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197 JOSÉ MARIA TREPAT CASES A ARBITRAGEM INTERNACIONAL DAS CONVENÇÕES INTERAMERICANAS DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO * José Maria Trepat Cases Professor de Direito CivillWs Cursos de Graduação e Pós-Graduação, loto sensu, da Faculdade de Direito de Bauru. Monitor do Departamento de Direito Civil na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Professor de Direito Comercial na Universidade Mackenzie e na Universidade São Judas em São Paulo. Advogado em São Paulo Sumário: 1.- Introdução. 2.- Aspectos históricos. 3.- Conceito de Composiçnao. 4.- Natureza jurídica. 5.- Diferenças entre arbitragens e outros institutos. 5.1.- Arbitragem e conciliação; 5.2.- Arbitragem e transação; 5.3.- Arbitragem e arbitramento; 5.4.-Arbitragem e perícia técnica; 5.5.- Arbitragem nacional e arbitragem internacional. 6.- A cláusula compromissória. 7.- O juízo arbitral no Código de Processo Civil. 7.1.- Aspectos introdutórios; 7.2.- Do compromisso; 7.2.1.- Espécies; 7.2.2.- Admissibilidade; 7.2.3.- Requisitos; 7.2.4.- Efeitos; 7.2.5.- Extinção; 7.3.- Dos árbitros; 7.4.- Do procedimento arbitral; 7.5.- Do laudo arbitral; 7.6.- Da homologação do laudo arbitral; 8.- Anteprojetos de lei sobre a arbitragem no Brasil. 8.1.- Aspectos gerais; 8.2.- O anteprojeto de 1981; 8.3.- O anteprojeto de 1987; 8.4.- O anteprojeto de 1988; 8.5.- O anteprojeto de 1989. 9.- Convenções internacionais sobre arbitragem. 9.1.- Objeto e conteúdo das convenções; 9.2.- Natureza do juízo arbitral; 9.3.- Arbitragem internacional; 9.4.- A arbitragem internacional frente ao direito brasileiro;9.5.- Código de Bustamante; 9.6.- Convenção de Nova York; 9.7.- Convenção interamericana do Panamá; 9.8.- Convenção de Montevideo; 9.9- Protocolo do Mercosul. 10.- Vantagens da arbitragem.n.- Comentários. 12.- Notas de rodapé. 13.- Bibliografia. * Monografia apresentada no Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no semestre de 1993, como exigência à conclusão do módulo de Direito Internacional Privado, ministrado pelo Professor Doutor Jürgem Samtleben. Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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197 JOSÉ MARIA TREPAT CASES

A ARBITRAGEM INTERNACIONAL DAS

CONVENÇÕES INTERAMERICANAS DE

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO *

José Maria Trepat Cases

Professor de Direito CivillWs Cursos de Graduação e Pós-Graduação, loto sensu, da Faculdade de Direito de Bauru. Monitor do Departamento de Direito Civil na Faculdade

de Direito da Universidade de São Paulo. Professor de Direito Comercial na Universidade Mackenzie e na Universidade São Judas em São Paulo. Advogado em São Paulo

Sumário: 1.- Introdução. 2.- Aspectos históricos. 3.- Conceito de Composiçnao. 4.­Natureza jurídica. 5.- Diferenças entre arbitragens e outros institutos. 5.1.­Arbitragem e conciliação; 5.2.- Arbitragem e transação; 5.3.- Arbitragem e arbitramento; 5.4.-Arbitragem e perícia técnica; 5.5.- Arbitragem nacional e arbitragem internacional. 6.- A cláusula compromissória. 7.- O juízo arbitral no Código de Processo Civil. 7.1.- Aspectos introdutórios; 7.2.- Do compromisso; 7.2.1.­Espécies; 7.2.2.- Admissibilidade; 7.2.3.- Requisitos; 7.2.4.- Efeitos; 7.2.5.- Extinção; 7.3.- Dos árbitros; 7.4.- Do procedimento arbitral; 7.5.- Do laudo arbitral; 7.6.- Da homologação do laudo arbitral; 8.- Anteprojetos de lei sobre a arbitragem no Brasil. 8.1.- Aspectos gerais; 8.2.- O anteprojeto de 1981; 8.3.- O anteprojeto de 1987; 8.4.­O anteprojeto de 1988; 8.5.- O anteprojeto de 1989. 9.- Convenções internacionais sobre arbitragem. 9.1.- Objeto e conteúdo das convenções; 9.2.- Natureza do juízo arbitral; 9.3.- Arbitragem internacional; 9.4.- A arbitragem internacional frente ao direito brasileiro;9.5.- Código de Bustamante; 9.6.- Convenção de Nova York; 9.7.­Convenção interamericana do Panamá; 9.8.- Convenção de Montevideo; 9.9­Protocolo do Mercosul. 10.- Vantagens da arbitragem.n.- Comentários. 12.- Notas de rodapé. 13.- Bibliografia.

* Monografia apresentada no Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no 2° semestre de 1993, como exigência à conclusão do módulo de Direito Internacional Privado, ministrado pelo Professor Doutor Jürgem Samtleben.

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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JOSÉ MARIA TREPAT CASES REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO198

1. INTRODUÇÃO

A opinião dos estudiosos é unívoca: a legislação brasileira atualmente

em vigor sobre a arbitragem, desfavorece sobremaneira a utilização do

instituto. Como óbices principais são apontados: o descuido do legislador na

regulamentação da cláusula compromissória e a necessidade de homologação

do laudo arbitral.

No entanto, nota-se que a necessidade de uma legislação avançada

sobre a arbitragem, torna-se cada vez mais preniente, pois, com a progressiva

internacionalização das relações comerciais, este instituto proporcionaria aos

contratantes a garantia que seus eventuais litígios, serão solucionados por

especialistas na matéria objeto da controvérsia, que a decidirão com sigilo,

rapidez e eficiente informalidade.

O objetivo desse trabalho é destacar que o aperfeiçoamento do juízo

arbitral, através da extirpação de empecilhos e das formalidades inúteis hoje

existentes, assim como do seu embasamento no que há de mais moderno com

relação aos princípios e garantias dos litigantes, proporcionará enorme

benefício à nossa sociedade, que nele encontrará uma forma alternativa para

a solução de controvérsias, colaborando desse modo na missão do Estado de

distribuir justiça.

2. ASPECTOS HISTÓRICOS

A doutrina é unânime ao afirmar que a arbitragem se insere, no

desenvolvimento dos povos, entre a primitiva vingança privada e o processo

jurisdicional. Mas não houve uma evolução linear e radical da arbitragem

para a solução estatal Uurisdicional) dos conflitos de interesses: ambos os

sistemas para dirimir controvérsias conviveram - e convivem - há séculos,

com maior ou menor realce para a arbitragem, levando-se em conta que o

Estado, tendo-se incumbido da função de aplicar a lei, relegou a um segundo

plano o método arbitral (1).

No Direito Romano, o seu processo civil sofreu, inegavelmente, a

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) civil sofreu, inegavelmente, a

JOsÉ MARIA TREPAT CASES 199

influência do princípio da arbitragem, que, então, exerceu papel

preponderante e decisivo no que tange à solução dos litígios, embora não

constituindo característica exclusiva do povo romano. Na verdade, marcante

era o caráter arbitral do procedimento civil em Roma, tanto o antigo, quanto

o clássico, de tal sorte que a decisão do litígio não emanava do Estado, o qual

se restringia à coc:-denação da tramitação do referido procedimento. É certo

que, depois, chancelava com a sua força estatal, a decisão proferida pelo

indexo Mencione-se, também, a existência, no processo civil romano, do

compromissum, pelo qual as partes diferiam ao árbitro ou aos árbitros a

apreciação e decisão da matéria controvertida. Por seu turno, uma outra

convenção é encontrada naquele direito, qual seja o receptum arbitri, em que

os litigantes se colocavam de um lado e o árbitro ou árbitros de outro, sendo

certo que este ou cstes aceitavam a respectiva função. Não há que se

confundir o compromissum, ato jurídico entre particulares, consensual

portanto, e o arbiter iuris ou arbiter legalis, do procedimento clássico, posto

que este era nomeado pelo pretor, e não pelas partes (2).

Na Idade Média, o recurso à arbitragem é incentivado também pela

grande variedade de ordenamentos jurídicos, graças à falta de centralização

do poder. O Direito Canônico acabou por regular minuciosamente a disciplina

da arbitragem, adotando basicamente os lineamentos do direito romano, o que

certamente colaborou para a difusão do instituto (3).

Ao final do período medieval, com o franco desenvolvimento das

comunas (especialmente na Itália), toma força um novo tipo de arbitragem,

imposto por certos grupos aos próprios membros como única forma de

solucionar controvérsias. Embora os árbitros fossem simples privados, estes

"diziam o direito" de forma vinculante e obrigatória para as partes (4).

A arbitragem voluntária e obrigatória conviveram juntas por

largo tempo.

Na Era Moderna, por int1uência da arbitragem obrigatória, vê-se um

presente controle dos legisladores sobre a arbitragem voluntária, ocorrendo o

que GIOVANNI MARANI denunciou de "processualização do instituto, com o seu paulatino ingresso no âmbito do direito público" (5).

I

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I

REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO 200

No século XX o interesse pela arbitragem ressurge com força e, aos

poucos, o instituto volta a ocupar o prestígio de outrora, renovado e

fortalecido em tratados internacionais que se multiplicam.

3. CONCEITO DE COMPROMISSO

Segundo definição de CAIO MARIO DA SILVA PEREIRA,

compromisso "vem a ser o acordo bilateral, em que as partes interessadas

submetem suas controvérsias jurídicas à decisão de árbitros, comprometendo-se a acatá-la, subtraindo a demanda da jurisdição da justiça comum" (6).

Nesse sentido parece haver um certo consenso entre os

doutrinadores. Por intermédio do compromisso, as partes submetem a

juízes privados de sua escolha, e que se denominam árbitros, seus conflitos

de interesses. Os juízes togados são afastados, a justiça comum é arredada,

confiando-se a prestação jurisdicional a juízes particulares, livremente

escolhidos pelas próprias partes (7).

E, deve-se ressaltar, que essa faculdade não infringe o principlü

constitucional da inafastabilidade do Poder Judiciário (art. 5°, XXXV, CF).

4. NATUREZA JURÍDICA

Se quanto ao conceito de compromisso há um certo consenso na

doutrina, o mesmo não ocorre com relação à sua natureza jurídica, pois esta

tem sido objeto de controvérsia entre os estudiosos.

De um lado colocam-se, irredutíveis, aqueles que vêem no instituto

apenas seu lado contratual: a arbitragem origina-se de uma convenção, os

poderes dos árbitros são apenas aqueles concedidos pelas partes, e o árbitro

acaba sendo qualificado quase como um mandatário comum das partes,

encarando-se, então, o laudo como a manifestação comum da vontade destas.

