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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO SÍLVIA IZABELLE SANTOS DE MENDONÇA A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL DA NATURA E O MARKETING DE SUSTENTABILIDADE: UM ESTUDO DE CASO JOÃO PESSOA-PB 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

SÍLVIA IZABELLE SANTOS DE MENDONÇA

A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL DA NATURA E O MARKETING

DE SUSTENTABILIDADE: UM ESTUDO DE CASO

JOÃO PESSOA-PB

2013

SÍLVIA IZABELLE SANTOS DE MENDONÇA

A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL DA NATURA E O MARKETING

DE SUSTENTABILIDADE: UM ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo como requisito final para obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social.

Orientadora: Profa. Dra. Suelly Maux

JOÃO PESSOA-PB

2013

SÍLVIA IZABELLE SANTOS DE MENDONÇA

A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL DA NATURA E O MARKETING

DE SUSTENTABILIDADE: UM ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo como requisito final para obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social.

Aprovado em: ___/___/ 2013

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Profa. Dra. Suelly Maux

Orientadora

___________________________________________ Profa. Msc. Norma Meireles Mafaldo

Examinadora Interna

_________________________________________ Prof. Pós-Doutor Severino Alves de Lucena Filho

Examinador Interno

À memória do meu pai, dedico.

.AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha mãe, pela sua preocupação e dedicação a nossa família.

Sem ela, eu nada seria.

Também agradeço ao meu pai, que mesmo em memória, estará para sempre

ao meu lado, me protegendo e me dando força para seguir em frente. Se não fosse

o seu esforço em vida, talvez nada disso fosse possível.

Aos verdadeiros amigos e a todos àqueles que contribuíram para que eu

chegasse até aqui.

E a Deus, sempre.

“Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso.”

Albert Einstein

RESUMO

Em um milênio de revoluções rápidas e constantes, as organizações buscam obter valores e realizar contribuições significativas para o meio ambiente a fim de construir uma imagem positiva e atraente na mente do consumidor através de estratégias de marketing de sustentabilidade, afetando assim o bem social e se tornando um “indivíduo” participativo e preocupado com o meio ambiente. Este trabalho estuda o cerne do marketing de sustentabilidade e sua aplicabilidade no caso da empresa Natura, organização esta que desde o nome, demonstra uma preocupação com o bem-estar social, pessoal e ambiental de seus consumidores. Com uma pesquisa de natureza exploratória, baseada em teorias de estudiosos em comunicação empresarial, são especificados os pontos cruciais do marketing sustentável dentro das estratégias comunicacionais das empresas, os conceitos e características da sustentabilidade e como ela aparece como uma das prioridades da empresa estudada. Palavras-chave: Marketing. Sustentabilidade. Comunicação.

ABSTRACT

In a millennium of rapid and constant revolutions, organizations seek to obtain value and make significant contributions to the environment in order to build a positive and attractive image in the mind of the consumer through marketing strategies for sustainability, thus affecting the social good and making an "individual" participatory and concerned with the environment. This work studies the core of marketing sustainability and its applicability in the case of company Natura, this organization that provided the name, demonstrates a concern for the welfare, personal and environmental their consumers. With an exploratory search based on theories of scholars in business communication, critical points are specified within the sustainable marketing communication strategies of companies, concepts and characteristics of sustainability and how it appears as a priority for the company studied. Key-words: Marketing. Sustainability. Communication.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Perfil Natura 33

Figura 2 Apresentação do site natura.net 35

Figura 3 Tabela Ambiental da Natura 37

Figura 4 Apoios e patrocínios da Natura 39

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

10

2 METODOLOGIA 12

2.1 PROCEDIMENTOS

12

3 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 15

3.1 HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL NO BRASIL 15

3.2 A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 17

3.3 OS NOVOS ATRIBUTOS DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

19

4 SUSTENTABILIDADE 24

4.1 O CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE 24

4.2 ORIGEM DA SUSTENTABILIDADE 25

4.3 O MARKETING E A SUSTENTABILIDADE 26

4.4 O POSICIONAMENTO DAS MARCAS SUSTENTÁVEIS 27

4.5 SUSTENTABILIDADE E A FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO

29

5 ESTUDO DE CASO 32

5.1 NATURA, A EMPRESA COM O GENE DA SUSTENTABILIDADE EM SEU NEGÓCIO

32

5.1.1 A história da marca Natura 32

5.1.2 Missão e visão da empresa 34

5.2 O SITE NATURA.NET

34

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

45

REFERÊNCIAS 47

10

1 INTRODUÇÃO

O mercado e a forma de consumo sofreram algumas alterações durante o

passar dos anos. Em uma busca exacerbada pelo lucro, empresas denegriram o

meio ambiente sem medir as consequências que estas ações acarretariam

futuramente. Diante disto, pesquisas e estudos com foco no marketing sustentável

vêm sendo realizadas, e as empresas com preocupações socioambientais estão se

inserindo no mercado.

A necessidade de uma empresa se comunicar bem com o seu público, num

mercado globalizado e tão disputado atualmente, vem crescendo de maneira

significativa. Hoje, a comunicação ganha mais espaço dentro das empresas,

tornando-se indispensável quando se pensa em alcançar o sucesso empresarial.

Aliar a comunicação com o marketing sustentável é a chave para atender os novos

consumidores, que assumem posturas mais conscientes da sua própria

responsabilidade ambiental.

Em todo mundo, principalmente no Brasil, só se ouve falar em

sustentabilidade, ações sustentáveis, marketing voltado para o verde. A consciência

e importância para a preservação do planeta e salvação das futuras gerações estão

sendo preocupações para o consumidor no momento da compra, buscando por

empresas que também estejam engajadas na causa.

Sem descuidar da conservação do planeta, as corporações precisam

continuar a pensar em lucratividade e expansão econômica. Esse é o maior desafio

para as empresas que agregam as suas missões, visões e valores às práticas

sustentáveis, pois agora o crescimento tem que estar aliado à sustentabilidade.

Este trabalho, objetiva, no entanto, identificar uma nova abordagem do

marketing contemporâneo, chamada de marketing de sustentabilidade e como suas

estratégias e aplicabilidades estão sendo utilizadas na comunicação empresarial da

marca Natura.

Na primeira parte, é feita uma explanação acerca da história e do conceito de

comunicação empresarial, onde foram desenvolvidos pontos relevantes que

mostram a sua importância, e como ela caminha para o princípio da comunicação

integrada.

11

Na segunda parte, o tema sustentabilidade é abordado a partir do seu

conceito e surgimento, sua base histórica, como a sustentabilidade e o marketing

podem atuar juntos, e também é citado como é o posicionamento das marcas

sustentáveis. Em seguida, é exposto como a sustentabilidade se alia a ferramenta

de comunicação, no processo de conscientização e de mobilização para a

preservação do meio ambiente.

Posteriormente, foi possível analisar as estratégias da empresa Natura

através de um estudo de caso sobre o site da marca. Foi feita uma descrição

histórica, apresentando sua missão, visão, valores e seu comportamento a partir da

sua percepção de natureza, cultura e sociedade. Vale lembrar que, o estudo do site

da Natura foi focado no relacionamento com o público externo. A empresa mostrou,

através da comunicação em seu site, cumprir todas as etapas necessárias para que

o marketing sustentável seja real e visto não só como estratégia, mas como um

"estilo de vida" da empresa de cosméticos.

O desenvolvimento sustentável incentiva a preocupação com o presente e

com a qualidade de vida das gerações futuras, oferecendo proteção dos recursos

vitais e garantindo um crescimento econômico amigo do meio ambiente. Desse

modo, é importante que empresas em todo mundo estejam inseridas neste novo

modelo de negócio e o comuniquem para a sociedade. A dúvida inicial de que o

marketing não podia se alinhar à sustentabilidade fica bem distante, e tanto a

sociedade como as corporações veem claramente que eles “andam de mãos dadas”

e são cruciais para agregar valor ao negócio.

12

2 METODOLOGIA

Para realizar qualquer trabalho científico, é importante destacar as pesquisas

e métodos que serviram para direcionar a busca e a análise do conhecimento.

Metodologia, segundo Rampazzo (2005, p. 73), “trata-se da linha filosófica,

religiosa, política ou ideológica de um autor, pesquisador ou estudioso.” Desse

modo, o método deve ser coerente e seguir uma “linha” de pesquisa compatível com

o raciocínio desenvolvido, formando assim uma unidade lógica.

De acordo com Gil (2006, p. 26), “para que um conhecimento possa ser

considerado científico, torna-se necessário identificar operações mentais e técnicas

que possibilitam a sua verificação.” Sobre essa perspectiva, entende-se que o

conhecimento científico descreve a realidade de forma racional, sem que a ótica

individual do pesquisador interfira de modo direto.

Dessa maneira, pode-se afirmar que:

Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida por meio da experimentação e não apenas pela razão [...]. É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. Possui característica da verificabilidade, a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. Constitui-se em um conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final, por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente. (MARCONI; LAKATOS, 2001, p. 20).

