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A CONTRIBUIÇÃO DAS BRINCADEIRAS E DOS BRINQUEDOS NA PRÉ-ESCOLA
RESUMO
João do rozario lima
A presente monografia vem demonstrar que o
brinquedo e a brincadeira na pré-escola são de um aspecto
muito importante na interação da criança com o adulto, com o
outro. E a brincadeira em grupo serve para socializar crianças e
a compreensão de regras. Elas aprendem a lidar com os
sentimentos, interagir, resolver conflitos e desenvolver a
imaginação e criatividade para resolver problemas. E, portanto,
contra este pensamento que buscamos e é de fundamental
importância que professores tenham conhecimento do saber que
a criança construiu na interação do ambiente familiar e sócio
cultural e assim adotar na sua prática pedagógica as
brincadeiras, brinquedos e para que as crianças
desenvolvam,construam, adquiram conhecimentos e se tornem
autônomas e cooperativas. E é importante que os educadores
resgatem as brincadeiras e os brinquedos que eram transmitidos
pelos pais e avós, e criadas pelas próprias crianças. Elas irão
despertar uma vivência rica e muito importante, e o ajudará a
despertar sua criatividade, movimentos e uma boa aquisição na
aprendizagem da escrita e leitura.
Palavras-chave: Brinquedos, brincadeiras, interações, socialização, brincar
CAPITULO 1 – INTRODUÇÃO
Redescobrir os procedimentos que tínhamos quando criança, retomar os métodos de
criação do nosso modo de brincar é colocado aqui como condição para
olhar a criança à nossa frente sabendo que ela, na maioria das vezes, não aquela que
imaginamos ser, pois a criança real é diferente daquela que pintamos em nossa fantasia.(
Eugênio Tadeu Pereira)
1.1 CONTEXTO
Do dever ao prazer de brincar a princípio, não se trata de descoberta de
fórmulas, pois o presente tema vem de encontro com uma visão pedagógica já conhecida de
muitos, onde se ouve a afirmativa de trabalho com brinquedos e brincadeiras na pré - escola,
ainda é pouco produtivo na pré-escola.
Por isso iniciamos a investigação de alguns procedimentos metodológicos e de algumas
estratégias utilizadas pelos educadores da pré - escola no tocante a prática de brincar, a fim de
que possamos nos situar a respeito das metodologias e dos procedimentos, até mesmo como
forma de argumentação comparativa às propostas de especialista da área, pelos relatos
encontrados em suas obras.
Seguramente podemos afirmar que, na qualidade de educadores, ter consciência de que o
brinquedo e as brincadeiras irão ajudar a desenvolver a imaginação, a criatividade dando
oportunidade para a criança brincar e aprender e interagir com outras crianças e adultos.
Concebendo se a escola como lugar de preparação e capacitação do ser humano, tendo-se
como premissa à formação integral do educando, um efetivo trabalho para estimular futuros
educandos com competência que se espera diante de uma sociedade em constante mutação, cremos
na importância de ações pedagógicas especialmente delineadas para esse fim, com professores e
alunos interagindo em momentos de brincadeiras e aprendizagem.
Os resultados das ações acima expostas comprovando que a prática das brincadeiras serão
tanto mais produtivas à medida que as escolhas lúdicas estejam voltadas para a liberdade de
escolha, contada, pede–se do professor a prudência da seleção prévia das brincadeiras, a serem
expostas aos alunos.Obedecidas às regras básicas, sobretudo, pautadas no bom senso poderemos
confiar o surgimento de uma nova geração de homens e mulheres competentes para o
desenvolvimento em sociedade.
A nós educadores cabem o compromisso de „„garantir‟‟a educação do aluno. Bem ou mal
fazemos parte da historia de cada uma realidade coletiva, assim como ele também faz parte de
nossa história. E essa consciência que deve-nos dar força para romper o preestabelecido, traçando
caminhos capazes de transformar a sociedade e, assim garantir a maior participação possível.
„„Pensar a educação é pensá-la também na escola, e na escola há pessoas sendo
desempenhadas. O aluno sujeito do processo educacional o grande interessado em ter
uma escola viva critica e libertadora. É preciso que se comece a questionar o tipo de
aluno que uma escola quer formar para que se decidam em conjunto as habilidades que
precisam ser trabalhadas.Se assim não for, será como uma casa sem planta, amontoado
de gente juntando tijolos e cimento sem saber o que fazer.‟‟
Portanto, educadores conscientes esse ato de busca, de troca, de interação, de apropriação é
que damos o nome de Educação. Esta não existe por si, é uma ação conjunta entre as pessoas que
cooperam, comunicam-se e comungam do mesmo saber. Por isso educar não é um ato ingênuo,
indefinido, impossível, mas um ato histórico.
1.2. PROBLEMA
Para nortear a presente monografia, voltamos a seguinte pergunta:
Qual a contribuição das brincadeiras e dos brinquedos no desenvolvimento dos educandos na pré-
escola?
1.3. OBJETIVOS DO TRABALHO
1.3.1. OBJETIVO GERAL
Identificar jogos e brincadeiras utilizados na Educação Infantil. Verificar etapas de
brincadeiras em sala de aula.
1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Investigar jogos e brincadeiras utilizados na educação Infantil.
Verificar etapas de brincadeiras em sala de aula.
1.5. JUSTIFICATIVA
Muito se fala sobre o fato da Pré – Escola esforçar seus alunos com atividades que deveriam
ser iniciadas na 1ª série e que a Pré-Escola tem como objetivo a socialização com brincadeiras e
brinquedos, nós professores podemos introduzir conteúdos.
Com base neste conceito será feita esta pesquisa para descobrir qual a contribuição das
brincadeiras e brinquedos no desenvolvimento dos educandos.
Serão pesquisadas várias brincadeiras que poderão auxiliar professores de educação de
forma a preparar os educandos para a aprendizagem.
Com esta pesquisa será possível a melhoria do nosso trabalho e será de grande
contribuição para profissionais de educação infantil e para melhor desenvolvimento dos alunos.
„„Acriança é um ser em criação, cada ato é para ela uma ocasião de explorar,
descobrir novos conhecimentos, que as levarão a um mundo mais amplo na
sua vida em sociedade”.
Neste contexto educacional e social é necessário ao educador atender de fato às reais
necessidades dos educandos que diz respeito aos aspectos formativos, cognitivos psicossociais,
culturais. E necessário que o educador conheça e reconheça as competências de como ensinar
respeito às etapas do desenvolvimento maturacional que ela se encontra.
Dê mais ênfase ao aprendizado do que à aquisição de informações. Se você cria um
clima de abertura e animação, você ensinará a criança a amar o processo de dominar o
conhecimento sobre coisas novas. A criança que aprende pela experiência conhece o prazer de
entender uma coisa. Ela nunca será carente de motivação.
Ainda refletindo sobre a relação entre desenvolvimento e aprendizagem.
VYGOTSK (1991)
O autor considera o ato de brincar muito importante para o desenvolvimento
integral da criança. As crianças se relacionam de várias formas com
significados e valores inscritos nos brinquedos. Pois, nas brincadeiras, as
crianças ressignificam o que vivem e sentem .
As crianças brincam com o que têm nas mãos e com o que têm na cabeça.
(Broughe, 1995) “Os brinquedos orientam as brincadeiras, trazem-lhe matéria. Algumas pessoas
são tentadas a dizer que eles a consideram, mas, então, toda a brincadeira está
condicionada pelo meio ambiente. Só se pode brincar com o que se tem, e a
criatividade, tal como evocamos, permite, justamente, ultrapassar esse ambiente,
sempre particular e limitado. O educador pode, portanto, construir um ambiente
que estimule a brincadeira em função dos resultados desejados. Não se certeza de
que a criança vá agir, com esse material, como desejaríamos, mas aumentamos,
assim, as chances de que elas o façam, um universo sem certezas, só podemos
trabalhar com probabilidades”.
Isto posto, tenho a convicção de que o presente trabalho monográfico em muito contribuiu
para a ampliação dos conhecimentos até aqui adquiridos, cuja proposta parte da formação de novos
valores éticos, os quais devem estar comprometidos com a aprendizagem.
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Com a consciência de que é impossível construir uma argumentação eficaz sem o respaldo
de teorias especializadas, o presente documento monográfico embasando-se em diversos autores
que subsidiam o pensamento do brinquedo e da brincadeira prazerosa em argumentos realmente
significativos, portanto dignos de serem transcritos em citações diversas.
Com base nos subsídios teóricos coletados destaca-se a relevância que a no conhecimento
empírico como de fundamental importância em torno dos estímulos para que irão desenvolver a
imaginação, criatividade de formação de cidadãos críticos e criativos e por
isso mesmo, competentes para contribuir com o processo da construção social.
Do exposto até aqui, neste trabalho encontram-se também alinhavados pensamentos de
autores como Jean Piaget, Lev Semyonovitch,Vygotisky, Jhoon Huizinga, Sônia Kramer, Maria
Judht Sucupira da Costa Lins, Airton Negrine, Leonor Hauydt Rizzi, Regina Célia e outros cujos
estudos têm contribuído para a fundamentação teórica do presente trabalho
monográfico,alimentando-o de maneira satisfatória, a fim de, ao final poder corresponder ao
proposto na temática, a qual defende o pensamento de uma ênfase ao prazer de brincar no processo
pedagógico desde a pré-escola para tornarem-se adultos críticos e conscientes e que venham
contribuir para o progresso de comunidade e nação em níveis de competência a relevar o caráter de
sua formação.
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
A brincadeira é vista como um processo de desenvolvimento corporal, imaginativo
exploratório que amplia ainda mais a capacidade do ser humano.
A escola necessitará efetuar um trabalho para tornar os alunos mais confiantes pelos
resultados de suas práticas, sabedores de que a brincadeira será benéfica tanto para si mesmo
quanto para o próximo, podendo até obter um alcance social de grandes dimensões, conforme as
ações que adotarem. Confirmando aqui uma brincadeira ou brinquedo pouco atraente não desperta
o interesse necessário para um bom desenvolvimento da criança.
A hipótese formulada no presente estudo monográfico, é a de que a brincadeira nas escolas
requer dos educadores uma reflexão e organização perfeita sobre a práxis pedagógica efetuadas no
trabalho com os brinquedos e as brincadeiras na pré-escola.
É para alcançar respostas favoráveis a uma proposta pedagógica modificada, algumas
questões necessitam ser respondida por estes educadores e serem retomadas constantemente.
Qual a opinião sobre a contribuição das brincadeiras e brinquedos no desenvolvimento da
criança em idade pré-escolar? Para você as funções educativas dos jogos oportunizam
aprendizagem da criança? Sim ou não e por quê? Quando você brinca com sua turma, você
oportuniza a todos participarem da brincadeira? Como? Como é vista a brincadeira na sua escola
pelos professores de alfabetização?
Diante destes questionamentos, sabemos da difícil tarefa em se sistematizar com a devida
clareza os argumentos dos pensadores que estamos adotando, de forma a nos subsidiarem para a
adoção de medidas pedagógicas eficazes no que se refere a brincadeiras e brinquedos, pois nosso
objetivo geral é analisar a importância dos brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento da
aprendizagem da criança na pré-escola, e assim poder implementar cada vez mais com recursos que
sejam favoráveis ao desenvolvimento integral das crianças, de maneira que as brincadeiras sejam
claramente observáveis.
O presente relatório científico encontra-se estruturado em 05 (cinco) capítulos, a saber:
Capítulo I-Introdução, 1.1. Contexto, 1.2. O Problema, 1.3. Objetivos específicos, 1.4. Justificativas
1.5. Procedimentos metodológicos, 1.6. Estrutura do trabalho.Capítulo II -Desenvolvimento da
criança. Na pré-escola e o papel da brincadeira. 2.1. Aprendizado através da experiência e
descobertas. 2.2. Desenvolvimento da criança emocional/afetivo, psicológico, social e motor, 2.3.
O que os referenciais curriculares para educação infantil,
dizem sobre a utilização das brincadeiras na pré-escola, 2.4. Aprender brincando através dos jogos
sensoriais,motores. Capitulo III-Brincadeiras na pré-escola. 3.1. pesquisa de campo 3.1.1.
Respostas da professora „„A‟‟ 3.1.2. Respostas da professora„„B‟‟.3.1.3.Respostas do
professor„„c‟‟.3.1.4. Respostas do professor „„D‟‟.3.1.5. Que tipos de dificuldades as crianças
apresentam no ínicio do ano letivo?3.1.6.Após trabalhar com brinquedos o que melhorou?Capítulo
IV-sugestões de brincadeiras e suas contribuições.
2.1 Aprendizado através da experiência e descobertas
Brincar é muito importante. Ao brincar as informações são esclarecidas, de experiências.
Antigas são integradas e seu ambiente pode ser explorado. Brincar proporciona a
oportunidade de acumular conhecimento, aprender novas habilidades e praticar aquelas já
conhecidas.
Através de brincadeiras as crianças aprendem a lidar com os sentimentos, interagir crianças
e adultos e resolver conflitos. Elas desenvolvem a imaginação, criatividade para resolver
problemas.
Manipular, explorar e experimentar objetos reais é muito importante às crianças aprenderão
fazendo e falando. Por serem naturalmente ou pelo mundo e interessadas em aprender sobre ele, as
crianças são ativas ao aprendizado e fazem isso de diversas formas.
O ensino da língua, da leitura, da ciência e da tecnologia é desenvolvido de diversas formas.
Os professores integram conhecimento subjetivo a variedade de técnicas ativas que se encaixam
nos estágios de desenvolvimento das crianças, tendo altas expectativas de aprendizado.
Piaget: Acredita que o jogo é essencial na vida da criança. De início tem-se o jogo de
exercícios que é aquele que a criança repete uma determinada situação por prazer, por ter apreciado
seus efeitos.
Em torno dos 2, 3, 5 e 6 anos nota-se, a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem a
necessidade da criança de não somente relembrar mentalmente o acontecido, mas de executar a
representação. É nesse período que surgem os jogos de regras, que são transmitidos socialmente de
criança para criança e por consequência vão aumentando de acordo com o progresso de seu
desenvolvimento social.
Para Piaget, o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolmento infantil,
já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade.
Já Vygotsky diferentemente de Piaget, considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da
vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ela não estabelece
fases para explicar o desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo nem passivo: é
interativo.
Segundo ele a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a
informações; aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o resultado de
um engajamento individual na solução de problemas. Desta maneira, aprende a regular seu
comportamento pelas reações, que elas pareçam agradáveis ou não.
Vygotsky fala do faz de conta, Piaget fala do jogo simbólico e pode se dizer que são
correspondentes é que o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança
(Oliveira 1977).
Lembrando que ele afirma que a aquisição do conhecimento se dá através da zona de
desenvolvimento: a real e a proximal.
A zona de desenvolvimento real é a do conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz
consigo, já a proximal só é atingida de início com o auxílio de outras pessoas mais “capazes”, que
já tenham adquirido esse conhecimento.
A noção de zona “Proximal de desenvolvimento ”interliga –se portanto, de maneira muito
forte à sensibilidade do professor em relação às necessidades e capacidades da criança e a sua
aptidão para utilizar as contingências do meio a fim de dar – lhe a possibilidade de passar do que
sabe fazer para o que não sabe. As brincadeiras que são oferecidas à criança devem estar de acordo
com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra, desta forma, pode-se perceber a
importância do professor.
(conhecer a teoria de Vygostky).
No processo da educação infantil é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços,
disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do
conhecimento.
A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em favor do conhecimento
estruturado e formalizado ignora as dimensões educativas da brincadeira e do jogo como forma rica
e poderosa de estimular a atividade construtiva da criança. É urgente e necessário que o professor
procure ampliar cada vez mais as vivências da criança com o ambiente físico, com brinquedos,
brincadeiras e com outras crianças.
O jogo compreendido sob-ótica do brinquedo e da criatividade, deverá encontrar maior
espaço por ser entendido como educação, na medida em os professores compreenderem melhor
toda sua capacidade potencial de contribuir para com o desenvolvimento da criança
2.4 APRENDER BRINCANDO ATRAVÉS DOS JOGOS SENSORIAIS E
MOTORES.
O jogo é um meio eficiente de ensinar uma criança, ele aprende os conceitos complicados,
princípios filosóficos e emoções que são difíceis de descrever em palavras. Você constrói a capacidade da criança e mostra a elas como resolver problemas ajuda, a
estimular o corpo e a mente.
Diferente de outros métodos de ensino, o jogo envolve inteiramente a criança na lição ao
envolver todos os sentidos, porque ela não ouve ou vê a lição, ela a faz.
O jogo é o domínio da criança. Para ela, é o método natural de compreender o mundo, uma
criança que aprende a construir um castelo de areia, ao mesmo tempo, ela aprendeu a construir sua
confiança e sua independência, para ela foi um aprendizado que aconteceu naturalmente seria
ótimo se todas fossem assim. Por isso precisamos injetar experiência de jogos significativos na vida
de nossas crianças. Ele tem um papel integral para um desenvolvimento sadio. Além de ensinar o
jogo reduz o estresse e abre a mente para criatividade e ajuda a educar as crianças a respeito do
caráter.
Cada criança tem seu estilo particular de aprendizagem em umas áreas mais fortes em outras
mais fracas. Algumas aprendem melhor com o material que lhes é apresentado visualmente ou
demonstrativamente.
Dê mais ênfase ao aprendizado do que à aquisição de informações. Se você criar um clima
de abertura e animação você ensinará a criança a amar o processo de dominar o conhecimento
sobre coisas novas. O sucesso é um motivador poderoso; a criança que aprende pela experiência
conhece o prazer de entender uma coisa. Ela nunca será carente de motivação.
O jogo na vida do ser humano é tão antigo, pois manifestou uma tendência lúdica, isto é, um
impulso para o jogo. Alguns autores vão além afirmando que o jogo não se limita apenas à
humanidade seria anterior, inclusive ao próprio homem, pois já era praticado por alguns animais,
Johan Huizinga diz que os animais brincam tal como os homens convidam uns aos outros para
brincar mediante um certo ritual de atitude e gestos.
O jogo na vida do ser humano é tão antigo, pois manifestou uma tendência lúdica, isto é, um
impulso para o jogo. Alguns autores vão além afirmando que o jogo não se limita apenas à
humanidade seria anterior, inclusive ao próprio homem, pois já era praticado por alguns animais,
Johan Huizinga diz que os animais brincam tal como os homens convidam uns aos outros para
brincar mediante um certo ritual de atitude e gestos.
Respeitam regras que os proíbe morderem, ou pelo menos com violência a orelha do
próximo. E o que é mais importante para eles é a experiência de prazer e divertimento. Para Piaget,
a atividade lúdica dos animais é de origem reflexa ou instintiva (lutas, perseguições) como no caso
dos gatinhos que lutam com a mãe e a mordiscam, sem feri-la.
No caso da criança a atividade lúdica supera amplamente os esquemas reflexos e prolongam
quase todas as ações nesta perspectiva, o jogo ultrapassa a esfera da vida humana, sendo, portanto,
anterior à cultura.
De acordo com o estudo feito, Huizinga sobre o jogo função social do jogo desde as
sociedades primitivas até as civilizações mais complexas.
De acordo com a tese desse autor, a cultura surge sobre a forma de jogo, sendo que a
tendência lúdica do ser humano está na base de muitas realizações na esfera da filosofia, da ciência,
da arte (em especial da poesia).
O autor explica sua concepção dizendo: mesmo as atividades que visam a satisfação
imediata das necessidades vitais, como, exemplo a caça tendem assumir nas sociedades primitivas
uma forma lúdica. A vida social reveste-se de forma que lhe conferem uma dignidade superior sob
a forma de jogo, e é através deste último que a sociedade exprime sua interpretação da vida e do
mundo.
Não queremos com isso dizer que o jogo se transforma em cultura, e sim que, as duas fases
mais primitivas, a cultura possui um caráter lúdico que ela processa as formas e no ambiente de
jogo.
Portanto, a idéia básica desse autor é que além dos jogos que são normalmente incorporados
à cultura de um povo, a própria cultura se forma e se desenvolve impulsionada pelo espírito lúdico.
Essa idéia é que refletiu na educação durante muito tempo, e apesar dos conceitos proféticos
dos grandes educadores, a pedagogia tradicional sempre considerou o jogo como uma espécie de
alteração mental ou pelo menos, como uma pseudo-atividade, significação funcional e mesmo
nociva às crianças, que ela desvia de seus deveres.
Para outros autores, entre os quais Huizinga e Piaget, atividade lúdica supõe uma ordenação
da realidade, seja ela subjetiva e intuitiva como no caso dos de ficção ou imaginação.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista
apenas como diversão.O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o
desenvolvimento pessoal, sócio cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um
estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do
conhecimento.
A ludicidade é um assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional,
principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso permitir
um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento.
A palavra lúdico significa brincar e vem do latim ludus e neste brincar estão incluídos os
jogos,brinquedos e divertimentos e é relativa também à conduta daquele que joga,que brinca e se
diverte.
Por sua vez, a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do individuo,saber,seu
conhecimento e sua compreensão de mundo.
Independente de época , cultura e classe social,pois elas vivem num mundo de fantasias, de
encantamento,de alegria, de sonhos onde a realidade e o faz de conta se confundem.O jogo está na
gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo,da possibilidade de experimentar, de criar e
transformar o mundo.
Pela análise da realidade educacional concluímos que nas instituições infantis as atividades
lúdicas são pouco exploradas, mesmo quando são realizadas, não lhes é dado a brincadeira não é
vista como coisa séria?Por que o educador tem no seu fazer pedagógico a hora de “ensinar‟‟e a
hora de” brincar‟‟?Por que não ensinar brincando?
CAPÍTULO IV - SUGESTÕES DE BRINCADEIRAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES
Nesse capítulo estaremos dando sugestões de brincadeiras que possibilitam aos professores
aplicá-las em suas salas de aula, com objetivos definidos a serem alcançados. São brincadeiras
diversificadas que levam os alunos a aprenderem brincando, brincando por brincar e também
resgatando brincadeiras por muitos já esquecidos.
BRINCANDO POR BRINCAR
4.1 MÃOS FALANTES
PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula.
EVOLUÇÃO: Um jogador sai da sala durante alguns minutos. Enquanto isso, os demais
jogadores escondem um objeto em algum lugar da sala. Quando o jogador que estava ausente retornar,
seus colegas dizem qual o objeto que foi escondido a procurar. Seus companheiros o ajudam da
seguinte forma: Toda vez que ele se aproxima do objeto escondido todos os participantes levantam as
mãos e batem palmas bem alto, fazendo um som forte; quando ele estiver longe do objeto procurado,
ou dele se afastar os demais participantes abaixam as mãos e batem palmas baixinho. Se o jogador
encontrar o objeto, terá o direito de escolher o seu sucessor. Se não conseguir, senta no seu lugar e
outro jogador será sorteado.
CONTRIBUIÇÃO: Desenvolver a percepção auditiva; estabelecer ritmos e a socialização.
4.2 DESCOBRIR O OBJETO
PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar-se na sala de aula, divididos em duas equipes.
EVOLUÇÃO: O professor coloca uma venda nos olhos do jogador de uma das equipes, e lhe
entrega um objeto. Ele deverá descobrir qual é o objeto através do tato, sem vê-lo, apenas apalpando-
o. Se acertar, sua equipe ganha um ponto. Em seguida, o professor coloca a venda no jogador da outra
equipe, que tentará descobrir, pelo tato, qual é o outro objeto que lhe foi entregue. Acertando, sua
equipe ganha um ponto.
FINAL: Vence a equipe que, no final, tiver o maior número de pontos.
CONTRIBUIÇÃO: Favorecer o trabalho em equipe explorar os órgãos dos sentidos (visão e
tato), associação de quantidade.
4.1.3 PROCURAR PARCEIRO
PREPARAÇÃO: O professor seleciona várias gravuras (de revistas, livros, etc.) e cola-as em
pedaços de cartolina. Recorta as gravuras coladas em cartolina, formando vários quebra-cabeças.
Marca os pedaços de cada quebra-cabeça com um sinal (pode ser um numeral, uma figura geométrica,
etc.). Por exemplo: todas as peças de um quebra-cabeça estarão marcadas atrás com o numeral 1, ou
então com um triângulo (s). Todas as peças de outro quebra-cabeça serão marcadas, atrás, com o
numeral 2 ou com um círculo (O). E assim por diante. Depois os alunos deverão estar sentados à
vontade.
EVOLUÇÃO: O professor distribui as peças, uma para cada aluno. Os participantes verificam
qual o sinal marcado atrás de sua peça, e procuram os colegas cujas peças têm o mesmo final. Então,
agrupam-se pelo sinal, cada grupo num canto da sala. Quando todos tiverem encontrado seus
parceiros, cada grupo começa a juntar as peças, montando o seu quebra-cabeça. Será dado um tempo
para que todas as equipes formem a sua gravura, mas vencerá a que formá-la em primeiro lugar.
CONTRIBUIÇÃO: Atenção, concentração, socialização, agilidade.
4.1.4 APANHADOR DE BATATAS
PREPARAÇÃO: Os participantes sentados, sendo que cada coluna de carteiras forma uma
equipe.
EVOLUÇÃO: O primeiro jogador de cada coluna recebe uma colher de sopa com uma batata.
