À concepÇÃo dos profissionais de enfermagem … · as úlceras de pressão, fruto do presente...
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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Enfermagem
Fernanda Renata Fortes Marconato
Silmara Jorge Garcia
À CONCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM QUANTO À ASSISTÊNCIA
PRESTADA AO PACIENTE COM ÚLCERA DE
PRESSÃO
LINS – SP
2009
1
FERNANDA RENATA FORTES MARCONATO
SILMARA JORGE GARCIA
À CONCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUANTO À
ASSISTÊNCIA PRESTADA AO PACIENTE COM ÚLCERA DE PRESSÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Enfermagem, sob a orientação da Profª Msc. Tatiana Longo Borges Miguel e orientação técnica da Profª Msc. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2009
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3
Marconato, Fernanda Renata; Silmara, Jorge GarciaÀ concepção dos profissionais de enfermagem quanto à assistência
prestada ao paciente com úlcera de pressão / Fernanda Renata Fortes Marconato; Silmara Jorge Garcia. – Lins, 2009.
76p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem, 2009Orientadores: Tatiana Longo Borges Miguel; Jovira Maria Sarraceni
1.Úlcera de pressão. 2. Assistência de enfermagem. 3. Tratamento. I Título.
CDU 616-083
M267c
FERNANDA RENATA FORTES MARCONATO
SILMARA JORGE GARCIA
À CONCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUANTO À
ASSISTÊNCIA PRESTADA AO PACIENTE COM ÚLCERA DE PRESSÃO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.
Aprovada em: _____/_____/_____
Banca Examinadora:
Profª Orientadora: Tatiana Longo Borges Miguel
Titulação: Profª Ms. em Ciências pela USP de Ribeirão Preto
Assinatura:___________________________________
1º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:___________________________________
2º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ___________________________________
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Dedico a Deus em primeiro lugar, pois me deu muita força para eu
continuar essa jornada que não foi fácil, e agradeço as pessoas que
estiveram que expressaram gesto de bondade e carinho. Dedico
carinhosamente aos meus pais José Fortes e Alzira Batista Fortes, que
me apoiaram e me incentivaram e sempre estiveram junto de mim nesta
jornada, e que sempre acreditou em mim. Dedico também ao meu esposo
Sérgio Luis Marconato e minha amável filha Carolina que participaram
comigo desta caminhada, pois todos me incentivaram diariamente para
que eu chegasse até o fim, até compreendendo às vezes minhas
ausências.
Fernanda Renata Fortes Marconato
Dedico a Deus meu porto seguro onde sempre pude ancorar o barco das
minhas emoções. A minha mãe, mulher corajosa que sempre me deu seu
colo e me ensinou a ser perspicaz nesta caminhada, ao meu irmão
companheiro de todos os momentos mesmo longe sempre esteve
presente, ao meu pai homem que com seu trabalho me demonstrou o
valor de seguir a profissão a que se ama.
Silmara Jorge Garcia.
5
AGRADECIMENTOS
À nossa família e amigos que contribuíram e de alguma forma perdoarão
nossa ausência.
A nossa orientadora Tatiana Longo Borges que direcionou este estudo e
sempre nos manteve calma nos momentos de desespero.
A nossa orientadora técnica Jovira Maria Sarraceni que com seu
incentivo e animação sempre nos motivou.
Aos mestres que marcaram nossa vida e tanto nos ensinaram
Aos profissionais da equipe de enfermagem da Unidade de Clínica Médica
do HGP que se dispôs a participar da pesquisa.
A todos os amigos de faculdade que compartilharam de tantas emoções
nestes quatro anos, que farão parte de nossa história em especial à
Magali que acreditou em nosso trabalho.
Fernanda e Silmara
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RESUMO
As úlceras de pressão, fruto do presente estudo são uma das lesões que comprometem a integridade da pele estas é um desafio para a enfermagem uma vez que são consideradas indicadoras da qualidade da assistência. Esta lesão tem como etiologia a pressão resultando em dano ao tecido, se localizam normalmente sobre as proeminências ósseas e estão classificadas de acordo com o grau do dano observado no tecido. O enfermeiro é responsável por implementar ações assistenciais no tratamento da úlcera de pressão. Para isso, no entanto é necessário que este profissional em conjunto com sua equipe tenha conhecimento cientifico, com base nestas afirmações o presente estudo tem como objetivos analisar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca da assistência no tratamento aos pacientes com úlcera de pressão, coletando dados científicos da assistência e em contrapartida coletando informações de como os profissionais da instituição pesquisada prestam a assistência. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem qualitativa, na qual os sujeitos pesquisados foram à equipe de enfermagem da unidade clinica médica do Hospital Geral de Promissão, através de entrevistas de múltipla escolha para toda a equipe e a entrevista estruturada somente para as enfermeiras. Os resultados obtidos demonstraram que o conhecimento da equipe estudada não está totalmente em consonância com a literatura científica. Com isso, concluiu-se que o enfermeiro tem papel fundamental na equipe e direciona as ações, mas é importante transmitir conhecimento e estabelecer uma sintonia com a equipe de forma que todos atuem de maneira sistematizada, mas este tema não se esgota por aqui são necessários mais estudos direcionados ao tratamento das úlceras de pressão.
Palavras-chave: Úlcera de pressão, Assistência de enfermagem, Tratamento.
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ABSTRACT
Pressure ulcers, the fruit of this study are one of the injuries that compromise
the integrity of the skin. A challenge for nursing since they are considered as
indicators of the quality of care. This lesion is etiology pressure resulting in
damage to the fabric is usually about prominences and is classified according
to the degree of damage observed on the fabric. The nurses are responsible for
programming assistance actions in the treatment of pressure ulcer. To do this, it
is necessary that this professional together with your team has scientific
knowledge, the basis of these statements, the present study has as its goals
review knowledge of nursing professionals about the assistance in treatment for
patients with pressure ulcer, collecting scientific data and assistance by
collecting information on how searched institution professionals providing
assistance. It is an exploratory search descriptive qualitative approach, in which
the subject searched were nursing staff of the medical clinic unit of Promissão
General Hospital. Through multiple-choice interviews for the entire team and
structured interview nurses only. The results showed that the team studied
knowledge is not fully in line with the scientific literature. With this, it was
concluded that the nurse has a key role on the team and directs the actions, but
it is important to convey knowledge and establish a coma tune so that all staff
animators systematic manner, but this subject here, more studies are needed
that are directed to the treatment of pressure ulcers.
Keywords: pressure ulcer. Nursing care. Treatment.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Classificação da úlcera de pressão...............................................21
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Fatores que influenciam a cicatrização.......................................23
Quadro 2: Fatores intrínsecos na ferida........................................................24
Quadro 3: Curativo úmido com solução fisiológica 0,9%(soro fisiológico)
.....................................................................................................................34
Quadro 4: Curativo com AGE..........................................................................37
Quadro 5: Hidrocolóide....................................................................................38
Quadro 6: Sulfadiazina de prata........................................................................40
Quadro 7: Curativo com Papaína....................................................................41
Quadro 8: Pomadas enzimáticas colagenases.............................................42
Quadro 9: Fibrinosilina....................................................................................43
Quadro 10: Curativo de colágeno com alginato............................................44
Quadro 11: Curativo hidrogel com alginato...................................................46
Quadro 12: Periodicidade de troca de curativos...........................................47
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: A freqüência das respostas dos fármacos tópicos utilizados na
limpeza do tecido necrótico na UP....................................................................52
Tabela 2: Freqüência das respostas quanto à classificação da UP referente
aos estágios.......................................................................................................52
9
Tabela 3: Freqüência das respostas em relação á escolha do tratamento
tópico na unidade em que os entrevistados trabalham.....................................53
Tabela 4: Freqüência das respostas relacionada ao procedimento de
realização dos curativos quanto à técnica na UP..............................................53
Tabela 5: Freqüência das respostas dos entrevistados em relação às
considerações fundamentais para a escolha o tratamento tópico das UP.......54
Tabela 6: A freqüência das respostas dos entrevistados em relação à
intenção da escala preditiva de Braden ............................................................54
Tabela 7: Freqüência da resposta quanto à assistência de enfermagem em
pacientes com UP relacionado à mudança de decúbito...................................55
Tabela 8: Freqüência da resposta segundo o conhecimento dos entrevistados
em relação à ordem cronológica do processo de cicatrização de uma UP no IV
estágio segundo o sistema (NPUAP)................................................................55
Tabela 9: Freqüência das respostas quanto à base para à assistência de
enfermagem ao paciente com UP na unidade na qual foi desenvolvida à
pesquisa.............................................................................................................56
Tabela 10: Freqüência da resposta quanto á avaliação da assistência
prestada ao paciente com UP............................................................................56
LISTA DE SIGLAS
AGE: Ácidos Graxos Essenciais
AHCPR: American National Pressure Ulcer Advisory Panel
CEP: Comitê de Ética e Pesquisa
EUAP: Europen Pressure Advisory Panel
HGP: Hospital Geral de Promissão
NPUAP: Natinal Pressure Ulcer Advisory Panel
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SF: Soro Fisiológico
SUS: Sistema Único Saúde
UP: Úlcera de Pressão
NDA: Nenhuma das alternativas
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................13
CAPÍTULO I – ÚLCERA DE PRESSÃO.......................................................16
1 PELE...................................................................................................16
1.1 Definição de úlcera de pressão..........................................................18
1.2 Fatores de risco para úlcera de pressão............................................18
1.2.1 Patogenia das úlceras de pressão......................................................19
1.3 Classificação das úlceras de pressão................................................20
1.4 Processo de cicatrização de feridas...................................................22
1.5 Fatores que influenciam no processo de cicatrização........................23
1.6 O paciente com úlcera de pressão.....................................................24
CAPÍTULO II – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM
ÚLCERA DE PRESSÃO...............................................................................26
2 PREVENÇÃO DA ÚLCERA DE PRESSÃO......................................26
2.1 Avaliação das feridas..........................................................................28
2.2 Tratamento das Úlceras de Pressão..................................................29
2.3 Terapia tópica de feridas: limpeza e desbridamento..........................31
2.3.1 Remoção de tecido desvitalizado.......................................................31
2.4 Orientações terapêuticas para o tratamento de úlceras de pressão..33
2.4.1 Curativo com Ácido Graxo Essencial (AGE)......................................36
2.4.2 Curativo com hidrocolóide..................................................................38
2.4.3 Curativo com sulfadiazina de prata.....................................................39
2.4.4 Curativo com papaína.........................................................................40
2.4.5 Pomadas enzimáticas.........................................................................42
2.4.6 Curativo de colágeno com alginato.....................................................44
2.4.7 Curativo de hidrogel com alginato......................................................45
2.4.8 Periodicidade da troca de curativos....................................................47
12
CAPÍTULO III – A PESQUISA......................................................................49
3 INTRODUÇÃO....................................................................................49
3.1 Caracterização da Instituição e do Local de Pesquisa.......................50
3.2 Caracterização dos sujeitos da pesquisa...........................................50
3.3 Apresentação de dados......................................................................51
3.4 Depoimentos dos profissionais ..........................................................56
3.5 Discussão............................................................................................58
3.6 Conclusão da pesquisa.......................................................................59
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.................................................................60
CONCLUSÃO................................................................................................61
REFERÊNCIAS.............................................................................................62
APÊNDICES..................................................................................................65
13
INTRODUÇÃO
Sabe-se que a pele é uma barreira de proteção contra as agressões do
meio ambiente, quando lesada esta barreira fica susceptível a infecções e as
variáveis do processo de cicatrização como a idade, estado nutricional,
extensão da lesão.