Com o intuito de cumprir a proposta do presente trabalho científico, serão

apresentados os procedimentos metodológicos utilizados em sua elaboração.

2.1 PROCEDIMENTOS

De acordo com Rampazzo (2005, p. 130), a monografia “segue as diretrizes

da metodologia científica. Por isso, [...] ela precisa de um tema bem definido, uma

introdução, um corpo de trabalho, uma conclusão e as referências bibliográficas.”

Para alcançar os fins deste trabalho, a sua metodologia apresentará uma

pesquisa exploratória, a fim de analisar as teorias que envolvem o marketing

13

sustentável e a comunicação empresarial, constatando o resultado da união e

aplicabilidade destas teorias.

Segundo Mattar (2000), a pesquisa exploratória possibilita desenvolver

conceitos e ideias, e visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o

tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Esse modelo é apropriado para se

estabelecer uma familiaridade maior com o fenômeno estudado. Mesmo que o

pesquisador já possua conhecimentos sobre o assunto, esta pesquisa irá auxiliar na

busca de novos pontos de vista.

Com base no exposto, Gil (2006, p. 43) afirma que:

A pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. [...]. Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental [...] e estudos de caso.

Para a complementação do trabalho, será realizado um estudo de caso sobre

a empresa Natura, que foi escolhida por atuar num molde de negócio sustentável.

O estudo de caso é um estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são utilizadas várias fontes de evidência. (YIN, 1981 apud GIL, 2006, p. 73).

Cesar (2012, p. 4) complementa dizendo que a análise de caso, ou, estudo de

caso, “é uma unidade de análise, que pode ser um indivíduo, o papel

desempenhado por um indivíduo ou uma organização, um pequeno grupo, uma

comunidade ou até mesmo uma nação.”

Portanto, a utilização desse estudo profundo para análise da empresa

escolhida é imprescindível. De acordo com Mattar (2000), é um método de pesquisa

exploratória, e por isso, convém lembrar que seu objetivo é gerar hipóteses, além de

possibilitar a ampliação dos conhecimentos sobre o problema.

Para a presente monografia, o estudo de caso baseia-se na análise do site da

marca Natura. Todas as informações dispostas na internet serão de suma

importância, pois estas irão contribuir para a avaliação sobre o processo de

interação do marketing ambiental e da comunicação empresarial.

14

Através da descrição e investigação das práticas que vêm sendo

desenvolvidas no âmbito da sustentabilidade, cumprem-se os objetivos deste

trabalho científico.

15

3 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

3.1 HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL NO BRASIL

Por volta da década de 70, as empresas e associações, evidentemente, já se

comunicavam. Porém, naquela época, as atividades de comunicação desenvolvidas

eram totalmente fragmentadas. "Seria prematuro imaginar que se tivesse

verdadeiramente uma Comunicação Empresarial, no sentido amplo com que é

conceituada hoje em dia.” (BUENO, 2003, p. 3).

Na verdade, a expressão "comunicação empresarial" era desconhecida

àquela época. Até mesmo a Aberje, hoje denominada Associação Brasileira de

Comunicação Empresarial, a mais importante entidade da área em nosso país, tinha

outra designação, que correspondia com a sigla que a define: Associação Brasileira

de Editores de Revistas e Jornais de Empresas.

Atividades de comunicação como a edição de publicações empresariais, a

assessoria de imprensa, a organização de eventos, a publicidade e o marketing

eram desenvolvidas isoladamente. Na maioria dos casos, estas atividades eram

assumidas por departamentos e profissionais que não possuíam vínculo algum. O

resultado era uma comunicação difusa, muitas vezes contraditória. Bueno (2003, p.

4), explica que é preciso entender o contexto em que as empresas, e o próprio país,

se inseriam naquele momento: "Vivia-se em pleno regime de exceção, e a postura

empresarial se afinava, muitas vezes, com a truculência dos militares. Não havia

espaço para diálogo e a participação.”

Poucas eram as empresas que classificavam as atividades de comunicação

uma ferramenta importante. No entanto, deve-se ressaltar a mobilização de editores

de jornais e revistas de empresa, que em 1967 fundavam a Aberje. Nesse primeiro

momento, as publicações estavam atreladas às áreas de Recursos Humanos. Esta

fase também coincide com a implantação dos primeiros cursos de comunicação no

Brasil. Isso pode explicar o fato de se encontrar, naquele tempo, poucos

profissionais da área nas empresas. Aqueles que ainda estavam por vir começaram

a aparecer a partir dos anos 70. Esta década sinaliza mudanças para a cultura de

comunicação das organizações. Pouco a pouco, os profissionais começam a chegar,

16

e a importância do mercado de comunicação empresarial começa a ficar mais

visível.

Já na década de 80, o impulso que faltava à comunicação empresarial foi

dado, e o seu status nas organizações passou a ser, efetivamente, um campo de

trabalho vantajoso, atraindo profissionais de todas as áreas. O jornalismo

empresarial e as atividades de Relações Públicas se profissionalizaram com a

chegada dos cursos de comunicação, e também pelo regime democrático, que

entrou em vigor e exigiu nova postura das organizações.

No ano de 1983, a Comtexto Comunicação e Pesquisa, que acabava de ser

fundada, realizou o I Congresso Brasileiro de Comunicação Empresarial, o primeiro

a contemplar a área como um todo, e era então instituído o Prêmio Comtexto de

Comunicação Empresarial. Poucos anos depois, a Aberje começou a realizar os

seus eventos focando a comunicação empresarial em sua amplitude, e o famoso

Prêmio Aberje, que já era concedido desde 1976, se estendeu para contemplar

trabalhos de comunicação que ultrapassavam os limites do jornalismo empresarial.

Nessa época, a própria Aberje alterou o seu nome, passando a se chamar

Associação Brasileira de Comunicação Empresarial.

Ainda na segunda metade da década de 80, o grupo Rhodia lançou uma

experiência que marcou a comunicação empresarial brasileira. "A Rhodia adotou a

política Portas Abertas nesse período, lançando um Plano de Comunicação Social

que revolucionou a relação empresa-sociedade. Ao mesmo tempo, criou o

Departamento de Valorização do Consumidor (DVC), com a primeira ouvidoria

externa.” (RHODIA..., 2013).

Tratava-se de uma iniciativa pioneira no mercado, já que, antes dela,

nenhuma outra organização havia tornado público o seu projeto de comunicação.

Esta atitude influenciou outras organizações e, posicionou a comunicação

empresarial como imprescindível no processo de tomada de decisões.

Já nos anos 90, o conceito passou a ser estratégico para as organizações, se

vinculando diretamente ao negócio, e sendo assumida por profissionais da

comunicação ou do mercado que a empresa se inseria. Esta mudança acarretou um

novo perfil para a área, demandando planejamento, recursos, tecnologias e

profissionais capacitados para exercê-la. Da mesma forma, serviu de estímulo para

as empresas criarem uma autêntica cultura de comunicação e atendimento, o que

17

valorizou os públicos internos e a adoção de atributos como profissionalismo, ética,

transparência, agilidade e exercício pleno da cidadania (BUENO, 2003).

Atualmente, esse tipo de comunicação vem evoluindo para um novo patamar,

tornando-se um membro importante do processo de inteligência organizacional. A

comunicação empresarial consegue usufruir das novas tecnologias, explorar novas

mídias e, sobretudo, elevar ao máximo a interface entre as empresas e a sociedade.

3.2 A importância da Comunicação Empresarial

A comunicação exerce uma grande influência no equilíbrio, desenvolvimento

e expansão das empresas. Ao entrarmos no século XXI, a comunicação ganhou

força em praticamente todos os setores de uma organização. Por quê? Nós estamos

inseridos em uma era mais sofisticada em termos de comunicação. Como a

informação viaja à velocidade da luz, resultado de avanços tecnológicos como a

Internet e os blogs, é perceptível que a sociedade exige estar cada vez mais

informada hoje sobre as missões, visões e valores das organizações. Argenti (2006,

p. 12) afirma que “as pessoas tendem a ser mais bem informadas sobre questões

empresariais e mais céticas em relação às intenções das empresas.”

De acordo com o site Comunicação Empresarial On Line (2013):

A Comunicação Empresarial (Organizacional, Corporativa ou Institucional) compreende um conjunto complexo de atividades, ações, estratégias, produtos e processos desenvolvidos para reforçar a imagem de uma empresa ou entidade (sindicato, órgãos governamentais, ONGs, associações, universidades etc) junto aos seus públicos de interesse (consumidores, empregados, formadores de opinião, classe política ou empresarial, acionistas, comunidade acadêmica ou financeira, jornalistas etc) ou junto à opinião pública.

Bahia (1995) ratifica que quando a organização constrói um canal de

comunicação com a sociedade, ela alcança especializações como relações públicas,

jornalismo, marketing, entre outras áreas, e passa a constituir um polo de

informações.