Dado o sinal de inicio, este passa a colher com a batata para o jogador sentado na carteira de trás, este
ao seguinte, e assim sucessivamente até chegar ao último elemento da equipe. Quando este recebe a
colher com a batata, corre pelo espaço existente entre as colunas e senta-se na primeira carteira, que já
deve estar vazia, pois seus colegas de equipe (sem atrapalhar a corrida do companheiro) passaram
uma carteira para trás, deixando a primeira vazia. Ao sentar-se, ele torna a passar a colher com a
batata para o colega atrás, até chegar ao último elemento da fileira, que se levanta e corre para sentar-
se na primeira carteira. E assim o jogo prossegue, com os demais elementos procedendo da mesma
forma que seus antecessores. Vence a equipe mais rápida, isto é, a equipe cujo jogador iniciante
chegar primeiro à sua carteira de origem.
CONTRIBUIÇÃO: Desenvolve a coordenação motora, agilidade, organização, atenção,
respeito mútuo.
4.1.5 CESTAS DE FRUTAS
FORMAÇÃO: As crianças, em círculo, sentadas, cada uma tendo o nome de uma fruta.
No centro do círculo uma criança de pé.
DESENVOLVIMENTO: A criança do centro diz: “Vai passando um fruteiro que leva (dizer o
nome das frutas)”. As crianças que têm o nome dessas frutas trocam de lugar imediatamente, a criança
que estava no centro também deve ocupar um dos lugares vagos.
A criança que está no centro do círculo, ao invés de dizer o nome de frutas também pode gritar:
“A cesta virou”, neste caso todas as crianças trocam de lugar.
CONTRIBUIÇÃO: Agilidade, atenção.
APRENDER BRINCANDO
4.2 TERRA, ÁGUA E AR.
PREPARAÇÃO: os alunos deverão estar sentados à vontade na sala. Dividir a turma em duas
equipes. O professor segura uma bola de papel.
EVOLUÇÃO: O professor lança a bola para um aluno, dizendo, por exemplo: -
“Terra” O jogador pega a bola de papel e diz o nome de um animal que vive na terra, lançando a bola
de volta para o professor. Se ele acertar, sua equipe ganha um ponto. Depois o professor arremessa a
bola para um participante da outra equipe, dizendo, por exemplo: - “Ar”! O jogador pega a bola e diz
o nome de um animal que voa, devolvendo a bola para o professor. Se acertar, a sua equipe recebe um
ponto. O professor torna a lançar a bola para um jogador da primeira equipe, dizendo, por exemplo: -
“água”! Este pega a bola e diz o nome de um animal que também nade, como a tartaruga, jacaré, etc.
Acertando, sua equipe ganha mais um ponto. E assim o jogo continua. Vence a equipe que no final
tiver o maior número de pontos.
OBSERVAÇÃO: Cada participante que receber a bola deve dizer o nome de um animal
diferente dos já mencionados.
CONTRIBUIÇÃO: Coordenação motora, atenção, socialização de conteúdos.
4.2.1 BINGO DE NÚMEROS OU PALAVRAS
PREPARAÇÃO: O professor prepara uma cartela (ou uma folha de papel) para cada aluno,
com 12 quadradinhos.
Em cada espaço escreve um número (ou uma palavra). Depois, num saco ou caixa de papelão,
coloca cartõezinhos para serem sorteados, cada um deles contendo um número ou palavras.
Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula.
EVOLUÇÃO: Cada participante recebe uma cartela e um conjunto de feijões. O professor pede
para que cada um observe os números (ou palavras) nele escrito. Os jogadores que tiverem em sua
cartela aquele número (ou palavra), marcam o espaço correspondente com um feijãozinho.
E assim o jogo continua, com o professor ditando os números (ou palavras) sorteados, e os
jogadores marcando os espaços correspondentes com feijões. Quem completar primeiro a sua cartela
será o vencedor.
CONTRIBUIÇÃO: Socialização de conceitos, atenção, concentração, localizar-se no espaço.
4.2.2 QUAL É O TAMANHO
PREPARAÇÃO: O professor recortará figuras de animais, de eletrodomésticos e de vários
outros objetos familiares e montará as figuras sobre a cartolina.
EVOLUÇÃO: Alunos dispostos em semicírculos, o professor no meio, pedem que seus alunos
olhem para as figuras e tentem visualizar o tamanho do objeto real.
Vamos adivinhar ou estimar o tamanho real do objeto, apenas olhando a gravura, o professor
segura duas (2) gravuras, como por exemplo, um aspirador de pó e outra de máquina de lavar roupa.
- Qual é a figura geométrica relacionada de cada objeto?
- Qual desses objetos vocês acham que é maior?
- Quais acham que pesa mais?
CONTRIBUIÇÃO: Socialização de conteúdos, visualização, organização.
4.2.3 PROFISSÃO
PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula. O professor segura nas
mãos uma bola de papel.
EVOLUÇAO: O professor inicia o jogo dizendo o nome de uma profissão ou de um tipo de
trabalhador, arremessando a bola de papel para um jogador qualquer. Este, ao pegar a bola, deve dizer
o que faz aquele profissional; depois, diz o nome de outra profissão e torna a lançar a bola para outro
colega, e assim sucessivamente. Quem não souber dizer o que faz determinado profissional, torna
arremessar a bola para o professor, que recomeça com outro colega.
CONTRIBUIÇÃO: Conhecimento de mundo, socialização de conteúdo, coordenação motora,
atenção.
4.2.4 TOM DAS CORES
PREPARAÇÃO: Os participantes formam uma roda e giram em torno do professor que estará
no centro.
EVOLUÇÃO: O professor do jogo conta uma história e, quando na história surgir uma cor, as
crianças sairão à procura do objeto que tenha esta cor. O professor, por sua vez, corre atrás das
crianças para atrapalhá-las.
OBSERVAÇÃO: Um espaço em que haja vários objetos coloridos.
As crianças devem estar sentadas em roda.
EVOLUÇÃO: O professor diz uma cor e, em seguida, o objeto que tem esta cor. As crianças
devem correr, pegar o objeto e colocá-lo no lugar em que estão sentados. A seguir, o professor fala
outra cor e outro objeto, e assim sucessivamente. Ao final, quem tiver mais objetos é o vencedor.
CONTRIBUIÇÃO: Agilidade, organização de espaço, trabalho coletivo, respeito mútuo,
socialização de conteúdos, conhecimento de mundo.
4.2.5 LEVANTAR (O CORPO, PARTES DO CORPO OU OBJETOS)
PREPARAÇÃO: As crianças deitadas ou sentadas em posições para iniciar a brincadeira.
EVOLUÇÃO: Deitados ou sentados, a um sinal combinado, levantar o corpo do chão ou da
cadeira. Elevar os braços pelos lados (como se fossem asas), levantando e abaixando-os. Elevar os
braços pelos lados até o alto da cabeça: bater palmas (repetir várias vezes). Deitados de costas com
braços e pernas estendidos elevar os braços, movimentando-os para trás, para frente, para um lado e
para o outro. Deitados de costas, com pernas e braços estendidos elevar as pernas em gancho,
colocando os joelhos sobre o peito (repetir várias vezes). Deitado de costas, apoiar-se sobre as mãos e
elevar o tronco sem mexer as pernas. Deitado de peito apoiar-se sobre as mãos e as pontas dos pés,
tentando elevar-se.
CONTRIBUIÇÃO: As atividades de levantar o corpo, partes do corpo ou objetos trabalham a
coordenação motora ampla e a orientação espacial, a discriminação auditiva.
4.3 EXPLORAR SONS E MOVIMENTOS ACOMPANHAR RITMOS LENTOS E RÁPIDOS
PREPARAÇÃO: As crianças em circulo, sentadas em posições.
EVOLUÇÃO: Provocar sons com o próprio corpo, soprar, estalar a língua, estalar os dedos,
bater os pés no chão, bater um pé no outro, bater palmas, bater as mãos no próprio corpo ou em
objetos, etc.
Provocar ruídos com materiais disponíveis no momento: lápis, caneta, caderno, giz, cadeira
(batendo, esfregando, puxando, arrastando etc.) Manipular objetos que provocam ruídos batendo,
sacudindo, raspando, amassando, apertando, utilizar objetos tais como: latinhas contendo pedrinhas ou
grãos, reco-reco, língua-de-sogra, folha de papel etc.
Fazendo movimento como saltar, andar etc, ao som de um estimulo sonoro, quando este cessar,
as crianças cessam o movimento. Bater palmas ao som de uma canção, parar assim que ela termine.
Dançar e parar sucessivamente, seguindo um estimulo sonoro (música e cantos). Acompanhar
estruturas rítmicas simples, movimentando as mãos e os dedos: batendo palmas, estalando os dedos.
Reproduzir ritmos variados: Com o próprio corpo, com palmas, batendo os pés no chão, as
mãos sobre a mesa etc. Com objetos: usando coquinhos, latinhas contendo pedrinhas ou grãos,
batendo o lápis sobre a mesa, etc.
CONTRIBUIÇÃO: Discriminação auditiva, coordenação motora e orientação temporal (noção
de ritmo).
4.3.1 ANDAR IMITANDO PESSOAS E OBJETOS
PREPARAÇÃO: As crianças ficarão em filas e o professor irá coordenar a brincadeira.
EVOLUÇÃO: Imitar um velhinho, um cego atravessando a rua, uma pessoa distraída, um bebê
chorando, um robô, uma mãe carregando o filho no colo, alguém com muita pressa, um professor no
quadro de giz, etc.
CONTRIBUIÇÃO: Coordenação motora, observação, memória visual.
BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS
4.3.2 ATIREI O PAU NO GATO
Atirei o pau no gato, to
Mas o gato, to
Não morreu, réu, reu
Dona Chica, ca
Admirou-se, se
Do berro, do berro, que o gato deu, miau!
Dona Chica foi à polícia, cia
A polícia, cia
Não prendeu, deu, deu
Dona Chica, ca
Admirou-se, se
Do berro, do berro que o gato deu, miau!
COREOGRAFIA: formada a roda, as crianças circulam saltitando e cantando os versos. A
palavra final (miau) é a “senha” para que todos se agachem. Logo se levantam e repetem a
brincadeira.
CONTRIBUIÇÃO: Simbolizar em versos e melodias o que lhe inquieta, é uma forma de dar
um novo sentido às suas experiências.
4.3.3 CAPELINHA DE MELÃO
Capelinha de melão
É de São João
É de cravo, é de rosa,
É de manjericão.
São João está dormindo,
Não acorda, não.
Acordai, acordai,
Acordai João.
COREOGRAFIA: Formada a roda, as crianças entoam a 1ª estrofe, girando. Já a 2ª estrofe é
entoada com as crianças voltadas para o centro da roda, batendo palmas, paradas em seus lugares.
VARIANTE: Criança de olhos vendados no centro da roda. Acabada a cantiga, uma das
crianças se aproxima da que está no centro e pergunta: “Quem sou eu?” Se for reconhecida, será a
próxima a ser vendada; se não, continua a mesma criança no centro.
CONTRIBUIÇÃO: Dormir e acordar concentram as atenções das crianças nos movimentos
desta canção. Ver representados no grupo social as ações que costumam realizar faz o brinquedo ser
considerado coisa séria.
4.3.4 O CRAVO E A ROSA
O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada,
O cravo saiu ferido,
E a rosa despedaçada (ou despetalada).
O cravo ficou doente,
A rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio
A rosa pôs-se a chorar.
COREOGRAFIA: São escolhidas duas crianças para representarem o cravo e a rosa, que vão
dramatizando o que os versos da cantiga propõe.
Ao término, escolhem seus sucessores.
CONTRIBUIÇÃO: Emprestar vida a seres inanimados é uma característica que identifica uma
fase do desenvolvimento infantil.
4.3.5 ESCRAVOS DE JÓ
Escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, bota, deixa
O Zé Pereira ficar.
Guerreiros, com guerreiros.
Fazem zigue, zigue, zá.
Guerreiros, com guerreiros.
Fazem zigue, zigue, zá.
COREOGRAFIA: Formada a roda, as crianças permanecem paradas, podendo inclusive ficar
sentadas, com um objeto igual para todos, na mão direita. Ao ritmo da música, marcando os tempos
fortes, iniciam a brincadeira de passar o objeto que têm na mão direita para o vizinho da direita, e
receber com a mão esquerda o objeto do vizinho da esquerda (se estiver de pé), trocando-o
rapidamente de mão.
Quando a letra diz “zigue, zigue, zá”, o objeto é retido na mão direita, e só passado para a
pessoa da direita na última palavra.
Quando a turma já estiver craque nesta modalidade vale tentar com “boca chiusa” (com a boca
fechada, fazendo um som nasal), substituindo o canto, depois pro assobio e por último, sem som
nenhum.
OBSERVAÇÃO: Quando o jogo é feito sentado (geralmente em torno de uma mesa), pode-se
usar somente a mão direita, largando-se o objeto sempre à frente do vizinho da direita. Vão saindo da
roda aqueles que se perderem no ritmo, ou passarem mal o objeto, que pode ser caixinha de fósforo,
ou qualquer outro objeto que seja fácil de tomar com uma só mão. Para super cobras no jogo, pode ser
tentada uma rodada especial invertendo o sentido da brincadeira (para a esquerda).
CONTRIBUIÇÃO: Adultos e crianças do mundo inteiro utilizam a canção para facilitar as
trocas sociais. O poder comunicativo da música congrega as pessoas em atividades coletivas para fins
de lazer ou de trabalho.
4.3.5 FORMIGUINHA DA ROÇA
Formiguinha da roça endoideceu
Com a dor na barriga que deu
Ai, ai pobre formiguinha.
Põe a mão na barriga
E faz assim e faz assim (retorcer-se)
COREOGRAFIA: Formando a roda, as crianças obedecem à ordem da letra e fingem dor
(retorcer-se), obedecendo também ao comando (faz assim...)
Podem ser modificadas as partes do corpo citadas, tanto quanto pode ser colocada uma
criança que escolher para substituí-la.
CONTRIBUIÇÃO: A criança precisa sentir-se livre para pensar por si mesma e encontrar
uma forma de representar, pela ação, o que a imaginação lhe sugere. Nas atividades de expressão
livre, a letra alimenta a imaginação, e a melodia promove e sustenta a expressão do gesto.
2.2 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA: EMOCIONAL/AFETIVO,
PSICOLÓGICO, SOCIL E MOTOR
Qualquer pessoa que estude crianças defronta-se com certas questões fundamentais. E
essas questões têm sido discutidas por filósofos, teólogos e educadores.
Esta questão é a conhecida controvérsia do meio. Alguns cientistas acreditam que a
grande parte do comportamento humano seja guiada pela formação genética, maturação fisiológica e
funcionamento neurológico. De acordo com seu ponto de vista, aspectos universais do
desenvolvimento, como o surgimento do andar, falar e responder às pessoas podem ser mais bem
explicados como resultados das diferenças genéticas e fisiológicas.
No outro extremo, os ambientalistas salientam a influência do ambiente físico e social
sobre os padrões de desenvolvimento. Acreditam que as crianças respondem às pessoas e objetos que
a cercam e que as mudanças no desenvolvimento resultam em grande parte da experiência. Portanto
os programas de educação infantil que proporcionem boas experiências de aprendizagem devem levar
a melhoria em desempenho.
Vários filósofos formaram teorias sobre a natureza da meninice, da mente,
desenvolvimento e educação da criança. Cada um ofereceu conselhos a pais e mestres. Locke
acreditava que as crianças deviam ser treinadas através de recompensas e punições desde os mais
tenros meses de vida. Em contraste, Rousseau, acreditava que a criança era por natureza, uma
exploradora ativa com enormes potencialidades, as quais seriam realizadas se os adultos não se
metessem demais.
Durante este período houve uma forte influência sobre a psicologia do desenvolvimento
que se seguiu. Estava se tornando conhecida a teoria psicanalítica de Freud e suas hipóteses sobre a
importância de experiências iniciais, começaram a permear o modo de pensar de muitas pessoas.
Watson (1967), efetuou alguns experimentos usados na teoria da aprendizagem.
“Dêem-me uma dúzia de bebês saudáveis, um mundo se-”.
segundo minhas especificações para criá-lo, e eu garanto tomar qualquer
um deles aleatoriamente e treiná-lo para
tornar especialista na área que eu escolher – médico, advogado, comerciante
e claro até pedinte ou ladrão,
não importando seus talentos, pendores, habilidades, vocações e a raça de
seus ancestrais.”(p. 136)”.
Piaget começou suas investigações sobre o desenvolvimento intelectual das crianças. Por
fim esses movimentos teóricos formaram a espinha dorsal da moderna psicologia infantil.
Após a Segunda Guerra Mundial, surgiu, um novo tipo de psicólogo, que abordava o
estudo da criança um ramo da psicologia experimental.
Esses psicólogos estavam interessados não apenas em descrever comportamento, mas
também em predizer e explicar as razões das ações das crianças.
Neste período, preferiam experimentos de laboratório nos quais pudessem controlar todos
os aspectos de uma situação ao invés de observação naturalística. Argumentavam que haviam várias
influências não controladas nas situações naturais para que se pudessem tirar quaisquer conclusões
sobre quais destas influências eram importantes. Brandura (1969), conduziu um conjunto de
experimentos, investigando o comportamento imitativo das crianças. Em um estudo ele testou a
hipótese teórica de que as crianças imitariam mais um adulto amigo do que um fosse distante. Ele
estudou situações experimentais em que algumas crianças tinham interações afetuosas e amistosas
como um adulto.
A psicologia americana redescobriu a teoria de Piaget no desenvolvimento cognitivo, suas
idéias influenciaram pontos de vista básicos sobre a criança. Piaget estava interessado em aspectos
universais no desenvolvimento infantil e acreditava que o desenvolvimento resultava da interação
entre as mudanças de caráter maturacional à experiência. Propôs quatro estágios do conhecimento
cognitivo, pelos quais todas as crianças passam.
Uma outra tendência dos últimos anos é tentar relacionar o comportamento social das
crianças e seus desenvolvimentos cognitivos. Em períodos anteriores, os pesquisadores tendiam a
estudar as mudanças cognitivas na medida em que estas afetavam a aprendizagem, o desempenho
escolar e aspectos semelhantes. O comportamento social e emocional, eram tratados como um assunto
não relacionado. Hoje, torna-se evidente que as cognições sociais das crianças, ou maneiras de pensar
a respeito de situações sociais e questões morais, ajudam a determinar o comportamento social.
Os psicólogos voltaram a se preocupar com aplicações sociais do conhecimento adquirido
a respeito das crianças.
O desenvolvimento cognitivo da criança é seqüencial e caminha de estruturas mais
simples para a estrutura mais complexa.
A inteligência por fases-estágio em que são os mesmos para todos os indivíduos e se
sucedem na mesma ordem. Essas fases são caracterizadas por estruturas mentais diferentes
construídas pelo próprio sujeito em interação com o mundo que o cerca. O processo de formação
constitui o próprio desenvolvimento, para Piaget, pode ser conceituado como um processo de
equilibração progressiva que tende para uma forma final, qual seja a conquista das operações formais.
Na primeira infância as propostas didáticas devem estar voltadas para a ação. Além de
todas as ações reais ou materiais que são capazes de efetuar, a criança torna-se capaz de reconstruir
suas ações passadas sob formas de narrativas, e de antecipar suas ações futuras pela representação
verbal. Daí resultam conseqüências essenciais para o desenvolvimento: a socialização, aparição de
pensamento propriamente dita, desenvolvimento de sentimentos, afetividade interior.
A criança está se tornando mais competente nas áreas de cognição, inteligência.
Desenvolve a capacidade para usar símbolos em pensamento e ação, consegue lidar mais
eficientemente com conceitos tais como: idade, tempo, espaço e moralidade. No entanto não separa o
real do irreal, e grande parte de seu pensamento é egocêntrica. É incapaz de considerar totalmente o
ponto de vista de outra pessoa.
2.3 O QUE OS REFERENCIAIS CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL,
DIZEM SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS BRINCADEIRAS NA PRÉ-ESCOLA.
No Referencial Curricular para a Educação Infantil, (RCNEI), brincar é uma das
atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança,
desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado
papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem
desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a
imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da
utilização e experimentação de regras e papéis sociais.
A diferenciação de papéis se faz presente, sobretudo no faz-de-conta, quando as crianças
brincam como se fossem o pai, a mãe, o filhinho, o médico, o paciente, heróis e vilões, etc.; imitando
e recriando personagens observados ou imaginados nas suas vivências, a fantasia e a imaginação são
elementos fundamentais para que a criança aprenda mais sobre a relação entre as pessoas, sobre o eu e
sobre o outro.
No faz-de-conta, as crianças aprendem a agir em função da imaginação de uma pessoa, de
uma personagem, de um objeto e de situações que não estão imediatamente presentes e perceptíveis
para elas no momento e que evocam emoções, sentimentos e significados vivenciados em outras
circunstâncias. Brincar funciona como um cenário no qual as crianças tornam-se capazes não só de
imitar a vida como também de transformá-la. Os heróis, por exemplo, lutam contra seus inimigos, mas
também, pode ter filhos, cozinhar e ir ao circo.
Ao brincar de faz-de-conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar e comunicar
de uma forma especifica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser personagem, que
uma criança pode ser um objeto ou um animal, que um lugar “faz-de-conta” que é outro.
Quando utilizam a linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua identidade,
porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas
e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens.
Na brincadeira, vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras de
convivência assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos das
emoções e das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é sempre
individual e dependem dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações
de interação social. Por meio da repetição de determinadas ações imaginárias, que se baseiam, mas
polaridades presença/ausência, bem/mal, prazer/desprazer, passividade/atividade, dentro/fora,
grande/pequeno, feio/bonito, etc.; as crianças também podem internalizar e elaborar suas emoções e
sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça.
Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível que haja
riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais
voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta.
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que
é o não brincar. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que
aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver
consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu
conteúdo para realizá-la.
Para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher seus
companheiros e os papéis que irão assumir no interior da um determinado tema e enredo, cujo
desenvolvimento depende unicamente da vontade de quem brinca.
Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas mesmas, as
crianças podem acionar seus pensamentos para a resolução de problemas que lhes são importantes e
significativos. Proporcionando a brincadeira, portanto, cria-se um espaço no qual as crianças podem
representar o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os
diversos conhecimentos.
O brincar apresenta-se por meio de várias categorias de experiências que são diferenciadas
pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados. Essas categorias incluem: os
movimentos e as mudanças da percepção resultantes essencialmente da mobilidade física da criança; a
relação com os objetos e suas propriedades físicas assim como a combinação e a associação entre eles;
a linguagem oral e gestual que oferecem vários níveis de organização a serem utilizados para brincar:
os conteúdos sociais, como papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o
universo social se constrói; e finalmente, os limites definidos pelas regras, constituindo em um recurso
fundamental para brincar. Estas categorias de experiências podem ser agrupadas em três modalidades
básicas, quais sejam, brincar de faz-de-conta ou com papéis, considerada como atividade fundamental
da qual se originam todas as outras; sendo elas jogos de construção e aqueles que possuem regras.
E o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a estruturas
o campo das brincadeiras na vida das crianças, conseqüentemente é ele que organiza sua base
estrutural por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e
arranjo dos espaços e do tempo para brincar.
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos
processos do desenvolvimento das crianças em conjuntos e cada uma em particular, registrando suas
capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e
emocionais que dispõem.
A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças,
oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar permite o
enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis. Cabe ao professor
organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar as
crianças à possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou
os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoas e independente suas
emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais.
É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e
estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas dos conhecimentos, em atividades
espontâneas e significativas. Pode-se, entretanto, utilizar os jogos, especialmente aqueles que possuem
regras, como atividades didáticas. É preciso, porém, que o professor tenha consciência que as crianças
não estarão brincando livremente nestas situações, pois há objetivos didáticos em questão.
CAPÍTULO III – BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA PRÉ-ESCOLA
Com este capítulo estaremos, entretanto em contato com profissionais que atuam na área
de Educação Infantil, possibilitando assim uma troca de experiências. Através de uma pesquisa de
campo em uma realidade diferente da nossa estaremos investigando suas opiniões sobre a
contribuição dos brinquedos e brincadeiras para as crianças em idade pré-escolar. A partir dessa
pesquisa e da nossa vivência do dia-a-dia estaremos também fazendo um apanhado das dificuldades
que as crianças apresentam no inicio do ano e o que melhorou após trabalhar com brincadeiras.
3.1 PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa de campo foi realizada nas escolas Manoel Osório e Pré-Escolar Pinóquio,
sendo as mesmas situadas no município de Seringueiras - RO, com profissionais que atuam na área da
Educação Infantil.
Foi elaborado por nós um questionário e este foi passado aos profissionais para relatarem
suas experiências no dia-a-dia, sobre a evolução das crianças no decorrer do ano letivo.
3.1.1 RESPOSTAS DO PROFESSOR “A”
Além de proporcionar prazer à criança aprende brincando. É nessa fase que se deve
trabalhar lateralidade para que a criança não apresente dificuldades na escrita e na leitura futuramente.
A função educativa do jogo é oportunizar a aprendizagem da criança, porque os jogos são desafios e
para aprender é preciso desafiar com prazer. O professor deve dar oportunidade a todos na hora da
brincadeira, sempre incentivando os mais tímidos, conversando com aqueles que não querem
participar e estar atento criando situações para que todos participem.
Alguns professores têm consciência que brincar faz parte e são necessários na
aprendizagem, outros vêem como um passatempo.
