a conservação da arquitetura moderna. o caso do edifício anchieta

146

Upload: ana-carolina-modinger

Post on 06-Mar-2016

251 views

Category:

Documents


14 download

DESCRIPTION

Trabalho Final de Graduação | TFG - FAUUSP Ana Carolina Modinger Junho 2013.

TRANSCRIPT

Page 1: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta
Page 2: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta
Page 3: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

Universidade de São Paulo

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação

A conservação da arquitetura moderna.

O caso do Edifício Anchieta

Aluna: Ana Carolina de Oliveira Modinger

Orientação: Maria Lucia Bressan Pinheiro

Junho de 2013

Capa: Edifício Anchieta. Fonte: Acervo do Núcleo de Pesquisa e Documentação – FAU/UFRJ – Brasil

Page 4: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

Ao meu vô Arthur, admiração eterna. (em memória)

Page 5: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

Agradecimentos

À minha família, em especial Fábio, Elen, Nathália, Pedro e Denis, mui-to obrigada pelo apoio nesses longos anos de FAU, principalmente no último quando, mais do que nunca, eu precisei da sua compreensão e da sua paciência. Obrigada por estarem ao meu lado e por acreditarem em mim.

Ao Thor pela sincera e nem sempre silenciosa companhia.

Aos meus amigos de longa data e aos amigos da FAU que, mais do que amigos, acabaram se tornando parte da minha família, por todo tempo que passamos juntos, pelos bons momentos, mas também por todas as aflições e angústias que dividimos desde 2006.

Aos amigos de trabalho, Elaine, Laura e Guaraci por toda ajuda, con-fiança e compreensão com as minhas ausências.

À professora Maria Lucia pela atenção, dedicação e por não desistir de mim.

Page 6: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta
Page 7: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

Introdução 7

Parte 1 | o estudo de caso 8

Definição do estudo de caso 9

Metodologia 13

O Edifício Anchieta 14

Localização e entorno 15

Breve histórico 18

O Bar Riviera 20

Os irmãos Roberto 23

O projeto 30

Conclusão 46

Parte 2 | o plano de conservação 47

Introdução 48

Aplicando o plano de conservação 51

Roteiro de inspeção completo 52

Índice

FICHAS ESPECÍFICAS 95

Fichas específicas sobre umidade - FEU 95

Fichas específicas sobre limpeza - FEL 106

FICHAS TÉCNICAS 111

FT1. Impermeabilização 111

FT2. Argamassa 112

FT3. Caixilhos e esquadrias 114

FT4. Granilite 115

Parte 3 | a inspeção 117

Comentários finais 138

Referências bibliográficas 140

Page 8: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta
Page 9: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

9

Introdução

A proposta inicial do trabalho previa que, a partir de uma pré-seleção de edifí-cios com características comuns, fossem escolhidos três para o desenvolvimento de estudos de caso que teriam como objetivo identificar qualidades, problemas e questões relevantes para a atualização dos edifícios às necessidades e expec-tativas dos seus atuais moradores, usuários e funcionários. Além disso, os es-tudos de caso deveriam fundamentar e justificar a conservação desses edifícios numa realidade diversa daquela para a qual foram projetados.

Os estudos de caso resultariam em diretrizes gerais de intervenção, que pode-riam ser aplicadas não só aos edifícios estudados, mas contribuíssem com a preservação de outros edifícios com características semelhantes, guardadas as devidas proporções.

Durante o desenvolvimento da primeira parte do trabalho e tendo definido o ro-teiro dos estudos de caso, observamos que esse estudo poderia ser demasiada-mente penoso e repetitivo para o resultado esperado. A partir daí, pensamos em limitar o estudo de caso a apenas um objeto, o que permitiria uma aproximação maior e mais específica às questões, sem abstrair o levantamento já executado.

Tendo como objetivo principal do trabalho a conservação da arquitetura que viria a ser estudada durante o desenvolvimento do estudo de caso, definimos então que o produto final do trabalho não mais se limitaria à indicação de di-retrizes gerais, mas que seria desenvolvido um Plano de conservação completo e específico para o edifício estudado, fundamentado basicamente em ações de manutenção preventiva.

Considerando que cada caso é distinto do outro, um estudo mais aprofundado para um único edifício poderia gerar resultados mais satisfatórios.

Sem eliminar a possibilidade de que o modelo de Plano que pretendemos de-senvolver poderá ser aplicado em diversos outros edifícios, bastando algumas considerações e adaptações às situações de cada um.

Page 10: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

Parte 1o estudo de caso

Page 11: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

11

Definição do estudo de caso

A escolha do objeto para o desenvolvimento do estudo de caso baseia-se, prin-cipalmente, na importância que o projeto apresenta para o estudo da história da arquitetura, o cenário urbano em que o edifício se insere, o fato de ser resultado do trabalho de arquitetos renomados, engajados com o Movimento Moderno, as problemáticas e as características inovadoras das obras.

Partindo de um levantamento bibliográfico e iconográfico geral, tendo definido como recorte geográfico a Avenida Paulista, as décadas de1940 e 1950 como recorte temporal e edifícios de apartamento como recorte tipológico, chegamos a seguinte listagem:

- Conjunto Nações Unidas (1952) | Avenida Paulista, 648 | Arquiteto Abelardo de Souza

- Edifício Paulicéia e São Carlos do Pinhal (1955) | Avenida Paulista, 960 | Arquitetos Jaques Pilon e Giancarlo Gasperini

- Condomínio Baronesa de Arary (1953) | Avenida Paulista, 1735 | Arquiteto Simeon Fichel

- Edifício Três Marias (1954) | Avenida Paulista, 2239 | Arquiteto Abelardo de Souza

- Edifício Chipre e Gibraltar (195?)| Avenida Paulista, 2494 | Arquiteto Gian-carlo Palanti

- Edifício Anchieta (1941) | Avenida Paulista, 2584 | Arquitetos Marcelo e Mil-ton Roberto – MM Roberto

As datas de projeto e construção dos edifícios listados situam-se entre o início da década de 1940 e meados da década de 1950, esses edifícios possuem diversas das características marcantes do Modernismo, como o conhecemos

Conjunto Nações Unidas Edifício Paulicéia e São Carlos

do Pinhal

Condomínio Baronesa de Ara-

ry

Edifício Três Marias Edifício Chipre e Gibraltar Edifício Anchieta

Page 12: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

12

em São Paulo.

O recorte temporal considera um período de transição entre a predominân-cia da produção habitacional verticalizada voltada para o aluguel, o chamado período rentista, e um período em que passou a predominar a atuação das grandes incorporadoras. Outro fator relevante para determinar a seleção foi a autoria dos projetos, arquitetos cujos nomes marcaram a história da arquitetura nacional.

Ao contrário do que definiu a primeira listagem, características comuns aos edifícios, foi justamente a diferença ou variedade entre os arquitetos autores dos projetos, entre os objetivos das empresas responsáveis pelos financiamentos e as particularidades de cada projeto que restringiram a seleção a um único objeto, após a pré-seleção de três edifícios dentre os seis listados inicialmente.

Num primeiro momento, um critério utilizado para a escolha do objeto de es-tudo seria a incidência de legislação de proteção patrimonial sobre o edifício, porém selecionar um edifício sem tal proteção não nos impediria de fazer a análise e concluir o prejuízo que essa omissão traria para o edifício ou de che-gar à conclusão de que o edifício não possui características suficientemente re-levantes para que pudesse receber proteção oficial De uma forma ou de outra, a proteção ou não do patrimônio é mais uma questão a ser avaliada durante o estudo de caso.

Dessa forma, o primeiro possível selecionado foi o Edifício Baronesa de Ara-ry, sobre o qual não incide legislação de proteção. Muita polêmica envolve o edifício, pois questões envolvendo o lucro almejado pela empresa carioca que financiava seu primeiro empreendimento em São Paulo, a Flamengo S.A., como alterações de projeto, alteração de materiais, exclusão de itens do programa de necessidades do conjunto, falhas e má qualidade na execução do projeto, vieram acarretar, desde sua inauguração, no mau funcionamento do edifício como um todo.

Os dois outros edifícios pré-selecionados eram classificados como ZEPEC (Zo-

nas Especiais de Preservação Cultural) pela Lei Nº 13.885/2004 e tiveram aber-tura de tombamento através da Resolução de Abertura de Processo de Tomba-mento 26/04 do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), primeiramente o Con-junto Nações Unidas, um empreendimento do CNI – Companhia Nacional de Investimentos – uma empresa paralela criada pelo BNI – Banco Nacional Imobiliário – exclusivamente para a realização das incorporações, edifício que já sofreu uma série de alterações significativas, principalmente na fachada, de-vido a exigências impostas pelas normas de segurança do corpo de bombeiros e devido ao alargamento da Avenida Paulista.

Por fim, o Edifício Anchieta encomendado e financiado pelo IAPI – Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários – para servir de residência de aluguel aos funcionários aposentados da Indústria como forma de arrecadar fundos para o Instituto. Foi executado com bastante fidelidade ao projeto e, apesar da falta de manutenção, sofreu poucas intervenções ao longo dos anos, a não ser devido às obras de alargamento da Avenida Paulista. Esse edifício ficou bastan-te conhecido por conta do antigo Bar Riviera que ficou instalado no térreo e em uma das sobrelojas entre anos de 1949 e 2006.

Como a figura do arquiteto é um dos focos que pretendemos abordar e é, con-sequentemente, fator relevante para nossa escolha, de imediato percebemos a importância do arquiteto para as incorporadoras principalmente para a propa-ganda e venda do produto final.

Nos casos do Edifício Anchieta e do Edifício Nações Unidas, o IAPI e a CNI, res-pectivamente, tiveram o cuidado de contratar o projeto de arquitetos renoma-dos e envolvidos com os ideais do Movimento Moderno, o escritório carioca até então MM Roberto, que teve o IAPI como um de seus principais clientes durante a década de 1940, e o arquiteto carioca, formado pela ENBA, Abelardo Reidy de Souza que se transferiu para São Paulo no final a década de 1930.

A visibilidade que o arquiteto concedia ao empreendimento fica clara ao obser-varmos os cartazes de divulgação dos apartamentos que mostram o nome de

Page 13: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

13

Matéria publicitária do IAPI e do escritório dos Ir-mãos Roberto, apresentando o Edifício Anchieta.

Fonte: Revista Inapiários, n.39, jul., 1941 in. BOTAS, Nilce Cristina Aravacchia. Entre o progresso técnico e a ordem política: arquitetura e urbanismo na ação habitacional do IAPI. Tese Doutorado. Faculdade de Arquitetura e Urba-nismo – USP. São Paulo, 2011.

seus autores em destaque.

“O Edifício Anchieta de autoria dos Irmãos Roberto foi exibido em perspectiva na Revista Inapiários de julho de 1941. Em forma de publicidade chama atenção o título de apresentação, que enfatiza a autoria do projeto – “Marcelo Roberto e Milton Roberto – arqui-tetos; Maurício Roberto – ENBA – e, sublinha-o como “propriedade do IAPI” (MARCELO [...], 1941:36). [...] Assinada por arquitetos já reconhecidos nacionalmente por sua veia inovadora, a obra foi uma forma acertada de dar visibilidade ao IAPI na capital paulista, que já era o polo industrial do país.” (BOTAS, 2011. P.166)

O Edifício Nações Unidas é um importante exemplo da arquitetura moderna, embora o primeiro projeto desenvolvido por Abelardo de Souza tenha sido reformulado com o intuito de maximizar o aproveitamento do terreno e con-sequentemente ampliar o lucro da incorporadora (CNI). O edifício inova ao definir a galeria comercial no térreo, que, segundo CONSTANTINO (2004), teria sido assim projetado inspirado no sucesso do Edifício e Galeria Califórnia no centro da cidade e tirando proveito da recente alteração no zoneamento na Avenida Paulista, através de lei promulgada em 1952, que passava a permitir outros usos na Avenida além do residencial.

O Edifício Baronesa de Arary configura-se opostamente a os dois outros pro-jetos, pois a empreendedora apoia-se, para divulgação do empreendimento, apenas no engrandecimento da localização do conjunto: “Emoldurada pela luxuriante vegetação do mais belo parque da cidade”. Enquanto que o autor do projeto não foi prioridade da incorporadora no momento da idealização do empreendimento e tampouco aparece nas propagandas de divulgação. O arquiteto carioca recém-formado Simeon Fichel aparece apenas em um dos primeiros anúncios do então Parque Residencial Baronesa de Arary, em letras miúdas, no canto do anúncio, lê-se: “Autor do projeto: Simeon Fichel” e mais abaixo aparece indicado “Propriedade, incorporação, construção, financiamen-to e vendas – Flamengo S.A.”.

Já num segundo anuncio, quando é lançada a construção de dois novos blo-

Edifício e galeria Califórnia. Planta ao nível da rua, com a galeria interna e as lojas.

Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ar-quitextos/08.091/179. Acesso em 30/05/2013.

Edifício e galeria Califórnia. Vista da rua. Foto Nelson Kon.

Fonte: http://www.vitruvius.com.br/re-vistas/read/arquitextos/13.151/4632. Acesso em: 30/05/2013.

Page 14: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

14

Anúncio do empreendimento no jornal o Estado de São Paulo, 10 de Janeiro de 1954.

Anúncio do jornal Folha de São Paulo, Folha da ma-nhã, Domingo, 7 de Março de 1954.

cos, graças ao “sucesso de vendas”, não vemos mais referencias ao autor do projeto, somente propaganda dos equipamentos e do luxo e conforto propor-cionado pelo Parque residencial Baronesa de Arary: “amplo parque com jardim suspenso, belíssima piscina, playground para crianças, salão de festas, garagens e aquecimento central.”

Optamos então pelo Edifício Anchieta como principal objeto de estudo, sobre-tudo por ter sido projetado ainda no período de predominância rentista (pro-jeto de 1941) e tendo visto, durante a obra, a transição para um período no qual predominava o edifício de condomínio (a partir de meados da década de 1940). Além disso, sofreu poucas alterações de projeto durante o período da obra que foi concluída apenas em 1948, o que não alterou sua finalidade ori-ginal que era servir de moradia de aluguel.

Apesar de fazer parte da vasta obra do trio de arquitetos, não há muita refe-rência ao projeto do Edifício Anchieta em publicações que tratam da obra dos irmãos Roberto, um dos raros exemplares projetados pelo trio na cidade de São Paulo aparece apenas em uma ou outra citação, visto que a maioria dos estudos da obra dos Roberto limita-se aos projetos situados no Rio de Janeiro.

Projeto contratado pelo Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI) possui, portanto, relação direta com a produção habitacional promovida pelo setor público, porém seguindo padrões distintos.

Para finalizar, o Edifício Anchieta, dos três edifícios pré-selecionados, é foi mais fiel ao projeto durante a construção e o que mais integralmente conservou suas características originais com o passar dos anos.

Page 15: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

15

O estudo de caso será desenvolvido partindo de uma pesquisa histórica, ico-nográfica e bibliográfica e da pesquisa sobre os autores do projeto e caracte-rísticas de sua obra. Em seguida, o Projeto do Anchieta deverá ser situado no contexto da obra dos Roberto.

Então será feito um estudo específico sobre o Edifício Anchieta, analisando suas características projetuais, estruturais, detalhamentos e acabamentos, tendo os demais edifícios anteriormente pesquisados como referências para eventuais apontamentos.

Para reunião do material básico necessário ao desenvolvimento do estudo de caso, foi feita uma pesquisa bibliográfica especifica sobre os edifícios pré-se-lecionados para o estudo, foram realizadas consultas ao Índice de Arquitetura Brasileira a fim de identificar publicações sobre tais edifícios, além disso, foram consultados os acervos dos jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, o acervo de projetos da biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urba-nismo da USP, o acervo do Núcleo de Pesquisa e Documentação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, o acervo de teses USP, o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) e a Divisão do Arquivo Municipal de Processos (DGDP-2) da cidade de São Paulo.

Metodologia

Page 16: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

16

O Edifício Anchieta

Projeto Marcelo Roberto, Milton Roberto e Maurício Roberto (ENBA)

Data de projeto 1941

Habite-se / auto de conclusão 1948

Proprietário Instituto de Aposentaria e Pensão dos Industriários (IAPI)

Construção Cavalcanti Junqueira S.A. Construtores

Localização Avenida Paulista, 2584 com Avenida Angélica, 2665 com Rua da Consolação 430 a 2450

Área do terreno 2970,60m²

Área construída 12331,38m²

Pavimentos Térreo + sobreloja + 10 pavimentos-tipo + terraço--jardim

Unidades 60 simples + 12 duplex

Uso original Residencial, comercial e serviços

Uso Atual Residencial e comercial

Foto do edifício recém-inaugurado. Acervo do Núcleo de Pesquisa e Documentação – FAU/UFRJ – Brasil

Page 17: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

17

Localização e entorno

Fonte: Google Earth, dezembro 2008.

O edifício Anchieta está localizado em uma esquina muito valorizada da capital paulista, no encontro entre a Avenida Paulista, Rua da Consolação e a Avenida Angélica.

Desde o momento em que foi projetado (em 1941) até hoje a região onde está situado sofreu uma série de modificações, especialmente transformações no traçado viário que acabaram interferindo na área do edifício e na sua relação com o entorno.

Com auxílio de mapas históricos foi possível reconstituir um pouco da evolução do entorno do Edifício Anchieta ao longo dos anos.

O Mapa Topographico Sara Brasil, de 1929, no lote onde futuramente seria im-plantado o Edifício Anchieta, apresenta uma grande edificação isolada no lote, não temos registros de que casarão possa ter existido ali. O que chama atenção nesse mapa é o traçado urbano, com a Rua da Consolação e Avenida Paulista ainda estreitas e sem interrupções, a Avenida Paulista cruza a Consolação e termina na Rua Minas Gerais, na Praça Expedicionário do Brasil.

No Mapa Vasp-Cruzeiro, de 1954 observamos que o traçado urbano ainda se mantém com a Avenida Paulista continua até a Rua Minas Gerais. Aqui o Edifí-cio Anchieta já existente e concluído aparece em sua implantação original; com recuos generosos para os limites dos lotes com as três vias (Paulista, Consola-ção e Angélica) especialmente para a Avenida Paulista onde ainda havia larga calçada. Sabemos que tamanho recuo era devido a jardim existente voltado para a Avenida Paulista que integrava o edifício ao entorno.

Na década de 1970, uma modificação no traçado viário da região resultou em significativa alteração na relação o edifício com o entorno. As desapropriações para o alargamento da Avenida Paulista diminuíram não só a generosa calçada que havia em frente ao Anchieta como eliminaram o jardim reduzindo a área

Vista a partida da Aveni-da Angélica. Acervo pes-soal, maio 2012.

Vista a partir da Rua da Consolação. Foto: Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Vista a partir da Aveni-da Paulista. Acervo pes-soal, maio 2012.

Page 18: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

18

Fonte: Mapa Topographico Sara Brasil, 1929

Fonte: Mapa Vasp-Cruzeiro, 1954

do edifício à sua projeção. Soma-se a isso, a criação do anel viário Paulista – Consolação – Dr. Arnaldo que isolou o edifício.

No Gegran, de 1973 já vemos o complexo viário construído, com a Avenida Paulista agora interrompida pelas faixas duplicadas da Rua da Consolação e notamos o desaparecimento de grande parte de uma quadra da Avenida Paulis-ta com a Angélica que cedeu lugar ao anel viário. Já vemos também a grande perda de área do Anchieta principalmente com o alargamento da Avenida Pau-lista, o grande recuo e o jardim não existem mais. Ainda não é possível identifi-car no Gegran, mas é do mesmo período a construção da travessia subterrânea de pedestre sob a Consolação, que também interferiu na área do Anchieta.

“A obra é formada por viadutos, passagens subterrâneas e mu-ros de arrimo, assim distribuídos; passagem inferior da avenida Paulista sob a rua da Consolação, com 60 metros de largura e vão de 25 metros; pistas inferiores com largura variável entre 7 e 14 metros e pistas superiores com largura variável entre 7 e 9 metros; viaduto ligando a rua Consolação com a avenida dr. Arnal-do, com 170 metros de extensão e 9,5 metros de largura; viaduto de prolongamento da rua Bela Cintra, com 23 metros de largura e 25 metros de vão, este já entregue ao tráfego; passagem para pedestres sob a rua Consolação, e frente ao Cine Belas Artes, com 40 metros de extensão e 9,50 metros de largura. No interior desta passagem, cuja conclusão depende de algumas desapropriações, serão instaladas lojas e cabines telefônicas.” Folha de São Paulo, 6 de

agosto de 1971, 2º caderno, p.9.

As obras viárias acabaram dificultando o acesso de pedestres ao edifício, a par-tir da Avenida Paulista a melhor opção é a travessia pela passagem subterrânea da Rua da Consolação, enquanto que a partir da avenida Dr. Arnaldo o acesso de pedestres é praticamente inexistente.

Em 1991, foi inaugurada a Estação Consolação do Metrô da Linha 2 – Verde que conferiu ainda mais acessibilidade à região, o fluxo de pedestres aumentou significativamente.

Page 19: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

19

Outra importante intervenção na região foi a inauguração do corredor de ôni-bus Campo Limpo – Rebouças – Centro em 2004 que possui parada justamente no cruzamento da Avenida Paulista com a Consolação, se por um lado trouxe mais uma facilidade de acesso ao Edifício, atualmente o corredor funciona 24 horas por dia, por outro interrompeu o traçado da Avenida Paulista completa-mente.

Ainda com relação ao transporte rodoviário, existe uma parada de ônibus na Avenida Paulista, praticamente em frente ao acesso de Pedestres do Edifício Anchieta que, apesar de atravancar a circulação na calçada, é acesso para Pinheiros e Higienópolis.

A última grande intervenção na região foram as obras da Linha 4 – Amarela do Metrô e a recente inauguração da Estação Paulista, em 2010.

Atualmente a região tem acesso privilegiado, especialmente com relação ao transporte público, com 2 linhas de metrô, corredor de ônibus 24 horas por dia, linhas de ônibus que circulam pela avenida Angélica e Dr. Arnaldo além das facilidades com automóvel. Fonte: Gegran, 1973.

Page 20: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

20

Breve histórico

O Edifício Anchieta, idealização e obra do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI), teve o projeto encomendado aos arquitetos do escritó-rio carioca até então MM Roberto em 1941 e foi proposto inicialmente como habitação de aluguel para os funcionários da Indústria, porém, aparentemente, acabou servindo de habitação de aluguel para o alto escalão do IAPI.

O térreo e sobrelojas possuíam instalações comerciais, na extremidade próxima à Rua da Consolação, na parede curva de tijolos de vidro estava o Bar Riviera que ali ficou instalado por quase 60 anos e foi o Bar que conferiu visibilidade ao Edifício.

Quando da extinção do IAPI em 1963, por decreto do presidente Jânio Qua-dros, a administração do edifício passou a ser responsabilidade do INSS. As incertezas acerca de um possível leilão desmotivaram eventuais obras de ma-nutenção e finalmente o INSS vendeu os apartamentos, dando preferências aos seus então moradores (locatários).

Originalmente, o edifício contava com um jardim voltado para a Avenida Pau-lista, mas com o projeto de alargamento da Avenida Paulista em 20 metros, aprovado pela Lei 7.166 de 17 de julho de 1968, teve sua área reduzida prati-camente à projeção do prédio graças às desapropriações realizadas para exe-cução do projeto no início da década de 1970. Com as obras de alargamento da Avenida coincidiu a criação do complexo viário Paulista-Consolação. As desapropriações foram a oportunidade que muitos moradores tiveram de quitar sua dívida referente à compra do imóvel.

O prédio que contava com duas portarias de veículos, atualmente tem aces-so à garagem apenas pela portaria localizada na Avenida Angélica, já que o alargamento da Rua da Consolação e a construção da galeria subterrânea de pedestres acabaram dificultando a entrada e saída de veículos pela portaria ali localizada.

Fonte: Acervo Folha de São Paulo, 29 de novembro de 1969.

Page 21: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

21

Fotos da construção. Acervo do Núcleo de Pesquisa e Documentação – FAU/UFRJ – Brasil

O acesso de pedestres era livre em praticamente toda a face voltada para a Avenida Paulista, alguns gradis com barras mais espaçados que aparecem nas fotos do edifício recém-inaugurado e que estão presentes no edifício até hoje, direcionavam o acesso de pedestres. Além disso, ainda existia a portaria de pe-destres da Avenida Angélica que hoje em dia encontra-se desativada, possivel-mente por conta de contenção de gastos, enquanto que o acesso pela Avenida Paulista ficou concentrado em um único ponto.

Em determinado momento, provavelmente quando do alargamento da Avenida paulista, à grade antiga foi sobreposto mais um tipo de gradil com as barras mais próximas. Com o fechamento das salas comerciais do térreo (houve uma sala de atendimento do INSS e um salão de beleza), os painéis de vidro que delimitavam a área sem conformarem barreiras visuais foram substituídos por painéis de madeira.

