a cidade em defesa da vida - hospital sírio …§ão de recursos humanos em saúde. 2. treinamento....

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A Cidade em Defesa da Vida HOSPITAIS DE EXCELêNCIA A SERVIçO DO SUS C A D E R N O D O C U R S O

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A Cidade em Defesa da Vida

HospitAis De exCelênCiA A seRViço Do sUs

C A D E R N O D O C U R S O

C A D E R N O D O C U R S O

A Cidade em Defesa da Vida

HospitAis De exCelênCiA A seRViço Do sUs

Ficha CatalográficaBiblioteca Dr. Fadlo Haidar

Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa

A cidade em defesa da vida: caderno do curso / Ministério da Saúde, Hospital

Sírio-Libanês. – São Paulo, 2010.

20p.

1. Capacitação de Recursos Humanos em Saúde. 2. Treinamento. 3. Ressuscitação

Cardiopulmonar. 4. Suporte Básico de Vida.

U43

nlM: WG 205

HOSPITAIS DE ExCELêNCIA A SERVIçO DO SUS – A CiDADe eM DeFesA DA ViDA

S U M á R I O

Apresentação ......................................................................................................................................................................................................................................................5

1. Introdução ....................................................................................................................................................................................................................................................6

1.1. Corrente da sobrevivência ......................................................................................................................................................................................................6

2. Coordenação ...............................................................................................................................................................................................................................................7

3. Objetivos .......................................................................................................................................................................................................................................................8

3.1. Geral ................................................................................................................................................................................................................................................8

3.2. Específicos ....................................................................................................................................................................................................................................8

4. Características e metodologia...............................................................................................................................................................................................................8

4.1. Atividades específicas ...........................................................................................................................................................................................................10

4.1.1. Programa de capacitação para o professor ........................................................................................................................................................10

4.1.2. Encontro de sensibilização .......................................................................................................................................................................................12

4.1.3. Capacitação em RCP dos alunos.............................................................................................................................................................................12

4.1.4. Capacitação em RCP da comunidade ...................................................................................................................................................................13

5. Estrutura e dinâmica ..............................................................................................................................................................................................................................14

5.1. Municípios .................................................................................................................................................................................................................................14

5.2. Capacitação de professores .................................................................................................................................................................................................15

5.3. Capacitação de alunos ..........................................................................................................................................................................................................16

5.4. Período de execução ..............................................................................................................................................................................................................17

6. Sistema de Avaliação .............................................................................................................................................................................................................................18

6.1. Avaliação dos resultados ......................................................................................................................................................................................................18

7. Bibliografia recomendada ...................................................................................................................................................................................................................19

8. Agradecimentos ......................................................................................................................................................................................................................................19

9. Anexo ..........................................................................................................................................................................................................................................................20

5

HOSPITAIS DE ExCELêNCIA A SERVIçO DO SUS – A CiDADe eM DeFesA DA ViDA

O Programa A Cidade em Defesa da Vida é uma oferta do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, instituição

de reconhecida competência na área de saúde em âmbito nacional e internacional, cuja proposta é parte de

um projeto organizado e acordado com o Ministério da Saúde e gestores do Sistema Único de Saúde, CONASS, CONASEMS, em

função da portaria nº 3.276 de 28 de dezembro de 2007 que regulamenta as ações filantrópicas dos hospitais de excelência do país.

Com foco na melhoria dos índices de sobrevida (sem sequelas) de vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR), infarto agudo

de miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC), o programa caminha no sentido da capacitação da população para o

fortalecimento dos processos inclusos no cuidado às vítimas de PCR, IAM e AVC de 4 municípios do Brasil indicados pelo Ministério

da Saúde.

Envolvendo grande mobilização da população dos 4 municípios brasileiros selecionados pelo Ministério da Saúde (Apucarana

– PR, Itanhaém – SP, Maringá – PR e São Carlos – SP), o programa tem como foco principal a capacitação dos alunos de ensino

fundamental e médio para abordagem da vítima adulta de PCR súbita, IAM e AVC. Para esta ação, os professores de ciências e de

educação física das escolas públicas são capacitados previamente pela equipe do Hospital Sírio-Libanês para que posteriormente

orientem os alunos e os estimulem a difundir as habilidades aprendidas entre seus familiares e amigos, em atividades programadas

nas próprias escolas e em locais públicos, proporcionando, assim, o treinamento simultâneo de um grande número de membros

da comunidade.

