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da Hora São Paulo,outubro de 2009 Número 18 Espaço Arterial Jornal Diretora Responsável: Vera Alves Entrevista com Cláudio Thebas M ê s d o S a c i N o s s o A m i g o d o P e i t o P O E S I A P A S S A T E M P O

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Page 1: Jornal da Hora Número 18 Espaço Arterial Entrevista … · Garoto” pois ele encontrou uma ... Carlitos, passa por ali, ouve o choro de uma criança e pega a criança. No começo

da HoraS ã o P a u l o , o u t u b r o d e 2 0 0 9N ú m e r o 1 8 E s p a ç o A r t e r i a l

Jornal

Diretora Responsável: Vera Alves

Entrevista com Cláudio Thebas

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Nos

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migo do Peito

POESIA

PASSATEMPO

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Jornal da Hora 2outubro de 2009

Amigos do PeitoBeatris Duraes, 11 anos

B

Coitados! Os fantasmas estão ficando desempregados. Vocês se lembram do Gaspar-zinho? Até ele está sem trabalho. Também, agora tem tantos monstros que nos assus-tam! Bruxas, Vampiros, Frankenstein, Lobisomem...!! Até ETS vem nos amedrontar! Sem

nos esquecermos, é claro, do nosso Saci que vive aprontan-do das suas, até ganhou um dia nacional só pra ele, 31 de outubro, Dia do Saci.

CruzadinhaA revolta dos Fantasmas

menino no colo e encontra um bilhete que dizia “Ame esse órfão e cuide bem dele”. Carlitos fica triste com a situação, dá o nome de João para o menino e passa a cuidar dele. Os dois passam a viver em um sótão e lá são muito felizes. Carlitos e João trabalham juntos. João quebra vidros e Carlitos como vidraceiro aparece na hora certa para consertá-los. Ao passar cinco anos João reencontra sua mãe na frente de sua casa. Essa história me deixou um pouco triste porque a mãe não encontrou outras saídas para cuidar de João, mas ao mesmo tempo fiquei emocionado de ler a história “O Garoto” pois ele encontrou uma pessoa que conseguiu dar atenção, amor e carinho como a sua mãe tinha desejado. Esse livro é baseado no filme “O garoto” de Charles Chaplin e o filme inspirado na infância do próprio Chaplin. Assista o filme e agora você também pode ler o livro. Aposto que vão gostar.

O Garoto, Laurence Gillot. SP, Martins Fontes, 2009.

Este livro é muito interessante. Ele conta a história de um menino que foi abandonado por sua mãe por não ter condições financeiras para criá-lo. Ela deixa seu filho atrás do banco de um carro que está estacionado em frente a um palacete. Ela faz isso para que alguém encontre seu filho e lhe dê amor, carinho e que ele tenha uma vida melhor. Logo depois dois homens chegam e roubam o carro. O menino começa a chorar, os bandidos pegam o garoto e o deixam atrás de uma lata de lixo. Uma pessoa, chamado Carlitos, passa por ali, ouve o choro de uma criança e pega a criança. No começo ele nem queria ficar com o bebê. Ele se senta com o

O livro de poesia “Amigos do Peito” foi escrito por Cláudio Thebas, nosso entre-vistado deste mês. Nesse livro você vai encontrar várias poesias bem divertidas. Você gosta de poesia? Sim? Então, você vai se divertir com poemas sobre o que acontece com um menino durante um dia inteiro, da hora que ele acorda até a hora de ir para cama. Mas se você não gosta muito de poesia,

lendo este livro acho que você vai começar a gostar, pois é muito bom! Para completar sua leitura, o Cláudio criou um cd chamado “Amigos do Peito”, o mesmo título do livro, com todas as poesias musicadas para você além de ler, cantar e dançar. Ele musicou as poesias com a ajuda de seus amigos. “Amigos do Peito” é um livro interessante, vale a pena conferir! Não esqueça de ouvir o cd, para completar a diversão.

Todo dia eu volto da escolacom a Ana Lúcia da esquina.Da esquina não é sobrenome,é o endereço da menina.

O irmão dela é mais velhoe mesmo assim é meu amigo.Sempre, depois do almoço,ele joga bola comigo.

Já o Carlos Alberto, do lado,(do lado não é nome também)tem uma bicicleta legal,mas não empresta pra ninguém.