Uma das lesões que podem ocorrer na pele são as úlceras de pressão
(UP) fruto do presente estudo, estas são um desafio para a enfermagem uma
vez que implicam na avaliação da qualidade da assistência. .
A UP é definida como uma lesão causada por pressão, que resulta em
dano ao tecido. Estas feridas se localizam normalmente sobre as
proeminências ósseas e são classificadas segundo o grau de danos
observados nos tecidos. (NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL,
2009)
A restauração do tecido se dá através do processo de cicatrização o
qual é necessária uma resposta fibroproliferativa do tecido esta envolve
inúmeros processos influenciados por vários fatores como ambiente, extensão
do dano, doenças ou presença de corpos estranhos inibindo a reparação.
(ROBBINS; COTRAN, 2005)
Entretanto esses processos acontecem de acordo com cada indivíduo e
seu sistema imunológico, esta restauração depende de mecanismos
endógenos e exógenos.
A prevenção das UP é extremamente importante, muito abordada, mas
nas aulas práticas nos hospitais evidenciamos que a prevenção embora
fundamental, muitos dos pacientes acometidos por UP vêm de suas casas com
a pele já lesada.
Então houve a preocupação com a assistência de enfermagem no
tratamento destas lesões, uma vez que o enfermeiro está inserido em todo este
processo, para tanto é necessário obter dados de como os profissionais
concebem a assistência ao paciente com UP e comparar com a teoria científica
para saber se condizem.
No entanto, a responsabilidade do tratamento da ferida dentro do
ambiente hospitalar e outras unidades de saúde são do enfermeiro responsável
14
pelo paciente. Além disso, o enfermeiro deve avaliar rotineiramente a lesão e
prescrever o tipo de tratamento fornecer informações quanto à freqüência da
troca, e orientações técnicas especificas a equipe sob sua responsabilidade.
(UNICAMP, 2002)
O tratamento tópico possui duas vertentes, seu uso poderá contribuir e
prejudicar, dependendo da maneira que for utilizado o acompanhamento
sistemático e o conhecimento de fármacos tópicos e atualização no tratamento
com a UP fazem com que o profissional atue com critério rigoroso favorecendo
o cliente e a equipe uma vez que o tempo de internação seria diminuído.
A enfermagem por décadas prestou uma assistência empírica utilizando
loções que não contribuíam, atrasavam e muitas vezes até prejudicavam a
cicatrização, estas ações estão presentes até hoje, se fixaram no dia a dia de
alguns profissionais.
A importância em avaliar a concepção dos profissionais de enfermagem
inserida neste contexto tornando-se se extremamente necessária. Com a
compreensão das dificuldades e necessidades da equipe de enfermagem é
possível propor medidas para melhorar a assistência de enfermagem ao
paciente com UP embasado em conhecimentos atualizados.
De acordo com Poletti; Caliri (2003) enfermeiras por anos têm utilizado
soluções variadas para remover tecido necrótico, combater infecção, promover
a cicatrização, estas tem origem na mitologia de enfermagem e o resultado ao
longo dos anos até a atualidade foram propagações de métodos e loções que
não tem demonstrado valor, no entanto ainda é utilizada, a adoção de terapias
não testadas somente fortalecem o cuidado à ferida de modo não científico.
Ao passo que muitos não ficam sabendo de resultados de pesquisas
atuais, deixam de dar importância que o embasamento científico trás para o dia
a dia do profissional refletindo no paciente.
O presente estudo busca compreender qual a concepção dos
profissionais de enfermagem quanto à assistência prestada ao paciente com
UP, perceber se há presença destes mitos da enfermagem na realidade do
campo pesquisado procurando desmistificá-los se existentes, uma vez que o
enfermeiro quando adota estas terapias sem comprovação fortalece o cuidado
não científico.
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A assistência ao paciente com UP deve estar acompanhada por
conhecimento científico atualizado e pela avaliação do enfermeiro que deve
contribuir com todo este processo de maneira holística e humanística sendo
empático com o cliente e a equipe.
A partir da seguinte questão se, o conhecimento dos profissionais de
enfermagem está em consonância com a teoria cientifica, levantou se a
hipótese de que quando a equipe de enfermagem atua de maneira
sistematizada com conhecimento teórico-científico, o tratamento flui de maneira
mais positiva acarretando melhoras nas condições de saúde e da UP.
Para demonstrar na prática a veracidade da hipótese, após aprovação
do Projeto pelo Comitê de ética e pesquisa (CEP) do Unisalesiano, foi realizada
pesquisa, no Hospital Geral de Promissão-SP durante período de Junho a
Setembro de 2009. O presente estudo está subdividido em três capítulos. O
capítulo I elucidou os conceitos e considerações sobre as UP, o capitulo II
abordou a assistência de enfermagem ao paciente UP e o capitulo III descreve
e analisa a pesquisa.
Finalizando vem a proposta de intervenção e a conclusão.
16
CAPÍTULO I
ÚLCERA DE PRESSÃO
1 PELE
A evolução no tratamento das feridas é possível graças à compreensão
e, valorização dos aspectos anatômicos e fisiológicos da pele, principalmente
para o processo de cicatrização, sendo que a pele é o espelho do corpo e nela
reflete as condições físicas e psicológicas, tais como: idade, saúde e diferenças
étnicas e culturais. (DUARTE; DIOGO, 2002)
A pele é como envelope ou concha, pois envolve o nosso corpo, é a
primeira barreira de proteção das estruturas corporais internas e protege contra
as modificações ambientais. No entanto, a pele é um órgão engajado em
atividades biológicas e bioquímicas.
Para manter a sua integridade é primordial o cuidado, buscando a
conservação e a recuperação da homeostase. A pele, além de ser um dos
órgãos extremamente importantes, também é o maior e mais pesado,
chegando a corresponder de 10 a 15% do peso corpóreo. No adulto com cerca
de 60 kg, a pele apresenta aproximadamente uma superfície de 2 m2 e peso de
2 kg, a espessura é variável, pois depende da elasticidade, sendo que 0,5 mm
na membrana timpânica e de 6 mm nas bases dos pés e palmas das mãos,
chegando a receber um terço do volume de sangue circulante e possui um pH
ácido em torno de 4,0 a 6,8, com média de 5,5. É esse motivo que é
denominado manto ácido. (CARVILLE, 1995)
Duas camadas extremamente importantes constituem a pele tendo
composição e funções diferenciadas: a epiderme e a derme, que alguns
autores, no entanto, incluem a hipoderme ou subcutâneo como um terceiro
integrante. (POTTER; PERRY, 2004)
A epiderme é a camada que estabelece limites corporais externos, é
caracterizada por ser fina, sendo (cerca de 0,04 mn) composto por epitélio
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queratinizado escamoso, não é vascularizado, em seus diferentes estágios de
amadurecimento, se regenera em torno de 4 a 6 semanas. (CARVILLE, 1995)
Nas camadas epidérmicas onde há dispositivos em picos e vales, torna-
se evidente no estrato germinativo (proliferação celular), quando as protrusões
epidérmicas invadem a derme cujo nome é rete ridges, com a finalidade de
ancorar a epiderme na derme e assim mantendo a integridade estrutural do
tegumento. Estas incluem os melanócitos, que são responsáveis pela produção
de melanina, que é um pigmento responsável pela coloração da pele.
Segundo Junqueira; Carneiro (2004) na camada epidérmica inclui as
células de Langerhans, que são distribuídas em toda epiderme entre os
queratinócitos; essas células originam de células percussoras da medula
óssea, que é transportada pelo sangue. As células de Langerhans são capazes
de captar os antígenos, processá-los e apresentar aos linfócitos T, ou seja, tem
o papel importante nas reações imunitárias cutâneas.
Embora a segunda camada, para Duarte; Diogo (2002), a derme, existe
a zona da membrana basal denominada de junção dermoepidérmica. A junção
dermoepidermica é uma camada intermediária entre a derme e a epiderme,
nela contém glicoproteínas que são importantes como a fibronectina; além do
colágeno tipo IV e um tipo de glicosaminoglicana que atuara provavelmente
como substância de matriz.
A derme é mais grossa do que a epiderme (0.5mn), porém possui menor
número e maior dispersão de células.
Existem duas paredes que são mal delimitadas:
a) papilar: une-se a epiderme, é nela que estão os
capilares que nutrem a camada externa da pele, inclui-se ainda fibras
e colágenos;
b) reticular: é conectada a hipoderme, contém colágeno,
além de um complexo de vasos sanguíneos.
É na derme que estão o colágeno e a elastina, proteínas essenciais na
estrutura tissular, formadas a partir dos fibroblastos que são existentes nesta
camada, que é responsável pela fora tênsil e o reconhecimento elástico da
pele, incluindo também folículos pelosos, vasos linfáticos, glândulas sebáceas,
sudoríparas e terminações nervosas, dentre as células que se destacam e as
18
células de Merkel que podem atuar como mecano – receptores, estas estão
dispersas entre as células do extrato basal. (GARTNER; HIATT, 2003)
Embora a hipoderme seja a camada mais espessa dentre as camadas
da pele; sua espessura depende da localização corporal, idade e sexo, o
próprio Indivíduo e o suporte e ligação da pele e a estrutura mais profunda.
Como os ossos, os músculos e outros órgãos, são constituídos por tecido
adiposo e conectivo, além disso, tem a função de armazenar energia, além dos
vasos sanguíneos que se juntam com o complexo cutâneo da derme.
(DUARTE; DIOGO, 2002)
1.1 Definição úlcera de pressão
As UP podem se instalar em pacientes com estabilidade fisiológica
limitada ou em pacientes com a mobilidade diminuída.
Conceitualmente vários termos têm sido utilizados para definir a úlcera
de pressão entre os quais são: úlcera de decúbito, úlcera de pressão e úlcera
do leito, são os termos que são empregados para descrever o
comprometimento da integridade cutânea. A terminologia consagrada e
utilizada é a UP (POTTER; PERRY, 2004)
De acordo com Moro et al. (2007), UP é uma área localizada de tecido
necrótico que tende a se desenvolver quando o tecido é comprometido entre
uma proeminência óssea e uma superfície externa por tempo prolongado.
1.2 Fatores de risco para úlcera de pressão
Potter; Perry (2004) relatou vários fatores que tendem a predispor no
cliente a formação da UP, que podem estar relacionados à doença, como o
nível diminuído da consciência, que estão relacionados aos efeitos posteriores
do trauma.
Segundo Potter; Perry (2004) destacam-se como fatores de risco:
19
a) estímulo sensorial diminuído: os clientes. Com a percepção sensorial
afetada, quanto à dor e a pressão, existe o maior risco para o
comprometimento da integridade da pele;
b) função motora comprometida: são os clientes que, incapazes de
mudar de posição de maneira independente, estão em maior risco
para desenvolver a UP, ou seja, os pacientes podem sentir a
pressão, mas são incapazes de alterar a posição, sendo
independente para aliviá-lo;
c) alteração do nível de consciência: e os clientes confusos ou
desorientados, ainda que apresentem os níveis oscilantes de
consciência, mas não é capaz de se proteger contra a UP.
Os clientes confusos ou desorientados são capazes de sentir a pressão,
mas podem não compreender como aliviá-la.
Incluindo os clientes que estão em coma, podem não perceber a
pressão, são incapazes de se movimentar voluntariamente para uma posição
mais protetora. (DICCINI; CAMADURO; LIDA; 2009)
Existem aparelhos de mobilização de tração que reduzem a mobilidade
de um membro, apresenta maior risco de desenvolver a UP. As causas podem
ser por força mecânicas externas do atrito proveniente da superfície do
aparelho que se atritou com a pele, ou seja, se o aparelho seque numa posição
muito justa, ou se o membro edemacia.