A valorização deste programa e os resultados que dele virão são um compromisso entre o Hsl e os 4 municípios integrantes

do mesmo.

Dr. Roberto de Queiroz padilha

Diretor de Ensino do InstitutoSírio-Libanês de Ensino e Pesquisa

Dr. Clésio Mello de Castro

Secretário da Secretaria de Atenção à Saúde Ministério da Saúde

A P R E S E N T A ç Ã O

6

HOSPITAIS DE ExCELêNCIA A SERVIçO DO SUS

7

A CiDADe eM DeFesA DA ViDA

Estima-se que aproximadamente 110.000 brasileiros morram anualmente devido a doença cardiovascular e morte súbita. Isto representa cerca

de 300 mortes a cada dia que, e em sua grande maioria, ocorrem no domicílio e presenciadas por seus familiares. Muitas dessas vidas podem

ser salvas se os membros da comunidade receberem treinamento nas medidas iniciais básicas de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e se os

serviços de atendimento de emergência estiverem equipados e capacitados para oferecer um atendimento de qualidade e eficaz.

1 . 1 . C O R R E N T E D A S O B R E V I V ê N C I A

Corrente da Sobrevivência é um conceito que tem por objetivo a melhora na sobrevida à parada cardiorrespiratória (PCR). São quatro os

elos desta corrente:

i. Avaliação rápida, ou seja, identificação imediata da situação de parada e solicitação de ajuda e de um desfibrilador;

ii. RCp de boa qualidade, iniciada rapidamente por quem testemunhou a parada;

iii. Desfibrilação rápida, assim que um desfibrilador automático ou convencional estiver disponível;

iV. suporte avançado rápido, quando a equipe especializada chegar ao local da parada.

Os três primeiros elos podem ser realizados por qualquer indivíduo capacitado e são os de maior impacto no prognóstico da PCR, porém,

para que a desfibrilação possa ser realizada precocemente, é necessário que o sistema de resposta à emergência esteja integrado à corrente,

permitindo, assim, a rápida chegada do desfibrilador. Para os pacientes que apresentam retorno da circulação com estas medidas iniciais,

torna-se fundamental um atendimento avançado de boa qualidade, que mantenha a estabilidade do paciente e aumente as chances de

uma evolução sem sequelas neurológicas.

1 . I N T R O D U ç Ã O A PCR é, sem dúvida, a situação mais dramática que um médico pode enfrentar em sua vida profissional, mesmo estando ele habituado

ao atendimento de emergências. Os poucos minutos em que a conduta escolhida pode determinar a sobrevida do paciente, assim como

seu prognóstico neurológico, geram angústia e ansiedade, causando irritação e prejudicando a sensatez e a clareza de raciocínio. Visando

aprimorar o tratamento destas emergências, foram criados, nos Estados Unidos, cursos de treinamento de emergência voltados para

o atendimento básico – Basic Life Support (BLS), para o atendimento avançado no adulto – Advanced Cardiac Life Support (ACLS) e para

o atendimento avançado na faixa pediátrica – Pediatric Advanced Life Support (PALS). Desenhados de maneira a permitir um treinamento

essencialmente prático, estes cursos padronizam não só as técnicas de ventilação artificial, compressão torácica e desfibrilação, como

também a identificação e manejo das taquiarritmias e bradiarritmias, o diagnóstico e tratamento do AVC e das síndromes coronarianas

agudas, o tratamento do choque e o controle invasivo e não invasivo das vias aéreas.

A Cidade em Defesa da Vida

Há aproximadamente 4 anos, o Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa tem se dedicado à realização de cursos de capacitação em

emergência preconizados pela American Heart Association, sendo atualmente um dos principais centros de treinamento brasileiros em

emergência voltados para o atendimento básico - Basic Life Support (BLS), para o atendimento avançado no adulto – Advanced Cardiac

Life Support (ACLS) e o principal centro formador em atendimento avançado na faixa pediátrica – Pediatric Advanced Life Support (PALS).