3.1.2 RESPOSTAS DO PROFESSOR “B”
O brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da criança.
Desenvolve o raciocínio, interação, utiliza a linguagem simbólica. Vendo, e fazendo atividades, com
sucata, objetos. O jogo criativo desenvolve a percepção, raciocínio, e desenvolve a interação entre
colegas, cada um pensa em confeccionar suas atividades de maneira mais eficaz, ou melhor, isso ajuda
sua aprendizagem com certeza.
O incentivo na hora de brincar é essencial, para que todos participem principalmente
aqueles mais tímidos, para que ele se socialize entre eles, e interagem melhor uns com os outros.
A brincadeira é vista como um instrumento didático, que desenvolve habilidades, pode se
imaginar a organizar. O brincar é concebido como uma atividade que permite que as crianças relaxem,
através da dispersão de energias, contidas em classe. A brincadeira recupera fisicamente o lado
emocional das crianças.
3.1.3 RESPOSTAS DO PROFESSOR “C” A brincadeira contribui para o melhor desenvolvimento da aprendizagem, pois brincando
a criança aprende melhor. Quando existe jogo existe competição. E a criança adora competir, e isso
fará com que a aula tenha mais participação e interesse. O professor deve procurar dar oportunidade
para todos, envolvendo jogos e brincadeiras que todos possam participar. Muitas vezes a brincadeira é
deixada de lado por falta de espaço adequado ao tipo de brincadeira.
3.1.4 RESPOSTAS DO PROFESSOR “D” O brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da criança, as
brincadeiras podem desenvolver a atenção, a imitação, a memória e a imaginação.
Através de brincadeiras e jogos, as crianças aprendem a respeitar regras, resolver
conflitos, interagir, ser criativas. No jogo deve se procurar fazer com que todos participem,
principalmente aqueles mais tímidos, para que se relacionem com seus colegas. O jogo é conhecido
como uma atividade fundamental para a aprendizagem da criança.
3.1.5 QUE TIPOS DE DIFICULDADES AS CRIANÇAS APRESENTAM NO INICIO DO
ANO LETIVO O ingresso na pré-escola representa para a criança um marco em seu desenvolvimento,
pois é a etapa em que ocorre a separação, por certo período de tempo diário da família e, mais
especificamente da mãe. Ela será integrada a um novo meio sociais, através do relacionamento com
outras crianças e adultos, onde estabelecerá as primeiras normas em sociedade, ou seja, os primeiros
processos de socialização.
Nesse início de adaptação e socialização na escola, a criança encontra algumas
dificuldades de socializar-se, de fazer amigos, são egocêntricas e querem tudo para si, algumas não
controlam suas emoções, gritam e choram para obter aquilo que querem, gostam de ouvir estórias,
mas não usam a imaginação para criar as suas próprias, se prendendo aquelas que lhe contam, se
retraem quando participam de brincadeiras dirigidas e quando brincam sozinhas não se soltam, outros
não aceitam regras, são violentos e resolvem tudo na força bruta, não utilizam sua criatividade diante
dos brinquedos, quando se trata de blocos de montar, se perguntamos o que estão fazendo, não dão
uma resposta exata, montam desordenadamente, empilham e derrubam blocos, brincando por brincar.
Algumas crianças precisam estar recebendo estímulos para o fortalecimento de sua auto-
estima e têm dificuldades em dar opiniões e seu ponto de vista sobre determinados assuntos por não
ser talvez em casa incentivada a isso.
Outras não se interessam pelas próprias produções ou dos colegas e até seu vocabulário
precisa ser ampliado. Correr, pular, girar, subir em objetos, pendurar, se equilibrar, estão ligados ao
domínio do corpo e na construção de sua autonomia, e são uma das grandes dificuldades que
observamos em alguns alunos no inicio do ano, sendo que ação física é necessária para que a criança
harmonize suas potencialidades motoras, afetivas e cognitivas.
Trabalhar em grupo se torna difícil quando as crianças ainda não adquiriram o senso de
cooperação, crianças mais hábeis monopolizam e acabam fazendo tudo excluindo os demais que não
se esforçam em participarem, muitos não aceitam atividades competitivas e choram quando se sentem
derrotados outros não se sentem competentes para competir e nem sequer tentam, não vencem
obstáculos, não gostam de desafios, são inseguros, enquanto algumas crianças gostam de desafiar e
ser desafiadas. Não adquiriram ainda o senso de responsabilidades, se brincam não ajudam a guardar
os brinquedos, não cuidam de suas coisas, são desorganizadas, impacientes, não esperam sua vez para
falar e ouvir, não cooperam nas atividades, enjoam fácil do que estão fazendo, não se interessam pelos
aspectos da natureza, ou seja, não os compreendem.
A criança traz de casa alguns conflitos que podem atrapalhar o seu desenvolvimento e elas
não estão no momento preparada para vencer esses conflitos, mas quando utilizados recursos como
cena, jogos, histórias, figuras, desenhos, vivências, representações podem servir como meios para
tentar vencê-los.
A criança vive num mundo de fantasias que deve ser explorado, o professor precisa fazer
os alunos acreditarem que ele também acredita nesse mundo por isso muitas vezes faz com que a
criança se sinta pequena diante do professor que vive um mundo diferente do dele.
Existem momentos na vida da criança, em que ela ainda não consegue dissociar suas
fantasias e a realidade da qual participa. Ao mesmo tempo em que conhece e aceita o que constata a
sua volta, crê que pode ter ilusões e mergulha na fantasia, a criança se confunde entre aceitar a
realidade e viver no sonho. É o brinquedo que ela fortifica sua confiança.
3.1.6 APÓS TRABALHAR COM BRINQUEDOS O QUE MELHOROU? No inicio brincar para as crianças não era novidade já que criança brinca a todo o
momento, mas com o tempo passaram a criar gosto pelas brincadeiras, a cada dia procurávamos estar
renovando os repertórios para que não se tornassem cansativos. Os conteúdos passados em formas de
brincadeiras se tornaram uma estratégia de ensino. Os blocos lógicos que eram empilhados e
derrubados somente passaram a ter critérios de seleção, como empilhar por cores, por formas, por
tamanhos e cada um foi estabelecendo regras e usando a imaginação criam castelos, casas, prédios,
aviões, números, letras e muitas outras coisas. Pulando cordas, imitando os animais que sobem em
árvores, nadam, saltam e muitos outros movimentos que fortalecem a coordenação e os tornam aptos
para escreverem e a situarem-se no tempo e no espaço.
Brincar permite o contato com os colegas auxiliando-os no relacionamento, superando
assim aquele retreinamento. Pegar na mão, sentir seu colega ajudou-os a compreenderem a si mesmos,
sair do individualismo, entenderem que existem outras pessoas ao seu redor que precisa ser ouvida,
que tem vontades, compreendem que na vida ora ganhamos, ora perdemos, que gritar, espernear,
chorar não resolve, é preciso haver diálogo, é preciso respeitar regras. Quando esperam sua vez de
jogar, de falar e de ouvir estão respeitando os colegas que facilitou o trabalho em grupo, passaram a
acreditar mais neles mesmos e nos colegas, a cooperação entre eles aumentou, o senso de
responsabilidades, brincou, guardou, no cuidado com suas coisas e a dos colegas também
progrediram. A interação com os colegas, o ambiente de descontração auxiliaram no desenvolvimento
de sentimentos de confiança e de auto-estima.
Até mesmo quando brincam espontaneamente, seja com massa de modelar, areia ou
blocos de montar, estão fazendo letras, números, animais e outros assuntos relacionados às aulas
anteriores, é raro ver uma criança que não queira participar de alguma atividade seja ela qual for, cada
um toma seu papel nas brincadeiras seja dramatizando estórias ouvidas, seja fatos da vida real e
passam horas entretidas em suas fantasias.
Com o tempo estão mais atentos, dão opiniões quando solicitados e já não desconversam
tanto os assuntos como antes faziam, se interessam por fatos de sua vida, sua cidade, sua família, o
mundo em que vivem, através das brincadeiras, ligando o real ao imaginário conhecem o mundo
através do faz-de-conta, simulam o real e incorporam verdadeiramente os papéis sociais.
Percebemos que para que brinquem não é necessário um brinquedo caro, pois até a areia
se torna mais interessante quando usam a imaginação, uma cadeira se transforma em algo
extraordinário capaz de transportá-los aonde quer que queiram ir os que permitem a todos a diversão,
indiferentemente de sua posição social. É super interessante observá-los brincar e participar desse
mundo da imaginação que os ajudamos a acreditar através das estórias contadas, mas auxiliando-os no
contato com sua realidade social.
As crianças criam suas regras, trazem brincadeiras de casa e a todo o momento estão
fazendo comparações, tipo qual é o maior, vamos ver quem pula mais alto e outros. Sentem prazer em
aprender. Brincar facilitou este caminho, eles nem sentem que estão aprendendo, garantiu um
equilíbrio tanto motor como social e emocional em muitas crianças que apresentaram estas
dificuldades. Já programam a rotina da aula, sabem questionar para se chegar a um consenso, se
expressam com mais clareza, falam o que pensam, sabem até onde podem chegar, o que é permitido e
o que não é.
Pular, correr, puxar gritar, cantar, essa expressão do corpo nos jogos de brincadeiras
consegue se estruturar de modo mais seguro e tranqüilo nas atividades que não requerem tanta
movimentação, levando-se em conta que alguns são mais agitados e outros menos e que tem uma
energia inesgotável, nessa fase o que leva a não focarem muito tempo envolvidos em uma única
atividade.
Algumas crianças amadurecem, não são tão agressivas, não se opõem tanto quando se
muda de atividade, aceita o professor (o adulto) como um parceiro de brincadeiras, algumas que se
retraíam já aceitam atos de carinho o que possibilita um contato maior do professor com este aluno,
entendendo-o e intervindo em sua aprendizagem.
As brincadeiras permitem à criança realizar ações concretas, reais, relacionadas com
sentimentos. Por isso a agressividade não desapareceu por completo das brincadeiras, pois as crianças
exprimem seus sentimentos, assim, brincando, a criança vai aos poucos organizando também suas
relações emocionais.
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Neste capítulo são apresentadas as conclusões e recomendações, resultantes das pesquisas
elaboradas através dos embasamentos teóricos e contato com outros profissionais, buscando assim
responder as questões elaboradas no Capítulo I.
5.1 CONCLUSÕES Através do contato com autores e profissionais da área de educação infantil em nossa
experiência na área, concluímos que utilizar a brincadeira e brinquedos como promoção do
desenvolvimento da aprendizagem é de suma importância, pois toda a ação humana envolve a
atividade corporal. A criança é um ser em constante mobilidade e utiliza-se dela para buscar
conhecimento relacionando-se com objetos e pessoas. A ação física é necessária para que a criança
harmonize de maneira indagadora as potencialidades motoras, afetivas e cognitivas.
A criança se movimenta nas ações do seu cotidiano e se lavarmos isso em consideração
veremos que as brincadeiras podem estar presentes na rotina das pré-escolas tanto quanto estão
presentes na vida doméstica da criança e os professores que utilizam essas brincadeiras em seus
planejamentos poderão estar criando propostas de atividades de maneira a conhecer o modo de pensar
e agir de cada criança como forma de aproveitar esses constantes movimentos associando saber com
sabor.
É necessário que a criança brinque para expressar suas fantasias, desejos e experiências,
pois o mundo do faz-de-conta é possível dominar suas angústias e seus medos, aumentar suas
experiências e aprender que é permitido errar e tentar de novo, sem críticas promovendo sua
criatividade e favorecer para a expressão de sua personalidade.
Há crianças que são sobrecarregadas de afazeres domésticos, sua vida é preenchida por
coisas sérias que não permitem brincar. Há outras que são deixadas de lado, não recebem estímulos,
não brincam seja por descaso de adultos ou pelo material que a cerca, e é na escola que ela brinca e
usa a imaginação e a criatividade, é nesse espaço que ela pode ser criança.
Brincar é uma atividade prazerosa e altamente criativa. Fazer um brinquedo e vê-lo tomar
forma e funcionar é o caminho mais eficaz para desenvolver a habilidade manual e a criatividade.
Quando brincamos tudo vale, podemos transformar o erro em um acerto e até uma solução nova que
dará origem a outro brinquedo, com isso estamos criando.
A brincadeira na educação infantil é muito importante tanto que as escolas estão
investindo nelas como meios para uma aprendizagem significativa de modo que sintam o prazer de
aprender, e também como forma de resgatar o ato de brincar por muitos já esquecidos. Os pais andam
ocupados, não tiram tempo para seus filhos, preferem deixá-los em frente à televisão ou comprar-lhes
brinquedos que não lhes permitem usar a imaginação, esquecem que olhar, tocar, curtir, montar,
desmontar, correr, pular, experimentar, se movimentar, faz parte do ser criança, e que podem ser
explorados na escola.
Os brinquedos e brincadeiras contribuem na formação do indivíduo e os professores
podem aprimorar sua prática pedagógica incorporando atividades lúdicas a sua rotina, isso com
certeza irá garantir para a criança progressos em que desenvolvimento. As brincadeiras ultrapassam os
limites da atividade física, ela se baseia numa certa imaginação da realidade, onde a criança tem a
liberdade de criar, de ser um personagem, de viajar sem sair do lugar, dramatizar, fazer parte de um
cenário. A brincadeira é um meio fundamental para a criança resolver problemas emocionais que
fazem de seu desenvolvimento, um meio dela compreender o mundo em que vive.
Iniciamos essa pesquisa na intenção de verificarmos a contribuição dos brinquedos e das
brincadeiras no desenvolvimento das crianças em idade pré-escolar e aprendemos muito no desfecho
dela. Vimos que a brincadeira é algo que pertence à criança e um dos assuntos mais importantes em se
tratar no diz respeito ao desenvolvimento infantil é brincar.
Através das brincadeiras, ela começa a aprender como o mundo funciona, a criança se
expressa pelo ato lúdico.
À medida que as crianças crescem, seus pensamentos se desenvolvem e intensifica-se
também seu processo de socialização, as crianças aprendem como lidar com respeito mútuo, partilhar
seus brinquedos, dividir tarefas e tudo aquilo que implica uma vida coletiva o que torna mais fácil o
trabalho dos professores que com eles convivem.
Porém dentro do conceito que a pré-escola deve oferecer melhores condições para o
desenvolvimento da criança, brincar é uma realidade do dia-a-dia das crianças, e para que elas
brinquem é suficiente que não sejam impedidas de exercitar sua imaginação.
A imaginação é um instrumento que permite a criança relacionar suas necessidades e
interesses de um mundo que pouco conhecem e que estão ansiosos, cheios de curiosidades para
compreendê-lo, é um meio que utilizam para entender o mundo dos adultos. Brincando ela investiga,
conhece a si mesma, reflete, organiza, desorganiza, destrói o mundo a sua maneira. Impedir uma
criança de brincar é tirar dela a oportunidade de construir o seu conhecimento e se é brincando que ela
adquire esse conhecimento podemos concluir que brincar na pré-escola é essencial para a preparação
dessa criança, em seus primeiros contatos com a escola e que se forem, bem trabalhados
permanecerão por toda a vida, pois, é a base de sua estrutura educacional.
5.2 RECOMENDAÇÕES AOS EDUCADORES Recomenda-se que todas as instituições de ensino pré-escolar sejam utilizadas atividades
lúdicas, e toda ou qualquer atividade que se direcione a brincar estarão colaborando para que as
crianças sejam mais felizes, preparando-as para que se tornem seres humanos acolhidos pelos colegas
e pelo mundo em geral, proporcionando conhecimentos por meio de aulas de recreação educativas.
Brincar contribui e muito para o desenvolvimento dos educandos não só na educação infantil, mas no
decorrer de sua vida escolar.
ANEXOS
PERGUNTAS DA PESQUISA DE CAMPO
1. Qual a sua opinião sobre a contribuição das brincadeiras e brinquedos no desenvolvimento da
criança em idade pré-escolar?
2. Para você a função educativa do jogo oportuniza aprendizagem da criança? Sim ou não, e por
quê?
3. Quando você brinca com sua turma, você oportuniza a todos participarem da brincadeira?
Como?
4. Como é vista a brincadeira na sua escola pelos professores de alfabetização?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica. Técnicas e jogos pedagógicos. Ed. Loyola. São
Paulo, Brasil 1974.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a educação
infantil. Vol. 1 e 2. Brasil: MEC / sef, 1998.
FRIEDMAN, Adriana. et al. O direito de brincar a brinquedoteca. São Paulo. Scrita 1992.
MEDEIROS, Ethel Bauzer – jogos para recreação infantil, Rio de Janeiro, Fundo de Cultura 1967.
RADESPIEL, Maria. Alfabetização sem segredo: eventos escolares. Contagem, MG: IEMAR, 1999.
REVISTA CRIANÇA, Brinquedos e Infância, como surge o arco íris. A Lição do Ciro. Vol. 37
pág. 7 Brasília DF. Novembro 2002.
RIZZI, Leonor e Haydt Regina Célia – atividade lúdica na educação da criança.
RODRIGUES, José Pereira. Cantigas de roda, Porto Alegre, RS: Magister, 1992.
VYGOTSKY, Lev Semenovich – A formação social da mente. São Paulo. Martins Fontes, 4ª ed.
1991.
WAJSKOP, Gisela – Brincar na pré-escola. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1999.
WESTON, Denise Chapmane Marks – Aprender brincando 1996 by.
WWW. Cecnelutork. Ca / maplebear alt/br/parent/method.htm.
A CONTRIBUIÇÃO DAS BRINCADEIRAS E DOS BRINQUEDOS NA PRÉ-ESCOLA
RESUMO
João do rozario lima
A presente monografia vem demonstrar que o
brinquedo e a brincadeira na pré-escola são de um aspecto
muito importante na interação da criança com o adulto, com o
outro. E a brincadeira em grupo serve para socializar crianças e
a compreensão de regras. Elas aprendem a lidar com os
sentimentos, interagir, resolver conflitos e desenvolver a
imaginação e criatividade para resolver problemas. E, portanto,
contra este pensamento que buscamos e é de fundamental
importância que professores tenham conhecimento do saber que
a criança construiu na interação do ambiente familiar e sócio
cultural e assim adotar na sua prática pedagógica as
brincadeiras, brinquedos e para que as crianças
desenvolvam,construam, adquiram conhecimentos e se tornem
autônomas e cooperativas. E é importante que os educadores
resgatem as brincadeiras e os brinquedos que eram transmitidos
pelos pais e avós, e criadas pelas próprias crianças. Elas irão
despertar uma vivência rica e muito importante, e o ajudará a
despertar sua criatividade, movimentos e uma boa aquisição na
aprendizagem da escrita e leitura.
Palavras-chave: Brinquedos, brincadeiras, interações, socialização, brincar
CAPITULO 1 – INTRODUÇÃO
Redescobrir os procedimentos que tínhamos quando criança, retomar os métodos de
criação do nosso modo de brincar é colocado aqui como condição para
olhar a criança à nossa frente sabendo que ela, na maioria das vezes, não aquela que
imaginamos ser, pois a criança real é diferente daquela que pintamos em nossa fantasia.(
Eugênio Tadeu Pereira)
1.1 CONTEXTO
Do dever ao prazer de brincar a princípio, não se trata de descoberta de
fórmulas, pois o presente tema vem de encontro com uma visão pedagógica já conhecida de
muitos, onde se ouve a afirmativa de trabalho com brinquedos e brincadeiras na pré - escola,
ainda é pouco produtivo na pré-escola.
Por isso iniciamos a investigação de alguns procedimentos metodológicos e de algumas
estratégias utilizadas pelos educadores da pré - escola no tocante a prática de brincar, a fim de
que possamos nos situar a respeito das metodologias e dos procedimentos, até mesmo como
forma de argumentação comparativa às propostas de especialista da área, pelos relatos
encontrados em suas obras.
Seguramente podemos afirmar que, na qualidade de educadores, ter consciência de que o
brinquedo e as brincadeiras irão ajudar a desenvolver a imaginação, a criatividade dando
oportunidade para a criança brincar e aprender e interagir com outras crianças e adultos.
Concebendo se a escola como lugar de preparação e capacitação do ser humano, tendo-se
como premissa à formação integral do educando, um efetivo trabalho para estimular futuros
educandos com competência que se espera diante de uma sociedade em constante mutação, cremos
na importância de ações pedagógicas especialmente delineadas para esse fim, com professores e
alunos interagindo em momentos de brincadeiras e aprendizagem.
Os resultados das ações acima expostas comprovando que a prática das brincadeiras serão
tanto mais produtivas à medida que as escolhas lúdicas estejam voltadas para a liberdade de
escolha, contada, pede–se do professor a prudência da seleção prévia das brincadeiras, a serem
expostas aos alunos.Obedecidas às regras básicas, sobretudo, pautadas no bom senso poderemos
confiar o surgimento de uma nova geração de homens e mulheres competentes para o
desenvolvimento em sociedade.
A nós educadores cabem o compromisso de „„garantir‟‟a educação do aluno. Bem ou mal
fazemos parte da historia de cada uma realidade coletiva, assim como ele também faz parte de
nossa história. E essa consciência que deve-nos dar força para romper o preestabelecido, traçando
caminhos capazes de transformar a sociedade e, assim garantir a maior participação possível.
„„Pensar a educação é pensá-la também na escola, e na escola há pessoas sendo
desempenhadas. O aluno sujeito do processo educacional o grande interessado em ter
uma escola viva critica e libertadora. É preciso que se comece a questionar o tipo de
aluno que uma escola quer formar para que se decidam em conjunto as habilidades que
precisam ser trabalhadas.Se assim não for, será como uma casa sem planta, amontoado
de gente juntando tijolos e cimento sem saber o que fazer.‟‟
Portanto, educadores conscientes esse ato de busca, de troca, de interação, de apropriação é
que damos o nome de Educação. Esta não existe por si, é uma ação conjunta entre as pessoas que
cooperam, comunicam-se e comungam do mesmo saber. Por isso educar não é um ato ingênuo,
indefinido, impossível, mas um ato histórico.
1.2. PROBLEMA
Para nortear a presente monografia, voltamos a seguinte pergunta:
Qual a contribuição das brincadeiras e dos brinquedos no desenvolvimento dos educandos na pré-
escola?
1.3. OBJETIVOS DO TRABALHO
1.3.1. OBJETIVO GERAL
Identificar jogos e brincadeiras utilizados na Educação Infantil. Verificar etapas de
brincadeiras em sala de aula.
1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Investigar jogos e brincadeiras utilizados na educação Infantil.
Verificar etapas de brincadeiras em sala de aula.
1.5. JUSTIFICATIVA
Muito se fala sobre o fato da Pré – Escola esforçar seus alunos com atividades que deveriam
ser iniciadas na 1ª série e que a Pré-Escola tem como objetivo a socialização com brincadeiras e
brinquedos, nós professores podemos introduzir conteúdos.
Com base neste conceito será feita esta pesquisa para descobrir qual a contribuição das
brincadeiras e brinquedos no desenvolvimento dos educandos.
Serão pesquisadas várias brincadeiras que poderão auxiliar professores de educação de
forma a preparar os educandos para a aprendizagem.
Com esta pesquisa será possível a melhoria do nosso trabalho e será de grande
contribuição para profissionais de educação infantil e para melhor desenvolvimento dos alunos.
„„Acriança é um ser em criação, cada ato é para ela uma ocasião de explorar,
descobrir novos conhecimentos, que as levarão a um mundo mais amplo na
sua vida em sociedade”.
Neste contexto educacional e social é necessário ao educador atender de fato às reais
necessidades dos educandos que diz respeito aos aspectos formativos, cognitivos psicossociais,
culturais. E necessário que o educador conheça e reconheça as competências de como ensinar
respeito às etapas do desenvolvimento maturacional que ela se encontra.
Dê mais ênfase ao aprendizado do que à aquisição de informações. Se você cria um
clima de abertura e animação, você ensinará a criança a amar o processo de dominar o
conhecimento sobre coisas novas. A criança que aprende pela experiência conhece o prazer de
entender uma coisa. Ela nunca será carente de motivação.
Ainda refletindo sobre a relação entre desenvolvimento e aprendizagem.
VYGOTSK (1991)
O autor considera o ato de brincar muito importante para o desenvolvimento
integral da criança. As crianças se relacionam de várias formas com
significados e valores inscritos nos brinquedos. Pois, nas brincadeiras, as
crianças ressignificam o que vivem e sentem .
As crianças brincam com o que têm nas mãos e com o que têm na cabeça.
(Broughe, 1995) “Os brinquedos orientam as brincadeiras, trazem-lhe matéria. Algumas pessoas
são tentadas a dizer que eles a consideram, mas, então, toda a brincadeira está
condicionada pelo meio ambiente. Só se pode brincar com o que se tem, e a
criatividade, tal como evocamos, permite, justamente, ultrapassar esse ambiente,
sempre particular e limitado. O educador pode, portanto, construir um ambiente
que estimule a brincadeira em função dos resultados desejados. Não se certeza de
que a criança vá agir, com esse material, como desejaríamos, mas aumentamos,
assim, as chances de que elas o façam, um universo sem certezas, só podemos
trabalhar com probabilidades”.
Isto posto, tenho a convicção de que o presente trabalho monográfico em muito contribuiu
para a ampliação dos conhecimentos até aqui adquiridos, cuja proposta parte da formação de novos
valores éticos, os quais devem estar comprometidos com a aprendizagem.
