a adoção consiste em um ato jurídico pelo qual se estabelece independentemente

7/23/2019 A Adoo Consiste Em Um Ato Jurdico Pelo Qual Se Estabelece Independentemente

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A adoo consiste em um ato jurdico pelo qual se estabeleceindependentemente

do fato natural da procriao, o vnculo de liao. Trata-se de umparentesco

eletivo que consagra a paternidade e maternidade socioafetiva, baseando-se no

em favor biolgico, mas em fator sociolgico. instituto da adoo queremota ao

perodo da !dade Antiga apresentou-se em v"rias culturas com conceitos e

nalidades distintas, sendo utili#ado tanto para perpetuar o culto familiar,quanto

para resolver um problema de esterilidade.

$ !%T&'()*

+studar o instituto da adoo reveste-se de importncia singularssima.

ode-se di#er que os fatos que a determinam e as necessidades a queresponde e

para as quais proporciona uma contemplao jurdica, surgem na maisremota

antiguidade e perduram no transcurso dos sculos, se mantendo e se

rearmandonos tempos atuais de to acentuadas desigualdades sociais e econ/micas.

%este trabal0o rma-se o propsito de traar um breve apan0ado acerca de

alguns aspectos jurdicos da adoo, discorrendo, com maior anco umperodo

cl"ssico do direito brasileiro, onde, pela primeira ve# surgiu a codicao daadoo.

instituto em apreo nos dias atuais contempla uma viso jurdico-social

voltada para a proteo integral da criana, embasada nas garantias deuma

constituio cidad e, em um +statuto prprio que engloba a insero dev"rias

recomenda1es internacionais.

+ntretanto, quando do seu surgimento, a adoo era tratada como um meio

de se conceder um l0o a quem no poderia t2-lo de modo natural, noapresentava


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qualquer preocupao com a criana e menos ainda com os problemassociais

decorrentes deste panorama.

%este sentido, o presente trabal0o tem a nalidade de relatar, de maneira

pr"tica e modesta, o desenvolvimento do instituto da adoo e sua inserono

ordenamento jurdico brasileiro, tendo como marco 0istrico o primeiro3digo 3ivil

4rasileiro de $5$6.

7amlias

processo de desbiologi#ao8

pelo qual passou o direito de famlia teve como

conseq92ncia a valori#ao do afeto como sendo o fundamento f"tico-psicolgico

capa# de manter e recon0ecer o vA 3onstituio 7ederal de $5::,

in;uenciada por um movimento universal de

preocupao com a famlia, recon0eceu-a como sendo base da sociedade e

merecedora de proteo estatal, e ainda, promoveu o alargamento dasrela1es

interpessoais, passando a admitir outras modalidades de entidadesfamiliares e no

apenas aquelas fundadas no casamento.

%o entanto, os tipos de entidades familiares tra#idas e


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.

processo de desbiologi#ao8

pelo qual passou o direito de famlia teve como

conseq92ncia a valori#ao do afeto como sendo o fundamento f"tico-psicolgico

capa# de manter e recon0ecer o vnculo familiar. %esse passo, os tipos deentidades

familiares e


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nominar a relao entre pais e l0os verdadeiramente conviventes, no-consang9neos, parentais ou

no-parentais.

:

neologismo 0omoafetivo foi empregado, para designar relacionamentos0omosse


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e os direitos fundamentais, de forma e


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pessoa 0umana, as vigas de sustentao inabal"veis sob o prismajurdico$E

.

'essa forma, possvel se constatar que a reivindicao das pessoas ou

pares0omossea adoo ser" deferida quando apresentar reais vantagens para oadolescente e

fundar-se em motivos legtimos@. 3onsideram-se legtimos os motivos,quando a

inteno do adotante, envolta em sentimentos decorrentes da relaoparental, se

0armoni#a com a nalidade do instituto de alcanar o bem-estar do menor.

