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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA CURSO DE ENFERMAGEM E LICENCIATURA ANA PAULA CARDOSO TAVARES ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS DE PLANIMETRIA E FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTOS PARA MENSURAÇÃO DE FERIDAS NITERÓI 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

CURSO DE ENFERMAGEM E LICENCIATURA

ANA PAULA CARDOSO TAVARES

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS DE PLANIMETRIA E

FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTOS PARA MENSURAÇÃO DE FERIDAS

NITERÓI

2014

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ANA PAULA CARDOSO TAVARES

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS DE PLANIMETRIA E

FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTOS PARA MENSURAÇÃO DE FERIDAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

curso de Graduação em Enfermagem e

Licenciatura da Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel e Licenciada em Enfermagem.

Orientadora:

Profa Dra Beatriz Guitton Renaud Baptista de Oliveira

Niterói, RJ

2014

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ANA PAULA CARDOSO TAVARES

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS DE PLANIMETRIA E FOTOGRAFIA

COMO INSTRUMENTOS PARA MENSURAÇÃO DE FERIDAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

curso de Graduação em Enfermagem e

Licenciatura da Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel e Licenciada em Enfermagem.

BANCA EXAMINADORA

Profª Drª Beatriz Guitton Renaud Baptista de Oliveira - UFF

Orientadora

Msc. Ana Luiza Soares Rodrigues

Prof. Msc. Miriam Marinho Chrizostimo - UFF

Niterói

2014

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pela vida, pela força, por iluminar o meu caminho...

Aos meus pais e irmão, pela paciência, apoio e por todos os momentos que estiveram comigo.

Amo vocês!

Ao meu amigo e companheiro Marcelo Costa, por toda a força, companheirismo e contribuições

nesse trabalho. Cada momento ao seu lado é incentivador! Amo você!

À Prof. Dra. Beatriz, agradeço muito por todas as orientações, contribuições, conhecimentos e

confiança a mim dedicados ao longo de todo esse tempo. Muito obrigada!

À Prof. Miriam, meu reconhecimento pelo carinho, atenção e pelas contribuições nessa etapa

final de construção deste trabalho final. Muito obrigada!

À Ana Luiza, pela disponibilidade, paciência e contribuição na construção deste trabalho.

Obrigada por ter participado deste processo! Seu apoio foi fundamental para o meu sucesso!

Muito obrigada!

À Aretha, pela disponibilidade e ajuda! Muito obrigada!

À Natália Freitas, pela disponibilidade e ajuda durante meu período de coleta de dados. Muito

obrigada!

Às minhas amigas Isabelle Andrade, Maria Anália Oliveira, Thaciane Labolita, Vivian Mencari e

Marcela de Souza, por estarem ao meu lado todo o tempo e me apoiarem Vocês são

maravilhosas! Amo vocês!

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RESUMO

Este estudo teve como objetivos analisar a utilização dos métodos de planimetria e fotografia

como instrumentos facilitadores no acompanhamento do processo de cicatrização de lesões;

comparar as técnicas de planimetria manual e fotografia digital como instrumentos para

mensuração de lesões tissulares; identificar as vantagens, desvantagens e principais cuidados

apresentados por cada método e construir um protocolo definindo etapas para realização da

técnica de planimetria e fotografia de lesões tissulares. Trata-se de uma pesquisa exploratória, de

abordagem qualitativa para estudo das técnicas de planimetria e fotografia como instrumentos

para mensuração de feridas agudas e crônicas. A amostra foi composta por 10 pacientes com

feridas crônicas que são atendidos no Ambulatório de Reparo de Feridas do Hospital

Universitário Antônio Pedro. Quatro avaliadores experientes no tratamento de feridas

participaram da coleta de dados. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do

Hospital Universitário atendendo aos princípios da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde (CNS) e aprovado com o número 196/98; CAAE nº 0154.0.258.000-08. Os resultados da

técnica planimétrica e fotográfica foram obtidos a partir do cálculo da área das lesões. Tal

procedimento foi desenvolvido uma vez por cada avaliador para cada um dos dez pacientes. Em

relação à técnica planimétrica, foi identificada maior variabilidade percentual dentre os pacientes

com lesões de 0-5 cm² de área, indicando a ocorrência de erros de maiores proporções durante a

mensuração das lesões menores Em relação à técnica de fotografia, a maior variabilidade também

foi encontrada nas lesões menores. As médias dos coeficientes de variação encontrados para a

planimetria e fotografia foram 14,1% e 12,4% respectivamente, significando que, os valores

foram mais heterogêneos na obtenção de área na técnica planimétrica. Com isso, pôde-se afirmar

que a técnica fotográfica apresentou 1,7% mais precisão do que a técnica planimétrica no

desenvolvimento pelos quatro avaliadores envolvidos. Constatou-se que a técnica de planimetria

é de baixo custo, fácil realização e sua utilização não depende de computador, podendo ser

desenvolvida rapidamente em qualquer serviço. Já a técnica de fotografia não oferece essas

mesmas vantagens, porém é a mais indicada em estudos clínicos e pesquisas, devido ao

fornecimento da imagem que favorece a avaliação e a mensuração mais precisa da lesão.

Portanto, tendo-se evidenciado neste estudo que a diferença de precisão entre as técnicas foi

pequena, conclui-se que a determinação da técnica mais adequada na mensuração de lesões

deverá levar em consideração as condições da lesão, a disponibilidade de materiais e

computadores, além da finalidade de sua utilização.

Descritores: cicatrização, fotografia, avaliação.

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ABSTRACT

This study aimed to analyze the use of methods of planimetry and photography as tools to

facilitate the monitoring of the wound healing process; compare the technical manual planimetry

and digital photography as tools for measuring tissue injuries; identify the advantages,

disadvantages and main care submitted by each method and construct a protocol defining steps to

perform the technique of planimetry and photography. This is a study exploratory, qualitative

approach to study the techniques of planimetry and photography as tools for measurement of

acute and chronic wounds. The sample consisted of 10 patients with chronic wounds that are

attended in the Outpatient Wound Repair of the Antonio Pedro University Hospital. 4

experienced in wound evaluators participated in the data collection. This study was submitted to

Committee on Research Ethics at University Hospital on advice CAAE number

0154.0.258.000-08 in accordance with Resolutions 196/96. The results of planimetric and

photographic technique were obtained by calculating the area of the lesions . This procedure was

developed once by each evaluator for each of the ten patients. Regarding the planimetric

technique, a higher percentage variability was identified among patients with lesions of 0-5 cm ²,

indicating the occurrence of errors of major proportions during the measurement of these minor

injuries. Regarding photography technique, also the highest variability was found in minor

injuries. The mean coefficient of variation found for planimetry and photography were 14.1% and

12.4% respectively, ie meaning that the values were more heterogeneous in getting area in

planimetric technique. Thus, it was found that the photographic technique showed 1.7% more

accurately than the planimetric technique in development by 4 evaluators involved. It was found

that the technique of planimetry is low cost, easy implementation and its use does not depend on

your computer and can be developed quickly in any service. The photography technique does not

offer the same advantages, but it is more appropriate in clinical studies and research, due to

availability of image favors a more accurate assessment and measurement of the lesion.

Therefore, having demonstrated in this study that the difference in accuracy between the two

techniques was small, it is concluded that the determination of the most appropriate technique for

the measurement of injuries should take into account the condition of the injury, the availability

of materials and computers, as well the purpose of its use.

Keywords: wound healing, photography, evaluation.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Fotografia para observação do contorno da ferida do paciente 03 ........................... 49

Figura 2- Decalques realizados pelos avaliadores para o paciente 03 ...................................... 49

Figura 3- Fotografia para observação do contorno da ferida do paciente 09 ........................... 50

Figura 4- Decalques realizados pelos avaliadores para o paciente 09 ...................................... 51

Figura 5- Fotografias realizadas pelos avaliadores para o paciente 03 .................................... 53

Figura 6- Fotografias realizadas pelos avaliadores para o paciente 10 .................................... 54

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Valores das áreas (cm²) obtidos pela técnica de planimetria .................................. 30

Quadro 2- Valores das áreas (cm²) obtidos pela técnica de fotografia ..................................... 31

Quadro 3- Valores das áreas das lesões obtidos pelo avaliador 01 .......................................... 33

Quadro 4- Valores das áreas das lesões obtidos pelo avaliador 02 .......................................... 34

Quadro 5- Valores das áreas das lesões obtidos pelo avaliador 03 .......................................... 35

Quadro 6- Valores das áreas das lesões obtidos pelo avaliador 04 .......................................... 36

Quadro 7- Coeficiente de variação dos valores encontrados pelos avaliadores ....................... 55

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LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS

APÊNDICE I- Instrumentos de avaliação de técnicas ............................................................. 66

APÊNDICE II- Cálculo de área no software ImageJ 1.47 v .................................................... 68

APÊNDICE III- Desvio-padrão dos valores obtidos ................................................................ 74

ANEXO I- Parecer de Autorização do CEP/HUAP ................................................................. 75

ANEXO II- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ..................................................... 76

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11

1.1 PROBLEMA ....................................................................................................................... 13

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 13

1.3 MOTIVAÇÃO .................................................................................................................... 14

1.4 QUESTÃO NORTEADORA ............................................................................................. 14

1.5 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14

1.5.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 14

1.5.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 14

1.6 RELEVÂNCIA/CONTRIBUIÇÕES ................................................................................. 15

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 16

3 MÉTODO ............................................................................................................................. 23

3.1 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................................. 23

3.2 LOCAL ............................................................................................................................... 23

3.3 POPULAÇÃO/AMOSTRA ............................................................................................... 24

3.4 CRITÉRIOS DE ESTUDO ............................................................................................... 24

3.5 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 25

3.5.1 Período ............................................................................................................................. 25

3.5.2 Instrumento ...................................................................................................................... 25

3.5.3 Materiais .......................................................................................................................... 26

3.5.4 Procedimento ................................................................................................................... 26

3.6 TRATAMENTO DE DADOS ........................................................................................... 27

3.7 ASPECTOS ÉTICOS ......................................................................................................... 28

4 RESULTADOS .................................................................................................................... 29

5 DISCUSSÃO E ANÁLISE .................................................................................................. 48

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 60

OBRAS CITADAS ................................................................................................................. 62

OBRAS CONSULTADAS ..................................................................................................... 65

APÊNDICES ........................................................................................................................... 66

ANEXOS ................................................................................................................................. 75

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1. INTRODUÇÃO

Uma ferida, segundo Dealey (2008), é definida como o rompimento da integridade

cutâneo mucosa, podendo ter como origem um trauma, uma afecção clínica ou outros fatores.

Geovanini e Júnior (2008) consideram ferida qualquer deformidade ou solução de continuidade,

que pode atingir desde a epiderme até estruturas mais profundas.

A partir da ocorrência da lesão, várias respostas do organismo são estimuladas

promovendo uma interação de células para o restabelecimento tecidual conhecido como

cicatrização. O processo de cicatrização de uma ferida é descrito por Durmaz et al (2012) como

uma série de eventos que se iniciam com a inflamação e são seguidos pela imigração de células,

angiogênese, síntese de matriz provisória, acumulação de colágeno e re-epitelização. Esse

processo pode ocorrer de forma lenta ou rápida, o que dependerá das condições do paciente e de

alguns fatores interferentes como idade, nutrição, comorbidades, uso de drogas, etc.