O bairro onde moro é assim, tem gente de tudo que é jeito.Pessoas que são muito chatas,e um monte de amigos do peito:

O Bruno do prédio da frente,O Ricardo do sétimo andar,O Irmão da Lúcia da esquina.o filho do dono do bar.

O nome completo deleseu nunca sei, ou esqueço.Amigo não tem sobrenome:amigo tem endereço.

Am

ig os do Pei to

Cláudio Thebas

Matheus Spagnolo, 11 anos

Amigos do Peito, Cláudio Thebas. BH, Formato, 1996.

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Kelvin Izidoro, 11 anos

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Jornal da Hora 3outubro de 2009

JDH - Conte como foi sua infância. Cláudio Thebas - eu estudei em um colé-gio, que se chamava

“Externato Pequenó-polis” agora ele faliu. E a gente ficava com vergonha de falar que estava em PEQUENÓPOLIS e a gente fez uma campanha pra mudar o nome da escola, não queria mais, aí mudou, em vez de “Externato Pequenópolis” ficou “Colégio Pequenópolis”. Putz! Eu tive uma infância incrível ... Tenho pais amo-rosíssimos, estão vivos até hoje, minha irmã. Eu Adorava filmes de vampiros, de lobiso-mens. Lobisomem existe!

JDH - Quando criança você pensava no que queria ser?Cláudio Thebas – Eu achava que eu queria ser arqueólogo, depois descobri que era paleontólo-go, porque eu adorava essa coisa de dinossauro, múmia. Achava que ia estudar isso pra poder descobrir cidades perdidas, sempre gostei dessa coisa, mas logo em seguida eu comecei a gostar de música e aí eu achei que eu ia ser músico, toquei bateria durante muitos anos, até hoje eu toco um pouco e... eu achava que ia ser essas coisas. Escri-tor, eu sempre gostei de escrever, mas não tinha certeza que eu ia fazer isso como minha profissão. Depois é que eu percebi que eu fazia isso sempre, não ia ter outro jeito, eu ia ser escritor.

JDH - Como foi fazer o livro Amigos do Peito? Cláudio Thebas – “O Amigos do Peito”, alguns desses poemas, eu fiz quan-do tinha 14, 15 anos talvez a idade base de vocês , o do “ Gato”, do “Cachorro” eu tinha essa idade, coloquei lá no meu caderno, ficou guardado, eu fui escrevendo coisa que acontecia na min-ha infância. Foi uma delícia fazer porque foi quase que um diário, o que acontece na minha vida, então foi quase que uma terapia fazer, mas é muito trabalho.

JDH - E a idéia de musicá-lo, aconteceu depois do livro ou as músicas foram sendo feitas juntas com os poemas?

Cláudio Thebas – Muito dos poemas já surgiram... na verdade

eu vim pra cá pensando numa música , eu penso o tempo inteiro meio com música, tanto que às vezes, quer ser poema e eu fico forçando ele a ser música e aí eu fico na dúvida... então alguns dos poemas já eram música. Quando você trabalha com rima, conforme você faz a rima ela já fica meio musical.

JDH - Você recebeu um prêmio pelo o Livro “Amigos do Peito”. Como se sentiu?Cláudio Thebas – Eu me senti importantão. Eu me senti muito feliz porque era o meu primeiro livro e fiz de uma maneira tão despretensiosa... Quando ele foi premiado eu fiquei muito feliz, fiquei contente mesmo, e é um projeto muito fe-liz. “Amigos do Peito” em todas as linguagens que ele trabalhou foi premiado. Então o disco foi premiado, o livro foi premiado, cenicamente ele foi premiado. Eu fico feliz por ele, é um livro

muito sincero!

JDH - Como é para você trabalhar com criança? É difícil?Cláudio Thebas – A vida inteira trabalhei com cri-ança. É... eu dou aula há mui-tos anos pra criança, eu adoro. Eu aprendo muito com as crianças e isso não é blá, blá, blá só pra parecer bonzinho, criança ensina muito mes-

mo por ser autêntica. Educar, eu acho, a arte mais incrível.

JDH - Tem um recadinho para as crianças leitoras do jornal?