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Com a consciência de que é impossível construir uma argumentação eficaz sem o respaldo
de teorias especializadas, o presente documento monográfico embasando-se em diversos autores
que subsidiam o pensamento do brinquedo e da brincadeira prazerosa em argumentos realmente
significativos, portanto dignos de serem transcritos em citações diversas.
Com base nos subsídios teóricos coletados destaca-se a relevância que a no conhecimento
empírico como de fundamental importância em torno dos estímulos para que irão desenvolver a
imaginação, criatividade de formação de cidadãos críticos e criativos e por
isso mesmo, competentes para contribuir com o processo da construção social.
Do exposto até aqui, neste trabalho encontram-se também alinhavados pensamentos de
autores como Jean Piaget, Lev Semyonovitch,Vygotisky, Jhoon Huizinga, Sônia Kramer, Maria
Judht Sucupira da Costa Lins, Airton Negrine, Leonor Hauydt Rizzi, Regina Célia e outros cujos
estudos têm contribuído para a fundamentação teórica do presente trabalho
monográfico,alimentando-o de maneira satisfatória, a fim de, ao final poder corresponder ao
proposto na temática, a qual defende o pensamento de uma ênfase ao prazer de brincar no processo
pedagógico desde a pré-escola para tornarem-se adultos críticos e conscientes e que venham
contribuir para o progresso de comunidade e nação em níveis de competência a relevar o caráter de
sua formação.
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
A brincadeira é vista como um processo de desenvolvimento corporal, imaginativo
exploratório que amplia ainda mais a capacidade do ser humano.
A escola necessitará efetuar um trabalho para tornar os alunos mais confiantes pelos
resultados de suas práticas, sabedores de que a brincadeira será benéfica tanto para si mesmo
quanto para o próximo, podendo até obter um alcance social de grandes dimensões, conforme as
ações que adotarem. Confirmando aqui uma brincadeira ou brinquedo pouco atraente não desperta
o interesse necessário para um bom desenvolvimento da criança.
A hipótese formulada no presente estudo monográfico, é a de que a brincadeira nas escolas
requer dos educadores uma reflexão e organização perfeita sobre a práxis pedagógica efetuadas no
trabalho com os brinquedos e as brincadeiras na pré-escola.
É para alcançar respostas favoráveis a uma proposta pedagógica modificada, algumas
questões necessitam ser respondida por estes educadores e serem retomadas constantemente.
Qual a opinião sobre a contribuição das brincadeiras e brinquedos no desenvolvimento da
criança em idade pré-escolar? Para você as funções educativas dos jogos oportunizam
aprendizagem da criança? Sim ou não e por quê? Quando você brinca com sua turma, você
oportuniza a todos participarem da brincadeira? Como? Como é vista a brincadeira na sua escola
pelos professores de alfabetização?
Diante destes questionamentos, sabemos da difícil tarefa em se sistematizar com a devida
clareza os argumentos dos pensadores que estamos adotando, de forma a nos subsidiarem para a
adoção de medidas pedagógicas eficazes no que se refere a brincadeiras e brinquedos, pois nosso
objetivo geral é analisar a importância dos brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento da
aprendizagem da criança na pré-escola, e assim poder implementar cada vez mais com recursos que
sejam favoráveis ao desenvolvimento integral das crianças, de maneira que as brincadeiras sejam
claramente observáveis.
O presente relatório científico encontra-se estruturado em 05 (cinco) capítulos, a saber:
Capítulo I-Introdução, 1.1. Contexto, 1.2. O Problema, 1.3. Objetivos específicos, 1.4. Justificativas
1.5. Procedimentos metodológicos, 1.6. Estrutura do trabalho.Capítulo II -Desenvolvimento da
criança. Na pré-escola e o papel da brincadeira. 2.1. Aprendizado através da experiência e
descobertas. 2.2. Desenvolvimento da criança emocional/afetivo, psicológico, social e motor, 2.3.
O que os referenciais curriculares para educação infantil,
dizem sobre a utilização das brincadeiras na pré-escola, 2.4. Aprender brincando através dos jogos
sensoriais,motores. Capitulo III-Brincadeiras na pré-escola. 3.1. pesquisa de campo 3.1.1.
Respostas da professora „„A‟‟ 3.1.2. Respostas da professora„„B‟‟.3.1.3.Respostas do
professor„„c‟‟.3.1.4. Respostas do professor „„D‟‟.3.1.5. Que tipos de dificuldades as crianças
apresentam no ínicio do ano letivo?3.1.6.Após trabalhar com brinquedos o que melhorou?Capítulo
IV-sugestões de brincadeiras e suas contribuições.
2.1 Aprendizado através da experiência e descobertas
Brincar é muito importante. Ao brincar as informações são esclarecidas, de experiências.
Antigas são integradas e seu ambiente pode ser explorado. Brincar proporciona a
oportunidade de acumular conhecimento, aprender novas habilidades e praticar aquelas já
conhecidas.
Através de brincadeiras as crianças aprendem a lidar com os sentimentos, interagir crianças
e adultos e resolver conflitos. Elas desenvolvem a imaginação, criatividade para resolver
problemas.
Manipular, explorar e experimentar objetos reais é muito importante às crianças aprenderão
fazendo e falando. Por serem naturalmente ou pelo mundo e interessadas em aprender sobre ele, as
crianças são ativas ao aprendizado e fazem isso de diversas formas.
O ensino da língua, da leitura, da ciência e da tecnologia é desenvolvido de diversas formas.
Os professores integram conhecimento subjetivo a variedade de técnicas ativas que se encaixam
nos estágios de desenvolvimento das crianças, tendo altas expectativas de aprendizado.
Piaget: Acredita que o jogo é essencial na vida da criança. De início tem-se o jogo de
exercícios que é aquele que a criança repete uma determinada situação por prazer, por ter apreciado
seus efeitos.
Em torno dos 2, 3, 5 e 6 anos nota-se, a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem a
necessidade da criança de não somente relembrar mentalmente o acontecido, mas de executar a
representação. É nesse período que surgem os jogos de regras, que são transmitidos socialmente de
criança para criança e por consequência vão aumentando de acordo com o progresso de seu
desenvolvimento social.
Para Piaget, o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolmento infantil,
já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade.
Já Vygotsky diferentemente de Piaget, considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da
vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ela não estabelece
fases para explicar o desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo nem passivo: é
interativo.
Segundo ele a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a
informações; aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o resultado de
um engajamento individual na solução de problemas. Desta maneira, aprende a regular seu
comportamento pelas reações, que elas pareçam agradáveis ou não.
Vygotsky fala do faz de conta, Piaget fala do jogo simbólico e pode se dizer que são
correspondentes é que o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança
(Oliveira 1977).
Lembrando que ele afirma que a aquisição do conhecimento se dá através da zona de
desenvolvimento: a real e a proximal.
A zona de desenvolvimento real é a do conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz
consigo, já a proximal só é atingida de início com o auxílio de outras pessoas mais “capazes”, que
já tenham adquirido esse conhecimento.
A noção de zona “Proximal de desenvolvimento ”interliga –se portanto, de maneira muito
forte à sensibilidade do professor em relação às necessidades e capacidades da criança e a sua
aptidão para utilizar as contingências do meio a fim de dar – lhe a possibilidade de passar do que
sabe fazer para o que não sabe. As brincadeiras que são oferecidas à criança devem estar de acordo
com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra, desta forma, pode-se perceber a
importância do professor.
(conhecer a teoria de Vygostky).
No processo da educação infantil é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços,
disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do
conhecimento.
A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em favor do conhecimento
estruturado e formalizado ignora as dimensões educativas da brincadeira e do jogo como forma rica
e poderosa de estimular a atividade construtiva da criança. É urgente e necessário que o professor
procure ampliar cada vez mais as vivências da criança com o ambiente físico, com brinquedos,
brincadeiras e com outras crianças.
O jogo compreendido sob-ótica do brinquedo e da criatividade, deverá encontrar maior
espaço por ser entendido como educação, na medida em os professores compreenderem melhor
toda sua capacidade potencial de contribuir para com o desenvolvimento da criança
2.4 APRENDER BRINCANDO ATRAVÉS DOS JOGOS SENSORIAIS E
MOTORES.
O jogo é um meio eficiente de ensinar uma criança, ele aprende os conceitos complicados,
princípios filosóficos e emoções que são difíceis de descrever em palavras. Você constrói a capacidade da criança e mostra a elas como resolver problemas ajuda, a
estimular o corpo e a mente.
Diferente de outros métodos de ensino, o jogo envolve inteiramente a criança na lição ao
envolver todos os sentidos, porque ela não ouve ou vê a lição, ela a faz.
O jogo é o domínio da criança. Para ela, é o método natural de compreender o mundo, uma
criança que aprende a construir um castelo de areia, ao mesmo tempo, ela aprendeu a construir sua
confiança e sua independência, para ela foi um aprendizado que aconteceu naturalmente seria
ótimo se todas fossem assim. Por isso precisamos injetar experiência de jogos significativos na vida
de nossas crianças. Ele tem um papel integral para um desenvolvimento sadio. Além de ensinar o
jogo reduz o estresse e abre a mente para criatividade e ajuda a educar as crianças a respeito do
caráter.
Cada criança tem seu estilo particular de aprendizagem em umas áreas mais fortes em outras
mais fracas. Algumas aprendem melhor com o material que lhes é apresentado visualmente ou
demonstrativamente.
Dê mais ênfase ao aprendizado do que à aquisição de informações. Se você criar um clima
de abertura e animação você ensinará a criança a amar o processo de dominar o conhecimento
sobre coisas novas. O sucesso é um motivador poderoso; a criança que aprende pela experiência
conhece o prazer de entender uma coisa. Ela nunca será carente de motivação.
O jogo na vida do ser humano é tão antigo, pois manifestou uma tendência lúdica, isto é, um
impulso para o jogo. Alguns autores vão além afirmando que o jogo não se limita apenas à
humanidade seria anterior, inclusive ao próprio homem, pois já era praticado por alguns animais,
Johan Huizinga diz que os animais brincam tal como os homens convidam uns aos outros para
brincar mediante um certo ritual de atitude e gestos.
O jogo na vida do ser humano é tão antigo, pois manifestou uma tendência lúdica, isto é, um
impulso para o jogo. Alguns autores vão além afirmando que o jogo não se limita apenas à
humanidade seria anterior, inclusive ao próprio homem, pois já era praticado por alguns animais,
Johan Huizinga diz que os animais brincam tal como os homens convidam uns aos outros para
brincar mediante um certo ritual de atitude e gestos.
Respeitam regras que os proíbe morderem, ou pelo menos com violência a orelha do
próximo. E o que é mais importante para eles é a experiência de prazer e divertimento. Para Piaget,
a atividade lúdica dos animais é de origem reflexa ou instintiva (lutas, perseguições) como no caso
dos gatinhos que lutam com a mãe e a mordiscam, sem feri-la.
No caso da criança a atividade lúdica supera amplamente os esquemas reflexos e prolongam
quase todas as ações nesta perspectiva, o jogo ultrapassa a esfera da vida humana, sendo, portanto,
anterior à cultura.
De acordo com o estudo feito, Huizinga sobre o jogo função social do jogo desde as
sociedades primitivas até as civilizações mais complexas.
De acordo com a tese desse autor, a cultura surge sobre a forma de jogo, sendo que a
tendência lúdica do ser humano está na base de muitas realizações na esfera da filosofia, da ciência,
da arte (em especial da poesia).
O autor explica sua concepção dizendo: mesmo as atividades que visam a satisfação
imediata das necessidades vitais, como, exemplo a caça tendem assumir nas sociedades primitivas
uma forma lúdica. A vida social reveste-se de forma que lhe conferem uma dignidade superior sob
a forma de jogo, e é através deste último que a sociedade exprime sua interpretação da vida e do
mundo.
Não queremos com isso dizer que o jogo se transforma em cultura, e sim que, as duas fases
mais primitivas, a cultura possui um caráter lúdico que ela processa as formas e no ambiente de
jogo.
Portanto, a idéia básica desse autor é que além dos jogos que são normalmente incorporados
à cultura de um povo, a própria cultura se forma e se desenvolve impulsionada pelo espírito lúdico.
Essa idéia é que refletiu na educação durante muito tempo, e apesar dos conceitos proféticos
dos grandes educadores, a pedagogia tradicional sempre considerou o jogo como uma espécie de
alteração mental ou pelo menos, como uma pseudo-atividade, significação funcional e mesmo
nociva às crianças, que ela desvia de seus deveres.
Para outros autores, entre os quais Huizinga e Piaget, atividade lúdica supõe uma ordenação
da realidade, seja ela subjetiva e intuitiva como no caso dos de ficção ou imaginação.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista
apenas como diversão.O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o
desenvolvimento pessoal, sócio cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um
estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do
conhecimento.
A ludicidade é um assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional,
principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso permitir
um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento.
A palavra lúdico significa brincar e vem do latim ludus e neste brincar estão incluídos os
jogos,brinquedos e divertimentos e é relativa também à conduta daquele que joga,que brinca e se
diverte.
Por sua vez, a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do individuo,saber,seu
conhecimento e sua compreensão de mundo.
Independente de época , cultura e classe social,pois elas vivem num mundo de fantasias, de
encantamento,de alegria, de sonhos onde a realidade e o faz de conta se confundem.O jogo está na
gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo,da possibilidade de experimentar, de criar e
transformar o mundo.
Pela análise da realidade educacional concluímos que nas instituições infantis as atividades
lúdicas são pouco exploradas, mesmo quando são realizadas, não lhes é dado a brincadeira não é
vista como coisa séria?Por que o educador tem no seu fazer pedagógico a hora de “ensinar‟‟e a
hora de” brincar‟‟?Por que não ensinar brincando?
CAPÍTULO IV - SUGESTÕES DE BRINCADEIRAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES
Nesse capítulo estaremos dando sugestões de brincadeiras que possibilitam aos professores
aplicá-las em suas salas de aula, com objetivos definidos a serem alcançados. São brincadeiras
diversificadas que levam os alunos a aprenderem brincando, brincando por brincar e também
resgatando brincadeiras por muitos já esquecidos.
BRINCANDO POR BRINCAR
4.1 MÃOS FALANTES
PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula.
EVOLUÇÃO: Um jogador sai da sala durante alguns minutos. Enquanto isso, os demais
jogadores escondem um objeto em algum lugar da sala. Quando o jogador que estava ausente retornar,
seus colegas dizem qual o objeto que foi escondido a procurar. Seus companheiros o ajudam da
seguinte forma: Toda vez que ele se aproxima do objeto escondido todos os participantes levantam as
mãos e batem palmas bem alto, fazendo um som forte; quando ele estiver longe do objeto procurado,
ou dele se afastar os demais participantes abaixam as mãos e batem palmas baixinho. Se o jogador
encontrar o objeto, terá o direito de escolher o seu sucessor. Se não conseguir, senta no seu lugar e
outro jogador será sorteado.
CONTRIBUIÇÃO: Desenvolver a percepção auditiva; estabelecer ritmos e a socialização.
4.2 DESCOBRIR O OBJETO
PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar-se na sala de aula, divididos em duas equipes.
EVOLUÇÃO: O professor coloca uma venda nos olhos do jogador de uma das equipes, e lhe
entrega um objeto. Ele deverá descobrir qual é o objeto através do tato, sem vê-lo, apenas apalpando-
o. Se acertar, sua equipe ganha um ponto. Em seguida, o professor coloca a venda no jogador da outra
equipe, que tentará descobrir, pelo tato, qual é o outro objeto que lhe foi entregue. Acertando, sua
equipe ganha um ponto.
FINAL: Vence a equipe que, no final, tiver o maior número de pontos.
CONTRIBUIÇÃO: Favorecer o trabalho em equipe explorar os órgãos dos sentidos (visão e
tato), associação de quantidade.
4.1.3 PROCURAR PARCEIRO
PREPARAÇÃO: O professor seleciona várias gravuras (de revistas, livros, etc.) e cola-as em
pedaços de cartolina. Recorta as gravuras coladas em cartolina, formando vários quebra-cabeças.
Marca os pedaços de cada quebra-cabeça com um sinal (pode ser um numeral, uma figura geométrica,
etc.). Por exemplo: todas as peças de um quebra-cabeça estarão marcadas atrás com o numeral 1, ou
então com um triângulo (s). Todas as peças de outro quebra-cabeça serão marcadas, atrás, com o
numeral 2 ou com um círculo (O). E assim por diante. Depois os alunos deverão estar sentados à
vontade.
EVOLUÇÃO: O professor distribui as peças, uma para cada aluno. Os participantes verificam
qual o sinal marcado atrás de sua peça, e procuram os colegas cujas peças têm o mesmo final. Então,
agrupam-se pelo sinal, cada grupo num canto da sala. Quando todos tiverem encontrado seus
parceiros, cada grupo começa a juntar as peças, montando o seu quebra-cabeça. Será dado um tempo
para que todas as equipes formem a sua gravura, mas vencerá a que formá-la em primeiro lugar.
CONTRIBUIÇÃO: Atenção, concentração, socialização, agilidade.
4.1.4 APANHADOR DE BATATAS
PREPARAÇÃO: Os participantes sentados, sendo que cada coluna de carteiras forma uma
equipe.
EVOLUÇÃO: O primeiro jogador de cada coluna recebe uma colher de sopa com uma batata.
Dado o sinal de inicio, este passa a colher com a batata para o jogador sentado na carteira de trás, este
ao seguinte, e assim sucessivamente até chegar ao último elemento da equipe. Quando este recebe a
colher com a batata, corre pelo espaço existente entre as colunas e senta-se na primeira carteira, que já
deve estar vazia, pois seus colegas de equipe (sem atrapalhar a corrida do companheiro) passaram
uma carteira para trás, deixando a primeira vazia. Ao sentar-se, ele torna a passar a colher com a
batata para o colega atrás, até chegar ao último elemento da fileira, que se levanta e corre para sentar-
se na primeira carteira. E assim o jogo prossegue, com os demais elementos procedendo da mesma
forma que seus antecessores. Vence a equipe mais rápida, isto é, a equipe cujo jogador iniciante
chegar primeiro à sua carteira de origem.
CONTRIBUIÇÃO: Desenvolve a coordenação motora, agilidade, organização, atenção,
respeito mútuo.
4.1.5 CESTAS DE FRUTAS
FORMAÇÃO: As crianças, em círculo, sentadas, cada uma tendo o nome de uma fruta.
No centro do círculo uma criança de pé.
DESENVOLVIMENTO: A criança do centro diz: “Vai passando um fruteiro que leva (dizer o
nome das frutas)”. As crianças que têm o nome dessas frutas trocam de lugar imediatamente, a criança
que estava no centro também deve ocupar um dos lugares vagos.
A criança que está no centro do círculo, ao invés de dizer o nome de frutas também pode gritar:
“A cesta virou”, neste caso todas as crianças trocam de lugar.
CONTRIBUIÇÃO: Agilidade, atenção.
APRENDER BRINCANDO
4.2 TERRA, ÁGUA E AR.
PREPARAÇÃO: os alunos deverão estar sentados à vontade na sala. Dividir a turma em duas
equipes. O professor segura uma bola de papel.
EVOLUÇÃO: O professor lança a bola para um aluno, dizendo, por exemplo: -
“Terra” O jogador pega a bola de papel e diz o nome de um animal que vive na terra, lançando a bola
de volta para o professor. Se ele acertar, sua equipe ganha um ponto. Depois o professor arremessa a
bola para um participante da outra equipe, dizendo, por exemplo: - “Ar”! O jogador pega a bola e diz
o nome de um animal que voa, devolvendo a bola para o professor. Se acertar, a sua equipe recebe um
ponto. O professor torna a lançar a bola para um jogador da primeira equipe, dizendo, por exemplo: -
“água”! Este pega a bola e diz o nome de um animal que também nade, como a tartaruga, jacaré, etc.
Acertando, sua equipe ganha mais um ponto. E assim o jogo continua. Vence a equipe que no final
tiver o maior número de pontos.
OBSERVAÇÃO: Cada participante que receber a bola deve dizer o nome de um animal
diferente dos já mencionados.
CONTRIBUIÇÃO: Coordenação motora, atenção, socialização de conteúdos.
4.2.1 BINGO DE NÚMEROS OU PALAVRAS
PREPARAÇÃO: O professor prepara uma cartela (ou uma folha de papel) para cada aluno,
com 12 quadradinhos.
Em cada espaço escreve um número (ou uma palavra). Depois, num saco ou caixa de papelão,
coloca cartõezinhos para serem sorteados, cada um deles contendo um número ou palavras.
Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula.
EVOLUÇÃO: Cada participante recebe uma cartela e um conjunto de feijões. O professor pede
para que cada um observe os números (ou palavras) nele escrito. Os jogadores que tiverem em sua
cartela aquele número (ou palavra), marcam o espaço correspondente com um feijãozinho.
E assim o jogo continua, com o professor ditando os números (ou palavras) sorteados, e os
jogadores marcando os espaços correspondentes com feijões. Quem completar primeiro a sua cartela
será o vencedor.
CONTRIBUIÇÃO: Socialização de conceitos, atenção, concentração, localizar-se no espaço.
4.2.2 QUAL É O TAMANHO
PREPARAÇÃO: O professor recortará figuras de animais, de eletrodomésticos e de vários
outros objetos familiares e montará as figuras sobre a cartolina.
EVOLUÇÃO: Alunos dispostos em semicírculos, o professor no meio, pedem que seus alunos
olhem para as figuras e tentem visualizar o tamanho do objeto real.
Vamos adivinhar ou estimar o tamanho real do objeto, apenas olhando a gravura, o professor
segura duas (2) gravuras, como por exemplo, um aspirador de pó e outra de máquina de lavar roupa.
- Qual é a figura geométrica relacionada de cada objeto?
- Qual desses objetos vocês acham que é maior?
- Quais acham que pesa mais?
CONTRIBUIÇÃO: Socialização de conteúdos, visualização, organização.
4.2.3 PROFISSÃO
PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula. O professor segura nas
mãos uma bola de papel.
EVOLUÇAO: O professor inicia o jogo dizendo o nome de uma profissão ou de um tipo de
trabalhador, arremessando a bola de papel para um jogador qualquer. Este, ao pegar a bola, deve dizer
o que faz aquele profissional; depois, diz o nome de outra profissão e torna a lançar a bola para outro
colega, e assim sucessivamente. Quem não souber dizer o que faz determinado profissional, torna
arremessar a bola para o professor, que recomeça com outro colega.
CONTRIBUIÇÃO: Conhecimento de mundo, socialização de conteúdo, coordenação motora,
atenção.
4.2.4 TOM DAS CORES
PREPARAÇÃO: Os participantes formam uma roda e giram em torno do professor que estará
no centro.
EVOLUÇÃO: O professor do jogo conta uma história e, quando na história surgir uma cor, as
crianças sairão à procura do objeto que tenha esta cor. O professor, por sua vez, corre atrás das
crianças para atrapalhá-las.
OBSERVAÇÃO: Um espaço em que haja vários objetos coloridos.
As crianças devem estar sentadas em roda.
EVOLUÇÃO: O professor diz uma cor e, em seguida, o objeto que tem esta cor. As crianças
devem correr, pegar o objeto e colocá-lo no lugar em que estão sentados. A seguir, o professor fala
outra cor e outro objeto, e assim sucessivamente. Ao final, quem tiver mais objetos é o vencedor.
CONTRIBUIÇÃO: Agilidade, organização de espaço, trabalho coletivo, respeito mútuo,
socialização de conteúdos, conhecimento de mundo.
4.2.5 LEVANTAR (O CORPO, PARTES DO CORPO OU OBJETOS)
PREPARAÇÃO: As crianças deitadas ou sentadas em posições para iniciar a brincadeira.
EVOLUÇÃO: Deitados ou sentados, a um sinal combinado, levantar o corpo do chão ou da
cadeira. Elevar os braços pelos lados (como se fossem asas), levantando e abaixando-os. Elevar os
braços pelos lados até o alto da cabeça: bater palmas (repetir várias vezes). Deitados de costas com
braços e pernas estendidos elevar os braços, movimentando-os para trás, para frente, para um lado e
para o outro. Deitados de costas, com pernas e braços estendidos elevar as pernas em gancho,
colocando os joelhos sobre o peito (repetir várias vezes). Deitado de costas, apoiar-se sobre as mãos e
elevar o tronco sem mexer as pernas. Deitado de peito apoiar-se sobre as mãos e as pontas dos pés,
tentando elevar-se.
CONTRIBUIÇÃO: As atividades de levantar o corpo, partes do corpo ou objetos trabalham a
coordenação motora ampla e a orientação espacial, a discriminação auditiva.
4.3 EXPLORAR SONS E MOVIMENTOS ACOMPANHAR RITMOS LENTOS E RÁPIDOS
PREPARAÇÃO: As crianças em circulo, sentadas em posições.
EVOLUÇÃO: Provocar sons com o próprio corpo, soprar, estalar a língua, estalar os dedos,
bater os pés no chão, bater um pé no outro, bater palmas, bater as mãos no próprio corpo ou em
objetos, etc.
Provocar ruídos com materiais disponíveis no momento: lápis, caneta, caderno, giz, cadeira
(batendo, esfregando, puxando, arrastando etc.) Manipular objetos que provocam ruídos batendo,
sacudindo, raspando, amassando, apertando, utilizar objetos tais como: latinhas contendo pedrinhas ou
grãos, reco-reco, língua-de-sogra, folha de papel etc.