Entretanto qualquer equipamento que exerça a pressão na pele pode
levar a desenvolver a UP. É essencial o cuidado adequado da equipe de
enfermagem para os clientes que utilizam esses equipamentos, consiste numa
avaliação freqüente da pele do cliente, para identificar o rompimento cutâneo.
(DICCINI; CAMADURO; LIDA; 2009)
1.2.1 Patogenia das úlceras de pressão
Segundo Potter; Perry (2004) existem três elementos fundamentais para
o desenvolvimento da UP:
a) intensidade da pressão: a pressão de fechamento capilar;
20
b) duração e sustentação da pressão;
c) a tolerância tissular.
Algumas das regiões em que se desenvolvem as UP são: sacro, os
calcanhares, os cotovelos, os maléolos laterais, o trocanter maior e as
tuberosidades esqueléticas. Ocorre em conseqüência entre a relação do
tempo, intensidade e duração esses fatores aumentam a incidência para a
formação da UP.
Na pele e nos tecidos subcutâneos podem tolerar algumas pressões, se
a pressão aplicada externamente é maior que a pressão dos capilares,
consequentemente irá diminuir o fluxo sanguíneo nos tecidos, ocasionando
hipóxia nos tecidos, ocorrendo a lesão isquêmica. Quando a pressão for maior
que 32 mmHg se permanecer sem ser aliviada até que cause a hipóxia, os
vasos vão se colabar ocasionando a trombose (que se desenvolve o coágulo).
Entretanto se a pressão for aliviada antes do ponto crítico, a circulação
irá para os tecidos que foram afetados e será restaurado através do
mecanismo fisiológico da hiperemia reativa. (POTTER; PERRY, 2004)
A UP se forma também devido a força de cisalhamento que ocorre
quando se movimenta o cliente para cima do leito, a pressão pode aumentar
pela má distribuição do peso corporal, pela causa da gravidade de uma pessoa
que está sujeita as pressões constantes do corpo, contra qualquer superfície
em que se repousa. (GEOVANINI; JUNIOR; PALERMO; 2007)
Quando a pressão é distribuída desigualmente ao do peso do corpo, há
um gradiente de pressão sobre os tecidos que receberam a pressão, o
metabolismo da pele encontra-se alterado no ponto de pressão.
Existem respostas compensatórias dos tecidos isquêmicos – hiperemia
reativa, que irá permitir que os tecidos isquêmicos sejam inundados por
sangue, ou seja, isso acontece quando a pressão é removida antes que ocorra
a lesão ai aumenta a liberação de oxigênio de nutrientes para os tecidos.
(GEOVANINI; JUNIOR; PALERMO; 2007).
1.3 Classificação das úlceras de pressão
21
O conhecimento relacionado à classificação das UP, é extremamente
importante visto que, através da classificação é possível uma avaliação
criteriosa. Com essa classificação é possível reconhecer fenômenos
pertencentes à cicatrização como; etiologia que no que se refere às UP é a
pressão, e outras como dimensão, profundidade, grau de comprometimento
tecidual, localização anatômica da lesão.
Segundo Potter; Perry (2004), a classificação das feridas possibilita que
o enfermeiro compreenda os riscos associados a uma ferida e implicações para
seu cuidado.
Uma UP coberta por tecido necrótico é denominada como escara, não pode ser
estagiada, até que seja desbridada e possa ser observada a profundidade do
tecido destruído da UP. (SMELTZER; BARE, 2005)
Fonte: Smeltzer; Bare, 2005
Figura 1: Úlcera de pressão
1.4 Processo de cicatrização de feridas
Segundo Mandelbaum; Santes; Mandelbaum (2003), a cicatrização de
feridas consiste em um processo dinâmico que envolve fenômenos fisiológicos,
22
bioquímicos, eventos celulares e moleculares que se interagem para
repavimentação e reconstituição do tecido para restabelecer a integridade
tecidual.
A cicatrização pode ocorrer por primeira intenção (união primária) as
bordas são aproximadas, há mínima perda de tecido e edema, não há
presença de infecção.
A cicatrização por segunda intenção (granulação), o processo de reparo
é mais complicado e demorado, pois ocorre excessiva perda de tecido, e há
presença de infecção.
A cicatrização por terceira intenção (sutura secundária): realizada por
correção cirúrgica, quando fatores retardaram o processo cicatricial por
primeira intenção, há presença de infecção e muitas vezes necessitam ser
drenadas.
Conhecer as fases do processo de cicatrização permitirá ao enfermeiro
criteriosa seleção do tratamento tópico e uma avaliação minuciosa evolutiva da
ferida, uma vez que a evolução cicatricial está intimamente ligada a solução do
tratamento tópico. (BAJAY; ARAÚJO, 2006)
Para Montenegro; Franco (2008), as ocorrências do processo cicatricial
após as feridas produzida na pele constituem quatro fases importantes.
a) limpeza: os tecidos logo após ferimento liberam mediadores
químicos da inflamação. Ocorre um processo inflamatório agudo, há
um ressecamento devido o exsudato fibrinoso na superfície, que
quando entra em contato com o ar forma uma crosta. Esta contém a
hemorragia e protege o ferimento contra contaminações externas. Os
corpos estranhos, bactérias, detritos celulares, são removidos e/ou
digeridos pelas células inflamatórias;
b) retração: logo após o ferimento os miofibroblastos se proliferam
e diferenciam-se nos tecidos e realizam funções entre si, formando
arcabouço contrátil responsável pela aproximação das bordas da
ferida;
c) tecido de granulação: representa novo tecido que cresce para
preencher o defeito, ocorre nesta fase o processo de angiogênese, é
dos mais importantes proporcionando formação do tecido de
granulação, a presença de ácido hialurônico na matriz extracelular
23
abundante contribui para o aspecto edemaciado do tecido de
granulação. O tecido de granulação não doí porque os novos
penetram no novo tecido tardiamente;
d) reepitelização: ocorre precocemente através do crescimento do
epitélio nas bordas das feridas, a reepitelização total do ferimento e
acontecimento terminal no processo de reparo como arremate final
rapidamente as células epiteliais crescem e restabelecem a
continuidade do revestimento.
1.5. Fatores que influenciam no processo de cicatrização.
Com o conhecimento desses fatores é possível reconhecer alterações
que possam interferir no processo de cicatrização, buscando saná-los de
alguma maneira.
Segundo Figueiredo; Viana; Machado (2008): os fatores a influenciarem
a cicatrização podem ser tanto gerais como locais.
FATORES GERAIS DESCRICÂO
Hipovolemia Redução do aporte sanguíneo dos nutrientes necessários para a cicatrização.
Nutrição O estado nutritivo dos níveis de proteína e vitamina C afeta o processo cicatricial.
Idade
Em crianças, a cicatrização ocorre mais rápido que em adultos e idosos, em razão da maior eficiência do sistema cardiovascular e da resposta inflamatória e da menor fragilidade capilar e redução da síntese do colágeno e neoangiogênese.
Queda dadefesa imunológica
Associada à desnutrição.
HormôniosAnteriormente demonstrou-se que doses máximas de hormônios adrenocorticais retardam na cicatrização.
Medicamentoscomo:
Como os corticosteróides e agentes citotóxicos inibem a cicatrização e os imunossupressores aumentam a suscetibilidade às infecções.
Doenças de base Principalmente as doenças metabólicas, como diabetes, cirrose hepática, remia, hipertensão arterial e neoplasias.
HipotermiaHipotermia: resultante de decréscimo dos processos metabólicos dificulta a cicatrização.
Drogas e bebidas alcoólicas
Geralmente modificam ou alteram o estado nutricional dos pacientes.
Fonte: Figueredo; Viana; Machado, 2008
Quadro 1: Fatores que influenciam a cicatrização.
24
Continua
Conclusão
Segundo Poletti, Caliri (2003) os fatores locais são também chamados
de intrínsecos por estarem relacionados com a própria ferida.
FATORES LOCAIS DESCRIÇÃOEstrutura da lesão Quando a lesão nos tecidos é mais extensa, o
processo de reparo é mais demorado e o local pode influencias no processo de cicatrização, principalmente em casos de lesões que apresentam cavidades, com cicatrização mais demorada.
Local: Nas articulações devido à imobilidade com destruição dos tecidos; corpos estranhos e feridas na região sacra sujeitas à contaminação.
Edema: Retarda a cicatrização, inibindo o transporte de suprimentos regenerativos no local, porém existe a probabilidade de que uma pequena quantidade de edema intensifique a atividade dos fibroblastos.
Tipos de curativo utilizados: É de grande importância a seleção do curativo adequado, que auxiliará na cicatrização da lesão (ambiente úmido acelera de 3 a 5 vezes o tempo de cicatrização).
Mobilização: Feridas situadas em áreas com tensão freqüente favorecem a formação de cicatriz hipertrófica.
Suprimento sanguíneo: Fatores que causam restrição da circulação sanguínea interferem na cicatrização, pois o sangue fornece produtos essenciais utilizados nesse processo. Por exemplo, ataduras apertadas e lesões arteriais podem retardar o processo cicatricial.
Fonte: Figueredo; Viana; Machado, 2008
Quadro 2: Fatores intrínsecos na ferida
1.6 O Paciente com úlcera de pressão
As UP são uma das lesões tissulares que mais causam custos para
cuidadores, familiares, pacientes e entidades hospitalares, pelo seu longo
tempo para cicatrizar.
Além do custo com os materiais para realização de curativos,
acompanhamento de equipe multidisciplinar há um dano emocional importante
no indivíduo portador da UP.
25
Existem vários sentimentos como: incômodo, vergonha, impotência, dor,
estes não são contabilizados em custos, mas agregam conseqüências ao
tratamento.
Entretanto para cuidar da UP é necessária uma visão holística, o manuseio
da ferida, por exemplo, dependendo do estágio da lesão pode ocasionar dor
que não é aliviada facilmente, distúrbios do sono e até mesmo fadiga.
(POLLETTI; CALIRI, 2003).
Apesar de todas estas vertentes ainda há implicações sociais como
isolamento, pois muitas vezes estas feridas exalam odor e isso o incomoda e
sabe que por mais que disfarcem deixam transparecer ocasionando isolamento
e em conseqüência dificuldade em realizar atividades diárias.
No âmbito psicológico pode ocorrer diminuição significativa da auto-estima,
raiva culpa até mesmo depressão.
O Enfermeiro que tem visão holística se preocupa com o portador de UP
como um todo, se dispondo a oferecer suporte emocional e preparar os
familiares e cuidadores não só para o auto-cuidado com a UP, mas orientá-los
a oferecer apoio emocional, motivando o a cooperar com o tratamento.
(ANSELMI; PEDUZZI; JUNIOR, 2009)
Durante o tratamento pode ocorrer necessidade de desbridamento, a
escolha, deve ser feita pensando no estágio da UP, mas valorizando as
queixas do cliente, como a dor, para que seja realizada a melhor escolha.
26
CAPÍTULO II
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEMAO PACIENTE COM ÚLCERA DE
PRESSÃO
2 PREVENÇÃO DA ÚLCERA DE PRESSÃO
De acordo com Potter; Perry (2004) a enfermagem tem o papel
importante para manter a integridade da pele. Enfermeiros devem inspecionar
rotineiramente a pele dos seus clientes para que não ocorra rupturas ou
comprometimento do tecido cutâneo.
A escala de Braden é um instrumento para predizer as UP muito útil e
colabora com melhorias na qualidade da assistência (SANTOS; SILVA, 2006)
Na assistência de enfermagem há prescrição dos cuidados voltados
para a prevenção (POTTER; PERRY, 2004)
Segundo Lise; Silva (2007) as medidas de controle de excesso de peso
sobre as proeminências ósseas podem ser realizadas tais, como: protegendo
com almofadas e travesseiro de espuma ou colchões de espuma, ar estático ou
dinâmico, gel e água, pois redistribuem o peso e reduzem a pressão. O
posicionamento e a mudança de decúbito, que é priorizado a cada 2 horas em
pacientes acamados; para os que permanecem sentados por períodos longos
deverá ser reposicionado a cada uma hora e contendo as proteções.
