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Recife | Outubro de 2010 A cidade é das bicicletas Ilustração do livro:“Na garupa do meu tio” , de David Merveille, sobre foto de Flávio Santos A cidade é das bicicletas Transporte também é tema político | Página 03 Trabalhador economiza tempo e dinheiro | Página 05 Cicloturismo exige vários cuidados | Página 06 Passeios estimulam novas amizades | Página 07 NESTA EDIÇÃO Transporte também é tema político | Página 03 Trabalhador economiza tempo e dinheiro | Página 05 Cicloturismo exige vários cuidados | Página 06 Passeios estimulam novas amizades | Página 07

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Recife | Outubro de 2010

A cidade é das

bicicletas

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bicicletas

Transporte também é tema político | Página 03

Trabalhador economiza tempo e dinheiro | Página 05

Cicloturismo exige vários cuidados | Página 06

Passeios estimulam novas amizades | Página 07

NESTA EDIÇÃO

Transporte também é tema político | Página 03

Trabalhador economiza tempo e dinheiro | Página 05

Cicloturismo exige vários cuidados | Página 06

Passeios estimulam novas amizades | Página 07

2 | Recife, outubro de 2010 O BERRO

E X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T E

O BERRO é uma publicação daDisciplina Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da

Universidade Católica de Pernambuco.

Rua do Príncipe, 526 - Boa Vista - Recife-PE 50.050-900 -CNPJ 10.847.721/0001-95 Fone: (081) 21194000 - Fax:

(081) 2119.4222 Site: www.unicap.br/berro

Carta ao leitor

Esta edição do jornal OBerro é dedicada a umobjeto que tem mil e umaut i l idades na sociedadecontemporânea. Mais doque um simples meio detransporte, um brinquedode criança, um instrumentopara manter a forma física,a bibicleta é uma verdadeiradeclaração de modernidadepor parte de quem a usa.

No final dos anos 80,grupos de ativistas e de-fensores da bicicleta nosEstados Unidos adoratam oslogan “One less car” (Umcarro a menos) nas suascampanhas para lutar porum espaço nas grandescidades. O s logan, hojetambém usado pelo Bi-cicletada, associação de gru-pos que lutam pelo mesmoobjetivo no Brasil, resume, deforma perfeita, o que de-fendem os ciclistas. Nummundo saturado de auto-móveis, engarrafamentos,poluição e estresse, as bi-cic letas , se adotadas emlarga escala, significariammuitos carros a menos nasruas. A bicicleta é, portanto,um assunto político.

A gravura usada na capadesta edição foi tirada dolivro “Na garupa do meutio”, do cartunista belgaDavid Mer vei l le, que seinspirou no personagemHulot, do filme do francês“Meu Tio”, um dos clás-sicos absolutos do cinemauniversal, criado pelo genialJacques Tati. No filme, de1958, Tati interpretou umatrapalhado tio bonachão,que, vivendo em um mundo

boçal, tecnológico e estres-sado, circulava despreocu-padamente em sua bicicletavelha e era feliz nos su-búrbios de uma grandecidade.

Curioso como, desde ofilme, o papel da bicicleta sócresceu nas últimas cincodécadas. Com a crise am-biental , ela passou a serconsiderada como um meiode transporte cada vez maiscivilizado, um contrapontoà loucura do transporte mo-torizado que polui o meioambiente.

Muitos carros a menos

BICICLETAS estacionadas no Parque da Jaqueira, no Recife

Foto

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Apesar dessa visão aindaser minoritária, o uso dabicleta vai-se fortalecendona sociedade de toda for-ma, por mot ivos muitopráticos, como mostram asreportagens a seguir. Sãoamigos que se reúnem parapasseios noturnos que com-batem o estresse de um diade trabalho; são grupos quepartem nos fins de semanapara fazer turismo de aven-tura . É o vendedor am-bulante que enxerga umamelhor a l ternat iva paradeslocamentos rápidos e

baratos. É a companhia deentrega que percebe a van-tagem do meio de trans-porte para deslocamentoscurtos. É o trabalhador hu-milde que se desloca cedoda manhã para o trabalhosem pagar passagem deônibus. É também o jovemque pratica esportes radicaiscomo o BMX.

É uma experiência local euniversal. A China, por exem-plo, teve na bibicleta suaprincipal estratégia de trans-porte de massa, infelizmenteabadonada nos últimos anos

com o crescimento econômico.Por outro lado, a população dealguns países do norte daEuropa nunca abandonou asbicicletas e elas cada vez estãomais na moda.

Numa cidade plana comoo Recife e que vive um pro-cesso de saturação de carrosnas ruas, a bicicleta pode vira ser parte essencial do futuro.Nesse sentido, abrindo comuma gravura inspirada numfilme de 1958, este jornal estáde olho também no presentee no futuro da paisagemurbana.

