2008); Piaget (1998); Vygotski (1998).
1Graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Alfredo Nasser.
2Professor Me. José Reis Junior. [email protected]
3Professor Me. Lizandro Poletto, orientador. [email protected].
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Keywords: Child. Concept. Games. Numbers. Mathematics.
1 INTRODUÇÃO
Ao identificar a dificuldade de compreensão de alunos ao ensino de matemática, observa-
se que a maioria chega à escola quando criança e vai até a vida escolar adulta sem entender o
conceito de número, como se a matemática fosse algo que não faz parte da sua vida cotidiana,
embora esteja presente o tempo todo. Com base em observações, foi possível elaborar os
seguintes questionamentos: De que maneira as crianças constroem o conceito de número? Os
profissionais na educação básica possuem formação adequada para atuarem com a matemática?
Qual a importância dos jogos com ferramenta na construção desse conceito?
O conceito de número é construído através de experiências, de realizações que os
educandos desenvolvem na sociedade, desde o nascimento na sua vida cotidiana. O professor não
estimula ou desafia o aluno com tarefas adequadas; falta contextualizar o cotidiano com a
matemática. Há pouca exigência por parte dos professores, que recebem remuneração baixa,
trabalham sob condições bastante precárias; ainda falta preparo e formação adequada.
Há uma necessidade de se efetuar estudos específicos em relação às especificidades
próprias do ensino-aprendizagem aos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. O
atendimento a essa especificidade demanda nova organização dos cursos e indica a necessidade
de subsídios para essa mudança, inexistência de compreender a disciplina que lecionam,
conteúdo da disciplina, didática do conhecimento da disciplina e currículo. A proposta de um
jogo em sala de aula é muito importante para o desenvolvimento social, em razão da qual a
criança que se “fecha”, desse modo, sente-se constrangida de questionar sobre determinados
conteúdos, de expressar dúvidas. Nesse sentido, a matemática se torna um grande problema para
ela. A criança possui grande capacidade de raciocinar e colocar em prática sua capacidade de
resolver situações-problemas.
As razões que conduziram a escolha do tema partem de observações e interesse pessoal de
compreender como a criança forma o conceito de número, porque Matemática é parte essencial
do conhecimento de todo cidadão para uma atuação crítica, prática e cotidiana na sociedade. O
baixo desempenho dos alunos nessa disciplina é um fator preocupante no âmbito educacional.
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A importância da pesquisa parte do pressuposto de desenvolver no aluno a capacidade de
contextualizar o cotidiano com os conteúdos em sala. Portanto, a matemática faz parte da vida e
precisa-se dela para quase tudo. Sabe-se dessa importância e que os estímulos matemáticos
devem fazer parte do aprendizado da criança, para que ela desenvolva o raciocínio lógico e
construa a formação de conceito de número.
O tema abordado contribui de forma significativa na formação do educando, ou seja, o
trabalho com a matemática pode contribuir para a formação de cidadãos autônomos, capazes de
pensar por conta própria e de resolver problemas sem pensamentos alheios. As colaborações do
assunto pesquisado buscam soluções para uma educação de maior qualidade, mais justa e
democrática, e contribuirão positivamente para o trabalho de todos os que estão empenhados
numa educação melhor ao ensino de matemática. É de fundamental importância que as escolas e
professores executem como recurso pedagógico o jogo em sala, para que a criança construa sua
autonomia, visto que instiga a autonomia e o interesse pela matemática de uma forma prazerosa.
A pesquisa a ser realizada assumirá o formato bibliográfico e terá como foco análise das
ideias dos seguintes teóricos: Aranão (1996); Azevedo (2011); D’Ambrósio (1996); Fernandes et
al (2006); Kamii (1990); Kishimoto (1994); Libâneo (2007); Maurício (2008); Piaget (1998);
Vygotski (1998).
As ideias centrais destes autores serão selecionadas e argumentadas por meio da
elaboração de citações.
2 A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE NÚMERO E O DESENVOLVIMENTO DO
RACIOCÍNIO LÓGICO
A escola é um espaço privilegiado, vista como um dos prevalecentes meios de
transmissão do saber. Portanto, o pensamento lógico matemático é um dos princípios primordiais,
no qual ocorre a formação do raciocínio. A concepção do pensamento lógico-matemático é
desenvolvida pelas percepções das diferenças do dia a dia nos instrumentos que estão na
existência externa. A criança desenvolve situações matemáticas por meio da linguagem oral,
desenvolvendo ações práticas que foram criadas no convívio familiar e no ambiente ao qual está
inserida. Assim, quando ela entra na escola, progride em outros preceitos. Diferentes atividades
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aplicadas em sala a instigam a experimentar conceitos relevantes da matemática.
Para Vygostsky (1989), antes de ingressar na vida escolar, a criança já iniciou seu
processo de alfabetização, na linguagem social e familiar. A linguagem matemática surge através
de várias experiências e etapas no processo de construção do conhecimento. Portanto, é
primordial, nessa primeira etapa, um acompanhamento do ensino-aprendizagem mais incisivo. O
contato com objetos, brinquedos e jogos facilitará o aprimoramento do raciocínio lógico. Essa
vivência inicial favorece a elaboração de conhecimentos matemáticos e é de suma importância
sua valorização pelo docente.
Segundo Vygotsky (1989, p. 94-95):
[...] o aprendizado das crianças começa muito antes delas frequentarem a escola.
Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem sempre
uma história prévia. Por exemplo, as crianças começam a estudar aritmética na escola,
mas muito antes elas tiveram alguma experiência com quantidades – elas tiveram que
lidar com operações de divisão, adição, subtração e determinação de tamanho.
Consequentemente, as crianças têm a sua própria aritmética pré-escolar, que somente
psicólogos míopes podem ignorar.
De acordo com Vygotsky (1989), é necessário o uso de imagens mentais, representações,
diagramas, descrições mentais e até mesmo operações gestuais para se chegar à percepção da
circunstância da matemática envolvida ou da situação atribuída. São imensuráveis os exemplos
de momentos cotidianos envolvendo o pensamento contextualizado. O propósito do contexto
permite que se vá em direção às relações primordiais, sintetizando ou dispensando, muitas vezes,
a repetição das fórmulas algébricas. Desse modo, a atividade com a matemática na Educação
Infantil tem sido baseada na visão de que a criança adquire saber, exercitando determinadas
habilidades. Porém, a instrução desta ciência precisa ser contextualizada com a vida do educando,
com a utilização de conhecimentos prévios e exemplos de situações e materiais do seu dia a dia,
pois aquele é um meio que conduz o homem a compreender o processamento histórico e
transformado entre si e a matemática.
