cefaléia na infancia e adolescencia

45
CEFALÉIAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA R3 Ludmila Inácio de Lima Uchôa

Upload: marcus-cesar-petinda-fonseca

Post on 24-Jul-2015

125 views

Category:

Health & Medicine


5 download

TRANSCRIPT

CEFALÉIAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA R3 Ludmila Inácio de

Lima Uchôa

CEFALÉIA NA INFÂNCIA

o Elevada prevalência;

o Estudo na Suécia: de 8993 escolares entre 7 e 15 anos, relato de 1 episódio de cefaléia em 40% das crianças aos 7 anos e 75% dos adolescentes aos 15 anos;

o Taxa de prevalência de 40,75 % a 82,9%;

o Brasil: estudo de Barea et al: 538 estudantes entre 10 e 18 anos: 82,9% de cefaléia no ultimo ano, 31,4% na última semana e 8,9% nas últimas horas, sendo 72,8% cefaléia tensional e 9,9% a migrânea;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

CEFALÉIA NA INFÂNCIA

o Causas mais freqüentes de cefaléia crônica na infância: cefaléia do tipo tensional e migrânea;

o Raramente observamos cefaléia em salvas, hemicrania paroxistísca crônica e a cefaléia primária em facada;

o Cefaléias secundárias: rara causa de cefaléia crônica na infância;

o Principais causas de cefaléia secundária na infância: traumatismos cranianos, distúrbios vasculares intracranianos, neoplasias intracranianas, hipotensão liquórica e as infecções intracranianas;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

CEFALÉIA NA INFÂNCIA

o Arruda identificou 0,7 5 de tumor cerebral como causa de cefaléia em crianças com cefaléia crônica recorrente do ambulatório de cefaléia;

o Erros de refração representam causa rara de cefaléia;

o Lembrar que o diagnóstico depende das informações colhidos de quem sofre a dor e quanto menor a criança mais difícil ele se torna;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EPIDEMIOLOGIA

o É a dor mais comumente reportada na infância após dores musculoesqueléticas e dores abdominais;

o É freqüentemente subestimada e subdiagnosticada;

o Grande estudo e 1959, Bille com 9000 escolares: até os 7 anos 40% já haviam sentido cefaléia;

o Aumento da freqüência com a idade;

o Incidência similar para ambos sexos na idade escolar;

o Maior prevalência no sexo feminino na adolescência;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

Classificação das Cefaléias(ICH2004)

I. Cefaléias primárias1. Migrânea

Migrânea sem aura Migrânea com aura Síndromes periódicas da infância, comumente precursora da migrânea;

• Vômitos cíclicos• Migrânea abdominal• Vertigem paroxística benigna da infância

2. Cefaléia tipo tensional 3. Cefaléia em salvas e outras cefaléias trigêmino-autonômicas

Cefaléia em salvas Hemicrania paroxística SUNCT

4. Outras cefaléias

II. Cefaléias Secundárias5. Cefaléia atribuída a trauma cefálico e/ou cervical6. Cefaléia atribuída à doença vascular craniana ou cervical7. Cefaléia atribuída a transtorno craniano não vascular8. Cefaléia atribuída a uma substância ou sua retirada

Cefaléia por uso excesssivo de medicação9. Cefaléia atribuída à infecção10. Cefaléia atribuída a transtorno da homeostase11. Cefaléia ou dor facial atribuída a transtorno do crânio, pescoço, olhos, ouvidos, nariz, seios

da face, dentes, boca ou outras estruturas faciais ou cranianas12. Cefaléia atribuída a transtornos psiquiátricos

III. Neuralgias cranianas, dor facial primária ou central13. Neuralgias cranianas e causas centrais de dor facial14. Outras cefaléias, neuralgias cranianas e dor facial primária ou central

EPIDEMIOLOGIA

MIGRÂNEA

o É a principal cefaléia crônica primária, devido à severidade de suas crises;o Sua prevalência aumenta ao longo da adolescência e em adultos jovens;o Até os 12 anos não há predomínio de sexo;o Entre os 7 e 15 anos, ocorre em 4 a 11%;o Novos casos em meninos são incomuns após 20 anos;o Migrânea sem aura é mais prevalente;o Migrânea sem aura tem início + precoce;o A taxa de incidência em estudantes de 7 anos foi de 114,4 novos casos/1000 crianças-ano;o Ocorre remissão na adolescência e adulto jovens;o Tem evolução favorável;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EPIDEMIOLOGIA

o ICHD II: Síndromes Periódicas: Vômitos cíclicos Migrânea Abdominal Vertigem paroxística benigna da Infância

o Mais freqüentes no sexo feminino;

o Vômitos cíclicos: Crises recorrentes de vômitos, 4 e 10 anos Estima-se de 1,9% de prevalência na

infância 2/3 deixam de ter crises durante a

adolescência ou antes da puberdade; 1/3 substituem os vômitos por migrâneaArruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EPIDEMIOLOGIA

o Migrânea Abdominal

Dores de moderada a forte intensidade; Localizam geralmente, na linha média do

abdome; Sintomas desaparecem durante a crise; Sintomas podem acontecer em qualquer

idade após 1 ano de vida Prevalência 2,4 a 4,1%; Apresenta-se associada à presença de

migrânea e com história familiar de migrânea em parentes de 1° grau;