18

Essa rede de notícias deve compreender informações internas e externas,

sugestões, críticas e demandas de todo tipo. A rede de informações de uma

empresa não pratica apenas técnicas de comunicação. Ela permite a organização o

contato direto com seus públicos, de forma, a saber, o que os funcionários e os

consumidores pensam ou querem.

Rego (1986, p. 50) ressalta a necessidade de comunicação das empresas

afirmando que:

É a comunicação que proporciona a reunião das partes distintas da empresa, produzindo as condições para um trabalho coordenado das estruturas, permitindo, enfim, que as cúpulas empresariais atinjam as metas programadas. Ela define-se como um processo dinâmico que compreende a existência, o crescimento, a mudança e o comportamento de toda a organização e é determinada pela necessidade, utilidade e conveniência, tanto da parte da empresa como da parte dos que nela estão integrados, direta ou indiretamente.

O autor defende a ideia de que a comunicação empresarial é uma atividade

sistêmica, ou seja, uma atividade constante, e que não deve assumir apenas um

papel operacional, mas ser um fator determinante para todas as decisões da

empresa.

Já Tavares (2007), observa que, a partir da evolução da tecnologia e da

existência da internet, a notícia passou a ser global. Desse modo, as empresas

passaram a entender a importância de ter uma imagem positiva e transparente

perante a mídia.

Para fortalecer ou construir essa tão desejada imagem perante os públicos de

interesse, é importante divulgar objetivos, projetos, políticas e todas as ações

institucionais da empresa. Este processo ajuda a estabelecer o que a empresa é,

cria uma relação de credibilidade com o público, define o modo como as pessoas a

veem, percebem e se relacionam com a empresa, tanto interna como externamente,

tornando-a uma organização com maior vantagem competitiva.

Para a formação de uma imagem e identidade corporativas fortes e positivas,

as empresas utilizam a comunicação empresarial com os objetivos de conquistar

espaço, manter credibilidade e aceitação de produtos e ações (KUNSCH, 2003).

Cahen (1990, p. 50) também defende que a imagem de uma organização é o

seu maior patrimônio: “Como todo patrimônio de difícil quantificação – ou grande

19

demais – não deixa de, no fundo, ser um organismo vivo que requer constante

atenção.”

Entendendo que a imagem é o bem mais valioso que a empresa pode ter,

conclui-se que o trabalho da comunicação empresarial é fundamental para que a

imagem da organização seja construída de maneira transparente, vantajosa e

lucrativa para todos os seus públicos. Desse modo, é imprescindível que a empresa

invista para ser bem informada e comunicar bem, deixando de lado a ideia de que a

comunicação não merece a mesma atenção que as demais estratégias

empresariais.

3.3 OS NOVOS ATRIBUTOS DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

Atualmente, a comunicação empresarial encara um conjunto de novos

atributos que a tipificam como uma ferramenta estratégica. Ela caminha para

assumir, por inteiro, a perspectiva da chamada comunicação integrada.

Vianna (2005, p. 10) conceitua a comunicação integrada como:

Uma filosofia que busca convergir às diversas áreas da comunicação nas organizações, respeitando as diferenças e competências dos diversos profissionais de comunicação, e que através de uma visão estratégica procura resultar numa comunicação sinérgica e unificada, sedimentada numa cultura organizacional participativa e pautada em princípios éticos, que estimule a valorização do indivíduo e as práticas de cidadania.

Para Kunsch (1997), a comunicação integrada contribui para a sobrevivência

e o desempenho de uma organização numa realidade complexa e que se altera de

forma muito rápida.

Hoje em dia, não é possível mais pensar em realizar uma brilhante assessoria de imprensa, criar campanhas retumbantes ou produzir peças publicitárias impactantes de forma isolada, sem o envolvimento de todas as subáreas da comunicação organizacional. (KUNSCH, 1997, p. 149).

Desse modo, pode-se compreender que a comunicação integrada resulta em

um esforço conjunto das atividades de comunicação em uma empresa. A

20

comunicação interna e a externa devem complementar uma à outra, visando

fortalecer a empresa e os seus diálogos. Mesmo que cada atividade de

comunicação tenha a sua especificidade, o planejamento deve ser centralizado. É

papel da comunicação, ordenar e integrar todas as partes de uma empresa para

enquadrá-la ao novo mercado, que vem sendo construído por clientes que buscam,

cada vez mais, conhecer as empresas além dos seus produtos e serviços. Nesse

sentido, Kunsch (2003, p. 181) ressalta que essa tendência é o resultado da “[...]

exigência do novo consumidor, que procura na comunicação a racionalidade, um

maior volume de informações, o máximo de qualidade dos produtos e serviços e

identidade de quem coloca algo no mercado.”

A comunicação interna e a comunicação externa são os tipos de ações mais

relevantes na estratégia da organização, pois ambas são essenciais no âmbito da

empresa. É fundamental para os membros majoritários de uma empresa tanto a

opinião dos seus colaboradores sobre o que produzem, como a opinião do ambiente

externo.

Para Bahia (1995, p. 30), a comunicação interna pode ser entendida como “a

necessidade de transmitir ao público da casa, com frequência e clareza, o

pensamento e ação da empresa, destacando-se as posições que assumem seus

dirigentes e a consciência da função social que têm.”

Segundo Marchesi (2005 apud Justino, 2006, p. 24) é de extrema importância

que a comunicação atinja cada um dos públicos que impactam diretamente nos

negócios e nas atividades da empresa:

Nesse contexto, entendemos que os empregados e seus familiares são o público de maior e mais consistência na avaliação da reputação da organização, por isso, não é somente questão de estratégia o trabalho de comunicar internamente, mas também prioritário.

Alvarez (2006 apud Justino, 2006, p. 25) complementa o pensamento dizendo

que:

As empresas devem valorizar o seu público interno, que vão deste os funcionários operacionais e administrativos até os seus líderes, que muitas vezes são deixados de lado, por dar mais importância as comunicações institucionais, mercadológicas e administrativas, e que a Comunicação Interna deve atuar em três linhas: envolvimento, que se trata em comunicar todos os funcionários sobre a empresa, a concorrência e o mercado, deixando-os preparados para atender o público externo (clientes, imprensa, acionistas, fornecedores,

21

comunidade e governo) motivação, que todos participem do atingimento das metas e das campanhas internas e comprometimento, valorizar o relacionamento interpessoal.

Fora dos limites internos da empresa, a comunicação externa inclui toda

veiculação de informações emitidas pela organização para uma opinião pública.

Como toda atividade de comunicação de uma empresa, a de caráter externo tem

como um dos principais objetivos estreitar as relações empresa-público.

A comunicação externa – aquela que fala com a sociedade de forma geral, e com seus grupamentos e organizações de forma mais detalhada - é uma ferramenta a ser utilizada para oferecer ao público subsídios e informações que contribuam para construir uma imagem positiva da organização, que obviamente precisa estar alicerçada na realidade, representada por bons produtos e serviços, preço justo, atendimento digno, e assim por diante. (MANUAL, 2013).

Sejam em jornais, revistas, sites, relatórios, entre outros meios, a

comunicação com o público externo tem o intuito de se aproximar do cliente. Para

estabelecer esse canal de maneira satisfatória, a imprensa aparece como um

caminho eficiente.

Duarte (2003, p. 89) defende que “o salto de qualidade entre a relação das

empresas e a mídia ocorreu quando os profissionais com experiências em redação e

que são dispostos em manter um diálogo entraram nas assessorias.” Desta forma, a

assessoria de imprensa atua para gerar notícias que ajudem a construir a

credibilidade da empresa em vários veículos de comunicação. Informar a opinião

pública sobre o que ocorre dentro e fora da empresa, através de um porta-voz que

possa falar de maneira transparente e cuidadosa em nome da organização.

Sobre essa perspectiva, Mafei (2004, p. 25) afirma que, “o bom assessor tem

muito de um bom repórter. Apura criteriosamente informações sobre assessorado,

busca dados que compõem uma notícia e procura fontes confiáveis.”

É um equívoco pensar que as atividades de uma assessoria de comunicação

devem se limitar a simples questões de operacionalização e execução. Para

Torquato (2001, p. 214):

O bom assessor de comunicação deve ser um executivo com as altas funções de assessorar diretamente os níveis superiores. Ele deve formular sugestões, mostrar e demonstrar saídas para questões

22

complicadas, estabelecer pontes entre os dirigentes e os meios de comunicação, criar condições para o relacionamento cordial com editores e repórteres especializados.

O assessor de comunicação, em sua polivalência, precisa ter noções sobre os

processos administrativos, conhecimentos sobre economia, política, sociologia,

psicologia, além, evidentemente, de técnicas de comunicação.

Para reforçar a comunicação externa, além da assessoria de imprensa, que já

informa ao mercado todos os atributos positivos e conquistas da empresa, as

atividades externas também ganham o reconhecimento do público através do

trabalho exercido por áreas como Publicidade, Relações Públicas, Propaganda e

Marketing, que acrescentam personalidade aos produtos e serviços.

