document91

30
GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DEFESA CIVIL ESTADUAL TEN ALMEIDA 0

Upload: sandra-oliveira-oliveira

Post on 26-Dec-2015

8 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Document91

GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOCORPO DE BOMBEIROS MILITAR

DEFESA CIVIL ESTADUAL

TEN ALMEIDA

0

Page 2: Document91

CORPO DE BOMBEIROS MILITARCENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS

CURSO HABILITAÇÃO DE SARGENTOS

Gestão Operacional em Produtos Perigosos

INTRODUÇÃO

O presente curso tem como objetivo propiciar ao educando o aprimoramento do conhecimento das peculiaridades que envolvem as atividades de intervenção e controle de eventos geradores de risco ambiental, em eventos derivados de acidentes que envolvam transporte, estocagem e derramamento de produtos químicos, proporcionando a estes empregar as técnicas de segurança para evitar a ocorrência do dano e/ou minimizar seus efeitos, com a prática da adoção de medidas mitigadoras de contenção do risco e segurança para a equipe de intervenção.

Dentro deste enfoque a proposta da disciplina é fazer a abordagem do assunto, dotando os instruendos de conhecimentos elementares para avaliação de uma situação crítica que envolva operações com produtos perigosos, aplicando as técnicas de gerenciamento operacional através da ferramenta do Sistema de Comando em Operações (SCO).

Para tanto, faz-se necessário o entendimento da disciplina como um todo, desde a abordagem do conceito de produtos perigosos, tipos de acidentes envolvendo produtos geradores de risco ambiental, classificação e identificação dos produtos químicos em função do risco, medidas de segurança em operações com produtos químicos e legislação específica, entre outros, conforme veremos a seguir. À medida que os temas forem avançando, especificamente para os procedimentos operacionais padrão para atendimento a emergências com produtos perigosos, serão inseridos os conceitos do Sistema de Comando em Operações e seus mecanismos de gestão.

PRODUTOS PERIGOSOS

Conceito: Considera-se PRODUTO PERIGOSO aquele que é perigoso ou represente risco a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente. Numa definição mais simples pode-se dizer que Produto Perigoso é toda substância sólida, líquida ou gasosa que, quando fora de seu recipiente, pode produzir perigo para pessoas, propriedade ou meio ambiente.

Como a maioria dos acidentes com produtos perigosos afeta diretamente o meio ambiente podemos ainda definir ACIDENTE AMBIENTAL como qualquer evento inesperado e indesejado que afeta, direta ou indiretamente, a saúde e a segurança da comunidade ou causa impactos agudos ao meio ambiente.

Os riscos de desastres com produtos perigosos avultam entre os desastres humanos de natureza tecnológica, podendo localizar-se no Transporte rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre, no deslocamento por dutos, em instalações fixas como portos, depósitos, indústrias produtoras de produtos perigosos, indústrias consumidoras de produtos perigosos, refinarias de petróleo, pólos petroquímicos, depósitos de resíduos, rejeitos ou restos e no consumo, uso ou Manuseio de produtos perigosos.

Centenas de milhares de produtos químicos são produzidas, armazenados, transportados e usados anualmente. Um acidente com produto perigoso

1

Page 3: Document91

ocorre todas as vezes que se perde o controle sobre o risco, resultando em extravasamento, causando danos humanos, materiais e ambientais. Devido à natureza perigosa de muitos deles, foram estabelecidas normas para reduzir os danos prováveis. Se essas normas não forem seguidas, perde-se o controle efetivo sobre o risco e origina-se uma situação de desastre iminente. Os acidentes com produtos perigosos variam em função do tipo do produto químico e da quantidade e das características dos mesmos.

HISTÓRICO DE ACIDENTES

Acidentes famosos no Brasil

PÓ DA CHINA - acontecido no Rio de Janeiro/RJ - num DEPÓSITO - uma partida de Pó da China (quimicamente Pentaclorofenato de sódio) chegou ao Brasil em embalagens muito avariadas. A transferência do produto para novos vasilhames foi realizada por vários homens vestidos apenas com calções, sem máscaras, luvas, óculos etc., e num dia de 40º C de calor. A “poeira” do Pó da China foi INALADA para os pulmões enquanto que os corpos coberto de suor absorveram Pó da China pela pele. Resultado: três operadores mortos por intoxicação.

GASOLINA e ÁLCOOL - acontecido no Município d Pojuca/BA - um trem descarrilou, tombando vários vagões com Gasolina e Álcool. A população residente nas imediações aproveitou para encher baldes e latas com combustível derramado, para venda a terceiros até que, de repente, uma faísca incendiou os combustível vazados e os vagões carregados, enfim, toda a composição ferroviária, Resultado: mais de cem mortos, especialmente, crianças.

VAZAMENTO EM DUTOS - aconteceu na Vila Socó, Município de Cubatão/SP - nesta área a Petrobrás enterrou uma rede de dutos para deslocamento de sua gasolina, diesel, etc. Sobre os dutos, a população de Vila Socó construiu uma favela. Certa noite, um dos dutos vazou e o combustível derramado pegou fogo, talvez em contato com alguns fogões domésticos acesos. O grande incêndio que lavrou matou mais de 500 pessoas.