A chegada do metrô à Consolação ocorre no início da década de 1990, o que aumenta o fluxo de pedestres, mas não reafirma a clientela do Bar Riviera que começa, a partir daí sua decadência, porém o fechamento definitivo se dá somente em 2006, depois de quase 10 anos sem pagar aluguel ao INSS, ainda dono do espaço.

No começo dos anos 2000 foi realizado um consorcio do condomínio com uma empresa particular que refez a impermeabilização da cobertura, trocou o piso da varanda de serviço do último pavimento, que se apresentava bastante degradada também a fim de refazer a impermeabilização e substituiu as es-quadrias dos apartamentos dos moradores que entraram no consorcio, nessa época a fachada recebeu uma nova camada de pintura.

Recentemente, o Edifício Anchieta foi cenário do filme Quanto dura o Amor? (2009), direção de Roberto Moreira. Filme que narra a história de três perso-nagens que residem no Anchieta, no qual há diversas tomadas mostrando as fachadas, os espaços comuns do edifício e ainda algumas cenas internas aos apartamentos.

Acervo do Núcleo de Pesquisa e Documentação – FAU/UFRJ – Brasil

Page 22: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

22

O Bar Riviera esteve instalado no térreo e sobreloja do Edifício Anchieta, volta-dos para a Rua da Consolação por quase 60 anos.

Fundado em 1949, foi ponto de encontro de artistas e intelectuais como To-quinho, Chico Buarque e Elis Regina e de militância estudantil das décadas de 1970 e 1980.

Foi em uma frequentadora do bar que o cartunista Angeli se inspirou para criar sua personagem Rê Bordosa. Nas tirinhas em que ela aparece no bar, há sem-pre a presença do garçom Juvenal que realmente trabalhou no bar por cera de 30 anos.

Arrigo Barnabé, músico, compositor, nascido em Londrina em 1951, lança em seu primeiro disco, Clara Crocodilo (1979), a canção Diversões eletrônicas, vencedora do Festival Universitário da canção da TV Cultura em São Paulo em 1979, na qual há um trecho em que é descrito o ambiente do Bar:

“No luminoso estava escrito

‘diversões eletrônicas’

Era um balcão de bar de fórmica vermelha

E você ali, naquele balcão

- de quê?

De fórmica vermelha

Chorando, embriagado, pedia:

‘garçon, mais um

Gin tônica’

Mas ele te avisou:

‘você já bebeu muito, já bebeu demais’

O Bar Riviera

Cenas do filme Quanto dura o Amor? (2006)

Riviera Bar em 1982. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1217618-apos--decadencia-esquina-da-paulista-espera-filho-prodigo.shtml. Acesso em: 06/04/2013.

Page 23: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

23

Cenas do filme Besame mucho (1986)

Fonte: Angeli Filho, 2010.

Vai pra casa, moleque

E você foi, cambaleando”

Na década de 1980, o bar também serviu de cenário para o filme Besame Mucho de Francisco Ramalho Junior. Filme que se passa nas décadas de 1960 e 1970 e tem uma cena rodada no interior do Riviera Bar.

As transformações no entorno repercutiram diretamente no fluxo de frequenta-dores do Bar. Se por um lado a criação do anel viário Paulista – Consolação – Dr. Arnaldo isolou o lote do Edifício Anchieta por outro, a construção simul-tânea da passagem de pedestres sob a Rua da Consolação conectou o Riviera ao que seria também grande parte dos seus frequentadores, o público do Cine Belas Artes.

Durante a década de 1990, o público frequentador do Bar Riviera começa a diminuir e mesmo a chegada do metrô em nada modifica esse quadro. O jornal A Folha de São Paulo também aponta como declínio da popularidade do bar a perda de público para bares na região da Vila Madalena, por exemplo, além das mudanças que ocorreram no entorno.

Ainda segundo matéria publicada na Folha de São Paulo, o INSS alegava que o estabelecimento não cumpria com seus aluguéis desde 1996.

A possibilidade de uma alavancada na situação do Riviera surgiu com a refor-ma do Cine Belas Artes que ocorreu quando, após a iminência de fechar as portas por falta de verbas, entre 2002 e 2003, o Belas Artes teve 50% das ações compradas por novo investidor.

Finalmente em 2006, o Riviera Bar fecha suas portas. Com o fim do Riviera, o INSS já previa que o local passaria um bom período fechado e que provavel-mente fosse doado a alguma instituição. O mesmo aconteceu com o Cine Belas Artes que fechou as portas 5 anos depois, mas não sem antes mobilizações populares e até uma tentativa dos órgãos de preservação de manter o cinema através de um Processo de Abertura de Tombamento emergencial que acabou

Fonte: Angeli Filho, 2010.

Page 24: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

24

sendo arquivado.

Recentemente, foi anunciada a reabertura do Riviera Bar em matéria publicada na Folha de São Paulo em novembro de 2012. O projeto do bar é do arquiteto Marcio Kogan e “deverá preservar a parede curva de vidro que marcou o lugar.” Além da caixilharia de vidro com vistas para a cidade de São Paulo. O ambiente que possui 300m² deverá acomodar até 200 pessoas.

Rumores recentes acerca de um novo uso cultural para Cine Belas Artes pode-riam completar o cenário e resgatar a vida que há tempos houve na região.

Fonte: Acervo FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 19 de abril de 2006.

Page 25: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

25

Marcelo, Milton e Maurício Roberto. Fonte: http://www.revistamemo.com.br/ar-quitetura/mmm-roberto-organizacao-profissional-parcerias-e-o-edificio-marques-do--herval/. Acesso em: 02/06/2013.

Edifício da Associação Brasileira de Imprensa. Térreo parcialmente liberado atra-vés do uso de pilotis, proteção da fachada com brise-soleils fixos de concreto e utiliza-ção de pré-fabricados, em sua maioria importados. Fonte: Bruand, 2005: 96. Acervo pessoal, outubro 2012.

Um dos primeiros grandes projetos representativos do movimento moderno na arquitetura brasileira, o Edifício-sede da ABI – Associação Brasileira de Impren-sa, ganhador de concurso em 1936 é também ponto de partida do escritório dos irmãos Roberto, momento em que Marcelo (1908 – 1964) e Milton (1914 – 1953) inauguraram o MM Roberto. Em 1944, quando Maurício (1921 – 1996) conclui o curso da ENBA o escritório tem sua razão alterada para MMM Roberto.

A coleção dos Irmãos Roberto é composta por várias obras institucionais, a primeira grande obra, como citado anteriormente, o Edifício-sede da Associa-ção Brasileira de Imprensa, já traz uma série de inovações para o quadro da arquitetura no Brasil e apresenta diversas características que viriam a definir o conjunto de obras da firma. A utilização do brise-soleil e o primor no detalha-mento de esquadrias evidenciam a preocupação com o conforto térmico e com a necessidade de adequar a arquitetura ao clima para o qual era projetado. Considerando as limitações técnicas existentes, a busca pela melhor solução espacial e funcional é outro ponto marcante. Outras características recorrentes ao Movimento Moderno que estão presentes nessa obra são o térreo liberado pelo uso de pilotis e o terraço-jardim.

O projeto para a estação de passageiros do Aeroporto Santos Dumont também foi resultado de um concurso no ano seguinte ao ABI (1937) e todos os proje-tos que se seguiram obtiveram grande reconhecimento mundial. O projeto do Edifício-sede para o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) de 1941 foi inclusive citado pela Enciclopédia Britânica como exemplo de arquitetura mundial, assim como o projeto de uma colônia de férias para o mesmo Instituto (1943-44), que chegou a ser considerada pelo Instituto Real de Arquitetura Britânica como uma das 20 obras mais importantes do século XX.

A integração com as obras de arte está presente em diversos edifícios dos Ro-berto, em especial os Institucionais, principalmente com os painéis em mosaico

Os irmãos Roberto

Page 26: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

26

cerâmico do artista Paulo Werneck , sobre o qual Marcelo Roberto dá o seguinte depoimento:

“Evidentemente, às vezes, necessitamos valorizar, alegrar, drama-tizar um muro, um recanto. Um painel, uma forma, uma estátua, colocados de modo justo, complementam e valorizam o nosso trabalho. Mas é necessário cuidado: muita obra razoável tem sido prejudicada pela violência do complemento, repetindo o aconteci-do com as capelas Scrovegni, Brancacci e Sixtina, sem a grandiosa compensação do mais sublime Giotto, do mais fabuloso Masac-cio e do mesmo Michelangelo. Mas creio que em muitos casos é imprescindível a colaboração do artista plástico. E, nesses casos, agradamos particularmente trabalhar com Paulo Werneck, grande artista e magnífico artesão. Convivendo desde o colégio com Oscar Niemeyer e comigo e, por nosso intermédio, com vários outros arquitetos, conhece profundamente qual a colaboração que necessitamos. Depois, nunca tendo em toda sua vida pintado um quadro de cavalete, não corremos o risco dele colocar em nossos muros ampliações esquemáticas de traba-lhos que ficariam provavelmente esplêndidos, porém em menores dimensões e emoldurados e pintados a óleo. ” Marcelo Roberto em

entrevista a Jaime Maurício para o Correio da Manhã, 1955. Fonte: http://www.projeto-

paulowerneck.com.br/. Acesso em: 08/03/2013.

Com relação aos edifícios residenciais, características recorrentes são a varie-dade de tipologias de unidades dentro de um mesmo edifício, os apartamentos tipo duplex, zoneamento doméstico, com separação entre as principais áreas da residência inclusive com circulações sociais e de serviço independentes. A movimentação da fachada com jogos de luz e sombra, altos e baixos relevo, uso de cor e quebra na linearidade se configura como um mote no contexto de suas obras.

O uso de soluções que respeitem as condições naturais do terreno é uma regra. A pesquisa plástica dos Roberto está diretamente relacionada com a proposta de determinar as melhores soluções funcionais e adequações ao programa.

Recentemente a obra dos Roberto esteve em foco em documentário lançado

Aeroporto Santos Dumont. Fachada para a praça. Fonte: Bruand, 2005: 100.

Colônia de férias do Instituto de Resseguros. Fonte: Cavalcanti, 2001: 218.

Page 27: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

27

Cartaz do documentário. Fonte: Cortesia Tríplice Produções.

Edifício do Instituto de Ressegu-ros do Brasil. Acervo pessoal, ou-tubro 2012.

Painel no terraço-jardim do Edifício do IRB. Fonte: Acesso em 08/03/2013.

em 2011, intitulado “Os Irmãos Roberto”, dirigido por Ivana Mendes e Tiago Arakilian. Através de depoimentos de arquitetos residentes em alguns dos edifí-cios projetados pelo trio expõe a riqueza e qualidade da obra focando especial-mente os projetos do Edifício-sede da ABI, do Edifício Marquês de Herval e dos projetos dos edifícios residenciais que habitam, todos no Rio de Janeiro, além de enfatizar a importância dessas obras para a arquitetura brasileira.

A diretora e produtora do filme, Ivana Mendes, em entrevista à Revista Projeto Design diz “que a função de um filme é trazer de volta aquilo que estava es-quecido” e ainda que “ninguém conhece a obra dos Roberto” referindo-se às pessoas comuns e aos moradores de seus edifícios. São esses os propósitos do longa, apresentar os irmãos Roberto não através de sua bibliografia, mas atra-vés de sua obra, mostrar a qualidade da arquitetura dos irmãos e questionar se atualmente é produzida arquitetura com tamanha qualidade.

Conjunto de obras

Os primeiros edifícios são, sem dúvida, indispensáveis para compreensão da evolução da obra, porém afim de não nos distanciarmos do enfoque principal do trabalho, vamos concentrar na análise dos edifícios habitacionais dos quais tivemos oportunidade de recolher informações.

A obra dos Roberto é singular, com características marcantes que a transformam em um verdadeiro conjunto. A questão do movimento é uma dessas caracte-rísticas. Yves Bruand, em Arquitetura Contemporânea no Brasil, considera uma separação entre as primeiras obras que ele chama de mais estáticas e um se-gundo momento que ele considera parte do período de maturidade da Arquite-tura Moderna Brasileira, o capítulo destinado a essa segunda fase dos Roberto ele chama de “A procura do movimento”.

A preocupação com o conforto ambiental, ventilação, controle da luz, manuten-ção das melhores vistas, busca pela melhor solução considerando as limitações

Page 28: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

28

Edifício Marquês de Herval. Detalhe do brise. Fonte: Bru-and, 2005: 180.

técnicas, as condições do terreno e o entorno, além de soluções visando ques-tões práticas são conceitos admiráveis do conjunto da obra.

É importante salientar que não identificamos muito exemplares que tenham sido projetados para lotes isolados, tanto os projetos institucionais pesquisados quando os edifícios habitacionais, em sua maioria, estão em área central, com entorno já edificado, portanto, mais um fator a ser considerado no desenvolvi-mento do projeto.

A utilização e reinterpretação dos pontos corbusianos estão presentes desde a primeira obra dos Roberto, o Edifício-sede do ABI, no uso dos pilotis liberando o térreo, no terraço-jardim, nos brise-soleil e na estrutura modular.

Considerando a paisagem e as visuais privilegiadas da cidade do Rio de janei-ro, onde se situam a maioria das obras do escritório, as vistas recebem atenção especial, seja na orientação das fachadas, seja na especificação e detalhamen-to das esquadrias, por exemplo, os brise-soleils projetados especialmente para o Edifício Marquês de Herval foram criados sob essa justificativa.

A quebra da linearidade das fachadas aparece muito tímida no Edifício An-chieta (1941), num primeiro olhar, a impressão que se tem é de um bloco formado apenas por ângulos retos. Porém, com um pouco de atenção iden-tificamos uma quebra na fachada principal, que somada aos altos e baixos relevos dos módulos intercalados de esquadria, quase imperceptíveis, porém enfatizados através da utilização da pastilha cerâmica colorida, conferem certo dinamismo à fachada.

A variedade de tipologias e o uso do apartamento duplex, já aparecem no Edi-fício Anchieta, assim como a preocupação em segregar as circulações sociais e de serviços, tanto no condomínio quanto no interior da unidade.

Os caixilhos panorâmicos existentes alternados com os caixilhos comuns da sala de estar não aparecem no projeto, provavelmente tenha sido uma modificação durante a obra a fim de substituir as jardineiras inicialmente previstas.

Edifício Júlio de Barros Barreto. Fonte: Cavalcanti, 2005: 222 - 225.

Page 29: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

29

Edifícios do Parque Guinle. Fonte: Bruand, 2005: 180. Acrópole, 288, novembro 1962, pp. 394-395.

Uma característica relevante, que hoje já não pode ser plenamente identificada, é o uso dos pilotis liberando o térreo e integrando o edifício com o entorno. Atualmente existem alguns fechamentos no térreo, o generoso jardim que trazia o ambiente público para o interior do edifício foi removido e aos limites do lote dos edifício foram acrescentados gradis.

O Edifício Júlio de Barros Barreto (1947), no Botafogo, teria um propósito semelhante ao do Anchieta, destinava-se a funcionários de um fundo ligado à Previdência Social. Constituído de dois blocos de apartamentos duplex articu-lados entre si por uma torre de circulação vertical, explora a quebra da lineari-dade das fachadas a partir de uma implantação que acompanha a encosta do morro, aproveita as peculiaridades do terreno e que objetiva o maior aproveita-mento possível da vista da Baia de Guanabara. O jogo de altos e baixos relevos está presente e é acentuado com a utilização de pastilhas cerâmicas azul grená, assim como nas fachadas do edifício Anchieta.

Possui circulação social e de serviços independentes, uma preocupação recor-rente na obra dos Roberto, assim como o zoneamento doméstico no interior da unidade. As varandas, graças aos apartamentos duplex, gozam de pé-direito duplo. A circulação de moradores também é possível através de corredores para as áreas de serviços, uma equivalência às varandas de circulação de ser-viços do Anchieta.

Os edifícios residenciais projetados para o Parque Guinle, Edifício Gua-rarapes, Dalton, Parque São Joaquim e Barão de São Clemente (1950 – 1962), no Bairro das Laranjeiras, formam juntos uma única lâmina que, graças aos materiais, padrão de cores e acabamentos semelhantes transmitem a sensação de unidade. A implantação do grande edifício prioriza a visual e acompanha o relevo, segundo Lauro Cavalcanti, para suavizar o impacto com a paisagem.

A proteção contra a incidência direta de raios solares é feita através de brises horizontais que nada mais são que prolongamentos das lajes, que acabam também criando um jogo de altos e baixos relevos resultando no dinamismo esperado das obras dos Roberto.

Edifício Guarabira. Fonte: Acrópole, 211, maio 1956, pp. 266 - 267.

Acervo pessoal, outubro 2012.

Edifício Guarabira. Detalhe do painel moisaico de autoria de Paulo Werneck. Fonte: Acrópole, 211, maio 1956, pp. 266 - 267.

Page 30: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

30

Nesse projeto a segregação entre circulação social e de serviços também apa-rece, inclusive internamente às unidades.

O Edifício Guarabira (1953), na Praia do Flamengo, cujo projeto foi enco-mendado pelo Banco Hipotecário Lar Brasileiro, é, na análise de Yves Bruand, o primeiro a utilizar a parede oblíqua no meio das fachadas que, segundo ele, “trata-se de um elemento de vocabulário plástico, consciente e sistematicamen-te empregado para animar a massa e romper a monotonia geométrica das grandes construções uniformes onde se empilham escritórios ou apartamentos que se tornaram o símbolo da civilização contemporânea.” P.177. Realmente, aqui não se trata mais de quebrar a linearidade das fachadas através de rota-ção ou articulação entre blocos do conjunto, a quebra está na inserção de uma parede inclinada na linha da fachada, uma evolução do que vimos no Anchieta, mais de 10 anos antes.

Nesse edifício, um elemento marcante nas fachadas para proteção contra a exposição ao sol, ao invés dos brise-soleils, eram caixilhos de persianas de madeira que ficavam sobrepostos às fachadas, hoje inexistentes e em seu lugar aparelhos de ar condicionado poluem as fachadas. A instalação de pastilhas cerâmicas também contribuiu na descaracterização do edifício.

Solução bastante semelhando a do Anchieta era o térreo parcialmente liberado com o uso de pilotis, assim como os pequenos jardins que integravam o térreo do edifício aos passeios públicos.

Aqui também aparece um elemento constantemente presente na obra dos Ro-berto que é a integração com as obras de arte. No térreo do Edifício Guarabira está instalado um painel em mosaico cerâmico do artista Paulo Werneck.

O Edifício Sambaíba (1953), no Leblon, com algumas paredes oblíquas na fachada conforma uma espécie de ondulação que confere ritmo à fachada. Aqui a intenção de contornar o morro onde é implantado ainda resulta na arti-culação com outro bloco. O ritmo da fachada é acentuado com a alternância entre os caixilhos panorâmicos das salas e as persianas de madeira sobrepostas

Edifício Sambaíba. Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/veja-construcoes-projetadas--pelos-irmaos-roberto-459780. Acesso em: 20/04/2013

Page 31: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

31

Edifícios Finúsia e Dona Fátima. Planta do térreo e planta do pavimento-tipo. Fonte: Habitat, 26, jan-fev de 1956, pp. 16-17.

Edifícios Finúsia e Dona Fátima. Vista do jardim e corte esquemático da fachada. Fonte: L’architecture d’ajourd’ hui, 67-68, out de 1956, pp. 152-153.

Acervo pessoal, outubro 2012.

às fachadas, solução similar a do Edifício Guarabira.

Nos Edifícios Finúsia e Dona Fátima (1954), em Copacabana, as paredes obliquas das fachadas já aparecem com mais imponência, os altos e baixos re-levos também estão presentes, assim como a criação de uma varanda escavada para o interior da unidade em uma das tipologias.

O edifício é constituído de dois blocos de acessos independentes entre si, com circulação social e de serviços também independentes. São 4 unidades por an-dar, duas por bloco, 4 soluções diferentes de planta de três e quatro dormitórios.

O tímido jardim no térreo integrado ao passeio público, como visto no edifício Guarabira no ano anterior, neste edifício é substituído por um térreo completa-mente livre e integrado ao entorno, com jardins, apartamento para o zelador, playground e até mesmo um espelho d’água.

Aqui os elementos utilizados para proteção contra a incidência de sol direta nas fachadas são brises horizontais na fachada noroeste e a utilização de caixilhos de persianas de madeira na fachada nordeste, parcialmente conservada. Não mais são vistos os caixilhos panorâmicos aqui, inclusive uma dobra na laje foi criada com o intuito de limitar a visibilidade a partir da rua.

Atualmente, grande parte do térreo encontra-se fechada com portões e a inte-gração com o passeio público também se perdeu com a instalação de gradis praticamente nos limites do lote, como ocorreu no Edifício Anchieta e no Edifício Guarabira.

Apesar de a maioria dos edifícios levantados serem bastante posteriores ao Edifício Anchieta, esse breve panorama pela obra dos Roberto já nos permite identificar algumas características que viriam a se tornar marca da arquitetura do trio e compreender como um processo de evolução da arquitetura habita-cional produzida pelos irmãos.

Page 32: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

32

Implantação. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

Croqui para indicação dos blocos de apartamentos simples e duplex.

O projeto

Edifício projetado para lote em região valorizada da cidade de São Paulo, na Avenida Paulista, para servir de moradia de aluguel para funcionários aposen-tados da indústria. Não tivemos a chance de identificar que critérios determina-ram o direito de acesso aos apartamentos, mas o que se sabe é que a maioria dos moradores era, na verdade, do alto escalão do próprio IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários), idealizador do projeto.

É formado por dois blocos habitacionais um de apartamentos duplex e outro de apartamentos simples que, apesar de visualmente unidos, são independentes entre si, com acessos através do térreo e sobreloja.

No térreo existem três unidades comerciais, portarias de pedestres, acessos para a garagem que também está situada no térreo e que possui 48 vagas para car-ros e um bicicletário, além disso, estão no térreo os corredores de serviço com medidores de luz, gás e água.

No piso das sobrelojas havia, originalmente, três sobrelojas e uma área coberta pertencente ao condomínio que era integrada ao pátio de lazer sobre a laje da garagem para o qual também existia acesso pela portaria da Avenida Angélica.

Nos pavimentos-tipo, uma varanda de circulação de serviços que percorre a face posterior de todos os apartamentos simples com acesso ao elevador de serviços e escada.

Apesar de se tratar de obra institucional, em teoria habitação de interesse social, os apartamentos são bastante generosos (área de 108m² a 122m²), com duas tipologias diferentes de apartamento simples e duas tipologias diferentes de apartamentos duplex num total de 72 unidades habitacionais, todas com três dormitórios e dependências de empregada.

Para finalizar, um terraço-jardim com salão de jogos e festas, área gramada e

Page 33: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

33

Croqui a partir de redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

uma pérgola. Observaremos todas as áreas individualmente a seguir.

A implantação

A implantação original do Edifício Anchieta mantinha recuo de aproximada-mente 12m entre o limite do lote na face voltada para a Avenida Paulista e a projeção do prédio. Era previsto para a fachada principal um jardim que inte-grava o térreo do edifício ao passeio público. Um espelho d’água com uma pequena ponte em granito aparentemente não chegaram a ser executados.

O projeto do jardim e os gradis induzem o acesso de pedestres por três pontos voltados para a Avenida Paulista e ainda existe um acesso de pedestres voltado pata a Avenida Angélica, enquanto que o acesso de veículos para a garagem era feito através de uma portaria na Avenida Angélica e outra na Rua da Con-solação.

Esse modelo de implantação, integrando o térreo ao passeio público, com a criação de jardins, ausência de muros e grades, quando não se sabe ao certo onde termina o público e onde começa o privado é comum aos demais edifí-cios analisados da Avenida Paulista. Tanto o Edifício Baronesa de Arary quanto o Edifício Nações Unidas possuíam grande recuo para a Avenida Paulista e um belo jardim integrado com o edifício ao espaço público.

Esse tipo de implanta, não só aos edifícios da Avenida Paulista podemos com-parar, mas também aos outros edifícios dos irmãos Roberto já mencionados anteriormente, o Edifício Guarabira principalmente.

Page 34: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

AVENIDA PAULISTA

rUA

DA

CO

NSO

LAÇ

ÃO

Planta do térreo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

Page 35: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

35

O pavimento térreo

O pavimento térreo, originalmente integrado com os passeios públicos, graças aos jardins e aos pilotis, em especial no limite voltado para a Avenida Paulista, possui três unidades comerciais.

Com relação às demais obras dos irmãos Roberto, dentre os edifícios residen-ciais projetados por eles para a cidade do Rio de Janeiro que pudemos obser-var, apesar de diversos deles apresentarem integração do térreo do edifício à área pública, com jardins e térreo-livre proporcionado por pilotis, nenhum deles possuía unidades comerciais no térreo, apenas os edifícios institucionais tinham essa característica.