Coordenador do Cursode JornalismoAlexandre Figueirôa

Professor OrientadorMarcelo Abreu

SubeditoraClara Albuquerque

RepórteresClara AlbuquerqueCris SobralElaine BatistaKleber NunesLeonardo TrevasPaula BenningPaulo Victor MarianiPâmella CavalcantiRaissa NascimentoSthèphanie MeloVanessa Silva

DiagramaçãoFlávio Santos

O BERRO on-linewww.unicap.br/berro

ImpressãoFASA

Recife, outubro de 2010 | 3O BERRO

Bicicleta também é tema políticoVANESSA SILVA

Ver bicicletas girando sobreo asfalto da capital pernam-bucana não é tão incomum. Osmotivos para enfrentar otrânsito do Recife de bicicletapodem ser bem variados. Oestudante de biologia PauloLima, por exemplo, faz dabicicleta sua arma de combatepolítico. Ele participa de umcoletivo que luta pelo espaçodos ciclistas nas ruas conhecidocomo Bicicletada – PE.

Com cerca de 70 inte-grantes, o grupo se reúne naúltima sexta-feira de cada mêscom o objetivo de chamar aatenção das pessoas no trânsitosobre a necessidade de me-lhores condições para os ci-clistas nas ruas. E a maneiracomo fazem isso é, justamente,pedalando.

O coletivo Bicicletada seinspira no Critical Mass (MassaCrítica), uma organização quecomeçou nas ruas de SãoFrancisco, nos Estados Unidos,no início dos anos 90 – e

procura divulgar a bicicletaenquanto transporte, além depressionar os órgãos respon-sáveis por criar condiçõesfavoráveis ao uso deste veículono meio urbano. No Recife, ogrupo começou a tomar formaem fevereiro de 2009, en-cabeçado pelo biólogo LucioFlausino e pelo estudante PauloLima.

“A primeira ação a serexecutada foi a pedalada men-sal. Procuramos sair sempre emhorários de grande fluxo notrânsito, chamando a atençãodas pessoas para o respeito quese deve ter com o ciclista, alémde aproveitar para demonstrarque é seguro andar de bicicletapela cidade”, contou Lucio.Após o pontapé inicial, o grupofoi-se consolidando e atuandotambém em outras esferas,inclusive políticas, pressionandoo governo estadual a se de-bruçar sobre a questão dodeslocamento sustentável noscentros urbanos. “Não adiantasó construir ciclovias. É precisoque as pessoas disponham de

uma malha cicloviária, queofereça toda uma infraes-trutura de apoio, como bici-cletários e sistemas de inte-gração de transportes, por

exemplo”, disse Lima.Como gesto concreto, o

coletivo está organizando umabaixo-assinado para ser en-tregue ao governador dePernambuco pedindo quesejam instituídas leis que obri-guem as prefeituras a realizar

obras que favoreçam e fa-cilitem o deslocamento embicicleta. Antes mesmo que alista de assinaturas seja entre-gue, porém, a Secretaria dasCidades vem-se mostrandosimpática à ideia de estruturaresse tipo de sistema nos mu-nicípios do estado. Estão sendorealizadas, inclusive, reuniõespara a elaboração de um PlanoDiretor de Mobilidade para aRegião Metropolitana doRecife (RMR). Representantesdas 14 cidades que compõema região vêm discutindo, desdejunho de 2010, a implantaçãode redes cicloviárias nessaslocalidades. O Bicicletada-PEtem acompanhado essesencontros.

Lucio Flausino acredita quea construção de um complexoque facilite o deslocamentosobre duas rodas vai estimularainda mais a sociedade autilizar a bicicleta como prin-cipal veículo de transporte. “Jádizia o matemático Braess:toda infraestrutura gera de-manda. Da mesma forma que

Trânsito é risco para quem pedalaSTHEPHANIE VILLARIM

O capacete, adesivosreflexivos e espelho retro-visor são alguns dos equi-pamentos de proteção que ociclista Rogério Leite, donodos blogs “Pedalando emRecife” e “Pedalando eOlhando”, não dispensaquando sai de bicicleta. Paraenfrentar o trânsito e o sistemaprecário de ciclovias no Recife,é preciso se proteger.

De acordo com a Com-panhia de Trânsito e Trans-porte Urbano do Recife(CTTU), 20,4% dos acidentesna cidade envolvem ciclistas,o que equivale ao segundolugar das estatísticas. Boa partedaqueles que utilizam a bi-cicleta para se locomover sãotrabalhadores. A maioria nãoconhece o código de trânsitoe não sabe como se proteger.Muitos usuários garantem játer andado na contramão,alegando ser mais seguro ver

os veículos transitando emdireção contrária a eles.“Quando reivindicamos umaação do governo para orientaro povo de como se portar notráfego, não é por nossa causa,que somos ciclistas por opção.É em favor das camadaspopulares, que usam esseveículo alternativo para eco-

nomizar o salário e necessi-tam de instrução”, disse Leite.