Para o acompanhamento do processo de cicatrização e a verificação da efetividade do

tratamento da ferida, os profissionais precisam saber avaliar o estado inicial da lesão como

também o progresso ou retrocesso do reparo tecidual.

Miot et al (2009) afirmam que para avaliar o estado de uma ferida, é necessário

descrevê-la registrando suas características e fases evolutivas, de forma que este registro sirva de

referencial para adoção de medidas e novas terapêuticas que se façam necessárias.

O acompanhamento desse processo de cicatrização ocorre por meio da consulta de

enfermagem a pacientes externos que apresentam feridas no Ambulatório de Reparo de Feridas

do Hospital Universitário Antônio Pedro. A maioria dos atendimentos realizados no ambulatório

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é voltada para o tratamento de úlceras por pressão, queimaduras, úlceras vasculogênicas, incisões

cirúrgicas, lesões de evolução aguda e crônica em geral.

Existem alguns tipos de medidas auxiliares podem ser usadas para avaliar a evolução de

uma lesão dentro de um determinado período de tempo. Segundo Pereira et al (2011), a área da

ferida pode ser obtida com a utilização de medidas de maior ou menor precisão. Nas medidas de

menor precisão, inserem-se os procedimentos com réguas, decalque em material transparente,

fotografias, e nos de maior precisão, procedimentos com análise computadorizada por meio de

fotografias digitais. Essas medidas fornecem aos profissionais de saúde informações mais

precisas da situação real do paciente, permitindo uma melhor avaliação e acompanhamento de

suas lesões.

A utilização de medidas auxiliares no acompanhamento de feridas é fundamental para a

adoção de uma terapêutica adequada. A importância da técnica de aferição de feridas é destacada

por Oliveira et al (2005) no processo de avaliação de lesões tissulares, que deve vir acompanhada

da avaliação de outros fatores.

Nesse estudo, a planimetria e a fotografia serão utilizadas como métodos a serem

avaliados, permitindo a observação da realização dos mesmos e identificando os benefícios que

cada um pode oferecer no tratamento das feridas.

A planimetria manual é uma técnica que consiste em calcular a área do decalque de uma

ferida. Para a realização desta técnica pode-se utilizar um papel quadriculado para obter a área

em cm². Após obtido o decalque da ferida no papel acetato, aplica-se o decalque sobre a folha

milimetrada contando cada unidade de 1 cm individualmente e obtêm-se o cálculo da área em

cm² através da contagem dos quadrados de 1cm. Segundo Medeiros (2001), esse método é mais

indicado para leões superficiais e sem complicações.

A fotografia é uma técnica de obtenção de imagem através de uma câmera fotográfica.

Junior e Santos (2007) definem a fotografia como uma técnica de gravação por meios químicos,

mecânicos ou digitais de uma imagem em um material específico. Para a realização desta técnica

é necessário seguir alguns parâmetros como manter a mesma distância para todas as fotografias,

usar um identificador com o nome do paciente e data da fotografia, focalizar a lesão no centro da

imagem, etc. Faria (2012) afirma que a fotografia vem sendo cada vez mais utilizada na área da

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enfermagem como ferramenta no auxílio ao tratamento de lesões de pacientes crônicos,

diabéticos e portadores de úlcera por pressão. Aspectos como realidade e verossimilhança das

imagens das feridas foram constatados devido a correta captura da imagem da lesão, o que

facilita a identificação do tipo de lesão.

Os objetos deste estudo são as técnicas de planimetria e fotografia utilizadas como

instrumentos facilitadores no acompanhamento do processo de cicatrização de lesões.

1.1 PROBLEMA

Observa-se a necessidade de se obter técnicas eficazes para o acompanhamento de

feridas, destacando que estas devem ser relativamente rápidas e de menor custo no atendimento

ao paciente. A elaboração de um protocolo para a realização dessas técnicas também é de

extrema importância, visto que este é um instrumento essencial para a redução de erros durante o

procedimento.

Bajay e Araújo (2006) afirmam que na prática clínica do cuidar de feridas, percebe-se

que há deficiências nos registros relativos à descrição das características das feridas. Além disso,

observa-se a falta de hábito da equipe de enfermagem de fazer registros mais completos e

adequados sobre sua própria atuação.

1.2 JUSTIFICATIVA

A prática da realização dos métodos de planimetria e fotografia são fundamentais para a

avaliação da evolução de lesões, visto que o processo de cicatrização de uma ferida pode ser

demorado ou lentificado. Além de fornecer aos profissionais informações para melhor conduta

terapêutica, pode funcionar também como estimulante para o paciente, permitindo a ele visualizar

as fases de cicatrização de sua lesão, sendo um incentivo para continuidade do tratamento.

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1.3 MOTIVAÇÃO

No decorrer de estágios realizados no Ambulatório de Reparo de Feridas, pude perceber

que existiam dúvidas na utilização das técnicas de avaliação de feridas e ausência de um

protocolo na prática dessas técnicas, o que me impulsionou a realizar pesquisas dentro desta

temática.

1.4 QUESTÃO NORTEADORA

Quais as principais vantagens e desvantagens apresentadas pelas técnicas de planimetria

e fotografia no acompanhamento de feridas?

1.5 OBJETIVOS

1.5.1 Objetivo geral

Analisar a utilização dos métodos de planimetria manual e fotografia como instrumentos

para acompanhamento da área de lesões.

1.5.2 Objetivos específicos

Comparar as técnicas de planimetria manual e fotografia digital como instrumentos para

mensuração de lesões tissulares.

Identificar as vantagens, desvantagens e principais cuidados apresentados por cada

método no acompanhamento da área de lesões.

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Construir um protocolo definindo etapas para realização da técnica de planimetria e

fotografia de lesões tissulares.

1.6 RELEVÂNCIA/ CONTRIBUIÇÕES

A utilização das técnicas de planimetria e fotografia são de suma importância no

acompanhamento da cicatrização e avaliação de feridas, pois o registro destas fornece

informações sobre a fase de cicatrização e o tempo de duração do tratamento

O presente estudo pode render contribuições para:

o serviço, com a implementação de um protocolo de avaliação de feridas, na assistência

aos pacientes atendidos do Ambulatório de Reparo de Feridas.

a pesquisa, como método de mensuração da área das lesões durante a coleta de dados

o ensino, como conteúdo para disciplina de Fundamentos de Enfermagem I quando

discute o conhecimento acerca dos cuidados de enfermagem ao paciente com lesão

cutânea.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Segundo Timby (2007), a pele é uma camada limitante essencial à vida, desempenhando

funções básicas como proteção contra ação de agentes externos, regulação da temperatura

corporal, além de funções sensorial, metabólica e excretora. Morais, Oliveira e Soares (2008),

definem pele como o maior órgão do ser humano sujeito a sofrer qualquer tipo de agressão

prejudicial ao funcionamento do corpo, como exemplo as feridas.

É a partir do entendimento do conceito da pele e de suas funções que se consegue

compreender que a presença de qualquer alteração ou interrupção da mesma, acarreta na perda

temporária ou permanente de algumas dessas funções.

O Protocolo de Feridas da Prefeitura de Florianópolis (2008) define ferida como

qualquer lesão que interrompa a continuidade da pele, podendo atingir a epiderme, a derme,

tecido subcutâneo, fáscia muscular, chegando a expor outras estruturas.

Logo após a ocorrência da lesão, o organismo ativa várias respostas fisiológicas com a

finalidade de estancar a hemorragia e reconstituir o tecido lesado. Esse fenômeno é conhecido

como cicatrização.

De acordo com o Protocolo de Feridas da Prefeitura de Florianópolis (2008), a

cicatrização é definida como um processo fisiológico que busca restaurar a continuidade dos

tecidos. Conhecendo a fisiopatologia da cicatrização e os fatores que podem acelerá-la ou

retardá-la, consegue-se favorecer o processo cicatricial. Segundo o Manual de Curativos da Santa

Casa de Misericórdia de Goiânia (2005), esse processo de cicatrização é otimizado em ambiente

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úmido, pois facilita a síntese do colágeno e a formação do tecido de granulação, ocorrendo com

maior rapidez a recomposição epitelial, prevenindo a formação de crostas e escaras.

O Protocolo de Feridas da Prefeitura de Florianópolis (2008), apresenta as fases do

reparo tecidual da seguinte forma:

1. Fase de inflamação ou exsudativa: a primeira fase de hemostasia e inflamação

iniciam-se com a ruptura de vasos sanguíneos e o extravasamento de sangue. A lesão de vasos

sanguíneos é seguida rapidamente pela ativação da agregação plaquetária e da cascata de

coagulação, resultando na formação de moléculas insolúveis de fibrina e hemostasia. Durante

este processo ocorre o recrutamento de macrófagos e neutrófilos, ou seja, ocorre reação completa

do tecido conjuntivo vascularizado em resposta à agressão do tecido, cujo objetivo é interromper

a causa inicial.

2. Fase proliferativa (granulação e reepitelização): caracteriza-se pela neovascularização

e proliferação de fibroblastos, com formação de tecido róseo, mole e granular na superfície da

ferida (3 a 4 dias). Contudo, a formação do tecido de granulação é estimulada por níveis baixos

de bactérias na ferida, mas é inibida quando o nível de contaminação é elevado.

3. Fase de Maturação ou remodelagem do colágeno: é a fase final de cicatrização de uma

ferida que se caracteriza pela redução e pelo fortalecimento da cicatriz. Durante esta fase, os

fibroblastos deixam o local da ferida, a vascularização é reduzida, a cicatriz se contrai e torna-se

pálida e a cicatriz madura se forma (de 3 semanas a 1 ano a mais). O tecido cicatricial sempre vai

ser menos elástico do que a pele circundante.

Smeltzer e Bare (2010) descrevem ainda tipos de cicatrização:

A cicatrização pode acontecer através da regeneração, na qual a reparação gradual do

defeito ocorre por proliferação das células do mesmo tipo daquelas destruídas, ou por

reposição, em que as células de outro tipo, em geral do tecido conjuntivo, preenchem o

defeito tecidual e resultam na formação de cicatriz.

O processo de restauração tecidual nem sempre ocorre dentro do tempo esperado.

Alguns fatores podem prolongar a permanência da ferida em alguma fase do processo cicatricial.

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De acordo com o Manual de Curativos da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia (2005), são

eles:

Idade: nos extremos de idade o funcionamento do sistema imunológico está alterado, ora

por imaturidade, ora por declínio de função;

Uso de substâncias impróprias para limpeza da ferida: algumas soluções são irritantes e

citotóxicas;

Uso de substâncias impróprias para anti-sepsia: algumas substâncias são lesivas aos

fibroblastos;

Compressão exagerada na oclusão ou na limpeza mecânica da lesão: pode promover

necrose dos tecidos;

Constituição/ peso em relação à altura: na obesidade temos o aumento da espessura do

tecido subcutâneo (adiposo), o qual é pobremente vascularizado;

Estado de nutrição (alimentação e hidratação): para reconstrução tecidual é necessário

aporte de nutrientes, especialmente as proteínas;

Diabetes: além da diminuição da resposta imunológica, os novos capilares podem ser

lesados devido a hiperglicemia;

Uso de drogas: esteróides, imunossupressores, citotóxicos;

Tabagismo: a nicotina altera o funcionamento do sistema imunológico, as substâncias

liberadas pelo cigarro (ou similar) são citotóxicas, além disso, causam vasoconstricção,

favorecem aterosclerose e hipóxia tecidual, haja vista a diminuição da capacidade de

perfusão alveolar;

Infecção: a presença de microrganismos prolonga a fase inflamatória e a lesão tecidual.