Proporcionar nas medidas de controle o suporte nutricional, pois
quando está prejudicada, a pele perde a elasticidade, provoca anemia e reduz
o oxigênio das células. (LISE; SILVA, 2007)
Potter; Perry (2004) relata que avaliação de risco é um instrumento para
avaliar os clientes que estão em alto risco para desenvolver a UP.
Os clientes com poucos risco de desenvolver, devem ser poupados do
tratamento preventivos, às vezes dispendiosos como os riscos das
complicações.
Souza; Santos (2006) relatam que foi desenvolvida a escala de Braden
que ajuda a avaliar os clientes que correm o risco, para desenvolver a UP.
27
Vários pesquisadores elaboraram escalas, para predizer o risco para a
formação da UP.
Segundo Souza; Santos (2006) a escala de Braden tem a intenção de
colaborar na prevenção, dando base para os enfermeiros indicar quais os
pacientes que correm risco para desenvolver a UP.
De acordo com esta escala são avaliados:
a) percepção sensorial: referente a capacidade do cliente reagir
significativamente aos desconfortos relacionados à Pressão;
b) umidade: refere-se ao nível em que a pele é exposta a umidade;
c) atividade: avalia o grau de atividade física;
d) mobilidade: à capacidade do cliente em mudar e controlar a posição
de seu corpo;
e) nutrição: o padrão usual de consumo alimentar do cliente.
f) fricção e cisalhamento: é a dependência do cliente para mobilização
e posicionamento e sobre estados espasticidade, contratura e
agitação que podem levar a constante fricção.
Para Lise; Silva (2007) acredita na qualidade do cuidado prestado para
prevenção da UP, pode estar prejudicada se não houver estabilidade e
conhecimentos adequados.
O foco maior na prevenção inclui programas educacionais, tendo
objetivo de identificar os fatores de riscos para prevenir a UP. A medida é
recomendada pela. (AGENCY OF HEALTH CARE POLICY AND RESEARCH,
2009)
E destacam a importância de que as orientações devem ser para todos
prestadores de serviço de saúde incluindo os familiares de cuidadores, sendo
que essas medidas podem diminuir para 60% de incidência de pacientes
hospitalizados com UP. (LISE; SILVA, 2007)
Acredita-se na busca da qualidade da assistência, portanto é necessário
não só os enfermeiros, mas toda equipe multiprofissional que se sintam
envolvidas e comprometidas em conhecer e entender o que é a UP, suas
causas e os fatores de riscos, tendo base científica para programar ações
efetivas de prevenção e tratamento. (LISE; SILVA, 2007)
A enfermagem é a ciência que cuida do ser humano e sempre esteve
comprometida com a função de cuidar e orientar. O enfermeiro é um educador
28
e dentro de sua prática, precisa estar preparado para desenvolver processos
educativos de forma que favoreçam o desenvolvimento de habilidades básicas
para o crescimento pessoal e profissional.
A responsabilidade de garantir assistência de qualidade é o fator que
contribui para prevenção de UP, visando tanto à assistência quanto a educação
em práticas formais e informais. (LISE; SILVA, 2007)
2.1 Avaliação das feridas
De acordo com Maldelbaum; Santes; Mandelbaum, (2003) a avaliação é
a parte fundamental do processo, para o tratamento das lesões da pele, o
diagnóstico preciso do tipo de estágio da lesão, vai direcionar o tratamento
adequado, as medidas serão programadas e os recursos que serão utilizados.
Um roteiro sistemático de avaliação deve incluir:
a) história e exame subjetivo do cliente;
b) dados objetivos do cliente: condições gerais, exame laboratoriais,
doenças associadas;
c) avaliação do risco, com base nas condições gerais do cliente e do
local da lesão;
d) avaliação e classificação adequada da lesão: localização, tempo de
evolução, medida do tamanho, diâmetro; profundidade; vitalidade do
leito e dos tecidos circunvizinhos; presença de secreções e necrose,
colaboração dos leitos da ferida, sensibilidade cutânea,
comprometimentos;
e) diagnósticos adequados do tipo da ferida, suas necessidades e
conseqüente planejamento de ações. (MALDELBAUM; SANTES;
MANDELBAUM, 2003)
Há diversos sistemas a serem utilizados e identificados para avaliações
da ferida aguda e outras especialmente desenvolvidas para feridas crônicas.
Para Blanes (2004) a conduta terapêutica sobre influência da história da
ferida, ou seja, a causa, o tempo de existência da ferida, se há presença ou
não de infecção, deve ser avaliado edema, a dor, extensão e profundidade da
29
lesão; devemos observar a característica do leito da ferida da pele ao redor e
exsudato.
É fundamental a avaliação periódica da ferida, é importante acompanhar
a evolução do processo cicatricial e a cobertura utilizada (BLANES, 2004)
2.2 Tratamento das Úlceras de Pressão
Duarte; Diogo (2002) relata que o tratamento da UP necessita de
avaliação multidisciplinar; visto que cada lesão apresenta formas e
características específicas, devendo ser avaliada e tratada individualmente de
maneira holística. Dando ênfase aos objetivos principais do tratamento da UP,
entre eles: favorecer a cicatrização da lesão, minimizar os sintomas do
paciente, visar à melhoria de qualidade de vida e reduzir o custo do tratamento.
Existem considerações fundamentais a serem atribuídas como critério
para a escolha do tratamento tópico como tamanha localização e tipo de
exsudato.
O enfermeiro deve avaliar rotineiramente a lesão e prescrever o tipo de
tratamento, fornecer informações quanto à freqüência da troca e orientações
técnicas específicas à equipe sob sua responsabilidade. Dessa maneira, a
responsabilidade do tratamento da ferida dentro do ambiente hospitalar e
outras unidades de saúde são do enfermeiro responsável pelo paciente
(UNICAMP, 2002)
Turner (1997). define sete critérios para o curativo ideal. São estes:
a) manter alta umidade na interface ferida/curativo: toda lesão deve ser
irrigada com soro fisiológico morno, permitindo um meio úmido o qual
facilita a cicatrização;
b) remover o excesso de exsudação: embora a superfície deva
permanecer úmida, o excesso de umidade provoca maceração da
pele circundante;
c) permitir a troca gasosa: o oxigênio é fundamental em todas as etapas
da cicatrização;
d) fornecer isolamento térmico: uma temperatura constante de 37ºC
30
estimula a atividade macrofágica e mitótica durante a granulação e a
epitelização. O curativo deve ser trocado o mínimo possível, pois a
cada troca extensa de curativo a temperatura da superfície da ferida
pode abaixar em vários graus, demorando 40 minutos para retomar
sua temperatura e levando três horas para retomar o processo de
cicatrização;
e) ser impermeável a bactérias: forma uma barreira entre a ferida e o
ambiente, impedindo a contaminação;
f) ser isento de partículas e tóxicos contaminadores de feridas: estes
renovam e prolongam a reação inflamatória, afetando a velocidade
de cicatrização e sua resistência, podendo levar até a deiscência;
g) permitir sua remoção sem causar trauma na ferida: a retirada
traumática do curativo provoca uma ruptura do tecido recém-
formado, atrasando a cicatrização e podendo levar a uma outra
reação inflamatória.
Para a realização do curativo da UP existem questionamentos
quanto à técnica a ser utilizada, asséptica (estéril) ou a técnica limpa. A
técnica asséptica estéril reduz ao máximo a carga microbiana por meio
da utilização de insumos, objetos livres de microorganismos. A técnica
limpa recomenda-se o uso de luvas de procedimento e instrumentais
estéreis somados aos princípios de assepsia, incluindo as mãos e
ambiente, tal técnica é considerada como não estéril. (FERREIRA;
ANDRADE, 2OO8)
Durante os estágios evidenciamos alguns profissionais utilizarem à
técnica limpa, despertando - nos para buscar sua comprovação.
De acordo com Ferreira; Andrade (2008) após concluírem um estudo
de revisão bibliográfica relata que a técnica limpa não pode ser
recomendada para a prática clínica com segurança e sugerem pesquisa
do tipo experimental para a tomada de decisão dos profissionais.
Em contrapartida, manuais elaborados para ambiente hospitalar
recomenda que, os materiais para realizar curativo devem ser estéreis e
a técnica asséptica. (MOZACHI, 2005)
31
2.1 Terapia tópica de feridas: limpeza e desbridamento
Duarte; Diogo (2002) afirma que a limpeza e o desbridamento são dois
componentes fundamentais da terapêutica tópica da lesão.
Limpeza da ferida é o processo que utiliza fluidos para a remoção de
contaminantes inflamatórios e bacterianos, tecidos desvitalizados e corpos
estranhos da superfície da ferida viabilizando a cicatrização.
A limpeza das feridas deve ser extremante criterioso e embasada
cientificamente, uma vez que a utilização de soluções danosas ao tecido
acarretará interferências significativas no processo cicatricial.
Segundo UNICAMP (2002) a utilização de solução anti-séptica em
feridas abertas provocam toxicidade nas células envolvidas no processo de
cicatrização, sua capacidade bactericida na presença de exsudato fica
comprometida, quanto maior a concentração das soluções há maior
citotoxidade. Quanto à utilização de tensoativos (sabões) para a limpeza da
ferida aberta estes podem interferir no processo de cicatrização, uma vez que
está substância possui grupos hidrofílicos e lipofílicos diminuindo a tensão
superficial da célula afetando a permeabilidade da membrana celular o que
pode acarretar em uma ação citolítica.
O SF 0,9% é a solução ideal para a limpeza das feridas abertas, quando
aquecido evita o choque térmico que provoca vaso constrição dos capilares
atrasando o processo de cicatrização. (ÉCHELI, BUSATO, 2006)
Segundo Duarte; Diogo (2002) existe três técnicas de limpeza. Que
constituem esfregaço e hidroterapia, são duas técnicas que possuem várias
controvérsias pela possibilidade de contaminação e danificar o tecido. A de
irrigação é mais utilizada e bem aceita por remover matéria particulada e outros
contaminantes inclusive bactérias sem gerar dano ao delicado tecido de
granulação.
2.2.1 Remoção de tecido desvitalizado
32
A remoção de tecidos desvitalizados (desbridamento) é uma das etapas
do processo de limpeza da ferida.
O desbridamento de uma lesão pode ser autolítico, químico ou
mecânico.
a) desbridamento autolítico: é a remoção por quebra natural do tecido
desvitalizado com auxílio de solução fisiológica, hidrogel e demais
produtos que mantenham úmido o leito da ferida;
b) desbridamento enzimático: é obtido por aplicação de enzimas
proteolíticas que facilitam a degradação do tecido desvitalizado;
c) solução de papaína: pode ser utilizada tanto como agente de limpeza
quanto de desbridamento, dependendo da concentração.
d) desbridamento mecânico: é a realizado através de esfregaço (gazes,
esponjas ou escovas macias, utilizando-se a mínima força), irrigação
(com seringa de 20 ml e agulha 40x12) ou instrumento de corte.
(UNICAMP, 2002)
A seguir será descrita a técnica de desbridamento mecânico com
instrumento de corte desbridamento instrumental conservador (UNICAMP,
2002)
Materiais:
a) 1 pacote de curativo estéril;
b) gazes estéreis, se necessário;
c) lamina de bisturi com cabo;
d) seringa de 20 ml;
e) luva estéril;
f) cuba redonda;
g) campo fenestrado;
h) soro fisiológico (SF) 0,9%.