O bom marketing não é acidental. Ele resulta de planejamento e execução cuidadosos. Em quase todos os setores, as práticas de marketing estão sendo continuamente refinadas e reformuladas para aumentar as chances de sucesso. (KOTLER; KELLER, 2006, p. 2).

No campo das novas tecnologias, outro aliado da comunicação externa é a

internet, que possibilita um espaço para jornais ou revistas eletrônicas, TVs online,

sites, entre outras ferramentas.

A internet transfere o poder para as mãos do usuário ou consumidor, que tem uma infinidade de opções para obter, selecionar e editar, ele mesmo, as informações de seu interesse. Isso exige maior objetividade e ainda mais transparência nas informações ao consumidor, em particular, e à sociedade, em geral, e aumenta a vigilância da sociedade sobre as empresas. Além de mais transparência, a Internet também exige mais agilidade das empresas na comunicação com seus diversos públicos. (MANUAL, 2013).

Não há dúvida que o “poder de fogo” de muitas organizações reside hoje na

capacidade de divulgação e de mobilização pela internet. Ela tem permitido às

organizações uma exposição intensa na mídia e perante a opinião pública,

viabilizando seus objetivos e sua missão.

A internet vem sendo cada vez mais utilizada, e os números de internautas

crescem todos os dias devido à rapidez e a interatividade encontradas no canal.

Assim, todas as informações empresariais divulgadas na internet devem ser

criteriosamente observadas, as informações precisam ser transparentes e com uma

linguagem adequada para cada público. Até porque, em grande parte dos casos

23

hoje, o site se torna uma das principais fontes de informação sobre aquela

organização.

Alguns eventos também se tornam parte fundamental para a realização de

uma boa comunicação integrada. Segundo Vasconcelos (2009, p. 55):

São feiras, lançamentos, almoços, solenidades, shows e assim por diante. Em alguns destes eventos, funcionários são convidados e na maioria a alta gerência está presente, como representante dos interesses da empresa. Apoios e patrocínios também são ações estratégicas relevantes, pois além de facilitarem o acesso do funcionário aos eventos culturais e esportivos, também demonstram responsabilidade social, gerando propaganda gratuita e reforçando as filosofias da empresa.

Com base nesse estudo, é possível enxergar a necessidade da comunicação

ser integrada para o sucesso de uma organização. Todas as partes devem

acontecer conjuntas, pois um setor completa o outro, um público é responsável pela

existência do outro. Quando se forma a consciência de que investir em comunicação

é importante, compreende-se que o uso de táticas e estratégias comunicacionais

agregam valor à marca e aos produtos ou serviços de uma empresa.

As ações de comunicação são uma necessidade social para as organizações

manterem relacionamentos com todos os públicos de interesse. Essa relação com a

coletividade deve ser contínua e não pode excluir nenhum grupo, mesmo aqueles

que não possam ser de interesse imediato. A empresa precisa se mostrar disposta

para suprir necessidades de cada público, e para isso, se comunicar de forma

adequada e atenciosa para atendê-los.

24

4 SUSTENTABILIDADE

4.1 O CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE

Nos dias atuais o termo sustentabilidade tem sido constantemente citado nos

jornais, revistas e noticiários. Diariamente, são divulgadas matérias a respeito do

assunto. No entanto, poucos conhecem o significado do termo.

Há diversas definições acerca do que seja sustentabilidade. Segundo o Portal

da Sustentabilidade (2013), o termo é assim definido:

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.

Se já achamos essa definição bem teórica a respeito do assunto, podemos

ver ainda mais tecnicamente o significado no Dicionário (FERREIRA, 2004, p. 457),

que define o termo como sendo “aquilo que pode se sustentar, capaz de se manter

mais ou menos constante, ou estável, por longo período.”

Podemos analisar que teoricamente a sustentabilidade é apenas um conceito,

porém na prática pode ser tomada como atitudes, gestos, ideias e ações que são

promovidas com o objetivo de prejudicar o menos possível o equilíbrio entre as

comunidades humanas e o meio ambiente. As ações de sustentabilidade conservam

os recursos naturais e a biosfera.

Sustentabilidade é a capacidade de se autossustentar, de se automanter. Uma atividade sustentável qualquer é aquela que pode ser mantida por um longo período indeterminado de tempo, ou seja, para sempre, de forma a não se esgotar nunca, apesar dos imprevistos que podem vir a ocorrer durante este período. Pode-se ampliar o conceito de sustentabilidade, em se tratando de uma sociedade sustentável, que não coloca em risco os recursos naturais como o ar, a água, o solo e a vida vegetal e animal dos quais a vida (da sociedade) depende. (PHILIPPI, 2001 apud ARAÚJO et al., 2006).

25

O princípio da sustentabilidade aplica-se para todas as pessoas e

empreendimentos do planeta, e se baseia em alguns pontos chaves para que seja

considerado sustentável: ser socialmente justo, ecologicamente correto e viável e

culturalmente aceito.

Em suma, é um caminho viável para a melhoria e preservação do meio

ambiente que nos últimos tempos vem sendo compreendido pelas pessoas que

estão adquirindo a consciência de que é necessário agir em favor do planeta.

4.2 ORIGEM DA SUSTENTABILIDADE

O conceito de sustentabilidade surgiu a partir da década de 80, quando

teóricos passaram a escrever sobre a preocupação da preservação no planeta, pois

os impactos ambientais cresciam gradativamente, atingindo todas as camadas da

população, causando consequências gravíssimas na exploração predatória da

natureza.

O físico e teórico Capra (2005, p. 237) informa que o conceito de

sustentabilidade teve sua origem através da definição de Lester Brown, fundador do

Instituto Worldwatch, que avaliava a “sociedade sustentável como aquela que

satisfaz suas necessidades sem comprometer as chances de sobrevivência das

gerações futuras.” Em seu Instituto, que era privado, e não possuía nenhum fim

lucrativo, dedicou-se a estudar as questões ambientais em todo o mundo. Essas

pesquisas lhe renderam muitos prêmios, inclusive a medalha de ouro do Fundo

Mundial para a Natureza no ano de 1989.

Com os teóricos em fervor, escrevendo livros e artigos sobre a

sustentabilidade, começou-se a se relevar a importância dessa preservação e

conservação ambiental e começou-se a se discutir o assunto em palestras,

conferências e seminários.

Realizada em Estocolmo no mês de junho no ano de 1972, a primeira

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano (United Nations

Conference on the Human Environment – UNCHE) também moldou os primeiros

conceitos de sustentabilidade, lançando formas das ações ambientais,

principalmente para as questões relacionadas com a poluição e degradação

ambiental. Discutiu também as atividades humanas em relação ao meio ambiente e

26

definiu princípios para a melhoria e preservação do meio ambiente, mostrando a

necessidade de viabilização de apoio financeiro para o desenvolvimento sustentável

(CORAL, 2002).

Consolidando o conceito de desenvolvimento sustentável, a Conferência de

Meio Ambiente e Desenvolvimento, que foi realizada no ano de 1992 na cidade do

Rio de Janeiro, colocou os temas meio ambiente e desenvolvimento juntos,

moldando e concretizando o que foi apenas esboçado na conferência da ONU em

1972. Essa conferência aprovou a definição de desenvolvimento sustentável que

ficou entendida como: “o desenvolvimento que atende às necessidades do presente

sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de atenderem às suas

próprias necessidades.”

Em virtude dessa existente busca para soluções dos problemas ambientais,

nasceram as primeiras definições de sustentabilidade, abarcando diversas áreas do

conhecimento humano.

4.3 O MARKETING E A SUSTENTABILIDADE

Com o aumento da preocupação com as questões ambientais, muitas

disciplinas incluíram a sustentabilidade como objeto de estudo e análise. A

necessidade de assumir novos comportamentos em relação a essa temática inclui,

por sua vez, o marketing voltado para um consumidor consciente.

Segundo Dias (2007), em função das questões ecológicas, as empresas têm

procurado estabelecer um posicionamento favorável com os consumidores, e em

relação à concorrência, estratégias de marketing voltadas para a sustentabilidade

como uma variável competitiva.

A relação entre consumo e meio ambiente está ligada às necessidades

recentes surgidas de um novo tipo de consumidor. As implicações mercadológicas

dos produtos passam a atender às especificações da legislação ambiental, pois

estas contemplam expectativas do consumidor atual preocupado com o meio

ambiente.

O marketing ecológico busca formas de atender aos ilimitados desejos e

necessidades dos consumidores, sem prejudicar o meio ambiente natural, e ao

27

mesmo tempo, realizando os objetivos de comercialização das organizações (DIAS,

2007).

As mudanças nos modelos de marketing se dão a partir dos novos cenários

do mercado. Essas transformações começaram desde o momento em que se

passou a valorizar o cliente, buscando a sua satisfação. A partir desse novo cenário

de mudanças sociais, surgiu a preocupação do consumidor com o meio ambiente e

isso foi transferido para o consumo. Diante disso, as empresas tiveram que incluir no

seu posicionamento estratégico a visão sustentável. Mas, será que é possível

agregar o marketing à sustentabilidade?