Fernandes et al (2006, p. 34) reforçam que:
Tendo em vista ser a construção do pensamento lógico matemático inerente à própria
vivência da criança por meio de jogos e brincadeiras, a formação do conceito de número
não ocorre por meio da repetição mecânica dos numerais. Tal construção vai ocorrendo
progressivamente por meio dos estágios cognitivos vivenciada no dia-a-dia.
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Vygotsky (1993) acredita no desenvolvimento adquirido através do contato com as
pessoas e a realidade, fato que torna a criança autônoma na construção do seu conhecimento. As
experiências propiciadas pelo professor torna esse saber pleno e efetivo.
Conforme Vygotsky (apud KUPFER, 1993):
A aprendizagem é o processo pelo qual os indivíduos adquirem informações, valores,
atitudes, habilidades entre outros, a partir do seu convívio com a realidade, o meio
ambiente e as outras pessoas. Conceito de ser humano nascermos sociais e depois nos
tornamos indivíduos, o autor também propõe a ZDP (Zona de Desenvolvimento
Proximal) é portanto, tudo aquilo que a criança pode construir em termos intelectivos
quando lhe é dado o suporte educacional apropriado como uma das estratégias que o
professor pode utilizar para ajudar o processo ensino-aprendizagem. Assim, a troca de
experiências entre as crianças num ambiente de possibilidade recíproca pode oportunizar
a aquisição de conhecimento.
Encontra-se no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil um item que se
refere aos objetivos. Desse modo, enriquecer atividades que integram esses propósitos é dar um
movimento a mais à Educação Matemática que atenda aos anseios da demanda e, especialmente,
da criança, enquanto ser em estruturação. Esses objetivos podem ser completados com atividades
diferenciadas e variadas, todos os dias e em todos os momentos da criança. Ao se alimentar, ao
fazer a higiene pessoal ou mesmo nas brincadeiras, a criança pode estar assimilando matemática,
contudo esta disciplina passou a ser conceituada pelas pessoas como incompreensível e
insociável, porque alguns docentes atuam mecanicamente e deixam os alunos desconexos. É
contraditório esse mito concebido, pois a Matemática não é um conhecimento só de números,
mas se dispõe de habilidades humanas em seus resultados (BRASIL, 1998).
As crianças, ao adentrar na Educação Infantil, com auxílio do professor, deverão ser
capazes de progredir nas condutas necessárias à construção da noção de números, que são:
conservação de quantidade, massa e líquido; reversibilidade; classificação; seriação; contagem;
inclusão de classes; ordem; correspondência biunívoca; conexidade; e, conhecimento físico,
lógico e matemático.
Kamii (1990, s/p) considera, com base em Piaget, que “a criança é capacitada de
constatar, enumerar, determinar, relacionar, ordenar. A partir dessas habilitações ela poderá ter
requisitos de sistematizar a inclusão hierárquica, conseguindo alcançar as atividades que contêm
quantidades”.
Conforme a autora (1990), a criança na Educação Infantil, inicia seu processo de noção de
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número, a partir das ferramentas que o professor aplica para instigá-la a compreender
Matemática. O número é a ligação cerebral em meio a um objeto e outro. Em vista disso não é
formado pelo professor e sim construído pelo educando, mas vai depender da forma que o
docente trabalha e os meios empregados por ele. Para isso, é imprescindível que o professor
previamente realize momentos de conhecimento e investigue qual domínio e dificuldades cada
aluno tem sobre o assunto, isto através de atividades diagnósticas.
Para Kamii (1990, s/p), “a integração hierárquica se refere à eficiência intelectual que a
criança tem de englobar “um” em “dois”, “dois”, “dois” em “três”, “três” em “quatro”, e assim
sucessivamente”. A integração de classe é equivalente à construção hierárquica do algarismo, no
entanto, distinto. A inclusão de classe lida com proporções como aquelas que evidenciam cães,
gatos e animais. No número, em contrapartida, todas as qualidades são irrelevantes e um cão e
um gato são ambos tratados como “um só”. Outra diferença entre o número e a inclusão é que em
uma classe há, frequentemente, mais de um objeto. Quando se relaciona uma subclasse com
classe maior em que ela se encaixa, está se incluindo como uma conexão de introdução de classe.
Dessa forma, a inclusão determina uma relação entre a parte e de uma totalidade hierárquica.
Conforme Kamii (1990), no que se refere à reversibilidade, é uma competência de realizar
intelectualmente ações reversas ao mesmo tempo, como dividir o conjunto em partes e reunir as
partes em um todo. Na ação física, não é possível fazer duas coisas contrárias juntamente. No
entanto, em nossas mentes, isso é realizável, quando o raciocínio se tornou flexível para ser
reversível. Somente quando as porções forem capazes de ser reunidas em seu intelecto é que a
criança poderá “ver” que há, por exemplo, mais animais que cachorros.
Segundo o Guia Curricular de Matemática, a conservação significa compreender que
determinada quantidade permanece a mesma, ainda que sua aparência ou sua disposição espacial
seja alterada (MINAS GERAIS, 1997).
Ainda conforme o Guia Curricular de Matemática, a abordagem piagetiana acentua a
importância do domínio do conceito de conservação de quantidade, como requisito indispensável
para a plena posse do conceito de número; sendo que os docentes não devem insistir na contagem
verbal da série numérica, de modo memorizado, pois o número, enquanto representante de uma
quantidade, é um conceito que se constrói articulado à condição de conservação de quantidade
(MINAS GERAIS, 1997).
Kamii (1991) considera que o conhecimento físico é o conhecimento dos objetos de
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realidade externa e ocorre por meio da abstração simples, que é a abstração das propriedades
observáveis no objeto: o tamanho, a forma, a cor, a textura, o som, o sabor, entre outros, que
podem ser observados pela atuação dos sentidos.
