a administração colonial: introdução ao estudo da organização militar
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A administração colonial: introdução ao estudo da organização militar. Por Luciane Cristina Scarato Revisado por Elaine Campos e Castro. Calabar: o elogio da traição. O diálogo a seguir da peça de teatro de Chico Buarque e Ruy Guerra, escrita em 1979. - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
A administração colonial: introdução ao estudo da
organização militar
Por Luciane Cristina Scarato
Revisado por Elaine Campos e Castro
Calabar: o elogio da traição
O diálogo a seguir da peça de teatro de Chico Buarque e Ruy Guerra, escrita em 1979.
O contexto histórico da peça é a Invasão Holandesa em Pernambuco (1630-1654), ocorrida durante o
período da União Ibérica (1580-1640).
Dias – O meu nome é Henrique Dias,Se a memória não me falha.Ganhei os dias no nome.No negrume da batalha.Troquei os pés pelas mãos,Um olho por uma medalha.Fiz das tripas coraçãoE da camisa, mortalha. Frei – Este sim, é um herói. Negro na corPorém branco nas obras e no esforço. Inclusive,V. Excia. já notou como ele está ficando um pouco mais claro?
Camarão – Minha graça é Camarão.Em tupi, Poti me chamo,Mas do novo Deus cristãoFiz minha rede e meu amo.Bebo, espirro, mato e esfoloNo ramerrão desta guerra.E se eu morrer não me amolo,Que um índio bom nunca berra.
Frei – É isso mesmo. Precisamos aproveitar nossos recursos naturais. (...) Esse índio nasceu entre os selvagens tapuias, que são uns analfabetos e antropófagos e hereges e traidores, e é hoje o mais leal soldado que El Rey tem nesta guerra. Recebeu o título de Dom e um nome de homem civilizado: Dom Antônio Filipe Camarão, Cavalheiro do Hábito de Cristo
Informações extras:
Henrique Dias era um ex-escravo negro, oficial militar em Pernambuco e que lutou do lado português durante o período da Invasão Holandesa. Em reconhecimento aos esforços feitos em nome do bem público de Portugal, Dias recebeu o título de Cavalheiro de Cristo, ordem militar-religiosa que conferia muito prestígio a seus membros (o próprio rei de Portugal era o Grão-Mestre dessa ordem).
Camarão era um índio, também oficial militar e que, como Henrique Dias, foi honrado com o título de Cavalheiro de Cristo.
Utilizando a peça teatral de Chico Buarque e Ruy Guerra para
compreender a organização militar
Na sociedade colonial, o que era mais positivo: ser branco ou negro ou índio?
Branco ÍndioNegro
Branco ÍndioNegro
Errado!
Observe o que o Frei fala sobre os índios:
selvagens tapuias, que são uns analfabetos e antropófagos e hereges e traidores
O índio era considerado uma civilização bárbara e atrasada. Obviamente, a interpretação do Frei não é a única possível. Mas,
mesmo aqueles que se simpatizavam pelos indígenas, reconheciam os europeus como portadores da civilização, cultura e ordem.
Na sociedade colonial, o que era mais positivo: ser branco ou negro ou índio?
Branco ÍndioNegro
Errado!
Negro era a cor dos escravos, trazidos da África para realizarem todo o trabalho na colônia. Essa cor era associada à África, um continente, aos olhos dos
europeus, atrasado e incivilizado, e aos africanos, escravos que faziam todo o indigno trabalho manual, eram manipulados e controlados como mercadorias.
Na sociedade colonial, o que era mais positivo: ser branco ou negro ou índio?
Branco ÍndioNegro
Correto!
Branco era a cor dos europeus, que se viam como os civilizados. Eles se consideravam superiores à índios e
negros e acreditavam que sua cultura era um modelo a ser seguido. Colocavam-se como propagadores da civilização.
Os brancos seriam os humanos mais desenvolvidos e avançados.
Na sociedade colonial, o que era mais positivo: ser branco ou negro ou índio?
1. Observe a fala do frei em relação ao negro Henrique Dias.
Frei – Este sim, é um herói. Negro na corPorém branco nas obras e no esforço. Inclusive,V. Excia. já notou como ele está ficando um pouco mais claro?
O frei “esbranquiçou” Henrique Dias. Lembrando-se da atividade anterior, explique por que o frei toma essa atitude em relação ao negro Dias.
Ele realmente era mais claro, mas não o haviam
percebido, até que Henrique tornou-se uma
pessoa importante.
Ele se tornou importante e, por isso, aos olhos do frei, “perdia” a cor negra dos
escravos e clareava, aproximando-se da cor dos
brancos civilizados.
1. Observe a fala do frei em relação ao negro Henrique Dias.
Frei – Este sim, é um herói. Negro na corPorém branco nas obras e no esforço. Inclusive,V. Excia. já notou como ele está ficando um pouco mais claro?
O frei “esbranquiçou” Henrique Dias. Reflita por que...
Errado!