Segundo Kotler; Kartajaya; Setiawan (2010), a sustentabilidade ganha

prioridade no consciente e inconsciente coletivo, e provêm o melhor para as pessoas

e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido, tornando fator

primordial no momento da compra. Se essa nova tendência de negócios for bem

trabalhada traz benefícios para a empresa tanto financeiramente como

corporativamente, pois consegue fincar seu real posicionamento para que os seus

consumidores não a esqueçam jamais.

Isso mostra claramente que o marketing pode se agregar facilmente à

sustentabilidade, precisando apenas que essa nova tendência seja bem trabalhada

para que o consumidor veja claramente que a empresa não se diz apenas

sustentável, mas também age segundo os moldes que prega.

Atribuindo de forma correta o valor ao produto/serviço e agindo de forma

correta e limpa de acordo com as práticas sustentáveis, o marketing e a

sustentabilidade podem sim, andar de mãos dadas.

4.4 O POSICIONAMENTO DAS MARCAS SUSTENTÁVEIS

O correto posicionamento de uma marca no mercado constitui um dos

principais fatores determinantes do seu sucesso. O posicionamento corresponde ao

lugar que a marca ocupa na mente do consumidor em relação aos concorrentes.

Segundo Cassar (2003 apud DIAS, 2007, p. 176), ele compõe “um conjunto

complexo de percepções, sensações e impressões que os consumidores

desenvolvem em relação a um produto e sua comparação com os concorrentes.”

28

O conceito de posicionamento refere-se à escolha que a organização faz

quanto à posição que deseja ocupar no mercado. Diante disto, o produto verde

ajuda a criar um diferencial competitivo que facilita este processo. Para se obter o

sucesso, a empresa deve elaborar uma estratégia de posicionamento que reúna

características de baixo impacto ambiental com a possível reação do cliente (DIAS,

2007).

Os consumidores de produtos verdes podem assumir duas posturas em

relação ao produto apresentado. De acordo com Dias (2007), a postura assumida

pelos clientes pode conter duas reações possíveis: a emocional e a racional. A

postura emocional está ligada à relação do consumidor com o mundo natural, já a

racional se caracteriza pelos fatores que levam a compra, como os processos e

atribuições do produto, por exemplo.

Tendo em vista esta constatação, duas estratégias de posicionamento de

marcas ecológicas podem ser adotadas: o posicionamento ecológico com reflexo

racional e emocional.

O posicionamento com reflexo racional visa formar a percepção da marca

perante o consumidor, procurando informar que todo o ciclo de vida do produto é

ecologicamente correto, e por isso, causa baixo impacto ambiental.

O posicionamento ecológico com reflexos emocionais permite associar a

marca a uma experiência sensorial com a natureza. A idealização do meio ambiente

ligada a belas paisagens, por exemplo, apresenta grande identificação e afinidade

emocional por amplas parcelas da população.

Vale ressaltar que, com a predominação de uma nova consciência ambiental

da opinião pública, diante de tantos impactos ambientais negativos, o fator

emocional ganha espaço na impressão dos consumidores diante de uma marca. Ele

influencia um retorno para a empresa em curto prazo, mas é o fator racional que

determina o benefício a médio e longo prazo.

Dias (2007, p. 178) ainda afirma que:

Uma estratégia de posicionamento ecológico que combine as duas estratégias citadas poderá obter reações positivas mais consistentes por parte do consumidor, pois a dimensão emocional aproxima o cliente da marca, e a dimensão racional consolida a fidelidade deste, pois fundamenta a sua escolha perante outros membros da sociedade.

29

Porém, é preciso ter consciência que para as estratégias de posicionamento

verde sejam eficazes, elas precisam estar aliadas a uma comunicação eficaz e

baseadas em atributos reais e consistentes, pois caso contrário, não haverá retorno

para a empresa a médio ou longo prazo.

4.5 SUSTENTABILIDADE E A FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO

A comunicação tem um papel importante no processo de conscientização e

de mobilização para a sustentabilidade. Voltada para o meio ambiente, a

comunicação envolve universos distintos, e não é caracterizada apenas em usar a

mídia para falar sobre o assunto.

É possível notar que hoje em dia se fala muito sobre o meio ambiente. Porém,

nem sempre essas informações tem o intuito de conseguir promover a mudança de

atitude nas pessoas em prol de um mundo mais sustentável. No ambiente

empresarial, muitas vezes a comunicação ambiental se torna apenas um

greenwash. Para a garantia de sucesso de uma empresa, a comunicação ambiental

precisa ser respaldada por ações consistentes.

No entanto, esse tipo de comunicação, como qualquer outra, possui algumas

particularidades. Berna (2013) escreveu um artigo em que enumera os Dez

Mandamentos da Comunicação Ambiental:

1 A comunicação ambiental, como qualquer atividade humana, não é neutra -

Trata-se de uma técnica que pode ser usada por pessoas que realmente estejam

empenhadas na defesa do meio ambiente, ou também movida por interesses

individuais ou corporativos que contratam profissionais para passar uma imagem

ecologicamente correta. Por isso, é recomendado que o profissional de comunicação

ambiental desenvolva sua conduta por um código de ética ambiental;

2 Direito e dever de se comunicar - Informar sobre o que fazem a favor do

meio ambiente é um direito e um dever das empresas. Ao se comunicarem

adequadamente com o público de interesse, as organizações passam a contribuir

para a formação da consciência ambiental na população e dar o exemplo para

outras empresas;

3 Um profissional da comunicação ambiental não precisa necessariamente

ser ambientalista - A decisão de ser um ambientalista é, antes de tudo, cidadã. O

30

engajamento, neste caso, não é apenas do profissional de comunicação ambiental,

mas do cidadão. Essa posição deve estar clara para que o resultado do trabalho não

se transforme em folhetos ideológicos que privilegiam a opinião de um lado em

detrimento das outras;

4 Os limites da comunicação Ambiental - Tornar acessível a comunicação

ambiental pode não ser o bastante para produzir mudanças significativas de opinião.

Apenas veicular a informação ambiental sem de fato ter um compromisso com o

público crítico e participativo, como defende a educação ambiental, pode ter um

efeito contrário e aumentar a velocidade do saque aos recursos do Planeta.

5 Adaptar o „ecologês‟ - Sensibilizar e mobilizar a sociedade em busca de

práticas ambientalmente responsáveis são a chave para construir um mundo melhor,

e o profissionais de comunicação ambiental precisam falar de maneira que a

linguagem possa ser percebida por todos.

6 A opinião pública não é um livro em branco - É fundamental que se

pesquise sobre a percepção que os públicos já possuem sobre o tema, pois uma

política de comunicação ambiental nunca parte do zero. Estar bem informado nesse

aspecto possibilita identificar quais os públicos são os mais prioritários, que tipo de

mensagem e linguagem serão mais apropriados.

7 A verdade como melhor estratégia - A melhor alternativa contra a

desconfiança do público é a verdade. A circulação de documentos e informações

específicas, bem como a identificação de parceiros nos projetos desenvolvidos.

Promover visitas ao empreendimento também contribuem.

8 Os papéis das mídias - Ao planejar mídias para a área ambiental, os

profissionais de comunicação devem diferenciar os papéis das grandes mídias e das

mídias especializadas em meio ambiente para que não haja um desperdício de

recursos ou estratégias que não atinjam o objetivo desejado. Saber direcionar a

informação para o público que realmente se interessa pelo meio ambiente ajuda a

obter melhores resultados.

9 O todo em vez das partes - Um plano de comunicação ambiental deve

abranger todos os setores. Além da importância da atuação de áreas como

assessoria de imprensa e publicidade e propaganda, a engenharia de produção e o

controle e monitoramento ambiental, por exemplo, também devem atuar de maneira

que se comprometam com a preservação do meio ambiente.

31

10 Comunicação em mão dupla - Ao criar Conselhos Comunitários ou

Auditorias Ambientais Não-Governamentais para tomadas de decisões, as empresas

abrem espaço para o diálogo, permitem que análises e decisões sobre os problemas

sejam tomadas em conjunto e, desse modo, estimulam o comprometimento de todas

as partes envolvidas.

A partir do exposto, é possível perceber que a comunicação ambiental

também é estratégica. O papel dos profissionais de comunicação em escolher como

e para quem dizer é fundamental para que se haja uma tomada de consciência

ecológica, e também atenda o segmento da opinião pública que está cada vez mais

sensível às questões ambientais.

32

5 ESTUDO DE CASO

5.1 NATURA, A EMPRESA COM O GENE DA SUSTENTABILIDADE EM SEU NEGÓCIO

5.1.1 A história da marca Natura

A Natura foi criada em 1969, a partir de um laboratório e uma pequena loja de

cosméticos em São Paulo. Fundada por Antônio Luiz Seabra, a marca nasceu

baseada na qualidade dos seus produtos, e com o conceito de auxiliar as pessoas a

se conhecerem melhor e a serem mais felizes. Suas ideias e princípios desde o

surgimento sempre estiveram focadas em cosmética como um meio de

autoconhecimento e de mudança na vida dos indivíduos, permitindo também a

expressão da vida por meio de seus produtos.