Procedimentos
a) lavar as mãos;
b) reunir o material e levá-lo próximo ao leito do paciente;
c) explicar ao paciente o que será feito;
d) proteger os pacientes com biombos, se necessário;
33
e) posicionar o paciente expondo a área a ser tratada;
f) abrir o pacote de curativo com técnica asséptica;
g) colocar as pinças com os cabos voltados para a borda do campo.
h) colocar sobre o campo estéril gazes, a lamina de bisturi com cabo, a
cuba e a seringa;
i) colocar o SF 0,9% na cuba;
j) calçar as luvas;
k) montar a pinça Kelly® com gaze, auxiliada pela pinça anatômica e
umedecê-la;
l) limpar ao redor da ferida;
m) colocar gazes, compressas ou lençol próximos a ferida para reter a
solução drenada;
n) lavar o leito da ferida através de pequenos jatos de SF 0,9%
utilizando seringa de 20ml e agulha 18;
o) colocar o campo fenestrado;
p) iniciar o desbridamento da área desvitalizada pela borda, com o
auxilio da pinça dente de rato, fazendo cortes superficiais ao redor do
tecido desvitalizado. O desbridamento deve ser interrompido na
presença de vascularização ou a reação de sensibilidade à dor;
q) limpar a lesão com SF 0,9% e colocar gaze embebida em SF para
manter a ferida úmida (curativo primário) ou qualquer outro curativo
apropriado para a lesão;
r) ocluir a ferida com gaze estéril, chumaço ou compressa (curativo
secundário);
s) fixar o curativo;
t) colocar o nome, data e horário sobre o curativo;
u) deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;
v) lavar as mãos;
x) anotar na ficha de enfermagem, o procedimento realizado e a
característica da ferida.
2.4 Orientações terapêuticas para o tratamento das Úlceras de Pressão
34
Conforme comentado anteriormente, e aqui ressaltados, o tratamento de
feridas devem ser personalizados, considerando todos os fatores individuais do
portador de UP. Entretanto é necessário que os recursos materiais e humanos
disponíveis sejam considerados, uma vez que estão inseridos na realidade do
portador e da instituição, embora existam essas considerações, elas não
devem comprometer a escolha do produto que deve ser avaliada quanto a:
indicação, contra-indicação, custo e eficácia. (UNICAMP, 2002)
Duarte; Diogo (2002) ressalta a importância de conhecer os materiais a
serem utilizadas suas ações, indicações, contra-indicações e efeitos colaterais
a importância de reconhecê-los como drogas que precisam ser conhecidos e
reconhecidos para então comporem os planos de intervenções.
Foram listados alguns produtos utilizados no tratamento de feridas
abertas, como UP, de uso hospitalar, ambulatorial e domiciliar. E existem
outros produtos modernos que não serão aqui citados, por terem custo mais
elevado e acesso mais difícil.
Serão apresentadas informações farmacológicas de soluções tópicas
mais utilizadas em feridas abertas (UP) nos quadros abaixo:
Curativo úmido com solução fisiológica 0,9% (soro fisiológico).
A adesão a este tratamento faz com que ocorra o processo de autólise
(degradação natural do tecido desvitalizado pela ação de enzimas, tais como
as hidrolases ácidas) e estimulando a formação do tecido de granulação.
(UNICAMP, 2002)
Curativo úmido com solução fisiológica 0,9% (soro fisiológico).
A adesão a este tratamento faz com que ocorra o processo de autólise
(degradação natural do tecido desvitalizado pela ação de enzimas, tais como
as hidrolases ácidas) e estimulando a formação do tecido de granulação.
(UNICAMP, 2002)
CURATIVO UMIDO COM SORO FISIOLÓGICO 0,9%Cloreto de sódio 0,9%
35
Continua
Limpar e umedecer a ferida.Favorece a formação de tecido de granulação.Amolece os tecidos desvitalizadosFavorece o desbridamento autolitico.
Manutenção da ferida úmida.
Feridas com cicatrização por 2ª. ou 3ª. Intenção.
Feridas com cicatrização por 1ª. intenção e locais de inserção de cateteres, introdutores, fixados externos e drenos.
Modo de usar INCISÃO COM DEISCÊNCIALimpar a incisão com gaze e SF 0,9%.Lavar o ponto de deiscência com jatos de SF 0,9%.Manter gaze de contato úmida com SF 0,9% no local da deiscência.Ocluir com cobertura secundaria estéril de gaze, chumaço ou compressa seca.Fixar.
Periodicidade de troca De acordo com a saturação do curativo secundário ou no maximo a cada 24 horas.Pouco exsudato = cada 24 hsMédio exsudato = cada 12 hsGrande exsudato = 8 hsAbundante exsudato = 6 hs
Modo de usar FERIDAS ABERTASLavar o leito da ferida com jatos de SF 0,9%.Remover exsudatos limpando a ferida com gazes embebidas em solução fisiológica com movimentos leves e lentos, para não prejudicar o processo de cicatricial.Remover tecidos desvitalizados com auxilio de gaze, pinça ou bisturi.Colocar gazes de contato úmido o suficiente para manter o leito da ferida úmido até a próxima troca.
36
Continua
Conclusão
Modo de usar FERIDAS ABERTAS Ocluir com cobertura secundária estéril (gaze, chumaço ou compressas secas).Fixar.TROCA DE CURATIVODe acordo com a saturação do curativo secundário ou no máximo a cada 24 horas.Pouco exsudato = cada 24 hsMédio exsudato = cada 12 hsGrande exsudato = cada 8 hsAbundante exsudato = cada 6 hs
Observações A Solução Fisiológica pode ser substituída por Solução Ringer Simples.A solução de Ringer possui composição eletrolítica isotônica, com quantidade de potássio e cálcio semelhante as do plasma sanguíneo.
Fonte: UNICAMP, 2002
Quadro 3: Curativo úmido com solução fisiológica 0,9% (soro fisiológico)
A solução fisiológica pode ser utilizada tanto para limpeza como para
tratamento de feridas. O tratamento é feito com utilização de gazes de contato
embebidas com solução fisiológica. (UNICAMP. 2002)
2.4.1 Curativo com Ácido Graxo Essencial (AGE)
Atualmente há comercialização de produtos a base de ácidos graxos
essenciais (ácido linoleico, acido caprilico e acido cáprico) vitamina A e E e
lecitina de soja. Estes produtos são utilizados tanto no tratamento de lesões
como na profilaxia de UP. A vitamina A no organismo favorece a integridade da
pele e sua cicatrização. A vitamina E tem função antioxidante e protege a
membrana celular do ataque de radicais livres. O ácido linoléico é importante
no transporte de gorduras, manutenção da função e integridade das
membranas celulares e age como imunógeno local. A lecitina de soja protege,
hidrata e auxilia na restauração da pele. (UNICAMP, 2002)
37
ACIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE)Composição Óleo vegetal composto por ácido linoléico,
ácido caprílico, ácido cáprico, vitamina A, E e lecitina de soja.
Mecanismo de Ação Promove quimiotaxia (atração de leucócitos) e angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos), mantém o meio úmido e acelera o processo de granulação tecidual.A aplicação tópica em pele integra tem grande absorção, forma uma película protetora na pele, previne escoriações devido a alta capacidade de hidratação e proporciona nutrição celular local.
Prevenção de UP.Tratamento de feridas abertas.
Lesões abertas com ou sem infecção.
Não encontrada.
Lavar o leito da ferida com jatos de SF 0,9%.Remover exsudato e tecido desvitalizado se necessário.Espalhar AGE no leito da ferida ou embeber gazes estéreis de contato o suficiente para manter o leito da ferida úmida até a próxima troca.Em feridas extensas pode-se espalhar o AGE sobre o leito da ferida e utilizar como cobertura primaria gazes embebidas em solução fisiológica 0,9%.Ocluir com cobertura secundária estéril de gaze, chumaço, compressa seca ou qualquer outro tipo de cobertura adequada.Fixar.Trocar o curativo sempre que o curativo secundário estiver saturado ou no máximo a cada 24 horas.
38
Continua
Conclusão
Conclusão
Observações O AGE pode ser associado ao alginato de cálcio ou carvão ativado e diversos tipos de coberturas.
Fonte: UNICAMP, 2002
Quadro 4: Curativo com AGE
Os ácidos graxos essenciais são precursores de substâncias
farmacologicamente ativas envolvida no processo de divisão celular e
diferenciação epidérmica (tromboxanes, prostaciclinas e prostaglandinas) e
possuem capacidade de modificar reações inflamatórias e imunológicas,
alterando funções leucocitárias e acelerando o processo de granulação
tecidual. (UNICAMP, 2002)
2.4.2 Curativo com hidrocolóide
São curativos comercializados com a finalidade de tratamento de feridas
limpas e prevenção de UP. A camada externa destes curativos serve como
barreira térmica aos gases, a líquidos, microbiana e mecânica. A camada
interna tem as propriedades de absorção de exsudato (gel), manutenção do pH
ácido e manutenção de ambiente úmido estimulando a angiogênese e o
desbridamento autolítico
HIDROCOLÓIDEComposição Camada externa: espuma de poliuretano.
Camada interna: Gelatina.Pectina.Carboximetilcelulose
sódica.
Mecanismo de Ação Estimula a angiogênese e o desbridamento autolítico.Acelera o processo de granulação tecidual.
39
Conclusão
Continua
Indicação Prevenção de tratamento de feridas abertas não infectadas.
Tipos de Ferida Feridas abertas não infectadas, com leve a moderada exsudação.Prevenção ou tratamento de UP não infectadas.
Contra indicação Feridas colonizadas ou infectadas.Feridas com tecidos desvitalizados ou necrose e queimaduras de 3º grau.
Aplicar o hidrocolóide, segurando-o pelas bordas.Pressionar firmemente as bordas do hidrocolóide e massagear a placa para perfeita aderência. Se necessário reforçar as bordas com micropore.Datar o hidrocolóide.
Periodicidade de troca Trocar de hidrocolóide sempre que o gel extravasar ou o curativo deslocar ou no máximo a cada 7 dias.
Observações A interação do exsudato com o hidrocolóide produz um gel amarelo (semelhante a secreção purulenta) e nas primeiras trocas poderá ocorrer um odor desagradável devido a remoção de tecidos desvitalizados.
Fonte: UNICAMP, 2002
Quadro 5: Hidrocolóide
Segundo UNICAMP (2002) a utilização deste tratamento traz benefícios
como alívio dor através da proteção das terminações nervosas e não aderência
ao leito da ferida e é auto-aderente, dispensando a utilização de curativos
secundários.
2.4.3 Curativo com sulfadiazina de prata
40
A sulfadiazina de prata é muito utilizada no tratamento de pacientes com
queimadura, mas também utilizada em feridas abertas.
SULFADIAZINA DE PRATASulfadiazina de Prata a 1% hidrofílico.
Mecanismo de Ação O íon prata causa precipitação de proteínas e age diretamente na membrana citoplasmática da célula bacteriana, exercendo ação bactericida imediata e ação bacteriostática residual pela liberação de pequenas quantidades de prata iônica.
Indicação Prevenção de colonização e tratamento de queimaduras.
Tipos de Feridas Queimaduras, UP.
Contra indicação Hipersensibilidade.
Modo de usar Lavar a ferida com SF 0,9%.Remover todo o excesso de pomada e tecido desvitalizado.Aplicar o creme assepticamente por toda a extensão da lesão (5mm de espessura).Colocar gaze de contato úmida.Cobrir com cobertura secundaria estéril.
Periodicidade de troca No máximo cada 12 horas ou quando a cobertura secundária estiver saturada.
Observações Retirar o excesso de pomada remanescente a cada troca de curativo.
