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ARTIGO A competitividade brasileira na indústria de alta tecnologia: o modelo aeronáutico Ricardo Henrique Correia dos Santos - [email protected] Mestrando um Ciências Aeroespaciais pela Universidade da Força Aérea Palavras-chave: Indústria Aeronáutica, Competitividade, Desenvolvimento Tecnológico RESUMO Concomitantemente com as diversas campanhas de afirmação da vocação do país como um produtor primário, a pauta de exportações revela, igualmente, outra capacidade disputada pelos grandes competidores mundiais, a produção de alta tecnologia no segmento aeronáutico. Uma vez que é um setor que trabalha, necessariamente, na fronteira do conhecimento, é o responsável pelo desenvolvimento de um robusto Cluster de Ciência e Tecnologia, alicerçado na capacidade de inovação, que acrescenta à sociedade as 1 benesses do crescimento econômico, como aumento da renda nacional, retorno de capital para investimento na atividade produtiva e nas melhorias de serviços prestados pelo Estado. Portanto, qual a contribuição da indústria aeronáutica para o crescimento econômico brasileiro comparativamente à produção de commodities e às demais indústrias de alta tecnologia? Qual a participação estatal para a geração de um ambiente de negócios nacional que permita à indústria nacional contrapor-se à busca pela hegemonia comercial das empresas internacionais líderes desse mercado? Uma vez que o domínio de tecnologias rearranja a participação dos países na disputa comercial, conhecer as respostas aos questionamentos é o caminho para a formulação de uma estratégia nacional que garanta ao Estado Brasileiro a capacidade competitiva, bem como seu posicionamento na economia internacional correspondente aos interesses e necessidades nacionais. ABSTRACT Simultaneously with several campaigns to affirm the country's vocation as a primary producer, an export platform also reveals another capability contested by the world's great players, a high technology production in aviation segment. Since it is a sector that necessarily works at the frontier of knowledge, it is responsible for the development of a significant Cluster of Science and Technology, based on the capability for innovation, which adds to society benefits of economic growth, such as increased national income, capital return for investment in productive activity and improvements in services provided by the State. Which is the contribution of aeronautical industry to Brazilian economic growth compared to production of commodities and other high technology industries? What is the state's participation in the generation of a national business environment that allows national industry to compete with leading international companies in this market? Once the technology domain rebalances the countries' participation in the trade dispute, to know how to respond to the questions and the way to formulate a national strategy that guarantees to Brazilian State a competitive capacity as well as its position in the international economy corresponding to the interests and national goals. Um Cluster é um grupamento focado em alguma atividade produtiva, composto por indústria, instituições 1 de ciência e tecnologia, instituições de ensino, associações específicas. Todos juntos possuem uma sinergia que promove a atividade industrial e colabora para sua competitividade. Porter (1998) define como uma massiva concentração, em um lugar, de sucesso competitivo incomum em campos específicos.

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Page 1: A competitividade brasileira na indústria de alta tecnologia - o … · Mestrando um Ciências Aeroespaciais pela Universidade da Força Aérea Palavras-chave: Indústria Aeronáutica

ARTIGO

A competitividade brasileira na indústria de alta tecnologia: o modelo aeronáutico

Ricardo Henrique Correia dos Santos - [email protected] Mestrando um Ciências Aeroespaciais pela Universidade da Força Aérea

Palavras-chave: Indústria Aeronáutica, Competitividade, Desenvolvimento Tecnológico

RESUMO

Concomitantemente com as diversas campanhas de afirmação da vocação do país como um produtor primário, a pauta de exportações revela, igualmente, outra capacidade disputada pelos grandes competidores mundiais, a produção de alta tecnologia no segmento aeronáutico. Uma vez que é um setor que trabalha, necessariamente, na fronteira do conhecimento, é o responsável pelo desenvolvimento de um robusto Cluster de Ciência e Tecnologia, alicerçado na capacidade de inovação, que acrescenta à sociedade as 1

benesses do crescimento econômico, como aumento da renda nacional, retorno de capital para investimento na atividade produtiva e nas melhorias de serviços prestados pelo Estado. Portanto, qual a contribuição da indústria aeronáutica para o crescimento econômico brasileiro comparativamente à produção de commodities e às demais indústrias de alta tecnologia? Qual a participação estatal para a geração de um ambiente de negócios nacional que permita à indústria nacional contrapor-se à busca pela hegemonia comercial das empresas internacionais líderes desse mercado? Uma vez que o domínio de tecnologias rearranja a participação dos países na disputa comercial, conhecer as respostas aos questionamentos é o caminho para a formulação de uma estratégia nacional que garanta ao Estado Brasileiro a capacidade competitiva, bem como seu posicionamento na economia internacional correspondente aos interesses e necessidades nacionais.

ABSTRACT

Simultaneously with several campaigns to affirm the country's vocation as a primary producer, an export platform also reveals another capability contested by the world's great players, a high technology production in aviation segment. Since it is a sector that necessarily works at the frontier of knowledge, it is responsible for the development of a significant Cluster of Science and Technology, based on the capability for innovation, which adds to society benefits of economic growth, such as increased national income, capital return for investment in productive activity and improvements in services provided by the State. Which is the contribution of aeronautical industry to Brazilian economic growth compared to production of commodities and other high technology industries? What is the state's participation in the generation of a national business environment that allows national industry to compete with leading international companies in this market? Once the technology domain rebalances the countries' participation in the trade dispute, to know how to respond to the questions and the way to formulate a national strategy that guarantees to Brazilian State a competitive capacity as well as its position in the international economy corresponding to the interests and national goals.

Um Cluster é um grupamento focado em alguma atividade produtiva, composto por indústria, instituições 1

de ciência e tecnologia, instituições de ensino, associações específicas. Todos juntos possuem uma sinergia que promove a atividade industrial e colabora para sua competitividade. Porter (1998) define como uma massiva concentração, em um lugar, de sucesso competitivo incomum em campos específicos.