Preocupado com a realidade brasileira, o Hospital Sírio-Libanês, junto com o Ministério da Saúde, desenhou o programa – A Cidade em

Defesa da Vida na intenção de modificar o cenário de alta taxa de mortalidade por PCR súbita, IAM e AVC no país.

2 . C O O R D E N A ç Ã O

Hospital Sírio-Libanês

Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Dr. Roberto de Queiroz Padilha – Diretor de ensino

Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês – Prof. Dr. Roberto Kalil Filho – Diretor

Centro de Simulação de Urgência e Emergência – Dr. Edison Ferreira de Paiva – Coordenador

Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Dra. Gisleine Eimantas – Consultora

8

HOSPITAIS DE ExCELêNCIA A SERVIçO DO SUS

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A CiDADe eM DeFesA DA ViDA

3 . O B j E T I V O S

3 . 1 . G E R A L

Melhoria dos índices de sobrevida (sem sequelas) de vítimas de PCR súbita, IAM e AVC nos quatro municípios brasileiros selecionados

pelo Ministério da Saúde.

3 . 2 . E S P E C í F I C O S

Fortalecimento do quarto elo da corrente de sobrevivência através de:

• Capacitação técnica de leigos na abordagem da vítima adulta em PCR súbita e para compreensão dos sinais e sintomas

que servem de alerta na identificação precoce de um possível iAM ou AVC;

• Difusão dasmedidas básicas para tratamento inicial da PCR e otimização do tempo de resposta dos serviços de emergência,

mobilizando e educando uma parte significativa da população (25%) de cada município para a identificação da situação

de urgência, para solicitação imediata de auxílio e de um desfibrilador e para prática das manobras de RCP, mesmo na

ausênciadeumprofissionaldesaúdenolocaldoepisódio;

• Análiseecomparaçãodosregistrosdeatendimentodeemergêncialocais,préepós-treinamentodapopulação.

4 . C A R A C T E R í S T I C A S E M E T O D O L O G I A

Para o sucesso do Programa são propostas atividades gerais e atividades específicas. Como proposta geral destacam-se:

lançamento do programa “A Cidade em Defesa da Vida”

Apresentação oficial do programa para prefeitos e secretários de Saúde, secretários de Educação e representantes do SAMU dos quatro

municípios selecionados, destacando a importância do envolvimento e da integração de todos para que se atinjam os resultados esperados

e haja impacto nas comunidades.

levantamento e análise de dados/sAMU

Coleta de informações sobre os indicativos da taxa de sobrevida na PCR súbita junto ao SAMU, analisando os registros

obtidos pelo serviço. O registro e análise das informações serão contínuos durante a execução do programa e até três meses após o término

das capacitações, quando serão analisadas e comparadas as informações registradas pré e pós-capacitações. A ficha de coleta de dados é

disponibilizada em endereço eletrônico para facilitação do processo (Anexo 1).

Ensino-aprendizagembaseadoempráticassimuladas

O aprendizado atrelado à simulação é uma metodologia recentemente institucionalizada em algumas áreas de atuação que apresentam

alto potencial de risco e responsabilidade. A simulação contribui para o treinamento prático de habilidades e atitudes realizado através de

simuladores, protegendo os pacientes (ou o cliente final) de riscos desnecessários, como na aviação, indústria militar e nuclear, médica,

entre outras. É uma metodologia de treinamento mais eficaz em situações críticas que exigem medidas rápidas e precisas. Na área da saúde,

permite um treinamento realístico para patologias ou situações incomuns e pacientes difíceis ou locais de difícil acesso, permitindo

o erro sem riscos de ferir ou prejudicar o paciente ou a população numa tomada de decisão, havendo a possibilidade de repetição da prática

até atingir-se a eficiência. Ela substitui o aprendizado passivo por um processo de avaliação, decisão e correção de erros que transfere o foco

do paciente (ou problema) para o aluno. Além de complementar o conhecimento teórico e a habilidade técnica, a simulação permite ao

treinando aprimorar fundamentos de trabalho em equipe, tomada de decisões e liderança. A educação em saúde baseada em simulação

sustenta-se em quatro importantes pilares éticos que norteiam a capacitação em saúde: padronização de práticas para treinamento e

tratamento; treinamento realizado em ambiente seguro e controlado; o foco do treinamento é o treinando e não mais o paciente real;

permitir o treinamento de habilidades comportamentais, tanto de indivíduos como de equipes.