A maioria dos edifícios residenciais dos Roberto no Rio de Janeiro foi pensada para bairros já residenciais, o que pode justificar a ausência dos térreos comer-ciais, porém, na Avenida Paulista, o uso comercial foi permitido somente em 1952 através da Lei 4.313.

No Alvará de Construção, PA 0.044.305/41, folha 164 que data de 14 de ja-neiro de 1942, consta que ficou faltando no projeto, dentre outras coisas, “um dispositivo legal autorizando a aprovação das lojas e sobrelojas.” Conclui que: “Poderia, salvo melhor juízo, ser expedido alvará condicional, (...), uma vez que o IAPI se comprometa (...) a: (...) Modificar o projeto, nos andares das lojas e sobrelojas, caso a Prefeitura não obtenha autorização legislativa, que pleiteará junto dos poderes competentes, permitindo a construção das lojas e sobrelojas no local.” Depois disso, não obtivemos mais nenhuma referencia a esse assunto em nossas pesquisas.

A presença de unidades comerciais no térreo é uma característica comum aos demais edifícios observados na Avenida Paulista na fase inicial do trabalho. O Edifício Nações Unidas possui térreo todo liberado com uma galeria comercial que conectava a Avenida Paulista, a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e a Rua São Carlos do Pinhal, mas a aprovação da instalação dessas unidades comerciais se deu sob a justificativa de que as lojas não estariam voltadas para a Avenida

Térreo, circulação social, fechamento das lojas. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Acesso social. Mariana P. Guima-rães, maio 2009.

Corculação térreo. Acervo pessoal, maio 2012.

Acesso social. Acervo pessoal, maio 2012.

Acesso social. Acervo pessoal, maio 2012.

Page 36: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

36

Paulista. Já para o Edifício Baronesa de Arary não eram previstas as unidades comerciais e o térreo e sobrelojas a princípio completamente livres com o uso de pilotis foram adaptados para receber as unidades após promulgação da lei que passou a permitir o uso comercial na Avenida Paulista.

No pavimento térreo são sinalizadas em planta três acessos de pedestre na face voltada para a Avenida Paulista e uma portaria na Avenida Angélica para aces-so exclusivo ao bloco de apartamentos duplex.

Uma garagem dimensionada para a década de 1940 possui 48 vagas, para os 72 apartamentos, que foram distribuídas entre os moradores dos apartamentos através de sorteio. O Edifício Nações Unidas se destaca no número de vagas de garagem época, são ao todo 240 vagas de garagem, para 432 unidades habitacionais, que foram vendidas com muita dificuldade na época.

Da configuração da garagem é interessante a solução utilizada para promoção de ventilação e captação de iluminação natural, tratam-se de volumes que rom-pem a laje de cobertura com tijolos de vidro e tijolos de vidro com ventilação, ainda existem tijolos de vidro nos dois acessos de veículos da garagem, tanto o voltado para Avenida Angélica quanto o voltado para Rua da Consolação.

A estrutura, visível na garagem chama a atenção especialmente pela altura ge-nerosa do pé-direito (aprox. 4,5m) e pelo desenho dos pilares.

Era previsto em projeto, uma área de 16m² para servir de residência ao zelador, onde, na verdade, acabou se instalando a cozinha do Bar Riviera, inaugurado em 1949. Ainda no térreo estão os medidores de luz, água e gás e um corredor de serviços com acesso também pela Rua da Consolação.

Térreo. Lojas. Acervo pessoal, maio 2012.

Térreo. Lojas. Acervo pessoal, maio 2012.

Térreo. Acesso às lojas. Acervo pessoal, maio 2012.

Page 37: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

37

Garagem. Acesso Avenida Angélica. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Garagem. Detalhe de volume que serve a garagem de ventilação e iluminação natural. Acervo pessoal, maio 2012.

Garagem. Acesso para Rua da Consolação. Corredor de serviços. Acervo pessoal, maio de 2012.

Corredor de serviços. Mariana P. Guimarães, maio de 2009.

Pavimento sobreloja e pátio descoberto

No piso das sobrelojas havia três sobrelojas com 116m², 99m² e 150m² e uma área coberta de aproximadamente 250m² voltada para a Avenida Angélica e completamente integrada e aberta ao pátio de lazer que se localiza sobre a laje da garagem.

Na extremidade da Rua da Consolação, uma parede curva com tijolos de vidro caracteriza o espaço onde ficou instalado o Bar Riviera durante quase 60 anos.

Toda a face das sobrelojas voltadas para a Avenida Paulista possui caixilharia de ferro de detalhamento específico.

Ainda nas sobrelojas, na extremidade da Avenida Angélica, área originalmente aberta ao playground, blocos são assentados conformando um elemento va-zado.

No pátio há cinco volumes sinuosos com contorno executado em blocos de vi-dro que servem a garagem de iluminação e ventilação, além disso, dentre esses cinco volumes, três deles foram projetados como jardins e os outros dois como tanques de área, afinal essa área, em planta, está indicada como playground.

No pátio (playground) identificamos os volumes que rompem a laje para forne-cer ventilação e iluminação natural à garagem, além de originalmente compo-rem equipamentos do playground.

O revestimento indicado em projeto para o piso do pátio descoberto era placas de granito, porém é possível que já tenha sido executado o cimentado com juntas de madeira, similar ao piso da garagem.

A partir do pátio de lazer (playground) era possível acessar todos os elevadores além das duas escadas de serviço. Atualmente o acesso aos quatro elevadores sociais do bloco de apartamentos simples encontra-se bloqueados nesse piso.

Page 38: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

Planta da sobreloja e pátio descoberto. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

Page 39: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

39

Acesso à sobreloja voltado para Avenida Angélica. Área das três sobrelojas unificada. Acervo pessoal, maio 2012.

Área das três sobrelojas unificada. Parede curva de tijolos de vidro voltada para Rua da Consolação. Acervo pessoal, maio 2012.

Caixilhos das sobrelojas. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Vista dos pátios descobertos. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Acesso à torre de circulação vertical do bloco duplex. Vista dos pátios descobertos. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Vista dos pátios descobertos. Acervo pessoal, maio 2012.

Page 40: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

Planta do pavimento-tipo 2 e 4. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

Page 41: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

41

O pavimento-tipo

Ao analisarmos os pavimentos-tipo é que notamos a existência de dois blocos independentes. O bloco dos apartamentos duplex, voltado para Avenida Angé-lica, e o bloco dos apartamentos simples, voltado para a Avenida Paulista, que se relacionam apenas nos pavimentos térreo e sobrelojas.

O edifício apresenta quatro pavimentos-tipo diferentes, devido aos apartamen-tos duplex. Do 1º ao 4º pavimentos temos duas tipologias de apartamento du-plex, a partir do 5º pavimento até o 10º, existe apenas uma tipologia de duplex, o apartamento situado mais a Norte não existe mais nesses pavimentos.

No bloco dos apartamentos duplex, aparentemente seriam previstos dois eleva-dores, provavelmente para segregar as circulações sociais e de serviços, porém um único elevador dá acesso aos dois pavimentos dos duplex, o pavimento de acesso de serviços e o pavimento de acesso social, além disso, uma escada de emergência. O elevador e a escada dão acesso a um hall com corredor que percorre a face posterior de dois apartamentos duplex e da entrada do terceiro, que existe somente até o 4º pavimento.

Todos os apartamentos simples são servidos por um elevador de serviços que dá acesso à varanda de serviços que percorre toda a face posterior dos apartamen-tos, além de uma escada de emergência. No mesmo bloco existe um elevador social para cada dois apartamentos, que originalmente podia ser acessado a partir do térreo ou pátio de lazer. Para a varanda de serviço se abrem algumas janelas dos apartamentos (de um dos dormitórios, da área de serviço, dos ba-nheiros e das dependências de empregada). De alguns pontos da varanda de circulação de serviços é possível avistar o bairro do Pacaembu.

A diversidade de tipologias em um mesmo pavimento-tipo é recorrente, tanto nos demais projetos dos irmãos Roberto que pudemos visualizar quanto nos edifícios da Avenida Paulista que levantamos na primeira fase do trabalho.

Torre de circulação vertical do bloco de apartamentos duplex. Hall social dos aparta-mentos duplex. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Hall social dos apartamentos duplex. Acervo pessoal, maio 2012.

Hall de serviços dos apartamentos duplex. Acervo pessoal, maio 2012. Mariana P. Gui-marães, maio 2009.

Page 42: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

42

Varandas de circulação de serviços dos apartamentos simples. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Varandas de circulação de serviços dos apartamentos simples. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Varandas de circulação de serviços dos apartamentos simples. Acervo pessoal, maio 2012.

Planta do pavimento-tipo 6, 8 e 10, a partir de redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

Page 43: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

43

Apartamento tipo A (simples)

São duas tipologias de apartamento simples, A1 e A2, localizados no bloco voltado para a Avenida Paulista.

Observando com atenção a planta do pavimento-tipo percebemos que nenhum dos apartamentos tipo A1 possuem planta idêntica, a angulação empregada na fachada principal acaba por distorcer a planta de todos os apartamentos de madeira sutilmente diferente.

Tanto o apartamento A1, com 115m², quanto o A2, com 108m², possuem três dormitórios e dependências de empregada. A maior diferença está na pre-sença de uma varanda de 10m² no apartamento A2, varanda que atualmente encontra-se fechada com caixilhos em todas as unidades.

O zoneamento doméstico característico da obra dos irmãos Roberto é bastante evidente nesses apartamentos, partindo do próprio acesso independente com entrada social e entrada de serviço.

Ao todo são 50 unidades de apartamento A1 (cinco por andar) e 10 unidades de apartamento A2 (uma por andar).

Croqui com indicação das tipologias de apartamentos.

Apartamento tipo A1. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

Apartamento tipo A2. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

Page 44: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

44

Apartamento tipo B (duplex)

Assim como os apartamentos tipo A, são duas tipologias de apartamento du-plex, B1 e B2, localizados no bloco voltado para a Avenida Angélica.

O apartamento B1, de 116m², situa-se no ponto mais ao Norte do condo-mínio, são apenas 2 unidades desse tipo, localizados nos pavimentos 1 ao 4. Nos pavimentos ímpares (1 e 3) estão a entrada social, sala e estar, cozinha e dependências de empregada, enquanto que nos pavimentos pares (2 e 4) estão o acesso de serviço, banheiros e dormitórios.

Ao todo são 10 unidades do apartamento tipo B2, com 122m² aproximada-mente, que assim como no B1, os acessos de serviço e os dormitórios e banhei-ros, situam-se nos pavimentos pares e os acessos sociais, sala de estar, cozinha e dependências de empregada nos pavimentos ímpares.

Nos apartamentos duplex, o zoneamento doméstico é tão marcante que existem inclusive duas escadas internas à unidade, uma exclusivamente de serviço e outra social. Nos pavimentos pares, onde o acesso se dá pela área de serviço, não há nenhuma conexão desta com a área dos dormitórios.

Apartamento tipo B1. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

Apartamento tipo B1. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44. Croqui com indicação das tipologias de apartamentos.

Page 45: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

45

O terraço jardim

O acesso ao terraço se dá através dos quatro elevadores sociais e através das duas escadas de emergência.

Foi projetado como um grande terraço-jardim, mais uma área de lazer do con-domínio e num, primeiro momento, configurava-se apenas com uma pérgula que conectava os três elevadores e vasta área gramada e com desenhos de piso. Porém num projeto modificativo, foi apresentado o que efetivamente veio a ser construído: um salão de jogos e uma pequena marquise de forma orgâ-nica conectando o salão de jogos a todos os elevadores, além da uma grande área gramada.

Planta do terraço em sua primeira versão. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

Vista a partir do terraço-jardim para a Avenida Paulista; salão de jogos. Guilherme Hayakawa, maio 2009.

Salão de jogos. Gui-lherme Hayakawa, maio 2009.

Terraço-jardim. Guilherme Hayakawa, maio 2009.

Page 46: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

Planta do terraço. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45

Page 47: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

47

Fachadas

Nas fachadas voltadas para as Avenidas Angélica e Paulista, os caixilhos e as lajes e vigas entre os pavimentos enfatizam a horizontalidade. Ao passo que sutis alternâncias entre altos e baixos relevos, reforçados principalmente pelo uso de pastilhas cerâmicas azuis e a alternância entre caixilhos panorâmicos e caixilhos simples buscam movimentar a fachada.

Como observado anteriormente, uma quebra da linearidade da fachada é cria-da com a angulação da parede da fachada principal.

A fachada voltada para Rua da Consolação é uma empena cega toda revestida em placas de granito.

As faces internas, voltadas para o pátio descoberto, são as varandas de circula-ção de serviços no bloco de apartamentos simples e corredores e halls sociais e de serviços no bloco de apartamentos duplex. Nessas faces são também obser-vadas as torres de circulação vertical.

Não temos meios de afirmar qual seria o revestimento original dos guarda cor-pos, pois não encontramos referências ao revestimento indicado em projeto, “revestimento SEMPER ou equivalente”. Atualmente os guarda corpos são reves-tidos em argamassa com uma camada de pintura.

Vista da fachada da Avenida Angélica; vista da fachada da Avenida Paulista. Acervo pessoal, maio 2012.

Detalhes da fachada da Avenida Paulista. Acervo pessoal, maio 2012.

Vista a partir da Rua da Consolação. Acervo pessoal, maio 2012. Vista a partir do pátio interno descoberto. Acervo pessoal, maio 2012.

Page 48: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

48

O desenvolvimento do estudo de caso foi, possivelmente, a melhor forma de conferir a importância do edifício e, consequentemente, a importância de con-servá-lo. Além de levantar as características relevantes para formular um plano de conservação.

O Edifício Anchieta foi selecionado pela sua importância para a história da habitação coletiva verticalizada, visto que foi idealizada pelo Instituto de Apo-sentadoria e Pensões dos Industriários. Por ser parte da obra de arquitetos tão importantes para a história da arquitetura, em especial a arquitetura moderna no Brasil e por ser um dos primeiros edifícios residenciais da Avenida Paulista, o primeiro edifício moderno.

A ausência de referências ao Edifício Anchieta nos estudos das obras dos ir-mãos Roberto chamou-nos a atenção ao ponto de procurarmos motivos que justificassem tal exclusão, mas ao invés disso, o que pudemos observar foi que muitas características ainda incipientes no Anchieta viriam evoluir em questões que realmente definem a obra dos Roberto e a transformam em um conjunto.

Os critérios que nos levaram a selecionar o Edifício Anchieta para o estudo de caso, somados a todas as características que observamos no desenvolvimento do estudo, em especial as que identificam o Anchieta com a obra dos irmãos Roberto e com a própria arquitetura moderna brasileira são justificativas sufi-cientes para a conservação do edifício.

Conclusão

Page 49: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

Parte 2o plano de conservação

Page 50: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

50

Tendo em vista o objetivo principal do trabalho que é a conservação da ar-quitetura moderna, em particular o Edifício Anchieta, cabe caracterizar o que entendemos por conservação e, considerando que as definições para termos técnicos são sempre divergentes, nos apropriaremos das descrições de docu-mentos internacionais conhecidos como Cartas Patrimoniais.

Segundo a Carta de Veneza, 1964, em seu artigo 3º, “a conservação e a res-tauração dos monumentos visam a salvaguardar tanto a obra de arte quanto o testemunho histórico.”

Em seguida enfatiza a importância da manutenção para promover a conserva-ção, além de apontar a manutenção da escala, das relações internas ao edifício e da relação com o entorno como fatores essenciais para o mesmo fim:

Artigo 4º - A conservação dos monumentos exige, antes de tudo, manutenção permanente.

Artigo 6º - A conservação de um monumento implica a preservação de um esquema em sua escala. Enquanto substituir, o esquema tradicional será con-servado, e toda construção nova, toda modificação que poderiam alterar as relações de volumes e de cores serão proibidas.

Artigo 7º - O monumento é inseparável da história de que é testemunho e do meio em que se situa. Por isso, o deslocamento de todo o monumento ou de parte dele não pode ser tolerado, exceto quando a salvaguarda do monumento o exigir ou quando o justifiquem razões de grande interesse nacional ou inter-nacional.

Introdução

Page 51: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

51

Podemos afirmar que a conservação está diretamente relacionada com a ma-nutenção, ao passo que a restauração é, na verdade, uma ferramenta que deve ser evitada e utilizada em último caso, como exposto na própria carta de Veneza:

Artigo 9º - A restauração é a operação que dever ter carácter excepcional. Tem por objetivo conservar e revelar os valores estéticos e históricos do monumento e fundamenta-se no respeito ao material original e aos documentos autênticos. Termina onde começa a hipótese; no plano das reconstruções conjeturais, todo trabalho complementar reconhecido como indispensável por razões estéticas ou técnicas destacar-se-á da composição arquitetônica e deverá ostentar a marca do nosso tempo. A restauração será sempre precedida e acompanhada de um estudo arqueológico e histórico do monumento.

Desenvolvemos então um Plano de Conservação que pretende, de forma práti-ca, guiar as ações necessárias para promover os atos que garantirão a conser-vação do bem, partindo do pressuposto de que a conservação de um bem está atrelada à manutenção permanente do mesmo. Para tanto, buscamos referên-cias bibliográficas específicas sobre manutenção preventiva e manutenção em edifícios históricos, porém não foram encontramos muitos títulos, sendo que a maioria do que levantamos são publicações internacionais.

Como referência metodológica de aplicação para o Plano de Conservação utilizamos o Manual de Conservação Preventiva para Edificações desenvolvido pelo Programa MONUMENTA que tem por objetivo auxiliar pessoas comuns a identificar danos e executar tratamentos simples.

É importante lembrarmos que o Edifício Anchieta encontra-se em processo de tombamento e, portanto, devemos considerar a necessidade da elaboração de projetos e da aprovação das intervenções nos órgãos de patrimônio responsá-veis. Por isso, assim como o Manual do Projeto MONUMENTA, a proposta para o Plano de Conservação desenvolvido para o Edifício Anchieta é que a maio-ria das ações previstas seja referente à manutenção ordinária para viabilizar a conservação sem depender dos órgãos de preservação. Manutenção ordinária

que, segundo o Art. 32, parágrafo 1º do Plano Diretor Participativo da FAUUSP 2011-2018, refere-se a intervenções no conjunto do edifício de baixa comple-xidade, menor custo e pequeno porte e que não alteram suas características físicas e não interferem em sua visibilidade, tampouco necessitam de projeto ou de aprovação nos órgãos competentes.

Porém, é possível que existam casos em que sejam necessárias intervenções de complexidade média, resolução demorada e/ou custo elevado para os quais é indicada a execução de projeto e é necessária a aprovação nos órgãos de pre-servação, tratam-se de ações de manutenção extraordinária ou conservação, segundo mesmo Art. 32, parágrafo 2º, são intervenções no conjunto do edifício com alteração das características físicas e da visibilidade do conjunto. Quando for o caso, as fichas específicas indicarão a necessidade de elaboração de um projeto.

Evitaremos então, nesse Plano, as intervenções de restauro e ampliação que, também segundo o Plano Diretor da FAUUSP são “intervenções mais comple-xas, em partes ou na totalidade do edifício, que podem comportar impactos em sua organização espacial e em sua percepção. (...) Caracteriza-se pela in-tervenção de complexidade alta, de grande porte, resolução demorada e custo elevado.” Além de ser necessária a execução de projeto e a aprovação de todos os órgãos competentes.

O Plano é caracterizado por três etapas (vistorias e diagnósticos, identificação de causas e indicação de tratamentos) e propõe rotinas de inspeção para iden-tificar problemas ou danos possíveis, indica algumas possibilidades de causa para cada um dos desses danos e recomendações de tratamentos simples ou aconselha a contratação de profissional habilitado a fazer um diagnóstico deta-lhado e propor e/ou executar tratamentos mais complexos e específicos.

Sendo que a maior parte das recomendações é referente à “manutenção pre-ventiva: conjunto de ações de manutenção que visa à conservação das edifica-ções e aumento de sua vida útil, de modo a diminuir a necessidade de ações de manutenção corretiva e de intervenções de restauro. Deve ainda balizar pelo

Page 52: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

52

uso de produtos adequados aos materiais dos edifícios durante sua limpeza e construir uma rotina de checagem das patologias e acompanhamento da de-terioração dos materiais;” (Plano Diretor Participativo FAUUSP 2011-2018. Art. 33 – Parágrafo 3º)

Porém, recomendações de manutenção corretiva também compõem o Plano, correspondem a um “conjunto de ações de manutenção necessárias após a verificação de determinadas ocorrências que venham a impedir o pleno desem-penho dos edifícios ou sua deterioração. Atentar aos requisitos de desempenho para cada atividade quando da substituição de materiais;” (Plano Diretor Parti-cipativo FAUUSP 2011-2018. Art. 33 – Parágrafo 3º)

Todo o processo deverá ser registrado, desde os levantamentos até as apli-cações técnicas. Os registros e anotações realizados durante a aplicação do Plano de Conservação servirão de base para as próximas aplicações. Assim será possível realizar um acompanhamento de todo o processo de conservação do edifício e será possível determinar a periodicidade de reaparecimento dos danos, da necessidade de refazer determinados tratamentos e se os tratamentos indicados tem sido eficientes. Além de possibilitar a definição da periodicidade com a qual devem ser realizadas as vistorias. Todo esse acompanhamento e registros embasarão a avaliação do Plano de Conservação e favorecerão a implantação de melhorias no mesmo.

A importância da documentação de todas as ações e de todo o processo de aplicação do Plano de conservação é confirmada no Artigo 16º da Carta de Veneza: “Os trabalhos de conservação, de restauração e de escavação serão sempre acompanhados pela elaboração de uma documentação precisa sob a forma de relatórios analíticos e críticos, ilustrados com desenhos e fotografias. Todas as fases do trabalho de desobstrução, consolidação, recomposição e integração, bem como os elementos técnicos e formais identificados ao longo dos trabalhos serão ali consignados. Essa documentação será depositada nos arquivos de um órgão público e posta à disposição dos pesquisadores; reco-menda-se sua publicação.”

Assim como indicado no Plano Diretor da FAUUSP:

ART.33 - §4º: A manutenção deve ser guiada por uma lista de controle, a ser verificada com periodicidade regular, elaborando relatórios, acompanhados de registros gráficos, também periódicos, para que se possa monitorar adequa-damente o edifício, em especial os pontos mais expostos e nos quais é mais provável que ocorra um dano.

Apesar de ter sido desenvolvido para um edifício com proteção municipal para viabilizar a conservação do edifício com ações que independem da aprovação dos órgãos de pre-servação, o Plano de conservação pode ser aplicado a qual-quer outro imóvel, com ou sem proteção, apenas considerando as especificida-des de cada caso.

Na teoria, “o tombamento é a primeira medida a ser tomada para a preserva-ção dos bens culturais, visto que impede juridicamente a sua destruição.” se-gundo a Cartilha Tombamento e Participação Popular, porém a mesma cartilha afirma que se trata de “uma questão polêmica, pois a preservação somente torna-se visível para todos quando um bem cultural encontra-se em bom estado de conservação, propiciando sua plena utilização.” P.13

Muitas vezes, o proprietário do bem desconhece o seu valor ou não entende a importância de conservá-lo e vê na Abertura de tombamento ou no Tombamen-to efetivo um prejuízo e a inevitável degradação de seu imóvel ao invés da pre-servação como se esperaria. Acabam se vendo de mãos atadas com a decisão pela proteção oficial dos seus bens e desconhecem o que podem e o que não podem fazer para conservar o mesmo.

Por isso, o desenvolvimento e aplicação de um Plano de Conservação pode se configurar como uma importante ferramenta auxiliar para efetiva conservação do patrimônio. Da mesma forma que o Programa MONUMENTA produziu um trabalho de referência para proprietários de imóveis que necessitam de aten-ção especial, poderia ser fornecido aos proprietários das imóveis um Plano de Conservação.

Page 53: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

53

Para aplicar o Plano de Conservação, o responsável pelo edifício deverá reali-zar as vistorias em todas as áreas comuns do edifício, munido do Caderno de inspeção (em anexo), onde estão assinaladas todas as possibilidades de danos com uma descrição sucinta de como identificar cada um deles, além de ima-gens quando necessário para auxiliar caso falte clareza na explicação. O roteiro é divido por área onde podem ser identificados os danos e tipo de dano.

É aconselhável ter um jogo de plantas, corte e elevações de todo o edifício para realização das vistorias, dessa forma a indicação dos pontos onde os danos forem identificados e a anotação de eventuais observações será mais fácil.

Também é importante estar provido de câmera fotográfica para registrar todas as ocorrências encontradas, lembrando-se da necessidade de registrar todo o processo.