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INTRODUÇÃO O crescimento econômico é o desejo de todas as nações que se preocupam em oferecer uma qualidade de vida melhor para sua população. O mercado é o meio pelo qual cada país pode oferecer aos demais seus produtos, de forma a compensar suas deficiências pela aquisição do que lhe seria muito custoso ou impossível de produzir, fazendo com que se atinja com mais facilidade o desenvolvimento em seus diversos setores. Possuir produtos de valor que sejam objeto de desejo dos demais é um desafio que se impõe para o País. Quanto maior o valor agregado posto a comércio, melhor será a qualidade das trocas. Por se tratar de uma busca contínua de todos os atores envolvidos, a busca pela inovação e geração de valor é um fator que deve ser considerado se uma economia deseja manter-se competitiva. Neste artigo será analisada a competitividade da indústria brasileira na indústria de alta tecnologia, por meio do estudo da balança comercial do país com foco no setor aeronáutico, representativa por ser uma indústria de alto valor agregado e apoiada por um Cluster competitivo que desenvolve tecnologias que estão na fronteira do conhecimento. Ao desenvolver Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), tem capacidade de gerar inovação, constituindo em um ciclo virtuoso de produção de novos conhecimentos que se replicam para a produção de novas tecnologias e/ou transbordam para outras áreas industriais. A participação da cadeia produtiva aeronáutica no processo de desenvolvimento tecnológico será considerada, uma vez que é por meio da Ciência, Tecnologia e Inovação que será possível a diferenciação dos produtos nacionais ou mesmo a redução de seus custos por meio de novos processos tecnológicos. Porter (1998) afirma que os produtos, para possuírem vantagem competitiva, devem ser focados no custo ou na diferenciação. Nas duas estratégias, contudo, o fator inovação tecnológica é elemento importante para o desenvolvimento da competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. No primeiro caso pelo fato da inovação tecnológica oferecer melhores processos para a produção ou novos materiais que permitam a redução dos custos de fabricação. No segundo por oferecer a diferenciação em relação aos concorrentes, acrescentando, com isso, valor agregado. A capacidade tecnológica é uma premissa necessária à indústria. Concomitantemente, o ambiente de negócios que a circunda é um fator diretamente responsável para dar fôlego e musculatura à capacidade produtiva do País, de forma que deve ser considerado o papel do Estado para o desenvolvimento deste ambiente em que a indústria deverá se desenvolver. Assim, este artigo irá oferecer um estudo sobre a indústria brasileira, focando nos resultados da balança comercial e no grau de tecnologia empregado nessa indústria ao longo dos anos, bem como a responsabilidade estatal neste processo. Ao analisá-los, será apontado o desempenho da indústria aeronáutica em relação à indústria brasileira como um todo, a fim de se clarificar o quanto de importância e significado esta representa para o Parque Industrial Brasileiro e consequentemente para o crescimento da economia nacional.

1) METODOLOGIA

Este artigo inicia-se pela pesquisa bibliográfica, por meio do modelo de Solow (1956) para se entender a importância do desenvolvimento tecnológico para crescimento da economia de um país, seguido por Porter (1989) para perceber o papel das empresas na disputa por mercados, sobretudo internacionais, e o papel do Estado neste processo.

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Após, será possível uma abordagem quantitativa, por meio de dados coletados de fontes secundárias, para comparar os produtos industrializados e seu grau de tecnologia com os produtos não classificados na indústria de transformação (commodities), mensurando o desenvolvimento industrial conforme o grau de tecnologia. Por último, será considerada a participação da Indústria Aeronáutica no panorama industrial brasileiro, por meio de fontes secundárias (MDIC) e primárias/secundárias (Embraer). Muito embora seja comum a utilização da terminologia indústria aeroespacial para referir-se ao setor aeronáutico e espacial, neste artigo será considerado apenas o setor aeronáutico, haja vista a indústria espacial no País ainda ser incipiente.

2) O MODELO DE SOLOW

“…por que as economias registram, no modelo de Solow, crescimento sustentado? A resposta está no progresso tecnológico. (…) sem progresso tecnológico o crescimento per capita acabará na medida em que começarem a manifestar-se os retornos decrescentes ao capital. Contudo, o progresso tecnológico pode compensar a tendência declinante do produto marginal e no longo prazo, os países crescem à taxa do progresso tecnológico.” (JONES, 2000, p.36)

Robert Solow, economista do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e prêmio Nobel da Economia em 1987, apresentou um modelo de crescimento econômico de longo prazo que se tornou referência para estudo, no qual explica a tendência de longo prazo da atividade econômica de um país de estabilizar no ponto conhecido como estado estacionário (SOLOW, 1956). Entre as diversas variáveis estudadas em sua teoria, como renda, capital, força de trabalho, taxa de investimento, população, depreciação de capital, nos deteremos para fins deste estudo na utilização da variável progresso tecnológico como fator para mudança da curva de renda (y) em função do capital (k). Segundo Solow, a razão pela qual alguns países são tão ricos e outros tão pobres deve-se ao fato dos primeiros investirem mais e possuírem menores taxas de crescimento populacional, até o limite definido pelo estado estacionário. Entretanto, com a inserção do progresso tecnológico, será possível manter uma taxa de crescimento de longo prazo. O desenvolvimento de novos conceitos, inovação, novas tecnologias, denominada por Jones (2000, p.69) por economia das ideias, (...) está estreitamente ligada à presença de retornos crescentes à escala e à concorrência imperfeita. Ou seja, a tecnologia agrega valor, acrescenta retornos crescentes a cada produto novo produzido e diferencia-se da concorrência que obriga a diminuição natural dos preços (concorrência perfeita), permitindo que a exclusividade da nova ideia tenha seu valor próprio e usualmente mais alto. A tecnologia, por sua vez, gera uma espiral virtuosa que obriga a sociedade a estar mais bem preparada para absorvê-la, ou seja, contribui para a geração de oportunidades de aumento da capacidade técnica de seus membros. Parte substancial da literatura relativa à economia do trabalho considera que a cada ano adicional de escolaridade numa sociedade aumenta os salários ganhos por uma pessoa em algo em torno de 10% (JONES, 2000, p.45). Ou seja, de maneira geral, quanto maior for o progresso tecnológico e por consequência a capacitação da força de trabalho, maior será a renda obtida para o país e para seus cidadãos.

