a arbitragem internacional das convenÇÕes...
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197 JOSÉ MARIA TREPAT CASES
A ARBITRAGEM INTERNACIONAL DAS
CONVENÇÕES INTERAMERICANAS DE
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO *
José Maria Trepat Cases
Professor de Direito CivillWs Cursos de Graduação e Pós-Graduação, loto sensu, da Faculdade de Direito de Bauru. Monitor do Departamento de Direito Civil na Faculdade
de Direito da Universidade de São Paulo. Professor de Direito Comercial na Universidade Mackenzie e na Universidade São Judas em São Paulo. Advogado em São Paulo
Sumário: 1.- Introdução. 2.- Aspectos históricos. 3.- Conceito de Composiçnao. 4.Natureza jurídica. 5.- Diferenças entre arbitragens e outros institutos. 5.1.Arbitragem e conciliação; 5.2.- Arbitragem e transação; 5.3.- Arbitragem e arbitramento; 5.4.-Arbitragem e perícia técnica; 5.5.- Arbitragem nacional e arbitragem internacional. 6.- A cláusula compromissória. 7.- O juízo arbitral no Código de Processo Civil. 7.1.- Aspectos introdutórios; 7.2.- Do compromisso; 7.2.1.Espécies; 7.2.2.- Admissibilidade; 7.2.3.- Requisitos; 7.2.4.- Efeitos; 7.2.5.- Extinção; 7.3.- Dos árbitros; 7.4.- Do procedimento arbitral; 7.5.- Do laudo arbitral; 7.6.- Da homologação do laudo arbitral; 8.- Anteprojetos de lei sobre a arbitragem no Brasil. 8.1.- Aspectos gerais; 8.2.- O anteprojeto de 1981; 8.3.- O anteprojeto de 1987; 8.4.O anteprojeto de 1988; 8.5.- O anteprojeto de 1989. 9.- Convenções internacionais sobre arbitragem. 9.1.- Objeto e conteúdo das convenções; 9.2.- Natureza do juízo arbitral; 9.3.- Arbitragem internacional; 9.4.- A arbitragem internacional frente ao direito brasileiro;9.5.- Código de Bustamante; 9.6.- Convenção de Nova York; 9.7.Convenção interamericana do Panamá; 9.8.- Convenção de Montevideo; 9.9Protocolo do Mercosul. 10.- Vantagens da arbitragem.n.- Comentários. 12.- Notas de rodapé. 13.- Bibliografia.
* Monografia apresentada no Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no 2° semestre de 1993, como exigência à conclusão do módulo de Direito Internacional Privado, ministrado pelo Professor Doutor Jürgem Samtleben.
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
JOSÉ MARIA TREPAT CASES REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO198
1. INTRODUÇÃO
A opinião dos estudiosos é unívoca: a legislação brasileira atualmente
em vigor sobre a arbitragem, desfavorece sobremaneira a utilização do
instituto. Como óbices principais são apontados: o descuido do legislador na
regulamentação da cláusula compromissória e a necessidade de homologação
do laudo arbitral.
No entanto, nota-se que a necessidade de uma legislação avançada
sobre a arbitragem, torna-se cada vez mais preniente, pois, com a progressiva
internacionalização das relações comerciais, este instituto proporcionaria aos
contratantes a garantia que seus eventuais litígios, serão solucionados por
especialistas na matéria objeto da controvérsia, que a decidirão com sigilo,
rapidez e eficiente informalidade.
O objetivo desse trabalho é destacar que o aperfeiçoamento do juízo
arbitral, através da extirpação de empecilhos e das formalidades inúteis hoje
existentes, assim como do seu embasamento no que há de mais moderno com
relação aos princípios e garantias dos litigantes, proporcionará enorme
benefício à nossa sociedade, que nele encontrará uma forma alternativa para
a solução de controvérsias, colaborando desse modo na missão do Estado de
distribuir justiça.
2. ASPECTOS HISTÓRICOS
A doutrina é unânime ao afirmar que a arbitragem se insere, no
desenvolvimento dos povos, entre a primitiva vingança privada e o processo
jurisdicional. Mas não houve uma evolução linear e radical da arbitragem
para a solução estatal Uurisdicional) dos conflitos de interesses: ambos os
sistemas para dirimir controvérsias conviveram - e convivem - há séculos,
com maior ou menor realce para a arbitragem, levando-se em conta que o
Estado, tendo-se incumbido da função de aplicar a lei, relegou a um segundo
plano o método arbitral (1).
No Direito Romano, o seu processo civil sofreu, inegavelmente, a
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Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
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influência do princípio da arbitragem, que, então, exerceu papel
preponderante e decisivo no que tange à solução dos litígios, embora não
constituindo característica exclusiva do povo romano. Na verdade, marcante
era o caráter arbitral do procedimento civil em Roma, tanto o antigo, quanto
o clássico, de tal sorte que a decisão do litígio não emanava do Estado, o qual
se restringia à coc:-denação da tramitação do referido procedimento. É certo
que, depois, chancelava com a sua força estatal, a decisão proferida pelo
indexo Mencione-se, também, a existência, no processo civil romano, do
compromissum, pelo qual as partes diferiam ao árbitro ou aos árbitros a
apreciação e decisão da matéria controvertida. Por seu turno, uma outra
convenção é encontrada naquele direito, qual seja o receptum arbitri, em que
os litigantes se colocavam de um lado e o árbitro ou árbitros de outro, sendo
certo que este ou cstes aceitavam a respectiva função. Não há que se
confundir o compromissum, ato jurídico entre particulares, consensual
portanto, e o arbiter iuris ou arbiter legalis, do procedimento clássico, posto
que este era nomeado pelo pretor, e não pelas partes (2).
Na Idade Média, o recurso à arbitragem é incentivado também pela
grande variedade de ordenamentos jurídicos, graças à falta de centralização
do poder. O Direito Canônico acabou por regular minuciosamente a disciplina
da arbitragem, adotando basicamente os lineamentos do direito romano, o que
certamente colaborou para a difusão do instituto (3).
Ao final do período medieval, com o franco desenvolvimento das
comunas (especialmente na Itália), toma força um novo tipo de arbitragem,
imposto por certos grupos aos próprios membros como única forma de
solucionar controvérsias. Embora os árbitros fossem simples privados, estes
"diziam o direito" de forma vinculante e obrigatória para as partes (4).
A arbitragem voluntária e obrigatória conviveram juntas por
largo tempo.
Na Era Moderna, por int1uência da arbitragem obrigatória, vê-se um
presente controle dos legisladores sobre a arbitragem voluntária, ocorrendo o
que GIOVANNI MARANI denunciou de "processualização do instituto, com o seu paulatino ingresso no âmbito do direito público" (5).
I
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I
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No século XX o interesse pela arbitragem ressurge com força e, aos
poucos, o instituto volta a ocupar o prestígio de outrora, renovado e
fortalecido em tratados internacionais que se multiplicam.
3. CONCEITO DE COMPROMISSO
Segundo definição de CAIO MARIO DA SILVA PEREIRA,
compromisso "vem a ser o acordo bilateral, em que as partes interessadas
submetem suas controvérsias jurídicas à decisão de árbitros, comprometendo-se a acatá-la, subtraindo a demanda da jurisdição da justiça comum" (6).
Nesse sentido parece haver um certo consenso entre os
doutrinadores. Por intermédio do compromisso, as partes submetem a
juízes privados de sua escolha, e que se denominam árbitros, seus conflitos
de interesses. Os juízes togados são afastados, a justiça comum é arredada,
confiando-se a prestação jurisdicional a juízes particulares, livremente
escolhidos pelas próprias partes (7).
E, deve-se ressaltar, que essa faculdade não infringe o principlü
constitucional da inafastabilidade do Poder Judiciário (art. 5°, XXXV, CF).
4. NATUREZA JURÍDICA
Se quanto ao conceito de compromisso há um certo consenso na
doutrina, o mesmo não ocorre com relação à sua natureza jurídica, pois esta
tem sido objeto de controvérsia entre os estudiosos.
De um lado colocam-se, irredutíveis, aqueles que vêem no instituto
apenas seu lado contratual: a arbitragem origina-se de uma convenção, os
poderes dos árbitros são apenas aqueles concedidos pelas partes, e o árbitro
acaba sendo qualificado quase como um mandatário comum das partes,
encarando-se, então, o laudo como a manifestação comum da vontade destas.
Para outros, que partem da idéia de que a administração da justiça é um
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serviço público, a jurisdiçã<
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Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
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serviço público, a jurisdição dos árbitros só deve ser admitida se puder
integrar-se a tal serviço; assim, a decisão arbitral é um julgamento, ao qual
chega o árbitro através de um procedimento animado pelo contraditório e com
garantia maior da imparcialidade (ou seja, o processo) (8).
Para CARLOS ALBERTO CARMONA, "está presente na arbitragem o caráter substitutivo da jurisdição, que consiste na interferência de uma terceira pessoa, estranha à lide, que não participa do conflito de interesses, terceiro este que dirigirá imparcialmente a busca da verdade para a aplicação do direito objetivo ao caso concreto. Entretanto, não poderá o árbitro invadir a esfera jurídica do devedor resistente para fazer cumprir, forçadamente, a decisão arbitral".
E, prossegue, mais adiante: "A evolução experimentada pela arbitragem nos últimos quinze anos demonstra que não se pode continuar a aceitar a opinião dominante que vê na arbitragem apenas um contrato, uma atividade que "lembra" a do juiz no processo, mas a ela não se assemelha. E esta posição que continua a justificar a "necessidade" de homologação, do controle da atividade do árbitro, a fim de que não haja violação ao art. 5~ XXXv, da Constituição Federal, como se não houvesse outras formas de exercer tal controle - mais dinâmicas, mais eficientes e mais rápidas. Na Europa ocidental tende-se realmente à equiparação do laudo e da sentença, com a avaliação da homologação" (9).
