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Um manual de iniciação ao estudo da gestão das organizações.
Numa linguagem simples e acessível, este livro expõe os conhe-cimentos e os conceitos necessários para quem pretenda dar os pri-meiros passos na aprendizagem do que são as organizações e doque é a sua gestão.
A autora, com vasta experiência universitária no ensino da ges-tão, aborda os temas que integram a maioria dos conteúdos progra-máticos das unidades curriculares de introdução à gestão das diver-sas licenciaturas e mestrados em Gestão de Empresas, Gestão deRecursos Humanos, Economia e Ciências Sociais:
• Estudo das Organizações – A Gestão e a Empresa;
Funções da gestão – Planeamento, Organização, Direção e Con-trolo;
Processos Organizacionais – Comunicação, Tomada de Decisão,Cultura e Mudança Organizacional.
Os capítulos são iniciados com a apresentação dos respetivosobjetivos de estudo e terminam com questões para discussão erevisão dos temas e casos de estudo apresentados.
Especialmente dirigido a estudantes, este livro pode também serconsultado com vantagens por profissionais e autodidatas que pre-tendam dar os primeiros passos ou consolidar as bases teóricas dasua atividade.
•
•
Felipa Lopes dos Reis. Doutora em Gestão, é Professora Associada naUniversidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias nas Licenciaturas eMestrados na área de Gestão. Autora de vários livros e artigos em revistasinternacionais nomeadamente .The International Journal of Human Resource
Manual de Gestão
das Organizações
F E L I P A L O P E S D O S R E I S
E D I Ç Õ E S S Í L A B O
Com exercícios e casos de estudo
Teoria e Prática
ISBN 978-972-618-955-8
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AGRADECIMENTOS
Aos meus alunos das licenciaturas e mestrados pelas suas úteis observações que foram expressas durante as aulas que muito contribuíram para a realização deste livro.
MANUAL DE GESTÃO DAS
ORGANIZAÇÕES
Teoria e Prática
Com exercícios e casos de estudo
FELIPA LOPES DOS REIS
EDIÇÕES SÍLABO
É expressamente proibido reproduzir, no todo ou em parte, sob qualquer
forma ou meio gráfico, eletrónico ou mecânico, inclusive fotocópia, este livro.
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Não participe ou encoraje a pirataria eletrónica de materiais protegidos.
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FICHA TÉCNICA:
Título: Manual de Gestão das Organizações – Teoria e Prática Autora: Felipa Lopes dos Reis © Edições Sílabo, Lda. Capa: Pedro Mota
1ª Edição – Lisboa, setembro de 2018 Impressão e acabamentos: Cafilesa – Soluções Gráficas, Lda. Depósito Legal: 444400/18 ISBN: 978-972-618-955-8
Editor: Manuel Robalo
R. Cidade de Manchester, 2 1170-100 Lisboa Tel.: 218130345 e-mail: [email protected] www.silabo.pt
Índice
Índice de quadros e figuras 11 Introdução 15
Parte 1
INTRODUÇÃO
Capítulo 1 – Estudo das Organizações 19 1.1. A Gestão 21
1.1.1. Funções da gestão 21 1.1.2. Níveis de gestão 23 1.1.3. Competências dos gestores 24 1.1.4. Evolução das teorias da gestão 27
1.2. A empresa 39 1.2.1. A empresa como sistema aberto 40 1.2.2. A análise do meio envolvente da empresa 42 1.2.3. A empresa como organização social 46
Parte 2
FUNÇÕES DA GESTÃO
Capítulo 2 – Planeamento 53 2.1. Definição de planeamento 55 2.2. Missão, visão e objetivos 56 2.3. Níveis de planeamento 59
2.4. Planeamento estratégico 60 2.5. Análise SWOT 62 2.6. Formulação da estratégia 64
Capítulo 3 – Organização 75 3.1. Caraterísticas da organização 77 3.2. Estruturas organizacionais 78
3.2.1. Elementos da estrutura organizacional 79 3.2.2. Determinantes da estrutura organizacional 80 3.2.3. Tipos de estruturas 82