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3) A VANTAGEM COMPETITIVA E O AMBIENTE DE NEGÓCIOS PARA A PROSPERIDADE INDUSTRIAL

As empresas, não as nações, competem em mercados internacionais. Devemos compreender como essas empresas criam e mantêm a vantagem competitiva, a fim de explicar qual o papel desempenhado pela nação nesse processo. (PORTER, 1989, p. 43) A visão de Porter, neste caso, refere-se à estratégias da empresa em desenvolver a vantagem competitiva, que pode ser definida como a razão pela qual os clientes escolhem os produtos ou serviços fornecidos pela empresa em detrimento dos oferecidos por seus concorrentes, que pode ser de dois tipos, foco no custo ou na diferenciação. Na mesma afirmação, faz referência ao ambiente de negócios do País, pois é onde as indústrias se desenvolvem. É um ponto de vista interessante de se avaliar, uma vez que os formuladores de políticas públicas com frequência avocam para si a responsabilidade pelo desenvolvimento de setores da economia, muitas vezes direcionando recursos para setores não produtivos e por isso tirando a possibilidade das indústrias competitivas em utilizá-los, uma vez que são limitados.

Os países têm mais probabilidade de obter êxito em indústrias ou segmentos de indústrias onde o “diamante" do país" […] é o mais favorável. Isso não quer dizer que todas as empresas de um país alcançarão a vantagem competitiva numa indústria. De fato, quanto mais dinâmico o ambiente nacional, mais provável que algumas empresas fracassem, porque nem todas têm competência e recursos iguais, nem exploram o ambiente nacional com a mesma eficiência. Não obstante, as companhias que surgem desse ambiente prosperarão na competição internacional. (PORTER, 1989, p. 88)

A citação acima representa bem o modelo de sucesso da empresa aeronáutica líder do País, a Embraer. Ao ser privatizada em 1994 e passar pelo momento de crise que a economia nacional vivia naquele momento, conseguiu reorganizar-se e oferecer ao mercado produtos inovadores que asseguraram sua sobrevivência e fizeram dela uma competitiva empresa no mercado internacional. Uma vez que o assunto competitividade é utilizado neste trabalho como um objetivo a ser buscado e fortalecido, convém entender seu significado. Porter (1989) afirma que o único conceito significativo de competitividade a nível nacional é a produtividade nacional. E que esta é o valor do que é produzido por uma unidade de trabalho ou de capital, e depende tanto da qualidade como das características dos produtos (que determinam os preços que podem obter) e da eficiência com que são produzidos. Um padrão de vida em elevação depende da capacidade das empresas do país de atingir altos níveis de produtividade e aumentá-la com o tempo. A capacidade de inovação (SCHUMPETER, 1961, p.63), conceito complementar, está relacionada ao desenvolvimento da economia de um país, por meio da: 1) aceitação de um novo bem com o qual o consumidor não estava acostumado anteriormente; 2) adoção de um novo método de produção; 3) a abertura de um novo mercado, sem levar em consideração sua existência prévia ou não; 4) a conquista de uma nova fonte de suprimento, sem levar em conta se esta fonte já existisse ou não; 5) a execução de uma nova organização da indústria. Deve-se observar que inovação, segundo Schumpeter (1961), está diretamente relacionado à capacidade de gerar valor, que pode ser conseguido pelo incremento tecnológico ou por uma nova maneira de fazer as coisas. Porter (1989) afirma que a introdução de uma inovação tecnológica importante pode permitir que uma empresa reduza o custo e intensifique a diferenciação

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simultaneamente e talvez alcance ambas as estratégias, aumentando dessa maneira sua vantagem competitiva. Acerca da participação do Estado neste processo, deve ser considerada na medida em que consegue favorecer este ambiente de negócios para facilitar a geração da vantagem competitiva, permitindo condições para o aumento da produtividade e geração de valor que retorna como investimento para o crescimento da economia do País.

Por que algumas nações têm êxito e outras fracassam na competição internacional? Essa talvez seja a pergunta econômica mais frequente em nossa época. A competitividade tornou-se uma das preocupações centrais do governo e da indústria de todos os países. […] Embora a pergunta seja feita com frequência, trata-se da indagação errada, se o objetivo é mostrar os sustentáculos da prosperidade econômica, seja para empresas ou para nações. Devemos fazer uma outra pergunta, muito mais limitada: por que uma nação se torna a base para competidores internacionais bem sucedidos numa indústria? (PORTER, 1989, p.1)

Assim, considerar as possibilidades de formulação das políticas públicas sob a ótica da indústria pode ser uma ferramenta necessária para conseguir vencer os obstáculos resistentes a este processo, e, paulatinamente, conseguir o Estado Brasileiro tornar-se uma base para competidores internacionais bem sucedidos.

3.1) O AMBIENTE DE NEGÓCIOS NACIONAL CONFORME O RANKING DE COMPETITIVIDADE MUNDIAL

Para melhor avaliar a capacidade da indústria brasileira em participar do mercado mundial, deve-se entender como o país se posiciona frente aos demais, de maneira a quantificar seu potencial para disputar estes mercados. Em 2016 o Brasil classificou-se, conforme o quadro 1, na 81a posição entre 138 países do mundo no ranking de competitividade pesquisado pelo World Economic Forum. Dadas as expectativas quanto às possibilidades do país em comercializar com os demais, deve-se considerar que o resultado atual desperta certa preocupação, sobretudo na avaliação dos itens que compõem esta classificação, como se verá a seguir.