Fonte: UNICAMP, 2002
Quadro 6: Sulfadiazina de prata
A sulfadiazina de prata possui características bactericidas e
bacteriostáticas dos sais de prata.
2.4.4 Curativo com papaína
41
Papaína é a denominação dada à enzima (EC 3.3.10) ou ao complexo
enzimático constituído por um conjunto de proteases sulfidrilicas encontradas
nas folhas, caule e frutos da planta Carica papaya. (UNICAMP, 2002)
PAPAÍNA
Composição Complexos de enzimas proteolíticas, retirado do látex do mamão papaia (Carica papaya).
Provoca dissociação das moléculas de proteínas, resultado em desbridamento químico.É bactericida e bacteriostático.Estimula a força tensil das cicatrizes.Acelera o processo cicatricial.
Indicação Tratamento de feridas abertas.Desbridamento de tecidos desvitalizados.
Tipos de Feridas Feridas abertas, desvitalizadas e infectadas.
Contato com metais, devido ao poder de oxidação.Tempo prolongado de preparo devido a instabilidade da enzima (que é de fácil deterioração).
Modo de usar Lavar a ferida com SF 0,9%.Remover todo o excesso de pomada e tecido desvitalizado.Aplicar o creme assepticamente por toda a extensão da lesão (5mm de espessura).Colocar gaze de contato úmida.Cobrir com cobertura secundaria estéril.
Periodicidade de troca No máximo a cada 24 horas ou de acordo com a saturação do curativo secundário.
Ferida nicrótica (por coagulação) - 10%.Ferida com exsudato purulento - 4 a 6%.Ferida com tecido de granulação - 2%.
42
Continua
Diluições 1grama 100ml 1%1gr 50ml 2%2gr 50ml 4%3gr 50ml 6%4gr 50ml 8%5gr 50ml 10%6gr 50ml 12%7gr 50ml 14%8gr 50ml 16%9gr 50ml 18%10gr 50ml 20%
Fonte UNICAMP, 2002
Quadro 7: Curativo com Papaína
A papaína tem sido apontada por seus efeitos desbridante,
antiinflamatório e bactericida estabelecido pela porcentagem, acarretam maior
velocidade da restauração tissular com a formação de tecido cicatricial estética
e funcionalmente adequado. (DUARTE; DIOGO, 2002)
2.4.5 Pomadas enzimáticas
As pomadas enzimáticas são compostas de enzimas específicas para
determinados substratos com o objetivo de auxiliar no desbridamento da lesão,
entretanto não há dados conclusivos sobre sua ação como estimulador do
processo cicatricial.
COLAGENASESComposição Colagenase clostridiopeptidase A e
enzimas proteolíticas.
Age seletivamente degradando o colágeno nativo na ferida.
Desbridamento enzimático suave e não evasivo de lesões.
43
Conclusão
Continua
Feridas com tecido desvitalizado.
Contra indicação Feridas com cicatrização por primeira intenção. Utilizar em pacientes sensíveis às enzimas.
Modo de usar Lavar a ferida com SF 0,9%.Aplicar 2mm da pomada sobre a área a ser tratada.Colocar gaze de contato úmida.Ocluir com gaze de cobertura seca.Fixar.
A cada 24 horas
Observações Há controvérsias quanto a eficácia das pomadas enzimáticas como estimulador da granulação e epitelização, visto que com o aumento dos níveis de ação das proteinases, temos a degradação dos fatores de crescimento e dos receptores de membrana celular, que são importantes para o processo de cicatrização.
Fonte: UNICAMP, 2002
Quadro 8: Pomadas enzimáticas
FIBRINOLISINAComposição Emoliente de origem bovina, composto de
fibrolisina desoxirribonucleases e 1% de cloranfenicol.
Favorece a dissolução de exsudato e tecido necróticos pela ação lítica da fibrolisina sobre a fibrina e da desoxirribonuclease sobre o ácido desoxirribonucléico.
Indicação Desbridamento enzimático suave e não invasivo de lesões.
Tipos de Feridas Feridas com tecido desvitalizado.
Contra indicação Feridas com cicatrização por primeira intenção.Reação alérgica em pessoas sensíveis a substancias bovinas.
44
Conclusão
Continua
Lavar a ferida com SF 0,9%.Aplicar a pomada diretamente na área a ser tratada.Colocar gaze de contato úmida.Ocluir com gaze de cobertura seca.Fixar.
Observações Pode causar hiperemia local.A utilização de antibióticos tópicos não apresenta efetividade no tratamento local de infecções e pode ser indutor de resistência bacteriana.Há controvérsias quanto a eficácia das pomadas enzimáticas como estimulador da epitelização e granulação tecidual.
Fonte: UNICAMP, 2002
Quadro 9: Fibrinolisina
2.4.6 Curativo de colágeno com alginato
Sua composição contém colágeno e alginato que fornece apoio
estrutural para o crescimento celular favorecendo a condição ideal de meio
úmido (UNICAMP, 2002)
ALGINATO COM COLAGENOComposição 10% de alginato.
90% de colágeno.
Mecanismo de Ação O alginato absorvente e formador de gel mantêm o meio úmido e controla o exsudato.O colágeno favorece o crescimento interno dos tecidos e dos vasos sanguíneos.
Indicação Feridas abertas, com exsudato de moderado a intenso.
45
Conclusão
Continua
Tipos de Feridas - úlceras causadas por etiologias vasculares mistas;- úlceras diabéticas;- queimaduras de segundo grau;- abrasões e feridas traumáticas cicatrizadas por segunda intensão;- incisões cirúrgicas deiscentes;- sítios doadores;- UP.
Contra indicação Utilizar em feridas sem ou com pouca exsudação.
Modo de usar - Lavar a ferida com S.F 0,9%- Remover exsudato e tecido desvitalizado, se necessário.- Cortar o curativo no tamanho total da ferida.- Modelar o curativo no interior da ferida, umedecendo a fibra com solução fisiológica, se necessário.- Ocluir com cobertura secundária estéril.
Periodicidade de troca - Trocar a cobertura secundária sempre que estiver saturada.- Trocar o curativo de alginato com colágeno.- Feridas exsudação moderada: a cada 2 ou 4 dias.
Fonte: UNICAMP, 2002
Quadro 10: Curativo de colágeno com alginato
Este tratamento é altamente absorvente, indicado para feridas com
moderada a intensa exsudação, mantendo um microambiente fisiologicamente
úmido na superfície da ferida que é condutivo a formação de tecido de
granulação, epitelização e faz com que a cicatrização ocorra mais rapidamente.
(UNICAMP, 2002)
2.4.7 Curativo de hidrogel com alginato
46
Conclusão
Este tratamento composto por Hidrogel com Alginato que é um gel
transparente, hidroativo e amorfo, propicia um ambiente de hidratação na
recuperação de feridas que ajuda a autólise enquanto o componente de
alginato aumenta a sua consistência facilitando a sua aplicação. (UNICAMP,
2002)
HIDROGEL COM ALGINATOComposição Gel transparente, hidroativo, amorfo,
contendo alginato de sódio.
Mecanismo de Ação Gel propicia um ambiente que favorece a remoção de áreas necroticas ou desvitalizadas, estimulando a formação do tecido de granulação e epitelização. O alginato aumenta a absorção e sua melhor consistência aumenta o tempo de permanência do hidrogel na ferida.
Indicação Tratamento de áreas necróticas secas, tecido desvitalizado mole e ferido em fase de granulação/epitelização.
Tipos de Feridas Crostas, fibrinas, tecidos desvitalizados e feridas em fases de granulação /epitelização.
Contra indicação Utilizar em pele integra e incisões cirúrgicas fechadas.
Modo de usar - Lavar o leito da ferida com S.F 0,9%.- Aplicar o gel sobre a ferida ou introduzir na cavidade assepticamente.- Ocluir a ferida com cobertura secundária estéril.
Periodicidade de troca Necrose, seca: máximo de 3 dias.Necrose, mole: 1 a 3 dias, dependendo do nível de exsudato.Descamante: 1 a 3 dias.
Necessita de cobertura secundária, de acordo com o nível de exsudato.
Foto: UNICAMP, 2002
Quadro 11: Curativo hidrogel com alginato
47
O gel pode ser usado para amolecer e hidratar áreas necroticas ou
desvitalizadas, facilitando suas remoções. (UNICAMP, 2002)
2.4.8 Periodicidade da troca de curativos
O quadro de periodicidade de troca dos curativos a ser aqui descrito foi
elaborado por um grupo de estudos de feridas da UNICAMP. Entretanto só
serão descritas as de feridas abertas que se enquadram na UP.
Tipo de tratamento
Tipo de feridaCobertura primária
Cobertura secundária
Cobertura mista
Observações
Cobertura SF 0,9%
Feridas abertas
No máximo a cada 24 hs
Trocar sempre que saturada
Trocar de acordo com o exsudato drenado
AGEFeridas abertas
No máximo a cada 24 hrs
Trocar sempre que saturada
PapaínaFeridas abertas
no máximo a cada 24 hrs
Trocar sempre que saturada
HidrogelFeridas aberta infectadas necrose seca
a cada 24 hsa cada 72 hs
Trocar sempre que saturada
Hidrocolóide
Feridas abertas (não infectadas com leve a moderada exsudação)
Estravazar ou perder a aderencia
Durabilidade de até 7 dias sem trocas
Alginato de cálcio
Feridas abertas profundas e com abundante exsudação
Cada 24 hs (infectadas) cada 48 hs
(sem infecção)
Trocar sempre que saturada
Quando diminuir o exsudato
utilizar outro curativo
Sulfadiazina de prata
Queimaduras Cada 12hsTrocar sempre que saturada
Pomadas enzimáticas
Feridas com tecidos
desvitalizados
Cada 24 horas
Trocar sempre que saturada
HidropolimeroFeridas limpas
pouco exsudativas
No máximo a cada 7
dias
Colágeno com alginato
Feridas abertas, com exsudato de moderado a
intenso
Feridas exsudação
moderada: a cada 2 ou 4
dias
Trocar sempre que saturada
48
Continua
Hidrogel com alginato
Tratamento de áreas
necróticas secas. tecido desvitalizado mole e ferida em fase de granulação, epitelização
Necrose seca: máximo
de 3 dias. necrose,
mole: 1 a 3 dias,
dependendo do nível de exsudato.
descamante:1 a 3 dias
Trocar sempre que saturada
Necessita de cobertura
secundária, de acordo
com o nível de exsudato.
Fonte: UNICAMP (2002)
Quadro 12: Periodicidade de troca dos curativos
A periodicidade da troca dos curativos é muito questionada, ocasiona
dúvida nos profissionais, Tanto quanto ao tipo de produto como de quanto em
quanto tempo deve-se realizar a troca das coberturas, que podem ser tanto a
primária quanto a secundária, a utilização no quadro acima colabora
esclarecendo estas dúvidas.
49
Conclusão
CAPÍTULO III
A PESQUISA
3 INTRODUÇÃO
Para demonstrar o conhecimento dos profissionais de enfermagem
acerca da assistência prestada no tratamento ao paciente com UP está em
consonância com a teoria cientifica testada, após aprovação do projeto pelo
Comitê de ética em pesquisa – UNISALESIANO (Protocolo 267/2009) com
aprovação em 08/06/2009, iniciou-se a pesquisa intitulada. À concepção dos
profissionais de enfermagem quanto à assistência prestada ao paciente com
UP, no HGP localizado na cidade de Promissão – SP na unidade de clinica
médica, no período de junho a setembro de 2009.