Cláudio Thebas – Gente! que recado eu vou dar pros leitores do jor-

nal? O recado que eu tenho pra dar... é... que eu acho vocês incríveis, a possibilidade de ser criança que... se manifeste, pense, escute, que fale... deixa isso pra lá... lembrei a música, o que há o que tem... eu acho incrível, eu acho que todo mundo deveria se mobilizar pra fazer um projeto assim, seja qual for a intenção, se não é expressão, se não é jornal, é um vídeo é... sabe? É um livro, eu acho que as pessoas estão tão distantes umas das outras hoje. Cada vez mais distante ou porque não dá mais pra brincar na rua ou porque está sempre no videogame, na televisão, não tenho nada contra, então acho que... eu não falei nada, não é? Acho que o recado é assim, Putz! mirem no exemplo que vocês fazem, porque é incrível.

JDH - O que a gente precisa fazer para ser um escritor, poeta e músico?Cláudio Thebas – O que precisa fazer... a Eva Furnari me ensinou muito isso, me incentivou e me incentivou criticando muito. Ah! não tá legal, vai lá e faz de novo, sabe? E sendo muito sincera, porque uma das formas de se

“ escrever é o ofício de achar o melhor texto para aquilo que você

está pensando

“ as palavras são roupas que a gente quer vestir o pensamento e o sentimento

da gente

dar amor é na sinceridade. Em uma das conversas que eu tive com ela, falei: - puxa vida será que eu tenho talento pra ser escritor? E ela falou assim: - vamos falar de outra coisa. Você quer ser escri-tor? Se você quiser ser escritor você vai ter que trabalhar e vai ser escritor, se você não quiser você não vai ser, então o que tem que fazer é querer, querer significa dedicar-se muito, a Eva me en-sinou isso. A Eva tem hora que ela levanta, hora que ela entra no estúdio pra trabalhar, a hora que ela vai sair, porque também se deixar a gente en-louquece e fica lá e não sai, ela é super rigorosa, super rigorosa como se fosse um patrão mesmo e o patrão severo, e eu aprendi isso com ela, quando eu vou fazer um livro, eu vou programar terça de manhã ... como eu estou hoje aqui, vou trabalhar das oito não, mentira porque eu não vou às 8h estar acordado direito, mas das 9h às 12h eu vou trabalhar mesmo,estando inspirado, não estando inspirado, então querer ser músico, querer ser escritor, querer ser cozinheiro, adoro cozinha, querer fazer qualquer coisa implica dedicar-se pra aquilo porque aí vai acontecer, quando você já tem o talento, tudo aquilo vai se somar e todo mundo aqui conhece muita gente que tem mui-to talento mas que não se dedicou e fala: -nossa! que judiação ele se perdeu, ele era tão talentoso,

se perdeu, então querer é dedicar-se mesmo, dedicação.

Vestindo os Pensamentos de um PalhaçoBate papo com o escritor, músico e palhaço Cláudio Thebas

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Jornal da Hora4outubro de 2009EX

PEDI

ENTE

Reportagens e Redação Ilustrações

Xamã VM Editora e Gráfica Ltda

Diagramação

Valéria SilvaInstituto Espaço ArterialRua General Jardim, 5563256-3057

[email protected]

