3 2010 modelos institucionais 3
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Modelos InstitucionaisTRANSCRIPT
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Modelos institucionais dasorganizaes de pesquisa
Srie Documentos Tcnicos 03-10
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A Srie Documentos Tcnicos tem o objetivo de divulgar resultados de estudos e anlises realizados pelo
CGEE com a participao de especialistas e instituies vinculadas aos temas de que se refere o trabalho.
Documentos com indicao individual de autoria podem conter opinies que no refletem
necessariamente o ponto de vista do CGEE.
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Maio, 2010
Modelos institucionais das organizaes de pesquisa
Srie Documentos Tcnicos 03-10
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CentrodeGestoeEstudosEstratgicos(CGEE)O Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE) uma associao civil sem fins lucrativos e de interesse pblico, qualificada como Organizao Social pelo executivo brasileiro, sob a superviso do Ministrio da Cincia e Tecnologia. Constitui-se em instituio de referncia para o suporte contnuo de processos de tomada de deciso sobre polticas e programas de cincia, tecnologia e inovao (CT&I). A atuao do Centro est concentrada nas reas de prospeco, avaliao estratgica, informao e difuso do conhecimento.
PresidentaLucia Carvalho Pinto de Melo
Diretor ExecutivoMarcio de Miranda Santos
DiretoresAntonio Carlos Filgueira GalvoFernando Cosme Rizzo Assuno
Edio e reviso / Tatiana de Carvalho Pires Projeto grfico / Eduardo OliveiraDiagramao / Vincius RomualdoCapa / Camila Maia
C389m Modelos institucionais das organizaes de pesquisa: srie docu-
mentos tcnicos 3 Braslia : Centro de Gesto e Estudos Estratgicos, 2010.
72 p.; il, 20 cm - (Srie Documentos Tcnicos)
1. 1. Organizaes de pesquisa - Brasil. 2. Estratgias gerenciais. I. CGEE. II. Ttulo. III. Srie.
CDU061.2:658
CentrodeGestoeEstudosEstratgicosSCNQd2,Bl.A,Ed.CorporateFinancialCentersala110270712-900,Braslia,DFTelefone:(61)3424.9600http://www.cgee.org.br
EstapublicaoparteintegrantedasatividadesdesenvolvidasnombitodoContratodeGestoCGEE14TermoAditivo/Ao:53.4.5-InovaesInstitucionaisparaoSNCTISubao:ModelosInstitucionaisdasOrganizaesdePesquisa/MCT/2008.
TodososdireitosreservadospeloCentrodeGestoeEstudosEstratgicos(CGEE).Ostextoscontidosnestapublicaopoderoserreproduzidos,armazenadosoutransmitidos,desdequecitadaafonte.Sugestodecitao:CGEE,ttulo,autoria,anodepublicao,CGEE:Braslia.Impresso em 2010.
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SupervisoFernando Cosme Rizzo Assuno
ConsultoresCarolina RioDbora MelloFernando Colugnati
Equipe tcnica do CGEECarlos Augusto Caldas de Moraes (Coordenador)
Modelos institucionais dasorganizaes de pesquisa
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Sumrio
Apresentao
Introduo
. Modelos jurdco-nsttuconas e capacdade de atuao deorganzaes de pesqusa no pas
1.1 Modelo institucional e estratgias gerenciais 18
. Levantamento e anlse de organzaes de pesqusa (OPs) que atuam no pas
2.1 A elaborao da base de dados 24
2.2 Anlise do banco de dados 28
2.3 Identifi cao das OPs panorama da criao das organizaes de pesquisa no pas 29
2.4 Localizao 32
2.5 reas do conhecimento 35
2.6 Natureza jurdica 40
. Dmenses de anlse e elementos crtcos para o desenvolvmento nsttuconal das organzaes de pesqusa
. Anlse geral, concluses e recomendaes para reflexo
Referncas
Anexos
Apresentao Apresentao
organzaes de pesqusa no pas organzaes de pesqusa no pas
que atuam no pas que atuam no pas
Anlse geral, concluses e recomendaes para reflexo Anlse geral, concluses e recomendaes para reflexo
nsttuconal das organzaes de pesqusa nsttuconal das organzaes de pesqusa
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9Apresen
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Apresentao
Este documento contm os resultados do trabalho realizado no mbito do projeto exploratrio Modelos Institucionais dos Institutos de Pesquisa, uma iniciativa do Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE), organizao social supervisionada pelo Ministrio da Cincia e Tecnologia, e que contou com o fundamental apoio do Grupo de Estudos sobre Organizao da Pesquisa e da Inovao (GEOPI), do Departamento de Poltica Cientfi ca e Tecnolgica (DPCT), do Instituto de Geocincias da UNICAMP1.
O documento examina a relao entre o modelo jurdico-institucional e o modelo gerencial de organizaes de pesquisa (OPs) e apresenta um perfi l de 200 OPs no pas, identifi cadas como or-ganizaes pblicas e privadas, sem fi ns lucrativos, dedicadas pesquisa nas reas de cincias exa-tas e da terra, cincias biolgicas, engenharias, cincias da sade e cincias agrrias, localizadas em qualquer unidade da federao. As informaes sobre as OPs, consolidadas no banco de dados criado, permitiram a elaborao de um panorama da criao de organizaes de pesquisa no Brasil, e anlises da sua distribuio espacial e por reas do conhecimento e natureza jurdica.
Tambm so apresentadas as contribuies de um painel de especialistas, que contou com a parti-cipao de 29 especialistas de 21 organizaes voltadas a P&D no Brasil, que discutiram sete dimen-ses de anlise (ou temas) e correspondentes elementos crticos para as organizaes de pesquisa no seu desenvolvimento institucional, no cumprimento de suas misses e na sua insero no Siste-ma Brasileiro de Cincia, Tecnologia e Inovao.
1 Os responsveis pelo trabalho no GEOPI/DPCT/UNICAMP Carolina Rio, Dbora Mello e Fernando Colugnati - agra-decem a colaborao de vrias pessoas durante a realizao do projeto, especialmente Sergio Salles-Filho e Maria Beatriz Bonacelli (GEOPI/DPCT), Claudenicio Ferreira (CTI/MCT) e Pedro Batistella (Geografi a/IG/Unicamp).
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Introduo
Avaliaes internacionais atribuem aos institutos e centros de pesquisa um papel cada vez mais relevante nos sistemas nacionais de inovao, e os identificam como partes importantes nas polticas de desenvolvimento econmico e na busca de competitividade internacional. Essas or-ganizaes podem competir com as universidades por alguns dos recursos governamentais des-tinados pesquisa bsica, e interagem com outras organizaes e com empresas que buscam a aplicao direta de conhecimentos, reduzindo as incertezas inerentes introduo de inovaes.
No Brasil, a maior conscientizao da sociedade sobre a importncia da cincia, da tecnologia e da inovao para o progresso econmico e social tem motivado uma ampliao dos dispn-dios em pesquisa e desenvolvimento e dos incentivos formao de recursos humanos qua-lificados. Novas instituies privadas relacionadas com C,T&I vm colaborar com os esforos dos institutos e centros de pesquisa pblicos existentes para o aumento da competitividade das empresas nacionais.
As demandas oriundas da iniciativa privada, as alteraes no funding dos institutos e centros de pesquisa pblicos e a maior disputa pelos recursos financeiros disponveis tm aumentado a competio entre organizaes pblicas e privadas, e requerido o aprimoramento de suas capa-citaes, em reas como captao e gesto de recursos financeiros governamentais ou privados, prestao de servios ou venda de produtos, relacionamento com clientes e participao em redes de pesquisa e de inovao2.
2 Salles Filho e Bonacelli (2005), Trajetrias e Agendas para os Institutos e Centros de Pesquisa, preparado para a III Confe-rncia Nacional de C, T & I
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Adicionalmente, e visando melhor capacidade de resposta s demandas de seus clientes, os ins-titutos e centros de pesquisa necessitaro avaliar e aprimorar os seus processos internos e exa-minar a possibilidade de adoo de modelos de gesto e modelos jurdico-institucionais mais compatveis com suas formas de atuao.
Este documento est organizado em quatro partes, alm das referncias bibliogrficas e anexos. A primeira (item 1) analisa de forma conceitual a relao entre modelo jurdico-institucional e gerencial e a capacidade de atuao das OPs. A discusso coloca em foco como tais elementos podem influenciar na tomada de deciso ao mesmo tempo em que pode haver espaos para implementao de estratgias gerenciais que promovam as organizaes.
A discusso coloca em foco como tais elementos podem influenciar na tomada de deciso ao mesmo tempo em que pode haver espaos para implementao de estratgias gerenciais que promovam as organizaes.