3.3. Departamentalização 89 3.3.1. Tipos de departamentalização 90 3.3.2. Objetivos de departamentalização 95
3.4. Etapas para o fornecimento de recursos humanos 95 3.4.1. Recrutamento e seleção 96 3.4.2. Acolhimento e socialização 108 3.4.3. Avaliação e gestão do desempenho 114
Capítulo 4 – Direção 123 4.1. Liderança 125
4.1.1. Teoria dos traços de identificação dos líderes 129 4.1.2. Matriz da liderança 131 4.1.3. Estilos de liderança 132 4.1.4. Outros estilos de liderança 138 4.1.5. Abordagens da liderança 140 4.1.6. Fatores relevantes na escolha do estilo de liderança 155 4.1.7. Inteligência emocional 157 4.1.8. Gestor vs. líder 161
4.2. Motivação 175 4.2.1. Sistema motivacional 177 4.2.2. Teorias da motivação 178 4.2.3. Motivação de equipas 200
4.3. Poder e conflito 207 4.3.2. Fontes de poder 209 4.3.2. Níveis de conflitos 209
4.3.3. Processo de conflito 211 4.3.4. Visões do conflito 213 4.3.5. Formas de Gestão dos conflitos 214 4.3.6. Consequências dos conflitos 215
Capítulo 5 – Controlo de gestão 219 5.1. Processo do controlo 221 5.2. Tipos de controlo 222 5.3. Qualidades do processo de controlo 223 5.4. Técnicas de controlo 223
5.4.1. Análise ABC 224 5.4.2. Método da quantidade económica 228 5.4.3. Método CPM 231 5.4.4. Método PERT 234
Parte 3
PROCESSOS ORGANIZACIONAIS
Capítulo 6 – Comunicação 243 6.1. Funções da comunicação 245 6.2. Processo de comunicação 247 6.3. Ferramentas de comunicação 249 6.4. Tipos de comunicação 250 6.5. Barreiras na comunicação 251 6.6. A importância da comunicação nas organizações 256
Capítulo 7 – Tomada de decisão 259 7.1. Processo de tomada de decisão 261 7.2. Tomada de decisão individual e grupal 265
7.2.1. Tomada de decisão individual 265 7.2.2. Tomada de decisão em grupo 265
Capítulo 8 – Cultura e mudança organizacional 273 8.1. Cultura organizacional 275 8.2. Fatores motivadores da mudança organizacional 278 8.3. Abordagens alternativas da gestão da mudança 280 8.4. Formas de resistência à mudança organizacional 282
Bibliografia 289 Índice remissivo 291
Índice de quadros e figuras
QUADROS
Quadro 1.1. Funções da gestão 22 Quadro 1.2. Níveis de gestão e respetivas funções 23 Quadro 1.3. Princípios da Gestão Científica de Taylor 29 Quadro 1.4. Princípios Gerais de Fayol 32 Quadro 1.5. Dimensões da burocracia de Weber 34 Quadro 1.6. Caraterísticas do sistema aberto de Katz e Kahn 38 Quadro 1.7. Razões da existência de organizações 48 Quadro 2.1. Fases do processo de planeamento estratégico 62 Quadro 3.1. Vantagens e desvantagens da estrutura hierárquica simples 84 Quadro 3.2. Vantagens e desvantagens da estrutura funcional 85 Quadro 3.3. Vantagens e desvantagens da estrutura matricial 86 Quadro 3.4. Vantagens e desvantagens da estrutura por unidades estratégicas de
negócio 87 Quadro 3.5. Vantagens e desvantagens da estrutura em rede 88 Quadro 3.6. Vantagens e desvantagens da departamentalização por funções 92 Quadro 3.7. Vantagens e desvantagens da departamentalização
por área geográfica 92 Quadro 3.8. Vantagens e desvantagens da departamentalização por clientes 93 Quadro 3.9. Vantagens e desvantagens da departamentalização
por produtos ou serviços 94 Quadro 3.10. Vantagens e desvantagens da departamentalização por projetos 95 Quadro 3.11. Objetivos de departamentalização 96 Quadro 3.12. Os métodos de recrutamento 100 Quadro 3.13. Vantagens e desvantagens do Recrutamento Interno 101 Quadro 3.14. Vantagens e desvantagens do recrutamento externo 102
Quadro 3.15. Fases do processo de socialização 111 Quadro 3.16. Benefícios e riscos do apadrinhamento para o novo membro 113 Quadro 3.17. Benefícios e riscos do apadrinhamento para o mentor 114 Quadro 3.18. Competências do gestor de avaliação 119 Quadro 4.1. Relação entre as variáveis e os tipos de liderança de Likert 144 Quadro 4.2. Matriz da grelha de gestão de Blake e Mouton 146 Quadro 4.3. Tipos de comportamento de liderança de House 147 Quadro 4.4. Estilos de liderança e processos de decisão