As irregularidades, muitasvezes, também são cometidasdevido à fraca estrutura dasciclovias e ciclofaixas. O sociólogoe professor da UniversidadeCatólica de Pernambuco, Na-dilson Silva, ciclista há dez anos eresidente em Boa Viagem,considera a pista para bicicletas

do bairro uma das melhores doRecife, que ainda assim possuifalhas. “A sinalização é defi-ciente, são placas de cor apa-gada que não alertam os ciclis-tas”, afirma Silva.

A ausência dessas pistasem ruas movimentadas comoa Avenida Recife e Aga-menon Magalhães obriga os

ciclistas a andar próximo aoscarros, motos e ônibus, atéacabarem espremidos no meiofio. Márcia Araújo, agentecomunitária de saúde daprefeitura do Recife (ACS),fazia o percurso do trabalhopara casa quando umamotorista, em alta velocidade,a atropelou. “Eu fratureiminha coluna no acidente. Se

Acidentes com bicicletasocupam segundo lugar nasestatísticas oficiais

a quantidade de carros nasruas tem crescido paralela-mente à quantidade de novasinserções de vias, acredito queas pessoas também vão sentir-se mais motivadas a trocar osautomóveis pela bicicleta coma implantação de sistemas quepermitam a utilização desseveículo com mais con-forto esegurança”, disse.

NO EXTERIOREm algums países, o ati-

vismo ligado às biclicletas éuma atividade com maistradição. Nos Estados Unidos,por exemplo, o Transportation

Alternatives é um grupo queatua na crítica da sociedadebaseada no automóvel edefende ações concretas parafacilitar a vida dos ciclistas.Como o transporte tradi-cional envolve necessária-mente combustível, o movi-mento dos ciclistas poli-tazados mistura políticainternacional, ecologia e estilode vida l igado à contra-cultura.

Gruposorganizadosreivindicam aconstrução deciclovias emelhorescondições desegurança

não há ciclovia na AvenidaBeberibe, sou obrigada aandar ao lado dos auto-móveis”, garante a ciclista.

Ser cauteloso e, sempreque possível, seguir o códigode trânsito brasileiro é umaforma que Nadilson Silvaencontra para evitar osacidentes. “Sempre pedalo navia normal e só subo emcalçadas quando a pista estámuito perigosa. Pode ser queo governo faça alguma coisase as pessoas de melhorescondições sociais passarem ausar a bicicleta como trans-porte”, disse Silva. A CTTUaponta como principal mo-tivo para a carência deinvestimento nessa área aquestão cultural. “O fluxo decarros e motos no Recife ébem maior em comparaçãoao de bicicletas. Por isso, aprefeitura tem instituído aimplantação dessas vias emlocais adequados”, explicouo gerente de educação para

o trânsito, Francisco IrineuCastro.

Há uma grande discussãoentre condutores de veículospara saber quem está ou nãocerto no trânsito. Algunsciclistas ultrapassam o sinalvermelho, outros transitamna linha de fronteira entrepedestres e transporte, entreoutros tipos de infraçõescometidas. Rivaldo Caval-canti trabalha como taxistano Recife, há 33 anos. Paraele, a imprudência dos ciclis-tas atrapalha o tráfego. “Éum absurdo, a prefeitura nãofaz nada para resolver essasituação”, disse. Já o ciclo-ativista Leite vai mais além:“Durante as aulas para reti-rada da carteira de habili-tação não há grande cons-cientização para que a bici-cleta seja reconhecida comoveículo. Por isso se perpetuaa desinformação e desres-peito entre variados trans-portes no trânsito”.

4 | Recife, outubro de 2010 O BERRO

Mobilidade favorece comércioCLARA ALBUQUERQUE

Eles estão por todas asáreas da Região Metropolitanado Recife. Com mercadoriasdiversificadas, como alimen-tos, água mineral e eletrodo-mésticos para revenda, oscomerciantes das bicicletasprocuram o sustento atravésdeste trabalho informal, que,além de ser econômico, nãopolui o meio ambiente.

A maioria deles passa o diainteiro no veículo oferecendo,aos gritos, os produtos apreços populares, utilizandoum boné como único artifíciode proteção contra o sol eroupas leves para encarar ocalor. “A bicicleta é umagrande ajuda, foi a opção queachei depois que fiquei desem-pregado”, diz Eduardo San-tana, 28 anos. Ele é moradorde Águas Compridas, emOlinda, e trabalha há quatroanos no ramo. A opção pelasvendas em bicicleta começou

quando a pequena empresa demontagem de sofá não deucerto. O comerciante compraágua mineral para revenda emum depósito, situado no lugaronde mora, e circula pelocentro do Recife para traba-lhar. “No começo eu vinha deOlinda pedalando. Quandocomecei a ganhar dinheiro,passei a vir de ônibus, mastrago a bicicleta junto. Aquihá mais gente para comprar”,afirma ele.

Como Eduardo Santana,muitos comerciantes de bici-cleta ingressam nesta áreaprocurando uma oportuni-dade de obter lucro. Algunsutilizam este trabalho comofonte de renda complementar.É o caso de Marcos FerreiraLima, 52, que trabalha noCopel Centro Oftalmológicode Pernambuco, localizado daRua da Imperatriz, Recife, de8h30 às 18h30. Ele vendebombas d’água, celulares eaparelhos de televisão usados,

diariamente, nos horários dealmoço. Com a utilização decaixas de plástico e cordas,prende os produtos na dian-teira da bicicleta, que contémum suporte.“Consigo ganharde R$ 100 a R$ 200 por diana bicicleta. Realmente é umganha pão”, afirma ele. Mar-cos transita entre o centro eos bairros de Afogados eImbiribeira, onde mora, e ga-rante conseguir o pagamentodo aluguel com a renda.

“Trabalhar de bicicleta émais econômico, não gastocom gasolina nem corro orisco de levar multa no trânsi-to”, afirma.

Sobre o comércio em viapública com bicicletas, aDiretoria de Controle Ur-bano do Recife (Dircom) nãoidentifica aumento nemdispõe de estatísticas. Por e-mail, a diretora Maria JoséDi Biase informou à repor-tagem que, no ato da fis-calização, o comércio na

bicicleta tem o mesmo trata-mento que o ambulante,exclusivamente se o veículoestiver parado em via pú-blica. A penalidade, portanto,requer “avisos, notificações eordem de serviço pararetirada”.

Alguns comerciantes utili-zam, também, o comércio nabicicleta mesmo quando pos-suem uma empresa registrada.Edni Mariano da Fonseca, 45,trabalha há cinco anos ven-dendo produtos na bicicleta.Há um ano, ele tanto entregacomo vende bolos na bicicletaatravés da própria empresaBolos com Sabor, situada naPraça Machado de Assis, masjá trabalhou vendendo bolsaspara mulher e água mineral,antes disso. Fonseca circulapor toda a área do centro dacidade e não teme a fisca-lização da Prefeitura.

PRAZERAlém da economia, existe

Propaganda e barulho nas ruasKLEBER NUNES

A bicicleta pode ser umaopção interessante para quemquer e precisa ganhar dinheiro.A necessidade de empregoaliada à criatividade fez surgir,há pouco mais de 5 anos, naRegião Metropolitana doRecife, as “anuncicletas -bicicletas equipadas com duascaixas de som e um aparelhode CD de automóveis paraanúncios. A cada mês cresce onúmero desses veículos circu-lando pela cidade, especialmentena periferia e no centro. Elasoferecem um serviço rápido eeficiente de divulgação parapequenos e grandes em-presários.

Como todo setor infor-mal do mercado de trabalho,é difícil afirmar quando eonde surgiu a primeira em-presa do gênero, e quantasdessas bicicletas existem hoje.O que é certo é que elasvieram para substituir osantigos carros de som e,

graças à facilidade de tran-sitar em avenidas e até emruas mais estreitas, as “anun-cicletas” são, cada vez mais,prioridade nas estratégias demarketing dos estabeleci-mentos de diversos ramos.Far mácias, mercadinhos,armazéns, padarias e outraslojas para divulgação depreços e promoções. Casas deshows e clubes, também asutilizam, para anúncios defestas e outros eventos. Elasatendem a qualquer tipo depropaganda.

O serviço funciona pormeio de locação. Para alugaruma bicicleta por 1 hora, ocliente paga em torno de R$7 a R$ 10. O preço varia deacordo com a localidadeonde o veículo vai circular.Roberto José da Silva, ouBeto como prefere serchamado, 27, é proprietárioda “Beto Som” há 5 anos.Na pequena empresa, comescritório no bairro de SãoJosé, ele conta com sete

“anuncicletas”. Em cadauma, ele gastou R$ 1.700,00para colocar as caixas desom e o aparelho de CD.Além disso, ele dispõe de

um estúdio próprio para agravação das publicidades.Beto garante a rentabilidadedo trabalho e o retorno dodinheiro investido. “Temosclientes todos os dias, mi-nhas bicicletas estão semprenas ruas. Cliente é o que não

falta”, afirmou. Beto divideo que ganha com os sete ci-clistas, ou bicicleteiros comosão chamados os que tra-balham para ele, e com amanutenção das bicicletas.

Este novo setor do mer-cado de trabalho ainda émarcado pela infor ma-lidade. Uma realidade queparece estar mudando. A“Beto Som” é um dessescasos. Lá eles trabalham comas mesmas obrigações edireitos de uma pequenaempresa. O empresário sóvê vantagens na regula-rização do negócio. “Com afirma registrada, fica maisfácil trabalhar, principal-mente para clientes grandesque exigem nota fiscal, que-rem tudo dentro da le i .Assim, garantimos bons con-tratos e um ótimo rendi-mento”, disse Beto.

BARULHOSão esses clientes gran-

des que agora t ambém

Uso dasanuncicletasparadivulgação deprodutos geralucro paraempresaspequenas egrandes

estão vendo nas “anun-cicletas” uma ótima formade ampliar as vendas. Lojasde confecção, empresas detelefonia, tv a cabo e inter-net são as que mais têmprocurado esse serviço depublicidade. O preço pagopela divulgação e a rapidezpara seduzir o consumidorsão os diferenciais na es-colha. “Fazemos uso dessetipo de mídia sonora por-que, além de ser barata, éuma mídia de rua, ela atin-ge os traseuntes que podemmais facilmente ir até a lojadepois de ouvir a propa-ganda”, garantiu a gerentede market ing das Lo jasCattan, Auletéia Soares.

Por outro lado, o ser-viço de anúncio tem agra-vado a poluição sonora nac idade . Parte das rec la-mações que chegam à pre-feitura dizem respeito aobarulho causado pela bici-c l e t a s a m b u l a n t e s q u eanunciam produtos.

o prazer de negociar embicicleta. “Desde quandocomecei , me sinto maisdisposto. A bicicleta virouminha vida, eu adoro”, dizFonseca. Trabalhando das 7hàs 16h, ele diz que consegueganhar o equivalente a umsalário mínimo, suficientepara sustentar a família. E,além disso, gosta bastante doque faz. “Hoje em dia, euestou bem mais saudável”,afirma ele.

Para o freguês, há maisvantagens do que desvan-tagens. O consumidor estámais preocupado com aentrega imediata do produtoou alimento. “A vantagem éque a gente não precisa irbuscar”, diz Alexandra No-gueira, 23, comerciante dalanchonete Deus é Amor, si-tuada na Rua das Flores, nobairro do Recife, e cliente deEdni Fonseca. “Todos os diasele passa e me oferece osbolos”, completa.

Recife, outubro de 2010 | 5O BERRO

LEONARDO TREVAS

Eles estão por toda acidade. De repente, surgemaparentemente do nada, cor-tando carros e ônibus. As viassão canaletas. Os sinais detrânsito podem ser ignorados.Em um instante, com ummovimento rápido, desmon-tam e tornam-se pedestres.Vencem quilômetros, dia-riamente, para cumprir seusafazeres, usando, apenas, aforça das pernas e a energiada inércia.

Os trabalhadores de baixarenda que usam a bicicletacomo meio de transportediário, no trajeto casa-trabalho,são 41% segundo pesquisarealizada na periferia doRecife pela Companhia deTrânsito e Transporte Urbano(CTTU), em março de 2009.Ciclistas que vêm e vão noshorários de pico, contor-nando a falta de infraestruturada cidade e disputando espaçocom carros, motos e ônibus,são uma imagem cotidiana.

Mesmo que tome todos oscuidados – uso de capacete,luzes, respeito às regras detrânsito –, o trabalhadorprecisa manter os olhos aber-tos para evitar um acidente.

Como o Recife é uma cidadecom apenas 21,5 km deciclovias (um quinto do totalde Curitiba, por exemplo),resta trafegar pelos lados dasruas e avenidas, próximo àsconhecidas canaletas, muitasvezes mantendo uma distânciade centímetros em relação aoscarros e ônibus. “Já caí emachuquei o ombro quandoum Palio bateu o retrovisorem mim. O motorista aindafugiu sem prestar socorro”,afirma o auxiliar de serviçosgerais João Gregório da Silva,38. Ele também reclama dasmás condições em dias dechuva. “A água que se acumulanos lados da pista pode es-conder um buraco. Muitasvezes tenho que desmontarpara seguir em frente”, diz.

Mas quem são esses traba-lhadores-ciclistas? Para eles,esse meio de transporte é tãoimportante quanto para opersonagem principal do filme“Ladrões de Bicicleta” (1948),do diretor Vittorio de Sica. Napelícula, situada no pós-guerraitaliano, Ricci está desem-pregado e tem de sustentarsua família. Quando final-mente consegue o trabalho decolador de cartazes, suamulher vende os lençóis de

casa para tirar do penhor abicicleta – único requerimentodo serviço. Justamente noprimeiro dia, Ricci tem seuganha-pão roubado em ummomento de distração. Segue-se então uma corrida atrás doladrão pelas ruas de umaRoma escura e decadente.

“Pedalo há mais de vinteanos, desde os dezoito. Tododia, percorro 25 minutos, emmédia, da Bomba do Heme-tério até o Parnamirim. Mêspassado, comprei uma mobi-lete, o que diminui o esforço,mas mesmo assim ainda pre-firo a velha bicicleta”, dizEduardo Gino do Nasci-mento, 41, zelador de um con-domínio. Além do prazer porpedalar, existem outros mo-tivos que determinam a pre-ferência pela bicicleta. “De-testo quando tenho que vir deônibus. Além de ganhar tem-po e prat icar exercíciosquando vou para o trabalhode bicicleta, há um retornofinanceiro. Gasto de R$ 15a 20 mensais com a manu-tenção, enquanto isso nãoseria suficiente para nemuma semana de passagem deida e volta”, afirma o por-teiro Moisés Xavier de San-tana, 36. Ele afirma que

MOISÉS economizatrocando ônibus porbicicleta

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Alternativa econômica para trabalhadores

Um vendedor de lanches sobre duas rodasPAULO MARIANI

Gildo Lanches, positivo eoperante. É esse o mote de umdos ciclistas mais conhecidosda zona norte recifense, hámais de cinco anos. Dasquatro da tarde às duas damanhã, Gildo Gonçalves deSouza e sua fiel bicicletaatendem em uma ampla gamade locações, como colégios,faculdades, concessionárias,pontos de táxi e residências,além de transeuntes.

Trabalhar no comércioalimentício usando bicicleta emum horário tão peculiar fez afama do vendedor, que já foientrevistado por mais de umjornal local. O carisma e ocatálogo de frases de efeitotambém contribuem para o

marketing. Vigilante durante 15anos – trabalho no qual tambémusava sua bicicleta -, trouxeconsigo todas as sentenças depraxe da profissão. Ao perdero emprego, tentou a sorte comopedreiro durante um ano, masnão se adaptou ao trabalho. Asolução veio novamente naforma das duas rodas, quandomontou o negócio de entregasde lanche com sua madrinha,Silvana Souza, antiga fun-cionária da lanchonete ComeCome de Casa Forte, cozinhei-ra e mentora do empreendi-mento. “A cabeça de tudo é ela,eu só pedalo e entrego”, diz ocomerciante.

Diariamente, Gildo sai deTorrões, onde mora, para a av.Caxangá seguindo para osbairros Madalena, Torre e

Derby, podendo haver mu-danças no quixotesco itinerante.Não há descanso para a cor-rente dessa bicicleta. Per-guntado se não existiria ummeio de transporte melhor paraentregar sua média de 300lanches diários, a resposta ésimples e humilde. “Eu nemacabei o ensino fundamental,quanto mais tirar carteira demotorista. Tenho medo demoto e nem sei dirigir carro.”A entrega dos lanches, segundoGildo, varia de 10 a 40 minutos,embora o consenso da maioriados clientes e na sua comu-nidade do Orkut (com mais de350 seguidores) seja de umahora e meia a duas.

O trânsito, segundo ocomerciante, é o principalproblema nas entregas. Ruas

esburacadas e não projetadaspara ciclistas, atropelamentose engarrafamentos são as suasprincipais queixas. “Anti-gamente eu trabalhava demanhã, mas era trânsitodemais, sol demais e eu nãoalmoçava. Cheguei a perderuns 15 quilos. Decidi, então,trabalhar apenas de tarde e ànoite. Nesse horário é maistranquilo, além de ser zeroconcorrência.” A tranquili-dade a que se refere nãoimpediu que o comerciante,de 45 anos, tivesse que fugirde dois assaltos e ver “muitacoisa estranha” nos cinco anose dez meses de Gildo Lanches,como gosta de relembrar.“Quase seis anos. Essa não éa minha primeira bicicleta não.A que eu comecei já tá com

aluga o vale-transporte re-cebido pela empresa. “Paramim conta como uma ajudano final do mês – dá paracomprar um gás, um remé-dio”, declara.

Mesmo com a populari-zação nas classes de baixarenda das motocicletas de 50

cilindradas, para alguns abicicleta é insubstituível.“Marcamos eu e mais doisamigos de vencer os 70 kmde Recife até Timbaúba.Vamos passar sete horaspedalando. Só por diversão”,diz o porteiro João HenriquePereira Filho, 34.

três pontes de safena e eu tivede aposentar a coitada”.

Durante a entrevista com ocomerciante, nos arredores daPraça do Derby, seu celular tocoucinco vezes nos 40 minutos emque respondia às perguntas. Odisputado Gildo explicava aosclientes: “Assim que eu acabar vouaí. Já estou te vendo aqui daesquina, meu cliente”. Ambicioso,já ensaia um fim para suasandanças de bicicleta “daqui a unsquatro anos”, quando pensa emabrir uma lanchonete fixa. Apreferência é pelo Derby, pontofixo dos seus clientes mais fiéis,os taxistas. Guarda com carinhoa lembrança do primeiro lanchevendido, uma coxinha entreguea um taxista na frente do ClubeInternacional em noite de showde brega.

6 | Recife, outubro de 2010 O BERRO

Esporte radical ganha espaço em PernambucoPAULA BENNING

São mais de 300 participantes emtodo o Estado, competições aindaescassas e poucos patrocinadoresinteressados, mas parece serunânime entre os atletas: a grandedificuldade é a falta de local apro-priado para prat icar o BMXFreestyle – uma modalidade deesporte com um certo t ipo debicicleta que se utiliza de manobrasradicais em diferentes terrenos.

Segundo Cristian Helly, conhe-c ido como Bob, estudante deEngenharia Civil da Universidadedo Estado de Pernambuco (UPE)e um dos melhores atletas de BMX,os treinos acontecem no Geraldão,no Morro dos Guararapes , naJaqueira e em qualquer outro cantodo Estado em que haja algumarampa, já que faltam pistas ade-

quadas para treinamentos. Um outradificuldade é a falta de patrocínio.“É difícil encontrar patrocinadorpara um esporte que é caro e quesó agora começa a ganhar espaçoem Pernambuco”, afirma Bob.

O BMX surgiu nos Estados Uni-dos, no final dos anos 70, mas foi como tempo que ele começou a sedesenvolver. Possui cinco diferentesmodalidades, sendo diferenciadas pelolocal e pela forma de como asmanobras são executadas. É o queconta Caio Andrade, estudante dejornalismo, criador e editor do BetaBmx- um site especializado em BMXFreestyle.

Apesar das dificuldades, o esportevem crescendo com a criação decompetições como, por exemplo, oRecife BMX Riders e o Coma Barro.De acordo com Elon Bezerra,conhecido por Lonzinho, outro atleta

ATLETA treina naJaqueira paracampeonato

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CRISLUCE SOBRAL

Aventura, superação delimites e interação com anatureza. Para Marco Leal,cicloturista de carteirinha, essaé a melhor maneira para sedefinir o contentamento desair pedalando estrada afora.O cicloturismo é consideradopelos ciclistas uma das ativi-dades mais tranquilas para sepraticar com a bicicleta e vemsendo cada vez mais aceitopelas pessoas que queremexperimentar novas sensações.

Vivenciar o ambiente éuma das vantagens oferecidaspela prática. Sentir os cheiros,ir ao encontro dos sons, formas,cores e detalhes da natureza sãomotivações que levam o ciclistaa realizar viagens para lugarespróximos e, até mesmo, paraoutros estados e países. Asensação de paz e bem-estaracaba proporcionando umafuga do estresse e da correriada vida moderna.

Segundo Marco Leal, abaixa velocidade usada nasviagens permite ao ciclistacontemplar paisagens exube-rantes, além de ter um con-tato direto com as pessoas,adquirindo conhecimentos de

outras culturas e costumes deoutras cidades visitadas. “Re-centemente, fiz uma viagemdo Recife a Salvador commais três amigos. Percor-remos 832 km em 10 dias depuro pedal com um gastomínimo. Ver crianças ace-nando e gritando nas esco-linhas por onde passamoscomo “heróis” e fazer inú-meras amizades ao longo docaminho é muito gratificante”,disse Marco, que já viajoupara todas as capitais doNordeste.

Mas para tudo existemregras, limites e obstáculos aserem enfrentados. E nocicloturismo não é diferente.Pneus furados, acidentes,iniciantes sem preparo físico,chuvas, estradas em péssimascondições e até o risco deassaltos são surpresas desa-gradáveis que podem surgir nocaminho.

“A preparação de qual-quer viagem demanda umplanejamento cuidadoso,mas, de bicicleta, é precisolevar em consideração aspec-tos ligados principalmente àsegurança, pois o fator riscoaparece muito mais”, afirmao psicólogo Marcelo Cabral,

GRUPO depernambucanoschega a Salvador

Cicloturismo exige cuidados

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que pedala há 30 anos e jávisitou lugares como Ita-maracá, Itapissuma e Vitória.“Elaborar o percurso, fazer arevisão de todo o equipa-mento, ter um bom condi-cionamento físico e examesmédicos em dia são fatoresprimordiais para quem querexperimentar a prática”,complementou.

“Já fiz viagens para váriascidades do interior de Per-nambuco, além de outrosestados nordestinos comoBahia e Fortaleza e a maior

dificuldade enfrentada foi afalta de respeito dos motoristascom os ciclistas”, disse opublicitário Jaime Albuquer-que. “Montar numa bicicletae sair em busca de outrasculturas é uma experiênciaincomparável, é diferentequando você sai num veículomotorizado. Mas é precisoficar atento nas estradas, tendosempre o farol dianteiro episca-pisca traseiro ligados,para se tornar visível para osmotoristas”, acrescenta.

Os riscos sempre irão

existir, mas precaução e umbom planejamento de viagempoderão diminuí-los. Levar nabagagem comidas leves, mate-rial de reserva, medicamentose primeiros-socorros podemevitar que a satisfação dê lugarà preocupação. Uma lista detelefones úteis como PolíciaRodoviária, hospitais e planosde saúde para casos de emer-gência também não deve seresquecida. Levar lanternas,sinalizadores noturnos e andarsempre em fila indiana tambémpodem ajudar na localização.

do BMX e um dos grandes res-ponsáveis pela evolução da modalidadeno Estado, “as coisas boas se resumemno prazer de poder executar manobrasimpressionantes, viajar a campeonatos,conhecer outras culturas, fazer novasamizades, entrar em contato pro-fissional e pessoal, interagir em redenacional.”

CRESCIMENTOUm ponto elogiado pelos pra-

ticantes do BMX é a liberação paraentrada de bicicletas no metrô, quefacilita o transporte, já que os locaisde treinamentos são distantes deonde moram.