Os levantamentos e as análises serão, portanto, quase totalmente baseados em observação visual e levantamento fotográfico.

Depois de feito todo o levantamento de danos, cabe consultar no caderno de TFG as indicações de possíveis causas e recomendação de tratamentos para cada um dos danos identificados. Nas indicações de tratamento estará aponta-da, quando necessário ou aconselhável, a contratação de profissional habilita-do para melhor diagnosticar um dano, executar testes e propor ou executar um tratamento específico.

Ainda em aberto, está a periodicidade das vistorias, pois dependerá do teste de aplicação do Plano de Conservação e do acompanhamento de cada uma das aplicações, como mencionado anteriormente, porém, de início, podemos considerar no mínimo vistoriais anuais, sempre antes ou logo após os períodos de chuvas.

Aplicando o plano de conservaçãoPor se configurar como uma ferramenta através da qual proprietários e res-ponsáveis pelo edifício podem garantir sua conservação sem a necessidade de elaboração de projetos ou da aprovação dos órgãos competentes com a maioria das ações que propõe, o Plano consequentemente auxiliará os órgão de preservação à medida que remove de suas competências algumas questões mais simples.

Page 54: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

54

Roteiro de inspeção completo

DANOS RELACIONADOS À PRESENÇA DE ÁGUA

Todas as áreas de inspeçãoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

01 - Empoçamento de água;

- Acúmulo de água em ralos;

- Presença de trechos constante--mente úmidos;

- Danos em tubulações expostas ou embutidas no piso.

- Verificar, especialmente depois de chuvas, se o terreno apresenta po-ças de água dispersas;

- Verificar se existe acúmulo de água nos ralos ou próximo a eles;

- Observar se alguma área do ter-reno apresenta-se mais úmida que o restante, analisar a extensão da mancha de umidade e procurar lo-calizar fontes de água próximas a ela, principalmente instalações hi-dro sanitárias;

- Inspecionar, periodicamente, tu-bos e conexões existentes nas áreas externas, tanto aparentes quanto embutidos.

- Superfície desnivelada;

- Escoamento incorreto;

- Pouca ou nenhuma eficiência do sistema de captação e condução de águas pluviais;

- Vazamento ou ruptura nas tubulações em-butidas ou aparentes;

- Infiltração de água no piso;

- Ineficiência do sistema de impermeabiliza-ção;

- Insuficiência do sistema de drenagem.

- Verificar se a área apresenta-se desnivelada e providenciar o nivelamento, se necessário;

- Verificar se o dimensionamento do sistema de captação e condução de águas pluviais comporta a vazão média prevista;

- Verificar as condições de conservação das tubulações embutidas e aparentes que pas-sam próximas da área afetada, assim como a integridade das conexões do reservatório de água inferior, reparando e substituindo peças danificadas;

- Revisar as instalações hidro sanitárias perio-dicamente;

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU);

- Consultar fichas técnicas sobre impermeabi-lização - FT1.

02 - Manchas escuras na parte inferior da parede, próximo à base e/ou no piso.

- Verificar se aparecem, ao longo da superfície inferior das paredes, manchas escuras ou ligeiramente escorridas.

- Respingo da água da chuva; - Consultar fichas específicas sobre umidade - FEU1;

- Consultar fichas técnicas sobre impermeabi-lização - FT1.

Page 55: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

55

DANOS RELACIONADOS À PRESENÇA DE ÁGUA

Todas as áreas de inspeçãoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

02 - Verificar se no piso, nas proximi-dades das bases das paredes, exis-tem manchas de umidade.

- Infiltração de água nas interseções entre piso e parede;

- Umidade ascendente por infiltração;

03 - Manchas escorridas, sobretudo abaixo de guarda corpos, peitoris de janelas e beirais.

- Verificar abaixo de beirais e pei-toris de janelas se existe manchas verticais escuras, como se realmen-te tivesse escorrido algo.

- A água de chuva carrega as partículas de sujeira depositadas nos guarda corpos, bei-rais e peitoris formando manchas verticais nas paredes;

- Danos nos beirais, em rufos, pingadeiras e calhas também podem causar manchas.

- Deve ser realizada a limpeza periódica dos guarda corpos, beirais, pingadeiras e peitoris;

- Revisar pingadeiras e rufos e instalá-los onde for necessário;

- Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais adequa-do a cada um dos materiais.

04 - Manchas escuras contínuas ao longo das paredes externas, espe-cialmente as voltadas para o sul.

- Observar se as paredes voltadas para o quadrante sul apresentam manchas escuras generalizadas;

- Verificar se as edificações ou volu-mes construídos próximos possam estar impedindo que o sol atinja essas áreas.

- Quando a umidade relativa do local é alta, a parede depois de molhada pela chuva não perde a umidade pela falta de insolação di-reta;

- A umidade na parede pode favorecer o de-senvolvimento de mofo e fungos.

- Consultar fichas específicas sobre umidade - FEU5.

05 - Presença de umidade na laje de cobertura;

- Infiltração de água.

- Observar se há formação de man--chas de umidade no teto, especial--mente próximo a tangencia entre cobertura e paredes e próximo às vigas.

- Vazamento ou ruptura nas tubulações em-butidas na laje;

- Infiltração de água na laje descoberta;

- Ineficiência do sistema de impermeabiliza ção;

- Insuficiência do sistema de captação e con-dução de águas pluviais;

- Fissuras na laje de cobertura ou danos no

- Verificar se o dimensionamento do sistema de captação e condução de águas pluviais comporta a vazão média prevista;

- Verificar as condições de conservação das tubulações embutidas e aparentes que pas sam próximas da área afetada, assim como a integridade das conexões do reservatório de água inferior, reparando e substituindo peças danificadas;

- Revisar as instalações hidro sanitárias perio-

Page 56: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

56

DANOS RELACIONADOS À PRESENÇA DE ÁGUA

Todas as áreas de inspeçãoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

05 rejuntamento do revestimento do piso supe-rior,

dicamente;

- Consultar fichas específicas sobre umidade - FEU;

- Consultar fichas técnicas sobre impermeabi-lização - FT1.

06 - Manchas de umidade. - Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU).

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU).

- Consultar fichas específicas sobre umidade - FEU.

07 - Área com argamassa de revesti--mento pulverulenta ou reboco pul-verulento.

- Verificar se a parede apresenta trechos de reboco degradado co-berto por um tipo de pó branco.

- Presença de umidade;

- Presença de sais, salinização.

Consultar fichas específicas sobre umi-dade – FEU2.

08 - Áreas com reboco descolando em placas.

- Verificar se a parede apresenta trechos de reboco se destacando em placas, apresentando indícios de pó branco nos trechos soltos;

- Observar se há manchas de umi-dade na região da parede que apresenta a degradação.

- Presença de umidade;

- Presença de sais, salinização;

- Formação de sais abaixo da camada de ar-gamassa ou reboco.

- Consultar fichas específicas sobre umidade – FEU2.

09 - Descascamento da pintura. - Verificar as superfícies pintadas e observar se existe descolamento da pintura e se este se resume à ca-mada de pintura ou se há reboco solto.

- Má aplicação da técnica de pintura;

- Utilização de técnica de pintura incompatí-vel com o substrato;

- Presença de umidade.

- Deve ser verificado se a técnica de pintura utilizada é compatível com o substrato onde foi aplicada;

- Observar se a camada de pintura não forma uma película impermeável que barra a eva-poração das partículas de água do substrato;

- Pode ser necessária a remoção da cama-da de tinta danificada através de decapagem manual;

Page 57: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

57

DANOS RELACIONADOS À PRESENÇA DE ÁGUA

Todas as áreas de inspeçãoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

09 - Pode ser necessária a remoção da cama-da de tinta danificada através da aplicação de produtos químicos removedores de tinta – FEL6 – ou da utilização de argilas absorventes – FEL7;

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar o tipo de umidade que pode estar causando o dano.

10 - Aparecimento de bolhas superfi--ciais.

- Observar se a pintura das pare-des está lisa ou se apresenta bolhas que estouram quando apertadas.

- Presença de umidade;

- Presença de sais, salinização;

- Formação de sais abaixo da camada de ar-gamassa ou reboco.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar que tipo de umidade pode estar causando o dano.

11 – Crosta negra. - Observar se existem manchas es-curas nas paredes externas, espe-cialmente nas faces voltadas para as ruas.

- Presença de umidade e poluição;

- Depósito de sujeiras e poluentes sobre a su-perfície das alvenarias.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar que tipo de umidade pode estar causando o dano;

- Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método apropriado para cada superfície.

Page 58: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

58

AGENTES BIOLÓGICOS

Todas as áreas de inspeçãoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

12 - Proliferação de macro e microflo--ra (musgos, liquens, algas e raízes de plantas infestantes).

- Verificar cuidadosamente se exis-tem plantas crescendo sobre a ar-gamassa de revestimento e/ou en-raizadas;

- Observar se aparecem manchas esverdeadas com uma superfície um pouco brilhante, aderente à base e subindo sobre o revestimen-to da parede.

- Sementes transportadas por pássaros e pelo vento.

- Presença de água na parede e desenvolvi-mento de microflora.

- A remoção descuidada da vegetação pode acarretar em mais danos ou não solucionar o problema corretamente;

- Consultar ficha específica sore umidade – FEU5 – para orientações mais precisas.

13 - Colonização biológica. - Verificar se as paredes apresentam alteração na cor ou crescimento de fungos ou mofos na superfície.

- Umidade;

- Falta de ventilação;

- Falta de insolação;

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) para identificar a causa da umidade e tratá-la corretamente;

- Consultar ficha específica sobre umidade FEU5 para orientações mais precisas sobre a colonização biológica.

14 - Excremento de pássaros na parte alta das paredes e nos beirais.

- Observar se existem traços de ex--cremento de pombos ou outros pás-saros e penas soltas na parte alta das paredes, nos beirais, ver-gas, no terraço e nas varandas.

- Presença de aves. - Limpar a área afetada, consultar fichas es-pecíficas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais adequado de acordo com a superfície a ser aplicada;

- Aplique um produto repelente para pássa-ros dando atenção ao período indicado para reaplicação, a partir das informações forneci-das pelo fabricante.

Page 59: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

59

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS

Todas as áreas de inspeçãoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

15 - Fios de eletricidade descobertos ou envelhecidos.

- Observar, periodicamente, toda fiação do edifício, se os fios se apresentam íntegros ou se estão ressecados com fissuras ou perden-do o capeamento em determinados trechos.

- Ação do tempo. - Efetuar revisão completa em toda fiação do edifício substituindo os fios danificados por fios novos com qualidade garantida e dentro das normas da ABNT.

16 - Instalações elétricas defeituosas ou sem isolamentos corretos.

- Certificar-se de que as instalações elétricas do edifício estão correta-mente executadas.

- Serviço mal executado. - Um técnico especializado deve fazer uma revisão geral em toda instalação e corrigir to-dos os problemas encontrados.

17 - Sobre carga em circuitos. - Certificar-se de que não existe so--brecarga nos circuitos gerais do prédio e dos apartamentos, pela adição de novos equipamentos que consumam mais energia que a carga máxima admissível para o sistema.

- Adição de máquinas motores e equipamen-tos motores para os quais o sistema não foi dimensionado;

- Presença de “gambiarras” nos circuitos.

- A sobrecarga pode provocar curto circuito e consequentemente um incêndio.

- No caso de se constatar a necessidade de ampliação da capacidade do sistema, um técnico especializado deve ser contrato a fim de refazer as instalações elétricas adequan-do-as às necessidades do edifício.

18 - Fusíveis ou chaves danificadas. - Verificar a integridade dos fusíveis ou chaves automáticas.

- Quando disparar uma chave auto-mática verificar se a causa foi um curto circuito ou sobrecarga.

- Certificar-se, também, qual a carga necessária para o funciona-mento das cargas e se estão corre-tamente instaladas.

- Ação do tempo;

- Sobrecargas;

- Instalação incorreta.

- Verifique a causa exata dos danos das cha-ves e fusíveis solicitando os serviços de um técnico especializado.

- As peças danificadas devem ser substituídas e o sistema elétrico deve ser revisado.

19 - Ausência de para-raios. - Verificar se existem para-raios ins-talados.

- No caso de inexistência de para-raios, os mesmos devem ser instalados.

Page 60: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

60

REVESTIMENTOS DE PAREDE: PASTILHAS CERÂMICAS

halls sociais - halls de serviços – escadas - varandas de circulação de serviço - guarda corpo dos terraços - fachada Avenida Paulista - fachada Avenida AngélicaNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

20 - Destacamento das pastilhas ce--râmicas;

- Perda de peças.

- Observar se existem peças de pastilhas de revestimento faltantes;

- Verificar se as pastilhas se des-prendem junto da argamassa de assentamento;

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência ou desgaste da arga-massa de assentamento;

- Ineficiência das esquadrias e consequente infiltração de água através das esquadrias e dos peitoris;

- Ineficiência ou ausência de pingadeiras;

- Executar novas pingadeiras, caso seja cons-tata sua inexistência;

- Eventuais danos referentes à umidade deve-rão ser previamente tratados;

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar a possíveis causas para o dano;

- Para reposição das peças faltantes atentar para as características das novas peças, pois elas podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré--existentes;

- Deve-se conferir as condições do substrato e deve ser utilizada argamassa compatível com o mesmo;

- Consultar ficha técnica sobre argamassa - FT2

21 - Falta de uniformidade do materi--al;

- Substituição de peças;

- Descontinuidade do material.

- Observar se existem peças que se destacam do conjunto por serem distintas, diferente cor, textura ou material.

- Intervenções sem cuidado ou sem critério. - Caso a opção seja pela recomposição visual do conjunto, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

- As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos ser

Page 61: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

61

REVESTIMENTOS DE PAREDE: PASTILHAS CERÂMICAS

halls sociais - halls de serviços – escadas - varandas de circulação de serviço - guarda corpo dos terraços - fachada Avenida Paulista - fachada Avenida AngélicaNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

21 viços visando substituição seletiva de peças;

- Consultar ficha técnica sobre argamassa - FT2.

22 - Rejuntamento danificado;

- Perda do rejuntamento;

- Rejuntamento incompatível.

- Verificar a integridade do rejunta--mento das pastilhas de revestimen-to;

- Observar se existem trechos fal-tantes, com fissuras ou coloração dife-rente.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência da argamassa de rejun-tamento;

- Intervenções sem cuidado ou sem critério.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

23 - Sujeira impregnada. - Verificar se o revestimento apre-senta-se impregnado de sujeira, especialmente nas juntas.

- Poluição;

- Falta de manutenção;

- Fuligem;

- Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Testar métodos de limpeza a começar pelos mais simples e menos agressivos como a la-vagem com água nebulizada (FEL1);

- Existem produtos químicos disponíveis no mercado próprios para limpeza de azulejos e pastilhas cerâmicos, porém qualquer produto que venha a ser utilizado deve ser previamen-te testado;

- Antes da utilização de qualquer produto, devem ser observadas as indicações do fa-bricante;

- A limpeza abrasiva deve ser evitada pelo ris-co de danificar e desgastar a superfície das peças e os rejuntamentos, assim como a lim-peza com produtos ácidos;

- Produtos ácidos formulados especialmente

Page 62: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

62

REVESTIMENTOS DE PAREDE: PASTILHAS CERÂMICAS

halls sociais - halls de serviços – escadas - varandas de circulação de serviço - guarda corpo dos terraços - fachada Avenida Paulista - fachada Avenida AngélicaNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

23 para limpeza de pisos, azulejos e ladrilhos cerâmicos devem ser utilizados com cautela, somente após testes e devem ser aplicados sobre a superfície úmida para que a satura-ção de água proteja o piso e impeça que o produto penetre na cerâmica; Verificar a es-tanqueidade dos rejuntamentos antes da sa-turação da superfície;

- Qualquer método de limpeza deve ser se-guido de lavagem abundante com água lim-pa;

- Consultar fichas específicas sobre limpeza – FEL2 e FEL3.

24 - Manchas de umidade nas pasti--lhas cerâmicas de revestimento.

- Verificar se existe alteração na cor das pastilhas de revestimento, prin-cipalmente se há escurecimento.

- Presença de Umidade. - Consultar fichas específicas sore umidade (FEU) para definir qual a causa possível para esse dano.

Page 63: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

63

REVESTIMENTO DE PAREDE: ARGAMASSA DE REVESTIMENTO

paredes das escadas - fachadas voltadas para o pátio interno - corredor de serviços – garagem - pilares sobreloja - teto térreoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- Argamassa de revestimento. - Consultar danos 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12 E 13.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa – FT2.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa – FT2.

25 - Sujeira impregnada. - Verificar se o revestimento apre-senta-se impregnado de sujeira.

- Poluição;

- Falta de manutenção;

- Acúmulo de fuligem.

- Consultar fichas técnicas sore argamassa – FT2 – e fichas específicas sobre limpeza (FEL) para definir quais os métodos mais apropria-dos para o caso.

26 - Falta de uniformidade do materi--al;

- Descontinuidade do material.

- Observar se existem trechos de ar--gamassa que se destacam do res-tante por apresentarem coloração e/ou texturas diferentes.

- Intervenção com argamassa incompatível. - Pode ser necessária a remoção da argamas-sa incompatível;

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

Page 64: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

64

REVESTIMENTO DE PAREDE: PLACAS DE GRANITO

pilares do térreo - fachadas Avenida Angélica - Avenida Paulista - Rua da ConsolaçãoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

27 - Peças quebradas, com fissuras ou faltantes.

- Verificar se existem trincas, fissu-ras, pequenas quebras ou peças faltantes.

- Desgaste;

- Dilatação térmica.

- Deve ser procurado um técnico especializa-do a fim de serem executas as reintegrações das peças danificadas.

28 - Rejuntamento danificado;

- Perda do rejuntamento;

- Rejuntamento incompatível.

- Observar a integridade do rejun-tamento das placas de granito;

- Observar se existem trechos fal-tantes, com fissuras ou coloração dife-rente.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência da argamassa de rejun-tamento;

- Intervenções sem cuidado ou sem critério.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

29 - Sujeira impregnada. - Verificar se o revestimento apre-senta-se impregnado de sujeira, es-pecialmente nos rejuntes.

- Poluição;

- Falta de manutenção;

- Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Para a escolha do método de limpeza, deve ser considerada a existência do pequeno jar-dim no térreo e os prejuízos que determina-dos produtos aplicados nas fachadas pode-riam trazer à vegetação;

- Testar previamente a aplicação da técnica de limpeza com atenção às orientações dos fabricantes dos produtos que venham a ser utilizados;

- Testar primeiramente a lavagem com água a baixa e média pressão - FEL2 – com auxílio de escovas de cerdas naturais ou vegetais, se tal método se mostrar ineficiente, combinar com a lavagem com água e detergente não iônico - FEL3;

- Em último caso, deve-se testar a aplicação de limpadores ácidos – FEL4.

Page 65: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

65

REVESTIMENTO DE PAREDE: PLACAS DE GRANITO

pilares do térreo - fachadas Avenida Angélica - Avenida Paulista - Rua da ConsolaçãoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

30 - Desprendimento de placas. - Verificar se existem peças soltas ou, se através de um teste de per-cussão, é possível verificar trechos “ocos”.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência ou desgaste da arga-massa de assentamento;

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa – FT2.

31 - Manchas de umidade. - Observar se existe alteração na coloração das placas, especial-mente um escurecimento próximo aos rejuntes.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar as possíveis causas para tal dano.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) recomendações para tratamento.

Page 66: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

66

REVESTIMENTO DE PAREDE: PLACAS DE MÁRMORE

áreas sociais no térreoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

32 - Fissuras. - Verificar se existem trincas e fissu-ras nas placas.

- Desgaste;

- Movimentação do piso;

- Dilatação térmica.

- Deve ser procurado um técnico especializa-do a fim de serem executas as reintegrações das peças danificadas.

33 - Rejuntamento danificado;

- Perda do rejuntamento;

- Rejuntamento incompatível

- Observar a integridade do rejun-ta-mento das placas de granito;

- Observar se existem trechos fal-tantes, com fissuras ou coloração diferente.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência da argamassa de rejun-tamento;

- Intervenções sem critério.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

34 - Sujeira impregnada. - Verificar se o revestimento apre-senta-se impregnado de sujeira, es-pecialmente nos rejuntes.

- Poluição;

- Falta de manutenção;

- Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) a fim de selecionar o método mais ade-quado ao tipo de material.

35 - Desprendimento de placas. - Verificar se existem peças soltas ou, se através de um teste de per-cussão, é possível verificar trechos “ocos”.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência ou desgaste da arga-massa de assentamento;

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa – FT2.

36 - Manchas de umidade. - Observar se existe alteração na coloração das placas, especial-mente um escurecimento.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar as possíveis causas para tal dano.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar as possíveis causas para tal dano e indicações de tratamento.

Page 67: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

67

REVESTIMENTO DE PAREDE: REVESTIMENTO EM MADEIRA

hall social térreoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

37 - Presença de cupim. - Verificar se aparecem pequenas bolinhas de cor marrom no piso, próximo às paredes revestidas em madeira.

- Observar se existem pequenos fu-ros na madeira.

- Infestação de cupim. - Aplicar produto específico para eliminação da infestação, caso seja necessário, contratar profissional especializado para execução das aplicações.

38 - Umidade. - Procurar trechos úmidos;

- Observar se existem trechos apo-drecidos pela umidade.

- Para identificação da causa possível, con-sultar fichas específicas sobre umidade (FEU).

- Depois de identificada e tratada a causa da umidade, os trechos danificados deverão ser substituídos, para tanto é aconselhável a contratação de profissional qualificado para selecionar o material adequado e consolidar as intervenções.

39 - Quebras, trincas ou fissuras. - Verificar se existem trincas, fissuras ou trechos quebrados.

- Ressecamento da madeira;

- Ação do tempo;

- Os trechos danificados deverão ser substitu-ídos, para tanto é aconselhável a contratação de profissional qualificado para selecionar material adequado, executar as intervenções e consolidar o material.

Page 68: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

68

REVESTIMENTO DE PAREDE: AZULEJO

corredor de serviçosNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

40 - Perda, quebra de peças, fissuras e tricas.

- Verificar se existem trincas, fissuras ou trechos quebrados;

- Procurar por peças quebradas ou faltantes.

- Dilatação térmica;

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Intervenções para atualização ou manuten-ção de instalações hidro sanitárias ou con-dutores;

- Intervenções descuidadas;

- Perda da eficiência da argamassa de assen-tamento;

- Presença de umidade.

- Fissuras ou pequenos danos que não inter-firam na estanqueidade da superfície ou não tragam riscos de segurança aos usuários po-dem ser apenas consolidados;

- Algumas pequenas fissuras podem ser repa-radas usando-se cola tipo epóxi e argamassa, assim como pequenas quebras que podem ser suavizadas através da modelagem de por-ções de epóxi com tinta esmalte;

- Caso seja necessária a substituição de pe-ças, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

- As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- Eventuais danos referentes à umidade de-vem ser sanados previamente, para tanto consultar fichas específicas sobre umidade (FEU).

- A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos ser-viços visando substituição seletiva de peças;

- Consultar ficha técnica sobre argamassa - FT2.

Page 69: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

69

REVESTIMENTO DE PAREDE: AZULEJO

corredor de serviçosNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

41 - Falta de uniformidade do materi--al;

- Substituição de peças;

- Descontinuidade do material.

- Observar se existem peças que se destacam do conjunto por serem distintas, diferente cor, textura ou material.

- Intervenções para atualização ou manuten-ção de instalações hidro sanitárias ou con-dutores;

- Intervenções sem cuidado ou sem critério.

- Caso a opção seja pela recomposição visual do conjunto, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

- As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos ser-viços visando substituição seletiva de peças;

- Consultar ficha técnica sobre argamassa - FT2.

42 - Rejuntamento danificado;

- Perda do rejuntamento;

- Rejuntamento incompatível.

- Observar a integridade do rejun-tamento das peças cerâmicas;

- Observar se existem trechos fal-tan-tes, com fissuras ou coloração dife-rente.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência da argamassa de rejun-tamento;

- Intervenções sem critério.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

43 - Sujeira impregnada. - Verificar se o revestimento apre-senta-se impregnado de sujeira, especialmente nas juntas.

- Poluição;

- Falta de manutenção;

- Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Testar métodos de limpeza a começar pelos mais simples e menos agressivos como a la-vagem com água nebulizada (FEL1);

- Existem produtos químicos disponíveis no mercado próprios para limpeza de azulejos cerâmicos, porém qualquer produto que ve-nha a ser utilizado deve ser previamente tes-tado;

Page 70: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

70

REVESTIMENTO DE PAREDE: AZULEJO

corredor de serviçosNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

43 - A limpeza abrasiva deve ser evitada pelo ris-co de danificar e desgastar a superfície das peças; Assim como a limpeza com produtos ácidos;

- Produtos ácidos formulados especialmente para limpeza de pisos e azulejos cerâmicos devem ser utilizados com cautela, somente após testes e devem ser aplicados sobre a su-perfície úmida para que a saturação de água proteja o piso e impeça que o produto pene-tre na cerâmica;

- Qualquer método de limpeza deve ser se-guido de lavagem abundante com água lim-pa;

- Antes da utilização de qualquer produto, devem ser observadas as indicações do fa-bricante;

- Consultar fichas específicas sobre limpeza – FEL2 e FEL3.