De acordo com o Protocolo de Feridas da Prefeitura de Florianópolis (2008), as feridas

são classificadas pela forma como se fecham podendo ser classificadas com primeira, segunda ou

terceira intenção.

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1ª intenção ou primária: a cicatrização primária envolve a reepitelização, na qual a

camada externa da pele cresce fechada. As células crescem a partir das margens da

ferida e de fora das células epiteliais alinhadas aos folículos e ás glândulas sudoríparas.

As feridas que cicatrizam por primeira intenção são, mais comumente, feridas

superficiais, agudas, que não tem perda de tecido e resultam em queimaduras de

primeiro grau e cirúrgicas em cicatriz mínima, por exemplo. Levam de 4 a 14 dias para

fechar; 2ª intenção ou secundária: é uma ferida que envolve algum grau de perda de

tecido. Podem envolver o tecido subcutâneo, o músculo, e possivelmente, o osso. As

bordas dessa ferida não podem ser aproximadas, geralmente são feridas crônicas como

as úlceras. Existe um aumento do risco de infecção e demora à cicatrização que é de

dentro para fora. Resultam em formação de cicatriz e têm maior índice de complicações

do que as feridas que se cicatrizam por primeira intenção; 3ª intenção ou terciária:

Ocorre quando intencionalmente a ferida é mantida aberta para permitir a diminuição ou

redução de edema ou infecção ou para permitir a remoção de algum exsudato através de

drenagem como, por exemplo, feridas cirúrgicas, abertas e infectadas, com drenos. Essas

feridas cicatrizam por 3ª intenção ou 1ª intenção tardia.

Tendo em vista as fases do processo de cicatrização, é necessário observar em qual fase

a lesão do paciente se encontra, como também avaliar as características presentes, a fim de

promover uma intervenção adequada.

O Caderno de Curativos do Instituto Nacional de Tráumato-Ortopedia (2006), afirma

que a avaliação e a documentação da evolução da ferida são fundamentais para se determinar o

tratamento adequado para cada caso e estas devem sem feitas de forma sistemática desde sua fase

inicial até a sua completa resolução.

De acordo com Morais, Oliveira e Soares (2008), essa avaliação abrange desde a

etiologia até as características clínicas do leito da lesão e área circundante, bem como as doenças

de base do cliente. O olhar especializado da enfermagem é fundamental e indispensável para a

determinação de um tratamento apropriado das feridas.

A avaliação das feridas, segundo o Manual de Curativos da Santa Casa de Misericórdia

de Goiânia (2005), direciona o planejamento dos cuidados de enfermagem, executa a terapia

tópica, além de fornecer dados para acompanhamento da trajetória da cicatrização das feridas.

Segundo o Protocolo de Feridas da Prefeitura de Florianópolis (2008), é importante que

o profissional classifique o estágio de cicatrização em que a ferida se encontra antes de realizar

intervenções e aferições, a fim de se estimar a fase do processo cicatricial e fatores interferentes

nesse processo. No registro, todos os critérios de avaliação devem ser anotados minuciosamente.

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São eles a localização, etiologia, tamanho, tipo, a coloração de tecido no leito da lesão,

quantidade e característica do exsudato, odor, aspecto da pele ao redor, como também os aspectos

relacionados às condições gerais do paciente, tais como: estado nutricional, doenças crônicas

concomitantes, imunidade, atividade física, condições socioeconômicas, condições do local entre

outros fatores.

A avaliação da ferida ocorre desde a abertura da lesão até o seu fechamento. Isso

permite um acompanhamento de sua evolução e planejamento de intervenções específicas para

cada fase em que a lesão se encontra. Para isso, existem algumas técnicas que auxiliam na

visualização dessa evolução em um determinado período de tempo. Dentre elas a planimetria e a

fotografia serão o foco desse estudo.

A planimetria é descrita por Ferreira et al (2008) como um método de avaliação não

invasiva, utilizado para feridas superficiais, sem fatores complicadores, que em geral existem nas

lesões profundas; descreve apenas a superfície externa da ferida, sem oferecer qualquer indicação

da qualidade do tecido de reparação subjacente.

Esse método de mensuração de feridas é realizado após a obtenção do decalque da lesão.

De acordo com Oliveira, Castro e Andrade (2005), a técnica de decalque consiste em desenhar o

formato da ferida utilizando folha de plástico estéril transparente, caneta retroprojetora e papel

quadriculado em centímetros. Para realiza-la é necessário colocar um plástico estéril em cima da

lesão, outra sobreposta e com a caneta retroprojetora fazer o traçado do formato da lesão,

seguindo as bordas. É preciso informar a posição da lesão, seguindo a graduação do relógio de

ponteiros, colocando o número doze na parte superior e o número seis na parte inferior. O

plástico que ficou em contato com a ferida é desprezado e a outra folha é sobreposta ao papel

quadriculado para contabilizar os quadrados inteiros de 1 cm existentes, obtendo assim a área da

lesão.

A planimetria é realizada através do cálculo da área do desenho de uma ferida. Tendo

em vista esse fato, Medeiros (2001) afirma que é necessário o contato direto do papel utilizado

com a lesão, o que pode provocar desconforto ao paciente além de algum tipo de infecção. Outro

ponto negativo destacado por Medeiros (op.cit.) é o de que as medidas tomadas da área ou eixo

da lesão podem sofrer de imprecisão, devido a erros matemáticos de cálculo de área ou da

presença de tecido necrosado na lesão, o que interfere na medida tomada no papel. Além disso,

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medidas errôneas também podem ser obtidas dependendo da profundidade da lesão ou espessura

das bordas da mesma, onde uma lesão pode estar aumentando de tamanho ou de área, mas na

verdade estando em processo de cicatrização, pois sua profundidade pode estar diminuindo assim

como a espessura de suas bordas. Esse método é mais indicado para lesões superficiais e sem

complicações importantes. Deve-se tomar cuidado ao encostar o plástico na lesão para não

machucar o paciente e sempre realizar esta técnica com um plástico estéril para prevenir a

contaminação da ferida.

A fotografia digital, segundo descrito por Miot e Mendaçolli (2009), compreende a

codificação da imagem capturada pelas lentes da câmera em unidades elementares chamadas

pixels, que possuem valores fixos de cor e posição na imagem digital, permitindo sua

quantificação. Ademais, permite a documentação duradoura e o registro clínico eletrônico,

favorecendo auditorias, revisões clínicas, teleassistência e o telemonitoramento.

Faria (2012) afirma que a técnica de fotografia assegura o registro claro e preciso da

ferida, proporcionando segurança no cuidado prestado aos pacientes e no monitoramento das

intervenções.

De acordo com Medeiros (2001), a fotografia constitui-se em um meio usual para

registrar o estado de evolução de uma ferida. No entanto, no caso de úlceras tróficas ou outros

tipos de lesões de difícil cicatrização, torna-se muito difícil obter resultados conclusivos apenas a

partir da visualização da imagem. Segundo Oliveira, Castro e Andrade (2005), a técnica não

oferece precisão em relação à profundidade e outros aspectos da lesão; oferece custo elevado em

relação ao equipamento e, a fotografia permite ser modificada.

O uso de fotografias requer com que se tenham cuidados adequados para capturas de

imagens, sendo enumerados a seguir alguns critérios que devem ser observados segundo Sussman

e Bates-Jensen1 (1998 apud MEDEIROS, 2001):

Uso de uma eficiente fonte de luz, a fim de prover boas condições de iluminação;

1 SUSSMAN, C; BATES-JENSEN, B.M. Wound Measurements and Prediction of Healing. In: _____.Wound

Care: A collaborative Practice Manual for Physical Therapists and Nurses. 3 ed. Aspen Publishers, 1998. 723 p. cap.

5, p.124-143.

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Deve-se atentar para um bom posicionamento do paciente e da lesão, de modo a assegurar

que estejam bem focalizados no centro da câmera, para garantir com que seja realmente

bem sucedida a captura da imagem;

Posicionamento de uma régua de tamanho conhecido, próximo da área da lesão, para

servir de base para medidas de tamanho relativo;

Observar o distanciamento da câmera em relação ao paciente, a fim de se manter a

uniformidade das imagens adquiridas, umas em relação às outras;

Usar um identificador único para cada paciente, contendo a localização da lesão e a data

de aquisição;

Utilizar de uma câmera que permita boa aproximação da lesão;

Usar um assistente para ajudar a manter o posicionamento de todo o equipamento e do

paciente;

Manter o mesmo posicionamento do paciente e da lesão em posteriores capturas de

imagens, a fim de facilitar o processo de comparação das mesmas.

Segundo Stremitzer, Wild e Hoelzenbein (2007), a fotografia digital apresenta baixo

custo, apresentando como sua principal vantagem a possibilidade de automatização,

documentação e velocidade na mensuração, principalmente em um grande número de pacientes e

embora o método planimétrico seja ainda mais barato, é mais trabalhoso, pode sofrer maiores

interferências decorrentes do examinador e ser operacionalmente mais difícil de ser realizado.

A aferição da lesão a partir da fotografia é realizada com auxílio de programas de

computador especializados em análise de imagens como por exemplo, o ImageJ 1.47v ou de

aplicativos para celulares como por exemplo, o Mowa®.

No presente estudo, a ferramenta utilizada para mensuração de imagens é o ImageJ

1.47v. Na aferição da imagem pelo ImageJ 1.47v, o computador a ser utilizado deve possuir o

Java previamente instalado para a posterior instalação e execução do ImageJ. Após aberto o

ImageJ, a imagem da lesão pode ser mensurada após a calibragem do programa e traçado da

lesão.

Para que essas técnicas sejam efetivas durante o acompanhamento da cicatrização de

lesões é necessária a utilização de protocolos para padronizar as etapas a serem desenvolvidas na

técnica de planimetria e fotografia.

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3. MÉTODO

3.1 TIPO DE ESTUDO

O presente estudo é uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa para estudo das

técnicas de planimetria e fotografia como instrumentos para mensuração de feridas agudas e

crônicas.

3.2 LOCAL

Este estudo foi realizado no Ambulatório de Reparo de Feridas do Hospital Universitário

Antônio Pedro (HUAP) na Universidade Federal Fluminense (UFF).

O Ambulatório de Reparo de Feridas do HUAP foi criado em 1993, pela Prof. Beatriz

Guitton, para realização da consulta de enfermagem a pacientes externos que apresentem feridas,

sendo que recebeu esta denominação em 2006 no processo de informatização dos prontuários. A

partir do desenvolvimento de projetos de pesquisa e de ensino, em 2008, passaram a integrar o

ambulatório as enfermeiras-residentes e as mestrandas de enfermagem, além de duas enfermeiras

do próprio hospital universitário.