Contando com manequins e equipamento de última geração, o Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa prima por atividades práticas

simuladas, sendo referência na America Latina desde o início de suas atividades. Realiza capacitações simuladas nas mais diversas áreas,

realizando todos os cursos de suporte de vida da American Heart Association: ACLS, PALS e BLS, atualizados para as Diretrizes 2005 de

Ressuscitação. Sendo assim, práticas simuladas são utilizadas no processo de ensino-aprendizagem.

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HOSPITAIS DE ExCELêNCIA A SERVIçO DO SUS

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A CiDADe eM DeFesA DA ViDA

4 . 1 . A T I V I D A D E S E S P E C í F I C A S

A capacitação de grande parte da população para abordagem da vítima adulta em PCR súbita, IAM e AVC é a principal característica

desta ação, abrangendo número significativo de membros da comunidade de cada município envolvido, pois com os conhecimentos e

habilidades adquiridos por cada indivíduo participante nesta ação, eles poderão salvar a vida de um membro da família, um amigo, vizinho

ou desconhecido. A ação foi estruturada nas seguintes etapas:

4 . 1 . 1 . P r o g r a m a d e c a p a c i t a ç ã o p a r a o p r o f e s s o r

Para que haja o compromisso dos professores do ensino público com esta ação, indica-se um programa de capacitação que seja incluso no

plano de carreira do professor, cuja validação é de responsabilidade da Secretaria da Educação de cada Município e/ou Secretaria Estadual

de Ensino, também responsáveis por indicar quais escolas e professores serão inclusos na ação.

A carga horária para esta atividade de capacitação é de no mínimo 52 e no máximo 85 horas, divididas nos seguintes conteúdos:

CapacitaçãoemRCP,AVCeIAMpelosinstrutoreseresidentesdeCardiologiadoHospitalSírio-Libanês

Capacitação em medidas básicas e tratamento inicial das vítimas de PCR por instrutores e residentes de cardiologia do HSL. A capacitação é

realizada com o auxílio de um kit educativo para auto-treinamento, especialmente desenvolvido para a ação. O material é simples e didático

para garantir o sucesso do aprendizado. O kit é composto de um manequim, um DVD que guia todo o processo de capacitação e um texto

ilustrado (Figura 2). Os professores receberão, ainda, orientação teórica sobre os sinais e sintomas de alerta de AVC e de IAM e sobre quais

as medidas iniciais que devem ser tomadas nestas situações. Após esta capacitação, os professores se tornam monitores e estão aptos a

multiplicarem o conhecimento para os alunos.

treinamento na plataforma à distância (Web aula) por instrutores do Hsl

Nesta etapa, os professores serão orientados na utilização de um sistema eletrônico simples, denominado Web aula, que permite acesso

a todo o conteúdo do programa, documentos, formulários e inserção de registros, imagens, dúvidas e sugestões.

Difusão da capacitação em RCp para os alunos

Cada professor multiplica seus conhecimentos e habilidades em RCP adquiridos previamente para no mínimo 30 e no máximo 50 alunos

em cada sala. Durante a capacitação, os professores coletam dados dos alunos em ficha cadastral que devem ser inseridos na plataforma

à distância, registram com fotos o treinamento e divulgam a atividade educativa denominada Maratona da Vida, que promoverá uma

competição de treinamento entre as escolas. A carga horária destinada para esta etapa varia de acordo com a quantidade de salas

e alunos que cada professor é responsável. Esta etapa conta com uma auditoria e monitoramento realizado pelos instrutores e residentes

da Cardiologia do HSL.

Divulgação da ação nas escolas

Finalizada a capacitação em RCP, os professores são responsáveis pela divulgação da ação para os alunos, por fixação de cartazes, entrega

de folhetos de divulgação, elaboração de painéis e apresentação da ação em atividades extracurriculares da escola, entre outras estratégias

de marketing definidas pelo Hospital Sírio-Libanês. A apresentação oficial do programa é disponibilizada na plataforma à distância

Web aula, durante capacitação do professor.