A segunda parte (item 2) apresenta o perfil (ou panorama) atualizado de 200 OPs pblicas e pri-vadas brasileiras (Anexo 13 ). A anlise teve como base um banco de dados desenvolvido no m-bito do projeto, composto por informaes diversas, que foram agrupadas em cinco categorias:
1) Identi cao das organizaes, com acrnimo, nome da organizao, organizao mante-nedora ou principal stakeholder e ano de fundao;
2) Localizao, que aponta a regio, o estado e o municpio no qual a organizao est instalada;
3) rea do conhecimento e atuao, informa sobre a rea de conhecimento em que as ativi-dades de pesquisa so desenvolvidas e se a organizao atua ou no na rea de ensino;
4) Natureza jurdica, composta por dados extrados do Cadastro Nacional de Pessoas Jurdi-cas (CNPJ) da Receita Federal (RF), categoria que contm: cdigo de classifi cao das organi-zaes segundo a RF, defi nio da categoria, descrio, natureza pblica ou privada e CNPJ; e, por fi m,
5) Informaes gerais, com campos contendo homepage, telefone e email para contato. H tambm um campo adicional Observaes Gerais , com informaes sobre misso, esta-tuto, objetivo, entre outras.
3 O Anexo 1 contm a lista das organizaes de pesquisa que foi elaborada pela equipe do projeto e que foi validada por especialistas que participaram do painel estruturado realizado ao fi nal do levantamento dos dados. Os dados apresentados no anexo representam parte das informaes coletadas, como nome, acrnimo, localizao e natureza jurdica da organi-zao. O banco de dados completo est em documento parte em formato de planilha Excel.
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Introd
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A terceira parte (item 3) analisa, a partir das discusses promovidas no mbito de Painel de Es-pecialistas realizado em dezembro de 2009, a situao atual e define direcionamentos para a atu-ao das OPs no pas. No painel, 21 instituies foram representadas, provendo o debate sobre dimenses de anlise e elementos crticos para o cumprimento da misso, a insero e o fortale-cimento da participao das OPs no Sistema Nacional de Inovao (SNI).
O documento se encerra (item 4) com uma anlise geral, concluses e comentrios para reflexo quanto aos resultados alcanados tanto pelo levantamento e organizao de informaes das OPs a partir do banco de dados, como a partir da anlise dos debates propostos.
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1. Modelos jurdico-institucionais e capacidade de atuao de organizaes de pesquisa no pas
As organizaes de pesquisa, com destaque para as pblicas, desempenharam um papel funda-mental no desenvolvimento cientfico e socioeconmico do pas, principalmente em agricultura, sade pblica e tecnologia industrial. Mais recentemente, a presena dos institutos privados tem crescido e auxiliado no desenvolvimento de novos conhecimentos e no oferecimento de servi-os em P&D no Brasil. Tais organizaes, em conjunto com universidades, centros de pesquisa de empresas privadas e pblicas (os chamados centros cativos), fundaes e outros organismos de P&D e de apoio esto no centro do SNI, cada qual com sua natureza e lgica de atuao.
Nos ltimos anos, as demandas crescentes das empresas por P&D e servios tecnolgicos, o au-mento da complexidade cientfica e tecnolgica, a reduo de dotaes oramentrias para os institutos pblicos de pesquisa, a criao de muitos institutos privados (sem fins lucrativos) e a disponibilizao de recursos financeiros alocados em bases competitivas, entre outras variantes, tm aumentado a concorrncia entre organizaes pblicas e privadas, bem como entre outros atores do sistema de inovao.
As OPs que almejam estar bem posicionadas em tal ambiente competitivo devem aprimorar suas competncias para tal, especialmente as relacionadas capacitao gerencial e estratgica, entre as quais se destacam: o desenvolvimento de competncias na gesto de recursos financei-ros (tanto aqueles obtidos via governo e/ou por outras instituies, ou ento oriundos da presta-o de servios ou venda de produtos); o aumento da capacidade de atendimento a demandas
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por projetos de P&D e servios tcnico-especializados; o desenvolvimento de competncias no relacionamento com outros atores do sistema de CT&I e na participao em redes de pesquisa e de inovao; e a capacitao para se trabalhar com outros elementos imprescindveis de gesto (por exemplo, direitos de propriedade e de transferncia tecnolgica).
Apesar de haver a necessidade de mudana e adaptao ao ambiente competitivo, muitas OPs sentem dificuldades para alterar estratgias e podem sofrer negativamente com a alterao e presso do ambiente institucional. As organizaes pblicas de pesquisa, que a partir da crise dos anos 1980 foram foradas a se reestruturar e alterar a forma de organizao e at mesmo sua misso, chegaram aos dias atuais divididas em trs categorias, como propem Salles-Filho e Bonacelli (2009): 1) as path finders, organizaes que se reorganizaram e mantiveram as mis-ses originais; 2) as path founders, organizaes que optaram pela modificao de suas misses (muitas vezes com perda de identidade e de espao no SNI); e, 3) as path losers, organizaes que permaneceram com modelos organizacionais e gerenciais incompatveis com o novo am-biente e que foram excludas ou tiveram importncia reduzida no SNI. Acredita-se que os dife-rentes desempenhos estejam atrelados capacidade de percepo da necessidade de mudanas de vrias ordens e, principalmente, da implementao de mudanas. Organizaes de pesquisa em grande parte do mundo sentiram as alteraes nos ambientes concorrenciais da P&D e os impactos de tais mudanas; em pases como Dinamarca, Frana, Alemanha, Hungria, Itlia, No-ruega, Portugal, Sua e Reino Unido, instituies de pesquisa passaram por momentos de re-estruturao semelhante, apesar das especificidades das OPs e dos respectivos pases (SENKER, 2000; FERREIRA, 2001).
A reestruturao das OPs e a importncia relativa alcanada no mbito dos SNIs foram desta-cadas em trs estudos internacionais recentes: PREST (2002); STROM et al. (2008) e ARNOLD et al. (2008), que discutem questes relevantes para o debate sobre institutos de pesquisa. O estudo elaborado pelo Prest foi resultante de projeto-consrcio que envolveu universidades e grupos de pesquisa europeus. Com uma base de dados de 769 institutos de pesquisa, comple-mentados pelas informaes de 40 estudos de caso, o estudo apresentou um detalhado perfil dos centros de C&T pblicos, semipblicos e recentemente privatizados e seus desafios. Foram vrios os aspectos discutidos pelo amplo estudo, como a questo relativa prpria definio do papel das instituies de pesquisa e das universidades no SNI, a definio do que e do que no pblico quanto aos resultados das atividades de pesquisa (ou seja, a discusso no to recente, mas recorrente, entre bens pblicos vs bens privados e disponibilizao dos resultados da pes-quisa), entre outros.
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STROM et al. (2008), em projeto preparado para o Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inova-o da Dinamarca, apresentaram uma comparao horizontal de cinco sistemas de institutos de pesquisa europeus GTS (Dinamarca), Sintef (Noruega), Ireco (Sucia), TNO (Holanda) e Frau-nhfer (Alemanha). As dimenses analisadas foram: os contextos de atuao e o papel no SNI; o conceito de negcio e a estratgia; modelo de governana; desenvolvimento de capacidades/competncias; e origens dos recursos financeiros. Um dos aspectos analisados justamente a re-lao entre o modelo jurdico-legal das instituies e o desempenho das mesmas e o resultado a relao no linear nem causal entre as variveis (aspecto que ser melhor discutido adiante, quando da anlise do painel realizado no escopo deste trabalho).
Finalmente, o relatrio de ARNOLD et al. (2007), preparado sob encomenda da Vinnova, Agn-cia de Sistemas de Inovao da Sucia, buscou avaliar a atuao dos institutos de pesquisa e a distino com os papis das universidades suecas; em que grau a atuao dos institutos estava relacionada s demandas do setor industrial; e as necessidades de financiamento para o desem-penho de seus papis no sistema de inovao sueco. As dimenses consideradas no estudo so equivalentes s do estudo dinamarqus referenciado acima. O relatrio tambm apresenta a histria do sistema de institutos de pesquisa na Sucia e inclui comparaes com sete pases.
No caso brasileiro, iniciativas direcionadas ao fortalecimento e estudo dos institutos de pesqui-sa nacionais vm sendo realizadas nos ltimos anos, sendo destaques os estudos realizados pelo prprio CGEE. Dentre eles, dois dos mais importantes so os trabalhos Papel das Organizaes Estaduais de Pesquisa Agropecuria (Oepas), de 2004, e Organizaes Estaduais de Pesquisa Agropecuria (Oepas): estruturando instrumentos de planejamento para a sua consolidao, de 2009 (o qual resultou em relatrios individuais de algumas das Oepas do pas). Deve-se tambm comentar os estudos e projetos sobre o processo de reorganizao institucional de OPs reali-zados pelo Geopi/DPCT/Unicamp, que vem desenvolvendo pesquisas nesta linha desde 1995, assim como o papel da Associao Brasileira das Instituies de Pesquisa Tecnolgica (Abipti), especialmente no que tange disseminao dos preceitos do Programa Nacional de Qualidade junto a OPs do pas.