5. DIFERENÇAS ENTRE A ARBITRAGEM E OUTROS INSTITUTOS
5.1 ARBITRAGEM E CONCILIAÇÃO
Enquanto na conciliação o conciliador procura solução para uma
controvérsia, solução esta que deve ser aceita pelas partes; na decisão arbitral, o
árbitro dirime a lide de forma impositiva, vinculando as partes. A solução
sugerida pelo conciliador, não será obrigatória e só terá eficácia entre as partes
se houver recíproca aceitação. Já o laudo arbitral, tende a assumir a eficácia de
sentença, o que ocorre (no Brasil) após o procedimento de homologação.
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5.2 ARBITRAGEM E TRANSAÇÃO
Conforme ensinamento de WASHINGTON DE BARROS
MONTEIRO, transação é um ato jurídico bilateral, através do qual os
interessados extinguem obrigações litigiosas ou duvidosas, fazendo mútuas e
recíprocas concessões, de tal forma que o ato se caracteriza pela reciprocidade de ônus e vantagens e pela existência de litígio, dúvida ou controvérsia (lO).
No entanto, no juízo arbitral não há a reciprocidade de ônus e vantagens.
Para CARVALHO SANTOS "a transação última a contenda, e se
uma das partes tentar renová-Ia, opor-Ihe-á a outra a exceptio litis transationemfinital, já o compromisso afirma e mantém o litígio para que
o árbitro o dirima". E conclui que: "é da substância da transação ser um
contrato cumutativo, enquanto que é da natureza do compromisso nada
cederem as partes nas suas pretensões" (11).
5.3 ARBITRAGEM E ARBITRAMENTO
Entende-se por arbitramento o procedimento que se promove no
sentido de apurar o valor de determinados fatos ou coisas, de que não se
têm elementos certos de avaliação. Por arbitragem, uma forma de solução
de litígios.
5.4 ARBITRAGEM E PERÍCIA TÉCNICA
A perícia é um meio de prova e exprime a opinião e a conclusão de quem
conhece (perito), com maior ou menor profundidade, certo assunto técnico que lhe
é submetido para exame. O expert na matéria receberá a incumbência de apreciar
um fato cuja existência ou modo de ocorrência não pode ser judicialmente apurado,
a não ser com o concurso de conhecimentos técnicos especiais.
Na arbitragem decide-se tanto acerca de fatos como sobre o direito
aplicável à questão.
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JOSÉ MARIA TREPAT CASES
5.5. ARBITRAGEM NAC
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STITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO
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5.5. ARBITRAGEM NACIONAL E ARBITRAGEM INTERNACIONAL
Para GUIDO FERNANDO DA SILVA SOARES, a arbitragem
nacional possui as seguintes características: há a incidência, sobre todo o
fenômeno, tomado como uma unidade, das leis de um único sistema
jurídico e a inexistência de conflito de jurisdição internacional e se houver
necessidade de se buscar o socorro do Poder Judiciário, na fase da
execução compulsória da sentença arbitral (homologação do laudo arbitral,
para torná-lo título executório) ou na fase de eventuais medidas
coercitivas, antes ou durante o procedimento arbitral. Na arbitragem
internacional, embora uma unidade, suas partes são reguladas por leis
diversas, de diferentes sistemas jurídicos. Ocorre, aí, um fenômeno
interessante: seu despedaçamento. Nos contratos internacionais, em que os
mesmos são despedaçados, para os efeitos de cada pedaço ser regido por
uma lei definida (é o déspeçage ou morcellement do Direito Francês, ou
splitting up da Common Law) (12).
6. A cLÁUSULA COMPROMISSÓRIA
A cláusula compromissória ou cláusula arbitral ou pactum de compromittendo é uma convenção entre os contratantes, através da qual fica
estipulado que as divergências surgidas entre eles a respeito de um dado
negócio jurídico (normalmente acerca da execução ou interpretação de um
contrato) serão resolvidas por meio da arbitragem.
O legislador pátrio não deu à cláusula compromissória o tratamento legal
conveniente, que não é mencionada nos Códigos Civil, Comercial ou de Processo
Civil. A opinião dos doutrinadores é assente no sentido de que a cláusula
compromissória não obrigaria as partes, seria um verdadeiro pactum nudum (13).
VICENTE GRECO FILHO adverte: "A doutrina e a jurisprudência têm entendido que a cláusula compromissória não obriga, havendo necessidade posterior de se firmar o compromisso, interpretação, aliás, que também desencoraja a utilização do instituto" (14).
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Entretanto a afinnação genérica e sem restrição de que o pacto de disciplinou a arbitragem no compromittendo não tem valor vinculativo, não é de todo correta. Na 1.072 a 1.102, sob a rubrica verdade, existe um vínculo a ligar as partes. Pois, o descumprimento da
Neste capítulo o legipromessa de celebrar compromisso, acaba por resolver-se em perdas e danos,
quatro seções, a saber: ' no caso de ocorrer litígio que deva ser submetido à solução arbitral, sem que
Procedimento" e "Da Homhaja possibilidade de se fazer valer a promessa de contratar (15).
compromisso já estava regl Desse modo, fica patente, que haverá, pelo menos, possibilidade de contendo também algumas J
pretender-se indenização por descumprimento de obrigação de fazer. 1.045). Pelo trato abrangent(
SILVIO RODRIGUES repele a opinião daqueles que não reconhecem aceitou a tese de ser o compl
valor vinculativo algum à cláusula compromissória, com o seguinte ou então, um ato de organiza ensinamento: "Finalmente, a opinião intermediária, a meu ver a mais Essa última tese é Sustl sábia, é a que defere aos promitentes a prerrogativa de, desatendendo o artigo publicado na Revista d pactum de compromittendo, recorrer à justiça comum. Entretanto, se ARBITRAL NO DIREITO B assim procederem, descumpriram a obrigação de fazer assumida no não é um ato produtor de din pacto, ficando, por conseguinte, sujeitos ao pagamento da multa categoria maior; é consider. convencional estipulada no contrato, ou a reparar todo o prejuízo sofrido porquanto dele se origina o J
pelo outro contratante. Para evitar a difícil prova do montante do dano, especifidade dos atos jurídico. convém opor no contrato, desde logo, cláusula penal" (16). em que eles formam nãl
obrigacionais, pois deles na5Para CARLOS ALBERTO CARMONA, os dados objetivos que deverão pelas disposições adotadas p ser levados em consideração para a liquidação do prejuízo do contratante que pelas regras dispositivas previ, Civil" (18).
vê violada sua expectativa de solucionar o litígio pela, arbitral, são os seguintes:
o fato de não ser o juiz um expert na matéria que ser objeto de discussão, a
quebra do sigilo, a demora na solução do litígio e os custos do processo. E,
concluindo acrescenta: "Não se pode negar, porém, a dificuldade (não a impossibilidade) de liquidar-se perdas e danos diante do descumprimento 7.2 DO COMPROMISSO
da promessa de firmar compromisso" (17). 7.2.1 ESPÉCIES
7. O JUÍZO ARBITRAL NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL O artigo 1.073, do Códig
no art. 1.038 do Código Civil, c 7.1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
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diária, a meu ver a mais ,gativa de, desatendendo o ~a comum. Entretanto, se ;ão de fazer assumida no 'ao pagamento da multa lrar todo o prejuízo sofrido rova do montante do dano,
ti penal" (16).
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o e os custos do processo. E,
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PROCESSO CIVIL
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JOSÉ MARIA TREPAT CASES 205
disciplinou a arbitragem no Livro IV, Título I, Capítulo XIV, artigos
1.072 a 1.1 02, sob a rubrica "Do Juízo Arbitral".
Neste capítulo o legislador trata a matéria de forma sistemática em
quatro seções, a saber: "Do Compromisso", "Dos Árbitros", "Do Procedimento" e "Da Homologação do Laudo". Nota-se, no entanto, que o
compromisso já estava regulado no Código Civil (artigos 1.037 a 1.048),
contendo também algumas regras sobre os árbitros (artigos 1.041, 1.044 e
1.045). Pelo trato abrangente dado à matéria, depreende-se que o legislador
aceitou a tese de ser o compromisso arbitral um negócio jurídico processual,
ou então, um ato de organização judiciária.
Essa última tese é sustentada por CLÓVIS DO COUTO E SILVA, em
artigo publicado na Revista de Informação Legislativa, intitulado "O Juízo
ARBITRAL NO DIREITO BRASILEIRO", onde enfatiza: "O compromisso não é um ato produtor de direitos e obrigações tão-somente. Ele detém uma categoria maior; é considerado como um ato de organização judiciária porquanto dele se origina o juízo arbitral". E, concluindo, prossegue: "A especifidade dos atos jurídicos de organização em face dos demais atos está em que eles formam não uma, mas diversas relações jurídicas obrigacionais, pois deles nasce verdadeiro "status", regulado, em parte, pelas disposições adotadas pelos integrantes do compromisso, ou ainda pelas regras dispositivas previstas no Código Civil e no Código de processo Civil" (18).
7.2 DO COMPROMISSO
7.2.1 ESPÉCIES
O artigo 1.073, do Código de Processo Civil, repetindo o estabelecido
no art. 1.038 do Código Civil, contempla duas espécies de compromisso.
a) Judicial: aquele que é celebrado através de termos nos autos, perante
juízo ou tribunal onde correr a demanda;
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REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO 206
b) Extrajudicial: celebrado por escrito público ou particular, assinado
pelas partes (compromitentes) e por duas testemunhas.
Verifica-se, portanto, que seja judicial ou extrajudicial, o compromisso
tomará necessariamente a forma escrita, vedada portanto a forma verbal, pois
o artigo 1.072, do Código de Processo Civil estabelece: "... mediante
compromisso escrito, ... ".
7.2.2 ADMISSIBILIDADE
Para que seja admissível o compromisso, é necessário que seja
celebrado por quem tenha plena capacidade, dessa forma estão impedidos de
firmar compromisso os incapazes (artigos 5° e 6° do Código Civil).
MARIA HELENA DINJZ adverte que a capacidade de se comprometer,
abrange, "além da capacidade para os atos da vida civil, a possibilidade dos contratantes de dispor dos direitos em controvérsia e de serparte emjuízo, por
envolver a submissão da controvérsia aos árbitros" (19).