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O ambulatório é referência no atendimento a pacientes com lesões, e além do

desenvolvimento de pesquisas abarca projetos de extensão com treinamento de pessoal para a

prefeitura do município de Niterói e adjacências. O ambiente é estruturado para a realização dos

curativos de diferentes etiologias. É composto por duas salas de consultas para atendimento

médico, uma ante-sala para os boxes e dois ambientes separados para o sexo masculino e sexo

feminino com três boxes cada, duas pias, um armário, um reservatório de descarte de materiais

pérfuro-cortantes cada um. Cada box contém uma maca, escada e um carro de curativo com

lixeira e bacia pequena. A área foi reformada com verba de projetos de pesquisa, no ano de 2009,

a fim de melhorar o atendimento aos pacientes com lesões que buscam o serviço.

3.3 POPULAÇÃO / AMOSTRA

A amostra foi composta por 10 pacientes com feridas crônicas que são atendidos na

consulta de enfermagem no Ambulatório de Reparo de Feridas do Hospital Universitário Antônio

Pedro. O ambulatório atende cerca de 150 pacientes por ano, com média de 12 consultas por

paciente, totalizando 1800 de consultas anuais. Esses pacientes são encaminhados pelos serviços

do HUAP: de Cirurgia Vascular, Cirurgia Geral, Ortopedia, Dermatologia e pelo Grupo de

Diabetes, ou são oriundos de municípios vizinhos que tem convênio com o HUAP e enviam

pacientes com Guia de Referencia também puderam participar deste estudo.

3.4 CRITÉRIOS DE ESTUDO

Foram selecionados para o estudo 10 pacientes, de ambos os sexos, portadores de lesões

crônicas ou agudas, que atenderam aos critérios do estudo.

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Critérios de inclusão

Pacientes com feridas, atendidos no ambulatório do HUAP.

Indivíduos com idade acima de 18 anos.

Indivíduos com pleno domínio de consciência ou com um responsável legal

Critérios de exclusão

Pacientes com úlceras circulares, devido à dificuldade de mensuração em superfícies

não-planas e/ou extensas.

Pacientes com lesões cavitárias, devido à dificuldade de mensuração de profundidade.

3.5 COLETA DE DADOS

3.5.1 Período

Os dados foram coletados nos meses de janeiro a março de 2014. Participaram 4

avaliadores sendo eles enfermeiros e acadêmicos de enfermagem atuantes no tratamento de

feridas.

3.5.2 Instrumento

Foi utilizado um instrumento para a coleta de dados (APÊNDICE I) constituído por 2

partes :

1. Itens para obtenção de dados sobre a execução da técnica de planimetria.

2. Itens para obtenção de dados sobre a execução da técnica de fotografia digital.

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3.5.3 Materiais

Os materiais utilizados foram as ferramentas de execução das técnicas de planimetria e

fotografia digital. Na planimetria foram utilizados: papel de acetato, caneta retroprojetora de

ponta fina (1.0 mm) e papel quadriculado (com quadrados de 1 cm). Na fotografia digital foram

utilizados: câmera fotográfica digital da marca Canon® Power Shot SX500 IS com resolução de

16.0 mega pixels, pano de fundo padrão (cor verde), fita métrica, régua de papel para escrita das

iniciais do paciente e registro da data, régua para padronizar a distância entre a câmera e a lesão,

computador e software ImageJ 1.47v.

3.5.4 Procedimento

Inicialmente foi realizada a abordagem ao paciente no dia da consulta de enfermagem,

previamente agendada no Ambulatório de Reparo de Feridas. Foi realizada a leitura do termo de

consentimento livre e esclarecido, explicando as técnicas a serem desenvolvidas pelos quatro

avaliadores. Os pacientes que autorizaram a participação na pesquisa foram incluídos no estudo.

O procedimento iniciou com a retirada do curativo, depois foi realizada a limpeza do

leito da lesão com Solução Fisiológica a 0,9% e desbridamento dos tecidos desvitalizados,

quando indicado. Após esses procedimentos, o ambiente foi preparado com o material necessário

para que os avaliadores realizassem as técnicas de aferição da lesão.

Na realização da técnica de Planimetria, foi utilizado um plástico estéril do Kit de

curativo para cobrir a lesão e os 4 avaliadores realizaram o decalque da lesão com um pedaço de

plástico celofane por cima do estéril. Com o decalque, os avaliadores calcularam a área da lesão

sobrepondo o desenho a uma folha quadriculada e realizando a contagem dos quadrados de 1cm x

1cm.

Em seguida, foi realizada a técnica de Fotografia, utilizando um tecido do tipo TNT na

cor verde como pano de fundo e uma régua de papel para identificação fixada acima da lesão.

Após esta etapa, o membro do paciente é posicionado e a câmera mantêm- se a uma distância de

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30 cm da ferida através de uma régua. As fotografias foram enviadas para cada avaliador e as

lesões foram calculadas através do software ImageJ 1.47 v. seguindo o roteiro em apêndice.

(Apêndice II).

Após a realização das técnicas de planimetria e fotografia, os avaliadores preencheram

os instrumentos citando as vantagens, desvantagens e principais cuidados observados durante a

prática. Além disso, os dados obtidos no cálculo da área das lesões também foram registrados no

instrumento de pesquisa.

3.6 TRATAMENTO DE DADOS

Os dados foram tratados em duas etapas:

1ª Etapa: As medidas obtidas pelas técnicas de planimetria e de fotografia, fornecidas

pelos avaliadores, foram organizadas em planilhas do Microsoft Excel e calculado o

desvio-padrão (APÊNDICE III) encontrado pelos resultados dos avaliadores. A partir do

desvio-padrão, calculou-se o coeficiente de variação para que fosse possível quantificar a

margem de erro em relação aos dados obtidos no geral para cada paciente e para cada técnica. Ele

pode ser calculado utilizando a seguinte fórmula:

2ª Etapa: Os dados referentes as categorias vantagens, desvantagens e principais

cuidados foram tabulados e analisados segundo a bibliografia atual sobre o tema.

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3.7 ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa fez parte do projeto “Uso de Biomateriais no reparo tecidual de lesões

tissulares”, que foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina, do

Hospital Universitário Antonio Pedro/UFF, atendendo aos princípios da Resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Ministério da Saúde e aprovado com o número 196/98;

CAAE nº 0154.0.258.000-08 (ANEXO I).

Foi apresentado ao paciente ou responsável legal o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (ANEXO II), sendo o início da investigação condicionado a este consentimento. É

conveniente esclarecer que não houve incentivo financeiro à participação dos pacientes.

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4. RESULTADOS

Os resultados da pesquisa serão apresentados em duas categorias, uma que trata da

aplicação das técnicas de planimetria e fotografia e outra relacionada as vantagens, desvantagens

e cuidados para implementação dessas técnicas.

Na categoria da aplicação das técnicas de planimetria e fotografia foram necessárias

algumas ferramentas como média, desvio-padrão e coeficiente de variação para auxílio no cálculo

dos resultados. Dentre essas medidas, destaca-se o uso do coeficiente de variação, que possui

como finalidade apresentar a variabilidade dos dados em relação à média, ou seja, ele trará a

porcentagem de possíveis erros na realização das técnicas de planimetria e fotografia.

De acordo com a apostila de estatística experimental da UFV (2010), o coeficiente será

classificado conforme a tabela abaixo:

Tabela 1 – Classificação dos Coeficientes de Variação (%).

Fonte: Estatística Experimental, 2010.

CV Avaliação Precisão

< 10% Baixo Alta

10 a 20¨% Médio Média

20 a 30% Alto Baixa

> 30 % Muito Alto Muito Baixa

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4.1 RESULTADOS OBTIDOS PELA TÉCNICA PLANIMÉTRICA

Os resultados da técnica planimétrica foram obtidos a partir do cálculo da área das

lesões. Tal procedimento foi desenvolvido uma vez por cada avaliador para cada um dos dez

pacientes. O Quadro 1 apresenta os valores obtidos das áreas das lesões, a média desses valores

(cm²) e o coeficiente de variação (%).

Paciente

Avaliador

01

Avaliador

02

Avaliador

03

Avaliador

04

Média da

área obtida

pelos

avaliadores

(cm²)

Coeficiente

de

Variação

(%) Área da lesão (cm²)

1 1,10 1,25 1,10 1,20 1,16 6 %

2 1,40 1,00 1,40 1,30 1,28 14 %

3 1,70 2,50 1,70 3,80 2,43 41 %

4 2,40 1,50 2,10 2,00 2,00 17 %

5 4,10 2,50 4,50 5,00 4,03 24 %

6 6,80 7,00 7,00 6,50 6,83 4 %

7 9,80 9,00 10,00 11,00 9,95 8 %

8 13,60 12,00 15,00 14,50 13,78 9 %

9 21,00 20,00 22,00 21,5 21,13 4 %

10 30,00 21,50 30,00 28,50 27,50 14 %

Quadro 1 - Valores das áreas das lesões obtidos pela técnica de planimetria. Niterói/RJ, 2014

De acordo com a média das áreas dispostas no Quadro 1, observa-se que 5 pacientes

possuem lesões de 0-5 cm², 2 pacientes possuem lesões de 5-10 cm² e 3 pacientes possuem lesões

maiores a 10 cm².

No que concerne ao coeficiente de variação, identifica-se maior variabilidade percentual

dentre os pacientes com lesões de 0-5 cm² de área, indicando a ocorrência de erros de maiores

proporções durante a mensuração das lesões menores. Nota-se que o coeficiente de variação

obtido para paciente 1 apresenta-se < 10% (baixo), significando que para esta lesão, as medidas

das áreas encontradas pelos avaliadores foram mais homogêneas. No entanto, pode-se observar

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que os coeficientes relativos aos pacientes 5 e 3 ainda no segmento de lesões com área de 0-5

cm², apresentaram coeficientes entre 20-30% (alto) e >30% (muito alto), indicando que estas

áreas encontradas pelos avaliadores foram heterogêneas.

4.2 RESULTADOS OBTIDOS PELA TÉCNICA FOTOGRÁFICA

Os resultados da técnica fotográfica foram obtidos a partir do cálculo da área das lesões.

Tal procedimento foi desenvolvido uma vez por cada avaliador para cada um dos dez pacientes.

O Quadro 2 apresenta os valores obtidos das áreas das lesões, a média desses valores (cm²) e o

coeficiente de variação (%).

Paciente

Avaliador

01

Avaliador

02

Avaliador

03

Avaliador

04

Média das

áreas

obtidas

pelos

avaliadores

(cm²)

Coeficiente

de

Variação

(%) Área da lesão (cm²)

1 1,16 0,95 1,19 1,12 1,11 9 %

2 1,17 1,02 1,37 1,33 1,22 13 %

4 2,11 1,69 2,21 2,04 2,01 11 %

3 2,99 2,37 3,48 4,24 3,27 24 %

5 3,94 3,52 3,94 4,24 3,91 8 %

6 6,99 5,78 6,98 6,65 6,60 8 %

7 9,52 11,38 11,82 8,57 10,32 15 %

8 13,57 9,81 15,85 14,65 13,47 18 %

9 21,79 20,32 26,28 21,33 22,43 12 %

10 30,31 29,45 27,55 26,87 28,55 6 %

Quadro 2 - Valores das áreas das lesões obtidos pela técnica de fotografia. Niterói/RJ, 2014

De acordo com a média das áreas dispostas no Quadro 1, observa-se que 5 pacientes

possuem lesões de 0-5 cm², 1 paciente possui lesão de 5-10 cm² e 4 pacientes possuem lesões

maiores a 10 cm².