44 - Manchas de umidade. - Verificar se existe alteração na cor das peças cerâmicas, principal-mente se há escurecimento.

- Presença de umidade. - Consultar fichas específicas sore umidade (FEU) para definir quais as possíveis causas.

Page 71: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

71

VEDAÇÃO COM BLOCOS DE VIDRO

loja - sobreloja – garagem – pátio descobertoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

45 - Rejuntamento danificado;

- Perda do rejuntamento;

- Rejuntamento incompatível.

- Observar a integridade do rejun-tamento dos blocos de vidro;

- Observar se existem trechos fal-tantes, com fissuras ou coloração diferente.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência da argamassa de rejun-tamento;

- Intervenções sem critério.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

46 - Peças danificadas, quebradas ou com fissuras.

- Verificar se as peças apresentam fissuras e trincas ou pontos de que-bra.

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo.

- A intervenção em blocos de vidro pode ser corresponde à intervenção nos blocos de vi-dro com ventilação, consultar ficha técnica FT5.

47 - Peças faltantes. - Verificar se existem peças faltan-tes;

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo.

- A intervenção em blocos de vidro pode ser corresponde à intervenção nos blocos de vi-dro com ventilação, consultar ficha técnica FT5.

48 - Sujeira impregnada. - Verificar se as peças apresentam--se impregnadas de sujeira, espe-cialmente nas juntas.

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Poluição;

- Fuligem;

- Desgaste ou perda da argamassa de assen-tamento.

- A intervenção em blocos de vidro pode ser corresponde à intervenção nos blocos de vi-dro com ventilação, consultar ficha técnica FT5.

Page 72: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

72

ELEMENTOS VAZADOS

sobreloja voltada para a Avenida AngélicaNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

49 - Peças danificadas, quebradas ou fissuradas.

- Verificar se as peças apresentam fissuras e trincas ou pontos de que-bra.

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo.

- Deve-se observar o grau dos danos que aparecem nas peças e optar, primeiramente por consolidar pequenas trincas e fissuras;

- A opção por substituir peças deve ser toma-da somente quando os métodos de consoli-dação não se mostrarem eficientes;

- Deve-se, primeiramente, atentar para a cor-respondência das novas peças com as pré--existentes;

- As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- Consultar ficha técnica sobre argamassa - FT2.

50 - Sujeira impregnada. - Verificar se as peças apresentam--se impregnadas de sujeira, espe-cialmente nas juntas.

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Poluição;

- Fuligem;

- Desgaste ou perda da argamassa de assen-tamento.

- Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar a método mais apro-priado.

51 - Peças faltantes. - Verificar se existem peças faltan-tes;

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo.

- Caso seja necessária a reposição de peças, deve-se, primeiramente, atentar para a cor-respondência das novas peças com as pré--existentes;

Page 73: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

73

ELEMENTOS VAZADOS

sobreloja voltada para a Avenida AngélicaNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

51 - As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- Consultar ficha técnica sobre argamassa - FT2.

Page 74: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

74

REVESTIMENTO DE PAREDE: REVESTIMENTO DE PEDRA

salão de jogosNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

52 - Manchas de umidade. - Procurar trechos úmidos. - Para identificação da causa possível, con-sultar fichas específicas sobre umidade (FEU).

- Para recomendações para reparo, consultar fichas específicas sobre umidade (FEU).

53 - Sujeira impregnada. - Verificar se as peças apresentam--se impregnadas de sujeira, espe-cialmente nas juntas.

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Poluição;

- Fuligem.

- Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para determinar método de limpeza mais aprovado ao material em questão.

54 - Peças danificadas, quebradas ou fissuradas.

- Verificar se as peças apresentam fissuras e trincas ou pontos de que-bra.

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo.

- Ao constatar a existência de danos em pe-ças, as mesmas devem ser consolidadas a fim de que não se tornem novos focos de danos ou manterem pontos suscetíveis ao acúmulo de sujidades;

- Consultar profissional qualificado para exe-cutar a consolidação das peças danificadas.

Page 75: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

75

REVESTIMENTO DE PISO: CIMENTADO COM JUNTA DE MADEIRA

garagem - pátio descobertoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

Cimentado com junta de madeira. Consultar danos 01, 02, 05, 06, 12 e 13.

55 - Fissuras e trincas no piso. - Verificar se as peças apresentam fissuras e trincas ou pontos de que-bra.

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Umidade;

- Dilatação térmica.

- As fissuras podem se apresentar como riscos à segurança dos usuários;

- Fissuras e trincas no piso podem prejudicar a estanqueidade do piso, portanto são pontos suscetíveis ao acúmulo de água, de sujeira e ao desenvolvimento de macro e microflora;

- As tricas e fissuras devem ser reintegradas;

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU);

- Consultar fichas técnicas sobre impermeabi-lização – FT1.

56 - Juntas danificadas. - Verificar se a integridade das jun-tas;

- Observar se existem trechos fal-tantes, com fissuras;

- Observar se as madeiras das jun-tas não sofreram apodrecimento pela umidade.

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Presença de umidade.

- As juntas, quando danificadas, podem se apresentar como riscos à segurança dos usu-ários;

- Juntas danificadas podem prejudicar a es-tanqueidade do piso, portanto são pontos suscetíveis ao acúmulo de água, de sujeira e ao desenvolvimento de macro e micro flora;

- As juntas de madeira não são mais utili-zadas atualmente, portanto as partes danifi-cadas deverão ser removidas e refeitas com outro material, metálico ou plástico, materiais que necessitarão menos manutenção;

Page 76: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

76

REVESTIMENTO DE PISO: CIMENTADO COM JUNTA DE MADEIRA

garagem - pátio descobertoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

56 - Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) para identificar as possíveis causas des-se dano e as respectivas recomendações para tratamento.

- Consultar fichas técnicas sobre impermeabi-lização – FT1.

57 - Sujeira impregnada. - Verificar se o revestimento apre-senta-se impregnado de sujeira, especialmente nas juntas.

- Poluição;

- Falta de manutenção;

- Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar as técnicas apropria-das ao piso cimentado.

- Evitar as técnicas de limpeza abrasivas;

- Testar previamente o método de limpeza se-lecionado.

58 - Descontinuidade do material. - Observar se existem trechos de piso com textura, cor e material dis-tintos;

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Intervenções para atualização ou manuten-ção de instalações hidro sanitárias ou con-dutores;

- Intervenções descuidadas.

- Deve ser definido, através do desenvolvi-mento de um projeto, como serão reintegra-dos os trechos de piso que se apresentam destoando do conjunto.

Page 77: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

77

REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS DE GRANITO

piso hall/circulação social térreoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

59 - Peças quebradas, com fissuras, faltantes ou com furos.

- Verificar se existem trincas, fissu-ras, pequenas quebras ou peças faltantes.

- Desgaste;

- Ação do tempo;

- Movimentação do piso;

- Dilatação térmica;

- Remoção de gradis metálicos.

- Deve ser procurado um técnico especializa-do a fim de serem executas as reintegrações das peças danificadas.

60 - Rejuntamento danificado;

- Perda do rejuntamento;

- Rejuntamento incompatível.

- Observar a integridade do rejun-ta-mento das placas de granito.

- Observar se existem trechos fal-tantes, com fissuras ou coloração dife-rente.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência da argamassa de rejun-tamento;

- Intervenções sem critério.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

61 - Sujeira impregnada. - Verificar se o revestimento apre-senta-se impregnado de sujeira, es-pecialmente nos rejuntes.

- Poluição;

- Falta de manutenção;

- Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Para a escolha do método de limpeza, deve ser considerada a existência do pequeno jar-dim no térreo e os prejuízos que determina-dos produtos aplicados nas fachadas pode-riam trazer à vegetação;

- Testar previamente a aplicação da técnica de limpeza com atenção às orientações dos fabricantes dos produtos que venham a ser utilizados;

- Testar primeiramente a lavagem com água a baixa e média pressão - FEL2 - com auxílio de escovas de cerdas naturais ou vegetais, se tal método se mostrar ineficiente, combinar com a lavagem com água e detergente não iônico - FEL3;

Page 78: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

78

REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS DE GRANITO

piso hall/circulação social térreoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

61 - Em último caso, deve-se testar a aplicação de limpadores ácidos – FEL4.

62 - Manchas de umidade. - Observar se existe alteração na coloração das placas, especial-mente um escurecimento próximo aos rejuntes.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar as possíveis causas para tal dano.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) para recomendações para tratamento.

63 - Desprendimento de placas. - Verificar se existem peças soltas ou, se através de um teste de per-cussão, é possível verificar trechos “ocos”;

- Caminhando sobre as peças tam-bém pode ser possível notar se elas não estão completamente fixas.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência ou desgaste da arga-massa de assentamento;

- Eventuais danos referentes à umidade de-vem ser sanados previamente;

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU);

- A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos ser-viços visando substituição seletiva de peças;

- Para a recolocação de peças, deve-se, pri-meiramente, atentar para as condições do substrato;

- As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- Consultar fichas técnicas sobre arga-massa – FT2.

64 - Manchas de ferrugem. - Observar se aparecem manchas avermelhadas nos pisos, especial-mente nos locais próximos aos gra-dis.

- Oxidação de peças de ferro em contato com o granito.

- Devem ser removidas as manchas de ferru-gem para evitar o desgaste do piso;

- Consultar fichas específicas sobre limpeza – FEL7 e FEL8.

Page 79: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

79

REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS DE GRANITO

piso hall/circulação social térreoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

65 - Falta de uniformidade do materi--al;

- Substituição de peças;

- Descontinuidade do material.

- Observar se existem placas apa-rentemente constituídas de material diferentes, com coloração diferen-te, que geram falta de uniformida-de no piso da área observada.

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Intervenções para atualização ou manuten-ção de instalações hidro sanitárias ou con-dutores;

- Intervenções descuidadas;

- Substituição de peças.

- Caso seja necessária a substituição de pe-ças, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

-As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos ser-viços visando substituição seletiva de peças;

- Eventuais danos referentes à umidade de-vem ser sanados previamente;

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU).

Page 80: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

80

REVESTIMENTO DE PISO: GRANILITE

sobrelojas – lojas no térreo – escadas térreo e sobreloja – escadas de segurança - guarda corposNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

66 Perdas, quebras, fissuras e perfu--rações.

- Observar se aparecem no piso fissuras, trinas e pequenas perfura-ções.

- Ação do tempo;

- Movimentação do piso;

- Dilatação térmica;

- Falta de manutenção;

- Falha na execução do piso.

- Os trechos de piso danificados deverão ser recompostos;

- Consultar ficha técnica sobre granilite – FT4.

67 - Sujeira impregnada. - Observar se existe sujeira impreg-nada no piso, especialmente nas juntas de dilatação.

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Fuligem;

- Poluição.

- A limpeza periódica do piso de granilite pode ser realizada com água a baixa e média pressão – FEL2 combinadas com detergentes não iônicos – FEL3;

- A finalização do piso de granilite se dá com a aplicação de camadas de resina protetora;

- A limpeza química (ácida ou alcalina) deve-rá ser evitada, pois os produtos podem reagir com o granilite de forma diferente em cada trecho;

- A limpeza abrasiva também deverá ser evita-da, pois poderá remover partículas que com-põem o piso.

- Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL);

- Consultar ficha técnica sobre granilite - FT4.

68 - Desgaste. - Observar se o piso apresenta tre-chos desgastados, onde aparente-mente perderam a camada superior ou se estão um pouco afundados,

- Trafego intenso;

- Ação do tempo.

- Consultar ficha técnica sobre granilite - FT4.

Page 81: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

81

REVESTIMENTO DE PISO: GRANILITE

sobrelojas – lojas no térreo – escadas térreo e sobreloja – escadas de segurança - guarda corposNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

68 em especial em áreas de trafego mais intenso.

69 - Falta de uniformidade do materi--al;

- Irregularidade ou descontinuida--de do material.

- Observar se existem trechos de piso com textura, cor e material dis-tintos.

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Intervenções para atualização ou manuten-ção de instalações;

- Intervenções sem cuidado ou sem critério.

- Os trechos que apresentam material incom-patível, irregular ou em desconformidade com o piso de granilite deverão ser recompostos;

- Consultar fichas técnica sobre granilite – FT4.

Page 82: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

82

REVESTIMENTO DE PISO: PASTILHAS CERÂMICAS

halls sociais nos pavimentos-tipoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

70 - Destacamento das pastilhas ce--râmicas;

- Perda de peças.

- Observar se existem peças de pastilhas de revestimento faltantes;

- Verificar se as pastilhas se des-prendem juto da argamassa de as-sentamento;

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência ou desgaste da arga-massa de assentamento;

- Intervenções sem critério.

- Eventuais danos referentes à umidade deve-rão ser previamente tratados;

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar a possíveis causas para o dano;

- Para reposição das peças faltantes atentar para as características das novas peças, pois elas podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré--existentes;

- Deve-se conferir as condições do substrato e deve ser utilizada argamassa compatível com o mesmo;

- Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2.

71 - Falta de uniformidade do materi--al;

- Substituição de peças;

- Descontinuidade do material.

- Observar se existem peças que se destacam do conjunto por serem distintas, diferente cor, textura ou material.

- Intervenções sem cuidado ou sem critério. - Caso a opção seja pela recomposição visual do conjunto, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

- As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos ser-viços visando substituição seletiva de peças;

- Consultar ficha técnica sobre argamassa - FT2.

Page 83: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

83

REVESTIMENTO DE PISO: PASTILHAS CERÂMICAS

halls sociais nos pavimentos-tipoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

72 - Rejuntamento danificado;

- Perda do rejuntamento;

- Rejuntamento incompatível.

- Verificar a integridade do rejunta--mento das pastilhas de revestimen-to;

- Observar se existem trechos fal-tantes, com fissuras ou coloração dife-rente.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência da argamassa de rejun-tamento;

- Intervenções sem cuidado ou sem critério.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

73 - Sujeira impregnada. - Verificar se o revestimento apre-senta-se impregnado de sujeira, especialmente nas juntas.

- Poluição;

- Falta de manutenção;

- Fuligem;

- Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Testar métodos de limpeza a começar pelos mais simples e menos agressivos como a la-vagem com água nebulizada (FEL1);

- Existem produtos químicos disponíveis no mercado próprios para limpeza de azulejos e pastilhas cerâmicos, porém qualquer produto que venha a ser utilizado deve ser previamen-te testado;

- A limpeza abrasiva deve ser evitada pelo ris-co de danificar e desgastar a superfície das peças e os rejuntamentos; Assim como a lim-peza com produtos ácidos;

- Produtos ácidos formulados especialmente para limpeza de pisos, azulejos e ladrilhos cerâmicos devem ser utilizados com cautela, somente após testes e devem ser aplicados sobre a superfície úmida para que a satura-ção de água proteja o piso e impeça que o produto penetre na cerâmica; Verificar a es-tanqueidade dos rejuntamentos antes da sa-turação da superfície;

Page 84: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

84

REVESTIMENTO DE PISO: PASTILHAS CERÂMICAS

halls sociais nos pavimentos-tipoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

73 - Qualquer método de limpeza deve ser se-guido de lavagem abundante com água lim-pa;

- Antes da utilização de qualquer produto, devem ser observadas as indicações do fa-bricante;

- Consultar fichas específicas sobre limpeza – FEL2 e FEL3

74 - Manchas de umidade nas pasti--lhas cerâmicas de revestimento.

- Verificar se existe alteração na cor das pastilhas de revestimento, prin-cipalmente se há escurecimento.

- Presença de umidade. - Consultar fichas específicas sore umidade (FEU) para definir quais as possíveis causas.

Page 85: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

85

REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS CERÂMICAS

hall de serviços no bloco duplex - varandas de circulação de serviço nos pavimentos-tipo - corredor de serviços no térreoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

75 - Perda, quebra de peças, fissuras e tricas.

- Verificar se existem trincas, fissuras ou trechos quebrados;

- Procurar trechos com quebras ou peças removidas.

- Dilatação térmica;

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Intervenções para atualização ou manuten-ção de instalações hidro sanitárias ou con-dutores;

- Intervenções descuidadas;

- Perda da eficiência da argamassa de assen-tamento;

- Presença de umidade.

- Fissuras ou pequenos danos que não inter-firam na estanqueidade da superfície ou não tragam riscos de segurança aos usuários po-dem ser apenas consolidados;

- Algumas pequenas fissuras podem ser repa-radas usando-se cola tipo epóxi e argamassa;

- Pequenas quebras podem ser suavizadas através da modelagem de porções de epóxi com tinta esmalte;

- Caso seja necessária a substituição de pe-ças, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

-As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- Eventuais danos referentes à umidade de-vem ser sanados previamente; Para tanto, consultar fichas específicas sobre umidade (FEU).

- A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos ser-viços visando substituição seletiva de peças;

- Consultar ficha técnica sobre argamassa - FT2.

Page 86: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

86

REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS CERÂMICAS

hall de serviços no bloco duplex - varandas de circulação de serviço nos pavimentos-tipo - corredor de serviços no térreoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

76 - Falta de uniformidade do materi--al;

- Substituição de peças;

- Descontinuidade do material.

- Observar se existem peças que se destacam do conjunto por serem distintas, diferente cor, textura ou material.

- Intervenções para atualização ou manuten-ção de instalações hidro sanitárias ou con-dutores;

- Intervenções sem cuidado ou sem critério.

- Caso a opção seja pela recomposição visual do conjunto, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

- As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos ser-viços visando substituição seletiva de peças;

- Consultar ficha técnica sobre argamassa - FT2.

77 - Rejuntamento danificado;

- Perda do rejuntamento;

- Rejuntamento incompatível.

- Observar a integridade do rejun-tamento das peças cerâmicas;

- Observar se existem trechos fal-tantes, com fissuras ou coloração diferente.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência da argamassa de rejun-tamento;

- Intervenções sem critério.

- Consultar fichas técnicas sobre arga-massa - FT2.

78 - Sujeira impregnada. - Verificar se o revestimento apre-senta-se impregnado de sujeira, especialmente nas juntas.

- Poluição;

- Falta de manutenção;

- Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Testar métodos de limpeza a começar pelos mais simples e menos agressivos como a la-vagem com água nebulizada (FEL1);

- Existem produtos químicos disponíveis no mercado próprios para limpeza de azulejos cerâmicos, porém qualquer produto que ve-nha a ser utilizado deve ser previamente tes-tado;

Page 87: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

87

REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS CERÂMICAS

hall de serviços no bloco duplex - varandas de circulação de serviço nos pavimentos-tipo - corredor de serviços no térreoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

78 - A limpeza abrasiva deve ser evitada pelo ris-co de danificar e desgastar a superfície das peças; Assim como a limpeza com produtos ácidos;

- Produtos ácidos formulados especialmente para limpeza de pisos e azulejos cerâmicos devem ser utilizados com cautela, somente após testes e devem ser aplicados sobre a su-perfície úmida para que a saturação de água proteja o piso e impeça que o produto pene-tre na cerâmica;

- Qualquer método de limpeza deve ser se-guido de lavagem abundante com água lim-pa;

- Antes da utilização de qualquer pro-duto, devem ser observadas as indicações do fa-bricante;

- Consultar fichas específicas sobre limpeza – FEL2 e FEL3.

79 Manchas de umidade. - Verificar se existe alteração na cor das peças cerâmicas, principal-mente se há escurecimento.

- Presença de umidade. - Consultar fichas específicas sore umidade (FEU) para definir quais as possíveis causas.

Page 88: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

88

REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS DE ARDÓSIA

piso do salão de jogos – terraço-jardimNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

80 - Perda, quebra de peças, fissuras e tricas.

- Verificar se existem trincas, fissuras ou trechos quebrados;

- Procurar trechos com quebras ou peças removidas.

- Dilatação térmica;

- Presença de umidade;

- Perda da eficiência da argamassa de assen-tamento;

- Falta de manutenção;

- Ação do tempo;

- Intervenções para atualização ou manuten-ção de instalações hidro sanitárias ou con-dutores;

- Intervenções descuidadas.

- Caso seja necessária a substituição de pe-ças, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

-As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- Eventuais danos referentes à umidade de-vem ser sanados previamente; Para tanto, consultar fichas específicas sobre umidade (FEU).

- A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos ser-viços visando substituição seletiva de peças;

81 - Falta de uniformidade do materi--al;

- Substituição de peças;

- Descontinuidade do material.

- Observar se existem peças que se destacam do conjunto por serem distintas, diferente cor, textura ou material.

- Intervenções para atualização ou manuten-ção de instalações hidro sanitárias ou con-dutores;

- Intervenções sem cuidado ou sem critério.

- Caso a opção seja pela recomposição visual do conjunto, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

- As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos ser-viços visando substituição seletiva de peças;

- Consultar ficha técnica sobre argamassa - FT2.

Page 89: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

89

REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS DE ARDÓSIA

piso do salão de jogos – terraço-jardimNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

82 - Rejuntamento danificado;

- Perda do rejuntamento;

- Rejuntamento incompatível.

- Observar a integridade do rejun-tamento das peças cerâmicas;

- Observar se existem trechos fal-tantes, com fissuras ou coloração diferente.

- Presença de umidade;

- Ação do tempo;

- Perda de eficiência da argamassa de rejun-tamento;

- Intervenções sem critério.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

83 - Sujeira impregnada. - Verificar se o revestimento apre-senta-se impregnado de sujeira, especialmente nas juntas.

- Poluição;

- Falta de manutenção;

- Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Testar métodos de limpeza a começar pelos mais simples e menos agressivos como a la-vagem com água nebulizada (FEL1);

- Qualquer método de limpeza deve ser se-guido de lavagem abundante com água lim-pa e clara;

- Antes da utilização de qualquer produto, devem ser observadas as indicações do fabri-cante e devem ser realizados testes;

- Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais adequa-do.

Page 90: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

90

VÃOS ESQUADRIAS E GRADIS: ESQUADRIAS DE MADEIRA

Nº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

84 - Apodrecimento de peças devido à umidade.

- Dar especial atenção às peças embutidas nas alvenarias ou em contato com ela;

- Presença de umidade;

- Infiltração de água através das esquadrias e peitoris;

- Ausência de pingadeiras;

- Falta de manutenção.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU);

- Consultar ficha técnica sobre esquadrias – FT3.

85 - Esquadrias empenadas. - As peças de madeira das esqua-drias incham com a umidade, dei-xando de fechar adequadamente.

- Presença de umidade;

- Infiltração de água através das esquadrias e peitoris;

- Ausência de pingadeiras;

- Falta de manutenção.

- Consultar ficha técnica sobre esquadrias – FT3.

86 - Vidros quebrados ou faltantes. - Observar se as esquadrias apre-sentam vidros quebrados ou racha-dos ou falta de vidros.

- Vandalismo;

- Falta de manutenção.

- Os vidros quebrados ou faltantes devem ser substituídos ou recolocados.

Page 91: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

91

VÃOS ESQUADRIAS E GRADIS: ESQUADRIAS DE METÁLICAS

esquadrias de ferro - esquadrias de alumínioNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

87 - Ferragens oxidadas ou danifica--das.

- Verificar se as ferragens estão completas e se não possuem pon-tos de oxidação.

- “Encontrando pontos de oxidação, desmon-te a peça, lixe retirando o excesso de tinta ou oxidação, dê um fundo de zarcão e repinte. Peças quebradas, que não for possível recu-perar, tanto na ferragem de fixação ou na de vedação, substitua por similares de boa qua-lidade.” Manual do Projeto MONUMENTA. P.61

- Primeiramente deve ser feita a limpeza ade-quada em todas as peças. Para tanto, consul-tar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais apropriado;

- “Aplicar duas demãos de fundo anti-corrosi-vo de boa qualidade;

- Aplicar duas ou três demãos de aca-bamen-to na cor especificada com tinta ou esmal-te sintético” Manual Projeto MONUMENTA. P.186

88 - Vidros quebrados ou faltantes. - Observar se as esquadrias apre-sentam vidros quebrados ou racha-dos ou falta de vidros.

- Vandalismo;

- Falta de manutenção.

- Os vidros quebrados ou faltantes devem ser substituídos ou recolocados.

89 - Substituição das esquadrias,

- Ausência de uniformidade.

- Observar se existe variação de modelos de esquadrias para áreas similares.

- Intervenções sem cuidado;

- Substituições arbitrárias.

- Consultar ficha técnica sobre esquadrias – FT3.