Tabela 1: Ranking de Competitividade Mundial 2016-2017 RANKING DE COMPETITIVIDADE MUNDIAL 2016-2017

1 Suíca 26 Coréia do Sul 51 México 76 Irã 101 Líbano 126 Zimbábue

2 Singapura 27 Islândia 52 Ruanda 77 Tajiquistão 102 Mongólia 127 Nigéria

3 Estados Unidos 28 China 53 Casaquistão 78 Guatemala 103 Nicarágua 128 Madagascar

4 Holanda 29 Arábia Saudita 54 Costa Rica 79 Armênia 104 Argentina 129 Congo

5 Alemanha 30 Estônia 55 Turquia 80 Albânia 105 El Salvador 130 Venezuela

6 Suécia 31 Rep. Tcheca 56 Eslovênia 81 Brasil 106 Bangladesch 131 Libéria

7 Reino Unido 32 Espanha 57 Filipinas 82 Montenegro 107 Bósnia Herz. 132 Serra Leoa

8 Japão 33 Chile 58 Brunei 83 Chipre 108 Gabão 133 Moçambique

9 Hong Kong SAR 34 Tailândia 59 Geórgia 84 Namíbia 109 Etiópia 134 Malawi

10 Finlândia 35 Lituânia 60 Vietnã 85 Ucrânia 110 Cabo Verde 135 Burundi

11 Noruega 36 Polônia 61 Colômbia 86 Grécia 111 Quirguistão 136 Chade

12 Dinamarca 37 Azerbaijão 62 Romênia 87 Argélia 112 Senegal 137 Mauritânia

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Fonte: SHWAB, 2016. World Competitiveness Report 2016-2017. World Economic Forum.

Tabela 2: Requisitos para avaliação da competitividade de um país e classificação do Brasil

Fonte: SHWAB, 2016. World Competitiveness Report 2016-2017. World Economic Forum. Segundo a metodologia oferecida pelo estudo, o País apresenta requisitos pouco ou nada desenvolvidos, como a qualidade de suas Instituições (120), infraestrutura (72), ambiente macroeconômico (126), saúde e educação (99), educação superior (84), eficiência do mercado de bens (128), eficiência do mercado de trabalho (117), desenvolvimento do mercado financeiro (93) e inovação (100). Todos estes requisitos são peças importantes para garantir um bom ambiente de negócios ao empresariado local. Considerar que realizam negócios com concorrentes que possuam melhores requisitos é identificar uma assimetria que o país enfrenta para ganhar competitividade, consequentemente perdendo fôlego para disputar o mercado antes mesmo de produzir seus bens. Na década de 90 houve uma grande tentativa, por parte do governo Collor e na sequência no de

13 Nova Zelândia 38 Kwait 63 Jordânia 88 Honduras 113 Uganda 138 Iêmen

14 Taiwan (China) 39 Índia 64 Botswana 89 Camboja 114 Gana

15 Canadá 40 Malta 65 Eslováquia 90 Sérvia 115 Egito

16 Em.Árab.Unidos 41 Indonésia 66 Omã 91 Equador 116 Tanzânia

17 Bélgica 42 Panamá 67 Peru 92 R.Dominicana 117 Paraguai

18 Catar 43 Rússia 68 Macedônia 93 Laos 118 Zâmbia

19 Áustria 44 Itália 69 Hungria 94 Trin. e Tobago 119 Camarões

20 Luxemburgo 45 Maurícia 70 Marrocos 95 Tunísia 120 Lesoto

21 França 46 Portugal 71 Sri Lanka 96 Quênia 121 Bolívia

22 Austrália 47 África do Sul 72 Barbados 97 Butão 122 Paquistão

23 Irlanda 48 Bahrein 73 Uruguai 98 Nepal 123 Gâmbia

24 Israel 49 Letônia 74 Croácia 99 C. do Marfim 124 Benin

25 Malásia 50 Bulgária 75 Jamaica 100 Moldávia 125 Mali

RANKING DE COMPETITIVIDADE MUNDIAL 2016-2017

Requisitos Posição Brasil Requisitos Posição Brasil

1 Instituições 120 7 Eficiência do Mercado de trabalho

117

2 Infraestrutura 72 8 Desenvolvimento do Mercado Financeiro

93

3 Ambiente Macroeconômico 126 9 Prontidão Tecnológica 59

4 Saúde e Educação 99 10 Tamanho do mercado 8

5 Educação Superior 84 11 Capacidade de fazer negócios

56

6 Eficiência do Mercado de Bens

128 12 Inovação 100

Classificação Geral 81/138

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Fernando Henrique Cardoso (GIAMBIAGI, 2011) em trazer competitividade ao país por meio da abertura do mercado, o que obrigaria as indústrias nacionais a se adaptarem às exigências da indústria mundial. O resultado foi uma quebra generalizada da indústria local, como se pode ver no gráfico 1, por meio da participação da indústria de transformação brasileira no PIB do País. Tal resultado, interrompido momentaneamente no início do governo Lula, continuou a partir de 2005/2006, praticamente esfacelando a indústria de transformação, resultado, neste segundo momento, da priorização do investimento na produção de commodities, então requisitada pelo crescimento acelerado da China, principal importador do Brasil . 2