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No que concerne ao coeficiente de variação, identifica-se maior variabilidade percentual

dentre os pacientes com lesões de 0-5 cm² de área, indicando a ocorrência de erros de maiores

proporções durante a mensuração das lesões menores. Nota-se que o coeficiente de variação

obtido para paciente 10 apresenta-se < 10% (baixo), significando que para esta lesão de área > 10

cm², as medidas das áreas encontradas pelos avaliadores foram mais homogêneas. Ainda no

grupo de lesões > 10 cm², o coeficiente obtido para o paciente 7 situa-se entre 10- 20% (médio),

apontando para uma mensuração de média precisão pelos avaliadores. No entanto, pode-se

observar que o coeficiente relativo ao paciente 3 no segmento de lesões com área de 0-5 cm²,

apresenta-se dentro do intervalo de 20-30% (alto), indicando que as áreas encontradas pelos

avaliadores foram heterogêneas.

4.3 COMPARAÇÕES ENTRE AS TÉCNICAS DE PLANIMETRIA E FOTOGRAFIA

4.3.1 Resultados obtidos por cada avaliador

4.3.1.1 Resultados obtidos pelo avaliador 01

O Quadro 3 apresenta valores de área em cm² obtidos na implementação das técnicas de

planimetria e fotografia realizada pelo avaliador 1 para cada paciente da amostra da pesquisa. Foi

calculada a média desses valores (cm²) e seu coeficiente de variação (%).

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Paciente

Área da lesão (cm²) Média das áreas

obtidas pelas

técnicas (cm²)

Coeficiente de

Variação (%) Planimetria Fotografia

1 1,10 1,16 1,13 4 %

2 1,40 1,17 1,29 12 %

4 2,40 2,11 2,26 9 %

3 1,70 2,99 2,35 39 %

5 4,10 3,94 4,02 3 %

6 6,80 6,99 6,90 2 %

7 9,80 9,52 9,66 2 %

8 13,60 13,57 13,59 0 %

9 21,00 21,79 21,40 3 %

10 30,00 30,31 30,16 1 %

Quadro 3 – Valores das áreas das lesões obtidos pelo avaliador 01. Niterói/RJ, 2014.

No que concerne ao coeficiente de variação, identifica-se maior variabilidade percentual

dentre os pacientes com lesões de 0-5 cm² de área, indicando a ocorrência de erros de maiores

proporções durante a mensuração dessas lesões menores e menor variabilidade percentual dentre

os pacientes com lesões > 10 cm², indicando que o avaliador obteve uma mensuração mais

precisa das lesões maiores. Nota-se que o coeficiente de variação obtido para paciente 8, foi de

0% (baixo), significando que para esta lesão de área > 10 cm², as medidas encontradas pelo

avaliador foram precisas. No segmento de lesões de 0-5 cm², os pacientes 2 e 3 apresentaram os

maiores coeficientes, sendo eles de 10- 20% (médio) e > 30% (muito alto), indicando que a

mensuração em lesões de menor extensão nesse caso, foi mais imprecisa.

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4.3.1.2 Resultados obtidos pelo avaliador 02

O Quadro 4 apresenta valores de área em cm² obtidos na implementação das técnicas de

planimetria e fotografia realizada pelo avaliador 02 para cada paciente da amostra da pesquisa.

Foi calculada a média desses valores (cm²) e seu coeficiente de variação (%).

Paciente

Área da lesão (cm²) Média das áreas

obtidas pelas

técnicas (cm²)

Coeficiente

de Variação

(%) Planimetria Fotografia

2 1,00 1,02 1,01 1%

1 1,25 0,95 1,10 19%

4 1,50 1,69 1,60 8%

3 2,50 2,37 2,44 4%

5 2,50 3,52 3,01 24%

6 7,00 5,77 6,39 14%

7 9,00 11,38 10,19 16%

8 12,00 9,81 10,91 14%

9 20,00 20,32 20,16 1%

10 21,50 29,45 25,48 22%

Quadro 4 – Valores das áreas das lesões obtidos pelo avaliador 02. Niterói/RJ, 2014.

No que concerne aos coeficientes de variação, observa-se que o coeficiente de variação

obtido para paciente 9, foi de 1% (baixo), significando que para esta lesão de área > 10 cm², a

medidas encontradas pelo avaliador para as técnicas foram semelhantes. No segmento de lesões

de 0-5 cm², o paciente 5 apresenta o maior coeficiente, sendo eles de 20- 30% (alto), indicando

que essa mensuração em lesão de menor extensão, foi mais imprecisa.

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4.3.1.3 Resultados obtidos pelo avaliador 03

O Quadro 5 apresenta valores de área em cm² obtidos na implementação das técnicas de

planimetria e fotografia realizada pelo avaliador 03 para cada paciente da amostra da pesquisa.

Foi calculada a média desses valores (cm²) e seu coeficiente de variação (%).

Paciente

Área da lesão (cm²) Média das

áreas obtidas

pelas técnicas

(cm²)

Coeficiente de

Variação (%) Planimetria Fotografia

1 1,10 1,19 1,15 5%

2 1,40 1,37 1,39 1%

4 2,10 2,21 2,16 4%

3 1,70 3,48 2,59 49%

5 4,50 3,94 4,22 9%

6 7,00 6,98 6,99 0%

7 10,00 11,82 10,91 12%

8 15,00 15,85 15,43 4%

9 22,00 26,28 24,14 13%

10 30,00 27,55 28,78 6%

Quadro 5 – Valores das áreas das lesões obtidos pelo avaliador 03. Niterói/ RJ, 2014.

No que concerne ao coeficiente de variação, observa-se que o coeficiente de variação

obtido para paciente 6, foi de 0%, significando que para esta lesão de área entre 5-10 cm², as

medidas encontradas pelo avaliador para as técnicas foram precisas. No segmento de lesões de

0-5 cm², o paciente 3 apresenta o maior coeficiente, sendo eles de >30% (muito alto), indicando

que essa mensuração em lesão de menor extensão, foi mais imprecisa.

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4.3.1.4 Resultados obtidos pelo avaliador 04

O Quadro 6 apresenta valores de área em cm² obtidos na implementação das técnicas de

planimetria e fotografia realizada pelo avaliador 04 para cada paciente da amostra da pesquisa.

Foi calculada a média desses valores (cm²) e seu coeficiente de variação (%).

Paciente

Área da lesão (cm²) Média das

áreas obtidas

pelas técnicas

(cm²)

Coeficiente de

Variação (%)

Planimetria Fotografia

1 1,20 1,12 1,16 5 %

2 1,30 1,33 1,32 2 %

4 2,00 2,04 2,02 1 %

3 3,80 4,24 4,02 8 %

5 5,00 4,24 4,62 12 %

6 6,50 6,65 6,58 2 %

7 11,00 8,57 9,79 18 %

8 14,50 14,65 14,58 1 %

9 21,50 21,33 21,42 1 %

10 28,50 26,87 27,69 4 %

Quadro 6 – Valores das áreas das lesões obtidos pelo avaliador 04. Niterói/RJ, 2014.

No que concerne ao coeficiente de variação, observa-se que o coeficiente de variação

obtido para os pacientes 4, 8 e 9 foi de 1% (baixo), significando que para estas lesões de área

entre 0-5 cm² e > 10 cm², as medidas encontradas pelo avaliador para as técnicas foram

semelhantes. No segmento de lesões de 5-10 cm², o paciente 7 apresenta o maior coeficiente,

sendo eles de 10-20% (médio).

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4.3.2 Vantagens das técnicas de planimetria e fotografia

As vantagens das técnicas de planimetria e fotografia foram selecionadas conforme o

observado durante o desenvolvimento das técnicas no ambulatório e relatados pelos avaliadores

no instrumento de coleta de dados, sendo apresentadas no quadro a seguir.

TÉCNICA PLANIMÉTRICA TÉCNICA FOTOGRÁFICA

1.Técnica de mensuração rápida;

2.Baixo custo para implementação;

3.Permite avaliar a evolução cicatricial das

lesões;

4.Técnica de fácil realização e implementação

no serviço;

5.Fornece o formato da lesão;

6.Fornece uma medida aproximada da lesão;

7.Possibilita arquivar o decalque e o valor da

área da lesão no prontuário do paciente,

quando trata-se de um prontuário de papel.

1.Técnica que permite a visualização do

aspecto da lesão, seus tecidos, bordas e pele

adjacente;

2.Permite a adoção de uma terapêutica

adequada, visto que pode-se acompanhar a

presença de tecidos viáveis e não-viáveis no

leito da ferida;

3.Reduz a probabilidade de erros nos casos

em que é difícil delimitar a ferida;

4.Com o auxílio de programas para

mensuração de imagens, a área da ferida pode

ser obtida com mais precisão;

5.Possibilita o armazenamento da foto no

computador, que pode servir para fins de

diagnóstico e pesquisas científicas;

6.Possibilita calcular a quantidade de cada

tipo de tecido encontrado no leito da lesão.

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4.3.2 Desvantagens das técnicas de planimetria e fotografia

As desvantagens das técnicas de planimetria e fotografia foram selecionadas conforme o

observado durante o desenvolvimento das técnicas no ambulatório e relatados pelos avaliadores

no instrumento de coleta de dados, sendo apresentadas no quadro a seguir.

TÉCNICA PLANIMÉTRICA TÉCNICA FOTOGRÁFICA

1.Técnica que não permite a visualização da

lesão (aspecto, tecido, etc);

2.Pode ser dolorosa e incômoda para alguns

pacientes;

3.Algumas lesões com ilhas de epitelização

podem dificultar a realização do decalque e

interferir na mensuração da lesão;

4.Prováveis erros de área podem ocorrer

devido à dificuldade na contagem do papel

quadriculado, visto que as lesões em sua

maioria são irregulares;

5.Disponibilidade de plástico estéril

transparente;

6.O plástico estéril quando em contato com a

lesão, dificulta a visualização da lesão para a

marcação correta das bordas

7.Ficar atento ao tempo em que o plástico

estéril encontra-se em contato com a lesão,

pois em lesões exsudativas o plástico embassa

e molha dificultando a visualização.

