a adolescencia. carlos caligarris

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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – UNIPAC FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ESTUDOS SOCIAIS DE GOVERNADOR VALADARES CURSO DE PEDAGOGIA CLEONICE CÂNDIDO RODRIGUES DE OLIVEIRA A ADOLESCÊNCIA: RESUMO

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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – UNIPACFACULDADE DE EDUCAÇÃO E ESTUDOS SOCIAIS DE GOVERNADOR

VALADARESCURSO DE PEDAGOGIA

CLEONICE CÂNDIDO RODRIGUES DE OLIVEIRA

A ADOLESCÊNCIA: RESUMO

GOVERNADOR VALADARESNOVEMBRO – 2010

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CLEONICE CÂNDIDO RODRIGUES DE OLIVEIRA

RESUMO: A ADOLESCÊNCIA

Trabalho apresentado à disciplina Psicologia da Educação I do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação e Estudos Sociais da Universidade Antônio Carlos – UNIPAC.

Orientador: Carla Azevedo Bretas

GOVERNADOR VALADARES

NOVEMBRO – 2010

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INTRODUÇÃO

O texto tem o intuito de auxiliá-los na compreensão e detecção de pontos importantes

da obra de Calligaris. Toda fase de transição é complicada, mas, quando nos referimos à

passagem da infância para a vida adulta, temos um acontecimento singular. Essa época

peculiar na vida de todo ser humano na nossa cultura, denominada adolescência, além de

ser complicada é conturbada e incompreendida a tal ponto que a grande maioria das

pessoas preocupa-se apenas com o seu fim (quando, afinal, isso vai passar?!?!) e não com

o seu funcionamento. Citando Contardo Calligaris: “Não. Não é apenas uma fase. Por

isso, nada garante que passe.”

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1. ELEMENTOS DE DEFINIÇÃO

1.1- A ADOLESCÊNCIA COMO MORATÓRIA

  É uma etapa de nossa vida cheia de mudanças e informações. A criança é retirada do

seu mundo de carinho, segurança e aconchego e jogada em outro, onde impera a incerteza, a

cobrança e o medo. Um fator que aumenta a insegurança sentida por esse adolescente é a

perda do amor infantil que lhe era concedido sem ganhar nada em troca. “Por conseqüência,

ele não é mais nada, nem criança amada, nem adulto reconhecido.“ O adolescente já

compreende os valores fundamentais da sociedade em que vive e possui o corpo preparado

para exercer as funções que os adultos esperam que ele faça (trabalho, poder, sexo), porém ele

é impedido de cumprir tais tarefas devido a uma suposta “falta de maturidade” que lhe é

atribuída por esses mesmos adultos. A sociedade impõe uma moratória ao adolescente: deve-

se esperar até o, mágico, momento certo para, então, executar as tarefas que o habilite como

membro do grupo adulto.

1.2 – A ADOLESCÊNCIA COMO REAÇÃO E REBELDIA

Nada mais natural que o sentimento de rebeldia da parte de quem vive nessas

condições. Não poder fazer coisas que todos esperam que você faça simplesmente porque não

é chegada a “hora”. Esse sentimento de confusão aumenta ainda mais quando o adolescente

percebe que não sabe nem quando, nem como sairá da adolescência. Na busca pelo caminho

de ser reconhecido como adulto, o adolescente se vê obrigado a entrar num jogo de

interpretações onde sua função é descobrir qual a maneira de obter esse reconhecimento. 

1.3 – A ADOLESCÊNCIA IDEALIZADA

“O adolescente vive em um paradoxo: ele é frustrado pela moratória imposta, e, ao

mesmo tempo, a idealização social da adolescência lhe ordena que seja feliz.” (Calligaris,

2000, p. 18) A adolescência é idealizada como uma fase feliz, mas como é possível ser feliz

se é ele é privado de autonomia, se ele é afastado da realização plena dos valores cruciais de

nossa cultura.

1.4 – DURAÇÃO DA ADOLESCÊNCIA

O começo da adolescência é facilmente observado por causa das transformações

fisiológicas produzidas pela puberdade. Pois a puberdade é a marca que permite calcular o

começo da adolescência. Mas a questão do final da adolescência fica em aberto, pois não se

sabe quais provas seriam necessárias para que um adolescente merecesse se tornar um adulto.

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2. O QUE ELES ESPERAM DE MIM?