CEP 01223010

Realização

Rua Itaoca, 130CEP: 04140-090

Coordenação

AgradecimentosClaúdio Thebas

Valéria SilvaVera Alves

Iniciativa Vencedora do prêmio Ludicidade/ Pontinhos de Cultura

GráficaThalita Marques

Niti Merhej

http://espacojornaldahora.blogspot.com/

CapaMatheus Spagnolo

Pedro Raylson

Guilherme Oliveira

Samira Santos

Clara NanaBarbara Duraes

Beatris DuraesBarbara Duraes

Bruna Rocha

Guilherme OliveiraGabriella Rocha

Thalita MarquesAna Claúdia

31 de outubro Dia Nacional do Saci

Olá pessoal!Hoje vou contar um pouco sobre o Saci. O dia do Saci foi criado para valorizar a cultura popular brasileira pois o nosso país só estava comemorando o “Halloween“ criado nos EUA (Estados Unidos da América) que é o dia das bruxas. Conta uma das lendas que o Saci é um duende idealizado p e l o s indígenas, nasce em brotos de bambus e neles vivem sete anos e fora deles mais 77 anos, depois morrem e viram um cogumelo venenoso. O saci protege as matas, é um garoto negro com gorro vermelho e cachimbo na boca. Além de Saci Pererê, ele é conhecido como Taperê, Pererê e Sá Pereira. Tem medo de rosários e de imagens de santos e quando quer desaparecer se transforma num redemoinho de vento. O Saci é bem “danadinho”, travesso e adora brincar com as costureiras colocando seus dedais (objeto de costura que é usado no dedo médio quando se costura) em buracos na terra e com as cozinheiras queimando seus quitutes que estão no fogão.Não sei se vocês sabem, mas muitas pessoas acham que o Saci perdeu uma de suas pernas para representar o sofrimento vivido pelos escravos. Mesmo assim ele se manteve livre continuando ágil e veloz, parecendo os negros lutando capoeira. Bem, espero que este texto tenha ajudado você a conhecer um pouquinho mais sobre a história do Saci e que em todos os 31 de outubro você comemore, não apenas o dia das bruxas, mas também o dia do Saci, que tem mais o nosso jeitinho brasileiro! Tchau!

Pega o Saci

A Ninoca brinca de montãoEla gosta de limão com macarrão, Tem um amigo que se chama João,

Que tem um caminhão, Ela gosta de andar de avião.

Os livros da Ninoca são muito divertidos. A Ninoca vai em vários lugares, na escola, no parque, eu gostei bastante , acho que você vai gostar !

A Ninoca Vamos contar de um passeio que fizemos, até o Museu do Futebol. Ele fica na Praça CHARLES MILLER, s/n, Pacaembu. Toda quinta-feira a entrada no Museu é gratuita, nos outros dias adulto paga seis reais e a criançada três reais.Logo na entrada recebemos as boas vindas do Pelé. Claro que ele não estava lá em pes-soa, nós vimos pelo telão. Depois vimos coleções de camisas super interessantes,dos melhores e até os piores times do Brasil e os jogadores mais importantes do nosso país como: Zico, Sócrates, Ronaldo, Gar-rincha, entre outros.Vocês sabiam que no Brasil já teve copa do mundo? É isso mesmo, mas não tive-mos um final tão feliz. Na copa de 1950 perdemos para o Uruguai, mas fomos vice-campeões. Continuamos nosso passeio. Entramos em uma sala onde tinha várias cabines que até parecia que havíamos en-trado numa máquina do tempo. Você es-

MUSEU DO FUTEBOLcolhia a época, o locutor e ele começava a narrar o jogo.Na mesma sala tinha vários telões, você escolhia um narrador para comentar o jogo. Você não sabe o narrador que nós encontramos! Ele foi nosso entrevistado na edição de setembro do Jornal, o JOSÉ ROBERTO TORERO.Ah! vocês também sabiam que a primeira camisa da seleção brasileira foi da cor bran-ca? É isso mesmo, ela era conhecida como a camisa da ¨Zica¨. Dizem que foi por isso que perdemos a copa de 50, pois os joga-dores estavam usando a camisa branca.Visitamos outras salas, a das torcidas fica embaixo da arquibancada, a sala do Charles Miller conta a história do futebol desde seu surgimento, dá pra gente aprender sobre o futebol e também como era a sociedade brasileira. Dê um pulinho lá no Museu, vocês vão adorar. Tchau!

E S A Q T R A V E S S O I D PS A H G O R L H A J E V L U ÍP C U Ê S A F C U L R E A E VO I D A H C E A B C H I M N BX P O A E G P C D G M D A D PN E G R O Ê B H Í Í O B A E OA R T E S E M I E C T R O I CO E H V F P I M S Ê T V R C AB R O T O D E B A M B U H O PO Ê D I W Ê A O H P O F U D OR C A I N D Í G E N A S C H EE B E A Ê S A N P S N P O Ê IC C U L T U R A P O P U L A RU A T A Í G E P H Ê V G Í Q A

Você leu a história ali do lado? Então agora é só brincar de caçar as palavras do Saci

Caça

PalavrasBruna Rocha, 13 anosGabriella Rocha, 10 anos

Samira Santos, 7 anos

Kelvin Izidoro, 11 anos

Thalita Marques, 12 anos

Pedro Raylson

Lucas Monteiro

Letícia FreitasSamara Marinho

Lucas Monteiro, 10 anos

Clar

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Samara Marinho

Ana claúdia