Figura 2. Kit Educativo

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HOSPITAIS DE ExCELêNCIA A SERVIçO DO SUS

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A CiDADe eM DeFesA DA ViDA

participação nas atividades educativas competitivas (Maratona da Vida) entre as escolas

Os professores são responsáveis pela organização das competições (Maratona da Vida) entre as escolas, com apoio da prefeitura dos

municípios e das secretarias de educação e auxiliados pelo Hospital Sírio-Libanês. Nesta fase, os professores validam a capacitação feita

pelos alunos à comunidade e registram as fichas cadastrais das pessoas capacitadas na plataforma à distância. As regras das competições

“Maratona da Vida” serão determinadas pela Prefeitura de cada município em conjunto com a equipe do HSL.

4 . 1 . 2 . E n c o n t r o d e s e n s i b i l i z a ç ã o

Apresentação, nos municípios selecionados, do programa A Cidade em Defesa da Vida aos diretores das escolas, diretores de ensino,

coordenadores e professores, com a participação dos prefeitos e secretários da saúde, educação e todos os demais envolvidos, em local

determinado pelo Município. Os professores que farão parte do programa serão selecionados pela Secretaria da Educação em conjunto com

os diretores das escolas. Os professores assinam um termo de compromisso contendo suas atribuições, que são registrados pela secretaria

acadêmica do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Após o Encontro de Sensibilização, é encaminhado aos diretores da escola

um formulário para identificação das necessidades da escola em relação ao programa, que deve ser preenchido no prazo de sete dias

após o recebimento.

4 . 1 . 3 . C a p a c i t a ç ã o e m R C P d o s a l u n o s

Os alunos do ensino fundamental e médio das escolas públicas são treinados inicialmente nas escolas por seus próprios professores, previamente

capacitados para serem instrutores, com o mesmo Kit e conteúdo programático utilizado pelo professor, que permanece definitivamente

na escola. Os alunos recebem também um material educativo resumido do programa contido no Kit que fica em posse de cada aluno.

Alunos

Multiplicadores

Família/Comunidade

25% da PopulaçãoProfessoresInstrutores

4 . 1 . 4 . C a p a c i t a ç ã o e m R C P d a c o m u n i d a d e – A t i v i d a d e s E d u c a c i o n a i s

C o m p e t i t i v a s : “ M a r a t o n a d a V i d a ”

Após a capacitação, cada aluno é orientado e estimulado a difundir as habilidades aprendidas entre seus familiares e amigos, principalmente

através de atividades programadas nas próprias escolas ou em locais públicos proporcionando assim, o treinamento simultâneo de um

grande número de pessoas. O principal apelo do programa é a possibilidade de levar esta capacitação para uma porcentagem significativa

da comunidade que, de outro modo, jamais teria conhecimentos práticos sobre ressuscitação. Considerando que cada aluno pode

facilmente multiplicar a capacitação para, pelo menos, 15 pessoas, o programa tem por objetivo capacitar no mínimo 25% da população

do município onde é realizado, em pouco tempo e com baixo custo (Figura 2). Os Kits permanecem definitivamente nas escolas e os alunos

são estimulados pelos próprios professores e pela direção da escola a prosseguir continuamente com o treinamento de familiares e amigos.

Sempre que possível, diferentes mídias são utilizadas para estimular a capacitação contínua da comunidade.

Os dados obtidos nas capacitações são registrados em um programa simples de preenchimento online, via internet, procurando-se

identificar o número e as características das pessoas treinadas e a frequência de treinamentos e retreinamentos.

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HOSPITAIS DE ExCELêNCIA A SERVIçO DO SUS

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A CiDADe eM DeFesA DA ViDA

5 . E S T R U T U R A E D I N â M I C A

5 . 1 . M U N I C í P I O S

Inicialmente para participação deste programa, foram indicados pelo Ministério da Saúde quatro Municípios brasileiros com até 330.000

habitantes que possuem em sua rede municipal e estadual profissionais da saúde admitidos por concurso público e próximos de um centro

de treinamento em saúde certificado: Apucarana – PR, Itanhaém – SP, Maringá – PR e São Carlos – SP (Figura 3).