SHOPPING CENTER de OSASCO - Osasco/SP - a instalação fixa subterrânea destinada a conduzir o GLP (gás de cozinha) para diferentes pontos do prédio vazou e, de repente, o gás acumulado numa parte inferior da construção, explodiu - certamente com contato com chama ou faísca - provocando destruição parcial do shopping e morte de mais de 40 pessoas, além de inúmeros feridos.

Fora do Brasil, dentre outros, se destacam:

Oppau/Alemanha - 1921 - explosão d um DEPÓSITO contendo 4.000 toneladas de Nitrato de Amônio - 561 mortos.

Texas City/USA - 1947 - explosão em dois barcos que carregavam cerca de 4.000 toneladas de Nitrato de Amônio - 550 mortos.

Brest/França - 1947 - explosão em navio carregando 2.500 toneladas de Nitrato de Amônio - 21 mortos.

Ludwigshagfen/Alemanha - 1948 - explosão de um vagão ferroviário com 300 toneladas de Dimetileter - 207 mortos.

San Carlos/Espanha - 1978 - explosão de um caminhão tanque, que invadiu um “camping” de turista, carregado com 22 toneladas de propileno - 215 mortos - 200 feridos.

2

Page 4: Document91

Mississauga/Canada - acidente ferroviário com Cloro e Butano - evacuadas mais de 200.000 pessoas - não houve mortos nem feridos.

St. J. Ixhuatepec/México - 1984 - explosão de GLP (gás) em refinaria - 452 mortos - 4.248 feridos - evacuadas 300.000 pessoas.

CHENOBYL/Rússia - vazamento em reator nuclear - 31 mortos - 500 feridos - 412.000 evacuadas - aparecimento de inúmeros casos de câncer, especialmente, na glândula tireóide de crianças.

Bhopal/Índia - vazamento de Methylisocianato numa fábrica da Union Carbide - já morreram até agora mais de 4.000 pessoas; existem mais 10.000 feridos especialmente pessoas que ficaram cegas - o acidente envolveu mais de 300.000 pessoas.

Nem todo acidente em produtos perigosos causa morte, como por exemplo, o incêndio que ocorreu em DEPÓSITO da tradicional Sandoz, em Basiléia, na Suíça. Com o incremento das chamas, os Bombeiros tiveram que combatê-las com água abundante, com o objetivo de evitar a sua propagação para outras instalações vizinhas. No entanto, as “águas que apagaram o incêndio” ficaram carregadas de produtos tóxicos, especialmente, agrotóxicos concentrados que, conduzidos naturalmente para o Rio Rheno, exterminaram, por dezenas de quilômetros, sua fauna e flora. Tudo acabou num tremendo desastre ecológico.

Em resumo temos a seguinte situação:

LOCAL MORTOS FERIDOS PESSOAS ENVOLVIDAS

Los Alfeques – EspanhaAcidente rodoviário22 t de Propileno

215 200

Seveso – ItáliaVazamento de dioxina

--- 193 730

Mississauga – CanadáAcidente ferroviárioCloro e Butano

---- ---- 200 mil

ST J. Ixhuatepec – MéxicoGás – Refinaria de petróleo

452 4.248 300 mil

Basiléia – SuiçaSandoz – Incêndio em depósito

RIO RHENO CONTAMINADO

Texas City – EUAExplosão de 02 barcos com 4000 t de Nitrato de Amônio

550 ---- ----

Bophal – ÍndiaVazamento de Methyilisocianato

4.000 10.000 300 mil

Chernobyl – RússiaAcidente nuclear

31 500 412 mil

3

Page 5: Document91

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Considerando que o objetivo deste curso não abrange uma análise aprofundada da legislação que rege a movimentação e manuseio de produtos perigosos citamos a legislação abaixo para conhecimento geral dos instruendos, a saber:

1. TRANSPORTE RODOVIÁRIO

Decreto nº 96.044 de 18 de maio de 1988:Regulamento para Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos (RTRPP);

Decreto nº 1797 de 25 de janeiro de 1996:Acordo de Alcance Parcial para Facilitação de Transporte de Produtos Perigosos

no MERCOSUL; Portaria nº 204 de 20 de maio de 1997:

Instruções Complementares ao RTTPP.Revogou a Portaria nº 291 de 31.05.88

Resolução ANTT Nº 420 de 12 de fevereiro de 2004 - Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos (alterou a Portaria nº 204/97) Normas Técnicas da ABNT (NBR):

NBR 7500 - Símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais.•NBR 7501 - Transporte de produtos perigosos - terminologia.•NBR 7503 - Ficha de emergência para o transporte de produtos perigosos - características e dimensões.•NBR 7504 - Envelope para transporte de produtos perigosos - características e dimensões.•NBR 8285 - Preenchimento da ficha de emergência para o transporte de produtos perigosos.•NBR 8286 - Emprego da sinalização nas unidades de transporte e de rótulos nas embalagens de produtos perigosos.•NBR 9734 - Conjunto de equipamentos de proteção individual para avaliação de emergência e fuga no transporte rodoviário de produtos perigosos.•NBR 9735 - Conjunto de equipamentos para emergências no transporte rodoviário de produtos perigosos.•NBR 10271 - Conjunto de equipamentos para emergências no transporte rodoviário de ácido fluorídrico - procedimento.•NBR 12710 - Proteção contra incêndio por extintores, no transporte rodoviário de produtos perigosos.•NBR 12982 - Desgaseificação de tanque rodoviário para transporte de produto perigoso - classe de risco 3 - líquidos inflamáveis - procedimento.•NBR 13095 - Instalação e fixação de extintores de incêndio para carga, no transporte rodoviário de produtos perigosos.•NBR 14064 - Atendimento de emergência no transporte rodoviário de produtos perigosos.•NBR 14095 - Área de estacionamento para veículos rodoviários de transporte de produtos perigosos.