O estatuto processual em seu artigo 1.072, in fine, restringe a
admissibilidade de compromisso àquelas hipóteses em que a lei admita a
transação.
Portanto, só as questões que versem sobre direitos patrimoniais,
poderão ser objeto de compromisso arbitral. Desse modo, ficam excluídas
deste instituto as causas que versem sobre direitos pessoais, como o estado e
a capacidade das pessoas, bem como as que sejam relativas às coisas fora do
comércio ou inalienáveis.
7.2.3 REQUISITOS
Segundo o artigo 1.074, do Código de Processo Civil, o compromisso
conterá os requisitos nele enunciados sob pena de nulidade.
Portanto, são requisitos essenciais do compromisso, sem os
JOSÉ MARIA TREPAT CASES
quais será nulo:
a) a qualificação das domicílio;
b) a qualificação dos como de seus substitutos non
c) o objeto do litígio, CI
valor. ANTONIO CARLOS
esclarecendo que usem a ex,
teria o árbitro condições de
qualquer dúvida a respeito do
negativamente na decisão arh
d) a declaração de respo perito e das despesas process
livremente a respeito da res{
decorrentes do compromisso, i. como tal responsabilidade se} prefixação daquela", este é MARCATO (21).
Além dos requisitos esser Civil, em seu artigo 1.075, disp
estipulações, a critério das partes compromisso:
a) o prazo em que deva sei do árbitro. Os compromitentes p.
de um órgão arbitral institucional
laudo no prazo fixado gera a exti
lU, do Código de Processo Civil.
artigo 1.093, do mesmo estatut<
laudo em 20 (vinte) dias após o te
b) a condição de ser a sente para o tribunal superior. O inciso
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co OU particular, assinado
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rtanto a forma verbal, pois
estabelece: "... mediante
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IS" (19).
1.072, in fine, restringe a
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sobre direitos patrimoniais,
lesse modo, ficam excluídas
~os pessoais, como o estado e
1m relativas às coisas fora do
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de nulidade.
do compromisso, sem os
JOSÉ MARIA TREPAT CASES
quais será nulo:
a) a qualificação das partes que se comprometem: nome, profissão e
domicílio;
b) a qualificação dos árbitros eleitos pelos compromitentes, assim
como de seus substitutos nomeados para o caso de falta ou impedimento;
c) o objeto do litígio, com todas as suas especificações, inclusive o seu
valor. ANTONIO CARLOS MARCATO justifica essa exigência legal
esclarecendo que Usem a exata discriminação" ado objeto do litígio, não
teria o árbitro condições de proferir um julgamento correto, posto que qualquer dúvida a respeito do conteúdo ou limites da controvérsia influiria
negativamente na decisão arbitral" (20);
d) a declaração de responsabilidade pelo pagamento dos honorários do
perito e das despesas processuais. "Os compromitentes poderão acordar
livremente a respeito da responsabilidade pelo pagamento das despesas decorrentes do compromisso, importando, para a sua validade, não aforma
como tal responsabilidade seja atribuída a um ou a ambos, mas, sim, a prefixação daquela", este é o ensinamento de ANTONIO CARLOS
MARCATO (21).
Além dos requisitos essenciais acima elencados, o Código de Processo
Civil, em seu artigo 1.075, dispõe que o compromisso poderá conter outras
estipulações, a critério das partes. São, dessa forma, requisitos facultativos do
compromIsso:
a) o prazo em que deva ser proferido o laudo arbitral, ou seja, a decisão
do árbitro. Os compromitentes podem consignar tal prazo ou adotar as regras
de um órgão arbitral institucional. Cumpre lembrar que a não apresentação do
laudo no prazo fixado gera a extinção deste, conforme dispõe o artigo 1.077,
UI, do Código de Processo Civil. Na ausência de previsão, inside a regra do
artigo 1.093, do mesmo estatuto processual, devendo o árbitro proferir o
laudo em 20 (vinte) dias após o término da intrução.
b) a condição de ser a sentença arbitral executada com ou sem recurso
para o tribunal superior. O inciso 11, do artigo 1.075, do Código de Processo
207
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
208 REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO
Civil tem suscitado divergência quanto à sua interpretação. Para ANTONIO
CARLOS MARCATO, tanto a lei civil (art. 1041) como a lei processual civil
(art. 1.078) "consagram a regra geral da irrecorribilidade da decisão proferida pelo árbitro, abrindo-se exceção somente se e quando assim convencionarem os compromitentes. Em outras palavras, inexistindo previsão contrária no compromisso, prevalece a cláusula "sem recurso", obstando a qualquer dos obtentes recorrer da decisão arbitral. Sucede, todavia, que não se pode retirar do âmbito do Judiciário o exame da validade, ou não do laudo, daípor que, estando presente qualquer dos vícios arrolados 110 art. 1.100, do Código de Processo Civil, o compromitente prejudicado poderá interpor o recurso de apelação, mesmo oactuada expressamente a cláusula "sem recurso" (art. 1.101, Parágrafo único)." E, mais adiante, indaga: "Referida cláusula seria então inútl1?" Sua resposta a
tal indagação é a seguinte: "Estipulada a cláusula, acompanhada de previsão de pena convencíonal imposta àquele que recorra (art. 1.075, 111), o não cumprimento da apelação imporá ao apelante a condenação na referida pena (art. 1.101, parágrafo úníco, parte final)" (22).
Entretanto, CARLOS ALBERTO CARMONA sustenta a tese que o
recurso a que se refere o art. 1.075, II, do CPC "poderá ser uma comissão de revisão interna em um órgão arbitral institucional, um outro árbitro, ou um outro órgão arbitral institucional". E, concluindo o raciocínio, acrescente
"que o 'recurso para o tribunal superior' refere-se ao procedimento arbitral, podendo as partes criar o órgão de revisão. Se não for criado ou indicado tal órgão não haverá recurso algum. Por outro lado, a norma comentada não se liga ao art. 1.101 do mesmo Código, que trata do recurso de apelação contra a decisão homologatória do laudo, mas sim, ao art. 1. 078." (23)
c) a estipulação de pena convencional.
No entendimento de CARLOS ALBERTO CARMONA, esta pena que
pode constar do compromisso para a parte que recorrer da sentença arbitral,
apesar da cláusula "sem recurso", refere-se ao juízo homologatório (art.
1.1 01, do CPC, e não ao recurso interno do procedimento arbitral) (art. 1.075,
II, CPC) (24).
JOSÉ MARIA TREPAT CASES
Segundo ANTONIO
somente se e quando, viol(j provimento à apelação." E compromisso, pretenderam solução da pendência, co desatendido por qualquer final descolhido o recul conseqüências de seu convencionada." E alerta p
relevância: "a) só caberá {J
exista cláusula "sem recurs elencadas no art. 1.100 da estranha àquele rol, sequer o compromisso o recurso, o recurso" a apelação poderá mas também a justiça, ou 11
dada pelo árbitro à quest Provida a apelação pelo J
substituindo-a pelo acórdão'
d) a autorização aos áI
regras e fonnas de direito.
Aqui, deve-se anotar c que atenta para o fato de que
por eqüidade. Ao decidir c existente no direito positivo,
como se fosse verdadeiro leg
com o seu senso de justiça,
jurídica já existente (26).
Portanto, o dispositivo e
complementar, permitindo aI
normalmente solucionaria o
composição da lide segundo cri
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
~STITUlÇÃO TOLEDO DE ENSINO
:erpretação. Para ANTONIO .) como a lei processual civil
.recorribilidade da decisão Jmente se e quando assim '.ltras palavras, inexistindo ~ a cláusu a , I"sem recur so", la decisão arbitral. Sucede, do Judiciário o exame da
I presente qualquer dos vícios esso Civil, o compromitente apelação, mesmo oactuada 1.101, Parágrafo único)." E, então inútz1?" Sua resposta a
cláusula, acompanhada de e que recorra (art. 1.075, IlI), ') apelante a condenação na
lrte final)" (22).
MONA sustenta a tese que o
:"poderá ser uma comissão de ional, um outro árbitro, ou um luindo o raciocínio, acrescente
r' refere-se ao procedimento , revisão. Se não for criado ou ·um. Por outro lado, a norma 10 Código, que trata do recurso 'ia do laudo, mas sim, ao art.
RTO CARMONA, esta pena que
lue recorrer da sentença arbitral, se ao juízo homologatório (art.
lrocedimento arbitral) (art. 1.075,
JOSÉ MARIA TREPAT CASES 209
Segundo ANTONIO CARLOS MARCATO "tal pena será aplicada somente se e quando, violada a cláusula 'sem recurso' o tribunal negar provimento à apelação." Explicando, em seguida. "Com a celebração do compromisso, pretenderam os celebrantes excluir da jurisdição estatal a solução da pendência, cometendo-a ao árbitro por eles eleito. Ora, desatendido por qualquer dos compromitentes tal acordo, e sendo ao final descolhido o recurso por ele interposto, é justo sofra as conseqüências de seu ato, suportando a pena previamente convencionada." E alerta para dois pontos que entende ser da mais alta
relevância: "a) só caberá apelação contra o laudo arbitral, ainda que exista cláusula "sem recurso", na ocorrência de qualquer das hipóteses elencadas no art. 1.100 da lei processual. Versando o recurso questão estranha àquele rol, sequer será conhecido pelo tribunal; b) permitindo o compromisso o recurso, ou seja, sendo nele estipulada cláusula "com recurso" a apelação poderá versar não só àquelas questões do art. 1.100, mas também a justiça, ou não, do laudo arbitral, vale dizer, a solução dada pelo árbitro à questão controvertida objeto do compromisso. Provida a apelação pelo tribunal, este cassará a decisão arbitral, substituindo-a pelo acórdão" (25).
d) a autorização aos árbitros para julgarem com eqüidade, fora das
regras e formas de direito.
