a cozinha do senhor krishna_1

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  • 8/3/2019 A Cozinha Do Senhor Krishna_1

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    A Cozinha do SenhorKa Revista Back to Godhead Traduo: Gtamt dev ds (HdG)

    A Cozinha do Senhor Ka

    Ka est pedido, Back To Godhead apresenta uma novidade: uma srie sobre

    vegetarianismo vdico

    Por Vikh Dev DsOriginalmente na revista Back To Godhead, #16-12, 1981.Traduo de Gtmt Dev Ds (HdG)

    Quando visitantes vem ao templo de Ka, pela primeira vez, geralmente ficam perplexos com a

    oferenda cerimonial de pratos vegetarianos forma de Deidade do Senhor. E para sua surpresa, de certa

    forma, bem justificada. Afinal, o que o Senhor onipotente, onisciente quer com nosso prato de arroz e

    vegetais? Ele ficou de repente com fome? Mas Ele manifesta toneladas incontveis de arroz e tudo mais

    comestvel. E, alm disso, Ele auto-suficiente. Ka no precisa pedir nada a ningum.

    E ainda assim Ele pede. No exatamente por arroz e vegetais, mas por nosso amor e devoo. Na

    Bhagavad-gt (9.26) o SenhorKa diz, Se algum me oferecer com amor e devoo uma folha, uma flor,

    frutas ou gua, eu aceitarei.

    Quando ouvimos que Ka quer que ofereamos nosso alimento a Ele, ns devemos saber que Ele

    est nos convidando para re-despertar nossa relao amorosa eterna com Ele. Ns podemos aceitar,

    inicialmente, com um humor de considerao, f complacente misturada com o sentido de dever. Mais tarde,

    conforme nossa realizao amadurece, oferecemos nosso alimento com amor e afeio. Assim como um

    homem oferece o que tem de melhor para a pessoa amada, o devoto ou devota, por amor, oferece a Ka omelhor de si sua vida, fortuna e inteligncia e seu melhor e mais saboroso alimento vegetariano.

    No ocidente, a religio sempre influenciou profundamente o desenvolvimento da arte, da msica, da

    arquitetura e da literatura. Na ndia, a conscincia de Ka tem permeado todos esses ramos e a arte

    culinria tambm. Com vegetais, frutas, gros, leite e gua, uma pessoa pode preparar centenas de milhares

    de pratos excelentes, os quais so apropriados a se oferecer a Deus.

    Seiscentas e cinqenta receitas para tais pratos encontraram seu caminho para o livro de culinria

    vegetariana de Yamun-dev ds. Uma discpula de rla Prabhupda h quarenta e dois anos, Yamun

    aprendeu muitas receitas diretamente dele. Alm disso, ela passou quarto anos na ndia estudando as tcnicase ingredientes envolvidos na culinria da conscincia de Ka uma arte refinada que tem sido passada de

    gerao a gerao por muitos sculos.

    Eu conheci Yamun em maro de 1971, quando meu esposo Yadubara e eu estvamos viajando pela

    ndia como fotgrafos itinerantes. Naquele vero, ele e eu, ainda sem sermos devotos de Ka, residamos e

    fotografvamos em Vndvana, a terra sagrada a aproximadamente noventa quilmetros ao sul de Delhi,

    onde o SenhorKa passou Sua infncia h cinco mil anos atrs.

    Um dia Yamun e seu esposo chegaram Vndvana em peregrinao. Para encontrar alvio do

    calor do vero, ela e eu passaramos, de vez em quando, as tardes sentadas com gua at o pescoo dentro do

    rio Yamun. (rla Prabhupda havia dado o nome da minha amiga de Yamun por causa desse rio

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    sagrado, que toma parte proeminente nos passatempos infantis de Ka.) Aqui, Yamun expressaria seus

    pensamentos conscientes de Ka para mim e pacientemente toleraria meus pontos de vista negativos e

    acticos. Alguns meses mais tarde, ela assistiu, em felicidade, rla Prabhupda me dar iniciao spiritual

    formal e nos anos que se seguiram, Yamun e eu viajamos extensivamente por toda a ndia, s vezes juntas e

    s vezes separadamente.

    Durante todo esse tempo (do comeo ao meio da dcada de 70) Yamun freqentemente cozinhava

    para rla Prabhupda e estava sempre ansiosa para aprender novas receitas dos experientes cozinheiros

    locais experientes. Ela anotava atenciosamente como um prato era feito para que, mais tarde, pudesse faz-lo

    para seu mestre espiritual. Enquanto isso, eu estava ocupada fotografando rla Prabhupda durante suas

    diversas caminhadas matinais, aulas, encontros informais e aparies pblicas.

    Trs ou quarto anos mais tarde, depois de Yamun e eu termos retornado aos EUA, ns nos

    encontramos novamente. Dessa vez, minha misso era fotografar seus pratos para ilustrar seu livro de

    culinria. Depois de alguns meses de trabalho de estdio eu finalmente terminei as fotografias e, ento, erachegada a hora de experimentar as receitas mais uma vez. Uma vez que a Yamun j as havia

    experimentado, ela queria que outras pessoas o fizessem: uma cozinheira experiente, ruti-rpa-devds

    (que tambm cozinhara para rla Prabhupda na ndia), e uma cozinheira completametne inexperiente eu

    (que nunca cozinhara para ningum em lugar algum).

    ruti ia para a cozinha com uma pilha de receitas para testar, sem esforo algum preparava os pratos

    (ou pelo menos parecia assim para mim) e emergia um pouco mais tarde com um adorvel almoo completo

    para ns todos experimentarmos e delirarmos. Mas, quando era a minha vez, me sentia como um qumico

    em seu primeiro dia no laboratrio da faculdade. Eu tinha imensa dificuldade para distinguir entre sementes

    de mostarda e de cominho, urad dl demung dl, garam masl de assaftida. Eu no sabia como misturar

    os condimentos, como misturar a massa ou como usar qualquer parafernlia da cozinha (batedeira,

    processador, e assim por diante).

    Mesmo assim, me via todos os dias na cozinha com uma pilha de receitas para testar e Yamun, em

    algum lugar por perto, pronta para me instruir, corrigir, encorajar e me bajular; s vezes para me censurar

    por fazer erros de descuido. Um ms e mais de cem receitas mais tarde, eu no era uma cozinheira experiente

    (e ainda no sou), mas eu podia acompanhar suas receitas bem o suficiente para fazer pratos que, ele me

    assegurava, satisfariam rla Prabhupda e Ka.

    Acabei de voltar de mais uma estadia com Yamun, desta vez por seis meses, durante os quais eu a

    ajudei minimamente a completar seu livro de culinria. Agora ela inseriu pargrafos introdutrios antes de

    muitas das receitas para explicar suas caractersticas especiais e adicionou instrues detalhadas a cada um

    dos vinte captulos do livro. Com seu livro prximo de estar pronto, estimularemos o apetite de vocs

    apresentando-lhes algumas das mais escolhidas receitas na revista BACK TO GODHEAD, juntamente com

    artigos sobre a arte e filosofia de cozinhar para Ka. Discutiremos o vegetarianismo transcendental de

    pontos de vista econmicos, estticos, ticos e ecolgicos e compreenderemos porque ele to saudvel paranosso corpo e alma. E, claro, esperamos por seus comentrios conforme experimentam as receitas do livro da

    Yamun e adotam os princpios da conscincia de Ka em sua prpria vida.

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