4

Page 6: Document91

Legislação Ambiental: Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto 99.274

de 06 de junho de 1990. Lei 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 – Lei de Crimes Ambientais

Regulamentos Técnicos do INMETRO NORMAS DO CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear)

CNEN 5.01 – Regulamenta o transporte de materiais radioativos; CNEN 2.01 – Regulamenta a proteção física de Unidades de Operacionais

de área nuclear. R 105 – Regulamento do Ministério do Exército

Regulamenta a fiscalização de produtos controlados.

2. TRANSPORTE MARÍTIMO

INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATION (IMO): Organismo vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) que regulamenta o transporte marítimo. SOLAS 1974 - (International Convention for the Safety of the Life at Sea) - É a Convenção Internacional para a Segurança Marítima. Contém as disposições obrigatórias que regem o transporte de Produtos Perigosos.

MARPOL 73/78 - Trata dos diversos aspectos da prevenção da Contaminação do mar e seus ecossistemas, contém as disposições obrigatórias para a prevenção da contaminação por substâncias prejudiciais transportadas por mar.

IMDG CODE - International Maritime Dangerous Goods Code - (Código Marítimo Internacional sobre Mercadorias Perigosas): Recomenda que as determinações sejam adotadas pelos governos que os tomem como base para as suas regulamentações. Com a observação deste Código se harmonizam as práticas e os procedimentos adotados para o transporte por mar de mercadorias perigosas e se garantem o cumprimento das disposições obrigatórias do Convênio SOLAS 1974.

N.R. 29 Ministério do Trabalho, de 17 de dezembro 1997: Regulamenta a Segurança e Saúde no Trabalho Portuário.

3. TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Decreto 98.973, de 21 de fevereiro de 1990 - Regulamenta o Transporte Ferroviário de produtos controlados.

ATENDIMENTO EMERGENCIAL

Conceitos Fundamentais:

Para realizar o atendimento em situações emergenciais como as descritas acima, as equipes de emergência tiveram de realizar tarefas complexas e extenuantes. Em alguns casos colocados as emergências se prolongaram por vários dias.

Tais situações exigiram da equipes de atendimento um altíssimo nível de profissionalismo, prudência e muita determinação.

5

Page 7: Document91

Entendemos por Profissionalismo – os conhecimentos teóricos e práticos necessários para que um indivíduo possa atuar em uma situação emergencial. O profissionalismo é conseguido através de treinamentos periódicos.

Neste caso a Prudência é o respeito, a cautela (ou até mesmo o medo) que os membros de atendimento devem ter para com os produtos químicos e seus riscos.

A Determinação não é nada mais que a própria coragem necessária para que o indivíduo consiga realizar as atividades necessárias em uma situação emergencial.

A Prudência e a Determinação não são adquiridas simplesmente com treinamentos teóricos e práticos, mas sim com a experiência e com a própria personalidade de cada indivíduo. Infelizmente se uma pessoa não mostra Prudência, ou não mostra Determinação ou até mesmo as duas juntas, tal pessoa não serve para atuar em situações emergenciais e deve ser eliminada do grupo de atendimento a emergências.

É extremamente importante observar que:

As emergências que envolvem produtos químicos perigosos são situações de vida ou morte!

As emergências que envolvem produtos químicos perigosos são muito duras, exaustivas e muitas vezes sujas. Em situações reais, é determinante que a Equipe de Emergência esteja muito bem preparada e equipada. Apenas com profundo conhecimento e treinamento constante é possível alcançar o nível ideal para um pronto atendimento.

É imprescindível que a EQUIPE HAZMAT disponha de equipamentos apropriados (e bem conservados) para poder realizar um atendimento adequado.

É importante observar também que a EQUIPE HAZMAT tem a responsabilidade pelos danos causados, caso seus procedimentos não eliminem ou até mesmo piorem a situação emergencial.

Como toda EQUIPE HAZMAT é composta por um grupo de indivíduos, temos o seguinte:

A responsabilidade é do Grupo, e nunca apenas de um único indivíduo!É também interessante lembrar que toda EQUIPE HAZMAT possui um

COORDENADOR, que é a pessoa responsável por dirigir as atividades da EQUIPE; desta maneira a maior parte da culpa deve cair sobre este indivíduo.

O COORDENADOR é a pessoa responsável por analisar os seguintes fatores cruciais de sua equipe:

Conhecimento Básico sobre Produtos Químicos e Toxicologia;Procedimentos Operacionais Adequados – Seqüência de

operações;Equipamentos apropriados, incluindo sua utilização adequada.Com todos os dados colocados até aqui fica óbvio que apenas

com:

A somatória de todos os fatores irá tornar o sucesso garantido.

6

Page 8: Document91

Procedimentos Utilizados em Emergências com Produtos Químicos Perigosos (7 passos)

As ocorrências envolvendo produtos perigosos são cercadas de circunstâncias diversas que interferem diretamente no procedimento operacional para a solução e restabelecimento da normalidade no cenário. Portanto não existe uma fórmula comum a ser seguida. O que podemos indicar são procedimentos que, quando seguidos irão auxiliar muito as Equipes de Emergências.

Basicamente podemos dividir a atuação em Emergências com Produtos Perigosos em 7 passos distintos. São eles:

1. Identificação do produto e seus riscos; 2. Proteção Pessoal; 3. Isolamento da área; 4. Salvamento de vítimas; 5. Contenção e Controle do produto; 6. Descontaminação; 7. Relatório.

A seguir iremos detalhar cada um dos passos acima descritos.

1. Análise e Verificação do Risco

Antes que se possam iniciar operações efetivas de reação em um acidente com materiais perigosos, deve-se obter uma grande quantidade de informações a respeito da identidade do produto como também do acidente. Primeiro identifica-se o produto envolvido e depois faz-se uma avaliação do que aconteceu, está acontecendo ou pode acontecer.

A análise e verificação dos riscos envolvidos durante as emergências com produtos químicos perigosos são iniciadas assim que seja informada a BRIGADA de EMERGÊNCIA da existência de um vazamento, e só termina após a operação de descontaminação.

As emergências são sempre dinâmicas, elas mudam em questões de segundos, uma vez que dependem de inúmeros fatores, portanto a análise e verificação do risco são constantes durante toda a emergência.

A idéia principal é:

O risco potencial deve ser instantaneamente analisado para que as atividades do Grupo de Emergência possam ser dirigidas de maneira eficiente.

Na análise de risco, o fator predominante é o BOM SENSO, que deverá prevalecer, a fim de que, atitudes corretas sejam tomadas, não colocando em risco desnecessário as pessoas, os bens materiais e o meio-ambiente.

Infelizmente a única maneira de se ter BOM SENSO é raciocinar com clareza sem entrar em desespero, se possível lembrando-se sempre de experiências anteriores (sucessos ou fracassos).

Além do BOM SENSO devemos levantar dados importantes de uma emergência. Dados como:

Perigo potencial apresentado pelo produto químico; Quantidade do produto envolvido;

7

Page 9: Document91

Treinamento e conhecimento dos operários envolvidos; Relação de perigo imediato para as pessoas, bens materiais e

meio ambiente.É essencial que a substância seja identificada, antes que atitudes

errôneas sejam tomadas.

Em caso de dúvida assuma o Pior Caso Possível.

IDENTIDADE DO MATERIAL OU MATERIAIS ENVOLVIDOS

O produto envolvido deve ser identificado antes que qualquer ação seja tomada, pois é muito provável que estejamos frente a um problema muito sério e muitas vezes mortal. Diversos especialistas, especialmente os bombeiros, que são geralmente os primeiros a se apresentar na cena do acidente, enfrentando riscos, aprenderam esta lição de um modo muito duro. Se o acidente envolve fogo, a reação natural dos bombeiros é tentar apagar este fogo. Todavia, em muitas emergências com produtos perigosos, é expressamente proibido o emprego de água, pois esta pode reagir com o produto químico e formar gases combustíveis ou explosivos. Como exemplo citaremos o Carbureto de Cálcio e o Sódio Metálico. No caso de fogo com pesticidas, na forma concentrada, por exemplo, convém deixar queimar o material, pois os produtos derivados da combustão são menos perigosos do que o produto em si.

Existem várias maneiras de se Identificar o produto:1. Consultando os documentos de embarque. Na nota fiscal deve

constar o nome do produto como também o número da ONU relativo.

1. Consultando a ficha de emergência que também deve estar no veículo, dentro do envelope pardo.

2. Observando o que consta nos painéis de segurança, de cor laranja, com números pretos, que obrigatoriamente devem estar afixados na frente, na traseira e algumas vezes nas laterais dos veículos.

3. Prestando atenção aos rótulos de risco que estão pintados ou colados nas carrocerias, nos tanques, embalagens, etc.

Algumas vezes a presença de produtos perigosos no local do incidente pode não ser muito aparente. Os Bombeiros ao chegarem ao local podem se encontrar no meio de uma situação perigosa. Alguns sinais poderão ser indicativos do envolvimento de produtos perigosos.

Seis sinais básicos devem ser observados:a. Localização de atividade produtiva - é o primeiro sinal de que

poderá haver produto perigoso no local.b. Forma do recipiente - poderá indicar quantidade do produto, tipo

de substância, características, etc.c. Marcas e cores - também usada no transporte, como número da

ONU, diamante de cores, etc.d. Rótulos e placas.e. Papéis de embarque.f. Órgãos dos sentidos - odor, visão (pássaros mortos, vapores,

líquidos, vegetação queimada, etc.)

8

Page 10: Document91

AVALIAÇÃO

O trabalho de avaliação é o processo de reunir e analisar informações. Este procedimento tenta obter um quadro ou impressão geral da natureza e gravidade do fato, de modo que se possam tomar decisões racionais de como proceder. A avaliação objetiva obter e examinar tanta informação como o tempo permita a respeito da situação, incluindo:

A identidade do material ou materiais. Os perigos relacionados com cada material. Se o vazamento (ou vazamento potencial) é para o ar, ao terreno, a água de

superfície e/ou para águas subterrâneas. Os efeitos e riscos nas pessoas, propriedades e o meio ambiente. As medidas de segurança, uma preocupação fundamental durante a

avaliação inicial, que devem ser tomadas para proteger o pessoal de reação.