Prognóstico benigno; Remissão espontânea na adolescência;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EPIDEMIOLOGIA

o Vertigem Paroxística Benigna da Infância

Vertigem intensa associada à nistagmo ou vômitos, em crianças neurologicamente normais;

Crises duram, geralmente, de minutos a horas, com resolução espontânea;

Início das crises: 2 e 4 anos; Prevalência de 2 a 2,6%; Evolução favorável; Com remissão espontânea completa das

crises;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EPIDEMIOLOGIA

o Cefaléia do tipo Tensional

Cefaléia primária mais comum; Rara na população infanto-juvenil: 1,55% mais prevalente no sexo feminino; De início juvenil: alta tendência à remissão; Pode desenvolver migrânea e vice-versa;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EPIDEMIOLOGIA

o Cefaléia em salvas

Mais prevalente em homens; Idade de início entre 20 e 40 anos; Cefaléia primária incomum; Infreqüente na população infanto-juvenil; Poucas séries de casos; Prevalência estimada em 0,1%;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EPIDEMIOLOGIA

o Hemicrania Paroxística

Rara cefaléia primária; Prevalência de 0,021% na população geral; Início geralmente aos 30 anos; Mais comum nas mulheres; Responde muito bem à indometacina; 5 casos relatados em adolescentes; Não há estudos populacionais avaliando a sua

epidemiologia;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EPIDEMIOLOGIA

o SUNCT (cefaléia de curta duração, unilateral, neuralgiforme, com hiperemia conjuntival e lacrimejamento)

Idade de início entre 35 e 65 anos; São raros casos relatados na infância e

referem a casos de SUNCT “ sintomáticos”;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EPIDEMIOLOGIA

o Outras cefaléias primárias

Cefaléia primária em facada; Cefaléia primária da tosse; Cefaléia primária do esforço físico; Cefaléia primária associada à atividade

sexual; Cefaléia hípnica; Cefaléia em trovoada primária; Hemicrania contínua; Cefaléia persistente e diária desde o início

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

oPADRÃO TEMPORAL DAS CRISES:

Cefaléias agudas ou crônicas

Contínuas ou recorrentes

Progressivas e Não-Progressivas

o Cefaléia aguda: abrupta ou gradual; contínua ou recorrente; progressiva ou não-progressiva.Se for abrupta, rápida sem progressão: cefaléia primária tipo em facada, trovoada, malformação vascular não rota, feocromocitoma, hidrocefalia obstrutiva intermitente ou neuralgias cranianas.

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o Cefaléia aguda, contínua e progressiva: Sinusites agudas, secundárias às infecções do SNC;o Cefaléia crônica recorrente não-progressiva: migrânea;*Estado migranoso: > 72ho Cefaléia crônica recorrente não-progressiva, por definição freqüência< 15 dias/mês: tensional episódica e >15 dias tensional crônica;o Cefaléia crônica recorrente: cefaléia em salvas, hemicrania paroxística e SUNCT;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o IDADE DE INÍCIO

Maioria das cefaléias primárias tem início na infância, adolescência ou meia idade;

Terceira idade: cefaléias secundárias: neuralgia trigeminal e arterite temporal;

Migrânea: inicia na infância ou adolescência; mais da metade inicia aos 7 anos e 1/3 antes dos 5 anos;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

oTEMPO DE EVOLUÇÃO

< 6 meses de início: reavaliações freqüentes; Cefaléia secundária a tumor: raramente tem

evolução superior a 1 ano em crianças abaixo de 5 anos;

o HORÁRIO PREFERENCIAL DAS CRISES Migrânea: quando existe: fatores

desencadeantes (ingestão de certos alimentos, jejum prolongado, esforço físico, reação de abstinência à cafeína ou analgésicos, fobia escolar, esforço visual, etc

Cefaléia em salvas e cefaléia secundária a HIC: noturnas, despertando a criança; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1

edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

oFREQUÊNCIA DAS CRISES

Auxilia no diagnóstico diferencial de cefaléias em salvas, hemicrania paroxística, neuralgias e SUNCT;