Aqui, deve-se anotar o ensinamento de FIDELIS DOS SANTOS,
que atenta para o fato de que julgar com eqüidade é diferente de julgar
por eqüidade. Ao decidir com eqüidade, o juiz interpreta a norma
existente no direito positivo, enquanto que, decidindo por eqüidade, atua
como se fosse verdadeiro legislador, criando uma regra mais compatível
com o seu senso de justiça, ainda que a mesma seja contrária à regra
jurídica já existente (26).
Portanto, o dispositivo em questão vai além da eqüidade supletiva ou
complementar, permitindo ao árbitro afastar a aplicação da lei que
normalmente solucionaria o conflito de interesses, para estabelecer a
composição da lide segundo critérios de justiça.
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
I
REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO 210
7.2.4 EFEITOS
De acordo com o disposto no art. 267, VII, do Código de Processo
Civil, a celebração de compromisso judicial, faz extinguir o processo
sobre o qual versava a demanda, sem o julgamento do mérito, posto que
essa celebração significa a retirada da alçada do Poder Judiciário a
solução daquela.
Se o compromisso for celebrado antes do ajuizamento da demanda
extrajudicial - configurará fato impeditivo à constituição da relação
processual. Se uma das partes, nesse caso, socorrer-se ao Judiciário, cabe à outra parte na contestação, argüir como preliminar, a existência do
compromisso arbitral (art. 301, IX, CPC), ensejando assim, a extinção do
processo sem julgamento do mérito (art. 267, XII, CPC). No entanto, deve-se
salientar que a não argüição pelo réu, no momento oportuno, da existência do
compromisso celebrado entre ele e o autor, impedirá que dele conheça o órgão
jurisdicional, pois o parágrafo 4° do art. 301, veda expressamente o seu
reconhecimento ex ollicio pelo juiz.
7.2.5 EXTINÇÃO
o Código de Processo Civil prevê, no art. 1.077, cinco casos de
extinção do compromisso arbitral:
a) a escusa de qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação e não
havendo substituto para ele, ou, havendo, se este também recusar a nomeação;
Desse modo, caso qualquer dos árbitros escolhidos não aceite o
encargo (art. 1.080, in fine) e inexista substituto, o compromisso será extinto.
b) o falecimento de qualquer dos árbitros, ou a impossibilidade de dar
o seu voto, sem que tenha substituto;
c) a expiração do prazo estipulado (art. 1.075, I, CPC), sem que tenha
sido proferido o laudo arbitral;
d) o falecimento de alguma das partes, deixando herdeiro incapaz.
JOsÉ MARIA TREPAT CASES
Como o compromisso não P' art. 1.037, CC), este só perdi forem capazes.
e) a divergência, en terceiro deles.
A lei exige que os á evitando assim eventual er
compromitentes tenham elei
logo o terceiro desempatado]
extinção do compromisso arb
ANTONIO CARLOS extinção do compromisso ar!
1.077, porém que, implicitam
não argüição de sua existênc o mesmo litígio." (27)
7.3 DOS ÁRBITROS
O árbitro é juiz de fatl fica sujeita a recurso, salvo s 1.078, CPC).
É juiz de fato, visto q também juiz de direito, posto
resolver o litígio submetido à (art. 1.081, CPC).
Qualquer pessoa que go compromisso, poderá ser nom
CPC. No entanto, os incisos exceções - os analfabetos _ ç cumprir a finalidade principal
árbitro, que é a elaboração do la
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
I
,TITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO
11, do Código de Processo
faz extinguir o processo
lento do mérito, posto que ia do Poder Judiciário a
ajuizamento da demanda
à constituição da relação
rrer-se ao Judiciário, cabe à
~eliminar, a existência do
~jando assim, a extinção do
I, CPC). No entanto, deve-se
to oportuno, da existência do
iirá que dele conheça o órgão , veda expressamente o seu
) a.rt 1.077, Cinco casos de
s de aceitar a nomeação e não ~ também recusar a nomeação;
ros escolhidos não aceite o
J, o compromisso será extinto.
IS, ou a impossibilidade de dar
1.075, I, CPC), sem que tenha
s, deixando herdeiro incapaz.
JosÉ MARIA TREPAT CASES 211
Como o compromisso não pode ser celebrado por incapaz (art. 1.072, CPC e
art. 1.037, CC), este só perdurará se os herdeiros do compromitente falecido
forem capazes.
e) a divergência, entre os árbitros, a respeito da nomeação do
terceiro deles.
A lei exige que os árbitros nomeados o sejam em número ímpar,
evitando assim eventual empate entre eles quanto à decisão. Caso os
compromitentes tenham eleito dois árbitros, estes deverão escolher desde
logo o terceiro desempatador; havendo divergência na escolha, impõe-se a
extinção do compromisso arbitral.
ANTONIO CARLOS MARCATO anota uma outra hipótese de
extinção do compromisso arbitral, não contemplada expressamente no art.
1.077, porém que, implicitamente está referida no art. 301, IX, do CPC: "a não argüição de sua existência, pelo réu, caso seja proposta ação versando o mesmo litígio." (27)
7.3 DOS ÁRBITROS
O árbitro é juiz de fato e de direito e a sentença que proferir não
fica sujeita a recurso, salvo se o contrário convencionarem as partes (art.
1.078, CPC).
É juiz de fato, visto que não investido de jurisdição estatal, e é
também juiz de direito, posto que lhe compete, no âmbito de sua atuação,
resolver o litígio submetido à sua apreciação, formulado o laudo arbitral
(art. 1.081, CPC).
Qualquer pessoa que goze da confiança das partes que celebrarem o
compromisso, poderá ser nomeada árbitro, segundo o caput do art. 1.079,
CPC. No entanto, os incisos deste mesmo artigo elencam as seguintes
exceções - os analfabetos - pois se analfabeto ficaria sem condições de
cumprir a finalidade principal do compromisso e atividade fundamental do
árbitro, que é a elaboração do laudo arbitral; - os incapazes - já que estes não
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
212 __R,-,-E=-'V--,'STA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINQ
podem sequer administrar seus interesses, quanto mais os interesses de
outrem; - os impedidos ou suspeitos - de acordo com as regras de
impedimento e suspeição previstas nos artigos 134 e 135, do CPC
O árbitro indicado pelas partes deverá ser compromissado, podendo
inclusi ve ser convidado a declarar se aceita ou não a nomeação, dentro de 10
(dez) dias. Aceitando a nomeação, subscreverá o compromisso; nada
respondendo no prazo assinalado, presume-se que a recusou (art 1.080).
Se compromissado, ao árbitro compete proferir o laudo arbitral no
prazo estipulado no compromisso, contado do dia em que é instituído o juízo
arbitral (art. 1.075, I c.c. art. 1.081, CPC).
O árbitro tem direito a uma remuneração (honorários), que pode ser
fixada previamente quando da celebração do compromisso, ou, na ausência de
estipulação prévia, será fixada pelo juiz, mediante requerimento formulado
nesse sentido (art. 1.084, CPC).
O árbitro será responsabilizado por perdas e danos nas seguintes hipóteses:
a) caso não profira o laudo no prazo estipulado, acarretando com tal
inércia a extinção do compromisso (art. 1.082, I c.c. art, 1.077, III, "b", CPC);
b) caso renuncie ao encargo injustificadamente, após havê-lo aceito
(art. 1.082, lI, CPC);
c) caso proceda com dolo ou fraude (art. 133, I c.c. art. 1.083, CPC).
7.4 DO PROCEDIMENTO ARBITRAL
O procedimento a ser seguido pelo árbitro (ou pelo colégio arbitral é
geralmente fixado pelos próprios componentes, que ou adotam o regulamento
de algum órgão arbitral institucional ou estabelecem desde logo as regras que
regerão a arbitragem. A lei faculta ainda as partes, caso prefiram, outorgarem
ao próprio juízo esta incumbência. Entretanto, caso nenhuma destas hipóteses
tenha sido prevista no compromisso, a própria lei, na Seção UI, do Capítulo
XIV, elenca as regras procedimentais a serem observadas.
JOSÉ MARIA TREPAT CASES
O juízo arbitral «
nomeados, de sua funçãc
dos árbitros deverá ocuf
estipulação diversa no o
1.085, parágrafo 1°, CPC;
O Código estabelec seguidas, que procuram
contraditório. Dessa forro;
dias, apresentar as alega
comum, manifestar-se so
documentos serão acompa
um dos árbitros e à parte. (art. 1.091, CPC).
Havendo necessid,
data e local para a oit
pessoal ou ainda para oit a 457, CPC).
No entanto, a lei VI
quer contra as partes, qu
medidas cautelares. Nesse
ANTONIO CARLOS M situações distintas: a opo medidas serão decididas determinação judicial. EJ do cabimento daquelas, decisão" (28).
Uma vez instituído o todas as questões envolven
instituição do juízo arbitra
versando sobre a mesma de
do feito a entrega dos autos. (art. 1.089, CPC).
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
rlTUlçÃO TOLEDO DE ENSINO
to mais os interesses de
;ordo com as regras de
. e 135, do CPC.
compromissado, podendo
) a nomeação, dentro de 10
rá o compromisso; nada
.a recusou (art. 1.080).
roferir o laudo arbitral no
em que é instituído o juízo
(honorários), que pode ser
Jromisso, ou, na ausência de
Ite requerimento formulado
laTIos nas seguintes hipóteses:
Julado, acarretando com tal . 1077 III "b", CPC); .c. art,. , ,
lmente, após havê-lo aceito
33, I c.c. art. 1.083, CPC).
o (ou pelo colégio arbitral é
lue ou adotam o regulamento cem desde logo as regras que
:s, caso prefiram, outorgarem
ISO nenhuma destas hipóteses
lei, na Seção m, do Capítulo
Jservadas.
JOSÉ MARIA TREPAT CASES 213
o juízo arbitral estará instituído com a aceitação, pelos árbitros
nomeados, de sua função. Se as partes optarem por um colégio arbitral, um
dos árbitros deverá ocupar a presidência do tribunal. Desde que não haja
estipulação diversa no compromisso, o presidente será o mais idoso (art.
1.085, parágrafo 1°, CPC).