Page 92: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

92

VÃOS ESQUADRIAS E GRADIS: GRADIS METÁLICOS

halls sociais - acessos para a garagem – aberturas nos volumes do pátio descobertoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

90 - Peças danificadas ou faltantes. - Verificar a integridade das peças e se existem peças ou trechos fal-tantes.

- Vandalismo;

- Falta de manutenção;

- Intervenções sem cuidado.

- Deve-se contratar profissional habilitado para tratamento das peças danifi-cadas ou produção das novas peças.

91 - Oxidação. - Verificar se existem pontos oxida-dos.

- Perda da camada de proteção;

- Presença de umidade.

- Primeiramente deve ser feita a limpeza ade-quada em todas as peças. Para tanto, consul-tar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais apropriado;

- Depois de concluída a limpeza, será possível identificar se os pontos de oxidação poderão ser tratados ou se deverá ser feita a substitui-ção do trecho ou peça oxidada;

- Para o tratamento: “aplicar duas demãos de fundo anticorrosivo de boa qualidade;

- Aplicar duas ou três demãos de acabamento na cor especificada com tinta ou esmalte sin-tético” Manual Projeto MONUMENTA. P.186

Page 93: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

93

VÃOS ESQUADRIAS E GRADIS: BLOCOS DE VIDRO COM VENTILAÇÃO

pátio descoberto - corredor de serviços - garagemNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

92 - Sujeira impregnada. - Observar as peças e verificar se apresentam sujeira impregnada;

- Ação do tempo;

- Falta de manutenção;

- Poluição;

- Acúmulo de fuligem.

- Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais adequa-do.

93 - Peças danificadas ou faltantes. - Observar se existem peças da-nificadas, trincadas, fissuradas ou faltantes.

- Falta de manutenção;

- Vandalismo;

- Ação do tempo.

- Consultar ficha técnica sobre blocos de vi-dro com ventilação.

Page 94: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

94

VÃOS ESQUADRIAS E GRADIS: VÃOS

Nº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

94 - Pingadeiras danificadas ou fal--tantes.

- Verificar se os peitoris das janelas e contornos das fachadas do edifí-cio possuem pingadeiras e se estas estão limpas e funcionando perfei-tamente. Uma mancha escura nes-ses locais pode indicar a ausência de pingadeiras.

- Falha na execução;

- A ausência ou a ineficiências das pingadei-ras pode gerar novos danos relacionados à umidade.

- Consultar fichas específicas sobre umidade – FEU4.3 e FEU6.

- As pingadeiras deverão ser corrigidas ou executadas conforme necessário.

- Consultar ficha específica sobre umidade – FEU6.

95 - Inclinação do peitoril e soleira in-correta.

- Verificar se os peitoris das janelas e as soleiras das portas possuem inclinação em direção ao exterior.

- Falha na execução;

- A inclinação incorreta dos peitoris e soleiras pode gerar outros danos, pois deixa a água em contato com as paredes por mais tempo, ao invés de expulsá-la, favorecendo a infiltra-ção de água nesses pontos.

- Consultar ficha específica sobre umidade – FEU4.3.

96 - Infiltração nos rejuntamentos dos peitoris.

- Verificar se o rejuntamento de ar--gamassa entre os peitoris e as pa-redes está em bom estado e sem infiltrações.

- Perda de eficiência dos rejuntes;

- Falha na impermeabilização.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa – FT2;

- Consultar ficha específica sobre umidade FEU4.3.

Page 95: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

95

PICHAÇÃO

fachadasNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

97 - Pichação. - Observar se existem pichações nas fachadas.

- Vandalismo. - Consultar fichas especificas sobre limpeza - FEL7 e FEL6 - para selecionar o método mais adequado para remoção.

Page 96: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

96

QUESTÕES ESTRUTURAIS

concreto armadoNº DANOS DIAGNÓSTICO CAUSAS POSSÍVEIS RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

98 - Corrosão do aço embutido. - Verificar se os elementos estrutu-ras, vigas e colunas, apresentam despren-dimento de concreto;

- Observar se aparecem manchas nos elementos estruturais;

- Observar se existem trincas e fis-suras que se assemelham a linhas de mapas;

- Presença de umidade;

- Falha de execução;

- Técnicas de execução inapropriadas;

- Má qualidade dos materiais;

- Verificar se há presença de umidade, para tanto consulte as fichas específicas sobre umi-dade (FEU);

- Pode ser necessário realizar aberturas de inspeção e análises laboratoriais;

- Deve ser contatado um profissional especia-lizado em estruturas para determinar os trata-mentos adequados.

99 - Perda do cobrimento da armadu--ra.

- Observar se existem trechos onde o concreto de cobrimento da arma-dura se perdeu e o aço embutido encontra-se aparente.

- Corrosão do aço embutido;

- Ação do tempo;

- Falta de manutenção.

- Deve ser contatado um profissional especia-lizado em estruturas para determinar os trata-mentos adequados.

100 - Problemas estruturais;

- Recalques das fundações;

- Flexão de vigas.

- Observar se as vigas apresentam deformações.

- Compactação do solo;

- Sobrecargas;

- Inadequações de projeto.

- Deve ser contatado um profissional especia-lizado em estruturas para determinar os trata-mentos adequados.

101 - Trincas e fissuras. - Procurar por trincas e fissuras em elementos estruturais, mas também em paredes de vedação.

- Corrosão do aço embutido;

- Recalques estruturais;

- Sobrecargas.

- Deve ser contatado um profissional especia-lizado em estruturas para determinar os trata-mentos adequados.

Page 97: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

97

Fichas específicas sobre umidade - FEU A umidade é uma patologia que se encontra por trás das causas de inúme-ras outras, portanto é de suma importância identificar e classificar as variadas causas desse fenômeno para que seja possível selecionar um tratamento apro-priado. Consideraremos os métodos de diagnósticos mais simples, baseados fundamentalmente na observação.

As causas principais de aparecimento de umidade nas superfícies de uma edi-ficação, segundo descrevem John e Nicola Ashurst são: infiltração de água da chuva, umidade ascendente (água presente no solo conduzida por capilarida-de), presença de sais higroscópicos na composição das superfícies e condensa-ção das partículas de água do ar nas superfícies do edifício. (ASHURST, John & ASHURST, Nicola. Practical Building Conservation, Vol. 2. Hants, Gower, 2005.)

FEU1. UMIDADE ASCENDENTE

“É independente das estações do ano, sobe pelas alvenarias até uma altura de cerca de 2 – 3 metros, impregnando-a em toda a espessura. Desaparece ao fim de um tempo relativamente longo, 3 – 4 anos, depois de se ter claramente eliminado a causa.” (CAMPANELLA, 2003, p.68)

Nos casos de umidade ascendente, a água migra no interior da parede por capilaridade até encontrar uma superfície de evaporação. John e Nicola Ashurst observam que a presença de sais higroscópicos e o aparecimento de eflores-cências quase sempre representam um sintoma da umidade ascendente. (Sobre os sais higroscópicos, consultar FEU2).

FICHAS ESPECÍFICAS

Page 98: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

98

O esquema ao lado apresenta simplificadamente o conceito da umidade as-cendente, na qual a umidade parte do solo e migra pelo interior da parede e, na maioria dos casos, carrega consigo sais solúveis do solo que se cristalizam sobre a superfície da parede ou sob a argamassa de reboco ou revestimento, dependendo da porosidade do revestimento. A altura máxima da parede até onde poderão ser observadas as manchas de umidade dependerá de alguns fatores como, por exemplo, a espessura da parede e as características referentes à permeabilidade dos materiais que a compõem, assim como o acabamento da superfície.

Segundo Campanella, “a umidade só tende a subir, isto é, tornar-se umidade ascendente, quando é originada numa coluna de água que tem sua base na água subterrânea. Caso contrário, a propagação da umidade é do tipo gravi-tacional, dirigida para baixo; só se torna ascendente se a parede ou muro está já saturado na parte inferior”. P.68.

As principais fontes de água que podem levar ao aparecimento da umidade ascendente são poças d’água que se formam próximas às bases das paredes, vazamentos de tubulações de abastecimento ou de captação e condução de águas pluviais, ainda podem ser provenientes de infiltrações nas fundações do edifício. A infiltração de água no piso ou nas intersecções entre o piso e as paredes também pode resultar em umidade ascendente. (Sobre umidade de infiltração, consultar FEU4).

No caso da umidade ascendente, a quantidade de água dentro das paredes é maior quanto mais próximo do solo. A concentração de água no interior da parede em função da altura pode ser observada nos croquis abaixo:

Para identificar esse tipo de umidade deve-se observar primeiramente o forma-to da mancha, se ela é mais ou menos horizontal e corre ao longo de toda ou quase toda a extensão da base da parede. É importante também notar se o piso apresenta-se úmido e, além disso, observar se as paredes e piso onde aparecem essas manchas estão sobre reservatórios, sobre coletores e condutores de águas pluviais ou sobre as fundações do edifício. (Manual Projeto MONUMENTA).

Ilustração com base em Carbonara, 2004.

Ilustração com base em Carbonara, 1996.

Page 99: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

99

Um tratamento equivocado comumente utilizado é o encobrimento da super-fície onde aparecem as manchas de umidade com material de característica impermeável. Porém, ao se aplicar um revestimento ou um produto imperme-abilizante na superfície afetada, a água subirá ainda mais buscando uma área de evaporação e, portanto, aumentará a área afetada.

O controle da umidade ascendente se dá removendo as fontes de água de onde migra a umidade e algumas medidas de manutenção preventiva são:

Revisar periodicamente as calhas, coletores e condutores de águas pluviais para se certificar de que estão limpos, desentupidos e que a vazão foi estimada corre-tamente. Da mesma forma, é indispensável controlar o empoçamento de água no terreno, em especial próximo às bases da parede. Deve-se, portanto, conferir o nivelamento, escoamento e a impermeabilização do terreno. Os sistemas de esgoto também devem ser revisados periodicamente e estar completamente fun-cionais. Ainda, para impedir o surgimento da unidade ascende por infiltração na base das paredes, deve-se verificar se os sistemas de impermeabilização, as juntas e revestimentos dos pisos e paredes encontram-se em bom estado. (Sobre impermeabilização, consultar FT1).

Instalação de barreira física:

Uma técnica que pode ser utilizada para controlar a umidade ascendente é a instalação de barreiras físicas horizontais na parede, segundo os esquemas a seguir:

Nas referências consultadas são indicados alguns sistemas mais sofisticados, que necessitam de uma análise aprofundada e da contratação e supervisão de pro-fissionais habilitados, por exemplo, o rebaixamento do lençol freático ou a criação de barreiras químicas que impeçam a migração da água pelo interior das pa-redes.

A remoção dos sais que cristalizam na superfície das paredes deve ser feita so-mente depois de resolvido o problema da umidade ascendente. (Sobre os Sais higroscópicos consultar FEU2).

Ilustração com base no Manual de Conservação preventiva para edificações do PROGRAMA MONUMENTA.

Fonte: Manual de Conservação preven-tiva para edificações. Minc – Ministério da Cultura. IPHAN – Instituto do Patrimô-nio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PROGRAMA MONUMENTA. P.144.

Page 100: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

100

FEU2. PRESENÇA DE SAIS HIGROSCÓPICOS

“O movimento da umidade por capilaridade através de alvenaria é frequen-temente associado à deposição de sais com tendência a concentrar-se, princi-palmente, sob ou na superfície da parede. As forças de ruptura associadas à cristalização desses sais geram deterioração, normalmente vista como sulcos, pulverização e descamação da alvenaria. A remoção da umidade das paredes associada a um tratamento de impermeabilização ou a eliminação da fonte de água do solo também podem levar a um aumento em vez de diminuir, a menos que sejam tomadas medidas para reduzir o teor de sal da alvenaria. Certos sais, particularmente alguns cloretos, são higroscópicos ("buscam água') e podem absorver a umidade diretamente da atmosfera, e a umidade e a de-terioração podem persistir mesmo depois que a umidade proveniente da base do muro seja interrompida. Nestas circunstâncias, o sal deve ser removido ou pelo menos substancialmente reduzido na alvenaria, para a deterioração ser controlada.” (John e Nicola Ashurst, 2005. Vol.2. P.68)

FEU2.1 UMIDADE POR CARACTERÍSTICA HIGROSCÓPICA DOS MATERIAIS

Esse é um tipo de umidade que aparece quando algum dos materiais consti-tuintes das paredes ou do teto apresenta-se contaminado pontualmente por sais higroscópicos, esses sais drenam a umidade do ambiente, configurando áreas úmidas isoladas na parede, concentradas em pontos específicos.

Portanto, para identificar esse dano é necessário observar se as manchas encon-tram-se isoladas na parede com maior umidade no centro diminuindo gradati-vamente nas extremidades. Áreas pulverulentas ou em degradação também são sintomas desse tipo de umidade.

Outra possível causa para o aparecimento de sais higroscópicos, além da con-taminação prévia dos materiais é a queima de combustíveis fósseis.

A confirmação da presença desses sais poderia ser realizada através da análise dos materiais constituintes das paredes.

Fonte: Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministé-rio da Cultura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PROGRAMA MONUMENTA. P.131.

Page 101: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

101

FEU2.2 SALINIZAÇÃO OU EFLORESCÊNCIA

A presença desse dano está diretamente relacionada à umidade ascendente. Os sais presentes no solo são carregados pela água por capilaridade e crista-lizam na superfície da parede. (Sobre umidade ascendente, consultar FEU1).

As eflorescências dependem de características da argamassa de reboco, do revestimento ou de pintura, por exemplo, da porosidade. Caso o revestimento atue como uma película impermeável na parede, a passagem dos sais será restrita e estes acabarão cristalizando sob a camada de revestimento, gerando o desprendimento do que estiver sobre ele.

Os métodos para remoção de sais, segundo John e Nicola Ashurst podem ser compressas de argilas absorventes ou a utilização de argamassas de sacrifício.

É necessária a utilização de mão de obra especializada e não há restrições quanta à área de aplicação, a não ser áreas que possam vir a sofrer mais danos por conta da saturação necessária à aplicação da técnica.

Se a causa da umidade ou a fonte de contaminação dos sais for eliminada, uma única aplicação da técnica será eficiente para um resultado prolongado, porém caso não seja possível eliminar completamente a causa da salinização, a técnica de remoção de sais deverá ser reaplicada a cada 5 ou 10 anos.

Seguem as descrições para aplicação das técnicas como descritas em Practical building conservation, vol2.:

Tratamento com argilas absorventes:

A superfície é saturada com jatos de água durante alguns dias que dependerão da constituição da parede, por exemplo, da porosidade da alvenaria e da arga-massa, mas deve ser de pelo menos três dias e três noites. Depois de terminado o processo de umidificação, a argila absorvente é misturada com quantidade de água suficiente para formar uma pasta pegajosa sendo misturada manualmente ou com um equipamento mecânico dependendo da quantidade necessária.

Fonte: Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministério da Cul-tura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histó-rico e Artístico Nacional. UCG/ PROGRA-MA MONUMENTA. P.136.

Fonte: Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministério da Cultura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PROGRAMA MONUMENTA. P.137.

Page 102: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

102

A mistura deve ser aplicada à parede em uma camada de 20 a 25mm de espes-sura e deve ser protegida de modo que permaneça ali o maior tempo possível que pode variar de poucos dias a algumas semanas, de acordo com o nível de salinização presente na parede e a espessura da parede, por exemplo. O rendi-mento da argila é de aproximadamente 50kg para 3m².

À medida que a argila drena a parede, a água evapora pela argila deixando os sais que acabam cristalizando sobre a camada de argila. É possível que seja necessário reaplicar a técnica algumas vezes até que se tenha reduzido consi-deravelmente os níveis de sais no material, porém para determinar tais níveis devem ser realizados testes antes, durante e depois da aplicação da técnica. Pode até ser um tratamento lento, porém não necessita tanto de supervisão.

Parte da argila irá desprender e soltar-se sozinha, porém o que restar deverá ser removido com a utilização de escovas de cerdas duras.

Consultar Ficha específica sobre limpeza (FEL7).

Tratamento com argamassa de sacrifício:

Quando não for possível utilizar as argilas absorventes, a opção indicada por John e Nicola Ashurst é a utilização da argamassa de sacrifício. Trata-se da aplicação de uma argamassa bastante porosa sobre a parede. A evaporação da água através dessa argamassa resultará na transferência dos sais da parede para a argamassa de sacrífico.

Esse tratamento pode utilizado quando a umidade ascendente não puder ser efetivamente combatida.

Da mesma forma como no tratamento com argila absorvente, a parede é ume-decida e é aplicada a argamassa composta de 1 parte de cal para 4 partes de areia numa espessura de 12mm, se possível dos dois lados da parede até uma altura de 50mm acima da área de evaporação e/ou cristalização dos sais.

A argamassa de sacrifício irá deteriorar-se com o passar do tempo e é provável

Page 103: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

103

que necessite ser reaplicada, porém a alvenaria estará protegida e livre dos sais.

“Argamassas de sacrífico são métodos relativamente lentos de dessalinização de alvenaria. Um período de vários meses pode ser necessário dependendo do nível de sais e quantidade de evaporação. Foi observado mais sucesso em paredes onde a umidade ascendente ainda estava presente, antes da instalação e qualquer método de impermeabilização.” (John e Nicola Ashurst, 2005.Vol1. P.72

FEU3. UMIDADE DE CONDENSAÇÃO

“Umidade de condensação é observável todos os anos na mesma estação e encontra-se na superfície do edifício e qualquer altura ou nível. É facilmente eliminável através do calor e da ventilação, mas pode aparecer de novo com facilidade. Nesses casos é difícil fazer um diagnóstico, porque as manchas po-dem estar secas e a umidade de condensação pode confundir-se com outro tipo de umidade.” (CAMPANELLA, 2003. P.68)

No caso da umidade de condensação, o vapor d’água quente irá literalmente condensar em contato com a superfície fria das paredes e teto do ambiente, portanto, estão normalmente presentes em ambientes com grandes variações de temperatura, com alta umidade relativa do ar e circulação de ar um pouco restrita. Uma característica comum é a presença de machas escuras de fungos, ao passo que sais higroscópicos não são observados.

No caso da umidade de condensação a quantidade de água independe da altura na parede, a condensação é homogênea. A concentração de água no interior da parede em função da altura pode ser observada nos croquis abaixo.

Diagnósticos de umidade de condensação podem ser obtidos realizando algu-mas medições com equipamentos específicos: temperatura do ar, temperatura das paredes (a temperatura das paredes será inferior à temperatura do ar nos casos de umidade de condensação) e umidade relativa do ar.

Para combater a umidade de condensação seria necessário controlar o nível de

Ilustração com base em Carbonara,1996.

Page 104: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

104

umidade relativa do ar, mantendo o valor inferior a 70%, aumentar o calor nas superfícies e promover maior circulação do ar, ventilação.

FEU4. UMIDADE POR INFILTRAÇÃO

“As causas das infiltrações podem ser múltiplas: fissuras no reboco, separação de materiais de características diversas (..), defeitos dos rebocos (de composi-ção ou de coesão entre reboco e suporte), degradação da argamassa, defeitos de ligação entre caixilhos e alvenarias. Se as infiltrações são devidas a causas localizadas, também as manifestações da umidade serão localizadas.” .” (CAM-PANELLA, 2003. P.68)

FEU4.1 INFILTRAÇÃO POR DEFICIÊNCIA DO SISTEMA DE IMPERMEABILIZA-ÇÃO E DANOS NOS REVESTIMENTOS E JUNTAS

As causas de infiltração em piso podem estar diretamente relacionadas à inefici-ência do sistema de impermeabilização do piso, além da existência de fis-suras ou desgaste no piso e danos nas juntas das placas de revestimento.

Ainda um ponto de infiltração bastante frequente é a tangencia das paredes externas com o piso, onde a água, por capilaridade, se expande internamente à parede.

FEU4.2 INFILTRAÇÃO POR DANOS NA TUBULAÇÃO EMBUTIDA

Apresenta-se como uma mancha isolada na parede e possui áreas pulverulentas e em degradação. É necessário certificar-se se existem tubulações em-butidas correndo atrás dessas áreas e se as manchas são realmente resultado de vaza-mento dessas tubulações. No caso de manchas permanentes, o va-zamento é resultado das tubulações de abastecimento de água fria, já se as manchas sur-gem ou escurecem após períodos de chuvas, o vazamento deve estar localizado nas tubulações de condução de águas pluviais.

Deve ser realizada vistoria nas tubulações a fim de identificar os vazamentos e, depois de localizadas, as peças danificadas devem ser substituídas, conforme

Fonte: Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministério da Cultura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PRO-GRAMA MONUMENTA. P.130.

Exemplo no Edifício Anchieta. Acervo pessoal, maio 2012.

Page 105: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

105

em croqui ao lado.

FEU4.3 INFILTRAÇÃO NAS EXTREMIDADES DE VÃOS E ESQUADRIAS

“A infiltração de água pelas paredes ocorre, principalmente, junto a elementos sacados, sobre os quais a água se acumula e onde podem ocorrer, fre-quente-mente, fissuras no reboco.” (Manual Projeto MONUMENTA. p.152)

As recomendações para tratamento são retirar o material danificado, selar e impermeabilizar os pontos de infiltração e refazer o reboco.

A infiltração nesses locais pode ocorrer por ineficiência das esquadrias que, por terem perdido a estanqueidade, acabaram gerando novos pontos de in--filtração. Os peitoris das janelas podem também estar favorecendo a infiltra-ção de água se tiverem sido mal executados, com inclinação errada, ao invés de afastar a água, eles acabam gerando o acúmulo de água na superfície das paredes e proximidade dos caixilhos.

Ainda são pontos bastante suscetíveis a infiltração, os rejuntes das pastilhas cerâmicas e placas de granito de revestimento, visto que ficam diretamente em contato com a água das chuvas, assim como a ausência, falha na execução ou dano nas pingadeiras. (Consultar ficha específica sobre umidade- FEU6)

Deve ser corrigida a inclinação dos peitoris e devem ser refeitas ou corrigidas as pingadeiras. (Consultar ficha específica sobre umidade FEU6).

As condições da argamassa de assentamento e o rejuntamento das pastilhas devem ser revidados periodicamente. (Consultar Ficha técnica sobre arga-mas-sa - FT2.2 e consultar ficha técnica sobre esquadria - FT4).

FEU5. DESENVOLVIMENTO DE VEGETAÇÃO E COLONIZAÇÃO BIO-LÓGICA

O surgimento de fungos, bactérias, bolor e mofo está diretamente relacionado aos problemas de umidade que devem ser sanados antes de dar início ao trata-

Croqui de ficha de aplicação técnica.

Fonte: Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministério da Cul-tura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PROGRAMA MONUMENTA. P.149

Corte esquemático da fachada com indica-ção dos principais pontos onde ocorrem os desprendimentos de pastilhas.

Acervo pessoal, maio 2012.

Page 106: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

106

mento da colonização biológica.

Os Tratamentos devem ser pontuais e dirigidos e, além de processos mecânicos, devem ser utilizados desinfestantes líquidos, em gel ou em pó e o efeito tóxico do produto aplicado deve decrescer rapidamente. (Manual de conservação pre-ventiva das edificações)

Com base nas referências consultadas, a superfície deve ser lavada com so-lução de hipoclorito de sódio, depois lavado com água limpa e, em seguida, deve ser aplicado um fungicida. Mário Mendonça de Oliveira e Cybele Celes-tino Santiago, em um Estudo da degradação biológica de um mural de 1988, indicam o PREVENTOL R90 e o VANCIDE E51 como fungicidas testados para tais fins. A remoção do fungicida deverá ser feita através de escovação e então o revestimento poderá ser refeito.

Em Atlante del restauro Tomo secondo, o croqui ao lado exemplifica o processo de tratamento:

1. Aplicar produto desinfetante com nebulizador ou com escavas macias.

2. Escovar com uma escova macia para a superfície absorver o desinfetante.

3. Remoção das colônias com espátulas de “teflon” ou escovas de madeira.

4. Remoção dos depósitos com esponja e água pura.

No caso do desenvolvimento de vegetação, é provável que as raízes do espéci-me já tenham ultrapassado os revestimentos e muitas vezes já estejam envolvi-das em meio a alvenaria.

Também segundo o Atlante del restauro, podem ser aplicados dois tipos distin-tos de herbicida, um com absorção foliar que que seca as folhas e caule entre dois e três dias, assemelha-se a uma espécie de queimação e impede que os nutrientes sejam carregados para as raízes e um segundo tipo de produto que circula no vegetal até atingir a raiz.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Fonte: Carbonara, 2004: 683.

Page 107: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

107

FEU6. MANCHA DE UMIDADE POR FALHA DE ACABAMENTO

As falhas no detalhamento ou acabamentos mal executados favorecem o apa-recimento de manchas de umidade. Quando não existem pingadeiras, quando não foram executadas ou quando estão sujas e perdem a eficiência, a água fica constantemente em contato direto com os contornos das escadas e das facha-das, por exemplo.