Métodos
Estudo de Caso: foi realizada uma pesquisa no Hospital Geral de
Promissão – SP, com a equipe de enfermagem da unidade de clínica médica,
analisando de que maneira está equipe concebe a assistência de enfermagem
ao paciente com UP. Foram entrevistados os seguintes profissionais: 2
enfermeiros e 18 auxiliares e técnicos de enfermagem da unidade de clínica
médica.
A unidade de clínica médica foi escolhida pelas pesquisadoras por ter
sido observado um número maior de pacientes com úlceras de pressão.
Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem
qualitativa descrevendo a UP e seu tratamento comparando teoria e prática de
acordo com os dados obtidos através de questionário.
O presente estudo contou com a participação de vinte profissionais que
atuam na equipe de enfermagem, sendo 02 enfermeiros e 18 auxiliares de
enfermagem. Quanto ao sexo foram entrevistados 14 mulheres e 06 homens
com idade entre 25 a 60 anos, todos os envolvidos se dispuseram a participar
da pesquisa.
50
Os auxiliares de enfermagem responderam a um questionário contendo
questões de múltipla escolha que versavam sobre técnicas e condutas
utilizadas no tratamento da UP, ambos poderão ser visualizados no (Apêndice
A) e (Apêndice B).
Quanto aos enfermeiros ambos responderam o mesmo questionário de
múltipla escolha e uma entrevista estruturada.
Técnicas
Roteiro de estudo de caso (Apêndice A)
Roteiro de entrevista para as enfermeiras (Apêndice B)
Roteiro com questões de múltipla escolha para a equipe de enfermagem
(Apêndice C)
Outros registros: serão utilizados materiais ilustrativos.
3.1 Caracterização da Instituição e do Local de Pesquisa
O HGP está localizado na Avenida Eurico Gaspar Dutra nº 620, na
cidade de Promissão – SP. Classificado como médio porte, possui 79 leitos,
com esfera administrativa e gestão estadual. Esta unidade hospitalar atende
pacientes provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
O quadro de funcionários desta instituição é composto por servidores
públicos estaduais.
A unidade de clínica médica onde foi realizada a pesquisa possui 35
leitos, a equipe de enfermagem está composta por dois enfermeiros e 24
auxiliares de enfermagem, nesta unidade são admitidos pacientes acometidos
por patologias clínicas, sendo a grande maioria de pacientes idosos.
3.2 Caracterização dos Sujeitos da Pesquisa
Os profissionais de enfermagem que compõe a pesquisa são 18
auxiliares de enfermagem e 02 enfermeiros totalizando 20 profissionais da
equipe de enfermagem têm entre 25 e 60 anos de idade, de ambos os sexos
51
sendo a maioria mulheres (14).
A unidade conta com 24 auxiliares de enfermagem, porém somente 18
responderam à entrevista com questões de múltipla escolha visualizadas no
(Apêndice B), o restante se encontrava em férias e licença.
Embora atuem como auxiliares de enfermagem a maioria possui
formação como técnicos de enfermagem, acadêmicos de enfermagem e
graduados em enfermagem.
Os 02 enfermeiros que atuam na unidade de clínica médica, são
formados há mais de 10 anos, responderam ao questionário com questões de
múltipla escolha visualizados no (Apêndice B) e a entrevista estruturada com
perguntas abertas, ambos estão na instituição há mais de 10(dez) anos.
3.3 Apresentação dos dados
A coleta de dados ocorreu na própria instituição, na unidade de clínica
médica, durante o plantão dos profissionais envolvidos. Foi entregue os
questionários e preenchidos por eles na presença das autoras após assinarem
o termo de consentimento livre esclarecido.
Ao entregar a entrevista para ser preenchida pelos auxiliares de
enfermagem, percebemos o alívio ao saberem que não havia identificação.
Embora tenham demonstrado interesse em participar no decorrer da
pesquisa foram observadas que os auxiliares de enfermagem demonstraram
dificuldade em responder as perguntas que enfatizavam o cuidado realizado
por eles devido à preocupação em responder corretamente.
Durante a coleta de dados os profissionais tentavam comunicar-se, outra
dificuldade foi quanto ao preenchimento do termo de consentimento livre
esclarecido, muitos demonstravam certo receio mesmo após as explicações
dos pesquisadores.
As enfermeiras responderam ao questionário de múltipla escolha e um
questionário com perguntas abertas, demonstrando interesse em participar da
pesquisa.
Os dados obtidos podem ser visualizados na tabela a seguir.
52
Tabela 1: A freqüência das respostas dos fármacos tópicos utilizados na
limpeza do tecido necrótico na UP.
Item Nº resposta Percentual
Clorexedina degermante 01 5%
PVPI 00 0%
SF0, 9% 14 70%
SF0, 9% moron 05 25%
nda 00 0%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2009
Há variações no tipo de produto utilizado para a limpeza do tecido
necrótico, demonstrando que o cuidado não é padronizado.
Tabela 2: Freqüência das respostas quanto à classificação da UP referente aos
estágios
Item Nº resposta Percentual
I e II grau 00 0%
I e II e III grau 02 10%
I, II, III e IV grau 08 40%
I, II, III, IV e V 04 20%
nda 06 30%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2009
A tabela demonstra que grande parte dos profissionais desconhece a
classificação das feridas.
Tabela 3: Freqüência das respostas em relação á escolha do tratamento tópico
na unidade em que os entrevistados trabalham.
53
Item Nº resposta Percentual
Prescrição médica 12 60%
Prescrição do enfermeiro 05 25%
Protocolo 00 0%
Padronização 01 5%
nda 02 10%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2009
A tabela demonstra que a maioria dos profissionais entrevistados recorre
à prescrição médica para a escolha do tratamento das UP na sua unidade de
trabalho.
Tabela 4: Freqüência das respostas relacionada ao procedimento de realização
dos curativos quanto à técnica na UP.
Item Nº resposta Percentual
Técnica asséptica 10 50%
Técnica limpa 09 45%
Técnica séptica 01 5%
Sem técnica 00 0%
nda 00 0%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2009
A tabela demonstra que os entrevistados divergiram quase na mesma
proporção a respeito do procedimento de curativos das UP ser asséptico ou
limpo.
Tabela 5: Freqüência das respostas dos entrevistados em relação às
considerações fundamentais para a escolha o tratamento tópico das UP.
54
Item Nº resposta Percentual
Localização, causa da lesão 04 20%
Coloração da lesão 02 10%
Tempo de evolução, odor 00 0%
Tamanho, localização e tipo de exsudato 13 65%
nda 01 5%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2009
A tabela demonstra que grande parte conhece as variáveis para um bom
tratamento.
Tabela 6: A freqüência das respostas dos entrevistados em relação à intenção
da escala preditiva de Braden.
Item Nº resposta Percentual
Colaborar na prevenção da úlcera de pressão 10 50%
Direcionar para o tratamento 02 10%
Auxiliar no diagnóstico e na conduta médica 01 5%
Auxiliar na realização de curativos 00 0%
nda 07 35%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2009
Há variações entre a correta, ou seja, colaborar na prevenção da UP, e a
resposta nenhuma das alternativas evidenciando que a população estudada
ficou bem dividida.
Tabela 7: Freqüência da resposta quanto à assistência de enfermagem em
pacientes com UP relacionado à mudança de decúbito.
55
Item Nº resposta Percentual
Mudanças de decúbito de 2/2 horas 19 95%
Mudanças de decúbito de 3/3 horas 00 0%
Mudanças de decúbito de 6/6horas 00 0%
Mudanças de decúbito de 1/1 hora 01 5%
nda 00 0%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2009
É possível observar que a grande maioria dos entrevistados conhece
que a mudança de decúbito de 2/2 horas é importante na prevenção das UP.
Tabela 8: Freqüência da resposta segundo o conhecimento dos entrevistados
em relação à ordem cronológica do processo de cicatrização de uma UP no IV
estágio segundo o sistema (NPUAP).
Item Nº resposta Percentual
Granulação, epitelização, necrose e inflamação 00 0%
Inflamação, epitelização, granulação e necrose 03 15%
Necrose, inflamação, granulação e epitelização 15 75%
Epitelização, inflamação, granulação e necrose 00 0%
nda 02 10%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2009
A tabela demonstra que grande parte dos profissionais tem
conhecimento sobre a cicatrização da UP.
Tabela 9: Freqüência das respostas quanto à base para à assistência de
enfermagem ao paciente com UP na unidade na qual foi desenvolvida à
pesquisa.
56
Item Nº resposta Percentual
Programa de Educação Continuada 03 15%
Cursos de aperfeiçoamento 05 25%
Orientações do Enfermeiro 08 40%
Busca de literatura atualizada 04 20%
nda 00 0%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2009
A tabela demonstra que os profissionais estão bem divididos, mas
grande parte atribui ao enfermeiro.
Tabela 10: Freqüência da resposta quanto à avaliação da assistência prestada
ao paciente com UP.
Item Nº resposta Percentual
Satisfatório 02 10%
Necessita de aprimoramento Técnico contínuo 12 60%
Insatisfatório 02 10%
Deficitário falta de recursos, materiais/humanos 04 20%
nda 00 0%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2009
A tabela demonstra que a população estudada considera que necessita
de aprimoramento técnico cientifico.
3.4 Depoimentos dos profissionais
As enfermeiras que responderam ao questionário são do sexo feminino,
uma de idade de 38 anos e outra de 57 anos, residentes em Lins-SP e a outra
em Promissão-SP, sendo que a primeira tem 13 anos de serviço a segunda
mais de 20.
57
Nos dois relatos foi observado, que quanto à assistência prestada aos
pacientes com UP, dando ênfase na qualidade. Para elas o conhecimento dos
profissionais não é dos melhores. Enfatizaram também a escassez de recursos
humanos, pois são poucos funcionários para um número grande de leitos e
isso reflete na qualidade da assistência, incluindo a falta de materiais para a
realização dos curativos.
“O conhecimento de alguns profissionais é muito pobre e
com isso não há uma continuidade boa do serviço.”
(Enfermeira A)
Quanto à consonância entre teoria e prática, a percepção diária das
enfermeiras refere-se à necessidade de educação continuada e para uma
delas à higienização é mais importante que alguns produtos tópicos.
“A higienização é mais importante do que alguns produtos
tópicos.“ (Enfermeira A)
“Sendo que para conceber uma assistência adequada é
necessário programas de educação continuada”
(Enfermeira B)
Ambas relataram que os auxiliares de enfermagem não conhecem as
classificações das UP. Além disso, que necessitam de treinamentos e
orientações, com isso o tratamento realizado pelos auxiliares de enfermagem
seria mais qualificado dentro dos procedimentos corretos.
Quando questionadas em relação ao método que utilizam para
remoção de tecido necrótico, ressaltam que na instituição que atuam é
realizado desbridamento cirúrgico pelo médico.
“É um método bom, pois assim que é retirado o tecido
necrótico que impede a eliminação das secreções e
dando ao início de cicatrização.” (Enfermeira B)
58
3.5 Discussão
Ao analisar os dados obtidos constatou-se que a maioria dos
profissionais não utiliza SF0, 9% aquecido.
É visto que o SF0, 9% quando aquecido evita o choque térmico que
provoca vaso constrição dos capilares atrasando o processo de cicatrização.
(ÉCHELI; BUSATO, 2006)
Houve ainda, alguns profissionais que relataram a utilização de
clorexedina degermante na limpeza do tecido necrótico. No entanto, para
limpeza da ferida aberta à utilização de tensoativos como degermantes, pode
interferir no processo de cicatrização, uma vez que estas substâncias possuem
grupos hidrofílicos e lipofílicos diminuindo a tensão superficial da célula
afetando a permeabilidade da membrana celular o que pode acarretar em uma
ação citolítica. (UNICAMP, 2002). Além disso, outras soluções são prejudiciais
para a cicatrização da UP.