Cefaléia em salvas: 1x/dia até 8x/dia; Hemicrania paroxística: 5 ou + vezes/dia; Neuralgias e SUNCT: muitas vezes/dia; Cefaléia em facadas: várias/dia e dura

segundos; Migrânea e tensional: variável

o* Se há aumento progressivo da freqüência: investigação complementar

“Uma vez que ter cefaléia primária não torna o paciente imune a uma cefaléia secundária”

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

oDURAÇÃO DAS CRISES

Cefaléia tipo tensional: 30 min a 7 dias;

Cefaléia em salvas: 15 a 180 min; Hemicrania paroxística: 2 a 30 min; Neuralgia trigeminal: poucos

segundos a 2 min; Cefaléia primária em facada:

segundos; SUNCT: 5 a 240 segundos; Migrânea: 4 a 72h, raramente > 12h

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o LOCALIZAÇÃO DA DOR

A lateralidade da dor é muito importante; A IHS(1988,2004) não caracterizam como

obrigatória aunilateralidade da cefaléia na migrânea, nem a bilateralidade na cefaléia tipo tensional

Obrigatória a unilateralidade: cefaléias em salvas, na hemicrania paroxística, hemicrania contínua, SUNCT, cefaléia atribuída a procedimentos endovasculares intracranianos e ahemicrania epiléptica;

Bilateralidade é critério não obrigatório: cefaléia persistente e diária desde o início, cefaléias por hipertensão liquórica, uso de substâncias ou sua supressão e transtorno da homeostase;Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1

edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o LOCALIZAÇÃO DA DOR

Unilateralidade é critério não obrigatório: migr6anea, pós-endarterectomia, uso excessivo de triptano e atribuída a empiema subdural;

Cefaléia em salvas, hemicrania paroxística e SUNCT: obrigatória a localização da dor em região orbitária, supra-orbitária ou temporal;

Cefaléias do glaucoma agudo, das inflamações oculares e erros de refração: dor no próprio olho

Cefaléia do estrabismo: região frontal; Cefaléia das rinossinusites: região frontal, face,

orelhas e até nos dentes; Neuralgias cranianas: dor no território de

inervação do nervo em questão;Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o QUALIDADE DA DOR

Dor pulsátil ou latejante (martelada ou batidas), sincrônica aos batimentos cardíacos é um critério não-obrigatório: migrânea, SUNCT, cefaléia da hipertensão arterial e da maioria das cefaléias atribuídas a uma substância ou sua supressão; cefaléia pela febre e por tumores angiomatosos do SNC;

Mas é obrigatória: cefaléia primária do esforço físico;

Dor em pressão ou em aperto: característica da cefaléia tipo tensional;

Dor em peso: cefaléia pré-orgásmica e cefaléia hipnica;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o INTENSIDADE DA DOR Fraca: não interfere nas atividades da vida

diária. Criança continua a brincar e pular; Moderada: inibe, mas não proíbe as atividades

da vida diária.A criança brinca e pára de correr e pular;

Forte: proíbe as atividades da vida diária. A criança pára de brincar, deita-se e pode chorar;

Escala de Faces de Wong-Baker:

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

Forte intensidade: ruptura de aneurisma, meningites, febre, cefaléia da HAS, migrânea, cefaléia orgástica, hemicrania paroxística, neuralgia trigeminal e cefaléia em salvas;

+ intensa”cefaléia suicida”: cefaléia em salvas;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o SINTOMAS PREMONITÓRIOS

São sintomas que precedem e prenunciam uma crise de migrânea em 2 a 48 horas;

Ocorre antes da aura e antes do início da dor na migrânea sem aura;

Mais comuns; fadiga, euforia, depressão, fome excessiva, avidez por determinados alimentos;

Fatores de risco; migrânea com aura e crises de grande intensidade

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o AURA

IHS: complexo de sintomas neurológicos focais, completamente reversíveis, desenvolvem de 5 a 20 min, menos de 60 min, podendo preceder ou acompanhar a cefaléia da crise migranosa

Os sintomas podem indicar a topografia: córtex ou tronco cerebral;

Aura visual: fosfenos( pontos de luminosidade intermitente), escotomas (pontos cegos centrais ou paracentrais), teicopsias (ameias de muralha de antigas fortificações), amaurose transitória, distorções dos objetos semelhantes às de Alice no País das maravilhas, distorções no tamanho dos objetos, sensação de que os objetos deslocam e diplopias;

Outros sintomas:

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o AURA

Outros sintomas: déficit motor, parestesias, hipoestesias, distúrbios de linguagem e de fala, distúrbios estetoacústicos, vertigem, ataxias, alterações da consciência, alucinações olfativas, deja vu, jamais vu.