O Código estabelece, em caráter subsidiário, algumas normas a serem
seguidas, que procuram dar a garantia mínima para a efetivação do
contraditório. Dessa forma, cabe a cada parte no prazo comum de 20 (vinte)
dias, apresentar as alegações e documentos e, em igual prazo, também
comum, manifestar-se sobre as alegações da outra parte. As alegações e
documentos serão acompanhados de cópias, a fim de serem entregues a cada
um dos árbitros e à parte adversa, enquanto que os originais serão autuados
(art. 1.091, CPC).
Havendo necessidade de produção de provas, o árbitro designará
data e local para a oitiva de testemunhas, para ouvir depoimento
pessoal ou ainda para oitiva de perito (arts. 1.092 e 1.086 c.c. arts. 444
a 457, CPC).
No entanto, a lei veda ao árbitro o emprego de medidas coativas,
quer contra as partes, quer contra terceiro, bem como a decretação de
medidas cautelares. Nesse ponto, é bastante elucidador o ensinamento de
ANTONIO CARLOS MARCATO: "Cabe distinguir, porém, duas situações distintas: a oportunidade e a conveniência da adoção dessas medidas serão decididas pelo árbitro; já a sua execução depende de determinação judicial. Em outras palavras, o árbitro decide a respeito do cabimento daquelas, e o órgão jurisdicional torna efetiva tal decisão" (28).
Uma vez instituído o juízo arbitral, nele serão examinadas e decididas
todas as questões envolvendo o compromisso arbitral (art. 1.088, CPC); se a
instituição do juízo arbitral for posterior à instauração de processo judicial
versando sobre a mesma demanda, o presidente ou o árbitro requererá ao juiz
do feito a entrega dos autos, mediante recíbo e independentemente de traslado
(art. 1.089, CPC).
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO214
7.5 DO LAUDO ARBITRAL
o laudo arbitral representa a decisão dos árbitros a respeito da questão
controvertida submetida ao juízo arbitral. O laudo está condicionado à observância de determinados requisitos, estabelecidos em lei (arts. 1.095 e
1.100, VII, CPC), para que tenha validade.
Esses requisitos são os mesmos exigidos para a sentença judicial:
relatório, fundamentação, dispositivo, data e assinatura.
O relatório a ser elaborado pelo árbitro pelo presidente do órgão
arbitral conterá: o nome das partes, a indicação do compromisso e o objeto
do litígio. A indicação do compromisso refere-se aos elementos que
possibilitem sua identificação: a descrição do documento particular,
constando o local e a data de assinatura; ou a indicação do tabelião onde foi
lavrado o documento público, ou, ainda, a referência ao termo celebrado nos
autos do processo, indicando a data, o número dos autos do processo e a folha em que se encontra. Com relação ao objeto do litígio, bastará a
transcrição do que consta no compromisso, por ser seu requisito legal
(artigo 1.074, m, CPC), e visa garantir que os árbitros decidiram dentro dos
limites da questão controvertida que lhes foi submetida pelos
compromitentes, podendo assim revelar qualquer nulidade estabelecida em
lei (art. 1.100, II e m, CPC), com a simples leitura do laudo arbitral, sem
necessidade de outras peças do processo arbitral.
Na fundamentação o árbitro exporá as razões de fato e de direito que
o conduziram a determinada conclusão. É na motivação que deve ser
mencionado, expressamente, se a decisão foi dada por eqüidade.
Por último, determina a lei processual que o laudo arbitral contenha o
lugar e a data (dia, mês e ano) em que foi assinado. Esses são elementos que
possibilitarão aferir-se a nacionalidade do laudo.
O juízo arbitral proferirá o laudo, com os requisitos acima elencados,
no prazo de 20 (vinte) dias, após esgotadas a produção de provas, cabendo a
sua deliberação aos árbitros, em conferência e por maioria de votos, com a sua
posterior redução à forma escrita, por um relator (art. 1.093, parágrafo 1°,
JOSÉ MARIA TREPAT CASES
CPC). se não houver unanirr deverá fundamentar o seu ve
Dispõe o art. 1.096, julgamento, com a entrega (
remetidos ao cartório do juí;
homologação. Como bem a
procedimento fixado para
audiência, nem de instruçã~
ciência do laudo às partes, il meio idôneo de cientificação
7.6 DA HOMOLOGAÇÃO 1
Segundo DE PLÁCIDC homologare (que derivou
reconhecer) que expressa "I
administrativa ratifica, confiJ investir-se de força executá, para ter eficácia legal" (30).
Somente depois de hom entre as partes e seus sucesson
caso contenha a condenação
executivo judicial, propiciando 1.097 e 584, m, do CPC).
Verifica-se, portanto, q homologação por um órgão jUI
competente para a homologação
caso esta tivesse sido desde log
1.098, CPC); ficará restrito apen
apreciar a justiça da decisão arbi
ALCIDES DE MENDOJl
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
I
ISTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO
lrbitros a respeito da questão
laudo está condicionado à
,ecidos em lei (arts. 1.095 e
:>s para a sentença judicial:
inatura.
ro pelo presidente do órgão
:> do compromisso e o objeto
~fere-se aos elementos que do documento particular,
ndicação do tabelião onde foi
rência ao termo celebrado nos ro dos autos do processo e a objeto do litígio, bastará a
, por ser seu requisito legal
árbitros decidiram dentro dos
lhes foi submetida pelos
Iuer nulidade estabelecida em
leitura do laudo arbitral, sem
traI.
razões de fato e de direito que na motivação que deve ser
fada por eqüidade.
:Iue o laudo arbitral contenha o
inado. Esses são elementos que
do.
os requisitos acima elencados,
produção de provas, cabendo a
por maioria de votos, com a sua
elator (art. 1.093, parágrafo 1°,
JosÉ MARIA TREPAT CASES
CPC). se não houver unanimidade entre os árbitros, o vencido na deliberação
deverá fundamentar o seu voto (art. 1.093, § 2°, CPC).
Dispõe o art. 1.096, que o laudo será publicado em audiência de
julgamento, com a entrega de cópia a cada uma das partes, sendo os autos
remetidos ao cartório do juízo competente, dentro de 5 (cinco) dias, para a homologação. Como bem adverte CARLOS ALBERTO CARMONA, ao procedimento fixado para a arbitragem não exige a realização de audiência, nem de instrução, nem de julgamento. Poderá, portanto, dar-se ciência do laudo às partes, independentemente de audiência, por qualquer meio idôneo de cientificação" (29).
7.6 DA HOMOLOGAÇÃO DO LAUDO ARBITRAL
Segundo DE PLÁCIDO E SILVA, o verbo homologar, vem do latim homologare (que derivou o grego omologein, cujo significado era
reconhecer) que expressa ao ato pelo qual a autoridade judicial ou administrativa ratifica, confirma ou aprova outro ato, a fim de que posse investir-se de força executória ou apresentar-se com validade jurídica, para ter eficácia legal" (30).
Somente depois de homologado o laudo arbitral é que ele produzirá,
entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença judicial, e,
caso contenha a condenação de qualquer daqueles, valerá como título
executivo judicial, propiciando desta maneira a execução do devedor (arts.
1.097 e 584, 111, do CPC).
Verifica-se, portanto, que a eficácia do laudo depende de sua
homologação por um órgão jurisdicional. Ressalte-se, porém, que o órgão
competente para a homologação; que é aquele juízo que seria para a demanda,
caso esta tivesse sido desde logo submetida à apreciação do judiciário (art.
1.098, CPC); ficará restrito apenas ao exame da validade formal, não podendo apreciar a justiça da decisão arbitral.
ALCIDES DE MENDONÇA LIMA conceitua a homologação como
215
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO 216
"o ato judicial pelo qual o juiz não julga, não manifesta sua opinião, sua idéia sobre o conflito de interesses", limitando-se "a dar eficácia a deliberação ou ao acordo das partes, desde que respeitadas as prescrições legais, sobre tudo se não houver infringência às normas de ordem pública" (31).
Ao estudar a natureza do ato de homologação os autores têm sustentado
as mais diversas teses, como veremos a seguir.
Para alguns autores, a sentença homologatória do laudo arbitral é ato jurídico complexo CHIOVENDA (32), CARNELUTTI (33), AMILCAR DE
CASTRO (34) e FREDERICO MARQUES (35).
CALAMANDREI vê no ato um fenômeno diferente, que denominou
de "preparação privada da sentença" (36).
Para outros autores, como PONTES DE MIRANDA (37), CLÓVIS DO
COUTO E SILVA (38) e ANTONIO CARLOS MARCATO (39), a
homologação é considerada "como condição de eficácia do laudo arbitral".
O procedimento de homologação é bastante simplificado: recebidos os
autos pelo juízo competente, este determinará que sobre ele se manifestem as
partes, dentro de 10 (dez) dias, proferindo, em igual prazo, a decisão que
homologará ou não o laudo arbitral.
O laudo arbitral só não merecerá a homologação, se for nulo (arts.
] .099 e 1.100, CPC). As hipóteses que ensejarão a nulidade do laudo arbitral
são as seguintes: a) se o compromisso for nulo (art. 1.074, CPC); b) se
proferido fora dos limites do compromisso, ou em desacordo com o seu
objeto; c) não julgar toda a controvérsia submetida ao juízo arbitral; d) se
emanado de quem estivesse incapacitado para ser árbitro (art. 1.079, CPC); e)
se os árbitros foram nomeados sem a observância das normas legais ou
contratuais; f) proferido por eqüidade, sem a expressa autorização para tanto
(art. 1.075, CPC); g) se não contiver os requisitos essenciais exigidos por lei
(art. 1.095, CPC); h) se proferido fora de prazo (art, 1.093, CPC).
Da sentença que homologar o laudo arbitral, cabe o recurso de
apelação, que, se recebido, terá ambos os efeitos: suspensivo e devolutivo.
JOSÉ MARIA TREPAT CASES
8. ANTEPROJETOS DE j
8.1 ASPECTOS GERAIS
Apesar do código de ;
a coletividade nacional tem (
em harmonia com as mais
nações européias. Esse anse;
de sistematizá-la em um ar
publicados pelo Poder Exec\
sendo que recentemente ma
primeiros não lograram êxil
melhor sorte, pois somente CI
é que será possível dar adeq\
comercial, negócios intemaci
8.2 O ANTEPROJETO DE
Por determinação d(
constituiu-se uma comissão,
Estado do Rio de Janeiro - Se
de 28 artigos, que foi publicad
determinação do Ministro da
visando o seu aprimoramento.