Os municípios são responsáveis pela facilitação do contato entre os representantes do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa e as

instituições de ensino, SAMU e hospitais de retaguarda do SAMU, enfatizando a importância do programa e a necessidade de adequação

dos serviços para a execução do mesmo.

sp

pRApucarana-PR

115.323 habitantesItanhaém-SP

80.778 habitantes

São Carlos-SP

212.956 habitantes

Maringá-PR

325.968 habitantes

Figura 3 – Municípios indicados pelo Ministério da Saúde

Para o sucesso do programa A Cidade em Defesa da Vida é necessário que as Secretarias de Educação indiquem quais escolas e professores

serão capacitados e que a prefeitura auxilie na divulgação e realização das atividades, principalmente nas atividades educacionais

competitivas “Maratona da Vida”, já que grande parte da população é envolvida. Cada um destes municípios apresenta uma população que

varia de 80.000 a 330.000 habitantes, perfazendo no total, ao redor de um milhão de habitantes, sendo que cerca de 25% da população

é treinada nas medidas de suporte básico de vida no adulto. Todas as cidades contam com o serviço de atendimento móvel do SAMU

e faz parte deste programa a avaliação do impacto deste treinamento na qualidade do atendimento inicial prestado à vitima de PCR.

São treinados inicialmente os professores de ciências e educação física das escolas públicas indicados pelas diretorias escolares que

servem de instrutores permanentes para treinamento de alunos da rede de ensino público. Considerando que cada aluno pode facilmente

multiplicar a capacitação para, pelo menos, 15 pessoas, o objetivo é capacitar 18.000 alunos, o que resultará em, pelo menos, 270.000

membros da comunidade dos municípios, em pouco tempo e com baixo custo. Cada pessoa treinada tem seus dados básicos registrados

em site eletrônico desenvolvido pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (http://defesadavida.hsl.org.br), acessível através das

escolas, permitindo, assim, o registro do número e das características das pessoas treinadas.

5 . 2 . C A P A C I T A ç Ã O D E P R O F E S S O R E S

São 385 professores capacitados entre os 4 municípios oriundos de 140 escolas.

• São Carlos: 110 professores – capacitação ocorre em 2 dias (sábado e domingo), sendo 11 turmas com 10 alunos

cada. Período estimado de 6 horas de treinamento para cada turma (2 horas vídeo e prática, 2 horas aula teórica, 2 horas

treinamento em web aula). são 4 instrutores divididos entre as turmas e atividades durante os dois dias de capacitação.

• Apucarana: 60 professores - capacitação ocorre em 1 dia (sábado), sendo 6 turmas com 10 alunos cada. Período

estimado de 6 horas de treinamento para cada turma (2 horas vídeo e prática, 2 horas aula teórica, 2 horas treinamento

em web aula). são 3 instrutores divididos entre as turmas e atividades durante a capacitação.

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HOSPITAIS DE ExCELêNCIA A SERVIçO DO SUS

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A CiDADe eM DeFesA DA ViDA

• Maringá: 170 professores: capacitação ocorre em 2 dias (sábado e domingo), sendo 17 turmas com 10 alunos cada.

Período estimado de 6 horas de treinamento para cada turma (2 horas vídeo e prática, 2 horas aula teórica, 2 horas

treinamento em web aula). são 5 instrutores divididos entre as turmas e atividades durante os dois dias de capacitação.

• Itanhaém: 45 professores - capacitação ocorre em 1 dia (sábado), sendo 5 turmas com 10 alunos cada. Período estimado

de6horasde treinamentopara cada turma (2horas vídeoeprática, 2horas aula teórica, 2horas treinamentoemwebaula).

são 3 instrutores e 4 residentes de cardiologia divididos entre as turmas e atividades durante a capacitação.

5 . 3 . C A P A C I T A ç Ã O D E A L U N O S

Desenvolvida pelos professores previamente capacitados, ocorre durante o período de 30 dias dentro das escolas. Cada professor desenvolve

a programação de capacitação de cada escola e registra os dados na Web aula, sendo obrigatória a capacitação mínima de 50 alunos por

professor no período de 30 dias. Os instrutores atuam como auditores em 2 visitas às escolas em cada município durante este período.