Ao retornar às condições que o País oferece aos seus empresários, mediante a comparação com os demais países, deve-se contrapor a tentativa do governo em trazer agilidade ao mercado, utilizando para isso a atratividade do tamanho do mercado nacional (8º maior no mundo) com o que o próprio Estado oferece para aqueles que se dispuserem à aventura de uma empreitada empreendedora. Nestes casos, verifica-se pelos dados atuais que o Estado não melhorou os requisitos para a prosperidade, mas contrapôs à indústria nacional concorrentes melhor suportados por seus próprios Estados. Outro aspecto a ser considerado na avaliação da posição do País frente aos demais é que, apesar de se classificar numa posição atrasada, 81ª, esta classificação não foi pior pelo fato do tamanho do mercado nacional, entre os primeiros do mundo, que conforme o método de classificação com os demais requisitos, faz com que suba algumas posições. Este fato é interessante por anunciar que o ponto forte do país é, neste caso, melhor aproveitado pelas empresas estrangeiras que encontram grande capacidade de vender seus produtos em detrimento dos concorrentes nacionais, naturalmente menos competitivos. Por último, está o entendimento acerca das políticas públicas, as quais devem focar no aprimoramento do ambiente de negócios. Considerar a competitividade industrial antes de se ater aos fatores de responsabilidade do Estado prejudica, e neste caso, praticamente colapsou a indústria de transformação nacional, uma vez que em 2014 a sua participação no PIB do país alcançou o resultado de 10,9, inferior à 1947, quando ainda não havia indústria desenvolvida nesta nação. Enquanto nos países desenvolvidos o processo de desindustrialização deveu-se ao aumento da produtividade por meio dos processos de produção e inovação tecnológica, deslocando o potencial humano para outros serviços (DEPECON, 2016 - Apud: ROWTHORN; RAMASWANY, 1999), no Brasil isso foi potencializado pela reprimarização da indústria de transformação, provocando dependência tecnológica, como aponta o gráfico 4.

CACIOLI, Natália; FORDELONE, Yolanda. China desacelera e põe fim à bonança de commodities. 2

Estadão Infográficos. 2016. Disponível em: goo.gl/uPk3mm. Acesso em: 21/06/2017.�7

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Gráfico 1: Participação da indústria de transformação no PIB do país, em %

Fonte: IBGE. Elaboração: Depecon-FIESP segundo método Bonelli e Pessoa, 2010. Adaptação do autor

4) A COMPOSIÇÃO TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA NA PAUTA DE EXPORTAÇÕES

Os gráficos 2 e 3 apresentam a evolução, em números e em percentual das exportações brasileiras por fator agregado. É perceptível o crescimento do valor obtido pelo produto manufaturado em relação aos demais, reflexo da política de investimentos iniciada em 1964/65, que permitiu o desenvolvimento do parque industrial no país, conforme apontado no gráfico 1. O reflexo da prioridade governamental iniciada a partir de 2005/2006, revela o êxito em aumentar, substancialmente, a exportação do produto básico (commodities), conforme agenda governamental. Por outro lado, reflexo dessa mesma agenda, percebe-se o baixo crescimento das exportações de produtos manufaturados. O valor de 2005 em relação a 1995 significou quase o triplo do crescimento, conquanto que no mesmo período de 10 anos, 2005-2015, houve um acréscimo de pouco mais de 10 por cento, evidenciando a desaceleração industrial do País.

Gráfico 2: Exportação Brasileira por fator agregado: 1965 a 2015 - Valores em US$ milhões FOB

Fonte: MDIC �8

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

1965 1975 1985 1995 2005 2015

Manufaturado Semimanufaturado Básico

Total exportado em: 1965: U$1,6 bilhão 2015: U$191 bilhões

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Gráfico 3: Exportação Brasileira por fator agregado em porcentagem: 1965 a 2015

Fonte: MDIC

O gráfico 4 apresenta a balança comercial de 1997 até 2016. Assim, é perceptível que os produtos N.C.I.T. (não classificados segundo a indústria de transformação) e em sua predominância commodities, representam a partir de 2010 o maior valor exportado, seguido dos produtos de baixa tecnologia. Este resultado é reflexo da política de investimento do Governo Lula e Dilma que priorizou em seus resultados esta produtividade, bem como o interesse Chinês para consumo de commodities, uma vez que optara por desenvolver seu Parque Industrial, e precisava por isso de insumos como minério de ferro, e alimento para sua população, crescentemente mais ocupada com a atividade fabril.

Gráfico 4: Balança Comercial Brasileira (US$)

Fonte: MDIC �9

-80.000.000.000

-40.000.000.000

0

40.000.000.000

80.000.000.000

97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16

Produtos da Indústria de Transformação de Alta TecnologiaProdutos da Indústria de Transformação de Média-Alta TecnologiaProdutos da Indústria de Transformação de Média-Baixa TecnologiaProdutos da Indústria de Transformação de Baixa TecnologiaProdutos N.C.I.T.

%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015

ManufaturadoSemimanufaturadoBásico

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Tabela 3: Balança Comercial Brasileira 2016 - resumo

Fonte: MDIC

A tabela 3 apresenta o saldo da Balança Comercial Brasileira em 2016. Como se pôde ver nos gráficos anteriores, a medida que a tecnologia aumenta, proporcionalmente, o déficit da balança aumenta. Nos produtos de média-alta tecnologia, o país importa aproximadamente o dobro do que exporta. Para os produtos de alta-tecnologia, importa o triplo do que exporta, gerando o déficit de 16,9 bilhões. Interessante notar que neste resultado, para a matriz de alta tecnologia, há apenas a indústria aeronáutica responsável pelo saldo positivo em 2016, de US$ 2,9 bilhões como pode se ver no Gráfico 5. Os produtos Farmoquímicos e Farmacêuticos representaram um déficit de US$ 13.9 bilhões, e os equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos um déficit de US$ 5.9 bilhões. Assim, é possível perceber que, a despeito do quadro de dependência tecnológica do País, reflexo das definições de políticas públicas adotadas por sucessivos governos a partir de 1985 que pouco ou nada favoreceram o rankeamento da capacidade competitiva do país, a vocação aeronáutica como impulsionadora do desenvolvimento tecnológico tem, não se sabe por quanto tempo, sido a única referência nos segmentos de alta e média-alta tecnologia, disputando um mercado altamente competitivo com as principais potências mundiais.