Em síntese, conforme j
(40), são estas as suas disposi~
1°) Prevê a existência d
em perdas e danos, mas, pf
através de procedimento establ
2°) criação de uma ação
um pedido ao juiz para o com
assinar um compromisso arbitr
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
,snTUIçÃO TOLEDO DE ENSINO
manifesta sua opinião, sua
rndo-se "a dar eficácia a
~ respeitadas as prescrições
leia às normas de ordem
~ão os autores têm sustentado "
atória do laudo arbitral é ato
~LUTTI (33), AMILCAR DE
).
:no diferente, que denominou
,BRANDA (37), CLÓVIS DO
RLOS MARCATO (39), a
e eficácia do laudo arbitral".
nte simplificado: recebidos os
lue sobre ele se manifestem as
m igual prazo, a decisão que
Imologação, se for nulo (arts.
ão a nulidade do laudo arbitral
:mlo (art. 1.074, CPC); b) se
ou em desacordo com o seu
metida ao juízo arbitral; d) se
ser árbitro (art. 1.079, CPC); e)
rvância das normas legais ou
~xpressa autorização para tanto
;itos essenciais exigidos por lei
o (art, 1.093, CPC).
) arbitral, cabe o recurso de
tos: suspensivo e devolutivo.
JOsÉ MARIA TREPAT CASES 217
8. ANTEPROJETOS DE LEI SOBRE A ARBITRAGEM NO BRASIL
8.1 ASPECTOS GERAIS
Apesar do código de 1973 nada ter inovado com relação à arbitragem,
a coletividade nacional tem demonstrado seu profundo interesse em colocá-la
em harmonia com as mais modernas legislações, principalmente as das
nações européias. Esse anseio resta demonstrado pelas freqüentes tentativas
de sistematizá-la em um anteprojeto de lei. Só na década de 80, foram
publicados pelo Poder Executivo três anteprojetos - em 1981, 1987 e 1988,
sendo que recentemente mais um anteprojeto está em tramitação. Os três
primeiros não lograram êxito, foram arquivados. Quiçá este último tenha
melhor sorte, pois somente com uma legislação adequada sobre a arbitragem
é que será possível dar adequado tratamento às causas que envolvem direito
comercial, negócios internacionais ou matérias de alta complexidade.
8.2 O ANTEPROJETO DE 1981
Por determinação do antigo Ministério da Desburocratização
constituiu-se uma comissão, coordenada pelo então Desembargador do
Estado do Rio de Janeiro - Severo da Costa - que apresentou um anteprojeto
de 28 artigos, que foi publicado no Diário Oficial da União, de 27/5/1981, por
determinação do Ministro da Justiça, na Portaria n° 318/8], para sugestões,
visando o seu aprimoramento.
Em síntese, conforme anota GUIDO FERNANDO SILVA SOARES
(40), são estas as suas disposições principais:
1°) Prevê a existência da cláusula compromissória, que não se resolve
em perdas e danos, mas, pelo contrário, comporta execução específica,
através de procedimento estabelecido no próprio anteprojeto;
2°) criação de uma ação de execução da cláusula arbitral, iniciada com
um pedido ao juiz para o comparecimento da parte recalcitrante a fim de se
assinar um compromisso arbitral; o juiz tem a faculdade de nomear o árbitro
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
218 REVISTA JURíDICA - INSTITUiÇÃO TOLEDO DE ENSINO JOSÉ MARIA TREPAT CASES
pela parte recalcitrante (porém não revel) ou instituir o árbitro único, na Assim, tanto a cláusu pessoa daquele indicado pela parte que compareceu (havendo revelia da outra extinção da relação jurídici parte), ou, ainda, de nomear o terceiro árbitro, havendo discordância dos existência formal do compI árbitros indicados pelas partes; então execução especifica p:
3°) da mesma forma que o compromisso, a cláusula compromissória O anteprojeto em que extingue o processo judicial eventualmente iniciado sobre relações de direito
patrimonial que admitam transação, tal qual, na atualidade, o compromisso;
8.4 O ANTEPROJETO Dl4°) o laudo é definido como título executivo extrajudicial para as
finalidades do art. 585, I1I, do CPC. Publicado no Diário OJ
Basicamente, são duas as inovações do anteprojeto: a relativa 298-A do Ministro da Justiça,
equiparação dos efeitos da cláusula compromissória e do compromisso e a Código de Processo Civil, em
eficácia do laudo arbitral independentemente de homologação. evitando-se assim mais uma II
No entanto, os problemas básicos que o anteprojeto procurou atacar Suas proposições bási<
não foram solucionados a contento no texto sugerido, o que recomendou seu 1°) Procura dar discildefinitivo arquivamento.
compromisso arbitral, equipa
8.3 O ANTEPROJETO DE 1987 2°) o árbitro deve ser obedecer a eqüidade;
Publicado com a portaria n° 76/87, do Secretário-Geral do 3°) o laudo continua a r
Ministério da Justiça, no Diário Oficial da União de 27/2/87, o título executivo judicial.
anteprojeto propõe a edição de uma lei de 37 artigos, distribuídos por 9 Esse anteprojeto neces capítulos, que derrogaria as normas equivalentes do CPC, pois seria uma
adequado, no entanto, passlei especial sobre a arbitragem. científica interessada, o que p
Segundo GUIDO FERNANDES SILVA SOARES (41) o anteprojeto é
"extremamente cuidadoso, bem concebido e detalhado, e ataca com coragem os pontos defeituosos da regulamentação da arbitragem interna
8.5 ANTEPROJETO DE 1fJ no Brasil". Elencando a seguir esses pontos, destaca:
1°) a suspensão dos efeitos positivos e negativos da cláusula O anteprojeto em quest compromissória; setores interessados no desem
2°) a existência do procedimento pesado da homologação judicial do à solução dos conflitos, e veia laudo arbitral para que este se torne título executivo judicial. transformado em projeto e a
Ii
-~
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
rITUIçÃO TOLEDO DE ENSINO
.tituir O árbitro único, na
L (havendo revelia da outra
Ilavendo discordância dos
l cláusula compromissória
lo sobre relações de direito
ualidade, o compromisso;
ltivO extrajudicial para as
o anteprojeto: a relativa
Sria e do compromisso e a
omologação.
mteprojeto procurou atacar
ido, o que recomendou seu
do Secretário-Geral do
ia União de 27/2/87, o
artigos, distribuídos por 9 es do CPC, pois seria uma
JARES (41) o anteprojeto é
detalhado, e ataca com ~ção da arbitragem interna
taca:
e negativos da cláusula
da homologação judicial do
tivo judicial.
JOSÉ MARIA TREPAT CASES 219
Assim, tanto a cláusula como o compromisso arbitral podem causar a
extinção da relação jurídica processual em curso, porém não dispensou a
existência formal do compromisso para instituir a arbitragem, prevendo-se
então execução especifica para a cláusula arbitral.
O anteprojeto em questão também foi arquivado.
8.4 O ANTEPROJETO DE 1988
Publicado no Diário Oficial da União de 14/7/88, por força da Portaria n°
298-A do Ministro da Justiça, o anteprojeto propôs a alteração direta do texto do
Código de Processo Civil, em dez dispositivos, sintonizando-os com os demais,
evitando-se assim mais uma lei extravagante em nosso direito processual.
Suas proposições básicas são as seguintes:
10) Procura dar disciplina comum à cláusula compromissória e ao
compromisso arbitral, equiparando-a ao compromisso;
20) o árbitro deve ser bacharel em Direito, salvo se a sentença dever
obedecer a eqüidade;
30) o laudo continua a necessitar de homologação judicial para se tomar
título executivo judicial.
Esse anteprojeto necessitava de muito aperfeiçoamento para se tomar
adequado, no entanto, passou quase despercebido entre a comunidade
científica interessada, o que proporcionou seu arquivamento.
8.5 ANTEPROJETO DE 1989
O anteprojeto em questão foi convenientemente discutido por todos os
setores interessados no desenvolvimento de mais um meio útil e indispensável
à solução dos conflitos, e veio a tomar um caminho diverso dos anteriores. Já
transformado em projeto e após o parecer favorável, de lavra do Senador
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
220 REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO
Antônio Mariz, concluindo pela "constitucionalidade e juridicidade do
projeto redigido com boa técnica legislativa e em termos regimentais", foi
aprovada a sua redação final (conforme publicação do Diário do Congresso
Nacional, de 03 de julho de 1.993, seção lI) pela Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania do Senado Federal. Encaminhado, agora, à Câmara dos
Deputados, tomou o n° 4.018/93 e segue os trâmites legais para a sua
aprovação como lei federal.
Em sendo o projeto em apreço convertido em lei, nosso país poderá
deixar de ser uma das nações mais atrasadas no trato das questões ligadas à
solução de controvérsias fora do âmbito do Poder Judiciário.
9. CONVENÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE ARBITRAGEM
9.1 OBJETO E CONTEÚDO DAS CONVENÇÕES
As convenções sobre arbitragem pretendem que todas as divergências,
decorrentes de um negócio de natureza mercantil internaciohal, sejam
resolvidas através da arbitragem.
Pelas convenções, as partes se obrigam a, no caso de divergências,
instituir o juízo arbitral através da cláusula compromissória, formalizando o
acordo por meio de documento por elas assinado. Na falta do acordo, a
arbitragem será realizada conforme as normas procedimentais da 'Comissão
Interamericana de Arbitragem Comercial.
A sentença ou o laudo arbitral terá força de sentença judicial definiti va
e sua eficácia só poderá ser obstaculizada no caso de haver impugnação
fundada nos seguintes motivos:
(1) incapacidade da parte contra quem foi invocada;
(2) cerceamento de defesa;
(3) inexigibilidade da sentença, por suspensão ou anulação;
(4) defei to na constituição do tri bunal arbi traI ou irregularidade
processual; e,
JOSÉ MARIA TREPAT CASES
(5) invalidade em fa<
Ocorrendo a impugno
por suspensão ou anulação,
e a prestação de garantias.