– Modelo de Vroom/Yetton/Jago 152 Quadro 4.5. Níveis de maturidade dos colaboradores e estilos de liderança 155 Quadro 4.6. Caraterísticas do líder e do gestor 163 Quadro 4.7. Classificação das teorias da motivação 180 Quadro 4.8. Comparação entre as abordagens de Maslow e Alderfer 187 Quadro 4.9. Pressupostos da teoria X e Y de McGregor 191 Quadro 4.10. As caraterísticas dos níveis de conflito 211 Quadro 4.11. Consequências dos conflitos 217 Quadro 7.1. Classificação das decisões 262 Quadro 7.2. Fases do processo de tomada de decisão 263 Quadro 7.3. Elementos do processo de decisão 264 Quadro 7.4. Aplicações da técnica de Brainstorming 267 Quadro 7.5. Regras de Brainstorming 267 Quadro 7.6. O processo de tomada de decisão em grupo 269 Quadro 8.1. Fatores para a mudança individual 282 FIGURAS
Figura 1.1. Interdependência das funções da gestão 22 Figura 1.2. Relação das funções e níveis de gestão 24 Figura 1.3. Níveis de gestão e competências dos gestores 26 Figura 1.4. Relação dos níveis e funções de gestão
e as competências dos gestores 26 Figura 1.5. Pressupostos da Gestão Científica 29 Figura 1.6. Visão de Fayol sobre a estrutura organizacional 33 Figura 1.7. A empresa como sistema aberto 43 Figura 1.8. Áreas do meio ambiente geral da empresa 45
Figura 1.9. Ambiente das empresas 47 Figura 2.1. Níveis de planeamento 60 Figura 2.2. Matriz SWOT – Exemplo de uma análise SWOT 64 Figura 2.3. Barreiras e rentabilidade da indústria 69 Figura 2.4. Modelo das cinco forças competitivas 72 Figura 3.1. Tipologia das tecnologias de Perrow 82 Figura 3.2. Estrutura simples 84 Figura 3.3. Estrutura funcional 85 Figura 3.4. Estrutura matricial 86 Figura 3.5. Estrutura por unidades estratégicas de negócio 87 Figura 3.6. Estrutura em rede 88 Figura 3.7. Divisão por produtos 89 Figura 3.8. Divisão por área geográfica 89 Figura 3.9. Divisão por segmento de consumidores 90 Figura 4.1. Competências do líder 129 Figura 4.2. Componentes do líder 131 Figura 4.3. Matriz da liderança 132 Figura 4.4. Estilos de liderança 139 Figura 4.5. Modelo de liderança da Universidade de Ohio 142 Figura 4.6. Grelha de gestão de Blake e Mouton 145 Figura 4.7. Teoria «Caminho-meta» 148 Figura 4.8. Continuum de liderança 149 Figura 4.9. Modelo de liderança de Fiedler 151 Figura 4.10. Modelo situacional da liderança de Hersey e Blanchard 154 Figura 4.11. O modelo de processo motivacional 179 Figura 4.12. Pirâmide da hierarquia das Necessidades de Maslow 182 Figura 4.13. Efeitos dos fatores motivacionais de higiénicos de Herzberg 184 Figura 4.14. Comparação entre os modelos de motivação
de Maslow e Herzberg 185 Figura 4.15. Teoria de ERG de Alderfer 188 Figura 4.16. Teoria das necessidades adquiridas de McClelland 189 Figura 4.17. Teoria da equidade de Adams 193 Figura 4.18. Teoria da definição de Locke e Latham 195
Figura 4.19. Fatores de motivação de Vroom 197 Figura 4.20. Modelo das expetativas de Vroom 198 Figura 4.21. Estratégia de modificação do comportamento organizacional 200 Figura 4.22. As etapas do processo de conflito 212 Figura 5.1. Curva da Análise 226 Figura 5.2. Custo Total de Aprovisionamento por quantidades encomendadas 231 Figura 6.1. Processo de comunicação 248 Figura 7.1. Interação da informação com o processo de decisão 264 Figura 8.1. Caraterísticas definidoras da cultura da organização 277 Figura 8.2. Modelo de resistência individual de Hernandez e Caldas 284
Introdução
Ao escrever este livro pretendi dar o meu contributo para o estudo de iniciação à
gestão das organizações.