1.Demanda mais tempo e trabalho para sua

realização, sendo dificultada em serviços com

grande demanda;

2.A fotografia por si só não fornece as

medidas da lesão. É necessário o manuseio de

um programa de computador que realize a

mensuração da lesão;

3.Não oferece precisão em relação à

profundidade;

4.Custo elevado em relação ao equipamento e

materiais a serem utilizados;

5.A fotografia pode ser manipulada;

6.Para um bom resultado, é necessária uma

boa câmera e um mínimo de conhecimento

sobre fotografia (distância, foco, luz ambiente,

etc);

7.É necessário um computador, onde o

programa possa ser executado e as fotos

armazenadas, limitando a sua utilização em

alguns serviços;

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39

4.3.4 Principais cuidados na realização das técnicas de planimetria e fotografia

Os principais cuidados na realização das técnicas de planimetria e fotografia foram

selecionados conforme o observado durante o desenvolvimento das técnicas no ambulatório e

relatados pelos avaliadores no instrumento de coleta de dados sendo apresentadas no quadro a

seguir.

TÉCNICA PLANIMÉTRICA TÉCNICA FOTOGRÁFICA

1.Manter apenas plástico transparente estéril

em contato com a lesão;

2.Realizar a técnica sem pressionar a caneta

retroprojetora contra a ferida, evitando danos

ao paciente;

3.Bordas da lesão: em cima, por fora, por

dentro. Deve-se estabelecer o local para o

traçado.

1.Estabelecer um protocolo de uso a fim de

que os mesmos critérios sejam utilizados na

realização da técnica (padrão de fundo,

distância da lesão para a câmera,

identificação, ângulo da câmera, foco, etc);

2.Seguir os mesmos padrões estabelecidos

para a realização da técnica em todas as

fotografias a serem capturadas;

4.Para informar a posição da lesão, deve-se

realizar um método de orientação como a

graduação do relógio de ponteiros, colocando

o número doze na parte superior e o número

3.Utilizar a régua de papel paralela à lesão

para que sirva como base de tamanho relativo,

facilitando o cálculo pelo programa de

computador;

8.Maior dificuldade de ser documentado e

registrado no prontuário do paciente;

9.Quando a ferida encontra-se em uma área do

corpo que não é linear, muito comum no

tornozelo, (por exemplo: ferida circular ou que

acomete face anterior e lateral da perna), a

fotografia não retrata a área com precisão.

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seis na parte inferior da lesão;

5.Estabelecer um protocolo de uso a fim de

que os mesmos critérios sejam utilizados para

mensuração e contagem dos quadrados por

diferentes avaliadoras;

6.Delinear corretamente as bordas da ferida;

7.Utilizar caneta retroprojetora de ponta fina,

que reproduz as bordas da lesão com maior

precisão.

4.Utilizar uma fonte de luz que não seja o

flash, visto que o flash pode proporcionar

reflexos e dificultar a visualização das bordas

da ferida;

5.A fonte de luz deve ser posicionada de

frente para a ferida e com luz branca, que não

modifica as cores da ferida. Pode ser utilizada

uma lanterna;

6.Remover o excesso de umidade da lesão

antes de realizar a fotografia, visto que a

umidade produz reflexo, dificultando a

visualização da lesão e das bordas;

7.Utilizar sempre a mesma câmera e os

mesmos parâmetros da câmera para evitar

alteração das medidas;

8.Verificar se a pele adjacente encontra-se

sem cremes, a fim de não causar reflexos;

9.Utilizar sempre um pano de fundo de cor

padrão. Pano de fundo ideal: preto; em

segundo lugar: o branco; ou o verde, que

potencializa o vermelho da ferida (o vermelho

é complementar do verde). É ideal para ver o

que há de vermelho na ferida;

10.Tirar três fotos, do geral para o específico,

uma que saia toda a área da ferida, um plano

médio e uma da ferida propriamente dita;

11.Nunca utilizar o pano azul, que produz

reflexos azulados na pele, não é o ideal; nunca

usar plásticos, porque causam reflexo;

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41

12.Nunca usar o zoom;

13.Atualizar os dados da câmera, como data e

hora, para que sejam armazenados

corretamente

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42

4.4 PROTOCOLOS PARA REALIZAÇÃO DAS TÉCNICAS DE PLANIMETRIA E

FOTOGRAFIA

Os protocolos a seguir foram construídos a partir de um levantamento bibliográfico acerca

do assunto e da observação dos procedimentos realizados durante a implementação das técnicas

de planimetria e fotografia na consulta de enfermagem.

Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – EEAAC

Hospital Universitário Antonio Pedro – HUAP

Ambulatório de Reparo de Feridas

Profª. Drª. Beatriz Guitton R. B. Oliveira

PLANIMETRIA MANUAL DE FERIDAS

OBJETIVO:

Padronizar a técnica de planimetria manual de feridas, realizada por enfermeiros e acadêmicos de

enfermagem, para auxiliar nas atividades clínicas relativas ao tratamento de feridas.

CAMPO DE APLICAÇÃO:

Ambulatório de Reparo de Feridas do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade

Federal Fluminense.

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43

MATERIAL:

1. Plástico estéril transparente;

2. Plástico não-estéril transparente ou papel de acetato

3. caneta retroprojetora de ponta fina;

4. caneta esferográfica;

5. papel carbono

6. folha de papel milimetrada;

7. folha de papel A4 em branco

PROCEDIMENTO:

1. Orientar o paciente quanto ao procedimento a ser realizado;

2. Reunir todo o material necessário e encaminhá-lo a mesa auxiliar;

3. Posicionar adequadamente o paciente para garantir que o decalque seja feito em toda extensão

da lesão.

4. Acomodar o paciente deitado na maca, com a lesão voltada para cima.

5. Manter a sua privacidade com o auxílio de biombos;

6. Prover boa iluminação ao local onde será realizada o procedimento para que não ocorra

dificuldade na visualização da lesão

7. Proceder o curativo conforme o protocolo da instituição;

8. Colocar o lado estéril do plástico transparente voltado para a ferida

9. Desenhar o contorno da ferida com caneta de retroprojetor de ponta fina;

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10. Marcar orientação de acordo com os ponteiros do relógio para definir a posição da ferida (12

para cima e 6 para baixo);

11. Identificar o plástico com as iniciais do paciente, localidade da lesão e data do procedimento;

12. Repassar o desenho para um novo plástico transparente com auxílio do papel carbono e

caneta esferográfica (para evitar contaminações)

13. Descartar o papel de contato direto com a ferida;

14. Aplicar o decalque sobre a folha milimetrada e contar cada unidade de 1 cm individualmente;

15. Obter o cálculo da área em cm² através da contagem dos quadrados de 1cm

16. Anexar o desenho ao prontuário do paciente

17. Registrar realização da técnica no protocolo da pesquisa.

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45

Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – EEAAC

Hospital Universitário Antonio Pedro – HUAP

Ambulatório de Reparo de Feridas

Profª. Drª. Beatriz Guitton R. B. Oliveira - Data: 23/10/2013

FOTOGRAFIA DIGITAL DE FERIDAS

OBJETIVO:

Padronizar a técnica de fotografia digital de feridas, realizada por enfermeiros e acadêmicos de

enfermagem, para auxiliar nas atividades clínicas relativas ao tratamento de feridas.

CAMPO DE APLICAÇÃO:

Ambulatório de Reparo de Feridas do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade

Federal Fluminense.

MATERIAL:

1. Câmera digital;

2. Foco de luz auxiliar com lâmpada fluorescente branca;

3. Pano para padronização do fundo;

4. Régua de 30 centímetros;

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5. Régua de 1 metro;

6. Régua de papel.

PROCEDIMENTO:

1. Reunir todo o material necessário e encaminhá-lo a mesa auxiliar;

2. Orientar o paciente quanto ao procedimento a ser realizado;

3. Manter a sua privacidade com o auxílio de biombos;

4. Prover boa iluminação ambiente ao local do registro fotográfico.

5. Posicionar adequadamente o paciente para garantir a qualidade da imagem.

6. Acomodar o paciente deitado na maca, com a lesão voltada para cima.

7. Mover parte da roupa do paciente próxima à lesão, de modo que não apareça na fotografia.

8. Afastar quaisquer objetos que porventura possam atrapalhar o procedimento ou possam

aparecer na fotografia

9. Utilizar um pano de fundo padrão para fotografar as feridas. Este pano deve cobrir toda a área

abaixo do paciente que aparece na fotografia.

10. Utilizar uma régua de papel para identificação da lesão e como base para medidas de tamanho

relativo.

11. Escrever na régua as iniciais do nome do paciente e a data do registro fotográfico.

12. Posicionar a régua de papel abaixo da área da lesão (para a unidade de cm ficar próxima à

ferida), mantendo o mesmo posicionamento da régua nas fotos posteriores.

13. Manter a régua de papel sem dobrá-la para que posteriormente a análise da imagem não

obtenha distorções.

14. Utilizar a mesma câmera fotográfica para todas as fotos do estudo.

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15. Utilizar as mesmas configurações na câmera para todas as fotos do estudo.

16. Verificar a distância mínima de foco da lente sendo usada, para garantir que a imagem não

saia fora de foco.

17. Manter sempre a mesma distância focal (35 mm), ou utilizar o foco automático.

18. Obter uma distância padrão entre a câmera e a lesão do paciente com auxílio de uma régua de

30 centímetros para as fotos da lesão e com régua de 1 metro para visualização do local da lesão.

19. Posicionar o foco de luz auxiliar para melhor iluminação da lesão

20. Fazer o registro fotográfico centralizando a ferida e focalizando corretamente.

21. Não utilizar o zoom fotográfico.

22. Realizar o registro fotográfico mantendo a câmera fotográfica sempre em um mesmo ângulo

(de preferência mantendo angulação de 90º com a lesão).

23. Tirar duas fotografias da lesão, uma com flash e outra sem flash, com distância entre a

câmera e o paciente de 30 centímetros.

24. Quando utilizar o flash, optar pelo flash de preenchimento para não produzir eventuais

sombras no leito ou na borda da ferida.

25. Manter o mesmo posicionamento do paciente em registros posteriores para evitar erros na

análise da fotografia.

26. Registrar realização da técnica em prontuário e no protocolo da pesquisa. Anotar o número da

foto para evitar confusão.

27. Passar a fotografia para um computador e obter as medidas de área em um programa

específico.

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5. DISCUSSÃO E ANÁLISE

5.1 Técnica de Planimetria

A planimetria manual ainda é a técnica mais utilizada no Brasil para mensuração de

lesões comparada à técnica fotográfica. Isso se deve à maior demanda de recursos técnicos e

financeiros que os materiais fotográficos e computacionais exigem, sendo portanto, inviáveis em

muitos cenários de trabalho em saúde no país (FARIA, 2012).

Diante dos coeficientes de variação apresentados para a implementação da técnica de

planimetria, observa-se maior variabilidade para o paciente 3 e menor variabilidade para o

paciente 9.

A variação encontrada para o paciente 3 no segmento de lesões com área de 0-5 cm²,

apresentou coeficiente >30% (muito alto), indicando que houve uma grande variação entre as

áreas encontradas pelos avaliadores. Esta divergência durante a obtenção desses valores pode ser

justificada pela utilização de critérios diferentes para a mensuração da lesão ou pela própria

condição da lesão.

A Figura 1 facilita a visualização da lesão para que se possa identificar os problemas

ocorridos durante a mensuração da lesão no paciente 3 pela técnica de planimetria.

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Figura 1 – Fotografia para observação do contorno da ferida do paciente 3.