A utilização de soluções anti-sépticas é considerada tóxica para as
células envolvidas no processo de cicatrização sua capacidade bactericida na
presença de exsudado fica comprometida, (quanto maior a concentração das
soluções há maior citotoxidade.). Soluções anti-sépticas, degermantes não
devem ser utilizadas em feridas abertas. (UNICAMP, 2002)
No entanto, a maioria dos profissionais referiu que a técnica para
curativo das UP deve ser asséptica a que é corroborada pela literatura.
(MOZACHI, 2005)
Por outro lado grandes partes dos entrevistados não conhecem a
classificação das UP. O conhecimento, relacionado à classificação das UP, é
extremamente importante visto que, através da classificação é possível uma
avaliação criteriosa. Com essa classificação é possível reconhecer fenômenos
pertencentes à cicatrização como; etiologia, dimensão, profundidade, grau de
comprometimento tecidual, localização anatômica da lesão.
Segundo Potter; Perry (2004), a classificação das feridas possibilita que
o enfermeiro compreenda os riscos associados a uma ferida e implicações para
seu cuidado.
59
Muitos profissionais ainda nos dia de hoje atribuem a prescrição do
curativo das UP ao médico, o que ocorreu na distinta pesquisa.
No entanto, a responsabilidade do tratamento da ferida dentro do
ambiente hospitalar e outras unidades de saúde são do enfermeiro responsável
pelo paciente. (UNICAMP, 2002)
Existem considerações fundamentais a serem atribuídas como critério
para a escolha do tratamento tópico como tamanha localização e tipo de
exsudato.
Vale a pena ressaltar que quanto à prevenção das UP os profissionais
possuem conhecimento a medida que praticamente todos responderam
corretamente quando questionados sobre a freqüência das mudanças de
decúbito, que devem ser realizadas de 2 em 2 horas. (LISE; SILVA, 2007)
Observa-se que quanto à escala de Braden o conhecimento fica limitado
entre os enfermeiros evidenciado pela pesquisa que o auxiliar pouco conhece.
A escala de Braden é um instrumento para predizer as UP muito útil e colabora
com melhorias na qualidade da assistência. (SANTOS; SILVA, 2006)
Os enfermeiros ressaltaram muito a questão do conhecimento escasso
da equipe de enfermagem como fator importante para a qualidade da
assistência em UP, mas o profissional enfermeiro acaba por ser co-responsável
por este, uma vez que ele coordena as ações de enfermagem.
Além disso, o enfermeiro deve avaliar rotineiramente a lesão e
prescrever o tipo de tratamento, fornecer informações quanto à freqüência da
troca, e orientações técnicas específicas à equipe sob sua responsabilidade.
(UNICAMP, 2002)
3.6 Conclusão da pesquisa
De acordo com os resultados obtidos pôde ser observado que a equipe
de enfermagem da unidade de clínica médica possui conhecimento razoável
acerca da assistência prestada ao paciente com UP, houve várias
controvérsias entre os profissionais auxiliares de enfermagem indicando
ausência de um cuidado sistematizado.
60
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Mediante os resultados obtidos na pesquisa verificou-se a importância
do trabalho de enfermagem condizente com a teoria científica.
É possível explorar as potencialidades da equipe de enfermagem
atuante colaborando assim o processo de cicatrização das UP.
O tema proposto despertou na equipe de enfermagem um grande
interesse em aprimorar o conhecimento técnico científico.
Assim sugere-se a elaboração um manual para sistematizar a
assistência de enfermagem no tratamento das UP.
Devido à aceitação e as necessidades da equipe de enfermagem em
obter mais conhecimento sobre o tratamento das UP. Sugere-se a continuidade
deste tema, e a busca de novas propostas diante, promovendo assim
inovações e novas perspectivas diante do tratamento proporcionado aos
pacientes com UP.
61
CONCLUSÃO
Conclui-se que os objetivos do trabalho foram atingidos, ou seja, foi
possível verificar o conhecimento da equipe de enfermagem acerca dos
cuidados prestados ao paciente com UP.
De acordo com os resultados obtidos por meio do presente estudo pôde
ser observado que a equipe de enfermagem da unidade de clinica médica
possui um conhecimento que não está totalmente em consonância com a teoria
científica, para o tratamento das UP.
Tal fato pode influenciar de maneira negativa a qualidade da assistência
de enfermagem, o que pode ser investigados em estudos posteriores.
Com isso, concluiu-se que o enfermeiro tem papel fundamental na
equipe e direciona as ações, mas é importante transmitir conhecimento e
estabelecer uma sintonia coma equipe de maneira que todos atuem de maneira
sistematizada.
62
REFERÊNCIAS
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63
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65
APÊNDICES
66
APÊNDICE A - Roteiro de Estudo de Caso
1. INTRODUÇÃO
1.1 Este estudo tem como objetivo difundir o conhecimento sobre úlcera de
pressão voltando para a assistência prestada para tanto, será realizado o
estudo de caso e a observação sistemática da equipe de enfermagem da
unidade de clinica médica do HGP, por meio de entrevista e aplicação de
questões de múltipla escolha, serão evidenciados as dúvidas e dificuldades
visto que com os resultados será possível perceber a concepção desses
profissionais quanto à assistência prestada e assim propor medidas que visem
à melhoria da assistência.
1.2 Serão coletadas informações bibliográficas sobre as UP em todos os
aspectos, mas com um olhar mais crítico para a assistência, visto que, o
presente estudo correlacionará à teoria científica com a prática dos
profissionais de enfermagem evidenciadas por entrevista aberta para os dois
enfermeiros e questões de múltipla escolha para toda à equipe aplicada para
os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem da clínica médica do
HGP.
2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO
2.1 Materiais
2.2 Métodos
2.3 Técnicas
3 DISCUSSÃO
Análise entre a teoria e a prática utilizada durante a aplicação dos
questionários com os enfermeiros e equipe, fazendo um confronto entre
67
teoria (referencial teórico dos primeiros capítulos) e a prática utilizada pelos
profissionais.
4 RESULTADOS E SUGESTÕES
Serão colocados os resultados do estudo realizado e sugerida a
proposta de intervenção.
68
APÊNDICE B - Roteiro de entrevista para a enfermeira
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Idade: ..................................................... Sexo: ...............................................
Formação: .........................................................................................................
Residência: Cidade:................................. Estado:............................................
Experiência Profissional anterior:.......................................................................
............................................................................................................................
Experiência Profissional atual............................................................................
............................................................................................................................
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 Para você, como está hoje à assistência prestada ao paciente com úlcera de
pressão em relação à qualidade e atualização de conhecimentos? Por quê?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 De acordo com a sua percepção diária a teoria científica (o conhecimento
encontrado na literatura) condiz com a prática no que diz respeito à técnica e
tratamento tópico?
.......................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 Em sua opinião os auxiliares de enfermagem conhecem a classificação das
úlceras de pressão e de que maneira ela pode auxiliar no tratamento?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
69
4 Qual o método utilizado por você para remoção do tecido necrótico? Você
considera este o melhor método? Por quê?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
70
APÊNDICE C – Questões de múltipla escolha para a equipe de enfermagem
1. No leito da úlcera de pressão com tecido necrótico para limpeza, o que você
utiliza?
(a) Clorexedina degermante;
(b) PVPI;
(c) SF0, 9%;
(d) SF0, 9% morno;
(e) nda;
2. As úlceras de pressão estão classificadas em?
(a) I e II grau;
(b) I e II e III grau;
(c) I, II, III, IV grau;
(d) I, II, III, IV, V;
(e) nda;
3. A utilização do tratamento tópico na sua unidade de trabalho se dá através
de?
(a) Prescrição médica;
(b) Prescrição do enfermeiro;
(c) Protocolo;
(d) Padronização;
(e) nda;
4. O procedimento de realização do curativo utilizado por você na úlcera de
pressão se dá através de?
(a) Técnica asséptica;
71
(b) Técnica limpa;
(c) Técnica séptica;
(d) Sem técnica;
(e) nda;
5. Quais as considerações fundamentais para a escolha do tratamento tópico?
(a) Localização, causa da lesão;
(b) Coloração da lesão;
(c) Tempo de evolução, odor;
(d) Tamanho, localização e tipo de exsudato;
(e) nda;
6. Qual a intenção da escala preditiva de Braden?
(a) Colaborar na prevenção da úlcera de pressão;
(b) Direcionar para o tratamento;
(c) Auxiliar no diagnóstico e na conduta médica;
(d) Auxiliar na realização de curativos;
(e) nda;
7. Consiste na assistência de enfermagem em pacientes com Úlcera de
Pressão?
(a) Mudanças de decúbito de 2/2 horas;
(b) Mudanças de decúbito de 3/3 horas;
(c) Mudanças de decúbito de 6/6horas;
(d) Mudanças de decúbito de 1/1 hora;
(e) nda;
8. Qual a ordem cronológica de cicatrização de uma úlcera de pressão em
estágio IV seguindo o sistema (NPUAP) de estagiamento?
72
(a) Granulação, epitelização, necrose e inflamação;
(b) Inflamação, epitelização, granulação e necrose;
(c) Necrose, inflamação, granulação e epitelização;
(d) Epitelização, inflamação, granulação e necrose;
(e) nda;
9. Em que você baseia sua assistência a pacientes com úlcera de pressão?
(a) Programa de Ed. Continuada;
(b) Cursos de aperfeiçoamento (desconsidere sua formação básica como
enfermeiro ou auxiliar de enfermagem);
(c) Orientações do Enfermeiro;
(d) Busca de literatura atualizada;
(e) nda;
10. De que maneira você avalia a assistência prestada ao paciente com úlcera
de pressão?
(a) Satisfatório;
(b) Necessita de aprimoramento Técnico contínuo;
(c) Insatisfatório;
(d) Deficitário falta de recursos, materiais/humanos;
(e) nda;
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APÊNDICE D - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Instituição
Eu,___________________________________,(diretora) da __________-
_____________declaro estar ciente e que cumprirei os termos da Resolução
196, de 09/10/96,do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde e que
a unidade__________________________tem recursos para realizar o projeto
da
pesquisa:_____________________________________________________.
Lins, ________de__________________de 2009.
__________________________________________________________
Assinatura do responsável legal da Instituição
RG
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APÊNDICE E – Termo de consentimento livre e esclarecido
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UNISALESIANO
(Resolução nº 01 de 13/06/98 – CNS)
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL
1. Nome do Paciente:
Documento de Identidade nº Sexo: Data de Nascimento:
Endereço: Cidade: U.F.
Telefone: CEP:
1. Responsável Legal:
Documento de Identidade nº Sexo: Data de Nascimento:
Endereço: Cidade: U.F.
Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):
II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1. Título do protocolo de pesquisa:
2. Pesquisador responsável:
Cargo/função: Inscr.Cons.Regional: Unidade ou Departamento do Solicitante:
3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo).
SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR
4. Justificativa e os objetivos da pesquisa (explicitar):
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5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais: (explicitar)
6. Desconfortos e riscos esperados: (explicitar)
7. Benefícios que poderão ser obtidos: (explicitar)
8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: (explicitar)
9. Duração da pesquisa:
10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de pesquisa em / /
III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL
1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo.
2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento.
3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.
4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa.
5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos decorrentes da pesquisa.
Observações complementares.
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IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido(a) pelo pesquisador, conforme registro nos itens 1 a 6 do inciso III, consinto em participar, na qualidade de paciente, do Projeto de Pesquisa referido no inciso II.
________________________________ Local, / / . Assinatura
____________________________________ Testemunha
Nome .....:
Endereço.:
Telefone .:
R.G. .......:
____________________________________ Testemunha
Nome .....:
Endereço.:
Telefone .:
R.G. .......:
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