Capacitação leigos (Maratona da Vida)

Ocorre em grande evento organizado pela prefeitura em 2 dias (sábado e domingo) e realizada pelos próprios alunos previamente

capacitados, sendo obrigatória a capacitação mínima de 10 pessoas por cada aluno. Os professores acompanham o treinamento e registram

os dados. Os instrutores e residentes de cardiologia atuam como auditores neste período.

“ A Cidade em Defesa da Vida”

MódulosdeCapacitação

2 horas

Carga Horária

Q U A D R O 1 – D U R A ç Ã O D O S M ó D U L O S D E C A P A C I T A ç Ã O :Avaliação inicial do sAMU

planejamento e divulgação

Capacitação da população

2º Avaliação do sAMU

publicação dos resultados

5 . 4 . P E R í O D O D E E x E C U ç Ã O

O programa A Cidade em Defesa da Vida inicia em julho de 2009 no município que apresentar primeiramente e de forma completa,

as informações, instalações e organização necessárias para o início das atividades e cuja experiência será utilizada para identificação

das dificuldades na implementação do programa. Posteriormente, os programas são oferecidos progressivamente aos demais municípios,

com término previsto para dezembro de 2010. A duração de cada uma das capacitações está especificada no quadro 1.

18

HOSPITAIS DE ExCELêNCIA A SERVIçO DO SUS

19

A CiDADe eM DeFesA DA ViDA

1. AMERICAN HEART ASSOCIATION. OUT-OF-HOSPITAL CARDIAC ARREST — STATISTICS.

Disponível em: http://www.americanheart.org/downloadable/heart/1136822850501OutofHosCA06.pdf.

2. LITWIN PE, EISENBERG MS, HALLSTROM AP, CUMMINS RO. The location of collapse and its effect on survival from cardiac

arrest. Ann Emerg Med. 1987;16(7):787-91.

3. WHITE RD, BUNCH Tj, HANKINS DG. Evolution of a community-wide early defibrillation programme experience over

13 years using police/fire personnel and paramedics as responders. Resuscitation. 2005;65(3):279-83.

4. CUMMINS RO, EISENBERG MS, HALLSTROM AP, LITWIN PE. Survival of out-of-hospital cardiac arrest with early initiation

of cardiopulmonary resuscitation. Am j Emerg Med. 1985;3(2):114-9.

5. EFTESTøL T, WIK L, SUNDE K, STEEN PA. Effects of cardiopulmonary resuscitation on predictors of ventricular fibrillation

defibrillation success during out-of-hospital cardiac arrest. Circulation. 2004;110(1):10-5.

6. RHO RW, PAGE RL. THE AUTOMATED ExTERNAL DEFIBRILLATOR. j Cardiovasc Electrophysiol. 2000;18(8):896-9.

7. HEALTH SERVICES AND OUTCOMES RESEARCH. Disseminating Cardiopulmonary Resuscitation Training by Distributing

35 000 Personal Manikins Among School Children. Circulation. 2007;116:1380-5.

8. FREDRIKSSON M, HERLITz j, NICHOL G. Variation in outcome in studies of out-of-hospital cardiac arrest: a review of

studies conforming to the Utstein guidelines. Am j Emerg Med. 2003;21(4):276-81.

7 . B I B L I O G R A F I A R E C O M E N D A D A

8 . A G R A D E C I M E N T O S

Dr. Clésio Mello de Castro – Coordenador da Coordenação Geral de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde

Dr. Cloer Vescia Alves – Consultor

Prof. Dr. Manoel Fernandes Canesin – Consultor

Prof. Dr. Roberto Kalil Filho – Diretor do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês

Prof. Dr. Roberto de Queiroz Padilha – Diretor de Ensino do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa

Dr. Edison Ferreira de Paiva – Coordenador do Centro de Treinamento e Simulação de Emergências do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa

Profa. Dra. Gisleine Cristina Eimantas – Consultora do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa

6 . S I S T E M A D E A V A L I A ç Ã O

6 . 1 . A V A L I A ç Ã O D O S R E S U L T A D O S

Além dos dados sobre número e características da população, o programa visa contribuir para melhorar as variáveis habitualmente

utilizadas na avaliação da qualidade do atendimento de emergência.