Ao longo dos anos, a Natura cresceu e ampliou os seus espaços, o que

ocasionou um aumento no número de laboratórios. A partir de 1974, a marca adotou

o sistema de venda direta, e assim surgiram as Consultoras Natura, revendedoras

autônomas que compram e revendem os produtos da marca. A decisão de optar por

um atendimento personalizado se baseou em uma alternativa que viabilizaria o

crescimento da empresa apoiado na força das relações pessoais.

Na década de 80, a Natura ganha força com a comercialização de novos

produtos e conquista novos mercados no país. A empresa registrou crescimento de

mais de 30 vezes em faturamento. Em 1983, a marca inovou ao lançar, em uma

iniciativa pioneira, os refis dos produtos permitindo economia de custo para o

consumidor, diminuição do desperdício e aumento da consciência ecológica.

No início da década de 90, a empresa sentiu a necessidade de explicitar as

suas crenças e formalizar o seu compromisso social através da sua missão, visão e

valores. Os conceitos que as expressam foram representados pela criação de novos

produtos, como o Chronos Gel, tratamento antissinais lançado em 1996, com o

conceito que a beleza da mulher não depende da idade e nem deve estar sujeita a

padrões.

Em 1994, a internacionalização da Natura foi iniciada. Nessa época, o seu

crescimento se expandiu com a instalação de Centros de Distribuição e formação de

Consultoras na Bolívia, Argentina, Chile e Peru.

33

Em 1999, a Natura inovou ao incorporar no seu negócio o uso sustentável da

biodiversidade brasileira como plataforma tecnológica de sua pesquisa e

desenvolvimento, passando a realizar regularmente o controle e monitoramento

ambiental de suas atividades.

Com a chegada do ano 2000, a marca inicia o seu terceiro ciclo de vida,

formado por uma nova fase de investimentos em infraestrutura e capacitação. A

Natura lança a linha Ekos, cujos produtos reúnem ativos da biodiversidade brasileira

obtidos de forma sustentável. Nesse mesmo ano, a empresa inicia a construção do

Espaço Natura, um centro integrado de produção, logística, pesquisa e

desenvolvimento de cosméticos localizado em São Paulo.

Com 44 anos de existência, a Natura hoje permanece como um dos maiores

fabricantes brasileiros no setor de cosméticos, produtos de higiene e de perfumaria.

A Natura está presente no Brasil, Argentina, Peru, Chile, México, Colômbia e

também na França, onde mantém uma loja e um centro-satélite de pesquisa e

tecnologia. O comprometimento da empresa é servir bem o cliente e buscar uma

qualidade nas relações com seus diferentes públicos.

Figura 1 - Perfil Natura

Fonte: NATURA, 2013.

Além da sua preocupação no relacionamento com seus clientes, a Natura

também promove inovação e constante busca no aperfeiçoamento de seus produtos

com o objetivo de encontrar alternativas para alcançar um modelo de

desenvolvimento sustentável de negócios.

34

5.1.2 Missão e visão da empresa

Em sua apresentação na internet através do site, a Natura destaca que a sua

missão se compromete em comercializar produtos e serviços que promovam o

“Bem-Estar/Estar Bem”. Para um melhor entendimento do público, a Natura

conceitua como:

Bem-estar: são as relações harmoniosas, agradáveis do indivíduo consigo mesmo, com seu corpo. Estar bem: são as relações empáticas, bem-sucedidas, prazerosas do indivíduo com o outro, com a natureza da qual faz parte como todo. (NATURA, 2013).

Em harmonia com a sua missão, a sua visão de mundo fala que a marca se

torna uma expressão mundial por seu comportamento empresarial e pela qualidade

das relações que transmite através dos seus produtos e serviços. A Natura revela se

identificar com “a comunidade das pessoas que se comprometem com a construção

de um mundo melhor através da melhor relação consigo mesmas, com o outro, com

a natureza da qual fazem parte e com o todo.” (NATURA, 2013).

Ao se posicionar desse modo, a Natura confirma que sua empresa funciona

como um dinâmico conjunto de relações, que não apenas busca a beleza por meio

dos produtos, mas também prioriza a evolução da sociedade e seu desenvolvimento

sustentável.

5.2 O SITE NATURA.NET

Como já mencionado neste trabalho, a internet aparece hoje como um canal

fundamental de comunicação para as empresas. Apresentar um ambiente virtual

bem estruturado, com informações relevantes e de fácil leitura colabora para uma

maior vantagem competitiva em um mercado tão acirrado. Para analisar o objeto de

estudo, foi escolhido o site da empresa Natura, que além de disponibilizar um

grande acervo de informações, utiliza o espaço virtual para mostrar o seu

posicionamento em relação ao desenvolvimento sustentável do nosso planeta e as

suas demais crenças. A partir do site, é possível fazer observações pontuais sobre a

comunicação empresarial e o trabalho feito pela marca. Além dos produtos, suas

políticas, conceitos e outros aspectos aparecem de maneira significativa no site, o

que facilita e ajuda a construir a imagem que as pessoas têm da empresa.

35

Ao acessar o site da Natura, o internauta entra automaticamente como

consumidor, no entanto, percebe que existem áreas direcionadas para todos os

públicos de interesse. Além do usuário consumidor, é possível acessar o site como

consultor, força de vendas, colaborador, investidor ou fornecedor. Desse modo, já é

possível notar que há uma preocupação com a comunicação, que procura

diferenciar o conteúdo para cada público. Outro aspecto que também facilita a

navegação é poder optar por outros países onde a Natura atua, como, por exemplo,

a Argentina, a França e o Peru, no caso do internauta pertencer a outro país que

não seja o Brasil.

Com um layout “clean” e bem organizado, a sua página de apresentação traz

links (ilustrados também por imagens), sobre o universo web da Natura, com

algumas especificidades como um site exclusivo da linha Ekos, o projeto Natura

Musical, o portal Homem e a sua TV Online “Aqui tem Natura”. Nesse primeiro

contato, também é possível visualizar a presença da Natura nas principais redes

sociais da atualidade, o que também convida o internauta a acessar estes espaços

posteriormente.

Figura 2 - Apresentação do site natura.net

.

Fonte: NATURA, 2013.

36

Ao convidar a conhecer a empresa, o site leva o internauta à seção “Sobre a

Natura”, na qual estão explícitas informações importantes para o estudo deste

trabalho. A apresentação da empresa já demonstra a sua preocupação com as

questões sustentáveis e o relacionamento com os públicos de interesse:

Em nosso comportamento empresarial, buscamos criar valor para a sociedade como um todo, gerando resultados integrados nas dimensões econômica, social e ambiental. Acreditamos que resultados sustentáveis são aqueles alcançados por meio de relações de qualidade e, por isso, buscamos manter canais de diálogo abertos com todos os públicos com quem temos contato, em um exercício contínuo de transparência. (NATURA, 2013).

A relação de qualidade que deve ser construída com o público, como já foi

mencionada no capítulo teórico, ganha força a partir dos “Princípios de

relacionamento Natura”, que possuem um espaço específico no site:

Durante toda a nossa trajetória buscamos cultivar relações éticas, verdadeiras e transparentes com nossos consumidores, colaboradores, consultoras e consultores, fornecedores e tantos outros que têm se relacionado conosco e vêm ajudando a construir a nossa marca. Visando aprimorar a qualidade dessas relações, elaboramos os Princípios de Relacionamento Natura, um documento que inspira e orienta nossas ações com públicos fundamentais para nossa empresa e traz, de uma forma mais concreta, as nossas Crenças, Visão e Razão de Ser para a vida cotidiana. (NATURA, 2013).

O detalhamento destes princípios possibilita que as pessoas entendam, de

fato, o significado das relações para a empresa. Essa valorização reforça os

fundamentos da comunicação empresarial na prática.

A Natura tem como um dos seus princípios o desenvolvimento sustentável, e

para comunicar aos seus clientes, ela busca deixar transparente a sua relação com

o meio ambiente atribuindo o fato a imagem da marca na parte de “Políticas”:

A Natura assume ser uma empresa ambientalmente responsável em gerenciar suas atividades de maneira a identificar os impactos sobre o meio ambiente, buscando minimizar aqueles que são negativos e amplificar os positivos. Deve, portanto, agir para a manutenção e melhoria das condições ambientais, minimizando ações próprias potencialmente agressivas ao meio ambiente e disseminando para outras empresas as práticas e conhecimentos adquiridos na experiência da gestão ambiental. (NATURA, 2013).

37

Tendo a política do meio ambiente como um dos pilares de seu compromisso

com a sustentabilidade, a Natura explica que busca a ecoeficiência ao longo de sua

cadeia de geração de valor, favorecendo assim a biodiversidade e valorizando a sua

responsabilidade social. As Diretrizes para o Meio Ambiente da Natura sobre a

política ambiental contemplam: “A responsabilidade para com as gerações futuras”;

“A educação ambiental”; “O gerenciamento do impacto do meio ambiente e do ciclo

de vida de produtos e serviços”; “A minimização de entradas e saídas de materiais”.