Gráfico 5: Balança Comercial – Produtos da Indústria de Transformação de Alta Tecnologia

Fonte: MDIC

Balança ComercialUS$ Bi FOB Exportação Importação Saldo

Total 185.2 137.6 47.7Produtos N.C.I.T 60.8 13.4 47.4

Produtos de Baixa Tecnologia 54 14.4 39.7Produtos de Média-Baixa Tecnologia 27 22.6 4.4Produtos de Média-Alta Tecnologia 33.6 60.5 (-26.9)

Produtos de Alta Tecnologia 9.8 26.7 (-16.9)Produto aeronáutico 7.3 4.3 2.9

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-30.000.000.000

-15.000.000.000

0

15.000.000.000

97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16

AeronavesProdutos Farmoquímicos e FarmacêuticosEquipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos e Ópticos

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5) A INDÚSTRIA AERONÁUTICA

Entender o papel da indústria aeronáutica é relevante para mensurar seu significado para a sociedade brasileira, sobretudo após a identificação desta em ser a única de alta tecnologia com saldo positivo na balança comercial. Convém, neste momento, aprofundar o entendimento sobre seu surgimento, os elementos que compõem o Cluster responsável por sua produtividade e o papel da empresa líder do segmento, Embraer, nesta cadeia produtiva.

5.1) O NASCIMENTO DO PROJETO AERONÁUTICO PARA O BRASIL

A partir da década de 40 (RODENGEN, 2009), o governo brasileiro deu início a um projeto estratégico de longo prazo para o alcance da capacidade produtiva aeronáutica no País. O plano, conhecido como Smith-Montenegro, consistia na criação de uma escola de engenharia modelo, bem como um instituto de pesquisa e desenvolvimento, localizados ambos em um centro técnico com adequada infraestrutura. Assim, foi criado em 1946 o Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), hoje denominado Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). A partir de 1950 passou a abrigar o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Entre os projetos desenvolvidos no CTA a partir da década de 50 contam-se o Convertiplano, o helicóptero Beija-Flor e o avião turboélice de transporte de passageiros Bandeirante, desenvolvido em 1965. Para fabricá-lo em série, em 1969 foi criada a empresa Embraer. Esta base permitiu à sociedade brasileira ingressar no seleto grupo de países detentores e desenvolvedores do conhecimento aeroespacial, área estratégica em países como EUA, Inglaterra, França, Itália, Suécia, Canadá, Rússia, Japão, Coréia do Sul, Israel e mais recentemente China e Índia. Para se entender a diferença entre os projetos existentes no início desse processo, é necessário apontar que em 27 de outubro de 1968 o C-95 Bandeirante realizava seu primeiro voo oficial, conquanto que na Europa, em 02 de março de 1969, voava a primeira aeronave supersônica Concorde, eminentemente superior em tecnologia.

Figura 1: Gap Tecnológico em 1968/69 e resultado em 2016

Fonte: elaborado pelo autor �11

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5.2) O CLUSTER AERONÁUTICO

Para entendimento do setor como um pólo de desenvolvimento em Ciência e Tecnologia, será descrito alguns do atores que o compõem. O Cluster Aeronáutico brasileiro tem sede geográfica no interior de São Paulo, concentrado em São José dos Campos, embora existam outros participantes importantes em outras regiões. É composto por aproximadamente 200 empresas aeronáuticas, mas podendo compreender em torno de 1300 dependendo da classificação que defina as empresas do setor. (BRASIL, 2016) O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeronáutica (DCTA), por sua vez, é um dos componentes estatais para a realização da Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do setor, abrigando diversas Instituições de Ciência e Tecnologia, a saber: IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço); IFI (Instituto de Fomento Industrial); IEAV (Instituto de Estudos Avançados); IPEV (Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo); COPAC (Comissão do Programa Aeronave de Combate); CLA (Centro de Lançamento de Alcântara); CLBI (Centro de Lançamento da Barreira do Inferno); ICEA (Instituto de Controle do Espaço Aéreo); CCA-SJ (Centro de Computação da Aeronáutica), IAOP (Instituto de Análise Operacional). Representando o centro do pensamento acadêmico aeronáutico está o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), centro de excelência para graduação e pós-graduação na área, embora não seja o único, pois instituições de outras localidades também compõem o esforço nacional acadêmico para a produção deste tipo de conhecimento, como UFMG, USP, UFSCAR, UFSC, Institutos SENAI de Inovação, entre outros. Como iniciativa da Prefeitura local, foi constituído também o Parque Tecnológico de São José dos Campos , responsável por reunir três incubadoras de empresa, quatro centros empresariais, 3

dois Arranjos Produtivos Locais (APL), cinco centros de desenvolvimento tecnológico, três laboratórios multiusuários, um escritório de negócios, seis universidades parceiras e três galerias do empreendedor. Possui contratos e convênios para parcerias e subsídios com Finep, APEX, ABDI, Sebrae, SDECTI/SP, BNDES, bem como acordos de cooperação firmados com os clusters aeroespaciais do Canadá, da Suécia, da Inglaterra, da Holanda, além de dois parques tecnológicos e instituições governamentais chinesas. Como representante das empresas em diversos fóruns governamentais e empresariais, está a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), localizada na mesma cidade e congregando quarenta e três grandes empresas aeroespaciais, embora o número de empresas exceda em muito este número.