A meta primordial, e mais ambiciosa, é aumentar as taxas de sobrevida sem sequelas na PCR súbita de um estimado atual de 2% para

5%. Como meta secundária, tem-se a avaliação do impacto da capacitação na melhoria das seguintes variáveis: tempo decorrido entre

o colapso e a chegada do SAMU; porcentagem de pacientes recebendo RCP no momento da chegada do SAMU; qualidade da RCP

oferecida; porcentagem de pacientes em fibrilação ventricular (FV) no momento da análise inicial do ritmo cardíaco; porcentagem

de reversão da FV no 1º choque; porcentagem de retorno da circulação espontânea; porcentagem de pacientes que chegam vivos

ao hospital de referência; porcentagem de pacientes admitidos no hospital; porcentagem de pacientes que recebem alta vivos, com

mensuração das sequelas neurológicas.

Durante um período de 3 meses, enquanto se realizam os preparativos para o início dos treinamentos, é feita uma avaliação inicial

dos resultados do SAMU de cada município, utilizando-se um documento especialmente desenvolvido para este propósito (Anexo 1) e

disponível para preenchimento eletrônico no site: http://defesadavida.hsl.org.br . Após 3 meses do início da capacitação, é repetida a

avaliação por um período também de 3 meses.

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HOSPITAIS DE ExCELêNCIA A SERVIçO DO SUS – A CiDADe eM DeFesA DA ViDA

9 . A N E x O – F I C H A D E R E G I S T R O S D E P A R A D A C A R D I O R R E S P I R A T ó R I A

O B S E R V A ç õ E S

D A D O S D A O C O R R ê N C I A Data: Chamado: h min

Saída da ambulância: h min Chegada da ambulância: h min

D A D O S D O P A C I E N T E

Nome: RG:

Sexo: M F Idade: ou Data de nascimento:

Endereço:

Telefone: Nome do contato:

Doença de base: Sim Não Qual? Diabetes Hipertensão Coronariopatia ICC

DPOC Hepatopatia Reumatológica IRC

Outra

Preenchido por: Assinatura:

I N S T R U ç õ E S1. Esta ficha permitirá a avaliação do impacto dos treinamentos do projeto “A Cidade em Defesa da Vida” nas variáveis de atendimento e evolução da parada cardiorrespiratória extra-hospitalar.2. O campo Dados do paciente contém informações de identificação e de contatos que permitirão o acompanhamento da evolução após a eventual internação e alta do paciente.3. O campo Dados da PCR contém as variáveis críticas para avalização do impacto do treinamento. É importante que você se habitue com as informações solicitadas, particularmente os horários, que devem

ser anotados no momento em que o atendimento estiver sendo prestado, ou esta informação será perdida.4. Como a RCP por testemunha tem importância fundamental na sobrevida dos pacientes, você deve anotar se estava, ou não, sendo realizada, assim como sua impressão subjetiva de se estava,

ou não, adequada.5. O nome e o telefone do hospital também permitirão obter dados de evolução dos pacientes que internarem.6. Quando algum dado não for conhecido, ou para informações adicionais, utilize o campo Observações.

LOCAL: Via pública Domicílio Outro

CAUSA PROVáVEL:

CONSTATADA POR: SAMU Leigo Outro Hora h min

RCP NA CHEGADA: Sim Não Adequada Inadequada Hora início h min

DEA UTILIzADO: Sim Não Choque Indicado Sim Não Hora h min

SAV NA CENA: Sim Não Retorno circulação Sim Não Hora h min

óBITO NO LOCAL: Sim Não Vivo até hospital Sim Não Iternado Sim Não

NOME DO HOSPITAL Telefone:

ALTA Sim Não CPC* (alta) Morte Cerebral Sim Não

D A D O S D A P C R

*CPC: 1 Consciente e alerta, com função cerebral normal; 2 Consciente e alerta, com função cerebral moderada; 3 Consciente e alerta, com disfunção cerebral grave; 4 Comotoso ou em um estado vegetativo persistente.

V. 0

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10

Rua Cel. Nicolau dos Santos, 69Bela Vista – São Paulo – SP – CEP 01308-060

Tel.: 55 11 3155-8800 [email protected] - www.hospitalsiriolibanes.org.br/iep