Esses tipos de manchas também podem ser vistos abaixo dos peotoris de jane-las, por exemplo, como consequencia da inexistência ou ineficiência de pinga-deiras.

Devem ser executadas ou corrigidas as pingadeiras conforme necessário.

1. 2.

Fonte: Carbonara, 2004: 682.

Foto: acervo pessoal. Maio, 2012.

Detalhe de pingadeiras. Disponível em: http://amaurysiqueira.pcc.usp.br/argamassa.htm. Acesso em: 19/05/2013.Foto: acervo pessoal. Maio, 2012.

Page 108: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

108

Fichas específicas sobre limpeza – FEL“A limpeza consiste numa série de operações destinadas a remover da superfície de um material as substâncias estranhas, patogênicas e que provocam degra-dações.” (CAMPANELLA, 2003. P.82)

A ação que primeiro relaciona-se a conservação e manutenção é a limpeza, porém uma porção de danos podem surgir devido a descuidos ou utilização de técnicas inapropriadas.

Os tipos e técnicas de limpeza a serem adotados dependem da superfície onde serão aplicados para serem eficientes sem danificar os materiais. As técnicas existentes para limpeza variam desde simples lavagem com água até sofistica-dos sistemas como ultrassons ou aplicação de laser que dependem de materiais específicos e profissionais habilitados para sua execução.

“Um projeto de limpeza bem planejado é um passo essencial na preservação, reabilitação ou restauração de um prédio de alvenaria histórica.” (Preservation Brief 1- Cleaning and Water-Repellent Treatments for Historic Masonry Buildings)

Segundo o Preservation brief 1, primeiramente deve-se identificar o que é para ser removido, em seguida analisar a superfície a ser limpa e compreender os materiais que a constituem, depois é necessário escolher o método de limpeza mais adequado. (Preservation brief 1).

As Fichas Específicas sobre Limpeza – FEL tem como objetivo apresentar as dife-rentes técnicas e métodos de limpeza para embasar a escolha do método mais adequado ao tipo de sujidade a ser removida e a cada material ou superfície onde será aplicado, para tanto nos deteremos a indicar os métodos mais usuais e factíveis.

Segundo a publicação Campanella, existem, de maneira geral, três níveis de impurezas a serem removidas:

Page 109: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

109

1. Depósitos que se acumulam por gravidade, pela água atmosférica ou ascensão “e que não apresentam nenhum tipo de coesão ou reação com o material de suporte”p.83.

2. Substâncias que tendem a “solidarizar-se com a superfície das obras, por exemplo, manchas, partículas atmosféricas, sais.” p.83.

3. “Estrato superficial que se forma sobre o material, sempre que substân-cias externas, voláteis ou sólidas, se combinam com o material de revestimento e aca-bamento superficial, alterando sua composição química e dando origem a produtos secundários de reação: é o caso do óxido de ferro (ferrugem) que se forma sobre as superfícies metálicas, ou dos sulfatos, denominados crostas por causa do seu aspecto, que se formam sobre os materiais pétreos.” P83.

É importante salientar que os sistemas de limpeza devem ser previamente tes-tados, a fim de certificar-se de que o método escolhido não acarretará novos danos, como manchar ou corroer as superfícies. Para os testes, podem ser con-tratos profissionais qualificados e devem ser realizados registros detalhados do processo, com fotografias antes durante e depois das aplicações. As instruções dos fabricantes, composição e FICHAS DE SEGURANÇA de todos os produtos a serem utilizados devem ser observadas atentamente e seguidas rigorosamente.

O Preservation Brief 1 - Cleaning and Water-Repellent Treatments for Historic Masonry Buildings considera os métodos de limpeza divididos em três grupos: métodos de limpeza com água, que amolecem ou dissolvem as sujidades, mé-todos químicos, que reagem com a sujidade ou com o material do substrato e métodos abrasivos.

Além disso, aponta que independente do método utilizado, a aplicação deve se dar de baixo para cima, o oposto do que indicaria o senso comum, pois qual-quer escorrimento sobre uma superfície já limpa não implicaria em manchas, desde que essa superfície seja constantemente enxaguada. A superfície onde ainda não foi executada a limpeza estará mais suscetível a absorver o produto ou reagir com ele.

MÉTODOS DE LIMPEZA COM ÁGUA

Métodos de limpeza com água necessitam de uma garantia de que o edifício encontra-se estanque, pois eventuais infiltrações e fissuras nos acabamentos e nos rejun-tamentos poderiam desencadear novos danos

FEL1. LAVAGEM COM ÁGUA NEBULIZADA

Pode ser considerado o método mais suave, é lento, porém bastante eficaz. Trata-se da pulverização ou nebulização prolongada com água sobre a super-fície. Não acarretará novos danos à superfície para a qual é indicado, dando atenção às restrições referentes aos tratamentos com água, não aplicação em materiais que possam ser danificados pelo excesso de água ou que sejam com-postos por substâncias solúveis ou pouco resistentes, por exemplo, alguns tipos de pedra, argamassa ou pinturas.

Remove substâncias solúveis, será eficiente para remoção de fuligem acumula-da e crostas.

Indicação: calcário, granilite, granito, mármore e peças cerâmicas.

FEL2. LAVAGEM COM ÁGUA A BAIXA E MÉDIA PRESSÃO

Trata-se de um método de limpeza bastante comum e eficiente para remoção de fuligem, poluentes e sujidades impregnadas.

Devem ser realizados testes preliminares para definir a pressão a ser aplicada sem danificar a superfície, a começar com as pressões mais baixas e controlar de acordo com o grau de impregnação de sujidade que se deseja remover a os tipos de superfície.

Pode ser considerada a utilização de escovas de cerdas macias, não utilizar cerdas metálicas, para não danificar a superfície e expor partes sensíveis.

É extremamente necessário conferir atenção a potencia e intensidade com que

Page 110: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

110

é aplicada a água e, para não saturar a superfície, é aconselhável que a quan-tidade de água utilizada seja controlada e que sejam feitos intervalos espaça-dos, ao invés de se utilizar jatos contínuos. Segundo John e Nicola Ashurst, a maioria dos danos causados por métodos de limpeza com água diz respeito à saturação, por isso afirmam que “os programas de limpeza bem sucedidos são aqueles com suficiente versatilidade para utilizar a mínima quantidade de água necessária para o tempo mínimo necessário exatamente onde é preciso e em nenhum outro lugar.” (John e Nicola ASHURST. Vol. 1. P. 46)

Alguns dos danos que podem resultar de saturação são o surgimento de eflo-rescências e o desprendimento de juntas e materiais frágeis que podem ser eliminados junto da sujeira.

Indicação: ardósia, cimentado, concreto, granilite, granito e peças ce-râmicas.

FEL3. LAVAGEM COM ÁGUA E DETERGENTES

Caso as sujidades incrustadas na superfície tenham características oleosas, será necessária a combinação das técnicas FEL1 e/ou FEL2 com a aplicação de detergentes.

Segundo o Preservation brief 1, uma importante recomendação para o tipo de detergente a ser utilizado é que seja um detergente não iônico, pois estes não deixam resíduos sólidos, portanto, deve-se observar atentamente as espe-cificações dos produtos a serem utilizados e as recomendações técnicas dos fabricantes.

Com auxilio de uma escova de cerdas macias, as sujidades incrustadas ou de-positadas em pequenos vãos e detalhes serão mais facilmente eliminadas. Ao final a limpeza, é necessário enxaguar com água limpa.

Indicação: ardósia, cimentado, concreto, granilite, granito e peças ce-râmicas.

MÉTODOS QUÍMICOS DE LIMPEZA

Métodos químicos de limpeza são aplicados para remoção de crostas, man-chas, estratos sedimentados de partículas, ceras, filmes protetores de alvenaria e paramentos, grafites, revestimentos metálicos e vegetação.

A limpeza química pode ser ácida, básica (alcalina) ou à base de compostos orgânicos e tanto os tratamentos ácidos quanto os básicos necessitam da utili-zação de água.

Os riscos da limpeza química são primeiramente os mesmos da limpeza com água, já que a maioria exige saturação prévia da superfície e todos necessitam de enxague, porém existem também os riscos para o aplicador, as questões ambientais e a possibilidade de, em não se conhecendo exatamente os compo-nentes da superfície onde será aplicado o produto, as soluções gerarem novos danos.

O produto pode reagir com a superfície, dissolvendo alguns componentes ou gerando eflorescências, por exemplo. Por isso vale reforçar a necessidade de testes preliminares, de conhecer a composição da superfície onde será aplica-do, de conhecer a composição dos produtos e de seguir à risca todas as ins-truções e FICHAS DE SEGURANÇA dos produtos fornecidas pelos fabricantes.

FEL4. LIMPADORES ÁCIDOS

Os produtos químicos para limpeza comerciais são, normalmente, soluções de ácido fluorídrico e, em alguns casos, com ácido fosfórico. A superfície onde será aplicada a solução deve ser previamente umedecida, até mesmo saturada, para controlar a absorção do produto pela superfície a ser limpa, por isso também deve permanecer úmida durante todo o processo de atuação do ácido. Deve ser necessária a neutralização da ação do ácido com aplicação de solução básica e ao final é preciso enxaguar com água limpa.

Indicação: ardósia, arenitos, concreto, granitos.

Page 111: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

111

FEL5. LIMPADORES ALCALINOS

Normalmente são soluções de hidróxido de amônia ou hidróxido de potássio que podem ser complementadas com um detergente não iônico.

Depois de aplicadas na superfície é necessário um tempo de espera, superior ao tempo de espera dos produtos ácidos, em seguida é preciso lavar a superfície com uma solução normalmente de ácido acético para neutralizar a ação da base e, finalmente, um enxague com água limpa.

Indicação: calcário, arenito calcário, granito polido, mármore polido ou não e tijolos de vidro.

FEL6. PRODUTOS REMOVEDORES DE TINTA

Os produtos químicos removedores de tintas podem ser alcalinos e “estes são em grande parte da mesma composição dos agentes de limpeza alcalinos, con-tendo hidróxido de potássio ou de amônio, ou fosfato trissódico. São utilizados para remover o óleo, tintas acrílicas e látex, são eficazes para a remoção de várias camadas de tinta. (..) Tal como acontece com outros produtos de limpeza alcalinos, tanto uma lavagem de neutralização ácida e quanto um enxague final com água são geralmente necessárias após o uso de decapantes alcalinos.” (Preservation brief 1)

Existe ainda a possibilidade de se utilizar removedores de tinta à base de solven-tes orgânicos que variam e pode incluir uma combinação de alguns solventes, in-cluindo o cloreto de metileno, metanol, acetona, tolueno e xileno. (Preserva-tion brief 1)

Indicação: seguindo as recomendações para aplicação de produtos químicos, podem ser utilizados onde houver necessidade de remoção de camadas de tinta.

FEL7. ARGILAS ABSORVENTES

Uma espécie de compressa é feita misturando argila absorvente em pó com um líquido solvente ou removedor formando uma pasta. A mistura age sobre a superfície durante o tempo necessário para remover as manchas, à medida que o produto seca, ele absorve a coloração do material.

Nesse caso, de utilização de material absorvente, não é necessário molhar a superfície anteriormente, porém depois de removida a substancia, a superfície deve ser completamente lavada com água limpa.

Por não ser necessária a saturação prévia da superfície, configura-se como uma boa alternativa para remoção de sujeira em argamassa sem danificá-la.

Indicação: remoção de sujeira impregnada, manchas de grafite e tin-ta.

MÉTODOS ABRASIVOS

Muitas considerações devem ser feitas antes de se optar por um método de lim-peza abrasiva, já que a maioria dos materiais é sensível a esses tratamentos que tendem a corroer a superfície dos materiais onde são aplicados ou desprender componentes. De maneira geral, a limpeza abrasiva não é indicada para trata-mentos em edifícios históricos.

Dentre os principais riscos estão: danificar juntas em argamassa, trincar alvena-rias e argamassas, gerar pontos suscetíveis ao acúmulo de poluentes e sujida-des, consequentemente, gerar focos para novos danos.

FEL8. LIMPEZA MICROABRASIVA

Métodos de limpeza abrasiva podem ser muito destrutivos para edifícios históri-cos. Pouquíssimos são os casos para os quais é possível a indicação de limpeza do tipo abrasiva. De qualquer forma, é necessária a presença de profissional habilitado para verificar as condições do material que receberá a técnica além de acompanhar todo o processo.

Page 112: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

112

Algumas variáveis ainda podem influenciar no resultado da aplicação técnica, como o tamanho das partículas abrasivas, a precisão do equipamento utilizado, a habilidade do operador e, principalmente, a pressão aplicada pelo equipa-mento.

Uma limpeza com pequena quantidade de partículas injetadas num fluxo de água em baixa pressão pode ser o mais sutil dos sistemas de limpeza abrasiva e pode ser indicado para limpeza de peitoris ou outros detalhes em pedra das fachadas, porém somente se os sistemas de limpeza mais suaves já tenham sido utilizados e não tenham sido bem sucedidos.

Indicação: partes de ferro oxidadas e remoção de vernizes e pinturas das partes em madeira.

Ainda existem outros métodos de limpeza muito mais sofisticados como a utili-zação de equipamentos a laser, para remoção de depósitos carbossulfatos, de mármores e de materiais de cor clara ou ultrassons, métodos sobre os quais não iremos nos estender.

Page 113: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

113

FICHAS TÉCNICAS

As fichas técnicas foram desenvolvidas apenas para alguns itens que julgamos necessitar de mais esclarecimentos, além das recomendações apresentadas no Roteiro de inspeção completo.

FT1. ImpermeabilizaçãoAs técnicas de impermeabilização são determinadas de acordo com a área onde serão aplicadas, considerando a técnica mais apropriada para cada área. Com relação às áreas do Edifício Anchieta, temos as seguintes possibilidades:

FT1.1 MANTA ASFÁLTICA

Para as lajes descobertas, a impermeabilização com manta asfáltica é o proce-dimento mais indicado.

Não há como afirmar se o piso existente no pátio descoberto é original e, tendo em vista seu estado de degradação, e consequente degradação que causa na garagem, é aconselhável que seja refeita a impermeabilização removendo-se o piso existente e executando a impermeabilização com manta asfáltica.

Para aplicação da manta acrílica deverão ser seguidas à risca as instruções para instalação dos produtos e dos fabricantes, especialmente nos cantos e bordas de ralos, a fim de não restarem pontos suscetíveis para infiltrações. Caso seja necessário, poderão ser contratados profissionais experientes para realizarem a instalação do produto. Apenas deve-se atentar ao fato de que, depois de remo-ver o piso existente, deverá ser feita uma regularização da superfície e aplicação de um primer, em seguida é aplicada a manta impermeabilizante.

Depois de aplicada a manta asfáltica, poderá ser realizado o contra piso sobre

Detalhe das camadas a serem aplicadas para instalação de manta as-fáltica. Fonte: http://revista.construcaomercado.com.br/guia/habita-cao-financiamento-imobiliario/122/artigo228031-1.asp. Acesso em: 15/05/2013.

Page 114: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

114

uma camada de separação (de filme de polietileno ou papel kraft) e em seguida o acabamento do piso.

É recomendável o desenvolvimento de um projeto para o novo piso a ser exe-cutado

FT1.2 PELÍCULA INCOLOR

A aplicação da película impermeabilizante incolor será indicada para os lo-cais que possuem acabamento em piso cerâmico ou pastilhas cerâmicas a fim de impermeabilizar sem que sejam necessárias grandes intervenções, evitando assim descaracterizações nos pisos que se encontram, em grande parte, bem conservados.

Primeiramente o piso deve ser limpo, para tanto, testar técnicas de limpeza a partir da consulta às Fichas específicas sobre limpeza (FEL).

Depois da limpeza, deve ser aplicado um Primer à base de solvente para super-fícies lisas e em seguida dá-se a aplicação da membrana líquida de poliuretano com rolo de lã sobre o piso e rodapés, depois de um tempo de secagem de pelo menos 6 horas, aplicar uma segunda demão.

FT1.3 IMPERMEABILIZANTE LÍQUIDO

Para a laje da marquise no terraço-jardim, por ser uma área onde não há trân-sito de pessoas e não há necessidade de aplicação de um revestimento sobre a camada impermeabilizada, é indicada a aplicação de um produto imperme-abilizante líquido dentre os diversos disponíveis no mercado. Com atenção às recomendações dos fabricantes.

FT2. ArgamassaA deterioração da argamassa é uma das principais preocupações no que se refere à conservação de um edifício. A argamassa está presente no edifício de diversas formas e diferentes composições, por exemplo no revestimento das pa-

redes com ou sem aplicação de pintura, servindo para o assentamento de peças cerâmicas ou como o rejuntamento das mesmas peças.

Dentre as principais causas de deterioração de argamassa estão falta de manu-tenção, negligência na execução, tratamentos inapropriados ou incompatíveis e presença de umidade.

A escolha do tipo de argamassa depende primeiramente do tipo e condições da alvenaria ou substrato onde será aplicada e depois do seu grau de exposição. Portanto é necessário conhecer as características de cada tipo de argamassa e qualquer intervenção envolvendo argamassas deve ser precedida de uma análise para determinação de sua composição. Muitas vezes um exame visual de um profissional experiente já pode auxiliar na identificação das principais componentes da argamassa em questão.

“As análises de argamassa são, entretanto, um campo especializado. Mesmo para o método mais simples, é necessário experiência para a identificação do material e a correta interpretação das evidencias.” (John e Nicola ASHURST. Vol. 2. Pp.22-23)

Os métodos de análise de argamassa são, além da análise visual já mencio-nada, análise química simples para determinação das proporções dos compo-nentes e um tipo de análise mais sofisticada e mais precisa que é a difração de raios-x, na qual a amostra é irradia e os diferentes padrões de difração de seus componentes os identificarão.

FT2.1 ARGAMASSA DE REVESTIMENTO

A maioria dos danos que observamos nas argamassas é resultado da presença de umidade e o croqui a seguir ilustra o tipo de deformação que a argamassa pode sofrer por conta disso.

A formação de superfícies quebradiças, pulverulentas e com eflorescências é um dos sintomas mais comuns da presença de umidade e a primeira ação para so-lucionar o problema é identificar o tipo de umidade presente na superfície. Para

Page 115: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

115

Perda de aderência da argamassa ao substrato. Fonte: Carbonara, 1996: 529.

tanto, devem ser consultadas as fichas sobre umidade (FEU) nas quais também estão as respectivas recomendações de tratamento.

Depois de tratada a causa do dano, será necessário avaliar se será possível recompor a argamassa danificada ou se ela deverá ser substituída. Em ambos os casos é importante atentar para as condições e características do substrato e para a compatibilidade entre a nova argamassa com a existente.

Quando o dano observado na argamassa de revestimento for a descontinuida-de do material, possivelmente resultado de intervenções sem cuidado ou critério ou alguma obra para manutenção de instalações, é recomendável remover a argamassa incompatível e substituí-la seguindo as mesmas orientações e re-comendações a respeito do substrato e das características da argamassa a ser aplicada.

Para finalizar, deve-se considerar a repintura da superfície, mais uma vez ob-servando a questão da composição e das características da argamassa no mo-mento da seleção da tinta a ser aplicada. Além disso, seria importante realizar uma prospecção pictórica, se não para definir a cor com a qual será feita a repintura, para, ao menos, registrar as fases da edificação.

FT2.2 REJUNTE

Rejuntes são pontos bastante suscetíveis a foco de danos. A falha, falta ou dano nos rejuntamentos pode promover a criação de novos pontos de infiltração, além de se configurarem como áreas especialmente propensas ao acúmulo de sujeira.

Como em qualquer outra questão envolvendo argamassas, antes de qualquer ação devem ser identificadas as principais características e componentes da argamassa. Então devem ser observadas também as condições e características dos materiais com os quais a argamassa estará em contato, o substrato e as peças a rejuntar.

Em seguida devem ser analisadas especificamente as condições do rejuntamen-

Page 116: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

116

to, se possuem trincas e fissuras, se desprendem com facilidade, se apre-sentam lacunas, etc. Uma análise visual cuidadosa será suficiente para recolher as in-formações necessárias.

Após a inspeção, pode-se julgar necessária a remoção ou substituição da ar-gamassa de rejuntamento existente ou remanescente por uma nova argamassa ou apenas a recomposição dos trechos danificados. Porém tal intervenção não deve ser realizada, a menos que já tenha sido constatada a causa do dano e a mesma já tenha sido sanada.

O roteiro de inspeção e as Fichas especificas sobre umidade (FEU) auxiliarão na identificação dos danos e fornecerão algumas recomendações para tratamento.

De qualquer forma, antes de realizar as intervenções é necessário realizar a lim-peza das juntas, para tanto podem ser associados os métodos de limpeza FEL2 e/ou FEL3 com a escovação com cerdas macias tomando o devido cuidado para evitar uma saturação desnecessária.

A composição da nova argamassa dependerá das análises já executadas, as-sim como da compatibilidade com o substrato e com as peças que se pretende rejuntar, afinal cada peça possui suas próprias características e composições.

FT2.3 ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO

Como em qualquer outra questão envolvendo argamassas, antes de qualquer ação devem ser identificadas as principais características e componentes da argamassa. Então devem ser observadas também as condições e características dos materiais com os quais a argamassa estará em contato, o substrato e as peças a assentar.

Durante as inspeções e levantamentos devem avaliadas as condições e efici-ência da argamassa através de testes de percussão, pois eles indicarão trechos onde as peças estão soltas, descoladas do substrato, além disso, devem ser assinalados os pontos onde existem lacunas, com perdas de peças e peças da-nificadas que possam necessitar reposição ou substituição.

A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execu-ção dos serviços visando substituição seletiva de peças. Primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato, pois as novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, es-pessura e design distintos das peças pré-existentes.

Qualquer dano que venha a causar a perda de eficiência da argamassa deverá ser tratado primeiramente. O roteiro de inspeção e as Fichas especificas sobre umidade (FEU) auxiliarão na identificação dos danos e fornecerão algumas recomendações para tratamento.

A composição da nova argamassa para assentamento dependerá das análises já executadas, assim como da compatibilidade com o substrato e com as peças que se pretende rejuntar, afinal cada peça possui suas próprias características e composições.

FT3. Caixilhos e esquadriasA maioria dos caixilhos e esquadrias especificados em projeto e efetivamente utilizados na obra do Edifício Anchieta se perdeu ao longo dos anos. Possivel-mente, a falta de manutenção do condomínio levou os moradores a substituir os caixilhos e esquadrias de suas unidades arbitrariamente, conforme julgassem necessário. Tais intervenções sem critério culminaram na descaracterização de um dos elementos que sempre recebeu significativa atenção por parte dos ar-quitetos autores do projeto do Edifício, o detalhamento de esquadrias e atual-mente não é possível identificar um padrão de esquadrias.

Além dos prejuízos para a composição visual do edifício, as obras de substitui-ção já realizadas provavelmente não tiveram o cuidado necessário com os aca-ba-mentos das fachadas e acabaram gerando pontos suscetíveis a infiltração e consequentemente perda do material de revestimento das fachadas sobretudo nas bordas das esquadrias.

As esquadrias que restaram do que julgamos original acabaram tornam-se ob-

Page 117: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

117

soletas também devido à falta de manutenção regular e perderam a eficiência e estanqueidade tanto com relação à impermeabilidade à água quanto à ve-dação ao vento.

Observamos que nas fachadas voltadas para as Avenidas Paulista e Angélica, de certa forma, ao menos foram mantidos os formatos e tamanhos dos vãos, ao passo que nas fachadas voltadas para o pátio interno, existe a maior diversi-dade de formatos, tamanhos, materiais e acabamentos de esquadrias, além de acréscimo de grades de proteção.

É recomendado o desenvolvimento de um projeto específico de esquadrias, que as padronize e que considere a necessidade de adequação às normas técnicas vigentes.

FT4. GraniliteO piso de granilite é um revestimento relativamente comum, mas é também um assunto bastante específico sobre o qual não foi possível localizar referências bibliográficas que trouxessem muita informação sobre o tema. O pouco que levantamos foi referente a indicações de fabricantes e relatórios técnicos.

O granilite é um tipo de revestimento em concreto, fundido in loco, composto por grânulos minerais (mármore, granito, quartzo e calcário), cimento, areia e água que em uma proporção ideal garantirão a qualidade e durabilidade do revestimento. Podem ser polidos ou apresentarem granilhas sobressalentes (cha-mados fulget). “Esses agregados, além de contribuírem para a resistência mecâ-nica do revestimento, têm função estética, portanto são variadas as escolhas de agregados também quanto às cores, formas e granulometrias.” (FRANCELINO e LIBÓRIO, 2011.P.65.)