Para a autora (1991), o conhecimento lógico-matemático progride através das abstrações
reflexivas, que sucedem como soluções do domínio dos resultados mentais do indivíduo sobre o
objeto, estabelecendo familiarizações. Já o conhecimento social e externo tem como princípio
primário as concepções ampliadas pelas pessoas. Assegura-se ainda que, assim como o
pensamento físico, o conhecimento social é um conhecimento de temas e requer uma sustentação
lógica-matemática para sua aprendizagem e sistematização.
Kamii (1990), conforme as ideias de Piaget, concebe que a percepção de número engloba
três princípios relevantes: de seriação, de conservação e de classificação.
Princípio de seriação: relação de ordem entre os elementos; é o ato de organizar uma
sequência segundo uma regra estabelecida pelos envolvidos na atividade, assim quando as
crianças brincam, estão seriando exemplos, quando brincam de carrinho, quando fazem fila do
maior para o menor. Já as crianças pequenas não conseguem seriar com muitos elementos e,
conforme vão amadurecendo, passam a formar mentalmente séries com maior número de
elementos como do maior para o menor, por tamanho, cor, espessura, largura, comprimento, peso
e outros.
Princípio de conservação: invariância do número - é o ato de constatar que a quantidade
não depende da espacialidade, posicionamento e forma; quando a criança começa a perceber que
a quantidade permanece a mesma independente da arrumação; ela faz a conservação dos objetos.
À medida que as experiências vão se ampliando e o pensamento vai se anunciando, evolui
também o raciocínio lógico-matemático. É de distintos primários que se dão a construção da
concepção de número. Exemplo de contagem de rotinas das crianças: dizem os nomes dos
numerais em sequência, que se chama contagem mecânica, o que não significa que já tenham
construído o conceito de quantidades ou de número.
Princípio de classificação: inclusão de um elemento num outro mais amplo que o
contenha - é o ato de classificar coisas, objetos, por um determinado critério estabelecido,
conforme uma regra a ser cumprida, por semelhanças e diferenças. Agrupa-se por características
comuns em classes e subclasses, estabelece-se familiaridade e sistematizam-se noções.
Essas três concepções organizam as sustentações cognitivas de origens necessárias à
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construção da noção de número pela criança. Com essas estruturas bem trabalhadas na pré-escola,
as crianças disporão de ferramentas mentais para apreender o conceito numérico e as operações
como adição, subtração, divisão e multiplicação ao ingressar no Ensino Fundamental.
3 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: as falhas mais frequentes e o
que deve ser feito para saná-las
Segundo o Referencial Nacional para a Educação Infantil, através de diversas pesquisas
dispõe-se que a maior parte dos profissionais da Educação Infantil não tem preparo inicial
compatível e atua sob condições inadequadas, com uma baixa renumeração. Com isso,
aconteceram discussões acerca das várias concepções sobre criança, educação, atendimento
institucional e reorganização legislativa para definir a formação de um atual profissional para
melhor atender às demandas atuais de educação (BRASIL, 1998).
Ainda conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, o debate
acima tem indicado a necessidade de uma nova formação mais ampla e unificadora para os
profissionais, desde as creches a pré-escolas, junto com uma reestruturação de carreira, levando
em conta os conhecimentos já adquiridos no âmbito de seu exercício profissional, e que
possibilite ao mesmo se atualizar profissionalmente (BRASIL, 1998).
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), n. 9.394/96, no título VI, Art. 62, diz:
[...] que a formação de docentes para atuar na Educação Básica far-se-á em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos
superiores de educação, como formação mínima para exercício do magistério na
Educação Infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em
nível médio, na modalidade Normal (BRASIL, 1996, p. 36).
A legislação atual sabe da necessidade de uma mudança na melhoria na qualidade de
ensino e amparo, levando em conta que deve-se começar já a partir das creches e pré-escolas.
Portanto, é preciso que haja, nessas primeiras etapas, profissionais qualificados e, acima disso,
que saibam da importância crucial do seu papel na sociedade.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) dispõe, no título VI, Art. 63, que os
institutos superiores de educação manterão:
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I - Cursos formadores de profissionais de educação básica, inclusive o curso normal
superior, destinados à formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras
séries do ensino fundamental;
II - Programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de educação
superior que queiram se dedicar à educação básica;
III - Programas de educação continuada para os profissionais de educação dos diversos
níveis (BRASIL, 1996, p. 37).
Para tanto, cabe às instituições de ensino colocar em prática de forma sistemática e
oferecer capacitação e atualização, que devem ser permanentes, valorizando as experiências
acumuladas daqueles que já trabalham com crianças há mais tempo. Isso deve criar e dar
condições para uma formação contínua dos professores, com possibilidade de maiores chances de
chegar à carreira como profissionais de Educação Infantil bem qualificado, função garantida pela
LDB.
Nessa perspectiva, caso cumpridos os pré-requisitos, que os profissionais da Educação
Infantil possam ter uma sólida formação, pois o trabalho direto com crianças vai além de
cuidados básicos necessários, mas exige que o professor tenha uma competência multifacetada,
ou seja, cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas até conhecimentos específicos das
várias áreas do conhecimento.
Segundo Azevedo, Santos e Sena (2011), desta forma, é necessário que os professores
assumam o compromisso de estarem em constante formação, porque o aprendizado apenas tem
um início, nunca um fim e devem sempre construir, avaliar, refletir e refazer, a cada dia, sua
prática, com diálogo com seus colegas, familiares e a comunidade, obtendo e aprendendo as
informações que vão acrescentar no seu trabalho.
Para a profissão de professor de educação infantil, é necessário que este assuma seu
comprometimento com sua prática e que consiga trazer esse retorno, que é o aprendizado, como
resposta à sociedade, que deseja por uma educação de qualidade. O professor atuante na
Educação Infantil leva a criança a pensar quantitativamente sobre os objetos. Para isso, precisa
instigá-la com situações que sejam significativas para ela, sair da forma engessada, criar situações
que propiciem soluções para ela mesma quantificar.
Quanto mais estímulos e experiências a criança vivenciar, mais será capaz de adquirir
maior autonomia em suas ações propostas, em todos os sentidos. Um aspecto importantíssimo
que se deve levar em conta é o papel fundamental do professor, que é o mediador entre
conhecimento e a criança na escola. Ao longo da história do processo de formação de professores
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para atuarem na Educação Infantil, ocorreram mudanças, pois antes bastava concluir o magistério
à nível médio para lecionar e hoje exige-se a conclusão do nível superior em Pedagogia. Para
isso, considera-se a importância do ensino-aprendizagem para o ser humano, para assim
empregar profissionais mais capacitados, levando em conta o preparo constante que o professor
deve ter sempre nesse processo.
D’Ambrósio (1996, p. 97) ressalta:
O conceito de formação de professores exige um repensar. É muito importante que se
entenda que é impossível pensar no professor como já formado. Quando as autoridades
pensam em melhorar a formação do professor, seria muito importante um pensar novo
em direção à educação permanente. Na verdade, a ideia que vem sendo aceita como mais
adequada é uma educação universitária básica de dois anos, seguida de retornos
periódicos à universidade durante toda a vida profissional.
Assim, toda profissão necessita de uma formação permanente, porque o conhecimento é
versátil, isto é, o contexto muda, o que serve para hoje, amanhã pode não mais importar e, no que
tange a escola e à família, também mudou. Portanto, se faz necessário que o professor também se
atualize, pois o conhecimento é inacabado. Contemporaneamente, os docentes recebem um título
que usam permanentemente, que lhes permite continuar por 20 ou 40 anos seguidos, com a
mesma metodologia desde a universidade. Em outros ambientes profissionais, ou o indivíduo se
atualiza ou perde o emprego.
De acordo com D’Ambrósio (1996, p. 98):
[...] No magistério o prejuízo social é enorme. O que se dá é fuga dos alunos. Essa fuga
manifesta-se mais evidentemente por meio da evasão pura e simples, mas de uma forma
insidiosa mediante o protesto de ir mal nas provas [...] Uma das coisas mais notáveis
com relação à atualização e ao aprimoramento de métodos é que não há uma receita.
Tudo o que se passa na sala de aula vai depender dos alunos e do professor, de seus
conhecimentos matemáticos e, principalmente, do interesse do grupo.
A importância primordial do professor é conhecer como acontecem os estágios de
desenvolvimento do seu aluno e perceber o processo da construção do número, pois como o
docente faz algo se nem ele mesmo entende? Como saber se aquele método utilizado está
atendendo às demandas? Ele é quem vai mediar o conhecimento, tendo em vista a consciência da
sua importância em saber dominar a disciplina aplicada em sala de aula. O professor é, sem
dúvidas, a peça-chave para que o desenvolvimento aconteça de forma eficaz, não uma mera
decoração para aquele momento, e que ele possa levar o entendimento dos conteúdos além da
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sala de aula.
Para Libanêo (2007, p. 22),
A atividade essencial de uma escola é assegurar a relação cognitiva do aluno com a
matéria, ou seja, a aprendizagem dos alunos, com a ajuda pedagógica do professor. O
professor é o mediador desse encontro do aluno com os objetos de conhecimento. O
professor introduz os alunos no mundo da ciência, da linguagem, para ajudar o aluno a
desenvolver seu pensamento, suas habilidades, suas atitudes. Sem professor competente
no domínio das matérias que ensina, nos métodos, nos procedimentos de ensino, não é
possível a existência de aprendizagens duradouras. Se é preciso que o aluno domine
solidamente os conteúdos, o professor precisa ter, ele próprio, esse domínio. Se os
alunos precisam desenvolver o hábito do raciocínio científico, que tenham autonomia de
pensamento, o mesmo se requer do professor. Se queremos alunos capazes de fazer uma
leitura crítica da realidade, o mesmo se exige do professor. Se quisermos lutar pela
qualidade da oferta dos serviços escolares e pela qualidade dos resultados do ensino, é
preciso investir mais na pesquisa sobre formação de professores.
Nesse sentido, entende-se a exigência que o aluno tenha o domínio daquilo que é
ensinado, percebe-se também que quem vai fazer acontecer a aprendizagem precisa dominar a
disciplina ensinada e, para tal, são necessários mais investimentos para uma sólida formação de
professores. Atualmente, em função, dos graves problemas enfrentados a respeito das
aprendizagens em nossa sociedade, a qual piora diariamente, aumenta-se a inquietação com a
formação de professores, seja quanto às estruturas institucionais, quanto seus currículos e
conteúdos formativos. Mas, com essa preocupação sobre o desempenho atual nas escolas, deve
ficar claro que a culpa e responsabilidade não se reporta apenas ao professor. Existem outros
fatores relevantes que contribuem para isso entre eles, segundo Gatti (2010, p. 1359):
As políticas educacionais postas em ação, o financiamento da educação básica, aspectos
das culturas nacional, regionais e locais, hábitos estruturados, a naturalização em nossa
sociedade da situação crítica das aprendizagens efetivas de amplas camadas populares,
as formas de estrutura e gestão das escolas, formação dos gestores, as condições sociais
e de escolarização de pais e mães de alunos das camadas populacionais menos
favorecidas (os “sem voz”) e, também, a condição do professorado: sua formação inicial
e continuada, os planos de carreira e salário dos docentes da educação básica, as
condições de trabalho nas escolas.
De acordo com a autora (2010), considerando esses fatores, é importante assumir a função
das instituições em transmitir um ensino de qualidade tão importante para as futuras gerações, em
que se faça valer a verdadeira função social da escola. Oferecer melhores oportunidades
formativas ao ensino básico para a formação de valores é exercício da cidadania com autonomia.
Com base no Censo Escolar de 2007, em estudo publicado pelo Instituto Nacional de
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Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o Brasil contava então com 1.882.961
professores vinculados à educação básica, dos quais 1.288.688 com nível superior completo
(68,4% do total). 10% não possuem curso de licenciatura, um número bastante significativo e,
mesmo os licenciados, não tem a formação conciliável com a disciplina que lecionam. É nos anos
finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, em que as matérias começam a ser ensinadas
por professores de áreas específicas, que esta dimensão é maior. O maior índice acontece na área
de Ciências Exatas. Isso ocorre pelo número de profissionais formados nesta área, em todo país,
ser insuficiente para perfazer a demanda (BRASIL, 2009).
De acordo com Tokarnia (2015, p. 1), “nas escolas públicas do Brasil, 200.816
professores dão aulas em disciplinas nas quais não são formados, isso equivale a 38,7% do total
de 518.313 professores na rede. Os dados estão no Censo Escolar de 2015”.
Ainda sobre o Censo Escolar de 2015, em alguns casos, um mesmo professor dá aula em
mais de uma disciplina para a qual não tem formação. Com isso, o número daqueles que dão aula
com formação inadequada sobe para 374.829, que equivale a 52% do total de 709.546 posições
ocupadas por professores.
Preocupante que das 334.717 posições, 47,2% são ocupadas por docentes com a formação
ideal, com licenciatura ou bacharelado com complementação pedagógica na mesma disciplina
que lecionam. Mas, 90.204 posições (12,7%) são ocupadas por professores que não tem sequer
formação superior. Sendo assim, segundo Scheibe (2010, p. 984):
A inexistência de um Sistema Nacional de Educação no Brasil pode ser uma das razões
pelas quais a profissão docente se apresenta, hoje, extremamente diferenciada e
fragmentada. Estados e municípios, considerados entes autônomos, conforme a
Constituição Federal de 1988, correspondem cada um a um sistema de ensino. Há
professores federais, estaduais e municipais; professores concursados e não concursados;
professores urbanos e rurais; professores das redes pública e particular e das redes
patronais profissionais (Sistema S); e professores titulados e sem titulação. Essa situação
origina planos de carreira distintos (ou ausência de planos), salários diferenciados e
duplicação de jornada em carreiras diferentes: estadual/municipal; pública/privada;
educação básica/educação superior.
Reconhecendo que o modo como a educação está estruturada contribui para fragmentação
dos saberes, manifesta-se na separação das disciplinas na escola e tem sido negativo para a
educação. Os conteúdos são apresentados de forma desvinculada e desconexa, no contexto da
disciplina, e desagregados em diversos temas.
Conforme Scheibe (2010), sobre a formação de professores, existem algumas questões
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desafiadoras que se colocam para a melhoria deste âmbito de trabalho: a esquivança entre
reconhecimento, produção e outras situações para promoção do trabalho do professor; a
conveniência de melhoramento de uma formação direcionada para o modelo pedagógico-didático
dos docentes, de maneira a trabalhar a exclusão; a realização da proposta de carreira e
remuneração para o magistério, no sentido do aperfeiçoamento do trabalho dos professores;
demarcações à educação à distância; determinar o período para a extinção do curso Normal, de
nível médio, no país; e, docentes em nível superior. Considerando a construção e do exercício
docente, segundo Scheibe (2010, p. 987 apud CONAE, 2010):
A reestruturação da participação da União na valorização e formação dos profissionais
docentes requer, todavia, a existência de um Sistema Nacional de Educação
regulamentado e realmente articulado, reivindicação hoje enfatizada pelo movimento
organizado dos educadores, bem como pelas conferências nacionais realizadas nos dois
últimos anos. Nestas conferências, encontramos também a reivindicação por um Fórum
Nacional de Educação e pela sistematização das Conferências Nacionais como práticas
do Estado.
Para que isso aconteça, é preciso, do poder maior, seguir com direitos já conquistados e
dar continuidade naqueles que ainda permanecem em formas de leis, mas apenas no papel; e,
elaborar estratégias para dar continuidade, a fim de se cumprir, mesmo com a grande força das
políticas públicas tentando compor a defasagem da formação e de valorização do docente, mas
ainda existem inúmeros desafios. Cabe ao novo PNE assegurar o que já foi conquistado e dar
continuação.
4 A UTILIZAÇÃO DOS JOGOS NO ENSINO MATEMÁTICO
A Matemática contemporânea em sala de aula representa um enorme desafio ao professor,
porque exige que seja conduzida de forma que os alunos compreendam e sejam estimulados.
Muitos professores trazem consigo uma experiência particular dessa disciplina. Por causa de uma
matemática tradicionalmente ensinada, tiveram dificuldades, porque a matemática que se ensina
até hoje é morta e tem como objetivo a transmissão. Portanto, é um grande desafio descobrir
novas maneiras de trabalhar o ensino da matemática, fazendo com que o aluno perceba que ela
faz parte da vida cotidiana e pode ser aprendida de forma divertida, dinâmica e desafiadora ao
14
intelectual. Para Piaget (1982, p. 246):
A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas
não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores,
inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em
condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.
Dificilmente mostra-se para o aluno a associação real e óbvia que há entre a escola e a
vida, e nem sempre é utilizada para auxiliar e dar suporte à aprendizagem escolar, o que o aluno
já sabe, pois o saber da escola anda junto com a vida. Em vista disso, cabe ao estabelecimento de
ensino produzir e dar condições para o educando desenvolver seu raciocínio-lógico, ou seja,
novas metodologias, situações que propiciem a esse aluno contextualizar a teoria com a prática,
levando em conta os conhecimentos cotidianos, que mostram que a matemática está presente no
seu dia a dia e fazer essa relação para que ele compreenda.
Para Cunha e Nascimento (2005, p. 27-28):
O conceito de número é formado a partir da comparação de quantidades diferentes e da
observação sobre onde existe mais, menos ou igual quantidade, assim como, qual é o
maior, qual é o menor, até chegar à organização de sequências. À medida que as
experiências vão se acumulando e o pensamento vai se desenvolvendo, evolui também
conceito de número e a compreensão de que as quantidades podem ser divididas em
quantidades menores, que são as unidades que podem manipular. Após a descoberta de
que cada quantidade consiste de um certo número de objetos, já é possível introduzir a
representação das quantidades através de símbolo numérico.
O jogo é um recurso bastante utilizado como ferramenta pedagógica para estimular o
pensamento abstrato matemático na Educação Infantil. Ele é um percurso para encorajar a criança
a aprender e contribui na construção de novas descobertas, no progresso da sua individualidade
além de ser uma ferramenta pedagógica para o docente. Na maior parte, os jogos estimulam as
várias competências do aluno, porém isso depende de como o professor trabalha tais jogos.
Segundo Aranão (1996), para o professor é atribuída a função de mediador na concepção
do saber, propiciando momentos para que as crianças exercitem a capacidade de refletir,
investigando soluções para as questões apresentadas. Com princípio das suas respostas, cabe ao
docente sistematizar outros questionamentos e contraexemplos para verificar se ela está
realmente segura quanto à resposta que apresentou. Provoca-se, então, o desequilíbrio interno, em
que será instigada e encorajada a adquirir ou modificar seu raciocínio.
De acordo com a autora (1996), brincar é algo intrínseco da infância, mas, infelizmente,
15
existem professores que desconhecem a importância de se utilizar os jogos como ferramenta
metodológica, deixando os alunos com receptores de conhecimentos. Através desse processo, a
criança explora o mundo a sua volta, testa novas possibilidades, reforça sua autonomia e é
estimulada, tanto em grupo como individualmente.
Os jogos são fundamentais no crescimento infantil e, ao se aplicar tal recurso, o professor
aguça a importância da criança em aprender e proporciona que a mesma a faça de maneira lúdica.
Enfim, o jogo auxilia a levantar novas descobertas, amplia e melhora a individualidade do
educando e representa um instrumento para o professor, que leva o mesmo a conduzir, estimular
e avaliar a aprendizagem. O pedagogo, como facilitador no ensino-aprendizagem, deve procurar
modificar sua prática pedagógica de maneira que considere a particularidade de cada aluno na
construção do saber e no desenvolvimento de suas competências cognitivas, propiciando a estes
capacidades de progredir globalmente, mas com sentido e significação para os mesmos.
Para Aranão (1996, p. 59):
O conhecimento, então, se dá de dentro para fora e não o contrário. Ela tem liberdade de
escolher aquilo que é de seu interesse e significado para ela. As propostas de trabalhos
devem levar em conta o nível de desenvolvimento cognitivo da criança. O professor não
deve impor um conteúdo que ele pensa ser importante para ela, pois a aprendizagem é
feita por meio da manipulação de diversos tipos de materiais, na relação que estabelece
com as pessoas e o meio, nos questionamentos entre ela e o professor e na mediação
deste no processo de construção.
Conforme a autora (1996), o jogo é uma possibilidade para que esse desenvolvimento
aconteça de forma prazerosa, uma vez que desenvolve a autonomia, ludicidade, desenvolvimento
motor e cognitivo da criança, e que pode ser abrangido tanto no currículo proposto quanto no
oculto do professor. Diante disso, é possível proporcionar um ensino-aprendizagem prazeroso e
que tenho significado para as crianças, uma vez que o jogo, com suas características, afronta o
aluno a descobrir realizáveis soluções aos problemas que este o impõe, fazendo com que o
mesmo descubra estratégias para solucionar o problema. Nesse processo, ou seja, na aplicação
dos jogos em sala de aula, pode-se desenvolver conceitos matemáticos.
Para tal, os recursos materiais utilizados no processo educativo devem ser cuidadosamente
planejados, considerando a faixa etária de cada aluno. Conforme Fernandes et al (2006, p. 41):
O ensino tradicional centrado no professor requer que tenhamos cuidados redobrados
para que a proposta metodológica de jogos matemáticos não seja utilizada de forma
16
inadequada. É preciso que haja flexibilidade, evitando-se a direção exacerbada do
professor, ditando regras impostas a priori, impedindo o desenvolvimento da autonomia
das crianças.
O docente deve previamente pesquisar o jogo, no sentido de analisar detalhadamente, com
seu próprio manuseio, as jogadas e observar o desenvolvimento do jogo para ver as
possibilidades de erros, isto é, conhecendo na prática o que o educando vivenciou. Ele pode
melhor entender se surgir dificuldades que os educandos possam encontrar na hora do jogo.
Lembra-se também do cuidado especial na escolha dos jogos, que devem ser interessantes e
desafiadores. Os conteúdos devem estar de acordo com o nível de seu processo de
desenvolvimento (estágio) e que sua resolução não seja tão simples nem muito complexa.
Para Aranão (1996, p. 59):
É necessário que o professor tenha o conhecimento prévio de como se processa o
desenvolvimento cognitivo das crianças, a fim de lhes proporcionar situações e
atividades subsidiadas concretamente, para que esse aprendizado seja realmente efetivo e
contribua para que elas, ao ingressarem no ensino fundamental, não tenham tanta
dificuldade de prosseguir na aprendizagem dos conteúdos matemáticos. [...] O
importante é que o professor não se apresse em querer que seus alunos adquiram o
conhecimento matemático, tentando envolvê-los em atividades muito abstratas e acima
do nível intelectual que se encontram.
Segundo a autora (1996), se o processo de desenvolvimento matemático demorou
milênios para atingir a evolução atual, então não se deve exigir que as crianças totalizem um
nível de pensamento lógico aprimorado em pouco tempo. Cabe aos professores, nos anos iniciais,
levar em consideração todos os fatores, buscando a conscientização da grande importância dessa
fase inicial do desenvolvimento integral infantil, para que, enfim, o ensino da matemática torne-
se realmente eficiente e conduza a resultados satisfatórios.
Aranão (1996) afirma que é indispensável reforçar que, nas pesquisas piagetianas, é de
extrema importância que o professor conheça e considere o nível intelectual em que a criança se
encontra, com a finalidade de não propor atividades que ela ainda não seja capaz de exercer.
Diante dessa inquietação, a teoria piagetiana investiga o desenvolvimento do pensamento da
criança, bem como os tipos de conhecimentos, as etapas de evolução do raciocínio, o
processamento da aquisição do vocabulário, o desenvolvimento das estruturas cognitivas e os
aspectos afetivos da mesma.
De acordo com Piaget (1974 apud KISHIMOTO, 1996), as crianças aprendem brincando,
17
isto é, seu desenvolvimento cognitivo acontece através do brincar, porque a criança, em sua
essência, já é lúdica; ela vai brincando, jogando e vai crescendo, fazendo estabilidade com o
mundo.
Segundo Maurício (2008, p. 2):
A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano, é um espaço que
merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para a expressão mais genuína do
ser, é o espaço e o direito de toda criança para o exercício da relação afetiva com o
mundo, com as pessoas e com os objetos [...]. O lúdico possibilita o estudo da relação da
criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a importância do
lúdico na formação da personalidade. Através da atividade lúdica e do jogo, a criança
forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz
estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais
importante, vai se socializando [...]. Em geral, o elemento que separa um jogo
pedagógico de um outro de caráter apenas lúdico é este: desenvolver-se o jogo
pedagógico com a intenção de provocar aprendizagem significativa, estimular a
construção de novo conhecimento e principalmente despertar o desenvolvimento de uma
habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma aptidão ou capacidade
cognitiva e apreciativa específica que possibilita a compreensão e a intenção do
indivíduo nos fenômenos sociais culturais e que o ajude a construir.
O jogo é algo muito extenso e utiliza também um significativo papel no que corresponde à
socialização dos sujeitos. O indivíduo, quando joga, se relaciona com outras pessoas, percebendo
que no jogo existem ganhadores e perdedores, e aprende a trabalhar com sentimento de decepção.
O jogo apresenta diversos valores peculiares e, na educação matemática, é proposto com
intencionalidade, e deve estar incorporado de conteúdos. As crianças não vão sistematizar
conceitos matemáticos ao manipular objetos, mas sim no ato de praticar.
O objetivo de um plano que engloba o jogo é a matemática, pensamento sistematizado,
isto é, o jogo é de fundamental importância quando trabalhado com intenção. Nessa perspectiva,
o professor de matemática é considerado pesquisador, com necessidade de buscar pesquisas tanto
relacionadas aos conteúdos quanto em relação à didática a ser adotada para transmissão do
conteúdo; estabelecer o conhecimento lógico; construir e reconstruir novos conceitos; e,
desenvolver também autonomia, princípios culturais e o surgimento de trabalho em grupo.
Muitas são as concepções do que é jogo e de como ele deve ser praticado. Jogo, jogar
muitos também são os autores que distinguem os conceitos para definir, designar o que é um
jogo. Segundo Maluf (2003, p. 9), “brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos,
desenvolve habilidades de forma natural e agradável”.
Para Barbanti (2003, p. 358), “o jogo é uma forma de competição prazerosa cujo resultado
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é determinado por habilidades motoras, estratégias ou chances, empregadas isoladamente ou em
combinação”.
Kishimoto (1994, p. 15) destaca que, na multiplicidade de fenômenos que são os jogos, o
jogo tradicional é uma das modalidades. “Não se conhece a origem desses jogos. Seus criadores
são anônimos”.
A mesma autora (1994, s/p) ainda afirma que não é fácil tentar definir o jogo: “Quando se
diz palavra ‘jogo’ cada um pode entender de uma maneira diferente”.
Freire (1994, p. 116 apud KISHIMOTO, 1994) pontua: “Existe confusão a respeito dos
termos: brinquedo, brincadeira, jogo e esporte. Brincadeira, brinquedo e jogo significam a mesma
coisa, exceto que o jogo implica a existência de regras e perdedores e ganhadores [...]”.
O jogo organiza esquemas mentais, a ordenação do tempo e espaço; prepara o
pensamento, totalidade de várias capacidades da individualidade afetiva, motora, social e
cognitiva. Contribui também para a formação de atitudes cotidianas: aguardar a sua vez,
respeitando a vez do outro, a cooperação; respeitar as regras, a justiça e a iniciativa, individuais e
em grupo, o senso de responsabilidade.
Segundo Cunha e Nascimento (2005, p. 36-37, 40 e 44), A seguir serão elencados alguns
jogos de matemática que podem ser utilizados por professores em sala, para estimular o
raciocínio lógico dos alunos:
Jogo - Blocos Lógicos
Descrição: caixa de madeira com 48 peças diferentes, em madeira de fibra, que variam
em tamanho (grande, pequeno), forma (triângulo, retângulo, quadrado e círculo),
espessura (fino, grosso) e cor (vermelho, amarelo e azul).
Favorece: desenvolvimento do pensamento lógico; aquisição de conceitos;
desenvolvimento da linguagem; classificação; conceituação de formas geométricas;
associação de atributos; formas de conjuntos; manipulação de semelhanças e diferenças;
comparação.
Possibilidades de exploração: manipular as peças livremente, descobrindo o que pode ser
feito com elas; formar conjuntos por livre escolha e descobrir quais foram os critérios
utilizados para a formação de conjuntos (cor, forma, tamanho ou espessura); verificar a
quantos conjuntos cada peça pode pertencer; descrever as peças por seus atributos;
descrever as peças, dizendo o que ela não é; encontrar peças solicitadas por dois, três ou
quatro atributos (Exemplo: triângulo, vermelho, pequeno); agrupar todas as peças que
não tenham determinado atributo ou atributos (Exemplo: todos que não sejam azuis nem
grossas); fazer uma sequência de peças em que haja apenas uma diferença de uma peça
para outra; fazer uma sequência de peças que tenham duas semelhanças, etc.; organizar
uma sequência com determinado segredo para a criança descobrir (Exemplo: uma peça
fina, duas grossas, ou então um peça azul, outra amarela, outra vermelha).
[…]
Jogo - Antes e Depois
Descrição: caixa de madeira, tipo estojo de 238 x 102 x 55mm, contendo 30 peças de
19
madeira com figuras diversas, formando sequência de três em três peças.
Favorece: pensamento lógico; memorização de fatos; estruturação têmporo-espacial;
antecipação; sequenciação; linguagem.
Possibilidades de exploração: conversar sobre o que fizeram durante o dia, perguntando
o que fizeram antes e o que fizeram depois de determinada coisa; montar as sequências
de acontecimentos, descrevendo-as; ordenar as peças, com uma sequência lógica,
ressaltando o que vem antes e o que vem depois; contar uma história sobre a sequência
montada; colocar uma só figura do meio da sequência na mesa e pedir à criança que
encontre as peças que correspondam ao que aconteceu antes e ao que aconteceu depois;
distribuir as peças com as figuras do meio da sequência para as crianças e colocar as
demais em uma sacolinha e, cada uma, por vez, pegará uma peça na sacolinha e, se for
uma das peças da sequência escolhida, ficará com ela caso contrário, devolverá a
sacolinha. Ganha o jogo quem conseguir completar sua sequência primeiro; distribuir as
peças entre os participantes. Um dos participantes inicia o jogo, colocando uma peça na
mesa e iniciando uma história com ela. O próximo participante terá de colocar a próxima
peça correspondente à sequência na mesa e continuar a história e assim por diante. Quem
não tiver das peças da sequência passa a vez para o próximo jogador. Ganha o jogo
quem conseguir terminar suas peças primeiro.
[…]
Jogo - Quadro de Dupla Entrada
Descrição: placa de madeira e 15 quadradinhos avulsos, pintados e pirogravados com
desenhos de barcos e velas, dos quais 3 contêm barcos e 9 têm figuras relativas à
composição dos barcos com as velas.
Favorece: desenvolvimento do pensamento lógico; composição e decomposição de
figuras; associação de dois atributos; discriminação visual.
Possibilidade de exploração: analisar os elementos que compõem as figuras e separar as
peças que têm só um elemento, barco ou vela; colocar os quadradinhos que contêm só as
velas ou os barcos em volta da placa de forma que os braços fiquem ao lado esquerdo e
as velas em cima; pedir que as crianças coloquem as outras figuras na placa no lugar do
cruzamento dos barcos com as velas que o compõem.
Os jogos acima citados, aplicados no ensino da matemática em sala de aula, trazem uma
proposta de suma importância, visto que buscam resultados esperados pelo professor, já que ele
traz caráter social. Ele estabelece uma oportunidade de participação do todo, na tentativa de
esclarecer as ocorrências de dúvidas envolvidas no jogo. Porém, para se chegar ao objetivo, o
educador precisa de um planejamento sistematizado e o jogo precisa ser envolvente, interessante
e desafiador.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto neste artigo, é relevante destacar que o jogo como ferramenta
pedagógica com intencionalidade é de fundamental importância para o desenvolvimento global
da criança. O jogo estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança, e ocasiona
aprendizagem, evolução da linguagem, do raciocínio e da concentração da atenção. O brincar e
20
jogar são fundamentais ao bem-estar físico, emocional e mental da criança, e quando bem
trabalhados, irão colaborar, no futuro, para a eficácia e nivelar o adulto.
Dessa maneira, é importante ressaltar que o jogo deve fazer parte da vida escolar do
aluno, como instrumento facilitador na aprendizagem; que as crianças desenvolvam em sala
atividades que contemplem o jogo pedagógico com intencionalidade. Pode-se considerar o jogo
como recurso pedagógico expressivo no processo ensino-aprendizagem, mas, para que esse
recurso seja prazeroso, precisa ser estimulado dentro da prática habitual em sala, como um
ambiente de interação, imaginação e fantasia, e que é muito interessante inseri-lo no processo de
aprendizagem da criança.
O desenvolvimento que acontece durante o jogo gera momento de aprendizagem.
Jogando, a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas capacidades.
É significativo que o professor esteja sempre ampliando e atualizando seus conhecimentos
sobre o lúdico e que aplique, com mais assiduidade, métodos que envolvem os jogos, o que
propiciará o desenvolvimento global de seus alunos. Para manter a ludicidade, o adulto deve se
propor a encorajar, a esclarecer, sem estabelecer determinada forma de realizar. Que a criança
descubra a empregar o jogo, constatar e compreender, e não por simples reprodução.
Vale ressaltar que os profissionais de educação empenhados para uma melhor qualidade
no ensino oferecida às demandas da sociedade e com a sua própria prática pedagógica, devem
reconhecer a importância do jogo no desenvolvimento absoluto das crianças. O jogo deve ser
inserido com intencionalidade e objetivos, e não deve ser colocado como algo simplesmente para
distrair os alunos, ou como passatempo. Ele atinge seus objetivos diversos como:
desenvolvimento da personalidade, motor; estimula o raciocínio lógico-matemático, criatividade,
a cooperação dos participantes, autonomia, entre outros já elencados.
Nesse sentido, o jogo é um aliado do professor e devem ser valorizados os aspectos
positivos das atividades lúdicas, que podem nortear os alunos que participam delas. O professor,
enquanto mediador do conhecimento, será capaz de elaborar situações oportunas para poder
observar os parâmetros em que cada criança se encontra. A partir disso, aplica-se, junto ao jogo, a
zona de desenvolvimento proximal de cada um. Como menciona Maluf (2003), o professor deve
organizar as atividades e selecionar aquelas que são mais significativas para o aluno.
Ademais, um aspecto relevante nos jogos é o desafio diante das regras; o princípio não
provém da autoridade, mas das regras estabelecidas, portanto, do jogo em si, entender e
21
compreender as condutas. Todos têm as mesmas chances e, participando do jogo, a criança
aprende a concordar com as regras, pois a competição está, pontualmente, em saber obedecê-las,
aguardar sua vez, aceitar a decisão dos resultados dos acontecimentos ou de outro motivo. Os
jogos de sorte são excelentes exercícios para trabalhar com decepções e, ao mesmo tempo,
aumentar o nível de incentivo.
Os jogos contribuem de forma significativa na vida do educando, na construção de
atitudes; estabelecem conceitos já assimilados, de uma maneira motivadora para o aluno;
ampliam as estratégias de soluções de perguntas, significados para as concepções aparentemente
não compreendidos; trabalham a interdisciplinaridade; propõem a participação direta do aluno na
socialização; e, têm o princípio de motivação. Enfim os jogos se bem aplicados poderá trazer
resultados importantes para o processo ensino-aprendizagem.
Através deste trabalho, pretendeu-se mostrar que jogo é necessário no desenvolvimento da
criança. Ele faz parte do contexto do indivíduo desde o seu nascimento, como também no seu
comportamento. O jogo e a brincadeira são atividades humanas, nas quais as crianças são
inseridas, constituindo-se em uma forma de compreender e reconstituir a bagagem sociocultural
dos adultos.
Os jogos fazem parte do contexto cultural do ser humano. No âmbito dessa pesquisa, o
interesse se volta para o jogo com intenção pedagógica, maior parte exclusiva para o jogo no
ensino da matemática.
Em razão da amplitude do tema e por meio do objetivo desse trabalho, percebe-se que há
muito por discutir, contudo a iniciativa precisa vir dos docentes, que são os mestres e devem
trabalhar o jogo com seus alunos para um melhor ensino-aprendizagem. Sabe-se das
adversidades, dos obstáculos. Desse modo, se há dedicação por parte do professor, há trabalho
com sublimes resultados por parte dos alunos.
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