2.1 – INSEGURANÇA

A criança é retirada do seu mundo de carinho, segurança e aconchego e jogada em

outro, onde impera a incerteza, a cobrança e o medo. Um fator que aumenta a insegurança

sentida por esse adolescente é a perda do amor infantil que lhe era concedido sem ganhar nada

em troca. “Por conseqüência, ele não é mais nada, nem criança amada, nem adulto

reconhecido.

2.2 – INTERPRETAR OS ADULTOS

Transgredir as regras ao mesmo tempo em que se deve nutrir uma boa dose de

conformismo necessária para a vida cotidiana. Isso não é fácil de assimilar e na cabeça do

adolescente esse conformismo passa a ser entendido como covardia dos adultos que não

assumem seus desejos, não expressa suas vontades. A partir do momento que os adultos

tentam exercer sua “autoridade moral” sobre os adolescentes, esses imediatamente ligam a

ideia de “autoridade moral” a covardia, resultando na imagem de um repressor hipócrita (e

nas escolas vemos muito isso).

3. COMO CONSEGUIR QUE ME RECONHEÇAM E ADMITAM COMO ADULTO

3.1 – O ADOLESCENTE GREGÁRIO

 As “táticas” adotadas pelos adolescentes para fazer parte do mundo adulto são as mais

diversas: formação de grupos entre jovens, donos de suas próprias regras e organização

(adolescente gregário); roubar, agredir, violentar e, até mesmo, prostituir-se para mostrar aos

adultos seus próprios meios de satisfazer seus desejos (e dos próprios adultos), não

importando se são aceitáveis ou não (roubando para enriquecer, conquistando poder através

da força, vendendo o sexo)

3.2 – O ADOLESCENTE DELINQÜENTE

 O adolescente tem dois caminhos possíveis e compatíveis em busca do reconhecimento dos

adultos: fazer grupo e com o grupo fazer besteiras. Os adolescentes transgridem e os adultos

corrigem, sendo assim eles procuram maneiras violentas de impor seu reconhecimento.

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3.3 - O ADOLESCENTE TOXICÔMANO

O adolescente delinqüente usa dos mais diversos tipos de drogas a fim de obter satisfação

instantânea, fácil. E esse é o medo dos adultos pois eles veem nas drogas a porta de saída da

moratória dos adolescentes.

3.4 – O ADOLESCENTE QUE SE ENFEIA

ostentar uma estética diferente, negando a desejabilidade de seu corpo, diferindo dos padrões

de beleza vigentes, produzindo coesão do grupo e desafiando os adultos.

3.5 – O ADOLESCENTE BARULHENTO

Os adultos criticam os adolescentes pela sua forma diferenciada de viver, sua idolatria

pelos ídolos e pelo desejo de sempre estar se vestindo marcas famosas, parecendo ate

publicitário ambulante. Isto é uma ironia, pois a idolatria e a imitação são formas básicas da

socialização moderna, tanto para os adolescentes quanto para os adultos. Nesta tentativa de

desafiar os adultos, a cultura sempre encontra um jeito de tornar seu comportamento aceito,

então eles descobrem que sua rebeldia não para de alimentar os ideais sociais dos adultos.

4. - A ADOLESCÊNCIA COMO IDEAL CULTURAL

Podemos observar que esta adolescência é um ideal dos adultos e por isso se torna um

argumento promocional. Se a adolescência não existisse, os adultos modernos a inventariam

porque ela é necessária ao bom desempenho psíquico deles.

4. 1 – DA INVENÇÃO DA INFÂNCIA À ÉPOCA DA ADOLESCÊNCIA

A própria infância é uma invenção moderna mas ao contrario dos adolescentes nós a

veneramos incondicionalmente. A infância preenche a função cultural essencial de tornar a

modernidade suportável. Quando a infância se afasta de um simples consolo estético e

começa a preparação para o futuro, vai forçando assim a invenção da adolescência.

4.2- A ÉPOCA DA ADOLESCÊNCIA.

A infância é um ideal comparativo com a adolescência que hoje se torna o lugar da

infância no ideário ocidental a coisa muda. O adolescente não é só um ideal comparativo

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como as criancinhas ele é um ideal possivelmente indentificatório. Os adultos podem querer

ser adolescentes também os adolescentes dos anos 60 procuram não só parecer adultos, mas se

aventurar em qualidades de experiências adultas.Os adolescentes podem reconhecimento e

encontram no âmago dos adultos um espelho para se contemplar. Moral da historia: o dever

dos jovens é envelhecer. Suma sabedoria, mas o que acontece quando a aspiração dos adultos

é manifestamente a de rejuvenescer.

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Referencia Bibliográfica

CALLIGARIS, Contardo. A Adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000. – (Folha explica).