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1.1 Modelo institucional e estratgias gerenciais4
Quadro 1: Anlise comparativa de modelos jurdico-institucionais no Brasil
Siglas: CGU Controladoria Geral da Unio; TCU Tribunal de Contas da Unio; MPOG Ministrio do Planejamento,
Oramento e Gesto; OGU Oramento Geral da Unio
4 Baseado em Salles-Filho e Bonacelli (2009); Garcia e Salles-Filho (2009); Salles-Filho et al. (2005, 2007).
Atributos do modelo de gesto
Administrao DiretaAutarquia / Fundao P-blica/rgo autnomo
Fundao Estatal de Direito Privado
Organizao Social Empresa PblicaSociedade de Economia Mista (Tesouro Maior)
Sociedade de Economia Mis-ta (Tesouro Menor)
Composio de oramento
Vinculao ao OGU e rigi-
dez programtica
Vinculao ao OGU e rigi-
dez programticaVinculao ao OGU
Vinculao ao OGU, objeti-
vos e metas por contrato de
gesto
Vinculao ao OGU e fle-
xibilidade programtica se
no dependente do tesouro
Vinculao ao OGU e fle-
xibilidade programtica se
no dependente do tesouro
Vinculao ao OGU e flexibili-
dade programtica
Captao, gerao e gesto de recursos extra-oramentrios
Dependente do rgo ao
qual est vinculadoSujeito incluso no OGU Sujeito incluso no OGU Flexibilidade total
Flexibilidade total se no
dependente do Tesouro
Flexibilidade total se no
dependente do TesouroFlexibilidade total
Celebrao de contratos de compra e venda de
bens e servios
Dependente do rgo ao
qual est vinculada, sujei-
tos Lei 8.66654, vetada a
venda de bens e servios
Compras e contratos sujei-
tos Lei 8.666, possibilidade
limitada de venda de bens
e servios
Compras e contratos sujeitos
Lei 8.666, ampla possibilidade
de venda de bens e servios
Compras e contratos sujeitos
a regras prprias, possibilidade
de venda de bens e servios
Compras e contratos sujei-
tos Lei 8.666, flexibilida-
de se no dependente do
Tesouro; possibilidade de
venda de bens e servios
Compras e contratos sujei-
tos Lei 8.666, flexibilida-
de se no dependente do
Tesouro; possibilidade de
venda de bens e servios
Compras e contratos sujeitos
a regras; possibilidade de ven-
da de bens e servios
Controle e prestao de contas, vinculados ao de-sempenho institucional
Auditorias de desempe-
nho e de conformidade
pela CGU e TCU
Auditorias de desempenho
e de conformidade pela
CGU e TCU
Auditorias de desempenho e de
conformidade pelo CGU e TCU
Auditorias de desempenho
por contratos de gesto e de
conformidade, regras prprias
pelo Conselho Fiscal e/ou de
Administrao
Auditorias de desempenho
e de conformidade pela
CGU, TCU e Conselho Fiscal
e/ou de Administrao
Auditorias de desempenho
e de conformidade pela
CGU, TCU e Conselho Fiscal
e/ou de Administrao
Auditorias de desempenho e
de conformidade do Conselho
Fiscal e/ou de Administrao
Estabelecimento de par-cerias via contratos e
convnios
Dependente do rgo ao
qual est vinculada
Ampla autonomia jurdica
e operacional. Convnios e
congneres sujeitos s ins-
trues do Tesouro
Ampla autonomia jurdica e
operacional, livre para estabe-
lecer parcerias sob qualquer
modalidade
Ampla autonomia jurdica e
operacional. Convnios e con-
gneres sujeitos s instrues
do Tesouro
Ampla autonomia jurdica
e operacional. Convnios e
congneres sujeitos s ins-
trues do Tesouro
Ampla autonomia jurdica
e operacional. Convnios e
congneres sujeitos s nor-
mativas do Tesouro
Ampla autonomia jurdica e
operacional, livre para estabe-
lecer parcerias sob qualquer
modalidade
Contratao de pessoal e mecanismos de amplia-
o do quadro
Dependente do rgo de
vinculao e MPOGDependente do MPOG
Dependente do Conselho
Curador
Dependente do Conselho de
Administrao
Dependente do Conse-
lho de Administrao e do
MPOG
Dependente do Conse-
lho de Administrao e do
MPOG
Dependente do Conselho de
Administrao
Definio de plano de carreira e remunerao
Dependente de Lei
especfica
Possibilidade de gerir car-
reiras estabelecidas em Lei
especfica segundo parme-
tros definidos pelo MPOG
Possibilidade de gerir carreiras
celetistas prprias, remunera-
o, segundo parmetros defi-
nidos pelo Conselho Curador
Possibilidade de gerir carreiras
celetistas prprias, remune-
rao, segundo parmetros
definidos pelo Conselho de
Administrao
Possibilidade de gerir carrei-
ras celetistas prprias, re-
munerao, segundo par-
metros definidos pelo Con-
selho de Adm. e MPOG
Possibilidade de gerir carrei-
ras celetistas prprias, re-
munerao, segundo par-
metros definidos pelo Con-
selho de Adm. e MPOG
Possibilidade de gerir carreiras
celetistas prprias, remune-
rao, segundo parmetros
definidos pelo Conselho de
Administrao
Mecanismos de reco-nhecimento (premiao
pecuniria)
Inexistente, dependente de
Lei especfica
Inexistente, dependente de
Lei especfica
Dependente do Conselho
Curador
Dependente do Conselho de
Administrao
Dependente do Conselho
Adm. e do MPOG
Dependente do Conselho
Adm. e do MPOG
Dependente do Conselho
Administrao
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de de atua
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usa no pas
orga
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usa no pas
Fonte: Bin (2008)
Atributos do modelo de gesto
Administrao DiretaAutarquia / Fundao P-blica/rgo autnomo
Fundao Estatal de Direito Privado
Organizao Social Empresa PblicaSociedade de Economia Mista (Tesouro Maior)
Sociedade de Economia Mis-ta (Tesouro Menor)
Composio de oramento
Vinculao ao OGU e rigi-
dez programtica
Vinculao ao OGU e rigi-
dez programticaVinculao ao OGU
Vinculao ao OGU, objeti-
vos e metas por contrato de
gesto
Vinculao ao OGU e fle-
xibilidade programtica se
no dependente do tesouro
Vinculao ao OGU e fle-
xibilidade programtica se
no dependente do tesouro
Vinculao ao OGU e flexibili-
dade programtica
Captao, gerao e gesto de recursos extra-oramentrios
Dependente do rgo ao
qual est vinculadoSujeito incluso no OGU Sujeito incluso no OGU Flexibilidade total
Flexibilidade total se no
dependente do Tesouro
Flexibilidade total se no
dependente do TesouroFlexibilidade total
Celebrao de contratos de compra e venda de
bens e servios
Dependente do rgo ao
qual est vinculada, sujei-
tos Lei 8.66654, vetada a
venda de bens e servios
Compras e contratos sujei-
tos Lei 8.666, possibilidade
limitada de venda de bens
e servios
Compras e contratos sujeitos
Lei 8.666, ampla possibilidade
de venda de bens e servios
Compras e contratos sujeitos
a regras prprias, possibilidade
de venda de bens e servios
Compras e contratos sujei-
tos Lei 8.666, flexibilida-
de se no dependente do
Tesouro; possibilidade de
venda de bens e servios
Compras e contratos sujei-
tos Lei 8.666, flexibilida-
de se no dependente do
Tesouro; possibilidade de
venda de bens e servios
Compras e contratos sujeitos
a regras; possibilidade de ven-
da de bens e servios
Controle e prestao de contas, vinculados ao de-sempenho institucional
Auditorias de desempe-
nho e de conformidade
pela CGU e TCU
Auditorias de desempenho
e de conformidade pela
CGU e TCU
Auditorias de desempenho e de
conformidade pelo CGU e TCU
Auditorias de desempenho
por contratos de gesto e de
conformidade, regras prprias
pelo Conselho Fiscal e/ou de
Administrao
Auditorias de desempenho
e de conformidade pela
CGU, TCU e Conselho Fiscal
e/ou de Administrao
Auditorias de desempenho
e de conformidade pela
CGU, TCU e Conselho Fiscal
e/ou de Administrao
Auditorias de desempenho e
de conformidade do Conselho
Fiscal e/ou de Administrao
Estabelecimento de par-cerias via contratos e
convnios
Dependente do rgo ao
qual est vinculada
Ampla autonomia jurdica
e operacional. Convnios e
congneres sujeitos s ins-
trues do Tesouro
Ampla autonomia jurdica e
operacional, livre para estabe-
lecer parcerias sob qualquer
modalidade
Ampla autonomia jurdica e
operacional. Convnios e con-
gneres sujeitos s instrues
do Tesouro
Ampla autonomia jurdica
e operacional. Convnios e
congneres sujeitos s ins-
trues do Tesouro
Ampla autonomia jurdica
e operacional. Convnios e
congneres sujeitos s nor-
mativas do Tesouro
Ampla autonomia jurdica e
operacional, livre para estabe-
lecer parcerias sob qualquer
modalidade
Contratao de pessoal e mecanismos de amplia-
o do quadro
Dependente do rgo de
vinculao e MPOGDependente do MPOG
Dependente do Conselho
Curador
Dependente do Conselho de
Administrao
Dependente do Conse-
lho de Administrao e do
MPOG
Dependente do Conse-
lho de Administrao e do
MPOG
Dependente do Conselho de
Administrao
Definio de plano de carreira e remunerao
Dependente de Lei
especfica
Possibilidade de gerir car-
reiras estabelecidas em Lei
especfica segundo parme-
tros definidos pelo MPOG
Possibilidade de gerir carreiras
celetistas prprias, remunera-
o, segundo parmetros defi-
nidos pelo Conselho Curador
Possibilidade de gerir carreiras
celetistas prprias, remune-
rao, segundo parmetros
definidos pelo Conselho de
Administrao
Possibilidade de gerir carrei-
ras celetistas prprias, re-
munerao, segundo par-
metros definidos pelo Con-
selho de Adm. e MPOG
Possibilidade de gerir carrei-
ras celetistas prprias, re-
munerao, segundo par-
metros definidos pelo Con-
selho de Adm. e MPOG
Possibilidade de gerir carreiras
celetistas prprias, remune-
rao, segundo parmetros
definidos pelo Conselho de
Administrao
Mecanismos de reco-nhecimento (premiao
pecuniria)
Inexistente, dependente de
Lei especfica
Inexistente, dependente de
Lei especfica
Dependente do Conselho
Curador
Dependente do Conselho de
Administrao
Dependente do Conselho
Adm. e do MPOG
Dependente do Conselho
Adm. e do MPOG
Dependente do Conselho
Administrao
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As diferentes formas de organizao jurdico-institucional podem interferir em diferentes manei-ras nas organizaes, influenciando o grau de autonomia para compor receitas oramentrias e financeiras, celebrar contratos e gerir recursos humanos e at mesmo, nos aspectos poltico-institucionais. O Quadro 1, apresentado anteriormente, de autoria de Bin (2008), apresenta os modelos jurdico-institucionais em vigor no pas, que influenciam a atuao das OPs devido a diferentes graus de autonomia em relao aos componentes mais importantes de gesto.
A compreenso da legislao que rege a administrao pblica em determinado pas, os mode-los jurdico-institucionais disponveis em determinado contexto e as principais implicaes que deles decorrem, podem auxiliar as OPs a explorar ao mximo as potencialidades estratgicas dentro dos limites jurdicos aos quais esto sujeitas
A hiptese que se levanta que, mesmo diante de vrios condicionantes que limitam ou dificul-tam a atuao das OPs, como a maior competio por recursos cada vez mais competitivos, a nova organizao da pesquisa (mais complexa, mais cara, mais compartilhada, cada vez mais de-mandante de novos e multiconhecimentos), entre outros, dois aspectos colocam determinantes importantes neste cenrio: o modelo jurdico-institucional e as influncias poltico-mandatrias.
O modelo jurdico-institucional o conjunto de regras, leis e macrodiretrizes que delimitam o espao e as direes nas quais uma organizao pode mover-se no cumprimento de sua misso. Assim, os estatutos jurdicos relacionados administrao pblica so parte central do mode-lo institucional, e os instrumentos de controle e orientao, tais como conselhos e instncias decisrias, influenciam tambm as atividades das OPs pblicas. Da mesma forma, os estatutos jurdicos relacionados administrao privada tambm so parte do modelo institucional, e os conselhos acionrios e de direo tm uma influncia forte sobre as atividades das OPs priva-das. A limitao expressa pelo marco poltico / acionrio no normatizada, no formal, mas representa o grau de influncia do governo ou de outros rgos que estejam no controle da OP (organizao-me, relao matriz-filial, entre outros) na definio das prioridades e de diretrizes.
J o modelo gerencial relativo ao conjunto de definies e caractersticas relacionadas lide-rana, governana, processos, pessoas, sistemas informacionais, gesto de recursos (financeiros, equipamentos, instalaes etc.) de uma organizao. Assim, o modelo gerencial definido em parte pelos limites do modelo institucional, em parte pelas polticas diretivas e instncias decis-rias e, em parte, pelas escolhas que a instituio faz e que definem sua trajetria, fato estritamen-
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te relacionado cultura institucional da organizao. , portanto, o conjunto de capacidades in-ternas da organizao passveis de adequ-la ao ambiente externo.
Assim, a definio do modelo gerencial das OPs deve ser (ou deveria ser) compatvel com o mo-delo institucional vigente, ou seja, deve ser adequado ao ambiente institucional competitivo e seletivo no qual esto inseridas, o que deve se refletir em um arranjo que valorize a autonomia e a flexibilidade, com estruturas que permitam respostas rpidas e eficientes aos desafios e limi-tantes vigentes.
A interferncia das esferas do marco legal e do marco poltico/acionrio/mandatrio varivel e est relacionada capacidade interna de organizao e de adoo de modelos gerenciais com-patveis com o modelo institucional. A Figura 1, a seguir, representa graficamente a relao entre as constries jurdicas e polticas e a autonomia das organizaes, alm de evidenciar que pode haver variaes no grau de interferncia de cada uma das esferas, maior ou menor, conforme re-presentado pelas setas na parte inferior da figura.
Autonomiapara implementar
mudanas
EstruturaJurdica
InflunciaPoltica
Figura 1: Limitantes externos e espao para a atuao das OPs a partir do modelo gerencial
Fonte: Salles-Filho e Bonacelli (2009)
As competncias internas e os modelos gerenciais adotados pelas organizaes podem fazer com que a influncia da estrutura jurdica e a influncia poltica avancem ou recuem sobre a autonomia, variando o grau de flexibilidade interna. Isto faz com que seja possvel afirmar que cada OP pode atuar no espao existente entre o componente mandatrio conhecido e o com-
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ponente poltico varivel, criando espaos nicos e especficos. O modelo gerencial deve(ria) ser capaz de permitir a utilizao de todo o espao de autonomia da forma mais eficaz possvel, mi-nimizando as influncias externas e valorizando as capacitaes internas.
O trabalho realizado por STROM et al. (2008) apresenta a mesma percepo. Seno, veja-se um dos principais aspectos depreendidos do estudo:
It appears as if an RTOs [Research and Technology Organisations] legal form in practice is of
secondary importance, since the diff erent forms appearing in this study do not seem to aff ect
operations in any obvious way Regardless of legal form and organisational model, it is clear that
governments eff ectively control RTOs with funding instruments, basic and other, meaning that the
degree of formal government control in eff ect is of little importance. Although governments have
good possibilities to manage the RTOs, they do not necessarily do so. To strategically manage an
RTO, a strategy is required.
Acredita-se, portanto, que h espao para as OPs trabalharem, sem que sejam desconsiderados os problemas que os modelos jurdico-intitucionais e as decises polticas embutem atuao dessas instituies. Existem outras variveis que influenciam a atuao das OPs e a anlise no pode ser restrita forma de organizao jurdica, mas deve considerar as estratgias gerenciais. esse o quadro que orienta as discusses que seguem neste documento.
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2. Levantamento e anlise de organizaes de pesquisa (OPs) que atuam no pas
A definio do conceito de organizao de pesquisa e o estabelecimento de parmetros para construo de um banco de dados sobre OPs no pas so complexos, pois exigem o conheci-mento e a compreenso da estrutura das organizaes que se dedicam por meio de diferentes atividades pesquisa, seja de forma parcial ou exclusiva, e tambm pela prpria definio de atividade de pesquisa. Esses cuidados estiveram presentes na construo da base de dados que veio subsidiar o Banco de Dados que serviu para as anlises aqui propostas.
Esta seo apresenta a metodologia e os conceitos utilizados para realizar o levantamento das organizaes voltadas ao desenvolvimento da pesquisa e inovao no pas, dentro do contex-to e do escopo definido para este trabalho. Inicialmente so apresentados os critrios para o levantamento e seleo das OPs que vieram a constituir a base e o banco de dados. Posterior-mente, realizada uma anlise ou uma radiografia dessas organizaes, a partir de indicadores pertinentes.
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2.1 A elaborao da base de dados
Existem diferentes bases de dados que contm listas e informaes sobre OPs no Brasil, cada uma com escopo e objetivos distintos. Para compor a lista das organizaes deste trabalho fo-ram obtidas informaes das seguintes fontes:
Portal Inovao, do Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT),
Diretrio de Instituies do CNPq, a partir do Cadastro de Informaes Institucionais (Cadi),
Geopi/DPCT/Unicamp (informaes obtidas e analisadas ao longo de diversos projetos de pesquisa)
Associao Brasileira das Organizaes de Pesquisa Tecnolgica (Abipti),
Comit da rea de Tecnologia da Informao (Cati), do MCT,
Consulta a sites dos governos federal e estaduais.
Certamente h outras fontes de informaes, mas acredita-se que as citadas fornecem um qua-dro bem elaborado e abrangente das OPs do pas. A Tabela 1, a seguir, apresenta o resultado das buscas segundo cada uma das bases consultadas.
Tabela 1: Nmero de organizaes de pesquisa por base de dados consultada
Base Total
Portal Inovao/MCT 584
Diretrio de Instituies CNPq / CADI 422
Geopi/DPCT/Unicamp 388
Abipti 238
Cati/MCT 185
Sites governos federal e estaduais 105
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A variao no nmero total de OPs nas diferentes bases se deve diversidade de conceitos ado-tados para estruturao dos conjuntos de dados. O Quadro 2, a seguir, contm as diferentes no-menclaturas utilizadas e as definies segundo cada uma das bases consultadas.
Quadro 2: Base de dados e respectivos conceitos
Base Nomenclatura Definio
Portal Inovao
Organizaes
de cincia, tec-
nologia e inova-
o (ICTIs)
As ICTIs so organizaes que formam e/ou abrigam profissionais
e especialistas. Esto organizadas em unidades institucionais ou em
estruturas equivalentes, cuja misso est relacionada formao
de profissionais e produo de conhecimento no processo de
inovao.
Diretrio de insti-
tuies (DI) CNPq /
CADI
**O DI uma ferramenta de organizao de dados cadastrais que
permite que as instituies insiram informaes sobre suas ativi-
dades. Portanto, qualquer instituio que estiver interessada em
participar (ou que j participe ou tenha participado) de programas
promovidos pelo CNPq, tais como Bolsa Empresarial, Importao,
editais etc. pode se cadastrar.
Geopi/DPCTOrganizao de
pesquisaOrganizaes dedicadas a P&D*, com exceo das universidades
Abipti
Associados (Es-
tatuto Abipti,
2009)
Titulares: organizaes que realizam pesquisa, desenvolvimento,
inovao e servios tecnolgicosInstitucionais: entidades pblicas
ou privadas que promovem, apiam ou fomentam a pesquisa, o
desenvolvimento, a inovao e os servios tecnolgicosBenemri-
tos: pessoas fsicas ou jurdicas com relevantes servios prestados
ABIPTI ou comunidade tecnolgica
Cati
Centros ou or-
ganizaes de
pesquisa
Aqueles que tm como atividade precpua a execuo de pesquisa,
desenvolvimento e inovao em tecnologias da informao e co-
municao (TICs), contam com pesquisadores do quadro efetivo
da organizao e laboratrios de pesquisa e desenvolvimento, alm
de apresentarem um modelo de gesto estruturado nos moldes da
Lei de Inovao (MCT, 2009).
*Atividades cientfi cas e tecnolgicas (ACT): ensino e formao cientfi ca e tcnica (STET) e servios cientfi cos e tcnicos (SCT)
(Manual Frascati, 2007).
** No uma defi nio, mas a apresentao do Diretrio de Instituies.
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Com o intuito de homogeneizar a denominao, adotou-se o termo Organizao de Pesquisa para designar entidades pblicas e privadas sem fins lucrativos dedicadas pesquisa excluin-do as universidades , independentemente da sua base de origem. Para a definio da lista final de organizaes foi realizada a excluso das repeties e, em seguida, foram definidos critrios descritivos. Decidiu-se pela incluso de instituies que realizam pesquisa nas reas de conheci-mento em cincias exatas e da terra, cincias biolgicas, engenharias, cincias da sade e cincias agrrias. No foram includas as seguintes categorias na composio da base final5 :
organizaes dedicadas pesquisa em cincias sociais aplicadas, cincias humanas e lingustica, letras e artes6;
universidades, faculdades, institutos de ensino tcnico e tecnolgico, dentre outros ligados ao ensino e formao cientfi ca e tcnica;
fundaes de amparo, de apoio e de fomento pesquisa;
organizaes de metrologia, certifi cao, propriedade intelectual, ensaios, normalizao, controle da qualidade e demais atividades de apoio CT&I7, com exceo do Inmetro8;
associaes de classe;
secretarias, agncias e rgos reguladores;
organizaes que prestam servios de consultoria em gesto da inovao, entre outros.
5 Adotando tal critrio, vrias instituies participantes do SNI no foram inseridas na amostra, resultando num recorte prprio, estabelecido pelo presente trabalho.
6 Assim, no foram includas instituies que realizam estudos, anlises, consultorias, entre outros, como Ipea, Enap, Enep, Seade, ABDI, o prprio CGEE, entre outras.
7 Assim, no foram includas organizaes que oferecem Servios Tcnicos e Tecnolgicos (STT) especializados, muitas destas participantes do sistema Senai, nem o Inpi, o Ipem, entre vrias outras.
8 O Inmetro vem dinamizando suas atividades de pesquisa cientifi ca, tecnolgica e de inovao para assegurar a qualidade dos servios prestados pelo instituto como referncia metrolgica do pas e tambm como instrumento para o aumento da competitividade das empresas brasileiras e para a projeo internacional do Brasil na rea de Metrologia.
Nesse contexto, atividades de pesquisa bsica, pesquisa aplicada e inovao para a indstria inserem-se hoje no escopo de atuao do Inmetro, criando-se mecanismos de suporte melhoria da qualidade dos produtos e servios como estratgia de insero competitiva do pas no cenrio internacional, como preconizado na Poltica de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e no Plano de Ao de Cincia, Tecnologia e Inovao para o Desenvolvimento Nacional (PACTI).
O Inmetro participa da rede temtica de Centros de Inovao Rede de Manufatura e Bens de Capital, do Sibratec, podendo integrar outras redes centros de inovao com foco nas atividades de P,D&I desenvolvidas pelas suas oito divises
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Diante do exposto, o conceito de OPs adotado para desenvolvimento deste trabalho o que segue:
Organizaes pblicas e privadas, sem fins lucrativos, dedicadas pesquisa nas reas de cincias
exatas e da terra, cincias biolgicas, engenharias, cincias da sade e cincias agrrias, localizadas
em qualquer unidade da federao.
O refinamento do conceito e a seleo de organizaes segundo os critrios definidos resulta-ram num total de 200 organizaes. A Figura 2 representa o total de bases consultadas e a con-solidao do objeto de estudo deste trabalho.
Base FinalN=200
Portal Inovao
DiretrioLattes
Geopi
ABPTI
CATI
SitesGoverno
238
388185
105
584
422
Figura 2: Composio da base de dados
Uma ressalva importante deve ser feita. O nmero 200 representa um conjunto de OPs que considera tambm centros, laboratrios, institutos e outros vinculados a instituies maiores de pesquisa. Neste caso, as entidades vinculadas Agncia Paulista de Tecnologia dos Agroneg-cios (APTA, de So Paulo), Comisso Nacional Energia Nuclear (CNEN), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa) e Fundao Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) foram consi-deradas e registradas individualmente. Desta forma, a APTA aparece com oito entradas, o que corresponde aos seus seis institutos, ao Departamento de Descentralizao do Desenvolvimen-
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to (DDD) e a ela prpria; a CNEN possui trs centros, dois institutos e um laboratrio, alm da prpria Comisso, o que soma oito entradas; a Embrapa e seus centros somam 38 entradas9 e, por fim, a Fiocruz possui 17 registros devido aos seus centros, escolas e institutos.
A justificativa que a grande maioria destas entidades vinculadas reconhecida como centro de referncia em pesquisa na rea do conhecimento em que atua. No citar o IAC (da APTA), o IEB (da CNEN), o Cenargen (da Embrapa) ou Farmanguinhos (da Fiocruz), para mencionar apenas uma das diferentes instituies destas organizaes, no parece adequado para o escopo deste trabalho, que o levantamento e mapeamento das OPs do pas e a anlise do seu perfil. Sem a considerao das entidades vinculadas, o nmero de OPs de 132.
Assumindo este escopo, h questes a serem resolvidas. Elas aparecem mais claramente na for-mulao e anlise dos indicadores decorrentes do banco de dados, item a seguir, e so tratadas quando pertinentes.
2.2 Anlise do banco de dados
A partir da definio da lista de organizaes de pesquisa foram estabelecidos categorias e cri-trios de anlise, e elaborados indicadores capazes de descrever o perfil das OPs e de seus arran-jos organizacionais, assim como de apontar caractersticas interessantes das mesmas. Diferentes fontes de dados foram mobilizadas para a coleta de informaes que possibilitassem a constru-o do banco de dados (BD), o que resultou em um conjunto formado por cinco categorias, como j descrito anteriormente:
1) Identi cao das organizaes, que contm informaes bsicas sobre as OPs: acrnimo, nome da organizao, organizao mantenedora ou principal stakehol-der, e ano de fundao;
2) Localizao, que fornece a regio, o estado e o municpio no qual a organizao est instalada;
9 No foram considerados os centros: Embrapa Caf, Embrapa Informao Tecnolgica, Embrapa Transferncia de Tecnolo-gia e Embrapa Pesca, Aquicultura e Sistemas Agrcolas. No primeiro caso trata-se de um centro coordenador de pesquisa; o segundo e o terceiro casos so centros que exercem atividades-meio e no atividades-fi m; e no ltimo caso a aprovao para a criao da unidade deu-se em novembro de 2009, no existindo ainda atividades de pesquisa.
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3) rea do conhecimento e atuao, informa sobre as principais reas de conheci-mento em que as atividades de pesquisa so desenvolvidas e se a organizao atua ou no na rea de ensino, seja graduao, ps-graduao ou ensino tecnolgico;
4) Natureza jurdica, composta por dados extrados do Cadastro Nacional de Pessoas Jurdicas (CNPJ) do site Receita Federal (RF)10 , categoria que contm: cdigo de clas-sifi cao das organizaes segundo RF, defi nio da categoria, descrio, natureza pblica ou privada e CNPJ; e, por fi m,
5) Informaes gerais, com campos contendo homepage, telefone e e-mail para contato.
H tambm um campo adicional Observaes Gerais , com informaes sobre misso das OPs. A anlise do BD e dos indicadores, apresentadas a seguir, foram realizadas considerando tais categorias.
2.3 Identifi cao das OPs panorama da criao das organizaes de pesquisa no pas
Uma das mais antigas OPs no pas data do sculo 18 Instituto Militar de Engenharia (IME), de 1792, que, originalmente chamado de Real Academia de Artilharia, Fortificao e Desenho ti-nha como misso formar oficiais na poca do Brasil-Colnia. As atividades sistemticas de pes-quisa do IME datam j do sculo 20, mais precisamente de 1949.
Mas a criao das OPs no Brasil apresenta marcos interessantes o primeiro refere-se ao pero-do do final do sculo 19 e s primeiras dcadas do sculo 20, momento da constituio de insti-tuies de pesquisa em especial nas reas da sade pblica e agrcola, refletindo o perfil do pas e da sociedade brasileira deste perodo11 . O segundo momento refere-se s dcadas de 1970 e
10 Endereo eletrnico: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/CNPJ/cnpjreva/Cnpjreva_Solicitacao.asp11 As OPs no Brasil passaram a ser instaladas aps a chegada da famlia real em 1808, considerado como evento importante
para a institucionalizao de um sistema de produ o e comunica o cient fi ca e tecnol gica (Arajo, 1985). Nesse perodo foram criadas organizaes importantes que perduram at os dias atuais, tais como o Instituto de Pesquisas Jardim Botni-co do Rio de Janeiro de 1808, o Observatrio Nacional criado em 1827, o Instituto de Infectologia Emlio Ribas de 1880, o Instituto Florestal e Instituto Geolgico, ambos de 1886, o Instituto Agronmico de Campinas de 1887, e o Museu Paraense Emilio Goeldi, tambm do fi nal do sculo. Desvendar as potencialidades minerais e agrrias, promover a sade pblica e realizar levantamentos sistemticos sobre a fauna e a fl ora do pas eram os temas emergentes naquele perodo. Alm dos institutos foram criadas demais estruturas para organizao da pesquisa no Brasil, como escolas tcnicas, bibliotecas e museus.
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1980 do sculo 20 e diz respeito, notadamente, constituio de vrias instituies de pesquisa da rea agrcola do sistema Embrapa, mas tambm do sistema APTA12 neste caso, clara a influncia da deciso metodolgica de considerar todos os centros da Embrapa no banco de da-dos de OPs, com um nmero importante de instituies de pesquisa criadas neste perodo13 . A partir da segunda metade da dcada de 1980 pode-se apontar um terceiro momento, atrelado, especialmente, criao de organizaes no-pblicas de pesquisa, oriundas, muitas delas, de leis de incentivo, como a Lei de Informtica14 . O Grfico 1 apresenta os nmeros de OPs criadas segundo perodos histricos.
1701-1900 1901-1950 1951-1960 1961-1970 1971-1980 1981-1990 1991-2000 2001-2010
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26
1115
55
32 32
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Grfi co 1: Nmero de organizaes de pesquisa por perodo de criao
A OP mais recente registrada no banco de dados, o Instituto de Pesquisa e Inovao na Agricul-tura Irrigada (Inovagri), no Cear, foi criada em 2007. Outras OPs mais recentes, criadas em 2006,
12 Vrias Oepas Organizaes Estaduais de Pesquisa Agropecuria foram criadas neste perodo, num movimento direcio-nado disseminao do modelo de pesquisa agrcola que serviu constituio da Embrapa.
13 Apesar da demanda crescente por tecnologia, apenas em meados das dcadas de 1960 e 1970 houve investimento mais sistemtico em P&D por parte do governo federal, tendo como um dos principais marcos a criao da Embrapa na dcada de 70. A criao de vrias OPs marcou a poltica desenvolvimentista nacional na poca, para a qual a C&T servia como um dos pilares da poltica desenvolvimentista, portanto, deveria ser incentivada e fi nanciada fortemente pelo Estado. Algumas das OPs criadas neste perodo: Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia; Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia; Instituto de Pesquisas Energticas e Nucleares; Comisso Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira; Centro Tcnico Ae-roespacial; Instituto de Sade; Instituto de Tecnologia de Alimentos; Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; Instituto Agronmico do Paran; Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicaes, entre outros.
14 O incentivo s empresas de TICs para formarem centros de pesquisa fez com que houvesse uma onda importante de criao de institutos, com destaque nesse perodo para o Instituto Nokia de Tecnologia, o Instituto Eldorado, o Instituto Genius (que encerrou as atividades recentemente), CITS, Samsung Instituto de Desenvolvimento para a Informtica, entre vrios outros.
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incluem uma unidade da Embrapa dedicada Agroenergia (em Braslia), o Instituto Aqua Gene-sis (Campinas) e o Instituto de Inovaes Fotnicas (Campinas).
A seguir apresentado um conjunto de mapas que ilustra a anlise realizada (Mapa 1). Pode-se perceber mais claramente como a criao das OPs pelo territrio nacional segue as polticas adotadas os mapas relativos s dcadas de 1970 e 1980, por exemplo, bem representam a pol-tica de expanso da fronteira agrcola do pas a partir da constituio de instituies de pesquisa agropecuria o perodo de maior desconcentrao na criao de OPs.
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1701-1900
N=10 N=26 N=11
N=15 N=55
N=32 N=19
N=32
1901-1950 1951-1960
1961-1970 1971-1980 1981-1990
1991-2000
0
1 - 2
3 - 5
6 - 10
11 - 14
2001-2010
Mapa 1: Mapa da distribuio espacial da constituio de OPs no pas segundo perodos
Alm das OPs vinculadas a instituies maiores (ou seja, aos sistemas Embrapa, APTA, CNEN e Fiocruz), a maioria das OPs do banco de dados tem vnculo com uma instituio mantene-
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dora ou stakeholder. O MCT, por exemplo, se apresenta com 19 entidades e as Secretarias de Agricultura Estaduais figuram como importantes mantenedoras de 24 OPs em 14 unidades da federao. As secretarias de Sade e de Cincia e Tecnologia tambm tm participao ativa em organizaes estaduais. As secretarias de Sade so atuantes em nove estados e responsveis por 18 organizaes de pesquisa, enquanto as secretarias de Cincia e Tecnologia esto presente em nove unidades da Federao mantendo 11 organizaes no total. Mais recentemente, como dito acima, os principais stakeholders tm sido empresas da rea de TIC que vm criando centros de pesquisa no pas. A organizao mantenedora ou o principal stakeholder exerce influncia sobre decises das OPs, desde a definio de polticas e estratgias de P&D at mesmo sobre a sua lo-calizao, tema que ser discutido no item a seguir.
2.4 Localizao
A lgica espacial das OPs no Brasil seguiu a tendncia do desenvolvimento econmico e indus-trial e ocorreu de forma centralizada na Regio Sudeste, mantendo o padro de desigualdades regionais (ARAJO, 1985). Tal tendncia se verifica at hoje, mesmo com polticas que incenti-vam a criao de organizaes (de pesquisa ou no) nas Regies Norte, Nordeste e Centro-Oes-te, ou seja, fora do eixo Sudeste Sul.
As OPs esto concentradas na Regio Sudeste, que representa 49% do total da amostra, com destaque para So Paulo, que possui 23% do total, e para o Rio de Janeiro, com 20%. Os Estados do Maranho e Alagoas15 no possuem representantes na amostra selecionada. No entanto, ou-tros estados da Regio Nordeste se destacam, tais como Bahia e Pernambuco, e fazem com que a regio seja a segunda colocada em nmero de instituies, com 33 organizaes. O Distrito Fe-deral se destaca na regio Centro-Oeste, principalmente pela presena da Embrapa e de alguns de seus centros de pesquisa.
A grande concentrao de OPs, em todos os Estados da Federao, ocorre nas capitais. Em So Paulo h uma maior descentralizao: so nove municpios no total, sendo que a capital possui 22 organizaes. Campinas, importante regio no interior do estado, concentra 15 organizaes de pesquisa, alm de importantes centros de formao e um grande nmero de empresas de ba-
15 No Maranho existe a promessa de se instalar uma unidade da Embrapa, com incio de atividades previsto para novembro de 2010. L tambm est sediado o Centro de Lanamento de Alcntara, para lanamento de satlites e foguetes. Em Ala-goas, devido aos critrios defi nidos para caracterizao das OPs, no foi levantada nenhuma instituio, o que no signifi ca a inexistncia de organizaes do SI naquela localidade.
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ses tecnolgicas. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paran e Minas Gerais tambm apresentam distribuio geogrfica menos concentrada foram contabilizadas OPs em sete municpios no primeiro Estado e cinco nos demais. Em Estados como Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, alm do Distrito Federal, com suas cidades satlites, as organizaes esto con-centradas em trs municpios. Nos demais Estados, presentes na amostra, as OPs esto localiza-das em apenas um municpio. O Mapa 2 a seguir apresenta a distribuio das OPs por unidade da Federao.
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34 (RJ) e 47 (SP)
Mapa 2: Distribuio de OPs por Unidade da Federao
A organizao mantenedora ou o stakeholder exerce influncia sobre a distribuio espacial das OPs, via polticas pblicas e/ou estratgias empresariais. A instalao de organizao pblica de pesquisa pode atender a polticas governamentais de ocupao do territrio, de resgate ou ma-nuteno de melhores condies socioeconmicas para a populao local, de desenvolvimento
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tcnico-cientfico num centro regional, entre outras, enquanto que a lgica privada pode ob-servar oportunidades de uso de instrumentos fiscais para a localizao de unidades de pesquisa.
A criao da Embrapa e a fundao descentralizada de centros e unidades de pesquisa durante a dcada de 1970 um dos principais exemplos de poltica governamental de carter geopolti-co em C&T, pois buscou redirecionar investimentos, criando ou fortalecendo unidades regionais de pesquisa com o intuito de desconcentrar investimentos na regio Sudeste, principalmente de So Paulo, buscando a integrao e desenvolvimento do territrio nacional a partir da descen-tralizao do conhecimento. A poltica adotada naquele perodo reflete parte da atual distribui-o espacial das OPs, tanto que em unidades da federao que possuem apenas uma OP em seu territrio, esta da rea de cincias agrrias e est vinculada ao Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuria (coordenado pela Embrapa) ou porque centro da Embrapa ou porque uma Oepa.
As OPs privadas, principalmente aquelas criadas a partir dos anos 2000 em decorrncia da Lei de Informtica, criadas e/ou mantidas (direta ou indiretamente) por grandes empresas, possuem lgica territorial semelhante das empresas. Desta forma, podem ser considerados como fatores para a deciso sobre a localizao: a existncia de benefcios fiscais e fatores (diversos) de atra-o (dos governos federal, estaduais e/ou municipais), a disponibilidade de capital humano com alto grau de formao, a proximidade com universidades, institutos de pesquisa e empresas de alta tecnologia (pois alm de mo de obra qualificada ainda h a possibilidade de realizao de parcerias), e a existncia de economias de aglomerao, consideradas por Benko (2002) como essenciais para atividades de P&D, pois permitem a fertilizao cruzada cada vez mais neces-sria considerando o ambiente interativo em que se processa atualmente a inovao em setores tecnolgicos mais dinmicos.
Pode-se dizer, portanto, que existem diferentes dinmicas territoriais para a instalao de OPs, segundo o perfil: 1) da organizao mantenedora ou stakeholder, se pblico ou privado; 2) das polticas cientficas, tecnolgicas e territoriais adotadas em determinados perodos histricos, bem como, 3) da rea do conhecimento em que a organizao atua. O item a seguir traa o per-fil das OPs da amostra justamente segundo as diferentes reas de conhecimento em que atuam.
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2.5 reas do conhecimento
Segundo os critrios adotados para a definio de OPs para a constituio do BD, foram sele-cionadas cinco grandes reas de conhecimento Cincias Exatas e da Terra, Cincias Biolgicas, Engenharias, Cincias da Sade e Cincias Agrrias no sendo consideradas as grandes reas das Cincias Sociais Aplicadas e Cincias Humanas em geral16 .
As Cincias Agrrias so as que mais se destacam em nmero de OP, representando 33% do total da amostra considerando os centros de pesquisa da Embrapa e os institutos da APTA individualmente, o que pode causar um certo vis nos indicadores17 . De toda forma, o desen-volvimento da pesquisa agrcola tem um histrico bastante consolidado e pulverizado no pas, em funo da importncia do setor agropecurio para economia nacional desde o tempo da Colnia, como j discutido.
A grande rea das Engenharias tambm tem relevncia no quadro de OPs do pas e atualmen-te possui o segundo maior nmero de OPs, que corresponde a 27% da amostra, superando at mesmo a tradicional rea de pesquisa em Cincias da Sade, que atingiu 17% do total. O quadro explicado pelo fato que na rea de Engenharia se encontram as OPs do setor de TIC, o qual, como j visto, vem sendo estimulado a investir em P&D (e criar centros de pesquisa, por exem-plo), por conta da lei de incentivos. Cincias Biolgicas e Cincias Exatas e da Terra possuem pra-ticamente a mesma representatividade no quadro de OPs, respectivamente 13% e 11% da amos-tra selecionada. O Grfico 2, a seguir, apresenta o porcentual de distribuio das OPs segundo as reas de conhecimento selecionadas no presente trabalho.
16 H sobreposio de atividades entre as reas do conhecimento, especialmente quanto s atividades das tecnologias de informao e comunicao (TICs). Parte das atividades realizadas por esse setor pode ser classifi cada nas Cincias Exatas e da Terra, parte nas Engenharias. Neste trabalho, as TICs foram classifi cadas nesta ltima grande rea do conhecimento.
17 Caso sejam desconsiderados centros e institutos das grandes instituies individualmente, os nmeros das reas seriam: Ci-ncias Agrrias (26); Cincias Biolgicas (17), Cincias da Sade (23); Cincias Exatas e da Terra (22) e Engenharias (44). Tais nmeros, porm, tambm apresentam distoro da realidade da C&T no pas e por isso foram consideradas as unidades separadamente.
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Grfi co 2: Distribuio das OPs segundo reas do conhecimento
Analisando a criao das OPs ao longo dos anos no pas por rea do conhecimento, h observa-es interessantes, ilustradas no Grfico 3. Como j visto, a formao das instituies de pesquisa em Cincias Agrrias tem um incremento importante na dcada de 70, especialmente, com a criao da Embrapa e de vrios de seus centros de pesquisa e Oepas. As dcadas seguintes apre-sentam um menor nmero de OPs da rea criadas, variando entre cinco e dez unidades/dcada, porm acima do padro histrico anterior aos anos 1970 e de praticamente todas as outras reas do conhecimento em anlise.
A outra rea do conhecimento que vem apresentando nmero elevado na criao de OPs a de Engenharias. O movimento mais recente, com nfase na dcada de 1990, v a criao de OPs de forma mais especializada no setor de TIC, j discutido acima. J na dcada de 1970, no auge da poltica desenvolvimentista do Estado brasileiro, predominam as engenharias bsicas, relaciona-das construo civil e infraestrutura, com nfase nos grandes projetos de engenharia nacio-nal, que precisavam de um suporte de P&D importante.
Ao contrrio das Cincias Agrrias e das Engenharias, o perfil de criao de OPs na rea das Cin-cias da Sade ocorre de forma praticamente constante ao longo do tempo, com destaque para
Engenharias
Cincias Exatase da Terra
Cincias da Sade
Cincias Biolgicas
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Cincias Agrrias
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as primeiras dcadas do sculo 20 que, como j exposto, ilustra a preocupao com a sade p-blica do pas e a necessidade de maior controle de epidemias e doenas endmicas.
J as Cincias Biolgicas apresentam uma maior constncia no nmero de OPs criadas ao longo da Histria do pas, mas com nmeros menores que os das outras reas analisadas. Em Cincias Exatas e da Terra, OPs de importncia mpar em reas de alta tecnologia, como luz sncrotron, monitoramento por satlite, astrofsica e astronomia, entre outras, foram criadas entre as dca-das de 1970 e 1990 do sculo 20, apontando para o esforo do pas em acompanhar o desloca-mento da fronteira do conhecimento a partir do incremento da pesquisa tcnico-cientfica em reas de ponta.
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N=66Cincias Agrrias
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N=25Cincias Biolgicas
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N=34Cincias da Sade
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N=54Engenharias
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Grfi co 3: Criao de OPs segundo rea do conhecimento e perodo histrico
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So Paulo e Rio de Janeiro concentram o maior nmero de organizaes de pesquisa em qua-se todas as reas de conhecimento, com destaque para Engenharias; no caso do Rio de Janeiro, destaque tambm para as Cincias da Sade, por causa da Fiocruz e suas entidades. As OPs de Cincias Agrrias, ao contrrio das OPs das Cincias Exatas e da Terra, so as que possuem maior distribuio territorial, presentes em 25 das 27 unidades da Federao. Em Cincias Biolgicas e da Sade, a regio Norte apresenta registro de OPs maior que de outras reas do conhecimento, exceto em Cincias Agrrias. O Mapa 3, a seguir, representa, por meio de outros mapas, a distri-buio de OPs segundo as reas de conhecimento.
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EngenhariasCincias Exatase da Terra
Cincias da Sade
Cincias Biolgicas
Cincias Agrrias
Mapa 3: Distribuio de OPs no territrio nacional segundo rea de conhecimento
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A estreita relao entre pesquisa e ensino no mbito das OPs histrica, tanto que muitos dos institutos existentes atualmente so spin-offs de universidades e centros de ensino. O contrrio tambm verdadeiro e passou a ser realidade de forma mais intensa nos ltimos anos, ou seja, tem ocorrido um processo de internaliza o da estrutura de capacita o profissional, principal-mente em p s-gradua o, por parte das OPs. Entretanto, muito significativa a diferena entre reas do conhecimento, com destaque para as Cincias Biolgicas e, especialmente, as Cincias da Sade. O Grfico 4, a seguir, apresenta o nmero de OPs que atuam na rea de ensino, o que inclui graduao, ps-graduao e ensino tecnolgicos, por rea do conhecimento e se pblicas ou privadas18.
0%
10%20%
30%
40%
50%60%
70%
80%90%
100%
No
Sim
6 53 2 9 2 9 4 9 17 24
1 6 0 14 0 23 0 8 4 9
Privada Pblica Privada Pblica Privada Pblica Privada Pblica Privada Pblica
Cincias Agrrias Cincias Biolgicas Cincias da Sade Cincias Exatas e da Terra
Engenharias
Grfi co 4: Nmero de OPs que possuem atividades de ensino segundo reas do conhecimento
No total, 66 OPs da amostra possuem atuao em ensino, entre as quais, 60 pblicas. Enquanto a maior parte das OPs pblicas que atuam em ensino (o que corresponde a 38%) das Cincias da
18 No foram considerados cursos de extenso, especializao e capacitao interna.
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Sade, as privadas que atuam tambm em ensino so da rea de Engenharias, o que demonstra uma lgica diferente entre OPs pblicas e privadas quanto formao acadmico-profissional19.
2.6 Natureza jurdica
As OPs se cadastram junto Receita Federal a partir de sua natureza jurdica. So trs catego-rias de natureza jurdica administrao pblica, entidades empresariais e entidades sem fins lucrativos e 17 tipos diferentes de estatutos jurdicos adotados. Observa-se, a partir da Tabela 2, que das organizaes da categoria administrao pblica, que rene 97 das 200 instituies do banco de dados, 47% so rgos da administrao direta, 35% adotam a forma de fundao e o restante, 18%, autarquia. Deve-se destacar que na rea federal a forma de fundao adotada quase que exclusivamente pela Fiocruz e suas unidades vinculadas, o que pode introduzir um vis na anlise.
A segunda categoria com maior nmero de instituies das entidades empresariais, com 57 OPs selecionadas, entre as quais a principal categoria, com mais de 89% do total, vinculada ao poder pblico isso se explica, pois neste caso se encontram a Embrapa e seus centros, que foram considerados individualmente, o que tambm pode acarretar em um vis no indicador.
A terceira e ltima categoria composta pelas OPs que se identificam como entidades sem fins lucrativos. Entre as 46 organizaes selecionadas, grande parte, 72%, se encontra em outras for-mas de associao, em que prevalecem as OPs relacionadas rea de Engenharia. Outras funda-es mantidas com capital privado somam sete organizaes, das quais podem ser destacadas: Fundao CPqD, Fundao Certi e Fundao FITec.
Uma observao deve ser feita de conhecimento que h no pas cinco Organizaes Sociais (OS) vinculadas ao MCT (LNLS, IMPA, RNP, IDSM e CGEE, que no faz parte da amostra). Entre-tanto, duas dessas organizaes no se cadastraram assim junto Receita Federal e, portanto, na
19 A discusso sobre a existncia de cursos de ps-graduao em institutos pblicos de pesquisa controversa, pois, enquanto alguns acreditam que tais atividades podem desviar o foco da organizao, que deveria ser primordialmente a pesquisa em C&T, outros afi rmam pode ser benfi ca, por haver maior possibilidade de acesso a fi nanciamentos de pesquisa, promoo de debates e questionamentos, alm de promover o rejuvenescimento institucional (Rio, 2009). Pino (2007) elenca algumas premissas para as OPs para implementao cursos de ps-graduao: 1) os cursos no devem concorrer com as univer-sidades, 2) o programa deve ser dirigido com corpo tcnico prprio, 3) a organizao deve investir em algum diferencial, algo que no esteja disponvel em outras instituies ou cursos, 4) a demanda pelo curso deve ser considerada, 5) corpo docente necessrio e sufi ciente, alm de funcionrios, estrutura organizacional, instalaes e equipamentos, entre outros requisitos.
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presente amostra, somente o LNLS e Mamirau se identificam como OS. O mesmo ocorre com as Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico (Oscips) elas aparecem em nmero de duas na amostra, porm, o nmero de Oscips vinculadas a C&T junto ao cadastro de Oscips do Ministrio da Justia maior: nove, quais sejam: CTS, Eldorado, Lactec, IS, INN, IRT, IDRSisal, Ipe-ma e Sapientia.
Tabela 2: Nmero de organizaes segundo sua natureza jurdica
Categoria Descrio Total
ADMINISTRAO PBLICA
Autarquia Estadual ou do Distrito Federal 7
Autarquia Federal 11
Fundao Estadual ou do Distrito Federal 16
Fundao Federal 17
Fundao Municipal 1
rgo Pblico do Poder Executivo Estadual ou do Distrito Federal 20
rgo Pblico do Poder Executivo Federal 25
Subtotal 97
ENTIDADES EMPRESARIAIS
Cooperativa 1
Empresa Pblica 51
Sociedade Annima Fechada 2
Sociedade de Economia Mista 3
Subtotal 57
ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS
Estabelecimento, no Brasil, de Fundao ou Associao Estrangeira 1
Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico (OSCIP) 2
Organizao Social 2
Outras Formas de Associao 33
Outras Formas de Fundaes Mantidas com Recursos Privados 7
Outras Instituies Privadas sem Fins Lucrativos 1
Subtotal 46
Total 200
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As diferentes formas jurdico-institucionais delimitam a atuao da OPs em diferentes nveis, especialmente por causa do grau de autonomia para compor e usar receitas oramentrias e extra-oramentrias, para celebrar contratos, para a gesto de recursos humanos e para as arti-culaes poltico-institucionais. No entanto, existe a possibilidade de se explorar o espao ou raio de manobra, em qualquer situao, caso haja planejamento e coerncia interna da organizao, como j discutido anteriormente e como ser retomado no prximo tpico a partir de debate realizado com especialistas da rea de C&T.
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3. Dimenses de anlise e elementos crticos para o desenvolvimento institucional das organizaes de pesquisa
Como visto anteriormente, um dos aspectos a ser considerado para a realizao das atividades das OPs a capacidade destas em ampliar seu espao de atuao, especialmente a partir de es-tratgias gerenciais, delimitado pelo quadro jurdico-legal e pela determinao e/ou influncia poltica, seja de ministrios ou secretarias de Estado, seja de conselhos diretivos ou acionrios.
Para discutir e validar essa perspectiva, foi organizado no dia 17 de dezembro de 2009, nas de-pendncias da Casa do Professor Visitante da Funcamp Unicamp, um Painel de Especialistas20 no qual participaram 29 especialistas, de 21 organizaes voltadas a P&D no Brasil,.
As discusses no Painel de Especialistas se deram em torno de uma agenda estruturada com o seguinte objetivo: discutir dimenses de anlise (ou temas) e elementos crticos para as organi-zaes de pesquisa no seu desenvolvimento institucional, no cumprimento de suas misses e na sua insero no Sistema Brasileiro de Cincia, Tecnologia e Inovao. Elementos Crticos (EC), como o prprio nome diz, so os aspectos que influenciam a atuao de OPs, sejam elas de qual-quer rea do conhecimento, natureza jurdica, regio do pas e tamanho.
20 O principal objetivo de um Painel de Especialistas o de promover o debate entre atores relevantes para o objetivo central do evento, criando informao nova e qualifi cada sobre o objeto da discusso a partir de um conjunto de questes pre-viamente estruturadas. Trata-se de reunio de trabalho, na qual se propem o objeto de discusso, os atributos que sero utilizados para qualifi car as opes de discusso, a dinmica de discusso e debate e a forma de se apresentar os resultados alcanados. Um dos maiores atrativos deste modelo de debate obter, em um dia (geralmente), informaes e refl exes fundamentais acerca do objeto em foco, a partir de pessoal qualifi cado para tal.
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Foram selecionadas sete dimenses de anlise ou temas, para os quais foram atribudos ele-mentos crticos que buscam oferecer um panorama amplo para discusso sobre as aes ge-renciais para a execuo das atividades das OPs no pas. A seleo das dimenses de anlise e dos elementos crticos se deu a partir da experincia acumulada do Geopi/DPCT/Unicamp na realizao de trabalhos anteriores, sendo que a publicao Cincia, Tecnologia e Inovao: a re-organizao da pesquisa pblica no Brasil, de 2000, j apontava fatores crticos para a atuao de instituies de pesquisa no Brasil. Tal trabalho foi complementado com outros estudos, nota-damente o de Mello (2000) e de Ferreira (2001), este ltimo discutindo o cenrio sobre o qual al-gumas das mais importantes instituies de pesquisa no mundo vinham operando, procurando introduzir mudanas de cunho organizacional e gerencial para dar conta da nova forma de fazer pesquisa. Alm disso, a leitura de material mais recente produzido sobre temas afins, como os j citados trabalhos do PREST (2002), de STROM et al. (2008) e de ARNOLD et al. (2008), suscitou discusses que permitiram, ento, a construo da agenda estruturada. O Anexo 2 apresenta os temas-base e as definies dos Elementos Crticos para a atuao da OPs no pas, material que serviu para as discusses do Painel a partir de uma agenda estruturada.
Os participantes, divididos em 3 grupos (ver lista de participantes no Anexo 3), debateram o as-sunto a partir de trs atividades. O objetivo e a dinmic