Avaliação Preliminar

Antes de chegar ao local, os membros da equipe de reação devem avaliar a natureza do incidente e fazer ou preparar um plano de ação preliminar para controlar a situação com a informação (freqüentemente defeituosa) que se recebeu ao tomar conhecimento do fato. No local do acidente faz-se uma avaliação inicial para obter uma idéia mais precisa do acidente. Ao obter-se melhores informações do acidente ou se as condições do acidente se alteram, modificam-se os planos de reação ou os procedimentos de segurança para adaptá-los às condições do acidente. A avaliação para ser efetiva deve ser um processo contínuo.

A avaliação é importante porque fornece informações para assegurar que sejam empregadas as táticas e estratégias apropriadas durante a reação e para se estar seguros de que o pessoal de reação ou indivíduos das proximidades não estejam em perigo. Para alcançar este objetivo o pessoal de reação deve observar e analisar continuamente o acidente para ver se existem alterações e, no caso positivo, ajustar as táticas para a nova situação.

Identificação de Produtos Perigosos

É muito fácil identificarmos um tipo de comida ou bebida, através de seu sabor ou seu aroma. A pergunta agora é a seguinte:

Como podemos identificar uma substância química perigosa, uma vez que não podemos prová-la ou inalar seus gases e/ou vapores?

É uma resposta bastante complexa, e para tanto devemos seguir uma linha de raciocínio por eliminação!

PRIMEIRO PASSO – todas as substâncias químicas, comercializadas na grande maioria dos paises, possuem pelo menos um rótulo de identificação para o produto. Há Leis e Normas nacionais e internacionais, criadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para tal finalidade, que são amplamente utilizadas.

O Brasil como membro da ONU, segue tais Normas Internacionais!O primeiro ponto importante a ser observado é que as substâncias químicas

foram divididas em relação ao perigo que as mesmas apresentam. Além da classe,

9

Page 11: Document91

6 6 81 6 7 0

8 81 7 7 5

Substância muito tóxica e corrosiva

Perclorometilmercaptana

Substância muito corrosiva

Ácido Fluorbórico

X 3 3 81 2 4 2

X 4 2 32 2 5 7

Sólido Inflamável que, em contato com a água, libera

gases inflamáveis.Potássio

Líquido muito inflamável, corrosivo que reage

perigosamente com água. Metildiclorossilano

existe também uma subclassificação, pois devido a algumas características particulares de alguns produtos, uma única classificação não seria possível.

Além da Classe e da Subclasse, também foram padronizados rótulos de risco, que facilitam a identificação do risco que a substância apresenta. Abaixo temos as indicações de Classe, Subclasse e Rótulos de risco:

PAINEL DE SEGURANÇA

Retângulo de cor laranja, medindo 30 x 40 cm, com uma borda de 1 cm na cor preta;

O verso deve ser em cor preta, se for removível, exceto adesivos; Deve ser refletivo quando o veículo transitar do por do sol ao amanhecer; Os algarismos não podem ser removíveis (adesivos, tinta lavável, ou graxa de

sapato líquida) Deve ser colocado um na frente e um na traseira do veículo (ambos do lado do

motorista) e um em cada lateral (da metade para a traseira do veículo) O tamanho pode ser diminuído para 22,5 x 35 cm quando for utilizado em

veículos que não sejam caminhões;

PARTE SUPERIOR: Número de Identificação do Risco do Produto PARTE INFERIOR: Número de Identificação do Produto (Nº DA ONU)

10

Page 12: Document91

NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCO

1) A parte superior do Painel de Segurança é destinada ao NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCO. É constituído por até três algarismos e, se necessário, a letra X;

2) Quando for expressamente proibido o uso de água no produto, deve ser colocada a letra X no início, antes do Nº de Identificação de Risco;

3) O Número de Identificação de Risco permite determinar imediatamente o RISCO PRINCIPAL (1º algarismo) e os RISCOS SECUNDÁRIOS do produto (2º e 3º algarismos);

4) Na ausência de Risco Secundário deve ser colocado como 2º algarismo “zero”;

5) No caso de gás nem sempre o 1º algarismo significa o Risco Principal;6) A duplicação ou triplicação dos algarismos significa uma INTENSIFICAÇÃO

DO RISCO, por exemplo:

30 - inflamável33 - muito inflamável333 – altamente inflamável

SIGNIFICADO DO 1º ALGARISMO

2 GÁS3 LÍQUIDO INFLAMÁVEL4 SÓLIDO INFLAMÁVEL5 SUBSTÂNCIA OXIDANTE OU PERÓXIDO ORGÂNICO6 SUBSTÂNCIA TÓXICA OU INFECTANTE7 SUBSTÂNCIA RADIOATIVA8 SUBSTÂNCIA CORROSIVA9 SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS

SIGNIFICADO DO 2º e 3º ALGARISMOS

0 AUSÊNCIA DE RISCO1 EXPLOSIVO2 GÁS3 INFLAMÁVEL4 FUNDIDO5 OXIDANTE6 TÓXICO7 RADIOATIVO8 CORROSIVO

11

Page 13: Document91

9 PERIGO DE REAÇÃO VIOLENTA RESULTANTE DA DECOMPOSIÇÃO ESPONTÂNEA OU DE POLIMERIZAÇÃO

NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO (NÚMERO DA ONU)

Número com quatro algarismos que a ONU (Organização das Nações Unidas) atribui a cada produto perigoso para padronizar a sua identificação;

Exemplo:1005 – Amônia1017 – Cloro1170 – Álcool Etílico

A identificação do produto é feita através do Manual de Emergências da ABQUIM consultando as páginas amarelas, onde os números estão em ordem numérica crescente.

As combinações de números a seguir têm significado especial:

20 Gás inerte22 Gás refrigeradoX323 Líquido inflamável, que reage perigosamente com água,

desprendendo gases inflamáveis.

X333 Líquido pirofórico, que reage perigosamente com água. 39 Líquido inflamável sujeito a violenta reação espontânea.X423 Sólido inflamável, que reage perigosamente com água,

desprendendo gases inflamáveis. 44 Sólido inflamável, que a uma temperatura elevada se encontra

em estado fundido.433 Sólido altamente inflamável 539 Peróxido orgânico, inflamável.559 Produto muito oxidante, sujeito a violenta reação espontânea ou

Peróxido Orgânico.639 Produto tóxico ou infectante, inflamável, sujeito a violenta reação

espontânea.72 Gás radioativo

RÓTULOS DE RISCO

Conforme regulamentam a NBR 7.500, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Decreto 96.044, regulamentado pela Portaria nº 204, de 20 de maio de 1997 e Resolução 420, de 12 de fevereiro de 2004.

12

Page 14: Document91

Quadrado apoiado sobre um de seus ângulos, com medida de 30 x 30 cm, com uma linha de 1,25 cm de borda, em todo perímetro (para veículos) e mínimo de 10 x 10 cm (nas embalagens), podendo estar contido no Rótulo de Segurança ;

O verso deve ser em cor preta, se for removível. Exceto adesivos; Não é obrigatório que seja refletivo no transporte noturno; A cor varia em função da classe de risco, podendo o símbolo e texto ser

de cor branca ou preta, se o fundo for de cor verde, vermelha ou azul; Suas cores lembram a classe a que pertence o produto perigoso;

Exemplos: Laranja explosivos Verde gases Vermelho inflamável Amarelo oxidante

As embalagens externas devem estar identificadas, marcadas e rotuladas; No rótulo deve constar:

a) Nome da Classe ou Subclasse b) Espaço para inscrição

As figuras desenhadas facilitam a identificação do produto:

Exemplos: Uma bomba explodindo explosivos Um cilindro de gás gases Uma chama inflamável Uma caveira tóxico Gotejo de líquido sobre superfície e mãos corrosivo

CONSIDERAÇÕES:

1) Veículo vazio e descontaminado não deverá transitar portando painéis de segurança e rótulos de risco;

2) Tacógrafo: Uso obrigatório nos veículos que transportam produtos perigosos (art. 5º do Decreto 96.044);

Infrações e Penalidades: Definidas no art. 43 do Decreto 96.044.

IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE DE TRANSPORTE

Conceitosa) Carga Embalada: Produto que, no ato de carregamento, descarregamento ou

transbordo do veículo transportador, é manuseado juntamente com o seu recipiente. No caso de container, o produto é embalado somente se este não for considerado o próprio recipiente.

b) Carga a Granel: Produto que é transportado sem qualquer embalagem e contido apenas pelo equipamento de transporte, seja ele tanque, vaso, caçamba ou container.

13

Page 15: Document91

IDENTIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS

A colocação da rotulagem dos veículos com produtos perigosos obedece as regras seguintes:

CARGA A GRANELProduto/Risco Painel de Segurança Rótulo de Risco

01 Produto01 Risco

Nas duas laterais com números do produto e dos riscos Na frente e traseira com números do produto e dos riscos

Nas duas laterais Na traseira

Produtos diferentes01 Risco

Nas duas laterais, um em cada compartimento, com o número do produto e dos riscos Na frente e na traseira, sem números

Nas duas laterais, um em cada compartimento Na traseira

Produtos diferentesRiscos diferentes

Nas duas laterais, um em cada compartimento, com o número do produto e dos riscos Na frente e traseira sem números

Nas duas laterais, um em cada compartimento Na traseira, um de cada risco principal

Vazio Antes de lavar e descontaminar, continuar usando

Antes de lavar e descontaminar, continuar usando

CARGA EMBALADA

Produto/Risco Painel de Segurança Rótulo de Risco

01 Produto01 Risco

Nas duas laterais com números do produto e dos riscos Na frente e traseira com números do produto e dos riscos

Nas duas laterais Na traseira

Produtos diferentes01 Risco

Nas duas laterais, sem números Na frente e na traseira, sem números

Nas duas laterais Na traseira

14

Page 16: Document91

Produtos diferentesRiscos diferentes

Nas duas laterais sem números Na frente e na traseira sem números

Nas duas laterais, nenhum Na traseira, nenhum

Vazio Não pode ser utilizado Não pode ser utilizado

602609

602609

602609

602609

602609

602609

FICHA DE EMERGÊNCIA

Outra forma de identificação de uma substância química (e seus riscos) é a leitura e interpretação da FICHA DE EMERGÊNCIA, que é obrigatória para os produtos químicos comercializados em todo território nacional.

Na FICHA DE EMERGÊNCIA se encontram dados como fabricante, nome comercial e técnico do produto, bem como seus principais riscos e informações úteis em casos de emergências.

15

Page 17: Document91

Abaixo temos um exemplo de uma FICHA de EMERGÊNCIA:

Além da FICHA de EMERGÊNCIA, atualmente existe também outra documentação que segue junto com uma grande quantidade de produtos químicos comercializados no Brasil e no mundo, chamada de Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico (FISPQ), que contém informações diversas sobre um determinado produto químico, quanto à proteção, à segurança, à saúde e ao meio

16

Page 18: Document91

ambiente. Em alguns países, essa ficha é chamada de Material Safety Data Sheet - MSDS.

A norma brasileira NBR 14725, válida desde 28.01.2002, apresenta informações para a elaboração e o preenchimento de uma FISPQ. Apesar de não definir um formato fixo, esta norma estabelece que as informações sobre o produto químico devem ser distribuídas, na FISPQ, por 16 seções determinadas, cuja terminologia, numeração e seqüência não devem ser alteradas.

A FISPQ (MSDS) contém muito mais informações que as FICHAS DE EMERGÊNCIA, uma vez que a FISPQ possui dados detalhados sobre o produto em questão, inclusive sua formulação, dados toxicológicos detalhados, informações sobre reatividade e riscos de incêndio e dados sobre o impacto ambiental, além de procedimentos corretos para controle em caso de acidentes.

Um ponto de grande importância é observar que tanto a FICHA de EMERGÊNCIA, quanto a FISPQ são documentos muito úteis em casos de emergência, sendo altamente recomendado que as empresas que utilizam produtos químicos regularmente criem arquivos das FICHAS de EMERGÊNCIAS, bem como das FISPQ`s dos produtos químicos utilizados em seus processos.

Modelo de FISPQ (apenas a primeira folha com cabeçalho)       

NOTA FISCAL

No documento fiscal deve haver (art. 22, inciso II do RTRPP):

17

Page 19: Document91

a)Nome apropriado para embarque;b)Número da ONU do(s) produtos(s);c) Classe ou subclasse do produto, quando for o caso;d)Declaração assinada pelo expedidor de que o produto está devidamente

acondicionado para suportar os riscos normais de carregamento, transporte e descarregamento, conforme legislação em vigor.

Quantidade de Isenção: - Consta na relação de produtos perigosos.- Caso esteja abaixo, é obrigatório a aposição de rótulo de risco nas

embalagens e a inclusão na documentação de transporte da indicação de que se trata de “QUANTIDADE ISENTA”.

3. I S O L A M E N T O

O isolamento do local do acidente é feito predominantemente pelas autoridades competentes na área de sua atuação, se for em rodovia estadual, ele deve ser feito pela Polícia Militar, se for em rodovia federal, deve ser feito pela Polícia Rodoviária Federal.

O isolamento é a primeira tarefa necessária para se manter o controle da área de trabalho. Todos aqueles que não estiverem envolvidos com a operação de emergência devem manter-se afastados da área. Não se deve permitir a presença de pessoas desprotegidas e qualquer operação de resgate deve ser conduzida rapidamente, entrando no local tendo o vento pelas costas.

Fatores que influem na determinação da área a ser isolada em uma emergência envolvendo produtos perigosos:

Produto químico (nível de toxicidade) Estado físico (sólido, líquido, vapor) Ambiente do acidente (aberto ou fechado) Existência de correntes de água (rios, lagos, etc...) Substância é carregada por agente meteorológico (ventos, chuvas, etc...)

Antes de isolar a área a autoridade competente deve adotar os seguintes procedimentos:

Identificar o produto; Tomar as primeiras medidas adequadas de emergência (isso pode

ser feito com a leitura do guia da seção laranja do Manual do ABIQUIM); Verificar a direção predominante do vento.

Para se isolar eficientemente o local, recomenda-se que a autoridade responsável:

1- Determine se o vazamento é pequeno ou grande, utilizando o bom senso e as considerações descritas nos fundamentos técnicos de isolamento/evacuação da ABIQUIM.

18

Page 20: Document91

OBS: Sendo o produto um líquido ou um sólido (granulado ou pó), considera-se um pequeno vazamento aquele que envolve um único recipiente com capacidade média de 200 litros, ou um vazamento pequeno de um tanque maior, que possa formar uma deposição de até 15 metros de diâmetro.

Por outro lado, um grande vazamento pode ser considerado como sendo aquele que envolva um grande volume de material proveniente de um único recipiente, ou diversos vazamentos simultâneos em pequenos recipientes, formando uma deposição de até 25 metros de diâmetro.

No caso dos gases, todos os vazamentos devem ser considerados como grandes.

2- Utilize como recursos para o isolamento da área, cordas, fitas, cones e viaturas.