V importante vislumbrar que a adoo cumpre uma funo social 0odierna


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consider"vel, devendo ser compreendida para alm da 0eranapreconceituosa e

$E %as palavras da 'esembargadora =aria 4erenice 'ias, >o respeito L

dignidade 0umana a verdadeirapedra de toque de todo o sistema jurdico nacional, e esse valor implica

dotar os princpios de

igualdade e da isonomia, de potencialidade transformadora nacongurao de todas as rela1es

jurdicas@ S'!AJ, =aria 4erenice. (nio Komosse


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especial destaque, uma ve# que no 0" paternidade, nem maternidade semamor. 'e

fato, o refQgio do afeto, a liberdade e o compan0eirismo, comprometidoscom a

estabilidade familiar Selementos caracteri#adores da famlia moderna, bemcomo o

dever de igualdade, no tratamento e na qualicao dos l0os, encerram,no +statuto

da 3riana e do Adolescente, as bases constitucionais delineadoras doinstituto da

adoo, cujos requisitos e e


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requisito mais relevante que a colocao, em famlia substituta,somente

seja deferida 0avendo reais vantagens para o adotando e que seja fundadaem motivos

legtimos, como versa o art. UM do +3A$$. G" o 3digo 3ivil, em seu art.$.6$:,

par"grafo Qnico$?, destaca a solide# familiar e o efetivo benefcio para oadotando.

'iante da vedao constitucional de discriminao de qualquer nature#a eem

ra#o de se


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ui# =elo de Almeida, autor do livro %ovas famliasC conjugalidade0omosseno o seno se deferir" colocao emfamlia

substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com anature#a

da medida ou no oferea ambiente familiar adequado@. or esta ra#o,evidenciam-se

a responsabilidade e o poder conferido ao jui# que, segundo =arcos4andeira$U, >na

aplicao da lei, deve, antes mesmo de se apegar demasiadamente Lsnormas formais,

perscrutar os superiores interesses do menor. +sta a ra#o teleolgica quedeve ser


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buscada, incansavelmente pelo magistrado ao longo de todo o processo@.

requerimento para a adoo de menor a ser processado na Hara da!nfncia e

Guventude, deve, necessariamente, atender aos requisitos para a colocao

em famliasubstituta, e


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$U 4A%'+!&A, =arcos apud J!HA G^%!&, +n#io de 'eus. A ossibilidadeGurdica de Adoo por

3asais Komosse


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possvel separao. 7rente a tal circunstncia, o adotado, por um s doscompan0eiros,

s poder" buscar eventuais direitos, alimentos, benefcios de cun0oprevidenci"rio ou

sucessrio, com relao ao adotante.%esse particular, a 0ipocrisia ou incoer2ncia maior reside em que, sendo

educado amorosamente pelos parceirosSas socioafetivosSas, o menorconsiderar"

ambos como seus pais Smes, sendo um s desses o juridicamenteconsiderado como $M

tal. 'estarte, alm de serem preconceituosos e inQteis os argumentos deque a adoo

pelo casal 0omosse


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.

+ntre um lar material e afetivamente bem estruturado e a realidadee


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destaca que, mais importante que a orientao se


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semel0anas com a unio est"vel, pois as duas so oriundas de rela1es deafeto, com

$8 Jobre a realidade de inQmeras crianas que convivem em >(nidades

Abrigo@, so transcritos algunsdepoimentos que merecem re;e+u tin0a : anos quando vim pra c". 7oi o carro doGui#ado que me trou


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uma mera prerrogativa dos compan0eiros, lcito se fa# o emprego doraciocnio

analgico, uma ve# que as situa1es apresentam a mesma ratio legis. Aunio est"vel

encontra-se prevista no art. ??6, MR da 3onstituio 7ederal, devendo anorma

constitucional ser interpretada de modo a reali#ar o mais amplamentepossvel os

princpios constitucionais da dignidade da pessoa 0umana, da liberdade eda igualdade.

%esse sentido, possvel atribuir L unio 0omosse


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%o obstante, mostra-se necess"rio que o legislador infraconstitucionalregule a

matria, delimitando o alcance dessa proteo constitucional, de modo agarantir a

segurana jurdica que a vida em sociedade requer. At l", importante ser"o papel

desenvolvido pela jurisprud2ncia e doutrina, fornecendo contribuio para afutura

legislao. $6

&+7+&Y%3!AJ

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'!AJ, =aria 4erenice. (nio Komosse

a adoção consiste em um ato jurídico pelo qual se estabelece independentemente

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