A denegação ex oJj acontecer na eventualidade
solução arbitral conforme
contrariar a ordem pública d
9.2 NATUREZA DO JUÍZ
É interesse do Estac
pacificamente as suas diver;
instrumentos: a transação e o
litígios mediante concessõ
concessões e as partes acatan
Já estudamos as dif
arbitragem e arbitramento, b
Falta-nos saber qual a natl
ci vilista entende que tem na
transcende ao compromiss<
abordagem científica, há ql
juridicamente habilitada a p
Estado, o tribunal arbitral o
decorre da autoridade que o ! juiz de fato e de direito (arti
Código de Processo Civil).
Assim, em que pese o
estrutura do Poder Judiciário r jurisdicional.
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
HUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO
lidade e juridicidade do
l tennos regimentais", foi
o do Diário do Congresso
:omissão de Constituição,
lado, agora, à Câmara dos
'âmites legais para a sua
em lei, nosso país poderá
rato das questões ligadas à Judiciário.
~E ARBITRAGEM
~ÕES
] que todas as divergências,
;antil intemaciohal, sejam
1, no caso de divergências,
)romissória, formalizando o
ido. Na falta do acordo, a
rocedimentais da 'Comissão
~ sentença judicial definitiva
caso de haver impugnação
invocada;
Ilsão ou anulação;
l arbitral ou irregularidade
JOSÉ MARIA TREPAT CASES 221
(5) invalidade em face da legislação aplicável.
Ocorrendo a impugnação fundamentada na inexigibilidade da sentença
por suspensão ou anulação, poderá ser determinada a suspensão da execução
e a prestação de garantias.
A denegação ex officio do reconhecimento e da execução poderá
acontecer na eventualidade de objeto da divergência não ser passível de
solução arbitral conforme a lei do Estado da execução ou em razão de
contrariar a ordem pública do Estado.
9.2 NATUREZA DO Juízo ARBITRAL
É interesse do Estado que as partes se componham, resolvendo
pacificamente as suas divergências e, nesse sentido, o direito noticia dois
instrumentos: a transação e o compromisso. Na transação as partes compõem
litígios mediante concessões recíprocas. Já no compromisso não há
concessões e as partes acatam a decisão do juízo arbitral.
Já estudamos as diferenças entre compromisso, JUlZO arbitral,
arbitragem e arbitramento, bem como a natureza juridica do compromisso.
Falta-nos saber qual a natureza jurídica do juízo arbitral. A doutrina
civilista entende que tem natureza contratual. Entretanto, o juízo arbitral
transcende ao compromisso e contém fator mais profundo e, numa
abordagem científica, há que se analisar que, se o órgão é a pessoa
juridicamente habilitada a produzir norma jurídica válida, imputável ao
Estado, o tribunal arbitral constitui um órgão típico e a imputabilidade
decorre da autoridade que o Estado atribui à decisão. O árbitro, portanto, é juiz de fato e de direito (artigo \.041 do Código Civil e artigo \.078 do
Código de Processo Civil).
Assim, em que pese o juízo arbitral estar restrito e não integrar a
estrutura do Poder Judiciário permanente, ele constitui um verdadeiro órgão
jurisdicional.
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TüLEOO DE ENSINO 222
9.3 ARBITRAGEM INTERNACIONAL
Os critérios para qualificar uma arbitragem de internacional são,
basicamente, quatro: a nacionalidade ou domicílio; o lugar; a lei aplicável; e,
o objeto do litígio. Dentre eles o fator determinante é o objeto do litígio, ou
seja, a presença de interesses do comércio internacional.
Assim sendo, é internacional a arbitragem que tem por objeto litígio
referente a negócio do comércio internacional; os demais fatores devem estar
presentes, mas são meramente acidentais.
A arbitragem internacional se apresenta internamente com o mesmo
caráter da sentença estrangeira e o que ocorre em ambos os casos é a hipótese
da recepção, sendo que a disposição receptícia pode derivar da lei ou de pacto
internacional.
Nada há, entretanto, que possa afetar a intangibilidade da soberania do
Estado, vez que este recebe a norma por ato próprio, com base no interesse de
suas relações internacionais.
9.4 A ARBITRAGEM INTERNACIONAL FRENTE AO DIREITO BRASILEIRO
No que respeita a questões internacionais de natureza comercial, o
Brasil participa do Protocolo de Genebra sobre Cláusulas Arbitrais, de 24 de
setembro de 1.923.
Pelo Protocolo de Genebra, os Estados contratantes reconhecem a
validade do compromisso e da cláusula compromissória acordados entre
partes submetidas a jurisdições estatais diversas, a fim de solucionarem
litígios resultantes de contratos mercantis, mediante arbitragem, mesmo que
esta tenha lugar em país que não é parte no litígio.
A constituição do tribunal e o procedimento será regido de acordo com
a vontade das partes e a lei do país que sedie a arbitragem. Os Estados
JOSÉ MARIA TREPAT CASES
contratantes se comprome
proferidas em seu territóri
Dois pontos básicos I é voluntário, e (2) a execuçã
9.5 CÓDIGO DE BUSTA
A Convenção de Din Bustamante, foi assinada pe
durante a VI Conferência
5.647, de 08 de janeiro de
sua ratificação depositada e
Decreto n° 18.871, de 13 de
Confonne os artigos deste mesmo Código de Bu:
transigir ou sujeitar determir
mesma forma, dependem
compromisso, bem como a a
Existem vários outro~
quais o Brasil não participa.
9.6 CONVENÇÃO DE NEl
A Convenção para Reo Estrangeiras, de 1.958, Ne~
considerada mundial.
O Brasil não a assinou laudo arbitral no território de
limitações apenas as de< reconhecimento.
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
ITUrçÃO TOLEDO DE ENSINO
:m de internacional são,
o lugar; a lei aplicável; e,
:e é o objeto do litígio, ou
ional.
que tem por objeto litígio
iemais fatores devem estar
ternamente com o mesmo
1mbos os casos é a hipótese
le derivar da lei ou de pacto
ngibilidade da soberania do
lO, com base no interesse de
FRENTE AO DIREITO
s de natureza comercial, o
:láusulas Arbitrais, de 24 de
contratantes reconhecem a
lromissória acordados entre
,as, a fim de solucionarem
ante arbitragem, mesmo que
lO.
to será regido de acordo com
.e a arbitragem. Os Estados
JOsÉ MARIA TREPAT CASES 223
contratantes se comprometem a assegurar a execução das sentenças arbitrais
proferidas em seu território.
Dois pontos básicos ressaltam do Protocolo de Genebra: (1) o juízo arbitral
é voluntário, e (2) a execução será obrigatória apenas no país sede da arbitragem.
9.5 CÓDIGO DE BUSTAMANTE
A Convenção de Direito Internacional Privado, chamada de Código de
Bustamante, foi assinada pelo Brasil em 18 de fevereiro de 1.928, em Havana,
durante a VI Conferência Interamericana. Foi sancionada pelo Decreto n°
5.647, de 08 de janeiro de 1.929 e ratificada a 25 de junho de 1.929. Teve a
sua ratificação depositada em 03 de agosto de 1.929 e foi promulgada pelo
Decreto n° 18.871, de 13 de agosto de 1.929.
Conforme os artigos 210 e 211, combinados com o artigo 432, todos
deste mesmo Código de Bustamante, temos que as disposições que proíbem
transigir ou sujeitar determinadas matérias a compromisso são territoriais. Da
mesma forma, dependem de lei territorial a extensão e efeitos do
compromisso, bem como a autoridade da coisa julgada.
Existem vários outros atos internacionais tratando do assunto, dos
quais o Brasil não participa.
9.6 CONVENÇÃO DE NEW YORK
A Convenção para Reconhecimento e Execução de Sentenças Arbitrais
Estrangeiras, de 1.958, New York, sai do âmbito interamericano, sendo
considerada mundial.
O Brasil não a assinou ou ratificou, posto que permite a execução de
laudo arbitral no território de qualquer dos Estados contratantes, tendo como
limitações apenas as decorrentes de impugnação ou recusa de
reconhecimento.
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
224 REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO
Assim, a execução poderia ser requerida em qualquer lugar onde haja
bens da parte contrária, o que não estaria bem de acordo com o artigo 12 da
Lei de Introdução ao Código Civil, que prevê a competência da autoridade
brasileira no caso de réu domiciliado no Brasil ou de obrigação a ser cumprida
no Brasil.
9.7 CONVENÇÃO INTERAMERICANA DO PANAMÁ
A Convenção Interamericana sobre Arbitragem Internacional foi
aprovada, em 30 de janeiro de 1.975, no Panamá, durante a Conferência
Internacional sobre Direito Internacional Privado.
Em que pese a ter assinado na data de sua aprovação, o Brasil não
a ratificou até o presente momento, estudando, agora, a conveniência de
fazê-lo.
Como aspectos particulares dessa Convenção temos:
(1) Cláusula compromissória, envolvendo a obrigação recíproca de não
litigar judicialmente.
(2) A arbitragem, na falta de acordo expresso entre as partes, será
efetuada conforme as normas de procedimento da Comissão Interamericana
de Arbitragem Comercial.
(3) Incorporação das normas de procedimento da Comissão
Interamericana de Arbitragem Comercial supra mencionada.
(4) Abrangência não só dos litígios resultantes de negócios entre partes
privadas, como, também, dos contratos comerciais das pessoas jurídicas de
direito público e suas entidades da administração descentralizada.
(5) Se o laudo arbitral for proferido no Brasil, o reconhecimento e a
execução dependerão de homologação pelo juiz competente para a causa
originária. Se for laudo produzido no estrangeiro, equipara-se à sentença
estrangeira e a homologação será feita pelo Supremo Tribunal Federal,
conforme letra "g", do artigo 119, da Constituição Federal.