Lembre-se que Henrique Dias era um ex-escravo e que nesse período havia um preconceito racial: branco era a
cor dos europeus civilizados e negra dos escravos.
Ele realmente era mais claro, mas não o haviam
percebido, até que Henrique tornou-se uma
pessoa importante.
Ele se tornou importante e, por isso, aos olhos do frei, “perdia” a cor negra dos
escravos e clareava, aproximando-se da cor dos
brancos civilizados.
1. Observe a fala do frei em relação ao negro Henrique Dias.
Frei – Este sim, é um herói. Negro na corPorém branco nas obras e no esforço. Inclusive,V. Excia. já notou como ele está ficando um pouco mais claro?
O frei “esbranquiçou” Henrique Dias. Reflita por que...
Correto!
Existia um preconceito racial nesse período: branca era a cor dos europeus, tidos como os civilizados, enquanto os escravos eram negros e mulatos. Henrique Dias era um
negro, mas sua participação na guerra concedeu-lhe prestígio e honras. Dias foi condecorado com o título de Cavalheiro de Cristo, uma honraria para a qual se exigia,
conforme a lei, não ter ascendentes negros, judaicos, mouros e trabalhadores manuais.
Ele realmente era mais claro, mas não o haviam
percebido, até que Henrique tornou-se uma
pessoa importante.
Ele se tornou importante e, por isso, aos olhos do frei, “perdia” a cor negra dos
escravos e clareava, aproximando-se da cor dos
brancos civilizados.
Figura: Filipe Camarão, de Victor Meireles de Lima, (século XIX)
Leia o trecho da fala do frei sobre Camarão:
“e é hoje o mais leal soldado que El Rey tem nesta guerra. Recebeu o título de Dom e um nome de homem civilizado”
Isso indica que:
Camarão aliou-se militarmente aos portugueses e, por isso,
estes o valorizavam e deram-lhe títulos.
Camarão era inimigo dos portugueses,opondo-se aos
mesmos política e culturalmente.
Observe o trecho da fala do frei sobre Camarão:
“e é hoje o mais leal soldado que El Rey tem nesta guerra. Recebeu o título de Dom e um nome de homem civilizado”
Isso indica que:
Errado!
Camarão aliou-se aos portugueses e incorporou seus valores culturais.
Figura: Filipe Camarão, de Victor Meireles de Lima, (século XIX)
Camarão aliou-se militarmente aos portugueses e, por isso,
estes o valorizavam e deram-lhe títulos.
Camarão era inimigo dos portugueses,opondo-se aos
mesmos política e culturalmente.
Observe o trecho da fala do frei sobre Camarão:
“e é hoje o mais leal soldado que El Rey tem nesta guerra. Recebeu o título de Dom e um nome de homem civilizado”
Isso indica que:
Dom Antônio Filipe Camarão. Este foi o nome cristão dado ao índio. Podemos afirmar que, mesmo absorvendo a cultura européia, Camarão afastou-se de todos os costumes e valores indígenas?
Camarão aliou-se militarmente aos portugueses e, por isso,
estes o valorizavam e deram-lhe títulos.Figura: Filipe Camarão, de Victor
Meireles de Lima, (século XIX)
O frei faz uma outra afirmação sobre Camarão:
“É isso mesmo. Precisamos aproveitar nossos recursos naturais.”
Dessa afirmação, podemos concluir que:Ele aprova a
utilização de índios no serviço militar
Ele aprova a exploração do Pau-Brasil e do território brasileiro.
Figura: Filipe Camarão, de Victor Meireles de Lima, (século XIX)
Errado!
O ‘recurso natural’ a que se refere o frei é os índios.
O frei faz uma outra afirmação sobre Camarão:
“É isso mesmo. Precisamos aproveitar nossos recursos naturais.”
Dessa afirmação, podemos concluir que:Ele aprova a
utilização de índios no serviço militar
Ele aprova a exploração do Pau-Brasil e do território brasileiro.
Figura: Filipe Camarão, de Victor Meireles de Lima, (século XIX)
Correto!
Os índios são igualados à ‘recursos naturais’ que devem ser explorados
pelo colonizador português.
O frei faz uma outra afirmação sobre Camarão:
“É isso mesmo. Precisamos aproveitar nossos recursos naturais.”
Dessa afirmação, podemos concluir que:Ele aprova a
utilização de índios no serviço militar
Ele aprova a exploração do Pau-Brasil e do território brasileiro.
Figura: Filipe Camarão, de Victor Meireles de Lima, (século XIX)
Tanto Dias quanto Camarão recebem o título de Cavalheiros da Ordem de Cristo.
Essa era um ordem militar-religiosa, da qual o rei de Portugal era o grão-mestre (Cargo mais elevado). Nessa época, essa ordem não tinha qualquer função propriamente militar e apenas conferia prestigio e status social a seus membros.
O esforço e destaque na guerra conferira ao negro e ao índio a possibilidade de ascensão social.
A cruz da ordem de Cristo.
Para saber mais sobre a organização militar no período colonial, clique aqui.