Os cuidados com esse tipo de revestimento são semelhantes aos revestimentos cimentícios e não devem ser tratados com produtos químicos ou com técnicas abrasivas. (Fonte: www.granilite.com.br. Acesso em: 16/04/2013).

Com relação aos danos que podem surgir nos pisos de granilite, os mais co-

muns são as fissuras que, segundo Francelino e Libório, “além do prejuízo visual a presença desse tipo de patologia pode resultar em perda de resistência mecâ-nica e prejudicar o material quanto à durabilidade.” (p.63). Uma das possíveis causas para a ocorrência de fissuras é a dilatação do piso de granilite numa proporção diferente da dilatação do substrato

Os tratamentos de manutenção resumem-se basicamente a lavagem com água e sabão neutro e, quando for necessária a remoção de um grau maior de sujida-des, poderá ser utilizada água a baixa e média pressão com um jato de aplicação em leque, pois o pontual poderá danificar o piso à medida que pode desprender partes do material que compõe o granilite. Nos casos de granilite polida, deve ser aplicada uma resina de poliuretano para proteção seguido de polimento com enceradeira e o intervalo de reaplicação dependerá da do fluxo de trânsito de pessoas. (Fonte: Especificações técnicas Casa Franceza. Disponível em: http://www.casafranceza.com.br/granilitefulget. Acesso em: 29/05/2013)

FT5. BLOCOS DE VIDRO COM VENTILAÇÃO

Primeiramente deverá ser realizado um levantamento preciso das condições de conservação dos blocos de vidro com ventilação. Será aconselhável substituir todos os blocos danificados e repor os faltantes, com cuidado e atenção para preservar o tamanho e formato do vão existente. Atualmente, no mercado, exis-tem disponíveis alguns modelos de bloco de vidro com ventilação, porém não há como atestar a semelhança com os blocos existentes no Edifício Anchieta sem uma comparação detalhada.

Caso constate-se apenas a presença de sujeira impregnada, com poucas unida-des danificadas ou faltantes, devem então ser realizados testes de limpeza para verificar sua eficiência na recuperação dos elementos de vidro. Consultar Fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais apropriado.

Os gradis de proteção instalados em frente aos blocos de vidro nos volumes que servem a garagem de iluminação e ventilação favorecem o acumulo de sujida-

Page 118: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

118

Veneziana de Vidro Prismatic – Capri. Fonte: http://www.rbrepresentacoes.com/detalhes_produtos.asp?id=381. Acesso em: 15/05/2013.

des, dificultam a manutenção e limpeza dos blocos de vidro e descaracterizam um importante elemento do projeto e, portanto, é indicada sua remoção.

Detalhe dos volumes do pátio descoberto onde estão instalados os blocos de vidro com ventilação e os gradis metálicos. Acervo pessoal. Maio 2012.

Detalhe dos volumes do pátio descoberto onde estão instalados os blocos de vidro com ventilação e os gradis metálicos. Foto: Guilherme Hayakawa.

Veneziana rio b-45 vidro 20x10x10 ibravir. Fonte:http://pa-ragominas.com.br/loja. Acesso em: 15/05/2013.

Veneziana de Vidro Prismatic - Veneziana. Fo nte: http://www.rbre-presentacoes.com/. Acesso em: 15/05/2013.

Page 119: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

Parte 3a inspeção

Page 120: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

120

Ficha de inspeção | Terraço-jardim

Danos observados:

- Infiltração de água (05) na laje da marquise;

- Reboco descolando em placas (08) nos beirais da mar-quise;

- Descascamento da pintura (09), principalmente nos bei-rais da marquise;

- Crosta negra (11) nos beirais, parede revestida em pe-dra, no contorno do piso da marquise e nas pastilhas de resvestimento do guarda-corpo;

- Rejuntamento danificado (22) e sujeira impregnada (23) nas pastilhas cerâmcias de revestimento do guarda-corpo;

- Manchas de umidade (52)e sujeira impregnada no re-vestimento de pedra (53);

- Falta de uniformidade (81), rejuntamento danificado (82) e sujeira impregnada (83) no pisod e ardósia.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Planta do terraço. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 121: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

121

Danos observados:

- Empoçamento de água em pontos específicos (01), manchas de umidade (06), quebra (66), sujeira impreg-nada (67) e desgaste (68) do piso de granilite;

- Rejuntamento danificado (22), sujeira impregnada (23) e manchas de umidade (24) no revestimento em pastilhas cerâmicas das paredes e guarda corpos;

- Manchas de umidade (06) e sujeira impregnada (25) na argamassa de resvestimento das paredes;

- Manhcas de umidade (06) e área de reboco pulverulen-to (07) na argamassa de revestimento do teto;

Ficha de inspeção | pavimento-tipo: circulação vertical

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012. Mariana P. Guimarães. Maio 2009.

Planta do pavimento-tipo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

Page 122: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

122

Danos observados:

- Rejuntamento danificado (22) e sujeira impregnada (23) no revestimento em pastilhas cerâmicas das paredes, guarda-corpos e peitoris;

- Falta de uniformidade e substituição de peças (76), re-juntamento danificado (77), sujeira impregnada (78) e manchas de umidade (79) no piso em placas cerâmicas;

- Manchas de escorridas (03) nos guarda-corpos das va-randas de serviço revestidos em argamassa;

- Substituição das esquadrias, ausência de padrão e uni-formidade (89);

- Presença de aves (14).

Ficha de inspeção | pavimento-tipo: varandas de circulação de serviços

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Mariana P. Guimarães. Maio 2012.

Planta do pavimento-tipo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

Page 123: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

123

Danos observados:

- Perda de peças (20), descontinuidade do material (21), e sujeira impregnada (23) no resvetimento em pastilha ce-râmica das paredes;

- Rejuntamento danificado (72) e sujeira impregnada (73) no piso de pastilhas cerâmicas;

- Fissuras (59) nas soleiras de granito.

Ficha de inspeção | pavimento-tipo: hall social

Planta do pavimento-tipo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 124: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

124

Danos observados:

- Empoçamento de água (01), manchas de umidade (06), fissuras (55), juntas danificadas (56), sujeira impregnada (57) e descontinuidade (58) do piso de concreto com jun-tas de madeira;

- Manchas escuras próximas à base das paredes (02) e manchas escorridas (03);

- Infiltração de água (05) no piso;

- Crosta Negra (11), e proliferação macro e microflora (12) e colonização biológica (13) no piso e nos volumes para iluminação da garagem;

- Descascamento da camada de pintura no revestimento de argamassa (09);

- Sujeira impregnada (92) e peças danificadas ou faltantes (93) dos blocos de vidro com ventilação.

Ficha de inspeção | pátio descoberto

Acervo pessoal. Maio 2012.

Planta da sobreloja e pátio descoberto. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 125: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

125

Acervo pessoal. Maio 2012.

Ficha de inspeção | pátio descoberto

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 126: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

126

Danos observados:

- Perdas, quebras e perfurações (66), sujeira impregnada (67), Desgaste (68) e grande trecho de descontinuidade do material (69) no piso e guarda corpo em granilite;

- Infiltração de água na laje (05) da sobreloja;

- Ferragens oxidadas (87) e vidros quebrados (88) nas es-quadrias da sobreloja;

- Elementos vazados em bom estado de conservação;

- Rejuntamento danificado (22) e sujeira impregnada (23) nas pastilhas cerâmicas de revestimento dos guarda-cor-pos;

- Rejuntamento danificado (45), peças falatantes (47) e sujeira impregnada (48) nos tijolos de vidro.

Planta da sobreloja e pátio descoberto. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Ficha de inspeção | sobreloja

Page 127: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

127

Acervo pessoal. Maio 2012.

Ficha de inspeção | sobreloja

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 128: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

128

Danos observados:

- Perdas, quebras e perfurações (66), sujeira impregnada (67), Desgaste (68) e grande trecho de descontinuidade do material (69) no piso e guarda corpo em granilite;

- Sujeira impregnada (24) nas pastilhas cerâmicas de re-vestimento dos guarda-corpos;

- Sujeira impregnada (78), rejuntamento danificado (75) e peças falatantes (77) da alvenaria de vidro;

- Ferragens oxidadas (87) e vidros quebrados (88) nas es-quadrias.

Ficha de inspeção | térreo: loja

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 129: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

129

Ficha de inspeção | térreo: loja

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 130: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

130

Danos observados:

- Perda de peça (75), falta de uniformidade (76), rejunta-mento danificado (77) e sujeira impregnada (78) no piso cerâmico;

- Perda de peça (40), falta de uniformidade (41), rejunta-mento danificado (42) e sujeira impregnada (43) no reves-timento de azulejos;

- Falta de uniformidade (26), descascamento da pintura (09), manchas de umidade (06) e manchas escorridas (03) na argamassa de revestimento das paredes;

Ficha de inspeção | térreo: corredor de serviços

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Planta do térreo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

- Sujeira impregnada (92) e peças danificadas ou faltantes (93) dos blocos de vidro com ventilação.

- Colonização biológica (13) proximo á laje de cobertura;

- Manhcas de umidade (06) e sujeira impregnada (57) no piso cimentado.

Page 131: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

131

Acervo pessoal. Maio 2012.

Detalhe de planta do térreo a partir de redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44. Acesso para o corredor de serviços pela Rua da Consolação. Acervo pessoal, maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 132: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

132

Danos observados:

- Revestimento das paredes em placas de mármore em bom estado de conservação;

- Sujeira impregnada (61), manchas de ferrugem (64) e falta de uniformidade (65) no piso de granito);

- Descascamento da camada de pintura do teto (09);

- Rejuntamento danificado (28), sujeira impregnada (29) e manchas escorridas (03) nos pilares revestidos em placas de granito;

Ficha de inspeção | térreo: hall social e circulação social

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Planta do térreo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

- Revestimento de madeira das paredes do hall social em bom estado de conservação;

- Peças faltantes (90) e trechos oxidados (91) próximo aos pontos de solda nos gradil metálicos.

Page 133: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

133

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 134: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

134

Danos observados:

- Infiltração de água na laje (05) do pátio descoberto;

- Manchas escuras na parte inferior das paredes (02), manchas escorridas (03) e manchas de umidade genera-lizadas (06);

- Áreas com argamassa de revestimento pulverulenta (07), descascamento da pintura (09), aparecimento de bolhas superficiais (10) e crosta negra (11);

- Sujeira impregnada (92) e peças danificadas (93) dos blocos de vidro com ventilação;

Ficha de inspeção | térreo: garagem

- Trechos de piso constantemente úmido (01), fissuras (55), juntas danificadas (56), sujeira impregnada (57) e descontinuidade do material (58) do piso de concreto com junta de madeira;

- Perda do cobrimento da armadura (99) em pontos da estrutura;

- Colonização biológica (13);

- Peças danificadas (46), rejuntamento danificado (45) e sujeira impregnada (48) na vedação com tijolos de vidro.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 135: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

135

Ficha de inspeção | térreo: garagem

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 136: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

136

Danos observados:

- Destacamento (20) , rejuntamento danificado (22) e su-jeira impregnada (23) nas pastilhas cerâmicas de revesti-mento;

- Manchas escorridas (03) nas pastilhas cerâmicas e pla-cas de granito;

- Peças faltantes (27), rejuntamento danificado (28), su-jeira impregnada (29), desprendimento (30) de placas e manchas de umidade (31) nas placas de granito;

- Apodrecimento das esquadrias de madeira (84), ferra-gens oxidadas (87), vidros quebrados (88) e ausência de padrão de esquadrias (89);

- Manchas de umidade (06) e colonização biológica (13) próximo aos limites da fachada;

Ficha de inspeção | fachada: Avenida Angélica

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 137: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

137

Danos observados:

- Manchas escorridas (03) nas placas de granito;

- Peças faltantes (27), rejuntamento danificado (28), su-jeira impregnada (29), desprendimento (30) de placas e manchas de umidade (31) nas placas de granito;- Des-prendimento do reboco (07);

- Manchas de umidade (06) e colonização biológica (13);

- Ferragens oxidadas (87) e vidros quebrados (88) nos cai-xilhos metálicos;

- Pichação (97);

- Perda do cobrimento da armadura (99) em pontos da estrutura;

- Peças danificadas (46), rejuntamento danificado (45) e sujeira impregnada (48) na vedação com tijolos de vidro.

Ficha de inspeção | fachada: Rua da Consolação

- Destacamento (20) , rejuntamento danificado (22) e su-jeira impregnada (23) nas pastilhas cerâmicas de revesti-mento;

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 138: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

138

Danos observados:

- Destacamento (20) , rejuntamento danificado (22) e su-jeira impregnada (23) nas pastilhas cerâmicas de revesti-mento;

- Manchas escorridas (03) nas pastilhas cerâmicas e pla-cas de granito;

- Peças faltantes (27), rejuntamento danificado (28), su-jeira impregnada (29), desprendimento (30) de placas e manchas de umidade (31) nas placas de granito;

- Apodrecimento das esquadrias de madeira (84), ferra-gens oxidadas (87), vidros quebrados (88) e ausência de padrão de esquadrias (89);

- Manchas de umidade (06), desenvolvimento de macro e microflora (12) e colonização biológica (13);

- Pichação (97);

- Presença de aves (14).

Ficha de inspeção | fachada: Avenida Paulista

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 139: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

139

Ficha de inspeção | fachada: Avenida Paulista

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Page 140: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

140

Comentários finais

O trabalho foi todo desenvolvido com o intuito de encontrar um método de conservar a arquitetura moderna.

Durante os levantamentos iniciais e as pesquisas específicas sobre a conserva-ção de patrimônio edificado, chegamos a conclusão que o método mais eficaz para conservar um edifício poderia ser a manutenção preventiva.

Considerando manutenção preventiva como no artigo 33, parágrafo 3º, do Plano Diretor Participativo da FAUUSP, um “conjunto de ações de manutenção que visa à conservação das edificações e aumento de sua vida útil, de modo a diminuir a necessidade de ações de manutenção corretiva e de intervenções de restauro.” Além disso, para sua consolidação, é extremamente importante que sejam utilizados “produtos adequados aos materiais dos edifícios durante sua limpeza e construir uma rotina de checagem das patologias e acompanhamen-to da deterioração dos materiais”. (Plano Diretor Participativo FAUUSP, Artigo 33, parágrafo 3º)

Por isso, a primeira parte do Plano de conservação que procuramos desenvolver parte justamente das vistorias área por área, material por material.

Por se tratar de um edifício sobre o qual incide lei de proteção patrimonial (o Edifício Anchieta possui proteção do CONPRESP através da Resolução 26/04 que abriu tombamento dos imóveis listados como ZEPEC), as intervenções nos espaços do edifício devem ser aprovadas pelo órgão responsável e, tendo em vista o volume de trabalho dos órgãos e sessões técnicas e os tramites de neces-sários, o tempo para se conseguir uma aprovação pode ser grande, portanto procuramos fazer com que o Plano de conservação aqui desenvolvido fosse quase que em sua totalidade composto por ações de manutenção ordinária,

Page 141: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

141

de modo que as ações por ele propostas não necessitem da aprovação dos órgãos. Já que a manutenção ordinária refere-se a intervenções no conjunto do edifício de baixa complexidade, menor custo e pequeno porte e que não alteram suas características físicas e não interferem em sua visibilidade, como exposto no Artigo 32, parágrafo 1º do Plano Diretor Participativo da FAUUSP.

Por isso o Plano de conservação pode ser considerado uma ferramenta com a qual os responsáveis pelo edifício podem utilizar como auxilio para conservar seu imóvel sem depender dos órgãos de preservação.

Para o desenvolvimento do Plano de conservação, primeiramente, era necessá-rio realizar um estudo de caso sobre o edifício para o qual pretendíamos aplicar o Plano de conservação, o Edifício Anchieta.

O estudo de caso nos permitiu identificar as características do edifício e traçar comparativos com a obra dos Roberto. Tendo levantado as características do Edifício Anchieta, procuramos por referências bibliográficas específicas sobre a manutenção preventiva e manutenção em edifícios históricos e constatamos que, infelizmente, o material específico sobre o assunto é escasso e, na maioria das vezes, tratam-se de publicações estrangeiras.

Então partimos de uma referência metodológica, o Manual de conservação preventiva de edificações do Programa Monumenta, desenvolvemos um Plano de conservação específico pata o Anchieta, no qual são indicados 101 possíveis danos para as áreas e acabamentos do edifício.

Todas as áreas do edifício devem ser vistoriadas com o auxílio do Caderno de inspeção e todo o processo deve ser registrado.

Terminadas as vistorias, o responsável deverá consultar o Caderno de TFG, capítulo Roteiro de inspeção completo onde estarão indicadas as causas pos-síveis e algumas recomendações de tratamento (todas as ações indicadas de manutenção ordinária, a não ser quando recomendado o desenvolvimento de projeto).

Julgamos necessário que alguns assuntos, por serem mais complexos ou mais recorrentes, necessitariam de fichas para mais esclarecimentos e detalhamentos.

Acreditamos que a revisão e a reaplicação do Plano anualmente é o primeiro passo para estar sua eficiência, além de aprimorar o Plano à medida que a cada aplicação será possível verificar a eficácia dos tratamentos e definir o in-tervalo em que devem ser refeitos.

Para finalizar, o acompanhamento da degradação do edifício e a manutenção frequente culminarão na efetiva conservação do bem.

O método desenvolvido pode ser aplicado a outros edifícios, desde que sejam ponderadas as peculiaridades de cada caso, o que aumenta ainda mais abran-gência do Plano.

Page 142: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

142

Referências bibliográficas

ANGELI FILHO, Arnaldo. Rê, Bordosa: Do começo ao fim. Porto Alegre: L&PM, 2010.

ANITELLI, Felipe. Como nasce um modelo: O projeto de apartamento na cidade de São Paulo. Dissertação de Mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos – USP. São Carlos, 2010.

ASHURST, John & ASHURST, Nicola. Practical Building Conservation, 5 vols. Hants, Grower, 1989, 2ª Ed.

BOTAS, Nilce Cristina Aravacchia. Entre o progresso técnico e a ordem política: arquitetura e urbanismo na ação habitacional do IAPI. Tese Doutorado. Faculda-de de Arquitetura e Urbanismo – USP. São Paulo, 2011.

BOTAS, N. C. A., NASCIMENTO, F. B. O Conjunto Residencial da Penha: a ar-quitetura moderna e embates entre nacionalidade e expressividade. Disponível em: http://www.docomomo.org.br/seminario%208%20pdfs/140.pdf. Acesso em 05/09/2012.

BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. Cotia. Ateliê Editorial, 2004.

BRUAND, Yves. Arquitetura contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2005.

CAMPANELLA, Christian. Obras de recuperação e restauro arquitetônico. Lis-boa, Câmara Municipal de Lisboa, 2003.

Page 143: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

143

CARBONARA, Giovanni. Atlante del restauro. Tomo Primo. Torino: UTET, 2004.

____________.Atlante del restauro. Tomo Secondo. Torino: UTET, 2004.

____________. Trattato di restauro architettonico. Torino: UTET, 1996.

CAVALCANTI, Lauro. Quando o Brasil era Moderno: guia de arquitetura 1928-1960. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001.

CONSTANTINO, Regina Adorno. A obra de Abelardo de Souza. Tese de Mestra-do apresentada à FAUUSP. São Paulo, 2004.

HIROYAMA, Edison Hitoshi. A dimensão urbana da arquitetura moderna em São Paulo: habitação coletiva e espaço urbano 1938/1972. Dissertação de Mestra-do. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – USP. São Paulo, 2010.

KÜHL, Beatriz Mugayar. Restauração hoje: método, projeto e criatividade. In: Revista Desígnio nº 6, set. 2006.

LIMENA, Maria Margarida Cavalcanti. Avenida Paulista: Imagens da Metrópole. São Paulo: EDUC: FAPESP, 1996.

LEMOS, Carlos. Cozinhas, etc. Coleção Debate/Arquitetura nº94. São Paulo, Perspectiva, 1978.

________. O que é patrimônio histórico. São Paulo: Brasiliense, 2006.

FEILDEN, Bernard M. Conservation of Historic Buildings. Oxford: Architectural Press, 2001.

FRANCELINO, Patricia Rocha de Oliveira, LIBÓRIO, Jefferson Benedicto Libardi. Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 13, n. 61, p. 63-76, 2011

OLIVEIRA, Mário Mendonça de, SANTIAGO, Cybele Celestino. Estudo da de-gradação biológica de um mural de 1988. Disponível em: http://www.reposito-rio.ufba.br/ri/handle/ri/1357. Acesso em 07/05/2013.

Preservation briefs. Washington D.C. U.S. Government Print Office, 1991. Dis-ponível em: http://www.nps.gov/tps/how-to-preserve/briefs.htm

REIS FILHO, Nestor G. Quadro da Arquitetura no Brasil. Coleção Debates/Ar-quitetura nº18, 11ª edição. São Paulo: Perspectiva, 2006.

RESENDE, José Venâncio. Baronesa de Arary Nobres, pobres, artistas, oportunis-tas. São Paulo: Scortecci, 2003.

SALVO, Simona. A intervenção na arquitetura contemporânea como tema emer-gente do restauro. In: Revista Pós nº 23, jun. 2008.

SOUZA, Maria Adélia Aparecida de. A identidade da metrópole: a verticaliza-ção em São Paulo. São Paulo: Editora Hucitec: Editora da Universidade de São Paulo, 1994.

TOLEDO, Benedito Lima de. Três Cidades em um século. 3ª edição. São Paulo, Suas Cidades, 2004.

VAZ, Lilian Fessler. Modernidade e Moradia: Habitação coletiva no Rio de Janei-ro. Séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2002.

Page 144: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

144

Planos, manuais e normas

ABNT NBR 5674 - Manutenção de edificações. Setembro de 1999.

Cartilha Tombamento e participação popular - 2ª edição. São Paulo: Departa-mento do patrimônio Histórico, 2001.

Especificações técnicas Casa Franceza. Disponível em: http://www.casafrance-za.com.br/granilitefulget. Acesso em: 29/05/2013.

Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministério da Cul-tura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PRO-GRAMA MONUMENTA.

Manual Inovadomus. Disponível em: http://www.inovadomus.pt/fh/images/do-cumentos/article/5/MANUAL_INOVADOMUS.pdf. Acesso em: 17/10/2012.

Plano Diretor Participativo FAUUSP 2011- 2018. Disponível em: <http://www.fau.usp.br/fau/administracao/congregacao/planodiretor/index.html> Acesso em: 30/10/2012.

Projeto de Conservação Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa. Disponível em: http://www.casaruibarbosa.gov.br/

Granilite. Disponível em: http://www.granilite.com.br. Acesso em:16/04/2013.

Processos administrativos

P.A. 0.044.305/41 – Alvará de construção

XAVIER, Alberto, LEMOS, Carlos, CORONA, Eduardo. Arquitetura moderna paulistana. São Paulo, SP-Brasil: Pini, 1983.

Periódicos

Arquitetura e Engenharia n 32, Jul – set 1954

Arquitetura e Urbanismo n 52, 1994. p.67.

BRITO, Alfredo. O espírito carioca na arquitetura. Arquitetura e Urbanismo, n.52, p.67, 1994.

Habitat, n 26, jan – fev de 1956. Pp. 16-17.

L’architecture d’ ajourd ‘hui,, n 67 – 68, outubro de 1956, pp 152-153.

L’architecture d’ ajourd ‘hui,, n 67 – 68, outubro de 1956, pp 154-155.

MACHADO, Luís Felipe. Arquitetura dos Irmãos Roberto para a habitação cole-tiva no rio de Janeiro. Revista NOZ, nº 1, agosto 2007.

PINHEIRO, Maria Lúcia Bressan. Arquitetura residencial verticalizada em São Paulo nas décadas de 1930 e 1940. in: Anais do Museu Paulista. V16. n1. jan--jun. 2008.

Revista Projeto Design, nº393, novembro 2012. Entrevista “Arquitetura foi a porta de entrada de Ivana Mendes no cinema”.

Page 145: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

145

P.A. 0.035.970/44 – Autenticação – Visto em planta

P.A. 0.033.896/45 – Projeto modificativo

P.A. 0.020.438/48 – Habite-se

Acervos e órgãos institucionais consultados:

Acervo Folha de São Paulo. Disponível em: <http://acervo.folha.com.br>

Acervo O Estado de São Paulo. Disponível em: < http://acervo.estadao.com.br>

Acervo de Projetos Biblioteca FAUUSP

Acervo de Teses USP. Disponível em: <http://teses.usp.br>

Departamento do Patrimônio Histórico (DPH)

Divisão do Arquivo Municipal de Processos (DGDP-2)

Núcleo de Pesquisa e Documentação – FAU/UFRJ – Brasil

Projeto Paulo Werneck. Disponível em: http://www.projetopaulowerneck.com.br/. Acesso em: 08/03/2013.

Page 146: a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta