a-2010-2129p_(custos_administrativos_consultoria) (3)

30
  Quarta-feira, 15 de Setembro de 2010. Pesquisa número: 3 Pesquisa refinada: 2 Expressão de Pesquisa: ibec Bases pesquisadas: Acórdãos; Decisões; Relações; Atas Documento da base: Acórdão Documentos recuperados: 7 Documento Mostrado: 6  Identificação Acórdão 2129/2010 - Plenário Número Interno do Documento AC-2129-31/10-P Grupo/Classe/Colegiado GRUPO I / CLASSE V / Plenário Processo 025.789/2006-4 Natureza Monitoramento Entidade Entidade: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - Dnit Interessados Interessados/Responsáveis: 3.1. Interessado: Tribunal de Contas da União Sumário MONITORAMENTO DO CUMPRIMENTO DAS DETERMINAÇÕES A QUE SE REFEREM OS SUBITENS 9.2.2 E 9.2.3 DO ACÓRDÃO Nº 1.146/2004-PLENÁRIO. ANÁLISE TÉCNICA PRODUZIDA PELA SECOB-1 A RESPEITO DO ESTUDO ELABORADO PELO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENGENHARIA CONSULTIVA (IBEC), EM ATENDIMENTO AO SUBITEM 9.2.3. CONCESSÃO DE PRAZO AO DNIT PARA QUE SE MANIFESTE SOBRE ESSA ANÁLISE E SUAS CONCLUSÕES. REITERAÇÃO DE DETERMINAÇÃO DIRECIONADA AO DNIT. FIXAÇÃO DE PRAZO IMPRORROGÁVEL PARA QUE ENCAMINHE NOVO ESTUDO RELATIVO À MATÉRIA VERSADA NO SUBITEM 9.2.2 Assunto Monitoramento Ministro Relator AUGUSTO NARDES Representante do Ministério Público não atuou Unidade Técnica 1ª Secretaria de Fiscalização de Obras - Secob-1 Advogado Constituído nos Autos não há Página 1 de 3 0 TCU - Portal de Pesquisa Textual 15/9/2010 http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Upload: fcofig100

Post on 09-Jul-2015

85 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 1/30

 

 

Quarta-feira, 15 de Setembro de 2010.

Pesquisa número: 3Pesquisa refinada: 2Expressão de Pesquisa: ibec

Bases pesquisadas: Acórdãos; Decisões; Relações; AtasDocumento da base: AcórdãoDocumentos recuperados: 7Documento Mostrado: 6

 

Identificação 

Acórdão 2129/2010 - Plenário

Número Interno do Documento 

AC-2129-31/10-P

Grupo/Classe/Colegiado  

GRUPO I / CLASSE V / Plenário

Processo 

025.789/2006-4

Natureza 

Monitoramento

Entidade 

Entidade: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - Dnit

Interessados 

Interessados/Responsáveis:

3.1. Interessado: Tribunal de Contas da União

Sumário 

MONITORAMENTO DO CUMPRIMENTO DAS DETERMINAÇÕES A QUE SE REFEREM OS SUBITENS

9.2.2 E 9.2.3 DO ACÓRDÃO Nº 1.146/2004-PLENÁRIO. ANÁLISE TÉCNICA PRODUZIDA PELA SECOB-1 A

RESPEITO DO ESTUDO ELABORADO PELO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENGENHARIA CONSULTIVA (IBEC), EM

ATENDIMENTO AO SUBITEM 9.2.3. CONCESSÃO DE PRAZO AO DNIT PARA QUE SE MANIFESTE SOBRE ESSA

ANÁLISE E SUAS CONCLUSÕES. REITERAÇÃO DE DETERMINAÇÃO DIRECIONADA AO DNIT. FIXAÇÃO DE PRAZO

IMPRORROGÁVEL PARA QUE ENCAMINHE NOVO ESTUDO RELATIVO À MATÉRIA VERSADA NO SUBITEM 9.2.2

Assunto 

Monitoramento

Ministro Relator 

AUGUSTO NARDES

Representante do Ministério Público 

não atuou

Unidade Técnica 

1ª Secretaria de Fiscalização de Obras - Secob-1

Advogado Constituído nos Autos 

não há

Página 1 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 2: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 2/30

p g p p p q 

Dados Materiais 

c/ 1 volume e 1 anexo)

Relatório do Ministro Relator 

Trata-se de monitoramento do cumprimento das determinações emanadas dos subitens 9.2.2 e

9.2.3 do Acórdão nº 1.146/2004-Plenário.

2. Preliminarmente, transcrevo, no essencial, a instrução elaborada pelo Auditor Federal de

Controle Externo Glauco Castro Machado (fls. 338/378), lotado na 1ª Secretaria de Fiscalização de Obras -Secob-1:

"(...)

2. Sua constituição [do processo] se deu em decorrência do despacho do Ministro-Relator Augusto

Nardes (Principal, fl. 01), que determinou a autuação de processo apartado ao TC 011.994/2003-9 após

acolhimento parcial das propostas de instrução elaborada por esta Unidade Técnica (vide cópia da instrução às

fls. 2/8, volume principal dos autos deste processo).

1 - HISTÓRICO

3. A instrução escrita pela Secob nos autos do TC nº 011.994/2003-9 às fls. 186/192

(12.09.2006), tivera como escopo relatar resultado de Inspeção realizada junto ao DNIT. Seu objeto consistiu

no deslindar do cumprimento das providências relacionadas aos itens 9.2.2 e 9.2.3 do Acórdão nº 1.146/2004-

TCU-Plenário. Destaca-se, dentre as propostas da instrução, a que culminou em determinação à Secob paraque, neste processo apartado, "avaliasse o mérito dos documentos a serem encaminhados pelo DNIT em

resposta ao Ofício de Requisição 1.129-F/06-SECOB, de maneira a avaliar a adequação das taxas

administrativas objeto da Instrução de Serviço 06/2006 do DNIT."

4. Não sobeja reproduzir tais dispositivos dessa decisão do Plenário do TCU, dada a sua

importância para o entendimento da presente instrução:

"9.2.2. realize estudo com vistas a estabelecer parâmetros para o dimensionamento de equipes

em contratos de supervisão, de forma que os valores máximos dos referidos contratos sejam fixados não só em

função do valor do orçamento da obra, mas também em função dos requisitos técnicos necessários à efetiva

fiscalização, encaminhando os resultados à Secretaria de Fiscalização de Obras deste Tribunal no prazo de 180

dias;9.2.3. realize estudo detalhado relativamente aos percentuais dos custos administrativos nos

contratos de supervisão de obras, com vistas a determinar o correto dimensionamento do percentual ou

percentuais utilizados no âmbito do Dnit, enviando os resultados à Secretaria de Fiscalização de Obras deste

Tribunal no prazo de 180 dias;"

(grifos acrescidos)

5. A despeito das audiências já realizadas e de algumas situações de adiamento de entrega de

material, o DNIT encaminhou documentação (estudos, despachos, portarias de designação e outros) para

cumprimento dessa decisão do TCU, a maior parte inserida no Anexo I deste processo.

6. Após avaliação pela Secob de todas as peças enviadas pelo DNIT, produziu-se nova instrução

(outubro/2007), acostada às folhas 177/188 do volume principal deste processo.

7. Com relação ao atendimento do item 9.2.2 do Acórdão nº 1.146/2004-TCU-Plenário, a análise

apontou que os estudos enviados pelo DNIT (Anexo 1, fls. 120/205 - resultado do trabalho da Comissão

Instituída pelas Portarias DG/DNIT 1.568/2006 e 1.710/2006) falham especialmente por não demonstrar

qualquer relação entre os objetivos da supervisão, os fatores de influência e o dimensionamento da equipe.

Conforme registrado na instrução citada, a equipe padrão determinada naqueles estudos não foi justificada com

embasamento documental ou teórico que evidenciasse a correlação entre a equipe dimensionada e os fatores

de influência.

8. O Acórdão nº 176/2008-TCU-Plenário (Relação nº 2/2008-P; Sessão 20.02.2008 - prolatado no

âmbito deste mesmo processo, TC 025.789/2006-4; cópia fl. 194 do volume principal), por sua vez,

determinou:

(ao DNIT)"1.2.1.1. tão logo finalize os trabalhos do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria nº

1.507/DG/2007, encaminhe, para avaliação os resultados obtidos;

1.2.1.2. envie, no prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias, novo estudo em

cumprimento ao contido no subitem 9.2.2 do Acórdão nº 1.146/2004-TCU-Plenário, com as justificativas

necessárias para o dimensionamento da "equipe padrão" de supervisão;

Página 2 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 3: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 3/30

p g p p p q 

1.2.1.3. quando da adoção da medida constante do subitem precedente, leve em conta o impacto

dos principais fatores de influência sobre a referida equipe, permitindo, assim, a parametrização do maior

número possível de contratos de supervisão firmados, com base em critérios objetivos, passíveis de aferição no

momento da licitação, haja vista que o estudo ora apresentado foi considerado insatisfatório por este Tribunal,

por vincular, às peculiaridades de cada empreendimento, praticamente todas as definições necessárias ao

dimensionamento das equipes de supervisão;

(internamente)

1.2.2. a restituição dos autos à Secretaria de obras - Secob a fim de avaliar o conteúdo dos

trabalhos entregues em virtude da determinação contida no subitem 1.1. retro, sem prejuízo do

encaminhamento de cópia deste Acórdão, bem como da instrução de fls. 177/188, ao Dnit para ciência e

adoção das medidas pertinentes."

(grifos acrescidos)

9. Houve uma posterior prorrogação do prazo estabelecido pelo item 1.2.1.2 do nº 176/2008-TCU-

Plenário (supracitado), que foi concedida por meio do Acórdão nº 2.997/2008-TCU-Plenário (Ata nº 53/2008-P,

sessão extraordinária realizada em 10.12.2008, publicação no DOU, Seção 1, pág. 138, em 12.12.2008; vide

cópia à fl. 241 do tomo principal, volume 1), nos seguintes termos:

"Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão do Plenário, ACORDAM, por

unanimidade, (...), em autorizar a prorrogação de prazo solicitada pelo titular da entidade, concedendo-lhe

mais 120 (cento e vinte) dias do prazo estabelecido no subitem 1.2.1.2 do Acórdão nº 176/2008-TCU-Plenáriopara o cumprimento da determinação contida no subitem 9.2.2 do Acórdão nº 1.146/2004-TCU-Plenário, nos

termos dos pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-025.789/2006-4 (MONITORAMENTO)

(...)" (grifos acrescidos)

10. Tal prazo expirará em 11.04.2009, sendo contado em dias corridos.

11. Tal prazo deveria ser contado, nesse caso, conforme o disposto no parágrafo único do art. 183

do Regimento Interno do TCU (RITCU) - considerando o prazo dado pelo Acórdão 176/2008-TCU-Plenário

findou em 20.08.2008. Porém, ao que parece, foi adotado, no Acórdão 2.997/2008-TCU-Plenário, o disposto no

IV do mesmo artigo:

Art. 183. Os prazos referidos neste Regimento contam-se dia a dia, a partir da data:I - do recebimento pela parte:

a) da citação ou da comunicação de audiência;

b) da comunicação de rejeição das alegações da defesa;

c) da comunicação de diligência;

d) da notificação;

II - constante de documento que comprove a ciência da parte;

III - da publicação de edital no Diário Oficial da União, quando a parte não for localizada;

IV - nos demais casos, salvo disposição legal expressa em contrário, da publicação do acórdão no

Diário Oficial da União.

Parágrafo único. A prorrogação, quando cabível, contar-se-á a partir do término do prazo

inicialmente concedido e independerá de notificação da parte.(grifos acrescidos)

12. Já com relação ao atendimento do item 9.2.3 do mesmo Acórdão nº 1.146/2004-TCU-Plenário,

a análise destaca que o DNIT expediu uma Norma (Portaria 1507/DG/2007, de 26.09.2007) criando um Grupo

de Trabalho que teria, dentre as suas atribuições, a de rever normas internas do Departamento que tratam da

"estimativa de custos administrativos em contratos de engenharia consultiva" e da "consideração de parcelas

do Imposto de Renda de Pessoa jurídica - IRPJ e Contribuição sobre o Lucro Líquido - CSSL nas parcelas de

Lucros e Despesas Indiretas - LDI e de Despesas Financeiras em orçamentos referenciais do Dnit". Como o

prazo de conclusão daqueles trabalhos findaria em breve, julgou-se por bem aguardar o encaminhamento dos

seus resultados ao TCU para nova análise, a despeito da avaliação anterior efetuada pela própria Secob, que

incluiu a instrução às fls. 148/155, volume principal, e, ato contínuo, a extensa e aprofundada apreciação feitapelo então Diretor da 3ªDT/Secob às fls. 156/163.

13. A comissão novel instituída pelo DNIT acabou não realizando trabalho conclusivo (principal,

volume 1, fls. 206/214), e propôs a contratação de empresa especializada. O DNIT contratou o Instituto

Brasileiro de Engenharia de Custos - IBEC para tal intuito. Sua solicitação subsecutiva foi a prorrogação do

prazo estabelecido pelo item 1.2.1.2 do nº 176/2008-TCU-Plenário, que foi concedida por meio do Acórdão nº

Página 3 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 4: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 4/30

p g p p p q 

2.997/2008-TCU-Plenário, como já citado.

14. Em decorrência do processo conexo TC 009.586/2008-9, originado por Denúncia apresentada

ao TCU, houve a prolação do Acórdão nº 1.697/2008-TCU-Plenário (sessão realizada em 13.08.2008),

parcialmente transcrito a seguir:

"9.3. com fundamento no art. 45 da Lei nº 8.443/92, fixar ao Departamento Nacional de Infra-

Estrutura de Transportes o prazo improrrogável de 120 (cento e vinte dias) para que conclua e apresente a este

Tribunal o estudo determinado no item 9.2.3 do Acórdão nº 1.146/2004-Plenário, sob pena de aplicação da

multa prevista no art. 58, inciso IV, da referida Lei;

(...)

9.6. determinar à SECOB e à 1ª SECEX que, em conjunto, acompanhem e fiscalizem o

cumprimento das determinações acima;"

15. O DNIT então encaminhou o estudo constante do volume 1, fls. 245/337. Essa nova

documentação é o objeto de análise da presente instrução.

16. O Ofício nº 3.099/2008/DG/DNIT, que encaminha tal documentação, foi protocolizado junto ao

SPT/TCU em 15.12.2008 (volume 1, fl. 244), o que comprova tempestividade ao prazo exigido pelo item 9.3 do

Acórdão nº 1.697/2008-TCU-Plenário, visto que a concessão se deu por prazo improrrogável de 120 dias

corridos, que findou em 16.12.2008 (conforme inciso IV, art. 183, do RITCU).

2 - DOCUMENTAÇÃO ANALISADA

17. A documentação em apreço constitui-se das seguintes peças:I. Relatório - "Metodologia de Cálculo dos Percentuais a serem aplicados nos Orçamentos

Referenciais de Trabalhos de Consultoria para os Custos indiretos e BDI e de Encargos Sociais para o DNIT -

Departamento Nacional de infra-Estrutura de Transportes" - Elaborado pelo Instituto Brasileiro de Engenharia

de Custos / IBEC;

II. Parecer Técnico nº140/08 - Elaborado pela SISCON Consultoria de Sistemas ltda. (datado de

08.12.2008).

18. O relatório do IBEC, cuja cópia foi inserida nos autos deste processo (não datada nem

assinada), não veio acompanhado por cópia de carta de apresentação do mesmo (ao DNIT, contratante). Foi

encaminhado ao TCU por intermédio do Ofício nº 3.099/2008/DG (DNIT), protocolizado junto ao TCU em

15.12.2008 (vide volume 1, tomo principal, fl. 244). Tal documento possui 89 páginas (incluindo os seis anexosmencionados no texto do relatório).

3 - ANÁLISE DO ESTUDO ENCAMINHADO

Considerações Iniciais

19. A determinação do item 9.3 do Acórdão nº 1.697/2008-TCU-Plenário não eximiu o DNIT do

cumprimento da determinação do item 9.2.2 do Acórdão nº 1.146/2004-TCU-Plenário. O primeiro apenas

concedeu novo prazo para cumprimento do item 9.2.3 dessa decisão mais antiga - que originou a determinação

da elaboração de estudos ao DNIT, no caso em tela. Os Acórdãos posteriores, diretamente relacionados ao

caso, apenas concederam novos prazos para a apresentação dos tais estudos, mas mantiveram incólume o

cerne dos itens 9.2.2 e 9.2.3 retrocitados.