Para outros, que partem da idéia de que a administração da justiça é um

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

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JOSÉ MARIA TREPAT CASES 201

serviço público, a jurisdição dos árbitros só deve ser admitida se puder

integrar-se a tal serviço; assim, a decisão arbitral é um julgamento, ao qual

chega o árbitro através de um procedimento animado pelo contraditório e com

garantia maior da imparcialidade (ou seja, o processo) (8).

Para CARLOS ALBERTO CARMONA, "está presente na arbitragem o caráter substitutivo da jurisdição, que consiste na interferência de uma terceira pessoa, estranha à lide, que não participa do conflito de interesses, terceiro este que dirigirá imparcialmente a busca da verdade para a aplicação do direito objetivo ao caso concreto. Entretanto, não poderá o árbitro invadir a esfera jurídica do devedor resistente para fazer cumprir, forçadamente, a decisão arbitral".

E, prossegue, mais adiante: "A evolução experimentada pela arbitragem nos últimos quinze anos demonstra que não se pode continuar a aceitar a opinião dominante que vê na arbitragem apenas um contrato, uma atividade que "lembra" a do juiz no processo, mas a ela não se assemelha. E esta posição que continua a justificar a "necessidade" de homologação, do controle da atividade do árbitro, a fim de que não haja violação ao art. 5~ XXXv, da Constituição Federal, como se não houvesse outras formas de exercer tal controle - mais dinâmicas, mais eficientes e mais rápidas. Na Europa ocidental tende-se realmente à equiparação do laudo e da sentença, com a avaliação da homologação" (9).

5. DIFERENÇAS ENTRE A ARBITRAGEM E OUTROS INSTITUTOS

5.1 ARBITRAGEM E CONCILIAÇÃO

Enquanto na conciliação o conciliador procura solução para uma

controvérsia, solução esta que deve ser aceita pelas partes; na decisão arbitral, o

árbitro dirime a lide de forma impositiva, vinculando as partes. A solução

sugerida pelo conciliador, não será obrigatória e só terá eficácia entre as partes

se houver recíproca aceitação. Já o laudo arbitral, tende a assumir a eficácia de

sentença, o que ocorre (no Brasil) após o procedimento de homologação.

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REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO202

5.2 ARBITRAGEM E TRANSAÇÃO

Conforme ensinamento de WASHINGTON DE BARROS

MONTEIRO, transação é um ato jurídico bilateral, através do qual os

interessados extinguem obrigações litigiosas ou duvidosas, fazendo mútuas e

recíprocas concessões, de tal forma que o ato se caracteriza pela reciprocidade de ônus e vantagens e pela existência de litígio, dúvida ou controvérsia (lO).

No entanto, no juízo arbitral não há a reciprocidade de ônus e vantagens.

Para CARVALHO SANTOS "a transação última a contenda, e se

uma das partes tentar renová-Ia, opor-Ihe-á a outra a exceptio litis transationemfinital, já o compromisso afirma e mantém o litígio para que

o árbitro o dirima". E conclui que: "é da substância da transação ser um

contrato cumutativo, enquanto que é da natureza do compromisso nada

cederem as partes nas suas pretensões" (11).

5.3 ARBITRAGEM E ARBITRAMENTO

Entende-se por arbitramento o procedimento que se promove no

sentido de apurar o valor de determinados fatos ou coisas, de que não se

têm elementos certos de avaliação. Por arbitragem, uma forma de solução

de litígios.

5.4 ARBITRAGEM E PERÍCIA TÉCNICA

A perícia é um meio de prova e exprime a opinião e a conclusão de quem

conhece (perito), com maior ou menor profundidade, certo assunto técnico que lhe

é submetido para exame. O expert na matéria receberá a incumbência de apreciar

um fato cuja existência ou modo de ocorrência não pode ser judicialmente apurado,

a não ser com o concurso de conhecimentos técnicos especiais.

Na arbitragem decide-se tanto acerca de fatos como sobre o direito

aplicável à questão.

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JOSÉ MARIA TREPAT CASES

5.5. ARBITRAGEM NAC

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STITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

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JOsÉ MARIA TREPAT CASES 203

5.5. ARBITRAGEM NACIONAL E ARBITRAGEM INTERNACIONAL

Para GUIDO FERNANDO DA SILVA SOARES, a arbitragem

nacional possui as seguintes características: há a incidência, sobre todo o

fenômeno, tomado como uma unidade, das leis de um único sistema

jurídico e a inexistência de conflito de jurisdição internacional e se houver

necessidade de se buscar o socorro do Poder Judiciário, na fase da

execução compulsória da sentença arbitral (homologação do laudo arbitral,

para torná-lo título executório) ou na fase de eventuais medidas

coercitivas, antes ou durante o procedimento arbitral. Na arbitragem

internacional, embora uma unidade, suas partes são reguladas por leis

diversas, de diferentes sistemas jurídicos. Ocorre, aí, um fenômeno

interessante: seu despedaçamento. Nos contratos internacionais, em que os

mesmos são despedaçados, para os efeitos de cada pedaço ser regido por

uma lei definida (é o déspeçage ou morcellement do Direito Francês, ou

splitting up da Common Law) (12).

6. A cLÁUSULA COMPROMISSÓRIA

A cláusula compromissória ou cláusula arbitral ou pactum de compromittendo é uma convenção entre os contratantes, através da qual fica

estipulado que as divergências surgidas entre eles a respeito de um dado

negócio jurídico (normalmente acerca da execução ou interpretação de um

contrato) serão resolvidas por meio da arbitragem.

O legislador pátrio não deu à cláusula compromissória o tratamento legal

conveniente, que não é mencionada nos Códigos Civil, Comercial ou de Processo

Civil. A opinião dos doutrinadores é assente no sentido de que a cláusula

compromissória não obrigaria as partes, seria um verdadeiro pactum nudum (13).

VICENTE GRECO FILHO adverte: "A doutrina e a jurisprudência têm entendido que a cláusula compromissória não obriga, havendo necessidade posterior de se firmar o compromisso, interpretação, aliás, que também desencoraja a utilização do instituto" (14).

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204 REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO JOSÉ MARIA TREPAT CASES

Entretanto a afinnação genérica e sem restrição de que o pacto de disciplinou a arbitragem no compromittendo não tem valor vinculativo, não é de todo correta. Na 1.072 a 1.102, sob a rubrica verdade, existe um vínculo a ligar as partes. Pois, o descumprimento da

Neste capítulo o legipromessa de celebrar compromisso, acaba por resolver-se em perdas e danos,

quatro seções, a saber: ' no caso de ocorrer litígio que deva ser submetido à solução arbitral, sem que

Procedimento" e "Da Homhaja possibilidade de se fazer valer a promessa de contratar (15).

compromisso já estava regl Desse modo, fica patente, que haverá, pelo menos, possibilidade de contendo também algumas J

pretender-se indenização por descumprimento de obrigação de fazer. 1.045). Pelo trato abrangent(

SILVIO RODRIGUES repele a opinião daqueles que não reconhecem aceitou a tese de ser o compl

valor vinculativo algum à cláusula compromissória, com o seguinte ou então, um ato de organiza ensinamento: "Finalmente, a opinião intermediária, a meu ver a mais Essa última tese é Sustl sábia, é a que defere aos promitentes a prerrogativa de, desatendendo o artigo publicado na Revista d pactum de compromittendo, recorrer à justiça comum. Entretanto, se ARBITRAL NO DIREITO B assim procederem, descumpriram a obrigação de fazer assumida no não é um ato produtor de din pacto, ficando, por conseguinte, sujeitos ao pagamento da multa categoria maior; é consider. convencional estipulada no contrato, ou a reparar todo o prejuízo sofrido porquanto dele se origina o J

pelo outro contratante. Para evitar a difícil prova do montante do dano, especifidade dos atos jurídico. convém opor no contrato, desde logo, cláusula penal" (16). em que eles formam nãl

obrigacionais, pois deles na5Para CARLOS ALBERTO CARMONA, os dados objetivos que deverão pelas disposições adotadas p ser levados em consideração para a liquidação do prejuízo do contratante que pelas regras dispositivas previ, Civil" (18).

vê violada sua expectativa de solucionar o litígio pela, arbitral, são os seguintes:

o fato de não ser o juiz um expert na matéria que ser objeto de discussão, a

quebra do sigilo, a demora na solução do litígio e os custos do processo. E,

concluindo acrescenta: "Não se pode negar, porém, a dificuldade (não a impossibilidade) de liquidar-se perdas e danos diante do descumprimento 7.2 DO COMPROMISSO

da promessa de firmar compromisso" (17). 7.2.1 ESPÉCIES

7. O JUÍZO ARBITRAL NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL O artigo 1.073, do Códig

no art. 1.038 do Código Civil, c 7.1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

a) Judicial: aquele que é (

O Código de Processo Civil brasileiro, atualmente em vigor, juízo ou tribunal onde correr a c

I

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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rição de que o pacto de o é de todo correta. Na

lis, o descumprimento da

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contratar (15).

o menos, possibilidade de

obrigação de fazer.

i ueles que não reconhe~em

nissória, com o segumte

diária, a meu ver a mais ,gativa de, desatendendo o ~a comum. Entretanto, se ;ão de fazer assumida no 'ao pagamento da multa lrar todo o prejuízo sofrido rova do montante do dano,

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o prejuízo do contratante que

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lue ser objeto de discussão, a

o e os custos do processo. E,

lorém, a dificuldade (não a ,s diante do descumprimento

PROCESSO CIVIL

leiro, atualmente em vigor,

JOSÉ MARIA TREPAT CASES 205

disciplinou a arbitragem no Livro IV, Título I, Capítulo XIV, artigos

1.072 a 1.1 02, sob a rubrica "Do Juízo Arbitral".

Neste capítulo o legislador trata a matéria de forma sistemática em

quatro seções, a saber: "Do Compromisso", "Dos Árbitros", "Do Procedimento" e "Da Homologação do Laudo". Nota-se, no entanto, que o

compromisso já estava regulado no Código Civil (artigos 1.037 a 1.048),

contendo também algumas regras sobre os árbitros (artigos 1.041, 1.044 e

1.045). Pelo trato abrangente dado à matéria, depreende-se que o legislador

aceitou a tese de ser o compromisso arbitral um negócio jurídico processual,

ou então, um ato de organização judiciária.

Essa última tese é sustentada por CLÓVIS DO COUTO E SILVA, em

artigo publicado na Revista de Informação Legislativa, intitulado "O Juízo

ARBITRAL NO DIREITO BRASILEIRO", onde enfatiza: "O compromisso não é um ato produtor de direitos e obrigações tão-somente. Ele detém uma categoria maior; é considerado como um ato de organização judiciária porquanto dele se origina o juízo arbitral". E, concluindo, prossegue: "A especifidade dos atos jurídicos de organização em face dos demais atos está em que eles formam não uma, mas diversas relações jurídicas obrigacionais, pois deles nasce verdadeiro "status", regulado, em parte, pelas disposições adotadas pelos integrantes do compromisso, ou ainda pelas regras dispositivas previstas no Código Civil e no Código de processo Civil" (18).

7.2 DO COMPROMISSO

7.2.1 ESPÉCIES

O artigo 1.073, do Código de Processo Civil, repetindo o estabelecido

no art. 1.038 do Código Civil, contempla duas espécies de compromisso.

a) Judicial: aquele que é celebrado através de termos nos autos, perante

juízo ou tribunal onde correr a demanda;

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REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO 206

b) Extrajudicial: celebrado por escrito público ou particular, assinado

pelas partes (compromitentes) e por duas testemunhas.

Verifica-se, portanto, que seja judicial ou extrajudicial, o compromisso

tomará necessariamente a forma escrita, vedada portanto a forma verbal, pois

o artigo 1.072, do Código de Processo Civil estabelece: "... mediante

compromisso escrito, ... ".

7.2.2 ADMISSIBILIDADE

Para que seja admissível o compromisso, é necessário que seja

celebrado por quem tenha plena capacidade, dessa forma estão impedidos de

firmar compromisso os incapazes (artigos 5° e 6° do Código Civil).

MARIA HELENA DINJZ adverte que a capacidade de se comprometer,

abrange, "além da capacidade para os atos da vida civil, a possibilidade dos contratantes de dispor dos direitos em controvérsia e de serparte emjuízo, por

envolver a submissão da controvérsia aos árbitros" (19).

O estatuto processual em seu artigo 1.072, in fine, restringe a

admissibilidade de compromisso àquelas hipóteses em que a lei admita a

transação.

Portanto, só as questões que versem sobre direitos patrimoniais,

poderão ser objeto de compromisso arbitral. Desse modo, ficam excluídas

deste instituto as causas que versem sobre direitos pessoais, como o estado e

a capacidade das pessoas, bem como as que sejam relativas às coisas fora do

comércio ou inalienáveis.

7.2.3 REQUISITOS

Segundo o artigo 1.074, do Código de Processo Civil, o compromisso

conterá os requisitos nele enunciados sob pena de nulidade.

Portanto, são requisitos essenciais do compromisso, sem os

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

quais será nulo:

a) a qualificação das domicílio;

b) a qualificação dos como de seus substitutos non

c) o objeto do litígio, CI

valor. ANTONIO CARLOS

esclarecendo que usem a ex,

teria o árbitro condições de

qualquer dúvida a respeito do

negativamente na decisão arh

d) a declaração de respo perito e das despesas process

livremente a respeito da res{­

decorrentes do compromisso, i. como tal responsabilidade se} prefixação daquela", este é MARCATO (21).

Além dos requisitos esser Civil, em seu artigo 1.075, disp

estipulações, a critério das partes compromisso:

a) o prazo em que deva sei do árbitro. Os compromitentes p.

de um órgão arbitral institucional

laudo no prazo fixado gera a exti

lU, do Código de Processo Civil.

artigo 1.093, do mesmo estatut<

laudo em 20 (vinte) dias após o te

b) a condição de ser a sente para o tribunal superior. O inciso

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lTUlÇÃO TOLEDO DE ENS~

co OU particular, assinado

~as.

Iajudicial, o compromisso

rtanto a forma verbal, pois

estabelece: "... mediante

SQ, é necessano que seja

a forma estão impedidos de

do Código Civil).

pacidade de se comprometer,

!da civü, a possibilidade dos 'a e de serparte em juízo, por

IS" (19).

1.072, in fine, restringe a

eses em que a lei admita a

sobre direitos patrimoniais,

lesse modo, ficam excluídas

~os pessoais, como o estado e

1m relativas às coisas fora do

rocesso Civil, o compromisso

de nulidade.

do compromisso, sem os

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

quais será nulo:

a) a qualificação das partes que se comprometem: nome, profissão e

domicílio;

b) a qualificação dos árbitros eleitos pelos compromitentes, assim

como de seus substitutos nomeados para o caso de falta ou impedimento;

c) o objeto do litígio, com todas as suas especificações, inclusive o seu

valor. ANTONIO CARLOS MARCATO justifica essa exigência legal

esclarecendo que Usem a exata discriminação" ado objeto do litígio, não

teria o árbitro condições de proferir um julgamento correto, posto que qualquer dúvida a respeito do conteúdo ou limites da controvérsia influiria

negativamente na decisão arbitral" (20);

d) a declaração de responsabilidade pelo pagamento dos honorários do

perito e das despesas processuais. "Os compromitentes poderão acordar

livremente a respeito da responsabilidade pelo pagamento das despesas decorrentes do compromisso, importando, para a sua validade, não aforma

como tal responsabilidade seja atribuída a um ou a ambos, mas, sim, a prefixação daquela", este é o ensinamento de ANTONIO CARLOS

MARCATO (21).

Além dos requisitos essenciais acima elencados, o Código de Processo

Civil, em seu artigo 1.075, dispõe que o compromisso poderá conter outras

estipulações, a critério das partes. São, dessa forma, requisitos facultativos do

compromIsso:

a) o prazo em que deva ser proferido o laudo arbitral, ou seja, a decisão

do árbitro. Os compromitentes podem consignar tal prazo ou adotar as regras

de um órgão arbitral institucional. Cumpre lembrar que a não apresentação do

laudo no prazo fixado gera a extinção deste, conforme dispõe o artigo 1.077,

UI, do Código de Processo Civil. Na ausência de previsão, inside a regra do

artigo 1.093, do mesmo estatuto processual, devendo o árbitro proferir o

laudo em 20 (vinte) dias após o término da intrução.

b) a condição de ser a sentença arbitral executada com ou sem recurso

para o tribunal superior. O inciso 11, do artigo 1.075, do Código de Processo

207

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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208 REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

Civil tem suscitado divergência quanto à sua interpretação. Para ANTONIO

CARLOS MARCATO, tanto a lei civil (art. 1041) como a lei processual civil

(art. 1.078) "consagram a regra geral da irrecorribilidade da decisão proferida pelo árbitro, abrindo-se exceção somente se e quando assim convencionarem os compromitentes. Em outras palavras, inexistindo previsão contrária no compromisso, prevalece a cláusula "sem recurso", obstando a qualquer dos obtentes recorrer da decisão arbitral. Sucede, todavia, que não se pode retirar do âmbito do Judiciário o exame da validade, ou não do laudo, daípor que, estando presente qualquer dos vícios arrolados 110 art. 1.100, do Código de Processo Civil, o compromitente prejudicado poderá interpor o recurso de apelação, mesmo oactuada expressamente a cláusula "sem recurso" (art. 1.101, Parágrafo único)." E, mais adiante, indaga: "Referida cláusula seria então inútl1?" Sua resposta a

tal indagação é a seguinte: "Estipulada a cláusula, acompanhada de previsão de pena convencíonal imposta àquele que recorra (art. 1.075, 111), o não cumprimento da apelação imporá ao apelante a condenação na referida pena (art. 1.101, parágrafo úníco, parte final)" (22).

Entretanto, CARLOS ALBERTO CARMONA sustenta a tese que o

recurso a que se refere o art. 1.075, II, do CPC "poderá ser uma comissão de revisão interna em um órgão arbitral institucional, um outro árbitro, ou um outro órgão arbitral institucional". E, concluindo o raciocínio, acrescente

"que o 'recurso para o tribunal superior' refere-se ao procedimento arbitral, podendo as partes criar o órgão de revisão. Se não for criado ou indicado tal órgão não haverá recurso algum. Por outro lado, a norma comentada não se liga ao art. 1.101 do mesmo Código, que trata do recurso de apelação contra a decisão homologatória do laudo, mas sim, ao art. 1. 078." (23)

c) a estipulação de pena convencional.

No entendimento de CARLOS ALBERTO CARMONA, esta pena que

pode constar do compromisso para a parte que recorrer da sentença arbitral,

apesar da cláusula "sem recurso", refere-se ao juízo homologatório (art.

1.1 01, do CPC, e não ao recurso interno do procedimento arbitral) (art. 1.075,

II, CPC) (24).

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

Segundo ANTONIO

somente se e quando, viol(j provimento à apelação." E compromisso, pretenderam solução da pendência, co desatendido por qualquer final descolhido o recul conseqüências de seu convencionada." E alerta p

relevância: "a) só caberá {J

exista cláusula "sem recurs elencadas no art. 1.100 da estranha àquele rol, sequer o compromisso o recurso, o recurso" a apelação poderá mas também a justiça, ou 11

dada pelo árbitro à quest Provida a apelação pelo J

substituindo-a pelo acórdão'

d) a autorização aos áI

regras e fonnas de direito.

Aqui, deve-se anotar c que atenta para o fato de que

por eqüidade. Ao decidir c existente no direito positivo,

como se fosse verdadeiro leg

com o seu senso de justiça,

jurídica já existente (26).

Portanto, o dispositivo e

complementar, permitindo aI

normalmente solucionaria o

composição da lide segundo cri

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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~STITUlÇÃO TOLEDO DE ENSINO

:erpretação. Para ANTONIO .) como a lei processual civil

.recorribilidade da decisão Jmente se e quando assim '.ltras palavras, inexistindo ~ a cláusu a , I"sem recur so", la decisão arbitral. Sucede, do Judiciário o exame da

I presente qualquer dos vícios esso Civil, o compromitente apelação, mesmo oactuada 1.101, Parágrafo único)." E, então inútz1?" Sua resposta a

cláusula, acompanhada de e que recorra (art. 1.075, IlI), ') apelante a condenação na

lrte final)" (22).

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:"poderá ser uma comissão de ional, um outro árbitro, ou um luindo o raciocínio, acrescente

r' refere-se ao procedimento , revisão. Se não for criado ou ·um. Por outro lado, a norma 10 Código, que trata do recurso 'ia do laudo, mas sim, ao art.

RTO CARMONA, esta pena que

lue recorrer da sentença arbitral, se ao juízo homologatório (art.

lrocedimento arbitral) (art. 1.075,

JOSÉ MARIA TREPAT CASES 209

Segundo ANTONIO CARLOS MARCATO "tal pena será aplicada somente se e quando, violada a cláusula 'sem recurso' o tribunal negar provimento à apelação." Explicando, em seguida. "Com a celebração do compromisso, pretenderam os celebrantes excluir da jurisdição estatal a solução da pendência, cometendo-a ao árbitro por eles eleito. Ora, desatendido por qualquer dos compromitentes tal acordo, e sendo ao final descolhido o recurso por ele interposto, é justo sofra as conseqüências de seu ato, suportando a pena previamente convencionada." E alerta para dois pontos que entende ser da mais alta

relevância: "a) só caberá apelação contra o laudo arbitral, ainda que exista cláusula "sem recurso", na ocorrência de qualquer das hipóteses elencadas no art. 1.100 da lei processual. Versando o recurso questão estranha àquele rol, sequer será conhecido pelo tribunal; b) permitindo o compromisso o recurso, ou seja, sendo nele estipulada cláusula "com recurso" a apelação poderá versar não só àquelas questões do art. 1.100, mas também a justiça, ou não, do laudo arbitral, vale dizer, a solução dada pelo árbitro à questão controvertida objeto do compromisso. Provida a apelação pelo tribunal, este cassará a decisão arbitral, substituindo-a pelo acórdão" (25).

d) a autorização aos árbitros para julgarem com eqüidade, fora das

regras e formas de direito.

Aqui, deve-se anotar o ensinamento de FIDELIS DOS SANTOS,

que atenta para o fato de que julgar com eqüidade é diferente de julgar

por eqüidade. Ao decidir com eqüidade, o juiz interpreta a norma

existente no direito positivo, enquanto que, decidindo por eqüidade, atua

como se fosse verdadeiro legislador, criando uma regra mais compatível

com o seu senso de justiça, ainda que a mesma seja contrária à regra

jurídica já existente (26).

Portanto, o dispositivo em questão vai além da eqüidade supletiva ou

complementar, permitindo ao árbitro afastar a aplicação da lei que

normalmente solucionaria o conflito de interesses, para estabelecer a

composição da lide segundo critérios de justiça.

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I

REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO 210

7.2.4 EFEITOS

De acordo com o disposto no art. 267, VII, do Código de Processo

Civil, a celebração de compromisso judicial, faz extinguir o processo

sobre o qual versava a demanda, sem o julgamento do mérito, posto que

essa celebração significa a retirada da alçada do Poder Judiciário a

solução daquela.

Se o compromisso for celebrado antes do ajuizamento da demanda ­

extrajudicial - configurará fato impeditivo à constituição da relação

processual. Se uma das partes, nesse caso, socorrer-se ao Judiciário, cabe à outra parte na contestação, argüir como preliminar, a existência do

compromisso arbitral (art. 301, IX, CPC), ensejando assim, a extinção do

processo sem julgamento do mérito (art. 267, XII, CPC). No entanto, deve-se

salientar que a não argüição pelo réu, no momento oportuno, da existência do

compromisso celebrado entre ele e o autor, impedirá que dele conheça o órgão

jurisdicional, pois o parágrafo 4° do art. 301, veda expressamente o seu

reconhecimento ex ollicio pelo juiz.

7.2.5 EXTINÇÃO

o Código de Processo Civil prevê, no art. 1.077, cinco casos de

extinção do compromisso arbitral:

a) a escusa de qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação e não

havendo substituto para ele, ou, havendo, se este também recusar a nomeação;

Desse modo, caso qualquer dos árbitros escolhidos não aceite o

encargo (art. 1.080, in fine) e inexista substituto, o compromisso será extinto.

b) o falecimento de qualquer dos árbitros, ou a impossibilidade de dar

o seu voto, sem que tenha substituto;

c) a expiração do prazo estipulado (art. 1.075, I, CPC), sem que tenha

sido proferido o laudo arbitral;

d) o falecimento de alguma das partes, deixando herdeiro incapaz.

JOsÉ MARIA TREPAT CASES

Como o compromisso não P' art. 1.037, CC), este só perdi forem capazes.

e) a divergência, en terceiro deles.

A lei exige que os á evitando assim eventual er

compromitentes tenham elei

logo o terceiro desempatado]

extinção do compromisso arb

ANTONIO CARLOS extinção do compromisso ar!

1.077, porém que, implicitam

não argüição de sua existênc o mesmo litígio." (27)

7.3 DOS ÁRBITROS

O árbitro é juiz de fatl fica sujeita a recurso, salvo s 1.078, CPC).

É juiz de fato, visto q também juiz de direito, posto

resolver o litígio submetido à (art. 1.081, CPC).

Qualquer pessoa que go compromisso, poderá ser nom

CPC. No entanto, os incisos exceções - os analfabetos _ ç cumprir a finalidade principal

árbitro, que é a elaboração do la

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I

,TITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

11, do Código de Processo

faz extinguir o processo

lento do mérito, posto que ia do Poder Judiciário a

ajuizamento da demanda ­

à constituição da relação

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~jando assim, a extinção do

I, CPC). No entanto, deve-se

to oportuno, da existência do

iirá que dele conheça o órgão , veda expressamente o seu

) a.rt 1.077, Cinco casos de

s de aceitar a nomeação e não ~ também recusar a nomeação;

ros escolhidos não aceite o

J, o compromisso será extinto.

IS, ou a impossibilidade de dar

1.075, I, CPC), sem que tenha

s, deixando herdeiro incapaz.

JosÉ MARIA TREPAT CASES 211

Como o compromisso não pode ser celebrado por incapaz (art. 1.072, CPC e

art. 1.037, CC), este só perdurará se os herdeiros do compromitente falecido

forem capazes.

e) a divergência, entre os árbitros, a respeito da nomeação do

terceiro deles.

A lei exige que os árbitros nomeados o sejam em número ímpar,

evitando assim eventual empate entre eles quanto à decisão. Caso os

compromitentes tenham eleito dois árbitros, estes deverão escolher desde

logo o terceiro desempatador; havendo divergência na escolha, impõe-se a

extinção do compromisso arbitral.

ANTONIO CARLOS MARCATO anota uma outra hipótese de

extinção do compromisso arbitral, não contemplada expressamente no art.

1.077, porém que, implicitamente está referida no art. 301, IX, do CPC: "a não argüição de sua existência, pelo réu, caso seja proposta ação versando o mesmo litígio." (27)

7.3 DOS ÁRBITROS

O árbitro é juiz de fato e de direito e a sentença que proferir não

fica sujeita a recurso, salvo se o contrário convencionarem as partes (art.

1.078, CPC).

É juiz de fato, visto que não investido de jurisdição estatal, e é

também juiz de direito, posto que lhe compete, no âmbito de sua atuação,

resolver o litígio submetido à sua apreciação, formulado o laudo arbitral

(art. 1.081, CPC).

Qualquer pessoa que goze da confiança das partes que celebrarem o

compromisso, poderá ser nomeada árbitro, segundo o caput do art. 1.079,

CPC. No entanto, os incisos deste mesmo artigo elencam as seguintes

exceções - os analfabetos - pois se analfabeto ficaria sem condições de

cumprir a finalidade principal do compromisso e atividade fundamental do

árbitro, que é a elaboração do laudo arbitral; - os incapazes - já que estes não

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212 __R,-,-E=-'V--,'STA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINQ

podem sequer administrar seus interesses, quanto mais os interesses de

outrem; - os impedidos ou suspeitos - de acordo com as regras de

impedimento e suspeição previstas nos artigos 134 e 135, do CPC

O árbitro indicado pelas partes deverá ser compromissado, podendo

inclusi ve ser convidado a declarar se aceita ou não a nomeação, dentro de 10

(dez) dias. Aceitando a nomeação, subscreverá o compromisso; nada

respondendo no prazo assinalado, presume-se que a recusou (art 1.080).

Se compromissado, ao árbitro compete proferir o laudo arbitral no

prazo estipulado no compromisso, contado do dia em que é instituído o juízo

arbitral (art. 1.075, I c.c. art. 1.081, CPC).

O árbitro tem direito a uma remuneração (honorários), que pode ser

fixada previamente quando da celebração do compromisso, ou, na ausência de

estipulação prévia, será fixada pelo juiz, mediante requerimento formulado

nesse sentido (art. 1.084, CPC).

O árbitro será responsabilizado por perdas e danos nas seguintes hipóteses:

a) caso não profira o laudo no prazo estipulado, acarretando com tal

inércia a extinção do compromisso (art. 1.082, I c.c. art, 1.077, III, "b", CPC);

b) caso renuncie ao encargo injustificadamente, após havê-lo aceito

(art. 1.082, lI, CPC);

c) caso proceda com dolo ou fraude (art. 133, I c.c. art. 1.083, CPC).

7.4 DO PROCEDIMENTO ARBITRAL

O procedimento a ser seguido pelo árbitro (ou pelo colégio arbitral é

geralmente fixado pelos próprios componentes, que ou adotam o regulamento

de algum órgão arbitral institucional ou estabelecem desde logo as regras que

regerão a arbitragem. A lei faculta ainda as partes, caso prefiram, outorgarem

ao próprio juízo esta incumbência. Entretanto, caso nenhuma destas hipóteses

tenha sido prevista no compromisso, a própria lei, na Seção UI, do Capítulo

XIV, elenca as regras procedimentais a serem observadas.

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

O juízo arbitral «

nomeados, de sua funçãc

dos árbitros deverá ocuf

estipulação diversa no o

1.085, parágrafo 1°, CPC;

O Código estabelec seguidas, que procuram

contraditório. Dessa forro;

dias, apresentar as alega

comum, manifestar-se so

documentos serão acompa

um dos árbitros e à parte. (art. 1.091, CPC).

Havendo necessid,

data e local para a oit

pessoal ou ainda para oit a 457, CPC).

No entanto, a lei VI

quer contra as partes, qu

medidas cautelares. Nesse

ANTONIO CARLOS M situações distintas: a opo medidas serão decididas determinação judicial. EJ do cabimento daquelas, decisão" (28).

Uma vez instituído o todas as questões envolven

instituição do juízo arbitra

versando sobre a mesma de

do feito a entrega dos autos. (art. 1.089, CPC).

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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rlTUlçÃO TOLEDO DE ENSINO

to mais os interesses de

;ordo com as regras de

. e 135, do CPC.

compromissado, podendo

) a nomeação, dentro de 10

rá o compromisso; nada

.a recusou (art. 1.080).

roferir o laudo arbitral no

em que é instituído o juízo

(honorários), que pode ser

Jromisso, ou, na ausência de

Ite requerimento formulado

laTIos nas seguintes hipóteses:

Julado, acarretando com tal . 1077 III "b", CPC); .c. art,. , ,

lmente, após havê-lo aceito

33, I c.c. art. 1.083, CPC).

o (ou pelo colégio arbitral é

lue ou adotam o regulamento cem desde logo as regras que

:s, caso prefiram, outorgarem

ISO nenhuma destas hipóteses

lei, na Seção m, do Capítulo

Jservadas.

JOSÉ MARIA TREPAT CASES 213

o juízo arbitral estará instituído com a aceitação, pelos árbitros

nomeados, de sua função. Se as partes optarem por um colégio arbitral, um

dos árbitros deverá ocupar a presidência do tribunal. Desde que não haja

estipulação diversa no compromisso, o presidente será o mais idoso (art.

1.085, parágrafo 1°, CPC).

O Código estabelece, em caráter subsidiário, algumas normas a serem

seguidas, que procuram dar a garantia mínima para a efetivação do

contraditório. Dessa forma, cabe a cada parte no prazo comum de 20 (vinte)

dias, apresentar as alegações e documentos e, em igual prazo, também

comum, manifestar-se sobre as alegações da outra parte. As alegações e

documentos serão acompanhados de cópias, a fim de serem entregues a cada

um dos árbitros e à parte adversa, enquanto que os originais serão autuados

(art. 1.091, CPC).

Havendo necessidade de produção de provas, o árbitro designará

data e local para a oitiva de testemunhas, para ouvir depoimento

pessoal ou ainda para oitiva de perito (arts. 1.092 e 1.086 c.c. arts. 444

a 457, CPC).

No entanto, a lei veda ao árbitro o emprego de medidas coativas,

quer contra as partes, quer contra terceiro, bem como a decretação de

medidas cautelares. Nesse ponto, é bastante elucidador o ensinamento de

ANTONIO CARLOS MARCATO: "Cabe distinguir, porém, duas situações distintas: a oportunidade e a conveniência da adoção dessas medidas serão decididas pelo árbitro; já a sua execução depende de determinação judicial. Em outras palavras, o árbitro decide a respeito do cabimento daquelas, e o órgão jurisdicional torna efetiva tal decisão" (28).

Uma vez instituído o juízo arbitral, nele serão examinadas e decididas

todas as questões envolvendo o compromisso arbitral (art. 1.088, CPC); se a

instituição do juízo arbitral for posterior à instauração de processo judicial

versando sobre a mesma demanda, o presidente ou o árbitro requererá ao juiz

do feito a entrega dos autos, mediante recíbo e independentemente de traslado

(art. 1.089, CPC).

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REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO214

7.5 DO LAUDO ARBITRAL

o laudo arbitral representa a decisão dos árbitros a respeito da questão

controvertida submetida ao juízo arbitral. O laudo está condicionado à observância de determinados requisitos, estabelecidos em lei (arts. 1.095 e

1.100, VII, CPC), para que tenha validade.

Esses requisitos são os mesmos exigidos para a sentença judicial:

relatório, fundamentação, dispositivo, data e assinatura.

O relatório a ser elaborado pelo árbitro pelo presidente do órgão

arbitral conterá: o nome das partes, a indicação do compromisso e o objeto

do litígio. A indicação do compromisso refere-se aos elementos que

possibilitem sua identificação: a descrição do documento particular,

constando o local e a data de assinatura; ou a indicação do tabelião onde foi

lavrado o documento público, ou, ainda, a referência ao termo celebrado nos

autos do processo, indicando a data, o número dos autos do processo e a folha em que se encontra. Com relação ao objeto do litígio, bastará a

transcrição do que consta no compromisso, por ser seu requisito legal

(artigo 1.074, m, CPC), e visa garantir que os árbitros decidiram dentro dos

limites da questão controvertida que lhes foi submetida pelos

compromitentes, podendo assim revelar qualquer nulidade estabelecida em

lei (art. 1.100, II e m, CPC), com a simples leitura do laudo arbitral, sem

necessidade de outras peças do processo arbitral.

Na fundamentação o árbitro exporá as razões de fato e de direito que

o conduziram a determinada conclusão. É na motivação que deve ser

mencionado, expressamente, se a decisão foi dada por eqüidade.

Por último, determina a lei processual que o laudo arbitral contenha o

lugar e a data (dia, mês e ano) em que foi assinado. Esses são elementos que

possibilitarão aferir-se a nacionalidade do laudo.

O juízo arbitral proferirá o laudo, com os requisitos acima elencados,

no prazo de 20 (vinte) dias, após esgotadas a produção de provas, cabendo a

sua deliberação aos árbitros, em conferência e por maioria de votos, com a sua

posterior redução à forma escrita, por um relator (art. 1.093, parágrafo 1°,

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

CPC). se não houver unanirr deverá fundamentar o seu ve

Dispõe o art. 1.096, julgamento, com a entrega (

remetidos ao cartório do juí;

homologação. Como bem a

procedimento fixado para

audiência, nem de instruçã~

ciência do laudo às partes, il meio idôneo de cientificação

7.6 DA HOMOLOGAÇÃO 1

Segundo DE PLÁCIDC homologare (que derivou

reconhecer) que expressa "I

administrativa ratifica, confiJ investir-se de força executá, para ter eficácia legal" (30).

Somente depois de hom entre as partes e seus sucesson

caso contenha a condenação

executivo judicial, propiciando 1.097 e 584, m, do CPC).

Verifica-se, portanto, q homologação por um órgão jUI

competente para a homologação

caso esta tivesse sido desde log

1.098, CPC); ficará restrito apen

apreciar a justiça da decisão arbi

ALCIDES DE MENDOJl

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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I

ISTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

lrbitros a respeito da questão

laudo está condicionado à

,ecidos em lei (arts. 1.095 e

:>s para a sentença judicial:

inatura.

ro pelo presidente do órgão

:> do compromisso e o objeto

~fere-se aos elementos que do documento particular,

ndicação do tabelião onde foi

rência ao termo celebrado nos ro dos autos do processo e a objeto do litígio, bastará a

, por ser seu requisito legal

árbitros decidiram dentro dos

lhes foi submetida pelos

Iuer nulidade estabelecida em

leitura do laudo arbitral, sem

traI.

razões de fato e de direito que na motivação que deve ser

fada por eqüidade.

:Iue o laudo arbitral contenha o

inado. Esses são elementos que

do.

os requisitos acima elencados,

produção de provas, cabendo a

por maioria de votos, com a sua

elator (art. 1.093, parágrafo 1°,

JosÉ MARIA TREPAT CASES

CPC). se não houver unanimidade entre os árbitros, o vencido na deliberação

deverá fundamentar o seu voto (art. 1.093, § 2°, CPC).

Dispõe o art. 1.096, que o laudo será publicado em audiência de

julgamento, com a entrega de cópia a cada uma das partes, sendo os autos

remetidos ao cartório do juízo competente, dentro de 5 (cinco) dias, para a homologação. Como bem adverte CARLOS ALBERTO CARMONA, ao procedimento fixado para a arbitragem não exige a realização de audiência, nem de instrução, nem de julgamento. Poderá, portanto, dar-se ciência do laudo às partes, independentemente de audiência, por qualquer meio idôneo de cientificação" (29).

7.6 DA HOMOLOGAÇÃO DO LAUDO ARBITRAL

Segundo DE PLÁCIDO E SILVA, o verbo homologar, vem do latim homologare (que derivou o grego omologein, cujo significado era

reconhecer) que expressa ao ato pelo qual a autoridade judicial ou administrativa ratifica, confirma ou aprova outro ato, a fim de que posse investir-se de força executória ou apresentar-se com validade jurídica, para ter eficácia legal" (30).

Somente depois de homologado o laudo arbitral é que ele produzirá,

entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença judicial, e,

caso contenha a condenação de qualquer daqueles, valerá como título

executivo judicial, propiciando desta maneira a execução do devedor (arts.

1.097 e 584, 111, do CPC).

Verifica-se, portanto, que a eficácia do laudo depende de sua

homologação por um órgão jurisdicional. Ressalte-se, porém, que o órgão

competente para a homologação; que é aquele juízo que seria para a demanda,

caso esta tivesse sido desde logo submetida à apreciação do judiciário (art.

1.098, CPC); ficará restrito apenas ao exame da validade formal, não podendo apreciar a justiça da decisão arbitral.

ALCIDES DE MENDONÇA LIMA conceitua a homologação como

215

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO 216

"o ato judicial pelo qual o juiz não julga, não manifesta sua opinião, sua idéia sobre o conflito de interesses", limitando-se "a dar eficácia a deliberação ou ao acordo das partes, desde que respeitadas as prescrições legais, sobre tudo se não houver infringência às normas de ordem pública" (31).

Ao estudar a natureza do ato de homologação os autores têm sustentado

as mais diversas teses, como veremos a seguir.

Para alguns autores, a sentença homologatória do laudo arbitral é ato jurídico complexo CHIOVENDA (32), CARNELUTTI (33), AMILCAR DE

CASTRO (34) e FREDERICO MARQUES (35).

CALAMANDREI vê no ato um fenômeno diferente, que denominou

de "preparação privada da sentença" (36).

Para outros autores, como PONTES DE MIRANDA (37), CLÓVIS DO

COUTO E SILVA (38) e ANTONIO CARLOS MARCATO (39), a

homologação é considerada "como condição de eficácia do laudo arbitral".

O procedimento de homologação é bastante simplificado: recebidos os

autos pelo juízo competente, este determinará que sobre ele se manifestem as

partes, dentro de 10 (dez) dias, proferindo, em igual prazo, a decisão que

homologará ou não o laudo arbitral.

O laudo arbitral só não merecerá a homologação, se for nulo (arts.

] .099 e 1.100, CPC). As hipóteses que ensejarão a nulidade do laudo arbitral

são as seguintes: a) se o compromisso for nulo (art. 1.074, CPC); b) se

proferido fora dos limites do compromisso, ou em desacordo com o seu

objeto; c) não julgar toda a controvérsia submetida ao juízo arbitral; d) se

emanado de quem estivesse incapacitado para ser árbitro (art. 1.079, CPC); e)

se os árbitros foram nomeados sem a observância das normas legais ou

contratuais; f) proferido por eqüidade, sem a expressa autorização para tanto

(art. 1.075, CPC); g) se não contiver os requisitos essenciais exigidos por lei

(art. 1.095, CPC); h) se proferido fora de prazo (art, 1.093, CPC).

Da sentença que homologar o laudo arbitral, cabe o recurso de

apelação, que, se recebido, terá ambos os efeitos: suspensivo e devolutivo.

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

8. ANTEPROJETOS DE j

8.1 ASPECTOS GERAIS

Apesar do código de ;

a coletividade nacional tem (

em harmonia com as mais

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8.2 O ANTEPROJETO DE

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visando o seu aprimoramento.

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1°) Prevê a existência d

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2°) criação de uma ação

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Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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,snTUIçÃO TOLEDO DE ENSINO

manifesta sua opinião, sua

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ser árbitro (art. 1.079, CPC); e)

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) arbitral, cabe o recurso de

tos: suspensivo e devolutivo.

JOsÉ MARIA TREPAT CASES 217

8. ANTEPROJETOS DE LEI SOBRE A ARBITRAGEM NO BRASIL

8.1 ASPECTOS GERAIS

Apesar do código de 1973 nada ter inovado com relação à arbitragem,

a coletividade nacional tem demonstrado seu profundo interesse em colocá-la

em harmonia com as mais modernas legislações, principalmente as das

nações européias. Esse anseio resta demonstrado pelas freqüentes tentativas

de sistematizá-la em um anteprojeto de lei. Só na década de 80, foram

publicados pelo Poder Executivo três anteprojetos - em 1981, 1987 e 1988,

sendo que recentemente mais um anteprojeto está em tramitação. Os três

primeiros não lograram êxito, foram arquivados. Quiçá este último tenha

melhor sorte, pois somente com uma legislação adequada sobre a arbitragem

é que será possível dar adequado tratamento às causas que envolvem direito

comercial, negócios internacionais ou matérias de alta complexidade.

8.2 O ANTEPROJETO DE 1981

Por determinação do antigo Ministério da Desburocratização

constituiu-se uma comissão, coordenada pelo então Desembargador do

Estado do Rio de Janeiro - Severo da Costa - que apresentou um anteprojeto

de 28 artigos, que foi publicado no Diário Oficial da União, de 27/5/1981, por

determinação do Ministro da Justiça, na Portaria n° 318/8], para sugestões,

visando o seu aprimoramento.

Em síntese, conforme anota GUIDO FERNANDO SILVA SOARES

(40), são estas as suas disposições principais:

1°) Prevê a existência da cláusula compromissória, que não se resolve

em perdas e danos, mas, pelo contrário, comporta execução específica,

através de procedimento estabelecido no próprio anteprojeto;

2°) criação de uma ação de execução da cláusula arbitral, iniciada com

um pedido ao juiz para o comparecimento da parte recalcitrante a fim de se

assinar um compromisso arbitral; o juiz tem a faculdade de nomear o árbitro

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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218 REVISTA JURíDICA - INSTITUiÇÃO TOLEDO DE ENSINO JOSÉ MARIA TREPAT CASES

pela parte recalcitrante (porém não revel) ou instituir o árbitro único, na Assim, tanto a cláusu pessoa daquele indicado pela parte que compareceu (havendo revelia da outra extinção da relação jurídici parte), ou, ainda, de nomear o terceiro árbitro, havendo discordância dos existência formal do compI árbitros indicados pelas partes; então execução especifica p:

3°) da mesma forma que o compromisso, a cláusula compromissória O anteprojeto em que extingue o processo judicial eventualmente iniciado sobre relações de direito

patrimonial que admitam transação, tal qual, na atualidade, o compromisso;

8.4 O ANTEPROJETO Dl4°) o laudo é definido como título executivo extrajudicial para as

finalidades do art. 585, I1I, do CPC. Publicado no Diário OJ

Basicamente, são duas as inovações do anteprojeto: a relativa 298-A do Ministro da Justiça,

equiparação dos efeitos da cláusula compromissória e do compromisso e a Código de Processo Civil, em

eficácia do laudo arbitral independentemente de homologação. evitando-se assim mais uma II

No entanto, os problemas básicos que o anteprojeto procurou atacar Suas proposições bási<

não foram solucionados a contento no texto sugerido, o que recomendou seu 1°) Procura dar discildefinitivo arquivamento.

compromisso arbitral, equipa

8.3 O ANTEPROJETO DE 1987 2°) o árbitro deve ser obedecer a eqüidade;

Publicado com a portaria n° 76/87, do Secretário-Geral do 3°) o laudo continua a r

Ministério da Justiça, no Diário Oficial da União de 27/2/87, o título executivo judicial.

anteprojeto propõe a edição de uma lei de 37 artigos, distribuídos por 9 Esse anteprojeto neces capítulos, que derrogaria as normas equivalentes do CPC, pois seria uma

adequado, no entanto, passlei especial sobre a arbitragem. científica interessada, o que p

Segundo GUIDO FERNANDES SILVA SOARES (41) o anteprojeto é

"extremamente cuidadoso, bem concebido e detalhado, e ataca com coragem os pontos defeituosos da regulamentação da arbitragem interna

8.5 ANTEPROJETO DE 1fJ no Brasil". Elencando a seguir esses pontos, destaca:

1°) a suspensão dos efeitos positivos e negativos da cláusula O anteprojeto em quest compromissória; setores interessados no desem

2°) a existência do procedimento pesado da homologação judicial do à solução dos conflitos, e veia laudo arbitral para que este se torne título executivo judicial. transformado em projeto e a

Ii

-~

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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rITUIçÃO TOLEDO DE ENSINO

.tituir O árbitro único, na

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JARES (41) o anteprojeto é

detalhado, e ataca com ~ção da arbitragem interna

taca:

e negativos da cláusula

da homologação judicial do

tivo judicial.

JOSÉ MARIA TREPAT CASES 219

Assim, tanto a cláusula como o compromisso arbitral podem causar a

extinção da relação jurídica processual em curso, porém não dispensou a

existência formal do compromisso para instituir a arbitragem, prevendo-se

então execução especifica para a cláusula arbitral.

O anteprojeto em questão também foi arquivado.

8.4 O ANTEPROJETO DE 1988

Publicado no Diário Oficial da União de 14/7/88, por força da Portaria n°

298-A do Ministro da Justiça, o anteprojeto propôs a alteração direta do texto do

Código de Processo Civil, em dez dispositivos, sintonizando-os com os demais,

evitando-se assim mais uma lei extravagante em nosso direito processual.

Suas proposições básicas são as seguintes:

10) Procura dar disciplina comum à cláusula compromissória e ao

compromisso arbitral, equiparando-a ao compromisso;

20) o árbitro deve ser bacharel em Direito, salvo se a sentença dever

obedecer a eqüidade;

30) o laudo continua a necessitar de homologação judicial para se tomar

título executivo judicial.

Esse anteprojeto necessitava de muito aperfeiçoamento para se tomar

adequado, no entanto, passou quase despercebido entre a comunidade

científica interessada, o que proporcionou seu arquivamento.

8.5 ANTEPROJETO DE 1989

O anteprojeto em questão foi convenientemente discutido por todos os

setores interessados no desenvolvimento de mais um meio útil e indispensável

à solução dos conflitos, e veio a tomar um caminho diverso dos anteriores. Já

transformado em projeto e após o parecer favorável, de lavra do Senador

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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220 REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

Antônio Mariz, concluindo pela "constitucionalidade e juridicidade do

projeto redigido com boa técnica legislativa e em termos regimentais", foi

aprovada a sua redação final (conforme publicação do Diário do Congresso

Nacional, de 03 de julho de 1.993, seção lI) pela Comissão de Constituição,

Justiça e Cidadania do Senado Federal. Encaminhado, agora, à Câmara dos

Deputados, tomou o n° 4.018/93 e segue os trâmites legais para a sua

aprovação como lei federal.

Em sendo o projeto em apreço convertido em lei, nosso país poderá

deixar de ser uma das nações mais atrasadas no trato das questões ligadas à

solução de controvérsias fora do âmbito do Poder Judiciário.

9. CONVENÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE ARBITRAGEM

9.1 OBJETO E CONTEÚDO DAS CONVENÇÕES

As convenções sobre arbitragem pretendem que todas as divergências,

decorrentes de um negócio de natureza mercantil internaciohal, sejam

resolvidas através da arbitragem.

Pelas convenções, as partes se obrigam a, no caso de divergências,

instituir o juízo arbitral através da cláusula compromissória, formalizando o

acordo por meio de documento por elas assinado. Na falta do acordo, a

arbitragem será realizada conforme as normas procedimentais da 'Comissão

Interamericana de Arbitragem Comercial.

A sentença ou o laudo arbitral terá força de sentença judicial definiti va

e sua eficácia só poderá ser obstaculizada no caso de haver impugnação

fundada nos seguintes motivos:

(1) incapacidade da parte contra quem foi invocada;

(2) cerceamento de defesa;

(3) inexigibilidade da sentença, por suspensão ou anulação;

(4) defei to na constituição do tri bunal arbi traI ou irregularidade

processual; e,

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

(5) invalidade em fa<

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por suspensão ou anulação,

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9.2 NATUREZA DO JUÍZ

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decorre da autoridade que o ! juiz de fato e de direito (arti

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Assim, em que pese o

estrutura do Poder Judiciário r jurisdicional.

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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HUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

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caso de haver impugnação

invocada;

Ilsão ou anulação;

l arbitral ou irregularidade

JOSÉ MARIA TREPAT CASES 221

(5) invalidade em face da legislação aplicável.

Ocorrendo a impugnação fundamentada na inexigibilidade da sentença

por suspensão ou anulação, poderá ser determinada a suspensão da execução

e a prestação de garantias.

A denegação ex officio do reconhecimento e da execução poderá

acontecer na eventualidade de objeto da divergência não ser passível de

solução arbitral conforme a lei do Estado da execução ou em razão de

contrariar a ordem pública do Estado.

9.2 NATUREZA DO Juízo ARBITRAL

É interesse do Estado que as partes se componham, resolvendo

pacificamente as suas divergências e, nesse sentido, o direito noticia dois

instrumentos: a transação e o compromisso. Na transação as partes compõem

litígios mediante concessões recíprocas. Já no compromisso não há

concessões e as partes acatam a decisão do juízo arbitral.

Já estudamos as diferenças entre compromisso, JUlZO arbitral,

arbitragem e arbitramento, bem como a natureza juridica do compromisso.

Falta-nos saber qual a natureza jurídica do juízo arbitral. A doutrina

civilista entende que tem natureza contratual. Entretanto, o juízo arbitral

transcende ao compromisso e contém fator mais profundo e, numa

abordagem científica, há que se analisar que, se o órgão é a pessoa

juridicamente habilitada a produzir norma jurídica válida, imputável ao

Estado, o tribunal arbitral constitui um órgão típico e a imputabilidade

decorre da autoridade que o Estado atribui à decisão. O árbitro, portanto, é juiz de fato e de direito (artigo \.041 do Código Civil e artigo \.078 do

Código de Processo Civil).

Assim, em que pese o juízo arbitral estar restrito e não integrar a

estrutura do Poder Judiciário permanente, ele constitui um verdadeiro órgão

jurisdicional.

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TüLEOO DE ENSINO 222

9.3 ARBITRAGEM INTERNACIONAL

Os critérios para qualificar uma arbitragem de internacional são,

basicamente, quatro: a nacionalidade ou domicílio; o lugar; a lei aplicável; e,

o objeto do litígio. Dentre eles o fator determinante é o objeto do litígio, ou

seja, a presença de interesses do comércio internacional.

Assim sendo, é internacional a arbitragem que tem por objeto litígio

referente a negócio do comércio internacional; os demais fatores devem estar

presentes, mas são meramente acidentais.

A arbitragem internacional se apresenta internamente com o mesmo

caráter da sentença estrangeira e o que ocorre em ambos os casos é a hipótese

da recepção, sendo que a disposição receptícia pode derivar da lei ou de pacto

internacional.

Nada há, entretanto, que possa afetar a intangibilidade da soberania do

Estado, vez que este recebe a norma por ato próprio, com base no interesse de

suas relações internacionais.

9.4 A ARBITRAGEM INTERNACIONAL FRENTE AO DIREITO BRASILEIRO

No que respeita a questões internacionais de natureza comercial, o

Brasil participa do Protocolo de Genebra sobre Cláusulas Arbitrais, de 24 de

setembro de 1.923.

Pelo Protocolo de Genebra, os Estados contratantes reconhecem a

validade do compromisso e da cláusula compromissória acordados entre

partes submetidas a jurisdições estatais diversas, a fim de solucionarem

litígios resultantes de contratos mercantis, mediante arbitragem, mesmo que

esta tenha lugar em país que não é parte no litígio.

A constituição do tribunal e o procedimento será regido de acordo com

a vontade das partes e a lei do país que sedie a arbitragem. Os Estados

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

contratantes se comprome

proferidas em seu territóri

Dois pontos básicos I é voluntário, e (2) a execuçã

9.5 CÓDIGO DE BUSTA

A Convenção de Din Bustamante, foi assinada pe

durante a VI Conferência

5.647, de 08 de janeiro de

sua ratificação depositada e

Decreto n° 18.871, de 13 de

Confonne os artigos deste mesmo Código de Bu:

transigir ou sujeitar determir

mesma forma, dependem

compromisso, bem como a a

Existem vários outro~

quais o Brasil não participa.

9.6 CONVENÇÃO DE NEl

A Convenção para Reo Estrangeiras, de 1.958, Ne~

considerada mundial.

O Brasil não a assinou laudo arbitral no território de

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Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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ITUrçÃO TOLEDO DE ENSINO

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o lugar; a lei aplicável; e,

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FRENTE AO DIREITO

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,as, a fim de solucionarem

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lO.

to será regido de acordo com

.e a arbitragem. Os Estados

JOsÉ MARIA TREPAT CASES 223

contratantes se comprometem a assegurar a execução das sentenças arbitrais

proferidas em seu território.

Dois pontos básicos ressaltam do Protocolo de Genebra: (1) o juízo arbitral

é voluntário, e (2) a execução será obrigatória apenas no país sede da arbitragem.

9.5 CÓDIGO DE BUSTAMANTE

A Convenção de Direito Internacional Privado, chamada de Código de

Bustamante, foi assinada pelo Brasil em 18 de fevereiro de 1.928, em Havana,

durante a VI Conferência Interamericana. Foi sancionada pelo Decreto n°

5.647, de 08 de janeiro de 1.929 e ratificada a 25 de junho de 1.929. Teve a

sua ratificação depositada em 03 de agosto de 1.929 e foi promulgada pelo

Decreto n° 18.871, de 13 de agosto de 1.929.

Conforme os artigos 210 e 211, combinados com o artigo 432, todos

deste mesmo Código de Bustamante, temos que as disposições que proíbem

transigir ou sujeitar determinadas matérias a compromisso são territoriais. Da

mesma forma, dependem de lei territorial a extensão e efeitos do

compromisso, bem como a autoridade da coisa julgada.

Existem vários outros atos internacionais tratando do assunto, dos

quais o Brasil não participa.

9.6 CONVENÇÃO DE NEW YORK

A Convenção para Reconhecimento e Execução de Sentenças Arbitrais

Estrangeiras, de 1.958, New York, sai do âmbito interamericano, sendo

considerada mundial.

O Brasil não a assinou ou ratificou, posto que permite a execução de

laudo arbitral no território de qualquer dos Estados contratantes, tendo como

limitações apenas as decorrentes de impugnação ou recusa de

reconhecimento.

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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224 REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

Assim, a execução poderia ser requerida em qualquer lugar onde haja

bens da parte contrária, o que não estaria bem de acordo com o artigo 12 da

Lei de Introdução ao Código Civil, que prevê a competência da autoridade

brasileira no caso de réu domiciliado no Brasil ou de obrigação a ser cumprida

no Brasil.

9.7 CONVENÇÃO INTERAMERICANA DO PANAMÁ

A Convenção Interamericana sobre Arbitragem Internacional foi

aprovada, em 30 de janeiro de 1.975, no Panamá, durante a Conferência

Internacional sobre Direito Internacional Privado.

Em que pese a ter assinado na data de sua aprovação, o Brasil não

a ratificou até o presente momento, estudando, agora, a conveniência de

fazê-lo.

Como aspectos particulares dessa Convenção temos:

(1) Cláusula compromissória, envolvendo a obrigação recíproca de não

litigar judicialmente.

(2) A arbitragem, na falta de acordo expresso entre as partes, será

efetuada conforme as normas de procedimento da Comissão Interamericana

de Arbitragem Comercial.

(3) Incorporação das normas de procedimento da Comissão

Interamericana de Arbitragem Comercial supra mencionada.

(4) Abrangência não só dos litígios resultantes de negócios entre partes

privadas, como, também, dos contratos comerciais das pessoas jurídicas de

direito público e suas entidades da administração descentralizada.

(5) Se o laudo arbitral for proferido no Brasil, o reconhecimento e a

execução dependerão de homologação pelo juiz competente para a causa

originária. Se for laudo produzido no estrangeiro, equipara-se à sentença

estrangeira e a homologação será feita pelo Supremo Tribunal Federal,

conforme letra "g", do artigo 119, da Constituição Federal.

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

(6) A Convenção aut, qualquer país que dela parti

9.8 CONVENÇÃO DE Mt

A Convenção Inter2 Sentenças e Laudos Estrangt

Lei NaCional, em Montevidel

ratificada, o que se encontra

Nesta Convenção, os (

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Fixa, portanto, os elel

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9.9 PROTOCOLO DO MER(

Durante a II Reunião do (

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27 de junho de 1.992, foi ass

Comum 5/92, adotada na reuniã

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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flTUlÇÃO TOLEDO DE ENSIN2­

1 qua1quer lugar onde haja

acordo com o artigo 12 da :ompetência da autoridade

le obrigação a ser cumprida

PANAMÁ

bitragem Internacional foi

lmá, durante a Conferência

l.

ua aprovação, o Brasil não

), agora, a conveniência de

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"presso entre as partes, será da Comissão Interamericana

lrocedimento da Comissão

mencionada. tantes de negócios entre partes

'ciais das pessoas jurídicas de

ão descentralizada.

Brasil, o reconhecimento e a juiz competente para a causa

1geiro, equipara-se à sentença o Supremo Tribuna1 Federal,

lição Federal.

JosÉ MARIA TREPAT CASES 225

(6) A Convenção autoriza a execução do laudo arbitral no território de

qualquer país que dela participe.

9.8 CONVENÇÃO DE MONTEVIDEO

A Convenção Interamericana sobre Eficácia Extraterritorial das

Sentenças e Laudos Estrangeiros foi assinada, com as reservas impostas pela Lei Nacional, em Montevideo, aos 06 de maio de 1.979, mas, também não foi

ratificada, o que se encontra em estudo.

Nesta Convenção, os Governos dos Estados Membros da Organização

dos Estados Americanos declaram "que a administração da Justiça nos

Estados Americanos requer a sua cooperação mútua a fim de assegurar a

eficácia extraterritorial das sentenças e laudos arbitrais proferidos em suas

respectivas jurisdições territoriais".

Estabelece condições de eficácia extraterritorial às sentenças, laudos

arbitrais e decisões jurisdicionais estrangeiros; indica os requisitos essenciais ao pedido de cumprimento; possibilita o reconhecimento de eficácia parcial;

prevê o benefício da justiça gratuita; estipula que serão regidos pela lei do

Estado em que for solicitado o cumprimento das sentenças, laudos arbitrais e

decisões jurisdicionais estrangeiras.

Fixa, portanto, os elementos necessanos para garantir uma boa realização de Justiça. Parece-nos que esta Convenção traz a complementação

da do Panamá, sendo certo ser aquela fonte subsidiária no caso de omissão

desta em estudo.

9.9 PROTOCOLO DO MERCOSUL

Durante a II Reunião do Conselho do Mercado Comum e a VI Reunião

do Grupo Mercado Comum, realizadas em Las Lefías, Argentina, entre 23 e

27 de junho de 1.992, foi assinada a Decisão do Conselho de Mercado Comum 5/92, adotada na reunião de 27 de junho de 1.992 do MERCOSUL.

I

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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i

REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO 226

Referida Decisão se traduz no Protocolo de Cooperação e

Assistência Jurisdicional em matéria Civil, Comercial, Trabalhista e

Administrativa, sendo que o seu capítulo V trata do reconhecimento e

execução de sentenças e laudos arbitrais, estipulando os requisitos de

reconhecimento, execução e eficácia.

O Protocolo foi assinado pelo Brasil, mas sua ratificação ainda não se

consumou.

10. VANTAGENS DA ARBITRAGEM

A grande maioria dos doutrinadores aponta como principais motivos,

que levariam o litigante a utilizar o juízo arbitral: a rapidez, a economia e o

sigilo (segredo).

Quanto à rapidez, não se pode negar, em princípio, que a arbitragem

tem condições de superar muitos dos entraves criados pelo Estado, na

organização de sua máquina burocrática, que é excessivamente morosa.

Quanto à economia, é comum apregoar-se que a via arbitral tem um

custo relativamente pequeno, quando comparado com as despesas e custas do

processo estatal, além dos gastos com a citação do réu ou com intimações,

honorários de perito e assistentes técnicos, e, ainda, com honorários

advocatícios.

Quanto ao sigilo, a arbitragem propiciaria a Confidencialidade de todo

o procedimento, evitando-se assim a divulgação de fatos e documentos; pois

a publicidade do processo estatal é fator inibitório de certas demandas.