5.3) O PAPEL DA EMBRAER NA CADEIA PRODUTIVA AERONÁUTICA

A Embraer, empresa líder no segmento aeronáutico no país, é responsável por equipar com suas aeronaves 90 companhias aéreas no mundo, em 61 países, possuindo em operação 1,6 mil aeronaves, conforme dados disponibilizados pela empresa. Na aviação comercial, possui onze modelos que vão do ERJ 135 ao EMBRAER 195 E2. No segmento de aeronaves com até 130 lugares, ocupa a primeira posição em vendas deste modelo no mundo. (EMBRAER, 2016) Possui ainda jatos executivos como os Phenom 100 e 300, cuja linha de montagem encontra-se em transferência para a fábrica da empresa nos EUA. Na área de Defesa conta com as aeronaves Super Tucano, vendidos para diversos países e a aeronave KC-390, em desenvolvimento e com

Fonte: http://www.pqtec.org.br/conheca-o-parque/quem-somos.php. Acessado em 18/05/20173

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capacidade de gerar bilhões de dólares em exportação nos próximos vinte anos, conforme estudo produzido pela empresa. Possui fábricas e unidades de negócios em dez países, sendo, desta maneira, uma indústria internacionalizada, característica significativa para disputar o mercado global.

Figura 2: Presença Global da Embraer

Fonte: EMBRAER, Relatório Anual 2015.

5.4) POSICIONAMENTO DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA NA PAUTA DE EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS

Abaixo, para permitir o entendimento econômico do setor, serão apresentados os dados da principal indústria aeronáutica brasileira, a Embraer, classificada na quinta posição da pauta de exportações brasileira em 2015, conquanto que a empresa GE Celma , responsável pela fabricação, 4

revisão e prestação de serviços relacionados a motores aeronáuticos, ocupou a 14ª posição. Dados atualizados em 2016 anunciam a Embraer na 2ª posição e a GE Celma na 4ª, o que é expressivo para a construção de uma boa balança comercial.

A Companhia Eletromecânica Celma foi criada em 1951, passando a fazer parte da Força Aérea Brasileira 4

de 1965 até 1991, quando foi privatizada. Em 1996 o Grupo norte-americano General Eletric tornou-se seu sócio majoritário. Disponível em: http://www.aeroflap.com.br/ge-celma-da-manutencao-aos-motores-made-brazil/ Acesso em 23/06/2017.

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Quadro 1. Principais empresas exportadoras do Brasil em 2015

Fonte: Melo, 2016.

Outra classificação realizada pelo MDIC diferencia os dados de exportação não por empresas, mas por produtos, agrupando-os por categorias classificadas por NCM (nomenclatura comum do Mercosul), tendo por base o SH4 (Sistema Harmonizado por designação e codificação de mercadorias/ 4 referente ao capítulo e posição). Os vinte primeiros grupos de produtos da pauta de exportação representam 59,14% de toda a exportação brasileira. Neste ranking, o produto aeronáutico, conforme esta classificação, ocupa a 10ª posição e 2,14% do total exportado, o que é uma participação expressiva, sobretudo por considerar, ainda, ser o primeiro produto da pauta com alto valor agregado, conquanto que os nove anteriores são commodities.

Empresa % na pauta de exportação

Expotação(US$ bilhões)

1 Vale 5,89 11,25

2 Petrobrás 4,45 8,5

3 Bunge Alimentos 2,65 5,05

4 Cargill 2,35 4,49

5 Embraer (aeronaves) 2,13 4,07

6 JBS 2,03 3,88

7 ADM do Brasil 1,72 3,28

8 BRF 1,65 3,14

9 Braskem 1,41 2,68

10 Louis Dreyfus Commodities 1,26 2,4

11 BG E&P Brasil 1,12 2,14

12 Samarco 1,10 2,11

13 Suzano 1,01 1,92

14 GE Celma (turbinas aeronáuticas) 1,0 1,91

15 ArcelorMittal Brasil 0,95 1,82

16 Amaggi 0,91 1,74

17 Nidera Sementes 0,86 1,64

18 Seara 0,85 1,62

19 Alunorte 0,78 1,49

20 Fibria 0,77 1,47

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Quadro 2: Principais produtos exportados pelo Brasil para o Mundo em 2015

Fonte: MDIC

Como visto na pauta de exportações brasileiras, o produto aeronáutico é o décimo em valores, contribuindo para uma equilibrada balança de pagamentos brasileira. Deve-se levar em consideração que esta é uma representação de produtos de alto valor agregado, e a primeira da indústria de bens de capital, sendo seguida, conforme a classificação proposta, pela indústria

RANKING

SH4 Produto Valor (US$) % no total

1 1201 Soja 20.983.574.666 10,98

2 2601 Minério de Ferro 14.076.103.623 7,36

3 2709 Óleos brutos de Petróleo ou minerais betuminosos 11.781.324.149 6,16

4 1701 Açúcares de cana ou beterraba 7.641.480.917 4,00

5 207Carnes e miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas, das aves da

posição 01056.378.887.900 3,38

6 2304 Tortas e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja 5.821.073.682 3,05

7 901Café, mesmo torrado ou descafeinado; cascas

e películas de café; sucedâneos do café contendo café em qualquer proporção

5.565.582.151 2,91

8 4703 Pastas químicas de madeira, à soda ou ao sulfato, exceto pastas para dissolução 5.343.253.926 2,80

9 1005 Milho 5.008.963.477 2,62

10 8802 Helicópteros, aviões, veículos espaciais e suborbitais 4.088.191.801 2,14

11 202 Carnes de animais da espécie bovina, congeladas 3.973.387.991 2,08

12 8703 Automóveis 3.366.465.892 1,76

13 9998 Consumo de bordo (combustíveis e lubrificantes para embarcações e aeronaves 2.939.750.464 1,54

14 2818 Corindo artificial, quimicamente definido ou não; óxido de alumínio; hidróxido de alumínio 2.678.155.089 1,40