Fazendo movimento como saltar, andar etc, ao som de um estimulo sonoro, quando este cessar,
as crianças cessam o movimento. Bater palmas ao som de uma canção, parar assim que ela termine.
Dançar e parar sucessivamente, seguindo um estimulo sonoro (música e cantos). Acompanhar
estruturas rítmicas simples, movimentando as mãos e os dedos: batendo palmas, estalando os dedos.
Reproduzir ritmos variados: Com o próprio corpo, com palmas, batendo os pés no chão, as
mãos sobre a mesa etc. Com objetos: usando coquinhos, latinhas contendo pedrinhas ou grãos,
batendo o lápis sobre a mesa, etc.
CONTRIBUIÇÃO: Discriminação auditiva, coordenação motora e orientação temporal (noção
de ritmo).
4.3.1 ANDAR IMITANDO PESSOAS E OBJETOS
PREPARAÇÃO: As crianças ficarão em filas e o professor irá coordenar a brincadeira.
EVOLUÇÃO: Imitar um velhinho, um cego atravessando a rua, uma pessoa distraída, um bebê
chorando, um robô, uma mãe carregando o filho no colo, alguém com muita pressa, um professor no
quadro de giz, etc.
CONTRIBUIÇÃO: Coordenação motora, observação, memória visual.
BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS
4.3.2 ATIREI O PAU NO GATO
Atirei o pau no gato, to
Mas o gato, to
Não morreu, réu, reu
Dona Chica, ca
Admirou-se, se
Do berro, do berro, que o gato deu, miau!
Dona Chica foi à polícia, cia
A polícia, cia
Não prendeu, deu, deu
Dona Chica, ca
Admirou-se, se
Do berro, do berro que o gato deu, miau!
COREOGRAFIA: formada a roda, as crianças circulam saltitando e cantando os versos. A
palavra final (miau) é a “senha” para que todos se agachem. Logo se levantam e repetem a
brincadeira.
CONTRIBUIÇÃO: Simbolizar em versos e melodias o que lhe inquieta, é uma forma de dar
um novo sentido às suas experiências.
4.3.3 CAPELINHA DE MELÃO
Capelinha de melão
É de São João
É de cravo, é de rosa,
É de manjericão.
São João está dormindo,
Não acorda, não.
Acordai, acordai,
Acordai João.
COREOGRAFIA: Formada a roda, as crianças entoam a 1ª estrofe, girando. Já a 2ª estrofe é
entoada com as crianças voltadas para o centro da roda, batendo palmas, paradas em seus lugares.
VARIANTE: Criança de olhos vendados no centro da roda. Acabada a cantiga, uma das
crianças se aproxima da que está no centro e pergunta: “Quem sou eu?” Se for reconhecida, será a
próxima a ser vendada; se não, continua a mesma criança no centro.
CONTRIBUIÇÃO: Dormir e acordar concentram as atenções das crianças nos movimentos
desta canção. Ver representados no grupo social as ações que costumam realizar faz o brinquedo ser
considerado coisa séria.
4.3.4 O CRAVO E A ROSA
O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada,
O cravo saiu ferido,
E a rosa despedaçada (ou despetalada).
O cravo ficou doente,
A rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio
A rosa pôs-se a chorar.
COREOGRAFIA: São escolhidas duas crianças para representarem o cravo e a rosa, que vão
dramatizando o que os versos da cantiga propõe.
Ao término, escolhem seus sucessores.
CONTRIBUIÇÃO: Emprestar vida a seres inanimados é uma característica que identifica uma
fase do desenvolvimento infantil.
4.3.5 ESCRAVOS DE JÓ
Escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, bota, deixa
O Zé Pereira ficar.
Guerreiros, com guerreiros.
Fazem zigue, zigue, zá.
Guerreiros, com guerreiros.
Fazem zigue, zigue, zá.
COREOGRAFIA: Formada a roda, as crianças permanecem paradas, podendo inclusive ficar
sentadas, com um objeto igual para todos, na mão direita. Ao ritmo da música, marcando os tempos
fortes, iniciam a brincadeira de passar o objeto que têm na mão direita para o vizinho da direita, e
receber com a mão esquerda o objeto do vizinho da esquerda (se estiver de pé), trocando-o
rapidamente de mão.
Quando a letra diz “zigue, zigue, zá”, o objeto é retido na mão direita, e só passado para a
pessoa da direita na última palavra.
Quando a turma já estiver craque nesta modalidade vale tentar com “boca chiusa” (com a boca
fechada, fazendo um som nasal), substituindo o canto, depois pro assobio e por último, sem som
nenhum.
OBSERVAÇÃO: Quando o jogo é feito sentado (geralmente em torno de uma mesa), pode-se
usar somente a mão direita, largando-se o objeto sempre à frente do vizinho da direita. Vão saindo da
roda aqueles que se perderem no ritmo, ou passarem mal o objeto, que pode ser caixinha de fósforo,
ou qualquer outro objeto que seja fácil de tomar com uma só mão. Para super cobras no jogo, pode ser
tentada uma rodada especial invertendo o sentido da brincadeira (para a esquerda).
CONTRIBUIÇÃO: Adultos e crianças do mundo inteiro utilizam a canção para facilitar as
trocas sociais. O poder comunicativo da música congrega as pessoas em atividades coletivas para fins
de lazer ou de trabalho.
4.3.5 FORMIGUINHA DA ROÇA
Formiguinha da roça endoideceu
Com a dor na barriga que deu
Ai, ai pobre formiguinha.
Põe a mão na barriga
E faz assim e faz assim (retorcer-se)
COREOGRAFIA: Formando a roda, as crianças obedecem à ordem da letra e fingem dor
(retorcer-se), obedecendo também ao comando (faz assim...)
Podem ser modificadas as partes do corpo citadas, tanto quanto pode ser colocada uma
criança que escolher para substituí-la.
CONTRIBUIÇÃO: A criança precisa sentir-se livre para pensar por si mesma e encontrar
uma forma de representar, pela ação, o que a imaginação lhe sugere. Nas atividades de expressão
livre, a letra alimenta a imaginação, e a melodia promove e sustenta a expressão do gesto.
2.2 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA: EMOCIONAL/AFETIVO,
PSICOLÓGICO, SOCIL E MOTOR
Qualquer pessoa que estude crianças defronta-se com certas questões fundamentais. E
essas questões têm sido discutidas por filósofos, teólogos e educadores.
Esta questão é a conhecida controvérsia do meio. Alguns cientistas acreditam que a
grande parte do comportamento humano seja guiada pela formação genética, maturação fisiológica e
funcionamento neurológico. De acordo com seu ponto de vista, aspectos universais do
desenvolvimento, como o surgimento do andar, falar e responder às pessoas podem ser mais bem
explicados como resultados das diferenças genéticas e fisiológicas.
No outro extremo, os ambientalistas salientam a influência do ambiente físico e social
sobre os padrões de desenvolvimento. Acreditam que as crianças respondem às pessoas e objetos que
a cercam e que as mudanças no desenvolvimento resultam em grande parte da experiência. Portanto
os programas de educação infantil que proporcionem boas experiências de aprendizagem devem levar
a melhoria em desempenho.
Vários filósofos formaram teorias sobre a natureza da meninice, da mente,
desenvolvimento e educação da criança. Cada um ofereceu conselhos a pais e mestres. Locke
acreditava que as crianças deviam ser treinadas através de recompensas e punições desde os mais
tenros meses de vida. Em contraste, Rousseau, acreditava que a criança era por natureza, uma
exploradora ativa com enormes potencialidades, as quais seriam realizadas se os adultos não se
metessem demais.
Durante este período houve uma forte influência sobre a psicologia do desenvolvimento
que se seguiu. Estava se tornando conhecida a teoria psicanalítica de Freud e suas hipóteses sobre a
importância de experiências iniciais, começaram a permear o modo de pensar de muitas pessoas.
Watson (1967), efetuou alguns experimentos usados na teoria da aprendizagem.
“Dêem-me uma dúzia de bebês saudáveis, um mundo se-”.
segundo minhas especificações para criá-lo, e eu garanto tomar qualquer
um deles aleatoriamente e treiná-lo para
tornar especialista na área que eu escolher – médico, advogado, comerciante
e claro até pedinte ou ladrão,
não importando seus talentos, pendores, habilidades, vocações e a raça de
seus ancestrais.”(p. 136)”.
Piaget começou suas investigações sobre o desenvolvimento intelectual das crianças. Por
fim esses movimentos teóricos formaram a espinha dorsal da moderna psicologia infantil.
Após a Segunda Guerra Mundial, surgiu, um novo tipo de psicólogo, que abordava o
estudo da criança um ramo da psicologia experimental.
Esses psicólogos estavam interessados não apenas em descrever comportamento, mas
também em predizer e explicar as razões das ações das crianças.
Neste período, preferiam experimentos de laboratório nos quais pudessem controlar todos
os aspectos de uma situação ao invés de observação naturalística. Argumentavam que haviam várias
influências não controladas nas situações naturais para que se pudessem tirar quaisquer conclusões
sobre quais destas influências eram importantes. Brandura (1969), conduziu um conjunto de
experimentos, investigando o comportamento imitativo das crianças. Em um estudo ele testou a
hipótese teórica de que as crianças imitariam mais um adulto amigo do que um fosse distante. Ele
estudou situações experimentais em que algumas crianças tinham interações afetuosas e amistosas
como um adulto.
A psicologia americana redescobriu a teoria de Piaget no desenvolvimento cognitivo, suas
idéias influenciaram pontos de vista básicos sobre a criança. Piaget estava interessado em aspectos
universais no desenvolvimento infantil e acreditava que o desenvolvimento resultava da interação
entre as mudanças de caráter maturacional à experiência. Propôs quatro estágios do conhecimento
cognitivo, pelos quais todas as crianças passam.
Uma outra tendência dos últimos anos é tentar relacionar o comportamento social das
crianças e seus desenvolvimentos cognitivos. Em períodos anteriores, os pesquisadores tendiam a
estudar as mudanças cognitivas na medida em que estas afetavam a aprendizagem, o desempenho
escolar e aspectos semelhantes. O comportamento social e emocional, eram tratados como um assunto
não relacionado. Hoje, torna-se evidente que as cognições sociais das crianças, ou maneiras de pensar
a respeito de situações sociais e questões morais, ajudam a determinar o comportamento social.
Os psicólogos voltaram a se preocupar com aplicações sociais do conhecimento adquirido
a respeito das crianças.
O desenvolvimento cognitivo da criança é seqüencial e caminha de estruturas mais
simples para a estrutura mais complexa.
A inteligência por fases-estágio em que são os mesmos para todos os indivíduos e se
sucedem na mesma ordem. Essas fases são caracterizadas por estruturas mentais diferentes
construídas pelo próprio sujeito em interação com o mundo que o cerca. O processo de formação
constitui o próprio desenvolvimento, para Piaget, pode ser conceituado como um processo de
equilibração progressiva que tende para uma forma final, qual seja a conquista das operações formais.
Na primeira infância as propostas didáticas devem estar voltadas para a ação. Além de
todas as ações reais ou materiais que são capazes de efetuar, a criança torna-se capaz de reconstruir
suas ações passadas sob formas de narrativas, e de antecipar suas ações futuras pela representação
verbal. Daí resultam conseqüências essenciais para o desenvolvimento: a socialização, aparição de
pensamento propriamente dita, desenvolvimento de sentimentos, afetividade interior.
A criança está se tornando mais competente nas áreas de cognição, inteligência.
Desenvolve a capacidade para usar símbolos em pensamento e ação, consegue lidar mais
eficientemente com conceitos tais como: idade, tempo, espaço e moralidade. No entanto não separa o
real do irreal, e grande parte de seu pensamento é egocêntrica. É incapaz de considerar totalmente o
ponto de vista de outra pessoa.
2.3 O QUE OS REFERENCIAIS CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL,
DIZEM SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS BRINCADEIRAS NA PRÉ-ESCOLA.
No Referencial Curricular para a Educação Infantil, (RCNEI), brincar é uma das
atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança,
desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado
papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem
desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a
imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da
utilização e experimentação de regras e papéis sociais.
A diferenciação de papéis se faz presente, sobretudo no faz-de-conta, quando as crianças
brincam como se fossem o pai, a mãe, o filhinho, o médico, o paciente, heróis e vilões, etc.; imitando
e recriando personagens observados ou imaginados nas suas vivências, a fantasia e a imaginação são
elementos fundamentais para que a criança aprenda mais sobre a relação entre as pessoas, sobre o eu e
sobre o outro.
No faz-de-conta, as crianças aprendem a agir em função da imaginação de uma pessoa, de
uma personagem, de um objeto e de situações que não estão imediatamente presentes e perceptíveis
para elas no momento e que evocam emoções, sentimentos e significados vivenciados em outras
circunstâncias. Brincar funciona como um cenário no qual as crianças tornam-se capazes não só de
imitar a vida como também de transformá-la. Os heróis, por exemplo, lutam contra seus inimigos, mas
também, pode ter filhos, cozinhar e ir ao circo.
Ao brincar de faz-de-conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar e comunicar
de uma forma especifica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser personagem, que
uma criança pode ser um objeto ou um animal, que um lugar “faz-de-conta” que é outro.
Quando utilizam a linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua identidade,
porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas
e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens.
Na brincadeira, vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras de
convivência assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos das
emoções e das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é sempre
individual e dependem dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações
de interação social. Por meio da repetição de determinadas ações imaginárias, que se baseiam, mas
polaridades presença/ausência, bem/mal, prazer/desprazer, passividade/atividade, dentro/fora,
grande/pequeno, feio/bonito, etc.; as crianças também podem internalizar e elaborar suas emoções e
sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça.
Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível que haja
riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais
voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta.
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que
é o não brincar. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que
aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver
consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu
conteúdo para realizá-la.
Para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher seus
companheiros e os papéis que irão assumir no interior da um determinado tema e enredo, cujo
desenvolvimento depende unicamente da vontade de quem brinca.
Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas mesmas, as
crianças podem acionar seus pensamentos para a resolução de problemas que lhes são importantes e
significativos. Proporcionando a brincadeira, portanto, cria-se um espaço no qual as crianças podem
representar o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os
diversos conhecimentos.
O brincar apresenta-se por meio de várias categorias de experiências que são diferenciadas
pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados. Essas categorias incluem: os
movimentos e as mudanças da percepção resultantes essencialmente da mobilidade física da criança; a
relação com os objetos e suas propriedades físicas assim como a combinação e a associação entre eles;
a linguagem oral e gestual que oferecem vários níveis de organização a serem utilizados para brincar:
os conteúdos sociais, como papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o
universo social se constrói; e finalmente, os limites definidos pelas regras, constituindo em um recurso
fundamental para brincar. Estas categorias de experiências podem ser agrupadas em três modalidades
básicas, quais sejam, brincar de faz-de-conta ou com papéis, considerada como atividade fundamental
da qual se originam todas as outras; sendo elas jogos de construção e aqueles que possuem regras.
E o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a estruturas
o campo das brincadeiras na vida das crianças, conseqüentemente é ele que organiza sua base
estrutural por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e
arranjo dos espaços e do tempo para brincar.
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos
processos do desenvolvimento das crianças em conjuntos e cada uma em particular, registrando suas
capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e
emocionais que dispõem.
A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças,
oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar permite o
enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis. Cabe ao professor
organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar as
crianças à possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou
os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoas e independente suas
emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais.
É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e
estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas dos conhecimentos, em atividades
espontâneas e significativas. Pode-se, entretanto, utilizar os jogos, especialmente aqueles que possuem
regras, como atividades didáticas. É preciso, porém, que o professor tenha consciência que as crianças
não estarão brincando livremente nestas situações, pois há objetivos didáticos em questão.
CAPÍTULO III – BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA PRÉ-ESCOLA
Com este capítulo estaremos, entretanto em contato com profissionais que atuam na área
de Educação Infantil, possibilitando assim uma troca de experiências. Através de uma pesquisa de
campo em uma realidade diferente da nossa estaremos investigando suas opiniões sobre a
contribuição dos brinquedos e brincadeiras para as crianças em idade pré-escolar. A partir dessa
pesquisa e da nossa vivência do dia-a-dia estaremos também fazendo um apanhado das dificuldades
que as crianças apresentam no inicio do ano e o que melhorou após trabalhar com brincadeiras.
3.1 PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa de campo foi realizada nas escolas Manoel Osório e Pré-Escolar Pinóquio,
sendo as mesmas situadas no município de Seringueiras - RO, com profissionais que atuam na área da
Educação Infantil.
Foi elaborado por nós um questionário e este foi passado aos profissionais para relatarem
suas experiências no dia-a-dia, sobre a evolução das crianças no decorrer do ano letivo.
3.1.1 RESPOSTAS DO PROFESSOR “A”
Além de proporcionar prazer à criança aprende brincando. É nessa fase que se deve
trabalhar lateralidade para que a criança não apresente dificuldades na escrita e na leitura futuramente.
A função educativa do jogo é oportunizar a aprendizagem da criança, porque os jogos são desafios e
para aprender é preciso desafiar com prazer. O professor deve dar oportunidade a todos na hora da
brincadeira, sempre incentivando os mais tímidos, conversando com aqueles que não querem
participar e estar atento criando situações para que todos participem.
Alguns professores têm consciência que brincar faz parte e são necessários na
aprendizagem, outros vêem como um passatempo.
3.1.2 RESPOSTAS DO PROFESSOR “B”
O brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da criança.
Desenvolve o raciocínio, interação, utiliza a linguagem simbólica. Vendo, e fazendo atividades, com
sucata, objetos. O jogo criativo desenvolve a percepção, raciocínio, e desenvolve a interação entre
colegas, cada um pensa em confeccionar suas atividades de maneira mais eficaz, ou melhor, isso ajuda
sua aprendizagem com certeza.
O incentivo na hora de brincar é essencial, para que todos participem principalmente
aqueles mais tímidos, para que ele se socialize entre eles, e interagem melhor uns com os outros.
A brincadeira é vista como um instrumento didático, que desenvolve habilidades, pode se
imaginar a organizar. O brincar é concebido como uma atividade que permite que as crianças relaxem,
através da dispersão de energias, contidas em classe. A brincadeira recupera fisicamente o lado
emocional das crianças.
3.1.3 RESPOSTAS DO PROFESSOR “C” A brincadeira contribui para o melhor desenvolvimento da aprendizagem, pois brincando
a criança aprende melhor. Quando existe jogo existe competição. E a criança adora competir, e isso
fará com que a aula tenha mais participação e interesse. O professor deve procurar dar oportunidade
para todos, envolvendo jogos e brincadeiras que todos possam participar. Muitas vezes a brincadeira é
deixada de lado por falta de espaço adequado ao tipo de brincadeira.
3.1.4 RESPOSTAS DO PROFESSOR “D” O brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da criança, as
brincadeiras podem desenvolver a atenção, a imitação, a memória e a imaginação.
Através de brincadeiras e jogos, as crianças aprendem a respeitar regras, resolver
conflitos, interagir, ser criativas. No jogo deve se procurar fazer com que todos participem,
principalmente aqueles mais tímidos, para que se relacionem com seus colegas. O jogo é conhecido
como uma atividade fundamental para a aprendizagem da criança.
3.1.5 QUE TIPOS DE DIFICULDADES AS CRIANÇAS APRESENTAM NO INICIO DO
ANO LETIVO O ingresso na pré-escola representa para a criança um marco em seu desenvolvimento,
pois é a etapa em que ocorre a separação, por certo período de tempo diário da família e, mais
especificamente da mãe. Ela será integrada a um novo meio sociais, através do relacionamento com
outras crianças e adultos, onde estabelecerá as primeiras normas em sociedade, ou seja, os primeiros
processos de socialização.
Nesse início de adaptação e socialização na escola, a criança encontra algumas
dificuldades de socializar-se, de fazer amigos, são egocêntricas e querem tudo para si, algumas não
controlam suas emoções, gritam e choram para obter aquilo que querem, gostam de ouvir estórias,
mas não usam a imaginação para criar as suas próprias, se prendendo aquelas que lhe contam, se
retraem quando participam de brincadeiras dirigidas e quando brincam sozinhas não se soltam, outros
não aceitam regras, são violentos e resolvem tudo na força bruta, não utilizam sua criatividade diante
dos brinquedos, quando se trata de blocos de montar, se perguntamos o que estão fazendo, não dão
uma resposta exata, montam desordenadamente, empilham e derrubam blocos, brincando por brincar.
Algumas crianças precisam estar recebendo estímulos para o fortalecimento de sua auto-
estima e têm dificuldades em dar opiniões e seu ponto de vista sobre determinados assuntos por não
ser talvez em casa incentivada a isso.
Outras não se interessam pelas próprias produções ou dos colegas e até seu vocabulário
precisa ser ampliado. Correr, pular, girar, subir em objetos, pendurar, se equilibrar, estão ligados ao
domínio do corpo e na construção de sua autonomia, e são uma das grandes dificuldades que
observamos em alguns alunos no inicio do ano, sendo que ação física é necessária para que a criança
harmonize suas potencialidades motoras, afetivas e cognitivas.
Trabalhar em grupo se torna difícil quando as crianças ainda não adquiriram o senso de
cooperação, crianças mais hábeis monopolizam e acabam fazendo tudo excluindo os demais que não
se esforçam em participarem, muitos não aceitam atividades competitivas e choram quando se sentem
derrotados outros não se sentem competentes para competir e nem sequer tentam, não vencem
obstáculos, não gostam de desafios, são inseguros, enquanto algumas crianças gostam de desafiar e
ser desafiadas. Não adquiriram ainda o senso de responsabilidades, se brincam não ajudam a guardar
os brinquedos, não cuidam de suas coisas, são desorganizadas, impacientes, não esperam sua vez para
falar e ouvir, não cooperam nas atividades, enjoam fácil do que estão fazendo, não se interessam pelos
aspectos da natureza, ou seja, não os compreendem.
A criança traz de casa alguns conflitos que podem atrapalhar o seu desenvolvimento e elas
não estão no momento preparada para vencer esses conflitos, mas quando utilizados recursos como
cena, jogos, histórias, figuras, desenhos, vivências, representações podem servir como meios para
tentar vencê-los.
A criança vive num mundo de fantasias que deve ser explorado, o professor precisa fazer
os alunos acreditarem que ele também acredita nesse mundo por isso muitas vezes faz com que a
criança se sinta pequena diante do professor que vive um mundo diferente do dele.
Existem momentos na vida da criança, em que ela ainda não consegue dissociar suas
fantasias e a realidade da qual participa. Ao mesmo tempo em que conhece e aceita o que constata a
sua volta, crê que pode ter ilusões e mergulha na fantasia, a criança se confunde entre aceitar a
realidade e viver no sonho. É o brinquedo que ela fortifica sua confiança.
3.1.6 APÓS TRABALHAR COM BRINQUEDOS O QUE MELHOROU? No inicio brincar para as crianças não era novidade já que criança brinca a todo o
momento, mas com o tempo passaram a criar gosto pelas brincadeiras, a cada dia procurávamos estar
renovando os repertórios para que não se tornassem cansativos. Os conteúdos passados em formas de
brincadeiras se tornaram uma estratégia de ensino. Os blocos lógicos que eram empilhados e
derrubados somente passaram a ter critérios de seleção, como empilhar por cores, por formas, por
tamanhos e cada um foi estabelecendo regras e usando a imaginação criam castelos, casas, prédios,
aviões, números, letras e muitas outras coisas. Pulando cordas, imitando os animais que sobem em
árvores, nadam, saltam e muitos outros movimentos que fortalecem a coordenação e os tornam aptos
para escreverem e a situarem-se no tempo e no espaço.
Brincar permite o contato com os colegas auxiliando-os no relacionamento, superando
assim aquele retreinamento. Pegar na mão, sentir seu colega ajudou-os a compreenderem a si mesmos,
sair do individualismo, entenderem que existem outras pessoas ao seu redor que precisa ser ouvida,
que tem vontades, compreendem que na vida ora ganhamos, ora perdemos, que gritar, espernear,
chorar não resolve, é preciso haver diálogo, é preciso respeitar regras. Quando esperam sua vez de
jogar, de falar e de ouvir estão respeitando os colegas que facilitou o trabalho em grupo, passaram a
acreditar mais neles mesmos e nos colegas, a cooperação entre eles aumentou, o senso de
responsabilidades, brincou, guardou, no cuidado com suas coisas e a dos colegas também
progrediram. A interação com os colegas, o ambiente de descontração auxiliaram no desenvolvimento
de sentimentos de confiança e de auto-estima.
Até mesmo quando brincam espontaneamente, seja com massa de modelar, areia ou
blocos de montar, estão fazendo letras, números, animais e outros assuntos relacionados às aulas
anteriores, é raro ver uma criança que não queira participar de alguma atividade seja ela qual for, cada
um toma seu papel nas brincadeiras seja dramatizando estórias ouvidas, seja fatos da vida real e
passam horas entretidas em suas fantasias.
Com o tempo estão mais atentos, dão opiniões quando solicitados e já não desconversam
tanto os assuntos como antes faziam, se interessam por fatos de sua vida, sua cidade, sua família, o
mundo em que vivem, através das brincadeiras, ligando o real ao imaginário conhecem o mundo
através do faz-de-conta, simulam o real e incorporam verdadeiramente os papéis sociais.