Embora as dificuldades aindasejam muitas, o esporte está cres-cendo e consolidando-se em Per-nambuco, com a ajuda dos atletas,de parte da mídia e de alguns poucospatrocinadores.

Recife, outubro de 2010 | 7O BERRO

RAISSA NASCIMENTO

Pedalar em grupos no-turnos ou no domingo pelamanhã, realizando passeioscurtos ou longos, rápidos oulentos. Essas são caracte-rísticas dos mais de 30 gruposque realizam passeios ci-clísticos no Recife e quepossuem perfis completa-mente diferentes entre eles,mas o mesmo objetivo: pro-porcionar um aumento daqualidade de vida dos par-ticipantes e fazer novosamigos.

Segundo a psicóloga eciclista Renata Dias, os pas-seios despertam a necessidadede sociabilização entre osparticipantes e reduzem oestresse depois de um diaintenso de trabalho. "Pedalaré um ótimo exercício para ocorpo e a mente. Contribuipara evitar o sedentarismo eas doenças cardiovasculares,como também é uma ex-celente terapia para relaxar amente. Além, é claro, depermitir a interação entre aspessoas durante o percurso,aumentando o leque de ami-zades", diz a psicóloga. "Foidurante um passeio ciclístico

que eu conheci o meu na-morado Argildo e estamosjuntos já vai fazer sete meses.E temos planos para noscasarmos em breve".

CULTURAO grupo de ciclistas Ami-

gos Para Sempre ficou co-

nhecido em promover ci-clismo cultural. A ideia nasceucom cinco amigos que seuniam todos os domingos pelamanhã, no parque da Jaqueira,na zona norte do Recife, parair até um ponto cultural nacidade e hoje já conta commais de 100 adeptos. Para ajornalista Roberta Tavares,que atualiza o blog do grupo,o diferencial é unir o útil ao

GRUPO de ciclistas fazuma parada no seupasseio semanal

Passeio ciclístico abre novos horizontes

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agradável, que é pedalar e, aomesmo tempo, aumentar oconhecimento cultural dosparticipantes sobre a cidade."Escolhemos um ponto cul-tural ou uma pessoa queproduz cultura. Já fomos aoo ateliê de Francisco Bre-nnand, que fica na Várzea,como também à casa doartesão Mestre Nado, que ficaem Aguazinha, Olinda. Opercurso sempre leva osciclístas a fazer uma des-coberta cultural sobre a ci-dade e os seus moradores",diz a jornalista.

Para os que preferemandar de bicicleta à noite, hávárias opções de grupos nacidade, como o Ciclo Ad-venture, com saída às terças-feiras do bairro de Par-namirim; o Grupo de CasaAmarela, que se reúne àssextas-feiras em frente aonúmero 529, da AvenidaNorte; a Confraria do Pedal,que tem encontro marcadotodas as terças-feiras, nosegundo jardim de BoaViagem. O grupo Coruja-queira conta com o apoio daCTTU, que acompanha opasseio controlando o trânsitoa favor dos ciclistas. Segundo

Mais de 30gruposrealizampasseios debicileta noRecife, comperfis bemdiferentes

Para osciclistas, amaiorpreocupaçãosão oscuidados coma segurançapessoal

um dos fundadores do Coruja-queira, Markus Jeorgii, de 37anos, os ciclistas começam aolhar a cidade com outrosolhos. "No dia a dia, não temostempo de parar as nossas ati-vidades e observar os detalhes dacidade. Então, o passeio ciclísticoé uma oportunidade de pararmoscom calma e conhecer mais asruas e bairros do Recife", dizJeorgii. E acrescenta: "Paraorganizar os passeios, a genteorganiza toda uma estrutura físicapara evitar possíveis problemas.Por exemplo, se, por acaso,

quebrar alguma bicicleta, temoscarro de apoio para colocá-la.Assim, podemos dar continuidadeao passeio".

SEGURANÇAPara os ciclistas, a reco-

mendação mais importante éno quesito de segurança.Afinal, por serem mais vul-neráveis no trânsito, é im-portante estar bem equipados,por isso, só podem participardas pedaladas os ciclístas queestiverem com o equipa-mento de segurança, isto é, ocapecete e luvas. Muitostambém participam munidosde tornozeleira, cotoveleira eluzes dianteiras e traseiras paraevitar possíveis acidentes. Umdos exemplos é o ciclistaThulio Kramer Ribeiro daSilva, de 30 anos. Silva sempreparticipa dos passeios comtodo o equipamento de se-gurança. "Prezo pela minhasegurança e, consequente-mente, a das pessoas próximasa mim.

Entre os ciclistas, háaqueles que preferem ospasseios durante a noite. Porum tempo, nos anos 90,quando a moda pegou noRecife, foram chamados denight bikers, ou ciclistas no-turnos. No trânsito, temosque fazer a nossa parte eprevenir possíveis acidentes",afirma.

50 anos do Curso de Jornalismo60 anos da Unicap

Em 2011temos muitosmotivos paracomemorar.

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