15 7207 Produtos semimanufacturados de ferro ou aço não ligado 2.342.346.796 1,23

16 7108 Ouro 2.324.351.715 1,22

17 8708 Partes de automóveis 2.297.203.653 1,20

18 7202 Ferro-ligas 2.260.982.485 1,18

19 2401 Tabaco não manufacturado 2.109.283.553 1,10

20 2009 Sumos de frutas 2.050.441.559 1,07

Total 113.030.805.489 59,14

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automotiva. A comparação entre uma e outra deve-se ao desenvolvimento da tecnologia que geram. A indústria automotiva, representada por empresas internacionais, fabricam no país modelos desenvolvidos em suas sedes, de maneira que a atividade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) que agrega valor aos produtos e transborda suas tecnologias desenvolvidas para os processos produtivos de outras indústrias, é realizada, na maior parte, fora do País. O Brasil possui o 8º mercado mundial (SHWAB, 2016), garantindo espaço considerável para o consumo interno, utilizando em complemento as exportações para geração dos excedentes no comercio internacional. As divisas obtidas com a exportação automotiva acrescenta renda para a taxa de investimento nacional, e consequentemente permite o crescimento econômico até o estado estacionário (SOLOW, 1956). Contudo, por ser um setor que pouca tecnologia desenvolve internamente, o país deixa de aproveitar sua principal vantagem competitiva para fomentar este desenvolvimento, o tamanho do mercado. Somente os ganhos tecnológicos podem ser responsáveis para o crescimento sustentado da economia nacional, por deslocar a curva da produtividade acima do estado estacionário (SOLOW, 1956). Por outro lado, a indústria aeronáutica, ao disputar mercados internacionais com os países mais desenvolvidos, esforça-se por romper as fronteiras de conhecimento que lhe assegure a capacidade de competir. Mesmo sendo o décimo produtor de maior exportação nacional no ano de 2015, e ocupando a Embraer a 5ª posição como empresa exportadora da pauta de exportações, necessita ainda importar grande parte de peças e componentes não desenvolvidos localmente, o que, em fato, significa a possibilidade para o desenvolvimento local tecnológico que corresponda a essa demanda, uma vez que possui instituições de Ciência e Tecnologia engajadas nestes desenvolvimentos e empresas aeronáuticas que aplicam recursos próprios em P&D.

6) CONSIDERAÇÕES FINAIS

A fim de direcionar o esforço nacional para a disputa de seus produtos no mercado global de maior intensidade tecnológica, sobretudo alta tecnologia, deve-se considerar a melhoria do ambiente de negócios que melhor favoreça a competitividade da indústria brasileira. Para fortalecer o ambiente em que as indústrias se desenvolvem, deve-se atentar à comparação do País com os demais competidores no comércio internacional (SCHWAB, 2016), o que pode ser feito pela comparação dos itens avaliados entre os 138 países: Instituições (120/138), infraestrutura (72/138), ambiente macroeconômico (126/138), saúde e educação básica (99/138), educação superior (84/138), eficiência do mercado de bens (128/138), eficiência do mercado de trabalho (117/138), desenvolvimento do mercado financeiro (93/138), prontidão tecnológica (59/138), capacidade de fazer negócios (56/138) e inovação (100/138). Embora seja a indústria a competidora no mercado, e não o Estado (PORTER, 1989), é possível entender não caber apenas à ela a responsabilidade pelos fatores em que se desenvolve a competitividade, mas também ao Estado, devido à sua obrigação em promover um ambiente promissor para seus negócios, ou ao menos um que não seja oneroso à sua capacidade produtiva frente aos seus concorrentes. No caso brasileiro foi percebida a defasagem diante dos demais Países que compõem o comércio internacional, sobretudo quando comparado com o tamanho do mercado interno nacional (8/138). A escolha (tradeoff) de políticas de fomento devem levar em consideração, uma vez que os recursos são limitados, a necessidade do desenvolvimento tecnológico como agregador de valor, bem como a escolha dos segmentos industriais que tragam valor à pauta de exportações brasileira. A exportação de commodities ou mesmo de produtos automotivos representa uma importante possibilidade de captação de divisas que poderiam ser utilizadas, ao menos em parte,

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como investimento para o aprofundamento de capital, conforme o modelo de Solow (JONES, 2000), ou seja, para aumentar a relação renda/trabalhador per capita até o estado estacionário. Em contrapartida, somente o desenvolvimento tecnológico pode assegurar o crescimento econômico de maneira sustentada no longo prazo. Embora a produção de commodities requeira de igual forma o uso de tecnologias, o produto exportado em si é básico e de baixo valor agregado, sendo a tecnologia utilizada na maior parte das vezes para a redução de custos do processo produtivo, uma vez que as commodities em si não se diferenciam, pois apresentam como característica a uniformidade para o estabelecimento de preços em bolsas internacionais. A indústria de transformação, por outro lado, agrega tecnologia e valor no resultado final de seus produtos. Considerando que no setor aeronáutico o domínio de tecnologias da fronteira do conhecimento é uma premissa básica, a competição internacional obriga os concorrentes a romperem permanentemente as fronteiras do conhecimento para manterem-se no mercado. Por fim, uma estratégia governamental que busque uma melhor qualidade de vida à população deve atentar-se para o desenvolvimento de indústrias que tenham produtos de interesse de outros comércios. O resultado dessa troca comercial será tanto mais vantajoso ao País conforme o valor agregado que possuírem, pelo fato de utilizarem e desenvolverem tecnologia que se estende e aperfeiçoa as demais atividades produtivas. Neste caso, perceber a importância da indústria aeronáutica para o desenvolvimento industrial brasileiro é um fator decisivo para a formulação de políticas públicas que explorem o potencial deste segmento em proveito do crescimento da economia brasileira.

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