Percebemos que para que brinquem não é necessário um brinquedo caro, pois até a areia
se torna mais interessante quando usam a imaginação, uma cadeira se transforma em algo
extraordinário capaz de transportá-los aonde quer que queiram ir os que permitem a todos a diversão,
indiferentemente de sua posição social. É super interessante observá-los brincar e participar desse
mundo da imaginação que os ajudamos a acreditar através das estórias contadas, mas auxiliando-os no
contato com sua realidade social.
As crianças criam suas regras, trazem brincadeiras de casa e a todo o momento estão
fazendo comparações, tipo qual é o maior, vamos ver quem pula mais alto e outros. Sentem prazer em
aprender. Brincar facilitou este caminho, eles nem sentem que estão aprendendo, garantiu um
equilíbrio tanto motor como social e emocional em muitas crianças que apresentaram estas
dificuldades. Já programam a rotina da aula, sabem questionar para se chegar a um consenso, se
expressam com mais clareza, falam o que pensam, sabem até onde podem chegar, o que é permitido e
o que não é.
Pular, correr, puxar gritar, cantar, essa expressão do corpo nos jogos de brincadeiras
consegue se estruturar de modo mais seguro e tranqüilo nas atividades que não requerem tanta
movimentação, levando-se em conta que alguns são mais agitados e outros menos e que tem uma
energia inesgotável, nessa fase o que leva a não focarem muito tempo envolvidos em uma única
atividade.
Algumas crianças amadurecem, não são tão agressivas, não se opõem tanto quando se
muda de atividade, aceita o professor (o adulto) como um parceiro de brincadeiras, algumas que se
retraíam já aceitam atos de carinho o que possibilita um contato maior do professor com este aluno,
entendendo-o e intervindo em sua aprendizagem.
As brincadeiras permitem à criança realizar ações concretas, reais, relacionadas com
sentimentos. Por isso a agressividade não desapareceu por completo das brincadeiras, pois as crianças
exprimem seus sentimentos, assim, brincando, a criança vai aos poucos organizando também suas
relações emocionais.
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Neste capítulo são apresentadas as conclusões e recomendações, resultantes das pesquisas
elaboradas através dos embasamentos teóricos e contato com outros profissionais, buscando assim
responder as questões elaboradas no Capítulo I.
5.1 CONCLUSÕES Através do contato com autores e profissionais da área de educação infantil em nossa
experiência na área, concluímos que utilizar a brincadeira e brinquedos como promoção do
desenvolvimento da aprendizagem é de suma importância, pois toda a ação humana envolve a
atividade corporal. A criança é um ser em constante mobilidade e utiliza-se dela para buscar
conhecimento relacionando-se com objetos e pessoas. A ação física é necessária para que a criança
harmonize de maneira indagadora as potencialidades motoras, afetivas e cognitivas.
A criança se movimenta nas ações do seu cotidiano e se lavarmos isso em consideração
veremos que as brincadeiras podem estar presentes na rotina das pré-escolas tanto quanto estão
presentes na vida doméstica da criança e os professores que utilizam essas brincadeiras em seus
planejamentos poderão estar criando propostas de atividades de maneira a conhecer o modo de pensar
e agir de cada criança como forma de aproveitar esses constantes movimentos associando saber com
sabor.
É necessário que a criança brinque para expressar suas fantasias, desejos e experiências,
pois o mundo do faz-de-conta é possível dominar suas angústias e seus medos, aumentar suas
experiências e aprender que é permitido errar e tentar de novo, sem críticas promovendo sua
criatividade e favorecer para a expressão de sua personalidade.
Há crianças que são sobrecarregadas de afazeres domésticos, sua vida é preenchida por
coisas sérias que não permitem brincar. Há outras que são deixadas de lado, não recebem estímulos,
não brincam seja por descaso de adultos ou pelo material que a cerca, e é na escola que ela brinca e
usa a imaginação e a criatividade, é nesse espaço que ela pode ser criança.
Brincar é uma atividade prazerosa e altamente criativa. Fazer um brinquedo e vê-lo tomar
forma e funcionar é o caminho mais eficaz para desenvolver a habilidade manual e a criatividade.
Quando brincamos tudo vale, podemos transformar o erro em um acerto e até uma solução nova que
dará origem a outro brinquedo, com isso estamos criando.
A brincadeira na educação infantil é muito importante tanto que as escolas estão
investindo nelas como meios para uma aprendizagem significativa de modo que sintam o prazer de
aprender, e também como forma de resgatar o ato de brincar por muitos já esquecidos. Os pais andam
ocupados, não tiram tempo para seus filhos, preferem deixá-los em frente à televisão ou comprar-lhes
brinquedos que não lhes permitem usar a imaginação, esquecem que olhar, tocar, curtir, montar,
desmontar, correr, pular, experimentar, se movimentar, faz parte do ser criança, e que podem ser
explorados na escola.
Os brinquedos e brincadeiras contribuem na formação do indivíduo e os professores
podem aprimorar sua prática pedagógica incorporando atividades lúdicas a sua rotina, isso com
certeza irá garantir para a criança progressos em que desenvolvimento. As brincadeiras ultrapassam os
limites da atividade física, ela se baseia numa certa imaginação da realidade, onde a criança tem a
liberdade de criar, de ser um personagem, de viajar sem sair do lugar, dramatizar, fazer parte de um
cenário. A brincadeira é um meio fundamental para a criança resolver problemas emocionais que
fazem de seu desenvolvimento, um meio dela compreender o mundo em que vive.
Iniciamos essa pesquisa na intenção de verificarmos a contribuição dos brinquedos e das
brincadeiras no desenvolvimento das crianças em idade pré-escolar e aprendemos muito no desfecho
dela. Vimos que a brincadeira é algo que pertence à criança e um dos assuntos mais importantes em se
tratar no diz respeito ao desenvolvimento infantil é brincar.
Através das brincadeiras, ela começa a aprender como o mundo funciona, a criança se
expressa pelo ato lúdico.
À medida que as crianças crescem, seus pensamentos se desenvolvem e intensifica-se
também seu processo de socialização, as crianças aprendem como lidar com respeito mútuo, partilhar
seus brinquedos, dividir tarefas e tudo aquilo que implica uma vida coletiva o que torna mais fácil o
trabalho dos professores que com eles convivem.
Porém dentro do conceito que a pré-escola deve oferecer melhores condições para o
desenvolvimento da criança, brincar é uma realidade do dia-a-dia das crianças, e para que elas
brinquem é suficiente que não sejam impedidas de exercitar sua imaginação.
A imaginação é um instrumento que permite a criança relacionar suas necessidades e
interesses de um mundo que pouco conhecem e que estão ansiosos, cheios de curiosidades para
compreendê-lo, é um meio que utilizam para entender o mundo dos adultos. Brincando ela investiga,
conhece a si mesma, reflete, organiza, desorganiza, destrói o mundo a sua maneira. Impedir uma
criança de brincar é tirar dela a oportunidade de construir o seu conhecimento e se é brincando que ela
adquire esse conhecimento podemos concluir que brincar na pré-escola é essencial para a preparação
dessa criança, em seus primeiros contatos com a escola e que se forem, bem trabalhados
permanecerão por toda a vida, pois, é a base de sua estrutura educacional.
5.2 RECOMENDAÇÕES AOS EDUCADORES Recomenda-se que todas as instituições de ensino pré-escolar sejam utilizadas atividades
lúdicas, e toda ou qualquer atividade que se direcione a brincar estarão colaborando para que as
crianças sejam mais felizes, preparando-as para que se tornem seres humanos acolhidos pelos colegas
e pelo mundo em geral, proporcionando conhecimentos por meio de aulas de recreação educativas.
Brincar contribui e muito para o desenvolvimento dos educandos não só na educação infantil, mas no
decorrer de sua vida escolar.
ANEXOS
PERGUNTAS DA PESQUISA DE CAMPO
1. Qual a sua opinião sobre a contribuição das brincadeiras e brinquedos no desenvolvimento da
criança em idade pré-escolar?
2. Para você a função educativa do jogo oportuniza aprendizagem da criança? Sim ou não, e por
quê?
3. Quando você brinca com sua turma, você oportuniza a todos participarem da brincadeira?
Como?
4. Como é vista a brincadeira na sua escola pelos professores de alfabetização?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica. Técnicas e jogos pedagógicos. Ed. Loyola. São
Paulo, Brasil 1974.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a educação
infantil. Vol. 1 e 2. Brasil: MEC / sef, 1998.
FRIEDMAN, Adriana. et al. O direito de brincar a brinquedoteca. São Paulo. Scrita 1992.
MEDEIROS, Ethel Bauzer – jogos para recreação infantil, Rio de Janeiro, Fundo de Cultura 1967.
RADESPIEL, Maria. Alfabetização sem segredo: eventos escolares. Contagem, MG: IEMAR, 1999.
REVISTA CRIANÇA, Brinquedos e Infância, como surge o arco íris. A Lição do Ciro. Vol. 37
pág. 7 Brasília DF. Novembro 2002.
RIZZI, Leonor e Haydt Regina Célia – atividade lúdica na educação da criança.
RODRIGUES, José Pereira. Cantigas de roda, Porto Alegre, RS: Magister, 1992.
VYGOTSKY, Lev Semenovich – A formação social da mente. São Paulo. Martins Fontes, 4ª ed.
1991.
WAJSKOP, Gisela – Brincar na pré-escola. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1999.
WESTON, Denise Chapmane Marks – Aprender brincando 1996 by.
WWW. Cecnelutork. Ca / maplebear alt/br/parent/method.htm.
A CONTRIBUIÇÃO DAS BRINCADEIRAS E DOS BRINQUEDOS NA PRÉ-ESCOLA
RESUMO
João do rozario lima
A presente monografia vem demonstrar que o
brinquedo e a brincadeira na pré-escola são de um aspecto
muito importante na interação da criança com o adulto, com o
outro. E a brincadeira em grupo serve para socializar crianças e
a compreensão de regras. Elas aprendem a lidar com os
sentimentos, interagir, resolver conflitos e desenvolver a
imaginação e criatividade para resolver problemas. E, portanto,
contra este pensamento que buscamos e é de fundamental
importância que professores tenham conhecimento do saber que
a criança construiu na interação do ambiente familiar e sócio
cultural e assim adotar na sua prática pedagógica as
brincadeiras, brinquedos e para que as crianças
desenvolvam,construam, adquiram conhecimentos e se tornem
autônomas e cooperativas. E é importante que os educadores
resgatem as brincadeiras e os brinquedos que eram transmitidos
pelos pais e avós, e criadas pelas próprias crianças. Elas irão
despertar uma vivência rica e muito importante, e o ajudará a
despertar sua criatividade, movimentos e uma boa aquisição na
aprendizagem da escrita e leitura.
Palavras-chave: Brinquedos, brincadeiras, interações, socialização, brincar
CAPITULO 1 – INTRODUÇÃO
Redescobrir os procedimentos que tínhamos quando criança, retomar os métodos de
criação do nosso modo de brincar é colocado aqui como condição para
olhar a criança à nossa frente sabendo que ela, na maioria das vezes, não aquela que
imaginamos ser, pois a criança real é diferente daquela que pintamos em nossa fantasia.(
Eugênio Tadeu Pereira)
1.1 CONTEXTO
Do dever ao prazer de brincar a princípio, não se trata de descoberta de
fórmulas, pois o presente tema vem de encontro com uma visão pedagógica já conhecida de
muitos, onde se ouve a afirmativa de trabalho com brinquedos e brincadeiras na pré - escola,
ainda é pouco produtivo na pré-escola.
Por isso iniciamos a investigação de alguns procedimentos metodológicos e de algumas
estratégias utilizadas pelos educadores da pré - escola no tocante a prática de brincar, a fim de
que possamos nos situar a respeito das metodologias e dos procedimentos, até mesmo como
forma de argumentação comparativa às propostas de especialista da área, pelos relatos
encontrados em suas obras.
Seguramente podemos afirmar que, na qualidade de educadores, ter consciência de que o
brinquedo e as brincadeiras irão ajudar a desenvolver a imaginação, a criatividade dando
oportunidade para a criança brincar e aprender e interagir com outras crianças e adultos.
Concebendo se a escola como lugar de preparação e capacitação do ser humano, tendo-se
como premissa à formação integral do educando, um efetivo trabalho para estimular futuros
educandos com competência que se espera diante de uma sociedade em constante mutação, cremos
na importância de ações pedagógicas especialmente delineadas para esse fim, com professores e
alunos interagindo em momentos de brincadeiras e aprendizagem.
Os resultados das ações acima expostas comprovando que a prática das brincadeiras serão
tanto mais produtivas à medida que as escolhas lúdicas estejam voltadas para a liberdade de
escolha, contada, pede–se do professor a prudência da seleção prévia das brincadeiras, a serem
expostas aos alunos.Obedecidas às regras básicas, sobretudo, pautadas no bom senso poderemos
confiar o surgimento de uma nova geração de homens e mulheres competentes para o
desenvolvimento em sociedade.
A nós educadores cabem o compromisso de „„garantir‟‟a educação do aluno. Bem ou mal
fazemos parte da historia de cada uma realidade coletiva, assim como ele também faz parte de
nossa história. E essa consciência que deve-nos dar força para romper o preestabelecido, traçando
caminhos capazes de transformar a sociedade e, assim garantir a maior participação possível.
„„Pensar a educação é pensá-la também na escola, e na escola há pessoas sendo
desempenhadas. O aluno sujeito do processo educacional o grande interessado em ter
uma escola viva critica e libertadora. É preciso que se comece a questionar o tipo de
aluno que uma escola quer formar para que se decidam em conjunto as habilidades que
precisam ser trabalhadas.Se assim não for, será como uma casa sem planta, amontoado
de gente juntando tijolos e cimento sem saber o que fazer.‟‟
Portanto, educadores conscientes esse ato de busca, de troca, de interação, de apropriação é
que damos o nome de Educação. Esta não existe por si, é uma ação conjunta entre as pessoas que
cooperam, comunicam-se e comungam do mesmo saber. Por isso educar não é um ato ingênuo,
indefinido, impossível, mas um ato histórico.
1.2. PROBLEMA
Para nortear a presente monografia, voltamos a seguinte pergunta:
Qual a contribuição das brincadeiras e dos brinquedos no desenvolvimento dos educandos na pré-
escola?
1.3. OBJETIVOS DO TRABALHO
1.3.1. OBJETIVO GERAL
Identificar jogos e brincadeiras utilizados na Educação Infantil. Verificar etapas de
brincadeiras em sala de aula.
1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Investigar jogos e brincadeiras utilizados na educação Infantil.
Verificar etapas de brincadeiras em sala de aula.
1.5. JUSTIFICATIVA
Muito se fala sobre o fato da Pré – Escola esforçar seus alunos com atividades que deveriam
ser iniciadas na 1ª série e que a Pré-Escola tem como objetivo a socialização com brincadeiras e
brinquedos, nós professores podemos introduzir conteúdos.
Com base neste conceito será feita esta pesquisa para descobrir qual a contribuição das
brincadeiras e brinquedos no desenvolvimento dos educandos.
Serão pesquisadas várias brincadeiras que poderão auxiliar professores de educação de
forma a preparar os educandos para a aprendizagem.
Com esta pesquisa será possível a melhoria do nosso trabalho e será de grande
contribuição para profissionais de educação infantil e para melhor desenvolvimento dos alunos.
„„Acriança é um ser em criação, cada ato é para ela uma ocasião de explorar,
descobrir novos conhecimentos, que as levarão a um mundo mais amplo na
sua vida em sociedade”.
Neste contexto educacional e social é necessário ao educador atender de fato às reais
necessidades dos educandos que diz respeito aos aspectos formativos, cognitivos psicossociais,
culturais. E necessário que o educador conheça e reconheça as competências de como ensinar
respeito às etapas do desenvolvimento maturacional que ela se encontra.
Dê mais ênfase ao aprendizado do que à aquisição de informações. Se você cria um
clima de abertura e animação, você ensinará a criança a amar o processo de dominar o
conhecimento sobre coisas
novas. A criança que aprende pela experiência conhece o prazer de
entender uma coisa. Ela nunca será carente de motivação.
Ainda refletindo sobre a relação entre desenvolvimento e aprendizagem.
VYGOTSK (1991)
O autor considera o ato de brincar muito importante para o desenvolvimento
integral da criança. As crianças se relacionam de várias formas com
significados e valores inscritos nos brinquedos. Pois, nas brincadeiras, as
crianças ressignificam o que vivem e sentem .
As crianças brincam com o que têm nas mãos e com o que têm na cabeça.
(Broughe, 1995) “Os brinquedos orientam as brincadeiras, trazem-lhe matéria. Algumas pessoas
são tentadas a dizer que eles a consideram, mas, então, toda a brincadeira está
condicionada pelo meio ambiente. Só se pode brincar com o que se tem, e a
criatividade, tal como evocamos, permite, justamente, ultrapassar esse ambiente,
sempre particular e limitado. O educador pode, portanto, construir um ambiente
que estimule a brincadeira em função dos resultados desejados. Não se certeza de
que a criança vá agir, com esse material, como desejaríamos, mas aumentamos,
assim, as chances de que elas o façam, um universo sem certezas, só podemos
trabalhar com probabilidades”.
Isto posto, tenho a convicção de que o presente trabalho monográfico em muito contribuiu
para a ampliação dos conhecimentos até aqui adquiridos, cuja proposta parte da formação de novos
valores éticos, os quais devem estar comprometidos com a aprendizagem.
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Com a consciência de que é impossível construir uma argumentação eficaz sem o respaldo
de teorias especializadas, o presente documento monográfico embasando-se em diversos autores
que subsidiam o pensamento do brinquedo e da brincadeira prazerosa em argumentos realmente
significativos, portanto dignos de serem transcritos em citações diversas.
Com base nos subsídios teóricos coletados destaca-se a relevância que a no conhecimento
empírico como de fundamental importância em torno dos estímulos para que irão desenvolver a
imaginação, criatividade de formação de cidadãos críticos e criativos e por
isso mesmo, competentes para contribuir com o processo da construção social.
Do exposto até aqui, neste trabalho encontram-se também alinhavados pensamentos de
autores como Jean Piaget, Lev Semyonovitch,Vygotisky, Jhoon Huizinga, Sônia Kramer, Maria
Judht Sucupira da Costa Lins, Airton Negrine, Leonor Hauydt Rizzi, Regina Célia e outros cujos
estudos têm contribuído para a fundamentação teórica do presente trabalho
monográfico,alimentando-o de maneira satisfatória, a fim de, ao final poder corresponder ao
proposto na temática, a qual defende o pensamento de uma ênfase ao prazer de brincar no processo
pedagógico desde a pré-escola para tornarem-se adultos críticos e conscientes e que venham
contribuir para o progresso de comunidade e nação em níveis de competência a relevar o caráter de
sua formação.
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
A brincadeira é vista como um processo de desenvolvimento corporal, imaginativo
exploratório que amplia ainda mais a capacidade do ser humano.
A escola necessitará efetuar um trabalho para tornar os alunos mais confiantes pelos
resultados de suas práticas, sabedores de que a brincadeira será benéfica tanto para si mesmo
quanto para o próximo, podendo até obter um alcance social de grandes dimensões, conforme as
ações que adotarem. Confirmando aqui uma brincadeira ou brinquedo pouco atraente não desperta
o interesse necessário para um bom desenvolvimento da criança.
A hipótese formulada no presente estudo monográfico, é a de que a brincadeira nas escolas
requer dos educadores uma reflexão e organização perfeita sobre a práxis pedagógica efetuadas no
trabalho com os brinquedos e as brincadeiras na pré-escola.
É para alcançar respostas favoráveis a uma proposta pedagógica modificada, algumas
questões necessitam ser respondida por estes educadores e serem retomadas constantemente.
Qual a opinião sobre a contribuição das brincadeiras e brinquedos no desenvolvimento da
criança em idade pré-escolar? Para você as funções educativas dos jogos oportunizam
aprendizagem da criança? Sim ou não e por quê? Quando você brinca com sua turma, você
oportuniza a todos participarem da brincadeira? Como? Como é vista a brincadeira na sua escola
pelos professores de alfabetização?
Diante destes questionamentos, sabemos da difícil tarefa em se sistematizar com a devida
clareza os argumentos dos pensadores que estamos adotando, de forma a nos subsidiarem para a
adoção de medidas pedagógicas eficazes no que se refere a brincadeiras e brinquedos, pois nosso
objetivo geral é analisar a importância dos brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento da
aprendizagem da criança na pré-escola, e assim poder implementar cada vez mais com recursos que
sejam favoráveis ao desenvolvimento integral das crianças, de maneira que as brincadeiras sejam
claramente observáveis.
O presente relatório científico encontra-se estruturado em 05 (cinco) capítulos, a saber:
Capítulo I-Introdução, 1.1. Contexto, 1.2. O Problema, 1.3. Objetivos específicos, 1.4. Justificativas
1.5. Procedimentos metodológicos, 1.6. Estrutura do trabalho.Capítulo II -Desenvolvimento da
criança. Na pré-escola e o papel da brincadeira. 2.1. Aprendizado através da experiência e
descobertas. 2.2. Desenvolvimento da criança emocional/afetivo, psicológico, social e motor, 2.3.
O que os referenciais curriculares para educação infantil,
dizem sobre a utilização das brincadeiras na pré-escola, 2.4. Aprender brincando através dos jogos
sensoriais,motores. Capitulo III-Brincadeiras na pré-escola. 3.1. pesquisa de campo 3.1.1.
Respostas da professora „„A‟‟ 3.1.2. Respostas da professora„„B‟‟.3.1.3.Respostas do
professor„„c‟‟.3.1.4. Respostas do professor „„D‟‟.3.1.5. Que tipos de dificuldades as crianças
apresentam no ínicio do ano letivo?3.1.6.Após trabalhar com brinquedos o que melhorou?Capítulo
IV-sugestões de brincadeiras e suas contribuições.
2.1 Aprendizado através da experiência e descobertas
Brincar é muito importante. Ao brincar as informações são esclarecidas, de experiências.
Antigas são integradas e seu ambiente pode ser explorado. Brincar proporciona a
oportunidade de acumular conhecimento, aprender novas habilidades e praticar aquelas já
conhecidas.
Através de brincadeiras as crianças aprendem a lidar com os sentimentos, interagir crianças
e adultos e resolver conflitos. Elas desenvolvem a imaginação, criatividade para resolver
problemas.
Manipular, explorar e experimentar objetos reais é muito importante às crianças aprenderão
fazendo e falando. Por serem naturalmente ou pelo mundo e interessadas em aprender sobre ele, as
crianças são ativas ao aprendizado e fazem isso de diversas formas.
O ensino da língua, da leitura, da ciência e da tecnologia é desenvolvido de diversas formas.
Os professores integram conhecimento subjetivo a variedade de técnicas ativas que se encaixam
nos estágios de desenvolvimento das crianças, tendo altas expectativas de aprendizado.
Piaget: Acredita que o jogo é essencial na vida da criança. De início tem-se o jogo de
exercícios que é aquele que a criança repete uma determinada situação por prazer, por ter apreciado
seus efeitos.
Em torno dos 2, 3, 5 e 6 anos nota-se, a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem a
necessidade da criança de não somente relembrar mentalmente o acontecido, mas de executar a
representação. É nesse período que surgem os jogos de regras, que são transmitidos socialmente de
criança para criança e por consequência vão aumentando de acordo com o progresso de seu
desenvolvimento social.
Para Piaget, o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolmento infantil,
já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade.
Já Vygotsky diferentemente de Piaget, considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da
vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ela não estabelece
fases para explicar o desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo nem passivo: é
interativo.
Segundo ele a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a
informações; aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o resultado de
um engajamento individual na solução de problemas. Desta maneira, aprende a regular seu
comportamento pelas reações, que elas pareçam agradáveis ou não.
Vygotsky fala do faz de conta, Piaget fala do jogo simbólico e pode se dizer que são
correspondentes é que o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança
(Oliveira 1977).
Lembrando que ele afirma que a aquisição do conhecimento se dá através da zona de
desenvolvimento: a real e a proximal.
A zona de desenvolvimento real é a do conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz
consigo, já a proximal só é atingida de início com o auxílio de outras pessoas mais “capazes”, que
já tenham adquirido esse conhecimento.
A noção de zona “Proximal de desenvolvimento ”interliga –se portanto, de maneira muito
forte à sensibilidade do professor em relação às necessidades e capacidades da criança e a sua
aptidão para utilizar as contingências do meio a fim de dar – lhe a possibilidade de passar do que
sabe fazer para o que não sabe. As brincadeiras que são oferecidas à criança devem estar de acordo
com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra, desta forma, pode-se perceber a
importância do professor.
(conhecer a teoria de Vygostky).
No processo da educação infantil é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços,
disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do
conhecimento.
A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em favor do conhecimento
estruturado e formalizado ignora as dimensões educativas da brincadeira e do jogo como forma rica
e poderosa de estimular a atividade construtiva da criança. É urgente e necessário que o professor
procure ampliar cada vez mais as vivências da criança com o ambiente físico, com brinquedos,
brincadeiras e com outras crianças.
O jogo compreendido sob-ótica do brinquedo e da criatividade, deverá encontrar maior
espaço por ser entendido como educação, na medida em os professores compreenderem melhor
toda sua capacidade potencial de contribuir para com o desenvolvimento da criança
2.4 APRENDER BRINCANDO ATRAVÉS DOS JOGOS SENSORIAIS E
MOTORES.