Foi minha intenção, na sua redação e estruturação, utilizar uma linguagem atual
e simples, de fácil compreensão, expondo as matérias de uma forma sistematizada e
metodologicamente compreensível para quem, sem conhecimentos prévios,
pretenda adquirir as noções básicas na área da gestão das organizações.
Os capítulos são iniciados com a apresentação dos respetivos objetivos de
estudo e terminam com questões para discussão e revisão dos temas e casos de
estudo expostos.
Especialmente dirigido para os alunos de licenciatura e mestrados em Gestão,
Economia, Ciências Sociais e outras áreas afins, este livro pode também ser
consultado com vantagens pelos profissionais e autodidatas que pretendam dar os
primeiros passos ou consolidar as bases teóricas da sua atividade.
Espero que aprecie e aproveite tanto com a leitura deste livro, como eu apreciei
ao escreve-lo para si.
Boa leitura!
Este livro está dividido em três partes com oito capítulos.
A primeira parte tem como objetivo enquadrar o tema central do livro.
O primeiro capítulo trata das noções introdutórias do estudo das organizações
nomeadamente, o conceito de gestão, as funções de gestão, os níveis de gestão, as
competências dos gestores e a evolução das teorias da gestão. Finaliza com algu-
mas referências à empresa e o seu meio ambiente.
A segunda parte deste livro é constituída por quatro capítulos que visam apre-
sentar as principais funções da gestão – planeamento, organização, direção e con-
trolo de gestão.
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O segundo capítulo aborda a definição de planeamento e respetivos níveis.
Seguidamente, trata o planeamento estratégico, a análise SWOT e termina com a
formulação da estratégia empresarial.
O terceiro capítulo explica as caraterísticas da organização, faz uma descrição
das estruturas organizacionais e dos tipos de departamentalização, e por fim, apre-
sentam-se as etapas para o fornecimento dos recursos humanos.
O quarto capítulo aborda a direção contemplando a liderança, motivação, poder
e conflito. Começa por enunciar os principais traços de identificação dos líderes, a
matriz da liderança, os estilos de liderança, as suas abordagens, os fatores relevan-
tes na escolha do estilo de liderança, inteligência emocional e a distinção gestor vs.
líder. Continua com o sistema motivacional, teorias motivacionais e a motivação de
equipas. Finaliza com as fontes de poder, níveis de conflitos, o processo de conflito,
respetivas visões, formas de gestão dos conflitos e consequências dos conflitos.
O quinto capítulo incide sobre os aspetos fulcrais do controlo de gestão fazendo
uma abordagem do respetivo processo, dos tipos de controlo, das qualidades do
controlo e respetivas técnicas.
A terceira e última parte do livro aborda os processos organizacionais e com-
preende os capítulos da comunicação, da tomada de decisão e da cultura e
mudança organizacional.
O sexto capítulo trata a comunicação. Inicia-se com uma referência às suas fun-
ções. Seguidamente, trata o processo comunicacional. Continua, referindo as ferra-
mentas de comunicação. Segue, depois, com os tipos e barreiras na comunicação.