JOSÉ MARIA TREPAT CASES
(6) A Convenção aut, qualquer país que dela parti
9.8 CONVENÇÃO DE Mt
A Convenção Inter2 Sentenças e Laudos Estrangt
Lei NaCional, em Montevidel
ratificada, o que se encontra
Nesta Convenção, os (
dos Estados Americanos df
Estados Americanos requer,
eficácia extraterritorial das s,
respectivas jurisdições territol
Estabelece condições G
arbitrais e decisões jurisdicion
ao pedido de cumprimento; p<
prevê o benefÍcio da justiça g
Estado em que for solicitado o
decisões jurisdicionais estrangl
Fixa, portanto, os elel
realização de Justiça. Parece-n<
da do Panamá, sendo certo ser desta em estudo.
9.9 PROTOCOLO DO MER(
Durante a II Reunião do (
do Grupo Mercado Comum, re,
27 de junho de 1.992, foi ass
Comum 5/92, adotada na reuniã
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
flTUlÇÃO TOLEDO DE ENSIN2
1 qua1quer lugar onde haja
acordo com o artigo 12 da :ompetência da autoridade
le obrigação a ser cumprida
PANAMÁ
bitragem Internacional foi
lmá, durante a Conferência
l.
ua aprovação, o Brasil não
), agora, a conveniência de
lção temos:
,a obrigação recíproca de não
"presso entre as partes, será da Comissão Interamericana
lrocedimento da Comissão
mencionada. tantes de negócios entre partes
'ciais das pessoas jurídicas de
ão descentralizada.
Brasil, o reconhecimento e a juiz competente para a causa
1geiro, equipara-se à sentença o Supremo Tribuna1 Federal,
lição Federal.
JosÉ MARIA TREPAT CASES 225
(6) A Convenção autoriza a execução do laudo arbitral no território de
qualquer país que dela participe.
9.8 CONVENÇÃO DE MONTEVIDEO
A Convenção Interamericana sobre Eficácia Extraterritorial das
Sentenças e Laudos Estrangeiros foi assinada, com as reservas impostas pela Lei Nacional, em Montevideo, aos 06 de maio de 1.979, mas, também não foi
ratificada, o que se encontra em estudo.
Nesta Convenção, os Governos dos Estados Membros da Organização
dos Estados Americanos declaram "que a administração da Justiça nos
Estados Americanos requer a sua cooperação mútua a fim de assegurar a
eficácia extraterritorial das sentenças e laudos arbitrais proferidos em suas
respectivas jurisdições territoriais".
Estabelece condições de eficácia extraterritorial às sentenças, laudos
arbitrais e decisões jurisdicionais estrangeiros; indica os requisitos essenciais ao pedido de cumprimento; possibilita o reconhecimento de eficácia parcial;
prevê o benefício da justiça gratuita; estipula que serão regidos pela lei do
Estado em que for solicitado o cumprimento das sentenças, laudos arbitrais e
decisões jurisdicionais estrangeiras.
Fixa, portanto, os elementos necessanos para garantir uma boa realização de Justiça. Parece-nos que esta Convenção traz a complementação
da do Panamá, sendo certo ser aquela fonte subsidiária no caso de omissão
desta em estudo.
9.9 PROTOCOLO DO MERCOSUL
Durante a II Reunião do Conselho do Mercado Comum e a VI Reunião
do Grupo Mercado Comum, realizadas em Las Lefías, Argentina, entre 23 e
27 de junho de 1.992, foi assinada a Decisão do Conselho de Mercado Comum 5/92, adotada na reunião de 27 de junho de 1.992 do MERCOSUL.
I
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
i
REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO 226
Referida Decisão se traduz no Protocolo de Cooperação e
Assistência Jurisdicional em matéria Civil, Comercial, Trabalhista e
Administrativa, sendo que o seu capítulo V trata do reconhecimento e
execução de sentenças e laudos arbitrais, estipulando os requisitos de
reconhecimento, execução e eficácia.
O Protocolo foi assinado pelo Brasil, mas sua ratificação ainda não se
consumou.
10. VANTAGENS DA ARBITRAGEM
A grande maioria dos doutrinadores aponta como principais motivos,
que levariam o litigante a utilizar o juízo arbitral: a rapidez, a economia e o
sigilo (segredo).
Quanto à rapidez, não se pode negar, em princípio, que a arbitragem
tem condições de superar muitos dos entraves criados pelo Estado, na
organização de sua máquina burocrática, que é excessivamente morosa.
Quanto à economia, é comum apregoar-se que a via arbitral tem um
custo relativamente pequeno, quando comparado com as despesas e custas do
processo estatal, além dos gastos com a citação do réu ou com intimações,
honorários de perito e assistentes técnicos, e, ainda, com honorários
advocatícios.
Quanto ao sigilo, a arbitragem propiciaria a Confidencialidade de todo
o procedimento, evitando-se assim a divulgação de fatos e documentos; pois
a publicidade do processo estatal é fator inibitório de certas demandas.
CARLOS ALBERTO CARMONA (42), enfatiza a relatividade desses três
motivos clássicos, afirmando que eles não constituem o valor essencial que leva as
partes a se utilizarem da arbitragem. Argumenta que, com relação à rapidez,
algumas arbitragens costumam durar tanto quanto os processos judiciais; quanto
ao custo, por vezes a arbitragem chega a ser muito superior ao processo estatal, e,
passou a ter uma garantia relativa, pois é crescente o número de publicações anuais
JOSÉ MARIA TREPAT CASES
e relatórios dos órgãos arbitrai
íntegra, omitindo-se apenas o:
Para esse renomado i arbitragem, apontando-as: a
julgar por eqüidade ou dé
neutralidade dos árbitros r
nacionalidades diferentes, e
11. COMENTÁRIOS
Do exposto, pode-se co
que tenha ampla utilização, seguintes pontos:
1 - Primeiramente, qUé venha a alterar os dispositiv<
assim a unidade do estatuto pl
2 - A cláusula compro promessa de celebrar compro
como o compromisso, podé
especificamente cada um dos i
3 - A desnecessidade de a mesma força e eficácia da
homologatório seria abolido, pl
declaração de nulidade do laudc
de um limite determinado de te
12. NOTAS
(1) Carlos Alberto Carmona _
"PARTICIPAÇÃO E PROCE~
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
I1TUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO
colo de Cooperação e
::::omercial, Trabalhista e
'ata do reconhecimento e
pulando os requisitos de
ma ratificação ainda não se
ta corno principais motivos,
1: a rapidez, a economia e o
princípio, que a arbitragem
~s criados pelo Estado, na
xcessivamente morosa.
:e que a via arbitral tem um
I com as despesas e custas do
) do réu ou com intimações,
e, ainda, com honorários
I a Confidencialidade de todo
I de fatos e documentos; pois
io de certas demandas.
tfatiza a relatividade desses três
~m o valor essencial que leva as
1 que, com relação à rapidez,
, os processos judiciais; quanto
I superior ao processo estatal, e,
o número de publicações anuais
JOSÉ MARIA TREPAT CASES 227
e relatórios dos órgãos arbitrais internacionais, onde as sentenças são publicadas na
íntegra, omitindo-se apenas os nomes dos interessados.
Para esse renomado processualista, são outras as reais vantagens da
arbitragem, apontando-as: a ausência de fonnas solenes, a possibilidade de
julgar por eqüidade ou de escolher livremente a lei a ser aplicada, a
neutralidade dos árbitros na solução dos litígios envolvendo partes de
nacionalidades diferentes, e a especialização técnica dos julgadores (43).
11. COMENTÁRIOS
Do exposto, pode-se concluir que, para tomar a arbitragem um instituto
que tenha ampla utilização, a nova lei de arbitragem deve considerar os
seguintes pontos:
1 - Primeiramente, que não seja uma lei extravagante, mas sim, que
venha a alterar os dispositivos do Código de Processo Civil, mantendo-se
assim a unidade do estatuto processual;
2 - A cláusula compromissória não deve ser concebida como mera
promessa de celebrar compromisso. Deve estabelecer que tanto a cláusula
como o compromisso, podem instituir o juízo arbitral, disciplinando
especificamente cada um dos institutos;
3 - A desnecessidade de homologação do laudo arbitral, dando-se a ele
a mesma força e eficácia da sentença proferida pelo juiz estatal. O juízo
homologatório seria abolido, permitindo-se a propositura de demanda para a
declaração de nulidade do laudo em hipóteses pré-estabelecidas na lei, dentro
de um limite determinado de tempo.
12. NOTAS
(1) Carlos Alberto Cannona - "ARBITRAGEM E JURISDIÇÃO", "in"
"PARTICIPAÇÃO E PROCESSO", coord. de Ada Pelegrini Grinover,
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996
REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO228
Cândido Rangel Dinamarco e Kazuo Watanabe, São Paulo, Ed. Revista dos
Tribunais, 1988, pág. 297.
(2) Waldemar Mariz de Oliveira Junior - "Do juízo ARBITRAL" "in"
"PARTICIPAÇÃO E PROCESSO", coord. de Ada Pelegrini Grinover,
Cândido Rangel Dinamarco e Kazuo Watanabe, São Paulo, Ed. Revista dos
Tribunais, 1988, pág. 309.
(3) Carlos Alberto Carmona - "A ARBITRAGEM NO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL BRASILEIRO", tese de doutoramento da Faculdade de
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MARIA ISABEL JESUS COSTA Ci
ENTORPECENT
SOBRi
Professora Advogada. M/
Sumário: 1.- Introdl Emtorpecentes - Lei 1.1.1.- Conceito; 1.1,; e entrega a consun combate aos tóxicos; aos tóxicos; 2.2.- AI 2.2.1.- China e Estad maconha; 2.2.3.- N íberoamericanos; 3.1. Bolívia; 3.3.- Código 3.5.- Código de Defe: Considerações finais i
Bibliografia.
* Monografia apresentada no Curso junto ao Centro de Pós-Graduação d semestre de 1994, trabalho facu1tat pelo Professor Doutor Dirceu de Ml
Revista do Instituto de Pesquisas e Estudos, n. 14, abr./jul. 1996