20. O 3º Relatório de Andamento do Grupo de Trabalho Instituído pelas Portarias nº 1.507/2007 e

1.709/2007-DNIT, datado de 18.04.2008, registra como proposta daquela equipe a contratação de consultoriatécnica especializada, por parte do DNIT, para a elaboração dos estudos relacionados com sua incumbência de

apresentar parâmetros objetivos para a composição de equipes de supervisão contratadas (principal, volume 1,

fls. 206/209). Tal providência não consta registrada nos autos deste processo. Conforme a última instrução

processual (Secob, 23.10.2007 - principal, fls. 177/188) e a informação do documento retrocitado, o

atendimento do item 9.2.2 do Acórdão nº 1.146/2004-TCU-Plenário ainda está pendente.

21. O prazo para o cumprimento da determinação do item 9.2.2 do Acórdão nº 1.146/2004-TCU-

Plenário, foi prorrogado pelo Acórdão nº 2.997/2008-TCU-Plenário, mas, repete-se, o novo prazo está próximo

do seu término (11.04.2009).

22. Será analisada, a seguir, a proposta realizada pelo IBEC ao DNIT, conforme documentação

mencionada no item 2 desta instrução.3.1 - SITUAÇÃO ATUAL NO DNIT

3.1.1 - Custos Administrativos (percentual) - aplicação direta sobre custos de mão-de-obra

23. O trabalho apresentado pelo IBEC (tomo principal, volume 1, fl. 256) assinala que a atual

metodologia do DNIT utiliza, em contratos de engenharia consultiva, o conceito de percentual de Custo

Administrativo (CA), aplicado sobre a parcela de remuneração da mão-de-obra (salários).

Página 4 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 5: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 5/30

p g p p p q 

24. Na elaboração dos orçamentos para contratos de engenharia consultiva no âmbito do DNIT,

esse percentual é máximo e fixo para todas as situações. É aplicado diretamente sobre os custos diretos

contratuais com mão-de-obra conforme a Instrução (Normativa) de Serviço IS nº 06/2006/DG/DNIT.

25. Essa Instrução de Serviço (vide principal, fls. 174/176) trata de "rotina de procedimentos

relativos à contratação de serviços de engenharia consultiva, para elaboração de estudos, planejamentos,

projetos, pareceres técnicos, controle e supervisão de obras, gestão da qualidade, assessoramento técnicos,

gerenciamento de empreendimentos, pesquisa, planejamento institucional e organizacional no âmbito do

DNIT." Estabelece percentuais máximos para encargos sociais, custos administrativos, remuneração da

empresa (lucro bruto) e despesas fiscais, nos seguintes patamares:

- encargos sociais................................................................. 88,04%

(aplicável sobre o valor total dos Salários da equipe)

- custos administrativos ("Overhead")...............................50,00%

(aplicável sobre o valor total dos Salários da equipe)

- remuneração da empresa...............................................12,00%

(aplicável sobre o valor total dos Custos Diretos e Indiretos)

- despesas fiscais................................................................. .21,23%

(aplicável sobre o montante de custos diretos, indiretos, acrescidos da remuneração da empresa)

26. Ressalte-se que no relatório relativo ao Acórdão nº 1.146/2004-TCU-Plenário (TC

011.994/2003-9) foram acolhidas as justificativas então apresentadas pelo DNIT, para redução do percentual(máximo) de 75%, antes praticado, para o percentual (máximo) de 50% de custos administrativos,

regulamentado pela norma mencionada.

27. Tal acolhimento ocorreu apenas por conta da urgência em se licitar as obras da rodovia BR

101 objeto daquele processo. Diante da parca fundamentação que justificasse qualquer que fosse o percentual

de custos administrativos, houve a determinação da realização dos estudos conforme o item 9.2.3 do Acórdão

retrocitado.

3.1.2 - Coeficiente de Bonificação e Despesas Indiretas - BDI

28. O DNIT utiliza o conceito de BDI no Sicro2, para obras rodoviárias.

29. As informações contidas no manual desse sistema serão utilizadas, nesta análise, como um

referencial válido, por ser o Sicro2 publicação vigente do próprio DNIT (atualmente com força de norma), parasuas contratações de serviços finalísticos de engenharia, apesar de ser destinado a obras rodoviárias (ipsis

verbis: "Este documento apresenta a metodologia e os critérios adotados para o cálculo dos custos unitários

dos insumos e serviços necessários à execução das obras de construção, restauração e sinalização rodoviária e

dos serviços de conservação rodoviária. Apresenta, ainda, as rotinas e procedimentos empregados pelo sistema

informatizado implantado para o cálculo dos custos unitários de referência."). Os componentes de custos para

ambos os serviços de engenharia - obras e consultoria - têm grandes semelhanças especialmente no trato da

mão-de-obra.

30. O Sicro2 adota os seguintes valores para o BDI (ou LDI - Lucros e Despesas Indiretas, na

nomenclatura daquele manual):

CARACTERIZAÇÃO DOS CUSTOS DE OBRA RODOVIÁRIA

(a) PIS - 0,65% do PV (Preço de Venda)(b) COFINS - 3,00% do PV

(c) * CPMF - EXTINTA em dezembro de 2007 (0,38% do PV), pela não aprovação da PEC 89/07

(d) ISS (Imposto sobre Serviços) - 3,5% do PV (alíquota média entre 2,0% e 5,0%)

(e) ADMINISTRAÇÃO CENTRAL - 1,50% do CD (Custo Direto)

(f) EVENTUAIS - Dependendo do caso, reserva-se para esta rubrica percentuais de 0 a 5% do

Custo Direto. No caso do SICRO, considera-se este custo 0%.

(g) CUSTOS FINANCEIROS - percentual equivalente à taxa de juros básicos do Banco Central

(SELIC) aplicado sobre o Preço de Venda menos a Margem, durante um mês.

(h) Margem - partiu-se de uma taxa de lucro definida no valor de 5,00% de PV, e acrescentando-

se os valores referentes ao IRPJ e CSLL chegou-se ao valor da Margem.FÓRMULA DO LDI

(Obs.: à época da elaboração do manual Sicro2 - jan/2003, o LDI foi calculado em 23,9% sobre os

Custos Diretos. Após a edição do Acórdão 325/2007-P, foi para 19,6%, com taxa SELIC atualizada para

an/2008)

LDI (%) = _____1 + AC - 1 x 100

Página 5 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 6: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 6/30

p g p p p q 

1 - (T + MBC + CF)

Em que (utilizando a notação do trabalho feito pelo IBEC):

AC = Administração Central

T = Tributos

MBC = Lucro (margem bruta de contribuição)

CF = Custos Financeiros

31. Há alguns alertas interessantes naquele manual (Manual de Custos Rodoviários/2003, volume

1, pág. 9). Apesar de tratar de itens relacionados aos custos diretos, é importante atentar para o impacto ao se

inserir fatores de custos no BDI ("LDI"):

"O tratamento de itens de serviço, para efeito de pagamento, como se fossem custos indiretos,

deriva de certa comodidade do Contratante. Calculado seu valor, transformado em percentual dos demais

custos e incluídos no LDI, cessam, por parte deste, as preocupações com a medição efetiva dos quantitativos

realizados. Essa comodidade não ocorre, entretanto, sem inconvenientes. Toda vez que a norma adotada para

o pagamento de determinado item se desvincula da lei de formação de seus custos, geram-se possibilidades de

distorções que podem conduzir a valores finais, pagos por esse item, inteiramente inadequados, ou seja,

inferiores ou superiores ao que corresponderia à sua justa remuneração. Esse desajustamento é provocado,

basicamente, porque nem todos os itens de serviço têm a mesma lei de formação de custos. Assim, sempre

que se adotam formas de remuneração atreladas a quantidades de trabalho realizado para itens cujos custos

sejam fixos ou cresçam com os prazos de execução da obra, está-se criando a possibilidade de umainadequação no valor pago em relação a seu custo. É o que ocorre, por exemplo, quando se rateiam sobre os

custos diretos (...). O mesmo acontece com os custos da administração local do Executor, que são

proporcionais ao tempo de duração da obra.(...). Se ocorrerem variações, em relação ao inicialmente previsto,

nos quantitativos de serviços arrolados como itens do custo direto, a remuneração dos itens indiretos também

variará, sem que necessariamente seus custos tenham se alterado nas mesmas proporções" (grifos acrescidos).

32. Por exemplo, a definição do parâmetro "Administração Central" sugerida pelo IBEC enseja, no

caso de aumento de quantitativos de serviços (termo aditivo contratual), a uma inflação indevida do lucro

líquido da contratante, como será demonstrado adiante.

3.1.3 - Parâmetros para dimensionamento de equipes de supervisão

33. Com relação à necessidade de adoção de parâmetros objetivos para o dimensionamento deequipes de supervisão contratadas, objeto da determinação do item 9.2.2 do Acórdão nº 1.146/2004-TCU-

Plenário, o trabalho encaminhado pelo IBEC não trata de tal assunto.

34. Conforme já relatado nesta instrução, O DNIT não possui normativo que regulamente

parâmetros (objetivos) para o caso em tela, e o trabalho realizado pelo Grupo de Trabalho Instituído pelas

Portarias nº 1.507/2007 e 1.709/2007-DNIT foi refutado pela Secob (vide principal, fls. 177/188), sob a

principal constatação de que não foram demonstradas quaisquer relações entre os fatores de influência listados

e a(s) composição(ões) para a(s) equipe(s) padrão apresentada(s).

35. A I.S. nº 06/2006/DG-DNIT não estabelece nenhum parâmetro para o dimensionamento de

equipes de supervisão. Apesar do seu título, seu conteúdo é restrito ao informado no parágrafo 25 desta

instrução, in fine.

3.2 - SITUAÇÃO PROPOSTA PELO DNIT3.2.1 - BDI englobando despesas administrativas e demais parâmetros de praxe

36. A proposta formulada pelo IBEC para o DNIT (principal, volume 1, fls. 244/333) consiste,

primordialmente, em não se adotar mais um percentual explícito de "Custos Administrativos" nos orçamentos, a

ser aplicado sobre a parcela de mão-de-obra. A remuneração das despesas administrativas deverá ser prevista

implícita no cálculo do BDI (Bonificação e Despesas Indiretas).

37. O percentual para remuneração das despesas administrativas das empresas, nessa

metodologia, é o definido como o decorrente da relação direta entre o "custo da sede da empresa" (custo

administrativo total da empresa) e o "custo total da empresa" (principal, volume 1, fl. 249), num mesmo

período - anual, por exemplo.

38. Para a estipulação de um valor de referência, o IBEC promoveu pesquisa junto à AssociaçãoBrasileira de Consultores de Engenharia - ABCE, para a obtenção de dados reais das empresas. Vinte e quatro

formulários (principal, volume 1, fl. 254) teriam sido distribuídos, sendo que treze teriam sido preenchidos e

devolvidos pelas empresas filiadas à ABCE, segundo informações do relatório do IBEC. Todas as empresas

prestariam serviços ao DNIT.

Análise dos parâmetros

Página 6 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 7: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 7/30

p g p p p q 

39. Avaliar-se-á, a seguir, os percentuais adotados para o BDI no trabalho preparado pelo IBEC.

As avaliações da fórmula de calculo do BDI e do impacto da mudança de metodologia para elaboração

orçamentária serão abordadas em itens específicos. Por fim, serão averiguados os encargos sociais na forma

proposta.

i. Administração Central (AC): 20,00% sobre Custos Diretos (CD)

40. Busílis do trabalho elaborado pelo IBEC, a estipulação desse percentual depende de valores

históricos contábeis da empresa contratada.

41. A dificuldade de a Administração Pública ter acesso direto aos dados reais das empresas

persiste com a nova metodologia. A falta de objetividade e de justificativas para o valor de 50% de custos

administrativos continua presente na assunção deste parâmetro (administração central) - ainda que se

considere terem sido obtidos por meio de pesquisa junto a empresas do setor - como se demonstrará no

discorrer desta instrução. De início, verifica-se que os 20% de AC no BDI têm o mesmo impacto econômico nos

contratos que os 50% de CA sobre a parcela de mão-de-obra, como será mostrado mais adiante. Ou seja,

muda-se a metodologia, continuam as indagações sobre a legitimidade dos valores.

42. Esses problemas poderiam ser muito pouco compensados pela possibilidade de, por conta da

obrigatoriedade da discriminação do BDI (art. 7º, §2º, inciso II, da Lei nº 8.666/93), confirmada em diversos

Acórdãos do TCU (por exemplo, 62/2007, 325/2007 (item 9.1.3), 1.471/2008, todos do Plenário), se obter

histórico de valores declarados - já em percentuais de cada um dos dois fatores que definem a "Administração

Central" na metodologia proposta.43. Com relação ao valor proposto no estudo para este parâmetro, é oportuno reproduzir os

seguintes excertos do parecer/despacho do Diretor da 3ª DT/Secob, elaborado em 2007, inserido às fls.

156/163 (Principal):

"Por outro lado, o estudo aponta como despesas administrativas reais, para as épocas em que há

contrato, apenas os valores relativos a material, serviços de terceiros e diversos relacionados às fls. 87 do

Anexo 1, no valor de R$ 119.700,00 para empresas cujos salários estimados pelo estudo para o período

apurado foram de R$ 665.179,00 anuais, ou seja, 17,99%. No caso das empresas com faturamento médio de

R$ 6.000.000,00 e salários anuais de R$ 1.803.942,00, o percentual é de apenas 8,8%."

(...)

"Tendo em vista a cooperação entre Unidades Técnicas que faz parte das diretrizes deste Tribunal,tomei conhecimento da Concorrência Pública nº 01/2007, do Ministério da Integração Regional, para elaboração

de projetos relativos à transposição do Rio São Francisco.

No orçamento constante do Edital, o percentual de Custos Administrativos é de 17% sobre a folha

salarial, percentual, aliás, condizente com o percentual estimado no estudo do DNIT, quando se retira a folha

salarial do Quadro 11, como exposto anteriormente, pois tal folha é absorvida pelos contratos."

(grifos acrescidos)

44. O percentual de 20% sugerido na metodologia proposta pelo IBEC, mesmo sendo sobre uma

base de cálculo diferente da atualmente adotada pelo DNIT (relação com o custo total da empresa, e não com

os custos salariais, como ainda emprega o DNIT), guarda estreito liame com o caso mencionado no parecer

retrocitado. Isso porque que o gasto com pessoal das empresas de consultoria (engenharia) corresponderia à

maior parte dos custos dessas empresas. Os dados das tabelas fls. 251/252 (principal, volume 1), comparadosaos das tabelas das fls. 256/258 (principal, volume 1), exprimem esse fato.

45. É importante destacar que não se trata de nenhum caso concreto, mas de uma estimativa

para servir de referencial na apresentação de nova metodologia de orçamentação para o DNIT.

46. Relativamente ao tratamento dos dados apresentados, há duas ressalvas a serem feitas.

47. Primeiramente, a amostra poderia até ser considerada não significativa. Dos poucos relatórios

que teriam sido distribuídos - 24, no total, apenas 13 teriam retornado com dados.

48. Dos registros então disponibilizados, vários foram desprezados, incontinenti, pelo próprio IBEC

(7 dos valores referentes a 2005; 6 referentes a 2006; 5 referentes a 2007), conforme observações registradas

unto às tabelas respectivas.

49. Apesar de se tratar de parâmetros estatísticos contínuos (não discretos) - os percentuais decustos administrativos, é profícuo aumentar o tamanho da amostra para que a tendência da amostra se

coadune com a tendência do universo de dados.

50. Afirma-se no relatório do IBEC (principal, volume 1, fl. 264) que essa amostra de 13

consultorias é "razoável", haja vista que, nos levantamentos efetuados (32 contratos de projetos, de 2003 a

2007), "aproximadamente" 22 empresas venceram licitações. Para comparação com relação a esse número de

Página 7 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 8: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 8/30

p g p p p q 

empresas (22), o Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva

(SINAENCO) disponibiliza em seu sítio eletrônico (www.sinaenco.com.br, consulta feita em 19.02.2009) a

informação de possuir cerca de 10.000 (dez mil) filiados. Ou seja, seria ao menos salutar verificar um universo

de informações mais abrangente do que o dos contratos recentemente firmados com o próprio DNIT para se

conhecer os valores praticados no segmento de engenharia consultiva. Mesmo sendo necessário considerar as

peculiaridades dos trabalhos da área de atuação do DNIT.

51. Em segundo lugar, a média geral da amostra mostrou-se distante dos valores superiores e

inferiores a ela, considerando-se os três períodos tomados pelo IBEC (vide planilha à fl. 207, Anexo 1).

52. A média do intervalo de valores superiores à média global ficou cerca de 24% acima desta. A

média do intervalo de valores inferiores à média global, ficou cerca de 40% abaixo desta.

53. É como se houvessem dois intervalos de valores muito distantes entre si.

54. Nesses casos de amostras com poucos dados, o valor calculado para a média aritmética pode

não ter sentido estatístico, podendo ser profícuo ou necessário se partir a amostra em sub-amostras

adequadas, para que a média se aproxime dos dados relativos.

55. O menor valor de "Administração Central" considerado válido no trabalho do IBEC foi de 13,

4%; o maior, de 39,0%, a média global, de 27,2%.

56. Os intervalos de dados "superior" e "inferior", com relação às médias dos respectivos

exercícios, têm valores pouco dispersos, como indicam os valores de desvio padrão calculados para cada caso.

57. Com essas duas observações ("distância" dos intervalos em relação à média e dispersão dadapelo desvio padrão), conclui-se que a média geral aritmética já apresenta problemas relacionados à

representatividade da amostra, quanto mais se dirá ao universo pretendido.

58. Essa verificação sugere haver necessidade de estipulação de mais de uma faixa de valores

para "Administração Central".

59. Ao que parece, para se contornar esse tipo de problemática foi feita comparação com "outras"

fontes. Porém, tais fontes constituem, uma, preços de referência do próprio DNIT (volume 1, fl. 272) e, outra,

multiplicação do percentual de custo administrativo sobre o percentual de custo direto (mão-de-obra

contratual; dados da própria pesquisa feita pelo IBEC e dos contratos do DNIT)). Ou seja, essas "outras" duas

fontes ainda encerram dados restritos ao âmbito do DNIT - referência própria ou de contratos firmados pelo

Departamento.60. A média obtida pela pesquisa junto à ABCE mostrou-se coerente com as médias verificadas

pela pesquisa com essas "outras" fontes, como seria de se esperar.

61. Diante disso, considera-se arriscado assumir o percentual adotado ao final, de 20%, como

seguramente aceitável para a apropriação das despesas administrativas ("Administração Central"), por conta de

a pesquisa feita pelo IBEC se basear em amostra pequena e restrita com dados de empresas contratadas pelo

próprio DNIT, havendo ressalvas em assumir tal amostra como representativa do segmento de engenharia

consultiva.

ii. Custo Financeiro (CF): 0,76% sobre Custos Diretos (CD)

62. Esse valor adotado é inferior ao calculado conforme manual do Sicro2 (que ficaria pouco

inferior a 1,0 % para o presente caso - vide fl. 209, Anexo 1. Lembrando que se trata de estimativa, esse valor

seria considerado como aceitável.63. No trabalho do IBEC estimou-se um lapso de 45 dias entre o centro de gravidade dos

desembolsos (metade do "mês") e o efetivo recebimento (15 dias após o aceite da medição).

64. A TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), utilizada nos cálculos, tem aplicações definidas pela

Lei nº 9.365/96 (art. 4º, com possibilidade de ampliação pelo CMN-Conselho Monetário Nacional conforme §

único do art. 3º), alterada pela Lei nº 10.183/01. Essas aplicações têm, mais adequadamente, a natureza de

custo de oportunidade, conforme se depreende da leitura das Resoluções nº 2.613/99 e 2.646/99, ambas do

BACEN (Banco Central do Brasil).

65. Os editais do DNIT, porém, admitem, para o pagamento de faturas em atraso (após até 30

dias do recebimento oficial), desde que a contratada não tenha concorrido para isso, a atualização pelo IPCA.

Este índice tem valor médio mensal de 0,47 % considerados os últimos 12 meses.66. O IPCA, por sua vez, é considerado o índice oficial de medição da inflação, por conta do

Decreto nº 3.088/99 combinado com as Resoluções nº 2.615/99 e n º 2.744/00do Banco Central do Brasil. É,

por isso, o índice normalmente adotado para o cumprimento do que prevê o inciso III (in fine) do art. 55 da Lei

nº 8.666/93 ("...os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do

efetivo pagamento.").

Página 8 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 9: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 9/30

p g p p p q 

67. Refazendo os cálculos na forma do relatório - vide fl. 209, Anexo 1, para 45 dias (entre os dias

15º e 60º do início do período da medição de referência), e i = 0,47 % (em vez do 0,5065 % da TJLP adotado),

teríamos um CF de 0,7121 %, valor bem próximo ao obtido pelo IBEC.

68. Em tempo, o Acórdão nº 325/2000-TCU-Plenário trata como referência a taxa SELIC para este

item de BDI. Esta taxa seria até mais apropriada que o IPCA, que somente prevê remuneração para vencer o

impacto inflacionário do período.

69. O valor proposto no estudo será considerado como aceitável.

iii. Garantias (G): 0,06% sobre Custos Diretos (CD)

70. O relatório do IBEC explica serem o "custo para cumprir o contrato, oferecendo as garantias

previstas; podem ser adotadas diversas formas: a caução, o seguro-garantia ou papéis selecionados.".

71. Infere-se tratar-se das garantias previstas no §1º do artigo 56 da Lei nº 8.666/93.

72. O §2º do mesmo artigo restringe o valor dessa garantia a cinco por cento (5%) do valor do

contrato (e terá seu valor atualizado nas mesmas condições deste).

73. No caso de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade

técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela

autoridade competente, o limite de garantia pode ser elevado para até dez por cento do valor do contrato (§3º

do mesmo artigo 56).

74. Os casos das contratações do DNIT para a área de engenharia consultiva enquadram-se, em

geral, no limite do parágrafo segundo da Lei destacada.75. No memorial de cálculo, foi admitida hipótese de período médio de contrato de 6 meses.

Ainda, foi considerada uma atualização de valor utilizando a taxa de juros igual à TJLP de 0,5065 %. A TJLP

tem se mantido há mais de dois anos em 6,25 % a.a., o que corresponde a uma taxa mensal de 0,5065 % (é

utilizada pelo BNDES, diretamente ou por entidades financeiras conveniadas).

76. A par dessa taxa, e do prazo arbitrado, foi calculado, pelo IBEC, o custo financeiro incidente

sobre o percentual da garantia (5 %). Como resultado, esse custo ("G") perfaria 0,057 % sobre o custo direto

(ao final arredondado para 0,06 %).

77. Ressalte-se que a atualização monetária somente se deve no caso de caução em dinheiro (§4º

do mesmo artigo 56, in fine), no período de guarda pelo contratante:

§4º. A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contratoe, quando em dinheiro, atualizada monetariamente. (grifos acrescidos)

78. Nas demais modalidades de garantia (títulos da dívida pública; seguro-garantia; fiança

bancária) é diferente. Quando for o caso, há que se computar a apropriação de valor dos custos da apólice e

dos demais custos financeiros, cobrados pelos agentes financeiros que emitem tais títulos ou documentos

referentes à garantia.

79. Além disso, o caput do artigo 56 deixa claro ser uma prerrogativa da Administração a

exigência de garantia, que, sendo prescrita, deverá constar do respectivo edital. Desta forma, esse item

"G" (garantia) é facultado na formulação do BDI, a depender de cada caso.

80. Com relação aos valores a serem lançados no BDI, merece transcrição a seguinte passagem

do relatório referente ao Acórdão nº 325/2007/TCU-Plenário, prolatado no âmbito do TC 003.478/2006-8:

¿9.2 GarantiaA despesa estimada para esse item decorre da necessidade de apresentação da garantia

contratual, quando exigida na licitação, que geralmente corresponde a 5% do valor do contrato, podendo

alcançar, no máximo, 10%. Portanto, a estimativa para este custo será uma fração do valor da garantia

contratual, dependendo do modo de fixação da garantia (fiança-bancária, seguro-garantia ou caução).

Cabe esclarecer que a Garantia foi observada apenas na composição de LDI de Furnas, e que a

sua cobrança em obras civis em geral não é usual. Como no caso específico deste trabalho está sendo abordada

as práticas no setor elétrico, essa despesa será considerada.

9.2.1 Faixa de Variação Observada

Mínimo Máximo Média

0,00% 1,20% 0,65%A média observada na pesquisa para esse custo foi de 0,65% no LDI, que teoricamente

corresponderia a um prêmio de 13% do valor de garantia, caso ela corresponda a 5% do valor do contrato.

O valor máximo verificado foi de 1,20%, correspondente, nesse caso, a um prêmio de 24% do

valor da garantia, permanecendo o cálculo com base em 5% do valor do contrato da obra.

9.2.2 Faixa de variação de referência

Página 9 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 10: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 10/30

p g p p p q 

Mínimo Máximo

(garantia contratual de 5%) Máximo

(garantia contratual de 10%)

0,00% 0,2% ao ano 0,4% ao ano

Referências de instituições operadoras de seguros indicam que o prêmio pela garantia situa-se no

intervalo percentual de 0,45% a 4,0% ao ano sobre o valor da apólice, conforme a classificação obtida pela

empresa junto à instituição seguradora. Isso corresponde a uma variação de 0,0225% a 0,2% sobre o valor do

contrato, para as garantias equivalentes a 5% desse valor e, uma variação de 0,045% a 0,4%, quanto a

garantia atingir 10% do valor contratado. Portanto, o percentual atribuível à garantia no LDI depende do prazo

de execução da obra, da classificação de risco da empresa e da negociação do prêmio com a seguradora. Desse

modo, a referência indicada observa base de cálculo anual." (grifos acrescidos)

81. Após o tratamento estatístico dos dados pesquisados naquela ocasião, os valores consolidados

para o parâmetro "garantias" ficaram em: mínimo de 0,00%; máximo de 0,42%; média de 0,21%. Esses

valores foram então fixados pelo item 9.2 da decisão citada. 82. Apesar de o estudo que culminou no Acórdão

nº 325/2007-TCU-Plenário se basear em dados do setor elétrico, esses valores, em certa medida, podem servir

de referência para o presente caso, porque são também relacionados a serviços de engenharia, e com

expectativa de riscos maiores do que no caso de consultoria (supervisão e elaboração de projetos). Essa

expectativa tende a se refletir em percentuais mais elevados junto às instituições seguradoras / financeiras.

83. Concluindo, como o impacto deste item no BDI é o menor dentre o de todos os parâmetrosque o compõe, que o valor proposto está abaixo do referencial citado, e que é um item facultativo dependendo

de cada caso (exigência em edital), considera-se adequada a proposta feita pelo IBEC com relação a este item.

i. Imprevistos, Seguro, Margem de Incerteza (ISMI): 1,64% sobre Custos Diretos (CD)

84. Assim explana o relatório do IBEC sobre a definição de "Margem de

Incerteza" (principal/volume 1, fls. 268 e 274, respectivamente):

"A Margem de Incerteza é imprescindível às ESTIMATIVAS DE CUSTOS dos órgãos públicos, de

maneira a corrigir eventuais distorções no valor obtido pelo procedimento aproximado adotado para o cálculo,

bem como(sic), permitir a terceirização de mão de obra(sic), veículos ou equipamentos, o que é imperioso

neste momento em que a economia nacional está carente de serviços de engenharia, elevando, portanto o

custo dos serviços de engenharia.Adequação pela prestadora de serviço dos custos unitários diretos pelo caráter genérico das

composições de custos unitários adotado pelos contratantes, isto é: produtividade da mão de obra e preços dos

insumos em função dos volumes a adquirir e, principalmente, desconsiderar as quantidades de serviços nos

preços unitários de venda." (grifos acrescidos)

"Para os casos de obras pratica-se em torno de 1 a 3% do Preço do Contrato. Sugerimos para

contratos de consultoria a adoção de 1,5% do Preço do Contrato pelas razões acima expostas."

85. O manual do Sicro2 (Manual de Custos Rodoviários/DNIT/2003, volume 1, pág. 11) acolhe

valor zero para o item "eventuais", que teria a mesma função deste item "Margem de Incertezas":

"Como seu próprio nome indica, trata-se de reserva para cobrir eventuais acréscimos de custos da

obra não recuperáveis contratualmente. Evidentemente, pela sua própria natureza, os eventuais que possam

ou não ocorrer numa obra vão depender fundamentalmente do tipo de contrato sob o qual ela está sendorealizada. Numa empreitada por preço global ou num contrato "turn-key" os riscos de que aconteçam fatos não

previstos, com repercussão no custo da obra, que tenham que ser arcadas pelo executante, são elevados.

Outras formas de contratação minimizam tais riscos, principalmente quando as variações de custo por eles

causada têm outras formas de serem compensadas. Numa empreitada por preços unitários, que é a forma de

contratação mais usual no DNIT, as variações para mais ou para menos nos quantitativos de serviços são

resolvidas pelas medições, que aferem as quantidades efetivamente realizadas. As flutuações nos preços dos

insumos são compensadas pelo índices de reajustamento das faturas e, finalmente, serviços novos não

previstos inicialmente nos editais de licitação, como aqueles decorrentes de alterações de projeto, são possíveis

de aditivo através da inclusão de novos preços no contrato. Dependendo do caso, reserva-se para esta rubrica

percentuais de 0 a 5% do Custo Direto. No caso do SICRO, pelas razões apresentadas, considera-se este custo0%." (grifos acrescidos)

86. Acompanhando a linha de raciocínio explicitada no manual do Sicro2, considera-se que há, na

fase de elaboração do orçamento e de execução contratual, outras formas regulamentares mais explícitas e

adequadas de solucionar a problemática dos riscos para o contratante.

87. Note-se tratar de contratações cujo objeto (serviços de engenharia consultiva), regra geral,

Página 10 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 11: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 11/30

p g p p p q 

tem riscos sobremaneira menores do que o de execução de obras de engenharia, pela sua própria

natureza. Reconhece isso o próprio IBEC, ao registrar em seu relatório (principal/volume 1, fl. 274) que "para

os casos de contratos de consultoria, a probabilidade dessas interferências é menor do que nos contratos de

obras (...)".

88. Há também que se comentar sobre a seguinte passagem daquele relatório:

"Quanto às incertezas, estas se dão não só nos no risco de execução dos serviços, como ocorrem

com maior probabilidade nos contratos de obras. Para o caso dos contratos de consultoria deve-se contemplar

as taxas para cobrir eventuais itens que não foram considerados na planilha de orçamento por esquecimento ou

falha na elaboração, ou ainda, previsão de cenário não realista para a execução do serviço, mas que a

contratada terá que assumir para entrega do produto nos casos de execução por preço global, além dos

retrabalhos." (grifos acrescidos)

89. Considera-se que há ressalvas ante tais afirmações. Primeiramente, "esquecimento" ou "falha

na elaboração" do orçamento não são ocorrências peculiares aos orçamentos de consultorias, mas de qualquer

área de trabalho. Em segundo lugar, os casos que se enquadrem na expressão vaga "cenário não realista"

provavelmente poderão ser objeto de termos aditivos contratuais. De mais, os ônus da álea empresarial devem

ser repassados ao mínimo ao contratante (no caso, a Administração Pública), devendo ser suportados o tanto

quanto possível pela própria prestadora de serviços (diminuição dos lucros), especialmente quando oriundos de

"esquecimento" ou "falha" da própria contratante.

90. O IBEC, sem maiores justificativas, adota percentual médio de 1,5% no intervalo de valores 1% a 3% que declara ser comum para o caso de obras.

91. Nesta mesma linha de raciocínio toma-se como referência válida os parâmetros estabelecidos

pelo Acórdão nº 325/2007-TCU-Plenário. Apesar de aquela decisão se basear em obras do setor elétrico, podem

suas conclusões servir de referência para outras obras e serviços de engenharia, mutatis mutandis. O seu item

9.2, apresenta como média para "riscos" o valor de 0,97%, e, como máximo, o de 2,05%. O valor proposto

pelo IBEC situa-se entre a média e o máximo estabelecidos pelo Acórdão citado, tornando-o aceitável,

principalmente por se tratar de estimativa, porquanto cada empresa determinará seu valor na respectiva

proposta.

i. Tributos sobre a Receita (T): 8,65% sobre o Preço de Venda (PV)

92. Englobam os tributos municipais, estaduais e federais, incidentes sobre o Preço de Venda (PV).São: O ISS (imposto sobre serviço de qualquer natureza / ou ISQN), o PIS (programa de integração social), a

COFINS (contribuição para financiamento da seguridade social).

93. No relatório do IBEC adota-se o percentual máximo para o ISS, de 5,0%. O Sicro2 adota um

percentual médio de 3,5% (das alíquotas vigentes entre 2% e 5%). Por tratar-se de estimativa em hipótese

(não para caso concreto), considerar-se-á válido o emprego da alíquota máxima, para efeito de análise.

94. Para PIS, o percentual de 0,65% está de acordo com a legislação em vigor.

95. Idem para o caso de COFINS, para o percentual de 3,00% sobre o Preço de Venda.

96. As alíquotas de PIS e COFINS, no trabalho do IBEC, estão estipuladas para tributação com

base no Lucro Presumido.

97. O valor do percentual de tributos (T), de 8,65%, é o total que perfaz a soma das alíquotas

admitidas para ISS (5,00%), PIS (0,65%) e COFINS (3,00%).98. Caso a empresa seja tributada com base no Lucro Real, as alíquotas são diferentes - 1,65%

para PIS e 7,60% para COFINS. Porém, neste caso, há que se computar as deduções ou compensações

previstas na legislação pertinente.

ii. Tributos sobre o Lucro: 4,88% sobre o Preço de Venda (PV)

99. Correspondem ao IRPJ (imposto de renda de pessoa jurídica) e à CSLL (contribuição social

sobre o lucro líquido).

100. Tanto o IRPJ quanto a CSLL estão inseridos na margem bruta de contribuição - MBC, ou lucro

bruto, por se tratar de tributos de incidência direta.

101. Dessa forma, seria um problema da licitante aumentar a sua margem bruta com o objetivo

de tentar se ressarcir das despesas com tais tributos, mas sob o risco de onerar sua proposta e de mesmo nãolograr êxito no processo licitatório. Ainda, pesariam os tributos sobre o faturamento a maior. A IS nº

06/2006/DG/DNIT, porém, fixou o valor de 12 % como máximo para a parcela de remuneração da empresa (a

ser aplicável sobre o valor total dos Custos Diretos e Indiretos).

102. A despeito disso, analisando os pontos objetivos do trabalho elaborado pelo IBEC, tem-se:

(a) A hipótese de contrato com duração média de seis meses (principal/volume 1, fls. 273) - não

Página 11 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 12: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 12/30

p g p p p q 

afeta as alíquotas de IRPJ e CSLL utilizadas nem os respectivos percentuais utilizados nos cálculos

do BDI;

(b) Alíquotas com hipótese de contratação de empresa em regime de tributação por lucro

presumido - o lucro no final do período de apuração (trimestral) pode nem mesmo se realizar, e, portanto, a

remuneração contratual por intermédio do BDI poderia não ser devida. Isso porque, como já foi exposto, a base

de cálculo desses tributos (IRPJ e CSLL) não está atrelada ao preço de venda, mas ao resultado da empresa

como um todo (faturamento global). Apesar disso, no caso de tributação não baseada no lucro real, a retenção

á funciona como tributação definitiva (inciso II, §3º, art. 9º, Lei nº 9.249/95). No caso de retenção para

prestação de serviços em geral, o percentual de retenção de IRPJ definido pela IN/SRF nº 480/2004 é de

4,80% sobre o valor a ser pago (fatura).

(c) Perfil das empresas que preencheram os formulários - verifica-se das informações contidas nas

tabelas às fls. 251/252 do volume 1 que cerca da 40% das empresas que reencaminharam os formulários

preenchidos seriam tributadas com base no lucro presumido (notação: "A"), sendo os 60% restantes de

empresas tributadas com base no lucro real (notação: "B"/"C"). Como caso genérico, os percentuais utilizados

no estudo do IBEC são válidos, mas devem ser reavaliados no caso de propostas das empresas no regime de

tributação com base no lucro real (também para PIS e COFINS);

(d) Percentual para CSLL - o percentual adotado de 2,88% para a CSLL, a ser aplicado sobre o

faturamento da prestadora de serviços, está de acordo com a Lei nº 10.684/2003 (art. 22) e regulamentação

afim;(e) Percentual para IRPJ - O IRPJ é calculado conforme o regime tributário na qual a empresa se

enquadra, como bem destacou o IBEC em seu trabalho. Para o caso de tributação com base no lucro

presumido, a base de cálculo é de 32% sobre esse lucro, a uma alíquota de 15% (respectivamente: art. 15,

§1º, III e art. 3º da Lei nº 9.249/95). Não é possível, pois, ser precisado com base no faturamento do serviço

prestado. O percentual estimado de 2,00% sobre o Preço de Venda, sugerido pelo IBEC, é superior ao previsto

no manual do Sicro2/2003, de 1,20%, a título de comparação. Cumpre destacar, porém, que este valor

previsto no manual do Sicro2 foi obtido da IN/SRF nº 306/2003 (revogada pela IN/SRF nº 480/2004), que

estipulava tal percentual para o caso de serviço com emprego de materiais, aplicável ao caso de obras. No caso

em tela trata-se de serviços de consultoria. Assim, e considerando os itens (b) e (c) deste tópico, considera-se

que o percentual sugerido pelo IBEC, estimado em 2,00% sobre o preço de venda está adequado para englobartodos os casos (tributação com base no lucro real e com base no lucro presumido).

iii. Margem Líquida de Contribuição (MLC): 6,08% sobre Custos Diretos (CD)

103. No trabalho apresentado, este percentual de margem líquida de contribuição (lucro líquido)

não foi arbitrado, mas decorre do resultado da exclusão dos tributos incidentes sobre o lucro (IRPJ e CSLL) da

margem bruta de contribuição (lucro bruto).

104. Conforme o item a seguir ("viii"), a margem bruta adotada no trabalho do IBEC é aquela

atualmente definida pelo DNIT para seus orçamentos para contratação de serviços de engenharia consultiva, de

12% sobre o subtotal que compreende os custos diretos (pessoal, no caso), encargos sociais e administrativos

e demais despesas gerais (veículos, equipamentos, diárias e passagens, etc.). Este percentual corresponde aos

10,96% sobre o preço de venda (PV).

105. Excluindo-se o percentual de 4,88% (IRPJ e CSLL) dos 10,96% de lucro sobre PV, obtém-seo percentual adotado como margem líquida de contribuição, de 6,08%.

106. Tal percentual é, portanto, aceitável, a despeito das considerações do tópico seguinte.

iv. Margem Bruta de Contribuição (MBC): 12,00% sobre Custos Diretos (CD)

107. O percentual de margem bruta de contribuição (lucro bruto) de 12,00 % sobre CD, ou de

10,96 sobre PV, é a praxe nos orçamentos do DNIT nos editais de contratação de serviços de engenharia

consultiva (definido como limite máximo pela IS nº 06/2006/DG-DNIT).

108. Este percentual está de acordo com valores obtidos de outras fontes de consulta.

109. Por exemplo, o Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (SINAENCO/SP) publicou o estudo

"Orientação para Composição de Preços de Estudos e Projetos de Arquitetura e Engenharia" (julho/2008) (vide

Anexo 1, fls. 210/212). Naquele roteiro adota-se um percentual de 10% (dez por cento) de lucro bruto sobre opreço de venda.

110. Em alguns recentes editais da CODEVASF / Ministério da Integração têm-se verificado

percentuais na mesma ordem de grandeza - de 8% a 10% (vide Anexo 1, fls. 213/222), para contratações da

área de engenharia consultiva (elaboração de projetos e apoio à fiscalização de obras).

111. Considera-se a estimativa do IBEC como aceitável, pelos motivos ora expostos e por não se

Página 12 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 13: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 13/30

p g p p p q 

tratar, reitera-se, de nenhum caso concreto.

3.2.2 - Análise da formulação do BDI

112. Como já dito, o cerne da proposta formulada pelo IBEC consiste numa mudança na forma de

elaborar o orçamento para contratação. Em vez de se aplicar um percentual para custos administrativos (CA)

sobre a parcela de custo de mão-de-obra, propõe-se a utilização de percentual de BDI, que já abarque as

despesas administrativas.

113. Foi mister, portanto, modificar a definição do modo de apropriação das despesas

administrativas das empresas contratadas, para que a sua base de cálculo tivesse a natureza de despesa

indireta, e não mais de despesa direta.

114. O IBEC utilizou, para apropriar os valores das despesas administrativas, a definição de

percentual relativo a "Administração Central" dada pela relação entre os custos administrativos totais da

empresa e os custos diretos totais dos contratos da empresa, num mesmo período (anual). Este valor, tomado

em percentual, corresponderia ao item Administração Central (AC), que normalmente compõe o BDI (ou "LDI")

- e não mais Custos Administrativos (CA).

115. Relembrando, o percentual de Custos Administrativos (AC) ("Overhead") incide sobre a

parcela contratual de mão-de-obra (salários); por seu turno, o percentual de Administração Central (AC) incide

sobre todo o montante de despesas diretas e indiretas, por sua natureza não vinculada diretamente à execução

contratual, mas à situação contábil da empresa como um todo.

116. Uma análise mínima da proposta deve avaliar, portanto:(a) a fórmula de cálculo do BDI;

(ii) a susceptibilidade do BDI proposto ante o percentual de "Administração Central" (AC) na forma

sugerida;

(iii) o impacto nos orçamentos, em comparação à metodologia atual, do BDI proposto.

117. É o que será feito a seguir.

(i) Fórmula de cálculo do BDI

118. A fórmula de cálculo para BDI (ou LDI) apresentada pelo IBEC tem a seguinte forma:

BDI (%) = (1 + AC + CF + G + ISMI) -1 x 100

1 - (T + MBC)

Em que (notação utilizada no estudo IBEC):AC - Administração Central

CF - Custos Financeiros

G - Garantia

ISMI - Incertezas, Seguros

T - Tributo

MBC - Margem Bruta de Contribuição (lucro Bruto)

117. Há várias formas para se calcular o BDI, mas todas têm em comum premissas básicas:

consignar apenas as despesas indiretas ao contrato e o lucro; aplicar no numerador os parâmetros que incidem

sobre o custo direto (contratual), e no denominador os parâmetros que incidem sobre o preço de venda

(faturamento contratual); resultar na forma já em percentual.

118.O manual do Sicro2, a título de comparação, utiliza a seguinte formulação para o BDI, oraadaptada utilizando-se a notação empregada pelo IBEC:

BDI (%) = _____1 + AC - 1 x 100

1 - (T + MBC + CF)

119. O autor Maçahiko Tisaka apresenta, em sua obra "Orçamento na Construção Civil -

Consultoria, Projeto e Execução" (Ed. PINI, 2006, São Paulo-SP), a seguinte formulação, ora também adaptada

valendo-se da notação empregada pelo IBEC:

BDI (%) = (1 + AC)(1 + ISMI)(1 + CF) - 1 x 100

1 - (T + MBC + CF + C)

120. O parâmetro "C" refere-se ao que o autor define como "taxa de comercialização" (pág. 93):

"Definição: é o resultado de todos os gastos não computados como Custos Diretos ou Indiretos,referentes à comercialização do produto mais as reservas de contingência ocorridas num determinado período

dividido pelo faturamento global no mesmo período.

Podem ser consideradas como custos de comercialização as seguintes despesas: compras de

editais de licitação, preparação de propostas de habilitação e técnicas, custos de caução e seguros de

participação, emolumentos, despesas cartoriais, despesas com visitas técnicas, viagens comerciais, assessorias

Página 13 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 14: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 14/30

p g p p p q 

técnicas e jurídicas especializadas, propaganda institucional, brindes, comissão de representantes

comerciais, reservas de contingência para eventuais roubos, assaltos, inundações não cobertas por seguro,

chuvas atípicas prolongadas, etc."

121. Apesar de respeitar as idéias expostas nessa obra, considera-se que estas despesas podem

muito bem ser incluídas nos itens "Administração Central" e "Despesas Gerais" (das despesas diretas, quando

for o caso de estarem diretamente relacionadas ao contrato), não sendo necessário um parâmetro específico

para tal finalidade.

122. O Acórdão nº 325/2007-TCU-Plenário, por sua vez, adotou a seguinte Fórmula:

"Para o cálculo do LDI considera-se a seguinte fórmula:

[VIDE GRÁFICO NO DOCUMENTO ORIGINAL]

Onde:

AC = taxa de rateio da Administração Central;

DF = taxa das despesas financeiras;

R = taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento;

I = taxa de tributos;

L = taxa de lucro."

Com a notação utilizada pelo IBEC, teríamos:

BDI (%) = (1 + AC)(1 + CF)(1 + ISMI)(1 + MBC) - 1 x 100

1 - (T)123. Comparando essas fontes, verifica-se que a fórmula apresentada pelo IBEC, em si, nada

inova. Valoriza, contudo, o que restou menos limitado, administração central (AC), propondo nova definição

para esse item.

124. Atentar para o fato de que o item "tributos" (T) agora incluirá PIS, COFINS e ISSQN,

hodiernamente inseridos no item "despesas fiscais" pelo DNIT na elaboração dos orçamentos para contratação.

O tributo CSLL comporá o item "margem bruta de contribuição", sendo também inserido, atualmente, no item

"despesas fiscais", conforme estabelece a IS nº 06/2006/DG/DNIT.

(ii) Influência do percentual de Administração Central, como proposto, no cálculo do BDI

125. Nesta composição em análise, verifica-se que o percentual de AC tem, destacadamente, o

maior peso, considerando os valores propostos (estimados):ITEM Abreviatura % Individual

Administração Central AC 20,00%

Custos Financeiros CF 0,76%

Garantias G 0,06%

Imprevistos, Seguros, Margem de Incerteza ISMI 1,64%

Tributos (sobre o faturamento) T 8,65%

Margem Bruta de Contribuição (lucro bruto) MBC 12,00%

126. Além disso, deve ser relembrado que a IS nº 06/2006/DG/DNIT, vigente, limita, dentre

outros, os seguintes parâmetros: remuneração da empresa (MBC); despesas fiscais ("DF": PIS, COFINS,

ISSQN, CSLL e a extinta CPMF). Os componentes do item relativo a tributos (T) também são fixados, por

normas legais específicas. O item "imprevistos, seguros e margem de incerteza" (ISMI) tem valores cediços depraxe do mercado, o que limita a liberdade de arbitrá-lo. O item garantias (G) é estabelecido pelo mercado

(instituições financeiras), o que lhe confere baixíssima margem de liberdade.

127. Resta, como item de manobra, a "Administração Central".

128. Em simulações numéricas (vide planilha à fl. 223, Anexo 1), obteve-se o seguinte resultado:

mantendo-se todos os demais parâmetros constantes, para cada um ponto percentual de variação de

"Administração Central" (AC) obtém-se uma variação percentual no BDI de 1,24 pontos percentuais absolutos.

Ou seja, um impacto incremental 24% maior.

129. É necessário, portanto, que, da mesma forma que o DNIT regulamentou limites para outros

parâmetros de orçamentação, por intermédio da IS nº 06/2006/DG/DNIT, regulamente limite para

"Administração Central", como nos 20 % propostos.(iii) Comparação do impacto da nova metodologia de orçamentação (BDI) com relação à atual

(percentual explícito de Custos Administrativos)

130. Uma inovação somente se torna efetiva se promover vantagens reais sobre os pontos

capitais com relação à situação anterior.

131. No presente caso, a substituição da aplicação de um percentual (Custos Administrativos) por

Página 14 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 15: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 15/30

p g p p p q 

outro (BDI), per si, poderia não retratar nenhuma mudança significativa.

132. Destarte, alguns aspectos devem ser averiguados, para se verificar o impacto prático da

metodologia proposta com relação à atual utilizada pelo DNIT na elaboração dos seus orçamentos para

contratação de serviços de engenharia consultiva. Elegem-se os seguintes como mais importantes:

(a) praticidade - relaciona-se também à facilidade de aplicação. Assim como no caso de obras e de

outros serviços de engenharia, o emprego de BDI na elaboração de orçamentos para contratação de serviços de

engenharia consultiva é factual e simples. Para as empresas, não haverá nenhuma dificuldade na determinação

dos seus valores de "Administração Central", na forma proposta, como já foi demonstrado pela pesquisa que o

IBEC realizou junto às filiadas da ABCE. Para a Administração (DNIT) também não haverá dificuldade alguma

ou necessidade de adaptação, porquanto não foi criado nenhum item novo para complicar a elaboração do

orçamento para a licitação. Neste aspecto, de praticidade, ambas as situações (BDI e AC sobre salários) têm

mesma praticidade.

(b) transparência - relaciona-se à facilidade de "leitura" e à efetiva capacidade de ser o que se

demonstra. O percentual de "Custos Administrativos" não tem composição clara e objetiva, tanto que foi

necessário regulamentar um valor de teto para ele (IS 06/2006/DG/DNIT). O BDI tem componentes bastante

claros e de composição simples, o que é uma vantagem. Ressalva feita, apenas, às considerações apresentadas

mais adiante sobre o efeito na margem de lucro quando da efetivação de termo aditivo com aumento de valor,

decorrente do aumento de quantitativos contratuais. Neste aspecto, de transparência, o emprego de BDI é mais

vantajoso(c) economia - nas simulações ora feitas com informações de dez editais (6 para serviço de

elaboração de projetos, 4 para serviços de supervisão de obras de engenharia) obtidos do sítio eletrônico do

DNIT (vide Anexo 1, fls. 224/237), verificou-se que, com os mesmos dados dos editais, e utilizando os valores

propostos pelo IBEC para parâmetros do BDI e para encargos sociais, o resultado ficou praticamente igual

(inferior em menos de 1%) com a nova metodologia. Corrigindo-se a aplicação do BDI (ver §139 adiante) e os

encargos sociais, a diferença já passou para 8,27% médios para a amostra. Em outras palavras, verificou-se

impacto econômico significativo na mudança de metodologias, adotadas as ressalvas feitas nesta instrução.

(d) segurança - corresponde à diminuição da probabilidade de se ter "armadilhas" que induzam ao

erro. Vantagem para a metodologia proposta (BDI), que oferece menor probabilidade de incorrência em

duplicidades, por deixar os componentes de custos, diretos e indiretos, de forma mais estanque.(e) universalidade - significa poder ser aplicado em quaisquer situações sem adaptações

significativas. No presente caso, a aplicação do BDI é válida para todos os tipos de contratações - serviços de

supervisão de obras e de elaboração de projetos e de estudos técnicos - independentemente do valor do

contrato a ser firmado. Ressalva feita,

apenas, às considerações adiante que tratam do aspecto do rateio de despesas administrativas

nos contratos das empresas. As duas situações, atual e proposta, são similares quanto a este aspecto.

133. Em suma, a proposta de metodologia apresentada para o emprego de BDI não traz

desvantagens com relação à metodologia anterior.

134. Ao contrário, é mais vantajosa nos aspectos transparência e segurança, do rol escolhido. A

principal vantagem a destacar é exatamente deixar estanques os componentes de custos (diretos e indiretos),

ao se eliminar o componente intermediário "Custos Administrativos" (sobre a parcela de mão-de-obra).135. Não se pode, porém, como demonstrado nesta instrução, concluir o mesmo com relação ao

valor proposto.

136. Este item ("Custo Administrativo") mereceu críticas objetivas e claras no parecer às fls.

156/162 do tomo principal, que não serão repetidas aqui porque a nova metodologia proposta o abandonou,

não sendo necessário tomar mais tempo com ele. Todavia, é mister destacar a que trata da obscuridade quanto

à definição do seu valor (50%). Esse problema persiste relativamente ao valor proposto pelo IBEC, de 20%,

para "Administração Central", que substituiria o parâmetro retrocitado.

137. Além desses aspectos genéricos, há outros, específicos sobre o emprego do BDI proposto,

que merecem atenção. Os principais são:

(a) efeito real na margem de lucro quando da realização de aditivo de valor por aumento dequantitativo contratual;

(b) efeito do rateio de despesas administrativas nos contratos das empresas - prazo contratual.

(c) efeito da partição das bases de cálculo para aplicação do percentual de BDI

138. No primeiro caso, o aumento de quantitativos significa equivalente aumento dos custos

diretos.

Página 15 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 16: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 16/30

p g p p p q 

139. A definição do valor de "Administração Central", na forma proposta, depende de valores

históricos contábeis da empresa. Contudo, após a sua inclusão no orçamento, deve-se avaliar o seu efeito real

nele, pela incidência do BDI.

140. Relembrando, a definição utilizada no trabalho em avaliação é a seguinte:

AC = ____custos administrativos da sede da empresa____

custos diretos de todos os contratos da empresa

141. Como conseqüência, no caso da aplicação deste percentual no caso concreto (contrato),

numa situação de aditivo contratual que aumente o valor em decorrência do aumento de quantitativos, haverá

um desbalanceamento desta razão. Isso porque, nessa situação, os custos diretos contratuais (relacionados ao

termo no denominador) aumentam à proporção do aumento aditivo, enquanto que o rateio dos custos

administrativos da sede da empresa (relacionado ao termo no numerador) tem aumento insignificante.

142. Numa simulação numérica, (vide Anexo 1, fl. 238) em que se realize um aditivo de 25 %, por

exemplo, tem-se que os custos diretos aumentam proporcionalmente. Admitindo-se que, no rateio das

despesas administrativas centrais aumentem em 1 % (algum incremento insignificante) o valor para

"Administração Central" diminuiria dos 20 % propostos (IBEC) para 16,16 %. Como o BDI permanece

inalterado na situação do aditivo, significa que houve uma "inflação artificial" no numerador (do BDI) de cerca

de 3,1 %. Repassando este percentual para o denominador, para se manter a razão real entre numerador e

denominador (pois o BDI permanece inalterado), e admitindo-se que o item "tributos" não sofreu alteração,

obtém-se uma variação no lucro bruto (MBC) de cerca de 2,64 %, em valores absolutos (passando de 6,66%para 9,30 %).

143. Parece pouco, mas, percentualmente, corresponde a um aumento de quase 40 % na margem

de lucro (bruta ou líquida), valor significativo.

144. O segundo aspecto diz respeito ao rateio das despesas da Administração Central nos diversos

contratos da empresa durante um período determinado.

145. Segundo o autor Maçahiko Tisaka (obra já citada nesta instrução; pág 91), o rateio "é a

parcela de despesa da Administração Central, debitada a determinada obra segundo os critérios estabelecidos

pela direção da empresa".

146. Ele estabelece uma fórmula, que bem serve para esclarecer o tema:

Taxa de RATEIO = DMAC x FMO x N x 100FMAC x CDTO

Em que:

DMAC - Despesa Mensal da Administração Central

FMO - Faturamento Mensal da Obra

N - Prazo da Obra, em meses

FMAC - Faturamento Mensal da Administração Central

CDTO - Custo Direto Total da Obra

147. A despeito do impacto dos demais parâmetros, destaca-se que a taxa de rateio das despesas

administrativas relacionadas à Administração Central é diretamente proporcional ao prazo contratual.

148. Assim, contratos para elaboração de projetos e estudos técnicos, que tendem a ser mais

curtos do que os de supervisão de obras, deveriam ter, a rigor, uma taxa de "AC" menor no BDI.149. O terceiro e último aspecto específico se refere à necessidade de que o BDI seja diferenciado

para os casos de simples intermediação da contratada. Isso é especialmente procedente no caso de aquisição

de materiais e equipamentos em parcela relevante do contrato, quando não se justificar tal aquisição em

separado, mas é cabível a outras situações.

150. No presente caso, os itens que figuram como ensejadores de BDI diferenciado são incluídos

normalmente no grupo denominado de "Despesas Gerais": passagens, diárias, locação de veículos, serviços

gráficos e outros.

151. Para esses itens é mister sejam mantidas as premissas já é adotadas pela IS 06/2006-

DG/DNIT, para orçamentos para engenharia consultiva. Ou seja, para o item "despesas gerais", cingir-se a

calcular a incidência de tributos e a incidência da margem de contribuição (lucro).152. O percentual global, feitas as devidas adaptações, perfaz 24,4% para o BDI diferenciado,

utilizando a fórmula proposta pelo IBEC (vide Anexo 1, fl. 239). As adaptações principais são, considerando a IS

06/2006-DG/DNIT: tomar como nulos os percentuais para "administração central (AC)", "custos financeiros

(CF)", "garantias (G)" e "incertezas (ISMI)"; excluir CSLL, que já compõe a margem de contribuição e a CPMF,

extinta; manter o percentual de 12% para margem bruta (lucro) - ou 10,96% sobre o Preço de Venda; manter

Página 16 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 17: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 17/30

p g p p p q 

coerência com as demais premissas do estudo do IBEC, adotando-se PIS = 0,65%, COFINS =

3,0% e ISS = 5,0%. No caso de empresa tributada no regime de lucro real, os ajustes necessários deverão ser

feitos.

153. Não há nenhuma justificativa ou embasamento legal para que haja mudanças relativamente

a este ponto, repita-se, a se manter apenas a incidência de percentuais de margem (lucro) e tributos sobre o

item "despesas gerais".

154. Ademais, a adoção de BDI diferenciado sido respaldada em diversas decisões desta corte de

contas, a exemplo dos Acórdãos nº 1.599/2008 (voto condutor), nº 1.988/2008 (item 9.2.3), nº 1.947/2008

(item 9.1.9), todos do Plenário.

155. Novamente citando as simulações feitas com base em dados dos editais do DNIT (vide Anexo

1, fl. 237, planilha), a aplicação do BDI de 52,33% sobre todos os custos diretos e indiretos resultou numa

diferença média de apenas 1,0 % de decremento relativamente aos orçamentos dos editais tomados como

amostra.

156. Já considerando aplicação de BDI diferenciado (24,4%) sobre o item "Despesas Gerais",

untamente com a aplicação do BDI proposto sobre o restante dos itens, a diferença média já subiu para 8,3%

de decremento. Isto ocorre também porque o item relativo a "Despesas Gerais" tem participação significativa

no orçamento (na amostra feita, o percentual ficou em 17% médios em relação aos valores contratuais).

157. Este último aspecto será o único a ser considerado objetivamente na proposta que será

apresentada ao final desta instrução.3.3 - ENCARGOS SOCIAIS

Considerações iniciais

158. O trabalho realizado pelo IBEC contém seção específica dedicada à metodologia de

determinação dos Encargos Sociais.

159. Consoante o que lá está escrito, a intenção do estudo é apresentar um "roteiro de cálculo do

percentual de Encargos Sociais, e deve ser motivo de análise a cada empreendimento". Não há a pretensão de

se impor um percentual de Encargos Sociais.

160. Foi anexado ao final do relatório elaborado pelo IBEC (vide principal/volume 1, fls. 334/337)

um parecer, de consultoria contratada (DNIT), favorável à aprovação daquele trabalho.

161. Será feita, a seguir, análise ponto-a-ponto dos parâmetros arrolados que compõem osEncargos Sociais.

3.3.1 - Análise dos parâmetros e estatísticas dos Encargos Sociais

162. As hipóteses admitidas no estudo elaborado pelo IBEC para a definição dos Encargos Sociais

são:

1) Prazo médio de execução (contrato) de um ano de consultoria e igual período de rotatividade

de pessoal (fl. 284, principal/volume1)

2) Cálculos exclusivos para Encargos Sociais sobre salário mensal - funcionários mensalistas (fl.

285, principal/volume1);

3) Salários iguais durante todo o período do contrato - 12 meses (fl. 285, principal/volume1);

4) Utilização dos parâmetros e valores usuais para demais empreendimentos de construção civil

(fl. 279/280, principal/volume1)163. Note-se que a hipótese de duração média contratual, de um ano, é diferente da hipótese de

duração média contratual admitida, no mesmo estudo, na seção dedicada à elaboração do BDI - que foi de seis

meses, naquele caso. Isso não invalida nenhuma das duas situações (os pequenos ajustes nos cálculos do BDI

teriam efeito desprezível, pois a maioria dos seus itens componentes não é função da variável temporal).

Porém, indica descuido.

164. Os Encargos Sociais foram divididos nos grupos A, B, C, D e E (de forma semelhante à

orientada pela IN 18/97 do antigo MARE, no Anexo I), assim descritos no trabalho realizado pelo IBEC:

GRUPO A - Encargos Sociais básicos

Comentário: são estabelecidos por Lei.

GRUPO B - Direitos trabalhistas pagos pela empresa ao trabalhador, e que sofrem a incidência dosEncargos Sociais básicos (Grupo A).

Comentário: são provisões para o pagamento dos dias não trabalhados, geralmente obtidos de

dados estatísticos da(s) categoria(s) profissional(is)

GRUPO C - encargos que não recebem as incidências globais de nenhum outro grupo.

Comentário: são as verbas indenizatórias.

Página 17 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 18: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 18/30

p g p p p q 

GRUPO D - Encargos Sociais complementares.

Comentário: Neste caso, foi definido como correspondentes aos encargos relativos ao pagamento

de vale-transporte, de alimentação, de consultas e exames médicos periódicos previstos em lei, dentre outros.

Como registra o relatório, tais despesas "nas estimativas de custos dos empreendimentos de

engenharia podem ser apropriados no salário, na Administração Local ou nos Encargos Sociais."

A opção foi feita para esse último caso.

Ainda, registra que tais valores podem sido obtidos da Convenção Coletiva de Trabalho ou

legislação específica.

GRUPO E - corresponde à incidência do Grupo A sobre o Grupo B.

Comentário: a incidência é integral. Porém, deve ser avaliado se a composição dos itens de cada

grupo está adequada.

165. A seguir será feita avaliação de cada parâmetro que compõem os Encargos Sociais na forma

proposta pelo IBEC:

GRUPO A

(1) IAPAS (sic) ou INSS - 20,0%

Avaliação - está de acordo com a legislação sobre a contribuição social. Frise-se que IAPAS foi

extinto, substituído pelo INSS em 1990 (Lei nº 8029/90).

(2) SESI - 1,5%

Avaliação - está de acordo com a legislação. Foi citada uma legislação não vigente (a Lei nº5.107/66 foi revogada pela Lei nº 7.839/89, e esta pela Lei 8.036/90). O valor, porém, está correto com a

norma vigente (art. 30).

(3) SENAI - 1,0%

Avaliação - está de acordo com a legislação (observação: a legislação citada no relatório é

Decreto-"Lei" nº 6.246/44, não explicitamente revogado por legislação posterior, e implicitamente ratificado

pelo Decreto-Lei nº 2.318/86, art. 1º).

(4) INCRA - 0,2%

Avaliação - está de acordo com a legislação (ver também Lei Complementar nº11/71 (art. 15, II)

e Lei nº 7.787/89 (art. 3º, §1º), além da legislação citada)

(5) SEBRAE - 0,6%Avaliação - está de acordo com a legislação.

(6) Salário Educação - 2,50%

Avaliação - está de acordo com a legislação (vide também, além do Decreto 87.043/82 citado no

relatório, a Lei nº 9.424/96 (art. 15), a Lei 9.466/98, o Decreto nº 6.003/06 (art. 1º, §1º) e a Lei nº

11.457/07)

(7) Seguro Contra Acidentes no Trabalho - percentual variado

Avaliação - No trabalho em análise assumem-se os seguintes percentuais para seguro contra

acidentes do trabalho:

¿ Para projetos - 1,0 %

¿ Para supervisão ou gerenciamento de obras - 2,0 %

Estes percentuais são citados como estando conformes à Portaria nº 3.002/92/MTPS. Reproduz-se, a seguir, excerto dessa norma, para fins de esclarecimento:

PORTARIA MTPS Nº 3.002, DE 2 DE JANEIRO DE 1992 - DOU DE 06/10/92

Art. 2º A partir de 1º de dezembro de 1991, o limite máximo do salário-de-contribuição será de

Cr$ 420.002,00 (quatrocentos e vinte mil e dois cruzeiros).

§ 1º As contribuições da empresa, inclusive a rural, não estão sujeitas a limite de incidência.

§ 2º A partir da competência novembro de 1991, a contribuição da empresa, destinada ao

financiamento da complementação das prestações por acidente do trabalho, corresponde a aplicação dos

seguintes percentuais incidentes sobre o total da remuneração paga ou creditada a qualquer título, no decorrer

do mês, aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e médicos-residentes:

I - 1% (um por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidentes dotrabalho seja considerado leve;

II - 2% (dois por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do

trabalho seja considerado médio;

III - 3% (três por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do

trabalho seja considerado grave.

Página 18 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 19: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 19/30

p g p p p q 

(grifos acrescidos)

Porém, deve ser alertado que tais percentuais são definidos, originariamente, pela Lei nº 8.212/91

(art. 22, inciso II, alíneas (a), (b) e (c)) - vigente, que têm texto quase idêntico ao dos incisos acima.

O Decreto nº 3.048/99 reproduz, no seu art. 202, a mesma parte do inciso II do art. 22 da lei

8.212/91 e, em seu Anexo V (redação dada pelo Decreto nº 6.042/07) estabelece valores para um rol de

atividades preponderantes. Verifica-se que em todos os casos de natureza semelhante aos serviços de

supervisão de obras e elaboração de projetos, o percentual definido é de 1 %:

Anexo V

Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de Risco

(Conforme a Classificação nacional de Atividades Econômicas)

CNAE 7 DESCRIÇÃO %NOVO

7112-0/00 Serviços de Engenharia 1 %

7119-7/99 Atividades técnicas relacionadas à engenharia e arquitetura não especificadas

anteriormente 1 %

7119-7-01 Serviços de cartografia, topografia e geodésia 1 %

7119-7/02 Atividades de estudos geológicos 1 %

Assim, não há previsão normatizada para o percentual de 2 % sugerido no trabalho do IBEC para

o caso de supervisão de obras, até porque tais percentuais, como visto, não estão vinculados à atividade

desenvolvida por conta dos serviços do contrato, mas à atividade preponderante do negócio da empresa.(1) FGTS - 8,0%

Avaliação - está de acordo com a legislação. Novamente foram citadas normas desatualizadas (Lei

5.107/66 e Decreto nº 59.820/66).

Este percentual de 8,0% está previsto na Lei nº 8.036/90 (art. 15).

GRUPO B

165. O trabalho do IBEC calcula os encargos sociais estimáveis com base nas horas trabalhadas

(apresenta memória de cálculo). Trata-se de uma improcedência, haja vista que assumiu apenas o caso de

empregados mensalistas, desconsiderando o caso dos horistas.

166. A título de exemplo (que será detalhado mais adiante) das distorções causadas por essa

premissa, a apropriação do 13º salário resultou em um provisionamento mensal de 9,4%, o que corresponde aum total de 112,8% ao ano, ou seja, mais que os 100% relativos ao valor total do encargo, o que é absurdo

pois o empregado faz jus a um salário (100%) para tal encargo social, ao ano.

167. A jornada média diária foi calculada no estudo do IBEC como 7,333 h/dia, para 44 horas

distribuídas em 6 dias. Conforme mencionado à fl. 289, principal/volume 1, o repouso semanal remunerado e

os feriados já estariam considerados no salário mensal, ou seja, nas horas consideradas "efetivas" de trabalho.

Corroboram tal assertiva as informações da planilha à fl. 319, principal/volume 1.

168. Porém, o descanso semanal remunerado e os feriados são considerados novamente no

"quantum" de horas trabalhadas no ano (2.456,67 h/ano = 365 dias x 7,333h/dia - 30 dias férias x

7,333h/dia), porquanto somente foram consideradas como horas não trabalhadas as relativas às férias (fl. 286,

principal/volume1).

169. Esses valores (h/dia, h/ano) são empregados na memória de cálculo dos encargos sociais(incluindo o caso do 13º salário) que sofrem influência do aspecto temporal, o que causa as distorções

verificadas.

170. É importante comentar sobe praxe, no segmento de engenharia consultiva, da elaboração de

orçamentos com base nas horas técnicas estimadas necessárias para a realização dos trabalhos.

171. Nessa metodologia, transformam-se os custos de mão-de-obra em preços de venda, ao se

multiplicar cada uma das parcelas componentes dos custos diretos por um coeficiente multiplicativo

denominado "Fator K", composto de forma a agregar aos custos unitários os demais custos indiretos, tributos e

benefícios (lucro).

172. O "Fator K" é definido pelo resultado da seguinte equação matemática:

Fator K = (1+K1) x (1+K2) x (1+K3) x (1+K4)Em que:

K1 - Encargos Sociais;

K2 - Custo Administrativo ou Administração Central;

K3 - Despesas Fiscais e

K4 - Lucro.

Página 19 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 20: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 20/30

p g p p p q 

173. A IS nº 06/2006/DG/DNIT determina os valores limites exatamente para tais parâmetros,

sendo que o "Fator K" resultante seria de 3,22. Porém, tal normativo não explicita que emprega tal

metodologia.

174. Observa-se que, em função das características da empresa, de sua estrutura de custos, do

regime tributário adotado, da legislação trabalhista, do quociente adotado para as horas dedicadas/produtivas

dos profissionais alocados ao contrato, dos encargos sociais complementares oferecidos aos seus funcionários,

da expectativa de lucro e do trabalho a ser adotado, o fator "k" pode apresentar variações significativas e,

portanto, não é passível de comparação indiscriminada entre contratos diferentes, sem levar em consideração

suas especificidades.

175. Nenhum problema há no uso dessa metodologia para determinação dos valores dos custos.

176. A improcedência reside na extensão indevida da premissa do emprego da base horária para

os cálculos das apropriações desses custos.

177. A unidade temporal de medição da contraprestação (remuneração) do trabalho do

empregado mensalista é o mês, até por força legal; os recebimentos da empresa pelos seus serviços prestados,

mediante contratos firmados, também são mensais. Isso já tornaria dessiso o cálculo dessas apropriações dos

encargos sociais com base em dados horários. As distorções observadas nos resultados dessa prática decorrem

das aproximações e simplificações, inevitáveis, feitas nas estimativas de horas mensais trabalhadas.

178. Portanto, o provisionamento para os encargos sociais deve ser calculado em base mensal.

179. A seguir será feita análise pontual dos encargos na forma proposta.(1) Repouso Semanal Remunerado - incluído no salário mensal

Avaliação - correto; sem comentários adicionais.

(2) Feriados - incluídos no salário mensal

Avaliação - correto; sem comentários adicionais.

(3) Férias - 11,9%

Avaliação - As hipóteses assumidas e cálculos apresentados no estudo realizado pelo IBEC

permitem algumas conclusões imediatas:

¿ inferência que as férias foram consideradas "com substituição", para 100% dos empregados. Se

fosse hipótese de férias "sem substituição", excepcionalidade quase inexistente na prática, o percentual seria

de 2,78% (1/12 x 1/3 de férias);¿ como não se considera hipótese de prorrogação contratual, para contratos com duração de 12

meses ou menos as férias devem ser "indenizadas", o que enseja comporem o Grupo C, e não o Grupo B, como

feito. Isto por força do disposto no art. 28, §9º, alínea "d" da Lei nº 8.212/91 e da IN/SIT/MTe 25/2001 (art.

13, V). Portanto, a premissa do relatório do IBEC mereceria revisão;

¿ para mensalistas, o percentual de provisionamento é de 1/12 do salário para férias; para o terço

constitucional, o provisionamento é de (1/3)x(1/12) do salário (vide inciso XVII, art. 7º, da Constituição

Federal, e art. 142 da CLT). Isso perfaz um percentual de 11,11% (não os 11,9% calculados pelo IBEC): Férias

(%) = 1 salário + 1 salário x 1 = 0,1111 = 11,11%

3 12 meses

Destaca-se que o percentual que aparece no texto do relatório, de 11,9% à fl. 289 do volume 1,

não é igual aos que aparecem nas planilhas às fls. 301 e 319 (de 12,5% para férias e o um terçoconstitucional).

(2) Aviso Prévio Trabalhado - 2,1 %

Avaliação - Está registrado no relatório do IBEC que foi considerado apenas o Aviso Prévio

Trabalhado com redução com redução de horário, esta equivalente a 7 (sete) dias, conforme art. 487 da CLT e

inciso XXI da Constituição federal.

Lembrando, a permanência do trabalhador foi arbitrada em 12 meses, duração do contrato de

serviço com o DNIT.

Como nada foi explicitado sobre o percentual de trabalhadores que poderiam ser desligados por

Aviso Prévio Trabalhado (APT), infere-se que tal percentual é de 100%.

Assim:APT (%) = 7 dias x 1 x 100% (salário) x 100% (empregados) = 0,01944 = 1,94%

30 dias 12 meses

Novamente, o valor calculado naquele relatório também está diferente do lançado nas planilhas às

fls. 301 e 319 (volume 1), de 2,2%

(3) Auxílio-enfermidade - 1,5%

Página 20 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 21: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 21/30

p g p p p q 

Avaliação - depende sobremaneira de dados estatísticos. Citado no estudo, o dado estatístico

(IBGE) relativo ao afastamento médio de 5 dias ao ano, por trabalhador, é utilizado alhures com freqüência.

Desta forma, este encargo teria o seguinte valor, para aprovisionamento mensal:

AE (%) = 5 dias x 100% (trabalhadores) = 0,0137 = 1,37%

365 dias

(4) 13º Salário - 9,0%

Avaliação - Mais uma vez o cálculo com base em estimativas horárias acarreta distorções.

Uma provisão de 9,0% ao mês perfaz mais de 100% ao ano, que corresponde ao valor da

gratificação natalina (13º salário) fixado em Lei. Frise-se que este valor também está diferente daqueles que

constam das planilhas às fls. 301 e 319 (volume 1), de 9,4%.

A apropriação se daria com o seguinte valor:

13º Salário (%) = 1 x 100% (salário) = 0,0833333 = 8,33%

12 meses

(5) Aviso Prévio Indenizado - 6,9%

Avaliação - este encargo deveria estar no Grupo C (verbas indenizatórias), e não no Grupo B,

como consta, por conta do disposto no art. 28, §9º, alínea "d" da Lei nº 8.212/91 e da IN/SIT/MTe 25/2001

(art. 13, V).

O dispositivo legal mencionado no relatório, art. 488 da CLT, não se aplica a Aviso Prévio

indenizado, mas tão somente ao trabalhado. A disposição relativa ao Aviso Prévio indenizado encontra-se no§1º do art. 487 do mesmo diploma legal retrocitado.

O valor resultante do calculo do percentual para este item não pode ser lançado diretamente na

planilha de encargos sociais, sem antes ponderar o percentual da massa de empregados que seriam

dispensados por Aviso Prévio trabalhado. Assim, este percentual é complementar ao percentual da massa de

empregados que seriam dispensados por Aviso Prévio trabalhado, para fins de cálculo.

No trabalho feito pelo IBEC, 100% dos empregados seriam demitidos por Aviso Prévio Indenizado,

ao mesmo tempo em que 100% dos empregados já teriam sido demitidos por Aviso Prévio Trabalhado, o que é

incoerente. Nas Planilhas às fls. 301 e 319, volume 1, os percentuais indicados revelam que foram copiados da

memória de cálculo (relatório) sem quaisquer adequações estatísticas.

Ademais, o valor calculado naquele relatório também está diferente dos lançados nas planilhas àsfls. 301 e 319 (volume 1), de 7,2% em ambos os casos.

Tanto o valor relativo ao Aviso Prévio trabalhado quanto o relativo ao Aviso Prévio indenizado (se

for o caso) devem ser expurgados do BDI caso o contrato se estenda por mais de um ano e a apropriação

tenha ocorrido em parcelas de 1/12 avos. Caso contrário, a empresa receberá percentual superior a 100 do

salário do trabalhador, que somente é dispensado uma única vez recebendo a título de Aviso Prévio o valor de

um salário.

A apropriação se daria com o seguinte valor, no caso de 100% dos empregados estarem sujeitos

ao Aviso Prévio Indenizado:

API (%) = 1 x 100% (salário) x 100%(empregados em API) = 0,0833333 = 8,33%

12 meses

(6) Licença Paternidade - 0,1%Avaliação - Este encargo também depende sobremaneira de estatísticas.

No trabalho do IBEC considerou-se participação masculina de 97% (estatística tomada do

segmento da construção civil), e dados do IBGE de que 3,5% desse contingente utilizaria esse benefício,

normatizado em 5 dias de afastamento. Esses valores são bastante coerentes.

O cálculo para o encargo resulta no seguinte valor:

LP (%) = 5 dias x 97% (trabalhadores) x 3,5% (em licença) x 100% (salário)= 0,000465 =

0,05%

365 dias

(7) Ausências Abonadas - 2,3%

Avaliação - O IBEC menciona faltas legalmente previstas, mas também cita abonações decorrentesde convenção coletiva de trabalho. Assim como os outros itens do Grupo B, cada caso real deverá ser analisado

especificamente, pois se trata de parâmetros variáveis de acordo com dados estatísticos afetos à empresa e ao

segmento de negócios em que esta está inserida.

A CLT (art. 473 e 83) permite faltas para os seguintes motivos:

- casamento: 3 dias consecutivos;

Página 21 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 22: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 22/30

p g p p p q 

- morte de familiar, cônjuge ou dependente econômico: 2 dias consecutivos;

- nascimento de filho: 1 dia;

- doação voluntária de sangue: 1 dia / ano;

- alistamento eleitoral: até 2 dias (consecutivos ou não);

- alistamento militar, comparecimento em juízo, realização de provas de exame vestibular para

curso superior, representação de entidade sindical em reunião oficial de organismo internacional do qual o

Brasil seja membro - sem período definido (não considerados no cálculo deste encargo social).

O IBEC menciona o caso de dias de chuva não trabalhados, mas que foram desconsiderados no

estudo realizado.

Rigorosamente, deveria haver incidência do percentual estatístico da freqüência de usufruto para

cada situação.

Porém, para simplificação, geralmente estima-se um percentual global de usufruto dessas

ausências abonadas. No caso, o IBEC estima em 67%, aplicáveis aos 9 dias explicitamente previstos na

legislação trabalhista consolidada, o que resulta em 6 dias médios de afastamentos legais ao ano. Faltaria o

percentual de trabalhadores que se valeria desses benefícios, ao que se assume ser 100%.

O cálculo para o encargo resulta no seguinte valor:

AA (%) = 9 dias x 67% x 100% = 0,01644% = 1,64%

365 dias

(8) Acidente de TrabalhoAvaliação - não considerado no trabalho do IBEC. Esse direito de afastamento sem prejuízo na

remuneração é previsto na Lei nº 6.367/76 (art. 5º, §2º). A previsão legal é de até 15 dias com pagamento

pelo empregador.

Assim.

AT (%) = 15 dias x (percentual de frequência anual estimada) %

365 dias

Por exemplo, para uma estimativa arbitrada de 5% para a freqüência de afastamentos, o encargo

seria de 0,21%.

GRUPO C

(1) Depósito por Rescisão Sem Justa Causa - 4,3%Avaliação - Sobre o valor da conta no FGTS. Situação alcançada pelo art. 7º, I e III, da

Constituição Federal e pelo art. 18, §1º, da Lei nº 8.036/90.

Deve-se também considerar o disposto no art. 1º da Lei Complementar nº 110/01, que majorou o

percentual de 40% em mais 10% no caso de demissão sem justa causa.

Assim, considerando o percentual de depósito de 8% sobre a remuneração (art. 15, Lei nº

8.036/90), mas também sobre o 13º salário (Enunciado nº 305/TST), teríamos, para contratos de duração

duodenária, como proposto:

AA (%) = 1 + 1 x [40%+10%] (multa) x 8% (retenção) x 100% (empregados) = 4,33%

12

Há algumas ações impetradas no âmbito do Poder Judiciário contra a multa adicional de 10%, pela

alegação de que os fatos que criaram tal contribuição não subsistem há tempos. Algumas dessas ações foramexitosas por decisões liminares. Há também duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (2556-2 e 2568-6),

com medidas liminares expedidas, com eficácia ex tunc, que suspendem parcialmente trechos da Lei

Complementar nº 110/01.

Até que haja alguma decisão definitiva de mérito, tal contribuição deverá ser considerada.

(2) Adicional por Aviso Prévio - 1,6%

Avaliação - o trabalho do IBEC conceitua assim este encargo (fls. 293/294, volume 1):

"C2. Adicional por Aviso Prévio

Corresponde ao adicional referente ao mês de aviso prévio para pagamento do 13º Salário e das

Férias.

Assim, calcula-se 1/12 ou um mês dos percentuais obtidos anteriormente para o 13º Salário e asFérias.

ADICIONAL POR AVISO PRÉVIO = 1/12 x (11,9% + 9,0%) = 1,6%"

O Aviso Prévio, trabalhado ou indenizado, é devido no caso de desligamento sem justa causa e

constitui tempo de serviço para todos os efeitos (inclusive os reflexos em "férias" e "13º salário"), por força do

disposto no §1º do art. 487 da CLT.

Página 22 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 23: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 23/30

p g p p p q 

Com a recente edição do Decreto nº 6.727, de 12.01.2009, que revogou a alínea "f", inciso V, §9º

do art. 214 do Decreto nº 3.048/99, o Aviso Prévio indenizado passou a fazer parte do salário-contribuição -

sofrendo inclusive incidência de contribuição previdenciária (INSS).

No caso de Aviso Prévio indenizado, ele só é cabível caso não haja comunicação (do empregado ao

empregador, ou vice-e-versa) com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, ou seja, quando não há

cumprimento (trabalho) do Aviso Prévio.

Apesar de o empregado ter direito ao recebimento do valor relativo ao Aviso Prévio (quer por

remuneração, quer por indenização) e seus reflexos (em férias e gratificação natalina), é uma opção do

empregador se este irá efetuar o desligamento com ou sem comunicação prévia no prazo constitucionalmente

estabelecido (CF/88, art. 7º, XXI).

Portanto, considera-se incabível repassar aos contratos com a Administração Pública (no caso)

esse encargo de "adicional por aviso prévio", por não ser uma situação de regra, mas sim de exceção, por

arbítrio da empresa contratada.

(3) Indenização Adicional

Avaliação - o trabalho do IBEC não considerou este encargo.

Serve para remunerar a Contratada no caso de a mesma ter que demitir um empregado sem justa

causa no período de 30 dias que antecede a convenção coletiva de trabalho / dissídio coletivo. Neste caso, o

empregado tem direito a receber uma indenização adicional equivalente a um salário mensal.

Sua previsão legal reside na Lei nº 7.238/84, art. 9º.Trata-se de situação que deve ser evitada, devido aos altos custos associados.

Estimando uma freqüência mínima (exemplo) de 1%, tem-se:

IA (%) = 1 x 1% (frequência anual estimada) = 0,0833% 12

GRUPO D

(1) Reincidência do Grupo A sobre o Grupo B - 11,8%

Avaliação - devem ser consideradas as correções listadas nesta instrução.

Refazendo os cálculos para os valores estimados corrigidos:

GRUPO A = 20% + 1,5% + 1,0% + 0,2% + 0,6% + 2,5% + 1,0% + 8,0% Grupo A = 34,8%

GRUPO B = 11,11% + 1,94% + 1,37% + 8,33% + 0,05% + 1,64% + 0,21% Grupo B = 24,65%

Reincidência = (Grupo A %) x (Grupo B %) = 34,8% x 24,65% = 8,58%(2) Incidência do FGTS sobre o Aviso Prévio (trabalhado)

Avaliação - Este item não foi previsto no trabalho do IBEC.

Sua fundamentação legal tem sede no art. 15 da Lei nº 8.036/90, art28, §1º c/c §9º, I, ambos da

Lei nº 8.212/91, e Enunciado nº 305/TST (Tribunal Superior do Trabalho).

Reincidência = (FGTS) x (APT) = 8,0% x 1,94% = 0,1552%

(3) Incidência do FGTS sobre a Gratificação Natalina

Avaliação - Este item não foi previsto no trabalho do IBEC.

Sua fundamentação legal tem sede no art. 15 da Lei nº 8.036/90.

Reincidência = (FGTS) x (13º) = 8,0% x 8,33% = 0,67%

GRUPO E

180. Foram listados os seguintes encargos obrigatórios, decorrentes de leis, normas ou acordoscoletivos e convenções coletivas:

- vale-transporte;

- refeição mínima (café da manhã);

- alimentação ou cesta básica;

- equipamentos de proteção individual (EPI) e uniforme de trabalho;

- seguro de vida;

- consultas (admissionais, periódicas e demissionais) e exames médicos obrigatórios.

181. O percentual global para tais itens ficou em razoáveis 10,2% (planilha fl. 319, volume 1),

conforme as hipóteses e informações registradas no estudo.

182. O Manual do Sicro2 adota 20,51% para "Encargos Adicionais à Mão-de-Obra" (Equipamentode Proteção Individual: 1,12%; Transporte: 4,79%; Alimentação: 9,60; Ferramentas Manuais: 5,00).

183. O Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (SINAENCO)

adota percentual de 11,09% para estes encargos na obra "Orientação para Composição de Preços de Estudos e

Projetos de Arquitetura e Engenharia - Roteiro de Preços / São Paulo, junho de 2008". Na já citada obra

"Orçamento na Construção Civil - Consultoria, Projeto e Execução" (TISAKA, Maçahiko. Ed. PINI, 2006, São

Página 23 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 24: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 24/30

p g p p p q 

Paulo-SP, fl. 41), apresenta-se o espantoso valor de 49,40%, apesar das ressalvas de que tais

encargos dependem do respectivo mercado e dos critérios da empresa contratadora.

184. Como os componentes da equipe técnica (mão-de-obra) são discriminados individualmente

nas propostas, os encargos deste grupo poderiam figurar como insumos, e não como percentual genérico de

encargos. Em outras palavras, esses encargos seriam calculados caso a caso, e seus valores, em moeda

corrente nacional, agregados ao custo unitário respectivo do item componente da equipe técnica.

185. Porém, perder-se-ia a transparência das informações, pois os itens de mão-de-obra teriam

componentes que não somente os salários.

186. Assim, concorda-se com a opção perfilhada no estudo do IBEC de que tais encargos sejam

mantidos como percentuais gerais. Isto facilitaria a comparação do custo direto de mão-de-obra (salários) com

outras fontes de informações. Facilitaria, também, a elaboração de orçamento referencial pelo DNIT, que já

possui banco de dados com componentes de custo para serviços de consultoria de engenharia (vide

informações sítio eletrônico do DNIT, no seguinte endereço :

http://www1.dnit.gov.br/rodovias/sicro/download/Tabela_de_Consultoria_12 _2008.pdf, consulta feita em

março/2009).

187. Ex positis, adotar-se-á válido o percentual sugerido no trabalho do IBEC, para compor os

cálculos.

3.3.2 - Avaliação do resultado da Rotina de Cálculo para Encargos Sociais

188. O total de encargos sociais, após revisão (vide Anexo 1, fl. 240), resultou em 84,04%,admitindo-se hipótese de 90% de Avisos Prévios Trabalhados e o restante, 10%, de Avisos Prévios

Indenizados.

189. Este valor é aproximadamente quatorze pontos percentuais (14%) inferior ao sugerido pelo

IBEC em seu trabalho (97,83%), ora em análise, o que corresponde a uma diferença relativa também de cerca

de 14%. É uma diferença significativa.

190. A IS 06-2006/DG/DNIT fixa limite de 88,04% para encargos sociais, valor bem abaixo do que

foi proposto pelo estudo em análise.

191. É necessário relembrar que o IBEC declarou que seu estudo é "mero de roteiro de cálculo",

sem a pretensão de firmar exação de valor, para fins de regulamentação ou outros, haja vista que cada caso

real tem suas peculiaridades que devem ser consideradas.192. De mesma sorte, os valores calculados nesta instrução para encargos sociais não deveriam

ter o intuito de consubstanciar limites ou referenciais.

193. Visa-se, especialmente, chamar atenção para as impropriedades verificadas no estudo, pela

demonstração da materialidade e da relevância das mesmas. Especialmente por se tratar de roteiro de cálculo,

que poderia acabar sendo utilizado pelo DNIT como se encontra, caso não houvesse críticas, levando-se em

conta que o próprio órgão o encaminhou ao TCU sem comentário próprio algum quanto ao seu mérito ou

quanto à sua correção.

194. Todavia, ante à necessidade de ser dada solução ao caso em tela, o valor apurado após

análise e devidas correções será proposto como referencial a ser adotado pelo DNIT.

4 - CONCLUSÕES

195. Desde a prolação do Acórdão nº 1.146/2004-TCU-Plenário, em 11.08.2004, há mais dequatro anos, não houve deslinde considerado aceitável para este caso em exame.

196. As determinações capitais daquela decisão para o DNIT, consignadas nos seus itens 9.2.2 e

9.2.3, ordenaram àquele Departamento a realização de estudos. Os escopos de tais estudos objetivam,

respectivamente, o estabelecimento de parâmetros (objetivos) para o dimensionamento de equipes em

contratos de supervisão, e o dimensionamento detalhado dos percentuais dos custos administrativos de

supervisão de obras (estenda-se a todos os contratos firmados no âmbito do DNIT relacionados à elaboração de

projetos e de estudos técnicos, e à assessoria técnica, porquanto concorrem no mesmo segmento, de

engenharia consultiva).

197. Neste interregno até a presente data houve, efetivamente, a disponibilização pelo DNIT de

poucos "produtos". Houve a edição da Instrução de Serviço (IS) nº 06/2006/DG/NIT, que se limitou a fixartetos para os valores dos parâmetros das despesas indiretas e do lucro, mas sem demonstrar fundamentação

objetiva e embasada para "Custos Administrativos" (Overhead), como exige a determinação do item 9.2.3 do

Acórdão mencionado. Houve elaboração de estudo para atendimento do item 9.2.2, apenas em março de 2006,

refutados pelo TCU (vide Acórdão nº 176/2008-TCU-Plenário, item 1.2.1.2) por conta de suas impropriedades e

da fragilidade de sua estrutura lógica. Por fim, a elaboração do estudo feito pelo IBEC - Instituto Brasileiro de

Página 24 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 25: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 25/30

p g p p p q 

Engenharia Consultiva, que é o objeto da presente análise.

198. O DNIT solicitou diversas prorrogações, que foram concedidas em sede de delegações de

competência para as Unidades Técnicas da Secretaria do TCU e em Acórdãos - nº 176/2008 (item 1.2.1.2), nº

1.697/08 (item 9.3) e nº 2.997/2008, todos do Plenário do TCU.

199. Especificamente com relação ao monitoramento em si dos itens especificados do Acórdão

1.146/2004-6 do Plenário desta Corte de Contas, o resultado será exposto a seguir.

200. O item 9.2.2 do Acórdão nº 1.146/2004-TCU-Plenário não foi atendido ainda. O Prazo de 120

dias fixado na última prorrogação, pelo Acórdão nº 2.997/2008-TCU-Plenário, expirará em 11.4.2009. Frise-se

que o estudo elaborado pelo IBEC, ora analisado, não trata do assunto daquele item.

201. Para atendimento do item 9.2.3 do mesmo Acórdão o DNIT encaminhou o estudo elaborado

IBEC, analisado nesta instrução. Sua apresentação foi tempestiva, não ensejando comisso ao art. 58, IV, da Lei

nº 8.443/92.

202. Relativamente ao mérito, esse trabalho não traz novidades extraordinárias ao tema, apesar

de conter proposição de mudança radical com relação à praxe no DNIT.

203. Atualmente, o DNIT emprega metodologia em que as despesas administrativas são

apropriadas num item de "Custos Administrativos", por percentual pré-definido incidente sobre o montante de

mão-de-obra, para contratos engenharia consultiva.

204. O IBEC propõe preterir isso, e adotar a metodologia de apropriação, para as despesas

administrativas da contratada, num item "Administração Central" inserido no BDI - percentual de Bonificação eDespesas Indiretas.

205. O conhecido sistema Sicro2, do próprio DNIT, já emprega BDI - para obras rodoviárias.

Portanto, a "novidade" da utilização de BDI é para o caso (contratos de engenharia consultiva), não para o

DNIT.

206. Em avaliação geral do presente caso, a dificuldade de a Administração Pública ter acesso

direto aos dados reais das empresas persiste com a metodologia proposta pelo IBEC. O caráter obscuro relativo

à falta de objetividade e de justificativas procedentes para o valor teto de 50% de custos administrativos,

previsto na Instrução de Serviço nº 06/2006-DG/DNIT, continua presente na assunção deste parâmetro

(administração central - AC).

207. Esse problema continua, ainda que se considere terem sido obtidos os resultados para AC pormeio de pesquisa, junto a empresas do setor - como demonstrado no discorrer desta instrução.

208. Isso decorre do fato de que tal pesquisa foi feita com um número extremamente reduzido de

empresas (sendo declarado que todas elas prestam serviço ao DNIT), o que compromete o resultado do estudo

feito pelo IBEC. Apenas 24 conjuntos de formulários (para 2005, 2006 e 2007) foram distribuídos, sendo que

apenas 13 empresas os responderam. Das informações prestadas, algumas foram desprezadas por estarem

muito discrepantes das demais - em média 6 registros por ano. O que restou não pode ser considerado como

amostra "representativa" para o segmento de engenharia consultiva.

209. É mister seja feita consulta num universo mais amplo, que contemple empresas do segmento

de engenharia consultiva que trabalhem em empreendimentos de porte ou características semelhantes aos da

alçada do DNIT - incluindo empreendimentos puramente privados. Desse modo poderia ser obtida uma média

estatística significativa para esse segmento.210. Como bem se destacou no parecer às fls. 156/163, "as licitações para serviços do tipo

consultoria (elaboração de projetos, assessoria, supervisão de obras, etc.) geralmente são do tipo técnica e

preço." Haveria uma tendência, como citado, de se aplicar peso maior à nota técnica que à nota de preço,

resultando descontos irrisórios em relação aos orçamentos feitos pelo DNIT.

211. Depreende-se que as pesquisas para avaliação de preços e seus componentes não podem se

restringir aos contratos firmados com o próprio DNIT.

212. Como resultado disso, destaca-se que, considerando-se a metodologia do IBEC como está, os

20% de AC ("Administração Central") no BDI têm o mesmo impacto econômico nos contratos que os 50% de

CA ("Custos Administrativos") sobre a parcela de mão-de-obra, como foi demonstrado.

213. Nessas condições, na simulação feita com dados de 10 editais do DNIT (elaboração deprojetos e supervisão de obras) a diferença foi insignificante (menos de 1,0% para a situação proposta).

214. Em miúdos: mudar-se-ia a metodologia, continuariam as mesmas indagações sobre a

legitimidade dos valores para apropriação das despesas administrativas, pois as duas situações, atual e

proposta, se mostraram equivalentes no seu aspecto capital, questão do item 9.2.3 do Acórdão 1.146/2006-

TCU-Plenário.

Página 25 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 26: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 26/30

p g p p p q 

215. Considerando haver pertinência da metodologia proposta para apropriação das despesas

administrativas nos contratos de engenharia consultiva, devem ser levadas em conta, porém, as ressalvas

feitas nesta instrução, resumidas a seguir.

216. Há que destacar que não é cabível a aplicação do BDI sobre todas as despesas diretas e

indiretas. O item "Despesas Gerais" enseja incidência de BDI específico. Mesmo hoje, a IS 06/2006-DG/DNIT

prevê apenas a incidência de margem bruta (lucro) e de tributos sobre tal item, o que deve ser mantido. O BDI

respectivo ficaria em 24,4% utilizando-se a fórmula proposta.

217. Como resultado dessa correção, o impacto já passaria para uma redução significativa de

cerca de 8,3% (na amostra) de redução com relação aos valores contratuais.

218. Em avaliação específica, sobre aspectos peculiares qualitativos do BDI proposto, este se

mostra adequado para contratos de engenharia consultiva e apresenta mais vantajosa do que a metodologia

que usa percentual de "Custos Administrativos" diretamente sobre a parcela de mão-de-obra.

219. Destacam-se as características relacionadas à transparência e à segurança na prática de

elaboração orçamentária.

220. Os valores para os demais parâmetros mostraram-se adequados.

221. Faz parte do estudo do IBEC, ainda, uma seção que objetiva apresentar roteiro para o cálculo

de encargos sociais.

222. Verificaram-se diversas impropriedades. Para conhecimento, ante algumas pouquíssimas

hipóteses ora feitas (como o percentual de freqüência de Avisos Prévios nas modalidades trabalhada eindenizada), o percentual final de encargos sociais ficou em cerca de 84%, ante os 98% do estudo, somente

por conta da correção nas premissas e nos lançamentos feitos. Esses encargos ficaram superiores aos próprios

hoje adotados pelo DNIT, que os limita em 88,04% pela IS nº 06/2006/DG/DNIT.

223. O interesse principal da avaliação feita nesta instrução, acerca da parte do estudo do IBEC

relativa aos encargos sociais, não seria definir o valor para servir de referência, mas alertar para as

impropriedades verificadas, especialmente por se tratar de roteiro de cálculo.

224. Devido ao longo decurso de prazo sem solução efetiva pra o caso em tela, porém, resta

propor a adoção de solução, a despeito da possibilidade de o DNIT de realizar futuros trabalhos mais

consistentes que o ora apresentado pelo IBEC.