Termina com a importância da comunicação nas organizações.
O sétimo capítulo incide sobre a tomada de decisão. É apresentado o seu pro-
cesso. E finalizado com uma abordagem à tomada de decisão individual e grupal.
O oitavo e último capítulo é destinado à cultura e mudança organizacional.
Começa pelo conceito cultura e respetivos tipos. Continua, referindo os fatores moti-
vadores da mudança organizacional. Segue, depois, com as abordagens alternativas
da gestão da mudança e termina com as formas de resistência à mudança organi-
zacional.
Capítulo 1
Estudo das Organizações
Objetivos de aprendizagem deste capítulo:
A Gestão
• Definir o conceito de gestão
• Explicar as funções e os níveis de gestão
• Analisar as habilidades dos gestores nas organizações
• Compreender as principais teorias da evolução da gestão
• Entender o meio envolvente das empresas
A Empresa
• Definir como é que a empresa funciona como um sistema aberto
• Explicar a análise do meio envolvente da empresa
E S T U D O D A S O R G A N I Z A Ç Õ E S 21
1.1. A Gestão
A história da Gestão iniciou-se com a Revolução Industrial em meados do século
XIX porque começou a surgir a necessidade de organizar os estabelecimentos que
emergiram com esta revolução e os profissionais formados noutras áreas, nomea-
damente engenharia, não possuíam os conhecimentos necessários às atividades da
gestão. Assim a gestão teve origem na aplicação de conhecimentos de várias ciên-
cias para gerir tais estabelecimentos.
Assim a moderna gestão (administração) surgiu nas consequências provocadas
pela revolução industrial, que foram as seguintes: o crescimento acelerado das
empresas que passaram a exigir uma administração científica capaz de substituir a
improvisação, e a necessidade de maior produtividade das empresas para fazer face
à competição no mercado.
A Gestão é definida como um processo estruturado de forma a possibilitar a pro-
dução de bens e serviços com o empenho dos membros da organização, o que
significa que a gestão compreende um conjunto de operações que visam garantir a
realização de um bom desempenho por parte dos recursos organizacionais, no
intuito de serem atingidos os objetivos e as metas previamente delineados, de forma
eficiente e eficaz, através das suas principais funções: planeamento, organização,
direção e controlo.
Sendo assim, a gestão é uma área interdisciplinar do conhecimento porque uti-
liza noções da Economia, da Psicologia, da Contabilidade, entre outras.
Para uma gestão de uma organização ser eficaz e eficiente, é necessário existir
uma atuação deliberada na prossecução dos seus objetivos e uma aplicação ade-
quada dos seus recursos, com vista à satisfação dos interesses de todos os que
estão nela envolvidos.
1.1.1. Funções da gestão
A gestão integra quatro funções que os colaboradores desempenham de forma a
permitirem atingir os objetivos previamente delineados pela organização (Quadro 1.1):
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Quadro 1.1. Funções da gestão
Função Descrição
Planeamento Definir os objetivos para a organização e a forma como os mesmos devem ser atingidos, ou seja, é o processo de determinar previamente o que deve ser feito, como fazê-lo, quando, por quem e com que meios.
Organização Especificar a explanação das interações entre os vários departamentos de uma organização de forma a atingir os objetivos pré-delineados e define as atividades efetuadas por cada membro.
Direção Orientar e dirigir o comportamento dos membros da organização de forma a serem alcançados os objetivos organizacionais. A função da direção pode incluir a liderança que é capacidade de influenciar e motivar os liderados a atingirem o objetivo grupal, a comunicação que é o processo de permuta de informações, e a negociação no sentido de ser um processo dinâmico, que procura encontrar e estabelecer um compromisso equitativo e motivador, (para alcançar os objetivos desejados) e que possa satisfazer ambas as partes.
Controlo de gestão
Avaliar os resultados obtidos face aos objetivos planeados, e aplicar se necessário medidas corretivas para colmatar os desvios.