O jogo é um meio eficiente de ensinar uma criança, ele aprende os conceitos complicados,
princípios filosóficos e emoções que são difíceis de descrever em palavras. Você constrói a capacidade da criança e mostra a elas como resolver problemas ajuda, a
estimular o corpo e a mente.
Diferente de outros métodos de ensino, o jogo envolve inteiramente a criança na lição ao
envolver todos os sentidos, porque ela não ouve ou vê a lição, ela a faz.
O jogo é o domínio da criança. Para ela, é o método natural de compreender o mundo, uma
criança que aprende a construir um castelo de areia, ao mesmo tempo, ela aprendeu a construir sua
confiança e sua independência, para ela foi um aprendizado que aconteceu naturalmente seria
ótimo se todas fossem assim. Por isso precisamos injetar experiência de jogos significativos na vida
de nossas crianças. Ele tem um papel integral para um desenvolvimento sadio. Além de ensinar o
jogo reduz o estresse e abre a mente para criatividade e ajuda a educar as crianças a respeito do
caráter.
Cada criança tem seu estilo particular de aprendizagem em umas áreas mais fortes em outras
mais fracas. Algumas aprendem melhor com o material que lhes é apresentado visualmente ou
demonstrativamente.
Dê mais ênfase ao aprendizado do que à aquisição de informações. Se você criar um clima
de abertura e animação você ensinará a criança a amar o processo de dominar o conhecimento
sobre coisas novas. O sucesso é um motivador poderoso; a criança que aprende pela experiência
conhece o prazer de entender uma coisa. Ela nunca será carente de motivação.
O jogo na vida do ser humano é tão antigo, pois manifestou uma tendência lúdica, isto é, um
impulso para o jogo. Alguns autores vão além afirmando que o jogo não se limita apenas à
humanidade seria anterior, inclusive ao próprio homem, pois já era praticado por alguns animais,
Johan Huizinga diz que os animais brincam tal como os homens convidam uns aos outros para
brincar mediante um certo ritual de atitude e gestos.
O jogo na vida do ser humano é tão antigo, pois manifestou uma tendência lúdica, isto é, um
impulso para o jogo. Alguns autores vão além afirmando que o jogo não se limita apenas à
humanidade seria anterior, inclusive ao próprio homem, pois já era praticado por alguns animais,
Johan Huizinga diz que os animais brincam tal como os homens convidam uns aos outros para
brincar mediante um certo ritual de atitude e gestos.
Respeitam regras que os proíbe morderem, ou pelo menos com violência a orelha do
próximo. E o que é mais importante para eles é a experiência de prazer e divertimento. Para Piaget,
a atividade lúdica dos animais é de origem reflexa ou instintiva (lutas, perseguições) como no caso
dos gatinhos que lutam com a mãe e a mordiscam, sem feri-la.
No caso da criança a atividade lúdica supera amplamente os esquemas reflexos e prolongam
quase todas as ações nesta perspectiva, o jogo ultrapassa a esfera da vida humana, sendo, portanto,
anterior à cultura.
De acordo com o estudo feito, Huizinga sobre o jogo função social do jogo desde as
sociedades primitivas até as civilizações mais complexas.
De acordo com a tese desse autor, a cultura surge sobre a forma de jogo, sendo que a
tendência lúdica do ser humano está na base de muitas realizações na esfera da filosofia, da ciência,
da arte (em especial da poesia).
O autor explica sua concepção dizendo: mesmo as atividades que visam a satisfação
imediata das necessidades vitais, como, exemplo a caça tendem assumir nas sociedades primitivas
uma forma lúdica. A vida social reveste-se de forma que lhe conferem uma dignidade superior sob
a forma de jogo, e é através deste último que a sociedade exprime sua interpretação da vida e do
mundo.
Não queremos com isso dizer que o jogo se transforma em cultura, e sim que, as duas fases
mais primitivas, a cultura possui um caráter lúdico que ela processa as formas e no ambiente de
jogo.
Portanto, a idéia básica desse autor é que além dos jogos que são normalmente incorporados
à cultura de um povo, a própria cultura se forma e se desenvolve impulsionada pelo espírito lúdico.
Essa idéia é que refletiu na educação durante muito tempo, e apesar dos conceitos proféticos
dos grandes educadores, a pedagogia tradicional sempre considerou o jogo como uma espécie de
alteração mental ou pelo menos, como uma pseudo-atividade, significação funcional e mesmo
nociva às crianças, que ela desvia de seus deveres.
Para outros autores, entre os quais Huizinga e Piaget, atividade lúdica supõe uma ordenação
da realidade, seja ela subjetiva e intuitiva como no caso dos de ficção ou imaginação.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista
apenas como diversão.O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o
desenvolvimento pessoal, sócio cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um
estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do
conhecimento.
A ludicidade é um assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional,
principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso permitir
um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento.
A palavra lúdico significa brincar e vem do latim ludus e neste brincar estão incluídos os
jogos,brinquedos e divertimentos e é relativa também à conduta daquele que joga,que brinca e se
diverte.
Por sua vez, a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do individuo,saber,seu
conhecimento e sua compreensão de mundo.
Independente de época , cultura e classe social,pois elas vivem num mundo de fantasias, de
encantamento,de alegria, de sonhos onde a realidade e o faz de conta se confundem.O jogo está na
gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo,da possibilidade de experimentar, de criar e
transformar o mundo.
Pela análise da realidade educacional concluímos que nas instituições infantis as atividades
lúdicas são pouco exploradas, mesmo quando são realizadas, não lhes é dado a brincadeira não é
vista como coisa séria?Por que o educador tem no seu fazer pedagógico a hora de “ensinar‟‟e a
hora de” brincar‟‟?Por que não ensinar brincando?
CAPÍTULO IV - SUGESTÕES DE BRINCADEIRAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES
Nesse capítulo estaremos dando sugestões de brincadeiras que possibilitam aos professores
aplicá-las em suas salas de aula, com objetivos definidos a serem alcançados. São brincadeiras
diversificadas que levam os alunos a aprenderem brincando, brincando por brincar e também
resgatando brincadeiras por muitos já esquecidos.
BRINCANDO POR BRINCAR
4.1 MÃOS FALANTES
PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula.
EVOLUÇÃO: Um jogador sai da sala durante alguns minutos. Enquanto isso, os demais
jogadores escondem um objeto em algum lugar da sala. Quando o jogador que estava ausente retornar,
seus colegas dizem qual o objeto que foi escondido a procurar. Seus companheiros o ajudam da
seguinte forma: Toda vez que ele se aproxima do objeto escondido todos os participantes levantam as
mãos e batem palmas bem alto, fazendo um som forte; quando ele estiver longe do objeto procurado,
ou dele se afastar os demais participantes abaixam as mãos e batem palmas baixinho. Se o jogador
encontrar o objeto, terá o direito de escolher o seu sucessor. Se não conseguir, senta no seu lugar e
outro jogador será sorteado.
CONTRIBUIÇÃO: Desenvolver a percepção auditiva; estabelecer ritmos e a socialização.
4.2 DESCOBRIR O OBJETO
PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar-se na sala de aula, divididos em duas equipes.
EVOLUÇÃO: O professor coloca uma venda nos olhos do jogador de uma das equipes, e lhe
entrega um objeto. Ele deverá descobrir qual é o objeto através do tato, sem vê-lo, apenas apalpando-
o. Se acertar, sua equipe ganha um ponto. Em seguida, o professor coloca a venda no jogador da outra
equipe, que tentará descobrir, pelo tato, qual é o outro objeto que lhe foi entregue. Acertando, sua
equipe ganha um ponto.
FINAL: Vence a equipe que, no final, tiver o maior número de pontos.
CONTRIBUIÇÃO: Favorecer o trabalho em equipe explorar os órgãos dos sentidos (visão e
tato), associação de quantidade.
4.1.3 PROCURAR PARCEIRO
PREPARAÇÃO: O professor seleciona várias gravuras (de revistas, livros, etc.) e cola-as em
pedaços de cartolina. Recorta as gravuras coladas em cartolina, formando vários quebra-cabeças.
Marca os pedaços de cada quebra-cabeça com um sinal (pode ser um numeral, uma figura geométrica,
etc.). Por exemplo: todas as peças de um quebra-cabeça estarão marcadas atrás com o numeral 1, ou
então com um triângulo (s). Todas as peças de outro quebra-cabeça serão marcadas, atrás, com o
numeral 2 ou com um círculo (O). E assim por diante. Depois os alunos deverão estar sentados à
vontade.
EVOLUÇÃO: O professor distribui as peças, uma para cada aluno. Os participantes verificam
qual o sinal marcado atrás de sua peça, e procuram os colegas cujas peças têm o mesmo final. Então,
agrupam-se pelo sinal, cada grupo num canto da sala. Quando todos tiverem encontrado seus
parceiros, cada grupo começa a juntar as peças, montando o seu quebra-cabeça. Será dado um tempo
para que todas as equipes formem a sua gravura, mas vencerá a que formá-la em primeiro lugar.
CONTRIBUIÇÃO: Atenção, concentração, socialização, agilidade.
4.1.4 APANHADOR DE BATATAS
PREPARAÇÃO: Os participantes sentados, sendo que cada coluna de carteiras forma uma
equipe.
EVOLUÇÃO: O primeiro jogador de cada coluna recebe uma colher de sopa com uma batata.
Dado o sinal de inicio, este passa a colher com a batata para o jogador sentado na carteira de trás, este
ao seguinte, e assim sucessivamente até chegar ao último elemento da equipe. Quando este recebe a
colher com a batata, corre pelo espaço existente entre as colunas e senta-se na primeira carteira, que já
deve estar vazia, pois seus colegas de equipe (sem atrapalhar a corrida do companheiro) passaram
uma carteira para trás, deixando a primeira vazia. Ao sentar-se, ele torna a passar a colher com a
batata para o colega atrás, até chegar ao último elemento da fileira, que se levanta e corre para sentar-
se na primeira carteira. E assim o jogo prossegue, com os demais elementos procedendo da mesma
forma que seus antecessores. Vence a equipe mais rápida, isto é, a equipe cujo jogador iniciante
chegar primeiro à sua carteira de origem.
CONTRIBUIÇÃO: Desenvolve a coordenação motora, agilidade, organização, atenção,
respeito mútuo.
4.1.5 CESTAS DE FRUTAS
FORMAÇÃO: As crianças, em círculo, sentadas, cada uma tendo o nome de uma fruta.
No centro do círculo uma criança de pé.
DESENVOLVIMENTO: A criança do centro diz: “Vai passando um fruteiro que leva (dizer o
nome das frutas)”. As crianças que têm o nome dessas frutas trocam de lugar imediatamente, a criança
que estava no centro também deve ocupar um dos lugares vagos.
A criança que está no centro do círculo, ao invés de dizer o nome de frutas também pode gritar:
“A cesta virou”, neste caso todas as crianças trocam de lugar.
CONTRIBUIÇÃO: Agilidade, atenção.
APRENDER BRINCANDO
4.2 TERRA, ÁGUA E AR.
PREPARAÇÃO: os alunos deverão estar sentados à vontade na sala. Dividir a turma em duas
equipes. O professor segura uma bola de papel.
EVOLUÇÃO: O professor lança a bola para um aluno, dizendo, por exemplo: -
“Terra” O jogador pega a bola de papel e diz o nome de um animal que vive na terra, lançando a bola
de volta para o professor. Se ele acertar, sua equipe ganha um ponto. Depois o professor arremessa a
bola para um participante da outra equipe, dizendo, por exemplo: - “Ar”! O jogador pega a bola e diz
o nome de um animal que voa, devolvendo a bola para o professor. Se acertar, a sua equipe recebe um
ponto. O professor torna a lançar a bola para um jogador da primeira equipe, dizendo, por exemplo: -
“água”! Este pega a bola e diz o nome de um animal que também nade, como a tartaruga, jacaré, etc.
Acertando, sua equipe ganha mais um ponto. E assim o jogo continua. Vence a equipe que no final
tiver o maior número de pontos.
OBSERVAÇÃO: Cada participante que receber a bola deve dizer o nome de um animal
diferente dos já mencionados.
CONTRIBUIÇÃO: Coordenação motora, atenção, socialização de conteúdos.
4.2.1 BINGO DE NÚMEROS OU PALAVRAS
PREPARAÇÃO: O professor prepara uma cartela (ou uma folha de papel) para cada aluno,
com 12 quadradinhos.
Em cada espaço escreve um número (ou uma palavra). Depois, num saco ou caixa de papelão,
coloca cartõezinhos para serem sorteados, cada um deles contendo um número ou palavras.
Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula.
EVOLUÇÃO: Cada participante recebe uma cartela e um conjunto de feijões. O professor pede
para que cada um observe os números (ou palavras) nele escrito. Os jogadores que tiverem em sua
cartela aquele número (ou palavra), marcam o espaço correspondente com um feijãozinho.
E assim o jogo continua, com o professor ditando os números (ou palavras) sorteados, e os
jogadores marcando os espaços correspondentes com feijões. Quem completar primeiro a sua cartela
será o vencedor.
CONTRIBUIÇÃO: Socialização de conceitos, atenção, concentração, localizar-se no espaço.
4.2.2 QUAL É O TAMANHO
PREPARAÇÃO: O professor recortará figuras de animais, de eletrodomésticos e de vários
outros objetos familiares e montará as figuras sobre a cartolina.
EVOLUÇÃO: Alunos dispostos em semicírculos, o professor no meio, pedem que seus alunos
olhem para as figuras e tentem visualizar o tamanho do objeto real.
Vamos adivinhar ou estimar o tamanho real do objeto, apenas olhando a gravura, o professor
segura duas (2) gravuras, como por exemplo, um aspirador de pó e outra de máquina de lavar roupa.
- Qual é a figura geométrica relacionada de cada objeto?
- Qual desses objetos vocês acham que é maior?
- Quais acham que pesa mais?
CONTRIBUIÇÃO: Socialização de conteúdos, visualização, organização.
4.2.3 PROFISSÃO
PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula. O professor segura nas
mãos uma bola de papel.
EVOLUÇAO: O professor inicia o jogo dizendo o nome de uma profissão ou de um tipo de
trabalhador, arremessando a bola de papel para um jogador qualquer. Este, ao pegar a bola, deve dizer
o que faz aquele profissional; depois, diz o nome de outra profissão e torna a lançar a bola para outro
colega, e assim sucessivamente. Quem não souber dizer o que faz determinado profissional, torna
arremessar a bola para o professor, que recomeça com outro colega.
CONTRIBUIÇÃO: Conhecimento de mundo, socialização de conteúdo, coordenação motora,
atenção.
4.2.4 TOM DAS CORES
PREPARAÇÃO: Os participantes formam uma roda e giram em torno do professor que estará
no centro.
EVOLUÇÃO: O professor do jogo conta uma história e, quando na história surgir uma cor, as
crianças sairão à procura do objeto que tenha esta cor. O professor, por sua vez, corre atrás das
crianças para atrapalhá-las.
OBSERVAÇÃO: Um espaço em que haja vários objetos coloridos.
As crianças devem estar sentadas em roda.
EVOLUÇÃO: O professor diz uma cor e, em seguida, o objeto que tem esta cor. As crianças
devem correr, pegar o objeto e colocá-lo no lugar em que estão sentados. A seguir, o professor fala
outra cor e outro objeto, e assim sucessivamente. Ao final, quem tiver mais objetos é o vencedor.
CONTRIBUIÇÃO: Agilidade, organização de espaço, trabalho coletivo, respeito mútuo,
socialização de conteúdos, conhecimento de mundo.
4.2.5 LEVANTAR (O CORPO, PARTES DO CORPO OU OBJETOS)
PREPARAÇÃO: As crianças deitadas ou sentadas em posições para iniciar a brincadeira.
EVOLUÇÃO: Deitados ou sentados, a um sinal combinado, levantar o corpo do chão ou da
cadeira. Elevar os braços pelos lados (como se fossem asas), levantando e abaixando-os. Elevar os
braços pelos lados até o alto da cabeça: bater palmas (repetir várias vezes). Deitados de costas com
braços e pernas estendidos elevar os braços, movimentando-os para trás, para frente, para um lado e
para o outro. Deitados de costas, com pernas e braços estendidos elevar as pernas em gancho,
colocando os joelhos sobre o peito (repetir várias vezes). Deitado de costas, apoiar-se sobre as mãos e
elevar o tronco sem mexer as pernas. Deitado de peito apoiar-se sobre as mãos e as pontas dos pés,
tentando elevar-se.
CONTRIBUIÇÃO: As atividades de levantar o corpo, partes do corpo ou objetos trabalham a
coordenação motora ampla e a orientação espacial, a discriminação auditiva.
4.3 EXPLORAR SONS E MOVIMENTOS ACOMPANHAR RITMOS LENTOS E RÁPIDOS
PREPARAÇÃO: As crianças em circulo, sentadas em posições.
EVOLUÇÃO: Provocar sons com o próprio corpo, soprar, estalar a língua, estalar os dedos,
bater os pés no chão, bater um pé no outro, bater palmas, bater as mãos no próprio corpo ou em
objetos, etc.
Provocar ruídos com materiais disponíveis no momento: lápis, caneta, caderno, giz, cadeira
(batendo, esfregando, puxando, arrastando etc.) Manipular objetos que provocam ruídos batendo,
sacudindo, raspando, amassando, apertando, utilizar objetos tais como: latinhas contendo pedrinhas ou
grãos, reco-reco, língua-de-sogra, folha de papel etc.
Fazendo movimento como saltar, andar etc, ao som de um estimulo sonoro, quando este cessar,
as crianças cessam o movimento. Bater palmas ao som de uma canção, parar assim que ela termine.
Dançar e parar sucessivamente, seguindo um estimulo sonoro (música e cantos). Acompanhar
estruturas rítmicas simples, movimentando as mãos e os dedos: batendo palmas, estalando os dedos.
Reproduzir ritmos variados: Com o próprio corpo, com palmas, batendo os pés no chão, as
mãos sobre a mesa etc. Com objetos: usando coquinhos, latinhas contendo pedrinhas ou grãos,
batendo o lápis sobre a mesa, etc.
CONTRIBUIÇÃO: Discriminação auditiva, coordenação motora e orientação temporal (noção
de ritmo).
4.3.1 ANDAR IMITANDO PESSOAS E OBJETOS
PREPARAÇÃO: As crianças ficarão em filas e o professor irá coordenar a brincadeira.
EVOLUÇÃO: Imitar um velhinho, um cego atravessando a rua, uma pessoa distraída, um bebê
chorando, um robô, uma mãe carregando o filho no colo, alguém com muita pressa, um professor no
quadro de giz, etc.
CONTRIBUIÇÃO: Coordenação motora, observação, memória visual.
BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS
4.3.2 ATIREI O PAU NO GATO
Atirei o pau no gato, to
Mas o gato, to
Não morreu, réu, reu
Dona Chica, ca
Admirou-se, se
Do berro, do berro, que o gato deu, miau!
Dona Chica foi à polícia, cia
A polícia, cia
Não prendeu, deu, deu
Dona Chica, ca
Admirou-se, se
Do berro, do berro que o gato deu, miau!
COREOGRAFIA: formada a roda, as crianças circulam saltitando e cantando os versos. A
palavra final (miau) é a “senha” para que todos se agachem. Logo se levantam e repetem a
brincadeira.
CONTRIBUIÇÃO: Simbolizar em versos e melodias o que lhe inquieta, é uma forma de dar
um novo sentido às suas experiências.
4.3.3 CAPELINHA DE MELÃO
Capelinha de melão
É de São João
É de cravo, é de rosa,
É de manjericão.
São João está dormindo,
Não acorda, não.
Acordai, acordai,
Acordai João.
COREOGRAFIA: Formada a roda, as crianças entoam a 1ª estrofe, girando. Já a 2ª estrofe é
entoada com as crianças voltadas para o centro da roda, batendo palmas, paradas em seus lugares.
VARIANTE: Criança de olhos vendados no centro da roda. Acabada a cantiga, uma das
crianças se aproxima da que está no centro e pergunta: “Quem sou eu?” Se for reconhecida, será a
próxima a ser vendada; se não, continua a mesma criança no centro.
CONTRIBUIÇÃO: Dormir e acordar concentram as atenções das crianças nos movimentos
desta canção. Ver representados no grupo social as ações que costumam realizar faz o brinquedo ser
considerado coisa séria.
4.3.4 O CRAVO E A ROSA
O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada,
O cravo saiu ferido,
E a rosa despedaçada (ou despetalada).
O cravo ficou doente,
A rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio
A rosa pôs-se a chorar.
COREOGRAFIA: São escolhidas duas crianças para representarem o cravo e a rosa, que vão
dramatizando o que os versos da cantiga propõe.
Ao término, escolhem seus sucessores.
CONTRIBUIÇÃO: Emprestar vida a seres inanimados é uma característica que identifica uma
fase do desenvolvimento infantil.
4.3.5 ESCRAVOS DE JÓ
Escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, bota, deixa
O Zé Pereira ficar.
Guerreiros, com guerreiros.
Fazem zigue, zigue, zá.
Guerreiros, com guerreiros.
Fazem zigue, zigue, zá.
COREOGRAFIA: Formada a roda, as crianças permanecem paradas, podendo inclusive ficar
sentadas, com um objeto igual para todos, na mão direita. Ao ritmo da música, marcando os tempos
fortes, iniciam a brincadeira de passar o objeto que têm na mão direita para o vizinho da direita, e
receber com a mão esquerda o objeto do vizinho da esquerda (se estiver de pé), trocando-o
rapidamente de mão.
Quando a letra diz “zigue, zigue, zá”, o objeto é retido na mão direita, e só passado para a
pessoa da direita na última palavra.
Quando a turma já estiver craque nesta modalidade vale tentar com “boca chiusa” (com a boca
fechada, fazendo um som nasal), substituindo o canto, depois pro assobio e por último, sem som
nenhum.
OBSERVAÇÃO: Quando o jogo é feito sentado (geralmente em torno de uma mesa), pode-se
usar somente a mão direita, largando-se o objeto sempre à frente do vizinho da direita. Vão saindo da
roda aqueles que se perderem no ritmo, ou passarem mal o objeto, que pode ser caixinha de fósforo,
ou qualquer outro objeto que seja fácil de tomar com uma só mão. Para super cobras no jogo, pode ser
tentada uma rodada especial invertendo o sentido da brincadeira (para a esquerda).
CONTRIBUIÇÃO: Adultos e crianças do mundo inteiro utilizam a canção para facilitar as
trocas sociais. O poder comunicativo da música congrega as pessoas em atividades coletivas para fins
de lazer ou de trabalho.
4.3.5 FORMIGUINHA DA ROÇA
Formiguinha da roça endoideceu
Com a dor na barriga que deu
Ai, ai pobre formiguinha.
Põe a mão na barriga
E faz assim e faz assim (retorcer-se)
COREOGRAFIA: Formando a roda, as crianças obedecem à ordem da letra e fingem dor
(retorcer-se), obedecendo também ao comando (faz assim...)
Podem ser modificadas as partes do corpo citadas, tanto quanto pode ser colocada uma
criança que escolher para substituí-la.
CONTRIBUIÇÃO: A criança precisa sentir-se livre para pensar por si mesma e encontrar
uma forma de representar, pela ação, o que a imaginação lhe sugere. Nas atividades de expressão
livre, a letra alimenta a imaginação, e a melodia promove e sustenta a expressão do gesto.
2.2 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA: EMOCIONAL/AFETIVO,
PSICOLÓGICO, SOCIL E MOTOR
Qualquer pessoa que estude crianças defronta-se com certas questões fundamentais. E
essas questões têm sido discutidas por filósofos, teólogos e educadores.
Esta questão é a conhecida controvérsia do meio. Alguns cientistas acreditam que a
grande parte do comportamento humano seja guiada pela formação genética, maturação fisiológica e
funcionamento neurológico. De acordo com seu ponto de vista, aspectos universais do
desenvolvimento, como o surgimento do andar, falar e responder às pessoas podem ser mais bem
explicados como resultados das diferenças genéticas e fisiológicas.
No outro extremo, os ambientalistas salientam a influência do ambiente físico e social
sobre os padrões de desenvolvimento. Acreditam que as crianças respondem às pessoas e objetos que
a cercam e que as mudanças no desenvolvimento resultam em grande parte da experiência. Portanto
os programas de educação infantil que proporcionem boas experiências de aprendizagem devem levar
a melhoria em desempenho.
Vários filósofos formaram teorias sobre a natureza da meninice, da mente,
desenvolvimento e educação da criança. Cada um ofereceu conselhos a pais e mestres. Locke
acreditava que as crianças deviam ser treinadas através de recompensas e punições desde os mais
tenros meses de vida. Em contraste, Rousseau, acreditava que a criança era por natureza, uma
exploradora ativa com enormes potencialidades, as quais seriam realizadas se os adultos não se
metessem demais.
Durante este período houve uma forte influência sobre a psicologia do desenvolvimento
que se seguiu. Estava se tornando conhecida a teoria psicanalítica de Freud e suas hipóteses sobre a
importância de experiências iniciais, começaram a permear o modo de pensar de muitas pessoas.
Watson (1967), efetuou alguns experimentos usados na teoria da aprendizagem.
“Dêem-me uma dúzia de bebês saudáveis, um mundo se-”.
segundo minhas especificações para criá-lo, e eu garanto tomar qualquer
um deles aleatoriamente e treiná-lo para
tornar especialista na área que eu escolher – médico, advogado, comerciante
e claro até pedinte ou ladrão,
não importando seus talentos, pendores, habilidades, vocações e a raça de
seus ancestrais.”(p. 136)”.