CARLOS ALBERTO CARMONA (42), enfatiza a relatividade desses três

motivos clássicos, afirmando que eles não constituem o valor essencial que leva as

partes a se utilizarem da arbitragem. Argumenta que, com relação à rapidez,

algumas arbitragens costumam durar tanto quanto os processos judiciais; quanto

ao custo, por vezes a arbitragem chega a ser muito superior ao processo estatal, e,

passou a ter uma garantia relativa, pois é crescente o número de publicações anuais

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

e relatórios dos órgãos arbitrai

íntegra, omitindo-se apenas o:

Para esse renomado i arbitragem, apontando-as: a

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11. COMENTÁRIOS

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12. NOTAS

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Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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I1TUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

colo de Cooperação e

::::omercial, Trabalhista e

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1: a rapidez, a economia e o

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~m o valor essencial que leva as

1 que, com relação à rapidez,

, os processos judiciais; quanto

I superior ao processo estatal, e,

o número de publicações anuais

JOSÉ MARIA TREPAT CASES 227

e relatórios dos órgãos arbitrais internacionais, onde as sentenças são publicadas na

íntegra, omitindo-se apenas os nomes dos interessados.

Para esse renomado processualista, são outras as reais vantagens da

arbitragem, apontando-as: a ausência de fonnas solenes, a possibilidade de

julgar por eqüidade ou de escolher livremente a lei a ser aplicada, a

neutralidade dos árbitros na solução dos litígios envolvendo partes de

nacionalidades diferentes, e a especialização técnica dos julgadores (43).

11. COMENTÁRIOS

Do exposto, pode-se concluir que, para tomar a arbitragem um instituto

que tenha ampla utilização, a nova lei de arbitragem deve considerar os

seguintes pontos:

1 - Primeiramente, que não seja uma lei extravagante, mas sim, que

venha a alterar os dispositivos do Código de Processo Civil, mantendo-se

assim a unidade do estatuto processual;

2 - A cláusula compromissória não deve ser concebida como mera

promessa de celebrar compromisso. Deve estabelecer que tanto a cláusula

como o compromisso, podem instituir o juízo arbitral, disciplinando

especificamente cada um dos institutos;

3 - A desnecessidade de homologação do laudo arbitral, dando-se a ele

a mesma força e eficácia da sentença proferida pelo juiz estatal. O juízo

homologatório seria abolido, permitindo-se a propositura de demanda para a

declaração de nulidade do laudo em hipóteses pré-estabelecidas na lei, dentro

de um limite determinado de tempo.

12. NOTAS

(1) Carlos Alberto Cannona - "ARBITRAGEM E JURISDIÇÃO", "in"

"PARTICIPAÇÃO E PROCESSO", coord. de Ada Pelegrini Grinover,

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO228

Cândido Rangel Dinamarco e Kazuo Watanabe, São Paulo, Ed. Revista dos

Tribunais, 1988, pág. 297.

(2) Waldemar Mariz de Oliveira Junior - "Do juízo ARBITRAL" "in"

"PARTICIPAÇÃO E PROCESSO", coord. de Ada Pelegrini Grinover,

Cândido Rangel Dinamarco e Kazuo Watanabe, São Paulo, Ed. Revista dos

Tribunais, 1988, pág. 309.

(3) Carlos Alberto Carmona - "A ARBITRAGEM NO CÓDIGO DE

PROCESSO CIVIL BRASILEIRO", tese de doutoramento da Faculdade de

Direito da Universidade de São Paulo, ] 990, pág. 38 e 39.

(4) Carlos Alberto Carmona - "A ARBITRAGEM...", obra citada, pág. 40.

(5) Giovani Marani - "FAVORE E DISFAVORE PER L' ARBITRATO

NELLA STORIA GIURIDICA ITALIANA E FRANCESE", "in" Rassegna

dell' arbitrato, Turin, ano IV, n° 2, ]964.

(6) Caio Mario da Silva Pereira - "INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL", 63

edição, Rio de Janeiro, Forense, VoI. 2,198], pág 234

(7) Washington de Barros Monteiro - "CURSO DE DIREITO CIVIL ­

DIREITOS DAS OBRIGAÇÕES", ]3 parte, 243 edição, São Paulo, Ed.

Saraiva, 1990, pág. 318 e 319.

(8) Carlos Alberto Carmona - "ARBITRAGEM E JURISDIÇÃO", obra

citada, pág. 304.

(9) Carlos Alberto Carmona - "ARBITRAGEM E JURISDIÇÃO", obra

citada, pág. 304 e 305.

(10) Washington de Barros Monteiro, obra citada, pág. 308.

(11) J.M. de Carvalho Santos - "CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO INTERPRETADO" - "DIREITO DAS OBRIGAÇÕES", vaI. XIV, 53 edição,

Rio de Janeiro, Livraria Freitas Bastos S.A., ]955, pág. 9.

(12) Guido Fernando Silva Soares - "ARBITRAGENS COMERCIAIS

INTERNACIONAIS NO BRASIL - VICISSITUDES", "in" Revista dos

Tribunais, Ano 78, VaI. 641, março de 1984, pág. 33.

(13) Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda - "COMENTÁRIOS DO

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

CÓDIGO DE PROCESSO 1977, pág. 279.

(14) Vicente Greco Fi

BRASILEIRO", vaI. 3°, Sãc

(15) Carlos Alberto Carmon;

(16) Silvio Rodrigues - "DI] 1984, pág. 224.

(17) Carlos Alberto Carmom

(18) Clóvis do Couto e Si

BRASILEIRO", "in" Revista 1988, pág. 142.

(19) Maria Helena Diniz - "l

vaI. 11, 53 edição, São Paulo,

(20) Antonio Carlos Marca

Edição, São Paulo, Ed. Revist

(21) Antonio Carlos Marcato,

(22) Antonio Carlos Marcato,

(23) Carlos Alberto Carmona­

(24) Carlos Alberto Carmona _

(25) Antonio Carlos Marcato, I

(26) Emane Fidelis dos San

PROCESSO CIVIL", VoI. VI, 1 580.

(27) Antonio Carlos Marcato, c

(28) Antonio Carlos Marcato, o

(29) Carlos Alberto Carmona _

(30) De Plácido e Silva - "ve Janeiro, Ed. Forense, 1978, pág

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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_INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

)e, São Paulo, Ed. Revista dos

"Do juízo ARBITRAL" "in"

de Ada Pelegrini Grinover,

be, São Paulo, Ed. Revista dos

fRAGEM NO CÓDIGO DE

doutoramento da Faculdade de

pág. 38 e 39.

:JEM...", obra citada, pág. 40.

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E FRANCESE", "in" Rassegna

ÇÕES DE DIREITO CIVIL", 6a

, pág 234

URSO DE DIREITO CIVIL ­

e, 24a edição, São Paulo, Ed.

~GEM E JURISDIÇÃO", obra

~GEM E JURISDIÇÃO", obra

ltada, pág. 308.

'DIGO CIVIL BRASILEIRO lGAÇÕES", voI. XIV, 5a edição,

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anda - "COMENTÁRIOS DO

JOSÉ MARIA TREPAT CASES 229

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL", tomo XV, Rio de Janeiro, Ed. Forense,

1977, pág. 279.

(14) Vicente Greco Filho - "DIREITO PROCESSUAL CIVIL

BRASILEIRO", vol. 3°, São Paulo, Ed. Saraiva, 1985, pág. 258.

(15) Carlos Alberto Carmona - "A ARBITRAGEM...", obra citada, pág. 88.

(16) Silvio Rodrigues - "DIREITO CIVIL", voI. lI, São Paulo, Ed. Saraiva,

1984, pág. 224.

(17) Carlos Alberto Carmona - "A ARBITRAGEM...", obra citada, pág. 88.

(18) Clóvis do Couto e Silva - "O Juízo ARBITRAL NO DIREITO

BRASILEIRO", "in" Revista de Informação Legislativa, Brasília, voI. 98,

1988, pág. 142.

(19) Maria Helena Diniz - "CURSO DE DIREITO CIVIL BRASILEIRO",

voI. 11, 5a edição, São Paulo, Ed. Saraiva, 1989, pág. 282.

(20) Antonio Carlos Marcato - "PROCEDIMENTOS ESPECIAIS", 4°

Edição, São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 1991, pág, 187.

(21) Antonio Carlos Marcato, obra citada, pág. 187.

(22) Antonio Carlos Marcato, obra citada, pág. 188.

(23) Carlos Alberto Carmona - "A ARBITRAGEM " obra citada, pág. 100.

(24) Carlos Alberto Carmona - "A ARBITRAGEM ", obra citada, pág. 100.

(25) Antonio Carlos Marcato, obra citada, pág. 188 e 189.

(26) Emane Fidelis dos Santos - "COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE

PROCESSO CIVIL", Vol. VI, Rio de Janeiro, Ed. Forense, 1.978, n° 454, pág.

580.

(27) Antonio Carlos Marcato, obra citada, nota de rodapé n° 183, pág. 190.

(28) Antonio Carlos Marcato, obra citada, pág. 192.

(29) Carlos Alberto Carmona - "A ARBITRAGEM..." obra citada, pág. 122.

(30) De Plácido e Silva - "VOCABULÁRIO JURÍDICO", voI. lI, Rio de

Janeiro, Ed. Forense, 1978, pág. 768.

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996

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230 REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

(31) Alcides de Mendonça Lima - "DICIONÁRIO DO CÓDIGO DE

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(33) Francesco Camelutti - "INSTITUCIONES DEL PROCESSO CIVIL",

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(34) Amilcar de Castro - "COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE PROCESSO

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(35) José Frederico Marques - "INSTITUIÇÕES DE DIREITO

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(36) Piero Calamandrei - LA SENTENZA SOGGETTIVAMENTE

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(37) Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, obra citada, pág. 331.

(38) Clóvis do Couto e Silva, obra citada, pág. 625.

(39) Antonio Carlos Marcato, obra citada, pág. 194.

(40) Guido Fernando Silva Soares, obra citada, pág. 47.

(41) Guido Fernando Silva Soares, obra citada, pág. 47 e 48.

(42) Carlos Alberto Carmona - "A ARBITRAGEM...", obra citada, pág. 73 e

74.

(43) Carlos Alberto Carmona - "A ARBITRAGEM... ", obra citada, pág. 74.

JOSÉ MARIA TREPAT CASES

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bra citada, pág. 331.

525.

194.

pág.47.

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JOSÉ MARIA TREPAT CASES 231

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MARIA ISABEL JESUS COSTA Ci

ENTORPECENT

SOBRi

Professora Advogada. M/

Sumário: 1.- Introdl Emtorpecentes - Lei 1.1.1.- Conceito; 1.1,; e entrega a consun combate aos tóxicos; aos tóxicos; 2.2.- AI 2.2.1.- China e Estad maconha; 2.2.3.- N íberoamericanos; 3.1. Bolívia; 3.3.- Código 3.5.- Código de Defe: Considerações finais i

Bibliografia.

* Monografia apresentada no Curso junto ao Centro de Pós-Graduação d semestre de 1994, trabalho facu1tat pelo Professor Doutor Dirceu de Ml

Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996