O processo de gestão é uma sequência destas funções, embora as mesmas não
possam ser tratadas individualmente porque são interdependentes e influenciam-se
mutuamente, o que representa um ciclo contínuo e em continua adaptação à envol-
vente externa e ao meio ambiente interno da organização.
A Figura 1.1 representa a interdependência das funções da gestão.
Figura 1.1. Interdependência das funções da gestão
Planear Organizar
Controlar Dirigir
E S T U D O D A S O R G A N I Z A Ç Õ E S 23
1.1.2. Níveis de gestão
Nas organizações os colaboradores ocupam três níveis de gestão diferentes
conforme as funções que desempenham:
• No nível de gestão estratégico ou institucional localizam-se os gestores de topo
da organização, tal como os membros do conselho de administração. Estes
delineiam os objetivos gerais, tomam decisões estratégicas e de planeamento
de médio e longo prazo, definem os recursos a utilizar, e efetuam a ligação
entre a organização e o meio envolvente de forma a cumprir a missão da orga-
nização.
• O nível tático ou intermédio situa-se entre a gestão de topo e os gestores
operacionais que tomam decisões de nível médio, efetuam os planos de curto
e médio prazo, ou seja, traduzem os objetivos genéricos e os planos desenvol-
vidos pelos gestores de topo, em objetivos e atividades específicas, que são as
componentes táticas. Este nível de gestão inclui os membros executivos e
chefes de nível médio.
• O nível operacional inclui os gestores de 1ª linha, como os chefes de secção que
tomam as decisões rotineiras e executam tarefas muito específicas tal como
operações de produtos ou serviços, de caráter imediato. E executam os planos
estabelecidos pelos níveis de gestão superiores.
O Quadro 1.2 ilustra a interação entre os níveis e funções de gestão.
Quadro 1.2. Níveis de gestão e respetivas funções
Funções de Gestão
Planeamento Organização Direção Controlo
Est
raté
gico
Planeamento estratégico; Determina os objetivos da organização
Desenho da estrutura organizacional
Direção geral; Definição de políticas de gestão
Controlo global da organização e avaliação do desempenho dos membros da organização
Tát
ico
Orienta o planeamento estratégico numa área específica da organização; Disponibilização de recursos
Desenho da hierarquia do departamento; Definição de normas e procedimentos
Gestão de recursos; Liderança e Motivação
Controlo tático; Avaliação do desempenho dos membros dos departamentos
Nív
eis
de
Ges
tão
Ope
raci
onal
Planeamento operacional de atividades diárias e de caráter imediato
Organização e definiçãode cargos e tarefas; Desenvolvimento de métodos e processos
Supervisão de primeira linha
Controlo operacional; Avaliação de desempenho individual
24 M A N U A L D E G E S T Ã O D A S O R G A N I Z A Ç Õ E S
A Figura 1.2 apresenta a relação das funções de gestão com os níveis de gestão.
Figura 1.2. Relação das funções e níveis de gestão
Os gestores de nível estratégico despendem mais tempo com as funções planea-
mento e organização do que os gestores de nível tático ou intermédio. A gestão de
nível operacional dedica um período mais extenso na função de direção, nomea-
damente a liderar/coordenar. A função de controlo, apresenta diferenças nos níveis
de gestão, sendo importante que toda a organização avalie se o que foi executado
está em consonância com os objetivos organizacionais.
1.1.3. Competências dos gestores
Nas organizações tem-se verificado muitas alterações decorrentes da globaliza-
ção e fatores inerentes aos atuais contextos sociais e políticos, sendo exigido cada
vez mais aos gestores novas competências para realização dos objetivos organiza-
cionais.
As competências básicas para um bom desempenho e bem-sucedido:
• Técnicas.
• Humanas.
• Concetuais.
As competências técnicas são as capacidades do gestor de utilizar conhecimen-
tos especializados, recursos e técnicas relacionados com o trabalho e com os pro-
cedimentos de realização. Estas são adquiridas através da formação e experiência
E S T U D O D A S O R G A N I Z A Ç Õ E S 25
profissional, como o caso de habilidades em matemática, contabilidade, medicina e
sistemas de informação.