De acordo com a Figura 1, observa-se que a lesão é irregular e de difícil delimitação das

bordas, principalmente à esquerda, apresentando uma pequena área comunicante entre a parte

esquerda e direita da ferida.

Para que se possa entender essa grande variação entre as áreas obtidas pela técnica de

planimetria, é necessária a análise criteriosa dos decalques traçados por cada avaliador e sua

interpretação.

Figura 2 – Decalques realizados pelos avaliadores para o paciente 3.

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A Figura 2 apresenta os decalques realizados por cada avaliador durante a realização da

técnica de planimetria. Nota-se que para a mesma lesão os avaliadores obtiveram traçados

diferentes, baseando-se nos seus próprios critérios. A grande variação percentual desta lesão para

a técnica de planimetria, portanto, é evidenciada principalmente pela dificuldade na realização do

traçado da lesão.

Outros fatores que precisam ser abordados discorrem acerca das condições da lesão,

sendo estas grandes causadoras de divergências na obtenção das áreas. Isso pode ser observado

nas seguintes situações: avaliadores diferentes podem considerar uma área de epitelização como

lesão ou não, interferindo diretamente no valor da área total encontrada; o traçado da ferida

durante a realização da técnica pode ser feito em cima da borda da lesão, considerando a linha de

epitelização, ou pela parte interna da lesão, podendo aumentar a ocorrência de erros na aferição.

A menor variação encontrada pelos avaliadores durante a realização da técnica de

planimetria foi para o paciente 9, situado no segmento de lesões com área maior de 10 cm²,

apresentando coeficiente <10% (baixo), indicando que houve uma pequena variação entre as

áreas encontradas pelos avaliadores.

A Figura 3 facilita a visualização do contorno da lesão, possibilitando observar as

condições que possam ter facilitado a mensuração da lesão do paciente 9 pela técnica de

planimetria.

Figura 3 – Fotografia para observação do contorno da ferida do paciente 09.

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De acordo com a Figura 3, observa-se que a lesão é irregular, porém de fácil delimitação

das bordas, reduzindo a possível ocorrência de erros na realização da planimetria pelos

avaliadores.

Para que se possa visualizar essa pequena variação entre as áreas obtidas pela técnica de

planimetria, é necessária a análise criteriosa dos decalques traçados por cada avaliador e sua

interpretação.

Figura 4 – Decalques realizados pelos avaliadores para o paciente 09.

A Figura 4 apresenta os decalques realizados por cada avaliador durante a realização da

técnica de planimetria. Nota-se que os avaliadores obtiveram traçados bem semelhantes para o

paciente 09. A pequena variação percentual desta lesão para a técnica de planimetria, portanto, é

evidenciada principalmente pela maior facilidade do traçado da lesão.

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5.2 Técnica de Fotografia

De acordo com o estudo realizado por Faria e Peres (2009), os Estados Unidos e Reino

Unido apresentam a maioria dos trabalhos científicos que relatam experiências de enfermeiras

que realizam a fotografia de feridas em enfermagem. Esses países possuem maior

desenvolvimento econômico e tecnológico, facilitando assim o acesso à esses recursos

tecnológicos utilizados na técnica fotográfica.

Diante dos coeficientes de variação apresentados para a implementação da técnica de

fotografia, observa-se maior variabilidade para o paciente 3 e menor variabilidade para o paciente

10.

A variação encontrada para o paciente 3 no segmento de lesões com área de 0-5 cm²,

apresentou coeficiente 20-30% (alto), indicando que houve uma grande variação entre as áreas

encontradas pelos avaliadores. Esta divergência durante a obtenção desses valores pode ser

justificada pela utilização de critérios diferentes para a mensuração da lesão ou pela própria

condição da lesão.

A Figura 5 mostra a imagem da lesão do paciente 3 obtida por cada avaliador através da

técnica fotográfica onde é possível a identificação de alguns problemas ocorridos durante a

mensuração da lesão.

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Figura 5 – Fotografias realizadas pelos avaliadores para o paciente 3.

De acordo com a Figura 5, observa-se a existência de algumas diferenças na realização

da técnica fotográfica por cada avaliador que podem influenciar diretamente na área final. Estas

diferenças observadas são: na angulação da câmera em relação à lesão, que quando diferente de

90º, ocasiona distorção da imagem obtida pela câmera provocando uma consequente diminuição

da área da lesão; na dobra da régua de papel, que interfere na análise do tamanho da imagem

durante a utilização do software; na posição do pé do paciente, que quando mal posicionado,

acarreta na dificuldade de manter a perpendicularidade entre a câmera e a lesão; na utilização da

régua para distanciamento, que deve ser padrão entre os avaliadores, estabelecendo-se o ponto de

apoio para esse distanciamento.

Assim como foi discutido para a outra técnica, as condições da lesão também compõem

um fator causador de divergências na obtenção das áreas. Isso é observado no seguinte exemplo:

a realização do traçado durante a utilização do software na mensuração pela técnica de fotografia

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é um grande fator que interfere na diferença de área obtida entre os avaliadores. Outro fator

importante que influencia na obtenção da área e pode-se perceber na Figura 5 é a localização da

lesão em locais curvos, podendo prejudicar o cálculo durante a utilização do software, visto que

ele não oferece precisão no cálculo de áreas em 3D.

A menor variação encontrada pelos avaliadores durante a realização da técnica de

planimetria foi para o paciente 10, situado no segmento de lesões com área maior de 10 cm²,

apresentando coeficiente <10% (baixo), indicando que houve uma pequena variação entre as

áreas encontradas pelos avaliadores.

A Figura 6 abaixo mostra a imagem da lesão do paciente 10 obtida por cada avaliador

através da técnica fotográfica.

Figura 6 – Fotografias realizadas pelos avaliadores para o paciente 10.

De acordo com a Figura 6, observa-se que a lesão é irregular, porém de fácil

visualização das bordas, facilitando o traçado na imagem pelo software e reduzindo a possível

ocorrência de erros na realização da planimetria pelos avaliadores.

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5.3 Comparação entre as técnicas de planimetria e fotografia

Paciente CV Planimetria CV Fotografia

1 6% 9%

2 14% 13%

3 41% 24%

4 17% 11%

5 24% 8%

6 4% 8%

7 8% 15%

8 9% 18%

9 4% 12%

10 14% 6%

Médias CV 14,1% 12,4%

Quadro 7 – coeficiente de variação dos valores encontrados pelos avaliadores

De acordo com o quadro acima, as médias dos coeficientes de variação encontrados para

a planimetria e fotografia são 14,1% e 12,4% respectivamente, ou seja, os valores foram mais

heterogêneos na obtenção de área na técnica planimétrica. Com isso, pode-se afirmar que a

técnica fotográfica apresentou 1,7% mais precisão do que a técnica planimétrica no

desenvolvimento pelos 4 avaliadores envolvidos. É necessário destacar que houve maior precisão

para a técnica fotográfica neste estudo, mas não necessariamente a fotografia será mais precisa

em estudos posteriores seguindo os mesmos critérios de realização de ambas as técnicas.

Atualmente muitos estudos têm apontado para a adoção dos métodos digitais com o

intuito de obter resultados mais precisos durante o acompanhamento de lesões. Estudos

realizados durante a Conferencia nacional de consenso sobre úlceras de la extremidad inferior

(2009), recomendam a adoção do método planimétrico digital a partir do traçado no acetato,

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sendo aceito um desvio de resultados em função da área da úlcera de 11% quando < 10 cm² e 8%

em úlceras > 10 cm².

Diante das questões discutidas, destaca-se a necessidade de um treinamento para as

equipes responsáveis pelo acompanhamento das feridas, a fim de que as técnicas sejam realizadas

sempre obedecendo ao mesmo protocolo, podendo resultar na possível redução de erros entre os

diferentes avaliadores.

5.4 Vantagens, desvantagens e principais cuidados das técnicas

No que diz respeito às vantagens encontradas na realização da técnica planimétrica,

pôde-se observar que a técnica demanda pouco tempo para sua realização e é de fácil

implementação, pois ela constitui-se basicamente em duas etapas, sendo elas a realização do

decalque da ferida e a mensuração de sua área através da contagem de quadrados, permitindo

arquivamento do decalque e do valor da área da lesão no prontuário do paciente, quando trata-se

de um prontuário de papel.

A técnica permite avaliar a evolução cicatricial das lesões, pois a partir do decalque e da

obtenção da área da lesão, o profissional consegue verificar se há um progresso ou retrocesso

cicatricial durante o tratamento observando se a área obtida pelo decalque diminui ou não. Tendo

em vista que para o desenvolvimento da técnica é utilizado material de baixo custo e em pouca

quantidade, esta pode ser largamente desenvolvida em hospitais para o acompanhamento do

processo cicatricial de pacientes.

A planimetria fornece uma medida bastante aproximada da área da lesão em sua

maioria, concedendo ao profissional um dado importante para registro no prontuário do paciente

e facilitando, portanto, a adoção de novos planos terapêuticos.

O profissional que desenvolve a técnica em seu campo prático obtém o formato preciso

da lesão, sendo essa uma vantagem também descrita nos estudos de Oliveira, Castro e Andrade

(2005).

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Quanto às desvantagens, pôde-se observar que a técnica não permite a visualização da

lesão no que se refere ao aspecto, tipo de tecido presente e fase de cicatrização, etc. Fornece

apenas o seu formato e área.

A realização da mesma pode ser dificultada na presença de ilhas de epitelização, pois há

um aumento na ocorrência de possíveis erros na mensuração da área devido à consideração ou

não deste como tecido sadio e contagem de áreas irregulares.

Prováveis erros de área podem ocorrer devido à dificuldade na contagem do papel

quadriculado, visto que as lesões em sua maioria são irregulares, cabendo ao avaliador juntar

frações de 1cm² para compor quadrados inteiros de 1 cm².

Deve-se sempre realizar a técnica com um plástico estéril para prevenir a contaminação

da ferida, conforme descrito por Medeiros (2001). Um problema também relevante é a

disponibilidade de plástico estéril transparente, fato que elimina a possibilidade de se realizar

com qualquer plástico. Para esse estudo, os plásticos utilizados foram os plásticos do kit de

pinças, pois ele oferece o tamanho ideal para a realização do decalque. Muitos profissionais

realizam o decalque com o plástico estéril da gaze, porém ela não é recomendada devido ao seu

tamanho e dobras que interferem no traçado e consequentemente, na obtenção da área da lesão.

O plástico estéril quando em contato com a lesão, dificulta a visualização da lesão para a

marcação correta das bordas devido ao reflexo produzido pelo plástico e pelo tempo de exposição

à ferida. Deve-se realizar o decalque no menor tempo possível, pois o plástico estéril embaça e

molha em contato com lesões exsudativas, dificultando assim a visualização e marcação do

traçado. Também deve-se ter cautela ao encostar o plástico na lesão para não provocar dor ao

paciente.

No que diz respeito às vantagens encontradas na realização da técnica fotográfica,

pôde-se observar que a técnica permite a visualização do aspecto da lesão, tipo de tecido e fase de

cicatrização, como descrevem os estudos realizados por Faria (2012) e Oliveira, Castro e

Andrade (2005). Permite ainda o acompanhamento e a adoção de uma terapêutica adequada no

tratamento de lesões, como afirmado por (FARIA, 2012; MEDEIROS, 2001)

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A técnica reduz a probabilidade de erros nos casos em que é difícil delimitar a ferida,

como por exemplo, quando a lesão possui muitas ilhas de epitelização, pois permite a

visualização melhor da lesão no momento do cálculo pelo software.