Piaget começou suas investigações sobre o desenvolvimento intelectual das crianças. Por
fim esses movimentos teóricos formaram a espinha dorsal da moderna psicologia infantil.
Após a Segunda Guerra Mundial, surgiu, um novo tipo de psicólogo, que abordava o
estudo da criança um ramo da psicologia experimental.
Esses psicólogos estavam interessados não apenas em descrever comportamento, mas
também em predizer e explicar as razões das ações das crianças.
Neste período, preferiam experimentos de laboratório nos quais pudessem controlar todos
os aspectos de uma situação ao invés de observação naturalística. Argumentavam que haviam várias
influências não controladas nas situações naturais para que se pudessem tirar quaisquer conclusões
sobre quais destas influências eram importantes. Brandura (1969), conduziu um conjunto de
experimentos, investigando o comportamento imitativo das crianças. Em um estudo ele testou a
hipótese teórica de que as crianças imitariam mais um adulto amigo do que um fosse distante. Ele
estudou situações experimentais em que algumas crianças tinham interações afetuosas e amistosas
como um adulto.
A psicologia americana redescobriu a teoria de Piaget no desenvolvimento cognitivo, suas
idéias influenciaram pontos de vista básicos sobre a criança. Piaget estava interessado em aspectos
universais no desenvolvimento infantil e acreditava que o desenvolvimento resultava da interação
entre as mudanças de caráter maturacional à experiência. Propôs quatro estágios do conhecimento
cognitivo, pelos quais todas as crianças passam.
Uma outra tendência dos últimos anos é tentar relacionar o comportamento social das
crianças e seus desenvolvimentos cognitivos. Em períodos anteriores, os pesquisadores tendiam a
estudar as mudanças cognitivas na medida em que estas afetavam a aprendizagem, o desempenho
escolar e aspectos semelhantes. O comportamento social e emocional, eram tratados como um assunto
não relacionado. Hoje, torna-se evidente que as cognições sociais das crianças, ou maneiras de pensar
a respeito de situações sociais e questões morais, ajudam a determinar o comportamento social.
Os psicólogos voltaram a se preocupar com aplicações sociais do conhecimento adquirido
a respeito das crianças.
O desenvolvimento cognitivo da criança é seqüencial e caminha de estruturas mais
simples para a estrutura mais complexa.
A inteligência por fases-estágio em que são os mesmos para todos os indivíduos e se
sucedem na mesma ordem. Essas fases são caracterizadas por estruturas mentais diferentes
construídas pelo próprio sujeito em interação com o mundo que o cerca. O processo de formação
constitui o próprio desenvolvimento, para Piaget, pode ser conceituado como um processo de
equilibração progressiva que tende para uma forma final, qual seja a conquista das operações formais.
Na primeira infância as propostas didáticas devem estar voltadas para a ação. Além de
todas as ações reais ou materiais que são capazes de efetuar, a criança torna-se capaz de reconstruir
suas ações passadas sob formas de narrativas, e de antecipar suas ações futuras pela representação
verbal. Daí resultam conseqüências essenciais para o desenvolvimento: a socialização, aparição de
pensamento propriamente dita, desenvolvimento de sentimentos, afetividade interior.
A criança está se tornando mais competente nas áreas de cognição, inteligência.
Desenvolve a capacidade para usar símbolos em pensamento e ação, consegue lidar mais
eficientemente com conceitos tais como: idade, tempo, espaço e moralidade. No entanto não separa o
real do irreal, e grande parte de seu pensamento é egocêntrica. É incapaz de considerar totalmente o
ponto de vista de outra pessoa.
2.3 O QUE OS REFERENCIAIS CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL,
DIZEM SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS BRINCADEIRAS NA PRÉ-ESCOLA.
No Referencial Curricular para a Educação Infantil, (RCNEI), brincar é uma das
atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança,
desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado
papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem
desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a
imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da
utilização e experimentação de regras e papéis sociais.
A diferenciação de papéis se faz presente, sobretudo no faz-de-conta, quando as crianças
brincam como se fossem o pai, a mãe, o filhinho, o médico, o paciente, heróis e vilões, etc.; imitando
e recriando personagens observados ou imaginados nas suas vivências, a fantasia e a imaginação são
elementos fundamentais para que a criança aprenda mais sobre a relação entre as pessoas, sobre o eu e
sobre o outro.
No faz-de-conta, as crianças aprendem a agir em função da imaginação de uma pessoa, de
uma personagem, de um objeto e de situações que não estão imediatamente presentes e perceptíveis
para elas no momento e que evocam emoções, sentimentos e significados vivenciados em outras
circunstâncias. Brincar funciona como um cenário no qual as crianças tornam-se capazes não só de
imitar a vida como também de transformá-la. Os heróis, por exemplo, lutam contra seus inimigos, mas
também, pode ter filhos, cozinhar e ir ao circo.
Ao brincar de faz-de-conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar e comunicar
de uma forma especifica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser personagem, que
uma criança pode ser um objeto ou um animal, que um lugar “faz-de-conta” que é outro.
Quando utilizam a linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua identidade,
porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas
e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens.
Na brincadeira, vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras de
convivência assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos das
emoções e das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é sempre
individual e dependem dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações
de interação social. Por meio da repetição de determinadas ações imaginárias, que se baseiam, mas
polaridades presença/ausência, bem/mal, prazer/desprazer, passividade/atividade, dentro/fora,
grande/pequeno, feio/bonito, etc.; as crianças também podem internalizar e elaborar suas emoções e
sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça.
Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível que haja
riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais
voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta.
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que
é o não brincar. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que
aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver
consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu
conteúdo para realizá-la.
Para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher seus
companheiros e os papéis que irão assumir no interior da um determinado tema e enredo, cujo
desenvolvimento depende unicamente da vontade de quem brinca.
Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas mesmas, as
crianças podem acionar seus pensamentos para a resolução de problemas que lhes são importantes e
significativos. Proporcionando a brincadeira, portanto, cria-se um espaço no qual as crianças podem
representar o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os
diversos conhecimentos.
O brincar apresenta-se por meio de várias categorias de experiências que são diferenciadas
pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados. Essas categorias incluem: os
movimentos e as mudanças da percepção resultantes essencialmente da mobilidade física da criança; a
relação com os objetos e suas propriedades físicas assim como a combinação e a associação entre eles;
a linguagem oral e gestual que oferecem vários níveis de organização a serem utilizados para brincar:
os conteúdos sociais, como papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o
universo social se constrói; e finalmente, os limites definidos pelas regras, constituindo em um recurso
fundamental para brincar. Estas categorias de experiências podem ser agrupadas em três modalidades
básicas, quais sejam, brincar de faz-de-conta ou com papéis, considerada como atividade fundamental
da qual se originam todas as outras; sendo elas jogos de construção e aqueles que possuem regras.
E o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a estruturas
o campo das brincadeiras na vida das crianças, conseqüentemente é ele que organiza sua base
estrutural por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e
arranjo dos espaços e do tempo para brincar.
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos
processos do desenvolvimento das crianças em conjuntos e cada uma em particular, registrando suas
capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e
emocionais que dispõem.
A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças,
oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar permite o
enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis. Cabe ao professor
organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar as
crianças à possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou
os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoas e independente suas
emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais.
É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e
estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas dos conhecimentos, em atividades
espontâneas e significativas. Pode-se, entretanto, utilizar os jogos, especialmente aqueles que possuem
regras, como atividades didáticas. É preciso, porém, que o professor tenha consciência que as crianças
não estarão brincando livremente nestas situações, pois há objetivos didáticos em questão.
CAPÍTULO III – BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA PRÉ-ESCOLA
Com este capítulo estaremos, entretanto em contato com profissionais que atuam na área
de Educação Infantil, possibilitando assim uma troca de experiências. Através de uma pesquisa de
campo em uma realidade diferente da nossa estaremos investigando suas opiniões sobre a
contribuição dos brinquedos e brincadeiras para as crianças em idade pré-escolar. A partir dessa
pesquisa e da nossa vivência do dia-a-dia estaremos também fazendo um apanhado das dificuldades
que as crianças apresentam no inicio do ano e o que melhorou após trabalhar com brincadeiras.
3.1 PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa de campo foi realizada nas escolas Manoel Osório e Pré-Escolar Pinóquio,
sendo as mesmas situadas no município de Seringueiras - RO, com profissionais que atuam na área da
Educação Infantil.
Foi elaborado por nós um questionário e este foi passado aos profissionais para relatarem
suas experiências no dia-a-dia, sobre a evolução das crianças no decorrer do ano letivo.
3.1.1 RESPOSTAS DO PROFESSOR “A”
Além de proporcionar prazer à criança aprende brincando. É nessa fase que se deve
trabalhar lateralidade para que a criança não apresente dificuldades na escrita e na leitura futuramente.
A função educativa do jogo é oportunizar a aprendizagem da criança, porque os jogos são desafios e
para aprender é preciso desafiar com prazer. O professor deve dar oportunidade a todos na hora da
brincadeira, sempre incentivando os mais tímidos, conversando com aqueles que não querem
participar e estar atento criando situações para que todos participem.
Alguns professores têm consciência que brincar faz parte e são necessários na
aprendizagem, outros vêem como um passatempo.
3.1.2 RESPOSTAS DO PROFESSOR “B”
O brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da criança.
Desenvolve o raciocínio, interação, utiliza a linguagem simbólica. Vendo, e fazendo atividades, com
sucata, objetos. O jogo criativo desenvolve a percepção, raciocínio, e desenvolve a interação entre
colegas, cada um pensa em confeccionar suas atividades de maneira mais eficaz, ou melhor, isso ajuda
sua aprendizagem com certeza.
O incentivo na hora de brincar é essencial, para que todos participem principalmente
aqueles mais tímidos, para que ele se socialize entre eles, e interagem melhor uns com os outros.
A brincadeira é vista como um instrumento didático, que desenvolve habilidades, pode se
imaginar a organizar. O brincar é concebido como uma atividade que permite que as crianças relaxem,
através da dispersão de energias, contidas em classe. A brincadeira recupera fisicamente o lado
emocional das crianças.
3.1.3 RESPOSTAS DO PROFESSOR “C” A brincadeira contribui para o melhor desenvolvimento da aprendizagem, pois brincando
a criança aprende melhor. Quando existe jogo existe competição. E a criança adora competir, e isso
fará com que a aula tenha mais participação e interesse. O professor deve procurar dar oportunidade
para todos, envolvendo jogos e brincadeiras que todos possam participar. Muitas vezes a brincadeira é
deixada de lado por falta de espaço adequado ao tipo de brincadeira.
3.1.4 RESPOSTAS DO PROFESSOR “D” O brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da criança, as
brincadeiras podem desenvolver a atenção, a imitação, a memória e a imaginação.
Através de brincadeiras e jogos, as crianças aprendem a respeitar regras, resolver
conflitos, interagir, ser criativas. No jogo deve se procurar fazer com que todos participem,
principalmente aqueles mais tímidos, para que se relacionem com seus colegas. O jogo é conhecido
como uma atividade fundamental para a aprendizagem da criança.
3.1.5 QUE TIPOS DE DIFICULDADES AS CRIANÇAS APRESENTAM NO INICIO DO
ANO LETIVO O ingresso na pré-escola representa para a criança um marco em seu desenvolvimento,
pois é a etapa em que ocorre a separação, por certo período de tempo diário da família e, mais
especificamente da mãe. Ela será integrada a um novo meio sociais, através do relacionamento com
outras crianças e adultos, onde estabelecerá as primeiras normas em sociedade, ou seja, os primeiros
processos de socialização.
Nesse início de adaptação e socialização na escola, a criança encontra algumas
dificuldades de socializar-se, de fazer amigos, são egocêntricas e querem tudo para si, algumas não
controlam suas emoções, gritam e choram para obter aquilo que querem, gostam de ouvir estórias,
mas não usam a imaginação para criar as suas próprias, se prendendo aquelas que lhe contam, se
retraem quando participam de brincadeiras dirigidas e quando brincam sozinhas não se soltam, outros
não aceitam regras, são violentos e resolvem tudo na força bruta, não utilizam sua criatividade diante
dos brinquedos, quando se trata de blocos de montar, se perguntamos o que estão fazendo, não dão
uma resposta exata, montam desordenadamente, empilham e derrubam blocos, brincando por brincar.
Algumas crianças precisam estar recebendo estímulos para o fortalecimento de sua auto-
estima e têm dificuldades em dar opiniões e seu ponto de vista sobre determinados assuntos por não
ser talvez em casa incentivada a isso.
Outras não se interessam pelas próprias produções ou dos colegas e até seu vocabulário
precisa ser ampliado. Correr, pular, girar, subir em objetos, pendurar, se equilibrar, estão ligados ao
domínio do corpo e na construção de sua autonomia, e são uma das grandes dificuldades que
observamos em alguns alunos no inicio do ano, sendo que ação física é necessária para que a criança
harmonize suas potencialidades motoras, afetivas e cognitivas.
Trabalhar em grupo se torna difícil quando as crianças ainda não adquiriram o senso de
cooperação, crianças mais hábeis monopolizam e acabam fazendo tudo excluindo os demais que não
se esforçam em participarem, muitos não aceitam atividades competitivas e choram quando se sentem
derrotados outros não se sentem competentes para competir e nem sequer tentam, não vencem
obstáculos, não gostam de desafios, são inseguros, enquanto algumas crianças gostam de desafiar e
ser desafiadas. Não adquiriram ainda o senso de responsabilidades, se brincam não ajudam a guardar
os brinquedos, não cuidam de suas coisas, são desorganizadas, impacientes, não esperam sua vez para
falar e ouvir, não cooperam nas atividades, enjoam fácil do que estão fazendo, não se interessam pelos
aspectos da natureza, ou seja, não os compreendem.
A criança traz de casa alguns conflitos que podem atrapalhar o seu desenvolvimento e elas
não estão no momento preparada para vencer esses conflitos, mas quando utilizados recursos como
cena, jogos, histórias, figuras, desenhos, vivências, representações podem servir como meios para
tentar vencê-los.
A criança vive num mundo de fantasias que deve ser explorado, o professor precisa fazer
os alunos acreditarem que ele também acredita nesse mundo por isso muitas vezes faz com que a
criança se sinta pequena diante do professor que vive um mundo diferente do dele.
Existem momentos na vida da criança, em que ela ainda não consegue dissociar suas
fantasias e a realidade da qual participa. Ao mesmo tempo em que conhece e aceita o que constata a
sua volta, crê que pode ter ilusões e mergulha na fantasia, a criança se confunde entre aceitar a
realidade e viver no sonho. É o brinquedo que ela fortifica sua confiança.
3.1.6 APÓS TRABALHAR COM BRINQUEDOS O QUE MELHOROU? No inicio brincar para as crianças não era novidade já que criança brinca a todo o
momento, mas com o tempo passaram a criar gosto pelas brincadeiras, a cada dia procurávamos estar
renovando os repertórios para que não se tornassem cansativos. Os conteúdos passados em formas de
brincadeiras se tornaram uma estratégia de ensino. Os blocos lógicos que eram empilhados e
derrubados somente passaram a ter critérios de seleção, como empilhar por cores, por formas, por
tamanhos e cada um foi estabelecendo regras e usando a imaginação criam castelos, casas, prédios,
aviões, números, letras e muitas outras coisas. Pulando cordas, imitando os animais que sobem em
árvores, nadam, saltam e muitos outros movimentos que fortalecem a coordenação e os tornam aptos
para escreverem e a situarem-se no tempo e no espaço.
Brincar permite o contato com os colegas auxiliando-os no relacionamento, superando
assim aquele retreinamento. Pegar na mão, sentir seu colega ajudou-os a compreenderem a si mesmos,
sair do individualismo, entenderem que existem outras pessoas ao seu redor que precisa ser ouvida,
que tem vontades, compreendem que na vida ora ganhamos, ora perdemos, que gritar, espernear,
chorar não resolve, é preciso haver diálogo, é preciso respeitar regras. Quando esperam sua vez de
jogar, de falar e de ouvir estão respeitando os colegas que facilitou o trabalho em grupo, passaram a
acreditar mais neles mesmos e nos colegas, a cooperação entre eles aumentou, o senso de
responsabilidades, brincou, guardou, no cuidado com suas coisas e a dos colegas também
progrediram. A interação com os colegas, o ambiente de descontração auxiliaram no desenvolvimento
de sentimentos de confiança e de auto-estima.
Até mesmo quando brincam espontaneamente, seja com massa de modelar, areia ou
blocos de montar, estão fazendo letras, números, animais e outros assuntos relacionados às aulas
anteriores, é raro ver uma criança que não queira participar de alguma atividade seja ela qual for, cada
um toma seu papel nas brincadeiras seja dramatizando estórias ouvidas, seja fatos da vida real e
passam horas entretidas em suas fantasias.
Com o tempo estão mais atentos, dão opiniões quando solicitados e já não desconversam
tanto os assuntos como antes faziam, se interessam por fatos de sua vida, sua cidade, sua família, o
mundo em que vivem, através das brincadeiras, ligando o real ao imaginário conhecem o mundo
através do faz-de-conta, simulam o real e incorporam verdadeiramente os papéis sociais.
Percebemos que para que brinquem não é necessário um brinquedo caro, pois até a areia
se torna mais interessante quando usam a imaginação, uma cadeira se transforma em algo
extraordinário capaz de transportá-los aonde quer que queiram ir os que permitem a todos a diversão,
indiferentemente de sua posição social. É super interessante observá-los brincar e participar desse
mundo da imaginação que os ajudamos a acreditar através das estórias contadas, mas auxiliando-os no
contato com sua realidade social.
As crianças criam suas regras, trazem brincadeiras de casa e a todo o momento estão
fazendo comparações, tipo qual é o maior, vamos ver quem pula mais alto e outros. Sentem prazer em
aprender. Brincar facilitou este caminho, eles nem sentem que estão aprendendo, garantiu um
equilíbrio tanto motor como social e emocional em muitas crianças que apresentaram estas
dificuldades. Já programam a rotina da aula, sabem questionar para se chegar a um consenso, se
expressam com mais clareza, falam o que pensam, sabem até onde podem chegar, o que é permitido e
o que não é.
Pular, correr, puxar gritar, cantar, essa expressão do corpo nos jogos de brincadeiras
consegue se estruturar de modo mais seguro e tranqüilo nas atividades que não requerem tanta
movimentação, levando-se em conta que alguns são mais agitados e outros menos e que tem uma
energia inesgotável, nessa fase o que leva a não focarem muito tempo envolvidos em uma única
atividade.
Algumas crianças amadurecem, não são tão agressivas, não se opõem tanto quando se
muda de atividade, aceita o professor (o adulto) como um parceiro de brincadeiras, algumas que se
retraíam já aceitam atos de carinho o que possibilita um contato maior do professor com este aluno,
entendendo-o e intervindo em sua aprendizagem.
As brincadeiras permitem à criança realizar ações concretas, reais, relacionadas com
sentimentos. Por isso a agressividade não desapareceu por completo das brincadeiras, pois as crianças
exprimem seus sentimentos, assim, brincando, a criança vai aos poucos organizando também suas
relações emocionais.
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Neste capítulo são apresentadas as conclusões e recomendações, resultantes das pesquisas
elaboradas através dos embasamentos teóricos e contato com outros profissionais, buscando assim
responder as questões elaboradas no Capítulo I.
5.1 CONCLUSÕES Através do contato com autores e profissionais da área de educação infantil em nossa
experiência na área, concluímos que utilizar a brincadeira e brinquedos como promoção do
desenvolvimento da aprendizagem é de suma importância, pois toda a ação humana envolve a
atividade corporal. A criança é um ser em constante mobilidade e utiliza-se dela para buscar
conhecimento relacionando-se com objetos e pessoas. A ação física é necessária para que a criança
harmonize de maneira indagadora as potencialidades motoras, afetivas e cognitivas.
A criança se movimenta nas ações do seu cotidiano e se lavarmos isso em consideração
veremos que as brincadeiras podem estar presentes na rotina das pré-escolas tanto quanto estão
presentes na vida doméstica da criança e os professores que utilizam essas brincadeiras em seus
planejamentos poderão estar criando propostas de atividades de maneira a conhecer o modo de pensar
e agir de cada criança como forma de aproveitar esses constantes movimentos associando saber com
sabor.
É necessário que a criança brinque para expressar suas fantasias, desejos e experiências,
pois o mundo do faz-de-conta é possível dominar suas angústias e seus medos, aumentar suas
experiências e aprender que é permitido errar e tentar de novo, sem críticas promovendo sua
criatividade e favorecer para a expressão de sua personalidade.
Há crianças que são sobrecarregadas de afazeres domésticos, sua vida é preenchida por
coisas sérias que não permitem brincar. Há outras que são deixadas de lado, não recebem estímulos,
não brincam seja por descaso de adultos ou pelo material que a cerca, e é na escola que ela brinca e
usa a imaginação e a criatividade, é nesse espaço que ela pode ser criança.
Brincar é uma atividade prazerosa e altamente criativa. Fazer um brinquedo e vê-lo tomar
forma e funcionar é o caminho mais eficaz para desenvolver a habilidade manual e a criatividade.
Quando brincamos tudo vale, podemos transformar o erro em um acerto e até uma solução nova que
dará origem a outro brinquedo, com isso estamos criando.
A brincadeira na educação infantil é muito importante tanto que as escolas estão
investindo nelas como meios para uma aprendizagem significativa de modo que sintam o prazer de
aprender, e também como forma de resgatar o ato de brincar por muitos já esquecidos. Os pais andam
ocupados, não tiram tempo para seus filhos, preferem deixá-los em frente à televisão ou comprar-lhes
brinquedos que não lhes permitem usar a imaginação, esquecem que olhar, tocar, curtir, montar,
desmontar, correr, pular, experimentar, se movimentar, faz parte do ser criança, e que podem ser
explorados na escola.
Os brinquedos e brincadeiras contribuem na formação do indivíduo e os professores
podem aprimorar sua prática pedagógica incorporando atividades lúdicas a sua rotina, isso com
certeza irá garantir para a criança progressos em que desenvolvimento. As brincadeiras ultrapassam os
limites da atividade física, ela se baseia numa certa imaginação da realidade, onde a criança tem a
liberdade de criar, de ser um personagem, de viajar sem sair do lugar, dramatizar, fazer parte de um
cenário. A brincadeira é um meio fundamental para a criança resolver problemas emocionais que
fazem de seu desenvolvimento, um meio dela compreender o mundo em que vive.
Iniciamos essa pesquisa na intenção de verificarmos a contribuição dos brinquedos e das
brincadeiras no desenvolvimento das crianças em idade pré-escolar e aprendemos muito no desfecho
dela. Vimos que a brincadeira é algo que pertence à criança e um dos assuntos mais importantes em se
tratar no diz respeito ao desenvolvimento infantil é brincar.
Através das brincadeiras, ela começa a aprender como o mundo funciona, a criança se
expressa pelo ato lúdico.
À medida que as crianças crescem, seus pensamentos se desenvolvem e intensifica-se
também seu processo de socialização, as crianças aprendem como lidar com respeito mútuo, partilhar
seus brinquedos, dividir tarefas e tudo aquilo que implica uma vida coletiva o que torna mais fácil o
trabalho dos professores que com eles convivem.
Porém dentro do conceito que a pré-escola deve oferecer melhores condições para o
desenvolvimento da criança, brincar é uma realidade do dia-a-dia das crianças, e para que elas
brinquem é suficiente que não sejam impedidas de exercitar sua imaginação.
A imaginação é um instrumento que permite a criança relacionar suas necessidades e
interesses de um mundo que pouco conhecem e que estão ansiosos, cheios de curiosidades para
compreendê-lo, é um meio que utilizam para entender o mundo dos adultos. Brincando ela investiga,
conhece a si mesma, reflete, organiza, desorganiza, destrói o mundo a sua maneira. Impedir uma
criança de brincar é tirar dela a oportunidade de construir o seu conhecimento e se é brincando que ela
adquire esse conhecimento podemos concluir que brincar na pré-escola é essencial para a preparação
dessa criança, em seus primeiros contatos com a escola e que se forem, bem trabalhados
permanecerão por toda a vida, pois, é a base de sua estrutura educacional.
5.2 RECOMENDAÇÕES AOS EDUCADORES Recomenda-se que todas as instituições de ensino pré-escolar sejam utilizadas atividades
lúdicas, e toda ou qualquer atividade que se direcione a brincar estarão colaborando para que as
crianças sejam mais felizes, preparando-as para que se tornem seres humanos acolhidos pelos colegas
e pelo mundo em geral, proporcionando conhecimentos por meio de aulas de recreação educativas.
Brincar contribui e muito para o desenvolvimento dos educandos não só na educação infantil, mas no
decorrer de sua vida escolar.
ANEXOS
PERGUNTAS DA PESQUISA DE CAMPO
1. Qual a sua opinião sobre a contribuição das brincadeiras e brinquedos no desenvolvimento da
criança em idade pré-escolar?
2. Para você a função educativa do jogo oportuniza aprendizagem da criança? Sim ou não, e por
quê?
3. Quando você brinca com sua turma, você oportuniza a todos participarem da brincadeira?
Como?
4. Como é vista a brincadeira na sua escola pelos professores de alfabetização?
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