As diretrizes são citadas e detalhadas nesta parte do site.

Ainda no espaço de “Políticas”, também há explicações sobre a tabela

ambiental dos produtos.

Nossos produtos vêm com uma tabela ambiental, semelhante às tabelas nutricionais existentes nos alimentos, apresentando informações que dão transparência sobre a origem e impacto de nossas fórmulas e embalagens, incentivando o consumo consciente. (NATURA, 2013).

Figura 3 - Tabela ambiental da Natura

Fonte: NATURA, 2013.

Em relação à produção de suas embalagens, a Natura comunica que realiza

constantemente ações preventivas com a meta de reduzir o impacto da sua

produção no meio ambiente. A partir do pioneirismo no uso de refis para os seus

produtos, a empresa encontrou uma alternativa para conter o acúmulo de dejetos

38

sobre a natureza. Segundo o site, apenas em 2009, e só na capital de São Paulo,

foram vendidos quase 2 milhões de unidades de refil, o que ocasionou uma

economia de 83 toneladas de plástico.

Além dos refis produzidos com plástico no formato de sachê, a Natura

também produz refis com plástico verde, como é o caso do sabonete cremoso Erva

Doce. Como o produto pioneiro do setor, a sua embalagem hoje possui as mesmas

propriedades do plástico petroquímico, mas com uma origem vegetal renovável. De

acordo com a Natura, o produto reduz 71% na emissão de gases causadores do

aquecimento global, sendo 100% reciclável.

A iniciativa e constante preocupação da Natura com suas embalagens

evidenciam a responsabilidade da marca em se comprometer com questões

sustentáveis, motivando seus consumidores a comprar produtos que façam uso do

refil. Ao comunicar a sua importância, a empresa promove a educação ambiental

através do uso do marketing verde, pressionando também a sua concorrência para

uma mudança de postura em relação ao meio ambiente.

Ainda na seção “Sobre a Natura”, a empresa informa que, desde dezembro

de 2006, os testes em animais não são mais realizados para o desenvolvimento dos

seus produtos. A empresa justifica que os testes são feitos por outros meios,

afirmando que:

A fim de garantir a eficácia e a segurança de nossos produtos, sem utilizar os animais em nossos testes, utilizamos as mais avançadas técnicas mundiais de avaliação que incluem modelos computacionais, pesquisa e revisão contínua dos dados publicados em literatura científica do mundo todo e testes in vitro, que também são aceitos pela comunidade científica internacional como alternativa ao uso de animais. Além disto, contamos com uma equipe de cientistas que busca continuamente trabalhar com as mais avançadas tecnologias para tornar as avaliações cada vez mais precisas e eficazes. (NATURA, 2013).

Ao abolir os testes em animais, a empresa ainda cita que hoje, sem

mencionar grandes detalhes, forma parcerias com laboratórios e entidades, por

exemplo, com o intuito de eliminar esta prática no segmento cosmético local e

internacional.

Na seção “Natura e Sociedade”, a área de “apoios e patrocínios” traz os

projetos que a empresa se faz presente. Além da área da moda e da música, a

39

marca integra, mais uma vez, projetos que preveem o desenvolvimento sustentável.

Para justificar a sua inclusão em projetos deste gênero, a Natura afirma que:

Desenvolvimento sustentável é uma questão que está em nossa essência, e se expressa na maneira como pensamos e fazemos negócios. A natureza do nosso trabalho nos revelou logo cedo que o cuidado com a terra e com as pessoas que vivem dela são ingredientes fundamentais para a conservação do meio ambiente e para o desenvolvimento local, que, juntos, mantêm o equilíbrio da cadeia da vida. (NATURA, 2013).

Figura 4 - Apoios e patrocínios Natura

Fonte: NATURA, 2013.

Os apoios e patrocínios descritos no site conseguem evidenciar o

compromisso que a marca firma com o terceiro setor, e, ao mesmo tempo, reforçam

seus interesses e preocupações com questões ambientais, favorecendo o marketing

ambiental praticado pela organização.

Essa área acaba se interligando com outras seções, como a “Editorial”, que

traz as últimas novidades dos blogs e comunidades Natura. Uma das ONGs de

cunho socioambiental que conta com o apoio da empresa, o Instituto Akatu,

apareceu como fonte em uma matéria em destaque na área “Editorial”, intitulada Dia

Mundial dos Direitos do Consumidor: você é um consumidor consciente?

40

Além de enumerar os princípios criados pelo Instituto Akatu para o consumo

consciente, o texto faz uso, mais de uma vez, do pronome “você”, o que garante

uma aproximação maior com o leitor, e permite que ele interaja na matéria através

de um espaço para comentários. Essa linguagem coloquial, semelhante a

publicações de revistas de comportamento, por exemplo, é usada em muitas

matérias do universo web da Natura. Assuntos que não tem uma ligação direta com

as suas vendas ou com a empresa também são tratadas em seu site, como a

matéria citada acima.

Como já podemos observar, a Natura passa, através da comunicação

empresarial descrita no site, que a sustentabilidade está presente de várias formas

em seu negócio. Outra aposta da Natura é agregar tecnologia e meio ambiente.

Desde o fim da década de 90, adotou-se a biodiversidade brasileira como plataforma

tecnológica da marca. Dessa forma, a Natura propõe colaborar significativamente

para o meio ambiente, assumindo o seu compromisso com o desenvolvimento

sustentável.

O processo de vegetalização da Natura teve início em 2000, a partir do

lançamento da linha Natura Ekos, a primeira a usar ativos da biodiversidade

brasileira. A empresa foi pioneira no processo que consiste em buscar matérias-

primas de origem vegetal, derivadas de fontes renováveis, cultivadas, extraídas e

processadas de forma sustentável.

Os produtos da linha Natura Ekos buscam na biodiversidade brasileira as matérias-primas que compõem suas fórmulas. Assim, folhas, frutos, amêndoas, sementes e raízes da flora mais diversa do planeta passam a ser conhecidos como ativos, pois se tornam os principais ingredientes de shampoos, condicionadores, sabonetes, hidratantes, óleos e frescores do vasto portfólio da marca. (NATURA EKOS, 2013).

No site da linha Ekos, a matéria intitulada “Sistemas Produtivos: de onde vêm

nossas matérias-primas”, informa que existem maneiras específicas para as

matérias-primas serem retiradas da natureza. Ao detalhar a técnicas do extrativismo

ou manejo florestal não-madeireiro no texto, a Natura informa que:

41

Antes de escolher os ativos que pretende usar em seus produtos, a Natura analisa uma série de fatores para que o equilíbrio e a capacidade de suporte do ecossistema sejam respeitados. A matéria-prima em questão não pode correr risco de extinção, deve ser encontrada em abundância em mais de uma região do país e ter boa dispersão de sementes. A quantidade e a frequência com que os insumos são extraídos da natureza também são controladas. (NATURA EKOS, 2013).

Ainda na mesma matéria, a descrição da técnica do cultivo expõe:

A maioria dos ativos que são cultivados tem um ciclo curto, o que significa que são colhidos uma ou mais vezes ao ano. Na escolha das matérias-primas da linha Ekos produzidas em cultivos, a Natura prioriza as que são provenientes de plantações orgânicas e agroecológicas. Essas práticas agrícolas visam, primeiramente, a preservação ambiental e o uso racional dos recursos naturais. Dessa forma, o cultivo garante a conservação do solo, dos recursos hídricos locais e da vida silvestre, além de trazer mais bem-estar a agricultores e consumidores. (NATURA EKOS, 2013).

O detalhamento dos sistemas produtivos promove um dos itens citados para

uma boa comunicação ambiental no capítulo anterior. A partir do texto, é possível

identificar que a marca realiza a educação ambiental no momento em que expõe

detalhes dos seus sistemas produtivos. Comunicando que as técnicas levam em

conta a preservação ambiental, a Natura também fortalece a sua imagem de

ecologicamente correta.

Sempre em busca de agregar tecnologia e meio ambiente, a empresa criou,

em 2007, o programa Natura Campus. Através dele, a marca investe na pesquisa de

novos conhecimentos e tecnologias para viabilizar o seu negócio e a

sustentabilidade em suas ações.

Os grupos de pesquisa em Tecnologias Sustentáveis têm como objetivo prospectar, desenvolver e implementar conceitos e tecnologias para promover o uso sustentável dos produtos e serviços da sociobiodiversidade, incluindo a pesquisa de sistemas ecológicos de produção, novos materiais de embalagens, tecnologias sociais e modelos de avaliação de impactos socioambientais. Ainda, temos um olhar para ciência e tecnologia de ingredientes para formulações de origem vegetal e/ou biotecnológica, incluindo extratos com funcionalidades cosméticas, óleos fixos e essenciais, entre outros. (NATURA CAMPUS, 2013).