Quando esse método é utilizado com o auxílio de programas para mensuração de

imagens ou outros sistemas computadorizados, a área da ferida pode ser obtida com mais

precisão pelo avaliador. (OIEN, 2002).

Esta técnica possibilita o armazenamento da foto no computador, favorecendo

auditorias, revisões clínicas, teleassistência e o telemonitoramento, como descrito por Miot e

Mendaçolli (2009). Possibilita também o cálculo da quantidade de cada tipo de tecido encontrado

no leito da lesão através de programas específicos.

Quanto às desvantagens, pôde-se observar que a técnica completa (realização da

fotografia e cálculo da área através de Softwares) demanda mais tempo e trabalho para sua

realização, sendo inviável em serviços com grande demanda contradizendo ao exposto por Miot e

Mendaçolli (2009), onde é citado que a fotografia apresenta como vantagem a velocidade de

mensuração, sendo viável em lugares com uma grande demanda de pacientes. Atualmente,

existem softwares desenvolvidos para celulares que são capazes de fornecer rapidamente as

medidas da lesão a partir da fotografia obtida pelo próprio celular, como o aplicativo Mowa ®,

porém ele é pago e só funciona em smartphones e tablets.

A técnica não oferece precisão em relação à profundidade, como confirmam os estudos

realizados por Oliveira, Castro e Andrade (2005) e Medeiros (2001), também não apresentando

precisão em superfícies curvas, como por exemplo, as lesões circulares que se encontram como

critério de exclusão deste estudo (MEDEIROS, 2001).

Sua realização possui um custo elevado em relação à planimetria devido aos materiais e

equipamentos a serem utilizados, desvantagem também apontada por Oliveira, Castro e Andrade

(2005) e Romanelli e Dinni (2011).

Além disso, a fotografia é uma técnica que pode ser facilmente manipulada pelo

examinador, o que já não ocorre em relação à planimetria. (OLIVEIRA, CASTRO e ANDRADE,

2005; MIOT e MENDAÇOLLI, 2009)

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Para obtenção de um bom resultado, é necessária uma boa câmera e um mínimo de

conhecimento sobre fotografia (distância, foco, luz ambiente, etc), conforme cita Faria e Peres

(2009). Também é necessário um computador, onde o programa possa ser executado e as fotos

armazenadas, limitando a sua utilização em alguns serviços. A fotografia apresenta maior

dificuldade de ser documentada e registrado no prontuário do paciente, pois quando trata-se de

um prontuário de papel, a fotografia precisa ser revelada para ser anexada.

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6. CONCLUSÃO

A planimetria e a fotografia são ferramentas utilizadas no acompanhamento do processo

cicatricial de lesões, sendo de fundamental importância para o enfermeiro na adoção de uma

terapêutica adequada.

O objetivo deste estudo foi analisar a utilização dos métodos de planimetria manual e

fotografia como instrumentos para acompanhamento da área de lesões e elaborar um protocolo

definindo as etapas para a realização dessas técnicas também está inserida nos objetivos deste

estudo, visto que este é um instrumento essencial para a redução de erros durante o procedimento.

A maior variabilidade entre as áreas medidas pelos avaliadores na técnica planimétrica

foi observada em lesões de difícil delimitação com presença de tecido de epitelização e

estreitamento entre o lado direito e o lado esquerdo da lesão. Na presença de epitelização, alguns

avaliadores mensuraram a área epitelizada e outros não mensuraram considerando que a área já

havia cicatrizado.

A maior variabilidade entre as áreas medidas pelos avaliadores na técnica fotografica foi

observada em lesões situadas em localidades difíceis de fotografar, como na região dorso-lateral

do pé, que impede o posicionamento adequado do paciente

Em relação à análise dos dados da pesquisa, a técnica de fotografia mostrou-se 1,7%

mais precisa do que a técnica planimétrica. Essa diferença percentual não foi significativa para a

determinação da ferramenta mais adequada no acompanhamento de feridas.

Além disso, constatou-se que a técnica de planimetria é de baixo custo, fácil realização e

sua utilização não depende de computador, podendo ser desenvolvida rapidamente em qualquer

serviço. Já a fotografia não oferece essas mesmas vantagens, porém é a mais indicada em estudos

clínicos e pesquisas, devido ao fornecimento da imagem que favorece a avaliação e a mensuração

mais precisa da lesão. A adoção de um período maior de treinamento dos avaliadores reduz ao

máximo a ocorrência de erros durante a mensuração de lesões.

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Considerando a importância das técnicas de planimetria e fotografia no

acompanhamento de lesões, espera-se o desenvolvimento de novas pesquisas na área de avaliação

e mensuração de feridas, possibilitando o aperfeiçoamento dos profissionais durante o

desenvolvimento das técnicas.

Portanto, tendo-se evidenciado neste estudo que a diferença de precisão entre as técnicas

foi pequena, conclui-se que a determinação da técnica mais adequada no acompanhamento e

mensuração de lesões deverá levar em consideração as condições da lesão, a disponibilidade de

materiais e computadores, além da finalidade de sua utilização.

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OBRAS CITADAS

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BAJAY, H.M; ARAUJO, I.E.M. Validação e confiabilidade de um instrumento de avaliação

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FARIA, N.G.F. Fotografia digital de feridas: desenvolvimento e avaliação de curso online para

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FERREIRA A.S; BARBIERI C.H; MAZZER N; CAMPOS AD; MENDONÇA A.C.

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Paulo/SP: Corpus, 2008.

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GOMES, F.V.L.; COSTA, M.R.; MARIANO, L.A.A.; Manual de Curativos. Agosto. 2005

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PEREIRA, I.L; SOUZA L.C; SANTANA, L.A; GUADAGNIN, R.V; NEVES, R.S. A posição

da câmera fotográfica influencia no cálculo computadorizado da área de úlcera por

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SMELTZER, S. C.; BARE B. G. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem médico

cirúrgica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.

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wounds by health care professionals? International Wound Journal. V.4, n.2, 2007. Disponível

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TIMBY, B. K. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de enfermagem. 8. ed.

Porto Alegre: Artmed, 2007.

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OBRAS CONSULTADAS

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Apresentação de Trabalhos Monográficos de

Conclusão de Curso. Niterói: Ed da UFF, 2012.

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2007. Disponível em: <http://rsb.info.nih.gov/ij/>. Acesso em: 27 jul. 2013.

SUSSMAN, C; BATES-JENSEN, B.M. Wound Measurements and Prediction of Healing. In:

____. Wound care: A Collaborative Practice Manual for Physical Therapists and Nurses. 3 ed.

Aspen Publishers, 1998. 723 p, cap. 5, p. 124-143.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. EST 220 – Estatística Experimental. Viçosa:

2010.

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO

AMBULATÓRIO DE REPARO DE FERIDAS

PROFª DRª: BEATRIZ GUITTON

PROJETO: USO DE BIOMATERIAIS NO REPARO TECIDUAL DE LESÕES

TISSULARES

APÊNDICE I - INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE TÉCNICAS

IDENTIFICAÇÃO

Avaliador(a):

Data: __/__/____

Nome do paciente:

Sexo: ( ) F ( ) M

PARTE I) PLANIMETRIA

Área aproximada da lesão:

Vantagens:

Desvantagens:

Principais cuidados:

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PARTE II) FOTOGRAFIA

Nome do arquivo da foto:

Resultados obtidos através do Software Imagej 1.47v

Área Mean Min. Máx.

Vantagens:

Desvantagens:

Principais cuidados:

Qual foi diferença de área encontrada entre as técnicas de planimetria e fotografia?

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APÊNDICE II - CÁLCULO DE ÁREA NO SOFTWARE IMAGEJ 1.47 V

1. Abrir o software ImageJ 1.47 v

2. Ir em File → Open → selecionar imagem em seu diretório → Abrir

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3. Escolher a 5ª ferramenta chamada Straight

4. Traçar uma reta de 1 cm em cima da régua de referência da foto

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5. Abrir Analyze → Set scale → alterar o Know distance para 1 e o Unit of length para cm →

Dar OK

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6. Escolher a 3ª ferramenta chamada Polygon selections

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7. Com esta ferramenta, traçar o contorno da lesão

8. Abrir Analyze → Measure

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9. Results: Anotar a tabela obtida no instrumento de coleta de dados

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APÊNDICE III- DESVIO-PADRÃO DOS VALORES OBTIDOS

Paciente Planimetria Fotografia

2 0,07 0,11

9 0,19 0,16

4 0,24 0,57

7 0,37 0,23

8 0,82 1,53

3 0,85 2,64

10 0,99 0,79

6 1,08 0,30

1 1,32 2,61

5 4,06 1,61

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ANEXO I – PARECER DE AUTORIZAÇÃO DO CEP/HUAP

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ANEXO II - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Projeto: “Uso de biomateriais no reparo tecidual de lesões tissulares”

Pesquisador responsável: Profª. Drª. Beatriz Guitton Renaud Baptista de Oliveira

Instituição a que pertence o pesquisador responsável: Universidade Federal Fluminense

Telefones para contato: Acadêmica de Enfermagem Ana Paula Cardoso Tavares (21) 9766-58669

ou (21) 9814-38361 / Profª Beatriz Guitton (21) 9920-59595.

Nome do voluntário:_ _________________________________________________________

Idade: _______ anos. RG: ________________________ CPF: ____________________

Responsável legal: ____________________________________________________________

RG: ________________________ CPF: ____________________

O (A) Sr.(a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa: “Uso de

biomateriais no reparo tecidual de lesões tissulares”, de responsabilidade da pesquisadora

Beatriz Guitton Renaud Baptista de Oliveira.

O objetivo da pesquisa é “analisar a utilização dos métodos de planimetria e fotografia

como instrumentos facilitadores no acompanhamento do processo de cicatrização de lesões”.

Os procedimentos de pesquisa, como registrar os dados do paciente, realizar medidas

das feridas, fotografar as feridas, fazer decalques das feridas, fazem parte da rotina do tratamento

de feridas implementada na Consulta de Enfermagem realizada pela professora pesquisadora no

Ambulatório de Reparo de Feridas do Hospital Universitário Antônio Pedro. As técnicas para a

avaliação e mensuração de feridas serão utilizadas por quatro avaliadores treinados segundo os

protocolos da pesquisa. As técnicas a serem desenvolvidas serão a planimetria e a fotografia,

sendo estas realizadas durante o período de uma consulta.

Sua participação neste estudo é completamente voluntária,e não existe qualquer auxílio

financeiro para participação na pesquisa.

Eu

RG nº ______________________, li e entendi todas as informações sobre este estudo e todas as minhas

perguntas e/ou dúvidas foram respondidas a contento. Portanto, consinto voluntariamente participar desta

pesquisa.

Niterói, _____ de ____________ de _________ ______________________________

Participante

______________________________ ______________________________

Responsável por obter o consentimento Testemunha