225. Os valores avaliados nesta instrução, considerados adequados como referenciais, são:1) BDI (Bonificação e Despesas Indiretas) - 52,33%, para aplicação sobre os custos diretos e

indiretos relacionados diretamente à mão-de-obra, considerando os seguintes componentes:

Administração Central: 20,00% sobre os custos diretos;

Custos Financeiros: 0,76% sobre os custos diretos;

Garantias: 0,06% sobre os custos diretos;

Margem de Incerteza: 1,64% sobre os custos diretos;

Tributos (sobre faturamento): 8,65% (ver legislação específica);

Margem Bruta de Contribuição (lucro): 10,96% sobre o preço de venda.

2) BDI (Bonificação e Despesas Indiretas) - 24,4%, para aplicação sobre os componentes do item

"Despesas Gerais", considerando os seguintes componentes:

Administração Central: 0,00 sobre os custos diretos;Custos Financeiros: 0,00 sobre os custos diretos;

Garantias: 0,00 sobre os custos diretos;

Margem de Incerteza: 0,00 sobre os custos diretos;

Tributos (sobre faturamento): 8,65% (ver legislação específica);

Margem Bruta de Contribuição (lucro): 10,96% sobre o preço de venda.

3) Encargos Sociais - 84,04%

226. Caso seja acatada a proposta de adoção dessa nova metodologia (incluindo valores), uma

nova normatização interna será necessária para substituir a atual Instrução de Serviço (IS) nº

06/2006/DG/DNIT.

227. No caso de empresas com tributação com base no lucro real, os ajustes previstos nalegislação específica deverão ser considerados.

228. Ressalte-se, por fim, que o DNIT encaminhou o estudo realizado pelo IBEC sem a

apresentação de nenhum comentário próprio explícito em sua defesa, sob risco de se ver compelido a acatar a

determinação do TCU, qualquer que seja, e de, mesmo, perceber terem sido vãos os seus esforços feitos.

5 - PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

Página 26 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 27: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 27/30

p g p p p q 

229. Ante o exposto, encaminha-se a presente instrução à consideração superior, propondo:

1) Considerar que a proposta encaminhada pelo DNIT, por intermédio do Ofício nº

3.099/2008/DG/DNIT e respectiva documentação anexa a ele, é suficiente para atendimento ao Item 9.2.3 do

Acórdão nº 1.146/2004-TCU-Plenário, desde que consideradas as correções propostas pela Secretaria de

Fiscalização de Obras - Secob, e sem prejuízo da possibilidade de elaboração, pelo DNIT, de futuras propostas

com mesmo objetivo;

2) Determinar ao DNIT:

1.1 Encaminhar ao TCU, tão logo esteja concluída, a documentação que comprove o atendimento

ao item 9.2.2 do Acórdão nº 1.146/2004-TCU-Plenário, atentando ao prazo fixado pelo item 1.2.1.2 do Acórdão

nº 2.997/2008-TCU-Plenário;

1.2 Adotar para a elaboração de orçamentos estimativos referentes à contratação de serviços de

consultoria, assessoria técnica, elaboração de projetos, supervisão de obras e outros correlatos à sua atividade

finalística, metodologia com emprego de BDI - Bonificação e Despesas Indiretas, efetuando os ajustes

necessários no caso de contratada sujeita ao regime de tributação com base no lucro real;

1.3 Adotar os seguintes valores referenciais máximos

2.3.1) BDI (Bonificação e Despesas Indiretas) - 52,33% para incidência sobre os custos diretos e

indiretos relacionados diretamente à parcela de mão-de-obra;

2.3.2) BDI (Bonificação e Despesas Indiretas) - 24,4% para incidência sobre as demais Despesas

Gerais;2.3.3) Encargos Sociais - 84,04%

1.4 Encaminhar, no prazo de 90 dias, para avaliação, o normativo substitutivo da Instrução de

Serviço nº 06/2006-DG/DNIT que contemple as alterações ora determinadas.

3) Determinar à Secretaria de Fiscalização de Obras que monitore o atendimento ao item (2)."

3. O Gerente de Divisão da Secob-1, com a anuência do Titular da secretaria, manifestou-se em

concordância com o encaminhamento proposto pelo Auditor Federal, nos termos do despacho exarado à fl. 420,

a seguir transcrito:

"Manifesto-me de acordo com a instrução às fls. 338/378.

2. Após a conclusão da referida instrução, em 12/3/2009, estando os autos sob a apreciação do

corpo dirigente da Secob, o DNIT encaminhou o Ofício nº 838/2009/DG, de 14/4/2009 (anexo 2 - fl. 2),informando que até 15/5/2009 enviaria informações preliminares em cumprimento à determinação contida no

item 9.2 do Acórdão 1.697/2008 - Plenário.

3. O titular da 1ª Secex, por meio do Memorando nº 052/2009 (fl. 1 - anexo 2), encaminhou cópia

do referido Ofício à Secob para instrução do TC-025.789/2006-4.

4. Em 20/5/2009, por meio do Ofício nº 1300/2009/DG (anexo 2 - fl. 3), o DNIT enviou a

documentação que compõe o restante do anexo 2 dos autos.

5. Tais fatos acabaram por atrasar a tramitação do processo, diante da expectativa de se efetuar

nova instrução para análise da documentação complementar enviada pelo DNIT.

6. No entanto, a nova documentação apresentada pelo DNIT versa sobre o item 9.2 do Acórdão

1.697/2008 - Plenário, assunto diverso daquele que é o objeto dos presentes autos: monitoramento dos itens

9.2.2 e 9.2.3 do Acórdão 1.146/2004 - Plenário, os quais foram reiterados por meio do item 9.3 do Acórdão

1.697/2008 - Plenário. A determinação proferida mediante o item 9.2 do Acórdão 1.697/2008 - Plenário refere-

se ao caso concreto tratado no TC-009.586/2008-4, o qual se encontra encerrado na 1ª Secex.

7. O presente processo, constituído e autuado em 2006, obviamente não poderia se prestar para

monitorar uma deliberação proferida em 2008.

8. Diante do exposto, em adição às propostas elencadas à fl. 378, propõe-se o desentranhamento

da documentação que compõem o anexo 2 dos autos e o seu envio à 1ª Secex para o prosseguimento do

monitoramento na forma estabelecida no art. 4º, Inciso I, da Portaria SEGECEX nº 27/2009."

4. Mediante o despacho de fl. 422, autorizei o desentranhamento da documentação que compõe o

Anexo 2 destes autos e o seu envio à 1ª Secretaria de Controle Externo - 1ª Secex, consoante proposta

formulada no despacho acima reproduzido.É o Relatório

Voto do Ministro Relator 

VOTO

Cuidam os autos de monitoramento do cumprimento das determinações emanadas dos subitens

Página 27 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 28: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 28/30

p g p p p q 

9.2.2 e 9.2.3 do Acórdão nº 1.146/2004-Plenário, a seguir reproduzidas:

"9.2. determinar ao Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes - Dnit que:

(...)

9.2.2. realize estudo com vistas a estabelecer parâmetros para o dimensionamento de equipes em

contratos de supervisão, de forma que os valores máximos dos referidos contratos sejam fixados não só em

função do valor do orçamento da obra, mas também em função dos requisitos técnicos necessários à efetiva

fiscalização, encaminhando os resultados à Secretaria de Fiscalização de Obras deste Tribunal no prazo de 180

dias;

9.2.3. realize estudo detalhado relativamente aos percentuais dos custos administrativos nos

contratos de supervisão de obras, com vistas a determinar o correto dimensionamento do percentual ou

percentuais utilizados no âmbito do Dnit, enviando os resultados à Secretaria de Fiscalização de Obras deste

Tribunal no prazo de 180 dias;"

2. Por meio do Acórdão nº 176/2008-Plenário (Relação nº 2/2008 deste Gabinete; Ata nº 4/2008-

Plenário; Sessão de 20/2/2008), o Tribunal considerou tecnicamente inconsistente o estudo inicial apresentado

pelo Dnit com a finalidade de atender à determinação contida no subitem 9.2.2, pelo que fixou novo prazo para

o seu pleno atendimento.

3. Informa a Secob-1, nesta oportunidade, que a determinação contida no subitem 9.2.2 do

Acórdão nº 1.146/2004-Plenário restou não cumprida e que o prazo concedido pelo Acórdão nº 2.997/2008-

Plenário (Relação nº 32/2008 deste Gabinete; Ata nº 53/2008-Plenário; Sessão de 10/12/2008), paraapresentação de novo estudo, expiraria em 11/4/2009. Findado esse prazo, a previsão de envio da

documentação proposta pela autarquia não se confirmou, consoante relatado no despacho do Gerente de

Divisão daquela unidade especializada. Logo, a partir da última instrução da Secob-1, não houve mais

pronunciamento do Dnit, tampouco envio de documentação complementar a respeito do cumprimento da

determinação exarada no mencionado subitem 9.2.2.

4. Quanto ao subitem 9.2.3, a referida instrução técnica ateve-se ao exame do estudo

confeccionado pelo Instituto Brasileiro de Engenharia Consultiva - IBEC. O Dnit, por sua vez, encaminhou o

referido estudo no prazo determinado por este Tribunal, mas se absteve de efetuar comentários sobre ele.

5. De modo geral, o trabalho produzido pela Secob-1, de qualidade técnica excelente, expõe

conclusões importantes sobre a problemática relativa à definição dos custos administrativos em contratos deengenharia consultiva (projetos, supervisão de obras e outros). Ressalta pontos positivos decorrentes da nova

metodologia de estimativa de custos proposta pelo instituto, baseada no estabelecimento de taxa referencial de

Bonificação e Despesas Indiretas - BDI, em vez da tradicional incidência de percentual de despesas

administrativas sobre os custos de mão-de-obra. Por outro lado, mostra aspectos negativos, dentre os quais a

ausência de resultado prático significativo com relação à metodologia proposta na Instrução de Serviço nº

6/2006-DG/Dnit, a dificuldade de se definir critérios objetivos para obtenção de referencial de custos

administrativos e a insuficiente base de dados proveniente do reduzido número de empresas do setor

pesquisadas pelo IBEC.

6. Apesar dos aspectos negativos, novos valores referenciais sobrevêm desse trabalho, resultantes

de ajustes na forma de cálculo proposta pelo instituto, dos quais cito a aplicação de taxa de BDI reduzido para

o caso de "Despesas Gerais" e a adoção de critérios diferenciados para o cálculo da taxa de encargos sociais.7. Expostos os fatos, penso que, ante o tempo transcorrido entre a instrução da área técnica e o

momento atual, é pertinente facultar ao Dnit pronunciar-se sobre a análise feita pela Secob-1 no que se refere

ao estudo encaminhado pelo IBEC, em homenagem ao princípio do contraditório, o que poderá viabilizar o

ingresso de documentos e informações atualizadas sobre o tratamento conferido à matéria no âmbito daquela

autarquia.

8. Essa medida, também, vai ao encontro do reconhecimento, por parte daquela unidade

especializada, de que a proposta atual de fixação de taxas de BDI referenciais resulta da necessidade de tornar

efetivo o processo, marcado por longo interregno sem julgamento de mérito, embora, por outro lado, assuma a

possibilidade de o Dnit realizar, futuramente, estudos mais consistentes que o atual. De fato, é notório que os

trabalhos realizados ao longo deste processo tendem a importar economia aos cofres públicos, a começar peloestabelecimento de parâmetros objetivos a serem seguidos pela Administração Pública quando da formulação

de orçamentos integrantes dos editais destinados à contratação de serviços de consultoria.

9. Todavia, penso que a dificuldade de se definir critérios objetivos a respeito dos custos

administrativos de empresas do setor, que pode ser solucionada ou minimizada, por exemplo, pela ampliação

do escopo da pesquisa feita pelo IBEC junto ao mercado - vide parágrafo seguinte -, desperta a necessidade de

Página 28 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 29: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 29/30

p g p p p q 

se atuar com cautela previamente à submissão da matéria para apreciação de mérito, procurando-

se esgotar todos meios de perscrutação no intuito de conferir maior confiabilidade aos estudos técnicos. Não é

demais assinalar que este processo servirá de paradigma para a economicidade dos inúmeros contratos de

engenharia consultiva, com destaque para os de supervisão de obras, de modo que o seu resultado deve

apresentar-se bastante consistente.

10. Nessa linha, tomando como base aspecto conclusivo suscitado pela unidade especializada,

seria de bom tom recomendar ao Dnit que promovesse, em conjunto com o IBEC, complementação do estudo

examinado nesta ocasião, de forma a ampliar a sua base de dados estatística utilizada para fixação da taxa de

administração central integrante do cálculo de BDI, a exemplo da extrapolação da pesquisa de mercado "paraempresas do segmento de engenharia consultiva que trabalhem em empreendimentos de porte ou

características semelhantes aos da alçada do Dnit - incluindo empreendimentos puramente privados". Contudo,

tendo em vista que estou propondo abertura de prazo à autarquia para que apresente, se assim desejar,

contrarrazões acerca da análise e das conclusões expressas na instrução da Secob-1, essa medida deve ser

sobrestada até ulterior deliberação.

11. Considero, por fim, mais razoável e eficiente que a apreciação de mérito destes autos seja

realizada em conjunto com a matéria atinente à determinação imposta pelo subitem 9.2.2 do Acórdão nº

1.146/2004-Plenário, razão pela qual se impõe reiterar a determinação expressa no subitem 1.2.1 do Acórdão

nº 176/2008-Plenário (Relação nº 2/2008 deste Gabinete; Ata nº 4/2008-Plenário; Sessão de 20/2/2008),

fixando ao Dnit prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias para que apresente novo estudo técnico, nos termosdaquele decisum. Em acréscimo, deve-se alertar a autarquia de que o descumprimento de determinação desta

Corte enseja a aplicação de sanções aos responsáveis, nos termos do art. 58, inciso IV, da Lei nº 8.443/1992,

c/c o art. 268, incisos VII e VIII, do Regimento Interno do TCU.

Pelas razões expostas, VOTO no sentido de que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à

deliberação deste Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 25 de agosto de 2010.

AUGUSTO NARDES

Relator

Acórdão 

VISTOS, relatados e discutidos estes autos constituídos para o monitoramento do cumprimentodas determinações emanadas dos subitens 9.2.2 e 9.2.3 do Acórdão nº 1.146/2004-Plenário,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as

razões expostas pelo Relator, em:

9.1. conceder ao Dnit prazo de 30 (trinta) dias para que se manifeste, se assim desejar, sobre a

análise e as conclusões contidas na instrução elaborada pela Secob-1 (fls. 338/378 e anexos), relativas ao

estudo encaminhado pela autarquia em atendimento ao subitem 9.2.3 do Acórdão nº 1.146/2004-Plenário;

9.2. reiterar a determinação expressa no subitem 1.2.1 do Acórdão nº 176/2008-Plenário (Relação

nº 2/2008 deste Gabinete; Ata nº 4/2008-Plenário; Sessão de 20/2/2008), fixando ao Dnit prazo improrrogável

de 60 (sessenta) dias para que apresente novo estudo técnico que comprove atendimento ao subitem 9.2.2 do

Acórdão nº 1.146/2004-Plenário, nos termos daquele decisum;9.3. alertar o Dnit de que o descumprimento de determinação desta Corte enseja a aplicação de

sanção aos agentes públicos responsáveis pelo ato irregular, nos termos do art. 58, inciso IV, da Lei nº

8.443/1992, c/c o art. 268, incisos VII e VIII, do Regimento Interno do TCU

Quorum 

13.1. Ministros presentes: Ubiratan Aguiar (Presidente), Valmir Campelo, Walton Alencar

Rodrigues, Augusto Nardes (Relator), Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro, José Jorge e José Múcio Monteiro.

13.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti, Marcos Bemquerer Costa, André Luís de

Carvalho e Weder de Oliveira

Publicação Ata 31/2010 - Plenário

Sessão 25/08/2010

Aprovação 31/08/2010

Dou 01/09/2010

Página 29 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual

15/9/2010http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?p=1&doc=6&templ=default&qn=3

Page 30: A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3)

5/10/2018 A-2010-2129P_(Custos_Administrativos_Consultoria) (3) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/a-2010-2129pcustosadministrativosconsultoria-3 30/30

p g p p p q 

 

Referências (HTML) 

Documento(s):AC_2129_31_10_P.doc 

Página 30 de 30TCU - Portal de Pesquisa Textual