Exemplo: Um vendedor de casas necessita de habilidades técnicas para queas possa vender, isto significa que deve conhecer as suas caraterísticas para que possa convencer o seu cliente de que fará uma boa compra.
As competências Humanas, estão relacionadas com o trabalho com as pessoas
e referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Envolvem a capa-
cidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais ou gru-
pais. As Habilidades humanas estão relacionadas com a interação comas pessoas.
O desenvolvimento da cooperação dentro da equipe, o encorajamento da participa-
ção, sem medos ou receios e o envolvimento das pessoas são aspetos típicos de
habilidades humanas.
Exemplo: Um técnico de futebol deverá liderar a sua equipa fora de campopara que ela tenha uma referência a nível motivacional para competir num torneio.Segundo Maximiano, essa habilidade é a...
As competências de relações humanas são as capacidades de motivar e conse-
guir a colaboração de outros membros do grupo de forma a que o trabalho grupal
atinja os objetivos delineados, o que requer capacidades de comunicação entre os
colaboradores para garantir a motivação dos envolvidos e inteligência emocional de
forma a tomar decisões urgentes.
Exemplo: um líder possui a capacidade de influenciar e motivar os seus seguidores a atingirem os objetivos organizacionais.
As competências concetuais ou holísticas são as capacidades de compreender a
organização como um todo, a sua complexidade, como as várias funções da orga-
nização se complementam entre elas e como cada parte da organização interage
com as outras partes. E a capacidade para entender como a organização se rela-
ciona com o meio ambiente, como por exemplo, a capacidade do gestor em traba-
lhar em situações complexas o que exige experiência e maturidade.
A Figura 1.3 evidencia as capacidades exercidas pelos gestores de acordo com
os níveis de gestão.
À medida que um gestor evolui do nível operacional para o nível estratégico, as
competências concetuais tornam-se mais relevantes que as técnicas.
26 M A N U A L D E G E S T Ã O D A S O R G A N I Z A Ç Õ E S
Figura 1.3. Níveis de gestão e competências dos gestores
Quando um gestor evolui do nível operacional para o nível estratégico, as habili-
dades concetuais e as funções de gestão de planeamento e controlo tornam-se mais
importantes que, respetivamente, as habilidades técnicas e a função de direção, no
entanto, as habilidades de relações humanas bem como a função organização são
essenciais em todos os níveis de gestão.
A Figura 1.4 apresenta a relação existente entre os níveis e funções de gestão e
as competências dos gestores.
Figura 1.4. Relação dos níveis e funções de gestão e as competências dos gestores
Um manual de iniciação ao estudo da gestão das organizações.
Numa linguagem simples e acessível, este livro expõe os conhe-cimentos e os conceitos necessários para quem pretenda dar os pri-meiros passos na aprendizagem do que são as organizações e doque é a sua gestão.
A autora, com vasta experiência universitária no ensino da ges-tão, aborda os temas que integram a maioria dos conteúdos progra-máticos das unidades curriculares de introdução à gestão das diver-sas licenciaturas e mestrados em Gestão de Empresas, Gestão deRecursos Humanos, Economia e Ciências Sociais:
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Funções da gestão – Planeamento, Organização, Direção e Con-trolo;
Processos Organizacionais – Comunicação, Tomada de Decisão,Cultura e Mudança Organizacional.
Os capítulos são iniciados com a apresentação dos respetivosobjetivos de estudo e terminam com questões para discussão erevisão dos temas e casos de estudo apresentados.
Especialmente dirigido a estudantes, este livro pode também serconsultado com vantagens por profissionais e autodidatas que pre-tendam dar os primeiros passos ou consolidar as bases teóricas dasua atividade.
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Felipa Lopes dos Reis. Doutora em Gestão, é Professora Associada naUniversidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias nas Licenciaturas eMestrados na área de Gestão. Autora de vários livros e artigos em revistasinternacionais nomeadamente .The International Journal of Human Resource
Manual de Gestão
das Organizações
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Com exercícios e casos de estudo
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