42

Diante do contexto de mudanças climáticas somadas às suas práticas de

comportamento empresarial, outra contribuição significativa para o planeta, também

detalhada no site, foi a criação, em 2007, do programa Carbono Neutro, para

promover uma redução contínua e significativa das suas emissões de Gases do

Efeito Estufa e amenizar o impacto causado pela sua produção.

O programa da Natura tem como desafio atuar em toda a cadeia de negócios

da produção de matéria-prima à destinação pós-consumo. Por isso, a organização

busca alternativas de melhoria em sua eficiência, para assim garantir o sucesso do

negócio, evitando que as suas emissões de gás carbônico cresçam proporcionais às

suas operações.

De acordo com o relatório anual Natura 2010, também encontrado no site, a

região Amazônica é tratada diante da seguinte perspectiva: “Enxergamos a região

amazônica como estratégica para o desenvolvimento do país. Encontrar novas

oportunidades é fundamental para a garantia das gerações futuras.” (RELATÓRIO

ANUAL..., 2013).

Há 13 anos, a Natura decidiu incorporar os ativos da biodiversidade em seus

produtos, valorizando o conhecimento das comunidades tradicionais e gerando

renda para essas famílias. Ao passar por essa experiência, a marca desenvolveu o

Programa Amazônia, cujo objetivo seria incentivar a criação de cadeias sustentáveis

de negócios a partir da ciência, inovação e empreendedorismo considerando o

patrimônio natural e cultural da região. Desse modo, a Natura pretende gerar

oportunidades a seus habitantes e preservar a floresta a partir de propostas de

desenvolvimento sustentável.

Como parte estratégica do programa, a Natura realiza uma reflexão sobre os

aprendizados de sua atuação local e oficinas sobre a Amazônia com gestores da

empresa. O conhecimento obtido a partir destas atividades deu origem ao programa,

que se baseia na ampliação das áreas de ciência, tecnologia, inovação e

fortalecimento institucional da região.

Até 2020, a Natura vai aumentar de 1.400 para até 12 mil famílias fornecedoras de matérias-primas da biodiversidade brasileira. Vai construir um Centro de Conhecimento em Manaus, montar um Parque Industrial em Benevides, no Pará, atrair novos negócios verdes para a região e movimentar até 1 bilhão de recursos para implementar o Programa Amazônia, que quer transformar a região

43

em um grande polo mundial de inovação, tecnologia e sustentabilidade. (PROGRAMA, 2013).

Um exemplo da atuação desse programa em 2010, de acordo com o relatório

anual do mesmo ano, foi a discussão envolvendo o cultivo do óleo de palma na

região. A empresa realizou um painel de diálogo, com formadores de opinião,

especialistas, representantes da sociedade civil, do governo, academia,

comunidades produtoras e empresas. O encontro pode construir diretrizes

fundamentais para o uso e produção sustentável.

Em função de um histórico negativo do cultivo do óleo de palma na Ásia,

surgiu um impacto negativo à biodiversidade de florestas tropicais. Porém, a Natura

acredita que é possível garantir o uso e a sua produção, e com isso incentivar a

geração de renda e desenvolvimento regional. Ainda em 2010, a empresa aderiu ao

Roundtable On Sustainable Palm Oil (RSPO), iniciativa mundial liderada pela World

Wide Fund (WWF) para certificar o processo produtivo e assegurar o cumprimento

de critérios sociais, ambientais e econômicos.

Com um grande acervo de informações a disposição do consumidor no site,

como relatórios anuais, canais de atendimento, entre outros, este estudo pretendeu

nortear as interações do marketing sustentável praticado pela empresa a partir da

sua comunicação empresarial.

Devido a grande quantidade de informações, matérias e seções do site, não é

possível quantificar (externamente) todo o conteúdo exposto no ambiente virtual da

Natura. É nítido que, através do seu site, a empresa tenta esclarecer dúvidas sobre

diversos assuntos que envolvem sua marca, e com isso, minimizar um contato mais

direto. No entanto, no caso de ainda restarem dúvidas, existe o espaço "Fale

Conosco", que, assim como a página inicial do site, também separa o atendimento

para consumidores e consultores. Também existe um espaço para ouvidoria,

imprensa, dúvidas frequentes, atendimento on-line e outras opções. As redes sociais

da marca estabelecem um contato direto com o público, interagindo em vários

momentos.

Apesar de um grande acervo de dados, que abrangem desde os ciclos dos

produtos Natura até suas crenças, projetos e posicionamentos, pode-se concluir que

a comunicação aparece integrada com as ações, campanhas e imagem que a

empresa vem mantendo ao longo dos anos. É possível identificar que o marketing

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ambiental interage com a comunicação empresarial da marca de maneira

significativa, e que as teorias citadas neste trabalho parecem ser bem trabalhadas

pela organização.

45

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A comunicação empresarial baseada na responsabilidade ambiental tem

motivado novas formas de consumo e permitido que organizações possam agregar

valor à marca. Neste sentido, o marketing atua como um grande segmento que

desenvolve produtos através de pesquisas bem estruturadas, relacionando-os com

as preocupações socioambientais para poder satisfazer seus consumidores.

Sustentabilidade é a palavra do momento, e muitas empresas estão sentindo

a necessidade de se inserir nesta tendência de mercado que cresce em um ritmo

acelerado nos dias atuais. Como foi visto através dos conceitos, estratégias e

aplicabilidades, o marketing e a sustentabilidade estão convivendo de “mãos dadas”

há alguns anos. Aliados, buscam um equilíbrio entre a lucratividade e a consciência

ecológica.

Com a realização do estudo de caso sobre o site da Natura Cosméticos, o

presente trabalho pôde identificar que a empresa realmente se preocupa com a sua

comunicação, uma vez que busca falar com os seus públicos de interesse de

maneira transparente, tentando comprovar a todo o momento que pratica o que

prega em seus valores. O interesse em comunicar suas práticas "verdes" demonstra

que a sustentabilidade é, de fato, uma das suas maiores prioridades.

O respeito e preocupação da Natura com o meio ambiente é refletido em sua

comunicação quando se cita várias ações positivas da empresa neste âmbito. A

implantação da gestão ambiental em todos os setores da empresa; sua política de

meio ambiente; utilização de tecnologias limpas e trabalhos de conscientização que

ela faz e divulga em seu site são elementos fundamentais para fazer da Natura uma

organização ecologicamente correta, que realmente promove o “Bem estar bem”.

A conclusão deste trabalho só foi possível após estudar vários autores e, a

partir desse estudo, unir os diferentes discursos (sob o ponto de vista de cada um

deles) em prol do interesse desta monografia. Ao analisar ideias e teorias de

especialistas em comunicação empresarial, foi possível compreender como esse

instrumento contribui para o sucesso de uma organização.

Destaca-se também o uso de novas tecnologias como a internet, que permite

o acesso a um grande acervo de conteúdos, talvez antes nunca imaginados. Sem a

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internet, a análise sobre um meio inserido no ambiente virtual, como foi o caso do

site estudado, não teria condições de ser realizada.

A empresa em questão possui um caráter de pioneirismo em várias das suas

práticas sustentáveis, demonstrando um interesse pela conservação do meio

ambiente antes mesmo deste se tornar um assunto tão atual. Desse modo, a Natura

sai à frente dos seus concorrentes, devido à eficácia com que sempre comunicou a

sua postura para o mundo.

A missão, visão e valores da corporação, mais do que nunca precisam estar

bem definidos e serem rigidamente cumpridos na prática, não apenas pela empresa

com ações externas e aparentes na mídia, mas por todos aqueles que fazem parte

da corporação: fornecedores, empregados e acionistas. Eles são a chave para a

disseminação do real perfil e posicionamento em que a empresa se encontra. Se

todas as partes não se encontrarem integradas na fórmula e método de negócio que

a empresa atua, não se terá um ciclo completo.

Conclui-se que o uso do marketing ambiental em uma organização permite

em longo prazo o alcance do desenvolvimento sustentável de forma satisfatória e

eficaz, ao mesmo tempo em que agrega valor a marca por se tratar de uma postura

que interessa e corresponde aos desejos e perspectivas do consumidor hoje. A

empresa que possui práticas ligadas à responsabilidade ambiental pode conquistar

credibilidade por meio do marketing, comunicando seu diferencial competitivo para a

sociedade.

Com a realização deste trabalho foi possível identificar o rumo que as

empresas deverão seguir a partir da utilização do marketing de sustentabilidade em

sua comunicação. Porém, este estudo apresenta-se como parte integrante de um

assunto tão amplo e complexo. Como uma nova tendência de mercado, recomenda-

se novos estudos que analisem outras experiências empresariais na relação do

marketing com o meio ambiente e como ele aparece na comunicação empresarial,

para que se possa compreender, através da evolução histórica da presente

concorrência, como o marketing de sustentabilidade pode vir a contribuir com o

desenvolvimento e preservação do planeta de forma sustentável para o futuro.

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