3- Determine as distâncias adequadas: Caso o produto esteja pegando fogo, siga as instruções no

guia correspondente ao produto acidentado no Manual do ABIQUIM. Caso o produto não esteja pegando fogo, consulte a tabela

na seção verde do ABIQUIM e, caso o produto não conste na mesma, isole a área num raio de 50 metros, no mínimo.

Se o produto constar na tabela (seção verde) do Manual, determine primeiramente a distância de isolamento inicial. Dirija todas as pessoas nesta área para longe do vazamento, seguindo a direção contrária a do vento.

Verifique qual a distância inicial constante nas páginas verdes do ABIQUIM. Para um determinado produto e dimensão do vazamento, a tabela fornece a distância, a favor do vento, dentro da quais as ações de proteção devem ser levadas em conta.

Não existe uma regra prática para determinar a área a ser isolada em uma emergência envolvendo produtos perigosos.

Além dos fatores já citados, deverá ser considerado o bom senso da equipe de emergência!

O CBMES adota padrão de isolamento em 50m de raio para área quente nos casos em que o produto não conste nas páginas verdes do Manual da ABIQUIM.

No isolamento os bombeiros devem delimitar as Zonas de Trabalho. As chamadas zonas de trabalho têm sua aplicabilidade no atendimento a grandes emergências e tem como objetivo:

O estabelecimento de zonas de controle que auxiliam na manutenção de uma metodologia de atendimento de forma organizada e segura:

Reduzir os efeitos danosos da ocorrência a pessoas, meio ambiente e patrimônio;

O estabelecimento das fronteiras das várias zonas para direcionar as operações e movimentos do incidente;

Minimizar o número de pessoas e equipamentos ao estritamente necessário; e

Controlar o acesso das pessoas que podem ou devem estar próximo ou não da ocorrência, em função de sua atividade ou grau de ligação com a emergência.

Para essa configuração, são recomendadas três zonas:

19

Page 21: Document91

ZONA QUENTE, VERMELHA OU ZONA DE EXCLUSÃO

A Zona Quente, localizada na parte central, é a área física onde os contaminantes estão ou poderão ocorrer. Qualquer pessoa para adentrar essa zona deverá estar usando obrigatoriamente o nível de proteção individual adequado. Deverá ser adotado pelo menos um ponto de controle de acesso para pessoas e equipamentos, na periferia dessa zona, para garantir que todos os procedimentos pré-determinados foram e estão sendo obedecidos.

A linha que delimita essa zona, chamada de linha quente ou vermelha, é inicialmente determinada através das observações visuais da área do acidente e da localização do sinistro em si. Um outro dado ainda mais importante é obtido através da leitura dos instrumentos usados para monitoração no local. Onde os instrumentos iniciarem a acusar a presença de contaminantes, essa será então o limite da Zona de Exclusão ou mais exatamente a linha quente. Esses contaminantes podem apresentar-se como vapores, gases ou partículas, sejam de origem orgânica ou inorgânica, combustíveis, partículas radioativas ou de radiações ionizantes, além da simples detecção de atmosfera rarefeita de oxigênio.

Outros fatores que devem ser considerados para determinação das distâncias limites da Zona de Exclusão ou Quente são a possibilidade de explosões ambientais ou incêndios que venham a atingir o pessoal fora dessa zona, a área física necessária para o desempenho dos trabalhos e ainda qualquer deslocamento do produto perigoso, seja pela ação do vento, por sua volatilidade ou pelo acréscimo de sua concentração química. Uma vez que a linha quente tenha sido determinada, ela deverá ser bem sinalizada, isolada e policiada. É importante ter-se em mente que essa linha poderá ser modificada a qualquer momento, ajustando-se as novas necessidades com o desenrolar da ocorrência.

ZONA MORNA, AMARELA OU ZONA DE REDUÇÃO DE CONTAMINAÇÃO

Entre a Zona de Exclusão e a Zona de Suporte, está a Zona de Redução de Contaminação, Morna ou amarela, que estabelece a transição entre as áreas contaminadas e as áreas limpas. Ela também funciona como uma reserva da Zona de Exclusão, no caso de deslocamentos de contaminante.

Inicialmente essa zona é considerada uma área não contaminada. Entre os limites da Zona de Exclusão e a Zona de Suporte, será demarcada uma linha chamada de Corredor de Redução de Contaminação (consistindo de um número adequado de estações de descontaminação). Dependendo das proporções da operação, poderão ser montados tantos corredores quantos sejam necessários. Toda e qualquer saída da Zona de Exclusão será feita através desse corredor.

À medida que as operações prosseguem a área ao redor do corredor também poderá se tornar contaminada, mas será em índices bem menores que os encontrados na Zona de Exclusão. De forma genérica, a quantidade de contaminantes decresce da linha quente até a Zona de Suporte devido à distância e os procedimentos de descontaminação utilizados. Esses detalhes serão abordados mais profundamente na parte DESCON.

ZONA FRIA, VERDE OU ZONA DE SUPORTE

20

Page 22: Document91

Nesta área estará o posto de comando como também todos os suportes necessários para controle do incidente.

É o local de impedimento do acesso ao público, porém permitido as pessoas e autoridades que tem relação com a ocorrência mais não atuarão diretamente na intervenção.

Nesta área estarão os equipamentos de reserva, apoio médico de triagem, Imprensa, etc.

ESQUEMA BÁSICO PARA ISOLAMENTO

21