+ Freqüente: aura visual

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o SINAIS E SINTOMAS ACOMPANHANTES DA DOR

Migrânea: náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal, foto e fonofobia, osmofobia, palidez (+ frequente), sudorese e outros;

Cefaléia da hipertensão intracraniana: noite ou madrugada, provoca despertar, vômitos incoercíveis;

Cefaléia em salvas: lacrimejamento, congestão nasal, rinorréia, edema bipalpebral, sudorese facial e frontal, miose, e ptose ipsilateral à dor

SUNCT: hiperemia conjuntival e lacrimejamento ipsilaterais;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o FATORES DESENCADEANTES

Cefaléia por compressão externa: chapéu, boné, óculos de natação, tiaras;

Cedaléia pelo frio; Cefaléia primária da tosse, esforço físico e da atividade

sexual; Cefaléia pós-traumatismo craniano; Cefaléia induzida por uso ou abuso de substâncias; Cefaléia da homeostase: hipóxia, diálise, hipercapnia,

HAS, jejum; Migrânea: privação ou excesso de sono; emoções positivas

e negativas, exposição ao sol, barulho, odores, menstruação, jejum, alimentos( chocolate, queijos, embutidos, cítricos,leite e derivados, frituras, etc;

Cefaléia por hipotensão liquórica: piora ao sentar e/ou levantar;

Cefaléia ou dor facial: movimentos mandibulares ou mastigação de alimentos duros ou resistentes;

Esforço visual prolongado>> cefaléia em pessoas com erro de refração

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o FATORES DE ALÍVIO E AGRAVAMENTO Cefaléia da HAS: redução da PA; Hipotensão liquórica: decúbito dorsal; Cefaléia cervicogência: bloqueio anestésico; Cefaléia pelo jejum: ingestão de alimentos; Cefaléia em salvas: inalação de oxigênio a 100%; Cefaléia tipo tensional: relaxamento Migrânea: compressão da artéria temporal, compressas

quentes ou frias sobre as têmporas, repouso em locais escuros e silenciosos, sono, etc;

Piora com esforço físico: Cefaléia da HIC, má-formação de Chiari tipo I, atribuídas à substância, de grandes altitudes, HAS,etc; Na infância: migrânea

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR

Importante checar exames realizados, interconsultas e tratamentos prévios;

Antecedentes pessoais: comportamento, escolaridade e hábitos da criança, abuso de analgésicos e de caféina;

Antecedentes familiares: hereditariedade da migrânea; Diário de cefaléia: diagnóstico e terapêutica

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EXAME FÍSICO DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o EXAME FÍSICO GERAL E DOS DIVERSOS APARELHOS

Inspeção da pele e anexos: manchas café-com-leite, angiomas, tumorações, manchas hipocrômicas;

Doença de Sturge Weber: nevo vinhoso na face, epilepsia, retardo mental, glaucoma, sd deficitária motora contralateral: cefaléia vascular;

Palidez, mucosas hipocoradas, púrpura, pletora: hemopatias que podem cursar com cefaléia secundária;

Aferir temperatura; cefaléia na febre; Avaliar estado de hidratação;Palpação dos pulsos : Doença de Takayasu; Tônus adrenérgico: crise da migrânea; Aferir PA: GNDA, feocromocitoma; Ausculta cardíaca: associação de migrânea com

prolapso de valva mitral; Ausculta pulmonar: asma>hipóxia> cefaléia;Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EXAME FÍSICO DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o EXAME NEUROLÓGICO Buscar sinais localizatórios que indiquem cefaléia

secundária; Alterações do estado mental, sinais

meningorradiculares e pailedema: infecções meníngeas, HSAI;

Algias craniofaciais que podem cursar com alteração de nervos cranianos:Neuralgia Trigeminal SintomáticaSíndrome Paratrigeminal de RaederSíndrome de Tolosa-HuntSíndrome de GradenigoNeuralgia do Nervo Intermediário de WrisbergSíndrome de Ramsay-HuntNeuralgia do Glossofaríngeo

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

EXAME FÍSICO DA CRIANÇA COM CEFALÉIA

o EXAME CEFALIÁTRICOCrânio: alterações da forma e tamanho do crânio:

sinais de trauma; PC: se aumentado: neuroimagem; Palpação das suturas: HIC se disjunção; Palpação do couro cabeludo: pontos dolorosos; Artérias: identificar sopros (malformações

arteriovenosas e aneurismas; Nervos: Compressão para provocar dor ou simular a

dor que o paciente queixa Músculos: crânio e pescoço; Coluna cervical: palpação do processo espinhoso de C2

a C7; Seios da face: Compressão digital dos seios frontal e

maxilar; Globos oculares: compressão : dado indireto e

grosseiro da pressão intra-ocular Orelhas: procura de vesículas Cavidade oral: procurar sinais de infecção, estado

dentário, avaliar oclusão dentária;

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR NA CEFALÉIA

o

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

MIGRÂNEA

o

Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007